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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO
JONAS GOULART DA ROSA
TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA DOS POLICIAIS MILITARES QUE ATUAM
NA MODALIDADE DE POLICIAMENTO DA RÁDIO PATRULHA DO 9°
BATALHAO DE POLICIA MILITAR DE CRICIÚMA/SC
CRICIÚMA
2012
JONAS GOULART DA ROSA
TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA DOS POLICIAIS MILITARES QUE ATUAM
NA MODALIDADE DE POLICIAMENTO DA RÁDIO PATRULHA DO 9°
BATALHAO DE POLICIA MILITAR DE CRICIÚMA/SC
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de graduação no Curso de Educação Física - Bacharelado da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.
Orientador - Prof. Ms. Cléber de Medeiros.
CRICIÚMA
2012
JONAS GOULART DA ROSA
TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA DOS POLICIAIS MILITARES QUE ATUAM
NA MODALIDADE DE POLICIAMENTO DA RÁDIO PATRULHA DO 9°
BATALHAO DE POLICIA MILITAR DE CRICIÚMA/SC
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de graduação no Curso de Educação Física - Bacharelado da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.
Criciúma, 26 de Novembro de 2012.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Cleber de Medeiros- Mestre- UNESC- Orientador
Prof. Victor Julierme Santos da Conceição- Mestre- UNESC
Prof.ª Bárbara Regina Alvarez – Doutora - UNESC
Dedico este trabalho a todos meus familiares,
amigos e professores que tanto me ajudaram
nesse processo de engrandecimento e
crescimento.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela vida e por me mostrar sempre o
caminho certo a seguir.
A todos os meus familiares, em especial meus pais e minha avó pelo
apoio, compreensão e carinho.
A minha irmã Ana Paula Goulart, por sempre me entender e nunca medir
esforços pra me ajudar quando precisei.
Ao meu cunhado e amigo Eliseu Cardoso Machado, pelos conselhos e
apoio em varias decisões em minha vida.
Ao professor Victor Julierme Santos da Conceição pela atenção,
compreensão, dedicação e predisposição para com toda a elaboração da pesquisa.
Ao professor e orientador Cleber Medeiros pela paciência, dedicação,
predisposição e dedicação nas orientações desta pesquisa.
A todos os professores que contribuíram para meu engrandecimento e
conhecimento.
A todos os meus amigos que simplesmentente fazem parte de minha vida.
A todos os colegas de faculdade e sobretudo os que estudam comigo em
sala de aula.
.
“Alguns segundos, milésimos talvez, seja
numa decisão ou numa ação, são capazes
de mudar toda historia e assim dar rumos e
destinos diferentes ao que se espera de
futuro”.
Jonas Goulart da Rosa
RESUMO
A saga do policial militar se caracteriza por uma vida plena de sacrifícios, de espírito de renúncia e silenciosa dedicação ao dever, elementos sem os quais não é possível levar a bom termo a missão nobilitante de dar proteção à sociedade. Diante disso, as questões relacionadas a qualidade de vida deles ficam comprometidas.Comumente a isso, a presente pesquisa tem o objetivo de avaliar a qualidade de vida dos policiais militares que trabalham na radio patrulha no município de Criciúma. A pesquisa se caracteriza como descritiva, do tipo estudo de caso, onde analisou-se através do questionário WHOQOL- Bref uma amostra de 51 policiais militares da modalidade de serviço da radio patrulha de uma população total de 252 policiais militares que trabalham na instituição. A amostra foi obtida através da equação de Barbeta. Verificou-se 52% dos pesquisados são solteiros, 43% casados; 78% possuem entre 23 a 33 anos de idade; 45% são formados no ensino superior, 39% ensino superior incompleto. Com relação ao tempo de serviço observou-se que 41% trabalham entre 0 a 5 anos chamado grupo 1, 37% de 6 a 10 anos chamado grupo 2 e 21% trabalham a mais de 11 anos chamado de grupo 3. Sobre a qualidade de vida observou que os grupos 1 e 3 obtiveram resultados parecidos com cerca de 68% cada, já o grupo 2 obteve resultado de 59%. Verificou-se também os domínios de cada grupo e contatou-se que em todas as comparações o grupo 2 teve resultado inferior aos demais. O domínio meio ambiente foi o mais baixo em todos os grupos não ultrapassando os 55% de media, indicando que o meio ambiente ondeestão inseridos não esta adequado para uma boa qualidade de vida. Verificou-se que a amostra analisada foi composta por 51 policiais militares com idade entre 47 e 23 anos. Além disso, contatou-se que quase todos estão cursando ou são formados no ensino superior. Com relação ao tempo de serviço, observou-se que quase 80% dos profissionais possuem ate 10 anos de serviço prestados, já com a faixa etária percebeu-se que 78% da população tem entre 23 e 33 anos de idade e mais da metade são solteiros. No âmbito dos resultados sobre qualidade de vida, verificou-se que em geral o três grupos de pesquisa obtiveram bons resultados. Em contrapartida nota-se que o grupo 2 obteve um menor resultado em todos os domínios analisados e por sua vez uma pior qualidade de vida conforme os resultados dos grupos estudados. Pode-se destacar ainda, que os grupos 1 e 3 obtiveram resultados parecidos e muito bons em todos os aspectos observados. Vale ressaltar sobre o domínio meio ambiente, os resultados foram os piores de todos os grupos estudados, haja vista, que analisa o meio ambiente em que os profissionais estãoinseridos. A partir dos resultados encontrados pode-se concluir que o grupo de policias da modalidade de policiamento da radio patrulha apresenta bons índices de qualidade de vida na analise feita através do questionário WHOQOL – Bref.Palavras-chave: Policial Militar; Qualidade de vida; Radio Patrulha; Trabalho.
.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BOE Batalhão de Operações Especiais
COE Companhia de Operações Especiais
OMS Organização Mundial da Saúde
PM Policia Militar
PMSC Policia Militar de Santa Catarina
PPT Pelotão de Patrulhamento Tático
PPC Pelotão de Patrulhamento com cães
QVT Qualidade de Vida no Trabalho
QV Qualidade de Vida
RP Radio Patrulha
SSP Secretaria de Segurança Pública
WHOQOL World Health Organization Questionaire for Quality of Life
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................10
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................12
2.1 O TRABALHO .....................................................................................................13
2.2 O TRABALHO DA POLICIA MILITAR .................................................................16
2.2.1 Organização da Instituição Policia Militar....................................................17
2.2.2 O Policial Militar .............................................................................................19
2.2.3 Das atividades do Policial Militar ..................................................................20
2.3 QUALIDADE DE VIDA ........................................................................................22
2.3.1 Qualidade de vida no trabalho ......................................................................25
2.3.2 Qualidade de vida de policiais militares.......................................................28
3 METODOLOGIA ....................................................................................................33
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................33
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA................................................................................33
3.2.1 critérios de inclusão e exclusão ...................................................................34
3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DOS DADOS ...................................................35
3.5 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS .....................................................35
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS.......................................................36
REFERÊNCIAS.........................................................................................................48
APÊNDICE A – CARTA DE APRESENTAÇÃO AO 9° BATALHÃO DE POLICIA
MILITAR....................................................................................................................51
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO .........................................52
APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO .....................................................53
10
1 INTRODUÇÃO
No âmbito do conceito de qualidade de vida, saúde e doença constituem
as duas faces de uma mesma moeda. A Organização Mundial de Saúde (OMS)
define qualidade de vida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no
contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus
objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
Para Nahas (2006), muitos são os fatores que resultam numa vida de
qualidade, dentre eles estão: estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho,
salario, lazer, relações familiares, disposição, prazer e até a espiritualidade. Num
sentido mais amplo ela pode ser medida da própria dignidade humana, pois
pressupõe o atendimento das necessidades humanas fundamentais.
Nesta premissa que o tema de pesquisa do presente estudo é sobre
Trabalho e Qualidade de vida dos policiais militares que trabalham na modalidade de
policiamento da rádio patrulha do 9° batalhão de Policia Militar de Criciúma. Tema
este proposto pelo fato de estar vivenciando e trabalhando na instituição citada e por
despertar a curiosidade de saber e poder compartilhar com quem tiver interesse
sobre o assunto supracitado.
O tema em questão é de interesse coletivo, pois os policiais militares são
responsáveis pela segurança publica e atuam diretamente no combate ao crime e
restauração da ordem publica, logo ele precisa estar bem tanto físico quanto
psicologicamente para atender os anseios da sociedade vigente.
A saga do policial militar se caracteriza por uma vida plena de sacrifícios,
de espírito de renúncia e silenciosa dedicação ao dever, elementos sem os quais
não é possível levar a bom termo a missão nobilitante de dar proteção à sociedade.
Entretanto, essa profissão tem um caráter estressante e normalmente a qualidade
de vida desses profissionais esta longe dos padrões exigidos para uma boa
prestação de serviços, em vista dessa problemática esse é meu objeto de estudo
para a presente pesquisa.
Santos e Cardoso (2010) admitem que os profissionais que trabalham em
funções diretamente na assistência dos outros, estão mais suscetíveis as tensões e
ao estresse. No geral, os policiais são vítimas de acidentes e violências que levam à
morte prematura. Desta forma contribui para o desenvolvimento dos níveis de
estresse, afirmam os autores.
11
O policial militar, por determinação das constituições Federal e Estadual,
desempenha tarefas especificas na área da segurança publica. Sua atribuição
principal constitui a manutenção da segurança publica por meio do policiamento
ostensivo. Para isto, é necessário que permaneça diariamente nas ruas atuando
preventivamente na manutenção da ordem e repressivamente na restauração da
mesma. (BRASIL, Constituição de 1988; SANTA CATARINA, Constituição de 1989).
Nesta premissa, foi definido o seguinte problema para tentar elucidar
melhor sobre o tema em questão: Como esta a qualidade de vida dos policiais
militares que atuam na modalidade de policiamento da Radio Patrulha do 9°
Batalhão de Policia Militar de Criciúma?
Para responder tal problema de pesquisa construí o seguinte objetivo
geral para nortear melhor o trabalho: Descrever a qualidade de vida dos policiais
militares lotados no 9° Batalhão que atuam na modalidade de policiamento da Radio
Patrulha do município de Criciúma-SC. Com relação aos objetivos específicos:
Identificar as variáveis sócio demográficas (Idade, formação, estado civil, tempo de
serviço); Avaliar a qualidade de vida dos policiais militares da modalidade de
policiamento da Radio Patrulha; Identificar possíveis diferenças na qualidade de vida
dos profissionais conforme tempo de serviço prestado e idade dos pesquisados;
verificar se há diferenças na qualidade de vida do Policial Militar conforme sua
graduação de serviço; Recomendar se necessário, condições e elementos para uma
melhor qualidade de vida.
