Upload
others
View
0
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOQUÍMICA:
PETRÓLEO E MEIO AMBIENTE
ADRIELLE BEATRICE DO Ó MARTINS
BIOACUMULAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS
(HPAs) NO BIVALVE Crassostrea rhizophorae: ENSAIOS LABORATORIAIS E
APLICAÇÃO AMBIENTAL
Salvador
2019
ADRIELLE BEATRICE DO Ó MARTINS
BIOACUMULAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS
(HPAs) NO BIVALVE Crassostrea rhizophorae: ENSAIOS LABORATORIAIS E
APLICAÇÃO AMBIENTAL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente, da Universidade Federal da Bahia, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Geoquímica do Petróleo e Ambiental
Orientadores: Profª Drª Ana Cecília Rizzatti de Albergaria Barbosa e Prof. Dr. Ícaro Thiago Andrade Moreira
Salvador
2019
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer ao Universo por todas as chances que me
ofereceu pra que eu evoluísse como pessoa e profissional.
Ao meu pai, Almir, por ser minha maior motivação para evoluir sempre. À minha
mãe, Marli, por acreditar e confiar tanto em mim. À Ivone, por me incentivar a cada
vez que me sentia abalada. Às minhas irmãs, Adriane e Mavi, por serem motivos de
alegrias diárias. À minha família, em especial minhas primas Lari e Ionara, que tanto
acreditam no meu potencial!
A Luciano por toda a paciência, por não soltar a minha mão em todos os
momentos. Obrigada por estar comigo na alegria e na tristeza, na agonia e na
calmaria, no Excel e no Word. Não existem palavras pra agradecer o seu suporte,
amo você!
Agradecimento infinito aos meus orientadores Ana Cecília e Ícaro. Ao Ícaro por
toda confiança, incentivo desde a Universidade, acompanhando toda a minha
graduação e mestrado. Agradeço por tanto conhecimento compartilhado! À Ana por
ser um ser humano incrível, dotado de sabedoria ímpar e que não se limita em
compartilhar e ensinar. Saiba que aprendo a ser uma profissional e ser humano
melhor com você!
Gratidão a Gisele, Naná e Cícero da POSPETRO e ao corpo técnico do
LEPETRO – Sarinha, Lili, Carol, Larissa, Jorginho, Jean, Juci, Rui e Alex - que me
ajudaram tanto no experimento, nas análises, com sondas paramétricas e
conhecimento compartilhado!
A lenda viva chamada Marcos de Almeida. Aquele que me socorreu nos
momentos de desespero, que ajudou no entendimento dos processos analíticos e
interpretações geoquímicas. Obrigada por ser tão humilde, amoroso e inteligente!
Agradeço também ao Márcio por toda a paciência para me explicar os fundamentos
estatísticos, mesmo com seu doutorado em andamento.
Aos meus amigos de bancada e de vida Lua, Guilherme (vulgo: IC perfeito),
Milton, Isadora, Arthurito (você foi essencial) e July! Sem vocês nem metade dessas
análises seria realizada, meu agradecimento infinito pelas tardes compartilhadas e
sorrisos trocados! A Gel, Tuane, Sâmara e Carol por acreditarem tanto no meu
potencial!
Gratidão a Vanessa Hatje, pela cessão das amostras da Baía de Todos os
Santos e a Brunno Falcão, da Bahia Pesca, por ter sido fundamental na construção
dos sistemas experimentais e aquisição das ostras para experimentação.
Este projeto foi desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em
Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente (POSPETRO, Universidade Federal da
Bahia) sob o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior - CAPES. O financiamento dos materiais consumíveis foi realizado através
de projetos aprovados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq; MCTI / CNPq / CT-BIOTEC nº 30/2013) e pela Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB; Projeto 9017/2014). Os
equipamentos usados no presente trabalho foram adquiridos através de projetos
aprovados na Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação da Universidade
Federal da Bahia (PROPCI-PROPG/UFBA - 04/2014 – PRODOC/UFBA edital nº
014/2014) e na FAPESB (FAPESB, CNV0005/2013; CNV0025/2013). A FAPESB
também financiou as bolsas de mestrado de Adrielle Beatrice do Ó Martins.
RESUMO
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) são compostos tóxicos, cujas principais fontes para o meio ambiente são antrópicas. Dentre estas, podemos citar os derrames de petróleo/derivados e a deposição atmosférica de compostos formados pela queima de combustíveis fósseis. Estudos de contaminação por HPAs têm sido realizados em diversas matrizes, incluindo a biológica. Uma das classes de organismos utilizada são os bivalves, como a espécie Crassostrea rhizophorae. Esta, além de ser usada na alimentação humana, apresenta ampla distribuição geográfica, é séssil e fácil de amostrar. Além disso, ela tem capacidade de filtrar 10 L de água por hora, concentrando os contaminantes presentes no local onde é encontrada. Essas características fazem dessa espécie um organismo sentinela. Uma vez que os bivalves têm sido amplamente usados em estudos de biomonitoramento, é importante a realização de testes laboratoriais a fim de verificar o comportamento de sua bioacumulação frente à presença de um contaminante. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade de bioacumulação de HPAs por Crassostrea rhizophorae, através da execução de dois estudos. O primeiro tem como objetivo avaliar, em escala experimental, o comportamento da bioacumulação das ostras expostas a diferentes concentrações de um óleo de composição conhecida e o segundo avaliou a concentração de HPAs bioacumulados por ostras coletadas na Baía de Todos os Santos.
Palavras-Chave: testes laboratoriais; bioacumulação; HPAs; petróleo, baía de Todos os Santos.
ABSTRACT
Polycyclic Aromatic Hydrocarbons (PAHs) are toxic compounds whose main sources for the environment are anthropogenic. These include oil spills/by-products and the atmospheric deposition of compounds formed by the burning of fossil fuels. Studies of contamination by PAHs have been carried out in several matrices, including biological ones. One of the classes of organisms used are bivalves, such as the species Crassostrea rhizophorae. This, besides being used in human food, presents wide geographical distribution, is sessile and easy to sample. In addition, it has the capacity to filter 10 L of water per hour, concentrating the contaminants present in the place where it is found. These characteristics make this species a sentinel organism. Since bivalves have been widely used in biomonitoring studies, it’s important to perform laboratory tests to verify the behavior of their bioaccumulation in the presence of a contaminant. The present work had as objective to evaluate the capacity of bioaccumulation of PAHs by Crassostrea rhizophorae, through the execution of two studies. The first one aims to evaluate, on an experimental scale, the bioaccumulation behavior of oysters exposed to different concentrations of an oil of known composition and the second evaluated the concentration of bioaccumulated HPAs by oysters collected in the Todos os Santos Bay.
Keywords: laboratory tests; bioaccumulation; PAHs; petroleum; Todos os Santos bay.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 9
2. OBJETIVOS 12
3. MATERIAIS E MÉTODOS 13
4. BIOACUMULAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS
AROMÁTICOS (HPAS) EM MOLUSCO BIVALVE Crassostrea rhizophorae
DURANTE EXPOSIÇÃO A PETRÓLEO BRUTO 14
4.1 INTRODUÇÃO 15
4.2 MATERIAIS E MÉTODOS 19
4.2.1 Desing experimental 19
4.2.2 Análises dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos nas matrizes
aquosa, sedimentar e na biótica 21
4.2.3 Cálculos do Fator de Bioconcentração, Fator de Bioaocumulação, Fator
de Bioacumulação Biota-Sedimento e Razão Água-Sedimento 24
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 25
4.3.1 Fatores físico-químicos dos sistemas experimentais e lipídios em ostras 25
4.3.2 Concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos nos tecidos
das ostras, águas e sedimentos 26
4.3.3 Comportamento de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos de alta
massa molecular e baixa massa molecular nas matrizes 32
4.3.4 Fator de Bioacumulação, Fator de Acumulação Biota-Sedimento e
Razão Água-Sedimento 37
4.4 CONCLUSÃO 42
5. CONCENTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE HIDROCARBONETOS
POLICÍCLICOS AROMÁTICOS EM OSTRAS DA BAHIA DE TODOS OS
SANTOS (BAHIA, BRASIL) 43
6. CONCLUSÃO GERAL 63
REFERÊNCIAS 64
APÊNDICE A 83
APÊNDICE B 92
9
1. INTRODUÇÃO
Um dos recursos não-renováveis mais usados no dia a dia da atual sociedade
moderna é o petróleo. Este é uma substância amplamente empregada nos mais
variados setores de produção, servindo como combustível na produção de energia
elétrica, na indústria e no transporte. Ele também atua como matéria prima para
produção de plásticos e outros materiais (CLIFON, 2014); estando presente em
produtos cosméticos, farmacêuticos, de limpeza doméstica, etc. Apesar de sua
grande importância e aplicação, ecossistemas localizados próximos às áreas de
extração, processamento, distribuição e rotas de transporte do óleo, estão altamente
susceptíveis aos impactos diretos e indiretos ocasionados por essas atividades
(CLIFON, 2014).
Atualmente, estima-se que sejam produzidos cerca de 80 milhões de barris deste
óleo por dia (EIA, 2018), sendo que a maioria é transportada por rotas marítimas. No
Brasil, ela se intensificou a partir do século XXI, com a descoberta do pré-sal
(RODRIGUES; SUSLICK, 2009; LIMA; LIMA, 2017). Operações de exploração,
transporte de óleo e atividades cotidianas de embarcações podem ocasionar
derrames de óleo (de pequenas ou de grandes proporções) no ambiente marinho.
Um dos maiores exemplos de acidente desse tipo registrado é a da plataforma de
petróleo Deepwater Horizon (BP), ocorrido no Golfo do México, em 2010. Estima-se
que, através desse desastre, houve o derramamento de cerca de 700.000 m3 de
óleo ao longo de três meses (PEREZ-UMPHREY et al., 2018), gerando morte de
aves, tartarugas, mamíferos marinhos e demais organismos. Outro grande acidente
é o que ocorreu com o Ixtoc, em 1979, também no Golfo do México, com o derrame
de 457.000 a 1.400.000 toneladas de óleo na região (TEAL; HOWARTH; 1984). Há
ainda o acidente com o navio Exxon Valdez, no Alasca (1989), que derramou em um
ambiente pristino, cerca de 41 milhões de litros de óleo (BRAGG et al., 1994). Outro
exemplo conhecido é com o Navio Amoco Cadiz, que derramou cerca de 250.000
toneladas de óleo na Baía de Morlaix (TEAL; HOWARTH, 1984).
Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) são uma das classes de
compostos encontradas na composição do petróleo. Eles são formados por dois ou
10
mais anéis benzênicos condensados e têm recebido atenção da comunidade
científica devido às suas características tóxicas (LI et al., 2017). Suas principais
fontes aos sistemas costeiros são as atividades antropogênicas, como
derramamento de óleos e seus derivados; a deposição de compostos provindos da
queima parcial de combustíveis fósseis; e a descarga de efluentes domésticos e
industriais (MARTINS et al., 2011; ABREU-MOTA et al., 2014; SANDRINI-NETO,
2016). De maneira geral, os HPAs podem ser divididos em dois principais grupos:
petrogênicos (presentes na composição do petróleo e de seus subprodutos) ou
pirogênicos (formados a partir da queima incompleta da matéria orgânica;
PAMPANIM; SYDNES, 2013). Para propósito de monitoramento ambiental, a
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA) fez uma lista de 16
HPAs considerados como poluentes prioritários (PERRICHON et al. 2016).
Organismos bivalves têm sido amplamente estudados e utilizados como
ferramenta de monitoramento ambiental em sistemas marinhos (ZUYKOV et al.,
2013). Estes apresentam algumas vantagens em relação a outros grupos biológicos
uma vez que são sésseis e de fácil amostragem (BORJA et al., 2000; JOYCE et al.,
2015). Eles também são organismos que se alimentam por filtração. Assim, os
bivalves têm capacidade de concentrar em seus tecidos, através do processo de
bioacumulação, os contaminantes presentes no meio em que vivem (ZUYKOV et al.,
2013). Além disso, possuem vasta distribuição geográfica; estão presentes no
ambiente ao longo de todo o ano; e respondem às variações das concentrações dos
contaminantes biodisponíveis no meio (REZENDE; LACERDA, 1986; DOURADO,
2013). Essas características fazem com que moluscos bivalves sejam tidos como
organismos sentinelas em atividades de biomonitoramento e estudos de
contaminação em ambientes aquáticos (LEÓN et al. 2013).
Crassostrea rhizophorae é uma espécie de ostra usada para consumo humano.
Ela encontra-se amplamente distribuída ao longo da costa oeste tropical do Oceano
Atlântico (do Caribe ao Brasil) (AGUIRRE-RUBÍ et al., 2018), principalmente nas
raízes das árvores de manguezal (NASCIMENTO et al., 1998; WALLNER-
KERSANACH et al., 2000; MONSERRAT et al., 2002; REBELO et al., 2003;
11
SILVA et al., 2005). Organismos pertencentes a esta espécie têm a capacidade de
filtrar até 10 L de água por hora. Eles respondem ao estado de degradação da
região onde se encontram, podendo ser encontrados tanto em ambientes limpos
como naqueles contaminados (AGUIRRE-RUBÍ et al., 2018). As características
biológicas da C. rhizophorae, junto à facilidade de se amostrar organismos em
diversas classes de tamanho, fazem que esta espécie seja amplamente usada em
estudos de biomonitoramento (VAISMAN et al., 2005; ZANETTE et al., 2006;
RAMDINE et al., 2012; WANICK et al., 2012; KANHAI et al., 2015; SOUZA et
al., 2018; AGUIRRE-RUBÍ et al., 2018). Assim, é importante a realização de testes
laboratoriais a fim de se verificar a resposta dos espécimes de C. rhizophorae à
bioacumulação de HPAs frente à contaminação.
12
2. OBJETIVOS
O objetivo principal do presente estudo foi avaliar, através de ensaios
laboratoriais e de avaliação ambiental, a bioacumulação de Hidrocarbonetos
Policíclicos Aromáticos (HPAs) pelo molusco bivalve Crassostrea rhizophorae.
Os objetivos específicos desse projeto são:
• Avaliar as concentrações de HPAs nas ostras expostas ao óleo bruto
durante períodos pré-determinados, verificando a acumulação desses
compostos ao longo do tempo;
• Avaliar as concentrações de HPAs nas águas dos sistemas experimentais
durante períodos pré-determinados, verificando a solubilização desses
compostos ao longo do tempo;
• Avaliar as concentrações de HPAs no sedimento dos sistemas
experimentais durante períodos pré-determinados, verificando a deposição
dos compostos ao longo do tempo;
• Determinar as relações de concentração dos HPAs com o fator de
bioacumulação do molusco bivalve, fator de acumulação biota-sedimento e
razão água/sedimento;
• Avaliar a eliminação do contaminante pela ostra;
• Avaliar a biodisponibilidade de HPAs para Baía de Todos os Santos
através do uso de amostras de ostras coletadas na região de Madre de
Deus e nos estuários do Paraguaçu e Jaguaripe;
• Verificar as principais fontes de HPAs para a Baía de Todos os Santos;
• Avaliar a qualidade das ostras coletadas ao longo das áreas de estudo,
verificando se estas encontram-se apropriadas para consumo.
13
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A presente dissertação está apresentada na forma de dois artigos, sendo estes:
➢ Bioacumulação de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) em
molusco bivalve Crassostrea rhizophorae durante exposição a petróleo bruto: este
deverá ser submetido à Environmental Pollution;
➢ Concentração e distribuição de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em
ostras da Bahia de Todos os Santos (Bahia, Brasil): este deverá ser submetido como
baseline à Marine Pollution.
Os Materiais e Métodos referentes a cada artigo estão descritos nos capítulos
referentes a eles. A formatação geral dessa dissertação segue as normas
estabelecidas pela Resolução do Programa de Pós-Graduação em Geoquímica:
Petróleo e Meio Ambiente (Pospetro) de nº 01/2012.
14
4. BIOACUMULAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS
AROMÁTICOS (HPAS) EM MOLUSCO BIVALVE CRASSOSTREA
RHIZOPHORAE DURANTE EXPOSIÇÃO A PETRÓLEO BRUTO
Adrielle Beatrice do Ó Martins
Autor correspondente: [email protected], +55 (71) 9 9150-8572
Programa de Pós Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente
(POSPETRO), Av. Adhemar de Barros, s/n. - Ondina CEP 40170-110 – Salvador –
BA – Brasil.
LEPETRO – Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Rua
Barão de Jeremoabo, s/n - Campus Ondina, 40170-020 - Salvador - BA – Brasil.
Laboratório de Geoquímica Marinha - Instituto de Geociências - Universidade
Federal da Bahia - Rua Barão de Jeremoabo, s/n, 40170-020 – Salvador – BA –
Brasil.
Arthur Henrique Silva de Assis
Laboratório de Geoquímica Marinha - Instituto de Geociências - Universidade
Federal da Bahia - Rua Barão de Jeremoabo, s/n, 40170-020 – Salvador – BA –
Brasil. [email protected]
Ícaro Thiago Andrade Moreira
Programa de Pós Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente
(POSPETRO), Av. Adhemar de Barros, s/n. - Ondina CEP 40170-110 – Salvador –
BA – Brasil.
Universidade Salvador – UNIFACS, Escola de Arquitetura, Engenharia e
Tecnologia da Informação (EAETI), Av. Tancredo Neves - Caminho das Árvores,
Salvador – BA – Brasil [email protected]
15
Ana Cecília Rizzatti de Albergaria Barbosa
Programa de Pós Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente
(POSPETRO), Av. Adhemar de Barros, s/n. - Ondina CEP 40170-110 – Salvador –
BA – Brasil.
Laboratório de Geoquímica Marinha - Instituto de Geociências - Universidade
Federal da Bahia - Rua Barão de Jeremoabo, s/n, 40170-020 – Salvador – BA –
Brasil. [email protected]
RESUMO
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) são contaminantes ambientais, cujas principais fontes para o meio ambiente são antrópicas. Estudos de contaminação por HPAs têm sido realizados em diversas matrizes, incluindo a biológica. Bivalves são amplamente utilizados nesses estudos por serem sésseis, fáceis de amostrar e possuírem ampla distribuição geográfica. É importante a realização de testes laboratoriais para verificação do comportamento da bioacumulação frente à presença deste contaminante. O presente estudo objetivou avaliar a capacidade de bioacumulação de HPAs por Crassostrea rhizophorae expostas a petróleo bruto. Ensaios laboratoriais foram realizados em aquários contendo 0,1, 0,2 e 0,3 mg L-1 de petróleo (SE0.1, SE0.2 E SE0.3, respectivamente). Foram amostradas as ostras, os sedimentos e as águas usadas nos experimentos em diferentes períodos de tempos (7, 14, 21 e 35 dias). Fatores de Bioacumulação variaram de 2,14 a 444 para SE0.1; 1,09 a 329 para SE0.2; e 0,07 a 334 para SE0.3. Os Fatores de Acumulação Biota-Sedimento variaram entre 1,06 a 4,29 para SE0.1; 0,67 a 5,80 para SE0.2; e 0,49 a 10,20 para SE0.3. O processo de bioacumulação da ostra Crassostrea rhizophorae foi condicionado à biodisponibilidade do contaminante em água, sendo pouco influenciada pelo sedimento nas características testadas. A capacidade de eliminação (excreção ou depuração) é diretamente ligada à menor disponibilidade do contaminante na água.
Palavras-chave: petróleo, ostras, ensaio laboratorial, contaminação.
4.1 INTRODUÇÃO
Um dos recursos não-renováveis mais usados na atual sociedade moderna é o
petróleo. Este é uma substância amplamente empregada nos mais variados setores
de produção, servindo como combustível na produção de energia elétrica, na
indústria e no transporte. Apesar de sua grande importância e aplicação,
ecossistemas localizados próximos às áreas de extração, processamento,
16
distribuição e rotas de transporte do óleo estão altamente susceptíveis aos impactos
diretos e indiretos ocasionados por essas atividades (CLIFON, 2014). Essas
atividades podem ocasionar derrames de óleo (de pequenas ou grandes
proporções) no ambiente marinho. Um dos maiores exemplos de acidente desse tipo
registrado é a do Deepwater Horizon (BP), ocorrido no Golfo do México, em 2010.
Estima-se que, através desse desastre, houve o derramamento de cerca de 700.000
m3 de óleo ao longo de três meses (PEREZ-UMPHREY et al., 2018), gerando morte
de aves, tartarugas, mamíferos marinhos e demais organismos.
Os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) são uma das classes de
compostos presentes na composição do petróleo. A maioria das moléculas de HPAs
possui elevada toxicidade, podendo apresentar propriedades carcinogênicas,
mutagênicas, genotóxicas e imunotóxicas (DOUBEN, 2003; FENT, 2004; PATIN,
1999; GUO et al., 2011). Trabalhos como os desenvolvidos com bivalves por
Giannanpas et al. (2012) e Martins et al. (2013) apontam que existe perturbação ao
estado de saúde de bivalves mesmo quando os HPAs encontram-se em
concentrações baixas, afetando imonulogicamente e genotixicamente esses
organismos. Uma vez que a ocorrência de HPAs nos ambientes naturais representa
um risco aos seres humanos e aos organismos a eles expostos, há uma
necessidade constante de estudar a distribuição desses compostos em ambientes
naturais (GUO et al., 2011).
Organismos marinhos podem absorver os contaminantes presentes em um meio
através de seu contato com o sedimento, material particulado em suspensão, coluna
d’água ou através do suprimento alimentar (LIVINGSTONE, 1993; LAFFON et al.
2006). A bioacumulação é definida como o processo de absorção de substâncias
químicas do meio ambiente por organismos através da ingestão de alimentos,
assimilação dérmica ou transporte respiratório no ar ou na água (MacKAY et al.,
2013). Dentre os organismos usados como matrizes em estudos de
biomonitoramento, os bivalves têm recebido destaques, devido às suas
características como organismos sentinela (ZUYKOV et al., 2013). Estes organismos
são filtradores, sésseis, de fácil amostragem e geralmente apresentam grande
17
distribuição geográfica (BORJA et al., 2000; ZUYKOV et al., 2013; JOYCE et al.,
2015). Além disso, os moluscos podem representar uma fonte de contaminação aos
seres humanos, uma vez que servem de fonte de alimento a estes. Dessa forma,
muitos Programas e Agências de monitoramento têm usado moluscos bivalves para
avaliar a biodisponibilidade de HPAs em sistemas costeiros. Um exemplo é a
National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) dos Estados Unidos, com
a NOAA’s Mussel Watch Program. Este programa atua, desde 1986, monitorando
águas costeiras quanto aos contaminantes químicos e indicadores biológicos de
qualidade da água através do uso de bivalves (KIMBROUGH et al., 2008). No Brasil,
existe o Programa Nacional de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves
(PNCMB). Este programa atua, desde 2012, monitorando ocorrência de agentes
biológicos como patógenos e parasitas, contaminação por agentes químicos, como
pesticidas e metais tóxicos, e a presença de biotoxinas acima dos limites aceitáveis
(BRASIL, 2012).
