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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL CAMPUS DE PATOS RAYSSA DE MEDEIROS MORAIS CARACTERÍSTICAS DENDROLÓGICAS DA CASCA E LENHO COMO FERRAMENTAS PARA FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE MADEIRA NO SEMIÁRIDO PATOS PARAIBA BRASIL 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E ... · Agradeço a painho e a mainha (Geraldo e Glorinha) por minha vida, pelo amor incondicional e pela minha essência,

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL

CAMPUS DE PATOS

RAYSSA DE MEDEIROS MORAIS

CARACTERÍSTICAS DENDROLÓGICAS DA CASCA E LENHO COMO

FERRAMENTAS PARA FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE MADEIRA NO

SEMIÁRIDO

PATOS – PARAIBA – BRASIL

2014

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RAYSSA DE MEDEIROS MORAIS

CARACTERÍSTICAS DENDROLÓGICAS DA CASCA E LENHO COMO

FERRAMENTAS PARA FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE MADEIRA NO

SEMIÁRIDO

Monografia apresentada à Universidade Federal de Campina Grande,

Unidade Acadêmica de Engenharia Florestal como requisito para

obtenção do grau em Engenharia Florestal.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Learth Cunha

PATOS – PARAIBA – BRASIL

2014

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR

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RAYSSA DE MEDEIROS MORAIS

CARACTERIZAÇÃO DENDROLÓGICA DA CASCA E LENHO COMO

FERRAMENTAS PARA FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE MADEIRA NO

SEMIÁRIDO

Monografia apresentada à Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos/PB,

para a obtenção do grau de Engenheira Florestal.

APROVADO em: __/__/__

_____________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Learth Cunha (UAEF/UFCG)

Orientadora

_____________________________________________________

Prof.º Dr.º Ricardo Almeida Viegas (UAEF/UFCG)

1º Examinador

_____________________________________________________

Doutorando Gregório Mateus Santana (PPGCAF/UFRRJ)

2º Examinador

5

AGRADECIMENTOS

“Uno se despide insensiblemente de pequeñas cosas, lo mismo que un árbol en tiempos de

otoño se quedan sin hojas. Al fin la tristeza es la muerte lenta de las simples cosas, esas cosas

simples que quedan doliendo en el corazón. Uno vuelve siempre a los viejos sitios en que amó

la vida, y entonces comprende como están de ausentes las cosas queridas...”

Começo meus agradecimentos com está canção de Mercedez Sosa que exprime meu

sentimento de gratidão e me ajuda a nunca esquecer minhas raízes, de onde sou e para onde

vou. Sendo assim agradeço a Deus por ser a luz e a força do meu caminho, por saber que ele

está comigo em todos os momentos.

Agradeço a painho e a mainha (Geraldo e Glorinha) por minha vida, pelo amor

incondicional e pela minha essência, na verdade será impossível agradecer tudo que vocês

fizeram e fazem por mim, queria que vocês fossem eternos e nunca me deixassem, eu amo

vocês. Aos meus irmãos Carlos Magno e Verlândia por serem do jeitinho que vocês são, por

me amarem, me suportarem e saibam que amo vocês incondicionalmente. Muito obrigada!

Vocês são a minha fortaleza.

Meu eterno namorado Gregório (o Meu Nego, Meu Poinha, Meu Pingo de Gente...) o

quanto você é especial em minha vida e durante todos esses sete anos vivendo ao meu lado,

superando a dificuldade de tantos quilômetros que já nos separaram, e nos provaram que

nosso amor é forte, sólido e que só aumenta a cada dia. Muito obrigada por tudo Poinha. Eu te

amo! Agradeço aqui também a toda Família Mateus Santana por me acolher e me fazerem

sentir tão bem quando estou com vocês, vocês são uma segunda família para mim.

Agradeço a toda minha família, tios e tias, primos e primas, avôs e avós (in

memorian). Em especial “A” tia Socorro, tia Mariza e família, tia Lucinha e família, a minha

prima Fabricia e ao seu esposo Damião que estiveram presentes em minha vida e que de

alguma forma contribuíram em minha formação.

Á minha orientadora Maria do Carmo Learth Cunha (Carminha), muito obrigada

pelos ensinamentos, pela ciência, pela paciência e amizade. A senhora é uma pessoa e

orientadora maravilhosa!

Aos meus amigos que fiz no curso e em especial a Vilma Moreira, Tamires, Cris,

Yatha, Esquisita e Oscar que estiveram presentes neste tempo, e que sei que vou levar vocês

pra o resto da minha vida.

6

Agradeço também aos Nodras e a todos os momentos que vivenciamos nesta

Universidade, com certeza irão ser inesquecíveis, passamos e fizemos história aqui. Só para

recordar das Exclamações Meliplaquitâneas do Meu Nego, do DCE e todas nossas

lembranças.

Agradeço também a todos os meus amigos, France, Marina, Aninha, Catarina de

Angola, Luana Oliveira, Jessica Wanderley as meninas do CSF e nossa #eurotrip, e todos

aqueles que estão no meu coração, mas que não consigo aqui citar. Muito obrigada por

fazerem parte de minha história.

Às contribuições de alguns professores como Carminha, Juarez, Edisio, Carlão,

Zanella, Solange, Elenildo, Augusto (in memorian), Izaque, Ricardo Viegas, Gilvan

Campello, Dhiercoles, Alana, Calegari, Chico, Sônia Corrêa, Assis, entre outros tantos.

A todos os professores desta universidade, sem a mínima exceção de um, pois

acredito que todos foram responsáveis pelo perfil de profissional que me tornei. A

coordenação do curso de Engenharia Florestal. Aos funcionários e amigos, Fatinha do

Laboratório de Sementes, Seu Caté e Catezinho, Allyelson, Fabiano, Damisnight, Iara, Inês,

João, seu Antônio, seu Valter e todos os demais que não lembro o nome nesse momento.

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MORAIS, Rayssa de Medeiros. CARACTERÍSTICAS DENDROLÓGICAS DA CASCA

E LENHO COMO FERRAMENTAS PARA FISCALIZAÇÃO DO COMÉRCIO DE

MADEIRA NO SEMIÁRIDO. 2014. Monografia (Graduação) Curso de Engenharia

Florestal. CSTR/UFCG, Patos - PB, 2014, 51 p.

RESUMO

O conhecimento científico empregado para fins de diferenciar dendrologicamente espécies

nativas de invasoras, contribui para a eficiência na fiscalização por parte dos órgãos e técnicos

no comércio de madeira. É comum que espécies nativas proibidas de comercialização sejam,

ilegalmente, exploradas como sendo espécies exóticas invasoras, na tentativa de confundir a

fiscalização. Dessa forma, objetivou-se neste trabalho diferenciar cinco espécies florestais

nativas do Bioma Caatinga de uma invasora exótica, a Algaroba, a partir da caracterização

dendrológica da casca e lenho, com a finalidade de fornecer subsídios para a fiscalização do

comércio de madeira no Semiárido. As espécies estudadas foram a Algaroba (Prosopis

juliflora), a Jurema-Preta (Mimosa tenuiflora.), o Angico Branco (Anadenanthera colubrina),

o Angico Vermelho (Anadenanthera colubrina var. cebil), a Aroeira (Myracrodruon

urundeuva) e a Braúna (Schinopsis brasiliensis), escolhidas segundo sugestão de técnicos da

divisão florestal da Superintendência de Administração do Meio Ambiente – SUDEMA, PB.

Foram realizadas a caracterização dendrológica da casca (ritidoma, casca viva e exsudados),

do lenho (cerne e alburno) e análise das características organolépticas. Todas as características

foram anotadas em ficha de tomada de dados dendrológicos, confeccionada para esta

finalidade. A coloração do cerne e alburno foi definida a partir da comparação das amostras

com a carta de cores Munsell Soil Color Charts. A partir das características dendrológicas

descritas foi possível diferenciar as espécies estudadas e reconhecê-las com segurança. As

características dendrológicas mais relevantes para esta distinção consistiram na cor da casca

viva, presença de exsudação e distinção entre cerne e alburno, que permitirão a distinção no

ato da fiscalização entre as espécies, e assim evitar que espécies nativas sejam

comercializadas como exóticas.

Palavras-chave: Caracterização dendrológica. Comércio de madeiras. Órgãos fiscalizadores.

8

MORAIS, Rayssa de Medeiros. DENDROLOGICAL CHARACTERISTICS OF BARK

AND TIMBER AS INSPECTION'S RESOURCES OF SEMI-ARID'S WOOD

MARKET. 2014. Monograph (Higher Degree in Forest Engineer. CSTR / UFCG Patos - PB,

2014, 51 p.)

