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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA PRÓ-REITORIA DE ENSINO COLÉGIO DE APLICAÇÃO - COLUNI GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS GERADOS EM AULAS PRÁTICAS DO 2º ANO DE QUÍMICA DO COLÉGIO DE APLICAÇÃO COLUNI - UFV BOLSISTA: Larissa Valdier Cerqueira ORIENTADORA: Profª Odilaine Inácio de Carvalho Damasceno Relatório Final apresentado à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do PIBIC-EM/CNPq/UFV, referente ao período de agosto/2015 a julho/2016. VIÇOSA MINAS GERAIS BRASIL AGOSTO/2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA PRÓ-REITORIA DE … · resíduos químicos gerados em Instituições de Ensino e Pesquisa brasileiras ainda ocorre de ... Nesse âmbito, o nosso projeto

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

PRÓ-REITORIA DE ENSINO

COLÉGIO DE APLICAÇÃO - COLUNI

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS GERADOS EM AULAS PRÁTICAS DO 2º

ANO DE QUÍMICA DO COLÉGIO DE APLICAÇÃO COLUNI - UFV

BOLSISTA: Larissa Valdier Cerqueira

ORIENTADORA: Profª Odilaine Inácio de Carvalho

Damasceno

Relatório Final apresentado à Universidade

Federal de Viçosa, como parte das exigências do

PIBIC-EM/CNPq/UFV, referente ao período de

agosto/2015 a julho/2016.

VIÇOSA

MINAS GERAIS – BRASIL

AGOSTO/2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

PRÓ-REITORIA DE ENSINO

COLÉGIO DE APLICAÇÃO - COLUNI

RESUMO

GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS GERADOS EM AULAS PRÁTICAS DO 2º

ANO DE QUÍMICA DO COLÉGIO DE APLICAÇÃO COLUNI - UFV

Mesmo com a crescente preocupação global quanto à preservação ambiental, o tratamento de

resíduos químicos gerados em Instituições de Ensino e Pesquisa brasileiras ainda ocorre de

forma muito tímida. Tal fato é decorrente, dentre outros motivos, da falta de instrução de

alguns estudantes e profissionais que, devido ao baixo volume de resíduos gerados, concluem

que o despejo dos mesmos diretamente na pia não provocará grandes impactos. Entretanto, a

alta complexidade e as diferentes características físico-químicas das substâncias, somadas aos

distintos valores de pH, fazem com que essa atitude gere graves problemas ambientais. Nesse

âmbito, o projeto de iniciação científica Gerenciamento dos Resíduos gerados em aulas

práticas do 2º ano de Química do Colégio de Aplicação da UFV teve como objetivos, além da

conscientização dos alunos através de palestra, a substituição, a redução, o reaproveitamento e

o tratamento dos rejeitos. Através dos procedimentos experimentais, realizados no laboratório

de Química da Instituição, foram obtidos resíduos cujos teores, por exemplo, de metais

pesados, estavam de acordo com os parâmetros legais estabelecidos pelo Conselho Nacional

do Meio Ambiente (CONAMA) e pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais

(COPASA). Procedimentos básicos de laboratório aprendidos durante os três anos do ensino

médio, como filtração, precipitação química, neutralização e adsorção, foram utilizados para o

cumprimento de tais objetivos, comprovando, dessa forma, que o tratamento dos resíduos,

além de necessário, pode muitas vezes ser realizado de maneira acessível e didática.

Palavras-chave: Tratamento, resíduos químicos, laboratório.

08/08/2016

________________________________ ____________________________________

Larissa Valdier Cerqueira Odilaine Inácio de Carvalho Damasceno

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1. SUMÁRIO

1. SUMÁRIO ...................................................................................................................................3

2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................4

3. OBJETIVOS .................................................................................................................................4

3.1. Objetivo Geral ........................................................................................................................ 4

3.2. Objetivos específicos .............................................................................................................. 4

4. REVISÃO DE LITERATURA ...........................................................................................................5

4.1. Resíduos de laboratórios ........................................................................................................ 5

4.2. Riscos ecológicos do lançamento de efluentes não tratados na rede fluvial e de esgotos ..... 5

4.3. Legislação Ambiental .............................................................................................................. 7

4.4. Toxicidade relativa de alguns elementos e seus precipitantes ............................................... 7

4.5. Neutralização ácido-base ....................................................................................................... 8

4.6. Adsorção ................................................................................................................................. 9

4.7. Cromo hexavalente ................................................................................................................ 9

5. MATERIAIS E MÉTODOS ..........................................................................................................10

5.1. Materiais utilizados nos processos de tratamento ............................................................... 10

5.2. Recuperação do Dióxido de Manganês ................................................................................ 11

5.3. Gerenciamento do resíduo formado por Hidróxido de Sódio e Ácido Clorídrico .................. 11

5.4. Gerenciamento do resíduo formado por Hidróxido de Sódio e Ácido Sulfúrico ................... 12

5.5. Gerenciamento do resíduo formado por Ácido Clorídrico e Ferro ....................................... 12

5.6. Remoção da fenolftaleína do resíduo ácido ......................................................................... 12

5.7. Recuperação da solução de Iodeto de Potássio.................................................................... 14

5.8. Recuperação da solução de Iodeto de Potássio eletrolisado ................................................ 15

5.9. Gerenciamento do resíduo formado por Dicromato ............................................................ 17

5.10. Intervenção na aula prática de solubilidade ..................................................................... 19

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO .....................................................................................................21

6.1. Recuperação do Dióxido de Manganês ................................................................................ 21

6.2. Gerenciamento do resíduo formado por Hidróxido de Sódio e Ácido Clorídrico .................. 22

6.3. Gerenciamento do resíduo formado por Hidróxido de Sódio e Ácido Sulfúrico ................... 22

6.4. Gerenciamento do resíduo formado por Ácido Clorídrico e Ferro ....................................... 24

6.5. Remoção da fenolftaleína do resíduo ácido ......................................................................... 24

6.6. Recuperação da solução de Iodeto de Potássio.................................................................... 26

6.7. Recuperação da solução de Iodeto de Potássio eletrolisado ................................................ 27

6.8. Gerenciamento do resíduo formado por Dicromato ............................................................ 27

6.9. Intervenção na aula prática de solubilidade ......................................................................... 28

7. CONCLUSÃO ............................................................................................................................28

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................28

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2. INTRODUÇÃO

A preservação do meio ambiente e o combate à poluição têm se tornado os assuntos mais

discutidos do atual mundo pós-moderno. Diversos setores da sociedade e da área acadêmica

se posicionam acerca do problema, tendo em mente que grande parte dos recursos naturais são

não renováveis e, ao mesmo tempo, são extraídos e depredados de forma constante.

