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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
MARCUS VINICIUS DE AMORIM
EXPRESSÃO DOS ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS DE
EMPRESAS DO MESMO SETOR CONSIDERANDO OSCILAÇÕES
POSITIVAS E NEGATIVAS NO VALOR DE SUAS AÇÕES
Cuiabá – MT
2019
MARCUS VINICIUS DE AMORIM
EXPRESSÃO DOS ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS DE
EMPRESAS DO MESMO SETOR CONSIDERANDO OSCILAÇÕES
POSITIVAS E NEGATIVAS NO VALOR DE SUAS AÇÕES
Orientador: Profª. Drª. Giseli Alves Silvente
Cuiabá – Março/2019
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Ciências Contábeis, da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis, da Universidade Federal de Mato Grosso, para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
MARCUS VINICIUS DE AMORIM
EXPRESSÃO DOS ÍNDICES ECONÔMICO-FINANCEIROS DE
EMPRESAS DO MESMO SETOR CONSIDERANDO OSCILAÇÕES
POSITIVAS E NEGATIVAS NO VALOR DE SUAS AÇÕES
Monografia defendida e aprovada em 28/03/2019 pela banca examinadora
constituída pelos professores:
________________________________________
Profª. Drª. Giseli Alves Silvente
Presidente
________________________________________
Prof. MSc.Ederaldo José Pereira de Lima
Membro
________________________________________
Profª. MSc. Lyss Paula de Oliveira
Membro
DEDICATÓRIA
Primeiramente, dedico este
projeto ao meu bondoso Deus, por
proporcionar o melhor dos subterfúgios
existentes no mundo, meus pais, Juarez
e Divina, e minha irmã Milena.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por colocar em meu caminho os pais
maravilhosos que tenho, Sr. Juarez e Srª. Divina, à minha brilhante irmã Milena,
orgulho da minha vida. Agradeço por estarem presentes em grande parte da minha
vida, pelos conselhos, carinho e amor, que me fizeram chegar a esta fase da vida com
muita alegria e saúde.
Aos meus familiares, em especial aos meus avós maternos, Conceição e
Eduardo, aos meus avós falecidos paternos, Orizia e Olavo. Aos meus tios de sangue
e também aos de consideração, Cyborg, José Ferreira, Adriana e Siegfried. Em
memória à Marlene.
Aos meus melhores amigos paulistanos, André, Carlos, Hélio, Heleno, Igor,
Marcelo, Marlon, Roberto e Vickybert, pelas aventuras, parceria, e momentos de
alegria e união que passamos quando juntos, pessoas aos quais tenho um grande
respeito e total confiança. Aos amigos praianos José Pereira, Antônio, José Souza,
Maria da Guia e Rodrigo Pereira.
À minha ilustre amiga Patricia Tomborelli, pelo carinho ao longo do curso. Aos
amigos cuiabanos, Alisson, Aluã, Bruno, Celso, Igor, Jorge, Marconni, Nelson, Paulo
Vinicius, Pedro Felipe, Renato, Ricardo, Thiago.
Aos amigos adquiridos durante a graduação, em especial, ao Rodrigo
Cuiabano, Lucas Aguiar, Ricardo Fonseca, Key Yamamoto, Amanda Andrade, Renata
Albuquerque, Bruna Furlan e Thaisa Marques.
Aos professores, mestres e doutores do curso de Ciências Contábeis da
Universidade Federal de Mato Grosso, em especial à minha orientadora Giseli Alves
Silvente, aos professores Varlindo, Adão, Benedito, Joaquim, Ederaldo, Lyss, Vander,
e também aos ex-professores Ana Maria, Joílson e Diego, pelo desempenho do
exercício profissional e dedicação na transmissão do conhecimento.
Ao professor Manoel, hoje na presença de Deus, pelos ensinamentos teóricos
e práticos, pela experiência de vida, pela demonstração de caráter, ética,
comprometimento e zelo pela qualidade do ensino superior.
À RIROUS, ao Bedin, Ícaro, Jaum e Xandoh, Igo e fãs, que proporcionaram da
minha estadia em Cuiabá, dias maravilhosos, shows inesquecíveis.
À todos que me ajudaram direta ou indiretamente ao longo da vida...
OBRIGADO PELA OPORTUNIDADE!
“Seja você quem for, seja qual
for a posição social que você tenha na
vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha
sempre como meta muita força, muita
determinação e sempre faça tudo com
muito amor e com muita fé em Deus,
que um dia você chega lá. De alguma
maneira você chega lá.”
Ayrton Senna
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 1 – Indicadores de Liquidez
Quadro 2 – Indicadores de Atividade
Quadro 3 – Indicadores de Endividamento e Estrutura
Quadro 4 – Indicadores de Rentabilidade
Quadro 5 – Indicadores de Avaliação de Ações
Quadro 6 – Determinação das empresas quanto ao segmento de atuação
Quadro 7 – Determinação das empresas quanto à precificação das ações
Tabela 1 – Expressão dos indicadores econômico-financeiros
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AC – Ativo Circulante
ANC – Ativo Não Circulante
AT – Ativo Total
B3 – Brasil, Bolsa e Balcão
Bacen – Banco Central
BP – Balanço Patrimonial
CE – Composição do Endividamento
CMN – Conselho Monetário Nacional
CNPC – Conselho Nacional de Previdência Complementar
CNSP – Conselho Nacional de Seguros Privados
CpA – Cotação por Ação
CPV – Custo dos Produtos Vendidos
CTt – Capital de Terceiros
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
DA – Despesas Antecipadas
DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa
DLPA – Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados
DP – Dividendos Pagos
DpA – Dividendos por Ação
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
DVA – Demonstração do Valor Adicionado
EG – Endividamento Geral
ELP – Exigível a Longo Prazo
GA – Giro dos Ativos
IPL – Imobilização do Patrimônio Líquido
LC – Liquidez Corrente
LG – Liquidez Geral
LI – Liquidez Imediata
LL – Lucro Líquido
LPA – Lucro por Ação
LS – Liquidez Seca
NE – Notas Explicativas
PC – Passivo Circulante
PCT – Participação do Capital de Terceiros
PL – Patrimônio Líquido
PMC – Prazo Médio de Cobrança
PME – Prazo Médio de Estocagem
PMPF – Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores
Previc – Superintendência Nacional de Previdência Complementar
RDA – Rentabilidade de Ação
ROE – Retorno sobre o Patrimônio Líquido
ROI – Retorno sobre o Investimento
RL – Receita Líquida
RLP – Realizável a Longo Prazo
S/A – Sociedade Anônima de Capital Aberto
SFN – Sistema Financeiro Nacional
Susep – Superintendência de Seguros Privados
VPA – Valor Patrimonial da Ação
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 10
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 12
2.1 Sistema Financeiro Nacional.................................................................... 12
2.1.1 Bolsa de Valores...................................................................................... 13
2.2 Sociedades Anônimas............................................................................. 13
2.2.1 Ações....................................................................................................... 14
2.3 Análise das Demonstrações Financeiras................................................. 15
2.3.1 Análise Financeira.................................................................................... 17
2.3.2 Análise Econômica................................................................................... 22
2.3.3 Análise Fundamentalista.......................................................................... 25
3 METODOLOGIA...................................................................................... 26
3.1 Seleção das empresas............................................................................. 26
3.2 Reestruturação das Demonstrações Financeiras.................................... 27
3.3 Determinação e análise comparativa dos indicadores econômico-
financeiros................................................................................................ 27
4 RESULTADO E ANÁLISE....................................................................... 28
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 31
REFERÊNCIAS....................................................................................... 32
APÊNDICE 1 – Cotação das ações da SLC Agrícola S.A. após a
publicação das Demonstrações Financeiras............................................ 35
APÊNDICE 2 – Cotação das ações da Terra Santa Agro S.A. após a
publicação das Demonstrações Financeiras............................................ 37
APÊNDICE 3 – Reestruturação das Demonstrações Financeiras da
SLC Agrícola S.A. ................................................................................... 39
APÊNDICE 4 – Reestruturação das Demonstrações Financeiras da
Terra Santa Agro S.A. ............................................................................. 41
ANEXO 1 – Demonstrações Financeiras da SLC Agrícola S.A. .............. 44
ANEXO 2 – Demonstrações Financeiras da Terra Santa Agro S.A. ........ 48
10
1. INTRODUÇÃO
As ações são papéis de renda variável comercializadas em mercado de
ações, sendo este representado no Brasil pela antiga BM&FBovespa (PEREIRA,
2013, p. 86), que a partir de março de 2017, através da fusão entre BM&FBovespa e
Cetip, passou a ser denominada de B3 – Brasil, Bolsa, Balcão (B3, 2018).
Por se tratarem de renda variável, este mercado está susceptível às
oscilações influenciadas por variáveis macroeconômicas, relacionadas aos aspectos
políticos, econômicos, sociais e financeiros; por variáveis setoriais, diretamente
ligadas à área de operação como barreiras de entrada e saída de produtos,
concorrência, regulamentação governamental, entre outros; e por variáveis de
mercado, determinada pela lei da oferta e procura, ou seja, o aumento pela procura
de uma ação específica promove a elevação do seu valor no mercado (FREITAS,
2017).
De fato, o comportamento do mercado de ações acaba sendo movido por
informações, quantitativas e/ou qualitativas, sejam elas relativas às companhias, aos
agregados setoriais ou macroeconômicos, sendo perceptível a relação entre a
variação nos preços das ações frente à exposição de uma nova informação (SILVA,
2012).
As sociedades anônimas de capital aberto (S/A), através da oferta pública de
seus papéis no mercado, lançam e movimentam as suas ações com o objetivo de
captar novos recursos para investimento e reestruturação de passivos, todavia, ao
final de cada exercício social e com base na escrituração, devem apresentar com
clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício
através das demonstrações financeiras, que por sua vez, são utilizadas para a
obtenção de importantes indicadores que fomentam as análises de seus usuários,
sejam eles interno ou externo, permitindo a visualização do desempenho econômico-
financeiro relacionado à período passado da companhia, para assim diagnosticar sua
posição atual, e em consequência, produzir resultados que sirvam de base para a
previsão de tendências futuras (BRASIL, 1976; NETO, 2012, p.110; B3, 2018).
