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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
ALINE BRAGA LIMA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIE NTAIS NA
PRÁTICA DA SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDERANÇA SE RVIÇOS
Biguaçu
2012
ALINE BRAGA LIMA
SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIE NTAIS NA
PRÁTICA DA SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDERANÇA SE RVIÇOS
Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Administração do Centro de Educação da UNIVALI – Biguaçu, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Administração.
Professora Orientadora: Msc. Vanderléia Martins Lohn
Biguaçu
2012
ALINE BRAGA LIMA
SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS SOCIOAMBIE NTAIS NA
PRÁTICA DA SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDERANÇA SE RVIÇOS
Área de Concentração: Sustentabilidade
Biguaçu, novembro de 2012
Prof. Msc. Vanderléia Martins Lohn
UNIVALI – CECIESA GESTÃO
Orientadora
Prof. Anete Alberton, Dr
UNIVALI - CE de Biguaçu
Banca 1
Prof. Sidnei Vieira Marinho, Dr
UNIVALI – CE de Biguaçu
Banca 2
Dedico este trabalho acadêmico aos meus pais Mauro e Elza,
e ao meu esposo Marcelo, que estiveram presentes em toda
trajetória desta etapa de minha vida, profissional e pessoal, e
que alicerçaram mais esta conquista.
AGRADECIMENTOS
Neste momento de vitória, presto agradecimento a todos que participaram
desta conquista, uns mais pertos fisicamente, outros dentro do coração e da mente.
Agradeço à Deus que está presente em todas formas vivas da natureza, que
me protegeu, me iluminou, me orientou e me ofereceu os melhores caminhos,
mesmo eu não enxergando estes.
Agradeço à minha família, fonte de todo amor e educação que embasaram
meus conhecimentos, meus pais Mauro e Elza, meus irmãos Eduardo e Gláucia,
minha vó Maria e minha tia Ló.
Agradeço ao meu esposo Marcelo pelo carinho, pela paciência, pelo
incentivo e pela dedicação doada a mim neste momento de esforço e conquista,
pessoal e profissional.
Amigos, como não agradecê-los? Obrigado companheiros de todas as
noites, Elaine, Érika e Nilciano, pelas risadas, pela compreensão, pela dedicação,
pelo incentivo e pelo carinho. À minha amiga Josiane, agradeço o colo de amiga,
mãe e irmã, que foi o refúgio de todas as minhas fraquezas e a explosão de todas as
minhas forças.
Agradeço à minha Professora e Orientadora Msc. Vanderléia Martins Lohn,
pela criticidade, por abrir minha mente e por me doar o maior tesouro de todos, o
conhecimento, e a consciência de que é possível um desenvolvimento sustentável.
Aos demais professores, agradeço pelos ensinamentos nestes quatro anos,
uns atuando como verdadeiros mestres, outros apenas como professores, mas
todos com o importante papel de repassar o ensinamento.
À empresa Liderança Serviços, pela oportunidade de desenvolver o presente
trabalho, fornecendo todas as informações necessárias, de forma transparente e
clara. Assim sendo, obrigada ao Diretor Presidente Sr. Francisco Lopes de Aguiar e
a Supervisora de Estágio e Coordenadora de Recursos Humanos Sra. Samara
Recchi.
À todos, meu muito obrigada!
“Trabalhar com sustentabilidade é plantar um presente que
garanta a subsistência das novas gerações num planeta que
pede socorro e se aquece a cada dia. Pois, melhor que plantar
árvores, despoluir rios e proteger animais é semear a
consciência de que a garantia da vida é respeitar as fronteiras
da natureza”.
Nildo Lage
RESUMO
LIMA, Aline Braga. Sistemática para implantação de projetos socioambie ntais na prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços . 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2012. A proposta do presente trabalho foi a elaboração de uma sistemática para implantação de projetos socioambientais para a prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, que atua no ramo de terceirização de serviços especializados. A prática da sustentabilidade aumenta no meio empresarial devido a conscientização das empresas quanto a importância da sustentabilidade para a organização e para a competitividade no mercado e conscientização também da sociedade, que está gradativamente se tornando mais exigente quanto a escolha por empresas sustentáveis. A base da sustentabilidade é alicerçada no tripé: social, ambiental e econômico, e para que os projetos sejam sustentáveis, deve-se respeitar essas três dimensões, ao contrário passa a ser projeto social ou socioambiental. A fundamentação teórica envolveu as principais temáticas de discussão sobre sustentabilidade, como desenvolvimento sustentável, tripé da sustentabilidade, responsabilidade social e socioambiental e instrumentos de aplicação da sustentabilidade. A pesquisa foi realizada na empresa Liderança Serviços, que atua a 16 anos no mercado, possui um quadro funcional de aproximadamente 16.000 colaboradores e está presente em 12 estados do Brasil, além do Distrito Federal. A pesquisa foi aplicada a partir de dois instrumentos, entrevista junto aos diretores e supervisora de estágio, e questionário junto aos gerentes e coordenadores. A partir dos dados primários e secundários, elaborou-se o objetivo deste trabalho, a sistemática para a implantação de projetos para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, que na entrevista apresentou ter interesse e consciência da prática da sustentabilidade, dentre outros resultados como: as principais temáticas para o desenvolvimento de projetos com base no Oito Objetivos do Milênio e a contextualização do público pesquisado.
Palavras–chave: Sustentabilidade; Desenvolvimento sustentável; Responsabilidade
social e socioambiental; Projeto; Tripé da sustentabilidade; Oito objetivos do milênio.
ABSTRACT
LIMA, Aline Braga. Sistemática para implantação de projetos na prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços . 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2012. The purpose of this work was the development of a systematic implementation of environmental projects to practice sustainability in business Leadership Services, which operates in the field of outsourcing of specialized services. The practice of sustainable increases in business due to awareness among companies about the importance of sustainability to the organization and competitiveness in the market and also awareness of society that is gradually becoming more demanding as the choice for sustainable enterprises. The basis of sustainability is founded on three pillars: social, environmental and economic, and that the projects are sustainable, we must respect these three dimensions, unlike becomes social or environmental project. The theoretical framework involved the main themes of discussion about sustainability, such as sustainable development, triple bottom line, social and environmental responsibility and sustainability of implementation tools. The survey was conducted in Leadership Services company, which operates through 16 years in the market, has a workforce of approximately 16,000 employees and operates in 12 states of Brazil, plus the Federal District. The survey was carried out from two instruments, interviews with the directors and internship supervisor, and questionnaire to the managers and coordinators. Based on primary and secondary data, we elaborated a systematic method for implementing projects to practice sustainability in business Leadership Services, that the interview had an interest and awareness of the practice of sustainability, among other results as the main themes for development projects based on the Eight Millennium Development Goals and contextualization of public research. Word-key: Sustainability, Sustainable development; Social and environmental responsibility; Design; Tripod sustainability; Eight Millennium Development Goals.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Eventos que marcaram o Desenvolvimento Sustentável ............................. 20
Figura 2 - Aspectos metodológicos ..................................................................................... 42
Figura 3 - Resumo – Caracterização da pesquisa ........................................................... 43
Figura 4 - Compreensão da pesquisa de dados............................................................... 46
Figura 5 - Resumo – Contexto e participantes da pesquisa ........................................... 47
Figura 6 - Resumo de procedimentos e instrumentos de coleta de dados .................. 50
Figura 7 - Resumo de análise e interpretação dos dados .............................................. 51
Figura 8 - Matriz e filiais ........................................................................................................ 53
Figura 9 - Organograma ....................................................................................................... 58
Figura 10 - Benefícios Indiretos ........................................................................................... 61
Figura 11 - Comunicação interna e externa ...................................................................... 63
Figura 12- Sistemática para implantação de projetos para a prática de sustentabilidade ..................................................................................................................... 88
Figura 13 - Avaliação da sistemática e dos projetos ..................................................... 102
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Abordagens na fundamentação teórica ........................................................ 17
Quadro 2 - Comparativo entre ecodesenvolvimento e desenvolvimento sustentável 21
Quadro 3- Sete revoluções para a prática da sustentabilidade ..................................... 24
Quadro 4 – Conceitos e Aspectos da Responsabilidade Social (RS)........................... 32
Quadro 5 - Conceitos e Aspectos da Responsabilidade Socioambiental (RSA) ........ 33
Quadro 6 - Instrumentos de prática da sustentabilidade (RS e RSA) ........................... 34
Quadro 7 - Oito objetivos do milênio .................................................................................. 36
Quadro 8 - Exemplos de Projetos vinculados aos ODM ................................................. 37
Quadro 10- Linha de produtos e fornecedores ................................................................. 56
Quadro 11 - Resumo do organograma .............................................................................. 59
Quadro 12- Treinamentos e Cursos ................................................................................... 62
Quadro 13 - Iniciativas socioambientais ............................................................................ 66
Quadro 14 - Ações socioambientais ................................................................................... 66
Quadro 15 - Projetos socioambientais ............................................................................... 67
Quadro 16 - Pergunta 1 do roteiro de entrevista .............................................................. 70
Quadro 17 - Pergunta 2 do roteiro de entrevista .............................................................. 71
Quadro 18 - Pergunta 3 do roteiro de entrevista .............................................................. 71
Quadro 19 - Pergunta 4 do roteiro de entrevista .............................................................. 72
Quadro 20 - Pergunta 5 do roteiro de entrevista .............................................................. 72
Quadro 21 - Pergunta 6 do roteiro de entrevista .............................................................. 73
Quadro 22 - Pergunta 7 do roteiro de entrevista .............................................................. 73
Quadro 23 - Pergunta 8 do roteiro de entrevista .............................................................. 73
Quadro 24 - Pergunta 9 do roteiro de entrevista .............................................................. 74
Quadro 25 - Pergunta 10 do roteiro de entrevista ............................................................ 74
Quadro 26 - Pergunta 11 do roteiro de entrevista ............................................................ 74
Quadro 27 - Pergunta 12 do roteiro de entrevista ............................................................ 75
Quadro 28 - Conselho Deliberativo ..................................................................................... 90
Quadro 29 - Objetivos da sistemática de implantação de projetos ............................... 93
Quadro 30 - Projetos e ações (Cronograma) .................................................................... 94
Quadro 31 - Estratégias dos projetos socioambientais ................................................... 95
Quadro 32 - Stakeholders envolvidos nos projetos ......................................................... 96
Quadro 33 - Investimentos de projetos socioambientais ................................................ 98
Quadro 34- Cronograma Financeiro ................................................................................. 100
Quadro 35 - Conclusão objetivos específicos ................................................................. 105
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Distribuição dos gerentes e coordenadores por idade ................................ 77
Gráfico 2 - Distribuição dos gerentes e coordenadores por escolaridade ................... 78
Gráfico 3 - Tempo de experiência dos gerentes e coordenadores na organização ... 79
Gráfico 4 - Nível de conhecimento sobre sustentabilidade e projetos socioambientais .................................................................................................................................................. 80
Gráfico 5 - Público alvo das ações e projetos socioambientais ..................................... 81
Gráfico 6 - Importância da prática da sustentabilidade para Liderança Serviços ....... 82
Gráfico 7 - Temáticas para a prática da sustentabilidade ............................................... 84
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 13
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................. 15
1.1.1 Objetivo geral .............................. ............................................................. 15
1.1.2 Objetivos específicos ....................... ........................................................ 15
1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... ........................................... 17
2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ....................................................... 17
2.2.1 Tripé da sustentabilidade ................... ..................................................... 26
2.2.1.1 Aspectos sociais ...................................................................................... 27
2.2.1.2 Aspectos ambientais ............................................................................... 28
2.2.1.3 Aspectos econômicos.............................................................................. 30
2.2 PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE .......................................................... 31
2.3 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ................................................... 38
2.4 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO ............................................................. 41
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS .......................... ......................................... 42
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ............................................................ 43
3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA ........................................ 45
3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ............. 47
3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS .................................................... 50
4 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ................... ................................. 53
5 RESULTADOS ...................................... .......................................................... 70
5.1 ENTREVISTAS ............................................................................................. 70
5.2 PESQUISA ................................................................................................... 77
5.3 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS.......................................................... 85
6 ELABORAÇÃO DE SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PRO JETOS PARA A PRÁTICA DE SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDER ANÇA SERVIÇOS ......................................................................................................... 87
6.1 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DO PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE .... 89
6.1.1 Etapa 1- Definir equipe responsável pela prát ica de sustentabilidade 89
6.1.2 Etapa 2- Definir conselho deliberativo de sus tentabilidade ................. 90
6.1.3 Etapa 3- Definir objetivos da sistemática de implantação de projetos 92
6.1.4 Etapa 4- Definir projetos e ou ação para dese nvolvimento no programa
sustentabilidade .................................. .............................................................. 93
6.1.5 Etapa 5- Definir as estratégias de execução d os projetos definidos na
etapa 4. .......................................... ..................................................................... 95
6.1.6 Etapa 6- Definir os stakeholders parceiros dos projetos ..................... 96
6.1.7 Etapa 7- Definir cronograma de ação dos proje tos e ações ................. 97
6.1.8 Etapa 8- Definir o cronograma financeiro para execução da sistemática
de implantação de projetos para a prática de susten tabilidade na empresa
Liderança Serviços ................................ ........................................................... 99
6.1.9 Etapa 9- Definir o modelo de avaliação da sis temática e dos projetos102
6.3 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO ........................................................... 103
7 CONCLUSÃO ....................................... ........................................................ 104
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 107
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA ................ ................................. 114
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO ......................... ........................................... 116
ANEXO 1 – CÓDIGO DE CONDUTA ....................... ....................................... 118
13
1 INTRODUÇÃO
O cenário mundial está constantemente sofrendo alterações, sejam elas de
ordem econômica, cultural, tecnológica, social ou ambiental. Neste contexto de
mudanças, desafios e oportunidades, as organizações se deparam com a
concorrência globalizada e com novos conceitos, muitos impostos pelo mercado e
outros pela sociedade, que está cada dia mais ativa e participativa.
A maior acessibilidade aos meios de comunicação e a interligação destes ao
redor de todo o planeta, são os principais fatores que justificam a sociedade ser
fortemente ouvida, quanto as questões sócio-ambientais e seus impactos. Com
freqüência vêem-se chamadas na mídia quanto a esses pontos como: segurança,
mobilidade, desigualdade, degradação do meio ambiente e o lixo.
Exemplificando uma dessas questões sociais, tem-se a população brasileira,
que está cada dia vivenciando fatos que retratam a falta de segurança pública.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (2010) no estado de Santa
Catarina ocorreram 25,1 tentativas de homicídio para cada 100.000 habitantes no
ano de 2009, enquanto no ano anterior foram registradas 22,2 tentativas de
homicídios para cada 100.000 habitantes, sendo que ainda não há tabulação para
os anos de 2010, 2011 e 2012.
Considerando a conscientização e cobrança por parte da sociedade, as
organizações estão mudando seu comportamento, fazendo surgir neste cenário a
prática de sustentabilidade, no qual a responsabilidade socioambiental vinculada ao
negócio da empresa, se torna uma ferramenta estratégica para as organizações e
para a sociedade.
Neste contexto pode-se definir sustentabilidade como a forma de atender às
necessidades atuais sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de
atenderem as suas necessidades (NASCIMENTO; LEMOS; MELLO, 2008). O termo
retrata a filosofia humanitária de ajudar e de se preocupar com o próximo,
preservando os recursos naturais dos quais somos beneficiados por ainda tê-los.
O envolvimento das organizações na sustentabilidade se dá nos três setores
da economia, todavia é crescente e perceptível o envolvimento das empresas do
segundo setor, sejam elas da indústria, comércio ou serviços, retratando uma
importante mudança de paradigma e de atuação, sendo que a prática da
14
sustentabilidade pelo segundo setor é fundamental para todos os envolvidos.
Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo propor uma sistemática
para a implantação de projetos socioambientais para a prática da sustentabilidade
na empresa Liderança Serviços, uma empresa prestadora de serviços, segmento
esse que tem uma extensa rede de relacionamento com demais empresas, já que
são intermediárias, atingindo assim o maior número de pessoas, causando maior
impacto na propagação da prática da sustentabilidade.
O setor de prestação de serviços é o com maior crescimento na economia,
as atividades envolvidas com serviços estão em evidência no mercado e segundo o
Portal Brasil (2010), o setor de comércio e serviços corresponde a mais da metade
do PIB brasileiro e quase 75% dos postos de empregos, mostra-se assim que a
concorrência neste segmento é muito grande, e a prática da sustentabilidade vem
neste contexto, como um diferencial competitivo.
A empresa Liderança Serviços, atuante no ramo de atividade de serviços
terceirizados e especializados, pratica as questões sócio-ambientais, por meio de
projetos, ações e iniciativas sociais, não tendo pratica exclusivas de
sustentabilidade. E com a intenção de se desenvolver sustentavelmente, busca
acrescentar aos seus objetivos organizacionais a prática de projetos que
contemplam as três dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
A Liderança Serviços foi fundada em 1995, na cidade de São José/SC,
contando com um pouco mais de 10 funcionários. Atualmente, a empresa atua em
diversos estados brasileiros e conta com mais de 16.000 colaboradores. Os clientes
da empresa Liderança Serviços são: empresas privadas (lojas, bancos, etc.),
condomínios, administração pública (federal, estadual e municipal) e hospitais, nos
seguintes serviços: limpeza e conservação, limpeza hospitalar, jardinagem, copa e
café, telefonia, digitação, portaria, recepção, ascensorista, garçom, zeladoria e
outros de apoio administrativo.
Por fim, a pergunta que norteia este trabalho e que deverá ser respondida ao
fim deste estudo, com base nas pesquisas realizadas e dos dados primários e
secundários obtidos como resultado é a seguinte: Como a empresa Liderança
Serviços pode praticar projetos socioambientais?
15
1.1 OBJETIVOS
1.1.1 Objetivo geral
Elaborar uma sistemática para implantação de projetos socioambientais na
prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, entre março a novembro
de 2012.
1.1.2 Objetivos específicos
• Descrever as práticas socioambientais desenvolvidas pela empresa
Liderança Serviços;
• Classificar as práticas da empresa Liderança Serviços no contexto de
projetos, ações e iniciativas socioambientais;
• Avaliar a percepção dos gestores da empresa Liderança Serviços sobre a
prática e necessidade da sustentabilidade na empresa;
1.2 JUSTIFICATIVA
Diante da degradação do meio ambiente, da desigualdade social e da
necessidade do desenvolvimento econômico, a sustentabilidade se torna uma
característica de importância mundial as organizações e sociedade, uma vez que as
conseqüências atingem todas as esferas da economia, seja o governo, as empresas
e as organizações não governamentais, ou seja, atinge a todo o planeta.
Assim a sustentabilidade surge como um novo paradigma, em que no ciclo
econômico deve também considerar os aspectos sociais e ambientais, e essa inter-
relação é associada ao desenvolvimento (MONTIBELLER FILHO, 2004).
A discussão sobre a sustentabilidade não é recente, todavia alguns
acontecimentos ambientais como o vazamento de petróleo da empresa BP no mar
16
da América do Norte, desmatamentos da Amazônia, queimadas na região centro-
oeste do Brasil, além de problemas sociais como o aumento da criminalidade, o
tráfico de entorpecentes e a desigualdade social, ensejaram para o crescimento da
prática da sustentabilidade.
Neste sentido, Nascimento et al (2008); Sneddon et al (2005); Van Bellen
(2006) reforçam a importância da sustentabilidade para o mundo, pois o mesmo
trabalha com o tripé (social, ambiental e econômico), abordado inicialmente por
Elkington (2012) até se tornar essencial em todas as referências sobre o tema.
Acrescenta-se ainda neste contexto a globalização, que proporciona uma
nova dinâmica de mercado em que dois pressupostos se destacam como básicos
para as organizações: competitividade, diante da forte concorrência mundial e a
sustentabilidade, caracterizado principalmente pela defesa dos recursos ambientais
e naturais, sociais, políticos, econômicos e culturais (VARGAS et al, 2001).
Diante do exposto, o presente trabalho se justifica para a empresa Liderança
Serviços, pois a mesma tem interesse em implantar projetos para a prática de
sustentabilidade, reconhecendo esta prática como uma estratégia organizacional,
devendo envolver assim, principalmente a alta administração. Elkington (2012)
explica inclusive que a área de sustentabilidade deve ser coordenada por diretores.
Como ocorre na Embraer, na Petrobrás e em outras empresas no qual a
sustentabilidade já faz parte do negócio da empresa, reforçando assim, que a alta
administração deve estar integralmente envolvida na prática da sustentabilidade.
Para a sociedade, trabalhos na área da sustentabilidade são forças que
influenciam cada vez mais a prática da sustentabilidade e o desenvolvimento do
tema, e os resultados são nas três dimensões da sustentabilidade.
A acadêmica será beneficiada como profissional, pois irá adquirir um
conhecimento especializado de um tema que está em destaque no mundo
corporativo, tornando-se uma futura administradora consciente como cidadão e
como profissional. No âmbito pessoal, o seu papel cidadão também é a maior
justificativa, pois terá a sensibilidade de contribuir para o mundo melhor.
Sendo o desenvolvimento do trabalho justificado, se fez necessário iniciar os
estudos, e para um melhor entendimento, no tópico a seguir será estudados
literaturas que apresentam definições, importância, alternativas, conhecimento, com
autores renomados e inovados, sendo que a fonte das informações muito se
mesclou em livros e artigos científicos.
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo serão abordados desenvolvimento sustentável, tripé da
sustentabilidade práticas de sustentabilidade e indicadores de sustentabilidade, a fim
de possibilitar o desenvolvimento de uma sistemática para implantação de projetos
socioambientais para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços,
objetivo deste presente trabalho. A partir dos temas acima, serão abordados os
aspectos apresentados no Quadro 1.
Quadro 1 – Abordagens na fundamentação teórica TEMÁTICA ASPECTOS
Desenvolvimento sustentável
• Evolução; • Conceito; • Diferença entre sustentabilidade e
desenvolvimento sustentável.
Tripé da sustentabilidade • Dimensão social; • Dimensão ambiental; • Dimensão econômica.
Práticas de sustentabilidade
• Responsabilidade Social (RS); • Responsabilidade Socioambiental (RSA); • Instrumentos de aplicação da
sustentabilidade. Indicadores de Sustentabilidade • Conceitos Fonte: Dados primários (2012)
2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O desenvolvimento sustentável tem como objetivo conciliar a necessidade
de crescimento e progresso mundial sem prejudicar as gerações futuras no seu
desenvolvimento, preservando os recursos naturais e promovendo uma qualidade
de vida ideal para a sociedade. Para compreendermos melhor o desenvolvimento
sustentável e a sustentabilidade, a seguir apresenta-se a evolução, os conceitos e
as diferenças dos termos.
Para Nascimento et al (2008), o início do crescimento econômico mundial foi
caracterizado pela intensa industrialização e incentivo ao consumismo e produção,
características essas que geraram o desenvolvimento econômico com
18
conseqüências irreversíveis em algumas questões ambientais e sociais, como a
degradação de recursos naturais e a cultura.
Diante disso, Nascimento et al (2008) complementam que na década de
cinquenta surgiram movimentos ambientalistas e ainda organizações não
governamentais (ONG) sem fins lucrativos preocupados com os impactos ambientais
causados pelo crescimento desordenado, promovendo movimentos e encontros em
prol da qualidade de vida, em que a poluição era o principal assunto abordado.
Na década de sessenta houve o lançamento do livro Primavera Silenciosa
de Rachel Carson, o qual abordou a relação entre meio ambiente, economia e bem
estar social. No final desta década, houve ainda a reunião de matemáticos para a
realização de projeções sobre o consumo de recursos naturais não renováveis e o
aumento acelerado do consumismo, levando a acreditar no esgotamento próximo
destes recursos, que resultou na publicação do relatório Limites ao Crescimento
(NASCIMENTO et al, 2008).
Para Holthausen (2002), a filosofia de desenvolver sustentavelmente
começou a ser discutida diante da necessidade global de crescimento da produção
de bens e serviços em 1972 na Conferência de Estocolmo, visando o bem estar da
população, no qual os países ricos transferiram parcialmente a responsabilidade de
preservação ambiental para os países em desenvolvimento, pois a maior parte dos
recursos naturais ainda preservados se localizava em países subdesenvolvidos.
