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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARIANA KÜLKAMP BEPPLER PLANEJAMENTO DE COMPRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE COMPRAS COM BASE NA METODOLOGIA DE EMPRESAS CONSTRUTORAS DE SANTA CATARINA Palhoça 2019

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MARIANA KÜLKAMP BEPPLER

PLANEJAMENTO DE COMPRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE COMPRAS COM BASE NA METODOLOGIA

DE EMPRESAS CONSTRUTORAS DE SANTA CATARINA

Palhoça

2019

MARIANA KÜLKAMP BEPPLER

PLANEJAMENTO DE COMPRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE COMPRAS COM BASE NA METODOLOGIA

DE EMPRESAS CONSTRUTORAS DE SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Engenharia Civil da Universidade

do Sul de Santa Catarina como requisito parcial

à obtenção do título de Engenheira Civil.

Orientador: Prof. José Humberto Dias de Toledo, Me.

Palhoça

2019

MARIANA KÜLKAMP BEPPLER

PLANEJAMENTO DE COMPRAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL:

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE COMPRAS COM BASE NA METODOLOGIA

DE EMPRESAS CONSTRUTORAS DE SANTA CATARINA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi

julgado adequado à obtenção do título de

Engenheira Civil e aprovado em sua forma final

pelo Curso de Engenharia Civil da

Universidade do Sul de Santa Catarina

Palhoça, 12 de novembro de 2019.

______________________________________________________

Prof. José Humberto Dias de Toledo, Me.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________

Prof. Ildo Sponholz, Me.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________

Engº Prod. Civil Vitor César Cardoso, Bel.

Conaz Soluções S.A.

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Silvio e Walkíria, pelo amor incondicional, pelo apoio e

confiança em todas as minhas decisões, por não medirem esforços para me proporcionar uma

educação de qualidade e por serem meus maiores exemplos de integridade e dedicação.

À minha irmã, Mônica, por ser meu braço direito e minha eterna fonte de inspiração em

termos de comprometimento, organização e planejamento. Agradeço por todo o amor,

companheirismo, paciência, amizade e por todos os ensinamentos ao longo desses anos todos.

Ao meu cunhado, Daniel, por ser um verdadeiro irmão mais velho e por sempre se

preocupar com meu futuro profissional. Agradeço por me proporcionar novas perspectivas e

por me encorajar a enfrentar novos desafios.

A todos os meus amigos de vida, agradeço por serem tão especiais, por fazerem parte

da minha jornada e por me encorajarem a perseguir meus sonhos. Agradeço por todas as

conversas inspiradoras, pelos momentos de lazer e por não desistirem da nossa amizade apesar

da distância ou do tempo. Aos meus colegas de universidade, em especial aos meus queridos

amigos Larah, Vinícius, João Victor e José Vitor, agradeço pelos momentos de companheirismo

e descontração ao longo de todos esses anos de graduação.

Aos sócios e colaboradores da Ambar Conaz, em especial ao meu gestor Vitor César,

por todos os ensinamentos, pelos constantes incentivos de melhoria e por confiarem tanto no

meu trabalho. Aos amigos que tive a sorte de conhecer na empresa, Joana e Renan, agradeço

por todas as risadas, doces partilhados e por todas as palavras de carinho e motivação.

Aos professores do curso de Engenharia Civil da Unisul, em especial aos professores

Professor José Humberto Dias de Toledo e Ildo Sponholz, por todo o auxílio durante esse

processo de aprendizagem e por terem contribuído com seu conhecimento para a estruturação

desse trabalho.

Por fim, a todos os demais amigos e familiares que, de alguma forma, proporcionaram

seu apoio ou contribuíram para o enriquecimento, desenvolvimento e conclusão deste trabalho.

“Inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança.”

(Stephen Hawking)

RESUMO

A falta de planejamento, aliada ao gerenciamento ineficaz dos processos relacionados à

cadeia de suprimentos, é um assunto bastante recorrente no ramo da Construção Civil. O setor

de suprimentos e compras é responsável por detalhar os planos de aquisição de materiais

conforme programação prévia, podendo ser um diferencial estratégico para a redução de custos.

O não cumprimento de prazos inicialmente estabelecidos pelas construtoras acarreta em atrasos

na entrega de materiais em obra e, consequentemente, na entrega do empreendimento como um

todo, gerando prejuízos para a empresa responsável. O objetivo do presente estudo é elaborar

um Plano de Compras com base em dados coletados de uma plataforma de gestão de cotações

e compras para a construção civil. Para isso, realizou-se a coleta de informações através da

ferramenta Power BI com o intuito de listar os principais insumos demandados por construtoras

do Estado de Santa Catarina que utilizam a plataforma, junto ao prazo médio de resposta dos

fornecedores às cotações desses insumos e ao prazo médio para entrega em obra que os

fornecedores estipularam para esses materiais. Em seguida, o Plano de Compras foi elaborado

a partir da categorização desses insumos por etapa de obra, explicitando-se os prazos

necessários para que esses materiais sejam cotados e entregues. A ferramenta é de extrema

relevância às equipes de suprimentos por relacionar o planejamento de aquisições com o

cronograma do empreendimento, fornecendo uma noção do período de tempo necessário para

cada uma das etapas que compõem o ciclo de compras na construção civil.

Palavras-chave: Construção Civil. Planejamento. Cadeia de Suprimentos. Gestão de Compras.

ABSTRACT

The lack of planning, coupled with inefficient management of the supply chain processes, is a

recurring issue in the Construction Industry. The supply and purchasing sector is responsible

for detailing the material procurement plans according to the previous schedule, which can be

a strategic differential for cost reduction. Failure to meet deadlines initially set by construction

companies leads to delays in materials delivery on the construction and, consequently, the

delivery of the project as a whole, causing losses to the responsible company. The purpose of

this study is to develop a Procurement Plan based on data collected from a quotation and

procurement management platform for construction. For this, information was collected

through the Power BI tool to list the main inputs demanded by construction companies in the

state of Santa Catarina using the platform, along with the average response time from suppliers

to the quotations of these inputs and the average delivery time that suppliers have stipulated for

these materials. Subsequently, the Procurement Plan was elaborated based on the categorization

of these inputs by construction stage, specifying the deadlines required for these materials to be

quoted and delivered. The tool is extremely relevant to procurement teams as it relates

procurement planning to the project schedule, providing a sense of the length of time required

for each of the stages that make up the construction procurement cycle.

Keywords: Civil Construction. Planning. Supply Chain. Purchase management.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Gerenciamento de Aquisições do Projeto ................................................................ 24

Figura 2 - Condução de aquisições ........................................................................................... 25

Figura 3 - Gráfico de Gantt ...................................................................................................... 31

Figura 4 - Etapas do gerenciamento de suprimentos ................................................................ 35

Figura 5 - Visão sistêmica do setor compras ............................................................................ 40

Figura 6 - Processos de gestão da função compras .................................................................. 41

Figura 7 - Plano de Compras .................................................................................................... 44

Figura 8 – Método utilizado ..................................................................................................... 46

Figura 9 - Plataforma do Construtor | Cotações ....................................................................... 48

Figura 10 - Plataforma do Construtor | Compras ..................................................................... 48

Figura 11 - Quadro de Cotações ............................................................................................... 49

Figura 12 - Plataforma do Fornecedor ...................................................................................... 50

Figura 13 - Dashboard | Aba de insumos mais cotados e comprados ...................................... 52

Figura 14 - Dashboard | Aba de prazos de resposta e entrega por insumo ............................... 54

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Amostra de insumos por etapa de obra .................................................................. 56

Gráfico 2 - Amostra de insumos por categoria ......................................................................... 57

Gráfico 3 - Serviços Preliminares | Período de cotações .......................................................... 59

Gráfico 4 - Serviços Preliminares | Prazo de Entrega............................................................... 60

Gráfico 5 - Fundações | Período de Cotações ........................................................................... 61

Gráfico 6 – Fundações | Prazo de Entrega ................................................................................ 62

Gráfico 7 - Estrutura | Período de Cotações ............................................................................. 64

Gráfico 8 - Estrutura | Prazo de entrega em obra...................................................................... 64

Gráfico 9 - Alvenaria | Período de Cotações ............................................................................ 66

Gráfico 10 - Alvenaria | Prazo de Entrega ................................................................................ 66

Gráfico 11 - Forro e Cobertura | Período de Cotações ............................................................. 68

Gráfico 12 - Forro e Cobertura | Prazo de entrega ................................................................... 68

Gráfico 13 - Instalações Hidrossanitárias | Período de cotações .............................................. 70

Gráfico 14 - Instalações Hidrossanitárias | Prazo de entrega ................................................... 70

Gráfico 15 - Instalações Elétricas | Período de cotações .......................................................... 72

Gráfico 16 - Instalações Elétricas | Prazo de entrega ............................................................... 72

Gráfico 17 - Instalações de Gás | Período de cotações ............................................................. 73

Gráfico 18 - Instalações de Gás | Prazo de entrega .................................................................. 74

Gráfico 19 – Segurança e Telecomunicações | Período de cotações ........................................ 75

Gráfico 20 – Segurança e Telecomunicações | Prazo de entrega ............................................. 75

Gráfico 21 - Acabamentos e Revestimentos | Período de cotações .......................................... 76

Gráfico 22 - Acabamentos e Revestimentos | Prazo de entrega ............................................... 77

Gráfico 23 - Esquadrias | Período de cotações ......................................................................... 78

Gráfico 24 - Esquadrias | Prazo de entrega ............................................................................... 78

Gráfico 25 - Pintura | Período de cotações ............................................................................... 79

Gráfico 26 - Pintura | Prazo de entrega ..................................................................................... 80

Gráfico 27 - Iluminação | Período de cotações ......................................................................... 81

Gráfico 28 - Iluminação | Prazo de entrega .............................................................................. 81

Gráfico 29 – Preventivo Contra Incêndio | Período de cotações .............................................. 82

Gráfico 30 - Preventivo Contra Incêndio | Prazo de entrega .................................................... 83

Gráfico 31 - Louças e Materiais Hidráulicos | Período de cotações ......................................... 84

Gráfico 32 - Louças e Materiais Hidráulicos | Prazo de entrega .............................................. 84

Gráfico 33 - Paisagismo | Período de cotações ......................................................................... 85

Gráfico 34 - Paisagismo | Prazo de entrega .............................................................................. 85

Gráfico 35 - Serviços Complementares | Período de cotações ................................................. 86

Gráfico 36 - Serviços Complementares | Prazo de Entrega ...................................................... 87

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Mudanças econômicas x cadeia de suprimentos .................................................... 37

Quadro 2 - Tendências de melhoria na função compras .......................................................... 39

Quadro 3 - Insumos mais cotados............................................................................................. 58

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela de Sequenciação .......................................................................................... 30

Tabela 2 - Serviços Preliminares .............................................................................................. 59

Tabela 3 - Fundações ................................................................................................................ 61

Tabela 4 - Estrutura .................................................................................................................. 63

Tabela 5 - Alvenaria ................................................................................................................. 65

Tabela 6 - Forro e Cobertura .................................................................................................... 67

Tabela 7 - Instalações Hidrossanitárias .................................................................................... 69

Tabela 8 - Instalações Elétricas ................................................................................................ 71

Tabela 9 - Instalações de Gás ................................................................................................... 73

Tabela 10 - Segurança e Telecomunicações ............................................................................. 74

Tabela 11 - Acabamentos e Revestimentos .............................................................................. 76

Tabela 12 - Esquadrias ............................................................................................................. 77

Tabela 13 - Pintura ................................................................................................................... 79

Tabela 14 - Iluminação ............................................................................................................. 80

Tabela 15 - Preventivo Contra Incêndio ................................................................................... 82

Tabela 16 - Louças e Materiais Hidráulicos ............................................................................. 83

Tabela 17 - Paisagismo ............................................................................................................. 85

Tabela 18 - Serviços Complementares ..................................................................................... 86

Tabela 19 - Equipamentos de Proteção Individual ................................................................... 88

Tabela 20 - Materiais de Limpeza ............................................................................................ 89

Tabela 21 - Ferragens ............................................................................................................... 90

Tabela 22 - Ferramentas ........................................................................................................... 91

Tabela 23 - Equipamentos ........................................................................................................ 91

Tabela 24 - Utensílios ............................................................................................................... 92

LISTA DE ABREVIATURAS

ADM Arrow Diagram Method

BI Business Inteligence

CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção

EAP Estrutura Analítica do Projeto

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

JIT Just in Time

MRP Materials Requirements Planning

PCP Planejamento e Controle da Produção

PDM Precedence Diagram Method

PMBOK Project Management Body of Knowledge

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 16

1.1 TEMA .............................................................................................................................. 16

1.2 PROBLEMAS DE PESQUISA ....................................................................................... 17

1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 17

1.4 OBJETIVOS .................................................................................................................... 17

1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 17

1.4.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 18

1.5 METODOLOGIA ............................................................................................................ 18

1.6 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................ 19

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 20

2.1 GERENCIAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL ......................................................... 20

2.1.1 Contexto atual .............................................................................................................. 20

2.1.2 Gestão e gerenciamento de projetos .......................................................................... 22

2.2 PLANEJAMENTO E GESTÃO DE OBRAS ................................................................. 25

2.2.1 Etapas de um projeto de construção ......................................................................... 25

2.2.2 Planejamento de obras ................................................................................................ 27

2.2.3 Roteiro de planejamento de obras ............................................................................. 28

2.3 CADEIA DE SUPRIMENTOS ....................................................................................... 32

2.3.1 Definição de cadeia de suprimentos ........................................................................... 32

2.3.2 Gestão da cadeia de suprimentos na construção civil .............................................. 33

2.4 GESTÃO DE COMPRAS ............................................................................................... 38

2.4.1 Função Compras ......................................................................................................... 38

2.4.2 Gestão da Função Compras na Construção Civil .................................................... 40

2.4.3 Visão Estratégica da Função Compras ..................................................................... 43

2.4.4 Planejamento de Compras.......................................................................................... 44

2.5 TRABALHOS CORRELATOS ...................................................................................... 45

3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 46

3.1 DESCRIÇÃO DO MÉTODO .......................................................................................... 47

3.1.1 Pesquisa bibliográfica ................................................................................................. 47

3.1.2 Ferramentas e estruturação de dashboard no Power BI .......................................... 47

3.1.2.1 O processo de cotações e compras na plataforma-estudo .......................................... 47

3.1.2.1.1 Plataforma do Construtor........................................................................................ 47

3.1.2.1.2 Plataforma do Fornecedor ...................................................................................... 49

3.1.2.2 Business Inteligence ................................................................................................... 50

