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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
DIDÁTICA X DISCALCULIA
Por: Renata dos Santos Freire Ferreira
Orientador
Prof. Dayse Serra
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
DIDÁTICA X DISCALCULIA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Psicopedagogia
Por: Renata dos Santos Freire Ferreira
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, razão maior da minha
existência.
A minha orientadora Dayse Serra,
pelo apoio.
Aos professore e mestres que
marcaram minha formação
acadêmica.
A todos que, de alguma forma
contribuíram para essa construção
4
DEDICATÓRIA
Ao meu marido, Diogo, por todo
companheirismo, apoio e paciência
A meus pais, Ismael e Nadia, pelos
ensinamentos, dedicação e carinho.
A minha sobrinha, Maria Eduarda,
razão de muitas alegrias.
.
5
RESUMO
A matemática faz parte do cotidiano de todas as pessoas. Ela está no
tempo que passa, no espaço que ocupamos, na distância que percorremos e
em todas as referências de contagens e comparações que realizamos junto à
sociedade. Atualmente, muitos alunos vêm apresentando dificuldades
relacionadas à capacidade de resolver problemas matemáticos e em certas
habilidades relacionadas aos cálculos. Neste campo, a Discalculia necessita
ser destacada, pois afeta as condições de desenvolvimento da capacidade
cognitiva do aluno, servindo de obstáculo para a melhor apreensão e
construção das ações facilitadoras de sua aprendizagem. Desse modo, a
presente pesquisa objetiva compreender o que ocasiona esse impedimento e
como o mesmo precisa ser tratado no ambiente escolar. Assim como,
estabelecer orientações aos professores e sugerir ferramentas que facilitem o
ensino da matemática. Somente reconhecendo a discalculia como um distúrbio
de aprendizagem e nossa capacidade de lidar com ela dentro de sala de aula,
é que poderemos encontrar os meios pra de incluir as crianças discalcúlicas
em seu grupo de convívio. Desta maneira, poderemos ajudá-las a obterem
sucesso até mesmo nas pequenas coisas da vida, como a segurança de seus
atos e a valorização de seus feitos.
Palavras-chave: Discalculia; Distúrbio de Aprendizagem; Matemática
6
METODOLOGIA Esta pesquisa será realizada por abordagem teórica, revisão
bibliográfica, com enfoque quantitativo e informações relevantes quanto ao
processo de ensino aprendizagem das operações matemáticas, conceitos e
características sobre Discalculia, causas de dificuldades matemáticas em
crianças com este transtorno, aspectos metodológicos e didáticos envolvidos
nesses contextos, bem como idéias que possibilitam, levar o aluno discalcúlico
a construir formas de pensar e resolver problemas matemáticos.
Este trabalho foi baseado nos seguintes referenciais teóricos: os estudos
realizados durante o curso na faculdade e a consulta aos autores: Bastos
(2006), Silveira (2008), Huete (2006), Gomes (2009).
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Conhecendo a Discalculia 10
CAPÍTULO II - O Ensino da Matemática 17
CAPÍTULO III – Dificuldades de Aprendizagem 24
CAPÍTULO IV – Como lidar com a discalculia 30
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
WEBGRAFIA 40
ANEXOS 41
ÍNDICE 44
8
INTRODUÇÃO
Comentar sobre dificuldade em Matemática é relativamente simples
quando dizem que se trata de uma disciplina complexa e que muitos não se
identificam com ela. No entanto, essas dificuldades podem ocorrer não pelo
nível de complexidade ou pelo simples fato de o aluno não se identificar com tal
disciplina, mas por fatores mentais, psicológicos e pedagógicos que envolvem
uma série de conceitos e trabalhos que necessitam ser desenvolvidos quando
tratamos de dificuldades em qualquer âmbito.
Em perfeitas condições neurológicas, o aluno é capaz de desenvolver
todas as suas habilidades e competências, porém o mesmo não ocorre com o
indivíduo que apresenta as características da discalculia, que consiste numa
desordem que afeta a habilidade de lidar com os números.
A discalculia ainda é um tema pouco abordado em termos de pesquisa
bibliográfica, o que instiga a curiosidade de se conhecer um pouco mais sobre
o que vem a ser esse transtorno da aprendizagem específico da matemática,
visto que essa ciência é uma ferramenta muito importante para o ser humano
em termos de sociedade e sobrevivência, pois a necessidade de lidar com os
números e realizar cálculos está presente no nosso cotidiano.
Para se entender melhor a discussão sobre a discalculia, levanta-se o
seguinte questionamento: De que forma os educadores formados na disciplina
de matemática, ou ainda que atuem em séries iniciais do ensino fundamental,
podem contribuir com seus alunos para minimizar as dificuldades de
aprendizagem? Quando se trata da discalculia, é preciso compreender o que
de fato permeia tal questão e como a mesma deve ser tratada dentro do
ambiente escolar.
De acordo com o eixo temático analisado, é pertinente salientar que este
estudo tem como objetivo geral conhecer o que é discalculia, os fatores que
influenciam seu surgimento e as formas adequadas de intervenção
pedagógica. E como objetivos específicos, identificar as causas e os efeitos da
discalculia no processo de ensino-aprendizagem da matemática; compreender
quais os elementos que dificultam a capacidade do pensamento lógico exigido
na realização de cálculos e sugerir aos professores ferramentas que os
auxiliem a minimizar as dificuldades de aprendizagem de seus alunos.
9
A presente monografia divide-se em três capítulos estruturados em
tópicos e sub-tópicos para abordar o tema:
O primeiro capítulo trata da discalculia em suas teorias e concepções, os
tipos de discalculia, os sintomas, bem como o que causa tal transtorno e suas
consequências.
No segundo capítulo serão expostas questões referentes ao ensino e
aprendizagem da matemática, a fim de discutir sobre uma didática adequada
nesse processo para que o aluno possa entender a importância da matemática
na vida, desenvolver as habilidades e competências necessárias para
resolução de problemas no seu cotidiano e ser capaz de adaptar-se e
modificar-se de acordo com as circunstâncias de vida.
No terceiro capítulo trataremos sobre as dificuldades de aprendizagem e
os tipos de dificuldades de aprendizagem. O quarto capítulo discorre a respeito
dos recursos para intervenções em casos de discalculia, do papel dos pais com
relação a esse problema de aprendizagem e sugestões de atividades junto aos
alunos discalcúlicos com a intenção de auxiliar a atuação profissional de
professores e psicopedagogos.
Pretende-se, portanto, dada a importância do assunto desse estudo,
contribuir com os professores e profissionais da área de educação, sobretudo
da educação matemática, de maneira que possam dar a devida atenção aos
alunos que apresentem tais características, identificando-os e intervindo
pedagogicamente, procurando auxiliá-los com a criação de estratégias de
estudo que permitam o sucesso acadêmico e pessoal.
10
CAPÍTULO I
CONHECENDO A DISCALCULIA
1.1 O QUE É DISCALCULIA?
A Discalculia é um problema de dificuldade em ascensão no meio
escolar e por esse motivo é um assunto que vem alcançando uma grande
repercussão. É por meio de pesquisas como esta, que aos poucos as
características deste transtorno da aprendizagem vão sendo expostas
considerando os casos que se manifestam no contexto escolar.
Antes de falarmos propriamente sobre a discalculia, é necessário
esclarecer que existe outro distúrbio que envolve as aquisições aritméticas: a
acalculia.
