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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE GESTÃO DO TEMPO EM PROJETOS Por: René Cancio Carneiro Filho Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · técnicas de gerenciamento de projetos não apenas a projetos isolados, mas também no nível empresarial. Mostra como incorporar

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DO TEMPO EM PROJETOS

Por: René Cancio Carneiro Filho

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2009

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

GESTÃO DO TEMPO EM PROJETOS

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão de Projetos

Por: René Cancio Carneiro Filho

3

AGRADECIMENTOS

...aos amigos e colegas de profissão

Flavio Gil e Rodrigo Azevedo...

4

DEDICATÓRIA

...dedico este trabalho à minha mãe

Carmen Fortuna pela sua dedicação e

incentivo à minha formação...

5

RESUMO

Esta monografia apresenta uma discussão sobre a importância do

gerenciamento do tempo nos projetos das grandes corporações, focando

principalmente nas empresas que produzem bens e serviços. Ressalta a

crescente utilização de profissionais qualificados na área de gestão assim

como a importância da utilização de ferramentas e sistemas de controles de

tempo que podem fazer as estimativas e movimentações dos prazos de

término de cada atividade inserida no cronograma do projeto, de forma a

diminuir os impactos nos custos, na qualidade e na expectativa dos

staekholders. A monografia faz um detalhamento da conceituação de

projeto e gerenciamento do projeto, além de uma análise do uso cada vez

mais amplo das ferramentas do gerenciamento disponíveis nas grandes

corporações. Menciona, também, as estratégias de controle de qualidade

além de outras estratégias adotadas pelas empresas, como por exemplo, a

criação dos escritórios de projetos, que utiliza de recursos de toda a

organização para conseguir êxito em seus objetivos. Por fim, é realizada

uma abordagem sobre a utilização de sistemas e ferramentas tradicionais

de controle de tempo com vistas a promover um gerenciamento adequado

com o mínimo de desvios do cronograma elaborado no início do projeto.

6

METODOLOGIA

O estudo desenvolveu-se com base em pesquisa bibliográfica, com a leitura de

livros e normas relativas ao tema escolhido, bem como a análise de “cases”

publicados por grandes empresas, além de leitura de diversos artigos e

matérias sobre o tema em questão.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - Gestão de Projetos

CAPÍTULO II - Gestão do Tempo nos projetos

CAPÍTULO III - Projetos nas Grandes Corporações

CAPÍTULO IV - As melhores Práticas e Ferramentas

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

8

INTRODUÇÃO

As empresas sofrem constantes mudanças neste cenário de globalização e

para tornarem-se eficientes e lucrativas precisam estar sempre alinhadas

com as novas tendências de mercado bem como com as novas tecnologias

e processos produtivos. Para isso, faz-se necessário a implantação de

novos produtos e processos cada vez mais eficazes e competitivos. Desta

forma, necessitam cada vez mais dar início a novos projetos e, é claro de

gerenciá-los de uma forma mais eficaz.

A gestão por projetos nas empresas mostra como atingir metas aplicando as

técnicas de gerenciamento de projetos não apenas a projetos isolados, mas

também no nível empresarial. Mostra como incorporar a arte e a ciência do

gerenciamento de projetos a uma nova forma de fazer negócios. Permite

consolidar em toda a organização a gestão através de princípios de

gerenciamento de projetos. O PMI afirma que:

Projeto é um empreendimento não repetitivo,

caracterizado por uma seqüência lógica de eventos, com

início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo

claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de

parâmetros pré-definidos de tempo, custo, recursos

envolvidos e qualidade. (Guia PMBOK, 2000, p. 05).

9

Um dos pontos mais complexos em gerenciamento de projetos é a gestão

do tempo, isto porque ele é definido com bases em estimativas logo no

início, na fase de planejamento do projeto. Planejamento é a fase

responsável por detalhar tudo o que será realizado pelo projeto, incluindo

cronogramas, interdependências, atividades, alocação dos recursos

envolvidos, análise de custos, etc.. Ao seu final, o projeto deverá estar

suficientemente detalhado para ser executado sem dificuldades e

imprevistos.

Desta forma, esse prazo que é definido antes da execução do projeto, leva

à incertezas, pois tudo o que é pautado em previsões podem incidir no erro.

Quando os cronogramas dos projetos são produzidos a partir de previsões,

mesmo que com os erros que são normais das previsões, a situação ainda é

boa. Na prática, boa parte dos cronogramas é desenvolvida com base nas

metas ou objetivos pré-estabelecidos de prazo para conclusão do projeto,

sem a devida verificação de viabilidade.

Infelizmente essa constatação não desobriga os gerentes de projeto a terem

que fazer as estimativas de prazo. Considerando que as estimativas de

atribuição de prazos podem estar erradas o gerente de projetos vai

necessitar conhecer as técnicas de elaboração de cronogramas bem como

aplicar as ferramentas disponíveis para que a partir de um controle eficaz

possa minimizar os atrasos, minimizando também os impactos nos custos,

na qualidade e na credibilidade do gerente do projeto frente aos

patrocinadores. Além disso, um projeto muito longo pode levar a um

descontentamento e desmotivação dos profissionais envolvidos no projeto

podendo até provocar uma evasão de mão-de-obra qualificada.

