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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Coordenação de Estágio Supervisionado
Disciplina Estágio Supervisionado II
Semestre letivo 2017.1
TRABALHO TÉCNICO
Sistema e manual de controle de estoque para a Eudan Pré-moldados
Organização campo de estágio: Eudan pré-moldados
Aluno estagiário: Eufrásio Dantas Rocha Junior
Supervisor acadêmico: Me. Danilo Gonçalves Rodrigues
Supervisor de campo: Eufrasio Dantas
PAU DOS FERROS - RN
2017
APRESENTAÇÃO
Diante dos conteúdos expostos durante o curso de Administração ansiamos ver a teoria
em prática. Para tanto, propomo-nos a desenvolver um trabalho acadêmico com o objetivo de
abordar as teorias que, quando colocadas em prática, podem trazer grandes contribuições para
a sociedade além do âmbito acadêmico. Assim, este se trata de um trabalho técnico que possui
como objeto de estudo a empresa Eudan Pré-moldados.
A Eudan Pré-moldados é uma pequena empresa do setor de construção civil,
especializada na produção de pré-moldados, situada em Portalegre, Rio Grande do Norte, a
mais de 20 anos. Uma empresa familiar administrada pelo mesmo dono por todos esses anos, o
que garantiu sua autenticidade na forma de trabalhar.
Pelo mesmo fato, porém, ela possui uma certa rigidez para novidades tecnológicas. A
empresa apresenta grandes mudanças na sua estrutura, mas poucas na forma como é
administrada. A escassa tecnologia é uma característica forte, ou seja, a maioria dos seus
processos são realizados manualmente. Da mesma forma, toda a administração é realizada,
predominantemente, de forma intuitiva, tomando como base a experiência do dono.
Dessa maneira, o objetivo desse trabalho é produzir uma ferramenta de controle de
estoque que auxilie a administração da Eudan Pré-moldados a tomar decisões importantes,
baseadas em informações reais e pautadas nos conhecimentos teóricos. Com esse objetivo
alcançado, espera-se que a ferramenta diminua os custos gerados pelo estoque e amenize a
ocorrência de falhas e erros devido à falta de informação.
Para isso, este trabalho é composto dos seguintes elementos: Sistema de Controle de
Estoque e Manual de Controle de Estoque. O Sistema de Controle de Estoque e um manual em
formato digital estão inseridos em um CD-ROM, como pode ser visto no Apêndice B. O Manual
de Controle de Estoque, no formato que será entregue a empresa (impresso e encadernado) pode
ser conferido no Apêndice C.
As informações utilizadas para a produção do trabalho, tanto do sistema como do
manual, são simulações em razão da falta de controle da empresa, o que a faz não ter dados
concretos do seu funcionamento. Essas simulações foram baseadas no convívio na empresa
durante o estágio e nas conversas informais com o dono.
JUSTIFICATIVA
Uma gestão de sucesso está pautada, dentre outras coisas, em possuir o controle. Gerir
a entrada e saída de produtos, por exemplo, pode prevenir diversos problemas organizacionais.
É preciso que os empreendedores e gestores entendam que o seu estoque representa dinheiro e
lucro parado da empresa. Isto é, caso ocorra alguma falha ou irresponsabilidade com o estoque,
elas atingirão diretamente o capital da empresa. Diante da gestão de um empreendimento a
regra é: possuir o controle total. O Controle de Estoque é uma alternativa importante para isso.
Quando bem utilizado, contribui para a organização interna do empreendimento e,
consequentemente, para o sucesso do negócio.
Sabendo que o controle de estoque é utilizado, basicamente, para mostrar a quantidade
e a variedade de produtos disponíveis, abrangendo entrada e saída, percebemos que essa
ferramenta possibilita um pensamento estratégico da quantidade certa de estoque que deverá
estar no lugar certo e na hora certa. Uma vez que guiada por um eficiente controle de estoque a
empresa deverá sempre responder aos seguintes questionamentos: Há local apropriado para
armazenagem? O que estocar? Quando estocar e por quanto tempo? Ou seja, um controle de
estoque eficiente consegue garantir à empresa a utilização correta de seu capital, protegendo a
produção, bem como os vendedores de possíveis faltas do produto a ser vendido e,
consequentemente, é capaz de evitar prejuízos. Gerir o estoque guia a empresa a alcançar o
lucro e a satisfação dos clientes, seus principais objetivos. Quem possui o controle garante
melhores preços, atendimento ágil e qualidade.
Ao realizar a análise SWOT (Figura 1) da Eudan Pré-moldados foi possível levantar
diversos pontos positivos e negativos da empresa, e; assim, ter algumas percepções sobre ela.
Dentre elas, constatou-se durante esse período que a organização possui falhas administrativas
em diversas áreas. Estas falhas estão presentes principalmente pela falta de atualização
tecnológica na empresa, decorrente da pouca escolaridade do proprietário e da rigidez para
inovações pouco conhecidas por ele.
Fonte: Produção Própria.
Dentre as falhas constatadas, notou-se que a empresa em questão não possui nenhum
tipo de controle sistemático. Todas as informações sobre todos os aspectos pertinentes à
organização estão limitadas ao conhecimento intuitivo e experiencial do dono. Dessa maneira,
os dados, que poderiam proporcionar informações indispensáveis para a sobrevivência e saúde
da organização, se transformam em uma armadilha em potencial para a empresa. Já que, sem a
devida importância, tratados de maneira incorreta e rodeados de empirismo, podem acarretar
na tomada de decisões erradas.
