149
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA MEDIDA DA TENACIDADE DO CONCRETO REFOR<;ADO COM FIBRAS DE ACO Ana Maria Oliveira Villares Campinas 2001

UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA MEDIDA DA TENACIDADE DO CONCRETO REFOR<;ADO

COM FIBRAS DE ACO

Ana Maria Oliveira Villares

u~,ll

Campinas 2001

Page 2: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA MEDIDA DA TENACIDADE DO CONCRETO REFORCADO

COM FIBRAS DE ACO

Ana Maria Oliveira Villares

Orientador: Prof. Dr. Newton de Oliveira Pinto Jr. Co-orientador: Prof. Dr. Jose Luiz Antunes de Oliveira e Sousa

Dissertagao de Mestrado apresentada a Comissao de p6s-graduagao da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para obtengao do Titulo de Mestre em Engenharia Civil, na area de concentragao em Estruturas.

Af?l'f!O QUI'! 9i!h!l G !l \19rSii0 liA!lf'HH\18

Campinas o/laSEL

ll

Page 3: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

tB D

FICHA CATALOGRAFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA AREA DE ENGENHARIA - BAE - UNICAMP

Villares, Ana Maria Oliveira Influencia da largura do corpo-de-prova na medida da

tenacidade do concreto refor<;ado com fibras de as;o I Ana Maria Oliveira Villares.--Campinas, SP: [s.n.], 2001.

Orientadores: Newton de Oliveira Pinto Jr e Jose Luiz Antunes de Oliveira e Sousa.

Dissertas;ao (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil.

1. Fibras de metal. 2. Flexao (Engenharia civil. I. Pinto Jr, Newton de Oliveira. II. Sousa, Jose Luiz Antunes de Oliveira e. III. Universidade Estadua! de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil. III. Titulo.

Page 4: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS

INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA MEDIDA DA TENACIDADE DO CONCRETO REFORCADO

COM FIBRAS DE ACO

Ana Maria Oliveira Villares

Disserta~ao de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituida por:

Prof. Dr. Ne e Oliveira Pinto Jr. Presidente e Orientador!l U versidade Estadua/ de Campinas

P . Giongo Universidade de Sao Paulo

Campinas, dezembro de 2001

lll

Page 5: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

A minha mae Carmen (in memorian)

IV

Page 6: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

AGRADECIMENTOS

Aos professores Jose Luiz Antunes de Oliveira e Sousa e Newton de Oliveira

Pinto pela orienta<;:ao e inoentivo no desenvolvimento deste trabalho.

Ao professor Mauro Augusto Demarzo pela contribui<;ao tecnica na area de

estatlstica.

Aos fabricantes de fibras de a9o Vulkan do Brasil - Divisao Harex, Belgo

Mineira Bekaert Arames S.A e Novocom International, palo fornecimento do material

necessaria para a viabilizagao do projeto.

A Ciminas/ Holdercin do Brasil, palo fornecimento de cimenb

A equipe tecnica do laborat6rio de materials da FEC pela paciencia na

execuvao dos corpos-de-prova.

A Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp pela oportunidade que me foi

oferecida

A Faculdade de Engenharia Civil de Sorocaba (FACENS) pela conlribuivao no

desenvolvimento deste trabalho.

Aos colegas e amigos da UNICAMP e da FACENS pelo estfmulo, apoio nos

mementos dificeis, e a todos OS demais que de alguma forma colaboraram na execu9i3o

deste trabalho.

Ao meu pai Geraldo e ao meu namorado Jose Antunes Filho pelo incentive,

carinho e paciencia durante o periodo de elaboravao dessa Disserta<;:ao e por tudo que

fizeram por mim.

v

Page 7: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA MEDIDA DA TENACIDADE DO CONCRETO REFORCADO COM FIBRAS DE ACO

ANA MARIA OLIVEIRA VILLARES

SUMARIO

Sumario Lista de figuras Lista de tabelas Lista de variaveis Resumo Abstract

1 INTRODUCAO 1.1 Considera<;6es lniciais 1 .2 lmportancia do Estudo 1 .3 Objetivo

2 CONCRETO REFORCADO COM FIBRAS DE ACO 2.1 Definic;;ao 2.2 Caracterfsticas das Fibras Metalicas 2.3 Matriz de Concreto 2.4 Caracterfsticas da Mistura. 2.5 Mecanisme de Reforc;;o 2.6 Propriedades do Concreto Reforc;;ado com Fibras de A<;o

2.6.1 Trabalhabilidade 2.6.2 Resistencia a compressao 2.6.3 Resistencia a trac;;ao 2.6.4 Resistencia a flexao 2.6.5 Resistencia a fadiga

3 MEDIDAS DA TENACIDADE DO CONCRETO REFORCADO COM FIBRAS DE ACO

3.1 Comportamento a flexao do CRFA 3.2 Avaliac;;ao da tenacidade

3.2.11ndicesASTM C 1018-94 3.2.2 Determinac;;ao do ponto de primeira fissura 3.2.3 [ndice JSCE-SF4 3.2.4 Classes de tenacidade EFNARC 3.2.5 Outros indices de tenacidade

4 FATORES QUE INFLUEM NA TENACIDADE DOS CRFA 4.1 Resistencia da matriz 4.2 Comprimento da fibra

vi

vi ix xiii XV

xvii xix

1 1 3 4

5 5 6 8 9 11 15 15 17 18 19 20

21 22 24 27 30 31 35 36

40 40

Page 8: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

4.4 Orientac;:ao da fibra na sec;:ao transversal 43 4.5 Espac;:amento das fibras 45 4.6 Geometria da fibra 49

T eor de fibras 50 4.8 Considerac;:oes finais 50

5 FATORES QUE INFLUEM NA MEDIDA DA TENACIDADE DOS CRFA 51 5.1 lnflui'mcia do tipo de equipamento utilizado para a medida

do deslocamento vertical 5.2 lnfluencia do tipo de maquina de ensaio na medida da tenacidade 56 5.3 lnfluencia da taxa de carregamento 58 5.4 lnfluencia da geometria do corpo-de-prova 58

6 PROGRAMA EXPERIMENTAL 64 6.1 Caracterizac;:ao do material 65

Dosagem da mistura 65 6.3 Variaveis analisadas 6.4 Metodologia 67

6.4.1 Medidas da tenacidade 68 6.5 Dados Obtidos 70

6.5.1 Ensaio de resistencia a compressao 70 6.5.2 Ensaio de trac;:ao na flexao com deformac;:ao controlada 71

6.6 Analise dos Resultados 73 6.6.1 Metoda JSCE-SF4 73

6.6.1.1 lnfluencia do teor de fibras 74 6.6.1.2 lnfluencia da largura do corpo-de-prova 79

6.6.2 Metoda EFNARC 84 6.6.2.1 lnfluencia do teor de fibra na capacidade de carga 85 6.6.2.2 lnfluencia do teor de fibra na tensao residual 90 6.6.2.3 lnfluencia da largura do corpo-de-prova na capacidade

de carga 95 6.6.2.4 lnfluencia da largura do corpo-de-prova na tensao residual 100

7 ANALISE DOS RESULTADOS 105 7.1 Metoda JSCE-SF4 105

7 .1.1 lnfluencia do teor de fibras 105 7 .1.2 lnfluencia da largura do corpo-de-prova 108

7.2 Metoda EFNARC 110 7.2.1 lnfluencia do teor de fibras 110 7.2.2 lnfluencia da largura do corpo-de-prova na capacidade de carga 111 7.2.31nfluencia da largura do corpo-de-prova na tensao residual 112

8. Considerac;:oes finais 113 8.1 Efeito do tamanho e geometria do corpo-de-prova na curva P-8 113 8.2 Efeito do tamanho e geometria do corpo-de-prova na medida da

tenacidade a flexao 114 8.3 Estudos posteriores 115

vii

Page 9: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

ANEXO

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

viii

117

121

Page 10: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA MEDIDA DA TENACIDADE DO CONCRETO REFORCADO COM FIBRAS DE ACO

LIST A DE FIGURAS

1 Tipos fibras de ago mais utilizadas e sec;:oes mais comuns 7

Figura 2.2 Mecanismo de refon;:o das fibras de ac;:o 12

Figura 2.3 Esquema de deformac;:ao (a) e distribuic;:ao de tensoes de 13 cisalhamento elasticas (b) ao Iongo da interface fibra-matriz (BENTUR e MINDESS,1990)

2.4 Configurac;:ao de uma parcialmente descolada e diagrama tens6es de cisalhamento e atrito na interface fibra-matriz ( BENTUR e MINDESS, 1990) 14

Figura 2.5 Efeito do fator de forma da fibra de ago na consistencia de 16 argamassa com fibra.

Figura 2.6 Tempo de compactac;:ao x teor de fibra de ago para matrizes com diferentes tamanho maximo de agregados

Figura 2.7 lnterac;:ao fibra-agregado na compacidade dos CRFA

Figura 2.8 Curva tensao-deformac;:ao na compressao dos CRFA

16

17

18

Figura 2.9 Relac;:ao entre teor de fibra e a resistencia a trac;:ao (SIDNEY e 19 MJNDESS, 1990)

Figura 3.1

Figura 3.2

Figura 3.3

Figura 3.4

Figura 3.5

Modelo basico de resposta na curva for<;:a por deslocamento vertical (HECTOR SALDIVAR MOGUEL, 1990)

Curva tlpica de carga por deslocamento vertical

Dispositive" Yoke" de fixac;:ao do LVTD no corpo-de-prova

Metoda da ASTM C1018 para a caracterizac;:ao da tenacidade

Comp6sitos de mesmos indices de tenacidade e diferentes niveis de resistencia mecanica segundo o criteria da ASTM C-1018 (1994)

ix

23

25

27

28

29

Page 11: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

Figura 3.6 Criteria da JSCE- SF4 (1984) para a determinac;:ao da tenacidade 33

Figura 3.7 Composites semelhantes segundo o criteria JSCE-SF4 (1984) para a determina<;ao da resistencia equivalents a flexao (CHEN, 1995) 34

Figura 3.8 Classes de tenacidade segundo o criteria da EFNARC 996) 35

Figura 3.9 Representar,:ao das classes de tenacidade segundo MORGAN, MINDESS e CHEN, (1995) 37

Figura 3.10 Curva de carga por deslocamento vertical tipica para definic;ao do indice de tenacidade segundo BARRe EVANS, (1986) 38

Figura 1 Tensao ao Iongo comprimento de uma fibra na matriz como Uma fun<;ao do comprimento da fibre (BENTUR e MINDESS,1990)

Figura 4.2 Efeito de orientac;ao das fibras no calculo da energia total envolvida no arrancamento de uma fibra ductil (BENTUR e MINDESS,1990) 44

Figura 4.3 Diagrama simplificado de forc;a de arrancamento por escorregamento (BARTOS apud BENTUR e MINDESS, 1990) 48

Figura 5.1 Esquema llustrativo do Sistema de Medida de Deflexao com LVDT no Topo do Corpo-de-prova 54

Figura 5.2 Curva de carga x deslocamento vertical com regiao instavel (LIANRONG CHEN, 1995) 57

Figura 5.3 Curvas P-o tipicas de CRFA com 0,75% de fibra - resultados experimentais (CHEN, L., 1995) 61

Figura 6.1 Dimensoes dos corpos-de-prova utilizados nos ensaios 67

Figura 6.2 Prensa universal MTS-SINTECH modelo 30/G 69

Figura 6.3 Controle eletronico de medida do deslocamento vertical ( LVDT) 70

Figura 6.4 Curva de carga por deslocamento vertical ( TF= 20kg/m3) 72

Figura 6.5 Curva de carga por deslocamento vertical ( TF= 30kg/m3) 72

Figura 6.6 Curva de carga por deslocamento vertical ( TF= 40kg/m3) 73

X

Page 12: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

Figura 6.7 Curva de correlat;;ao entre a de tenacidade a flexao e o teor de fibra 77

Figura 6.8 Curva de correlat;;ao entre a resistencia equivalents a flexao eo teor de fibra

Figura Curva de correlat;;ao entre o coeficiente de ductilidade ( Re %) eo teor de fibra 78

Figura 6.10 Curva de correlat;;ao entre a de tenacidade a flexao e a largura do CP 82

Figura 6.11 Curva de correlat;;ao entre a resistencia equivalents a flexao e a largura do CP 83

Figura 6.12 Curva de correlat;;ao entre o coeficiente de ductilidade ( Re %) e a largura do CP 83

6.13 Curva de correla<;ao entre a carga ( P ) e o ( 8=0,5

Figura 6.14 Curva de correlagao entre a carga ( P ) e o teor de fibra ( 8=1,0 mm) 87

Figura 6.15 Curva de correlagao entre a carga ( P ) e o teor de fibra ( 8=2,0 mm) 88

Figura 6.16 Curva de correlat;;ao entre a carga ( P ) e o teor de fibra ( 8=3,0 mm) 88

Figura 6.17 Curva de correlagao entre a carga ( P ) e o teor de fibra ( 8=4,0 mm) 89

Figura 6.18 Curva de correlat;;ao entre a tensao residual e o tear de fibra ( 8=0,5 mm) 92

Figura 6.19 Curva de correlac;:ao entre a tensao residual e o teor de fibra ( 8=1,0 mm) 92

Figura 6.20 Curva de correlagao entre a tensao residual e o teor de fibra ( 8=2,0 mm) 93

Figura 6.21 Curva de correlat;;ao entre a tensao residual e o tear de fibra ( 8=3,0 mm) 93

Figura 6.22 Curva de correlat;;ao entre a tensao residual e o teor de fibra ( 8=4,0 mm) 94

Figura 6.22 Curva de correlat;;ao entre a carga ( P ) e a largura do CP ( 8=0,5 mm) 97

Figura 6.23 Curva de correlat;;ao entre a carga ( P ) e a largura do CP ( 8=1,0 mm) 97

xi

Page 13: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

Figura 6.24 Curva de correlac;:ao entre a carga ( P ) e a largura do CP ( 8=2,0 mm) 98

Figura 6.25 Curva de correlac;:ao entre a carga ( P ) e a largura CP ( 8=3,0 mm) 98

Figura 6.26 Curva de correlac;:ao entre a carga ( P ) e a largura do CP ( 8=4,0 mm) 99

Figura Curva de correlac;:ao entre a tensao residual e a Jargura do CP ( 8=0,5 mm) 1

Figura 6.28 Curva de correla<;:ao entre a tensao residual e a largura do CP ( 8=1,0 mm) 102

Figura 6.29 Curva de correla<;:ao entre a tensao residual e a largura do CP ( 8=2,0 mm) 1

6.30 de correla<;:ao entre a tensao residual e a ( 8=3,0 103

Figura 6.31 Curva de correlac;:ao entre a tensao residual e o teor de fibra ( 8=4,0 mm) 104

Figura 7.1 Curva de carga por deslocamento vertical (CP -150 x 150 x 500 mm) 106

Figura 7.2 Curva de carga por deslocamento vertical (CP- 300 x 150 x 500 mm) 106

Figura 7.3 Curva de carga por deslocamento vertical (CP- 450 x 150 x 500 mm) 107

xii

Page 14: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA MEDIDA DA TENACIDADE DO CONCRETO REFORCADO COM FIBRAS DE ACO

LIST A DE T ABE LAS

Tabela 1

Tabela 5.1

Tabela 5.2

Tabela

Tabela 6.1

Metodos de ensaio para determinac;:ao da tenacidade especificado para concreto refon;:ado com fibras de ago ( FIGUEIRED0,1997; 39 GOPALARATNAN e GETTU, 1995)

Medida do des!ocamento vertical por varios metodos diferentes 55

Resultados experimentais de ensaio de flexao em CRFA (CHEN, 60 '1995)

Resultados experimentais de ensaio 1995)

T rac;:o do concreto em mas sa

flexao em CRFA (

66

Tabela 6.2 Resultados da resistencia a compressao media do concreto 71

Tabela 6.3 Resultados do ensaio de resistencia a flexao ( JSCE- SF4) 71

Tabela 6.4 Resultada das valares medias da tenacidade a flexaa ; da resistencia equivalente a flexao; da resistencia a flexao ultima e do coeficiente de ductilidade. 7 4

Tabela 6.5 Coeficientes da carrelas:aa entre a tenacidade a flexao resistencia equivalente a flexaa; coeficiente de ductilidade e o teor de fibre 76

Tabela 6.6 Analise da variancia 79

Tabela 6.7 Resultado das valares medias da tenacidade a flexao; da resistencia equivalente a flexao; da resistencia a flexao ultima e do coeficiente de ductilidade. 80

Tabela 6.8 Coeficientes da correlas:aa entre a tenacidade a flexao; resistencia equivalente a flexao; coeficiente de ductilidade e a largura do CP 82

Tabela 6.9 Analise da variancia 84

Tabela 6.10 Resultado dos valores medias da carga P para os deslocamentos ( o) em mm 85

Tabela 6.11 Coeficientes da correlas:aa entre a carga P e o teor de fibra 86

xiii

Page 15: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

Tabela 6.12 Analise da variancia 89

Tabela 6.13 Resultado dos val ores medio da tensao residual 90

Tabela 6. Coeflcientes da correlac;:ao entre a tensao residual e o teor de fibra 91

Tabela 6.15 Analise da variancia 94

Tabela 6.16 Resultados dos valores medios da carga P para os deslocamento ( 8) em mm

Tabela 6.17 Coeflcientes da correlagao entre a carga P e a largura do corpo-de-prova 96

Tabela 6.18 Analise da variancia 99

Tabela 9 dos valores medios da tensao residual 1

Tabela 6.20 Coeficientes da correlagao entre a tensao residual e a largura do corpo-de-prova 101

Tabela 6.21 Analise da variancia 104

xiv

Page 16: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA MEDIDA DA TENACIDADE DO CONCRETO REFOR<;ADO COM FIBRAS DE A<;O

USTA DE VARIAVEIS

5 Deslocamento vertical

e Angulo de inclinagao da fibra

51 Deslocamento vertical de primeira fissura

Slim. Deslocamento vertical limite

5n Deslocamento vertical para urn nivel n de deslocamento

810 Deslocamento ""''"''""I 0

A Constante

A1 Area sob curva (P-8) tipica ate o deslocamento de primelra fissura.

Az Area sob curva (P-5) tlpica ate 2 vezes o deslocamento de primeira fissura.

b Largura do corpo-de-prova

B Constants

d Diametro da fibra

E Modulo de Elasticidade

fctm fl Resistencia a flexao do concreto sem adigao de fibras

f • Resistencia a flexao equivalents equ .. "

ft Resistencia a primeira fissura

fres. Tensao residual

FR Relagao entre a media devido a regressao e a media residual

F Valor da relagao estatlstica tabelado

Fcrit Valor estatistico tabelado para urn determinado nivel de confianga

fu Resistencia a flexao ultima

h Altura do corpo-de-prova

Ia lndice de tenacidade para referenda a

lb indice de tenacidade para referencia b

11 indice de tenacidade da norma americana (Is, l1o, bo. bo e I so)

L Comprimento do corpo-de-prova

XV

Page 17: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

I Comprimento da fibra

Lid Fator de forma da fibra

lc crltico da fibre

n

P Carga em (kN), ordenada da curva P-o

P5 Carga para urn nivel de deslocamento vertical o Carga de ruptura a tra9i:'io na flexao

P1 Carga atingida quando ocorre a primeira fissura

R Raio da fibra

Ra,b Relayi:'io de tenacidade entre os indices de referencia a e b

Re Coeficiente de ductilidade

s Espaiffamento das fibras

Tb Area sob a curva (P-o) ate o deslocamento vertical de L/150

TF Teor de fibre

Vent Volume crftico de fibras no comp6sito

Vr Volume de fibras introduzido no comp6sito

Vb Consistencia

xvi

Page 18: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA MEDIDA DA TENACIDADE

DO CONCRETO REFOR<;ADO COM FIBRAS DE A<;O

RESUMO

quantifica<;:ao da tenacidade dos concretes refor<;:ados com fibras de a<;:o

(CRFA) pode ser afetada por diversos fatores, dependendo metoda adotado e

procedimento para realizar o ensaio de flexao sob deforma<;:ao controlada. Esses

fatores incluem entre outros: configura<;:ao do ensaio, configuragao do carregamento,

taxa e controle do carregamento, tipo de equipamento para medida do deslocamento

vertical,

prova.

ambiente, tamanho e geometria

A analise aqui desenvolvida teve como objetivo verificar a influencia da largura

do corpo-de-prova na medida da tenacidade do CRFA, enfocando os indices de

tenacidade mais utilizados atualmente. Testes de laborat6rio foram executados para a

determinagao da tenacidade a flexao em prismas de concreto reforgado com fibras de

ago, com larguras de 150, 300 e 450 mm. Para cada largura, corpos-de-prova com

teores de fibra de 20, 30 e 40 kg/m3 foram moldados e testados, para comparar os

resultados. A partir dos resultados experimentais, foram calculados os indices de

tenacidade de acordo com o metoda especificado por JSCE-SF4 (Japan Society of Civil

Engineers -Steel Fiber 4 ) e pelo metoda EFNARC (European Federation of Producers

and Applicators of Specialist Products for Structures). Modelos matematicos foram

ajustados para cada grupo de resultado de indices de tenacidade com a finalidade de

relacionar tais indices com o teor de fibra e com as larguras dos corpos-de-prova.

Os resultados dos modelos matematicos levaram a conclusao que o teor de

fibra afeta significativamente a tenacidade a flexao do concreto reforgado com fibras de

ago. Considerando o metoda JSCE-SF4, o aumento no teor de fibras produz nao

somente um aumento na tenacidade a flexao mas tambem um aumento na resistencia

equivalente a flexao e no coeficiente de ductilidade. Para o metoda EFNARC, o mesmo

xvii

Page 19: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

e valido para a capacidade portante, e para a tensao residual. A mesma tendencia foi

observada para as tres larguras do corpo-de-prova investigado.

