42
4 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG Instituto de Ciências da Natureza Curso de Geografia Licenciatura Saulo Rocha Leite EMPRESAS LOCAIS x MULTINACIONAIS: A QUESTÃO DAS INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS DA REGIÃO DE ALFENAS. O PODER DO TERRITÓRIO. Alfenas - MG 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG Saulo.pdf · processadoras de produtos derivados do leite. A pequena empresa tradicional que sempre esteve na região vem sendo engolida pela

  • Upload
    vothu

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS - MG

Instituto de Ciências da Natureza

Curso de Geografia – Licenciatura

Saulo Rocha Leite

EMPRESAS LOCAIS x MULTINACIONAIS: A QUESTÃO DAS

INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS DA REGIÃO DE ALFENAS.

O PODER DO TERRITÓRIO.

Alfenas - MG

2010

5

Introdução

Apresentação do tema.

Partimos da idéia de apresentar neste referido trabalho, as reais atribuições,

dificuldades enfrentadas, mercado de atuação, perspectivas de crescimento, entre

outras atividades, que as empresas locais de produtos derivados de leite, lácteos,

laticínios, enfrentam na disputa comercial e territorial de atuação, com as gigantes

multinacionais.

O Estado de Minas Gerais ocupa, há muito tempo, o primeiro lugar na

produção de leite nacional. Minas Gerais 3,7 bilhões de litros de leite, São Paulo 1,8

bilhões, Rio Grande do Sul 1,1 bilhões, Goiás 1,0 bilhões. Verifica-se que Minas

Gerais possui a maior produção de leite do país, e o sul de Minas é a relação de

estudo. Por outro lado, existem estudos mostrando que o desenvolvimento sócio-

econômico do pequeno agricultor passa pela inclusão, em seu sistema de produção,

nos moldes como vem sendo conduzido este mercado de derivados do leite, devido

a competitividade que as indústrias processadoras do leite exigem referente a

qualidade desta matéria prima.No entanto o produtor de leite deve se adequar as

tais exigências,e o pequeno industrial também, para garantirem a sobrevivência

neste mercado.

Esse estudo tem como objetivo analisar a inserção dos pequenos e médios

processadores de leite, pequenas indústrias locais, regionais, que utilizam o território

de atuação, como refúgio, abrigo. E de outro lado como reestruturam no sistema

lácteo global a partir das mudanças produtivas do final do século XX. Diversas

evidências apontam para uma redistribuição da produção mundial de leite, a

matéria-prima básica. Além disso, tem ocorrido um aumento do consumo mundial

per capita de lácteos e derivados e também um aumento no número dos

consumidores. Na medida em que novas técnicas de armazenamento, distribuição

desta produção vem surgindo este mercado permite superar o espaço de atuação

das redes, as necessidades de se adequar e buscam na expansão territorial de

atuação a característica de um mercado sem limites fronteiriços a superar. A

globalização como perversidade. As Grandes empresas multinacionais desenvolvem

6

técnicas capazes de minimizarem este espaço territorial, longínquo.Neste trabalho

apontaremos as necessidades enfrentadas pelo pequeno e médio produtor de

derivados lácteos, derivados de leite,vem enfrentando na atuação territorial de

disputas comerciais contra as gigantes multinacionais. A cadeia produtiva das

indústrias lácteas, derivados de leite, será nosso principal objeto de estudo, na

inserção desta com as empresas regionais versos as multinacionais.

7

2. Objetivos

2.1 Objetivos Gerais

Analisar a atuação das grandes empresas multinacionais, na região de maior

concentração de produtores de leite do Sul de Minas. O que esta modificando o

relacionamento de atuação no mercado das pequenas e médias empresas

processadoras de produtos derivados do leite.

A pequena empresa tradicional que sempre esteve na região vem sendo

engolida pela presença destas gigantes no setor. Porém, a mesma indústria local

encontra atributos relacionados à territorialidade para garantir uma presença neste

mercado. Neste referido trabalho debruçaremos nossos estudos nesta relação no

Sul de Minas. Pequenas empresas contra as multinacionais, a questão de espaço,

territorialidade.

2.2 Objetivos Específicos

Elaborar uma análise investigativa, a partir de um estudo das empresas de

Laticínios do Sul de Minas, de pequeno e médio porte. Analisar a atuação das

Grandes empresas, multinacionais, instaladas na região, bem como o processo de

cadeias produtivas, e distribuição. Detectar o papel do espaço competitivo, tais como

territorialidade, de ambas. A globalização como perversidade, segundo Milton

Santos.

Obter dados através de pesquisa a campo dos pequenos e médios industriais,

no segmento de laticínios. Relacionar a disparidade de atuação das empresas, no

âmbito nacional até mesmo internacional, com o regional. Diagnosticar a relação da

divisão internacional do trabalho, perante a abertura do mercado, com as empresas

tradicionais, regionais.

8

Justificativas

Minas Gerais se destaca como o maior estado produtor de leite e inúmeras

famílias vivem exclusivamente desta atividade. Os números apontam a importância

de atentarmos para este aspecto Em 2005, à produção de leite em Minas Gerais

atingiu 6,9 bilhões de litros, participando com 28% da produção brasileira segundo o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2007). O valor real bruto da

produção de leite em 2005 foi de R$ 3,8 bilhões, calculado com base no IBGE e no

preço médio do CEPEA (2007). Em todo o país esse valor atingiu R$13,3 bilhões. As

exportações de lácteos em Minas Gerais também vêm crescendo. Em 2006 houve

US$ 66,4 milhões em exportação, com incremento de 74% em relação ao ano

anterior (SECEX, 2007). As importações somaram US$ 12,6 milhões em 2006. Além

disso, a Indústria de Laticínios ocupa a 12º posição na geração total de emprego, à

frente de setores como construção civil, têxtil, siderurgia entre outros (MARTINS,

2006). O setor de leite vem crescendo e as necessidades de atuação da cadeia

produtiva do mesmo também. Porem o pequeno e médio produtor de produtos

derivados de Leite, que ocupam posições estratégicas, pois em sua grande maioria

está bem próxima do produtor de leite, vem encontrando uma serie de dificuldades

de continuidade de seu mercado. Os avanços nos processos de captação da

matéria prima, armazenagem e logística, vêm fazendo com que as empresas

tradicionais em sua região, não consigam acompanhar com a mesma velocidade

que as multinacionais vêm atuando.

“o leite é uma boa alternativa quando se pensa em um pequeno

produtor disposto a trabalhar e que não tenha muito capital para investir.

Pode ser explorado em pequenas áreas, apresenta baixo risco comercial

(sempre haverá por perto alguma linha de leite, o risco tecnológico nos

sistemas a pasto é reduzido (compare com horticultura ou fruticultura

intensivas), o fluxo de caixa mensal é atraente e há emprego de mão-de-

obra familiar, representando uma forma interessante de ocupação e renda

para a população rural.” CARVALHO (2006, p. 97),

9

Estas características nos permite dizer que o leite pode sim ser um grande

responsável para a renda rural não ser sazonal e que a família trabalhe no campo. O

mesmo pode entender que aumentando valor agregado no produto transformado, a

renda aumenta. Dai a importância de reafirmarmos nosso estudo no processo da

pequena empresa de laticínios que compete diretamente tanto com o produtor da

matéria prima, o leite, como na venda do produto industrializado.

10

Material e método

Estudo teórico: levantamento e revisão bibliográfica;

Coleta de dados primários, junto aos órgãos oficiais e de pesquisa

Elaboração de Material Ilustrativo, como mapas e relações de proporcionalidade,

como gráficos.

Pesquisa de campo: realização de Entrevistas com proprietários de

pequenos e médios Laticínios, bem como produtores de leite.

Analise e Tabulação dos dados coletados, informativos. Redação e

relatório final da pesquisa.

5 O território

As empresas tradicionais que possuem uma história com o espaço local, pois

é peculiar de sua importância o processo de transformação desta matéria prima, o

leite, em produtos industrializados, vem a cada dia perdendo espaço no chamado

mercado global. É sabido que as multinacionais, no ramo de produtos de derivados

de leite, atuam na região do Sul de Minas Gerais, como é o caso da Danone, Nestle

etc. Estas empresas buscam no território uma matéria prima mais barata e de boa

qualidade. No entanto, estão se instalando no local, ocupando o território com a

necessidade ou característica de buscar matéria prima barata e um grande mercado

consumidor para seus produtos. Bem diferente das empresas tradicionais que estão

no espaço local a partir de uma característica própria, e encontrou na forma de

produção a transformação desta matéria prima um mercado próspero e

característico do espaço local. A modernização do país ocorrida em meados do

século XX indica uma nova etapa da industrialização nos países periféricos

subdesenvolvidos. A invasão das multinacionais e consequentemente ao conceito

de urbanização provocou mudanças significativas no espaço produtivo local. Novos

conceitos, padrões e tecnologia propiciam uma grande arrancada nas indústrias. A

11

distinção entre os dois tipos, portes de empresas será principalmente a questão a

ser observada neste referido trabalho.