10

CAPÍTULO I

GESTÃO DE PROJETOS

1.1 - Definição de Projeto

Segundo o PMBOK 2004 “projeto é um esforço temporário empreendido

para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo” (p.21). O termo

temporário significa que o projeto possui uma data de início e de término,

não se referindo, entretanto, a uma curta duração, alguns projetos podem

levar vários anos. Um projeto é um esforço para criar algo novo, de pequeno

ou de grande porte, como por exemplo, a instalação de uma fábrica. Além

disso, pode ser de caráter exclusivo ou simplesmente incorporar uma

melhoria em um produto ou serviço existente.

A Gestão de projetos é a ciência que estuda a melhor forma de combinar de

pessoas de diferentes perfis e habilidades, técnicas e sistemas necessários

à administração dos recursos indispensáveis para que se consiga no final

destes projetos alcançar com sucesso o escopo anteriormente definido.

Logo, podemos afirmar que gerenciar um projeto significa fazer o necessário

para completá-lo dentro dos objetivos estabelecidos.

Projetos e trabalho operacional são atividades que visam atingir um objetivo

e, embora às vezes se sobreponham, compartilham algumas características.

Ambos são realizados por pessoas, possuem recursos limitados e

igualmente são planejados, executado e controlados. Entretanto, estes

diferem pelo fato de que as operações são contínuas e repetitivas enquanto

os projetos são temporários e exclusivos. Os objetivos dos dois são

diferentes, um projeto ao atingir o seu objetivo é finalizado já uma atividade

de operação deve ser contínua e sempre que possível deve se buscar a

melhoria.

11

Um projeto pode ter a participação de diversos níveis de uma empresa e

podem requisitar apenas uma ou milhares de pessoas e podem variar de

poucas semanas a vários anos. Além disso, podem haver parcerias entre

empresas diferentes como também a contratação de terceirizados tanto em

atividades de execução como em consultorias.

1.2 – Gerenciamento de Projetos

O uso de habilidades, conhecimentos específicos, técnicas, ferramentas e

técnicas mais apropriadas para atender a determinados requisitos é a

melhor forma de se gerenciar um projeto. Este gerenciamento de uma forma

mais ampla é a aplicação dos seguintes processos: gerenciar prazo, custo,

qualidade, escopo, risco, comunicação, recursos humanos, suprimentos,

contratação, assim como, gerenciar integração (que inclui planejamento,

acompanhamento e controle de mudanças). O gerente de projeto é o

responsável pelo acompanhamento destes processos de forma a conseguir

a realização dos objetivos do projeto. Podemos considerar também que o

gerenciamento de um projeto inclui a identificação clara das necessidades, o

estabelecimento dos objetivos de forma compreensível sendo que estes

devem ser alcançáveis e realistas, o balanceamento das demandas

conflitantes de qualidade, escopo, tempo e custo. Além disso, inclui a

adaptação das especificações, os planos e a abordagem às diferentes

preocupações e expectativas das diversas partes interessadas.

Gerencia-se um projeto para que mantenha-se sob controle diversos fatores

de risco, dentre eles podemos citar as partes interessadas não serão

surpreendidas por algo inesperado ou não previsto durante a execução dos

trabalhos, os riscos podem ser mais facilmente identificados e antecipados,

torna-se mais fácil a prevenção de situação desfavoráveis ou

descontroladas. Outro ponto importante é que os gerentes de projeto

12

poderão agilizar as decisões ou leva-las o mais cedo possível aos

patrocinadores, uma vez que as informações estarão estruturadas e

disponibilizadas de forma clara. Além disso, facilita e orienta as revisões de

projeto, bem como otimiza a alocação de recursos. Segundo o PMI:

Os gerentes de projetos frequentemente falam de

‘restrição tripla’ – escopo, tempo e custo do projeto – no

gerenciamento de necessidades conflitantes do projeto. A

qualidade do projeto é afetada pelo balanceamento

desses três fatores (Guia PMBOK, 2004, p.24).

Isso significa que um projeto para atingir seus objetivos com um alto nível de

qualidade precisa cumprir o prazo e os custos dentro do escopo negociado

sendo que se um destes fatores for alterado o outro certamente será

afetado.

1.3 - A Demanda Crescente Por ‘Gerência de Projetos’

Na última década, a gestão de projetos mostrou-se importante para

aplicações variadas além daquelas tradicionais, engenharia, construção,

projetos científicos, informática e etc.. As técnicas vêm evoluindo

continuamente e mostram-se úteis em novos campos de aplicação,

sobretudo onde há mudança ou novas iniciativas, por exemplo, em

marketing, qualidade, vendas, produção e RH. Mesmo com o amplo leque

de aplicações e do aumento constante das demandas, há um grande

espaço entre a capacitação dos profissionais em gerência de projetos e as

demandas de trabalho. Este século promete ampliar mais ainda as

aplicações das práticas de gerenciamento de projetos, caracterizando-se

como uma premissa da atividade profissional tão básica quanto a

13

administração do tempo, as técnicas de negociação, as técnicas

fundamentais de gestão e o uso do microcomputador.

Esta crescente demanda das companhias por gerenciamento de projetos

tem como principal motivo a necessidade de manter-se lucrativo frente à

competitividade ampliada em escala mundial pela globalização. Assim, os

gerentes de projetos precisam planejar da melhor forma cada fase para que

os projetos sejam bem sucedidos. Na fase de planejamento, devem ser

feitos cálculos para determinar o custo provável do projeto. É importante

também que os custos sejam acompanhados e controlados de forma que

não ultrapassem o valor apresentado. Da mesma forma, o cumprimento das

datas estabelecidas no cronograma do produto devem ser respeitadas. Vale

ressaltar, que o Marketing das organizações pode trabalhar

adequadamente, com confiança na capacidade produtiva, melhorando com

isso, o processo de vendas e gerando índices melhores de receita para a

organização. Para que os clientes tenham suas necessidades atendidas faz-

se necessário que as entregas sejam realizadas no prazo negociado, a

qualidade esteja presente em todas as fases, o preço ajustado entre as

partes, dentre outros fatores.

