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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA ÉRICKSON CANESCHE DE FREITAS DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORGO DENTRO DO SETOR SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO VIÇOSA MINAS GERAIS 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

ÉRICKSON CANESCHE DE FREITAS

DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORGO DENTRO DO SETOR

SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO

VIÇOSA – MINAS GERAIS

2017

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ÉRICKSON CANESCHE DE FREITAS

DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DE SORGO DENTRO DO SETOR

SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Universidade Federal de Viçosa como parte das

exigências para a obtenção do título de Engenheiro

Agrônomo. Modalidade: Revisão de Literatura.

Orientador: Leonardo Duarte Pimentel

Coorientadores: Angélica Fátima de Barros

VIÇOSA – MINAS GERAIS

2017

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ÉRICKSON CANESCHE DE FREITAS

DIAGNÓSTICO DA CADEIA PRODUTIVA DO SORGO DENTRO DO SETOR

SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Universidade Federal de Viçosa como parte das

exigências para a obtenção do título de Engenheiro

Agrônomo. Modalidade: Revisão de Literatura.

APROVADO: 12 de junho de 2017.

Prof. Leonardo Duarte Pimentel

(orientador)

(UFV)

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A Deus por ser meu sustento e pelas graças atendidas.

Aos meus pais e irmã por me amarem e apoiarem sempre.

À minha esposa por me amar e incentivar em cada instante.

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por permitir que chegasse até aqui vivenciando todas estas

oportunidades.

Agradeço aos meus pais, José Dias Martins de Freitas e Maria Aparecida Canesche de

Freitas, por todo apoio, por estarem sempre presentes nessa longa trajetória e por todo esforço

para que esse sonho se realizasse.

Agradeço à minha amada esposa, Camila Cristina Leocádio, por ser meu porto seguro

e pelo incentivo e determinação na busca por novas conquistas.

Agradeço à minha querida irmã, Francyane Canesche de Freitas, pela cobrança e por

toda ajuda dedicada nesta caminha.

Agradeço ao meu orientador, Leonardo Duarte Pimentel, pela ideia do trabalho e por

todo o empenho, paciência e pela excelente orientação na construção do mesmo.

Agradeço à minha coorientadora, Angélica Fátima de Barros, por toda dedicação e

ajuda na confecção do trabalho.

Agradeço à UFV por todo o conhecimento que adquiri e por propiciar uma experiência

única.

Gostaria de agradecer também àqueles que de uma forma ou de outra contribuíram

para que chegasse até aqui e também na conclusão de mais uma etapa em minha vida. E por

toda forma de apoio para realização deste Trabalho de Conclusão de Curso.

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RESUMO

O setor sucroenergético brasileiro enfrenta um período de grande endividamento

decorrente do cenário macroeconômico do país, acarretando fechamento e suspensão das

atividades em algumas unidades industriais. Diante da crise do setor o sorgo demonstrou ser

uma matéria prima promissora complementar à cana-de-açúcar, possibilitando melhor

aproveitamento das instalações, aumentando a receita e suprindo a demanda das usinas no

período de entressafra, que é de aproximadamente quatro meses. Sabe-se do potencial uso do

sorgo sacarino de forma complementar à cadeia produtiva da cana-de-açúcar, mas esta prática

não se consolidou. A partir desse fato, o objetivo deste trabalho foi realizar um diagnóstico da

cadeia produtiva do sorgo sacarino dentro do setor sucroenergético brasileiro a fim de

identificar gargalos da cultura. Para isso, foi realizado um levantamento de dados na

literatura, busca online direcionados ao setor produtivo. Identificou-se que algumas empresas

de insumos, pesquisa e grupos produtores de etanol estiveram envolvidos nos testes com

sorgo, mas não obtiveram os resultados esperados para a cultura. As principais dificuldades

identificadas foram: a baixa produtividade, problemas fitotécnicos na condução do cultivo e

ausência de políticas públicas que incentivassem o desenvolvimento da cultura. Também, foi

observado que a conjuntura política e econômica do país criou um cenário de insegurança aos

investimentos por parte das usinas, resultando em suspensão das atividades de pesquisa e

desenvolvimento, prejudicando indiretamente a cadeia produtiva do sorgo sacarino. Outro

fator relevante para os resultados insatisfatórios para esta cultura foi o baixo conhecimento

sobre as questões agronômicas do sorgo, o que resultou em baixa produtividade. Assim,

conclui-se que os principais obstáculos da cultura do sorgo no setor sucroenergético são o

baixo nível tecnológico para condução dos cultivos, resultando em rendimentos agronômicos

e industriais insatisfatórios, bem como situação macroeconômica do setor que resultou na

suspensão de pesquisas e investimentos de longo prazo. Sugere-se a partir deste estudo, que

haja maiores investimentos em pesquisa a fim de subsidiar o desenvolvimento da cadeia

produtiva do sorgo, bem como estabelecimento de políticas públicas de incentivo ao setor.

Palavras-chave: Bioenergia; Etanol; Sorghum bicolor; Biocombustíveis.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3

2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................... 4

2.1 HISTÓRICO DO SETOR SUCROENEGÉTICO ............................................................. 4

2.2 A CULTURA DO SORGO E SUA APLICAÇÃO NO SETOR SUCROENERGÉTICO

BRASILEIRO .................................................................................................................................... 8

2.3 USO INDUSTRIAL............................................................................................................. 10

2.4 INICIATIVAS DE PRODUÇÃO DE SORGO PELO SETOR SUCROENERGÉTICO

BRASILEIRO .................................................................................................................................. 14

2.5 GARGALOS ........................................................................................................................ 17

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 21

4. REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 21

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1. INTRODUÇÃO

O setor sucroenergético no Brasil tem como matéria-prima base a cana-de-açúcar.

Este segmento da economia é um dos mais antigos e mais importantes do agronegócio

brasileiro. Ao longo da história, o setor passou por crises que culminaram na necessidade de

diversificação da produção. Originalmente a produção estava baseada apenas no açúcar

(alimento), porém hoje, o setor evoluiu para complexos agroindustriais produtores de açúcar e

bioenergia (etanol e bioeletricidade).

Com as últimas crises do petróleo, a crise financeira mundial de 2008 e a política de

precificação da gasolina, o endividamento do setor elevou-se acarretando fechamento de

algumas unidades (FARINA & RODRIGUES, 2014). Juntamente com a instabilidade

financeira, a indústria canavieira possui um período de aproximadamente quatro meses em

que a usina fica ociosa.

