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Universidade
Estadual de Londrina
TALYTA NEVES DUARTE
Londrina - PR
2016
ESTUDO RETROSPECTIVO DE TRAUMATISMOS DENTÁRIOS NA DENTIÇÃO DECÍDUA
TALYTA NEVES DUARTE
ESTUDO RETROSPECTIVO DE TRAUMATISMOS DENTÁRIOS NA DENTIÇÃO DECÍDUA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Cirurgião Dentista.
Orientador: Profª. Drª. Farli Aparecida Carrilho Boer
Londrina – PR
2016
TALYTA NEVES DUARTE
ESTUDO RETROSPECTIVO DE TRAUMATISMOS DENTÁRIOS NA DENTIÇÃO DECÍDUA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do título de Cirurgião Dentista. Orientador: Profª. Drª. Farli Aparecida Carrilho Boer
BANCA EXAMINADORA
Orientador: Profª. Drª.Farli Aparecida
Carrilho Boer. Universidade Estadual de Londrina
Profª. Drª. Luciana Tiemi Inagaki.
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, 28 de novembro de 2016.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, as graças concedidas e o
livramento dos perigos e intercorrências do dia-a-dia.
À minha família, sensacional, responsável pelo meu alicerce e total apoio. Aos
conselhos do meu sábio pai, as criticas da minha exigente mãe, ao carinho e
compreensão dos meus irmãos Vinício, Camila e João Vitor. A bolinha de pelo mais
alegre e carinhosa do mundo, Pandinha.
Aos meus amigos da graduação que se fizeram família quando a saudade de
casa apertava, se fizeram parceiros nos momentos de festa, se fizeram nerds nos
momentos de estudo, se fizeram conselheiros nos momentos de desamores, se
fizeram cozinheiros nos momentos de fome. Natali Ito, Flávia Cheffer, Camila Bueno
Elen Dal Bosco, Camila Salvador e Greissy Lopes, personalidades autênticas que
transformaram meu dia-a-dia inexplicavelmente, já sinto saudades.
Aos meus amigos de longa distância que se fizeram próximos nos momentos
de dificuldades. Bruno Vasconcelos, Renan Bezerra e Rayane Matos, obrigada
pelas horas de conversas de assuntos inesgotáveis e pela paciência quando ás
vezes eu dormia no telefone.
A todos meus professores, incentivadores, mestres e conselheiros. Em
especial: Farli Boer, pela confiança ao desafio de desenvolver esta pesquisa.
Solange Ramos, por despertar meu potencial de pesquisadora. Sueli Cardoso, por
lapidar meu trabalho clínico.
Aos meus queridos pacientes pela confiança, compreensão, paciência e
compromisso. D. Margarida, D. Severina, D. Rita, Sr. Dirceu, Sr. Edson, Sr. Adelino
e Josiane, minha eterna gratidão e carinho por todos vocês. Cada caso foi um
desafio diferente que enriqueceu meus conhecimentos e aprimoraram minhas
técnicas, além disso, geraram laços pessoais de carinho.
DUARTE, TALYTA NEVES. Estudo Retrospectivo de Traumatismos Dentários
na Dentição Decídua. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Odontologia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2016.