Com respeito a influencia da largura corpo-de-prova na medida da

tenacidade a flexao, anE!Iises estatisticas mostraram que a forma da curva P-o e fortemente dependents da largura do corpo-de-prova. Como a maioria dos indices de

tenacidade tern seu calculo com base na curva P-o, a tenacidade a flexao e ambos,

resistencia equivalents a flexao e coeficiente de ductilidade, sao afetados pela largura

do corpo-de-prova ( metoda JSCE-SF4 ). Por outro lade, no metodo EFNARC, a medida

da tenacidade por meio da tensao residual mostrou-se mais independente da largura do

corpo-de-prova.

xviii

Page 20: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

INFLUENCE OF SPECIMEN WIDTH ON TOUGHNESS MEASUREMENT OF STEEL

FIBERS REINFORCED CONCRETES

ABSTRACT

Toughness indices for steel fiber reinforced concrete (SFRC) may be affected

several factors, depending on the methods adopted and procedures for flexural testing

under controlled deformation. These factors include, among others: test configuration;

loading configuration; rate and control of loading; type of deflection-measuring

equipment; type of test machine; temperature at testing; specimen size and geometry.

This study has the objective of analyzing the influence of specimen width on the

toughness measurement of SFRC, focusing on the most used toughness indices

nowadays. Laboratory tests were performed for the determination of the flexural

toughness in prismatic steel fiber reinforced concrete specimens, with width of 150, 300

and 450 mm. For each width, specimens with fiber volume contents of 20, 30 and

40 kg/ m3 were cast and tested, aiming at comparative results. These experimental

results were used to compute toughness indices according to the methods specified by

JSCE- SF4 (Japan Society of Civil Engineers) and EFNARC (European Federation of

Producers and Applicators of Specialist Products for Structures). Mathematical models

were fitted to each group of resulting toughness indices to correlate the toughness index

to the fiber volume content and to the width of the specimen.

The resulting mathematical models lead to the conclusion that the fiber volume

content affects significantly the flexural toughness of the concrete reinforced with steel

fibers. Considering the method JSCE-SF4, the increase of the fiber volume content

produces not only an increase of the flexural toughness, but also an increase of the

equivalent flexural resistance, and of the ductility coefficient. For the method EFNARC,

the same is valid for the bearing capacity, and for the residual stress. The same

tendency was observed for the three specimens width investigated.

XlX

Page 21: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

With respect to the influence of the specimen width on the measurement the

SFRC flexural toughness, statistical analysis have showed that the shape of the P-o curve is strongly dependent on the specimen width. As most toughness indices

their calculation based on the P-o curve, flexural toughness and both equivalent flexural

resistance and ductility coefficient are affected by specimen width (JSCE-SF4

method). On the other hand, in the EFNARC method, the toughness measurement

through the residual stress was shown more independent from the specimen width.

XX

Page 22: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________________________ Capitulo 1-/ntroduqao

CAPiTULO 1

1

1.1 CONSIDERA«;OES IN!CIAIS

Nos ultimos trinta anos, tern sido grande o trabalho no sentido de se obterem

melhores concretos mediante a adigao de superfluidificantes, silica ativa e outros

aditivos que permitam reduzir a relagao agua/cimento, e melhorar ao mesmo tempo a

resistencia e a compacidade desses concretos. Entre estas tecnicas encontra-se o

emprego de fibras para reforgar o concreto, com crescenta interesse pelo justificative

ganho de tenacidade que as fibras proporcionam a esse material, atenuando suas

caracteristicas frageis.

E antigo e intuitivo o conceito do uso de fibras para refon;:o do concreto, com a

finalidade de produzir urn material com melhores propriedades mecanicas. Como o

concreto possui boa resistencia a compressao, porem baixa resistencia a tragao, e

necessario sua aplicagao sol ida ria com materia is especificos para melhorar o conjunto.

Page 23: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________________________ capitulo 1-lntroduqao

A ideia de se utilizar fibras descontinuas, adicionadas no instante do preparo do

concreto, foi sempre uma das metas dos tecnologistas, criando um material de

propriedades homogeneas, isotr6picas e estruturalmente moldavel.

Pode-se dividir esta busca em duas fases: correspondente ao pionerismo das

patentes de R. WEAKLEY (1912), de um arame tram;;ado em aneis, dispostos

perpendicularmente urn ao outro, a deW. MEISCHKE-SMITH (1920), com fibras chatas

metalicas torcidas, a de MARTIN para arma;;:ao de tubes, com agulhas de varias

formas, em 1926; e finalmente, em 1954, a patente de GEORGE CONSTANTINESCO,

com arma;;:ao metalica constituida de 14 tipos de agulhas deformadas.

Ao contrario de paises desenvolvidos, que ja utilizavam a fibra como refor;;:o,

mesmo sem urn consenso geral tanto relative a projeto (CASANOVA e ROSSI, 1995)

como de controle (MORGAN, MINDESS e CHEN, 1995), no Brasil sua introdu;;:ao foi

mais lenta por conta do comportamento tecnico relativamente conservador dos

construtores e projetistas brasileiros. Aqui, a utiliza;;:ao de fibras de a;;:o deu-se mais

efetivamente nos anos 80, quando se iniciou sua produ<;:ao especialmente para refor;;:o

do concreto.

Atualmente ja se conta com fabricantes especializados e vern sendo realizadas

varias aplica<;:6es em pisos industriais (SILVA, MENTONE e PITTA; PINTO e MORAES,

1996) e em revestimento de tuneis (FIGUEIREDO, 1997).

Os estudos mais amplos de aplica;;:oes de fibras de ago realizados no Brasil se

encontram no uso de concreto projetado (ARMELIN, 1992; FIGUEIREDO, 1997), e mais

recentemente desenvolveram-se outras aplica;;:oes, como: pavimentos industriais,

rodoviarios etc.

As vantagens da utiliza;;:ao de comp6sitos em geral na constru;;:ao civil ja sao

bem conhecidas (BENTUR e MINDESS, 1990; AGOPYAN, 1991). 0 uso de fibras traz

uma serie de vantagens, como por exemplo a melhoria de materia is de base de cimento

2

Page 24: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________________________ Capitulo 1-lntroduqi!io

que se caracterizam por apresentarem uma baixa resistencia a tra<;ao e uma baixa

capacidade de deformat;:ao portra<;ao. (MARIKUNTE e SHAH, 1994).

mercado mundial de fibras metalicas tern crescido muito, sendo cerca de

70% desse mercado e relative ao emprego de fibras em pisos industrials, 20% em

e, o restante, nas demais aplica<;5es.

1.2 IMPORTANCIA DO ESTUDO

A industria da constru<;ao civil tern provocado a descoberta de materials com

melhores propriedades mecanicas, pr6prios para aplica<;5es especificas. Entre esses

materials, o concreto e urn dos mais largamente empregados e sujeito a contfnuas

pesquisas, visando cumprir a demanda de novas aplica<;5es e minimizar as

desvantagens intrinsecas.

Como uma dessas desvantagens e a sua fragilidade, muito tern sido dedicado

na tecnologia do concreto para melhorar este aspecto, e e esperado que em pouco

tempo o concreto refor<;ado com fibras tome-se uma alternativa de material estrutural.

Fibras utilizadas como refon;:o do concreto (CRF) nao provocam somente a

melhora da ductilidade mas tambem, de outras propriedades mecanicas, dependendo

do material, da geometria e dosagem das fibras utilizadas. Muitos tipos de fibras tern

sido empregadas: vidro, polipropileno, a<;o, carbona e fibras naturals, com varias

formas, comprimentos e se<;5es transversals (NAAMAN, 1985a). No entanto, as fibras

de a<;o sao as mais usadas, pois melhoram efetivamente o comportamento do concreto.

Como o concreto refor<;ado com fibras ja se mostra como excelente op<;ao para

revestimento de tuneis, pisos industrials e outras aplicat;:5es, toma-se necessaria urn

ernbasamen!o cientifico, com a finalidade de dar suporte a continuidade do

3

Page 25: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________________________ Capitulo 1- introdugao

desenvolvimento tecnol6gico do material e, principalmente, no desenvolvimento de

normas consensuais para caracteriza<;:ao e controle efetivo do material.

1 OBJETIVO

0 objetivo deste trabalho e a analise da influencia da largura do corpo-de-prova

na medida do principal parametro que caracteriza o concreto refor<;:ado com fibras de

a<;:o, que e a tenacidade. Muitos trabalhos, realizados no intuito de pesquisar a

influencia das fibras na tenacidade do concreto, se depararam com duvidas a respeito

de qual seria o melhor metoda para caracterizar este efeito, e verificaram que a maioria

dos indices medem a tenacidade do concreto refon;:ado com fibras ( CRFA)

sofrem influencia da geometria e tamanho do corpo-de-prova.

Visando definir de maneira mais clara como essa influencia se processa e como

ela altera os resultados dos ensaios, foi feito urn estudo usando corpos-de-prova

prismaticos, com tres valores diferentes de largura.

Para analise dos resultados utilizaram-se valores absolutes, como a tenacidade

(Tb); e a resistencia equivalents a flexao (fequ .. fl ); e indices relatives, como o coeficiente

de ductilidade (Re %) da norma japonesa JSCE-SF4, 1984b (Japan Society of Civil

Engineer). Utilizou-se tambem a tensao residual (fres.) para varios nlveis de

deslocamentos pre-estabelecidos propostos pela EFNARC (European Federation of

Producers and Applicators of Specialist Products for Structures), ja que os indices da

norma americana nao se mostraram eficientes para este estudo.

0 desempenho quanto a tenacidade para as tres larguras do corpo-de-prova foi

quantificado para varios teores de fibra, 0 que permitiu posteriormente uma analise

com parativa.

4

Page 26: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

_______________ CaJntuto2- Concreto Reforqado com Fibras de A1,0o- CRFA

2

2.1 DEFINICAO

Concreto refon;:ado com fibras de a<;:o e urn material comp6sito constitufdo por

uma matriz de cimento Portland com refor<;:o de fibras de ago, as quais sao elementos

descontfnuos, aleatoriamente distribuidas na matriz com o comprimento predominando

sabre as medidas da sua se<;:ao transversal. Pode-se ainda adicionar materials

pozol6nicos e aditivos, comumente empregados no concreto convencional (ACI 544 3R,

1993).

A utiliza<;:ao de fibras de a<;:o refor<;:ando o concreto (CRFA) tern aumentado

progressivamente com o passar dos anos, em aplica<;:oes tais como: concreto projetado

para revestimento de tuneis NATM e conten<;:ao de taludes (ACI, 1982; ARMELIN, 1992;

FIGUEIREDO, HELENE e AGOPYAN, 1995; FIGUEIREDO, 1997); pavimentos

industrials (VANDENBERGUE e NEMEGEER, 1985; TATNALL e KUITENBROWER,

1992; PINTO JUNIOR e MORAES, 1996; SILVA, MENTONE e PITTA, 1996);

pavimentos rodoviarios (JOHNSTON , 1984 ); reparos em pavimentos e estruturas

rodoviarias (JOHNSTON e CARTER, 1989; CHANVILLARD, ATTCIN e LUPIEN, 1989;

5

Page 27: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ Capitulo 2- Concreto Reforqado com Fibras de Aqo- CRFA

JOHNSTON,1995; LUPIEN et al., NUNES, TANESI e FIGUEIREDO, 1997); reparos em

paramentos e estruturas hidraulicas em barragens (SCHRADER e MUNCH, 1976,

e CANOVAS, 1996);

0 conhecimento do CRFA, no seu comportamento mecanico e no seu

mecanisme de ruptura, esta aumentando continuamente por causa de a intensas

pesquisas nesta area, com o surgimento de novas processes de prodw;:ao e tipos de

fibras, as quais requerem estudos de sua tecnologia basica.

As fibras modificam o comportamento fisico da matriz, promovendo melhorias

em diversas propriedades do as destacam-se a

tenacidade a flexao e a resistencia ao aparecimento e a propagat;:ao de fissuras

(BENTUR e MINDESS, 1990). A adi<;ao de fibras pode ainda melhorar as propriedades

dinamicas da matriz, como a resistencia ao impacto, fadiga, resistencia a tra<;ao na

flexao, entre outras.

Varios procedimentos padroes tem sido utilizados para determina<;ao do gasto

energetico durante o processo de plastifica<;ao do comp6sito. Entretanto, novas

tecnicas experimentais tern levado para o recente prop6sito do uso do tamanho de

abertura da fissura como base para a caracteriza<;ao da tenacidade.

2.2 CARACTERJSTICAS DAS FIBRAS METAUCAS

As fibras metalicas, principalmente as de a<;o, sao as mais utilizadas em

refor<;os de concreto por serem mais eficazes e economicas e de facil mistura a matriz.

Elas podem ser obtidas por diferentes processes de fabrica<;ao, com varios tipos de

se<;ao transversal. Fibras de se<;ao circular sao produzidas a partir do corte de arames

e as de se<;ao transversal retangular sao obtidas por corte de chapas de a<;o.

6

Page 28: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

_________________ Capitulo 2- Concreto Reforqado com Fibras de A.;o- CRFA

As fibras de ago utilizadas atualmente podem ser retas ou com ondulag6es ao

Iongo do seu comprimento (fibras onduladas), ou somente nas extremidades (fibras

com ancoragem em gancho). As ondulagoes e os ganchos tern a finalidade de melhorar

o desempenho da fibra, quanta a aderencia e ao escorregamento, atraves da

ancoragem mecanica (BENTUR e MINDESS, 1990; BANTHIA e TROTTIER, 1994; ACI,

1988).

0 modo como se promove a ancoragem da fibra no concreto e importante,

sendo as fibras com ganchos nas extremidades as mais eficientes. Essas fibras quando

submetidas a tragao vao se retificando e transmitindo gradativamente a tensao para

outras segoes da matriz. Se a fibra ancorada se parte; caso contrario

ocorrer escorregamento.

COM GANCI! !I

SE !fAll RETAil GULAR

OII!IULADA PONTAS ALARGA!IAS

() ()

TIP!! IIALTERES

Figura 2.1 Tipos de fibras de a9c mais utilizadas e se9oes mais comuns.

As fibras utilizadas no concreto como reforgo devem apresentar boa resistencia

a tragao e possibilitar uma dispersao uniforme e uma orientagao aleat6ria por toda a

massa de concreto, produzindo assim maior uniformidade nas propriedades de 7

Page 29: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ Capitulo 2- Concreto Reforqado com Fibras de Aqo- CRFA

resistencia do comp6sito. Elas sao caracterizadas geometricamente pelo fator de forma,

dado pela relac;;ao entre o seu comprimento e diametro (diametro equivalente nos casos

de fibras de sec;;ao transversal retangular):

FF=l_ d (2.1)

0 teor de fibras a ser adicionado no concreto vai depender da finalidade para a

qual o CRFA e destinada. Para as aplicac;;oes usuais, o teor de fibras adicionado ao

concreto e geralmente baixo, como no caso de pavimentos industrials onde esse teor

varia normalmente e (PINTO e MORAES, 1996).

2.3 MATRIZ DE CONCRETO

Na dosagem de uma matriz de concreto para um comp6sito com fibras, deve-se

ter atenc;;ao com a trabalhabilidade da mistura, uma vez que a introduc;;ao de fibras

causa consideravel aumento na coesao do concreto. lsto ocorre porque as fibras

possuem grande superficie especlfica e uma geometria distinta dos agregados,

aumentando com isto o atrito interne do concreto e diminuindo a fluidez e a mobilidade

da rnistura (HANNANT, 1978). 0 concreto da matriz pode ser o convencional ou de alto

desempenho (ACI, 1993), com maior teor de argamassa (minimo de 50%), e uso de

aditivos superplastificantes se necessaria (ACI, 1982; ACI, 1993; ACI, 1998).

Para que a eficiencia seja plena, cada fibra deve estar completamente

envolvida pela matriz, o que determine a proporqao de agregado miudo/graudo do

concreto. E recomendado que o diametro maximo do agregado graudo nao seja maior

que a metade do comprimento da fibra utilizada, para que o efeito de reforqo da fibra de

ac;;o possa se manifestar adequadamente (CHENKUI e GUOFAN, 1995).

8

Page 30: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ Capitulo 2- Concreto Reforqado com Fibras de A.;:o- CRFA

0 efeito de refor<;o da fibra fica prejudicado quando o agregado, por ser maior

que a fibra, intercepta a fissura iniciada na liga<;ao pasta-agregado (zona de transic;ao).

Por esta razao, e recomendado o uso de agregado com diametro maximo nao superior

a 1

CARACTERISTICAS DA MISTURA

Urn dos problemas que ocorre durante a mistura e a tendencia das fibras de

ac;o se engancharem entre si, formando "bolotas", por causa da sua forma alongada e

segao transversal reduzida (ACI, 1982; ACI, 1993). 0 embolamento das fibras pode

ocorrer antes das mesmas serem adicionadas a ou

rapidamente ao concreto em urn mesmo ponto da mistura. Esse tipo de embolamento

sao dificeis de se desfazerem.

0 fator de forma e urn dos fatores que influencia a dispersao das fibras no

concreto, pois seu aumento intensifica a probabilidade de formac;ao de "bolotas",

reduzindo a trabalhabilidade da mistura. A introduc;ao de fibras em "pentes", permite

diminuir o fator de forma, melhorando sua dispersao no concreto (RAMAKRISHNAN et

al., 1980; 1981 ). Mesmo com adic;ao de fibras em pentes, e recomendado que o fator de

forma esteja entre 80 e 120 e que o teor de fibras, em volume, nao ultrapasse 2%

(160 kg/m3), para evitar problemas de distribuic;ao e homogeneidade da mistura

(ACI,1982; ACI,1993).

Existem outros fatores que podem influir na dispersao das fibras no concreto,

entre os quais podemos citar: teor de fibras; forma do agregado graudo; procedimento e

tempo da mistura. A sequencia de carregamento e o tempo de mistura dependem do

tipo de betoneira, porem e possivel aplicar-se tecnicas satisfat6rias de distribuic;ao de

fibras com quase todos os tipos de betoneiras. Urn tempo excessivo de mistura tende a

favorecer a formac;ao de "bolotas" de fibras.

9

Page 31: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ Capitulo 2- Concreto Re[or9ado com Fibras de A90- CRFA

As fibras podem ser ou nao pre-misturadas com os agregados, por meio de

metodos manuais, por exemplo, por peneiramento na betoneira, que em bora trabalhoso

assegura a separac;:ao e dispersao Em produc;:ao de grandes volumes de

concreto reforc;:ado, toma-se necessaria utilizar dispositivos mecanicos

de fibras, como correias transportadoras.

alimentac;:ao

0 aumento da coesao da mistura e diretamente proporcional ao teor de fibras.

Por esse motivo, e vantajosa a utilizac;:ao de teores de fibras inferiores aqueles que

conduzem ao volume critico, onde e pequena a influencia exercida sobre a

trabalhabilidade. Volume critico de fibras (Vend (AVESTON, KUPPER e KELLY, 1971) e aquele para o

Quanto a forma e ao tamanho dos agregados, a experil§ncia mostra que quanta

maior o tamanho dos agregados maiores os problemas de interferencia agregado-fibra

(BENTUR e MINDESS,1990), o que justifica manter o diametro maximo do agregado

dos CRFAem torno de 19 mm (ACI,1193),

0 metoda de cornpactac;:ao e importante ja que a vibrac;:ao pode causar a

rotac;ao e alinhamento das fibras ern determinadas direc;oes, dependendo do

comprimento e diametro da fibra em relac;ao ao tamanho do molde e tipo de vibrac;:ao.

Se a relac;ao entre o comprimento da fibra e a espessura da forma for grande, as fibras

assumirao uma distribuic;:ao bi-dimensional, distribuic;:ao essa que depende tambem da

forma de vibrac;:ao utilizada (BENTUR e MINDESS, 1990).

Em CRFA, por conta da baixa trabalhabilidade, o vibrador de agulha pode

deixar vazios, pois esses concretes as vezes carecem de fluidez necessaria para

preench8-los. Por outro lado, em concretes mais fluidos, pode-se produzir segregac;ao

das fibras, gerando uma distribuic;ao nao uniforme das mesmas.

Uma boa pratica construtiva consiste em preparar o concreto o mais proximo

possivel do local de aplicac;ao, principalmente por causa da redw;:ao da suas

10

Page 32: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ Capitulo 2- Concreto Rejor9ado com Fibras de Aqo- CRFA

caracteristicas de fluidez. De acordo com a trabalhabilidade do concreto, lan<;:amento,

adensamento e acabamento algumas fibras podem ficar expostas na superficie;

entretanto, com uma dosagem bem elaborada e processes adequados de

adensamento, pode-se reduzir ao minima esse numero de fibras.

0 concreto refon;:ado com fibras devera ser curado e protegido, adotando-se os

mesmos procedimentos recomendados ao concreto convencional.

2.5 ECANISMO DE REFORCO

Em um sistema composto de matriz e fibras, varios modos de ruptura podem

ocorrer, dependendo dos valores relatives das deformagoes da matriz e da fibra, da

forma da fibra e da resistencia de aderencia desenvolvida na interface fibra-matriz.

Como normalmente as deformagoes por ruptura das fibras sao tres vezes maiores que

as deformagoes das matrizes (HANNANT, 1978), estas podem fissurar antes que as

fibras sejam solicitadas no seu limite de resistencia.

A ruptura do concreto se da pela propagagao das fissuras, que tem seu inicio

em imperfeil;:oes da microestrutura, tais como poros e microfissuras, ao quais, ao se

propagarem, dao origem a tensoes que vao se concentrando na sua frente de avango,

fazendo com que as fissuras continuem a se propagar. Como praticamente nao existe

deformagao plastica para aliviar tais tensoes, a medida que a fissura avanga, maior sera

o acumulo de tensoes (JASTRZEBSKY, 1977). Essa propagagao sera instantanea

(provocando uma ruptura fragil) se a energia absorvida for maior que a energia

necessaria para a formagao de novas superficies.

Nos CRFA, as fibras atuando como ponte de transferencia de tensoes por meio

da matriz fissurada, restringindo o crescimento das fissuras e transferindo as tens6es

entre as duas superficies, aliviando as tensoes na frente de propagac;:ao das fissuras

J 1

Page 33: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ Capitulo 2- Concreto Reforqado com Fibras de Aqo- CRFA

(figura 2.2). Este aHvio reduz a velocidade de propagagao das fissuras, podendo ate

interrompe-las, conferindo maior capacidade portante ao elemento estrutural.