A Eudan Pré-moldados é uma pequena empresa do ramo da construção civil, focada em
revender materiais e produzir seus próprios produtos. Durante a permanência na organização
se percebeu que o processo produtivo é contínuo diante da grande variedade de produtos
produzidos pela empresa, onde uma considerável parcela das matérias-primas é transformada
em produtos. A reposição do estoque desses materiais é dada mediante a percepção do
empresário de que os mesmos estão com poucas unidades ou que já não estejam disponíveis
devido alguma demanda não prevista. Esse fato, consequentemente, gera um problema já que
a falta de matéria-prima limita a produção.
Dessa forma, embora seja uma empresa de pequeno porte, notou-se que a atividade gera
uma grande quantidade de estoque para a empresa, o que implica na necessidade de lidar na sua
• Tempo de mercado
• Fidelidade dos clientes
• Variedade de produtos
• Bom atendimento
• Localização
• Preço não competitivo
• Falta de Controle
• Pouco capital para investimento
• Instabilidade de fornecimento
• Falta de tecnologia
• Surgimento de novos produtos
• Parcerias
• Mercado estabilizado
• Novos fornecedores
• Concorrência
• Surgimento de novas tecnologias
• Momento financeiro
Forças Fraquezas
Oportunidades Ameaças
Figura 1 - Analise SWOT
rotina com a produção e armazenagem de produtos que, por sua vez, nos levam a identificar a
importância de um controle de estoque. Considerando que o maior foco da empresa é a sua
vertente industrial, de onde vem a maior parcela do seu lucro, este trabalho está focado nesta
área a fim de agregar valor e conhecimento à empresa em questão.
Com toda essa percepção, decidiu-se por desenvolver algo que auxiliasse a empresa a
controlar a sua maior fonte de aplicação de capital: o estoque. Principalmente em uma empresa
com viés industrial o controle do estoque é primordial já que para o seu pleno funcionamento
ela depende da disponibilidade e do bom gerenciamento do seu estoque a tempo hábil.
Procurando amenizar essas possíveis perdas advindas da falta de controle desenvolvemos uma
planilha para o controle de uso do estoque baseada em cálculos realizados com o auxílio do
Excel e um manual constando as instruções para utilização da planilha e os principais conceitos
de estoque com o intuito de proporcionar a empresa noções sobre esse importante aspecto e
auxiliar no seu controle.
DESCRIÇÃO DA PROPOSTA DE TRABALHO TÉCNICO
O trabalho consiste em um sistema de controle de estoque constituído por uma planilha,
construída no Excel, que oferece diversas informações a respeito da administração de estoques.
Para facilitar a compreensão do sistema também foi desenvolvido um manual, contendo a
descrição de cada tema abordado na planilha, assim como a explicação do seu funcionamento.
Serão entregues à empresa um CD-ROM contendo a planilha do sistema de controle de estoque
e o manual em formato digital que também será entregue impresso e encadernado.
O Sistema de Controle de Estoque foi desenvolvido com o intuito de auxiliar a empresa
a tomar decisões. Levando em conta a falta de tecnologia e a rigidez presentes na empresa, o
sistema foi construído de maneira a ser de fácil utilização, exigindo o mínimo de esforço
possível, por parte da empresa, para gerar as informações. Para isso foram utilizadas diversas
fórmulas, disponibilizadas pelo Excel, para tornar a planilha automática. Essas fórmulas
utilizam os dados inseridos em uma única aba da planilha e geram automaticamente as
informações pertinentes as outras abas.
A planilha é composta por sete abas: Histórico de Vendas, Média Móvel, Média Móvel
Ponderada, Média com Ponderação Exponencial, Curva ABC, Estoque Mínimo e Giro e
Antigiro. Estas abas são interligadas e trocam informações entre si. Somente a aba Histórico de
Vendas exige a inserção de dados pela empresa e as outras abas utilizam esses dados para seus
devidos fins.
O Manual de Controle de Estoque tem como objetivo facilitar o entendimento, a
utilização e, principalmente, a implementação do Sistema de Controle de Estoque. O manual
está estruturado da seguinte forma: Apresentação, Sistema de Controle de Estoque, Previsão de
Estoque, Histórico de Vendas, Método da Média Móvel, Método da Média Móvel Ponderada,
Método da Média Móvel com Ponderação Exponencial, Curva ABC, Estoque Mínimo, Giro e
Antigiro, Referências. Em cada Seção é abordado um pouco sobre o que é o tema e como se dá
o seu funcionamento dentro do sistema.
Com este trabalho, que tem como base teórica autores como Dias (2009) e Machline
(1981), espera-se que a Eudan Pré-moldados possa tomar decisões mais assertivas em relação
ao seu estoque e assim diminuir os seus custos. A partir da utilização desse sistema a empresa
deverá conseguir analisar as vendas e como o seu estoque está trabalhando, permitindo-a ter a
ciência sobre o comportamento dos seus produtos.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente ao único que é digno de todas as coisas, a Deus, pelo qual tudo que foi
feito se fez e sem o qual eu não estaria aqui. Ao que me deu sabedoria quando a mente queria
falhar, que me deu descanso quando o cansaço se fazia presente. Ao que me deu paz quando
tudo parecia dar errado, que me deu ânimo quando tudo era tristeza.
