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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) Por: Felipe Salgueiro e Nascimento Orientador Prof. Carlos Cereja Niterói 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO ...transformação da natureza e o capital”, já ALBONAZ (1994) destaca que, “no dicionário de filosofia, é possível encontrar que

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  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

    QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT)

    Por: Felipe Salgueiro e Nascimento

    Orientador

    Prof. Carlos Cereja

    Niterói

    2015

    DOCU

    MENT

    O PR

    OTEG

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    AUT

    ORAL

  • UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

    QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT)

    Apresentação de monografia à AVM Faculdade

    Integrada como requisito parcial para obtenção do

    grau de especialista em Gestão de Recursos

    Humanos

    Por. Felipe Salgueiro e Nascimento

  • AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais, em especial a minha

    mãe que investiu e acreditou neste

    trabalho.

  • DEDICATÓRIA

    Aos meus pais e a todos os que acreditam

    verdadeiramente em mim.

  • RESUMO

    O presente trabalho pretende mostrar os diversos conceitos existentes

    acerca da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), assim como trará uma

    discussão sobre alguns pontos importantes sobre o tema e outras questões

    que estão intrinsecamente ligadas ao assunto. A QVT pode ser definida como

    adoção de hábitos que promovam o bom funcionamento do corpo. Ligada a

    esta definição, está o tema proposto que se relaciona ao nível de felicidade que

    deriva da carreira da pessoa. Todo indivíduo apresenta diferentes

    necessidades quando se trata de suas carreiras e o nível de sua Qualidade de

    Vida no Trabalho se determina pelo atendimento dessas necessidades. Indo ao

    encontro desta definição, o tema proposto neste trabalho, se liga diretamente a

    estes fatores, incluem-se ainda os fatores externos, ou seja, numa determinada

    organização, o indivíduo acompanhado da QVT obterá um bom rendimento no

    trabalho. Sendo assim, tanto o colaborador quanto o gestor obterão melhores

    resultados para a organização.

  • METODOLOGIA

    O método utilizado na elaboração do trabalho foi uma extensa pesquisa

    bibliográfica sobre o assunto do tema proposto.

    O trabalho possui um caráter qualitativo, buscando desta maneira avaliar

    e entender, estabelecendo avaliações e pontos de vista sobre o assunto

    pesquisado.

  • SUMÁRIO

    INTRODUÇÃO ......................... 9

    CAPÍTULO I

    QUALIDADE DE VIDA, TRABALHO, ORIGEM E EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO. ......................... 11

    1.1. Conceito de Qualidade de Vida ......................... 11

    1.2. Conceito de Trabalho ......................... 12

    1.3. Origem e evolução da Qualidade de Vida no Trabalho ......................... 13

    1.4. Conceito de Qualidade de Vida no Trabalho ......................... 16

    CAPÍTULO II

    ALGUMAS QUESTÕES IMPORTANTES PARA A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ......................... 23

    2.1 Variáveis determinantes da QVT ......................... 23

    2.2 Definição de Higiene do trabalho ......................... 24

    2.2.1. Objetivo da Higiene no trabalho ......................... 25

    2.3 Conceito de saúde ocupacional ......................... 26

    2.4 Conceito de Segurança do Trabalho ......................... 27

    CAPITULO III

    PRINCIPAIS ABORDAGENS DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DE ACORDO COM ALGUNS AUTORES ......................... 28

    3.1. Abordagem de Walton (1973) ......................... 28

    3.2. A abordagem de Westley (1979) ......................... 30

    3.3. A abordagem de Davis e Werther (1983) ......................... 30

    3.4. A abordagem de Huse e Cumming (1985) ......................... 31

    3.5. A abordagem de Nadler e Lawler (1983) ......................... 32

    CONCLUSÃO ......................... 33

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ......................... 34

  • LISTA DE QUADROS

    QUADRO 1- FATORES DE QUALIDADE DE VIDA ......................... 29

    QUADRO 2- NATUREZAS E SINTOMAS X AÇÕES ......................... 30

  • 9

    INTRODUÇÃO

    O século XX trouxe grandes transformações nas condições de trabalho.

    Ainda hoje perduram situações indignas de trabalho, mas houve grande

    evolução que diminuíram os ambientes insalubres, a carga horária e a limitação

    das horas de descanso, mas ainda há muito que fazer na evolução da

    Qualidade de Vida no Trabalho (QVT).

    Atualmente o mundo vive em transição, o que vem refletindo na

    demanda pelo incremento da competitividade organizacional. Este desafio

    pode ser apontado como um dos responsáveis pela necessidade de busca da

    QVT e é dentro deste contexto que esta exerce uma forte influência sobre o

    indivíduo. Motivado e, possuindo boas condições físicas e emocionais, o

    trabalhador certamente obterá um bom rendimento e como consequência trará

    o aumento da produtividade para a organização. Desta forma, a Qualidade de

    Vida no trabalho é um diferencial, pois mantém os colaboradores motivados

    para o exercício de suas atividades laborais, o que resultará em produtividade

    e competitividade. A QVT também exerce influência nas relações humanas no

    trabalho, para a obtenção da QVT é necessário que as organizações pensem

    constantemente em seus empregados, promovendo uma Qualidade de Vida no

    Trabalho, possibilitando a obtenção do aumento da produtividade e um

    desempenho elevado por parte dos colaboradores.

