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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
FRAUDES CORPORATIVAS
Por: Robson de Moura Maia
Orientador
Prof. Luciano Gerard
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
FRAUDES CORPORATIVAS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Auditoria e
Controladoria.
Por: . Robson de Moura Maia
3
AGRADECIMENTOS
...Agradeço a Deus por todas as
oportunidades a mim concedidas e
todas as minhas realizações, a minha
amada esposa Andreia, por sempre
esta ao meu lado me dando forças, aos
meus pais, minhas irmãs e em especial
para a minha filha Rafaella que nasceu
durante este curso...
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a Deus e toda a
minha família.
5
RESUMO
Atualmente as fraudes nas organizações crescem rapidamente em
diversos países do mundo, não só em pequenas empresas como também nas
grandes empresas, gerando sérios danos financeiros e no mercado externo
também, manchando a imagem das organizações.
Com esse trabalho o que se pretende mostrar é uma abordagem sucinta
a respeito das fraudes, tem como base orientar as organizações mostrando
varias formas de prevenções, investigações, identificações, reações e
tratamentos e servir também como base de apoio a estudos futuros a respeito
do caso.
A proposta desse trabalho está dividida da seguinte maneira:
No primeiro capítulo a conceituação das fraudes;
No segundo capítulo o estudo das fraudes, quem são, como são, como
agem, onde atuam, e etc.
Finalmente no último capítulo como prevenir a fraude.
6
METODOLOGIA
O método que levou ao estudo proposto foi o aumento das fraudes nas corporações ocasionando grandes perdas financeiras, gerando assim certa desconfiança ao mercado tanto interno quanto externo.
Foi utilizados diversas leituras de casos publicados na internet, livros revistas e jornais e também algumas conversas com pessoas do ramo de auditoria internas de algumas grandes empresas.
A cada surgimento de um novo relacionamento, surgem também novas oportunidades, bem como, novos riscos.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - “Fraudes” 10
CAPÍTULO II - O Estudo das Fraudes 14
CAPÍTULO III – Ferramentas de prevenção 28
CONCLUSÃO 31
ANEXOS 32
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 38
FOLHA DE AVALIAÇÃO 39
8
INTRODUÇÃO
As fraudes nas organizações vêem crescendo a cada dia e sempre
aperfeiçoando a sua modalidade. Sendo assim é de supra importância saber
como investigar e lidar com as possíveis formas de fraudes em uma
organização. Atualmente as inovações tecnológicas surgem da noite para o
dia, e juntamente com eles surgem uma nova modalidade de fraude, às vezes
tais inovações facilitam tanto o lado das organizações como também os
fraudadores.
Os esquemas de fraudes freqüentemente continuam por anos antes de
serem descobertas, em media as fraudes típicas levam até dois anos para
serem detectadas, a partir do momento em que se iniciam. Quando são
detectadas na maioria das vezes já causaram perdas muito grandes para as
organizações, em alguns casos danos irreparáveis, além de danos financeiros
as fraudes causam também desconfiança e descontentamento entre os
funcionários, desde o mais baixo escalão até a diretoria, sem falar na falta de
segurança dos funcionários e do mercado externo, por parte de investidores,
fornecedores consumidores e etc.
As organizações sempre devem estar aptas a identificar a
vulnerabilidade no desenho dos controles internos, quando eles existem, e
entender como as fraudes são cometidas, como podem ser identificadas,
prevenidas, entender os fatores internos e externos que motivam um indivíduo
a cometer tal ato.
9
O tema desta monografia são as fraudes nas organizações, tendo
como objetivo principal a investigação e o tratamento com as fraudes. A
intenção desse trabalho não extinguir totalmente as ações fraudulentas dentro
das organizações ao redor do mundo, o que se pretende é mostrar a
importância de como saber prevenir, identificar e tratar as fraudes nas
organizações, com isso reduziremos significativamente todos os índices de
fraudes.
10
CAPÍTULO I
“FRAUDES”
ORIGENS DAS FRAUDES NO MUNDO
Podemos dar inúmeros conceitos e definições para fraudes. De
acordo com Pereira (1987, p.220) “a palavra fraude tem origem do latim fraus,
fraudis (engano, má-fé, logro), a fraude é normalmente compreendida como o
engano malicioso, intentado de má-fé, destinado a encobrir a verdade ou a
contornar um dever”.