3.1.2.3 Microsoft PowerBI ..................................................................................................... 50

3.1.2.4 Dashboards................................................................................................................. 51

3.1.2.5 Dashboard elaborado no Power BI para análise e coleta de dados ............................ 51

3.1.3 Seleção dos insumos .................................................................................................... 52

3.1.4 Categorização dos insumos por etapa de obra ......................................................... 53

3.1.5 Coleta dos prazos ......................................................................................................... 54

3.1.6 Análise dos Resultados e Elaboração do Plano de Compras ................................... 55

4 RESULTADOS ................................................................................................................. 56

4.1 ANÁLISE GERAL .......................................................................................................... 56

4.1.1 Amostra de insumos por etapa de obra ..................................................................... 56

4.1.2 Amostra de insumos por categoria ............................................................................ 57

4.1.3 Insumos mais cotados ................................................................................................. 57

4.2 PLANO DE COMPRAS .................................................................................................. 58

4.2.1 Serviços Preliminares .................................................................................................. 58

4.2.2 Fundações ..................................................................................................................... 60

4.2.3 Estrutura ...................................................................................................................... 62

4.2.4 Alvenaria ...................................................................................................................... 65

4.2.5 Forro e Cobertura ....................................................................................................... 67

4.2.6 Instalações Hidrossanitárias....................................................................................... 68

4.2.7 Instalações Elétricas .................................................................................................... 70

4.2.8 Instalações de Gás ....................................................................................................... 72

4.2.9 Segurança e Telecomunicações .................................................................................. 74

4.2.10 Acabamentos e Revestimentos ................................................................................... 75

4.2.11 Esquadrias ................................................................................................................... 77

4.2.12 Pintura .......................................................................................................................... 78

4.2.13 Iluminação.................................................................................................................... 80

4.2.14 Preventivo Contra Incêndio ....................................................................................... 81

4.2.15 Louças e Materiais Hidráulicos ................................................................................. 83

4.2.16 Paisagismo .................................................................................................................... 84

4.2.17 Serviços Complementares........................................................................................... 86

4.3 CATEGORIAS COMPLEMENTARES ......................................................................... 87

4.3.1 Equipamentos de Proteção Individual ...................................................................... 87

4.3.2 Materiais de Limpeza.................................................................................................. 88

4.3.3 Ferragens...................................................................................................................... 89

4.3.4 Ferramentas ................................................................................................................. 90

4.3.5 Equipamentos .............................................................................................................. 91

4.3.6 Utensílios ...................................................................................................................... 92

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 93

5.1 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 93

5.2 RECOMENDAÇÕES ...................................................................................................... 94

5.3 PROPOSTA DE NOVOS TRABALHOS ....................................................................... 95

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 96

16

1 INTRODUÇÃO

O setor da construção civil é de extrema relevância para a economia de um país por

promover o desenvolvimento e produção nacional através da geração de empregos,

fornecimento e câmbio constante de insumos, além de viabilizar melhorias nas esferas de

infraestrutura e habitação.

No Brasil, segundo dados da CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção

(2018), o setor gerou um acréscimo de 1,0% na produção industrial de insumos típicos da

construção, apresentou um incremento de 2,8% no faturamento da indústria de materiais do

ramo e resultou em um saldo positivo de 19.108 vagas com carteira assinada no primeiro

trimestre do ano.

Todavia, devido ao contexto recente de crise nacional, o ramo da construção passou por

um intenso processo de desaceleração. De acordo com dados divulgados pelo IBGE (2018), o

Produto Interno Bruto do setor da Construção Civil registrou uma variação negativa pelo quinto

ano consecutivo, apresentando uma retração de 2,5%.

Por conta dessa realidade, o mercado passou a exigir a adaptação de empreendedores

como forma de garantir sua sobrevivência em meio às imprevisibilidades de geração de receita.

No âmbito da construção, o planejamento e controle tornam-se atividades cruciais à busca pela

qualidade com custos reduzidos, rapidez e flexibilidade, o que ressalta a importância dos papéis

desempenhados pelos setores de suprimentos e compras na potencialização do planejamento de

obras por meio do monitoramento sistemático e eventual redirecionamento estratégico

(MATTOS, 2010).

As áreas de suprimentos e compras também estão sujeitas a inúmeras incertezas, tais

como a evolução de preços no mercado, o poder de barganha das empresas, a negociação de

descontos, custos de recursos financeiros e estoques. Dessa forma, estratégias devem ser

elaboradas com o intuito de minimizar essas imprecisões para garantir a eficácia dos processos.

Sob essa perspectiva, o presente estudo objetiva contribuir para o aprimoramento desse

procedimento da construção por meio da proposição de um planejamento de compras detalhado

voltado às empresas do setor.

1.1 TEMA

Otimização dos processos de planejamento e gestão de compras de empresas do ramo da

Construção Civil.

17

1.2 PROBLEMAS DE PESQUISA

Em virtude do período de instabilidade econômica, as empresas construtoras do país

carecem de um aprimoramento de atividades para garantir sua sobrevivência no mercado. A

deficiência do planejamento de obras pode ocasionar atrasos e consequente aumento de custos,

o que coloca em risco a perpetuidade das entidades responsáveis.

Em vista disso, como aperfeiçoar o processo de compra das construtoras? Como garantir

o cumprimento dos prazos de obra no processo de aquisição de suprimentos?

1.3 JUSTIFICATIVA

Com a crescente expansão do mercado e com a atual crise da economia nacional, as

empresas construtoras devem estar atentas à qualidade dos empreendimentos que entregam aos

seus clientes, buscando investir na eficiência dos seus processos para manter uma posição de

destaque no cenário empresarial. Nesse contexto, organizações que optam por usar de forma

planejada os seus recursos podem adquirir uma vantagem significativa de posicionamento

dentro do seu mercado de atuação.

Nas empresas de construção civil, uma das áreas que merece destaque é o setor de

compras que, aliado à aquisição de suprimentos, é responsável pelo planejamento, controle e

coordenação de atividades relacionadas à compra de materiais por meio de planejamentos

quantitativo e qualitativo (JUNGLES e SANTOS, 2008).

Com foco nesses aspectos, justifica-se a intenção da pesquisa de elaborar um Plano de

Compras voltado à otimização do processo de planejamento de compras das empresas do ramo

da Construção Civil, uma vez que a melhoria contínua da função de compras de materiais é

essencial na busca por competitividade e lucratividade das organizações do setor.

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Elaborar um Plano de Compras voltado à Construção Civil com base nos dados de uma

plataforma de cotações de compras utilizada pelos setores de suprimentos de empresas

construtoras de Santa Catarina.

18

1.4.2 Objetivos Específicos

a. Identificar as principais etapas de obra do processo construtivo;

b. Indicar as principais aquisições de cada etapa de obra;

c. Constatar o prazo de resposta médio estipulado pelos fornecedores da plataforma-

estudo para os insumos estudados;

d. Verificar o prazo médio de entrega em obra estipulado pelos fornecedores da

plataforma-estudo dos insumos demandados;

e. Gerar um Plano de Compras das principais etapas de uma obra, seus insumos e

prazos médios de resposta e entrega de fornecedores visando a otimização do

processo de planejamento de compras.

1.5 METODOLOGIA

Com o propósito de atingir o objetivo geral de maneira mais detalhada e realizar uma

análise aprofundada dos objetivos específicos, optou-se por realizar uma pesquisa aplicada,

uma vez que a mesma está dirigida à solução de problemas.

Enquadra-se como uma pesquisa quali-quantitativa por buscar quantificar, com base em

amostras representativas, dados para uma melhor visualização e compreensão do problema

(MALHOTRA, 2005) através da análise subjetiva da ferramenta de estudo.

Com relação aos objetivos, a pesquisa pode ser considerada como descritiva, já que

procura estudar as características da área de planejamento de compras por meio de técnicas

padronizadas de observação sistemática para coleta de dados (GIL, 2002).

O estudo também é considerado conclusivo, uma vez que os objetivos foram claramente

definidos e serviram como base para a obtenção de respostas às questões levantadas. De acordo

com Malhotra (2005), utiliza-se esse método para definir e avaliar o melhor curso de ação em

determinada situação.

A coleta de dados primários foi realizada por meio da extração de informações e

métricas de uma plataforma catarinense de cotações e compras do setor da construção civil. Os

dados extraídos foram: insumos demandados por etapa de obra, prazo médio de resposta dos

fornecedores após o envio do pedido de cotação e prazo médio de entrega em obra depois que

a compra é confirmada via sistema. Para a coleta de dados secundários, foram utilizadas

bibliografias voltadas ao setor da construção civil, à cadeia de suprimentos e ao setor de

compras.

19

1.6 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO

O presente trabalho está estruturado em cinco capítulos: introdução, referencial

teórico, metodologia, análises e resultados e considerações finais do estudo.

O primeiro capítulo contém uma introdução da pesquisa, apresentando o tema, os

problemas de pesquisa, a justificativa, os objetivos gerais e específicos, a metodologia e a

estruturação do trabalho.

O segundo capítulo apresenta o referencial teórico relacionado aos temas da pesquisa:

gerenciamento na construção civil, gestão e gerenciamento de projetos, planejamento e gestão

de obras, etapas de um projeto de construção, cadeia de suprimentos, cadeia de suprimentos na

construção civil, gestão de compras, gestão de compras na construção civil e planejamento de

compras.

O terceiro capítulo apresenta a metodologia empregada na pesquisa e composta por

seis etapas: pesquisa bibliográfica, estruturação de um dashboard na ferramenta Power BI com

os dados da plataforma-estudo, coleta dos principais insumos transacionados na plataforma-

estudo, alocação dos recursos às principais etapas de obra e coleta dos prazos de resposta e

prazos de entrega em obra estipulados pelos fornecedores.

O quarto capítulo apresenta as análises e os resultados da pesquisa, sendo o principal

deles o Plano de Compras, com os principais insumos por etapa de obra, com base nos dados

coletados da plataforma-estudo.

O quinto capítulo apresenta as considerações finais referente ao estudo,

recomendações para as empresas construtoras do ramo e sugestões para trabalhos futuros.

20

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capitulo compreende a exposicao da fundamentacao teorica dos topicos

relacionados à pesquisa, tais como: gestão e gerenciamento na construção civil, gestão e

gerenciamento de projetos, planejamento e gestão de obras, etapas de um projeto de construção,

cadeia de suprimentos e gestão de compras.

2.1 GERENCIAMENTO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.1.1 Contexto atual

Tisaka (2006) explicita que a engenharia trata da arte de transformar recursos naturais

em formas adequadas de produtos ao atendimento das necessidades humanas. Nesse contexto,

o setor da Construção Civil surge como responsável pela produção de infraestrutura, pelo

desenvolvimento do bem-estar da sociedade e pela geração de empregos.

Agopyan e John (2011) apontam que a cadeia da construção civil engloba desde a

extracao de materias-primas, producao e transporte de materiais e componentes, concepcao e

projetos, execucao, praticas de uso, operacao e manutencao à demolicao/desmontagem e

destinacao de residuos gerados ao longo da vida util.

Historicamente, o desempenho do mercado da construção civil acompanha a economia

nacional. Sincronicamente, Leite (2000) afirma que, em comparação aos demais setores

produtivos, a indústria da construção tem apresentado a menor evolução tecnológica do

mercado por conta de suas características próprias de produção – seus processos carecem de

uma revolução de procedimentos, principalmente quando comparados ao da indústria fabril.

Nos últimos anos, o setor vem sofrendo alterações significativas como forma de

sobrevivência em meio à crise. De acordo com Jungles e Vila (2006), com a intensificação da

competitividade e com a globalização dos mercados, visualiza-se a crescente busca por

qualidade, baixo custo, maior rapidez e flexibilidade em diversos setores industriais, inclusive

no da construção civil.

Em paralelo, o aumento do grau de exigência dos clientes e a limitada disponibilidade

de recursos financeiros para a realização de empreendimentos corroboram a necessidade de

aplicação de novas estratégias gerenciais. A falta de uma visão estratégica culmina em perdas

relacionadas às ações no canteiro de obras, assim como às ações da empresa como um todo.

Mattos (2010) afirma que, sem uma sistemática gerencial, os empreendimentos perdem de vista

21

os seus indicadores fundamentais: o prazo, o custo, o lucro, o retorno sobre o investimento e o

fluxo de caixa.

Sob a ótica de Sacomano et al. (2004), as empresas de construção civil acreditam que

os problemas durante a execução de um empreendimento originam-se no canteiro de obras e

devem ser resolvidos no âmbito operacional. Leite (2000) complementa esse pensamento ao

afirmar que é essencial que uma empresa tenha um dominio eficaz sobre suas operações por

meio do conhecimento detalhado dos diversos fluxos de producao. Para as empresas de

construção civil, essa análise costuma ser árdua por conta da complexidade dos

empreendimentos desenvolvidos.

O aumento da produtividade de uma empresa passou a definir sua permanência ou não

em um mercado cada vez mais competitivo e o gerenciamento passa a ser uma atividade-chave

para o alcance dos objetivos estratégicos das organizações através da agilidade das operações,

melhoria contínua da qualidade e redução de custos.

Jungles e Vila (2006) complementam que uma empresa é um todo orgânico cujo

funcionamento depende do desempenho e comprometimento de suas partes, evitando-se a

dominância de alguma sobre as demais. Toda as funções são essenciais e devem atuar

harmoniosamente para a consecução dos objetivos. O sucesso das organizações que optam por

executar as premissas da visão sistêmica estimula a gestão estratégica do processo de

gerenciamento, faz com que um maior número de empresas almeje os mesmos resultados e

passe a se interessar em aumentar a sua capacidade administrativa (JUNGLES e VILA, 2006).

Nesse contexto, o gerenciamento engloba o conjunto de metodologias, procedimentos

ou processos necessários à realização de um empreendimento. “Gerenciar é, essencialmente,

definir metas, prover recursos – relativos a materiais, equipamentos, humanos e financeiros - e

cobrar resultados” (JUNGLES e VILA, 2006, p. 9-10).

O processo de controle gerencial adequado é influenciado pelas estratégias que uma

determinada empresa está seguindo. Segundo Sacomano et al. (2004), os sistemas de controle

devem ser projetos dentro do contexto do ambiente externo, da tecnologia, da estrutura e cultura

organizacional, além do gerenciamento administrativo característico de cada organização.