    A Qualidade de vida no trabalho possui grande relevância dentro de

    qualquer organização, esta abrange questões biopsicossociais, o que

    demonstra que fatores físicos, emocionais e sociais estão intrinsecamente

    ligados. A QVT é necessária para o bom desempenho de uma determinada

    organização, tanto para o colaborador quanto para organização e a sociedade

    em geral. Os conceitos de QVT são muito amplos, tendo em mente que é

    preciso enfatizar que não é possível estabelecer um padrão de QVT, pois a

    individualidade é inerente ao ser humano. Desde os primórdios da humanidade

    existe uma preocupação com a QVT, com distintos nomes e em contextos

    diferentes, mas sempre com a intenção de proporcionar bem estar ao

    trabalhador, quando no exercício de suas atividades dentro de uma

    organização. A QVT pode ser vista sob diversos pontos de vista segundo

  • 10

    alguns autores e estudiosos no assunto, pois a mesma depende do contexto

    histórico e social onde está inserida.

    O primeiro capítulo será dedicado a conceituar a Qualidade de vida no

    Trabalho.

    Com a definição de QVT e outras discussões apresentadas, no segundo

    capítulo serão abordadas algumas questões relevantes para a Qualidade de

    Vida no Trabalho.

    Por fim, no terceiro capítulo, serão feitas algumas das principais

    abordagens sobre Qualidade de vida, segundo alguns estudiosos do assunto.

    Este trabalho tem por finalidade, realizar algumas reflexões necessárias

    para a compreensão da importância da Qualidade de Vida no Trabalho,

    lembrando que este movimento começou em 1950 com o aparecimento da

    abordagem sociotécnica e, posteriormente, em meados da década de 60,

    tomou impulso. Além disso, objetiva demonstrar como alguns estudiosos

    definem e visualizam a Qualidade de Vida no Trabalho.

  • 11

    CAPÍTULO I

    QUALIDADE DE VIDA, TRABALHO, ORIGEM E

    EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

    Viver uma vida onde se possa desfrutar de boas companhias, fazendo

    amigos e gostando do trabalho que faz são aspectos que auxiliam na formação

    de uma vida com qualidade.

    O trabalho é um desses locais onde o ser humano deve se sentir bem

    para que contribua em seu viver bem.

    Nesse capítulo serão mostrados conceitos que irão auxiliar no

    desenvolvimento do trabalho.

    1.1. Conceito de Qualidade de Vida

    De acordo com MOREIRA e ARAUJO (2005), atualmente a medicina

    trata da saúde do indivíduo sem levar em conta o ambiente onde este se

    instala. Segundos eles, Freud alega que o indivíduo constantemente vive um

    conflito entre a satisfação e as pressões, de suas necessidades e as pressões

    que sofre no meio em que convive, respectivamente.

    Os autores ainda apontam seis significados de Qualidade de Vida,

    possíveis, sendo estes:

    1. Estar em equilíbrio tanto psíquico quanto físico

    2. Ter o hábito em tomar medidas preventivas de saúde psíquica e física;

    3. Ter a consciência de que é possível alcançar um estado de satisfação e

    felicidade;

    4. Ter a sensação de que possui uma vida prazerosa e saudável;

    5. Estar em paz consegue, com as outras pessoas e com a natureza;

    6. De alguma maneira buscar encontro transcendental ou espiritual.

    A partir destas questões nota-se que não é possível estabelecer um

    padrão de Qualidade de Vida que possa ser possível a todos os indivíduos,

    pois a individualidade é inegável, da mesma maneira que a cultura de formação

    de cada pessoa.

  • 12

    Como afirmam MOREIRA e ARAUJO (2005), é importante considerar os

    fatores internos e externos quando se pretende discutir uma melhoria da

    Qualidade de Vida. As condições externas são mais difíceis de serem

    mudadas, pois não dependem do indivíduo em si e sim de ações políticas e

    sociais. Porém as situações internas dependem da motivação do próprio

    indivíduo, do seu esforço, da substituição dos hábitos negativos, que de nada

    acrescentam a um indivíduo, por hábitos desejáveis e saudáveis.

    MOREIRA e ARAUJO (2005, p.29), ainda apontam três áreas, como

    sendo os sete pilares da Qualidade de Vida que são:

    1. Alimentação saudável;

    2. Prática de atividades físicas;

    3. Boa qualidade de sono;

    4. Trabalho;

    5. A felicidade,

    6. Sexualidade

    7. Lazer

    Dentro da opinião dos autores é possível afirmar que para se obter uma

    Qualidade de Vida, algumas mudanças, em diversas áreas na vida do indivíduo

    são necessárias.

    1.2. Conceito de Trabalho

    É possível definir o trabalho sob diversas visões, o dicionário Aurélio

    (2000, p.03), define trabalho como sendo:

    [Def. de trabalhar] S.n. 1. Aplicação de forças e faculdades humanas

    para alcançar um determinado fim. 2. Atividade coordenada, de caráter físico

    e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa. 3. O exercício

    dessa atividade como ocupação. Oficio profissão etc. 4. Trabalho (2)

    remunerado ou assalariado; serviço. 6. Qualquer obra realizada, 7. Maneira de

    trabalhar a matéria, com manejo ou a utilização dos instrumentos de trabalho.

    8. Esforço incomum luta. 9. Tarefa para ser cumprida; serviço. 14. Tarefa,

    obrigação, responsabilidade. 15. Biol. Fenômeno ou conjunto de fenômenos

  • 13

    que ocorrem num organismo e de algum modo lhe alteram a natureza ou a

    forma.