As multinacionais com o propósito de encontrar matéria prima de boa

qualidade, barata, as características de compra deste produto, o leite. A dominação

das grandes empresas modifica como toda relação de matéria prima, pois o produtor

de Leite fica refém de tais especificações, sanitárias, logísticas e, sobretudo, o

preço, pois os grandes são articulados em dominar o ramo através do preço, lei de

oferta e demanda impedem as empresas menores de participar deste seleto

mercado. Neste aspecto o pequeno produtor de produtos derivados do leite, que na

região encontramos inúmeros, fica de certa forma impotente diante das relações

desiguais com os grandes produtores. A distorção entre estes dois grupos de

produtores são enormes. As grandes empresas utilizam o espaço territorial para

aumentar seus lucros estando próximas as grandes bacias leiteiras. Já o pequeno

não consegue ter o mesmo tipo de ferramenta devido às distorções que o mercado

ocasiona. Neste caso, os pequenos laticínios utilizam o território como um refugio,

um abrigo para não desaparecerem por completo deste segmento. A tradicional

característica da região torna se a fundamental atração das empresas locais a não

desaparecerem. Sistemas locais com uma ativa co-presença de pessoas e de um

ramo de atividade consistindo de pequenas empresas independentes especializadas

nas diferentes fases de um particular processo de produção. Sforzi (2003, p. 158-

159). A forma de competitividade esta presente na exclusividade no especifico.

Características típicas que só o pequeno industrial pode fornecer. Utilizando destes

argumentos faz do produto única forma de competitividade que possui.

5.1 Território como recurso:

O consumidor está no foco das ações das grandes empresas multinacionais e

o território será para as mesmas apenas um dos fatores preponderantes para

aquisição de novos clientes. Nestlé e Danone, mais precisamente a Nestlé que

constitui objeto de estudo neste referido trabalho, apresenta claramente a

12

importância do território para a implementação de um sistema que não permite uma

concorrência leal com as empresas de pequeno porte que estão na região.

5.2 Território como abrigo

A Região, nas suas mais diversas formas de divisão, conota variedades

específicas, como natural, histórico-cultural, administrativo ou econômico. No

entanto, nossa vertente será a relação econômica do espaço local referente a

especialização produtiva. Partimos da produtividade da bacia leiteira do sul de

minas. A especificidade da localidade permite olhares distintos, relacionados aos

interesses também com características desproporcional. Nesta idéia, o espaço

geográfico, nos permite relacionar o estudo sobre a globalização por reproduzir a

dicotomia pertinente nas mais obscuras formas de desconstrução deste espaço

geográfico, e uma nova reconstrução do mesmo. Porém, o espaço geográfico

permite resistências a tais mudanças e utilizam da territorialidade como forma de

manter a característica impar de sua construção da territorialidade, regionalidade. A

região torna-se para muitas empresas pequenas de laticínios um abrigo que reluta a

esta mudança desleal, na qual a globalização as permite a o deslocamento destes

interesses de produtividade no espaço. Estas empresas estão em suas limitações

por ordem de produtividade, qualidade, logística, preço etc. As pequenas empresas

independentes não mantêm uma ligação direta com grandes empresas e não há

uma explicação única para sua inserção no mercado. Em alguns casos trata-se de

pequenas empresas que atuam em setores (ou segmentos) tradicionais e

competitivos com baixas barreiras à entrada e concorrência predominantemente em

preço..

Em outros casos, são empresas que "concorrem" com as grandes

em setores mais concentrados e que só se tornam viáveis graças à

maior flexibilidade, à estrutura mais simples e de menor custo e, não

raro, a menores custos da mão-de-obra. Há ainda pequenas

empresas "independentes" que conseguem ser bem sucedidas em

estruturas industriais nas quais há liderança das grandes empresas,

ocupando espaços ("nichos") em termos de produto, processo ou

13

mercado delimitados, e sendo flexíveis o suficiente para buscar e

ocupar novos espaços à medida que os que ocupam se estreitam.

Isoladamente o tamanho não é uma variável suficiente para definir se

uma empresa necessariamente forma parte de uma população de

pequenos negócios. (TORRÈS; JULIEN, 2005, p. 359)

Conforme a circulação de informações de modais distintos, o mercado atual

permite que as multinacionais migrem conforme seus interesses de região a região.

A mobilidade está na própria forma de atuação de mercado. O mesmo não permite

que as pequenas usufruam de mecanismos idênticos, apesar de intensificar a

dependência do mercado consumidor e produtivo. Entretanto, as regiões tornam-se

abrigo, refúgio, para as pequenas empresas de Laticínios.

[...] uma fonte de 'especificidade' provém da impossibilidade de

acesso aos vários tipos de economias de escala e outra, também

constatada a partir da observação empírica provém das influências

culturais que restringem e conformam a ação da administração do

pequeno negócio. (CURRAN, 2006, p. 206).

No século XX, a indústria de laticínios, derivados de leite, caracterizou-se pelo

convívio relativamente estável entre três grupos de empresas: um pequeno número

de empresas com predomínio do capital externo e dedicando-se à fabricação de

produtos com elevado valor agregado; outro de empresas com capital nacional, de

origem predominantemente familiar, dedicadas à fabricação de produtos com baixo

valor agregado e de mais elevada perecibilidade, com abrangência local e ou

regional, produtos que se tornaram característicos do espaço produtivo local e, por

fim, um grupo de cooperativas que podem ser divididas em centrais de cooperativas

e cooperativas individuais, que neste momento de estudo não cabe refletir

interpretações. E não é por acaso que os fundos de investimentos estejam

comprando grandes empresas da indústria brasileira láctea, o cenário futuro aponta

para uma importância crescente da indústria brasileira na cadeia produtiva global. A

concentração pode vir através de cooperativas. De empreendimentos de pequeno e

médio porte, só se tornam viáveis caso atuem em nichos de mercados

14

diferenciados. O espaço de atuação, com a maior diversificação de produtos lácteos,

manufaturados do leite. Porém, a briga pelo mercado torna-se desleal.

Micro, e macro Circuito: a dinâmica espacial da cadeia produtiva, de

derivados do leite, laticínios, assume-se aqui o papel central da grande empresa na

articulação da cadeia produtiva, esta por sua vez responsável pelas grandes

transações financeiras e de produtos. A relação avança nas seguintes hipóteses

secundárias: está ampliando-se o espaço ocupado pelo capital nacional na divisão

de tarefas em nível mundial, divisão internacional do trabalho as indústrias nacionais

não ocupavam este espaço por sua territorialidade, ainda assim, os agentes

econômicos de capital nacional assumem um papel subordinado e,

conseqüentemente, com menores graus de liberdade. Pois, é relativo que este

espaço de atuação na territorialidade, regionalidade, devido a inúmeros fatores de

limitação e não por incompetência, não seja ocupado.

Este projeto apoia seus estudos da premissa básica na lógica capitalista,

portanto, compreende a economia capitalista contemporânea segundo a tradição

dos grandes autores que apontaram a tendência inerente da acumulação capitalista

em promover uma mudança radical e contínua do território tradicional, perdendo

este suas raízes originais, características de sua atuação em determinado

segmento, conforme a divisão internacional do trabalho. Suas bases técnicas,

promovendo a concentração e a centralização dos capitais, oriundos estes de outras

espacialidades, pois a globalização as permite alterar este espaço. Nesse sentido, a

grande empresa capitalista moderna compreendida como “grupo financeiro com

predominância industrial” (Chesnais, 1995) e unidade de valorização de capital –

destaca-se como principal agente das transformações que periodicamente destroem

as próprias estruturas estabelecidas de produção, distribuição, circulação e consumo

de determinados nichos de produção estabelecidos ao longo da historia.

Circuito espacial Produtivo: estes circuitos dinâmicos e característicos

apontam antes da disseminação da produção do leite UHT, por si só, que a

perecibilidade limitava a abrangência das plantas industriais e possibilitava a

existência de pequenos laticínios de caráter regional. Ficava desta forma,

estabelecida uma divisão de mercados, onde a grande empresa atuava nos

produtos mais elaborados e a pequena empresa se responsabilizava pela produção

do leite fluído com distribuição local. Com a adoção da tecnologia de pasteurização,

15

verificou-se então a passagem de um mercado de abrangência local para um

mercado nacional, ampliando-se os espaços da concorrência e a diversidade de

marcas disponíveis para o consumidor. Altera-se assim o âmbito da concorrência do

leite fluído, transformando-se esse espaço de cativo do produtor local para espaço

disputado, sobretudo entre empresas grandes de caráter nacional ou multinacional.

A introdução da tecnologia UHT significou mais do que a mudança de hábitos de

consumo, provocou uma transformação na coordenação da cadeia produtiva láctea

e em certa medida foi responsável pela reestruturação produtiva ocorrida no setor.

No Brasil, essa tecnologia, propriedade da empresa TetraPak, foi introduzida pela

empresa Parmalat. Posteriormente, diversas empresas passaram a produzir leite

pasteurizado. Estas tecnologias proporcionaram uma disseminação do produto e da

industrialização do mesmo. Num período mais recente, e que repercutiram

diretamente sobre a indústria de laticínios, temos a abertura do mercado nacional,

que propiciou um fluxo intenso de capitais externos nos anos 1990, capitais estes

que aumentaram os fluxos dos investimentos diretos externos (IDE) realizados na

economia brasileira.

“As firmas compõem seus produtos, fabricando componentes em

lugares geográficos distantes entre si, uma forma de especialização da

Produção. A tecnologia carrega a espacialização e facilita atentar contra o

território de outros modos” Santos (1996, p.242).