A acalculia ocorre quando o indivíduo perde as habilidades matemáticas
já adquiridas após sofrer uma lesão no cérebro, como um acidente vascular
cerebral ou um traumatismo crânio-encefálico. Essa perda acontece em níveis
variados para realização de cálculos matemáticos.
Neste trabalho não trataremos desse distúrbio neurológico provocado
por lesão cerebral, mas de um transtorno de aprendizagem que poderemos
observar com maior propriedade e menos rótulos, através do conhecimento e
de informações.
Dando início à pesquisa, verificamos que, a palavra discalculia vem do
grego (dis, mal) e do Latin (calculare, contar) formando: contando mal. Essa
palavra calculare por sua vez vem de cálculo, que significa o seixo ou um dos
contadores em um ábaco.
O termo discalculia, como distúrbio da aprendizagem, é usado
freqüentemente ao referir-se, especificamente, à inabilidade de executar
operações matemáticas ou aritméticas. É, pois, uma desordem neurológica
caracterizada pela dificuldade no processo de aprendizagem da compreensão
e manipulação dos números Alguns profissionais educacionais também a
definem como uma inabilidade mais fundamental para conceitualizar números
como uma ideia abstrata de quantidades comparativas.
11
1.2 SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
A discalculia ocorre em indivíduos de inteligência normal que
apresentam freqüentemente problemas específicos com operações
matemáticas, fórmulas, sequências numéricas, sinais numéricos, realização de
contagem e até na utilização da matemática no dia-a-dia.
Esse transtorno específico da matemática não se trata de uma doença, e
nem necessariamente de uma condição crônica. É um problema de
aprendizado independente, mas pode estar também associado à dislexia ou
ser encontrado em combinação com o transtorno da leitura, transtorno da
expressão escrita e, dos Transtornos de Déficit Hiperatividade e Atenção
(TDHA). Há indicações de que é um impedimento congênito ou hereditário,
com um contexto neurológico e atinge tanto crianças como adultos.
De acordo com Smith e Strick (2001 apud ALMEIDA; GONTIJO, 2007),
no que diz respeito aos aspectos relativos ao aluno, devem ser consideradas a
memória, a atenção, a atividade perceptivo-motora, a organização espacial, as
habilidades verbais, a falta de consciência e as falhas estratégicas, todas como
fatores responsáveis pelas diferenças na execução de atividades matemáticas.
Dentre estas, um dos fatores que devem ser observados é a dificuldade
em realizar operações matemáticas simples como a soma ou a multiplicação.
Ao identificar alunos com déficit de aprendizado, o professor precisa dispensar-
lhes maior atenção a fim de identificar as dificuldades apresentadas. No caso
da matemática, é um pouco mais difícil dizer se é um déficit ou um distúrbio,
pois a mesma é considerada uma das disciplinas mais complicadas para o
entendimento do aluno.
Um indicador muito simples das possíveis dificuldades com números é a
inabilidade de contar em ordem decrescente, de dois em dois números ou de
três em três, destacando que os indivíduos com discalculia apresentam
dificuldade na compreensão da ordem e da estrutura numérica.
Outro fator é a falta de compreensão do valor da posição no sistema
numérico. A confusão nessa área é freqüentemente disfarçada nos primeiros
anos, pois as crianças aprendem as regras apropriadas para somar e subtrair e
podem utilizá-las, principalmente se apresentadas de forma especial (diretas),
pois são mecanicamente aprendidas. Se essa colocação for alterada, ou se for
12
necessário utilizar o conhecimento dos números, o aluno geralmente
necessitará de flexibilidade para utilizar seu conhecimento de outra maneira, o
que tornará sua dificuldade de compreensão visível. Do mesmo modo,
observaremos isso em tarefas como agrupar e reagrupar números, lembrar
qual número vem antes ou depois e repetição de algarismos devido à falta de
atenção.
O que também se observa são as dificuldades em seguir muitas ordens
simultaneamente, além de problemas com a coordenação motora fina (pintar,
desenhar, amarrar, costurar, etc.), problemas com a coordenação motora
grossa (falta de habilidade nos esportes e o descuido ocasionando a freqüente
queda de objetos da carteira escolar).
Os sinais da discalculia podem começar quando a criança inicia sua vida
escolar, porém outras crianças começam a apresentar essas dificuldades um
pouco mais tarde. A questão principal está em compreender que o problema
não é a matemática em si, mas a maneira como esta é ensinada às crianças. O
modo como a discalculia será tratada modifica totalmente a aproximação entre
o professor e o aluno que encontrarão juntos uma nova e diferente maneira de
ensinar e aprender. Entretanto, por ser a menos conhecida das desordens
deste tipo, dificilmente é levada em consideração.
A lista de dificuldades exposta abaixo apresenta alguns sintomas
potenciais da discalculia que podem tornar mais fáceis a sua investigação e
diagnóstico. Os indivíduos discalcúlicos geralmente demonstram:
• Dificuldades freqüentes com os números, confundindo os sinais: +, -, ÷ e
x;
• Problemas para diferenciar o esquerdo e o direito (lateralidade);
• Falta de senso de direção (norte, sul, leste, e oeste) e pode também ter
dificuldade com um compasso;
• A inabilidade de dizer qual de dois números é o maior;
• Dificuldade com tabelas de tempo, aritmética mental, etc;
• Melhor desempenho nos assuntos que requerem a lógica, do que nas
fórmulas de nível elevado que requerem cálculos mais elaborados;
• Dificuldade com tempo conceitual e elaboração da passagem do tempo;
13
• Dificuldade com tarefas diárias, como verificar a mudança nos dias da
semana e ler relógios analógicos;
• Dificuldades em compreender a conservação de quantidades;
• A inabilidade de compreender o planejamento financeiro ou incluí-lo no
orçamento estimando, por exemplo, o custo dos artigos em uma cesta
de compras;
• Dificuldade mental de estimar a medida de um objeto ou de uma
distância;
• Inabilidade de apreender e recordar conceitos matemáticos, regras,
fórmulas, e seqüências matemáticas;
• Dificuldade de manter a contagem durante jogos;
• Dificuldade nas atividades que requerem processamento de
seqüências, tal como etapas de dança ou leitura, escrita e coisas que
sinalizem listas;
• Pode ter o problema mesmo com uma calculadora devido às
dificuldades no processo da alimentação nas variáveis.
É importante frisar que se uma pessoa manifesta a maioria dos
problemas relacionados na listagem, isso indica apenas que ela apresenta
dificuldades gerais em matemática, e não, discalculia. Para determinar se uma
criança ou adulto tem discalculia é necessária uma avaliação rigorosa de uma
equipe multidisciplinar que pode envolver psicólogo, neurologista,
fonoaudiólogo ou psicopedagogo. No entanto vale ressaltar que a participação
da família e da escola é fundamental no reconhecimento dos sinais de
dificuldade.
1.3 . TIPOS DE DISCALCULIA
O indivíduo discalcúlico comete erros diversos na solução de problemas
verbais, nas habilidades de contagem, nas habilidades computacionais, assim
como na compreensão dos números.
KOCS (apud García, 1998) classificou a discalculia em seis subtipos,
podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos:
14
1. Discalculia Verbal – dificuldade para nomear as quantidades
matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
2. Discalculia Practognóstica – dificuldade para enumerar, comparar e
manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
3. Discalculia Léxica – Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.
4. Discalculia Gráfica – Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
5. Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e
na compreensão de conceitos matemáticos.