A crescente demanda por gerenciamento de projetos é porque este conjunto

de atividades oferece uma visão integrada de todos os fatores envolvidos

para que sejam atingidos os objetivos assumidos. Tem um enfoque

humanístico e participativo, orientado para a obtenção de resultados, com a

premissa de que os resultados são atingidos por meio do trabalho de

pessoas. Uma equipe de projetos é uma unidade organizacional única,

dedicada a apresentar resultados no prazo previsto, dentro do orçamento e

com especificações técnicas predeterminadas.

14

CAPÍTULO II

GESTÃO DO TEMPO NOS PROJETOS

2.1 – Gerenciamento do Tempo Segundo o PMI (Project Management Institute)

Um gestor de projetos necessita controlar os processos relacionados ao

tempo para que possa finalizar as suas entregas dentro do prazo. O

gerenciamento de tempo do projeto envolve a identificação das atividades a

serem realizadas para que se possam cumprir as diversas entregas, a

atribuição do sequenciamento das mesmas estabelecendo e as relações de

interdependências. Faz-se necessário também estimar os tipos e

quantidades de recursos responsáveis pela realização de cada atividade,

bem como a duração das mesmas em períodos de trabalho. Além disso, é

importante desenvolver o cronograma com seus recursos, restrições,

durações e seqüências de atividades realizando o controle das mudanças

no cronograma do projeto.

O controle do tempo deve ser gerido em conjunto com as demais áreas do

conhecimento, o PMI afirma:

Em alguns projetos, especialmente nos de menor escopo,

o sequenciamento de atividades, a estimativa de recursos

da atividade, a estimativa de duração da atividade e o

desenvolvimento do cronograma estão tão estreitamente

ligados que são considerados um único processo, que

pode ser realizado por uma pessoa durante um período

de tempo relativamente curto. Esses processos são

apresentados aqui como processos distintos porque as

ferramentas e técnicas para cada um deles são

diferentes. (Guia PMBOK, 2004, p. 124).

15

O gerenciamento de tempo do projeto inclui os processos necessários para

realizar o término do projeto no prazo. A Figura 1, abaixo, ilustra uma visão

geral dos processos de gerenciamento de tempo do projeto:

Figura 1 – Visão Geral do Gerenciamento do Tempo do Projeto. (extraído

PMI, 2004, p.125)

16

A Figura 2 fornece um fluxograma do gerenciamento de processos com

suas entradas e saídas, além de outros processos de área de conhecimento

relacionados:

Figura 2 – Fluxograma Processo no Gerenciamento de Tempo do Projeto.

(Extraído do PMI, 2004, p.126).

17

O primeiro passo para elaborar um cronograma consiste na identificação e

na documentação do trabalho planejado a ser realizado. Neste ponto as

entregas devem ser identificadas no nível mais baixo da estrutura analítica

do projeto, mais conhecida pela sigla EAP e, isto é normalmente chamado

de pacote de trabalho. Estes pacotes são decompostos em pacotes

menores chamados de atividades do cronograma, para fornecer uma base

para a estimativa, elaboração de cronogramas, execução, e monitoramento

e controle do trabalho do projeto. Para a definição destas atividades devem

ser consideradas as entradas do projeto, que são os fatores ambientais, os

ativos do processo organizacional, que inclui políticas, procedimentos e

diretrizes, a declaração do escopo do projeto, a estrutura analítica do

projeto, o dicionário da EAP e o plano de gerenciamento do projeto.

O PMI recomenda também as saídas do projeto sejam levadas em

consideração para a definição das atividades. O gerente de projetos deve

estabelecer uma lista de atividades abrangente não necessitando incluir as

atividades que não fazem parte do escopo do projeto. Segundo o PMI:

A lista de atividades inclui o identificador da atividade e

uma descrição do escopo do trabalho para cada atividade

do cronograma suficientemente detalhados para garantir

que os membros da equipe do projeto compreendam que

trabalho precisará ser terminado (Guia PMBOK, 2004, p.

129).

Devem ser considerados também os atributos da atividade que são, na

verdade, informações adicionais da cada item da lista de atividades. O PMI

menciona que:

18

Os atributos da atividade para cada atividade do

cronograma incluem identificador da atividade, códigos de

atividades, descrição da atividade, atividades

predecessoras, atividades sucessoras, relacionamentos

lógicos, antecipações e atrasos, recursos necessários,

datas impostas, restrições e premissas. Os atributos da

atividade podem também incluir a pessoa responsável

pela execução do trabalho, a área geográfica ou o local

onde o trabalho precisa ser realizado e o tipo de atividade

do cronograma, como nível de esforço, esforço distinto e

esforço distribuído. (Guia PMBOK, 2004, p. 130)

Outra saída importante é a lista de marcos obrigatórios ou opcionais, além

disso, devem ser registradas todas as solicitações de alteração que podem

afetar a declaração de escopo e a EAP.

