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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA DANIEL BONIFÁCIO OLIVEIRA CARDOSO QUALIDADE DA FIBRA EM GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO UBERLÂNDIA-MG JUNHO DE 2015.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE … · O algodão é a mais importante das fibras têxteis, naturais ou artificiais, ... Com o auxilio do aparelho HVI (High Volume

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE AGRONOMIA

DANIEL BONIFÁCIO OLIVEIRA CARDOSO

QUALIDADE DA FIBRA EM GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO

UBERLÂNDIA-MG

JUNHO DE 2015.

DANIEL BONIFÁCIO OLIVEIRA CARDOSO

QUALIDADE DA FIBRA EM GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO

Trabalho de conclusão de curso apresentado

à Universidade Federal de Uberlândia,

como parte das exigências do Curso de

graduação em Agronomia, para obtenção

do título de “Engenheiro Agrônomo”.

Orientadora: Prof. Dra. Larissa Barbosa de

Sousa

UBERLÂNDIA-MG

JUNHO DE 2015

AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.

A minha orientadora Profa. Dra. Larissa Barbosa de Sousa, pelo suporte no pouco

tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos.

Aos meus pais Nilo e Rosângela e a minha esposa Emília pelo amor, incentivo e

apoio incondicional.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito

obrigado.

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................. 3

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................................... 7

2.1 Importância histórica e mundial .................................................................................................... 7

2.2 Mercados mundial e brasileiro ...................................................................................................... 8

2.3 Qualidade da fibra ............................................................................................................................ 9

2.4 Fatores ambientais que afetam a qualidade da fibra do algodoeiro ......................................10

2.5 Melhoramento do algodoeiro ........................................................................................................12

3. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 13

3.1 Índice de Consistência de fiação (IFC) .......................................................................................15

3.2 Comprimento de fibra (CF)...........................................................................................................15

3.3 Uniformidade do comprimento (UC) ..........................................................................................15

3.4 Alongamento (AL) ..........................................................................................................................15

3.5 Índice de Micronaire (IM) .............................................................................................................16

3.6 Resistência (R) .................................................................................................................................16

3.7 Maturidade da fibra (MF) ..............................................................................................................16

3.8 Índice de fibra curta (IFC) .............................................................................................................17

3.9 Reflectância (RE) ............................................................................................................................17

3.10 Grau de amarelecimento (GA) .....................................................................................................17

4. RESULTADOS E DISCURSÃO ............................................................................... 17

5. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 23

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 24

RESUMO

O algodão é a mais importante das fibras têxteis, naturais ou artificiais, seja analisando o

aspecto de valor econômico da produção, ou por volume. A qualidade das fibras é

condicionada pela genética, porém podem ser alteradas em decorrência do meio ambiente,

pragas, solo, doenças, dentre outros. O trabalho teve como objetivo avaliar 22 genótipos de

algodoeiro de fibra branca do Programa de Melhoramento Genético do Algodoeiro da

Universidade Federal de Uberlândia quanto à qualidade da fibra. O experimento foi realizado

na fazenda experimental Capim Branco, em Uberlândia-MG. Os genótipos foram derivados

de cruzamentos biparentais. O delineamento experimental foi de blocos completos

casualizados (DBC) com três repetições, parcela experimental composta de 4 linhas de 5 m

espaçadas de 1 m. Com o auxilio do aparelho HVI (High Volume Instrument). avaliou-se o

índice micronaire (IM), índice de consistência a fiação (IFC), maturidade da fibra (MF),

comprimento da fibra(CF), uniformidade de comprimento (UC), índice de fibras curtas (IFC),

resistência (R), alongamento (AL), reflectância (RE) e grau de amarelecimento (GA). As

análises estatísticas foram feitas com o Programa Genes e o teste de médias utilizado foi o de

Scott-Knott a 5% de probabilidade. Houve variabilidade genética entre os genótipos para

todas as características estudadas exceto para maturidade da fibra (MF). Todas as

características apresentaram valores de herdabilidade alta ou muito alta (60,95 a 99,53%),

com exceção de maturidade de fibra (37,99%). As maiores médias encontradas, dentre todas

as características analisadas, foram encontrados para reflectância (RE) (R) (98,65%) e grau de

amarelecimento (GA) (99,53%), o que demonstra que as diferenças entre os genótipos para

essas características são provenientes em maior proporção genética do que ambiental. O

genótipo UFUJP13-12 obteve as médias superiores em: Índice de Consistência a fiação (ICF)

151,00, 4,26 de índice de Micronaire (IM), 85% de Maturidade da Fibra (MF), 29,69mm de

Comprimento de fibra (CF), 84,86% Uniformidade de Comprimento (UC), 6.73% Índice de

Fibras Curtas (IFC), 31,40 gf/tex de Resistencia (R) e 7,80% alongamento (AL), sendo uma

ótima opção para seguir com o processo de melhoramento.

Palavras chaves: Gossypium hirsutum, características intrínsecas, pluma.

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1. INTRODUÇÃO

O algodoeiro (Gossypium hirsutum) é uma espécie do gênero Gossypium, da

família Malvaceae, que tem um importante valor mundial. Isto se deve ao fato do algodoeiro

ser responsável por movimentar setores da sociedade, como indústria têxtil, que expressam

bastante interesse socioeconômico (CHITARRA, 2014).

O algodoeiro é utilizado pelo homem desde tempos remotos. A domesticação

desta cultura ocorreu há mais de 4.000 anos no sul da Arábia (BELTRÃO, 2004) e sua

importância cresceu com o passar dos tempos e civilizações.

Hoje o algodão é cultivado por mais de 60 países, nos cinco continentes, onde Índia,

China, Estados Unidos, Paquistão e Brasil são os principais produtores da fibra (ICAC, 2015).

É a mais importante fibra têxtil do planeta e responsável por quase metade da vestidura da

população mundial. O valor econômico da cultura aumenta com a produção de biodiesel,

alimentação de animais e humana, produtos farmacêuticos, fitoterápicos, óleos, etc.

(ABRAPA, 2014).

O comércio mundial do algodão movimenta anualmente cerca de US$ 12 bilhões e

envolve mais de 350 milhões de pessoas em sua produção, desde fazendas até a logística, o

descaroçamento, processamento e embalagem (ABRAPA, 2014). O Brasil é o quinto maior

produtor global de algodão e o quarto em exportação, segundo acompanhamento do

Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ICAC, 2015), o que demonstra sua

importância socioeconômica no Brasil e no mundo.