ABSTRACT

Scientific knowledge used to differentiate native species from one invasive, also has

contributed to timber trade supervision, due to the fact that the species prohibited from being

marketed have been exploited illegally, which has proved to be a clear attempt to confuse the

technicians responsible for monitoring the respective area, notwithstanding the justification

that are taken by exotic species. Therefore, this study aimed to distinguish five native species

of the Caatinga biome from one exotic invasive, as known as Algaroba, and also from a

dendrological characterization of the bark and of the wood, in order to provide information for

monitoring native and exotic wood trade in semiarid. The species studied were the Algaroba

(Prosopis juliflora), Jurema-Preta (Mimosa tenuiflora), Angico Branco (Anadenanthera

colubrina), Angico Vermelho (Anadenanthera colubrina var. cebil), Aroeira (Myracrodruon

urundeuva) and Braúna (Schinopsis brasiliensis), chosen according to a professional of Forest

Engineering, which works for The Department of Environment Management of Paraíba,

Brazil - SUDEMA, PB. Important to mention that the dendrological bark's characterization

(bark, bark alive and exudates) and of the wood (heartwood and sapwood), and also the

organoleptic analysis were performed during the experimental process. All results were noted

in the dendrological data sheet, made for this purpose. The coloration of heartwood and

sapwood was defined based on the comparison by the book of Munsell Soil Color Charts. The

dendrologial characteristics describes enables the recognition of the species studied in safe.

The most relevant dendrological characteristics for this distinction were bark alive colour,

exudates presence and heartwood and sapwood distinction, that will make possible discern

them at the time of inspection and, thus, avoid that native species been marketed as exotics.

Keywords: Dendrological characterization. Timber’s trade. Regulatory Agencies.

9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Secção Transversal do Caule ................................................................................. 15

Figura 2 – Verificação das cores do cerne e alburno pela carta de cores Munsell Soil Color

Charts ........................................................................................................................................ 20

Figura 3 – Algaroba, (3a; 3b) detalhe do ritidoma; (3c; 3d) detalhe da superfície interna do

ritidoma; (3e) ritidoma com lenticelas; (3f; 3g; 3h) detalhe da casca viva; (3i; 3j) corte

transversal do lenho. ................................................................................................................. 23

Figura 4 – Jurema Preta, (4a 4b) detalhe do ritidoma; (4c) detalhe da superfície interna do

ritidoma; (4d) detalhe da casca viva interna; (4e; 4f) detalhe da casca viva interna com

presença de exsudado; (3g; 3h) corte transversal do lenho. ..................................................... 26

Figura 5 – Angico Branco, (5a ;5b;5d) detalhe do ritidoma; (5c) detalhe do ritidoma com

presença de acúleos; (5e) detalhe da superfície interna do ritidoma; (5f; 5g; 5h) detalhe da

casca viva; (5i) detalhe da casca viva com presença de exsudado; (3g; 3h) corte transversal do

lenho. ........................................................................................................................................ 28

Figura 6 – Angico Vermelho, (6a ;6b;) detalhe do ritidoma; (6c) detalhe do ritidoma com

presença de fissuras; (6d) detalhe da superfície interna do ritidoma; (6e; 6j) detalhe da casca

viva; (6f) detalhe da casca viva com estrutura laminada; (6h) corte transversal do lenho ....... 30

Figura 7 – Aroeira, (7a; 7b;) detalhe do ritidoma deiscente; (7c) detalhe da superfície interna

do ritidoma; (7d) ritidoma com presença de lenticelas; (7e; 7f) detalhe da casca viva; (7g)

detalhe da casca viva com exsudação; (7h) corte transversal do lenho. ................................... 32

Figura 8 – Braúna, (8a; 8b;) detalhe do ritidoma indeiscente e deiscente, respectivamente;

(8c) detalhe da superfície interna do ritidoma; (8d) detalhe da casca viva; (8e; 8f) detalhe da

casca viva com exsudação; (8g; 8h) corte transversal do lenho. .............................................. 34

Figura 9 – Semelhança do ritidoma das espécies Algaroba e Jurema Preta, respectivamente.

.................................................................................................................................................. 37

Figura 10 – Diferenças de casca viva, presença de exsudação e lenho entre as espécies

Algaroba e Jurema Preta, respectivamente. .............................................................................. 38

Figura 11 – Diferença do ritidoma para as espécies Algaroba, Angico Branco e Angico

Vermelho, respectivamente. ..................................................................................................... 38

Figura 12 – Diferenças na deiscência, estrutura da casca viva e exsudação para as espécies

Algaroba e Aroeira, respectivamente. ...................................................................................... 39

Figura 13 – Diferenças na presença de exsudação, estrutura da casca viva e estrias nas

espécies Algaroba e Braúna, respectivamente. ......................................................................... 40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Relação dos DAP´s referentes aos 5 indivíduos das espécies Algaroba, Jurema

Preta, Angico Branco, Angico Vermelho, Aroeira e Braúna. .................................................. 22

Tabela 2 – Principais características macroscópicas do ritidoma e casca viva para as espécies

Algaroba, Jurema Preta, Angico Branco, Angico Vermelho, Aroeira e Braúna. ..................... 36

Tabela 3 – Principais características do lenho (cerne e alburno) para as espécies Algaroba,

Jurema Preta, Angico Branco, Angico Vermelho, Aroeira e Braúna. ...................................... 37

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 14 2.1 Caracterização dendrológica .............................................................................................. 14

2.1.1 Características da Casca .................................................................................................. 14 2.1.2 Características do lenho – cerne e alburno ...................................................................... 15 2.1.3 Características organolépticas ......................................................................................... 16 2.2 Lenha como produto da exploração dos recursos florestais do Bioma Caatinga ............... 16 2.3 Comercialização da lenha x fiscalização ............................................................................ 17

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 19 3.1 Escolha das espécies e coleta de material para análise dendrológica ................................. 19 3.2 Descrição dendrológica ...................................................................................................... 19

3.2.1 Características da casca ................................................................................................... 19 3.2.2 Descrição da madeira – cerne e alburno .......................................................................... 20 3.3 Características organolépticas ............................................................................................ 21 3.4 Documento fotográfico e ficha de tomada de dados das características das espécies ........ 21

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 22 4.1 Descrição Dendrológica ..................................................................................................... 22

4.1.1 Algaroba - Prosopis juliflora (Sw.) DC. ......................................................................... 22 4.1.2 Jurema Preta - Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. ............................................................. 25 4.1.3 Angico Branco - Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan ............................................ 27

4.1.4 Angico Vermelho - Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) Altschul .................. 29 4.1.5 Aroeira - Myracrodruon urundeuva Allemão ................................................................. 31

4.1.6 Braúna - Schinopsis brasiliensis Engl ............................................................................. 33 4.2 Distinção entre as espécies ................................................................................................. 35

5 CONCLUSÕES.................................................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 43

ANEXO .................................................................................................................................... 47

12

1 INTRODUÇÃO

No Semiárido Brasileiro, constatam-se a exploração não sustentável de espécies

lenhosas do Bioma Caatinga, com biodiversidade que sustenta a economia da Região

Nordeste por duas vertentes: (i) o fornecimento de energia e (ii) fornecimento de produtos

florestais não madeireiros (CAMPELLO, 2009). A lenha em conjunto com o carvão vegetal

tem participação de 30% na matriz energética da região, e é obtida, em sua maioria, por meio

da exploração não sustentável, para atender a demanda doméstica de 70% das famílias da

Região Nordeste (SAMPAIO, 2007).

Ao longo dos anos o Bioma Caatinga vem sofrendo exploração intensa dos recursos

florestais, devido à forte ação antrópica e, para que haja controle da exploração, algumas

medidas são necessárias. Uma destas seria cumprir a exigência de que a madeira

comercializada seja proveniente de áreas manejadas ou de plantios florestais, como preconiza

o Código Florestal Brasileiro, Lei n° 12.651 de 25 de Maio de 2012, em seu artigo 31.