Nesse contexto, o sorgo sacarino que fez parte na década de 70 do PROALCOOL

(Programa Nacional do Álcool) retornou nos anos 2000 como cultura promissora para suprir a

demanda de matéria-prima no período de entressafra da cana-de-açúcar (NÓBILE & NUNES,

2014). Além da similaridade com a cana-de-açúcar, como colmo doce rico em açúcares, as

vantagens do sorgo seriam: maior tolerância ao déficit hídrico e elevadas temperaturas, ciclo

curto e propagação por semente (BORÉM et al., 2014; DURÃES, 2011).

Estima-se uma área de reforma de canaviais de 1,5 a 2,0 milhões de hectare possa ser

cultivada com sorgo sacarino na entressafra da cana-de-açúcar (DURÃES et al., 2012). O

sorgo sacarino poderia complementar a produção de cana-de-açúcar, reduzindo a ociosidade

das usinas, possibilitando à indústria redução nos custos operacionais. Assim como

fornecimento de etanol no período de escassez de cana-de-açúcar, além de gerar resíduos para

a produção de bioenergia o que em termos econômicos aumentaria as receitas do setor

sucroenergético, com o incremento na produção tanto de etanol como de energia elétrica.

Apesar de todo o potencial do sorgo sacarino como matéria prima complementar à

cana-de-açúcar, o mesmo não seguiu adiante. A cultura apresentou problemas durante o seu

cultivo com rendimento e produtividade abaixo do esperado, o que pode ter sido resultado de

desconhecimento fitotécnico da cultura e influenciado pelo contexto macroeconômico do

setor. Algumas empresas ligadas ao desenvolvimento de sementes, máquinas agrícolas e

enzimas fermentativas apoiaram os testes com sorgo. Grandes grupos empresariais entre eles

a Raízen, Bunge Brasil, Odebrecht Agroindustrial, e, outras, montaram campos experimentais

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em suas unidades com o apoio das empresas supracitadas, mas a avaliação da cultura ficou

aquém do esperado.

Neste sentido, é preciso compreender por que a cultura do sorgo, aparentemente tão

promissora, não deslanchou dentro do setor sucroenergético e identificar quais foram os

fatores limitantes que inviabilizaram o prosseguimento dos testes com a cultura.

Assim, objetivou-se com este trabalho realizar um diagnóstico da cadeia produtiva do

sorgo dentro do setor sucroenergético brasileiro.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 HISTÓRICO DO SETOR SUCROENEGÉTICO

A inserção da cana-de-açúcar na economia brasileira deu-se no período subsequente ao

descobrimento do Brasil, por volta de 1530, sendo cultivada primeiramente na capitania de

São Vicente em São Paulo, pelo governador Martim Afonso de Souza. Segundo Brandão

(1984), ainda que a cultura tenha sido inserida na região supracitada, foi na região nordeste

que ela se destacou, sendo exportada principalmente para Europa durante um período de

quatro séculos. Essa exportação, segundo Carvalho (2013), viria a financiar o processo de

mudança da capital do Brasil do Rio de Janeiro para Salvador, em 1549.

A cana-de-açúcar então se difundiu pelas áreas litorâneas da colônia, sendo que o

Brasil, por volta dos anos 1550, já se posicionava como líder na produção de açúcar

internacional. Segundo Vieira et al (2007), neste período, que compreende os séculos XVI e

XVII, a economia brasileira tinha como carro chefe da produção o açúcar. Este período, no

qual o açúcar se mantinha como principal produto da economia da colônia foi denominado

“ciclo do açúcar”.

A economia açucareira começou a encontrar dificuldades para sua manutenção quando

a cana-de açúcar passou a ser cultivada em outros países, sendo vendida abaixo preço para a

Europa e, com o desenvolvimento de uma tecnologia de produção de açúcar a partir de outras

fontes, como a beterraba, o Brasil sofreu um grave choque na produção e exportação de

açúcar durante o século XIX, culminando no fim do “ciclo do açúcar” (MICHEL JUNIOR,

2010).

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Para enfrentar este período crítico de instabilidade no mercado do açúcar fez-se

necessário a busca por novas finalidades para a cana-de-açúcar, visando maior estabilidade. A

alternativa que se destacou foi a obtenção de álcool combustível a partir da cana-de-açúcar,

sendo relatados os primeiros testes já no início dos anos 1920 (CARVALHO et al., 2013). A

partir de então, diante da crise açucareira supracitada agravada pela grande crise de 1929, que

consistiu na quebra da bolsa de valores de Nova York, a economia mundial foi afetada

negativamente e, por este motivo, a utilização de etanol como combustível viu-se incentivada

(GARCIA; LIMA; VIEIRA, 2015). Assim, o governo brasileiro, a partir do Decreto nº

19.717, de 1931, tornou obrigatória a mistura de etanol à gasolina importada, na proporção

mínima de 5% (PAMPLONA, 1984).

A partir deste momento, o etanol firmou-se no cenário da economia nacional e

aparecia como uma futura alternativa para o problema mundial dos combustíveis fósseis e

seus impactos ambientais. Fatos como as crises do petróleo de 1973 e 1979, a criação do

PROALCOOL em 1975, os primeiros carros movidos à etanol em 1979, o lançamento dos

veículos flex em 2003 permitiram a consolidação de um importante setor da economia do

país, o setor sucroenergético.

No período da década de 1970, o setor açucareiro brasileiro vinha de uma recente

expansão da sua estrutura industrial, no entanto o mercado mundial do açúcar iniciava uma

fase de declínio, segundo Jank (1989), decorrente do excesso da commodite no mercado

internacional e o advento dos adoçantes. Neste mesmo período uma forte crise do petróleo se

abateu no cenário mundial conhecido como “primeiro choque” em 1973, onde os preços do

barril se elevaram chegando a uma margem de quatro vezes superior ao preço anterior,

coincidindo com uma demanda por importação para atender o mercado interno estava em

ascensão. Estes dois fatores descritos acima, segundo Shikida (1997), desencadearam o

interesse no estabelecimento do Programa Nacional do Álcool (PROALCOOL).