Nesse contexto, surge a Química Verde, a química limpa do século XXI, que tem como

objetivo criar, desenvolver, ensinar e aplicar formas mais sustentáveis de pesquisas e de

produtos químicos. Além disso, essa vertente científica também busca eliminar ao máximo os

subprodutos tóxicos advindos dos processos de produção e aplicar o Princípio de Prevenção e

Precaução, visando reduzir a poluição ainda na fonte.

Dessa forma, ciente da complexidade dos rejeitos produzidos em Laboratórios de Ensino e

Pesquisa e do compromisso das Instituições de Ensino em educar estudantes sobre

consciência e postura ambiental, o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa

propôs seguir as orientações da Química Verde por meio deste Projeto de Iniciação Científica,

Gerenciamento dos Resíduos Produzidos nos Laboratórios de Química do COLUNI-UFV,

através do tratamento dos próprios resíduos produzidos nas aulas práticas e da

conscientização de alunos e professores sobre a disposição dos mesmos.

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Realizar o tratamento consciente dos resíduos gerados nas aulas práticas do Laboratório de

Química do Colégio de Aplicação COLUNI-UFV guiando-se a partir dos princípios básicos

da Química Verde.

3.2. Objetivos específicos

a) Substituir compostos altamente nocivos ao meio ambiente por compostos menos

agressivos;

b) Reduzir o gasto na fonte, eliminando a própria geração do material;

c) Reaproveitar os compostos já utilizados, através do resgate do resíduo;

d) Gerenciar os rejeitos não recuperáveis, de modo a respeitar as restrições e as

peculiaridades do meio ambiente e da rede coletora de esgotos;

e) Aprender e ensinar, de forma didática e empírica, os processos básicos da Química e

da Educação Ambiental.

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4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1. Resíduos de laboratórios

Os resíduos gerados em laboratórios de Química de Instituições de Ensino e Pesquisa,

devido à complexidade do processo de aprendizagem e à ampla gama de reações e análises

que são realizadas, apresentam características peculiares quanto às suas composições e

naturezas físico-químicas (PIGHINELLI et. al, 2012). Muitas vezes esses rejeitos possuem

elevados níveis de toxicidade, acidez ou basicidade, além de uma possível reatividade entre si,

o que faz com que o tratamento dos mesmos seja imprescindível.

Entretanto, o baixo volume desses resíduos somado à falta de instrução e ao deficiente

arcabouço fiscal destinado à esse problema, fazem com que uma parte significa dos alunos

brasileiros, e até mesmo dos profissionais, menospreze até hoje o tratamento, despejando as

substâncias na pia ou armazenando de forma errônea para encaminhar à um destino final

incerto. (SOUZA, 2003 apud FIGUERÊDO, 2008)

Numa análise mais local, os estudantes, professores e técnicos de Química do Colégio de

Aplicação da UFV se atentam mais à questão, já que além do bom preparo acadêmico dos

profissionais, os alunos são conscientizados desde o primeiro ano de estudo quanto às formas

de armazenamento dos resíduos ao término das aulas práticas. Ademais, os mesmos também

possuem a oportunidade de participar do projeto de gerenciamento, utilizando para tal, grande

parte dos conteúdos abordados nas disciplinas de Química e Técnicas Gerais de Laboratório.

4.2. Riscos ecológicos do lançamento de efluentes não tratados na rede fluvial e de

esgotos

As problemáticas e as implicações advindas do despejo não responsável de resíduos

químicos nos cursos d’água e na rede pública de coletores de esgoto são inúmeras. No caso

dos rejeitos produzidos na maioria dos Laboratórios de Ensino e Pesquisa, as consequências

ambientais mais frequentes se relacionam a fatores como faixas irregulares de pH, presença

de metais pesados ou presença de nitrogênio e de fósforo na água.

Resíduos que possuem um potencial Hidrogeniônico (pH) fora dos parâmetros

estabelecidos pelo CONAMA (Resolução nº 430) são facilmente produzidos e muito comuns

de serem descartados de forma inadequada nos laboratórios, merecendo, assim, atenção

especial. Mínimas alterações de pH em rios e lagos já podem acarretar importantes mudanças

nesses ecossistemas, afetando a fisiologia de diversas espécies e, de forma indireta,

contribuindo para a precipitação de elementos químicos tóxicos (PIVELI, 2001). Além disso,

um volume constante de rejeitos muito ácidos ou muito básicos no sistema de transporte de

esgoto pode acelerar o processo de deterioração dos encanamentos metálicos e causar, dessa

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forma, uma possível extração de cobre, chumbo, zinco e cádmio (BARCELOS; FERREIRA;

2005). A presença desses metais pesados, além de dificultar o tratamento posterior da água,

representa outro grande risco às formas de vida do ecossistema aquático, já que provoca um

fenômeno ecológico chamado de bioacumulação.

A bioacumulação, ou magnificação trófica, é uma das várias consequências da presença

de metais pesados nos ambientes aquáticos. Tal fenômeno é caracterizado pelo acúmulo de

metais tóxicos, como Bário, o Cádmio e o Cromo, ao longo dos níveis tróficos da cadeia

alimentar. Ele ocorre devido ao caráter não biodegradável desses elementos e pode ser

iniciado através da ingestão direta, pelo consumo da água contaminada, ou indireta, via

alimentação, dessas substâncias tóxicas (VOIGT; SILVA; CAMPOS; 2016). Os metais

acumulados podem agredir de diversas formas a saúde humana, como constatado na tabela 1.

Tabela 1. Síntese dos efeitos de alguns metais pesados sobre a saúde humana.

Fonte: LINS, Gustavo Aveiro. 2010.

É fato que o sistema de tratamento de esgoto realiza processos para a eliminação desses

metais, entretanto, existem várias limitações que impedem a remoção completa e acabam

exigindo o estabelecimento de limites e parâmetros para o descarte dessas substâncias

(SANTOS et al. apud LINS, 2010).

O último efeito ecológico comumente ocasionado pelo lançamento irresponsável de

resíduos é a eutrofização, que consiste no crescimento descontrolado e excessivo de algumas

algas e plantas no ambiente aquático (BARCELLOS apud LINS, 2010). Esse aumento de

biomassa é provocado pela alta concentração de nitrogênio e fosfato, elementos

possivelmente encontrados em produtos de Laboratórios de Ensino e Pesquisa, e gera uma

7

deficiência de oxigênio disponível nos lagos e rios afetados que ameaça toda a biodiversidade

aquática.