RESUMO
Tendo em vista a alta frequência de traumatismos dentários em crianças, e seus fatores associados, objetivou-se verificar na amostra estudada a frequência de trauma em dentes decíduos ocorridos nos tecidos de sustentação, dentário e outros; o tipo de queda, gênero e faixa etária e a associação entre eles. Foram analisados 995 prontuários de crianças de 0 a 72 meses de idade atendidas por trauma dentário no Pronto atendimento da Clínica de Especialidades Infantis (CEI) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Londrina - PR, no período de 2007 a 2014. O estudo foi retrospectivo descritivo e os resultados foram analisados por meio do teste qui-quadrado (p<0,05). Dentre as 1.897 ocorrências de lesões traumáticas analisadas 65,3% ocorreram apenas em tecido de sustentação, 8,2% apenas em tecido dentário, 22,3% envolveram ambos tecidos e 4,2% acometeram outros tecidos. O tipo de queda mais comum foi andar/correr (51,5%); o gênero mais acometido foi o masculino (59,5%); a faixa etária mais afetada foi de 13 a 24 meses (28%). O tipo de trauma de maior frequência foi a subluxação (49,4%), seguida intrusão (14,9%) e concussão (14,8%). Quanto ao tecido dentário, a fratura de esmalte (34,0%) obteve maior prevalência, seguida da fratura de esmalte e dentina (30,1%) e da fratura de esmalte dentina e polpa (15,8%). A associação do tipo de traumatismo foi estatisticamente significante (p<0,05) com a faixa etária e o tipo de queda. A relação entre o tipo de queda e a faixa etária também foi estatisticamente significante (p<0,05). Podemos concluir que o traumatismo dentário tem sido considerado um problema de saúde pública devido à sua alta frequência e ocorrência em crianças de pequena idade. Dessa forma sua prevalência e sua associação com outros fatores devem ser consideradas importantes, pois auxiliam em planejamentos de programas educativos, preventivos e terapêuticos que podem influenciar na qualidade de vida dessas crianças.
Palavras-chaves: odontopediatria; traumatismos dentários; dente decíduo.
DUARTE, TALYTA NEVES. Retrospective Study of Tooth Injuries in Primary
Tooth. 2016. Thesis of University Degree (Undergraduate Dentistry) - State
University of Londrina, Londrina, 2016.
ABSTRACT
Considering the high frequency of tooth injuries in children and associated
factors. The aim of this study was to verify the sample frequency of trauma type in
primary teeth, occurred in support tissues, dental tissues and others, the type of fall,
gender and age and the association between them. Were analyzed 995 records of
children 0-72 months of age attended by tooth injuries in emergency room of the
Children's Clinical Specialties of State University of Londrina (UEL) Londrina - PR
from 2007 to 2014. This study was retrospective and the results was analysed by qui-
square test (p<0,05). From the 1,897 traumatized teeth the most frequent type of
injury was supporting tissue (65.3%), was only on tooth tissue (8.2%), and combined
tissues (22.3%) and 4.2% occured other tissues. The most common type of fall was
walking / running (51.5%); the most affected gender was male (59.5%); the most
affected age group was 13-24 months (28%). The most frequent type of trauma was
subluxation (49.4%), followed intrusion (14.9%) and concussion (14.8%). As the
dental tissue, enamel fracture (34%) had a higher prevalence, then the enamel and
dentin fracture (30.1%) and fracture enamel dentin and pulp (15.8%). The
association of type of trauma was statistically significant (P <0.05) with the age and
type of fall. The relationship between the type of fall and the age group was also
statistically significant (P <0.05). Inferred that tooth injuries has been considered a
public health problem because of its high frequency and occurrence in children. Thus
its prevalence and its association with other factors should be considered important
as they assist in planning educational, preventive and therapeutic programs that can
influence the quality of life of these children.
Keywords: pediatric dentistry; dental trauma; primary tooth.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Gráfico da distribuição (%) da faixa etária............................. 15
Figura 2 - Gráfico da distribuição (%) dos tipos de lesões teciduais...... 17
Figura 3 - Gráfico da distribuição (%) dos tipos de lesões no tecido de
sustentação...........................................................................
17
Figura 4 - Gráfico da distribuição (%) dos tipos de lesões no tecido
dentário..................................................................................
17
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Associação entre a etiologia dos traumatismos e as faixas
etárias......................................................................................