A vocês, Jesus e Espirito Santo, que sempre estão ao meu lado, a minha mais profunda
gratidão. Amo vocês três.
Ao meu orientador, Me. Danilo Gonçalves Rodrigues, toda a minha gratidão pela
paciência e pelo empenho para comigo e este trabalho. Sem o senhor isto não estaria sendo
escrito.
À minha família que me sustentou e foi a minha base por todos esses árduos anos de
graduação. Sem os quais eu não seria quem sou, nem estaria onde estou.
Pai, Eufrasio Dantas, e Mãe, Maria Dária da Fonseca Rocha Dantas, amo vocês com
todo meu coração.
Linda, Jânio e meu sobrinho lindo, Matheus Lucca, muito obrigado por serem um
refúgio quando algo dava errado e quando eu precisava escapar um pouco da faculdade. Amo
vocês.
Vivianny, obrigado por me atrapalhar, pedir meu notebook quando eu estava usando ou
me pedir para fazer algo. Foram momentos necessários. Amo você.
À minha noiva e futura esposa, Rafaella Albuquerque, minha gratidão de todo o meu
coração. Foi você que esteve comigo nos momentos que só Deus me acompanhava. Foi você
que me ajudou diretamente por todos esses anos e nunca relutou em me estender a mão. Se hoje
escrevo estas linhas foi porque você me ajudou. Que o meu amor seja teu e que o nosso amor
seja d’Ele.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BASSOLI, Hilda Maria et al. Aplicação de modelos de previsão de demanda para a gestão de
estoques de um processo produtivo de uma indústria madeireira. v.6, n.1. Botucatu, SP: Tekhne
e Logos, 2015.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6. ed. –
São Paulo: Atlas, 2009.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4. ed. São
Paulo: Atlas, 1993.
FURTADO, Maurício Rocha. Aplicação de um modelo de previsão da demanda total nos
credenciados belgo pronto. 2006. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2006_3_Mauricio.pdf>. Acesso em: 10 Out 2017.
MACHLINE, Claude. Compras, estoques e inflação. 1981. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rae/v21n2/v21n2a01>. Acesso em: 10 Out 2017.
MARTINS, PETRÔNIO GARCIA; ALT, PAULO RENATO CAMPOS. Administração de
materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2003.
MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da Produção e Operações. 2. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2011.
POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística.
6. ed. São Paulo: Atlas, 2010
ROMITO ET AL. Gestão de Estoques: um Estudo em Empresa de Comércio Varejista. In:
VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 8. 2011, Resende. Artigo. Rio de Janeiro:
2011. p. 1-8.
VON DENTZ, Jean Carlos. Aprenda como calcular o giro de estoque da sua empresa. 2016.
Disponível em: <https://blog.contaazul.com/giro-de-estoque/> Acesso em: 07 Out 2017.
APÊNDICES
Apêndice A – Plano de Ação (5W2H)
Apêndice B – Sistema de Controle de Estoque
Apêndice C – Manual de Controle de Estoque
Apêndice A
Plano de Ação (5W2H)
Apêndice B
Sistema de Controle de Estoque
Aba
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Aba
Mét
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Móvel
Aba
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Aba
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o e
Anti
gir
o
Apêndice C
Manual de Controle de Estoque
1
2
Proprietário da Eudan Pré-moldados
Eufrasio Dantas
Autor
Eufrásio Dantas Rocha Junior
Graduando em Administração pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN
Coautor
Danilo Gonçalves Rodrigues
Professor/Orientador de Administração pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN
Mestre em Administração pelo Programa de Pós-Graduação em Administração (UFPB)
3
Sumário
Introdução ..................................................................................................................... 04
1 Sistema de controle de estoque .................................................................................. 05
2 Previsão de estoque .................................................................................................... 08
2.1 Histórico de vendas ................................................................................................. 08
2.2 Método da média móvel ........................................................................................... 10
2.3 Método da média móvel ponderada .......................................................................... 11
2.4 Método da média com ponderação exponencial ....................................................... 14
3 Curva ABC ............................................................................................................. 16
4 Estoque mínimo ...................................................................................................... 18
5 Giro e Antigiro ........................................................................................................ 21
6 Conclusão ................................................................................................................ 24
7 Referências ............................................................................................................. 25
4
Introdução
Esse manual tem como objetivo facilitar a utilização do Sistema de Controle de
Estoque. Apresentando ao empresário técnicas e práticas de como administrar o estoque
de sua empresa e instruí-lo sobre a utilização das planilhas de controle que o
acompanham.
O estoque é a seção da empresa onde estão os recursos necessários para o
funcionamento da mesma, sejam matérias primas para a sua produção ou materiais para
o dia a dia ou ainda produtos para revenda. Na maioria dos casos, é no estoque que se
encontra aplicado a maior parte do investimento e capital das empresas, o que o torna
uma área que demanda importante atenção, muitas vezes omitida por descaso ou falta de
informação. Por isso, a Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais desenvolveu
diversas técnicas para o melhor gerenciamento dessa área.
A função da administração de estoque é dar suporte as vendas e ao planejamento
da produção e diminuir o investimento em estoques, já que ele é caro e tende a aumentar.