Segundo Gil (1998, p.91): A fraude tem o caráter de ação intencional e
prejudicial, é o ato praticado com intenção de lesar terceiros, fazendo uso de
informação privilegiada em benefício próprio. É a obtenção para si ou para
outrem, de vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém
em erro.
Mais o que é fraude?
A palavra fraude está presente na língua portuguesa desde o século
XV.
Origem Latina: fraus dis
- Espanhol: fraude;
- Francês: fraude;
- Inglês: fraud;
- Italiano: frode, trucco;
- Alemão: fälschung, betrug.
Ou seja, em qualquer lugar do mundo, há vários anos a fraude esteve
presente nas organizações.
Processo de enriquecimento privado por burla de normas públicas ou
privadas, sem a participação da parte prejudicada. Na fraude o agente é
sempre um cidadão privado.
11
“Qualquer ato ardiloso, enganoso, de má-fé, com o intuito de lesar ou
ludibriar outrem, ou de não cumprir determinado dever” (Houaiss)
Desde as origens da economia (alguns milhares de anos atrás)
existem, na vida das pessoas e no mundo dos negócios, "golpistas" que se
dedicam a por em prática vários tipos de fraudes, armadilhas, sistemas e
esquemas para enganar e roubar o próximo.
O código de Hammurabi (aproximadamente 1750 A.C.), um dos mais
antigos conjuntos de leis já encontrados, define vários casos de fraudes e suas
punições.
Pesquisas recentes descobriram, também, que antigos egípcios, por
volta de 500 A.C., fraudavam ricos e nobres vendendo falsos gatos e outros
animais sagrados embalsamados para suas cerimônias fúnebres, as múmias
de animais fraudulentas, na realidade, continham somente gravetos e algodão,
em alguns casos continham também pedaços de ossos de outros animais.
De acordo com Xenofonte (427-355 A.C.), em seus tratados sobre
guerra, aconselhava aos generais de "aproveitar com a trapaça as
ingenuidades do inimigo". Vale também lembrar o que escreve o grande Cícero
(106-43 A.C.), no capítulo 41 do livro I do "De Officiis”: "Duas ainda são as
maneiras com as quais pode-se fazer injustiça: a violência e a fraude; a fraude
é própria da raposa e a violência do leão; ambas são contrarias a natureza
humana, mas a fraude desperta maior repulsão."
Entre os vários autores e filósofos que, ao longo dos séculos,
enfrentaram em algum momento o assunto das fraudes, vale ainda lembrar
Homero (850 A.C.), famosas as fraudes de Ulisses contra Polifemo e do cavalo
de Tróia, Santo Agostinho (354-430 D.C.) e Maquiavel (1469-1527 D.C.). Este
último, no seu "O Príncipe" (cap. XVIII), escrevia que é necessário "saber
entrar no mal, se for necessário", ou seja, recorrer às fraudes, quando
inevitável.
Na idade média, eram muito comuns as fraudes com pesos e medidas
e com adulteração de alimentos e bebidas, como comprovam vários
documentos e normativas contras as fraudes que chegaram até nos. Por volta
12
de 1100 D.C., com a invenção e difusão das letras de câmbio, iniciou também
uma nova era de fraudes "documentais"
Por volta de 1637 veio à famosa "bolha" das Tulipas, na Holanda, uma
fraude coletiva que levou à falência milhares de pessoas que tinham
especulado no comércio dos bulbos desta flor.
Em 1720 veio outra grande fraude contra investidores, a famosa bolha
da "South Sea Co.", uma empresa inglesa de navegação e comércio que,
divulgando informações falsas, levava os investidores a comprar sempre mais
ações e sempre mais caros (que eram prontamente emitidas), até que o
castelo desabou e todos perderam seu dinheiro.
Vale ainda lembrar que, por volta de 1920, surgiu a criação do famoso
"Esquema de Ponzi", que prejudicou mais de 20.000 pessoas no leste dos
EUA.
É interessante mencionar também a origem histórica e etimológica de
duas famílias de termos muito comuns e relacionados ao mundo das fraudes:
Conto do Vigário e Vigarista. - Na verdade a expressão inicial era cair na
"conta do vigário", pois esses recebiam ouro roubado e pagavam pouco aos
escravos que o vendiam (depois de ter-lo roubado, é claro). Várias igrejas
foram construídas, segundo alguns pesquisadores, graças à "conta do vigário".