Espécies nativas e exóticas são comumente exploradas na caatinga e entre as espécies

exóticas, destaca-se a Prosopis juliflora (Sw.) DC., de nome vulgar Algaroba. Essa espécie

foi inserida e difundida como alternativa econômica, devido à adaptação em diversas regiões

semiáridas do mundo e por ser uma espécie de uso múltiplo, produtora de lenha, madeira e

forragem. Apesar destas qualidades, a falta de manejo adequado, a adaptação regional e a

facilidade de propagação dessa espécie promovida pelos rebanhos transformou em problema o

que pretendia ser uma solução (PEGADO et al., 2006). Mais recentemente estudos apontaram

a Algaroba como uma invasora (ANDRADE; FABRICANTE; DE OLIVEIRA, 2009, 2010;

LEÃO et al.,2011) que provoca perda da biodiversidade no Bioma Caatinga.

A Algaroba por muito tempo foi explorada sem a necessidade de autorização tendo

seu corte e transporte liberado. Mas recentemente a partir da Lei 9.857 de 06 de julho de 2012

que trata da utilização e proteção da vegetação do Bioma Caatinga em seu artigo 8, fica

consignado que a exploração de espécies exóticas como a Algaroba requer plano de corte,

porém esse plano é mais simples quando comparado ao plano de manejo, o que torna essa

espécie ainda rotineiramente comercializada.

O conhecimento científico empregado para fins de diferenciar dendrologicamente

espécies nativas da invasora Algaroba contribuirá para a eficiência da fiscalização por parte

dos devidos órgãos e técnicos responsáveis, uma vez que é comum que espécies nativas

proibidas de comercialização sejam, ilegalmente, exploradas na tentativa de confundir a

fiscalização como sendo espécies exóticas invasoras.

13

A identificação de madeiras é, na realidade, o reconhecimento das árvores que

produzem essas madeiras (BOTOSSO, 2009). Para esta identificação utilizam-se os

conhecimentos da dendrologia, apoiado nos conhecimentos de botânica, taxonomia, anatomia.

A Dendrologia trata do reconhecimento da árvore a partir de caracteres vegetativos,

como a cor, a estrutura e o aspecto da casca, o porte, a forma do tronco, a presença de acúleos

e/ou espinhos, frutos, formas e tipos de folhas, sementes, exsudações, bem como de odores

peculiares na madeira ou casca (ROTTA; BELTRAMI; ZONTA, 2008).

É imprescindível o correto reconhecimento das características dendrológicas das

espécies nativas comercializadas, para que se produza conhecimento para diversos fins,

inclusive servir de subsídio prático e de uso direcionado aos órgãos fiscalizadores para a

correta diferenciação entre espécies nativas e a Algaroba.

Sendo assim, objetivou-se diferenciar cinco espécies florestais nativas do Bioma

Caatinga e uma invasora exótica, a Algaroba, a partir da caracterização dendrológica da casca

e lenho, com a finalidade de fornecer subsídios para a fiscalização do comércio de madeira

nativa e exótica no Semiárido.

14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Caracterização dendrológica

Para o ato da fiscalização onde só é possível visualizar o tronco, o conhecimento das

características dendrológicas da casca e lenho constituem uma ferramenta importante para o

reconhecimento e diferenciação entre espécies. Essas observações se processam normalmente

a olho nu ou com uso de uma lupa.

A caracterização dendrológica como ferramenta de reconhecimento de espécies

podem ser utilizadas para diversos fins. Silva et al. (2013), por exemplo, realizou a

caracterização dendrológica de Rhizophora mangle L. em Recife – PE, com objetivo de

auxiliar o reconhecimento dessa espécie em seu habitat. Rodrigues (2012) estudou a descrição

dendrológica e anatômica de Cariniana legalis (Mart.) Kuntze (Lecythidaceae) e concluiu que

os aspectos morfológicos externos da espécie são confiáveis para sua identificação e/ou

reconhecimento.

2.1.1 Características da Casca

O emprego da casca para reconhecimento das espécies é prática comum para

espécies amazônicas (MARTINS et al., 2003; PROCÓPIO; SECCO, 2008) pela dificuldade

de alcançar elementos da copa devido o porte das árvores, mas ainda é escasso na caatinga.

Para esse reconhecimento é comum serem analisadas características do ritidoma como

aparência, deiscência, cor e características da casca viva, tais como, consistência, cor e

estrutura (SILVA JÚNIOR E DOS SANTOS, 2005)

Lima (1982) mostrou ser possível o reconhecimento botânico de trinta espécies

arbóreas e arbustivas da caatinga através da morfologia da casca. A partir da análise

morfológica, o autor observou a existência de características e diferenças claras entre as

espécies, que possibilitaram a identificação com segurança.

Garlant et al., (2002) assegurou ser possível reconhecer e diferenciar a partir das

características da casca as espécies Cedrela fissilis Vell. e Cabralea canjerana subsp.

Canjerana (Vell.) Mart. (Meliaceae). Na Venezuela Roth (2005), caracterizou 16 espécies da

família Euphorbiaceae reconhecendo ser um estudo valoroso devido se tratar de espécies

muito altas não podendo ter acesso a flores, frutos, dentre outros.

15

2.1.2 Características do lenho – cerne e alburno

O lenho, na árvore, exerce a função de sustentação da copa e condução da seiva

(PANSHIN; DE ZEEUW, 1964; BURGER E RICHTER, 1991 e RAVEN et al., 2001).

Observado numa seção transversal, notam-se, do centro para a periferia, que as seguintes

regiões se destacam no lenho: medula, cerne, alburno e casca (Figura 1).

Figura 1 – Secção Transversal do lenho

Fonte -Burger e Richter (1991)

O cerne é a parte interna do lenho da árvore envolvida pelo alburno, constituída por

elementos celulares sem atividade vegetativa, geralmente caracterizada por coloração mais

escura. O alburno é a parte do tecido lenhoso que se mantém funcional e que se localiza na

região abaixo da casca, geralmente de coloração clara, constituído de células vivas -

fisiologicamente ativas (PANSHIN; DE ZEEUW, 1964).

A proporção de alburno e cerne, assim como sua diferenciação, é muito variável

entre as espécies madeireiras e entre árvores de uma mesma espécie. Silva (2002) analisou

diferentes porcentagens de alburno e cerne da madeira, sob diferentes idades e concluiu que as

madeiras de maior idade e mais próximas da base apresentaram maior porcentagem de cerne.

A variação de cerne e alburno é importante para as diversas utilizações dadas à

madeira, inclusive na sua identificação. Pereira (2013), como exemplo, estudando a

quantificação da relação C/A da madeira de eucalipto para o rendimento e propriedades do

carvão concluiu que menores relações C/A da madeira de Eucalyptus estão relacionadas à

maior densidade básica da madeira, implicando em maior rendimento em carvão vegetal.

16

2.1.3 Características organolépticas

As propriedades organolépticas como cor, brilho, odor, gosto, textura, dentre outras,

são utilizados na caracterização de madeiras. Esse método de caracterização a partir das

características organolépticas é simples e não requer nenhum instrumento óptico, podendo ser

realizado em qualquer circunstância.

Para Botosso (2009), a variação da cor natural da madeira ocorre pela impregnação

de substâncias orgânicas nas células e nas paredes celulares (ex.: tanino, resinas, etc.)

depositadas de forma mais acentuada no cerne. A madeira pode apresentar variação na cor,

uma vez que em muitas espécies a madeira pode ter a coloração alterada em decorrência da

oxidação de componentes orgânicos contidos no lenho, quando exposto ao ar e/ou à luz.

O gosto é característica útil para a confirmação de algumas madeiras, cuja avaliação

requer a remoção de raspas e/ou pequenas lascas, a mastigação e posicionamento em várias

partes da língua. O odor deve ser verificado, preferencialmente, em amostras secas, recém

expostas ao ar e/ou à luz, devido à volatilidade de certas substâncias, principalmente do cerne.

Já o brilho está relacionado tanto com a orientação dos elementos celulares como com a

presença de extrativos (resinas, óleos) no cerne (ZENID; CECCANTINI, 2007).

Alves et al., (2012) estudou a caracterização anatômica macroscópica de espécies

comercializadas no Estado do Espírito Santo para o reconhecimento das madeiras com o

emprego de características gerais como massa específica aparente, densidade, as propriedades

organolépticas e anatômicas e concluiu que essas características podem contribuir para

garantir a lisura na comercialização, evitando fraudes e maior garantia na qualidade das

madeiras utilizadas no Estado do Espírito Santo, com segurança.

Estudo de caracterização da cor da madeira de quatro espécies dos gêneros

Eucaliptos e Corymbia e sua correlação com a densidade, mostrou que o padrão de coloração

é característico de cada espécie, e aponta a colorimetria como ferramenta que dá suporte à

identificação de madeira (OLIVEIRA, 2011).