O estoque é onde os produtos estacionam entre a produção e a venda final, sendo
impossível trabalhar sem ele. A minimização do estoque é uma das metas prioritárias para
a gerencia financeira (DIAS, 2009).
Este manual tem como base teórica autores como Dias (2009) e Machline (1981).
Entendendo a importância devida a administração de estoques, este manual apresentará,
a seguir, técnicas sobre controle de estoque. Todas essas técnicas estão acompanhadas de
planilhas do Excel que fornecerão informação de suma importância para o empresário.
5
Figura 2 - Sistema de controle de estoque
1 Sistema de controle de estoque
O sistema de controle de estoque, que é o objeto desse manual, foi desenvolvido
com o auxílio da ferramenta Microsoft® Excel 2016. Esse sistema está estruturado em
sete abas pertencentes a uma planilha do Excel, as abas são interligadas e utilizam
informações umas das outras para gerar os resultados desejados.
A planilha é totalmente autônoma, exigindo apenas a inserção de dados iniciais
para a alimentação do sistema e as fórmulas presentes nas abas geram os resultados
automaticamente para cada informação desejada. As abas que compõem o sistema são:
histórico de vendas, média móvel, média móvel ponderada, média com ponderação
exponencial, curva ABC, estoque mínimo, giro e antigiro. Cada uma dessas abas terá seu
funcionamento descrito no decorrer desse manual.
Fonte: Produção própria.
Todas as linhas ou colunas presentes na planilha identificadas como “Demanda”
são preenchidas automaticamente com os valores obtidos na aba “Histórico de Vendas”,
utilizando a fórmula =’Histórico de Vendas’!$J$19, que pode ser observada na Figura 2,
onde o sinal “=” representa o início de uma fórmula. O termo “’Histórico de Vendas’”
6
Fonte: Produção própria. Fonte: Produção própria.
Figura 3 - Fórmula de espelhamento de células
Figura 5 - Fórmula teste lógico Figura 4 - Resultado teste lógico
diz que o valor desejado encontra-se na aba “Histórico de Vendas” e “!$J$19” especifica
a célula desejada. No exemplo da Figura 2, o valor que deverá ser espelhado na célula
demanda para janeiro está na célula J19 da aba Histórico de Vendas. Dessa forma, ocorre
em todas as células de “Demanda” mudando apenas a célula deseja para o espelhamento.
Fonte: Produção própria.
O sistema também faz uso de uma ferramenta do Excel conhecida como Teste
Lógico, =SE(teste_lógico; [valor se verdadeiro]; [valor se falso]). Como podemos ver no
exemplo da Figura 3, o resultado da fórmula presente na célula de previsão para novembro
(D12) está sendo mostrado e corresponde a quantia de 119 unidades de cimento. A
fórmula utilizada na célula D12, da Figura 4, é =SE(C11=0;” “;(C9+C10+C11)/3), onde
o teste lógico é se C11 for igual a zero, nesse caso se essa hipótese fosse verdadeira a
fórmula manteria a célula em branco, mas como podemos ver nas figuras a seguir o valor
de C11 é 114 tornando a hipótese falsa e direcionando o teste lógico a apresentar o
resultado da fórmula (C9+C10+C11)/3 que nesse exemplo é 119.
7
Todas as células em branco presentes na planilha estão preenchidas com o “Teste
Lógico”, sendo adaptado a cada célula onde está inserido. Essa ferramenta foi utilizada
para que as fórmulas não mostrassem um resultado antes de ter todos os dados, assim
mantendo a célula em branco até que todos os dados necessários à fórmula sejam
diferentes de zero.
8
2 Previsão de estoque
Os métodos de previsão de
estoque são classificados em dois
grupos distintos: qualitativos e
quantitativos. Enquanto que no método
qualitativo, ou subjetivo, são utilizados
métodos baseados na experiência e
conhecimento de um único profissional
ou de um grupo, no método
quantitativo podemos contar com
ferramentas matemáticas e estatísticas
capazes de nos oferecer dados e
resultados mais concretos e com menor
risco de erros. O método quantitativo é
apontado como o mais adequado, exceto em casos em que não possuímos dados
suficientes para fazer os cálculos. Porém, é válido trazer ao conhecimento o fato de que,
segundo Armstrong (1983 apud FURTADO, 2006), uma vez que este método não é
parcial, especialistas cheguem a resultados idênticos utilizando a mesma massa de dados
e o mesmo método.
Como subcategoria dos métodos quantitativos, temos os métodos de extrapolação
que tendem a considerar que os métodos estatísticos estão relacionados a padrões
recorrentes em um histórico pré-estabelecido e que se repetirão futuramente. Tendo maior
probabilidade de ocorrerem a curto prazo.
2.1 Histórico de vendas
O histórico de vendas é onde são mantidas as informações sobre todas as vendas
dos produtos da empresa. Esses dados, se bem utilizados, podem gerar diversas outras
informações pertinentes a gestão do estoque e valiosas para a administração das empresas.
