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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA DISSERTAÇÃO DETERMINAÇÃO DE CONSTITUINTES INORGÂNICOS EM MÉIS DE ABELHA COLETADOS NO ESTADO DE SERGIPE POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA (FAAS) MARCELO CONCEIÇÃO ALMEIDA SÃO CRISTÓVÃO - SE DEZEMBRO DE 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

DISSERTAÇÃO

DETERMINAÇÃO DE CONSTITUINTES INORGÂNICOS EM MÉIS DE ABELHA

COLETADOS NO ESTADO DE SERGIPE POR ESPECTROMETRIA DE

ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA (FAAS)

MARCELO CONCEIÇÃO ALMEIDA

SÃO CRISTÓVÃO - SE

DEZEMBRO DE 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA

DETERMINAÇÃO DE CONSTITUINTES INORGÂNICOS EM MÉIS DE ABELHA

COLETADOS NO ESTADO DE SERGIPE POR ESPECTROMETRIA DE

ABSORÇÃO ATÔMICA COM CHAMA (FAAS)

Dissertação submetida ao Programa de Pós-

Graduação em Química da Universidade

Federal de Sergipe como requisito para

obtenção do título de Mestre em Química

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alexandre Borges Garcia

SÃO CRISTÓVÃO - SE

DEZEMBRO DE 2012

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

A447d

Almeida, Marcelo Conceição Determinação de constituintes inorgânicos em méis de abelha

coletados no Estado de Sergipe por espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS) / Marcelo Conceição Almeida ; orientador Carlos Alexandre Borges Garcia. – São Cristóvão, 2012.

71 f. : il.

Dissertação (Mestrado em Química) – Universidade Federal de Sergipe, 2012.

1. Química analítica. 2. Compostos metálicos. 3. Espectrometria de absorção atômica. 4. Mel de abelha – Sergipe. I. Garcia, Carlos Alexandre Borges. II. Título.

CDU 543.621:638.16(813.7)

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Dedico este trabalho a minha noiva, Bia

que sempre me estimulou e incentivou,

muitas vezes abnegando de seus projetos

de vida em prol dos meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, saúde, coragem e fé.

Aos meus pais Maria de Lourdes e Manfredo, que me deram a vida e me

educaram para agir com ética, honestidade e bondade em todos os

momentos de minha vida.

Ao pesquisador, amigo e orientador Professor Carlos Alexandre Borges

Garcia, pela confiança e ensinamentos importantes no curso e na minha vida

profissional, pelas sugestões e auxílios nas análises estatísticas.

A professora Maria de Lara Palmeira de Macedo Arguelho pela colaboração

valiosa de revisão deste trabalho.

A todos os colegas da pós-graduação, em especial Michel pela atenção,

amizade e valiosa ajuda durante o curso de Pós-Graduação.

À Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Ensino Superior (CAPES), pela

concessão da bolsa de estudos.

À Universidade Federal de Sergipe através do Departamento de Química

pela oportunidade de execução deste trabalho.

A minha amada Bia, pelo companheirismo, amor, incentivo e paciência,

compartilhando todos os momentos alegres e difíceis no decorrer do curso,

A todos que colaboraram para a realização e finalização deste trabalho em

especial Ana Carla pela colaboração nas análises instrumentais.

Ronaldo pela ajuda na coleta das amostras, pois sem ele não seria possível

obter bons resultados em meu trabalho.

A todos os amigos e funcionários do Departamento de Química – UFS, que

direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

MUITO OBRIGADO!

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"só enxerguei longe porque

estava apoiado nos ombros

de gigantes".

Isaac Newton

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CURRICULUM VITAE

Dados Pessoais

Nome Marcelo Conceição Almeida

Nome em

citações

bibliográficas

ALMEIDA, M. C.

Sexo Masculino

Filiação Manfredo Lima de Almeida e Maria de Lourdes Conceição Almeida

Nascimento 09/01/1982 - Aracaju/SE - Brasil

Carteira de

Identidade 14301214 SSP - SE - 11/09/2000

CPF 78234760530

Endereço

residencial

Avenida Caçula Barreto Nº 534

Farolândia - Aracaju

49030-130, SE - Brasil

Telefone: 79 3248-5563

Endereço

eletrônico [email protected]

Formação Acadêmica/Titulação

2010 Graduação em Engenharia de Materiais.

Universidade Federal de Sergipe, UFS, São Cristóvão, Brasil

2010

Mestrado em Química.

Universidade Federal de Sergipe, UFS, São Cristóvão, Brasil

Título: Análise de metais em mel

Orientador: Carlos Alexandre Borges Garcia

Bolsista do (a): Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior

2004 - 2009 Graduação em Química Licenciatura.

Universidade Federal de Sergipe, UFS, São Cristóvão, Brasil

2003 - 2005 Ensino Profissional de nível técnico.

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Instituto Federal de Sergipe, IFS, Aracaju, Brasil

Formação complementar

2008 - 2008 Curso de curta duração em BIOELETROQUÍMICA.

Universidade Federal de Sergipe, UFS, Sao Cristovao, Brasil

2006 - 2006

Curso de curta duração em VIDROS: PROPRIEDADES E

APLICAÇÕES.

Universidade Federal de Sergipe, UFS, Sao Cristovao, Brasil

Vínculo institucional

2006 - 2009

Universidade Federal de Sergipe - Laboratório de Quimica Ambiental

(LQA-UFS)

Vínculo: Iniciação cientifica, Enquadramento funcional: técnico de

laboratório, Carga horária: 20h, Regime: Parcial.

2005 - 2007

Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe - ITPS

Vínculo: bolsista pesquisador, Enquadramento funcional: analista

químico, Carga horária: 20h, Regime: Parcial.

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i

RESUMO

A procura por produtos naturais e saudáveis cresceu muito, motivo pelo qual

o consumo de mel tem aumentado nos últimos anos, conduzindo a busca pela

qualidade e segurança alimentar deste produto. O Brasil destaca-se como

exportador mundial de mel, decorrência da implantação do Plano Nacional de

Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC). Em Sergipe há aproximadamente

1.000 apicultores envolvidos com a atividade. A produção de mel que nos anos 90

chegava a 30 toneladas, hoje chega a mais de 500 toneladas por ano. O objetivo

deste trabalho foi pesquisar o teor de constituintes inorgânicos (Na, K, Ca, Co, Fe,

Ni, Mg, Mn e Pb) em mel de abelhas Apis mellifera provenientes de quatro

municípios provenientes do Estado de Sergipe – Poço Redondo, Japaratuba, Porto

da Folha e Barra dos Coqueiros. Os analitos foram determinados por espectrometria

de absorção atômica (E.A.A.), marca Shimadzu, modelo AA-6800, equipado com

atomizador por chama e corretor de backgraund BGC-D2. Os valores mínimo e

máximo para os minerais foram: Fe (9,35 - 49,82 mg kg-1), Mn (0,71 – 5,80 mg kg-1),

Mg (7,82 – 112,63 mg kg-1), K (266,34 – 1299,39 mg kg-1), Na (14,21 – 174,84 mg

kg-1) e Ca (20,04 – 81,71 mg kg-1). Todos se apresentaram dentro dos valores

máximos recomendados na legislação Nacional e Internacional vigente. Também foi

possível fornecer subsídios aos apicultores e técnicos a respeito das características

específicas do mel, como produto natural único.

Palavras-chave: Mel; qualidade; contaminantes; constituintes.

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ii

ABSTRACT

The demand for healthy and natural products has grown, reason that the

consumption of honey has increased in recent years, leading the search for quality

and food safety of this product. Brazil stands out as world exporter of honey, due to

the implantation of the National Plan for Control of Residues and Pollutants

(PNCRC). In Sergipe there are approximately 1.000 beekeepers involved in the

activity. Honey production that in the nineties had arrived to 30 tons, now reaches

more than 500 tons per year. The objective of this study was to research the content

of inorganic constituents (In the, K, Ca, Co, Faith, Ni, Mg, Mn and Pb) in honey bees

Apis mellifera from four counties from the State of Sergipe - Poço Redondo,

Japaratuba, Porto da Folha and Barra dos Coqueiros.. The analytes were

determined by atomic absorption spectrometry (A.A.S.), Shimadzu brand, AA-6800

model, equipped with a flame atomizer and broker BGC-D2 background. The

minimum and maximum values for the minerals were: Fe (9.35 – 49.82 mg kg-1), Mn

(0.71 – 5.80 mg kg-1), Mg (7.82 – 112.63 mg kg-1), K (266.34 – 1299.39 mg kg-1), Na

(14.21 – 174.84 mg kg-1) and Ca (20.04 – 81.71 mg kg-1). All were within maximum

values recommended in the National and International legislation in force. It was also

possible to supply subsidies to beekeepers and technicians about the specific

characteristics of honey as a natural product unique.

Keywords: Honey, quality, Pollutants, constituents.

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iii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Crescimento da produção de mel nos Estados do Nordeste............... 07

Tabela 2 - Teor dos principais minerais encontrados no mel................................. 16

Tabela 3 - Concentração máxima permitida pela Legislação Brasileira para

alguns metais em mel............................................................................................. 16

Tabela 4 - Principais efeitos sobre a saúde relacionados ao chumbo e os

respectivos órgãos críticos...................................................................................... 21

Tabela 5 - Exposição ambiental ao cobalto através da dieta e concentrações

relatadas na literatura............................................................................................. 24

Tabela 6 - Localização dos pontos de amostragem............................................... 27

Tabela 7 - Programa de aquecimento do forno de micro-ondas............................ 33

Tabela 8 - Condições analíticas e operacionais do FAAS. ................................... 34

Tabela 9 – Concentrações (em mg/kg) dos minerais nas amostras de mel

produzidas nos quatro municípios provenientes do Estado de Sergipe – Poço

Redondo (povoado Barra da Onça), Japaratuba (povoado Caraíbas), Barra dos

coqueiros (povoado Capuã) e Porto da Folha (povoado Lagoa do

Rancho)................................................................................................................... 36

Tabela 10. Teor dos principais minerais encontrados no mel................................ 39

Tabela 11 – Concentrações (em mg/kg) dos elementos traço provenientes do

Estado de Sergipe................................................................................................... 40

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iv

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fontes antropogênicas e naturais de metais nos produtos das

abelhas...................................................................................................... 09

Figura 2 - Processamento do mel e fontes de contaminação..................... 10

Figura 3 - Povoado Capuã (Barra dos Coqueiros - SE).............................. 24

Figura 4 - Povoado Caraíbas (Japaratuba – SE)........................................ 24

Figura 5 - Povoado Barra da Onça (Poço Redondo – SE)......................... 25

Figura 6 - Povoado Rancho (Porto da Folha – SE).................................... 26

Figura 7 - Colmeia onde foram coletadas as amostras de Porto da folha -

SE (Povoado Lagoa do Rancho)................................................................ 27

Figura 8 - Favo de mel de onde foi retirada uma amostra para analise e

armazenada em pote de plástico devidamente etiquetado......................... 29

Figura 9 - Fluxograma do tratamento das amostras para determinação

parcial dos metais...................................................................................... 30

Figura 10 – Valores médios encontrados para os elementos essenciais... 33

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v

LISTA DE ABREVIATURAS, SIMBOLOS E SIGLAS

AAS Espectrometria de Absorção Atómica (Ing. Atomic

Absorption Spectroscopy)

ABEMEL Associação Brasileira de Exportadores de Mel

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Ca Cálcio

CBA Confederação Brasileira de Apicultura

Co Cobalto

DL50 Dose Letal Mediana

ETAAS Eletrotermal Atomic Absorption Spectrometry

FAAS Espectrometria de Absorção Atómica por chama (Ing.