O PROACOOL foi um programa criado em 1975 pelo decreto nº 76.593/1975, que

tinha como enfoque o incentivo à produção de etanol com vista na substituição da gasolina e

consequente redução das importações de petróleo, diante da instabilidade do mercado

petrolífero (MICHELS & ARAKAKI, 2012). O programa constituiu-se de duas fases, a

primeira fase (1975-1979) que consistia na produção de etanol anidro para ser acrescido como

aditivo a gasolina, destaca-se nesta fase o incentivo a destilarias anexas as usinas utilizando da

capacidade ociosa das mesmas (GONTIJO, 1985). A segunda fase (1980-1985), impulsionada

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pelo segundo choque do petróleo em 1979 onde novamente o preço do óleo se elevou

significativamente, dedicou-se à produção do álcool hidratado como substituinte único à

gasolina (BIODISELBR, 2014). No início desta etapa já se encontravam no mercado os

primeiros veículos movidos somente à etanol, que durante essa fase de expansão chegaram a

representar 90% das vendas de automóveis.

O período de atuação do PROALCOOL foi marcado por extremo controle estatal

desempenhado pelo IAA- Instituto do Açúcar e do Álcool criado em 1933 e teve seu destaque

nessa fase. Durante o programa era forte o investimento e incentivo por parte do estado

(KONISHI et al., 2016) como a criação do PLANALÇÚCAR - Plano Nacional de

Melhoramento da Cana-de-açúcar, redução do IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados,

incentivo a compra por parte do governo de veículos movidos a etanol.

Por volta de 1986, este cenário de crescente desenvolvimento da produção de etanol

começou a decair diante da redução substancial do preço do petróleo no mercado

internacional o que refletiu em um desestímulo na manutenção dos programas e consequente

redução dos investimentos e incentivos para os mesmos, culminando em um processo de

desregulamentação do setor (CAMPOS, 2015). Diante dessas mudanças foi notado o

desajuste entre oferta e demanda, devido à redução da produção e à manutenção da demanda

o que obrigou a importação do etanol em 1989 (KONISHI, 2016; PARRO, 1996). Com esse

crescente afastamento do estado agravado pela extinção do IAA- Instituto do Açúcar e do

Álcool em 1990, o que desencadeou um processo de liberalização do setor, contribuiu para

um descrédito por parte dos consumidores sobre o setor e aos veículos movidos

exclusivamente a etanol. Este cenário de insegurança fez com que houvesse uma migração da

compra de veículos a álcool para os veículos a gasolina, sendo que no final da década de 1990

as vendas de veículos a etanol representavam apenas 1% da comercialização de veículos leves

(ANP, 2016). Mesmo com toda essa transformação do setor o álcool ainda se mostrava como

uma fonte energética viável pelo estado, que através da medida provisória n° 1.662 de 1998

tornou obrigatória a mistura de 22 a 24% de etanol à gasolina, e os preços dos dois

combustíveis foram equiparados (CAMPOS, 2015).

A dinâmica da cadeia produtiva do etanol que prosseguia em constante desaceleração

e descreditada frente ao mercado, em 2003, viu a situação reverter-se com a inclusão dos

veículos flex fuel no mercado automobilístico, o que permitiu ao consumidor a livre escolha

de qual combustível ou a mistura dos dois em qualquer proporção que se deseja utilizar. Essa

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tecnologia foi aderida consideravelmente pelo consumidor, sendo que após quatro anos de sua

introdução 90% do mercado de vendas já era representado por estes veículos (ANFAVEA,

2016).

Outro fato marcante para o setor sucroenergético, que novamente inverteu a dinâmica

do combustível renovável que estava em forte ascensão, foi a crise financeira mundial de

2008 associada à algumas safras frustradas devido à variações climáticas e às modificações

tributárias sobre o combustível fóssil (FARINA & RODRIGUES, 2014). O aumento de

custos de produção e redução creditária ocasionadas pela crise resultaram em algumas usinas

a não renovarem seus canaviais, o que implicou numa redução na produtividade tanto de

açúcar como etanol. Este período de menor produtividade ainda teve um agravante com

variações nas condições climáticas que afetaram negativamente as últimas safras (CAMPOS,

2015). Aliado à essa fase de inflexão das unidades produtoras, a política de congelamento do

preço da gasolina como papel de regulador da inflação teve seu impacto direto em seu

concorrente o etanol (SHIKIDA, 2014).

Desde 2006 a redução na cobrança da CIDE – Contribuição de Intervenção de

Domínio Econômico sobre a gasolina como fator controlador inflacionário ao longo desse

período foi reduzindo a competitividade do etanol frente a gasolina, até que, em 2012 a CIDE

- Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico cobrada sobre o combustível fóssil

chegou a zero não tendo nenhuma diferença tarifária entre os dois combustíveis. Diante de

toda essa pressão sobre o setor sucroenergético onde a baixa produtividade juntamente com o

baixo retorno financeiro, as usinas e produtores tiveram seu poder de pagamento reduzido.

Desta maneira não puderam quitar o alto nível de dívidas contraídas na expansão do álcool

com os veículos flex, assim com elevado índice de endividamento muitas empresas fecharam

(FARINA & RODRIGUES, 2014), sendo que, segundo UNICA (2016), no período de 2007 a

2013 mais de 80 usinas se enquadravam nas que fecharam ou se encontravam

descapitalizadas.

Desde então o setor sucroenergético atravessa um período de crise, e teve dois fatores

que amenizaram e auxiliaram a manutenção do setor frente a instabilidade do mesmo. O

primeiro foi a introdução de uma importante tecnologia de cogeração de energia elétrica

obtida através da queima dos subprodutos da cana-de-açúcar, o bagaço e a palha (CAMPOS,

2015). Isso permitiu a algumas usinas a produção de sua própria energia, suprindo sua

demanda energética, reduzindo o custo de produção, além de poder comercializar o excedente

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gerando lucro a empresa vendo o período preocupante de crise energética no qual o preço da

energia se encontra em alta, trazendo recursos para as empresas, representando em 2013

12,6% da matriz energética brasileira (MME apud CASTILLO, 2015). O segundo fator foi, o

retorno do preço do açúcar no mercado externo a melhores patamares o que também

contribuiu para uma melhora na dinâmica do setor sucroenergético (CAMPOS, 2015). No

decorrer de sua trajetória nota-se que este importante setor convive com constantes oscilações

entre momentos de ascensão e de declínio gerando um ambiente de insegurança.

Visto a importância da cana-de-açúcar para a cadeia sucroenergética é importante

ressaltar que outras culturas têm potencial para serem incluídas nesse mercado e

diversificarem o processo produtivo dessas usinas. Como exemplo a cultura do sorgo sacarino

que se assemelha à da cana-de-açúcar.