Na revisão de literatura da presente pesquisa, buscou-se abordar sobre
assuntos relacionados ao tema principal em questão, afim de melhor elucidar as
questões norteadoras do projeto de pesquisa.
Assim, o primeiro capítulo tratou sobre o trabalho, abordando desde suas
definições e origens até sua organização dentro do contexto de trabalho. No
segundo capítulo são abordados sobre a profissão Policia Militar, ou seja, haverá
uma caracterização da mesma, será explicitado sobre essa profissão, bem como sua
organização dentro da Instituição, suas atribuições e funções. Para finalizar frisará
sobre as atividades desenvolvidas na Instituição Policia Militar. O terceiro capítulo
abordará sobre a qualidade de vida (QV), vista de forma abrangente por alguns dos
principais autores sobre o tema em questão. Será frisado também, sobre Qualidade
de vida no trabalho (QVT) e para finalizar será evidenciado sobre a Qualidade de
vida do Policial Militar.
12
Após a revisão de literatura, o presente estudo tratará da metodologia
aplicada, instrumento de pesquisa aplicado, coleta e analise de dados, bem como a
discussão e conclusão dos resultados obtidos.
.
2 REVISÃO DE LITERATURA
13
Neste capitulo serão abordados sobre o trabalho, visto de forma
abrangente ou geral, em seguida, serão apresentados sobre a caracterização do
policial militar, suas funções e atividades exercidas no âmbito da Instituição Policia
Militar, mais adiante serão abordados sobre a qualidade de vida, no trabalho e na
Policia Militar.
2.1 O TRABALHO
O trabalho pode ser entendido como uma atividade programada, com um
começo e um fim, com horários e uma rotina diária que estrutura o tempo: os dias,
as semanas, os meses, os anos, a vida profissional. É, dessa maneira, uma
atividade que estrutura e permite organizar a vida diária e, por extensão, a história
pessoal (MORIN, 2001).
De acordo com Codo (2000) o trabalho, enquanto atividade criativa e de
transformação, não modifica apenas o mundo, ou seja, o social ele acaba mudando
também o homem que o executa, seu intelectual. Assim, podemos definir o trabalho
de diversas maneiras, tornando-se interessante entender o trabalho de uma maneira
geral.
Segundo Morin (2001), o trabalho é uma atividade que se inscreve no
desenvolvimento de uma sociedade; devendo, consequentemente, respeitar as
prescrições relativas ao dever e ao saber viver em sociedade, tanto na sua execução
como nos objetivos que ele almeja e nas relações que ele estabelece. Em outras
palavras, o trabalho deve ser feito de maneira socialmente responsável.
Codo (1999), nos mostra que pode-se analisar o trabalho sob duas
esferas: uma objetiva e outra subjetiva, onde na esfera objetiva, o trabalho tem a
função de transformação física, citando como exemplo a transformação de uma
árvore em cabana para a sua proteção dos acontecimentos naturais, e o homem
transformando a natureza para atender às suas necessidades, atribuindo-lhe um
significado que agregado ou não de energia afetiva, determina o subjetivo no
homem. Ele diz ainda que: é impossível separar estas duas esferas, já que elas
influenciam diretamente na formação da identidade do indivíduo, inserindo-se na
maneira de como este constrói a sua relação com o produto de seu trabalho.
14
De acordo com Codo et al. (1993, p. 59) “[...] tentar compreender o
homem sem considerar o trabalho é tentar compreender o homem, apesar de sua
vida”. Os mesmos autores acrescentam que: O homem produz sua própria
existência na medida em que trabalha, arquitetando a estrutura social com suas
próprias mãos, a mesma estrutura que lhe servirá de habitat; o homem é o meio
ambiente do homem. O Homem e trabalho estão intimamente relacionados, pois o
trabalho contribui para a formação da subjetividade e identidade do indivíduo e
esses componentes agem sobre sua percepção, desempenho e aquisições
provenientes de seu trabalho.
O trabalho na vida do homem é um fator que influência na saúde,
determinando o seu ritmo e equilibrando seu cotidiano diário. O homem e o trabalho
interagem provocando alguns efeitos e transformações sobre os indivíduos. O
trabalho pode favorecer tanto a saúde física e psíquica como também riscos à saúde
(TREVIZOL, 2001).
Codo (1999) ainda diz que, existem tarefas que por sua natureza são
permissíveis de mais ou menos flexibilidade, mas diretamente ligado ao modo em
que o trabalhador se organiza e suas próprias condições frente a sua organização.
Determinada atividade pode ser executada de várias formas diferentes, porém se a
organização do trabalhador estiver de tal forma estruturada que não permita esta
flexibilidade, ele acabará sentindo-se excluído de sua liberdade de ação, podendo
causar sofrimento para este trabalhador, pois o mesmo perderá sua vontade ao
trabalho por não conseguir executá-lo corretamente.
Para Dejours (1994), a organização do trabalho é, de certa forma, a
expressão da vontade do outro, pois o trabalhador é dominado e forçado a agir
conforme a vontade desse outro. Com isso, desprende-se de seu corpo físico como
também desapropriado de sua competência. Quando ocupa um cargo ou função
numa organização, encontra a sua espera um conjunto de tarefas que devem ser
cumpridas, além de objetivos e meios para realizá-las já determinados. Resta-lhe
apenas executá-las. Se não há nenhuma condição de adequação do trabalho à
própria personalidade do trabalhador, ele aumenta sua carga psíquica, o que resulta
em sofrimento advindo de sentimentos gerados por diversos aspectos que provocam
disfunções pessoais e organizacionais. Dentre outros, pode-se citar o sentimento de
inutilidade (o indivíduo não percebe valorização e finalidade de seu trabalho);
sentimento de falta de dignidade (vergonha de ser apenas uma “peça da
15
engrenagem”); sentimento de desqualificação (cujo sentido repercute não só para si
como também para o ambiente de trabalho).
Morin (2001) diz, que torna-se necessário organizar cientificamente o
trabalho de forma a torná-lo produtivo, sem ser penoso, muito menos doloroso,
dando-se sentido e o princípio que norteia a organização do trabalho é o de alterar
os comportamentos dos trabalhadores, de forma que, progressivamente, estes
desenvolvam atitudes positivas com relação às funções executadas, à sua
organização e a eles próprios. Nesse sentido, uma empresa será tanto mais eficaz
quanto maior for o comprometimento existente com o trabalho.
Nesta linha de raciocínio, Codo (1999) diz que é preciso pensar que há
três esferas de necessidades, interagindo entre si, para determinar o controle sobre
o processo de trabalho: a necessidade ou capacidade do trabalhador, da
organização do trabalho e da tarefa em si.
A primeira esfera trata das necessidades de controle do trabalhador, ou
seja, são suas características individuais que administram maior ou menor
necessidade do controle sobre o processo produtivo, mediando com as condições
das outras duas esferas. Para a segunda esfera, Codo mostra como o trabalho está
organizado e se por acaso há a necessidade de mudanças, pois devido ao excesso
de gerenciamento centralizado ou o crescimento acelerado, muitas vezes ocorre
uma grande distância entre planejamento e execução, esta esfera tem a função de
uniformizar as tarefas diminuindo assim este impacto. Já na terceira esfera, que trata
a tarefa em si, o trabalhador deverá realizá-la de acordo com o planejamento
previamente estipulado por seu superior, pois qualquer diferença encontrada na
realização da tarefa poderá acarretar em sérios problemas tanto na segurança,
quanto na qualidade do produto final.
Conforme Abrahão e Pinho (2002), o trabalho é abordado como um
fenômeno complexo e multidimensional, considerando a sua articulação com a
dinâmica da sociedade e como objeto de representações diferenciadas. Neste
sentido, a sua compreensão solicita às diferentes disciplinas a elaboração, de seus
próprios métodos de análise suscitando, assim, um apelo às abordagens
heterogêneas, ou a uma abordagem que articule multiplicidade de vertentes nele
inseridos enquanto objeto de estudo. Assim, o trabalho humano enquanto uma
realidade do nosso cotidiano se constitui um objeto de fundamental importância em
diferentes disciplinas, sejam elas de natureza psicológica, sociológica, antropológica,
16
psicossociológica ou, ainda, econômicas. Vale ressaltar, entretanto, que as
transformações no trabalho, consequentes aos avanços tecnológicos, fazem emergir
um novo olhar para analisar a relação do homem com o trabalho, ou seja, o homem
inserido no contexto de trabalho, refletindo assim a necessidade de incorporar a esta
análise, ora restrita ao comportamento do homem, o ambiente no qual ocorre a
atividade e que a condiciona e as consequências deste para o indivíduo e para a
produção.
Com relação ao trabalho e suas caracterizações, destaca-se a questão do
trabalho formal e informal na organização do trabalho no contexto social. No primeiro
refere-se ao trabalho com carteira assinada mediante a um contrato de trabalho de
forma que possui diversos direitos empregatícios vinculados a tal contrato de
trabalho. O segundo refere-se aos cidadãos que não trabalham de carteira assinada
e sim mediante a um contrato informalizado que não os da os direitos pertinentes de
quem trabalha formalmente ou de carteira assinada. (NORONHA, E.G. 2003 p. 112).
No capitulo a seguir, será apresentado sobre o trabalho da Policia militar
frente a sociedade em que esta inserido, abordando assuntos desde o histórico a
sua criação, assim como as funções e modalidades emanadas deste trabalho.
2.2 O TRABALHO DA POLICIA MILITAR
Em termos de resgate histórico, sabe-se que a Polícia Militar, enquanto
construção institucional e organizacional se confunde com a história do Brasil, isto
porque, desde o período Imperial, durante o governo de D. Pedro I, os presidentes
das províncias não dispunham de meios apropriados para a manutenção da ordem
pública, e a sua criação permitiu tal realização. (LIMA, 2005).