Sobretudo as multinacionais constroem novas redes de distribuição e criação

de novos conceitos, O território hoje pode ser formado de lugares contínuos e de

lugares em rede. São, todavia, os mesmos lugares que formam redes e que formam

o espaço banal. São os mesmos lugares, os mesmo pontos, mas contento

simultaneamente funcionalizações diferentes, divergentes. No caso da indústria de

laticínios, esses recursos foram os responsáveis diretos pela intensificação da onda

de fusões e aquisições que se verificou no setor. Estes eram provenientes,

sobretudo, dos países centrais, com especial destaque para o capital de

procedência européia. As grandes empresas de laticínios internacionais com uma

larga tradição na industrialização e comercialização de produtos lácteos. A indústria

de alimentos foi um dos segmentos que mais recebeu esse tipo de recurso. Esse

processo levou à constituição de grandes indústrias, conglomerados horizontais de

atuação no setor. Assim como condicionou a nova forma de atuação dos agentes

16

integrantes do complexo agroindustrial de laticínios, desencadeando novas formas

de coordenação da cadeia produtiva. Neste aspecto, com a abertura e

desregulamentação do mercado de laticínios brasileiro, estas grandes empresas

conseguiram com certa facilidade a inserção no território. Território este que não

estabelece etapas de modernização de seu parque industrial, ou seja, as

multinacionais ao estabelecerem as relações com o espaço transformam o mesmo

pulando etapas importantes de desenvolvimento regional. O que ocasiona o

desaparecimento de diversas outras empresas. E dificultando a ação das pequenas

empresas que ainda sobrevivem do território, da limitação espacial. A dependência

regional torna-se latente, tanto por parte do produtor como do pequeno industrial de

produtos lácteos.

5.3 Cadeia Produtiva

O produtor de leite, detentor da matéria prima poderá vender seu produto ao

grande produtor de produtos derivados do leite, no caso as multinacionais, ou ao

pequeno que utiliza a tradição de seu produto para permanecer no mercado. Uma

desigualdade imensa. O grande produtor estabelece o preço possui maior

credibilidade diante a sua atuação internacional, o que intimida o produtor de leite,

seja ele pequeno, médio ou grande. Estes atributos do grande produtor de produtos

industrializados fazem modificar toda uma relação de dinâmica da cadeia produtiva

do leite. Novas tendências e técnicas são estabelecidas mais uma vez as

imposições internacionais, desterritorializando o espaço local característico e

tradicional.

5.4 Empresa territorial

Na abertura economica do mercado brasileiro nos anos 90, antes disso na

década de 30 as multinacionais já estavam no Brasil. Entende-se então que a

17

atuação das mesmas com o mercado produtor de leite no Brasil não é nova. A

concentração da estrutura de mercado pode ser analisada pela grande concentração

de multinacionais no país, a partir da Nestle, um pequeno grupo assume a quase

totalidade de produção e distribuição no território.

Ainda que existam mais de 2.300 empresas processadoras de leite no

território brasileiro, as quatro maiores empresas captam quase 30% do total de leite

inspecionado. As oito maiores empresas em captação são responsáveis por 35% do

leite captado em território nacional. Ou seja, um pequeno grupo apoderando-se de

quase a totalidade da produção, mais uma vez a lógica capitalista de concentração

de riqueza. O que denota que as pequenas empresas de laticínios tornam-se cada

vez mais restritas em seu território, pois a atuação das grandes do setor vem

tomando seu espaço na cadeia produtiva.

Na região do Sul de Minas, por se tratar de uma região especifica do ramo de

leite, possui uma grande quantidade de indústrias de pequeno a médio porte. Á sua

tradição na produção de queijos, manteigas, iogurtes, doces, produtos

manufaturados do leite, etc. Essa indústria ou ramo industrial, no desenho clássico

de produção industrial, é composto por empresas multinacionais, por grupos

nacionais, por cooperativas e também por pequenos laticínios. As empresas

multinacionais são os grandes grupos privados controlados por capital de origem

externa, com abrangência nacional, geralmente possuindo uma marca consolidada.

Sua produção não se dá apenas na área de lácteos, mas sim em alimentos de uma

forma mais ampla. Os grupos nacionais caracterizam-se por uma atuação mais

regionalizada, com especialização em alguns produtos lácteos. Dentre as

cooperativas, temos as cooperativas singulares ou de primeiro grau, voltadas

principalmente para o consumo local em mercados regionais, e as cooperativas

centrais ou de segundo grau, que são constituídas por um grupo de cooperativas

singulares. Por fim, temos os pequenos laticínios, de alcance regional, atuando

muitas vezes de forma clandestina, sem inspeção sanitária. Jank (1999, p.278). A

especificidade setorial foi ocorrência precursora, antecipando o movimento que

ocorreu no restante da indústria. Essa análise, ainda que de forma abreviada,

evidencia a redução no número de empresas atuantes, em decorrência

principalmente das operações de fusões e aquisições verificadas.

18

No período compreendido entre 1985 e 2003 ocorreram 48

operações de fusões e aquisições envolvendo empresas processadoras de

leite. Essa movimentação é entendida como parte integrante e decisiva

das estratégias de crescimento das empresas, condicionantes dos demais

movimentos dessa indústria. Carvalho (2006, p. 57)

Queijos

33%

5.5 Crédito

Fica evidente nas entrevistas realizadas com os pequenos industriais, que a

aquisição de crédito perante as instituições financeiras, fica de certa forma

prejudicada. Pois, as exigências governamentais, sanitárias, etc, denotam

claramente as imposições dos padrões de fabricação e consumo vindos dos países

desenvolvidos adotados. Cabe neste caso um estudo mais detalhado, e não

interessa neste momento estar relacionando as dificuldades encontradas pelos

pequenos industriais que têm a região, o regionalismo como fator determinante para

a sobrevivência no comércio de produtos derivados do leite.

5.6 Logística

A competitividade nos dias atuais proporciona que as empresas possuam

maiores relações com a cadeia produtiva. As novas técnicas relacionadas a coletas

de leite na propriedade, armazenamento, distribuição e produção difundem

conceitos e parâmetros a serem seguidos. As multinacionais engajadas e

precursoras de tais conceitos lançam a perspectiva de atuação global. As inúmeras

manifestações da divisão internacional do trabalho relacionam a regionalidade, a

territorialidade no contexto específico que cada região proporciona na cadeia

produtiva.

19

A logística, devido ao engajamento de novos mecanismos, proporciona antes

de tudo uma nova relação de intermediação de produtos que até então ficava

estacionado neste contexto de proximidade de fluxos produtivos e consumidores. No

caso do leite, a mesma hipótese está diretamente relacionada. Por ser um produto

de um extensivo consumo como antes relacionado, demonstra a imensa viabilidade

de criar cadeias inter-relacionadas, entre produto (matéria prima) com consumidores

em produtos industrializados. Denota que as regiões seguem o mesmo jogo do

capitalismo entre regiões desenvolvidas e subdesenvolvidas. Neste mesmo caso,

entende-se a especialização da região do Sul de Minas na produção de leite, entre

pequeno, e grande produtor e a proximidade das cadeias de distribuição, no caso as

grandes empresas mundiais alocadas nas proximidades desta bacia leiteira, no

caso, Danone etc. Todas com grandes modais logísticos. Estas mesmas tomando,

ou aniquilando as pequenas processadoras de leite, as pequenas indústrias de

derivados de leite do espaço produtivo local, como a Magestic de Alfenas, MG.

5.7 Propaganda e Marketing

O mercado consumidor destes produtos está diretamente relacionado à base

da pirâmide alimentar do ser humano. O que indica que este mercado é propenso a

só aumentar. A cultura, a tradição de certas regiões originou a especialização em

tais produtos, como no caso o queijo de minas, ou o queijo da serra da canastra, etc.

Porém, a especificidade de tais produtos está relacionada ao pequeno produtor

destes produtos derivados do leite, como o caso do doce de leite, manteiga,

requeijão etc. No mercado a concorrência com o grande produtor e pequeno torna-

se desigual. A disponibilidade de recursos físicos e financeiros da grande empresa

de laticínios é completamente superior perante a propaganda e os recursos da

pequena empresa. A propaganda dos dois tipos de empresas é completamente

distinta: a grande atuando para a grande maioria na mídia nacional, em contra

partida, a pequena, a propaganda torna-se boca-a-boca devido sua qualidade e

especificidade, do tradicional. Neste caso, o espaço geográfico restringe o pequeno

produtor, que passa a atuar somente no local, espaço de origem, o território como

20

abrigo, refúgio. Mas, este território sofre a atuação da grande empresa que esta

relacionada como um todo no espaço geográfico nacional, não somente na região

com características tradicionais.

5.8 Transnacionais, elas estão na região, espaço produtivo local.

O Sul de Minas Gerais possui uma das maiores bacias leiteiras do Brasil, o

que possibilitou a fixação de diversas empresas multinacionais na região. Estar bem

próximo da matéria prima e controlar a oferta do produto, fixando preços e contratos

futuros de exclusividade tornam estas regiões subdesenvolvidas, dependentes

destes mecanismos, perversos da globalização. Estas multinacionais, como a

Danone, instalada em Poços de Caldas, concorre diretamente com empresas locais

de laticínios. E ainda é concorrente na aquisição do produto, matéria prima, o leite.

Os produtores de leite desta região ou vendem seu produto para as multinacionais

ou para os pequenos. O fator decisivo para a venda diretamente relacionada com a

quantidade e a forma de pagamento. E, neste aspecto, como a quantidade

condicionada como, o preço pago aos pequenos, médios e grandes produtores.

