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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT)
Por: Felipe Salgueiro e Nascimento
Orientador
Prof. Carlos Cereja
Niterói
2015
DOCU
MENT
O PR
OTEG
IDO
PELA
LEI D
E DI
REITO
AUT
ORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT)
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão de Recursos
Humanos
Por. Felipe Salgueiro e Nascimento
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, em especial a minha
mãe que investiu e acreditou neste
trabalho.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais e a todos os que acreditam
verdadeiramente em mim.
RESUMO
O presente trabalho pretende mostrar os diversos conceitos existentes
acerca da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), assim como trará uma
discussão sobre alguns pontos importantes sobre o tema e outras questões
que estão intrinsecamente ligadas ao assunto. A QVT pode ser definida como
adoção de hábitos que promovam o bom funcionamento do corpo. Ligada a
esta definição, está o tema proposto que se relaciona ao nível de felicidade que
deriva da carreira da pessoa. Todo indivíduo apresenta diferentes
necessidades quando se trata de suas carreiras e o nível de sua Qualidade de
Vida no Trabalho se determina pelo atendimento dessas necessidades. Indo ao
encontro desta definição, o tema proposto neste trabalho, se liga diretamente a
estes fatores, incluem-se ainda os fatores externos, ou seja, numa determinada
organização, o indivíduo acompanhado da QVT obterá um bom rendimento no
trabalho. Sendo assim, tanto o colaborador quanto o gestor obterão melhores
resultados para a organização.
METODOLOGIA
O método utilizado na elaboração do trabalho foi uma extensa pesquisa
bibliográfica sobre o assunto do tema proposto.
O trabalho possui um caráter qualitativo, buscando desta maneira avaliar
e entender, estabelecendo avaliações e pontos de vista sobre o assunto
pesquisado.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......................... 9
CAPÍTULO I
QUALIDADE DE VIDA, TRABALHO, ORIGEM E EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO. ......................... 11
1.1. Conceito de Qualidade de Vida ......................... 11
1.2. Conceito de Trabalho ......................... 12
1.3. Origem e evolução da Qualidade de Vida no Trabalho ......................... 13
1.4. Conceito de Qualidade de Vida no Trabalho ......................... 16
CAPÍTULO II
ALGUMAS QUESTÕES IMPORTANTES PARA A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ......................... 23
2.1 Variáveis determinantes da QVT ......................... 23
2.2 Definição de Higiene do trabalho ......................... 24
2.2.1. Objetivo da Higiene no trabalho ......................... 25
2.3 Conceito de saúde ocupacional ......................... 26
2.4 Conceito de Segurança do Trabalho ......................... 27
CAPITULO III
PRINCIPAIS ABORDAGENS DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO DE ACORDO COM ALGUNS AUTORES ......................... 28
3.1. Abordagem de Walton (1973) ......................... 28
3.2. A abordagem de Westley (1979) ......................... 30
3.3. A abordagem de Davis e Werther (1983) ......................... 30
3.4. A abordagem de Huse e Cumming (1985) ......................... 31
3.5. A abordagem de Nadler e Lawler (1983) ......................... 32
CONCLUSÃO ......................... 33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ......................... 34
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1- FATORES DE QUALIDADE DE VIDA ......................... 29
QUADRO 2- NATUREZAS E SINTOMAS X AÇÕES ......................... 30
9
INTRODUÇÃO
O século XX trouxe grandes transformações nas condições de trabalho.
Ainda hoje perduram situações indignas de trabalho, mas houve grande
evolução que diminuíram os ambientes insalubres, a carga horária e a limitação
das horas de descanso, mas ainda há muito que fazer na evolução da
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT).
Atualmente o mundo vive em transição, o que vem refletindo na
demanda pelo incremento da competitividade organizacional. Este desafio
pode ser apontado como um dos responsáveis pela necessidade de busca da
QVT e é dentro deste contexto que esta exerce uma forte influência sobre o
indivíduo. Motivado e, possuindo boas condições físicas e emocionais, o
trabalhador certamente obterá um bom rendimento e como consequência trará
o aumento da produtividade para a organização. Desta forma, a Qualidade de
Vida no trabalho é um diferencial, pois mantém os colaboradores motivados
para o exercício de suas atividades laborais, o que resultará em produtividade
e competitividade. A QVT também exerce influência nas relações humanas no
trabalho, para a obtenção da QVT é necessário que as organizações pensem
constantemente em seus empregados, promovendo uma Qualidade de Vida no
Trabalho, possibilitando a obtenção do aumento da produtividade e um
desempenho elevado por parte dos colaboradores.
A Qualidade de vida no trabalho possui grande relevância dentro de
qualquer organização, esta abrange questões biopsicossociais, o que
demonstra que fatores físicos, emocionais e sociais estão intrinsecamente
ligados. A QVT é necessária para o bom desempenho de uma determinada
organização, tanto para o colaborador quanto para organização e a sociedade
em geral. Os conceitos de QVT são muito amplos, tendo em mente que é
preciso enfatizar que não é possível estabelecer um padrão de QVT, pois a
individualidade é inerente ao ser humano. Desde os primórdios da humanidade
existe uma preocupação com a QVT, com distintos nomes e em contextos
diferentes, mas sempre com a intenção de proporcionar bem estar ao
trabalhador, quando no exercício de suas atividades dentro de uma
organização. A QVT pode ser vista sob diversos pontos de vista segundo
10
alguns autores e estudiosos no assunto, pois a mesma depende do contexto
histórico e social onde está inserida.