As fibras, atuando como ponte transferencia de tensoes, podem escoar,

romper ou serem total mente arrancadas da matriz (ROBINS, AUSTIN e JONES, 1 996;

BENTUR e NDESS, 1990). Este e considerado o mecanisme de refon;:o das

fibres no concreto reforgado com fibras de ago (ARMELIN e BANTHIA, 1997). Para que

a fissura continue a se propagar e precise que as fibras se rompam ou sejam

arrancadas, sendo necessaria um maior gasto de energia para que ocorra aumento da

abertura da fissura e consequentemente o crescimento da fissura. 0 aumento da

energia gasta ate a total representa o aumento tenacidade.

SEM FIBRAS COM FIBRAS

Figura 2.2 Mecanismo de refor~ro das fibras de ago.

Em composites frageis, o efeito da transferencia de tensao podera ser

considerado nas fases pre-fissura;;:ao e p6s-fissura;;:ao. Na fase pre-fissura;;:ao, as fibras 12

Page 34: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

-----------------(7api'tulo 2- Concreto Refon;ado com Fibras de A9o- CRFA

ainda nao trabalham; o mecanisme de transferencia de tensao e elastica e os

deslocamentos da fibra e matriz na interface sao compativeis. A tensao desenvolvida na

interface e uma tensao de cisalhamento que distribui o carregamento extemo entre a

fibra e a matriz. Deste modo, a tensao de cisalhamento desses dois componentes

continua a mesma na interface. A distribuiyao da tensao ao Iongo da interface fibra­

matriz nao e uniforme (figura 2.3) e ocorre enquanto as tensoes de cisalhamento na

interface fibra-matriz nao superam o limite de resistencia ao cisalhamento, ou seja, nao

h8 descolamento das fibras.

Nesta zona, a transferencia de tensao de cisalhamento elastica e o principal

mecanisme a ser considerado

primeira fissura do composite.

ANTES DO CAili\EGAMEIITO

prever o

(a)

FIBRA

APOS AD CAP.REGAMEIITO E ANTES DE FISSURAl>.

TENsAO DE CISALHAMENTO .... ___ ---- -------------- ... .-

TENsAC DET~AC NA FIBRA APOS 0 CAilllEGAMEIITO E ANTES DE FISSURAl>.

Figura 2.3 Esquema de deforma!(oes {a) e distribuigiio de tensoes de cisalhamento elasticas (b) ao Iongo da interface fibra-matriz { BENTUR e MINDESS,1990 ).

13

Page 35: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

__________________ Capitulo 2- Concreto Reforqado com Fibras de Aqo- CRFA

Em estagios avanc;:ados de carregamento, ap6s a fissurac;:ao da matriz e

separac;:ao da interface, o mecanisme de transferencia de tensoes passa lentamente de

elastica para o mecanisme por Quando a tensao de cisalhamento por aderencia

elastica exceder a resistemcia ao cisalhamento da interface, um deslocamento da

fibra e posterior escorregamento e arrancamento da mesma. Neste estagio, as tensoes

de cisalhamento se dislribuem uniformemente ao Iongo da interface fibra-matriz, e as

fibras atuam como ponte de transferencia de lensoes (figura 2.4).

Na pratica, a maior contribuic;:ao das fibras nos CRFA ocorre p6s-fissurac;:ao,

quando as fibras, atravessando as fissuras que se propagam na matriz fragil, previnem

a do comp6sito.

TENS.i.O

RESISTEIICUI. DE CISALHAMENTC

RESISTEI!CIA DE t-----4 ATRITO

8

Figura 2.4 Configura~;ao de uma fibre parcial mente descolada e diagrama de tensoes de cisalhamento e atrito na interface fibra-matriz ( BENTUR e MINDESS, 1990 ).

14

Page 36: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ Capitulo 2- Concreto Reforc;ado com Fibras de Aqo- CRFA

2.6 PROPRIEDADES DO CONCRETO REFOR(fADO COM FIBRAS DE

ACO

As propriedades reol6gicas e mecanicas do CRFA dependem das propriedades

da matriz, e do e volume de fibras. Quando comparados com o concreto

exibem no estado fresco redugao na exsudagao, e aumento da coesao e da resistencia

interna.

No estado endurecido apresentam melhoria nas propriedades relacionadas com

as fissuras tais como: resistencia a flexao; rigidez; ductilidade; absorc;ao de energia,

resistencia ao impacto; fadiga,

2.6.1 TRABALHABIUDADE

A trabalhabilidade do concreto com fibras e fungao do fator de forma (FF), do

volume de fibras (figura 2.5), do tamanho e quantidade de agregado graudo (figuras 2.6

e 2.7). Estudos recentes mostraram que, como aumento do teor de fibras adicionados

a mistura, ou com aumento do fator de forma da fibra, o fator de compacta<;:ao diminui, o

que provoca uma diminui((ao da trabalhabilidade.

A trabalhabilidade depende tambem do tamanho do agregado graudo utilizado

na mistura, a qual diminui se o diametro maximo do agregado for muitas vezes maior

que 0 comprimento da fibra. 0 metoda de compacta<;:ao tambem e importante, desde

que a vibra<;:ao pode causar a rota<;:ao e alinhamento das fibras em determinadas

diregoes, dependendo do comprimento e diametro da fibra em rela<;:ao ao tamanho do

molde e tipo de vibragao. Em geral, e preferivel vibra<;:ao externa a vibra<;:ao interna,

para evitar a segrega<;:ao.

15

Page 37: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________________ Capitulo 2- Concreto Reforqado com Fibras de Aqo- CRFA

70

60

50

4ll

30

20

10

0

lid =200 =152 =100 =72 =$$

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Figura 2.5 Efeito do fator de forma da fibra de ago na consistencia de argamassas com fibra.

300

..... t:l Iii ~ concreto ill 200 concreto de de10 mm pasta > 20mm < E3 z •Iii t; 100 iiJ z 0 !.)

0

0 1 2 3 4 6 $ 7 s $ 10 11 12 13

%DE VOLUME DE FIBRAS

Figura 2.6 Tempo de compac!agao x teor de fibras de ago para ma!rizes com diferentes tamanhos maximos de agregados.

16

Page 38: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ Capitulo 2- Concreto Reforgado com Fibras de Ago- CRF A

20

-"l g :ill: ;:) <:)

"' 10% !!?.. Oil > ::! 10 ~ z '"' ... '.:l ., z

volume de 8 a9regado

0

0 1 2 3

% liE VOL IJMI! liE FIIIRA IIA I\IA'I'RIZ:

Figura 2. 7 lnteral(ao fibra-agregado na compacidade do CRFA

2.6.2 RESISTENCIA A COMPRESSAO

As fibras tern pouca influencia na resistencia a compressao dos comp6sitos

(BENTUR e MINDESS, 1990). A contribuic;ao das fibras e mais efetiva ap6s a

fissurac;ao do concreto, juntamente com um aumento substancial na ductilidade e na

quantidade de energia absorvida pelo material. Estudos recentes mostraram que em

concretes reforc;ados com fibras de ago de baixo teor, o acrescimo na resistencia a compressao e desprezivel (figura 2.8) (BALAGURU e SHAH, 1992).

17

Page 39: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ Capitulo 2- Concreto Reforqado com Fibras de Aqo- CRFA

60 0 •01: ll.l 50 I

ifi r Ill:: fl. 40 :! o~ 1,;1 ~E

30 ·01: E

01: z 13 ~

20 z !IIJ

~ 10 -ifi Ill:: 0

2000

concreto sl fibres

", '

4000

', ' ~

--~ ""'. ........ ~ vmae ~libra

2%de fibra

$000 8000

Figura 2.8 Curva tensao-deforma<;ao na compressao dos CRFA {BENTUR e MINDESS,

1990).

2.6.3 RESISTENCIA A TRACAO

As fibras de alta resistencia mecanica e alto modulo de elasticidade, como as

de ac;:o, melhoram as propriedades mecanicas dos comp6sitos, em relac;:ao aos

concretes sem reforc;:o. Entretanto, a adic;:ao de fibras de ac;:o, em teores abaixo do

volume critico (item 2.4 ), contribuem muito pouco para a elevac;:ao da resistencia a trac;:ao direta (figura 2.9). Urn aumento na resistencia a trac;:ao nos CRFA se faz sentir

somente nos casos em que as fibras estao alinhadas na direc;:ao da tensao de trac;:ao

(BENTUR e MINDESS, 1990). Oeste modo, adicionar fibras de ac;:o no concreto apenas

para aumentar a resistencia a trac;:ao e ineficaz, uma vez que a principal contribuic;:ao

das fibras ocorre em estagios avangados de carregamentos, quando a matriz ja se

apresenta fissurada.

18

Page 40: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ ,Capitulo 2- Concreto Reforqado com Fibras de Aqo • CRFA

40 ~ 5d FATORDEFOFMA.

l ...;:

0 31<l5 • 63-i\5 "' 94-105

~

: 20 z

~ z w ::;: I!! u z

0

... ____ _

0 0.5 1.0 2.0

% 01! VOL UM!ii Ill! Fl BRA NA MA'I'RIZ

Figura 2.9 Rela.;;ao entre o teor de fibra e a resistencia a tra.;;ao (SIDNEY e MINDESS,

1990).

2.6.4 RESISTENCIA A FlExAO

0 efeito da adigao de fibras na resistencia a flexao do CRFA nao e muito clara.

Algumas investigagoes tern encontrado urn acrescimo na resistencia de primeira fissura

e na resistencia ultima. Entretanto, outras investigagoes tern mostrado pouco aumento

na resistencia a flexao. Acredita-se que a diferen9a dos resultados se deva mais a detalhes do ensaio do que a outros fatores.

A real vantagem do CRFA e mais aparente ap6s a fissura9ao. 0 aumento da

resistencia a flexao nao se faz sentir somente pelo aumento no tear de fibras mas

tambem pelo aumento do fator de forma da fibras. Entretanto, o aumento da resistencia

a flexao s6 e valido para comp6sitos com volumes elevados de fibras (BALAGURU e

SHAH, 1992), raramente empregada na pratica.

19

Page 41: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

________________ Capitulo 2- Concreto Re[or9ado com Fibras de A<;:o- CRFA

2.6.5 RESISTENCIA A FADIGA

Os dados de resistencia a fadiga de sao confusos. MORRIS e GANETT

(apud 1978) encontraram que fibres de a<;:o nao !em efeito sabre a

resistencia a fadiga sob cargas de compressao. mas esta aumenta consideravelmente

quando sujeitas a trac;:ao direta.

0 processo de fadiga em comp6sitos de matrizes fn3geis e inteiramente

diferente daquele dos metais e matrizes ducleis de comp6sitos de alta resistencia.

Entretanto, a resistencia de primeira-fissura e muito proxima ou praticamente a mesma

da resistencia a

Em comp6sitos de cimento, as fissures sao controladas por elementos da

estrutura interne como os graos do agregado e as fibres. Micro-fissures de varias

dirnens6es iniciam e propagam-se pela adic;:ao de energia externa. A carga e suportada

inicialmente pela matriz e posteriormente pelo reforc;:o. Usualmente a concentrac;:ao de

tensao local excede a resistencia a trac;:ao da matriz, razao pela qual as fissures se

propagam em cada ciclo de carregamento, mesmo se o valor da tensao principal na

sec;:ao transversal for relativamente baixa. A transferencia de carga da matriz para as

fibras e assegurada pela aderencia e pelo atrito no processo chamado arrancamento,

no qual um processo de falencia gradual e fadiga sao observados. A fadiga consiste

portanto de um decrescimo da resistencia e rigidez, resultado de diferentes fen6menos

durante os ciclos de carga {BRANDT, 1995 ).

Varios modelos tern sido propostos para caracterizar a resistencia a fadiga de

CRFA adotando aplicac;:6es da mecilnica da fratura, sem muito sucesso. 0 estudo do

comportamento da fadiga dos comp6sitos estao portanto limitados a ensaios

especlficos e formulac;:6es praticas.

20

Page 42: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Refor9ado com Fibras de

3

Par causa do usa freqOente de fibras de ago nos ultimos a nos, com a finalidade

de melhorar o comportamento p6s-fissuragao do concreto, foram despendidos esforgos

com o objetivo de estabelecerem definig6es e metodos de ensaios normatizados,

capazes de caracterizarem a tenacidade dos CRFA, quantificando desta maneira o

beneficia das fibras de ago no concreto.

Considerando a interpretagao do gasto energetico envolvido na fratura do

comp6sito, pode-se compreender o seu mecanisme de ruptura e avaliar o seu

desempenho. Segundo AVESTON, KELLY e COOPER (1971), as fontes de gasto

energetico numa fratura simples sao: a deformagao plastica da fibra, por conta da

transferencia de tens6es entre a matriz fissurada e a fibra; o trabalho realizado na

ruptura da aderencia entre a fibra e a matriz e o trabalho de arrancamento das fibras

realizado pela forga de atrito no escorregamento fibra-matriz. Tal balango energetico e

valido para os CRFA, uma vez que estas parcelas fazem parte do trabalho total para a

fratura deste tipo de material (HANNANT, 1978).

21

Page 43: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Meclidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibras de Aqo

As fibras, atuando como ponte de transferencia de tensao entre as partes da

matriz separadas pelas fissuras, agem principalmente ap6s a fissuragao, contribuindo

para o aumento energia total absorvida comp6sito durante o processo de fratura

(BENTUR e NDESS, 1990).

Essa energia, a qual da-se o nome de tenacidade, e calculada a partir da area

sob a curve carga por deslocamento vertical obtida no ensaio de tragao na flexao com

deformagao controlada (ACI, 1988; BENTUR e MINDESS, 1990; BALAGURU e SHAH,

1992). 0 valor dessa area, que representa a energia, na realidade e o trabalho

dissipado no material em fungao do carregamento aplicado e, segundo alguns

pesquisadores, apresenta a desvantagem de depender das dimensoes do corpo-de­

prova, bern como do sistema de aplicagoes de cargas.

Os metodos de ensaios para determinagao da tenacidade mais utilizados sao

os estabelecidos na norma americana ASTM C1018, (1994 b) e na recomenda<;ao

japonesa JSCE-SF4, (1984 b). Estes dois metodos, apesar de serem semelhantes

quanto ao equipamento e ao corpo-de-prova empregados, apresentam algumas

diferen<;as relacionadas a maneira como a tenacidade e definida e calculada

(MORGAN, MINDESS e CHEN, 1995).

3.1 COMPORTAMENTO A FLExAO DOS CRFA

A curva de carga por deslocamento vertical, obtida no ensaio de flexao,

normalmente e composta de Ires zonas que dependem da resistencia da matriz e das

fibras. A primeira, zona I, e dominada pela matriz e caracterizada pelo acrescimo linear

do carregamento ate o ponto identificado como "carga de primeira fissura", a partir do

qual a matriz continua sustentando carga ate alcan<;ar o "primeiro pico de carga" (CHO

et a1.,1991; GOPALARATNAM et al.. 1991), Esta zona pode ser chamada de regime

pre-pico. A segunda, zona II, comega depois do pico de carga com a transferencia da

22

Page 44: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibras de Aqo

capacidade de carga para as fibras, e representa uma transit;:ao na resposta do

comp6sito. lsto e identificado em muitos trabalhos como um repentino decrescimo do

carregamento. A ultima e a zona Ill, onde e verificado um aumento na ductilidade,

caracterizada pelo arrancamento das fibras. A zona II e considerada a zona critica,

onde um controle nao rigoroso no ensaio pode levar a diston;:ao dos resultados,

dependendo da velocidade de descarregamento. A eficiencia das fibras no regime p6s­

pico do comp6sito e refletida na curva carga por deslocamento vertical, que tem

basicamente tres formas, como ilustrado de maneira esquematica na figura 3.1.

I Zona Ill -

I - en cruamento "' ""' c c / 0 c:;

N N .PlatO / /

A

~ en cruamento residual --........_ platO residual

,IS

::::-- amo lecimento ~

E amo lecimento resiclu al

8

c

G

D

0 Deslocamento Vertical

Figura 3.1- Modele basico de resposta na curva for~a por deslocamento vertical (HECTOR SALDiVAR MOGUEL, 1999).

No primeiro tipo de curva "OAD" e caracterizado um decrescimo gradativo na

capacidade de carga, ate a ruptura ou ate uma deformac;ao limite determinada. No

segundo tipo, "OAC", e observado que a capacidade de carga e mantida depois da

carga-de-pico ate o limite do ensaio com um comportamento tipo "plato". 0 ultimo tipo,

"OAB", e caracterizado por um acrescimo na capacidade de carga ap6s o pico, com

uma inclinac;ao que e usual mente menor que a inclinac;ao inicial ( zona I ). Estes sao os

23

Page 45: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Raforqado com Fibras de Aqo

tipos ideals de comportamentos p6s-fissura<;:ao, sendo que em uma curva real carga por

deslocamento vertical, a combina<;:ao de dois, ou ate tres tipos, podem estar presentes.

Alternativamente, se um comp6sito com fibras nao e capaz de sustentar carga

depois da matriz ter alcan<;:ado sua resistencia, a carga decresce na zona de transi<;:ao

ate o desenvolvirnento da resistencia de arrancamento da fibra; em seguida um

recarregarnento ocorre como no segmento "AEF" (figura 3.1 ). A partir do ponto , o

comportamento pode mudar significativamente e apresentar os tres tipos de

comportamento descritos anteriormente, mesmo com um segundo maximo como

identificado na figura 3.1, representado por um comportamento "residual " atraves dos

segmentos "OAEFC", e

3.2 AVAUACAO DA TENACIDADE

Para medir a tenacidade dos comp6sitos, o ensaio mais utilizado e o ensaio de

tra<;:ao na flexao, com carregamentos em quatro pontos, sob deforma<;:ao controlada,

prescrito pela Japan Society of Civil Engineers (JSCE-SF4, 1984b) e pela American

Society for Testing and Materials (ASTM C1018, 1994b) pois simula melhor as

condi<;:6es de solicita<;:ao e e mais simples que o ensaio de tra<;:ao direta

(GOPALARATNAN e GETTU, 1995).

0 resultado permite a caracteriza<;:ao da tenacidade por um ou mais dos

seguintes parametros: energia absoluta; indices adimensionais para caracterizar a

capacidade de energia absorvida; resistencia equivalente a flexao; resistencia residual

para deslocamentos verticais pre-determinado e outros parametres que descrevem a

resposta p6s-fissura<;:ao dos comp6sitos.

Os ensaios sao realizados em corpos-de-prova prismaticos com dimensoes que

podem variar de acordo com o metodo utilizado (tabela 3.1 ). A geometria e o tamanho

24

Page 46: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibras de Aqo

do corpo-de-prova podem influenciar nos resultados dos ensaios (GOPALARATNAN e

GETTU, 1995; GOPALATNAN et al.,1991).

Do ensaio de tragao na flexao com deformac;:ao controlada, resulta a curva

carga por deslocamento vertical {figura 3.2), a partir da qual sao definidos os indices de

tenacidade propostos pelas recomendac;:oes e normas dos CRFA.

prirreira fissura

DESLOCAMENTO VERTICAl

Figura 3.2 Curva tipica de carga por deslocamento vertical.

Durante a realizac;:ao dos ensaios e posteriormente na analise dos resultados

para o calculo da tenacidade deve-se atentar a problemas, tais como a medida do

deslocamento vertical do corpo-de-prova, para evitar a interferencia de deformac;:oes

referentes a acomodagao do mecanisme de aplicagao da carga e a do proprio corpo-de­

prova (deformagoes externas). Se tais deformagoes forem medidas, a forma da curva

ficara distorcida no seu trecho eh3stico, aumentando o deslocamento vertical de primeira

fissura e induzindo erros no calculo dos indices de tenacidade (BANTHIA e TROTTIER,

1995), (MORGAN, MINDESS e CHEN, i995).

25

Page 47: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforyado com Fibras de Aqo

Para minimizar esse problema recomenda-se o uso do dispositive "YOKE"

(figura 3.3), previsto na recomendac;ao japonesa (JSCE-SF4, 1984b), para

posicionamento do L VDT de forma sejam registradas as deformac;oes no topo do

corpo-de-prova, relativas ao eixo neutro

deformac;oes externas .

prisma, evitando assim o registro de

problema e a instabilidade p6s-pico, que ocorre norrnalrnente em

matrizes com resistencia mecanica elevada e com volume de fibras abaixo do volume

critico (item 2.4 ). Essa regiao de instabilidade se da logo ap6s a ruptura da matriz, ou

seja, quando se atinge a carga-de-pico, pois, com a ruptura da matriz e a transferencia

da carga para as fibras, ocorre um

capacidade portante do corpo-de-prova.

e uma queda

Por causa desse aumento no deslocamento

vertical, os dispositivos eletronicos de medida continua de deflexoes (LVDTs) recebem

um pequeno impacto. Como a regiao afetada pela instabilidade pode atingir

deslocamentos verticals em torno de 0,5 mm, os indices da ASTM podem ser

comprometidos, uma vez que o deslocamento vertical de primeira fissura e da ordem de

0,04 mm. Neste caso, ate o indice l1o pode ter sua area totalmente contida na regiao de

instabilidade.

Portanto, a consequencia direta da instabilidade e que quaisquer parametres de

tenacidade, determinado nessa zona da curva de carga por deslocamento vertical,

podera ser duvidoso como mostrado por varios pesquisadores (BALAGURU et al., 1992;

BALAGURU e SHAH, 1992; EL-SHAKRA e GOPALARATNAM,1993; KHAJURIA et al.,

NEMEGEER e TATNALL,1995; JOHNSTON, 1995; CHEN et al. 1995). Alem disso, a

carga suportada pelo corpo-de-prova pode ser superestimada.