Um dos bivalves usados em estudos de contaminação por HPAs é a ostra
Crassostrea rhizophorae (TORRES et al. 2012; KANHAI et al. 2015). Esta é uma
espécie eurialina osmoconformadora encontrada em raízes de vegetação de
mangue. Ela encontra-se amplamente distribuída ao longo da costa oeste tropical do
Oceano Atlântico (do Caribe ao Brasil; AGUIRRE-RUBÍ et al., 2018), e tem a
capacidade de filtrar até 10 L de água por hora (NASCIMENTO et al., 1998;
WALLNER-KERSANACH et al., 2000; MONSERRAT et al., 2002; REBELO et al.,
2003; SILVA et al., 2005). Devidos suas características biológicas, e pelo fato delas
serem usadas no consumo humano, C. rhizophorae tem sido considerada como uma
boa espécie biomonitora em estudos de contaminação (VAISMAN et al., 2005;
VALDEZ et al., 2007; RAMDINE et al., 2012; SOUZA et al., 2018; AGUIRRE-RUBI et
al., 2018).
A distribuição dos hidrocarbonetos no tecido dos bivalves condiciona-se a
fatores externos, como a disponibilidade desses compostos em função de
parâmetros físico-químicos e a proximidade de fontes poluidoras (LEÓN et al.,
2013). A fisiologia dos animais, como metabolismo e excreção, determina a
18
extensão da acumulação dos compostos assimilados (PREST et al.,1995). Modelos
diferentes têm sido usados para estudar a biodisponibilidade e a bioacumulação de
contaminantes em moluscos (BAUMARD et al., 1999). Dentre eles, pode-se destacar
o desenvolvimento de ecossistemas experimentais (GUANGUO, 1990; GUSMÃO,
2004). Esses têm como vantagem o controle de algumas variáveis, gerando
respostas mais claras em relação à bioacumulação. Estudos da exposição de ostras
e mexilhões aos HPAs totais (FROUIN et al., 2007; BAUSSANT et al., 2011),
benzo[a]pireno (KAMEL et al., 2012), diesel (LÜCHMANN et al., 2011) e pireno
(BUSTAMANTE et al., 2012) mostram o grande potencial da bioacumulação desses
contaminantes em bivalves e o uso desses organismos como biomonitores na
avaliação de contaminação por petróleo.
O Fator de Bioacumulação (FBA) é essencial para avaliar os riscos de
contaminantes persistentes no meio ambiente, o que é particularmente relevante
para espécies consumidas por seres humanos (FICK et al., 2010; DI POI et al.,
2016). Seu conhecimento é pertinente, pois, com base nessa informação, é possível
compreender sobre a acumulação em longo prazo nos organismos
(RAMACHANDRAN et al., 2004; MILINKOVITCH et al., 2011), além de considerar as
exposições dietéticas, dérmicas e respiração (WEISBROD et al., 2007). Outra razão
de importante avaliação é o Fator de Acumulação Biota-sedimento (FABS), pois
relaciona os valores de contaminação sedimentar com a biótica (CACCIATORE et
al., 2018). De acordo com Harrad e Smith (1997), mesmo o FBA sendo uma forma
mais completa de avaliação da concentração livremente disponível de contaminante
ao qual um organismo é exposto, a abordagem do FABS é de interesse, pois leva
em consideração a fração mais hidrofóbica dos contaminantes, podendo atuar como
um complemento das análises relativas ao FAB.
O objetivo do presente trabalho foi verificar a bioacumulação, ao longo do tempo,
de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos por ostras da espécie Crassostrea
rizhophorae expostas a diferentes concentrações de um petróleo de composição
conhecida.
19
4.2 MATERIAIS E MÉTODOS
4.2.1 Desing experimental
O experimento foi realizado em aquários (50 x 30 x 40 cm) contendo 15
indivíduos de Crassostrea rizhophorae. O sedimento e a água utilizada nos
experimentos foram coletados no município de Vera Cruz, na foz do rio Jaguaripe,
região isolada da Ilha de Itaparica (Bahia). Essa área encontra-se relativamente
preservada (CELINO et al., 2010). As concentrações de HPAs encontradas nessas
matrizes estão expostas no APÊNDICE A (Tabela A1). Os espécimes de
Crassostrea rhizophorae usados no experimento, para manterem os padrões
requeridos para os ensaios de bioacumulação E1022 (ASTM, 1994), foram
adquiridos no criadouro do quilombo Kaonge, Cachoeira (BA), em parceria com a
Bahia Pesca (Governo do Estado da Bahia). Estes espécimes estavam em idade
jovem, com tamanho variando entre 40 a 70 mm do bordo da válvula distal a ponta
do umbo. Os moluscos adquiridos foram transportados para o Laboratório de
Estudos do Petróleo (Lepetro) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sendo
colocados em depuração por 14 dias, diminuindo o estresse e sendo observados
danos físicos, morte, doenças e parasitas externos que eles podiam ter. Durante
este período, os organismos foram deixados nos sistemas experimentais sem a
contaminação por petróleo e foram alimentados com uma mistura concentrada de
fitoplâncton marinho verde e marrom com tamanho variável entre 1,0 e 20 mm (Reef
PhytoPlancton, Seachem). As concentrações de HPAs nas ostras usadas durante o
ensaio foram analisadas e encontram-se no APÊNDICE A, tabela A1.
Para simular os derrames usou-se um óleo médio, da Bacia de Campos (Rio de
Janeiro, Brasil), do poço P-032, com densidade 0,90 g mL-1, e grau API 24,9. As
concentrações de HPAs deste óleo estão no APÊNDICE A (Tabela A2). Nos
ensaios, foram usadas três concentrações de petróleo bruto distintas, sendo elas:
0,10, 0,20 e 0,30 g L-1 (óleo/água), em sistemas nomeados como Sistema
Experimental 0.1 (SE0.1), Sistema Experimental 0.2 (SE0.2) e Sistema Experimental
0.3 (SE0.3), respectivamente. Esse material foi dispensado sobre os sistemas
experimentais, reproduzindo em microescala um derramamento de óleo. Os
20
organismos ficaram expostos por um período de 7, 14, 21 e 35 dias. Houve ainda a
montagem de um Sistema Experimental onde não houve exposição ao óleo,
funcionando como controle (SEC). Um resumo desse experimento pode ser
observado na Figura 4.1. Todos os sistemas experimentais tinham bombas de
aeração com vazão de 60 L h-1 para a manutenção da taxa mínima de oxigênio
necessária para os bivalves e para a promoção da turbulência e dinâmica superficial
da água. Os sistemas experimentais possuíam redes de sustentação para as ostras
permanecerem na coluna d’água.
Figura 4.1 - Desenho dos sistemas experimentais. Cada aquário continha: sedimento (em marrom), água (em azul), 15 indivíduos de Crassostrea rizhophorae (sobre a rede de sustentação) e uma bomba para aeração (B). O óleo usado nos experimentos está representado em preto, sendo ele usado em 3 concentrações diferentes (0,1; 0,2 e 0,3 g L
-1 óleo/água), ficando as ostras expostas a
este óleo pelo período de 7, 14, 21 e 35 dias. Um aquário controle foi utilizado para avaliação de possíveis contaminações.
Elaboração: Autora, 2019.
Medidas das concentrações de oxigênio dissolvido (OD), temperatura,
salinidade, pH e amônia foram realizadas (APÊNDICE A, Tabela A3). Esses
parâmetros foram medidos aproximadamente a cada 7 dias. Análises de OD, pH e
21
temperatura foram feitas através de um Sensor Multiparâmetrico (AK87 - AKSO). As
concentrações de amônia foram determinadas usando-se o método de Kjeldhal
(EMBRAPA, 2009). A salinidade foi medida através de um refratômetro RZ11.
Ressalta-se que durante a realização dos ensaios, houve correção da salinidade
para aproximadamente 25, com água ultrapura (Milli-Q). Essa foi necessária devido
à evaporação da água que ocorreu ao longo do tempo.
Ao longo do experimento houve a morte de um organismo nos aquários SE0.1 e
SE0.2, e de seis organismos no SE0.3. Todos os organismos mortos foram retirados
do sistema para evitar a eutrofização dos mesmos. No experimento não exposto à
contaminação por óleo bruto (controle) não houve mortes.
Após o período estabelecido, os organismos foram retirados dos aquários
através de uma pinça de aço inox. As conchas foram abertas com espátulas e o
tecido mole, foi totalmente retirado, colocado em recipientes de alumínio e
congelado a -18º C até análises. As pinças, espátulas e recipientes de alumínio
usados nesses procedimentos foram lavados com banho Extran (Merck),
descontaminados com diclorometano (DCM, Honeywell, Alemanha, 99,9%) e secos
antes do uso.
4.2.2 Análises dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos nas matrizes
aquosa, sedimentar e na biótica
Toda a vidraria utilizada na extração das amostras foi deixada em banho de
Extran alcalino (Merk, Alemanha) durante pelo menos 8 h. O material foi enxaguado
em água corrente e por fim em água destilada. Após isso, eles foram secos em uma
mufla por aproximadamente 4 h a 400º C, com exceção dos materiais volumétricos,
que foram secos à temperatura ambiente e limpos com n-hexano (HEX, Merk,
Alemanha) e DCM antes do uso. Para analisar compostos-traço, todos os solventes
empregados foram grau pesticida. A sílica (Sílica Gel 60; Merk, Alemanha), a
alumina (Merk, Alemanha) e o sulfato de sódio (Merck, Alemanha) foram aquecidos
a 400º C durante 4 h com a finalidade de eliminar possíveis interferentes orgânicos.
22
Antes da utilização, eles foram ativados em uma estufa a 140º C e resfriados em
dessecador sob vácuo e desativados 5 % com água Milli-Q extraída com DCM.
Para extração e purificação dos HPAs dissolvidos na água presente nos
experimentos, usou-se o método proposto Moreira (2014). Brevemente, em 50 mL
de amostras de água foram adicionados 50 mL de diclorometano e 30 µL de uma
solução de p-terphenyl (2000 µg L-1). Após agitação, as amostras foram deixadas
em repouso, separando o solvente orgânico da água. Esse procedimento foi repetido
três vezes. O extrato final foi concentrado para aproximadamente 1 mL em
evaporador rotativo a vácuo, transferidos para vials e avolumados para 500 µL-1.
Os sedimentos usados no experimento foram liofilizados e homogeneizados. Em
5 g de amostra foram adicionados o 30 µL de p-terphenyl (2000 ng µL-1). Os
sedimentos foram extraídos três vezes com 25 mL de DCM:HEX (1:1; v:v) em
ultrassom (Elmasonic, Alemanha), adicionando-se cobre ativado na solução final
para retirada do enxofre elementar. O extrato foi concentrado em evaporador rotativo
a vácuo (Buchi, Canadá), sendo transferido para um vial, onde o volume final foi
ajustado para 500 µl.
As ostras usadas no experimento foram liofilizadas e homogeneizados em
almofariz com pistilo. Um grama desse homogenato (1 g) foi extraído, após adição
de 30 µL de p-terphenyl (2000 ng µL-1), através de uso de 50 mL DCM:HEX (1:1, v:v)
em microondas (Anton Paar, Áustria). Após a extração, a solução foi concentrada a
1 mL, sendo retirados 10 µL para a determinação de lipídios através do método
gravimétrico. Posteriormente a solução passou por uma etapa de purificação feita
em colunas de vidro contendo 16 g de alumina sobre 8 g sílica, ambas
desativadas 5 %. A eluição foi realizada com 80 mL de mistura DCM:HEX (1:1, v:v).
A solução final foi então concentrada para 500 µL.
As soluções contendo os HPAs extraídos das matrizes aquosas, sedimentares e
das ostras foram injetadas em um cromatógrafo a gás (Agilent 7890B) acoplado a
um espectrômetro de massas (Agilent 5977A) (GC-MS) sob o modo Singular Ion
Monitoring (SIM). A coluna capilar usada foi de sílica (HP- 5MS, 30 m x 250 µm x
0,25 µm de espessura do filme). A temperatura inicial do forno foi de 100° C, com
23
posterior aquecimento de 10° C min-1 até 200° C, permanecendo por 1,5 min,
seguido por 25° C min-1 até 250° C mantido por 2 min, ao fim 5° C min-1 até atingir
300° C. A temperatura da fonte de íons foi de 230° C e do quadrupolo 150° C.
Utilizou-se Hélio de alto grau de pureza como gás de arraste a uma taxa de fluxo de
1 mL min-1. A calibração interna do equipamento, para quantificação dos HPAs, foi
obtida através de cinco pontos com uma mistura dos 16 HPAs prioritários com
concentrações variando entre 10 e 200 μg L-1. O coeficiente (R2) de correlação
aceito para as curvas de calibração foi de 0,995.
O limite de detecção do método (LDM) foi definido pela equação 4.1 (RIBANI et
al., 2004):
Eq. 4.1:
Cc = menor analisada na curva de calibração (ng L-1)
Vc = volume das soluções injetadas (500 µL)
M = massa extraída da amostra (1g para biota, 5g para sedimento)
V = volume extraído da amostra (50 mL para água)
Sendo o LDM 0,05 ng g-1 para biota, 0,001 µg L-1 para água e 0,01 ng g-1 para
sedimento.
A recuperação do p-terphenyl nas amostras de água, sedimento e ostras variou,
respectivamente, 77 a 132 %, 74 a 130 %, de 70 a 130% (APÊNDICE A, tabela A4,
A5 e A6). Para análises de biota e sedimento, amostras branco contendo 1 g de
Na2SO4 calcinado (400º C por 4 h) foram analisadas junto às amostras para avaliar a
presença de contaminação do método aplicado (APÊNDICE A, tabela A4, A5 E A6).
A precisão do método de extração de HPAs em tecido de ostras foi avaliada através
da análise em duplicata de uma amostra de ostras compradas em um mercado
popular de Salvador. O desvio padrão relativo (DPR) das concentrações
encontradas variaram de 0 a 21,8 %, com exceção do Benzo[a]Antraceno (100%)
(APÊNCIDE A, tabela A7).
24
Para também avaliar a precisão e a acurácia deste método, fez-se a análise
dessa mesma amostra de ostra em triplicata, sendo elas fortificadas com 50 uL de
um padrão contendo os 16 HPAs prioritários (2000 ug L-1). O SRD das
concentrações encontradas nessas amostras variou de 3,74 a 12,6. A recuperação
dos compostos variou entre 0,00 e 200 %. Mais de 80% dos compostos ficaram
com valores de recuperação variando entre 70 e 130 %, conforme estabelecido pela
(NOAA, 2014) (APÊNDICE A, tabela A7).
4.2.3 Cálculos do Fator de Bioconcentração, Fator de Bioaocumulação, Fator
de Bioacumulação Biota-Sedimento e Razão Água-Sedimento
Considerando as concentrações de HPAs encontradas nos tecidos das ostras,
no sedimento e na água, calculou-se o Fator de bioacumulação dos compostos em
relação à água (FBA), em relação ao sedimento (Fator de bioacumulação Biota-
Sedimento, FABS) e a Razão água/sedimento (Ra/s) através das seguintes equações
(4.2, 4.3 e 4.4):
Eq. 4.2: FBA = [HPA]ostras/[HPA]água total
FBA = Fator de Bioacumulação
[HPA]ostras = concentração dos HPAs nas ostras expostas ao óleo bruto (ng g-1)
[HPA]água = concentração normalizada dos HPAs na água em função da densidade da água do mar do sistema experimental (ng g-1)
Eq. 4.3: FABS = [HPA]ostras/[HPA]sedimento
FABS = Fator de Bioacumulação Biota-Sedimento
[HPA]ostras = concentração dos HPAs nas ostras expostas ao óleo bruto (ng g-1) [HPA]sedimento = concentração dos HPAs no sedimento do sistema experimental (ng g-
1).
Eq. 4.4: Ra/s = [HPA]água/[HPA]sedimento
R a/s= Razão água-sedimento
25
[HPA]ostras = concentração dos HPAs na água do sistema experimental (µg L-1) [HPA]sedimento = concentração dos HPAs no sedimento do sistema experimental (ng g-1).
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.3.1 Fatores físico-químicos dos sistemas experimentais e lipídios em ostras
Durante a realização dos ensaios laboratoriais, os valores de salinidade variaram
de 23 a 25, os de pH variaram de 7,3 a 8,2 e os de temperatura variaram de 26,1 a
28,2o C. A concentração de oxigênio dissolvido (OD) nos sistemas variou de 4,0 a
8,1 mg L-1 com exceção de uma das unidades (S0.2, T= 35 dias, Concentração de
óleo = 0,2 mg L-1), onde esse valor chegou a 1,6 mg L-1, sendo ela excluída do
ensaio laboratorial. Os sistemas experimentais estavam livres de amônia durante
todo o experimento.
As concentrações de lipídios nas ostras variaram de 5 a 12 % (Tabela 4.1). Os
maiores teores de lipídios, mesmo não sendo em valores expressivos, foram
observados nas ostras expostas a maiores concentrações de óleo (SE0.2 e SE0.3).
Isso ocorreu por que o lipídio é o único compartimento de armazenamento de
substâncias químicas orgânicas nos organismos e os componentes lipídicos da biota
absorvem substâncias químicas orgânicas hidrofóbicas (HWANG et al., 2008),
aumentando assim a sua quantidade. As menores concentrações de lipídios foram
encontradas para o sistema experimental controle. Entretanto, observa-se que em
35 dias há uma redução no teor lipídico das ostras em todos os experimentos com
exposição a óleo, isto pode indicar um processo de autoproteção e inanição desses
organismos, o que resultou em uma perda lipídica (CAJARAVILLE et al., 1992,
BAUSSANT et al, 2011).
26
Tabela 4.1 - Conteúdo lipídico das ostras (%) para os sistemas experimentais com 0,1 mg L -1
(SE0.1), 0,2 mg L
-1 (SE0.2), 0,3 mg L
-1 (SE0.3), e sem adição de óleo (SEC) ao longo dos 35 dias de
experimento (7, 14, 21 e 35 dias). n.a. = não analisada, pois houve processo de eutrofização no aquário, sendo este descartado. Média = Concentração média (%)
Tempo de exposição (dias)
Média Experimento 7 14 21 35
SE0.1 9 7 7 5 7 ± 1,41 %
SE0.2 11 12 8 n.a. 10,3 ± 1,70 %
SE0.3 12 11 12 6 10,3 ± 2,49 %
SEC 5 7 7 6 6,25 ± 0,83 %
Fonte: A autora, 2019.
4.3.2 Concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos nos tecidos
das ostras, águas e sedimentos
A concentração de HPAs totais nas águas variou de 10,9 a 42,7 µg L-1 para
SE0.1, 7,89 a 1.907 µg L-1 para SE0.2 e 8,90 a 8.108 µg L-1 para SE0.3. No SEC
houve uma variação de 6,98 a 13,88 µg L-1 (Figura 4.2).
27
Figura 4.2 – Concentrações de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos Totais em água em µg L-1
para os sistemas experimentais com 0,1 mg L -1
(SE0.1), 0,2 mg L-1
(SE0.2), 0,3 mg L-1
(SE0.3), e
sem adição de óleo (SEC) ao longo dos 35 dias de experimento (7, 14, 21 e 35 dias). SE0.2/dia 35
não analisada, pois houve processo de eutrofização no sistema, sendo este descartado.
Fonte: Autora, 2019.
Quando derramado, processos intempéricos ocorrem ao petróleo sendo um
deles a dispersão para a coluna d’água, biodisponibilizando HPAs (GUSTITUS et al.,
2017). As maiores concentrações no 7º dia de experimento demonstram o
comportamento dispersivo do óleo nos primeiros dias após a contaminação. Com o
passar dos dias é observada uma diminuição das concentrações destes compostos
na água. Isto ocorre, pois, processos como a biodegradação, foto-dregadação,
volatilização e transferência para outras matrizes ocorrem, principalmente pelas
características e afinidades químicas desses compostos (KASIOTIS; EMMANOUIL,
2015, LAWAL, 2017).
0
10
20
30
40
50
7 14 21 35
µg
L-1
Tempo de exposição (dias)
SE0.1
0
500
1000
1500
2000
7 14 21
µg
L-1
Tempo de exposição (dias)
SE0.2
0
100
200
300
14 21 35
µg
L -1
Tempo de exposição (dias)
SE0.3
8108
0
5
10
15
7 14 21 35
µg
L-1
Tempo de exposição (dias)
SEC
28
Na matriz sedimentar, as concentrações de HPAs totais variaram de 210 a
719 ng g-1 para SE0.1, 302 a 3.514 ng g-1 para SE0.2 e 192 a 5.666 ng g-1 para
SE0.3. O SEC obteve uma variação de 272 a 391 ng g-1 (Figura 4.3).
Figura 4.3 – Concentrações de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos Totais em sedimento em ng g
-1 para os sistemas experimentais com 0,1 mg L
-1 (SE0.1), 0,2 mg L
-1 (SE0.2), 0,3 mg L
-1
(SE0.3), e sem adição de óleo (SEC) ao longo dos 35 dias de experimento (7, 14, 21 e 35 dias). SE0.2/dia 35 não analisada, pois houve processo de eutrofização no sistema, sendo este descartado. Para sedimento, amostras intermediárias do sistema experimental controle (SEC) não foram analisadas (tempos 7 e 14).
Fonte: Autora, 2019.
As maiores concentrações em SE0.2 e SE0.3 ocorreram no 7º dia, assim como
na matriz aquosa. Isto pode ser devido a maior quantidade de óleo envolvida nestes
experimentos em relação ao SE0.1, em conjunto ao revolvimento deste material
realizado pela turbulência causada pelas bombas. Este processo pode influenciar a
interação de gotículas de óleo com material particulado em suspensão presente na
coluna d’água, o que agrega densidade ao óleo, facilitando à sua deposição inicial
(BRAGG; OWENS, 1995). Para SE0.1 a maior concentração de HPAs totais na
0
200
400
600
800
7 14 21 35
ng
g-1
Tempo de exposição (dias)
SE0.1
0
1000
2000
3000
4000
7 14 21
ng
g-1
Tempo de exposição (dias)
SE0.2
0
2000
4000
6000
7 14 21 35
ng
g -
1
Tempo de exposição (dias)
SE0.3
0
100
200
300
400
500
7 14 21 35
ng
g -
1
Tempo de Exposição (dias)
SEC
29
matriz sedimentar ocorreu 21º dia. Devido à menor concentração de contaminante,
uma lâmina superficial de óleo mais fina foi formada sobre o sistema, em relação
aos outros dois SEs, tendo assim menos conteúdo a ser revolvido pela turbulência,
resultando em uma menor taxa de deposição de HPAs no sedimento.
Houve uma queda na concentração dos HPAs totais em SE0.2 e SE0.3 a partir
do dia 14, que também foi identificada para a água. Isso pode ser explicado pela
temperatura dos sistemas, ação da biodegradação e foto-degradação de compostos.
