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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ- REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA RESPOSTAS CARDIOVASCULARES ASSOCIADAS AO INTERVALO INTERSÉRIES DE EXERCÍCIO RESISTIDO EM MULHERES HIPERTENSAS SOB CONTROLE FARMACOLÓGICO Gilene de Jesus Pereira São Cristóvão SE 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ- REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

RESPOSTAS CARDIOVASCULARES ASSOCIADAS AO

INTERVALO INTERSÉRIES DE EXERCÍCIO RESISTIDO EM

MULHERES HIPERTENSAS SOB CONTROLE FARMACOLÓGICO

Gilene de Jesus Pereira

São Cristóvão – SE

2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

RESPOSTAS CARDIOVASCULARES ASSOCIADAS AO

INTERVALO INTERSÉRIES DE EXERCÍCIO RESISTIDO EM

MULHERES HIPERTENSAS SOB CONTROLE FARMACOLÓGICO

Gilene de Jesus Pereira

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

Orientador: Prof. Dr. Rogério Brandão Wichi

São Cristóvão – SE

2016

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

P455r

Pereira, Gilene de Jesus Respostas cardiovasculares associadas ao intervalo interséries

de exercício resistido em mulheres hipertensas sob controle farmacológico / Gilene de Jesus Pereira; orientador Rogério Brandão Wichi. – São Cristóvão, 2016.

56 f. : il.

Dissertação (mestrado em Educação Física) – Universidade Federal de Sergipe, 2016.

1. Exercícios físicos para mulheres. 2. Condicionamento físico. 3. Hipertensão arterial. 4. Medicamentos - Utilização. I. Wichi, Rogério Brandão, orient. II. Título.

CDU 796.015.363:616.12

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Gilene de Jesus Pereira

RESPOSTAS CARDIOVASCULARES ASSOCIADAS AO

INTERVALO INTERSÉRIES DE EXERCÍCIO RESISTIDO EM

MULHERES HIPERTENSAS SOB CONTROLE FARMACOLÓGICO

Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Educação Física.

Aprovada em: _____/_____/_____

_________________________________________

Orientador: Prof. Dr. Rogério Brandão Wichi

_________________________________________

1º Examinador: Prof. Dr. Silvan Silva de Araujo

_________________________________________

2º Examinador: Prof. Dr. Valter Joviniano de Santana Filho

PARECER

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pela coragem e força cedidas sempre em quantidades proporcionais aos

desafios e obstáculos encontrados.

À Universidade Federal de Sergipe e ao Hospital Universitário de Sergipe, por

cederam espaços e equipamentos, tornando possível a realização desse projeto.

À Universidade Estadual de Feira de Santana, Ba, a qual sou servidora do quadro

técnico administrativo, por ter liberado meu afastamento com ônus, caso contrário

não seria possível a realização desse mestrado.

Às voluntárias que participaram da pesquisa, doando seu tempo para contribuição

com ciência.

A todos os professores do programa, que foram importantes no meu caminho

acadêmico. E também àqueles que deram suas contribuições valiosas quando

estavam sob a condição de avaliadores na banca.

A todos os familiares, pelo apoio e compreensão pela minha ausência.

Aos amigos que contribuíram para que essa jornada fosse menos árdua, fazendo

o papel de irmãos e tornando-se responsáveis pela parte leve dessa etapa.

E um profundo agradecimento ao meu orientador/desorientador, Rogério Wichi, por

sua disposição, dedicação, ensinamentos, mas principalmente pelos desafios e

inquietações, os quais contribuem positivamente com um amadurecimento que me

trará frutos muito além do título de mestre.

Muito Obrigada!

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PEREIRA GJ. Respostas cardiovasculares associadas ao intervalo interséries de

exercício resistido em mulheres hipertensas sob controle farmacológico. 2016.

Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal de Sergipe, São

Cristóvão.

O exercício resistido (ER) é indicado como complemento aos programas de exercícios aeróbios para controle da hipertensão arterial. Porém, sabe-se que durante o ER pode ocorrer pico pressórico e risco aumentado de evento cardiovascular em indivíduos hipertensos. Sabe-se que a intensidade de esforço, volume de exercício e fadiga muscular potencializam tais efeitos. Os efeitos do controle da pressão arterial e do tempo de descanso interséries ainda não foram investigados. Assim, o objetivo desse estudo foi verificar, em mulheres hipertensas submetidas ao exercício resistido, os efeitos do controle da pressão arterial e do tempo de descanso interséries (30s, 60s e 90s) nas respostas de pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), frequência cardíaca (FC) e duplo produto (DP). Participaram do estudo dezenove mulheres hipertensas, com idade média de 58,5±5,2 anos e IMC, 29,4±4,9 Kg/m2. Foram divididas em grupos: controlado (n=6), descompensado (n=8) e não tratado (n=5). Os sujeitos foram submetidos a um teste de uma repetição máxima (1RM), na cadeira extensora e realizaram três sessões de exercício resistido (3x12 a 60% de 1RM de extensão de joelhos). Cada sessão foi realizada com um intervalo interséries diferente (30, 60 e 90 segundos). Foi utilizado ANOVA de 2 vias para medidas repetidas, com pós teste de Tukey, estabelecendo nível de significância de p<0,05. No grupo controlado, não houve diferença significativa entre exercício e repouso de PAD, FC e DP em nenhum dos intervalos (p>0,05), enquanto a PAS foi maior que o repouso, quando o intervalo interséries foi de 30s (p= 0,0204). Nos grupos descompensado e não tratado, houve elevação de todas as variáveis, comparadas ao repouso (p<0,05) independente do tempo de descanso. Picos pressóricos atingidos durante o exercício, no grupo controlado (PAS: 171,3±14 e PAD: 99,5± 11mmHg) foram semelhantes aos picos atingidos pelos grupos descompensado (216,1±11 e PAD: 132,5±16mmHg) e não tratado (216,8±21 e PAD: 133,6±13 mmHg). Dessa forma, é possível afirmar que se o quadro hipertensivo não está controlado, o esforço cardiovascular aumenta significativamente durante o ER e o controle farmacológico mostra-se efetivo para diminuir esse esforço durante a prática do ER. Portanto, a condição de controle do quadro hipertensivo é mais importante do que o intervalo interséries para influenciar as respostas cardiovasculares ao ER. Assim, podemos sugerir que o efetivo controle da PA, através do tratamento farmacológico pode diminuir o risco de pico pressórico durante a prática do exercício resistido.

Palavras chaves: Hipertensão arterial, tratamento medicamentoso, exercício resistido, intervalo interséries

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Pereira. GJ. Cardiovascular responses associated with rest interval in the resistance exercise in hypertensive women treated pharmacological. 2016, Dissertation (Masters in Physical Education) - Federal University of Sergipe, São Cristóvão.

Resistance exercise (RE) is indicated as a complement to aerobic exercise program to control high blood pressure. However, it is known that during RE may occur peak pressure and increased risk of cardiovascular events in hypertensive individuals. It is known that the exercise intensity, exercise volume and muscle fatigue potentiate these effects. The effects of blood pressure control and the rest time between sets have not yet been investigated. The objective of this study was to verify, in hypertensive women undergoing resistance exercise, the effects of blood pressure control and the rest time between sets (30s, 60s and 90s) the responses of systolic blood pressure (SBP) and diastolic (DBP), heart rate (HR) and double product (DP). The study included nineteen hypertensive women, mean age 58.5 ± 5.2 years and BMI 29.4 ± 4.9 kg / m2, were divided into groups: controlled (n=6), decompensated (n=8) and untreated (n=5). The subjects were submitted to the 1RM test in the leg extension and held three training sessions resistance (3x12 to 60% of 1RM knee extension). Each session was performed with different rest interval (30, 60 and 90 seconds). It used 2-way ANOVA for repeated measures with post test Tukey, establishing a significance level of p<0.05. In the control group, there was no significant difference between exercise and rest to PAD, FC and DP in any of the intervals (p>0.05), while SBP was higher than the rest, when the rest interval was 30 seconds (p=0,0204). In uncontrolled and untreated groups, there was an increase in all the variables, compared to the rest (p<0.05) independent of the rest interval. Pressure peaks reached during the exercise, in the controlled group (SBP: 171.3 ± 14 and DBP: 99.5 ± 11mmHg) were similar as compare to uncontrolled groups (216.1 ± 11 and DBP: 132.5 ± 16 mmHg) and untreated (216.8 ± 21 and DBP: 133.6 ± 13mmHg). Thus, if the hypertensive framework is not controlled, the cardiovascular stress significantly increases during the RE and the pharmacological control is shown to be effective in reducing the effort during the practice of RE. Therefore, the control condition of the hypertensive frame is more important than the rest interval for influencing the cardiovascular responses during the RE. Thus, we can suggest that effective control of the PA, through pharmacological treatment can reduce the risk of pressure peak during the practice of resistance exercise.