Para Secretaria de Segurança Pública (SSP), (2010), Polícia é:
Um vocábulo de origem grega (politeia), e passou para o latim (política), com o mesmo sentido: "governo de uma cidade, administração, forma de governo". No entanto, com o passar do tempo, assumiu um sentido particular, passando a representar a ação do governo, enquanto exerce sua missão de tutela da ordem jurídica, assegurando a tranquilidade pública e a proteção da sociedade contra as violações e malefícios.
São denominadas polícias militares no Brasil as forças de segurança
pública das unidades federativas que têm por função primordial a polícia ostensiva e
a preservação da ordem pública nos Estados brasileiros e no Distrito Federal. Esta
17
denominação está presente no artigo 144 da Constituição Federal de 1988.
Subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios, indica o artigo 144 § 6º da mesma Constituição.
De acordo com Marcineiro e Pacheco (2005, p. 24) “[...] é no Estado
Moderno, por volta do século XVIII, que surge o embrião da Polícia atual”. Já o
surgimento da Polícia como organização, conforme os autores, foi na Inglaterra, em
1829, com a criação da primeira organização policial do mundo – Polícia
Metropolitana de Londres.
Feliciano Nunes Pires, então Presidente da Província de Santa Catarina,
criou através da Lei Provincial nº 12, de 05 de Maio de 1835, a “Força Policial”,
denominação que lhe foi conferida na época, substituiu os ineficazes Corpos de
Guardas Municipais Voluntários, então existentes, com a missão de manter a ordem
e a tranquilidade pública e atender às requisições de 15 autoridades judiciárias e
policiais. Sua área de atuação ficava restrita à vila de Nossa Senhora do Desterro
(atual Florianópolis) e distritos vizinhos.
Rocha (1991) afirma que a finalidade da polícia é o respeito e a proteção
dos direitos humanos. Todas as ações da força pública policial, desde a ordem mais
elementar até o uso da força em situações excepcionais, estarão ordenadas de
modo a fornecer o exercício dos direitos humanos e o desfrute dos benefícios por
eles conseguidos.
A seguir será frisado sobre a organização da Instituição Policia militar,
evidenciando a gama de serviços prestados perante a sociedade vigente.
2.2.1 Organização da Instituição Policia Militar
A polícia militar é uma instituição pública de prestação de serviços, com o
propósito de fazer valer o direito à segurança. Assim sendo, pode-se dizer que a
atividade do policial sofre pressões decorrentes tanto da organização do trabalho
quanto dos fenômenos sociais. (SILVA e VIEIRA, 2008). A Policia Militar de Santa
Catarina (PMSC) atua em diversas áreas, sempre no sentido de preservar a ordem
pública em todo o território catarinense, atuando de forma integrada por meio da
prestação de serviços de proteção e socorro, visando à melhoria da qualidade de
vida e o exercício pleno da cidadania. A atuação da instituição abrange uma
18
diversidade de atividades, tendo seu quadro e posto e graduação no quadro a
seguir:
Quadro 1- Atividades da Polícia Militar
Atividade/função Descrição da AtividadeServiço de emergência 190 Atende a população em situações de
emergência; Policiamento ostensivo a pé Atividade de manutenção da ordem
públicaPoliciamento motorizado de motocicleta
Atende ocorrências policiais;
Policiamento ostensivo de trânsito Orienta o tráfego, atende e socorrem acidentes, remoção, retenção e apreensão de veículos em situação irregular, fiscalização de documentos de porte obrigatório, etc.
Policiamento com cães Auxilia o policiamento a pé; Policiamento montado Auxilia o policiamento a pé nos
estádios de futebol, shows, carnaval e operações a exemplo da operação veraneio;
Batalhão de Operações Especiais (BOE)
Ações de operações táticas em situações emergenciais;
Companhia de Operações Especiais (COE)
Atua somente em casos específicos, quando já se esgotaram as outras formas de resolução; em ocorrências que exijam homens e equipamentos técnicos e especializados;
Grupo de Rádio patrulhamento Aéreo Apóia as operações típicas de policiamento ostensivo, além da atuação na contenção de incêndios florestais;
Policiamento de proteção ambiental Fiscaliza a flora, fauna, mineração, poluição e agrotóxico;
Policiamento rodoviário militar Fiscaliza, orienta e coordena o trânsito.
Policiamento em praias Atua na segurança das cidades litorâneas em épocas de veraneio;
Segurança de dignitários Atua na segurança de dignitários, políticos e pessoas públicas, em eventos onde esses possam ser alvos de atentados;
Fonte: disponível em: http://www.pm.sc.gov.br
A seguir será mostrado o quadro de composição do efetivo PMSC.
19
Quadro 2 – Composição do quadro do Efetivo da PMSC
Quadro do Efetivo da PMSC, está dividido em oficiais e praças, sendo composto por:
Pessoal da AtivaOficiais da Polícia Militar, constituído dos seguintes quadros: Quadro de Oficiais Policiais Militares Tenente, capitão, major, tenente
coronel e coronel. Quadro de Oficiais de Saúde Oficiais Médicos, Oficiais Dentistas Oficiais Especialistas Oficiais Músicos Quadro de Oficiais Capelães PadrePraças Especiais da Polícia Militar Aspirante a Oficial PM, e Aluno oficial
PMPraças Especiais da Polícia Militar Soldado, cabo, sargento e
subtenente. Pessoal Inativo
Pessoal da Reserva Remunerada e pessoal Reformado Fonte: disponível em: http://www.pm.sc.gov.br/website.
2.2.2 O Policial Militar
São considerados servidores militares os indivíduos que, em caráter
permanente ou transitório, prestam serviços militares no plano da administração da
União e dos Estados. Sendo assim, pode-se dizer que os policiais militares se
referem aos profissionais que desempenham atividade no âmbito federal ou
estadual, recebendo por este serviço um subsídio. Para um bom exercício
profissional, o militar deve saber lidar com o conjunto de tarefas a ele conferidas e
não se abster de cumprir suas obrigações, mesmo que isso implique em algum
dilema ideológico pessoal. (GASPARINI, 2001).
Silva e Leite (2007) chamam atenção para o fato de que, muitas vezes, os
policiais são tidos pela população como violentos e imprevisíveis. Muitos cidadãos,
sobretudo aqueles que vivem em áreas periféricas e violentas ou em contextos de
favelas, não confiam no policial, pois julgam que os mesmos apresentam conduta
discriminatória e, por vezes, duvidosa diante da comunidade. Desse modo, a figura
do policial fica prejudicada, especialmente quando se considera que diversos
policiais demonstram uma conduta profissional respaldada na ética e na
responsabilidade de seus atos.
20
Assis (1999) e Minayo, Souza e Constantino (2007) discutem que muitos
policiais militares prestam serviços em seus horários de folga para complementar a
renda. A segurança particular é exercida periodicamente, quase sempre aos finais
de semana ou em dias alternados com os trabalhos da corporação (bico). Com esta
prática, o policial fica exposto a um maior desgaste físico e mental.
Segundo dados informados por Brito, (2011), parte dos policiais afirma ter
outras atividades (bico). Em uma de suas pesquisas, o autor apresentou um relato
de um entrevistado, que caracteriza o envolvimento em atividades extra “[...] a gente
precisa do dinheiro, porque o salário não é grande coisa, a gente procura uma outra
forma também de incrementar o salário né? (Soldado, cinco anos de serviço)”
2.2.3 Das atividades do Policial Militar
Conforme Silva e Vieira (2008) o acúmulo de funções atribuídas à PM,
atrelado ao modelo policial pautado em atividades distintas, prevenção e
investigação, fomenta questões sobre a aplicabilidade da organização do trabalho
policial frente à realidade social vigente. Essas questões adquirem importância,
sobretudo, quando dizem respeito às implicações dos fatores na saúde mental do
policial militar.
Para Silva (2011), se a polícia pudesse exercer sua função de manter a
ordem pública, sem se preocupar com os limites legais para isso, sua tarefa seria
muito mais fácil.
Segundo Santos (1997), sejam eles civis ou militares, os policiais em
atividade–fim estão, na maioria das vezes, no limiar entre a vida e a morte. Os
policiais sempre agem sistematicamente em áreas conflituosas, e estão
constantemente expostos ao risco de morte. Este risco de morte constante acontece
tanto na área rural, devido ao alto índice de conflitos sociais/agrários, quanto nas
cidades, por causa da criminalidade e da violência.
O trabalho policial, na sociedade brasileira, constitui-se por um limite que
o diferencia: o direito à vida. A vida situa-se como limite seja pelo risco de vida a que
se sentem submetidos os policiais, civis e militares, nos campos e cidades
brasileiros, devido ao aumento dos conflitos sociais-agrários e à criminalidade
urbana violenta; seja a ameaça à vida enquanto efeito de muitas ações violentas de
membros das polícias no contexto social brasileiro. Nesta perspectiva, o trabalho
21
policial se realiza sempre na margem da vida, ou no limite da norma social,
exercendo um poder de modo próximo ao excesso, afirma Valla (2000). O mesmo
autor afirma que a profissão militar caracteriza- se por exigir do indivíduo inúmeros
sacrifícios, inclusive o da própria vida, em prol da vida do outro.
De acordo com Santos e Cardoso (2010) a morte é uma realidade na vida
deste profissional, visto que o mesmo tem que saber lidar com a morte das vítimas,
dos criminosos, dos próprios companheiros de trabalho e também conviver com a
ideia de que sua própria vida corre perigo. Na atividade policial, por se tratar de uma
atuação profissional tão perigosa, há que se considerar que um ambiente familiar
saudável e horas de repouso e lazer poderiam contribuir para um melhor equilíbrio
mental na realização das muitas tarefas profissionais.
Graeff (2006), através de uma pesquisa, buscou entrevistar tanto policiais
que eram oficiais - que tinham responsabilidade de gerência - e os praças, que eram
soldados cabos e sargentos. Ambas as categorias desempenhavam atividades
administrativas e operacionais dentro da corporação e como pré-requisito, estar na
corporação no mínimo 10 anos até 30 anos. O autor utilizou a tipologia descrita por
Helvécio (1999), major da PMESP que estabelece quatro estágios da carreira dos
policiais, apresentados a seguir: Estágio de Alarme: caracteriza-se pelo período de
0 a 5 anos de trabalho, e este comportamento pode ser equiparado ao choque da
realidade, comparando o trabalho real de polícia com aquele aprendido na escola de
formação policial. O estresse deve crescer durante este estágio, à medida que o
jovem policial vai sendo exposto ao trabalho da vida real. O PM percebe as
exigências do trabalho real de polícia como um fardo para sua capacidade pessoal
de reação.