Entretanto, se percebe que os países em desenvolvimento seguiram as
mesmas linhas de crescimento dos países desenvolvidos, pois o sistema econômico
não permitiu a competitividade se não pela abertura para instalação de indústrias,
provocando assim mais degradações ambientais e a exploração do capital humano,
com o crescimento a qualquer custo.
Em 1983, houve o encontro que deu origem ao Relatório Nosso Futuro
Comum publicado em 1987 e os autores Sneddon et al (2005) consideram este
evento como um marco histórico na evolução do desenvolvimento sustentável, com
foco no pensamento do meio ambiente, desenvolvimento e governo.
A Comissão de Meio Ambiente junto com a ONU promoveu apelos nos
mecanismos institucionais de níveis globais, nacionais e locais para estimular um
desenvolvimento econômico que garanta a segurança, o bem estar e a
sobrevivência do planeta para as próximas gerações (SNEDDON et al, 2005).
19
Seguindo a evolução, em 1992 no Rio de Janeiro houve um novo encontro
de debates organizado pela ONU, abordando a questão do modelo de
desenvolvimento adotado até o momento e suas limitações, bem como a interligação
do desenvolvimento e o meio ambiente, surgindo o conceito de desenvolvimento
sustentável (VAN BELLEN, 2006).
Van Bellen (2006) e Holthausen (2002) apresentam que na Conferência do
Rio de Janeiro em 1992 se definiu o conceito de desenvolvimento sustentável,
motivados pelos eventos anteriores. Holthausen (2002) conceitua o termo
desenvolvimento sustentável como uma forma de conciliar o desenvolvimento e a
preservação ambiental, enfoques do século XX.
A Conferência ECO 92 teve o importante papel de abrir uma discussão
sobre o tema desenvolvimento sustentável, de conscientizar o mundo para esta
questão e de utilizar a comunicação em massa para atingir um maior número de
pessoas, mas apesar desse destaque, verifica-se que as mudanças não foram
significativas desde a Conferência de Estocolmo em 1972 (NOVAES, 1992).
Novaes (1992) apresenta que o insucesso da Conferência ECO 92, pode ser
parcialmente justificado pela resistência dos países influentes (Estados Unidos,
Japão e países árabes produtores e exportadores de petróleo) os quais passavam
por momentos de ascensão econômica que não incentivava o investimento em
novas tecnologias para diminuir a emissão de gases poluentes.
Passados 20 anos da ECO-92, houve uma nova conferência conhecida
como a Rio+20 realizada também no Rio de Janeiro em junho de 2012, com a
presença de diversos países, chefes de estados, organizações não governamentais,
grupos de ambientalistas, cientistas e outros membros da sociedade civil, para
discussão de como ter um planeta melhor para viver.
Diante do exposto, apresenta-se o resumo cronológico da evolução do
Desenvolvimento Sustentável na Figura 1, considerando os principais marcos
destacados neste tópico.
20
Figura 1 - Eventos que marcaram o Desenvolvimento S ustentável
Fonte: Dados primários (2012)
Para conceituar o desenvolvimento sustentável, Montibeller Filho (2004) traz
o histórico da termologia, quando o termo era ecodesenvolvimento, inicialmente foi
uma resposta para a visão economicista, em que o crescimento da economia estava
acima de qualquer outra questão, e o avanço do ecodesenvolvimento é o
desenvolvimento sustentável, em que os objetivos foram melhorados e seus
componentes identificados, tornando a sua prática cada vez mais aplicável.
O ecodesenvolvimento surgiu como estratégia negadora ao crescimento
econômico a partir da degradação dos recursos naturais e defendia a idéia da
utilização do meio ambiente de forma harmoniosa com o crescimento e a população
(DIEGUES, 1992).
Frey (2001) complementa que a abordagem do ecodesenvolvimento crítica
posturas conservacionistas rígidas e defende a postura ecológica cultural, em que o
homem e a natureza são os principais componentes do desenvolvimento, sendo que
o homem pode utilizar meios que potencializem esses recursos.
21
Assim sendo, conclui-se que o termo ecodesenvolvimento teve seus
princípios aprimorados até torna-se desenvolvimento sustentável, e o Quadro 2
apresenta o comparativo entre os dois termos apresentados, demonstrando a
evolução da temática.
Quadro 2 - Comparativo entre ecodesenvolvimento e d esenvolvimento sustentável
DIMENSÃO ECODESENVOLVIMENTO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
CONCEITO/OBJETIVO COMPONENTES OBJETIVOS
Sustentabilidade social
O processo deve ocorrer reduzindo substancialmente as diferenças sociais.
- Postos de trabalhos para obtenção de renda individual, melhor qualidade de vida e maior qualificação profissional; - Produção de bens, com priorização das necessidades básicas sociais.
Reduzir a desigualdade social.
Sustentabilidade econômica
Alocação e gestão dos recursos, garantindo um fluxo regular de investimentos públicos e privados.
- Investimentos públicos e privados (cooperativas); - Utilização eficiente dos recursos; - Absorção empresarial dos custos ambientais; - Recursos próprios.
Aumentar a produção e riqueza social, sem dependência externa.
Sustentabilidade ecológica
Usar os ecossistemas com sua mínima deterioração, permitindo que a natureza realize seu ciclo temporal e preservação de fontes de recursos energéticos e naturais
- Respeito ao ciclo ecológico dos ecossistemas; - Prudência na utilização dos recursos naturais não renováveis; - Priorização de produção de biomassa; - Utilização de recursos renováveis; - Redução da intensidade energética; - Tecnologia no processo produtivo.
Melhorar a qualidade do meio ambiente, preservando os recursos naturais e energéticos para as futuras gerações.
Sustentabilidade espacial / geográfica
Evitar a concentração geográfica de populações, atividades e poder. Buscando ainda o equilíbrio entre cidade e campo
Desconcentração de pessoas e atividades; - Democratização; - Equilíbrio da relação cidade / campo.
Evitar concentração.
Sustentabilidade cultural
Respeitar as especificidades de cada ecossistema, cultura e local
- Adaptação à cada ecossistema; - Respeito à formação cultural das comunidades.
Evitar conflitos culturais.
Fonte: Adaptado de Montibeller Filho (2004).
22
Neste contexto Montibeller Filho (2004) apresenta no Quadro 2 as cinco
dimensões do ecodesenvolvimento, descreve a evolução da termologia de
ecodesenvolvimento para o desenvolvimento sustentável, e conclui que o objetivo de
atendimento básico das necessidades da sociedade passou para uma política
ambiental que contempla os problemas globais e as futuras gerações, com a referida
evolução.
No Quadro 2, Montibeller Filho (2004) demonstra ainda, que no
ecodesenvolvimento cinco dimensões eram consideradas, são elas: social,
ambiental, econômica, espacial/geográfica e cultural, enquanto que no
desenvolvimento sustentável, apenas três dimensões são consideradas: social,
ambiental e econômico.
Os objetivos das dimensões do ecodesenvolvimento para o desenvolvimento
sustentável, em resumo evoluíram de: reduzir diferenças sociais, garantir o giro de
capital, respeitar o ciclo dos recursos naturais, respeitar as diferenças culturais e
territoriais, para: reduzir qualquer desigualdade social, seja ela de oportunidade ou
cultural, absorção dos custos ambientais de funcionamento e instalação das
empresas e independência externa e consumo consciente, preservando o meio
ambiente para que as próximas gerações usufruam para atender suas necessidades
(MONTIBELLER FILHO, 2004)
Enquanto Montibeller Filho (2004) utiliza a evolução do termo para
conceituar o desenvolvimento sustentável, Vargas et al (2001) abordam o sistema
econômico e demonstram a dificuldade quanto a aplicabilidade do tema, pois o ritmo
de crescimento da economia capitalista, que promove problemas ambientais por ser
de forma exponencial e desordenada, dificulta a aplicação de um pensamento
sustentável.
Para tanto, Vargas et al (2001) defende que é necessário um novo sistema
econômico, que seja capitalista, mas sob um ponto de vista mais amplo, como uma
nova organização social desenvolvimentista, o qual nomeia como desenvolvimento
sustentável, em que as dimensões: social, econômica, política, cultural e ambiental,
devem ter a mesma força influenciadora na tomada de decisão, possibilitando assim
uma nova perspectiva para a sociedade moderna.
Bellia (1996) justifica que a dificuldade de conceituação do termo se dá
desde as questões gramaticais da língua portuguesa, pois se trata da junção de um
substantivo (desenvolvimento) com um adjetivo (sustentável), no qual o adjetivo
23
encaminha ao juízo de valor de cada indivíduo, sendo, portanto não quantificável,
permitindo assim que a definição do termo seja adaptada ao ponto de vista de cada
um.
Keinert (2008) defende que o desenvolvimento sustentável é a nova utopia,
que entrará no lugar do socialismo e conceitua o desenvolvimento sustentável como
o crescimento econômico e modernização, em conjunto com outros componentes:
ambiental e social, que se relacionam entre si.
Inclusive, Sneddon et al (2005), atribuem a falta de prática intensa do
desenvolvimento sustentável na origem da conceituação do mesmo como uma
filosofia ideológica, sua diversidade de idéias, a pluralidade de conceitos e os
diversos interesses que dificultam sua definição e por conseqüência sua
aplicabilidade.
E para Sneddon et al (2005) foi nestes pontos que os críticos do sistema se
apoiaram, argumentando que não é possível aplicar as idéias do desenvolvimento
sustentável, que se baseou no iluminismo, como forma de desenvolver a economia,
pois possuem objetivos contrários e ao mesmo tempo dependentes.
Neste sentido, vários são os motivos e estímulos para o desenvolvimento
sustentável, Vargas et al (2001) expõe que a globalização está diretamente ligada e
este novo modelo de desenvolvimento, pois com as sociedades mais próximas, a
velocidade da informação e o mercado praticamente sem barreiras, está cada vez
mais fácil a discussão de interesses nos aspectos monetário, financeiro,
patrimoniais, tecnológicos, culturais e o mais novo e discutido, ambientais. Assim, a
globalização se destaca como um impulsionador para o novo estilo de
desenvolvimento.
Assim a realidade mundial está caminhando para uma revolução
sustentável, no qual as empresas, mais que as demais organizações terão um forte
comando para este futuro.
E neste novo contexto, o futurista Elkington (2012) traz as sete revoluções
para a prática da sustentabilidade e os principais bloqueios que as empresas terão
para sua aplicabilidade. No Quadro 3 serão apresentado as revoluções, os velhos
paradigmas, os novos paradigmas, contextos e bloqueios.
24
Quadro 3- Sete revoluções para a prática da sustent abilidade
Dimensões Velho Paradigma
Novo Paradigma Contexto Bloqueio
Mercado Consentimento Competição O tripé será intrínseco
no negócio das empresas
A sustentabilidade ser vista como uma nova
religião
Valores Rígidos Maleáveis Valores empresariais
baseados no tripé
A visão do negócio empresarial tem foco no valor econômico
Transparência Fechado Aberto Trabalhar o tripé, de forma transparente
junto aos stakeholders
Trabalhar com novos cenários e
stakeholders
Tecnologia do ciclo da vida Produto Função
O envolvimento da tecnologia em todo o
processo produtivo até o descarte
Acreditar que a responsabilidade da empresa á apenas
internamente
Parcerias Subversão Simbiose Criação de parcerias para desenvolver as empresas no tripé
O pensamento individualista e não de
alianças
Tempo Amplitude Extensão
O tempo ser medido em segundos por
causa da tecnologia, e de décadas, gerações
e séculos.
Gerenciar vários relógios ao mesmo
tempo
Governança Corporativa Exclusivo Inclusivo
Trabalhar e gerenciar as demais dimensões
e o tripé da sustentabilidade.
Enxergar o mundo empresarial em sete
dimensões.
Fonte: Adaptado de Elkington (2012).
No Quadro 3 temos as sete dimensões que contextualizam e traz os
principais bloqueios que a revolução sustentável, sendo elas: mercado, valores,
transparência, tecnologia do ciclo de vida, parcerias, tempo e governança
corporativa, demonstradas por Elkington (2012).
Na dimensão mercado o contexto sustentável se refere ao negócio da
empresa, em que a sustentabilidade para ser realmente praticada, necessita estar
intrínseca a este. O bloqueio para esta dimensão está na possibilidade da
sustentabilidade se tornar uma religião, uma filosofia, impossibilitando a prática.
Na dimensão valores, o contexto sustentável é de que o tripé da
sustentabilidade deve estar presente também nos valores da organização e o
bloqueio para esta dimensão está no fato das empresas terem o foco empresarial,
de negócio e valores, somente na dimensão econômica, e não no tripé.
A dimensão transparência contextualiza a necessidade de trabalhar de
forma transparente a sustentabilidade, envolvendo os stakeholders, e o bloqueio se
dá na dificuldade de trabalhar desta forma com novos cenários e novos stakeholders
que surgem freqüentemente.
25
Tecnologia do ciclo de vida é a próxima dimensão apresentada, e o contexto
sustentável é de que a tecnologia deve fazer para de todo o processo produtivo,
inclusive do descarte, e o bloqueio está na consciência da organização, de perceber
sua responsabilidade apenas internamente, ou seja, não reconhece sua
responsabilidade quando seu produto sai de suas dependências.
A dimensão parceria enfrenta o bloqueio das empresas pensarem de forma
individualista por conta da competitividade e não em formas de aliança, que é o
contexto que a sustentabilidade desta dimensão defende, isto é, o desenvolvimento
de parcerias pensando no tripé da sustentabilidade.
A dimensão tempo é apresentada com o contexto das empresas terem de
lidar com o tempo contados em segundos por conta da tecnologia, pensando em
décadas, gerações e séculos diante da sustentabilidade, e o bloqueio está na
dificuldade de gerenciamento de vários relógios ao mesmo tempo.
Por fim, a última dimensão é a governança corporativa, que consiste no
gerenciamento das demais dimensões e do tripé da sustentabilidade, e o bloqueio
consiste no próprio gerenciamento e aplicabilidade das sete dimensões da revolução
sustentável apresentadas por Elkington (2012).
Diante do exposto nos conceitos apresentados, percebe-se que Vargas et al
(2001), Nascimento et al (2008), Sneddon et al (2005) e Van Bellen (2006)
concordam que a termologia de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade são
as mesmas, pois são utilizadas igualmente para explicar o tema. Todavia, para
Montibeller Filho (2004) há diferenciação entre o termo desenvolvimento sustentável
e sustentabilidade.
O primeiro é considerado um novo paradigma sistemático, em que no ciclo
econômico deve também considerar os aspectos principalmente ambientais, e essa
inter-relação é associada ao desenvolvimento. Já a sustentabilidade é definida como
a busca pela eficácia econômica, social e ambiental, atendendo a necessidade da
população atual, preservando para a geração futura (MONTIBELLER FILHO, 2004)
Quanto à diferenciação entre os termos desenvolvimento sustentável e
sustentabilidade Holthausen (2002) explica a sustentabilidade como algo que
perdure por muito tempo, próximo da eternização, e aproxima esse termo,
principalmente aos recursos naturais. Já o desenvolvimento sustentável ele
demonstra como a junção do progresso (econômico) de forma consistente e
26
contínuo (sustentável) utilizando os recursos (ambiental e social) para que o
desenvolvimento seja contínuo (desenvolver).
Para Silva Neto e Basso (2010) a sustentabilidade é a característica do
desenvolvimento sustentável, se trata da capacidade de criar, testar e de adaptar,
enquanto o desenvolvimento sustentável é o processo que cria, testa e mantém as
oportunidades da adaptação no e do sistema, ou seja, o objetivo e principal
característica do desenvolvimento sustentável é a sustentabilidade.
Dovers (1995) também diferencia os termos sustentabilidade e
desenvolvimento sustentável, o primeiro é considerado a meta a longo prazo de todo
um processo, o qual se conceitua o desenvolvimento sustentável. Sendo assim, o
presente trabalho irá utilizar o termo sustentabilidade por compreender este como o
instrumento de aplicação para o macro processo do Desenvolvimento Sustentável.
Considerando que a base do desenvolvimento sustentável é formada pelas
dimensões: econômica, social e ambiental, conforme apresenta Elkington (2012), a
seguir será abordado mais sobre este tripé que dá base para a sustentabilidade e
consequentemente para a proposta deste presente trabalho acadêmico.
2.2.1 Tripé da sustentabilidade
Conforme visto, o desenvolvimento sustentável é um conjunto de
paradigmas, a fim de conscientizar o uso dos recursos que visam atender as
necessidades humanas, e estes recursos é o que se chama de sustentabilidade, são
eles: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade social e sustentabilidade
econômica. (TORRESI et al, 2010)
Para tanto Bellen (2006) define que primeiramente o foco da
sustentabilidade era apenas na integridade ambiental e após o relatório de
Brundtland iniciou a ênfase da questão humanitária, gerando o equilíbrio entre três
dimensões: econômica, ambiental e social. O tripé que apóia este conceito são
imprescindíveis para a prática da sustentabilidade (NASCIMENTO et al, 2008).
O tripé da sustentabilidade a partir das dimensões social, ambiental e
econômica, foi abordada inicialmente por Elkington (2012) que ressalta a importância
27
de trabalhar integrando as três bases citadas, para alcançar o objetivo da prática da
sustentabilidade.
Van Bellen (2006), Sneddon et al (2005) e Nascimento et al (2008)
concordam que as três dimensões que formam este novo estilo de desenvolvimento
são: social, ambiental e econômico, ou seja, está relacionado ao progresso, com a
preservação do meio ambiente e garantindo o mínimo de qualidade de vida a
sociedade.
Searcy (2011) complementa ainda que os projetos elaborados para a prática
de sustentabilidade, quando não estão apoiados no tripé sugerido, descaracteriza a
sustentabilidade, e consequentemente não obtém o resultado esperado da prática
da sustentabilidade, que é o equilíbrio nas três dimensões. Sendo assim, a seguir
será abordado sobre os três aspectos da sustentabilidade.
2.2.1.1 Aspectos sociais
A dimensão social é considerada uma das bases que formam o tripé do
desenvolvimento sustentável, essa dimensão está relacionada ao ser humano e
suas implicações e responsabilidades dentro do contexto sustentável, a partir do seu
envolvimento com o Estado, com o meio ambiente e com as organizações.
Van Bellen (2206) expõe que a perspectiva social da sustentabilidade
aborda a questão do ser humano, com enfoque para o bem estar humano, condição
humana e a qualidade de vida, aspectos como serviços básicos, água limpa, ar puro,
segurança e outros são formas de medição desta dimensão, que possui um alto grau
de complexidade para ser construída e medida.
Outra perspectiva do aspecto social do desenvolvimento sustentável se
refere a igualdade social e igualdade de oportunidades, pois o alicerce para os
problemas sociais de entorpecentes, violência, fome, falta de saneamento básico e
outros é a desigualdade social, isto é, a concentração de educação, dinheiro e
oportunidade é na mãos de poucos privilegiados e a grande massa fica com as
ações e resultados periféricos, essa é a grande questão social para Sneddon et al
(2005).
28
Dale e Newman (2010) atribuem ao aspecto social, o desenvolvimento da
democracia, por meio do governo que deve propagar e sustentar os valores culturais
e gerais que as pessoas desejam viver, dentre esses valores é citado a saúde
pública (água, ar e reforma agrária), infraestrutura (esgoto, transporte e segurança) e
disparidades econômicas. Percebe-se que quanto aos atributos que compõe o
aspecto social os autores se complementam e não há divergências de ideias,
apenas destaque e grau de importância para determinado atributo.
Assim, pode-se dizer que aspecto social é o mais complexo dos aspectos,
pois envolve o ser humano, suas necessidades, sentimentos, sofrimentos,
dificuldades, desejos, impedimentos e envolve questões sociais enraizadas na
sociedade como desigualdade social, cultura, valores, governo e democracia (DALE;
NEWMAN, 2010; VAN BELLEN, 2006; NASCIMENTO et al, 2008).
Social é pensar em um bem comum para a maioria, se não a totalidade da
população, sem desconsiderar os demais aspectos que compõe o desenvolvimento
sustentável (econômico e ambiental), tendo em vista que os três devem ter o mesmo
grau de importância e envolvimento no desenvolvimento sustentável.
Nas organizações este aspecto pode ser observado na prática da
responsabilidade social, nas ações sociais e projetos sociais, desenvolvidos aos
colaboradores, comunidades, associações e com o próprio sindicato da categoria,
promovendo o bem estar social, a inclusão e a minimização da desigualdade social,
seja ela de renda ou de oportunidade.
O próximo aspecto a ser analisado é o ambiental, que está diretamente
envolvido com o social, nas ações dos seres humanos e das organizações nos
recursos naturais como matéria-prima, bem como a resposta do meio ambiente para
essas ações, que influenciam diretamente as pessoas.
2.2.1.2 Aspectos ambientais
Ao abordar a questão sustentabilidade logo remete ao meio ambiente e os
recursos naturais, isso se dá, pois foram os movimentos ambientalistas promovidos
contrários a filosofia pregada pelo capitalismo de ter o crescimento a qualquer custo,
que motivaram este novo modelo de desenvolvimento sustentável.
29
A perspectiva ambiental trata dos impactos das atividades humanas sobre o
meio ambiente, partindo do princípio de que os recursos naturais, renováveis e não
renováveis, são a base que assenta a espécie humana, e seu principal objetivo é
potencializar a utilização dos recursos naturais, minimizando a deterioração do meio
ambiente e respeitando seu ciclo natural (BELLEN, 2006)
Para Claro et al (2008) a dimensão ecológica ou ambiental, é dividida em
três subdimensões, a partir de seu foco: a primeira tem o foco na ciência ambiental e
ecologia, diversidade do habitat e florestas; a segunda subdimensão tem o foco na
qualidade do ar, da água e saúde humana, por conta da poluição; e a terceira tem o
foco na conservação e na administração dos recursos naturais renováveis e não
renováveis.
Schenberg (2010) traz a tecnologia como uma das principais ferramentas
para auxiliar os aspectos ambientais do tripé do desenvolvimento sustentável, traz a
abordagem da biotecnologia como forma de minimizar a degradação do meio
ambiente atuando na geração de energia, produção de alimentos e bioremediação,
para atingir os objetivos dos aspectos sociais deste modelo de desenvolvimento.
Bellia (1996) define os aspectos ambientais como objeto de gestão, ou seja,
os recursos naturais juntaram-se aos recursos financeiros e humanos, como
ferramentas da administração para conseguir maior lucro a partir da redução da
utilização dos recursos, sendo estratégico para a organização e também para a
sociedade e as futuras gerações.
Sustentabilidade ecológica preocupa-se com a interação direta e indireta de
alternativas de atividade produtiva em uma economia auto-sustentável, que não
agrida com intensidade o meio ambiente, seguida da distribuição deste território
natural e ainda do consumo dos recursos naturais de forma consciente (AB’SÁBER
et al, 1996).
Mathias e Pinheiro (2008) defendem que os aspectos ambientais estão
relacionados ao comportamento social com base em um pensamento pró-ambiente,
em que ocorre a conscientização de que os recursos naturais são finitos e que
possuem um ciclo natural de renovação, e que as ações do ser humano devem ser
pautadas nas limitações naturais, pois a base para a produção das organizações e
para o dia a dia das pessoas é o meio ambiente, direta ou indiretamente.
Assim, percebe-se que os aspectos sociais e ambientais estão relacionados,
na busca de um objetivo, entretanto para o desenvolvimento sustentável é preciso
30
atingir a terceira base do tripé, o aspecto econômico, voltado para o crescimento e
progresso econômico de uma organização. Para se completar o conhecimento do
tripé do desenvolvimento sustentável vamos analisar o terceiro aspecto: econômico.
2.2.1.3 Aspectos econômicos
Este aspecto é voltado para o contexto macro da economia, permitindo o
progresso e crescimento. Tem destaque nas empresas, pois a idéia passada como
objetivo empresarial era obtenção de lucro. Foi o primeiro aspecto considerado no
desenvolvimento e que estimulou a degradação dos demais, incentivando assim a
criação dos dois novos aspectos, para serem considerados, dentro do
desenvolvimento, agora sustentável.