Flame Atomic Absorption Spectrometry)

FAO Food and Agriculture Organization

Fe Ferro

g Grama

Hg Mercúrio

HMF Hidroximetilfurfural

IARC International Agency for Research on Cancer

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICP-OES

Espectrometria de Absorção Atómica por Plasma Acoplado

espectrometria de emissão atômica por plasma acoplado

indutivamente (Ing. Inductively coupled plasma atomic

emission spectroscopy ICP-AES).

IDR Ingestão Diária Recomendada

K Potássio

kg Quilograma

km2

Quilometro quadrado

L Litro

LD Limite de detecção

LQ Limite de quantificação

LMR Limite máximo de resíduos

Máx Máximo

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vi

MAPA Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento

mg Miligrama

mg.kg-1

Miligrama por quilo

Mg Magnésio

ml Mililitro

Min Mínimo

Mn Manganês

MW Micro-ondas

Na Sódio

Ni Níquel

ng Nanograma

nm Nanômetro

OMS Organização Mundial da Saúde

P Fósforo

Pb Chumbo

PNCRC Plano Nacional de Controlo de Resíduos e Contaminantes

ppm Partes por milhão

p.s. Peso seco

PTFE Politetrafluoretileno

RDC Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

t Tonelada

UFS Universidade Federal de Sergipe

US Ultra Som

μg Micrograma

μg.g-1

Micrograma por grama

μg.Kg-1

Micrograma por quilo

μL Microlitro

WHO World Health Organization

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SUMÁRIO

RESUMO ..................................................................................................................... i

ABSTRACT ................................................................................................................. ii

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. iii

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. iv

LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS .................................................. v

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................. 4

2.1. Histórico do mel ......................................................................................... 4

2.2. Mel ............................................................................................................... 5

2.3. Apicultura nacional .................................................................................... 6

2.4. Contaminação de produtos apícolas por metais traço ........................... 8

2.5. Metodologias analíticas na determinação de constituintes em mel .... 12

3. OBJETIVO ........................................................................................................... 14

3.1. Geral ......................................................................................................... 14

3.2. Objetivo Específico ................................................................................. 14

4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 15

4.1. Seleção dos Metais .................................................................................. 15

4.1.1 Sódio ........................................................................................... 17

4.1.2 Potássio ...................................................................................... 17

4.1.3 Magnésio .................................................................................... 18

4.1.4 Cálcio .......................................................................................... 19

4.1.5 Chumbo ...................................................................................... 20

4.1.7 Níquel .......................................................................................... 21

4.1.3 Manganês ................................................................................... 23

4.1.4 Cobalto ....................................................................................... 24

4.1.5 Ferro............................................................................................ 25

4.2. Reagentes e soluções ............................................................................. 25

4.3. Equipamentos .......................................................................................... 26

4.4. Materiais ................................................................................................... 26

4.5. Seleção dos locais para coleta ............................................................... 27

4.6. Coleta das amostras ................................................................................ 31

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4.7. Limpeza de materiais ............................................................................... 32

4.8. Digestão em forno de micro-ondas ....................................................... 33

4.9. Condições do Equipamento de Absorção Atômica .............................. 34

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 35

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 41

7. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 42

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1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a cobrança pela qualidade e segurança dos produtos

alimentares é cada vez maior e com isso as unidades de produção e processamento

tem sido alvo de verificações dos sistemas de segurança alimentar exigido por lei.

No Brasil a portaria nº 368, de 04 de setembro de 1997, do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA), estabeleceu o regulamento técnico sobre as

condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para

estabelecimentos elaboradores-industrializadores de alimentos para o consumo

humano, que estão sob sua fiscalização. O regulamento se aplica a toda pessoa

física ou jurídica que possua pelo menos um estabelecimento no qual se realizem

algumas das seguintes atividades: elaboração/industrialização, fracionamento,

armazenamento e transporte de alimentos destinados ao comércio nacional e

internacional. Logo, as unidades de processamento de mel e entrepostos de mel,

devem atender ao que é determinado no regulamento publicado na portaria nº 368

(BRASIL, 1997).

A procura por produtos naturais tem gerado uma demanda crescente por

produtos apícolas e, ao mesmo tempo, uma maior participação do mel na

alimentação humana. O mel têm se destacado não apenas por suas propriedades

terapêuticas, mas também como suplemento alimentar sem a adição de outras

substâncias durante a sua elaboração. A simples análise do mel demonstra

claramente a riqueza nutritiva de sua composição, que inclui micronutrientes tais

como vitaminas, minerais (AZEREDO et al, 2003).

O mel é um alimento natural, produzido por abelhas melíferas a partir do

néctar de flores (floral) ou de secreções procedentes de partes vivas de plantas, ou

de excreções de insetos sugadores de plantas (melato), que as abelhas recolhem,

transformam, combinam com substâncias específicas próprias e deixam maturar nos

favos da colmeia (CAMPOS, 2003). Quanto à sua composição, este é constituído na

sua maioria por hidratos de carbono (glicose e frutose), água, minerais (Ca, Cu, Fe,

Mg, P, K, entre outros), aminoácidos, ácidos orgânicos (ácido acético, ácido cítrico,

entre outros), vitaminas do complexo B, vitaminas C, D e E, e por um teor

considerável de antioxidantes (flavonóides e compostos fenólicos). Devido ao seu

teor em açúcares simples, de assimilação rápida, o mel é altamente calórico (cerca

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2

de 3,4 Kcal/g), sendo uma valiosa fonte de energia (IOANNIDOU et al, 2005 e POHL

P. 2009).

Os alimentos derivados do mel são regulamentados pelo Codex

Alimentarius, pelo Mercosul e pela legislação brasileira que estabelecem níveis

máximos de contaminantes metálicos em função de sua toxicidade e tolerância

cumulativa no organismo humano (ANONYMOUS/CODEX, 1995, 2002;

MERCOSUL, 1994; ANVISA, 1998).

Como o mel é resultado de um processo de bioacumulação ele pode ser

usado para recolher informações relacionadas ao ambiente em que as abelhas

vivem. As abelhas entram em contato não somente com o ar, mas também com o

solo e a água de uma área maior que 7 km2. Assim, as concentrações dos

elementos químicos presentes no mel refletem as quantidades presentes em toda a

região, atribuindo ao mel status de bom indicador biológico de poluição ambiental.

(ANKLAN, 1996 e IOANNIDOU et al, 2005).

Espécies consideradas como bioindicadoras são organismos que nos

servem como medida para informar das condições ambientais de um dado local.

Estes organismos podem ser de várias espécies animais ou vegetais e, muitas

vezes os seus órgãos ou seus produtos são utilizados como bioindicadores. O mel e

o pão de abelhas, dentre outros produtos apícolas são bons exemplos de

bioindicadores. Atualmente, estes são muito utilizados para estudos que envolvem

monitoramento de poluição ambiental (CONTI, M. E; BOTRE, F, 2001).

Os metais tóxicos presentes na atmosfera podem se depositar nos pelos dos

corpos das abelhas sendo trazidos para as colmeias juntamente com o pólen ou

podem ainda ser absorvidos juntamente com o néctar das flores ou trazidos pela

água ou melato (PORRINI et al, 2003).

Além do monitoramento ambiental, a determinação de espécies inorgânicas

potencialmente tóxicas no mel também é interessante para o controle da qualidade e

dos aspectos nutricionais. Já a determinação dos elementos químicos considerados

essenciais à dieta humana é importante para classificar o mel como uma fonte rica

ou boa destes minerais (MILLER-IHLI, 1996).

A determinação de constituintes inorgânicos em alimentos ricos em açúcar é

um desafio analítico, devido à interferência da matriz. A diluição da amostra pode

minimizar este efeito, mas por outro lado, pode reduzir a concentração das espécies

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abaixo do limite de quantificação. Assim, o pré-tratamento é usualmente necessário

para destruir a matriz orgânica e/ou extrair os elementos metálicos dos complexos

orgânicos. Obviamente, a seleção do procedimento de tratamento deve, sempre,

levar em conta as espécies químicas de interesse, a matriz e a frequência analítica

(BULDINI, 2001).

Em contraste com a variedade de floradas e com um mercado cada vez

mais exigente, poucos registros da composição mineral do mel brasileiro são

encontrados na literatura. Os poucos trabalhos envolvendo mel brasileiro e suas

composições minerais utilizam a técnica de emissão atômica, visando um

conhecimento abrangente de um grande número de constituintes, relacionado à

origem e autenticidade do mel. Entretanto, a técnica de absorção atômica também

pode ser bastante útil, uma vez que apresenta características importantes como:

seletividade, sensibilidade, baixos limites de detecção, repetibilidade e

reprodutibilidade (FREDES, 2006).

Na determinação de contaminantes inorgânicos por métodos

espectrofotométricos a amostra sólida deve ser transformada em solução aquosa

para medição do analito. Existem três métodos de preparação da amostra: digestão

ácida, digestão seca e dissolução por micro-ondas.

Na digestão por via seca por haver aquecimento da amostra a altas

temperaturas podem ocorrer perdas por volatilização, perdas como aerosol sólido e

perdas como espuma. Porém apresenta as vantagens de exigir pouca atenção do

operador, não utilizar ácidos concentrados e por permitir digerir uma maior

quantidade de amostra, o que possibilita a sua utilização na identificação de

contaminantes inorgânicos por técnicas menos sensíveis como a espectrometria de

absorção atômica. Na digestão ácida, a amostra é submetida a uma digestão por

ação de um ácido de forma a produzir uma solução. Os ácidos utilizados são,

geralmente, o ácido clorídrico, ácido nítrico, ácido fluorídrico e ácido perclórico. Na

dissolução por micro-ondas são adicionados ácidos à amostra, que em seguida é

colocada num forno de micro-ondas para dissolução (FREDES, 2006).