Key words: Hypertension, drug treatment, resistance exercise, rest interval

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 3

2.1 Geral ........................................................................................................................ 3

2.2 Específicos ............................................................................................................... 3

3. REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................... 4

3.1 Hipertensão arterial sistêmica .................................................................................. 4

3.2 Tratamento farmacológico e exercício físico ............................................................. 5

3.2 Exercício resistido – riscos e benefícios ................................................................... 7

3.3 Respostas cardiovasculares durante o exercício resistido ........................................ 7

3.4 Efeito agudo do exercício resistido ........................................................................... 8

3.5 Efeito crônico do exercício resistido ......................................................................... 9

3.6 Influências do intervalo de recuperação interséries .................................................. 9

4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 13

4.1 Participantes .......................................................................................................... 13

4.2 Critérios de inclusão e exclusão ............................................................................. 14

4.3 Procedimentos da coleta de dados ......................................................................... 14

4.3.1 - Detalhamento das avaliações e protocolo de exercícios ......................................... 16

Peso e Estatura ........................................................................................................................... 16

Respostas cardiovasculares ..................................................................................................... 16

Teste de 1 RM ............................................................................................................................. 16

Protocolo de Exercício ............................................................................................................... 17

4.4. Aspectos éticos ..................................................................................................... 18

4.5. Análise de dados ................................................................................................... 18

5. RESULTADOS ............................................................................................................ 19

6. DISCUSSÃO ............................................................................................................... 29

6. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 36

7. REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 37

8. APÊNDICES ................................................................................................................ 44

Apêndice I - Termo de consentimento livre e esclarecido ............................................. 44

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Esquema dos critérios de inclusão e exclusão dos participantes .........14

Figura 2 – Delineamento experimental...................................................................15

Figura 3 – Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com

intervalo interséries de 30s, nos grupos controlado, descompensado e não

tratado................................................................................................................... 20

Figura 4 – Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com

intervalo interséries de 60s nos grupos controlado, descompensado e não

tratado....................................................................................................................21

Figura 5 – Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com

intervalo interséries de 90s nos grupos controlado, descompensado e não

tratado....................................................................................................................22

Figura 6 - Valores máximos de pressão arterial sistólica e pressão arterial

diastólica ao exercício resistido realizado com intervalos interséries de 30s, 60s e

90s nos grupo controlado, descompensado e não tratado. ....................................24

Figura 7 – Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com

intervalos interséries de 30s, 60s e 90s no grupo controlado..................................25

Figura 8 – Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com

intervalos interséries de 30s, 60s e 90s no grupo descompensado........................27

Figura 9 – Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com

intervalos interséries de 30s, 60s e 90s no grupo não tratado.................................28

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Característica dos participantes do estudo...........................................19

Tabela 2 – Picos pressóricos durante o exercício resistido, nos diferentes grupos e

intervalos interséries...............................................................................................23

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x

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no

consultório (> 18 anos).............................................................................................4

Quadro 2 - Resumo de pesquisas envolvendo respostas cardiovasculares ao

exercício resistido. ................................................................................................ 12

Quadro 3 – Classe dos medicamentos utilizados pelos grupos controlado e

descompensado.....................................................................................................13

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

DCV - Doença cardiovascular

DP - Duplo produto

ER - Exercício resistido

FC - Frequência Cardíaca

HA - Hipertensão arterial

IR – Intervalo de recuperação

PA - Pressão arterial

PAD - Pressão arterial diastólica

PAM - Pressão arterial média

PAS - Pressão arterial sistólica

OMS – Organização Mundial de Saúde

RM - Repetição Máxima

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1. INTRODUÇÃO

A doença cardiovascular (DCV) tem sido responsável por milhares de mortes

no mundo, a qual foi responsável por 30% de todas as mortes globais, no ano de

2008, atingindo 17,3 milhões de pessoas por ano e, com estimativas para chegar a

23,3 milhões em 2030, mantendo-se como a principal causa de morte no mundo1.

A hipertensão arterial sistêmica, condição clínica multifatorial caracterizada por

níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA)2 representa um dos

principais fatores de risco para morbidade e mortalidade cardiovasculares, sendo o

fator de risco mais importante para a cardiopatia isquêmica3.

A taxa de morte por hipertensão, no mundo, aumentou 13,2% durante a

década 2001-2011 e o Brasil assume a sexta posição entre os países com a mais

alta taxa de morte por doenças cardíacas, infartos e HA, entre homens e mulheres

de 35 a 74 anos4. A prevalência mundial de hipertensão (classificada como pressão

arterial sistólica ≥ 140 mmHg e / ou diastólica ≥ 90 mmHg) atinge 22% da população

(≥ 18 anos de idade)5. Enquanto no Brasil, a prevalência é de 24,8% nos indivíduos

acima de 18 anos de idade6.

O exercício físico é um importante adjuvante no controle e tratamento da HA

e o exercício resistido (ER) combinado com o exercício aeróbio promove reduções

da pressão arterial, estando indicados para a prevenção e o tratamento da

hipertensão arterial (HA)2. Alguns estudos compararam as duas modalidades de

exercícios e encontraram benefícios tanto nos exercícios aeróbios quanto nos

resistidos7,8. Esses benefícios também são encontrados em sessões que

combinam as duas modalidades9,10,11. Em sessões realizadas somente com

exercício resistido, houve redução de pressão arterial sistólica12,13 e pressão arterial

diastólica14.

Embora haja indicativos de que o ER tenha efeito positivo na redução da

pressão arterial, dados científicos ainda são insuficientes, devido às controvérsias

sobre o tema, fato que torna este campo ainda aberto à investigação. Há uma

grande discrepância atribuída aos diferentes delineamentos metodológicos

utilizados, como, por exemplo, diferentes intensidades, forma de execução e

volume de trabalho realizado15.

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2

Na prescrição de exercícios para população especial, como os hipertensos,

deve-se atentar para a segurança do indivíduo durante sua realização, visto que, o

ER, pode ocasionar pico pressórico, e isto pode aumentar o risco de rompimento

de aneurismas preexistentes3. A manipulação do intervalo de recuperação

interséries pode ser um fator determinante para minimizar o risco de eventos

durante a prática do ER, pois o mesmo pode afetar significativamente as respostas

cardiovasculares a uma sessão de ER16.

Embora alguns estudos demonstrem diferenças de respostas

cardiovasculares ao treino de exercícios com pesos associados ao intervalo

interséries, ainda são poucos os que investigam tais respostas em indivíduos

hipertensos, com foco na segurança durante a realização do exercício. Além do

mais, não existe nas diretrizes da Sociedade Brasileira de Hipertensão2 e do

Colégio Americano de Medicina do Esporte17 recomendações relacionadas ao

intervalo interséries do ER para pessoas hipertensas. Não se sabe também se o

tratamento farmacológico anti-hipertensivo pode influenciar nas respostas

cardiovasculares ao exercício resistido. Assim, os resultados desse estudo poderão

contribuir para o planejamento de programas, que envolvem ER, com segurança

para a população hipertensa.

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2. OBJETIVOS

2.1 Geral

Verificar as respostas cardiovasculares ao exercício resistido em mulheres

hipertensas.

2.2 Específicos

1. Estudar a influência do tratamento farmacológico anti-hipertensivo no

comportamento da pressão arterial sistólica, diastólica, frequência

cardíaca e duplo produto durante o exercício resistido (extensão de

joelhos).

2. Analisar o efeito de diferentes intervalos de descanso (30s, 60s e 90s)

interséries no comportamento da pressão arterial sistólica, diastólica,

frequência cardíaca e duplo produto durante o exercício resistido

(extensão de joelhos).

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4

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Hipertensão arterial sistêmica

A hipertensão arterial é uma síndrome multicausal e multifatorial,

caracterizada pela presença de níveis elevados de pressão arterial (PA)3. A

pressão sanguínea é desenvolvida pela força que o sangue exerce contra as

paredes das artérias e, quanto maior for esta pressão, maior será o esforço

cardiovascular para bombear o sangue1. No quadro 1 apresenta-se a classificação

diagnóstica da pressão arterial para adultos acima de 10 anos de idade.

Quadro 1. Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual no consultório (> 18 anos).

CLASSIFICAÇÃO PRESSÃO SISTÓLICA

(mmHg) PRESSÃO DIASTÓLICA

(mmHg) Ótima < 120 < 80 Normal < 130 < 85

Limítrofe 130–139 85–89 Hipertensão estágio 1 140–159 90–99 Hipertensão estágio 2 160–179 100–109

Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90

Fonte: VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial.

Através de alguns fatores, como história familiar de hipertensão, índice de

massa corporal elevado, inatividade atividade física e resposta exagerada de PA

durante e/ou após o exercício, é possível saber se o indivíduo é predisposto à

hipertensão e, com adoção de medidas preventivas, como alterações no estilo de

vida, este resultado pode ser alterado5,17.

A hipertensão arterial representa um dos principais fatores de risco para

morbidade e mortalidade cardiovasculares3, sozinha é responsável por 9,4 milhões

de mortes no mundo por ano1. No Brasil, a prevalência de hipertensão arterial em

indivíduos de 55 a 64 anos de idade é maior nas mulheres (52,4%) do que nos

homens (47,0%)6.

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Em 2013, a Assembleia Mundial da Saúde estabeleceu metas para reduzir

em 25% as mortes prematuras por doenças não transmissíveis. Dentre estas,

reduzir a prevalência global de hipertensão em 25%, através de intervenções

populacionais objetivando diminuir fatores de risco coportamentais5. Alterações no

estilo de vida como controle de peso, padrão alimentar, redução do consumo de

sal, moderação no consumo de álcool e exercício físico são recomendados pelas

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão2, para reduzir a pressão arterial.

3.2 Tratamento farmacológico e exercício físico

Além de diminuir a pressão arterial, os anti-hipertensivos reduzem eventos

cardiovasculares fatais e não-fatais, consequentemente diminuindo o índice de

morbidade e mortalidade cardiovasculares e, o tratamento medicamentoso age por

vários mecanismos como: inibidores adrenérgicos, vasodilatadores diretos,

antagonistas dos canais de cálcio, inibidores da enzima conversora da

angiotensina, bloqueadores dos receptores AT1 da angiotensina II, inibidores

diretos da renina e diuréticos 2.