Estágio de Desencanto: Para quem tem entre 6 e 13 anos de trabalho. É uma
extensão do choque da realidade experimentado nos primeiros cinco anos. Uma
constatação de que as pressões e exigências da organização policial ultrapassam
de longe sua capacidade de reagir com êxito. O profissional torna-se desencantado
com a falta de apreciação do seu trabalho. O estresse continua a aumentar durante
este estágio, num nível acima em relação ao estágio de alarme. Os policiais têm
uma sensação de fracasso pessoal, por se sentirem incapazes de lidar com as
exigências do policiamento.
Estágio de Personalização: Quando o policial tem de 14 a 20 anos de trabalho. O
policial começa a colocar uma nova ênfase nas metas pessoais, em detrimento das
22
metas de trabalho e pode não se preocupar com as exigências do policiamento. O
fracasso nas tarefas e ocorrências policiais são menos importante do que em
estágios anteriores. A menor exigência do trabalho e o reduzido medo do fracasso
irão contribuir para o decréscimo do estresse.
Estágio de introspecção: Quando tem-se 20 anos ou mais de trabalho. É um
tempo de reflexão para os policiais saudosistas que recordam os primeiros anos da
carreira como os velhos bons tempos. É uma época que os policiais estão mais
seguros nos seus empregos. Nesse estágio eles acham e sabem que o trabalho
ficou fácil. É provavelmente a época menos estressante da carreira policial.
No capitulo seguinte, tratara sobre a qualidade de vida, vista de maneira
geral, em seguida, da qualidade de vida no trabalho e por ultimo abordara sobre a
qualidade de vida do policial militar em meio a prestação de serviços a sociedade e
as varias condições adversas que impedem a melhoria de qualidade de vida do
profissional.
2.3 QUALIDADE DE VIDA
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1998), a expressão
qualidade de vida foi empregada pela primeira vez pelo presidente dos Estados
Unidos, Lyndon Johnson em 1964 ao declarar que "os objetivos não podem ser
medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da
qualidade de vida que proporcionam às pessoas." O interesse em conceitos como
"padrão de vida" e "qualidade de vida" foi inicialmente partilhado por cientistas
sociais, filósofos e políticos. O crescente desenvolvimento tecnológico da medicina e
ciências afins trouxe como uma consequência negativa a sua progressiva
desumanização. Assim, a preocupação com o conceito de "qualidade de vida"
refere-se a um movimento dentro das ciências humanas e biológicas no sentido de
valorizar parâmetros mais amplos que o controle de sintomas, a diminuição da
mortalidade ou o aumento da expectativa de vida.
De acordo com Patrick (2008), o estado de saúde, estado funcional, bem
estar, qualidade de vida e qualidade de vida relacionada à saúde são conceitos que
costumam ser usados sem muita exatidão e de forma alternada. Não existe um
consenso ou uma definição amplamente adotada de qualidade de vida, porque o
termo é usado em contextos diferentes por pessoas diferentes. A qualidade de vida
23
é mais abrangente do que o estado de saúde. Ele cita ainda que, a qualidade de
vida inclui aspectos do ambiente que podem ou não ser afetados pela saúde
percebida podendo ser usada como um descritor (ou seja, a presença ou a ausência
de uma característica de vida), uma asserção avaliadora (ou seja, algum valor é
adicionado às características de um indivíduo, população ou um tipo de vida
humana) ou uma asserção normativa ou prescrita (ou seja, certas normas indicam
quais são as características que devem estar presentes para que se tenha a vida de
qualidade).
Para Nahas (2006), muitos são os fatores que resultam numa vida de
qualidade, dentre eles estão: estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho,
salario, lazer, relações familiares, disposição, prazer e ate espiritualidade. Num
sentido mais amplo ela pode ser medida da própria dignidade humana, pois
pressupõe o atendimento das necessidades humanas fundamentais.
Os avanços tecnológicos e científicos decorrentes da Revolução Industrial
proporcionaram, por meio de ações urbanísticas e sanitárias, aliadas aos avanços
da medicina, a redução da taxa de mortalidade mundial através do controle de
doenças, obtendo-se, assim, melhora na qualidade de vida e aumento na
longevidade. (FURTADO, 1997).
Segundo Barbanti et al. (2002), qualidade de vida é moldada por múltiplos
fatores combinados que resultam em diferentes níveis de qualidade de vida. Para
Nahas (2003), a qualidade de vida é relativa de pessoa para pessoa, existindo uma
inter-relação mais ou menos harmoniosa de inúmeros fatores que moldam e
diferenciam o cotidiano do ser humano, destacando os fatores determinantes como:
estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho, salário, lazer, relações
familiares, disposição, prazer e espiritualidade.
Para Nahas (1997), “[...] qualidade de vida é um conceito complexo,
multideterminado e que deve ser interpretado de modo contínuo, não como uma
dicotomia (ter ou não ter QV)”. O referido autor ainda cita ser a qualidade de vida
resultante da inter-relação de fatores que modelam e diferenciam o dia-a-dia dos
indivíduos, sob os aspectos das percepções, relacionamentos e pelas situações
vivenciadas. E define que “qualidade de vida pode ser considerada como resultante
de um conjunto de parâmetros individuais, socioculturais e ambientais que
caracterizam parâmetros: a. massa corporal; b. estatura; c. perímetros; d. índice de
massa corporal; e avaliação da composição corporal.
24
No âmbito do conceito de qualidade de vida, saúde e doença constituem
as duas faces de uma mesma moeda. A OMS define qualidade de vida como a
percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de
valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações.
De acordo com grupo World Health Organization Questionaire for Quality
of Life (WHOQOL) (1995, apud FLEK, 2000), qualidade de vida é um conceito amplo
que abrange a complexidade do construto e inter-relaciona o meio ambiente com
aspectos físicos, psicológicos, nível de independência, relações sociais e crenças
pessoais.
A definição do grupo WHOQOL reflete a natureza subjetiva da avaliação
que está imersa no contexto cultural, social e de meio ambiente. O que está em
questão não é a natureza objetiva do meio ambiente, do estado funcional ou do
estado psicológico, ou ainda como o profissional de saúde ou os familiares avaliam
essas dimensões, e sim a percepção do respondente/paciente que está sendo
avaliada.
Minayo, Hartz e Buss (2000), ressaltam que qualidade de vida é uma
representação social que se estrutura em dois parâmetros: objetivos, que dizem
respeito à satisfação das necessidades básicas e criadas pelo grau de
desenvolvimento econômico social da sociedade; e subjetivos: relativos ao bem
estar, felicidade, amor, prazer e realização pessoal.
No contexto das sociedades industrializadas e em desenvolvimento, a
atividade física, tem sido, cada vez mais um fator decisivo na QV, tanto geral quanto
relacionada a saúde das pessoas em todas as idades e condições. Individualmente
esta associada à maior capacidade de trabalho físico e mental, mais entusiasmo
para a vida e positiva sensação de bem estar. Socialmente, estilos de vida mais
ativos estão associados a menores gastos com saúde, menor risco de doenças
crônico- degenerativas e aumento da longevidade. (NAHAS, 2006). Baseado nisso,
o Instituto Americano de pesquisa do Câncer estabeleceu que: “Poucas coisas na
vida são mais importantes do que a saúde. E poucas coisas são tão essenciais para
a saúde e o bem estar como a atividade física”.
Em linhas gerais, Andrade, Souza e Minayo (2004) destacam que as
várias definições, por um lado são de aspectos físicos (prazer, sono e repouso, etc.)
e do meio ambiente (moradia, recreação e lazer, transporte, etc.); e, por outro,
25
aspectos psicológicos e relacionais são aspectos diretamente ligados para uma boa
qualidade de vida.
Conforme Minayo et al. (2000), qualidade de vida é uma noção
eminentemente humana que se aproxima do grau de satisfação encontrado na vida
familiar, amorosa, social e ambiental. Pressupõe uma síntese cultural de todos os
elementos que determinada sociedade considera como seu padrão de conforto e
bem-estar. Os autores identificam o uso polissêmico em que o modo e as condições
de vida inter-relacionam-se com os ideais de desenvolvimento sustentável, ecologia
humana e democracia. Este conceito remete, pois, a uma relatividade cultural, pois
trata-se de uma construção social e historicamente determinada, concebida segundo
o grau de desenvolvimento de uma sociedade específica. Parâmetros subjetivos
(bem-estar, felicidade, amor, prazer, inserção social, liberdade, solidariedade,
espiritualidade, realização pessoal) e objetivos (satisfação das necessidades básicas
e das necessidades criadas pelo grau de desenvolvimento econômico e social de
determinada sociedade: alimentação, acesso à água potável, habitação, trabalho,
educação, saúde e lazer) se interagem dentro da cultura para constituir a noção
contemporânea de qualidade de vida.
Nahas (2006) diz que: a questão do prazer é fundamental para a QV, seja
na alimentação ou nas atividades de lazer. Na alimentação, esta pode ser saudável
e nutricialmente adequada, mas, se não for saborosa as pessoas não consumirão.
No caso da atividade física, as pessoas podem estar ate bem informadas e ate
terem uma atitude favorável, mas não escolherão um estilo de vida ativo se isso não
estiver associado ao prazer e bem estar. Contudo, o autor sugere uma forma de
lazer ativo: em que envolva seus amigos e familiares e busque o contato com a
natureza escolhendo atividades físicas que se sentem bem realizando. Não importa
a idade ou condição, sempre há uma forma de atividade física que pode trazer
satisfação e benefícios para a saúde. Ele frisa ainda, que, é muito mais caro e
penoso tratar as doenças do que preveni-las e consequentemente fazendo essas
escolhas e tomando decisões incorreram em uma melhor qualidade de vida.
2.3.1 Qualidade de vida no trabalho
Guimarães (2004) refere que, a partir de 1960, as abordagens teórico-
Conceituais no estudo da QVT enfatizavam os aspectos da reação individual do
26
trabalhador às experiências de trabalho. Na década de 1970, os aspectos relevantes
estavam relacionados à melhoria das condições e ambientes de trabalho, visando a
satisfação no trabalho e a produtividade.