Este trabalho teve como objetivo avaliar ocorrência de constituintes

inorgânicos (Na, K, Ca, Co, Fe, Ni, Mg, Mn e Pb) em mel de abelhas Apis mellifera

provenientes de quatro municípios do Estado de Sergipe – Poço Redondo,

Japaratuba, Porto da Folha e Barra dos Coqueiros, visando à comparação dos

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níveis destes constituintes com os valores máximos recomendados nas legislações

vigentes, a fim de fornecer subsídios aos apicultores e técnicos a respeito das

características específicas do mel, como produto natural único.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Histórico do mel

Pesquisas arqueológicas demonstram que as abelhas já produziam e

estocavam mel há 20 milhões de anos, antes do surgimento do ser humano na

Terra. O homem das cavernas saía à caça dos insetos, mas não sabia como separar

os produtos do favo. O alimento era ingerido como uma mistura de mel, pólen, crias

e cera (OLIVEIRA; SEABRA, 2006).

Todos os povos primitivos da Ásia, África e Europa conheciam as abelhas e

utilizavam seus produtos, contudo os egípcios são considerados os primeiros

apicultores, uma vez que 2400 anos a.C já criavam abelhas em colmeias de barro

(OLIVEIRA; SEABRA, 2006).

A palavra colmeia teve origem na Grécia, onde os gregos colocavam

enxames em recipientes com forma de sino, feitos de uma palha trançada, chamada

colmo. Com o tempo, as abelhas passaram a assumir importância cultural e

religiosa, sendo consideradas sagradas por muitas civilizações Egípcias (OLIVEIRA;

SEABRA, 2006).

No Brasil as abelhas nativas já habitavam o território brasileiro antes da

chegada dos colonizadores. Mas a apicultura, como forma organizada de produção,

começou com os enxames trazidos pelos imigrantes. Em 1839, o padre Antônio

Carneiro Aureliano adquiriu algumas colônias de abelhas da espécie Apis

mellifera da região do Porto, Portugal e instalou-as no Rio de Janeiro. Em 1841 já

havia mais de 200 colmeias, instaladas na Quinta Imperial. Em 1845, colonizadores

alemães trouxeram abelhas da Alemanha (Nigra, Apis mellifera melífera) e iniciaram

a apicultura nos Estados da Região Sul. Entre 1870 e 1880, Frederico Hanemann

trouxe abelhas italianas (Apis mellifera lingústica) para o Rio Grande do Sul. Em

1895, o padre Amaro Van Emelen trouxe abelhas da Itália para Pernambuco

(CICCO, 2012).

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A atividade se expandiu a partir de 1956, com o cruzamento das espécies

europeias e africanas, que resultaram na raça africanizada. A diversificação da flora

brasileira contribuiu para a expansão da atividade, que hoje está presente em todos

os Estados (SEBRAE 2006).

2.2. Mel

O mel pode ser definido como alimento elaborado pelas abelhas melíferas a

partir de néctar e/ou secreções de partes vivas das plantas. Esse material é

coletado, transformado e combinado com secreções próprias das abelhas, para ser

posteriormente armazenado nos alvéolos dos favos e consumido por elas como

alimento (LOPES et al., 2001).

É uma substância doce e encontra-se, normalmente, num Estado líquido

viscoso que se modifica no tempo. A sua composição química varia, dentro de

certos limites, em função da origem floral, de fatores edáficos e climáticos, do

material libado, assim como dos procedimentos utilizados na extração e

comercialização do mel. Possui propriedades antimicrobianas, antivirais,

antiparasitárias, antioxidantes e anti-inflamatórias. (CONCEPCIÓN S. L. e CARMEN

G. F. 2000).

A sua composição depende tanto as plantas visitadas pelas abelhas quanto

do clima e condições ambientais. A sua utilização ocorre desde os tempos antigos,

principalmente como adoçante natural, sendo este produto também muito apreciado

pela sua riqueza de sabores e aromas, além de seu potencial uso terapêutico. Este

produto é amplamente consumido no mundo sendo considerado um alimento fonte

de carboidratos, nutriente essencial para fornecer energia ao homem. (LORENTE et

al., 2008).

O mel é muitas vezes utilizado como substituto do açúcar, como um

ingrediente ou como um conservante natural em centenas de alimentos

industrializados. Por apresentar propriedades antimicrobianas e antissépticas, ajuda

a cicatrizar e a prevenir infecções em feridas ou queimaduras superficiais. Devido às

suas qualidades adstringentes e suavizantes é bastante utilizado na cosmética

(OMODE, 2008).

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O controle de qualidade é uma etapa importante para que o produto seja

comercializado com as suas propriedades naturais preservadas, que possua

características que facilitem sua utilização e que tenha uma adequada conservação

e apresentação (LACERDA et al., 2010).

Concentrações significativas de minerais podem ser retidas no solo. Estes

nutrientes minerais podem ser transportados para as plantas através das raízes e

posteriormente passarem para o néctar que vai ser levado pelas abelhas para a

produção de mel. Sendo assim, a composição e o teor de metais no mel dependem

da origem geográfica - determinada pela geoquímica e pelos recursos geológicos - e

da origem botânica - determinada pelo tipo floral, densidade e composição do néctar

e pólen (POHL P. 2009).

O mel pode ser considerado como uma fonte essencial de metais na dieta

diária, mas os metais traço quando estão presentes no mel em quantidades acima

dos valores aceites para a segurança do consumidor podem causar risco à sua

saúde. No mel o metal mais abundante é o potássio, seguindo-se o sódio, cálcio e o

magnésio. Cobre, ferro, zinco e manganês se encontram em quantidades

intermediarias. (OMODE, 2008).

2.3. Apicultura nacional

O mel brasileiro é hoje cobiçado pelos principais mercados internacionais,

por ser livre de agrotóxicos e pelo excelente padrão de qualidade. Em 10 anos, a

produção triplicou e as exportações deram um salto de mais de 9.000%, segundo

dados da CBA (Confederação Brasileira de Apicultura). De acordo com a CBA, o

Brasil apresenta dentro do cenário apícola internacional, uma produção diferenciada

baseada na diversidade climática e de flora, caracterizando um mel com

propriedades sensoriais predominantes principalmente quanto aos atributos cor,

aroma e sabor (CBA, 2012).

A produção mundial de mel entre 2000 e 2004 indicou a participação da

China com 21,12% da produção em 2004, seguida dos Estados Unidos e Argentina

com 6,28% e 6,12%, respectivamente. O Brasil ocupou em 2005 a 5ª. posição como

exportador de mel, apresentando em 2009 a 11ª posição mundial com 38.764,2

toneladas, representando 2,57% da produção mundial (CBA, 2012; IBGE, 2011).

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No Brasil, a apicultura é praticada tanto por pequenos quanto por grandes

apicultores. No primeiro caso, são produtores que têm a apicultura como atividade

secundária, utilizando-se de mão de obra familiar. No caso dos grandes apicultores,

a apicultura é atividade profissional, utilizando-se de mão de obra fixa e parcerias

(OLIVEIRA; SEABRA, 2006).

De acordo com Pereira (2003), os principais compradores de mel do país

são: Alemanha, Espanha, Canadá, Estados Unidos, Porto Rico e México. Programas

de incentivo à produção apícola e capacitação de agricultores envolvidos com a

cadeia produtiva são os responsáveis pelo destaque do setor nos últimos anos

(SEBRAE, 2011).

Em Sergipe, a atividade apícola ganhou maior importância, do ponto de vista

econômico, a partir do lançamento, no ano de 2003, do chamado QQC do mel, que

pode ser traduzido em qualidade, quantidade e continuidade da atividade apícola em

Sergipe. Este projeto, contou inicialmente com as parcerias do Governo do Estado,

da Federação Apícola de Sergipe e do SEBRAE, sendo que seu objetivo

fundamental foi o fortalecimento da atividade apícola através de investimentos na

organização dos produtores, capacitação tecnológica, desenvolvimento de mercados

e preservação ambiental (arranjos produtivos locais de Sergipe APL-SE). No último

levantamento do IBGE, a produção no Nordeste girou em torno de 14 mil toneladas.

Comparando com o mel produzido nacionalmente, a região representava 14% em

1999, passando para 39% em 2009 (SEBRAE, 2011).

Tabela 1 – Evolução da produção nos Estados do Nordeste

Posição

(2009) Estado

Evolução da produção (t) Taxa de crescimento

(1999 a 2009) 1999 2009

1º Ceará 521 4.734 809%

2º Piauí 1.586 4.278 170%

3º Bahia 354 1.922 443%

4º Pernambuco 101 1.594 1.478%

5º Rio Grande do Norte 158 1.107 601%

6º Maranhão 21 747 3.457

7º Paraíba 17,1 272 1.491%

8º Alagoas 17,2 169 883%

9º Sergipe 17,0 136 700%

Fonte: IBGE, 2009 - Elaboração: SEBRAE/PE, 2011.

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Mesmo estando na última colocação, a quantidade de mel produzida em

Sergipe, saiu de 17 para 136 toneladas, significando um aumento de 700%.

2.4. Contaminação de produtos apícolas por metais traço

O mel contém a maioria dos minerais essenciais para o organismo, dessa

forma a inclusão deles na dieta diária ajuda a eliminar a deficiência destes

elementos. A quantidade de minerais pode variar de 0,91 a 5,74% em méis, sendo

encontrados cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo, potássio, silício, sódio, enxofre,

titânio, estrôncio, zinco, alumínio, boro, níquel e cromo (OZCAN M. M. 2011; POHL

P. 2009; PORRINI et al., 2003; RISSATO et al., 2006;).

Este conteúdo de minerais, muitas vezes referido como metais, também é

considerado na maioria das análises físico-químicas dos méis e pólen. Alguns

autores encontraram diferentes concentrações de minerais em função da origem

botânica. (MARCHINI et al., 2005; SODRÉ et. al. 2005).

O setor apícola do Brasil desfruta de uma cômoda situação devido à

valorização de seus produtos, principalmente por possuir uma apicultura livre de

aplicações de produtos químicos, bem distribuída em todo território nacional, sendo

capaz de gerar grandes produções com tarifas bastante competitivas. Entretanto,

existe um grande desafio para apicultura brasileira que é assegurar aos

consumidores a comprovação da qualidade dos seus produtos e conseguir aumentar

a produtividade de forma a reduzir ainda mais os custos de produção, para se ter

maior competitividade no mercado. Esta nova realidade apícola exige adequações

de pontos do sistema produtivo, para que sejam atendidos os requisitos dos

mercados importadores. A não adequação da apicultura brasileira aos parâmetros

de qualidade e produtividade pode comprometer seriamente a sustentabilidade da

atividade no País (SEBRAE 2009, SOUZA, 2007).