26

Page 48: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforgado com Fibras de Aqo

uerticalmEille ao cu!Bio de apcio

cutelos de apcio

antEparo da <gulha ciJ LVDT lixado notopo do CP

Figura 3.3 Dispositivo "Yoke" de fixa~tao do LVDT no corpo-de-prova

3.2.1 iNDICES ASTM C 1018 • 94

A norma americana ASTM C1018 define o fndice de tenacidade( h ), como a

relac;:ao entre a area ( Anst) sob a curva carga por deslocamento vertical ate um nfvel

pre-determinado de deslocamento vertical, pela area ( Ao1 ) sob o trecho elastico da

curva ate o ponto que corresponde ao deslocamento vertical de primeira fissura. Os

pontos de delimitac;:ao dessas areas sao definidos como multiplos ( nlit) da deformac;:ao

obtida ate o surgimento da primeira fissura ( lit), onde n assume os seguintes valores: 3

para Is; 5,5 para l10; 15,5 para bo e 25,5 para lso. confonme ( figura 3.4 ). A obtenc;:ao de

valores de indices de tenacidade da ordem de 5 para o Is, e 10 para o l1 0 , e assim

sucessivamente, indicam que o comp6sito possui comportamento elasto-plastico

perfeito, ou seja que teoricamente apresenta uma resistencia residual p6s-fissurac;:ao

igual a resistencia da matriz. Sao valores adimensionais e fornecem uma referencia da

27

Page 49: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medldas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibras de A90

proximidade do comportamento do material em rela<;;ao ao referido comportamento

ideaL

A

< 25,5 8 Ill II:

IS 58 ' ~ I

Is ss I I I I

35 I I I I I I

15 I' II) If IH IJ

0

DESLOCAMENTO VERTICAL

Figura 3.4 Melodo da ASTM C1018 para caracterizagao da tenacidade

Estes indices tern como vantagem o fato de apresentarem uma avalia<;;ao do

comportamento do conjunto fibra/matriz (comp6sito). No entanto, tern, como

desvantagem, uma forte dependencia da determina<;;ao do deslocamento vertical onde

ocorre a primeira fissura. Essa dependencia entre os dois parametres traz uma

limita<;;ao para este metodo, por causa da grande dificuldade de estabelecer de maneira

correta e objetiva o ponto correspondente ao deslocamento vertical de primeira fissura.

28

Page 50: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibras de Aqo

Os valores dos indices de tenacidade ASTM C1018 algumas vezes acabam

sendo influenciados pela instabilidade p6s-pico (BANTHIA e TROTTIER, 1995), a qual

pode ser evitada com o usa de prensas de controle de deslocamento mecanico.

Outro aspecto relative aos indices de tenacidade ASTM e o fato dos mesmos

nao serem capazes de distinguirem materials de diferentes resistEmcia mecanica, pois

urn material pode apresentar um elevado indica de tenacidade mas um baixo

desempenho quanta a resistencia mecanica (figure 3.5) (Figueiredo, 1997).

A

~------------------~8

DIESLOCAMIENTO VERTICAL

A= Comp6silo com matriz de elevada resistencia mecanica. B= Com p6 stt o com m atriz de b aixa resi sten cia m eca nic a.

Figura 3.5 Comp6sitos de mesmo indices de tenacidade e diferentes niveis de resistencia mecanica segundo o crilerio da ASTM C 1018 (1994), (FIGUEIREDO, 1997).

29

Page 51: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medldas da Tenacldade do Concreto Reforr;ado com Fibres de Ago

A norma ASTM C10i8, ( 1994b ) define ainda as rela96es de tenacidade a

partir dos indices de tenacidade ( l5, l1o. bo,e I 5o), pela equa9ao:

R (%)= 100 X( .... -I) a,b b- a \h a. 1)

onde:

Ra,b(%) = relavao de tenacidade entre os indices de tenacidade com referenda "a" e i'b".

lb = indices de tenacidade com referencia e "b".

Os valores das rela96es de tenacidade representam, aproximadamente, a

relavao percentual entre a capacidade portante na faixa de deflexao compreendida

pelos deslocamentos verticals dos indices Ia e lb em relavao aquela correspondente ao

aparecimento da primeira fissura. Para o caso do material elasto-pl<3stico perfeito, as

rela96es de tenacidade serao 100% do modulo de ruptura. Este conceito ligado as

rela96es de tenacidade parece ser uma tendencia adotada na America, conforme a

proposta de MORGAN, MINDESS e CHEN (1995).

3.2.2 DETERMINA(,;AO DO PONTO DE PRIMEIRA FISSURA

Na realidade, a primeira fissura nao existe, pois o que ocorre e uma

progressiva microfissura9ao da matriz, a medida que o carregamento vai sendo

aplicado no prisma. A tendencia dessa fissuravao e ir aumentando ate a ruptura

completa do material.

A ASTM C 1018, (1994b) recomenda como ponto de primeira fissura o final do

trecho de proporcionalidade elastica da curva carga por deslocamento vertical. Na

tentativa de eliminar a avaliagao visual para a determinavao do ponto de primeira

30

Page 52: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforgado com Fibres de Ago

fissura, CHEN , MINDESS e MORGAN (1994) adotaram o seguinte criteria: "o ponto de

primeira fissura e aquele no qual uma serie de 20 pontos consecutivos (acima de uma

deformayao total de 0,01 mm ou mais) tern uma no minimo 50% menor que a

inclinayao media da curva entre 45% e 70% da carga-de-pico". Este criteria s6 e

aplicavel no caso das curvas terem sido obtidas digitalmente, por urn sistema de dados

eletr6nico e posteriormente ajustadas por algum programa.

Uma outra alternativa para a localiza<;ao desse ponto e aplicar a metodologia de

tra<;ar uma reta paralela ao trecho elastica da curva, tomando-se como base o

deslocamento vertical de 0,01 mm, conforme o criteria de SCHIMITH-SCHLEICHER

1997) e adotada recomenda<;ao alema

GOPALARATNAN e GETTU,1995). A vantagem desta metodologia e a facilidade de

encontrar o deslocamento vertical de primeira fissura sem a necessidade de uma

avalia<;ao visual e subjetiva.

3.2.3 iNDICE JSCE-SF4

A recomenda<;ao japonesa (JSCE-SF4, 1984b) apresenta uma concep<;ao

diferente na quantificagao da tenacidade, porem o mesmo procedimento de execugao

do ensaio de flexao. Para calcular a tenacidade com base na recomendagao japonesa

(figura 3.6), toma-se a area total ( Tb) sob a curva carga por deslocamento vertical ate o

limite de deslocamento vertical equivalents a U150 onde L e a distancia entre os eixos

dos apoios do corpo-de-prova.

31

Page 53: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibres de Aqo

Posteriormente calcula-se a resistencia equivalents a flexao pela equagao:

f = Tb L equ.,fl () bh 2

tf

onde:

fequ.,ft = resistencia equivalente a flexilo (MPa).

T b = area sob a curva (P x 8), ate o limite de deslocamento vertical

L/150 em (kN.cm)

om= deslocamento vertical equivalents a L/150

b = largura do de prova ).

h =altura do corpo de prova (em).

L = vao do corpo de prova (em).

(3.2)

Uma das grandes vantagens desse metodo e nao levar em considerac;ao o

deslocamento vertical de primeira fissura para o calculo da resistencia equivalents a flexao, e tambem o fato de serem pouco influenciados pela instabilidade p6s-pico, pois

para grandes deslocamentos como e o caso (2 ou 3 mm) a interferencia por causa

instabilidade e menos sentida.

No entanto, o criteria JSCE-SF4 (1984b) apresenta como restrigao o fato de

avaliar o material para uma (mica deforma<;:ilo, a qual proporciona uma elevada abertura

de fissura (BANTHIA e TROTTIER, 1995 a), distanciando as condi<;:5es de avalia<;:ao do

material da maioria das condi<;:i'ies de utiliza<;:ao do mesmo nas estruturas.

32

Page 54: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibras de Ago

0

~1~-----B~t~b=~U~1~5o~------~~l

j _ Area (OABC) ·~-,i- Lt150xbxh2

DES!. OCAMENTO VERTICAl.

Figura 3.6 Criterio da JSCE-5F4 (1984) para determina<;ao da tenacidade.

Alem disso, o resultado no que se refere a Tb depende da geometria do corpo­

de-prova, o que dificulta a correlavao deste valor com o desempenho do material em

campo (CHEN, MINDESS e MORGAN, 1994; GOPALARATNAN et al.,1991;

TROTTIER e BANTHIA, 1994).

Para minimizar este problema, pode-se calcular a tensao de travao na flexao

por meio do modelo elastica. No entanto, ap6s a fissuravao da matriz, o modelo elastica

fica descaracterizado por conta da formavao de uma r6tula que altera completamente a

distribui(fao de tensoes ao Iongo da se(fao transversal do corpo-de-prova. Na verdade, o

valor de fequ. definido pela recomendavao japonesa e uma simplificavao da realidade

pois a "resistencia a tra9ao na flexao" do comp6sito fissurado e dada pelo somat6rio de

pequenas for9as provenientes das fibras que trabalham como ponte de transferencia de

tensao ao Iongo da fissura. Assim, o modelo elastica proposto pela recomenda~tao

japonesa se distancia ainda mais da realidade, (FIGUEIREDO, 1997).

33

Page 55: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibres de Aqo

Com respeito aos indices da recomendac;:ao japonesa, uma das criticas

apontadas por MORGAN, MINDESS e CHEN (1995) e o fato de nao conseguirem

diferenciar matrizes de composites com diferem;:as grandes de modulo de elas!icidade e

comportamento pos-fissurac;:ao que apresentem o mesmo de consume de energia,

respectivamente representados como os cempositos A e B da figura

0 criteria JSCE-SF4 (1984b) tambem e influenciado pela instabilidade p6s-pico,

embora numa intensidade bem menor que o criteria da ASTM C 1018 (1994b),

conforme demonstrado por FIGUEIREDO, CECCATO e TORNERI (1997). Os indices

que se utilizam de maiores deslocamentos verticals sao menos influenciados pela

DESLOCAMENTO VERTICAL

Figura 3.7 Comp6sitos semelhantes segundo o criteria JSCE-SF4 (1984) para a determina~ao da resistencia equivalente a flexao, ( CHEN, 1995 ).

34

Page 56: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibras de Aqo

3.2.4 CLASSES DE TENACIDADE EFNARC

Com base no nlvel de desempenho dos comp6sitos, ap6s a ocorrencia da

primeira fissura, sao definidos indices que classificam quantitativamente os comp6sitos

em fungao da capacidade portante p6s-fissuragao. Estes indices definem classes de

tenacidade associadas a tensao residual na flexao.

Este tipo de fndice, que vern sendo proposto pela Associar;ao Norueguesa do

Concreto (apud MORGAN, MINDESS e CHEN, 1995), e, com algumas modificac;oes,

pela European Federation of Producers and Applicators of Specialist Products for

Structures (EFNARC, 1996), apresentam como desvantagem o fa!o usarem corpo­

de-prova de dimensoes diferentes, o que torna dificil uma analise comparative.

As classes de tenacidade da EFNARC (figura 3.8), foram concebidas visando

sua utilizac;ao como uma especificagao de projeto, sendo que os outros indices nao sao

muito adequados para esta finalidade (MORGAN, MINDESS e CHEN, 1995).

Criterio EfNARC (1996)

6

.-. 5 m a. ::e 4 --m :I 3

"1:1 ·-= 2 ~

l'fi>---. Classe 4 \,,,

\\' Classe 3 \\

\\ \ Classe 2

'. Cl ,m 1 liJ

Classe 1

c Ill Classe o 1- 0

0 0.5 1 1.5 2 2.5 3

Deslocamento Vertical (mm)

Figura 3.8-Ciasses de tenacidade segundo o criterio da EFNARC (1996).

35

3.5 4

Page 57: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibras de Aqo

0 criteria (EFNARC), como todos os criterios conhecidos que definem o

parametro tenacidade, apresenta vantagens e desvantagens. Entre as vantagens

apontadas par MORGAN, MINDESS e CHEN (1995), pode-se citar: e um metoda

bastante simples, o que proporciona uma comparac;:ao agil entre as curvas obtidas e a

verificaqao da sua conformidade; nao depende da determinac;:ao do ponto de primeira

fissura e sofre pouca influencia da instabilidade p6s-pico (item 3.2), pois o nivel de

deslocamento vertical de 0,5 mm para classificac;:ao da tenacidade e suficientemente

grande.

A principal desvantagem, e que o corpo-de-prova utilizado neste ensaio e

analise comparative entre os diversos indices de tenacidade.

3.2.5 OUTROS iNDICES DE TENACIDADE:

MORGAN, MINDESS e CHEN, (1995) recomendam a adoqao de um criteria

inspirado pelo metoda da Associaqao Norueguesa do Concreto, no qual se conta com

niveis de desempenho quanta a tenacidade associado a relac;:ao entre a resistencia

residual e a resistencia de primeira fissura, para deslocamentos verticals de l/600 e

L/150 do vao (no caso especifico o vao equivale a L=300 mm), conforme figura 3.9.

Esse criteria satisfaz a ideia de vincular o desempenho p6s-fissuragao do comp6sito

com a matriz e a necessidade de comparar os seus resultados com os indices

mencionados anteriormente (ASTM e JSCE-SF4 ).

36

Page 58: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibres de Aqo

80

60

40

20

L= vao livre do corpo de prova

Classe Ill

Classe HI

Classe II

Classe I

0 ~--------~------~C~Ia~s~s~e~O----------------r-..l L/600 L/150

DESLOCAMENTO VERT I CAL

Figura 3.9 Classes de tenacidade segundo MORGAN, MINDESS e CHEN (1995).

Outra forma de determinac;;ao do indice de tenacidade e a descrita por BARR e

EVANS (1986), que se baseia no esquema da figura 3.1 0. Este diagrama esquematiza

as curvas carga por deslocamento vertical tipicas de CRFA com uma porcentagem de

fibras abaixo do volume critico (item 2.4). Nesta curva te6rica existe uma linearidade

crescente entre a carga e o deslocamento vertical, ate o ponto correspondente a primeira fissura ( of ), a partir do qual a carga e reduzida ate o valor de uma carga

residual, que varia dependendo do tipo e do teor de fibras.

0 calculo deste ultimo fndice pode ser feito segundo duas formulas basicas:

37

Page 59: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforgado com Fibras de Ago

- A, (b) lndice de Tenacidade = --x 100 (%) (BARRe THOMAS,1986)

3A1

DESlOCAMENTO VERTICAl

Figura 3.10 Curva de carga por deslocamento vertical tipica para definigiio do indice de tenacidade segundo BARRe EVANS, (1986) (FIGUEIREDO, 1997).

Neste metodo, as duas formulas fornecem valores limites inferior e superior e

urn valor de indice de tenacidade que caracteriza urn comportamento elasto-plastico

perfeito, que sao 0,75 para (a) e 67% para (b). Por causa do baixo valor de

deslocamento vertical em que se baseia, este indice e bastante afetado pela

instabilidade p6s-pico, alem da dificuldade em se determinar o deslocamento (8t ), o que

impede uma avalia9ao precisa do material.

Uma compara9ao entre os diversos metodos de ensaio especificados pelas

diferentes normas e recomenda96es, para determina9ao da tenacidade dos concretes

refor9ados com fibras, encontra-se resumido na tabela 3.1.

38

Page 60: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

I

____________ Capitulo 3- Medidas da Tenacidade do Concreto Reforqado com Fibres de Ago

Tabela 3.1 Metodos de ensaio para determinac;ao da tenacidade especificados para

concreto reforc;ado com fibras de ac;o (FIGUEIRED0,1997; GOPALARATNAN E GETTU,1995)

Norma 01.1 !Forma do Dimensoes do Padimetros j Mel:ficl<td<i recomeoda~,tao I C.P. c.P. (rnm) monitorados ·1 Te.nacid.ade I

I

I Rela<;ao entre a energia I I

Carga por I absorvida ate mOI!iplos

b =100 (150)' deslocamenlo do deslocamen!o vertical .

Prisma d =100 (150)' vertical medida no de prlmelra fissura e a ASTM C 1018-94 melo do vao ou energia absorvida ate a

L =300 ( 450)* nos cutelos primeira fissura (lndice c =350 (500)* de tenacidade ) .

. .. ·

. 1.· .. ·,·

••• Energla absorvida ate o

. Carga por deslocamen!o vertical . b =100 (150)' I deslocamen!o equivalents a L/150.

JSCESF4 .. ·. Prisma d =100 (150)" vertical medida no ,. L =300 ( 450)* meio do vao ou Resislencia a flexao

... : . i i . c =350 (500)* nos cu!elos equivalents para um

•••••••••• deslocamento vertical

..•• I. I equivalents a L/150.

·.

i l

Energia absorvida ate o

l deslocamento vertical

l equivalents a L/150.

Norma I Relagilo entre a energia EsparthQia d/b< 1,5 Carga por

UNE 83·S'I0~89 I Prisma L= 3d deslocamento absorvida ate o

•• •• C=3d+50mm vertical medida no deslocamento vertical meio dovao equivalente a 15,5 vezes

o deslocamento vertical . de primeira fissura e a

energia absorvida ate a .

• .... ·· I . ·.· primeira fissura. .·.· .. .·

b =125 Carga por Resistencia residual para

Nolll!a ··.· . 0=75 deslocamento valores de deslocamento

Noruegu!lsa IIJB. Prisma L=450 vertical medida no vertical

C=550 meio do vao de1mma3mm. · .

•• b =125 Carga por Resistencia residual para 0=75 deslocamento valores de deslocamento

EFNARC I Prism a L=450 vertical medida no vertical

C=550 meio do vao de 0,5mm a 4 mm.

b= largura do C.P. -d- altura do C.P. L- vao livre entre cutelos C= compnmento do C.P.

* Valores entre parenteses validos para comp6sito com fibras ( I >40 mm)

39

Page 61: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

__________________ Capitulo 4- Fatores que Influem na Tenacidade do CRFA

4

Como a tenacidade e uma importante propriedade dos concretes por lhes

conferirem menor fragilidade e, portanto, maior resistencia a ag6es dinamicas, todos os

fatores que influem nessa propriedade dos CRFA devem ser analisados

detalhadamente, com o objetivo de deixar bern claro os cuidados a serem tornados

durante o seu processo de produgao.

4.1 RESISTENCIA DA MATRIZ

Os concretes de matrizes com resistencia mecanica elevada tendem a

apresentar menor tenacidade a flexao, quando comparadas com as matrizes menos

resistentes (JENQ e SHAH,1986; BALAGURU, NARAHARI e PATEL, 1992; BANTHIA e

TROTTIER, 1994; ARMELIN e BANTHIA, 1997; FIGUEIREDO, 1997). As matrizes de

concretes de alto desempenho por conta da adir;:ao de silica ativa e outras pozolanas,

possuem zona de transir;:ao fibra-matriz menos porosa, o que confere uma maior

aderencia entre a fibra e a matriz, (GOLDMAN e BENTUR, 1993; MEHTA e 40

Page 62: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

__________________ Capitulo 4- Fatores que Jnfluem na Tenacidade do CRFA

MONTEIRO, 1994 ). Grac;:as a essa maior aderencia fibra-matriz, as fibras rompem

antes de escorregar, o que provoca uma queda na tenacidade do comp6sito, pois o

gasto energetico de ruptura da fibre e menor que o gesto energetico necessaria ao seu

errancamento.

Este comportamento fragil verificedo nas metrizes de alta resistencia pode ester

einde relecionado com o feto de que fibres inclinedas em relac;:ao a superficie tendem a

se romper sem grandes deslocamentos, causando a diminuic;:ao da tenacidade.

4.2 COMPRIMENTO DA FIBRA

0 efeito do comprimento da fibre pode ser analisado em termos de

transferencia de tensao, por meio de um parametro denominado de comprimento critico

( lc ), que pode ser definido como o comprimento minima que a fibra deve ter para que

ela desenvolva uma tensao igual a sua resistencia a ruptura.

0 comprimento de fibra deve ser suficiente para que ela esteja em condic;:oes

de promover um efeito de ponte entre os agregados, impedindo assim o

desenvolvimento de fissuras. Um aumento no comprimento da fibra significa urn

aumento na area superficial de cantata fibra-matriz, isto e, uma maior superficie de

ancoragem de cada fibra, sendo necessaria uma maior forc;:a de arrancamento,

despendendo mais energia durante o processo de ruptura do comp6sito.

Foi verificado em experimentos que, para ( I < lc ), o comprimento da fibra nao e suficiente para gerar uma tensao igual a sua resistencia a trac;:ao. Portanto, neste caso,

a fibra nao esta sendo usada de forma eficiente. Entretanto, para ( I :2: lc ), a fibra tende

a alcan<_;ar sua resistencia a tra<_;ao, mobilizando assim seu potencial de refor<_;o

(BENTUR MINDESS, 1990). No esquema da (figura 4.1) e mostrada a tensao ao Iongo

da fibra na matriz como ume fum;:ao do comprimento.

41

Page 63: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

-~-----------------Capitulo 4- Fatores que Injluem na Tenacidade do CRFA

! =de

(a) (b)

cr

>

(c)

Figura 4.1 Tensao ao Iongo do comprimento de uma fibra na matriz como uma fun!fao do comprimento da fibra (BENTUR e MINDESS, 1990).

Estudos mostram que, para ser alcangada uma eficiencia quanto a resistencia do

comp6sito, o comprimento da fibra deve ser maior que o comprimento critico ( lc ). Essa

eficiencia tambem pode ser alcangada pelo controle da geometria da fibra (fator de

forma elevado), ou pel a interagao fibra-matriz (alta aderencia por atrito).

0 aumento no comprimento da fibra nao esta associado apenas com aumento

da resistencia, mas tambem com a forma de ruptura do comp6sito. 0 pequeno

comprimento da fibra facilitara o seu arrancamento; para comprimentos acima de lc a

fibra ira romper antes de ser arrancada. KELLY (1973) apud BENTUR e MINDESS,

(1990) tern tratado este problema quantitativamente, assumindo que a energia

consumida na fratura da fibra e pequena quando comparada com a energia consumida

durante o arrancamento da mesma. Portanto, essa mudanga no modo de falencia do

comp6sito de arrancamento para ruptura da fibra, resultara em uma redw;:ao da energia

envolvida na falencia do comp6sito, tornando o material mais fragil.