Antes era o único e mais importante aspecto dentro do desenvolvimento,
atualmente com a característica da sustentabilidade, o aspecto econômico é limitado
pelos outros dois aspectos: ambientais e sociais, ou seja, o desenvolvimento
econômico é realizado respeitando o desenvolvimento social e os recursos naturais
do meio ambiente (BELLEN, 2004).
Com o tripé da sustentabilidade, a obtenção de lucro, que antes era o único
e principal objetivo das empresas, abre espaço para a obtenção de lucro respeitando
os limites ambientais e promovendo as questões sociais, principalmente na
comunidade em que empresa está inserida.
Para Ab’Sáber et al (1996) a sustentabilidade econômica refere-se ao
tratamento dado em todas as etapas do processo de produção, desde a captação de
matéria prima na natureza, processo de transformação da industrialização,
comercialização, consumo e descarte, sendo o consumo incentivado por ações de
marketing a fim de garantir que o ciclo econômico seja realizado, para que as
pessoas mantenham-se empregadas e com capacidade de atender as suas
necessidades.
Benedetti et al (2009) explicam que o aspecto econômico se refere a
preocupação das organizações com o seu principal objetivo e razão de existência, o
lucro, seja motivado por mais vendas, seja por menos custos.
31
Este conceito está diretamente ligado ao desenvolvimento pré sustentável,
em que o crescimento deveria ocorrer a qualquer custo, no qual promoveu-se a
desigualdade social e a degradação do meio ambiente, por isso a importância na
conscientização deste aspecto (BENEDETTI et al, 2009).
A dimensão econômica não está relacionada apenas com a economia
formal, como também com as atividades informais, que geram retorno à economia,
bem como os retornos financeiros esperados e realizados pelas organizações, e a
sustentabilidade desta dimensão está diretamente ligada a alocação dos recursos,
de forma que se tenha otimização destes e um retorno ideal do investimento
(CLARO et al, 2008).
Percebe-se que os três aspectos que formam o tripé do desenvolvimento
sustentável são importantes, fortes e interligados dentro da sustentabilidade. E o
desenvolvimento sustentável pleno consiste na prática destes três aspectos, e a
exclusão de um dos aspectos, além de descaracterizar a sustentabilidade, não
permite o pensamento completo e que se alcance os resultados esperados. Depois
de compreender a sustentabilidade, pergunta-se como praticá-la?
2.2 PRÁTICAS DE SUSTENTABILIDADE
Depois de compreender o conceito e a evolução da sustentabilidade, sua
diferença com o desenvolvimento sustentável e como é composto o seu tripé é
necessário investigar como funciona a prática da sustentabilidade, quais as formas
utilizadas pelas organizações de promover a sustentabilidade.
Algumas organizações não governamentais, que compõe o terceiro setor,
são exemplos de organizações cuja missão é a pratica da sustentabilidade:
Greenpeace, Muda Brasil, Instituto Alana e várias outras, são reais aplicadores das
práticas sustentáveis por meio de seus projetos e programas, que atingem uma
demanda social e ambiental, garantindo o desenvolvimento deste tema, pensamento
e prática.
Projetos e programas sociais são uma das principais formas de praticar a
sustentabilidade social. Cohen e Franco (1999) explicam que projeto é um
empreendimento planejado, composto por atividades inter-relacionadas para o
32
alcance de um objetivo, dentro de um orçamento e por um determinado período de
tempo; programa é um conjunto de projetos diferentes com o mesmo objetivo,
respeitando uma ordem e critério determinado pela empresa.
A responsabilidade do segundo setor, antes, era apenas interna, com seus
compromissos organizacionais, e atualmente vai além do pagamento legal dos
impostos e da lucratividade, está relacionada a responsabilidade social e
socioambiental, por meio das práticas da sustentabilidade. (REGO, 1986)
O Quadro 4 apresenta alguns conceitos e aspectos da responsabilidade
social, que se trata de um dos instrumentos que contribui para a prática da
sustentabilidade.
Quadro 4 – Conceitos e Aspectos da Responsabilidade Social (RS) RESPONSABILIDADE SOCIAL
AUTOR DESCRIÇÃO
Bittencourt e Carrieri (2011)
Emergiu a partir dos relacionamentos de indústrias, mercados e sociedades, no auge das atividades industriais. Foi o resultado da importância da atividade empresarial dentro do contexto social e das ações para as interferências que essas atividades produtivas vinham proporcionando ao meio ambiente, infra-estrutura, relacionamento humano e valores culturais.
Donaire (1999)
Conceitua como todos os benefícios e esforços demandados por ações que vão além da produção de bens e serviços, está implícito no sentido de obrigação das organizações com a sociedade e pode ser caracterizado de diversas maneiras, das quais são destacadas pelo autor: proteção ambiental, projetos filantrópicos e educacionais.
Queiroz et al.(2005) Conceitua como a assimilação dos novos valores na sociedade, e a empresa passa a atuar em diversas áreas da sociedade e não apenas na área que envolve a atividade produtiva da organização.
Soares (2004)
Critica a responsabilidade social corporativa como uma forma de transformar os objetivos e interesses organizacionais aceitos pela sociedade, ou seja, atingir as metas empresariais e financeiras, mesclando-as através de ações sociais, entretanto, afirma que mesmo tendo o objetivo obscuro ou ainda desconhecido, os resultados desta postura socialmente responsável são de grande valia para a sociedade, para o meio ambiente e para a organização.
Reis e Medeiros (2009)
Importância do papel das empresas neste contexto social, pois elas são responsáveis diretas e indiretas para que haja envolvimento de todos na preservação do meio ambiente, patrimônio cultural, promoção dos direitos humanos e na visão de uma sociedade socialmente justa e economicamente próspera.
Fonte: Dados primários (2012)
Referente ao Quadro 4, conclui-se que a responsabilidade social (RS) surgiu
a partir das atividades industriais, tendo em vista o forte impacto que estas
atividades causam a sociedade e ao meio ambiente (BITTENCOURT E CARRIERI,
2011). É conceituada como todos os benefícios sociais de esforços demandados por
33
ações que ultrapassam a produção de bens e serviços, conforme explica Donaire
(1999), bem como a absorção de valores da sociedade por parte das empresas,
conforme defendem Queiroz et al (2005). Entretanto, Reis e Medeiros (2009) reforça
que o papel da empresa no contexto social é de importância e relevância para a
sociedade, tendo em vista que são fortes agentes influenciadores (de outras
empresas, da sociedade e do governo).
Outro instrumento que contribui para a prática da sustentabilidade é a
responsabilidade socioambiental e o qual é apresentado no Quadro 5.
Quadro 5 - Conceitos e Aspectos da Responsabilidade Socioambiental (RSA) RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
AUTOR DESCRIÇÃO
Tamashiro et al (2012)
A responsabilidade socioambiental não se preocupa apenas com a poluição, e sim atender a necessidade do seu público alvo, sem comprometer os direitos humanos (sociais e ambientais) do presente e do futuro.
Borsato et al (2010)
Ressalta a dificuldade de conceituar o termo responsabilidade socioambiental, defende que o termo tem várias definições e divergências quanto aos elementos principais que compõe o conceito, cuja variabilidade é motivada pelo setor da empresa, bem como seu objetivo organizacional, seu nível de comprometimento socioambiental, mas enfoca que a evolução do termo responsabilidade socioambiental é de extrema importância para a aplicabilidade da sustentabilidade.
Volpon (2007)
Explica que o relacionamento estratégico com os stakeholders é um dos fatores mais complexos para a aplicação da responsabilidade socioambiental pelas empresas. Essa dificuldade se dá por conta da interação entre a responsabilidade do processo produtivo da empresa e a relação com os mais diversos stakeholders que uma organização possui.
Nascimento et al (2008)
Responsabilidade socioambiental é a prática de ações que visem melhoria na qualidade de vida e na qualidade ambiental, integradas para atender as necessidades humanas, com proteção ambiental.
Silva et al (2011)
A responsabilidade socioambiental representa para as empresas, além de valores e conceitos, uma forma de promoção e incremento em seus resultados financeiros, agregando um valor diferenciado ao seu produto e marca, tornando assim, as empresas mais atrativas para os investidores, que é um dos stakeholders das empresas.
Fonte: Dados primários (2012).
Conforme conceitos e estudos apresentados no Quadro 5, pode-se preceber
que a responsabilidade socioambiental (RSA) se trata de atender seu público alvo
sem comprometer os direitos sociais e ambientais da sociedade (TAMASHIRO et al,
2012). Contando ainda com práticas de ações que visam melhoria na qualidade de
vida e na qualidade do meio ambiente e seus recursos (NASCIMENTO et al, 2008).
34
Por tanto, Borsato et al (2010) ressalta que a responsabilidade socioambiental é de
extrema importância para a aplicabilidade da sustentabilidade.
Ainda neste contexto, o Quadro 6 apresenta alguns instrumentos de prática
da Responsabilidade Social e Socioambiental que podem levar a contribuição do
desenvolvimento da sustentabilidade.
Quadro 6 - Instrumentos de prática da sustentabilid ade (RS e RSA) SA 8000
AUTOR CONCEITO ASPECTO
Bassetto (2010)
Certificação internacional de Responsabilidade Social, com o enfoque no trabalhador, pois sua base é Organização Internacional do Trabalho (OIT), Declaração Universal dos Direitos Humanos e Declaração Universal dos Direitos da Criança.
RS
AA 1000
AUTOR CONCEITO ASPECTO
Bassetto (2010)
A certificação AA 1000 é uma prática de responsabilidade social que consiste na prestação de contas, cujo objetivo é assegurar a qualidade das informações referente a contabilidade, auditoria e relato social ético.
RS
OITO OBJETIVOS DO MILÊNIO
AUTOR CONCEITO ASPECTO
Objetivos do Milênio (2012)
Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2000, a partir de uma análise dos maiores problemas do mundo, criaram os 8 objetivos do milênio, que no Brasil foi nomeado como 8 jeitos de mudar o mundo, que devem ser atingidos por todos os países até 2015, quais sejam, conforme o Quadro 6.
RSA e RS
GESTÃO AMBIENTAL
AUTOR CONCEITO ASPECTO
Barata et al (2007)
Gerenciamento da organização, na produção de produtos e prestação de serviços de forma consciente quanto ao consumo e descarte, e ainda otimizando o consumo de energia, evitando desperdícios, em prol do meio ambiente e da redução de custos.
RSA
Uehara et al (2010)
Consiste em um instrumento plural para gerenciar e orientar a relação sociedade-natureza, possibilitando inúmeras ações e resultados, sendo que essa variação é diretamente dependente da missão e dos valores da organização.
ISO 14001
AUTOR CONCEITO ASPECTO
Nascimento et al (2008)
Norma desenvolvida em 1996, para auxiliar as empresas na adoção de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA), por meio de diretrizes que permitem auditorias ambientais, avaliação de desempenho, rotulagem ambiental e análise do ciclo de vida dos produtos, embasando assim, a postura adotada pela empresa com as normas aceitas internacionalmente
RSA Silva e Ribeiro (2004)
Para o sucesso da aplicação se faz indispensável o envolvimento da Alta Administração da empresa, complementa-se ainda que a ISO 14001 é a única série certificável.
Avila e Paiva (2006)
Estratégia que permite as empresas reverem sua forma de produção e o seu pensamento quanto ao desperdício, praticando a gestão ambiental com requisitos aprovados, desenvolvendo assim um melhora em seu desempenho econômico, social e ambiental.
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PRODUÇÃO MAIS LIMPA AUTOR CONCEITO ASPECTO
Silva e Medeiros
(2006)
Solução para os problemas ambientais relacionadas ao processo produtivo como um todo, e não só com o final deste processo, como outros instrumentos de aplicação. É um instrumento usualmente praticado pelas indústrias de manufaturas, entretanto, aos poucos estão sendo absorvidas pelas empresas prestadoras de serviços. RSA
Lemos e Nascimento
(1999)
Resulta em inovações e competitividade no processo, no produto na administração das empresas
ECOEFICIÊNCIA AUTOR CONCEITO ASPECTO
Carvalho e Gomes (2008) e
Silva et al (2011)
É alcançada por meio do fornecimento de bens e serviços com preços competitivos, que satisfaçam a necessidade do consumidor, que traga qualidade de vida, reduzindo o impacto ambiental e o consumo de recursos ao longo do ciclo de vida do produto, minimizando ou eliminando a geração de qualquer poluição.
RSA
RECICLAGEM AUTOR CONCEITO ASPECTO
Hisatugo e Marçal Junior (2007)
Principal solução para um dos maiores problemas ambiental que é a destinação correta para os lixos que são gerados pelas empresas em decorrência do seu processo produtivo.
RSA
LOGÍSTICA REVERSA
AUTOR CONCEITO ASPECTO
Dias e Teodósio
(2006)
Concentração no caminho inverso da produção, ou seja, esforços a partir de produtos descartados após o consumo, visando agregar valor de diversos âmbitos, por meio da reintegração dos componentes e matérias ao ciclo produtivo.
RSA Demajorovic et al (2012)
“Responsabilização das empresas em relação aos produtos pós-consumo, assegurando que estes sejam recolhidos e encaminhados para reaproveitamento ou destinação segura”.
Gonçalves e Marins (2006)
Todas as atividades após a venda do produto/serviço, sendo que o objetivo principal deste instrumento é otimizar e tornar mais eficientes essas atividades gerando uma economia de recursos financeiros.
Fonte: Dados primários (2012).
Os instrumentos apresentados no Quadro 6 contribuem para a prática da
sustentabilidade, juntamente com a responsabilidade social e socioambiental. Dentre
os instrumentos apresentados, vale destacar os Oitos Objetivos do Milênio, que tem
sua formação diretamente envolvida com o tripé da sustentabilidade e por este
envolvimento, será utilizado para elaboração da sistemática proposta neste trabalho
para implantação de projetos socioambientais para a prática da sustentabilidade na
empresa Liderança Serviços. O Quadro 7 apresenta os oito objetivos, bem como
suas respectivas metas.
36
Quadro 7 - Oito objetivos do milênio Objetivo Meta
1- Erradicar a extrema pobreza e a fome • Erradicar a fome entre 1990 e 2015.
2- Universalizar a educação primária • Garantir que, até 2015, todas as crianças, de todas as
regiões do país, independentemente de cor/raça e sexo, concluam o ensino fundamental
3- Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
• Eliminar as disparidades entre sexos, nos ensinos, fundamental e médio, se possível até 2005, e em todos os níveis de ensino, o mais tardar até 2015.
4- Reduzir a mortalidade na infância • Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidade de crianças com menos de 5 anos.
5- Melhorar a saúde materna
• Promover, na Rede do Sistema Único de Saúde (SUS), cobertura universal por ações de saúde sexual e reprodutiva até 2015;
• Até 2015, ter detido o crescimento da mortalidade por câncer de mama e de colo de útero, invertendo a tendência atual.
6- Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças
• Até 2015, ter reduzido a incidência da malária e da tuberculose.
• Até 2010, ter eliminando a hanseníase.
7- Garantir a sustentabilidade ambiental
• Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e reverter a perda de recursos ambientais.
• Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso permanente e sustentável à água potável e esgotamento sanitário.
• Até 2020, ter alcançado uma melhora significativa na vida de pelos menos 100 milhões de habitantes de assentamentos precários.
8- Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento
• Avançar no desenvolvimento de um sistema comercial e financeiro aberto, baseado em regras, previsível e não discriminatório;
• Atender as necessidades especiais dos países menos desenvolvidos. Inclui: um regime isento de direitos e não sujeito a quotas para as exportações dos países menos desenvolvidos; um programa reforçado de redução da dívida dos países pobres muito endividados e anulação da dívida bilateral oficial; e uma ajuda pública para o desenvolvimento mais generosa aos países empenhados na luta contra a pobreza.;
• Atender às necessidades especiais dos países sem acesso ao mar e dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento;
• Tratar globalmente o problema da dívida dos países em desenvolvimento;
• Em cooperação com os países em desenvolvimento, formular e executar estratégias que permitam que os jovens obtenham um trabalho digno e produtivo;
• Em cooperação com as empresas farmacêuticas, proporcionar o acesso a medicamentos essenciais a preços acessíveis, nos países em vias de desenvolvimento;
• Em cooperação com o setor privado, tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em especial das tecnologias de informação e de comunicações.
Fonte: Adaptado de Lohn (2009)
37
Cada país possui seus indicadores e metas, de acordo com sua realidade
econômica, social e ambiental, e o Quadro 7 apresentado anteriormente é referente
aos indicadores e metas do Brasil. Objetivos do Milênio (2012) apresenta ainda
sugestões de ações para contribuir com os objetivos apresentados, que podem ser
praticados por empresas e cidadãos.
Além disso, Objetivos do Milênio (2012) apresentam casos de sucesso de
projetos avaliados e aprovados pelo Portal ODM, que contribuíram para a prática
dos objetivos do milênio, como é apresentado Quadro 8, forçando assim, a utilização
dos Oito Objetivos do Milênio como base em projetos socioambientais.
Quadro 8 - Exemplos de Projetos vinculados aos ODM Objetivo Projeto Idéia chave
1- Erradicar a extrema pobreza e a fome
Comunidade dos Pequenos Profetas – CPP Projeto Clarion
Recife (PE)
Melhorar a qualidade de vida e combater a violência contra a criança em situação de rua, abordando em especial a agressão sexual.
2- Universalizar a educação primária
Associação Vaga Lume Programa Expedição Vaga
Lume Amazônia
Contribuir com o desenvolvimento educacional e cultural de comunidades rurais da Amazônia através do estabelecimento de bibliotecas.
3- Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
Associação de Formação e Reeducação Lua Nova
São Paulo
Promover a inclusão social de mães adolescentes, usuárias de drogas, com histórias marcadas por experiências de abandono precoce, violência ou marginalização.
4- Reduzir a mortalidade na infância
Pastoral da Criança Combater a mortalidade
infantil no Brasil
Contribuir para o desenvolvimento integral das crianças menores de 6 anos, no contexto familiar e comunitário.
5- Melhorar a saúde materna
Prefeitura Municipal de Sobral
Trevo de Quatro Folhas Ceará
Reduzir a morbi-mortalidade materna e infantil, através de uma nova gestão do cuidado materno-infantil e da mobilização da sociedade.
6- Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças
Colégio SEPAM Projeto MENARCA Ponta Grossa (PR)
Contribuir com a prevenção e informação sobre a saúde da mulher para meninas entre 12 e 15 anos utilizando alunas voluntárias desta faixa etária como capacitadoras.
7- Garantir a sustentabilidade ambiental
Associação de Silves pela Preservação Ambiental e
Cultural – ASPAC Amazônia
Melhorar renda e qualidade de vida de comunidades ribeirinhas atuando em projetos de ecoturismo e preservação através de acordos comunitários em parceria com redes de turismo responsável internacionais.
8- Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento
Articulação no Semi-Árido Brasileiro – ASA
Programa Um Milhão de Cisternas Rurais
Beneficiar cinco milhões de pessoas que sofrem com a falta de água potável no semi-árido brasileiro, através da construção de um milhão de cisternas para armazenar chuva.
Fonte: Adaptados de ODM (2012)
38
Compreendendo os conceitos sobre sustentabilidade e algumas formas de
praticá-la, é necessário medir o desempenho desta prática e seus aspectos, para tal
utiliza-se de indicadores, que será conceituado e melhor compreendido no tópico a
seguir.
2.3 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE
Diante do exposto, surge a necessidade de medir a prática da
sustentabilidade, a fim de acompanhar os projetos e ações socioambientais,
buscando identificar lacunas que precisam ser trabalhadas, novas oportunidades de
sustentabilidade e o desempenho da organização, e para tal gestão utiliza-se a
ferramenta indicadores de sustentabilidade.
Indicadores de sustentabilidade são componentes de avaliação, para a
comunicação de forma mais compreensível e quantificável, simplificando
informações complexas, fazendo com que o contexto da sustentabilidade seja
representado o mais próximo possível da realidade (VAN BELLEN, 2006).
Van Bellen (2004) apresenta os indicadores de sustentabilidade como
medida e unidades de medição que resumem as características de um sistema e
pontos deste sistema, simplificando fenômenos complexos, buscando facilitar a
comunicação acerca do desenvolvimento sustentável, transformando o conceito em
dados numéricos, medidas descritivas e sinais orientativos.
Os indicadores de sustentabilidades têm como objetivo transmitir algumas
mensagens, descritas por Veiga (2010) como:
1) A diferença entre indicadores de sustentabilidade e estatística consiste
que o primeiro é com base em projeções, enquanto o segundo é em
observações;
2) Outra diferença entre indicadores de sustentabilidade e estatística está na
exigência de respostas prévias às normativas, contidas somente nos
indicadores de sustentabilidade;
3) Outra dificuldade identificada nos indicadores de sustentabilidade está na
abrangência deste, pois está em um nível global, internacional,
39
principalmente nas questões ambientais, que influenciam e precisam se
cobrados de todos os países, igualmente, prioritárias.
O Instituto Ethos (2012) menciona que Global Report Initiative (GRI),
também utilizado na pratica da sustentabilidade, foi criada com o objetivo de elevar o
nível de qualidade das informações dos Relatórios de Sustentabilidade, suas
diretrizes e indicadores proporciona a comparabilidade, credibilidade, periodicidade
e legitimidade das informações e desempenho da empresa no âmbito social,
ambiental e econômico.
Por ser o relatório de sustentabilidade mais completo, a GRI busca o
envolvimento de mais países na adoção de seu modelo e atualmente mais de 1000
empresas já atuam com sua base de formulação de relatório, sendo no Brasil, 60
empresas. (INSTITUTO ETHOS, 2012).
Lohn (2009) explica que existem sistemas de indicadores em que algumas
temáticas são abordadas, a autora cita três sistemas de indicadores: OCDE
(temáticas: saúde, educação, emprego, acesso ao consumo, segurança pessoal,
condições da habitação e do ambiente físico, lazer e participação social), Nações
Unidas (temáticas: população, saúde, educação, atividade econômica, renda,
patrimônio, uso do tempo, segurança pública, mobilidade social, cultura,
comunicação e lazer) e Habitat (temáticas: uso do solo urbano, habitação, meio
ambiente, desenvolvimento socioeconômico e transporte urbano).
Percebe-se que as temáticas apresentadas são referências globais, em que
a necessidade atendida é de toda a sociedade, sendo assim, pode-se dizer que sua
abordagem é genérica, e as que mais se destacam, por conta da freqüência, são:
saúde, educação e condições urbanas de segurança pública, habitação e outros.
A complexidade do entendimento e prática do termo desenvolvimento
sustentável e sustentabilidade, reflete na construção e utilização dos indicadores de
sustentabilidade e para Guimarães e Feichas (2009), cinco são os principais
desafios para a construção dos indicadores, sendo:
1) Rompimento com a hegemonia da dimensão econômica – os indicadores
econômicos são os mais difundidos na sociedade e na tomada de
decisão, índices como PIB e taxa de juros são integralizados na
40
população, entretanto não são potenciais para medir as questões sociais
e ambientais de um desenvolvimento;
2) Possibilidade de comparabilidade – os indicadores de sustentabilidade
devem ser passíveis de comparação, temporal, por escala, por objetivo,
por população ou faixa de população, dentre outras dimensões que
devem ser levadas em consideração no momento de construção;
3) Possibilidade de participação – permitir a participação da sociedade no
desenvolvimento sustentável é outro desafio encontrado na construção
dos indicadores, pois estes devem possibilitar o destaque da diversidade,
a discussão do desenvolvimento sustentável e a promoção do processo
democrático de planejamento e monitoramento;
4) Critérios de operacionalização – outra dificuldade gira em torno da
apresentação dos indicadores e de sua capacidade de influenciar o
comportamento da sociedade;
5) Relação entre as dimensões e suas interpretações – o último desafio
apresentado está nas diversas dimensões que devem ser utilizadas para
a construção dos indicadores, alguns autores defendem cinco dimensões
(econômica, social, ambiental, geográfica e cultural) e outros defendem as
três dimensões que foram a base do desenvolvimento sustentável e suas
relações (econômico, social e ambiental).
Guimarães e Feichas (2009) complementam ainda que por conta dos
desafios apresentados anteriormente, dificulta-se a criação de indicadores de
sustentabilidade sem direcionar a determinada dimensão, privilegiando
determinados indicadores em detrimento de outros.