Como afirmam Nordet et al.(1988), os valores relativos ao trabalho são
componentes importantes da realidade social, que influenciam o tipo de trabalho
desenhado para as pessoas, a inter-relação e a socialização para o trabalho e a
forma como as pessoas relacionam o trabalho a outros aspectos da sua vida. Desta
forma, as modernas teorias vêm sugerindo que o conceito de trabalho seja revisado
com base nos conceitos de experiência de convívio sadio, com respeito,
compromisso e que contribua para a qualidade de vida.
Jacques (1996) afirma que os diferentes espaços de trabalhos oferecidos
constituem-se em oportunidades diferenciadas para a aquisição de atributos
qualificativos da identidade de trabalhador. A exposição do indivíduo ao contexto
organizacional torna-o suscetível a diferentes variáveis que afetam de forma direta
de trabalho.
Para Mayer (2006) o termo (QVT) pode ser entendido como uma filosofia
de gestão que melhora a dignidade do empregado, realiza mudanças culturais e traz
oportunidades de desenvolvimento e progresso pessoal. A QVT, além de uma
filosofia, é um set de crenças que engloba todos os esforços para incrementar a
produtividade e melhorar o moral (motivação das pessoas), enfatizando sua
participação, a preservação de sua dignidade e eliminando os aspectos
disfuncionais da hierarquia organizacional.
Considerando-se um ajuste dinâmico entre pessoa, local de trabalho e
organização, em um enfoque interacionista, pode-se perceber que o ajuste nem
sempre é adequado e gera experiências negativas que podem ter consequências
graves e, muitas vezes, irreparáveis tanto para a saúde e bem estar físico quanto
psicológico e social. O número de doenças diretamente relacionadas com o estresse
está aumentando e, concomitantemente, a preocupação sob formas de políticas
relacionadas à prevenção e cura. “O estresse e seus estados crônicos afetam
diretamente a execução de tarefas e consequentemente o desenvolvimento do
trabalho” (KANAANE, 1994) atuando na qualidade de vida.
Segundo a OMS (2000), a saúde não é o centro da qualidade de vida,
sendo considerada somente uma de suas dimensões, entre outras: dimensão social,
cultural, meio ambiente, etc...
27
Para Minayo et al. (2000), A QVT pode ter vários significados, mas nos
últimos anos se consolidou como uma filosofia de trabalho nas urbanizações
participativas. Pode-se dizer, então, que QVT é uma forma diferente de vida dentro
da organização que busca o desenvolvimento do trabalhador assim como a
eficiência empresarial. É possível pensar que existe QVT quando os membros de
uma organização são capazes de satisfazer necessidades pessoais importantes
através de sua vivência na organização, o que engloba, portanto, a preocupação
com o efeito do trabalho nas pessoas, com a eficácia da organização e com a idéia
da participação dos trabalhadores na solução de problemas e tomada de decisões.
Os estudos da QVT vieram englobar as pesquisas sobre motivação,
satisfação no trabalho, fatores ambientais e ergonômicos, proporcionando uma visão
mais completa da situação do homem em relação ao trabalho. Nesse sentido, A QVT
surge como esforço no sentido da humanização do trabalho. De fato, observa-se
que a forma de estruturação do trabalho e das organizações impõe uma
necessidade de adequação do indivíduo aos parâmetros organizacionais, não
considerando os seus interesses e desejos, como destacam os estudos realizados
por importantes autores como Maslow, Herzberg, McGregor entre outros.
Para Minayo et al. (2000), a Qualidade de Vida,[...] no âmbito da saúde, é
vista no sentido ampliado e se apoia na compreensão das necessidades humanas
fundamentais, materiais e espirituais e tem no conceito de “promoção da saúde” seu
foco mais relevante; e, quando vista de forma mais focalizada, qualidade de vida em
saúde coloca sua centralidade na capacidade de viver sem doenças ou de superar
as dificuldades dos estados ou condições de morbidade. Afirmam ainda, que é
necessário investir no aprofundamento do conceito e da mediação de promoção de
saúde para que signifique mais que uma idéia de senso comum, programa
ideológico, imagem-objetivo e possa nortear o sentido verdadeiramente positivo de
qualidade de vida.
Rocha (1998) afirma que a QVT deve ser atingida através do
desenvolvimento de estratégias para a integração do indivíduo no ambiente
organizacional, tanto no nível físico, como no nível psicológico. Entre os elementos
considerados nesta integração indivíduo-organização, dá-se maior ênfase à atuação
em relação ao sistema cognitivo dos indivíduos. Os resultados apontaram para a
Teoria de Expectação, em que as pessoas desejam dinheiro porque este lhes
permite não só a satisfação de necessidades fisiológicas e de segurança, mas
28
também dá plenas condições para a satisfação das necessidades sociais, de estima,
e de auto realização. As pessoas crêem que seu desempenho é, ao mesmo tempo,
possível e necessário para obter maior dinheiro...
Como já mencionado, Mayer (2006) diz que: na prática, os termos
“qualidade de vida profissional” e “satisfação com o trabalho” são utilizados de forma
indiferenciada. De qualquer forma, nestes conceitos relacionados com as condições
de vida no trabalho existe um denominador comum que é a percepção da pessoa de
sua realidade, ou seja, o equilíbrio entre expectativas individuais do profissional e a
realidade. Em se tratando de uma percepção da pessoa não se pode mensurar a
carga real de trabalho, já que se encontra condicionada tanto pelo nível de exigência
no meio laboral como pelos recursos adaptativos empregados.
A seguir será abordada especificamente a questão da QVP de policiais
militares, será abordado sobre a qualidade de vida desses profissionais no âmbito
de suas funções dentro da instituição Policia Militar.
2.3.2 Qualidade de vida de policiais militares
A relação existente entre a Instituição Polícia Militar e seus integrantes é
marcada por uma forte identificação, ou seja, os policiais acreditam na filosofia da
Instituição e a seguem. Assim sendo, a cultura organizacional parecer deter uma
grande parcela de influência no comportamento dos indivíduos que atuam na
Instituição. De acordo com documentos internos da PM, ela pode ser identificada
como uma organização que direciona suas ações diretamente para a clientela
(população bastante heterogênea) e se preocupa muito com a difusão de seus
valores através da atuação de seus integrantes. (MAYER, 2006).
O indivíduo, quando ingressa na carreira militar, sofre um processo de
ressocialização em que seu comportamento é modificado de acordo com as
necessidades da Instituição, com muita rigidez, levando-o a um afastamento do
contexto social externo à mesma.
O processo de ressocialização força uma alteração no comportamento
dos indivíduos de forma que eles adotem uma postura caracterizada pela
circunspeção, seriedade, formalidade, forjando o que Silva Neto (1997) descreve
como uma cultura de infelicidade, em que sentimentos como a alegria, são
consideradas demonstrações de fragilidade.
29
A saga do policial militar de todos os tempos tem se caracterizado por
uma vida plena de sacrifícios, de espírito de renúncia e silenciosa dedicação ao
dever, elementos sem os quais não é possível levar a bom termo a missão
nobilitante de dar proteção à sociedade.
Apesar das dificuldades (greves, protestos, corrupção) enfrentadas nos
dias atuais pela Organização na maioria do estados brasileiros em relação a suas
corporações, os policiais parecem manter-se fiéis à Instituição e, principalmente, às
suas atividades.
Alonso-Fernández (2002) sugere que, para melhorar a qualidade de vida
no trabalho dos policiais militares, devem ser observados os seguintes parâmetros :
a) critérios – alguns critérios são importantes para implementar projetos de QVP,
pois permitem conduzir as pessoas da organização a uma melhor satisfação de suas
necessidades pessoais: salário compatível e suficiente; condições de Segurança e
Bem estar no trabalho; oportunidades para desenvolver as Capacidades Humanas;
oportunidades de Crescimento Continuo e Estabilidade no emprego; integração
Social no Trabalho da Organização; e equilíbrio entre trabalho e vida extra do
trabalho;
b) benefícios – a implementação de projetos de QVT pode resultar em benefícios
tanto para a organização como para o trabalhador, o que se pode refletir em:
evolução e desenvolvimento do trabalhador; uma elevada motivação; maior
desenvolvimento de suas funções; menor rotatividade no emprego; menores taxas
de absenteísmo; menos queixas; maior satisfação no trabalho; e maior eficiência da
organização;
c) limitações – os projetos de QVT também têm suas limitações, que serão listadas a
seguir:
c.1. alguns trabalhadores não desejam melhorar sua QVT. Isto ocorre em
organizações nas quais os empregados são incapazes de assumir uma nova
responsabilidade, são avessos a trabalhos em grupo, não lhes agrada reaprender,
não gostam de deveres, de tarefas mais complexas, o que faz com que a
implementação de projeto de QVT seja mais difícil;
c.2. os melhores trabalhadores não concordam com os salários que recebem. Ao
melhorar os empregos, os empregados agora pensam que o que recebem de
pagamento não é compatível com seus novos deveres ou com os novos
procedimentos de trabalho, pois desejam obter melhor remuneração; aumento de
30
custos: o replanejamento, a melhoria ou reestruturação dos postos de trabalho pode
levar a que se necessite de uma nova tecnologia, novos ambientes, novas
ferramentas, que fará com que a organização tenha tais custos em seu
funcionamento;
c.3. a equipe técnica não é adaptável. Algumas organizações realizam mudanças
tão grandes nas equipes técnicas que não podem fazer mudanças substanciais a
não ser substituir a equipe. Quando as condições técnicas problemáticas combinam-
se com atitudes negativas do trabalhador no que se refere ao melhoramento das
condições de trabalho; o trabalhador não consegue transformar o ambiente para
torná-lo mais favorável.
Segundo Santos e Cardoso (2010) os participantes com escolaridade
equivalente ao ensino superior ou pós-graduação apresentaram significativamente
maior satisfação com o domínio meio ambiente. É um resultado que sugere que para
os profissionais com uma escolaridade mais elevada, o trabalho pode oferecer
acesso a diferentes recursos em favor da vida (melhores condições de moradia,
acesso a lazer, entre outras) e também favorece a assunção de atividades de maior
retorno financeiro.
É no trabalho que o homem passa a maior parte de seu tempo e por meio
dele busca satisfazer várias necessidades, entre elas: segurança, sociais,
realização, etc. No entanto, nem sempre este tem o significado positivo; em algumas
situações é gerador de tensão e agressão que podem, com o tempo, ocasionar
doenças, principalmente de origem psicossomáticas, que geram consequências
diversas como o estresse. (AGUIAR, 2007).