Os indicadores econômico-financeiros apresentam interpretações inerentes à
sua composição, ou seja, enquanto alguns são traduzidos de maneira positiva quando
há uma elevação do seu valor, outros manifestam a qualidade positiva com a redução
do numerário. Desta forma, comparando isoladamente os indicadores obtidos entre
11
os exercícios de 2016 e 2017 das companhias em análise, após a publicação de suas
demonstrações financeiras, o presente estudo estabelece as seguintes hipóteses: i.
na empresa que apresentou valorização das ações, alguns índices apresentarão
melhoria no valor interpretativo, ao passo que, os mesmos índices, demonstrarão
piora no valor interpretativo na empresa com desvalorização das ações; ii. na empresa
que apresentou valorização das ações, alguns índices apresentarão piora no valor
interpretativo, enquanto, os mesmos índices, demonstrarão melhora no valor
interpretativo na empresa com desvalorização das ações; iii. em ambas empresas, os
mesmos índices apresentarão melhoria no valor interpretativo; iv. em ambas
empresas, os mesmos índices apresentarão piora no valor interpretativo.
Ao determinar a hipótese (i) como principal, em obediência ao valor
interpretativo sugerido pela literatura, refuta-se, automaticamente, às demais
hipóteses (ii, iii e iv).
Diante desta exposição, o objetivo do presente estudo foi determinar quais
indicadores econômico-financeiros apresentaram comportamento em conformidade
com padrão interpretativo sugerido pela literatura, tendo como base a análise
comparativa isolada dos índices resultados por S/As, atuantes no mesmo setor, que
apresentaram valorização e desvalorização na precificação das ações após a
publicação das demonstrações financeiras. Com base nesse contexto, surge o
interesse em contribuir para as pesquisas na área questionado: Quais indicadores
econômico-financeiros possivelmente expressam maior impacto na precificação das
ações, analisando e comparando os resultados obtidos em companhias, do mesmo
setor, que apresentaram valorização e desvalorização na precificação das ações após
a publicação das demonstrações contábeis no site da B3?
12
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Sistema Financeiro Nacional
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é compreendido por um conjunto de
instituições e instrumentos financeiros que atuam no mercado intermediando as
transações entre agentes econômicos superavitários e deficitários. Estruturalmente,
pode ser classificado em dois subsistemas: i.Normativo, responsável pela edição de
normas e a sua aplicação; e ii.Operador, composto por instituições operadoras que
fazem a intermediação financeira entre os agentes superavitários e deficitários
(BACEN, 2018).
O órgão normativo é composto pelo: i.Conselho Monetário Nacional (CMN),
principal órgão normativo do SFN e responsável por formular a política da moeda e
do crédito, objetivando o progresso econômico e social do País; ii. Conselho Nacional
de Seguros Privados (CNSP); e iii.Conselho Nacional de Previdência Complementar
(CNPC) (BACEN, 2018).
As entidades supervisoras trabalham para que os cidadãos e os integrantes
do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. No ramo de
moeda, crédito, capitais e câmbio, atuam o Banco Central (Bacen), órgão executivo
do SFN responsável por executar as orientações do CMN, regulando e
supervisionando as instituições financeiras; e Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
autarquia em regime especial que fiscaliza, normatiza, disciplina e desenvolve o
mercado de valores mobiliários no Brasil (BACEN, 2018; KERR, 2011).
Quanto aos órgãos operadores ligados ao Bacen, estão compreendidos os
bancos e caixas econômicas, administradoras de consórcios, cooperativas de crédito,
instituições de pagamento e demais instituições não bancárias e, corretoras e
distribuidoras, esta última também fiscalizada pela CVM dependendo de sua
atividade. Dentre os órgãos operadores ligados à CVM estão a: i.Bolsas de Valores,
sociedades anônimas ou associações civis dotadas de autonomia financeira,
patrimonial e administrativa, que mantém local ou sistema adequado ao encontro de
seus membros e à realização entre eles de transações de compra e venda de títulos
e valores mobiliários, em mercado livre e aberto; e ii.Bolsas de Mercadorias e Futuros,
associações privadas civis também dotadas de autonomia financeira, patrimonial e
administrativa, que tem como objetivo a efetuação do registro, compensação e
13
liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema
eletrônico (BACEN, 2018).
No ramo de seguros privados, o órgão normativo é representado pelo CNSP,
a entidade supervisora pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), e os
órgãos operadores pelas seguradoras e entidades abertas de previdência. Já no ramo
de previdência fechada, o CNPC aparece como órgão normativo, a Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (Previc) como entidade supervisora, e as
entidades fechadas de previdência complementar como órgão operador (BACEN,
2018).
2.1.1 Bolsa de Valores
As bolsas de valores, entidades jurídicas constituídas em sua maioria na
forma de sociedades por ações, apresentam responsabilidades e funções de interesse
público, conferindo liquidez aos títulos e proporcionando o acontecimento de
negociações dinâmicas, realizadas a um preço justo de mercado com base no
consenso de oferta e procura (NETO, 2012, p. 76).
A principal entidade responsável pela circulação de papéis de renda variável
comercializadas em mercado de ações era representada no Brasil pela antiga
BM&FBovespa (PEREIRA, 2013, p. 86) que, a partir de março de 2017, através da
fusão entre BM&FBovespa e Cetip, passou a ser denominada de B3 – Brasil, Bolsa,
Balcão (B3, 2018). As atividades realizadas pela B3 incluem a criação e administração
de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas
as principais classes de ativos, compreendendo desde ações e títulos de renda fixa
corporativa até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juro e de
commodities, Além disto, atua na operação como contraparte central garantidora para
a maior parte das operações realizadas em seus mercados e, oferta serviços de
central depositária e de registro (B3, 2018).
2.2 Sociedades Anônimas
A Lei nº 6.404, de 15 de Dezembro de 1976, dispões acerca das sociedades
anônimas, também denominadas de companhias, empresas estas que apresentam
como características: a) o capital dividido em ações; b) a responsabilidade dos sócios
14
ou acionistas limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas; c) a
finalidade lucrativa, não contrária à lei, à ordem pública e aos bons costumes; d) o
objeto completo e preciso, definido no estatuto social. Em casos omissos, não
definidos na lei especial supracitada, aplicam-se as disposições contidas no Código
Civil (BRASIL, 2002).
Quanto à classificação com base no capital, as sociedades anônimas podem
ser: i. Abertas, quando os valores mobiliários de sua emissão estão admitidos à
negociação no mercado de ações; ii. Fechadas, quando não há negociação de seus
títulos ou ações no mercado de valores mobiliários (BRASIL, 1976).
A diretoria da companhia de capital aberto, ao final de cada exercício social e
com base na escrituração, deverá apresentar com clareza a situação do patrimônio
da companhia e as mutações ocorridas no exercício através do(a): i. Balanço
Patrimonial (BP); ii. Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA); iii.
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); iv. Demonstração dos Fluxos de
Caixa (DFC); v. Demonstração do Valor Adicionado (DVA); complementadas por
Notas Explicativas (NE) e outros quadros analíticos ou demonstração contábeis
segundo a necessidade para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados
do exercício (BRASIL, 1976). A fim de conferir qualidade e credibilidade nas
informações geradas pelas demonstrações financeiras, a Lei nº 6.404/76 estabelece
que as sociedades anônimas de capital aberto devem, obrigatoriamente, observar as
normas expedidas pela CVM, além de submeter seus demonstrativos contábeis à
auditoria independente nela registrada (BRASIL, 1976; DINIZ, 2015, p.77-78).
2.2.1 Ações
Através da oferta pública de ações, as companhias de capital aberto lançam
e movimentam as suas ações com o objetivo de captar recursos novos para
investimento e reestruturação de passivos, aumentando o seu capital, ou pulverizam
as suas ações, num processo em que o capital da empresa permanece o mesmo,
aumentando somente a base de sócios (B3, 2018).
Conforme a natureza dos direitos ou vantagens conferidas aos seus titulares,
as ações podem ser ordinárias, preferenciais, ou de fruição. As ações ordinárias
proporcionam ao seu detentor o direito de voto nas assembleias de acionistas
enquanto que, as preferenciais, possibilitam o recebimento de dividendos em valor
15
superior ao das ordinárias, bem como a prioridade no recebimento de reembolso do
capital (BRASIL, 1976; B3, 2018).
O comportamento das ações no mercado racional reflete as decisões tomadas
pela empresa que alteram o seu valor, podendo, por exemplo, estimular a valorização
através da criação de expectativa futura, ou ainda ocasionar desvalorização por
projeções de retração do mercado. A dinâmica dos preços é facilmente notada pelos
acionistas quando ocorre alteração nos negócios (NETO, 2012, p. 21).
Visando atrair e melhorar a avaliação das companhias pelo usuário externo,
a B3 – Brasil, Bolsa, Balcão – criou segmentos especiais de listagem de companhias
que prezam por rígidas regras de governança corporativa, dentre eles a Bovespa
Mais, Bovespa Mais Nível 2, Novo Mercado, Nível 2 e Nível 1, além do Tradicional,
cada um com a sua particularidade e requisitos (B3, 2018).
2.3 Análise das Demonstrações Financeiras
A análise das demonstrações contábeis constitui um dos estudos mais
importantes da administração financeira, atraindo o interesse tanto para os
administradores internos da empresa quanto para os usuários externos, pois fornece,
através de indicadores, o desempenho econômico-financeiro relacionado à período
passado da companhia, para assim diagnosticar sua posição atual, e em
consequência, produzir resultados que sirvam de base para a previsão de tendências
futuras (NETO, 2012, p.110). Nesta abordagem, a análise avalia os reflexos gerados
pelas tomadas de decisões sobre a liquidez, estrutura patrimonial e rentabilidade de
uma entidade (NETO, 2012, p.111).