4.3. Legislação Ambiental

O arcabouço legal destinado ao assunto começou a surgir no Brasil há pouco tempo e

ainda não possui uma exigência e fiscalização muito rígida. Por produzirem pouco volume

residual, os Laboratórios de Ensino e Pesquisa não são geralmente considerados como

atividades impactantes (JARDIM, 2002).

Atualmente, o órgão nacional responsável por essa questão é o CONAMA (Conselho

Nacional do Meio Ambiente) e o mesmo apresenta uma Política Nacional do Meio Ambiente,

regulamentada pelo Decreto 99.274/90, que age através da formulação de normas e

parâmetros a serem seguidos.

Dessa forma, este projeto seguiu as bases legais estabelecidas na Resolução nº 430 desse

órgão, além de ter se apoiado na norma técnica 187/5 do lançamento de efluentes não

domésticos no sistema de esgotamento sanitário da COPASA (Companhia de Saneamento de

Minas Gerais), instituição responsável pelo gerenciamento dos rejeitos na cidade de Viçosa e

no estado de Minas Gerais.

Dentre as principais determinações seguidas, é importante citar o limite de 40ºC de temperatura e

a faixa de pH entre 6 e 10 (COPASA, 2014) para o lançamento de resíduos na rede de esgoto. Além

disso, os valores máximos de concentração de alguns elementos para o descarte dos compostos

tratados estiveram de acordo com os parâmetros definidos na tabela 2.

Tabela 2. Padrões de lançamento de efluentes. Fonte: Adaptada CONAMA e COPASA

4.4. Toxicidade relativa de alguns elementos e seus precipitantes

Ao realizar o tratamento de resíduos químicos é necessário que exista um direcionamento

acerca da natureza e da toxicidade dos rejeitos gerados, assim como um conhecimento sobre

as formas de precipitá-los. Nesse âmbito, o nosso projeto de iniciação científica baseou-se na

Parâmetros inorgânicos Valores máximos permitidos

Bário total 5 mg/L

Cromo hexavalente 0,1 mg/L

Cromo trivalente 1,0 mg/L

Ferro dissolvido 15 mg/L

Manganês dissolvido 1,0 mg/L

Nitrogênio amonical total 20 mg/L

Sulfatos 1.000 mg/L

Sulfetos 1,0 mg/L

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obra Manual para Gestão de Resíduos Químicos Perigosos de Instituições de Ensino e

Pesquisa, de Débora Vallory Figuerêdo, sendo as informações mais relevantes apresentadas

na tabela 3.

Tabela 3. : Toxidade relativa de cátions, ânions e seus precipitantes. Adaptada.

Alta toxicidade Precipitante Baixa toxicidade Precipitante

Bário, Ba2+

, Ferro ,

Cromo (III), Cr3+

Cloreto -

Manganês (II), Mn2+

, Sulfato, SO42-

Cromo (VI), Cr6+

- Tiocianato, [SCN]− -

A partir destas classificações foi constatada a necessidade do tratamento de resíduos

compostos por bário, cromo ou manganês uma vez que os mesmos foram definidos como

altamente tóxicos e, como visto no tópico 3.3 sobre Legislação Ambiental, possuem baixa

concentração permitida para o lançamento na rede de esgoto.

4.5. Neutralização ácido-base

Segundo Débora Figuerêdo, a neutralização constitui um dos procedimentos mais baratos

e eficazes utilizados no tratamento de resíduos. Além disso, ele é largamente realizado e não

costuma produzir muitos efeitos indesejados se efetivado com os devidos cuidados e

restrições.

A base da neutralização realizada no gerenciamento de produtos químicos está em utilizar

substâncias ácidas (pH<7) ou substâncias alcalinas (pH>7) com a finalidade de adequar

resíduos à faixa de descarte recomendada pelos órgãos anteriormente citados (CONAMA e

COPASA). Esse processo, segundo Eduardo Oliveira, segue a reação abaixo:

Para neutralizar um resíduo ácido os agentes neutralizantes mais recomendados, retirando

as devidas exceções, são as soluções de Hidróxido de Sódio (NaOH) ou de Potássio (KOH)

com a concentração molar de 6 mol/L. Em contraposição, para a neutralização dos resíduos

que apresentam uma natureza alcalina é indicada a utilização de ácido clorídrico (HCl) 6 N

(UNIVERSITY OF WISCONSIN apud FIGUERÊDO, 2008).

A verificação do pH inicial e da mudança do mesmo durante e depois da neutralização é

geralmente realizada por meio da análise de cores do papel Universal de pH ou através de um

aparelho denominado pHmetro. Devido à não exatidão da observação das cores pelo papel e à

9

possibilidade do mesmo se oxidar rapidamente e provocar uma falsa mudança de cor

(FIGUERÊDO, 2008), utilizou-se nesse projeto um aparelho pHmetro.

4.6. Adsorção

A adsorção é um fenômeno de superfície caracterizado pela transferência de massa do

tipo sólido-fluido em que se explora a possibilidade de determinados compostos de concentrar

e aderir em suas superfícies alguns elementos que existam nos líquidos e nos gases. Dessa

forma, a finalidade desse processo consiste na separação de certas substâncias (GOMIDE

apud SCHENEIDER, 2008) e, no caso dos resíduos, de componentes indesejáveis ou

poluentes das soluções.

Dentro deste contexto, quando moléculas do sólido ou líquido (adsorvente) entram em

contato com o fluido (adsorbato) ocorre uma força atrativa entre mesmos que faz com que as

moléculas da solução fiquem mais ou menos fixadas no adsorvente. A intensidade dessa força

de atração e da conseguinte adesão depende da natureza tanto desse produto adsorvente

quanto do adsorbato, além de condicionantes como pressão, temperatura, pH e modo de

preparo (GOMIDE; HAGHSERESHT et al. apud SCHENEIDER, 2008).

O carvão ativado é um dos adsorventes mais utilizados, já que pode ser obtido a partir

de diversos compostos naturais, como madeira, endocarpo de coco, ossos e sementes, e

apresenta ótima área superficial específica (de 80 m²/g a 1.200 m²/g) (ROUQUEROL et al.

apud ROCHA, 2006) e porosidade, fatores advindos da produção e do processo de ativação

(CLAUDINO, 2003).