Para Nahas (2003), a qualidade de vida é relativa de pessoa para pessoa,
existindo uma inter-relação mais ou menos harmoniosa de inúmeros fatores que
moldam e diferenciam o cotidiano do ser humano. Na qualidade de vida podem ser
destacados fatores determinantes como: estado de saúde, longevidade, satisfação
no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e espiritualidade.
Considerando a qualidade de vida no trabalho para os policiais militares,
as condições de trabalho e a percepção de saúde de policiais militares, para
Ferreira; Augusto e Silva (2008), os aspectos relativos à organização são
responsáveis pela percepção de maior carga de trabalho e pela alta frequência de
queixas de saúde e diagnósticos médicos, especialmente distúrbios neuropsíquicos,
tais como fadiga, irritação, ansiedade distúrbios do sono e dores de cabeça.
31
Estudos recentes mostram como os servidores da segurança pública
apresentam elevado grau de sofrimento no trabalho pela falta de reconhecimento
social. O conceito negativo emitido sobre eles pelas várias camadas sociais está
entranhado na cultura. Ele legitima e naturaliza a violência que os vitima, muito mais
do que a qualquer trabalhador, durante a jornada de trabalho ou nos tempos de folga
em que, curiosamente, aumentam as ocorrências de lesões e traumas de que são
vítimas. (MINAYO e SOUZA, 2007).
Os mesmos autores pesquisaram as condições de trabalho, saúde e
qualidade de vida de policiais do Rio de Janeiro, e identificaram jornadas de trabalho
excessivas, precárias condições de materiais de trabalho, efetivo humano
insuficiente, elevado nível de sofrimento mental, estresse e atitudes reativas
prejudiciais a saúde tais como, uso de drogas lícitas e ilícitas.
A capacidade de cada indivíduo em se adaptar a pressões ou elementos
estressores é diferente. Cada um tem o seu limite de suportar as pressões diárias.
Quando essa capacidade não está no nível favorável, acontece um desequilíbrio que
age nos organismos saudáveis causando o estresse que pode ser prolongado,
sendo o causador de muitas doenças. (TREVIZOL, 2001).
Mayer (2006) conclui que: os agravos ocorrem pelo fato dos profissionais
da polícia vivenciarem diariamente com situações de alto risco, estando sujeito a
danos da sua integridade física e mental, como acidentes de trânsito, situações que
requerem o emprego de força física, troca de tiros com bandidos, presenciar
crianças e adultos espancadas ou mortas, exposição ao suborno e outras tentações.
Santos e Cardoso (2010) admitem que os profissionais que trabalham em
funções diretamente na assistência dos outros, estão mais suscetíveis as tensões e
ao estresse. No geral, os policiais são vítimas de acidentes e violências que levam à
morte prematura. Desta forma contribui para o desenvolvimento dos níveis de
estresse, afirmam os autores.
Segundo Trevisol (2001) diz que: se o trabalho não causa nenhum dano e
se adapta às condições do indivíduo, este favorecerá a saúde. A realização deste
indivíduo no trabalho lhe trará satisfação e um efeito muito benéfico para a sua
saúde, principalmente mental. Por outro lado, se os riscos no local de trabalho forem
muito além dos limites, esses se tornarão fatores causais de doenças profissionais.
As novas formas de organização do trabalho enfatizam o desenvolvimento
de múltiplas habilidades por parte do trabalhador, que deve ser capaz não apenas
32
de prever problemas e desenvolver soluções alternativas, mas também de sugerir
novas linhas de ação. As pessoas trabalham mais horas e mais arduamente, a fim
de atingir o sucesso pessoal e a recompensa material, gerando um estresse que é
denominado estresse ocupacional. (PEREIRA, BRAGA e MARQUES, 2008).
33
3 METODOLOGIA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Esta pesquisa foi caracterizada como de campo de modo descritivo, do
tipo estudo de caso, de abordagem quantitativa, que buscará informações para
verificar a qualidade de vida dos policiais militares na modalidade de Radio Patrulha
que exercem dentro da instituição.
A pesquisa de campo é aquela que tem por objetivo conseguir
informações acerca de um problema, para descobrir as relações entre eles. É
descritiva, pois todos os fatos são registrados e observados sem que o pesquisador
interfira, e estudo de caso, pois é realizada com uma população específica.
(ANDRADE, 2007).
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população é composta de 252 policias militares sendo 244 do sexo
masculino e 8 do sexo feminino que prestam serviço ao 9ºBPM de Criciúma/SC
distribuídos nas diversas funções operacionais e administrativas da Instituição.
A amostra é do tipo probabilista e ocorrerá de forma estratificada,
composta por todos os policiais que trabalham no serviço operacional da radio
patrulha, lotados 9ª BPM da cidade de criciúma. Os cálculos foram feitos com base
na fórmula de Barbetta (2001) com um erro amostral de 0,04 (4%) e a população de
policiais militares da RP é de 56. Assim temos:
n0=1
E²0
n= N * n0
N + n0
n0 – Uma primeira aproximação para o tamanho da população;
E²0 - Erro amostral tolerável= 4% (0,04);
N- Tamanho da população;
34
n- Tamanho da amostra (número de elementos).
n0=1
(0,04)² n0=1 n0= 625
n= N * n0 n= 56* 625 n= 51,39
N + n0 56 +625
Desta forma, a pesquisa ocorrerá conforme a modalidade de serviço
executada pelos policiais na Radio Patrulha. A amostra final foi de 51 policiais, pois
todos responderam aos questionários aplicados.
Quadro de distribuição do efetivo de policiais militares da Radio Patrulha
Modalidade de serviço Efetivo total Amostra
Radio patrulha 56 51
Fonte: disponível em 9°BPM/3°CIA, lista de distribuição do efetivo. ROSA, 2012.
3.2.1 critérios de inclusão e exclusão
Os policiais pertencentes ao 9º BPM deveriam estar na ativa, ou seja, não
estarem na reserva e nem serem reformados, serem da classe do praças e acima da
graduação de 2° classe, ou seja com mais de 3 anos de serviço na instituição e estar
na situação de engajado. Deveriam estar no serviço operacional de Radio Patrulha,
terem idade entre 18 e 50 anos, serem do sexo masculino e terem aceitado
participar da pesquisa mediante a entrega do termo de consentimento livre e
esclarecido devidamente assinado. Foram excluídos da pesquisa, os sujeitos que
não se enquadraram nos critérios de inclusão.
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
O instrumento de coleta de dados que foi utilizado é o questionário
WHOQOL- Abreviado com versão em português proposto pela OMS. A versão em
português do instrumento WHOQOL foi desenvolvida no Centro WHOQOL para o
Brasil, no Departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do
35
Rio Grande do Sul, sob a coordenação do Dr. Marcelo Pio de Almeida Fleck e
colaboradores. Neste instrumento foram analisados 4 domínios (psicológico, físico,
relações sociais, meio ambiente). Cada domínio é constituído por facetas que são
avaliadas por quatro questões. O questionário é constituído por uma série ordenada
de perguntas que devem ser respondidas sem a presença de entrevistador, pois é
autoexplicativo e de fácil compreensão, sendo considerado ainda, um questionário
de auto avalição. Juntamente com este questionário, foi aplicado um questionário de
identificação do sujeito com finalidade de caracterização e classificação do referido
para analise de dados.
3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DOS DADOS
Os procedimentos de coletas de dados foram realizados pelo pesquisador
no 9° Batalhão de Policia Militar nos períodos compreendidos entre 01 de outubro e
22 de outubro de 2012. Os instrumentos foram aplicados no ambiente de trabalho
dos policiais militares na medida que eram encontrados. No entanto, o pesquisador
entrou em contato com cada profissional e distribuiu os questionários. Após isso o
referido recolhia tais questionários respondidos.
3.5 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE DE DADOS
Com todos os questionários devidamente preenchidos, realizou-se a
tabulação dos dados em uma planilha eletrônica no programa Microsoft Office Excel
2007. Posteriormente foram calculados os percentuais de cada resposta de cada
domínio e das respostas do questionário sócio demográfico, em sequência, analisou-
se e discutiu os dados obtidos em relação aos objetivos da pesquisa em questão.
36
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Para análise dos dados em sequência, serão apresentados neste
capítulo, dados referentes às variáveis sócio demográficas, tais como: idade, estado
civil, formação e tempo de serviço, mostrando a quantidade (n) e posteriormente
percentual (%)
A tabela 1 traça um perfil do grupo pesquisado através de algumas variáveis.
Tabela 01- Dados referentes às variáveis sócio demográficas dos policiais militares da
cidade de Criciúma
Variáveis Homensf - (%)
Total de Indivíduos 51 - (100%)
Idade Média anos 30
Faixa Etária
23 - 33 anos 40- (78,40%)34 - 44 anos 9- (17,64%)>45 anos 2- (3,92%)
Estado Civil
Solteiro (a) 27- (52,92%)Casado (a) 22- (43,12%) Viúvo (a) 0Separado/Divorciado (a) 2- (3,92%)
Formação
Fundamental Completo 0Médio Completo 8- (15,68%)Superior incompleto 20- (39,20%) Superior Completo 23- (45,08%)
Tempo de serviço03-05 anos 21- (41,16%)
37
06-10 anos 19- (37,24%)11-20 anos 8- (15,68%)Mais de 21 anos 3- (5,88%)Fonte: ROSA (2012).
Respondendo ao primeiro objetivo especifico, Identificar as variáveis sócio
demográficas (idade, estado civil, tempo de serviço); percebe-se que do total,
52,92% (n=27) são solteiros e 43,12% (n=22) são casados, tendo como minoria os
separados apresentando 3,92% (n=2). Com relação a faixa etária, percebe-se que:
78,40% (n=40) possuem idade entre 23 a 33 anos; 17,64% (n=9) entre 34 a 44 anos
e 3,92% (n=2) acima de 44 anos.
Pode-se observar, quanto ao grau de escolaridade, que 15,68% (n=8) possuem
ensino médio completo; 39,20% (n=20) possuem ensino superior incompleto,
enquanto 45,08% (n= 23) são formados no ensino superior.
Segundo Santos e Cardoso (2010) os participantes com escolaridade
equivalente ao ensino superior ou pós-graduação apresentaram significativamente
maior satisfação com o domínio meio ambiente. É um resultado que sugere que para
os profissionais com uma escolaridade mais elevada, o trabalho pode oferecer
acesso a diferentes recursos em favor da vida (melhores condições de moradia,
acesso a lazer, entre outras) e também favorece a assunção de atividades de maior
retorno financeiro.