Gerenciar, então, pode ser definido como: a arte de dirigir e coordenar recursos

humanos, materiais e financeiros, durante a sua execução de um empreendimento,

usando técnicas de administração, visando atingir qualquer objetivo pré-definido

quando a tempo, custo, qualidade e segurança, necessário a propiciar a satisfação do

cliente. (JUNGLES e VILA, 2006, p. 24)

No âmbito da construção, o gerenciamento eficaz torna-se fator determinante do sucesso

nos empreendimentos desenvolvidos, englobando a coordenação dos numerosos recursos que

22

compõem um projeto, tais como os materiais, equipamentos, recursos financeiros, recursos

humanos e todos os demais esforços necessários para execução e finalização de uma obra.

2.1.2 Gestão e gerenciamento de projetos

Segundo o Guia PMBOK (2017, p. 10), “o gerenciamento de projetos é a aplicação de

conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de cumprir

os seus requisitos”. No contexto empresarial atual, os gestores precisam ser capazes de

gerenciar orçamentos cada vez mais apertados, prazos mais curtos, recursos mais escassos e

uma tecnologia que muda rapidamente. Assim, o uso de técnicas, ferramentas e processos de

gerenciamento de projetos fornece uma base sólida para as organizações atingirem suas metas

e objetivos.

O Guia PMBOK (2017, p. 542) define projeto como sendo “um esforco temporario

empreendido para criar um produto, servico ou resultado exclusivo”. Cada projeto é responsável

por um produto único que impulsiona mudanças e permite a criação de valor de negócio. No

âmbito da construção civil, mesmo que os materiais que constituem um empreendimento sejam

iguais, cada edifício possui um projeto único por conta de todas as idiossincrasias e situações

diferenciadas que o cercam.

Os projetos precisam ser gerenciados e necessitam ter data de início e de término, sendo

esta alcançada quando todos os objetivos são cumpridos ou quando houver necessidade do

projeto deixar de existir. Os projetos são compostos por processos de cinco grupos principais:

planejamento, execução, monitoramento, controle e encerramento.

Aplicando ao cenário da construção civil, de acordo com Samira (1991 apud LEITE,

2000), os empreendimentos de edificação apresentam algumas características essenciais que os

definem como projetos. São elas: início e fim determinados, orçamento prefixado, conjunto de

metas específicas e pré-ordenadas, funções dependentes do objetivo, atividades complexas e

inter-relacionadas para desenvolvimento técnico e é multiorganizacional (seu desenvolvimento

depende de organizações externas).

A Gerência de Projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades e um conjunto de

atividades técnicas, administrativas e econômico-financeiras, voltadas à implantação

de empreendimentos, coordenando de forma eficaz e eficiente os recursos de

diferentes tipos, como recursos humanos, materiais, financeiros, políticos e

equipamentos de forma a alcançar ou superar os objetivos de custo, prazo, qualidade

e escopo preestabelecidos. (LEITE, 2000, p.17)

O Guia PMBOK (2017) divide o gerenciamento de projetos em dez áreas de

conhecimento: gerenciamento de integração, do escopo, do cronograma, dos custos, da

23

qualidade, dos recursos, das comunicações, dos riscos, das aquisições e das partes interessadas.

Na gestão de suprimentos e compras da construção civil, tema do presente estudo, é

indispensável que o gerenciamento seja aplicado de maneira integral, porém se nota um

destaque às áreas relacionadas à gestão de tempo (cronograma) e de aquisições.

Sacomano et al. (2004) afirmam que os prazos são um dos principais e mais importantes

critérios competitivos no mercado. Tempo é valor, uma vez que tempos curtos economizam

custos relevantes para o sistema produtivo. Silva (2015) explicita que, de todos os recursos

existentes em um projeto, o único que não é possível dominar e controlar é o tempo.

De acordo com o Guia PMBOK (2017), o gerenciamento do tempo possui como

objetivo assegurar que o término de um projeto seja pontual, incluindo todos os processos

necessários para garantir a sua implementação. Nessa etapa, deve-se definir todas as atividades

que compõem o projeto, sequenciar e estimar suas durações e, a partir desse sequenciamento,

desenvolver e controlar o cronograma, que serve como ferramenta de comunicação e

gerenciamento de expectativas das partes interessadas.

Sob a ótica de Sacomano (2004), o mercado tem reconhecido a rapidez de entrega como

vantagem competitiva no mercado. As empresas procuram atender esse requisito por meio de

uma melhor compreensão das vantagens externas da redução dos tempos de entrega e as

vantagens internas da redução dos tempos.

No cenário da construção civil, o gerenciamento de tempo possui ligação direta com a

gestão de aquisição de suprimentos. Silva (2015) reafirma que o gerenciamento das aquisições

interfere diretamente no prazo final da obra, uma vez que a falta de um planejamento de compra

dos insumos necessários não permite a execução do empreendimento no período de tempo

planejado.

Segundo o PMBOK (2017), o gerenciamento de aquisições diz respeito à documentação

das decisões de compras do projeto, especificando a abordagem e elencando vendedores

potenciais. O objetivo é determinar se é necessário adquirir produtos e serviços externos ao

projeto, além de especificar o que se deve adquirir, como e quando. Os processos de aquisição

englobam o planejamento, gerenciamento, condução, controle e encerramentos das aquisições.

Aquisicao refere-se aos acordos que descrevem o relacionamento entre um comprador

e um vendedor, sendo esse acordo um contrato, um acordo de nivel de servico, um

entendimento, um memorando de entendimento ou um pedido de compra (PMBOK, 2017).

Portanto, para desenvolver um planejamento de compras, é necessário realizar um Plano de

Gerenciamento de Aquisições – uma das saídas do processo de gerenciamento de aquisições

(Figura 1).

24

Figura 1 - Gerenciamento de Aquisições do Projeto

Fonte: Guia PMBOK (2017)

O plano de gerenciamento de aquisições contém as atividades a serem realizadas durante

o processo de aquisições. Segundo o PMBOK (2017), algumas orientações que compõem o

plano são: coordenação das aquisições, cronograma de atividades, métricas para gerenciamento

de contratos, funções e responsabilidades das partes interessadas, restrições e premissas e

questões de gerenciamento de riscos.

Para a condução das aquisições, uma gama de tarefas deve ser desenvolvida conforme

indica a Figura 2. Algumas atividades que permeiam esse processo incluem a obtenção de

respostas de vendedores, seleção de um vendedor, emissão de um contrato e implementação de

um acordo legal para a entrega. A condução é realizada periodicamente ao longo do projeto,

sempre que uma nova demanda é necessária (PMBOK, 2017).

25

Figura 2 - Condução de aquisições

Fonte: Guia PMBOK (2017)

O próximo passo diz respeito ao controle das aquisições, o qual engloba o

gerenciamento dos relacionamentos de aquisições, monitoramento do desempenho do contrato,

realização de alterações e correções conforme apropriado, e encerramento de contratos. O

objetivo dessa etapa é garantir o desempenho, tanto do vendedor quanto do comprador,

cumprindo assim os requisitos do projeto de acordo com os termos dos acordos legais.

É importante ressaltar que a relação entre o planejamento de aquisições e o cronograma

da obra é essencial para garantia da estimativa dos recursos da obra, ou seja, quando esses

recursos serão necessários, em quais atividades estarão alocados e em qual período de tempo

(SILVA, 2015). Nesse contexto, as diretrizes do planejamento e a gestão de obras determinam

os esforços necessários em cada etapa de um projeto de construção.

2.2 PLANEJAMENTO E GESTÃO DE OBRAS

2.2.1 Etapas de um projeto de construção

Conhecido o modelo de gerenciamento a ser adotado, inicia-se o processo de

construção. Jungles e Vila (2006) reforçam que o gerenciador e sua equipe devem estar cientes

das especificações dos insumos, das particularidades da mão-de-obra, do desempenho dos

equipamentos, das interfaces de projeto, das dificuldades de logística de suprimentos e dos

conhecimentos a serem determinados para cada etapa do processo de construção.

As etapas básicas que compõem um projeto são: concepção, planejamento, execução e

finalização. “O claro conhecimento dos contratos, etapas e fases da construção a serem

adjudicados e cumpridos permitirá um bom relacionamento entre os principais envolvidos,

26

especialmente entre o proprietário, o projetista, o construtor e o gerenciador da construção”

(JUNGLES E VILA, 2006, p. 35).

• Fase de concepção

Nesta fase, identifica-se a necessidade e a viabilidade do empreendimento. Segundo

Leite (2000), as necessidades de implantar um empreendimento são analisadas com base nas

diretrizes da alta gerência ou de demandas externas.

Dever-se-á realizar uma pesquisa de mercado para identificar qual o empreendimento

desejado, o porte do mesmo, as restrições socioambientais e legais que o permeiam, assim como

suas possíveis fontes de financiamento (JUNGLES e VILA, 2006). Caso aprovado, o projeto

passa pelo estudo de viabilidade técnica e econômica para determinação de metas e alternativas

preliminares.

Conforme explicita Leite (2000), será necessário elaborar um modelo preliminar do

projeto a ser executado. Jungles e Vila (2006) complementam que esse modelo deve conter um

plano de implantação, uma estimativa de custos e cronogramas preliminares, bem como o

desenvolvimento das possíveis alternativas com a eleição da mais interessante ao proprietário.

• Fase de Planejamento

Jungles e Vila (2006) apontam que, nesta fase, desenvolve-se o projeto básico (com a

execução de desenhos que permitam a sua devida caracterização), junto da especificação dos

insumos, equipamentos e técnicas construtivas.

Em paralelo, define-se o planejamento da execução da obra levando em conta os

aspectos essenciais de prazo, recursos e custos (LEITE, 2000). Nesta fase, elaboram-se os

cronogramas e orçamentos, o plano de suprimentos, a contratação das fontes de financiamento

e o estabelecimento de diretrizes gerenciais de controle da obra. É estabelecida também a

estrutura responsável pela implantação, além do reconhecimento das necessidades de

treinamento dos operadores do empreendimento (JUNGLES e VILA, 2006).

• Fase de Execução

Segundo Jungles e Vila (2006), a fase de execução é a fase de materialização do projeto,

onde são licitados e contratados os empreiteiros. O pessoal também é pré-estabelecido e é

27

efetuado o suprimento de insumos e equipamentos anteriormente especificados. Leite (2000)

complementa essa descrição ao mencionar que é nessa fase que são realizados os controles de

prazo, custo e qualidade, sempre se comparando o planejado com o realizado para alcance do

desempenho técnico da obra.

Os serviços de suprimentos dessa etapa podem ser em: licitação, contratação, inspeções

de fabricação e aceitação, transporte e armazenamento. Ainda, os projetos executivos podem

ser finalizados nessa etapa, demonstrando como será e qual será o comportamento final

desejado quanto a equipamentos, estruturas ou redes de serviços. Também se pode realizar

testes de aceitação parcial ao efetuar testes de funcionamento de equipamentos isolados

(JUNGLES e VILA, 2006).

• Fase de Finalização

Leite (2000) afirma que na primeira parte dessa etapa, conhecida como

comissionamento ou pré-ocupação, são colocados em operação e testados os equipamentos

individuais ou sistemas complexos, analisando-se o comportamento da equipe de operadores

antes da disponibilização para operação comercial. Jungles e Vila (2006) indicam essa etapa

como a fase de integração das partes do projeto.

A segunda parte dessa etapa, conhecida como pós-ocupação, não costuma ser

relacionada como integrante das fases de um empreendimento. No entanto, recomenda-se que

a empresa retorne ao empreendimento para “verificar e analisar possíveis defeitos de execução,

vislumbrar a evolução de processos construtivos e constatar a funcionalidade real através do

uso” (JUNGLES e VILA, 2006, p. 37-38).

2.2.2 Planejamento de obras

O planejamento de obras é um dos principais aspectos do gerenciamento e que engloba

também os processos de orçamento, compras, gestão de pessoas e comunicações. Segundo

Mattos (2010, p. 17), “ao planejar, o gerente dota a obra de uma ferramenta importante para

priorizar suas ações, acompanhar os andamentos dos serviços, comparar o estágio da obra com

a linha de base referencial e tomar providências em tempo hábil quando algum desvio é

detectado”.

Por conta da variabilidade do setor, González (2008) defende que o planejamento deve

ser realizado em diferentes graus de detalhamento para o curto, médio e longo prazo. Para isso,

28

desenvolve-se um cronograma, ferramenta que possibilita a comparação do previsto com o

realizado, para o acompanhamento do empreendimento.

Dá-se o nome de planejamento referencial ou linha de base (baseline) ao planejamento

original que se busca seguir. De acordo com Mattos (2010), “e contra a linha de base que se

compara o que foi efetivamente realizado no campo e que se tomam as medidas corretivas

cabiveis”. Definindo-se as prioridades do projeto, é possível estabelecer a sequência de

execução, realizar o comparativo de alternativas de ataque, além do monitoramento de atrasos.

Sob a ótica de Mattos (2010), os principais benefícios do planejamento são:

conhecimento pleno da obra, detecção de situações desfavoráveis, agilidade de decisões,

relação com o orçamento, otimização da alocação de recursos, referência para

acompanhamento, padronização, referência para metas, documentação e rastreabilidade,

criação de dados históricos e profissionalismo.

A deficiência do planejamento pode trazer consequências desastrosas para uma obra e,

por extensão, para a empresa que a executa. Um descuido em uma atividade pode ocasionar em

atrasos, escaladas de custos e uma utilização ineficiente de recursos humanos e materiais,

colocando em risco o sucesso do empreendimento. Mattos (2010) indica que estudos realizados

no Brasil e no exterior comprovam que as deficiências no planejamento e no controle estão

entre as principais causas de baixa produtividade, de elevadas perdas e da baixa qualidade dos

empreendimentos da construção civil.

Ribeiro (2006) elenca outros fatores falhos da etapa de planejamento, tais como a falta

de registro dos procedimentos realizados, a baixa qualificação de mão-de-obra destinada a

cumprir prazos predeterminados no planejamento e a carência de desenvolvimento de

planejamento ideal, que poderia servir como parâmetro para elaboração de um cronograma de

atividades, compras e entregas de materiais.

2.2.3 Roteiro de planejamento de obras

Mattos (2010) indica que um roteiro padrão de planejamento de obras é composto pelos

seguintes passos: identificação das atividades, definição das durações, definição da

precedência, montagem do diagrama de rede, identificação do caminho crítico, cálculo das

folgas e geração do cronograma.

• Identificação de atividades:

29

A etapa de identificação de atividades consiste em elencar todas as atividades que farão

parte do cronograma de obras. Para garantir que nenhuma etapa fique de fora do cronograma

(o que pode culminar em atrasos na obra), as empresas costumam utilizar mapas mentais

(estruturas em árvore para visualização do escopo geral) ou elaborar uma Estrutura Analítica

de Projeto (EAP) para visualizar com mais facilidade todas as atividades a serem executadas

(MATTOS, 2010).