Por fim, Uliani et al (2011) concluem que os indicadores de sustentabilidade
tem uma significativa importância, pois evidenciam intervenções necessárias, dão
suporte para a tomada de decisão, representa a realidade empresarial, prestando
auxílio na atribuição de fundos, alocação dos recursos naturais e permitindo a
comparação entre os processos e situações, promovendo advertências e
antecipando futuras condições.
41
2.4 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO
Diante do exposto neste capítulo, percebe-se algumas informações
importantes para a elaboração de uma sistemática para implantação de projetos
socioambientais para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços,
dos quais se destacam que um projeto é um empreendimento planejado, composto
por atividades inter-relacionadas para o alcance de um objetivo, dentro de um
orçamento e por um determinado período de tempo (COHEN E FRANCO, 1999).
Que há diferenciação entre o termo desenvolvimento sustentável e
sustentabilidade, sendo que o último é a prática para alcançar o primeiro
(NASCIMENTO et al, 2008). Influenciando assim na decisão de que no presente
trabalho será utilizado o termo sustentabilidade.
Conclui-se que a conceituação que mais retrata o termo foi apresentada por
Nascimento et al (2008) como atitudes apoiadas no tripé (social, ambiental e
econômico) que atendem as necessidades da presente geração sem comprometer
que as gerações futuras possam atender suas próprias necessidades.
Outra importante consideração deste capítulo que irá contribuir para a
proposta do trabalho se refere quanto ao tripé que compõe a sustentabilidade,
sendo: social, ambiental e econômico, conforme apresentado por Elkington (2012).
Sendo assim, percebe-se que a sistemática deverá ser desenvolvida com base
nessas três dimensões, para não descaracterizar a sustentabilidade. E os Oito
Objetivos do Milênio tem forte relação com o tripé e por isso será adotado para a
sistemática proposta no trabalho.
Diante do exposto, percebe-se que este capítulo contribuiu com informações
e dados de autores renomados, para a elaboração de uma sistemática de
implantação de projetos socioambientais para a prática de sustentabilidade para a
empresa Liderança Serviços, objetivo principal deste trabalho acadêmico.
42
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
O capítulo de métodos e técnicas de pesquisa tem por objetivo apresentar
as formas e os procedimentos adotados para a realização da pesquisa. Os métodos
e técnicas propostos para o objetivo principal deste estudo, que se trata da busca de
características e opiniões para construção do programa de sustentabilidade para a
empresa Liderança Serviços, foram caracterizados e justificados de acordo com as
classificações apresentadas na literatura.
Método é o caminho pelo qual se atinge um objetivo, ou seja, um conjunto
de procedimentos intelectuais e técnicos para se atingir o conhecimento e a
veracidade deste (GIL, 2008). Para uma melhor compreensão, na Figura 2
apresenta-se o fluxo para desenvolvimento dos aspectos metodológicos, os quais
serão explanados nos tópicos seguintes.
Figura 2 - Aspectos metodológicos
Fonte: Dados primários (2012)
3.1 Caracterização da pesquisa
Natureza da pesquisa
Característica
Delineamento
3.2 Contexto e participantes da pesquisa
População
Amostra
3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados
Fonte Instrumentos
3.4 Tratamento e análise dos dados
43
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
Diante do objetivo proposto e da descrição do tema exposto, se fez
necessário o conhecimento de dados da empresa. Para tal, o pesquisador utilizou
métodos, que segundo Cervo e Bervian (1996), se trata de um conjunto de técnicas
gerais, para tornar procedimentos comuns a uma determinada área das ciências ou
a todas as ciências.
Figura 3 - Resumo – Caracterização da pesquisa
Fonte: Dados primários (2012)
Na Figura 3 é apresentado o resumo para o tópico caracterização da
pesquisa, no qual é identificado que a pesquisa é de natureza descritiva, com
característica qualitativa e quantitativa e possui o delineamento de um estudo de
caso. A seguir serão apresentadas as fundamentações para a conclusão da Figura
3.
A natureza descritiva tem como objetivo principal a descrição de
determinada população ou fenômeno. (GIL, 2008). E o presente estudos procura
identificar e descrever dentre outras características a identificação de sexo,
escolaridade, período de experiência do grupo pesquisado que faz parte da empresa
3.1 Caracterização da pesquisa
Natureza da pesquisa
Característica
Delineamento
Descritiva
Qualitativa e Quantitativa
Estudo de caso
44
Liderança Serviços, além descrever sobre as suas ações, iniciativas e projetos
socioambientais.
Cervo e Bervian (1983) complementam ainda que a pesquisa descritiva
estuda fatos e fenômenos, correlacionando os resultados e as variáveis, sem a
interferência do pesquisador, ou seja, sem a manipulação dos dados. Esclarecem
ainda que este tipo de pesquisa é muito praticado pela a área de Ciências Humanas
e Sociais, que ainda não possuem registro. Outra característica que reforça a
definição da presente pesquisa como descritiva, tendo em vista que o pesquisador
não manipulou os dados, apenas tabulou os dados para levantamento dos
resultados.
Justifica-se o caráter qualitativo e quantitativo da presente pesquisa, com o
autor Chizzotti (2005) que define a pesquisa como quantitativa quando esta prevê a
mensuração de variáveis anteriormente estabelecidas, com o objetivo de verificar e
explicar como influenciam outras variáveis, por meio de análise de freqüência de
incidências e de correlações estatísticas, em que o pesquisador descreve, explica e
prediz.
Quando as suas características, concluiu-se que a pesquisa em questão é
de caráter quantitativo, pois trata de dados numéricos em algumas questões do
instrumento de pesquisa. E qualitativo, pois as demais questões da pesquisa tratam
de expressões, opiniões e resultados que não podem ser quantificado
numericamente, e sim a partir de suas características.
Com Marconi e Lakatos (2003) explicam que a pesquisa do tipo quantitativa
consiste em uma investigação cuja principal finalidade é delinear e analisar
características, fatos e fenômenos, caracterizados pela precisão e controle
estatísticos, fornecendo dados para verificação de hipóteses e emprega variáveis
quantitativas. O apêndice A retrata o instrumento que foi utilizado para a pesquisa
ser classificado do tipo quantitativa, em que seus resultados foram analisados a
partir do percentual de representatividade dentro do contexto analisado.
Já a pesquisa qualitativa é definida por Chizzotti (2005) como aquela que é
fundamentada em dados coligidos em relações interpessoais, na participação de
situações informantes, com a análise direcionada para o significado dos atos e neste
caso, o pesquisador participa, compreende e interpreta. Ou seja, a pesquisa
qualitativa é a partir do contexto, linguagem e de dados não numéricos (BARROS;
LEHFELD, 1998). Já o apêndice B retrata o instrumento que caracteriza a pesquisa
45
como qualitativa, tendo em vista que os seus resultados não refletiram dados
numéricos, apenas em constatações qualitativas.
Quanto ao seu delineamento, o presente trabalho também se caracteriza
como estudo de caso, pois segundo Gil (2008) corresponde a características de um
estudo de caso o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, a fim de
adquirir conhecimento detalhado, e este delineamento permite tal conhecimento do
que os demais.
Roesch (2012) defende ainda que, o estudo de caso pode trabalhar com
evidências quantitativas e qualitativas, sendo predominantemente qualitativa, pois
não possui uma estrutura rígida para análise dos dados, o que permite uma maior
flexibilidade na análise e no resultado. E como visto anteriormente, a presente
pesquisa teve como característica ser qualitativa e quantitativa, atendendo assim um
dos quesitos do estudo de caso.
Ainda neste contexto, Cervo e Bervian (1983) descrevem que estudo de
caso se trata de uma pesquisa sobre um determinado individuo, família ou grupo,
para analisar aspectos variados referentes à sua vida. Assim, o presente estudo
justifica-se como um estudo de caso devido a variedade de assuntos estudados
dentro do tema sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, cujo participantes
da pesquisa compõem o quadro de pessoal da respectiva empresa.
3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA
Após a caracterização da pesquisa, é importante determinar a população e
amostra que serão utilizadas para a realização da pesquisa, análise dos estudos, os
quais foram aplicados os instrumentos de pesquisas de dados, que será base para
fazer posteriormente uma análise da pesquisa.
A pesquisa e a análise de dados se fazem necessário em todo o dia a dia,
direta ou indiretamente, pois para a tomada de decisão, é preciso buscar dados,
fazer comparações e posteriormente tomar a decisão, por isso a importância da
compreensão clara do contexto da pesquisa. (BARBETTA, 2007). A Figura 6
apresenta o resumo do processo de pesquisa de dados para responder as
indagações do presente trabalho acadêmico.
46
Figura 4 - Compreensão da pesquisa de dados
Fonte: Barbetta, p.19. (2007)
O objetivo da pesquisa científica é de conhecer as características de
determinada população, Gil (2008) define população como o conjunto de elementos
que se deseja conhecer e ter conclusões validas em relação às características que o
pesquisador deseja conhecer, com a restrição de que esses elementos possam ser
estudados sob a mesma condição.
Roesch (2012) concorda com Gil (2008) e define que população se trata de
um grupo de pessoas, ou ainda empresas, que interessa aplicar a pesquisa para um
propósito específico de estudo. No presente estudo, a população é: 2 diretores e 1
supervisão de estágio, 33 gerentes e coordenadores, da empresa Liderança
Serviços referente ao tema sustentabilidade.
Roesch (2012) complementa ainda, que dependendo do tamanho da
população, o tempo dos pesquisadores, o custo da pesquisa e da capacidade de
processamento dos dados, se faz necessário extrair uma parcela desta população
para a investigação necessária, e a esta parcela dá-se o nome de amostra, que
Barbetta (2007) explica ser parte dos elementos de uma população. A amostra desta
pesquisa não se fez necessária, sendo os instrumentos aplicados com todos os
participantes, considerando que a pesquisa não tem as atribuições apresentadas por
Roesch (2012).
No presente trabalho, os instrumentos de pesquisas de dados, serão
nomeados de: instrumento de coleta de dados A e instrumento de coleta de dados
B, definidos e caracterizados no tópico 3.3.
A população e amostra para a aplicação do instrumento de coleta de dados
A (questionário) foram os gestores da Liderança Serviços, tanto da matriz quanto de
suas filiais, no total foram 33 participantes, restrito às funções de gerentes e
coordenadores, e para o instrumento de coleta de dados B (entrevista), a população
Pesquisa
Dados
Informações
Novos conhecimentos e novas hipóteses
47
pesquisada foi os diretores da empresa e com a supervisora de estágio, que é
responsável pelo desenvolvimento e prática dos projetos socioambientais, sendo
assim a população pesquisada foi de 2 (dois) diretores, sendo eles um Diretor
Adjunto de Finanças e o Diretor Presidente, e 1 (uma) supervisora de estágio, na
função de coordenação de Recursos Humanos. A Figura 5 apresenta o resumo
deste item.
Figura 5 - Resumo – Contexto e participantes da pes quisa
Fonte: Dados primários (2012)
3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Os dados coletados serão tanto de fontes primárias quanto de fontes
secundárias, dados primários são aqueles ainda não levantados e que precisam ser
coletados diretamente com a população, já os dados secundários são aqueles que já
existem em alguma publicação ou arquivo. (BARBETTA, 2007).
Roesch (2012) complementa que os dados secundários podem ser
coletados em documentos, condução de entrevistas, acompanhado pelo
pesquisador. E a entrevistada dirigida, conforme informando anteriormente é um dos
instrumentos de coleta de dados. Já os dados primários, podem ser pesquisados por
meio de questionários, complementa Barbetta (2007) e este é outro instrumento de
coleta de dados.
Diante do exposto, os dois instrumentos de dados que foram utilizados na
coleta de dados corresponde a entrevista dirigida e o questionário, que Chizzotti
(2005) explica ser um composto de questões pré-elaboradas, estrategicamente
CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA
População – Instrumento A
33 gerentes e coordenadores
População - Instrumento B
2 diretores e 1 supervisora
48
sistematizada e seqüencialmente disposta, com o objetivo de captar dos informantes
informações e opiniões referente ao tema do trabalho, que neste caso foi a
sustentabilidade e sua prática dentro da empresa Liderança Serviços.
Em resumo, Gil (2008) conceitua o questionário como sendo uma técnica de
investigação, a partir de um conjunto de questões, submetida a uma população
anteriormente definida pelo pesquisador, para obter informações sobre o
conhecimento, crenças, sentimentos, interesses, comportamento e outros
relacionados ao assunto a ser pesquisado.
Chizzotti (2005) destaca que para o êxito no resultado da aplicação do
questionário é necessário: que o pesquisador tenha transparência dos objetivos e
que este seja claro na formulação de cada pergunta; que o informante compreenda
clara e facilmente as questões, sem dúvida quanto ao conteúdo; e que o
questionário tenha uma estrutura lógica, ou seja, parta do simples para as questões
mais complexas, que sejam coerentes e objetivas.
O questionário aplicado foi composto por 15 questões fechadas, ou seja,
questões para que o respondente escolha uma das alternativas apresentadas no
instrumento, facilitando o padrão de resposta e a análise (GIL, 2008). As primeiras
questões buscam informações sobre o gênero, idade, escolaridade e tempo de
empresa, para caracterizar os participantes, as demais questões são acerca do tema
sustentabilidade em relação a Liderança Serviços e no dia a dia pessoal de cada.
O questionário foi elaborado com orientação dos autores como Chizzotti
(2005), Gil (2008), Roesch (2012) e Barbetta (2007), verificando se alguns
procedimentos foram atingidos, das quais destaca-se: separar as variáveis a serem
levantadas; revisar a bibliografia para mensurar as variáveis; estabelecer a forma de
mensuração das variáveis; elaborar uma ou mais perguntas para cada variável;
deixar a pergunta totalmente clara; verificar se a pergunta não está induzindo
alguma resposta; e verificar se a resposta da pergunta não é óbvia.
O questionário deve ser respondido pelo próprio elemento da população,
sem o acompanhamento do pesquisador ou encarregado no momento do
preenchimento (BARBETTA, 2007). E conforme a orientação do Barbetta (2007) a
aplicação do questionário se deu desta forma, sendo entregue em um encontro dos
gestores da Liderança, sendo divididos em gerentes e coordenadores, facilitando a
aplicação do questionário e o retorno destes.
A entrevista dirigida, ou padronizada, ou ainda estruturada é caracterizada
49
por Marconi e Lakatos (2003) como aquela cujo entrevistador possui um roteiro pré
determinado, com perguntas estrategicamente elaboradoras e postas em sequencia,
e o público a ser entrevistado é previamente determinado, o objetivo deste estilo de
entrevista é analisar e comparar opiniões, referente a um mesmo assunto, com as
mesmas perguntas.
Roesch (2012) explica que a entrevista dirigida absorve informação e grande
escala, entretanto, exige do entrevistador uma padronização nas perguntas
formuladas, para não influenciar a resposta de cada entrevistado. As entrevistas
foram realizadas de forma individual, com cada entrevistado (Diretor presidente,
diretor adjunto de finanças e supervisora de estágio), que conforme Barbetta (2007)
as entrevistas precisam ser aplicadas com elementos que possuem maior
conhecimento sobre o tema pesquisado.
A entrevista foi aplicada com 12 questões pré-estabelecidas e formuladas,
com o intuito de identificar a importância da sustentabilidade para a Liderança
Serviços, o envolvimento da alta administração com a prática do tema estudado e
outras variáveis relacionadas ao tema.
Ambos os instrumentos desenvolvidos e aplicados, tiveram por finalidade
identificar o envolvimento da alta administração e dos líderes da Liderança Serviços
com a prática da sustentabilidade, procurando conhecer a importância do tema para
a organização e para os seus colaboradores, bem como características que
permitam o desenvolvimento de uma sistemática de implantação de projetos
socioambientais para a prática de sustentabilidade mais próximo de sua aplicação
na empresa Liderança Serviços.
Além dos dois instrumentos apresentados até o momento, para
embasamento da pesquisa foi utilizado ainda a pesquisa bibliográfica que para
Cervo e Bervian (1996) tem como objetivo explicar um problema a partir de
referências teóricas que tenham sido publicadas em documentos seguros e de
credibilidade, permitindo uma análise histórica existentes sobre determinado
assunto.
O resultado final para o trabalho será apresentar uma sistemática de
implantação de projetos socioambientais para a prática de sustentabilidade na
empresa Liderança Serviços, a partir dos Oito Objetivos do Milênio, cujo o prazo
coincide com o definido na visão pela empresa Liderança Serviços, auxiliando a
mesma em ser a melhor empresa para se trabalhar no ramo de limpeza e
50
conservação dentre as prestadoras de serviços do Brasil até 2015, além de ter
outros embasamentos como: pesquisas realizadas, o respeito pelo tripé da
sustentabilidade e a realidade da empresa.
Após a coleta de dados será necessário a análise dessas informações.
Barros e Lehfeld (1998) classificam com um das fases mais importantes e
trabalhosas do trabalho, nesta fase, o pesquisador deverá manter sua atenção em
organizar, ler, analisar e interpretar os dados coletados. Os dados serão analisados
a partir do processo analítico-descritivo. A Figura 6 apresenta o resumo deste tópico.
Figura 6 - Resumo de procedimentos e instrumentos d e coleta de dados
Fonte: Dados primários (2012)
A Figura 6 demonstra que os instrumentos de dados coletados foram:
questionário composto por 15 questões e a entrevista composta por 12 questões,
ambos com a finalidade de buscar informações para composição da sistemática de
implantação de projetos socioambientais para a prática de sustentabilidade na
empresa Liderança Serviços.
3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Este item apresenta como os dados foram tratados e analisados. Os dados
quantitativos foram interpretados por meio de gráficos que mostra estatisticamente
as respostas, e os dados qualitativos através de uma análise descritiva dos gráficos
apresentados e das entrevistas realizadas.
Instrumentos de coleta de dados
Questionário (Instrumento A)
Entrevista (Instrumento B)
Envolvimento, importância, característica e demais
variáveis para a elaboração de uma
sistemática para implantação de projeto
para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança
Serviços
51
Para Gil (2008) esta fase de análise e interpretação dos dados, são
processos distintos mais diretamente relacionadas, o primeiro, a análise dos dados é
o resumo e organização dos resultados, já a interpretação diz respeito a procura
pelo sentido mais amplo das respostas.
Roesch (2012) traz a informação de que as pesquisas, de caráter
quantitativo, são normalmente submetidos à análise estatística, que em pequenas
quantidades, como foi a presente pesquisa, a tabulação dos resultados são
realizado a partir de planilhas de codificação manual.
A pesquisa quantitativa foi realizada por meio do questionário, e a análise
será univariada, que conforme Roesch (2012) se trata da análise de freqüências de
cada questão pesquisada.
Outro dado que pode ser analisado é o categórico, ou seja, o qualitativo, que
podem ser analisados quanto a sua freqüência e percentual de composição de
determinado grupo (ROESCH, 2012). Para Gil (2008) a análise qualitativa depende
muito do estilo e da capacidade do pesquisador e apresenta ainda três etapas para
a análise deste tipo de dado: redução (seleção e simplificação dos dados); exibição
(apresentação e organização dos dados de modo a possibilitar a comparação de
semelhanças e diferenças); e a conclusão (revisão para conferir o significado dos
dados, suas regularidades, padrões e explicações).
Outra característica trazida por Gil (2008) para a análise qualitativa está
relacionada a interpretação deste tipo de dados, o qual define que não é possível
separar os processo de análise e interpretação.
A análise e a interpretação dos dados, sejam eles quantitativos ou
qualitativos, devem ser realizadas em conjunto com o problema da pesquisa e o
objetivo geral da pesquisa, tendo em vista que o resultado obtido dará base para
resposta do questionamento inicial (GIL, 2008). E neste trabalho a pergunta
problema apresenta na introdução foi: Como a empresa Liderança Serviços pode
praticar projetos de sustentabilidade? E a proposta para este questionamento é a
elaboração de uma sistemática de implantação de projetos socioambientais para a
prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços.
Figura 7 - Resumo de análise e interpretação dos da dos Fonte: Dados primários (2012)
Análise dos dados
Interpretação dos dados
Elaboração da sistemática de implantação de projetos
52
A Figura 7 apresenta em resumo o que foi tratado neste tópico, sendo que
foi apresentado como será a análise dos dados, a interpretação deste e a finalidade,
que se trata da elaboração de uma sistemática para implantação de projetos
socioambientais de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços. Ou seja, a
pesquisa realizada e explicada, em aspectos metodológicos, será base para a
construção desta sistemática.
A fundamentação teórica e nos aspectos metodológicos apresentados até o
momento, servirão de base para a elaboração desta sistemática, todavia para que o
programa desenvolvido tenha uma aplicabilidade é necessário conhecer a empresa
em que o estágio foi desenvolvido, assim sendo, no próximo tópico teremos a
caracterização da empresa Liderança Serviços.
53
4 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
A empresa Liderança – Limpeza e Conservação Ltda., conhecida como
Liderança Serviços, foi fundada em 15 de março de 1995, na cidade de São José
em Santa Catarina, pelo atual Diretor Presidente Sr. Francisco Lopes de Aguiar e
tem por objetivo prestar serviços terceirizados e especializados, sendo o principal
ramo de atividade a limpeza e conservação.
No início contava com um pouco mais de 10 colaboradores e hoje seu
quadro de efetivo é composto por aproximadamente 16.000 colaboradores ativos.
Tem sua sede localizada na rua Antônio Mariano de Souza, 775 – bairro Ipiranga -
cidade de São José – estado de Santa Catarina e distribuição por 12 estados
brasileiros, sendo 3 filiais (Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo), 8 escritórios
(Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa
Catarina) e prepostos (Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará, Alagoas e
Distrito Federal).
As filiais são compostas por espaços físicos, legalmente registrados como
filiais, com CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) e demais dados, e a
estrutura organizacional é formada conforme a Figura 10.
Figura 8 - Matriz e filiais
Fonte: Dados primários (2012).
54
As três filiais possuem a estrutura física localizada nas capitais dos
respectivos estados, sendo que Curitiba/PR e Porto Alegre/RS possuem a gerência
da filial e a filial São Paulo, não possui está função na hierarquia, sendo esta
responsabilidade da matriz. O quadro de pessoal localizado nas filiais são
considerados administrativos, excetos os supervisores e fiscais, e atendem todo o
estado no qual estão localizadas, inclusive, interior e fronteiras.
Os escritórios se diferenciam das filiais, referente ao cadastro legal e suas
atribuições, possuem um responsável pelas atividades, mas não realizam gestão de
contratos, sendo que a principal finalidade é possuir uma estrutura física para
atender a demanda de regiões distantes das filiais e com mais contratos de
prestação de serviços. Os escritórios são localizados nas cidades de: Rio de
Janeiro/RJ, Vitória/ES, Cuiabá/MT, Chapecó/SC, Joinville/SC, Campinas/SP,
Bauru/SP e Pelotas/RS. E são auxiliados pelas filiais e matriz.
Nas cidades de Belo Horizonte/MG, Campo Grande/MS, Salvador/BA,
Fortaleza/CE, Maceió/AL e Brasília/DF a Liderança Serviços é representada por
prepostos, além de supervisores que atendem os contratos de prestação de serviços
firmados na região, que são em menor quantidade, não justificando ou pagando um
investimento para a criação de uma estrutura física.
Por atuar em diversos estados a Liderança Serviços utiliza a ferramenta ISO
9001/2000, da qual possui certificação desde 2003, que veio para padronizar a
prestação dos serviços, o atendimento, os processos, as ferramentas, bem como
disseminar para todos os colaboradores, os valores, filosofia e missão da empresa.
E a utilização da ISO 9001 permite que os processos sejam padronizados em
qualquer local de atuação da empresa (WALTER, 2005).
Os serviços comercializados e prestados pela Liderança Serviços são em
diversas áreas, sendo a principal divisão de seu mercado de atuação: clientes de
entidades públicas e clientes da iniciativa privada.
No âmbito governamental, atua desde sua fundação, nas esferas: municipal,
estadual e federal e desde 2009 está presente na iniciativa privada, sendo que seus
clientes são predominantemente pessoas jurídicas, do segmento de
telecomunicação, varejo, moda, condomínio residencial e comercial, indústria,
distribuidora, transportadoras, bancos e financeiras.