2.2 A CULTURA DO SORGO E SUA APLICAÇÃO NO SETOR

SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO

O sorgo é uma espécie originária da África, pertencente ao Reino Plantae; Divisão

Magnoliophyta (Angiospermas); Classe Liliopsida (Monocotiledonea); Ordem Poales;

Familia Poaceae (Gramíneas); Subfamília Panicoidae; Gênero Sorghum; Espécie Sorghum

bicolor (L.) Moench (BORÉM et al., 2014).

O sorgo é quinto cereal mais produzido do mundo abaixo apenas de trigo, arroz, milho

e cevada (QUEIROZ et al., 2009). Teve sua introdução no Brasil através de escravos vindos

da África, e, a partir do século XX, sua introdução foi realizada de forma mais organizada por

parte de institutos de pesquisa (BORÉM et al., 2014). O sorgo também é uma planta de

grande versatilidade em sua utilização, devido aos seus vários tipos (granífero, forrageiro,

sacarino, biomassa, vassoura).

Esta planta é uma gramínea com mecanismo fotossintético (C4), o que a confere alto

potencial produtivo, sendo uma espécie de dias curtos e clima tropical (RIBAS, 2009). Seu

ciclo vegetativo é curto, em torno de 90 a 130 dias, segundo Borém et al. (2014), o sistema

radicular é profundo e denso tendo em sua constituição da endoderme a presença de sílica,

periciclo bastante lignificado e abundância de pelos absorventes, o que permite explorar

eficientemente maior volume de solo conferindo a planta de sorgo maior tolerância ao estresse

hídrico. Além disso, esta espécie é capaz de reduzir seus processos metabólicos durante o

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período de estresse entrando numa fase de hibernação, retomando o seu metabolismo

normalmente quando as condições se tornam favoráveis novamente. Devido a estas

características o sorgo demonstra maior tolerância a estresses abióticos principalmente em

relação ao déficit hídrico (SANTOS et al., 1996).

Por ser de clima tropical, o sorgo é sensível à baixas temperaturas no período noturno.

A temperatura ótima para a cultura é em torno de 33 a 34 °C, onde acima de 38 °C e abaixo

16 °C ocorre uma redução significativa em sua produtividade (CLEGG et al., 1983). Esta

planta também é considerada sensível ao fotoperiodismo, ou seja, floresce quando ocorre um

aumento no comprimento das noites (MAGALHAES E DURÃES, 2003). Segundo Sans et

al., (2003), a exigência hídrica da cultura do sorgo se encontra na faixa de 380 a 600 mm ao

longo de todo o seu ciclo.

O sorgo sacarino apresenta como características peculiares colmo doce e suculento,

similar ao da cana-de-açúcar, porte alto, superior a 2 m, utilizado para corte e também para

produção de silagem. Recentemente tem sido estudado para processamento como fonte de

energia na produção de bioetanol (a partir dos açúcares fermentescíveis presentes no colmo) e

bioenergia (através do resíduo após a moagem dos colmos) (BORÉM et al., 2014).

Além das características supracitadas, o que possibilita o cultivo juntamente com a

cadeia produtiva da cana-de-açúcar é o fato do sorgo ser uma planta que permite a

mecanização completa de todo o seu ciclo e a vantagem por ser propagada por sementes

diferentemente da cana-de-açúcar, reforçando o potencial da cultura dentro do setor

sucroenergético (PARRELLA, 2011).

Diante da busca por fontes de energias mais limpas e renováveis, o sorgo é uma

matéria-prima alternativa, com suas características de custo inferior ao das demais culturas,

tolerância ao déficit hídrico e produz bem em condições de alta temperatura e alta

luminosidade (LIMA, 2012; BERENGUER & FACI 2001). Atualmente, os esforços foram

direcionados ao estudo do sorgo do tipo sacarino como complemento na produção de

bioetanol e também na cogeração de energia, no o período de entressafra e reforma de áreas

cultivadas com cana-de-açúcar (DURÃES, 2011).

O período de processamento de cana-de-açúcar se enquadra nos meses de abril a

novembro, sendo que os meses entre dezembro a março correspondem ao período de

entressafra. São quatro meses, nos quais a indústria canavieira se encontra ociosa, a oferta de

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etanol é reduzida ao ponto de ocorrer desabastecimento do mercado, acarretando aumento dos

preços do mesmo. E nesse período de ociosidade, usinas arcam com os custos de manutenção

do maquinário e gestão de pessoas, em um período que estes recursos então subutilizados

gerando prejuízos.

O sorgo tem o propósito de preencher o espaço de entressafra da cana-de-açúcar e

permitir a otimização do uso da infraestrutura e recursos das usinas reduzindo custos tanto

operacionais quanto de produção, otimizando a margem de lucro das empresas. Além disso,

poderá aumentar a oferta de etanol num período de escassez do combustível, equilibrando

assim a oscilação deste no mercado.

O plantio é realizado nos meses de outubro e novembro, logo no início do período

chuvoso. Nesse sentido, poderia suprir a escassez de matéria-prima em um período que varia

de 3 a 5 meses, isto implicaria em um adiantamento do período de processamento de

aproximadamente 2 a 3 meses, possibilitando maior eficiência e aproveitamento do

maquinário, além de contribuir para o aumento do faturamento das usinas (DURÃES, 2011 &

MAY et al., 2013).

2.3 USO INDUSTRIAL

O processamento industrial do sorgo sacarino e da cana-de-açúcar são semelhantes,

em ambos os açúcares fermentáveis do colmo são facilmente extraídos por moagem (Figura

1). O caldo obtido é submetido à fermentação, processo simples e de baixo custo do qual se

retira o mostro necessário para a produção de etanol. O subproduto como o bagaço tanto da

moagem da cana-de-açúcar como do sorgo, possuem características que permitem a

conversão deste resíduo em energia elétrica e etanol de 2ª Geração (MACHADO, 2011).

A cana-de-açúcar possui concentração de sólidos solúveis superiores à encontrada no

caldo extraído do sorgo. Em contrapartida, o sorgo apresenta teor de açúcares redutores

(glicose e frutose) maiores em comparação com o teor de sacarose (MAY et al., 2013). No

entanto, a composição de açúcares do caldo de sorgo não interfere no processo produtivo do

etanol (GOMES, 2011; BATISTA, 2016).