A identificação e documentação dos relacionamentos entre cada atividade

do cronograma se dão a parir do sequenciamento coerente das atividades,

que a partir das relações precedência, além de antecipações e atrasos, para

dar suporte ao desenvolvimento posterior de um cronograma realista. O

sequenciamento pode ser realizado usando um software de gerenciamento

de projetos ou técnicas manuais, sendo que ambas podem ser utilizadas em

conjunto.

Outro ponto importante é a estimativa de recursos das atividades do

cronograma, é necessário determinar quantas pessoas, equipamentos ou

materiais serão necessários para cada atividade indicando quando cada

recurso estará disponível. Estimativa de recurso deve estar alinhada com as

estimativas de custos. Alguns fatores influenciam as estimativas de

recursos, por exemplo, os fatores ambientais da empresa, como infra-

estrutura, as políticas que dizem respeito a pessoas, compra e aluguel de

suprimentos e equipamentos. Além disso, deve ser elaborada um detalhada

lista de atividades mencionando todos os atributos para estimar os recursos

19

necessários levando em consideração a sua disponibilidade, localização e

especialização.

Um gerente de projeto no momento de elaboração do cronograma necessita

estimar a duração de cada atividade. Esta estimativa deve ser realizada em

conjunto com a pessoa ou grupo de pessoas que conhecem a natureza do

conteúdo do trabalho. Esta estimativa de duração pode ser elaborada a

medida que o trabalho vai progredindo, pois assim, com dados de entrada

mais exatos o gerente de projetos vai sendo subsidiado de forma que possa

elaborar uma estimativa de prazo de término mais realista. Segundo o PMI:

A estimativa do número de períodos de trabalho

necessário para terminar a atividade do cronograma pode

exigir que se considere o tempo decorrido como um

requisito relacionado ao tipo específico de trabalho. A

maioria dos softwares de gerenciamento de projetos para

elaboração de cronogramas lidará com essa questão

usando um calendário de projeto e calendários de

recursos de período de trabalho alternativos que

geralmente são identificados pelos recursos que exigem

períodos de trabalho específicos. As atividades do

cronograma serão trabalhadas de acordo com o

calendário de projeto e as atividades do cronograma para

as quais os recursos estão atribuídos também serão

trabalhadas de acordo com os calendários de recursos

adequados. (Guia PMBOK, 2004, p. 139)

A elaboração do cronograma se dá a partir da determinação das datas de

início e fim estimadas para cada atividade. Isso pode exigir que estas

estimativas de duração sejam reanalisadas e revisadas até que o gerente de

projeto consiga a aprovação do mesmo. O desenvolvimento do cronograma

se dá durante todo o projeto em conformidade com a realização de cada

20

atividade. Assim, o plano de gerenciamento do projeto se modifica e os

eventos de risco esperados ocorrem ou desaparecem à medida que novos

riscos são identificados pelos responsáveis pelo cronograma. Segundo o

PMI:

O cronograma de projeto inclui pelo menos uma data de

inicio e uma de termino planejada para cada atividades do

cronograma. Se o planejamento de recursos for realizado

em um estágio inicial, o cronograma do projeto continuará

sendo preliminar até que as atribuições de recursos

sejam confirmadas e as datas de início e término

agendadas sejam estabelecidas. Esse processo

normalmente ocorre até o término do plano de

gerenciamento do projeto. (Guia PMBOK, 2004, p. 149).

Os diagramas de rede do cronograma mostram as atividades de caminho

crítico do cronograma de projeto. Estes diagramas podem ser demonstrados

em diversos formatos, como o gráfico de barras em que as atividades são

representadas exibindo as datas de início e conclusão, além das durações

esperadas. Os gráficos de barras são relativamente fáceis de ler e são

freqüentemente usados em apresentações gerenciais. Existem também os

gráficos de marcos. Estes gráficos são semelhantes aos gráficos de barras,

mas identificam somente o início ou o término agendado das principais

entregas e das interfaces externas importantes. Na figura 3 podem ser

vistos alguns exemplos de cronogramas:

21

Figura 3 – Cronograma do Projeto – Exemplos gráficos. (Extraído do PMI,

2004, p.150).

22

Uma atividade muito importante para que um projeto seja bem gerenciado é

o controle do cronograma, que está relacionado à determinação do

andamento do cronograma do projeto bem como do controle dos fatores

que criam mudanças no cronograma. Além disso, é recomendável fazer a

identificação do que foi alterado no projeto com seu devido gerenciamento

das mudanças à medida que se efetivam. O gerenciamento do cronograma

deve ser estabelecido no plano de gerenciamento do projeto. Além disso,

deve ser acompanhada a linha de base do cronograma já que este fornece

a base para a medição e emissão de relatórios de desempenho de prazos.

2.2 - Análise Global e Gestão Preventiva

Um gerente de projeto só consegue realizar as suas entregas no prazo,

caso ele realize uma atividade de importância vital para qualquer projeto: o

gerenciamento do tempo, assim ele conseguirá com uma maior

antecedência diagnosticar um erro, terá conhecimento de todas as etapas

do projeto de forma clara e objetiva e vislumbrará todas as formas e

caminhos para atingir seu encerramento dentro dos objetivos previamente

definidos.

Podemos dizer que a compreensão do projeto como um todo consiste na

capacidade de se realizar uma análise global de todas as etapas e fases

bem como da interação entre estas. O sistema pode ser influenciado por

forças atuam tanto interna como externamente impactando em seu

funcionamento.