Diferenciando assim da quantidade de matéria prima adquirida pelos pequenos e

médios produtores de produtos industrializados, que neste caso de concorrência

pelo fator preço formas de pagamentos etc. Por exemplo, as multinacionais pagam

um valor que com certeza cumpre o compromisso, pois detém a facilidade de

disponibilidade de recurso e crédito no mercado, assim as pequenas com recursos

escassos e dificuldade de obtenção de crédito.

5.9 Oferta e demanda

O controle da oferta deste produto, possui inúmeros fatores que irão de

encontro com muitas vertentes relacionadas a economia local, parte das pequenas

empresas, e mundial parte das grandes empresas. Primeiro, as tradicionais regiões

21

produtoras de leite, possuem na regionalidade a produção por diversas

características, regionais, especificas do espaço, na qual estão inseridos. E, neste

caso, as indústrias processadoras de leite também desenvolveram seus produtos ao

longo desta história de perpetuação e modelagem do espaço geográfico. Porém, as

multinacionais não possuem um histórico de característica de fidelidade no espaço

geográfico, e as novas vertentes competitivas relacionadas como tecnologias

avançadas.

A demanda por produtos industrializados derivados do leite ao longo do

século XX só vem aumentando possibilitando a criação de inúmeras empresas.

Sobretudo a criação de um novo conceito na cadeia alimentar da população. A

população do mundo inteiro cria uma dependência alimentar sobre tais alimentos.

Grandes corporações atentas a tais acontecimentos buscam novas cadeias

produtivas regionais. Esta atitude de avançar na conquista de mercados impulsiona

as grandes empresas, consolidando a marca. Neste mesmo contexto as pequenas

empresas estão perdendo seu próprio mercado de atuação. Mas o espaço produtivo

e consumidor de seus produtos agem como refugio e a demanda pelos produtos

tradicionais não desaparece.

6. Novas tecnologias

A estrutura clássica da cadeia láctea apresentado tem-se alterado nos últimos

tempos. Cada vez mais ocorre a exclusão dos produtores não especializados,

tendência que se acentuou com a Normativa do Ministério da Agricultura n° 51, que

impõe uma série de condições para que os produtos cheguem ao mercado, desde o

começo da cadeia produtiva. Em face da necessidade de investimentos

indispensáveis para a manutenção do fornecimento de leite, inicialmente ocorre esta

exclusão. Assim, como integrante da cadeia produtiva láctea, colocamos somente o

produtor especializado. Outra distinção diz respeito à divisão entre as empresas,

desaparecendo a relativa à origem do capital. Na verdade, o que interessa é a

dimensão desse capital, sua abrangência. Nesse quesito, a diferenciação diz

respeito ao porte, as empresas se diferenciam entre grandes empresas de

22

abrangência nacional e pequenas empresas mais regionalizada e ou especializadas.

O papel das cooperativas diminui, pois muitas passaram a fornecer para empresas

privadas. Mas o atributo principal que diferencia os dois grupos de empresa é a

prática da atividade de pesquisa e desenvolvimento, e conseqüentemente, da

inovação.

6.1 Capitulo I

As empresas multinacionais estão como referimos anteriormente, alocadas no

espaço geográfico perante a necessidade de crescimento no mercado de atuação.

Para as mesmas, a ampliação do espaço geográfico é a garantia de mercado

consumidor para seus produtos. O que também denota a modificação, bem como a

imposição de novos costumes de alimentação, já que estamos falando de produtos

derivados do leite. A empresa francesa Danone, que possui uma processadora de

derivados de leite em Poços de Caldas, sul de Minas, apresenta em seus folders,

páginas na internet, que tem como um dos principais objetivos da empresa estar

presente na mesa de famílias de todo o mundo, produtos de sua fabricação. O que

mais uma vez reforça que Milton Santos descreve em seu livro, Território

Globalização e Fragmentação, a empresa francesa atuando fortemente bem próxima

de seus fornecedores e também de seus consumidores. “A nível local, muitos

municípios interioranos passaram a oferecer uma serie de incentivos visando atrair

indústrias.” Santos (1996, p.113). O espaço geográfico de atuação da mesma sendo

ampliado. Como todos os outros, este segmento, possui os mesmos objetivos

capitalistas da empresa global tende a cada vez se solidificar com grandes

empresas, rentável e competitiva. A modificação, ou reestruturação do mercado

produtor de matéria prima e consumidor de seus produtos, faz com que todo um

processo de construção do espaço produtivo tradicional, territorialidade, como

demorou certo tempo para construir, em apenas décadas sejam destruídos. Novos

hábitos num espaço que antes havia uma sólida e tradicional forma de interagir,

talvez nem tão sólida assim, pois foi desconstruída. E faz perceber que a disputa

deste território foi de certa forma conquistada com mecanismos que o capitalismo as

23

desenvolveu. Tornando assim um luta desigual. O espaço produtivo, desta empresa

passa a ser o global, e países subdesenvolvidos tornam-se mercados fáceis de agir

e interromper o que estava sendo produzido neste determinado nicho de mercado. O

que concluímos é que o espaço produtivo no seguimento de produtos lácteos não

difere muito de outros segmentos e as atuações das empresas globais fazem o jogo

da globalização que interessam. A competitividade com outras empresas do mesmo

ramo, porém local, fica de certa forma, comprometida. As redes e cadeias

produtivas, as tecnologias, a variabilidade de produtos, a disposição dos produtos na

gôndola dos mercados, a marca a exposição de marketing as disparidades de

atuação no mercado. Todos estes atributos fazem perceber como arrojada são as

multinacionais neste segmento. Como já referimos anteriormente, não é novidade a

atuação das multinacionais no Brasil, porém, a modificação de hábitos alimentares e

a concepção de dominação de todo o mercado de produtos lácteos é relativamente

novo. A globalização como ferramenta propulsora das modificações. Quanto mais

espaço, território de atuação a obtenção de lucro e dominação da chamada empresa

global. Com uma marca forte consolidada em todo o mundo, com forte presença,

fica fácil a entrada destas em todo o mundo. Inclusive a sucursal de Poços de

Caldas a Danone, (francesa), recebeu inúmeros incentivos, governamentais para

construção de indústria, isenção de alguns impostos. A imposição de novos

métodos, seja de aquisição de matéria prima, como armazenagem e transformação,

fez com que estas empresas impusessem tais tecnologias e métodos produtivos. A

dominação na cadeia produtiva fortalece a relação de dominação de mercado.

6.2 Capitulo II

As empresas regionais, locais de produtos derivados do leite. Estas por sua

vez possuem como características básicas a tradição no setor lácteo brasileiro.

Como referimos anteriormente, estas estão para o espaço geográfico de atuação

como parte inseparável da característica da região. É o caso do estado de Minas

Gerais, que conhecido mundialmente pelos produtos tradicionais, como o queijo,

manteiga, doces, etc... .

24

“Este processo de construção de constituição de nação se opõe, de

um lado, ao local, mas ele também, de outro, se opõe ao global porque

este tende sempre a destruir bases desta construção nacional, a

fragmentar, não no sentido local, mas no sentido global de negação

inclusive dos espaços locais e de constituição de redes, de sistema de

caráter global, porque o global se apoia hoje na idéia de rede”

Santos(1996,p.75).

O fato primordial será a fragmentação do território porem a ligação feito pelos

modais tecnológicos permite a ligação antes inexistente. As empresas locais,

regionais possuem a tradição de estar atuando há tempos na região pela própria

característica produtiva da mesma. Como demonstramos anteriormente o estado de

Minas Gerais possui esta característica no mercado de leite no território brasileiro.

Empresas que possuem um forte e antigo vinculo com os produtores. No caso

estudado deste artigo, analisamos a empresa, Laticínios Alfenense, Magestic Ltda,

empresa tradicional no ramo de laticínios, familiar.Características da empresa:

Continentes: 1.

Países: 1.

Fábricas: 1.

Colaboradores: 25.

Agricultores beneficiados com assistência técnica gratuita: 00.

Vendas: 300.000

Lucro líquido: 98.000

Uma marca

Mais de13 produtos.

Esta inserida num determinado espaço, território que fez da necessidade, e

habilidade sua própria existência. O próprio território alavancou diversas empresas

deste segmento talvez pela própria característica do estado na produção de leite. Ao

agregar valor em seus produtos transformados, as regiões tomam notoriedade de

seus produtos pela qualidade e tradição. As redes e cadeias produtivas já existiam

um próprio método, porem rudimentares. Como a captação da matéria prima que era

feita em latões de 50 litros, possuía uma cadeia, ou melhor, uma rede de captação a

linha de fornecedores de leite da região. Atualmente a matéria prima ainda é

coletada nos latões de 50 litros totalmente fora dos padrões da vigilância sanitária. A

25

logística consistia na captura destes latões de vários fornecedores em uma lógica de

transformação desta matéria prima para transformação de produtos, com valor

agregado. Estas empresas num determinado tempo foram para a região uma

referencia dos produtores, pois só havia um comprador para seu leite, o que de certa

forma causava dependência. Esta indústria de transformação de derivados de leite

de certa forma era, e torna-se referencia para a região, seus produtos disponíveis

nas cidades da região. Porem no final do século XX, com a inserção de novas

tecnologias, o avanço das multinacionais para as proximidades das regiões

produtoras, ocorre uma modificação na relação produtor com os laticínios.

