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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM Curso de Administração - CAD Francisco Adriano Lemos RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO UM ESTUDO PARA A IMPLANTAÇÃO DO E-SUS NA SECRETARIA DA SAÚDE DE PAU DOS FERROS/RN. PAU DOS FERROS RN 2014

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Francisco Adriano Lemos

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

UM ESTUDO PARA A IMPLANTAÇÃO DO E-SUS NA SECRETARIA DA SAÚDE DE PAU DOS FERROS/RN.

PAU DOS FERROS – RN

2014

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Francisco Adriano Lemos

UM ESTUDO PARA A IMPLANTAÇÃO DO E-SUS NA SECRETARIA DA SAÚDE DE PAU DOS

FERROS/RN

Relatório Final de Curso apresentado ao Curso de Administração/CAMEAM/UERN, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Professor Orientador: Edcarlos Costa de Oliveira

Área: Sistema de Informação - SI

PAU DOS FERROS – RN ANO 2014

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COMISSÃO DE ESTÁGIO

Membros:

_____________________________________________________________________ Francisco Adriano Lemos

Aluno

_____________________________________________________________________ Edcarlos Costa de Oliveira

Professor Orientador

_____________________________________________________________________ Carla Karielly Moura dos Santos

Supervisor(a) de Estágio

_____________________________________________________________________ Sidnéia Maia de Oliveira Rego

Coordenador(a) de Estágio Supervisionado

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Francisco Adriano Lemos

UM ESTUDO PARA A IMPLANTAÇÃO DO E-SUS NA SECRETARIA DA SAÚDE DE PAU DOS

FERROS/RN.

Este Relatório Final de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO

e aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora designada pelo Curso de Administração/CAMEAM/UERN, Área: Sistema de Informação - SI.

Pau dos Ferros/RN, em 28 de julho de 2014.

BANCA EXAMINADORA

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Edcarlos Costa de Oliveira

Orientador – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Sidnéia Maia de Oliveira Rego

Examinadora – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Mary Kallianne Fernandes de Oliveira

Examinadora – UERN

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Dedico esse trabalho à minha mãe Leonide, ao meu pai

Francisco (in memorian) e ao meu irmão Manoel,

grandes incentivadores dessa conquista.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força que me deste para vir até aqui. Acredito que sempre esteve comigo, me

transmitindo forças nas horas que vez ou outra pensava em baixar a cabeça.

A minha mãe, minha amiga, que sempre me apoiou na jornada estudantil, mostrando os

melhores caminhos a serem seguidos e me ofertando ensinamentos que só acrescentaram graças em

minha vida.

Ao meu irmão Manoel Lemos, por seus conselhos, apoio e por sua vontade de que eu

conseguisse alcançar esse objetivo.

A minha família, irmãos e cunhada, que diante das dificuldades mostraram-se disponíveis para

estender a mão no auxílio dessa jornada acadêmica.

A minha namorada, Marília Abrantes, por sempre estar presente nas horas difíceis, pela

paciência, por sua dedicação e auxílio, mostrando sua sabedoria e conhecimento nas pesquisas,

dando um novo olhar enriquecedor nesse trabalho. Obrigado por ser uma orientadora informal. Sem

sombra de dúvida poderia/poderá ser uma orientadora grandiosa, pois seu conhecimento é suficiente

para esta função.

Ao professor e orientador Edcarlos Costa de Oliveira, pelas dicas valorosas e por seu

conhecimento na área repassado para que esse trabalho fosse realizado da melhor forma.

À professora Sidnéia Maia de Oliveira Rego, pelo zelo que teve comigo, por sua dedicação e

preocupação, pela disposição para acrescentar nesse trabalho seus conhecimentos e pelos momentos

direcionadores em sala de aula.

Aos colegas de graduação, por esse momento de grande valia em minha vida, pelos risos e até

pelo medo que uma hora ou outra surgia. O importante é que nunca demos espaço para o pensamento

de desistir.

À Secretaria da Saúde (SESAU), por abrir as portas e contribuir para a elaboração dessa

pesquisa.

Aos respondentes que, com paciência e reconhecimento da importância desse estudo, me

receberam e se disponibilizaram a contribuir grandemente.

Aos amigos, em especial Eliane da Costa, Maria Alcivone Henrique, Maria Jeovana de Freitas,

Hamanda Gelça Araújo Costa e Ricardo Soares Abrantes, por sempre estarem dispostos a ajudar no

decorrer da caminhada. Ao término do curso, desejo que continuemos sendo amigos. Agradeço a

oportunidade de conhecer vocês e pela amizade construída.

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“A tecnologia move o mundo.”

(Steve Jobs)

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RESUMO

Nos últimos tempos, a informática gerou mudanças absolutas na forma de organização dos serviços. Neste contexto, ascendem os sistemas de informação, os quais apropriam-se do uso da tecnologia para realizar a coleta, armazenamento, transformação de dados e disseminação das informações, encaradas como determinantes no planejamento, execução e avaliação da política em saúde. Pensando em um Sistema Único de Saúde (SUS) eletrônico e em uma reestruturação dos sistemas de informação em saúde o Ministério da Saúde (MS), portaria nº 1.412, de 10 de julho de 2013, institui o e-SUS Atenção Básica, diante do objetivo de gerenciar a atenção básica nacional. Contudo, apesar dos estudos sobre a adoção de SI serem bastante acentuados, a preocupação destes enquanto incluídos na área da saúde é um marco recente. Ao mesmo tempo, a implantação dos sistemas de informação altera as rotinas de trabalho dos profissionais envolvidos, sendo permeada por diversos entraves. Assim, objetivou-se analisar as condições físicas e humanas das unidades básicas de saúde de Pau dos Ferros (RN) para a implantação do e-SUS AB por meio de pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem quantitativa, utilizando-se da aplicação de questionário incluindo 11 (onze) enfermeiros e 10 (dez) gerentes de saúde dos serviços supracitados. Verificou-se quantidade satisfatória de computadores, insuficiências de equipamentos de impressão, ocupação de profissionais inespecíficos para o cargo de digitadores; a necessidade de melhorar a qualidade da internet e disposição de suporte técnico; pode-se observar que a ocupação dos cargos de diretor e enfermeiro são de longo prazo pra formação generalizada, mas satisfatória do ponto de vista da escolarização, porém a capacitação específica para sistemas de informação em saúde ainda deficientes; foi identificado o reconhecimento de melhoria da produtividade pela adoção das inovações no trabalho; o conhecimento acerca da existência do e-SUS; e o tempo de uso e a satisfação com o uso dos sistemas de informação reduzidos. Portanto, deve-se atentar para a promoção de instrução para a manipulação das tecnologias em informática e a interpretação e aplicabilidade de cada sistema de informação em saúde, além da tomada de postura por parte dos órgãos gestores para que assumam uma condição de fornecedora dos recursos físicos e humanos imprescindíveis para a permissibilidade da implantação do sistema, acreditando-se que as implicações que envolvem as possibilidades de trabalho interagem entre si como elementares na implantação com sucesso do e-SUS AB na Atenção Básica. PALAVRAS-CHAVES: Sistemas de Informação em Saúde; e-SUS AB; Implantação.

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ABSTRACT Lately, computer-generated absolute changes in the organization of services. In this context, the amount of information systems, which appropriated from the use of technology to make the collection, storage, processing of data and dissemination of information, seen as crucial in the planning, implementation and evaluation of health policies. Thinking of a Unified Health System (SUS) e and a restructuring of health information systems to the Ministry of Health (MOH), Ordinance No. 1412, of July 10, 2013, establishing the E-SUS Primary Care, before the order to manage the basic national attention. However, despite studies on the adoption of SI are quite pronounced, while the concern of those included in the health area is a recent milestone. At the same time, the deployment of information systems change the routine work of the professionals involved, being permeated by various obstacles. Thus, this study aimed to analyze the physical and human conditions of basic health units of Pau dos Ferros (RN) for deploying e-SUS AB through exploratory and descriptive research with quantitative approach, using the application questionnaire including eleven (11) nurses and 10 (ten) health managers of the aforementioned services. There was satisfactory amount of computers, incompleteness, printing equipment, occupation nonspecific professionals for the post of clerks; the need to improve the quality of internet and provision of technical support; can observe that the occupation of positions of director and nurse are long term for widespread training but satisfactory from the point of view of education, but specific training for health information systems still deficient; recognition of improved productivity through the adoption of innovations in the study was identified; knowledge about the existence of the e-SUS; and the time of use and satisfaction with the use of reduced information systems. Therefore, attention should be paid to the promotion of education for the manipulation of computer technologies and the interpretation and applicability of each information system in health and the posture taken by the governing bodies to assume a condition of provider resources physical and indispensable to the permissibility of the system implementation humans, it is believed that the implications involving the possibilities of working as elementary interact successfully in the implementation of e-SUS AB in Primary Care. KEYWORDS: Health Information Systems; and SUS-AB; Deployment.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE SIGLAS

AB – Atenção Básica

CAPS - Centro de Apoio Psicossocial

CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Física

CONASS - Conselho Nacional de Secretários de saúde

FSESP - Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública

HCCA - Hospital Cleodon Carlos de Andrade

IBGE - Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico

INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social.

MS - Ministério da Saúde

PEC - Sistema com Prontuário Eletrônico do Cidadão

RN - Rio Grande do Norte

SESAU - Secretaria da Saúde.

SES - Secretaria de Estado de Saúde

SIAB - Sistema de Informação da Atenção Básica

SIG - Sistema de Informação Gerencial

SI - Sistema de Informação

SIS - Sistema de Informação em Saúde

SISAB - Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica

SMS - Secretarias Municipais de Saúde

SOA - Sistema de Apoio às Operações

SPT - Sistema de Processamento de Transações

SUDS - Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde

SUS - Sistema Único de Saúde

TI - Tecnologia da Informação

UBS - Unidades Básicas de Saúde

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 - Logomarca da Secretaria da Saúde (SESAU) ....................................................................... 16

Figura 2 - Fachada da Secretaria da Saúde (SESAU) ........................................................................... 17

Figura 3 - Organograma da Gerência Administrativa da Secretaria da Saúde (SESAU) ....................... 19

Figura 4 - Organograma da Secretaria da Saúde (SESAU) com primeiro grau divisional ..................... 20

Figura 5 - Logomarca do e-SUS Atenção Básica ................................................................................... 41

Figura 6 - Funcionalidade do e-SUS Atenção Básica ............................................................................ 42

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Fichas para a coleta de dados simplificada- e-SUS Atenção Básica ................................... 42

Quadro 2 - Estrutura do e-SUS AB PEC ................................................................................................ 43

Quadro 3 - O processo de implantação da Estratégia e-SUS AB .......................................................... 43

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Existência de computadores e impressoras em funcionamento e presença de digitadores

nas unidades básicas de saúde .............................................................................................................. 57

Tabela 2 - Percepção dos diretores quanto à utilização de computadores pelos profissionais de saúde,

satisfação quanto ao uso de computadores e percepção quanto à melhoria da produtividade com

relação ao uso de computadores ............................................................................................................ 59

Tabela 3 - Realização de curso de capacitação em Sistema de Informação em Saúde pelos

enfermeiros, Oferta de curso de capacitação em Sistema de Informação em Saúde pela SESAU e

Realização de curso de capacitação em Sistema de Informação em Saúde ofertado pela SESAU pelos

enfermeiros ............................................................................................................................................. 64

Tabela 4 - Enfermeiros que são a favor do uso de computadores por profissionais de saúde no trabalho, para inserção de informações em saúde, utilizam computador para auxílio no trabalho e frequência de uso dos sistemas de informação em saúde .................................................................................... 66 Tabela 5 - Uso do computador, satisfação quanto ao uso do computador no trabalho pelos enfermeiros,

enfermeiros que consideram fácil o uso dos sistemas de informação em saúde e satisfação com o uso

dos sistemas de informação em saúde ................................................................................................... 68

Tabela 6 - Satisfação dos enfermeiros quanto ao uso de sistema de informação e Percepção da

melhoria com o uso de sistema de informação em saúde no trabalho .................................................. 70

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Nível escolaridade dos diretores das Unidades Básicas de Saúde ...................................... 53

Gráfico 2 - Tempo de serviço dos diretores das Unidades Básicas de Saúde ...................................... 54

Gráfico 3 - Diretores das Unidades Básicas de Saúde que realizam/realizaram curso de informática .. 55

Gráfico 4 - Frequência do uso de computadores pelos diretores das Unidades Básicas de Saúde ...... 55

Gráfico 5 - Diretores das Unidades Básicas de Saúde que conhecem o e-SUS ................................... 56

Gráfico 6 - Disponibilidade de internet nas unidades básicas de saúde ................................................ 58

Gráfico 7 - Frequência de suporte técnico disponível para manutenção dos computadores, impressoras

e internet nas unidades básicas de saúde .............................................................................................. 58

Gráfico 8 - Facilidade quanto ao uso de computadores pelos diretores das unidades de saúde .......... 59

Gráfico 9 - Enfermeiros das unidades básicas de saúde que possuem curso além de

enfermagem(Especialização, Mestrado, Curso Técnico, entre outros) ................................................... 60

Gráfico 10 - Tempo de serviço dos enfermeiros das unidades básicas de saúde ................................. 61

Gráfico 11 - Realização de curso de informática pelos enfermeiros das unidades básicas de saúde ... 61

Gráfico 12 - Frequência do uso de ferramentas como Microsoft Word, Microsoft Excel, Microsoft Power

Point pelos enfermeiros das unidades básicas ....................................................................................... 62

Gráfico 13 - Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que cursaram alguma

disciplina no curso de enfermagem, referente á informática ................................................................... 63

Gráfico 14 - Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que conhecem algum sistema

de informação em saúde (SIS) ............................................................................................................... 64

Gráfico 15 - Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que declararam conhecer o e-

SUS Atenção Básica ............................................................................................................................... 65

Gráfico 16 - Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que considera que o uso de

computadores melhora a produtividade .................................................................................................. 69

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

AGRADECIMENTOS

EPÍGRAFE

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 15

1.1 Caracterização da Organização ..................................................................................................... 15

1.1.1 Relato histórico da organização ..................................................................................................... 15

1.1.2 Missão ........................................................................................................................................... 17

1.1.3 Visão .............................................................................................................................................. 17

1.1.4 Valores ........................................................................................................................................... 17

1.1.5 Competências ................................................................................................................................ 18

1.1.6 Estrutura organizacional ................................................................................................................ 18

1.2 Situação problemática .................................................................................................................... 21

1.3 Objetivos ......................................................................................................................................... 22

1.3.1 Geral .............................................................................................................................................. 22

1.3.2 Específicos..................................................................................................................................... 22

1.4 Justificativa ..................................................................................................................................... 22

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................................. 24

2.1 Tecnologia da Informação (TI) na Administração ........................................................................ 24

2.2 Sistemas de Informação (SI) .......................................................................................................... 26

2.2.1 Classificação dos Sistemas de Informação .................................................................................... 27

2.2.2 Banco de Dados ............................................................................................................................ 30

2.3 Inovação e Tecnologia ................................................................................................................... 31

2.4 A Saúde no Brasil e o Sistema Único de Saúde (SUS) ................................................................ 35

2.5 Gestão da Informação em Saúde .................................................................................................. 36

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2.6 Sistemas de Informação na Área da Saúde Pública .................................................................... 39

2.7 O Sistema e-SUS ............................................................................................................................. 41

2.8 Habilidade e competências dos diretores das Unidades Básicas da Saúde ............................. 44

2.9 Competências Gerais do Enfermeiro ............................................................................................ 46

3.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................................................ 48

3.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................................................. 48

3.2 Universo e Amostra ........................................................................................................................ 49

3.2.2 Participantes da pesquisa .............................................................................................................. 49

3.3 Procedimento de Coleta de dados ................................................................................................ 49

3.4 Tratamento dos dados.................................................................................................................... 51

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................... 53

5. CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 72

5.1 Conclusões...................................................................................................................................... 72

5.2 Sugestões ........................................................................................................................................ 74

5.3 Recomendações ............................................................................................................................. 75

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 76

APÊNDICES ........................................................................................................................................... 84

APÊNDICE A .......................................................................................................................................... 85

APÊNDICE B .......................................................................................................................................... 87

APÊNDICE C ......................................................................................................................................... 91

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1. INTRODUÇÃO

As transformações ocorridas nos últimos tempos, caracterizadas pelo surgimento de novas

tecnologias, têm alterado a maneira de prestação de serviços, exigindo a rapidez da informação e o

alcance dos objetivos nas atividades organizacionais.

O presente estudo tem como base temática os Sistemas de Informação em Saúde (SIS), mais

precisamente o e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB), a fim de realizar análise das condições das

unidades básicas de saúde do município de Pau dos Ferros (RN) para a implantação desse sistema.

A estrutura do trabalho apresenta-se disposta em cinco capítulos. De início, no primeiro

capítulo, tem a definição do tema e do problema, a caracterização da organização, o relato histórico da

organização, sua missão, seus valores e suas competências, os objetivos geral e específicos e a

justificativa do estudo.

O segundo capítulo aborda o referencial teórico, ou seja, a revisão bibliográfica, onde são

apresentadas as teorias dos autores de trabalhos desenvolvidos na área, livros, artigos e dissertações,

conformando importante ponto de discussão da temática.

No terceiro capítulo, o foco é dedicado, em especial, aos procedimentos metodológicos, onde

se descreve o tipo de pesquisa e o universo do estudo, seguidos pelos critérios de inclusão e exclusão

dos participantes da pesquisa, procedimento de coleta de dados e o tratamento dos dados.

No capitulo quatro é exposta a análise dos dados e suas respectivas discussões,

estabelecendo uma ponte de diálogo entre a situação encontrada e o referencial teórico utilizado.

Por fim, no capítulo cinco, o olhar se volta para as conclusões, os achados do estudo e as

sugestões, além de recomendações para futuros trabalhos desenvolvidos nessa área, em especial

quanto ao sistema considerado.

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

1.1.1 Relato histórico da organização

A Secretaria da Saúde (SESAU) situa-se no município de Pau dos Ferros, Estado do Rio

Grande do Norte (RN), localizado a 410 km da capital do estado Natal, contando, de acordo com o

Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico (IBGE), com uma população de 27.745 habitantes e

ocupando uma área territorial de 259,959 km² e uma densidade demográfica de 106,73 ha/km²,

caracterizando-se, portanto, como uma cidade de pequeno porte, de caráter urbano (IBGE, 2010).