A análise global de um projeto permite ter uma visão do conjunto de ações

necessárias a um encerramento bem sucedido, devendo o gerente evitar

uma gestão baseada em problemas isolados e apenas no tempo presente,

23

conduzindo-o a gerar soluções eficazes. Ao deparar-se com problemas é

necessário rever todo o processo e determinar novas atitudes a partir da

identificação da decisão que nos levou àquele resultado indesejado. Quando

nossa atenção está voltada para um fato isolado de qualquer coisa que

esteja nos impactando muitas vezes não conseguimos perceber o jogo de

forças e influências que afetam os resultados desejados.

2.3 – Principais Causas para Atrasos em Projetos

As empresas sofrem constantes mudanças neste cenário de globalização e

para tornarem-se eficientes e lucrativas precisam estar sempre alinhadas

com as novas tendências de mercado bem como com as novas tecnologias

e processos produtivos. Para isso, faz-se necessário a implantação de

novos produtos e processos cada vez mais eficazes e competitivos. Desta

forma, necessitam cada vez mais dar início a novos projetos e, é claro de

gerenciá-los de uma forma mais eficaz.

A gestão por projetos nas empresas mostra como atingir metas aplicando as

técnicas de gerenciamento de projetos não apenas a projetos isolados, mas

também no nível empresarial. Mostra como incorporar a arte e a ciência do

gerenciamento de projetos a uma nova forma de fazer negócios. Permite

consolidar em toda a organização a gestão através de princípios de

gerenciamento de projetos.

24

CAPÍTULO III

PROJETOS NAS GRANDES CORPORAÇÕES

Nas grandes corporações os projetos visam satisfazer as necessidades dos

clientes, para manter sua parcela em um mercado cada vez mais

competitivo neste cenário globalizado. Segundo Slack, Chambers e

Johnston:

A atividade de um projeto em produção tem como objetivo

mais importante: prover produtos, serviços e processos

que satisfarão aos consumidores. Os projetistas de

produto tentam realizar projetos esteticamente agradáveis

que atendam ou excedam as expectativas dos

consumidores. Também tentam projetar um produto que

desempenha bem e é confiável durante seu tempo de

vida útil. Além disso, deveriam projetar o produto de

forma que possa ser fabricado fácil e rapidamente.

Analogamente, os projetistas de serviços tentam compor

um serviço que os clientes perceberão como algo que

atende a suas expectativas. Ao mesmo o serviço deve

estar dentro do conjunto de capacitações da operação

produtiva a ser prestado a custo razoável. (2007, p. 118)

A gerência por projetos aplicada à organização evoluiu dos conceitos

tradicionais de gerência de projetos. Este novo conceito amplia a visão

tradicional para uma visão em nível organizacional. A gerência por projetos

parte do pressuposto que a empresa como um todo pode ser vista como um

grande ‘portfólio de projetos’ sendo amplamente aplicáveis na organização

em todas as áreas e em todos os níveis. A gerência por projetos vem

25

encontrando receptividade tanto em empresas cujo ‘negócio’ é administrar

projetos (construtoras, consultoras), quanto a empresas que usam a

tradicional estrutura funcional.

A gestão por projetos é compatível com as filosofias gerenciais existentes,

como o gerenciamento com foco no cliente, os movimentos da qualidade, a

modernização dos processos do negócio e mesmo o gerenciamento dos

processos. A aplicação do gerenciamento de projetos em uma base mais

ampla dentro da organização aumenta a velocidade e produtividade dos

processos existentes. Os objetivos da gestão por projetos, que são

baseados nos princípios do gerenciamento de projetos - prazo, custo,

qualidade e satisfação dos stakeholders - também são coerentes com os

objetivos globais das empresas.

Nas grandes empresas os projetos de produtos e serviços estão fortemente

interrelacionados, pois não há como produzir algo ou prestar um serviço

sem fazer o detalhamento da forma como o bem será produzido ou o

serviço será prestado. Segundo Slack, Chambers e Johnston:

Pequenas mudanças no projeto de produtos e serviços

podem ter conseqüências profundas para o modo como a

produção deve fazê-los. Analogamente, o projeto de um

processo pode restringir a liberdade dos projetistas de

produto e serviço de operarem como desejam. (2007,

pág. 120). A Figura 4 abaixo, ilustra esta afirmação:

26

Figura 4 – Projetos de produtos/serviços e processos são interrelacionados

e devem ser tratados simultaneamente. (Extraído de SLACK, CHAMBERS

JOHNSTON, 2007, p. 121).

As corporações de modo geral analisam com muita cautela se um projeto

deve ou não ser iniciado. O estudo de viabilidade é de grande importância,

pois um projeto pode custar vários milhões de Reais e não ter o seu retorno

garantido. Falhas no levantamento dos custos, nos prazos de implantação e

principalmente no mapeamento da existência de um nicho de mercado que

garanta o retorno dos custos envolvidos além de uma margem de lucro

satisfatória. Os autores Slack, Chambers e Johnston afirmam que

“Avaliação em projeto significa avaliar o valor ou a importância de cada

opção do projeto, de forma que possa ser escolhida uma. Isso inclui avaliar

cada opção em relação a alguns critérios de projeto.” (2007, p. 123). Desta

forma, deve ser sempre questionado a viabilidade do projeto, a

aceitabilidade, isto é, se a empresa quer mesmo fazer o projeto em questão

27

e, a vulnerabilidade do projeto, que significa perguntar se a empresa quer

correr riscos. A figura 5 abaixo, ilustra este modelo:

Figura 5 - Categorias gerais de critérios de avaliação de opções de projeto.