Alta qualidade tecnológica da fibra é fator primordial para que o algodão tenha uma

boa aceitação no mercado externo. Com isso, as avaliações da qualidade da fibra, estão cada

vez mais rigorosas, e são executadas por laboratórios, que a cada dia apresentam maior

qualificação.

A fibra é comercializada de acordo com suas características físicas intrínsecas e

extrínsecas, classificadas atualmente pelo High Volume Instrument (HVI), atendendo a

legislação vigente, o que possibilita menor subjetividade da classificação manual/visual e

oferece outras determinações adicionais importantes para a classificação (VIDAL NETO;

FREIRE, 2009), que refletem na qualidade.

Devido à expressiva participação econômica no mercado e a exigência do mercado

externo, cotonicultores estão cada vez mais atentos a atender as exigências destes, e dentre

19

81

7

estas, está a constante necessidade na melhoria das características da pluma produzida, sem

que seja reduzida a produtividade, melhorando cada vez mais a eficiência do manejo

(PEDROSA, 2011).

Diante disso, é de extrema importância o conhecimento dos fatores que interferem na

qualidade da fibra e como obter fibras de maior qualidade. O melhoramento do algodoeiro, é

um forte aliado na obtenção de plantas que além de adaptadas a região, apresentam melhor

qualidade da fibra, atendendo as exigências do mercado (PEDROSA, 2011).

O trabalho teve como objetivo avaliar 22 genótipos de algodoeiro de fibra branca do

Programa de melhoramento genético do algodoeiro da Universidade Federal de Uberlândia

quanto à qualidade da fibra, índice micronaire (IM), índice de consistência a fiação (IFC),

maturidade da fibra (MF), comprimento da fibra (CF), uniformidade de comprimento (UC),

índice de fibras curtas (IFC), resistência (R), alongamento (AL), reflectância (RE) e grau de

amarelecimento (GA), nas condições de Uberlândia-MG.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Importância histórica e mundial

O algodoeiro é uma angiosperma da classe das dicotiledôneas, pertencente à ordem

Malvales, família das Malvaceae, gênero Gossypium (PENNA, 2005).

Existem no mundo, mais de 50 espécies pertencentes ao gênero Gossypium, sendo

que as espécies mais importantes economicamente são quatro, G. hirsutum L., G. barbadense

L., G. herbaceum L. e G. arboreum L (BELTRÃO, 2004).

Segundo Vainsencher (2009), há oito séculos A.C. os egípcios já conheciam e

cultivavam o algodão na Antiguidade, e os Incas e outras civilizações antigas, já utilizavam o

algodão em 4.500 a.C. No Brasil, entre os séculos XIX e XX, o algodão era uma importante

fonte de renda, principalmente no Nordeste. Devido à sua grande capacidade de tolerância a

seca e potencial de produção com pouca água, o algodoeiro propagou-se na região semiárida

do Nordeste (BELTRÃO, 2004).

No Brasil o algodão adaptou-se muito bem, e um dos fatores foram às boas

condições climáticas do país, a tecnologia aplicada no setor e as pesquisas com melhoramento

genético, que possibilitaram a sua adaptação a diversas regiões, com diferentes condições de

clima e solo, mantendo uma boa produtividade (BORÉM; SANTOS, 2001).

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O produto colhido é denominado algodão em caroço e é composto pela pluma (fibra)

e pelo caroço (sementes com “línter”, ou seja, fibras curtas). Sua utilização encontra-se na

indústria de fiação e tecelagem e na indústria de alimentação animal (farelo) e humana (óleo),

além de grande número de produtos secundários (PENNA, 2005).

A estrutura da fibra do algodão quando esta seca é composta praticamente por

celulose (88 a 96%). Sua fibra é formada na epiderme, na parte externa da semente, e cada

fibra é formada por uma única célula (RIBEIRO, 1987).

As características tecnológicas das fibras são condicionadas pela hereditariedade,

porém podem ser alteradas em decorrência do meio ambiente, pragas, solo, doenças, dentre

outros (KONDO; SABINO, 1981), das quais o déficit hídrico, temperatura e luminosidade,

são os fatores que mais podem interferir na constituição da fibra. Pragas como ácaros,

lagartas, percevejos também depreciam a qualidade final da fibra.

O algodoeiro apresenta elevada plasticidade fisiológica, adaptando-se a diferentes

ambientes, tornando-o de extrema importância para diversas regiões do planeta e, portanto,

uma preciosa fonte de trabalho e renda (STREET ; OPIK, 1974).

2.2 Mercados mundial e brasileiro

Os maiores produtores de algodão do mundo são a, Índia, China, Estados Unidos,

Paquistão e Brasil, e os maiores consumidores são China, Índia, EUA, Paquistão e Brasil. Os

maiores importadores são Indonésia, Coréia do Sul, Austrália, China, Síria e Grécia

(ABRAPA, 2014), com valores absolutos de produção, segundo CONAB (2014), em tono de

12 bilhões de reais, apenas no Brasil.

Nos dias atuais, no mundo foram produzidos, na safra 2014/15 em torno de 26,332

milhões de toneladas de algodão (ICAC, 2015) e cerca de US$ 12 bilhões em movimentações

financeiras envolvendo mais de 350 milhões de pessoas em sua produção, desde as fazendas

até a logística, o descaroçamento, o processamento e a embalagem (ABRAPA, 2014).

No mercado têxtil, o Brasil ocupa a sexta posição a nível mundial, consumindo

anualmente um milhão kg ha-1

(ABRAPA, 2014) de pluma de algodão. A indústria procura

fibras finas, resistentes e uniformes, para que possa suprir sua necessidade e não prejudicar a

fiação (FREIRE et al.,1997).

No Brasil existem regiões com crescimento significativo, que tem criado uma

alternativa de cultivo e renda. O estado que mais produz algodão no País, na safra 2014/15, é

o Mato Grosso com 562,7 de ha cultivados e uma produção de pluma de 861,3 mil toneladas,

9

seguido por Bahia, Goiás, sendo 293,8 mil.ha-¹ e produtividade de pluma de 465,2 mil

toneladas e 33,8 mil.ha-¹, produtividade de pluma de 53,7 mil toneladas respectivamente.