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16

A referida cidade foi instituída pela Lei nº 593, de 02 de dezembro de 1924, desmembrando-se

da cidade de Portalegre. Seus limites territoriais são ao norte São Francisco do Oeste e Francisco

Dantas; ao sul as cidades de Rafael Fernandes e Marcelino Vieira; ao leste Serrinha dos Pintos,

Antônio Martins e Francisco Dantas e a oeste fazendo fronteira com Encanto e o estado do Ceará

(PAU DOS FERROS, 2013).

A Secretaria da Saúde está localizada na Rua José Torquato de Figueiredo, nº 26. Atua como

personalidade jurídica, Fundo Municipal de Saúde (CNPJ. 11.692750/0001-98). Tem regime próprio

aprovado pela Câmara Municipal e sancionada pelo chefe do poder executivo, na figura do prefeito,

estando sujeito à realização prévia de uma análise pela assessoria jurídica do município (PAU DOS

FERROS, 2013).

Apresenta uma estreita ligação com chefe do poder executivo, tendo como finalidade planejar,

coordenar e garantir a execução de programas e projetos e prestar serviços à sociedade (PAU DOS

FERROS, 2013).

Abaixo temos a logomarca da Secretaria, semelhante a da Prefeitura Municipal, diferindo na

utilização de seu nome ao lado da imagem.

Figura 1-Logomarca da Secretaria da Saúde (SESAU).

Fonte: SESAU (2013)

Na Figura 2, está apresentada a fachada da instituição e sua frota de veículos. No mesmo

prédio que os trabalhos da Secretaria são desenvolvidos também funciona a Coordenadoria de

Transporte da Saúde. Os veículos são utilizados para a prestação dos serviços, seja por funcionários

ou para conduzir pacientes para outros municípios.

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Figura 2 - Fachada da Secretaria da Saúde (SESAU)

Fonte:SESAU (2011)

Quanto ao marco de sua criação, não há registro ou documento que institucionalize sua

origem. O que se tem são informações não formais, as quais relatam que a mesma foi criada a partir do

surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

1.1.2 Missão

A secretaria tem como missão diagnosticar problemas e situações que necessitam de

implementação e soluções; detectar os fatores que, direta ou indiretamente determinam a situação em

que esteja em contrariedade; determinar os caminhos que poderão ser trilhados para solucionar os

problemas; criar estratégias para os procedimentos de monitoramento e avaliação que permite

diagnosticar se as linhas planejadas para o percurso e os resultados obtidos estão como o esperado e,

por fim, concretizar o papel do gestor na coordenação da política de saúde (PAU DOS FERROS,

2013).

1.1.3Visão

Consolidar-se em âmbito estadual como referência em gestão no sistema público de saúde

municipal e em aplicação de recursos (PAU DOS FERROS, 2013).

1.1.4 Valores

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18

Ética; Meritocracia; Zelo pelo patrimônio; Equidade; Responsabilidade e compromisso público

(PAU DOS FERROS, 2013).

Além da missão da secretaria para a prestação de serviços, ela tem como competências os

subsequentes pontos (PAU DOS FERROS, 2013).

1.1. 5 Competências

Controlar a qualidade e a eficiência dos serviços de saúde realizados diretamente e por

terceiros, contratados ou conveniados;

Dar assistência às pessoas, por intermédio de ações de promoção, proteção e

recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades

preventivas;

Coordenar as ações de vigilância sanitária, epidemiológica, de saúde do trabalho, de

assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;

Efetivar a vigilância nutricional e a orientação alimentar;

Elaborar normas para a prestação de serviços de saúde por entidades privadas e

filantrópicas;

Celebrar convênios e consórcios com órgãos federais, estaduais e particulares,

visando à obtenção dos recursos financeiros e técnicos para o desenvolvimento das políticas de saúde

e saneamento do Município, em conjunto com a Secretaria de Infraestrutura;

Promover a reabilitação física, motora, mental e sensorial da comunidade;

Promover o controle da população animal, visando ação de zoonoses;

Planejar e coordenar, nos níveis ambulatorial e hospitalar, as atividades médicas e

odontológicas, de controle de zoonoses, de vigilância epidemiológica e de fiscalização e vigilância

sanitária da população do Município e, de forma específica, da comunidade da rede escolar pública,

bem como elaborar normas sobre estas atividades;

Gerenciar e promover o perfeito funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) do

Município.

1.1.6 Estrutura organizacional

A nova estrutura da Secretaria da Saúde- SESAU foi recentemente modificada pela Lei

Complementar n.º 06/2013.

A Secretaria da Saúde é tida como uma das mais importantes secretarias do município, tendo

em vista que trabalha na prestação de serviços a saúde. Dados da instituição certificam que cargos

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19

comissionados e efetivos somam 344 (trezentos e quarenta e quatro) servidores, portanto, a SESAU é

a que mais emprega com mais de 35% do quadro de funcionários públicos municipais (PAU DOS

FERROS, 2013).

Figura 3 - Organograma da Gerência Administrativa da Secretaria da Saúde - SESAU.

Fonte: SESAU (2011)

Além das 12 (doze) unidades básicas de saúde, outros órgãos são vinculados à secretaria, de

acordo com a Lei Complementar n.º 06/2013, sendo estes:

Gerência de Unidades de Saúde;

Gerência de Planejamento e Atenção à Saúde;

Gerência de Marcação de Procedimentos Especiais e Internações;

Gerência de Vigilância em Saúde;

Gerência Financeira;

Gerência de Unidade de Maior Complexidade - CAPS II;

Gerência de Unidade de Maior Complexidade - CAPS AD;

Gerência de Unidade de Maior Complexidade – LMAC;

Gerência de Unidade de Maior Complexidade - UPA 24H;

Gerência de Unidade de Maior Complexidade – CEO;

Núcleo de Suporte Administrativo.

O quadro atual de servidores na sede são os seguintes: 2 (dois) auxiliares de serviços gerais, 2

(dois) assistentes administrativos e divisão de controle e avaliação e divisão de recursos humanos, 1

(uma) coordenadora das unidades básicas, 1 (um) coordenador de transporte, 1 (um) diretor

administrativo, 1 (um) profissional no departamento de planejamento e promoção à saúde, 1 (um)

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20

profissional no departamento de vigilância em saúde, 1 (um) profissional no setor de divisão de

agendamento de passagens, 1 (um) profissional na divisão de controle de endemias, risco ambiental e

controle de zoonoses, 1(um) profissional na divisão de processamento de dados, 1(um) profissional na

divisão de vigilância epidemiológica e controle de doenças, 1(um) enfermeiro/ coordenadoria de

promoção à saúde e atenção básica, 8 (oito) motoristas, 1 (um) profissional no núcleo de atenção e

promoção à saúde, 1 (uma) secretária de saúde, 1 (uma) telefonista e 4 (quatro) vigias (PAU DOS

FERROS, 2013).

Em linhas gerais, os servidores que prestam serviços à secretaria da saúde, seja na sede ou

em outro local vinculado são provenientes de concurso público ou cargos de comissionados, esses

últimos de livre nomeação e exoneração pelo Poder Executivo.

O organograma seguinte vem dividindo os setores na instituição, no qual se encontra a

Coordenadoria de Sistema, campo de estudo deste trabalho.

Figura 4 - Organograma da SESAU com primeiro grau divisional

Fonte: SESAU (2011).

A Coordenadoria de Sistema foi criada pela Lei Complementar n.º 06/2013. Sua função e

importância é fornecer informações aos outros setores para planejamento e alimentação dos sistemas

para o Ministério da Saúde (MS). Por falta de estrutura física o setor de alimentação de dados é

subdividido em duas salas, na divisão I e II são 4 (quatro) e 2 (dois) funcionários respectivamente (PAU

DOS FERROS, 2013).

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Os dados que chegam à coordenadoria são provenientes das 12 (doze) Unidades Básicas de

Saúde, um Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), dois hospitais, Hospital Cleodon Carlos de Andrade

(HCCA), Associação Centenário de Pau dos Ferros e Maternidade Santa Luiza de Marilac. As

informações são inseridas diariamente, e, já existem datas pré-estabelecidas pelo Ministério da Saúde

(MS) para seu envio no decorrer do mês.

Para alimentação dos Sistemas de Informação trabalham 6 (seis) funcionários, não precisando

de uma formação específica na área. Quando um sistema vai ser implantado ou uma mudança vai ser

inserida, o Ministério da Saúde fornece curso de capacitação aos coordenadores e digitadores, ora

ministrados na própria cidade ou na capital do estado.

1.1 Situação problemática

O uso cada vez mais acentuado de novas tecnologias nas organizações tem colocado a prova

à necessidade de mudanças nesse ambiente. Essas alterações, constantemente enfrentadas pelas

organizações, são motivadas pela rapidez a qual o meio ambiente se transforma na busca de melhores

resultados pelas empresas. Essas alterações são resultado também da concorrência entre as

organizações na busca por melhores resultados e prestação de melhores produtos/serviços aos

clientes.

Os sistemas de informações vieram para revolucionar e melhor capacitar os departamentos

das organizações. Estes têm auxiliado de diversas maneiras os trabalhos nas empresas, seja privada

ou pública.

Os sistemas de informação são capazes, por meios dos dados inseridos, de fornecer

informações imprescindíveis para os administradores tomarem decisões importantes em suas

organizações.

A capacidade que os sistemas de informações têm como ferramenta de apoio já foi

comprovado por diversos estudos e organizações nos dias atuais têm investido uma parcela

significativa nessa área.

Contudo, não é de hoje que os seres humanos têm receio às mudanças. O novo causa medo

em algumas pessoas e nas organizações não é diferente. Sempre existe uma desconfiança por parte

dos colaboradores.

Logo, com a adoção dessas tecnologias o que se tem coloca à prova a capacidade dos

colaboradores de executarem atividades com esses novos instrumentos tecnológicos.

Uma proposta do Ministério da Saúde é fazer um Sistema Único de Saúde (SUS),

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informatizado, eletrônico, partindo dessa proposta, foi desenvolvido o e-SUS Atenção Básica (e-SUS

AB), um sistema com capacidade de consolidação das informações dos pacientes, por meio das quais

será possível agilizar o atendimento, guardar o histórico do paciente, contribuir para uma gestão mais

eficiente, entre outros objetivos.

É nesse sentido que esse estudo se propôs a responder o seguinte problema de pesquisa: As

unidades básicas de saúde, de Pau dos Ferros/RN, estão preparadas para a implantação do e-

SUS AB?

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Analisar as condições físicas e humanas das Unidades Básica de Saúde de Pau dos

Ferros/RN para implantação do e-SUS AB.

1.3.2 Específicos

Verificar as condições físicas, tecnológica e informacional, das Unidades Básica

Saúde;

Levantar o nível de capacitação em informática dos enfermeiros e diretores para o uso

de Sistema de Informação;

Identificar a postura dos enfermeiros frente à inovação em Sistema de Informação (SI);

Conhecer as percepções dos gestores/diretores das unidades de saúde quanto à

implantação do e-SUS.

1.4 Justificativa

A busca por melhores resultados desencadeou a procura das organizações por alternativas

para sobreviverem no mercado competitivo (STAIR; REYNOLDS, 2009; O’BRIEN, 2004; TURBAN et al,

2010). Neste contexto, percebe-se uma crescente implementação de Tecnologias da Informação (TI)

nos setores público e privado, os quais têm investido consideravelmente nesta área para a melhoria do

auxílio na gestão e atendimento dos objetivos das organizações.

Segundo esta lógica, de maneira análoga, o Ministério da Saúde, na busca pela informatização

do setor saúde e qualificação dos serviços prestados, tem investido em tecnologias da informação, com

ênfase nos sistemas de informação em saúde e, no ano de 2013, através da portaria nº. 1412, instituiu

o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), com o objetivo de dinamizar e

aperfeiçoar o gerenciamento de informações por meio da implantação de sistemas de informação nas

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unidades básicas de saúde (UBS) e redução dos arquivos em material impresso, acelerando o

processo de tratamento das informações e tomada de decisões.

Contudo, existem fatores críticos para a implantação dos sistemas de informação em saúde

(SIS) e para a obtenção dos seus benefícios, como os motivos que afetam o processo de aceitação por

parte dos profissionais da saúde, uma vez que a afirmação das inovações tecnológicas depende da

colaboração dos envolvidos (MACHADO, 2003; FREITAS; PINTO, 2005; MELO; TANAKA, 2005;

RAITOHARJU; LAINE, 2006; PEREZ, et al., 2010). Todavia, embora vários estudos tenham sido

desenvolvidos na área de sistemas de informação, com ênfase na adoção pelos usuários (STÉBILE,

2001; SILVA; DIAS, 2007; RIBEIRO; MANFÉ; WIESENHUTTER, 2011), na área da saúde ainda são

recentes os trabalhos realizados para compreender os motivos de aceitação ou não aceitação nos

serviços.

Desta forma, o presente estudo se justifica mediante o momento de mudanças que ocorre na

rede de atenção básica de saúde, propondo-se a analisar se as unidades básicas de saúde em

questão estão preparadas para a implantação do sistema de informação e-SUS AB, investigando o

ambiente que, conforme Burrough (1994) ainda não é devidamente explorado, considerando-se que

não é suficiente que se compre o hardware e o software e se tenha na organização um pessoal

treinado para atingir o sucesso esperado. Para o alcance dos objetivos é preciso ir bem além da

aquisição de materiais e contratos de usuários, exigindo qualificação dos recursos humanos, ou seja,

oportunização do repasse de informações que subsidiem o uso das novas ferramentas.

Diante da aproximação e contato direto com os sistemas de informação próprios do processo

de trabalho desenvolvido na Secretaria da Saúde do município de Pau dos Ferros/RN e, pela relação

entre as informações dos sistemas de saúde e administração do setor entendida e vivida no manuseio

das informações em saúde permitido por vínculo profissional, o interesse pessoal e/ou profissional

configurou-se como um dos motivos sustentadores da seleção da temática.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Apresentar-se-á um consolidado de estudos que tratam de teorias de renomados estudiosos da

área, servindo para o confronto dos achados neste estudo com os anteriores.

Neste momento, além de visitar e rebuscar a literatura, revela-se as preocupações e

preferências do autor, indica-se para o leitor as lacunas que se abrem na bibliografia consultada, as

discordâncias existentes e os pontos de análise que necessitam ser confirmados (VERGARA, 2007).

2.1 Tecnologia da Informação (TI) na Administração

As alterações no mundo contemporâneo têm gerado mudanças absolutas na forma de

produção e no modo de relacionamento dos indivíduos. Nos últimos tempos, as mudanças que a

informática provocou nos ambientes empresariais e até nos lares têm feito com que grande parte da

sociedade altere seus costumes.

Temos como base os períodos históricos da evolução da sociedade, partindo de mercados

principiantes com atividade manufatureira e, posteriormente, demarcados por uma produção industrial

e pós-industrial, rigorosamente motivados pela junção tecnológica nos processos de produção,

provocando significativas mudanças no modelo de vida das pessoas (MAXIMIANO, 2008).

Na Teoria Científica, a qual o precursor foi Frederick Taylor, louvava-se alguns pontos

considerados importantes para a produção: a divisão do trabalho, a disciplina, a racionalização dos

métodos, o sistema de trabalho e, por fim, a padronização da produção. Para Taylor, para atingir-se os

padrões de produção era preciso seleção, treinamento e o controle dos colaboradores e, para garantir

uma maior efetividade, sugeriu-se que estes recebessem uma quantia por produção, ou seja, um

incentivo aos empregados (TAYLOR, 1987; MOTTA, 2002).

Este mesmo modelo outrora conduziria mudanças significativas nas organizações,

desumanizando o que chamávamos de relações no trabalho pela robotização dos funcionários. Assim,

diante deste cenário, os gerentes contraíram a função de “controladores”, com autoridade para

fiscalizar os empregados e, assim, assegurar uma maior produtividade. Portanto, esses eram

conduzidos à alienação e não tinham o comando sobre sua produção, gerando desmotivação. Logo, o

efeito produzido foi perceptível na baixa produtividade (MOTTA, 2002).

Já em 1916, o engenheiro Henry Fayol, na tentativa de racionalizar a estrutura administrativa,

sugeriu a adoção de estrutura com adequação e um funcionamento conciliável com essa estrutura (

MOTTA, 2002; FAYOL, 2007).

A Administração começou a ofertar maior importância aos recursos humanos nos anos 30,

portanto, no mesmo período em que se deu destaque para a organização formal e informal, na qual a

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liberdade era mais comum, sem regulamento e sem organograma, o que caracteriza um grupo sem

objetivo comum e uma equipe que não direcionava seus esforços para uma conquista conjunta

(CARAVANTES, 2005; MAXIMIANO 2008).

Estes antecedentes foram marcantes para impulsionar as teorias da administração seguintes,

que se preocuparam com o lado psicossocial nas atividades de trabalho.

Para reforçar temos como exemplo, nos anos 40, uma teoria que estudava as relações dos

empregados nos processos de trabalho, a Teoria Comportamental, que preconizava o prazer na

realização do trabalho, o que difere do Taylorismo, que visualizava um padrão de produção

(GUIMARÃES; ÉVORA, 2004; MAXIMIANO, 2008).

De acordo com a Teoria de Sistema, os sistemas existem dentro de outros sistemas, esses são

abertos e compreendidos como um conjunto de partes que interagem. As organizações estão inseridas

num ambiente e este tem diversos recursos para o andamento das atividades e para o alcance dos

objetivos (MAXIMIANO, 2008).

A Teoria Contingencial apareceu em resposta à busca para compreender como as empresas

em diferentes cenários se comportam/comportavam. Para tanto, tem como princípio que a organização

e o sistema de trabalho são fortemente influenciados pelo ambiente onde estão inseridos

(MAXIMIANO, 2008).

Todas essas ideias ou correntes de pensamento administrativo contribuíram para as

organizações do mundo moderno. Diante das mudanças contínuas no ambiente organizacional e,

assim, ficando cada vez mais complexa e tornando-se difícil a previsibilidade, as empresas ficaram

cada vez mais dependentes de informações e, por consequência, de uma infraestrutura tecnológica

para dar acesso ao gerenciamento de grandes quantidades de dados, surgindo a tecnologia da

informação, com o intuito de estabelecer estratégias e instrumentos de captação, organização,

interpretação e uso das informações (PEREIRA; FONSECA, 1997).