O Guia PMBOK (2017) define a EAP como uma “decomposição hierárquica do escopo

total do trabalho a ser executado pela equipe do projeto a fim de atingir os objetivos do projeto

e criar as entregas requeridas”. É uma estrutura que organiza e define o escopo total do projeto

e que se decompõe em níveis progressivamente menores chamados de pacotes de trabalho. À

cada decomposição, eleva-se o grau de descrição e de detalhamento do projeto.

Os pacotes de trabalho são a base lógica para a definição de atividades e Mattos (2010)

defende que essa estrutura garante um melhor controle do processo, uma vez que permite que

a gama de atividades seja facilmente checada e corrigida.

• Definição de durações:

Toda atividade que compõe o cronograma necessita de uma duração associada a ela. A

duração de uma atividade refere-se ao tempo que a mesma leva para ser executada, fator que

depende da quantidade de serviço, da produtividade e da quantidade de recursos alocados

(MATTOS, 2010). Através da definição de prazos, é possível monitorar e controlar os desvios

do cronograma.

Mattos (2010) elenca também algumas regras práticas a serem consideradas na definição

de durações, tais como: avaliação das durações uma a uma, não se pensar no prazo total da obra

para calcular o prazo individual de uma tarefa (deve ser um processo imparcial para ver se o

prazo inicialmente estipulado é coerente) e considerar que dias úteis são diferentes de dias

corridos.

• Definição da precedência:

Essa etapa diz respeito à sequenciação das atividades, ou seja, qual é a lógica que as

coordena. Mattos (2010) define precedência como sendo a dependência entre as atividades com

base na metodologia construtiva da obra, sendo crucial para a execução satisfatória do

empreendimento.

30

Via de regra, uma atividade só pode ser iniciada quando sua predecessora tiver sido

concluída, porém nem toda atividade possui uma predecessora (atividades iniciais do projeto)

e nem toda atividade possui uma sucessora (atividades finais do projeto). A precedência é feita

por meio do quadro de sequenciação (Tabela 1), no qual se elenca cada atividade e suas

predecessoras imediatas, ou seja, as atividades necessárias para que a atividade em questão

possa ser desempenhada.

Tabela 1 - Tabela de Sequenciação

Código Atividade Predecessoras

A Locação de fundação -

B Escavação da fundação A

C Montagem das fôrmas B

D Obtenção de aço -

E Preparação da armação D

F Colocação da armação C, E

G Mobilização da betoneira -

H Concretagem F, G

Fonte: Adaptado de Mattos (2010)

• Montagem do diagrama de rede:

Após a criação da tabela de sequenciação, desenvolve-se a representação gráfica das

atividades e suas dependências lógicas por meio de um Diagrama de Rede. Mattos (2010, p.

49) define rede como sendo “o conjunto de atividades amarradas entre si, que descrevem

inequivocamente a lógica de execução do projeto”.

A vantagem de desenvolver esse diagrama é viabilizar a facilidade de leitura e manuseio

das atividades. Dois são os métodos mais empregados para a montagem do diagrama de rede:

o das flechas (ADM) e o dos blocos (PDM). Mattos (2010) explicita que ambos os processos

são muito similares e identificam o caminho crítico do projeto, indicando também a folga de

cada atividade do planejamento.

• Identificação do caminho crítico:

Após elaborar o diagrama, inicia-se a etapa de cálculos na rede com o intuito de obter a

duração total do projeto. Segundo Mattos (2010), a sequência de atividades que produz o tempo

mais longo é aquela que define o prazo total do projeto e, a essas atividades, dá-se o nome de

atividades críticas. O caminho que as une é denominado de caminho crítico.

31

As atividades críticas não devem sofrer atrasos porque o aumento de uma unidade de

tempo em cada uma delas é transmitido ao prazo do projeto. Em caso de ganho de tempo em

uma atividade crítica, reduz-se também o prazo total do projeto (MATTOS, 2010).

• Cálculo das folgas:

As folgas são calculadas após a definição do caminho crítico. Pelo método das flechas,

as folgas são calculadas após a identificação do caminho crítico. Pelo método dos blocos,

calculam-se as folgas em paralelo ao cálculo da rede (MATTOS, 2010).

• Geração do cronograma:

O produto final do planejamento é o cronograma, representado sob a forma do Gráfico

de Gantt (Figura 3), ferramenta de controle batizada em homenagem ao seu criador, o

engenheiro Henry Gantt.

Figura 3 - Gráfico de Gantt

Fonte: Adaptado de Mattos (2010)

Mattos (2010) reitera que o cronograma constitui uma ferramenta de gestão porque

permite uma leitura facilitada da posição de cada atividade ao longo do tempo. Além disso, é

com base no cronograma que a equipe toma as seguintes providências:

a. Programas as atividades das equipes de campo;

b. Instruir as equipes;

c. Fazer pedidos de compra;

d. Alugar equipamentos;

e. Recrutar operários;

f. Aferir o progresso das atividades;

g. Monitorar atrasos ou adiantamento das atividades;

h. Replanejar a obra;

32

Pautar reuniões.

Para que o cumprimento do cronograma seja efetivo, a tomada de decisão deve levar em

conta alguns fatores fundamentais como a previsão da demanda, o perfil e confiabilidade dos

fornecedores com os quais os insumos serão adquiridos, os procedimentos de solicitações e

entregas e os atores envolvidos nesse ciclo de atividades. É nesse contexto que a gestão da

cadeia de suprimentos surge como forma de otimizar as interconexões de todos esses processos.

2.3 CADEIA DE SUPRIMENTOS

2.3.1 Definição de cadeia de suprimentos

Ballou (2002 apud JUNGLES e SANTOS, 2008, p.21) define cadeia de suprimentos

como sendo “a rede de organizações que se interrelacionam através de enlaces em ambos os

sentidos, nos diversos processos e atividades que produzam valor, na forma de produtos ou

servicos, para o consumidor final”. Jobim Filho (2002) explica que o tamanho de uma cadeia

de suprimentos depende de fatores como a complexidade do produto, o número de fornecedores

e a disponibilidade de matérias-primas no mercado.

Para Slack et al. (2009), uma cadeia de suprimentos refere-se à interconexão de

empresas que se relacionam entre si por meio da associação de processos que produzem valor

na forma de produtos e serviços para o consumidor final. Isatto (2005) detalha essa descrição

ao mencionar que as empresas se conectam por meio de ligações econômicas com o intuito de

produzir bens ou serviços ao usuário último.

Lambert e Cooper (2000 apud ISATTO, 2005) mencionam que a gestão da cadeia de

suprimentos passou a receber uma maior importância a partir da década de 80. As práticas da

gestão da cadeia resultam do avanço dos conceitos da administração vinculados a processos,

sistemas, administração de materiais e logística (HAGA, 2000).

Em uma cadeia de suprimentos simplificada, os fornecedores vendem matérias-

primas aos fabricantes, os quais entregam produtos acabados aos atacadistas, que

combinam os produtos de diversos fabricantes em pacotes de produtos para a venda

aos varejistas que, por sua vez, os vendem ao consumidor final. (DORNIER et al,

2000 apud SANTOS, 2006, p. 11-12)

O setor de suprimentos, área de destaque no ciclo da cadeia, possui como missão

identificar os produtos ou serviços que necessitam de maior atenção dentro dessa rede,

reconhecendo as prioridades competitivas de cada um deles em prol da redução do custo de

produção, tempo de entrega, qualidade e flexibilidade. Por conta disso, possui como principal

33

missão a função compras através da elaboração de planos de aquisição de materiais conforme

planejamento e estratégias da empresa (FRAZIER, 2002).

O planejamento da empresa é de extrema importância na etapa de suprimentos, uma vez

que a elaboração dos requisitos e atividades de cada fase do processo implica na redução de

esforços operacionais de compra e eleva o foco nas operações estratégicas (DIAS, 2010). O

planejamento inclui um cadastro de materiais com detalhamentos de possíveis dificuldades de

aplicação e qualidade, enquanto que o setor de compras inclui o cadastro de possíveis

fornecedores que podem atender à demanda. Uma etapa de controle também é indicada para se

garantir que somente seja comprado o que for necessário, evitando o desperdício de material

(GOLDMAN, 2004).

Na construção civil, a cadeia de suprimentos inicia-se com a fabricação da matéria-

prima e termina com a reciclagem dos produtos acabados após sua demolição (DAVIS et al.,

2001). Jobim Filho (2002) menciona que as cadeias de suprimentos do setor da construção civil

apresentam uma maior complexidade de visualização, integração e gerenciamento por conta do

elevado número de materiais e serviços envolvidos no processo produtivo, da diversidade de

insumos com características distintas e do desconhecimento, por parte dos diferentes setores

envolvidos no sistema, da importância dessas informações ao longo da cadeia, fato que dificulta

a visão sistêmica da rede.

No planejamento de uma construção, é indicado o uso de um sistema que possa realizar

a gestão de informações dos requisitos, direcionando-os aos variados setores envolvidos na

concepção da obra. No que tange o setor de suprimentos, dados relevantes incluem a entrada

de materiais, o controle de estoques, a previsão de despesas, o preenchimento de planilhas de

medições, históricos técnicos e dificuldades de execução (GOLDMAN, 2004).

Para que a cadeia funcione com eficiência e eficácia, é necessário que haja uma gestão

da mesma, cujo foco está na integração de cada componente da rede com o propósito de garantir

o máximo de assertividade no processo, aumentando assim a satisfação do cliente final (Souza

et al., 2006). O gerenciamento da cadeia de suprimentos visa atender aos requisitos dos

consumidores, fornecedores produtos e serviços adequados, em quantidades certas, quando

necessários e a preços competitivos (SLACK et al., 2009).

2.3.2 Gestão da cadeia de suprimentos na construção civil

Segundo Dornier et al. (2000, apud JUNGLES e SANTOS, 2008), a gestão da cadeia

de suprimentos aborda a coordenação de atividades que modificam matérias-primas em

34

produtos intermediários e finais, realizando a entrega desses produtos finais aos clientes. Essas

atividades costumam ser pertinentes aos setores de compras, manufatura, logística, distribuição,

transporte e marketing. Se o envolvimento dessas diversas áreas entre diferentes empresas não

for otimizado, consequências graves podem afetar toda a cadeia de suprimentos.

Sob a perspectiva de O’Brien, Kenley e Vrijhoef (2002):

A gestao de cadeias de suprimentos tem seu foco na compreensão e melhoria da

coordenacao das múltiplas empresas que compõem uma cadeia de suprimentos. A

identificação explícita das empresas diferencia a gestao de cadeias de suprimentos

de outras abordagens que concentram seu foco de forma mais estreita nos processos

produtivos. (O’BRIEN, KENLEY & VRIJHOEF, 2002, p. 130)

Lambert (1993 apud SOUZA et al., 2006) complementa os conceitos supracitados ao

referenciar a gestão da cadeia como sendo “a integracao dos processos-chave de negocios,

desde o usuario final ate os fornecedores originais que provêm produtos, servicos e informacoes

que agregam valor para os consumidores e demais interessados no negocio.”

A gestão da cadeia é dividida em três classificações: gestão que comanda as operações

do lado do suprimento e da demanda; gestão de compras e suprimentos, que coordena a relação

da empresa com seus mercados fornecedores de suprimentos; e a gestão de distribuição física,

que é a atividade de imediato aos consumidores (SLACK et al., 2009).

Sob a visão de Ribeiro (2006), o gerenciamento da cadeia de suprimentos corrobora

para o aprimoramento das atividades do fluxo de materiais, abrangendo desde a matéria-prima

até a entrega do produto ao consumidor final, assim como todos os fluxos de informações

necessários que estão relacionados ao processo. Arnold (1999) divide esse gerenciamento de

suprimentos em três etapas principais: as matérias-primas chegam até uma empresa, passam

pela produção e a organização entrega ao cliente final um produto acabado, conforme exposto

na Figura 4:

35

Figura 4 - Etapas do gerenciamento de suprimentos

Fonte: Arnold (1999)

Os suprimentos na construção civil são abordados com a análise do fluxo de materiais,

sendo que o processo de execução utiliza uma logística interna para organização do fluxo de

materiais e serviços no canteiro, assim como da saída do material do fornecedor e a consequente

entrega na obra (SACOMANO et al., 2004).

Sacomano (2004) explica que, no ramo da construção civil, as empresas de pequeno e

médio possuem dificuldades na coordenação dos diversos elementos necessários para o

cumprimento do prazo de entrega. A relação estabelecida entre construtoras e fornecedores

pode comprometer a velocidade de entrega dos produtos e confiabilidade de maneira geral.

As distorções que ocorrem durante o percurso do pedido à entrega de material são

causadas pela falta de permeabilidade de informação em todos os níveis,

comprometendo a entrega final. Além disso, do lado da demanda, o cliente acaba

pagando custos adicionais causados pela prática inadequada das relações do lado do

fornecimento. (SACOMANO et al., 2004, p. 137)

No que se refere à relação entre construtoras e fornecedores, as empresas de pequeno

porte compram, em sua maioria, de fornecedores de primeira camada (varejo), ficando os

fornecedores de atacado e fabricantes restritos basicamente às grandes construtoras.

(SACOMANO et al., 2004).

Jungles e Santos (2008) afirmam que a viabilidade da integração e o sucesso da cadeia

de suprimentos estão fundamentalmente aliados à formação de parcerias com os envolvidos

nessa cadeia. Para Slack (2002), as parcerias dizem respeito a uma relação mais exclusiva

36

dentro da cadeia imediata, e mais rica, que passam a ser balizadas pela transparência, confiança,

destino compartilhado e desenvolvimento direcionados ao longo prazo.

Outro ponto relacionado ao gerenciamento da cadeia de suprimentos diz respeito ao

desenvolvimento de novas práticas de gestão e de novas tecnologias. Fleury et al. (2000)

enfatizam que mudanças econômicas geram novas exigências competitivas, enquanto que as

mudanças tecnológicas tornam possível a otimização dos processos da cadeia.

As organizações que adotam essas modernas práticas na administração de materiais

estão colocando em prática ideias de integração, como a utilização do MRP - Materials

Requirements Planning - agregado ao JIT - just in time -, do comércio eletrônico, do

gerenciamento do relacionamento com o cliente, dentre outras, que são baseadas no

papel estratégico e integrado da cadeia de suprimentos. O sucesso demonstrado por

essas organizações está estimulando maior interesse de outras organizações

(JUNGLES e SANTOS, 2008, p. 24)

O desenvolvimento de tecnologias surge em decorrência da crescente complexidade da

cadeia de suprimentos e da necessidade de transformação dos processos em um diferencial

competitivo (FLEURY et al., 2000). Jobim Filho (2002) complementa a afirmação ao

mencionar que, à medida que as empresas consideram que a competição no mercado ocorre no

nível da cadeia de suprimentos corporativas, e não apenas no nível das unidades de negócio

isoladas, ocorre uma mudança no paradigma competitivo.