16
Tabela 2 - Associação entre os tipos de lesões e as faixas etárias......... 16
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO ...................................................................................... 10
2- DESENVOLVIMENTO .......................................................................... 14
2.1 – Objetivo ................................................................................................ 14
2.2 – Metodologia .......................................................................................... 14
2.3 – Resultados ........................................................................................... 15
2.4 – Discussão ............................................................................................. 19
3- CONCLUSÃO ....................................................................................... 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 23
ANEXO .......................................................................................................... 25
1. INTRODUÇÃO
O traumatismo dentário (TD) tem sido considerado um problema de saúde
pública devido à sua frequência, e por maior ocorrência em jovens. Assim os
programas de acompanhamento por tempo prolongado dos traumas dentários são
importantes, pois podem atender as necessidades pós-trauma e suas possíveis
complicações (MARCENES; MURRAY, 2001; SPINKS et al., 2004; OLIVEIRA et al.,
2007; FELDENS et al., 2008; GLENDOR, 2009; ROBSON et al., 2009; ZHANG et al.,
2014).
Estudos em todo o mundo apontam variações na prevalência do traumatismo
dentário (10,2% e 69,2%), seja na dentição decídua ou na permanente, de acordo
com Zhang et al., (2014). No Brasil essa frequência foi relatada entre 10% e 40%
(FLORES, 2002). Estudos sugerem que a incidência dos traumatismos supere a
cárie dentária e as doenças periodontais entre pessoas jovens (ANDREASSEN &
ANDREASSEN 1990; CALDAS; BURGOS, 2001).
Atenção por parte das pesquisas tem sido direcionada à etiologia do TD que
é complexa e influenciada por diferentes fatores como a aspectos biológicos,
comportamentais, ambientais e socioeconômicos ( MARCENES; MURRAY, 2001;
GLENDOR, 2009).
Em se tratando da relação entre gênero e frequência de TD, o gênero
masculino tem sido citado como o que sofre maior número de TD na dentição
decídua quando comparado ao feminino, uma vez que os meninos podem estar
mais envolvidos em atividade física de risco como futebol, skates, esportes de luta e
grande contato físico (CALDAS; BURGOS, 2001; DE AMORIM; DA COSTA;
ESTRELA, 2011; MENDOZA-MENDOZA et al., 2015). No entanto, de acordo com
Traebert et al. (2006) as meninas também podem estar expostas aos mesmos
fatores de risco à TD que os meninos, devido às características da sociedade
moderna.
Várias pesquisas demonstraram diferentes prevalências entre os gêneros
Hasan, et. al., 2010 (51,4% meninas); De Amorim; Da Costa; Estrela, 2011 (52,9%
meninos); Mendoza-Mendoza, et all., 2015 (52,8% meninos). Mas esta diferença
pode não ser estatisticamente significante em todos os estudos (HASAN;
QUDEIMAT; ANDERSSON, 2010; OLIVEIRA et al., 2007; KRAMER et al., 2005).
Quanto ao tipo de dente a maioria dos casos de TD ocorre em dentes
anteriores, especialmente centrais e laterais superiores (DE AMORIM; DA COSTA;
ESTRELA, 2011; HASAN; QUDEIMAT; ANDERSSON, 2010; GLENDOR, 2009;
FELDENS et al., 2008). Hasan, et. al., (2010), encontrou em sua amostra que 70%
das crianças estudadas traumatizou somente um elemento dentário.
A idade também tem sido relacionada como um dos fatores de aumento da
frequência de TD. Nas mais jovens, à medida em que estão aprendendo a andar, a
correr sua coordenação motora e sua capacidade de decisão ainda estão
parcialmente desenvolvidas, predispondo as quedas (OLIVEIRA et al., 2007). Assim,
o maior número de traumas em dentes decíduos ocorre entre um ano e meio e três
anos de idade (CUNHA; PUGLIESI; DE MELLO VIEIRA, 2001; KRAMER et al.,
2005; DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011; MENDOZA-MENDOZA et al.,
2015). Porém, autores como Oliveira, et. all., (2007), Hasan, et. all., (2010) e
Carvalho, et. all., (2010), encontraram que a faixa etária mais afetada foi de 4 anos
de idade e Feldens et all., (2008) afirma que a prevalência mais elevada está entre 3
a 5 anos.