    CHIAVENATO (2000, p.81) afirma que:

    “o trabalho é toda atividade humana voltada para a

    transformação da natureza e o capital”, já ALBONAZ (1994)

    destaca que, “no dicionário de filosofia, é possível encontrar

    que o homem trabalha quando coloca em atividade suas forças

    espirituais ou corporais, tem como alvo um fim sério que deve

    ser realizado ou alcançado”

    Desta maneira é possível observar que o conceito de trabalho possui

    uma amplitude, onde até o simples fato de pegar um ônibus, cujo objetivo é

    passear em algum lugar pode ser considerado trabalho.

    1.3. Origem e evolução da Qualidade de Vida no Trabalho

    Desde o início da existência humana, há uma preocupação com a

    Qualidade de Vida no Trabalho. Com nomes distintos e em outros contextos

    históricos, mas sempre direcionada a facilitar proporcionar bem estar ao

    trabalhador quando no exercício de suas atividades trabalhistas.

    Conforme RODRIGUES (1999, apud VASCONCELOS, 2001),

    “o ser humano sempre deu ênfase a QVT como sendo

    contextualizada sob diversas formas e tendo sempre o objetivo

    de trazer facilidade ou satisfazer e trazer bem-estar ao

    colaborador quando na execução de suas tarefas”.

    O autor, ainda considera que a QVT tem sua gênese em 300 a.c, por

    conta da contribuição de Euclídes de Alexandria, para que se possa melhorar

    as maneiras de trabalho dos agricultores, a margem do rio Nilo, já em 287 a.c

    Arquimedes propõe a lei de alavancas, para obter uma diminuição do esforço

    físico dos trabalhadores”.

    Durante séculos, alguns estudiosos da área de sociologia, filosofia,

    engenharia e pesquisadores em geral contribuíram com seus trabalhos para o

    estudo a respeito da satisfação do indivíduo com o trabalho.

  • 14

    FAYOL (1994) cita que elementos como salário, iluminação e calefação

    dentre outros chegam a ter importância tanto para a organização quanto para

    seus colaboradores, pois ambos têm muito a ganhar, quanto mais elevado for a

    estabilidade social, afetiva, a saúde e até o local de trabalho. Tendo estes

    elementos importantes para o bom andamento de uma organização e como

    não é possível ser realizado somente dentro da organização, ressalta a

    importância de um trabalho fora das dependências de uma organização.

    FAYOL (1994) ainda destaca como fator determinante para que se possa

    atingir um objetivo que projetos devem ser discretos e prudentes. Isso traz um

    sentimento de interesse do colaborador em participar de projetos para que seja

    aceitação livre, o livrando de uma obrigação, uma imposição.

    Já VASCONCELOS (2001), afirma “ser importante citar o trabalho de

    Frederick Hezberg, cuja teoria associada à insatisfação do funcionário com o

    trabalho ao ambiente de trabalho e ao trabalho em si”. Os fatores higiênicos

    para a produção de insatisfação compreendem: a política e a maneira da

    empresa em ser administrada, relações interpessoais com os supervisores,

    superação, condições de trabalho, salários, status e segurança no trabalho. Já

    os fatores que motivam a satisfação são: o reconhecimento, o próprio trabalho,

    o progresso e responsabilidade e progresso ou desenvolvimento.

    É importante destacar que os obstáculos enfrentados pelos

    idealizadores continuam, isto é, tornam a QVT uma ferramenta gerencial, e não

    mais um breve processo.

    Atualmente, se percebe que o indivíduo tem cada vez mais trabalhado, e

    como consequência tem tido menos tempo para si mesmo VEIGA (2000).

    Com embasamento nesta realidade HANDY (1995, p. 25) afirmou que:

    “o problema começou quando transformamos o tempo em uma mercadoria,

    quando compramos o tempo das pessoas em nossas empresas em vez de

    comprar a produção”.

    ETZIONI (1989) cita que “Com o advento da globalização, as empresas

    têm sido pressionadas por acirrada despeita do mercado.”

  • 15

    Nesse contexto uma organização precisa ser compreendida como:

    “[…] unidade social artificialmente criada e estruturada,

    continuadamente alterada para se manter no tempo, e com a

    função de atingir metas específicas que satisfaçam as

    necessidades de seus participantes e da sociedade”.

  • 16

    1.4. Conceito de Qualidade de vida no trabalho

    A Qualidade de Vida no Trabalho cada vez mais vem ampliando seus

    espaços nas discussões a respeito de que maneira conciliar competitividade a

    novos padrões existentes de conhecimento, isso junto a qualificação

    profissional e aos novos modos de vida.

    O conceito de QVT envolve aspetos físicos, ambientais, psicológicos do

    local de trabalho. Dentro desta perspectiva é possível notar que a principal

    função da QVT se encontra embasada no bem estar do trabalhador e na

    eficiência organizacional.

    Segundo FERNANDES (1996) é possível entender Qualidade de Vida

    como um Programa cujo objetivo é facilitar, e satisfazer as necessidades do

    trabalhador, ao realizar suas tarefas numa determinada organização, tendo

    com idéia, o fato de que as pessoas produzem mal quando estão satisfeitas e

    envolvidas com o próprio trabalho.

    Desta maneira, conquistar a QVT, geralmente depende do próprio

    indivíduo, seja dentro de uma organização ou fora.

    Esta conquista depende de sua auto estima e auto imagem, do

    entrosamento profissional, político e social, além do mais de como o indivíduo

    se compromete com a transformação da realidade e da certeza e consciência

    de seus direitos e deveres. Já DEJOURS (1994) define Qualidade de Vida

    como uma expressão difícil de conceituar, no que diz respeito ao caráter

    subjetivo complexo e multidimensional. A obtenção da QVT depende dos

    fatores internos e externos, desta maneira há uma conotação diferente de

    Qualidade de Vida para cada indivíduo que decorre da inclusão destes fatores

    na sociedade.