As principais mudanças econômicas e suas consequências para a cadeia de suprimentos

elencadas por Fleury et al. (2000) podem ser visualizadas no Quadro 1:

37

Quadro 1 - Mudanças econômicas x cadeia de suprimentos

Fonte: Adaptado de Fleury et al. (2000)

Frente aos critérios supracitados, principalmente por conta da alta variabilidade dos

insumos e dos inúmeros aspectos que compõem as transações entre consumidores e

fornecedores da cadeia de suprimentos, a gestão das compras surge como forma de assegurar

uma comunicação adequada entre todos os colaborares da cadeia, garantindo que estejam

cientes de suas responsabilidades para a obtenção de resultados satisfatórios no contexto geral.

38

2.4 GESTÃO DE COMPRAS

2.4.1 Função Compras

De acordo com Burt e Pinkerton (1996 apud JUNGLES e SANTOS, 2008, p. 16), “a

função compras tem responsabilidade de suprir as necessidades de compras dos clientes por

meio de um planejamento quantitativo e qualitativo, o que possibilitará que o cliente receba o

material no momento certo, com as quantidades corretas e dentro das especificações desejadas.”

Para Baily (2000), os principais objetivos do departamento de compras incluem:

assegurar um fluxo de materiais e serviços coerente com as necessidades da empresa,

garantindo a continuidade de suprimentos em situações planejadas ou emergenciais; comprar

materiais e contratar serviços pelo menor preço possível e mantendo um padrão de qualidade;

administrar estoques e coordenar o fluxo de suprimentos; manter um relacionamento

cooperativo e mútuo com outros departamentos, garantindo que o fluxo de informações seja

eficiente; procurar e selecionar os melhores fornecedores do mercado, negociando de maneira

justa e buscando as melhores condições de compra para a empresa; e, por fim, auxiliar no

desenvolvimento de novos produtos e monitorar tendências de mercado.

O gerenciamento eficaz da função de compras de materiais pode representar uma

contribuição significativa para o alcance dos objetivos estratégicos das empresas do

setor da construção, promovendo a maior agilidade das operações e a melhoria

contínua da qualidade dos materiais que estão sendo adquiridos. (PALACIOS, 1994

apud JUNGLES e SANTOS, 2008, p. 16)

No setor da construção civil, Sacomano et al. (2004) complementam o conceito

supracitado e explicita que a função compras possui como responsabilidade o estabelecimento

de relações entre os fornecedores e a empresa da construção civil, selecionando-os e

qualificando-os. Na construção civil, a área de compras é o principal elo entre a empresa

construtora e a cadeia de suprimentos, sendo responsável por gerenciar e realizar as compras

de materiais (JUNGLES e SANTOS, 2008).

O setor de compras normalmente é visualizado como um departamento interno de

médias e grandes empresas, existindo apenas como função em empresas de pequeno porte

(SACOMANO et al., 2004). Por sua vez, Robbins (2003 apud JUNGLES e SANTOS, 2008)

reitera que, caso a empresa de construção seja considerada um sistema, a função de compras de

materiais aloca-se como subsistema que possui como função atender às necessidades da

produção (obra). Por conta disso, uma melhoria da função compras é pertinente caso vise

contribuir para a melhoria de todas as atividades envolvidas no processo de produção.

39

Sacomano et al. (2004) explicam que a departamentalização do setor de compras acaba

sendo resultado da falta de visão sistêmica da empresa, o que gera acúmulo de controle

burocrático no âmbito departamental, alocando a visão por processo em um segundo plano.

Caso direcionada a processos, a função compras acaba por dinamizar o comprometimento e a

complementariedade de cada etapa.

Outras implicações de melhorias aplicadas no setor de compras dizem respeito ao

alcance dos objetivos estratégicos da organização por meio de uma maior agilidade de

operações e melhoria contínua da qualidade dos insumos adquiridos. Em paralelo, busca-se uma

diminuição de custos administrativos em relação ao volume de recursos adquiridos (JUNGLES

e SANTOS, 2008).

Baily et al. (2000) indicam algumas ações voltadas à redução de custos (diretos e

indiretos) que podem ser aplicadas na função compras, visualizadas detalhadamente no Quadro

2. O ideal é que essas melhorias sejam implantadas de forma sistêmica como forma de alcançar

a eficiência na aplicação dos recursos da empresa.

Quadro 2 - Tendências de melhoria na função compras

Ações voltadas à redução de custos

Mão-de-obra e Gastos Indiretos Gastos Diretos

Busca de maior automação do escritório (sistemas

computacionais)

Gerenciamento das políticas de terceirização (foco nas

competências centrais da empresa)

Busca de trabalho mais eficiente Desenvolvimento de fornecedores especializados (acesso

mais fácil ao mercado mundial de suprimentos)

Aplicação das melhores práticas de gerenciamento (just-in-

time, qualidade total) Coordenação mais estreita com fornecedores-chave

Maior especialização e treinamento dos funcionários

envolvidos no processo

Fonte: Adaptado de Baily (2000)

Dias (2010) aborda a visão sistêmica do setor de compras através do escopo apresentado

na Figura 5. A área de compras está interligada aos setores de produção, desenvolvimento de

produtos, departamento financeiro, mercadologia, engenharia, administração geral,

contabilidade, planejamento e controle da produção (PCP) e departamento jurídico.

40

Figura 5 - Visão sistêmica do setor compras

Fonte: Dias (2010)

Jungles e Santos (2008) explicam que a maior parte das empresas de construção não

investe no aprimoramento da função de compras de materiais, fazendo com que o setor dê uma

maior atenção às compras das necessidades imediatas e emergenciais da obra, ou seja, um

planejamento de compras a médio e longo prazo não costuma ser priorizado.

2.4.2 Gestão da Função Compras na Construção Civil

Martins (1999 apud JUNGLES e SANTOS, 2008, p.27) explica que a gestão de compras

possui a responsabilidade de “planejar, dirigir, controlar e coordenar as atividades relacionadas

à compra do material, desde a sua chegada ate a sua utilizacao pela area de producao”. Burt e

Pinkerton (1996 apud JUNGLES e SANTOS, 2008) afirmam que a gestão de compras possui

papel estratégico dentro das organizações frente ao volume de recursos envolvidos,

principalmente financeiros.

Sacomano et al. (2004) mencionam que, para garantir a eficiência da função compras, é

necessário que haja uma visão sistêmica de todas as atividades e objetivos dos processos – até

por se apresentar como a primeira atividade de elo da cadeia de suprimentos. Caso cumpra seus

objetivos, o setor consegue diminuir custos, melhorar as condições de entrega dos suprimentos,

desenvolver ações proativas para solução de problemas e selecionar fonte de fornecimento

adequadas.

Slack et al. (2009) apresentam os principais processos da função compras

interconectados em três principais categorias, conforme explicitado na Figura 6. As categorias

são: fornecedores, função de compras e unidade produtiva.

41

Figura 6 - Processos de gestão da função compras

Fonte: Slack et al. (2009)

Observa-se que, quando a unidade produtiva solicita insumos ou serviços ao setor, a

área fica responsável pela requisição de cotações. Em seguida, os fornecedores devem preparar

essas cotações com alguns requisitos mínimos (preços, datas de entrega, condições de

pagamento e transporte, dados do faturamento, entre outros). O setor compras procede

realizando as análises dessas cotações e seleciona os fornecedores com os quais as demandas

serão adquiridas, preparando então as solicitações de compra. Os fornecedores produzem ou

comercializam os produtos/serviços demandados e os enviam à organização, ficando como

responsabilidade da unidade produtiva o recebimento desses suprimentos.

Stukhart (1995 apud JUNGLES e SANTOS, 2008) aprofunda as funções do setor

compras ao elencar as seguintes tarefas:

• Elaboração do planejamento das compras;

• Quantificação de materiais;

• Preparação de requisições junto de um documento de suporte com definição e

caracterização dos insumos necessários;

• Qualificação e seleção de fornecedores;

• Solicitação de cotações;

• Avaliação e aprovação de cotações, negociações e formulação de pedidos ou contratos;

• Disponibilização das informações necessárias aos fornecedores para assegurar a entrega

segundo o cronograma;

• Controle da qualidade para assegurar atendimento às especificações;

• Recebimento, inspeção, armazenagem e distribuição de materiais no canteiro;

• Pagamento dos fornecedores.

Sacomano et al. (2004) resumem as funções do setor em três atividades principais:

preparação de solicitações de cotação, seleção de fornecedores e preparação dos pedidos de

42

compra. As solicitações de cotação ocorrem após a aprovação do orçamento por parte do

cliente, a partir do qual são elencados e quantificados os insumos necessários para cada etapa

de obra, especificando-se também a qual classe o material pertence na curva ABC para questões

de negociação com fornecedores.

Ainda segundo os autores (2004), após realizadas as cotações, o setor procede com a

seleção de fornecedores com base nos dados levantados nas propostas (preço, fabricante,

condições de entrega e condições de pagamento). Uma avaliação de fornecedores é sugerida

nessa etapa como forma de saber acerca da confiabilidade do fornecedor e se o mesmo já atrasou

entregas anteriormente. Ferrão (2002 apud RIBEIRO, 2006) ressalta alguns fatores a serem

considerados em uma avaliação de fornecedores, tais como: habilidade técnica para produção,

fornecimento e desenvolvimento do produto; capacidade de produção relativa à quantidade e

qualidade necessárias na compra; confiabilidade financeira; pós-venda; localização, tendo em

vista aspectos como custo de locomoção e velocidade de entrega; e preços competitivos.

Escolhido o fornecedor com o qual a compra será fechada, realiza-se um pedido de

compra, que representa a relação legal entre a construtora e o fornecedor e é a garantia, de

ambas as partes, quanto ao cumprimento do preço e condições de entrega. Formalizando-se o

pedido, o fornecedor realiza a entrega do produto ou serviço à empresa solicitante, que supre a

produção e comunica a função de compras (SACOMANO et al., 2004).

Dias (2010) ressalta a importância da relação entre o setor de compras e o planejamento

e controle da produção: ambas as áreas devem trabalhar juntas para garantir a conformidade

dos insumos que chegam na obra dentro do prazo estabelecido. No entanto, Slack et al. (2009)

mencionam um dos problemas que mais que ocorre no processo de compras é a falha de

comunicação interna e externa, ou seja, quando uma das partes não fornece todas as

informações pertinentes ao processo, o que pode acabar gerando dúvidas e retrabalhos.

Sacomano et al. (2004) explicitam também alguns critérios competitivos que devem ser

levados em consideração pelo setor de compras, tais quais: garantir que o fornecedor entregará

o pedido na data prevista; a empresa construtora deve ser capaz de realizar uma troca rápida de

fornecedor caso algum requisito da negociação não seja atendido; o recebimento do material

deverá acontecer somente após uma inspeção como forma de garantir a qualidade de maneira

geral.

43

2.4.3 Visão Estratégica da Função Compras

Clark e Moutray (2004) afirmam que os objetivos do setor compras devem estar

alinhados aos objetivos estratégicos da empresa como um todo, visando ao melhor atendimento

ao cliente interno e externo. Slack (2000) reitera que a estratégia de gestão da aquisição de

materiais de uma empresa está diretamente ligada ao seu objeto social, isto é, aos seus objetivos

reguladores.

O papel estratégico da função de compras, sob a ótica de Clark (2003), está

intrinsecamente relacionado ao estágio de maturidade gerencial da organização. Quanto mais

aperfeiçoada a organização se encontra, mais provável que a função de compras tenha um valor

agregado e gere vantagens competitivas frente ao mercado (DUMOND, 1996 apud JUNGLES

e SANTOS, 2008).

Segundo Matthews (2005 apud JUNGLES e SANTOS, 2008), um dos principais

problemas enfrentados pela função de compras de materiais na maioria das organizações tem

sido a falha em desenvolver o setor no seu papel estratégico. Algumas situações apontadas por

Santos (2002) que prejudicam o desempenho da função compras são:

• Falta de controle por conta do alto volume de compras de materiais e baixo valor

unitário em grande parte das requisições (baixo impacto desses insumos no custo

total das obras);

• Centralização das compras com elevada duração do ciclo de materiais;

• Falta de tempo para negociações por conta do grande volume de tarefas operacionais

dos compradores.

Miles e Ballard (1997 apud JUNGLES e SANTOS, 2008) ressaltam que, a partir do

momento em que se dedica mais tempo à função compras, o trabalho tende a se tornar mais

estratégico, o que agrega valor às atividades gerenciais no longo prazo. Dentre as principais

razões para o aumento do envolvimento da função de compras de materiais na tomada de

decisões estratégicas, os autores elencam:

• A função de compras passa a ser visualizada como área de agregação de valor, e não

somente de redução de custos;

• Os envolvidos no processo passam a contribuir para a elaboração das especificações do

projeto, visando o máximo de assertividade possível;

• O custo total e o valor passam a ser os fatores determinantes da compra;

• A inovação rápida do produto exige uma equipe gerencial mais integrada e que envolva

todas as funções;

44

• O sistema de informações pode ser integrado aos sistemas de fornecedores.

2.4.4 Planejamento de Compras

Frente aos pontos supracitados, o planejamento de compras torna-se uma maneira de

garantir a eficiência dos processos vinculados à cadeia de suprimentos. Uma das ferramentas

que auxiliam nessa descrição e controle de insumos necessários à obra é o Plano de Compras,

o qual, segundo Sallaberry (2009), é formado pelos seguintes componentes (Figura 7):

Figura 7 - Plano de Compras

Fonte: Adaptado de Salaberry (2009)

Para um bom planejamento de compras, Cardoso (2017) aponta outros dois pontos

relevantes a serem seguidos: conhecimento das etapas da obra e da previsão de tempo alocado

em cada etapa com o intuito de realizar pedidos globais, diminuindo os custos de aquisição de

materiais; e a antecipação das demandas de compra ao máximo para evitar atrasos de entrega,

45

ociosidade da mão-de-obra e realização de compras emergenciais - que acabam prejudicando o

planejamento e o orçamento da obra.

Diversos autores realizaram estudos referentes ao planejamento de compras como forma

de elencar novos processos ou melhorias para diminuição de conflitos, atendimento de prazos,

redução de custos, garantia de qualidade e melhoria das relações com os fornecedores ao longo

da execução de um empreendimento. O tópico seguinte elenca algumas teses aplicadas aos

conceitos supraditos.

