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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
MARIA DEISYELLE SIBALDINA DA SILVA ALMEIDA
A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO NO TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO.
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA DE SANTO ANTÃO CAV
NUCLEO DE EDUCAÇÃO FÍSICA BACHAREL
MARIA DEISYELLE SIBALDINA DA SILVA ALMEIDA
A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO NO TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO.
Trabalho de conclusão apresentado
ao curso de educação física da
Universidade federal de Pernambuco,
Centro Acadêmico de Vitória, como
requisito para obtenção do titulo de
bacharel em educação física.
Orientador: Adriano Bento Santos.
VITÓRIA DE SANTO ANTÃO
2017
Catalogação na Fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE. Biblioteca Setorial do CAV.
Bibliotecária Giane da Paz Ferreira Silva, CRB-4/977
A447p Almeida, Maria Deisyelle Sibaldina da Silva. A prática de exercício físico aeróbio no tratamento da depressão / Maria Deisyelle Sibaldina da Silva. - Vitória de Santo Antão, 2017.
29 folhas: il. tab.
Orientador: Adriano Bento Santos. TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV. Bacharelado em Educação Física, 2017. Inclui bibliografia.
1. Atividade física. 2. Depressão. 3. Exercício físico aeróbico. I. Santos, Adriano Bento (Orientador). II. Título.
796 (23.ed.) BIBCAV/UFPE-200/2017
Trabalho de conclusão apresentado
ao curso de educação física da
Universidade federal de
Pernambuco, Centro Acadêmico de
Vitória, como requisito para obtenção
do titulo de bacharel em educação
física.
MARIA DEISYELLE SIBALDINA DA SILVA ALMEIDA
A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO AERÓBIO NO TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO.
Aprovado em: 01/12/ 2017.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________ Profº. Dr. Adriano Bento Santos (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco
______________________________________ Profº. Dr. José Antônio dos Santos (Examinador Interno)
Universidade Federal de Pernambuco
_________________________________________ Profº. Ewerton Thiago Pereira de Lima (Examinador Externo)
Universidade de Pernambuco
Dedico esse trabalho para uma das pessoas mais especiais da minha vida, minha
avó Severina, que de uma forma indireta sempre esteve presente dentro de mim.
Enquanto eu respirar me lembrarei da senhora.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus que permitiu que tudo isso acontecesse, ао longo dе minha
vida, por ter me dado saúde е força para superar as dificuldades. Ao meu amigo e
orientador Adriano Bento pela confiança e empenho dedicado à elaboração deste
trabalho. A minha família e amigos pelo incentivo, apoio e confiança. A todos que
direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, о meu muito obrigado.
RESUMO
A depressão ou Transtorno Depressivo Maior é considerado uma das doenças do
século que acomete os indivíduos, independentemente de idade, raça, sexo ou
classe social. É uma doença que afeta o sistema nervoso central, interferindo na
emoção, percepção, pensamento e comportamento do indivíduo. Há evidências que
mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo depressivo, principalmente
com relação aos neurotransmissores e seus receptores. Durante a prática de
exercício físico, o organismo libera vários hormônios e neurotransmissores, entre
eles a serotonina, endorfina e dopamina os quais, por sua vez, podem ajudar no
tratamento da depressão. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi avaliar os
efeitos da prática de exercício físico aeróbio em indivíduos com depressão. O
presente trabalho consistiu numa pesquisa de revisão da literatura sobre o
tratamento da depressão através do exercício físico, baseado em artigos e sites
científicos de acesso livre. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão,
foram selecionados 15 artigos para leitura completa. Todos os artigos propõem que
o exercício aeróbio atua positivamente no tratamento da depressão em todos os
níveis.
Palavras Chaves: Depressão. Exercício. Aeróbio.
ABSTRACT
The depression or depressive disorder is considered oneof the larger diseasesof the
century that affects individuals, regardless of age, race, gender or social class. It is a
disease that affects the central nervous system, interfering in the individual's
emotion, perception, thought and behavior. There is evidence that shows chemical
changes in the depressed individual's brain, especially with respect to
neurotransmitters and receptors. During exercise, the body secret several hormones
and neurotransmitters, including serotonin, endorphin, and dopamine which in turn
can help treat depression. Therefore, the objective of the present study was to
evaluate whether aerobic physical exercise acts positively or negatively in the
treatment of depression. The present work consisted of a literature review in the area
of physical education on the treatment of depression through physical exercise,
based on articles and scientific sites of free access. After applying the inclusion and
exclusion criteria, 15 articles were selected for complete reading. All articles propose
that aerobic exercise acts positively in the treatment of depression at all levels.
Keywords: Depression. Exercise. Aerobic.