    CHIAVENATO(2008), afirma que

    “Qualidade de Vida no Trabalha implica em criar, manter e

    melhorar o ambiente onde se exerce a atividade profissional,

    seja nas condições do espaço físico, higiene e segurança, quer

    seja nas condições psicológicas e sociais. O que trará com

    resultado um ambiente de trabalho saudável e agradável de

  • 17

    conviver, conseqüentemente as pessoas obtém uma melhora

    em sua Qualidade de vida dentro de uma organização”.

    CHIAVENATO (1999) continua afirmando que:

    “o termo Qualidade de Vida no Trabalho foi utilizado por Louis

    Davis em meados da década de 70, para o referido estudioso o

    conceito referencia à preocupação com o bem-estar dos

    trabalhadores no desempenho de suas atividades.”

    Ainda, CHIAVENATO (1999) define Qualidade de Vida no Trabalho como

    sendo atendimento de necessidades e pretensões humanas, baseando-se na

    ideia de humanização e responsabilidade social.

    CHIAVENATO (1999) propõe, ainda, outra vertente composta por oito

    categorias de suma importância para obtenção de conceitos acerca da QVT,

    sendo estas:

    1. Uma justa e acordada compensação – deve-se fazer valer da

    honestidade, considerando uma remuneração adequada, como também

    equidade interna e externa;

    2. Boas condições de saúde e segurança no trabalho . Recomenda-se

    levar em conta horários de trabalho, concordando com as normas

    estabelecidas a priori, resultando no bem estar do indivíduo assim como

    em seu trabalho;

    3. Oportunizar primeiramente a utilização e desenvolvimento da

    capacidade dos indivíduos, levando em conta aspectos de autonomia no

    trabalho, as várias habilidades, identidade da tarefa, informações e

    perspectivas.

    4. Oportunidades futuras para a obtenção de um crescimento continuado e

    segurança; objetiva valorizar o trabalhador, lhe apontando dimensões do

    plano de carreira.

    5. Integração Social na organização de trabalho, destaca-se as relações

    interpessoais, neste assume uma importante dimensão da QVT.

    6. Constitucionalismo na organização de trabalho, destacando alguns

    direitos individuais e coletivos, tendo privacidade, liberdade, e equidade

    no tratamento e aplicação de processo, como prioridade.

  • 18

    7. O trabalho e o espaço total da vida individual: Deve-se obter equilíbrio

    entre o trabalho e a vida pessoal do indivíduo, há de se considerar

    aspectos como: imagem da empresa, responsabilidade social desta,

    responsabilidade pelos produtos fabricados e as práticas numa

    organização.

    De acordo com FRANÇA (1997, p.80),

    “ao falarmos de Qualidade de Vida, estamos nos referindo a

    um conjunto de ações de uma empresa que implica na

    implantação de inovações e melhorias tanto gerenciais quanto

    tecnológicas no ambiente de trabalho. A QVT acontece desde o

    momento em que se olha a empresa e os indivíduos como um

    todo, o que se denomina enfoque biopsicossocial, sendo que

    este representa o fator diferenciado para se realizar um

    diagnóstico, uma campanha, surgimento de serviços, assim

    como implantação de um Projeto voltado a preservar e

    desenvolver pessoas durante o trabalho numa organização”,

    A autora ainda destaca que “a origem do conceito provém da medicina

    psicossomática, propondo uma visão integrada, holística do ser humano, em

    oposição à abordagem Cartesiana que divide o indivíduo em partes”.

    A autora conclui que

    “No contexto do trabalho esta abordagem pode ser associada a

    ética da condição humana. Esta ética busca desde a

    identificação, eliminação, neutralização ou controle de riscos

    ocupacionais observáveis no ambiente físico, padrões de

    relação de trabalho, carga física e mental requerida para cada

    atividade, implicações políticas e ideológicas, dinâmicas da

    liderança empresarial e do poder formal até o significado do

    trabalho em si, relacionamento e satisfação no trabalho”.

    ALBUQUERQUE e FRANÇA (1997) consideram que a sociedade vive

    em tempos de novos paradigmas de modos de vida, tanto dentro, quanto fora

    de uma organização, consequentemente gerando novos valores e procura por

    Qualidade de Vida no Trabalho, tais autores afirmam que outros tipos de

    ciências têm contribuído para o estudo da QVT, tais como:

  • 19

    a) Saúde – a ciência busca preservar a saúde física e mental, assim

    como a social do indivíduo e não apenas trabalhar com a prevenção de

    doenças , busca-se gerar avanço biomédico e maior expectativa de vida.

    b) Ecologia – Visualiza o indivíduo como responsável pela preservação

    do sistema dos seres vivos e dos insumos da natureza.

    c) Ergonomia – Realiza estudos sobre as condições de trabalho ligadas

    às pessoas. Tem como fundamento a medicina, a psicologia, a motricidade, a

    tecnologia industrial, objetivando o conforto no serviço.

    d) Psicologia – Acoplada a filosofia procura demonstrar a influência das

    atitudes internas e perspectivas de vida individual em seu trabalho e a

    relevância do significado peculiar das necessidades individuais para o

    envolvimento com o trabalho.

    e) sociologia – Readquiri a dimensão simbólica que é associar e

    construir socialmente.

    f) Economia – Destaca que os bens são finitos e que sua distribuição,

    recursos e serviços precisam envolver de forma equilibrada a responsabilidade

    e os direitos de uma determinada sociedade.

    g) Administração – Busca o aumento da pré disposição em impulsionar

    recursos para atingir resultados em ambiente cada vez mais heterogêneos,

    alteráveis e competitivos;

    h) Engenharia – Elabora formas de produção voltadas a tornar menos

    rígidas as manufaturas, armazenamento de materiais, uso da tecnologia

    disponível, planejamento de trabalho e controle de processos..