Devido a cláusulas de sigilo e confidencialidade de seus contratos de
prestação de serviços, não pode ser exposto neste trabalho os seus principais
55
clientes. Essas cláusulas são utilizadas neste tipo de contrato, tendo em vista que
alguns serviços tratam de informações confidencias em que as duas partes
envolvidas, são protegidas não só eticamente, como de forma contratual e legal.
Os serviços que a Liderança Serviços oferece aos seus clientes são
prestados na área de: apoio administrativo, ascensoria, copa e café, digitação,
recepção, zeladoria, garçom, jardinagem, motorista, portaria, mão de obra em geral
(secretaria, motoboy e outros) e limpeza e conservação.
A empresa tem como destaque o segmento de limpeza e conservação, que
no ano de 2011 foi considerada a maior empresa no ramo de limpeza e
conservação, em faturamento, sendo em valores aproximadamente R$
191.000.000,00.
O mercado de atuação da Liderança Serviços, principalmente no ramo de
limpeza e conservação, é competitivo, sendo que duas grandes empresas são as
mais fortes concorrentes, tanto em atendimento da região, quanto em faturamento,
são elas: Brasanitas e Gocil, ambas fundadas antes da Liderança Serviços.
A Brasanitas foi fundada em 1962 na cidade de São Paulo/SP e hoje é
formada por um grupo de empresas, conta com um quadro de pessoal de
aproximadamente 20.000 colaboradores. No estudo da responsabilidade
socioambiental a Brasanitas atua com um programa e quatro projetos, desenvolvidos
com parceiros, são eles: Programas de inclusão e valorização (com a inclusão no
mercado de trabalho de pessoas com deficiência) este programa conta com dois
projetos (Programa de Aprendizagem e Programa Social); Projeto Social Arremesso
para o amanhã (incentivo através do esporte para crianças e adolescentes -
basquete); e Festival Somos Iguais (Incentivo através do esporte de inclusão a
pessoas com deficiência física – natação).
A empresa Gocil foi fundada em 1985, em Bauru/SP, quanto a sua
responsabilidade socioambiental, esta empresa apresenta a visão da
sustentabilidade dentro do tripé: ambiental, social e econômico, e se identificam
como vigilantes do planeta e possui um manual de sustentabilidade.
Além dos concorrentes, outros stakeholders que influência e são
influenciados pela Liderança Serviços corresponde aos fornecedores. No Quadro 9
será apresentado a linha de produtos e seus fornecedores.
56
Quadro 9- Linha de produtos e fornecedores Fornecedor Insumo Cliente Administrativo
A Materiais de limpeza X X B Materiais de copa X X C Materiais de jardinagem X D Equipamentos e maquinários X E Uniformes X X F Equipamentos de proteção X X G Materiais de expediente X
Fonte: Dados primários (2012)
O Quadro 9 apresenta que a Liderança Serviços tem sete tipos de
fornecedores, que são classificados de acordo com o insumo fornecido. Outra
classificação apresentada no Quadro 9 é o destino dos insumos, que podem ser
diretamente ao cliente, diretamente ao administrativo (matriz, filiais, escritórios e
prepostos) ou em ambos os locais.
Devido a cláusula de sigilo e confidencialidade, não têm-se acesso às
informações dos principais fornecedores, sabe-se entretanto que a maioria é
localizada em São Paulo, por ser a região com mais contratos da empresa Liderança
Serviços, conseqüentemente com mais insumos demandados.
Quanto aos colaboradores, internamente a Liderança Serviços possui
atitudes e ações organizacionais para desenvolver o corpo funcional, por exemplo, a
Liderança Serviços possui e divulga aos seus colaboradores o Código de Conduta,
no qual constam informações organizacionais e quais os deveres deles dentro e
para com a empresa.
No Anexo 1 é apresentado o Código de Conduta da Liderança Serviços, que
dentre algumas informações constam: negócio, missão, valores e condutas de
relacionamento da organização, quais sejam:
• Negócio – Bem estar e comodidade;
• Missão - Satisfazer plenamente os clientes internos e externos, através de
atendimento ágil e serviços de qualidade, buscando profissionais
motivados e comprometidos;
• Valores – Comprometimento, valorização do ser humano, aprendizagem,
economicidade, disciplina, eficiência, presteza e agilidade;
• Reconhecer as pessoas certas – Demonstra algumas características que
a organização reconhece como sendo essencial ao profissional e para a
57
própria empresa;
• Condutas de relacionamento – Não ao preconceito, propriedade
intelectual, conflito de interesses, confidencialidade, concorrência leal,
comunidade e meio ambiente e práticas disciplinares.
O código de conduta da Liderança Serviços foi elaborado pela EGQ (Equipe
da Gestão de Qualidade) de Sustentabilidade, buscando reforçar os valores e
condutas de relacionamento aceitas pela organização, bem como conscientizando
quanto ao preconceito e assédio.
A comunicação deste Código de Conduta é realizada por meio de televisores
internos, emails, murais e quadro de acrílico, anexado em cada gestão, enfim em
locais de fácil e clara localização, além de fazer parte do Kit Integração, que
acompanha os novos colaboradores desde sua contratação.
Outra informação importante e que não consta no Código de Conduta, por
questões estratégicas e internas da organização, é a visão de ser a maior em
faturamento e a melhor empresa para se trabalhar no ramo de prestação de serviços
de limpeza e conservação no Brasil até 2015, respeitando a margem de contribuição
mínima definida em planejamento estratégico.
A estrutura organizacional da Liderança Serviços é composta por diversos
setores, que dentro da empresa recebem a nomenclatura de Gestões, com quatro
grandes níveis hierárquicos, conforme a Figura 9.
58
Figura 9 - Organograma
Fonte: Liderança Serviços (2012)
59
As gestões apresentadas no organograma são compostas por gerência,
algumas com coordenações e líderes de grupo, além dos assistentes, e os menores
aprendizes, que são em grande número no quadro administrativo. Diante do
exposto, o Quadro 10 apresenta brevemente a função de cada gestão apresentada
na Figura 11.
Quadro 10 - Resumo do organograma Gestão Função
Qualidade Responsável pela normatização e cumprimento dos padrões da ISO 9001, bem como auditorias, ata em reuniões, atualização e cumprimento das Instruções de Trabalho, procedimentos e registros.
Recepção Responsável pelas três recepções existentes na matriz, bem como envio e recebimento de malotes e correspondências, controle do motoboy, recepção de visitantes e outros.
Jurídico e Assessoria Jurídica
Responsável pela defesa das causas trabalhistas, tanto administrativas quanto operacionais; e pela defesa e entrada de processos empresariais e de contratos de prestação de serviço, respectivamente.
Arquivo Responsável pelo arquivo de documentos sejam eles: cartões pontos, processos trabalhistas, guias de FGTS, contratos encerrados e outros.
Pessoal Responsável pelo o processo burocrático de admissão, demissão, folha de pagamento, sindicatos, FGTS, INSS, atualizações em CTPS, pagamento de PIS e outros.
Faturamento Responsável pela emissão e envio de notas fiscais, bem como documentação que deve acompanhar é a responsabilidade desta gestão.
Operacional Público Responsável pela operacionalização, a execução dos serviços nos contratos de prestação de serviços firmados entre a Liderança Serviços e seus clientes públicos.
Operacional Privado/SC Responsável pela operacionalização, a execução dos serviços nos contratos de prestação de serviços firmados entre a Liderança Serviços e seus clientes públicos de Santa Catarina e privados de todos os estados.
Comercial Público
Responsável pela comercialização dos contratos com clientes públicos; pela gestão dos contratos públicos e manutenção e faturamento dos mesmos; e pela repactuação e reajuste dos contratos públicos, respectivamente.
Comercial Privado Responsável pela comercialização dos contratos com clientes privados, a gestão dos contratos privados e manutenção e faturamento dos mesmos e a repactuação e reajuste dos contratos privados.
Contabilidade Responsável por todas as atividades contábeis de fiscalização, balanço patrimonial e demonstrativo de resultado do exercício.
Benefícios Responsável pelo pagamento dos benefícios de vale alimentação e vale transporte, para o corpo administrativo e operacional.
Suprimentos
Responsável pela compra e envio de materiais de copa para os contratos com previsão destes; pela compra e envio de materiais de limpeza e jardinagem para os contratos com previsão destes; e pela compra e envio de equipamentos para os contratos com previsão destes, respectivamente.
Financeiro Responsável pela contas a pagar e a receber, bem como pela cobrança e investimentos da empresa.
Recursos Humanos Desenvolvimento do ser humano, por eles são realizados e viabilizados os treinamentos, recrutamento e seleção, comemorações, gincanas, e os projetos e ações socioambientais.
Fonte: Dados primários (2012)
60
Atualmente, a gestão de Recursos Humanos é responsável por desenvolver
os projetos socioambientais, promover, divulgar e conscientizar os colaboradores e
demais stakeholders quanto a prática destes, bem como de firmar parcerias para
viabilização destes projetos, tendo em vista que a empresa Liderança Serviços não
possui uma área de sustentabilidade.
A formação desta gestão é composta por uma coordenadora, duas analistas
e um menor aprendiz, sendo que estes devem hierarquicamente responder a
Diretoria Adjunta de Finanças.
Além dos projetos socioambientais é de responsabilidade da gestão de
Recursos Humanos o desenvolvimento dos colaboradores do corpo administrativo
da matriz e das filiais, suas atividades vão desde o recrutamento e seleção,
benefícios indiretos, pesquisa de satisfação interna até o aperfeiçoamento contínuo
dos colaboradores, inclusive do corpo operacional da matriz.
A Gestão de Recursos Humanos viabiliza ações que concretizam a
preocupação da Liderança Serviços com os colaboradores, que caracteriza uma
ação de responsabilidade social, tendo em vista que a mão de obra empregada é
um número considerável, e promover benefícios que garantam uma qualidade de
vida mais adequada, é uma maneira visível de atuação socialmente responsável,
pois demonstra que a empresa faz além de suas obrigações trabalhistas.
Dentre os benefícios que a Liderança Serviços fornece, além dos legais
como vale alimentação e vale transporte, têm-se outros, cuja viabilidade fazem parte
das responsabilidades da Gestão Recursos Humanos, dentre os quais são
destacados alguns na Figura 10.
61
Figura 10 - Benefícios Indiretos
Fonte: Dados primários (2012)
A Figura 10 apresenta benefícios não obrigatórios ligados a estímulos para
os colaboradores, envolvendo-os em várias dinâmicas e atendendo as necessidades
básicas, quais sejam:
• Homenagens para os colaboradores nos momentos de comemoração
nacional como: Dia dos pais, Dia das mães e Dia das mulheres, em que é
envolvido lembranças com o tema relacionado e com a Liderança
Serviços.
• Cuidados com a saúde: A parte I está relacionada a preocupação
preventiva, com a viabilidade para prática de trilhas, ginásticas laborais e
a vacinação contra a gripe. A parte II está relacionada aos convênios
médicos, que é disponibilizado para colaboradores com mais de dois anos
de Liderança Serviços, sendo o plano sem co-participação e carência,
além de cobrir consultas, exames, cirurgias, cesarianas e outras questões
emergências e ambulatoriais;
• Divulgação dos aniversariantes do dia por email, para todo o grupo
Liderança Serviços, e os aniversariantes do mês no site da empresa, além
de presentear os colaboradores com presentes inovados anualmente;
62
• Gincanas: as gincanas é a promoção de trabalho em equipe, estimulando
a competitividade e ao mesmo tempo o trabalho em equipe, com
premiações para as gestões vencedoras e com lembranças para cada
colaborador.
Além da viabilidade dos benefícios não obrigatórios, é de responsabilidade
da Gestão de Recursos Humanos o aperfeiçoamento e desenvolvimento dos
colaboradores, sejam eles por meio de treinamentos, incentivo e auxílio à educação.
Quanto ao aperfeiçoamento dos colaboradores, a Liderança Serviços,
promove treinamentos e viabiliza cursos aos envolvidos, pensando em sua filosofia
empresarial de qualidade, aperfeiçoamento e melhoria contínua. E com este
pensamento no ano de 2012 lançou o Programa “Treinar para Crescer”, em que
foram programados diversos cursos e treinamentos de acordo com a necessidade
de cada gestão.
Dentre os treinamentos e cursos oferecidos, apresenta-se alguns no Quadro
11, no qual consta também o objetivo principal de cada curso e o público alvo.
Quadro 11- Treinamentos e Cursos Treinamento / Curso Público alvo Objetivo
Auditoria Administrativo – Matriz Formação de auditores internos para
validação de 5S, 8R e outros.
Materiais de Limpeza Operacional – Filial PR Otimização e aprovação de pedidos de
materiais de limpeza.
Nota fiscal eletrônica Administrativo – Matriz Emissão, lei, regra e prazos
relacionados a nota fiscal eletrônica.
Vendas Administrativo – Matriz Dicas, esclarecimentos e inovações no
serviço de limpeza para vendas.
Atendimento Administrativo – Matriz Aperfeiçoamento no atendimento aos
clientes privados.
Padrinho e Madrinha Administrativo – Nacional Formação de colaboradores para integrar os novos ao ambiente de
trabalho.
Motivacional OP Administrativo – Matriz Integrar os colaboradores do
operacional que cuidam do operacional estados.
Faturamento Administrativo – Matriz Integração entre os setores comercial
contrato e faturamento.
Auxílio Educação Administrativo – Nacional Auxílio financeiro para os colaboradores
administrativos na continuidade dos estudos.
Limpeza profissional Operacional – Matriz Técnicas de limpeza profissional e com produtos e procedimentos sustentáveis.
Fonte: Dados primários (2012).
O Quadro 11 apresenta os principais treinamentos, cursos e auxílio para o
63
aperfeiçoamento do colaborador como profissional, beneficiando a empresa e o
próprio profissional. Dentre eles se destaca o auxílio educação, no qual a empresa
participa com um percentual que varia até 50% da mensalidade de cursos de
graduação e pós graduação.
Outra característica da Liderança Serviços diz respeito a localização da sua
matriz, que para os colaboradores proporcionam a comodidade de parceria junto a
creches e restaurantes próximos, permitindo a convivência destes mais próximos
com os filhos e com a família, podendo atender qualquer necessidade com rapidez.
Outra vantagem da sua localização está relacionada ao stakeholder
comunidade no qual está inserida, pois gera emprego na região, capacitação, vinda
de novos comércios para as proximidades, como supermercados, farmácias,
padarias, escolas, creches e outros comércios em geral, demonstrando que além de
cumprir com seu papel empresarial, proporciona o giro na economia do comércio da
região.
Ainda quanto a localização, diante de sua distribuição geográfica e de ter um
alto número de colaboradores, a Liderança Serviços tem o desafio de realizar a
comunicação com todos os colaboradores e esse desafio também está relacionado à
prática dos projetos socioambientais, o que dificulta a propagação da causa. Para
minimizar tal dificuldade a Liderança Serviços utiliza alguns meios de comunicação,
apresentado na Figura 11.
Figura 11 - Comunicação interna e externa
Fonte: Dados primários (2012).
64
Na Figura 11, são apresentados os meios de comunicação utilizados para a
relação com seu público externo, principalmente os clientes, foram destacados:
• Outdoor – foram distribuídos pela Grande Florianópolis, cinco outdoors
com a divulgação da Liderança Serviços;
• Jornais – são divulgados informações da Liderança Serviços e vagas de
emprego;
• Revista - há divulgação em revistas de cliente e de parceiros;
• Folder de divulgação – material de divulgação para comercialização dos
contratos privados;
• Televisão – em comerciais junto a parceiros, inclusive, alguns são
clientes;
• Página da Internet – página específica e também em redes sociais,
facilitando o canal de comunicação com o atendimento online;
• Email – Principal ferramenta de comunicação, com assinaturas
padronizadas e regras interna de comunicação;
• Contato pessoal – outra forma de comercialização de seus contratos
privados, divulgando a empresa, por meio de consultores de vendas, bem
como de seus serviços especializados.
Ainda a Figura 11 apresenta as formas de comunicação utilizada pela
Liderança Serviços para o seu público interno (os colaboradores) e seu público
externo (fornecedores e principalmente clientes). Na comunicação interna, os meios
utilizados para realizar o contato são:
• Mural – em cada setor existe um mural de aviso, em que são alocados
comunicados referente aos colaboradores e comunicados do próprio
setor;
• Skype – cada colaborador administrativo recebe seu código de usuário e
senha para utilização do skype, que é um facilitador de comunicação por
mensagens instantâneas, pelo computador e celular, com custo baixo, é
possível manter a relação e a comunicação com e entre os colaboradores;
• Email – assim como o skype, cada colaborador administrativo recebe um
endereço eletrônico, com extensão @lideranca.com.br, para comunicação
65
com os demais colaboradores e também com os clientes e fornecedores,
é o principal meio de comunicação utilizado na empresa;
• Portal do colaborador – é a mais nova ferramenta desenvolvida pela
Gestão de Tecnologia da Informação e Inteligência da Liderança Serviços
para facilitar a comunicação com os colaboradores, é uma página na
internet, específica para os colaboradores, com o informativo online,
artigos, promoções internas e outros comunicados;
• Redes sociais (facebook) – junto com a atualização de seus processos a
Liderança Serviços também aderiu as redes sociais para se comunica
com os seus stakeholders;
• Sistema de informação – os sistemas utilizados pelos colaboradores
administrativos também enviam mensagens para os mesmos, além de
terem em seu fundo de página, por semana, um dos valores da Liderança
Serviços;
• Telefone – o meio de comunicação usual para comunicação, e dentro
deste tópico, inseri-se: rádios, celulares e os telefones fixos;
• Informativo – é a forma de comunicação com maior sucesso para atingir
os 16.000 colaboradores, pois o informativo é anexado junto ao cartão
ponto de cada colaborador, permitindo assim, que o mesmo participe da
empresa, enviando fotos, depoimentos e sugestões.
O Informativo é o principal meio de comunicação com os colaboradores
operacionais, isto é, os colaboradores dispostos nos clientes, assim o Informativo
atinge os colaboradores e os clientes. No informativo há o convite e viabilidade para
participação do mesmo, na tentativa de promover o maior envolvimento, dos 16.000
colaboradores distribuídos pelos estados de atuação.
Em relação aos projetos, ações e iniciativas socioambientais desenvolvidas
e praticas pela Liderança Serviços, serão expostos a seguir nos três quadros
resumo, no qual as práticas socioambientais são divididas em: iniciativas, ações e
projetos.
66
Quadro 12 - Iniciativas socioambientais Iniciativa Resumo Público alvo
Festa de final de ano 2011
A festa anual que é promovida para o corpo administrativo, no ano de 2011 teve o tema sustentabilidade, a camiseta
teve o slogan “Todo mundo pela sustentabilidade”
Corpo administrativo – Matriz e filiais
Concurso Cultural
No ano de 2012 para comemorar o dia das Crianças foi promovido o Concurso Cultural, em que os filhos de
colaboradores administrativos e operacionais enviaram desenhos com o tema sustentabilidade e concorreram a
prêmios.
Filhos do corpo administrativo – Matriz e filiais
Gincana do Trabalhador e
Páscoa
No ano de 2012 a páscoa e o dia do trabalhador foram comemorados de forma diferente, houve uma gincana para
cada data comemorativa, em que as provas envolviam o tema sustentabilidade.
Corpo administrativo – Matriz e filiais
Informativo O informativo físico e online, além do portal do colaborador,
ocorre divulgações de matérias esclarecendo sobre o uso do copo descartável e outras conscientizações.
Corpo administrativo – Matriz e filiais
Fonte: Dados primários (2012).
As iniciativas socioambientais são pequenos atos que instigam o
envolvimento e a conscientização dos colaboradores para a sustentabilidade, os
resultados destes pequenos atos são inversamente proporcionais aos seus
resultados. As iniciativas atingem os mais diversos públicos, crianças, colaboradores
administrativos e operacionais.
As iniciativas socioambientais iniciaram em 2011, com a festa de final de
ano, conforme o Quadro 12, bem como as principais ações socioambientais
praticadas pela empresa Liderança Serviços e predominantemente envolvendo os
colaboradores administrativos e operacionais, um dos seus stakeholders.
Além das iniciativas, que são pequenos atos para prática da
sustentabilidade, a Liderança Serviços também trabalha com ações socioambientais,
que são praticas que atinge um público e prazo maiores do que as iniciativas,
conforme o Quadro 13.
Quadro 13 - Ações socioambientais Ações Resumo Público alvo
SEAC Em parceria com o Sindicato de Asseio e Conservação – SEAC, a empresa participa anualmente da limpeza de um
local da cidade de Florianópolis/SC.
Corpo administrativo –
Matriz
Conscientização Operacional
Envolvimento dos colaboradores operacionais, na utilização adequada dos recursos naturais, na reciclagem do lixo e na
conscientização como cidadão da sustentabilidade, com dicas sustentáveis no cartão ponto e no formulário de pedido
de materiais.
Corpo Administrativo e
Operacional
Ecolino
Foi promovido a criação pelo colaboradores administrativos, de um mascote da economicidade, e conscientização do uso
dos recursos naturais para a empresa, premiando o vencedor na festa de final de ano de 2011.
Corpo administrativo – Matriz e filiais
67
Ações Resumo Público alvo
Caneca personalizada
Todos os colaboradores administrativos, da matriz e filiais, receberam canecas personalizadas do Ecolino, para troca
dos copos descartáveis de café.
Corpo administrativo – Matriz e filiais
Agendas 2012
As agendas de 2012 foram personalizadas em papel reciclado, sendo agenda caderno, em que cada usuário pode
marcar a data de cada folha, podendo então ser reaproveitada, e estas foram entregue a colaboradores,
fornecedores e clientes.
Corpo administrativo, fornecedores e
clientes
Envolvimento
No informativo de 2012, é solicitado idéias, novidades e ações para a prática da sustentabilidade, por meio do
informativo, que chega aos 20.000 colaboradores, anexado ao cartão ponto dos mesmos.
Corpo administrativo – Matriz e filiais
Papel rascunho Promoção junto ao corpo administrativo para reutilização de papel, como rascunho, de documento que foram impressos e
que não são confidenciais.
Corpo administrativo – Matriz e filiais
Email Envio de frase automática ao final do email para
conscientização de verificar a real necessidade de impressão
Corpo administrativo – Matriz e filiais
Arquivo digital Arquivo de documentos, emails e ordens de serviço de forma
digital, evitando impressão e maior espaço físico para arquivamento de documentos.
Corpo administrativo – Matriz e filiais
Mc Dia Feliz
Anualmente a Liderança Serviços participa da ação Mc Dia Feliz, realizando a compra de 100 vales Big Mac e sorteados
no corpo administrativo para colaboradores que possuem filho
Corpo administrativo – Matriz e filiais
Pasta de contratos
Reutilização de pastas de contratos, evitando a compra de novas pastas, cujo o material é papelão, evitando maior
descarte deste material no planeta.
Corpo administrativo – Matriz e filiais
Fonte: Dados primários (2012).
O Quadro 13 trouxe as ações, que são atos contínuos praticados pela
empresa e que envolvem públicos como: comunidade, filhos dos colaboradores,
colaboradores, meio ambiente, sociedade, por meio de conscientização e estímulo a
pratica de ações socioambientais.
No Quadro 14 são expostos os projetos socioambientais praticados pela
Liderança Serviços, com a informação adicional de parceiros envolvidos para a
manutenção dos projetos.
Quadro 14 - Projetos socioambientais
Projeto Resumo Classificação Parceiros
Crescendo com as diferenças
Projeto desenvolvido com parceria com a Fundação Catarinense de Educação
Especial, na capacitação e inclusão de deficientes físicos e mentais no mercado
de trabalho
Social e econômico
Colaboradores e Fundação
Catarinense de Educação Especial
Oficina de Reciclagem
Projeto junto a ACIC em que emprega e capacita 20 alunos da ACIC, na coleta,
triagem e vendas dos materiais recicláveis, coletados na própria
Liderança Serviços.
Sustentabilidade Corpo
Administrativo – Liderança
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Projeto Resumo Classificação Parceiros
De Olhos Para o Futuro
Um projeto junto a ACIC - Associação Catarinense para Integração dos Cegos,
a fim de promover a capacitação aos alunos da associação, bem como
melhorias ao patrimônio da mesma, gerando o comprometimento social a
todos os envolvidos.