Um sistema de informação pode ser considerado qualquer dispositivo, mecanizado ou não, que

possa ter a capacidade para tratar dados ou informações, seja de maneira sistêmica ou esporádica,

independente da forma como é aplicada (BATISTA, 2004 e FOINA, 2001).

Uma gestão estratégica de informações atrelada a Tecnologia de Informação conduz a uma

estrutura gerencial de sucesso. A disponibilização de informações de qualidade no momento de

tomada de decisão é de suma importância para as empresas, a qual pode ser garantida pela utilização

adequada dos recursos da tecnologia. Ao utilizar de modo adequado os recursos da tecnologia de

informação, garante-se a qualidade e a pontualidade das informações (FOINA, 2001; BAZZOTTI;

GARCIA 2006).

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Essa flexibilização, vista no modelo contemporâneo de administrar, proporcionou melhores

condições aos gerentes e, assim, uma maneira de antever e diagnosticar riscos e incertezas.

Logo, as mudanças tecnológicas e, consequentemente, da comunicação, trouxeram

significativas alterações econômicas, ou seja, um sistema econômico baseado no conhecimento

(LUNARDI; BECKER; MAÇADA, 2003; BRASIL, 2010).

Na conjuntura atual, em especial no setor de saúde e financeiro, existe um significativo

investimento em Tecnologia da Informação (TI), isso demonstra que existe uma concorrência e uma

rivalidade acentuada como fatores para justificar a atitude desse investimento (LUNARDI; BECKER;

MAÇADA, 2003). Além destes, em Logística, Marketing, Recursos Humanos, Finanças, Operações e

outros setores organizacionais estão sendo utilizadas as mesmas como elementos fundamentais de

facilitação do trabalho, o que justifica a exigência de uma avaliação contínua quanto à utilização, para

que se possa auxiliar o processo de alocação de recursos (O’BRIEN; 2004; TURBAN et al., 2006).

2.2 Sistemas de Informação (SI)

Os gestores buscam a união das partes da organização para melhor administrar os problemas

da organização. Neste contexto, emergem os sistemas de informação. Para definir um sistema de

informação é só imaginar um bloco de elementos que interligados para a realização da coleta,

processo, armazenamento e disseminação das informações para facilitação das atividades da empresa

(LAUDON; LAUDON, 2001 O’BRIEN, 2004; STAIR e REYNOLDS, 2002). Suas partes consolidam um

todo unitário, no intento de atender a um propósito comum, sistematizando a estruturação de um

conjunto de eventos cíclicos (OLIVEIRA, 2002), objetivando uma função estratégia dentro da

organização, (ROWLEY, 2002), procurando atuar segundo REZENDE; ABREU (2000), como:

Ferramentas para auxiliar no funcionamento das organizações e na grande

abrangência e complexidade;

Instrumentos para facilitar uma análise analítica e sintética das empresas;

Facilitadores das atividades internas e externas com suas respectivas intensidades e

relações;

Recursos para suportar a qualidade, produtividade e inovação tecnológica empresarial;

Criadores de modelos de informações que ajudam os processos de decisões

organizacionais;

Ferramentas que produzem importantes informações oportunas que geram

conhecimento para a organização;

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Agregadores de valor à modernidade, perenidade, lucratividade e competitividade

organizacional.

Facilitando o alcance dos objetivos pelas empresas, estes apropriam-se do uso da tecnologia,

como os computadores, compostos por hardware, software, bancos de dados, telecomunicações,

procedimentos e usuários para realizar a coleta, armazenamento, transformação de dados e

disseminação das informações (STAIR, 1998 apud SILVA e DIAS, 2007). Os softwares têm a

capacidade de disponibilizar aos administradores informações detalhadas e ainda com referências

geográficas, ou seja, informações endereçadas e mapeadas (O’BRIEN, 2004; ROSSETTO, 1999).

Estes aparelhos são capazes de facilitar o controle e integrar processos, auxiliando nos

diferentes níveis da organização e na organização para a conquista de um diferencial no mercado pela

introdução de suas estratégias e obtenção de chances de competitividade mais ferrenhas uma vez que

o seu uso possibilita que as empresas tenham o conhecimento de si preciso para capacitarem-se a

mensurar a sua força interna, prontificando-se para competir no ambiente externo e sobressair aos

contínuos ataques do mercado do qual faz parte e agilizar as tomadas de decisões e intervenções

(MORESI, 2000).

Neste contexto, os sistemas de informação estão em contínua transformação para atender as

mudanças do ambiente empresarial, o que prova a necessidade de alteração por parte das empresas

para que consigam sobreviver em seu ambiente, podendo alterar também as administrações públicas,

tanto no âmbito municipal quanto nas demais esferas (MORESI, 2000).

2. 2. 1 Classificação dos Sistemas de Informação

Os sistemas são classificados de acordo com o problema organizacional o qual este auxilia a

resolução. De acordo com uma das classificações, os sistemas obedecem à seguinte classificação:

sistema de nível estratégico, de conhecimento, tático e operacional (BATISTA, 2004).

As informações que são geradas pelos sistemas estratégicos são usadas para a definição do

planejamento estratégico da organização, logo, para a tomada de decisão. Os sistemas de nível tático

são utilizados para o controle dos planejamentos operacionais, ou seja, para determinar as táticas ou

metas a serem executadas. Os sistemas de conhecimento abrangem o repasse de conhecimentos

entre os departamentos da empresa. Por fim, os sistemas de nível operacional são usados para a

realização das atividades rotineiras da empresa (LAUDON; LAUDON 2001; O’BRIEN, 2004).

Ainda existem outras apresentações de classificação de sistema, como é o caso dos Sistemas

Abertos e Sistemas Fechados.

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28

A interação da empresa com a sociedade e seu ambiente de atuação configura o sistema

aberto (PADOVEZE, 1997). Estes circundam a ideia de que imputs traduzidos nos sistema geram seus

imputs correspondentes. A empresa apropria-se de recursos no ambiente, agrega recursos materiais,

humanos e tecnológicos internos e realiza seus processamentos, os quais devolvem bens ou serviços

a serem ofertados ao mercado e/ou ambiente (BIO, 1985 Apud. BAZZOTTI; GARCIA, 2006). Esta

condição de barganha é inata no desenvolvimento de qualquer atividade, assim como a empresa busca

no fornecedor a matéria bruta e prepara-se para despender recursos humanos e tecnológicos para

converter essa matéria prima em produto consumado.

Os sistemas fechados se caracterizam pela independência do ambiente externo para o

desempenho de suas funções e, embora não haja essa comunicação com o ambiente, não há

comprometimento de sua funcionalidade, de forma que suas partes atuam em conjunto para garantir o

desempenho (PADOVEZE, 1997; CORNACHIONE, 2001). Um exemplo é o relógio, mecanismo o qual

atua em conjunto sem necessitar do meio externo para o funcionamento (PADOVEZE, 2000).

Ainda sobre a classificação, segundo a intencionalidade do seu uso e a maneira de retorno

atribuído ao processo de tomada de decisão, os sistemas são de contexto tanto operacional quanto

gerencial, portanto, “Sistema de Apoio às Operações” e “Sistema de Apoio Gerencial” (TURBAN et al.,

2010).

Na sequência, estão listados os principais sistemas de informação, contudo, enfatizando o

sistema de informação gerencial, pois é o foco principal deste estudo.

a) Sistema de Apoio às Operações (SOA)

Os sistemas de Apoio às Operações têm por finalidade processar as transações, fazer os

controles dos processos industriais e atualizar os bancos de dados, dando informações para a

organização de âmbito externo e interno. Esse sistema tem sua importância, mas não consegue

desenvolver informações específicas, assim, é preciso o auxílio do sistema de informação gerencial

(O’BRIEN, 2004; TURBAN et al., 2010). Para os referidos autores, faz parte do Sistema de Apoio às

Operações.

b) Sistema de Processamento de Transações (SPT)

Sistemas desse tipo são utilizados no nível operacional das organizações. Um sistema de

processamentos de transações é um sistema interligado a um computador, que realiza e faz registros

das transações diárias da organização que são importantes para o andamento dos negócios (LAUDON;

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29

LAUDON, 2001; O’BRIEN, 2004). Como exemplo temos os trabalhos realizados por meio de

equipamentos eletrônicos, em especial os repetitivos e de rotina, que facilitam e acrescentam maior

rapidez para a realização. A automatização oferece a possibilidade de maior informação.

c) Sistema de Informação Gerencial (SIG)

Temos um cenário onde administradores gerenciam suas organizações de maneira simples, ou

seja, sem planejamento, o que ocasiona por vezes a tomada de decisões equivocadas, que conduzem

ao erro. Esses erros são percebidos em prejuízos futuros, os quais acarretam um caos administrativo

na empresa (BAZZOTTI; GARCIA, 2006).

Para O’brien (2004), os sistema de informação gerenciais são aqueles que se concentram em

fornecer informação e apoio aos gerentes em sua tomada de decisão eficaz.

Estamos vivendo em um momento de extrema competição entre as organizações em diversos

segmentos e, para que essas possam sobressair com êxito nesse cenário e busque resultados ainda

mais ambiciosos, é necessário está bem informado. Para manter e satisfazer sua clientela, atualmente

as organizações têm que fazer uso de ferramentas para a otimização do gerenciamento das

informações que estão a sua disposição na base de banco de dados. Essas informações trazem mais

segurança para os gestores tomarem suas decisões, tendo em vista que, são atuais e legítimas. Neste

cenário, os sistemas de informações podem auxiliar os usuários/gestores no momento de decisão das

empresas (O’BRIEN, 2004; OLIVEIRA, 2007).

Por esses motivos, as inovações na área da Tecnologia da informação, com ênfase em

software e hardware, tem tomado um direcionamento para a construção de Sistema de Informação

Gerenciais, devido à sua grande importância (O’BRIEN, 2004; BAZZOTTI; GARCIA, 2006).

Quando é preciso fornecer informação e essas são usadas para tomada de decisão, é preciso

que toda a empresa esteja envolvida. Quando os sistemas de informação são utilizados em fornecer

informação para apoiar nas tomadas de decisões, eles são conhecidos como sistema de apoio

gerencial (O’BRIEN, 2002; TURBAN et al., 2010).

Na definição de Turban et al., (2010), sistema de informação gerencial podem ser qualquer

sistema que gerem posições atualizadas no segmento coorporativo, produto da relação de diversos

grupos de sistemas de informação que apropriam-se de estratégias de reunião e ligação entre

entidades dentro de uma organização. É uma transformação de dados em informação que,

posteriormente, são utilizados para a tomada de decisão da empresa, dando mais confiabilidade a

administração e otimizando os resultados almejados (OLIVEIRA, 1992). Logo, atuam como um sistema

com a função de coleta, armazenagem, recuperação e, por fim, de processamento de informações que

são usadas ou desejadas pelos gestores na realização de suas tarefas (BATISTA, 2004).

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As funções dos sistemas de informação gerencial perpassam pelo suporte de planejamento,

controle e organização de uma empresa e guarnição das informações verídicas que, no tempo

necessário, tomam a figura de protagonistas na tomada de decisão. Os sistemas de informação são

compostos por um grupo de subsistemas, visualizados de maneira integrada e com capacidade de

gerar informações no momento decisório (OLIVEIRA, 2002). O mesmo tem um propósito básico, que é

ajudar a empresa a atingir suas metas, através do fornecimento aos gerentes de informações sobre as

operações regulares da empresa, dando suporte para o controle, organização e planejamento com

maior efetividade e eficiência (STAIR, 1998; STAIR; RENOLDS, 2009).

Um ponto que deve ser considerado quando se trata de sistema de informação gerencial, é a

inserção de dados de origem tanto interna quanto externa por parte dos executivos, ou seja, interação

entre os meios, buscando a realização dos objetivos planejados pela empresa pela produção de

relatórios que têm a capacidade de auxiliar os administradores na parte de desenvolvimento de planos

para uma melhor administração, facilitando um melhor controle diante das operações da organização, o

que as atribui mais confiabilidade para tomar as decisões (BAZZOTTI; GARCIA, 2006).

Os relatórios gerados pelo sistema de informação gerencial envolvem relatórios programados,

relatórios que mostram pontos críticos, relatórios que são solicitados e de exceção. Quando dizemos

que os relatórios são programados, tratamos daqueles produzidos por períodos. Quando tratamos de

relatórios de pontos críticos são aqueles emitidos no início de cada dia para diagnosticar as atividades

do dia anterior. Esses relatórios são usados pelos administradores para visualizar tais pontos e

aplicarem ações corretivas. Já os relatórios sob solicitação são solicitados quando os administradores

querem conhecer sobre um item/ponto específico como, por exemplo, a quantidade de um determinado

item vendido (STAIR; RENOLDS, 2008).

2.2.2 Banco de Dados

A informação perpassa por fases as quais são as seguintes, obtida, organizada, gravada,

recuperada e consequentemente será usada pelos gerentes para atuar com mais firmeza e, assim,

aumentando as chances de acerto nas decisões (GUIMARÃES; ÉVORA, 2004; STAIR; REYNOLDS,

2009).

Os dados quando estão em sua forma bruta nada podem acrescentar por si só para a tomada

de decisão. Os dados necessitam passar por uma fase de análise e mudança para serem utilizáveis.

Portanto, para que possamos compreender tal fato ou situação em uma empresa é preciso que esses

dados sejam transformados em informação (BAZZOTTI; GARCIA, 2006; STAIR; REYNOLDS, 2009;).

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A informação é o dado que passou por um processo e um armazenamento de maneira

compreensível para o receptor e que tem um valor significativo para suas decisões imediatas e

posteriores (PADOVEZE, 2000; STAIR; REYNOLDS, 2009).

A informação serve para auxiliar no processo decisório, porque quando bem estruturada é de

suma importância para a organização, agrega os outros subsistemas e habilita a empresa a atingir

seus objetivos .

O conhecimento é um grupo de ferramentas conceituais e categorias que são usadas pelos

seres humanos seja para criar, colecionar, armazenar e compartilhar a informação. As informações são

desenvolvidas pela transformação dos dados, portanto, da aplicação do conhecimento humano

(LAUDON; LAUDON, 1999; STAIR; REYNOLDS, 2009).

Existem divergências, no Brasil, seja na concepção, como na geração dos dados, nas diversas

localidades. O número de trabalhos que buscam um estudo das fontes iniciais de informação como

maneira de avaliação da qualidade dos dados é incipiente (SILVA; LAPREGA, 2005; FRIAS et al.,

2005; FREITAS e PINTO, 2005).

Para os autores mencionados, a coleta é o momento correspondente à entrada de dados e a

fase do processamento faz com que os dados sejam organizados e que tenha relevância para a

empresa. O armazenamento é necessário para que a organização obtenha as informações no

momento preciso. Finalizando, temos a saída ou distribuição das informações, distribuídas para

aquelas pessoas que irão utiliza-las para fins de sua atividade.

Por fim, estas são importantes para que ocorram trabalhos bem realizados, ligados ao

conhecimento; e para que as organizações compreendam pra saber definir o que são dados,

informações e conhecimento, logo que, êxito e o fracasso empresarial tantas vezes dependem da

utilização dessas informações para conseguir solucionar problema e tomada de decisões

(DAVENPORT; PRUSAK, 1999 apud BAZZOTTI; GARCIA 2006).

.

2.3 Inovação e Tecnologia

O processo de inovação inclui a busca pela descoberta, o experimento, o desenvolvimento e a

adoção de diferentes maneiras para processos de produção organizacional. Ao mesmo tempo, quando

se fala em inovação necessariamente não é preciso criar. Podemos nos apropriar de uma ideia já

existente e utilizá-la em uma nova circunstância (SCHUMPETER, 1982 apud BAZZOTTI; GARCIA,

2006).

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É um processo de gerenciamento impactante na implementação de uma tecnologia, tendo em

vista que é uma fase na qual os recursos são direcionados para a promoção de novos comportamentos

e eliminação das forças resistentes (KWON; ZMUD, 1987; apud ROSSETTO, 1999). Nesse período

ocorrem muitos acontecimentos, diversas atividades, inúmeras decisões e muitas mudanças, sejam no

comportamento individual, sejam no grupal (ROSSETTO, 1999).

Quando se propõe uma implementação de inovação de Tecnologia de Informação em diversas

áreas de uma empresa é preciso que se tenha consciência que é preciso passar por uma fase de

melhoria contínua. Para isso, os gestores são os responsáveis por aperfeiçoar a sua utilização e fazer

com que os objetivos sejam alcançados com sua aplicação. Essa prática é considerada uma função

básica da administração, tendo em vista que, como é uma área de conhecimento, a Tecnologia de

Informação está inserida entre setores de Sistemas de Informação e a Administração (PEREZ;

ZWICKER; ZILBER; JÚNIOR, 2010).

A inovação tecnológica tem um início intelectual, no princípio temos a fase do desenvolvimento,

com um tempo atinge a maturidade e assim, passado algum tempo, chega a um ponto e, com um

determinado período em funcionamento diariamente na organização, morre e é substituída por outras

inovações (ABREU, 1995 apud ROSSETTO, 1999). Desta forma, entende-se que a inovação pode ser

uma forma para conseguir mais forças para competir num ambiente tão dinâmico como o atual

(MALHOTRA, 1993; CHAMPION, 1985 apud ROSSETTO, 1999).

Na teoria da adoção e difusão de Inovação Tecnológica, as pessoas que as usam e outros

grupos dentro da organização têm um papel importantíssimo no processo de utilização dos Sistemas

de Informação ou Tecnologia da Informação (ROGERS, 1995). Caso esses recursos não sejam

utilizados pelos usuários, os benefícios potenciais desses sistemas não serão obtidos e,

consequentemente, o percentual de adoção não vai alterar com o passar do tempo (MOORE;

BENBASAT, 1991).

Para que seja aceito uma inovação, é preciso passar por um processo mental no qual o sujeito

adquirente é exposto. Para que isso venha a acontecer, inicialmente parte-se do conhecimento de

inovação; uma constituição de postura no propósito de busca à inovação; a consideração de que pode

ser adotada ou recusada; passando pela execução da ideia e, por fim, o reconhecimento de se adotar

ou não a inovação (JÚNIOR; FREITAS; LUCIANO, 2005).