Os experimentos ocorreram em clima tropical com uma variação de temperatura
entre 26,1 a 28,2 °C nos Sistemas Experimentais e esta condição pode ter
favorecido a não permanência desse composto no sedimento, visto que compostos
mais voláteis podem se particionar em gás e sorverem-se pela coluna d’água. A
influência da temperatura na diminuição de compostos aromáticos de sedimentos foi
evidenciada também por Viana et al. (2012), onde esse parâmetro físico-químico
influenciou no deslocamento dos HPAs do sedimento entre matrizes. As condições
experimentais podem ter favorecido a ação de microorganismos na biodegradação
de compostos policíclicos, visto que um ambiente de clima tropical favorece o
crescimento destes (XIA et al. 2015). Os sistemas estavam em ambiente com
incidência de radiação solar e a fotodegradação ocasionada nesta circunstância é
um importante processo natural de intemperismo para hidrocarbonetos de petróleo
em sistemas marinhos (ZHAO et al., 2016). Entretanto, ressalta-se se não foram
realizados procedimentos analíticos capazes de afirmar a ação dos microorganismos
e da radiação solar na degradação desses compostos.
As concentrações de HPAs totais nas ostras presentes no SEC variaram de 113
a 355 ng g-1 ps (peso seco) ao longo dos 35 dias de experimento. Para SE0.1,
SE0.2, SE0.3, essas concentrações variaram de 761 a 1.157 ng g-1 ps, 630 a 2.339
ng g-1 ps e 814 a 2.778 ng g-1 ps, respectivamente (Figura 4.4).
Figura 4.4 – Concentrações de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos Totais em tecido de ostra em ng g
-1 (ps) para os sistemas experimentais com 0,1 mg L
-1 (SE0.1), 0,2 mg L
-1 (SE0.2), 0,3 mg L
-1
(SE0.3), e sem adição de óleo (SEC) ao longo dos 35 dias de experimento (7, 14, 21 e 35 dias). SE0.2/dia 35 não analisada, pois houve processo de eutrofização no sistema, sendo este descartado.
30
Fonte: Autora, 2019.
Em SE0.1 foi observada uma maior bioacumulação de HPAs totais ao 21º dia de
experimento, nos demais, houve um comportamento decrescente da bioacumulação
nos bivalves. Para o experimento de menor concentração de contaminante (SE0.1),
a menor biodisponibilidade de HPAs influenciou na taxa de captação destes pelos
organismos, retardando o alcance dos valores máximos acumulados pelas ostras
(LUNA-ACOSTA et al., 2011). A diminuição ao longo do tempo observada nos
demais experimentos pode ser um indicativo de eliminação dos compostos pelas
ostras. Essa eliminação pode ser realizada de forma passiva, visto que um dos
mecanismos de eliminação de um contaminante a partir dos tecidos de um
organismo é através da difusão envolvida na partição entre o corpo lipídico e a
solução aquosa no exterior (NEFF, 2002); pela depuração; através da excreção de
compostos biometabolizados pelo citocromo P-450 presente nas ostras, que pode
resultar em compostos mais tóxicos, mutagênicos e carcinogênicos (MOORE et al.
1989). Ressalta-se que mesmo existente a metabolização de HPAs por ostras
0
500
1000
1500
7 14 21 35
ng
g-1
Tempo de exposição (dias)
SE0.1
0
500
1000
1500
2000
2500
7 14 21
ng
g-1
Tempo de exposição (dias)
SE0.2
0
1000
2000
3000
7 14 21 35
ng
g-1
Tempo de exposição (dias)
SE0.3
0
100
200
300
400
7 14 21 35
ng
g-1
Tempo de exposição (dias)
SEC
31
através de processos enzimáticos tem menor eficiência quando comparado a peixes.
(BAUSSANT et al., 2010).
Outro fator que deve ser considerado é a diminuição do contaminante no
ambiente. A diminuição pode ser explicada pela não manutenção da concentração
de óleo ao longo dos dias de experimento, o contaminante foi adicionado ao sistema
apenas em seu período inicial. Ressalta-se ainda a possibilidade de ostras expostas
em longo prazo ao óleo tenderem a reduzir a taxa de alimentação para proteção de
efeitos subletais, o que faria com que a depuração do contaminante seja difundida
em uma velocidade maior que a de captação, reduzindo as concentrações no tecido
(CAJARAVILLE et al., 1992, BAUSSANT et al, 2011).
Através da aplicação do teste de Shapiro-Wilk, constatou-se a não normalidade
dos dados de HPAs totais (p < 0,05). Assim, foi realizado um teste não-paramétrico
de Kruskal-Wallis entre as matrizes (biota, água e sedimento) para determinar se
possuíam comportamentos diferentes. Esse teste evidenciou que as amostras eram
diferentes entre si (p < 0,05), entretanto não apontou onde estava diferença. Através
do teste comparação múltipla de Nemenyi, observou-se uma a diferença significativa
entre água e biota (p < 0,05) e água e sedimento (p < 0,05), não sendo encontrada
diferença significativa entre a biota e o sedimento (p > 0,05).
Para SE0.1, as concentrações de HPAs na água e na biota não tiveram perfis
semelhantes, provavelmente porque a biodisponibilidade não foi expressiva devido a
baixa concentração dos contaminantes. Para os demais ensaios (SE0.2 e SE0.3), a
concentração de HPAs nas ostras seguiu o padrão de concentração encontrado na
água. Quanto maiores às concentrações nessa matriz, maiores as concentrações
encontradas no tecido das ostras (p > 0,05). Ou seja, a biodisponibilidade do
contaminante na fase aquosa é um fator importante para a captação e acumulação
no tecido. Ertl et al. (2016) e Lüchmann et al. (2011) encontraram que quanto maior
a concentração do contaminante na água, maior a acumulação pelos organismos, o
que foi observado nos sistemas.
A relação da biota com o sedimento segue um padrão semelhante ao da água,
ainda com a exceção de SE0.1 que apresentou comportamento diferente das
32
demais concentrações do contaminante. A concentração de HPAs em sedimento
tendeu a diminuir a partir do dia 14, assim como as concentrações em água e biota
provavelmente por efeitos da degradação e biotransformação dos compostos (XIA et
al. 2015; MOORE et al. 1989) e temperatura (VIANA et al. 2012), entretanto a
relação da acumulação não foi comprovada estatisticamente (p > 0,05).
4.3.3 Comportamento de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos de alta
massa molecular e baixa massa molecular nas matrizes
Em água, houve uma variação na concentração de compostos de baixa massa
molecular (BMM) entre 2,6 a 7,3 µ L-1 para SE0.1, 3,1 a 320 µ L-1 para SE0.2 e 2,8 a
419 µ L-1 para SE0.3. Maiores concentrações de compostos de alta massa molecular
(AMM) foram identificado variando entre 3,2 a 8,2 µ L-1 para SE0.1, 4,7 a 1.681 µ L-1
para SE0.2 e 6,1 a 7.689 µ L-1 para SE0.3. As proporções de HPAs de AMM e BMM
em água são apresentadas na Figura 5.5.
Figura 4.5 – Relação percentual entre da concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos de alta massa molecular (AMM) e baixa massa molecular (BMM) em água para os sistemas experimentais com 0,1 mg L
-1 (SE0.1), 0,2 mg L
-1 (SE0.2), 0,3 mg L
-1 (SE0.3), e sem adição de óleo
(SEC) ao longo dos 35 dias de experimento (7, 14, 21 e 35 dias). SE0.2/dia 35 não analisada, pois houve processo de eutrofização no sistema, sendo este descartado.
Fonte: Autora, 2019.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
7 14 21 35
Tempo de exposição (dias)
SE0.1
ΣHPAs BMM ΣHPAs AMM
0%
20%
40%
60%
80%
100%
7 14 21
Tempo de exposição (dias)
SE0.2
ΣHPAs BMM ΣHPAs AMM
0%
20%
40%
60%
80%
100%
7 14 21 35
Tempo de de exposição (dias)
SE0.3
ΣHPAs BMM ΣHPAs AMM
33
Observa-se para todos os sistemas experimentais uma maior proporção de
HPAs de AMM. Han e colaboradores (2018) avaliaram em água superficial a
permanência de HPAs entre 6 e 62 dias após um vazamento real de óleo em
Chennai, Baía de Bengala, e observaram a persistência de HPAs de AMM ao fim de
62 dias. Os autores acreditam que os HPAs de AMM resistiram à ação do
intemperismo. Situação análoga pode ser encontrada nos resultados deste
experimento de simulação de derramamento de óleo, onde em uma avaliação de 35
dias os HPAs de AMM apresentaram-se todos os dias relatados em maiores
concentrações.
Na relação de distribuição entre compostos de AMM e BMM na água, a
concentração de material particulado em suspensão (MPS) deve ser considerada,
visto que compostos hidrofóbicos tendem a adsorver este material (BIHARI et al.,
2007). As concentrações de MPS no ensaio experimental variaram de 0,02 a
0,78 mg L-1 (Tabela 4.2).
Tabela 4.2. Concentração de material particulado em suspensão (mg L-1
) para os sistemas experimentais com 0,1 mg L
-1 (SE0.1), 0,2 mg L
-1 (SE0.2), 0,3 mg L
-1 (SE0.3), e sem adição de óleo
(SEC) ao longo dos 35 dias de experimento (7, 14, 21 e 35 dias). n.a. = não analisada, pois houve
processo de eutrofização no sistema, sendo este descartado. Média = Concentração média (%).
Tempo de exposição (dias)
Experimento 7 14 21 35 Média
SE0.1 0,02 0,27 0,69 0,16 0,29 ± 0,25
SE0.2 0,23 0,39 0,78 n.a. 0,47 ± 0,23
SE0.3 0,05 0,60 0,44 0,53 0,41 ± 0,20
Fonte: Autora, 2019.
Para SE0.2 é observada a tendência entre o aumento da concentração de MPS
e o aumento da concentração de HPAs de AMM. Contudo, para os demais ensaios
essa tendência não ocorreu, inferindo que o MPS não foi fator determinante para a
presença de HPAs de AMM na coluna d’água, isto devido as suas baixas
concentrações nos sistemas.
34
Para a matriz sedimentar, a variação na concentração de compostos de BMM
apresentou-se entre 13,1 a 249 ng g-1 para SE0.1, 13,9 a 511 ng g-1 para SE0.2 e
10,5 a 1135 ng g-1 para SE0.3. Maiores concentrações de compostos de AMM foram
identificados variando entre 198 a 656 ng g-1 para SE0.1, 288 a 3.004 ng g-1 para
SE0.2 e 181 a 4.532 ng g-1 para SE0.3. As proporções de HPAs de AMM e BMM em
sedimento são apresentadas na Figura 4.6.
Figura 4.6 – Relação percentual entre as concentrações de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos de alta massa molecular (AMM) e baixa massa molecular (BMM) encontrados nos sedimentos para os sistemas experimentais com 0,1 mg L -1 (SE0.1), 0,2 mg L-1 (SE0.2), 0,3 mg L-1 (SE0.3), e sem adição de óleo (SEC) ao longo dos 35 dias de experimento (7, 14, 21 e 35 dias). SE0.2/dia 35 não analisada, pois houve processo de eutrofização no aquário, sendo este descartado.
Fonte: Autora, 2019.
Mesmo com a similaridade do comportamento entre água e sedimento em
relação às proporções de HPAs de AMM e BMM, deve-se ressaltar que as
concentrações encontradas para HPA total em água (µ L-1) foram superiores em
relação às encontradas em sedimento (ng g-1). Observando de forma isolada o
comportamento dos HPAs no sedimento, uma maior proporção de compostos de
AMM é habitualmente encontrada em estudos ambientais (SOCLO et al., 2008;
ALMEIDA et al., 2018; CACCIATORE et al. 2018). Isto porque HPAs de AMM são
mais hidrofóbicos, tendem a aderir no MPS e depositar nos sedimentos (DAHLE et
0%
20%
40%
60%
80%
100%
7 14 21 35
Tempo de exposição (dias)
SE0.1
ΣHPAs BMM ΣHPAs AMM
0%
20%
40%
60%
80%
100%
7 14 21
Tempo de exposição (dias)
SE0.2
ΣHPAs BMM ΣHPAs AMM
0%
20%
40%
60%
80%
100%
7 14 21 35
Tempo de de exposição (dias)
SE0.3
ΣHPAs BMM ΣHPAs AMM
35
al. 2003; GEFFARD et al. 2004, BIHARI et al. 2007). Contudo, percebeu-se que
essa deposição não ocorreu de forma efetiva, possibilitando que uma maior
quantidade de HPAs permanecesse presente na coluna d’água.
Em ostras, a variação na concentração de compostos de baixa massa molecular
(BMM) apresentou-se entre 132 a 538 ng g-1 para SE0.1, 78,7 a 823 ng g-1 para
SE0.2 e 241 a 1.797 ng g-1 para SE0.3. Maiores concentrações de compostos de
alta massa molecular (AMM) foram identificadas variando entre 366 a 949 ng g-1
para SE0.1, 522 a 1.528 ng g-1 para SE0.2 e 574 a 2.034 ng g-1 para SE0.3. As
proporções de HPAs de AMM e BMM em ostras são apresentadas na Figura 4.7.
Figura 4.7 – Relação percentual entre Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos de alta massa molecular (AMM) e baixa massa molecular (BMM) em tecido de ostra em ng g
-1 (ps) para os sistemas
experimentais com 0,1 mg L -1
(SE0.1), 0,2 mg L-1
(SE0.2), 0,3 mg L-1
(SE0.3), e sem adição de óleo (SEC) ao longo dos 35 dias de experimento (7, 14, 21 e 35 dias). SE0.2/dia 35 não analisada, pois houve processo de eutrofização no sistema, sendo este descartado.
Fonte: Autora, 2019.
No 7º dia de experimento as ostras dos SE0.1 e SE0.3 bioacumularam uma
maior quantidade de HPAs de BMM, 60 e 65 % respectivamente, ocorrendo de
forma diferente para o o SE0.2 (35 %). Os HPAs de BMM são normalmente mais
solúveis em água que os de AMM, portanto, mais facilmente assimilados pelos
organismos (BAUMARD et al. 1999).
0%
20%
40%
60%
80%
100%
7 14 21 35
Tempo de exposição (dias)
SE0.1
ΣHPAs BMM ΣHPAs AMM
0%
20%
40%
60%
80%
100%
7 14 21
Tempo de exposição (dias)
SE0.2
ΣHPAs BMM ΣHPAs AMM
0%
20%
40%
60%
80%
100%
7 14 21 35
Tempo de de exposição (dias)
SE0.3
ΣHPAs BMM ΣHPAs AMM
36
Ao longo do tempo, incluindo o 7º dia do SE0.2, há uma diminuição na
proporção de HPAs de BMM e uma maior concentração de HPAs de AMM foi
observada no tecido dos organismos. A relação existente entre alta afinidade dos
compostos de AMM e o tecido gorduroso das ostras (BARROSO, 2010), além da
menor biodisponibilidade de compostos de BMM explicam as altas concentrações
encontradas de HPAs de AMM no tecido das ostras a partir do 14º dia de
experimento. A permanência dos HPAs de AMM nas ostras é explicada pela lenta
atividade de metabolização para os compostos com massas moleculares maiores,
altos coeficientes de partição octanol/água (KOW) e baixa solubilidade em água.
A fonte de HPAs de AMM para as ostras pode estar associada ao material
orgânico particulado em suspensão, visto que ambos têm forte tendência a ligarem-
se aos HPAs (BAUSSANT et al., 2010). Outra possibilidade é que pela natureza
filtradora das ostras, elas possam ter ingerido partículas do contaminante
proporcionando a acumulação de compostos orgânicos com valores do coeficiente
de partição octanol/água (log KOW) maiores do que 5 (BAUMARD et al., 1998;
BAUMARD et al., 2009).
A distribuição entre HPAs de AMM e BMM demonstra comportamentos inversos
na água e na biota no 7º dia de experimento, à medida que as ostras dão
preferência a acumulação de HPAs de BMM, a água apresenta uma maior
concentração de HPAs de AMM, mostrando acumulação preferencial do peso
molecular mais baixo (BAUMARD et al. 1999). Entre o 14º e o 35º dia uma alta
biodisponibilização de HPAs de AMM é observada, isto pode ter influenciado na
captação desses compostos pelas ostras, principalmente pela alta lipofilicidade dos
penta e hexa aromáticos (BAUSSANT, et al. 2010).
A presença de HPAs de AMM no sedimento foi bastante expressiva, não
possuindo em nenhuma das avaliações concentrações maiores de HPAs de BMM.
Isso se deve justamente a afinidade química existente entre essa matriz orgânica e
os compostos, visto que HPAs de alta massa molecular têm tipicamente uma
tendência maior de adsorção ao carbono orgânico sedimentar do que os HPAs de
baixa massa molecular (ALMEIDA et al., 2018).
37
4.3.4 Fator de Bioacumulação, Fator de Acumulação Biota-Sedimento e Razão
Água-Sedimento
Os valores do Fator de Bioacumulação (FBA), variaram entre 2,14 a 444 para
SE0.1 1,09 a 329 para SE0.2 e 0,07 a 334 para SE0.3. Os valores do Fator de
Acumulação Biota-Sedimento (FABS) variou entre 1,06 a 4,29 para SE0.1, 0,67 a
5,8 para SE0.2 e 0,49 a 10,2 para SE0.3. Os valores da Razão água/sedimento
(Ra/s) variaram de 14,7 a 203 para SE0.1, 26,1 a 821 para SE0.2, 39,7 a 1431 para
SE0.3 (Figura 4.8).
Os valores encontrados nos experimentos demonstraram uma tendência
acumulativa crescente desses contaminantes, isto pode ser percebido pelo aumento
do FBA até o 21º dia para todos os experimentos (Figura 4.8). A biodisponibilidade
do contaminante na água pode ser um fator importante na bioacumulação de HPAs
nos organismos, sendo a principal fonte de contaminação por HPAs paras as ostras.
Para SE0.1, após o 21º dia, há uma diminuição do FBA. Essa pode ter sido
ocasionada pela eliminação desses contaminantes pela ostra, resultado da difusão
passiva e termodinâmica dos organismos para o meio externo e das vias
enzimáticas (metabolização) acarretando em uma diminuição desse fator (MOORE
et al., 1989; BAUSSANT et al., 2010). Isto também pode ser relacionado à menor
concentração do contaminante nesse sistema, e consequentemente, sua menor
biodisponibilidade. Para SE0.2 e SE0.3 foi observada uma relação crescente desse
fator, o que evidencia que enquanto houver uma alta concentração de HPAs
biodisponíveis, as ostras tendem a bioacumular em tecido. Para SE0.3, experimento
com maior concentração de óleo, notou-se uma estagnação a partir do 21º dia,
demostrando que uma faixa máxima dos valores do FBA possíveis para essa
espécie é entre 300 e 450, em relação a HPAs totais.
Os valores encontrados para os FABS (Figura 4.8) foram baixos quando
comparados aos valores encontrados por Cacciatore et al. (2018), no nordeste da
Itália. Essas menores concentrações encontradas mostram que não houve uma
relação importante entre a acumulação de HPAs pela biota a partir do sedimento,
38
principalmente porque a maior concentração biodisponível de HPAs estava presente
na coluna d’água. Em SE0.1, o valor de FABS diminuiu a partir do 7º dia, para SE0.2
ele aumentou até o 14º dia, diminuindo na sequência. Para SE0.3, ele aumentou até
o 21º dia, decaindo posteriormente. Isso é explicado pela dinâmica na concentração
em ambas as matrizes em função do contaminante. Maiores concentrações na biota
e menores no sedimento nesses respectivos dias, em relação ao processo de
bioacumulação e deposição dos HPAs na matriz sedimentar, foram determinantes
para os picos nos dias 7, 14 e 21 nos respectivos sistemas.
Através da Ra/s (Figura 4.8) observa-se a transferência de HPAs entre as
matrizes, acontecendo de forma geral da água para o sedimento (p < 0,05),
principalmente para SE0.1 e SE0.3 a partir do dia 14 e SE0.2 a partir do dia 21. A
transferência de compostos em água para a matriz sedimentar é explicada pela
adsorção dos HPAs à fase orgânica presente nesta matriz, como a matéria orgânica
(ZEMANEK et al. 1997).
39
39
Figura 4.8 - Valores dos Fatores de Bioacumulação (FBA), Fatores de Acumulação Biota-Sedimento (FABS) e Razão água-sedimento (Ra/s) para os experimentos com 0,1 mg L
-1 (SE0.1), 0,2 mg L
-1 (SE0.2) e 0,3 mg L-1 (SE0.3) de óleo, ao longo dos 35 dias de experimento. Valores calculados em relação
aos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos totais (HPAs totais).
SE0.1 SE0.2 SE0.3
2,14 96,9
444
91,68
0,00
500,00
7 14 21 35
FBA
1,09 9,65
329
0,00
200,00
400,00
7 14 21
FBA
0,07
158
325 334
0,00
200,00
400,00
7 14 21 35
FBA
4,29
1,06 1,56 1,84
0,002,004,006,00
7 14 21 35
FABS
0,67
5,80 2,08
0,00
10,00
7 14 21
FABS
0,49 7,30 10,2
3,62
0,00
20,00
7 14 21 35
FABS
203
17,3 14,7 25,1
0
200
400
7 14 21 35
Ra/s
543 821
26,1
0
500
1000
7 14 21
Ra/s
1431
109 46,2 39,7
0
1000
2000
7 14 21 35
Ra/s
40
40
Os fatores de bioacumulação (FBA) também foram calculados para 14 HPAs
(Acenaftileno, Acenafteno, Fluoreno, Fenantreno, Antraceno, Fluoranteno, Pireno,
Benzo[a]antraceno, Criseno, Benzo[k]fluoranteno, Benzo[a]pireno, Indeno[1,2,3-
cd]pireno, Dibenzo[a,h]antraceno e Benzo[ghi]Perileno) (Eq. 4.2) normalizados pelo
lipídio de acordo com os tempos do experimento (7, 14, 21 e 35 dias) (APÊNDICE A,
tabela A8). A análise de componentes principais (PCA) aplicada a estas razões
mostrou que os dois fatores principais (F1 e F2) podem explicar 81,2 % da variação
dos dados analíticos, com F1 explicando 61,1% variância dos dados e F2, 20,1%
(Figura 4.9).
Figura 4.9. Análise de Componentes Principais (PCA, à esquerda) e Análise Hierárquica de
Agrupamentos (ACH, à direita) dos FBA relativos a 14 HPAs estudados nos sistemas experimentais
com 0,1 mg L -1
(SE0.1), 0,2 mg L-1
(SE0.2), 0,3 mg L-1
(SE0.3), e sem adição de óleo (SEC) ao longo
dos 35 dias de experimento (7, 14, 21 e 35 dias). SE0.2/dia 35 não analisada, pois houve processo
de eutrofização no aquário, sendo este descartado. Com ACF = Acenaftileno, ACE = Acenafteno,
FLU = Fluoreno, FEN = Fenantreno, ANT = Antraceno, FLT = Fluoranteno, PI = Pireno, BaA =
Benzo[a]Antraceno, CRI - Criseno, BkF = Benzo[k]Fluoranteno, BaP = Benzo[a]Pireno, IND =
Indeno[1,2,3cd]Pireno, DBA = Dibenzo[a,h]Antraceno, BgP = Benzo[ghi]Perileno.