O exercício físico tem sido sugerido como adjuvante do tratamento

farmacológico, bem como para o controle da HA2. As recomendações gerais da

OMS são de 150 minutos de atividades físicas moderadas, por semana, porém,

48,7% dos brasileiros não alcançaram um nível suficiente de atividades físicas,

sendo este percentual maior entre mulheres (56,0%) do que entre homens

(40,1%)6.

Para as pessoas hipertensas, as recomendações são as mesmas aplicadas

para a população adulta em geral, devendo acumular 30 minutos ou mais de

atividade física de intensidade moderada, na maioria dos dias, ou de preferência,

todos os dias da semana17. Habituar-se à prática regular de atividade física pode

reduzir a pressão arterial sistólica (PAS) entre 4 e 9 mmHg2. Embora reduções de

PA devido ao ER pareçam modestas, uma redução da PAS de 3mmHg tem sido

associada com redução de 5% a 9% da morbidade cardíaca e 8% a 14% de

acidente vascular cerebral18.

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6

Assim como o tratamento farmacêutico, o exercício físico tem o objetivo de

promover reduções dos valores de PAS e PAD de repouso. Dessa maneira, os

exercícios aeróbios já estão bem estabelecidos na literatura, com importante

contribuição para redução da PA17. Contudo, os resultados de uma metanálise,

objetivando comparar alterações de PA para cada modalidade de exercícios,

mostraram que os exercícios resistidos também podem oferecer benefícios

similares aos dos exercícios aeróbios19.

Os mecanismos fisiológicos envolvidos na redução de PAS e PAD após

realização de exercícios, ainda não estão esclarecidos20. Rezk et al.12 verificaram

que essa diminuição ocorre devido à redução do débito cardíaco, provocada pela

diminuição do volume sistólico. Assim, idosos hipertensos que realizaram exercício

aeróbio de baixa intensidade (50% VOmax) tiveram hipotensão por um período de

22 horas pós exercício, e os mecanismos envolvidos na hipotensão foram a

diminuição no volume sistólico e no volume diastólico final21.

A longo prazo a redução de PA devido ao exercício físico parece estar

associada a adaptações neurais e estruturais. A diminuição da ativação do sistema

nervoso simpático em indivíduos hipertensos parece determinar menores níveis de

pressão arterial após realização de exercícios físicos3. Maior diâmetro do lúmen e

maior distensibilidade da vasculatura são adaptações estruturais que permitam

redução da resistência periférica17.

A associação do exercício físico ao tratamento famacológico para tratamento

e controle da hipertensão arterial são recomendações das diretrizes americanas e

brasileiras. Dessa forma, observou-se que respostas de PA após uma sessão de

ER estiveram fortemente relacionados aos efeitos crônicos do treinamento resistido

na PA em mulheres idosas hipertensas tratadas com fármcos22. Além disso,

hipertensos sob tratamento farmacológico estão melhor protegidos contra picos

elevados da PA sistólica durante a realização do ER se comparados a hipertensos

não tratados farmacologicamente23.

Assim, a combinação de ambas as terapias é importante, não apenas para

reduzir níveis de PA de repouso, nos indivíduos hipertensos, mas também porque

oferece segurança durante a realização do exercício resistido.

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3.2 Exercício resistido – riscos e benefícios

O exercício resistido é caracterizado por contrações musculares realizadas

por um determinado segmento corporal, contra uma resistência, oferecida por

equipamentos, pesos livres, elásticos, molas ou pelo próprio peso corporal3.

Os exercícios que atingem fadiga concêntrica (alta intensidade) acarretam

grande trabalho cardíaco por elevar a PA e FC durante sua realização. Logo, no

indivíduo hipertenso o risco reside em elevações exacerbadas da PA, podendo

levar a rompimento de aneurisma cerebral preexistente3. No entanto, o risco de

complicações cardiovasculares aumenta durante esforço físico vigoroso,

especialmente em pessoas que têm doença arterial coronariana e são

sedentárias24.

Contudo, os exercícios resistidos de baixa intensidade e que não atinjam a

fadiga concêntrica promovem menor sobrecarga cardíaca, podendo ser executado

por indivíduos hipertensos3. Assim, uma menor carga de trabalho sobre o sistema

cardiovascular ocorrerá durante este tipo de exercício, quando a intensidade não é

elevada, o período de contração é longo (1 a 3 segundos) e quando há um período

de repouso entre as contrações (1 a 2 segundos)18.

3.3 Respostas cardiovasculares durante o exercício resistido

Ao se iniciar o exercício físico, o efeito mais precoce sobre o sistema

cardiovascular é o aumento da frequência cardíaca. Esse aumento ocorre

principalmente pela diminuição do tônus vagal e ativação do componente simpático

sobre o coração3. Para que o adequado suprimento de oxigênio para a musculatura

ativa seja garantido, ocorre um aumento do débito cardíaco e, durante a realização

do ER, esse aumento do débito cardíaco combinado com a vasoconstrição resulta

em um aumento desproporcional nas PAS, Pressão arterial diastólica (PAD),

Pressão arterial média (PAM) e resistência vascular periférica24.

Szuck et al.25 mostraram que as respostas de frequência cardíaca (FC) e PA

se elevam progressivamente durante a realização de uma sessão de ER, realizada

por adultos saudáveis, porém foi observado que após a realização do exercício,

num período de até 5 minutos, os níveis da PAD alcançam os valores de repouso

e tanto a FC quanto a PAS alcançam níveis mais baixos que os valores pré-

exercício. Esse comportamento de PA durante a realização dos ER é semelhante

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entre hipertensos e normotensos, havendo elevação tanto da PAS quando da PAD

em ambos os grupos26. Isto ocorre tanto em exercícios de baixa intensidade, quanto

em exercícios de intensidade moderada, em indivíduos hipertensos27.

3.4 Efeito agudo do exercício resistido

Embora haja aumento nos níveis pressóricos durante a realização dos

exercícios físicos, após sua realização, são esperadas quedas dos níveis de PA.

Uma sessão de ER foi suficiente para promover reduções significativas dos níveis

de PAS após o exercício em indivíduos normotensos12,13 e hipertensos8.

Em mulheres hipertensas que realizaram uma sessão de ER a 40% de 1RM,

verificou-se redução da pressão arterial pós-exercício28. Quando hipertensas e pré-

hipertensas realizaram ER a 50% de 1RM, a redução ocorreu somente na PAS29.

Jovens normotensos que realizaram uma sessão de ER para grandes grupos

musculares de membros inferiores e superiores tiveram reduções dos níveis de

PAS e PAM30.

O ER realizado de diferentes formas (convencional e circuitos) e volumes (1

e 3 séries), por homens saudáveis, mostrou que as sessões envolvendo mais séries

de exercícios ocasionaram reduções na PA de maneira similar31. Seguindo as

orientações das diretrizes da American Heart Association, Prista et al.32

constataram que uma sessão de exercícios de resistência foi capaz de manter

reduzidos os níveis de pressão arterial nas 24 horas subsequentes ao exercício,

especialmente durante o sono, em adultos. Porém, Queiroz et al.33 não

encontraram reduções por longos períodos após realização de uma sessão de ER

de baixa intensidade (50% de 1RM), em indivíduos normotensos. Isto é esperado,

visto que, em indivíduos normotensos os níveis de pressão arterial não devam

continuar mais baixos que os níveis normais.

Polito et al.34 verificaram que os efeitos positivos dos ER, em jovens, ocorrem

independente da intensidade do exercício, principalmente na PAS e que o declínio

absoluto da PAS não parece ser influenciado por diferentes interações entre a

carga de trabalho e o número de repetições. A PAS pós-exercício resistido não

sofre influência da intensidade (50% ou 70%) de 1RM, porém a sobrecarga

cardiovascular (FC e DP) é maior após intensidade de 70% de 1RM35.

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9

3.5 Efeito crônico do exercício resistido

Adultos hipertensos, privados de medicação anti-hipertensiva, foram

submetidos a um programa de treinamento de ER convencional de 12 semanas.

Após este período verificou-se reduções significativas das respostas de PAS, PAD

e PAM. Tais respostas mantiveram-se estáveis durante um período de

destreinamento de 4 semanas36.

Idosas hipertensas, controladas com medicação anti-hipertensiva tiveram

reduções dos valores de PAS, PAM e DP em repouso após realizaram ER por três

meses37. PAS e PAD, além de reduzir após exercício crônico em idosas

hipertensas, mantem-se reduzidas por um período de até 4 meses de

destreinamento38.

Após treinamento de ER, por três meses, com intensidades diferentes, o

grupo de mulheres que treinou com intensidade alta teve hipotensão quando

comparado ao grupo de mulheres que treinou com intensidade moderada39.

Cunha et al.40 verificaram redução, tanto nos valores de repouso da PAD,

como da PAM, em idosas que realizaram treino de intensidade moderada, durante

8 semanas e redução nos valores de repouso da PAM, naquelas que realizaram

treino com intensidade leve.

3.6 Influências do intervalo de recuperação interséries

O intervalo de recuperação interséries é uma variável que deve ser levada

em consideração, pois a mesma pode afetar o desempenho nos exercícios ou

séries posteriores, bem como os parâmetros cardiovasculares16

Simão et al.41 objetivando verificar a influência de três diferentes intervalos

de recuperação (45, 90 e 120s) no desempenho da força verificaram que todas as

séries comparadas à série anterior apresentaram redução no número de

repetições. O número de repetições máximas por exercício, em todas as séries

executadas, foi maior quanto maior o tempo de recuperação. O volume total

aumentou significativamente na medida em que o IR foi aumentado de 01 para 03

minutos em mulheres42 e em homens saudáveis43.