Dessa forma, a abelha e seus produtos podem caracterizar o nível da

poluição de quase todos os setores ambientais (solo, água, plantas e ar) em uma

área de alguns quilômetros quadrados funcionado como indicador biológico de

contaminação ambiental pelo aparecimento de alta mortalidade, quando o produto é

potencialmente tóxico para abelhas (DL50 baixa) e/ou presença de resíduos em seus

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corpos ou em produtos da colmeia, no caso dessas substâncias não serem

particularmente perigosos para esses insetos (RISSATO et al., 2006; PORRINI et al.,

2003). Em geral, o mel pode ser contaminado de forma involuntária pelo próprio

ambiente ou ainda através da própria prática apícola (Figura 1).

Figura 1 - Fontes antropogênicas e naturais de metais nos produtos das abelhas.

Fonte: Fonte: (POHL P. 2009).

A contaminação do mel por metais deve-se às tintas e vernizes para

conservação das colmeias, à incorreta higienização dos veículos de transporte, das

instalações de extração e acondicionamento e à utilização de utensílios de materiais

inadequados (POHL P. 2009).

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A Figura 2 resume as diferentes fases de processamento do mel e as

possíveis fontes de contaminação associadas.

Figura 2 - Processamento do mel e fontes de contaminação

Estágios de

processamento de mel Fontes de contaminação

Remoção dos quadros Tintas e conservantes, detritos de plantas, terra,

contaminantes ambientais.

Desoperculação e

extração

Equipamento de desoperculação, extratores, tanques de

retenção, instalações (umidade, poeiras).

Filtração

Equipamento (maturadores, peneiras, clarificadores,

filtros, material de aquecimento), recipientes,

contaminantes ambientais.

Decantação

Recipientes (baldes, tanques de armazenamento),

contaminantes ambientais (umidade, poeiras, elevada

temperatura).

Engarrafamento Equipamento (engarrafamento e selagem), recipientes,

poeiras, umidade, elevada temperatura.

Fonte: adaptado de Pohl (2009)

Os metais podem ser classificados, do ponto de vista toxicológico, como

essenciais ou não essenciais aos organismos vivos. Os essenciais estão em um

adequado equilíbrio, permitindo uma concentração ideal nos fluidos biológicos e,

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como consequência, um bom funcionamento adequado do organismo (ELINDER,

1986).

Os metais não essenciais mais estudados são: o chumbo, o mercúrio, o

cádmio e o arsênio. Pode-se dizer que não existe uma necessidade para as

atividades metabólicas normais e são tóxicos para célula, mesmo em baixas

concentrações. Esses metais são reconhecidos como os mais agressivos e são

juntamente com os metais de transição, geralmente chamados de metais traço

(ELINDER, C. G, 1986).

Dentre os metais traço passiveis de contaminar os produtos da colmeia, os

principais são: chumbo (Pb), cobre (Cu), cromo (Cr), manganês (Mn), níquel (Ni),

zinco (Zn), prata (Ag), ferro (Fe), cádmium (Cd), alumínio (Al), cobalto (Co) e

estrôncio (Sr). Os teores de metais traço e outros minerais encontrados nas

amostras podem indicar o nível de poluição ambiental e a origem geográfica do mel

(FISZMAN, M., PFEIFFER, W. C. E LACERDA, L. D., 1984).

Ao comparar os metais traço com outros poluentes, como os agrotóxicos,

por exemplo, os agrotóxicos se dispersam rapidamente tanto em relação ao tempo

quanto ao espaço, variando de acordo com o composto químico. Eles são

degradados através de vários fatores ambientais durante longos ou curtos períodos

de tempo. Os metais, por outro lado, são emitidos continuamente por fontes naturais

e antropogênicas, e eles não são degradados, permanecendo nos ciclos físicos e

biológicos (PORRINI et al., 2003).

A crescente industrialização, urbanização e desenvolvimento das redes

rodoviárias (com consequente aumento da utilização dos combustíveis fósseis) têm

exercido um impacto negativo na biosfera, destruindo o equilíbrio ecológico e

colocando em perigo os sistemas biológicos que a constituem. A poluição

atmosférica contribui de forma significativa para o decréscimo da produtividade

agrícola e representa uma ameaça à biodiversidade. As indústrias emitem diversos

poluentes, como partículas, líquidos e gases para a atmosfera. Estes compostos

sofrem diferentes transformações (físicas, químicas e fotoquímicas), dispersam-se

por longas distâncias, dependendo o seu destino final de condições topográficas e

meteorológicas. As propriedades químicas dos metais e as fontes de emissão são

fatores importantes que determinam o seu transporte. (AGRAWAL &

AGRAWAL,1999)

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Para metalóides como o As, Hg e Se o transporte na fase gasosa assume

maior relevância, enquanto metais menos voláteis como o Pb, Mn e Zn são

transportados na fase sólida (sob a forma de partículas). Os poluentes, e em

particular os metais pesados, podem depositar-se diretamente nas abelhas, ou

contaminá-las indiretamente através do néctar, do pólen, da melada, ou da água

ingerida (PORRINI et al., 2003; PERUGINI et al., 2010).

Assim, de forma a evitar a sua contaminação, a localização dos apiários

deve respeitar alguns critérios. A sua implantação deve evitar zonas urbanas,

autoestradas, parques industriais, aterros e incineração de lixos (NEVES, 2006).

2.5. Metodologias analíticas na determinação de constituintes em mel

A literatura descreve a determinação de elementos metálicos em mel de

abelhas procedentes de vários países, utilizando técnicas e métodos diversos

(IOANNIDOU, 2005; RODRÍGUEZ, 2005; MERIN, 1998 e MENDES, 2006).

O monitoramento ambiental e a avaliação de abelhas melíferas e seus

produtos como bioindicadores, foi descrito por Conti (2001), que avaliaram a

concentração de Cd, Cr e Pb por ET AAS em abelhas melíferas, méis, polens,

própolis e cera. Os autores constataram que as abelhas, e em menor proporção

alguns de seus produtos (pólen, própolis e cera), podem ser considerados

bioindicadores representativos da poluição ambiental (CONTI, M. E; BOTRE, F,

2001).

Ioannidou et al. (2005) apresentaram um método para determinação de traço

de contaminantes em mel e açúcares por ICP OES. Neste trabalho a amostra não foi

mineralizada, mas diluída (2 % m/v de mel) e sonicada em banho de ultrassom,

tornando o método rápido e adequado para análises de rotina. No entanto, os

autores relataram que a repetibilidade do método não foi adequada para Pb e Zn, e

em alguns casos o desvio padrão relativo foi maior que 50 %.

Rodríguez (2005) descreveu a determinação de Cr, Cu e Ni em mel por ET

AAS. Após a otimização dos parâmetros experimentais para a determinação das

espécies individualmente, um método combinado foi desenvolvido, utilizando a

ferramenta estatística das superfícies de resposta, para a determinação direta das

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três espécies. O método proposto foi aplicado na caracterização de amostras do

noroeste da Espanha.

Dentre os estudos envolvendo o mel nacional, está o de Mendes (2006), que

utilizaram digestão assistida por micro-ondas e por banho de ultrassom para o pré-

tratamento de mel de diferentes regiões do Brasil, visando à determinação de

constituintes inorgânicos por ICP OES. Neste trabalho, foi possível observar que o

mel brasileiro, de uma forma geral, não é contaminado por espécies potencialmente

tóxicas (dependendo da concentração), como chumbo e cádmio e pode ser

considerado uma boa fonte nutritiva de Mn (VRD = 2 mg/dia).

Pohl P. (2009) compara procedimentos de preparo de amostras por digestão

por via úmida, seca e com emprego de radiação micro-ondas. No caso da digestão

por via úmida, foram utilizados 12 mL de uma mistura 2:1 em volume de HNO3 e

H2O2 para 1 g de amostra. Essa mistura foi aquecida por 4 h até a secagem, quando

o volume foi ajustado para 10 mL. Para o procedimento que utilizou radiação micro-

ondas, 1 g de amostra foi digerido com 3 mL de HNO3 (concentrado) e 1 mL de H2O2

(30% m/v) conforme o seguinte programa: 2 min a 250 W, 2 min a 0 W, 6 min a 250

W, 5 min a 400 W, 8 min a 550 W e 8 min de ventilação. Dessa forma, os elementos

Fe e Zn puderam ser quantificados por FAAS e os demais por espectrometria de

absorção atômica com forno de grafite (GFAAS, do inglês Graphite Furnace AAS),

com valores de concentração de 1,8 a 10,2 μg/g para Fe, (o elemento mais

abundante) e 0,9 a 17,9 μg/kg para Cd (o elemento menos abundante). Pela

comparação dos resultados obtidos, o método de decomposição com emprego de

radiação micro-ondas foi o que apresentou os melhores valores de recuperação,

seguidos da digestão por via úmida e pela digestão por via seca.

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3. OBJETIVO

3.1. Geral

Avaliar a ocorrência de constituintes inorgânicos (Na, K, Ca, Co, Fe, Ni, Mg,

Mn e Pb) em mel de abelhas Apis mellifera provenientes de quatro municípios do

Estado de Sergipe – Poço Redondo, Japaratuba, Porto da Folha e Barra dos

Coqueiros, a fim de fornecer subsídios aos apicultores e técnicos a respeito das

características específicas do mel, como produto natural único.

3.2. Específicos

Pesquisar as quantidades de metais traço em mel de abelhas

produzidos por Apis mellifera produzidos no Estado de Sergipe;

Comparar as concentrações de metais encontrados no mel com os

níveis permitidos pela legislação brasileira;

Estudar e avaliar a utilização do mel como bioindicadores de poluição

ambiental por metais.

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Seleção dos Metais

Os metais estudados neste trabalho foram o Sódio (Na), Potássio (K), Cálcio

(Ca), Cobalto (Co), Ferro (Fe), Níquel (Ni), Magnésio (Mg), Manganês (Mn) e

Chumbo (Pb). Estes podem ser classificados de três formas distintas.

Metais como sódio, potássio, cálcio, ferro, níquel e magnésio, são

denominados como elementos essenciais, pois são necessários ao metabolismo

biológico dos organismos vivos, entretanto em nível traço, na ordem de miligrama

(ULUOZLU et al., 2007).

O chumbo é classificado como micro contaminante ambiental, tóxico, ou

ainda como não essencial, pois não é necessário ao organismo em nenhuma

quantidade. O ferro, manganês e níquel são nomeados de elementos essenciais e

simultaneamente micro contaminantes, pois são necessários ao organismo, porém

em níveis ultra traço, na ordem de micrograma a nanograma, entretanto se estes

níveis forem ultrapassados estes metais podem se tornar potencialmente tóxicos

(OGA et al., 2008).