42

Page 64: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

__________________ ,Capitulo 4- Fatores que Influem na Tenacidade do CRFA

4.3 DIAMETRO DA FIBRA

diametro das fibras e outro fator que influencia na qualidade dos comp6sitos,

pois quando se diminui o diametro das fibras, a quantidade de fibres por m3 de concreto

para um determinado teor, aumenta, o que favorece uma distribuic;ao homogenea,

melhorando com isto as propriedades do comp6sito.

lsto ocorre porque au menta a probabilidade de uma fissura ser interceptada por

uma fibra, que atuara como ponte de transferencia de tensoes, melhorando o

comportamento p6s-fissurar;:ao do comp6sito.

Como foi verificado, o comprimento juntamente com o diametro da fibra (fator

de forma), e um dos principals fatores que devem ser levados em considerac;ao na

qualidade final do composite. Desta forma, esse e o parametro que serve de referenda

para o tipo de fibra.

4.4 ORIENT ACAO DA FIBRA NA SECAO TRANSVERSAl

A analise da contribuir;:ao das fibras que formam um angulo e com respeito a direr;:ao do carregamento foi realizada em comp6sitos fissurados e nao-fissurados. A

primeira analise e feita para a contribuir;:ao da fibra no modulo de elasticidade e a

segunda e mais relevante para o controle da resistencia.

0 efeito combinado da orientar;:ao (alinhamento e distribuir;:ao aleat6ria) na

eficiencia depende do tipo de ligar;:ao, atrito estatico, antes do escorregamento ou atrito

dinamico, depois do escorregamento.

43

Page 65: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________________ Capitulo 4- Fatores que lnfluem na Tenacidade do CRFA

A orientaqao tambem causa efeito, principalmente, na forqa de arrancamento

da fibra. Resultados de varias analises mostraram que a energia total de contribuiqao

deste processo e fum;:ao do angulo e. A diferenqa e no valor do i!mgulo e para maior

eficiencia, encontrado pelos pesquisadores. 0 resultado desta analise esta mostrado na

figura 4.2 para valores tipicos de fibres de aqo em matriz de cimento, mostrando a

energia total de contribuiqao deste processo em func;ao do angulo e.

Figura 4.2 Efeito de Orienta!;iiO das fibras no calculo da energia total envolvida no arrancamento de uma fibra ductil (BENTUR e MINDESS, 1990).

NAAMAN e SHAH (1976) mostraram que urn aumento no angulo e em relagao

a diregao da forga de arrancamento pode nao necessariamente diminuir essa forga e o

trabalho de arrancamento. Contudo, a influencia da orientagao das fibras ligada ao

processo de arrancamento e dificil de ser analisado, pois o mecanisme de ligagao e

ancoragem mecanica nao pode ser descrito apenas em termos de tensao interfacial,

44

Page 66: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

__________________ Capitulo 4- Fatores que lnjluem na Tenacidade do CRFA

mas deve levar em considera<;:ao a influencia da eficiencia da fibra, que e bastante

complexa.

4.5 ESPACAMENTO DAS FIBRAS

Por causa das microfissuras existentes no concreto, quando o mesmo e submetido a esfor<;:o de tra<;:ao na flexao, a energia se concentra rapidamente nas

extremidades dessas microfissuras. entao, um alargamento incontrolado destas,

Quando na matriz de concreto sao introduzidas fibras curtas, estas impedem as

microfissuras de se ampliarem. As fibras formam uma liga<;:ao entre as bordas das

fissuras, de modo que para ocorrer a abertura das mesmas e necessaria mais energia.

Desta forma, a ruptura se dara por deforma<;:ao elastica ou plastica da fibra, por

desmoronamento da matriz de concreto nas vizinhan<;:as da fibra, por deslizamento ou

por ruptura da fibra.

0 primeiro a expor o comportamento do concreto armada com fibras foi

ROMUALDI et alii, (1975) e posteriormente AVESTON et alii, (1974) e KELLY, (1973).

Esses autores relatam o comportamento do comp6sito submetido a tra<;:ao direta e se

baseiam no conceito de fratura mecanica. 0 conceito de fratura mecanica adota que,

para um dado volume de fibra de a<;:o. a resistencia a tra<;:ao direta do comp6sito

au menta com o decrescimo do espa<;:amento da fibra.

Quando um corpo-de-prova de matriz de concreto com fibras e submetido a carga na tra<;:ao direta ou na flexao, observam-se na curva tensao-deforma<;:ao duas

partes distintas. A primeira parte da curva e linear e o ponto onde a curva desvia da

linearidade e chamado de resistencia a primeira fissura, limite elastica ou limite de

45

Page 67: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

__________________ Capitulo 4- Fatores que Influem na Tenacidade do CRFA

proporcionalidade; a segunda parte da curva e significativamente nao linear e o ponto

maximo da curva e denominado de resistencia ultima.

ROMUALDI e BATSON, ( 1975 ) sugerem que as fibras agem impedindo a

propaga<;ao de fissures e mostram que a resistencia a primeira fissura na tra<;ao e

inversamente proporcional ao espa<;amento geometrico das fibras. Posteriormente,

ROMUALDI e MANDEL, ( 1974 ) calcularam o espagamento media das fibras (s), nos

comp6sitos de matriz de concreto refor<;ado com de fibras de a<;o orientadas

aleatoriamente, usando a seguinte equagao:

s= 2,76 r

Fr onde:

s = espa<;amento media das fibras r = raio da fibra v1 = volume de fibras no comp6sito.

(4.2)

Concluiram que a resistencia a tra<;ao e proporcional ao inverse da raiz

quadrada do espac;:amento das fibras. Outros como KAR e PAL (1974), sugeriram outra

equa<;ao de espa<;amento, descrito como espa<;amento efetivo, onde e considerada a

varia<;ao da tensao de aderencia ao Iongo da fibra e o fator de orienta<;ao da fibra.

4.6 GEOMETRIA DA FIBRA

A geometria da fibra e sua resistencia ao arrancamento estao relacionadas, e

influem na tenacidade do concreto, pais, parte da energia consumida no processo de

rupture do comp6sito por conta do arrancamento das fibras. Fibras com deformag5es

46

Page 68: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

__________________ Capitulo 4- Fatores que lnfluem na Tenacidade do CRFA

ao Iongo do comprimento ou com ancoragem nas extremidades formando ganchos,

melhoram consideravelmente a aderencia ao concreto, aumentando a capacidade de

abson;:ao energia e a eficiencia do comp6sito E 995b;

SOROUSHIAN e BAYASI,1991).

Pesquisas recentes foram feitas com a finalidade de investigar as melhorias

proporcionadas pelo mecanismos de ancoragem fibra-matriz. NAAMAN e NAJM (1991)

realizaram uma am~lise comparativa das curvas de fon;:a de arrancamento por

escorregamento de ensaios de arrancamento em fibras retas, fibras onduladas e fibras

ancoradas em gancho.

Verificaram-se diferenc;:as significativas entre as fibras retas e as fibras

deformadas quanto ao mecanismo de aderencia, sendo possivel identificar nas curvas

os trechos relativos a contribuic;:ao da ancoragem e das deformac;:oes na transferencia

de ten sao fibra-matriz, como mostra esquematicamente a figura 4.3.

Ensaios de arrancamento com fibras de diversas formas sao utilizados para

simular o mecanisme de aderencia entre a fibra e a matriz (BANTHIA e

TROTIIER,1994; BENTUR e MINDESS, 1990) e sao usados para elaborac;:ao de

modelos de comportamento p6s-fissurac;:ao, com os mais diversos tipos de fibras de

ac;:o.

Como a maioria dos estudos de aderencia e arrancamento se limitam as fibras

lisas, apesar da maioria das fibras utilizadas atualmente possuirem ondulac;:oes ao

Iongo do seu comprimento e ganchos nas pontas, pouco se sabe sobre o mecanisme

de aderencia por ancoragem mecanica desse tipo de fibra.

47

Page 69: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

___________________ Capitulo 4- Fatores que lnjluem na Tenacidade do CRFA

--------------- 8

c

0

o -A translere nci a elastica A-B des co lam ento B-C des col am en!o total C-D !ranslerenda por atn!o

D

Figura 4.3 Diagrama simplificado de for!fa de arrancamento por escorregamenlo

(BARTOS apud BENTUR e MINDESS,1990).

BENTUR E MINDESS (1990), realizando ensaios com fibras onduladas e

ancoradas em ganchos, obtiveram curvas de carga de arrancamento por

escorregamento, as quais foram analisadas de forma comparativa sem se ater a valores

numericos.

Em comp6sitos bem dosados, as fibras no estagio p6s-fissurac;:ao devem servir

nao s6 de ponte de transferencia de tens5es, como tambem propiciar a melhoria da

tenacidade, por conta do mecanisme de energia relacionado com o processo de

arrancamento e descolamento das fibras que ligam as fissuras.

48

Page 70: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

__________________ ,Capitulo 4- Fatores que lnfluem na Tenacidade do CRFA

4.7 TEOR DE FIBRAS

0 conteudo de fibras presente na matriz influencia nas propriedades mecanicas

do CRFA, principalmente no que se refere a tenacidade a flexao (BALAGURU e

SHAH, 1 992; BENTUR e MINDESS, 1990). aumento no teor de fibras adicionadas a matriz de concreto produz um aumento na tenacidade dos CRFA. Por outro lado,

volumes grandes de fibras incorporadas ao concreto podem ser prejudiciais para a

trabalhabilidade do concreto fresco e no comportamento p6s-fissuragao, em fungao de

problemas de compactagao.

que diz respeito ao teor de fibres presente no deve-se em

consideragao o conceito de "volume critico" de fibras (AVESTON, COOPPER e KELLY,

1971 ), que e aquele para o qual a resistencia residual do comp6sito fissurado e a

mesma da matriz (item 2.4). Teoricamente, se fosse utilizado o volume crltico de fibras

de ago em um concreto, os indices de tenacidade da norma ASTM C1018 (1994b)

obtidos seriam aqueles que caracterizam urn material elasto-plastico perfeito, isto e, com valores de relagoes de tenacidade proximo de 100%.

0 volume critico depende da resistencia da matriz, que quanta mais resistente

ira necessitar de maior quantidade de fibras para que haja manutengao da tenacidade.

Caso seja necessaria urn aumento na capacidade portante do material, uma das

possibilidades e ultrapassar o volume critico, o que possibilitaria urn aumento da

capacidade p6s-fissuragao do comp6sito.

Ao trabalhar com tear de fibras inferior ao do volume critico, ocorrera o

fenomeno da instabilidade p6s-pico (item 3.2) (BANTHIA e TROTTIER, 1995 a). Este

fenomeno e assim chamado por ocorrer ap6s atingir o pico de carga maxima,

correspondente a ruptura da matriz no ensaio de tragao na flexao. Ap6s a ruptura,

ocorre uma "queda" na capacidade portante do corpo-de-prova e o mesmo sofre urn

pequeno aumento, no deslocamento vertical, transferindo a carga da matriz para as

fibras.

49

Page 71: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

__________________ Capitulo 4~ Fatores que Jnfluem na Ten.acidade do CRFA

4.8 CONSIDERACOES FINAlS

Tenacidade e uma das propriedades mecanicas mais importante dos CRFA, e

pode ser influenciada por outras variaveis materiais, como: tamanho e volume dos

agregados; fator agua/cimento; idade do concreto; entre outras.

born metoda de ensaio para determinaqao da tenacidade deve ser capaz de

distinguir diferenqas significativas nos CRFA por conta das variaqoes tais como:

conteudo de fibras, tipo de fibra e outras variaveis que caracterizam as principais

diferenc;:as entre os varios tipos de CRFA.

50

Page 72: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

_____________ Capitulo 5- Fatores que Influem na Medida da Tenacidade do CRF A

lO 5

MEDIDA DA TENACIDADE DOS CRFA

Existe um numero de incertezas relativas a maneira pela qual a tenacidade a flexao deve ser medida, interpretada e usada. E bern conhecido (GOPALARATNAM et

al.,i991; KASPERKIEWICZ e SKARENDAHL, 1990) que a tenacidade a flexao eo

deslocamento vertical de primeira fissura dependem de como sao determinados

experimental mente.

Entre os fatores que podem influenciar na determinac;:ao da tenacidade do

CRFA, inclui-se: configurac;:ao do teste; configurac;:ao, taxa e controle do carregamento;

tipo de equipamento utilizado no teste e na medida do deslocamento vertical; tamanho

e geometria do corpo-de-prova e metoda de execuc;:ao do corpo-de-prova (CHEN,

MINDESS E MORGAN, 1995).

Neste capitulo, sera discutido o efeito de algumas dessas variaveis na

determinac;:ao da curva de carga por deslocamento vertical ( P-o ) tendo como base uma

revisao da literatura.

51

Page 73: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

______________ Capitulo 5- Fatores que Injluem na Medida da Tenacidade do CRF A

A influencia da geometria e tamanho do corpo-de-prova na determinavao das

propriedades mecanicas do concreto convencional e estudada por meio de varios

modelos e e chamada efeito-escala, sendo que esse efei!o em muitos casos pode ser

bastante significa!ivo (GETTU e SHAH, 1994).

BRYARS et aL (1994) estudaram o efeito-escala na resposta p6s-pico de

CRFA, testando vigas de varias alturas e concluiram que, enquanto no concreto

convencional ocorre uma queda na capacidade de carga quando se aumenta o

tamanho do corpo-de-prova, no concreto com refor9o a capacidade de carga p6s-pico,

au menta.

GOPALARATNAM et al. (1995) e LA! (1992) tambem analisaram a influencia

do tamanho do corpo-de-prova e do tear de fibras no comportamen!o p6s-pico, e

conclu!ram que a tenacidade aumenta com o aumento no tamanho do corpo-de-prova,

principalmente para teores de fibras em torno de 120 kg/m3.

Para o CRFA, podem-se ter diferentes comportamentos de rupture,

dependendo do tamanho e da geometria do corpo-de-prova. lsto ocorre por causa da

localizavao da regiao fissurada, onde a energia e dissipada provocando uma

ductilizavao do material. Esta regiao depende principalmente da microestrutura do

concreto, sendo que seu tamanho decresce com o aumento do tamanho do corpo-de­

prova ou da estrutura (GETTU e SHAH, 1994).

Todos esses efeitos tern sido estudados a partir dos conceitos da Mecanica da

Fratura. Entretanto, como o concreto nao e urn material perfeitamente elastica linear, a

Mecanica da Fratura Elastica Linear (MFEL) nao pode ser aplicada para estudar a sua

rupture. Modelos baseados na Mecanica da Fratura Nao-Linear tern sido propostos,

levando em conta as caracteristicas de rupture do concreto, os quais tern sido revistos

por varios pesquisadores (HILLERBORG et al., 1979; BAZANT, 1984;

HILLERBORG,1985; JENQ e SHAH, 1985; BAZANT et al., 1991b; BRYARS, 1993;

52

Page 74: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

______________ Capitulo 5- Fatores que lnjluem na Medida da Tenacidade do CRFA

BAZANT et al., 1994; GETTU e SHAH, 1994; CARPINTERI et al., 1995 a; GETTU et

al., 1995b; GARCIA ALVAREZ, 1997).

5.1 INFLUENCIA DO TIPO DE EQUIPAMENTO UTIUZADO PARA A

MEDIDA DO DESLOCAMENTO VERTICAL

Varios tipos de equipamentos podem ser utilizados para a medida do

deslocamento vertical no ensaio de trar;;ao na flexao com deformar;;ao controlada e

carregamento em quatro pontes, mas para que essas medidas possam ser

consideradas corretas para o trar;;ado da curva de carga por deslocamento vertical, que

realmente represente o comportamento do material, e necessaria que elas nao incluam

deformag6es externas tais como: esmagamento da viga-teste nos suportes de apoio,

deformag6es elasticas e inelasticas no sistema de suporte e deslocamentos, por causa

das rotag6es do suporte e movimentagao da viga-teste.

GOPALARATNAM (1989) verificou que as deformag6es externas influem de

maneira consideravel na medida do deslocamento de primeira fissura, pais muitas

dessas deformag6es sao computadas antes da carga de pico, alem do valor delas

representarem aproximadamente 5 a 8 vezes o verdadeiro deslocamento vertical de

primeira fissura (St). Portanto, pode-se concluir que na regiao elastica as deformagoes

externas influem consideravelmente na rnedida do deslocamento vertical. Entretanto, na

regiao p6s-fissuragao essa influencia representa somente uma pequena parte do

deslocamento vertical total da viga.

A implicagao da correta determinagao da medida do deslocamento vertical de

primeira fissura (llt) tem grande efeito nos indices de tenacidade, uma vez que esses

indices se baseiam em multiples da deformar;;ao de primeira fissura. Alem disso, para o

calculo dos indices de tenacidade, tanto o numerador como o denominador das

53

Page 75: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

______________ Capitulo 5- Fatores que Jnjluem na Medida da Tenacidade do CRF A

expressoes sao determinados a partir da leitura do deslocamento vertical de primeira

fissura.

de controle do VDT fio condutor fio con' du·to

fio condutor

corpo-de-p rova CP

VISTA LATERAL ELEVA<;AO

Figura 5.1 Esquema ilustrativo do Sistema de Medida de Deflexao com l VDT no Topo do Corpo-de-prova.

GOPALARATNAM et al. (1989), concluiram que e muito importante a correta

determinagao dos deslocamentos verticais, particularmente na regiao anterior a primeira

fissura, pois, por causa da sua influencia em varios indices de tenacidade, esses

deslocamentos nao podem ser superestimados.

BANTHIA e TROTTIER (1992) observaram que a medida dos deslocamentos

verticals no ensaio de tragao na flexao com carregamento em quatro pontos e

deformagao controlada variam significativamente em fungao do metodo de medida

desses deslocamentos. Urn exemplo, com valores diferentes, encontrados para o

54

Page 76: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

_____________ Capitulo 5- Fatores que Influem na Medida da Tenacidade do CRFA

deslocamento vertical de primeira fissura de vigas de CRFA, usando tn3s metodos

diferentes, estao apresentados na tabela 5.1.

T ABELA 5.1-Medida do deslocamento vertical por varios metodos diferentes

1,450

Para concluir, pode-se afirmar que:

a- A determinagao da curva de carga por deslocamento vertical pode ser

seriamente afetada pelo sistema de medida do deslocamento vertical. Se as

deformac;:oes externas nao forem excluidas das medidas dos deslocamentos

verticais, erros significativos podem afetar a medida do deslocamento

vertical de primeira fissura.

b- No calculo dos indices de tenacidade da ASTM C1018, e importante

assegurar que a curva P-o foi calculada de tal modo que as deformagoes

externas foram excluidas. Esses indices sao dependentes do modo de

determinac;:ao do deslocamento vertical de primeira fissura (&1) cuja definigao

nao e (mica, principalmente para CRFA de baixa tenacidade.

c- 0 fator de tenacidade da JSCE-SF4 e pouco influenciado pelas

deformagoes externas. Portanto, a determinagao correta do deslocamento

vertical de primeira fissura nao e uma preocupa<;:ao da norma japonesa, pois

nao entra no calculo dos parametres que medem a tenacidade.

55

Page 77: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

______________ ,Capitulo 5- Fatores que Influem na Medida da Tenacidadedo CRFA

5.2 INFLUENCIA DO TIPO DE MAQUINA DE ENSAIO NA MEDIDA DA

TENACIDADE

Durante o enseio de tregao na flexao, a energia e armazenada pelo sistema de

carregamento, Quando ocorre qualquer irregularidade no ensaio,

fissura ou um pico de carga, essa energia e parcialmente liberada.

isto e, a

energia liberada

pelo sistema de carregamento (principalmente em CRFA com baixos teores de fibras ou

com matrizes de alta resistencia) e absorvida pelo corpo-de-prova, o qual perde parte

de sua capacidade portante sofrendo uma ruptura instavel com rapido deslocamento,

transferindo a carga da matriz para as fibres.

Esta subite liberegao de energie, causando ume rupture instavel no corpo-de­

prove, influencia na curva de carga por deslocamento vertical (figura 5.2), criando uma

zona de instabilidade, a qual afeta em menor ou maior escala a avaliagao dos diversos

indices de tenacidade.

BANTHIA e TROTTIER (1995) tem estudado esta instabilidade e discutido seus

efeitos na medida dos indices de tenacidade. 0 grau desse efeito dependera do

sistema de carregamento. Em sistema de carregamento flexivel, grande quantidade de

energia e liberada. Para algumas maquinas de ensaio, a energia liberada e suficiente

para influenciar a determinagao da tenacidade dos CRFA e, portanto, nao pode ser

negligenciada.

56

Page 78: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

______________ Capitulo 5- Fatores que lnjluem na Medida da Tenacidade do CRF A

-

1<f r-

" 0

-

{)

j)s

c (}

<on <J n::~isrenre r::stiJVt:::!

' I 0,2

I curve fnstave!

I

cargo reak ol ln.t~vel

crogo rasf ual aat.f!'t<'£1!

I I I I ' I I 0.6

DIESI.OCJI.M ENTO VERTICAl. (mm)

Figura 5.2 Curva de carga x deslocamento vertical com regiao instiivel (LIANRONG CHEN,1995).

A partir de varios estudos descritos na literatura, pode-se concluir:

a- Realizagao de diversos ensaios mostraram que a instabilidade na curva

carga por deslocamento vertical pode ser minimizada com o uso de prensas

modernas, com controle de deslocamento mecanico nao hidraulico. No

entanto, esses equipamentos sao caros e estao disponiveis em poucas

Universidades no BrasiL

b- Os indices de tenacidade ASTM C1018 sao bastante influenciados pela

zona de instabilidade da curva carga por deslocamento vertical,

principalmente os indices Is e !1 0, os quais sao calculados a partir de valores

de deslocamentos que se encontram dentro dessa zona de instabilidade.