2.2 Lenha como produto da exploração dos recursos florestais do Bioma Caatinga

O processo de ocupação do semiárido nordestino resultou em diminuição da cobertura

vegetal. Na Paraíba, o uso da terra e sistema de produção apoiado nos ciclos da pecuária, da

produção de Algodão (Gossypium hirsutum L.), do Sisal (Agave sisalana), da Algaroba

(Prosopis juliflora (Sw) DC.), do capim “Buffel” (Cenchrus ciliaris L.), dos plantios irrigados

17

incentivados pelo governo nas décadas de sessenta a oitenta do século XX, contribuíram em

grande parte para o atual quadro de degradação ambiental na região (FARIAS et al., 2014).

De acordo com Riegelhaupt e Pareyn (2010) o desmatamento é a fonte principal no

fornecimento de lenha e carvão no Nordeste, que origina 80% do produto. O manejo florestal

é fonte secundária e os plantios florestais fornecem menor parcela da oferta de carvão vegetal,

e se restringe praticamente à Bahia com o plantio de Eucaliptos, enquanto a poda de frutíferas

(caju) e a exploração de Algaroba abastecem parte da demanda industrial nos Estados do

Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba.

A lenha é o principal produto florestal obtido do Bioma Caatinga, usada como fonte de

energia para a atividade econômica (comércio e indústria) e/ou uso doméstico, além de ser

transformada em carvão. A produção de lenha e carvão em áreas de vegetação Caatinga

abastece cerca de 30% da matriz energética da região e praticamente toda produção vem de

áreas desmatadas, às vezes com plantios agrícolas itinerantes, com crescimento da vegetação

após abandono, até recomeçar um novo ciclo (SAMPAIO, 2007).

Estudos da dinâmica dos produtos florestais no setor industrial/comercial na Paraíba

concluíram que a maioria dos consumidores utilizam basicamente lenha de floresta nativa,

principalmente a Jurema Preta, espécie de elevado poder calorífico e utilizada para geração de

energia (RIEGELHAUPT; FERREIRA, 2004).

A demanda por lenha e carvão no Nordeste, no ano de 2006, era da ordem de 25,1

milhões de esteres por ano, para o setor industrial e comercial e de mais 9,4 milhões para o

setor residencial. Isto totaliza 34,5 milhões de esteres de lenha comercializados anualmente.

Esta demanda é atendida por uma cadeia de produtores, transportadores e comerciantes que

suprem o mercado (RIEGELHAUPT; FERREIRA, 2004).

2.3 Comercialização da lenha x fiscalização

No semiárido, com o desmatamento, uso indevido dos recursos florestais, a utilização

das espécies sem o conhecimento de suas potencialidades e a dificuldade de fiscalização por

parte dos órgãos públicos agravam a preservação e conservação dos recursos naturais e geram

impactos ao Bioma Caatinga. Araújo Filho e Carvalho (1997) citado por Soares (2011)

afirmam haver perdas irrecuperáveis na diversidade florística e faunística, aceleração dos

processos de erosão e declínio da fertilidade do solo e da qualidade da água causados pela

exploração dos recursos naturais neste Bioma.

18

No tocante à exploração dos recursos florestais, grande parte dos produtos florestais

advém do comércio ilegal de madeira (MANCINI, 2004). Na Caatinga há um agravante, pois,

além de ser um dos mais devastados Bioma Brasileiro, a Caatinga foi, durante muito tempo, o

mais negligenciado por governos e sociedade. A prova disso é a quantidade de Unidades de

Conservação (UCs) no Bioma, contendo o menor número de UCs em relação aos demais

Biomas brasileiros, apenas 7% de sua área é preservado por unidades federais ou estaduais de

conservação (MMA e TNC, 2008).

Na Paraíba o órgão responsável pela regularização e fiscalização do comércio de

produtos florestais é a SUDEMA. De acordo com o Código Florestal, a partir da lei 12.651 de

25 de Maio de 2012, Art. 31, para explorar e comercializar madeiras de espécies florestais

nativas é necessário que as mesmas sejam advindas de áreas manejadas ou de plantios

florestais. No entanto, como já visto anteriormente, o manejo florestal é fonte secundária dos

produtos madeireiros utilizados no Nordeste, e pouco mais de 6% desses produtos são

procedentes desta prática. Esta mesma lei em seu Art. 3, § 2, inc. IX, alínea “a” aborda a

erradicação de espécies invasoras como medida imprescindível a proteção da vegetação

nativa, e cita: “as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa,

são: prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e

proteção de plantios com espécies nativas”.

A dificuldade de reconhecimento das espécies da caatinga por parte dos fiscais tem

sido um entrave na abordagem para a fiscalização de madeiras em transporte, e espécies

nativas tem sido confundidas com espécies exóticas como a Algaroba.

19

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Escolha das espécies e coleta de material para análise dendrológica

As espécies estudadas foram a Algaroba (Prosopis juliflora (Sw.) DC.), Jurema-Preta

(Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.), Angico Branco (Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan),

Angico Vermelho (Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) Altschul), Aroeira

(Myracrodruon urundeuva Allemão) e Braúna (Schinopsis brasiliensis Engl.), escolhidas

segundo sugestão de técnicos da divisão florestal da SUDEMA, PB.

Foram analisados cinco indivíduos de cada espécie localizados em Patos, Maturéia,

São José de Espinharas e Santa Terezinha, municípios localizados no Estado da Paraíba. Um

indivíduo de cada espécie foi abatido, dos quais o Angico Branco, Angico Vermelho e

Aroeira foram provenientes em uma área de manejo florestal, localizada na Agro Mercantil

Urtigas S/A, no município de Santa Terezinha-PB. Jurema Preta e a Algaroba foram abatidas

no Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande

(UFCG), Patos, PB, e a Braúna, foi cedida com autorização do órgão ambiental estadual

(SUDEMA, PB).

3.2 Descrição dendrológica

Em campo, com os indivíduos em pé, foram obtidas as informações dendrológicas

referentes ao diâmetro à altura do peito (DAP), características organolépticas e da casca. Nos

indivíduos abatidos foram obtidas as descrições referentes as características da casca, e as

referentes ao corte transversal como cor do cerne e distinção entre cerne e alburno, avaliados

no laboratório do bloco de Silvicultura, da Unidade Acadêmica de Engenharia Florestal

(UAEF), do Centro de Saúde e Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande.

3.2.1 Características da casca

A análise das características da casca (ritidoma, casca viva e exsudados) foram

realizadas segundo as recomendações de Ramalho (1979), Ribeiro et al., (1999) e Silva Júnior

e Dos Santos (2005).

Para o ritidoma realizaram-se as descrições tais como aparência (liso, áspero, com

acúleos, outras); cor; deiscência; presença de fissuras, estrias, lenticelas; facilidade de corte,

20

espessura, outros (ANEXO A). Para a casca viva foram avaliadas a consistência; estrutura;

espessura; aparência, outros (ANEXO A). Tais características foram anotadas em ficha de

tomada de dados dendrológicos (ANEXO A), confeccionada para esta finalidade.

As avaliações foram realizadas inicialmente, com a retirada do ritidoma com uso de

faca, para análise da cor e da sua superfície interna, seguido da mesma análise para

caracterizar a casca viva.

Quanto à presença de exsudados, ou líquidos liberados quando a planta é cortada,

observaram-se a sua presença ou a ausência e, quando presente, a sua consistência, a

velocidade de fluxo, a viscosidade e cor após exposição ao ar.

3.2.2 Descrição da madeira – cerne e alburno

Foram estudadas as características tais como coloração e possibilidade de distinção

entre cerne e alburno. Para tanto, foram preparados 24 discos transversais, com 4 cm de

espessura, sendo dois das porções basal e dois da apical de cada amostra abatida em campo. A

coloração do cerne e alburno foi definida a partir da comparação das amostras com a carta de

cores Munsell Soil Color Charts (2005), Figura 2.

Figura 2 – Verificação das cores do cerne e alburno pela carta de cores Munsell Soil Color

Charts

Fonte – Morais (2014)

21

3.3 Características organolépticas

As características organolépticas observadas foram a cor, o odor e o gosto, analisadas

de acordo com o protocolo contido em Zenid e Ceccantini (2007). Para o ritidoma e secção

transversal dos discos, foi descrita apenas a cor.

3.4 Documento fotográfico e ficha de tomada de dados das características das espécies

Registros fotográficos, com o auxílio de câmara digital, do ritidoma, casca viva,

cerne e alburno foram elaborados para ilustrar as características dendrológicas e as diferenças

entre as espécies estudadas.