Tanto para a cana-de-açúcar quanto para o sorgo sacarino as etapas do processamento

industrial são as mesmas, o esquema a seguir demonstra quais são essas fases do processo.

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Figura 1: Fluxograma de processamento industrial do sorgo sacarino para produção de etanol

(MAY et al., 2013).

De modo geral, existe a necessidade de pequenas modificações, ajustes no processo de

produção de etanol a partir de sorgo, mas mantendo-se o potencial da cultura como matéria-

prima (MAY et al., 2013).

O rendimento do sorgo sacarino para fabricação de etanol teve resultados na faixa de

50 a 77 L/t de massa verde e ATR – Açúcar Total Recuperável em torno de 80 a 127 Kg/t de

massa verde (DURÃES, 2012). Apresenta elevada produtividade, com capacidade para

produzir de 60 a 80 t/ha de massa verde, com conversão em etanol de 3000 a 6000 l/ha

(DURÃES, 2011). Com a retomada do programa de melhoramento de sorgo em 2008, a

EMBRAPA definiu como metas de produtividade esperadas para o programa: um mínimo de

60 t/ha de colmos, extração mínima de açúcar total de 120 Kg/t de massa verde (eficiência de

90 a 95%), caldo contendo um mínimo de 14% de açúcar total em sua composição, e,

rendimento acima de 60 L/t de massa, apresentando um PUI – Período de Utilização

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Industrial igual ou superior a 30 dias (SHAFFERT et al, 2011). De acordo com Lima et al.

(2011), o rendimento em etanol de sorgo sacarino se aproxima dos 3223 L/ha, com produção

de biomassa de 55 t/ha e 58,6 L/t de etanol.

De acordo com EMBRAPA Milho e Sorgo a produção de etanol das cultivares (BRS

601 e 602) se aproxima de 4 mil litros de etanol por hectare (SANTOS, 2011). O cultivo de

sorgo para produção de etanol torna-se viável a partir dos seguintes parâmetros: produtividade

acima de 50 t/ha, PUI de 30 dias, composição do caldo acima de 12,5 (ART – Açúcar Redutor

Total) que reflete °BRIX de aproximadamente 14,25 a 14,5, com conversão em etanol em

torno de 60 L/t obtendo-se um rendimento de 3000 L/ha de etanol (MAY et al., 2013). Os

parâmetros industriais relacionados ao processamento de cana-de-açúcar e sorgo para etanol

estão apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Comparação de rendimentos industriais entre sorgo sacarino e cana-de-

açúcar.

Parâmetros Sorgo Sacarino Cana-de-Açúcar

BRIX caldo 15 - 19 18 – 25

Pureza 60 – 75 80 - 90

Fibra (%) 12 - 20 10 - 15

Sacarose caldo (%) 8 - 13 14 - 22

AR caldo (%) 1 – 3 0,5 - 1

Glicose caldo (%) 0,5 – 2 0,2 - 1

Frutose caldo (%) 0,5 – 1,5 0 – 0,5

ART caldo (%) 12 – 17 15 – 24

Amido caldo (%) Até 0,5 0,001 – 0,05

Fonte: MAY et al., 2012.

Filho (2013), avaliando cinco cultivares de sorgo sacarino obteve produtividades entre

59,05 e 85,99 t/ha e de 14,88 a 16,04 °BRIX, que se enquadra nos parâmetros mínimos

exigidos. Em contrapartida, Parrella (2010) avaliando 25 cultivares de sorgo sacarino, obteve

valores de °BRIX satisfatórios acima de 14 °BRIX, mas a produtividade média ficou abaixo

de 60 t/ha aquém do necessário. Resultados otimistas foram encontrados por Giacomini

(2013) que atingiu produtividade media de 61 t/ha e média de 21,12 °BRIX valores

satisfatórios para o ótimo processamento industrial. Batista et al. (2016) avaliando três

cultivares de sorgo sacarino com produtividade de biomassa acima de 60 t/ha, mas apenas

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uma das cultivares, a BRS 511 superou o °BRIX necessário para a produção de etanol

correspondendo a 15,38 °BRIX. Estes foram alguns estudos dispostos na literatura que

refletem a realidade produtiva do sorgo sacarino frente às necessidades requeridas para o seu

processamento industrial.

Outra utilização para a matéria-prima, que está atrelada ao processamento do sorgo

sacarino, é a geração de resíduos com sua respectiva moagem, o bagaço de sorgo assim como

o da cana-de-açúcar é utilizado para a queima e produção de energia. O esquema abaixo

demostra os vários processos para a produção de bioenergia. A rota utilizada é a combustão

direta da biomassa gera calor que é destinado à produção de vapor, que move as turbinas

ligadas a geradores, convertendo energia térmica e mecânica em energia elétrica

(bioeletricidade).

Figura 2: Fluxograma de processamento para geração de energia elétrica a partir de biomassa

(VIRMOND, 2011).

O poder calorífero superior (PCS), que identifica as calorias liberadas por

determinada biomassa após ser queimada completamente, reflete diretamente o rendimento

em energia que o material é capaz de produzir (Quirino, 2011). Segundo Batista et al. (2016),

o poder calorífero das cultivares avaliadas em seu estudo se encontrava na faixa de 4220 a

4590 kcal/kg. Resultado semelhante foi obtido por Miranda (2011), aproximadamente 4616

kcal/kg. Verifica-se a partir destes valores a similaridade entre os resíduos da cana-de-açúcar

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e o sorgo, sendo que o sorgo apresenta de 11 a 15% de fibra em sua massa residual e poder

calorífero de 3582 kcal/kg (NÓBILE & NUNES, 2014), enquanto que o poder calorífero da

cana-de-açúcar é de 4550 kcal/kg (ASADULLAH et al, 2004). Pode-se então relacionar o

potencial energético da utilização do resíduo de sorgo sacarino para produção de energia

elétrica.

2.4 INICIATIVAS DE PRODUÇÃO DE SORGO PELO SETOR

SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO

O sorgo apresenta elevado potencial como matéria-prima de forma complementar à

cana-de-açúcar na produção de etanol, geração de energia e o cultivo na entressafra, com

aumento na oferta do biocombustível, redução de custos e aumento na receita dessas

empresas.

Nota-se, então, que, durante certo tempo, alguns grupos do setor sucroenergético

testaram esta nova cultura em sua escala de produção. Dentro das perspectivas de incorporar à

produção de sorgo a produção de etanol e energia, diversas empresas ligadas à produção de

sementes, pesquisa, produtoras de máquinas agrícolas e algumas usinas estiveram envolvidas

no desenvolvimento desta nova tecnologia.