Internamente, este tipo de análise trata da avaliação do desempenho geral da
companhia, fornecendo resultados retrospectivos e prospectivos das diversas
decisões financeiras tomadas. Externamente, as análises das demonstrações
financeiras também têm por objetivo fornecer dados sobre o desempenho da
empresa, os quais variam segundo sua posição, de credor ou de investidor,
entretanto, a dificuldade na avaliação dessas informações torna-se maior em
decorrência das limitações de informações contidas nos relatórios publicados (NETO,
2012, p. 110).
O estudo dos indicadores necessita seguir algumas orientações para que o
resultado gerado apresente melhor qualidade, a saber que: a) um indicador não deve
16
ser abordado isoladamente, pois desta maneira dificilmente contribuirá com
informações relevantes para o analista; b) a comparação deve ser temporal,
permitindo acompanhar a evolução dos valores; c) a comparação deve ser setorial,
desenvolvida por meio de confronto dos resultados de uma empresa em análise com
os demonstrados pelos seus principais concorrentes (NETO, 2012, p.111).
O enfoque segundo o qual a análise das demonstrações financeiras é
desenvolvida pode variar conforme o interesse do analista:
Por exemplo, o administrador da empresa, ao medir periodicamente seus resultados, procura avaliar, na realidade, o impacto determinado pelas decisões financeiras sobre o desempenho global. Em princípio, está interessado igualmente em todos os seus aspectos econômico-financeiros, sem atribuir relevância maior ou menor a qualquer deles. Para os acionistas atuais da empresa (ou interessados em investir em suas ações), o objetivo da análise centra-se com maior nível de preferência sobre seus lucros líquidos e desempenho de suas ações no mercado e dividendos. Evidentemente, demonstram interesse também no risco financeiro (visualizado pelo dimensionamento de alavancagem financeira), como formas de melhor avaliar a taxa de retorno exigida, e na liquidez que fornece a capacidade financeira da empresa em distribuir dividendos. Ressalte-se que os credores atuais (ou futuros) da empresa costumam dar atenção especial a sua capacidade de liquidar, conforme previstos os compromissos financeiros assumidos (ou que venham a assumir) e não dispensam secundariamente a preocupação quanto a seus resultados econômicos como
forma de indicarem capacidade de continuidade (NETO, 2012, p.111).
Outro destaque a ser levado em consideração é a maneira particular como
são analisados os indicadores pelos usuários da informação que, a depender do
conhecimento técnico e experiência profissional, pode resultar em interpretações
diferenciadas sobre o mesmo objeto, corroborando com a ideia de que que não há
uma maneira única de se realizar a avaliação das demonstrações financeiras de uma
empresa (DINIZ, 2015, p.28). A quantidade de índices utilizados na análise depende
da profundidade que se deseja alcançar no estudo, todavia, o aumento excessivo do
número de indicadores interpretados dificulta a compreensão do estudo, reduzindo a
qualidade da informação (MATARAZZO, 2010, p.82).
Visando estabelecer uma melhor metodologia de avaliação dos diversos
aspectos do desempenho da empresa, os índices econômico-financeiros podem ser
apresentados através de grupos homogêneos subdivididos em: i. Indicadores de
Liquidez; ii. Indicadores de Atividade; iii. Indicadores de Endividamento e Estrutura; iv.
Indicadores de Rentabilidade; v. Indicadores de Análise de Ações (NETO, 2012,
p.111).
17
2.3.1 Análise Financeira
2.3.1.1 Indicadores de Liquidez
Os indicadores de liquidez auferem a capacidade de uma empresa cumprir
com as obrigações passivas assumidas, a partir da comparação entre os direitos
realizáveis e as exigibilidades (SILVA, 2013, p.284). Entretanto, por se utilizarem de
valores estáticos para a realização dos cálculos, não refletem com precisão a
magnitude e época em que ocorreram as diversas entradas e saídas circulantes
(NETO, 2012, p.112).
Dentre os principais índices de liquidez, destacam-se o de Liquidez Corrente
(LC), Liquidez Seca (LS), Liquidez Imediata (LI) e Liquidez Geral (LG), descritos e
demonstrados simplificadamente no quadro 1.
Quadro 1 – Indicadores de Liquidez
Indicador Descrição Fórmula Interpretação
Liquidez
Corrente
Representa o quanto a empresa deve
a curto prazo aplicando em haveres e
direitos circulantes.
𝐿𝐶 =𝐴𝐶
𝑃𝐶
Se > 1
favorável
Se = 1
indiferente
Se < 1
desfavorável
Liquidez
Seca
Representa o percentual das dívidas
de curto prazo que pode ser resgatado
mediante o uso de ativos circulantes
de maior liquidez.
𝐿𝑆 =𝐴𝐶 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞 − 𝐷𝐴
𝑃𝐶
Liquidez
Imediata
Reflete a porcentagem das dívidas de
curto prazo que pode ser saldada
imediatamente pela entidade, por suas
disponibilidades de caixa.
𝐿𝐼 =𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
𝑃𝐶
Liquidez
Geral
Reflete a saúde financeira a longo
prazo da empresa. 𝐿𝐺 =
(𝐴𝐶 + 𝑅𝐿𝑃)
(𝑃𝐶 + 𝐸𝐿𝑃)
Fonte: NETO, 2012; adaptado pelo autor, 2019. Legendas: LC – Liquidez Corrente; LS – Liquidez Seca; LI – Liquidez Imediata; LG – Liquidez Geral; AC – Ativo Circulante; PC – Passivo Circulante; Estoq. – Estoque; DA – Despesas Antecipadas; RLP – Realizável a Longo Prazo; ELP – Exigível a Longo Prazo.
O indicador de LC demonstram a relação existente entre o AC e o PC, ou seja,
o quanto a empresa possui em dinheiro, bens e direitos realizáveis no curto prazo,
comparando com suas dívidas a serem pagas até o final do exercício subsequente.
Em números, a empresa que apresenta o índice com o valor superior à 1 demonstra
capital de giro líquido positivo, entretanto, para que interpretação tenha sua validade,
18
a comparação deve utilizar como base empresas do mesmo porte, atividade e
disposição geográfica (SILVA, 2013, p.287).
No caso do indicador de LS, faz-se necessário excluir do cálculo os estoques,
por apresentarem liquidez imediata e facilitada, e também as despesas antecipadas,
pois não representam valores a receber, mas sim, serviços, utilidades e benefícios a
receber. Desta forma, este índice representa o percentual das dívidas de curto prazo
que pode ser resgatado mediante o uso de ativos circulantes de maior liquidez (NETO,
2012, p.113).
A LI, um dos índices de menor importância na análise das demonstrações
financeiras, reflete a porcentagem das dívidas de curto prazo que pode ser saldada
imediatamente pela entidade, por suas disponibilidades de caixa (NETO, 2012, p.113).
Por sua vez, a LG versa sobre a saúde financeira a longo prazo da empresa.
Como o recomendado anteriormente, este índice necessita ser associada aos
resultados encontrados por outros indicadores, pois o seu valor pode ser prejudicado
em caso de grandes diferenças nos prazos dos ativos e passivos (NETO, 2012,
p.113).
2.3.1.2 Indicadores de Atividade
Os indicadores de atividade tratam sobre a liquidez dos estoques, dos valores
devidos a fornecedores, além dos valores a receber de clientes, relacionados às suas
respectivas rotações ou giros. O cálculo apresenta por base as diversas durações de
um ciclo operacional, desde a aquisição de insumos básicos ou mercadorias até o
recebimento das vendas realizadas (NETO, 2012).
Dentre os principais índices de atividade, destacam-se o de Prazo Médio de
Estocagem (PME), Prazo Médio de Cobrança (PMC) e Prazo Médio de Pagamento a
Fornecedores (PMPF), descritos e demonstrados simplificadamente no quadro 2.
O PME indica o tempo médio, expresso em dias, que os produtos ficam
armazenados na empresa antes de serem vendidos, podendo os estoques ser
interpretados conforme a ótica de: i. capacidade de conversão em dinheiro; ii.
comprometimento de recursos. Em princípio, quanto menor o seu valor, melhor,
entretanto, faz-se necessária a análise conjunta com o PMC e PMPF, além de
19
considerar fatores que possam interferir e causar distorção no resultado das
atividades (SILVA, 2013, p.254).
Quadro 2 – Indicadores de Atividade
Indicador Descrição Fórmula Interpretação
PME
Indica o tempo médio necessário para
a total renovação dos estoques da
empresa.
𝑃𝑀𝐸 =𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞. 𝑀
𝐶𝑃𝑉× 360
<
PMC
Demonstra o prazo médio para o
recebimento de duplicatas
relacionadas às vendas a prazo
𝑃𝑀𝐶 =𝐷𝑢𝑝. 𝑎 𝑟𝑒𝑐. 𝑀
𝑉𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠× 360
PMPF
Traduz o tempo médio que a empresa
leva para cumprir com as suas
obrigações relacionadas aos
fornecedores.
𝑃𝑀𝑃𝐹 =𝐹𝑜𝑟𝑛𝑒𝑐. 𝑀
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑎𝑠× 360 >
Fonte: NETO, 2012; adaptado pelo autor, 2019. Legendas: PME – Prazo Médio de Estocagem; PMC – Prazo Médio de Cobrança; PMPF – Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores; Estoq.M – Estoque médio; CPV – Custo dos Produtos Vendidos; Dup. a rec.M – Valor médio a receber proveniente de vendas a prazo; Vendas – Vendas anuais a prazo; Fornec.M – Contas a pagar a fornecedores; Compras – Compras anuais a prazo; (<) quanto menor, melhor; (>) quanto maior, melhor.
O PME indica o tempo médio, expresso em dias, que os produtos ficam
armazenados na empresa antes de serem vendidos, podendo os estoques ser
interpretados conforme a ótica de: i. capacidade de conversão em dinheiro; ii.
comprometimento de recursos. Em princípio, quanto menor o seu valor, melhor,
entretanto, faz-se necessária a análise conjunta com o PMC e PMPF, além de
considerar fatores que possam interferir e causar distorção no resultado das
atividades (SILVA, 2013, p.254).