Elaboração: A autora, 2019.
Os sistemas experimentais apresentaram maiores correlações para os fatores
de bioacumulação (FBA lipídico) nos dias 21 e 35, o que mostra o alto potencial
biomonitor dessa espécie, devido à capacidade de demonstrar ao longo do tempo a
41
41
acumulação de HPAs (AGUIERRE-RUBÍ et al., 2018) e de aumentar de forma
progressiva a incorporação do contaminante.
SE0.1 e SE0.3 apresentaram maiores correlações de FBA para ACF, FLU, FEN,
ANT, FLT, PI, CRI, BkF, BgP, BaA e ACE (ao 21º e 35º dias), SE0.2 apresentou
maiores correlações para DBA, BaP e IND (ao 21º dia). De forma geral, é possível
observar que o BaA e ACE são os HPAs com menos potencial de bioacumulação
pelas ostras em relação aos demais. Em valores absolutos (APÊNDICE A, tabela
A8), BaA, BaP, DBA e CRI, HPAs, que tem log KOW > 5, obtiveram valores altos do
FAB entre os dias 21 e 35 dias, como observado na PCA. Para os HPAs com log
KOW < 5 apenas o Fluoranteno mostra valores expressivos.
FABs para BaA foram estudados por Yakan et al. (2011) para Mytillus
galloprovincialis, com resultados entre 16 e 2745. Esses foram superiores aos
encontrados neste estudo (APÊNDICE, Tabela A8). Esses autores chegaram à
conclusão que o BaA pode atingir níveis elevados em tecidos de bivalves e que a
constante de taxa de absorção de BaA é maior que a constante da taxa de
depuração, evidenciando o potencial de bioacumulação de BaA e permanência
deste composto no tecido do bivalve. Choy et al. (2007) realizaram estudos em
Crassostrea gigas sobre a bioacumulação de Benzo[a]Pireno (BaP), aromático com
alto potencial carcinogênico (ALEGBELEYE et al. 2017), mostrando que durante 28
dias a acumulação desse composto acontecia de forma linear. Entretanto, este
composto também foi eliminado, mesmo que em taxas pequenas. É possível
observar esse comportamento principalmente no SE0.1, onde houve a acumulação
máxima de BaP em 21 dias e é observada uma diminuição nessa concentração em
35 dias (APÊNDICE A, Tabela A8).
42
42
4.4 CONCLUSÃO
A espécie Crassostera rhizophorae é uma boa descritora de contaminação em
curto prazo. A bioacumulação de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos aconteceu
de forma eficiente para todos os sistemas experimentais. A biodisponibilidade de
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos para bioacumulação nas ostras teve como
principal matriz de captação a fase aquosa, não tendo a matriz sedimentar influência
significativa nesse processo. Os Fatores de Bioacumulação demostraram maiores
valores ao 21 e 35º dias, o que permite afirmar o alto potencial biomonitor dessa
espécie. O Fator de Acumulação Biota-Sedimento apresentou-se em valores baixos,
indicando a baixa influência na contaminação de por Hidrocarbonetos Policíclicos
Aromáticos advindos desta matriz. A Razão água/sedimento mostrou que existiu
uma transferência do contaminante da coluna d’água para o sedimento. De forma
geral, após diminuição da biodisponibilidade do contaminante em água, processos
fisiológicos e metabólicos ocorreram nos organismos, provocando uma eliminação
dos compostos.
43
43
5. CONCENTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE HIDROCARBONETOS
POLICÍCLICOS AROMÁTICOS EM OSTRAS DA BAHIA DE TODOS OS SANTOS
(BAHIA, BRASIL)
Adrielle Beatrice do Ó Martins
Autor correspondente: [email protected], +55 (71) 9 9150-8572
Programa de Pós Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente
(POSPETRO), Av. Adhemar de Barros, s/n. - Ondina CEP 40170-110 – Salvador –
BA – Brasil.
LEPETRO – Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, Rua
Barão de Jeremoabo, s/n - Campus Ondina, 40170-020 - Salvador - BA – Brasil.
Laboratório de Geoquímica Marinha - Instituto de Geociências - Universidade
Federal da Bahia - Rua Barão de Jeremoabo, s/n, 40170-020 – Salvador – BA –
Brasil.
Ícaro Thiago Andrade Moreira
Programa de Pós Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente
(POSPETRO), Av. Adhemar de Barros, s/n. - Ondina CEP 40170-110 – Salvador –
BA – Brasil.
Universidade Salvador – UNIFACS, Escola de Arquitetura, Engenharia e
Tecnologia da Informação (EAETI), Av. Tancredo Neves - Caminho das Árvores,
Salvador – BA – Brasil [email protected]
Ana Cecília Rizzatti de Albergaria Barbosa
Programa de Pós Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente
(POSPETRO), Av. Adhemar de Barros, s/n. - Ondina CEP 40170-110 – Salvador –
BA – Brasil.
Laboratório de Geoquímica Marinha - Instituto de Geociências - Universidade
Federal da Bahia - Rua Barão de Jeremoabo, s/n, 40170-020 – Salvador – BA –
Brasil. [email protected]
44
44
RESUMO
O presente estudo avaliou a contaminação de hidrocarbonetos aromáticos
policíclicos (HPAs) em ostras (Crassostrea rhizophorae) amostradas em áreas
distintas na Baía de Todos os Santos (BTS - Bahia, Brasil). A concentração total de
HPAs foi maior no porto de Madre de Deus (36,3 a 37,8 ng g-1 em peso seco, ps),
onde há a presença de indústrias, portos, complexo petroquímico e uma refinaria de
petróleo. No estuário do rio Paraguaçú, as concentrações foram intermediárias,
variando de 23,2 a 25,7 ng g-1 ps. A região do rio Jaguaripe apresentou as menores
concentrações (1,7 a 32,4 ng g-1 ps). Essa área apresenta-se relativamente
preservada e com poucas fontes diretas de contaminantes. Através do uso de
razões diagnósticas, observou-se que os HPAs depositados nas áreas de estudo
têm fontes pirolíticas, A BTS tem intensa atividade de transporte, pesqueira e
industrial o que pode ter influenciado em maiores concentrações de HPAs de fonte
pirogênica.
Palavras-chave: bivalves, contaminação, baía tropical.
A Baía de Todos os Santos (BTS, Figura 5.1), localizada no nordeste do Brasil, é
a segunda maior baía do país (1233 km2; CIRANO; LESSA et al., 2007). Ela
apresenta grande importância social, histórica e ecológica ao país (HATJE;
ANDRADE, 2009), estando cercada por extensas áreas de manguezais, corais,
apicuns; bem como por comunidades pesqueiras, marisqueiras e quilombolas
(HADLICH et al. 2008; RIOS, 2017). Apesar disso, diversas atividades humanas
ocorrem em seu entorno, lançando contaminantes nesse sistema (HATJE; BARROS,
2012; EÇA et al. 2013; ANDRADE et al. 2017; ALMEIDA et al., 2018). A BTS está
localizada nas proximidades de Salvador. Com uma população aproximada de
2.857.329 milhões de habitantes, esta é a quarta maior área metropolitana do Brasil
(IBGE, 2018). O esgotamento sanitário tratado e não tratado provindos dessa e de
outras zonas urbana é uma importante fonte de contaminação (HATJE; ANDRADE,
2009). Ela também tem sido afetada pela intensa industrialização que ocorre em seu
entorno. Desde 1960, aproximadamente 200 indústrias foram estabelecidas na
45
45
região. Dentre elas, pode-se citar as metalúrgicas, têxteis e químicas (BRITO et al.
2016). Atualmente, a BTS também abriga o maior complexo petroquímico do
hemisfério sul (Complexo Petroquímica de Camaçari; DE SOUZA et al., 2011). Em
1949, foi construída na região de Madre de Deus a Refinaria Landulpho Alves
(RELAM), incorporada à Petrobras em 1953. Essa possui uma capacidade instalada
para produção de 323 mil barris de petróleo por dia (PETROBRAS, 2010; POMBO,
2011). O Terminal Marítimo Almirante Álvares Câmara (TEMADRE), também
localizado em Madre de Deus, é responsável pelo escoamento da produção da
Refinaria, da Fábrica de Asfalto, de áreas de estocagem e armazenamento de
derivados do petróleo e de uma malha dutoviária (PIMENTEL, 2006;
BOAVENTURA, 2011). Há também, na BTS, a presença de outros portos, como os
Portos de Salvador e Aratu, que apresentam um fluxo de mercadorias de
aproximadamente oitenta mil toneladas de carga exportada (CIRANO; LESSA,
2007). A BTS conta ainda com a presença de estaleiros, sendo que um dos maiores
está localizado no estuário do Rio Paraguaçu (Estaleiro Enseada do Paraguaçú),
cuja bacia hidrográfica tem passado por diversos impactos ambientais. Dentre estes,
pode-se citar as atividades de agropecuárias e extrativismo vegetal, desmatamento,
lançamento de efluentes domésticos e industriais, disposição inadequada de
resíduos sólidos, atividade de mineração, além dos impactos causados pelos
próprios estaleiros (BAHIA, 2009).
46
46
Figura 5.1. Localização geográfica da Baía de Todos os Santos e dos pontos amostrados no
presente estudo. As estações J#1, J#2, J#3 e J#4 foram coletadas ao longo do rio Jaguaripe; as
estações P#1, P#2, P#3 e P#4, ao longo do rio Paraguaçú; e as estações MD#1 e MD#2, em área
portuária de Madre de Deus.
Elaboração: A autora, 2019.
Ambientes aquáticos localizados próximos às áreas urbanas e industriais
representam regiões vulneráveis à presença de contaminantes, como os
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs; SIMPSON et al., 1996;
ALBERGARIA-BARBOSA et al., 2017). Os HPAs são compostos hidrofóbicos
formados por dois ou mais anéis aromáticos condensados (LUNA-ACOSTA et al.,
2015a), cujas principais fontes para o meio ambiente são as atividades humanas,
como derramamento de óleos e seus derivados; a deposição de compostos
provindos da queima parcial de combustíveis fósseis; e a descarga de efluentes
domésticos e industriais (MARTINS et al., 2011; ABREU-MOTA et al., 2014;
SANDRINI-NETO et al., 2016). Os HPAs podem apresentar uma ampla gama de
47
47
efeitos tóxicos para os organismos aquáticos, como mutagenicidade e
carcinogenicidade (DELISTRATY, 1997; GASPARE et al., 2009). Assim, eles têm
sido amplamente estudados em ambientes marinhos (MARIN-MORALES et al.,
2009; MARTINS et al., 2011; ALBERGARIA-BARBOSA et al., 2017, 2018). Para
propósito de monitoramento ambiental, a United State Environmental Protection
Agency (USEPA) classificou 16 compostos considerados como poluentes prioritários
em estudos ambientais, baseados em suas distribuições e toxicidades. Assim, a
maioria dos trabalhos que estudam a distribuição dos HPAs no meio ambiente
avaliam esses 16 compostos (BOJES; POPE, 2007). Esse são: Naftaleno,
Acenaftileno, Acenafteno, Fluoreno, Fenantreno, Antraceno, Fluoranteno, Pireno,
Benzo[a]Antraceno, Criseno, Benzo[b]Fluoranteno, Benzo[k]Fluoranteno,
Benzo[a]Pireno, Indeno[1,2,3cd]Pireno, Dibenzo[ah]Antraceno e Benzo[ghi]Perileno.
Muitos trabalhos que avaliam a distribuição de HPAs nos ambientes aquáticos usam
o sedimento como matriz de análise, já que este é o principal depósito desta classe
de compostos (LAW; BISCAYA, 1994; MEDEIROS; BÍCEGO, 2004a,b, ALMEIDA et
al., 2018). Entretanto, essa análise não avalia a biodisponibilidade destes
contaminantes à biota presente no ambiente marinho. O uso de organismos para
monitorar a contaminação ambiental permite uma avaliação da fração biodisponível
de contaminantes (BARTOLOMÉ et al., 2010). As ostras, por serem sésseis e
filtradoras, têm sido amplamente utilizadas como organismos sentinelas na
avaliação da contaminação por HPAs em habitats marinhos e estuarinos (GARCÍA-
RICO et al., 2011 , GUZMÁN-GARCÍA et al., 2007, TOLEDO-IBARRA et al.,
2016). Diferentes países fazem parte de programas de monitoramento, como Mussel
Watch Programs (MWPs), onde poluentes orgânicos e metais são analisados em
populações de bivalves marinhos (AUFFRET et al., 2004 , LIVINGSTONE, 1993,
LUNA-ACOSTA et al. 2015b). Além disso, esses organismos são usados para
consumo humano e, portanto, qualquer contaminação potencial pode impor um risco
toxicológico ao homem (DE SOUZA et al., 2011).
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a presença de Hidrocarbonetos
Policíclicos Aromáticos em amostras de ostras coletadas na região de Madre de
Deus e nos estuários do Paraguaçu e Jaguaripe (Baía de Todos os Santos, Bahia,
48
48
Brasil), verificando as principais fontes destes compostos, bem como os níveis de
contaminação.
Entre agosto e setembro de 2014, amostras de ostra da espécie Crassostrea
rhizophorae foram coletadas em 10 estações distintas distribuídas ao longo de
Madre de Deus e nos estuários do rio Paraguaçú e Jaguaripe (Figura 5.1),
localizados na Baía de Todos os Santos. As duas primeiras localidades foram
escolhidas, pois apresentam distintas atividades antrópicas, como a presença de
estaleiros, indústrias e portos. A última localidade (estuário do rio Jaguaripe) foi
usada como controle, uma vez que a presença de atividades humanas em seu
entorno é pequena e ela encontra-se em maior estado de preservação (CELINO et
al., 2010).
Os espécimes de Crassostrea rhizophorae foram coletados manualmente nas 10
estações (Rio Paraguaçú, Rio Jaguaripe e Terminal de Madre de Deus) e
acondicionadas em embalagens de alumínio calcinadas (450º C durante 4 h). Após
coleta, os organismos foram refrigerados até a chegada ao laboratório, onde foram
lavados com água ultrapura, sendo suas conchas abertas. Seus tecidos foram
removidos das conchas com o auxílio de uma pinça metálica e acondicionados em
frascos de vidro descontaminados, sendo posteriormente congelados. Todo o
material de coleta e remoção do tecido foram limpos com solução de Extran 10 %
(Merk, Alemanha), com posterior descontaminação com diclorometano (DCM, Merk,
Alemanha).
Toda a vidraria utilizada na extração, purificação e quantificação dos HPAs no
presente estudo foi deixada em banho de Extran alcalino (Merk, Alemanha) durante
pelo menos 8 h. O material foi enxaguado em água corrente e por fim em água
destilada. Após isso, os materiais não volumétricos foram secos e descontaminados
em uma mufla por aproximadamente 4 h a 400º C. Os materiais volumétricos foram
secos à temperatura ambiente e limpos com n-Hexano (HEX, Merk, Alemanha) e
DCM (Honeywell, Alemanha) antes do uso. Os solventes empregados no presente
estudo foram grau pesticida. A sílica (Merk, Alemanha), a alumina (Merk, Alemanha)
e o sulfato de sódio (Merk, Alemanha) usados foram aquecidos à temperatura de
49
49
400º C durante 4 h com a finalidade de eliminar possíveis interferentes orgânicos.
Antes da utilização eles foram ativados em uma estufa a 140º C, resfriados em
dessecador sob vácuo e desativados (5 %) com água milli-Q extraída com DCM.
Para extração dos HPAs, pesou-se aproximadamente 1 grama de cada amostra
(pesado em balança analítica), adicionando-se a esta alíquota 30 µL de p-terphenyl
a 2000 g µL-1. A extração dos compostos ocorreu em microondas (Anton-Paar,
Áustria) usando-se 50 mL de HEX:DCM (1:1, v:v). A extração iniciou a temperatura
ambiente, subindo para 115 °C em 20 min, permanecendo nessa temperatura por 15
min e resfriando após 15 min a temperatura ambiente. Após a extração, a solução foi
concentrada a 1 mL, sendo retirados 10 µL para a determinação de lipídios através
do método gravimétrico. Posteriormente a solução passou por uma etapa de
purificação usando-se colunas de vidro contendo 16 g de alumina (Merk, Alemanha)
e 8 g sílica (Sílica gel 60; Merck, Alemanha), ambas desativadas 5 %. A eluição foi
realizada com 80 mL de mistura HEX:DCM (1:1, v:v). A solução final foi concentrada
a 0,5 mL. Os HPAs foram quantificados em um cromatógrafo a gás (Agilent 7890B)
acoplado a um espectrômetro de massas (Agilent 5977A) (GC-MS) sob o modo
Singular Ion Monitoring (SIM). A coluna capilar usada era de sílica (HP- 5MS, 30m x
250 µm x 0,25 µm de espessura do filme). A temperatura inicial do forno foi de
100 °C, com posterior aquecimento de 10° C min-1 até 200° C, permanecendo por
1,5 min, seguido por 25° C até 250° C mantido por 2 minutos, ao fim 5° C min-1 até
atingir 300°C. A temperatura da fonte de íons foi de 230° C e do quadrupolo 150° C.
Utilizou-se Hélio de alto grau de pureza como gás de arraste a uma taxa de fluxo de
1 mL min-1. A calibração interna do equipamento, para quantificação dos HPAs, foi
obtida através da injeção de cinco pontos de soluções que continham uma mistura
dos 16 HPAs prioritários com concentrações variando entre 10 e 200 μg L-1. O
coeficiente (R2) de correlação aceito para as curvas de calibração foi de 0,995. O
limite de detecção do método (LDM) foi definido pela equação 5.1 (RIBANI et al.,
2004):
Eq. 5.1:
50
50
Cc = menor concentração do padrão usado na construção da curva de calibração (ng L-1)
Vc = volume concentrado do extrato das amostras (500 µL)
M = massa extraída da amostra (1 g).
Amostras branco contendo 1 g de Na2SO4 calcinado foram analisadas junto às
amostras para avaliar a presença de contaminação do método aplicado (Apêndice B,
tabela B1). A precisão do método foi avaliada através da análise em triplicata de
amostras compradas em um mercado popular de Salvador. A essas amostras foram
adicionados 50 uL de um padrão contendo os 16 HPAs analisados (2000 ug L-1) e
em seguida passaram pelo procedimento de extração e purificação. A recuperação
dos compostos variaram entre 70 e 140 %, com exceção do Naftaleno (0 %) e
Dibenzo[a,h]antraceno (200 %) que obtiveram valores menores e maiores,
respectivamente, que o limite estabelecido pela NOAA (2014, 60 a 140 %).
Entretanto, 80 % dos compostos ficaram dentro do limite proposto (Apêndice A,
tabela A7).
As porcentagens de lipídios encontradas nas amostras usadas no presente
estudo variaram de 4,34 a 7,95 % (Tabela 5.1). Esses valores foram altos quando
comparados àqueles encontrados por Martino e Cruz (2004) na Barra de Guaratiba
(Rio de Janeiro; 1,6 a 3,1 %); e semelhantes aos encontrados por Milano et al.
(2006) e Bourgeault e Gourlay-Francé (2013) na Lagoa de Chacopata (Venezuela;
6,22 a 7,65 %,) e no rio Sena (França; 7,4 %), respectivamente. O alto teor de lipídio
encontrados nas ostras tende a facilitar a sorção de HPAs pelo tecido gorduroso das
ostras, visto a natureza hidrofóbica e lipofílica desse composto (LACROIX et al.,
2014).
Na Tabela 5.1, tem-se as concentrações dos HPAs totais (somatória dos 16
HPAs analisados) detectados nas amostras avaliadas no presente estudo. Essas
variaram de 1,73 a 37,8 ng g-1 em peso seco (ps). As maiores concentrações
ocorreram nas amostras coletadas em Madre de Deus. A menor concentração
ocorreu em uma amostra coletada no estuário do rio Jaguaripe. As demais amostras
coletadas nessa área de estudo (estuário do rio Jaguaripe) e naquelas coletadas no
51
51
estuário do rio Paraguaçu apresentaram concentrações intermediárias (Tabela 6.1).
Quando se normaliza as concentrações de HPAs totais encontradas pelo teor de
lipídeos de cada amostra, essas variam de 22,5 a 607 ng g-1 de lipídeos. Os maiores
valores ainda foram encontrados para Madre de Deus e o menor valor encontrado
em estação do rio Jaguaripe. Entretanto, as concentrações encontradas no rio
Paraguaçú e nos demais pontos do rio Jaguaripe estão bastante relacionadas à
proporção do teor de gordura das ostras e mostram comportamento diferente das
concentrações não normalizadas. Quando maior o teor de lipídio, maior a
concentração de HPAs totais encontrada, isso é explicado pela afinidade química
entre compostos hidrofílicos e a gordura do animal.
52
52
Tabela 6.1. Concentrações (ng g-1
em peso seco e ng g-1
lipídio) de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) em amostras de ostras da Baía de
Todos os Santos. Naftaleno = NAF, Acenaftileno = ACF, Acenafteno = ACE, Fluoreno = FLU, Fenantreno = FEN, Antraceno = ANT, Fluoranteno = FLT,
Pireno = PI, Benzo[a]Antraceno = BaA, Criseno = CRI, Benzo[b]Fluoranteno = BbF, Benzo[k]Fluoranteno = BkF, Benzo[a]Pireno = BaP,
Indeno[1,2,3cd]Pireno = IND, Dibenzo[ah]Antraceno = DaA e Benzo[ghi]Perileno = BgP; e porcentagem de lipídeo na amostra em % (lipídeo).