6. Discalculia Operacional – Dificuldades na execução de operações e
cálculos numéricos.
1.4 CAUSAS DA DISCALCULIA
Não existe uma causa única e simples com que se possam justificar as
bases das dificuldades com a linguagem matemática, que podem ocorrer por
falta de habilidades para determinação de razão matemática ou pela
dificuldade em elaboração de cálculo matemático.
Quanto às causas potenciais da discalculia, vale mencionar que os
cientistas procuram compreender as causas e para isso tem investigado em
diversos domínios como a Neurologia, a Lingüística, a Psicológica, a Genética
e a Pedagógica.
1.4.1 Neurológica (imaturidade)
Maturação é a soma das características de evolução neurológica
apresentadas pela maioria dos indivíduos nas diferentes etapas de
desenvolvimento e que permitem o uso das capacidades inatas e expressas
por seu comportamento.
O desenvolvimento neurológico implica na maturação progressiva
através das modificações do sistema nervoso e se caracteriza pelas diferentes
funções, que vão se estabelecendo ordenada, progressiva e cronologicamente.
Cada nível etário de maturação permite desenvolver novas funções através de
experiências que produzam estímulos adequados.
São observados, a seguir, três graus de imaturidade:
15
a) Leve – em que o discalcúlico reage favoravelmente à intervenção
terapêutica;
b) Médio – configura o quadro da maioria dos que apresentam
dificuldades específicas em matemática;
c) Limite – ocorre quando há lesão neurológica, gerada por diversos
traumatismos, provocando um déficit intelectual.
1.4.2 Linguística
Há uma tese de que a discalculia possa ser uma dificuldade lingüística, na
medida em que a matemática é uma forma de linguagem. Segundo esta idéia,
o discalcúlico apresenta deficiência na elaboração do pensamento devido às
dificuldades no processo de interiorização da linguagem.
Deste modo, torna-se necessário que o indivíduo desenvolva nível
lingüístico para que possa dominar a matemática. A criança que apresenta
dificuldades em compreender as relações e suas reversibilidades não tem
condições de generalizá-las. O simbolismo numérico surge a partir da
correspondência número-quantidade, por isso requer adequado
desenvolvimento da função simbólica. Os alunos com déficit nesta área não
correspondem símbolo oral, quantidade e sua representação gráfica. Além
disso, a resolução de problemas envolve muitas questões de linguagem além
da matemática.
Cazenave (1972 apud DIAS, 2007) lembra que a compreensão do
problema é imprescindível para sua resolução. O estudante deve compreender
as palavras e aplicá-las em sentido aritmético. Caso não entenda o que lê, não
consegue resolver o problema. A matemática somente torna-se viável se
integrada com habilidades sólidas de linguagem, pois não é possível
desenvolver uma destas áreas de maneira isolada.
1.1 Psicológica
Causas de natureza psicológica também devem ser levadas em
consideração já que indivíduos com alguma alteração psíquica são mais
propensos a apresentar transtornos de aprendizagem, pois o emocional
interfere no controle de determinadas funções como: percepção, atenção e
memória...
16
1.4.4 Genética
Existem explicações, mas não comprovação, da determinação do “gen”
responsável por transmitir a herança dos transtornos de cálculo. Há
significativos registros de antecedentes familiares de discalcúlicos que também
apresentam dificuldades em matemática. Ainda assim, neste contexto, a
hereditariedade carece de estudos mais aprofundados, antes de quaisquer
outras assertivas.
1.4.5 Pedagógica
A didática da matemática mal empregada nas escolas é a causa mais
determinante das discalculias, pois está fortemente ligada aos fenômenos que
ocorrem no processo de aprendizagem. É a chamada "discalculia escolar",
caracterizada por uma dificuldade específica para o aprendizado da
matemática, manifestada por uma deficiência na integração dos mecanismos
do cálculo e resolução de problemas. É uma conseqüência natural e lógica da
dinâmica da aprendizagem, portanto não é patológica.
17
CAPÍTULO II
O ENSINO DA MATEMÁTICA
2.1 BREVE HISTÓRICO
A Matemática surgiu na antiguidade devido às necessidades da vida
cotidiana e acabou convertendo-se em um imenso sistema de variadas e
extensas disciplinas e contribuindo na construção da cidadania, tornando-se
uma ferramenta da sociedade. Porém o reconhecimento do seu papel na
mesma só ocorre a partir da Revolução Industrial e do surgimento dos sistemas
bancários e de produção, que passaram a exigir determinado conhecimento
matemático do cidadão.
A disciplina Matemática chega às escolas, entretanto os livros didáticos
são criados na formalização e no raciocínio dedutivo, desenvolvido pelo grego
Euclides (séc. III a.C.). No período das Guerras Mundiais, a matemática evoluiu
e adquiriu importância na escola, mas continuou sendo algo distante da vida do
aluno. Mais crianças chegam às salas e as dificuldades tornaram-se maiores e
mais presentes, diante de uma disciplina sem significado. O rendimento dos
alunos torna-se baixo e a disciplina passa a ser o principal motivo de
reprovações. Ainda assim, a formalização persiste. Até a década de 30 na
Inglaterra, os livros didáticos se apresentam como traduções diretas da obra
dedutiva de Euclides.
Com a Guerra Fria e a Corrida Espacial, os norte-americanos
reformulam o currículo a fim de formar cientistas e superar os avanços
soviéticos. Surge então a Matemática Moderna, uma boa idéia, porém mal
encaminhada. Essa nova ideia se apóia na teoria de conjuntos, mantém o foco
nos procedimentos e isola a Geometria. É muito abstrata para os estudantes do
Ensino Fundamental e a proposta perde força em apenas uma década. Nos
anos 70, tem início o Movimento de Educação Matemática, com a participação
de professores do mundo todo, organizados em grupos de pesquisa. Ocorre a
aproximação com a Psicopedagogia. Especialistas dedicam-se a descobrir
como se constrói o conhecimento na criança e passam a estudar formas
alternativas de avaliação. Matemáticos não ligados à educação se dividem
entre os que apóiam e os que resistem as mudanças. Nos anos de 1997 e
18
1998, são lançados no Brasil os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s)
para as oito séries do ensino fundamental. O capítulo dedicado à disciplina é
elaborado por integrantes brasileiros do Movimento de Educação Matemática.
Segundo os especialistas, os PCN’s ainda são o melhor instrumento de
orientação para todos os professores que querem mudar sua maneira de dar
aulas e com isso, combater o fracasso escolar.
Em decorrência da metodologia aplicada pelos professores desde a
Antiguidade que era baseada na aprendizagem sistemática, na transferência e
reprodução de conhecimentos, e que apenas condicionava os alunos a
receberem informações prontas, completas, imutáveis, construindo nos
educandos uma incapacidade de decodificar os sinais presentes no cotidiano,
deixando-os, em conseqüência, à margem da sociedade ativa. Essa prática de
ensino mostrou-se ineficaz, pois a reprodução correta pode ser uma simples
indicação de que o aluno aprendeu a reproduzir, mas não necessariamente
que tenha aprendido o conteúdo.