Social e econômico
Corpo Administrativo -
Liderança e Fornecedor placa
de patrimônio
Jovem aprendiz
Projeto desenvolvido a partir de um cumprimento legal de empregar jovens
aprendizes, que são capacitados e efetivados na empresa, permitindo a
continuidade dos estudos e da empregabilidade
Social e econômico
Colaboradores e Associação Dona
Anastácia
Lar de Idosos
Projeto para recuperação do espaço físico do lar de idosos de
Florianópolis/SC, promovendo o envolvimento voluntário dos
colaboradores administrativos e operacional da matriz.
Social e econômico
Colaboradores administrativos e operacionais da
matriz
Equipe Gestão de Qualidade –
Sustentabilidade
Foi criado uma equipe especifica para a discussão e aplicação de ações
sustentáveis na Liderança, desde o âmbito administrativo até o operacional.
Sustentabilidade Grupo específico -
Corpo Administrativo
Liderança Fonte: Dados primários (2012).
Um dos projetos socioambientais desenvolvidos pela Liderança Serviços lhe
rendeu o prêmio de responsabilidade socioambiental do estado de Santa Catarina, o
projeto que permitiu essa premiação foi o Crescendo com as Diferenças,
desenvolvido em 2011. E para o ano de 2012 o projeto que vai concorrer a
premiação é o Projeto Lar de Idosos.
Além deste prêmio, a Liderança Serviços também está concorrendo em
2012 a premiação de empresa socialmente responsável com a publicação de seu
Balanço Social, sendo este o primeiro ano desta publicação, promovido pela
Assembléia Legislativa de Santa Catarina.
No Quadro 14 ainda é apresentado em qual dimensão se classifica cada
projeto desenvolvido e praticado pela Liderança Serviços, e dos projetos
apresentados, dois são classificados como de sustentabilidade, sendo eles: Oficina
de Reciclagem e Equipe Gestão de Qualidade – Sustentabilidade. Estes foram
classificados como de sustentabilidade, tendo em vista que abordam a questão
ambiental, social e econômica, ou seja, o tripé que embasa a sustentabilidade e o
desenvolvimento sustentável.
A partir da identificação das iniciativas, ações e projetos socioambientais
69
praticados pela Liderança Serviços, no próximo tópico serão expostos os resultados
das pesquisas que foram realizadas, com dados das entrevistas com os diretores e
supervisão de estágio, e com os dados dos questionários, aplicados com os
gerentes e coordenadores.
70
5 RESULTADOS
Neste tópico serão apresentados os resultados das pesquisas realizadas por
meio de entrevistas e questionários, com os líderes da empresa Liderança Serviços,
referente a caracterização da empresa e sua relação com a sustentabilidade.
As entrevistas, foram realizadas conforme a sequencia exposta no Apêndice
A, ocorreu no mês de agosto do ano de 2012, individualmente com cada
participante, em locais reservados e sem interferências. As três entrevistas foram
gravadas, para que o pesquisador fosse fiel a integridade de todas as respostas. Os
entrevistados foram:
• Entrevistado 1: Supervisora de Estágio e Coordenadora Recursos
Humanos
• Entrevistado 2: Diretor Presidente
• Entrevistado 3: Diretor Adjunto de Finanças
O questionário aplicado para os gerentes e coordenadores no total,
conforme o Apêndice B. Foi realizado em um encontro destes líderes, fora das
dependências da Liderança Serviços, tendo o retorno do instrumento neste mesmo
evento, o pesquisador não participou da aplicação desta pesquisa, que ocorreu em
agosto de 2012, esta foi aplicada pela supervisora de estágio.
5.1 ENTREVISTAS
Neste tópico será apresentado os Quadros referente as perguntas que
orientaram as entrevistas, bem como a análise final com base nas respostas dadas
pelos três entrevistados.
Quadro 15 - Pergunta 1 do roteiro de entrevista
Como o senhor (a) define a sustentabilidade ou o desenvolvimento sustentável? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3
Ações que visam promover um desenvolvimento de sociedade e de meio ambiente, e que este desenvolvimento seja durável, que elimina aquilo que tenha desperdício, que minimizem causas que já aconteceram.
Aquilo que garante a continuidade, da vida, dos processos, da empresa, pois tudo que se faz no presente ecoa durante toda a vida, o que se faz aqui reflete no futuro, em maior ou em menor grau.
Uma forma de gestão corporativa e de redução de custo, em que se busca realizar a atividade fim da empresa sem prejudicar a sociedade.
Fonte: Dados primários (2012)
71
No Quadro 16 percebe-se que os entrevistados concordam que
sustentabilidade são ações praticadas com o objetivo de garantir a continuidade e a
durabilidade do desenvolvimento, sem prejudicar a sociedade e o meio ambiente.
Quadro 16 - Pergunta 2 do roteiro de entrevista Na sua opinião, a sustentabilidade, hoje, faz parte do negócio da empresa? De que form a?
Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 Sim. Se pensar na lógica de pessoas, faz, porque a empresa deve fazer com que cada vez mais as pessoas tenham ações sustentáveis no seu desenvolvimento. Apesar de estar dentro dos valores, intrinsecamente, ainda falta ações para praticar e promover a sustentabilidade
Não faz parte do negócio da Liderança, percebe-se que ela não faz parte do core business da empresa, mas está presente no processo de perenidade da empresa.
Formalmente a sustentabilidade não faz parte do negócio da empresa, entretanto, intrinsecamente existe nos valores da Liderança Serviços. O trabalho com a sustentabilidade pela empresa está muito recente, iniciou no ano de 2011, o que torna o processo ainda imaturo
Fonte: Dados primários (2012)
Em análise do Quadro 17 percebe-se que a sustentabilidade, hoje, não faz
parte do negócio da empresa Liderança Serviços, mas a empresa demonstra estar
aberta para torná-la parte de sua filosofia. Hoje, a empresa enxerga que a
sustentabilidade está intrinsecamente em seus valores.
Quadro 17 - Pergunta 3 do roteiro de entrevista O senhor (a) tem conhecimento dos projetos socioamb ientais praticados pela empresa
Liderança Serviços? Considera-os como projetos de s ustentabilidade? Por que? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3
Sim. Considerando a sustentabilidade não só no foco do meio ambiente, e sim como ações sustentáveis, eu acredito que sim, que a Liderança Serviços tem projetos que contribui para a sustentabilidade.
Sim. Mas considera que a Liderança Serviços está começando a pensar em sustentabilidade de forma muito tímida, ainda não há a consciência instalada na empresa. Os projetos da Liderança ainda estão apenas no social. “Consideramos importante que sejam de sustentabilidade, mas não sabemos como realizar”.
Sim. Alguns são de cunho legal, para atendimento de alguma exigência trabalhista, entretanto outros são de iniciativa da empresa, em que a predominância é o aspecto social.
Fonte: Dados primários (2012)
O Quadro 18 apresenta que todos os entrevistados demonstraram ter
conhecimento dos projetos socioambientais praticados pela empresa e que estes
não são de aspectos sustentáveis. A empresa tem abertura para a prática dos
projetos de sustentabilidade, e reconhece que esta não sabe como praticar.
72
Quadro 18 - Pergunta 4 do roteiro de entrevista A sustentabilidade é tema discutido ou comentado em reuniões da alta administração da
empresa Liderança Serviços? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3
Sim. Existem grupos dentro da empresa, inclusive, tem um exclusivo para a sustentabilidade, que faz parte de um grande grupo que trata a inovação e planejamento estratégico, existe uma preocupação do corpo diretivo de trabalhar com a sustentabilidade, este um tema muito trabalhado, neste ano principalmente.
“Infelizmente não, fala-se eventualmente, mas ainda não é um tema muito valorizado, fala-se porque definimos que tínhamos que falar mas não porque é da consciência das pessoas sobre sua importância”.
A Liderança Serviços possui uma particularidade quanto as reuniões da alta administração, em que essas são democráticas quanto a participação de pessoas chaves das gestões, e o assunto sustentabilidade tem sido discutido sim, e não só na alta administração, mas nas pequenas reuniões pois a sustentabilidade é algo que deve ser discutido e praticado por todos.
Fonte: Dados primários (2012).
O Quadro 19 apresenta que todos concordam quanto a particularidade das
reuniões da alta administração na empresa Liderança Serviços, no qual a
participação é democrática envolvendo pessoas chaves das gestões. A maioria
concorda que sim, o tema é discutido em reuniões, tendo inclusive, uma equipe
especifica para o tema.
Quadro 19 - Pergunta 5 do roteiro de entrevista Na sua opinião, como a prática da sustentabilidade pode fazer parte do negócio da empresa
Liderança Serviços? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3
A sustentabilidade já faz parte do negócio da empresa, mas deve ser aprimorado, deve-se conscientizar mais, principalmente o corpo administrativo, de praticar ações sustentáveis, a importância da sustentabilidade deve ser mais disseminada.
Por meio da conscientização e de ações que englobem a filosofia da Liderança Serviços.
Por meio de seus valores, filosofia e negócio, formalmente escritos, para que a pratica seja inicialmente “imposta” até virar culturalmente aceita pelo quadro funcional da Liderança Serviços.
Fonte: Dados primários (2012)
O Quadro 20 demonstra que os entrevistados concordam que o caminho
para que a sustentabilidade faça parte do negócio da empresa, é deixar a
informação devidamente registrada em seus valores, filosofia e negócio, para que
culturalmente a idéia e causa seja aceita pelo corpo funcional, atingindo assim a
conscientização das pessoas.
73
Quadro 20 - Pergunta 6 do roteiro de entrevista Na sua opinião, a prática da sustentabilidade pode envolver os principais stakeholders da
empresa? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entr evistado 3
Pode, principalmente fornecedores, prestadores de serviços e clientes. A empresa tem alguns tipos de ações que envolve sim esses agentes.
“Pode sim, a sustentabilidade só ocorrerá se estiver envolvidos os stakeholders, pois eles exigem e cobram que você (empresa) esteja preocupado com a sustentabilidade. Alguns clientes exigem que os serviços prestados estejam de acordo com a sustentabilidade”.
O envolvimento de parceiros, principalmente fornecedores, é fundamental para o sucesso da prática da sustentabilidade, alguns fornecedores se mostram muito atentos quando conversado sobre o tema.
Fonte: Dados primários (2012)
O Quadro 21 apresenta que todos os entrevistados concordam que o
envolvimento dos stakeholders na prática da sustentabilidade não é só uma
possibilidade, como uma necessidade, pois a sustentabilidade deve envolver todas
as pessoas, para atingir seu objetivo principal.
Quadro 21 - Pergunta 7 do roteiro de entrevista Para o senhor (a) a prática da sustentabili dade pode trazer retorno econômico para a
organização? De que forma? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3
Sim, a partir do momento que eu trabalho reduzindo recurso, eu reduzo custo, e a redução de custo já é um retorno econômico, principalmente a longo prazo.
Este é um tema muito discutido,do ponto de vista prático, a curto prazo, eu entendo que não, mas no futuro haverá grandes retornos, os stakeholders se preocupam com a sustentabilidade, e a medida que eles se preocupam, se pratica cada vez mais, então no futuro acredito que estaremos muito melhor nos negócios se estivermos dentro da pratica da sustentabilidade.
A sustentabilidade é um investimento e não um custo, e todo investimento tem retorno econômico.
Fonte: Dados primários (2012).
No Quadro 22 é perceptível que os entrevistados concordam que a prática
da sustentabilidade pode sim trazer retorno econômico, principalmente a longo
prazo, por meio da visibilidade, parcerias e simpatia do público alvo pela empresa.
Quadro 22 - Pergunta 8 do roteiro de entrevista O senhor (a) acredita que a empresa pode utilizar a sustentabilidade como diferencial para
conquistar uma vantagem competitiva? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3
Sim. As pessoas estão cada vez mais conscientes, e os clientes (principalmente privado) enquanto compradores filtram as empresas no momento da concorrência.
Pode ser sim um fator de diferenciação a medida que as empresas poderão se tornar mais simpáticas com a Liderança pela pratica da sustentabilidade, bem como a visibilidade da Liderança.
“Com certeza, a visibilidade da empresa é um dos retornos da sustentabilidade, e no mercado de atuação da empresa, a concorrência está cada dia maior, e diferenciais são vitais”.
Fonte: Dados primários (2012).
74
O Quadro 23 apresenta que todos concordam quanto a vantagem
competitiva que a prática sustentável pode resultar. Principalmente quanto a
visibilidade junto aos clientes da iniciativa privada, que estão filtrando seus clientes,
cada vez mais por questões sociais e ambientais, tendo em vista que a técnica dos
serviços estão cada vez mais igualadas.
Quadro 23 - Pergunta 9 do roteiro de entrevista Como a empresa Liderança Serviços poderia desenvolv er projetos socioambientais de ntro
desta cadeia? Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3
A lógica seria: Liderança -> cliente interno -> fornecedores -> clientes -> Liderança.
A lógica seria: Liderança -> fornecedores -> clientes -> ONGs -> Liderança.
A lógica seria: Liderança -> fornecedores materiais de limpeza -> cliente consumidores de materiais de limpeza -> fornecedores materiais de limpeza -> Liderança.
Fonte: Dados primários (2012).
Percebe-se no Quadro 24 que cada entrevistado trouxe uma cadeia
diferenciada, mas todos envolveram dois agentes: fornecedores e clientes. Vale
Ressaltar que outro agente abordado e diferenciado nesta questão foram as ONGs.
Quadro 24 - Pergunta 10 do roteiro de entrevista
Na sua opinião e com base nos 8 objetivos do m ilênio, em que área a empresa Liderança Serviços poderia desenvolver projetos socioambienta is?
Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 “Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento”.
A Liderança Serviços tem pequenas ações em todos os objetivos.
Com a valorização da mulher, tendo em vista que a maioria do seu quadro funcional é formado pelo sexo feminino e na educação.
Fonte: Dados primários (2012).
Em análise do Quadro 25, verifica-se que cada entrevistado trouxe uma
temática, as sugeridas foram: Qualidade de vida e meio ambiente; Todo mundo
trabalhando pelo desenvolvimento; Valorização da mulher; e Educação.
Quadro 25 - Pergunta 11 do roteiro de entrevista
A empresa Liderança Serviços pensa em ter um programa de sustentabilida de, ou um sistema de Gestão Ambiental?
Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 É algo que está iniciando na empresa, a partir do momento em que os projetos sociais começam a dar frutos de sua disseminação, fica cada vez mais próximo a implantação de um programa de sustentabilidade.
Sim, nos queremos ter, não sabemos muito bem como fazer, mas queremos muito.
Sim
Fonte: Dados primários
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O Quadro 26 apresenta que todos concordam quanto ao interesse da
Liderança Serviços em ter um programa de sustentabilidade e que a empresa
atualmente não sabe como ter este programa.
Quadro 26 - Pergunta 12 do roteiro de entrevista
Na sua opinião, o termo e a prática da sustentabili dade é respon sabilidade de quem? Do primeiro, segundo ou terceiro setor? Por que?
Entrevistado 1 Entrevistado 2 Entrevistado 3 Os três e de igual. Não existe um mais ou um menos, deve-se unir os três, cada um fazendo sua parte de forma consciente. Como com o governo é mais difícil a parceria, o que a Liderança pode fazer com este setor e cumprir com as leis e fazer com que o governo também cumpra com os seus deveres diante da sociedade. Em relação a terceiro setor, quando as empresas começarem a se unir com o terceiro setor, a realidade vai mudar, porque toda a luta que o terceiro setor tem para fazer acontecer ela diminui, pois quem tem o poder é o segundo, então é a junção do poder com aquele que tem a mão de obra dispostas a trabalhar e idéias, é a parceria perfeita.
A responsabilidade é de todos, é mais com o governo, mas ele não consegue fazer nada se não ajudarmos. Temos de ajudar a conscientizar as pessoas e o cidadão, a responsabilidade é de todos, como tudo que acontece no mundo, tem o envolvimento de todos
A responsabilidade é dos três setores, cada um com sua particularidade. O terceiro setor tem o domínio da sustentabilidade, o empresário tem o domínio do econômico e o primeiro setor tem o domínio dos três aspectos, sendo assim, é possível e claro que a junção dos três setores é a solução viável para a prática da sustentabilidade.
Fonte: Dados primários (2012).
O Quadro 26 traz que todos os entrevistados concordam que a
responsabilidade da prática da sustentabilidade deve ser de todos os setores, mas
trazem diferentes complementações. E trazem informação de que deve-se manter
parcerias com o terceiro setor.
Percebe-se com as entrevistas realizadas que a alta administração da
empresa Liderança Serviços possui interesse em praticar a sustentabilidade por
conta da sua importância no cenário empresarial, nos três aspectos que foram o
tripé da sustentabilidade.
Outro resultado identificado, está relacionado a transparência das respostas,
o qual houve reconhecimento da ausência da sustentabilidade no negócio da
empresa e do conhecimento de como praticar a sustentabilidade, além de
concordarem quanto a importância desta prática.
76
Os entrevistados demonstram que é possível o envolvimento de
stakeholders na prática da sustentabilidade, principalmente os fornecedores, e
consideram como sendo essencial para a prática da sustentabilidade.
Os fornecedores, inclusive, foram atores principais na cadeia da prática da
sustentabilidade, montada pelos entrevistados, no qual teve unanimidade quanto a
participação de outros atores: cliente interno e cliente externo, além dos
fornecedores, que possui papel estratégico e de parceria.
Por fim, foi possível com a entrevista identificar qual o conceito de
sustentabilidade para a empresa Liderança Serviços: “Ações praticadas com o
objetivo de garantir a continuidade e a durabilidade do desenvolvimento, sem
prejudicar a sociedade e o meio ambiente”.
Com base nestes resultados, alguns pontos para a elaboração da
sistemática para implantação de projetos socioambientais para a prática de
sustentabilidade, objeto deste trabalho, são importantes destacar, conforme segue:
• Introduzir a sustentabilidade no negócio da empresa;
• Ausência de conhecimento sobre a área de sustentabilidade;
• Os projetos socioambientais devem ser baseados no tripé da
sustentabilidade;
• Buscar envolver os fornecedores, clientes internos e clientes externos,
nos projetos ou no desenvolvimento do mesmo;
• Buscar desenvolver os projetos dentro das temáticas sugeridas,
principalmente, naquelas que também foram apresentadas nos resultados
dos questionários aplicados.
Diante do exposto, percebe-se que algumas informações são relevantes
para a elaboração da sistemática para implantação de projetos para a prática de
sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, os Quadros 17, 18, 19, 20, 21, 22,
23 e 24 contribuirão para a proposta do presente trabalho acadêmico, todavia não
são os únicos resultados a serem considerados. Sendo assim, no tópico a seguir,
serão expostos os resultados decorrentes dos questionários aplicados.
77
5.2 PESQUISA
Ainda neste contexto, foi realizada uma pesquisa com o grupo de gerentes
e coordenadores da empresa Liderança, e o resultado será apresentado a seguir os
resultados.
A primeira informação que foi possível verificar com a pesquisa foi de que
entre os líderes do nível gerencial e de coordenação, da empresa Liderança
Serviços há um equilíbrio da participação da mulher e homens neste nível
hierárquico, em que o sexo feminino representa 45,45% do grupo pesquisado,
contra 54,55% do sexo masculino.
Os próximos quatro gráficos ainda se referem à caracterização do público
pesquisado. O Gráfico 1 apresenta a idade média dos gestores da Liderança
Serviços.
Gráfico 1 - Distribuição dos gerentes e coordenador es por idade
Fonte: Dados primários (2012)
O resultado do Gráfico 1, demonstra que a idade predominante dos gerentes
e coordenadores da Liderança Serviços é entre 31 e 40 anos, correspondendo a
63,64% do grupo pesquisado, seguido pela faixa etária entre 40 e 50 anos, com
78
representação de 21,21%, de 21 a 30 anos com o percentual de 12,12% e 3,03%
possuem acima de 60 anos.
Outra característica pesquisada se refere a escolaridade deste público alvo,
buscando identificar o grau de estudos que os mesmos possuem, como forma de
medir o aperfeiçoamento e desenvolvimento deste público, neste contexto segue no
Gráfico 2.
Gráfico 2 - Distribuição dos gerentes e coordenador es por escolaridade
Fonte: Dados primários (2012)
O Gráfico 3 refere-se a escolaridade do grupo estudado e o resultado foi de
que a maioria, representando 45,45%, possui pós graduação, seguido de 33,33%
com o ensino superior, 18,18% com superior incompleto e 3,03% com ensino médio
demonstrando a profissionalização deste nível hierárquico na empresa Liderança
Serviços.
Assim percebe-se que o nível de escolaridade predominante na Liderança
Serviços, é alto, variando de pós graduação e graduação, que são níveis da
educação que incentivam a pesquisa e o conhecimento de novas temáticas, como a
sustentabilidade.
79
Depois de identificar o gênero, a idade e a escolaridade, para finalizar a
caracterização do público pesquisado, no próximo gráfico será apresentado qual o
tempo de vivência do público na Liderança Serviços, como segue no Gráfico 3.
Gráfico 3 - Tempo de experiência dos gerentes e coo rdenadores na organização
Fonte: Dados primários (2012)
No Gráfico 3, é apresentado o resultado para o questionamento de quanto
tempo (em meses) o grupo trabalha na empresa Liderança Serviços, e quase 70%
dos pesquisados, estão na organização a mais de 36 meses, isto é, 3 anos.
Seguidos de 15,15% estão na organização de 24 a 36 meses, 12,12 % possuem
menos de 12 meses e 3,03% estão na organização de 12 a 24 meses.
A pesquisa a partir do próximo gráfico a pesquisa partiu para a temática
sustentabilidade, e o Gráfico 4 apresenta o nível de conhecimento do público
pesquisado referente ao tema, bem como o nível de conhecimento dos projetos
socioambientais praticados pela empresa Liderança serviços e o nível de
conhecimento dos colaboradores administrativos, que são subordinados ao público
pesquisado, quanto aos projetos socioambientais praticados pela respectiva
empresa.
80
Gráfico 4 - Nível de conhecimento sobre sustentabil idade e projetos socioambientais
Fonte: Dados primários (2012)
O Gráfico 4 apresenta o resultado para as questões 5, 6 e 10,
rescpetivamente, referente ao nível de conhecimento sobre sustentabilidade,
conhecimento do público pesquisado e do corpo administrativo (subordinados do
público pesquisado) sobre os projetos socioambientais praticados pela empresa
Liderança Serviços.
Quanto ao nível de conhecimento sobre a sustentabilidade do grupo
pesquisado o resultado foi de 42,42% consideram bom o nível de conhecimento
sobre o tema, seguido de 36,36% que consideraram médio, 18,18% com o nível
muito bom e 3,03% com baixo nível de conhecimento.
Quanto aos projetos socioambientais práticados pela empresa Liderança
Serviços, os gerentes e coordenadores, demonstraram que o nível de conhecimento
deles e médio (39,39%) resultado igualmente apresentado quanto ao nível de
conhecimento do corpo administrativo, isto é, os colaboradores subordinados ao
público pesquisado.
O que retrata que o grupo pesquisado tem um bom nível de conhecimento
sobre a temática: sustentabilidade, todavia tem um nível médio, e considera este
mesmo nível para os seus subordinados, quanto aos projetos socioambientais
81
praticados pela empresa Liderança Serviços. Em resumo os percentuais
apresentados para o nível de conhecimento sobre os projetos socioambientais da
empresa Liderança Serviços foram:
• Gerentes e coordenadores – 39,39% médio, 30,30% baixo, 21,21% bom e
9,09% muito bom;
• Colaboradores administrativos – 39,39% médio, 33,33% baixo, 21,21%
bom, 3,03% muito bom e 3,03% não opinou.
O próximo gráfico traz o resultado quanto ao público alvo envolvido nos
projetos socioambientais da empresa Liderança Serviços e quais deveriam ser estes
públicos. Todavia, tendo em vista que o nível de conhecimento dos pesquisados
quanto aos projetos é de médio a baixo, o resultado a seguir, para o atual público
alvo pode não refletir a realidade dos projetos desenvolvidos e praticados pela
empresa. O Gráfico 5 representa o resultado para as questões 7 e 8 do questionário
aplicado.