Na primeira aba do sistema, a empresa deverá inserir os dados referentes as saídas
semanais dos produtos pré-determinados na planilha. A aba “Histórico de Vendas”
(Figura 2) é composta por seis tabelas relativas aos meses. Cada tabela é dividida em 4
Figura 6 - Conferência de Estoque
9
Figura 7 - Histórico de Vendas.
semanas que devem ser preenchidas com os valores de saídas dos respectivos produtos
pré-estabelecidos no sistema. Para o preenchimento dessas tabelas, o empresário deverá
realizar o controle de saída dos produtos e, ao final de cada semana, atualizar a tabela,
preenchendo o valor obtido pelo controle na semana e produto respectivo. A cada semana
preenchida, a linha “Total” é atualizada com o somatório das semanas utilizando a
fórmula =SOMA(), como pode ser visto na Figura 6.
Fonte: Produção própria.
A partir dessa alimentação do histórico de vendas, todas as informações das outras
abas serão geradas e atualizadas a cada modificação nos valores resultantes na linha
“Total” de cada tabela. Os valores da linha “Total” de todas as tabelas são espelhados nas
outras abas, respeitando o produto e o mês a que pertencem, para assim gerarem as
informações relevantes propostas nelas.
Dessa maneira, esta aba (Figura 7) torna-se de suma importância, pois os dados
nela informados serão utilizados em todas as outras abas. O “Histórico de Vendas” é a
única aba que o administrador precisará preencher para obter as demais informações. Por
isso, deve ser o mais real e cuidadoso possível já que esses dados influenciam todo o
sistema.
10
Figura 8 - Método da média móvel c/ fórmulas.
2.2 Método da média móvel
A aba seguinte do sistema é dedicada ao método da média móvel. Para esse
método, a planilha possui 3 tabelas que podem ser vistas na figura a seguir. A primeira é
baseada nos últimos 3 meses, a segunda baseada nos últimos 4 meses e a terceira baseada
nos últimos 5 meses, permitindo a empresa tomar decisões mais assertivas ao analisar as
informações com diferentes amplitudes.
Fonte: Produção própria.
A Média Móvel está dentre os principais métodos de previsão de estoque. Muito
utilizado nas empresas por ser um método simples, barato e fácil de ser aplicado e
entendido, também sendo considerado muito útil em situações em que há a necessidade
de fazer previsões emergenciais de curto prazo.
11
Figura 9 - Fórmula da média móvel p/ 3 meses.
Esse método consiste em definir um período base e então estabelecer uma média
utilizando os valores encontrados a partir do período determinado. É indicado, de acordo
com Makrridakis, Wheelwright e Hyndman (1998 apud FURTADO, 2006), para realizar
previsões de curto prazo quando não há informações sobre tendência e período ou em
casos onde ela possa ser desprezada. Ou seja, caso seja determinado um período de três
meses, deve-se usar os dados encontrados sempre nos últimos três meses. Em um dado
caso, em que se utilizou 10 unidades no primeiro mês, 11 no segundo e 12 no terceiro, o
cálculo deve ser feito da seguinte forma:
Consumo médio = 10+11+12 = 11
3
Como demonstrado em destaque na Figura 7, a fórmula utilizada em cada tabela
respeita o período determinado para análise. Para a tabela de 3 meses (Figura 8), por
exemplo, foi utilizada uma fórmula que considera os 3 meses anteriores ao desejado. Essa
fórmula realiza instantaneamente o somatório das demandas dos últimos 3 meses e divide
esse valor por 3.
Fonte: Produção própria.
As tabelas para 4 e 5 meses seguem o mesmo padrão com suas fórmulas
abrangendo 4 meses e 5 meses, respectivamente.
2.3 Método da média móvel ponderada
A média ponderada é definida como sendo uma derivação do método de média
móvel, tendo como diferença o fato de não utilizar a média aritmética, mas uma média
12
ponderada. Isto quer dizer que, se no método de média móvel precisávamos apenas definir
os períodos a serem analisados, na média móvel ponderada se define pesos ou
ponderações para esses períodos. Estes pesos somados devem ser iguais a um, ou seja,
totalizando 100%. Segundo Moreira (2011), as semelhanças entre média móvel simples
e a ponderada consiste no fato de tomar n valores reais anteriores da demanda, mas
diferem na atribuição de pesos diferentes aos valores. O que reflete, segundo o autor
supracitado, em uma maior importância dada aos valores mais recentes.
Assim, além de termos os períodos a serem analisados devemos considerar os
pesos ou ponderações atribuídas a eles. Esse método é utilizado para resolver problemas
em que há igualdade de pesos. Como exemplo, a aplicação desse método se dá da seguinte
forma: se em uma dada situação, onde foram utilizadas 15 unidades no primeiro mês, 30
no segundo e 40 no último mês e os pesos definidos para esse período são 50% para o
último mês, 30% para o anterior e 20% para o primeiro, a fórmula para alcançar a previsão
através desse método seria:
Média ponderada = 15 * 0,2 + 30 * 0,3 * 40 . 0,5 = 32 unidades
A aba da média móvel ponderada segue o mesmo padrão da anterior, constituída
por 3 tabelas para 3, 4 e 5 meses (Figura 10). Mas, diferente do método anterior, este
possui um peso de importância adicionado aos valores utilizados, sempre seguindo a
ordem de que o mês mais próximo do mês que se deseja a previsão possua o maior peso
e conforme o mês se distancia o valor do peso diminui.