É importante ressaltar que a matemática precisa ser vista pelo aluno
como um conhecimento que pode favorecer o desenvolvimento do raciocínio,
da sua capacidade expressiva, de sua sensibilidade estética, de sua
imaginação. Estabelecer relações entre objetos, fatos e conceitos, generalizar,
prever, projetar, abstrair, ou seja, apontar direções, apresentar estratégias e
alternativas para os alunos estabelecerem múltiplas ligações e associações
entre significados de um conceito. É preciso modificar a forma mecânica de
ensinar Matemática, pois o momento atual pede uma matemática viva que
possa provocar nos aprendizes e educadores o gosto e a confiança para
enfrentar desafios.
2.2 A CONSTRUÇÃO DA MATEMÁTICA
O movimento de Educação Matemática trouxe ao ensino dessa
disciplina muitas descobertas, novos desafios e novas perspectivas sobre o
que é o aprender matemático, como isto acontece, e como as diversas pessoas
envolvidas com esta aprendizagem relacionam-se e encaram essas novas
possibilidades.
19
Segundo Huete (2006), a matemática, do grego máthemma (ciência),
distingue-se por seu aspecto forma e abstrato e por sua natureza dedutiva. Em
contrapartida, sua construção liga-se a uma atividade concreta sobre os
objetos para o qual o aluno necessita da intuição no processo mental.
Sendo assim, a matemática deve ser entendida como uma ciência mais
construtiva que dedutiva, pois se fosse o contrário, para aprendê-la seria
necessária apenas a memorização e a repetição de procedimentos, o que a
afasta de sua característica de representação, explicação e previsão da
realidade.
No início da vida escolar, a criança começa um processo de
alfabetização, não só em sua linguagem materna como também na linguagem
matemática, construindo o seu conhecimento seguindo as diferentes etapas de
desenvolvimento cognitivo; um bom ensino nesse nível é fundamental.
De acordo com Vygotsky, devemos considerar que antes mesmo de
entrar na escola as crianças vivenciam situações de aprendizado. Sendo
assim, qualquer situação que se defronte na escola sempre terá uma história
prévia. Por exemplo, as crianças quando aprendem aritmética na escola já
tiveram alguma experiência com quantidades – elas tiveram que lidar com
operações de divisão subtração e determinação de tamanho.
Conseqüentemente, as crianças têm sua própria aritmética pré-escolar.
As habilidades matemáticas estão associadas à capacidade de
compreensão conceitual de quantidade e raciocínio lógico necessários à
resolução de problemas, enquanto a aritmética, está relacionada ao
entendimento de fatos numéricos: contagem, classificação ordinal, leitura e
manipulação dos símbolos, e o conhecimento das regras subjacentes às quatro
operações básicas.
O processo de desenvolvimento destas habilidades pode ser estudado,
com o objetivo de reconhecer padrões de funcionamento da infância até a
idade adulta possibilitando a discriminação tanto do bom desempenho quanto
do comprometimento dessas competências.
Piaget (1952 apud Bastos, 2006), criou a teoria do conceito numérico da
criança, demonstrando que no período pré-operatório (6 a 7 anos), a criança
desenvolve o pensamento lógico-matemático. E este é o resultado das fases
anteriores: Período Sensório-Motor (até 2 anos) e Período Pré-Conceptual
20
Intuitivo (2 a 5 anos). Após, segundo ele, também há o período das Operações
Concretas (7 a 11 ou 12 anos) e Operações Formais (11 ou 12 anos em
diante). De uma forma geral, todos os indivíduos vivenciam essas quatro fases
na mesma seqüência, porém o início e o término de cada uma delas podem
sofrer variações em função das características da estrutura biológica de cada
indivíduo e da riqueza (ou não) dos estímulos proporcionados pelo meio em
que ele estiver inserido.
Outras pesquisas sobre o desenvolvimento das habilidades numéricas
em crianças verificaram a existência de uma capacidade inata para habilidades
quantitativas nos primeiros anos de vida. Esses sistemas biologicamente
primários de habilidades, quantitativas incluem compreensão implícita de
numerosidade, ordenação, contagem e aritmética simples. Essas habilidades
se desenvolvem gradualmente no decorrer dos anos pré-escolares, juntamente
com a estruturação da linguagem, mesmo sem uma educação formal.
Posteriormente, as habilidades quantitativas se tornam secundárias, pois
passam a ser determinada pelo sistema entre de ensino da cultura em que
estão inseridas. Essas habilidades secundárias se formam a partir das
habilidades primárias e, por dependerem do sistema de ensino cultural não se
baseiam em modelos universais, apresentados variações entre países e de
uma geração para outras.
Dessa forma, fatores lingüísticos, culturais e pedagógicos podem
produzir diferentes efeitos nos diversos componentes das habilidades
matemática, e tais experiências, quando mal adaptados podem intensificar
problemas com a matemática.
Segundo Bastos (2006), a matemática desempenha papel decisivo na
formação do cidadão ao permitir o desenvolvimento proveitoso de habilidades
diversamente importantes no raciocínio lógico dedutivo, interferindo fortemente
na capacitação intelectual e estrutural do pensamento.
A habilidade numérica é determinada biologicamente, sendo uma
categoria científica do domínio do conhecimento. Assim, o sistema cerebral
para os números pode ser comparável às outras áreas cerebrais
especializadas, como responsáveis pelo conhecimento das cores, pela
audição, visão e outras.
21
O cérebro humano é uma estrutura complexa. Nele encontra-se o córtex
cerebral, onde cada região microscópica é responsável por uma função
diferente (o pensamento; a memória, a percepção; a linguagem e habilidade
motora). Estas regiões comunicam-se, trocando mensagens e dados mediados
por substâncias denominadas neurotransmissores, formando uma rede
complementar de informações.
Silveira (2008), explica que para aprender faz-se necessário o
envolvimento do Sistema Nervoso Central (SNC), que é formado pelo cérebro,
que se divide em áreas (Anexo 1), como descrevemos a seguir:
O lobo frontal é a área do cérebro ligada à concentração, ao
planejamento, à iniciativa e aos cálculos mentais rápidos, conceitos abstratos,
habilidades para solução de problemas, execução oral e escrita.
O lobo parietal esquerdo é responsável por habilidades de
sequencialização. Tem como função processar informações relacionadas às
noções de espaço e volume.
O lobo occipital é o centro da visão, onde acontece a discriminação
visual de símbolos matemáticos escritos. Uma de suas funções é fazer com
que a pessoa possa diferenciar objetos de cores e texturas semelhantes.
O lobo temporal é responsável pela percepção auditiva, memória verbal
em longo prazo, memória de série, realizações matemáticas básicas,
subvocalização durante a solução de problemas.
É importante ressaltar que ambos os hemisférios têm áreas disponíveis
para quantidades e cálculos e podem processar números e quantidades. As
dificuldades envolvendo o hemisfério cerebral direito exigem o uso de
atividades, com gráficos e treino de orientação espacial, enquanto as com
envolvimento do hemisfério cerebral esquerdo, atividades com reforço verbal.
2.3 DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
A matemática para muitos alunos ainda representa um grande problema.
Eles não conseguem entender os enunciados que os professores passam no
quadro e ficam muito tempo tentando descobrir qual operação matemática
devem realizar; na maioria das vezes não sabem nem o que o problema está
pedindo. Alguns, em particular, não compreendem os sinais, muito menos as
22
expressões. Os algoritmos também representam uma grande dificuldade
Porém, em muitos casos, o problema não está na criança, mas no professor
que elabora os exercícios com enunciados inadequados à idade cognitiva das
crianças.