Alguns fatores etiológicos dos TD como queda da própria altura e colisão
contra objetos dos TD têm sido citados, na literatura pertinente, como as mais
comuns e o local mais comumente relacionado é própria residência ( GLENDOR,
2009; CARVALHO; JACOMO; CAMPOS, 2010; HASAN; QUDEIMAT; ANDERSSON,
2010; DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011). Mesmo que a queda da própria
altura possa ser considerada uma queda pequena, pode deixar sérias complicações
abdominais e de cabeça (SNODGRASS; ANG, 2006; WANG et al., 2001).
Quanto ao tipo de traumatismo, as luxações têm sido citadas como as lesões
mais frequentes na dentição decídua (BIJELLA et al., 1990; ROCHA; CARDOSO,
2001; FLORES, 2002; DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011; MENDOZA-
MENDOZA et al., 2015). Quando comparados à dentição permanente, os dentes
decíduos apresentam mais fraturas coronárias, provavelmente, devido ao pouco
suporte ósseo alveolar e maior elasticidade do tecido de sustentação, principalmente
nas crianças mais jovens (SANDALLI; CILDIR; GULER, 2005; MENDOZA-
MENDOZA et al., 2015).
Em relação à distribuição de frequência de lesões de sustentação há na
literatura diferentes porcentagens devido à variedade das amostras dos estudos
realizados, local do estudo, entre outros fatores que podem ter influenciado na
variabilidade dos resultados. Em uma amostra de 753 dentes decíduos
traumatizados foi encontrada uma maior proporção de lesões de tecido de
sustentação do que de fraturas, sendo a mais frequente dentre as luxações, a
intrusão, que correspondeu a 29,3% dos casos (CARVALHO; JACOMO; CAMPOS,
2010). De Amorim; Da Costa; Estrela, (2011), demonstraram em uma amostra
composta de 412 dentes decíduos traumatizados, que 72,0% dos casos ocorreram
em tecido de sustentação, e destes, 40,3% foram de subluxação, seguido por 17,5%
de luxação lateral e 10,4% de avulsão. Mendoza-Mendoza, et al., (2015),
encontraram em uma amostra de 879 crianças, das quais 21,7% sofreram algum
tipo de TD, dentre estes, 47,29% casos foram de subluxação, 23,15% de intrusão e
13,63% de avulsão. Hasan, et al. (2010), examinaram 500 crianças e relataram que
em 58 (11,6%) casos de sua amostra. Dezessete casos foram de luxação lateral, e 3
casos de avulsão.
Em relação as lesões de tecido dentário, Feldens, et. all., (2008), encontraram
376 crianças tiveram TD. Dos 58 dentes afetados, 81% sofreram lesão de fratura de
esmalte, seguido por 9% de luxação lateral e 3% de traumas combinados. A amostra
foi composta por crianças de idade entre um ano a um ano e meio de idade. De
Amorim; Da Costa; Estrela (2011), encontraram que das 96 (23,3%) lesões de tecido
dentário, 54 (56,2%) dos casos corresponderam à fratura não complexa de esmalte,
16 (16,6%) à fratura não complexa de esmalte e dentina, e 12 (12,5%) aos casos de
fratura radicular. O restante de sua amostra 19 (4,1%) dos casos corresponderam a
traumas combinados, afetando tanto tecido dentário quanto tecido de sustentação.
Assim, um plano de tratamento apropriado, após um traumatismo dentário, é
essencial para um bom prognóstico (FLORES et al., 2007). Essa situação requer do
profissional um atendimento de urgência rápido, minucioso e um diagnóstico
imediato e correto para que o tratamento seja estabelecido o mais precocemente
possível (ANDREASSEN, 1992; CUNHA; PUGLIESI; DE MELLO VIEIRA, 2001; DE
AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011; MENDOZA-MENDOZA et al., 2015). Um
tratamento inadequado do trauma dentário pode causar mais danos ao paciente do
que o próprio trauma (LENZI et al., 2015). Para tanto, muitos fatores devem ser
considerados, tais como: tipo, direção, gravidade do trauma, maturidade do dente,
ocorrência ou não de fratura coronária e ou óssea e o tempo decorrido entre o
trauma e o tratamento (PEDROSA, 1997; RAMOS-JORGE et al., 2008).