Minas Gerais situa-se em sexto lugar com uma área de 18,8 mil.ha-¹, produção de 67,5 mil

toneladas de algodão em caroço e 19,3 mil.ha-¹ 26,4 mil toneladas de pluma respectivamente

na safra 2014/15 (CONAB, 2015), demonstrando ser um estado com alta participação no

cultivo de algodão no Brasil.

Na divisão por região no estado de Minas Gerais, o Noroeste de Minas, com 67,9%

de participação, é o maior produtor de algodão em pluma do Estado, seguido pelo Alto

Paranaíba (13,9%), Norte de Minas (11%), e Triângulo Mineiro, que teve 7,1% de

participação da produção estadual (CONAB, 2015).

Os municípios que mais produzem no estado são: Unaí (14 mil t), Presidente

Olegário 10,4 mil t, ambos na região Noroeste, Buritis (8,1 mil t), São Gonçalo do Abaete

(7,2 mil t) que juntamente com Coromandel (7 mil t) (Alto Paranaíba), são os maiores

produtores do estado em 2014/15 (IBGE, 2015).

2.3 Qualidade da fibra

A fibra do algodão, que é uma única célula, que cresce e se desenvolve por

aproximadamente 50-60 dias, período em que ocorre a elongação e deposição de celulose para

formação da mesma (BELTRÃO, 2006), faz parte integrante da semente e é o principal

produto da cultura.

Avaliar a qualidade da fibra produzida é de fundamental importância para

negociação do algodão produzido. E a etapa inicial nessa avaliação é a classificação do

mesmo. O termo “classificação do algodão” refere-se à aplicação de procedimentos

padronizados e desenvolvidos pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da

América do Norte – USDA, para avaliar as qualidades físicas do algodão que afetam a

qualidade do produto acabado e/ou a eficiência do setor industrial (BOLSA DE

MERCADORIAS & FUTURO s.d.). Esta classificação é feita em amostras de fardos de

algodão, levando em conta o tipo, a cor, o grau de folha, através de padrões físicos universais.

Entende-se por qualidade o conjunto de parâmetros ou características intrínsecas e

extrínsecas de um produto vegetal, seus subprodutos e resíduos de valor econômico, que

possam ser mensurados suas especificações qualitativas, levando em conta tolerância a

defeitos, medidas de composição patrão, características sensoriais e fatores higiênico-

sanitários e tecnológicos (LEI No 9.972/2000).

10

A partir do ano de 1991, ao comercializar fardos de algodão com os Estados Unidos

da América através de financiamentos pelo USDA (Departamento Norte- Americano de

Agricultura) é exigido o teste e a classificação no sistema HVI (ZELLWEGER- USTER,

1995).

O comprimento da fibra (CF), índice de consistência a fiação (ICF), uniformidade da

fibra, índice de micronaire (IM), resistência (R), alongamento (AL), índice de fibras curtas

(IFC), maturidade da fibra (MF), grau de amarelo (GA) e grau de reflectância (RE) são as

características exigidas pela indústria têxtil, dentro de certos limites (FUNDAÇÃO MT,

1999), para que o processo de fiação ocorra com a máxima qualidade, e da mesma forma os

produtos derivados da fiação.

2.4 Fatores ambientais que afetam a qualidade da fibra do algodoeiro

As características intrínsecas das variedades de algodão cultivadas no Brasil

apresentam certa semelhança, ou seja, costumam estar dentro da faixa de qualidade exigido

pelas empresas, quanto ao comprimento da fibra (CF) da fibra, o índice consistência a fiação

(ICF), índice de micronaire (IM), entre outros. Essas características são determinadas

geneticamente (BORÉM et al., 2005), mas sofrem influência de fatores ambientais como

condições climáticas, fertilidade do solo, incidência de pragas e aparecimento de doenças

(SANTANA et al., 1998; SANTANA, 2002).

A interação genótipo e ambiente (G x A) é um componente importante para os

programas de melhoramentos de plantas, pois altera o desempenho relativo dos genótipos em

virtude de diferentes ambientes (BORÉM et.al., 2005) e dificulta a recomendação de

cultivares.

A cadeia produtiva do algodão, cada vez mais tem buscado melhorar aspectos da

qualidade da fibra, para a obtenção de um melhor produto final. No momento da venda da

fibra para a indústria, um produto de melhor qualidade é o que vai garantir um melhor retorno

do investimento. Portanto, a melhoria nas características intrínsecas da fibra é cada vez mais

almejada (SESTREN; KROPLI, 2009), pelo produtor e indústria de fiação.

Em trabalho realizado por Souza (1996), com o objetivo de avaliar uma cultivar de

algodoeiro CNPA - 7H em diferentes populações de plantas, o mesmo concluiu que o número

de plantas/m, reduziu o comprimento da fibra (CF) e rendimento da fibra, corroborando com

os trabalhos realizados por Hawkins e Peacock (1973) e Bridge et al. (1973), que também

avaliavam a influência da densidade populacional na qualidade da fibra do algodão. Porém

11

outros autores não encontraram efeitos das populações de plantas sobre o rendimento de fibra

(BELTRÃO, 1998; SILVA et al, 2011), quando relacionados à densidade de plantas.

Beltrão et al.(2008) ao avaliarem o comprimento da fibra (CF) de genótipos

algodoeiro, concluíram que a falta de água requerida pela cultura, no período de alongamento

da fibra, acarreta na redução no comprimento da mesma.

Já Oliveira (2010), verificou que a umidade no solo influencia a maioria das

características tecnológicas da fibra: comprimento da fibra (CF), uniformidade de

comprimento (UC), índice de fiabilidade, índice de fibras curtas (IFC), índice de micronaire

(IM) e maturidade da fibra (MF), contudo a resistência da fibra não foi influenciada pela

umidade.

Em estudo realizado por Azevedo (2005), com o objetivo de estudar a influência do

ambiente nas características tecnológicas da fibra, concluiu que a adubação nitrogenada

associada a aplicação de água residual tratada proporcionou maior comprimento,

uniformidade e alongamento, bem como menor índice de fibras curtas (IFC).

A influência do ambiente nas características tecnológicas da fibra do algodoeiro é

maior que a determinada pelos aspectos intrínsecos da cultivar (ANDRADE et al., 2009).