(Extraído de Extraído de SLACK, CHAMBERS JOHNSTON, 2007, p. 124).

Devido aos riscos e altos custos envolvidos muitos gerentes de projetos ao

tomarem suas decisões ficam inseguros pelas conseqüências de suas

decisões, desta forma, para aumentar a sua confiança eles buscam explorar

todas as possibilidades através do recurso da simulação, onde são criados

modelos semelhantes ao produto ou serviço pretendido. Segundo Slack,

Chambers e Johnston:

O modelo de simulação pode tomar muitas formas. No

caso de um projeto de sapatilha de corrida, o modelo

poderia ser quase idêntico ao produto pretendido, exceto

que teria sido feita em uma única sapatilha-protótipo, uma

vez de produzido no sistema de manufatura que seria

usado para o produto real. A sapatilha-protótipo seria

então, flexionada milhões de vezes para simular oi uso

prolongado. No caso de um edifício público, o arquiteto

poderia projetar um modelo em computador que simularia

28

o movimento de pessoas pelo edifício conforme a

distribuição aleatória de probabilidades que descreve sua

chegada e movimentação. Isso poderia ser usado para

prever onde o espaço físico poderia ficar demasiado

cheio de gente ou onde o espaço excessivo poderia ser

reduzido. (2007, p. 123).

A tendência da utilização do gerenciamento por projetos é crescer e

adaptar-se a este cenário de muitas mudanças que a cada dia ocorrem

cada vez mais rápidas, o que provavelmente acontecerá em grande escala

na primeira parte do século vinte e um. O pesquisador e escritor Dinsmore

apresenta um roteiro simplificado para aplicar o conceito de gerência por

projetos numa empresa:

1. Realizar diagnóstico da situação atual da empresa em

relação ao ‘estado da arte’ de gerência por projetos;

2. Desenvolver um projeto "gerência por projeto", feito

sob medida para a empresa;

3. Apresentar um ‘executive briefing’ para a diretoria,

visando garantir ‘sponsorship’ e comprometimento;

4. Realizar seminários de formação de nivelamento para

gerência média;

5. Realizar seminários e workshops para os profissionais;

6. Promover a certificação de gerentes e profissionais

selecionados como PMP (‘Project Management

Professional’) do PMI;

7. Desenvolver ou contratar assessoria de implantação do

projeto de mudança e em projetos específicos. (2006, p.

23)

29

As grandes corporações estão cada vez mais implantando núcleos

conhecidos como escritórios de projetos que são responsáveis pela

implantação de projetos nas corporações. Segundo o PMI:

Um escritório de projetos (PMO – Project Management

Office) é uma unidade organizacional que centraliza e

coordena o gerenciamento de projetos sob seu domínio.

Um PMO também pode ser chamado de ‘escritório de

gerenciamento de programas’, ‘escritório de

gerenciamento de projetos’ ou ‘escritório de programas’.

Um PMO supervisiona o gerenciamento de projetos,

programas ou uma combinação dos dois. Os projetos

apoiados ou administrados pelo PMO não podem estar

relacionados de outra forma que não seja por serem

gerenciados juntos. Alguns PMOs, no entanto, realmente

coordenam e gerenciam projetos relacionados. Em muitas

organizações, esses projetos são de fato agrupados ou

estão relacionados de alguma maneira com base no

modo com que serão coordenados e gerenciados pelo

PMO. O PMO se concentra no planejamento, na

priorização e na execução coordenados de projetos e

subprojetos vinculados aos objetivos gerais de negócios

da matriz ou do cliente. (Guia PMBOK, 2004, p. 17).

Os PMOs podem operar de modo contínuo, desde o fornecimento de

funções de apoio ao gerenciamento de projetos na forma de treinamento,

software, políticas padronizadas e procedimentos, até o gerenciamento

direto real e a responsabilidade pela realização dos objetivos do projeto. Um

PMO específico pode receber uma autoridade delegada para atuar como

parte interessada integral e um importante tomador de decisões durante o

estágio de iniciação de cada projeto, podem ter autoridade para fazer

recomendações ou pode encerrar projetos para manter a consistência dos

30

objetivos de negócios. Além disso, o PMO pode estar envolvido na seleção,

no gerenciamento e na realocação, se necessário, do pessoal compartilhado

do projeto e, quando possível, do pessoal dedicado do projeto.

Ainda segundo o PMI, o mesmo menciona algumas características inerentes

aos escritórios de projetos ressaltando que estas características não são

necessariamente seguidas à risca para que os projetos sejam implantados

com sucesso:

- Recursos compartilhados e coordenados em todos os

projetos administrados pelo PMO;

- Identificação e desenvolvimento de metodologia,

melhores práticas e normas de gerenciamento de

projetos;

- Centralização e gerenciamento das informações para

políticas, procedimentos, modelos e outras

documentações compartilhadas do projeto

- Gerenciamento de configuração centralizado em

todos os projetos administrados pelo PMO;

- Repositório e gerenciamento centralizados para riscos

compartilhados e exclusivos para todos os projetos;

- Escritório central para operação e gerenciamento de

ferramentas do projeto, como software de gerenciamento

de projetos para toda a empresa;

- Coordenação central de gerenciamento das

comunicações entre projetos;

- Uma plataforma de aconselhamento para gerentes de

projetos;

- Monitoramento central de todos os prazos e

orçamentos do projeto do PMO, geralmente no nível da

empresa;

- Coordenação dos padrões de qualidade globais do

projeto entre o gerente de projetos e qualquer pessoal

31

interno ou externo de qualidade ou organização de

normalização. (Guia PMBOK, 2004, p 18)

O PMOK 2004 ressalta ainda outros aspectos muito importantes sobre os

escritórios de projetos, ele explica:

As diferenças entre os gerentes de projetos e um PMO

podem incluir:

- Gerentes de projetos e PMOs buscam objetivos

diferentes e, por isso, são orientados por requisitos

diferentes. Todos esses esforços, no entanto, estão

alinhados com as necessidades estratégicas da

organização.

