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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
ANNARELLA TAMARA MATOS BONNEMAISON
PLANO DE INTERVENÇAO PARA REDUÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES HIPERTENSOS
CASTANHAL/PARÁ
2018
ANNARELLA TAMARA MATOS BONNEMAISON
PLANO DE INTERVENÇÃO PARA REDUÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES HIPERTENSOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde da Família, da Universidade Federal de Pará, para obtenção do Certificado de Especialista. Orientador: Prof. Dr. José Guilherme Wady Santos
CASTANHAL/PARÁ
2018
ANNARELLA TAMARA MATOS BONNEMAISON
PLANO DE INTERVENÇÃO PARA REDUÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR EM PACIENTES HIPERTENSOS
Banca Examinadora:
Prof. Dr. José Guilherme Wady Santos (Orientador)
Profa. Msc. Claudia Marques Santa Rosa Malcher (Membro)
Aprovado em: 20/12/2018
CASTANHAL/PARÁ
2018
RESUMO
A elevação do nível pressórico (pressão arteiral) é considerada como um fator de risco independente, linear e contínuo para doença cardiovascular. A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) apresenta custos médicos e socioeconômicos elevados, que decorre principalmente das morbidades associadas. No Brasil, a HAS está fortemente associada com aproximadamente (40%) e (25%) dos óbitos relacionados a acidentes vasculares encefálicos e coronarianos, respectivamente. O objetivo foi propor uma intervenção para reduzir o risco cardiovascular em pacientes hipertensos da Unidade Básica de Saúde da Família, no Bairro Novo - Município de Magalhaes Barata (PA). Foi feito um Planejamento Estratégico Situacional, com estimativa rápida dos problemas observados e definição do problema prioritário, dos nós críticos e das ações. Deverá ser realizado com os usuários com idade igual ou superior a 20 anos, hipertensa inicialmente e, após uma primeira avaliação de implementação do projeto, será avaliada a possibilidade (também importante) de inserção daqueles com risco cardiovascular moderado e sujeitos a fatores de risco diversos. Espera-se, assim, diminuir os níveis pressóricos dos participantes, a partir de sua maior conscientização sobre os aspectos gerais da doença, bem como aqueles específicos como a exposição aos fatores de risco. Também é esperada a implementação de ações voltadas à comunidade em geral, para a prevenção e promoção de saúde da população do referido bairro em geral, e particularmente dos usuários foco do presente trabalho. Palavras-Chave: Hipertensão Arterial; Estratégia Saúde da Família; Pressão
Arterial. Castanhal.
ABSTRACT
Elevation of pressure level (artery pressure) is considered as an independent,
linear and continuous risk factor for cardiovascular disease. Systemic Arterial
Hypertension (SAH) has high medical and socioeconomic costs, mainly due to
the associated morbidities. In Brazil, hypertension is strongly associated with
approximately (40%) and (25%) deaths related to stroke and coronary artery
disease, respectively. The objective was to propose an intervention to reduce
cardiovascular risk in hypertensive patients of the Basic Family Health Unit, in
Bairro Novo - Magalhaes Barata Municipality (PA). A Situational Strategic
Planning was done, with a quick estimate of the observed problems and
definition of the priority problem, critical nodes and actions. It should be
performed with users aged 20 years and older, hypertensive initially and, after
a first evaluation of project implementation, the possibility (also important) of
insertion of those with moderate cardiovascular risk and subject to various risk
factors. It is hoped, therefore, to decrease the blood pressure levels of the
participants, based on their greater awareness of the general aspects of the
disease, as well as specific ones such as exposure to risk factors. It is also
expected to implement actions aimed at the community in general, for the
prevention and health promotion of the population of the said neighborhood in
general, and particularly of the users focus of the present work.
Key words: Hypertension; Family Health Strategy; Blood pressure. Castanhal.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABS Atenção Básica à Saúde
APS Atenção Primária à Saúde
DM Diabete melito (Diabetes mellitus)
ESF Estratégia Saúde da Família
eSF Equipe de Saúde da Família
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MS Ministério da Saúde
PSF Programa Saúde da Família
UBS
DCV
Unidade Básica de Saúde
Doença Cardiovascular
SUMÁRIO
Pág.