Todos os pesos definidos para cada mês em cada tabela podem ser notados no
título de cada uma delas, entre parênteses como mostrado na Figura 9. Para 3 meses, o
sistema utiliza pesos de 50% para o mês mais próximo, 30% e 20% para os anteriores,
respectivamente; para 4 meses, 40% para o mais próximo, 30%, 20% e 10%
respectivamente para os outros; e, para 5 meses, 35% para o mês anterior, 25%, 20%,
12% e 8% para os meses mais distantes, respectivamente.
13
Figura 10 - Método da média móvel ponderada c/ fórmulas
Fonte: Produção própria.
Como forma de exemplificação, observemos a fórmula utilizada pelo sistema para
este método na tabela para 4 meses (Figura 11), escrita da seguinte maneira:
C23*0,1+C24*0,2+C25*0,3+C26*0,4. Nesse exemplo, julho é o mês mais distante, por
isso foi atribuído a ele o peso de 10%, para agosto um peso de 20%, setembro, 30% e
outubro, 50%. Com esses pesos e os valores utilizados no exemplo da Figura 10, o
resultado da fórmula é de 116 unidades de cimento.
14
Figura 11 - Fórmula da média móvel ponderada p/ 4 meses
Fonte: Produção própria.
Assim, como no exemplo citado acima, ocorre também nas tabelas para 3 meses
e 5 meses, sendo modificado apenas a quantidade de valores inseridos na fórmula e
consequentemente os pesos, que estão condicionados a cada tabela.
2.4 Método da média com ponderação exponencial
Segundo Dias (2009), esse método dá maior valor aos dados mais recentes,
eliminando diversas desvantagens dos métodos anteriores. Com o mínimo de informações
passadas, utiliza apenas três valores para gerar a previsão:
• A previsão do último período;
• O consumo ocorrido no último período;
• Uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais
recentes.
Nesse método, parte da variação entre a previsão e o real consumo do período
anterior é considerado como uma mudança no padrão de consumo.
A fórmula utilizada pela planilha é baseada em Dias (2009) e pode ser escrita da
seguinte maneira:
𝐶̅t = α . Ct-1 + (1 – α) . 𝐶̅t-1
Onde:
𝐶̅t = previsão do consumo para o próximo período
Ct-1 = consumo efetivo no período passado
15
Figura 12 - Método da média com ponderação exponencial
𝐶̅t-1 = previsão de consumo para o período passado
α = coeficiente de ajustamento
O coeficiente de ajustamento é um valor que, nos casos mais comuns, é
determinado empiricamente, normalmente entre 0,1 e 0,3. A planilha utiliza o valor de
0,2 para a realização dos cálculos.
A figura a seguir mostra a utilização da fórmula na planilha, em qual para o
exemplo destacado ela se apresenta da seguinte forma: =0,2*G11+(1-0,2)*H11, com G11
sendo o consumo efetivo do último período, H11 sendo a previsão de consumo para o
período passado e 0,2 sendo o coeficiente de ajustamento.
Fonte: Produção própria.
Adaptada a cada célula e respeitando essas condições a fórmula apresenta a
previsão para cada período.
16
Figura 13 - Classificação ABC
3 Curva ABC
A Classificação ABC, segundo Dias (1993), consiste em um importante
instrumento uma vez que permite que se identifiquem itens que requeiram maior atenção.
Assim, esse método é utilizado para separar itens em classes de acordo com sua
importância relativa, ou seja, possibilita a separação dos itens a partir de uma
hierarquização de atenção considerando sua representação nos custos e,
consequentemente, maior influência no valor total. Assim, os itens classe A representam
os itens de maior importância, os itens classe C, menor importância, e os de classe B,
estão na linha intermediária.
Ramanathan (2006 apud BASSOLI et al, 2015) diz que esse método está indicado
para a classificação de itens homogêneos, tendo como principal diferença apenas o valor
de uso. Dentre as suas indicações, podemos citar a administração de materiais, definição
de políticas de vendas e estabelecimento de prioridades para a programação da produção.
O sistema de controle de estoque utiliza uma tabela (Figura 13) para classificar os
produtos dentro da Classificação ABC. Nela são definidos o custo unitário e o consumo
anual de cada produto. Com essas informações, a coluna “Custo Anual Total” realiza a
multiplicação das colunas anteriores, “Custo unitário” e “Consumo Anual” (unidades),
tendo como resultado o quanto cada produto custa anualmente para a empresa.
Fonte: Produção própria.
A tabela da classificação ABC é classificada do maior custo anual total para o
menor, e utiliza esse valor para saber quais produtos merecem maior atenção pela sua
importância nos custos. Com esses dados, podemos gerar a curva ABC (Figura 14), que
traduz os dados da tabela de classificação ABC (Figura 13) em uma curva onde se verifica
a validade das informações.
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Figura 14 - Curva ABC
Fonte: Produção própria.
Como podemos ver no exemplo da Figura 12, o produto “Nervura” é mais
importante por ter o maior custo anual, em conjunto com o produto “Lajota”, que tem o
segundo maior custo anual. Os dois representam 66,27% (Figura 14) de todo o custo,
ficando assim classificados como A, como os produtos mais importantes.
O produto “Tijolo” possui um custo total de R$ 11.880,00 (Figura 13),
representando apenas 7,24% do custo anual sendo elencado na classe C como o menos
importante dos produtos em questão. Os produtos “Cimento” e “Estaca” estão na área
intermediária, classe B, estes dois produtos representam 26,49% do custo.