- Um gerente de projetos é responsável pelo fornecimento

de objetivos específicos do projeto dentro das restrições

do projeto, enquanto o PMO é uma estrutura

organizacional com obrigações específicas que podem

incluir uma perspectiva empresarial.

- O gerente de projetos concentra-se nos objetivos

especificados do projeto, enquanto o PMO gerencia as

principais mudanças do escopo do programa e pode

enxergá-las como possíveis oportunidades para melhor

alcançar os objetivos de negócios.

- O gerente de projetos controla os recursos atribuídos ao

projeto para atender da melhor forma possível aos

objetivos do projeto, enquanto o PMO otimiza o uso dos

recursos organizacionais compartilhados entre todos os

projetos.

- O gerente de projetos gerencia o escopo, o cronograma,

o custo e a qualidade dos produtos dos pacotes de

trabalho, enquanto o PMO gerencia o risco global, a

oportunidade global e as interdependências entre os

projetos.

32

- O gerente de projetos informa sobre o progresso do

projeto e outras informações específicas do projeto,

enquanto o PMO fornece relatórios consolidados e visão

empresarial de projetos sob sua supervisão. (Guia

PMBOK, 2004, p 19)

33

CAPÍTULO IV

AS MELHORES PRÁTICAS E FERRAMENTAS

Um gerente de projeto tem à disposição uma ampla lista de recursos e

ferramentas para facilitar o gerenciamento de projetos. O PMI, através de suas

publicações, recomenda o que eles consideram as melhores práticas e

ferramentas de supervisão e controle, uma vez que não existe uma

metodologia específica para gerenciar os diversos tipos de projetos, nos mais

variados segmentos públicos e empresariais. Este capítulo pretende dar uma

visão superficial de algumas ferramentas disponíveis que um gerente pode

utilizar para auxiliar no controle de tempo nos projetos.

Uma ferramenta bastante utilizada pelos gerentes de projetos e que é também

disponibilizado pela maioria dos softwares de gestão de projetos é o Método

do Diagrama de Precedência (MDP), que é um método de construção de

diagramas de rede de projeto que utilizam caixas (nós) para representar as

atividades, conectando-as por setas que representam dependências. Esta

ferramenta é conhecida também como atividade do nó ANN. Segundo o PMI o

MDP inclui quatro tipos de dependências ou de relação de precedência:

Término para início, a iniciação da atividade sucessora

depende do término da atividade predecessora. Término

para término, o término da atividade sucessora depende

do término da atividade predecessora. Início para início, A

iniciação da atividade sucessora depende da iniciação da

atividade predecessora. Início para término, O término da

atividade sucessora depende da iniciação da atividade

predecessora. (Guia PMBOK, 2004, p 132)

34

Outro método bastante utilizado nos gerenciamentos de projetos é o Método

do Diagrama de Setas (MDS), este modelo, na construção dos diagramas

utiliza as setas para representar as atividades conectando-as através de nós

que representam as dependências. Também é conhecido como atividade da

seta ANS. Utiliza apenas as relações lógicas do término para o início e pode

exigir o uso de relacionamentos fantasmas, que são mostradas por linhas

pontilhadas, para definir os relacionamentos lógicos. Como elas não são

atividades reais do cronograma atribuem-se a elas uma duração nula. Vide

figura a atividade do cronograma F depende do término das atividades A e K e

também do término da H. A figura 6 ilustra estes diagramas.

Figura 6 – Método de Diagrama de Setas. (Extraído do PMI, 2004, p.132).

35

Com relação à estimativa de recursos podemos contar com: Opinião

Especializada, ferramenta que consiste em obter de um grupo ou pessoa com

conhecimento especializado as informações necessárias para estruturar esta

atividade. Análise de Alternativas é um recurso que estuda as diversas

alternativas para cada atividade do cronograma, como habilidades das

pessoas, tipo de máquinas, ferramentas diferentes etc.. Um gerente pode

também contar com dados publicados por outras empresas como valores de

produção, custos unitários dos recursos, materiais disponíveis, locais

disponíveis dentre outros. Os softwares de gerenciamento de projetos têm

capacidade para ajudar e planejar, organizar e gerenciar conjuntos de recursos

além de auxiliar nas estimativas valores e tempo.

Para se estimar a duração da atividade o gestor de projetos tem como

ferramentas disponíveis a opinião especializada, a partir de documentações

históricas, a alocação de especialistas experientes no projeto, na análise de

projetos similares, isto certamente ajudará na estimativa de duração. Muitos

gerentes utilizam também a estimativa análoga da duração de atividades

anteriores dentro do próprio projeto, contando com isso com o apoio de

pessoas especializadas na atividade. A exatidão da estimativa de duração

pode ser aumentada considerando o risco da estimativa original. As

estimativas d três pontos baseiam-se na determinação da estimativa mais

provável, na mais otimista, que significa levar em consideração o melhor

cenário e na estimativa pessimista, que é lançar mão do pior cenário.