    WALTON, afirma que

    “a expressão Qualidade de Vida, tem sido usada com

    frequência para descrever valores ambientais e humanos

    negligenciados pelas sociedades industriais, em favor do

    avanço tecnológico da produtividade e do crescimento

    econômico”. (apud, RODRIGUES, 1999, p. 81).

  • 20

    Ainda, WALTON demonstra oito categorias conceituais, sendo estas:

    1) Uma compensação justa e adequada

    2) Condições de trabalhos

    3) Uso de desenvolvimento e capacidades

    4) Oportunidade de segurança e crescimento

    5) Integração social na organização

    6) Constitucionalismo

    7) Trabalho e espaço total de vida

    8) Importância social do trabalho na vida

    Já SUCESSO (1998), afirma que Qualidade de Vida no Trabalho

    compreende:

    Renda capaz de satisfazer às expectativas pessoais e sociais;

    Orgulho pelo trabalho realizado

    Vida emocional satisfatória

    Autoestima

    Imagem da empresa/Instituição junto a opinião pública

    Equilíbrio entre trabalho e lazer;

    Horários e condições de trabalho sensatos

    Perspectivas e oportunidades de seguir carreira dentro de uma

    organização

    Possibilidade do uso do potencial do indivíduo

    Respeito aos direitos e justiça nas recompensas.

    As definições de qualidade de vida, conforme vimos, não é novidade,

    mas a prática tem sido inadequada. De acordo com ALBUQUERQUE(1998):

    “(…) existe uma grande distância entre o discurso e a prática

    (…). A maioria dos Programas de QVT origina-se das

    atividades de segurança e saúde no trabalho e muitos nem

    sequer se associam a Programas de Qualidade Total ou de

    melhoria no clima organizacional.

    QVT só faz sentido quando deixa de ser restrita a Programas

    internos de saúde ou lazer e passa a ser discutida num sentido

    mais amplo, incluindo qualidade das relações de trabalho e

  • 21

    suas conseqüências na saúde das pessoas e da

    Organização…”

    O autor continua afirmando que:

    “QVT é uma evolução da Qualidade Total. É o último elo da

    cadeia (…). O espaço que tem que se desenvolver é de

    conscientização e preparação para uma postura de qualidade

    em todos os sentidos. É necessária a coerência em todos os

    enfoques. Qualidade de Vida significa condições adequadas e

    os desafios de respeitar e ser respeitado como profissional (…).

    (apud, ASSIS, 1995, P.29)”.

    Um lugar adequado para trabalhar possibilita as pessoas, além de

    tarefas, outros compromissos em suas vidas, como a família, os amigos e as

    atividades pessoais. “Da perspectiva de um empregado, isto é uma questão

    fundamental de justiça” (LEVERING, 1986).

    Já o autor FREITAS (1999, P.7), afirma que as empresas não estão

    sendo solicitadas a deixar a visão econômica do mundo. Elas devam

    transformar em ações o que costumam pregar em discursos que dizem que o

    ser humano é o seu principal “ativo”.

    “O ser humano, mortal e frágil, tem seus defeitos, comete erros

    e faz suas bobagens, mas quando ele é estimulado a substituir

    o coração por um chip ou máquina registradora, o mundo deve

    ter medo.”

    Se o ser humano é um ser racional e dotado de uma inteligência a nós

    inerente, temos que agir como tal. O ambiente de trabalho, atualmente, causa

    insatisfação com ideias e conceitos de grande valor, muitas das vezes não são

    reconhecidos, aceitos e utilizados, por conta de transformações que estas

    exigem. Seguindo a mesma linha de raciocínio, DE MASI (2000, P.330) aponta

    que:

    “O novo desafio que marcará o século XXI é como inventar e

    difundir uma nova organização, capaz de elevar a qualidade de

    vida e do trabalho, fazendo alavanca sobre a força silenciosa

    do desejo de felicidade.”

  • 22

    Basicamente a QVT se baseia numa condição mínima, que é o fato do

    individuo precisar ter suas necessidades básicas atendidas, para que este

    possua uma QVT em um nível alto. Os indivíduos precisam apresentar boas

    condições de saúde, se dispor do necessário, ou seja, o suficiente para se

    alimentar e um lugar para residir. Quando estas necessidades estão

    disponíveis, determina-se a QVT de um indivíduo justamente por meio de sua

    personalidade, desejos e o grau de realização pessoal.

    Desta maneira, a Qualidade de Vida no Trabalho está ligada ao nível

    de felicidade ou insatisfação com a carreira.

    Portanto são nesses conceitos que a Qualidade de Vida no Trabalho é

    construída e reconstruída, é com base nestes conceitos que se pretende

    entender a necessidade de uma QVT tanto para o indivíduo quanto para uma

    organização em geral.