Dentre as condições ambientais que influenciam as características tecnológicas da fibra do

algodão se destaca a distribuição das chuvas. A ocorrência de precipitações pluviais ou

nebulosidade intensa na pré-colheita, quando os frutos já estão abertos, reduz

substancialmente a qualidade da fibra, e os frutos que ainda não estão abertos apodrecem,

reduzindo também a quantidade e a qualidade da semente (EMBRAPA, 2006).

Silva (2003), também verificou que, o manejo incorreto das plantas infestantes

prejudica a qualidade das características das fibras. Também reduzem a produção do

algodoeiro, além de aumentar os custos de produção. As plantas infestantes também podem

afetar o manejo do solo, o controle de pragas e doenças, interferem na quantidade de água e

nutrientes disponíveis a planta, dentre outros (ASHTON ; MÔNACO, 1991). Plantas

infestantes como picão preto (Bidens pilosa) e Capim carrapicho (Cenchrus echinatus), além

dos problemas citados acima, prejudicam a qualidade da fibra, pois suas estruturas se aderem

à fibra a depreciando, dificultando a colheita e o beneficiamento do algodão (EMBRAPA-

ALGODÃO, 2003).

12

2.5 Melhoramento do algodoeiro

O melhoramento de plantas pelo homem surgiu há cerca de 9000 anos (LAWRENCE,

1967), sempre buscando melhorias das plantas ao clima, espécie ou cultura, cultivo, fatores

econômicos e de outras naturezas.

O algodoeiro para o melhoramento é considerado planta de autofecundação

(autógama), entretanto a taxa de cruzamento natural possa atingir até 50% ou mais. Este fato

se deve a polinizações por abelhas (FUZATTO, 1999).

No algodoeiro a variabilidade natural existente dentro e entre as populações de

plantas, ou pode ser alcançada através de cruzamentos controlados onde entra os programas

de melhoramento. A hibridação é uma das formas de se conseguir variabilidade, sendo uma

das técnicas mais utilizada (GRIDI-PAPP, 1969).

O melhoramento genético do algodão tem como objetivo atender o aumento da

produtividade, de porte, maturação uniformes, resistentes às principais pragas e doenças além

de se obter uma pluma que atenda as exigências da indústria têxtil (PENNA, 2005).

Conforme Penna (1982) e Resende (2014), para as características tecnológicas de

fibra, as principais que se deseja obter para o melhoramento são: comprimento da fibra (CF),

resistência (R), maturidade da fibra (MF), índice de micronaire (IM), dentre outros.

No Brasil, no melhoramento em algodoeiros utilizam-se o método de bulk, dentro de

família ou genealógico, e retrocruzamento. O primeiro método de seleção é utilizado para

melhoramento populacional, o segundo para incorporação de alelos específicos e o terceiro

para recuperar uma característica do genitor recorrente (LEE, 1987). Seleção massal, seleção

genealógica, seleção pedigree-massal, seleção recorrente, hibridação, retrocruzamento e uso

do vigor híbrido, também são bastante utilizados (BORÉM, 2014).

Os programas de melhoramento genético convencional do algodoeiro no país

começaram por meio de incentivo do governo federal em 1921. Porém apenas em 1924 inicio

os trabalhos através do IAC, e desde então tem demonstrado aumento no progresso genético

no país (CARVALHO et.al., 1997). Inicialmente o principal objetivo era obter cultivares

precoce e de ciclo determinado, e apenas depois veio a preocupação com produtividade,

densidade, qualidade da fibra (CONSELHO DE INFORMAÇÕES SOBRE

BIOTECNOLOGIA, 2009). O melhoramento tem sido desenvolvido por empresas publicas e

privadas, adaptando as cultivares ao meio que estão sendo inseridas.

13

Apenas no ano de 1975, a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária) começou a desenvolver projetos de pesquisa para algodoeiros, com a criação

do Centro Nacional de Pesquisa do Algodão (CNPA), em Campina Grande, PB, visando obter

cultivares para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, posteriormente, em 1989, um

núcleo de pesquisa para desenvolver cultivares para o cerrado (PENNA, 2005). Além de

adaptadas deveriam possuir alta produtividade, alto rendimento de pluma, resistência às

principais doenças, tolerância a veranicos, além de ter as características tecnológicas da fibra,

dentro dos parâmetros exigidos pela indústria têxtil (FREIRE; FARIAS, 2005).

Segundo Penna (2005) há ainda outras instituições de pesquisa que praticam o

melhoramento do algodoeiro, como o Instituto Agronômico do Paraná que atua na geração,

desenvolvimento e adaptação de tecnologias para a cotonicultura paranaense, a FMT

(Fundação Mato Grosso) possui também um programa de melhoramento que visa dentre

outros a resistência à doenças (virose, ramulose, bacteriose, manchas de alternaria e

ramulária), e adaptação de plantas à colheita mecânica (PENNA, 2006).

De acordo com Borém (2014), com a Lei de Proteção de Cultivares (LPC),

sancionada em 25/04/1997 surgiu o interesse de instituições privadas para o melhoramento de

algodão a exemplo da Monsanto Algodão Ltda, Bayer CropScience e a IMAmt – Instituto

mato-grossense do algodão que investem em pesquisa e desenvolvimento de novas variedades

e tecnologias de acordo com as condições do país.

3. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em uma área experimental localizada na Fazenda

Capim Branco (18º52’S; 48º20’W e 805m de altitude), pertencente à Universidade Federal de

Uberlândia, no município de Uberlândia, Minas Gerais, na safra 2012/2013.

Segundo os dados climáticos (1981 a 2008) fornecidos pelo Instituto de Geografia da

UFU, Uberlândia, a cidade apresenta temperatura média do ar de 22,4º C, umidade relativa do

ar média de 70% e precipitação pluvial anual média de 1.584 mm por ano.

A área em que foi realizado o experimento situa-se sobre Latossolo Vermelho

escuro, de textura argilosa. Antes da implantação do experimento, coletou-se uma amostra

composta de solo, para a realização das análises química para fins de recomendação de

calagem e adubação.

14

O preparo do solo foi realizado de forma convencional, com uma aração e duas

gradagens. Antes da semeadura, a área foi sulcada e adubada manualmente, conforme análise

do solo.

Foram avaliados 22 genótipos de algodoeiro provenientes de cruzamentos

biparentais. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos completos casualizados

(DBC) com três repetições. A parcela experimental constituiu-se de quatro linhas de cinco

metros espaçadas de um metro.