O PMC demonstra o prazo médio para o recebimento de duplicatas
relacionadas às vendas a prazo. Quanto menor o valor encontrado para este índice,
melhor para empresa, pois poderá manter recursos disponíveis para outras aplicações
mais rentáveis por prazos maiores, elevando o giro de seus ativos e,
consequentemente, auferindo maior nível de rentabilidade (NETO, 2012, p.115).
Já o PMPF traduz o tempo médio que a empresa leva para cumprir com as
suas obrigações relacionadas aos fornecedores. Em tese, quanto maior o valor obtido
neste índice, melhor para empresa, que poderá financiar suas necessidades de capital
de giro com recursos menos onerosos desde que os encargos atribuídos às compras
não excedam a taxa inflacionária vigente (NETO, 2012, p.115).
20
2.3.1.3 Indicadores de Endividamento e Estrutura
Os indicadores de estrutura de capital tratam sobre a relação entre a estrutura
e a rentabilidade de uma empresa, avaliando a composição do passivo por meio da
participação das fontes de financiamento, da composição de obrigações e também a
participação dos recursos próprios (BAZZI, 2016, p.52). Já o indicador de
endividamento visa avaliar e revelar qual o grau de endividamento, demonstrando a
política de obtenção de recursos adotada pela entidade, ou seja, como se dá o
financiamento do ativo, seja com recursos próprios, seja com capital de terceiros
(BAZZI, 2016, p. 56). Em suma, os indicadores de endividamento e estrutura fornecem
elementos para avaliação do grau de comprometimento financeiro, a capacidade de
cumprimento dos compromissos financeiros assumidos a longo prazo, além de aferir
a composição das fontes passivas de recursos da empresa (NETO, 2012, p.116).
Dentre os principais índices de estrutura e endividamento, destacam-se a
Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL), Participação do Capital de Terceiros (PCT),
Composição do Endividamento (CE) e Endividamento Geral (EG), descritos e
demonstrados simplificadamente no quadro 3.
Quadro 3 – Indicadores de Endividamento e Estrutura
Indicador Descrição Fórmula Interpretação
IPL
Indica a parcela do patrimônio que
está aplicada em seu ativo não
circulante.
𝐼𝑃𝐿 =𝐴𝑁𝐶
𝑃𝐿× 100
<
PCT
Visa relacionar o capital próprio com o
capital de terceiros, demonstrando o
risco e grau de dependência.
𝑃𝐶𝑇 =𝐶𝑇𝑡
𝑃𝐿× 100
CE
Indica quanto do endividamento total
da empresa deverá ser pago em curto
prazo.
𝐶𝐸 =𝑃𝐶
𝐶𝑇𝑡× 100
EG Mede a proporção entre os ativos
totais que é financiada pelos credores. 𝐸𝐺 =
(𝐴𝑇 − 𝑃𝐿)
𝐴𝑇× 100
Fonte: BAZZI, 2016; adaptado pelo autor, 2019. Legendas: IPL – Imobilização do Patrimônio Líquido; PCT – Participação do Capital de Terceiros; CE – Composição do Endividamento; EG – Endividamento Geral; ANC – Ativo Não Circulante; PL – Patrimônio Líquido; CTt – Capital de Terceiros; PC – Passivo Circulante; AT – Ativo Total; (<) quanto menor, melhor.
21
A IPL tem como objetivo indicar a parcela do patrimônio que está aplicada em
seu ativo não circulante ou, em outras palavras, quanto do ativo não circulante é
financiado pelo patrimônio líquido. Desta forma, o índice demonstra o grau de
dependência dos recursos de terceiros para a manutenção da empresa, ou seja,
quanto menor a dependência perante ao capital de terceiros, melhor será para
companhia (BAZZI, 2016, p.55). A utilização dos ativos permanentes e o seu retorno
financeiro decorrem ao longo do tempo, sendo assim, o melhor cenário para empresa
é aquele em que o financiamento deste ativo se faz através de recursos próprios
(MATARAZZO, 2010, apud DINIZ, 2015, p.114).
Denominada como índice de Grau de Endividamento para alguns autores, a
PCT é um indicador de risco da empresa, ou de dependência do capital de terceiros,
que visa relacionar as duas principais fontes de recursos de uma entidade, o capital
próprio com o capital de terceiros. Este índice pode ser interpretado no sentido de que
quanto maior a participação do capital de terceiros, pior será para companhia pois
apresentará menor liberdade nas decisões financeiras (MATARAZZO, 2010, p.88).
O índice de CE indica quanto do endividamento total da empresa deverá ser
pago em curto prazo. Neste caso, quanto menor o envolvimento de dívidas
relacionadas ao curto prazo, melhor será para empresa que disporá de maior
tranquilidade para organizar a quitação de dívidas em longo prazo, diminuindo assim
o risco na atividade (BAZZI, 2016, p.58). O processo de expansão empresarial sugere
o financiamento dos investimentos através do endividamento de longo prazo,
possibilitando a amortização da dívida à medida que em ela ganhe capacidade
operacional (DINIZ, 2015, p.113).
O EG mede a proporção entre os ativos totais que é financiada pelos credores,
indicando a solvência da empresa em todos os prazos ou a cobertura de dívida com
todos os credores. Como interpretação sugerida, quanto menor for a participação de
credores financiando os ativos totais da empresa, melhor será a situação analisada,
pois caracterizará menor dependência na participação do capital de terceiros (BAZZI,
2016, p.61).
22
2.3.2 Análise Econômica
2.3.2.1 Indicadores de Rentabilidade
Os indicadores de rentabilidade visam avaliar os resultados auferidos pela
entidade em relação a determinados parâmetros – ativo, investimento, patrimônio
líquido e receita com vendas – que melhor revelem suas dimensões, demonstrando o
rendimento dos investimentos realizados e o grau de eficácia econômica da empresa,
tomando como base, em geral, o lucro operacional e o lucro líquido (NETO, 2012,
p.118; BAZZI, 2016, p.64). De acordo com NETO (2012, p.118), os analistas, em sua
maioria, não dão a devida atenção a estes indicadores, que por sua vez, costumam
exercer influência significativa sobres as tomadas de decisões envolvendo o mercado
de crédito e acionário.
Dentre os principais índices de rentabilidade, destacam-se a Retorno sobre o
Investimento (ROI), Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) e Giro dos Ativos (GA),
descritos e demonstrados simplificadamente no quadro 4.
Quadro 4 – Indicadores de Rentabilidade
Indicador Descrição Fórmula Interpretação
ROI
Indica a relação entre os resultados da
empresa e o volume de recursos nela
investidos pelos sócios e terceiros.
𝑅𝑂𝐼 =𝐿𝐿
𝐴𝑇 𝑀é𝑑𝑖𝑜× 100
> ROE
Indica quanto a empresa gera de lucro
líquido em função do seu capital
próprio.
𝑅𝑂𝐸 =𝐿𝐿
𝑃𝐿 𝑀é𝑑𝑖𝑜× 100
GA
Indica quantas vezes o ativo foi
renovado em relação às vendas
líquidas do período.
𝐺𝐴 =𝑅𝐿
𝐴𝑇× 100
Fonte: BAZZI, 2016; adaptado pelo autor, 2019. Legendas: ROI – Retorno sobre o Investimento; ROE – Retorno sobre o Patrimônio Líquido; GA – Giro dos Ativos; LL – Lucro Líquido; AT – Ativo Total; PL – Patrimônio Líquido; RL – Receita Líquida; (>) quanto maior, melhor.
Considerado por muitos autores como o mais importante indicador de análise
das demonstrações financeiras, o ROI avalia o retorno produzido pelo total dos
recursos aplicados por acionistas e credores nos negócios, ou seja, a relação entre
os resultados da empresa e o volume de recursos nela investidos pelos sócios e
terceiros (NETO, 2012, p.119; BAZZI, 2016, p.66). O valor pelo indicador encontrado
23
é traduzido da seguinte maneira, quanto maior o índice obtido, melhor será a situação
econômica da empresa, pois o investimento realizado estará influenciando
positivamente na obtenção de lucro líquido (BAZZI, 2016, p.66).
Por sua vez, o ROE demonstrar aos acionistas ou proprietários, a quantidade
de prêmio obtida em relação a seus investimentos realizados no empreendimento. Da
mesma forma que ocorre com o ROI, quanto maior o índice encontrado, melhor será
a avaliação para a empresa, pois o capital próprio investido estará impactando
positivamente na geração de lucro líquido, que será o prêmio do investidor pelo risco
de seu negócio (SILVA, 2013, p.246).
Já o GA, informa a velocidade de renovação do ativo em relação às vendas
líquidas no período. Quanto maior o valor encontrado para este indicador, melhor para
a empresa, que demonstrará eficiência na capacidade de geração de vendas em
relação à base investida no ativo total (BAZZI, 2016, p.67).
2.3.2.2 Indicadores de Avaliação de Ações
Os indicadores de avaliação de ações, através da análise de desempenho da
empresa sobre suas ações, fornecem apoio e estrutura às decisões de investimentos
dos analistas de mercado e acionistas, tendo como objetivo demonstrar quais são os
elementos quantitativos e a sua relação com os diversos objetos relacionados às
ações negociadas no mercado de capitais (NETO, 2012, p.120; BAZZI, 2016, p.94).
Para BAZZI (2016, p.94), deve-se tomar cuidado ao utilizar os índices de
avaliação de ações, haja visto a complexidade estrutural do SFN e as inúmeras
variáveis de fatores que interferem na ordem conjuntural, psicológica ou monetária
dos investidores.
Dentre os principais índices de avaliação de ações, destacam-se o Valor
Patrimonial da Ação (VPA); Lucro por Ação (LPA), Rentabilidade de Ação (RDA), e
Dividendos por Ação (DpA), descritos e demonstrados simplificadamente no quadro
5.
O VPA é considerado um indicador de avaliação de ações com ênfase no
patrimônio, indicando qual a representatividade de uma ação perante o PL da
empresa (BAZZI, 2016, p.96), devendo ser analisado em conjunto com os demais
índices deste segmento.
24
O LPA, índice de apresentação obrigatória na DRE de empresas de capital
aberto, demonstra o lucro auferido por cada ação emitida pela companhia em
determinado período (NETO, 2012, p.120; BAZZI, 2016, p.94).