As características macroscópicas foram registradas em ficha dendrológica seguindo

recomendações de Ramalho (1979), Ribeiro et al., (1999) e Silva Júnior e Dos Santos (2005)

encontradas no Anexo A.

22

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As características dendrológicas observadas foram tomadas a partir de indivíduos de

diferentes DAP´s (Tabela 1) que refletem estádios de vida distintos que influenciam nas

características dos mesmos. Observaram-se variações nas características dendrológicas, com

DAP’s diferentes, tanto entre espécies diferentes como dentre as mesmas espécies estudadas.

Tabela 1 – Relação dos DAP´s referentes aos 5 indivíduos das espécies Algaroba, Jurema

Preta, Angico Branco, Angico Vermelho, Aroeira e Braúna.

Nome vulgar Família DAP’s (cm)

DAP 1 DAP 2 DAP 3 DAP 4 DAP 5

Algaroba Fabaceae 14** 16,8 9 + 6* 12 14

Jurema Preta Fabaceae 12 10** 8 7 6

Angico Branco Fabaceae 27 13,5 32 37 8**

Angico Vermelho Fabaceae 16 16 35 11 14**

Aroeira Anacardiaceae 17 22 13** 16 15

Braúna Anacardiaceae 23 30 15 + 16* 18 + 17* 51**

*indivíduo bifurcado **indivíduo abatido

Fonte – Morais (2014)

4.1 Descrição Dendrológica

4.1.1 Algaroba - Prosopis juliflora (Sw.) DC.

Ritidoma

Ritidoma de coloração cinza enegrecido (Figura 3a), aparência áspera e indeiscente.

Apresenta estrias verticais com coloração evidente esverdeada ou marrom (Figura 3a; 3b).

Geralmente nos fustes com DAP acima de 14 cm e na área mais basal, as estrias do ritidoma

passam a fissuras com profundidade superficial. O Ritidoma se separa com dificuldade em

resposta a golpes de faca e apresenta estrutura fibrosa quando golpeado. A superfície interna é

lisa, de coloração uniforme esverdeada e é mais perceptível nos indivíduos recém-cortados

(Figura 3c), porém, pela dificuldade de retirar apenas o ritidoma, em indivíduos já abatidos,

verifica-se coloração marrom-amarelada (Figura 3d). Espessura média, ou seja, dentro da

23

categoria 2 – 4 mm, segundo descrição proposta por Ramalho (1979). Apresenta lenticelas

visíveis, presentes na parte mais apical do fuste, distribuídas aleatoriamente (Figura 3e).

Casca Viva

Quanto à facilidade de corte é suave e, não quebradiça, ao retirar pedaços. Possui

consistência seca; parte interna lisa, com coloração uniforme alaranjada (Figura 3f) e amarela

esbranquiçado mais internamente (Figura 3g), quando recém-cortada. Apresenta estrutura

laminada; espessura delgada dentro da categoria 5 mm, segundo descrição proposta por

Ramalho (1979). Ocorre mudança de coloração com exposição ao ar, passando para amarelo

claro (Figura 3h).

As características organolépticas observadas foram gosto amargo, odor indistinto e

agradável. Não apresenta exsudação.

Lenho

Apresenta nítida diferenciação entre o cerne e alburno (Figura 3i; 3j). Possui alburno

de coloração amarelo claro-acinzentado (5y 8/3) e o cerne tem coloração bruno forte (7.5YR

4/6), segundo a carta de cores Munsell Soil Color Charts (2005).

Figura 3 – Algaroba, (3a; 3b) detalhe do ritidoma; (3c; 3d) detalhe da superfície interna do

ritidoma; (3e) ritidoma com lenticelas; (3f; 3g; 3h) detalhe da casca viva; (3i; 3j) corte

transversal do lenho.

3a 3b

24

Figura 3 – Algaroba, (3a; 3b) detalhe do ritidoma; (3c; 3d) detalhe da superfície interna do

ritidoma; (3e) ritidoma com lenticelas; (3f; 3g; 3h) detalhe da casca viva; (3i; 3j) corte

transversal do lenho.

continuação...

Fonte – Morais (2014)

3c 3d

3e 3f

3i 3j

3g 3h

25

4.1.2 Jurema Preta - Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.

Ritidoma

Ritidoma de coloração castanho escuro (Figura 4a) à cinza enegrecida (Figura 4b). A

aparência é áspera; tem deiscência, com desprendimento em porções irregulares, e mais

evidente no indivíduo que apresentou DAP de 12 cm (Figura 4b). Esta característica é mais

difícil de visualizar nos indivíduos observados, com DAP abaixo do citado (Figura 4a).

Apresenta fissuras superficiais e mais evidentes e abundantes na porção basal do fuste e, à

medida que se aproxima do ápice, ocorrem estrias verticais, sem coloração distinta. O

ritidoma é separável com golpes de faca, fibroso quando golpeado. A superfície interna é lisa

de coloração uniforme rosado – avermelhado (Figura 4c), com espessura média (categoria 2 –

4 mm). Apresenta lenticelas visíveis entre as estrias, dispostas transversalmente.

Casca Viva

Quanto à facilidade de corte, é suave; não é quebradiça e tem consistência seca. A

parte interna é lisa, com coloração uniforme avermelhada, mais intensa quando recém-cortada

(Figura 4d) que muda após exposição ao ar, passando de avermelhado a castanho – rosado

(Figura 4f). Nas camadas mais próximas ao cerne é amarelada (Figura 4d). A estrutura é

laminar, com espessura média (categoria de 5 – 12 mm).

As características organolépticas observadas foram gosto amargo, odor distinto e

agradável. Apresenta exsudação resinosa (Figura 4e), com abundância média, velocidade de

fluxo lenta e mudança de coloração com exposição ao ar, passando de transparente a castanho

- avermelhado (Figura 4f).

Lenho

Apresenta distinção entre o cerne e alburno na secção transversal do disco (Figura

4g; 4h), o alburno apresenta coloração amarelo claro acinzentado (7.5YR 5/4) e o cerne é de

cor marrom (5Y 8/4), segundo a carta de cores Munsell Soil Color Charts (2005).

26

Figura 4 – Jurema Preta, (4a 4b) detalhe do ritidoma; (4c) detalhe da superfície interna do

ritidoma; (4d) detalhe da casca viva interna; (4e; 4f) detalhe da casca viva interna com

presença de exsudado; (3g; 3h) corte transversal do lenho.

Fonte – Morais (2014)

4a

a 4b

4c 4d

4e 4f

4h

1E

4g

1E

27

4.1.3 Angico Branco - Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan

Ritidoma

Ritidoma de coloração cinza claro (Figura 5a; 5b); acúleos em formato de crista

(Figura 5c), distribuídos aleatoriamente e espaçados entre si (Figura 5a). No indivíduo com

DAP de 37 cm os acúleos estão em maior quantidade quando comparado aos menores DAP,

mas distribuídos sempre de forma aleatória e espaçada (Figura 5d). Ritidoma indeiscente;

estrias longitudinais de coloração cinza escura, com presença ou não de veio alaranjado

(Figura 5a; 5b), e é elemento marcante na caracterização desta espécie. O ritidoma é

separável com dificuldade aos golpes de faca, fibroso quando se golpeia. A superfície interna

é lisa de coloração uniforme, verde, ora alaranjado, em função da porção mais interna ou

externa do mesmo (Figura 57e). Espessura delgada (categoria < 1 mm). Não apresenta

lenticelas.

Casca Viva

Quanto à facilidade de corte, é dura, não é quebradiça ao retirar pedaços. Possui

consistência seca, parte interna lisa, com coloração uniforme amarelo-alaranjado (Figura 5f)

que, ao chegar mais próximo ao lenho o tom torna-se mais claro (Figura 5g). Apresenta

estrutura laminada, com camadas sobrepostas (Figura 5g) e espessura média (categoria 5 - 12

mm). Mudança de coloração com exposição ao ar, para um tom mais escurecido (Figura 5h).

As características organolépticas observadas foram gosto amargo, odor agradável. A

casca viva não apresenta exsudação. No entanto, observa-se a presença de exsudação tardia,

resinosa, de cor avermelhada, proveniente, aparentemente, da camada mais externa do alburno

(Figura 5i).

Lenho

Apresenta pouca distinção entre cerne e alburno (Figura 5j). O alburno tem coloração

bruno claro acinzentado (2.5Y 8/4) e cerne bruno claro (7.5YR 6/4).