Daí que veio a palavra "vigarista", pessoa que agia como os vigários d’então.
Picareta e Picaretagem. - Provavelmente o termo deve sua origem aos
romances picarescos (Espanha, século XVI) e á figura do "pícaro" que
originalmente eram os soldados esfarrapados, famintos e aventureiros que no
século XV vinham da Picardia. Mais em frente o termo "pícaro" assumiu o
significado de um tipo inferior de servo, sobretudo ajudante de cozinha, sujo e
esfarrapado, mas também esperto e sem escrúpulos que usa da mentira,
dissimulação, malandragem e astúcia para tirar proveito das situações.
Isso tudo prova que o problema das fraudes é bem antigo. Obviamente
com o progresso tecnológico e a evolução do mundo também estes fenômenos
13
evoluíram. Os fraudadores são muito criativos, freqüentemente bem
informados, flexíveis e adaptáveis a novas situações, por isso novas fraudes
aparecem de contínuo se ajustando e desfrutando cada nova oportunidade.
É importante observar que, como os demais fenômenos econômicos,
as fraudes também se globalizaram. Hoje você encontra os mesmos
esquemas de fraude aplicados, com poucas adaptações, em vários países do
mundo inteiro. Além disso, assim como existem as Multinacionais, existem
quadrilhas de golpistas transnacionais, com integrantes de diferentes
nacionalidades e "filiais" que operam (ou seja, aplicam golpes) em vários
países ao mesmo tempo, através de estruturas centralizadas e com um
planejamento global.
14
CAPÍTULO II
O ESTUDO DAS FRAUDES
1.1 – FATORES PISICOLOGICOS
Na maioria dos crimes, as fraudes podem ser explicadas por alguns
fatores básicos, como exemplo:
Existência de Golpistas Motivados: carência de alternativas para
determinadas classes sociais, ineficiência das leis, incerteza da pena, incerteza
jurídica, sistema financeiro evoluído, existência de inúmeras oportunidades,
pouca fiscalização, pouca organização das autoridades em nível nacional,
desrespeito as leis encarado como comportamento comum (inclusive em
função dos exemplos em nível de governo).
Disponibilidade de vítimas adequadas e vulneráveis: pouca informação
e divulgação preventivas, necessidade em muitos setores (capital nas
empresas, crédito nas classes baixas...), ignorância e ingenuidade difusas,
ganância come valor cultural difuso, desrespeito as leis encarado como
comportamento comum (inclusive em função dos exemplos em nível de
governo).
Ausência de regras, "guardas" ou controladores eficazes: percepção
do problema como não prioritário despreparo e pouco treinamento específico
das autoridades de polícia, escassa coordenação em nível nacional de ações
contra fraudadores, falta de leis específicas e pouca clareza em algumas das
existentes, falta de organismos dedicados à luta contra estes fenômenos.
15
Segundo alguns psicólogos outros importantes fatores psicológicos e
técnicas utilizadas pelos fraudadores são:
Reciprocidade. É a teoria que diz que se eu fizer algo para você, você
irá se sentir obrigado a fazer algo para mim. O golpista se apresentará como
muito prestativo e pronto a ajudar em tudo para que a vítima fique lhe
"devendo uma".
Escassez. Sobretudo a falta de tempo para decidir (alegando que uma
determinada oportunidade é por tempo muito limitado ou que tem algum prazo
a ser respeitado) é um fator muito usado para pressionar vítimas.
Autoridade. Muitas pessoas ficam cegas quando pensam estarem
lidando com autoridades. Por isso os golpistas muitas vezes alegam serem
ligados a órgãos ou entidades públicas que lhe confeririam poder, ou se
apresentam com cargos altissonantes.
Fixação em fantasias. Esta tática visa fazer com que a vítima fique tão
fixada em um determinado fantástico "prêmio" que acabe perdendo a
capacidade de pensar objetivamente. Por isso o golpista insistirá em evidenciar
e concentrar a atenção sobre os supostos grande benefícios que esperam a
vítima. Muito interessante, neste sentido, o conceito de "miopia em face do
desastre" que vi definido pelo economista Andrew G. Haldane, diretor do
Banco da Inglaterra, num estudo sobre a crise internacional em 02/2009, e
mencionado por Maílson da Nóbrega na Veja de 11/03/2009. Representa a
propensão humana a subestimar a probabilidade de eventos adversos,
especialmente do tipo ocorrido em passado ou situações distantes.