O experimento foi instalado manualmente no dia 22/12/2012. As parcelas foram

colhidas manualmente para avaliações no mês de junho de 2013. Durante a condução do

experimento as condições meteorológicas (precipitação e temperatura média) foram

monitoradas (FIGURA 1).

Figura 1. Temperatura mínima e máxima (°C), precipitação (mm) em Uberlândia no período

de janeiro a junho de 2013.

Foram semeadas 16 sementes por metro linear a dois centímetros de profundidade. O

desbaste foi realizado com 20 dias após a emergência, deixando-se oito plantas por metro

linear, para uma população adotada de 80.000 plantas há-¹ (EMBRAPA, 2003).

A colheita dos capulhos foi feita planta por planta por meio de amostragem de 30

capulhos do terço médio das plantas por parcela As plumas das plantas foram embaladas em

saquinhos de papel, anotando-se no mesmo o número do tratamento, e a cor da pluma. As

amostras com as plumas foram levados ao laboratório de algodão da fazenda Capim Branco,

para o beneficiamento, utilizando-se uma máquina de descaroçar, separando-se as plumas do

15

caroço (sementes) e em seguida, determinou-se o peso das amostras de sementes e das

plumas.

Posteriormente as plumas foram analisadas pelo instrumental HVI na sessão de análise

de fibra do laboratório da Minas Cotton, vinculado à Associação Mineira dos Produtores de

Algodão (Amipa) em Uberlândia-MG, para avaliar as seguintes características:

3.1 Índice de Consistência de fiação (IFC)

Característica que indica resistência dos fios, em especial de fios a rotor. É a

propriedade que a fibra tem de se transformar em fio (EMBRAPA, 2002).

3.2 Comprimento de fibra (CF)

É levado em consideração o comprimento médio da metade mais longa do feixe de

fibras em 32 subdivisões de polegada. A escala de valores para essa característica obedece aos

padrões de classificação do CNPA (Embrapa) em milímetros, sendo: Fibra curta: 23,5 a 25,15

mm; Média: 25,16 a 27,94 mm; Longa: 27,94 a 32,00 mm (EMBRAPA, 2002).

3.3 Uniformidade do comprimento (UC)

É a relação entre o comprimento médio e a metade mais longa do feixe de fibras. No

caso do algodão “upland”, deve-se adotar como referência de qualidade um mínimo de 83%

de uniformidade. UHML (Upper half mean) fornecidos pelo HVI. Conforme a classificação

da EMBRAPA (2002), o valor para uniformidade de fibra é classificado como: muito

uniforme maior que 85%, de 83 a 85 %, média de 80 a 82%, irregular quando está entre 77 a

79 % e muito irregular quando menor que 77%.

3.4 Alongamento (AL)

É o máximo de comprimento obtido por uma amostra de fibra durante uma carga de

esforço até seu rompimento, nesse caso foi determinado com o aparelho HVI. Os valores mais

apropriados e aceitos pela indústria são de 7%. Nesta característica as faixas de classificação,

segundo a (EMBRAPA, 2002) são: Muito baixo – menor 5,0%, Baixo – 5,0 a 5,9 %; Médio –

5,9 a 6,7%, Alto – 6,8 a 7,6 %; Muito alto – acima de 7,6%. (EMBRAPA, 2002).

16

3.5 Índice de Micronaire (IM)

É a medida do diâmetro da fibra. No caso do algodão, o Índice Micronaire (IM),

também conhecido como “finura de fibra”, é um índice adimensional. E indicador da

resistência de uma determinada massa de fibras a um fluxo de ar, à pressão constante, em

câmara de volume definido. Este índice, é intimamente influenciado pelo conteúdo de

celulose presente na parede secundária da fibra, permite estimar a quantidade de fibras que

irão compor a seção transversal do fio e, portanto, sua resistência e regularidade em função de

comprimento. Indica também sua resistência à ruptura e na uniformidade de massa dos fios,

bem como no tingimento de fibras, fios e tecidos. Usualmente comercializa-se algodão entre

os limites 3,9 e 4,5 de índice de micronaire (IM), sendo ideais os compreendidos entre 3,8 a

4,2.

Sobre a classificação é considerada Muito fina – menor que 3,0; Fina – 3,0 a 3,9;

Regular – 4,0 a 4,9; Grossa – 5,0 a 5,9 e Muito grossa – maior que 6,0 (EMBRAPA, 2002).

3.6 Resistência (R)

É a capacidade que a fibra tem de suportar uma carga até romper-se. A resistência à

ruptura é expressa em g/tex (universal) e gf/tex (Brasil), sendo que este parâmetro de

qualidade representa a força máxima necessária para romper um feixe de fibras. Medidas

esperadas, para fibras de algodão é entre 28 e 29 mm, uma resistência mínima de 26 gf/tex.

Resistência (R) (gf tex-¹) tem-se a seguinte classificação de fibra: Muito forte,

quando maior que 30, Elevado: 27 a 29 gf/tex, Média: 24 a 27 gf/tex, Baixa de 21-23 gf/tex,

abaixo de 20 gf/tex é muito baixa. Os melhoristas preferem fibras com valores acima de 28

gf/tex (EMBRAPA, 2002).

3.7 Maturidade da fibra (MF)

É o grau de desenvolvimento da parede da fibra. Para duas fibras de mesmo

diâmetro, a mais madura será aquela que tiver parede mais espessa na sua seção transversal.

Para esta característica tem-se a classificação: Superior ao médio de 0,95 a 1,00

Maduros; de 0,85 a 0,95, Inferior ao médio: de 0,80-0,85, Imaturo de 0,70 a 0,80 e

Inadequado abaixo de 0,70 (EMBRAPA, 2002).

17

3.8 Índice de fibra curta (IFC)

É a porcentagem de fibras com menos de 12 mm. É obtido através do HVI, pela

proporção em percentagem de fibras curtas em uma amostra com comprimento inferior a 12,7

mm. Com relação á qualidade da fibra sobre o Índice de fibra curta (%), para esta

característica é classificada como: Muito baixa – menor que 6 %; Baixa – 6 a 9 %; Regular –

10 a 13 %; Elevado – 14 a 17 %; Muito alta – maior que 1 % (EMBRAPA, 2002).

3.9 Reflectância (RE)

A reflectância (RE) representa uma escala que varia do branco ao cinza. Quanto

maior a reflectância da fibra, menor será o seu acinzentamento, e, portanto, maior o interesse

da indústria têxtil (EMBRAPA, 2002).