2.5 TRABALHOS CORRELATOS

Além dos autores mencionados ao longo do presente estudo, outros trabalhos na linha

de planejamento de compras no setor da construção civil foram desenvolvidos por Ribeiro

(2006) e Santos (2006).

A dissertação de mestrado de Ribeiro (2006) apresenta como foco a caracterização do

ciclo de aquisição de materiais e suas principais formas de gerenciamentos, dando destaque às

particularidades do setor de suprimentos em construtoras de médio porte. No que tange a

aquisição de materiais, foram elencadas as atividades realizadas pelo setor de suprimentos,

controle e ressuprimento de estoque, meios de circulação de informação e as etapas de

gerenciamento das empresas estudadas.

Por sua vez, Santos (2006) focou na análise e implantação de um modelo de compras

proativo em empresas de edificações. O modelo, intitulado de Modelo PROCOMPRAS, foi

baseado nas etapas descritas por Baily et al. (2000) e Santos (2002), contemplando todas as

etapas da compra proativa abordadas pelos autores, agregando também a atividade de atuação

de compras no orçamento da obra.

46

3 METODOLOGIA

Neste capítulo, apresenta-se a descrição do método utilizado para o desenvolvimento e

conclusão do trabalho. A pesquisa foi estruturada em seis etapas (Figura 8):

1. Pesquisa bibliográfica em livros e dissertações;

2. Estruturação do dashboard na ferramenta Power BI com dados da plataforma-

estudo;

3. Coleta dos principais insumos transacionados na plataforma-estudo;

4. Alocação dos recursos às principais etapas de obra;

5. Coleta dos prazos de resposta e prazos de entrega em obra estipulados pelos

fornecedores;

6. Elaboração do plano de compras e análise dos dados.

Figura 8 – Método utilizado

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

47

3.1 DESCRIÇÃO DO MÉTODO

3.1.1 Pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica do presente estudo baseou-se em livros, teses e dissertações

voltados aos temas de gestão da cadeia de suprimentos, planejamento e controle de obras,

administração e aquisição de materiais.

3.1.2 Ferramentas e estruturação de dashboard no Power BI

3.1.2.1 O processo de cotações e compras na plataforma-estudo

A plataforma-estudo conecta construtores e fornecedores da construção civil por meio

de um sistema de cotações e compras. Aos construtores, a ferramenta possui uma mensalidade

que varia de acordo com número de obras cadastradas no sistema; aos fornecedores, a

plataforma é gratuita.

Os construtores realizam solicitações de cotações via plataforma, que são encaminhadas

a fornecedores selecionados tanto pela construtora quanto pelo sistema. Os fornecedores optam

por participar ou não da cotação, procedendo com o preenchimento da proposta diretamente na

plataforma. Após visualizar todas as propostas de cotação, o construtor pode proceder com o

fechamento do pedido através de uma compra via plataforma.

3.1.2.1.1 Plataforma do Construtor

A plataforma dos construtores é dividida em duas abas principais: Cotações e Compras.

A aba de Cotações (Figura 9) possui todo o histórico de cotações do usuário em uma

determinada obra, sendo dividida em: cotações em andamento, finalizadas, canceladas ou

rascunhos.

48

Figura 9 - Plataforma do Construtor | Cotações

Fonte: Plataforma-estudo (2019)

A aba de Compras (Figura 10) possui todo o histórico de compras realizadas pelo

usuário, sendo essas divididas em Ordens de Compra ou Registros de Compra. As compras

estão divididas em: compras ativas, finalizadas, canceladas e rascunhos.

Figura 10 - Plataforma do Construtor | Compras

Fonte: Plataforma-estudo (2019)

Após todos os fornecedores selecionados em um pedido responderem à cotação ou o

prazo para envio de propostas chegar ao fim, o construtor tem acesso ao Quadro de Cotações

diretamente na plataforma-estudo.

No Quadro de Cotações (Figura 11), o construtor visualiza a listagem de itens solicitados

no pedido, opções de compra de cada fornecedor ordenadas pelo valor final, preço unitário e

especificação de cada item, além de informações gerais da proposta – como condições de

pagamento, validade da proposta, prazo de entrega e observações.

49

Figura 11 - Quadro de Cotações

Fonte: Plataforma-estudo (2019)

Após a compra ser realizada e confirmada via plataforma, a mesma estará disponível ao

se clicar nas compras do pedido ou na própria aba de Compras do construtor. As principais

informações da compra – detalhamento e preço de insumos, contato do fornecedor, informações

da cotação, data de realização da compra, arquivos, data de entrega e condições de pagamento

– ficam disponíveis para consulta detalhada.

3.1.2.1.2 Plataforma do Fornecedor

Os fornecedores não necessitam receber um pedido de cotação em específico para se

cadastrarem na plataforma-estudo, que é gratuita aos fornecedores. O cadastro pode ser feito

em duas modalidades:

• Cadastro básico: modalidade necessária para envio de propostas aos construtores. O

fornecedor só possui acesso a pedidos de cotação enviados diretamente a ele via e-

mail.

Cadastro avançado: modalidade em que o fornecedor informa os tipos de insumo

que trabalha e suas regiões de atendimento, adquirindo assim todas as

funcionalidades da plataforma.

Ao ser selecionado para responder a um pedido de cotação, o fornecedor recebe um e-

mail com um botão de acesso direto à plataforma com todos os dados da solicitação, podendo

visualizar qual a construtora que realizou a solicitação de cotação, para qual obra será destinado

50

o pedido, dados da construtora e listagem de insumos demandados (Figura 12). O fornecedor

pode optar por participar ou não da cotação.

Figura 12 - Plataforma do Fornecedor

Fonte: Plataforma-estudo (2019)

3.1.2.2 Business Inteligence

Turban et al. (2009) mencionam que Business Inteligence (BI) é um termo que engloba

diversas arquiteturas, ferramentas, bancos de dados, aplicações e metodologias que possuem

como principal objetivo o acesso interativo a dados. “O processo do BI baseia-se na

transformação de dados em informações, depois em decisões e finalmente em ações”

(TURBAN et al., 2009, p. 27).

Em resumo, pode-se descrever Business Inteligence como sendo um processo de coleta,

organização e análise de dados. Turban et al. (2009) complementam o conceito ao afirmar que

essa inteligência de negócios está sendo cada vez mais utilizada pelas organizações para

levantar, compreender e explorar os dados como forma de suporte à tomada de decisões,

fazendo assim com que empreendedores alcancem certa vantagem competitiva frente ao

mercado.

3.1.2.3 Microsoft PowerBI

Power BI é um conjunto de ferramentas de Business Inteligence da Microsoft. De

acordo com a Microsoft (2019), é um serviço baseado em nuvem que contempla uma coleção

de serviços de software, aplicativos e conectores que trabalham paralelamente para transformar

fontes de dados em informações coerentes e visualmente interativas.

51

O conjunto de ferramentas pode importar dados de diversas fontes, possibilitando a

criação de um ambiente integrado e fazendo uso de painéis e dashboards para apresentação

dessas informações. Está dividido em 4 frentes principais: o Power BI Desktop, o serviço online

Power BI, aplicativos móveis do Power BI e servidor de relatórios Power BI.

3.1.2.4 Dashboards

Segundo Gomes (2017), um dashboard é um painel visual e dinâmico que apresenta, de

maneira centralizada, um conjunto de informações através de indicadores e métricas. Turban et

al. (2009) complementam afirmando que os dashboards são exibições visuais utilizadas no

monitoramento e gerenciamento de desempenho.

Turban et al. (2009) classificam os dashboards de desempenho em 3 tipos: dashboards

operacionais, utilizados por funcionários da linha de frente e por supervisores; dashboards

táticos, utilizados por gerente e analistas; e dashboards estratégicos, utilizados por executivos

e gerentes. Ainda de acordo com os autores, o “ponto central de qualquer projeto de dashboard

são as métricas captadas e os indicadores de desempenho que são comparados ao desempenho

real e combinados para formar gráficos que refletem a saúde da empresa” (TURBAN et al.,

2009, p. 32).

3.1.2.5 Dashboard elaborado no Power BI para análise e coleta de dados

Para a coleta dos insumos e prazos que farão parte do plano de compras, desenvolveu-

se um dashboard no Power BI utilizando como fonte o banco de dados da plataforma-estudo.

Os dados que foram utilizados para a elaboração desse relatório foram: códigos dos pedidos de

cotação, quantidade de pedidos de cotação, fornecedores participantes, listagem de insumos,

compras fechadas, prazos de resposta e prazos de entrega em obra.

O dashboard elaborado possui duas abas: uma focada na coleta dos principais insumos

transacionados via plataforma por quantidade de cotações ou compras, e outra focada na coleta

dos prazos médios de resposta e entrega dos insumos cotados.

52

3.1.3 Seleção dos insumos

A etapa de seleção dos insumos foi realizada a partir da primeira aba do dashboard

desenvolvido, a qual fornece uma listagem dos insumos mais cotados pelos construtores na

plataforma-estudo dentre determinado período de análise, tanto por número de cotações ou por

valor total.

Para discriminação e amostragem de dados, foram utilizados os seguintes filtros: data

de criação de item de cotação, data de criação de item de compra, Status do Pedido e Status

de Compra.

Optou-se por realizar a análise de insumos pelos dados referentes às cotações enviadas

na plataforma-estudo. Foram manipulados os seguintes parâmetros e critérios de filtragem:

• Data de criação de item de cotação: itens criados em pedidos entre o período de

01/04/2019 até 31/08/2019

Status do pedido: cotações com status de Aguardando cotações, Aguardando Decisão

de Compra e Compra Efetuada.

Com base nesses parâmetros, foram selecionados os 500 insumos mais cotados na

plataforma-estudo para a devida categorização por etapa de obra.

Figura 13 - Dashboard | Aba de insumos mais cotados e comprados

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

53

3.1.4 Categorização dos insumos por etapa de obra

Considerou-se, para a categorização dos insumos, as seguintes etapas de obra e categorias

adicionais:

Etapas:

• Serviços Preliminares

• Fundações

• Estrutura

• Alvenaria

• Forro e Cobertura

• Instalações Hidrossanitárias

• Instalações Elétricas

• Instalações de Gás

• Segurança e Telecomunicações

• Acabamentos e Revestimentos

• Esquadrias

• Pintura

• Iluminação

• Preventivo Contra Incêndio

• Louças e Materiais Hidráulicos

• Paisagismo

• Serviços Complementares

Categorias:

• Equipamentos de Proteção Individual

• Material de Limpeza

• Ferragens

• Ferramentas

• Equipamentos

• Utensílios

54

3.1.5 Coleta dos prazos

A coleta de prazos foi realizada através da segunda aba do dashboard desenvolvido

(Figura 14), a qual fornece os seguintes dados: a quantidade de pedidos de cotação enviados

por insumo, o prazo médio da cotação em dias (estipulado pelo construtor), o prazo médio de

resposta do fornecedor em dias, o prazo médio de entrega do material em obra em dias e o preço

médio unitário do insumo.

Figura 14 - Dashboard | Aba de prazos de resposta e entrega por insumo

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O dashboard também conta com uma tabela de dados auxiliares que incluem:

• ID Pedido: código da cotação enviada pelo construtor na plataforma-estudo

• Status do Pedido: status da cotação enviada pelo construtor na plataforma-

estudo, que pode ser: Aguardando confirmação (de compra), Análise de QC

(Quadro de Cotações), Em edição, Enviado para fornecedores, Finalizado,

Rascunho e Triagem

• ID RC: código da proposta do fornecedor na plataforma-estudo

• Status RC: status da proposta do fornecedor na plataforma-estudo, que pode ser:

Respondido, Visualizado ou Não pode participar

• Construtora: nome da construtora na plataforma-estudo responsável pelo envio

do pedido

• ID Fornecedor: código do fornecedor na plataforma-estudo que apresentou a

proposta

55

• Nome Fornecedor: nome do fornecedor na plataforma-estudo que apresentou a

proposta

• ID Item: código do insumo na plataforma-estudo

• Nome do Item: nome do insumo na plataforma-estudo

• Unidade do item: unidade padrão do insumo na plataforma-estudo

• Preço unitário: preço unitário do insumo apresentado na proposta

Para discriminação e amostragem de dados, foram utilizados os seguintes filtros em

nível de relatório: Construtora, ID Pedido, Data de envio do pedido, Status do Pedido, Nome

do item e Unidade do Item.

Foram manipulados os seguintes parâmetros e critérios de filtragem:

• Construtoras: somente as que possuem obras cadastradas em Santa Catarina na

plataforma-estudo

• Data de envio de pedido: cotações enviadas pelas construtoras entre o período de

01/04/2019 até 31/08/2019

• Status do pedido: cotações com status de Compra efetuada, Aguardando Decisão de

Compra e Aguardando cotações.

Com base nos parâmetros pré-estabelecidos, obteve-se uma amostra de 4224 pedidos

de cotação para coleta dos prazos de resposta e entrega.

3.1.6 Análise dos Resultados e Elaboração do Plano de Compras

Através da organização e gestão de todos os dados coletados a partir do dashboard,

desenvolveu-se um Plano de Compras com base nos principais insumos demandados e prazos

estabelecidos pelas construtoras de Santa Catarina que compuseram a amostra.

Os prazos coletados foram arredondados para o primeiro número inteiro superior com

os objetivos de facilitar a visualização das informações e fornecer uma margem de acréscimo

para possíveis eventualidades por parte dos fornecedores.

Em paralelo, realizou-se uma análise dos insumos que foram utilizados para a

elaboração do plano de compras, tais como: insumos mais cotados, quantidade de insumos

analisados por etapa de obra, prazos de cotações e de entrega de material mais visualizados por

etapa de obra e a elaboração do Plano de Compras.

56

4 RESULTADOS

Este capítulo apresenta os principais resultados obtidos através da aplicação

metodológica proposta no presente estudo. Os resultados incluem: análise geral dos dados,

amostragem de insumos por etapa de obra, amostragem de insumos por categoria adicional,

insumos mais cotados e o Plano de Compras propriamente dito.

4.1 ANÁLISE GERAL

4.1.1 Amostra de insumos por etapa de obra

No total, 368 insumos ou serviços foram analisados para o planejamento por etapa de

obra. Conforme explicitado no Gráfico 1, as etapas de obra que apresentaram as maiores

amostras de insumos foram: Instalações Hidrossanitárias (12%), Instalações Elétricas (11%) e

Estrutura (11%). As etapas de Forro e Cobertura (8%), Alvenaria (7%), Acabamentos e

Revestimentos (7%), Instalações de Gás (6%) e Louças e Metais Hidráulicos (6%) também

apresentaram uma grande demanda de materiais. Observa-se também que as etapas com menor

número de insumos na amostra foram as de Serviços Complementares (1%), Paisagismo (2%)

e Segurança e Telecomunicações (2%).