O primeiro capítulo será dedicado a conceituar a Qualidade de vida no
Trabalho.
Com a definição de QVT e outras discussões apresentadas, no segundo
capítulo serão abordadas algumas questões relevantes para a Qualidade de
Vida no Trabalho.
Por fim, no terceiro capítulo, serão feitas algumas das principais
abordagens sobre Qualidade de vida, segundo alguns estudiosos do assunto.
Este trabalho tem por finalidade, realizar algumas reflexões necessárias
para a compreensão da importância da Qualidade de Vida no Trabalho,
lembrando que este movimento começou em 1950 com o aparecimento da
abordagem sociotécnica e, posteriormente, em meados da década de 60,
tomou impulso. Além disso, objetiva demonstrar como alguns estudiosos
definem e visualizam a Qualidade de Vida no Trabalho.
11
CAPÍTULO I
QUALIDADE DE VIDA, TRABALHO, ORIGEM E
EVOLUÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Viver uma vida onde se possa desfrutar de boas companhias, fazendo
amigos e gostando do trabalho que faz são aspectos que auxiliam na formação
de uma vida com qualidade.
O trabalho é um desses locais onde o ser humano deve se sentir bem
para que contribua em seu viver bem.
Nesse capítulo serão mostrados conceitos que irão auxiliar no
desenvolvimento do trabalho.
1.1. Conceito de Qualidade de Vida
De acordo com MOREIRA e ARAUJO (2005), atualmente a medicina
trata da saúde do indivíduo sem levar em conta o ambiente onde este se
instala. Segundos eles, Freud alega que o indivíduo constantemente vive um
conflito entre a satisfação e as pressões, de suas necessidades e as pressões
que sofre no meio em que convive, respectivamente.
Os autores ainda apontam seis significados de Qualidade de Vida,
possíveis, sendo estes:
1. Estar em equilíbrio tanto psíquico quanto físico
2. Ter o hábito em tomar medidas preventivas de saúde psíquica e física;
3. Ter a consciência de que é possível alcançar um estado de satisfação e
felicidade;
4. Ter a sensação de que possui uma vida prazerosa e saudável;
5. Estar em paz consegue, com as outras pessoas e com a natureza;
6. De alguma maneira buscar encontro transcendental ou espiritual.
A partir destas questões nota-se que não é possível estabelecer um
padrão de Qualidade de Vida que possa ser possível a todos os indivíduos,
pois a individualidade é inegável, da mesma maneira que a cultura de formação
de cada pessoa.
12
Como afirmam MOREIRA e ARAUJO (2005), é importante considerar os
fatores internos e externos quando se pretende discutir uma melhoria da
Qualidade de Vida. As condições externas são mais difíceis de serem
mudadas, pois não dependem do indivíduo em si e sim de ações políticas e
sociais. Porém as situações internas dependem da motivação do próprio
indivíduo, do seu esforço, da substituição dos hábitos negativos, que de nada
acrescentam a um indivíduo, por hábitos desejáveis e saudáveis.
MOREIRA e ARAUJO (2005, p.29), ainda apontam três áreas, como
sendo os sete pilares da Qualidade de Vida que são:
1. Alimentação saudável;
2. Prática de atividades físicas;
3. Boa qualidade de sono;
4. Trabalho;
5. A felicidade,
6. Sexualidade
7. Lazer
Dentro da opinião dos autores é possível afirmar que para se obter uma
Qualidade de Vida, algumas mudanças, em diversas áreas na vida do indivíduo
são necessárias.
1.2. Conceito de Trabalho
É possível definir o trabalho sob diversas visões, o dicionário Aurélio
(2000, p.03), define trabalho como sendo:
[Def. de trabalhar] S.n. 1. Aplicação de forças e faculdades humanas
para alcançar um determinado fim. 2. Atividade coordenada, de caráter físico
e/ou intelectual, necessária à realização de qualquer tarefa. 3. O exercício
dessa atividade como ocupação. Oficio profissão etc. 4. Trabalho (2)
remunerado ou assalariado; serviço. 6. Qualquer obra realizada, 7. Maneira de
trabalhar a matéria, com manejo ou a utilização dos instrumentos de trabalho.
8. Esforço incomum luta. 9. Tarefa para ser cumprida; serviço. 14. Tarefa,
obrigação, responsabilidade. 15. Biol. Fenômeno ou conjunto de fenômenos
13
que ocorrem num organismo e de algum modo lhe alteram a natureza ou a
forma.
CHIAVENATO (2000, p.81) afirma que:
“o trabalho é toda atividade humana voltada para a
transformação da natureza e o capital”, já ALBONAZ (1994)
destaca que, “no dicionário de filosofia, é possível encontrar
que o homem trabalha quando coloca em atividade suas forças
espirituais ou corporais, tem como alvo um fim sério que deve
ser realizado ou alcançado”
Desta maneira é possível observar que o conceito de trabalho possui
uma amplitude, onde até o simples fato de pegar um ônibus, cujo objetivo é
passear em algum lugar pode ser considerado trabalho.