“Um enfoque mais recente se articula em torno de uma nova

divisão espacial e internacional do trabalho-introduzida pela empresa

multinacional e, de maneira mais geral, pela empresa de estabelecimentos

múltipla, na qual as deferentes fases do processo de produção são

atribuídas no espaço diferenciado, em função de suas características

tecnológicas e do nível de qualificação que querem.” Santos ( 1996, p.52)

A concorrência, a implementação e a adequação de novos métodos de

captação da matéria prima proporcionou uma grande modificação na estrutura da

dinâmica territorial de produção. Nessa forma de inserção das pequenas empresas,

dada a sua amplitude, não existe um padrão único de relação pequenas

empresas/grandes empresas. Situam-se, aqui, empresas "satélites", totalmente

submetidas ao comando das contratantes, e empresas que se beneficiam do

privilégio de estar sob o "guarda-chuva" de uma grande empresa, com

funcionalidade tão alta, que adquirem forte poder de negociação.

“Daí a necessidade de encarar o território, e consequentemente, a

territorialidade, como categoria temporária, de vez que no espaço e no

tempo nada é permanente, tudo se acha em constante transformação.”

Santos (1996,p.48)

Em caso de quebra dos vínculos, a grande empresa, no mínimo, defrontar-se-

á com a desvantagem representada pelo tempo necessário para encontrar, formar e

adaptar um novo fornecedor. Portanto, a base e a dimensão das relações entre as

26

empresas estão muito mais na troca de conhecimentos e experiência que na simples

relação de compra e venda (como na relação de subcontratação tradicional). Quanto

mais relevante for o papel das pequenas empresas na determinação da

competitividade das grandes empresas, quanto menores as assimetrias no poder de

negociação. Isso se dá, em particular, quando a subcontratação, ou qualquer que

seja a relação, é de especialização. A cadeia produtiva sofre uma inversão de

estrutura, territorial. Porem a mesma implementação, de uma nova relação de poder

é instaurada. Se num determinado momento a empresa local, detinha o privilegio de

ter uma gama de fornecedores, já não possui e ainda tem um concorrente global.

Porem a mesma não chega a desaparecer, pois utiliza o território, a tradição para

permanecer mesmo com as adversidades. Esta utiliza o território como refugio,

abrigo, como cita Milton Santos em seu livro, Território Globalização e

Fragmentação. O território protege desta concorrência desleal, provocada pela

invasão das multinacionais na região. O que determina a existência destas

empresas, no entanto a tradição, o espaço geográfico. Os produtos, a marca, a

logística não conseguem acompanhar a evolução tecnológica, e mesmo financeiro,

neste momento a disparidade de empresas, uma bem mais reformulada e

estruturada financeiramente, no caso as multinacionais, neste referido trabalho

citamos a Danone e Nestle, francesa e suíça, respectivamente, versus as empresas,

locais citadas neste trabalho: a brasileira, Laticínios Alfenense, Magestic Ltda, do

município de Alfenas, MG. O que fica notório é a inversão de relação entre indústria

e produtores de leite. E também a dicotomia de relação entre espaço, território de

atuação. Uma empresa utiliza o território para ganhar mercado consumidor e

conseqüentemente aumentar sua atuação, global e lucro, território como fator

determinante para crescimento organizacional e dominação no segmento. A outra

possui o mesmo espaço produtivo local como fator de abrigo, pois possui uma

relação direta com a territorialidade, a tradicionalidade, como fator positivo para

permanecer no mesmo segmento produtivo, competitivo, porem utilizam a

especificidade para permanecer no mercado. E o espaço geográfico passa a ser um

abrigo, refugio para não desaparecer.

“O conceito território não deve ser confundido com o de espaço ou

de lugar, estando muito ligado à idéia de domínio ou de gestão de um

27

determinado lugar. Assim, deve-se ligar sempre a idéia de território à idéia

de poder...” Santos, (1996 p. 213)

O propósito das empresas de laticínios locais estarem sobrevivendo ao

avanço das multinacionais será de certa forma o poder do território, este como

abrigo, refugio para sua organização empresarial e seus produtos.

28

Conclusão

Neste trabalho, temos a pretensão de discutir a dinâmica das relações entre o

pequeno industrial de produtos derivados do leite com a grande indústria

multinacional. Diagnosticar as verdadeiras relações entre espaços competitivos,

questão da territorialidade, seus usos e atribuições. A tradição de certas regiões em

determinados produtos, divisão internacional do trabalho. As características de

desenvolvimento atribuídas à região. A mudança de atores propensos à mudança da

paisagem geográfica local, nacional e internacional. Neste referido trabalho

delimitamos a região do Sul de Minas, cidade de Alfenas, pois as relações de

disputa do território são nítidas. E as empresas disputam o mesmo consumidor,

produtor, rede e cadeias produtivas. Cadeia produtiva, bem como suas relações

interdependentes, como logísticas técnicas de produção, captação e industrialização

do leite, e seus derivados. A Globalização como perversidade, ao sufocar e dificultar

o pequeno tradicional produtor de produtos derivados do leite. Pois ao interferir de

forma desleal no mercado regional local, obrigando de certa forma a que as

empresas menores tendem a desaparecer, devido a disputa territorial. As redes

interligadas monopolizando a coleta de matéria prima, no caso o leite, manipulando

o preço e articulada com a demanda internacional. A inserção das Multinacionais

processadoras de alimentos derivados do leite, competitividade desleal. Enfim

observamos o conjunto de tais acontecimentos na região do Sul de Minas, e a

questão do território local, a necessidade diferente entre estes dois tipos de

produtores de produtos derivados do leite. O pequeno industrial, tradicional, com o

grande, a multinacional no mesmo território, interesses distintos em relação ao

espaço de atuação. E neste caso a zona de atuação das duas empresas se choca.

Porem uma depende da territorialidade para permanecer no mercado, e está sendo

constantemente sufocada pelas maiores que necessitam de mercados

consumidores cada vez maiores para aumentar sua participação no mercado

mundial. Neste aspecto, o território local se fragmenta perante a globalização.

29

Anexos

As características das grandes empresas produtoras de produtos derivados

do leite. As grandes empresas possui diversas características que acentua-se

conforme a proximidade das empresas no espaço local. As grandes corporações

possuem linhas de financiamento que atende as necessidades das empresas em

todo o mundo. Diferente das pequenas e medias empresas que não possuem tanta

linha de crédito disponível no mercado. A aquisição de linhas de credito para

grandes empresas possibilita uma melhor adequação de equipamentos novas

tecnologias, logística e espaços produtivos.

Tecnologia:

As tecnologias das pequenas empresas estão muito atrasadas referente as

tecnologias das grandes industrias. As necessidades de aquisição de mercado com

grandes capitais e crédito disponível possibilitaram que as grandes empresas se

modernizassem. A modernização do setor foi fundamental para se adequar ao nicho

de mercado, pois se criou uma nova demanda de consumo na população. Novos

produtos e com especificações que o mercado necessita foi criado por tais empresas

multinacionais. Este novos produtos, adequado a legislações fito sanitárias

garantiram as grandes empresas impor regras conceitos, que as pequenas

empresas tem dificuldades em se adequar. Neste aspecto as pequenas empresas

possuem tecnologias defasadas e que de certa forma não atende as especificações

fito sanitárias vigentes. Equipamentos antigos e defasados impedem as pequenas

empresas de possuir novos produtos e fabricar nas condições que os grandes

industriais possuem.

Em todos os países onde opera, as atividades da Nestlé se alinham aos

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ação coordenada pela Organização das

Nações Unidas (ONU) que estabelece oito macro-objetivos para a sustentabilidade

do planeta:

1. Acabar com a fome e a miséria

2. Educação básica de qualidade para todos

30

3. Igualdade entre sexos e valorização da mulher

4. Reduzir a mortalidade infantil

5. Melhorar a saúde das gestantes

6. Combater a aids, a malária e outras doenças

7. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente

8. Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento

A Nestlé também trabalha conforme os princípios do Pacto Global, iniciativa

pela qual a ONU propõe à comunidade empresarial o desafio de apoiar

mundialmente a promoção de valores fundamentais nas áreas de Direitos Humanos,

Direitos do Trabalho, Proteção Ambiental e Combate à Corrupção.

Continentes: 5.

Países: 86.

Fábricas: 480.

Colaboradores: 276 mil.

Agricultores beneficiados com assistência técnica gratuita: 610 mil.

Vendas: CHF 107,6 bilhões.*

EBIT: CHF 15 bilhões.

Lucro líquido: CHF 10,6 bilhões.

Mais de 6 mil marcas.

Mais de 10 mil produtos.

Mais de 800 especialistas em agricultura.

500 projetos de assistência técnica gratuita, voltados para 400 mil

fazendeiros.

6,2 bilhões de dólares em matéria-prima comprada, a cada ano, em

países em desenvolvimento.

(*) CHF = franco suíço: 1 franco suíço = R$ 1,6222 (taxa média 2007

A Nestlé está no Brasil desde 1921. Por meio de uma administração robusta e

focada no consumidor, baseia seu crescimento igualmente nos desempenhos

econômico, social e ambiental do País.

31

Oferecer ao consumidor brasileiro produtos reconhecidamente líderes em

qualidade e valor nutritivo, que contribuam para uma alimentação mais saudável e

agradável, gerando sempre oportunidades de negócios para a empresa e valor

compartilhado com a sociedade brasileira.

Valores da Empresa

Pessoas em primeiro lugar.