As aplicações dessa forma de carvão são várias, dentre elas está o tratamento de águas

residuais e industriais, a purificação de gases (CLAUDINO, 2003), a desodorização, a

desintoxicação, a filtração, a descoloração e a modificação de concentrações de vários fluidos,

sendo, assim, área de grande interesse em setores econômicos como a indústria alimentícia,

farmacêutica, petrolífera, entre outras. (ROCHA, 2006)

4.7. Cromo hexavalente

A forma de oxidação hexavalente do elemento cromo é muito utilizada no mundo atual.

Geralmente encontrado na composição de Cromatos (Cr ) e de Dicromatos (

), ele é

utilizado como agente oxidante seletivo para substratos orgânicos (COLTON apud COLLINS

et. al, 2000), as suas soluções ácidas são usadas como padrões de absorção na região do

UV/Visível (BURKE; GIL apud COLLINS et. al, 2000) e como padrões para dosimetria de

radiação (SHARPE apud COLLINS et. al, 2000). Além disso, ele pode ser encontrado na

indústria têxtil como agente mordente para o tingimento de tecidos (MOLINARI apud

PIMENTEL et. al, 2006) e na galvanoplastia (PIMENTEL et. al, 2006).

10

Segundo Collins, as reações químicas mais estudadas envolvendo o Cromo VI são:

Contudo, como visto no tópico 3.2, mesmo com a larga utilização no mercado, o cromo

hexavalente é uma substância altamente nociva ao organismo humano. Essa espécie de cromo

é considerada mutagênica e carcinogênica (IARC apud FERREIRA, 2001), devido à sua

natureza muito oxidante e à sua mobilidade através das membranas animais (COLLINS et. al,

2000). Em complemento, eles podem causar câncer por inalação, alterações genéticas

hereditárias e sensibilização em contato com a pele (PIMENTEL et. al, 2006).

Dessa forma, conclui-se a urgência do tratamento adequado de resíduos químicos que

possuam essa espécie hexavalente. A redução do Cromo (VI) a Cromo (III) representa um

papel muito importante na diminuição do impacto ambiental, já que, como visto no tópico 3.3,

o íon trivalente possui um valor máximo maior de concentração para lançamento na rede de

esgoto do que a espécie VI, além de estar relacionado ao metabolismo de carboidratos e

lipídeos e ser essencial na alimentação humana (FERREIRA, 2001).

5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1. Materiais utilizados nos processos de tratamento

Como a maior parte dos resíduos tratados passou por processos semelhantes de

tratamento, convém reunir neste tópico, de forma sintética, o conjunto de utensílios e

materiais nos quais se apoiaram esses procedimentos. Abaixo, estão listados na tabela 4 os

objetos que a Filtração Simples, a Filtração a Vácuo, a Neutralização e a Adsorção

envolveram de forma geral:

Tabela 4. Materiais utilizados nos processos de filtração simples e a vácuo, neutralização e

adsorção

Filtração Simples Filtração a Vácuo Neutralização Adsorção

Papel filtro Quanty, 15

cm Ø, JP41 – faixa

preta, porosidade: 28

µm

Papel filtro Quanty, 15

cm Ø, JP41 – faixa

preta, porosidade: 28

µm

Compressor modelo

FABBE PRIMAR 341

2VC 220V

Agitador modelo

SOLAB 5L-91 220V-

500W

pHmetro modelo PHS-

3B 110V

Agitador modelo

SOLAB 5L-91 220V-

500W

11

5.2. Recuperação do Dióxido de Manganês

Nas aulas práticas 11 (parte F) e 13 (parte B) foram realizados experimentos químicos

constituídos pela seguinte reação de decomposição da água oxigenada na presença de dióxido

de manganês ( ):

O Dióxido de Manganês desempenhou o importante papel de catalisador da reação, uma

vez que acelerou a velocidade de ocorrência da mesma. Dessa forma, ao final dos

experimentos, foi produzida uma solução residual de cerca de 900 mL (separados em três

frascos distintos) composta, teoricamente, apenas por e . Este dióxido, por se tratar

de um catalisador, pôde então ser recolhido através de filtração simples, da forma como

mostram as figuras 1 e 2:

Figura 1. Filtração Simples do resíduo coletado nas

aulas 11 e 13

5.3. Gerenciamento do resíduo formado por Hidróxido de Sódio e Ácido

Clorídrico

Foram produzidos cerca de 3.300 mL de resíduo composto por Ácido Clorídrico (HCl) e

Hidróxido de Sódio (NaOH) na aula prática de número 12. Como o ácido estava em excesso,

o valor do pH se encontrava baixo, igual à 1,16. Foi realizada, portanto, a neutralização

através da adição de micropérolas de NaOH, como apresentado na figura 3:

Figura 3. Neutralização do resíduo coletado na 12ª aula prática.

Figura 2. Filtração Simples do resíduo

coletado nas aulas 11 e 13.

12

5.4. Gerenciamento do resíduo formado por Hidróxido de Sódio e Ácido Sulfúrico

Nas partes C e D da 11ª aula prática, foi produzido um volume residual de 260 mL

(armazenado em um béquer de 600 mL), composto, em teoria, somente por Hidróxido de

Sódio (NaOH) e Ácido Súlfúrico (HCl). O valor do pH inicial dessa solução era de 1,63 e,

dessa forma, necessitava ser corrigido para se enquadrar nos padrões legais de lançamento.

Foi realizado, portanto, o tratamento através da neutralização, por meio da deposição de um

composto de micropérolas de NaOH para elevar o valor do pH do resíduo.

5.5. Gerenciamento do resíduo formado por Ácido Clorídrico e Ferro

Na parte C da aula prática de número 13, foi ensinado sobre efeito da superfície de

contato através de um experimento contendo Ácido Clorídrico (HCl), Palha de Aço e Prego.

Esse procedimento produziu 230 mL de solução residual (guardada em um béquer de 300

mL) constituída por HCl e Ferro (III). Devido à alta concentração do ácido, o valor do pH do

resíduo encontrava-se extremamente baixo (cerca de -1,24) e necessitava ser adequado aos

padrões de lançamento. Consequentemente, foi realizado o processo de neutralização (figura

4), através da adição de pastilhas de NaOH. Em seguida, filtrou-se a solução (figuras 5, a e b)

com a finalidade de remover o Ferro precipitado.

Figura 4. Neutralização do resíduo advindo da parte C da 13ª aula prática.

(a) (b)

Figuras 5. a e b Filtração Simples do resíduo advindo da parte C da 13ª aula prática.