1.3. Origem e evolução da Qualidade de Vida no Trabalho
Desde o início da existência humana, há uma preocupação com a
Qualidade de Vida no Trabalho. Com nomes distintos e em outros contextos
históricos, mas sempre direcionada a facilitar proporcionar bem estar ao
trabalhador quando no exercício de suas atividades trabalhistas.
Conforme RODRIGUES (1999, apud VASCONCELOS, 2001),
“o ser humano sempre deu ênfase a QVT como sendo
contextualizada sob diversas formas e tendo sempre o objetivo
de trazer facilidade ou satisfazer e trazer bem-estar ao
colaborador quando na execução de suas tarefas”.
O autor, ainda considera que a QVT tem sua gênese em 300 a.c, por
conta da contribuição de Euclídes de Alexandria, para que se possa melhorar
as maneiras de trabalho dos agricultores, a margem do rio Nilo, já em 287 a.c
Arquimedes propõe a lei de alavancas, para obter uma diminuição do esforço
físico dos trabalhadores”.
Durante séculos, alguns estudiosos da área de sociologia, filosofia,
engenharia e pesquisadores em geral contribuíram com seus trabalhos para o
estudo a respeito da satisfação do indivíduo com o trabalho.
14
FAYOL (1994) cita que elementos como salário, iluminação e calefação
dentre outros chegam a ter importância tanto para a organização quanto para
seus colaboradores, pois ambos têm muito a ganhar, quanto mais elevado for a
estabilidade social, afetiva, a saúde e até o local de trabalho. Tendo estes
elementos importantes para o bom andamento de uma organização e como
não é possível ser realizado somente dentro da organização, ressalta a
importância de um trabalho fora das dependências de uma organização.
FAYOL (1994) ainda destaca como fator determinante para que se possa
atingir um objetivo que projetos devem ser discretos e prudentes. Isso traz um
sentimento de interesse do colaborador em participar de projetos para que seja
aceitação livre, o livrando de uma obrigação, uma imposição.
Já VASCONCELOS (2001), afirma “ser importante citar o trabalho de
Frederick Hezberg, cuja teoria associada à insatisfação do funcionário com o
trabalho ao ambiente de trabalho e ao trabalho em si”. Os fatores higiênicos
para a produção de insatisfação compreendem: a política e a maneira da
empresa em ser administrada, relações interpessoais com os supervisores,
superação, condições de trabalho, salários, status e segurança no trabalho. Já
os fatores que motivam a satisfação são: o reconhecimento, o próprio trabalho,
o progresso e responsabilidade e progresso ou desenvolvimento.
É importante destacar que os obstáculos enfrentados pelos
idealizadores continuam, isto é, tornam a QVT uma ferramenta gerencial, e não
mais um breve processo.
Atualmente, se percebe que o indivíduo tem cada vez mais trabalhado, e
como consequência tem tido menos tempo para si mesmo VEIGA (2000).
Com embasamento nesta realidade HANDY (1995, p. 25) afirmou que:
“o problema começou quando transformamos o tempo em uma mercadoria,
quando compramos o tempo das pessoas em nossas empresas em vez de
comprar a produção”.
ETZIONI (1989) cita que “Com o advento da globalização, as empresas
têm sido pressionadas por acirrada despeita do mercado.”
15
Nesse contexto uma organização precisa ser compreendida como:
“[…] unidade social artificialmente criada e estruturada,
continuadamente alterada para se manter no tempo, e com a
função de atingir metas específicas que satisfaçam as
necessidades de seus participantes e da sociedade”.
16
1.4. Conceito de Qualidade de vida no trabalho
A Qualidade de Vida no Trabalho cada vez mais vem ampliando seus
espaços nas discussões a respeito de que maneira conciliar competitividade a
novos padrões existentes de conhecimento, isso junto a qualificação
profissional e aos novos modos de vida.
O conceito de QVT envolve aspetos físicos, ambientais, psicológicos do
local de trabalho. Dentro desta perspectiva é possível notar que a principal
função da QVT se encontra embasada no bem estar do trabalhador e na
eficiência organizacional.
Segundo FERNANDES (1996) é possível entender Qualidade de Vida
como um Programa cujo objetivo é facilitar, e satisfazer as necessidades do
trabalhador, ao realizar suas tarefas numa determinada organização, tendo
com idéia, o fato de que as pessoas produzem mal quando estão satisfeitas e
envolvidas com o próprio trabalho.
Desta maneira, conquistar a QVT, geralmente depende do próprio
indivíduo, seja dentro de uma organização ou fora.
Esta conquista depende de sua auto estima e auto imagem, do
entrosamento profissional, político e social, além do mais de como o indivíduo
se compromete com a transformação da realidade e da certeza e consciência
de seus direitos e deveres. Já DEJOURS (1994) define Qualidade de Vida
como uma expressão difícil de conceituar, no que diz respeito ao caráter
subjetivo complexo e multidimensional. A obtenção da QVT depende dos
fatores internos e externos, desta maneira há uma conotação diferente de
Qualidade de Vida para cada indivíduo que decorre da inclusão destes fatores
na sociedade.