LISTA DE ABREVIAÇÕES
FA- Atenção focalizada;
BI-Baixa intensidade;
DSM-VI -Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais;
MADRS- Escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Asberg;
NPE- Exercício não Progressivo;
PAE- Exercício Aeróbio Progressivo;
DAS- Escala de Atitude Disfuncional;
FC- Freqüência cardíaca;
GC- Grupo Controle;
TPH- Hidroxilase de Triptofano;
5-HT- 5-hidroxitriptamina;
BDIII- Inventario Beck Depression;
LV-1- Limiar ventilatório;
OMS- Organização Mundial de Saúde;
PA- Pressão Arterial;
ATQ- Pensamentos Negativos Automático;
QV- Qualidade de Vida;
5HT1A- Receptor 5-HT 1A;
SD- Sintomas Depressivos;
SNC- Sistema Nervoso Central;
S+PAE- Sertralina Mais Exercício Aeróbio Progressivo;
S+NPE- Sertralina Mais Exercício Não Progressivo;
MDD- Transtorno Depressivo Maior;
HIT- Treinamento Intervalado de Alta Intensidade;
TA- Treinamento Aeróbio;
TF- Treinamento de Força;
VO2- Volume de Oxigênio.
LISTA DE TABELAS
Quadro 1 - Fluxograma da sistemática de seleção dos artigos utilizados nesta
revisão, p. 15, no período de 28/07/2017 a 29/09/2017.
Tabela 2 – Tabela de resultados, p.16, produzida no período de 30/09/2017.
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO................................................................................................. 12
2OBJETIVOS..................................................................................................... 14
2.1 OBJETIVOGERAL....................................................................................... 14
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO............................................................................ 14
3METODOLOGIA .............................................................................................. 15
4RESULTADOS ................................................................................................ 16
5DISCUSSÃO ................................................................................................... 21
6CONSIDERAÇÃO FINAL................................................................................. 25
12
1INTRODUÇÃO
De acordo com OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE), até 2020, a
depressão será a principal doença mais incapacitante em todo o mundo
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2017).Supõe-se que a depressão
representará a segunda doença mais comum após as doenças cardiovasculares no
ano 2030, que é ainda mais comum do que as doenças tumorais (KERLINGet al.,
2016). No Brasil, os transtornos de depressão são responsáveis por uma enorme
sobrecarga para os serviços de saúde, acometendo homens e mulheres ao longo da
vida, respectivamente, 20% e 30% da população (OMS, 2017). A mesma é
considerada uma das doenças do século, independentemente de idade, raça, sexo
ou classe social.
A depressão é um mal silencioso caracterizada por um déficit no
funcionamento bioquímico das atividades de certos neurotransmissores. A
serotonina, também conhecida como 5-hidroxitriptamina (5-HT), é um
neurotransmissor de monoamina sintetizado nos núcleos de rafe, no tronco cerebral,
que está intimamente relacionado com o humor e a depressão (KIMet al.,2015). A
Triptofanohidoxilase ou triptofanomonooxigenase(TPH) é a enzima limitante da taxa
na síntese de 5-HT, regulando a atividade de 5-HT no cérebro. O receptor 5-HT 1A
(5HT1A) é um subtipo localizado na região pré-sináptica e pós-sináptica. A liberação
pré-sináptica de 5-HT é regulada pelos autorreceptores 5-HT1A nos núcleos de rafe
do mesencéfalo (KIMet al.,2015).
Os eventos estressantes da vida tendem a diminuir o processo de formação
de novos neurônios no cérebro (neurogênese), esses achados, dentre outros,
levaram a uma hipótese de neurogênese da depressãoque propõe que a depressão
seja acompanhada por uma perda de novos neurônios granulados, enquanto uma
renovação dessas mesmas células pode reverter à sintomatologia depressiva
(ALDERMANet al., 2015). Existem várias características que indicam uma pessoa
depressiva. Pode ser o sentimento de culpa, por qualquer motivo aparentemente,
stress, alucinações,baixa autoestima, perda do apetite, desnutrição, potencialmente
perda de peso, traumas, isolamento e hipocondria, caracteriza-se por um medo
excessivo que não é realista (LANUEZet al., 2011;CARNEIROet al.,
13
2017;CASSANDRAet al., 2014). Isso pode induzir o desenvolvimento de transtornos
psiquiátricos, como distúrbios do sono, ansiedade, distúrbios do apetite e em casos
graves, suicídios (KIM et al.,2015).
O diagnóstico da depressão passa muitas vezes despercebido, por falta de
reconhecimento como doença, porque os seus sintomas são atribuídos a outras
causas “doenças físicas, mal estar, stress, etc” (KIMet al., 2015). Um dos meios de
diagnóstico da depressão é exame psiquiátrico minucioso, anamnese detalhada com
o paciente e com familiares, todos esses realizados por psiquiatra. Um dos
diagnósticos é a escala de Avaliação de Depressão de Montgomery-Asberg
(MADRS) é uma escala de 10 itens usada para medir a gravidade dos sintomas
depressivos. A escala tem como indicador de 0 a 63; classificadas com as escores
entre (10 e 18) indicam depressão leve, entre (19 e 29) indicação de depressão
moderada, e entre (30 e 63) indicam indivíduos com depressão grave
(CASSANDRAet al., 2014). Outro meio de diagnóstico é o Manual de Diagnóstico e
Estatística de Distúrbios Mentais - quarta edição (DSM-IV), onde as escores de
depressão são classificadas como fracos (0-13), leves (14-19), moderado (20-28) e
grave (29-63) de acordo com os critérios do DSM-IV (ZHAOet al., 2017).