Um dos motivos do fracasso no ensino da matemática está diretamente
relacionado às manipulações mecânicas de técnicas operatórias, resolução
exaustiva de exercícios que são rapidamente esquecidos, assim como a
memorização de fórmulas, tabuadas, regras e propriedades. O que podemos
observar na maioria das escolas é o ensino da matemática sem a preocupação
de estabelecer qualquer vínculo com a realidade. As formas de trabalho mais
comuns nas salas de aula ainda são os livros-texto e a exposição oral com o
resumo de matérias complementadas com exercícios no quadro.
A Matemática é uma disciplina que precisa estar ao alcance de todos,
tendo em vista o aparecimento de novos campos a ela relacionados. Para isso,
necessita prioritariamente do trabalho docente delineado por um processo
formativo que possa contribuir para uma prática pedagógica eficiente.
Conforme as recomendações propostas nos PCN – Matemática (1998),
quanto ao ensino da disciplina em referência, exige-se do professor das séries
iniciais uma prática que supere à mera apresentação de conteúdos oralmente,
partindo de definições, exemplos, demonstrações e aplicação por meio da
resolução de exercícios de fixação. Nesse contexto, espera-se dos professores
novas dimensões a partir de uma perspectiva de trabalho que considere a
criança como agente de construção do seu conhecimento.
Desse modo, o tratamento dos conteúdos em compartimentos
estanques e numa rígida sucessão linear deve dar lugar a uma abordagem em
que as conexões sejam favorecidas e destacadas. O significado da Matemática
para o aluno resulta das conexões que ele estabelece entre ela e as demais
disciplinas ou ao seu cotidiano e das conexões que ele estabelece entre os
diferentes temas matemáticos.
O conhecimento matemático deve ser apresentado aos alunos como
algo historicamente construído e em permanente evolução. O contexto histórico
possibilita ver a Matemática em sua prática filosófica, científica e social e
contribui para a compreensão do lugar que ela tem no mundo.
23
Também devem ser utilizados recursos didáticos como jogos, livros,
vídeos, calculadoras, computadores e outros materiais que têm um importante
papel no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, eles precisam estar
integrados a situações que levem ao exercício da análise e da reflexão.
24
CAPÍTULO III
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Neste capítulo, falaremos sobre as dificuldades de aprendizagem, que
são o ponto chave para que se identifique o tipo de problema que os alunos
enfrentam com relação a conteúdos aplicados, interação em grupo,
desinteresse, entre outros fatores.
No geral, muitos estudantes apresentam dificuldades na aprendizagem
de matemática, e uma porcentagem significativa considera que essa área de
aprendizagem é um tormento. As dificuldades envolvidas no seu processo de
ensino e aprendizagem e resultados escolares insatisfatórios transformam a
matemática numa área de preocupação.
Assim, como em qualquer outra disciplina, as dificuldades de
aprendizagem afetam a pessoa na sua totalidade. Os problemas de
aprendizagem são complexos, suas manifestações podem ser sintomas de
uma infinidade de fatores.
As dificuldades de aprendizagem na escola podem ser consideradas
uma das causas que podem conduzir o aluno ao fracasso escolar. Devemos
considerar que o fracasso do aluno também pode ser entendido como um
fracasso da escola por não saber lidar com a diversidade dos seus alunos. Faz-
se, então, necessário que o professor atente para as diferentes formas de
ensinar, pois, há muitas maneiras de aprender. O professor dever ter
consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos através das
atividades do dia-a-dia.
3.1 AS CONCEPÇÕES DE DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Dificuldade de aprendizagem, por vezes citada como transtorno ou
distúrbio de aprendizagem, é um tipo de desordem pela qual, um indivíduo
apresenta dificuldades em aprender efetivamente. A desordem afeta a
capacidade do cérebro em receber e processar informação e pode tornar
problemáticas para um indivíduo o aprendizado, que não se dará tão rápida
quanto a de quem não é afetado por ela.
25
As dificuldades de aprendizagem se manifestam por diferentes motivos
que podem ser de ordem biológica, psicológica ou até mesmo hereditária.
Algumas destas dificuldades se manifestam bem cedo e podem ser observadas
ainda no primeiro ano de escola, outras acontecem à medida que situações
cotidianas na escola vão se manifestando.
De acordo com Gómez & Terán (2009, p.93) os Transtornos Específicos
da Aprendizagem (TEA), resultam num rendimento acadêmico abaixo do
esperado para a idade, o nível intelectual e o nível educativo, cujas
manifestações se estendem para as outras áreas da vida são afetados
somente nos aspectos que requerem a leitura, a escrita ou o cálculo.
Deste modo, os transtornos de aprendizagem interferem no rendimento
escolar de forma direta, no entanto, os transtornos da aprendizagem, como a
discalculia, não devem ser confundidos com deficiências como o atraso mental,
ou autismo, a surdez, a cegueira ou os transtornos de comportamento.
Tampouco deve ser relacionados com a falta de oportunidades educativas
como prática freqüente da escola ou falta da assistência às aulas.
Devemos salientar que as dificuldades de aprendizagem fazem parte do
processo educativo, no entanto, o que devemos compreender são quais os
fatores que intervêm na aprendizagem. Neste contexto, é importante frisar que
tanto o aprender como o não aprender são etapas do desenvolvimento
humano.
3.2 APRENDIZAGEM DAS HABILIDADES MATEMÁTICAS
Para melhor compreendermos as dificuldades de aprendizagem da
matemática, precisamos entender os processos do desenvolvimento e
aprendizagem das habilidades relacionadas com os números.
Cada faixa etária gera algumas expectativas em termos de aptidões e
das possíveis dificuldades que serão apontadas no decorrer do
desenvolvimento humano no meio escolar e conforme o grau de maturação
cognitiva em assimilar conteúdos. Conhecer essas etapas permite avaliações e
intervenções mais eficazes. A seguir estão relacionados requisitos necessários
para o aprendizado da matemática e as dificuldades causadas pela discalculia.
26
Dos três aos seis anos, espera-se que a criança tenha como aptidão: ter
compreensão dos conceitos de igual e diferente, curto e longo, grande e
pequeno, menos que e mais que. Classificar objetos pelo tamanho, cor e forma
reconhecer números de 0 à 9 e contar, em decorrência dessa faixa etária, as
prováveis dificuldade estão relacionadas a problemas em nomear quantidades
matemáticas, números, termos, símbolos. Insucessos ao enumerar, comparar,
manipular objetos reais ou em imagens.
Entre os seis e doze anos a aptidão está voltada a agrupar objetos de 10
em 10. Ler e escrever de 0 á 99. Nomear o valor do dinheiro. Dizer a hora.
Realizar operações matemáticas como soma e subtração. Começar a usar
mapas. Compreender metade, quartas partes e números ordinais. Deste modo
a dificuldade que pode vir a surgir é na leitura e escrita incorreta dos símbolos
matemáticos.
Entre os doze e dezesseis anos a capacidade para usar números na
vida cotidiana. Uso de calculadora. Leitura de quadros, gráficos e mapas.
Entendimento do conceito de probabilidade. Desenvolvimento de problemas.
As dificuldades de aprendizagem estão associadas à falta de compreensão dos
conceitos matemáticos. Dificuldades na execução mental e concreta de
cálculos numéricos.