Ramos-Jorge et al. (2008), afirmam que com a combinação das informações
do TD, do paciente e dos pais poderia ser traçado um perfil de risco. Esses autores
ainda afirmam a possibilidade de constituir, de forma sistemática, uma base de
dados com informações sobre os perfis de risco poderiam melhorar os
conhecimentos sobre a prevenção de TD.
Dessa forma os traumas apresentam um grande desafio para os dentistas,
pois não somente requer em um manejo adequado do comportamento do pequeno
paciente, como também conhecimento técnico, científico e bom senso param se
realizar um diagnóstico correto e determinar um tratamento mais eficiente
(PEDROSA 1997; DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011). Das urgências que
ocorrem na odontopediatria, os traumatismos dentários e suas sequelas são os que
causam maior impacto tanto para os profissionais como pais e crianças, e é
importante que o profissional, além de atender as necessidades do paciente, dirija a
atenção aos pais/responsáveis para gerar tranquilidade e segurança (SORIANO;
CALDAS; GÓES, 2004).
2. DESENVOLVIMENTO
2.2 - Objetivo
Verificar na amostra estudada a distribuição e associação do tipo trauma em
dentes decíduos, em relação ao gênero, faixa etária, etiologia e tecidos envolvidos.
2.3 - Metodologia
Esta pesquisa foi submetida à avaliação e aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e recebeu parecer favorável -
Registro CONEP 5231/2013 (Anexo A).
Os dados foram coletados após análise de 5.661 prontuários de crianças
registradas no Pronto Atendimento da Clínica de Especialidades Infantis (CEI) da
Universidade Estadual de Londrina - Paraná. (UEL) no período de 2007 a 2014. Do
total de prontuários analisadas, foi encontrado 2.229 ocorrências de TD. Foram
excluídas 332 ocorrências, resultando na amostra final de 1.897 ocorrências, de 995
crianças.
Foram tomados como critério de inclusão os prontuários estivessem
corretamente preenchidos contendo: dados pessoais completos, e informações
referentes ao diagnóstico do traumatismo, e os que não continham essas
informações ou crianças que foram atendidas por outras necessidades foram
excluídos da amostra.
Os dados foram registrados em instrumento próprio, contendo: gênero, faixa
etária, tipo de queda, tipo de lesão (tecido mole, ósseo, sustentação e dentário). O
critério de classificação utilizado para este estudo foi uma adaptação de Andreassen
& Andreassen (2001). Esta adaptação constou da inclusão de lesão nas estruturas
de sustentação e dentárias, simultaneamente, em um único elemento dentário
traumatizado.
O estudo foi retrospectivo descritivo e os resultados foram analisados por
meio do teste qui-quadrado, pelo programa IBM SPSS Statistics 2.0.
2.2 – Resultados
No que diz respeito à distribuição (N/%) da amostra total com relação ao
gênero houve uma predominância de ocorrências para o gênero masculino 1.128
(59,5%) quando comparado ao gênero feminino 769 (40,5%). Essa diferença foi
estatisticamente significante (p<0,05).
O gênero quando associado a fatores como faixa etária (p=0,23), tipo de
queda (p=0,98) e tipo de lesão de tecidos (p=0,21) não apresentaram diferenças
estatisticamente significantes.
Quanto à distribuição das faixas etárias, a mais acometida foi entre 13 e 24
meses 532 (28,0%), seguida de 25 a 36 meses 485 (25,6%) e 37 a 48 meses 385
(20,3%) (Figura 1).