Jovens saudáveis que realizaram séries de ER a 75% de 1RM com

repetições até a exaustão, conseguiram realizar mais repetições quando

descansaram 2 minutos, ao invés de 1 minuto, entre as séries44.

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10

Independentemente da carga e do volume, um maior intervalo de recuperação entre

as séries, contribui significativamente para redução das respostas de FC, PA e DP

durante o ER45.

Camilo et al.46 compararam as respostas cardiovasculares agudas ao ER

realizado com intensidade de 60% de 1RM, com 1 e 2 minutos de recuperação

entre as séries, em indivíduos jovens e concluíram que um menor tempo de

descanso entre as séries (1 minuto) impôs uma maior sobrecarga cardiovascular

(PAS e DP). Quando homens realizaram 4 séries de 8RM, com intervalos

interséries de 1 e 2 minutos, verificou-se que a FC não foi influenciada pelo tempo

de descanso, porém a PAS foi mais elevada nas três últimas séries e PAD e DP,

na última série, quando descanaram 1 minuto entre as séries47.

Ao realizar exercícios em circuitos, com sessões em que os homens

descansaram 30 e 40 segundos entre séries, não foi constatada diferença entre os

tempos de recuperação, porém houve hipotensão na PAS em ambas as sessões48.

O mesmo protocolo foi aplicado em mulheres saudáveis e o resultado foi

semelhante, não havendo diferença entre os intervalos49. Homens saudáveis, que

realizaram exercício a 60% de 1RM e descansaram por 45s, 60s e 90s, entre as

séries tiveram hipotensão na PAD após cada sessão, porém, essa resposta foi

otimizada quando descansaram menor tempo (45s)50.

Ao verificar os efeitos de diferentes intervalos de recuperação entre séries

de ER na pressão arterial pós-exercício, em homens sedentários, Veloso et al.14

constataram redução significativa na PAD após as sessões que utilizaram

intervalos de 1 e 3 minutos, não havendo influência dos intervalos na PAS. No

trabalho de Lima et al.51, em que homens saudáveis realizaram exercício a 50% de

1RM e descansaram por 30s ou 90s, verificou-se que não houve diferença entre os

intervalos, não havendo hipotensão em nenhuma das sessões, porém a FC

permaneceu elevada quando o IR foi menor (30s).

Homens saudáveis que realizaram exercício a 70% de 5RM e descansaram

1 e 2 minutos entre as séries, tiveram hipotensão em ambas as sessões, porém o

tempo de descanso não influenciou a hipotensão52. Assim ocorreu com idosos,

quando realizaram exercício a 70% de 10RM, havendo hipotensão em ambas as

sessões, mas sem diferença entres os intervalos interséries de 1 e 2 minutos53.

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11

Há uma grande diferença de protocolos aplicados nos trabalhos encontrados

na literatura, devido ao fato de o ER ser um treinamento manipulado por muitas

variáveis. Anunciação e Polito15 ao realizar uma revisão dos trabalhos envolvendo

ER e hipertensão verificaram grande discrepância entre os protocolos de ER, em

que a variação ocorreu em relação à execução (convencional e circuito); à

intensidade (desde leves a elevadas), às repetições (entre 8 e 20) e ao tempo de

descanso entre séries (entre 30 e 120 segundos). Tornando-se necessários mais

estudos que apliquem o ER em indivíduos hipertensos. Está demonstrando no

quadro 2 um resumo de trabalhos que envolvem respostas cardiovasculares ao

exercício resistido.

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12

Quadro 2 – Resumo de pesquisas envolvendo respostas cardiovasculares ao

exercício resistido.

AUTOR AMOSTRA/ IDADE

HIPER-TENSO

INTERVALO INTERSÉRIES

EXERCÍCIOS

SÉRIES/ REP.

INTENSIDADE

Mediano, et al. 2005

Adultos e idosos

Não 120 4 1x10 / 3x10

10 RM

Carnuto, et al. 2011 M (71± 10) Sim 120 8 2x8 2x16

8 RM 50% de 8RM

Astorino, et al. 2013 H (23±4) Sim 120 4 4 x até a falha

70% e 80%

Siqueira e Kemper, 2011

Idosas Sim 90 7 3x13 10RM

Polito, et al. 2009 H (50±5) Não 90 5 2x15 Moderado Brito, et al. 2013 H (65±3) Sim 90 10 10X 50% e 80%

1RM Battagin, et al. 2010 H e M 64±

10) Não 60 3 10 X 50%, 60% e

70%1RM Scher, et al. 2010 H e M

(68±5) Não 60 10

(circuito) 1 x 20 2 x 20

40% 1RM

Soave, 2012 Idosas Sim 60 2 3x12 50% 1RM Melo, et al. 2006 M (46±1) Não 45 6 3x20 40% 1RM Miguel, et al. 2012 M 52±10) Sim 30 1 3x10 80% 10RM Fisher 2001 M (45.3) Sim 30 5

(circuito) 3x15 50% 1RM

Zanetti, et al. 2013 H (21±6) Não 45, 60 e 90 1 3 X 12 60% de 1RM Castinheiras-Neto, et al. 2010

Não especifica (26 ± 5)

Não Proporcional ao tempo de contração (1:3 e 1:5)

1

3X (6 e 12)

6RM e 12RM

Arazi, et al. 2013 H (19±1)

Não 30 e 40 6 (3 cir-cuitos)

10 Rep

10 RM

Zanetti, et al. 2013 H (21±6)

Não 45, 60 e 90 1

3 X 12

60% de 1RM

Maior, et al. 2007 H (22±3) Não 60 e 120 6 3 X 10 70% de 5RM Veloso, et al. 2010 H (23±3) Não 60, 120 e 180 6 3 X 8 80, 70 e 60%

de 1RM Arazi, et al. 2013 M (21±1) Não 30 e 40 6 (3 cir-

cuitos) 10RM 10 RM

Goessler e Polito, 2013

H (23±2)

Não 60, 120 auto sugerido

4

3 X até exaustão

75% de 1RM

Lima, et al. 2013 H (23±1) Não 30 e 90 5 3 X10 50% de 1RM Polito, et al. 2004 H (22±3) Não 60 e 120 1 4X 8 8RM Camilo, et al. 2012 H (24±3) Não 60 e 120 1 3X10 60% de 1RM

M mulher; H homem

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13

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Participantes

Dezenove mulheres, hipertensas com média de idade de 58,5±5,2 anos,

participaram deste estudo. Os sujeitos foram recrutados através de anúncios e

boletins informativos na comunidade (Rosa Elze, Orlando Dantas e Santo Antônio,

na cidade de Aracaju, SE). As participantes foram divididas em três grupos:

controlado (fazem uso de medicação anti-hipertensiva e possuem os níveis

pressóricos ≤140/90mmHg) (n=6), descompensado (fazem uso de medicação anti-

hipertensiva e possuem níveis pressóricos >140/90mmHg) (n=8) e não tratado (não

fazem uso de medicação, PAS: 160,2±15,8mmHg e PAD: 89,9±12,4mmHg (n=5).

Os medicamentos utilizados pelos participantes são demonstrados no quadro 3.

Quadro 3 – Classe dos medicamentos utilizados pelos grupos controlado e

descompensado

Grupo INDIVÍDUO MEDICAMENTO CLASSE

Contr

ola

do

1 Brazart Antagonista do receptor da angiotensina II e um diurético

2 Enalopril Inibidores da ECA 3 Lozartana Bloqueadores do receptor AT1

Cordarex Antagonistas dos canais de cálcio 4 Lozartana Bloqueadores do receptor AT1 5 Hidroclorotiazida diurético

Captopril Inibidores da ECA 6 Lozartana Bloqueadores do receptor AT1

Desc

om

pe

nsa

do

1 Lozartana Bloqueadores do receptor AT1 2 Lozartana Bloqueadores do receptor AT1 3 Lozartana Bloqueadores do receptor AT1 4 Lozartana Bloqueadores do receptor AT1 5 hidroclorotiazida Diurético 6 Atacand bloqueadores dos receptores de

angiotensina II 7 Lozartana Bloqueadores do receptor AT1

hidroclorotiazida diurético 8 Lozartana Bloqueadores do receptor AT1

hidroclorotiazida diurético Nifedipina Bloqueadores dos canais de cálcio

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14

4.2 Critérios de inclusão e exclusão

Foram incluídas mulheres hipertensas, com idade entre 50 e 70 anos que

aceitaram participar do estudo, mediante a assinatura do Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE), que não participavam de programas de exercícios

resistidos, nem faziam exercício aeróbio regularmente. Foram excluídas mulheres

com limitações osteomioarticulares, usuárias de betabloqueador, indivíduos que

mudaram a medicação durante o protocolo e aquelas que não participaram de

todas as etapas da pesquisa. A figura 01 mostra como aconteceu a seleção da

amostra. Usuárias de betabloqueadores foram excluídos, devido ao fato de

utilizarmos os dados para verificação da variabilidade de frequência cardíaca, em

outros estudos que serão realizados posteriormente.

Figura 01. Esquema dos critérios de inclusão e exclusão dos participantes.

4.3 Procedimentos da coleta de dados

Após explicação de todas as etapas da pesquisa aos participantes, e estes

terem assinado o TCLE, foi agendado um dia para realização do teste de uma

06 – grupo controlado

08 – grupo descompensado

05 – grupo não tratado

07 não completaram

todas as etapas

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15

repetição máxima (1RM), de extensão de joelhos e aferição das medidas

antropométricas, bem como familiarização com o protocolo. Após um período

mínimo de 24 horas, os sujeitos voltaram ao laboratório para realização de três

sessões de exercício resistido, realizadas na cadeira extensora. As sessões foram

realizadas em dias diferentes, com pelo menos, 24 horas de intervalo entre elas.