57

Page 79: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

_____________ Capitulo 5- Fatores que lnfluem na Medida da Tenacidade do CRFA

c- Os Indices de tenacidade JSCE-SF4, sofrem pouca influencia por conta

dessa instabilidade, uma vez que o nivel de deslocamento utilizado na sua

determinac;;ao ( 50 ) se encontra fora da zona de instabilidade.

Em concretes reforc;;ados com altos teon:!s de flbras, essa instabilidade

normalmente e menos sentida na curva P-o.

5.3 INFLUENCIA DA TAXA DE CARREGAMENTO

Como o CRFA e urn material senslvel a deformac;;oes, pequenas variac;;oes na

taxa de carregamento podem comprometer a medida do deslocamento vertical e a

determinac;;ao da curva P-o, afetando dessa forma o calculo dos indices de tenacidade.

No entanto, essa dependencia no desempenho do concreto sujeito a trac;;ao na flexao

tern sido pouco objeto de pesquisa.

5.4 INFLUENCIA DA GEOMETRIA DO CORPO-DE-PROVA

E bern conhecido que o tamanho do corpo-de-prova tern papel importante na

ruptura do material. A influencia do tamanho e geometria do corpo-de-prova na

tenacidade dos metais tern sido mais extensivamente estudada que na tenacidade dos

comp6sitos. lnfelizmente, o conhecimento adquirido para o efeito-escala nos metais nao

pode ser simplesmente aplicado para os CRFA, porque os mecanismos de ruptura

desses materia is sao multo diferentes. Por outro lado, nenhum estudo sistematico sabre

o efeito-escala em concretes reforc;;ados tern sido relatado.

58

Page 80: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

_____________ Capitulo 5- Fatores que Influem na Medida da Tenacidade do CRFA

Nos ensaios de tra~tao na flexao, com carregamento aplicado em quatro pontos,

o tamanho do corpo-de-prova pode afetar significativamente o resultado da curva P-o.

Por outro lado, quanto maior as dimensoes da se~tao transversal do corpo-de-prova,

maior a quantidade de energia absorvida e mais alto o valor dos indices de tenacidade.

Portanto, a relagao entre largura, altura e vao do corpo-de-prova altera a distribui~tao de

tensoes, o que leva a uma complicada influencia no resultado do ensaio.

A escolha das dimensoes da se~tao transversal do CP em rela~tao ao vao, no

caso de materials ducteis e resistentes, pode dar ao ensaio uma condi~tao de pequeno

vao para resistir ao cisalhamento, uma vez que o deslocamento vertical de uma viga

sob uma dada carga de sua rigidez a flexao e ao cisalhamento. A da

curva P-o pode ser consideravelmente afetada pela rigidez ao cisalhamento. Durante o

ensaio pode ainda ocorrer uma ton;:ao na viga, quando a rela<;:ao vao/ altura for multo

grande, o que influi de maneira complicada no resultado do ensaio.

Os indices ASTM sao ditos teoricamente independentes das dimensoes do

corpo-de-prova, mas isso nao e absolutamente verdadeiro. Como KASPERKIEWICZ e

SKARENDAHL (1990) declararam, nao existem muitas investiga<;:6es de como os

indices de tenacidade dependem do tamanho e da geometria do corpo-de-prova.

A curva P-o pode ser afetada pelas varia<;:oes no tamanho e na geometria do

corpo-de-prova, pois estas varia<;:6es modificam o mecanisme de ruptura e o modelo de

falencia dos CRFA; alteram a distribui<;:ao de tensao no corpo-de-prova, alem de

influirem na capacidade de carga do corpo-de-prova. 0 efeito do tamanho do corpo-de­

prova e melhor entendido no que diz respeito a sua capacidade de carga, do que no

seu mecanisme de ruptura.

A rela<;:ao carga por deslocamento vertical na regiao anterior a primeira fissura e

elastica linear, mas esta rela<;:ao nao se mantem ap6s o aparecimento da primeira

fissura. No entanto, em ambas as regioes, carga e deslocamento vertical sao

dependentes do tamanho e geometria do CP.

59

Page 81: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

______________ Capitulo 5- Fatores que Injluem na Medida da Tenacidade do CRF A

Resultados experimentais ( CHEN, 1995 ) mostraram que urn acrescimo nas

dimensoes da sec;:ao transversal do CP resulta em urn decrescimo na resistencia de

primeira fissura e na resistencia

transversal mantidas constantes, e o

entanto, se as dimensoes da sec;:ao

vao de apoio do corpo-de-prova for

aumentado, verifica-se que a forma da curve P-ii se altera, ao mesmo tempo que sa

observe urn comportamento mais fragil no material do CP, com urn decrescimo na sua

capacidade de carga logo ap6s ao pico de carga, decrescendo tambem os valores de

resistencia a primeira fissura e resistencia ultima (tabela 5.2).

Tabe!a 5.2 Resultados experimentais de ensaios de flexao em CRFA (CHEN, 1995)

75:75:150 0,013 0,042 4,97 5,25

75.:75: 0,026 0,036 4,81 5,01

75:75:300 0,037 0,041 4,76 4,86

75:75:450 0,087 0,093 4,58 4,63

Ja, com urn aumento na largura do corpo-de-prova (altura e vaos constantes), a

curva P-8 mostra uma menor fragilidade no comportamento do material e uma alterac;:ao

no valor do deslocamento de primeira fissura, juntamente com uma mudanc;:a na sua

forma.

Entre as dimensoes da viga, a largura tern provavelmente maior efeito na forma

da curva P-8 (figure 5.3) Com isto, tern sido verificado que as pec;:as em CRFA com

maior sec;:ao transversal sao mais resistentes.

60

Page 82: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

_____________ Capitulo 5- Fatores que Influem na Medida da Tenacidade do CRFA

35

30

25

~ 10 .:( u

5

0

I I I I I

--------~---------~--------1

I I I I

~·~~~~~--~--------- --------~--------! I I I I I -----4---------+--------1 I

1 I I

I I

l I ! ---~---------L--------~-~--~~ I I I --.---J

I I I

- - -f-~-~~~-~-~-======-=-1;=-=-~-~-~-~-~-~-~-=~b=-~-~-~-~--.J I I I I

0 0.5 1 1.5 2

DESI.OCAMENTO VERTICAl (mm)

50:100:300

75:100:300

100:100:300

150:'100:300

Figura 5.3 Curvas P- o tipicas de CRFA com 0, 75% de fibra - resultado experimental (CHEN,L., 1995).

Alguns pesquisadores descobriram que os indices de tenacidade ASTM sao

independentes das dimensoes do corpo-de-prova (JOHNSTON, 1986); (ROBINS,

AUSTINe PEASTON, 1989), mas isto e questionavel, pois investigayoes experimentais

tem mostrado que o tamanho e geometria do corpo-de-prova afetam nao somente os

indices de tenacidade, mas tambem a carga e o deslocamento de primeira fissura e a

resistencia ultima.

Todos esses indices podem ser afetados pelo aumento da largura da viga de

teste, resultando em aumento da tenacidade. A razao para isto e provavelmente por

conta da mudanya na distribuiyao de tensoes provocada pela alterayao na largura da

viga.

61

Page 83: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

_________ , _____ Capitulo 5- Fatores que Injluem na Medida da Tenacidadedo CRFA

Ja a tenacidade a fiexao JSCE-SF4 e diretamente dependente do tamanho e

geometria do corpo-de-prova, pois representa a energia total envolvida na deforma<;:ao

do CP ate um determinado deslocamento vertical.

Entretanto, desde que a resistencia equivalente a fiexao incorpora no seu

calculo o fator bh2/L de acordo com a teoria elastica de viga, este parametro deveria ser

independente da geometria do CP, mesmo sendo o comportamento p6s-fissuragao dos

CRFA nao linear. Diferentes vaos de carregamento tem somente leve infiuencia na

resistencia equivalente a flexao JSCE-SF4, mas para uma varia<;:ao na largura do CP

(com altura e vao constantes) essa influencia passa a ser significative (tabela 5.3).

Tabela 5.3 Resultados experimentais de ensaios de flexlio em CRFA (CHEN, L., 1995)

25:100:300 2,0 25:7'5:300 1,9

50:100:300 2,0 2,8

7'5:100:300 2,4 2,7

100:100:300 3,4 1 00:7'5:300 2,9

Portanto, a respeito da influencia das dimensoes do corpo-de-prova na

determina<;:ao da tenacidade, podemos concluir :

a- A curva P-8 pode variar por causa dos diferentes tamanho do corpo-de-prova.

b- Os indices de tenacidade ASTM nao sao independentes das dimensoes do

CP, pois foi verificado que eles decrescem com um aumento na rela<;:ao

vao/altura e sao significativamente afetados pela largura da viga, isto e, eles

aumentam com o aumento da largura da viga.

c- A tenacidade JSCE-SF4 tambem e dependente das dimensoes do CP, mas o

fator de tenacidade, ou seja, a resistencia equivalente a flexao JSCE, e mais

62

Page 84: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

______________ CaJ'itulo 5~ Fatores que Jnfluem na Medida da Tenacidade do CRF A

independente neste caso, principalmente se os CP forem geometricamente

similares. No entanto, com o aumento da largura da viga, e observado urn

aumento significative no fator de tenacidade.

Com isto, verifica-se que o efeito de tamanho e geometria do CP na tenacidade

a flexao e bastante complexo, e portanto, deve-se salientar que todas as conclusoes

apresentadas neste capitulo refletem somente resultados experimentais de alguns

pesquisadores.

63

Page 85: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

_______________________ Capitulo 6 -Programa Experimental

Como neste trabalho o objetivo principal e avaliar a influencia do tamanho do

corpo-de-prova na medida da tenacidade dos comp6sitos com matriz de cimento

Portland, foram realizadas analises com corpos-de-prova de tres tamanhos diferentes.

As dificuldades para a realizagao dos ensaios comegaram com o equipamento, pois nas

maquinas disponfveis para a realizagao do ensaio de flexao com deformagao

controlada, os cutelos existentes nao conseguem apoiar corpos-de-prova de largura

superior a 150 mm. Para resolver este problema, foi providenciado a execu<;:ao de uma

extensao para a base de apoio do corpo-de-prova.

Os principais ensaios realizados foram de tragao na flexao com deforma<;:ao

controlada (JSCE-SF4 , 1984b; EFNARC, 1996) e de resistencia a compressao axial

(NBR 5739/ 80), o qual foi utilizado para caracterizar a matriz.

64

Page 86: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

6.1 CARACTERIZACAO DO MATERIAL

0 a nas 0

Fibra- foi utilizada fibra de ago marca DRAMIX- tipo RC 65/60 BN.

atendimento aos procedimentos previamente estabelecidos, foi elaborado

no iaborat6rio da FEC/UNICAMP uma dosagem de concreto onde a matriz atingisse

uma resistencia caracterfstica a compressao de 25 MPa. Essa resistencia mecanica

tern sido usada em varios trabalhos experimentais com CRFA, pelo fato de nao ser tao

elevada, o que de certa forma previne a perda de tenacidade dos comp6sitos, pois as

matrizes com resistencia muito elevada podem comprometer o desempenho p6s­

fissuragao dos comp6sitos.

A dosagem foi repetida para os consumos de fibras de 20; 30 e 40 kg I m3, pois

com tres teores diferentes de fibras adicionados a matriz pode-se fazer uma correlagao

entre teor de fibras e a tenacidade do comp6sito para cada dimensao do corpo-de­

prova estudada.

Quantidade de argamassa, em volume no trago, escolhida ser maior que 50% a

proporcionar uma boa coesao a mistura, evitando o desprendimento de

agregados e o aparecimento de vazios no concreto. Ap6s fixar o teor de argamassa,

procedeu-se 0 ajuste do teor de agua da mistura, 0 qual em %.

65

Page 87: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

tra9o foi determinado a partir de experiencias anteriores, respeitando-se os

procedimentos estabelecidos 1 1 Preparo de em

e , como na 1

Tabela 6.1 do concreto em massa

Areia

2,0 0,55

Como o objetivo e estudar principalmente a influencia da largura do corpo-de­

prova na medida da tenacidade do CRFA, as caracterfsticas da matriz foram mantidas

com uma resistencia media a compressao de 25 MPa para a execu9ao das tres series

de ensaios, eliminando-se portanto a inclusao de variaveis que pudessem interferir nos

resultados finais, e que dificultariam a avalia9ao da tenacidade em fun9ao da varia9ao

do largura do corpo-de-prova

A variavel dependente neste caso e a tenacidade a flexao do comp6sito, a ser

determinada a partir da curva carga por deslocamento vertical, resultante do ensaio de

tra9ao na flexao com deforma9ao controlada.

• Metodo JSCE-SF4 (1984b): resistencia equivalente (MPa) e coeficiente de

ductilidade (%).

• Metodo EFNARC (1996): carga P (kN) e tensao residual (MPa) para

deslocamentos verticais 1 e mm.

66

Page 88: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

-------------------------------------------------~~/ttuw6

METODOLOGIA

em

X

1 X

serie: 300 X 150 X 500 mm

3° serie: 450 X 150 X 500 mm

(150X150X500 mm) (300X150X500 mm) (450x150x500 mm)

Figura 6.1 Dimensoes dos corpos-de-prova utilizados nos ensaios

Para cada serie de ensaios, o concreto foi pre-misturado em betoneira de eixo

inclinado, tendo sido colocados primeiramente os agregados no estado seco, com 30%

de agua total que seria adicionada e misturados por 30 segundos. Em seguida,

adicionou-se o cimento e o restante da agua, completando a mistura por mais 3

minutos.

Para a determinagao da tenacidade por meio dos metodos padroes, os ensaios

com uma de sem e

e

67

Page 89: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

porcentagens de fibras, as mesmas foram adicionadas em forma

com os antes da colocagao do

e uma

pentes, juntamente

com

, OS

evitar os

mas sa

individualmente em mesa vibrat6ria. Com setenta e duas horas de idade,

os corpos-de-prova foram desmoldados e mantidos a temperatura ambiente ate a data

Com vinte oito dias de idade foram executados os ensaios de resistencia a compressao axial segundo a NBR 5739/80 (ensaio de compressao de corpos-de-prova

ricos de concreto) e os ensaios de tragao na flexao segundo os dais metodos

especificados no item 6.3.

Os ensaios de flexao foram realizados em ensaio, marca MTS -

Sl 30/ G (figura 6.2), com controle de velocidade de deforma~ao do

programado para

(de 0,15 a 0,30 mm I

68

0 esta na faixa

Page 90: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

6.2 Prensa universal MTS-SINTECH modelo 30/G.

Para garantir uma precisao, os deslocamentos verticais foram por

meio de controle eletronico tipo (Linear Variable Displacement Transducer)

apoiado em um suporte metaiico denominado (detalhe na figura 6.3).

de sistema e adotado pela e a de 1994 foi adotado tambem

C 1 018, pois o deslocamento vertical lido, tomando como referencia o proprio corpo-de­

prova, e mais preciso.

69

Page 91: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

6.3 Controle eletronico de medida do deslocamento vertical LVDT ).

valores medias obtidos no ensaio determina<;ao da resistencia a axial concreto, para o sem e posteriormente para os

20; 30 e 40 kg/m3, encontram-se na

Page 92: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

Tabela 6.2 Resultados da resistencia a compressao media do concreto

0 26,99

CONTROLADA

e

resistencia a flexao

26,10

a ), para o

28,00 26,99

sem e OS

conteudo de 20; 30 e 40 kg /m3, para as tres dimensoes do corpo-de-prova, sao

mostrados na tabela 6.3. As curvas medias de carga por deslocamento vertical estao

apresentadas nas figuras 6.4 a 6.6.

Tabela 6.3 Resultados do ensaio de resistencia a flexao (JSCE-SF4)

151,00 150,00 44,84 3,32 3,21 1,98

150,00 152,00 40 60,26 3,32 3,63 2,61

301,00 148,00 20 62,62 3,10 3,50 1,42

300,00 151,00 30 100,03 3,10 3,61 2,19

300,00 150,00 40 135,02 3,10 3,28 3,00

449,00 151,00 20 112,80 3,06 3,40 1,65

451,00 152,00 30 168,13 3,06 3,13 2,42

452,00

Page 93: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

CARGAx DESLOCAMENTO VERTICAL de

80

6.4 de carga por vertical TF=20

CARGA x DESLOCAMENTO VERTICAL de fibras ~

80 ~

0 05 1.5 2 2.5 3 3.5 4

Deslocamento vertical

6.5 de

Page 94: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

100

1

e

0 0.5

CARGAx DESLOCAMENTO VERTICAL de fibras- 40

15 2 2.5 3

Deslocamento vertical

6.6 Curva de carga por deslocamento vertical

(

a )

73

--CP-15x15x50

--CP-30xi 5x5C

--CP-45x15x50;

3.5 4

(6.1)

(6.2,

Page 95: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

6

coeficiente de ductilidade.

fl.- resistencia equ a f!exao ou fator tenacidade em Pa).

fl. - sem

h -altura do corpo-de-prova na segao de emmm.

Os valores medios tenacidade, da resistencia equivalente a flexao ( fequ., fl

da resistencia a flexao ultima ( fu ) e do coeficiente de ductilidade ( Re% ), encontram-se

na tabela 6.4.

Tabela 6.4 Resultado dos valores medios da tenacidade a flexao; da resistencia equivalents a flexao; da resistencia a flexao ultima e do coeficiente de ductilidade .

1 ,27±0,2

44,84±0,3 1 ,98±0,3 3,21±0,2 59,63

60,26±0,2 2,61±0,2 3,63±0,3 78,61

62,62±0,1 1 ,42±0, 1 3,50±0,2 45,80

100,03±0,3 2, 19±0,3 3,61±0, 1 70,65

135,08±0,2 3,00±0,2 3,28±0,2 96,77

1 ,65±0,3 3,40±0,1 53,92

Page 96: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

TiSTICA

a

coeficiente de ductilidade e o tear de fibra dosado na mistura foi tirada do modelo (6.3;

6.4; 6.5) empregado par FIGUEIREDO (1997) para concreto projetado com fibras. 0

e B a e 0

A adoc;ao deste modelo se justifica par ter apresentado ajuste que o

modelo linear, e tambem porque nao ha urn ganho proporcional de tenacidade com o

au menta do consumo de fibras conforme ja observado par ARMEUN e BANTHIA (apud

Figueiredo, 1997) para concreto projetado, ambos reforc;ados com fibras de ac;o. Na

tabela 6.5 estao os valores obtidos para as constantes "A" e "B" do modelo e os

coeficientes de correlac;ao ( ~ ). Essas correlac;oes podem ser observadas nas figuras

6.7 a 6.9.

A (6.3)

f equ.,fl

A (6.4)

75

Page 97: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

= ou

Re = coeficiente de ductilidade em (% ).

TF= teor de fibras (kg/m3).

eB a serem

curva

Tabela 6.5 Coeficientes da correla~ao entre a tenacidade a flexao; resistencia flexao; coeficiente de ductilidade e o teor de fibras.

855,04 40,51 0,9996

1176,97 27,91 0,9964

14,77 32,21 0,9998

17,74 35,99 0,9971

17,65 29,02 0,9943

444,83 32,21 0,9998

572,41 36,01 0,9971

601,53 31,03 0,9878

76

Page 98: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

6

TENACIDADE A 250

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

de fibras

entre a tenacidade a flexao e o teor de fibras.

EQUIVALENTE A 4-

Teor de fibras

de de fibras.

Page 99: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

COEFICIENTE DE DUCTIUDADE (Re%) X TEOR DE FIBRAS

i50-

T eor de fibras

entre o coeficiente de ductilidade e o teor de fibras.

o modele de correspondencia entre o fndice de tenacidade e o

teor de fibras, feita uma analise da variancia (COSTA 1978), a partir da qual

se obtem-se o valor de (relagao entre a media quadratica por conta da regressao e a

) a qual segue uma distribuigao tipo F (Snedecor). valor de

com o valor de F tabelado para uma confianga estatfstica

media quadratica

deve ser r"l"\r"Y'In.-,r'Oorl""'

desejada, o denominaremos de Fcritico.

Se > 1, pode-se concluir que existe uma relagao entre as variaveis

analisadas e que a regressao adotada e estatisticamente significativa, e ainda, se

a regressao significativamente

78

Page 100: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

Quanta malar for a razao entre o valor do fator analisado e " F critico", mais

significativa sera a influencia do fator analisado. Portanto, pela analise da variancia

OS

a

Tabela 6.6 Analise da variancia

4,96

344,52 4,96

175,99

7589,19

347,54 4,96 80,75

6.6.1.2 INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA

55,91

1563,48

69,46

35,48

1530,08

70,07

17,28

na

ou se

Os valores medias da tenacidade a flexao, da resistencia equivalente a flexao

( fequ., fl ), da resistencia a flexao ultima ( fu ) e do coeficiente de ductilidade ( Re % ),

encontram-se na tabela 6.7.

79

Page 101: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

Tabela 6.7 Resultado dos valores medios da tenacidade a flexao; da resistencia equivalente a flexao; da resistencia a flexao ultima e do coeficiente de ductilidade

• ANALISE ESTA TiSTICA

• CORRESPONDENCIA ENTRE A TENACIDADE FLEXAO; RESISTENCIA

EQUIVALENTE A FLEXAO; COEFICIENTE DE DUCTILIDADE E A LARGURA DO

CORPO-DE- PROVA

Uma modelagem semelhante as anteriores, utilizando-se o metoda dos

quadrados ( Anexo ), foi feita para OS da tenacidade a

resistencia equivalente a flexao; e do coeficiente ductilidade com a largura

do corpo-de-prova. Na tabela 6.8 estao os valores obtidos para as constantes "A" e "B"

modelo, e OS coeficientes de COrrelac;ao ( r ), e na tabela 6.9, a analise da variancia.

Essas correlac;oes pod em ser observadas nas figuras 6.10 a 6.1

80

Page 102: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

A

5

e

Tb = tenacidade a flexao (area abaixo da curva carga x deslocamento, ate o

deslocamento de 3 mm ).

fequ.,fl = resist€mcia equivalente a flexao.