Figura 1 – Gráfico da distribuição (%) da faixa etária.
≤ 36 meses > 36 meses
Em relação aos fatores etiológicos, as quedas ao andar/correr foram as mais
frequentes em um total de 880 (51,5%) ocorrências, seguidas por contra objetos 302
(17,7%) e objetos altos 275 (16,1%).
Houve associação estatisticamente significante entre a etiologia e a faixa
etária e se encontra evidente nas categorias: andar/correr, objetos altos e outras
etiologias (Tabela 1).
Tabela 1 – Associação entre a etiologia dos traumatismos e as faixas etárias.
Etiologia Faixa Etária
Total ≤ 36 Meses > 36 Meses
Outras 126 64 190*
Andar correr 584 296 880*
Objetos altos 174 101 275*
Contra objetos 138 164 302
Objetos móveis 81 80 161
Golpes 30 53 83
Acidente automobilístico 4 2 6
Total 1137 760 1897*
*Teste de Qui-quadrado p<0,05.
Ao analisarmos a associação entre a etiologia do trauma e a faixa etária
observou-se que crianças mais novas (≤ 36 meses) obtiveram uma frequência maior
em todos os tipos de lesões teciduais, entretanto essa diferença só foi
estatisticamente significante (p<0,05) nas lesões que envolveram somente o tecido
dentário e as que ocorreram em tecido de sustentação e dentário (Tabela 2).
Tabela 2 – Associação entre os tipos de lesões e as faixas etárias.
Lesões teciduais Faixa Etária
Total ≤ 36 Meses > 36 Meses
Outros tecidos 56 23 79*
Tecido de sustentação 652 587 1239
Tecido de dentário 118 38 156*
Tecidos de sustentação e dentário 311 112 423*
Total 1137 760 1897*
*Teste de Qui-quadrado p<0,05.
Ao analisar a distribuição (N/%) dos tipos de lesões teciduais, obteve-se que a
prevalência maior foi de lesões que ocorreram somente em tecido de sustentação
1.239 (65,3%), seguida das que envolveram tecido de sustentação e dentário 423
(22,3%) e lesões que ocorreram somente em tecido dentário 156 (8,2%) (Figura 2).
Figura 2 – Gráfico da distribuição (%) dos tipos de lesões teciduais.
No que diz respeito ao tipo de lesão no tecido de sustentação observou-se
que 823 (49,4%) ocorrências foram de subluxação, seguida de intrusão 248 (14,9%)
e concussão 246 (14,7%) (Figura 3).
Figura 3 – Gráfico da distribuição (%) dos tipos de lesões no tecido de sustentação.
Com relação a distribuição de traumatismos em tecido dentário obteve-se que
198 (34,0%) sofreram fratura de esmalte, seguida de fratura de esmalte e dentina
176 (30,3%) e fratura de esmalte, dentina e polpa 92 (15,9%) (Figura 4).
Figura 4 – Gráfico da distribuição (%) dos tipos de traumatismos no tecido dentário.
2.3 – Discussão Os resultados em relação à prevalência de gênero, idade e etiologia dos TD
do presente estudo corroboraram com os resultados descritos em outras pesquisas
(FELDENS et al., 2008; CARVALHO; JACOMO; CAMPOS, 2010; DE AMORIM; DA
COSTA; ESTRELA, 2011; MENDOZA-MENDOZA et al., 2015). O trauma de tecido
de sustentação é o mais prevalente nas crianças com dentição decídua quando
comparado com a dentição permanente (CARVALHO; JACOMO; CAMPOS, 2010).
Em se tratando da distribuição de TD entre os gêneros, esta pesquisa esta de
acordo com aos autores que citaram como o mais prevalente o gênero masculino
(CALDAS; BURGOS, 2001; DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011; MENDOZA-
MENDOZA et al., 2015) e a diferença foi estatisticamente significante assim como
nas pesquisas de Kramer et al. (2005); Oliveira et al. (2007) e Hasan; Qudeimat;
Andersson (2010).