3.3 EFEITOS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA
MATEMÁTICA
Os efeitos das dificuldades de aprendizagem da matemática são
variados e vão além da área acadêmica, podendo afetar áreas relacionadas à
atenção, a impulsividade, a perseverança, a linguagem, a leitura e a escrita. O
que ainda não foi descoberto é se a dificuldade de aprendizagem matemática é
primária e as outras secundárias ou vice-versa, ou se as duas ocorrem ao
mesmo tempo. Com isso, uma série de déficits relacionados às dificuldades de
aprendizagem da matemática foi descrita como consequência dos mesmos.
A seguir é apresentada parte de uma síntese dos efeitos das
dificuldades de aprendizagem da matemática:
27
Tabela 1: Efeitos das dificuldades de aprendizagem da matemática
Área de dificuldade Amostra de condutas
Atenção seletiva
• Parece não conseguí-lo.
• Distraí-se com estímulos irrelevantes.
• Conexões e desconexões.
• Fadiga-se facilmente quando tenta concentrar-se.
Impulsividade
• Buscas curtas.
• Trabalha rápido demais e por isso, comete erros por
descuidos.
• Não usa estratégias de planejamento.
• Frustra-se facilmente.
• Ainda que se conceitualize bem, é impaciente com
detalhes.
• Cálculos imprecisos.
• Desatenção ou omissão de símbolos.
Perseveração • Tem dificuldade em mudar de uma operação ou
um passo para outro.
Inconsistência
• Resolve os problemas em um dia, mas no outro
não.
• É capaz de grande esforço, quando motivado.
Automatização
• Não examina o trabalho.
• Não pode indicar as áreas de dificuldade.
• Não revisa previamente as provas.
Linguagem/Leitura
• Tem dificuldades na aquisição do vocabulário
matemático. Confunde dividido por/dividido
entre; centena/centésimos; MMC/MDC; 4 menos
X/ 4 menos X; antes/depois; mais/menos.
• A linguagem oral ou escrita se processa
lentamente.
• Não pode nomear ou descrever tópicos.
Tem dificuldade em decodificar símbolos
matemáticos.
Habilidades sociais • Não capta os códigos sociais.
28
• É amplamente dependente.
• Não adapta a conversação de acordo com a
situação ou com audiência.
Tabela 1: Efeitos das dificuldades de aprendizagem da matemática
(continuação)
Organização
espacial
• Tem dificuldade na organização do trabalho ba
página.
• Não sabe sobre qual parte do problema centrar-
se.
• Tem dificuldades representando pontos.
• Perde as coisas.
• Tem dificuldades para organizar o caderno de
anotações.
• Tem pouco sentido de orientação.
Habilidades
grafomotoras
• Formas pobres do números, das letras e dos
ângulos.
• Alinhamento dos números inapropriados.
• Copia incorretamente.
• Necessita de mais tempo para complentar um
trabalho.
• Não pode escutar enquanto escreve.
• Trabalha mais corretamente no quadro-negro do
que no papel.
• Escreve letra de forma em vez de letra cursiva.
• Produz trabalhos sujos, com rasura, em vez de
apagar.
• Tem ineficaz domínio do lápis.
• Escreve com os olhos muito próximos ao papel.
Memória
• Não memoriza a tabuada de multiplicar.
• Apresenta ansiedade frente a testes.
• Ausência do uso de estratégias para o
29
armazenamento de informações.
• Pode recordar apenas um ou dois passos de
cada vez.
• Parte números ou letras.
• Inverte seqüência de números ou letras.
• Tem dificuldade para recordar seqüências de
algorítmos, estações e meses, etc.
Tabela 1: Efeitos das dificuldades de aprendizagem da matemática
(continuação)
Orientação no tempo
• Tem dificuldades em trabalhar com as horas.
• Esquece ordem das aulas.
• Chega muito cedo ou muito tarde à aula.
• Tem dificuldades em ler o relógio analógico.
Auto-estima
• Acredita que nem o maior esforço irá levá-lo ao
êxito.
• Nega a dificuldade.
• É muito sensível a críticas.
• Opõe-se ou rechaça ajuda.
Fonte: Garcia (1998: 224, 225)
É importante ressaltar que essa simples descrições devem ser vistas
com muito cuidado, pois também pode se tratar de transtorno de déficit de
atenção ou hiperatividade combinado com alguma dificuldade de
aprendizagem, o que é freqüente.
30
CAPÍTULO IV
COMO LIDAR COM A DISCALCULIA
4.1 DIFICULDADES RELACIONADAS À DISCALCULIA
Para encontrar maneiras de tratar com igualdade esses alunos, é
preciso conhecer a fundo o que este indivíduo realmente necessita.
De acordo com Johnson e Myklebust a criança com discalculia é incapaz
de:
• Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior;
• Conservar a quantidade, não compreende que 1 quilo é igual a quatro
pacotes de 250 gramas.
• Seqüenciar números: o que vem antes do 11 e depois do 15 –
antecessor e sucessor.
• Classificar números.
• Compreender os sinais +, - , ÷, ×.
• Montar operações.
• Entender os princípios de medida.
• Lembrar as seqüências dos passos para realizar as operações
matemáticas.
• Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de
alunos de uma sala à quantidade de carteiras.
• Contar através dos cardinais e ordinais.
Neste contexto, o professor precisa ter um amplo conhecimento de
qualquer dificuldade existente no aprendizado do aluno. Para isso, deve saber
quais são os processos cognitivos envolvidos na discalculia:
1. Dificuldade na memória de trabalho;
2. Dificuldade de memória em tarefas não-verbais;
3. Dificuldade na soletração de não-palavras (tarefas de escrita);
4. Não há problemas fonológicos;
5. Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem;
6. Dificuldade nas habilidades viso-espaciais;
7. Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.
31
Para o Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais, DSM-
IV, o Transtorno da Matemática caracteriza-se da seguinte forma:
• A capacidade matemática para a realização de operações aritméticas,
cálculo e raciocínio matemático, encontra-se substancialmente inferior à média
esperada para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de
escolaridade do indivíduo.
• As dificuldades da capacidade matemática apresentadas pelo indivíduo
trazem prejuízos significativos em tarefas da vida diária que exigem tal
habilidade.
• Em caso de presença de algum déficit sensorial, as dificuldades
matemáticas excedem aquelas geralmente a este associada.
• Diversas habilidades podem estar prejudicadas nesse Transtorno,
como as habilidades lingüísticas (compreensão e nomeação de termos,
operações ou conceitos matemáticos, e transposição de problemas escritos em
símbolos matemáticos), perceptuais (reconhecimento de símbolos numéricos
ou aritméticos, ou agrupamento de objetos em conjuntos), de atenção (copiar
números ou cifras, observar sinais de operação), e matemáticas (dar seqüência
a etapas matemáticas, contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação).
4.2 COMO AJUDAR ALUNOS DISCALCÚLICOS
O professor representa um papel fundamental no desenvolvimento de
seus alunos, pois é ele quem osi auxilia nas conquistas e descobertas do
conceito que envolve a matemática.