Qualidade de nossos produtos e serviços.

Segurança é inegociável.

Respeito para todos, dentro e fora da empresa.

Responsabilidade em toda decisão.

Paixão pelo que fazemos.

A Nestlé está no Brasil desde 1921. Por meio de uma administração robusta e

focada no consumidor, baseia seu crescimento igualmente nos desempenhos

econômico, social e ambiental do País.

Números da Nestlé no Brasil

Fábricas: 27.

Categorias de produtos: 28.

Marcas: 141.

Produção: 1,4 milhão de toneladas por ano.

Empregos diretos: 17.670.

Empregos indiretos: 220 mil.

Fornecedores e produtores rurais: 40 mil.

Penetração nos lares: 98%.*

Faturamento bruto em 2007: CHF 7,4 bilhões**/R$ 12 bilhões.

Dentro do grupo, a Nestlé Brasil é o 4º mercado em faturamento e 2º

em volume.

A distribuição de produtos Nestlé pelo Brasil envolve muita estratégia e

tecnologia. Conheça este processo que começa na fabricação e termina nos pontos-

de-venda. A Nestlé tem o nome de seu fundador, Henri Nestlé, o alemão que

32

inventou a primeira fórmula de alimento infantil, chamada por ele de Farinha Láctea.

A partir dessa iniciativa, ocorrida há mais de 130 anos na cidade de Vevey, na

Suíça, a Nestlé foi crescendo e se tornou A Empresa Mundial de Alimentos e

Nutrição.

O relacionamento da Nestlé com seus fornecedores se baseia nas

orientações dos Princípios de Compra Nestlé. Este documento estabelece os

padrões de qualidade necessários às matérias-primas, além das condutas éticas

esperadas dos fornecedores em relação a temas como meio ambiente e

discriminação, entre outros. A empresa orienta sua relação com os parceiros

comerciais em concordância com as regras estabelecidas pela Câmara Internacional

de Comércio. A Nestlé também exige de seus fornecedores o cumprimento das

diretrizes internacionais que tratam do assunto. Na condição de fornecedora, a

empresa cumpre fielmente esses conceitos e práticas.

Serviços ao Produtor de Leite

Maior captadora de leite fresco do País, a Nestlé contribui para o

desenvolvimento das propriedades rurais por meio de diversas ferramentas e

programas. Por meio da DPA (Dairy Partners Américas – “Parceiros em Laticínios

nas Américas”), procura contribuir para o desenvolvimento das propriedades rurais e

cooperativas parceiras. O Serviço ao Produtor de Leite DPA (SPL) visa proporcionar

melhorias em qualidade, rentabilidade e sustentabilidade das fazendas, por meio de

várias iniciativas.

Programa de Desenvolvimento da Pecuária Leiteira

A Nestlé se empenha para propiciar o crescimento dos negócios conduzidos

pelos produtores rurais. Por meio do Programa de Desenvolvimento da Pecuária

Leiteira (PDPL), a empresa fornece assistência técnica aos produtores, em parceria

com as Universidades Federais de Viçosa (MG) e Goiânia (GO). O auxílio se dá por

meio de assistência técnica às propriedades por estudantes dos últimos anos de

Medicina Veterinária, Agronomia, Zootecnia, Tecnologia em Laticínios, Engenharia

de Alimentos e Agrimensura, sob a orientação de técnicos do projeto e professores

das universidades. O Programa oferece aos estudantes a oportunidade de aplicar o

33

conhecimento acadêmico em situações reais de trabalho profissional, nas fazendas

de leite da região – sempre com o acompanhamento dos técnicos e dos

professores-orientadores dos projetos –, e cria a possibilidade de transferência de

tecnologia para os produtores, buscando o crescimento da atividade leiteira e o

aumento de sua competitividade. Nesse trabalho, os universitários interagem com

todas as áreas das propriedades, com foco central no aspecto da gestão. Os jovens

aprendem a adotar recursos tecnológicos, sociais e de gestão, visando à redução do

custo da produção, ao aumento da qualidade do leite captado e, consequentemente,

à melhoria da produtividade e da qualidade de vida dos produtores. Já passaram, ao

todo, pelos PDPLs de Goiânia e Viçosa, 2.162 estagiários. No total, 282

propriedades rurais das regiões próximas a Viçosa e Goiânia foram beneficiadas.

Desde a adoção do PDPL de Viçosa, em 1988, houve um aumento significativo de

360% na produção média diária das vacas em lactação. Todo o investimento do

PDPL de Goiânia é suportado pela DPA, e a maior parte do investimento do PDPL

de Viçosa também, com participação do Sebrae-MG desde 2006. Para participar do

projeto, a fazenda precisa estar em localidades próximas às universidades. O

produtor deve demonstrar interesse, ter espírito empreendedor, acompanhar as

recomendações dos estudantes, técnicos e professores e ser receptivo – condições

para que se mantenha no projeto.

Assistência Técnica ao Produtor

Em programas como Educampo e Núcleo de Assistência Técnica Autorizada

(Nata), técnicos qualificados e treinados pela DPA (engenheiros agrônomos,

veterinários ou zootecnistas) atendem grupos de produtores em todas as regiões de

atuação da Nestlé. Primeiro, ocorre uma visita técnica para se obter um diagnóstico

da propriedade. Em seguida são realizadas as orientações, indicando os caminhos

para que cada produtor consiga aprimorar o manejo produtivo de forma econômica e

sustentável.

Recentes resultados, no Brasil, mostraram aumento de 23,5% no volume de

leite, em 2007, para produtores que possuem assistência técnica, em comparação

com o incremento de 8,8% para produtores sem assistência técnica, no mesmo

período.

34

• Fazendas Referência – É realizado um debate, em propriedades leiteiras,

com o objetivo de mostrar um caso de sucesso em tema predefinido. Esse tipo de

evento é interessante porque mostra a realidade da região em que os produtores

participantes estão inseridos. Um professor de universidade participa, reforçando o

elo entre pesquisa, ensino e extensão rural. O professor discute com os

participantes as técnicas utilizadas na fazenda e mostra como elas podem ser

aplicadas por outros produtores. Em geral, esses encontros, que se encerram com

um almoço, reúnem aproximadamente 50 participantes.

• Visita Técnica – Especialistas internacionais também participam de encontros com

produtores. Em 2005, o renomado professor neozelandês Colin Holmes esteve na

Argentina, no Brasil e no Equador, a convite da DPA, da Fonterra e da New Zealand

Trade and Enterprise (NZTE ). Holmes falou para mais de mil pessoas da cadeia

leiteira, nos três países. A partir dessas visitas, foi criada uma parceria da DPA com

a NZTE, por meio da qual foram realizados treinamentos para técnicos da DPA e

prestadores de serviço, com o intuito de mostrar o manejo produtivo que é feito na

Nova Zelândia e aplicá-lo de forma adaptada ao Brasil. Em 2007 ocorreram seis

palestras para produtores sobre a transferência de tecnologia neozelandesa

adaptada às condições locais. Em 2008 teve início um projeto-piloto envolvendo seis

propriedades em diferentes regiões para servirem de unidades demonstrativas e

multiplicadoras.

• Programa Custos de Produção – Para criar uma cultura gerencial que valorize o

acompanhamento dos gastos na atividade leiteira, a DPA criou o programa Custos

de Produção. Ele envolve quase cem fazendas de produtores da DPA, distribuídas

em várias regiões do Brasil. Participam do programa pequenas, médias e grandes

propriedades, com sistemas de produção diferentes (pastagem, semi-intensivo e

intensivo).

No início de cada mês, o técnico da DPA que atende a fazenda, coleta todas as

informações sobre os gastos e as receitas do mês anterior. Esses dados vão para

um programa de computador, que faz os processamentos e emite os relatórios.

Posteriormente, o técnico, que foi treinado em metodologia de acompanhamento

gerencial voltado para custos, retorna à propriedade e discute os números dos

35

relatórios com o produtor, apontando os aspectos positivos (que devem ter

continuidade) e os que devem ser melhorados (buscando maior eficiência e mais

rentabilidade).

O programa está sendo desenvolvido em todos os mercados nos quais a DPA atua.

Pretende-se que as melhores práticas possam ser incorporadas por todos os

fornecedores. A meta é fazer com que isso resulte em menores custos e melhores

desempenhos e no fortalecimento da sustentabilidade dos negócio.

Clube de Compras de Insumos e Serviços DPA

O produtor adquire diretamente de empresas conveniadas os produtos e os

serviços indispensáveis à atividade leiteira. Como vantagem, o produtor que

participa do Clube de Compras tem produtos de qualidade e preços competitivos,

até 40 dias para pagar e nenhuma preocupação com boletos bancários. Existe um

limite que o produtor pode utilizar, variável de acordo com o valor que ele tem a

receber pelo leite fornecido. Isso é feito para garantir que o produtor não assuma

compromisso de compra maior do que o valor que tem a receber, servindo como um

gerenciamento para ele.

A lista de todas as empresas está disponível no site www.dpamericas.com.br, onde

o produtor encontra, por categoria e região, a loja conveniada que lhe interessa. Ele

pode recomendar empresas para fazer parte do Clube de Compras, as quais

passam por uma análise feita pela DPA.

Relacionamento Transparente

A DPA mantém um abrangente sistema de comunicação com seus

fornecedores e parceiros. O relacionamento acontece por meio de várias

ferramentas: site, Carta de Informações de Preços, extrato de relacionamento,

Revista Leite DPA e Calendário DPA.