3.10 Grau de amarelecimento (GA)

É o valor correspondente ao amarelecimento das fibras com a ajuda de um filtro

amarelo (EMBRAPA, 2002).

Todas as análises foram realizadas com o Programa Genes (Aplicativo

computacional em genética e estatística) e o teste comparativo de médias utilizado foi o teste

de Scott-Knott 5% de probabilidade, para cada caractere.

4. RESULTADOS E DISCURSÃO

Na Tabela 1 são apresentados às analises de variância, onde verifica-se a

significância de todas as características avaliadas, pelo teste F a 5% de probabilidade

O coeficiente de variação (CV) para os caracteres analisados oscilam de 1,08 % para

maturidade da fibra (MF)a 10,22% para índice de fibras curtas (IFC), na tabela 1, o que,

observando trabalhos de diversos autores, é considerado aceitável por se tratar de

característica quantitativa e, portanto, dominado por muitos genes, o que torna o ambiente um

fator predominante em determinar sua característica. Jeronimo (2014) encontrou para esta

característica um coeficiente de variação de 29,52 para índice de fibras curtas (IFC), obteve

valores de 1,35 para uniformidade e 29,52 para alongamento (AL), sendo estes o menor e o

maior valor obtido pelo autor, demonstrando que os valores de CV desde trabalho são

considerados de baixos (inferiores a 10%) a médio (entre 10-20%), de acordo com Garcia,

(1989).

18

Tabela 1- Quadro de resumo de análise de variância para qualidades da fibra em 22 genótipos

de algodoeiro. Uberlândia-MG, 2013/2014.

F.V QUADRADO MÉDIO

I.C.F I.M M.F(%) CF(mm) UC(%) IFC(%) R(gf/tex) AL(mm) RE(%) G.A

.

Bloco 106,90 0,06 0,000047 1,1646 1,2101 2,5592 2,6842 0,3378 2,0819 0,1401

Genótipos 1226,81* 0,13* 0,0001ns 11,1279* 4,9279* 15,2427

*

20,5475* 0,5137* 277,2951* 25,9396*

Resíduo 80,22 0,05 0,0001 0,7901 0,8167 0,6773 2,3604 0,1756 3,7391 0,1216

CV (%) 6,56 5,88 1,2467 3,0452 1,0865 10,2275 5,2831 5,1262 2,5560 3,6309

h2 93,46% 60,75% 37,99% 92,90% 83,43% 95,56% 88,51% 65,82% 98,65% 99,53%

Os valores para os coeficientes de determinação genotípica (h²) demonstraram a

existência de variabilidade genética entre as populações, a 5%, e é em maior parte de causa

genética, justificando a seleção de genótipos superiores que garantirão que no ciclo seguinte

estes apresentem desempenho superior. Os valores oscilaram entre 37,99% a 99,53% para

maturidade da fibra (MF)e grau de amarelecimento (GA), respectivamente. Para Índice de

consistência a fiação (ICF) a herdabilidade foi de 93,46%, sendo um dos maiores resultados, e

é considerado alto, que, para as características em questão significa grande parte da variação é

devida às diferenças genotípicas entre os indivíduos o que também demonstra, que variações

são provenientes dos genótipos e do ambiente. Altos índices de herdabilidade também foram

encontrados para índice de micronaire (IM), comprimento da fibra (CF), uniformidade de

comprimento (UC), índice de fibras curtas (IFC), resistência (R), reflectância (RE) e grau de

amarelecimento (GA), todos com valores acima de 88,51%, que demonstra um expressivo

efeito de componente genético na determinação desses caracteres, que garantirão, pela seleção

dos genótipos superiores, que estes apresentem desempenhos superiores.

O mesmo não foi demonstrado para maturidade da fibra (MF)(37,99%), valor médio

de herdabilidade, o que sugere que o ambiente foi fator determinante para esta característica

(SANTOS; GHEYI, 2003), conforme podemos ver na tabela 2.

Gn=Genótipos; I.C.F..= Índice de consistência a fiação; I.M = índice de Micronaire (adimensional), MF= Maturidade da fibra (%), CF = Comprimento da fibra (CF) (mm); UC = Uniformidade de comprimento (%); I.F.C= Índice de fibras curtas (%); R= Resistência (gf/tex); AL = Alongamento (mm); RE= Reflectância (%); G.A= Grau de amarelecimento; CV-Coeficiente de variabilidade; h²=herdabilidade

19

Tabela 2. Média1 das qualidades da fibra em 22 genótipos de algodoeiro, Uberlândia-MG,

2013/2014.

1Médias na mesma coluna seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 0,05 de significância.

Gn=Genótipos; I.C.F..= Índice de consistência a fiação; I.M = Micronaire (adimensional), MF= Maturidade da fibra (%), CF

= Comprimento da fibra (CF) (mm); UC = Uniformidade de comprimento (%); I.F.C= Índice de fibras curtas (%); R=

Resistência (gf/tex); AL = Alongamento (mm); RE= Reflectância (RE) ; G.A= Grau de amarelecimento

Para o Índice de consistência a fiação (ICF), uniformidade (UF) e resistência (R)

houve a formação de três grupos. Para índice de micronaire (IM), comprimento da fibra (CF)

e alongamento (AL), formaram-se dois grupos.

O índice de consistência a fiação (ICF), que julga e balanceia as características mais

importantes de qualidade da fibra, deve ser superior a 140 (SESTREM ; LIMA, 2007). Dos 22

genótipos analisados apenas UFUJP13-17 e UFUJP13-20 não obtiveram valores acima de

120. Os outros genótipos obtiveram valores entre 128 a 151.

Sendo o índice de consistência a fiação (ICF) uma característica calculada

combinando outras tantas variáveis, tais como, comprimento da fibra (CF), uniformidade de

Gn I.C.F I.M M.F(%) CF(mm) UC(%) IFC(%) R( gf/tex) AL(mm) RE(%) G.A

UFUJP13-1 141,66 a 4,09 a 0,83 a 29,42 a 84,26 a 7,63 c 28,90 a 8,75 a 75,76 a 8,83 b

UFUJP13-2 137,66 a 4,04 a 0,84 a 28,88 a 83,26 a 7,36 c 29,60 a 8.46 a 77,73 a 9,10 b

UFUJP13-3 140,33 a 3,75 b 0,83 a 29,71 a 83,03 a 8,03 c 28,86 a 8,30 a 80,06 a 8,70 b