Seguindo orientações da Associação Brasileira de Discalculia - ABD
(apud SILVA, 2008, p.26) segue algumas possibilidades de ajuda do professor
em relação aos alunos que, eventualmente, apresentem dificuldades no
aprendizado da matemática:
• Permitir o uso de calculadora;
• Adotar o uso de caderno quadriculado;
• Não estipular tempo nas provas, reduzir o número de questões
(sendo estas claras e objetivas) e permitir o acompanhamento de um
tutor para certificar que o aluno entendeu os enunciados;
32
• Estabelecer critério em que, por vezes, o aluno poderá ser
submetido à prova oral, desenvolvendo as expressões mentalmente,
ditando para que alguém as transcreva;
• Reduzir deveres de casa;
• Ministrar algumas aulas livres de erros para que o indivíduo conheça
o sucesso;
• É importante ter em mente que para os discalcúlicos nada é óbvio,
como pode ser para os demais alunos;
• Não descarte a possibilidade de se trabalhar com uma equipe
multidisciplinar, em destaque o Psicopedagogo que trabalhará a
auto-estima, valorizando as atividades desenvolvidas pelo sujeito e
descobrindo seu processo de aprendizagem e os instrumentos que
auxiliarão no aprendizado;
• Optar por jogos para trabalhar seriação, classificação,
psicomotricidade, habilidades espaciais e contagem;
• Deixar o aluno saber que o professor está ali para ajudá-lo e nunca
para desestimulá-lo com atitudes e palavras que destaquem suas
dificuldades.
• O uso do computador é bastante útil, por se tratar de um objeto de
interesse da criança.
Além do professor, outros profissionais podem atuar junto ao aluno. Um
psicopedagogo pode ajudar a elevar sua auto-estima valorizando suas
atividades, descobrindo qual o seu processo de aprendizagem através de
instrumentos que ajudarão em seu entendimento.
O neurologista irá confirmar, através de exames apropriados, a
dificuldade específica e encaminhar para tratamento. Um neuropsicologista
também é importante para detectar as áreas do cérebro afetadas. O
psicopedagogo, se procurado antes, pode solicitar os exames e avaliação
neurológica ou neuropsicológica.
Todas estas atenções especiais e precoces podem evitar:
• Comprometimento do desenvolvimento escolar de forma global;
• O aluno ficar inseguro e com medo de novas situações;
33
• Baixar a auto-estima devido a críticas e punições de pais e colegas;
• Ao crescer, o adolescente / adulto com discalculia, apresentar
dificuldade em utilizar a matemática no seu cotidiano.
O discalcúlico necessita da compreensão de todas as pessoas que
convivem próximas a ele. O incentivo por parte dos pais e profissionais
envolvidos é a melhor maneira de auxiliar alguém com discalculia. A parte
emocional é um impulso para vencer as dificuldades.
Melhorar o modo de vida deste indivíduo e tratá-lo de maneira igual é o
objetivo de todos os profissionais envolvidos neste estudo. Para tanto, é
necessário o interesse e a participação dos educadores que estão intimamente
ligados ao processo de desenvolvimento de todas as pessoas que, de uma
forma ou de outra, freqüentam as instituições escolares.
4.3 O JOGO COMO ATIVIDADE DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA EM
CASOS DE DISCALCULIA
Segundo Moura o jogo na Educação Matemática tem um caráter de
material de ensino quando promove a aprendizagem. Quando a criança é
colocada diante de situações lúdicas, apreende a estrutura lógica da
brincadeira e, deste modo, apreende também a estrutura matemática presente.
Os jogos e brincadeiras nas aulas de matemática podem ser utilizadas
como intervenções pedagógicas, de acordo com Grando (2004), em sete
momentos diferentes: familiarização com o material do jogo; reconhecimento
das regras; jogo para garantir as regras; intervenção pedagógica verbal;
registro do jogo; intervenção escrita; e jogo com competência.
No momento de familiarização com o material do jogo, os alunos entram
em contato com o material, construindo-o ou experimentando-o mediante
simulações de possíveis jogadas. É comum o estabelecimento de analogias
com os jogos já conhecidos por eles. O reconhecimento das regras do jogo
pelos alunos pode ocorrer mediante explicação do professor, leitura pelos
alunos ou pela identificação a partir de várias jogadas entre o professor e um
dos alunos, que aprendeu anteriormente o jogo.
O jogo para garantir as regras é o momento do jogo não-espontâneo e
de exploração de noções matemáticas nele contidas. Nessa fase, o professor
34
pode intervir verbalmente nas jogadas por meio de questionamentos e
observações, a fim de provocar nos alunos o interesse em analisar suas
jogadas. Trata-se de atentar para os procedimentos de resolução de problema
de jogo dos alunos, relacionando-os à formalização matemática.
O registro do jogo pode acontecer dependendo de sua natureza e dos
objetivos que se têm com o registro. O registro dos pontos, dos procedimentos
realizados ou dos cálculos utilizados pode ser considerado uma forma de
sistematização e formalização por meio de uma linguagem própria: a
linguagem matemática
No momento da intervenção escrita, professor e/ou alunos elaboram
situações-problema sobre o jogo para que os próprios alunos resolvam. A
resolução dos problemas de jogo proporciona uma análise mais específica
sobre o mesmo, na qual os problemas abordam diferentes aspectos que
podem não ter ocorrido durante as partidas.
Como último momento do trabalho pedagógico com jogos, o jogo com
competência, é o retorno à situação real do jogo. É interessante que o aluno
retorne à ação do jogo para que execute estratégias definidas e analisadas
durante a resolução dos problemas propostos.
Jogo dos cubos e das garrafas
Inicialmente é necessário deixar a criança à vontade e descontraída
realizando algumas perguntas para envolvê-la no jogo. Em seguida deixe à
disposição da criança algumas folhas de papel, caneta e lápis coloridos para
realização de desenhos.
Entregue algumas garrafas de plásticos de tamanhos bem diferentes e
alguns cubos de madeira coloridos para que ela enfileire os objetos sem
observar regras.
Depois se pede para que separe as garrafas maiores das menores,
comparando os tamanhos e verbalizando os conceitos de “grande” e
“pequeno”.
Esta atividade visa verificar as noções de tamanho (grande/pequeno) e a
capacidade de percepção espacial e a atenção da criança.
35
Jogo das garrafas coloridas
Selecione oito garrafas de plástico de medidas diferentes, a 1ª com 15
cm de altura, as outras com 12,5 cm, 10 cm, 7 cm, 5,25 cm, 4,0 cm e 3,5 cm
com acabamento de fitas colantes nas beiradas.
A criança deve ordenar as garrafas em tamanhos, agrupando, as de
tamanhos quase iguais ou diferentes, ordenando-as em fileiras, da menor para
a maior e da maior para a menor.
Esta atividade tem como objetivo verificar as noções de tamanho
(maior/menor) e estimular a coordenação motora e a contagem.
Jogo de dominó
Coloque a disposição da criança um jogo de dominó.
Ela deve ordenar as peças de acordo com a numeração de bolinhas
contidas nas extremidades, utilizando as regras do dominó. À medida que é
apresentada uma peça o aluno deve colocar a correspondente.
Esta atividade visa desenvolver a percepção do sistema de numeração e
estimular a associabilidade, a noção de seqüência e a contagem.
Botões matemáticos
Separe botões de várias cores e tamanhos e oriente a criança a separar
botões por tamanhos, na quantidade solicitada, utilizando barbante e folha de
papel.
Ela pode ser orientada a formar dúzias ou dezenas. Esta atividade
permite identificar, com facilidade se a criança domina as noções de “meia
dúzia”, “uma dúzia”, “uma dezena” e levar o aluno à descoberta de que duas
“meias dúzias” formam uma “dúzia”.