Cada uma das sessões foi realizada com um intervalo interséries diferente (30, 60

ou 90 segundos), em ordem aleatória, determinada por sorteio. Os procedimentos

ocorreram no laboratório de investigação clínica do Hospital Universitário de

Sergipe. O delineamento experimental do estudo é mostrado na figura 02.

Figura 02 – Delineamento experimental.

- Antropometria

- Familiarização

-Teste 1RM

2ª sessão de

exercício

24h

24h

24h

1ª sessão de

exercício

3ª sessão de

exercício

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16

4.3.1 - Detalhamento das avaliações e protocolo de exercícios

Peso e Estatura

O peso e a estatura foram mensurados em uma balança mecânica,

profissional, com estadiômetro acoplado, de marca Filizola. Foi solicitado ao

indivíduo ficar em pé, de costas para a escala de medida, sem calçados, com os

pés unidos, colocando em contato com a escala de medida, os calcanhares, a

cintura pélvica, a cintura escapular e a região occipital54.

Respostas cardiovasculares

A pressão arterial e a frequência cardíaca foram medidas de forma contínua

e não invasiva por fotopletismografia (Finapress, Ohm- eda 2300 monitor de PNI,

Englewood, CA), durante as sessões de exercício, desde o repouso até o período

de recuperação. Esta técnica permite a medição batimento a batimento da PA e

FC, colocando um cuff em torno da falange média do dedo médio da mão esquerda

e eletrodos na altura do coração. O DP foi medido pelo produto da FC com a PAS.

Para mensuração da FC e PA de repouso, os sujeitos permaneceram

sentados por 10 minutos, no próprio equipamento que realizaram o exercício. A FC

e a PA foram mensuradas continuamente, registrando-se a média dos últimos cinco

minutos. Os dados foram adquiridos e armazenados para análise posterior.

Artefatos ou batimentos prematuros foram eliminados manualmente da série de

tempo, com uso do Beatscope (programa próprio do Finometer) e do Excel.

Teste de 1 RM

Previamente à realização do teste de 1RM, foi demonstrada aos indivíduos

a execução correta do exercício, a fim de evitar erros de execução durante o teste

e manter o padrão de execução do movimento. Os testes foram aplicados pelo

mesmo avaliador, a fim de manter o padrão metodológico.

Os indivíduos realizaram o teste de 1RM para extensão de joelhos, na

cadeira de reabilitação de quadríceps femoral. O equipamento possui a mesa com

dimensões de 70x76 centímetros e altura de 135 centímetros. A unidade é

composta de quatro braços de alavanca, dos quais, dois detêm os pesos,

enquantos os outros dois, que são ajustáveis, proporcionam contato aos tornozelos

dos pacientes.

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17

Os indivíduos realizaram aquecimento específico (10 repetições) na própria

cadeira extensora, sem carga adicional. Seguindo orientações do ACSM55, os

indivíduos tiveram até quatro tentativas, com intervalos de 3 minutos entre elas.

Para isso levou-se em consideração a postura correta, velocidade do movimento e

a amplitude máxima do movimento. O peso era aumentado progressivamente, até

que o indivíduo não conseguisse fazer mais do que uma repetição, com perfeição

e sem realizar o bloqueio da respiração (Manobra de Valsalva)18.

Caso o indivíduo completasse duas repetições, a tentativa era anulada e

após 3 minutos de intervalo, uma nova tentativa era realizada. Após o indivíduo ter

atingido a carga máxima, foi calculada a carga de execução para a sessão de

exercício resistido (60% de 1RM).

Protocolo de Exercício

Os sujeitos realizaram três sessões de exercício na cadeira extensora, em

dias diferentes, separados por um período mínimo de 24 horas. Cada sessão

possuía um intervalo intersérie diferente (30, 60 ou 90 segundos). Cada sessão foi

composta de aquecimento específico (1 série de 10 repetições, sem adição de

pesos), 2 minutos de descanso, três séries de 12 repetições a 60% de 1RM e 5

minutos de recuperação pós-exercício.

A intensidade indicada, baseia-se em diretrizes brasileira e americanas. As

V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial indicam prescrições de exercício

resistido com intensidades entre 50% e 60% de 1RM56 e as diretriz do American

College of Sports Medicine57, sugerem intensidades entre 60% e 70% de 1RM para

indivíduos saudáveis iniciantes.

Não foi possível realizar todas as sessões de exercício no mesmo período

do dia, sendo estas realizadas em períodos matutinos ou vespertinos, portanto o

laboratório foi mantido à mesma temperatura (25°C), tanto para os testes de 1RM,

como para as sessões de exercícios.

As sessões foram realizadas na ordem aleatória, determinada através de

sorteio. Os indivíduos foram orientados a realizar uma expiração durante a fase

concêntrica e uma inspiração durante a fase excêntrica, em cada repetição, para

evitar a manobra de Valsalva. A velocidade do movimento foi mantida por

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18

comandos de voz, aproximadamente 2 segundos por repetição (1s na fase

concêntrica e 1s na faze excêntrica)58.

4.4. Aspectos éticos

O projeto obteve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal de Sergipe, sob protocolo CAAE 37891914.9.0000.5546 e

todos os detalhes da pesquisa foram explicados aos sujeitos, e aqueles que

aceitaram participar, assinam o TCLE, conforme a Resolução 466/12 do Conselho

Nacional de Saúde. Todos os custos de deslocamento dos sujeitos para

participação, nesta pesquisa, foram ressarcidos pelo pesquisador responsável.

4.5. Análise de dados

As variáveis cardiovasculares (PAS, PAD e FC e DP) foram analisadas no

repouso (média dos últimos 5 minutos, de cada sessão), na última repetição de

cada série e pós-exercício (em 2 e 5 minutos). Além disso, foram analisados

também picos pressóricos registrados durante o exercício, em todas as séries.

Os dados são apresentados como média e erro padrão. Foi utilizado o teste

de Shapiro Wilk para verificar a normalidade da amostra e o teste de análise de

variância (ANOVA) de uma via, seguida de pós teste de Bonferroni para verificar

diferenças nas variáveis, entre os grupos. Para análise estatística dos resultados,

foi realizado o teste de análise de variância (ANOVA) de duas vias para medidas

repetidas, seguido do pós teste de Tukey. As análises foram feitas através do

software Graphpad prism 6. Foram considerados significativos, valores de p<0,05.

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19

5. RESULTADOS

As características das participantes estão apresentadas na tabela 1. A média

da idade, estatura, FC e PAM foram similares entre os grupos. Enquanto que, a

média do peso corporal e do IMC foram menores no grupo não tratado, quando

comparado ao grupo controlado. Já a PAS e PAD foram maiores nos grupos

descompensado e não tratado, quando comparadas ao grupo controlado.

Tabela 1. Características dos participantes.

Controlado (n=6) Descompensado (n=8) Não tratado (n=5)

Idade (anos) 58,8±1,5 60,5± 1,9 55,2±2,3 Estatura (cm) 155,8±2 152,1±3,2 153,6±3,9 Peso corporal (kg) 82±6,2 66,8±2,1 60±5 IMC (kg/m2) 33,5±2,2 28,9±0,6 25,4±2 PAS (mmHg) 124,0±5,8 171,4±8,1 162,6±5,1 PAD (mmHg) 68,8±2,5 91,9±3 87,1±7,9 FC (BPM) 78±5 79,8±5,4 71,7±3,3 PAM (mmHg) 90,8±6 110,5±9,6 101,6±9,7

p <0,05 vs controlado IMC: índice de massa corporal; PAS: pressão arterial sistólica; PAD: pressão arterial diastólica; FC: frequência cardíaca; PAM: pressão arterial média.

As figuras 3, 4 e 5 demonstram a influência do tratamento farmacológico anti-

hipertensivo nas respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com

diferentes intervalos de recuperação (objetivo 1). As respostas cardiovasculares ao

exercício resistido realizado com intervalo interséries de 30 segundos são

demonstradas na figura 03. Não foram observadas diferenças entre os grupos, em

nenhuma das variáveis estudadas, em nenhum momento da sessão.

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20

Figura 03. Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com intervalo interséries de 30s, nos grupos controlado, descompensado e não tratado. Painel a: Pressão arterial sistólica; b: Pressão arterial diastólica; c: Frequência cardíaca; d: Duplo produto. *p<0,05 controlado vs não tratado; † p<0,05 controlado vs. descompensado, baseado na ANOVA de 2 vias com pós teste de Tukey.

Respostas cardiovasculares ao exercício resistido, na sessão em que

indivíduos descansaram por 60 segundos entre as séries são apresentadas na

figura 04. As respostas de PAS, apresentadas no painel 4A, foram menores em

todos os momentos, no grupo controlado, quando comparado aos demais grupos

(p<0,05). A mesma resposta foi observada no comportamento da PAD (painel 4B).

A FC (painel 4C), não foi diferente entre os grupos em nenhum momento. Enquanto

que o DP (painel 4D) foi menor no grupo controlado ao final de cada uma das séries,

quando comparado ao grupo descompensado (p<0,05).

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Figura 04. Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com intervalo interséries de 60s, nos grupos controlado, descompensado e não tratado. Painel a: Pressão arterial sistólica; b: Pressão arterial diastólica; c: Frequência cardíaca; d: Duplo produto. *p<0,05 controlado vs não tratado; † p<0,05 controlado vs. descompensado, baseado na ANOVA de 2 vias com pós teste de Tukey.