  • 23

    CAPÍTULO II

    ALGUMAS QUESTÕES IMPORTANTES PARA A

    QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

    2.1. Variáveis determinantes da QVT

    Neste capítulo, serão apresentadas algumas variáveis que determinam

    a Qualidade de Vida que CHIAVENATO (2008), desenvolveu em sua obra,

    sobre Qualidade de Vida no Trabalho. O autor tomou como base alguns fatores

    importantes para que a QVT se desenvolva numa determinada organização.

    A Qualidade de Vida realiza a comparação de duas posições distintas:

    a reivindicação dos colaboradores no que diz respeito a satisfação e bem estar

    dentro de uma organização; e no que diz respeito as organizações valorizarem

    os efeitos a respeito de produtividade e qualidade.

    Segundo CHIAVENATO (2008), a preocupação a respeito da QVT, por

    parte da sociedade, a pouco tempo, se estendeu a situação de trabalho, como

    integrante de um ambiente Heterogêneo.

    CHIAVENATO (2008), afirma que podemos determinar a QVT por

    diversos fatores. Segundo o autor, a QVT não é determinada somente por

    características individuais ou situacionais, mas principalmente pela atuação

    sistêmica das características individuais e organizacionais. Estes fatores se

    relacionam objetivando o atendimento de necessidades e objetivos tanto por

    parte dos colaboradores quanto por parte de uma determinada organização.

    O autor diz que a QVT implica em duas posições antagônicas, sendo a

    primeira a reivindicação dos empregados em relação ao bem estar e a

    satisfação no trabalho, já a segunda esta relacionada no interesse das

    organizações nos efeitos potencializadores sobre produtividade e qualidade.

    De acordo com CHIAVENATO (2008) o desempenho do cargo e o

    clima organizacional são fatores importantes para determinar a QVT. Caso seja

    uma qualidade pobre, o colaborador estará conduzido a alienação e a

    insatisfação, como também à má vontade e a baixa da produtividade e a

    comportamentos anti éticos, como o roubo, sabotagem, rotatividade,

  • 24

    absenteísmo, militância sindical etc. Apresentando uma rica QVT, o clima será

    de mutuo respeito e confiança, onde o indivíduo tem a tende em aumentar sua

    contribuição consequentemente aumentará sua produtividade, ou seja

    produzirá um aumento da contribuição dentro de uma organização, assim como

    eleva suas oportunidades de êxito psicológico. Desta maneira, a administração

    poderá promover uma redução de mecanismos rígidos de controle social.

    CHIAVENATO (2008), ainda, expõe denominação de fatores e algumas

    variáveis determinantes da QVT, sendo estas respectivamente:

    Competência Gerencial - Apoio Socioemocional; Orientação técnica;

    Igualdade de tratamento; Gerenciamento pelo exemplo.

    Identificação com a empresa - Identidade com a tarefa; Identificação com a

    empresa; Imagem da empresa.

    Preocupação assistencial com os funcionários – Prestar assistência aos

    funcionários objetivando a Assistência familiar.

    Oportunizar a efetiva participação – Criatividade; Expressão pessoal;

    Repercussão de idéias dadas;

    Visão humanista da empresa – Educar com a finalidade de conscientizar,

    orientar as pessoas e responsabilidade comunitária.

    Equidade salarial – Salários com equidade interna, salários com equidade

    externa.

    2.2. Definição de Higiene do trabalho

    CHIAVENATO (2008) define Higiene do trabalho como sendo

    “um conjunto de procedimentos e normas que visam proteger a

    integridade metal e física do colaborador, evitando riscos de

    saúde referentes aos afazeres do cargo, assim como ao

    ambiente físico onde as atividades são executadas,

    preservando-os dos riscos de saúde inerentes às tarefas do

    cargo e ao ambiente físico onde são executadas as suas

    atividades laborais”.

    Já TOLEDO (1992), afirma que a higiene, a saúde ocupacional e

    segurança no trabalho são tidas como medidas de proteção tanto dos

  • 25

    indivíduos e quanto dos bens da empresa. A higiene do trabalho certamente

    possui caráter preventivo cujo objetivo é a saúde e o conforto do colaborador,

    prevenindo doenças, sendo assim evita a ausência provisória ou definitiva do

    trabalho.

    O autor continua, enfatizando alguns objetivos da higiene que são:

    Eliminar não só doenças profissionais mas também as causas

    destas por meio de medidas preventivas e o controle dos agentes

    ambientais;

    reduzir os efeitos que são prejudiciais ocasionados pelo trabalho

    em indivíduos doentes ou portadores de necessidades especiais

    Prevenir o agravamento de doenças e lesões.

    Manter a saúde dos colaboradores e o aumento da produtividade

    através do controle do ambiente de trabalho.

    2.2.1. Objetivo da Higiene no trabalho

    CHIAVENATO (2008), afirma que a higiene do trabalho possui objetivo

    preventivo, pois tem como objetivo a saúde e o conforto do colaborador,

    evitando doenças e a ausência temporária ou definitiva no trabalho por parte do

    colaborador.

    O autor destaca alguns dos principais objetivos da higiene do trabalho,

    sendo estes:

    Eliminar causas de doenças profissionais;

    Reduzir os efeitos prejudiciais ocasionados pelo trabalho em pessoas

    doentes ou portadores de necessidades especiais

    Prevenir o agravo de doenças e lesões

    Manter a saúde dos colaboradores, assim como o aumento da

    produtividade através do controle do ambiente de trabalho.