• Carta de Informações de Preços – A DPA envia, mensalmente, a todos os seus

produtores parceiros, uma carta individualizada, com informações sobre valores

mínimos que receberá pelo leite a ser fornecido no mês seguinte. A Carta também

antecipa a tendência do preço para dois meses à frente. São exemplos da forma

36

transparente como a DPA atua e uma maneira de dar segurança ao produtor,

garantindo o preço mínimo – assim, ele pode se planejar melhor.

• Extrato de Relacionamento – Também mensalmente, o produtor parceiro tem, no

extrato, as informações sobre o leite que forneceu à DPA no mês anterior. Os dados

incluem histórico das análises de Contagem Bacteriana Total (CBT) e Contagem de

Células Somáticas (CCS), classificação de acordo com os parâmetros de qualidade

e sólidos estabelecidos no Sistema de Valorização da Qualidade DPA e resultados

do mês de referência (de acordo com as análises laboratoriais e as médias de

gordura, proteína, CBT e CCS).

• Revista Leite DPA – Lançada em novembro de 2000, como Leite Nestlé, a

publicação mudou seu nome para Leite DPA em setembro de 2003. É um importante

canal de comunicação e orientação ao produtor brasileiro, pois leva até ele

informações que o auxiliam no dia a dia e contribuem para o seu crescimento como

empresário na atividade leiteira. A revista foi eleita pelos fornecedores de leite, em

2006, como o melhor canal de informação para os produtores. Por meio da

publicação, todo mês, o produtor recebe gratuitamente, em sua propriedade ou

residência, informações atualizadas sobre o que acontece na DPA e na pecuária de

leite no Brasil.

• Calendário DPA – Todo ano é enviado a fornecedores e parceiros o Calendário

DPA, que, além de informações técnicas e relacionadas às atividades desenvolvidas

pela DPA , traz as datas de pagamento do leite para o ano todo.

Valorização da Qualidade

Em janeiro de 2005, com o lançamento do SVQ (Sistema de Valorização da

Qualidade), a DPA passou a remunerar os produtores que fornecem leite de acordo

com os resultados de análises, valorizando os produtores cujo leite apresenta os

menores índices de CBT e CCS e altos teores de proteína e gordura. Todas as

análises de acompanhamento da qualidade do leite são realizadas nos laboratórios

da Rede Brasileira de Controle da Qualidade do Leite (RBCQL), habilitados pelo

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Isso garante

37

objetividade e imparcialidade.

Outra iniciativa pioneira da DPA, o SVQ Empresas (Sistema de Valorização da

Qualidade Empresas) foi implementado em março de 2007, com o objetivo de

avaliar parâmetros de qualidade, composição do leite e processos de garantia da

qualidade e segurança do alimento aplicados nas companhias fornecedoras. O SVQ

Empresas já demonstra resultados positivos. Entre os principais pontos estão

incrementos nos processos e melhoria na qualidade do leite comprado de outras

companhias. Também há ganhos adicionais envolvendo a composição do leite e a

implantação de um programa de rastreabilidade. De março de 2007 a abril de 2008

houve uma melhoria de 178% na qualidade do leite recebido, no item CBT. A DPA

também realiza o Programa de Avaliação do Sistema de Qualidade de empresas,

um checklist, aplicado por técnicos do Senai, que contém uma série de

procedimentos que visam garantir a qualidade do leite e a segurança dos processos

envolvidos no beneficiamento do leite nas unidades de recebimento das companhias

fornecedoras. O programa visa à melhoria da qualidade e da segurança do leite

fornecido por empresas, por meio da aplicação de ferramentas como APPCC

(Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle), Boas Práticas de Fabricação,

implementação de sistemas de rastreabilidade e monitoramento de resíduos

químicos, além de cuidados com o impacto no meio ambiente. Iniciado em setembro

de 2005, o programa conta atualmente com 70 empresas, das quais 21 já

implantaram a ferramenta APPCC como parte de seus processos.

Boas Práticas na Fazenda

A DPA tem como parceiros, no programa Boas Práticas na Fazenda, o Senai

(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), gestor do Programa Alimento Seguro

(PAS), e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), responsável

pelo treinamento das equipes, pelo suporte técnico às fazendas participantes e pela

validação da implementação dos procedimentos. A base do programa veio de

projetos semelhantes desenvolvidos em outros países, como na Nova Zelândia,

onde os fornecedores da Fonterra aplicam o sistema há vários anos, também com o

suporte de instituições locais. Por meio dele, vários itens e procedimentos,

identificados num checklist, são avaliados nas propriedades participantes. Os

tópicos são divididos em pontos críticos e não críticos, de acordo com o impacto na

38

segurança e na qualidade final do leite produzido. Entre os aspectos destacados no

Boas Práticas na Fazenda e que se refletem na melhor gestão das propriedades

estão a capacitação de pessoal, a preservação do meio ambiente, o manejo e o

bem-estar dos rebanhos, os cuidados com equipamentos e insumos, o registro das

informações e a melhoria da qualidade do leite produzido. A aplicação de boas

práticas valoriza a atividade leiteira e contribui para a segurança e a qualidade dos

alimentos, requisitos indispensáveis para atender às justas exigências de

consumidores de todo o mundo. Dividido em três fases – bronze, prata e ouro –, o

programa tem caráter progressivo. À medida que os itens correspondentes a cada

fase vão sendo cumpridos, a fazenda passa para a fase seguinte. Depois de

atendidos novos registros e controles, a fazenda – classificada inicialmente como

bronze – passa para a fase prata e, finalmente, chega à última, a etapa ouro. As

auditorias para verificar o cumprimento dos requisitos que permitem classificar a

propriedade certificada como fazenda ouro são realizadas periodicamente pela

Embrapa. Atualmente no Brasil existem 25 fazendas na fase ouro. Ao todo, o

programa conta com 314 produtores participantes no País. A qualidade do leite

(considerando a Contagem Bacteriana Total) é, em média, 40% melhor na

comparação com outras propriedades que não fazem parte dessa iniciativa.

Sistema para Integração e Gestão de Dados (Siga)

Rastrear o leite é, literalmente, rastrear desde a saída da propriedade

(propriedade que abastece a empresa fornecedora) até o momento em que é

descarregado em uma das unidades DPA, DPAM (DPA Manufacturing) ou Nestlé. O

Siga é capaz de informar a origem e a idade do leite, os resultados das análises e as

rotas ou linhas de coleta, entre outros dados que subsidiam a tomada de decisões

estratégicas por parte das empresas e dos gestores da DPA. Para que seja possível

rastrear o leite, é usado um programa desenvolvido especialmente para a DPA,

instalado em computadores das empresas parceiras. Por meio do software e da

internet, as empresas alimentam um banco de dados com informações que incluem

os horários em que o leite foi recolhido nas fazendas dos cooperados, a temperatura

com que o leite foi captado em cada fazenda e os resultados das análises (por

exemplo, resíduos de antibióticos) feitas pelas parceiras.Atualmente, 64 empresas

39

fornecedoras da DPA estão com o sistema implementado. O objetivo da DPA é fazer

com que 100% do leite seja rastreado desde as fazendas.

Coleta de Dados Automatizada

As vantagens do sistema incluem: maior agilidade e segurança no processo

de busca e transmissão dos dados sobre as coletas de leite nas fazendas e sobre os

resultados das análises; otimização da comunicação da DPA com as

transportadoras e os produtores; maior quantidade de dados referentes à coleta de

leite; e a disponibilização para as transportadoras, de forma antecipada, das

programações das rotas de coleta. As logísticas destas empresas são grandiosas e

modifica toda uma infraestrutura arcaica que havia a tempos construídas. A

modernidade a passos largos interrompe a estabilidade de uma empresa de menor

porte.

Interveniência de Tanques e Ordenhas

Para incentivar a compra de ordenhadeiras mecânicas e de tanques de

resfriamento, a DPA mantém um convênio por meio do qual produtores parceiros

podem adquirir equipamentos a preços competitivos, com financiamento em 36

parcelas fixas e os juros reembolsados em até 100%.

Iniciativa Pró-Alimento Sustentável

Para fomentar a sinergia entre os diversos setores envolvidos, da produção

ao consumo de alimentos, dez grandes empresas e organizações fundaram a

Iniciativa Pró-Alimento Sustentável (Ipas), com o objetivo de desenvolver projetos

que tragam inovação e sustentabilidade aos sistemas agroindustriais.

Entre as empresas que fazem parte da Ipas estão Bunge, Carrefour, Klabin, Nestlé e

Sadia. Também participam da iniciativa a organização não-governamental The

Nature Conservancy (TNC), a Sociedade Rural Brasileira (SRB), a organização de

fomento Organics Brasil e as instituições de ensino e pesquisa Pensa/FEA-USP e

Escola de Marketing Industrial. O grupo é aberto para receber outros participantes

do setor relacionados à produção e ao consumo de alimentos. Neste caso o governo

brasileiro com as suas Universidades possuem grande responsabilidade em politicas

40

publicas liberais para que as multinacionais encontrem profissionais qualificados

para tais aplicações de metodologias e programas de desenvolvimento de novos

produtos.

1– Gerar inovações a favor da sustentabilidade.

2– Engajar cadeias completas – “do campo ao pós-consumo” – para a

sustentabilidade.

3– Pesquisar e educar o cidadão sobre alimento sustentável.