CHIAVENATO(2008), afirma que
“Qualidade de Vida no Trabalha implica em criar, manter e
melhorar o ambiente onde se exerce a atividade profissional,
seja nas condições do espaço físico, higiene e segurança, quer
seja nas condições psicológicas e sociais. O que trará com
resultado um ambiente de trabalho saudável e agradável de
17
conviver, conseqüentemente as pessoas obtém uma melhora
em sua Qualidade de vida dentro de uma organização”.
CHIAVENATO (1999) continua afirmando que:
“o termo Qualidade de Vida no Trabalho foi utilizado por Louis
Davis em meados da década de 70, para o referido estudioso o
conceito referencia à preocupação com o bem-estar dos
trabalhadores no desempenho de suas atividades.”
Ainda, CHIAVENATO (1999) define Qualidade de Vida no Trabalho como
sendo atendimento de necessidades e pretensões humanas, baseando-se na
ideia de humanização e responsabilidade social.
CHIAVENATO (1999) propõe, ainda, outra vertente composta por oito
categorias de suma importância para obtenção de conceitos acerca da QVT,
sendo estas:
1. Uma justa e acordada compensação – deve-se fazer valer da
honestidade, considerando uma remuneração adequada, como também
equidade interna e externa;
2. Boas condições de saúde e segurança no trabalho . Recomenda-se
levar em conta horários de trabalho, concordando com as normas
estabelecidas a priori, resultando no bem estar do indivíduo assim como
em seu trabalho;
3. Oportunizar primeiramente a utilização e desenvolvimento da
capacidade dos indivíduos, levando em conta aspectos de autonomia no
trabalho, as várias habilidades, identidade da tarefa, informações e
perspectivas.
4. Oportunidades futuras para a obtenção de um crescimento continuado e
segurança; objetiva valorizar o trabalhador, lhe apontando dimensões do
plano de carreira.
5. Integração Social na organização de trabalho, destaca-se as relações
interpessoais, neste assume uma importante dimensão da QVT.
6. Constitucionalismo na organização de trabalho, destacando alguns
direitos individuais e coletivos, tendo privacidade, liberdade, e equidade
no tratamento e aplicação de processo, como prioridade.
18
7. O trabalho e o espaço total da vida individual: Deve-se obter equilíbrio
entre o trabalho e a vida pessoal do indivíduo, há de se considerar
aspectos como: imagem da empresa, responsabilidade social desta,
responsabilidade pelos produtos fabricados e as práticas numa
organização.
De acordo com FRANÇA (1997, p.80),
“ao falarmos de Qualidade de Vida, estamos nos referindo a
um conjunto de ações de uma empresa que implica na
implantação de inovações e melhorias tanto gerenciais quanto
tecnológicas no ambiente de trabalho. A QVT acontece desde o
momento em que se olha a empresa e os indivíduos como um
todo, o que se denomina enfoque biopsicossocial, sendo que
este representa o fator diferenciado para se realizar um
diagnóstico, uma campanha, surgimento de serviços, assim
como implantação de um Projeto voltado a preservar e
desenvolver pessoas durante o trabalho numa organização”,
A autora ainda destaca que “a origem do conceito provém da medicina
psicossomática, propondo uma visão integrada, holística do ser humano, em
oposição à abordagem Cartesiana que divide o indivíduo em partes”.
A autora conclui que
“No contexto do trabalho esta abordagem pode ser associada a
ética da condição humana. Esta ética busca desde a
identificação, eliminação, neutralização ou controle de riscos
ocupacionais observáveis no ambiente físico, padrões de
relação de trabalho, carga física e mental requerida para cada
atividade, implicações políticas e ideológicas, dinâmicas da
liderança empresarial e do poder formal até o significado do
trabalho em si, relacionamento e satisfação no trabalho”.
ALBUQUERQUE e FRANÇA (1997) consideram que a sociedade vive
em tempos de novos paradigmas de modos de vida, tanto dentro, quanto fora
de uma organização, consequentemente gerando novos valores e procura por
Qualidade de Vida no Trabalho, tais autores afirmam que outros tipos de
ciências têm contribuído para o estudo da QVT, tais como:
19
a) Saúde – a ciência busca preservar a saúde física e mental, assim
como a social do indivíduo e não apenas trabalhar com a prevenção de
doenças , busca-se gerar avanço biomédico e maior expectativa de vida.
b) Ecologia – Visualiza o indivíduo como responsável pela preservação
do sistema dos seres vivos e dos insumos da natureza.
c) Ergonomia – Realiza estudos sobre as condições de trabalho ligadas
às pessoas. Tem como fundamento a medicina, a psicologia, a motricidade, a
tecnologia industrial, objetivando o conforto no serviço.
d) Psicologia – Acoplada a filosofia procura demonstrar a influência das
atitudes internas e perspectivas de vida individual em seu trabalho e a
relevância do significado peculiar das necessidades individuais para o
envolvimento com o trabalho.
e) sociologia – Readquiri a dimensão simbólica que é associar e
construir socialmente.
f) Economia – Destaca que os bens são finitos e que sua distribuição,
recursos e serviços precisam envolver de forma equilibrada a responsabilidade
e os direitos de uma determinada sociedade.
g) Administração – Busca o aumento da pré disposição em impulsionar
recursos para atingir resultados em ambiente cada vez mais heterogêneos,
alteráveis e competitivos;
h) Engenharia – Elabora formas de produção voltadas a tornar menos
rígidas as manufaturas, armazenamento de materiais, uso da tecnologia
disponível, planejamento de trabalho e controle de processos..