    BAPTISTA (1974) chama atenção ao afirmar que os objetivos da higiene

    do trabalho poderão ser obtidos por meio de:

    “uma educação de operários, chefes, gerentes e etc.,

    apontando os perigos existentes e ensinando formas de evitá-

    los; Continuo estado de alerta contra risco que existem no

  • 26

    ambiente de trabalho e estudar e observar os processos ou

    materiais a serem utilizados. A higiene do trabalho engloba o

    estudo e controle de ações de trabalho, que são as variáveis

    da situação que exercem influência no comportamento

    humano”. (apud, CHIAVENATO, 2008, p. 349)

    2.3. Conceito de saúde ocupacional

    Ainda, de acordo com CHIAVENATO (2004) é possível definir saúde

    como um estado físico, mental e social de bem estar, tendo ênfase no corpo, na

    mente e nos padrões sociais. O próprio local de trabalho onde o indivíduo está

    inserido pode ocasionar doenças e como conseqüência a saúde deste, poderá

    estar prejudicada não somente por doenças, mas também por acidentes ou

    algum tipo de estresse.

    Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde ocupacional tem

    como finalidade promover condições laborais que garantam um grau maior de

    qualidade de vida no trabalho, protegendo a saúde dos colaboradores de uma

    determinada organização, preocupa-se, desta forma com os três pilares do

    bem estar, que são o físico, psicológico e o social. Os Serviços de Saúde

    Ocupacional tem como função, promover condições de trabalho que elevam o

    grau de qualidade de vida no trabalho, trabalhando coma prevenção e controle

    de acidentes e doenças, reduzindo algumas situações/condições de risco. A

    saúde ocupacional não se encontra limitada apenas a cuidar das condições

    físicas do colaborador, como também busca cuidar das condições psicológicas.

    A saúde ocupacional, para os empregadores, objetiva apoiar o

    funcionário que busca se aperfeiçoar, conservar, ou obtiver uma melhora em

    sua capacidade de trabalho.

  • 27

    2.4. Conceito de Segurança do Trabalho

    CHIAVENATO (2008), afirma que segurança do trabalho,

    “corresponde a um conjunto de medidas técnicas,

    educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir

    acidentes, eliminando as condições impróprias do ambiente

    onde se trabalha, instruindo e educando, procurando

    convencer os indivíduos a adotarem práticas preventivas”.

  • 28

    CAPÍTULO III

    PRINCIPAIS ABORDAGENS DA QUALIDADE DE VIDA

    NO TRABALHO DE ACORDO COM ALGUNS AUTORES

    3.1. Abordagem de Walton (1973)

    Segundo WALTON (1973, apud RODRIGUES, 2001, p.31),

    “o termo QVT freqüentemente tem sido usado com o objetivo

    de descrever certos valores, tanto ambientais quanto humanos,

    que geralmente são negligenciados pela sociedade industrial,

    por conta da evolução tecnológica, da produtividade e do

    crescimento da economia”.

    O referido autor contribui ainda, com alguns questionamentos que

    servem como diretrizes para os oito critérios de QVT, nas quais estas oito

    categorias são propostas, com a intenção de fornecer estruturas que analisem

    as características da Qualidade de Vida no Trabalho. Sendo estas:

    Compensação adequada e justa; condições de segurança e saúde do

    trabalhador, oportunizar o indivíduo a utilizar e desenvolver capacidade

    humana; oportunidade, no futuro, para o indivíduo crescer de forma contínua e

    ter segurança; integração social do indivíduo dentro da organização de

    trabalho, constitucionalismo na organização do trabalho; trabalho e espaço total

    de vida.

    São elas: compensação adequada e justa; condições de segurança e

    saúde do trabalho; oportunidade imediata para a utilização e desenvolvimento

    da capacidade humana; oportunidade futura para crescimento contínuo e

    segurança; integração social na organização de trabalho; o constitucionalismo

    na organização do trabalho; o trabalho e o espaço total da vida; e a importância

    social da vida do trabalho; e a relevância social da vida do trabalho, como

    mostra a tabela da página seguinte.

  • 29

    QUADRO 1- FATORES DE QUALIDADE DE VIDA

    Fonte: CHIAVENATO, 1999, p.393.

    Fatores de Qualidade de Vida Dimensões

    – Compensação Justa e Adequada

    Salário adequado ao trabalhador

    Equidade ou compatibilidade externa

    Equidade ou compatibilidade interna

    – Condições de segurança e saúde no

    trabalho

    Jornada de Trabalho

    Ambiente físico (saudável e seguro)

    – Utilização e desenvolvimento de

    capacidades

    Autonomia.

    Significado da tarefa.

    Identidade da tarefa.

    Variedade de habilidades.

    Retroação e retro informação.

    – Oportunidades de crescimento

    contínuo e segurança

    Possibilidade de carreira.

    Crescimento profissional.

    Segurança do emprego.

    – Integração social na organização

    Igualdade de oportunidades.

    Relacionamentos interpessoais e grupais.

    Senso comunitário.

    – Garantias constitucionais

    Respeito às leis e direitos trabalhistas.

    Privacidade pessoal.

    Liberdade de expressão.

    Normas e rotinas claras da organização.

    Trabalho e espaço total de vida Papel balanceado do trabalho na vida

    pessoal

    Relevância social da vida no trabalho Imagem da empresa.

    Responsabilidade social pelos produtos.

  • 30

    3.2. A abordagem de Westley (1979)

    William Westley (RODRIGUES, 2011), classifica e realiza uma análise

    de quatro problemas que impactam diretamente na QVT tornando-se um

    obstáculo a esta, sendo estes: econômico, político, psicológico e o sociológico.