5.6. Remoção da fenolftaleína do resíduo ácido

Foram produzidos cerca de 1.720 mL de resíduo (com pH = 6,03) na aula prática de

número 18 sobre acidez no vinagre e curva de titulação. Tal composto ̧armazenado em um

13

béquer de 4 L, era constituído inicialmente por fenolftaleína (C20H14O4), Hidróxido de Sódio

(NaOH) e Ácido Acético (CH3COOH). Entretanto, vale destacar que, devido ao longo tempo

de armazenamento e às condições do mesmo, ocorreu o surgimento de uma substância branca

desconhecida com aspecto gelatinoso, como pode ser notado na figura 6.

Figura 6. Resíduo produzido na 18ª aula prática. Fonte: o autor (2015)

De forma a segregar a solução residual da impureza desconhecida, foi realizada uma

filtração simples e o filtrado foi armazenado. Seguidamente, já que o resíduo estava ácido e

encontrava-se parcialmente incolor, realizou-se um teste de verificação da presença de

fenolftaleína a partir do próprio funcionamento da mesma como indicador: separou-se 10 mL

da solução em um béquer de 50 mL, pipetou-se 3 gotas de Hidróxido de Sódio (NaOH) 6

mol/L e observou-se a cor adquirida pelo sistema. Como a mesma tornou-se rósea (Figura 7)

ao possuir caráter alcalino, a presença do indicador foi confirmada.

Figura 7. Teste de verificação da presença de fenolftaleína.

Como a fenolftaleína é um composto orgânico prejudicial à saúde humana se ingerido em

grande quantidade (QUÍMICA MODERNA, 2012), foi decidido retirá-lo da solução residual

a fim de não descarta-lo na rede de esgoto. Para isso, dividiu-se o resíduo e aplicou-se dois

métodos distintos de tratamento.

A primeira metodologia aplicada foi a de adsorção do indicador em carvão ativado.

Segundo Oliveira (2015), a fim de obter um maior rendimento e um menor gasto de

adsorvente, recomenda-se utilizar 0,100 g de carvão ativado para cada 100 mL de solução a

ser tratada e colocar a mesma sob ação de um agitador durante 30 minutos. Dessa forma,

foram recolhidos cerca de 420 mL do resíduo total em um béquer de 1 L, os quais foram

acrescidos de 0,420 g de adsorvente e submetidos a uma agitação de potência igual a 5,

14

durante 30 minutos (Figura 8 a). Após o fim deste intervalo de tempo, deixou-se o sistema

decantar em um funil de decantação (Figura 8 b). Depois de decantado, o volume residual

passou por filtração simples (Figura 8 c) e o sobrenadante foi segregado do carvão com

fenolftaleína adsorvida.

(a) (b) (c)

Figuras 8 a, b e c. Processo de adsorção da fenolftaleína contida no resíduo da 18ª aula prática por

carvão ativado

O outro método de remoção da fenolftaleína testado foi o de degradação pelo sol.

Levantou-se a possibilidade da mesma ser desintegrada através do contato com a radiação

proveniente dos raios UV. Desta forma, os 1.200 mL restantes de resíduo foram depositados

em dois recipientes, acrescidos de 119 gotas de NaOH 6mol/L (com o intuito de mudar a

coloração para rosa) e expostos ao sol durante 8 dias (Figura 9).

Figura 9. Exposição ao sol do resíduo produzido na 18ª aula prática.

5.7. Recuperação da solução de Iodeto de Potássio

Uma solução de 240 mL de Iodeto de Potássio (KI), utilizada nas aulas práticas do 1º

ano, encontrou-se irregular devido a presença de Iodo ( ) e, consequentemente, apresentou-se

com coloração amarelada (Figura 10).

Figura 10. Solução irregular de Iodeto de Potássio.

15

A fim de remover o iodo e recuperar a solução, decidiu-se adsorver esse contaminante em

carvão ativo. Dessa maneira, transferiu-se o resíduo a um béquer de 600 mL, adicionou-se

0,240 g de adsorvente ao mesmo e submeteu-se o recipiente à agitação, de potência igual a 4,

durante 30 minutos. Ao término do tempo, transferiu-se o líquido a um funil de decantação e,

posteriormente, foi realizada uma filtração simples.

5.8. Recuperação da solução de Iodeto de Potássio eletrolisado

Na parte B da prática 20 da disciplina de Técnicas Gerais de Laboratório foram gerados

cerca de 915 mL (armazenados em um béquer de 1 L) de resíduo composto, teoricamente, por

Iodeto de Potássio (KI) eletrolisado, fenolftaleína (C20H14O4) e amido [(C6H10O5)n] (Figura

11). O seu pH inicial era igual a 7,92.

Figura 11. Solução de KI eletrolisado produzida na 20ª aula prática.

Para realizar o gerenciamento desse resíduo, primeiramente, foi feito um teste de

verificação da presença de fenolftaleína, através da adição de 3 gotas de NaOH 6 mol/L à 10

mL da solução presentes em um tubo de ensaio. Como a amostra adquiriu coloração rósea

(Figura 12), confirmou-se a presença do indicador.

Em seguida, foi realizado outro teste, desta vez para a verificação da presença de amido.

Produziu-se 100 mL de Lugol (Figura 13), uma solução que permite a identificação do amido

por meio da mudança de cor para azul, e depositou-se 3 gotas do mesmo em 10 mL do

resíduo contidos em um tubo de ensaio. Como o sistema não adquiriu a coloração azulada e

permaneceu na cor amarelo avermelhada (Figura 12) característica do Lugol, inferiu-se que a

teórica presença de amido era inválida.

16

Figura 12. À esquerda na imagem, o tubo de ensaio onde foi realizado o teste de verificação da

presença de fenolftaleína. À direita, dois tubos de ensaio onde foram realizados testes de verificação

da presença de amido.

Figura 13. Solução de Lugol produzida.

Devido à confirmação da existência de fenolftaleína na solução, optou-se por realizar o

tratamento a partir da adsorção do indicador em carvão ativo. Assim sendo, foram colocados

0,915 g de adsorvente na solução residual que passou por agitação de potência igual a 5

durante 30 minutos (Figura 14 a) e, posteriormente, foi colocada para decantar no próprio

recipiente. Por último, o sistema foi filtrado por filtração simples (Figura 14 b).