As respostas de PA, FC e DP, quando os indivíduos realizaram exercício

resistido, descansando 90 segundos entre as séries são apresentadas na figura 05.

Valores de PAS, no painel 5A, mostraram-se menores em todos os momentos da

sessão, no grupo controlado, quando comparado aos demais grupos (p<0,05). As

respostas de PAD são apresentadas no painel 5B. Em todos os momentos, a PAD

foi menor no grupo controlado, quando comparado ao grupo descompensado

† †

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22

(p<0,05). Ao comparar o grupo controlado com o não tratado, observou-se

diferença no valor de PAD ao final de cada série e no segundo minuto da

recuperação (p<0,05). Em nenhum momento a FC (painel 5C) foi diferente entre

grupos. Respostas de DP (painel 5D) foram menores no grupo controlado, quando

comparado ao grupo descompensado, em todos os momentos (p<0,05).

Figura 05. Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com intervalo interséries de 90s, nos grupos controlado, descompensado e não tratado. Painel a: Pressão arterial sistólica; b: Pressão arterial diastólica; c: Frequência cardíaca; d: Duplo produto. *p<0,05 controlado vs não tratado; † p<0,05 controlado vs. descompensado, baseado na ANOVA de 2 vias com pós teste de Tukey.

† †

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23

Os valores máximos que PAS e PAD atingiram durante as sessões de

exercício resistido são demonstradas na figura 6. Os valores máximos que a PAS

(Painel 6A) e PAD (Painel 6B) atingiram na sessão em que o intervalo interséries

foi de 30s, não foram diferentes entre grupos. Tais respostas não foram diferentes

entre séries em nenhum dos grupos. Quando o intervalo foi de 60s, os valores

máximos de PAS (Painel 6C) foram menores, em todas as séries, no grupo

controlado quando comparado aos demais grupos (p<0,05), não havendo

diferenças significativas entre séries em nenhum dos grupos. Valores máximos de

PAD (painel 6D) foram menores no grupo controlado em todas as séries, quando

comparado ao grupo não tratado (p<0,05) e menores na série 3, quando comparado

ao grupo descompensado (p=0,0346) Na sessão em que o intervalo interséries foi

de 90s, os valores máximos de PAS (Painel 6E) foram menores no grupo

controlado, em todas as séries, quando comparado aos demais grupos (p<0,05).

Não houve diferença entre séries, em nenhum dos grupos. Os valores máximos de

PAD (Painel 6F) foram menores no grupo controlado, em todas as séries, quando

comparado ao grupo descompensado (p<0,05). Quando comparado ao grupo não

tratado, os valores máximos de PAD foram mais baixos nas séries 2 (p=0,0006) e

3 (p=0,0004). Os valores máximos de PAS e PAD são demonstrados na tabela 2.

Tabela 2 – Picos pressóricos durante o exercício resistido, nos diferentes grupos e

intervalos interséries.

GRUPO INTERVALO

INTERSÉRIES PICO DE PRESSÃO ARTERIAL (mmHg)

Controlado

30 segundos

PAS 171,3±14 PAD 99,5± 11

60 segundos PAS 148,1±8 PAD 83,1 ±5

90 segundos PAS 152,1± 4 PAD 83,5±3

Descompensado

30 segundos

PAS 208,2± 16 PAD 132,5±16

60 segundos PAS 216,1±11 PAD 122,3±14

90 segundos PAS 212,7±10 PAD 115,3±6

Não tratado

30 segundos

PAS 212,6 ±20 PAD 120,2 ±20

60 segundos PAS 216,8±21 PAD 131,4±14

90 segundos PAS 213,9±13 PAD 133,6±13

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24

Figura 06. Valores máximos de pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD) ao exercício resistido realizado com intervalos interséries de 30s, 60s e 90s nos grupos controlado, descompensado e não tratado. Painel a: PAS - intervalo de 30s; b: PAD – intervalo de 30s; c: PAS - intervalo de 60s; d: PAD - intervalo de 60s. e: PAS - intervalo de 90s; f: PAD - intervalo de 90s. *p<0,05 controlado vs não tratado; † p<0,05 controlado vs. descompensado; ¥ p<0,05 vs série 1, baseado na ANOVA de 2 vias com pós teste de Tukey.

* † * † * †

* † * *

* † * † * †

*

*

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25

Após analisado a influência do efeito do tratamento anti-hipertensivo nas respostas

cardiovasculares ao exercício resistido, fizemos a análise da influência do intervalo

interséries nas respostas cardiovasculares ao exercício resistido. Tais análises

foram feitas separadamente por grupo. No grupo controlado, o exercício promoveu

aumento de PAS (painel 7A) ao final da segunda série comparado ao repouso,

quando o intervalo foi de 30 segundos (p= 0,0204). Foi observado também que ao

final do segundo minuto, no período da recuperação os valores de PAS já estavam

similares aos do repouso (Figura 7). Porém, a análise demonstrou não haver

diferença na respostas da PAS, PAD (painel 7B), FC (painel 7C) e DP (painel 7D),

ao exercício quando se utilizou os diferentes intervalos de descanso.

Figura 07. Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com intervalo interséries de 30s, 60s e 90s no grupo controlado. Painel a: Pressão arterial sistólica; b: Pressão arterial diastólica; c: Frequência cardíaca; d: Duplo produto. *p<0,05 vs repouso no intervalo de 30s; † p<0,05 vs. repouso no intervalo de 60s, ¥ p<0,05 vs repouso no intervalo de 90s, baseado na ANOVA de 2 vias com pós teste de Tukey.

*

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26

Respostas cardiovasculares ao exercício com diferentes intervalos de

descanso no grupo descompensado são apresentadas na figura 8. O exercício

resistido promoveu aumento da PAS (Painel 8A) ao final da cada série (p<0,05),

quando o intervalo foi de 30s. Quando o intervalo foi de 60s, a PAS esteve mais

elevada que os valores de repouso ao final das séries 2 (p=0,0019) e 3 (p= 0,0441).

A PAS comportou-se de maneira semelhante quando o intervalo foi de 90s,

elevando-se mais que o repouso ao final das séries 2 (p= 0,0037) e 3 (p= 0,0091).

O painel 8B mostra os valores da PAD. Quando o grupo descansou 30s entre

séries, a PAD foi mais alta que o repouso ao final da segunda série (p=0,0484). A

PAD se comportou de maneira semelhante quando os indivíduos descansaram por

60s ou 90s, elevando-se ao final da segunda e terceira séries, em ambas as

sessões (p<0,05). O exercício promoveu aumento de FC (Painel 8C), ao final das

séries 2 e 3 (p= 0,0007) na sessão que teve intervalo de descanso de 30s, bem

como no final da primeira série, no intervalo de 60 segundos (p= 0,0363) e, ao final

das séries 1 (p= 0,0013) e 2 (p= 0,0007) quando o intervalo foi de 90s. O

comportamento do DP (Painel 8D) quando o intervalo foi de 30s, foi semelhante

quando o intervalo foi de 60, elevando-se além dos valores de repouso, ao final das

séries 2 e 3 em ambas as sessões (p<0,05). Em todas as séries, o DP foi maior

que o repouso, na sessão em que o intervalo foi de 90s. A análise demonstrou não

haver diferença significativa entre os diferentes intervalos de descanso para

nenhuma das variáveis.

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27

Figura 08. Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com intervalo interséries de 30s, 60s e 90s no grupo descompensado. Painel a: Pressão arterial sistólica; b: Pressão arterial diastólica; c: Frequência cardíaca; d: Duplo produto. *p<0,05 vs repouso no intervalo de 30s; † p<0,05 vs. repouso no intervalo de 60s, ¥ p<0,05 vs repouso no intervalo de 90s, baseado na ANOVA de 2 vias com pós teste de Tukey.

A figura 9 representa as respostas cardiovasculares ao exercício realizado

com diferentes intervalos de descanso no grupo não tratado. As respostas de PAS

(Painel 9A) e PAD (Painel 9B) apresentaram comportamento semelhante em todas

as sessões. Ambas encontravam-se aumentadas ao final de cada uma das séries

(p<0,05). A FC (Painel 9C) elevou-se em todas as séries, comparada ao repouso,

quando o intervalo de descanso entre séries foi de 30s (p<0,05), elevou-se ao final

das séries 2 (p= 0,0365) e 3 (p= 0,0226) quando o intervalo foi de 60s e, elevou-se

† †¥

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ao final da primeira série (p= 0,0058), quando o intervalo foi de 90s. O

comportamento do DP (Painel 9D) foi semelhante ao descansar 30s ou 60s entre

as séries. Em ambas as sessões, o DP elevou-se ao final das séries 2 e 3 (p<0,05).

Quando o descanso entre séries foi de 90s, o DP elevou-se ao final das séries 1

(p= 0,0034) e 2 (p= 0,0233). Todas as variáveis retornaram aos valores basais no

segundo minuto do período de recuperação e não houve influência do intervalo

interséries em nenhuma das variáveis.

Figura 09. Respostas cardiovasculares ao exercício resistido realizado com intervalo interséries de 30s, 60s e 90s no grupo não tratado. Painel a: Pressão arterial sistólica; b: Pressão arterial diastólica; c: Frequência cardíaca; d: Duplo produto. *p<0,05 vs repouso no intervalo de 30s; † p<0,05 vs. repouso no intervalo de 60s, ¥ p<0,05 vs repouso no intervalo de 90s, baseado na ANOVA de 2 vias com pós teste de Tukey.