As organizações só mudam se as pessoas que as fazem mudarem também, aqui está a

condição que este tema traz para analisar a afetividade que relaciona à experiência com o sistema de

informação (ORLIKOWSKI, 2000; CIBORRA, 2002; MCGRATH, 2006; SACCOL; REINHARD, 2006).

Na implantação de sistema os impactos que envolvem o ser humano podem ser absorvidos

com um planejamento. Na mudança do trabalho manual para a rotina automatizada, pode-se provocar

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relutância ou satisfação no trabalho da organização (TAIT, 1994 apud ROSSETTO, 1999). Por isto,

para evitar desgastes na implantação de sistemas é recomendado um treinamento antecipado e uma

divulgação eficiente para mostrar os benefícios do processo.

Uma segunda opção para facilitar no processo de inovação tecnológica é a capacidade de uma

empresa em conseguir conhecimento com sua própria experiência e com outras organizações e alterar

sua maneira de trabalho com base nesse conhecimento. O aprendizado se consolida quando as

pessoas pensam sobre os resultados de seus atos e, assim, conseguem conhecimento. Dessa

maneira, fica mais fácil a compreensão do que funciona, e também do que não funciona e seus

respectivos motivos (SHAW; PERKINS, 1994 apud ROSSETTO, 1999).

As inovações tecnológicas necessitam serem aceitas e utilizadas efetivamente. No caso dos

meios eletrônicos, simbolizam um novo instrumento de promulgação da informação e deveria ser

aproveitado de forma integral ( O’BRIEN, 2004; BATISTA, 2004).

Na área de sistema de informação, o estudo para compreender o comportamento dos usuários

sempre foi difícil de pesquisar, o que sugere um dos motivos de fracasso, seja parcial ou total, na

implantação de sistema de informação pela não aderência por parte dos usuários, com situações como

a pouca utilização ou uso errado. Em linhas gerais, o início do uso de sistema de informação e sua

implantação é um processo que desencadeia a inovação gerencial e mudança organizacional. Nesse

contexto, é preciso que seja estabelecido um equilíbrio entre organização e tecnologia. Para conseguir

tal equilíbrio são necessárias adaptações e ajustes, sejam individuais, grupais e organizacionais e uma

mudança abrangente, em cadeia, desenvolvendo uma reciprocidade no ambiente interno

organizacional, onde essa tecnologia possa criar um papel de junção e parcerias (CHAMPION, 1985

apud ROSSETTO, 1999; MALHOTRA, 1993; ABREU, 1995 apud ROSSETTO, 1999).

Em um processo de implantação de sistema de informação podem surgir problemas de

domínio técnico, portanto, um descompasso entre o meio físico e o conhecimento técnico; no domínio

da informação; no domínio do usuário, referente às habilidades, competências, características pessoais

e fatores de ordem motivacionais e, por fim, problemas no domínio organizacional, natureza e conteúdo

da missão, comportamento, responsabilidades, autoridade e performance dos membros da

organização.

Existem diversas barreiras para o efetivo uso do SIG, e essas estão relacionadas aos recursos

humanos. Esses empecilhos são provenientes da resistência à mudança, a dificuldade em aprender ou

concordar com novos métodos e conflitos de autoridade, quando se inicia um processo de implantação

de uma tecnologia. Para combater essas barreiras, uma maneira que pode ser utilizada é um adequado

treinamento, que geralmente não ofertado ou é negligenciado. Nas pequenas empresas, em especial, o

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treinamento pode ser ministrado no período de implantação do sistema (VENTURA, 1995 apud

ROSSETTO, 1999; JÚNIOR; FREITAS; LUCIANO, 2005).

É importante salientar que o treinamento não deve ser destinado somente às pessoas que vão

operacionalizar o sistema. É imprescindível, para um aproveitamento do mesmo, que o conhecimento

seja repassado para todos os colaboradores que irão manuseá-lo (BURROUGH, 1994 apud

ROSSETTO, 1999; BUDIC, 1994 apud ROSSETTO). O motivo desse treinamento abrangente é devido

à rotatividade nas organizações públicas por parte do pessoal técnico.

Uma equipe necessária para o manuseio do SIG, é desmembrada em uma equipe para

operacionalizar e outra para gerenciar. No grupo responsável pela operacionalização, o conhecimento

pode ser limitado aos procedimentos operacionais. Mas o segundo grupo, que é formado pelos

gerentes, técnicos e cientistas, deve compreender perfeitamente o funcionamento do sistema. Na

equipe de gerenciamento são necessários bons gerentes, que possam conduzir o funcionamento diário

do SIG quanto para gerenciar uma integração harmoniosa com o restante da empresa (DIAS, 2000;

BURROUGH, 1994 apud ROSSETTO, 1999).

Assim, é perceptível a importância da inclusão, no estudo de um processo de implantação de

um novo meio tecnológico e a inclusão de todos os componentes da empresa os quais estejam

relacionados. Quando se trata de sistema de informação o qual existe uma interdependência entre os

demais elementos que fazem a organização, a análise deve-se ser minuciosa, uma vez que o

componente central no sistema é a informação, a qual é a base de toda a organização (O’BRIEN, 2004;

ROSSETTO, 1999).

Segundo O’brien é preciso repassar o conhecimento,

Colocar o conhecimento pessoal á disposição dos demais [...] [como] atividade central da empresa geradora de conhecimento, que ocorre continuamente e em todos os níveis da organização. Os sistemas de gestão do conhecimento facilitam a aprendizagem organizacional e a criação do conhecimento. São projetados para fornecer um feedback rápido aos trabalhadores do conhecimento, encorajar alterações de comportamento dos funcionários e melhorar expressivamente o desempenho da empresa (O’BRIEN, 2004, p. 60).

Não se pode esperar sucesso imediato com a instalação de um Sistema de Informação e com

a aquisição de hardware e o software. Não diferenciando de outra qualquer inovação tecnológica, para

obter um uso efetivo dessa ferramenta é preciso que ocorra de forma integrada com todo o processo

de trabalho da organização. Para essa conquista, se engloba além da compra do hardware e do

software, o retreinamento de colaboradores e da administração, para a prática de uso no contexto

organizacional específico (BURROUGH, 1994 apud ROSSETTO, 1999).

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Nas organizações públicas o cenário tem suas particularidades para a implantação de um SIG,

o que requer uma reforma organizacional. Essa reorganização principia na estrutura organizacional

que, por definir como e onde as decisões são tomadas, reflete no modo como a empresa responde a

uma nova tecnologia de informação (BUDIC, 1994 apud ROSSETTO; VENTURA, 1995 apud

ROSSETTO, 1999).

Para que uma inovação em SI/TI se torne uma ferramenta potencial e com capacidade de

gerar competividade é essencial que tenham um planejamento minucioso e cuidadoso em sua

implantação. Por acaso essa fase não seja realizada, a possibilidade de insucesso em projetos dessa

natureza, SI/TI, podem gerar uma intensidade indesejável. Depois que uma nova tecnologia é

implantada, ela deverá ser potencializada ao máximo, mas essa potencialidade só será alcançada se

ela for adotada por todos que fazem parte da organização. Aqui se encontra a importância de analisar a

maneira com a qual os usuários potenciais ou finais veem a inovação inserida por sistemas ou

tecnologia da informação (TURBAN et al., 2010; PEREZ et al., 2010).

2.4 A Saúde no Brasil e o Sistema Único de Saúde (SUS)

No Brasil, antes da criação do Sistema Único de Saúde (SUS) o serviço era dividido em duas

classes.Uma era ligada ao serviço previdenciário, os quais eram servidores com carteira assinada e

tinham o serviço mais amplo, com serviços custeado pela Previdência Social por meio do Instituto

Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Na outra classe, representada pelo

restante da população, os não-previdenciários, tinham um acesso limitado à assistência à saúde, essa

recebendo os cuidados dos poucos hospitais públicos e de umas poucas atividades filantrópicas de

determinadas entidades assistenciais (CONASS, 2003).

Portanto, o Ministério da Saúde (MS) e as Secretarias de saúde dos Estados e municípios

eram os responsáveis apenas pelas ações de promoção e prevenção de doenças, enfatizando as

campanhas de vacinação e controle de endemias, com ações bastante restritas limitando-se aos

poucos hospitais próprios e pela Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública (FSESP), que

eram dirigidas à população não previdenciária (CONASS, 2003).

Diante dessa desarticulação, motivada por essa desorganização, a sociedade era penalizada

com prejuízos. Motivados pela insatisfação do modelo vigente da época, profissionais da área,

sanitaristas e a própria comunidade brasileira começaram a se mover em direção a uma reforma

sanitária e alteração no sistema de saúde do país. Na época, surgiu o Sistema Unificado e

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36

Descentralizado de Saúde (SUDS), que era um convênio entre o INAMPS e os governos estaduais

(CONASS, 2003).

É importante ressaltar que o SUDS já era um modelo de SUS, contudo, sem as importantes

definições que viriam posteriormente com a Constituição Federal de 1988 e com uma lei complementar.

Tendo em vista que o SUDS era um convênio entre e o INAMPS e a Secretaria Estadual de Saúde,

caso o estado não concordasse em fazer parte do SUDS, o INAMPS seguiria fazendo suas funções.

Todos esses processos acarretaram o surgimento do SUS e a consolidação de seus princípios e

diretrizes na Constituição Federal de 1988 e em toda a legislação que regula o sistema (CONASS,

2003).

A Constituição Federal de 1988 é tida como um marco na história da população brasileira, em

especial quando se trata de saúde, nela estão definidas as garantias individuais e coletivas, se

estendendo a um sistema de seguridade social abrangente, garantindo direitos universais de acesso à

saúde, previdência e assistência social. Nela, a saúde é certificada como “um direito de todos e dever

do Estado”, ainda fazendo menção ao fato de que as ações e serviços públicos agem a partir de uma

rede regionalizada e hierarquizada, constituindo o Sistema Único de Saúde (SUS), disposto com

diretrizes de descentralização, integralização e participação da comunidade (BRASIL, 1988).

2.5 Gestão da Informação em Saúde

Para uma gestão em saúde é preciso competência para gerir, comandar, conduzir e

capacidade de comunicação. Os sujeitos que estão à frente e os demais envolvidos devem ser

polivalentes, tendo ética, política, técnica, e administração (MIRANDA, 2007 apud CARVALHO, 2009).

A informação em saúde é um instrumento que auxilia na tomada de decisão, por meio da qual

o gestor conhece a realidade sócio-sanitária, epidemiológica, gerencial, demográfica, burocrática e

orçamentária para melhor guiar as ações dos governantes e planejamento das políticas em saúde

(CARVALHO, 2004). Ainda na fala do mesmo autor, estas têm a finalidade de:

Fornecer conhecimento sobre problemas individuais e coletivos aos quais se referem o quadro

sanitário;

Identificar os problemas de saúde passíveis de intervenção;

Compreender a importância dos referidos problemas para o quadro sanitário de grupos

estratificados;

Instrumentar ainda mais os elementos para análise da situação encontrada para buscar

soluções;

Identificar as prioridades por meios dos problemas e dar suporte na tomada de decisão;

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37

Aglutinar informações em saúde sobre a realidade do ambiente local/regional;

Utilizar as informações na busca de uma comunicação junto à sociedade, firmando

responsabilidade e focalizando uma melhor qualidade de vida, entre outras políticas.

A acessibilidade à informação é conhecida como um dos pilares de conquista e construção e

também de desenvolvimento governamental e não governamental (CARVALHO, 2009).

Nas últimas décadas, inúmeros autores têm levantado a relevância da informação em saúde

para uso de planejamento, execução e avaliação da política em saúde. Essas servem tanto quanto

para aspectos técnicos, quanto gerenciais. Entretanto, mesmo a área da saúde produzindo grandes

quantidades de informação, ainda são insatisfatórias para os processos da gestão e controle social

(CARVALHO, 2009).

Mesmo com a capacidade de suporte que tem os sistemas de informações, tais tecnologias

não garantem à gestão informações seguras para a tomada de decisão, tendo em vista que, essas

tecnologias isoladas não auxiliam, por si só, a equipe gestora do sistema de saúde (CARVALHO,

2009).

Para um trabalho que gere informações seguras e satisfatórias, os processos de coleta,

processamento, consolidação e análise dos dados e as pessoas envolvidas precisam responder

questões referentes à produção de informação em saúde como (CARVALHO, 2009):

Quais os dados que devem ser coletados e registrados?

Quais instrumentos, tempo e de que maneira?

Quem é responsável pelo registro dos dados?

Os profissionais de saúde estão preparados para trabalhar com dados e informação?

Como deve ser feita a análise e a forma de apresentar as informações?

O deve ser feito para as informações circularem no intuito de ajuda na tomada de decisão?

Como garantir que as informações coletadas sejam de qualidade?

Como assegurar que o controle social use as informações como suporte para qualificar a

gestão e o direito a saúde?

Como a gestão usa as informações como forma de dialogar com a sociedade?

A informação é um caminho para estender ainda mais a argumentação dos cidadãos na defesa de

seus interesses nos fóruns da política de saúde, sendo uma via estratégia nessa luta de emancipação.

Contudo, ao estudar a situação da informação e a estrutura física em informática em saúde, conclui-se

que ainda no país existe um percurso que dever ser trilhado (MORAES, 2005 apud CARVALHO, 2009).

Vejamos algumas dificuldades:

Os sistemas não são interligados, não se comunicam entre si;

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38

Pouca aproximação da área de informação e informática em saúde, sistema de informação em

saúde vinculado a setores dispersos;

Falta de gestão quanto ao processo em torno das práticas de informação e informática nos

setores de saúde, que continuam dispersos;

Repasse da informação de maneira errada à população e aos conselheiros, portanto, seria

viável adequar essa para acessibilidade dos mesmos;

Decisões que envolvem a informação em saúde sem a participação dos conselhos, nas três

esperas do governo;

Dificuldades dos conselhos para obter essas informações;

Ter as informações em mãos e não expor o seu significado indistintamente;

A falta de costume de informação do sistema SUS leva ao mínimo de utilização dessas na

tomada de decisão;

Constante pressão das empresas privadas pelo mercado tecnológico/ informática em saúde;

Decadência nos setores públicos de gestão da informação e informática, o que direciona um

caminho para a terceirização.

No decorrer da história na área da saúde e em especial a do SUS e a crescente participação

das administrações da esfera municipal em saúde, a aproximação ocasionada pela descentralização,

alterou as responsabilidades dos gestores em nível estadual e federal e a mudança do sistema de

saúde para melhor servir às demandas por ações e serviços, o que tem mostrado recentes desafios ao

setor de informática (CARVALHO, 2009).

Diversas mudanças ocorreram com o processo de municipalização de ações em saúde nas

administrações locais, as quais ficaram responsáveis pelo processo de organização e gestão de

sistemas integrados à esfera de estado e locais. Essa descentralização engloba uma responsabilidade

compartilhada dos níveis de governo, a qual não se pode confundir com o simples fato de transposição

da gestão federal ou estadual para um nível local gestão. Portanto, a gestão local passa a ser

autônoma, mas recai sobre si a responsabilidade de planejar, organizar, controlar e a avaliar os

serviços de sua região (CARVALHO, 2009).

Dentre as várias responsabilidades que o gestor tem, cabe a ele, a de avaliar e monitorar as

ações e serviços que estão incumbidos em vários territórios, por isso se defronta muitas vezes com

informações que, fazendo bom uso, viabiliza a identificação de cenários. Portanto, é por meio do

planejamento e avaliação que um gestor em sua área se transforma em um eficiente tomador de

decisões (CARVALHO, 2009).

Depreende-se, portanto, que o SUS, em seus mais de 20 anos, apresenta como marca de

implementação a evolução dos processos de descentralização e municipalização das ações e serviços

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39

em saúde, cujo avanço aumentou o contato do sistema com a realidade social, política e administrativa

do país. Ao mesmo tempo, este marco expôs os gestores a desafios que, contornados, possam

transformar o caráter fragmentado das políticas e programas de saúde por meio de mudanças

promovidas pela aplicação de uma rede regionalizada e hierarquizada (BRASIL, 2006).

2.6 Sistemas de Informação na Área da Saúde Pública

Nas funções administrativas, uma das atividades fundamentais nos municípios são o

planejamento e a gestão pública, sendo que destas, outras têm origem. Portanto, para que ocorra um

bom desempenho é preciso que aconteça de maneira apropriada a coleta, organização, análise e

disseminação das informações, processos tidos como os mais demorados e onerosos (DANDEKAR;

CLARK, 1992 e SANTANA, 1995 apud ROSSETTO, 1999).

Os serviços na área da saúde foram planejados tendo como base, inicialmente, as teorias

administrativas clássicas, com mais precisão nos hospitais, com estruturas rígidas seguindo uma linha

hierárquica, com predominância centralização e decisão, o que provoca uma limitação nos outros

níveis, intermediário/ gerenciais e o setor operacional (GUIMARÃES; ÉVORA, 2004).

Hoje o Sistema Único de Saúde (SUS), tem uma postura que foca em uma nova reorganização

técnica e gerencial para os serviços. Para o alcance desse objetivo, tenta uma adoção de um novo

modelo gerencial com mais flexibilidade e uma maior participação da sociedade como estratégia de

ação (GUIMARÃES; ÉVORA, 2004).

Com o propósito de alternar o modelo tradicional de administrar, busca-se hoje na área da

saúde uma maneira para melhoria no serviço prestado, permitindo a visualização de um leque de

oportunidades para criar e aprimorar teorias de Sistema de Informação (SI) devido ao seu contexto

singular e especial, com representação de usuários que tem obrigação de satisfazer requisitos de

cunho profissional muito exigente e também a liberdade por suas atitudes em relação aos processos de

ordem burocráticas podem ser fundamentais (CHIASSON; DAVIDSON 2004).

O trabalho usando sistema de informação na saúde disponibiliza pontos essenciais como

incremento na segurança do paciente, maior eficiência operacional e uma infraestrutura de Tecnologia

da Informação (TI) já presente na maior parte das organizações (HELMS; MOORE; AHMADI, 2008).

A vantagem e a facilidade de uso percebido têm influência positiva na utilização desses

sistemas de informação de saúde (TULU; BURKHARD; HORAN, 2007). Entretanto, de acordo com

pesquisas sobre um sistema de requisição de recursos médicos, que tem influência significável com as

ameaças e a compatibilidade percebida, segue-se a relutância à mudança e utilidade considerada

(BHATTACHERJEE; HIKMET, 2007). Por sua vez, a diminuição da resistência à mudança e o

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40

incremento da necessidade diagnosticada são os propulsores para a aceitação dos sistemas dessa

categoria.