As informações geradas pela classificação ABC possibilitam uma tomada de
decisões com foco nos produtos que possuem maior importância para os custos da
empresa. Permitindo um gerenciamento mais ativo e minucioso da parte do estoque que
mais gera custos.
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4 Estoque mínimo
O estoque mínimo consiste em uma espécie de estoque reserva ou, como é
comumente chamado, estoque de segurança
.
O estoque mínimo pode ser definido como a quantidade mínima de materiais
armazenada em almoxarifado, para garantir os eventuais atrasos nas entregas
ou nas compras de materiais. Esse tipo de estoque pode também ser chamado
de reserva de estoque. (WEICHERT FILHO, 1942 APUD ROMITO ET AL,
2011. p. 3)
O estoque de segurança não representa a ausência de produtos, mas unidades
reservas que podem ser utilizadas enquanto a compra ou produção esteja em andamento.
Assim, manter o estoque mínimo possibilita o atendimento de demandas que surjam
inesperadamente. Para Pozo (2010) a principal finalidade de se manter o estoque de
reserva é estar preparado para que, mediante acontecimentos extraordinários, o processo
produtivo não seja afetado e os clientes não sintam esse problema. Por exemplo, se em
um determinado período surgir demanda extra, haverá uma reserva de produtos que
atenderá a essa demanda enquanto o Pedido de Compra está em processo. É utilizado
como uma espécie de proteção do estoque, pois previne que o estoque seja zerado.
Porém, é importante esclarecer que o estoque mínimo não deve ser utilizado e
entendido como o sinal para compra ou produção de produtos, pois há outro
conceito/ferramenta para essa situação, o Ponto de pedido. Portanto, o estoque mínimo
deve realmente ser utilizado como segurança, em casos excepcionais. Como diz, Martins
e Alt (2003), o estoque de segurança consiste em níveis de estoque utilizados para
prevenir o não atendimento de demandas devido à escassez de matéria prima ou do
próprio produto. O que a posteriori pode gerar prejuízos para a empresa.
Para calcular o estoque mínimo o sistema utiliza a seguinte fórmula baseada em
Dias (2009):
E.Min = C x K
Onde:
E.Mn = estoque mínimo
C = consumo médio mensal
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Figura 15 - Estoque mínimo
K = fator de segurança arbitrário com o qual se deseja garantia contra um
risco de ruptura.
O fator K é proporcional ao Grau de Atendimento Desejado (GAD). O GAD é a
relação entre a quantidade atendida e a quantidade exigida de consumo (DIAS, 2009).
Sendo assim, a porcentagem mínima exigida pela empresa de atendimento da demanda.
Na aba “Estoque Mínimo” da planilha (Figura 15), o GAD definido foi de 0,9
(90%) em virtude da política interna da Eudan Pré-moldados. Essa aba é dividida em 5
tabelas, uma para cada produto. Cada tabela possui os meses para análise e as demandas
respectivas, a linha “Consumo Médio 6 meses” utiliza a fórmula =MÉDIA( ) para calcular
o consumo médio dos últimos 6 meses e a linha “Estoque Mínimo” utiliza a fórmula
citada anteriormente para calcular o mesmo.
Fonte: Produção própria.
Na Figura 14, podemos ver as fórmulas em destaque como exemplo das
utilizações na planilha. Nesse caso, a fórmula para calcular o consumo médio em outubro
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dos últimos 6 meses foi =MÉDIA(C10:H10) e para calcular o estoque mínimo em outubro
para as compras do mês de novembro é =H16*0,9, onde 0,9 é o grau de atendimento
desejado.
O consumo médio e o estoque mínimo aparecem abaixo do último mês que se
obteve uma demanda porque esta informação deve ser utilizada antes do período de
compra para o próximo mês, assim sendo pertinente a análise das informações dessa aba
antes de realizar as compras.
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5 Giro e antigiro
O giro de estoque ou rotatividade se refere a velocidade em que o inventário é
renovado em um determinado período ou qual o tempo médio de permanência no estoque
de um produto antes da venda. Utilizamos o cálculo de giro de estoque como indicador
do desempenho de um estoque. De acordo com Machline (1981), é através do giro de
estoque que se avalia a eficiência de um setor de compras e suprimentos. Para fazer o
cálculo do giro de estoque se utiliza de informações, como custos ou itens, ponderando o
volume total de vendas e a média de estoque.
Segundo Dias (2009, p. 66), “o grande mérito do índice de rotatividade do estoque
é que ele representa um parâmetro fácil para a comparação do estoque entre empresas do
mesmo ramo de atividade e entre classes de material do estoque”.
Von Dentz (2016) nos diz que há duas possibilidades para o resultado: sendo ele
menor do que 1, entenderemos que irão restar produtos não vendidos ao final do período
analisado. Uma vez que quando ele for maior do que 1, entenderemos que todos os itens
foram renovados pelo menos uma vez no período avaliado.
O antigiro, como o nome sugere, é o oposto do giro de estoque. Enquanto o giro
informa a rotatividade, o antigiro indica qual o período de tempo o estoque em questão
durou em relação a demanda.
O sistema de controle de estoque divide esses dois grupos em 5 informações: O
antigiro em dias, meses e semestre e o giro mensal e semestral (Figura 15). A seguir
explicaremos o funcionamento dessas informações na planilha, para isso utilizaremos as
tabelas da Figura 16 como exemplo.