(a) (b)

Figuras 14, a e b. Processo de adsorção da fenolftaleína contida na solução de KI por carvão ativo

17

5.9. Gerenciamento do resíduo formado por Dicromato

Foram coletados cerca de 770 mL de resíduo constituído por Dicromato ( ) e

Bário ( ) na aula prática de número 14 sobre equilíbrio químico. Este composto (Figura

15) apresentava pH inicial de 5,77 e comportamento baseado na seguinte equação:

Figura 15. Resíduo com coloração amarela coletado na 14ª aula prática

A fim de deslocar o equilíbrio da reação na direção do Dicromato e, desse modo, remover

o através da precipitação de (Kps a 0º C = 1x ), adicionou-se Ácido

Sulfúrico 5 mol/L à solução até a mesma atingir um pH igual a 1,35 e adquirir a coloração

alaranjada. Em seguida, foi realizada a filtração simples do sistema (Figura 16), com o intuito

de recolher o Sulfato de Bário e prosseguir com o tratamento do sobrenadante.

Figura 16. Filtração Simples do resíduo, após a adição de Ácido Sulfúrico.

Entretanto, no transporte do recipiente até o pHmetro, ocorreu um incidente e o frasco se

quebrou, derramando todo o resíduo pelo piso do laboratório. Já que o mesmo tratava-se de

um composto altamente tóxico e nocivo, decidiu-se, depois de tomadas as devidas

providências de segurança, pela insistência no então gerenciamento. Dessa forma, a solução

foi absorvida do piso por meio de papéis e estes foram recolhidos e dissolvidos em um grande

volume de água (7.000 mL). Posteriormente, foi realizada a filtração a vácuo e a solução, até

o momento turva, passou a se apresentar mais límpida (Figura 17) devido à retirada dos

vestígios de fibras de celulose. Em sequência, de maneira a reduzir a grande quantidade de

18

resíduo formado, aqueceu-se (Figura 18) o mesmo em uma chapa de aquecimento (modelo ---

) a uma temperatura de 300º C até que o volume atingisse 1.750 mL.

Figura 17. Solução de Dicromato antes e depois da Filtração a Vácuo.

Figura 18. Aquecimento da solução de Dicromato.

O valor do pH passou a se apresentar igual a 2,96 e foi adicionado ao resíduo restante

cerca de 2,7 g de Ditionito de Sódio ( ), com o intuito de reduzir o Cr (VI) para

Cromo (III), como mostram a figura 19 e a equação química abaixo:

Figura 19. Adição do Ditionito de Sódio ao resíduo.

Em seguida, para precipitar o Cromo (III) em Hidróxido de Cromo ( ) seguindo as

reações abaixo, adicionou-se ao composto Hidróxido de Sódio 6 moll/L até o pH se igualar a

12,0, como ilustrado na figura 20, e o precipitado poder ser recolhido.

19

Figura 20. Precipitação do .

5.10. Intervenção na aula prática de solubilidade

Na 4ª aula prática da disciplina de Técnicas Gerais de Laboratório de Química o assunto

abordado era solubilidade e soluções. A fim de ensinar aos alunos sobre esses conceitos e

exigir dos mesmos a confecção de uma curva de solubilidade, o material de estudo indicava o

uso do Dicromato de Potássio ( ), já que o mesmo possui uma acentuada curva

característica e sua solubilidade é facilmente obtida de forma experimental. Dessa forma,

eram realizados os seguintes procedimentos:

Na primeira parte, era exigida a separação de 3 tubos de ensaio com 10 mL de água

destilada em cada. Em seguida, para a identificação das soluções insaturada, saturada e

saturada com corpo de chão, indicava-se a colocação respectiva de 0,5, 1,25 e 1,5 gramas de

Dicromato de Potássio nos tubos. Tais valores eram adotados devido ao coeficiente de

solubilidade do composto, igual à 12,5 g/ 100g a 25º C.

Já na segunda parte, demandava-se dos estudantes o deslocamento do terceiro tubo de

ensaio para um recipiente com água gelada e gelo, a fim de precipitar mais soluto e observar a

temperatura do sistema. De forma análoga, requisitava-se, posteriormente, que o mesmo tubo

fosse levado a um béquer contendo água a 80 ºC e que, desse modo, a temperatura de

completa dissolução fosse registrada.

Os métodos e materiais utilizados nesses processos eram eficientes e didáticos,

entretanto, como mencionado no tópico sobre o Cromo (VI), o composto utilizado é altamente

tóxico e seu uso deve ser evitado sempre que possível.

De maneira a cumprir com o principal objetivo da Química Verde e reduzir a geração de

rejeitos perigosos ainda na fonte, foi realizada, portanto, uma intervenção nessa aula prática.

Foi proposto o uso de Cloreto de Amônio ( ) em detrimento ao composto tóxico, uma

vez que a curva de solubilidade do cloreto também é acentuada (Figura 21), passível de fácil

observação experimental e o mesmo possui uma baixa toxicidade relativa se comparado ao

Dicromato de Potássio.

20

Figura 21. Curva de solubilidade do Cloreto de Amônio

Com o intuito de verificar, então, a viabilidade da proposta de mudança e definir suas

específicas alterações, foram repetidos os experimentos, dessa vez utilizando o Cloreto de

Amônio. Já que o mesmo possui coeficiente de solubilidade igual a 39,6 g/ 100 mL a 25º

C, a primeira modificação indicada foi a adoção de 5 mL de água destilada em vez de 10 mL

em cada tubo, para que a quantidade de solvente necessária à produção das soluções fosse

menor. Além disso, com a mesma finalidade, foi proposto e testado experimentalmente o uso

de apenas 2 tubos de ensaio, um contendo 0,5 g de (solução insaturada) e outro

contendo 1,7 g (solução saturada com corpo de chão). O conceito de solução saturada sem

corpo de chão seria ensinado em seguida a partir da filtração da solução contida no tubo com

corpo de chão (Figura 22). Em complemento, foi testada também a solubilidade do composto

quando colocado em um recipiente de gelo (Figura 23) ou em um béquer com água a 80º C,

obtendo resultados (figura 24) esperados e positivos.

Figura 22. Solução saturada com corpo de chão passando por filtração.

Figura 23. Solução sendo colocada em um recipiente com gelo.

21

Figura 24. Resultado da queda de temperatura da solução.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1. Recuperação do Dióxido de Manganês

Após todo o volume de resíduo coletado passar por filtração, obteve-se uma massa total

de 11,049 g de dióxido de manganês recuperado. Com o objetivo de conferir a validade desse

composto enquanto catalisador, realizou-se um teste de verificação, repetindo o experimento

de decomposição da água oxigenada (Figura 25):

Figura 25. Teste de verificação da eficiência do Dióxido de Manganês recuperado.