Segundo Vagner Kogikoski, gerente de marketing da CanaVialis, marca comercial da

Monsanto, desde 2004 a empresa conduz cinco áreas experimentais com 20 ha cada nos

estados de São Paulo e Goiás (POPOV, 2013). Desde 2008 testes com sorgo vêm sendo

realizados, de acordo com dados da EMBRAPA Milho e Sorgo de Minas Gerais a área

plantada ultrapassaram 3 mil ha em 2010/2011 para 20 mil ha no ciclo 2011/2012 e chegaram

a ocupar 100 mil ha em 2012/2013 (ROBERTO, 2013). Neste período de testes da cultura

foram feitas parcerias com o intuito de acelerar o desenvolvimento desta nova matéria-prima,

como a parceria entre Raízen e a Ceres, iniciada em 2011, e, neste mesmo ano, chegaram a

cultivar de forma experimental 200 ha de sorgo sacarino (SIQUEIRA, 2015). Em 2012, a

Ceres divulgou parceria com a Syngenta, visando o apoio para a introdução da cultura nas

quase 400 usinas do setor (SIQUEIRA, 2015), sendo que a Ceres contribuiu com as sementes

e apoio à pesquisa, e a Syngenta com o fornecimento de portfólio de agroquímicos

(NOVACANA, 2013). Algumas empresas focaram neste possível mercado de sementes de

sorgo sacarino na introdução de novas variedades, como a Ceres, Monsanto (CanaVialis) e

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Nexsteppe, conforme relatado por Siqueira (2015), assim como a EMBRAPA também com

forte pesquisa e desenvolvimento de novas variedades, além das que já são disponibilizadas

pela empresa.

A Ceres na safra de 2012/2013 teve suas variedades de sorgo sacarino cultivadas em

mais de 30 usinas, correspondendo a uma área de mais de 3000 ha, para testes com a cultura

(NOVACANA, 2013). Desde 2008 esta mesma empresa, junto às usinas, realiza pesquisas

com a cultura, e, na safra 2011/2012, monitoraram campos experimentais na região sudeste e

centro-sul em 16 usinas. Já na safra 2012/2013, o número de usinas aumentou para 32

(RIBEIRO, 2013). A NexSteppe, com cede em Campinas/SP, em 2012, e estação de pesquisa

em Rio Verde/GO, desenvolve linhagens e faz cruzamentos desde 2011 cultivando cinco

áreas de testes com suas variedades (VALOR ECONÔMICO, 2013). A EMBRAPA em

parceria com seis usinas na safra 2011/2012, nas quais realizou testes com sorgo sendo a

configuração destes testes explicada pela Tabela 2 (ARAÚJO, 2017).

Tabela 2: Configuração dos experimentos realizados em parceria EMBRAPA e

Usinas.

Local Área (ha) Data de plantio

2 localidades em São Paulo 1700 Dez/ 2011 e Jan/2012 2 localidades em Goiás 1020 Dez/2011 e Jan/2012 Minas Gerais 75 Fev/2012 safrinha sem

irrigação Mato Grosso do Sul 100 Mar/2012 safrinha irrigado

A CanaVialis lançou em 2012 o “Desafio de produtividade do sorgo sacarino”, com o

intuito de elevar a produtividade e desenvolver a tecnologia para o cultivo e processamento da

cultura (RIBEIRO, 2013; BATISTA, 2013). A empresa teve como colaboradoras a Case IH e

a Novozymes. A Case IH se dispôs a desenvolver adaptações no maquinário para otimizar o

rendimento das operações de plantio e colheita, enquanto que a Novozymes se comprometeu

a fornecer enzimas desenvolvidas para extração de açúcar do sorgo (BATISTA, 2013). A

Monsanto na safra de 2013/2014 com o objetivo de aumentar a produtividade de 1,2 a 1,5 mil

l/ha para 2,5 mil l/ha implantou cinco campos demonstrativos em 2012/2013, cada um com

área de 20 ha, localizados nas usinas de: CleAlco (Clementina/SP), Raízen Bom Retiro

(Piracicaba/SP), V.O. (Catanduva/SP), Raízen Junqueira (Igarapava/SP) e Boa Vista

(Quirinópolis/GO) (ROBERTO, 2013; RIBEIRO, 2013; BATISTA, 2013). A CanaVialis, em

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2011, também testou suas sementes em 11 usinas com uma área total de 3,1 mil ha

(CAMARGO, 2011).

A tabela abaixo mostra as informações acerca dos testes que as usinas realizaram com

sorgo, disponíveis na internet.

Tabela 3: Tabela do panorama de testes realizados pelo setor com o sorgo.

Grupo/Usina-Local Informações (safra, área, rendimento)

Usina Bom Retiro Piracicaba/SP (Raízen)

Plantio de 1 mil ha, safra de 2012, produtividade de

32 t/ha

Plantio de 600 ha, safra de 2013,

rendimento de 900l/ha de etanol

Usina Bom Retiro Capivari/SP (Raízen)

Plantio de 990 ha, safra de 2011

Usina Rafard Capivari/SP (Raízen)

Plantio de 636 ha, safra de 2010, produtividade de

763l/ha e 728 l/ha de etanol

Raízen São Paulo e Goiás

Plantio de 200 ha safra de 2011 de forma experimental

Plantio de 1,7 mil ha, safra de 2012, em São

Paulo e Goiás

Em 2012 posuia 1 mil ha em Piracicaba/SP e

Jataí/GO

Colheu 92 ha, fevereiro e março de 2011, com

previsão de plantio de 1 mil ha em Jataí/GO

Usina Moema Orindiúva/SP (Bunge

Brasil)

Plantio de 740 ha, safra não informada,

produtividade de 34 t/ha rendimento de 1,8 mil l/ha

de etanol

Odebrecht Agroindustria Local não informadol

Plantio de 1,5 mil ha, safra de 2013

Grupo Farias Local não informadol

Plantio de 1,5 mil ha, safra não informada, com

pretensão de aumento para 2,3 mil ha

Nova Fronteira Bioenergia

Local não informado

Plantio de 270 ha , safra de 2011

Plantio de 600 ha, safra de 2012, teste de

3 variedades, produtividade de 1,3

mil l/ha de etanol

Usina Boa Vista (Nova Fronteira Bioenergia)

Quirinópolis/GO

Plantio em 2013 da 3ª safra em, área não

informada

Cerradinho Catanduva/SP

Plantio de 1,2 mil ha, safra de 2011, produção de 1,4 milhão de litros de

etanol

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2.5 GARGALOS

O cultivo de sorgo sacarino pelos grupos produtores de etanol tem tido problemas

identificados pelos relatos dos envolvidos na inserção desta nova matéria-prima dentro setor

sucroenergético. As dificuldades enfrentadas surgem antes mesmo do próprio plantio da

cultura.