Apesar dos estudos sobre a adoção de SI serem bastante acentuados, na área da saúde

houve uma preocupação apenas recentemente (CHO; MATHIASSEN; NILSSON, 2008). Para reforçar

essa constatação, estudos apontam a difusão de 120 tecnologias de informação, entretanto, descobriu-

se que nenhuma inovação das 178 tecnologias de SI da área de saúde nesse estudo foram inseridas

(TENG; GROVER; GÜTTLER, 2002).

É comum presenciar uma relação entre tecnologia de informação e mudança no ambiente

organizacional. Esta constatação não deveria provocar surpresa, logo que, nos dias atuais, uma

intervenção que tenha por objetivo mudar a organização não vai dispensar a tecnologia, por isso é

perceptível que qualquer adoção de tecnologia demanda ou traz como efeito alguma mudança

organizacional (MALHOTRA, 1993; ROSSETTO, 1999).

Entretanto, para que aconteça essa transformação no sistema de saúde, é preciso

alterar/reformular as práticas nas ações de saúde, com a necessidade de envolvimento dos

profissionais para com os pacientes. Para tanto, há que haver uma mudança na organização da

instituição para que se consiga atingir as necessidades do novo modelo gerencial (GUIMARÃES;

ÉVORA, 2004).

Uma área que é considerada crítica para a obtenção de sucesso no setor da saúde é a

aceitação de sistema de informação (RAITOHARJU; LAINE, 2006). Os sistemas, por não fazerem parte

da atividade fim desses profissionais, alteram as rotinas organizacionais, ocasionando entraves como o

treinamento desses profissionais. Não compactuado dessa situação, a inovação em sistema de

informação, na maioria das vezes, causa dificuldade de outra natureza que podem levar a sua rejeição

pelos usuários (TULU; HORAN; BURKHARD, 2005).

A prestação de serviço utilizando computadores no monitoramento dos pacientes e para a

documentação médica em geral significa uma mudança inovadora e ainda um desafio expressivo para

os enfermeiros (LEE, 2004). O autor chama a atenção para esse ponto, pois os cursos de enfermagem

não ministram disciplinas que ensinem informática avançada, por esse motivo, eles tomam condutas

negativas com relação ao uso desses equipamentos. Hoje, esses profissionais precisam de um suporte

e um atendimento diferenciado ao logo da criação de sistema direcionado para o seu uso. A

implantação de novos sistemas podem produzir efeitos perturbadores devido à amplitude do contexto

médico (CHO, MATHIASSEN; NILSSON, 2008).

Desta forma, os Sistemas de Informação na área da saúde precisam satisfazer os vários tipos

de usuários e ainda lidar com as alterações de processos e métodos de trabalhos consolidados nesse

ambiente profissional.

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41

Portanto, para que seja consolidada a utilização dessa nova tecnologia na área da saúde, é

preciso a contribuição entre os colaboradores, desde o envolvimento dos médicos, enfermeiros,

assistentes sociais e demais colaboradores da área e agente de informatização, uma vez que a

informatização, na área da saúde, sofre por fatores de ordem peculiar, como a legitimidade dos

instrumentos de informatização pelo mesmo (KOHLI; KETTINGER, 2004; MORAES; GÓMEZ, 2007).

Portanto, existe uma necessidade de rever a gestão de recursos humanos, desde a criação do

Sistema Único de Saúde (SUS), no que tange a sua distribuição geográfica-espacial, quanto a maneira

como é conduzida a gestão e também a capacitação dos profissionais e regulação profissional

(ZUCCHI; 1998).

2.7 O Sistema e-SUS

Pensando num Sistema Único de Saúde eletrônico e por uma reestruturação dos Sistemas de

Informação em Saúde que o Departamento de Atenção Básica criou o e-SUS Atenção Básica, com

vistas a organizar e reorganizar e melhor gerenciar a atenção básica nacional.

Figura 5 – Logomarca do e-SUS Atenção Básica.

Fonte: Google (2014).

Para o Ministério da Saúde, a qualidade da gestão da informação permite um melhor

atendimento à população, pois é através destas que as ações serão tomadas com mais segurança.

Essa nova ferramenta é um sistema de apoio à gestão no processo das atividades, desenvolvido para

suprir as necessidades de cuidado na Atenção Básica (BRASIL, 2013).

O sistema tem duas versões. O e-SUS AB PEC é um Sistema com Prontuário Eletrônico do

Cidadão, que vai permitir o cadastro dos indivíduos, melhor organizar a agenda dos profissionais da

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Atenção básica, inserir acolhimento à demanda espontânea, registrar o atendimento individual e

atividades coletivas.

Figura 6 – Funcionalidades do e-SUS Atenção Básica

Fonte: Google (2014).

Já o e-SUS AB Coleta de Dados Simplificada, possibilita a sua implantação mesmo numa

unidade ainda não informatizada, através de fichas conduzidas para digitação numa central para inserir

os dados no sistema. São essas informações que irão alimentar o Sistema de Informação em Saúde da

Atenção Básica (SISAB). Esse novo sistema irá substituir com o tempo o atual Sistema de Informação

da Atenção Básica (SIAB) (BRASIL, 2013).

Quadro 1: Fichas para a coleta de dados simplificada- e-SUS Atenção Básica.

Cadastro da Atenção Fichas de Atendimento de Fichas de Atendimento de Básica Nível Superior Nível Médio e outros

- Cadastro Domiciliar - Ficha de Atendimento - Ficha de procedimento Individual

- Cadastro Individual - Ficha de Atendimento - Ficha de Visita Domiciliar Odontológico Individual

-Ficha de Atividade Coletiva

- Ficha de Procedimento

Fonte: Adaptado do Ministério da Saúde (2014)

Para a implantação do e-SUS AB PEC é preciso informatizar as Unidades Básicas de Saúde e

ao final do desenvolvimento do sistema estaria com os seguintes módulos:

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Quadro 2 - estrutura do e-SUS AB PEC

e-SUS AB PEC

Módulo

Cadastro

Territorialização

Agenda

Atendimento Individual

Apoio à Gestão

Atendimento à Demanda Espontânea

Exportação

Fonte: Adaptado do Ministério da Saúde (2014).

Um dos objetivos do e-SUS AB é inserir os dados no local onde eles estão sendo coletados,

sendo assim, o sistema pode ser implantado em diferentes ambientes de acordo com sua

característica. Vejamos os cenários que o programa pode ser instalado (BRASIL, 2013):

Somente a secretaria tem computadores e a velocidade de conexão à internet é limitada;

Somente a secretaria tem computador e internet. As UBS têm computador sem acesso à

internet e podem digitar os dados direto na unidade;

A secretaria, e as UBS têm poucos computadores e internet com conexão limitada;

A secretaria, as UBS e a maioria dos consultórios têm computador, no entanto a internet é

lenta e/ou instável;

A secretaria, as UBS e a maioria dos consultórios têm computador, no entanto a internet é

lenta e/ou instável;

A secretaria, as UBS e a maioria dos consultórios têm computador e internet com conexão de

boa qualidade.

Com a implantação do e-SUS em seu nível mais elevado, eletrônico, o sistema será capaz

dentre outras capacidades:

Individualização dos dados (permitindo o acompanhamento de cada usuário atendido, assim

como a documentação das ações desenvolvidas pelos profissionais da equipe);

Integração dos sistemas de informação oficiais na Atenção Básica (AB), bem como a

integração desses sistemas com os outros sistemas do SUS;

Eliminação do retrabalho no registro dos dados e a automação dos processos de trabalho;

Produção da informação para o usuário e para os profissionais com vistas à gestão e à

qualificação do cuidado em saúde.

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Para a implantação do e-SUS AB nas Unidades Básicas de Saúde precisa dar os primeiros passos a iniciar com os pontos listados no quadro.

Quadro 3 - O processo de implantação da Estratégia e-SUS AB

Primeiros passos para a implantação:

1

Identificar profissionais habilitados para a coordenação da implantação do sistema.

2

Realizar diagnóstico situacional da capacidade dos recursos humanos existentes nos estados e municípios.

3

Realizar o levantamento da capacidade tecnológica disponível em cada Unidade Básica de Saúde (UBS) –necessidade de computadores e de impressoras, de acordo com a quantidade de ambientes, conectividade à internet etc. – e nas secretarias municipais de Saúde (SMS) e Secretaria de Estado de Saúde (SES).

4

Garantir a integração do planejamento local ao Plano de Ação Regional.

5

Viabilizar a qualificação de profissionais para capacitar os profissionais de saúde e de TI do município.

6

Articular e viabilizar equipes de suporte à informatização nos estabelecimentos.

7

Elaborar estratégia de implantação, contemplando: Dimensionamento da quantidade de usuários vinculados às equipes da AB, para cadastro dos usuários.

Fonte: Adaptado do Ministério da Saúde (2014).

2.8 Habilidade e competências dos diretores das Unidades Básicas da Saúde

Gerenciar é umas das funções administrativas de níveis mais importantes, pois envolve a

tomada de decisões quanto a toda a estrutura da organização, os processos de produção e o produto

de um sistema. Inclui a coordenação de esforços das várias áreas desse sistema, controla os

processos e também o desenvolvimento das partes e analisa os resultados desses produtos (PASSOS;

CIOSAK, 2006).

Para Passos e Ciosak (2006), a gerência é tida como um instrumento no processo de trabalho

e na organização da saúde e “implica na tomada de decisão que afeta a estrutura, o processo de

produção e o produto do sistema, possibilitando intervenções impactantes para prestação da

assistência com eficiência, eficácia e efetividade”. Logo, para o autor o gerente de unidade básica de

saúde (UBS) precisa ter um conhecimento amplo e, por sua vez, habilidades de saúde e administração,

conhecer o ambiente e ter responsabilidade social com a comunidade.

Paim (2003) define gestão em saúde como a

[...] direção ou condução de processos político-institucionais relacionados ao sistema de saúde, eminentemente conflituosos ou contraditórios, ainda que nos níveis técnico-administrativo e técnico-operacional desenvolva ações de planejamento, organização, gerenciamento, controle e avaliação dos recursos

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45

humanos, financeiros e materiais empregados na produção de serviços de saúde (PAIM, 2003, p. 3).

Atualmente os profissionais que assumem a gerência de uma UBS precisam ter a capacidade

de fazer o que sabem e acrescentar em sua capacitação habilidades a serem desenvolvidas. Portanto,

é uma tarefa contínua, que deve ser levada adiante no enfrentamento dos desafios futuros. É por meios

desses profissionais que a gerência pode se fazer importante instrumento para que se possa efetivar

políticas, pois através dos mesmos parte-se a organização e desenvolvimento dos serviços (CAMPOS,

1992 apud PENNA et al., 2004).

A cada dia cresce a exigência por profissionais mais capacitados, assim, espera-se desses

profissionais habilidades peculiares, adquiridas em sua formação de base, e outras provenientes de

cursos de capacitação gerencial, como a adaptação para a inovação para a gestão (BAYMA, 1997).

O perfil do gerente é muito importante, tendo em vista sua amplitude política da função de

gerencial, que está acima da administração dos recursos organizacionais, uma vez que tem como

objetivo principal planejar políticas e realizá-las (KLIKSBERG, 1988 apud PENNA et al., 2004).

Além disso, há a importância da preparação tecnológica dos gerentes, tornando-os capazes de

analisar as características específicas das necessidades tecnológicas de acordo com o contexto. Como

elementos importantes na composição do perfil desses profissionais, destaca-se a capacidade de

liderar democraticamente as organizações e a ênfase no seu componente crítico-criativo, relacionado

ao desenvolvimento da inteligência (PENNA et al., 2004).

Com a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no país na década de 90, a procura por

gerentes com conhecimentos e habilidades específicas passaram a ser requisitos ainda mais

importantes para a prestação de serviços à comunidade. Assim, houve uma descentralização dos

processos e as decisões ficaram a cargo da gestão local, portanto, mais perto dos usuários dos

serviços em saúde (PENNA et al., 2004).

A rotatividade nos cargos de gestores influenciada anteriormente por indicações políticas têm

diminuído, fato esse que pode ser relacionado a um novo enfoque com as obrigações que sugiram com

a descentralização, o que tem influenciado os profissionais que têm assumido as gerências das UBS

(PENNA et al., 2004).

Uma questão importante referente trata-se da baixa rotatividade, o que pode trazer mais

facilidades para os gerentes nos estabelecimento e influenciar contatos mais efetivos com a

comunidade local, conhecendo-se seus anseios e possibilitando a consolidação de projetos já iniciados

(PENNA et al., 2004).

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46

2.9 Habilidades e Competências Gerais do Enfermeiro

Profissionais da área da saúde devem estar preparados para desenvolver ações de prevenção,

promoção, proteção e reabilitação da saúde dentro de seu contexto, seja individual ou coletivo. Esses

devem garantir que sua atividade seja desenvolvida de maneira integrada e contínua com as demais

instâncias do sistema de saúde. Os profissionais são responsáveis por serviços que se enquadrem ao

mais alto padrão quando se refere à qualidade e princípios da ética/bioética (BRASIL, 2001).

Para conseguir que a atenção em saúde seja alcançada, é preciso que o profissional que

desenvolve a função de gerente utilize elementos de ordem administrativos, o planejamento,

organização, coordenação e controle. Prestar um serviço de qualidade em saúde demanda recursos

humanos que sejam capacitados e recursos materiais adequados (PERES; CIAMPONE, 2006).

No decorrer da história o enfermeiro sempre realizou o gerenciamento, uma função dupla

técnica e social. O gerenciamento foi mantido até então e o enfermeiro tem a responsabilidade legal

frente à sua equipe.

Outra capacidade que os profissionais de saúde devem ter é a de tomar decisões, buscando

uso adequado quanto à eficácia, força de trabalho, medicamentos, procedimentos e práticas. Ou seja,

os enfermeiros devem possuir competências e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir as

condutas mais adequadas, apoiadas por constatações científicas (BRASIL, 2001).

É preciso adquirir competências de tomar decisões. Para chegar a esse ponto, passa-se por

fases que necessitam serem cumpridas, como conhecer a instituição e sua missão, avaliar as reais

necessidades dos usuários e realizar o trabalho baseado por um planejamento que aprecie o

detalhamento de informações (PERES; CIAMPONE, 2006).

A liderança é uma das competências principais que um profissional de saúde deve adquirir.

Eles devem estar preparados para ocupar posições de líder, tendo uma visão para o bem-estar da

sociedade. Essa competência engloba compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade,

comunicação e gerenciamento (BRASIL, 2001).

Liderança é o meio que é induzido a alcançar objetivos definidos por um líder ou

compartilhado por ele e seus seguidores (GARDNER, 1990 apud PERES; CIAMPONE, 2006).

Educação permanente do profissional de saúde é outra característica que ele deve ter. Eles

devem ser capazes de aprender a aprender, ser responsável e ter compromisso com os futuros

profissionais para desenvolver gerações capacitadas, portanto no treinamento/estágio serem

responsáveis pela educação (BRASIL, 2001).

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47

Comunicação é a capacidade de trocar informações, fatos, ideias e significado. Para que

aconteça uma comunicação, é preciso quatro elementos essenciais: a mensagem, o comunicador, o

receptor e o meio (BRASIL, 2001).

Os profissionais devem estar preparados para tomar iniciativas, gerir e administrar a equipe e a

força de trabalho, os recursos físicos e materiais da informação. Também é de sua responsabilidade

serem empreendedores, gestores e empregadores (BRASIL, 2001). O enfermeiro nos dias atuais tem a

responsabilidade de organizar, coordenar atividades ligadas a hospitais e outras equipes de saúde

(PERES; CIAMPONE, 2006).

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48

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Define-se como metodologia o transcurso da ideia pensada e a prática executada na

abordagem da realidade, estabelecendo uma posição de destaque no interior das teorias,

relacionando-se sempre a estas (MINAYO, 2004). Desta forma, o método configura-se como a alma da

teoria (LÊNIN, 1965 apud MINAYO, 2004), não limitando-se a técnicas e ferramentas utilizadas na

efetivação da ideia, mas como a própria aquisição dos conteúdos, pensamentos e existência como um

arranjo articulado (MINAYO, 2004).

Portanto, a metodologia inclui as concepções teóricas que envolvem a abordagem, o conjunto

de ideias que dão suporte à construção da realidade e a capacidade criativa do pesquisador (MINAYO,

2004).

3.1 Tipo de pesquisa

O presente estudo classifica-se como pesquisa de campo do tipo exploratória e descritiva, com

abordagem quantitativa.

Pesquisa de campo é aquela utilizada com a finalidade de conseguir informações e/ou

conhecimentos acerca de determinada problemática, sobre a qual se busca uma resposta, ou de uma

hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as ligações entre eles

(MARCONI; LAKATOS, 2008). Constitui-se como a observação de fatos e fenômenos tal como

acontecem espontaneamente, na coleta de dados a eles respectivos e no registro de variáveis que se

prevê relevantes, para analisá-los (TRUJILLO, 1982 apud MARCONI; LAKATOS, 2008).

As pesquisas exploratórias têm como objetivos a familiarização com o problema, tendo como

propósito torná-lo mais explícito ou, ainda, levantar hipóteses. Pode-se afirmar que tais pesquisas

buscam uma melhoria de ideias ou descobri intuições como principal objetivo. Seu planejamento é

considerado bastante flexível, portanto, possibilita-se a consideração de variados aspectos

relacionados ao fato em estudo. É comum neste tipo de pesquisa incluir o levantamento bibliográfico, a

realização de entrevistas com sujeitos que apresentam experiências práticas quanto aos problemas em

estudo e a análise de fatos que ajudem a compreendê-los (GIL, 2008).

As pesquisas descritivas apresentam como objetivo principal a descrição das características de

determinada população ou fenômenos ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Uma

de suas características mais representativas diz respeito à utilização de técnicas padronizadas de

coletas de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Dentre as pesquisas

descritivas, destacam-se aquelas que têm como propósito estudar as particularidades de um grupo,

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como sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade ou até mesmo o estado de

saúde física e mental etc. (GIL, 2002). Estas são, juntamente com as pesquisas exploratórias, as que

comumente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática e as mais

solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos

etc. (GIL, 2002).