Prova social. Muitos golpistas alegam (sem, porém fornecer provas
convincentes) que o que eles estão propondo já foi feito por muitas pessoas ou
empresas, criando assim a idéia implícita que a coisa deve ser boa se tantos
assim a fizeram supostamente com sucesso.
16
Semelhança e simpatia. Alguns golpistas tentam saber mais sobre as
próprias vítimas, antes do primeiro encontro, para ter uma chance de criar um
sentimento ou clima de amizade e/ou semelhança. O objetivo é de transformar
a relação de "formal" para "entre amigos".
Terceirização de credibilidade. Outra técnica muito utilizada consiste
em convencer primeiro alguma pessoa com credibilidade (freqüentemente um
profissional respeitado), eventualmente mentindo e sempre sem aplicar o golpe
nele, mas tentando fazer com que ele acredite que seja uma coisa boa. Aí ele
virará garoto propaganda dos golpistas e as vítimas acreditarão mais
facilmente nas conversas destes por serem apresentados/referenciados por
aquela pessoa "confiável".
Autenticação por associação. Consiste em fazer algo parecer
autêntico, mesmo não o sendo, através da associação ou apresentação
conjunta com outros elementos confiáveis ou comprovadamente autênticos.
Isso vale, por exemplo, para um documento falso que, quando apresentado em
conjunto com outros documentos verdadeiros e confiáveis, pode acabar sendo
aceito como também autêntico. Ou um testemunho ou uma informação falsa,
que, quando misturada ou apresentada em associação a outras informações
verdadeiras, confiáveis e confirmadas, pode vir a adquirir status de
“verdadeira”.
17
1.2 – TIPOS DE FRAUDES
Os tipos de fraudes mais comuns são: Apropriação indébita de ativos,
adulteração de relatórios contábeis e financeiros, corrupção, conflito de
interesses, lavagem de dinheiro, violação de propriedade intelectual.
Apropriação indébita de ativos, a vítima é a empresa e os envolvidos
são em geral:
- Funcionários e ex-funcionários;
- Competidores, fornecedores e clientes;
- Crime organizado.
Já adulteração de relatórios contábeis e financeiros são as fraudes
contábeis, onde as vitimas são os investidores, acionistas e entidades
tributárias e reguladoras. Alguns diretores e funcionários de alto escalão cuja
performance são medidos por desempenho financeiro.
A incidência real refere-se aos casos de crime econômico sofridos
pelas empresas e informados pelos respondentes. Já as incidências
percebidas referem-se às percepções dos respondentes sobre os tipos de
crimes econômicos mais comuns nas empresas, de uma maneira geral.
18
Incidência percebida vs. incidência real - Brasil
13%
14%
29%
23%
10%
9%
37%
20%
0%
12%
0% 10% 20% 30% 40%
Vilolação depropriedadeintelectual
Lavagem dedinheiro
Corrupção
Fraude contábil
Apropriação deativos
Percepção Real
19
Incidência percebida vs. incidência real - Global
16%
12%
22%
21%
13%
12%
30%
21%
4%
15%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
Vilolação depropriedadeintelectual
Lavagem dedinheiro
Corrupção
Fraude contábil
Apropriação deativos
Percepção Real
20
1.3 – ENTENDENDO O FRAUDADOR
Vários fatores contribuem para a ocorrência de fraude. Segundo
Mohammed Ahmed “Fraudes é mais um fenômeno humano do que algo
relacionado a um tipo de indústria ou tamanho e tipo de controles que ela
possui”
Porque as pessoas comentem fraudes?
- “O dinheiro estava lá e era só pegar...”
- “Se eu não tivesse pego, outra pessoa teria...”
- “eu tenho um padrão de vida alto...”
- “todo mundo faz...”
- “Meu chefe também fazia...”
- “A empresa não liga...”
Alguns dos principais motivos para essas ocorrências, segundo
diversas pesquisas sobre o assunto, são:
- Descontentamento pessoal;
- Competitividade social (consumismo);
- Perda de valores morais (boa fé);
- Oportunidade e necessidade;
- Ausência ou ineficiência de controles internos;
- Estrutura Administrativa
- Ausência de cuidados na contratação de pessoas chave;
- Impunidade;
- Cultura interna;
- Vingança: acerto de contas com o chefe e/ou empresa;
21
Fatores que contribuem para a fraude
68%
43%
32%
15%
9%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Ausência decontrolesinternos
Estruturaadministrativa
Cultura interna Problemas deRH
Outros
22
Devemos está atendo também no comportamento dos fraudadores
tanto interno, bem como externo.