Os metais tóxicos podem ser altamente prejudiciais à saúde dos animais

mesmo em concentrações reduzidas e os metais essenciais também podem produzir

efeitos tóxicos quando em excesso (CELIK; OEHLENSCHLAGER, 2007). No

entanto, ressalta-se que a faixa de concentração que preenche os requisitos

biológicos necessários dos metais essenciais e a faixa de concentração na qual

estes metais possuem efeito tóxico, são bem próximas (LIMA; PEDROZO, 2001).

A literatura relata a presença de diversos minerais no mel de abelhas, os

principais estão expostos na tabela 2 e, conforme é possível observar, estes

elementos estão presentes em pequenas quantidades, entretanto são essenciais ao

bom funcionamento do organismo humano.

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Tabela 2 - Teor dos principais minerais encontrados no mel

Minerais Média em mg/100g de mel

Wiese (2000) Bogdanov et al., (2008)

Cálcio 4,4 – 9,20 3 - 31

Ferro 0,06 – 1,5 0,003 - 4

Magnésio 1,2 – 3,5 0,7 - 13

Manganês 0,02 – 0,4 0,002 - 2

Potássio 13,2 – 16,8 40 - 3500

Sódio 0,0 – 7,60 1,6 - 17

Fonte: Wiese (2000) e Bogdanov et al., 2008.

Para melhor se adequar as reais necessidades de garantir o bem-estar do

consumidor foi aprovado o Programa de Controle de Resíduos e Contaminantes em

Carnes (Bovina, Aves, Suína e Equina), Leite, Mel, Ovos e Pescado, para o

exercício de 2009, na forma dos Anexos à Instrução Normativa nº14, de maio de

2009. Consta, neste documento, o anexo IV, que consiste no Programa de Controle

de Resíduos e Contaminantes em Mel (BRASIL, 2009). No decorrer dos anos

aconteceram modificações nos limites máximos de resíduos de metais em méis. Em

2012 foi aprovada uma nova Instrução Normativa nº11/12 (BRASIL, 2012), observa-

se que somente o metal chumbo foi implementado na nova instrução com um valor

de 0,3 µg/g. Isso pode ser um agravante, pois a presença de outros metais acima

desses limites pode comprometer a saúde. As concentrações máximas permitida de

metais em méis de abelhas pelas Legislações supracitadas estão na Tabela 3.

Tabela 3 - Concentração máxima permitida pela Legislação Brasileira para alguns metais em mel

Concentração Máxima Permitida (µg/g)

Elementos Dec. 55871/65 Port. 11/87 Port. 685/98 IN 14/09 IN 11/12

Chumbo (Pb) 0,8 ND ND 0,5 0,3

Níquel (Ni) 5,0 ND ND ND ND

Manganês (Mn) ND ND ND ND ND

Cobalto (Co) ND ND ND ND ND

Ferro (Fe) ND ND ND ND ND

Dec. 55871/65 - Decreto nº55871/65 (BRASIL, 1965) Port. 11/87 - Portaria nº11/87 (BRASIL, 1987) Port. 685/98 - Portaria nº685/98 (BRASIL, 1998) IN 14/09 - Instrução Normativa nº14/09 (BRASIL, 2009) IN 11/12 - Instrução Normativa nº11/12 (BRASIL, 2012) ND = Não definido pela Legislação

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4.1.1 Sódio

É reconhecido como principal cátion do fluido extracelular. Sua função mais

conhecida é seu papel na manutenção da osmolaridade e volume do fluido corporal,

influenciando a pressão sanguínea. A deficiência de sódio é rara em seres humanos,

ocorrendo apenas em ocasião de vômitos, diarreias ou suor excessivo (WITCZAK

M., 2011).

Evidencias sustentam que quanto maior o consumo de sódio, maior o risco

de desenvolver pressão arterial elevada e edema, por isso, enfatiza-se a

recomendação de um consumo moderado a baixo de sódio para todos os indivíduos.

Um consumo de 500 mg/dia seria o suficiente para manter as funções orgânicas

dependentes deste mineral; entretanto um consumo médio de mg/dia ou superior é

bastante comum. Não há quantidades de Ingestão Diária Recomendada (IDR) para

o sódio. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que o consumo de sal e

sódio, em cada região/país, leve em consideração a hipertensão arterial como

problema de saúde pública. O teor de sódio naturalmente presente nos alimentos

seria suficiente para cobrir as necessidades e, por esta razão não há níveis de

ingestão mínimos, com exceção para os lactentes (recomendação de níveis de

ingestão de 120 a 200 mg/dia para bebes de 7 a 12 meses de idade, para menores

de 7 meses, o teor de sódio do leite materno em aleitamento exclusivo atende às

necessidades desta faixa etária). Em geral, a OMS propõe limite superior de 6 g de

sal por dia ou 2,5 g por 1.000 kcal como valor médio recomendado. (DÉPORTES,

1995).

4.1.2 Potássio

É o principal cátion do meio intracelular, exercendo importantes papeis

necessários para a manutenção da fisiologia celular. Assim como o sódio, o potássio

é um cátion quando dissociado em meio líquido, sendo essa a forma presente nos

organismos vivos. (WITCZAK M., 2011).

As principais funções do potássio estão relacionadas à manutenção da

integridade celular e balanço hídrico, contração muscular, síntese de glicogênio,

catabolismo da glicose, metabolismo proteico e de carboidratos, atuando também na

manutenção da diferença de potencial através das membranas celulares. As

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principais consequências da depleção de potássio estão associadas a fadiga,

fraqueza muscular, cãibras e paralisia intestinal. A deficiência severa deste mineral

pode resultar em paralisia muscular e alteração tio ritmo cardíaco. A toxicidade de

potássio pode resultar em arritmia cardíaca, confusão mental e fraqueza muscular

(WITCZAK M., 2011).

Em adultos saudáveis, o balanço de potássio pode ser mantido mesmo com

consumo abaixo do recomendado. A ingestão de potássio no mundo oscila entre 50

e 200 mmol/dia. As recomendações dietéticas de potássio variam de 1.000 a 1.600

mg/dia para crianças de 1 a 9 anos de idade e 2.000 mg/dia para maiores de 10

anos e adultos. Níveis de ingestão de 500 a 700 mg/dia são recomendados para

bebes de 7 a 12 meses de idade; para menores de 7 meses, o teor de potássio do

leite materno em aleitamento exclusivo atende às necessidades desta faixa etária

(OMS, 1998).

4.1.3 Magnésio

O magnésio é um mineral abundante em muitos alimentos, e sua deficiência

em indivíduos saudáveis é rara. É o quarto cátion mais abundante no corpo e o

segundo mais prevalente no meio intracelular. Em termos fisiológicos, é essencial

em muitas reações enzimáticas. (SANDERS N. N, 2006).

A principal função do magnésio é estabilizar a estrutura do ATP nas reações

enzimáticas dependentes de ATP. O cátion magnésio (Mg+2) é um co-fator para mais

de 300 enzimas envolvidas no metabolismo de componentes alimentares e na

síntese de muitas moléculas importantes. Entre as reações que necessitam de

magnésio estão a síntese de ácidos graxos e proteínas, a fosforilação da glicose e

seus derivados na via glicolítica, e as reações da transcetolase. Também

desempenha um papel na transmissão e atividade neuromuscular, trabalhando em

conjunto e contra os efeitos do cálcio, dependendo do sistema envolvido; na

contração muscular normal, o cálcio atua como um estimulador e o magnésio atua

como um relaxante. As altas ingestões de magnésio estão associadas ao aumento

da densidade óssea. A necessidade fisiológica de magnésio em adultos é de

aproximadamente 280 a 350mg/dia. Estes números são calculados com base na

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exigência de 5 mg de magnésio por quilograma de peso corporal por dia (National

Research Council, 1989).

4.1.4 Cálcio

Elemento essencial à vida animal; o corpo humano contém

aproximadamente 1,5 a 2% em massa de cálcio, 99% deste concentrado nos ossos

e dentes, e o restante 1% está no sangue, fluidos extracelulares e dentro das células

dos tecidos moles, onde regula muitas funções metabólicas importantes. O sangue

contém da ordem de 1 g/L de Ca; os ossos contêm na base de 110 g/Kg (National

Research Council, 1989).

A ingestão adequada de cálcio é necessária para permitir ganhos ótimos na

massa e densidade óssea nos anos iniciais da vida e na adolescência. Este

elemento químico desempenha um papel fundamental no organismo das mulheres,

pois participa de processos importantes durante a gravidez e a lactação. Além de

sua função na construção e manutenção de ossos e dentes, o cálcio também possui

uma série de papéis metabólicos nas células de todos os outros tecidos. As funções

de transporte das membranas celulares são influenciadas pelo cálcio; este elemento

afeta a liberação dos neurotransmissores nas ligações sinápticas, a função dos

hormônios proteicos e a liberação ou ativação de enzimas intra e extracelulares. O

cálcio também é necessário para a transmissão nervosa e regulação da função

muscular e cardíaca (National Research Council, 1989).

A deficiência de cálcio na dieta ocasiona vários distúrbios, dentre os quais se

podem citar a osteoporose, e também várias doenças crônicas como o câncer de

cólon e a hipertensão, que ocorrem comumente nas sociedades ocidentais, inclusive

a do Brasil. Apesar disso, uma ingestão muito alta de cálcio (isto é, 2000 mg ou mais

por dia), especialmente em uma pessoa com um alto nível de vitamina D, é uma

causa potencial de hipercalcemia; este distúrbio pode levar à calcificação excessiva

em tecidos moles, especialmente os rins, sendo um risco para a manutenção da vida

(WITCZAK M., 2011).

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4.1.5 Chumbo

É um metal tóxico que tem tendência a se acumular nos tecido do homem

(OSSANAI, 1979). Em 400 a.C., Hipócrates descreveu uma doença a qual chamou

de saturnismo, com sintomas que iam de cólica a paralisia, que foi contraído por

homens que trabalhavam com chumbo (REILLY, 1991). Os efeitos tóxicos envolvem

vários órgãos e são as consequências de uma variedade de efeitos bioquímicos. No

século XVI, Georgius Agricola, em “De Re Metallica”, descreveu o chumbo como um

metal “mortal e nocivo”. O chumbo é encontrado como poluente ambiental pela

emissão industrial, principalmente por fábricas de baterias, incineradores e, também,

por ingestão de alimentos contaminados. Mesmo em baixas concentrações pode

comprometer o sistema nervoso, o sangue e os rins. Durante os últimos anos fontes

de contaminação ambiental por chumbo têm diminuído tanto pela abolição de

chumbo na gasolina como também pelo fato de serem banidas as soldas em

embalagens de alimentos e bebidas (NASCIMENTO et al., 2006).

As atividades humanas têm espalhado chumbo por todo o ambiente.