Em relação ao tempo de serviço dos policiais militares do 9º batalhão de
Criciúma, pode-se observar que há um grande percentual de policiais com pouco
tempo de serviço, 41,16% (n=21) do quadro de pessoal relativamente novo,
enquadrando-se no Estágio de alarme: que vai de 0 a 5 anos de trabalho, onde pode
ser equiparado ao choque da realidade, comparando o trabalho real da polícia com
aquele aprendido na escola de formação. O policial percebe as exigências do
trabalho como um fardo para sua capacidade pessoal de reação. Já 37,24% (n=19)
exercem a atividade de 6 a 10 anos de trabalho, sendo estes enquadrados no
estágio de personalização: Neste estágio o policial não tem muita preocupação com
as exigências do policiamento. Com 15,68% (n=8) trabalham de 11 a 20 anos na
instituição e acima de 21 anos o percentual é de apenas 5,88% (n=3) da população
de policiais.
Com relação ao segundo objetivo específico que é Identificar possíveis
diferenças na qualidade de vida dos profissionais conforme o tempo de serviço
38
prestado observou-se os resultados do instrumento de pesquisa de QV. Nesta
premissa, analisou-se os quatro domínios do instrumento classificando em três
grupos de pesquisa. O primeiro grupo trata-se dos policiais com tempo de serviço de
0 a 5 anos de serviço, o segundo grupo com policiais de 6 a 10 anos e o terceiro
grupo acima de 11 anos de serviço prestado na instituição.
Sobre o domínio Físico, os aspectos observados são: Dor e desconforto;
Energia e fadiga Sono e repouso; Mobilidade; Atividades da vida cotidiana;
Dependência de medicação ou de tratamentos; Capacidade de trabalho. (WHOQOL,
1998). Ressalta-se ainda, que as perguntas desse domínio estão direcionadas
conforme os aspectos citados e de acordo com a percepção subjetiva do sujeito
levando-se em consideração as 2 ultima semanas.
A seguir na figura 1 tem os resultados dos três grupos no domínio físico.
Figura 1 - Resultado do Domínio físico
De acordo com o gráfico acima, verificou-se que o grupo1 (0-5 anos de
serviço prestado), obteve media de 71,3%, enquanto o grupo 3 ( acima de 11anos)
uma média 69,9%, já o grupo 2 (6-10 anos) obteve a menor media dos 3 grupos
pesquisados. Os grupos 1 e 3 apresentaram resultados bons e muito parecidos, já o
grupo 2 obteve um resultado um pouco pior.
Todos os resultados dos domínios apresentam valores entre zero e cem,
sendo piores os mais próximos de zero e melhores os mais próximos de cem. Dessa
39
forma, um sujeito que apresente valor igual a 50 para determinado domínio pode ser
considerado mediano para esse domínio. (INTERDONATO GC, GREGUOL; 2010).
Estes autores elaboraram um estudo científico sobre Qualidade de vida percebida
por indivíduos fisicamente ativos e sedentários. Os resultados obtidos pelos
praticantes de exercícios físicos para a promoção da saúde evidenciaram melhores
resultados para o domínio físico, sendo que neste caso os indivíduos realizavam
treinamento com pesos, visando principalmente seu bem estar e a manutenção de
sua saúde.
Conforme Helvécio (1999) Os policiais estão no estágio de desencanto:
Para quem tem entre 6 e 13 anos de trabalho. É uma extensão do choque da
realidade experimentado nos primeiros cinco anos. Uma constatação de que as
pressões e exigências da organização policial ultrapassam de longe sua capacidade
de reagir com êxito. O profissional torna-se desencantado com a falta de apreciação
do seu trabalho. O estresse continua a aumentar durante este estágio, num nível
acima em relação ao estágio de alarme. Os policiais têm uma sensação de fracasso
pessoal, por se sentirem incapazes de lidar com as exigências do policiamento.
Considerando as condições de trabalho e a percepção de saúde de
policiais militares, para Ferreira; Augusto e Silva (2008), os aspectos relativos à
organização são responsáveis pela percepção de maior carga de trabalho e pela alta
frequência de queixas de saúde e diagnósticos médicos, especialmente distúrbios
neuropsíquicos, tais como fadiga, irritação, ansiedade distúrbios do sono e dores de
cabeça.
Sobre o Domínio psicológico os aspectos mensurados são: Sentimentos
positivos; Pensar, aprender, memória e concentração; Autoestima; Imagem corporal
e aparência; Sentimentos negativos; Espiritualidade/religião/crenças pessoais.
Ressalta-se também, que neste domínio são observados fatores subjetivos de como
o sujeito aproveita a vida e de que maneira acha que a vida tem sentido, analisa
também questões relacionadas a sentimentos negativos. (WHOQOL, 1998).
Na figura abaixo estão os resultados dos 3 grupos no domínio psicológico.
40
Figura 2 - Resultado do Domínio psicológico
De acordo com o gráfico acima, os grupos 1 e 3 apresentaram resultados
parecidos: o primeiro uma media de 70,4% e o terceiro 70,1%, já o segundo grupo
apresentou media de 61,4%, sendo a menor em comparação aos outros resultados.
De maneira geral, são resultados bons, mas que podem ser melhorados numa
escala de 0 a 100. O segundo grupo apresentou resultado abaixo dos outros grupos,
com média de 61,4%.
Analisando sob a ótica geral do bem estar psicológico, Chagas (2008) diz
que a sensação de satisfação ou bem estar está diretamente ligada à forma como a
pessoa é capaz de absorver e lidar com os episódios de sua vida, muitos destes
inerentes ao próprio curso de como se leva ou levou a vida. Uma interrupção nas
sensações de sentir-se bem pode estar associada a um mau manejo de eventos e
episódios estressantes na esfera pessoal, social e cultural que acabam afetando
comportamentos e atitudes na percepção da saúde do sujeito, formando assim o
sofrimento pessoal.
Sobre as Relações pessoais os aspectos observados são: Suporte (apoio)
social; Atividade sexual. (WHOQOL, 1998). Vale ressaltar que esse domínio analisa
também as relações estabelecidas com os amigos, parentes, conhecidos e se
recebe algum tipo de apoio dessas pessoas quando precisa.
A seguir os resultados do domínio relações sociais.
41
Figura 3 - Resultado do Domínio relações sociais
De acordo com o gráfico acima, os grupos 1 e 3 apresentaram resultados
parecidos, sendo o primeiro com media de 74,2% e o terceiro 76,4%, já o segundo
grupo apresentou media de 69,3% um pouco inferior aos resultados dos outros. Em
suma, nesse domínio os grupos apresentaram bons resultados, mas que podem
melhorar ainda mais numa escala de 0 a 100.
Os contatos sociais permitem engajamento social, que também é uma
forma de se vivenciar o desenvolvimento, na idade adulta, de maneira bem
sucedida. O apoio social deve ser compreendido como uma experiência pessoal e
subjetiva que leva a um maior senso de satisfação com a vida. Silva e al. (2003)
sugerem a existência de uma relação entre apoio social e uma variedade de
medidas dependentes: saúde, adaptação psicológica, percepção de bem-estar,
redução do mal estar, longevidade e mortalidade, satisfação com a vida, entre
outros.
Conforme o estudo de Interdonato, Greguol (2010) o processo grupal no
âmbito esportivo pode ser considerado como o todo sendo maior do que as partes e
que cada parte somente poderá ser entendida no contexto do todo e para que isso
ocorra é necessário boa convivência e respeito, principalmente entre os membros da
equipe o que implicará em relações sociais significativas.
42
Sobre o domínio meio ambiente os aspectos mensurados são: Segurança
física e proteção; Ambiente no lar; Recursos financeiros; Cuidados de saúde e
sociais: disponibilidade e qualidade; Oportunidades de adquirir novas informações e
habilidades; Participação e oportunidades de recreação/lazer; Ambiente
físico: (poluição/ruído/trânsito/clima); Transporte. (WHOQOL, 1998).
A seguir os resultados do domínio meio ambiente.
Figura 4 - Resultado do Domínio meio ambiente
Conforme o grafico acima verificou-se que o grupo 1 apresentou media de
52,5% no dominio meio ambiente, já o grupo apresentou media de 47,2% e com a
melhor media o grupo 3 apresentou 55,5%. Ressalta-se entao, que os resultados
não foram tao bons e precisam melhorar bastante neste domínio, de todos os
domínios já citados esse obteve os piores resultados dos 3 grupos.
Para justificar tais resultados nesse domínio, buscou-se por meio de
estudos de alguns autores tentar elucidar sobre o respectivo.
Santos e Cardoso (2010) afirmam que os profissionais que trabalham em
funções diretamente na assistência dos outros, estão mais suscetíveis as tensões e
ao estresse. No geral, os policiais são vítimas de acidentes e violências que levam à
morte prematura. Desta forma contribui para o desenvolvimento dos níveis de
estresse.
Mayer (2006) conclui que: os agravos ocorrem pelo fato dos profissionais
da polícia vivenciarem diariamente com situações de alto risco, estando sujeito a
43
danos da sua integridade física e mental, como acidentes de trânsito, situações que
requerem o emprego de força física, troca de tiros com bandidos, presenciar
crianças e adultos espancadas ou mortas, exposição ao suborno e outras tentações.
Segundo a OMS (2000), a saúde não é o centro da qualidade de vida,
sendo considerada somente uma de suas dimensões, entre outras: dimensão social,
cultural, e meio ambiente, ou seja, outros aspectos são levados em consideração,
inclusive o meio ambiente que estamos inseridos.
Conforme estudo feito por Gordia (2008) foi verificada somente a
percepção de adolescentes no domínio meio ambiente, constatou-se que o valor
médio atribuído foi de 55,6 (±11,4), valor este também baixo, demonstrando a
insatisfação destes adolescentes com relação a questões do ambiente que os cerca.
Este fato é preocupante, pois este domínio evidencia a necessidade de
investimentos governamentais visando a melhoria das condições ambientais para a
população.
Em linhas gerais, Andrade, Souza e Minayo (2004) destacam que as
várias definições, por um lado são de aspectos físicos (prazer, sono e repouso, etc.)
e do meio ambiente (moradia, recreação e lazer, transporte, etc.); e, por outro,
aspectos psicológicos e relacionais estão diretamente ligados a uma boa qualidade
de vida.