Paraguaçú
Jaguaripe
Madre de Deus
Sites OP#1 OP#2 OP#3 OP#4 OJ#1 OJ#2 OJ#3 OJ#4 OMD#1 OMD#2
ng g
-1 ng g
-1 lip
-1 ng g
-1 ng g
-1 lip
-1 ng g
-1 ng g
-1 lip
-1 ng g
-1 ng g
-1 lip
-1 ng g
-1 ng g
-1 lip
-1 ng g
-1 ng g
-1 lip
-1 ng g
-1 ng g
-1 lip
-1 ng g
-1 ng g
-1 lip
-1 ng g
-1 ng g
-1 lip
-1 ng g
-1 ng g
-1 lip
-1
NAF 7,23 90,8 4,88 79,6 6,99 148 4,65 71,3 0,51 6,64 4,70 87,7 4,21 97,1 11,3 142 3,00 48,2 5,33 85,7
ACF 1,20 15,1 0,43 7,02 1,60 33,9 0,27 4,07 0,08 1,09 0,56 10,5 1,00 23,1 0,44 5,51 1,50 24,1 0,66 10,6
ACE 0,22 2,73 0,10 1,63 0,19 3,98 0,67 10,2 0,01 0,18 0,15 2,75 <LDM <LDM 0,14 1,79 0,03 0,52 <LDM <LDM
FLU 0,59 7,47 0,37 6,09 0,43 9,04 0,48 7,41 0,03 0,39 0,28 5,29 0,36 8,19 0,65 8,17 <LDM <LDM 0,50 7,98
FEN 2,47 31,1 1,87 30,5 1,97 41,6 2,96 45,5 0,17 2,19 1,46 27,2 1,61 37,1 3,48 43,9 1,86 29,9 2,58 41,4
ANT 0,29 3,64 0,84 13,7 0,26 5,39 0,36 5,55 0,01 0,15 2,49 46,4 2,64 60,9 0,27 3,42 2,99 48,1 2,21 35,6
FLT 2,77 34,8 3,61 58,8 1,69 35,7 2,32 35,6 0,16 2,13 1,90 35,5 2,62 60,3 2,23 28,1 5,14 82,6 5,58 89,8
PI 5,25 65,9 3,42 55,7 2,04 43,2 1,72 26,4 0,17 2,17 1,54 28,8 2,51 57,8 2,40 30,3 5,53 88,9 4,98 80,1
BaA 0,55 6,85 0,37 6,04 0,54 11,5 1,14 17,5 0,04 0,55 0,51 9,45 0,59 13,5 0,43 5,48 1,37 22,1 1,18 18,9
CRI 1,01 12,7 0,88 14,3 0,89 18,7 1,31 20,2 0,08 1,02 0,76 14,3 1,10 25,3 0,63 7,89 3,74 60,1 4,32 69,4
BbF 1,49 18,7 2,44 39,8 1,47 31,1 2,06 31,6 0,07 0,92 0,60 11,3 0,73 16,9 0,99 12,4 5,66 91,0 2,49 39,9
BkF 0,66 8,32 2,18 35,6 1,40 29,5 1,37 20,9 0,09 1,18 0,66 12,3 0,98 22,7 7,98 100 1,31 21,0 1,75 28,1
BaP 0,30 3,81 0,81 13,2 0,38 8,12 0,44 6,82 0,01 0,17 0,14 2,57 0,17 3,96 0,15 1,90 0,53 8,52 1,43 23,1
IND 0,33 4,14 0,81 13,2 0,63 13,3 0,93 14,2 0,04 0,51 0,28 5,19 0,39 9,02 0,34 4,28 1,45 23,2 0,71 11,3
DBA 0,63 7,89 1,08 17,7 1,82 38,5 1,30 19,9 0,22 2,87 0,96 17,84 1,18 27,3 0,67 8,51 2,08 33,4 0,85 13,6
BgP 0,66 8,35 1,41 22,9 0,89 18,8 0,73 11,3 0,02 0,31 0,42 7,83 0,81 18,7 0,30 3,78 1,59 25,6 1,73 27,8
ΣPAH 25,7 322 25,5 415 23,1 490 22,7 348 1,73 22,5 17,4 325 20,9 482 32,3 408 37,8 607 36,3 583
Lipídeo 7,96 6,13 4,73 6,52 7,72 5,36 4,34 7,93 6,22 6,22
Elaboração: A autora, 2019.
53
53
Trabalhos como Cortazar et al. (2008), Yu et al. (2016), Kanhai et al. (2015) e
Gaspare et al. (2009) apresentam preferencialmente concentrações de HPAs totais
em ng g-1, as discussões posteriores então serão realizadas apenas em função da
massa extraída e não em função da normalização lipídica.
Com base nas categorias de poluição identificadas por Baumard et al. (1998), os
níveis não normalizados de HPAs em Crassostrea rhizophorae na Baía de Todos os
Santos foram considerados baixos (0–100 ng g-1). Comparando as concentrações de
HPAs totais encontradas neste estudo com aquelas encontradas por outros autores
em outras regiões (Tabela 5.2), os valores aqui apresentados foram menores que
aqueles encontrados por Cortazar et al. (2008), Kanhai et al. 2015, Yu et al. 2016 na
Baía de Biscai, na Costa de Guangdong e no pântano de Caroni, respectivamente.
Essas localidades contêm altos níveis de contaminação justamente por que: a Baía
de Biscai tem alta atividade industrial (metalúrgica, automobilística e naval); a Costa
de Guandong é umas das regiões mais densamente povoadas da China, sendo
fortemente influenciada por atividades industriais; e o pântano de Caroni recebe
escoamento superficial de uma importante rodovia local, além de suportar alto
tráfego marítimo e exploração de petróleo. As concentrações de HPAs totais
encontradas em Madre de Deus estiveram na mesma ordem de grandeza que
aquelas encontradas por Torres et al. (2012) para o Sistema Estuarino de
Paranaguá, localidade pouco contaminada por HPAs. Já as concentrações
encontradas nas amostras do Rio Jaguaripe e Paraguaçu são ainda menores que
aquelas reportadas para a região de Madre de Deus e o Sistema estuarino do
Paranaguá, mostrando o baixo grau de contaminação que há para essas regiões.
54
54
Tabela 5.2. Concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) em tecido de ostras
(ng g-1
ps) da espécie Crassostrea sp., número de HPAs analisados e faixa do total de HPAs
encontrada no estudo para várias regiões do mundo.
Região Espécies nº de HPAs
analisados
Faixa de HPA totais Referência
(ng g-1
ps)
Ilha de Guadalupe,
Caribe
Crassostrea
rhizophorae 20 66,9–961,2
Ramdine et al.
2012
Sistema Estuarino
de Paranaguá
Crassostrea
rhizophorae 16 31,42- 34,69
Torres et al.
2012
Sistema Estuarino
de Santos
Crassostrea
rhizophorae 16 51,72-182,99
Torres et al.
2012
Pântano de Caroni,
Trinidad
Crassostrea
rhizophorae 16 109–362
Kanhai et al.
2015
Costa oriental de
Guangdong
Crassostrea
rivularis 15 231-1178 Yu et al. (2016)
Biscay Bay, Spain Crassostrea sp. 16 300–1400
Cortazar et al.
(2008)
Baía de Todos os
Santos, Bahia, Brasil
Crassostrea
rhizophorae 16 1,7 – 37,8
Presente
estudo
Elaboração: A autora, 2019.
A porção nordeste da BTS é considerada como uma das áreas mais impactadas
do estado da Bahia (CRA, 2001; GARCIA, 2009). Esses impactos ocorrem devido às
atividades petrolíferas que ocorrem na região, bem como a sua proximidade a áreas
portuárias e o consequente aumento da população na região de Madre de Deus
(JESUS; PROST, 2011). Estudos que avaliaram a presença de contaminantes ao
longo da BTS (WAGENER et al., 2010; ALMEIDA et al., 2018) encontraram altas
concentrações de HPAs totais nessa região. Os rios Jaguaripe e Paraguaçu são dois
dos principais afluentes da BTS, e, de acordo com as concentrações encontradas,
apresentam condições relativamente bem preservadas.
As proporção entre a somatório de HPAs de baixa massa molecular (BMM - 2 a
3 anéis – Naftaleno, Acenaftileno, Acenafteno, Fluoreno, Fenantreno, Antraceno) e
de alta massa molecular (AMM - 4 a 6 anéis - benzo[a]antraceno, criseno,
55
55
benzo[b]fluoranteno, benzo[k]fluoranteno, benzo[a]pireno, indeno[1,2,3- cd]pireno e
o dibenzo[a, h]antraceno) para cada amostra está representado na Figura 5.2. Em
geral, as amostras apresentaram maiores concentrações de HPAs de alta massa
molecular (AMM) que de baixa massa molecular (BMM). Isso pode ser um indicativo
de que a fonte predominante de HPAs para as regiões é pirogênica (KIMBROUGH;
DICKHUT, 2006; YOSHIMINE; CARREIRA, 2012), visto que os HPAs pirogênicos
são resultantes da combustão incompleta da matéria orgânica em altas
temperaturas em curto tempo de duração, e normalmente estão associados à
fuligem formada durante o processo de combustão (BURGESS et. al., 2003,
MAUAD, 2010). Uma vez emitidos na atmosfera, os HPAs podem ser depositados
sob a forma seca (vapor ou particulada) ou úmida (precipitação sob a forma
dissolvida ou particulada) sobre sistemas aquáticos e terrestres (GARBAN et al.
2002; ROSE; RIPPEY, 2002; MEIRE et al. 2007). Os poluentes pirolíticos fortemente
ligados a partículas de fuligem depositados sobre sistemas aquáticos normalmente
são ingeridos através do sistema digestivo das ostras, na forma de partículas
associadas a matéria orgânica, bioacumulando-se nos tecidos lipídicos (BAUMARD
et al., 2009). A alta lipofilicidade (log KOW > 5) desses compostos também deve ser
considerada, visto que existe uma maior afinidade entre HPAs de AMM e o teor
lipídico do organismo (LACROIX et al., 2014).
As amostras de ostras coletadas em Madre de Deus apresentaram maiores
proporções de HPAs de alta massa molecular quando comparadas àquelas
coletadas nas demais localidades. Estudo realizado por Silva (2009) em amostras de
material particulado atmosférico demostrou que, nessa região (Madre de Deus), as
concentrações de HPAs se distribuem em 98 % para HPAs de AMM e 2 % para
HPAs de BMM. A autora afirma ainda que estes maiores valores de HPAs de AMM
estão ligados à influência constante das atividades desenvolvidas na Refinaria de
Petróleo, do intenso fluxo hidroviário e do tráfego de automóveis.
56
56
Figura 5.2. Porcentagens de compostos de baixa massa molecular (BMM - 2 a 3 anéis – Naftaleno,
Acenaftileno, Acenafteno, Fluoreno, Fenantreno, Antraceno) e de alta massa molecular (AMM - 4 a 6
anéis - benzo[a]antraceno, criseno, benzo[b]fluoranteno, benzo[k]fluoranteno, benzo[a]pireno,
indeno[1,2,3- cd]pireno e o dibenzo[a, h]antraceno) relativos soma dos 16 Hidrocarbonetos
Policíclicos Aromáticos prioritários em amostras de ostras da Baía de Todos os Santos.
Elaboração: A autora, 2019.
As razões entre as concentrações de Fenantreno / Antraceno (FEN/ANT)
variaram entre 0,59 e 15,1 (Tabela 5.3). Elas confirmam que a principal fonte de
HPAs para as regiões estudadas são pirolíticas (< 15, WISE et al. 1988). HPAs
resultantes de processos de alta temperatura, como a combustão incompleta de
combustível fóssil, podem resultar em baixas razões FEN / ANT (WISE et al. 1988;
BENNER et al. 1989, 1990; ZULOAGA et al. 2009), isso porque o FEN é mais
termodinamicamente estável do que o ANT, portanto, maiores valores para a relação
FEN/ANT indicam poluição de fonte petrogênica e menores valores, pirolíticas
(SOCLO et al., 2008). Maiores valores foram encontrados nas estações OJ#1 e
OJ#4, no rio Jaguaripe e menores em OJ#2 e estações em Madre de Deus.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
OP#1
OP#2
OP#3
OP#4
OJ#1
OJ#2
OJ#3
OJ#4
OMD#1
OMD#2
BMM AMM
57
57
Tabela 5.3. Razão Fenantreno sobre Antraceno (FEN/ANT) em relação à concentração encontrada
em ostras (ng g-1
ps) em estações do rio Paraguaçu, rio Jaguaripe e Madre de Deus.
Paraguaçú Jaguaripe Madre de Deus
OP#1 OP#2 OP#3 OP#4 OJ#1 OJ#2 OJ#3 OJ#4 OMD#1 OMD#2
FEN/ANT 8,53 2,22 7,71 8,19 15,1 0,59 0,61 12,85 0,62 1,16
Elaboração: A autora, 2019.
Os valores variaram entre 2,22 a 8,53 para o rio Paraguaçú, 0,62 e 1,16 para
Madre de Deus e 0,59 a 15,1 para o Jaguaripe, este apresentou uma estação
(OJ#1) com indicação de fonte petrogênica, mesmo que mínima. Entretanto, a
predominância de BMM sobre AMM não corrobora com esta relação, apontando
para uma fonte pirogênica, assim como as demais.
A análise de componentes principais (PCA) aplicada aos HPAs estudados
mostrou que os dois fatores principais (F1 e F2) podem explicar 68,1% da variação
dos dados analíticos, com F1 explicando 45,8% variância dos dados e F2, 22,3%
(Figura 5.3). O agrupamento dos compostos indica que cada conjunto isolado
representa um perfil específico de HPA e que o arranjo das variáveis pode estar
relacionado aos pesos moleculares dos compostos HPA.
58
58
Figura 5.3. Análise de Componentes Principais (PCA, à esquerda) e Análise Hierárquica de
Agrupamentos (ACH, à direita) dos 16 HPAs estudados nos sites do rio Paraguaçú, rio Jaguaripe e o
porto de Madre de Deus. As siglas podem ser identificadas através da descrição da Tabela 5.1.
Elaboração: A autora, 2019.
As estações OMD#1 e OMD#2 são as que possuem uma maior relação com
HPAs de AMM, consequentemente obtendo maiores concentrações destes
compostos, seguido das estações do rio Paraguaçú e Jaguaripe, respectivamente. É
possível observar também que as estações com maiores concentrações de HPAs
(OMD#1, OMD#2 e OJ#4) são influenciadas por contaminantes diferentes. As
estações de Madre de Deus têm as maiores concentrações de HPAs de AMM, já a
estação 4 no rio Jaguaripe apresenta predomínio de HPAs de BMM e de
Benzo[k]fluoranteno. Essa fonte petrogênica no rio Jaguaripe pode estar relacionada
a atividades de transporte marítimo, pesca e industrial, onde pode ocorrer o
vazamento de combustíveis e depósito HPAs de origem atmosférica.
No Brasil, não existem regulamentações que indiquem os níveis máximos de
contaminação em bivalves para consumo humano. Entretanto, a Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA, 2000) possui diretrizes que
sugerem valores para alguns dos 16 HPAs prioritários. Na Tabela 5.4, estão listados
os valores máximos de referência estabelecidos em USEPA (2000), bem como os
valores encontrados na BTS.
59
59
Tabela 5.4. Concentração Limite (CL, ng g-1
em peso seco) dos compostos usados pela USEPA
(2000) para determinar a contaminação de organismos aquáticos: rio Paraguaçú (OP#1, OP#2, OP#3
e OP#4), rio Jaguaripe (OJ#1, OJ#2, OJ#3 e OJ#4) e Madre de Deus (OMD#1 e OMD#2).
Sites
Composto CL
(ng g-1
ps) OP#1 OP#2 OP#3 OP#4 OJ#1 OJ#2 OJ#3 OJ#4 OMD#1 OMD#2
NAF 4,3.105 7,23 4,88 6,99 4,65 0,51 4,70 4,21 11,26 3,00 5,33
ACF 6,5.105 0,22 0,10 0,19 0,67 0,01 0,15 <LDM 0,14 0,03 <LDM
FLU 4,3.105 0,59 0,37 0,43 0,48 0,03 0,28 0,36 0,65 <LDM 0,50
FEN 3,2.106 2,47 1,87 1,97 2,96 0,17 1,46 1,61 3,48 1,86 2,58
ANT 3,2.105 0,29 0,84 0,26 0,36 0,01 2,49 2,64 0,27 2,99 2,21
FLT 4,3.105 2,77 3,61 1,69 2,32 0,16 1,90 2,62 2,23 5,14 5,58
PI 3,2.105 5,25 3,42 2,04 1,72 0,17 1,54 2,51 2,40 5,53 4,98
BaA 150 0,55 0,37 0,54 1,14 0,04 0,51 0,59 0,43 1,37 1,18
CRI 1,5.104 1,01 0,88 0,89 1,31 0,08 0,76 1,10 0,63 3,74 4,32
BbF 150 1,49 2,44 1,47 2,06 0,07 0,60 0,73 0,99 5,66 2,49
BkF 1500 0,66 2,18 1,40 1,37 0,09 0,66 0,98 7,98 1,31 1,75
BaP 15 0,30 0,81 0,38 0,44 0,01 0,14 0,17 0,15 0,53 1,43
IND 150 0,33 0,81 0,63 0,93 0,04 0,28 0,39 0,34 1,45 0,71
DBA 15 0,63 1,08 1,82 1,30 0,22 0,96 1,18 0,67 2,08 0,85
Fonte: A autora, 2019.
Todas as estações ficaram abaixo dos limites propostos, indicando que as ostras
encontradas nas regiões estudadas não causam risco à saúde humana no que
tange ao consumo desses moluscos. Entretanto, deve-se tomar cuidado ao se
aplicar estes índices estabelecidos para os Estados Unidos, pois os compostos
usados como marcadores foram escolhidos conforme uma realidade que este local
vive, muito diferente do encontrado no Brasil, principalmente na região da Baía de
Todos os Santos.
60
60
Para quantificar e avaliar o risco de câncer associado à exposição aos HPAs
através do consumo de ostras foi utilizada a abordagem de equivalência tóxica total
em função do benzo[a]pireno (BaP TEQ) (YU et al., 2016). Os valores BaP TEQ
para HPAs foram calculados usando Equação 5.2:
Eq. 5.2: ∑
Ci = concentração de HPA específico (ng g-1),
TEFi = fator equivalente tóxico para compostos individuais de HPAs.
Os TEFs calculados de sete PAHs carcinogênicos, consistindo de BaA, BaP,
BkF, BbF, CRI, DBA e IND, foram definidos de acordo com as diretrizes USEPA
(1992), e os TEFs de ACF, ACE, FLU, FEN, ANT, FLT, PI e BgP foram
desenvolvidos por Nisbet e Lagoy (1992). Os valores de BaP TEQ encontrados no
presente estudo variaram de 0,28 a 4,17 (Tabela 5.5).
Tabela 5.5. Concentrações totais do Quociente de Equivalência Tóxica de Benzo[a]Pireno em ostras
no rio Paraguaçú, Jaguaripe e Madre de Deus.
Paraguaçú Jaguaripe Madre de Deus
OP#1 OP#2 OP#3 OP#4 OJ#1 OJ#2 OJ#3 OJ#4 OMD#1 OMD#2
1,39 2,61 2,82 2,50 0,28 1,44 1,79 1,33 4,17 3,11
Fonte: A autora, 2019.
Esses valores são próximos aos encontrados por Yu et al. (2016), na Costa
Oriental de Guangdong, onde as concentrações de HPAs também se apresentaram
baixas. Houve uma variação entre 0,10 (OJ#1) e 4,42 (OMD#2), maiores valores
foram encontrados em Madre de Deus, demostrando que possivelmente as altas
concentrações do contaminante podem influenciar no risco de câncer a humanos
(IARC, 1987). Resultados individuais dos HPAs demostraram que os BaP TEQ do
BaP e o DBA são os mais cancerígenos dentre os compostos estudados em relação
às estações (Apêndice B, tabela B2). O risco cancerígeno pela exposição alimentar
de HPAs também foi avaliado através da equação 6.2 definida pela USEPA (1992):
61
61
Eq. 6.2:
Onde RPCV é o risco progressivo de câncer ao longo da vida; TC é a taxa de
consumo (g d-1); FE é a frequência de exposição (365 dias ano-1); DE é a duração da
exposição (ano, adultos = 70 anos); IC é o fator de inclinação ao câncer
(7,3 ((mg kg-d)-1)-1); PM é o peso corporal médio (60 kg para adultos); EV é a
expectativa de vida média para carcinogênicos (25.550 dias); e FC é o fator de
conversão (10-6 mg ng- 1). A Taxa de Consumo foi estimada para 80% da
quantidade de ostras ingeridas pela população rural de Guangdong – China
(34,8d-1), isso porque não foram encontrados valores de consumo para o Brasil ou
para algum local da América.
O Food and Drug Administration (FDA, 2010), agência federal do Departamento
de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, aponta que os riscos de câncer
serão considerados insignificantes onde o RPVC estimado é de 1 em 100.000 (≤ 1 x
10-5 ) e em caso do RPVC ser estimado em 1 em 10.000 (≥ 1 x 10 -4), a avaliação de
risco deve ser apurada e medidas de gerenciamento de risco devem ser tomadas.
A estação OP#2, OP#3 e OP#4 o rio Paraguaçu, e as estações de Madre de
Deus apresentaram níveis acima do aceitável para de risco de câncer de acordo
com o FDA (2010, Figura 5.4), o que aponta necessidade de avaliação ambiental
detalhada dessas áreas. Esses valores podem ser influenciados pelas maiores
concentrações de BaP serem encontradas nessas estações, em relação as demais.
Nenhuma das estações ultrapassou o nível de risco de câncer grave.
62
62
Figura 5.4. Risco progressivo de câncer ao longo da vida proposto pelo FDA (2010) relacionado aos
16 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos nos sites do rio Paraguaçú, rio Jaguaripe e o porto de
Madre de Deus.
Fonte: A autora, 2019.
Este trabalho forneceu informações sobre a distribuição espacial, a provável
fonte e os potenciais riscos à saúde provenientes da contaminação por HPAs em
ostras da Baía de Todos os Santos. O nível de contaminação das amostras
coletadas no rio Jaguaripe, rio Paraguaçú e Madre de Deus são baixos. As ostras
encontradas na região do Porto de Madre de Deus apresentam maiores
concentrações desses contaminantes devido às atividades antrópicas que ocorrem
na região. As estações apresentaram em sua maioria hidrocarbonetos policíclicos
aromáticos de alta massa molecular, o que pode ser um indicativo de fonte pirolítica.
Estações do rio Paraguaçú e Madre de Deus apresentaram níveis acima do nível
aceitável de risco de câncer (RPVC), apontando uma necessidade de avaliação
ambiental dessas áreas.
0E+001E-052E-053E-054E-055E-056E-057E-058E-059E-051E-04
OP#1 OP#2 OP#3 OP#4 OJ#1 OJ#2 OJ#3 OJ#4 OMD#1OMD#2
Nível de risco de câncer grave
Nível de risco máximo aceitável
63
63
6. CONCLUSÃO GERAL
Este estudo pautou-se na bioacumulação e potencial de biomonitoramento da
espécie Crassostrea rhizophorae, em escala laboratorial e ambiental. Para isto,
analisou-se geoquimicamente a presença de Hidrocarbonetos Policíclicos
Aromáticos em ostras desta espécie.
Através dos resultados obtidos em ambas as situações de avaliação, a espécie
demostrou ter alta capacidade de bioacumulação de Hidrocarbonetos Policíclicos
Aromáticos e que esta está associada de forma mais significativa à matriz aquosa.
Este estudo pode ser utilizado para futuras avaliações e diagnósticos
ambientais. Pesquisas futuras são necessárias para compreender a taxa de
acumulação e depuração desta espécie para esses contaminantes.
64
64
REFERÊNCIAS
ABREU-MOTA, M. A.; BARBOZA, C. A. M., BÍCEGO, M. C., MARTINS, C. C.
Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a human-impacted sub-
estuary in Southern Brazil: a multi-parameter approach based on spatial and
seasonal variability. Chemosphere, v. 103, p. 156 – 163, 2014.
AGUIRRE-RUBÍ, J. R.; LUNA-COSTA, A.; ETXEBARRÍA, N.; SOTO, M.;
ESPINOSA, F.; AHRENS, M. J.; MARIGÓMES, I. Chemical contamination
assessment in mangrove-lined Caribbean coastal systems using the oyster
Crassostrea rhizophorae as biomonitor species. Environmental Science and
Pollution Research, v. 25, p.13396-13415, 2018.