O objetivo é desenvolver a habilidade de compreensão de sistemas de
numeração, a coordenação motora e a orientação espacial.
Tangram
O tangram é um quebra-cabeça chinês, de origem milenar. Ao contrário
de outros quebra-cabeças ele é formado por apenas sete peças (cinco
triângulos, um quadrado e um paralelogramo) com as quais é possível criar e
montar cerca de 1700 figuras entre animais, plantas, pessoas, objetos, letras,
36
números, figuras geométricas e outros. As regras desse jogo consistem em
usar as sete peças em qualquer montagem colocando-as lado a lado sem
sobreposição.
Com o uso do tangram você pode trabalhar a identificação, comparação,
descrição, classificação e desenho de formas geométricas planas, visualização
e representação de figuras planas, exploração de transformações geométricas
através de decomposição e composição de figuras, compreensão das
propriedades das figuras geométricas planas, representação e resolução de
problemas usando modelos geométricos. Esse trabalho permite o
desenvolvimento de algumas habilidades tais como a visualização, percepção
espacial, análise, desenho, escrita e construção. Se utilizado em terceiras e
quartas séries pode envolver ainda noções de área e frações.
37
CONCLUSÃO
A discalculia, embora, seja um assunto de pouco dimensão em termos
de pesquisas bibliográfica já pode ser encarado como uma dificuldade de
aprendizagem que requer o máximo de cuidado, principalmente por parte dos
profissionais que atuam nas instituições escolares.
As crianças, devido a uma série de fatores, tendem a não se identificar
com a matemática, pois a acham chata e difícil de compreender. É preciso
observar se isso não significa uma inadaptação ao ensino da escola, ou ao
professor, que pode estar causando este mal estar. Muitas dificuldades
apresentadas pelas crianças podem ser superadas com a ajuda de um olhar
mais atento do educador.
Vale ressaltar que o papel do professor de matemática na sala de aula,
quando o assunto for falta de atenção ou desinteresse por modalidades
específicas do ensino por parte do aluno, é intervir de forma positiva para que a
dificuldade detectada seja tratada o quanto antes a fim de evitar problemas
ainda mais sérios no processo de ensino e aprendizagem.
A participação dos pais e professores deve ser constante na vida da
criança. A atenção dispensada durante a vida escolar fará toda a diferença no
desenvolvimento e na percepção cognitiva do aluno.
Reconhecer distúrbios, encaminhar aos profissionais corretos, aceitar o
fato de haver uma dificuldade, são alguns requisitos básicos para pais e
professores que atuam diretamente com a criança. Estas atitudes levam o
indivíduo a aceitar mais facilmente suas limitações e aceitar-se como o
detentor de suas próprias conquistas.
Às vezes, um diagnóstico mal feito ou mal interpretado pode causar
ainda mais danos à criança. Para garantir que isso não aconteça é necessário
conhecer o assunto e ter o apoio de uma equipe multidisciplinar que pode
envolver psicopedagogo, neurologista, fonoaudiólogo ou psicólogo.
Levando em consideração as dificuldades reveladas no ensino da
matemática, no Brasil, é necessário ampliar e atualizar os estudos sobre a
Discalculia, que integrem e aproximem concepções distintas das áreas
envolvidas, e que possibilitem assim melhor qualificação dos educadores e,
conseqüentemente, o melhor desenvolvimento dos alunos.
38
As diversas aprendizagens proporcionadas por esse trabalho não
significam a conclusão do estudo, pelo contrário, servem de embasamento
para outros questionamentos, reflexões e escritos sobre as crianças
discalcúlicas que permitam uma nova postura no processo de ensino e de
aprendizagem.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BASTOS José Alexandre. Discalculia: Transtornos Específicos de
Habilidade em matemática. In: ROTTA. Newra Teellechea. Transtorno de
Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed. 2006.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares
Nacionais (5ª a 8ª): matemática. Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
DSM-IV-R, Manual dos Transtornos Mentais.
GARCIA, J. N. Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem,
leitura, escrita e matemática. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
GOMES, Ana Maria Salgado; TÉRAN, Nora Espinosa. Dificuldades de
Aprendizagem: Detecção e estratégias de ajuda. São Paulo: Cultural S/A,
2009.
HUETE, J. C.Sánchez, BRAVO, J. A. Fernández. O Ensino da Matemática:
Fundamentos Teóricos e Bases Psicopedagógicas. Porto Alegre: ArtMed,
2006.
JOHNSON, D.J.; MYKLEBUST, H.R. Distúrbios de aprendizagem: princípios
e práticas educacionais. São Paulo: Pioneira, 1983.
SILVA, W.C. da. Discalculia: Uma Abordagem à Luz da Educação
Matemática. Relatório Final (Projeto de Iniciação Científica - Universidade de
Guarulhos, UNG) Guarulhos/SP, 2008.
VYGOTSKY, L. S. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,
1984.
40
WEBGRAFIA
ALMEIDA, Cínthia Soares de ; GONTIJO, Cleyton Hércules. Dificuldades de
aprendizagem em matemática e a percepção dos professores em relação
a fatores associados ao Insucesso nesta área. Disponível em:
http://www.ucb.br/sites/100/103/TCC/12006/CinthiaSoaresdeAlmeida.pdf
Acesso em 02 dez 2011
SAMPAIO, Simaia. Distúrbios e transtornos: Discalculia. Disponível em:
http://www.psicopedagogiabrasil.com.br/disturbios.htm
Acesso em: 02 dez 2011
SILVEIRA, Mara Musa Soares. Considerações sobre o aprender e o não
aprender. Disponível em:
http://www.pedagobrasil.com.br/pedagogia/consideracoes.htm
Acesso em: 10 dez 2011
ABREU, M. A. Viana. Dificuldades da Aprendizagem de Matemática: Onde
Está a Deficência? Disponível em:
http://www.pedagogiaaopedaletra.com/posts/dificuldades-aprendizagem-
matematica-onde-esta-deficencia Acesso em: 10 dez 2011
41
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1>> Imagem do cérebro humano e das suas áreas. Disponível em:
http://www.mentalhealth.com.br
Anexo 2>> Reportagem: Discalculia é ainda mais comum que dislexia.
Disponível em: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI5550-
15145,00.html
42
ANEXO 1
43
ANEXO 2
44
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - CONHECENDO A DISCALCULIA 10
1.1. O que é discalculia? 10 1.2. Sintomas e diagnóstico 11 1.3. Tipos de discalculia 13 1.4. Causas da discalculia 14
1.4.1 Neurológica (imaturidade) 14 1.4.2 Linguística 15 1.4.3 Psicológica 15 1.4.4 Genética 16 1.4.5 Pedagógica 16
CAPÍTULO II - O ENSINO DA MATEMÁTICA 17 2.1. Breve histórico 17 2.2 A construção da Matemática 18 2.3 Didática da Matemática 21
CAPÍTULO III – DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 24 3.1. As concepções de dificuldades de aprendizagem 24
3.2. Aprendizagem das habilidades matemáticas 25
3.3 Efeitos das dificuldades de aprendizagem da matemática 26
CAPÍTULO IV – COMO LIDAR COM A DISCALCULIA 30 4.1. Dificuldades relacionadas à discalculia 30 4.2. Como ajudar alunos discalcúlicos 31 4.3 o jogo como atividade de intervenção pedagógica em casos de
discalculia 33
CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39 WEBGRAFIA 40 ANEXOS 41