Gráfico 5 - Público alvo das ações e projetos socio ambientais
Fonte: Dados primários (2012)
82
No Gráfico 5, o resultado da pesquisa retrata que a opinião dos pesquisados
de que ao direcionamento atual das ações e dos projetos socioambientais
desenvolvidos pela empresa Liderança, 42,42% opinaram que são direcionados
para o cliente interno, seguido de 39,39% para a comunidade, 9,09% para o cliente
externo, 6,06% para os acionistas e 3,03% não opinaram.
Quanto a qual deveria ser o direcionamento, a maioria opiniou de que os
projetos socioambientais deveriam ser direcionados para a comunidade, sendo o
percentual de 69,70%, seguido do público alvo de cliente externo, com 24,24%,
cliente externo com 18,18% e 3,03% não opinaram. Percebe-se que o entendimento
dos pesquisados, coincide com o desenvolvido e praticado pela empresa Liderança
Serviços, isto é, o público envolvido nos projetos socioambientais da referida
empresa é a comunidade, como visto na caracterização da empresa, nos Quadros
13, 14 e 15.
O próximo gráfico analisa a importância da prática da sustentabilidade para
a Liderança Serviços do ponto de vista dos pesquisados. Trata-se da questão 9, do
questionário aplicado, segue resultado no Gráfico 6.
Gráfico 6 - Importância da prática da sustentabilid ade para Liderança Serviços
Fonte: Dados primários (2012)
83
O Gráfico 6 questionou aos pesquisados quão importante é a prática da
sustentabilidade para a empresa Liderança Serviços, e mais de 60% opiniram por
ser importante, seguido de 24,24% que opiniram como sendo muito importante,
6,06% como pouco importante, 6,06% como não sendo importante e 3,03% não
opinaram.
Demonstrando assim, que a maioria dos pesquisados e entrevistados,
compartilham da mesma percepção de importância da prática da sustentabilidade
pela empresa Liderança Serviços.
A próxima questão realizada aos pesquisados, gira em torno da
competitividade no mercado, ou seja, se a sustentabilidade, quando desenvolvida e
praticada, pode trazer vantagem competitiva para a empresa Liderança Serviços, o
resultado foi de que 93,94% opiniram que sim, que a prática pode trazer vantagem
competitiva para Liderança Serviços, seguidos de 3,03% que acreditam que a
sustentabilidade não traz vantagem competitiva e de 3,03% não opiniram.
Quase que com unanimidade, os pesquisados concordam que a prática da
sustentabilidade pode trazer vantagem competitiva para a Liderança Serviços,
inclusive em um encontro do setor de serviços em Brasília, a pratica da
sustentabilidade foi abordada como uma estratégia para garantir a competitividade
neste mercado que está cada vez mais concorrido.
Ng e Choi (2011) apresentam em uma pesquisa experimental que os
consumidores são mais favoráveis a empresas que praticam sustentabilidade,
inclusive, aceitando pagar mais valor agregado, preferindo empresas
sustentavelmente responsáveis do que as pobres de práticas sustentáveis, mesmo
quando o preço é influenciado.
Seguindo o questionário aplicado, a próxima questão foi de que se algum
fornecedor da Liderança Serviços aceitaria ser parceira para a prática da
sustentabilidade, e 87,88% dos pesquisados opiniram que sim, que esses
stakeholders aceitariam a parceria, contra 9,09% que não acreditam na possível
parceria e 3,03% não opinaram.
A questão 13 aplicada no questionário foi se os pesquisados teriam
interesse em participar de um programa de sustentabilidade da empresa Liderança
Serviços, e 93,94% demonstraram ter interesse em participar, contra 3,03% que não
tem interesse na participação. Os pesquisados que não opinaram correspondem a
3,03%.
84
Ainda referente a sustentabilidade, o grupo foi questionado quanto ao
acompanhamento da Conferência de Sustentabilidade – Rio+20, realizada neste ano
na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, e o resultado para a questão 14 foi de que
24,24% responderam que sim, acompanharam, contra a 72,73% que responderam
negativamente ao acompanhamento da respectiva conferência, sendo que 3,03%
não opinaram.
A última questão aplicada ao grupo pesquisado foi referente as temáticas na
qual a empresa Liderança Serviços deveria desenvolver seus projetos
socioambientais, segue resultado no Gráfico 13.
Gráfico 7 - Temáticas para a prática da sustentabil idade
Fonte: Dados primários (2012)
Por fim, o Gráfico 13 apresenta o resultado das temáticas sugeridas para a
prática da sustentabilidade pela empresa Liderança Serviços. O resultado foi que
32,10% responderam por Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, 20,99%
opiniram em educação básica de qualidade e 13,58% responderam que os projetos
devem ser pela fome e miséria.
Nas entrevista houve algumas comparações de respotas, tendo a qualidade
de vida e respeito ao meio ambiente, valorização da mulher, desenvolvimento e
85
outros. Percebe-se que as temáticas sugeridas giram em torno dos oito objetivos dos
milênios.
Os principais gráficos que contribuirão para a elaboração da proposta de
sistemática para implantação de projetos socioambientais para a prática da
sustentabilidade na empresa Liderança serviços são: 4, 5, 6 e 7. Além de outros
resultados como a concordância quanto a vantagem competitiva gerada pela prática
da sustentabilidade, e o envolvimento dos fornecedores para tal.
5.3 ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS
Percebe-se em uma análise final que a pesquisa aplicada aos gestores e
líderes da Liderança Serviço, apresentam informações relevantes para a elaboração
da sistemática para implantação de projetos socioambientais para a prática de
sustentabilidade na empresa Liderança Serviços.
A alta administração apresentou as seguintes informações relevantes para a
proposta de programa de sustentabilidade da empresa:
• Indicaram que o caminho para que a sustentabilidade faça parte do
negócio seja inicialmente por meio de registro desta em seus valores,
filosofia e negócio;
• Entenderam que o envolvimento dos stakeholders na prática da
sustentabilidade não é só uma possibilidade, como uma necessidade,
pois a sustentabilidade deve envolver todas as pessoas, para atingir seu
objetivo principal, e que muitos fornecedores se mostram interessados
quando o tema é conversado;
• Apresentou-se que a prática da sustentabilidade pode sim trazer retorno
econômico, principalmente a longo prazo, por meio da visibilidade,
parcerias e simpatia do mercado com a empresa. E o maior custo para a
prática da sustentabilidade foi identificado na mudança de cultura;
• Encontrou-se a concordância de que a vantagem competitiva gerada pela
pratica da sustentabilidade está ligada à visibilidade junto aos clientes da
iniciativa privada, que estão filtrando seus clientes, cada vez mais por
86
questões sociais e ambientais, tendo em vista que as técnicas dos
serviços estão cada vez mais igualadas. Sendo o diferencial encontrado
na cultura da empresa e no seu envolvimento com a sociedade;
Os pesquisados proporcionaram as seguintes informações para a
elaboração da sistemática para implantação de projetos socioambientais para a
prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços:
• Demonstraram que o direcionamento dos projetos e ações devem ser
para a comunidade;
• Concordaram que a prática da sustentabilidade é de importância para a
Liderança Serviços;
• Concordaram, quase unânime, que a prática da sustentabilidade gera
vantagem competitiva e que os fornecedores se envolveriam na prática,
em parceria com a Liderança Serviços;
• Muitos demonstraram interesse em participar do programa de
sustentabilidade;
• Quanto as temáticas que consideram importante a Liderança Serviços
atuar com os projetos e ações socioambientais, se destacaram: Qualidade
de vida e respeito ao meio ambiente, educação básica de qualidade e
fome e miséria.
Com base nos resultados obtidos na pesquisa, com as entrevistas e
questionários (dados primários) e também nas informações constantes na
fundamentação teórica (dados secundários), segue-se para a elaboração da
sistemática para a implantação de projetos socioambientais para a prática de
sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, objetivo geral deste trabalho.
87
6 ELABORAÇÃO DE SISTEMÁTICA PARA IMPLANTAÇÃO DE PRO JETOS
PARA A PRÁTICA DE SUSTENTABILIDADE NA EMPRESA LIDER ANÇA
SERVIÇOS
A prática da sustentabilidade para a Liderança Serviços é um instrumento de
competitividade e de consciência socioambiental, no qual complementa com o
pensamento de Nascimento et al (2008), que descreve a sustentabilidade como o
conjunto de atitudes que visam atender as necessidades da presente geração sem
comprometer que as gerações futuras possam atender suas próprias necessidades.
Já os executivos da Liderança definiram sustentabilidade como “ações e
práticas com o objetivo de garantir a continuidade e a durabilidade do
desenvolvimento, sem prejudicar a sociedade e o meio ambiente”, o qual se pode
perceber uma forte relação.
Importante destacar que as temáticas sugeridas nos instrumentos de
pesquisas foram baseadas nos Oito Objetivos do Milênio (ODM), o qual a acadêmica
identifica importantes e relativos indicadores a serem trabalhados na empresa e com
os demais stakeholders, em especial a sociedade.
Ainda neste contexto, a acadêmica justifica os ODMs como linha de prática
da sustentabilidade por fazer parte de um objetivo e meta do governo federal,
ajudando para um melhor qualidade de vida aos seus funcionários e comunidade
local.
Os 8 (oito) objetivos do milênio é mais uma forma de praticar a
responsabilidade social, a Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2000,
a partir de uma análise dos maiores problemas do mundo, criaram os 8 objetivos do
milênio, que no Brasil foi nomeado como 8 jeitos de mudar o mundo, que devem ser
atingidos por todos os países até 2015. (OBJETIVOS DO MILÊNIO, 2012).
Com base nos resultados obtidos nas pesquisas (entrevistas e
questionários), os dados caracterizados na empresa Liderança Serviços e a
fundamentação teórica descrita no trabalho, dão base para a proposta de elaborar
uma sistemática para implantação de projetos socioambientais para a prática de
sustentabilidade na empresa Liderança Serviços. Com este intuito, a Figura 12
apresenta um fluxograma das etapas que compõe a respectiva sistemática.
88
Figura 12- Sistemática para implantação de projetos para a prática de sustentabilidade
Fonte: Dados primários (2012)
As etapas sugeridas na Figura 12 foram definidas a partir da caracterização
da empresa e também da fundamentação teórica, a fim de propor uma sistemática
que contemple as condições mínimas para classificação dos projetos de
sustentabilidade. E para melhor descrever a sistemática, bem como permitir uma
análise completa de sua implantação, foram sugeridos dois projetos, dentro das
temáticas sugeridas na pesquisa e respeitando o tripé da sustentabilidade.
Etapa 3 - Definir objetivos da sistemática e projetos
Etapa 1 - Definir equipe responsável pela prática de sustentabilidade
Etapa 2 - Definir conselho deliberativo de sustentabilidade
Etapa 4- Definir projetos para a prática de sustentabilidade com dois exemplos de projetos
Social Econômico Ambiental
Etapa 5 - Definir as estratégias de execução dos projetos definidos na etapa 4.
Etapa 6 - Definir os stakeholders parceiros dos projetos
Etapa 7 - Definir cronograma de ação dos projetos
Etapa 8 - Definir o cronograma financeiro para execução da sistemática de implantação de projetos para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços
Etapa 9 - Definir o modelo de avaliação da sistemática e dos projetos
89
6.1 DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DO PROGRAMA DE SUSTENTABILIDADE
A seguir, será apresentada cada etapa da sistemática para implantação de
projetos socioambientais para a prática de sustentabilidade na empresa Liderança
Serviços, com vistas a estabelecer as diretrizes necessárias para sua aplicação
futura.
6.1.1 Etapa 1- Definir equipe responsável pela prát ica de sustentabilidade
Tendo em vista a ausência de uma área especifica para a prática da
sustentabilidade na empresa Liderança Serviços identificado na caracterização da
empresa, para a implantação de projetos é necessário a criação de uma área de
sustentabilidade, com responsáveis neste setor, que irão criar novos projetos que
atendam os requisitos para ser prática de sustentabilidade, por meio de indicadores,
para interagir com os stakeholders envolvidos em cada projeto buscando a
visibilidade da empresa, a conscientização dos colaboradores e da comunidade e o
desenvolvimento sustentável de todos os atores dos projetos.
Deve-se ainda buscar parcerias para viabilizar os projetos, além de lançar
campanhas junto ao Recursos Humanos para envolver os colaboradores, e juntos
aos demais representantes, quando envolver os stakeholders que cada um
representa, conforme a etapa 2.
Sugere-se que tenha um responsável e um estagiário, ambos de 6 horas
diárias, pois no início o programa deve ser implantado apenas na matriz, com baixos
custos, para posterior ampliação às filiais e escritórios, aumentando assim, sua
equipe direta.
A carga horária de 6 horas diárias, além de inicialmente trazer baixos custos
na implantação do programa de sustentabilidade, permite que os profissionais,
tenham tempo livre para pesquisas referente ao tema, participação em oficinas,
workshops, palestras e cursos adicionais, que nesta área de atuação, é de extrema
importância para a atualização, conforme pesquisas realizadas.
90
6.1.2 Etapa 2- Definir conselho deliberativo de sus tentabilidade
A segunda etapa na construção da Sistemática de Implantação de Projetos
Socioambientais para a Prática de Sustentabilidade consiste na definição de um
conselho deliberativo de sustentabilidade dentro da respectiva empresa, no qual o
grupo de participantes irá definir ações e projetos para desenvolvimento e prática
destes, os objetivos do programa de sustentabilidade, os indicadores dos projetos e
ações, e a montagem do Relatório Anual de Indicadores.
Na pesquisa realizada foi verificado que a empresa Liderança Serviços
atualmente conta com uma equipe de gestão, responsável pela sustentabilidade,
todavia são apenas colaboradores, e de setores restritos. Todavia o Gráfico 4
demonstrou que os colaboradores administrativos e seus líderes não possuem
conhecimento sobre os atuais projetos praticados pela Liderança, sendo assim é
importante nesta etapa definir pessoas chaves para contribuir com a divulgação da
prática da sustentabilidade e envolvimento nos projetos.
Sugere-se que neste conselho deliberativo tenha a participação de
integrantes chaves, que tenham contato e se relacionam estrategicamente com os
principais stakeholders da Liderança Serviços, identificados neste trabalho como:
clientes internos, clientes externos, fornecedores, comunidade e sindicato, como
uma das soluções para o resultado identificado no Gráfico 4. O Quadro 27 apresenta
os membros sugeridos para o Conselho Deliberativo.
Quadro 27 - Conselho Deliberativo MEMBRO JUSTIFICATIVA
Diretor Adjunto de Finanças
A indicação se deu, por já existir trabalhos na área pelo respectivo Diretor.
Representante do Setor de Sustentabilidade
Que tem conhecimento da prática da sustentabilidade no mercado, bem como na empresa e os quesitos para seu desenvolvimento
Representante do Setor Qualidade
Devido ao conhecimento e auditoria das normas da ISO 9001/2000 e demais procedimentos da empresa
Representante do Setor Comercial Privado
Devido ao conhecimento dos clientes privados, as exigências mercadológicas e os concorrentes
Representante do Setor Controladoria
Devido ao conhecimento e facilidade de trabalhar com a representação dos projetos dentro do resultado da empresa
Representante do Setor Suprimentos (limpeza)
Devido ao conhecimento e envolvimento com os principais fornecedores da empresa (materiais de limpeza)
Representante do Setor Assessoria Jurídica
Devido ao conhecimento e atualização da legislação vigente para assuntos relacionados ao tema
Representante do Setor de Comunicação
Devido ao repasse dos acontecimentos e práticas da empresa, por ligar a empresa com o mercado
91
MEMBRO JUSTIFICATIVA Representante do Setor Recursos Humanos
Devido este ter conhecimento dos atuais projetos, dos contatos, dos processos e representar os colaboradores
Representante da AMBI Devido a necessidade de ter alguém da comunidade, representando este stakeholder
Representante do SEAC Devido a importância de ter alguém representando a categoria da empresa e os colaboradores
Fonte: Dados primários (2012)
Ter um membro da diretoria é de extrema importância para a continuidade
da prática da sustentabilidade por meio dos projetos. Este foi indicado, pois, já
trabalha dentro do tema, inclusive com a implantação e publicação do primeiro
Balanço Social da empresa, além de ser responsável por setores estratégicos para o
programa como: suprimentos (materiais de limpeza), recursos humanos, financeiro e
assessoria jurídica.
Um membro do setor de Sustentabilidade é outra importante figura no
Conselho Deliberativo, pois tem o conhecimento técnico, teórico, mercadológico para
a prática da sustentabilidade, com novas idéias para implementar no programa de
sustentabilidade.
Um representante da qualidade foi sugerido pois este tem conhecimento de
todas as normas da ISO 9001/2000, das auditorias, dos demais procedimentos,
realizados por toda a empresa, o facilita o entendimento do processo geral, além de
ser um integrante de facilidade para a implantação da ISO 14001, por exemplo,
devido ao conhecimento que se tem quanto as normas e exigências de praticá-las.
Um representante do comercial privado foi sugerido, pois conforme as
pesquisas este setor tem o stakeholder cliente, muito mais próximo, e conhece as
exigências sociais e ambientais que o mercado vem aplicando em seus processos
orçamentários, além de ter acesso a algumas práticas da concorrência.
A controladoria deve ser representada, pois é um profissional que tem
facilidade e capacidade de compor o custo de determinado projeto ou ação, dentro
dos indicadores de resultados financeiros da empresa, para uma análise de custo
versus benefício com agilidade.
Um representante do setor suprimentos materiais de limpeza se faz
necessário devido ao contato com um dos principais stakeholders da Liderança
Serviços, o seu fornecedor deste tipo de material, para que a relação seja facilitada
para uma possível parceria.
92
A assessoria Jurídica deve ser representada pois é a área que pode auxiliar
quanto as questões legais que refletem nos stakeholders e na Liderança Serviços,
auxiliando assim, em uma prática de sustentabilidade correta e legal.
Já a Assessoria de Comunicação está relacionada junto a necessidade de
comunicação do programa de sustentabilidade, dos projetos e ações, junto aos
stakeholders e ao mercado.
O Setor de Recursos Humanos deve ser representado por hoje se o
responsável pela prática dos projetos e ter conhecimentos dos mesmos, das
parcerias, bem como ter relação direta com o desenvolvimento de outro stakeholder
principal: o colaborador.
A AMBI é a Associação dos Moradores do Bairro Ipiranga, bairro onde está
localizada a matriz da empresa Liderança Serviços, e um representante da
comunidade e de extrema importância para o sucesso do programa junto as
necessidades deste stakeholder.
Por fim o sindicato da categoria (SEAC – Sindicato das Empresas de Asseio
e Conservação) que é outra figura importante para a aplicabilidade do programa de
sustentabilidade, tendo em vista que foi identificado como um dos principais
stakeholders da Liderança Serviços.
Como atividade inicial para o Conselho Deliberativo é sugerido a criação de
um Manual de Sustentabilidade, para ser distribuído inicialmente para os
colaboradores da Liderança Serviços, visando atitudes conscientes e cidadãs na
empresa, em sua vida pessoal e na comunidade onde a Liderança Serviços está
localizada.
O Manual de Sustentabilidade é utilizado pelas principais concorrentes da
empresa Liderança Serviços, conforme identificado em pesquisa, e traz um retorno
considerável conforme publicação da FEBRAC (Federação Nacional da Empresas
de Serviços e Limpeza Ambiental).
6.1.3 Etapa 3- Definir objetivos da sistemática de implantação de projetos
A terceira etapa do desenvolvimento da sistemática de implantação de
projetos socioambientais para a prática da sustentabilidade consiste na definição
93
dos objetivos, relacionados aos projetos, ao negócio da empresa, a competitividade
e outros, em que se deve envolver questões essenciais como apresenta o Quadro
29.
Quadro 28 - Objetivos da sistemática de implantação de projetos Objetivos Descrição
Negócio, valores e visão
Inserir a sustentabilidade no negócio da empresa, em seus valores
Indicadores Definir indicadores para análise da sistemática e seus projetos, Projetos e ações Definir os projetos e as ações sociais baseados no tripé da sustentabilidade Diferencial Buscar a vantagem competitiva, sendo diferencial para a conquista de novos
clientes Integração Integrar fornecedores, comunidade e sindicatos na prática da
sustentabilidade, desenvolvendo um programa com ação e efeito em cadeia Desenvolvimento Colaborar para o Desenvolvimento Sustentável e de seus stakeholders
Fonte: Dados primários (2012)
O Quadro 29 apresenta os objetivos iniciais da sistemática de implantação
de projetos socioambientais, vale ressaltar, que inicialmente foi apresentado que a
sistemática proposta pode e deve ser alterada e adaptada para as novas realidades
que a empresa se encontrar, sendo assim, os objetivos também são totalmente
flexíveis.
O primeiro objetivo apresentado está relacionado a visão da empresa, de ser
a melhor para se trabalhar até 2015, e Tang et al (2011) apresenta que a prática a
sustentabilidade contribui para a satisfação no trabalho. O primeiro objetivo retrata
também a ação sugerida no Quadro 20 da pesquisa realizada.
6.1.4 Etapa 4- Definir projetos e ou ação para dese nvolvimento no programa
sustentabilidade
Definindo as etapas anteriores, a sistemática entra na fase da definição dos
projetos e/ou ações socioambientais, com base no tripé da sustentabilidade e das
pesquisas realizadas, sendo as temáticas sugeridas nas pesquisas: qualidade de
vida e respeito ao meio ambiente, educação básica de qualidade e fome e miséria,
que compõem os Oito Objetivos do Milênio.
94
Quadro 29 - Projetos e ações (Cronograma) P
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Fonte: Dados primários (2012)
95
Vale ressaltar que estes dois projetos são exemplos para transparecer a
composição das demais etapas. Importante destacar ainda, que os projetos
exemplificados e sugeridos foram elaborados com base na pesquisa realizada: como
a temática envolvida e o respeito ao tripé da sustentabilidade.
O Quadro 29 apresenta o resumo desta etapa, com os projetos sugeridos
para implantação da sistemática, seus objetivos, temática envolvida, contemplação
do tripé, responsável pelo projeto ou ação e vigência.
6.1.5 Etapa 5- Definir as estratégias de execução d os projetos definidos na
etapa 4.
Nesta etapa é definido as estratégias para os projetos propostos na presente
sistemática, sendo assim, o Quadro 31, apresenta as estratégias para os dois
projetos indicados para exemplificar a sistemática.
Quadro 30 - Estratégias dos projetos socioambientai s PROJETOS ESTRATÉGIAS
Doação financeira à uma ONG que realiza aulas de reforços em contra turno escolar , com a garantia de que será repassado ensinamentos sobre educação ambiental, com boas práticas de cidadania para o meio ambiente
* Definição de uma ONG idônea, com documentações regulares; * Desenvolver uma apostila didática, junto a ONG com educação
ambiental; * Definição de indicadores do projeto.
Adoção de uma praça próximo da matriz, para cuidado com o local, com o cultivo de plantas (sua descrição e importância na natureza), proporcionando para a comunidade e para os colaboradores um local para descanso
* Contato junto a Prefeitura da cidade; * Definição do local; * Definição das plantas; *
Descrição das plantas; * Periodicidade dos cuidados das plantas; * Definição de
indicadores do projeto Fonte: Dados primários (2012)
O Quadro 31 foi dividido em dois projetos socioambientais, e foram
pontuadas as estratégias para desenvolvimento de cada um, a fim de garantir a
aplicabilidade correta da sustentabilidade.
As estratégias também são importantes para que a empresa não tenha
custos adicionais aos investimentos previstos, para que o programa possa seguir
com o seu planejamento, a fim de atingir os objetivos propostos.
Os indicadores são apontados como estratégias nos dois projetos
socioambientais, pois conforme Searcy (2011), a avaliação de desempenho da
96
prática de sustentabilidade e o balanço da prática, é de importância para a
sobrevivência da prática, embora exista muita dificuldade de encontrar um sistema
para avaliação deste desempenho.
Outra estratégia que pode auxiliar na prática do Programa de
Sustentabilidade é a implantação de um instrumento de aplicação da
sustentabilidade, conforme pesquisado e demonstrado, sugere-se a implantação da
ISO 14001, tendo em vista que a empresa já está habituada com a forma deste tipo
de certificado, por já ser certificada da ISO 9001.
Vale ressaltar que as estratégias constantes no Quadro 31 foram elaboradas
supostamente para atender os projetos exemplificados. A definição das estratégias
devem ocorrer de acordo cm cada projeto, empresa e objetivos da prática da
sustentabilidade.