O desconhecimento por parte das usinas em relação ao sorgo tem sido, em grande

parte, o maior fator para os resultados negativos obtidos ao final do cultivo desta planta. Toda

a cadeia produtiva do etanol, para que funcione corretamente, necessita de um planejamento

prévio. A escolha da cultivar, época de plantio, previsão de colheita e processamento

influenciam diretamente na qualidade final da matéria-prima, acarretando perdas

significativas. Além do planejamento prévio, o gerenciamento e realização de operações na

condução da cultura em campo requer um grau de conhecimento do sorgo, pois erros durante

todo o seu ciclo refletem em redução de produtividade.

A menor produtividade apresentada pela cultura, citada por Cassio Paggiaro, Franco e

Edson Delboni, tem sido a grande barreira para que o sorgo ganhe espaço como matéria-prima

alternativa na produção de etanol. A resposta em produtividade pelas cultivares de sorgo está

atrelada a uma série de fatores como a própria genética de cada uma delas, o manejo efetuado

desde a semeadura até a colheita do material, além das condições edafoclimáticas da região

em que está inserida (FÁBIO, 2013; MENDES, 2011; FILHO et al., 2013).

Dentre todas as operações necessárias para que se obtenha produtividade satisfatória

na cultura do sorgo é necessário que se faça um adequado ajuste entre densidade de

semeadura e espaçamento. O aumento da densidade de semeadura e a redução no

espaçamento entre linhas gera um incremento em produção de biomassa total, tanto em massa

fresca quanto em massa de caldo (FILHO et al., 2013 & MAY et al., 2012). Em resposta às

variações em seu estande e às produtividades obtidas, observa-se a menor capacidade da

cultura do sorgo em compensar a biomassa total produzida, o que torna a escolha do

espaçamento e a densidade de semeadura fundamental para que se consiga atingir o potencial

produtivo da cultura (MAY et al., 2012).

O arranjo de plantas está diretamente relacionado com a produção da cultura, mas

elevadas populações também podem influenciar na competição por recursos entre plantas,

reduzindo seu potencial produtivo, o que pode acarretar uma redução no diâmetro do colmo e

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aumento na altura, aumentando a ocorrência de acamamento. Isso pode refletir diretamente na

colheita e qualidade da matéria-prima no processamento, reduzindo a eficiência de corte das

colhedoras e elevando o grau de impurezas na matéria-prima final, comprometendo toda a

operação (MAY et al., 2013).

O arranjo de plantas no cultivo é essencial para que se tenha produtividade elevada.

Contudo, o grande entrave para o setor sucroenergético é a necessidade de se adequar os

espaçamentos de plantio da cultura ao utilizado pelas colhedoras de cana-de-açúcar, que

requer estudos de como superar esta barreira, já que a compensação de produtividade do sorgo

é baixa.

Outro aspecto importante foi relatado por Parrella (2010), em que, diferentes

cultivares de sorgo sacarino foram testadas para características agronômicas em locais

distintos, e obteve diferença significativa mostrando interação cultivar e local. Estes

resultados indicam a menor estabilidade de produção das cultivares, necessitando um estudo

mais aprofundado. Isto demonstra a necessidade de escolher corretamente a cultivar para

determinado local onde será cultivada. O setor sucroenergético é composto por usinas em

diferentes localidades e a definição de cultivares de forma inadequada para o plantio refletirá

em uma menor produtividade, comprometendo o rendimento final da cultura.

Ao se avaliar as cultivares, além da resposta às características fitotécnicas, o que foi

identificado também como problema é o manejo do °BRIX e PUI do sorgo sacarino. A

característica °BRIX, segundo Batista et al. (2016) e MAY et al. (2012), está vinculada à

carga genética das cultivares, podendo apresentar maior ou menor grau BRIX. Giacomini

(2013) também observou diferença significativa com relação à porcentagem de °BRIX entre

cultivares.

Parrella et al. (2010) identificaram relação significativa entre a cultivar e as condições

edafoclimáticas dos locais. Segundo May et al (2012), o estande de plantas e o espaçamento

entre linhas adotado influencia de modo isolado no brix presente no caldo. O teor de sólidos

solúveis varia ao longo do ciclo da cultura, tendo correlação com a época de colheita, ou seja,

o período de utilização industrial (PUI), em que a faixa ideal para corte se enquadra no

período 31 dias após o florescimento (DAF), configurando um PUI mínimo de 30 dias que, de

acordo com a literatura, é satisfatório para a programação de colheita (May et al, 2012 &

BORGES et al., 2010). Para Borges et al (2010), neste período de corte, a composição de

açúcares da planta é máxima, e, após este período, ocorre o decréscimo nos teores de açúcar

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(FERNANDES, 2014) e, também, na concentração do caldo, reduzindo assim o rendimento

em caldo e sólidos solúveis, tendo menor eficiência industrial e acarretando prejuízos. Este

decréscimo no teor de sólidos solúveis possui correlação com o período em que ocorre a

conversão dos açúcares em amido, devido ao estádio de enchimento de grãos, sendo os

açúcares translocados do terço final do colmo para os grãos, o que é indesejável. As

variedades superaram os híbridos disponíveis no mercado nos aspectos, PUI, °BRIX e

também produtividade, necessários à sua viabilidade para o cultivo destinado à produção de

etanol. Estas variedades apresentaram PUI superior a 30 dias e °BRIX de 16 a 18, enquanto os

híbridos ou apresentaram BRIX insatisfatório ou o PUI muito curto não se enquadrando nas

necessidades (MAY et al., 2012; MAY et al., 2013).