O antigiro em dias diz a quantidade de dias que o estoque em questão durou em
relação a demanda. Como podemos ver na tabela “Cimento” a fórmula utilizada é
=D10/C10*30, onde divide-se a quantidade de estoque pela de demanda e multiplica-se
esse resultado por 30, que é a quantidade de dias em média por mês. Por exemplo, o
antigiro diário de cimento para o mês de agosto foi de 21,6, assim sabemos que o estoque
para esse mês durou pouco mais de 21 dias.
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Figura 16 - Giro e Antigiro
Fonte: Produção própria.
O antigiro por meses informa a duração do estoque em meses. Sendo o valor maior
que 1, o estoque supriu toda a demanda do mês e ao final do período sobraram peças em
estoque. Sendo o valor menor que 1, o estoque não atendeu toda a demanda e foi
necessária uma nova compra ou produção. Como podemos observar na tabela “Tijolo”, a
fórmula para o antigiro mensal é =M11/L11, simplesmente dividindo a quantidade de
estoque pela quantidade de demanda para o mês em questão.
O antigiro para o semestre utiliza a média dos últimos 6 meses de estoque e de
demanda, =MÉDIA(C15:C20)/MÉDIA(D15:D20) (Figura 16), assim informando, com
os mesmos princípios do antigiro mensal, se o estoque durou mais que o período analisado
ou se foi necessário um reabastecimento.
O giro, tanto mensal como semestral, permite a análise das compras realizadas
pela empresa, pois informa a rotatividade do estoque, ou seja, quantas vezes o estoque
necessitou ser renovado durante o período. As fórmula utilizada na planilha são:
=L21/M21, para o giro mensal, onde o valor da demanda é dividida pela quantidade de
estoque e =MÉDIA(C26:C31)/MÉDIA(D26:D31) para o giro semestral, onde a média da
demanda é dividida pela média do estoque.
Esses dados, sem uma análise qualitativa dos mesmos, não geram informações
suficientes para empresa. É necessário que o administrador realize uma comparação entre
os dados obtidos nas 5 categorias e partindo dessa análise tire conclusões sobre os dados.
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Figura 17 - Tabela cimento da aba Giro e Antigiro
Como exemplo dessa análise, podemos ver na figura a seguir (Figura 17) que tanto
o antigiro semestral como o giro semestral do produto “Cimento” foi 1,0. Essa informação
nos diz que o estoque adquirido nos últimos 6 meses supriu toda a demanda do período.
Mas, se analisarmos as informações mensais e diárias, podemos perceber que em alguns
meses, como agosto e setembro, foi realizado uma compra bem abaixo da demanda desses
meses.
Fonte: Produção própria.
Então, para o melhor aproveitamento das informações do giro e antigiro, deve-se
ser feito uma análise comparando as 5 informações geradas na tabela e a partir disso tomar
as decisões necessárias.
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6 Conclusão
Diante do exposto, espera-se que tenha ficado clara a importância para o
empreendimento de se buscar o controle e, principalmente, o de estoque, foco dete
manual. E que assim, com o Sistema de Controle de Estoque associado a este Manual,
seja alcançado o objetivo proposto inicialmente, o almejado sucesso do empreendimento.
A correta utilização do Sistema de Controle de Estoque, que é objeto deste
manual, tem por fim garantir o controle do estoque da empresa. Com este controle,
almeja-se que a tomada de decisões esteja embasada em dados reais do comportamento
da empresa, abandonando os costumes de empirismo.
Todas as informações geradas pelo sistema são informações quantitativas, que
levam em consideração apenas os números alcançados pela empresa. Esses números são
de grande valor, mas, em si mesmos, não carregam 100% da realidade. Uma vez que esses
valores não consideram a subjetividade da realidade, se faz de extrema importância que
o usuário consiga interpretar essas informações para, assim, conseguir usufruir o máximo
dos benefícios que este instrumento pode oferecer.
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7 Referências
BASSOLI, Hilda Maria et al. Aplicação de modelos de previsão de demanda para a gestão
de estoques de um processo produtivo de uma indústria madeireira. v.6, n.1. Botucatu,
SP: Tekhne e Logos, 2015.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. 6.
ed. – São Paulo: Atlas, 2009.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 1993.
FURTADO, Maurício Rocha. Aplicação de um modelo de previsão da demanda total
nos credenciados belgo pronto. 2006. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/ep/files/2014/07/2006_3_Mauricio.pdf>. Acesso em: 10 Out 2017.
MACHLINE, Claude. Compras, estoques e inflação. 1981. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rae/v21n2/v21n2a01>. Acesso em: 10 Out 2017.
MARTINS, PETRÔNIO GARCIA; ALT, PAULO RENATO CAMPOS. Administração
de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2003.
MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da Produção e Operações. 2. ed. São
Paulo: Cengage Learning, 2011.
POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem
logística. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010
ROMITO ET AL. Gestão de Estoques: um Estudo em Empresa de Comércio Varejista.
In: VIII Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 8. 2011, Resende. Artigo. Rio
de Janeiro: 2011. p. 1-8.
VON DENTZ, Jean Carlos. Aprenda como calcular o giro de estoque da sua empresa.
2016. Disponível em: <https://blog.contaazul.com/giro-de-estoque/> Acesso em: 07 Out
2017.