28

Figura 5 – Angico Branco, (5a ;5b;5d) detalhe do ritidoma; (5c) detalhe do ritidoma com

presença de acúleos; (5e) detalhe da superfície interna do ritidoma; (5f; 5g; 5h) detalhe da

casca viva; (5i) detalhe da casca viva com presença de exsudado; (3g; 3h) corte transversal do

lenho.

5a 5b

5c

5e

5d

5h 5g

5f

29

Figura 5 – Angico Branco, (5a ;5b;5d) detalhe do ritidoma; (5c) detalhe do ritidoma com

presença de acúleos; (5e) detalhe da superfície interna do ritidoma; (5f; 5g; 5h) detalhe da

casca viva; (5i) detalhe da casca viva com presença de exsudado; (3g; 3h) corte transversal do

lenho

continuação...

Fonte – Morais (2014)

4.1.4 Angico Vermelho - Anadenanthera colubrina var. cebil (Griseb.) Altschul

Ritidoma

Ritidoma de coloração castanho avermelhado (Figura 6a), com acúleos em

abundância, densos, de tamanho maior que 2 cm e formatos variados (crista, piramidal,

pontiagudos) (Figura 6b). Estes estão em maior agrupamento na parte basal do fuste (Figura

6a) e formam fissuras profundas quando alinhados longitudinalmente (Figura 6c), enquanto

na parte apical, quando em menor densidade, há o aparecimento de estrias entre os mesmos.

Ritidoma indeiscente, separável com dificuldade aos golpes de faca, com estrutura fibrosa

quando se golpeia. Superfície interna lisa, de coloração uniforme verde, porém a dificuldade

de se retirar somente o ritidoma devido à abundância dos acúleos, leva à visualização do

início da casca viva, de cor alaranjada (Figura 6d). A espessura é delgada (categoria < 1 mm)

e não apresenta lenticelas.

Casca Viva

Quanto à facilidade de corte é dura, não é quebradiça ao retirar pedaços e tem

consistência seca. A parte interna da casca viva é lisa, com coloração uniforme vermelho-

alaranjado (Figura 6e) e, nas camadas mais internas, tons amarelados que muda com

5i 5j

30

exposição ao ar, adquirindo tons de castanho claro – avermelhado (Figura 6h). A estrutura é

laminada, com lâminas sobrepostas claramente identificáveis (Figura 6f). Espessura média

(categoria 5 - 12 mm).

As características organolépticas observadas foram gosto amargo adstringente, odor

agradável. Não apresenta exsudação.

Lenho

Apresenta distinção entre cerne e alburno (Figura 6h), com alburno de coloração

rosado (7.5YR 8/4) em maior proporção que o cerne bruno claro (7.5YR 6/4).

Figura 6 – Angico Vermelho, (6a ;6b;) detalhe do ritidoma; (6c) detalhe do ritidoma com

presença de fissuras; (6d) detalhe da superfície interna do ritidoma; (6e; 6g) detalhe da casca

viva; (6f) detalhe da casca viva com estrutura laminada; (6h) corte transversal do lenho

6a 6b

6c 6d

31

Figura 6 – Angico Vermelho, (6a ;6b;) detalhe do ritidoma; (6c) detalhe do ritidoma com

presença de fissuras; (6d) detalhe da superfície interna do ritidoma; (6e; 6g) detalhe da casca

viva; (6f) detalhe da casca viva com estrutura laminada; (6h) corte transversal do lenho

continução...

Fonte – Morais (2014)

4.1.5 Aroeira - Myracrodruon urundeuva Allemão

Ritidoma

Ritidoma de coloração de cinza escuro (Figura 7b) no indivíduo com DAP superior a

15 cm e cinza claro nos de menores DAP (Figura 7a). A aparência é áspera; deiscente, com

desprendimento em lâminas irregulares e côncavas mais evidentes em indivíduos com DAP

de 13 cm (Figura 7a). Essas lâminas passam a ser menores e estreitas nos indivíduos com

DAP acima do citado (Figura 7b). O ritidoma é separável com golpes de faca, granular

quando se golpeia. A superfície interna é lisa de coloração uniforme esverdeada, e com a

dificuldade de se retirar apenas o ritidoma há o aparecimento da coloração esbranquiçada

(Figura 7c). Espessura delgada (categoria < 1 mm). Apresenta lenticelas ora em fileiras

longitudinais, ora dispersas (Figura 7d).

Casca Viva

6e

6h 6g

6f

32

Quanto à facilidade de corte é dura, não quebradiça e possui consistência seca. A

parte interna é lisa, com coloração uniforme vermelho-rosado (Figura 7e) mais intenso

próxima ao ritidoma e quando recém-cortada. À medida que se aproxima do alburno a cor se

torna mais clara. Ocorre mudança na coloração com exposição ao ar, passando para um tom

mais escurecido (Figura 7f). Tem estrutura de cor e aparência uniforme; espessura média

(categoria de 5 – 12 mm).

Foram observadas como características organolépticas, gosto amargo e odor

agradável. Apresenta exsudação resinosa, com abundância média, localizada entre a casca e o

alburno com velocidade de fluxo tardia (um dia depois se observou a exsudação) e mudança

de coloração com exposição ao ar, passando de transparente a amarelado (Figura 7g).

Lenho

Apresenta diferenciação entre cerne e alburno (Figura 7h), alburno de coloração

bruno muito claro-acinzentado (10YR 8/2) e cerne rosado (5YR 7/3).

Figura 7 – Aroeira, (7a; 7b;) detalhe do ritidoma deiscente; (7c) detalhe da superfície interna

do ritidoma; (7d) ritidoma com presença de lenticelas; (7e; 7f) detalhe da casca viva; (7g)

detalhe da casca viva com exsudação; (7h) corte transversal do lenho.

7a 7b

33

Figura 7 – Aroeira, (7a; 7b;) detalhe do ritidoma deiscente; (7c) detalhe da superfície interna

do ritidoma; (7d) ritidoma com presença de lenticelas; (7e; 7f) detalhe da casca viva; (7g)

detalhe da casca viva com exsudação; (7h) corte transversal do lenho

continuação...

Fonte – Morais (2014)

4.1.6 Braúna - Schinopsis brasiliensis Engl

Ritidoma

Ritidoma com aparência áspera. Os indivíduos com DAP inferior a 18 cm

apresentam-se indeiscente (Figura 8b); estrias longitudinais. Ritidoma separável com

facilidade; superfície interna lisa, de coloração uniforme verde, característica percebível

nesses indivíduos (Figura 8b). Apresenta lenticelas localizadas geralmente ao longo das

estrias e dispostas longitudinalmente. Nos indivíduos com DAP superior a 23 cm, apresentou

7c 7d

7e 7f

7g 7h

34

deiscência, desprendendo-se em porções irregulares (Figura 8b); ritidoma separável com

dificuldade aos golpes de faca e estrutura granular ao ser golpeado. Com espessura delgada

(categoria < 1 mm).

Casca Viva

Quanto à facilidade de corte, é suave; quebradiça ao retirar pedaços e consistência

seca. A parte interna da casca viva é lisa, com coloração uniforme alaranjada (Figura 8d).

Apresenta estrutura com cor e aparência uniforme; espessura média (categoria 5 - 12 mm).

Possui mudança de coloração com exposição ao ar, escurecendo a coloração (Figura 8f).

As características organolépticas observadas foram gosto amargo, odor agradável.

Apresenta exsudação pegajosa e clara, com abundância média e velocidade de fluxo rápida

(Figura 8e), com maior intensidade na porção próxima ao alburno. Possui mudança de

coloração com exposição ao ar, passando de transparente a marrom escuro (Figura 8f).

Lenho

Apresenta pouca distinção entre cerne e alburno (Figura 8g; 8h). Com cerne de

coloração vermelho escuro (2.5YR 3/6) e alburno vermelho amarelado (5YR 4/6).

Figura 8 – Braúna, (8a; 8b;) detalhe do ritidoma indeiscente e deiscente, respectivamente;

(8c) detalhe da superfície interna do ritidoma; (8d) detalhe da casca viva; (8e; 8f) detalhe da

casca viva com exsudação; (8g; 8h) corte transversal do lenho.

8a 8b

35

Figura 8 – Braúna, (8a; 8b;) detalhe do ritidoma indeiscente e deiscente, respectivamente;

(8c) detalhe da superfície interna do ritidoma; (8d) detalhe da casca viva; (8e; 8f) detalhe da

casca viva com exsudação; (7g; 7h) corte transversal do lenho.

continuação...