Atualmente, as maiores fontes ambientais de chumbo e seus sais, que contribuem

para a ingestão diária, são ar, poeira, alimentos, bebidas e tinta. Alimentos tais como

frutas, vegetais, carnes, grãos, frutos do mar, bebidas suaves e mel podem conter

chumbo, originado da água de preparo ou plantas e animais criados em locais

contaminados (MOREIRA; MOREIRA, 2004).

O chumbo provoca diversas alterações bioquímicas, não existindo

evidências de uma função essencial no organismo humano. Após ser absorvido, o

chumbo é distribuído pelo sangue e transportado ligado à hemoglobina aos diversos

órgãos e sistemas onde exerce seu efeito tóxico. O chumbo é armazenado de forma

inerte nos ossos e se torna nocivo quando é mobilizado (OSSANAI, 1979;

TAVARES, 1992).

A Tabela 4 apresenta os principais efeitos sobre a saúde relacionados ao

chumbo e seus respectivos órgãos críticos (MOREIRA; MOREIRA, 2004).

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Tabela 4 - Principais efeitos sobre a saúde relacionados ao chumbo e os respectivos órgãos críticos.

Efeitos sobre a saúde Órgãos críticos Efeitos adversos

Neurológicos Sistema nervoso central,

periférico e autônomo

Encefalopatia aguda e crônica;

neuropatia periférica

Hematológicos Sangue Anemia

Endócrinos Tecidos ósseos e soro Prejuízo aos rins e ao

desenvolvimento das células, dentes

e ossos. Possíveis danos à tireoide

Crescimento Ossos Crescimento reduzido

Renais Rins Nefropatia e gota saturnínica

Reprodutivos e de

Desenvolvimento

Sistema reprodutor masculino

e feminino

Fertilidade reduzida, grande

probabilidade de abortos

espontâneos, contagem reduzida de

esperma e motilidade; teratogênico

em animais

Carcinogênicos Rins e células do DNA

genômico

Carcinogênico para os animais e

envolvimento epigenético na

expressão do gene alterado

Cardiovasculares Sistema cardiovascular Provável aumento na pressão

sanguínea, lesões cardíacas e

eletrocardiogramas anormais

Gastrointestinais Trato gastrointestinal Cólica

Hepáticos Fígado Capacidade funcional reduzida do

citocromo P-450 para metabolizar

drogas

Fonte: (MOREIRA; MOREIRA, 2004).

4.1.6 Níquel

É um metal muito usado sob a forma pura, para fazer a proteção de peças

metálicas, pois oferece grande resistência à oxidação. Suas principais aplicações

são em ligas ferrosas e não ferrosas para consumo no setor industrial, em material

militar, em moedas, em transporte (aeronaves), em aplicações voltadas para a

construção civil e em diversos tipos de aços especiais, altamente resistentes à

oxidação, como os aços inoxidáveis, bem como em ligas para o fabrico de imãs, em

ligas elétricas, magnéticas e de expansão, ligas de alta permeabilidade, ligas de

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cobre-níquel, tipo níquel-45, e em outras ligas não ferrosas (LEAL et al., 2001). A

niquelagem de peças é feita por indústrias de galvanoplastia, usando banhos de sais

de níquel, sendo amplamente usado para fabricação de baterias (Ni-Cd), para

confecção de produtos de petróleo, para composição de pigmentos e como

catalisadores (DUARTE; PASQUAL, 2000).

Este metal é o 24º em abundância na crosta terrestre (OLIVEIRA, 2003), e o

Brasil ocupa a 10ª colocação como produtor mundial de concentrado de níquel. Em

pequenas quantidades, o níquel é classificado como um elemento essencial ao

desenvolvimento. Seu teor de absorção intestinal é de 10% (FRANCO, 1999). É

encontrado em quantidades mensuráveis em vegetais, enquanto que quantidades

desprezíveis foram detectadas em alimentos de origem animal de áreas não

contaminadas (ALI et al., 1987). A exposição ocupacional tóxica por inalação é a via

mais comum, através da inalação de partículas deste metal, seguido de exposição

dérmica. Quando intoxicado, o individuo apresenta sinais característicos como a

toxidade pulmonar e gastrointestinal; o que pode gerar também sinais como

hipertermia, tosse, tontura, mal-estar generalizado, vômito, náuseas, pulso rápido,

colapso, além de alergias, quando por contato e alterações respiratórias, quando por

inalação (BARCELOUX, 1999).

No entanto, os efeitos deste metal sob a forma de sulfato de níquel foram

observados após a ingestão de 0,6 mg, administrada com água para indivíduos em

jejum. Parte dos indivíduos que ingeriram a substância apresentaram reação

cutânea adversa caracterizando uma sensibilidade destes indivíduos ao níquel

(OMS, 1998).

Concentrações elevadas de níquel em tecidos têm sido associadas com

quadros clínicos de infarto do miocárdio, toxemia e câncer (OMS, 1998;

ANONYMOUS, 1995). Os níveis de níquel em comestíveis nos países europeus e

nos Estados Unidos, geralmente encontram-se entre 0,1 mg.kg-1 e 0,5 mg.kg-1,

porém alguns comestíveis como, por exemplo, legumes, podem conter mais que 1,0

mg.kg-1 (DÉPORTES, 1995).

O níquel pode ser encontrado em alimentos tais como chá, café, cereais,

frutas, batata e vegetais verdes. No entanto, existem poucos dados sobre a

transferência de níquel para o homem através de mel (DÉPORTES, 1995).

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Aproximadamente metade da ingestão diária total de níquel é usualmente derivada

do consumo de pães, cereais e bebidas (OMS, 1998).

Muitas, porém não todas, as enzimas hidrogenases contém níquel,

especialmente aquelas cuja função é oxidar o hidrogênio. O níquel sofre mudanças

no seu estado de oxidação indicando que o núcleo de níquel é a parte ativa da

enzima. Também está presente em bactérias metanogênicas. O níquel tem papel

biológico parecido com o ferro por possuírem propriedades semelhantes

(ANONYMOUS, 2009).

A incorporação diária deste elemento através da ingestão varia de acordo

com os hábitos alimentares da população. Enquanto no Reino Unido a média de

ingestão de níquel é de 140 – 150 μg.dia-1 para adultos e 14 – 250μg.dia-1 para

criança, nos EUA a ingestão média de níquel é de 69 – 162μg.dia-1, e de 60 – 260

μg.dia-1 na Dinamarca (OMS, 1998).

4.1.3 Manganês

O Manganês (Mn) é considerado um metal essencial à saúde humana,

porem em níveis elevados torna-se toxico. O Mn e seus compostos são usados na

indústria do aço, ligas metálicas, baterias, vidros, oxidantes para limpeza,

fertilizantes, vernizes, suplementos veterinários, entre outros usos (MARTINS; LIMA,

2001). Ele tanto é um ativador como um constituinte de várias enzimas. Atua ainda

na síntese de lipídios, na síntese de hormônios da tireoide, entre outras funções

(OMS, 1998).

O manganês é com frequência considerado como um dos elementos traço

de menor toxicidade e, isto, relaciona-se com a forma química (Mn2+ e Mn4+)

administrada, variando consideravelmente os efeitos adversos. No entanto, quando

presente em concentrações elevadas, decorrentes de exposição via oral, pode

causar alucinações e doenças do sistema nervoso central (PAIS; BENTON, 1997;

OMS, 1998).

É essencial para muitas funções biológicas, estando associado à formação

de tecido conjuntivo e ósseo, auxiliando no crescimento, reprodução e metabolismo

de carboidratos e lipídeos. A concentração de manganês no organismo humano

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tende a ser alta em tecidos ricos em mitocôndrias. Apesar de essencial, quando em

níveis elevados pode causar intoxicação (FRANCO, 1999).

A maioria dos alimentos contém manganês em concentrações abaixo de

5mg.Kg-1

(MARTINS; LIMA, 2001). Contudo, a exposição prolongada produz lesões

nervosas, com sintomas de neurotoxicidade crônicas, com sintomas de tremores e

dificuldade nos movimentos, que se assemelham ao parkinsonismo (FRANCO,

1999; OGA, 2008).

Para o Mn, não há referência de condições máximas permitidas na

legislação brasileira. Por ser um metal essencial, a dose diária recomendada é de 2

a 3mg por dia, para um adulto (BRASIL, 2008).

4.1.4 Cobalto

O cobalto (Co) é um elemento relativamente raro. Ocorre na crosta terrestre

na faixa de 0,001 - 0,002%, onde é encontrado na forma de minérios tais como a

cobaltita (CoS2.CoAs2), linaeita (Co3S4), esmaltita (CoAs2) e eritrita

(3CoO.As2O5.8H2O) (MERCK INDEX, 1996). Assim como todos os micronutrientes

essenciais, apresenta duas zonas de exposição incompatíveis com a vida: tanto a

deficiência como o excesso pode levar à doença ou à morte (National Research

Council, 1989; MERTZ et al., 1994).

Para a população em geral, a dieta representa a principal fonte de exposição

ao Co. Não existe recomendação oficial para ingestão diária de Co. é um elemento

químico essencial para numerosos organismos, incluindo os humanos. A presença

de quantidades entre 0,13 e 0,36 ppm no solo melhora sensivelmente a saúde dos

animais de pastoreio. O cobalto é um componente central da vitamina B12

(cianocobalamina ) (National Research Council, 1989). A fonte de exposição ao Co

através da dieta está descritas na Tabela 5.

Tabela 5 - Exposição ambiental ao cobalto através da dieta e concentrações relatadas na literatura

Fonte de exposição Concentração Referência

Dieta alimentar 1,7 a 100 μg/dia IARC (International Agency for Research on

Cancer, 1991)

Alimentos 13 - 36 μg/dia FÁVARO et al., 1997

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Para o cobalto tanto a ANVISA como o Codex Alimentarius não fazem

referências sobre os limites relativos à IDR.

4.1.5 Ferro

O ferro é o metal mais abundante na crosta terrestre, com depósito de

minérios distribuídos por todos os continentes. É amplamente utilizado

industrialmente, por atividades como a metalurgia, siderurgia (fabricação de ligas

metálicas, sendo o aço a mais importante liga de ferro), fabricação de imãs, tintas,

pigmentos e soldagem de metais. Este elemento é liberado para o ambiente por

fontes naturais, mas as atividades antropogênicas de origem industrial são as

principais responsáveis pela contaminação dos ecossistemas (OGA, 2008).

O desempenho do ferro no meio ambiente, assim como a disponibilidade do

mesmo para os animais, são determinadas por suas características físico-químicas e

pelo estado de oxidação Fe2+

e Fe3+

, sendo este último, insolúvel em água (LIMA;

PEDROZO, 2001).