Como houve a rápida formação de gás (oxigênio), constatou-se que o catalisador coletado

ainda estava apto para ser utilizado em laboratório e, assim, o mesmo foi armazenado em um

frasco âmbar, rotulado e disponibilizado para uso posterior. Dessa forma, cumpriu-se um dos

objetivos principais da Química Verde: a recuperação e a reutilização máxima dos compostos

gastos.

Entretanto, após a filtragem, apenas 480 mL da solução final apresentou-se incolor e

composta somente por água, podendo ser descartada em água corrente. Os restantes 420 mL,

que estavam guardados em outros dois recipientes distintos, mostraram-se com composição

irregular, possuindo a cor rosada, como pode ser notado na figura 26:

22

Figura 26. Resíduo de coloração rosada.

Um possível motivo para tal irregularidade é a formação da espécie oxidada . O

tratamento do volume irregular, consequentemente, foi realizado através da precipitação desse

íon que, como visto na Tabela 3, possui como precipitante a hidroxila ( ). Este ânion pode

ser obtido através do uso de soluções aquosas de NaOH, devido a reação abaixo:

Logo, com a finalidade de seguir as recomendações citadas por Débora Figuerêdo e

apresentadas no tópico 3.5 deste relatório, foi preparada uma solução de Hidróxido de Sódio 6

mol/L, a qual foi usada para a precipitação do Manganês (II). O precipitado foi filtrado,

recolhido e armazenado, enquanto o sobrenadante, que passou apresentar pH = 12,5 e aspecto

incolor, foi neutralizado com Ácido Clorídrico (HCl) 6 mol/L até atingir o pH = 7,3 e estar de

acordo com as normas estabelecidas pela COPASA (pH entre 6 e 10) para, posteriormente,

ser descartado em água corrente.

6.2. Gerenciamento do resíduo formado por Hidróxido de Sódio e Ácido

Clorídrico

Toda a solução residual composta por HCl e NaOH pôde ser neutralizada e apresentou

um pH de descarte igual à 8,4, estando, assim, dentro dos parâmetros legais e podendo ser

eliminada na pia, sob água corrente.

Vale lembrar que preferiu-se o uso de micropérolas de NaOH em contraposição com a

solução 6 mol/L recomendada por Débora Figuerêdo devido ao baixo pH em que o resíduo se

encontrava (1,16). Nesse contexto, o uso da substância na forma concentrada e sólida agilizou

e facilitou o processo de tratamento.

6.3. Gerenciamento do resíduo formado por Hidróxido de Sódio e Ácido Sulfúrico

Conseguiu-se neutralizar todo o volume de resíduo composto por NaOH e ,

estabilizando o mesmo no pH final de 8,03. Contudo, durante o processo de neutralização,

ocorreu o surgimento de um precipitado marrom, como pode ser notado na figura 27.

23

Figura 27. Resíduo com precipitado desconhecido.

Filtrou-se o resíduo (Figura 28), a fim de recolher o sólido depositado no fundo, e

descartou-se a solução na pia em água corrente, uma vez que a mesma já estava dentro dos

parâmetros estabelecidos para descarte.

Figura 28. Filtração Simples do precipitado desconhecido.

Posteriormente, levantou-se a hipótese do composto desconhecido ser Ferro (III) advindo

de uma contaminação e precipitado devido à mudança de pH, já que, segundo Débora Vallory

Figuerêdo, a faixa de potencial hidrogeniônico necessária para a precipitação deste metal está

entre 7 e 14. Esta hipótese teve sua validade conferida através de um teste de verificação

baseado nas seguintes reações:

Segundo as mesmas, se o precipitado fosse constituído de Ferro (III), ao ser adicionado

ao Ácido Clorídrico (HCl) e, em seguida, acrescido de Ferrocianeto de Potássio

( ), o conjunto formado deveria conter a coloração azul, uma vez que seria

composto por Ferrocianeto Férrico ( ), também conhecido como Azul

Prussiano.

Dessa forma, o experimento de verificação foi realizado: colocou-se o resíduo em um

tubo de ensaio contendo Ácido Clorídrico 6 mol/L, pipetou-se algumas gostas de Ferrocianeto

de Potássio e, como nota-se na figura 29, a presença de Ferro (III) foi confirmada:

24

Figura 29. Teste de verificação da presença de Ferro (III).

Com a comprovação da natureza do composto e devido ao pequeno volume encontrado, o

mesmo foi descartado em lixo comum, já que, como visto anteriormente na seção 3.4, o Ferro

(III) possui baixa toxicidade relativa e, além disso, é um elemento comumente encontrado nos

resíduos domésticos.

6.4. Gerenciamento do resíduo formado por Ácido Clorídrico e Ferro

Neutralizou-se a solução residual até a mesma atingir o pH de 8,25, atendendo aos

parâmetros exigidos pela COPASA. Em seguida, após a filtração, descartou-se o sobrenadante

em água corrente e coletou-se o precipitado a fim de conferir se o mesmo era formado por

Ferro (III) e se, dessa forma, o descarte em lixo comum não provocaria danos ambientais.

Seguindo a mesma base do teste de verificação anterior, concluiu-se, a partir da coloração

resultante (Figura 30), que o composto realmente se tratava de Ferro (III) e o mesmo foi

descartado no lixo comum.

Figura 30. Teste de verificação da presença de Ferro (III).

6.5. Remoção da fenolftaleína do resíduo ácido

Após a filtração dos 420 mL que passaram pelo tratamento de adsorção em carvão

ativado, o adsorvente foi encaminhado para o Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos da UFV

e foi realizado na solução um teste de verificação da presença de fenolftaleína. Coletou-se

novamente 10 mL da mesma, pipetou-se 3 gotas de NaOH 6 mol/L e observou-se a coloração.

Como o sistema permaneceu incolor e não adquiriu tonalidade rosada, atestou-se a eficiência

do método e inferiu-se a total adsorção do indicador pelo carvão. Em seguida, foi realizada a

medição do pH do resíduo e como o mesmo apresentava-se igual a 4,63, adicionou-se

25

Hidróxido de Sódio 6 mol/L até o potencial adquirir o valor de 8,20 e a solução final (Figura

31) ser descartada na pia, sob água corrente.

Figura 31. Solução final após o tratamento

Se tratando da segunda metodologia, entretanto, o resultado foi falho. Mesmo que após os

8 dias de exposição ao sol o resíduo tenha adquirido tonalidade mais clara (Figura 32),

segundo o teste de verificação (Figuras 33), a fenolftaleína ainda estava presente.

Figura 32. Resultado da exposição do resíduo ao sol durante 8 dias.