O método quantitativo tem a capacidade de quantificar os dados com precisão, garantindo que

não aconteça interpretação. Com esse método é possível proporcionar maior confiabilidade quanto às

inferências. Normalmente, esse método é utilizado em pesquisas descritivas com o objetivo de

identificar e categorizar a relação entre as variáveis e estabelecer a ligação de causalidade entre os

fenômenos (RICHARDSON, 2011).

3.2 Universo e Amostra

Tendo em vista a facilidade de acesso aos respondentes (enfermeiros e gerentes das unidades

básicas de saúde), o estudo foi realizado com as duas categorias e estendido a todos os componentes

pertinentes aos dois grupos supracitados, caracterizando-se como censo. O censo é um levantamento

de informações que recolhe informações de todos os sujeitos do universo. São de grande importância e

confiabilidade, pois as informações são captadas de todos que pertencem à população (GIL, 2008).

3.2.2 Participantes da pesquisa

O universo da pesquisa foi composto por 13 (treze) enfermeiros e 12 (doze) diretores que

trabalham nas unidades básicas de saúde do município de Pau dos Ferros (RN).

Os critérios adotados para inclusão de seleção dos participantes são:

Ser enfermeiro/gestor das unidades de saúde do município de Pau dos Ferros;

O profissional estar presente no momento da coleta.

Como critérios de exclusão serão adotados:

O profissional não demonstrar interesse em participar da pesquisa;

O profissional estar de férias/licença no período da coleta.

Portanto, seguindo os critérios mencionados, o total de respondentes correspondeu a 11

(onze) enfermeiros e 10 (dez) diretores.

3.3 Procedimento de Coleta de Dados

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A pesquisa foi realizada na Secretaria da Saúde (SESAU), da cidade de Pau dos Ferros,

estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Para coletar os dados os instrumentos utilizados foram dois

questionários (APÊNDICE A e APÊNDICE B) e o universo correspondeu a todos os enfermeiros e

diretores das unidades básicas de saúde de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, para a

obtenção das informações.

Nome das Unidades Básicas de Saúde de Pau dos Ferros/RN:

Centro de Saúde de Pau dos Ferros

Unidade de Saúde Doutor Pedro Diógenes Junior

Unidade de Saúde Caetano Bezerra do Nascimento

Unidade de Saúde Daniel Gama da Silva

Unidade de Saúde Doutor Cleodon Carlos

Unidade de Saúde João XXIII

Unidade de Saúde Mãe Cristina

Unidade de Saúde Maria Fiel de Sousa

Unidade de Saúde Vereadora Joana Cacilda de Bessa

Unidade de Saúde Vereador João Queiroz de Sousa

Unidade de Saúde Maria Lucicleide de Q. Dias Cleide Queiroz

Unidade de Saúde Antônia Bernadete Cosmiro

O instrumento de coleta dados correspondeu a um questionário auto-aplicado, formado por 4

(quatro) variáveis (estrutura física e humana, capacitação em tecnologia, percepção dos profissionais

em saúde e percepção frente à tecnologia), distribuídas em 2 (dois) questionários. Um destes era

correspondente ao gestor/diretor com 15 (quinze) questões abordando as variáveis capacitação e

estrutura física e recursos humanos específicos, contando com 2 (duas) questões abertas e 13 (treze)

fechadas. No questionário direcionado aos enfermeiros as variáveis foram capacitação e percepção,

divididas em 21 (vinte e uma) questões, sendo 2 (duas) questões abertas e 19 (dezenove) objetivas.

Podemos definir o questionário como a técnica de investigação formada por um grupo de

questões que são postas aos indivíduos com a finalidade de levantar informações como

conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores,

comportamento presente ou passado, etc. (GIL, 2008).

Segundo Gil (2008), há quatro vantagens para o uso do questionário, as quais são: a

capacidade de abranger um grande número de entrevistados, mesmo numa área geográfica muito

grande, uma vez que ele pode ser enviado pelos correios; minimização dos gastos devido a não

necessidade de treinamento dos pesquisadores; garantia do sigilo dos respondentes; possibilidade de

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51

que os participantes o respondam no momento o qual consideram conveniente; e a neutralidade do

pesquisador quanto às influências das opiniões e do aspecto pessoal do participante/entrevistado, uma

vez que nem sempre é preciso que este esteja em contato direto com o entrevistado.

A realização do pré-teste do instrumento ocorreu no dia 02 de maio de 2014 e a aplicação dos

questionários sucedeu-se no período de 06 a 16 de maio de 2014. As etapas foram as seguintes:

1º Abordagem do participante nas respectivas unidades básicas de saúde;

2º Esclarecimento acerca da pesquisa, seus objetivos e sua metodologia;

3º Distribuição dos questionários aos enfermeiros/gestores;

4º Recolhimento dos questionários e armazenamento destes em envelopes;

5º Elaboração do banco de dados com as informações extraídas do instrumento de coleta;

6º Arquivamento dos formulários utilizados em caixa-arquivo.

3.4 Tratamento dos dados

Depois da coleta de dados, a fase subsequente é a de análise e interpretação. A análise tem

como finalidade organizar e sumariar os dados de forma que possibilitem a oferta de respostas ao

problema proposto para investigação. A interpretação tem como objetivo a busca pelo sentido mais

amplo das respostas, o que é elaborado a partir de sua ligação a outros conhecimentos previamente

obtidos (GIL, 2008).

Para possibilitar a análise e interpretação dos dados, os resultados foram tabulados e

representados em gráficos e tabelas, utilizando o programa Microsoft Excel para tabulação simples e

eletrônica e análise estatística descritiva para apresentação de percentuais.

A tabulação é o processo de agrupar e contabilizar os casos que estão nas categorias de

análise. A tabulação simples ou marginal configura-se como a simples contagem das frequências das

categorias de cada conjunto. A tabulação eletrônica minimiza o tempo destinado à tabulação e, por

meio do uso do computador, armazena os dados de maneira acessível, organiza-os e analisa-os

estatisticamente (GIL, 2008).

A análise estatística constitui relevante contribuição para a caracterização e síntese dos dados,

para o estudo das relações entre as variáveis e para a verificação da extensão das conclusões

extraídas da amostra considerada. Na descrição dos dados, o pesquisador deve preocupar-se em

descrever os dados coletados e caracterizar o comportamento das variáveis no conjunto das

observações, utilizando-se de estatística descritiva que proporcione análise univariada. Estes

procedimentos permitem: caracterizar o que é típico na categoria; indicar a variabilidade dos indivíduos

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no grupo; e verificar como os indivíduos se distribuem em relação a determinadas variáveis (GIL,

2008).

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53

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.

DIRETORES

Sobre a escolaridade dos diretores das Unidades Básicas de Saúde os resultados obtidos mais

expressivos remetem àqueles que possuem nível médio completo e superior completo com 50,0% e

40,0%, respectivamente. Embora o instrumento de coleta de dados não questionasse a formação

universitária dos participantes, aqueles que cursaram nível superior informaram a graduação cursada.

Segundo esta informação, diagnosticou-se que não há nenhum profissional ocupando o cargo de

gestor que tenha cursado nível superior específico na área da saúde ou administração.

Gráfico 1 – Nível escolaridade dos diretores das Unidades Básicas de Saúde

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Desta forma, discute-se a importância da qualificação dos gestores, expondo a necessidade de

que um gestor/diretor tenha conhecimento de um grande leque de informações e habilidades no setor

da saúde, estendendo-se também à Administração, para que se possa perceber o que ocorre ao seu

redor, uma vez que os responsáveis por áreas dessa natureza devem ter um compromisso social com

a sociedade/comunidade. Em síntese, o administrador de uma unidade básica de saúde (UBS) deve

apresentar habilidades favoráveis à organização da produção, seja de bens ou serviços de saúde

individuais ou coletivos (PASSOS, CIOSAK, 2006).

Atrelado ao exposto, Bayma (1987) acrescenta que a cada dia cresce a exigência por

profissionais mais capacitados, e consequentemente há perspectiva sobre esses profissionais,

habilidades peculiares, adquirida em sua formação de base e outras provenientes de cursos de

capacitação gerencial. É importante que tenham uma atitude de identificar e manter a crença que as

10%

50%

40%

Fundamental incompleto Nível médio completo Superior

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coisas nem sempre são como parecem ser. Partindo dessa visão, na desordem que aparenta o sistema

público de saúde que possam desenvolver inovação para a gestão.

Quanto ao tempo de serviço dos diretores, verificou-se que 70% destes ocupam o cargo há

mais de 6 (seis) anos, o que sugere que alguns, mesmo com mudança da gestão municipal,

continuaram à frente da administração dos serviços.

Gráfico 2 – Tempo de serviço dos diretores das Unidades Básicas de Saúde

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

É importante destacar a grande relevância desse fato, tendo em vista que a pouca rotatividade

pode gerar maiores facilidades para os diretores nas unidades básicas de saúde, como contato mais

efetivo frente à sociedade, conhecimento sobre os problemas do ambiente e suas necessidades e

seguimento dos projetos em longo prazo (PENNA et al., 2004).

Investigando a realização de curso de informática, 70% dos profissionais incluídos declararam

tê-lo concluído ou estarem cursando. Há que se atentar para a imprescindibilidade de que estes

profissionais atendam às competências gerenciais inerentes à ocupação do seu cargo, bem como para

a aquisição de formação de base que valorize cursos de capacitação gerencial que desenvolvam

habilidades para as inovações que adentram os serviços, de forma que se apropriem adequadamente

destas ferramentas para solucionar os problemas que incidem sobre a rotina do trabalho em saúde.

20% 20% 20%

10%

20%

10%

Dez anos Nove anos Sete anos Seis anos Quatro anos Três anos

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Gráfico 3 - Diretores das Unidades Básicas de Saúde que realizam/realizaram curso de informática

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Contudo, não se pode negar nesta condição, o enfrentamento de uma situação que gera novos

desafios de aprendizagem para si mesmo, ao mesmo tempo em que não se deve desconsiderar que os

diretores são instrumentos determinantes para que se possa efetivar as políticas em saúde, sabido que

estes organizam o ambiente para a prestação dos serviços (CAMPOS, 1992 apud PENNA et al., 2004).

Dos respondentes diretores, 60% assinalaram a escala sempre para referir-se à apropriação de

computadores no cotidiano e 20% relataram fazer uso deste nunca ou quase nunca, quando

considerada a utilização do computador para qualquer espécie de trabalho. Logo, infere-se o manuseio

ainda reduzido do computador para a realização de atividades.

Gráfico 4 – Frequência do uso de computadores pelos diretores das Unidades Básicas de Saúde

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

70%

30%

Sim Não

10% 10% 20%

0%

60%

Nunca Quase nunca Às vezes Quase sempre Sempre

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56

Quanto ao e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB), 70% revelou ter ciência da existência do

sistema.

Gráfico 5 – Diretores das Unidades Básicas de Saúde que declararam conhecer o e-SUS

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Embora seja um número considerável, o resultado revela a necessidade apontada pela

literatura da inclusão de todos os colaboradores que estão ligados às unidades básicas de saúde no

reconhecimento desta ferramenta para o trabalho em saúde.

Daí conclui-se o quanto da importância do estudo para o processo de implantação de uma

nova tecnologia, entendendo-se que quando esta é um sistema de informação, deve haver uma

interdependência entre os outros elementos/sujeitos que fazem parte da organização (ROSSETTO,

1999).

Portanto, o devido envolvimento destes profissionais na adoção destas tecnologias configura-

se, conforme relata a Teoria da adoção e difusão de Inovação Tecnológica, um passo decisivo no

processo de utilização dos Sistemas de Informação (SI) ou Tecnologia da Informação (TI) (ROGERS,

1995). Caso esses recursos não sejam utilizados pelos profissionais, os benefícios potenciais desses

sistemas não serão obtidos e, consequentemente, o percentual de adoção não vai se alterar com o

passar do tempo (MOORE; BENBASAT, 1991).

Das unidades básicas de saúde participantes, 80,0% apresentaram computadores em

funcionamento, 70,0% possuem, dentre os profissionais correspondentes, digitadores e, em

contrapartida, em relação a outros equipamentos de informática como impressoras em funcionamento,

registrou-se que 20,0% dos serviços contam com este recurso.

70%

30%

Sim Não

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57

Tabela – 1 Existência de computadores e impressoras em funcionamento e presença de digitadores nas unidades básicas de saúde

Questionamentos Alternativas Porcentagem (%)

Existência de computadores em funcionamento nas unidades de saúde

Sim 80

Não 20

Presença de digitador(es) nas unidades básicas de saúde

Sim 70

Não 30

Existência de impressoras em funcionamento nas unidades básicas de saúde

Sim 20

Não 80

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Assim, embora a disponibilidade de computadores esteja próxima da totalidade e, portanto,

aproximando-se as recomendações do Ministério da Saúde quanto à estrutura preconizada para a

implantação do e-SUS, o número de impressoras torna-se visivelmente reduzido se comparado às

condições mínimas versadas sobre a posse de serviço de impressão pelos estabelecimentos de saúde

por parte da portaria do sistema de informação. Quanto aos profissionais no cargo de digitadores,

embora correspondam a uma parcela relativamente satisfatória, foi observado que não apresentam

formação específica para a ocupação, desenvolvendo trabalho polivalente nos serviços de saúde

incluídos na pesquisa e absorvendo funções diversas para suprir as atividades pendentes de

profissionais nas unidades.

Quando investigada a existência de internet nas unidades, constatou-se que 90,0% dispõe de

acesso online e que esta mesma porcentagem possui internet todos os dias, ou seja, estão em acordo

com as indicações fornecidas pelo Ministério da Saúde a respeito dos primeiros passos

desencadeantes da implantação satisfatória do e-SUS nos serviços de Atenção Primária. Quanto aos

10% de UBS que ainda não tem internet foi identificado que essa percentagem é referente a uma

unidade que está localizada na zona rural. É importante destacar que não foram levantado os motivos

da ausência desse serviço nesse ambiente e sim a existência ou não desse serviço.

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Gráfico 6 – Disponibilidade de internet nas unidades básicas de saúde

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Dentre alguns pontos atrelados ao alcance dos objetivos para a implantação do sistema

requeridos pelo Ministério da Saúde (2014), é a disponibilidade de equipamentos satisfatórias para a

excussão das atividades e suporte técnico assim, fez se necessário investigar quanto a esse suporte.

Gráfico 7 - Frequência de suporte técnico disponível para manutenção dos computadores, impressoras e internet nas

unidades básicas de saúde

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Sobre a frequência de suporte técnico disponível para a manutenção dos computadores,

impressoras e internet, relatou-se que em 60,0% sempre há suporte técnico disponível, parcela a qual

está previamente preparada para eventuais necessidades de manutenção do aparelhamento utilizado

no funcionamento do sistema de informação. Entretanto, de maneira análoga aos recursos de internet

90%

10%

Sim Não

20%

0% 0%

20%

60%

Nunca Quase nunca Às vezes Quase sempre Sempre

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há que se estabelecer padrões de qualidade mínimos para avaliação das condições que supram as

necessidades surgidas para a implantação do sistema.

Considerando-se a percepção dos gestores a respeito da adoção de tecnologias no trabalho,

70,0% relatou como fácil o manuseio de computadores e os demais, 30% assinalaram que existe uma

dificuldade para a manuseio desses equipamentos.

Gráfico 8 – Facilidade quanto ao uso de computadores pelos diretores das unidades de saúde

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Admitindo que essa margem seja considerada significativa, ainda assim cabe uma análise com

mais precisão para identificar os reais motivos da outra parte da população mencionar haver

dificuldade.

Sabe-se ainda que 100,0% da população estudada é a favor dos profissionais de saúde

utilizarem computadores no trabalho, embora 70,0% qualifique o uso de computadores no trabalho

como satisfatório sempre. De maneira análoga, 80,0% consideram que a apropriação destas

tecnologias amplia a produtividade no trabalho sempre e 20% consideram como quase sempre.

Tabela – 2 Percepção dos diretores quanto à utilização de computadores pelos profissionais de saúde, satisfação quanto ao

uso de computadores e percepção quanto à melhoria da produtividade com relação ao uso de computadores

Questionamentos Alternativas Porcentagem (%)

Margem dos diretores que é a favor dos profissionais da saúde utilizarem computadores no trabalho.

Sim 100

Não 0

Satisfação quanto ao uso de computadores pelos diretores das unidades básicas de saúde.

Nunca 0

Quase nunca 0

Às vezes 30

Quase sempre 0

Sempre 70

Percepção de melhoria da produtividade no

Nunca 0

Quase nunca 0

70%

30%

Sim Não

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trabalho por uso de computadores declarada pelos diretores das unidades básicas de saúde.

À vezes 0

Quase sempre 20

Sempre 80

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Desta forma, estabelecendo-se um paralelo entre a situação verificada e a Teoria da Adoção e

Difusão de Inovação Tecnológica, compreende-se a importância do apoio do manuseio destas

tecnologias por parte destes profissionais e seu reconhecimento diante da melhoria da produtividade

promovida pela adesão a estas ferramentas de trabalho, uma vez que, se os sujeitos dentro da

organização, vistos como promovedores da utilização dos Sistemas de Informação (SI) ou Tecnologia

da Informação, porventura não se apropriarem destes recursos, os benefícios potenciais advindos

destes sistemas não serão adquiridos (MOORE; BENBASAT, 1991).

ENFERMEIROS

Dos respondentes, 81,82% declararam possuir outro curso além de Enfermagem, entre os

quais: especialização em Enfermagem do Trabalho, Especialização em Urgência em Emergência,

Especialização em Programa Saúde da Família, Especialização em Obstetrícia, Especialização em

Educação Profissional na Área de Saúde Pública, Especialização em Assistência de Emergência,

Especialização não descrita.

Gráfico – 9 Enfermeiros das unidades básicas de saúde que possuem curso além de enfermagem (Especialização, Mestrado, Curso Técnico, entre outros)

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

81,82%

18,18%

Sim Não

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61

Quanto ao tempo de serviço os profissionais apresentam uma média de 5,09 anos e 82,02%

ocupam o cargo de enfermeiro das unidades investigadas há mais de 5 (cinco) anos, característica que

favorece o reconhecimento da população e o convívio com as atividades executadas na Atenção

Primária, incluindo o uso de sistemas de informação em saúde.

Gráfico 10 – Tempo de serviço dos enfermeiros das unidades básicas de saúde

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Quanto à capacitação na área de informática, os resultados demonstraram relativa equivalência,

de forma que 54,55% declararam não possuir curso de informática.