Re = coeficiente de ductilidade em(%)

b = largura do corpo-de-prova.

A e B constantes a serem determinadas pelo metoda dos minimos quadrados.

8

Page 103: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

6

Tabela 6.8 Coeficientes da entre tenacidade a flexao; equivalente a coeficiente de ductilidade e a largura do CP

TENACIDADE A FLEXAO X LARGURA DO CP

240-

~

E ~ 180~~~~-~---~-~--~--~~~~~~~,~~~~~--z ~~~~ ::::. 0

lC11 >< ~ 120--~~-~~~-~~~--~~---~--~~~~----~~-~~ ,(11

(!) "C C1l

"C ·o 6o -~~~~-~~-(11 ;::

~

0 5 10 15

6.10 Curva de

20 25 30 35 40 45 50

Largura do CP (em)

entre a tenacidade a flexao e a

82

doCP.

Page 104: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

EQUIVALENTE A

0 ·~ 3 ~-~-----------~~---::;;;;o-~'-~~--~~~----~------~~ (),)

;;:::: >(11

~ 0

(),)

~ Q)

"t:i t'\l ;g :;::; (.) ::::1 "t:i (),) "t:i (),) .... c: (I) '(3 ;;:::: Q)

0 u

Largura do CP (em)

6.11 Curva de correla~ao entre a resist. a flexao e a

COEFICIENTE DE DUCTIUDADE (Re%) X LARGURA DO CP

120

80

40

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Largura do CP (em)

6.12 Curva de

83

do CP.

doCP.

Page 105: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

Tabela 6.9 Analise da varh~ncia

20,66 4,96 47,08

26,80

6.6.2 METODO EFNARC

Tensao residual (MPa)

onde: fres.- ten sao residual

P(o) mm- carga correspondente ao deslocamento (o em mm)

vao do corpo de prova em mm

b- largura do corpo-de-prova em mm

h - altura corpo de prova em mm

84

4,17

9,49

.9)

Page 106: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

TEOR DE FIBRAS NA CAPACIDADE DE CARGA

p OS e

Tabela 6.10 Resultado dos val ores medios da carga P para os deslocamentos S em mm

18,31±0,1 17,25±0,2

42,29±0,1 36,00±0,3 34,89±0,3 31,16±0,1 28,20±0,1

45,09±0,2 47,37±0,2 47,97±0,1 44,22±0,1 40,07±0,1

62,45±0,1 31 '10±0,1 26,58±0,2 25,21±0,4 22,24±0,1

56,31±0,4 56,61±0,4 50,32±0,1 45,03±0,3

78,88±0,2 77,77±0,2 75,23±0,1 67,34±0,3 60,16±0,4

o ANALISE ESTA TiSTICA

o CORRESPONDENCIA ENTRE A CAPAC/DADE DE CARGA E 0 TEOR DE

FIBRAS

Manteve-se aqui a modelagem exponencial, semelhante as anteriores,

utilizando-se o metoda dos mfnimos quadrados (Anexo ), para correlacionar os valores

da carga P para diversos nfveis de deslocamento vertical (EFNARC, 1996) com o teor

fibras tabela 6.11 estao os valores obtidos as

85

Page 107: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

constantes e do modelo e os coeficientes de correlaQao ( ~ ), e na tabela 6.12 a

P<s> =carga ( ) para o deslocamento "8" em mill metros.

Tabela 6.11 Coeficientes da correla~ao entre a carga P e o teor de fibra

0,9874 195,40 84,53 0,9992 196,60 88,99 0,9717 171,20 86,75 0,9967 300,62 37,62 0,9140 387,27 64,43 0,9965 507,33 108,13 0,9977 429,70 94,31 0,9999 428,03 112,86 0,9997 114,82 2,56 0,3535 722,12 84,86 0,9994 1008,72 165,10 0,9877 767,25 122,03 0,9927 710,27 130,35 0,9916

86

Page 108: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

3 Curva

5 10

CARGA ( P) X TEOR DE FIBRAS

CARGA ( P) X TEOR DE FIBRAS deslocamento-1 ,Omm

15 20 25 30 35

Teorde

45

fibras

Page 109: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

80

80-

0

CARGA ( P ) X TEOR DE F!BRAS deslocamento-2,0mm

Teor de fibras

6.15 Curva de correla<;ao entre a carga P eo teor de fibras

5 10

6.16 Curva de

CARGA ( P ) X TEOR DE FIBRAS deslocamento-3,0mm

15 20 25 30 35

Teor de fibras

40 45

entre a carga P e teor de fibras

88

6

Page 110: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

z .:.::

80

CARGA ( P) X TEOR DE F!BRAS deslocamento-4,0mm

~~ .. ~~-~-~~~~-----~----~~--~---------=~~-

0 5 45

Teor de fibras

6.17 Curva de entre a carga P e o teor de fibras

Tabela 6.12 Analise da variancia

89

Page 111: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

6

OS ·e

, se na 3.

Tabela 3 Resultado dos valores medios da tensao residual

1 ,50±0,2 1 '18±0,2

2,78±0, 1 2,37±0,3 2,05±0, 1 1 ,86±0, 1

3,01±0,2 3, 16±0,2 3,20±0,1 2,95±0, 1 2,67±0, 1

2,75±0, 1 1 ,37±0, 1 1 ,17±0,2 1 '11±0,4 0,98±0, 1

2,47±0, 1 2,43±0,4 2,44±0,4 2, 17±0, 1 1 ,94±0,3

3,49±0,2 3,44±0,2 3,33±0, 1 2,98±0,3 2,66±0,4

@ ANALISE ESTATiSTICA

TEOR DE FIBRAS

Utilizando-se ainda o modelo exponencial empregado por GU REDO (1997) e

o metoda dos minimos quadrados (Anexo), para correlacionar os valores da tensao

residual para diversos niveis de deslocamento vertical (EFNARC, 1996) com o teor

incorporado a matriz, calcularam-se os valores das "A" e

modelo exponencial e os coeficientes de 6.1

90

Page 112: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

mostra-se a Essas correlagoes podem ser observadas nas figuras

6.18 a 6.22.

fres.(ol =tensao residual para o deslocamento "8" em I metros.

TF= de fibras

eB= a

Tabela 6.14 Coeficientes da correla~ao entre a tensao residual eo teor de fibra

I CP CONSTANTE CO~STANTE

"B" fres. (0,5) I

13,13 26,82 0,9632

fres. (1 ,0} I 19,26 52,41 0,9925 j15x15x45 fres. (2,0) 257 83,39 0,9971

fres. (3,0) 25,58 87,77 0,9645

fres. (4,0) I 22,34 86,24 0,9933

fres. (0,5) I 18,71 33,35 0,9267

fres. (1,0) 24,24 57,68 0,9989 30x15x45

fres. (2,0) 31,48 95,14 0,9994

fres. (3,0) I 26.47 82,01 0,9993

fres. (4,0) I 26,50 98,95 0,9999

fres. (0,5) I 5,04 2,57 0,3131 I

fres. (1,0) 31,66 84,97 0,9999 45x15x45

fres. (2,0) 44,36 166,32 0,9928

.·· fres. (3,0) 33,71 122,68 0,9966

fres. (4,0) I 31,04 129,93 0,9959

9

Page 113: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

0 !C!I {/)

RESIDUAL X TEOR DE FIBRAS deslocamento-0,5mm

~ i ·~~~~·--~~~~~~~·~~---~·~·--·-·~~~--~~~--·--~-----!-

0 5 10

6.18 Curva de

4

15 20 25 30 35

Teor de fibras

RESIDUAL X TEOR DE FIBRAS deslocamento-1

'(? 3 -----~------·------·-·-·--? a.. :a:

0 !t'(l f/J ~ 1 ----~----~-7111"'7" !-

0 5 10 15 20 25 30 35

Teor de fibras

6.19 Curva de tensao residual

40 45

40 45

de fibras B=1

Page 114: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

TENSAO RESIDUAL X TEOR DE FIBRAS

iii :::!

~ 2-~~~--~~--~---------~~~ (/!

~ 0

>ell (/! c ~ 1 -~----------~--~~~~---------------------------

0 ~~~~~>-,----------~----·~ ---------~----------,~---~------0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

Teor de fibras

6.20 Curva de correla~ao entre a tensao residual e o teor de fibras (

4-

0 5

TENSAO RESIDUAL X TEOR DE FIBRAS de slocame nto-3,0mm

10 15 20 25 30 35

Teor de fibras (kg/m")

40 45

6.21 Curva de entre a tensao residual e o teor de fibras

mm ).

mm

Page 115: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

TENSAO RESIDUAL X TEOR DE FIBRAS

0 5 45

Teor de fibras

6.22 Curva de entre a tensao residual e o teor de fibras ( mm

Tabela 6.15 Analise da variancia

5,27 26,79

4,96 70,87 5,4f

29,86 2,55

185,96 323,51 277,78

4312,63 0,09

89

Page 116: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

INFLUENCIA

CARGA

se na

LARGURA DO CAPACIDADE

Pem OS e

Tabela 6.16 Resultado dos valores medios da carga P para os deslocamentos o) em mm

25,21±0,4 22,24±0,1

13,77±0,1 14, 17±0,4 15,31±0,3 16,14±0,1 13,42±0,3

42,29±0,1 36,00±0,3 34,89±0,3 31 '16±0,1 28,20±0,1

57,25±0,1 56,31±0,4 56,61±0,4 50,32±0,1 45,03±0,3

20,45±0,2 21,02±0,2 21 ,05±0,1 19,68±0,3 18,03±0,1

45,09±0,2 47,37±0,2 47,97±0,1 44,22±0,1 40,07±0,1

78,88±0,2 77,77±0,2 75,23±0,1 67,34±0,3 60,16±0,4

~ ANALISE ESTATiSTICA

• CORRESPONDENCIA ENTRE A CAPAC/DADE DE CARGA A LARGURA DO

CORPO-DE-PROVA

Para analisar a correlagao entre carga P do ensaio de tragao na flexao e a

largura do corpo-de-prova foram analisados os modelos matematicos, linear e

exponencial. Verificou-se entretanto que o modelo exponencial foi o que melhor ajustou

aos dados Portanto desse e metodo dos

as e

95

Page 117: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

correlagao as relag6es apresentadas nos graficos das

6.22 a 6.26. Na tabela 18 encontram-se os resultados da analise da

P(ol =carga em ( ) o deslocamento "()" em milimetros.

a serem

Tabela 6.17 Coeficientes da correla~ao entre a carga P e a largura do corpo-de-prova

515,75 138,44 159,15 33,69 0,9973 125,62 27,48 0,9996 119,61 27,84 0,9994 100,29 25,39 0,9983 445,07 68,36 0,9898 364,03 53,59 0,9996 316,89 41,71 0,9951 215,04 24,60 0,9835 218,40 31,17 0,9921 445,74 45,10 0,9855 431,80 41,44 0,9936 409,20 38,41 0,9973 349,64 34,27 0,9985 303,32 32,00 0,9989