Gráfico 1 - Amostra de insumos por etapa de obra

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

5%

3%

11%

7%

8%

12%

11%

6%

2%

7%

4%

5%

5%

5%

6%

2%

1%

0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14%

Serviços Preliminares

Fundações

Estrutura

Alvenaria

Forro e Cobertura

Instalações Hidrossanitárias

Instalações Elétricas

Instalações de Gás

Segurança e Telecomunicações

Acabamentos e Revestimentos

Esquadrias

Pintura

Iluminação

Preventivo Contra Incêndio

Louças e Materiais Hidráulicos

Paisagismo

Serviços Complementares

Insumos analisados por etapa de obra

57

4.1.2 Amostra de insumos por categoria

No total, 132 insumos ou serviços foram analisados para o planejamento por categorias.

No Gráfico 2, nota-se que a maior parte das categorias complementares que foram consideradas

para a elaboração do Plano de Compras apresentaram um número significativo de insumos na

amostra. Destacam-se as categorias de Ferramentas (20%), Ferragens (19%) e Utensílios (18%).

As categorias com menores quantidades de insumos foram as de Equipamentos (12%) e

Equipamentos de Proteção Individual (14%).

Gráfico 2 - Amostra de insumos por categoria

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.1.3 Insumos mais cotados

Através da elaboração do Plano de Compras, observou-se que os insumos mais

demandados pelas construtoras consideradas na amostra, conforme apresentado no Quadro 3,

foram: cimento (3,81%), cabo de cobre flexível (3,31%), barra de aço CA50 (2,98%), tubo de

PVC para esgoto (2,63%), tubo de PVC soldável para água fria (2,56%), prego cabeça simples

(2,49%), joelho de PVC soldável 90º para água fria (2,41%), fita isolante (2,34%), eletroduto

corrugado (2,32%) e arame recozido (2,25%).

14%

17%

19%

20%

12%

18%

0% 5% 10% 15% 20% 25%

Equipamentos de Proteção Individual

Material de Limpeza

Ferragens

Ferramentas

Equipamentos

Utensílios

Insumos analisado por Categoria

58

Quadro 3 - Insumos mais cotados

Nome do Insumo Total de pedidos % de pedidos

Cimento 161 3,81%

Cabo de Cobre Flexível 140 3,31%

Barra de Aço CA50 126 2,98%

Tubo de PVC para Esgoto 111 2,63%

Tubo de PVC Soldável para Água Fria 108 2,56%

Prego Cabeça Simples 105 2,49%

Joelho de PVC Soldável 90º para Água Fria 102 2,41%

Fita Isolante 99 2,34%

Eletroduto Corrugado 98 2,32%

Arame Recozido 95 2,25%

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2 PLANO DE COMPRAS

Em sua totalidade, 500 insumos foram utilizados para o desenvolvimento do Plano de

Compras. Vale mencionar que os resultados obtidos são uma média dos prazos adquiridos pela

amostragem do presente estudo e estão sujeitos à variação de acordo com a disponibilidade de

cada fornecedor, da região de atendimento, dos demais insumos que possam fazer parte de uma

mesma solicitação ou de eventualidades que possam ocorrer ao longo do processo de compras.

4.2.1 Serviços Preliminares

Na etapa de serviços preliminares, foram selecionados 18 insumos/serviços - 5% da

amostra por etapa de obra - conforme explicitado na Tabela 2:

59

Tabela 2 - Serviços Preliminares

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de serviços preliminares, 61% dos insumos apresentou um período para

recebimento de cotações entre 1 ou 2 dias úteis; 39% dos insumos necessitou de 3 a 5 dias úteis

para receber propostas e nenhum insumo necessitou de mais de 5 dias úteis para recebimento

de propostas conforme demonstrado no Gráfico 3:

Gráfico 3 - Serviços Preliminares | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Referente ao prazo de entrega do material em obra (Gráfico 4), 78% dos insumos

apresentou um prazo entre 1 e 5 dias úteis; 11% entre 6 e 10 dias úteis; 11% entre 11 e 20 dias

úteis e nenhum insumo apresentou um prazo de entrega necessário maior do que 20 dias úteis.

61%

39%

Serviços Preliminares | Período de Cotações

1 a 2 dias

60

Gráfico 4 - Serviços Preliminares | Prazo de Entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

De modo geral, os insumos da etapa de serviços preliminares enquadram-se na categoria

de insumos padrão, fato que justifica a dominância de prazos menores tanto para recebimento

de cotações, como para a entrega do material em obra. Insumos ou serviços mais específicos,

como a Sondagem SPT e a Locação de Container, apresentam os maiores prazos de entrega em

obra, por apresentarem um maior nível de complexidade – seja por logística ou por requisitos

para realização do serviço de maneira geral.

4.2.2 Fundações

Para a etapa de fundações, foram selecionados 10 insumos ou serviços principais - 3%

da amostra por etapa de obra. Como essa fase costuma requerer um maior cuidado de execução,

observa-se que muitos dos itens apresentaram prazo de entrega maior do que 5 dias úteis

conforme dados da Tabela 3. Os insumos/serviços que se enquadram nessa faixa de prazo

foram: aço corte e dobra, concreto usinado bombeado, controle tecnológico do concreto, estaca

pré-moldada, serviço de fundação de hélice contínua e serviço de fundação de estaca raiz.

78%

11%

11%

Serviços Preliminares | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

61

Tabela 3 - Fundações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de fundações, 50% dos insumos apresentou um período para recebimento de

cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 50% da amostra necessitou de um prazo para

recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis (Gráfico 5). Conforme supracitado, como os

requisitos dessa etapa possuem um grau de complexidade maior e costumam exigir uma análise

de projeto mais detalhada por parte dos fornecedores, justifica-se o aumento da média de prazos.

Gráfico 5 - Fundações | Período de Cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 6, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa de Fundações,

mostra que 60% dos insumos necessitam de um prazo de entrega maior do que 6 dias úteis,

sendo que 20% da amostra demonstrou necessitar de um período prazo de entrega entre 11 e 20

dias úteis:

50%50%

Fundações | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

62

Gráfico 6 – Fundações | Prazo de Entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.3 Estrutura

Para a etapa de estrutura, foram identificados 41 insumos ou serviços principais - 11%

da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 4:

40%

40%

20%

Fundações | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

63

Tabela 4 - Estrutura

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de estrutura, 59% dos insumos apresentou um período para recebimento de

cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 41% da amostra necessitou de um prazo para

recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 7. Nenhum insumo

necessitou de um prazo maior do que 5 dias úteis para recebimento de cotações.

64

Gráfico 7 - Estrutura | Período de Cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 8, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa de estrutura,

mostra que 76% dos insumos necessitaram de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis, 22%

entre 6 e 10 dias úteis e 2% entre 11 e 20 dias úteis. Um dos itens de maior complexidade, que

também exigiu um prazo de cotações maior em vista da necessidade de análise de projeto, foi

o de aço corte e dobra – 3 dias para recebimento de cotações e 10 dias para entrega em obra.

Gráfico 8 - Estrutura | Prazo de entrega em obra

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

59%

41%

Estrutura | Período de Cotações

1…

76%

22%

2%

Estrutura | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

65

4.2.4 Alvenaria

Para a etapa de alvenaria, foram identificados 25 insumos ou serviços principais - 7%

da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 5:

Tabela 5 - Alvenaria

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de alvenaria, 68% dos insumos apresentou um período para recebimento de

cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 32% da amostra necessitou de um prazo para

recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 9. Nenhum insumo

necessitou de um prazo maior do que 5 dias úteis para recebimento de cotações.

66

Gráfico 9 - Alvenaria | Período de Cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 10, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa de alvenaria,

mostra que 88% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis e 12%

entre 6 e 10 dias. Nenhum insumo apresentou prazo de entrega superior a 10 dias úteis, sendo

o maior prazo de entrega (10 dias úteis) foi identificado no item Manta Acústica, seguido pelo

Tijolo Refratário (8 dias úteis) e Tijolo Cerâmico Estrutural (7 dias úteis).

Gráfico 10 - Alvenaria | Prazo de Entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

68%

32%

Alvenaria | Período de Cotações

1 a…

88%

12%

Alvenaria | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

67

4.2.5 Forro e Cobertura

Para a etapa de forro e cobertura, foram identificados 31 insumos ou serviços principais

- 8% da amostra por etapa de obra- conforme visualizado na Tabela 6:

Tabela 6 - Forro e Cobertura

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de forro e cobertura, 58% dos insumos apresentou um período para

recebimento de cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 52% da amostra necessitou de um

prazo para recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 11.

Nenhum insumo necessitou de um prazo maior do que 5 dias úteis para recebimento de

cotações.

68

Gráfico 11 - Forro e Cobertura | Período de Cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 12, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa em questão,

mostra que 48% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis e 45%

entre 6 e 10 dias. Apenas 2 insumos (6%) requereram um prazo de 11 dias úteis para entrega,

sendo eles: telha galvanizada e telha termoacústica.

Gráfico 12 - Forro e Cobertura | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.6 Instalações Hidrossanitárias

Para a etapa de instalações hidrossanitárias, foram identificados 43 insumos ou serviços

principais - 12% da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 7:

58%52%

Forro e Cobertura | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

48%

45%

6%

Forro e Cobertura | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

69

Tabela 7 - Instalações Hidrossanitárias

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de instalações hidrossanitárias, 67% dos insumos apresentou um período para

recebimento de cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 33% da amostra necessitou de um

prazo para recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 13.

Nenhum insumo necessitou de um prazo maior do que 5 dias úteis para recebimento de

cotações.

70

Gráfico 13 - Instalações Hidrossanitárias | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 14, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa em estudo,

mostra que 77% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis e 21%

entre 6 e 10 dias. Apenas o item Caixa d’água de Fibra (2%) apresentou um médio de 25 dias

úteis para entrega.

Gráfico 14 - Instalações Hidrossanitárias | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.7 Instalações Elétricas

Para a etapa de instalações elétricas, foram identificados 41 insumos ou serviços

principais - 11% da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 8:

33%

67%

Inst. Hidrossanitárias| Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

77%

21%

Inst. Hidrossanitárias | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

71

Tabela 8 - Instalações Elétricas

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de instalações elétricas, 63% dos insumos apresentou um período para

recebimento de cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 37% da amostra necessitou de um

prazo para recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 15.

Nenhum insumo necessitou de um prazo maior do que 5 dias úteis para recebimento de

cotações.

72

Gráfico 15 - Instalações Elétricas | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 16, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa em questão,

mostra que 66% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis e 34%

entre 6 e 10 dias. Nenhum insumo apresentou prazo de entrega superior a 10 dias úteis.

Gráfico 16 - Instalações Elétricas | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.8 Instalações de Gás

Para a etapa de instalações de gás, foram identificados 21 insumos ou serviços principais

- 6% da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 9:

37%

63%

Inst. Elétricas | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

66%34%

Inst. Elétricas | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

73

Tabela 9 - Instalações de Gás

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de instalações de gás, 29% dos insumos apresentou um período para

recebimento de cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 71% da amostra necessitou de um

prazo para recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 17.

Nenhum insumo necessitou de um prazo maior do que 5 dias úteis para recebimento de

cotações.

Gráfico 17 - Instalações de Gás | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 18, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa em questão,

mostra que 95% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis, sendo

29%

71%

Inst. de Gás | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

74

que a maioria dos insumos apresentou uma média de 4 dias úteis. Apenas o item Duto de

Alumínio para Aquecedor a Gás (5% da amostra) requereu um prazo de 7 dias úteis para

entrega.

Gráfico 18 - Instalações de Gás | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.9 Segurança e Telecomunicações

Para a etapa de segurança e telecomunicações, foram identificados 8 insumos ou

serviços principais - 2% da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 10:

Tabela 10 - Segurança e Telecomunicações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de segurança e telecomunicações, 38% dos insumos apresentou um período

para recebimento de cotações entre 1 e 2 dias úteis e 50% da amostra necessitou de um prazo

para recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 19. Apenas o

insumo Cabo Coaxial (13% da amostra) necessitou de um prazo de 6 dias para recebimento de

propostas.

95%

5%

Inst. de Gás | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

75

Gráfico 19 – Segurança e Telecomunicações | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 20, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa em questão,

mostra que 25% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis e 75%

entre 6 e 10 dias. Nenhum insumo requereu um prazo superior a 7 dias úteis para entrega.

Gráfico 20 – Segurança e Telecomunicações | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.10 Acabamentos e Revestimentos

Para a etapa de acabamentos e revestimentos, foram identificados 26 insumos ou

serviços principais - 7% da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 11:

38%

50%

13%

Segurança e Telecom | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

25%

75%

Segurança e Telecom | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

76

Tabela 11 - Acabamentos e Revestimentos

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de acabamentos e revestimentos, 38% dos insumos apresentou um período

para recebimento de cotações entre 1 e 2 dias úteis e 58% da amostra necessitou de um prazo

para recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 21. Somente o

insumo Pastilha para Revestimento necessitou de 7 dias para recebimento de propostas (4%).

Gráfico 21 - Acabamentos e Revestimentos | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Em contraste às etapas precedentes, nota-se que os insumos da etapa de revestimento e

acabamentos necessitam de um prazo de entrega maior tanto pela quantidade que são

normalmente solicitados, como pela especificidade de alguns materiais. O Gráfico 22, referente

38%58%

Acabamentos e Revestimentos | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

77

ao prazo de entrega do material em obra na etapa em questão, mostra que 38% dos insumos

necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis, 35% entre 6 e 10 dias úteis e 27%

entre 11 e 20 dias úteis.

Gráfico 22 - Acabamentos e Revestimentos | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.11 Esquadrias

Para a etapa de esquadrias, foram identificados 14 insumos ou serviços principais - 4%

da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 12:

Tabela 12 - Esquadrias

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

A etapa de esquadrias, que normalmente envolve muitas análises de projeto e visitas

in loco por parte dos fornecedores para melhor entendimento das especificações e necessidades

da construtora, costuma apresentar prazos para apresentação de propostas maiores. O Gráfico

23 mostra que 21% dos itens apresentou um período para recebimento de cotações entre 1 e 2

38%

35%

27%

Acabamentos e Revestimentos | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

78

dias úteis, 57% da amostra necessitou de um prazo para recebimento de cotações entre 3 e 5 e

21% necessitou de um prazo entre 6 e 10 dias úteis.