Esta pesquisa apresentou uma maior prevalência de TD na faixa etária de 13
a 24 meses semelhante a outras pesquisas (CUNHA; PUGLIESI; DE MELLO
VIEIRA, 2001; KRAMER et al., 2005; DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011;
MENDOZA-MENDOZA et al., 2015).
O andar/correr tem sido citado como o fator etiológico mais prevalente na
literatura, com variação de sua frequência entre 26% e 94,6% (FELDENS et al.,
2008; CARVALHO; JACOMO; CAMPOS, 2010; HASAN; QUDEIMAT; ANDERSSON,
2010; DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011). Essa ampla divergência de
porcentagens pode estar relacionada ao fato de que categorias diferentes foram
estabelecidas, nos diferentes estudos, para definirem as etiologias.
Quanto a esse tema, ao realizar-se a presente pesquisa, deparou-se com a
dificuldade em agrupar em poucas categorias, as etiologias, sem perder ou modificar
as informações encontradas nos prontuários e preparar a base de dados para o
tratamento estatístico.
A lesão no tecido de sustentação representou 65,3% de nossa amostra e
resultados semelhantes foram encontrados por outros estudos (BIJELLA et al., 1990;
ROCHA; CARDOSO, 2001; FLORES, 2002; DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA,
2011; MENDOZA-MENDOZA et al., 2015). A distribuição de ocorrências no tecido de
sustentação, foi semelhante nas crianças em diferentes faixas etárias, e obteve-se
um resultado estatisticamente significante entre o tecido citado e a idade. Isto
acontece, possivelmente, devido às características do processo alveolar das
crianças na idade pré-escolar em que o ligamento periodontal e os grandes espaços
medulares conferem uma maior flexibilidade de toda a estrutura relacionada
atuando, assim, como uma rede amortecedora. Como resultado, no caso de uma
lesão traumática, os dentes podem se deslocar mais facilmente em vez de
fraturarem (CUNHA; PUGLIESI; DE MELLO VIEIRA, 2001; MENDOZA-MENDOZA
et al., 2015).
Em se tratando de lesões de tecido de sustentação, alguns estudos, assim
como esta pesquisa, categorizaram as lesões que acometem o tecido de
sustentação detalhadamente como concussão, subluxação, intrusão, extrusão e
avulsão. (DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011; MENDOZA-MENDOZA et al.,
2015), outros só as categorizaram como luxações e avulsões (FELDENS et al.,
2008; HASAN; QUDEIMAT; ANDERSSON, 2010).
Ao compararmos as lesões de tecido de sustentação com estudos que
utilizaram categorias semelhantes a este estudo, encontrou-se subluxação como a
lesão mais frequente (DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011; MENDOZA-
MENDOZA et al., 2015).
Feldens et al., (2008) chamaram atenção ao fato de que traumas menores
não serem notificados, uma vez que sinais e/ou sintomas de algumas luxações,
como concussão, poderiam não ser evidentes semanas ou meses após a lesão.
Além disso, isso poderia causar um viés, na proservação, uma vez que o período
entre a ocorrência do trauma e a busca pelo atendimento odontológico não foi
imediato.
Em se tratando de lesão dos tecidos dentários, neste estudo, o tipo de lesão
que mais acometido foi a fratura de esmalte, resultado semelhante aos estudos de
Feldens et al. (2008); Hasan; Qudeimat; Andersson (2010) e De Amorim; Da Costa;
Estrela, (2011).
Nos TD, lesões dos tecidos de sustentação e/ou nos tecidos dentários são
inevitáveis. A classificação de Andreassen (1990) já bastante utilizada pelos estudos
(FELICIANO, et. al.,2006) é incontestável didaticamente porém não leva em
consideração que um dente ao sofrer uma fratura possa também ter lesionado o
tecido de sustentação, ao mesmo tempo. O que é muito provável, pois acredita-se
que uma luxação pode não estar associada uma fratura dentária, mas o inverso é
incontestável.