ALBERGARIA-BARBOSA, A. C. R.; DA SILVA, D. A. M.; DA SILVA ROCHA, A. J.;
TANIGUCHI, S.; PATIRE, V. F.; DIAS, J. F.; FERNANDEZ, W. SILVA ; BÍCEGO, M.
C. Evaluation of polycyclic aromatic hydrocarbons bioavailability on Santos Bay
(Brazil) through levels of biliary metabolites. Marine Pollution Bulletin, v. 129,
p.822-828, 2018.
ALBERGARIA-BARBOSA, A. C. R.; PATIRE, V. F.; TANIGUCHI, S.; FERNANDEZ,
W. S.; DIAS, J. F.; BICEGO, M. C. Mugil curema as a PAH biovailability monitor for
Atlantic West sub-tropical estuaries. Marine Pollution Bulletin, v. 114, p. 609-614,
2017.
ALEGBELEYE, O. L.; OPEOLU, B. O.; JACKSON, V. A. Polycyclic Aromatic
Hydrocarbons: a critical review of environmental occurrence and bioremediation.
Environmental Assessment, v. 60, p. 758 – 783, 2017.
ALMEIDA, M.; NASCIMENTO, D. V.; MAFALDA, P. O. ; PATIRE, V. F.;
ALBERGARIA-BARBOSA, A. C. R. Distribution and sources of polycyclic aromatic
hydrocarbons (PAHs) in surface sediments of a Tropical Bay influenced by
anthropogenic activities (Todos os Santos Bay, BA, Brazil). Marine Pollution
Bulletin, December, v.137, p. 399-407, 2018.
ANDRADE, R.L.B. ; HATJE, V. ; MASQUÉ, P. ; ZURBRICK, C.M. ; BOYLE, E.A. ;
SANTOS, W.P.C. Chronology of anthropogenic impacts reconstructed from sediment
65
65
records of trace metals and Pb isotopes in Todos os Santos Bay (NE Brazil). Marine
Pollution Bulletin, v. 125, p. 459-471, 2017.
ASTM - American Society for Testing and Materials. (1994; Reapproved in 2013).
E1022 -Standard Guide for Conducting Bioconcentration Tests with Fishes and
Saltwater Bivalve Mollusks.
AUFFRET, M.; DUCHEMIN, M.; ROUSSWATER, S.; BOUTET, I.; TANGUY, A.;
MORAGA, D. Monitoring of immunotoxic responses in oysters reared in areas
contaminated by “Erika” oil spill. Aquatic Living Resource, v. 17, p. 297-302, 2004.
BAHIA. Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental
(EIA/RIMA) do Estaleiro do Paraguaçu. Meio físico. Bahia, 303 p., 2009.
BARROSO, H. S. Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) em
organismos marinhos da Baía de Almirantado, Península Antártica. 2010. 160 f.
Tese (Doutorado Ciências, área de Oceanografia Química e Geológica), Instituto
Oceanográfico, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
BARTOLOMÉ, L.; ETXEBARRIA, N.; MARTÍNEZ-ARKARAZO, I.; RAPOSO, J.C.;
USOBIAGA, A.; ZULOAGA, O.; RAINGEARD, D.; ORTIZ-ZARRAGOITIA, M.;
CAJARAVILLE, M.P. Distribution of organic microcontaminants, butyltins, and
metals in mussels from the Estuary of Bilbao. Archives of Environmental
Contamination and Toxicology, v. 59, p. 244-254, 2010.
BAUMARD, P. ; BUDZINSKI, H. ; GARRIGUES, P. ; SORBE, J.C. ; BURGEOT, T. ;
BELLOCQ, J. Concentrations of PAHs (polycyclic aromatic hydrocarbons) in various
marine organisms in relation to those in sediments and to trophic level. Marine
Pollution Bulletin, v. 36, p. 951-960, 1998.
BAUMARD, P.; BUDZINSKI, H.; GARRIGUES, P. Determination of polycyclic
aromatic hydrocarbons (PAHs) in sediments and mussels of the Western
Mediterranean Sea. Environmental Toxicology and Chemistry, v. 1 , p. 765-776,
2009.
BAUMARD, P.; BUDZINSKI, H.; GARRIGUES, P.; NARBONNE, J. F.; BURGEOT,
T., MICHEL, X., BELLOCQ, J. Polycyclic aromatic hydrocarbon (PAH) burden of
66
66
mussels (Mytilus sp.) in different marine environments in relation with sediment PAH
contamination, and bioavailability. Marine Environmental Research, v. 47, p. 415-
439, 1999.
BAUSSANT, T.; SANNI, S.; JONSSON, G., SKADSHEIM, A.; BØRSETH, J. F.
Bioaccumulation of polycyclic aromatic compounds: 1. Bioconcentration in two
marine species and in semipermeable membrane devices during chronic exposure to
dispersed crude oil. Environmental Toxicology Chemistry, v. 20, p. 1175-1184,
2011.
BAUSSANT, T.; SANNI, S.; SKADSHEIM, A.; JONSSON, G.; BØRSETH, J. F.;
GAUDEBERT, B. Bioaccumulation of polycyclic aromatic compounds: 2. Modeling
bioaccumulation in marine organisms chronically exposed to dispersed oil.
Environmental Toxicology and Chemistry, v. 20, p.1185-1195, 2010.
BENNER, B. A.; GORDON, G. E.; WISE, S. A. Mobile sources of atmospheric
polycyclic aromatic hydrocarbons: a roadway tunnel study. Environmental Science
& Technology, v. 23, p. 1269–1278, 1989.
BIHARI, N.; FAFANĐEL, M. PIŠKUR, V. Polycyclic aromatic hydrocarbons and
ecotoxicological characterization of seawater, sediment, and mussel Mytilus
galloprovincialis from the Gulf of Rijeka, the Adriatic Sea, Croatia. Archives of
Environmental Contamination and Toxicology, v. 52, p. 379–387, 2007.
BOAVENTURA, S. R. Distribuição de metais traço em superfície no Município
de Madre de Deus, Bahia. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-graduação
em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente - POSPETRO, Instituto de Geociências,
Universidade Federal da Bahia, 2011 - Salvador, 2011. 70f.
BOJES, H. K.; POPE, P. G. Characterization of EPA’s 16 priority pollutant polycyclic
aromatic hydrocarbons (PAHs) in tank bottom solids and associated contaminated
soils at oil exploration and production sites in Texas. Regulatory Toxicology and
Pharmacology, v. 47, p.288-295, 2007.
67
67
BORJA, A., FRANCO, J., PÉREZ, V. A marine biotic index to establish the ecological
quality of soft-bottom benthos within european estuarine and coastal environments.
Marine Pollution Bulletin, v. 40, p. 1100–1114, 2000.
BOURGEAULT, A.; GOURLAY-FRANCE, C. Monitoring PAH contamination in water:
Comparison of biological and physico-chemical tools. (Report) The Science of the
Total Environment, v. 454-455, p. 328, 2013.
BRAGG, J. R., OWENS, E. H. (1995). Shoreline cleansing by interactions between
oil and fine mineral particles. Proceedings of the 1995 International Oil Spill
Conference, 4620, 219–227, 1995.
BRAGG, J. R.; PRINCE, R. C.; HARNER, E. J.; ATLAS, R. M. Effectiveness of
bioremediation for the Exxon Valdez oil spill. Nature, v. 368, p. 413-418, 1994.
BRASIL. Instrução Normativa Interministerial n. 07 de 8 de maio de 2012. Institui o
Programa Nacional de Controle Higiênico-Sanitátrio de Moluscos Bivalves (PNCMB).
Brasília, 9 mai. 2012. Seção 1, p.55.
BRITO, G.B.; DE SOUZA, T.L.; COSTA, F. N.; MOURA, C.W.; KORN, M.G. Baseline
trace elements in the seagrass Halodule wrightii Aschers (Cymodoceaceae) from
Todos os Santos Bay, Bahia, Brazil. Marine Pollution Bulletin, v. 104 , p. 335-342,
2016.
BURGESS, R. M.; AHRENS, M. J.; HICKEY, C. W.; DEN BESTEN, P. J.;
HULSCHER, D. T.; VAN HATTUM, B.; MEADOR, J. P. AND DOUBEN, P. E. T. An
Overview of the Partitioning and Bioavailability of PHAs in Sediments and Soils.
PAHs: an ecotoxicological perspective. John Wiley & Sons, p 99-216, 2003.
BUSTAMANTE, P.; LUNA-ACOSTA, A.; CLEMENS, S.; CASSI, R.; THOMAS-
GUYON, H.; WARNAU, M. Bioaccumulation and metabolisation of 14C- pyrene by
the Pacific oyster CRASSOSTREA GIGAS exposed via seawater. Chemosphere, v.
87, p. 938-44, 2012.
CACCIATORE, F.; BERNARELLO, V.; BOSCOLO, B., ROSSELLA ; SESTA, G.;
FRANCESCHINI, G.; MAGGI, C.; GABELLINI, M.; LAMBERTI, C. V. PAH (Polycyclic
Aromatic Hydrocarbon) bioaccumulation and PAHs/shell weight index in Ruditapes
68
68
philippinarum (Adams & Reeve, 1850) from the Vallona lagoon (northern Adriatic
Sea, NE Italy). Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 148, p.787-798, 2018.
CAJARAVILLE, M.P.; MARIGOMEZ, J.A.; ÂNGULO, E. Comparative effects of the
water accommodated fraction of 3 oils on mussels. 1: Survival, growth and gonad
development. Comparative Biochemistry and Physiology C – Pharmacology
Toxicology & Endocrinology, v. 102, p. 103-112, 1992.
CELINO, J. J.; CORSEUIL, H. X.;FERNANDES, M.; GARCIAK. S.. Distribution and
sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the aquatic environment: a
multivariate analysis. Revista Escola de Minas, v. 63, 2010.
CHOY, E.; JO, Q.; MOON, H.-B.; KANG, C.-K.; KANG, J.-C. Time-course uptake and
elimination of benzo(a)pyrene and its damage to reproduction and ensuing
reproductive outputs of Pacific oyster, Crassostrea gigas. Marine Biology, v.151,
p.157-165, 2007.
CIRANO, M., LESSA, G.C. Oceanographic characteristics of Baía de Todos os
Santos, Brazil. Revista Brasileira de Geofísica, v. 25, p. 363-387, 2007.
CLIFON, A. Oil Spills – Environmental Issues, Prevention and Ecological
Impacts. Nova Iorque: Nova Publisher, 2014, 241 p.
CORTAZAR, E.; BARTOLOMÉ, L.; ARRASATE, S.; USOBIAGA, A.; RAPOSO, J.;
ZULOAGA, O.; ETXEBARRIA, N. Distribution and bioaccumulation of PAHs in the
UNESCO protected natural reserve of Urdaibai, Bay of Biscay. Chemosphere, v.
72 , p. 1467-1474, 2008.
CRA – Centro de Recursos Ambientais. Diagnóstico da concentração de metais
pesados e hidrocarbonetos de petróleo nos sedimentos e biota da Baía de
Todos os Santos. Consórcio BTS Hydros CH2MHILL. Governo do Estado da Bahia,
v. II, CRA, Bahia, Brasil (2004), 2004.
DAHLE, S.; SAVINOV, V.; MATISHOV, G.; EVENSET, A.; NOES, K. Polycyclic
aromatic hydrocarbons (PAHs) in the bottom sediments of the Kara Sea shelf, Gulf of
Ob and Yenisei Bay. Science of Total Environment, v. 306, p. 57–71, 2003.
69
69
DE SOUZA, M.; WINDMÖLLER, C.; HATJE, V. Shellfish from Todos os Santos Bay,
Bahia, Brazil: Treat or threat? Marine Pollution Bulletin, v. 62, p. 2254-2263, 2011.
DELISTRATY, D. Toxic equivalency factor approach for risk assessment of polycyclic
aromatic hydrocarbons. Toxicological & Environmental Chemistry,v. 64, 1997.
DI POI, C.; EVARISTE, L.; SÉGUIN, A.; MOTTIER, A.; PEDELUCQ, J.; LEBEL, J-M,
SERPENTINI, A.; BUDZINSKI, H., COSTIL, K. Sub-chronic exposure to fluoxetine in
juvenile oysters (Crassostrea gigas): uptake and biological effects. Environmental
Science and Pollution Research, v. 23, p. 5002-5018, 2016.
DOUBEN, P. E. T. (2003). PAHs: an ecotoxicological perspective. Hoboken, NJ,
USA: Wiley, 2003, 406 p.
DOURADO, J. B. Elementos traço em sedimentos e Crassostrea rhizophorae
(Gmelin, 1791) em área sob influência de carcinicultura, Salinas da Margarida,
Bahia. 2013, 104 f. Dissertação (Mestrado em Geoquímica: Petróleo e Meio
Ambiente) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013.
EÇA, G.F.; PEDREIRA, R.M.A.; HATJE, V. Trace and major elements distribution
and transfer within a benthic system: Polychaete Chaetopterus variopedatus,
commensal crab Polyonyx gibbesi, worm tube, and sediments. Marine Pollution
Bulletin, v.74, p. 32-41, 2013.
EIA – U.S. INDEPENDENT STATICS & ANALYSIS (U.S.
ENERGY INFORMATION ADMINISTRATION). International Energy Statics. Em:
https://www.eia.gov/beta/international/data/browser/#/?pa=000000000000
0000000000000000000000g&c=ruvvvvvfvtvnvv1urvvvvfvvvvvvfvvvou20ev
vvvvvvvvnvvuvo&ct=0&tl_id=5-A&vs=INTL.53-1-AFG-
TBPD.A&vo=0&v=H&end=2017 . Último Acesso: 24 de abril de 2017.
ERTL, N. G.; O'CONNOR, W. A.; BROOKS, P.; KEATS, M.; ELIZUR, A. Combined
exposure to pyrene and fluoranthene and their molecular effects on the Sydney rock
oyster, Saccostrea glomerata. Aquatic Toxicology, v.177, p.136-145, 2016.
FENT, K. Ecotoxicological effects at contaminated sites. Toxicology, v. 205, p. 223–
240, 2004.
70
70
FICK, J.; LINDBERG, R.H.; TYSKLIND, M.; LARSSON, D.G. Predicted critical
environmental concentrations for 500 pharmaceuticals. Regulatory Toxicology
Pharmacology, v. 58, p. 516–523, 2010.
FDA (U.S. Food and Drug Administration) Protocol for Interpretation and Use of
Sensory Testing and Analytical Chemistry Results for ReOpening Oil-Impacted
Areas Closed to Seafood Harvesting, 2010.
FROUIN, H.; PELLERIN, J.; FOURNIER, M.; PELLETIER, E.; RICHARD, P.;
PICHAUD, N.; ROULEAU, C.; GARNEROT, F. Physiological effects of polycyclic
aromatic hydrocarbons on soft-shell clam Mya arenaria. Aquatic Toxicology, v.82,
p.120-134, 2007.
GARBAN, B.; BLANCHOUD, H.; MOTALAY-MASSEI, A.; CHEVREUIL, M. &
OLLIVON, D. Atmospheric bulk deposition of PAHs onto France: trends from urban to
remote sites. Atmospheric Environment, v. 36, p. 5395-5403, 2002.
GARCIA, K. S. Biodisponibilidade e toxicidade de contaminantes em
sedimentos na porção nordeste da Baía de Todos os Santos. Tese (Doutorado
em Geoquímica Ambiental), Instituto de Geociências da Universidade Federal
Fluminense, Niterói, 2009.
GARCÍA-RICO, L.; TEJEDA-VALENZUELA, L.; JARA-MARINI, M.E.; GÓMEZ-
ÁLVAREZ, A. Dissolved and particulate metals in water from Sonora Coast: a pristine
zone of Gulf of California. Environmental Monitoring and Assessment. v. 176, p.
109-123, 2011.
GASPARE, L.; MACHIWA, J.F; MDACHI, S.M.J.; STRECK, G.; BRACK, W.
Polycyclic aromatic hydrocarbon (PAH) contamination of surface sediments and
oysters from the inter-tidal areas of Dar es Salaam, Tanzania. Environmental
Pollution, v. 157 , p. 24-34, 2009.
GEFFARD, G.; BUDZINSKI, H.; LE MENACH, K. Chemical and ecotoxicological
characterization on the “Erika” petroleum: Bio test applied to petroleum water–
accommodated fractions and natural contaminated samples. Aquatic Living
Resource, v. 17, p. 289–296, 2004.
71
71
GIANNAPAS, M.; KARNIS, L.; DAILIANIS, S. Generation of free radicals in
haemocytes of mussels after exposure to low molecular weight PAH components:
immune activation, oxidative and genotoxic effects. Comparative Biochemistry and
Physiology C – Pharmacology Toxicology & Endocrinology, v. 155, p. 182-189,
2012.
GUANGUO, L. 1990. Different Types of Ecosystem Experiments, p. 7-19. In C. M.
Lalli (ed.), Enclosed Experimental Marine Ecosystems: A Review and
Recommendations. Springer-Verlag, 1990.
GUO, Y.; WU, K.; HUO, X.; XU, X. Sources, distribution, and toxicity of polycyclic
aromatic hydrocarbons. Journal of Environmental Health, v. 73, p. 22-25, 2011.
GUSMÃO, L. F. M. (2004). Efeitos do cobre e cromo na comunidade
zooplanctônica: um estudo experimental em mesocosmos. Escola de
Engenhaira - Universidade de São Paulo, São Carlos, 288 f. 2004.
GUSTITUS, S. A.; JOHN, G. F.; CLEMENT, T. P. Effects of weathering on the
dispersion of crude oil through oil-mineral aggregation. Science of the Total
Environment, v. 587, p. 36-46, 2017.
GUZMÁN-GARCÍA, X.; MARTÍNEZ-LÓPEZ, A.; RODRÍGUEZ-MEDINA, L.;
GONZÁLEZ-MÁRQUEZ H., VÁZQUEZ-BOTELLO, A. Cambios tisulares en el
ostión, Crassostrea virginica por exposición y depuración al cadmio. Hidrobiologica,
v. 17, p. 41-48, 2007.
HADLICH, G. M. et al. Apicuns na Baía de Todos os Santos, Bahia: distribuição
espacial, descrição e caracterização física e química. In: QUEIROZ, A. F. de S.;
CELINO, J. J.. (Org.). Avaliação de ambientes na Baía de Todos os Santos:
aspectos geoquímicos, geofísicos e biológicos. 1 ed. Salvador: Universidade
Federal da Bahia, 2008, p. 59-72.
HAN, Y.; NAMBI, I. M.; PRABHAKAR, C. T. Environmental impacts of the Chennai oil
spill accident - A case study. Science of Total Environment, v. 626, p. 795-806,
2018.
72
72
HARRAD, S. J.; SMITH, D. J. Bioaccumulation factors (BAFs) and biota to sediment
accumulation factors (BSAFs) for PCBs in pike and eels. Environmental Science
and Pollution Research International, v. 4, p. 189-193, 1997.
HATJE, V.; ANDRADE, J. B. (Org.). Baía de Todos os Santos: Aspectos
Oceanográficos. Salvador: EDUFBA, 2009. 304 p.
HATJE, V.; BARROS, F. Overview of the 20th century impact of trace metal
contamination in the estuaries of Todos os Santos Bay: past, present and future
scenarios. Marine Pollution Bulletin, v. 64, p 2603 – 2614, 2012.
HWANG, H-M; WADE, T. L., SERICANO, P. Residue-response relationship between
PAH body burdens and lysosomal membrane destabilization in eastern oysters
(Crassostrea virginica) and toxicokinetics of PAHs. Journal of Environmental
Science and Health, Part A, v. 43, p. 1373-1380, 2008.
IARC - International Agency for Research on Cancer. Arsenic. In: International
Agency for Research on Cancer. Overall evaluations of carcinogenicity: an
updating of IARC monographs, Volumes 1 to 42. Lyon, France: IARC; 1987.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2018.
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: síntese de indicadores 2018.
Salvador: IBGE. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
JOYCE, A. S.; PIROGOVSKY, M. S.; ADAMS, R. G.; LAO, W.; TSUKADA, D.;
CASH, C.L.; HAW, J.F.; MARUYA, K.A. (2015). Using performance reference
compound-corrected polyethylene passive samplers and caged bivalves to measure
hydrophobic contaminants of concern in urban coastal seawaters. Chemosphere, v.
127, p. 10-7, 2015.
KAMEL, N.; ATTIG, H.; DAGNINO, A.; BOUSSETTA, H.; BANNI, M. Increased
temperatures affect oxidative stress markers and detoxification response to
benzo[a]pyrene exposure in mussel Mytilus galloprovincialis. Archives of
Environmental Contamination and Toxicology, v.63, p. 534-43, 2012.
KANHAI, LA ; GOBIN, JUDITH ; BECKLES, DENISE ; LAUCKNER, BRUCE ;
MOHAMMED, AZAD. Polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Crassostrea
73
73
rhizophorae and Cathorops spixii from the Caroni Swamp, Trinidad, West Indies.
Environmental Science and Pollution Research, v.22, p.1366-1379, 2015.
KASIOTIS, K. M.; EMMANOUIL, C. Advanced PAH pollution monitoring by bivalves.
Environmental Chemistry Letters, v. 13, p. 395–411, 2015.
KIMBROUGH, K. L.; DICKHUT, R. M. Assessment of polycyclic aromatic
hydrocarbon input to urban wetlands in relation to adjacent land use. Marine
Pollution Bulletin, v. 52, p.1355-63, 2006.
KIMBROUGH, K. L.; JOHNSON, W. E.; LAUTENSTEIN, G. G.; CHRISTENSEN, J.
D.; APETI, J. D. (2008). An Assessment of Two Decades of Contaminant
Monitoring in the Nation’s Coastal Zone. Silver Spring, MD. NOAA Technical
Memorandum NOS NCCOS 74. 105 p, 2008.
LACROIX, C.; LE CUFF, N.; RECEVEUR, J.; MORAGA, D.; AUFFRET, M.;
GUYOMARCH, J. Development of an innovative and "green" stir bar sorptive
extraction–thermal desorption–gas chromatography–tandem mass spectrometry
method for quantification of polycyclic aromatic hydrocarbons in marine biota.
Journal of Chromatography A, v.1349, p.1-10, 2014.
LAFFON, B.; RÁBADE, T.; PÁSARO, E.; MÉNDEZ, J. Monitoring of the impact of
Prestige oil spill on Mytilus galloprovincialis from Galician coast. Environment
International, v. 32, p. 342-8, 2006.
LAW, R. J.; BISCAYA, J. L. Polycyclic aromatic hydrocarbons (PAH) – Problems and
progress in sampling, analysis and interpretation. Marine Pollution Bulletin, v. 29,
p. 235-241, 1994.
LAWAL, A. T. Polycyclic aromatic hydrocarbons. A review. Environmental Science,
v. 3, 2017.
LEÓN, V.M.; MORENO-GONZÁLEZ, R.; GONZÁLEZ, E.; MARTÍNEZ, F.; GARCÍA,
V.; CAMPILLO, J. A. Interspecific comparison of polycyclic aromatic hydrocarbons
and persistent organochlorines bioaccumulation in bivalves from a Mediterranean
coastal lagoon. Science of the Total Environment, v. 463-464, p. 975-87, 2013.