Este metal é encontrado em praticamente todos os seres vivos e cumpre

numerosas, variadas e essenciais funções no organismo, como cofator nas reações de

transferências e conservação de energia, além de participar de vários outros processos,

tais como o transporte de oxigênio e síntese de biomoléculas como a hemoglobina

(SIQUEIRA et al., 2006). Entretanto, o excesso, assim como a deficiência de ferro pode

levar a alterações fisiológicas (FRANCO, 1999). A disposição do ferro é regulada por um

mecanismo complexo para manter a homeostase, e geralmente de 2 a 15% da dose do

metal ingerida é absorvida pelo trato gastrointestinal (LIMA; PEDROZO, 2001). Segundo

indicação do Ministério da Saúde, a ingestão diária de ferro recomendadas para adultos

é de 14 mg (BRASIL, 2008).

4.2. Reagentes e soluções

Todos os reagentes utilizados foram da marca Merck de grau analítico:

Ácido nítrico (65% v/v) – Merck

Peróxido de hidrogênio (30% v/v) – Merck.

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Todas as soluções foram preparadas com água destilada e deionizada (18 MΩ

cm, Milipore, USA).

As soluções padrão de Na, K, Ca, Co, Fe, Ni, Mg, Mn e Pb foram preparadas a

partir de soluções estoques de 1mg mL-1 (Tritisol ® Merck, Alemanha).

4.3. Equipamentos

Espectrofotômetro de Absorção Atômica (E.A.A.), marca Shimadzu, modelo AA-

6800, equipado com atomizador por chama e corretor de backgraund BGC-D2.

Lâmpadas de catodo oco de Na, K, Ca, Co, Fe, Ni, Mg, Mn e Pb. Os

comprimentos de onda (nm) usados nas análises dos metais foram: Na; 357,9; K:

324,8; Ca: 213,9; Co; 240,1; Fe: 248,3; Ni; 232,0; Mg: 285,4; Mn: 279,5 e Pb:

283,3.Todas determinações foram feitas em chama ar/acetileno. Todos os ajustes

instrumentais foram os recomendados no manual do fabricante.

Forno de micro-ondas de cavidade fechada com rotor segmentado de média

pressão para 18 vasos, dispositivo automático de controle de temperatura em vaso

de referência e sensor químico, marca Milestone, modelo ETHUS PLUS T-800,

Balança Analítica digital, marca Mettler, modelo Toledo AB204-5

Ultra purificador de água, marca Milipore, modelo Milli-Q plus;

4.4. Materiais

Balões volumétricos de 50 e 500 mL;

Funis de vidro;

Bandejas de plásticas;

Frascos de polietileno de 100 mL;

Papel de filtro quantitativo;

Pipetas automáticas de 5,0 mL

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4.5. Seleção dos locais para coleta

As amostras de mel foram coletadas no período de junho/2011 até

dezembro/2011 em cinco colônias distintas Tabela 6 localizadas em quatro

municípios do Estado de Sergipe, são eles: Poço Redondo (povoado Barra da

Onça), Japaratuba (povoado Caraíbas), Porto da Folha (povoado Lagoa do Rancho)

e Barra dos Coqueiros (povoado Capuã).

Tabela 6 - Localização dos pontos de amostragem.

Município Povoado Coordenadas

Poço Redondo Barra da Onça 09°38'58.38"S 36°54'15.71"O

Japaratuba Caraíbas 10°25'33.97"S 36°53'14.29"O

Porto da Folha Lagoa do Rancho 9°58'49.93"S 37°26'0.72"O

Barra dos coqueiros Capuã 10°51'10"S 36°59'45"O

Estas regiões foram escolhidas por apresentarem diferentes níveis de

desenvolvimento urbano-agro-industrial, estando mais ou menos susceptíveis a

poluição atmosférica e ou ambiental.

O município de Barra dos coqueiros fica localizado na Região Metropolitana

de Aracaju (Figura 3), liga-se a capital sergipana pela ponte Aracaju - Barra dos

Coqueiros facilitado acesso e garantindo melhorias na infraestrutura e grandes

investimentos privados. Nele se localiza o mais importante porto de Sergipe:

Terminal Marítimo Inácio Barbosa. O porto opera cargas gerais como madeira,

coque, uréia, trigo, fertilizante e sucos naturais. É ainda utilizado, pela Petrobrás,

para apoio às atividades de exploração e produção de petróleo na costa de Sergipe

(IBGE, 2007).

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Figura 3 - Povoado Capuã (Barra dos Coqueiros - SE)

Fonte: adaptado de Mapquest (2012).

Japaratuba (Figura 4) está localizado a 54 quilômetros de Aracaju. Principais

atividades econômicas: Agricultura (cana-de-açúcar, mandioca, coco) Pedreiras e

extração de petróleo (IBGE, 2007).

Figura 4 - Povoado Caraíbas (Japaratuba – SE)

Fonte: adaptado de Mapquest (2012).

Povoado

Capuã

Povoado

Caraíbas

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O município de Poço Redondo (Figura 5) está inserido dentro da região

semiárida do Nordeste do Brasil, distante 186 km da capital sergipana (IBGE, 2007).

Essa região foi escolhida devido ao aumento das áreas destinadas à pecuária com

substituição da criação de caprino pelo gado leiteiro, uso de tecnologias agrícolas

ultrapassadas como a queimada, uso de agrotóxicos, e principalmente, o

desmatamento indiscriminado da vegetação.

Figura 5 - Povoado Barra da Onça (Poço Redondo – SE)

Fonte: adaptado de Mapquest (2012).

Porto da Folha fica a 190 Km de Aracaju. Nos últimos anos vêm crescendo

economicamente de forma bastante acelerada, suas principais fontes de economia a

agricultura, pecuária e turismo. O Povoado Lagoa do Rancho se destaca pela

pecuária, produção de leite e seus derivados, apicultura, através da Casa do Mel, e

agricultura (Figura 6).

Povoado

Barra da Onça

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Figura 6 - Povoado Rancho (Porto da Folha – SE)

Fonte: adaptado de Mapquest (2012).

Povoado Lagoa

do Rancho

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4.6. Coleta das amostras

Foram coletadas 40 amostras de mel multiflorais, produzidos por abelhas

africanizadas (Apis mellifera L.), realizadas duas campanhas de amostragem, 20 no

período de 10 a 22 de junho de 2011 e outras 20 no período de 06 a 11 de

dezembro de 2011, sendo colhidas por apicultores locais (Figura 7).

Figura 7 - Colmeia onde foram coletadas as amostras de Porto da folha - SE (Povoado Lagoa do Rancho)

As amostras de mel foram obtidas diretamente dos favos (Figura 8),

utilizando espátulas e facas de plástico, cada amostra de mel foi colocada em potes

plásticos assépticos de 300 mL devidamente identificados, logo após foram

encaminhadas para o Laboratório de Química Analítica Ambiental (LQA) da

Universidade Federal de Sergipe (UFS). Durante a permanência na UFS, todas as

amostras foram protegidas da luz e mantidas em temperatura ambiente. Na Tabela 6

estão descritos cada sítio de amostragem e seu posicionamento geográfico.

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Figura 8 - Favo de mel de onde foi retirada uma amostra para analise e armazenada em pote de plástico devidamente etiquetado.

4.7. Limpeza de materiais

Todo material do laboratório foi imerso em solução de detergente por pelo

menos 3 horas. Em seguida, este foi enxaguado com água corrente e depois água

destilada por 3 vezes. Todas as vidrarias usadas foram colocadas em solução de

ácido nítrico a 10% (v/v) por um período de 24h e em seguida foram enxaguados, no

mínimo, três vezes em água ultrapura. Com relação à limpeza dos vasos de Teflon

do forno de micro-ondas, após cada experimento, seguiu-se o procedimento

indicado no manual do usuário da Milestone, consistindo em adicionar 5 mL de

HNO3 65% (v/v) em cada vaso, e em seguida executar um programa de

aquecimento de 10 min a 650 Watt. Após o resfriamento de 25 min, os vasos foram

abertos e enxaguados três vezes com água ultrapura.

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4.8. Digestão em forno de micro-ondas

Transferiu-se 0,2500 g de amostra de mel para os vasos de teflon do forno

de micro-ondas. Em seguida adicionou-se o 0,25 mL H2O2 30% (v/v) e 1 mL de

HNO3 65 % m/v, e deixou-se este sistema em repouso durante 30 minutos para que

a amostra fosse completamente umedecida e que houvesse a liberação de gases,

evitando um aumento brusco de pressão durante o aquecimento no forno de micro-

ondas. Este período de tempo é chamado de digestão fria. Após a digestão fria, os

vasos foram colocados na cavidade do forno de micro-ondas e submetidos aos

programas de aquecimento (Tabela 7). Depois da digestão, as soluções das

amostras e dos brancos foram transferidas para balões volumétricos de 50 mL e o

volume foi completado com água ultrapura (Figura 9). Todo processo foi feito em

triplicata.

Tabela 7 - Programa de aquecimento do forno de micro-ondas

Etapa 1 2 3 4 5

Potência, W 250 250 400 500 0

Tempo, min 2 6 4 8 10

Figura 9 - Fluxograma do tratamento das amostras para determinação parcial dos metais.

Esses extratos foram mantidos em frascos de polietileno previamente

descontaminados e mantidos a 25 ºC.

0,25 g da amostra 1,0 mL de HNO3 65 %

m/v e 0,25 mL de

H2O2 30 % m/v

Filtradas em

papel de filtro

qualitativo

Balão volumétrico

de 50 mL

Digestão fria

Determinação dos

metais por FAAS

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4.9. Condições do Equipamento de Absorção Atômica

Os analitos Na, K, Ca, Co, Fe, Ni, Mg, Mn e Pb foram determinados por

espectrometria de absorção atômica em chama ar/acetileno. Para tal, prepararam-se

vários padrões dos elementos a serem analisados: Soluções padrão estoque de

1000 mg L-1 foram preparadas a partir de ampolas contendo padrão TRITISOL –

MERCK com 1,000 ± 0,002 g do metal. As soluções diluídas (em água ultra-pura)

usadas na obtenção das curvas analíticas foram preparadas no momento da análise,

a partir das soluções estoque.

As condições analíticas e operacionais do FAAS são mostradas na Tabela 8.

Tabela 8 - Condições analíticas e operacionais do FAAS.

Corrente

(mA) λ (nm)

Fenda

(nm) BCG-D2

Altura

Burner

(mm)

Ângulo

Burner

(º)

Fluxo

gás

(L/min)

Oxidante

Ca 8 213,9 0,5 Sim 7 0 2,0 Ar

Co 12 240,1 0,2 Sim 7 0 2,2 Ar

Fe 12 248,3 0,2 Sim 7 0 2,2 Ar

K 6 324,8 0,5 Sim 7 0 1,8 Ar

Mg 10 285,4 0,5 Sim 7 0 1,8 Ar

Mn 10 279,5 0,2 Sim 7 0 2,0 Ar

Na 10 357,9 0,5 Sim 9 0 2,8 Ar

Ni 12 232,0 0,2 Sim 7 0 2,2 Ar

Pb 10 283,3 0,5 Sim 7 0 2,0 Ar

As condições analíticas e operacionais foram as estabelecidas pela metologia

oficial adotada.