Deste modo, foi verificada a necessidade de uma categorização que incluísse
traumatismos que ocorressem, tanto nas estruturas de sustentação quanto na
dentária, em um único elemento traumatizado. Estudos como De Amorim; Da Costa;
Estrela (2011), também apresentaram essa categoria (19 casos) que combina
lesões em ambos os tecidos, numa amostra de 412 casos.
Infelizmente, um dos problemas mais relevantes e notáveis sobre TD é
diversidade de sistemas de classificação de diagnóstico, e isto pode representar
alguns problemas relevantes, como um confuso sistema de categorias e
subcategorias sem uma conexão entre elas e uma não padronização universal
(FELICIANO; CALDAS, 2006; GLENDOR, 2009; DE AMORIM; DA COSTA;
ESTRELA, 2011). Esse problema também foi encontrado ao desenvolver essa
pesquisa.
Uma vez que a alta prevalência de traumatismos, em crianças de pequena
idade, pode estar associada às quedas em que até mesmo as de baixo nível podem
levar a graves lesões na cabeça e no abdome ( WANG et al., 2001; SNODGRASS &
ANG 2006), é indiscutível que a prevenção de traumatismos dentários deva ser
considerada uma prioridade nos programas de promoção da saúde bucal dirigidos
tanto aos pais como aos cuidadores (AGRAN et al., 2003; SPINKS et al., 2004;
FELDENS et al., 2008; DE AMORIM; DA COSTA; ESTRELA, 2011).
Nesse contexto, a orientação aos pais e cuidadores deve levar em conta os
vários estágios de desenvolvimento motor durante o primeiro ano de vida da criança,
incluindo o processo de aprender a andar e a explorar o ambiente circundante o que
ocorre em idade próxima de 10 a 12 meses (AGRAN et al., 2003). Portanto,
sensibilizar os responsáveis até mesmo com relação às modificações necessárias
no ambiente em que a criança vive é de extrema importância para prevenção dos
traumatismos dentários. Além disso, é possível que os benefícios obtidos pelas
mudanças de comportamentos e práticas de promoção da saúde, no primeiro ano de
vida, sejam mantidos nos anos seguintes, com um efeito positivo na saúde bucal até
a idade escolar (FELDENS et al., 2008).
Assim, este estudo contribuiu para obtenção de informações relevantes para
um maior esclarecimento sobre a etiologia dos TD, servindo de guia para traçar
perfis de risco, por meio da identificação deficiências no registro de traumatismos, e
ainda servir de embasamento para o desenvolvimento de um programa de
acompanhamento dos traumatismos dentários na CEI – UEL.
3. CONCLUSÃO
A prevalência e sua associação com outros fatores devem ser consideradas
importantes, pois auxiliam em planejamentos de programas educativos, preventivos
e terapêuticos que podem influenciar na qualidade de vida na primeira infância.
De acordo com os resultados obtidos neste estudo, pode-se concluir que:
TD é um problema de saúde publica na região estudada, pois representou
≈40% dos atendimentos do PS da Bebê Clínica/UEL;
A faixa etária (crianças ≤ 36 meses) é a mais susceptível ao TD e este está
relacionado com fatores etiológicos como andar/correr, sendo a fratura de
esmalte e subluxação os tipos de lesões mais frequentes;
Lesões dos tecidos dentários e de sustentação estão associadas e devem ser
considerados na classificação dos TD;
Protocolos para avaliação e preservação dos TD são de extrema importância
para identificar e compreender a etiologia das lesões de traumatismos
dentários, pois podem auxiliar no planejamento de Programas Educativos
preventivos e Terapêuticos como a CEI/UEL, colaborando
consequentemente, na melhora da qualidade de vida das crianças atendidas.
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ANEXO ANEXO A – Aprovação da pesquisa pelo comitê de ética.