Em geral alguns dos comportamentos internos são:
- Exigente;
- Arrogante;
- Ignora pontos importantes da auditoria;
- Pressiona para o termino da auditoria;
- Tenta influenciar o escopo;
- Cargo de confiança;
- Dificuldade de entendimento de requisições simples;
- Extremamente prestativo com o time de auditoria;
- Aparenta ser extremamente dedicado;
- Conhecimento das fraquezas dos controles internos;
- Intimida os subordinados.
Já no comportamento externo são:
- Vive acima de suas posses;
- Jogador (jogos de azar);
- Problemas com drogas e/ou álcool;
- Mudanças de comportamento;
- Casos extraconjugais;
- Constante descontentamento com a sua realidade financeira;
- Ego (tendência a exagerar);
- Materialista;
- Interesses fora da companhia;
- Sinais de enriquecimento sem causas justificadas.
23
1.4 – O PERFIL FRAUDADOR
O perfil dos fraudadores nos casos informados pelos respondentes
pode ser resumido conforme os gráficos abaixo:
- Perfil por sexo.
Perfil do Fraudador - Idade
12%
88%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Feminino
Masculino
24
- Perfil por idade.
Perfil do Fraudador - Idade
0%
32%
43%
25%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Mais de 50 anos
De 41 a 50 anos
De 31 a 40 anos
Até 30 anos
- Perfil por nível de escolaridade
Perfil do Fraudador - Escolaridade
65%
27%
8%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Até o nívelmédio
Níveluniversitário
Pós-graduado
25
- Por nível de cargo exercido
Perfil do Fraudador - Cargo
17%
47%
28%
8%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Outros(temporarios,
p.ex)
Demaisempregados
Média gerência
Alta gerência(CEO, diretores)
- Por grau de relação com a empresa
Perfil do Fraudador - Grau relação
25%
8%
67%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Externo, semrelações
Externo, comrelações
Interno
26
- Por tempo de casa
Perfil do Fraudador - Tempo de casa
40%
15%
20%
25%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Mais de 10 anos
De 6 a 10 anos
De 3 a 5 anos
Até 2 anos de casa
Cabe salientar que os dados consolidados são resultantes de uma
pesquisa realizada pela PWC em 2007, com base em 5428 entrevistados.
27
1.5 – O IMPACTO DAS FRAUDES
As fraudes apresentam impactos diretos e indiretos sobre as
empresas. Entre os diretos encontram-se as perdas primarias decorrentes das
ações fraudulentas; nos indiretos, encontram-se os custos com a investigação
e remediação, o desgaste da imagem da empresa e o efeito negativo no moral
dos demais funcionários, nesse ultimo caso em especial quando persiste a
impressão de impunidade do fraudador. O gráfico abaixo mostra o impacto
direto das fraudes.
Incidência percebida vs. incidência real - Global
4%
19%
30%
15%
19%
15%
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%
Mais de R$ 20milhões
Entre R$ 2 milhões eR$ 20 milhões
Entre R$ 500 mil e R$2milhões
Entre R$ 100 mil e R$500 mil
Entre R$ 20 mil e R$100 mil
Até R$ 20 mil
28
CAPÍTULO III
FERRAMENTAS DE PREVENÇÃO
Atualmente as empresas estão percebendo cada vez mais a
necessidade de implementarem algumas ferramentas de prevenção aos atos
fraudulentos, pois empresas sem sistemas de controles adequados estão
menos propensas a detectar tais atos, as fraudes sempre continuarão a existir
e algumas não detectadas. Prevenir é sempre melhor do que a detecção após
o fato.