* * *

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29

6. DISCUSSÃO

Os principais achados deste estudo foram que em indivíduos hipertensos,

sob controle efetivo da PA, através de fármacos, o ER não promoveu elevação

significativa da pressão arterial; O tratamento farmacológico atenuou pico

pressórico durante a realização do ER nesses indivíduos.

6. 1 Comparação entre grupos

Quando a comparação foi feita entre grupos, para análise do efeito no

controle da PA, verificamos que, na sessão em que o intervalo interséries foi de

30s, não houve diferença entre os grupos, enquanto que nas sessões com

intervalos interséries de 60s e 90s, as respostas de PAS, PAD e DP foram,

significativamente, menores no grupo controlado, quando comparado aos demais

grupos. A FC não foi diferente entre grupos em nenhum dos intervalos.

Resultado semelhante foi verificado quando Souza e colaboradores23

aplicaram um protocolo de exercício de extensão de joelhos, em indivíduos de

ambos os sexos (47.0±2 anos), comparando hipertensos, sob controle

farmacológico e hipertensos que recebiam placebo. As respostas de PAS e PAD

(medidas por cateter) foram, consideravelmente inferiores nos indivíduos tratados

farmacologicamente, quando comparado ao grupo placebo. Essa diferença

ocorreu, independentemente da intensidade do exercício (3x a 40%; 3x a 80% e 1x

a 100% de 1RM, com intervalo interséries de 90s), com repetições até a exaustão.

Também utilizando a medida invasiva, quando o mesmo exercício foi

realizado com, apenas uma série e repetições até a exaustão, com 40% ou 80% de

1RM, o resultado mostrou que, em indivíduos hipertensos, privados da medicação

anti-hipertensiva, de ambos os sexos, com idades entre 29 e 58 anos, as respostas

de PAS e PAD, foram mais elevadas, quando comparado a indivíduos

normotensos27. Assim também ocorreu, no trabalho de Nery e colaboradores59,

com o mesmo objetivo de comparar respostas de PAS e PAD entre normotensos e

hipertensos, privados do tratamento farmacológico e utilizando técnica invasiva

para aferição de PA. Indivíduos realizaram 3 séries de extensão de joelhos,

realizados até a exaustão (40% de 1RM, com IR 45s e 80% de 1RM com IR 90s)

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30

e, independente da intensidade, os hipertensos apresentaram maior aumento nas

respostas de PAS e PAD.

Idosas hipertensas, sob tratamento farmacológico, realizaram 3x8-10RM em

5 exercícios e descansaram 2 minutos entre as séries. A PA foi medida antes e

imediatamente após a sessão de exercício e não foram encontradas diferenças

significativas nas respostas cardiovasculares entre exercício e repouso40. Contudo,

é possível ter havido subestimação dos valores, visto que a PA foi aferia por

aparelhos semiautomáticos. Utilizando método auscultatório para aferição de PA,

respostas cardiovasculares ao ER de mulheres normotensas e hipertensas, sob

uso de betabloqueador foram comparadas. O protocolo com 3x10 a 80% de 10RM,

no leg press e IR 30s, não mostrou diferença significativa para PAD entre os grupos,

porém PAS, FC e DP foram mais baixos, durante o ER nas hipertensas60.

Battagin e colaboradores26, aplicaram protocolos com 3x10 a 50%, 60% e

70,0% de 1RM com IR de 60s, na cadeira extensora, em indivíduos hipertensos de

ambos os sexos (64,5 ± 10,8 anos), controlados por fármacos e verificaram que,

independente da intensidade a PAS aumentou significativamente, ao final do

exercício comparado aos valores de repouso, porém a PAD não foi influenciada.

Independente do volume (1 ou 3 séries de 10 RM), em amostra semelhante, além

da PAS, respostas de PAD também foram significativamente maiores ao final do

exercício, quando indivíduos realizaram sessão com 4 exercícios61.

Vale salientar que o método auscultatório é passível de erros, podendo

subestimar o valor real da PA, em função de limitações próprias da técnica e das

características do exercício62.

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31

6.2 Resposta de picos pressóricos nos diferentes grupos

A PAS e PAD aumentaram consideravelmente durante o exercício resistido

em todos os sujeitos, porém observou-se que no grupo controlado, os valores

máximos atingidos foram menores (PAS: 171,3±36 e PAD: 99,5± 28mmHG),

quando comparado aos demais grupos, contudo não foi verificada significância

estatística. Picos de PAS e PAD foram semelhantes nos grupos não tratado (PAS:

216,8±48 e PAD: 133,6±31mmHg) e descompensado (PAS: PAS 216,1±33 e PAD:

132,5±47mmHg).

Analisados por cateter, valores de PAS e PAD mais altos foram encontrados

quando hipertensos (homens e mulheres, com idade de 46±3 anos), privados da

medicação anti-hipertensiva realizaram 3 séries de extensão de joelho a 40% de

1RM, com repetições até a exaustão, (238±12 e 140 ± 8 mmHg), respectivamente59.

O mesmo exercício, aplicado com 2x12RM ou 4x5RM, em idosos normotensos, de

ambos os sexos, quando utilizado o método pletismográfico, para verificação de

PAS e PAD, resultou em picos pressóricos de PAS: 200.6±2mmHG e PAD:

127.4±2mmHg63. Quando indivíduos normotensos, de 29 a 58 anos de idade,

realizaram uma série do referido exercício, com intensidade de 40% de 1RM e

repetições até a exaustão, com PA verificada diretamente na artéria radial, o pico

de PAS foi de 184±10mmHg27.

Embora, observamos que o grupo controlado do presente estudo,

apresentou picos pressóricos relativamente baixos (PAS: 171,3±36 e PAD: 99,5±

28mmHg), no trabalho de Souza e colaboradores23, que verificou a PA de forma

invasiva, hipertensos, de ambos os sexos (47.0±2.3 anos), controlados por

medicação anti-hipertensivas que realizaram extensão de joelhos, com 3 séries a

80% de 1RM, e repetições até a fadiga, alcançaram picos de PAS e PAD muito

elevados (273 ± 10mmHg e 169 ± 6 mmHg), respectivamente. Talvez essa grande

diferença, explique-se pelo fato de que, no nosso protocolo, as repetições não

atingiram a fadiga muscular.

Porém, pacientes de reabilitação cardíaca com idades entre 46 e 72 anos,

usuários de betabloqueadores, inibidor da enzima conversora de angiotensina ou

antagonista dos canais de cálcio, tiveram picos de PAS de 213 ± 25mmHg, quando

realizaram a extensão de joelhos com 4x17 a 40% de 1RM64. A avaliação da PA foi

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32

feita pelo mesmo método aplicado no presente trabalho, porém, com volume de

treinamento maior. O exercício realizado no leg pres (28 repetições a 50% de 1RM),

por indivíduos transplantados ocasionou picos de PAS e PAD mais baixos (180±1

e PAD: 116±7), respectivamente65. A técnica utilizada no estudo foi a mesma que

utilizamos no nosso. Embora realizado com volume maior e intensidade menor, o

pico de PA foi próximo aos valores encontrados no grupo controlado do nosso

trabalho.

O mecanismo de atuação dos medicamentos, utilizados pelos indivíduos

hipertensos, pode ser um fator que esteja envolvido na influência dos resultados,

tanto do nosso trabalho, como nos trabalhos encontrados na literatura. Além disso,

a discrepância nos resultados dos trabalhos publicados, pode ser explicada pela

grande variação metodológica que envolvem os protocolos com exercícios

resistidos, pois o mesmo é composto por muitas variáveis manipuláveis,

principalmente intensidade e volume.

Estas variáveis estão relacionadas à quantidade de carga e número de

séries e repetições no ER. Dessa forma, o comprimento do conjunto, ou seja, o

número de repetições em uma série de ER, é o principal fator que afeta respostas

cardiovasculares45,66. De fato, quando se fez exercícios com repetições até a

exaustão, verificou-se que PAS era maior quando a intensidade era mais baixa

(40% vs 80% de 1RM)59, indicando que o número de séries e/ou repetições são

mais importantes do que a intensidade para elevar a pressão arterial durante o

ER27,64. Portanto os picos pressóricos dos participantes do presente estudo, podem

ter sido menores do que aqueles encontrados nos estudos citados, devido ao fato

de utilizarmos séries com poucas repetições.

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33

6. 3 Respostas cardiovasculares nos diferentes intervalos interséries

Ao realizar exercício resistido, as respostas cardiovasculares podem elevar-

se devido à diminuição do tônus vagal e ativação do componente simpático sobre

o coração, aumento do débito cardíaco ou da resistência periférica3,18, contudo, no

nosso trabalho, verificamos que no grupo de mulheres hipertensas que fazem

tratamento farmacológico e mantem seus níveis pressóricos controlados, essas

respostas são atenuadas. No grupo controlado, independente do intervalo

interséries, não foi observada diferença significativa entre repouso e esforço para

PAD, FC e DP, enquanto a PAS elevou-se apenas na primeira série, quando o

intervalo interséries foi de 30s. Assim também ocorreu quando normotensos, de

ambos os sexos (23± 4 anos) realizaram 1 série com 10 repetições a 65% 1RM, no

supino reto e as respostas de FC, PAS, PAD e DP foram semelhantes entre

repouso e exercício68. Contudo, o método utilizado para verificação de PA, foi o

auscultatório, o qual, segundo Polito, et al.69, fornece valores de PA mais baixos do

que o finapres, durante o exercício.