WALTON, afirma que
“a expressão Qualidade de Vida, tem sido usada com
frequência para descrever valores ambientais e humanos
negligenciados pelas sociedades industriais, em favor do
avanço tecnológico da produtividade e do crescimento
econômico”. (apud, RODRIGUES, 1999, p. 81).
20
Ainda, WALTON demonstra oito categorias conceituais, sendo estas:
1) Uma compensação justa e adequada
2) Condições de trabalhos
3) Uso de desenvolvimento e capacidades
4) Oportunidade de segurança e crescimento
5) Integração social na organização
6) Constitucionalismo
7) Trabalho e espaço total de vida
8) Importância social do trabalho na vida
Já SUCESSO (1998), afirma que Qualidade de Vida no Trabalho
compreende:
Renda capaz de satisfazer às expectativas pessoais e sociais;
Orgulho pelo trabalho realizado
Vida emocional satisfatória
Autoestima
Imagem da empresa/Instituição junto a opinião pública
Equilíbrio entre trabalho e lazer;
Horários e condições de trabalho sensatos
Perspectivas e oportunidades de seguir carreira dentro de uma
organização
Possibilidade do uso do potencial do indivíduo
Respeito aos direitos e justiça nas recompensas.
As definições de qualidade de vida, conforme vimos, não é novidade,
mas a prática tem sido inadequada. De acordo com ALBUQUERQUE(1998):
“(…) existe uma grande distância entre o discurso e a prática
(…). A maioria dos Programas de QVT origina-se das
atividades de segurança e saúde no trabalho e muitos nem
sequer se associam a Programas de Qualidade Total ou de
melhoria no clima organizacional.
QVT só faz sentido quando deixa de ser restrita a Programas
internos de saúde ou lazer e passa a ser discutida num sentido
mais amplo, incluindo qualidade das relações de trabalho e
21
suas conseqüências na saúde das pessoas e da
Organização…”
O autor continua afirmando que:
“QVT é uma evolução da Qualidade Total. É o último elo da
cadeia (…). O espaço que tem que se desenvolver é de
conscientização e preparação para uma postura de qualidade
em todos os sentidos. É necessária a coerência em todos os
enfoques. Qualidade de Vida significa condições adequadas e
os desafios de respeitar e ser respeitado como profissional (…).
(apud, ASSIS, 1995, P.29)”.
Um lugar adequado para trabalhar possibilita as pessoas, além de
tarefas, outros compromissos em suas vidas, como a família, os amigos e as
atividades pessoais. “Da perspectiva de um empregado, isto é uma questão
fundamental de justiça” (LEVERING, 1986).
Já o autor FREITAS (1999, P.7), afirma que as empresas não estão
sendo solicitadas a deixar a visão econômica do mundo. Elas devam
transformar em ações o que costumam pregar em discursos que dizem que o
ser humano é o seu principal “ativo”.
“O ser humano, mortal e frágil, tem seus defeitos, comete erros
e faz suas bobagens, mas quando ele é estimulado a substituir
o coração por um chip ou máquina registradora, o mundo deve
ter medo.”
Se o ser humano é um ser racional e dotado de uma inteligência a nós
inerente, temos que agir como tal. O ambiente de trabalho, atualmente, causa
insatisfação com ideias e conceitos de grande valor, muitas das vezes não são
reconhecidos, aceitos e utilizados, por conta de transformações que estas
exigem. Seguindo a mesma linha de raciocínio, DE MASI (2000, P.330) aponta
que:
“O novo desafio que marcará o século XXI é como inventar e
difundir uma nova organização, capaz de elevar a qualidade de
vida e do trabalho, fazendo alavanca sobre a força silenciosa
do desejo de felicidade.”
22
Basicamente a QVT se baseia numa condição mínima, que é o fato do
individuo precisar ter suas necessidades básicas atendidas, para que este
possua uma QVT em um nível alto. Os indivíduos precisam apresentar boas
condições de saúde, se dispor do necessário, ou seja, o suficiente para se
alimentar e um lugar para residir. Quando estas necessidades estão
disponíveis, determina-se a QVT de um indivíduo justamente por meio de sua
personalidade, desejos e o grau de realização pessoal.
Desta maneira, a Qualidade de Vida no Trabalho está ligada ao nível
de felicidade ou insatisfação com a carreira.
Portanto são nesses conceitos que a Qualidade de Vida no Trabalho é
construída e reconstruída, é com base nestes conceitos que se pretende
entender a necessidade de uma QVT tanto para o indivíduo quanto para uma
organização em geral.
23
CAPÍTULO II
ALGUMAS QUESTÕES IMPORTANTES PARA A
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
2.1. Variáveis determinantes da QVT
Neste capítulo, serão apresentadas algumas variáveis que determinam
a Qualidade de Vida que CHIAVENATO (2008), desenvolveu em sua obra,
sobre Qualidade de Vida no Trabalho. O autor tomou como base alguns fatores
importantes para que a QVT se desenvolva numa determinada organização.