Gráfico 11 – Realização de curso de informática pelos enfermeiros das unidades básicas de saúde

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

18,18%

72,73%

9,09%

Três anos Cinco anos Dez anos

45,45% 54,55%

Sim Não

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62

O fato de que os demais informantes não fizeram curso pode ser relacionado a não exigência

de capacitação nessa área, uma vez que os sistemas de informação em saúde são alimentados por

digitadores exclusivos. Entretanto, nos últimos dias o Ministério da Saúde tem desenvolvido

ferramentas que o próprio profissional de saúde possa informar esses dados (BRASIL, 2013).

Na mensuração da frequência de uso de ferramentas como Microsoft Word, Microsoft Excel e

Microsoft PowerPoint, 54,55% afirmaram fazer uso destas às vezes. Portanto, entende-se como

comprometedora da implantação do e-SUS nas unidades referidas a representação de profissionais

que demonstraram familiaridade/capacitação quanto à área da informática, indo de encontro com as

recomendações estipuladas a respeito dos preceitos para a efetivação do sistema em consideração.

Gráfico 12 – Frequência do uso de ferramentas como Microsoft Word, Microsoft Excel, Microsoft Power Point pelos

enfermeiros das unidades básicas de saúde

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Investigando a existência de disciplinas referentes à informática na grade curricular referente

ao curso universitário prestado, 81,82% revelaram não ter cursado nenhum componente deste caráter.

A predominância de enfermeiros que não cursaram disciplinas de informática durante a graduação

suscita uma situação geradora de conflitos. Embora esta ausência de componente curricular represente

uma deficiência dos currículos de Enfermagem dos profissionais considerados, o atual momento exige

maior apropriação desse conhecimento.

0%

18,18%

54,55%

9,09% 18,18%

Nunca Quase nunca Às vezes Quse sempre Sempre

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63

Gráfico 13 – Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que cursaram alguma disciplina no curso de

enfermagem, referente à informática

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

De acordo com o Ministério da Saúde, ainda, há que se identificar e qualificar os profissionais

quanto ao manuseio de ferramentas tecnológicas a exemplo dos Sistemas de Informação em Saúde

(SIS), para que se tenha a competência precisa para inserir dados nos sistemas, requisito

imprescindível para o alcance dos objetivos do sistema e, por conseguinte, a prestação de serviços de

qualidade à sociedade por meio do suporte disposto por esta inovação em saúde.

Há disponível, hoje, uma prestação de serviço com auxílio de computadores para monitorar os

pacientes e para o armazenamento de informações em saúde entendida como inovação que gera uma

condição de enfrentamento para os enfermeiros, condicionado ao fato desta inexistência de disciplina

de informática avançada no curso de Enfermagem, resultando em atitudes negativas dos profissionais

frente ao uso das tecnologias. Portanto, os profissionais dependem de um suporte e acompanhamento

diferenciado ao longo da criação de sistema direcionado para a sua manipulação (CHO,

MATHIASSEN; NILSSON, 2008).

Sobre os sistemas de informação em saúde (SI), 90,91% dos participantes reconheceram a

existência destes nos serviços de saúde respectivos, o que sugere o convívio no trabalho com o

manuseio dos sistemas de informação em saúde para a prestação de serviços.

18,18%

81,82%

Sim Não

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64

Gráfico 14 – Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que conhecem algum sistema de informação em saúde (SIS)

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Dos participantes, 36,36% possuem ou fazem curso de capacitação na área. Na investigação

se a Secretaria da Saúde de Pau dos Ferros já disponibilizou ou disponibiliza curso para capacitar os

profissionais para o uso de Sistema de informação em Saúde (SIS), apenas 18,18% relataram haver

disponibilidade deste tipo de formação por parte da instituição. Ainda sobre a realização de curso

referente a SI, 72,73% declararam haver participado ou participarem deste tipo de formação ofertada

pela Secretaria da Saúde.

Tabela – 3 Realização de curso de capacitação em Sistema de Informação em Saúde pelos enfermeiros, oferta de curso de capacitação em Sistema de Informação em Saúde pela SESAU e realização de curso de capacitação em Sistema de

Informação em Saúde ofertado pela SESAU pelos enfermeiros

Questionamentos Alternativas Porcentagem (%)

Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que participaram ou participam de algum curso de capacitação para Sistema de Informação em Saúde.

Sim 36,36

Não 63,64

Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que declararam oferta de curso de capacitação em sistema de informação em saúde pela Secretaria da Saúde.

Sim 18,18

Não 81,82

Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que participaram de curso de capacitação em sistema de informação em saúde promovido pela Secretaria Municipal de Saúde.

Nunca 72,73

Quase nunca 27,27

Às vezes 0

Quase sempre 0

Sempre 0

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

O resultado da realização de capacitação dos profissionais quanto aos sistemas de informação

em saúde revela uma condição contraditória, uma vez entendida a incipiente disponibilidade de cursos

90,91%

9,09%

Sim Não

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ofertados pela Secretaria da Saúde (SESAU). Neste contexto, embora tenha se ministrado poucos

cursos aos enfermeiros, depreende-se a iniciativa dos mesmos diante da procura por capacitação.

Demonstra-se, portanto, uma situação preocupante, entendendo-se que há que se fazer uma

ponte entre o conhecimento de sistemas e os profissionais de saúde, sendo que este deve atender

ofertar requisitos mínimos para o aprimoramento do serviço prestado, outrora exigidos dos profissionais

com grande rigor de maneira obrigatória e individual (CHIASSON; DAVISON, 2004). Neste sentido, as

organizações não devem esperar sucesso tão rápido a respeito da implementação de um sistema de

informação apenas coma aquisição de hardware e software, tendo de ir além dessa fase. De maneira

semelhante a quaisquer inovações tecnológicas, para que se afirme o uso efetivo dessa ferramenta é

de extrema importância que se torne acessível de forma a integrar todos os envolvidos, não limitando-

se a aquisição de máquinas utilizadas na realização das atividades, mas também fornecendo um

retreinamento dos profissionais e da equipe de administração dos serviços (BURROUGH, 1994).

Quanto a conhecer o e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB), 81,82% responderam que conhecem

o novo sistema de informação do Ministério da Saúde (MS), resultado que revela um reconhecimento

moderadamente satisfatório, considerando-se o fato de que o e-SUS AB é um sistema divulgado por

portaria datada de 2013.

Gráfico 15 - Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que declararam conhecer o e-SUS Atenção Básica

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Embora 100% dos entrevistados tenham defendido o uso de computadores por profissionais da

saúde na prestação de serviços e 90,91% apoiarem a adoção dos computadores para a inserção de

81,82%

18,18%

Sim Não

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informações nos SI pelos próprios, 36,36% demonstraram a manipulação do computador para a

realização de qualquer trabalho às vezes e 27,27% utilizam-se deste sempre.

Tabela – 4 Enfermeiros que são a favor do uso de computadores por profissionais de saúde no trabalho, para inserção de informações em saúde, utilizam computador para auxílio no trabalho e frequência de uso dos sistemas de informação em

saúde

Questionamentos Alternativas Porcentagem (%)

Frequência de enfermeiros que são a favor do uso de computadores pelos profissionais de saúde no trabalho.

Sim 100

Não 0

Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que declaram ser a favor do uso de computadores pelos profissionais de saúde para inserir informações nos sistemas de saúde.

Sim 90,91

Não 9,09

Frequência do uso de computadores pelos enfermeiros das unidades básicas de saúde para auxílio no trabalho, levando em consideração qualquer atividade.

Nunca 0

Quase nunca 9,09

Às vezes 36,36

Quase sempre 27,27

Sempre 27,27

Frequência do uso dos sistemas de informação em saúde pelos enfermeiros das unidades básicas.

Nunca 9,09

Quase nunca 18,18

Às vezes 45,45

Quase sempre 9,09

Sempre 18,18

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Frente às mudanças constantes que se estendem em nosso meio, atreladas às novas formas

de trabalho, aqui figuradas na ferramenta gerencial do e-SUS AB, crescem novas exigências, entre as

quais as mais prementes são as habilidades para a utilização de novas tecnologias. Logo, a baixa

adesão ao uso de computadores, classificados como ferramentas fundamentais no funcionamento da

proposta do sistema nos serviços indica uma baixa adequação às novas propostas de trabalho em

saúde elaboradas.

Paralelamente, diante da aceitação expressa pelos enfermeiros referida sobre o uso de

computadores para a informatização dos dados, compreende-se esse critério como favorecedor da

implantação do sistema nos serviços estudados. A princípio a pesquisa contraria estudos anteriores, os

quais revelam resistência por parte dos colaboradores quanto à aceitação do uso de ferramentas

tecnológicas nos serviços de saúde.

Alguns autores discutem a dificuldade para a obtenção de êxito na aceitação de um sistema de

informação no setor saúde (RAITOHARJU; LAINE, 2006). Mesmo com estudos sobre a adoção de

sistema de informação em grande número, no setor saúde, mais especificamente, expressa-se uma

grande preocupação nos últimos anos (CHO; MATHIASSEN; NILSSON, 2008), de forma que, mesmo

perante a difusão de 120 de tecnologias de informação, nenhuma tecnologia de SI do setor saúde

foram inseridas no serviço de acordo com estudo de TENG; GROVER; GÜTTER, 2002. Autores

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destacam problemáticas entre as quais a desvinculação da área, a insípida aproximação das atividades

destes profissionais em relação à apropriação destas inovações, o que demanda reorganização das

rotinas de trabalho, e a legitimação dos instrumentos informatizados pelo setor (TULU; HORAN;

BURKHARD, 2005).

Assim, estes resultados demonstram um ambiente favorável para o programa ser implantado e

atingir os objetivos propostos, uma vez que a contribuição dos sujeitos e a não dispersão destes para a

promoção de novas ideias e maneiras de condução dos trabalhos implica numa maior chance de

sucesso sobre a inovação. É importante frisar que o envolvimento de todos é significante,

reconhecendo-se o impacto da percepção que parte desde o sujeito diretamente ligado ao processo até

a equipe que presta suporte para a elevação do nível de qualificação do trabalho realizado. Portanto,

para a consolidação dessa nova tecnologia na área da saúde, é indiscutível a importância da

contribuição de todos os colaboradores, tais como enfermeiros, médicos, assistentes sociais e demais

agentes de informação (KOHLI; KETTINGER, 2004), considerando-se que nos casos nos quais o

profissional não adere à ideia, estendem-se outros entraves de naturezas diversas que produzem a

rejeição pelos utilizadores do sistema (TULU; HORAN; BURKHARD, 2005).

Para que as inovações tecnológicas sejam aceitas há que se perpassar por um processo

mental nos adquirentes. Para que um sistema de informação/tecnologia da informação se torne uma

ferramenta em uso potencial com possibilidades de predizer resultados, necessita-se de um

planejamento detalhado e íntimo de sua implantação, considerando-se que a ausência desta avaliação

implica em susceptibilidade a fracassos no projeto de implantação (HELMS; MOORE; AHMADI, 2008).

De início, deve-se repassar o conhecimento sobre inovação, depois estabelecer uma postura

diante do propósito de busca desta, seguido pela exposição de que pode ser aceita ou rejeitada e, por

conseguinte, a execução da ideia, assentada sobre o reconhecimento da adoção ou negação. Logo,

para que as inovações tecnológicas gerem resultados satisfatórios e suprirem os objetivos

preconizados, a aceitação é a alavanca propulsora do sucesso (BATISTA, 2004). Aqui surge a valia de

analisar a maneira como os usuários potenciais ou finais percebem a inovação inserida por sistemas ou

tecnologia da informação (HELMS; MOORE; AHMADI, 2008). No caso de ferramentas dessa natureza,

sistemas de informação em saúde (SIS), o meio eletrônico estampa uma nova saída para a

promulgação da informação que deve ser aproveitada de maneira integral (BATISTA, 2004).

Na verificação da facilidade considerada no manuseio dos computadores, 81,82% referiu

destreza com este tipo de tecnologia. O índice que retrata o número de respondentes que considerou

haver dificuldades na utilização do computador pode ser sustentado pelo fato de que 45,55% dos

enfermeiros nunca realizou curso de Informática e que 72,73% dos entrevistas declarou fazer uso de

ferramentas como Microsoft Word, Microsoft Excel e Microsoft Power Point às vezes ou quase nunca.

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Ao mesmo tempo, as respostas relativas ao nível de satisfação com o uso de computadores no

trabalho revelou que 45,45% dos profissionais demonstram-se contentes com a condição e 27,27%

quase sempre se apresentam satisfeitos com a participação da tecnologia na realização do trabalho.

O índice de adesão aos computadores, na fala dos entrevistados, apontou um percentual de

45,45% para “às vezes”, sendo que a frequência de uso dos SI nos serviços foi considerada como

satisfatória por 45,45% da população do estudo e a mensuração da facilidade para a apropriação dos

SI no trabalho foi classificada como fácil por 33,33%, o que pode ser justificado pelo fato de que

18,18% destes profissionais ainda desconhecem a existência do e-SUS.

Tabela - 5 Uso do computador, satisfação quanto ao uso do computador no trabalho pelos enfermeiros, enfermeiros que consideram fácil o uso dos sistemas de informação em saúde e satisfação com o uso dos sistemas de informação em saúde

Questionamentos Alternativas Porcentagem (%)

Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que considera fácil utilizar computador.

Sim 81,82

Não 18,18

Satisfação quanto ao uso de computador no trabalho pelos enfermeiros das unidades básicas de saúde.

Nunca 0

Quase nunca 18,18

Às vezes 9,09

Quase sempre 27,27

Sempre 45,45

Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que considera fácil utilizar sistema de informação em saúde.

Sim 33,33

Não 66,66

Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde do município de Pau dos Ferros (RN) que considera satisfatório o uso de sistema de informação em saúde.

Sim 45,45

Não 54,55

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Na avaliação da produtividade no serviço, 54,55% aprovou o uso de computadores como

ferramenta determinante para a eficiência no trabalho.

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Gráfico 16 – Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que considera que o uso de computadores melhora a produtividade

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

Entendendo-se que os enfermeiros reconhecem a importância do uso de computadores e

relatam habilidades de manuseio quanto a estes no trabalho, depreende-se a necessidade de

investigação quanto aos entraves que desencadearam a declaração de insatisfação quanto à

produtividade por meio dos computadores no trabalho expressa por parte dos respondentes, supondo-

se, por exemplo, que a destreza e facilidade de manipulação dos computadores pode ser alcançada,

mas a sua utilização para tarefas específicas, como o uso de sistemas de informação, não traz

satisfação para os profissionais. Pode-se sugerir, portanto, que a formação específica para o uso de

cada sistema de informação poderia ser uma alternativa que reforçaria a produtividade do serviço pela

facilitação e agilidade dos processos conquistadas pelos enfermeiros.

Portanto, a expressão deste índice pode ser explicada pela insuficiente e/ou frágil disposição

de capacitação para estes profissionais por parte dos órgãos responsáveis pela educação permanente

e pela recente absorção desta tarefa pelos mesmos, gerando uma situação que impede a adaptação

adequada pelo tempo restrito ofertado à transição provocada pela apropriação de ferramentas de

inovação tecnologia no trabalho. Segundo (TAIT1994 apud ROSSETTO, 1999), na conversão do

trabalho manual para a rotina automatizada, podem resultar a relutância ou a aceitação no trabalho.

Neste contexto, a implantação do sistema oferece problemas de domínio técnico, isto é, um

desacordo entre o meio físico estabelecido e o conhecimento técnico apresentado; no domínio da

informação; no domínio do usuário quanto às habilidades, competências, características pessoais e

elementos de ordem motivacionais, acrescidos, ainda, de dificuldades no domínio organizacional,

dentre as quais natureza e conteúdo da missão, comportamento, responsabilidade, autoridade e

0% 9,09%

18,18% 18,18%

54,55%

Nunca Quase nunca Às vezes Quase sempre Sempre

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desempenho dos membros da organização. Além de dificuldades ligadas a não aderência dos recursos

humanos à mudança, a dificuldade em aprender ou aceitar novos métodos e conflitos de autoridade

(VENTURA, 1995 apud ROSSETTO, 1999).

Contudo, essa insatisfação pode ser superada pelo treinamento eficiente, o qual pode ser

disponibilizado no próprio espaço de tempo da implantação; a inclusão dos impactos recaídos sobre o

ser humano originados da implantação de um sistema no ambiente de ofício, valorizando-o como

critério de consideração no momento de planejamento; assim como o esclarecimento dos benefícios

produzidos com a agregação dessas ferramentas tecnológicas (HELMS; MOORE; AHMADI, 2008).

De maneira semelhante, a satisfação com o uso dos SI foi citada por 33,33% dos

respondentes, os quais corresponderam a 9 profissionais, uma vez que estes representaram a parcela

dos respondentes que já fizeram uso de sistema de informação no serviço, ainda que 71,43% tenham

demonstrado reconhecer melhorias no trabalho desenvolvido no espaço de atuação por meio da

atribuição do SI para a inclusão de informações em saúde.

Tabela - 6 Satisfação dos enfermeiros quanto ao uso de sistema de informação e Percepção da melhoria com o uso de sistema de informação em saúde no trabalho

Questionamentos Alternativas Porcentagem (%)

Satisfação dos enfermeiros das unidades básicas de saúde quando faz uso de sistema de informação em saúde.

Nunca 0

Quase nunca 22,22

Às vezes 33,33

Quase sempre 22,22

Sempre 22,22

Frequência de enfermeiros das unidades básicas de saúde que consideram que o uso de sistema de informação em saúde promoveu melhoria no trabalho desenvolvido nas unidades de saúde.

Sim 71,43

Não 28,57

Fonte: Pesquisa de campo (2014).

O reconhecimento da relevância da ferramenta é impactante em sua apropriação, entendendo-

se que o próprio Ministério da Saúde (MS) declara os benefícios provenientes para o aprimoramento da

prestação de serviço à comunidade com medidas a exemplo da redução de arquivos físicos e a

consolidação destas informações por meio de prontuário eletrônico, que facilitará a gestão das

decisões nos serviços para a promoção de uma política em saúde mais efetiva.

Portanto, de acordo com esta ótica, a garantia do acesso à informação revela-se como um dos

pilares para a conquista, alicerce e desenvolvimento governamental e não governamental das

organizações (HELMS; MOORE; AHMADI, 2008).