74
74
LI, J.; LI, F.; LIU, Q. PAHs behavior in surface water and groundwater of the Yellow
River estuary: Evidence from isotopes and hydrochemistry. Chemosphere, v. 178,
p. 143-153, 2017.
LIMA, P. C. R.; LIMA, P. G. D. Análise das rodadas de licitação previstas para o
pré-sal. Consultoria Legislativa – Estudo técnico, 45 p., 2017.
LIVINGSTONE, D. Biotechnology and pollution monitoring: use of molecular
biomarkers in the aquatic environment. Journal of Chemical Technology &
Biotechnology, v. 57, p. 195-21, 1993.
LIVINGSTONE, D. R.. Biotechnology and pollution monitoring: Use of molecular
biomarkers in the aquatic environment. Journal of Chemical Technology and
Biotechnology, v. 57, p. 195-211, 1993.
LÜCHMANN, K. H.; MATTOS, J. J.; SIEBERT, M. N.; GRANUCCI, N.;
DORRINGTON, T. S.; BÍCEGO, M. C.; TANIGUCHI, S.; SASAKI, S. T.; DAURA-
JORGE, F. G.; BAINY, A. C.. Biochemical biomarkers and hydrocarbons
concentrations in the mangrove oyster Crassostrea brasiliana following exposure to
diesel fuel water-accommodated fraction. Aquatic Toxicology, v. 105, p. 652-660,
2011.
LUNA-ACOSTA, A., BUSTAMANTE, P., BUDZINSKI, H., HUET, V., THOMAS-
GUYON H. Persistent organic pollutants in a marine bivalve on the Marennes-Oléron
Bay and the Gironde Estuary (French Atlantic Coast) - part 2: potential biological
effects. Science of the Total Environment. v. 514 , p. 511-522, 2015.b
LUNA-ACOSTA, A.; BUDZINSKI, H.; LE MENACH, K.; THOMAS-GUYON, H.;
BUSTAMANTE, P. Persistent organic pollutants in a marine bivalve on the
Marennes-Oléron Bay and the Gironde Estuary (French Atlantic Coast) - part 1:
bioaccumulation. Science of the Total Environment. V. 514 , p. 500-510, 2015.a
LUNA-ACOSTA, A.; KANAN, R.; LE FLOCH, S.; HUET, V.; PINEAU, P.;
BUSTAMANTE, P.; THOMAS-GUYON, H. Enhanced immunological and
detoxification responses in Pacific oysters, Crassostrea gigas, exposed to chemically
dispersed oil. Water Research, v. 45, p. 4103-4118, 2011.
75
75
MacKAY, D.; ARNOT, J. A.; GOBAS, F. A. P. C.; POWELL, D. E. Mathematical
relationships between metrics of chemical bioaccumulation in fish.
Environmental Toxicology Chemical, v. 32, p. 1459-1466, 2013.
MARIN-MORALES, M. A.; LEME, D.M.; MAZZEO, D.E.C. A review of hazardous
effects of polycyclic aromatic hydrocarbon on living organisms. P.A. Haines, M.D.
Hendrickson (Eds.), Polycyclic Aromatic Hydrocarbon: Pollution, Health Effects
and Chemistry, Nova Science Publishers, p. 1-50, 2009.
MARTINO, R. C.; CRUZ, G. M. Proximate composition and fatty acid content of the
mangrove oyster Crassostrea rhizophorae along the year seasons. Brazilian
Archives of Biology and Technology, v. 47, p. 955-960, 2004.
MARTINS, C. C.; BÍCEGO, M. C., MAHIQUES, M.M.; FIGUEIRA, R. C. L.;
TESSLER, M. G.; MONTONE, R. C. Polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in a
large South American industrial coastal area (Santos Estuary, Southeastern Brazil):
Sources and depositional history. Marine Pollution Bulletin, v. 63, p. 452-458,
2011.
MARTINS, M.; COSTA P. M.; FERREIRA, A. M.; COSTA, M. H. Comparative DNA
damage and oxidative effects of carcinogenic and non-carcinogenic sediment-bound
PAHs in the gills of a bivalve. Aquatic Toxicology, v. 142, p. 85-95, 2013.
MAUAD, C. R. Variações geocronológicas de carbono negro e HPA na Baía de
Guanabara como indicadores de fontes de combustão. Dissertação (Mestrado)
– Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Química,
2010. – 2010. 165 f.
MEDEIROS, P. M.; BÍCEGO, M. C. Investigation of natural and anthropogenic
hydrocarbon inputs in sediments using geochemical markers: I. Santos, SP – Brazil.
Marine Pollution Bulletin, v. 49, p. 761-769, 2004a.
MEDEIROS, P. M.; BÍCEGO, M. C. Investigation of natural and anthropogenic
hydrocarbon inputs in sediments using geochemical markers: II. São Sebastião, SP –
Brazil. Marine Pollution Bulletin, v. 49, p. 892-899, 2004b.
76
76
MEIRE, R. O.; AZEREDO, A.; TORRES, J. P. M. Aspectos ecotoxicológicos de
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. Oecologia Brasiliensis, v. 11, p. 188-201,
2007.
MILINKOVITCH, T.; KANAN, R.; THOMAS-GUYON, H.; LE FLOCH, S. Effects of
dispersed oil exposure on the bioaccumulation of polycyclic aromatic hydrocarbons
and the mortality of juvenile Liza ramada. Science of the Total Environment, v.
409, p. 1643-1650, 2011.
MONSERRAT, J. M.; BIANCHINI, A.; BAINY, A. C. D. Kinetic and toxicological
characteristics of acetylcholinesterase from the gills of oysters (Crassostrea
rhizophorae) and other aquatic species. Marine Environmental Research, v. 54, p.
781-785, 2002.
MOORE, M. N.; LIVINSTONE, D. R.; WIDDOWS, J. Hydrocarbons in marine
mollusks: Biological effects and ecological consequences. In: Varanasi, U., ed.
Metabolism of Polycyclic Aromatic Hydrocarbons in the Aquatic Environment.
Boca Raton, FL: CRC Press, 1898, p. 291 – 328.
MOREIRA, I. T. A. Investigação dos possíveis impactos ecológicos do petróleo
sobre comunidades biológicas estuarinas na Baía de Todos os Santos e no sul
da Bahia: OSA como uma ferramenta norteadora. Instituto de Geociências,
Universidade Federal da Bahia, 265 f, 2014.
NASCIMENTO, I. A.; LEITE, M. B. N.; SANSONE, G.; PEREIRA, S.A.; SMITH, D. H.
Stress protein accumulation as an indicator of impact by the petroleum industry in
Todos os Santos Bay, Brazil. Aquatic Ecosystem Health and Management, v. 1, p.
101-108, 1998.
NEFF, J. Bioaccumulation in Marine Organisms. Elsevier Science, 2002. 468 p.
NISBET, I.C.; LAGOY, P.K. Toxic equivalency factors (TEFs) for polycyclic aromatic
hydrocarbons (PAHs) Regulatory Toxicology and Pharmacology, v. 16, p 290-
300, 1992.
NOAA Technical Memorandum NMFS-NWFSC-125. (2014). Northwest Fisheries
Science center’s analyses of tissue, sediment and water samples for organic
77
77
contaminants by gas chromatography mass spectometry and analyses of
tissue for lipid classes by thin layer crotography flame ionization detection,
2014.
PAMPANI, D. M.; SYDNES, M. O. Polycyclic Aromatic Hydrocarbon a
constituent of petroleum: Presence and Influence in the Aquatic Environment.
In: Hydrocarbon InTech, VLAMDIMIR, V.; KOLESNIKIV, A. (Eds), p. 83-118, 2013.
PATIN, S. (1999).Environmental Impact of the Offshore Oil and Gas Industry.
East Northport, NY: [s.n.], 448 p.
PEREZ-UMPHREY, A. A.; BURNS, C. M.; STOUFFER, P. C.; WOLTMANN, S.;
TAYLOR, S. S. Polycyclic aromatic hydrocarbons exposure in seaside sparrows
(Ammodramus maritimus) following the 2010 Deepwater Horizon oil spill. Science
of the Total Environment, v. 630, p. 1086-1094, 2018.
PERRICHON, P.; LE MENACH, K.; AKCHA, F.; CACHOT, J.; BUDZINSKI, H.;
BUSTAMANTE, P. Toxicity assessment of water-accommodated fractions from two
different oils using a zebrafish (Danio rerio) embryo-larval bioassay with a multilevel
approach. Science of the Total Environment, v. 568, p. 952-966, 2016.
PETROBRAS. Refinaria Landulpho Alves (RLAM). Disponível em: <
http://www.petrobras.com.br/pt/nossas-atividades/principais-
operacoes/refinarias/refinaria-landulpho-alves-rlam.htm>. Acessado em: 27 de
março de 2019.
PIMENTEL, M.S. A influência da instalação do Terminal Almirante Alves Câmara nos
índices socioeconômicos do município de Madre de Deus. Cadernos NPGA,
Salvador, v. 3, n. 1, p. 1-22, 2006.
POMBO, F. R. (2011) Gestão da demanda de água na indústria de refino de
petróleo: desafios e oportunidades de racionalização. Tese (Doutorado em
Planejamento Energético), Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e
Pesquisa em Engenharia - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011. 169 p.
PREST, W. F.; RICHARDSON, B. J.; JACOBSON, L. A.; VEDDER, R.; MARTIN, M.
Monitoring organochlorines with semipermeable membrane devices (SPMDs) and
78
78
mussels (Mytilus edulis) in Coro Bay, Victoria, Australia. Marine Pollution Bulletin,
v. 17, p. 10-17, 1995.
RAMACHANDRAN, S.D.; HODSON, P.V.; KHAN, C.W.; LEE, K. Oil dispersant
increases PAH uptake by fish exposed to crude oil. Ecotoxicology Environment
Safety, v. 59, p. 300-308, 2004.
RAMDINE, G.; FICHET, D.; LOUIS, M.; LEMOINE, S. Polycyclic aromatic
hydrocarbons (PAHs) in surface sediment and oysters (Crassostrea rhizophorae)
from mangrove of Guadeloupe: Levels, bioavailability, and effects. Ecotoxicology
and Environmental Safety, v. 79, p. 80-89, 2012.
REBELO, M. F.; AMARAL, M. C. R.; PFEIFER, W. C. Oyster condition index in
Crassostrea rhizophorae (Guilding, 1828) from a heavy-metal polluted coastal
lagoon. Marine Pollution Bulletin, v. 46, p. 1341-1358, 2003.
REZENDE, C. E.; LACERDA, L. D. Metais pesados em mexilhões perna-perna no
litoral do estado do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v.
46, p. 239-247, 1986.
RIBANI, M.; BOTTOLI, C. B. G.; COLLINS, C. H.; JARDIM, I. C. S. F. Validação em
métodos cromatográficos e eletroforéticos. Química Nova, v. 27, p. 771 – 780, 2004.
RIOS, K. A. G. A questão da luta na/pela terra e água dos pescadores
artesanais: desafios e perspectivas do processo de regularização dos
territórios pesqueiros de Ilha de Maré (BA). Tese (Doutorado em Geografia),
Instituto de Geociências – Universidade Federal da Bahia, 2017.
RODRIGUES, M. R.; SUSLICK, S. B. An overview of Brazilian Petroleum
Exploration Lease Auction. Terrae, v. 6, n. 1, p. 6-20, 2009.
ROSE, N.L.; RIPPEY, B. The historical record of PAH, PCB, trace metal and fly-ash
particle deposition at a remote lake in noth-west Scotland. Environmental Pollution,
v. 117, p. 121-132, 2002.
SANDRINI-NETO, L.; PEREIRA, L.; MARTINS, C. C.; SILVA DE ASSIS, H. C.;
CAMUS, L.; LANA, P. C. Antioxidant responses in estuarine invertebrates exposed to
79
79
repeated oil spills: Effects of frequency and dosage in a field manipulative
experiment. Aquatic Toxicology, v.177, p. 237-249, 2016.
SILVA, A. Z.; ZANETTE, J.; FERREIRA, J. F.; GUZENSKI, J.; MARQUES, M. R. F.;
BAINY, A .C. D. Effects of salinity on biomarker responses in Crassostrea
rhizophorae (Mollusca, Bivalvia) exposed to diesel oil. Ecotoxicology and
Environmental Safety, v. 62, p. 376-382, 2005.
SILVA, S. M. T. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos associados ao pm10
na atmosfera do recôncavo baiano: variação sazonal, caracterização de fontes
e avaliação de risco. Tese (Doutorado), Instituto de Química da Universidade
Federal da Bahia, Salvador, 2009.
SIMPSON, C. D.; Mosi, A. A.; Cullen, W. R.; Reimer, K. J. Composition and
distribution of polycyclic aromatic hydrocarbon contamination in superficial marine
sediments from Kitimat Harbor, Canada. Science of the Total Environment. 181, p.
265-278, 1996.
SOCLO, H. H.; BUDZINSKI, H.; GARRIGUES, PH.; MATSUZAWA, S. Biota
accumulation of polycyclic aromatic hydrocarbons in Benin Coastal waters. Polycyclic
Aromatic Compounds, v.28, p.112-127, 2008.
SOUZA, P. R.; SOUZA, K. S.; ASSIS, C. R. D.; ARAÚJO, M. C.; SILVA, K. C. C.;
SILVA, J. F. X.; FERREIRA, A. C. M.; SILVA, V. L.; ADAM, M. L.; CARVALHO, L.
B.; BEZERA, R. S.. Acetylcholinesterase of mangrove oyster Crassostrea
rhizophorae: A highly thermostable enzyme with promising features for estuarine
biomonitoring. Aquatic Toxicology, v. 197, p. 109-121, 2018.
TEAL, J. M.; HOWARTH, R. W. Oill Spill Studies: A review of Ecological Effects.
Environmental Management, v. 8, n.1, p. 27-44, 1984.
TOLEDO-IBARRA, G.A.; DÍAZ R.K.J.; VENTURA-RAMÓN, G.H.; ROMERO-
BAÑUELOS, C.A.; MEDINA-DÍAZ I.M.; ROJAS-GARCÍA, A.E.; VEGA-LÓPEZ A.;
GIRÓN-PÉREZ, M.I. Assessment of pollution of the Boca de Camichin Estuary in
Nayarit (Mexico) and its influence on oxidative stress in Crassostrea corteziensis
80
80
oysters. Comparative Biochemistry and Physiology - Part A. v. 200, p. 47-55,
2016.
TORRES, R.; CESAR, A.; PEREIRA, C.; CHOUERI, R.; ABESSA, D.;
NASCIMENTO, M.; FADINI, P.; MOZETO, A. Bioaccumulation of Polycyclic Aromatic
Hydrocarbons and Mercury in Oysters (Crassostrea rhizophorae) from Two Brazilian
Estuarine Zones. International Journal of Oceanography, p. 8, 2012.
USEPA - US Environmental Protection Agency; Guide for the evaluation of
chemical contamination data for use in fish alerts: risk assessment and limits
of fish consumption, Water Office, EPA 823-B-00-008, EUA, 2000.
VAISMAN, A. G.; MARINS, R. V.; LACERDA, L. D. Characterization of the mangrove
oyster, Crassostrea rhizophorae, as a biomonitor for mercury in tropical estuarine
systems, northeast Brazil. Bulletin of Environmental Contamination and
Toxicology, v. 74, p. 582-588, 2005.
VALDEZ F. X. D.; AZEVEDO, M.; SILVA, M. D.; RANDI, M. A. F.; FREIRE, C. A.;
ASSIS, H. C. S.; RIBEIRO, C. A. O. Multibiomarker assessment of three Brazilian
estuaries using oysters as bioindicators. Environmental Research, v. 105, p. 350-
363, 2007.
VIANA, P.; YIN, K.; ROCKNE, K. Field measurements and modeling of ebullition-
facilitated flux of heavy metals and polycyclic aromatic hydrocarbons from sediments
to the water column. Environmental Science & Technology, v. 46, p. 12046, 2012.
WAGENER, A., HAMACHER, C., FARIAS, C., GODOY, J. M., SCOFIELD, A.
Evaluation of tools to identify hydrocarbon sources in recent and historical sediments
of a tropical bay. Marine Chemistry, v. 121, p. 67–79, 2010.
WALLNER-KERSANACH, M.; THEEDE, H.; EVERSBERG, U.; LOBO, E.S.
Accumulation and elimination of trace metals in a transplantation experiment with
Crassostrea rhizophorae. Archives of Environmental Contamination and
Toxicology, v. 38, p. 40-45, 2000.
WANICK, R. C.; KÜTTER, V. T.; TEIXEIRA, C. L.; CORDEIRO, R. C.; SANTELLI, R.
E. Use of the digestive gland of the oyster Crassostrea rhizophorae (Guilding, 1828)
81
81
as a bioindicator of Zn, Cd and Cu contamination in estuarine sediments (south-east
Brazil). Chemistry & Ecology, vol.28, p.103-112, 2012.
WEISBROD, A. V., BURKHARD, L. P., ARNOT, J., MEKENYAN, O., HOWARD, P.
H., RUSSOM, C. Workgroup report: review of fish bioaccumulation databases used
to identify persistent, bioaccumulative, toxic substances. Environmental Health
Perspectives, v. 115, p. 255, 2007.
WISE, S. A.; HILPERT, L. R.; REBBERT, R. E.; SANDER, L. C.; SCHANTZ, M. M.;
CHESLER, S. N. Standard Reference materials for determination of polycyclic
aromatic hydrocarbons. Fresenius’ Zeitschrift für Analytische Chemie, v. 332, p.
573–582, 1988.
XIA, X.; XIA, N.; LAI, Y.; DONG, J.; ZHAO, P.; ZHU, B.; LI, Z.; YE, W.; YUAN, Y.;
HUANG, J. Response of PAH-degrading genes to PAH bioavailability in the overlying
water, degrad suspended sediment, and deposited sediment of the Yangtze River.
Chemosphere, v.128, p. 236-244, 2015.
YAKAN, S. D.; HENKELMANN, B.; SCHRAMM, K.-W.; OKAY, O. S. Bioaccumulation
depuration kinetics and effects of benzo(a)anthracene on Mytilus galloprovincialis.
Marine Pollution Bulletin, v. 63, p.471-476, 2011.
YOSHIMINE, R. V.; CARREIRA, R. S. PAHs in cultured mussels Perna perna from a
Southeastern Brazilian Bay. Journal of the Brazilian Chemical Society. v. 23, p.
1429-1436, 2012.
YU, Z.L., LIN, Q., GU, Y.G., KE, C.L., SUN, R.X. Spatial-temporal trend and health
implications of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in resident oysters, South
China Sea: a case study of Eastern Guangdong coast. Marine Pollution Bulletin. v.
110, p. 203-211, 2016.
ZANETTE, J.; MONSERRAT, J. M.; BIANCHINI, A. Biochemical biomarkers in gills of
mangrove oyster Crassostrea rhizophorae from three Brazilian estuaries.
Comparative Biochemistry and Physiology, Part C, vol.143, p.187-195, 2006.
ZEMANEK, M. G.; POLLARD, S. J. T.; KENEFICK, S. L.; HRUDEY, S. E. Multi-
phase partitioning and co-solvent effects for polynuclear aromatic hydrocarbons
82
82
(PAH) in authentic petroleum- and creosote-contaminated soils. Environmental
Pollution, v. 98, p. 239-252, 1997.
ZHAO, X.; LIU, W.; FU, J.; CAI, Z.; O'REILLY, S. E.; ZHAO, D. Dispersion, sorption
and photodegradation of petroleum hydrocarbons in photo dispersant-seawater-
sediment systems. Marine Pollution Bulletin, v. 109, p. 526-538, 2016.
ZULOAGA, O. ; PRIETO, A. ; USOBIAGA, A. ; SARKAR, S. ; CHATTERJEE, M. ;
BHATTACHARYA, B. ; BHATTACHARYA, A. ; ALAM, MD. ; SATPATHY, K.
Polycyclic Aromatic Hydrocarbons in Intertidal Marine Bivalves of Sunderban
Mangrove Wetland, India: An Approach to Bioindicator Species. Water, Air, and Soil
Pollution. v. 201, p 305-318, 2009.
ZUYKOV, M., PELLETIER, E., HARPER, D. A. T. Bivalve mollusks in metal pollution
studies: From bioaccumulation to biomonitoring. Chemosphere, v. 93, p. 201-208,
2013.
83
83
APÊNDICE A
Tabela A1. Concentração dos 16 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos prioritários definidos pela USEPA presentes das matrizes biótica, sedimentar e aquática utilizadas para a montagem dos Sistemas Experimentais.
Concentração antes da contaminação por petróleo
Compostos Ostras ng g-1
Sedimento ng g -1
Água µg L-1
Acenaftileno 3,59 6,70 0,51
Acenafteno 3,91 0,50 172
Fluoreno 24,1 1,30 0,20
Fenantreno 298 4,70 1,84
Antraceno 19,9 4,70 0,28
Fluoranteno 19,5 23,3 0,71
Pireno 64,5 24,4 0,75
Benzo[a]Antraceno 1,23 25,9 0,15
Criseno 2,18 17,3 0,21
Benzo[b]Fluoranteno 4,14 35,8 0,23
Benzo[k]Fluoranteno 6,02 21,5 6,01
Benzo[a] Pireno 1,11 43,8 0,08
Indeno[1,2,3cd]Pireno 0,05 28,4 0,04
Dibenzo[ah]Antraceno 0,01 9,00 0,01
Benzo[ghi]Perileno 0,11 24,8 0,09
Elaboração: A autora, 2019.
Tabela A2. Concentrações dos 16 hidrocarbonetos policíclicos aromáticos prioritários determinados pela USEPA em µg L
-1 presentes do óleo do poço P-032, Bacia de Campos – Rio de Janeiro, Brasil.
Compostos Concentração (µg L-1)
Naftaleno 29.403
Acenaftileno 5.281
Acenafteno 9.001
Fluoreno 69.787
Fenantreno 35.4392
Antraceno 32.493
Fluoranteno 8.855
Pireno 46.879
84
84
Benzo[a]antraceno 3.076
Criseno 29.725
Benzo[b]fluoranteno 7.842
Benzo[K]fluoranteno 446
Benzo[a]pireno 3.131
Indeno [123cd] pireno 290
Dibenzo [ah]antraceno 1.564
Benzo [ghi] perileno 1.728
Elaboração: A autora, 2019.
Tabela A3. Valores de Oxigênio Dissolvido (OD), Temperatura (T), Potencial hidrogeniônico (pH),
Salinidade e Amônia analisados nos dias 7, 14, 21 e 35 dos sistemas experimentais com 0,1 mg L -1
(SE0.1), 0,2 mg L-1
(SE0.2), 0,3 mg L-1
(SE0.3), e sem adição de óleo (SEC) ao longo dos 35 dias de
experimento (7, 14, 21 e 35 dias). NA = não analisada, pois houve processo de eutrofização no
aquário, sendo este descartado. LQM = Limite de quantificação do método.