A Qualidade de Vida realiza a comparação de duas posições distintas:
a reivindicação dos colaboradores no que diz respeito a satisfação e bem estar
dentro de uma organização; e no que diz respeito as organizações valorizarem
os efeitos a respeito de produtividade e qualidade.
Segundo CHIAVENATO (2008), a preocupação a respeito da QVT, por
parte da sociedade, a pouco tempo, se estendeu a situação de trabalho, como
integrante de um ambiente Heterogêneo.
CHIAVENATO (2008), afirma que podemos determinar a QVT por
diversos fatores. Segundo o autor, a QVT não é determinada somente por
características individuais ou situacionais, mas principalmente pela atuação
sistêmica das características individuais e organizacionais. Estes fatores se
relacionam objetivando o atendimento de necessidades e objetivos tanto por
parte dos colaboradores quanto por parte de uma determinada organização.
O autor diz que a QVT implica em duas posições antagônicas, sendo a
primeira a reivindicação dos empregados em relação ao bem estar e a
satisfação no trabalho, já a segunda esta relacionada no interesse das
organizações nos efeitos potencializadores sobre produtividade e qualidade.
De acordo com CHIAVENATO (2008) o desempenho do cargo e o
clima organizacional são fatores importantes para determinar a QVT. Caso seja
uma qualidade pobre, o colaborador estará conduzido a alienação e a
insatisfação, como também à má vontade e a baixa da produtividade e a
comportamentos anti éticos, como o roubo, sabotagem, rotatividade,
24
absenteísmo, militância sindical etc. Apresentando uma rica QVT, o clima será
de mutuo respeito e confiança, onde o indivíduo tem a tende em aumentar sua
contribuição consequentemente aumentará sua produtividade, ou seja
produzirá um aumento da contribuição dentro de uma organização, assim como
eleva suas oportunidades de êxito psicológico. Desta maneira, a administração
poderá promover uma redução de mecanismos rígidos de controle social.
CHIAVENATO (2008), ainda, expõe denominação de fatores e algumas
variáveis determinantes da QVT, sendo estas respectivamente:
Competência Gerencial - Apoio Socioemocional; Orientação técnica;
Igualdade de tratamento; Gerenciamento pelo exemplo.
Identificação com a empresa - Identidade com a tarefa; Identificação com a
empresa; Imagem da empresa.
Preocupação assistencial com os funcionários – Prestar assistência aos
funcionários objetivando a Assistência familiar.
Oportunizar a efetiva participação – Criatividade; Expressão pessoal;
Repercussão de idéias dadas;
Visão humanista da empresa – Educar com a finalidade de conscientizar,
orientar as pessoas e responsabilidade comunitária.
Equidade salarial – Salários com equidade interna, salários com equidade
externa.
2.2. Definição de Higiene do trabalho
CHIAVENATO (2008) define Higiene do trabalho como sendo
“um conjunto de procedimentos e normas que visam proteger a
integridade metal e física do colaborador, evitando riscos de
saúde referentes aos afazeres do cargo, assim como ao
ambiente físico onde as atividades são executadas,
preservando-os dos riscos de saúde inerentes às tarefas do
cargo e ao ambiente físico onde são executadas as suas
atividades laborais”.
Já TOLEDO (1992), afirma que a higiene, a saúde ocupacional e
segurança no trabalho são tidas como medidas de proteção tanto dos
25
indivíduos e quanto dos bens da empresa. A higiene do trabalho certamente
possui caráter preventivo cujo objetivo é a saúde e o conforto do colaborador,
prevenindo doenças, sendo assim evita a ausência provisória ou definitiva do
trabalho.
O autor continua, enfatizando alguns objetivos da higiene que são:
Eliminar não só doenças profissionais mas também as causas
destas por meio de medidas preventivas e o controle dos agentes
ambientais;
reduzir os efeitos que são prejudiciais ocasionados pelo trabalho
em indivíduos doentes ou portadores de necessidades especiais
Prevenir o agravamento de doenças e lesões.
Manter a saúde dos colaboradores e o aumento da produtividade
através do controle do ambiente de trabalho.
2.2.1. Objetivo da Higiene no trabalho
CHIAVENATO (2008), afirma que a higiene do trabalho possui objetivo
preventivo, pois tem como objetivo a saúde e o conforto do colaborador,
evitando doenças e a ausência temporária ou definitiva no trabalho por parte do
colaborador.
O autor destaca alguns dos principais objetivos da higiene do trabalho,
sendo estes:
Eliminar causas de doenças profissionais;
Reduzir os efeitos prejudiciais ocasionados pelo trabalho em pessoas
doentes ou portadores de necessidades especiais
Prevenir o agravo de doenças e lesões
Manter a saúde dos colaboradores, assim como o aumento da
produtividade através do controle do ambiente de trabalho.
