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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO. CENTRO DE CINCIAS JURDICAS.
CURSO DE DOUTORADO.
Ttulo: Principiologia jusciberntica. Processo telemtico. Uma nova teoria geral do processo e do direito processual civil.
Alexandre Freire Pimentel.
RECIFE, 2003.
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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Tese de Doutorado apresentada pelo aluno
doutorando Alexandre Freire Pimentel, sob a
orientao do Professor Doutor Nelson
Saldanha, objetivando a obteno do ttulo de
Doutor em Direito.
RECIFE, 2003.
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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Dedicatria
Dedico este trabalho a:
Marcos Pimentel, exemplo de amor e de luta, amigo nas horas fceis e nas difceis;
e a Adelton Juru Leal Salgueiro (in memoriam) amigo de todos os tempos e de todas as horas.
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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Agradecimentos
A Deus e aos que contriburam para a elaborao e reviso deste trabalho.
Em especial, ao amigo e Professor Orientador Nelson Saldanha.
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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RESUMO
Autor: PIMENTEL, Alexandre Freire. Mestre em Direito pela Faculdade de
Direito do Recife UFPE, dezembro de 1997. Professor da Universidade Catlica de
Pernambuco e da Escola Superior da Magistratura de Pernambuco. Tese: Principiologia
jusciberntica. Processo telemtico. Uma nova teoria geral do processo e do direito
processual civil. Esta tese de doutorado, apresentada como requisito para a obteno do
ttulo de doutor, pressupe o reconhecimento de uma principiologia especfica para o direito
ciberntico, para, em seguida, propor uma nova teoria geral jusciberntica do processo e, em
particular, do direito processual civil. Por opo metodolgica foi secionada em trs partes:
na primeira apresentamos a base terica que fundamenta a lgica, o direito e a jusciberntica
e que permitem efetivar a informtica, a telemtica e a ciberntica ao direito, com o
esquadrinhamento da ordem relacional-processual; na segunda procedemos com uma
demonstrao panormica no exauriente, portanto - do processo civil de conhecimento,
realando como os atos processuais nele se praticam; na terceira queda-se o ncleo do
trabalho, o qual consiste numa delimitao conceitual dos princpios e, seguidamente, numa
proposio principiolgica do direito ciberntico difundida prioritariamente sobre a relao
jurdica processual. A partir deste estabelecimento, objetivamos comprovar a necessidade de
uma reengenharia da concepo do fenmeno processual. Na verdade, pugnamos por uma
nova teoria geral do processo e do direito processual civil, cuja base consiste no advento do
processo telemtico. Servimo-nos, para tanto, do mtodo comparativo dos ordenamentos
brasileiro e italiano, analisando no apenas as legislaes pertinentes ao processo telemtico,
mas, tambm, as doutrinas respectivas.
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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ABSTRACT
Author: PIMENTEL, Alexandre Freire. M.S. degree in Law by the Faculdade de
Direito do Recife (UFPE) in December 1997. Professor at the Universidade Catlica de
Pernambuco and the Escola Superior da Magistratura de Pernambuco. Thesis: Principiology
juscybernetic. Telematic Process. A new general teory of process and the civil law
procedure. This doctoral thesis, submitted in partial satisfaction of the requirements for the
doctor degree, presuposes the acknowledgment of a specific principiology of the
cybernetical law in order to propose a new, general, juscybernetical theory of the process
and, in particular, of the procedural civil law. For methodological reasons, this thesis was
divided in three parts: in the first part we present the theoretical basis of the fundamentals of
the logic, the law and the juscybernetics, allowing us to apply the information sciences and
cybernetics to the law according to a relational/procedural order. In the second part, we
proceed with a general, not exhaustive, overview of the civil process of the knowledge,
dealing with how processual acts are applied to it. In the third part we present the core of our
work, which consists of a conceptual delimitation of the main principles followed by a
principiologic proposition of the cybernetical law prioritized to the processual juridical
relation. Based on this development, we aim to show the necessity of reengineering the
processual phenomenon concept. In fact, we propose a new general theory for both the
process and the civil processual law based on the forthcoming telematic process. For this
purpose, we make use of the Brazilian and Italian ordering comparative methods, analyzing
not only the pertinent legislations to the cybernetical law, but also their respective doctrines.
SUMRIO
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
8
VOLUME 01
RESUMO.....................................................................................................................p.xxxiii
ABSTRACT.............................................................................................................p.xxxiv
INTRODUO................................................................................................................p.35
SEO I
CAPTULO 01
LGICA E LINGUAGEM
O PRESSUPOSTO DA TEORIZAO DO PROCESSO DIGITAL.
1. Partindo do pensamento de Lourival Vilanova: antes, porm, uma justa e breve
homenagem ao professor que props a tcnica da generalizao para uma teoria
geral do direito; e da formalizao para uma lgica jurdica..................................p.39
2. A lgica e o logos. Valorao do conhecimento e isolamento temtico: os nveis
abstracionais vilanovianos e os modais kantianos a priori e a posteriori....................p.42
3. As formas lgicas e o uso da linguagem: smbolos-de-variveis e smbolos-de-
constantes..........................................................................................................................p.47
4. A relao lgica e a relao ftica: relao implicacional e o processo
de formalizao e de generalizao................................................................................p.49
5. Lgica material, lgica jurdica e metodologia jurdica...........................................p.53
6. Lgica e logicismos jurdicos: Kelsen x Vilanova, Perelman, Perelman e
Nelson Saldanha...............................................................................................................p.
6.1. Exemplos de contradies normativas no CPC e a anlise do bice kelseniano
existncia de uma lgica jurdica.................................................................................p.55
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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7. Silogismo, lgica formal, lgica simblica, linguagem humana e
a lgica (paraconsistente) que o direito ciberntico requer.........................................p.58
8. Lgica simblica enquanto gnero da lgica formal:
Aristteles e a pura forma...............................................................................................p.60
9. Lgica formal e lgica dialtica: os princpios da contradio, da identidade
e do terceiro excludo. As posies de Knapp, Hegel, Marx e Lefebvre,
...................................................p.71
10.3. Incidentes processuais e lgica processual dialtico-acessria...........................p.72
11. Linguagem jurdica e lgica jurdica: altica e dentica.
A demarcao do universo jurdico: uma exemplificao de prtase e apdose
processuais........................................................................................................................p.73
12. Da compatibilidade entre as lgicas dentica e altica:
um pressuposto do processo virtual...............................................................................p.79
13. Lgica com mais de dois valores:
a plenitude jusciberntica do processo virtual..............................................................p.83
14. Lgica, categoremas, sincategoremas e linguagem:
natural e lgica.................................................................................................................p.85
15. Linguagem e simbologia sob o ponto de vista ciberntico e computacional.........p.88
16. Experincia jurdica processual, modelismos e feedback.......................................p.91
17. Linguagem computacional: de baixo nvel, de montagem e de alto nvel. A
superao da restrio simblico-binria......................................................................p.92
CAPTULO 02
TECNOLOGIA E
DIREITO: INFORMTICO, TELEMTICO E CIBERNTICO.