96

Page 118: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

80

z

CARGA X LARGURA DO CP deslocamento- 0,5mm

~~~~--~~--~------------<t!

l? 0 u..

0 5

6.22 Curva de

15 20 25 30 35

Largura do CP (em)

CARGA X LARGURA DO CP desiocamento-1 ,Omm

~ 45 50

do CP 8 =

z . ~~·-·--~--------------------~~----~~----------------

<11 l? 0 u..

0~.--~~--·~--~~~--·~---~--~--~-~----~----~--~

0 5 10 15 20 25 30 35 ~ 45 50

Largura do CP (em)

6.23 Curva de entre carga e P do CP 8 =

97

).

mm

Page 119: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

z .::.::

80

CARGA X LARGURA DO CP deslocamento-2,0mm

_,40 ------------------------~~----~~-----------------

z .:.:

0

Largura do CP (em)

6.24 Curva de correlac:rao entre a carga e a P

80.

CARGA X LARGURA DO CP des!ocamento- 3,0mm

do CP o =

~~·~------------------------~~-------~~~--------~ ~ ,_

I 0 !.!...

0 5 10 15

6.25 Curva de

20 25 30 35 ~ 45 50

Largura do CP (em)

entre a carga e a CP o=

98

mm

mm

Page 120: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

CARGA X LARGURA DO CP

80

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

do CP

6.26 Curva de do CP ( 15 = mm

Tabela 6.18 Analise da variancia

10,17 367,60 74,11

2659,22 536,13 1725,43 347,87 582,44 117,43 96,97

2762,70

201 '15 4,96

59,57 125,41 68,07 154,40 369,01

99

Page 121: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

RESIDUAL

na

;e mm, se na 6. 9.

Tabela 6.19 Resultado dos valores medias da tensao residual

1 ,82±0, 1

2,78±0, 1 2,37±0,3

2,47±0, 1 2,43±0,4

2,73±0,2

3,01±0,2 3, 16±0,2

3,49±0,2 3,44±0,2

~ CORRESPONDENCIA ENTRE TEN SA 0

CORPO-DE-PROVA

2,03±0,3

2,30±0,3

2,44±0,4

2,73±0,1

3,20±0, 1

3,33±0, 1

OS

1 ,78±0,3

1 ,86±0,1

2,17±0,1 1 ,94±0,3

2,56±0,3 2,34±0, 1

2,95±0, 1 2,67±0,1

2,98±0,3 2,66±0,4

LARGURA DO

Para correlacionar a tensao residual e a largura do corpo-de-prova, testou-se

o mode!o linear e o exponencial e embora nenhum deles tenha se mostrado

adequado como nas correlac;:oes anteriores,

apresentado ajuste

100

0

e

exponencial

uma

Page 122: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

6

avaliagao quantitativa dos resultados. Atraves do metoda dos quadrados

( Anexo ), as constantes "A" e "8" (tabela 6.20) e os coeficientes de

OS

nas ras a6

fres.(8) 5 (6. 3)

0 em

b= ra ( mm ).

A e 8 = constantes a serem determinadas pelo metoda dos quadrados.

Tabela 6.20 Coeficientes da correlac;rao entre a tensao residual ( fres.) e a largura do CP

CONSTANTE CONSTANTE

5,58 6.40 0,7005 1,72 1,55 0,9102

1,36 1,27 0,4376

1,29 1,28 0,4757 1,09 1 '18 0,4070 4,42 2,82 0,7013

3,60 2,19 0,9541 3,13 1,70 0,9998 2,13 1 ,01 0,0014

2,16 1,27 0,9578

4,81 2,10 0,9283

4,67 1,93 0,9955 1,81 0,987 1,59 0,9413 ,49

10

Page 123: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

TENSAO RESIDUAL X LARGURA DO CP deslocamento-

~3~~~~·~·--·~~~.~---~~=-~~~._~~~~~~--~~--~----

il.. ::E

4

0 5 10 15 20 25 30 35 40

6.27 Curva de entre a tensao residual e a

TENSAO RESIDUAL X LARGURA DO CP deslocamento-1 ,Omm

0 5 10 15 20 25 30 35 40

6.28 Curva de entre a tensao residual e a

45 50

do CP o =

45 50

do CP o= ,o mm

Page 124: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

6

TENSAO RESIDUAL X LARGURA DO CP

4

';i

~ 2··------~·~----~~~------------------------------------tf)

~ 0 ~~ tf)

= (]) 1-

rn a.. :2:

';i ::1 "0 'iii (]) .... 0

l!\'1 tf) ;:: (!)

1-

30 35 40

6.29 Curva de

TENSAO RESIDUAL X LARGURA DO CP deslocamento- 3,0mm

4

3

2

0 5 10 15 20 25 30 35 40

6.30 Curva de entre a tensao residual e a

45 50

do CP 15 =

45 50

CP 8=

mm

mm

Page 125: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

4

TENSAO RESIDUAL X LARGURA DO CP deslocamento-4,0mm

25 30 35

Largura do CP (em)

6.31 Curva de

Tabela 6.21 Analise da variancia

4,96

6

40 45 50

do CP 8 =

Page 126: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

7- Conclusiio

1 ETODO JSCE-S

.1 IN TEOR BRAS

Observando-se as curvas de carga deslocamento vertical, resultado do

ensaio de tragao na flexao, pode-se verificar que a quantidade de fibras introduzida nos

CRFA i na forma da curva P-o (figura 1 a mentando-se o tear de fibras, a

curva P-o sofre um deslocamento tendo sua area aumentada, o que se traduz em uma

melhora da tenacidade a flexao. lsto se verificou para todos os tamanhos dos corpos­

de-prova ensaiados.

105

Page 127: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

30

CARGA x DESLOCAMENTO VERTICAL 50x150x500)

2.5 3

Deslocamento vertical

7.1 Curva de carga por deslocamento vertical ( CP -150 x 50 x 500 mm

60

7.2

CARGA x DESLOCAMENTO VERTICAL 300x150x500)

Deslocamento vertical

de carga deslocamento vertical CP - 300

--TF=20kg/m3

--TF=30kg/m3

~~, TF=40kgim3

50

Cone/usda

Page 128: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

100

30

60

40

20

0

0 0.5

CARGA x DESLOCAMENTO VERTICAL 450x150x500}

Deslocamento vertical

7.3 Curva de carga por deslocamento vertical 450 x150 x 500

7- Conciusao

~TF=3Gkg/m3

Os resultados da tenacidade a flexao (tabela 6.4) mostraram, que o modelo

exponencial adotado apresentou boa correlac;ao entre a tenacidade a flexao e o tear de

fibras da mistura, como pode-se verificar por meio do coeficiente de correlac;ao ( ~ ) da

tabela 6.5 e por meio dos graficos da figura 6.

Pe!a analise variancia (tabela 6.6) observa-se que o tear de fibras influi

significativamente no resultado da tenacidade a flexao. Esta influencia pode ser

considerada benefica, pais com o aumento do consumo de fibras, tem-se uma meihora

na capacidade portante dos concretes reforc;ados com fibras de ac;o p6s-fissurac;ao e,

como consequencia, verifica-se uma au menta na tenacidade a flexao, (figuras 6. 7).

melhora da capacidade portante do em questao, com o aumento do tear de

fibras, ocorreu para as tres larguras do corpos-de-prova estudado.

Page 129: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

Conclusiio

pode-se concluir que o tear de fibras maneira favoravel na

tenacidade a flexao, e isto ocorre porque, com o aumento tear fibras,

mero a ra e

a

OS

coeficientes ( r2) da tabela 6.5, e as curvas da 6.8.

Com o aumento do tear de fibras acrescentado ao um

as

a

na consideravel.

resultados do coeficiente de ductilidade que permite ava!iar o ganho de

tenacidade do concreto refor<;ado com fibras em rela<;ao ao concreto convencional,

mostra que para teores de fibras maiores acrescentado ao concreto esse ganho de

tenacidade e maior. 0 modelo exponencial associado a essa correla<;ao (coeficiente de

ductilidade pelo tear de fibra) ajustou-se muito bem aos dados experimentais como

mostra os coeficientes de correla<;ao ( r2 ) da tabela 6.5. A analise da variancia (tabela

6.6) e do grafico da correla<;ao (figura 6.9) confirmam que a influencia do tear de fibras

no coeficiente de ductilidade e bastante consideravel.

1 IN LARGURA DO CO

A partir da analise da curva P-o para as tres larguras para os corpo-de-prova

utilizados neste estudo, pode-se verificar que o aumento da largura do modifica a

da curva 6.4 a. a sofreu um com

P os mesmos

108

Page 130: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

---------------------------''-'Uf'""w 7- Conclusao

0 aumento na carga P para todos os niveis de deslocamento da curva P-3,

resulta em aumento na area sob a curva e, portanto, na medida da tenacidade a ftexao

com

a na

tenacidade pode ser traduzido com boa precisao pelo modelo exponencial, o

forneceu uma avaliagao quantitativa desses resultados. A analise da variancia (tabela

e dos graficos da figura 10 esses resultados.

na

aumentando-a exponencialmente. isto pode ser pois a adogao

exponencial foi bern adequada como mostram os coeficientes de correlagao ( ~ ) da

tabela 6.8.

Por meio da analise da variancia (tabela 6.9) verifica-se que a influencia da

largura do corpo-de-prova na resistencia equivalente a flexao (metoda JSCE-SF4) foi

bastante significativa para uma confianga estatistica de 95%, embora urn pouco menos

significativa quando comparada com a influencia do teor de fibras. Urn estudo mais

completo pode ser feito, analisando-se um numero maior de iarguras do corpo-de­

prova, pois isto permitiria urn estudo estatfstico mais significativo.

Aqui tambem pode-se verificar uma influencia benefica do aumento da largura do

corpo-de-prova na medida do coeficiente de ductilidade uma vez que esta resistencia

equivalente, que e medida em porcentagem da resistencia equivalente do concreto de

referenda, aumentou (tabela 6.7), para todos os teores de fibras analisados.

0 modelo exponencial tambem foi o que melhor se ajustou aos resultados

experimentais e com uma estatfstica 95% pode-se a

109

Page 131: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

---------------------------·'"'uf"'"w 7- Conclusilo

influencia da largura do corpo-de-prova no coeficiente de ductilidade nao pode ser

desprezada quando se estuda os CRFA.

o metoda EFNARC que quantifica a tenacidade dos CRFA por meio de

classes de tenacidade associadas a tensao residual na flexao, estudou-se neste

e

atraves de uma analise estatfstica, pode-se

fator analisado.

INFLUENCIA DO TEOR DE FIBRAS

na

o grau de cad a

A partir dos resultados do ensaio de tragao na flexao, e das curvas P-8 obtidas

para tres teores de fibras diferentes pode-se determinar o valor da carga P para os

deslocamentos de 0,5; 1 ,0; 2,0; 3,0 e 4,0 mm (tabela 6.1 0). Anaiisando esses valores

verificou-se, como ja comentado anteriormente, que a capacidade de carga aumenta

como aumento do teor de fibras, para os niveis de des!ocamentos verticais tabelados.

A (mica excegao ocorreu para o deslocamento vertical de 0,5 mm, provavelmente por

causa da instabilidade p6s-pico que interfere nos resultados do ensaio para pequenos

nfveis de deslocamentos verticais. lsto ficou claro quando da analise da variancia

(tabela 6.12).

nfveis maiores de deslocamentos verticals e 0

como 0

110

Page 132: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

---------------------------'"'"l"""v 7- Conclusiio

exponencial, mostrando que o teor de fibras tern bastante influencia na capacidade

portante dos CRFA ( tabela 6.12 e figuras 6.13 a 6.1

na

como era

a e 0

OS

a

para o deslocamento vertical de afetado pela instabilidade p6s-pico, como

pode-se verificar nos graficos da figura 6.18 e na analise da variancia ( tabela 6.15 ).

nOI''II'"'II"t:lC a 1 a

exponencial como mostram os coeficientes

das figuras 6.18 a 6.23.

correlac;;ao da tabela 14 e os graficos

7.2.2 INFLUENCIA DA LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA CAPACIDADE

DECARGA

Para estudar a dependencia da capacidade de carga pelo metodo EFNARC

com a largura do corpo-de-prova, testou-se inicialmente o modelo linear, mas verificou­

se que o modelo exponencial representava melhor essa correlac;;ao.

Pode-se constatar, analisando os resultados da carga P (tabela 6.16) que a

capacidade portante do material ensaiado melhorou para corpos-de-prova mais largos,

o que pode ser explicado pela alterac;;ao na distribuic;;ao de tensoes na sec;;ao transversal

da viga-de-teste.

111

Page 133: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

---------------------------'"'u,r.muw 7- Conclusiio

LARGURA DO CORPO-DE-PROVA NA TENSAO

RESIDUAL

largura de 1 mm.

Para 0 uma 0

como

consumo em ter-se mostrado, por meio dos

coeficientes de correlagao, mais adequada.

Verificou-se, entretanto, que modelo exponencial nao aderiu perfeitamente aos

dados experimentais, como nas correlagoes anteriores. Contudo, pode-se concluir que

a medida da tensao residual nao e tao dependente da largura do CP como a

capacidade de carga, isto provavelmente porque a variavel (largura do CP) ja esteja

incluida na expressao ( 6.5 ) que determina a tensao residual.

12

Page 134: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

---------------------------'"'""l'"""w8- Conclusiio

8

0 objetivo destes comentarios e fazer uma sintese das conclusoes obtidas

neste trabalho juntamente com resultados de alguns pesquisadores que investigaram o

efeito-escala na medida da tenacidade dos CRF A.

8.1 EFEITO DO TAMANHO E GEOMETRIA DO CORPO-DE-PROVA

NACURVAP-B

E conhecido que o efeito-escala tern importante papel na ruptura do materiais.

Para o teste de trac;ao na flexao com quatro pontos de carga, o tamanho e a geometria

do CP afetam significativamente a resposta da curva P-8 dos CRFA, por conta da

mudanc;a no mecanismo de ruptura; a alterac;ao na distribuic;ao de tensoes no CP e a

modificac;ao da capacidade de carga do CP, como pode-se aqui verificar.

113

Page 135: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

---------------------------'-'"Juuuw8-Conclusiio

Alem da influencia do tamanho do corpo-de-prova nos parametros que medem

a tenacidade para os metodos apresentados, outros pesquisadores encontraram uma

na e no

como uma

com

Todos esses resultados experimentais mostram que a curva P-8, incluindo o

e a

a

0 na curva

8.2 EFEITO DO TAMANHO E GEOMETRIA DO CORPO-DE-PROVA NA

MEDIDA DA TENACIDADE A FLExAO

A tenacidade a flexao e diretamente dependente do tamanho e geometria do

CP, pelo fato que representa a energia total envolvida na deformagao do CP ate urn

determinado deslocamento vertical. Entretanto, sendo a resistencia equivalente a flexao

uma medida da tenacidade, que incorpora na sua expressao as dimensoes do CP

(bh2/L) de acordo com a teoria elastica de vigas, este parametro deveria ser

relativamente independente da geometria do CP apesar do comportamento p6s­

fissuragao do CRFA nao ser elastico.

Como era esperado a tenacidade a flexao foi totalmente afetada pela alteragao

na largura do CP. Esta claro nos resultados da tabela 6.7 e na figura 6.10, que a

tenacidade a flexao aumenta com o aumento da area da segao transversal do corpo-de-

lado, o da largura afetou tambem a resistencia

se

14

Page 136: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

---------------------------·'-'uf.muw 8- Conclusiio

fosse mais independente da largura do CP, pelo fato comentado anteriormente. A

resistencia equivalente a flexao mostra-se mais independente do tamanho CP

os mesmos

0 L no

mais efetivo.

Sabre estas circunstancias, sendo

a

com a

metoda de se avaliar a tenacidade a flexao

corpos-de-prova .

8.3 ESTUDOS POSTERIORES

mesma curva

a

o tamanho e a

e nec~es:sar1o

a urn consenso

e se padronizar o

As pesquisas a respeito do CRFA tern investigado as posslveis variaveis que

afetam a medida da tenacidade a flexao. 0 efeito-escala na avaliagao da tenacidade e

bastante importante, tendo em vista que afeta consideravelmente o mecanismo de

ruptura dos materiais.

Neste sentido espera-se que este estudo venha contribuir para a continuidade

dessas investigagoes, uma vez que o efeito-escala ate o momenta esta limitado a

corpos-de-prova menores carecendo, portanto, de investigagoes de elementos mais

pr6ximos da realidade.

dessas pesquisas, recomenda-se uma investigagao

com uma no

15

Page 137: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

----------------------------·'-'"Jmuw 8- Conclusiio

Seria oportuno estudar-se a variac;ao da altura e do vao do CP, para

complementar o estudo do efeito-escala em maiores.

1 6

Page 138: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

Resumo de !tens de Estatistica

@ COMO CONSTRUIR MODELOS EMPiRICOS

Para determinarmos a relagao funcional que liga o resultado experimental de

ensaios, com os fatores que o influenciam, precisamos realizar experimentos em urn

numero de nfveis suficiente para construirmos graficos chamados de diagrama de

dispersao.

0 tipo de fungao ou relagao a ser adotado val depender do tipo de distribuic;ao

verificada no diagrama de dispersao das variaveis que queremos relacionar, ou seja,

como os pontos reiativos aos resultados dos ensaios se distribuem. Esse tipo de fungao

pode ser: linear; polinomial; exponencial; logaritmica etc.

117

Page 139: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

DOS PARAMETROS

~ Uneariza~ao da equa~ao

-----B(O,lCFr0·5

A Y = B(O,l.x)-o,s

ln(y) =InA- (O,l.x)-0'5 lnB

lnB ln(y) =InA- r;:;-; 1 -vO,l.vx

hl(y)=lnA+ l(-~J Y=a bX

on de

ln(y) = Y

lnA=a

llfx =X

I

ou

em um

18

Page 140: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

_____________________ .... ·-~ Resumo

• Determinac;ao das constantes A e B

Tabela 1 ~

n

L I

=a

a= y-b.x

- Lx X=='---

n

- LY y==--

n

b = sxy sxx

ae da

Constantes e

19

!tens de Estatistica

linear

Page 141: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

I

---------------------___:""~~v Resumo de !tens de Estatistica

~ Coeficiente de Correla~ao )

e e

se

0

0 aos

Podemos testar se a equac;ao de regressao e estatisticamente

significativa. Quando realmente existe uma relac;ao entre as varaveis x e y, o valor F

Snedecor, para urn determinado nivel de confianc;a desejado deve ser:

F> Fcrit

Para que a regressao seja, aiE3m de estatisticamente significativa, tambem util

para realizar previs6es (para fins preditivos ), deve-se ter o valor de

(COSTA NET0,1977).

Tabela 2 - Disposiyao pratica para analise da variancia

Fonte de Somados Graude Quadrados Medios varia~ao quadrados Liberdade

Qevidoa • b2.Sxx 1 b2.Sxx regressao 1

Residuo Syy- b2.Sxx n SYY- b 2 .Sxx SR2 =

n-2

Total Syy

120

Fcrit.> 4 OU 5

F ·.-•. . ....

-

F = b2Sxx SR2

Fcrit = Fl n-2 a , ,

Page 142: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

on Detroit, USA, 1982, 16 p.

AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. Standard Specification Steel Fibers

Standard Flexural Toughness and First Crack Strength of Reinforced Concrete. C1018. Book of ASTM Standards, Parte 04.02. ASTM, Philadelphia, 1994.

ARMEUN, H.S.; BANTHIA, N. Predicting the Flexural Post-Cracking Performance of Steel-fiber Reinforced Concrete from the Pull-out of Single Fibers. ACI Materials Journal. v.94. Detroit, USA, N°. 1, january -february 1997, p. 18-31.

ARMELIN, H. S. Contribuic;ao aoestudo do concreto projetado por via seca com fibras de ago destinado ao revestimento de tUneis NATM, Sao Paulo, 1992a. 145p. Dissertac;ao (Mestrado). Escola Politecnica, Universidade de Sao Paulo.

ASSOCIA<;AO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Ensaio de compressao de corpos-de-prova cilindricos de concreto. NBR 5739/80, ABNT, Rio de Janeiro.

ASSOCIA<;AO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Preparo de concreto em iaborat6rio e recomendac;oes da JSCE-SF1 NBR 12.821/93, ABNT, Rio de Janeiro.

ASHBEE, K.H.G. Fundamental Principles of Fiber Reinforced Composites, University of Tennessee

AVESTON, J.; COOPER, G. A.; KELLY, A. Single and multiple fracture. In: Conference on the Properties of Fiber Composites, London, 1971, Proceedings. NPL. p.15-26.

BALAGURU, P.N.; NARAHARI, ; PATEL, M., Flexural toughness of steel fiber reinforced concrete. ACI Materials Journal, v.89 N° 6, 1992, p.541-46.

S. composites. USA. 1992.

12

Page 143: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

BANTIA, N.; TROTTIER, J. Test methods for flexural toughness characterization of fiber reinforced concrete: Some concerns and a proposition. ACI Materials

n. 1

on Symposium FRC 86. Proceedings. V. 2.1986.

bibi pag99 citado por mim pag 63 melhor deixar a do

Barking, Elsevier.1990.

BINA, ; CASTRO, R.F.C. ;COELHO, S. Pisos industrials construidos com concreto de alto desenpenho dosado com fibras -Analise de desenpenho ap6s uso intenso. In: 38° REIBRAC,-IBRACON,Ribeirao Preto, SP, 1996. Anais.v.2, p 595-610.

BRANDT, A.M. Cement-Based Composites Materials, Mechanical Properties and Performance, Institute of Fundamental Technological Research Polish Academy of Sciences Poland.

CARNEIRO, A. ; CASSA, J C.; VALOIS, J.G.; GOMES, A.O.; CARVALHO, R. CAD reforc;ado por fibras metalicas visando aplicayao em pavimentos. 39° REIBRAC.-IBRACON. Sao Paulo, SP, 1997, Anais. V.2 p. 407-420.

CARNIO, M. A. Analise em Regime Plastico de Placas de Concreto Reforc;ado com Fibras de Ac;o Sobre Base Elastica. Campinas, 1998 .... p. Dissertac;ao (Mestrado )­Universidade Estadual de Campinas.

CASANOVA, P.; ROSSI, P. ,Characterization and design of steel fibre reinforced shotcrete in tunnelling In: Shotecrete for Underground Support VII. ASCE. Ed. H. Klapperich, R. Pottier e J. Willocq. Telfs, Austria, June 11-15, 1195 Proceedings p.217-226

CECCATO, M.R. Estudo da Trabalhabilidade do Concreto Reforc;ado com Fibras de Ac;o. Sao Paulo, 1998 98p. Dissertac;ao (Mestrado). Escola Politecnica, Universidade de Sao Paulo.

122

Page 144: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

G. AITCIN, C.; LUPIEN, C. Field evaluation of steel fiber reinforced concrete overlay with various bonding mechanisms Transportation Research Board, 1226, 1989, 48-56.

Flexural Toughness of Fibre Reinforced Concrete. Tese (doutorado)­Canada. 1

CHO BAlK-SOON; EL-SHAKRA, Z. M.; GOPALARATNAM, S. "Failure Direct and Indirect Tensile Test Configurations", lntnl. Symp. on Fatigue and Fracture in Steel and Concrete Structures, eds. A.G. Madhava Rao and T.V.S.R. Appa Rao, Madras India, 1991, Dec. 19-21, pp.41-75.

COSTA NETO, P. L. 0. Estatistica. Edgard Blucher. Sao Paulo,1977.

EFNARC. European Specification for Sprayed Concrete. European Federation of Producers and Applicators of Specialist Products for Structures (EFNARC), Hampshire, UK, 1996. 30p.

EL-SHAKRA, Z. M.; GOPALARATNAM, V. S. "Deflections Measurement and Toughness Evaluation for FRC", Cement and Concrete Research, 1993. V.23, pp.1455-1466.

FIGUEIREDO, A.D.; CECCATO, M.R.; TORNERI, P. lnfluencia do comprimento da fibra no desempenho do concreto reforgado com fibras de ago. In: 39° REIBRAC-IBRACON. Sao Paulo, SP, 5 a 8 de agosto de 1997. Anais. v.1 p. 347-356

FIGUEIREDO, A.D.;HELENE, P.R.L.. Controle da tenacidade no concreto com fibras de ago. in: 39° REIBRAC-IBRACON. Sao Paulo, SP, 5 a 8 de agosto de 1997, Ana is v.1, p.357-372.

FIGUEIREDO, A.D. Parametros de controle e dosagem do concreto projetado com fibras de ago. Sao Paulo. 1997. Tese (doutorado)- Escola Politecnica, Universidade de Sao Paulo, 342p.

123

Page 145: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

FIGUEIREDO, A.D. Controle e Dosagem do Concreto Projetado com Fibras de Ar;o. Simp6sio de Tendencias da Engenharia Empregando Concreto de

,.,..""''"''""com 1

FRANCO,S.G.; CAMPANHA, C. A.. 0 emprego de fibras metalicas na engenharia de tuneis, In: Simp6sio de Tendencias da Engenharia empregando Concreto de Alto ue~;emnor,nn e Refon;:ado com , Sao 1999.

destinados a 19 a 23 de agosto de1996. Anais v.1. pi

R.; SHAH, S.P. "Fracture Mechanics", High Performance Concretes and Applications, Edited by S.P. Shah and S.H. Ahmad, Edward Amold,1994. pp. 160-212.

GETTU, R.; SALDIVAR, H. Implications of the size effect method for analyzing the fracture of concrete. J. Solids Structures, v. 35 N° 31-32,1998, pp 4121-4132

GOLDMAN, A.; BENTUR, A. The influence of microfillers on enhancement of concrete strenght. Cement and Concrete Research. v. 23, 1993, p. 962-972.

GOPALARATNAM, V. S.; SHAH, S. P.; BATSON, G. B.; CRISWELL, M. RAMAKRISHNAN, V.; WECHARATANA, M., Fracture Toughness of Fiber Reinforced Concrete, ACI Materials Journal, v. 88, N° 4, july-aug.1991, pp.339-353.

GOPALARATNAM, V.S.; GETTU, R. On the characterization of flexural toughness in reinforced concretes. Cement & Concrete Composites. Anais, v.17 , N° 3, 1995. p.239-254.

GUIMARAES, A E.P.; GIONGO, J.S.; LIMA,F.B. Obtenr;ao de urn concreto de alta resistencia com adir;ao de silica ativa e fibras metalicas para utlizar;ao em pilares. 39° REIBRAC-IBRACON. Sao Paulo, SP., 5a 8 de agosto, 1997.Anais ,v.2, p.595-610.

HANAI, J.B. ; VARGAS, E.N. Z. Utilizar;ao do concreto de alto desempenho refor<;:ado com fibras de ar;o nas ligar;oes laje-pilar em lajes sem vigas. 39° REIBRAC-IBRACON. Sao SP. , 5 a 8 de agosto, 1997. Anais, p.549-562.

124

Page 146: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

HANNANT, Fibre cements and fibre concretes. Chichester, John Wiley. 1978.

Propriedades do Concreto. Sao

N° 3 June 1984a. p. 49-55

JAPAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS. Method of tests for flexural strength and toughness steel fiber concrete.

Nature and Properties Wiley, 1977.

JENQ, Y. S.; SHAH, S.P. Crack propagation in fiber reinforced concrete. ASCE Journal of Structural Engineering, v. 112, N° 1, 1986, p. 19-34.

JOHNSTON, C. D., Toughness of Steel Fiber Reinforced Concrete, In Steel Fibre Concrete (SHAH S. P.; SKARENDAHL, A., eds.), Elsevier Applied Science Publishers (1986), pp. 333-360.

JOHNSTON, C. D. Fiber-Reinforced concrete applications in Alberta. In: Second University-Industry Workshop on Fiber Reinforced Concrete and Other Advanced Materials. Toronto, Canada, 1995. Proceedings. p.87-100

JOHNSTON, C. Steel Fiber Reinforced Concrete Pavement Trials, Concrete International: Design & Construction V.6 N° 12, Dec. 1984, pp. 39-43.

JOHNSTON, C. D. Deflection Measuring Considerations in Evaluating FRC Performance Using ASTM C 1018, Testing of Fiber Reinforced Concrete, ACI SP-155, eds. D. J. Stevens et al., American Concrete Institute, Detroit, USA, pp.1-22.

JOHNSTON, C. D.; CARTER, P. D. Fiber reinforced concrete and shotcrete for repair and restoration of highway bridges in Alberta. Transportation Research Board, 1226, 1989, p. 7-16

JOHNSTON, C.D. and Authors Discussion of Reference 56, ACI Materials Journal, v.89, 1992, u-u,J-..-~n.Ja.

125

Page 147: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

GOPALARATNAM, S.; BALAGURU, Influence of the Test Control on the Load-Deflection of FRC, Fiber reinforced Concrete: Developments and Innovations, ACI SP~142-9, James I.

1

MENDON<;A, J.E.F.; HOLANDA, G. Concreto Projetado com fibras metalicas .. 36° REIBRAC - IBRACON, Porto Alegre, RS ,19 a 23 setembro de 1994. Anais, v.1

H.S. Toughness Characterization of Steel Fiber Reinforced Concrete-Study Experimental Methodologies and Size Effects. Barcelona, 1999 Tese (Doutorado)- Universitat Politecnica de Catalunya.

MORGAN, D.R.; MINDESS, S.; CHEN, L. Testing and Specifying Toughness for Fiber Reinforced Concrete and Shotcrete. In: Second University-Industry Workshop on Fiber Reinforced Concrete and Other Advanced Materials. Toronto, Canada, 1995. Proceedings. p. 29-50

NAAMAN, A. ; NAJM, H.S. Bond-slip mechanisms of steel fibers in concrete, ACI Materials Journal, V. 88, N°. 2 March-April, 1991, p. 135-145.

NEMEGEER, D. E.; TATNALL, P.C. Measuring Toughness Characteristics of SRFC- A critical view of ASTM C1018, Testing of Fiber Reinforced Concrete, ACI SP-155, eds. D. J. Stevens et al., American Concrete Institute, Detroit, USA, pp.77-91.

NEVILLE, M. Propriedades do Concreto. PIN I Editora, Sao Paulo, S.P., 1982.

NUNES, N. L. Estudo da influencia da geometria da fibra de ago na tenacidade a flexao dos comp6sitos de matriz de concreto. Sao Paulo, 1998. 169p. Dissertagao (Mestrado).Escola Politecnica, Universidade de Sao Paulo.

NUNES, N.L.; TANESI,J.; FIGUEIREDO,A. fibras de ago na recuperagao de fibras e Americano de Patologia das Contrugoes.e

a de

126

Aplicagao do concreto reforgado com pavimentos. In: - IV Congresso lbero­

Congresso de Controle de Qualidade de1997 Anais,

Page 148: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

N. J ; BINA P. Pisos Industrials Construidos com Concreto Dosado com Fibras. ln:38° REIBRAC,- IBRACON, Ribeirao Preto, SP,1996.Anais, v.2, p.67-78

NTO, N. 0. · MORAES A. Concreto Reforgado com Fibras de Ago. ln:38° 9 a 1

ROBINS, P. J.; AUTIN, S. A.; PEASTON, C. H., Toughness Testing of Fibre Reinforced Concrete, Composite Structures, Elsevier Appl. Sci., London, July 1989, pp.729-742.

SCHRADER, K.; MUNCH, Fibrous concrete repair of cavitation damage. Journal of the Construction Division, 102, 1976, p.385-99.

SHAABAN, A M. ; GESUND, H. Splitting tensile strength of steel fiber reinforced concrete cylinders consolidated by rotting or vibrating. ACI Materials Journal, v.90, N° 4 , July-august. 1993, p. 356-369.

SHAH S. P. Do fibers improve the tensile strength of concrete? In: First Canadian University-Industry Workshop on Fibre Reinforced Concrete. Quebec, 1991. Proceedings. Pi 0-30.

SHAH S. P.; OUYANG CHENGSHENG, C. Mechanical Behavior of Fiber-Reinforced Cement-S Based Composites, In Simp6sio de Tendencias da Engenharia empregando Concreto de Alto Desempenho e Concreto Reforgado com Fibras, Sao Paulo 1999.

SILVA P.F.A.; MENTONE, F.J.; PITTA,A.C. Controle da qualidade de pavimentos de concreto contendo fibras: urn caso real. In: 38° REIBRAC- IBRACON, Ribeirao Preto, SP, 19 a 23 de agosto de 1996. Anais, v.1 p.15-22

SOROUSHIAN, P.; BAY AS!, Z. Fiber Type Effects on The Performance of Steel Fiber Reinforced Concrete, ACI Materials Journal, V. 88, N° 2, Mar.-Apr. 1991, pp. 129-134.

TATNALL, P.C.; KITENBROUWER, Steel fiber reinforced concrete industrial floors. Concrete International, V.14, N° 12, dez., 1992, p43-7.

127

Page 149: UNIVERSIDADE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/258002/1/... · 2018. 8. 1. · UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIl

, Industrial Flooring With Steel Fiber Reinforced Concrete, Concrete International: Design & Construction, V. N° 3, Mar. 1985, 54-57

128