Parâmetros físico-químicos
Experimentos
OD (mg L-1) T (°C) pH Sal Amônia (mg L-1)
SE0.1
4,8 28,0 7,23 25 <LQM
7,9 26,8 7,38 22 <LQM
4,3 27,1 7,52 24 <LQM
4,9 28,3 7,48 23 <LQM
5,9 28,1 7,78 25 <LQM
SE0.2
4,8 28,0 7,23 25 <LQM
4,0 26,5 7,37 25 <LQM
7,0 27,1 7,56 24 <LQM
6,1 28,9 7,44 24 <LQM
NA NA NA NA NA
SE0.3
4,8 28,0 7,23 25 <LQM
7,9 26,1 7,44 22 <LQM
4,0 27,0 7,36 25 <LQM
8,0 28,8 7,47 25 <LQM
5,0 28,1 7,44 24 <LQM
Elaboração: A autora, 2019.
85
85
Tabela A4. Concentração individual dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos encontrados nas amostras de biota em ng g-1
(p.s.) em todos os sistemas
experimentais com 0,1 mg L -1
(SE0.1), 0,2 mg L-1
(SE0.2), 0,3 mg L-1
(SE0.3), e sem adição de óleo (SEC) ao longo dos 35 dias de experimento (7, 14, 21 e
35 dias) e porcentagem de recuperação (%) do padrão interno utilizado em cada amostra.
7 DIAS
14 DIAS
Composto UN1-1 UN2-1 UN2-2 UN3-1 UN3-2 CONTROLE
UN4 UN5 UN6-1 UN6-2 CONTROLE
ACF 0,90 0,48 0,62 0,76 1,15 0,25
3,76 5,78 2,75 4,12 7,55
ACE 1,72 1,31 2,00 8,78 12,8 0,91
3,53 9,37 4,38 5,33 7,23
FLU 38,9 31,9 37,6 125 165 10,1
12,5 23,7 5,25 7,79 29,4
FEN 756 759 776 1413 1820 163
50,3 471 175 267 75,6
ANT 111 193 218 137 179 23,8
44,5 191 143 249 4,20
FLT 49,2 75,1 77,1 58,9 75,1 19,5
11,6 35,9 24,2 47,9 1,20
PI 341 595 623 418 536 69,3
244 543 512 1051 18,6
BaA 20,8 54,4 52,9 12,9 23,3 1,20
23,1 86,8 49,1 95,9 2,13
CRI 170 409 520 190 256 4,74
288 623 607 1044 9,61
BbF 15,3 53,5 55,7 17,3 20,3 1,87
53,9 151 139 288 6,06
BkF 2,59 2,55 1,50 2,10 12,4 2,05
5,04 9,62 4,05 26,5 6,67
BaP 4,73 24,7 26,2 6,40 6,86 1,92
19,8 68,9 57,4 104 1,82
IND 1,22 5,84 8,62 1,18 2,88 11,1
0,52 1,89 0,31 2,09 0,03
DBA 1,62 20,0 16,7 3,84 4,23 45,8
0,84 3,00 0,88 3,84 0,39
BgP 2,61 18,1 17,6 4,24 5,71 0,01
1,18 4,35 3,47 6,65 0,08
% Recup. p-terphenyl
112 98 119 105 124 81,6
73,5 84,7 105 108 105
86
86
21 DIAS
35 DIAS BRANCOS
Composto UN7 UN8 UN9 CONTROLE UN10-1 UN10-2 UN12 CONTROLE BR1 BR2 BR3
ACF 10,2 3,63 8,12 6,64
5,14 4,68 8,50 9,30 0,03 0,62 0,83
ACE 10,9 3,28 6,21 7,15
2,81 3,55 9,81 11,9 0,00 0,81 1,24
FLU 22,3 9,95 11,2 15,26
18,8 18,3 39,0 40,1 0,15 3,06 4,45
FEN 115 38,4 120 48,5
104 97,1 159 71,2 0,45 2,44 2,56
ANT 49,3 23,5 106 3,04
6,56 3,24 24,7 7,32 0,00 0,78 0,36
FLT 25,9 11,6 40,1 4,10
15,2 18,1 12,1 3,91 0,23 0,75 0,33
PI 305 199 551 6,89
97,4 86,3 206 7,90 0,41 1,01 0,47
BaA 36,2 17,9 58,9 1,58
322 301 20,2 1,84 0,15 0,58 0,01
CRI 437 178 767 1,60
172 163 214 5,87 0,25 0,62 0,01
BbF 98,6 68,5 204 7,98
48,9 52,5 87,4 1,33 0,26 0,20 0,01
BkF 16,9 2,4 6,61 5,21
1,71 0,71 2,74 3,54 0,16 0,31 0,55
BaP 25,5 28,1 73,5 2,30
11,5 11,8 22,8 2,77 0,13 0,02 0,01
IND 0,57 5,54 1,12 0,02
1,77 3,81 0,04 0,00 0,15 0,03 0,01
DBA 1,21 15,1 3,40 0,00
1,07 0,28 6,19 0,02 0,00 0,07 0,00
BgP 1,76 24,8 5,24 3,63 12,9 13,6 2,34 0,01 0,08 0,07 0,00
% Recup p-terphenyl
126 107 126 116 126 100 100 124 88,8 104 60,5
Elaboração: A autora, 2019.
87
87
Tabela A5. Concentração individual dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos encontrados nas amostras de sedimento em ng g-1
(p.s.) em todos os
sistemas experimentais com 0,1 mg L -1
(SE0.1), 0,2 mg L-1
(SE0.2), 0,3 mg L-1
(SE0.3), e sem adição de óleo (SEC) ao longo dos 35 dias de experimento (7,
14, 21 e 35 dias) e porcentagem de recuperação (%) do padrão interno utilizado em cada amostra.
7 DIAS
14 DIAS
21 DIAS
35 DIAS BRANCOS
Composto UN1 UN2 UN3
UN4 UN5 UN6
UN7-1 UN7-2 UN8 UN9-1 UN9-2
UN10 UN12 CONTROLE BR1 BR2
ACF 1,54 27,3 23
4,94 2,47 2,98
14,8 3,68 1,96 1,66 1,14
8,59 2,67 83,7 0,08 0,90
ACE 0,32 10,7 19
2,97 1,05 0,91
1,67 1,08 0,69 0,82 0,64
4,51 0,20 8,69 0,08 1,24
FLU 1,68 57,5 124
5,41 2,20 3,88
7,29 4,84 1,64 2,18 1,76
6,60 0,11 26,0 0,67 4,17
FEN 6,80 381 805
38,3 13,6 12,7
49,6 32,9 5,67 4,36 5,60
48,9 4,32 87,4 1,54 1,45
ANT 2,76 33,9 162
11,7 5,48 5,14
13,1 5,56 3,98 2,43 2,21
13,4 3,42 67,3 0,16 0,33
FLT 22,9 445 409
83,9 32,5 21,6
84,9 54,1 23,7 14,5 17,7
97,6 18,9 248 0,37 0,20
PI 26,3 465 951
88,2 47,4 40,5
75,5 48,8 29,2 19,4 19,5
83,3 26,3 215 0,98 0,34
BaA 18,5 296 277
69,7 27,0 16,9
47,8 44,0 25,4 17,4 13,9
73,3 16,5 217 0,01 0,01
CRI 16,0 295 853
55,1 29,6 23,7
39,5 33,7 14,7 10,3 11,5
54,5 13,8 193 0,27 0,01
BbF 34,7 350 511
67,3 46,4 46,9
86,0 52,4 36,6 22,1 32,9
64,1 31,2 616 0,28 0,00
BkF 10,4 181 176
40,8 20,5 18,3
39,4 29,4 19,3 16,4 11,7
50,1 10,2 340 0,19 0,00
BaP 26,4 384 513
105 55,9 51,8
93,9 61,3 49,9 28,1 26,1
107 34,6 670 0,11 0,20
IND 20,4 275 379
74,0 42,5 39,4
87,4 47,3 36,7 20,8 23,5
74,2 26,7 638 0,11 0,00
DBA 6,06 83,9 170
28,2 16,7 16,6
20,8 16,7 18,0 9,79 7,74
23,3 12,0 135 0,00 0,00
BgP 15,9 227 291
43,9 40,8 36,3
66,8 33,7 35,3 19,7 19,2
46,5 23,9 449 0,00 0,00
% Recup. p-terphenyl
116 56,5 66,9
130 107 88,1
73,1 87,2 96,8 74,5 96,9
69,6 79,6 93,0 95,3 70,7
Elaboração: A autora, 2019.
88
88
Tabela A6. Concentração individual dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos encontrados nas amostras de água em µg L-1
(p.s.) em todos os sistemas
experimentais com 0,1 mg L -1
(SE0.1), 0,2 mg L-1
(SE0.2), 0,3 mg L-1
(SE0.3), e sem adição de óleo (SEC) ao longo dos 35 dias de experimento (7, 14, 21 e
35 dias) e porcentagem de recuperação (%) do padrão interno utilizado em cada amostra.
7 DIAS
14 DIAS
Composto UN1-1 UN1-2 UN2-1 UN2-2 UN3 CONTROLE
UN4-1 UN4-2 UN5 UN6-1 UN6-2 CONTROLE-1 CONTROLE-2
ACF 0,28 0,38 2,10 2,16 3,74 1,73
0,33 0,41 0,35 0,99 0,59 0,27 0,14
ACE 0,45 0,74 2,93 3,58 3,59 0,01
0,05 0,16 0,59 0,47 0,01 0,01 0,01
FLU 0,93 1,26 10,4 11,1 28,0 1,32
0,06 0,08 1,27 0,06 0,04 1,08 0,61
FEN 5,39 3,86 25,1 79,3 162 4,91
2,34 4,76 16,5 5,70 5,82 3,48 2,04
ANT 0,64 0,61 22,8 23,8 90,6 0,59
0,28 0,66 13,3 1,72 3,07 0,36 0,34
FLT 1,86 1,57 24,0 362 111 1,29
0,32 0,90 7,62 0,76 0,90 0,80 0,80
PI 14,3 10,43 215 1407 1580 2,55
1,88 4,79 85,2 10,5 10,6 2,69 2,52
BaA 1,82 0,08 54,3 36,4 188 0,14
0,22 0,28 12,8 0,64 0,59 0,47 0,33
CRI 11,8 8,53 309 318 1268 0,31
0,38 0,79 44,4 3,42 4,11 0,91 0,53
BbF 5,82 3,76 89,1 94,5 515 0,07
0,45 1,23 41,9 3,30 2,87 0,66 0,69
BkF 0,46 0,74 5,95 11,6 45,1 0,27
3,00 1,14 10,3 6,62 5,72 2,20 0,93
BaP 5,01 2,99 76,8 137 425 0,01
0,05 0,15 37,4 0,76 0,89 0,07 0,05
IND 0,00 0,05 34,7 41,6 149 0,00
0,01 0,00 15,9 0,13 0,05 0,00 0,00
DBA 0,03 0,03 50,1 48,1 210 0,00
0,02 0,05 2,13 0,05 0,03 0,00 0,00
BgP 1,11 0,45 54,7 203 263 0,00 0,01 0,06 25,7 0,23 3,15 0,00 0,00
% Recup. p-terphenyl
93,89 104 113 121 77,1 86,7 102 112 113 86,6 116 117 103
89
89
21 DIAS
35 DIAS
Composto UN7-1 UN7-2 UN8 UN9 CONTROLE
UN10-1 UN10-2 UN12 CONTROLE
ACF 0,32 0,22 0,46 0,37 0,26
0,34 0,24 0,23 0,34
ACE 0,10 0,09 0,04 0,06 0,03
0,01 0,00 0,01 0,04
FLU 0,06 0,08 0,06 0,08 0,11
0,61 0,07 0,09 0,17
FEN 2,01 3,03 2,34 2,00 2,88
1,85 1,67 2,32 4,76
ANT 0,27 0,26 0,20 0,27 0,50
0,26 0,22 0,25 0,74
FLT 0,33 0,39 0,27 0,36 0,35
0,37 0,41 0,33 0,42
PI 2,85 3,58 2,54 3,35 1,84
3,66 4,30 2,78 1,01
BaA 0,08 0,20 0,16 0,25 0,09
0,23 0,20 0,10 0,08
CRI 0,28 0,20 0,13 0,15 0,15
0,26 0,24 0,14 0,15
BbF 0,43 0,40 0,49 0,86 0,43
0,59 0,15 0,31 0,12
BkF 2,15 4,09 1,00 0,79 0,23
3,76 1,59 2,22 5,80
BaP 0,16 0,03 0,16 0,23 0,06
0,07 0,12 0,07 0,05
IND 0,02 0,02 0,02 0,04 0,00
0,01 0,01 0,06 0,02
DBA 0,01 0,01 0,00 0,01 0,00
0,01 0,00 0,01 0,08
BgP 0,03 0,01 0,02 0,07 0,03 0,46 0,03 0,03 0,10
% Recup. p-terphenyl
111 92,3 101 126 97,7 108 111 102 105
Elaboração: A autora, 2019
90
90
Tabela A7. Valores das concentrações de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos em ng g-1
(p.s.)
em teste de extração por radiação micro-ondas. Valores para duplicada de amostra (T1 e T2), e
triplicata de amostras fortificadas (TFOR1, T FORT2 e TFORT3), Desvio Padrão Relativo das
amostras (DPR, %) e recuperação do surrogate p-terphenyl (REC, %).
Composto T1 T2 DPR TFORT1 TFORT2 TFORT3 SRD % REC%
NAF 4817 4860 0,44 3492 4619 4632 12,6 0
ACF 5,65 6,32 5,60 162 191 176 4,37 85,5
ACE 9,89 11,0 5,36 156 189 169 5,70 80,9
FLU 22,3 24,5 4,74 196 214 211 0,85 92,6
FEN 8,15 9,99 10,14 157 152 170 5,72 76,3
ANT 0,00 0,00 0,00 126 157 137 6,88 70,0
FLT 0,00 0,00 0,00 155 190 167 6,37 85,5
PI 2,81 3,33 8,47 156 187 167 5,71 83,9
BaA 0,00 0,00 0,00 132 168 148 6,31 74,7
CRI 14,7 19,6 14,2 144 178 153 7,68 72,8
BbF 16,9 26,3 21,8 170 202 186 4,04 84,6
BkF 0,00 0,00 0,00 180 232 196 8,53 101
BaP 0,00 0,00 0,00 183 233 204 6,67 103
IND 9,98 8,48 8,13 259 339 273 10,8 142
DBA 5,90 0,00 100 343 446 419 3,13 201
BgP 0,00 0,00 0,00 184 236 205 6,87 104
Elaboração: A autora, 2019.
91
91
Tabela A8 - Valores dos Fatores de Bioacumulação normalizados pelo lipídio (FBALIPÍDICO) de
compostos aromáticos e seus respectivos Coeficientes de partição octanol/água (Log KOW), para os
experimentos com 0,1 mg L-1
(SE0.1), 0,2 mg L-1
(SE0.2) e 0,3 mg L-1
(SE0.3), ao longo dos 35 dias
de experimento; para SE0.2, valores até 21 dias. Valores adimensionais. Com ACF = Acenaftileno,
ACE = Acenafteno, FLU = Fluoreno, FEN = Fenantreno, ANT = Antraceno, FLT = Fluoranteno, PI =
Pireno, BaA = Benzo[a]Antraceno, CRI - Criseno, BkF = Benzo[k]Fluoranteno, BaP = Benzo[a]Pireno,
IND = Indeno[1,2,3cd]Pireno, DBA = Dibenzo[a,h]Antraceno, BgP = Benzo[ghi]Perileno.
SE0.1
SE0.2
SE0.3
Log
KOW 7 14 21 35
7 14 21
7 14 21 35
Co
mp
osto
s
ACF 4,07 0,23 16,1 158 21,4
0,10 22,7 32,7
0,02 10,3 32,0 135
ACE 3,92 0,15 53,2 474 567
0,23 21,7 300
0,06 47,3 144 4268
FLU 4,18 2,15 294 1246 68,2
0,45 25,5 737
0,63 290 209 1598
FEN 4,60 9,79 22,4 191 71,2
2,87 38,9 67,5
0,80 90,8 88,3 251
ANT 4,50 10,80 150 785 25,4
13,0 19,6 475
1,55 193 574 370
FLT 5,22 1,89 30,2 299 52,8
7,81 6,45 179
0,30 103 162 133
PI 5,18 1,61 115 394 28,8
0,35 8,70 323
0,07 175 242 272
BaA 5,61 3,23 146 1087 1799
0,67 9,29 460
0,03 280 343 754
CRI 5,91 0,88 773 7648 835
1,05 19,1 5868
0,01 519 7681 5640
BkF 6,84 0,39 3,85 22,6 0,56
0,53 1,28 9,78
0,00 5,86 12,3 4,53
BaP 6,50 0,08 298 1142 155
0,20 2,52 743
0,03 231 481 1216
IND 6,58 2,44 139 140 278
0,21 0,16 1109
0,00 30,9 39,9 2,53
DBA 6,50 3,71 34,59 872 122
0,17 1,93 15921
0,00 130 548 3586
BgP 7,10 0,23 54,03 344 67,2
0,33 0,23 4358
0,00 7,08 112 249
Elaboração: Autora, 2019.
92
92
APÊNDICE B
Tabela B1. Concentração individual dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos encontrados nas amostras de sedimento em ng g-1
(p.s.) em todos os sites
(rio Paraguaçu, rio Jaguaripe e Madre de Deus), amostras em duplicata e brancos de procedimento. Porcentagem de recuperação (%) do padrão interno
utilizado em cada amostra. (<LDM = abaixo do limite de detecção do método)
OP#1 OP#2-1 OP#2-2 OP#3 OP#4 OP#4-2 OJ#1 OJ#2 OJ#2-2 OJ#3 OJ#4 OMD#1 OMD#2 BR1 BR2 BR3
NAFT 7,23 5,12 4,64 6,99 5,50 3,81 0,51 4,56 4,83 4,21 11,26 3,00 5,33 0,11 1,58 1,65
ACF 1,20 0,13 0,74 1,60 0,35 0,18 0,08 0,35 0,77 1,00 0,44 1,50 0,66 0,00 0,01 0,00
ACE 0,22 0,09 0,11 0,19 1,15 0,19 0,01 0,06 0,23 <LDM 0,14 0,03 <LDM 0,01 0,07 0,02
FLU 0,59 0,40 0,35 0,43 0,45 0,51 0,03 0,25 0,32 0,36 0,65 <LDM 0,50 0,02 0,02 0,02
FEN 2,47 1,78 1,96 1,97 3,04 2,89 0,17 1,89 1,03 1,61 3,48 1,86 2,58 0,59 0,55 0,56
ANT 0,29 1,50 0,19 0,26 0,36 0,36 0,01 2,91 2,06 2,64 0,27 2,99 2,21 0,01 0,01 0,01
FLT 2,77 5,23 1,98 1,69 2,35 2,29 0,16 2,10 1,71 2,62 2,23 5,14 5,58 0,09 0,09 0,10
PI 5,25 4,83 2,00 2,04 1,76 1,68 0,17 1,61 1,48 2,51 2,40 5,53 4,98 0,15 0,21 0,13
BaA 0,55 0,31 0,43 0,54 1,11 1,17 0,04 0,52 0,50 0,59 0,43 1,37 1,18 0,02 0,02 0,03
CRI 1,01 1,09 0,67 0,89 1,15 1,48 0,08 0,89 0,64 1,10 0,63 3,74 4,32 0,24 0,27 0,40
BbF 1,49 3,98 0,89 1,47 2,19 1,93 0,07 0,63 0,57 0,73 0,99 5,66 2,49 0,14 0,20 0,34
BkF 0,66 2,51 1,86 1,40 0,97 1,76 0,09 0,84 0,48 0,98 7,98 1,31 1,75 0,14 0,18 0,34
BaP 0,30 1,46 0,17 0,38 0,48 0,41 0,01 0,11 0,17 0,17 0,15 0,53 1,43 0,01 0,01 0,02
IND 0,33 1,34 0,28 0,63 1,04 0,81 0,04 0,31 0,24 0,39 0,34 1,45 0,71 0,01 0,01 0,02
DBA 0,63 1,29 0,88 1,82 1,75 0,84 0,22 1,08 0,83 1,18 0,67 2,08 0,85 0,00 0,01 0,02
BgP 0,66 2,37 0,44 0,89 0,77 0,70 0,02 0,51 0,33 0,81 0,30 1,59 1,73 0,01 0,02 0,03
% Recup. p-terphenyl 86,5 88,0 70,9 79,9 72,2 80,2 70,8 72,7 82,0 83,7 69,8 87,7 82,6 56,5 71,3 115
Elaboração: A autora, 2019.
93
93
Tabela B2. Concentração individual dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos encontrados nas amostras de sedimento em ng g-1
(p.s.) em todos os sites
(rio Paraguaçu, rio Jaguaripe e Madre de Deus), amostras em duplicata e brancos de procedimento. Porcentagem de recuperação (%) do padrão interno
utilizado em cada amostra.
TEF OP#1 OP#2 OP#3 OP#4 OJ#1 OJ#2 OJ#3 OJ#4 OMD#1 OMD#2
NAF 0,001 0,007 0,005 0,007 0,005 0,001 0,005 0,004 0,011 0,003 0,005
ACF 0,001 0,001 0,000 0,002 0,000 0,000 0,001 0,001 0,000 0,001 0,001
ACE 0,001 0,000 0,000 0,000 0,001 0,000 0,000 NA 0,000 0,000 NA
FLU 0,001 0,001 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,001 NA 0,000
FEN 0,001 0,002 0,002 0,002 0,003 0,000 0,001 0,002 0,003 0,002 0,003
ANT 0,010 0,003 0,008 0,003 0,004 0,000 0,025 0,026 0,003 0,030 0,022
FLT 0,001 0,003 0,004 0,002 0,002 0,000 0,002 0,003 0,002 0,005 0,006
PI 0,001 0,005 0,003 0,002 0,002 0,000 0,002 0,003 0,002 0,006 0,005
BaA 0,145 0,079 0,054 0,079 0,165 0,006 0,073 0,085 0,063 0,199 0,171
CRI 0,004 0,004 0,004 0,004 0,006 0,000 0,003 0,005 0,003 0,016 0,019
BbF 0,167 0,249 0,407 0,246 0,344 0,012 0,101 0,122 0,165 0,945 0,415
BkF 0,020 0,013 0,044 0,028 0,027 0,002 0,013 0,020 0,160 0,026 0,035
BaP 1,000 0,303 0,813 0,384 0,444 0,013 0,138 0,172 0,150 0,530 1,431
IND 0,055 0,018 0,044 0,035 0,051 0,002 0,015 0,022 0,019 0,080 0,039
DBA 1,110 0,697 1,204 2,019 1,438 0,245 1,060 1,314 0,749 2,307 0,940
BgP 0,010 0,007 0,014 0,009 0,007 0,000 0,004 0,008 0,003 0,016 0,017
ΣTEQ - 1,39 2,61 2,82 2,50 0,28 1,44 1,79 1,33 4,17 3,11
Elaboração: A autora, 2019.