Fonte – Morais (2014)

4.2 Distinção entre as espécies

A Tabela 2 contém as principais características dendrológicas do ritidoma e da casca

viva utilizadas para comparar as espécies, a partir das descrições anteriores, as quais

possibilitaram o reconhecimento e a distinção entre as mesmas. A Tabela 3 apresenta as

comparações referentes às características do lenho.

8c 8d

8e 8f

8g 8h

36

Tabela 2 – Principais características macroscópicas do ritidoma e casca viva para as espécies

Algaroba, Jurema Preta, Angico Branco, Angico Vermelho, Aroeira e Braúna.

Nome Vulgar

Ritidoma Algaroba Jurema Preta Angico

Branco

Angico

Vermelho Aroeira Braúna

Aparência

Externa Áspera Áspera

Com acúleos,

menos

abundante.

Com

acúleos, mais

abundante.

Áspera Áspera

Cor do

ritidoma

Cinza

enegrecido

Castanho

escuro Cinza claro

Castanho

avermelhado

Cinza claro a

escuro

Cinza

enegrecido

Lenticelas

Presente

mais visível

na parte

apical

Presente mais

visível na

parte apical

Ausente Ausente

Presente nos

indivíduos

com DAP <13

cm;>

frequência na

parte apical

Presente em

indivíduos

com DAP <18

cm; >

frequência na

parte apical

Deiscência Indeisc.

Deisc. Em

indivíduos

com DAP >12

cm

Indeisc. Indeisc.

Deisc. na

forma de

lâminas

côncavas.

Indeisc.

indivíduos

com DAP <

18 cm; Deisc.

DAP >23 cm

Fissuras

Presente

indivíduos

com

DAP>16

cm na parte

basal

Presente

indivíduos

com DAP>10

cm na parte

basal

Ausente

Presente.

Formada

pelas fileiras

de acúleos.

Ausente Ausente

Estrias

Presente

indivíduos

com DAP

<16 cm

Presente

Presente,

característica

marcante

Presente

quando os

acúleos estão

menos

abundantes

Ausente

Presente onde

não há

deiscência.

Casca Viva

Cor Alaranjada Avermelhada Amarelo-

alaranjado

Vermelho-

alaranjado e

tons

amarelados

no interior

Vermelho-

rosado Alaranjada

Estrutura Laminada Laminada Laminada Muito

laminada

Cor e

aparência

uniforme

Cor e

aparência

uniforme

Facilidade de

corte Suave Suave Dura Dura Dura Suave

Exsudação Ausente Presente

Exsudação

proveniente do

lenho

Ausente Presente Presente

Velocidade

da exsudação _ Lenta Tardia _ Tardia Rápida

Mudança de

coloração

com

exposição ao

ar

Presente.

Amarelo

claro

Presente.

Castanho-

avermelhado

Presente.

Apresenta

escurecimento

Presente.

Castanho-

avermelhado.

Presente.

Apresenta

escurecimento

de sua cor

Presente.

Apresenta

escurecimento

de sua cor

* Deisc. = deiscente; Indeisc. = indeiscente; DAP = Diâmetro a Altura do Peito.

Fonte – Morais (2014)

37

Tabela 3 – Principais características do lenho (cerne e alburno) para as espécies Algaroba,

Jurema Preta, Angico Branco, Angico Vermelho, Aroeira e Braúna.

Características

do Lenho

Nome Vulgar

Algaroba Jurema Preta Angico

Branco

Angico

Vermelho Aroeira Braúna

Distinção Distinto com

Nitidez Distinto

Pouco

distinto Distinto Distinto

Pouco

distinto no

individuo

com DAP >

50 cm

Cor do cerne Bruno forte

(7.5YR 4/6)

Marrom (5Y

8/4)

Bruno Claro

(7.5YR 6/4)

Bruno Claro

(7.5YR 6/4)

Rosado (5YR

7/3)

Vermelho

Escuro

(2.5YR 3/6)

Cor do alburno

Amarelo

claro

acinzentado

(5Y 8/3)

Amarelo

claro

acinzentado

(7.5YR 5/4)

Bruno claro

acinzentado

(2.5Y 8/4)

Rosado

(7.5YR 8/4)

Bruno Claro-

Acinzentado

(10YR 8/2)

Vermelho-

Amarelado

(5YR 4/6)

*DAP= Diâmetro a Altura do Peito

Fonte – Morais (2014)

A comparação, aos pares, entre as espécies nativas e a Algaroba estudadas, mostrou

que há maior semelhança entre a Algaroba e a Jurema Preta quando observados o ritidoma de

ambas (Figura 9), estas semelhanças podem dificultar a distinção caso não haja análise mais

detalhada. As características dendrológicas mais relevantes para esta distinção consistiram na

cor da casca viva, presença de exsudação e distinção entre cerne e alburno (Figura 9). Na

Algaroba a casca viva é de cor alaranjada, não possui exsudação e há nítida distinção entre

cerne e alburno, que são de coloração bruno forte (7.5YR 4/6) e amarelo claro-acinzentado

(5y 8/3), respectivamente. Na Jurema Preta a casca viva apresenta coloração vermelha intensa

quando recém-cortada, exsudação com fluxo rápido, de cor amarelada, e a distinção entre o

cerne e o alburno é menos nítida.

Figura 9 – Semelhança do ritidoma das espécies Algaroba e Jurema Preta, respectivamente.

Fonte – Morais (2014)

38

Figura 10 – Diferenças de casca viva, presença de exsudação e lenho entre as espécies

Algaroba e Jurema Preta, respectivamente.

Fonte – Morais (2014)

A distinção da Algaroba com os Angicos Brancos e Vermelhos é facilmente

detectada pelo ritidoma (Figura 11). A presença de acúleos (> 2 cm), em forma de crista,

piramidais ou pontiagudos, seja em maior abundância no Angico Vermelho, ou em menor no

Angico Branco, determina essa distinção. Na Algaroba o ritidoma é áspero e não possui

acúleos. Em estudos feitos por Garlant et al., (2002) na Argentina, o desenho do ritidoma

permitiu reconhecer e diferenciar as espécies Cedrela fissilis Vell. e Cabralea canjerana

subsp. canjerana (Vell.) Mart. (Meliaceae), com precisão.

Figura 11 – Diferença do ritidoma para as espécies Algaroba, Angico Branco e Angico

Vermelho, respectivamente.

Fonte – Morais (2014)

39

As principais características dendrológicas encontradas que permitem distinguir a

Algaroba da Aroeira foram a deiscência do ritidoma, a estrutura da casca viva e a presença de

exsudação (Figura 12). Na aroeira o ritidoma é deiscente, desprendendo-se em lâminas

irregulares e côncavas. A casca viva possui exsudação próxima ao cerne, de coloração

amarelada e estrutura de cor e aparência uniforme. Já na Algaroba o ritidoma é indeiscente, a

casca viva não apresenta exsudação e a estrutura é laminada.

Figura 12 – Diferenças na deiscência, estrutura da casca viva e exsudação para as espécies

Algaroba e Aroeira, respectivamente.

Fonte – Morais (2014)

Na Braúna as características que possibilitam mais facilmente a distinção em relação

à Algaroba são a presença de exsudação e a estrutura da casca viva, desde que a primeira é

presente na Braúna e ausente na Algaroba (Figura 13). O fluxo da exsudação na Braúna é

rápido, de consistência viscosa, transparente e, torna-se marrom claro com o tempo. Quanto à

estrutura da casca viva a Braúna possui cor e aparência uniforme e a Algaroba tem estrutura

laminada que se separa facilmente ao manuseá-la. Secundariamente, outras características

40

possibilitam a distinção entre essas espécies. Observando-se o ritidoma nota-se a diferença

entre as estrias presentes (Figura 13). Na Algaroba estas são mais profundas e com veio

geralmente marrom claro, enquanto que na Braúna as estrias são mais superficiais, com

lenticelas em sua área. Esta característica foi observada nos indivíduos com DAP≤18 cm.

Nesta espécie observou-se a mudança das características do ritidoma com o aumento do DAP.

Esta variação nas características do ritidoma em função da idade e DAP, também foram

registradas, para espécie do mesmo gênero, Schinopsis quebracho – colorado (Schlecht.)

Barkl. Et Meyer por Gimenéz (2000).

Figura 13 – Diferenças na presença de exsudação, estrutura da casca viva e estrias nas

espécies Algaroba e Braúna, respectivamente.