1. A informtica: em sentido amplo, restrito e prprio................................................p.96
2. A informtica jurdica: de gesto (ofimtica); de registros (documental);
de deciso (metadocumental); de ajuda deciso........................................................p.98
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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3. A inteligncia artificial e os sistemas expertos.........................................................p.104
4. O direito teleinformtico, seu carter instrumental, cientfico e publicista.........p.107
5. A juridicidade do direito teleinformtico e o seu objeto: direito informao
e direito sobre a informao..........................................................................................p.110
6. Internacionalizao, uniformizao
e o problema da restrio temtica do direito teleinformtico..................................p.113
7. A ciberntica: o conceito wieneriano e suas demais vertentes...............................p.116
8. O pioneirismo da aplicao da ciberntica ao direito:
a proposta de Norbert Wiener e a Jurimetria de Lee Loevinger..............................p.119
9. Jurimetria, matematizao do direito e o controle da atividade judicial.............p.124
10. O poder vinculante reflexo ou indireto (provocado ou necessrio) e a
possibilidade jurimtrica de previsibilidade de decises futuras no Brasil..............p.128
11. Jurimetria: processamento eletrnico de dados e lgica......................................p.132
12. O direito artificial:
esclarecendo as posies de Goffredo Telles Jnior e Vittorio Frosini.....................p.134
13. Carnelutti: a morte do direito e a revitalizao do direito natural.
O direito artificial: a physis e a techne.........................................................................p.135
14. A Giuritecnica (a cincia da tcnica): pela diferenciao entre tcnica e
tecnologia e pela compenetrao entre o jurdico e o tecnolgico.............................p.139
15. A Giuritecnia e a ficta personalidade do computador..........................................p.140
16. O direito ciberntico................................................................................................p.142
16.1. O direito como subsistema do sistema social......................................................p.146
16.2. O direito como sistema autnomo.......................................................................p.147
16.2.1. O direito como sistema autnomo, porm vinculado ao sistema social........p.147
16.2.2. O direito como sistema autnomo e a teoria da argumentao.....................p.149
16.2.3. O direito como sistema autnomo e a analogia com servomecanismos........p.150
16.2.4. O significado ciberntico do direito como sistema autnomo........................p.151
16.2.5. Os dois ltimos setores da jusciberntica........................................................p.152
CAPTULO 03
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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DIREITO E RELAO PROCESSUAL
1. Definio de direito: partindo de Herbert Hart e Cludio Souto
e aportando em Lourival Vilanova. Pontes de Miranda e a distino entre
direito formal, regra sobre forma, direito material e regra sobre contedo............p.154
2. Direito relacional e interacional...............................................................................p.161
3. A conduta: relaes de fato e relaes jurdicas.....................................................p.162
4. Relao jurdica em sentido amplo, retroalimentao do sistema jurdico e a
qualificao do sujeito de direito em face do problema da causa.............................p.163
5. Relao jurdica em sentido estrito.........................................................................p.165
6. Universalidade da relao:
norma, fato e causalidade - natural e jurdica............................................................p.167
7. Normas de sobredireito e o suporte ftico mediato...............................................p.168
8. Do abstrato ao concreto. Relao jurdica em sentido tcnico-dogmtico e
o ato condio. A assubjetividade nas relaes jurdicas..........................................p.170
9. A estrutura da norma jurdica: norma primria (de direito material)
e secundria (de direito processual),
o descumprimento do preceito e a causa de pedir......................................................p.171
10. A relao processual como relao efectual.
A ao e os pressupostos do processo...........................................................................p.174
11. O direito natural como fundamento de validade do direito positivo. O
ser sujeito-de-direito material como pressuposto do ser sujeito-de-direito
processual. O problema da capacidade de ser parte..................................................p.176
12. A jurisdio como sujeito passivo frente ao autor e ao ru.
Relao entre relao jurdica processual e material.................................................p.179
13. Direito subjetivo e relao jurdica........................................................................p.181
14. Processo, relao jurdica processual,
direito subjetivo e interesse processual........................................................................p.184
15. Do nexo de causalidade entre o direito material e o direito processual:
o exame dos pressupostos processuais e das condies da ao.................................p.185
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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16. Do subjetivismo do direito de ao: a legitimao para a causa;
legitimao para contestar; substituio e representao processual; e as
espcies de provimento jurisdicional...........................................................................p.188
17. Interesse primrio e secundrio: situando o interesse de agir e a ao
processual e material frente relao processual (tpica e atpica)..........................p.191
18. Da relao processual tpica: a citao e os seus efeitos.......................................p.196
18.1. Da preveno: competncia de juzo e de foro...................................................p.197
18.2. Litispendncia........................................................................................................p.199
18.3. Litigiosidade da coisa:
alienao da coisa litigiosa e a legitimidade das partes................................................p.200
18.4. Da mora....................................................................................................................p.201
18.5. Da interrupo da prescrio regulada pelo novo cdigo civil:
a revogao parcial do artigo 219 do CPC.....................................................................p.201
18.5.1. A interrupo da prescrio tributria frente ao novo cdigo civil.................p.202
18.5.2. Prescrio e o problema da circunduo e da perempo no novo CC.
Remanesce a circunduta no processo dos juizados cveis?...........................................p.204
19. Delimitando o objeto de uma teoria geral do processo...........................................p.207
CAPTULO 04
RELAO PROCESSUAL ADMINISTRATIVA
CONFRONTADA COM A RELAO PROCESSUAL PENAL.
1. Relato histrico do processo administrativo:
.............................................................p.214
3.2- A finalidade do inqurito civil..............................................................................p.216
3.3- O inqurito judicial trabalhista...........................................................................p.219
4. Do direito processual administrativo......................................................................p.221
5. Princpios do processo administrativo.....................................................................p.223
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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6. Processo, procedimento administrativo e o ato administrativo
complexo.....................................................................................................................p.226
7. Classificao do processo administrativo................................................................p.232
7.1. O processo administrativo disciplinar..................................................................p.233
7.1.2. Processo administrativo disciplinar e o problema da prescrio:
aplicao dos prazos do cdigo penal e o aumento do lapso temporal.....................p.235
7.2. Conceito e gradao de falta disciplinar...............................................................p.236
7.2.1. Meios sumrios de apurao de faltas administrativas: sindicncia..............p.238
7.2.2. Meios sumrios de apurao de faltas administrativas:
a verdade sabida............................................................................................................p.244
7.2.3. Meios sumrios de apurao de faltas administrativas:
o termo de declaraes do infrator...............................................................................p.246
8. As fases do processo administrativo. Uma anlise comparativa dos
procedimentos do estatuto dos servidores com o CPC...............................................p.247
9. Conceituando o processo administrativo.
O processo disciplinar e sua natureza: penal e civil...................................................p.252
10. Os sujeitos processuais: semelhanas e dessemelhanas entre o
processo administrativo e o processo penal.................................................................p.257
11. A relao processual administrativa como relao processual atpica...............p.260
CAPTULO 05
RELAO PROCESSUAL ELEITORAL.
1. Justificao taxonmica...........................................................................................p.264
2. Do direito eleitoral e sua principiologia..................................................................p.265
3. Dos princpios informativos do direito processual eleitoral.................................p.266
4. Da relao processual eleitoral................................................................................p.267
5. Uma crtica taxonomizao de Jos Amado Nascimento.
Joo Mendes Jnior e a distino entre ao-direito, ao remdio-de-direito,
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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ao litgio e ao-processo...........................................................................................p.271
6. Sujeitos processuais e as espcies de relaes processuais eleitorais....................p.273
SEO II
CAPTULO 06
DA JURISDIO
1. Conceito e o problema do monoplio estatal em face da lei 9.307/96...................p277
2. Funes estatais (primrias e secundrias)
e o conceito de jurisdio...............................................................................................p.280
3. Jurisdio e lide: vinculao ao mrito da causa. O fenmeno da
individualizao da norma genrica; da concretizao do preceito abstrato..........p.284
4. Jurisdio e atividades no jurisdicionais (administrativas)
praticadas pelo poder judicirio..................................................................................p.286
5. Modos de exerccio da jurisdio:
distinguindo os conceitos de ao, demanda e tutela jurisdicional.........................p.286
6. Da tutela de conhecimento: horizontal (plena e parcial) e vertical:
(exauriente e sumria)...................................................................................................p.289
6. 1. A tutela de conhecimento declaratria................................................................p.290
6. 2. A tutela de conhecimento constitutiva.................................................................p.293
6. 3. A tutela de conhecimento condenatria...............................................................p.293
6. 4. A tutela mandamental...........................................................................................p.294
6. 5. A tutela antecipada, especfica e inibitria..........................................................p.295
6.6. As liminares.............................................................................................................p.300
7. Da tutela de execuo (livro II do CPC)..................................................................p.300
8. Da tutela cautelar (livro III do CPC).......................................................................p.303
9. Tutelas cognitivas de rito especial (livro IV do CPC): a tutela monitria............p.304
10. Poderes compreendidos na jurisdio....................................................................p.306
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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11. Princpios e garantias da jurisdio contenciosa..................................................p.307
12. Unidade e espcies de jurisdio.............................................................................p.309
12.1. Princpios da jurisdio voluntria.....................................................................p.311
13. rgos da jurisdio................................................................................................p.314
13.1. Do Supremo Tribunal Federal.............................................................................p.314
13.2. Do Superior Tribunal de Justia.........................................................................p.316
13.3. Dos Tribunais Regionais Federais.......................................................................p.318
13.4. Dos Juzes Federais...............................................................................................p.320
13.5. Dos Tribunais e Juzes Estaduais........................................................................p.322
14. O processo civil e a teoria da instrumentalidade processual...............................p.322
15. Jurisdio e o seu objeto mediato e imediato........................................................p.324
16. A jurisdio como conceito central da cincia processual...................................p.326
CAPTULO 07
DA AO
1. Preleo necessria: o conceito de pretenso (material e pr-processual),
direito subjetivo e ao..................................................................................................p.329
2. Das teorias sobre a natureza jurdica da ao.........................................................p.333
3. Distinguindo: direito subjetivo, pretenso e ao. Um juzo crtico sobre
a teoria de Liebman.......................................................................................................p.337
4. Das condies da ao................................................................................................p.340
5. Acepes utilizadas pelo cdigo civil acerca da expresso ao.
Da ao de direito material...........................................................................................p.346
6. Pretenso e ao de direito material.
A efetivao da pretenso pela via auto-satisfativa....................................................p.347
7. A sano nas relaes jurdicas material e processual..........................................p.348
8. Concluses sobre a ao em sua concepo material e processual.......................p.349
8.1. A ao de direito material......................................................................................p.349
8.2. A ao de direito processual...................................................................................p.349
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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9. Concluses sobre a teoria ecltica............................................................................p.350
10. Elementos da ao....................................................................................................p.352
10.1. Do conceito de parte..............................................................................................p.352
10.1.2. O princpio da dualidade das partes................................................................p.352
s aes.....................................................................................p.358
10.5. Concurso e cumulao de aes:
no processo de conhecimento e no de execuo; objetiva e subjetiva.......................p.364
CAPTULO 08
SUJEITOS PROCESSUAIS I
(DAS PARTES)
1. Capacidade de ser parte:
extino. Validade dos atos praticados aps a morte.................................................p.368
2. Parte em sentido formal e material: o problema da legitimao
anmala, extraordinria, ordinria e concorrente.....................................................p.369
3. Capacidade de estar em juzo e faculdade de incoar..............................................p.370
3.1. Atos praticados por incapazes
e atos praticados por pessoa proibida de incoar no processo....................................p.371
3.2. Faculdade de incoao pressuposto processual ou condio da ao?...........p.371
4. A atuao dos incapazes no processo: representao, assistncia,
tutela e curatela..............................................................................................................p.371
4.1. Tutela, curatela e autorizao judicial para demandar:
os poderes processuais do curador lide.....................................................................p.372
5. Representao e presentao em juzo....................................................................p.374
5.1. O problema do esplio: citao de todos os herdeiros.........................................p.376
5.2. Situao processual do inventariante: parte ou presentante da
parte?..............................................................................................................................p.377
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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6. Incapacidade processual e irregularidade de representao. A sanao da
incapacidade processual no direito comparado..........................................................p.378
7. Da litigncia de m-f, ato atentatrio dignidade da jurisdio
e a responsabilidade por dano
processual....................................................................p.379
8. O dever de veracidade da parte e do procurador aps o advento
da lei n 10.358/01..........................................................................................................p.382
8.1. A Fazenda Pblica como sujeito passivo da multa do artigo 14 do CPC..........p.385
9. M-f processual e dano (material e moral): o re plus petitur do artigo 940 do CC
e o artigo 42 do cdigo de proteo e defesa do consumidor......................................p.387
10. O princpio da igualdade das partes: os privilgios da Fazenda e do MP..........p.389
SUJEITOS PROCESSUAIS II
(DO JUIZ)
11. Distines essenciais entre o juiz e o julgador administrativo.............................p.392
12. O caso do Tribunal Administrativo Tributrio do Estado de Pernambuco
(TATE)............................................................................................................................p.393
13. Das garantias dos juzes e julgadores administrativos.........................................p.395
14. Quanto autonomia das decises judicial e administrativa................................p.396
15. Quanto aos poderes jurisdicionais.........................................................................p.397
16. O processo administrativo como condio da ao judicial................................p.398
17. Poderes e responsabilidades processuais do juiz..................................................p.399
CAPTULO 09
DO LITISCONSRCIO
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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1. Conceito......................................................................................................................p.402
2. Anlise no direito comparado e uma classificao inicial do litisconsrcio.........p.403
3. Do litisconsrcio facultativo......................................................................................p.406
3.1. Litisconsrcio facultativo por comunho de direitos ou obrigaes relativamente
lide (art. 46,
I)..................................................................................................................p.406
3. 2. Litisconsrcio facultativo por conexo e afinidade de questes
(art. 46, II, III e
IV)..p.407
3.3. Litisconsrcio facultativo prprio, imprprio (recusvel) e multitudinrio:
o problema da competncia aps a ciso processual..................................................p.409
4. Litisconsrcio necessrio:
espcies e a questo da interveno do co-partcipe ativo..........................................p.413
5. Litisconsrcio necessrio: a exceptio plurium litisconsortium, a interveno
jussu judicis e a adcitao. A opinio de Dinamarco,
Pontes de Miranda e a jurisprudncia.........................................................................p.417
6. O litisconsrcio unitrio.
Defesa apresentada em litisconsrcio simples e aproveitamento aos demais...........p.419
CAPTULO 10
DA INTERVENO DE TERCEIROS
1. O conceito de terceiro................................................................................................p.422
1.1. Da interveno de terceiros em Portugal..............................................................p.424
2. Da assistncia: conceito, procedimento interventivo
e o problema da alienao da coisa litigiosa................................................................p.426
2.1. Interesse jurdico e econmico:
a prerrogativa das pessoas jurdicas de direito pblico.............................................p.428
2.2. Interveno da Unio:
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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a impossibilidade de desistncia da condio de assistente. ......................................p.430
2.3. A assistncia e suas espcies. Poderes processuais e a distino entre os conceitos
de assistente litisconsorcial e litisconsorte...................................................................p.431
2.4. Julgamento da causa e os efeitos da coisa julgada...............................................p.436
3. Da oposio (artigos 56-61): conceito; momento interventivo;
citao do oposto revel (na pessoa de seu advogado);
a natureza do litisconsrcio; o prazo para a resposta............................................p.438
3.1. Oposio: petio inicial, valor da causa e limitao do pedido;
procedimento cabvel;......................................................................................................p.441
3.2. Oposio: interventiva e autnoma;
total ou parcial; pressupostos especficos.......................................................................p.442
3.3. Oposio e embargos de terceiros: semelhanas e distines................................p.443
4. Da nomeao autoria (artigos 62-69): a (i)legitimidade do possuidor..................p.446
4.1. Espcies de nomeao autoria; procedimento e ineficcia da nomeao:
o problema da recusa e os efeitos da coisa julgada........................................................p.449
4.2. A supresso da nomeao autoria no sistema processual portugus
e sua substituio pelo uso da oposio coacta...............................................................p.451
5. Da denunciao da lide (artigos 70-76): evoluo do chamamento autoria;
hipteses de cabimento; natureza jurdica.....................................................................p.452
5.1. A obrigatoriedade da denunciao da lide: de ao de defesa (Calamandrei)
para ao de regresso (Chiovenda). Pela facultatividade irrestrita do
direito regressivo...............................................................................................................p.454
5.2. A denunciao da lide em face do novo cdigo civil...............................................p.456
5.3. O caso da evico e o procedimento sumrio..........................................................p.457
5.4. Legitimao e procedimento.....................................................................................p.461
5.5. Natureza da tutela; sucessividade; ao principal e secundria;
o terceiro como assistente litisconsorcial........................................................................p.462
5.6. Procedimentos admissveis; revelia do terceiro; julgamento simultneo
e extino antecipada: a natureza da sentena..............................................................p.467
7. Do chamamento ao processo (artigos 77-80)..............................................................p.469
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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VOLUME 01
CAPTULO 11
DA COMPETNCIA
1. Conceito.........................................................................................................................p.473
2. Da competncia ou jurisdio internacional..............................................................p.474
2.1. Da jurisdio internacional exclusiva......................................................................p.475
2.2. Da jurisdio internacional concorrente. O problema do cdigo Bustamante
e a homologao de sentena estrangeira pelo STF: a carta de sentena como
ttulo executivo e a competncia da justia federal de 1a instncia..............................p.477
3. Dos critrios determinantes da competncia interna................................................p.481
3.1. Da competncia em razo da matria......................................................................p.482
3.2. Da competncia em razo da pessoa........................................................................p.484
3.3. Da competncia funcional ou hierrquica...............................................................p.486
3.4. Da competncia territorial relativa e absoluta.
Competncia por eleio do foro.....................................................................................p.489
3.4.1. Da competncia territorial nas aes fundadas em direitos: pessoais
(mobilirios e imobilirios) e reais mobilirios..............................................................p.493
3.4.1.1. A especificidade do procedimento misto do registro de torrens......................p.495
3.4.2. Competncia territorial determinada em face
do domiclio ou da residncia do ru?............................................................................p.497
3.4.3. Competncia nos inventrios, partilha e arrecadao........................................p.498
3.4.4. Ru ausente.............................................................................................................p.499
3.4.5. Ru incapaz.............................................................................................................p.501
3.4.6. Competncia territorial nas causas de interesse da Unio: pela
revogao constitucional do artigo 99 do CPC..............................................................p.503
3.4.7. Demais hipteses de competncia territorial........................................................p.505
3.5. Da competncia em razo do valor: absoluta e relativa.........................................p.508
4. Da modificao da competncia e a perpetuao da jurisdio...............................p.510
4.1. Da modificao do estado de fato e de direito.........................................................p.512
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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4.2. Da prorrogao da competncia: ausncia de exceo de incompetncia............p.515
4.3. Da conexo e da continncia: necessidade de coincidncia entre
causa prxima e remota, e entre pedido mediato e imediato? .....................................p.521
4.4. Da preveno. Distino com a prorrogao da competncia .
Competncia de foro e de juzo........................................................................................p.524
4.5. Preveno pela distribuio no segundo grau de jurisdio:
os limites da competncia legislativa dos tribunais.....................................................p.527
4.6. Suspeio, impedimento e preveno do rgo fracionrio
julgador nos tribunais....................................................................................................p.529
5. A competncia e o problema da ao acessria........................................................p.531
6. Competncia e o problema da questo prejudicial penal........................................p.534
7. Dos conflitos de competncia e de atribuies.........................................................p.536
CAPTULO 12
DOS ATOS E PRAZOS PROCESSUAIS
1. O sentido processual da expresso ato e os seus princpios
vetores................................................................................................................................p.542
2. O direito de consultar autos processuais
e a obrigatoriedade do uso do vernculo........................................................................p.543
3. Atos da parte.................................................................................................................p.544
4. Atos e prazos do juiz: nos despachos e decises.........................................................p.545
5. Atos do escrivo ou chefe de secretaria......................................................................p.548
6. Um prenncio da telematizao dos atos processuais...............................................p.549
7. Tempo e prazo dos atos processuais. O conceito de dias teis..................................p.552
8. Dos princpios que regem os prazos processuais.......................................................p.556
9. Da contagem e o problema da prorrogao dos prazos decadenciais..................p.560
10. Das espcies de prazos: de minutos, horas, dias, meses e anos...............................p.562
11. Do lugar dos atos processuais. Atos praticados dentro e fora da sede
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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do juzo: a questo da deferncia; do interesse da justia; e do obstculo
argido pela parte.............................................................................................................p.562
12. As cartas processuais e seus requisitos no CPC e nos juizados. A expedio das
cartas e a suspenso do processo.....................................................................................p.564
12.1. Dos requisitos e do procedimento para expedio de rogatrias: a Conveno
Interamericana do Panam e a Portaria n 26/90 do Ministrio das Relaes
Exteriores...........................................................................................................................p.567
12.2. Dos requisitos especficos para expedio e cumprimento de rogatrias nos
Estados Unidos da Amrica do Norte.............................................................................p.569
12.3. Outras peculiaridades para a expedio
e o cumprimento das rogatrias para o Paraguai e Sua............................................p.571
12.4. Dos requisitos, incidentes e procedimento para a admisso e cumprimento
das rogatrias no Brasil: a recusa do ru brasileiro jurisdio estrangeira............p.573
12.5. Anexo do captulo: 01 - portaria n 26, de 14 de agosto de 1990, que
regulamenta a expedio de rogatrias no Brasil; 02o- modelo simplificado
de rogatria sugerido pelo MRE e MJ............................................................................p.576
CAPTULO 13
DO PROCESSO E DO PROCEDIMENTO
1. Autonomia do direito processual civil e a sua distino com o procedimento........p.582
2. Dos princpios orientadores do processo civil............................................................p.584
3. Das espcies de procedimento......................................................................................p.590
3.1. Notcia histrica e classificao dos procedimentos...............................................p.591
3.2. Procedimento escrito e oral:
os princpios da oralidade, da imediao e da concentrao da causa........................p.593
4. Do procedimento sumrio............................................................................................p.595
4.1. A prtica dos atos processuais no procedimento sumrio.....................................p.599
4.2. Da audincia de conciliao; defesas; instruo e julgamento..............................p.602
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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4.3. Da interveno de terceiros e dos recursos cabveis...............................................p.605
5. Procedimento ordinrio e fases processuais...............................................................p.608
5.1. Da petio inicial........................................................................................................p.611
5.2. Do rgo judicirio a que se deve dirigir a petio inicial.....................................p.613
5.3. Da qualificao das partes........................................................................................p.613
5.4. O fato e os fundamentos jurdicos do pedido..........................................................p.614
5.5. O pedido com suas especificaes............................................................................p.615
5.6. O problema da atribuio do valor da causa..........................................................p.617
5.7. As provas....................................................................................................................p.618
5.8. O requerimento para a citao do ru.....................................................................p.618
5.9. Dos documentos.........................................................................................................p.619
5.10. Dos defeitos sanveis da petio inicial..................................................................p.621
5.11. Do indeferimento da petio inicial........................................................................p.622
6. Do equvoco do CPC ao mencionar um procedimento ordinrio de execuo.......p.623
7. Dos procedimentos cautelares.....................................................................................p.624
sujeitos da prova. Prova real e pessoal, casuais e pr-constitudas....................p.629
4. Dos princpios do direito probatrio
e a posio do STF sobre as CPIs procederem a interceptaes telefnicas...............p.630
5. Da avaliao das provas: sistema das provas legais;
sistema da livre convico; e o sistema do convencimento racional............................p.635
6. Procedimento e momento da prova:
prova de fora de terra e prova antecipada:ad perpetuam rei memoriam.................p.637
7. Prova emprestada.........................................................................................................p.641
8. Provas ilcitas. A superao da ilegitimidade probatria e a rejeio
da doutrina do interesse preponderante pelo Supremo Tribunal Federal..................p.642
8.1. O problema da interceptao telefnica e a adstrio de seu uso ao processo
penal: a regulamentao do inciso XII do artigo 5o da CF pela lei n 9296/96...........p.645
8.2. Uma anlise jusciberntica do conceito de dados, processamento,
informao e comunicao: a inconstitucionalidade do pargrafo nico
do artigo 1o da lei de interceptaes telefnicas.............................................................p.647
8.3. A prova emprestada do processo penal no cvel: pelo emprstimo
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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das gravaes interceptadas por via telefnica no juzo civil.......................................p.650
9. Do depoimento ou interrogatrio pessoal................................................................p.652
9.1. Os depoimentos pessoais e o problema da fixao dos pontos controvertidos
Inverso na ordem de tomada dos depoimentos e a lgica dialtica do processo.......p.654
9.2. O dever de colaborar com a justia:
a recusa da parte e a aplicao da pena de confisso....................................................p.656
10. Da confisso: judicial e extrajudicial, escrita, verbal, autntica e particular.
Confisso pura e qualificada e a questo da incidibilidade..........................................p.657
11. Da exibio de documento ou coisa: meio ou ao de prova? Da actio
ad exhibendum e da actio de edendo definio da natureza jurdica da
exibitria do CPC.............................................................................................................p.661
11.1. Da exibio cautelar preparatria (CPC artigos 844 e 45)..................................p.664
11.2. Requisitos e procedimento da exibio cautelar incidental contra uma das partes
da ao principal: (CPC artigos 355-363)......................................................................p.665
11.3. A exibio contra o terceiro....................................................................................p.668
11.4. Da exibio de livros comerciais.............................................................................p.669
12. Da prova documental.................................................................................................p.670
12.1. Documentos pblicos e particulares.......................................................................p.671
12. 2. O momento de produo da prova documental...................................................p.674
12.3. As cartas missivas e a constitucionalidade de seu uso no processo
ante os preceitos da lei n 9.610, de 19.2.98....................................................................p.676
12.4. O modo de constituio dos documentos e a validade das reprodues
fotogrficas. O contedo e forma documental e a distino entre documento e
instrumento.....................................................................................................................p.677
12.5. A valorao dos documentos pelo juiz:
cessao da f da prova documental...............................................................................p.679
12.6. Da argio incidenter tantum e principaliter de falsidade documental.
Natureza jurdica e recurso adequado............................................................................p.680
12. 7. Incidente de falsidade e o problema da argio de falsidade ideolgica.........p.682
12.8. Procedimento do incidente:
no cabimento no rito sumrio e sua adstrio prova pericial..................................p.685
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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12.9. O CPC e os documentos eletrnicos:
a juscibernetizao da prova documental......................................................................p.686
13. Da prova testemunhal................................................................................................p.689
14. Da prova pericial.........................................................................................................p.697
15. Da inspeo judicial....................................................................................................p.701
CAPTULO 15
DA SENTENA E DA COISA JULGADA
1. Conceito e requisitos da sentena. Julgamento pelo segundo grau sem
apreciao do mrito na primeira instncia................................................................p.702
2. Sentenas lquidas e ilquidas.
O problema das verbas indiretas aps o advento da lei n 10.358/01........................p.705
3.Sentenas extra, ultra e citra petita:
pela possibilidade de reforma e no de nulidade (lei n 10.352/01)...........................p.706
4. Sentenas condicionais e a hipoteca judiciria........................................................p.708
5. Da coisa julgada: limites, questes prejudiciais e decises interlocutrias..........p.709
6. Relativizando a imutabilidade da coisa julgada......................................................p.710
SEO III
CAPTULO 16
DOS PRINCPIOS:
EVOLUO HISTRICA E DELIMITAO CONCEITUAL
1. A principiologia: o fundamento de cientificidade jurdica.....................................p.713
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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2. Origem filosfica: delimitando o conceito e a histria dos princpios
Prima principia (dignitates), principium essendi, cognoscendi (comuns e
prprios, lgicos e ontolgicos) e fiendi. Princpios onivalentes,
plurivalentes, monovalentes e setoriais...........................................................................p.715
3. Notcia histrica dos princpios no Brasil: os princpios como fontes
jurdicas.............................................................................................................................p.721
4. Os princpios gerais do direito e as vertentes doutrinrias brasileiras
e no direito comparado.....................................................................................................p.724
4.1. A corrente positivista.................................................................................................p.729
4.2. A corrente filosfica...................................................................................................p.732
4. 3. A corrente jusnaturalista.........................................................................................p.733
4. 4. Crisafulli, Bobbio e os princpios gerais expressos e no expressos.....................p.735
5. Princpios gerais, axiologia e norma jurdica.............................................................p.737
6. Fundamentos sociolgicos dos princpios...................................................................p.739
7. Princpio e lei: material e formal;
enquanto norma e enquanto medida; geral e particular..............................................p.741
8. Princpios jurdico-normativos:
distinguindo normas, princpios (gerais e jurdicos) e regras......................................p.744
9. Das espcies de princpios jurdicos............................................................................p.756
10. Valorao principiolgica e o problema da hierarquia entre princpios...............p.758
11. O fundamento de validade dos princpios gerais do direito:
por um neojusnaturalismo retroalimentador-antientrpico........................................p.761
12. Uma proposta de taxonomizao principiolgica e a garantia dos princpios
do direito natural representados por uma jurisprudncia more geomtrico
demonstrata......................................................................................................................p.768
CAPTULO 17
OS PRINCPIOS JUSCIBERNTICOS
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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1.O carter instrumental do direito ciberntico
e sua demarcao principiolgica.................................................................................p.773
2. Explicando a nossa metodologia e taxonomia.........................................................p.775
3. Princpio da unicidade ciberntica...........................................................................p.776
4. Princpio da rejeio dicotmica entre: direito informtico, telemtico,
jurimetria, giuritecnica, direito artificial e outras nomenclaturas............................p.779
5. Princpio da necessidade interdisciplinar do direito ciberntico..........................p.780
6. Princpio da compatibilizao entre direito natural e direito artificial................p.781
7. Princpio da compatibilizao informtico-telemtica dos sistemas mundiais....p.783
8. Princpio da compatibilizao entre as lgicas dentica e altica.........................p.785
9. Princpio da transmudao lgico-computacional da linguagem jurdica:
por uma reescritura virtual do direito.........................................................................p.786
10. Princpio da proteo do consumidor na contratao telemtica.......................p.789
10. 1. A internet e o comrcio eletrnico.......................................................................p.790
10.2. A contratao eletrnica em face do novo cdigo civil:
segurana e criptografia assimtrica.............................................................................p.792
10.3. Confrontao dos dispositivos invocveis no velho e no novo cdigo...............p.794
10.3.1. A omisso da lei civil brasileira:
necessidade de recorrncia hermenutica integrativa?............................................p.795
10.3.2. Reserva mental divergente da declarao de vontade
emitida e a validao da contratao eletrnica..........................................................p.797
10.3.3. Oferta contratual eletrnica e o problema do spam........................................p.797
10.3.4. Contrato entre presentes ou entre ausentes?....................................................p.799
10.3.5. Formao do contrato eletrnico e a figura do iniciador................................p.800
10.3.6. Do lugar da celebrao do contrato virtual: o problema da empresa
virtual irreal. Um exemplo de ineficcia jurisdicional................................................p.802
11. Princpio da vedao do juiz artificial...................................................................p.805
12. Princpio da atividade correicional artificial:
controle panptico da atividade judicial e cartorria................................................p.806
13. Princpio do controle ciberntico do Poder Judicirio.........................................p.807
14. Princpio da necessidade de criminalizao de condutas virtuais danosas........p.808
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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15. Princpio da proteo privacidade.......................................................................p.809
16. Princpio da virtualidade do processo....................................................................p.812
CAPTULO 18
ANLISE DA EVOLUO HISTRICA DA TCNICA PROCESSUAL
1. A tcnica processual dos sumrios: processos em autos de argila.........................p.814
2. O processo grego........................................................................................................p.817
3. Do processo civil romano: o direito pr-clssico, clssico, ps-clssico e o fenmeno da vulgarizao do direito romano..........................................................p.820
4. Da era da prtica forense (judicialismo) era do procedimentalismo francs (o advento do processo civil moderno).........................................................................p.823
5. A formao do processo civil alemo: a influncia italiana e saxnica.................p.826
5.1. Do procedimentalismo francs ao cientificismo alemo......................................p.828
6. Natureza jurdica do processo:
contrato, quase-contrato, relao jurdica; situao jurdica e instituio..................p.831
7. Evoluo histrico-comparada do processo civil brasileiro em face do europeu........................................................................................................p.837
8. Da cincia processual ao advento do direito jurisdicional....................................p.843
8.1. quanto ao mtodo....................................................................................................p.844
8. 2. Quanto teoria.......................................................................................................p.845
8.3. O processo no mbito do sistema...........................................................................p.845
8.4. A jurisdio no ncleo sistemtico: o direito jurisdicional..................................p.846
8.4.1. Princpios do direito jurisdicional 01: da independncia do poder
judicirio.........................................................................................................................p.847
8.4.2. Princpios do direito jurisdicional 02: da garantia ao acesso efetivo
jurisdio........................................................................................................................p.848
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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CAPTULO 19
O PROCESSO TELEMTICO:
O FUNDAMENTO DE UMA NOVA TEORIA GERAL DO PROCESSO
1. Situando a instituio do processo no mbito da teoria geral
jusciberntica do direito processual.............................................................................p.852
2. Compenetrando o jurdico com o tecnolgico:
a compactao processual universalista como opo para a efetividade..................p.855
3. Do processo telemtico: origem histrica................................................................p.857
4. O processo telemtico extrajudicial.........................................................................p.859
5. O processo telemtico judicial: os princpios apontados por Glauco Riem
e Donato Antonio Limoni..............................................................................................p.861
6. O processo telemtico: anlise da experincia italiana..........................................p.864
6.1. O acesso telemtico e os rgos da jurisdio informatizada.............................p.864
6.2. Espcies de processos telemticos e a telematizao dos atos processuais........p.866
6.3. Da comunicao telemtica dos atos processuais................................................p.867
6.4. A digitalizao dos autos processuais e a reserva cartcea.................................p.869
6.5. A numerao dos autos informticos....................................................................p.869
6.6. Documentos em papel e o direito de consulta aos autos informticos...............p.870
6.7. A produo de prova e a prtica de atos processuais informticos
e telemticos...................................................................................................................p.870
6.8. Forma e intimao da sentena.............................................................................p.871
7. O projeto de telematizao do processo brasileiro. O (ante)projeto de lei da
AJUFE: problematizaes iniciais................................................................................p.872
8. O projeto de lei n 5828-2001:
aprovado na Cmara dos Deputados e enviado ao Senado Federal.........................p.876
8. 1. Das espcies de processos telematizados:
uma crtica excluso da jurisdio eleitoral e administrativa................................p.877
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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8. 2. A dispensa de apresentao dos documentos originais......................................p.880
8.3. Da comunicao dos atos processuais e dos prazos.............................................p.883
9. O processo virtual como gnero das espcies:
processo telemtico e processo ciberntico..................................................................p.887
10. Do processo ciberntico...........................................................................................p.889
11. Metodologia ciberntica wieneriana aplicada ao processo: predio,
retroalimentao (feedback) e entropias (materiais e processuais)..........................p.889
12. Pela processualizao da metodologia: o juiz e sua funo retroalimentadora.
Uma anlise do racionalismo de Knapp e de Luo.....................................................p.891
13. Kelsen: dinmica processual e raciocnio jusciberntico.....................................p.896
14. Nelson Saldanha: metodologia, relativizao da verdade e ideologia.
Processualizao e a superao da ordem (da norma) e da
lgica pela hermenutica...............................................................................................p.897
CAPTULO 20
OS PRINCPIOS ESTRUTURANTES DA TEORIA GERAL
JUSCIBERNTICA DO PROCESSO
1. Princpio da telematizao dos atos processuais: identidade fsico-virtual do
juiz, a escatologia das cartas processuais e a questo da aderncia da
jurisdio ao territrio..................................................................................................p.901
2. Princpio da internacionalizao da jurisdio:
necessidade de alterao do artigo 88 do CPC?..........................................................p.905
3. Princpio da eletronicidade documental..................................................................p.910
4. O princpio da persona ficta: capacidade computacional; o problema
da capacidade de ser parte e de estar em juzo; a responsabilidade civil.................p.914
5. O princpio da computacionalizao da prova.....................................................p.917
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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CONCLUSO................................................................................................................p.922
1. A proposta de uma nova teoria geral do processo e do direito
processual civil...............................................................................................................p.924
2. Por uma TGP simetricamente generalizada e informaticamente formalizada:
uma nova e estruturante lgica para um novo e telemtico processo......................p.926
3. Uma nova teoria para um novo processo................................................................p.929
4. A sistemtica processual civil de 1973 e o processo civil de 2003.........................p.930
5. Em relao ao......................................................................................................p.933
6. Quanto interveno de terceiros...........................................................................p.934
7. Quanto jurisdio e coisa julgada inconstitucional..........................................p.935
BIBLIOGRAFIA:
LIVROS..........................................................................................................................p.939
ARTIGOS DE REVISTAS E PERIDICOS.............................................................p.953
ARTIGOS DE INTERNET...........................................................................................p.955
TESES DE DOUTORADO, DISSERTAES DE MESTRADO
E MONOGRAFIAS ACADMICAS..........................................................................p.956
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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ABREVIATURAS
Ac. Acrdo ADI Ao Direta de Inconstitucionalidade ADR (Alternative Dispute Resolution) AgRg Agravo Regimental AJUFE Associao dos Juzes Federais ASCC - Automatic Sequence Controlled Calculator (Calculadora Automtica de Seqncia
Controlada) CC cdigo civil CE Comunidade Europia CF Constituio Federal Cf. - Confira-se CPCB - Cdigo de Processo Civil do Brasil CPC - Cdigo de Processo Civil do Brasil CPCI Cdigo de Processo Civil da Itlia CPCP - Cdigo de Processo Civil de Portugal CPDC - Cdigo de Proteo e Defesa do Consumidor CPI Comisso Parlamentar de Inqurito CPIs Comisses Parlamentares de Inqurito CPJI - Corte Permanente de Justia Internacional DJU Dirio da Justia da Unio DNS - Domain Name System D.P.R. Decreto do Presidente da Repblica DOU Dirio Oficial da Unio ENIAC - (Eletronic Numerical Integrator and Calculator) ESMAPE Escola Superior da Magistratura de Pernambuco FAPESP Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo IBM - International Business Machines Corporation Inc. - Inciso ICP Infra-Estrutura de Chaves Pblicas do Brasil KIPS - (Knowledge Information Processing Systems), LICC - Lei de Introduo ao Cdigo Civil LOMAN Lei Orgnica da Magistratura Nacional LRP Lei de Registros Pblicos MJ Ministrio da Justia MP - Ministrio Pblico MRE Ministrio das Relaes Exteriores N.E.P - Ofcio nico do Judicirio OIT Organizao Internacional do Trabalho Op. cit. obra citada PE Pernambuco PL Projeto de Lei PLANIN - Plano nacional de informtica PLC Projeto de lei da Cmara dos Deputados
Uma nova teoria geral do processo como decorrncia do carter cientfico-instrumental do direito ciberntico. __________________________________________________________________
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Introduo.
Esta tese objetiva a demonstrao da necessidade de uma reengenharia da
concepo do fenmeno processual, em razo do advento do processo telemtico. Visa
expor a possibilidade de se engendrar uma nova teoria geral do processo e do direito
processual civil. Pretendemos demonstrar que a relao processual - como at ento
concebida numa ambincia secularizada - est a exigir urgentes alteraes para adaptar-se
nova realidade da virtualizao: a telematizao do processo. Para tanto, subdividimos o
estudo em trs sees. Primeiramente, trataremos da determinao conceitual do objeto de
abordagem nuclear da tese, posto que tal mister foi considerado como uma etapa
propedutica imprescindvel a uma nova proposio terica, pois, corroborando Kelsen: ...
uma teoria do direito deve, antes de tudo, determinar conceitualmente seu objeto.1
Pois bem, no primeiro captulo da primeira seo (Lgica, linguagem e
processo) abordaremos a realidade decorrente do advento da informtica, na qual a lgica
deixou de ser concebida como mero exerccio mental-analtico para se manifestar na
existncia emprica do cotidiano como algo efetivamente concreto. Em seguida, no
segundo captulo (Informtica, telemtica e ciberntica. Direito: informtico, telemtico e
ciberntico), analisaremos a tecnologia e seus principais conceitos, iniciando-se com a
informtica, depois com a telemtica e, enfim, com a ciberntica, relacionando estes
saberes com os respectivos aspectos jurdicos: o direito teleinformtico-ciberntico. No
terceiro captulo (Direito e relao processual) partiremos da concepo de que a
efetivao do Direito, enquanto sistema de normas, no prescinde do uso da fora
juridicamente controlada, rejeitando-se, porm, a idia de Direito como sistema autnomo
do sistema social. Com base em Lourival Vilanova, ressaltaremos que o Direito
relacional e o na exata medida em que consiste num fato social, cujo objeto so as
condutas humanas juridicamente relevantes, ainda que decorrentes de fato-relao derivado 1 KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Traduo por Joo Baptista Machado. Original em alemo: Reine
Rechtslehre. 3. ed. So Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 159.
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da natureza.2 O suporte ftico da norma, portanto, ser, via de regra, a conduta humana
assim considerada.
Neste contexto exsurge que a relao jurdica processual efectual porque o
exerccio do direito de ao depende de uma leso ou ameaa a direito. Ainda na primeira
seo demonstraremos que, mesmo sob o enfoque positivista, o fundamento do direito estatal
o direito natural, como o admite Vilanova: ... o direito natural o fundamento ltimo,
transcendental do direito positivo: o seu fundamento de validez,3 ainda que
hodiernamente encontre-se (o direito natural) trivializado, no sentido de Trcio Sampaio
Ferraz Jnior,4 aquela assertiva no perde o sentido, pois se certo que as regras de direito
natural encontram-se positivadas, no certo, todavia, que o seu fundamento de validez
resida, unicamente, nesta positivao. O nosso enfoque neojusnatural de ndole
retroalimentadora e antientrpica, isto , defendemos a tese de incidncia refratria e de
retroalimentao sistemtica neojusnatural, no sentido de que as regras jusnaturais, como o
direito vida, liberdade e religio, por exemplo, permanecem em contato com a realidade
juspositivista, mas sem se confundir com ela.
Em nossa viso neojusnaturalista os princpios de direito natural princpios
jurdicos, no os gerais do direito - tm escopo adstrito funo retroalimentadora de reserva
termosttica. Atuaro para corrigir alteraes entrpico-sistemticas, pois como muito bem
lecionou Cabral de Moncada: a lei reina, mas quem governa so os juzes, a
jurisprudncia.5 Afora isso, defendemos a obedincia s regras estatudas pelo parlamento
estatal, no sentido de Nelson Saldanha, para admitir que direito ordem, mas , tambm, e
muito mais, hermenutica. Admitimos, ainda, com Dworkin e Alexy que as normas jurdicas
constituem-se num gnero ao qual pertencem como espcies as regras e os princpios, sendo
estes superiores hierarquicamente quelas.
Antes de qualquer engendro sobre o tema central da presente tese pareceu-nos
metodologicamente adequado preparar o campo jurdico sobre o qual incidir a proposta 2 VILANOVA, Lourival. Causalidade e relao no direito. 2. ed. So Paulo: Saraiva, p. 66. 3 Ibidem. p. 132. 4 FERRAZ JNIOR, Trcio Sampaio. Introduo ao estudo do direito Tcnica, deciso, dominao. So
Paulo: Atlas, 1990, p. 160-161. 5 MONCADA, Cabral de. Filosofia do direito e do estado. Lisboa: Coimbra Editora, 1995, p. 79-80.
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final. Mediando a delimitao conceitual prvia e a etapa conclusiva situa-se o objeto de
atuao da jurisdio: a relao jurdica processual, objeto da segunda seo. Aqui, ser a
exposta a estrutura dogmtica da relao processual civil de conhecimento, tomada como
objeto de referncia, como espcie de elo entre a primeira e a terceira sees, mas, advirta-
se, sempre com finalidade panormica e no exauriente.
Na terceira seo, demonstrarmos como a aplicao da tecnologia ciberntica
repercute no presente e como repercutir no futuro na seara processual, exigindo uma teoria
processual jusciberntica como soluo a proporcionar a adaptao do direito e do processo
revoluo tecnolgica com prevalente carter instrumental. Veremos que o centro das
atenes da doutrina europia atual deslocou-se do conceito de ao e do processo para o
de jurisdio, numa perspectiva publicista e socializante em detrimento do prisma
individualista atrelado revoluo liberal e proporcionado pelo excessivo apego teoria da
ao e s formas processuais.