UFUJP13-4 138,33 a 3,81 a 0,83 a 29,03 a 82,93 a 7,83 c 29,43 a 8.16 b 78,33 a 8.53 b

UFUJP13-5 141,00 a 3,61 b 0,83 a 29,25 a 82,83 a 7,73 c 29,90 a 8.36 a 79,90 a 8,66 b

UFUJP13-6 143,66 a 3,96 a 0,84 a 30,26 a 83,90 a 7,13 c 29,40 a 7.46 b 79.50 a 8,93 b

UFUJP13-7 150,00 a 4,01 a 0,84 a 30,09 a 84,10 a 7,30 c 31,03 a 7,96 b 80,36 a 8,00 b

UFUJP13-8 145,00 a 4,02 a 0,84 a 29,91 a 83,80 a 7,30 c 30,33 a 8,03 b 78,63 a 8,36 b

UFUJP13-9 139,33 a 4,02 a 0,84 a 29,93 a 83,26 a 7,50 c 29,16 a 7,90 b 78,66 a 8.63 b

UFUJP13-10 128,00 a 3,93 a 0,84 a 28,76 a 82,33 a 8.40 c 27,33 a 7,60 b 78,56 a 8,46 b

UFUJP13-11 144,00 a 4,18 a 0,84 a 30,02 a 84,00 a 6.96 c 29,53 a 8,16 b 78,63 a 8,46 b

UFUJP13-12 151,00 a 4,26 a 0,85 a 29,69 a 84,86 a 6.73 c 31,40 a 7,80 b 79,60 a 8,73 b

UFUJP13-13 142,66 a 3,90 a 0,84 a 29,41 a 83,66 a 7,56 c 29,70 a 7,73 b 78,36 a 8,40 b

UFUJP13-14 144,66 a 4,01 a 0,84 a 30,42 a 83,60 a 6,96 c 30,26 a 7,76 b 77,76 a 8,70 b

UFUJP13-15 145,33 a 3,92 a 0,83 a 30,40 a 83,63 a 6,90 c 30,33 a 8,70 a 77.56 a 8,60 b

UFUJP13-16 142,33 a 3,96 a 0,84 a 30,20 a 82,83 a 7,26 c 30,46 a 8,43 a 78,66 a 8,70 b

UFUJP13-17 58,33 c 3,52 b 0,82 a 21,18 b 78,70 c 17,33 a 18,96 c 9,26 a 46,20 b 18,63 a

UFUJP13-18 147,66 a 3,94 a 0,84 a 29,78 a 84,26 a 7,23 c 30,33 a 8,00 b 78,30 a 8,93 b

UFUJP13-19 143,33 a 3.89 a 0,84 a 29,65 a 83,30 a 7,46 c 30,33 a 8,40 a 78,46 a 8,53 b

UFUJP13-20 100,00 b 3,31 b 0,82 a 27,11 a 81,03 b 11,13 b 24,96 b 8,30 a 46,00 b 18,70 a

Delta Opal 137,00 a 3,94 a 0,84 a 29,37 a 82,56 a 7,93 c 29,63 a 8,03 b 78,26 a 9.10 b

FM 966 142,66 a 3.98 a 0,84 a 29,60 a 83,53 a 7,30 c 29,86 a 8,23 a 78,96 a 8.83 b

Média 136,54 3,91 0,83 29,18 83,16 8,15 29,07 8,18 75,35 9,74

20

comprimento (UC) e resistência (R), pode ser que os genótipos não satisfazerem alguns

valores mínimos exigidos pela indústria. ficando abaixo dos valores dos outros genótipos

analisados. Todos os outros genótipos obtiveram resultados acima do mínimo requerido e

estatisticamente foram alocadas no mesmo grupo. Silva (2014) obteve resultados parecidos,

entre 122,3 a 136,3 para índice de consistência a fiação (ICF).

O segundo parâmetro analisado destes genótipos foi índice de micronaire (IM). O

ideal para a indústria é que o índice de micronaire (IM) esteja com valores entre 3,5 a 4,2

(EMBRAPA, 2002). Todos os genótipos ficaram dentro deste padrão, exceto UFUJP13-20,

que obteve 3,31. Echer, (2014), verificou que valores de índice de micronaire (IM) abaixo de

3,5 indicam algum grau de imaturidade da fibra, sendo de qualidade baixa para a fiação.

Todos os 21 genótipos restantes, se mantiveram dentro do padrão aceitável pela indústria com

médias de 3,91, o que demonstra um resultado promissor para estas linhagens para

melhoramento.

No requisito maturidade da fibra (MF) todos os genótipos obtiveram valores dentro

dos padrões estabelecidos, ou seja, acima de 0,8, o que demonstrou uma boa maturidade da

fibra. Na média a maturidade da fibra (MF) ficou em 83%, o que é satisfatório, porém abaixo

dos valores encontrados por Araújo, (2013) superiores a 90%. Embora a formação da fibra

esteja condicionada, basicamente, pela constituição genética, estas também sofrem influências

de outros fatores como, condições climáticas. Segundo Gridi Papp et al. (1992) a maior

preocupação é nas fases de florescimento até a colheita. Dias chuvosos e nublados

consecutivos, atrasam a maturação da fibra, assim como temperaturas abaixo de 20°C, o que

ocorreu nos meses de abril, maio e junho.

No comprimento da fibra (CF), para atender as exigências da indústria, o mesmo

deve apresentar no mínimo 27 mm, o qual apenas UFUJP13-17 não satisfez este valor,

apresentando 21,18mm. Isto devido ao estresse hídrico inicial verificado na fase de

crescimento vegetativo da cultura, não ter tido tempo suficiente para a formação plena da

fibra ou ainda uma carga genética desfavorável para esta característica. A média encontrada

foi de 29,07 mm, o que de acordo com Santana & Wanderley (1995), são considerados fibras

longas, valores estes, muitos satisfatórios em relação a Araújo et al. (2013), que encontraram

média de 30 mm.