4– Promover e exigir dos associados e seus fornecedores práticas mínimas comuns

alinhadas com princípios da sustentabilidade.

5– Interagir com governos e organizações civis sobre sustentabilidade.

6– Favorecer relacionamentos comerciais baseados em boas práticas.

7– Tornar-se um fórum permanente de discussão e apoio nas tomadas de decisão

dos associados Ipas sobre questões voltadas à sustentabilidade.

O consumidor está no foco das ações da Nestlé. O desenvolvimento de

produtos, além de todos os controles de qualidade inerentes às indústrias de

alimentação de padrão mundial, inclui a avaliação por parte de consumidores e

nutricionistas para chegar à fórmula ideal. Por atribuir grande importância à opinião

de seus consumidores, a Nestlé oferece diversos canais para estar sempre em

contato.Todas estas atitudes empresariais denota toda a grandiosidade de um

sistema que não esta preocupado com as peculiaridades dos territorios que esta

atuando e sim na ocupação destes espaços tão importante no seu negocio

Grupo Danone

O Grupo Danone é uma empresa multinacional de origem francesa, líder

mundial em produtos lácteos frescos, vice-líder em águas, nutrição infantil e

hospitalar. A missão da Danone é levar saúde e nutrição para o maior número de

pessoas. Ao longo dos anos, a Danone se transformou em sinônimo de nutrição,

saúde, qualidade e inovação. Presente em mais de 120 países, o grupo conta com

aproximadamente 90 mil colaboradores em todo o mundo. É o terceiro maior grupo

alimentício da Europa, o sétimo maior fabricante de alimentos do mundo e o primeiro

em países como a França, Espanha e Itália. Segundo a consultoria britânica

InterBrands, somente a marca Danone está avaliada em US$ 4,48 bilhões,

41

ocupando a posição de número 63 no ranking das marcas mais valiosas do mundo.

No Mundo, sua missão de levar saúde e nutrição para todos os públicos

Danone Brasil Ratifica Compromisso Público Relativo à Publicidade

Dirigida ao Público Infantil

A Danone Brasil, subsidiária do Grupo Danone, tem como missão levar saúde

e nutrição ao maior número de pessoas por meio de produtos saudáveis, nutritivos e

saborosos. Comprometida com a qualidade nutricional de seus produtos, a Empresa

investe permanentemente em pesquisa e desenvolvimento, bem como em uma

comunicação clara, criteriosa e transparente com seus consumidores. Além de

divulgar os benefícios de seus produtos, a Danone busca promover e incentivar

cada vez mais hábitos de vida saudáveis e uma alimentação equilibrada. O estudo

Nutri-Brasil Infância, radiografia inédita sobre as condições nutricionais da criança

brasileira em todas as regiões do país.Com o intuito de reforçar publicamente tais

valores e compartilhar os parâmetros que norteiam sua atuação a partir do respeito

ao consumidor e à permanente busca pela qualidade de seus produtos, a Danone

Brasil voluntariamente ratifica o Compromisso Público relativo à comunicação

dirigida ao público infantil.

A Danone Brasil reitera sua satisfação e comprometimento com as

prerrogativas do Compromisso Público, diretrizes que já integram seu trabalho,

contribuindo para o fortalecimento de sua liderança nos mercados mundial e

nacional de produtos lácteos frescos e de principal referência internacional em

nutrição e saúde nesse segmento. Estas declarações da Danone permitem nos

reafirmar a grandiosidade que uma marca possui em construir um conceito. E a

mesma sabe da sua grande força de mudança de hábitos neste caso específico o

alimentar e atenta para isso pois leis estão sendo formuladas para tal assunto.

Sustentabilidade

“Responsabilidade Corporativa não termina nos portões da fábrica

ou nas portas dos escritórios. Os empregos e negócios criados são parte

central da vida dos empregados, e a energia e matéria prima que nós

42

consumimos mudam nosso planeta. Opinião publica existe para lembrar-

nos da nossa responsabilidade no mundo industrializado de hoje”.

Antonie Riboud, fundador e ex-presidente do Grupo Danone, 1972

Em 2001, grupo passou a utilizar ferramentas de avaliação comum para todas

as unidades da Danone no mundo, capacitando times em todos os países para

incluir a preocupação com Desenvolvimento Sustentável na estratégia do dia a dia.

Estas ferramentas evoluíram e possibilitou à Danone a criação de duas

oportunidades para negócio da companhia: defender a reputação do Grupo e

encorajar a inovação social.Baseado nesses dois pilares bem definidos,

Fundamentos e Inovação Social, o Grupo Danone criou o Danone Way

Fundamentals, onde se obteve como resultado principal um maior rigor de controle

em todas as ações, buscando sempre a excelência nas ações de responsabilidade

social e respeito ao meio ambiente. Estas duas grandes empresas multinacionais,

européias, que tem como missão estar presentes nas mesas de todo o mundo. A

utilização do território como estratégia competitiva novos mercados, é meta

explicitamente da empresa. Com um discurso todo bem elaborado paras cidades, as

multinacionais encontram por parte do estado facilidades para entrar no território

novo excelente mercado a ser explorado. O próprio estado dando oportunidades de

“invasão do território”, ou seja o próprio estado não nos esforços para impedir, mas

sim para atrair novas empresas.” As redes e a tecnologia impostas no século XX

permite tal fragmentação de território e ligação através de padrões únicos,

interligados através de redes. A fabrica de produtos derivados do leite da Danone

esta situada na cidade Poços de caldas, sul de Minas Gerais. Recebeu entre outros

inúmeros benefícios a redução no valor pago pela água tratada entregue com toda a

infraestrutura da cidade. Mais uma vez o estado fortalecendo as multinacionais. Em

contra partida fideliza um grande numero de produtores de leite, para vender para tal

empresa.

43

Figuras/Fotos.

Estado de Minas Gerais 1990/2004.

Legenda: Relação de área produtora de Leite do estado de Minas Gerais.

As partes escuras relacionadas como as maiores áreas produtoras de leite.

Fonte: IBEGE

A diputa terotirial lado a lado.

Laticinios Alfenense X Distribuidora da Nestle(na cidade de Alfenas)

Foto 1 -

44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Cadernos de Debate, Vol. VII, 1999 1 Artigo publicado no Vol. VII / 1999 da

Revista Cadernos de Debate, uma publicação do Núcleo de Estudos e

Pesquisas em Alimentação da UNICAMP, páginas 31-44. Transformações no

Elo Industrial da Cadeia Produtiva do Leite1

CARVALHO, G.R.; HOTT, M.C.; OLIVEIRA, A. F. de Análise espacial da

concentração da produção de leite e potencialidades geotecnológicas para o setor.

Boletim de conjuntura agropecuária. Campinas: Embrapa Monitoramento por

Satélite, dezembro de 2006. 34 p.

CARVALHO, M.P. de. Porque o leite cresce tanto no Brasil. 15 ago. 2006 CASTILLO, R.; FREDERICO, S. Dinâmica regional e globalização: espaços competitivos agrícolas no território brasileiro. (inédito), p.1-17. CEPEA – ESALQ/USP. Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada.

Indicadores de preços. Disponível em: <http://www.cepea.esalq.usp.br>. Acesso em

18 de agosto de 2010.

CURRAN, J.; BURROWS, R. Shifting the Focus: Problems and Approaches in Studying the Small Enterprise in the Services Sector. In: ATKIN, R.; CHELL, E.; MASON, C. (Eds.). New Directions in Small Business Research. Aldershot: Ashgate, 1993, p. 180-187 DINÂMICA REGIONAL E GLOBALIZAÇÃO: ESPAÇOS COMPETITIVOS

AGRÍCOLAS NO TERRITÓRIO BRASILEIRO Ricardo Castillo Universidade

Estadual de Campinas (UNICAMP) Cidade Universitária ZeferinoVaz 13083-970

Campinas, SP,

IBGE, índices demográficos. Período: 1970/2000. Disponível em: <http:// www.cnm.gov.br>. Acesso em: 21, maio, 2010. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Pecuária Municipal.Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em 20 jan. 2010

45

Maturidade e Estagnação no Capitalismo Americano. Tradução de Leda Maria Gonçalves Maia. São Paulo: Abril Cultural, 1983. 264p MARQUES, Marta I.M. O Conceito de Espaço Rural em Questão. Terra Livre, São Paulo. Ano XVIII, nº19. p- 95-112, julh/dez 2002 Santos, Milton. Território Globalização e fragmentação. ed.HUCITEC,São Paulo

1996.

SELLTIZ, C. et al. Métodos de Pesquisa nas Relações Sociais. Tradução de Dante Moreira Leite. 3 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1974. 674 p SFORZI, F. Local Development in the experience of Italian industrial districts. In:

BECATTINI, G. et al. From Industrial Districts to Local Development: An Itinerary

of Research. Cheltenham, UK, Northampton, MA: Edward Elgar, 2003, p. 157-183

SOUZA, M. C. A. F. Pequenas e Médias Empresas na Reestruturação Industrial.

Brasília: Ed.SEBRAE, 1995. 257 p.

Teixeira S.G. PERFIL DE PRODUÇÃO DE LEITE EM MINAS GERAIS revista

Leite integral 4 edição Agosto/Setembro 2006

TORRÈS, O.; JULIEN, P. A. Specificity and Denaturing of Small Business.

International Small Business Journal, v. 23, n. 4, p. 355-377, dezembro,

2005.

.