Algumas ações preventivas podem surgir grandes efeitos, conforme
verificado em diversas pesquisas de campo segue abaixo algumas medidas
que servem como apoio para as empresas e trabalhos futuros:
- Auditorias internas;
- Efetiva gestão de riscos e controles internos;
- Ciência aos colaboradores sobre as punições;
- Atenção especial na contratação de pessoas idôneas;
- Verificação de antecedentes;
- Um bom ambiente de trabalho nas organizações;
- Pesquisas de conflito de interesses;
- Proteger informações estratégicas;
- Proteger informações pessoais de clientes e funcionários;
- Treinamentos;
- Investimentos nos funcionários;
- Canais de denuncias de fraudes;
- Rodízios de funcionários;
- Segregação de funções;
- Definição de limites de alçadas;
29
Os gráficos abaixo demonstram como medidas de prevenção são tão
importantes para detecções e reduções das fraudes:
Como a fraude foi identificada
27%
40%
15%
73%
6%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Auditoriasinternas
Controlesinternos
Dept. decontábil
Denuncias Outros
30
Fatores que ajudam na redução da fraude
54%
71%
22%20%
7%
13%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
Auditoriasinternas
Controlesinternos
Análise daárea de RH
Aumento desalário emotivaçao
dosfuncionários
Pagamentosde bônus
Outros
31
CONCLUSÃO
Um eficiente trabalho de investigação dentro do ambiente corporativo
garante, sem dúvida, inúmeros benefícios para as empresas que foram vítimas
de fraude. Conduzir um amplo processo de análise exige estratégias
específicas para que a empresa consiga coletar dados suficientes para avaliar
e quantificar as perdas sofridas. A maior parte das fraudes é cometida por
pessoas internas na empresa. O custo de um programa anti-fraude varia
dependendo do tamanho e complexidade da empresa, porém em vias gerais
se paga já nos primeiros meses de implementação.
As preocupações dos funcionários devem ser encaradas como
oportunidades de melhorias e de prevenção a fraudes, e não como problemas.
É preciso respeitar a transição cultural dentro de um ambiente de trabalho: de
uma “anarquia ética” ao mundo do Compliance. Os funcionários têm que estar
cientes das conseqüências que seus atos podem produzir (sejam internas –
até demissões, ou externas – até reclusões).
Devemos ter certa precaução com as divulgações de atos fraudulentos
dentro da organização, pois podem trazer conseqüências criticas para a
organização, passando um sentimento de desleixo, desorganização, falta de
controles, ausências de comando e de gestão.
32
ANEXO
LEGISLAÇÃO
FRAUDES
Resumo: Código Penal - Estelionato e Outras Fraudes Art. 171 e seguintes Órgão: Presidência da República - Tipo: Código Penal - N. Decreto-Lei 2.848/40 Data: 12/7/1940 C.P.B CAPÍTULOVI DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Estelionato
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. § 1º. Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, § 2º. § 2º. Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria
I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega da coisa
IV – defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
33
V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento. § 3º. A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficiência.
Duplicata simulada
Art. 172. Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. Pena – detenção, 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
..Caput com redação determinada pela Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990.
Abuso de incapazes
Art. 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Induzimento à especulação
Art. 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que operação é ruinosa: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Fraude no comércio
Art. 175. Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. § 1º. Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de outra qualidade: Pena – reclusão, de 1 (um) ano a 5 (cinco) anos, e multa. § 2º. É aplicável o disposto no art.155, § 2.º.
34
Outras fraudes
Art. 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento: Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa. Parágrafo único. Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
Fraudes e abusos na fundamentação ou administração de sociedade por ações
Art. 177. Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia popular. § 1º. Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular:
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;
III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V – o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;
VI – o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII – o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VI;
IX – o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo. § 2º. Incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia geral.
Emissão irregular de conhecimento de depósito ou “warrant”
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Art. 178. Emitir conhecimento de depósito ou “warrant”, em desacordo com disposição legal: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Fraude à execução
Art. 179. Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas: Pena – detenção, 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. Parágrafo único. Somente se procede mediante queixa.
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BIBLIOGRAFIA
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Site: www.cosif.com.br
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
“Fraudes” Origens das fraudes no mundo 10
CAPÍTULO II
O estudo das fraudes 14
1.1 – Fatores psicológico 14
1.2 – Tipos de fraudes 17
1.3 – Entendendo o fraudador 20
1.4 – O perfil do fraudador 23
1.5 – O impacto das fraudes 27
CAPÍTULO III
Ferramentas de prevenção 28
CONCLUSÃO 31
ANEXOS 32
BIBLIOGRAFIA 36
ÍNDICE 38
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES/INSTITUTO A
VEZ DO MESTRE
Título da Monografia: FRAUDES CORPORATIVAS
Autor: ROBSON DE MOURA MAIA
Data da entrega:
Avaliado por: LUCIANO GERARD Conceito: