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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROF. ANTÔNIO GARCIA FILHO DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA DE LAGARTO TYLLA DA SILVA SANTOS BENEFÍCIOS E RISCOS DO CONSUMO DE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS: REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Lagarto, Sergipe 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROF. ANTÔNIO GARCIA FILHO

DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA DE LAGARTO

TYLLA DA SILVA SANTOS

BENEFÍCIOS E RISCOS DO CONSUMO DE ALIMENTOS

TRANSGÊNICOS: REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Lagarto, Sergipe

2017

TYLLA DA SILVA SANTOS

BENEFÍCIOS E RISCOS DO CONSUMO DE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS:

REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA

Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao

Departamento de Farmácia da Universidade

Federal de Sergipe Campus de Lagarto, como

requisito parcial para obtenção do diploma de

bacharel em Farmácia.

Orientadora: Prof.ª Drª. Luciana Pereira Lobato

Lagarto, Sergipe

2017

TYLLA DA SILVA SANTOS

BENEFÍCIOS E RISCOS DO CONSUMO DE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS:

REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA

Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Departamento de Farmácia da Universidade Federal de Sergipe Campus de Lagarto, como requisito parcial para obtenção do diploma de bacharel em Farmácia.

Orientadora: Prof.ª Drª. Luciana Pereira Lobato

Aprovado em 25 de maio de 2017.

________________________________________________

Prof. Dr. Rafael Ciro marques Cavalcante Departamento de Farmácia/UFS Lagarto

________________________________________________

Profª. Drª. Luciana Nalone Andrade Departamento de Farmácia/UFS Lagarto

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a

Deus e todas as pessoas que

contribuíram para que eu chegasse

até aqui meus pais, avós, irmãs,

esposo, orientadora e meu grande

amor Gabriel.

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente a Deus por ter me concedido a vida, e ter me

feito uma vencedora e ter colocado anjos para cuidar de mim.

Sou extremamente grata e sortuda por ter mães que me amam e são os

melhores exemplos de mulheres guerreiras, honestas, humildes e que fazem tudo

pra me ver feliz, obrigada Lindinalva e Josefina, Deus sendo muito generoso comigo

me presenteou com dois pais que tenho certeza que estariam muito orgulhosos de

sua filha agora, obrigada meu pai Gilson e meu avô Luiz Gerônimo, vocês foram os

maiores incentivadores em meus estudos.

Agradeço também as minhas amadas irmãs e amigas que amo muito Tryelle

e Grasyelly que sempre cuidaram, ajudaram e me deram força para alcançar meus

objetivos, esse sonho realizado é nosso. Não poderei deixar de ser grata aos meus

sobrinhos que amo muito Nycollas e Natállia.

Agradeço ao meu esposo Gledston por seu companheirismo por me apoiar

em todos os momentos, sempre demonstrando muito carinho, paciência e claro o

fundamental com muito amor e me incentivando a nunca desistir, você é meu melhor

amigo.

Agradeço a minha sogra Edilma pelo apoio, ajuda e torcida, você é especial

para mim.

Gostaria de agradecer a Deus por ter me concedido o dom de ser Mãe e ter

me dado meu melhor presente, meu filho Gabriel que veio em um momento difícil da

minha vida para renovar minhas forças, iluminar minha vida e fazer lutar cada vez

mais para alcançar essa vitória. Te amo filho.

Além de agradecer quero também dedicar mais uma vez esse trabalho a

minha orientadora Luciana Lobato, esse trabalho é nosso, você é a profissional em

quem quero sempre me espelhar. Minha admiração, gratidão e amor só têm a

crescer, pois você se fez presente nos momentos mais importante de minha vida,

sem você seria muito difícil chegar até aqui, obrigada por ser como uma Mãe para

mim.

Quero agradecer a minha amigas de graduação que levarei eternamente em

meu coração mesmo distante vocês são especiais, a jornada ao longo desses anos

seria muito pesada e difícil sem vocês, Adriele, Edileide, Raimunda, Renata, Noelia

e minha eterna amiga Vanessa, obrigada. Também agradeço todos os colegas que

conquistei na graduação.

Quero deixar também meus agradecimentos a todos meus professores, que

sempre lutaram para nos tornar profissionais de qualidade, vocês são grandes

mestres.

Obrigada a todos que foram fundamentais e contribuíram para alcançar essa

vitória apoiando e torcendo por mim.

Ainda que eu falasse as línguas dos homens e

dos anjos, e não tivesse amor, seria como o

metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e

conhecesse todos os mistérios e toda a ciência,

e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que

transportasse os montes, e não tivesse

amor, nada seria.

(1 Coríntios 13:1,2)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 12

2.1 ALIMENTOS TRANSGÊNICOS .................................................................................... 12

2.1.1 AGROBACTERIUM TUMEFACIENS ........................................................................ 13

2.1.2 BOMBARDEAMENTO DE MICROPARTÍCULAS ......................................................... 13

2.1.3 ELETROPORAÇÃO DE PROTOBLASTO .................................................................... 14

2.1.4 BENEFÍCIOS E RISCOS ........................................................................................ 15

2.1.5 ROTULAGEM ................................................................................................... 16

2.2 BIOSSEGURANÇA DOS ALIMENTOS GENETICAMENTE MODIFICADOS ................................ 17

3. OBJETIVOS ................................................................................................................ 20

3.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................... 20

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................................... 20

4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 21

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................................ 22

6 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 29

7 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 30

RESUMO

BENEFÍCIOS E RISCOS DO CONSUMO DE ALIMENTOS TRANSGÊNICOS:

REVISÃO CRÍTICA DA LITERATURA

Tylla da Silva Santos, Lagarto, 2017

Os alimentos transgênicos são organismos cujo material genético foi alterado,

através de engenharia genética, com o objetivo de introduzir ou eliminar

características. E é por meio dos avanços da biotecnologia que a produção de

alimentos geneticamente modificados gerou um crescimento na produtividade

agrícola, proporcionando um aumento quantitativo e qualitativo de alimentos

transgênicos. Os benefícios destes organismos geneticamente modificados já

estão bem estabelecidos, como produção de plantas resistentes a pesticidas e

a variações climáticas, ataques de insetos e pragas, plantas que necessitem de

menor quantidade de agrotóxicos, alimentos com melhor teor nutricional.

Porém, ainda existe uma vasta discussão nos meios científico, comercial e

político mundial sobre seus riscos, ainda não suficientemente esclarecido. A

liberação de transgênicos tem gerado uma grande incerteza relacionada a

esses alimentos diante da segurança alimentar. A partir da preocupação com

os riscos destes produtos, a rotulagem dos transgênicos se justifica e adquire

suma importância como um meio capaz de prestar informações verídicas

acerca do que está sendo consumido. O objetivo deste trabalho foi elaborar

uma revisão crítica da literatura quanto aos riscos e benefícios do consumo de

alimentos transgênicos. A metodologia utilizada foi por meio da revisão crítica

da literatura em diferentes bases de dados de artigos científicos. Foram

selecionados 16 estudos que englobam os riscos e benefícios para saúde

humana do consumo de alimentos transgênicos. No entanto, há mais estudos

que mostram os benefícios do que os riscos. A partir dos resultados obtidos,

pode-se concluir que ainda existe uma grande necessidade de estudos para

conhecer e esclarecer sobre os reais efeitos do consumo de alimentos

transgênicos, garantindo assim a segurança do consumidor.

Palavras-chave: biotecnologia, alimentos geneticamente modificados,

engenharia genética.

ABSTRACT

BENEFITS AND RISKS OF TRANSGENIC FOOD CONSUMPTION: A

CRITICAL REVIEW OF LITERATURE

Tylla da Silva Santos, Lagarto, 2017

Transgenic foods are organisms whose genetic material has been altered

through genetic engineering in order to introduce or eliminate characteristics.

And it is through the advances of biotechnology that the production of

genetically modified food has led to a growth in agricultural productivity,

providing a quantitative and qualitative increase of transgenic foods. The

benefits of these genetically modified organisms are already well established,

such as the production of pesticide resistant plants and climatic variations,

insect and pest attacks, plants that require less pesticides, foods with better

nutritional content. However, there is still a wide discussion in the scientific,

commercial and political world about its risks, not yet sufficiently clarified. The

release of GMOs has generated great uncertainty related to these foods in the

face of food safety. From the concern with the risks of these products, the

labeling of transgenics is justified and acquires importance as a medium

capable of providing true information about what is being consumed. The

objective of this work was to elaborate a critical review of the literature on the

risks and benefits of the consumption of transgenic foods. The methodology

used was through the critical review of the literature in different databases of

scientific articles. Sixteen studies were selected that cover the risks and

benefits to human health of the consumption of transgenic foods. However,

there are more studies that show the benefits than risks. From the results

obtained, it can be concluded that there is still a great need for studies to know

and clarify the real effects of the consumption of transgenic foods, thus ensuring

the safety of the consumer.

Keywords: biotechnology, genetically modified food, genetic engineering.

11

1 INTRODUÇÃO

A biotecnologia é uma das ferramentas tecnológicas mais importantes

da atualidade. Suas aplicações têm contribuído para a estruturação de novos

sistemas econômicos e sociais, especialmente a partir da manipulação das

menores estruturas que compõem os seres vivos (MAPA, 2010). Com os

avanços da ciência e da tecnologia obtêm-se com sucesso bons resultados

através da biologia molecular em diferentes ramos industriais, como por

exemplo, agrícolas, alimentares, farmacêuticos, entre outros. No campo

agroindustrial, os Organismos Geneticamente Modificados (OGM) são

considerados um avanço importante para a melhoria e para o aumento do

processo produtivo (RIBEIRO et al., 2012).

Atualmente a engenharia genética ou a técnica do DNA recombinante ou

a transgenia permite introduzir características desejáveis em plantas (tolerância

ou resistência a secas ou a doenças, maior duração de prateleira, maior

eficiência, produção e produtividade) e animais, agregar benefícios aos mais

diversos alimentos (enriquecimento ou fortificação, maior valor nutricional),

realizar diagnósticos mais rápidos e precisos, produzir vacinas, medicamentos

ou drogas humanas e animais, inseticidas e produtos de uso agrícola, entre

outros produtos úteis à agropecuária e ao homem, por meio de bactérias,

leveduras e outros microrganismos geneticamente modificados (MAPA, 2010).

Os transgênicos são organismos que sofreram uma mudança em seu

genoma, por introdução de um gene de espécies diferente. A produção de

transgênicos gerou um crescimento na produtividade agrícola, proporcionando

um aumento quantitativo e qualitativo de alimentos geneticamente modificados.

Existe um grande debate que envolve diferentes óticas, como cientistas,

agricultores, ambientalistas e representantes do governo, relacionado ao nível

de incerteza atribuído a esses alimentos diante da segurança alimentar

(MARINHO 2003).

Diante deste cenário, este trabalho tem como objetivo realizar uma

revisão crítica da literatura para obtenção de um maior conhecimento acerca

12

dos benefícios e riscos dos alimentos transgênicos, que por sua vez, trata-se

de um tema polêmico devido a sua alteração genética.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

Transgênicos são organismos em que o genoma foi modificado com o

objetivo de introduzir ou agregar novas características, por meio de uma

inserção ou eliminação de um ou mais genes através de técnicas da

engenharia genética (MARINHO 2003).

De acordo com Alves (2004), utilizam-se os termos OGMs e

transgênicos como sinônimos, sendo que existe uma diferença entre ambos.

Os OGMs foram modificados através da introdução de um ou mais genes

provenientes de um ser vivo da mesma espécie do organismo alvo. Já os

transgênicos são um tipo de OGMs e sendo assim, ao utilizar a expressão

‘transgênicos’, em que ela refere-se à transferência de material genético de

uma espécie para outra (ZANINI, 2012).

De acordo com Caldeira (2002), a indústria da biotecnologia tem

procurado apresentar os alimentos transgênicos como produtos tão seguros

quanto os alimentos convencionais. No entanto, parecem existir riscos

relacionados com os alimentos manipulados pela engenharia genética, que não

devem ser deixados passar despercebidos. Por um lado, revela-se possível a

ocorrência de alterações metabólicas indesejáveis nos alimentos transgênicos

com consequências imprevisíveis para a saúde.

Para a produção de plantas transgênicas é importante que se tenha

disponível um sistema de cultura de tecidos que possibilite a regeneração de

plantas e de um sistema de transformação genética que permita a adição de

genes com eficiência. A transferência de genes na transformação genética

pode ser por técnicas de forma direta ou indireta. A transferência indireta é

aquela que utiliza um vetor para intermediar a transformação, como

13

Agrobacterium tumefaciens ou Agrobacterium rhizogenes. A transferência

direta é baseada em métodos físicos ou químicos, em que se destacam a

eletroporação e a aceleração de partículas (biobalística) (Figura 1) (PEREIRA,

2004).

2.1.1 AGROBACTERIUM TUMEFACIENS

A Agrobacterium tumefaciens é uma bactéria do solo, que invade as

plantas no local de uma ferida, transformando as células da planta próximas da

ferida e induzindo-as a formar um tumor chamado de galha. Quando a bactéria

entra em contato uma célula da planta, um segmento do plasmídeo, chamado

de DNA-T para a transferência de DNA, é carreado do plasmídeo Ti, para o

núcleo da célula da planta e integrado numa posição aleatória num dos

cromossomos da planta durante a transformação. Este tipo de transferência

gênica representa um processo conhecido como engenharia genética natural

(LEHNINGER et al., 2011).

Figura 1. Esquema de transformações de plantas via Agrobacterium e via biobalístico. Fonte:

http://transgeniaemvegetais.blogspot.com.br/2010/08/tecnicas-de-transformacao-de-dna.html.

2.1.2 BOMBARDEAMENTO DE MICROPARTÍCULAS

O bombardeamento de micropartículas, também conhecido como biobalística,

utiliza microprojéteis de ouro ou tungstênio acelerados a altas velocidades

14

(superiores a 1.500 km/h) para carrear e introduzir ácidos nucléicos e outras

moléculas em células e tecidos in vitro. As micropartículas aceleradas

penetram na parede e membrana celular de maneira não letal, localizando-se

aleatoriamente nas organelas celulares. Em seguida, o DNA é dissociado das

micropartículas pela ação do meio intracelular, ocorrendo o processo de

integração do gene exógeno no genoma do organismo a ser modificado

(ARAGÃO et al., 1998; LACORTE et al., 1999).

2.1.3 ELETROPORAÇÃO DE PROTOBLASTO

Eletroporação de protoplasto é um método utilizado para introduzir

macromoléculas em células vegetais (Figura 2). Protoplastos são células

desprovidas de paredes celulares e, teoricamente, podem ser isolados de

qualquer tecido vegetal. Em condições bem estabelecidas de cultura de

tecidos, os protoplastos reconstituem suas paredes, dividem-se, formam

colônias, calos e regeneram plantas, por embriogênese ou organogênese

(MEHRLE et al., 1985).

Figura 2. Transformações de plantas via eletroporação Fonte:

https://www.researchgate.net/publication/234059664_Plantas_Transgenicas

15

A transformação por meio da eletroporação consiste em submeter, uma

mistura de DNA e protoplastos ou tecidos vegetais, a um campo elétrico de

intensidade controlada, durante um curto período de tempo. O choque elétrico

vai provocar a abertura parcial de poros na membrana plasmática, facilitando a

entrada dos ácidos nucléicos exógenos para o interior da célula vegetal. A

utilização de tecidos intactos para a eletroporação envolve etapas de pré-

tratamento dos tecidos com celulases e/ou pectinases ocasionando digestão

parcial da parede celular vegetal, uma barreira física para a entrada do DNA

exógeno na célula vegetal (BRASILEIRO; DUSI, 1999).

2.1.4 BENEFÍCIOS E RISCOS

Sabe-se que há um grande debate nos meios científico, comercial e

político mundial sobre tema, já que seus benefícios são muitos, porém ainda há

uma insuficiência de informações sobre os riscos, o que cria uma incerteza

sobre a segurança do consumo dos alimentos transgênicos (CAMARA et al.,

2009; RIBEIRO; MARIN, 2012).

Entretanto, podem surgir riscos e prejuízos a partir da produção e do

consumo de alimentos transgênicos como contaminação da biodiversidade,

efeitos negativos à saúde do consumidor, aparecimento de reações alérgicas,

efeitos tóxicos, diminuição da eficácia de antibióticos entre outros efeitos que

ainda precisam ser esclarecidos pela ciência. Importante destacar que a

segurança alimentar mediante ao consumo destes alimentos só se alcançará

quando não representarem evidências científicas da ausência de efeitos

negativos à saúde (BAGGIO; EFING, 2009; VERZOLA, 2011; COSTA et al.,

2011).

Com relação aos benefícios, o uso de transgênicos pode gerar: plantas

resistentes a pesticidas/ herbicidas; plantas mais resistente a variações

climáticas e ataques de insetos e pragas (trazendo menores perdas na

produção, maior lucro, competitividade de mercado, maior durabilidade e

qualidade do produto); plantas que necessitem de menor quantidade de

16

agrotóxicos; alimentos com melhor teor nutricional – por exemplo, um maior

teor de fibras (CAMARA et al., 2009; CARVALHO; HENRIQUES, 2012).

Dentre as vantagens preconizadas para o plantio de transgênicos,

podemos citar: melhor colheita devido ao melhor combate a pragas e melhor

proteção do meio ambiente devido ao uso de pesticidas compatíveis ou mesmo

redução no uso dos mesmos (EMBRAPA, 2016).

Assim, pode-se afirmar que alimentos derivados de plantas transgênicas

são equivalentes ou mesmo superiores aos alimentos convencionais, no que se

refere a questões de saúde (ALMEIDA; LAMOUNIER, 2005).

Há, ainda, o receio da diminuição ou perda da biodiversidade, pois as

plantas que não são modificadas geneticamente podem ser eliminadas através

do processo de seleção natural, sendo que as transgênicas apresentam maior

resistência às pragas e pesticidas (PIMENTEL, 2001).

2.1.5 ROTULAGEM

A legislação brasileira define rótulo como toda inscrição, legenda ou

imagem, toda matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada,

gravada, gravada em relevo ou litografada ou colada sobre a embalagem do

alimento (BRASIL, 2007).

De acordo com Mantoanelli et al. (2007) e Coutinho et al. (2007), a

rotulagem dos alimentos, ao orientar o consumidor sobre a qualidade e a

quantidade dos constituintes nutricionais dos produtos, pode promover

escolhas alimentares apropriadas, sendo indispensável, no entanto, a

fidedignidade das informações.

Diante da preocupação com os riscos dos produtos, a rotulagem dos

OGMs se justifica e adquire suma importância como um meio capaz de prestar

informações verídicas acerca do que está sendo consumido. Através do rótulo,

como inscrição, legenda, imagem, ou outra matéria descritiva ou gráfica, que

seja escrita ou impressa, dentre outros modos, os riscos que determinado

17

produto possa apresentar à saúde humana serão informados às pessoas ao

adquiri-los (COTA, 2015).

O artigo 40 da lei 1.105/2005, no decreto de n° 4.680/2003, regulamenta

a rotulagem dos alimentos transgênicos bem como em outras fontes legais,

tornando-se presente em qualquer alimento que contenha mais que 1 % de

transgênicos (BRASIL, 2003; BRASIL, 2005; COSTA; MARIN,2011).

O Decreto no 4.680/2003 prevê, ainda, em seu art. 2º, parágrafo 1º, que

tanto nos produtos embalados como nos vendidos a granel ou in natura, o

rótulo da embalagem ou do recipiente em que estão contidos deverá constar,

em destaque, no painel principal e em conjunto com o símbolo a ser definido

mediante ato do Ministério da Justiça, uma das seguintes expressões,

dependendo do caso: "(nome do produto) transgênico", "contém (nome do

ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)" ou "produto produzido a partir de

(nome do produto) transgênico (BRASIL, 2003) (Figura 3).

Figura 3. Símbolo de produtos transgênicos a ser utilizado em embalagens de alimentos.

Fonte: http://www.cantareira.org/noticias/periferia-brasilandia-camara-transgenicos

2.2 BIOSSEGURANÇA DOS ALIMENTOS GENETICAMENTE

MODIFICADOS

Os principais objetivos da biossegurança é pesquisar, entender e tomar

medidas para prevenção dos riscos da biotecnologia, priorizando a proteção da

saúde humana, animal e do meio ambiente, assegurando, portanto, o avanço

dos processos tecnológicos. O órgão brasileiro que é responsável pelo controle

18

das tecnologias de OGMs e pelas emissões de pareceres técnicos sobre

quaisquer liberações de OGMs no meio ambiente, é - CTNBio (Comissão

Técnica Nacional de Biossegurança) – que acompanha o desenvolvimento

tecnológico e científico na biossegurança e áreas afins, com o objetivo de

promover segurança aos consumidores, à população em geral, e à proteção do

meio ambiente. (EMBRAPA, 2016).

Os alimentos transgênicos são submetidos a testes rigorosos em

animais de laboratório antes de sua liberação, o que não ocorre com alimentos

elaborados com plantas obtidas por métodos convencionais (Figura 4). Outro

aspecto importante, é que estes produtos destinados à saúde humana oriundos

de microrganismos transgênicos passam pelos mesmos testes que passam os

medicamentos convencionais (CIB, 2005).

Figura 4. Caminho que um OGM percorre dentro da CTNBio

Fonte: CTNBio (http://ctnbio.mcti.gov.br/processo-de-ogm)

O parecer técnico conclusivo emitido pela CTNBio contempla

necessariamente os seguintes aspectos da segurança do OGM: riscos ao meio

ambiente; riscos do ponto de vista agrícola e animal; riscos para a saúde

19

humana e para produção de alimentos com vistas ao consumo humano

(ALMEIDA; LAMOUNIER, 2005).

20

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Revisar criticamente a literatura referente a pesquisas que apontam os

benefícios e riscos do consumo de alimentos geneticamente modificados.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Realizar um levantamento de estudos sobre os efeitos benéficos

atribuídos aos alimentos geneticamente modificados;

Realizar um levantamento de estudos a cerca dos possíveis riscos

do consumo de alimentos geneticamente modificados;

Elaborar uma análise crítica dos estudos encontrados.

21

4 METODOLOGIA

A metodologia utilizada para a realização desta pesquisa foi a revisão

crítica da literatura, método que consiste em sintetizar estudos sobre um

determinado tema ou revisão opinativa que analisa evidências de um assunto.

São estudos nos quais os autores têm como objetivo sintetizar dados

disponíveis na literatura, mas não apresentam um delineamento pré-definido de

metodologia e pode ser desenvolvida sobre temas variados (MANCINE;

SAMPAIO, 2006).

Os artigos foram pesquisados nas bases de dados Scielo, Pudmed e

Science Direct. Utilizaram-se os seguintes descritores: transgênicos e

segurança alimentar, alimentos geneticamente modificados e Riscos,

Benefícios, GMO foods, Transgenic and food security, Genetically modified

food AND Risks, Benefits.

Os critérios de inclusão e exclusão utilizados para a busca das fontes de

dados foram: artigos de revistas, conhecidas e atuais, que englobam fontes

relacionadas a alimentos e suas implicações com a saúde no período

compreendido entre 2002 a 2016.

22

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A busca nas diferentes bases de dados e com as palavras-chave

elencadas forneceu um total de 2.066 referências no período de Dezembro de

2016 a Janeiro de 2017. O processo de seleção dos artigos ocorreu em

diferentes etapas, sendo identificação, seleção e elegibilidade (Figura 5).

Figura 5 - Processo de seleção dos artigos pesquisados.

A etapa de identificação foi realizada através da leitura dos títulos, que

permitiu a exclusão da maior parte dos artigos. Nesta fase da pesquisa os

trabalhos excluídos foram aqueles que não apresentavam em seus títulos

“alimentos transgênicos” ou alguma informação semelhante. A partir disso,

foram selecionados 35 destes trabalhos para a leitura de resumos, sendo

selecionados os que englobaram “alimentos transgênicos e saúde” e

“segurança dos alimentos transgênicos”, sendo excluídos os trabalhos

repetidos nas diferentes bases de dados. Posteriormente para a fase de

elegibilidade, foram selecionados 08 destes artigos para leitura mais

aprofundada, artigos que englobaram “riscos e benefícios de alimentos

transgênicos” (Tabela 1), e foram verificadas suas referências selecionando

mais 08 trabalhos (Tabela 2.).

SELEÇÃO

TOTAL DE ARTIGOS SELECIONADOS

35

ELEGIBILIDADE

PARA DESENVOLVIMETO DO ESTUDO

08

IDENTIFICAÇÃO

SCIENCE DIRECT

1.297

SCIELO

54

PUBMED

715

ARTIGOS SELECIONADOS A PARTIR

DAS REFERÊNCIAS DOS ARTIGOS

SELECIONADOS

8

23

Tabela 1 - Descrição dos artigos selecionados.

AUTOR/ANO OBJETIVO TIPO DE ESTUDOS CONCLUSÃO

1. NODARI; GUERRA 2003

Abordar tópicos relacionados com plantas transgênicas, alimentos derivados delas e segurança alimentar.

REVISÃO

Aumentar cautela para avaliação de riscos

2. YANG et al. 2006

Aplicar sementes de arroz transgênico como uma alimentação nutracêutica.

ESTUDO EXPERIMENTAL

Demonstrou grande potencial biofarmacêutico.

3. BARK ; AYINDE 2012

Identificar o grau de conhecimentos dos consumidores sobre os alimentos transgênicos

ESTUDO DE CASOS

Observou pouco conhecimentos dos consumidores sobre o alimentos transgênicos.

4. KRAMKOWSKA et al. 2013

Apresentar vantagens e desvantagens dos alimentos transgênicos.

REVISÃO

Necessidade de estudo de avaliação dos efeitos a longo prazo.

5. RANI ; USHA 2013

Revisar sobre tipos, benefícios e o futuro dos transgênicos.

REVISÃO

Impactos positivos sobre o desenvolvimento de produtos benéficos a saúde.

6. ZDZIARSKI et al. 2014

Examinar a relação entre culturas geneticamente modificadas (GM) e saúde, com base em investigações histopatológicas do trato digestivo em ratos.

REVISÃO

Falta de transparecias nas metodologias usadas para avaliação de segurança.

7. USHER et al. 2015

Descrever a primeira avaliação baseada em campo de fonte terrestre sintetizada nas sementes de plantas transgênicas de Camelina sativa através da reconstituição heteróloga do caminho biossintético de ácidos graxos poliinsaturados de cadeia longa ômega-3.

ESTUDO EXPERIMENTAL

Observou ser um processo viável como forma de obtenção de ômega-3.

8. ZHANG 2016

Resumir o conhecimento atualizado sobre os benefícios e potenciais problemas dos alimentos transgênicos.

REVISÃO

Necessidade de avaliação cautelosa.

24

Tabela 2- Descrição dos artigos selecionados a partir das referências.

AUTOR/DATA OBJETIVO TIPO DE ESTUDO CONCLUSÃO

1. MALATESTA et al. 2002

Investigar os possíveis efeitos de uma dieta contendo soja transgênica no pâncreas exócrino de camundongos por meio de análises ultraestruturas, morfométricas e imunocitoquímicas.

ESTUDO EXPERIMENTAL

Efeitos negativos sobre o pâncreas dos ratos

2. MALATESTA et al. 2003

Investigar possíveis modificações estruturais e moleculares de constituinte do núcleo plasmáticos e nucleolares de células pancreáticas de camundongos.

ESTUDO EXPERIMENTAL Efeitos negativos no metabolismo pancreático

3. BRAKE ; EVENSON 2004

Analisar soja tolerante ao glifosato em desenvolvimento testicular fetal, pós-natal, puberal e adulto de ratos.

ESTUDO EXPERIMENTAL Soja transgênica segura para consumo humano

4. SUGITA et al. 2005

Produzir grandes quantidades de um análogo de GLP-1, resistente à digestão com tripsina, como parte de uma proteína quimérica de armazenamento de sementes de arroz, geneticamente modificado.

ESTUDO EXPERIMENTAL Efeitos positivos para controle de diabetes.

5. DRYZGA 2007

Avaliar a segurança e a equivalência nutricional de derivados do algodão transgênicos.

ESTUDO EXPERIMENTAL Efeitos positivos quanto a segurança

6. CAO et al. 2010

Realizar uma avaliação de segurança da proteína Cry1C.

ESTUDO EXPERIMENTAL

Não apresentou efeitos negativos para saúde

7. HAMMOND ; JEZ 2011

Demonstrar que o processamento de proteínas introduzidas em produtos agrícolas, tais como enzimas que conferem tolerância a herbicidas ou proteínas que controlam pragas de insetos, conduz a uma perda completa de atividade funcional.

ESTUDO EXPERIMENTAL

Proteínas tornam-se inativas após processamento.

8. KILIÇGÜN et al. 2013

Investigar os efeitos positivos ou possíveis negativos do milho geneticamente modificado em ratos progenitores que estavam entre o início da alimentação e no intervalo de tempo até atingir a puberdade.

ESTUDO EXPERIMENTAL Apresentou efeitos negativos do consumo de milho geneticamente modificado.

Os alimentos transgênicos hoje estão inseridos em uma grande

variedade de produtos com a intenção de agregar novas características, o que

25

afeta diferentes setores da sociedade. Cada vez mais há um aumento de

estudos experimentais que visam o desenvolvimento de novos produtos com

diferentes características para agregar diferentes propriedades aos alimentos.

Porém, além destes alimentos apresentarem inúmeros benefícios foi possível

observar que, no decorrer do tempo, podem causar riscos a saúde.

No decorrer deste trabalho, foi possível perceber que há um predomínio

de estudos na literatura que abordam os benefícios destes alimentos, sendo

escassos os trabalhos que avaliem e comprovem os possíveis malefícios do

consumo de alimentos transgênicos.

Brake; Evenson (2004), em seus estudos em ratos, avaliou a soja

tolerante ao glifosato e relatou que não houve efeitos negativos no

desenvolvimento testicular fetal, pós-natal e adulto dos ratos, bem como a não

constatação de alteração no tamanho e peso da ninhada.

Já Cao (2010) e Drigza (2007) avaliaram a segurança da proteína Cry

1C presentes em arroz e algodão transgênicos, proteína altamente tóxica só

para insetos e é produzida pela bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), considerada

como segura, pois não apresentou potencial alergênico e tóxico em ratos.

Porém, ainda existem muitas controvérsias sobre o grau de segurança

destes alimentos, pois estudos demonstraram resultados contrários em relação

aos Bacillus thuringiensis (Bt). Kiliçgun et. al. (2013), investigaram os efeitos do

milho Bt geneticamente modificado em ratos e obtiveram como resultado

nenhuma alteração histopatológica de órgãos em ratos do grupo de milho Bt

quando comparados com os de grupos convencionais e de controle, porém

foram encontrados alterações de comprimento, altura, e peso do fígado, baço,

pulmão e rins, assim como alterações nos valores bioquímicos e

hematológicos.

As proteínas são estruturas estáveis até um limite, podendo ser

alteradas na presença de diversos fatores como: variação do pH e mudança de

temperatura. Hammond (2011) observou que o processamento de proteínas

introduzidas em produtos agrícolas como grão de milho e soja com o objetivo

de conferir tolerância a herbicidas ou proteínas para o controle de pragas de

insetos, tem uma redução total de sua atividade funcional, demonstrando que

26

essas proteínas em produtos processados são seguras, pois perdem suas

funções devido ao fato de sofrerem drasticamente as forças físicas que levam à

desnaturação e à perda da função proteica.

Outra grande linha de pesquisa que vem apresentando importantes

resultados para saúde humana é a de alimentos com potencial biofarmacêutico

como o desenvolvimento de ômega- 3 a partir de plantas, que já é viável

apesar de ser considerado um processo biotecnológico complexo (USHER et

al., 2014). Também foi desenvolvido arroz que produzisse o análogo de GLP-1

para a estimulação da secreção da insulina (SUGITTA et. al. 2005). Yang

(2006) desenvolveu estudos em ratos hipertensos que apresentaram uma

redução significativamente da pressão arterial sistólica, a partir do consumo de

arroz com características biofarmacêuticas, Porém, ainda é necessário avaliar

a segurança diante da inserção de peptídeos bioativos.

Rani e Usha (2013) espera-se que no futuro os alimentos geneticamente

modificados continuarão a impactar cada vez mais na saúde da população, por

oferecer novos caminhos para produzir e administrar anticorpos humanos,

agindo como um meio viável de fornecer vacinas e medicamentos

principalmente em países em desenvolvimento.

Para Kramkowska et al. (2013), os riscos e benefícios destes alimentos

ainda são muito controversos, devido a falta de comprovação de efeitos

negativos dos alimentos transgênicos no organismo humano. Portanto, os

consumidores devem decidir se devem ou não consumir alimentos

transgênicos, já que estes devem ser devidamente rotulados e fornecidos com

informações confiáveis sobre a modificação.

Essa predominância de estudos que apresentam benefícios tem deixado

uma grande lacuna mediante a seguridade, pois não se tem muitos resultados

de análises em longo prazo destes efeitos, sendo que somente alguns

pesquisadores têm levantado através de suas pesquisas resultados

significativos sobre esses riscos.

Na pesquisa de Malatesta et al.(2002), sobre os efeitos de uma dieta

contendo soja transgênica no pâncreas de camundongos observou que, apesar

de não demonstrar alterações estruturais nas células pancreáticas, ocorreram

27

alterações em alguns constituintes celulares, além de observar modificações

significativas em algumas características nucleares da células pancreáticas,

tendo como hipótese que uma dieta que contém quantidades significativas de

soja transgênica pode influenciar de alguma forma o metabolismo pancreático

no rato, porém não fica claro como ocorrem essas modificações (MALATESTA

et al., 2003).

Percebe-se que existe um grande apelo das indústrias a favor do

consumo de alimentos transgênicos, o que desencadeia fortes especulações

sobre a falta de transparência dos estudos que avaliam os potenciais ricos á

saúde.

Em sua revisão sobre estudos histopatológicos do trato digestivo de rato,

Zdziarsky (2014) foi observado que a grande maioria desses estudos não

apresenta uma linguagem clara de sua metodologia e resultados, não tornando

possível a reprodutibilidade dos resultados dificultando, assim, confiabilidade

sobre a segurança destes alimentos. De acordo com Nodari e Guerra (2003) a

melhor forma de lidar com esses possíveis danos é agir com cautela e

desenvolver programas sistemáticos de pesquisa para melhor compreensão

desses possíveis riscos. Zang (2016) relata também que a segurança desses

alimentos não deve ser levada apenas pela euforia das vantagens, pois não é

uma atitude de caráter científico, recomendando que avaliação cautelosa para

identificar os problemas desde os primeiros sinais.

Outro grande fator relacionado à segurança de alimentos geneticamente

modificados é uso da rotulagem destes alimentos. Bark e Ayinde (2012)

observaram que a maioria dos participantes de suas pesquisas demonstrou, de

uma forma ou de outra, desinformação em relação aos alimentos transgênicos

que, apesar da rotulagem deste tipo de alimento estar regulamentada por lei,

ainda existe um grande problema pelo fato dos consumidores não conhecerem

o que são alimentos que foram geneticamente modificados, demonstrando

assim a falta de conhecimentos dos consumidores sob o uso destes alimentos.

Diante desses resultados observa-se que o avanço da biotecnologia e

da engenharia genética sobre os alimentos tende a crescer, porém ainda existe

um grande desafio sobre estes produtos. Não se pode deixar de reconhecer

28

quão grandes são as melhorias obtidas através da modificação genética dos

alimentos em diferentes óticas. Portanto, não se pode deixar passar

despercebido que estes podem ser maléficos à saúde, apesar de que

preconiza-se uma grande confiabilidade sobre este alimento, havendo

afirmações de que são totalmente seguros. No entanto, é importante observar

o porquê de alimentos “seguros necessitarem de legislações específicas e que

seja obrigatório a rotulagem especial para qualquer alimento que apresente

modificação genética, bem como por que existem tantos estudos para

comprovar seus benefícios e tão poucos para sua seguridades e possíveis

efeitos negativos. Ainda há grandes questões a serem elucidadas a respeito

destes alimentos.

Outro ponto importante a se observar é a falta de conhecimento que

consumidores apresentam em relação ao que são os alimentos que sofreram

modificações genéticas. Diante desta situação observa-se que ainda há um

grande caminho a percorrer para afirmar que o consumo destes alimentos é

seguro ou quanto é negativo para saúde.

.

29

6 CONCLUSÃO

Através da realização dessa pesquisa foi possível observar a grande

quantidade de pesquisas relacionadas com resultados positivos que estes

alimentos oferecem. Porém, houve uma grande dificuldade de encontrar na

literatura estudos que avaliam sobre os possíveis riscos do consumo de

alimentos transgênicos.

Assim, percebe-se a importância de estudos para conhecer e esclarecer

sobre os reais efeitos do consumo de alimentos transgênicos para garantir a

segurança do consumidor.

30

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