A RDA representa o valor do retorno anual de ação que o investidor terá para
cada R$ 100,00 aplicados em relação ao preço de mercado (BAZZI, 2016, p.98). Este
índice é o resultado inverso do Índice Preço por Lucro (P/L), tratado como um dos
quocientes mais tradicionais do processo de análise de ações e com ampla utilização
pelos investidores. Por apresentar natureza estática, o seu resultado deve ser
validado para o uso na data de sua apuração, devendo observância também a política
de distribuição de dividendos particular de cada empresa (NETO, 2012, p.120).
Quadro 5 – Indicadores de Avaliação de Ações
Indicador Descrição Fórmula Interpretação
VPA
Demonstra qual a representatividade
de uma ação perante o patrimônio
líquido da empresa.
𝑉𝑃𝐴 =𝑃𝐿
𝑁º 𝑎çõ𝑒𝑠
>
LPA
Ilustra quanto do lucro obtido pela
empresa corresponde a cada uma das
ações emitidas.
𝐿𝑃𝐴 =𝐿𝐿
𝑁º 𝑎çõ𝑒𝑠
RDA
Representa quanto o investidor terá de
retorno anual para cada R$ 100,00
investidos para aquisição das ações
em relação ao preço de mercado.
𝑅𝐷𝐴 =𝐿𝑃𝐴
𝐶𝑝𝐴× 100
DpA
Indica quanto do lucro da empresa foi
distribuído em relação a cada ação por
ela emitida.
𝐷𝑝𝐴 =𝐷𝑃
𝑁º 𝑎çõ𝑒𝑠× 100
Fonte: BAZZI, 2016; adaptado pelo autor, 2019. Legendas: VPA – Valor Patrimonial da Ação; LPA – Lucro por Ação; RDA – Rentabilidade de Ação; DpA – Dividendos por Ação; PL – Patrimônio Líquido; LL – Lucro Líquido; CpA – Cotação por Ação; DP – Dividendos Pagos; (>) quanto maior, melhor.
Por fim, o DpA indica o quanto do lucro da empresa foi distribuído em relação
a cada ação emitida por ela, sendo dever da companhia a sua apresentação em
demonstração contábil (BAZZI, 2016, p.99).
25
2.3.3 Análise Fundamentalista
Nas sociedades anônimas de capital aberto, a maximização de suas riquezas
é examinada por meio do valor de mercado das ações, que por sua vez, é determinado
com o auxílio de diversas técnicas de análise, entre elas a análise fundamentalista.
A análise fundamentalista, uma das técnicas mais utilizadas no mercado de
capitais, tem como objetivo identificar oportunidades de investimento para as
empresas através de comparações entre o valor próprio de uma ação e o seu valor
de mercado, ou ainda, por meio de análise estruturada do BP e da DRE, avaliando a
performance da empresa ao longo do tempo a fim de identificar os resultados da
organização e desenvolver análises futuras nas mais diversas decisões financeiras
que nela possam ser tomadas. O escopo da análise fundamentalista é o mesmo
utilizado para análise das demonstrações contábeis tradicional, usufruindo de alguns
índices econômico-financeiros, porém com mais ênfase quantitativa, qualitativa e
temporal, visando revelar um prognóstico do futuro da empresa, não deixando de lado
os resultados passados (BAZZI, 2016, p.93).
Os métodos utilizados na análise fundamentalista – Top Down e Bottom Up -
são, na maioria dos casos, utilizados de forma complementar. No método Top Down
a análise tem como ponto de partida a avaliação do cenário macroeconômico e,
posteriormente, a escolha da melhor empresa dentro deste contexto. Neste método,
de fora para dentro, as perspectivas para o desempenho das companhias podem ser
afetadas distintamente, tornando esta análise dinâmica e complexa. Já no método
Bottom Up a escolha pela melhor empresa é fundamentada em análises sobre os
demonstrativos financeiros, projeções ao longo do tempo, comparações entre
concorrentes, incluindo a avaliação de indicadores subjetivos como a qualidade da
gestão e governança, a força da marca, o alinhamento dos executivos e riscos
empresariais fora do balanço (CVM, 2017, p.136-137).
26
3. METODOLOGIA
O presente estudo foi desenvolvido através de pesquisa qualitativa por meio
de abordagem documental que, segundo GODOY (1995), caracteriza-se por buscar o
fenômeno a partir do contexto em que ocorre e do qual faz parte, utilizando referências
bibliográficas com fundamentos teóricos e específicos, legislações vigentes, livros,
periódicos acadêmicos e científicos e, sites relacionados ao mercado de ações e
análise fundamentalista. Para o autor, o método qualitativo não se apresenta como
uma proposta rigidamente estruturada, permitindo ao investigador propor trabalhos
que explorem novos enfoques. Não obstante, SOUZA & KERBAUY (2017) relatam a
frequente dualidade encontrada no momento de definir a pesquisa em qualitativa e
quantitativa, sugerindo denominar a metodologia como mista ou quali-quantitativa
quando a abordagem isolada for insuficiente para compreender a realidade
investigada.
3.1 Seleção das empresas
A fim de conferir maior qualidade às informações geradas, o estudo dos
indicadores necessita seguir orientações a saber que: a) um indicador não deve ser
abordado isoladamente, pois desta maneira dificilmente contribuirá com informações
relevantes para o analista; b) a comparação deve ser temporal, permitindo
acompanhar a evolução dos valores; c) a comparação deve ser setorial, desenvolvida
por meio de confronto dos resultados de uma empresa em análise com os
demonstrados pelos seus principais concorrentes (NETO, 2012, p.111).
Assim sendo, a escolha das companhias de capital aberto se deu por seleção
não-probabilística condicionada, observando os seguintes critérios:
a) ambas ocuparem o mesmo segmento de atuação (quadro 6);
b) uma apresentar aumento e a outra diminuição na precificação de suas
ações ordinárias, verificando o intervalo de duas semanas posteriores à
publicação das demonstrações financeiras no site da B3, referentes ao
exercício de 2016 e 2017 (quadro 7).
Diante dos critérios supracitados e com base nos quadros 6 e 7, apêndices I
e II, foram selecionadas duas empresas demonstradas a seguir:
27
Quadro 6 – Determinação das empresas quanto ao segmento de atuação
Empresa Setor Subsetor Segmento Classificação
SLC Agrícola S.A. Consumo não cíclico
Agropecuária Agricultura Novo Mercado Terra Santa Agro S.A.
Fonte: elaborado pelo autor, 2019.
Quadro 7 – Determinação das empresas quanto à precificação das ações
Empresa SLC Agrícola S.A. Terra Santa Agro S.A.
Nome de Pregão SLC AGRICOLA TERRA SANTA
Composição do Capital 100% Ações Ordinárias 100% Ações Ordinárias
Código de Negociação SLCE3 TESA3
Publicação das Demonstrações Financeiras
Exercício 2017 2016 2017 2016
Data da publicação 07/03/2018 27/03/2017 27/03/2018 09/03/2017
Valor das ações 35 17,11 13,46 13,46
Data duas semanas após a publicação
21/03/2018 10/04/2017 10/04/2018 23/03/2017
Valor das ações 37,61 18,18 12,71 13,06
Oscilação
Positiva Negativa
Valorização Valorização Desvalorização Desvalorização
7,46% 6,25% -5,57% -2,97%
Fonte: elaborado pelo autor, 2019.
3.2 Reestruturação das Demonstrações Financeiras
A obtenção dos indicadores econômico-financeiros se dará pela aplicação de
fórmulas, que se utilizarão de valores fornecidos pelas demonstrações financeiras
reestruturadas e adequadas, conforme os Apêndices III e IV.
3.3 Determinação e análise comparativa dos indicadores econômico-financeiros
Os indicadores econômico-financeiros utilizados foram extraídos das obras de
NETO (2012) e BAZZI (2016), aplicando-se as respectivas fórmulas para a
determinação dos índices e posterior comparação dos resultados.
28
4. RESULTADO E ANÁLISE
A verificação da expressão dos índices leva em consideração a interpretação
relatada pela literatura para os diversos índices econômico-financeiros (NETO,2012;
BAZZI, 2016).
Tabela 1 – Expressão dos indicadores econômico-financeiros
EMPRESA
Oscilação Positiva
Oscilação Negativa
(A) (B)
ANÁLISE FINANCEIRA 2017 2016 2017 2016 INT.
INDICADORES DE LIQUIDEZ
Liquidez Corrente LC 1,35 1,26 0,90 0,95 >1
Liquidez Geral LG 0,69 0,72 0,12 0,09 >1
Liquidez Imediata LI 0,45 0,58 0,02 0,01 >1
Liquidez Seca LS 0,94 0,90 0,68 0,90 >1
INDICADORES DE ATIVIDADE
Prazo Médio de Estocagem PME 245,05 275,06 227,85 196,76 <
Prazo Médio de Cobrança PMC 43,57 44,85 12,01 14,15 <
Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores PMF 95,53 118,96 79,61 87,58 >
INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO E ESTRUTURA
Imobilização do Patrimônio Líquido IPL 112,99 119,08 170,71 170,10 <
Participação de Capital de Terceiros PCT 96,23 107,76 124,58 115,42 <
Composição do Endividamento CE 64,13 65,09 47,81 41,33 <
Endividamento Geral EG 49,04 51,87 55,47 53,58 <
ANÁLISE ECONÔMICA
INDICADORES DE RENTABILIDADE
Retorno sobre o Investimento ROI 6,88 0,29 0,34 -6,79 >
Retorno sobre o Patrimônio Líquido ROE 13,90 0,62 0,75 -15,31 >
Giro dos Ativos GA 42,00 30,48 35,90 39,07 >
INDICADORES DE AVALIAÇÃO DE AÇÕES
Valor Patrimonial da Ação (*) VPA 28,26 27,51 55,14 54,38 >
Lucro por Ação LPA 3,87 0,16 0,41 -8,50 >
Rentabilidade de Ação (*) RDA 11,07 0,96 3,05 -63,19 >
Dividendos por Ação (*) DpA 0,88 0,07 (**) PREJ. >
Fonte: elaborado pelo autor, 2019. Legenda: (A) – SLC Agrícola S.A.; (B) – Terra Santa Agro S.A.; PREJ. – Prejuízo Acumulado no Exercício; (*) – PL, LL e DP multiplicados por 1.000 (mil), para aplicação no cálculo e determinação do índice; (**) – Lucro utilizado para dedução do Prejuízo Acumulado; █ – Indicadores que se expressaram conforme a hipótese (i) – padrão interpretativo sugerido pela literatura – em ambas empresas; INT. – Interpretação; (>) – Quanto maior, melhor; (<) – Quanto menor, melhor; (>1) – se maior que um, favorável.