BAPTISTA (1974) chama atenção ao afirmar que os objetivos da higiene
do trabalho poderão ser obtidos por meio de:
“uma educação de operários, chefes, gerentes e etc.,
apontando os perigos existentes e ensinando formas de evitá-
los; Continuo estado de alerta contra risco que existem no
26
ambiente de trabalho e estudar e observar os processos ou
materiais a serem utilizados. A higiene do trabalho engloba o
estudo e controle de ações de trabalho, que são as variáveis
da situação que exercem influência no comportamento
humano”. (apud, CHIAVENATO, 2008, p. 349)
2.3. Conceito de saúde ocupacional
Ainda, de acordo com CHIAVENATO (2004) é possível definir saúde
como um estado físico, mental e social de bem estar, tendo ênfase no corpo, na
mente e nos padrões sociais. O próprio local de trabalho onde o indivíduo está
inserido pode ocasionar doenças e como conseqüência a saúde deste, poderá
estar prejudicada não somente por doenças, mas também por acidentes ou
algum tipo de estresse.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde ocupacional tem
como finalidade promover condições laborais que garantam um grau maior de
qualidade de vida no trabalho, protegendo a saúde dos colaboradores de uma
determinada organização, preocupa-se, desta forma com os três pilares do
bem estar, que são o físico, psicológico e o social. Os Serviços de Saúde
Ocupacional tem como função, promover condições de trabalho que elevam o
grau de qualidade de vida no trabalho, trabalhando coma prevenção e controle
de acidentes e doenças, reduzindo algumas situações/condições de risco. A
saúde ocupacional não se encontra limitada apenas a cuidar das condições
físicas do colaborador, como também busca cuidar das condições psicológicas.
A saúde ocupacional, para os empregadores, objetiva apoiar o
funcionário que busca se aperfeiçoar, conservar, ou obtiver uma melhora em
sua capacidade de trabalho.
27
2.4. Conceito de Segurança do Trabalho
CHIAVENATO (2008), afirma que segurança do trabalho,
“corresponde a um conjunto de medidas técnicas,
educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir
acidentes, eliminando as condições impróprias do ambiente
onde se trabalha, instruindo e educando, procurando
convencer os indivíduos a adotarem práticas preventivas”.
28
CAPÍTULO III
PRINCIPAIS ABORDAGENS DA QUALIDADE DE VIDA
NO TRABALHO DE ACORDO COM ALGUNS AUTORES
3.1. Abordagem de Walton (1973)
Segundo WALTON (1973, apud RODRIGUES, 2001, p.31),
“o termo QVT freqüentemente tem sido usado com o objetivo
de descrever certos valores, tanto ambientais quanto humanos,
que geralmente são negligenciados pela sociedade industrial,
por conta da evolução tecnológica, da produtividade e do
crescimento da economia”.
O referido autor contribui ainda, com alguns questionamentos que
servem como diretrizes para os oito critérios de QVT, nas quais estas oito
categorias são propostas, com a intenção de fornecer estruturas que analisem
as características da Qualidade de Vida no Trabalho. Sendo estas:
Compensação adequada e justa; condições de segurança e saúde do
trabalhador, oportunizar o indivíduo a utilizar e desenvolver capacidade
humana; oportunidade, no futuro, para o indivíduo crescer de forma contínua e
ter segurança; integração social do indivíduo dentro da organização de
trabalho, constitucionalismo na organização do trabalho; trabalho e espaço total
de vida.
São elas: compensação adequada e justa; condições de segurança e
saúde do trabalho; oportunidade imediata para a utilização e desenvolvimento
da capacidade humana; oportunidade futura para crescimento contínuo e
segurança; integração social na organização de trabalho; o constitucionalismo
na organização do trabalho; o trabalho e o espaço total da vida; e a importância
social da vida do trabalho; e a relevância social da vida do trabalho, como
mostra a tabela da página seguinte.
29
QUADRO 1- FATORES DE QUALIDADE DE VIDA
Fonte: CHIAVENATO, 1999, p.393.
Fatores de Qualidade de Vida Dimensões
– Compensação Justa e Adequada
Salário adequado ao trabalhador
Equidade ou compatibilidade externa
Equidade ou compatibilidade interna
– Condições de segurança e saúde no
trabalho
Jornada de Trabalho
Ambiente físico (saudável e seguro)
– Utilização e desenvolvimento de
capacidades
Autonomia.
Significado da tarefa.
Identidade da tarefa.
Variedade de habilidades.
Retroação e retro informação.
– Oportunidades de crescimento
contínuo e segurança
Possibilidade de carreira.
Crescimento profissional.
Segurança do emprego.
– Integração social na organização
Igualdade de oportunidades.
Relacionamentos interpessoais e grupais.
Senso comunitário.
– Garantias constitucionais
Respeito às leis e direitos trabalhistas.
Privacidade pessoal.
Liberdade de expressão.
Normas e rotinas claras da organização.
Trabalho e espaço total de vida Papel balanceado do trabalho na vida
pessoal
Relevância social da vida no trabalho Imagem da empresa.
Responsabilidade social pelos produtos.
30
3.2. A abordagem de Westley (1979)
William Westley (RODRIGUES, 2011), classifica e realiza uma análise
de quatro problemas que impactam diretamente na QVT tornando-se um
obstáculo a esta, sendo estes: econômico, político, psicológico e o sociológico.