6.1.6 Etapa 6- Definir os stakeholders parceiros dos projetos
Depois das definições das etapas anteriores, é importante apresentar quais
os stakeholders serão envolvidos nos projetos propostos, sendo assim, apresenta-se
o Quadro 32.
Quadro 31 - Stakeholders envolvidos nos projetos PROJETOS ESTRATÉGIAS STAKEHOLDERS
Doação financeira à uma ONG que realiza aulas de reforços em contra turno escolar , com a garantia de que será repassado ensinamentos sobre educação ambiental, com boas práticas de cidadania para o meio ambiente
* Definição de uma ONG idônea, com documentações regulares; * Desenvolver uma apostila didática, junto a ONG
com educação ambiental; * Definição de indicadores do
projeto.
- ONG; - Comunidade.
Adoção de uma praça próximo da matriz, para cuidado com o local, com o cultivo de plantas (sua descrição e importância na natureza), proporcionando para a comunidade e para os colaboradores um local para descanso
* Contato junto a Prefeitura da cidade; *Definição do local;
*Definição das plantas; *Descrição das plantas;
* Periodicidade dos cuidados das plantas; *Definição de
indicadores do projeto
- Prefeitura de São José; - Comunidade; - Fornecedores; - Cliente interno.
Fonte: Dados primários (2012)
97
Juntamente com a definição dos projetos e com as demais etapas, se faz
necessário definir os stakeholders envolvidos nos respectivos projetos, que aqui são
sugeridos os atores influenciados e influenciadores, no Quadro 32, de acordo com
cada projeto sugerido. Percebe-se que os stakeholders envolvidos nos projetos
sugeridos foi conforme o resultado da pesquisa, conforme o Gráfico 5 e os Quadros
21 e 24.
Os stakeholders tem um papel importante na prática da sustentabilidade por
meio dos projetos socioambientais definidos nesta sistemática, pois eles serão
atores estratégicos. Todavia, vale ressaltar que cada stakeholder sugerido no
Quadro 32, foi específico para cada projeto, sendo assim, estes devem ser definidos
para cada projeto, respeitando a particularidade das etapas anteriores.
Para cada projeto socioambiental também deverá ser definido um
cronograma financeiro, com as despesas e custos descritos, como uma forma de
planejamento financeiro dos projetos, a fim de transparecer para a Diretoria da
empresa Liderança Serviços os projetos a serem desenvolvidos.
6.1.7 Etapa 7- Definir cronograma de ação dos proje tos e ações
Nesta etapa, será apresentado o cronograma de investimentos dos projetos
propostos, a fim de se realizar um planejamento dos respectivos projetos, e
posteriormente de todo a sistemática de implantação dos projetos para a prática de
sustentabilidade, facilitando o acompanhamento por meio dos indicadores.
Ressalta-se, que este cronograma e valores correspondem aos projetos
propostos para ilustrar a sistemática de implantação. Sendo assim, cada cronograma
irá variar de acordo com o projeto. O Quadro 33 demonstra os investimentos para os
projetos: educação ambiental e praça.
98
Quadro 32 - Investimentos de projetos socioambienta is
PROJETOS DESCRIÇÃO DO INVESTIMENTO VALOR DO INVESTIMENTO
PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Contatos para fechar parceria junto a uma ONG
R$ 100,00
Desenvolvimento da apostila e impressões
R$ 500,00
Doação mensal R$ 2.000,00
PROJETO PRAÇA
Contato com prefeitura e definição da praça
R$ 100,00
Definição, aquisição e descrição das plantas R$ 4.000,00
Periodicidade do cuidado do local e das plantas
R$ 300,00
Fonte: Dados primários (2012)
Os valores foram apresentados no Quadro 33 foram mensurados a partir dos
critérios definidos a seguir:
PROJETO EDUCAÇÃO AMBIENTAL
• Contatos e fechamento da parceria – Considerando o plano telefônico da
empresa e também a internet, o contato teria custos irrisórios. E os
encontros presenciais, podem ser mensurados, pelo deslocamento do
colaborador responsável, sendo este no valor de R$ 100,00;
• Apostila – Esta fase pode ser considerada a mais demorada, pois o
desenvolvimento de uma apostila didática, criativa e envolvente, sobre
educação ambiental, requer profissionais especializados no tema e na
pedagogia, e o custo previsto para tal desenvolvimento e impressões das
apostilas, tem-se o custo no valor de R$ 500,00
• Doação mensal – Para contribuir com a manutenção da ONG, que além
da educação ambiental, fornece aulas de reforço, contra turno, e
necessita de recursos para se manter. Assim sendo, o valor do custo é de
R$ 2.000,00.
99
PROJETO PRAÇA
Para este projeto, os custos para manutenção deste é conforme disposto
abaixo:
• Contato e definição da praça – Conforme exposto no projeto Educação
Ambiental, os custos de contato são irrisórios, representando o valor de
R$ 100,00;
• Plantas – A Aquisição das plantas, o plantio, a limpeza da praça, as
descrições, são fatores que influenciam o custo deste projeto, sendo
assim os custos previstos são de R$ 4.000,00 mês;
• Manutenção – Considera-se o valor aproximadamente de R$ 300,00 para
manutenção da praça.
Cronograma de investimento é também a próxima etapa, todavia referente a
toda sistemática de implantação de projetos socioambientais para a prática de
sustentabilidade que foi proposta, e não somente para os projetos socioambientais,
aqui sugeridos para ilustrar a prática da sistemática.
6.1.8 Etapa 8- Definir o cronograma financeiro para execução da sistemática de
implantação de projetos para a prática de sustentab ilidade na empresa
Liderança Serviços
A etapa 8 está relacionada ao aspecto financeiro da sistemática proposta
para a empresa Liderança Serviços, no qual foram levantados os custos para a
realização e manutenção de cada etapa da respectiva sistemática, considerando a
vigência do mesmo em um prazo de 12 meses, para análise de desempenho do
referida sistemática e dos projetos, por meio dos indicadores que serão
desenvolvidos pelo conselho deliberativo.
Assim, o Quadro 34, apresenta o cronograma financeiro anual para a
sistemática de implantação de projetos para a prática de sustentabilidade com o
prazo de vigência de 12 meses.
100
Quadro 33- Cronograma Financeiro
ETAPAS DESCRIÇÃO VALOR PRAZO
1- Conselho deliberativo Grupo de cinco pessoas
R$ 1.090,10 12 meses
2- Equipe 2 colaboradores R$ 51.000,00 12 meses
3- Objetivos Definições R$ 200,00 12 meses
4- Projetos Dois projetos:
Educação ambiental e praça
R$ 7.000,00 12 meses
5- Stakeholders Comunicação R$ 6.000,00 12 meses
6- Estratégia Estratégia R$ 200,00 12 meses
TOTAL R$ 75.490,10 12 meses
Fonte: Dados primários (2012)
Levando em conta uma média salarial de R$ 2.000,00 para a carga horária
de 220 Horas Mensais, o valor hora de cada colaborador é de R$ 9,10 centavos,
sendo assim, calcula-se o envolvimento mensal de 2 horas para o conselho
deliberativo, sendo assim o valor hora de R$ 9,10, multiplicado por 2, posteriormente
multiplicado por 5 e por 12, tem-se o custo anual do programa de sustentabilidade
para esta etapa de R$ 1.090,10 (hum mil e noventa reais e dez centavos).
Considerando a representação inicial de 1 colaborador na matriz e um
estagiário, e a média salarial de R$ 2.000,00 e R$ 500,00 com 70% de encargos,
respectivamente, tem-se o custo aproximado para esta etapa no valor de R$
51.000,00 (cinqüenta e um mil reais).
Considerando que os objetivos da sistemática serão desenvolvidos pelos
conselheiros e pelo responsável da área de sustentabilidade, que inicialmente será
apenas 2 colaboradores na matriz, não se terá custos de mão de obra, alocado
nesta etapa, tendo em vista que as previsões foram realizadas anteriormente. Os
custos alocados nesta etapa se referem a energia, internet e espaço físico para
reuniões, a fim de definir os objetivos, tem-se assim, um custo aproximadamente de
R$ 200,00.
Para realização dos projetos sugeridos, os custos já foram descritos na
etapa anterior, detalhado o custo por etapa. Vale ressaltar, que os custos previstos
foram apenas para os projetos educação ambiental e praça, os custos desta etapa
irão variar de acordo com o projeto sugerido. E o custos das próximas etapas
também, pois estão relacionadas aos projetos sugeridos.
101
O custo para a etapa a seguir, de definir os stakeholders, girará em torno da
comunicação junto a esses atores, da melhor forma possível, buscando atingir o
objetivo de propagar a prática da sustentabilidade e envolvê-los. Sendo assim, tem-
se a previsão de despesas no valor de R$ 6.000,00 para o prazo total da
sistemática.
As estratégias tratada na etapa seis trazem custos irrisórios, fora dos que já
foram alocados anteriormente, por exemplo, na mão de obra, todavia, será prevista
um custo anual de R$ 200,00, para o desenvolvimento de indicadores, técnicas,
pesquisas e novas estratégias.
Em contrapartida aos custos e despesas, a prática de sustentabilidade traz
retornos econômicos, como:
• Visibilidade e imagem;
• Fortalecimento da marca;
• Redução de custos;
• Redução de desperdícios;
• Aumento da produtividade;
• Impostos;
• Aumento de novos contratos.
A valorização da marca gera valor agregado ao produto, e a sustentabilidade
passou de custos para diferenciais competitivos dentro as organizações, conforme
Wagner e Svensson (2011) um estudo realizado demonstra que 60% das empresas
que adotam a sustentabilidade, fortalecem sua marca e seus produtos, a marca
passa a ser composto por produto, forma de produção, fornecedores e transporte
para entrega, ou seja, a sustentabilidade está envolvida em todo o processo
produtivo.
Wagner e Svensson (2011) complementa ainda que reputação e valorização
da marca pode ser aumentada pelos investimentos nas pessoas, impacto ecológico
e nas comunidades locais. Inclusive, os resultados das pesquisas realizadas
retratam a vantagem competitiva como conseqüência da prática da sustentabilidade,
conforme o Quadro 22 e também o resultado do questionário.
102
6.1.9 Etapa 9- Definir o modelo de avaliação da sis temática e dos projetos
A etapa 9 é a última fase para o a sistemática de implantação e para os
projetos sugeridos, e consiste no modelo de avaliação destes itens, a partir do
sistema PDCA, ou seja, planejamento, desenvolvimento, controle e avaliação,
formando um ciclo de retroalimentação, conforme a Figura 13.
Figura 13 - Avaliação da sistemática e dos projetos
Fonte: Dados primários (2012)
Bernardi et al (2010) apresentam o modelo PDCA como um método
gerencial de tomada de decisão, que objetiva garantir o alcance de metas
necessárias e previamente definidas, para a sobrevivência e crescimento das
organizações, por meio de melhoria contínua dos processos de trabalho.
Assim, percebe-se que a sistemática para implantação de projetos
socioambientais para a prática de sustentabilidade desenvolvida aborda os
principais aspectos necessários para que a administração da empresa Liderança
Serviços possa analisar e acompanhar claramente, os objetivos, desenvolvimentos e
resultados propostos. Além deste método de avaliação, conforme mencionado o
Conselho Deliberativo deve desenvolver indicadores para os projetos que forem
103
adotados, para que se possa mencionar e acompanhar de forma transparente sua
execução, evitando que este se desvirtue da sustentabilidade, dos objetivos
traçados pela organização, pela causa defendida e pelo retorno esperado.
6.3 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO
A parte mais sensível da sistemática proposta, é considerada a etapa 1, 2 e
3, sem minimizar a importância das demais etapas, mas essas citadas,
correspondem ao início da implantação, e conseqüentemente sua continuidade, por
isso, requer uma atenção especial.
Acredita-se que a etapa mais fácil da sistemática proposta, seria a
convocação do Conselho Deliberativo, e o mais difícil seria a definição dos
indicadores de sustentabilidade, pois conforme visto na Fundamentação Teórica é
um dos pontos mais críticos da prática da sustentabilidade, e ao mesmo tempo, um
dos mais importantes, pois retroalimenta a sistemática.
Percebe-se ainda, que a sistemática proposta para a implantação de
projetos para a prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, foi
elaborada de acordo com os dados secundários obtidos da pesquisa bibliográfica
que consta na fundamentação teórica e da pesquisa documental que consta na
caracterização da empresa, além dos dados primários obtidos das pesquisas
realizadas com as entrevistas e questionários, aplicados aos lideras da respectiva
empresa.
104
7 CONCLUSÃO
Diante dos impactos ambientais e sociais que o mundo vem sofrendo,
desenfreadamente até este início de século, surge-se a prática de sustentabilidade,
no qual deve ser praticada por todos os setores e por todos os cidadãos,
conscientizando gradativamente mais pessoas, e promovendo cada vez mais um
Desenvolvimento Sustentável.
Diante deste cenário, comprova-se mais uma vez a viabilidade da prática de
sustentabilidade na empresa Liderança Serviços, pois a competitividade do setor de
serviços e a preocupação da empresa com suas ações socioambientais são agentes
motivadores.
O crescimento da economia e a globalização promovem a competitividade
entre as empresas, tornando o mercado cada vez mais acirrado, e a busca por
diferenciais e vantagens competitivas, é inevitável, e a prática da sustentabilidade
entra neste contexto como uma ferramenta de competitividade.
Ng e Choi (2011) complementam ainda que os consumidores optam por
empresas que praticam a sustentabilidade, mesmo que tem-se valor agregado no
preço final. O que fortifica a condição de competitividade que a prática condiciona as
empresas.
A vantagem competitiva que a prática da sustentabilidade proporciona foi
identificada também, nas pesquisas realizadas com os gestores e diretores da
empresa Liderança Serviços, além de outros pontos que demonstram a importância
desta prática, como o relacionamento com os stakeholders.
Além do exposto até o momento, vale ressaltar que Tang et al (2011)
defende também que a prática da sustentabilidade colabora para a satisfação no
trabalho, o que contribui para a visão da empresa Liderança Serviços, de ser a
melhor empresa para se trabalhar até 2015, no ramo de limpeza e conservação.
A fundamentação teórica realizada neste trabalho teve forte papel para
elaboração da proposta de sistemática para implantação de projetos
socioambientais para a prática de sustentabilidade, sugerido neste trabalho, tendo
em vista que foi rica com autores renomados, diversificada entre livros e artigos
científicos, e com vários pontos de vista.
105
Diante do exposto percebe-se que os objetivos propostos no início deste
trabalho acadêmico foram atingidos, inclusive o objetivo geral de propor para a
empresa Liderança Serviços uma sistemática para implantação de projetos
socioambientais para a prática de sustentabilidade. E os objetivos específicos foram
atingidos, conforme apresenta o Quadro 35.
Quadro 34 - Conclusão objetivos específicos OBJETIVOS ESPECÍFICOS RESULTADOS
Descrever os projetos e ações socioambientais desenvolvidas pela empresa Liderança Serviços
Os projetos, ações e iniciativas socioambientais foram descritos na caracterização da empresa
Classificar as práticas da empresa Liderança Serviços no contexto de projetos, ações e iniciativas socioambientais
Na caracterização da empresa os projetos, ações e iniciativas socioambientais foram separados por categoria
Avaliar a percepção dos principais gestores da empresa Liderança sobre a prática da sustentabilidade na empresa
Foi identificado o impacto nas pesquisas realizadas, bem como na caracterização da empresa Liderança Serviços
Fonte: Dados primários (2012)
O primeiro objetivo foi descrever os projetos e ações socioambientais
desenvolvidas pela empresa Liderança Serviços, a fim de possibilitar o
conhecimento do que é praticado atualmente pela empresa. E o objetivo foi
alcançado, quando na caracterização da empresa, foram expostos o Quadro 13,
Quadro 14 e Quadro 15, com a descrição de cada iniciativa, ação e projeto
socioambiental.
O segundo objetivo era classificar as práticas da empresa Liderança
Serviços no contexto de projetos, ações e iniciativas socioambientais, e os mesmos
Quadros 13, 14 e 15 expõem este contexto, tendo em vista que estes demonstraram
quais iniciativas, ações e projetos socioambientais, respectivamente, são praticados
pela Liderança Serviços.
O terceiro objetivo proposto no trabalho foi de avaliar a percepção dos
principais gestores da empresa Liderança sobre a prática da sustentabilidade na
empresa. E este objetivo foi alcançado a partir da pesquisa realizada com os
mesmos, por meio de questionário, em que os resultados foram expostos no tópico 5
deste presente trabalho.
O objetivo geral de elaborar uma sistemática para implantação de projetos
socioambientais para a prática da sustentabilidade na empresa Liderança Serviços
106
foi atingido conforme exposto detalhadamente no capítulo 6 do presente trabalho.
Em resposta a pergunta problema do presente trabalho, os resultados das
pesquisas e a caracterização da empresa, permitem responder que a viabilidade
para prática de projetos de sustentabilidade pela empresa Liderança Serviços, pode
ser por meio da sistemática para implantação de projetos, que foi proposto no
presente trabalho, inclusive com dois projetos sugeridos para ilustrar a sistemática.
A sistemática proposta deve ser flexível, adaptado a cada momento da
empresa, buscando se adequar as necessidades e as demandas apresentadas na
rotina dos processos, a fim de aprimorar continuamente a prática da
sustentabilidade, sempre respeitando o tripé: social, ambiental e econômico.
Sendo assim, conclui-se que o presente trabalho alcançou os objetivos
propostos inicialmente, entretanto, dentre outros resultado identificados, pode se
perceber que a empresa Liderança Serviços deve melhorar sua comunicação, junto
ao público interno, referente aos projetos socioambientais, desenvolvidos e
praticados pela a empresa, no qual ficou evidenciado na pesquisa o
desconhecimento quanto ao tema.
Conclui-se ainda que a prática da sustentabilidade é viável a partir de uma
sistemática e de projetos, desenvolvido para a realidade de cada empresa,
conhecendo os stakeholders que se envolvem com as atividades da respectiva
empresa. E mais do que isso, percebeu-se com o presente trabalho, que a prática da
sustentabilidade é importante para todo o Planeta Terra.
Assim sendo, como sugestão para novos trabalhos se indica uma pesquisa
sobre a comunicação da empresa Liderança Serviços com seus stakeholders, para
garantir o conhecimento e o envolvimento de todos com os projetos de
sustentabilidades praticados, conforme define Nascimento et al, 2008. Além disso,
sugere-se que novas pesquisas e trabalhos com relação ao custo e retorno
financeiro da prática de sustentabilidade, além da implantação de um programa de
sustentabilidade.
Como limitações, percebe-se que pesquisas e trabalhos sobre o tema não
são fomentados na universidade, com atualização de livros nas bibliotecas e do
tema em disciplinas, para que os alunos tenham mais próximo do meio acadêmico, a
oportunidade de conhecer e trabalhar com o tema. E para realização de todo o
trabalho, ainda é deficitário a clareza dos processos metodológicos.
107
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114
APÊNDICE A – Roteiro de entrevista
Contexto: Roteiro de Entrevista com 2 diretores e supervisora do estágio
Questões:
1) Como o senhor (a) define a sustentabilidade ou o desenvolvimento
sustentável?
2) Na sua opinião, a sustentabilidade, hoje, faz parte do negócio da
empresa? Se sim, de que forma?
3) O senhor (a) tem conhecimento dos projetos socioambientais praticados
pela empresa Liderança Serviços? Considera-os como projetos de
sustentabilidade? Por que?
4) A sustentabilidade é tema discutido ou comentado em reuniões da alta
administração da empresa Liderança Serviços?
5) Na sua opinião, como a prática da sustentabilidade pode fazer parte do
negócio da empresa Liderança Serviços?
6) Na sua opinião, a prática da sustentabilidade pode envolver os principais
stakeholders das empresas?
7) Para o senhor (a) a prática da sustentabilidade pode trazer retorno
econômico para a organização? De que forma?
8) O senhor (a) acredita que a empresa pode utilizar a sustentabilidade como
diferencial para conquistar uma vantagem competitiva?
9) Hoje se fala que o efeito da sustentabilidade deve ser em cadeia junto aos
seus stakeholders. Como a empresa Liderança Serviços poderia
desenvolver projetos socioambientais dentro desta cadeia?
10) Na sua opinião e com base nos 8 objetivos do milênio, em que área a
empresa Liderança Serviços poderia desenvolver projetos
socioambientais?
115
8 Objetivos do Milênio Objetivos
Acabar com a fome e a miséria Educação básica de qualidade para todos Igualdade entre sexos e valorização da mulher Reduzir a mortalidade infantil Melhorar a saúde das gestantes Combater a Aids, a malária e outras doenças Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento
11) A empresa Liderança Serviços pensa em ter um programa de
sustentabilidade, um sistema de Gestão Ambiental?
12) Na sua opinião, o termo e a prática da sustentabilidade é
responsabilidade de quem? Do primeiro, segundo ou terceiro setor? Por
que?
116
APÊNDICE B – Questionário
QUESTIONÁRIO
O presente questionário é de cunho acadêmico, e fará parte dos instrumentos de pesquisa de dados para elaboração de um programa de sustentabilidade que será proposto para a empresa Liderança Serviços.
Conceito de Sustentabilidade – Desenvolvimento Sust entável : É o conjunto de atitudes que atende as necessidades da presente geração sem comprometer que as gerações futuras possam atender suas próprias necessidades. (NASCIMENTO et AL, 2008).
Agradeço atenção
Aline Braga Lima 1. Sexo
( ) Masculino ( ) Feminino
2. Idade
( ) até 20 anos ( ) de 21 a 30 anos ( ) de 31 a 40 anos ( ) 40 a 50 anos ( ) mais de 60 anos
3. Escolaridade
( ) Ensino médio ( ) Ensino superior incompleto ( ) Ensino superior ( ) Pós - Graduado
4. Quanto tempo trabalha na organização:
( ) menos de 12 meses ( ) de 12 a 24 meses ( ) de 24 a 36 meses ( ) mais de 36 meses
5. O seu nível de conhecimento sobre Sustentabilida de pode ser considerado como:
( ) Excelente ( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Médio ( ) Baixo
6. O seu nível de conhecimento dos projetos socioam bientais da empresa Liderança Serviço pode ser considerado como:
( ) Excelente ( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Médio ( ) Baixo
7. Em sua opinião, as ações e projetos socioambient ais desenvolvidos pela organização estão mais direcionados para:
( ) Cliente interno ( ) Cliente externo ( ) Comunidade ( ) Acionistas ( ) Concorrentes
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8. Em sua opinião, as ações e os projetos socioambi entais da organização deveriam ser mais direcionados para:
( ) Cliente interno ( ) Cliente externo ( ) Comunidade ( ) Acionistas ( ) Concorrentes
9. . Em sua opinião, quão importante é a prática da sustentabilidade para a empresa Liderança Serviço?
( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Pouco importante ( ) Não é importante ( ) Indiferente
10. Em sua opinião, o nível de conhecimento dos col aboradores do corpo administrativo sobre os projetos socioambientais pode ser considerado co mo:
( ) Excelente ( ) Muito bom ( ) Bom ( ) Médio ( ) Baixo
11. Em sua opinião, a prática da sustentabilidade p ode trazer à empresa Liderança Serviços alguma vantagem competitiva junto ao seu mercado de atuação?
( ) Sim ( ) Não
12. Em sua opinião, algum fornecedor da Liderança S erviço aceitaria parceria para a prática da sustentabilidade?
( ) Sim ( ) Não
13. Você tem interesse em participar de um programa de sustentabilidade na empresa Liderança Serviços?
( ) Sim ( ) Não
14. Você acompanhou a Conferência sobre a Sustentab ilidade (Rio+20) realizada este ano no Rio de Janeiro?
( ) Sim ( ) Não
15. Com relação as temáticas apresentado abaixo, qu al é mais importante para a organização trabalhar na prática da sustentabilidade? Pode opta r por mais de uma opção assinalando com “x”.
Objetivos do Desenvolvimento do Milênio Opção Fome e miséria Igualdade entre sexos e valorização da mulher Melhorias na saúde das gestantes Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente Educação básica de qualidade Redução da mortalidade infantil Combate à AIDS, malária e outras doenças Outras (pode citar)
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ANEXO 1 – CÓDIGO DE CONDUTA