29
Os valores encontrados para os índices em análise, demonstraram a
possibilidade de sustentação da hipótese (i), sendo observada a expressão e
compatibilidade de alguns indicadores - LC, PME, IPL, PCT, CE, EG e GA –
apresentados na tab. 1., onde a empresa com valorização das ações demonstrou
melhoria no valor interpretativo destes, enquanto que a empresa com oscilação
negativa, indicou piora no valor interpretativo dos mesmos.
Os indicadores de LC e GA podem retratar uma melhora no cenário
empresarial quando há uma elevação nos seus valores. Diante desta informação,
enumera-se os seguintes acontecimentos expostos no exercício de 2016 e 2017: i. a
LC aumentou de 1,26 para 1,35 na empresa com oscilação positiva, em contrapartida,
caiu de 0,95 para 0,90 na companhia com oscilação negativa, obedecendo a lógica
determinada na hipótese (i) do estudo; ii. o GA aumentou de 30,48 para 42,00 na
empresa A, apresentando redução de 39,07 para 35,90 na empresa B.
Já os indicadores de PME, além dos indicadores de endividamento e estrutura
- IPL, PCT, CE e EG – demonstram, segundo o valor interpretativo sugerido pela
literatura, uma evolução no panorama da companhia quando há uma redução nos
seus valores. Diante desta informação, enumera-se os seguintes acontecimentos
expostos no exercício de 2016 e 2017: i. a empresa A apresentou uma redução de
275,06 para 245,05 no PME, de 119,08 para 112,99 na IPL, de 107,76 para 96,23 na
PCT, de 65,09 para 64,13 na CE, e de 51,87 para 49,04 no EG; ii. a empresa B
apresentou um aumento de 196,76 para 227,85 para o PME, de 170,10 para 170,71
na IPL, de 115,42 para 124,58 na PCT, de 41,33 para 47,81 na CE, e de 53,58 para
55,47 no EG.
TAVARES & SILVA (2012), através da utilização de índices econômico-
financeiros, investigaram a possibilidade de segregação de grupos de investimentos
utilizando a análise financeira fundamentalista e determinaram que, apesar de uma
pequena parcela de indicadores apresentar significância estatística, a hipótese (i)
pode ser confirmada, contribuindo assim para a seleção das melhores e piores
alternativas de investimentos no mercado de ações.
Na mesma linha, MALTA & DE CAMARGOS (2016) analisaram o papel de
indicadores econômico-financeiros na predição do retorno acionário, demonstrando
que 8 variáveis – PCT, ROE, ROI, Retorno sobre o Ativo, Margem Bruta, LPA, Liquidez
de Mercado e Market-to-book ratio – apresentaram a capacidade de fornecer
informações úteis para o planejamento de estratégias de investimentos.
30
Dos índices supracitados por MALTA & DE CAMARGOS (2016), tanto o PCT
quanto o Retorno sobre o Ativo (GA) ratificaram a hipótese (i) construída no presente
estudo, reforçando a possibilidade de expressão de alguns indicadores no impacto da
análise financeira fundamentalista realizada pelos investidores.
A expressão dos índices PCT e LC é reforçada por MATARAZZO (2010, p.
84) que enfatiza o uso destes e do ROE por praticamente todos os analistas. SILVA
(2013, p. 289) considera a LC como um dos indicadores mais famosos e utilizados,
por algumas pessoas, como medidor da saúde financeira das empresas.
31
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados encontrados no presente estudo, concluímos que os
índices LC, PME, IPL, PCT, CE, EG e GA, apresentaram o comportamento esperado
pela hipótese (i), ou seja, a empresa com valorização das ações demonstrou melhoria
no valor interpretativo destes, ao passo que, a empresa com oscilação negativa,
indicou piora no valor interpretativo dos mesmos, sugerindo a possibilidade de adoção
dos indicadores supracitados pelos investidores. Além disso, a PCT e GA, quanto à
capacidade de fornecer informações úteis para o planejamento de estratégia de
investimentos, reforçam os resultados encontrados em outra pesquisa.
Ademais, destaca-se o grupo de indicadores de endividamento e estrutura –
IPL, PCT, CE e EG – por se enquadrarem, em sua totalidade, de acordo com o valor
interpretativo defendido na hipótese (i).
Por fim, a qualidade dos achados neste estudo, poderá ser incrementada
através de novas pesquisas abrangendo outras áreas, setores, indicadores e tipos de
ações.
32
REFERÊNCIAS
B3. Brasil, Bolsa, Balcão. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/>. Acesso em: 28 mar. 2018. BACEN. Banco Central do Brasil. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pt-br#!/home>. Acesso em: 28 mar. 2018. BAZZI, S. Análise das demonstrações contábeis. 1ª ed., São Paulo: Pearson, 2016. unid. 3: Análise do desempenho da empresa, p. 51-72, unid. 4: Análise de capital e de mercado, p. 73-102. BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 10.406, de 10 de Janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 10 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm>. Acesso em: 07 fev. 2019. BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 6.404, de 15 de Dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 15 dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm>. Acesso em: 28 mar. 2018. CVM. Análise de investimentos: histórico, principais ferramentas e mudanças conceituais para o futuro. 1ª ed., Rio de Janeiro: CVM, 2017, cap.4: Análise fundamentalista de investimentos, p. 134-172. Disponível em: <http://www.investidor.gov.br/publicacao/LivrosCVM.html>. Acesso em: 12 dez. 2018. DINIZ, N. Análise das demonstrações financeiras. 1ª ed., Rio de Janeiro: SESES, 2015. cap. 3: Análise tradicional das demonstrações contábeis, p. 69-106, cap. 4: Análise econômico financeira das demonstrações contábeis, p. 107-134. FREITAS, F. Descubra quais são os fatores que influenciam os preços de ações. FlashTrader. 2017. Disponível em: <https://blog.flashtrader.com.br/descubra-quais-sao-os-fatores-que-influenciam-os-precos-de-acoes/>. Acesso em: 28 mar. 2018. GODOY, A. S. Pesquisa qualitativa: Tipos fundamentais. Revista de Administração de Empresas. v. 35, n. 3, p. 20-29, 1995. KERR, R. B. Mercado Financeiro e de Capitais. 1ª ed., São Paulo: Pearson Prentice, 2011. cap. 6: Mercado de capitais e cambial, p. 87-110, cap. 9: Mercado de renda variável, p. 155-180.
33
MALTA, T. L.; DE CAMARGOS, M. A.; Variáveis da análise fundamentalista e dinâmica e o retorno acionário de empresas brasileiras entre 2007 e 2014. Revista de Gestão. v. 23, n. 1, p. 52-62, 2016. MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços: abordagem gerencial. 7ª ed., São Paulo: Atlas, 2010. cap. 4: Análise através de índices, p. 81-137. NETO, A. A. Finanças Corporativas e Valor. 6ª ed., São Paulo: Atlas, 2012. cap. 4: Ambiente financeiro brasileiro, p. 72-91, cap. 6: Análise das demonstrações financeiras, p. 110-126. PEREIRA, C. L. Mercado de Capitais. 1ª ed., Curitiba: Intersaberes, 2013. cap. 3: Mercado de capitais, p. 80-103. SILVA, C. A. T.; DE CARVALHO, C. C.; NUNES, D. M. S. O que move o preço da ação? Uma abordagem sobre a influência das notícias no mercado acionário. Revista REUNIR, v. 2, n. 3, p. 1-13, 2012. SILVA, J. P. Análise financeira das empresas. 12ª ed., São Paulo: Atlas, 2013. cap. 10: Análise da lucratividade e desempenho, p. 231-251, cap. 11: Análise dos ciclos financeiro e operacional, p. 252-263, cap. 13: Análise da liquidez e capacidade de pagamento, p. 282-298. SOUZA, K. R.; KERBAUY, M. T. M. Abordagem quanti-qualitativa: superação da dicotomia quantitativa-qualitativa na pesquisa em educação. Revista Educação e Filosofia, v. 31, n. 61, p. 21-44, 2017. TAVARES, A. L.; SILVA, C. A. T. A análise financeira fundamentalista na previsão de melhores piores alternativas de investimento. Revista Universo Contábil. v. 8, n.1, p. 37-52, jan./mar., 2012. TRADINGVIEW. TradingView. Disponível em: <https://br.tradingview.com/>. Acesso em: 20 jun. 2018.
34
Apêndices
35
Apêndice 1
3
6
APÊNDICE 1 – Cotação das ações da SLC Agrícola S.A. após a publicação das Demonstrações Financeiras
Fonte: TRADINGVIEW, 2018; adaptado pelo autor, 2019.
37
Apêndice 2
38
APÊNDICE 2 – Cotação das ações da Terra Santa Agro S.A. após a publicação das Demonstrações Financeiras
Fonte: TRADINGVIEW, 2018; adaptado pelo autor, 2019.