Gráfico 23 - Esquadrias | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 24, referente ao prazo de entrega do material em obra da etapa de esquadrias,

mostra que 50% dos insumos necessitam de um prazo de entrega de mais de 20 dias úteis e 21%

necessita de um prazo entre 11 e 20 dias pata entrega, o que ressalta a complexidade e o nível

de detalhamento dos insumos dessa fase.

Gráfico 24 - Esquadrias | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.12 Pintura

Para a etapa de pintura, foram identificados 20 insumos ou serviços principais - 5% da

amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 13:

21%

57%

21%

Esquadrias | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

7%

21%

21%

50%

Esquadrias | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

79

Tabela 13 - Pintura

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de pintura, 95% dos insumos apresentou um período para recebimento de

cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 5% da amostra necessitou de um prazo para

recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 25.

Gráfico 25 - Pintura | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

As mesmas taxas foram visualizadas nas entregas. O Gráfico 26, referente ao prazo de

entrega do material em obra na etapa em questão, mostra que 95% dos insumos necessitam de

um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis e 5% entre 6 e 10 dias. Nenhum insumo necessita de

um prazo maior que 6 dias úteis para entrega.

95%

5%

Pintura | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

80

Gráfico 26 - Pintura | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.13 Iluminação

Para a etapa de iluminação, foram identificados 19 insumos ou serviços principais - 5%

da amostra por etapa de obra- conforme visualizado na Tabela 14:

Tabela 14 - Iluminação

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de iluminação, 47% dos insumos apresentou um período para recebimento

de cotações entre 1 e 2 dias úteis e 57% da amostra necessitou de um prazo para recebimento

de cotações entre 3 e 5 dias úteis. Somente o insumo Poste Metálico com Luminária necessitou

de 6 dias para recebimento de propostas (5%) conforme dados do Gráfico 27:

95%

5%

Pintura | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

81

Gráfico 27 - Iluminação | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 28, referente ao prazo de entrega do material em obra da etapa iluminação,

mostra que 42% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis, 37%

entre 6 e 10 dias úteis e 21% entre 11 e 20 dias úteis.

Gráfico 28 - Iluminação | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.14 Preventivo Contra Incêndio

Para a etapa de preventivo contra incêndio, foram identificados 17 insumos ou serviços

principais - 5% da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 15:

47%47%

5%

Iluminação | Período de Cotações

1 a 2 dias3 a 5 dias6 a 10 diasMais de 10 dias

42%

37%

21%

Iluminação | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

82

Tabela 15 - Preventivo Contra Incêndio

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de preventivo contra incêndio, 6% dos insumos apresentou um período para

recebimento de cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 94% da amostra necessitou de um

prazo para recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 29.

Nenhum insumo necessitou de um prazo maior do que 5 dias úteis para recebimento de

cotações.

Gráfico 29 – Preventivo Contra Incêndio | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 30, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa em questão,

mostra que 82% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis, 12%

entre 6 e 10 dias. Apenas o item Porta Corta Fogo (6%) requereu um prazo de 15 dias úteis

paras entrega.

6%

94%

Preventivo Contra Incêndio | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

83

Gráfico 30 - Preventivo Contra Incêndio | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.15 Louças e Materiais Hidráulicos

Para a etapa de louças e materiais hidráulicos, foram identificados 21 insumos ou

serviços principais - 6% da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 16:

Tabela 16 - Louças e Materiais Hidráulicos

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

82%

12%

6%

Preventivo Contra Incêndio | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

84

Na etapa de louças e matérias hidráulicos, 57% dos insumos apresentou um período

para recebimento de cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 43% da amostra necessitou de

um prazo para recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 31.

Nenhum insumo necessitou de um prazo maior do que 5 dias úteis para recebimento de

cotações.

Gráfico 31 - Louças e Materiais Hidráulicos | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 32, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa em questão,

mostra que 48% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis e 52%

entre 6 e 10 dias. Nenhum insumo necessitou de mais de 10 dias para entrega.

Gráfico 32 - Louças e Materiais Hidráulicos | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.2.16 Paisagismo

Para a etapa de paisagismo, foram identificados 8 insumos ou serviços principais - 2%

da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 17:

57%

43%

Louças e Materiais Hidráulicos | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

52%48%

Louças e Materiais Hidráulicos | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

85

Tabela 17 - Paisagismo

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Na etapa de paisagismo, 63% dos insumos apresentou um período para recebimento

de cotações entre 1 e 2 dias úteis e os outros 38% da amostra necessitou de um prazo para

recebimento de cotações entre 3 e 5 dias úteis conforme dados do Gráfico 33. Nenhum insumo

necessitou de um prazo maior do que 5 dias úteis para recebimento de cotações.

Gráfico 33 - Paisagismo | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 34, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa em questão,

mostra que 38% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis e 50%

entre 6 e 10 dias úteis. Somente o item Banco de Jardim de Madeira (13%) requereu um prazo

de 20 dias úteis paras entrega.

Gráfico 34 - Paisagismo | Prazo de entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

63%

38%

Paisagismo | Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

38%

50%

13%

Paisagismo | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias6 a 10 dias11 a 20 diasMais de 20 dias

86

4.2.17 Serviços Complementares

Para a etapa de serviços complementares, foram identificados 5 insumos ou serviços

principais - 1% da amostra por etapa de obra - conforme visualizado na Tabela 18:

Tabela 18 - Serviços Complementares

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

Nessa última etapa, 60% dos insumos apresentou um período para recebimento de

cotações entre 3 e 5 dias úteis e os outros 40% da amostra necessitou de um prazo para

recebimento de cotações entre 6 e 10 dias úteis conforme dados do Gráfico 35. Nenhum insumo

obteve respostas em menos de 3 dias úteis.

Gráfico 35 - Serviços Complementares | Período de cotações

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

O Gráfico 36, referente ao prazo de entrega do material em obra na etapa em questão,

mostra que 60% dos insumos necessitam de um prazo de entrega entre 1 e 5 dias úteis, 20%

entre 6 e 10 dias e 20% acima de 20 dias úteis. Esses últimos 20% referem-se aos itens Elevador

de Passageiros e Elevador PNE, que apresentaram os maiores prazos de entrega da amostra

inteira.

60%

40%

Serviços Complementares| Período de Cotações

1 a 2 dias

3 a 5 dias

6 a 10 dias

Mais de 10 dias

87

Gráfico 36 - Serviços Complementares | Prazo de Entrega

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.3 CATEGORIAS COMPLEMENTARES

4.3.1 Equipamentos de Proteção Individual

Para a categoria de equipamentos de proteção individual, foram identificados 18

insumos ou serviços principais - 14% da amostra por categoria - conforme visualizado na

Tabela 19:

20%

20%60%

Serviços Complementares | Prazo de entrega em obra

1 a 5 dias

6 a 10 dias

11 a 20 dias

Mais de 20 dias

88

Tabela 19 - Equipamentos de Proteção Individual

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.3.2 Materiais de Limpeza

Para a categoria de materiais de limpeza, foram identificados 23 insumos ou serviços

principais - 17% da amostra por categoria - conforme visualizado na Tabela 20:

89

Tabela 20 - Materiais de Limpeza

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.3.3 Ferragens

Para a categoria de ferragens, foram identificados 25 insumos ou serviços principais -

19% da amostra por categoria - conforme visualizado na Tabela 21:

90

Tabela 21 - Ferragens

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.3.4 Ferramentas

Para a categoria de ferramentas, foram identificados 25 insumos ou serviços principais

- 19% da amostra por categoria - conforme visualizado na Tabela 22:

91

Tabela 22 - Ferramentas

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

4.3.5 Equipamentos

Para a categoria de equipamentos, foram identificados 16 insumos ou serviços principais

- 12% da amostra por categoria - conforme visualizado na Tabela 23:

Tabela 23 - Equipamentos

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

92

4.3.6 Utensílios

Para a categoria de utensílios, foram identificados 24 insumos ou serviços principais -

18% da amostra por categoria - conforme visualizado na Tabela 24:

Tabela 24 - Utensílios

Fonte: Elaborado pela autora (2019)

93

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta seção está dividida em três tópicos. O primeiro tópico apresenta as conclusões

acadêmicas, destacando a congruência dos resultados com os objetivos inicialmente propostos

e as principais contribuições obtidas por meio deste estudo. O segundo tópico apresenta

algumas recomendações, por parte da pesquisadora, para as empresas do ramo da Construção

Civil no que tange o tópico de planejamento de demandas. O terceiro tópico fornece sugestões

para estudos futuros na área de planejamento de compras.

5.1 CONCLUSÕES

Em relação ao atendimento dos objetivos propostos, são destacadas na sequência as

principais considerações deste estudo. Em síntese, no que se refere ao objetivo geral da

pesquisa, foi possível realizar a elaboração de um Plano de Compras com foco no cronograma

de compras, ou seja, nas definições de previsões de compras de materiais e contratação de

serviços com base no cronograma físico de uma obra.

Os objetivos específicos também foram atingidos por meio coleta de dados de uma

plataforma tecnológica focada na gestão de cotações e compras para construção civil. Foram

investigados os principais insumos transacionados no sistema para concepção e execução de

um planejamento de demandas congruente às fases essenciais de um empreendimento. Ainda,

foram averiguados os prazos médios de resposta dos fornecedores às solicitações de cotação e

os prazos médios de entrega dos materiais em obra.

A união desses dados possibilitou a criação do Plano de Compras, cujo propósito é servir

como uma ferramenta de apoio às equipes de suprimentos no planejamento de solicitações e na

otimização dos processos relacionados à gestão de demandas na construção civil.

Destaca-se que os prazos são fatores determinantes para o cumprimento do cronograma

de um projeto, sendo o gerenciamento do tempo primordial para assegurar que o término de

uma obra seja pontual. Cada vez mais, as empresas do setor da construção estão em busca de

maior rapidez, assertividade e flexibilidade dos processos operacionais com foco na redução de

custos.

É importante mencionar que alguns aspectos que podem ser impeditivos no

cumprimento de prazos não foram referenciados no presente diagnóstico, tais como a

localização das obras, dificuldades logísticas, falta de conhecimento do mercado de

fornecedores, falta de estoques, dificuldades de especificação técnica dos insumos,

94

complexidade dos produtos demandados, dificuldades na análise e comparação de propostas,

demora de tomada de decisão de compra, descentralização ou desalinhamento de informações

consideradas pertinentes ao processo de compras, entre outras. Nesse sentido, ressalta-se que a

ferramenta desenvolvida deve ser aplicada em paralelo a outras fontes de aprimoramento das

atividades relacionadas à cadeia de suprimentos.

A coleta de dados demonstrou a variedade e a complexidade de insumos que estão

presentes na execução de um empreendimento. Dependendo do grupo de insumo ou da etapa

de obra na qual o material está enquadrado, o percurso do planejamento das solicitações deve

ser analisado com maior cautela, uma vez que os materiais possuem características distintas e

podem ser comercializados ou atendidos por diferentes classes de fornecedores.

É nesse âmbito que o Plano de Compras auxilia a equipe de suprimentos no

relacionamento entre o planejamento de aquisições e o cronograma da obra. A estimativa do

período no qual os recursos serão necessários auxilia na organização prévia das respectivas

solicitações, provendo também uma noção do tempo necessário para especificação dos

insumos, recebimento de cotações, do prazo para negociações e tomada de decisão e do tempo

necessário para que o material chegue na obra na data previamente estipulada.

Com auxílio do Plano de Compras, o setor de suprimentos consegue identificar, de

maneira mais rápida, quais são os produtos ou serviços que necessitam de maior atenção no que

tange o fator tempo. O plano também auxilia na produtividade e eficiência da área por reduzir

parte das tarefas operacionais dos compradores, que normalmente não possuem tempo hábil

para focar nas negociações dos insumos de maior relevância (Curva A) do plano de aquisições.

A ferramenta desenvolvida também possibilita um maior conhecimento acerca das

etapas de obra e da previsão de tempo alocado em cada etapa com o intuito de realizar pedidos

globais, diminuindo os custos de aquisição de materiais. Outrossim, o plano serve como base

para antecipar demandas de compra, evitando assim atrasos de entrega, ociosidade da mão-de-

obra e realização de compras emergenciais, que acabam prejudicando o planejamento e o

orçamento da obra.

5.2 RECOMENDAÇÕES

Diante das conclusões alcançadas com esta pesquisa, avalia-se que a gestão das

demandas é de extrema relevância para o cumprimento do planejamento e consequente

execução das etapas de obra. O conhecimento das macro etapas de execução e dos insumos

necessários em cada uma delas é vital para assegurar que o material esteja na obra no momento

95

certo, contribuindo também para a organização do canteiro de obras e para o sistema de

estocagem como um todo, evitando, inclusive, compras em excesso ou em caráter emergencial.

Sob essa ótica, recomenda-se que as equipes de suprimentos utilizem o cronograma

executivo para estabelecimento prévio das principais solicitações da obra, podendo ser um

cronograma semanal. Estabelecido o cronograma, incentiva-se o uso do Plano de Compras

desenvolvido no presente estudo como uma possível solução para as demandas emergenciais

que surgem em decorrência de falhas de comunicação entre as equipes de Engenharia e de

Suprimentos.

Ademais, para auxiliar no cumprimento de prazos, em uma possível redução de custos,

no aumento da gama de fornecedores, no aumento na precisão dos itens e em uma maior

eficiência operacional das equipes de suprimentos, recomenda-se o uso de plataformas digitais

para auxílio no processo de gestão cotações e compras.

5.3 PROPOSTA DE NOVOS TRABALHOS

Em relação às recomendações para futuros estudos acadêmicos, sugere-se a elaboração

de um Plano de Compras mais detalhado, com a inclusão de algumas outras especificações,

como por exemplo a identificação da Curva ABC e o preço médio dos insumos que fazem parte

do cronograma.

Outra sugestão seria mapear um cronograma de execução de obras com base nos

quantitativos e insumos extraídos de um projeto em BIM, abordando também o conceito de

compras preditivas na construção civil. Por meio de informações já adquiridas ao longo do

tempo e com base em outras compras, o construtor pode planejar com maior antecedência e

prever os custos das próximas etapas de execução.

Ademais, sugere-se a realização de um comparativo entre o processo tradicional de

planejamento e aquisição de suprimentos com um processo que já faz uso de ferramentas

tecnológicas focadas na gestão de informações e na otimização do processo de compras de

materiais como um todo.

Por fim, considera-se pertinente analisar um comparativo entre o plano de compras

proposto e um cronograma de execução que utilize a técnica de Linha de Balanço,

estabelecendo a ordem e a duração máxima das atividades de obra e vendo se o alinhamento

das atividades, já descontando o tempo médio para cotação, compra e entrega, estão

congruentes.

96

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