1 INTRODUÇÃO ………………………………………..……………….…. 08
1.1 Aspectos gerais do município …………………...……………………. 08
1.2 Aspectos da comunidade …………………………..…………………. 08
1.3 O sistema municipal de saúde …………………...…………………… 09
1.4 A Unidade Básica de Saúde Jardim América ……………………….. 09
1.5 Funcionamento da Unidade de Saúde ……………………………….. 10
1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe Bairro Novo ….. 10
1.7 O dia a dia da equipe Bairro Novo .................................................... 11
1.8 Estimativas rápidas: problemas de saúde do território e da
comunidade ……………………………………………………………….. 11
1.9 Priorização dos problemas ………………………………………….. 11
2 JUSTIFICATIVA …………………………………………………………. 14
3 OBJETIVOS ………………………………….………………………… 16
3.1 Geral …………………………………………….……………………..... 16
3.2 Específicos ……………………………………………………...……… 16
4 METODOLOGIA …………………………………….………………...…. 17
5 REVISÃO DE LITERATURA ………………………………………...…. 20
6 PLANO DE INTERVENÇÃO ……………….…………………………... 25
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ……………….……………………………... 34
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………....… 36
1. INTRODUÇÃO
1.1 Aspectos gerais do município
O município Magalhães Barata tem uma área de extensão de 325,265
km2 e um total de população de 8316 habitantes (estimativa do IBGE para o
ano de 2017). Atualmente, o município está integrado pelos distritos de
Magalhães Barata (sede) e Cafezal.
Pertencente à mesorregião Nordeste Paraense e à Microrregião do
Salgado do Estado do Para a uma distância de 124 km de Belém, capital do
Estado. Limita com os municípios ao Norte - Marapanim e Maracanã, ao
Leste- Maracanã, ao Sul - Maracanã e Marapanim e ao Oeste – Marapanim
(IBGE, 2017).
A cidade tem pouco desenvolvimento econômico e o crescimento
populacional é praticamente nulo já que as pessoas migram a outras cidades
para conseguir empregos e melhorias econômicas, a economia é baseada
principalmente nos setores econômicos, dos serviços, agricultura e a pesca.
A atividade política partidária é polarizada entre dois grupos políticos
tradicionais que vêm se revezando à frente da administração municipal ao
longo de décadas. O nome do prefeito municipal atualmente é Gerson
Miranda Lopes. A Câmara de Vereadores é composta por 09 vereadores.
1.2 Aspectos da comunidade
Bairro Novo é uma comunidade urbana situada no mesmo município.
Com uma população aproximada de 2.300 habitantes, distribuídas em 5 micro
áreas com o total de 568 famílias.
A população empregada vive do trabalho na agricultura, na pesca e do
trabalho na prestação de serviços, mesmo assim o número de
desempregados é grande.
O saneamento básico é o maior problema: a coleta de lixo é irregular,
tratamento de esgoto ausente e a limpeza urbana deixa a desejar. Este último
fato se deve a coleta dos resíduos sólidos que só é realizada duas vezes por
semana, o que não é suficiente para suprir a demanda local, facilitando a
propagação de vetores passíveis de transmissão de doenças aos habitantes
da comunidade.
Também é carente de infraestrutura, não possui sistema público de
esgotamento sanitário e a maioria das casas possui fossa séptica, o que não
é o meio mais adequado para o armazenamento dos resíduos domésticos.
Esse fato pode levar a poluição das águas subterrâneas de boa qualidade.
O índice de analfabetismo é maior entre as pessoas de idade
avançada. Na atualidade a situação com respeito à educação tem melhorado
consideravelmente. Na mesma comunidade de Bairro Novo existem 3 escolas
e programas estabelecidos para aumentar a incorporação e retenção dos
alunos assim como a continuidade dos estudos nos demais ensinos.
O município conta com 8 escolas entre a cidade e das comunidades,
delas 2 com ensino médio e 6 como ensino fundamental. Também existem 3
creches distribuídas 1 no município sede, 1 em Cafezal e outra em Nazaré do
Fugido.
A cidade possui várias igrejas, além de vários sindicatos como da
saúde, educação e trabalhadores rural. Não tem associação de moradores.
1.3 O sistema municipal de saúde
Em relação à estrutura de saúde, cerca de 90% da população é usuária
do SUS. Assim, existem 05 Unidades Básicas de Saúde (UBS), sendo que 4
apresentam Estratégia da Família (ESF) e uma com serviço de Urgência e
Emergência. O município não tem hospital e os atendimentos no serviço de
urgência e emergência são feitos até onde os recursos permitem, e os casos
mais complexos são encaminhados para hospitais municipais da região de
Igarapé Açú, Castanhal e Belém.