39
Apêndice 3
40
APÊNDICE 3 – Reestruturação das Demonstrações Financeiras da SLC Agrícola S.A.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO 2017 2016 2015 PASSIVO 2017 2016 2015
AC 2.241.985 2.324.447 2.171.379 PC 1.662.232 1.838.376 1.747.970
Disponível 749.328 1.064.506 701.460 Fornecedores 424.041 439.735 398.860
Contas a Receber 351.858 185.538 228.024 Empréstimo/Financiamento 860.976 1.155.641 931.732
Estoque 1.092.521 1.007.599 1.151.897 Outras Obrigações 377.215 243.000 417.378
Outros Créditos 48.278 66.804 89.998
ANC 3.043.346 3.121.208 3.132.785 PNC 929.626 986.114 1.169.400
RLP 182.726 221.255 271.791
Imobilizado 2.647.977 2.686.064 2.764.677 PL 2.693.473 2.621.165 2.386.794
Intangível 10.400 3.245 2.967
Ativo Operacional 5.083.088 5.235.011 5.210.814 CTt 2.591.858 2.824.490 2.917.370
Investimentos 202.243 210.644 93.350
ATIVO TOTAL 5.285.331 5.445.655 5.304.164 PASSIVO TOTAL 5.285.331 5.445.655 5.304.164
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
2017 2016 2015
Receita Bruta de Vendas/Serviços 2.219.901 1.659.649 1.761.581
(-) CPV (1.542.605) (1.413.181) (1.328.460)
Lucro Bruto 677.296 246.468 433.121
(-) Despesas Operacionais (83.843) (136.153) (147.623) INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Lucro Operacional Líquido 593.453 110.315 285.498
(+/-) Resultado Financeiro (92.463) (114.476) (118.844) Nº de Ações 95.297.500
Lucro Líquido antes do IR/CSLL 500.990 (4.161) 166.654
(-) IR/CSLL (131.728) 19.802 (45.483) Cotação 07/03/2018 21/03/2017
Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício 369.262 15.641 121.171 R$ 35,00 R$ 17,11
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
41
Apêndice 4
42
APÊNDICE 4 – Reestruturação das Demonstrações Financeiras da Terra Santa Agro S.A.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO 2017 2016 2015 PASSIVO 2017 2016 2015
AC 532.140 441.555 622.272 PC 588.274 464.787 1.236.401
Disponível 11.271 4.232 30.419 Fornecedores 151.079 177.245 174.946
Contas a Receber 38.906 14.234 50.250 Empréstimo/Financiamento 230.089 131.897 872.094
Estoque 461.751 401.091 518.169 Outras Obrigações 207.106 155.645 189.361
Outros Créditos 20.212 21.998 23.434
ANC 1.686.139 1.657.094 1.768.099 PNC 642.265 659.664 137.959
RLP 305.070 258.051 314.883
Imobilizado 1.092.802 1.114.547 1.163.842 PL 987.740 974.198 1.016.011
Intangível 280.427 284.496 289.374
Ativo Operacional 2.210.439 2.098.649 2.390.371 CTt 1.230.539 1.124.451 1.374.360
Investimentos 7.840 0 0
ATIVO TOTAL 2.218.279 2.098.649 2.390.371 PASSIVO TOTAL 2.218.279 2.098.649 2.390.371
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
2017 2016 2015
Receita Bruta de Vendas/Serviços 796.315 820.031 866.424
(-) CPV (681.644) (840.954) (880.554)
Lucro Bruto 114.671 (20.923) (14.130)
(-) Despesas Operacionais (66.280) (114.859) (122.177) INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Lucro Operacional Líquido 48.391 (135.782) (136.307)
(+/-) Resultado Financeiro (90.439) (34.825) (126.831) Nº de Ações 17.914.118
Lucro Líquido antes do IR/CSLL (42.048) (170.607) (263.138)
(+/-) IR/CSLL 49.398 18.252 58.934 Cotação 27/03/2018 09/03/2017
Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício 7.350 (152.355) (204.204) R$ 13,46 R$ 13,46
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
43
Anexos
44
Anexo 1
45
ANEXO 1 – Demonstrações Financeiras da SLC Agrícola S.A. Conta Descrição 31/12/2017 31/12/2016 31/12/2015
1 Ativo Total 5.293.685 5.453.376 5.309.633
1.01 Ativo Circulante 2.250.339 2.332.168 2.176.848
1.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 611.539 888.740 701.460
1.01.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 611.539 888.740 623.608
1.01.01.02 Aplicações Financeiras de curto prazo 0 0 77.852
1.01.02 Aplicações Financeiras 137.789 175.766 0
1.01.02.01 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo 137.789 175.766 0
1.01.03 Contas a Receber 351.858 185.538 228.024
1.01.03.01 Clientes 168.128 73.392 176.691
1.01.03.02 Outras Contas a Receber 183.730 112.146 51.333
1.01.03.02.01 Adiantamentos a Fornecedores 9.017 1.728 4.438
1.01.03.02.02 Operações com Derivativos 47.140 99.963 26.639
1.01.03.02.03 Titulos e creditos a Receber 123.657 7.948 4.444
1.01.03.02.05 Outras Contas a Receber 3.916 2.507 15.812
1.01.04 Estoques 569.524 486.425 728.192
1.01.05 Ativos Biológicos 522.997 521.174 423.705
1.01.06 Tributos a Recuperar 45.908 66.727 89.321
1.01.06.01 Tributos Correntes a Recuperar 45.908 66.727 89.321
1.01.06.01.01 Impostos a Recuperar 45.908 66.727 89.321
1.01.07 Despesas Antecipadas 8.354 7.721 5.469
1.01.08 Outros Ativos Circulantes 2.370 77 677
1.01.08.02 Ativos de Operações Descontinuadas 2.370 77 677
1.02 Ativo Não Circulante 3.043.346 3.121.208 3.132.785
1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 182.726 221.255 271.791
1.02.01.06 Tributos Diferidos 18.760 26.265 23.509
1.02.01.06.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 18.760 26.265 23.509
1.02.01.07 Despesas Antecipadas 2.567 3.777 2.830
1.02.01.09 Outros Ativos Não Circulantes 161.399 191.213 245.452
1.02.01.09.03 Tributos a Recuperar 62.841 55.834 51.954
1.02.01.09.04 Operações com Derivativos 23.766 48.648 101.852
1.02.01.09.06 Títulos a Receber 0 0 7.464
1.02.01.09.07 Adiantamentos a Fornecedores 57.763 71.542 76.430
1.02.01.09.08 Outras Contas a Receber 17.029 15.189 7.752
1.02.02 Investimentos 202.243 210.644 93.350
1.02.02.02 Propriedades para Investimento 202.243 210.644 93.350
1.02.03 Imobilizado 2.647.977 2.686.064 2.764.677
1.02.03.01 Imobilizado em Operação 2.587.912 2.638.106 2.708.061
1.02.03.03 Imobilizado em Andamento 60.065 47.958 56.616
1.02.04 Intangível 10.400 3.245 2.967
1.02.04.01 Intangíveis 10.400 3.245 2.967
1.02.04.01.02 Outros (sistema) 10.400 3.245 2.967
Conta Descrição 31/12/2017 31/12/2016 31/12/2015
2 Passivo Total 5.293.685 5.453.379 5.309.633
2.01 Passivo Circulante 1.662.232 1.838.376 1.747.970
2.01.01 Obrigações Sociais e Trabalhistas 23.315 15.308 13.763
2.01.01.01 Obrigações Sociais 22.869 14.947 13.351
2.01.01.02 Obrigações Trabalhistas 446 361 412
2.01.02 Fornecedores 424.041 439.735 398.860
2.01.02.01 Fornecedores Nacionais 424.041 439.735 398.860
2.01.03 Obrigações Fiscais 28.414 7.995 6.702
2.01.03.01 Obrigações Fiscais Federais 27.133 6.480 5.655
2.01.03.01.01 Imposto de Renda e Contribuição Social a Pagar 25.737 4.626 4.155
2.01.03.01.02 Impostos, Taxas e Contribuições Diversas 1.396 1.854 1.500
2.01.03.02 Obrigações Fiscais Estaduais 1.035 1.370 828
2.01.03.03 Obrigações Fiscais Municipais 246 145 219
46
2.01.04 Empréstimos e Financiamentos 860.976 1.155.641 931.732
2.01.04.01 Empréstimos e Financiamentos 860.976 1.155.641 931.732
2.01.04.01.01 Em Moeda Nacional 718.405 913.499 691.775
2.01.04.01.02 Em Moeda Estrangeira 142.571 242.142 239.957
2.01.05 Outras Obrigações 283.654 204.675 376.498
2.01.05.02 Outros 283.654 204.675 376.498
2.01.05.02.05 Dividendos a Pagar 83.598 7.112 29.100
2.01.05.02.06 Adiantamento de Clientes 98.652 19.285 110.401
2.01.05.02.07 Operações com Derivativos 42.583 56.604 120.544
2.01.05.02.08 Arrendamentos a pagar 37.486 37.467 34.196
2.01.05.02.09 Titulos a Pagar 17.543 81.813 75.564
2.01.05.02.10 Outros Debitos 3.792 2.394 6.693
2.01.06 Provisões 41.832 15.022 20.415
2.01.06.01 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 41.502 15.022 20.415
2.01.06.01.02 Provisões Previdenciárias e Trabalhistas 12.445 10.232 10.132
2.01.06.01.03 Provisões para Benefícios a Empregados 26.941 2.704 8.659
2.01.06.01.05 Provisões para Contingências Trabalhistas 2.116 2.086 1.624
2.01.06.02 Outras Provisões 330 0 0
2.01.06.02.03 Provisões para Passivos Ambientais e de Desativação 330 0 0
2.02 Passivo Não Circulante 929.626 986.114 1.169.400
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 728198 745604 947145
2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 728.198 745.604 947.145
2.02.01.01.01 Em Moeda Nacional 587.608 468.580 346.883
2.02.01.01.02 Em Moeda Estrangeira 140.590 277.024 600.262
2.02.02 Outras Obrigações 14.453 24.425 68.946
2.02.02.02 Outros 14.453 24.425 68.946
2.02.02.02.03 Títulos a Pagar 0 0 36.700
2.02.02.02.04 Operações com Derivativos 14.372 24.346 31.624
2.02.02.02.05 Outros Debitos 81 79 622
2.02.03 Tributos Diferidos 186.975 216.085 153.309