Analisando a uniformidade do comprimento (UC), valores estipulado pela indústria

têxtil acima de 80% são considerado ideais de acordo com a Instrução normativa 63/2002

21

(MAPA, 2002). Apenas UFUJP13-17 não atingiu este valor, registrando uniformidade de

comprimento (UC) de 78,70 %. A maturação precoce do algodão prejudica a formação das

maçãs de ponteiro, causando a falta de uniformidade, prejudicando a uniformidade. Déficit

hídrico é outro fator que influência a uniformidade de comprimento (UC). O genótipo

UFUJP13-20 apresentou valor abaixo das restantes, com 81,03%. As demais linhagens se

mostraram promissoras em relação à uniformidade do comprimento. Os valores demonstrados

pelos genótipos tiveram médias de 83,16%, o que foi abaixo do encontrado por Araújo et al.,

(2013), que em seu estudo sobre avaliação de épocas de plantio em diversos genótipos,

encontraram uniformidade de comprimento (UC) em torno de 86,1%. Já Karademir et al.

(2012), encontraram média de 85,13 % acima do encontrado neste trabalho que obteve

83,16%, com máxima encontrada por Karademir et al. (2012) de 85,77%, demonstrando

superior ao encontrado neste trabalho que obteve 84,86% em UFUJP13-12.

Para índice de fibras curtas (IFC) são aceitos valores menores que 10%, o que

desclassifica os genótipos UFUJP13-17 e UFUJP13-20 para a indústria, pois obtiveram

valores de 17,33 % e 11,13 % respectivamente. Na indústria não é ideal ter valores acima de

10%, pois acarretará em dificuldades no processo de fiação, por produzir fios de baixa

qualidade. Grande percentagem de fibras curtas ocasiona fios com grossuras irregulares,

podendo romper-se nos locais mais finos e fracos, durante a fiação e tecelagem (EMBRAPA,

2002). Um fator que ocasiona fibras curtas é a maturidade da fibra, que quanto menor a

maturidade, maior será o índice de fibras curtas (IFC). Na média geral obteve-se bom

resultado, ficando abaixo de 10%, com 8,15%, sendo bem aceito pela indústria, e em

comparação com Silva et al. (2013), que obteve 4,84 de média em seu experimento com

características intrínsecas da fibra do algodão, na Paraíba.

A resistência (R) é outra característica analisada neste experimento, pois os

melhoristas, para atender a indústria, preferem fibras com valores acima de 28 gf/tex (MAPA,

2002). Os genótipos UFUJP13-17 e UFUJP13-20 tiveram resultados abaixo de 28 gf tex-1, o

que não é recomendado, com valores 18,96 gf/tex e 24,96 gf/tex respectivamente. Todas os

outros genótipos obtiveram valores acima de 28 gf/tex, sendo estes importantes, para

linhagens potenciais e serem lançadas como novas cultivares. Valores de UFUJP13-17 e

UFUJP13-20 podem ter ocorrido por razões de déficit hídrico, pois na fase de formação do

capulho (90-140 dias após germinação) (DOORENBOS; KASSAN, 2000) o algodoeiro

necessita de aproximadamente 291mm (BEZERRA, 2010), o que não ocorreu na região, de

acordo com a figura 1. Umidade excessiva na colheita e fatores genéticos também interferem

22

na resistência da fibra. A média dos genótipos apresentaram um resultado acima do necessário

para a fibra, com 29,07 gf/tex abaixo do encontrado por Silva et al. (2013) onde a menor

resistência da fibra foi de 31,31gf/tex. Em outro estudo de Karademir et al. (2012), a média

obtida foi de 31,50 gf/tex.

O alongamento (AL) da fibra, analisado pelo HVI, é outra importante característica

da fibra do algodão. Valores aceitos como ideais tem que estar acima de 7% (EMBRAPA,

2002). Nesta característica todos os genótipos demonstraram resultados acima do

recomendado pela indústria. É uma característica quantitativa, onde muitos locos de genes

comandam esta característica e, portanto, muito influenciada pelo ambiente. De acordo com

Lima ; Nabas (1995) e Santana ; Wanderley (1995), as fibras analisadas foram classificadas,

segundo o alongamento, na categoria de muito alto- acima de 7,6%. Já Araújo et al.(2013),

encontraram média, para esta característica de 4,10%. Karademir et al. (2012), encontraram

uma média de 6,07%. Neste trabalho a média foi de 8,18%, ficando acima do ideal mínimo

requerido pela indústria.

A reflectância (RE), segundo Sestrem; Lima (2007), para estar dentro de valores

aceitos pela indústria, precisa obter índice de reflectância (RE) acima de 70%. Novamente os

valores que ficaram abaixo do valor mínimo requerido foram os genótipos UFUJP13-17 e

UFUJP13-20. Armazenamentos prolongados podem diminuir a reflectância da fibra (LIMA,

2009). Já Santana et al. (2002) afirmaram que a cor da fibra do algodão varia por influência de

fatores intrínsecos, relativos a cultivar e extrínsecos, com as condições de armazenamento. Os

outros genótipos obtiveram valores acima do aceitável para este quesito. Araújo et al.(2013),

no experimento de características fenotípicas obtiveram média de 74,05%. Karademir et al.

(2012), encontraram média de 76,03 % para esta característica, estando acima dos valores

exigidos pelas indústrias.

Para grau de amarelecimento (GA) valores ideais devem estar entre 4 e 18

(SANTANA; WANDERLEY, 1995; SANTANA, 2002). Todos os genótipos ficaram dentro

deste valor, exceto os genótipos UFUJP13-17 e UFUJP13-20, que obtiveram valores maiores

que 18, com valores de 18,63 e 18,70 respectivamente. Santana et al. (2002) afirmaram que a

cor da fibra do algodão variar por influência de fatores intrínsecos, relativos a cultivar e

extrínsecos, com as condições de armazenamento. Bernades, (2012) encontrou 7,83 no

amarelecimento da fibra em Uberaba. Silva et al., (2013), encontraram valores entre 8,74 a

10,09, estando dentro dos valores aceitáveis pela indústria têxtil.

23

5. CONCLUSÕES

Todas as características apresentaram valores de herdabilidade alta ou muito alta,

com exceção de maturidade de fibra (MF).

A estimativa de herdabilidade é média para maturidade da fibra (MF).

Com exceção da característica maturidade da fibra (MF), para todas as características

tecnológicas da fibra houve variabilidade genética entre os genótipos de algodoeiro de pluma

branca.

Todos os genótipos, com exceção do UFUJP13-17 e UFUJP13-20, apresentaram

médias das características tecnológicas da fibra acima do exigido pela indústria têxtil, com

maior destaque para o genótipo UFUJP13-12.

24

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