O município conta com outros serviços tais como Equipe de Saúde
Bucal, Psicólogo, Pediatra, Assistente Social, Fisioterapeuta, Nutricionista e
Ortopedista que trabalham conjuntamente com as ESF mediante
referenciamento e contra-referenciamento.
1.4 A Unidade Básica de Saúde Bairro Novo
A Unidade de Saúde Bairro Novo (a única do bairro) foi inaugurada no
ano 2010. Mas ainda apresenta uma área física insuficiente, pois não existe
sala de reuniões e nem de vacina, conta com uma recepção, com quantidade
de cadeiras suficientes para a demanda, uma sala mediana para consulta
médica uma sala para consulta de enfermagem, uma sala pré-consulta uma
farmácia, um depósito de material de limpeza, um consultório de dentista, dois
banheiros, uma pequena sala de administração, uma pequena sala pra os
ACS e outra pra Endemias, uma cozinha com espaço insuficiente para
alimentação dos trabalhadores do posto. As reuniões com a comunidade (os
grupos operativos, por exemplo) são realizadas no salão da recepção do
posto.
A população tem muito apreço pela Unidade de Saúde, fruto de anos
de luta da associação.
1.5 A Equipe de Saúde da Família Bairro Novo, da Unidade Básica de
Saúde Bairro Novo.
A equipe está composta por 17 participantes (1 médica, 1 enfermeira, 2
técnicas de enfermagem, 1 técnica de farmácia, 5 ACS, 1 odontóloga, 1
atendente de dentista, 1 atendente de farmácia, 2 recepcionistas, 1 agente de
endemias e 1 digitadora de E- SUS). Serviço de nutricionista e Psicologia.
Os membros da Equipe trabalharam em conjunto para garantir a
organização do trabalho diário, começando desde o primeiro contato com o
paciente na recepção até a chegada deles às consultas correspondentes de
acordo com a situação apresentada e apoiada no trabalho das Agentes
Comunitárias de Saúde (ACS).
1.6 O funcionamento da Unidade de Saúde da Equipe Bairro Novo
Funciona de Segunda a Sexta feira de 07 às 17 horas. A maioria por
demanda espontânea, já que por não haver permanência dos profissionais
das outras unidades, o que dificulta a realização de uma agenda para os
atendimentos diários. As visitas domiciliares estão planificadas para todas as
quartas feiras, as quais são realizadas pela médica em conjunto com ACS e a
técnica de enfermagem. A enfermeira, na maioria das vezes, fica na UBS
para garantir ou direcionar os atendimentos que venham a surgir na ausência
médica.
1.7 O dia a dia da equipe Bairro Novo
A maior parte do tempo nossa Equipe encontra-se imersa na
organização do atendimento às demandas espontâneas e programada,
ambas integrantes do processo de acolhimento em saúde, deve basear-se
nas necessidades observadas e se dar como um processo contínuo que
permite modificações à medida que novas demandas surgem. Na maioria são
feitos mediante a demanda espontânea, como há sido mencionado
anteriormente.
Ademais das demandas espontâneas damos seguimento a programas
prioritários tais como saúde bucal, controle de câncer de mama e
ginecológico, atendimento a hipertensos e diabéticos, e acompanhamento de
crianças desnutridas, garantindo a adesão aos tratamentos, mudanças nos
estilos de vidas, assim como a continuidade dos atendimentos, o que
repercute positivamente na saúde dos pacientes.
Os profissionais de saúde acompanham também os ciclos da vida,
exemplo a gravidez, puericultura, hebicultura, senicultura, que não constituem
doenças, mas são condições de saúde das quais a Equipe é responsável.
1.8 Estimativas rápidas: problemas de saúde do território e da
comunidade (primeiro passo)
Na rotina da unidade Bairro Novo identificou-se como principais problemas:
- Alta incidência de hipertensão arterial sistêmica
- Alta incidência de diabetes mellitus
- Dislipidemias
- Alta incidência de hábitos alimentares inadequados
- Dificuldades na adesão aos tratamentos e aumento das complicações (DCV)
1.9 Priorizações dos problemas – a seleção do problema para plano de
intervenção
Dentre esses problemas, foram estabelecidas algumas prioridades,
sendo o de maior relevância para este trabalho a alta prevalência de
hipertensão, pois há na população adulta grande risco de doenças
cardiovasculares e acidente vascular cerebral.
Quadro 1- Classificação de prioridade para os problemas identificados no
diagnóstico da comunidade adscrita à equipe de Saúde Bairro Novo, Unidade
Básica de Saúde Bairro Novo, município de Magalhaes Barata (PA).
Problemas Importância* Urgência** Capacidade de
enfrentamento***
Seleção/
Priorização****
Elevada
prevalência
de pacientes
com
Hipertensão
Arterial
Sistêmica.
Alta 9 Parcial 1
Alta
incidência de
Hábitos
Alimentares
Inadequados.
Alta 7 Parcial 2
Elevada
prevalência
de pacientes
com Diabetes
Mellitus.
Alta 6 Parcial 3
Alta
incidência das
Dislipidemias.
Alta 5 Parcial 4
Dificuldades
na Adesão
aos
tratamentos e
porém
aumento das
complicações
Alta 3 Parcial 3
Fonte: Dados da Pesquisa (2017) *Alta, média ou baixa ** Total dos pontos distribuídos até o máximo de 30 ***Total, parcial ou fora ****Ordenar considerando os três itens
2. JUSTIFICATIVA
Este trabalho justifica-se pelo grande número de pacientes da área de
abrangência da Unidade de Saúde Bairro Novo que chegam à consulta, por
diversas queixas, mas que também apresentam pressão arterial elevada,
precisando de atendimento centrado na pessoa.
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos problemas de saúde
pública mais importantes no mundo, já que é um importante fator de risco
para a ocorrência do acidente vascular cerebral e o infarto agudo do
miocárdio. Apesar de apresentar alta prevalência (no Brasil de 22 a 44%),
ainda existe uma grande porcentagem de indivíduos que desconhecem serem
portadores da HAS. Dos pacientes que sabem do diagnóstico, cerca de 40%
ainda não estão em tratamento. Além disso, apenas uma pequena parcela
dos pacientes está com os níveis de pressão arterial devidamente controlado
(ABC-MED, 2016).
A prevalência da HAS aumenta com a idade (cerca de 60 a 70% da
população acima de 70 anos é hipertensa). Em mulheres, a prevalência da
HAS apresenta um aumento significativo após os 50 anos, sendo esta
mudança relacionada de forma direta com a menopausa. A má adesão ao
tratamento (incluindo a maior dificuldade de acesso ao atendimento médico)
infelizmente adiciona maior risco. Outros fatores que contribuem para a HAS
são o excessivo consumo de sal e álcool, a obesidade e o sedentarismo
(ABC-MED, 2016).
Considerando que a Hipertensão Arterial pode trazer diversas
complicações, envolvendo ainda muitos fatores de risco, se faz importante a
aplicação deste Plano de Ação para que possamos conscientizar a população
a respeito desta problemática e da necessidade permanente de cuidado e
acompanhamento médico. Portanto, em decorrência da alta morbimortalidade
associada à HAS e dos custos elevados para o seu tratamento
(principalmente o custo de suas consequências), torna-se imprescindível um
diagnóstico e o tratamento adequados para a modificação da história natural
da doença hipertensiva.
Para que os objetivos sejam alcançados com sucesso, os pacientes
deverão estar cientes de que, para melhora do quadro de hipertensão arterial,
é preciso mudança em hábitos de vida, de alimentação, prática de exercícios,
enfim adquirir um novo estilo de vida.
3. OBJETIVOS
3.1. Geral
Propor uma intervenção para reduzir o risco cardiovascular em
pacientes hipertensos da Unidade Básica de Saúde da Família Bairro Novo
no município Magalhaes Barata, Para.
3.2. Específicos
- Elucidar os fatores de risco cardiovasculares modificáveis em pacientes
hipertensos.
- Promover estilos de vida saudáveis por meio da educação para a saúde.
- Melhorar o nível de conhecimento sobre a Hipertensão Arterial Sistêmica em
pacientes portadores da doença.
- Orientar os pacientes hipertensos sobre a ingestão excessiva de sal e
farinhas.
- Acompanhar os níveis pressóricos dos pacientes hipertensos.
4. METODOLOGIA
Para a realização deste projeto foi utilizado o Planejamento Estratégico
Situacional para estimativa rápida dos problemas observados e definição do
problema prioritário, dos nós críticos e das ações, de acordo com: CAMPOS;
FARIA; SANTOS, 2017).