2.02.03.01 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 186.975 216.085 153.309
2.03 Patrimônio Líquido Consolidado 2.701.827 2.628.886 2.392.263
2.03.01 Capital Social Realizado 947.522 947.522 947.522
2.03.02 Reservas de Capital 49.970 80.984 75.056
2.03.02.01 Ágio na Emissão de Ações 67.573 72.102 72.282
2.03.02.04 Opções Outorgadas 42.993 39.534 35.121
2.03.02.05 Ações em Tesouraria (60.596) (30.652) (32.347)
2.03.04 Reservas de Lucros 404.975 292.744 291.798
2.03.04.01 Reserva Legal 28.074 10.474 8.977
2.03.04.05 Reserva de Retenção de Lucros 5.628 5.628 5.628
2.03.04.08 Dividendo Adicional Proposto 116.405 7.112 29.100
2.03.04.10 Reserva de Investimento Incentivada 4.367 0 0
2.03.04.11 Reserva para Expansão 250.501 269.530 248.093
2.03.08 Outros Resultados Abrangentes 110.732 1.129.785 891.332
2.03.09 Participação dos Acionistas Não Controladores 188.628 177.851 186.555
Conta Descrição
01/01/2017 01/01/2016 01/01/2015
à à à
31/12/2017 31/12/2016 31/12/2015
3.01 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 2.219.901 1.659.649 1.761.581
3.01.01 Receita Operacional dos Produtos 1.858.054 1.601.945 1.481.751
3.01.02 Ativos Biológicos 361.847 57.704 279.830
3.02 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos (1.542.605) (1.413.181) (1.328.460)
3.02.01 Custo dos Produtos (1.215.305) (1.328.248) (328.971)
3.02.02 Ativos Biológicos Apropriados ao Custo (327.300) (84.933) (999.489)
3.03 Resultado Bruto 677.296 246.468 433.121
3.04 Despesas/Receitas Operacionais (83.843) (136.153) (147.623)
3.04.01 Despesas com Vendas (90.206) (97.589) (92.070)
3.04.02 Despesas Gerais e Administrativas (86.036) (59.087) (58.437)
47
3.04.02.01 Gerais e Administrativas (73.050) (45.733) (47.709)
3.04.02.02 Honorários da Administração (12.986) (13.354) (10.728)
3.04.04 Outras Receitas Operacionais 3.091 4.139 0
3.04.05 Outras Despesas Operacionais 89.308 16.384 2.884
3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 593.453 110.315 285.498
3.06 Resultado Financeiro (92.463) (114.476) (118.844)
3.06.01 Receitas Financeiras 183.685 399.656 447.366
3.06.02 Despesas Financeiras (276.148) (514.132) (566.210)
3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 500.990 (4.161) 166.654
3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro (131.728) 19.802 (45.483)
3.08.01 Corrente (77.161) (27.061) (33.038)
3.08.02 Diferido (54.567) 46.863 (12.445)
3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas 369.262 15.641 121.171
3.11 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 369.262 15.641 121.171
3.11.01 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora 356.341 29.945 122.529
3.11.02 Atribuído a Sócios Não Controladores 12.921 (14.304) (1.358)
3.99 Lucro por Ação - (Reais / Ação)
3.99.01 Lucro Básico por Ação
3.99.01.01 ON 3,71424 0,30842 1,26000
3.99.02 Lucro Diluído por Ação
3.99.02.01 ON 3,69213 0,30790 1,26000
Fonte: B3, 2018; adaptado pelo autor, 2019.
48
Anexo 2
49
ANEXO 2 – Demonstrações Financeiras da Terra Santo Agro S.A. Conta Descrição 31/12/2017 31/12/2016 31/12/2015
1 Ativo Total 2.222.459 2.102.087 2.396.399
1.01 Ativo Circulante 536.320 444.993 628.300
1.01.01 Caixa e Equivalentes de Caixa 10.561 4.232 25.414
1.01.02 Aplicações Financeiras 710 0 5.005
1.01.03 Contas a Receber 38.906 14.234 50.250
1.01.03.01 Clientes 12.719 5.164 15.917
1.01.03.02 Outras Contas a Receber 26.187 9.070 34.333
1.01.04 Estoques 259.067 205.930 300.232
1.01.05 Ativos Biológicos 202.684 195.161 217.937
1.01.06 Tributos a Recuperar 17.671 17.549 19.317
1.01.07 Despesas Antecipadas 4.180 3.438 6.028
1.01.08 Outros Ativos Circulantes 2.541 4.449 4.117
1.01.08.01 Ativos Não-Correntes a Venda 51 210 0
1.01.08.03 Outros 2.490 4.239 4.117
1.01.08.03.01 Créditos diversos 0 1.860 2.056
1.01.08.03.02 Partes Relacionadas 0 2.379 2.061
1.02 Ativo Não Circulante 1.686.139 1.657.094 1.768.099
1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 305.070 258.051 314.883
1.02.01.06 Tributos Diferidos 171.567 151.532 184.102
1.02.01.08 Créditos com Partes Relacionadas 0 0 16.655
1.02.01.09 Outros Ativos Não Circulantes 133.503 106.519 114.126
1.02.01.09.03 Tributos a Recuperar 89.180 59.208 65.724
1.02.01.09.04 Depósitos Judiciais 20.223 7.880 7.300
1.02.01.09.05 Outros Créditos 12.761 15.046 4.833
1.02.01.09.06 Títulos a receber 11.339 24.385 36.269
1.02.02 Investimentos 7.840 0 0
1.02.02.02 Propriedades para Investimento 7.840 0 0
1.02.03 Imobilizado 1.092.802 1.114.547 1.163.842
1.02.04 Intangível 280.427 284.496 289.374
Conta Descrição 31/12/2017 31/12/2016 31/12/2015
2 Passivo Total 2.222.459 2.102.087 2.396.399
2.01 Passivo Circulante 588.274 464.787 1.236.401
2.01.01 Obrigações Sociais e Trabalhistas 11.434 11.274 8.840
2.01.02 Fornecedores 151.079 177.245 174.946
2.01.03 Obrigações Fiscais 8.886 8.707 7.008
2.01.04 Empréstimos e Financiamentos 230.089 131.897 872.094
2.01.05 Outras Obrigações 186.786 135.664 173.513
2.01.05.02 Outros 186.786 135.664 173.513
2.01.05.02.04 Adiantamentos de Clientes 143.123 102.143 121.750
2.01.05.02.06 Tributos Parcelados 5.642 2.075 1.291
2.01.05.02.08 Instrumentos Financeiros Derivativos 11.947 5.907 2.088
2.01.05.02.10 Arrendamentos e serviços a pagar 16.237 15.453 39.802
2.01.05.02.11 Dívida com a União - PESA 2.923 3.236 3.075
2.01.05.02.12 Títulos a pagar 6.914 6.850 5.507
2.02 Passivo Não Circulante 642.265 659.664 137.959
2.02.01 Empréstimos e Financiamentos 561.607 619.273 106.042
2.02.02 Outras Obrigações 12.372 12.385 6.555
2.02.02.02 Outros 12.372 12.385 6.555
2.02.02.02.06 Tributos Parcelados 10.165 5.256 933
2.02.02.02.08 Fornecedores 0 2.090 504
2.02.02.02.10 Títulos a pagar 2.207 2.061 731
2.02.02.02.11 Dívida com a União - PESA 0 2.978 4.387
2.02.03 Tributos Diferidos 48.668 8.211 6.506
2.02.04 Provisões 19.618 19.795 18.856
50
2.02.04.01 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 19.618 19.795 18.856
2.02.04.01.06 Provisão para Contingências 19.618 19.795 18.856
2.03 Patrimônio Líquido Consolidado 991.920 977.636 1.022.039
2.03.01 Capital Social Realizado 2.707.502 2.707.502 2.707.502
2.03.02 Reservas de Capital 1.890 2.108 2.708
Conta Descrição
01/01/2017 01/01/2016 01/01/2015
à à à
31/12/2017 31/12/2016 31/12/2015
3.01 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 796.315 820.031 866.424
3.01.01 Receita líquida de vendas 657.793 711.011 788.464
3.01.02 Variação do valor justo dos ativos biológicos e produtos agrícolas
138.522 109.020 77.960
3.02 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos (681.644) (840.954) (880.554)
3.02.01 Custos dos Produtos Vendidos (590.449) (716.263) (841.201)
3.02.03 Realização do valor justo dos ativos biológicos (91.195) (124.691) (39.353)
3.03 Resultado Bruto 114.671 (20.923) (14.130)
3.04 Despesas/Receitas Operacionais (66.280) (114.859) (122.177)
3.04.01 Despesas com Vendas (16.594) (24.716) 0
3.04.02 Despesas Gerais e Administrativas (57.920) (54.241) (86.340)
3.04.02.01 Gerais, Administrativas e com Vendas (50.376) (48.845) (79.798)
3.04.02.02 Honorários da Administração (7.544) (5.396) (6.542)
3.04.03 Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos 0 0 (54.894)
3.04.05 Outras Despesas Operacionais 8.224 (35.902) 19.057
3.04.05.04 Outras receitas (despesas), líquidas 8.224 (35.902) 0
3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 48.391 (135.782) (136.307)
3.06 Resultado Financeiro (90.439) (34.825) (126.831)
3.06.01 Receitas Financeiras 50.961 31.060 54.962
3.06.02 Despesas Financeiras (141.400) (65.885) (181.793)
3.06.02.01 Despesas Financeiras (142.148) (117.087) (118.737)
3.06.02.02 Variações cambiais, líquidas 3.103 56.170 (63.056)
3.06.02.03 Derivativos, líquidos (2.355) (4.968) 0
3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro (42.048) (170.607) (263.138)
3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro 49.398 18.252 58.934
3.08.01 Corrente 0 (6) (359)
3.08.02 Diferido 49.398 18.258 59.293
3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas 7.350 (152.355) (204.204)
3.11 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 7.350 (152.355) (204.204)
3.11.01 Atribuído a Sócios da Empresa Controladora 7.350 (152.355) (204.204)
3.99 Lucro por Ação - (Reais / Ação)
3.99.01 Lucro Básico por Ação
3.99.01.01 ON 0,41 (8,50) (11,39)
3.99.02 Lucro Diluído por Ação
3.99.02.01 ON 0,00 0,00 (0,41)
Fonte: B3, 2018; adaptado pelo autor, 2019.