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Universidade Federal do ABC Ps-Graduao em Ensino, Histria e Filosofia das Cincias e Matemtica Filosofia da Cincia A filosofia da cincia de Thomas Kuhn Paradigmas e Revolues Cientficas Prof. Valter Alnis Bezerra
A filosofia da cincia de Thomas Kuhn: Paradigmas e Revolues Cientficas
Filosofia da Cincia Prof. Valter A. Bezerra UFABC PPG em Ensino, Histria e Filosofia das Cincias e Matemtica 2
Principais obras de Kuhn:
Artigos cientficos sobre a estrutura eletrnica dos metais (1950/1951) resultantes do seu doutorado em fsica (1949) sob a orientao por J. H. Van Vleck
A revoluo copernicana (1957) A estrutura das revolues cientficas 1a. ed. (1962) A funo do dogma na investigao cientfica (1963, in A. C. Crombie (ed),
Scientific Change) Diversos estudos de caso em histria da cincia Anos 50 e 60 The genesis of the Bohr Atom (com John L. Heilbron) (1969) Psfcio (1969) 2a. ed. da Estrutura das revolues cientficas Reflexes sobre os meus crticos (1969, in Lakatos & Musgrave (eds), A crtica
e o desenvolvimento do conhecimento) Segundas reflexes sobre os paradigmas (1969, in Suppe (ed), A estrutura das
teorias cientficas) A tenso essencial (1977) A teoria do corpo negro e descontinuidade quntica 1894-1912 (1978) O caminho desde a Estrutura: Ensaios filosficos, 1970-1993, com uma
entrevista autobiogrfica (ed. por J. Conant & J. Haugeland)
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Principais influncias:
Alexandre Koyr Historiador francs da cincia e da filosofia Histria da cincia de tipo interpretativo, conceitual, filosoficamente informado Renovador da viso sobre a Revoluo Astronmica Do mundo fechado ao universo infinito, Estudos galileanos, Ensaios de histria do pensamento cientfico, Ensaios de histria do pensamento filosfico, etc Perspectiva intelectualista, racionalista.
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Michael Polanyi Filsofo e qumico Formulador do conceito de conhecimento tcito Personal Knowledge (1958), The Tacit Dimension (1967).
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Norwood Hanson Filsofo e historiador da cincia Patterns of discovery (1958), The concept of the positron (1963), Constellations and conjectures (pstumo, 1973).
Hanson, alm de filsofo, foi tambm piloto de caa.
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James B. Conant Educador e qumico americano, formulador de polticas educacionais General Education Program Marcado interesse pela histria da cincia Harvard Case Stories in Experimental Science
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Exemplos da literatura kuhniana:
A primeira resenha (bastante crtica) sobre o livro A estrutura das revolues cientficas:
Dudley Shapere The structure of scientific revolutions The Philosophical Review, v. 73, n. 3, pp. 383-394, 1964.
Um autor extremamente favorvel a Kuhn: Paul Hoyningen-Huene On Thomas Kuhns philosophical significance Configurations, v. 6, pp. pp. 1-14, 1998.
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Um autor extremamente crtico com relao a Kuhn:
Steve Fuller Being there with Thomas Kuhn: A parable for postmodern times History and Theory, v. 31, n. 3, pp.
241-275, 1992.
Um simpsio recente sobre o pensamento de Kuhn: Thomas Nickles (ed) Thomas Kuhn. (Textos de Nickles, Michael Friedman, Gary Gutting, John Worrall, Barry Barnes, Nancy Nersessian e outros.) Cambridge University Press, 2002.
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Uma nova relao, mais estreita, entre filosofia da cincia e histria da cincia :
Se a histria fosse vista como um repositrio para algo mais do que anedotas ou cronologias, poderia produzir uma transformao decisiva na imagem de cincia que atualmente nos domina.
Kuhn, A estrutura da revolues cientficas, p. 19 Kuhn faz parte de uma gerao de filsofos que operaram uma virada historiogrfica na filosofia da cincia incluindo, entre outros:
Imre Lakatos Larry Laudan Paul Feyerabend Norwood Hanson Elie Zahar Gerald Holton Mary Hesse
Nancy Nersessian Dudley Shapere Thomas Nickles Harvey Siegel Paul Thagard Ernan McMullin etc...
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Os conceitos de paradigma e cincia normal:
Uma relao umbilical
Paradigma Cincia normal
(Conceito estrutural ) (Conceito dinmico )
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Paradigma Acepo 1
Micro ou local ou estreita
Paradigma como uma realizao cientfica exemplar que funciona como prottipo ou modelo para a pesquisa posterior.
Exemplos:
O axioma dos movimentos circulares (axioma platnico) na astronomia, desde a Antiguidade at o Renascimento;
O Principia de Newton (1687); O Trait lmentaire de chimie de Lavoisier (1789); A tese de evoluo por variao + adaptao + seleo natural.
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Paradigma Acepo 2
Macro, global ou ampla, mais analtica
Paradigma como uma rede ou constelao (termo kuhniano) de compromissos compartilhados pela comunidade cientfica.
Kuhn, Estrutura, Cap. 3, pg. 66, e Posfcio, pg. 220.
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Tentativa de determinar melhor a natureza dessa constelao:
O conceito de Matriz disciplinar (Posfcio Estrutura das revolues cientficas, seo 2)
Componentes de uma matriz disciplinar: (1) Generalizaes simblicas (equaes, formalismo) (2) Pressupostos metafsicos Tambm modelos, analogias e metforas consideradas permitidas (3) Valores compartilhados (4) Exemplares compartilhados (Estrutura, Posfcio, Seo 2, ltimo pargrafo e Seo 3)
Portanto, a Acepo 1 de paradigma est includa na Acepo 2, quando esta reinterpretada em termos de matriz disciplinar.
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A atividade da cincia normal
Taxonomia dos problemas cientficos normais (segundo Kuhn - A estrutura das revolues cientficas, Cap. 2)
Classe I Determinao de fatos significativos
Classe II Harmonizao ou adequao entre teoria e fatos
Classe III Articulao terica
Tipo I Problemas experimentais
Determinao de fatos intrinsecamente significativos (i.e. reveladores da natureza das coisas) aumentam a preciso e o escopo do paradigma. Exemplos: posies e magnitudes estelares; intensidades espectrais; condutividades eltricas; pontos de ebulio das solues; frmulas estruturais. (p. 46)
Determinao de fatos significativos para a demonstrar a adequao emprica do paradigma (corresponde ao teste clssico). Exemplos: a relatividade geral e o perilio de Mercrio; a teoria copernicana e as medidas de paralaxe estelar; a segunda lei de Newton e mquina de Atwood. (pp. 46-48)
Trabalho emprico relacionado com a articulao da teoria: (a) determinao de constantes fundamentais (p.ex. constante gravitacional G) (pp. 48-49); (b) determinao de leis empricas quantitativas (p. ex. leis de Boyle, Coulomb, Joule) (pp. 49-50); (c) experimentos visando escolher dentre modos alternativos de aplicar o paradigma a um novo domnio (p. ex. a teoria do calrico e os processos de ganho ou perda de calrico) (p. 50).
Tipo II Problemas tericos
Derivao de predies factuais dotadas de valor intrnseco (i.e. utilidade). Exemplos: efemrides astronmicas; clculos para a fabricao de lentes; modos de propagao de ondas de rdio (p. 51)
Dedues tericas destinadas a aumentar a aplicabilidade do paradigma: (a) extenso a novos domnios (p. ex. derivao das leis de Kepler, da lei do pndulo e das mars a partir do Principia) (pp. 51-52, 53-54); (b) obteno de maior grau de preciso (p. ex. levar em conta foras de atrito e resistncia do ar em mecnica; perturbaes planetrias em astronomia) (pp. 52-53).
Problemas tericos propriamente concei