Para gerar o cronograma do projeto existe a técnica de análise de rede do

cronograma onde são utilizadas várias técnicas analíticas, como o método do

caminho crítico que baseia-se ma análise de rede do cronograma. Ele calcula

as datas teóricas de início e término mais cedo e de início e término mais

tarde, de todas as atividades do cronograma, sem considerar quaisquer

limitações de recursos, a partir de uma análise do caminho de ida e volta pelos

caminhos de rede do cronograma. Outra técnica é a compressão do

cronograma, que incluem a técnica de compressão, na qual são analisadas as

compensações entre custo e cronograma a fim de determinar como se obtém o

36

máximo de compressão para o menor custo incremental. A compressão nem

sempre produz um uma alternativa viável e pode resultar em aumento de

custo. O paralelismo estabelece a realização de fase de forma seqüenciadas,

mas em paralelo, é um grande redutor de tempo mas existe o inconveniente de

se gerar um retrabalho. Outra técnica à disposição dos gerentes de projetos é

o Nivelamento de recursos, onde o cronograma é analisado a partir de um

cronograma que já foi analisado pela técnica do caminho crítico. O nivelamento

de recursos é usado para abordar as atividades do cronograma que precisam

ser realizadas para atender as datas de entrega especificadas. Um ponto

importante na elaboração do cronograma é a criação dos calendários de

projeto, onde são identificados os períodos possíveis em que o trabalho é

permitido. Eles afetam os recursos ou uma categoria de recursos, alguns

recursos, por exemplo, trabalham no expediente normal enquanto outros mais

de um turno, refletem também os períodos de ausência como férias, folgas etc.

Um recurso vastamente empregado para auxiliar o desenvolvimento de

cronograma são os softwares de gerenciamento de projetos. Estes produtos

automatizam o cálculo da análise matemática do caminho crítico de ida e de

volta e do nivelamento de recursos e permitem dessa forma, uma análise

rápida das diversas alternativas de cronograma. Também são amplamente

usados para imprimir ou exibir as saídas dos cronogramas desenvolvidos.

As melhores ferramentas para realizar o controle de cronograma são o

Relatório de Progresso e a Medição de Desempenho. No Relatório de

Progresso são incluídas informações de datas de início e término reais e as

durações restantes das atividades de progresso, como valor agregado, então o

percentual completo das atividades em andamento poderá também ser

incluído. O sistema de controle de mudanças define os procedimentos para

efetuar mudanças no cronograma do projeto. Inclui a documentação, os

sistemas de acompanhamento e os níveis de aprovação necessários para

autorizar as mudanças.

37

CONCLUSÃO

Existem exemplos de conhecimento da sociedade de quão importante é

gerenciar tempo de execução de um projeto, visto que tempo cada vez mais

pode ser chamado de dinheiro. Cada dia que passa o homem moderno tem

menos tempo, por isso se torna cada vez mais necessária a economia deste

tempo. Diante disso, hoje em dia está em alta o chamado Gerente de Projetos,

que produz e viabiliza projetos dentro da organização.

Nesta pesquisa concluímos que não há um modelo ou um padrão obrigatório a

ser utilizado para projetos. Existe uma série de recomendações catalogadas

pelo PMI, conhecidas também como melhores práticas de gestão de projetos,

e que são utilizadas por profissionais cada vez mais qualificados nos mais

variados tipos de organização em que, a depender de suas características,

poderá adotar seu critério próprio caso seja conveniente e justificável. O

importante é entender que o tempo gasto em planejamento deve ser

considerado pela alta administração como um investimento e que sem dúvida

trará retornos positivos.

Concluímos também que se as ferramentas e softwares de gerenciamento de

projeto forem utilizados adequadamente por profissionais treinados e

qualificados é possível elaborar um cronograma mais próximo da realidade.

Ficou evidente também que as ferramentas de controle do cronograma

permitem uma gestão das atividades com seus respectivos tempos de

execução de uma forma mais eficaz resultando em um desvio mínimo entre os

prazos projetados e realizados.

38

BIBLIOGRAFIA

PMI, A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK guide), 2004 ed. Project Management Institute, 2000

VARGAS, Ricardo Viana, Gerenciamento de Projetos, Rio de Janeiro, Brasport, 2000.

DINSMORE, Paul, Gerenciamento de Projetos e o Fator Humano, São Paulo:

Qualitymark, 2006

KERZNER, Harold, Gestão de Projetos As Melhores Práticas. Porto Alegre: Bookman, 2002

39

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Gestão de Projetos 10

1.1 – Definição de Projeto 10

1.2 – Gerenciamento de Projetos 11

1.3 – A Demanda Crescente por Gerência de Projetos 12

CAPÍTULO II

Gestão do Tempo nos Projetos 14

2.1 – Gerenciamento do Tempo Segundo o PMI

(Project Management Institute) 14

2.2 – Análise Global e Gestão Produtiva 22

2.3 – Principais Causas para Atrasos em Projetos 23

CAPÍTULO III

Projeto nas Grandes Corporações 24

CAPÍTULO IV

As melhores Práticas e Ferramentas 33

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 52

ÍNDICE 55

40

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes Título da Monografia: Gestão do Tempo em Projetos Autor: René Cancio Carneiro Filho Data da entrega: 30 de Junho de 2009 Avaliado por: Conceito: