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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA Projeto MELHORAMENTOS TECNOLÓGICOS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A SUSTENTABILIDADE DOS PROJETOS DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA DE CHUVA EM CISTERNAS NO NORDESTE SEMI-ÁRIDO Relatório do primeiro ano de atividades Janeiro a Dezembro de 2007 Beatriz Susana Ovruski de Ceballos Coordenadora Dezembro - 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

Projeto

MELHORAMENTOS TECNOLÓGICOS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL PAR A

A SUSTENTABILIDADE DOS PROJETOS DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA

DE CHUVA EM CISTERNAS NO NORDESTE SEMI-ÁRIDO

Relatório do primeiro ano de atividades

Janeiro a Dezembro de 2007

Beatriz Susana Ovruski de Ceballos

Coordenadora

Dezembro - 2007

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EQUIPE

Equipe – Paraíba

Equipe da UFCG

1 - Coordenador pela UFCG/ pesquisadora da equipe:

Dra. Beatriz Susana Ovruski de Ceballos,

Função no projeto: coordenação geral, acompanhamento e visitas de campo,

montagem da rede de coleta de águas. Acompanhamento das atividades de educação

ambiental/PB. Especificamente na sede da UFCG: direção e avaliação das analises

laboratoriais físicos, químicos e microbiológicos. Análises de dados, consolidação,

relatórios.

b) Dr. Carlos de Oliveira Galvão.

Função no projeto: coordenar o grupo paraibano em questões do projeto de engenharia

dos sistemas de captação e armazenamento de águas de chuva, acompanhamento das

obras hidráulicas, dimensionamento hidrológico, desenvolvimento de programa de

computador, disponível na WEB, desenvolvimento de mapa regional de riscos de

desabastecimento, entre outros

c) Professor Abdon da Silva Meira Filho

Função no Projeto: projeto de engenharia dos sistemas de captação e armazenamento

de águas de chuva, acompanhamento das obras hidráulicas, dimensionamento colaborar

com os aspetos de desenho, de construção e de operação dos modelos pilotos.

d) Rodolfo Luiz Bezerra Nóbrega

Mestrando em Engenharia Civil e Ambiental , membro da equipe de Modelos Pilotos, e

das equipes de dimensionamento hidrológico, desenvolvimento de aplicação

computacional e estudos de risco de desabastecimento, com desenvolvimento de mapa

regional de riscos.

e) Salomão Andrade Pascoal.

Mestre em Saneamento pelo PRODEMA – Programa de Desenvolvimento e Meio

Ambiente e bolsista DTI no projeto Cisternas. Responsável pela montagem e calibração

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das técnicas de microbiologia, pela logística das coletas, pelo desenvolvimento de

curvas de calibração diversas, etc. e alimentação e manutenção do banco de dados

qualitativo.

f) Marilia Dantas. Bolsista ITI –

Graduanda do Dpto de Matemática na UEPB. Membro da Equipe de Apoio

Computacional para desenvolvimento de aplicação computacional disponível na WEB,

desenvolvimento de mapas temáticos regionais, alimentação e manutenção da página do

projeto em Twiki,entre outras atividades.

g) Dennyele Alves Gama

Bolsista ITI, Graduanda do Curso de Engenharia Civil na UFCG. Responsável pelas

analises do banco de dados socioeconômicos (questionários), analises estatísticas dos

dados, elaboração de gráficos e tabelas, apoio ao banco de mapas temáticos, entre outras

atividades.

h) Camila Macêdo Medeiros

Bolsista ITI, Graduanda do Curso de Engenharia Civil na UFCG. Responsável pelo

desenvolvimento do site e disponibilização na WEB, analise do banco de dados,

analises estatísticas dos dados, elaboração de gráficos e tabelas, apoio ao banco de

mapas temáticos, Twiki, estudos de desabastecimento, alimentação do banco de dados,

entre outras atividades.

EQUIPE DA UEPB

a) Dra. Célia Regina Diniz – Coordenadora pela UEPB:

Dra. em Recursos Naturais.

Função no projeto: coordenação das atividades na UEPB, apoio logístico, direção e

apoio na execução das analises de laboratório a serem realizados na UEPB e

colaboração/participação nas campanhas de educação ambiental. Analises dos

resultados e preparação dos relatórios específicos

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b) Dr. Jose Etham de Lucena Barbosa - Doutor em Limnologia

Função no projeto: participação na equipe da qualidade de chuva armazenada em

cisternas, em particular na montagem e calibração das análises físicas e químicas das

amostras de água e sedimentos acumulados nas mesmas. Observação microscópica.

Participação na preparação dos questionários e na sua avaliação. Implantação,

acompanhamento e avaliação antes, durante e depois dos experimentos de campo.

Redação de relatórios, trabalhos científicos, etc.

c) Professora e mestre Mônica Maria Pereira da Silva.

Especialista em Educação Ambiental/Curso de Especialização em Educação Ambiental

– CDUC/UEPB. Doutoranda em Recursos Naturais

Função no projeto: pesquisas e aplicação, responsável pelas ações de educação

ambiental: organização e preparação de questionários, das oficinas, das palestras, etc.

Participação ativa em todas as fases de implantação, acompanhamento e de avaliação

antes, durante e depois dos experimentos em modelos piloto, em relação à sua

receptividade nas comunidades e resultados e metas atingidas com as atividades de

educação ambiental. Ativa participação na elaboração dos questionários, na logística de

preparação e execução dessas atividades.

d) Professora Maricelma Ribeiro de Morais. Mestre pelo PRODEMA e especialista

em microbiologia. Professora Retide UEPB/Departamento de Bioquímica/CCBS

Função no projeto: montagem e avaliação das metodologias de microbiologia,

destacando-se o isolamento e identificação de microrganismos patogênicos. Relatórios

específicos.

e) Adriana Carneiro Tavares

Mestranda pelo PRODEMA – UFPB/UEPB. Área de concentração: Gerenciamento

Ambiental / Linha de Pesquisa: Saneamento. Bolsista DAAD – Serviço Alemão de

Intercâmbio Acadêmico. Desenvolverá sua dissertação de mestrado com ativa

participarção nas equipes de qualidade da água e de educação ambiental, amostragem e

analises de água nos sistemas já existentes e acompanhamento da aplicação de técnicas

de manejo nos sistemas pilotos e coleta e avaliação dos resultados. Alimentação do

banco de dados

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f) Janyelle da Costa França

Bolsista ITI.- participação na equipe da qualidade de água de cisternas, colaboração na

montagem e calibração das análises físicas e químicas das amostras de água e

sedimentos. Analises das primeiras águas e das águas de chuva. Participação nas

campanhas de coleta.

g) Ronaldo Justino Junior.

Graduado em Biologia e mestrando no MCTA/UEPB. Bolsista DTI – Membro da

equipe de Modelos Pilotos, montagem e avaliação dos mesmos. Colaboração nas

campanhas de campo, coleta de amostras e processamento das mesmas. Alimentação do

banco de dados.

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Relatório de Atividades – Ano 2007

• Atividades desenvolvidas pelo grupo da Paraíba no âmbito do

Projeto Cisternas.

M1: Avaliar a qualidade da água armazenada em função dos tipos de cisternas

existentes; semelhanças e diferenças físicas, higiênicas, culturais e de manejo.

Atividade 1. Levantamento das características estruturais, tempo de uso, áreas dos

telhados, dutos calhas e condições socioeconômicas das comunidades.

A equipe responsável por esta atividade foi a equipe de Educação Ambiental com

participação de membros das outras equipes. De fato, na fase inicial das atividades,

todos os componentes dos grupos se envolveram nas ações de Educação Ambiental e na

preparação aplicação dos questionários. Posteriormente, até o presente, componentes

das outras equipes continuam acompanhando as atividades de educação ambiental.

O levantamento dessas informações foi realizado em junho/2007 mediante a aplicação

de questionários, nas comunidades rurais dos municípios São José do Sabugí, São João

do Cariri e Campina Grande, no assentamento de Paus Brancos, todos situados no semi-

árido paraibano. Nesta atividade participaram 20 pessoas, todas integrantes de diferentes

equipes do Projeto, das duas universidades (UFCG e UEPB) e da CPATSA. Foram

aplicados 175 questionários

Os participantes, foram:

- 08 pessoas sendo 05 pesquisadores da EMBRAPA semi-árido: Aderaldo,

Lúcio, Edmilson, Luiza, Paulo e 02 estagiárias; 01 pesquisadora da UEPB:

Mônica Maria,

- 02 pesquisadores da UFCG: Beatriz Ceballos e Carlos Galvão;

- 06 estagiários da UEPB: Flávia Sales, Laryssa Abílio (realizando trabalho de

conclusão de curso dentro do projeto - orientação Beatriz Ceballos e Monica

Maria), Lílian Arruda, atualmente bolsista de projeto, Rafaella Queiroga (NA

época PIBIC-UEPB), Ronaldo Justino Junior (na época PROINCI – UEPB),

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Tereza Thaysa Abrantes Estrela (PIBIC - UEPB) – todos alunos de Monica

Maria e de Beatriz Ceballos.

- 02 alunos de graduação da UFCG: Dennyele Gama e Rodolfo Nóbrega , a

primeira bolsista deste projeto e o segundo aluno concluinte de graduação

Engenharia Civil –Recursos Hídricos, ambos sob orientação de Carlos Galvão

- 01 mestranda da UEPB/PRODEMA : Adriana Carneiro Tavares, orientanda de

Beatriz Ceballos.

- 01 bolsista do laboratório de Saneamento da UFCG: Salomão Andrade Pascoal

– Orientação de Beatriz Ceballos.

A organização para aplicação dos questionários foi a seguinte: com o total dos foram

formadas 09 equipes com dois integrantes cada um, e com tarefas específicas - um

para aplicar os questionários (entrevista semi-estruturada) junto ao responsável pela

família; e o outro para fazer as medições da área de captação de água de chuva,

geoprocessamento das cisternas e as observações do ambiente externo e das residências

(questionário do entrevistador - condições ambientais nas quais estava inserida a

família, medições das áreas dos tetos, etc. ).

Na manha do primeiro dia, foi realizado o treinamento das equipes, na UFCG: foram

feitas aclarações sobre os questionários, discutidas algumas dúvidas e formas de

aplicação, treinamento para uso de GPS e definidos detalhes de campo. Pela tarde se foi

ao campo, aplicaram-se os questionários, fizeram-se as devidas observações e medições

dos sistemas e foi discutida a viabilidade da instalação dos modelos pilotos. O trabalho

de campo foi concluído às 14 horas do dia 30 de junho, finalizando-se com uma reunião

de avaliação. No Anexo 5 se apresentam os mapas temáticos).

Observa-se que nas atividades da M1 se incluem alguns componentes da meta 4: M4.

Estudos etnoecológicos para conhecimento da percepção da relação água/saúde nas

comunidades e preparação de multiplicadores, Atividade 1 - Formulação e

aplicação dos questionários.

Na aplicação dos questionários foram feitas aproximações com as famílias e se procurou

entender, de forma inicial, sua percepção da relação água/saúde – uso da água das

cisternas.

A figura 1 apresenta o fluxograma de distribuição das175 famílias entrevistadas nos três

municípios escolhidos e que corresponde a 15 comunidades.

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Resultados das análises dos formulários sócio - econômicos da

comunidade rurais da Paraíba (São João do Cariri).

Os gráficos foram gerados a partir dos questionários sócio - econômicos

(Entrevistador/Observador) aplicados no período de 28 a 30 de maio de 2007 no

Município de São João do Cariri - PB. O universo amostral correspondeu a 54 famílias

que dispõem de Sistemas de Captação de Água de Chuva, exceto casos específicos que

são indicados em cada figura. As figuras encontram-se representadas de forma variada

(diagrama de setores circulares/de barras e de colunas) segundo o modelo mais

apropriado para dispor os dados.

Fig. 1: Distribuição dos questionários nos tres municípios escolhidos e porcentagens das famílias entrevistadas em relação ao total das famílias residentes em cada comunidade e em relação ao total das entrevistas aplicadas.

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A figura 2 mostra um maior número de pessoas do sexo masculino entrevistadas, o que

reflete a relação na família, sendo o homem o primeiro ator a responder pela família na

presença de estranhos. A escolaridade (Figura 3) desses entrevistados predomina no

nível fundamental completo, sendo a atividade mais comum a agricultura (Figura 4) e a

renda media situa-se entre um e dois salários mínimos (Figura 5).

Predominam famílias com uma média de 5 pessoas (26%), Figura 6.

Fig. 2: Gênero das pessoas entrevistadas.

Fig. 3: Escolaridade.

Fig. 4: Ocupação. Fig. 5: Rendimento.

Fig. 6: Número de pessoas na casa.

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Muitas famílias (68%) não têm crianças menores de 5 anos e 17% têm apenas uma

criança menor que essa idade. Ainda, observa-se que 44 % das famílias não têm

crianças maiores de 5 anos e 19% têm apenas uma criança maior que 5 anos.

Em 91 % das famílias constatou-se a presença de cozinha nas suas residências e a

manutenção/limpeza é feita diariamente (78%) ou semanalmente (11%).

Apenas 54% das famílias dispõem de água encanada, proveniente de poço, o que se

resume apenas a uma, ou no máximo duas torneiras dispostas no jardim ou no quintal

que canalizam a água. Das 29 famílias beneficiadas, a maioria armazena a água

encanada em caixas d’água (52%) ou tonéis (31%).

Para beber, as famílias recorrem às águas armazenadas em cisternas (85%) o que nem

sempre garantia de que sejam realmente águas de chuva, pois numerosas cisternas são

abastecidas por carros-pipa que transportam água de qualidade duvidosa (Figura 7). Há

um programa do governo estadual que, através do exercito, fornecem gratuitamente

água de caminhão pipa quando começa sua falta. Famílias não favorecidas com esse

sistema de distribuição ou quando falta água e não chega o carro pipa, compra de

particulares ao preço de $90,00 reais os 7.000L (depoimento de Dona Tereza Martilo

Ramos, do sitio Pombo, em Malhada da Roça, proprietária da cisterna No 551, do banco

de dados)

As famílias armazenam a água de beber em potes de barro (41%), filtros (15%) ou

tonéis (13%) e sob diversas outras formas (21%). A grande maioria (91%) faz

tratamento da água de beber (Figura 8). Sendo assim, as 49 famílias que tratam a água

foram interrogadas sobre a forma de tratamento e 69% indicaram a cloração como

Fig. 7: Origem da água de beber

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sendo a única forma de tratamento administrada às águas para consumo direto (Figura

9).

Quanto a forma de administração do cloro, 72% afirmaram que seguem alguma

dosagem e 15% que o usam indiscriminadamente. Ainda 13% das famílias declararam

não fazer a cloração (Figura 10).

Fig. 10: Dosagem do Cloro.

Fig. 9: Formas de tratamento da água de beber.

Fig. 8: Tratamento da água de beber.

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Das famílias que usam cloro, 57% fazem a cloração diretamente no pote, usado para

armazenar água de beber. Além disso 13% fazem cloração no filtro e 9% administram o

cloro diretamente na cisterna (Figura 11).

A origem da água destinada à higiene pessoal e lavagem da residência, provém do poço

(46%), ou do Rio Taperoá (17%) e de barragens ou açudes (17%). Uma pequena

porcentagem (7%), que também merece destaque, usa apenas água da cisterna para fins

de higiene pessoal e residencial. Essa prática fragiliza a garantia de água armazenada

nas cisternas para os períodos de estiagem (Figura12), calculada geralmente para uso

em higiene pessoal e para beber (P1MC).

Fig. 11: Local onde se realiza a cloração.

Fig. 12: Origem da água destinada à higiene pessoal e da residência.

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Verificou-se que 50% das famílias armazenam a água para higiene pessoal e limpeza

das residências em tonéis e 24% em caixas d’água.

Os diversos programas de construção de cisternas e em especial o P1MC têm

impulsionado a construção de cisternas no nordeste semi-árido nos últimos anos. Na sua

maioria são cisternas novas e esse fato se reflete nos dados apresentados na figura 13,

onde observa- se que 76% das famílias entrevistadas estão armazenando água de chuva

em cisternas há pelo menos 1 ano.

Quando interrogadas sobre destino da água armazenada em cisternas, 26% afirmaram

que usam apenas para beber e 59% responderam fazer uso dessas águas apenas para

beber e cozinhar (Figura14).

Fig. 13: Tempo usando água de chuva armazenada em cisterna.

Fig. 14: Forma de uso da água de chuva armazenada na cisterna.

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Em relação a qualidade da água armazenada nas cisternas, 87% das famílias acreditam

que é boa, 9% declararam ser ruim e 4% não responderam. Ainda 92% reconhecem os

benefícios de ter uma cisterna em casa. Das 54 famílias entrevistadas, 72%

identificaram melhorias na saúde da família desde a implantação da cisterna.

O P1MC, foi evidenciado como o programa majoritário de construção de cisternas para

as 54 famílias entrevistada, visto que 87% do universo pesquisado tinha essa origem

(Figura 15).

Do conjunto das cisternas pesquisadas, 81% são destinadas a uso unifamiliar e 19%

destinadas a uso coletivo (Figura 16). Quanto ao modelo, 96% são cisternas de Placa

( Figura 17).

Fig. 15: Origem da Cisterna.

Fig. 16: Tipo de uso da água da Cisterna

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Antes de possuírem cisternas, as famílias recorriam a água de poços (39%) e barragens

ou açudes (22%) para o abastecimento familiar.

A respeito da eficiência do suprimento de água de chuva armazenada em cisternas, os

dados surpreendem: 54% das famílias afirmam que a água de chuva armazenada na

cisterna na época de chuva é suficiente para todo o ano. No entanto, 15% afirmam que

não é suficiente e outros 11% que é suficiente apenas na época de chuvas.

Possivelmente, a pergunta não foi formulada de forma clara e precisa, e não considerou

a percepção das famílias em relação a água. A pergunta referia-se apenas a água de

chuva e não outras águas colocadas dentro das cisternas, como as transportadas por

carro-pipa, em caso de risco de desabastecimento (Figura 18).

Fig. 17: Modelo da Cisterna.

Fig. 18: A água da chuva armazenada é suficiente para uso da família?

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Quando interrogadas sobre a quantidade de água acumulada nas épocas de chuva, 35%

afirmam que não são sempre suficientes para encher a cisternas e 31% afirmam que são

suficientes (Figura 19).

Em relação ss fontes de água que as famílias utilizam em caso de desabastecimento das

cisternas, 24% responderam que nunca acaba, 20% que recorrem como segunda opção a

poços e 17% a barragens e açudes.

Em relação ao abastecimento das cisternas com carro- pipa, 68 % responderam que suas

cisternas não recebem água de carro-pipa. No entanto verifica-se que essa prática é

comum na região, mesmo que apenas 22% tenham confirmado que suas cisternas são

abastecidas com água de carro- pipa (Figura 20).

Fig. 19: Enchimento da cisterna na época de chuvas

Fig. 20: Abastecimento das cisterna com água de carro-pipa

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Foi feito um levantamento sobre a origem da água transportada por carros- pipa, para as

12 famílias que afirmaram recebê-la: 83% têm origem em barragens/açudes (Figura

21).

Dessas famílias, 25% afirmaram encher a cisterna com água de carro-pipa mensalmente,

(17%) semestralmente e 17% apenas quando acaba (Figura 22).

Quanto a limpeza periódica da cisterna, 65% declararam fazer a limpeza e sua

manutenção, 22% disseram não fazer e 13% declararam que não fazem por ser nova,

por não ter secado ou preferiram não responder (Figura 23).

Fig. 22: Freqüência de abastecimento da cisterna com carro - pipa. Amostra: 12 famílias

Fig. 21: Origem da água do carro–pipa. Amostra12 famílias

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Em relação a forma de limpeza, 80% das 35 familias que fazem a limpeza declararam

lavar apenas por dentro e 20% afirmaram lavar por dentro e por fora. A periodicidade da

limpeza é semestral ( 26%) ou anual(40%).

As maioria das cisternas encontram-se em bom estado de conservação (89%) e também

89% das famílias aplicam algum tipo de barreira sanitária para conservação da

qualidade da água (Figura 24).

Dentre os métodos de retirada da água da cisterna, 41% das famílias declararam retirar a

água com balde e 41% retiram com bomba. Das 25 famílias que afirmaram retirar com

balde, 76% utilizam-no apenas para este fim (balde específico para a uso na cisterna).

As observações in locu, serviram para uma avaliação detalhada de todo o sistema de

captação de água de chuva ( telhado – calha –dutos– cisterna) e verificou-se que 57%

das casas apresentam sistema de calha móvel, que permitem fazer o desvio das

primeiras águas, mas sua existência não é garantia de que realmente o fazem. Em

Fig. 24: Porcentagens de famílias que aplicam alguma barreira sanitária com as águas das cisternas

Fig. 23: Limpeza e/ou manutenção da cisterna

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relação à limpeza e manutenção das calhas, 63% fazem manutenção higiênica destas

(Figura 25). Sobre os telhados, 54% afirmaram que fazem a limpeza e manutenção

(Figura 26) e quando foi feita avaliação pelo observador do projeto, verificou-se que

63% estavam limpos ou sem sujeira aparente (Figura 27). Normalmente os tipos de

sujeiras são folhas, fezes de animais, lodo, garrafas, plásticos, papel, poeira, dentre

outros. De forma geral, os telhados se encontravam em bom estado de conservação

(61%) conforme observado na Figura 28.

Fig. 26: Limpeza e manutenção do telhado

Fig. 25: Limpeza e manutenção das calhas

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Verificou - se que 46% dos sistemas apresentaram algum tipo de inadequação (Figura

29). Dentre elas, as mais freqüentes nas cisternas foram rachaduras e vazamentos (20%)

e desnivelamento nas calhas (20%) conforme observado na Figura 30.

Fig. 28: Estado de conservação do telhado.

Fig. 27: Estado de higiene (limpeza) do telhado.

Fig. 29: Inadequação do sistema de coleta e armazenamento.

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A localização da cisterna é muitas vezes inadequada: 57% situam-se a menos de 10

metros dos criadouros de animais.

Em relação ao esgotamento sanitário, uma parcela considerável das famílias não tem

fossa (43%) e 31% têm a fossa construída atrás da casa. Do total da famílias

pesquisadas, 92% possuem banheiro em suas casas e 41% jogam o esgoto do banheiro

no ambiente, 26% em fossa individual e 24% em fossa seca. O destino do esgotamento

da cozinha é principalmente no ambiente (87% no quintal).

A disposição da fossa em relação à cisterna também é importante fator a ser avaliado

pois constitui-se num foco de contaminação potencial das águas das cisternas se

estiverem próximas ou em nível mais alto que estas. Já foi relatado que 46% das

famílias não têm fossa séptica e das que têm 26% encontram-se ao lado da cisterna e 4%

em nível acima da cisterna. Apenas 4% localizam-se longe da cisterna e 18% em nível

inferior (Figura 31).

Fig. 31: Localização da fossa séptica em relação à cisterna.

Fig. 30: Tipo de sujeira encontrada no telhado. Amostra: 20 famílias

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Sobre os casos de diarréia, 50% não têm, 19% afirmaram que a freqüência é anual, 15%

mensal e 13% semestral. Em relação à faixa etária de ocorrência de diarréias, 31% dos

casos relatados ocorreram em adultos. Quando questionadas sobre a ocorrência de

doenças que não sejam diarréias, 56% responderam que ocorrem em adultos, 15% em

crianças menores que cinco anos e 13% em crianças maiores que cinco anos. Esses

resultados tem influência do número baixo de crianças nas faixas etárias usadas no

relatório. Todas as famílias entrevistadas afirmaram que existem agentes de saúde na

localidade e que a periodicidade das visitas tende sempre a ser mensal (85%).

A campanha de campo permitiu avaliar que 76% das famílias possuem moradias em

boas condições, (13%) em condições regulares, (9%) em condições irregulares e 2% não

foram registradas nos questionários (Figura 32). As condições de higiene das

residências (Figura 33), no geral, são boas (83%) e os integrantes das famílias

apresentam boas condições de higiene ( 85%) como apresentado na figura 34.

Fig. 33: Condições de higiene da residência

Fig. 32: Condições de moradia

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Avaliações do P1MC feitas em diversas pesquisas mostram que uma área média de

escoamento de aproximadamente 80,80 m² seria mais adequada que a comumente

usada, de 65,26 m². Nas famílias entrevistadas, constatou-se que 63% das casas têm área

média de captação com mais de 80 m2 (Figura 35).

Fig. 34: Condições de higiene familiar.

Fig. 35: Área média dos tetos (área de captação) das casas.

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Resultados das análises dos formulários sócio – econômicos aplicados

no Assentamento Paus Brancos - PB.

Os gráficos foram gerados a partir dos questionários sócio-econômicos

(entrevistador/observador) aplicados no período de 28 a 30 de maio de 2007 no

Assentamento Paus Brancos - PB. O universo amostral correspondeu a 39 famílias que

dispõem de Sistemas de Captação de Água de Chuva. As figuras encontram-se

representadas de forma variada (diagrama de setores circulares/de barras e de colunas)

segundo o modelo mais apropriado para dispor os dados.

A figura 36 mostra maior ocorrência de entrevistados do sexo masculino, na sua maioria

são agricultores analfabetos (28%) ou apenas têm ensino fundamental incompleto (23%)

conforme a Figura 37, sendo a atividade mais comum a agricultura (Figura 38) e a

Fig. 36: Gênero das pessoas entrevistadas.

Fig. 37: Escolaridade.

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25

renda media predomina abaixo de um salário mínimo (53%) ou em torno um salário

(24%), Figura 39.

Predominam famílias de até três integrantes (46%),seguido por quatro e sete pessoas

(39%), Figura 40. Há certa homogeneidade em relação à distribuição das crianças nas

39 famílias: 32% têm crianças menores de cinco anos, e em 34% as crianças são

maiores de cinco anos; 34% das famílias não têm crianças (Figura 41).

Todas as famílias entrevistadas dispõem de cozinha nas suas residências, localizadas

fora da casa (64%). Para beber, as famílias recorrem às águas armazenadas em cisternas

(90%), e uma grande parcela abastece as cisternas com carro – pipa.

Fig. 38: Ocupação. Fig. 39: Rendimento.

Fig. 40: Número de pessoas na casa. Fig. 41: Crianças na casa.

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A água de beber ocorre principalmente em potes de barro (53%), na cisterna (17%).

Uma parcela significativa (74%) afirma fazer o tratamento da água de beber, sendo

46% os que dizem administrar cloro e 21% hipoclorito ; de fato, todos usam hipoclorito

de sódio.

Fig. 43: Armazenamento da água de beber .

Fig. 45: Formas de tratamento da água de beber.

Fig. 42: Origem da água de beber.

Fig. 44: Tratamento da água de beber.

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27

A administração do cloro é feita com alguma dosagem por 59% e 5% o usam

indiscriminadamente (Figura 46). O hipoclorito é colocado diretamente no pote (36%).

Ainda 21% administram o cloro diretamente na cisterna e 10% fazem a cloração no

filtro, de forma semelhante ao observado em São João do Cariri ( Figura 47).

A água para higiene pessoal, provém (67%) da cisterna, 12% de poços e 7% de

barragem/açude e para higiene pessoal predomina o uso de água de cisternas. Das 39

cisternas observadas, 56% são recém construídas (um a dois anos) e 23% tem de cinco a

seis anos, poucas tem três anos (13%) e algumas estão desativadas(8%).

Fig. 46: Dosagem do Cloro.

Fig. 47. Local onde faz a cloração.

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28

Fig. 49: Tempo de uso da cisterna

A água armazenada em cisternas é usada apenas para beber (21%), para beber e

cozinhar (22%), beber, cozinhar e banho (19%). Poucos usam para limpeza (17%) e

15% para lavar roupa. Os múltiplos usos que as famílias fazem da água da cisterna

comprometem a garantia de água de chuva para os períodos de estiagem, e sofrem com

desabastecimento nas estiagem, recorrendo a carros-pipa.

Fig. 50: Forma de uso da água armazenada na cisterna.

Fig.48. Origem da água de higiene pessoal

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29

Sobre a qualidade da água armazenada em cisternas, 92% das famílias acreditam que é

boa, 8% declararam ser ruim. Também a maioria das famílias entrevistadas reconhece

que houve melhorias na saúde após a instalação da cisterna (82%).

De todas as cisternas construídas, 77% são destinadas a uso familiar e 23% a uso

coletivo (Figura 53) e o tipo predominante é de placa (92%).

Antes da construção da cisterna, predominava o uso de água de barragens/açudes (50%),

poços (26%), e outras fontes (24%) para abastecimento familiar. A maioria das familias

afirma que a água de chuva armazenada na cisterna não é suficiente para todo o ano

(53%) e 21% consideram que é suficiente. Estes resultados coincidem com os de São

João do Cariri.

Fig. 52: Origem da Cisterna.

Fig. 54: Modelo da Cisterna.

Fig. 51: Forma de uso da água armazenada na cisterna.

Fig. 53: Tipo de uso da água da Cisterna

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30

Quando interrogadas se o período chuvoso é suficiente para encher as cisternas, a

maioria respondeu que não (Figura 56). Nesta comunidade, 87 % das cisternas recebem

água decarro-pipa, em geral com água de açudes (76%) (Figuras 57 e 58). A freqüência

de abastecimento com carro pipa é mensal para 32% das famílias, trimestral para 21% e

quinzenal para apenas 15%. As restantes abastecem semestralmente. Esses resultados

evidenciam a falta de sustentabilidade dos projetos de cisternas com exclusivamente

água de chuva.

Fig. 57. Abastecimento com carro pipa. Fig. 56. Quantidade de chuva e volume da cisterna

Fig 55. Água de chuva e uso familiar

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31

Quanto a limpeza periódica da cisterna, 87% responderam que fazem e destes 77%.

lavam somente por dentro, 23% afirmaram lavar por dentro e por fora. A periodicidade

da limpeza varia entre semestral (46%), anual (10%), não sabem (14%). Os restantes

não resposnderam. As cisternas, no geral, encontram-se em bom estado de conservação

(63%) e as famílias declaram aplicar algum tipo de barreira sanitária para conservação

da qualidade da água. Para retirada da água, 92% usam balde, 5% latas e 3% bomba

manual. Os que retiram com balde, 84% declararam utilizá-lo apenas para este fim.

Observações in locu, mostraram que 49% das casas apresentam sistema de calha móvel.

Em relação à limpeza e manutenção das calhas, 69% declararam que fazem. Sobre os

telhados, 59% afirmaram que os limpam. Quando feita avaliação pelo observador,

verificou-se que 69% dos telhados estão em bom estado de higiene e conservação

(67%). A sujeira corresponde a folhas, fezes de animais, lodo, garrafas quebradas e

poeira. De forma geral, os telhados encontram-se em bom estado de higiene (69%) e da

mesma forma em bom estado de conservação conforme observado nas Figuras 59 e 60.

Fig. 58. Origem da água de carro-pipa

Fig. 59: Higiene do telhado. Fig. 60: Estado de conservação do telhado.

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As principais inadequações observadas nos sistemas foram: rachaduras e vazamentos

(39%), reboco quebrado (15%) e calhas onduladas e mal colocadas (11%) (Figura 61).

A disposição inadequada das cisternas (38%) refere-se a sua localização: 1) a menos de

10 metros dos criadouros de animais (Figura 62); 2) localização da fossa séptica em

nível superior ao da cisterna (28%), ou ao lado (18%), Figura 63. Em relação ao

esgotamento sanitário, 77% das famílias possuem banheiro em suas casas e 50%

dispõem os dejetos em fossas secas, 37% jogam o esgoto do banheiro no ambiente e

13% em fossas sépticas. O esgotamento da cozinha é jogados no ambiente, 6% em

mandalas e 8% é dispostos em fossas séptica; ainda, 3% não sabem.

Fig. 62: Proximidade da cisterna em relação aos criadouros de animais.

Fig. 61: Inadequação do sistema de coleta e armazenamento.

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A maioria das famílias respondeu que não ocorrem casos de diarréias (58%), 13%

afirmaram que a freqüência é anual, 19% semestral, 10% mensal. Essas ocorrências são

em 54% dos casos em adultos, 38% em crianças menores que cinco anos e 8% em

crianças maiores que cinco anos.

Em relação a presença agentes de saúde na localidade, 97% das famílias afirmaram que

a periodicidade das visitas tende a ser mensal (44%), quinzenal (18%), mais de uma

vez por semana (23%) ou semanal (15%).

A campanha de campo permitiu avaliar diversos aspectos relacionados ao estado de

conservação, limpeza e estrutura das residências, bem como as condições de higiene das

famílias. Observou-se que 46% das famílias possuem boas condições de moradia, 30%

condições regulares, 24% irregulares ou ruins (Figura 64). As condições de higiene das

residências (Figura 65) são boas (39%), regulares (29%) ou ruins (32%), ou seja que a

maioria não tem condições apropriadas. Menos da metade das famílias apresentam boas

condições de higiene (49%), porém uma parcela significativa possui higiene familiar

ruim (membros da família sujos, casa suja, presença de lixo dentro de casa), conforme

Figura 66.

Fig. 65: Condições de higiene da residência Fig. 64: Condições de moradia.

Fig. 63: Localização da fossa/cisterna.

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34

As medições das casas visitadas mostrou que predominam comprimentos menor que 7

metros e larguras também menores que 7 metros. Esses dados permitem inferir que a

área média de captação dos telhados está em torno de 49m2, evidenciando uma área de

escoamento inferior ao que comumente é usada de 65,26 m². Observou-se também que

44% das casas têm apenas uma calha embora existam também com duas águas (70%).

Portanto, além de não terem uma área de captação adequada para a capacidade

volumétrica da maioria das cisternas (16m3) também não são utilizadas as duas águas do

telhado, deixando de captar praticamente metade do volume que poderia ser

armazenado nos períodos de chuva.

Conclui-se que ambas comunidades apresentam semelhanças em relação às deficiências

nos sistemas de captação e armazenamento de águas de chuva, à localização e

manutenção das cisternas e na mistura de águas de chuva com as de carro-pipa, entre

outros problemas.

Fig. 66: Condições de higiene

Fig. 68: Comprimento da casa. Fig. 67: Largura da casa.

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35

Neste relatório não se apresentam os resultados de São José de Sabugi, devido à

extensão das informações, e por não haver cisternas selecionadas pela analise de

agrupamento nessa localidade. Entretanto, estão disponíveis no banco de dados e

podem ser encaminhados em qualquer momento à FINEP e ao nosso consultor.

Atividade 2. Seleção de 6 sistemas de captação e armazenamento de água chuva.

A seleção foi feita aplicando-se analises de agrupamento, com uso do Software StatistiX

A Analise de Agrupamento foi executada a partir dos dados dos questionários aplicados

na campanha da Paraíba, para a seleção das cisternas a serem monitoradas pelo grupo de

qualidade.

Num primeiro ensaio foram consideradas somente as residências com sistemas que

captam e armazenam apenas água de chuva. Esses resultados foram apresentados na

segunda reunião da rede, em Caruaru, nos dias 18 e 19 de outubro. Entretanto, nas

visitas com a equipe de educação ambiental foi constatado que recebem água de carros

pipa um maior número de cisternas que aquelas registradas nos questionários, o qual

indicou que as respostas dos moradores não eram verdadeiras. De fato, devido a

seminários dos grupos de Cáritas e ONGS relacionadas com o projeto PIMC, os

beneficiados receberam informações sobre o manejo do sistema e frente aos

entrevistadores respondem da forma que deveria ser usada a cisterna e não da forma que

realmente é usada. Por essas razões, se decidiu fazer a escolha das 6 unidades a serem

amostradas no total das 175 cisternas registradas nos questionários.

Do total de 175 questionários aplicados nas três comunidades, fez- se a análise de

agrupamento em 77,14%, pois 40 questionários estavam com campos sem resposta ou a

cisterna estava sem uso.

Os parâmetros ou critérios que foram selecionados para discriminar os diferentes

agrupamentos de cisternas semelhantes foram:

● Tempo de uso da cisterna

• Estado de conservação da cisterna e do telhado

• Sistema de calha

• Como é retirada água da cisterna

• Condições de higiene da família

• Localização da cisterna em relação à fossa

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36

Os dados foram processados e organizados da seguinte forma:

• Dendrograma da Análise

• Divisão das cisternas em três subgrupos de acordo com os agrupamentos obtidos

(semelhanças/diferenças em cada agrupamento)

• Construção de uma tabela relacionando e explicitando o nº do questionário e o

comportamento das variáveis contidas em cada um dos agrupamentos.

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37

Tabela 1 – Discriminação das cisternas agrupadas pela analise de Cluster

Mun

icíp

io

Loca

lidad

e

ques

tioná

rio

Clu

ster

Tem

po d

e us

o S

iste

ma

de

calh

a C

omo

retir

a

água

E

stad

o de

cons

erva

ção

Cis

tern

a/fo

ssa

Hig

iene

fam

iliar

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 101

1

1 1 2 1 1 2

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 102 1 1 2 1 1 3

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 103 1 2 2 1 1 1

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 104 1 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI SITIO CABACO 125 3 2 2 1 1 2

SAO JOSE DO SABUGI SITIO CABACO 126 3 2 2 2 1 1

SAO JOSE DO SABUGI SITIO CABACO 127 2 2 2 1 1 1

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 203 2 2 2 3 1 1

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 204 5 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 209 1 2 2 1 2 2

SAO JOSE DO SABUGI POCINHOS 211 1 2 2 2 2 2

SAO JOSE DO SABUGI POCINHOS 212 1 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI POCINHOS 213 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI POCINHOS 214 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI POCINHOS 215 1 2 2 1 2 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 216 1 2 1 1 1 2

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 219 1 2 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 220 1 2 1 1 1 1

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38

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 221 1 1 2 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI RIACHO FUNDO 222 1 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 309 2 2 2 2 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 310 5 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 311 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI OLHO DAGUA DA LAJE 312 2 2 2 2 1 2

SAO JOSE DO SABUGI OLHO DAGUA DA LAJE 313 3 2 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROÇA 315 1 2 1 1 2 1

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 404 1 2 2 3 2 2

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 405 2 2 2 2 1 1

SAO JOSE DO SABUGI JACU 408 1 2 1 1 2 1

SAO JOSE DO SABUGI JACU 409 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI JACU 410 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI JACU 411 1 2 2 1 1 2

SAO JOSE DO SABUGI JACU 412 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI JACU 413 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI CAMALAU 417 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI CAMALAU 418 2 2 2 2 1 1

SAO JOSE DO SABUGI CAMALAU 419 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI CAMALAU 421 1 2 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 422 1 2 2 1 1 2

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 423 1 2 1 1 1 2

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 424 1 2 1 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 425 1 2 1 1 2 2

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 427 1 2 1 1 2 3

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 503 1 2 2 1 1 1

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 505 1 1 2 1 1 3

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39

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 506 1 2 2 1 2 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 507 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 508 1 1 1 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 510 1 1 2 1 2 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 511 1 1 1 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 512 1 1 2 1 1 2

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 513 1 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 514 1 1 1 1 2 3

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 515 1 1 1 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 516 1 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 517 1 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 518 1 1 1 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 519 1 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LATADINHA 520 1 2 1 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI SITIO POMBO 521 1 1 1 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI SITIO POMBO 524 1 1 1 1 2 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 525 1 1 1 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 526 1 1 2 1 2 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 527 1 1 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 528 1 1 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 530 1 2 2 1 1 1

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 603 2 2 2 2 1 1

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 604 5 2 2 1 2 1

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 605 2 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LAGOA DO BREJINHO 606 3 2 2 2 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LAGOA DO BREJINHO 607 4 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LAGOA DO BREJINHO 608 4 2 2 2 2 1

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40

SAO JOSE DO SABUGI LAGOA DO BREJINHO 609 2 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI LAGOA DO BREJINHO 610 2 1 2 1 2 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 611 5 2 2 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 612 1 2 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 614 1 2 2 1 2 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 615 1 2 2 1 2 2

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 708 3 2 2 2 2 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 709 5 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 712 4 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 713 4 2 2 1 1 1

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 714 5 2 2 2 1 1

SAO JOSE DO SABUGI POCINHOS 715 3 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI POCINHOS 718 3 2 2 2 2 1

SAO JOSE DO SABUGI POCINHOS 719 3 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI POCINHOS 720 2 2 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 721 1 2 1 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 722 1 2 2 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 723 2 2 2 2 2 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 724 1 1 2 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 725 3 2 1 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 726 3 2 2 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 727 3 2 1 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 728 1 2 1 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 805 2 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 806 1 1 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 807 2 1 2 1 2 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 808 2 1 2 1 2 1

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41

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 809 2 1 2 1 2 1

SAO JOSE DO SABUGI OLHO DAGUA DA LAJE 811 3 1 2 1 1 2

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 813 1 1 2 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 814 1 1 1 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 815 1 1 1 1 2 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 816 1 1 2 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 817 1 1 1 2 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 1017 3 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 1018 2 2 2 1 2 2

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 1020 3 2 2 1 2 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 1021 3 2 2 2 2 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 1023 2 2 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI CURRAL DO MEIO 1024 5 2 2 1 2 1

SAO JOAO DO CARIRI CURRAL DO MEIO 1026 2 1 1 2 1 1

SAO JOAO DO CARIRI CURRAL DO MEIO 1027 1 1 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI CURRAL DO MEIO 1028 3 2 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI BOM JARDIM 1029 4 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 2006 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 2007 1 2 2 1 1 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 2010 1 2 2 1 2 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 2015 2 2 2 1 2 1

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 3013 1 2 2 1 2 1

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 7014 3 2 2 1 1 1

SAO JOAO DO CARIRI POCO DAS PEDRAS 218

2 1 2 2 3 1 3

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 402 1 2 1 4 1 3

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 403 1 2 2 4 1 2

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 502 1 2 2 3 1 3

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SAO JOAO DO CARIRI SITIO POMBO 522 1 1 2 3 2 3

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 705 3 2 2 2 2 3

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 707 3 2 2 2 1 3

SAO JOAO DO CARIRI MALHADA DA ROCA 812 3 1 2 1 2 3

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 201

3

5 1 2 3 2 2

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 304 3 2 2 4 1 3

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 401 5 2 2 2 1 3

SAO JOSE DO SABUGI RIACHO DA SERRA 7011 5 2 2 4 2 1

CAMPINA GRANDE PAUS BRANCOS 7016 6 1 2 4 1 1

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Referência dos símbolos: Tempo de Uso: em anos Sistema de Calha: 1-Fixa (1) 2-Móvel (2) Como retira água da cisterna: 1-Balde ( 1) 2-Bomba( 2)

Estado de conservação do sistema (telhado+cisterna) 1-Ótimo (1) 2-Bom (2) 3-Regular(3) 4-Ruim(4) 5-Péssimo(5)

Localização da cisterna em relação à fossa séptica: 1- Bom (Abaixo / ñ tem / distante ) 2- Ruim (Acima/próximo / ao lado) Higiene Familiar: 1-Bom (1) 2-Regular(2) 3-Ruim (3)

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Análise detalhada dos agrupamentos encontrados.

CLUSTER 1 � Total: 122 cisternas de 135 analisadas, representando 90,37% do total

analisado. As principais características que influenciaram na formação do cluster

foram:

• 59,83 % têm 1 ano de uso.

• 66,39% têm calha móvel ( Faz desvio)

• 79,51% retiram água com bomba

• 77,04% apresentam o sistema ( cisterna + telhado ) em bom estado de

conservação

• 73,77% apresentam boa localização da fossa séptica em relação à cisterna (nível

abaixo da cisterna e distante)

• 84,43% apresentam boa higiene familiar.

CLUSTER 2 � Total: 8 cisternas de 135 analisadas, representando 5,9% do total

analisado. As principais características que influenciaram na formação do cluster

foram:

• 62,5 % têm 1 ano de uso.

• 75% têm calha móvel ( Faz desvio)

• 87,5% retiram água com bomba

• Estado de conservação do sistema ( cisterna + telhado ):

o Ótimo – (12,5%)

o Bom - 25,5%

o Regular - 37,5%

o Ruim – 25%

• 62,5% apresentam boa localização da fossa séptica em relação à cisterna ( nível

abaixo da cisterna e distante)

• 87,5% apresentam uma higiene familiar ruim.

CLUSTER 3 � Total: 5 cisternas de 135 analisadas, representando 3,7% do total

analisado. As principais características que influenciaram na formação do cluster

foram:

• Tempo de Uso:

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o 5 anos - 60%

o 3 anos - 20%

o 6 anos – 20%

• 60% têm calha móvel ( Faz desvio)

• 100% retiram água com bomba

• 60% apresentam o sistema ( cisterna + telhado ) em estado de conservação

ruim.

• 60% apresentam boa localização da fossa séptica em relação à cisterna ( nível

abaixo da cisterna e distante)

• Higiene familiar:

o Bom - 40%

o Regular - 20%

o Ruim - 40%

Com base nessas analises, foram selecionadas 6 cisternas, com base no total de 135 que

entraram na análise, representando 90,37% do total analisado. Deste grupo foram

selecionadas 4 cisternas. O cluster 2 agrupou 8 cisternas, o qual representa 5,9% do

total, e desse grupo foram selecionadas 1 cisterna. Do cluster 3 que agrupou 5 cisternas,

representando 3,7% foi selecionada uma única cisterna. A distribuição por comunidades

foi: 3 cisternas em Paus Brancos, 2 em Sitio Pombo, na comunidade de Malhada da

Roça e uma em Curral do Meio.

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Quadro 1: Cisternas Selecionadas para Monitoramento Qualitativo

Cisternas Selecionadas para Monitoramento Qualitativo

Parâmetro

/ Cluster Nº Question.

Chefe de

Família Lat / Long

Municipio/

Comunidade

Recebe

Carro-pipa

Tempo de

Uso

N° de

pessoas da

Família

Sistema de

Calha

Como retira

água da

Cisterna

Conservação

do Sistema

Localização da

Cisterna em relação à

fossa

Higiene

Familiar

1 1026

Etelvina De

Farias Silva

José

Marcos

Dias da

Silva

Lat- 738926

Long-

364593 SJC - Curral

do meio não 2 anos 5 Fixo Bomba Bom Bom Bom

204

Edmilson

Anselmo da

Silva

Lat- 735810

Long-

3604858 Paus Brancos sim 5 anos 4 Fixo Bomba Ótimo Bom Bom

521

Tereza

Lat- 718213

Long- SJC - Sítio

Pombo sim 1 anos 3 Fixo Balde Ótimo Bom Bom

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Martilo

Ramos

3621529

524

Doraci

Farias de

Oliveira

Lat- 735810

Long-

3604858 SJC - Sítio

Pombo não 1 ano 5 Fixo Balde Ótimo Ruim Bom

2 402

José

Lima

Lat- 736338

Long-

3607811 Paus Brancos não 1 ano 2 Móvel Balde Ruim Bom Ruim

3

7016

Sergio

Gonçalves

Duarte

Lat- 735780

Long3604964 Paus Brancos sim 6 anos 3 Fixo Bomba Ruim Bom Bom

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Atividade 3, 4 e 5 da M1 e atividades 4, 5 e 6 da M2

Essas atividades referem-se as amostragens e análises da água acumulada nas cisternas

dos sistemas selecionados nos períodos chuvosos e secos.

O conjunto dessas atividades relacionadas com a avaliação da qualidade da água

armazenada em cisternas já existentes foi modificado para uma única atividade, de

monitoramento continuo, ao longo de 12 meses.

As cisternas começaram a serem monitoradas na Paraíba no dia 04/12/2207. As

próximas coletas estão programadas para as primeiras quinzenas de janeiro e fevereiro

de 2008. Na única campanha realizada até o momento, foram coletadas amostras de

água das 6 cisternas selecionadas através da analises de agrupamento mostrado na

atividade 2 da M1.

Para as analises físicas e químicas se coletaram 2 litros de água em garrafas PET

perfeitamente limpas (lavadas e enxaguadas três vezes com água destilada) e para as

analises microbiológicas se utilizaram garrafas de plástico fosco autoclaváveis, boca

larga, de 500ml de capacidade. Essas garrafas foram previamente lavadas no

laboratório, passadas três vezes por água destilada e deixadas secar naturalmente e

tampadas. Seguidamente, a tampa e o pescoço das garrafas foram cobertos com papel de

alumínio e as garrafas foram esterilizadas em autoclave a 120oC durante 30 minuto.

Todas as amostras de água foram preservadas em recipientes de isopor com gelo, até

sua chegada aos laboratórios, onde foram processadas. Em campo foram medidos pH,

condutividade elétrica e temperatura da água. Em frascos universais de DBO foram

coletas amostras de aproximadamente 300ml de água (se deixa que a água transborde a

boca do frasco, cuidadosamente, para não formar bolhas, o qual produziria a oxigenação

artificial da amostra, levando a leituras superiores das reais do oxigênio dissolvido na

água) e se adicionaram os reagentes para fixar o OD (método de Winkler, modificação

Azida - APHA, 1998). O tempo transcorrido desde a coleta até o processamento não

excedeu 5 horas.

Os resultados obtidos para uma única amostragem nas 6 cisternas e referentes a alguns

dos parâmetros mensurados se apresentam na tabela 2 a seguir.

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Tabela 2: Qualidade física, química e microbiológica da água de cisternas de São João do Cariri e Paus Brancos, em

amostras de época de estiagem (dezembro,2007)*

Cisterna/

código

Localidade Temp.

ºC

pH OD

Mg/L

C.Elét

µS/cm

Turbid.

uT

Cor

Aparente

uH

SDT

mg/L

Coli.Totais

NMP/

100ml

E.coli

NMP/

100ml

Bac.Totais

UFC/ml

C1 - 1026 Curral do

Meio

28 7,9 4,3 167,5 0,44 5,7 267 1.779,8 1 119

2 - 521 Sítio Pombo 29 8,0 1,3 322,1 265 30,2 402 124,5 1 256

C3 - 524 Sítio Pombo 27 8,0 3,6 634,7 0,63 7,1 526 >2.500 >2.500 652

C4 - 204 Paus

Brancos

29 8,9 3,9 364,4 0,49 6,3 271 >2.500 113,7 120

C5 - 7016 Paus

Brancos

27 8,3 3,3 207,4 0,44 20,6 198 >2.500 734,0 470

C6 - 402 Paus

Brancos

28 8,5 3,9 459,2 2,54 11,5 398 >2.500 412,4 >1000

* Os resultados são valores médios de duas repetições

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A seguir apresentam-se algumas fotos das cisternas nas comunidades selecionadas.

Fig. 70: Cisterna em São João do Cariri apresentando vazamentos.

Fig. 69: Cisterna situada no Assentam. Paus Brancos apresentando certas inadequações.

Fig. 71: Cisterna em São João do Cariri.

Fig. 72: Cisterna em São João do Cariri.

Fig. 73: Cisterna em Paus Brancos apresentando inadequações em relação as calhas.

Fig. 74: Momento de aplicação dos questionários no Assentamento Paus Brancos.

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M2 - Desenvolver modelos pilotos em escala real para estudo de diferentes áreas

de captação e técnicas de manejo e preservação da qualidade da água armazenada

Atividade 1. Discussão e definição dos projetos dos modelos.

Modelos Pilotos - Experimentos

Histórico das Reuniões sobre os Modelos Pilotos

1- Relatório de Visita e Reunião de Planejamento dos Modelos Pilotos na Paraíba – 23

de agosto de 2007 – UFCG (Anexo 3- ATA

2 - Reunião com Consultor do Projeto – 24 de agosto de 2007 - UFRN

3 - Reunião no dia 02 de outubro no Recife com o consultor Cícero Onofre e demais

grupos para conclusão das discussões sobre os modelos pilotos – 02 de outubro de 2007

- UFPE

Esquema para igual divisão quali-quantitativa das águas

Inicialmente, o esquema proposto para os modelos pilotos foi descrito conforme os

seguintes passos:

1. A água é captada por cada lado (águas) do telhado;

2. Cada “porção” de água de cada lado do telhado é transportada pelas calhas, que

estão nas laterais do telhado;

3. No final de cada calha é colocado um tubo na horizontal (todos os tubos na

horizontal terão certa declividade) que serão interligados por uma conexão T;

4. Depois da junção, o fluxo da água (a partir daqui já "unido") será conduzido por

um tubo perpendicular e novamente na horizontal;

5. Este último tubo será conduzido até uma conexão (em forma de Y), a qual

distribuirá as águas para dois tubos na horizontal: um à direita e outro à esquerda

e desde esse ponto, as águas divididas seguirão para cada cisterna (modelo piloto

com duas cisternas).

6. Para esclarecer as dúvidas foram desenvolvidos dois desenhos simples (com

duas vistas diferentes) que seguem abaixo.

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Em reunião realizada dia 24 de agosto de 2007 com o consultor do projeto, ficou clara a

necessidade de se incorporar uma conexão em Y, que evitasse o refluxo e misturasse as

águas. Essa proposta foi aceita, ficando seu uso pendente de uma validação antes e

Fig. 75: Esquema proposto para os modelos pilotos.

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durante a construção dos modelos. Essa validação deveria analisar dois aspectos: a igual

distribuição da quantidade de água e sua mistura, de modo que as substancias químicas

dissolvidas e substancias em suspensão, que são arrastados com cada volume de água

que desce de cada lado do telhado tivesse, em cada lado, a mesma distribuição ou seja, a

concentração final de SSD e de SST deveria ser a mesma. Diante disto, a estrutura

proposta foi confeccionada e o experimento foi realizado.

Fig. 76: Estrutura experimental - tubo desde as calhas e distribuídos de águas em

forma de Y, para as cisternas.

Os resultados deste experimento apresentaram diferenças nas quantidades de água que

era desviada para cada parte da conexão, ficando então a ser desenvolvida outra

metodologia.Uma outra proposta, discutida na reunião do dia 02/10/2007 no campus da

UFPE em Recife, refere-se a um pequeno reservatório intermediário com dois

compartimentos. Quando o primeiro estiver num certo nível, a água escoaria (pelo

vertedor) e seria igualmente distribuída nas duas saídas, onde cada uma seguirá para

uma cisterna. Quando estavam sendo realizados os preparativos para os novos

experimentos foi verificado que o custo das caixas era elevado e então foi proposto

outro método a ser validado. Neste outro método a estrutura poderá ser fixada na

estrutura das paredes onde serão instalados os modelos pilotos e em uma altura que dê

segurança, para evitar a interferência humana.

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Fig. 77: Estrutura experimental com reservatório intermediário

Os resultados, tanto quantitativos quando qualitativos, validaram a técnica a ser

empregada nos modelos pilotos.

A definição do modelo piloto e detalhes construtivos são informados no relatório da

UFRPE.

A seguir se apresentam fotos ilustrando a residência e a escola onde serão instalados os

Modelos Pilotos.

A seguir são apresentadas as fotos ilustrando a residência e a escola onde serão

instalados os Modelos Pilotos.

Fig. 78: Fotos da Escola onde será construído o Modelo Piloto

Fig. 78 a: Vista Lateral.

Fig. 78 b: Interior da escola.

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M3. Transferência de tecnologias não convencionais e de baixo custo para

desinfecção das águas das cisternas em escala familiar e comunitária

Atividade 1. Calibração do método SODIS e atividade 2. Transferência da técnica

para as comunidades.

Foram feitas calibrações preliminares, embora limitadas, pela falta de material de

consumo no laboratório de microbiologia (meios de cultura em quantidade suficiente), a

ser adquirido em breve (liberação do pregão via ATECEL). A quantificação de

coliformes está sendo feita, nesses ensaios, pela técnica de membrana de filtração, para

não utilizar COLILERT, devido a seu custo elevado, considerando que a calibração

requere da analises de, pelo menos, 10 amostras de água expostas ao sol em garrafas

PET transparentes (garrafas sob teste) e outras 10 garrafas PET transparentes

embrulhadas em papel de alumínio (controles na escuridão). Esse numero elevado deve-

se à metodologia utilizada, a qual é de uso internacional: para testar o efeito da luz solar

na desinfecção de águas com diferentes concentrações inicias de coliformes: se colocam

ao sol amostras de água com concentrações conhecidas de bactérias por um tempo

mínimo de 3 a 4 horas e um máximo de 6 horas, em dias de sol intenso e sem nuvens.

Nos experimentos do presente projeto se considerou testar o efeito da radiação solar

durante 5 horas (T1, T2, T3, T4 e T5) para cada uma das densidades inicias de

coliformes, retira-se a cada hora duas garrafas (replicas), para avaliar o efeito horário da

radiação no decréscimo das bactérias sob teste. Os controles na escuridão (garrafas

embrulhadas em papel de alumínio) repetem a mesma densidade inicial de bactérias.

Fig. 79: Fotos da Residência onde será construído o Modelo Piloto

Fig. 79 a: Vista Frontal.

Fig. 79 b: Vista Lateral.

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Esse diagrama experimental significa quantificar a cada hora 4 garrafas, ou seja um total

de 20 amostras por dia para uma única densidade inoculada, e caso não seja necessário

preparar diluições para poder efetuar a leitura final. As densidades a serem testadas na

prática e a serem transferidas para as comunidades serão as densidades máximas e

mínimas encontradas nas cisternas amostradas mensalmente. Esse desenho experimental

requer de numerosas quantificações, usando-se diluições decimais das amostras além da

amostra bruta. Por outro lado, observa-se que as quantificações de bactérias coliformes

nas águas de cisternas existentes foi iniciada há apenas 15 dias e, portanto, os

experimentos feitos até agora utilizaram inoculo de coliformes em concentrações

supostamente aproximadas ao que se esperava encontrar (100 e 1.000NMP/100ml). Os

primeiros resultados mostram contaminações, nas águas das cisternas já em uso,

superiores a 2.500NMP/100ml coliformes totais e E.coli. Dessa forma, novos testes

serão feitos no mês de janeiro.

Como foi explicitado no item sobre educação ambiental o uso do método SODIS como

método viável e com bons resultados para desinfecção de água para beber, está sendo

realizada através de oficinas e seminários nas comunidades.

M4 - Estudos etnoecológicos para conhecimento da percepção da relação

água/saúde nas comunidades e preparação de multiplicadores

Atividade 1: Formulação e aplicação dos questionários.

O relato desta atividade foi feito acima, considerando-se que para a execução dessa

atividade 1 -M1 era necessário formular e aplicar os formulários. Os resultado das

analises foram também apresentados nesse item, para poder dar continuidade lógica

com a atividade 2 - M1, de seleção dos sistemas para o monitoramento mensal sobre

qualidade da água armazenada nas cisternas.

Atividade 2. Transferência das técnicas à comunidade.

Os trabalhos de Educação Ambiental na Paraíba se realizam nas comunidades rurais:

Curral do Meio, Poços das Pedras e Malhada da Roça, em São João do Cariri-PB. O

trabalho foi desenvolvido, até o presente, em três momentos: no primeiro foram feitas

visitas às residências das famílias, objetivando realizar diagnóstico socioambiental, para

o qual foram aplicadas entrevista semi-estruturada e observação direta e identificar as

condições dos sistemas de captação de água de chuva (M1-Atividade 1)..

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57

Após a avaliação dos resultados dos questionários se passou a um segundo momento,

no qual foram apresentados às comunidades e discutidos com seus membros, os

resultados referentes ao diagnóstico sócio-ambiental (questionários).

No terceiro momento foram delineadas e aplicadas estratégias de sensibilização,

visando promover o uso sustentável dos sistemas de captação de água de chuva. Estas

atividades se concentram nas comunidades de São João do Cariri com a organização de

oficinas, palestras, seminários e um curso. Em Curral do Meio e Poços das Pedras, as

ações foram delineadas e aplicadas com encontros mensais. Dentre as ações em

Malhada da Roça, destaca-se o Curso de Formação para o uso sustentável dos sistemas

de captação de água de chuva executado num final de semana, com carga horária de 16

horas. O curso reuniu líderes comunitários das três comunidades envolvidas neste

trabalho (ou seja de Curral do Meio e de Poços das Pedras) e alunos e professores de

uma Escola de Malhada da Roça; (onde será montado um dos Modelo Piloto). Este

curso permitiu iniciar a formação e seleção dos bolsistas juniores e começar a

transferência de informações e de Educação Ambiental e para a saúde das famílias da

região e da comunidade escolar, contemplada com o sistema piloto de captação de água

de chuva.

Em Malhada da Roça, e em particular com a escola e com os membros mais ativos

da comunidade, as próximas estratégias serão delineadas a partir dos resultados obtidos

no curso de novembro.

No Quadro 01 são apresentadas as ações desenvolvidas no primeiro ano de

execução deste projeto

Quadro 02: Apresentação das ações desenvolvidas no primeiro ano do projeto.

ação Tema/estratégias objetivos

Visita às famílias

Iniciado em maio/2007

Conversa informal e

observação direta

Identificar os líderes

comunitários locais;

Conhecer a realidade das

comunidades;

Apresentação do projeto

maio e junho/2007

Encontro com líderes

comunitários

Apresentar e discutir o

projeto;

Verificar a receptividade

das comunidades ao

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58

projeto

Realização de

diagnóstico

junho/2007.

Aplicação de entrevista

semi-estruturada,

observação direta

(formularios)

Realizar o diagnóstico

socioambiental das

comunidades envolvidas

Avaliar as condições dos

sistemas de captação de

água de chuva

Averiguar o manejo dos

sistemas de captação de

água de chuva pelas

famílias

Tabulação e análise dos

dados (junho e

julho/2007)

Análise subjetiva,

objetiva e estatística

Organizar, sistematizar,

analisar e interpretar os

dados coletados

Definição de critérios

para escolha dos sistemas

de captação de água de

chuva que serão

monitorados

(maio, junho e julho/2007

Análise subjetiva,

objetiva e estatística

Escolha das famílias que

terão seus sistemas de

captação de água de

chuva monitorados

mensalmente .

Quadro 02: Apresentação das ações desenvolvidas no primeiro ano

(continuação)

ação Tema/estratégias objetivo

Definição de critérios

para escolha da escola

e da família onde

serão construídos os

modelos pilotos

(agosto/2007)

Observação direta

Entrevista não estruturada

Complementação para os

dados dos questionários

aplicados em junho

Escolha da família e da

escola, para instalação do

modelo piloto.

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59

Apresentação dos

resultados dos

questionários e das

visitas

(agosto/2007)

Encontro com os líderes

comunitários

Sensibilização sobre uso

dos sistemas de captação de

água de chuva;

Definição de datas para

oficinas ( proposta: 18 e

23/08/07)

Planejamento de

atividades

(Oficinas de setembro)

Encontro com a equipe

responsável pela execução

do projeto e membros da

comunidade escolar

Planejar e analisar as

atividades a partir da

realidade dos alunos da

escola

Apresentação e

divulgação de

resultados em eventos

nacionais (24 CABES,

Belo Horizonte – MG)

Exposição oral e

apresentação de painel

- Expor à comunidade

científica os resultados

- Divulgar as ações do

projeto

Preparação do curso de

novembro na escola de

Malhada da Roça

(Ações do mês de

outubro)

Encontro com a equipe

responsável pela execução

do projeto

Planejar e analisar as

estratégias delineadas para

o curso

Elaboração de material

didático (agosto e

outubro/2007)

Encontros com a equipe

responsável pela execução

do projeto

Elaborar textos, folder e

outros materiais didáticos

para o curso.

Realização de

Encontro/seminário

(02/10/07)

Importância da água e

problemas com a água –uso

de vídeo sobre água

Processo de formação e de

sensibilização das

comunidades

Quadro 03: Apresentação das ações desenvolvidas no primeiro ano

(continuação).

ação Tema/estratégias Objetivo

Realização de

encontro (3/10/07)

Sistemas de captação de

água de chuva;

Processo de sensibilização

das comunidades

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Manejo correto dos

sistema– uso de jogos

Realização de Curso

(10 e 11/11/07) em

Malhada da Roça

Curso, com participação

conjunta das duas

comunidades e com

pessoas da comunidade

Formação de indivíduos e

de multiplicadores para o

uso sustentável dos

sistemas de captação e

armazenamento de água de

chuva

Inicio do processo de

seleção dos bolsistas

juniores

Troca de experiência entre

as duas comunidades

Treinamento para colegas

de Pernambuco

Apresentação e

divulgação de

resultados em eventos

universitários

(Semana de Extensão

da UEPB, Semana de

Biologia e

apresentação anual

PIBIC).

Mês de novembro.

Exposição em painel e oral

dos primeiros resultados

Expor à comunidade

científica os resultados

obtidos ao longo do

desenvolvimento do

projeto;

Divulgar as ações do

projeto.

Treinamento acadêmico

para nossos bolsistas e

alunos

Encontro/oficina

(25/11/07)

- Oficina de SODIS.

-Avaliação do curso na

escola de Malhada da Roça

(10 e 11/11/07)

- Entrevistas.

Avaliar o curso de Malhada

da Roça

Continuar a seleção dos

bolsistas juniores

Sensibilizar as

comunidades para uso de

SODIS

Realização de Água e solidariedade Concluir a seleção dos

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encontro/seminários

(15 e 22/12/2007

bolsistas.

Promover visão critica

“Universalização de acesso

à água”.

O conjunto dessas ações envolve atividades das Metas 3 e 7:

M3 - Transferência de tecnologias não convencionais e baixo custo para

desinfecção das águas das cisternas em escala familiar e comunitária.

Atividade 2. Transferência das técnicas à comunidade. Foi realizada embora em

seqüência diferente à citada no cronograma

Meta 7. Elaboração, em oficinas de educação ambiental/saúde, de programas de

rádio e material para outros meios de comunicação

Atividade1 - Preparação e divulgação das oficinas

Atividade 2 - Execução das oficinas

Atividade 3. Divulgação do material produzido nas oficinas.

Durante o desenvolvimento das oficinas e através das atividades lúdicas, se realiza a

transferência de informações sobre qualidade da água para beber, preservação,

saúde/doenças de veiculação hídrica, importância da água e da desinfecção, métodos de

desinfecção, entre outros assuntos, discutidos previamente com os próprios membros da

comunidade.

Como exemplo, apresenta- se a continuação, a programação de uma das

atividades, na escola,

“Programação da Atividades”

10/11/07 – Malhada da Roça”

08h00min: Recepção-

8:15 a 8:30 – PALESTRA MINHA A ÁGUA E A MINHA SAÚDE

questionário em forma de trilha; Acolhimento: dinâmica dos astros;

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08h20min: Apresentação - dinâmica Meu nome é... Eu gosto de.... Não gosto de...

09h00min: Percepção ambiental - mapa mental: o que é meio ambiente para você?

Debate sobre conceito de meio ambiente, tipos de meio ambiente e percepção

ambiental;

10h00min: Diagnóstico sócio-ambiental segundo a visão dos participantes – Dinâmica

do Sol

11h00min: Texto – Meio Ambiente; Repensando nossas atitudes;

11h30min: Música planeta azul –leitura e debate;

11h50min: Palestra e vídeo: água e doenças

12h130min: Almoço coletivo

13h30min: Importância da água – Dinâmica da Gota

14h30min: Ciclo da água – trabalho em grupo sobre o ciclo da água; debate sobre

quantidade e qualidade água a partir do questionamento: água pode acabar?

Exposição do banner sobre o ciclo da água;

15h30min: Leitura ou comentário do texto: Importância da água; texto complementar

de reflexão.

16h30: encerramento – ciranda: música Xote Ecológico

Dia 11/11/07- Malhada da Roça

8h00min: Acolhimento: brinquedo cantado. Mensagem inicial (um texto curto de

motivação)

8h20min: Sistema de captação de água de chuva – Dinâmica da cisterna: cuidados e

importância. Dinâmica certo ou errado: Manejo correto do sistema de captação de

água de chuva; exposição de cartaz e/ou maquete mostrando a forma correta de

utilizar o sistema de captação de água de chuva. Música: Água de chuva

10h00min: Água e saúde: Dinâmica da Palavra-chave: o que é saúde; Dinâmica das

inter-relações; Cartaz: saúde física, social, emocional, espiritual e intelectual; Doenças

de Veiculação hídrica - mutirão de idéia; Cartaz com alguns ciclos de helmintos;

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debate sobre água e saúde; Higiene pessoal e higiene ambiental: apresentação de

teatro de fantoche mostrado o cuidado com o corpo e com o meio ambiente.

12h00min: Almoço coletivo

13h00min: Tratamento de água – ênfase em SODIS

14h00min: Importância de Educação Ambiental - Dinâmica das cores; álbum seriado.

15h00min: Dinâmica de encerramento e agradecimentos.

M5. Estimativa de riscos de desabastecimento das cisternas, utilizando as previsões

de chuva

Atividade 1. Desenvolvimento do modelo de simulação do balanço hídrico das

cisternas

Preparação dos dados

Nos levantamentos de campo foram extraídos dados que permitiram mensurar os

principais parâmetros dos sistemas de captação de água de chuva, tais como área de

captação e volume das cisternas. O número de pessoas por residência foi registrado e

assim foi possível estimar faixas de demanda de água para cada família.

Para extração destes dados foi necessário seguir uma seqüência de tarefas: a) separação

dos dados de comprimento, largura e altura das casas; b) cálculo das áreas de captação e

c) confecção de arquivos de parâmetros.

Tabelas Resumo dos resultados:

Tabela 3 – Área média dos telhados em cada local.

Local Área Média (m²) Desvio Padrão (m²)

Paus Brancos 60,40 40,68

São João do Cariri 97,04 39,78

São José do Sabugi 135,66 168,15

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Tabela 4 – Número médio de pessoas por família.

Local Número de pessoas Desvio Padrão

Paus Brancos 4,5 2,89

São João do Cariri 4,26 1,99

São José do Sabugi 4,51 1,99

Com todos os dados obtidos, os arquivos de parâmetros necessários para simulação

hidrológica do comportamento dos sistemas de captação de água de chuva foram

elaborados respeitando o formato (ver abaixo) da aplicação computacional que foi

desenvolvida para este fim.

Exemplo de formato dos parâmetros para simulação com aplicação computacional

Nºquestionário_Comunidade_Localidade Latitude Longitude

VolumeCisterna=Volume_em_m3

VolumeInicial da cisterna=Porcentagem_%

Volume morto=Volume_em_m3

Demanda=Demanda_de_água_em_m3_ao_dia

AreaCaptacao=Área_em_m2

Runoff=Coeficiente_de_escoamento_superficial (considerado 0.75)

AreaSuperficial=Área_superficial_em_m2

Além dos dados coletados nas campanhas do projeto, também foram obtidos dados

pluviométricos através: a) da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da

Paraíba (AESA) para Paus Brancos; b) da estação meteorológica da Bacia Escola de

São João do Cariri (UFCG) para dados do local, e; c) da plataforma HidroWeb da

Agência Nacional das Águas (ANA, http://hidroweb.ana.gov.br) referentes a várias

localidades do semi-árido paraibano a fim de produzir análises para toda região onde

estão inseridos os locais aqui relacionados. Com estes dados pluviométricos foram

calculadas probabilidades de ocorrência utilizando a distribuição normal e divisão em

percentis.

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Simulações hidrológicas para estimativas de risco de desabastecimento.

Aproximadamente 48% dos sistemas analisados indicaram garantia de água de chuva

para o ano, quando se utilizou o nível de 50% de probabilidade de precipitação, valor

este que reduziu para 27% quando utilizada a probabilidade de 70%. Todas as famílias

que possuíam sistemas que apresentaram garantia de 100% de abastecimento estão

constituídas por no máximo 4 pessoas.

Em Paus Brancos os sistemas de captação de água de chuva avaliados apresentaram-se

mais deficientes, embora os valores pluviométricos nas duas regiões sejam semelhantes.

Estes resultados devem-se a fato de 36,7% as áreas de captação em Paus Brancos serem

inferiores a 40 m², enquanto que em São João do Cariri todos os sistemas apresentaram

áreas superiores a esse valor.

Em análise com percentis gerados (55, 65, 75, 85 e 95%) foram elaborados mapas de

garantia de abastecimento que se encontram a seguir.

Fig. 80: Garantia de abastecimento com percentil de 55% .

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Fig. 82: Garantia de abastecimento com percentil de 75%.

Fig. 81: Garantia de abastecimento com percentil de 65%.

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Simulações com previsões de chuva

Periodicamente entidades como a ABCMAC (Associação Brasileira de Captação e

Manejo de Água de Chuva) e o IRPAA (Instituto Regional da Pequena Agropecuária

Apropriada) publicam circulares (em anexo) que descrevem a influência dos fenômenos

Fig. 83: Garantia de abastecimento com percentil de 85%.

Fig. 84: Garantia de abastecimento com percentil de 95%.

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El Niño e La Niña no Semi-Árido Brasileiro (SAB). Estas informações são geralmente

baseadas em previsões apresentadas ao final de cada ano (última quinzena de dezembro)

por entidades científicas como o CPTEC/INPE e NOAA.

Com a utilização da aplicação computacional e com previsões atmosféricas para todo

semi-árido nordestino será possível realizar análises de risco e geração de mapas de

desabastecimento dos sistemas de captação de água de chuva de cisternas em vários

níveis de cenários de manejo.

Os resultados irão gerar produtos que serão compartilhados em formato de boletins com

agências de governos responsáveis pela gestão de recursos hídricos e ações mitigadoras

da seca, com ONGs e associações como a ABCMAC e IRPAA e outras entidades

responsáveis pela tomada de decisões e disseminação de informações que dão apoio a

segurança hídrica no Semi-Árido Brasileiro.

Em 2007, a primeira divulgação de previsões será no dia 21 de dezembro, que se

repetirá em meados de janeiro e de fevereiro. Nas três ocasiões o projeto CISTERNAS

preparará boletins experimentais para essas instituições, de forma a receber opiniões

sobre a utilidade da informação gerada e melhorias no formato da comunicação.

M6. Estimativa da sustentabilidade dos sistemas (considerando o ciclo de captação,

armazenamento, coleta e desinfecção), utilizando indicadores específicos.

CPATSA, a ser executado.

M8 - Disponibilizar na WEB produtos/resultados do projeto (banco de dados,

mapas temáticos e de risco e sustentabilidade dos sistemas, modelos pilotos,

materiais de divulgação.

M9. Estimativa da sustentabilidade dos sistemas (considerando o ciclo de captação,

armazenamento, coleta e desinfecção), utilizando indicadores específicos. A ser

executado pela CPATSA.

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PUBLICAÇÕES E APRESENTAÇÕES EM EVENTOS

CIENTÍFICOS

� Trabalhos Completos apresentados em eventos científicos e publicados em

anais

1) Adriana Carneiro Tavares, Mônica Maria P. da Silva, Laryssa A. Oliveira,

Rafaella Q. Souto, Rodolfo Luiz Bezerra Nóbrega; Beatriz S. Ovruski de

Ceballos. Captação e manejo de água de chuva em cisternas: uma forma de

mitigar os efeitos das secas prolongadas no Nordeste semi-árido – Estudo de

caso: Assentamento Paus Brancos, Paraíba. VI Simpósio Brasileiro de Captação

de Água de Chuva. Belo Horizonte –MG, 9 - 12 de Julho de 2007. (Apresentação

Oral)

2) Rodolfo L. B. Nóbrega, Magno Jefferson de Souza Queiroz, Lorena Fernandes

Maia; Carlos O. Galvão. InfoChuva: uma ferramenta computacional de

avaliação de riscos de desabastecimento de sistemas de captação de água de

chuva - VI Simpósio Brasileiro de Captação de Água de Chuva. Belo Horizonte –

MG, 9 - 12 de Julho de 2007. (Apresentação Oral).

3) Adriana Carneiro Tavares, Rodolfo Luiz Bezerra Nóbrega, Laryssa Abílio

Oliveira, Mônica Maria Pereira da Silva; Beatriz Susana Ovruski de Ceballos.

Uso de cisternas no semi-árido paraibano estado de conservação e técnicas de

manejo. 24º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Belo

Horizonte –MG, 2 – 7 de setembro, 2007. (Apresentação Oral).

4) Laryssa Abílio Oliveira, Rafaela Queiroga Souto, Adriana Carneiro Tavares,

Mônica Maria Pereira da Silva; Beatriz Susana Ovruski de Ceballos. Percepção

ambiental e viabilidade da educação ambiental em comunidades do cariri

paraibano para o uso sustentável dos recursos hídricos. 24º Congresso

Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Belo Horizonte-MG, 2- 7 de

setembro, 2007. (Apresentação Oral)

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5) Rodolfo Luiz Bezerra Nóbrega; Adriana Carneiro Tavares; Dennyele Alves

Gama, Carlos de Oliveira Galvão; Beatriz S. Ovruski de Ceballos. Avaliação do

abastecimento de água de chuva por meio de cisternas no semi-ardido

paraibano. II Conferência Internacional de águas em Regiões Áridas e Semi-

áridas. Gravatá- PE. 9 - 12 de Setembro de 2007. (Apresentação Oral)

• Resumos publicados e apresentados em eventos científicos

1) Adriana Carneiro Tavares, Iara Jassira C. Barros, Camila Macedo Medeiros, José

Etham de L. Barbosa, Beatriz Susana O. de Ceballos. Cisternas rurais no semi-

árido paraibano: abastecimento conservação e manejo dos sistemas: II Semana

de Extensão da Universidade Estadual da Paraíba: Extensão, Cidadania e

Diversidade Cultural. Campina Grande – PB, 24 - 26 de Outubro de 2007.

(Apresentação Oral)

2) Iara Jassira C. Barros, Adriana Carneiro Tavares, Camila Macedo Medeiros,

Rodolfo Luiz B. Nóbrega, Beatriz Susana O. de Ceballos. Técnicas de manejo

de sistemas de coleta e armazenamento de água de chuva em cisternas no semi-

árido paraibano e em Cabo Verde: estudo comparativo. IX Semana de Biologia

– Departamento de Biologia/CCBS/UEPB. 7 a 9 de novembro de 2007.

(Apresentação em Pôster).

3) Magno Queiroz, Rodolfo Nóbrega, Lorena Maia, Eliane Araújo; Carlos O.

Galvão.Evaluating regional risks of failure of rainwater catchment systems

using computational grids. 3rd IEEE International Conference on E-Science and

Grid Computing - Bangalore - Índia – 2007. (Apresentação em Pôster).