Nossos resultados mostraram que nos grupos descompensado e não

tratado, as respostas de PAS, PAD, FC e DP foram significativamente maiores que

o repouso em, pelo menos uma das séries, na sessão do ER, independente do

intervalo de descanso. Quando Lamotte e colaboradores66 aplicaram o mesmo

exercício, porém com 3x10 a 75% de 1 RM, em pacientes coronarianos (homens,

com idade de 60,4±8 anos), a fim de verificar respostas cardiovasculares

associadas ao intervalo interséries, utilizando a mesma técnica aplicada em nosso

trabalho, verificaram aumento significativo de PAS, FC e DP na terceira série,

comparada ao repouso, quando o IR foi de 30s e, quando o IR foi de 60s ou 90s,

houve aumento significativo de PAS e DP na terceira série. Apenas quando o

intervalo de descanso entre séries foi de 120s, as respostas de PAS, FC e DP foram

similares entre exercício e repouso.

Utilizando a mesma técnica de aferição de PA, para comparar intervalos

interséries de 1 e 2 minutos, homens normotensos (idade 22±3 anos) realizaram

4x8RM, do mesmo exercício, porém de forma unilateral e, em ambos os intervalos,

todas as variáveis (FC, PAS, PAD e DP) foram mais elevadas, ao final de cada

série, comparadas ao repouso47.

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34

Ao utilizar o método auscultatório, com aferição de PA nas ultimas repetições

de cada série, homens jovens normotensos realizaram o exercício de leg press com

3x10 a 60% de 1RM ou 3x12 a 60% de 1RM e as respostas de PAS, FC e DP foram

maiores em todas as séries, comparadas ao repouso, com um intervalo interséries

curto (45s) ou longo (120s) 46,50. Os resultados foram semelhantes quando o leg

press foi realizado por idosas normotensas com 1x6 RM ou 1x12 RM, no qual,

independente do volume, a FC, DP e PAS foram maiores ao final das séries,

quando comparadas ao repouso70.

Na extensão de joelhos, realizada de forma unilateral, por jovens

normotensos, com 3x10RM, e intervalo interséries de 2 minutos, a PAS, DP e FC

foram maiores ao final de cada série comparada ao repouso71,72. Quando a

extensão de joelho foi realizada, com 4 séries, intensidade de 80% de 10RM e

intervalos interséries de 1 e 3 minuto, também foi observada que as respostas de

PAS, PAD, FC e DP foram maiores após cada série, mesmo descansando até 3

minutos entre elas73.

O método auscultatório tende a subestimar respostas cardiovasculares

durante o exercício62, e a PAD tem sido pouco observada em trabalhos que utilizam

o método auscultatório devido a dificuldades de se determinar tais valores em ER,

visto que a reprodutibilidade da medida da PA através do referido método durante

os ER parece ser maior para a PAS do que PAD62,67. Como a literatura é limitada

referentes a trabalhos que comparam intervalos interséries, visando respostas

cardiovasculares através de métodos mais precisos como a medida direta ou

fotopletismografia, a maioria dos trabalhos utilizam o método auscultatório e muitos

não fazem análise da PAD 45,46,50,52.

O exercício resistido produz aumento significativo na PAS, que ocorre em

questão de segundos, podendo oferecer riscos para indivíduos hipertensos59.

Contudo, o volume total de trabalho parece ser mais importante do que a

intensidade para determinar o aumento de PAS27,59,64. A manipulação das variáveis

do ER pode interferir nas respostas cardiovasculares. Assim, é difícil chegar a uma

conclusão de qual o melhor tempo de descanso entre as séries, no exercício

resistido, quando os trabalhos apresentam discrepância metodológica,

principalmente relacionados a volume e intensidade.

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35

Dessa forma, o intervalo interséries é uma variável que merece receber

atenção na prescrição de ER, pois se prescritos de forma associada com outras

variáveis, principalmente, volume e intensidade, o tempo de descanso entre as

séries pode influenciar a eficiência e segurança de um programa de exercício

resistido74.

Os resultados do presente estudo podem ter implicações práticas para a

prescrição de exercícios de resistência para indivíduos hipertensos, controlados por

medicação anti-hipertensiva, pois mostram que o controle efetivo da PA, por

fármacos, é um fator importante para impedir o aumento do esforço cardiovascular,

durante a prática de exercício resistido.

Não identificamos na literatura um limite, a partir do qual os valores de

respostas cardiovasculares possam oferecer riscos associados ao ER. Contudo, se

considerarmos os limites adotados no teste ergométrico (elevação de PAS a

260mmHg e/ou PAD 140mmHg) 75, poderíamos dizer que o protocolo de exercício

aplicado neste estudo é seguro para mulheres hipertensas, independente de fazer

controle da PA farmacologicamente ou não, visto que, em nenhum dos grupos, os

valores de PAS e PAD atingiram esse limite.

Limitações:

· Somente mulheres foram incluídas no estudo, assim os resultados não podem

ser extrapolados para indivíduos do sexo masculino e não houve um grupo de

indivíduos normotensos.

· Os indivíduos fazem uso de vários tipos de medicamentos para controle da

PA, sendo impossível avaliar os efeitos de uma classe específica de

medicação nas respostas cardiovasculares ao exercício resistido.

· As sessões de exercício não foram realizadas no mesmo período do dia, fato

que pode sofrer influência do horário da ingestão da medicação.

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6. CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos é possível afirmar que se o quadro

hipertensivo não está controlado, o esforço cardiovascular aumenta

significativamente durante o exercício resistido. O controle farmacológico mostrou

ser efetivo para impedir o aumento desse esforço durante a execução do exercício

resistido, quando o intervalo interséries é ≥ 60 segundos.

O descontrole dos níveis pressóricos e o não tratamento farmacológico são

mais importantes do que o intervalo interséries para elevar as respostas

cardiovasculares durante o exercício resistido. Assim, podemos sugerir que o

efetivo controle da pressão arterial, através do tratamento farmacológico, pode

diminuir o risco de pico pressórico durante a prática do exercício resistido e ser

essencial na proteção cardiovascular durante o esforço físico.

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7. REFERÊNCIAS

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5. World Health Organization: WHO. Disponivel em: < http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs317/es/>. Acesso em 21 de setembro de 2015.

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8. Polito, M. D, Simão R, Saccomani MG, Casonatto J. Influência de uma Sessão de Exercício Aeróbio e Resistido sobre a Hipotensão Pós-Esforço em Hipertensos. Rev SOCERJ. 2009; 22 (5): 330-334.

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8. APÊNDICES

Apêndice I - Termo de consentimento livre e esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Departamento de Educação Física / Núcleo de Pós-Graduação em Educação Física

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título da pesquisa: Efeito de diferentes intervalos de recuperação no exercício resistido sobre variáveis de função cardiovascular.

Pesquisadores: Gilene de Jesus Pereira – Mestranda em Educação Física/ UFS– Contatos:

(79) 8170-4814, (75) 9135-7194, e-mail: [email protected] Rogério Brandão Wichi – Professor do Departamento de Educação Física da UFS – Contatos: (79) 2105-6537, e-mail: [email protected]

O(a) senhor(a) está sendo convidado a participar desta pesquisa, cujo objetivo é

verificar a segurança, durante a realização do exercício resistido (musculação) para pessoas com hipertensão arterial. Será necessário realizar três sessões de exercício. No primeiro momento, após esclarecimentos a respeito da pesquisa, serão medidos o peso e a altura, bem como, a pressão arterial de repouso e o um teste de força (1RM). Nos momentos seguintes serão realizadas as sessões de exercícios, sendo cada sessão em um dia diferente. A pressão arterial e a frequência cardíaca serão medidas continuadamente em todas as sessões de exercício, desde o repouso até a conclusão da sessão.

Esta pesquisa será realizada no Hospital Universitário de Sergipe e seguirá os princípios éticos de pesquisas envolvendo seres humanos, evitando danos e agravos a você. A participação no estudo pode ser cansativa e lhe tomar algum tempo, além disso, a realização das medidas de peso e altura podem constrangê-lo(a). O risco mínimo de desconforto será minimizado pelo sigilo e pela oferta de atendimento, caso necessite de acompanhamento cardiovascular, no ambulatório do Hospital Universitário. Sua participação na pesquisa será importante para o planejamento de programas de exercícios para pessoas com hipertensão. Porém sua participação é voluntária e gratuita e você terá todo o direito de desistir, em qualquer momento, caso não se sinta satisfeito, sem nenhum prejuízo para o(a) senhor (a).

Você não terá nenhuma despesa. Se houver gastos com deslocamentos para participação nesta pesquisa, os mesmos serão ressarcidos pelo pesquisador e, caso você passe mal, no decorrer da pesquisa, você será encaminhado, imediatamente para atendimento, no próprio Hospital Universitário. A qualquer momento você poderá ver os resultados parciais e/ou finais desta pesquisa. Após a realização das sessões de exercício, serão fornecidas informações a respeito do comportamento cardiovascular, durante a realização do exercício. Além disso, os resultados ajudarão a entender a relação exercício resistido e hipertensão arterial.

Sua identidade será preservada e o sigilo de todas as informações individuais coletadas nessa pesquisa será garantido. Os dados serão armazenados durante cinco (5) anos no Núcleo

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de Pós-Graduação da Universidade Federal de Sergipe e apenas serão utilizados com finalidade científica. Os resultados dessa pesquisa serão publicados em revistas e eventos científicos e poderão ajudar a entender os comportamentos relacionados à saúde entre usuários de Equipes de Saúde da Família.

Se você concordar em participar, deverá assinar este termo em duas vias de igual teor. Uma cópia dele ficará com você e a outra com os pesquisadores responsáveis.

_______________________________ _________________________________ Pesquisador: Rogério Brandão Wichi Pesquisador: Gilene de Jesus Pereira ______________________________ Telefone para contato: _______________ Voluntário