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35

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A qualidade nutritiva dos alimentos tem sido tema de várias discussões com

respeito à manutenção da vida. Sendo assim, a saúde nutricional dos seres vivos

depende das quantidades e proporções corretas de nutrientes que ele recebe. O mel

é um alimento que apresenta poucas informações sobre sua composição mineral,

pensando nisto, este trabalho estudou a composição mineral em méis de diversas

floradas de abelhas africanizadas produzidos no Estado de Sergipe.

Ao analisar os constituintes inorgânicos Sódio (Na), Potássio (K), Cálcio

(Ca), Ferro (Fe), Manganês (Mn) e Magnésio (Mg), verificou-se os seguintes

resultados (Tabelas 9).

A composição mineral do mel varia de acordo com a origem floral, clima,

solo e fatores relativos às abelhas (MARCHINI et al., 2005). Por isso, os valores dos

minerais das amostras não foram homogêneos em virtude dos méis serem

multiflorais, e ainda apresentaram intervalos de variação relativamente altos. Os

valores mínimo e máximo para os minerais foram: Fe (9,35 - 49,82 mg kg-1), Mn

(0,71 – 5,80 mg kg-1), Mg (7,82 – 112,63 mg kg-1), K (266,34 – 1299,39 mg kg-1), Na

(14,21 – 174,84 mg kg-1) e Ca (20,04 – 81,71 mg kg-1). A figura 10 mostra que o

elemento mais abundante para todas as amostras foi o Potássio. No trabalho de

Garcia (2011), onde o mesmo Avaliou metais em mel de abelhas comercializados no

Município de Aracaju - Se, o K é o segundo mais abundante com o valor médio de

304,8 mg kg-1. Este é necessário para manter a pressão osmótica especialmente

nos líquidos intersticiais; facilita o transporte de água nos tecidos sua necessidade

diária é de 2000 mg (pessoa adulta) a carência pode causar debilidade muscular,

letargia e transtorno da função cardíaca. Como o potássio é diurético, uma

alimentação rica com este nutriente pode causar perda de peso (WITCZAK M.,

2011).

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Tabela 9 – Concentrações (em mg/kg) dos minerais nas amostras de mel produzidas nos quatro municípios provenientes do Estado de Sergipe –

Poço Redondo (povoado Barra da Onça), Japaratuba (povoado Caraíbas), Barra dos Coqueiros (povoado Capuã) e Porto da Folha (povoado Lagoa do

Rancho)

POVOADOS Ferro Manganês Magnésio Potássio Sódio Cálcio

Poço redondo 12,54 ± 0,60 1,03 ± 0,08 7,82 ± 0,56 266,34 ± 18,50 14,21 ± 0,32 33,68 ± 2,83

Japaratuba 19,69 ± 1,36 2,12 ± 0,15 57,10 ± 1,38 660,56 ± 28,56 17,99 ± 0,99 42,30 ± 1,81

Barra dos Coqueiros 49,82 ± 1,05 5,80 ± 0,23 112,63 ± 7,61 1299,39 ± 92,24 174,84 ± 8,77 81,71 ± 5,41

Porto da folha 9,35 ± 0,35 0,71 ± 0,08 16,79 ± 0,95 455,6 ± 18,67 43,32 ± 2,12 20,04 ± 1,13

Os resultados correspondem à média ± desvio-padrão de cinco análises.

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37

Figura 10 – Valores médios encontrados para os elementos essenciais (Fe, Mn, Mg, K, Na).

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Poço redondo Japaratuba Barra dos coqueiros Porto da folha

mg/

kg

Ferro

Manganês

Magnésio

Potássio

Sódio

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Na posição oposta encontra-se o Manganês com as menores concentrações

entre os minerais analisados, porém nos municípios de Barra dos Coqueiros e

Japaratuba apresentaram resultados ligeiramente mais altos em comparação aos

outros, fato que pode está relacionado com a aplicação de fertilizantes na região

durante o período de coleta das amostras. Para o Mn, não há referência de

Concentração Máxima Permitida (CMP) na legislação brasileira. Entretanto, a dose

diária recomendada para um adulto é de 2 a 3mg/dia, (BRASIL, 2005). Isto permite

ao mel sergipano ser usado como fonte nutritiva de Mn.

Em relação aos resultados do Ferro é importante ressaltar que, mesmo não

havendo parâmetros pré-estabelecidos na legislação nacional, os valores obtidos

com as amostras dos municípios de Japaratuba e Barra dos Coqueiros ultrapassam

os limites máximos padronizados pelo CODEX para alimentos, doces e mel,

excedendo as 15 mg.Kg-1 (LEBLEBICI; AKSOY, 2008). As principais fontes de

poluição de Fe são indicadas pela corrosão de metais e escavações. Na Barra dos

Coqueiros as altas concentrações podem está relacionadas à proximidade das

colônias com o litoral, região propícia a corrosão. Japaratuba além de estar no

sentido norte, próximo ao litoral, possui algumas pedreiras, áreas de constantes

escavações próximas às colônias. Para os demais municípios, apesar de altas, as

concentrações de ferro estiveram abaixo da determinada pelo CODEX, estando

seguros para o consumo e encontrar-se de acordo com o encontrado para outras

regiões do mundo. O restante dos minerais estão dentro dos limites de conformidade

proposto pelo CODEX e a legislação brasileira.

Em comparação com trabalhos similares, Wiese et al. (2000), Bogdanov et

al. (2008), Baroni et al. (2009), no qual determina o conteúdo mineral do mel (tabela

10) é possível observar que os méis analisados estão próximos dos alcançados nos

respectivos trabalhos.

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Tabela 10. Teor dos principais minerais encontrados nos méis analisados.

Média em mg/100g de mel

MINERAIS Local a) Local b) Local c) Local d) Neste Estudo

Cálcio 4,4 – 9,2 3 - 31 1,3 – 2,1 13,05 –1.024,7 2 – 8,1

Potássio 13,2 – 16,8 40 - 3500 11,4 – 35,8 13,5 – 304,8 26,6 – 129,9

Sódio 0,0 – 7,6 1,6 – 17 6,4 – 9,1 0,0 – 5,2 1,4 – 17,4

Magnésio 1,2 – 3,5 0,7 – 13 0,9 – 1,73 6,50 – 73,7 0,014 – 11,3

Ferro 0,06 – 1,5 0,003 - 4 0,3 – 0,4 0,9 – 1,7 0,9 – 4,9

Manganês 0,02 – 0,4 0,002 - 2 0,01 – 0,02 0,04 – 0,2 0,07 – 0,5

Fonte: a) Wiese, 2000; b) Bogdanov, 2008; c) Baroni, 2009 e d) Garcia, 2011.

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As análises dos elementos traço Cobalto (Co), Níquel (Ni) e Chumbo (Pb)

apresentaram os seguintes perfis (Tabela 11).

Tabela 11 – Concentrações (em mg/kg) dos elementos traço provenientes do Estado de

Sergipe

POVOADOS Ni Co Pb

Poço redondo 0,03± 0,01 <LQ 0,22 ± 0,04

Japaratuba 0,06 ± 0,02 <LQ 0,16 ± 0,23

Barra dos coqueiros <LQ <LQ 0,23 ± 0,03

Porto da folha <LQ <LQ 0,08 ± 0,01

Os resultados correspondem à média ± desvio-padrão de cinco análises.

A legislação brasileira (Tabela 3) é pouco contundente em relação aos

limites aceitáveis ou permitidos de metais em solos, águas e alimentos e também

não informa sobre limites críticos para todos os metais traço em méis. Existe uma

carência muito grande de dados nacionais que subsidiem os legisladores e órgãos

ambientais.

Entre os metais estudados, apenas o chumbo apresenta concentrações

máximas permitidas na Legislação, sendo esta 0,3 mg.kg-1. Todos os teores de Pb

apresentaram-se dentro dos limites proposto Instrução Normativa nº11/12 (BRASIL,

2012). Em um alguns países o chumbo tem seu limite máximo estabelecido em 1

mg.kg-1

(BOGDANOV et al., 2003).

O elemento traço Níquel (Ni) apresentou concentrações pequenas nos

munícipios de Poço Redondo e Japaratuba. Nos municípios de Barra dos Coqueiros

e Porto da Folha sua presença foi detectada em teores abaixo do Limite de

Quantificação (LQ). Para o cobalto (Co) os resultados foram detectados em teores

abaixo do Limite de Quantificação (LQ) nas quatro áreas estudadas.

Tendo em conta as recomendações internacionais (Food and Nutrition

Board, 2001), o limite máximo admissível para o níquel é de 1 mg Ni/dia,

determinou-se que para o mel com maior teor em Ni (0,06 mg.kg-1) seria necessário

consumir cerca de 16,67 kg deste produto por dia para ultrapassar o valor máximo

admissível. Desse modo, estes resultados indicam que o mel analisado não põe em

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risco saúde dos consumidores, podendo este, fazer parte como complemento na

alimentação diária.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conteúdo de minerais encontrados nas amostras de méis das regiões em

estudo contribuiu na identificação de um produto desenvolvido em área

geograficamente “limpa”, isenta de contaminação. Embora algumas poucas

amostras dos méis analisados estejam com parâmetros de chumbo fora dos critérios

estipulados pela legislação brasileira vigente, e alguns órgãos internacionais de

segurança alimentar e proteção do consumidor. Vale ressaltar que são decorrentes

de fatores não correlacionados com a extração e o processamento desse produto

apícola, mas possivelmente são relacionados a fatores como os tipos de solo, o

clima e os tipos de néctar existentes na região.

Os méis estudados apresentaram-se com as concentrações de metais traço

(Ni, Co e Pb) dentro das faixas estabelecidas pelas legislações internacionais

vigentes para alimentos e agua. As concentrações encontradas para Ni e Co no mel

poderão servir como contribuição cientifica para a elaboração de legislações futuras,

haja vista que as vigentes não estabelecem limites para estes metais, com exceção

do chumbo.

Além disso, a caracterização do conteúdo de minerais realizada nesta

pesquisa gera resultados inéditos, os quais podem servir futuramente na elaboração

de uma classificação dos méis de abelhas africanizadas obtidos em Sergipe a partir

da correlação da composição destes com a origem geográfica desse produto

apícola.

Com tudo, o mel produzido no Estado de Sergipe, com base nos resultados

obtidos, pode ser considerado de boa qualidade, mesmo com alguns destes

minerais apresentando-se acima do limite máximo recomendado, assim, nenhum

efeito adverso à saúde do individuo que o consome.

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