Dentre as estratégias de tratamento da depressão o exercício físico tem se
mostrado uma boa alternativa não farmacológica. O exercício de predominância no
metabolismo aeróbio, realizado com intensidade moderada, propicia alívio do
estresse ou tensão, decorrentes de seus efeitos sobre os neuro-mediadores no
sistema nervoso central (SNC) (ANTUNESet al., 2005). Ele estimula a liberação e
recaptação dos neurotransmissores, reduzindo o impacto estressor do ambiente e
com isso pode prevenir ou reduzir transtornos depressivos (ANTUNESet al., 2005).
14
2OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar, através de uma revisão de literatura, os efeitos da prática de exercício
físico aeróbio em indivíduos com depressão.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar se a prática de exercício físico aeróbio, auxilia na diminuição dos
sintomas da depressão;
Relacionar benefícios desses exercícios tanto nos aspectos bioquímicos quanto
fisiológicos;
Analisar através da revisão da literatura se o exercício físico atua positivamente
ou negativamente no tratamento da depressão.
15
3METODOLOGIA
O presente trabalho consiste em uma pesquisa de revisão da literatura sobre
o tratamento da depressão através do exercício físico, baseado em artigos e sites
científicos de acesso livre. Foram realizadas buscas nas bases de dados SciELO,
PubMed e LILACS, foram utilizados como descritores os termos “depressão”,
“exercício” e “aeróbio”. Como critérios de inclusão foram utilizados artigos publicados
entre 2002 e 2017, disponíveis na língua portuguesa e inglesa. Para o presente
estudo, não foram considerados artigos de revisão sistemática, artigos não
disponíveis, monografias, dissertações e livros.
Foram encontrados 351 artigos disponíveis na língua portuguesa e inglesa. A
partir deles foram selecionados 34 artigos por título, e excluído 317 por serem
artigos de revisão, artigos não disponíveis, monografias, dissertações e livros. Foram
selecionados 21 artigos pela leitura do resumo e metodologia, dos quais 15 artigos
foram incluídos nesta revisão e lidos na íntegra (Quadro 1).
Figura1 - Fluxograma da sistemática de seleção dos artigos utilizados nesta revisão.
Fonte: (ALMEIDA, M. D. S. S., 2017).
16
4RESULTADOS
Quadro 1 –Artigos incluídos na revisão sistemática após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão.
Autor/ Ano
Características e tamanho da Amostra
Metodologia Resultados Conclusões
LANUEZ et al.,
(2011).
19 idosos de ambos o sexos com idade entre 60 a 90 anos de idade. Sedentários ou que não se exercitasse nos últimos 6 meses, com ou sem o diagnóstico de depressão maior.
Foram divididos em dois grupos onde cada grupo foi o controle de si mesmo. Grupo A: Exercícios aeróbios, acompanhado de caminhada. Grupo B: Exercícios de flexibilidade e equilíbrio, exercícios de alongamento ativo dos membros inferiores e superiores. Os programas de treinamento tiveram duração de 12 meses, 3 vezes por semana e cada sessão de treinamento teve duração de 50 minutos.
Na análise intergrupo, foi observado que os idosos deprimidos do Grupo A apresentaram melhorias significativo quando comparados aos idosos deprimidos do Grupo B.O grupo A apresentou maior flexibilidade após 3 e 9 meses e o grupo B após 3, 6 e 9 meses.No grupo A, a melhora foi superior à dos indivíduos idosos não deprimidos de ambos os grupos.
Exercício aeróbio promove melhora significativa na flexibilidade e no equilíbrio em idosos com depressão maior.
MELOet al., (2014).
52 idosos, de ambos os sexos, acima de 60 anos de idade.
Foram divididos em três grupos: Treinamento Aeróbio com intensidade moderada (TA, n=9) = “bicicleta estacionária”; Treinamento de Força (TF, n=6) = “exercícios para grandes grupamentos musculares” e Baixa Intensidade (BI, n=16) = mesmos exercícios do TF ou TA com intensidade de 20 a 30% 1RM. O programa de treinamento teve duração de três meses.
Somente os grupos TA e TF reduziram significativamente os sintomas depressivos. Nenhuma alteração foi vista para o grupo Baixa Intensidade.
O exercício físico aeróbiode intensidade moderada e de força podem promover melhoras nos sintomas de Depressão Maior e qualidade de vida em idosos depressivos.
ANTUNESet al., (2005).
46indivíduos sedentárioscom idades entre 60-75 anos.
A amostra foi dividida em dois grupos: 1) Controle (C, n=23), que foi orientado a não alterar suas atividades rotineiras e a não se engajar em um programa de exercício físico e 2) Experimental (E, n=23), que durante seis meses participou de programa de exercício em bicicleta ergométrica, três vezes por semana, em dias alternados, na intensidade do VT-1. Além disso, participaram de um programa de ginástica aeróbica (três vezes por semana) com monitoramento da PA e a FC.
O grupo experimental apresentou redução dos escores de depressão e ansiedade e indicativos de melhora da qualidade de vida.
Os dados sugerem que um programa de exercício em bicicleta ergométrica na intensidade do limiar ventilatório I (VT-1) é suficiente para promover modificações favoráveis nos escores indicativos de depressão e ansiedade, melhorando a qualidade de vida dos idosos.
17
ANTUNESet al., (2014).
168 idosos, de ambos os sexos, com idades entre 60 e 75 anos (40 mulheres e 128 homens).
A amostra foi dividida em sete grupos: a) Controle sedentário (CS, n=40); b) Controle resistido (CR, n=23); c) Caminhada (Ca, n=23); d) Lazer (L, n= 20); e) Cicloergômetro (Ci, n=23); f) Resistido 50% de 1RM (R50, n=19); e g) Resistido 80% de 1RM (R80, n=20). Durante seis messes os respectivos grupos foram acompanhados por programas de treinamento físico, três vezes por semana. O grupo “a” permaneceu sem alterar suas atividades de rotina durante o período de estudo e não se engajou em nenhum programa de exercício físico, o grupo “b” compareceu no laboratório, mas realizou os exercícios sem carga, o grupo “c” realizou caminhadas de 60 minutos três vezes por semana, o grupo “d” participava de aulas recreativas duas vezes por semana, o grupo “e” realizou exercício físico no cicloergômetro três vezes por semana na intensidade do LV 1, o grupo “f” realizou duas séries com oito repetições para cada série três vezes por semana com duração de 60 minutos a sessão e o treinamento para o grupo “g” foi similar ao grupo “f”, com o diferencial de utilizar 80% de 1RM como parâmetro de prescrição de exercício físico. Antes e imediatamente após o período de estudo, os voluntários foram submetidos a um protocolo de avaliação para determinação do consumo de oxigênio e responderam à Escala Geriátrica de Depressão.
Os grupos “c” e “e”, que se exercitaram em intensidades com predomínio do metabolismo aeróbio, apresentaram redução nos escores de depressão. Contudo, as demais intervenções não foram suficientes para promover redução nessa variável.
Os dados sugerem que exercícios com predominância no metabolismo aeróbio são mais efetivos em promover reduções em escores de depressão em idosos.
MALACH et al.(2015).
12 voluntários entre 18 e 80 anos de idade, de ambos os sexos, diagnosticados com Episódio Depressivo Maior (MDD).
A amostra foi distribuída aleatoriamente em 2 grupos: 1) exercício aeróbio (n = 6) e 2) alongamento (n = 6). A duração de ambos os programas de exercícios foi de 21 dias, envolvendo um total de 12 sessões. O grupo 1 participou de quatro sessões de treino por semana, 30 minutos caminhando em uma esteira com intensidade moderada correspondente a uma frequência cardíaca de 60 - 80% da frequência cardíaca máxima estimada. O grupo 2 realizou uma atividade de baixa intensidade consistindo em quatro sessões por semana de 30 minutos de exercícios de alongamento leve.
O exercício aeróbio mostrou-se mais eficaz em relação aos exercícios de alongamento. O exercício aeróbio melhora significativamente o resultado do tratamento quando adicionado à medicação antidepressiva.
O exercício aeróbio parece mimetizar o efeito da farmacoterapia padrão de antidepressivos e melhora a depressão mesmo em pacientes depressivos resistentes.
MURRIet al.,(2015).
25 idosos sedentários de ambos os sexos (13 mulheres, 12 homens) diagnosticados com MDD, entre 65-85 anos de idade.
Foram divididos em três gupos: 1) exercícios de maior intensidade = exercício aeróbico progressivo mais sertralina (S + PAE); 2) exercícios de menor intensidade, exercício não progressivo mais sertralina (S + NPE); e 3) sertralina isoladamente. Os pacientes do grupo 3 (sertralina isoladamente) participaram de um esquema de titulação lento para atingir a dosagem padrão de 50 mg dentro de 2 semanas, em seguida o grupo permaneceu nessa dosagem. O grupo 2 (S+ NPE) se exercitava três vezes por semana, em dias alternados com duração de 60 minutos, realizavam exercício para melhorar a força, o equilíbrio, a respiração e a coordenação motora, em intervalos de frequência cardíaca projetados para não exceder 70% de sua taxa máxima com ingestão de sertralina. O grupo 1 (S + PAE) se exercitava três vezes por semana, em dias alternados com duração de 60 minutos, realizando ciclismo visando melhorar a condição cardiopulmonar em uma intensidade que manteria a frequência cardíaca dentro da faixa de treinamento designada (60% da frequência cardíaca máxima), com ingestão de sertralina.
Três quartos dos pacientes que receberam exercício físico como complemento da terapia com sertralina atingiram remissão no período de estudo - muito além daqueles que receberam sertralina sozinhos. Além disso, a remissão foi mais rápida do que é comumente observada para o antidepressivo.
Combinação de exercício físico de alta ou baixa intensidade com antidepressivos é mais eficaz do que a terapia com fármacos antidepressivos sozinha em adultos mais velhos com depressão maior.
18
KERLING et al., (2016).
25 pacientes com idade entre 18 e 65 anos, de ambos os sexos diagnosticados com MDD.
Os parâmetros de capacidade aeróbica, como desempenho máximo, consumo máximo de oxigênio e LVA (limiar anaeróbico ventilatório), foram avaliados em uma bicicleta ergométrica antes e seis semanas após um período de treinamento (três vezes por semana durante 45 min em duas máquinas de resistência). Além disso, um teste de carga constante foi realizado em 50% do desempenho máximo antes e após o período de treinamento. Os dados de desempenho foram comparados com 25 controles saudáveiscombinados para sexo, idade e índice de massa corporal antes e após o período de treinamento.
Comparados aos controles, os pacientes com MDD apresentaram uma capacidade aeróbia significativamente menor. Após o treinamento, houve uma melhoria significativa em seus dados de desempenho. Uma diferença significante manteve-se apenas para o LVA entre pacientes com MDD e controles saudáveis.
Treinamento em bicicleta ergométrica melhora a capacidade aeróbia de pacientes com MDD.
EL-RAFIEet al., (2016).
100 mulheres grávidas tratadas, entre 20 e 35 anos.
As participantes foram divididas em dois grupos (n = 50 no grupo de exercícios aeróbico e n = 50 no grupo de controle). O grupo de exercícios participou de três aulas por semana com duração de 60 minutos cada aula durante 12 semanas. As atividades em cada sessão incluíram caminhar, exercícios aeróbicos de intensidade moderada a vigorosa, alongamento e relaxamento. O grupo controle completou seus pré-natais habituais sem participar de nenhum programa de exercício. A Escala de Depressão do Centro de Estudos Epidemiológicos (CES-D) foi utilizada para avaliar os sintomas de depressão na primeira entrevista e imediatamente após a intervenção de 12 semanas.
O grupo que se exercitou apresentou uma melhora significativa dos sintomas depressivos após o programa de exercícios aeróbicos em comparação com o grupo controle.
O exercício aeróbio durante a gravidez foi positivamente associado a redução dos sintomas depressivos.
SAMAD ESMAEILZADEH (2015).
456 participantes com idade entre 7 e 11 anos.
As crianças foram submetidas à avaliação antropométrica padrão e a vários testes físicos (capacidade aeróbica, força, velocidade, potência, agilidade, coordenação e flexibilidade). O inventário de depressão infantil (CDI), um questionário confiável e bem valido de vinte e sete itens com pontuações totais variando de 0 a 54, foi completado pelos meninos, para avaliar sintomas depressivos (SD). A duração de pesquisa foi de nove messes.
Após o ajuste para potenciais fatores de desordem (idade, status socioeconômico e adiposidade), a atividade física (AF) foi significativamente relacionada ao SD. Entre os testes de aptidão física, apenas o tempo na corrida/caminhada de uma milha foi significativamente relacionado ao SD.
A atividade física e a atividade aeróbia foram inversamente correlacionadas com SD; No entanto, não foi observada relação significativa entre SD e os testes de resistência muscular nas crianças.
19
Cont. Quadro 1.
Heggelundetal.,(2014).
53 indivíduos (20 pacientes com esquizofrenia, 13 pacientes com depressão e 20 indivíduos saudáveis).
Após o treinamento de familiarização do HIT, os indivíduos realizaram o HIT de 4 × 4mini-intervenções em 85-95% da frequência cardíaca máxima, intermitente por 3 minutos de descanso ativo a 70% do pico de frequência cardíaca. O treino de intensidade aeróbica alta foi realizada em uma esteira. Os questionários de auto avaliação de afeto positivo, afeto negativo, estado de ansiedade, bem-estar, angústia, estado psicológico e fadiga foram completados 10min antes (pré) HIT, 15min após (pós-) HIT e 3h após HIT.
Todos os três grupos melhoraram o efeito positivo e o bem-estar 15 min após o HIT, mas apenas os pacientes com depressão mantiveram o efeito após 3h. Pacientes com depressão ou esquizofrenia reduziram o estado de angústia e estado de ansiedade 15min após HIT e 3h após HIT. A melhora em dificuldade psicológica 15min após HIT foi maior em pacientes com depressão em comparação com indivíduos saudáveis .
O treino de intensidade alta usado como uma intervenção melhorou o afeto e o bem-estar e reduziu o estado de ansiedade e angústia em pacientes com depressão e esquizofrenia.
ZARSHENASet al.,(2013).
85 indivíduos deprimidos, de ambos os sexos, idade entre 18 a 45 anos.
A amostra foi dividida em dois grupos; Grupo 1 exercício aeróbio (EA, = 41) e
grupo 2 controle (C, = 41). O estudo teve duração de 4 semanas. O exercício aeróbico começou com um "aquecimento", seguido de alongamento dinâmico, depois continuando com jogging lento (10 minutos). Os movimentos foram realizados com intensidade de 60% a 80% da frequência cardíaca máxima com duração de 30 a 35minutos, com movimentos de mão e pés unilaterais e bilaterais mais rápidos. O grupo 2 controle não participou de qualquer tipo de exercício.
A depressão, os pensamentos automáticos (frequência, crenças e os pressupostos disfuncionais) diminuem durante o exercício aeróbio. No entanto, só foi significativo para a depressão.O pós-teste revelou uma interação significativa entre a redução dos sintomas da depressão e o treinamento físico no grupo de exercícios em comparação com o grupo de controle.
4 semanas de exercício aeróbico podereduzir os sintomas da depressão e melhorar alguns aspectos das atitudes da imagem corporal. O exercício aeróbio de curto prazo pode ser usado como um método efetivo de tratamento para os transtornos.
ALDERMANet al., (2015).
52 participantes (22 deprimidos e 30 indivíduos não deprimidos).
Cada sessão consistia em 30 minutos de meditação de atenção focalizada (FA) e 30 minutos de exercícios aeróbicos de intensidade moderada. Com 3 sessões por semana durante 8 semanas.Na meditação, os participantes foram instruídos a concentrar seu foco de atenção na respiração e a contar cada respiração. Após a sessão de meditação, os participantes realizaram os exercícios aeróbicos com intensidade moderada durante 30 min. Com aquecimento de 5 minutos, os participantes exercitaram-se em uma esteira ou cicloergômetro em uma faixa de frequência cardíaca (FC) correspondente ao pico de 50-70% do VO2máx.
Os pacientes relataram sintomas significativamente menos depressivos e pensamentos ruim ativos. Indivíduos saudáveis típicos também relataram sintomas menos depressivos no seguimento.
Uma combinação dos dois (exercício aeróbico + meditação) pode ser particularmente eficaz no aumento dos processos de controle cognitivo e na diminuição dos padrões de pensamento ruim ativo.
20
Cont. Quadro 1.
Fonte: (ALMEIDA, M. D. S. S., 2017).
CASSANDRAet al., (2014).
52 participantes de ambos os sexos, da população Chinesa entre 18 e 64 anos, sedentários e com depressão.
A amostra foi dividida em dois grupos: Grupo de exercícios aeróbicos (EA, n=26) e grupo controle (C, n=26). A pesquisa teve duração de 3 semanas. O grupo de exercícios físicos participaram de cincosessões em dias alternados durante três semanas consecutivas. Todos os grupos iniciaram com alongamento dos grandes grupos musculares, 30 minutos de caminhada e terminaram com exercício de volta a calma, 5 minutos (exercício de alongamento do grupo de crescimento alargado).Os sujeitos do grupo de controle foram lembrados de manter seu nível de atividade física como de costume.
No grupo EA observou-se uma melhora na flexibilidade e redução significante nos sintomas da depressão.
O exercício aeróbio, além da intervenção farmacológica, pode ter um efeito sinérgico na redução dos sintomas depressivos e aumento da flexibilidade entre a população chinesa com depressão leve a moderada.
ZHAO et al.,(2017).
189 pacientes que fazem tratamento de hemodiálise crônica.
Foram distribuídos aleatoriamente em três grupos de medicamentos (MG, recebeu escitalopram diário de 20 mg), medicação e exercício aeróbico (MAG, recebeu escitalopram diário de 20 mg e treino em bicicleta seis vezes por semana), e apenas o exercício aeróbio (AG, recebeu placebo diário de 20 mg e treino de bicicleta seis vezes por semana). A qualidade de vida (levantamento de saúde de curto prazo, com questionaria 36 itens) e a gravidade da depressão de acordo com os critérios do Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais, 4ª edição foram mensuradas antes e no final do estudo. Os níveis séricos deinterleucina IL-6 e IL-18 foram medidos. Os exercícios aeróbicos foram executados após 1 hora da hemodiálise. Todo o experimento durou 18 semanas.
A qualidade de vida foi melhorada e a gravidade da depressão foi significativamente reduzida nos grupos MAG e AG quando comparada com o grupo MG. Os níveis séricos de interleucina IL-6 e IL-18 foram os maiores no grupo MG, moderados no grupo MAG e os mais baixos no grupo AG. Por outro lado, os níveis séricos de IL-6 e IL-18 estavam intimamente associados com os escores de depressão.
O exercício aeróbio melhora a qualidade de vida e diminui a gravidade da depressão dos pacientes submetidos à hemodiálise, afetando os níveis de IL-6 e IL-18. O andar de bicicleta é uma maneira potencial para a terapia de depressão dos pacientes em hemodiálise crônica.
SADEGHIet al., (2017).
85 indivíduos deprimidos, de ambos os sexos (48 homens e 37 mulheres).
A amostra foi dividida em dois grupos: 1) grupo experimental (E, n=37) e um grupo de controle (C, n=48). O grupo experimental participou de oito sessões de exercício aeróbio (três vezes por semana, com duração de 1h por sessão), enquanto o grupo controle não recebeu nenhum tratamento. Foramutilizados como instrumentos de coleta de dados o Inventário Beck Depression (BDIII), pensamentos negativos automáticos (ATQ) e escala de atitude disfuncional (DAS).
A depressão, a frequência de pensamentos automáticos e os pressupostos disfuncionais diminuíram no grupo experimental. No entanto, só foi significativo para a depressão.
Parece que o exercício aeróbio é eficiente em reduzir os componentes cognitivos separadamente, levando a reduzir a depressão.
21
5 DISCUSSÃO
De acordo com os resultados obtidos, 33,33% dos artigos analisados
utilizaram como amostra pessoas idosas acima de >60 anos de idade. Os artigos
que utilizaram adultos e idosos de idade entre 18 a 80 anos correspondem a
33,33%, apenas um artigo utilizou como amostra crianças de idade entre 7 a 11
anos correspondendo a 6,66% da pesquisa. Em adição, 26,66% dos artigos não
utilizaram idade como critério de inclusão da amostra.
O número de artigos que utilizam como amostra indivíduos adultos e idosos
foi superior, isso corrobora com os estudos que propõem que a depressão é mais
propícia nesses grupos (LANUEZet al., 2011). Em idosos o desenvolvimento da
depressão tem um caráter multifatorial, dentre eles, alterações biológicas, redução
das perspectivas sociais, fragilidade estruturais e funcionais, baixa auto-estima,
desnutrição, potencial perda de peso, além de disfunções neuroendócrinas e
neuroquímicas que ocorrem no cérebro durante o envelhecimento (LANUEZet al.,
2011). Em adultos esse índice também é considerado alto e foram relatados como
principais fatores de risco para a depressão, o stress, perda de um ente querido,
traumas, gravidez, vulnerabilidade social-material, o endividamento, as condições de
trabalho precárias e o desemprego (CARNEIROet al., 2017). Em crianças, a
depressão está relacionada a problemas familiares, a morte de um dos pais, dos
avôs ou de um ente querido, maus tratos dentro da família, filho indesejado, filho
somente de um dos pais e alcoolismo (VARELLA,2012). Em adição, é importante
apontar que pesquisas recentes mostraram que crianças vítimas de violência e
abuso sexual têm risco aumentado de desenvolver depressão (HIRATA, 2016).
Nosso estudo verificou que todos os 15 artigos utilizaram como metodologia o
exercício aeróbio no tratamento da diminuição dos sintomas da depressão, com
maior predominância na intensidade moderada. Dentre as práticas mais utilizadas
nos estudos temos o alongamento, a flexibilidade, a caminhada e a bicicleta
ergométrica. Além do exercício aeróbio, 3 artigos utilizaram como metodologia o
treinamento intervalado de alta intensidade (Hit) e o treinamento resistido de 50% á
80% de uma repetição máxima (RM) (HEGGELUNDet al.,2014; MELOet al., 2014;
ANTUNESet al., 2014). Vários estudos mostraram que o exercício físico regular tem
uma influência favorável nos sintomas de ansiedade e depressão, embora seja
22
necessário o certo nível mínimo de atividade para que essas intervenções sejam
efetivas (ANTUNESet al., 2005).
Os resultados dos artigos analisados mostram que os exercícios executados
em intensidade moderada e com predomínio no metabolismo aeróbio, como
caminhada e exercício físico realizado em cicloergômetro, ambos executados na
intensidade do limiar ventilatório (LV-1), tiveram os melhores resultados na
diminuição dos escores de depressão (ANTUNESet al., 2014). Isso condiz com o
artigo em que, o grupo que praticou exercício aeróbio mostrou uma melhora
significativa dos sintomas de depressão (RAFIEet al., 2016). Já no estudo que
utilizou a flexibilidade como exercício aeróbio observou-se uma melhora na mesma e
na diminuição dos sintomas depressivo (CASSANDRAet al., 2014).