Sobre o dominio qualidade de vida global, o Grupo de Qualidade de Vida
da divisão de Saúde Mental da OMS definiu qualidade de vida como "a percepção
do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos
quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e
preocupações" (WHOQOL GROUP, 1994).
A seguir os resultados do domínio qualidade de vida global.
44
Figura 5 – Resultados da Qualidade de vida
De acordo com o gráfico acima, os grupos 1 e 3 apresentaram resultados
semelhantes: o primeiro com média de 67,1% e o terceiro com 68%, já o segundo
grupo apresentou media inferior aos outros apresentando 59,2% no domínio
qualidade de vida. Sobre os resultados pode-se afirmar que foram bons, mas podem
melhorar bastante numa escala de 0 a 100 e o segundo grupo teve bastante
diferença dos outros 2 grupos de pesquisa. A elucidação dos resultados é justificada
conforme os autores a seguir.
Com relação a qualidade de vida, Nahas (2003) diz que é relativa de
pessoa para pessoa, existindo uma inter-relação mais ou menos harmoniosa de
inúmeros fatores que moldam e diferenciam o cotidiano do ser humano. Na
qualidade de vida podem ser destacados fatores determinantes como: estado de
saúde, longevidade, satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares,
disposição, prazer e espiritualidade.
Conforme Minayo et al. (2000), qualidade de vida é uma noção
eminentemente humana que se aproxima do grau de satisfação encontrado na vida
familiar, amorosa, social e ambiental. Pressupõe uma síntese cultural de todos os
elementos que determinada sociedade considera como seu padrão de conforto e
bem-estar. Os autores identificam o uso polissêmico em que o modo e as condições
de vida inter-relacionam-se com os ideais de desenvolvimento sustentável, ecologia
humana e democracia. Este conceito remete, pois, a uma relatividade cultural, pois
45
trata-se de uma construção social e historicamente determinada, concebida segundo
o grau de desenvolvimento de uma sociedade específica. Parâmetros subjetivos
(bem-estar, felicidade, amor, prazer, inserção social, liberdade, solidariedade,
espiritualidade, realização pessoal) e objetivos (satisfação das necessidades básicas
e das necessidades criadas pelo grau de desenvolvimento econômico e social de
determinada sociedade: alimentação, acesso à água potável, habitação, trabalho,
educação, saúde e lazer) se interagem dentro da cultura para constituir a noção
contemporânea de qualidade de vida.
Com relação aos resultados do grupo 2 serem abaixo da media dos
grupos 1 e 3, o autor que melhor evidencia tais fatos é o Helvécio (1999), major da
PMESP que estabelece quatro estágios da carreira dos policiais, apresentados a
seguir: Estágio de Alarme: caracteriza-se pelo período de 0 a 5 anos de trabalho, e
este comportamento pode ser equiparado ao choque da realidade, comparando o
trabalho real de polícia com aquele aprendido na escola de formação policial. O
estresse deve crescer durante este estágio, à medida que o jovem policial vai sendo
exposto ao trabalho da vida real. O PM percebe as exigências do trabalho real de
polícia como um fardo para sua capacidade pessoal de reação.
Estágio de Desencanto: Para quem tem entre 6 e 13 anos de trabalho. É uma
extensão do choque da realidade experimentado nos primeiros cinco anos. Uma
constatação de que as pressões e exigências da organização policial ultrapassam
de longe sua capacidade de reagir com êxito. O profissional torna-se desencantado
com a falta de apreciação do seu trabalho. O estresse continua a aumentar durante
este estágio, num nível acima em relação ao estágio de alarme. Os policiais têm
uma sensação de fracasso pessoal, por se sentirem incapazes de lidar com as
exigências do policiamento.
Estágio de Personalização: Quando o policial tem de 14 a 20 anos de trabalho. O
policial começa a colocar uma nova ênfase nas metas pessoais, em detrimento das
metas de trabalho e pode não se preocupar com as exigências do policiamento. O
fracasso nas tarefas e ocorrências policiais são menos importante do que em
estágios anteriores. A menor exigência do trabalho e o reduzido medo do fracasso
irão contribuir para o decréscimo do estresse.
Estágio de introspecção: Quando tem-se 20 anos ou mais de trabalho. É um
tempo de reflexão para os policiais saudosistas que recordam os primeiros anos da
carreira como os velhos bons tempos. É uma época que os policiais estão mais
46
seguros nos seus empregos. Nesse estágio eles acham e sabem que o trabalho
ficou fácil. É provavelmente a época menos estressante da carreira policial.
Com relação a sugestões para melhorar a qualidade de vida dos policiais
militares, Alonso-Fernández (2002) sugere que, devam ser observados os seguintes
parâmetros: a) alguns critérios são importantes para implementar projetos de QVP,
pois permitem conduzir às pessoas da organização a uma melhor satisfação de suas
necessidades pessoais: salário compatível e suficiente; condições de Segurança e
Bem estar no trabalho; oportunidades para desenvolver as Capacidades Humanas;
oportunidades de Crescimento Continuo e Estabilidade no emprego; integração
Social no Trabalho da Organização; e equilíbrio entre trabalho e vida extra do
trabalho;
b) benefícios – a implementação de projetos de QVT pode resultar em benefícios
tanto para a organização como para o trabalhador, o que se pode refletir em:
evolução e desenvolvimento do trabalhador; uma elevada motivação; maior
desenvolvimento de suas funções; menor rotatividade no emprego; menores taxas
de absenteísmo; menos queixas; maior satisfação no trabalho; e maior eficiência da
organização;
c) limitações – Alguns trabalhadores não desejam melhorar sua QVT. Isto ocorre em
organizações nas quais os empregados são incapazes de assumir uma nova
responsabilidade, são avessos a trabalhos em grupo, não lhes agrada reaprender,
não gostam de deveres, de tarefas mais complexas, o que faz com que a
implementação de projeto de QVT seja mais difícil;
47
5 CONCLUSÃO
A amostra analisada foi composta por 51 policiais militares do gênero
masculino que trabalham na RP no município de Criciúma, com idade entre 47 e 23
anos. Partindo dos objetivos desta pesquisa chegou-se as seguintes conclusões.
Constatou-se sobre as características sócio demográficas dos policiais
militares pesquisados, que quase todos estão cursando ou são formados no ensino
superior. Com relação ao tempo de serviço, observou-se que quase 80% dos
profissionais possuem até 10 anos de serviço prestados, já com a faixa etária
percebeu-se que 78% da população tem entre 23 e 33 anos de idade. Sobre o
estado civil contatou-se que pouco mais da metade são solteiros.
No âmbito dos resultados sobre qualidade de vida, verificou-se que em
geral os três grupos de pesquisa obtiveram bons resultados, haja vista, que os
valores observados foram de zero a cem e o valor de cinquenta é tido como
mediano. Nesta premissa, os resultados dos três grupos foram acima de 50. Em
contrapartida nota-se que o grupo 2 obteve um menor resultado em todos os
domínios analisados e por sua vez uma pior qualidade de vida conforme os
resultados dos grupos estudados. Pode-se destacar ainda, que os grupos 1 e 3
obtiveram resultados parecidos e muito bons em todos os aspectos observados.
Vale ressaltar sobre o domínio meio ambiente, que os resultados foram os piores de
todos os grupos estudados, uma vez que analisa o meio ambiente em que os
profissionais estão inseridos.
Os resultados do presente estudo, demonstram um aspecto positivo na
qualidade de vida de policiais da modalidade de serviço da radio patrulha.
Não obstante, fazem-se necessárias outras investigações, com o objetivo
de confirmar estes resultados e controlar as limitações encontradas neste estudo.
48
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APÊNDICE A – Carta de apresentação ao 9° Batalhão de Policia Militar.
52
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: _________________________________________________________
Idade: Sexo: F [ ] M [ ] Estado civil: -_________
Escolaridade: Ensino Médio ( ) completo ( ) incompleto
Ensino superior ( ) completo ( ) incompleto
Tempo de serviço (anos) : __________ Graduação/Posto (Sd, Cb, Sgto):________
Turno de trabalho:___________
53
APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE
UNIDADE ACADÊMICA DE HUMANIDADES CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO – UNA HCE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TEMA: Trabalho e Qualidade de vida dos Policiais militares que atuam na modalidade de
policiamento da Radio patrulha do 9° batalhão de Policia militar de Criciuma/SC
OBJETIVO: Descrever a qualidade de vida dos policiais militares da modalidade de policiamento da
Radio patrulha do 9° Batalhão de Policia Militar do município de Criciúma-SC.
Por favor, leiam atentamente as instruções abaixo antes de decidir se deseja participar do estudo.
O projeto Tema: “Trabalho e qualidade de vida dos policiais militares lotados no 9° Batalhão de Policia Militar de Criciúma/SC “ deseja investigar a qualidade de vida dos Policiais militares de CriciúmaJustifica-se este projeto pela necessidade de novas evidencias científicas para formação de professores.
1. Será aplicado um questionário de Whoqol- Bref com os pesquisados, sendo os pesquisadores o orientador Cleber Medeiros e o orientando o Jonas Goulart Da Rosa.
2. Participarão do estudo apenas os voluntários selecionados que devolverem o termo de consentimento informado, autorizando a sua participação no estudo de forma voluntária.
3. Se houver alguma dúvida a respeito, favor contatar com o professor coordenador da pesquisa professor Luis Afonso dos Santos, ou com o orientando(a) pelo telefone (99529306.) ou pelo endereço eletrônico [email protected]
4. O participante terá liberdade de encerrar a sua participação a qualquer momento no projeto, ficando apenas com o compromisso de comunicar um o responsável pelo projeto de sua desistência, para que a pesquisa não seja prejudicada.
5. Caso concorde em participar desta pesquisa realizando as avaliações e o período de treinamento proposto pelo estudo, assine e entregue ao responsável este termo de consentimento. Este consentimento será arquivado juntamente com as demais avaliações.
Antecipadamente agradecemos a colaboração.
Responsáveis pelo desenvolvimento da pesquisa
Coordenador da pesquisa: Prof. Luis Afonso dos Santos Orientador: Cleber Medeiros Orientando:. Jonas Goulart Da Rosa.
Eu, ________________________________________ declaro-me ciente das informações sobre o
estudo e concordo em participar como voluntário.
________________________ Assinatura do pesquisado (a)
Data: _______/_______/____
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ANEXO A – Questionário WHOQOL- Abreviado com versão em português