(a) (b)

Figura 33, a e b. Teste de verificação da presença de fenolftaleína.

Dessa maneira, concluiu-se que tal clareamento da tonalidade do resíduo não se deve a

degradação do indicador e sim ao deslocamento do equilíbrio causado pela alteração de

temperatura. A reação que expressa esse comportamento está indicada abaixo:

Por fim, já que o procedimento foi falho, decidiu-se gerenciar o restante da solução

seguindo a primeira metodologia aplicada. Foram adicionados 1,200 g de carvão ativado ao

resíduo e, em seguida, o mesmo foi submetido a agitação durante 30 minutos. Após o término

desse tempo, esse composto foi transferido a um funil de decantação e, posteriormente,

filtrado por filtração a vácuo. Foi realizado, então, o teste de verificação da presença da

26

fenolftaleína e, como o resultado foi negativo, o adsorvente foi encaminhado para o

Gerenciamento de Resíduos e Rejeitos da UFV e a solução foi eliminada diretamente na pia

do laboratório, sob água corrente, já que seu pH encontrava-se igual a 8,29.

Vale ressaltar, por último, que a substância branca desconhecida encontrada no rejeito foi

direcionada ao Laboratório de Biologia do Colégio de Aplicação COLUNI-UFV, onde

concluiu-se que a mesma era constituída de microrganismos (provavelmente fungos ou

bactérias) que poderiam e, consequentemente, foram descartados em lixo comum.

6.6. Recuperação da solução de Iodeto de Potássio

Depois de realizada a filtração da solução de KI, o adsorvente retido foi direcionado ao

descarte da UFV e o líquido passou se apresentar incolor, indicando a eficiência do

tratamento e a ausência de iodo (Figura 34).

Figura 34. Solução de Iodeto de Potássio após tratamento.

Com o propósito de conferir a funcionalidade da solução recuperada, realizou-se um teste

baseado na seguinte reação química:

Segundo esta reação, quando Nitrato de Chumbo II [ ] é adicionado ao

composto de Iodeto de Potássio, ocorre a formação um precipitado amarelo, denominado

Iodeto de Chumbo ( ).

Desse modo, uma pequena quantidade do resíduo recuperado foi colocada em um tubo de

ensaio e acrescida de algumas gotas de Nitrato de Chumbo. Como ocorreu a formação de uma

substância amarela (Figura 35), a funcionalidade da solução foi atestada e a mesma foi

rotulada e armazenada para uso posterior.

27

Figura 35. Teste de verificação da funcionalidade da solução de Iodeto de Potássio recuperada.

6.7. Recuperação da solução de Iodeto de Potássio eletrolisado

Depois de realizada a filtração, o adsorvente filtrado foi encaminhado para o descarte da

Universidade Federal de Viçosa e a solução residual passou a apresentar característica incolor.

A critério de verificação, colocou-se 10 mL do resíduo em um tubo de ensaio e adicionou-se

Hidróxido de Sódio 6 mol/L. Como a solução permaneceu descorada (figura 36), inferiu-se a

ausência do indicador ácido-base. Em seguida, outros 10 mL de resíduo passaram pelo

mesmo teste de funcionalidade do Iodeto de Potássio apresentado no tópico anterior e, como

foi formado um precipitado amarelo (figura 37) após a adição de Nitrato de Prata, concluiu-se

que o composto ainda estava apto para o uso laboratorial. Por fim, realizou-se também o teste

de verificação da existência de amido através da adição de Lugol a outros 10 mL. Como essa

amostra residual não adquiriu coloração azulada (figura 37), constatou-se a inexistência do

mesmo.

Figura 36. Teste de verificação da presença de fenolftaleína.

Figura 43. Teste de verificação da funcionalidade do Iodeto de Potássio (à esquerda) e da presença de

amido (à direita).

Deste modo, com o pH final igual a 8,10, a solução foi armazenada em um frasco âmbar

e disponibilizada para uso posterior e, consequentemente, cumpriu-se mais uma vez um dos

objetivos principais da Química Verde: a reutilização dos compostos.

6.8. Gerenciamento do resíduo formado por Dicromato

O tratamento do resíduo formado por Dicromato repetiu-se diversas vezes devido a

continuidade do Cromo (VI) na solução. Todo o Sulfato de Bário e Hidróxido de Cromo

28

precipitados foram recolhidos e armazenados para uso posterior. Já o sobrenadante, por ter

passado muitas vezes por tratamento e ainda se apresentar irregular, foi direcionado ao

Gerenciamento de Rejeitos e Resíduos da UFV, com o conteúdo igual a:

.

Vale discutir a importância desse gerenciamento, uma vez que o Cromo (VI), como visto

na Revisão de Literatura, é um composto cancerígeno e mutagênico e o Cromo (III) já se

apresenta de uma forma menos agressiva. Além disso, o Bário (II) é um composto altamente

prejudicial à saúde e a sua concentração permitida para lançamento é mínima.

6.9. Intervenção na aula prática de solubilidade

A modificação sugerida na 4ª aula prática foi aceita pelos coordenadores da disciplina e

aplicada já nas aulas do segundo ano no dia 30 de março de 2016. Os resultados obtidos

foram positivos e didáticos, além de estarem de acordo com a Política Ambiental e terem

evitado a produção de rejeitos cancerígenos. Em adição, foi feito um levantamento sobre a

relação custo-benefício dessa mudança, a qual foi vantajosa, uma vez que o Cloreto de

Amônio é mais disponível e possui um preço mais acessível que o Dicromato de Potássio.

Quanto ao tratamento do resíduo gerado, o mesmo pôde ser feito através da precipitação

do Cloreto de Amônio e da sua Filtração Simples, obtendo inicialmente uma satisfatória

porcentagem de 50% do composto recuperado para uso posterior.

7. CONCLUSÃO

Com o significativo somatório de resíduos recuperados, gerenciados e substituídos

dentro dos parâmetros legais, conclui-se que os objetivos do trabalho foram cumpridos e que

o mesmo foi de essencial importância para o meio ambiente. Além disso, cabe ressaltar o

grande papel didático que este projeto desempenhou ao longo da sua execução para todos os

envolvidos, alunos e professores, ao incentivar a conscientização ambiental, a busca por

outras formas de gerenciamento, a adoção de materiais e métodos mais ecológicos e a fixação

de conceitos básicos já aprendidos. Em suma, a existência do projeto é de enorme relevância e

é muito importante que a mesma persista enquanto forem produzidos rejeitos no laboratório

de Química do COLUNI.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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