A ausência de produtos registrados para a cultura do sorgo também é um fator

limitante quanto ao manejo da cultura, principalmente quando se trata do manejo de plantas

daninhas, sendo que, a lista de herbicidas, Atrazine, 2,4D, Simazine, Paraquat, registrados é

bem limitada (CAMARGO, 2011; FÁBIO, 2013). O sorgo, por ter uma semente pequena,

possui pouca reserva e desenvolvimento inicial lento, o que torna a competitividade da mesma

bastante reduzida, desta maneira a interferência de outras plantas nesta fase é responsável por

elevadas perdas em produtividade, em torno de 30 a 75% (BORÉM et. al., 2014). Hoje o

produto de maior uso na cultura é o Atrazine, mas com ação limitada sobre um espectro

reduzido de gramíneas, o que gera problemas quanto ao controle de outras gramíneas nas

quais o Atrazine não atua (REIS, 2014).

A interferência dessas plantas reduz a produtividade, mas também servem como

hospedeiras de pragas e doenças e reduzem a eficiência de colheita, além das impurezas que

se elevam na matéria-prima, a competição por recursos (nutrientes, luz, água), estes fatores

reunidos são determinantes para um decréscimo em rendimento final, que pode tornar inviável

a utilização do cultivo.

Uma característica essencial para o setor com relação à cana de açúcar é dupla aptidão

quanto ao seu produto final, sendo destinada ora para etanol ora para açúcar, influenciado

pelo preço no mercado pelos dois produtos. Isso faz com que as usinas tenham maior

segurança do investimento. O açúcar é uma commoditie que, quando o preço esta está em alta

no mercado, torna-se muito mais rentável para a usina que o etanol, então existe a preferência

por parte dos produtores pela produção do açúcar. Neste contexto, entra o sorgo que por não

ter os requisitos necessários, não serve para a produção de açúcar, que, segundo Cassio

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Paggiaro (FÁBIO, 2013) é um fator que também é visto como dificuldade para a entrada do

sorgo na entressafra da cana-de-açúcar. A usina então fica restrita apenas a utilizar o sorgo

para produção de etanol, não tendo outra alternativa para o destino da matéria-prima,

impedindo a flexibilidade de mercado, como é feito com o processamento da cana-de-açúcar.

A crise mundial de 2008 e a falta de amparo de políticas de incentivo governamentais

deixou o setor vulnerável. Este momento turbulento abalou o setor, causando um recuo no

programa de etanol, onde os combustíveis fósseis mais uma vez detinham vantagem

competitiva sobre o biocombustível, com a manutenção de uma política de preços e tributos

que incentivavam os derivados do petróleo. Como o preço da gasolina é utilizado como fator

regulador de inflação, ter o seu preço congelado pelo governo impactou diretamente na

competitividade do etanol que perdeu espaço no mercado (CAMPOS, 2015). Estes fatos, de

acordo com Scharr (2015), Popov (2013), O Popular (2014), Biomassa BR (2016), teve sua

contribuição para que as pesquisas com o sorgo se retraíssem frente ao seu potencial para a

produção de etanol. Os testes com sorgo foram realizados em um momento em que as usinas

se encontravam descapitalizadas e endividadas em um período de grave crise no setor, e, o

preço pago pelo etanol devido à política de preços da gasolina não remunera as usinas. Este

último fato, segundo Scharr (2015), não permite maiores investimentos na cultura do sorgo, o

desenvolvimento da nova matéria-prima teve recursos bastante limitados diante do cenário da

cadeia produtiva do etanol. De acordo com Popov (2013), diante das perspectivas para o setor

em que os custos de produção em alta, baixa produtividade e falta de competitividade foram

também determinantes para que o sorgo fosse colocado às margens não obtendo sucesso em

sua proposta.

Para representantes da EMBRAPA Milho e Sorgo e da Ceres, para que o sorgo se

tornasse realidade no período de entressafra canavieira já na safra 2013/2014 seriam

necessárias políticas públicas e de incentivos financeiros para a cadeia produtiva do sorgo.

Deste modo, parte dos recursos destinados à cana-de-açúcar poderia ser revertida ao

desenvolvimento do sorgo sacarino, assim como concessão de cartas de crédito e redução de

juros. Estas ações atuariam como facilitadores para que a produção de etanol de sorgo se

tornasse viável, e, desta maneira, incentivariam a produção da cultura.

Elizabeth Farina (SNA, 2016) ressalta que em 2015 houve uma ligeira melhora no

cenário das empresas, como mudanças nas alíquotas de ICMS em vigor sobre os combustíveis

ao final de 2015 e principio de 2016, assim como o restabelecimento de parte da CIDE, e,

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correção da alíquota de PIS/CONFINS, também nessas mudanças o aumento da porcentagem

de 25% para 27% na mistura de etanol anidro na gasolina comum (JOHN WILKINSON,

2015). Estes fatos contribuíram para que o setor tivesse uma perspectiva positiva, mas a

melhora sinalizada por essas modificações ainda é prematura e duvidosa, o que não permite

que sejam retomados os investimentos por parte das usinas.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base no que foi discutido nesse trabalho, destaca-se os motivos relevantes para

que a introdução da cultura do sorgo dentro do setor sucroenergético não ocorresse, mesmo

diante de tanta expectativa dos benefícios que esta nova tecnologia poderia proporcionar. Os

fatores que foram determinantes para o insucesso do sorgo são a situação política e econômica

do país e a pesquisa ainda incipiente para sustentar o desenvolvimento da cultura. A ausência

de políticas governamentais que beneficiassem a cultura e também os biocombustíveis,

atrelada ao estado financeiro instável das usinas sucroalcooleiras, gera um cenário de

insegurança, o que impede que as empresas façam maiores investimentos no desenvolvimento

de novas tecnologias na escala produtiva. E a suspensão de pesquisa e desenvolvimento

prejudicou indiretamente o sorgo sacarino. Neste contexto, os testes realizados pelas usinas

com a cultura do sorgo tiveram rendimentos abaixo do esperado devido ao despreparo e baixo

conhecimento do ponto de vista agronômico no cultivo do sorgo. Além disso, poucos estudos

relacionados ao sorgo, a falta de trabalhos consistentes a cerca do manejo da cultura

resultaram em baixa produtividade.

Sugere-se, a partir deste estudo, que haja maiores investimentos em pesquisas

fitotécnicas no desenvolvimento técnico de condução da cultura a fim de subsidiar a cadeia

produtiva do sorgo. O estabelecimento de políticas de incentivo tanto para o sorgo e

biocombustíveis quanto para o setor sucroenergético também é de suma importância para

alavancar a retomada do crescimento deste expressivo setor.

4. REFERÊNCIAS

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