Objetivamos, enfim, estabelecer a proposio de uma principiologia especfica
para o direito ciberntico, capaz de lhe outorgar o carter de cincia jurdica autnoma; a
demonstrao do seu ntido carter instrumental; a idealizao de uma nova teoria geral
do processo e do direito processual civil. Pela nossa taxonomia, o fenmeno da
virtualizao do processo constitui-se num super-princpio situado no mbito do direito
ciberntico, mas que, por si s, estrutura o mecanismo de engendro de uma nova e
tecnolgica jurisdio.
Sobre a instrumentalidade do direito ciberntico deve-se adscrever acerca de sua
semelhana, quanto ao aspecto da teleologia, com o direito processual. Se o fim deste ltimo a
efetivao de direitos e garantias atravs de uma jurisdio instrumentalizante, o daquele
revelar-se- sempre na instrumentalizao de uma gama inestimvel de direitos, e de direitos
no apenas processuais. Interessante que o carter instrumental do direito ciberntico revela-se
tanto em relao ao direito dito material, exemplo da contratao eletrnica, quanto em face
do prprio direito processual, exemplo da virtualizao do processo. Como se observa, se o
processo instrumento da jurisdio, o direito ciberntico instrumento do instrumento (o
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processo), pois que a aplicao da tecnologia experincia jurdica constitui-se hoje em
fenmeno indispensvel e irreversvel na vida forense mundial.
Pois bem, demonstrada a autonomia do direito ciberntico, ser possvel
verticalizar a discusso doutoral para se demonstrar que uma nova teoria geral do processo
est a surgir exigindo tratamento taxonmico-doutrinrio apropriado. Na medida em que o
processo revela-se como instrumento virtualizado a servio da jurisdio, ultrapassando o
superado modelo de documentao processual incorporado atravs da celulose,
conseqentemente uma nova ambincia jurdica h de ser reconhecida. Feito isto, no mais
haver bice para a propositura de uma nova teoria do processo, com a redefinio de
vrios institutos tradicionais. Essa teoria, por sua vez, pode ser intitulada de geral, posto
que o fenmeno da telematizao processual irradiar efeitos jurdicos no mbito de todas
as espcies processuais.
Quanto s normas tcnicas, adotamos as regras determinadas pela Associao
Brasileira de Normas Tcnicas contidas na NBR 6023 de agosto 1989. Alm disso,
tomamos tambm como parmetro a doutrina de Umberto Eco e Deisy Ventura, tentando
evitar defeitos pertinentes autenticidade das referncias bibliogrficas e s citaes a
obras dos autores consultados. Com efeito, procurando atalhar transcries desnecessrias,
mas, ao mesmo tempo, visando preservao tica e autoral, a fim de conferir
autenticidade ao trabalho. As citaes encontram-se, em sua maioria, em notas de rodap, o
que representa uma tentativa de preservar idias alheias que corroborem o pensamento aqui
desenvolvido.6 Mas certo que a preocupao excessiva quanto ao mtodo consiste num
descaminho da teoria, pois este no pode sobrepor-se ao contedo, como ensina Nelson
Saldanha: ... pareceu-nos vlido chamar a ateno para um certo descaminho da teoria,
descaminho vinculado a um exagero: o exagerado apego aos problemas do mtodo, que
tendem a se substituir aos problemas de contedo.7
6 Esta orientao encontrada em VENTURA, Deisy. Monografia jurdica: uma viso prtica. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2000, p. 97. 7 SALDANHA, Nelson. Da teologia metodologia: secularizao e crise no pensamento jurdico. Belo
Horizonte: Del Rey, 1993, p. 11.
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Esclarecemos, finalmente, que muitas vezes se verificaro referncias a artigos legais sem a
explicitao do respectivo texto de lei a que pertence, nesses casos deve-se entender como
sendo, sempre, uma meno ao cdigo de processo civil do Brasil. Foi com este propsito que a
tese: Principiologia jusciberntica. Processo telemtico. Uma nova teoria geral do processo e
do direito processual civil foi concebida.
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CAPTULO 01
LGICA, LINGUAGEM E PROCESSO.
1. Partindo do pensamento de Lourival Vilanova: generalizao para
uma teoria geral do direito; e formalizao para uma lgica jurdica.
O professor Lourival Vilanova logrou o ttulo de Livre Docente da disciplina
de Introduo ao Estudo do Direito da Faculdade de Direito do Recife no ano de 1947,
quando defendeu a tese: Sobre o conceito do Direito, (Recife: Imprensa Oficial), na qual
se constata a presena das idias de Stammler e uma inclinao para a fenomenologia. Em
1953 apresentou tese intitulada: O problema do objeto da teoria do Estado, (Recife:
Imprensa Oficial), que lhe rendeu o ttulo de Professor Catedrtico e na qual se verteu para
o formalismo, mas ainda convivendo com temticas no estritamente jurdico-formais, o
que talvez se explique em razo do exerccio da ctedra de Sociologia no Curso de Cincias
Econmicas da UFPE at aproximadamente o ano de 1956, quando, enfim, assumiu a
titularidade da cadeira de Teoria Geral do Estado na Faculdade de Direito.8 Mesmo assim o
interesse pela fenomenologia no diminuiu, tanto que em 1966 publicou: Notas para um
ensaio sobre a cultura (Recife: Imprensa Universitria UFPE) e em 1969 publicou:
8 Neste sentido veja-se SALDANHA, Nelson. In Memoriam: Lourival Vilanova. Revista Brasileira de
Filosofia, So Paulo, v. 52, p. 5, maro. 2002.
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Teoria das formas sintticas anotaes margem da teoria de Husserl (Recife:
Imprensa Universitria UFPE).
Iniciou o seu ministrio de lgico por volta de 1970, quando j lecionava esta
disciplina na Faculdade de Filosofia da UFPE. Inicialmente partiu das idias de Kelsen e de
Kant para depois se relacionar com as obras de Klug, Schreiber, Weinberg, dentre outros.
Sua ligao com a fenomenologia, como explica Nelson Saldanha, foi, de certa forma,
definitiva, pois foi nessa corrente do pensamento que encontrou a preocupao objetivista
que tanto o impressionou e tambm o pensar analtico j verificado em Kant. Em certa
medida a influncia da fenomenologia explica sua filiao ao kelsenismo, constatado de
forma veemente a partir da dcada de sessenta. O interesse e o estudo das idias de Kelsen
rendeu-lhe o reconhecimento de especialista mor no Brasil na obra do mestre de Viena.9 A
partir de 1973 Vilanova exerceu a coordenao da Ps-graduao em Direito da UFPE,
atividade que se estendeu at 1985. Do conjunto de sua obra dois trabalhos eram sempre
destacados pelo saudoso professor: As estruturas lgicas e o sistema de direito positivo,
publicado em So Paulo em 1977 e Causalidade e relao no direito, publicado no
Recife em 1982, tendo ambos sido republicados posteriormente.10 Mas no se pode deixar
de fora o seu Lgica jurdica editado em 1976, tanto pela dimenso da obra em si quanto
pela pertinncia temtica com aquelas outras duas.
Para alm de Nelson Saldanha a importncia da obra deste professor ainda
testemunhada por outros tambm renomados juristas, exemplificativamente, atesta Paulo de
Barros Carvalho: No tenho a menor dvida de que, diante dos modernos vultos da
9 A respeito diz Nelson Saldanha: Vilanova tornou-se um dos maiores conhecedores (seno o maior) no
Brasil, da obra do pensador da Reine Rechtslehre, embora no parea ter tido interesse maior na variada teorizao de Kelsen sobre forma de governo e sobre a justia. Ibidem., p. 6.
10 Sobre a importncia destas duas obras Nelson