Contudo, entendendo-se a satisfação do profissional como influente na adesão às inovações

nos serviços, necessita-se investir no reconhecimento dos impactos recaídos sobre a rotina dos

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profissionais no enfrentamento de novas situações, atendendo às dificuldades que permeiam o

processo e viabilizando a satisfação para com a realização das atividades no trabalho.

Page 72: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - …...Pensando em um Sistema Único de Saúde (SUS) eletrônico e em uma reestruturação dos sistemas de informação em saúde o Ministério

72

5. CONCLUSÃO, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusões

Na verificação criteriosa acerca das condições adequadas apresentadas pelas unidades

básicas de saúde analisadas, depreende-se um panorama ineficiente e ainda frágil para a atuação

efetiva do e-SUS AB, seja quando considerado o preparo quanto à estrutura física, seja quando o alvo

de análise é composto pelos dois grupos profissionais elencados no estudo. Portanto, as unidades

básicas de saúde do município de Pau dos Ferros (RN) demonstraram inadequabilidade para a

implantação do e-SUS AB.

Na apresentação de recursos físicos e humanos que atentem para a implantação do sistema,

deparou-se com um cenário ora satisfatório, ora incipiente, uma vez que todas as unidades possuem

computadores em voga, mas o serviço de impressão próprio ainda demonstra-se escasso. Há, ainda,

que se realizar investigação mais profunda acerca das condições de internet dos serviços, entendendo-

se que a posse desta não implica necessariamente em um nível de qualidade adequado para a

execução e garantia da agilidade na dinâmica do uso do sistema em sua modalidade virtual, o que

sugere uma avaliação meticulosa dos indicadores de qualidade dos recursos estruturais indicados na

pesquisa.

De maneira análoga, sobre o que se versa a respeito do pessoal encarregado de executar a

função de digitadores e o suporte técnico ao qual as unidades básicas de saúde recorrem para o

suprimento de intercorrências surgidas no aparato tecnológico, o resultado aponta para uma

apresentação moderadamente satisfatória, ao mesmo tempo em que observa-se a ocupação de

profissionais inespecíficos para o cargo de digitadores, suscitando a necessidade de investigação de

capacitação correspondente aos sistemas de informação em uso no trabalho, uma vez que o Ministério

da Saúde prevê que a implantação do e-SUS deve ser precedida pela qualificação apropriada de

profissionais para a inserção de informações em saúde nos sistemas. Frente ao suporte técnico

descrito, deve-se realizar investigação mais detalhada do processo de solicitação deste serviço, a

agilidade de resolução das eventualidades enfrentadas na resolução dos problemas técnicos e as

possíveis complicações e/ou facilidades que acompanham a etapa de reposição e/ou restabelecimento

das tecnologias em saúde referentes.

Sobre os profissionais incluídos no estudo, infere-se que os gestores das unidades básicas de

saúde, embora classificados em nível de escolaridade satisfatório e alocados neste cargo há um tempo

justo para a ambientação com a função e o local de serviço, apresentam formação que pouco se

apropria das discussões de sistemas de informação em saúde, o que determina a necessidade de

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estratégias de educação permanente e/ou complementar que aproximem estes do conhecimento

técnico e administrativo das inovações tecnológicas ofertadas para a organização dos serviços,

compreendendo-se que os diretores são figuras impactantes na implantação e seguimento dos

sistemas de informação no ambiente de estudo e exercem funções gerenciais constantemente.

Neste contexto, nasce, ainda, o paradoxo criado pela apresentação de cursos de informática

por parte dos gestores e a declaração de facilidade no manuseio dos computadores e o

reconhecimento diante da melhoria da produtividade pela adoção destes no trabalho, assim como o

conhecimento acerca da existência do e-SUS AB, mas um tempo de uso do computador e a satisfação

provocada por este ainda reduzidos, o que prediz o insuficiente envolvimento destes colaboradores na

apropriação destas ferramentas para a realização de atividades e a imperiosa inclusão dos demais

profissionais não sabedores do sistema de informação referido, considerando-se que todos os

profissionais desde o suporte técnico, os responsáveis pelas funções gerenciais e os assistenciais

devem aceitar e se adequar de maneira factível às novas formas de organização do trabalho para que

se eleve a chance de sucesso na implantação do processo de virtualização da prestação de serviços

em saúde.

No tocante aos profissionais enfermeiros, embora apresentem uma frequência de

especializações considerada e o tempo de serviço prestado assuma característica favorecedora do

contato e realização do trabalho desenvolvido na Atenção Básica, não se relatou curso específico

quanto à Informática ou Sistemas de Informação em Saúde e, ainda, um grupo reduzido declarou ter

cursado disciplina correspondente à Informática durante a graduação, o que põe à mostra a fragilidade

da conformação curricular dos cursos de Enfermagem descritos diante da destreza no convívio com as

ferramentas de informática desenvolvidas para a organização da assistência, déficit que pode ser

reparado com a oferta de educação permanente que atente para a atualização da formação profissional

destes servidores e estruture bagagem técnica no convívio com os sistemas de informação em saúde

próprios do trabalho em saúde, iniciativa que, embora demonstrou-se frágil quando partida da

Secretaria da Saúde, apresentou interesse quanto à participação pelos profissionais, o que sugere que

a maior frequência de realização de cursos de capacitação seria determinante expressivo na

qualificação da força de trabalho estudada.

Desta forma, os órgãos eleitos para a vigilância da implantação e funcionamento adequado

destes sistemas não devem assumir uma postura exclusivamente fiscalizadora dos processos, mas

também oferecer suporte para o desenvolvimento de condições satisfatórias para a realização do

trabalho, criando um cenário no qual as competências respectivas às atividades realizadas sejam

cobradas dos profissionais, mas se estendam oportunidades e acessibilidade destes para uma

transição menos impositiva e que respeite as possibilidades de adaptação, incentivando ao mesmo

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tempo o espírito motivacional do profissional para a atualização das habilidades técnicas e o espaço

para sentir-se à vontade com as inovações em um tempo saudável e oportuno.

É importante atentar, ainda, para a necessidade de instrução em informática e sistemas de

informação em saúde que supram especificamente as dúvidas e interpretação de cada sistema ou cada

inovação tecnológica adotada, confiando-se na lógica de que o conhecimento sobre a existência dos

sistemas no trabalho, a defesa do uso de tecnologias da informação nos espaços de saúde e a

facilidade com a manipulação dos computadores não implicam necessariamente na adoção destas

ferramentas por parte dos profissionais, na conversão destas para a produtividade desejada ou na

elevação da satisfação demonstrada por estes, uma vez que as facilidades apresentadas mediante a

utilização de uma tecnologia ou um sistema específicos não determinam a mesma situação no uso de

novas ferramentas ou novos sistemas posteriores.

Logo, a atualização do profissional mediante as mudanças sugeridas nas organizações devem

acompanhar passo a passo as convenções estipuladas e os prazos estabelecidos pelo Ministério da

Saúde para a oficialização da inserção das alterações na rotina de trabalho, firmando-se, portanto, a

certeza de que a formação intermitente e íntegra do profissional oferecida no período e condições

corretas de realização associada à distribuição de aparato tecnológico que seja fiel aos requisitos de

funcionamento digno das propostas de atuação em saúde conformam as condições justas para o

acolhimento satisfatório e o êxito na consolidação do e-SUS AB nos serviços de prestação em saúde.

5.2 Sugestões

No ambiente da era da informação é de suma importância compreender as melhores práticas e

caminhos das áreas de sistema de informação e também voltar um olhar para as tecnologias das

empresas. A informação tem como propósito básico ajudar as organizações a atingir seus objetivos

fazendo uso de seus recursos disponíveis.

Essa pesquisa contribuirá para a organização e outras similares, além dos municípios, uma vez

que atuará como mapa da situação, demonstrando lacunas e pontos que estão em consonância ou

discordância identificados nas unidades básicas de saúde quando comparados às preconizações

estabelecidas pelo Ministério da Saúde (MS) para a implantação do e-SUS AB.

Com base nessa pesquisa, sugere que o distanciamento entre a Secretaria da Saúde e os

profissionais venha a ser estreitados e assim juntos possam minimizar as dificuldades que surgem

nesse momento de mudança que acarretado pelas novas tecnologias em saúde e, por meio deste, abrir

um diálogo, permitindo um momento de discussão das fragilidades enfrentadas durante o processo de

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transição marcado pela instalação do sistema. Mais pontualmente providenciar capacitação para

enfermeiros diretores e um quadro de digitadores para suprir a lacuna; aquisição de impressoras,

máquinas extras e acesso a internet para todas as unidades; tempo para manutenção, cronograma.

Diante deste diagnóstico das condições, as organizações e os municípios poderão assentar-se

para determinar novas possibilidades de atuação objetivando a implantação efetiva do sistema na

prestação de serviços em saúde.

5.3 Recomendações

Como anteriormente relatado, o e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB) é um novo sistema

planejado pelo Ministério da Saúde (MS) para informatizar o Sistema Único de Saúde (SUS). Conhecer

por meio de uma investigação os pontos positivos e negativos que venham favorecer ou retardar a

implantação deste sistema é de grande relevância para a vida acadêmica, para a sociedade, assim

como para profissionais da saúde e gestores.

Partindo dessa visão, essa pesquisa servirá como ponto de partida para futuras pesquisas a

respeito desse instrumento. Entendendo-se que apenas um estudo não tem como corresponder a

todos os questionamentos surgidos a partir desta temática, mas pode atuar como base para outros,

abrindo caminho para a proliferação de novos estudos na área. . Assim, acreditamos que esse estudo

servirá de legado para novas investigações. É nesse acreditar que elencaremos novas aberturas para

pesquisas futuras, partindo de:

Aprofundar o estudo desse sistema e outros com mais detalhes, uma vez que a prática

investigativa nesta área ainda é incipiente e aplicar a outros municípios;

Estudar os impactos positivos e/ou negativos da implantação do e-SUS AB na

dinâmica de trabalho dos profissionais de saúde;

Ampliar o estudo a outros profissionais de saúde nas unidades básicas de saúde

(UBS) e demais profissionais que façam uso dessa ferramenta, incluindo as equipes

dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), Consultórios na Rua (CnR),

Programa Saúde na Escola (PSE) e Academias da Saúde, além de outras

modalidades de equipes e programas que porventura sejam incluídos na AB;

Posteriormente, realizar levantamento, junto aos profissionais, das mudanças ocorridas

com a utilização desse novo Sistema de Informação em Saúde (SIS) na prestação de

serviços em saúde.

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instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-8#q=Information%20technology%20innovations%3A%20general%20diffusion%20patterns%20and%20its%20relationship%20to%20innovations%20characteristics.%20IEEE%20Transactions%20on%20Engineering%20Management >. Acesso em: mar. 2014. TULU, B.; BURKHARD, R.; HORAN, T. Continuing use of medical information systems by medical professionals: empirical evaluation of a work system model. Communications of the AIS, 18: 641–656. 2007. Disponível em : < http://www.cgu.edu/pdffiles/KayCenter/journal_version_tulu_etal_cais2006@20@[email protected]> Acesso em dez. 2013. TULU, B.; HORAN, T. A.; BURKHARD, R. Dimensions of work practice compatibility and influences on actual system use: examining physician use of online disability evaluation system. In: AMERICAN CONFERENCE ON INFORMATION SYSTEMS. USA. Proceedings... USA, 2005. Disponível em:< http://users.wpi.edu/~bengisu/files/AMCIS2005_TAM.pdf>. Acesso em nov. 2013. TURBAN, E. et al.Tecnologia da Informação Para Gestão: Transformando os Negócios na Economia Digital. 6. ed. São Paulo: Bookman, 2010. TURBAN, E.; LEIDNER, D.; McLEAN, E.; WETHERBE, J. Information Technology for management – transforming organizations in the digital economy. New York: John Wiley & Sons.2006. Disponível em:< http://ebookbrowsee.net/in/information-technology-for-management-transforming-organizations-in-the-digital-economy#.U5UQ_nJdUk0>. Acesso em: mar. 2014. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo 9ª Ed. Atlas, 2007. ZUCCHI, P. Funcionários por leito: estudos em alguns hospitais públicos e privados. Revista de Administração Pública 32(3):65-76. Rio de janeiro, 1998. Disponível em:< http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/viewFile/7734/6330>. Acesso em: jan. 2014.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A Questionário a ser respondido pelo Diretor

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN Campus Avançado Profª. Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Questionário a ser respondido pelo Diretor Caro respondente, Este questionário tem como propósito coletar informações para a construção de um Trabalho de Conclusão de Curso-TCC, tendo como objetivo geral: analisar as condições físicas e humanas das Unidades Básicas de Saúde de Pau dos Ferros/RN para implantação do e-SUS. CAPACITAÇÃO 1. Nível de escolaridade: ___________________________________________________________________ 2. Há quanto tempo está neste emprego? ___________________________________________________________________ 3. Já fez ou faz algum curso de informática? ( ) Sim ( ) Não 4. Com que frequência faz uso de computadores para auxiliar nos trabalhos? (Considerar qualquer

trabalho)

( ) Nunca

( ) Quase nunca

( ) Às vezes

( ) Quase sempre

( ) Sempre

5. Você conhece o e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB)? ( ) Sim ( ) Não ESTRUTURA FÍSICA E RECURSOS HUMANOS ESPECÍFICOS 6. Existem computadores em funcionamento nesta unidade de saúde? ( ) Sim ( ) Não 7. Tem digitador(es) nessa unidade de saúde ?

( ) Sim

( ) Não

8. Existem impressoras em funcionamento nesta unidade de saúde? ( ) Sim ( ) Não 9. Há acesso à internet nesta unidade de saúde? ( ) Sim ( ) Não (Pule para a questão 11) 10. Com que frequência tem internet nesta unidade de saúde?

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( ) Um dia por semana tem internet ( ) Dois dias por semana tem internet ( ) Três dias por semana tem internet ( ) Quatro dias por semana tem internet ( ) Todos os dias tem internet 11. Com que frequência há suporte técnico disponível para manutenção dos computadores,

impressoras e internet?

( ) Nunca

( ) Quase nunca

( ) Às vezes

( ) Quase sempre

( ) Sempre

PERCEPÇÃO 12. Você considera fácil utilizar computadores?

( ) Sim

( ) Não

13. Você é a favor do uso de computadores pelos profissionais de saúde no trabalho?

( ) Sim

( ) Não

14. Você acha que o uso de computador no trabalho é satisfatório?

( ) Nunca

( ) Quase nunca

( ) Às vezes

( ) Quase sempre

( ) Sempre

15. Você considera que o uso de computadores melhora a produtividade?

( ) Nunca

( ) Quase nunca

( ) Às vezes

( ) Quase sempre

( ) Sempre

Obrigado pela colaboração!

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APÊNDICE B Questionário a ser respondido pelo enfermeiro

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Questionário a ser respondido pelo enfermeiro Caro respondente, Este questionário tem como propósito coletar informações para a construção de um Trabalho de Conclusão de Curso-TCC, tendo como objetivo geral: analisar as condições físicas e humanas das Unidades Básicas de Saúde de Pau dos Ferros/RN para implantação do e-SUS. CAPACITAÇÃO 1. Você possui algum outro curso além de Enfermagem? (Especialização, Mestrado, Curso Técnico,

entre outros).

( ) Sim (especifique)

__________________________________________________________________________________

( ) Não

2. Há quanto tempo está neste emprego?

___________________________________________________________________

3. Já fez ou faz algum curso de informática?

( ) Sim

( ) Não

4. Com que frequência faz uso dessas ferramentas (MICROSOFT WORD, MICROSOFT EXCEL, MICROSOFT POWER POINT)? ( ) Nunca ( ) Quase nunca ( ) Às vezes ( ) Quase sempre

( ) Sempre

5. Você já cursou alguma disciplina, no curso de Enfermagem, referente à informática?

( ) Sim

( ) Não

6. Você conhece algum Sistema de Informação em Saúde?

( ) Sim

( ) Não

7. Já participou/participa de algum curso de capacitação para Sistema de Informação em Saúde (SIS)?

( ) Sim

( ) Não

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8. A Secretaria Municipal de Saúde disponibilizou/disponibiliza curso de capacitação para uso de

sistema de informação em saúde?

( ) Sim

( ) Não

9. Você já participou/participa de curso de capacitação em sistema de informação em saúde promovido

pela Secretaria Municipal de Saúde?

( ) Nunca

( ) Quase nunca

( ) Às vezes

( ) Quase sempre

( ) Sempre

10. Você conhece e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB)?

( ) Sim

( ) Não

PERCEPÇÃO

11. Você é a favor do uso de computadores pelos profissionais de saúde no trabalho?

( ) Sim

( ) Não

12. Com que frequência faz uso de computadores para auxiliar nos trabalhos? (Considerar qualquer

trabalho)

( ) Nunca

( ) Quase nunca

( ) Às vezes

( ) Quase sempre

( ) Sempre

13. Você considera fácil utilizar computadores?

( ) Sim

( ) Não

14. Você acha que o uso de computador no trabalho é satisfatório?

( ) Nunca

( ) Quase nunca

( ) Às vezes

( ) Quase sempre

( ) Sempre

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15. Você considera que o uso de computadores melhora a produtividade?

( ) Nunca

( ) Quase nunca

( ) Às vezes

( ) Quase sempre

( ) Sempre

16. Você é a favor do uso de computadores pelos profissionais de saúde para inserir informações nos

sistema de informação?

( ) Sim

( ) Não

17. Com que frequência você faz uso dos sistemas de informação em saúde?

( ) Nunca

( ) Quase nunca

( ) Às vezes

( ) Quase sempre

( ) Sempre

18. Você acha que a frequência de uso dos sistemas de informações em saúde é satisfatória?

( ) Sim

( ) Não

19. Você considera fácil utilizar Sistema de Informação em Saúde? (Não responder caso nunca

tenha feito uso dos sistemas de informação em saúde)

( ) Sim

( ) Não

20. Você se sente satisfeito quando faz uso dos sistemas de informação em saúde? (Não responder

caso não faça uso dos sistemas de informação em saúde)

( ) Nunca

( ) Quase nunca

( ) Às vezes

( ) Quase sempre

( ) Sempre

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21. Você acha que o uso de sistema de informação em saúde promoveu melhoras no trabalho

desenvolvido nesta unidade de saúde? (Não responder caso não faça uso de computadores na

unidade para inserir informação em saúde)

( ) Sim

( ) Não

Obrigado pela colaboração!

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