Tem sido proposto que o exercício físico tem uma importante participação no
tratamento da depressão por meio de adaptações na síntese e disponibilidade de
neuromoduladoresno sistema nervoso central (SNC) (ANTUNESet al., 2005). O
exercício pode afetar o funcionamento central das monoaminas, produzindo mais
ácidos graxos basais livres e aumentando os níveis de triptofano livres, o que
poderia impulsionar a síntese da serotonina, através do aumentando da
disponibilidade do seu precursor (triptofano) no SNC (ANTUNESet al., 2005). Em
adição, sabe-se que o exercício físico promove aumento da ß-endorfina na corrente
sanguínea para reduzir a atividade do sistema nervoso simpático e proporcionar
alívio analgésico de dor associada ao exercício extenuante (ANTUNESet al., 2005).
Além disso, a ß-endorfina pode influenciar a liberação de Dopamina e, portanto,
ativar áreas de prazer e satisfação no cérebro. Alguns autores sugerem que a ß-
endorfina pode ser interpretada como um marcador de estresse em indivíduos
deprimidos (ANTUNESet al., 2005). O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF)
é um forte candidato a mediar o alívio dos sintomas depressivos pelo exercício
físico, devido a seu papel importante na neuroplasticidade, participação na
transmissão neural, modulação, proliferação celular e no processo de formação de
novos neurônios no cérebro (neurogênese) (ANTUNESet al., 2014). É possível que
em intensidades moderadas, como é o caso do limiar ventilatorio (LV-1), possa
ocorrer ativação desse fator neurotrófico, que por sua vez atuaria como elemento
importante e coadjuvante na terapêutica dessa condição (ANTUNESet al., 2014).
23
Dentre as estratégias de tratamento da depressão foram encontrados três
artigos que verificaram que a medicação farmacológica e a psicoterapia
apresentaminfluências positivas no tratamento da depressão (MALACHet al., 2015;
MURRIet al., 2015; ZHAOet al., 2017).O uso do exercício físico como uma
alternativa não farmacológica é um importante coadjuvante na terapêutica da
depressão, por promover alívio de sintomas desagradáveis (ANTUNESet al., 2014).
Isso condiz com o estudo em que o exercício aeróbio demonstrou reduzir os
sintomas depressivos quando usado em combinação com outros fármacos, o
exercício aeróbio usado como uma pratica não farmacológica atua aumentando o
efeito da farmacoterapia padrão de antidepressivos e melhora a depressão mesmo
em pacientes depressivos resistentes (MALACHetal.,2015). No artigo em que os
pacientes que receberam exercício físico como complemento de terapia com o
antidepressivo Sertralina atingiram remissão no período do estudo mais rápido,
muito além daqueles que receberam Sertralina sozinho (MURRIet al., 2015).
Recomenda-se que os exercícios aeróbios sejam realizados três vezes por
semana, já que a maiorias dos estudos utilizarão esse tempo de execução
(ALDERMANet al., 2015). Os antidepressivos não são as únicas terapias
relacionadas à depressão conhecidas por aumentar a neurogênese, mais
notavelmente, o exercício aeróbio pode aumentar consideravelmente o número de
células que são produzidas no hipocampo (ALDERMANet al., 2015). Os animais que
têm a oportunidade de correr diariamente podem produzir quase duas vezes mais
células novas do que os animais controles sedentários (ALDERMANet al., 2015).
Isso corrobora que o exercício aeróbio, além da intervenção farmacológica pode ter
um efeito sinérgico na redução dos sintomas de depressão (CASSANDRAet al.,
2014). Muitos estudos relataram que o exercício físico afeta positivamente a
sintomatologia depressiva e a qualidade de vida em depressão leve, moderada e
grave (CARNEIROet al., 2017). O artigo de (MELO et al., 2014), Compara as
diferentes intervenções com o exercícios físicos, na qualidade de vida (QV) e nos
sintomas depressivos em idosos com depressão leve ou moderado. Entre os grupos
são; Treinamento Aeróbio (TA), Treinamento de Força (TF), grupo Baixa Intensidade
(BI) e Grupo Controle (GC). O TA foi capaz de promover melhora nos aspectos
físicos, enquanto o TF melhorou também os aspectos sociais e saúde mental. Isso
condiz com o artigo que, um programa de exercício em bicicleta ergométrica
24
“aeróbio” na intensidade do limiar ventilatório I, é suficiente para promover
modificações favoráveis nos escores indicativos de depressão e ansiedade e
melhora a qualidade de vida em idosos (ANTUNESet al., 2005). No geral, os
benefícios bem fundamentados na literatura científica incluem uma diminuição dos
sintomas depressivos e melhora nas medidas antropométricas, capacidade aeróbia,
e qualidade de vida (CARNEIROet al., 2017).
25
6CONSIDERAÇÃO FINAL
O exercício aeróbio de intensidade moderada atua positivamente no
tratamento da depressão, diminuindo os seus sintomas em todos os níveis e para
todas as faixas etárias. Dessa forma a prática regular de exercício aeróbio é um
importante coadjuvante no tratamento da depressão.
26
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