Os problemas econômicos consequentemente levariam a injustiça, o político
como consequência traria a insegurança, a psicologia levaria a alienação e o
sociológico levaria a um desrespeito as normas sociais (anomia), como
demonstra o quadro da página seguinte:
QUADRO 2- NATUREZAS E SINTOMAS X AÇÕES
Natureza do
Problema
Sintoma do
Problema
Ação para
solucionar o
problema
Indicadores Propostas
Econômico
(1850)
Injustiça União dos
trabalhadores
Insatisfação e
Greves
Cooperação, divisão dos
lucros e participação nas
decisões
Político
(1850 – 1950)
Insegurança Posições
Políticas
Insatisfação e
Greves
Trabalho
Autosupervisonado;
Conselho de
trabalhadores;
Participação nas decisões
Psicológico
(1950)
Alienação Agentes de
mudanças
Desinteresse
e
absenteísmo
Enriquecimento das
tarefas
Sociológico Anomia Auto
Desenvolvimento
Ausência de
um
significado do
trabalho e
absentismo
Métodos Sociotécnicos
aplicados aos grupos
Fonte: RODRIGUES, 2011, p.85.
31
3.3. A abordagem de Davis e Werther (1983)
Segundo RODRIGUES (2011), os autores Davis e Werther (1983),
analisam que a QVT esta afetada por diversos fatores como supervisão,
condições de trabalho, pagamento de benefícios e projetos que envolvem o
cargo. Porém a natureza do cargo envolve intimamente o colaborador.
RODRIGUES (2011), ainda afirma que Davis e Werther visualizam o
Projeto de cargos em três níveis: o organizacional, ambiental e o
comportamental. Conforme mostrado abaixo:
Fatores Ambientais: Sociais, Tecnológicos, Culturais, Econômicos e
Governamentais;
Fatores comportamentais: Necessidades de Recursos Humanos,
Motivação e Satisfação;
Fatores Organizacionais: Propósito, Objetivos, Organização,
Departamentos e Cargos.
3.4. A abordagem de Huse e Cumming (1985)
Segundo RODRIGUES (2011, p. 90) Huse e cumming afirmam que a
QVT pode ser conceituado como uma forma de pensar que envolve indivíduos,
trabalho e organização, onde se destacam dois diferentes aspectos:
1) Preocupação com o bem-estar do trabalhador e com eficiência
organizacional;
2) Participação dos trabalhadores nas decisões e problemas
envolvendo o trabalho;
Ainda, segundo o autor, Huse e Cumming tornam o conceito de
Programa de QVT diferentes de outras abordagens tradicionais. Quatro
Programas tornam explícito conceito de Qualidade de Vida no Trabalho, sendo
estes:
Participação do trabalhador nos problemas e soluções numa
determinada organização;
Projeto de cargo;
Inovação nos sistemas de recompensa;
32
Melhora no ambiente de Trabalho.
3.5. A abordagem de Nadler e Lawler (1983)
Nadler e Lawlwer (RODRIGUES, 2011), identificaram os fatores que
visualizam o sucesso dos projetos relacionados a QVT, sendo eles:
1) Percepção das necessidades;
2) Atenção no problema enfatizado, dentro da organização;
3) Estrutura para identificar e solucionar o problema, modelo/teoria de
projeto de treinamento e participantes;
4) Compensações projetadas tanto para os processos quanto para os
resultados;
5) Diversos sistemas afetados;
6) Amplo envolvimento da organização.
Para um bom desempenho de um Programa de QVT, existem três
necessidades básicas:
a. Desenvolver projetos em três diferentes níveis;
b. Mudanças nos sistemas de gerenciamento e disposições
organizacionais;
c. Mudanças no comportamento do gerenciamento superior.
Ainda, segundo RODRIGUES (2011), Nadler e Lawlwe afirmam que as
organizações têm dado uma crescente atenção as práticas de qualidade de
vida de gerenciamento e ao impacto que estes fatores têm sobre os indivíduos
e que a QVT busca fatores positivos com grande potencial para o crescimento
do desempenho dentro de uma organização.
33
CONCLUSÃO
O trabalho ajuda na compreensão que a Qualidade de Vida no Trabalho
é fundamental tanto para o colaborador quanto para a organização em si, e
necessária para a obtenção de um local de trabalho prazeroso e menos
desgastante.
No entanto pode-se perceber que QVT, se estabelece por fatores
internos e externos, contribuindo para um todo.
Também foi possível compreender que os Programas ligados a
Qualidade de Vida no Trabalho quando utilizados apresentam um resultado
positivo para todos os envolvidos numa organização
De fato demonstra-se alguns conceitos usados para definir a QVT,
segundo alguns autores, isso demonstra que a QVT apresenta um amplo
espaço de discussão.
Vale ressaltar, portanto, que estes vários conceitos de QVT foram
construídos ao longo de diferentes décadas, pelos mais diversos estudioso do
assunto.
A partir deste trabalho, pode-se perceber que as organizações, uma vez
que aderirem um Programa de QVT, claramente obterão melhores resultados
em seus negócios.
Portanto, estudar QVT, é necessário para compreender as mais diversas
formas de promover uma organização “sadia” com gestores e colaboradores
satisfeitos e em harmonia, o que trará diversos resultados a estes.
34
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