    Os problemas econômicos consequentemente levariam a injustiça, o político

    como consequência traria a insegurança, a psicologia levaria a alienação e o

    sociológico levaria a um desrespeito as normas sociais (anomia), como

    demonstra o quadro da página seguinte:

    QUADRO 2- NATUREZAS E SINTOMAS X AÇÕES

    Natureza do

    Problema

    Sintoma do

    Problema

    Ação para

    solucionar o

    problema

    Indicadores Propostas

    Econômico

    (1850)

    Injustiça União dos

    trabalhadores

    Insatisfação e

    Greves

    Cooperação, divisão dos

    lucros e participação nas

    decisões

    Político

    (1850 – 1950)

    Insegurança Posições

    Políticas

    Insatisfação e

    Greves

    Trabalho

    Autosupervisonado;

    Conselho de

    trabalhadores;

    Participação nas decisões

    Psicológico

    (1950)

    Alienação Agentes de

    mudanças

    Desinteresse

    e

    absenteísmo

    Enriquecimento das

    tarefas

    Sociológico Anomia Auto

    Desenvolvimento

    Ausência de

    um

    significado do

    trabalho e

    absentismo

    Métodos Sociotécnicos

    aplicados aos grupos

    Fonte: RODRIGUES, 2011, p.85.

  • 31

    3.3. A abordagem de Davis e Werther (1983)

    Segundo RODRIGUES (2011), os autores Davis e Werther (1983),

    analisam que a QVT esta afetada por diversos fatores como supervisão,

    condições de trabalho, pagamento de benefícios e projetos que envolvem o

    cargo. Porém a natureza do cargo envolve intimamente o colaborador.

    RODRIGUES (2011), ainda afirma que Davis e Werther visualizam o

    Projeto de cargos em três níveis: o organizacional, ambiental e o

    comportamental. Conforme mostrado abaixo:

    Fatores Ambientais: Sociais, Tecnológicos, Culturais, Econômicos e

    Governamentais;

    Fatores comportamentais: Necessidades de Recursos Humanos,

    Motivação e Satisfação;

    Fatores Organizacionais: Propósito, Objetivos, Organização,

    Departamentos e Cargos.

    3.4. A abordagem de Huse e Cumming (1985)

    Segundo RODRIGUES (2011, p. 90) Huse e cumming afirmam que a

    QVT pode ser conceituado como uma forma de pensar que envolve indivíduos,

    trabalho e organização, onde se destacam dois diferentes aspectos:

    1) Preocupação com o bem-estar do trabalhador e com eficiência

    organizacional;

    2) Participação dos trabalhadores nas decisões e problemas

    envolvendo o trabalho;

    Ainda, segundo o autor, Huse e Cumming tornam o conceito de

    Programa de QVT diferentes de outras abordagens tradicionais. Quatro

    Programas tornam explícito conceito de Qualidade de Vida no Trabalho, sendo

    estes:

    Participação do trabalhador nos problemas e soluções numa

    determinada organização;

    Projeto de cargo;

    Inovação nos sistemas de recompensa;

  • 32

    Melhora no ambiente de Trabalho.

    3.5. A abordagem de Nadler e Lawler (1983)

    Nadler e Lawlwer (RODRIGUES, 2011), identificaram os fatores que

    visualizam o sucesso dos projetos relacionados a QVT, sendo eles:

    1) Percepção das necessidades;

    2) Atenção no problema enfatizado, dentro da organização;

    3) Estrutura para identificar e solucionar o problema, modelo/teoria de

    projeto de treinamento e participantes;

    4) Compensações projetadas tanto para os processos quanto para os

    resultados;

    5) Diversos sistemas afetados;

    6) Amplo envolvimento da organização.

    Para um bom desempenho de um Programa de QVT, existem três

    necessidades básicas:

    a. Desenvolver projetos em três diferentes níveis;

    b. Mudanças nos sistemas de gerenciamento e disposições

    organizacionais;

    c. Mudanças no comportamento do gerenciamento superior.

    Ainda, segundo RODRIGUES (2011), Nadler e Lawlwe afirmam que as

    organizações têm dado uma crescente atenção as práticas de qualidade de

    vida de gerenciamento e ao impacto que estes fatores têm sobre os indivíduos

    e que a QVT busca fatores positivos com grande potencial para o crescimento

    do desempenho dentro de uma organização.

  • 33

    CONCLUSÃO

    O trabalho ajuda na compreensão que a Qualidade de Vida no Trabalho

    é fundamental tanto para o colaborador quanto para a organização em si, e

    necessária para a obtenção de um local de trabalho prazeroso e menos

    desgastante.

    No entanto pode-se perceber que QVT, se estabelece por fatores

    internos e externos, contribuindo para um todo.

    Também foi possível compreender que os Programas ligados a

    Qualidade de Vida no Trabalho quando utilizados apresentam um resultado

    positivo para todos os envolvidos numa organização

    De fato demonstra-se alguns conceitos usados para definir a QVT,

    segundo alguns autores, isso demonstra que a QVT apresenta um amplo

    espaço de discussão.

    Vale ressaltar, portanto, que estes vários conceitos de QVT foram

    construídos ao longo de diferentes décadas, pelos mais diversos estudioso do

    assunto.

    A partir deste trabalho, pode-se perceber que as organizações, uma vez

    que aderirem um Programa de QVT, claramente obterão melhores resultados

    em seus negócios.

    Portanto, estudar QVT, é necessário para compreender as mais diversas

    formas de promover uma organização “sadia” com gestores e colaboradores

    satisfeitos e em harmonia, o que trará diversos resultados a estes.

  • 34

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