Fonte – Morais (2014)

Durante o estudo observou-se semelhanças entre as espécies nativas que podem

dificultar o reconhecimento e separação das mesmas. A semelhança entre os Angicos é um

exemplo desta dificuldade. Neste caso, as características de distinção mais perceptíveis foram

a abundância de acúleos, cor do ritidoma e presença de fissuras e estrias. No Angico Branco

41

os acúleos estão em menor abundância e têm distribuição espaçada e aleatória, com ritidoma

de cor cinza claro e sem fissuras. Quando muito, ocorrem estrias verticais com coloração

cinza escuro com veio alaranjado. Enquanto que o Angico Vermelho possui maior abundância

de acúleos distribuídos em toda a superfície do fuste, geralmente enfileirados, formando

fissuras; o ritidoma é de coloração castanho-avermelhado. No Perú os autores Ríos e Pollito

(2014) reconheceram e diferenciaram o polimorfismo presente em Cordia alliodora (R. & P.)

Oken, por características dendrológicas da folha e características organolépticas.

As espécies Aroeira e Braúna geralmente são confundidas, ambas da família

Anacardiaceae. A característica que melhor possibilitou a distinção foi a exsudação. A Braúna

apresenta exsudado com velocidade de fluxo rápido e consistência pegajosa, observado

imediatamente após o corte. Na Aroeira só é possível observar a presença do exsudado horas

depois, pois a velocidade do fluxo é lenta. Giménez (2009) encontrou como elemento decisivo

de reconhecimento em campo, a presença de exsudação vermelha pegajosa, e abundante com

fluxo rápido para a espécie Geoffroea decorticans (Gill. Ex Hook. & Arn.) Burk.

Percebe-se a necessidade de reconhecer e distinguir as espécies florestais com

ferramenta prática e segura, como é o caso das características dendrológicas e organolépticas.

Roque [s/d] afirma que na Costa Rica, atualmente, existe pouca informação sobre as

características botânica e da madeira das principais espécies comerciais e frisa a necessidade

de se conhecer as características da casca destas espécies.

Neste estudo, as características observadas possibilitaram o reconhecimento e a

distinção das espécies estudadas e reforçam a importância do estudo para evitar, por exemplo,

que uma espécie nativa proibida de corte seja comercializada como uma espécie exótica.

Estudos de reconhecimento e identificação de espécies florestais utilizando

características dendrológicas foram desenvolvidos para espécies individuais e Biomas

específicos. Nalvarte (2007) descreveu 26 espécies florestais de importância comercial nas

zonas de Tahuamanu e Alto Huallaga, em Lima. Para as fitofisionomias do Cerrado brasileiro,

Silva Júnior e Dos Santos (2005), Silva Júnior e Pereira (2009) e Silva Júnior e Costa e Lima

(2010) construíram chaves de identificações de espécies arbóreas a partir de características

dendrológicas. Na caatinga, Lima (1982) possibilitou o reconhecimento de 30 espécies

arbóreas e arbustivas através da morfologia da casca.

Estes estudos enfatizam a importância e utilidade dessas ferramentas de

reconhecimento de espécies e podem ser empregados para diversos fins comerciais

(GONZALES, 2008; CASTILLO, 2010), assim como para a determinação de uso da madeira

(ROCA; CUSTODIO; RODRÍGUEZ, 2002; NISGOSKI; MUÑIZ; CECCANTINI, 2003).

42

5 CONCLUSÕES

Conclui-se que:

As características observadas no ritidoma, casca viva e lenho possibilitaram o

reconhecimento e a distinção das espécies estudadas o que evita, que uma espécie

nativa proibida de corte seja comercializada como uma espécie exótica.

As características dendrológicas mais relevantes para esta distinção consistiram

na cor da casca viva, presença de exsudação e distinção entre cerne e alburno.

A carta de cores Munsell Soil Color Charts pode ser utilizada como uma

ferramenta auxiliar prática para a distinção entre as espécies estudadas.

43

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Acesso em: 30 maio 2014.

47

ANEXO

48

ANEXO A - Ficha de tomada de dados dendrológicos

Espécie: ____________________________________________________

Família: ____________________________________________________

Características do ritidoma (casca morta)

1. Cor: ____________________________________________________________

Aparência externa da casca:

a, ( ) Lisa c, ( ) Com acúleos

b, ( ) Áspera

c.1 Tamanho e abundância _______________________________

c.2 Distribuição ________________________________________

c.3 Forma _____________________________________________

2. Deiscência: ( ) Deiscente ( ) Indeiscente

Tipo de desprendimento ( ) Em lâminas ( ) Em placas

* em lâminas: ritidoma laminado

*em placas: ritidoma escamoso

3. Quanto à presença de fissuras:

a, Forma

a.1. Quanto à profundidade: ( ) superficial ( ) profunda

a.2 Forma propriamente dita: ( ) redonda ( ) agudas ( ) quadradas ( ) bigorna

a.3 Quanto as dimensões _____________________________

a.4 Forma dos dentes ( ) lisos ( ) em aresta ( ) côncavo ( ) convexo ( ) verrugoso

49

4. Quanto à presença de lenticelas (lenticelado): ( ) Presente ( ) Ausente

a, Forma ______________________________

b, Dimensões __________________________

c, Abundância __________________________

5. Quanto à presença de estrias: ( ) Presente ( ) Ausente

6. Casca farinhenta: ( ) Sim ( ) Não

7. Casca com protuberância: ( ) Sim ( ) Não

8. Casca acanalada: ( ) Sim ( ) Não

9. Casca em depressões:

a, Quanto à forma: ( ) circulares ( ) lenticulares

b, Disposição: ( ) horizontais ( ) verticais ( ) anulares

c, Dimensões: ________________________

10. Casca com aspecto reticulado: ( ) Sim ( ) Não

11. Casca com aspecto rugoso: ( ) Sim ( ) Não

12. Casca com aspecto verrucoso: ( ) Sim ( ) Não

13. Quanto ao golpe com faca:

a, ( ) ritidoma separável com os golpes b, ( ) inseparável c, ( ) separável com dificuldade

Quanto à estrutura:( ) granular ( ) fibroso

50

Quanto à espessura: ( ) delgado [≤ 1mm] ( ) médio [2 – 4mm] ( ) grosso [>

4mm]

Aparência da superfície interna do ritidoma:

a, Quanto à protuberância: ( ) lisa ( ) rugosa ( ) com aresta

b, Quanto à uniformidade: ( ) mosqueada ( ) manchada ( ) uniforme

c, Quanto a cor da superfície interna do ritidoma:

( ) vermelha ( ) castanha ( ) negra ( ) branca ( ) verde ( ) amarela ( ) outra, especificar:

_____________________

Casca Viva

14. Consistência:

a, Quanto à facilidade de corte: ( ) dura ( ) suave

b, Quanto à facilidade de se retirar pedaços: ( ) quebradiça ( ) não quebradiça

c, Quanto a sua consistência propriamente dita: ( ) seca ( ) carnosa

15. Aparência da superfície interna da casca viva:

a, Quanto à protuberância: ( ) lisa ( ) rugosa ( ) com aresta

b, Quanto à uniformidade: ( ) mosqueada ( ) manchada ( ) uniforme

c, Quanto à cor da superfície interna do ritidoma:

( ) vermelha ( ) rosada ( ) alaranjado ( ) branca ( ) verde ( ) amarela ( ) outra, especificar:

_______________________________

16. Estrutura da casca viva:

51

a, ( ) laminada b, ( ) dividida em duas camadas c, ( ) cor e aparência uniforme

17. Espessura da casca viva:

a, ( ) Delgada [5mm] b, ( ) média [5 – 12mm] c, ( ) grossa [> 12mm]

18. Mudança de coloração com exposição ao ar: ( ) Presente ( ) Ausente

Exsudações:

19. Quanto a presença: ( ) Presente ( ) Ausente

Abundância: ( ) abundante ( ) média ( ) pouca

Velocidade de fluxo do exudado: ( ) rápida ( ) lenta ( ) tardia

Mudança de coloração com exposição ao ar: ( ) Presente ( ) Ausente

Transparência do exudado: ( ) claro ( ) opaco

Viscosidade do exudado: ( ) aquoso ( ) resinoso ( ) lactescente ( ) cremoso ( ) pegajoso

Características Organolépticas

20. Cor do cerne/alburno (Munsell Soil Color Charts (2005))

Especificar: ________________________________________

Casca Viva

21. Gosto________________________

22. Odor

a, ( ) distintos b,( ) indistinto

52

a.1, ( ) agradável ( ) desagradável ( ) característico

26. Outras Características (especificar):

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________