Também foi consultada a Biblioteca Virtual em Saúde do Nescon e
documentos de órgãos públicos (Ministérios, Secretarias, etc.) e de outras
fontes de busca para revisão bibliográfica.
1. Definição dos problemas: foram identificados os principais problemas
de saúde da área de abrangência do Bairro Novo. Para a realização do
estudo foram coletados os dados no banco de dados da secretaria de
saúde do município Magalhães Barata do SIAB.
2. Priorização dos problemas a partir da lista de problemas e foi
estabelecida coletivamente a ordem de prioridade.
3. Descrição do problema selecionado para o qual foi realizada uma
revisão literária utilizando-se os seguintes descritores: definição da
Hipertensão Arterial Sistêmica, classificação, Doenças
cardiovasculares, riscos de DCV, medidas de prevenção.
4. Explicação do problema: foram explicadas as causas que justificam a
elevada prevalência de pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica
na área de abrangência do Bairro Novo.
5. Seleção dos nós críticos: depois de identificadas as causas foram
selecionadas aquelas consideradas mais importantes na origem do
problema.
6. Desempenho das operações: onde foram descritas as operações para
o enfrentamento das causas selecionadas como nos críticos. São
identificados os produtos e resultados necessários para a realização
das operações.
7. Identificação dos recursos críticos para cada operação.
8. Análise da viabilidade do plano, com a identificação dos atores que
controlam os recursos críticos necessários para as operações, a
análise das motivações deles em relação aos objetivos e as ações
estratégicas para motivar aos atores e garantir a viabilidade do projeto.
9. Elaboração do plano operacional com a designação dos responsáveis
pelos projetos e ações estratégicas e o estabelecimento dos prazos
para a realização e o cumprimento das operações.
10. Gestão do plano por meio de um modelo de plano de ações discutido e
aprovado pela equipe após a avaliar como vai ser o processo de
acompanhamento do plano e seus instrumentos.
foi utilizado o Planejamento Estratégico Situacional para estimativa
rápida dos problemas observados e definição do problema prioritário,
dos nós críticos e das ações
Com as informações recolhidas no diagnóstico situacional e da revisão
literária foi proposto o projeto de intervenção para organizar o processo de
trabalho na Equipe de Saúde da Família do Bairro Novo para reduzir o risco
cardiovascular em pacientes hipertensos.
Público Alvo
O estudo será desenvolvido na ESF Bairro Novo, no município
Magalhaes Barata de Estado Pará e vai ser realizado com a população com
idade igual ou superior a 20 anos, hipertensa inicialmente e, após uma
primeira avaliação de implementação do projeto, será avaliada a possibilidade
(também importante) de inserção daqueles com risco cardiovascular
moderado e sujeitos a fatores de risco diversos.
Local
As atividades do projeto ocorrerão na ESF Bairro Novo, município
Magalhães Baratas.
Ações
A intervenção vai ser desenvolvida em duas etapas. A primeira etapa
terá como objetivo identificar o total de pacientes adultos hipertensos
residentes na área de abrangência da equipe Bairro Novos através das
consultas médicas, visitas domiciliares com verificação da pressão arterial e
avaliação dos prontuários de papel disponível na unidade de saúde.
Para identificação dos fatores de riscos cardiovasculares presentes
nestes pacientes será aplicado um questionário de avaliação médica com as
seguintes variáveis: idade, sexo, raça, hábitos tóxicos (fumo, álcool), peso,
altura: para avaliar se o paciente é obeso ou tem sobrepeso através do
cálculo de índice de massa corporal (IMC) = peso em quilogramas (kg) sobre
altura em metros ao quadrado. Se realiza atividade física, hábitos alimentícios
e consumo de sal, antecedentes pessoais e familiares de diabetes mellitus.
Na segunda etapa, serão realizadas ações educativas por meio de
palestras, atividades em grupo, e visitas domiciliares para orientar a
população sobre a doença e fatores de riscos cardiovasculares a través de
palestras, grupos de discussão, assim como sobre os benefícios da
alimentação saudável, reduzir ou eliminar a ingestão de álcool, o fumo,
reduzir a ingestão de sal a prática de exercícios físicos e o controle do peso
corporal. Além disso, vão participar de caminhadas. Também vão receber
tratamento e acompanhamento nutricional por nossa equipe de saúde da
unidade básica e pela nutricionista do município.
Participantes
Além dos já descritos acima (usuários), também estarão envolvidos os
profissionais que atuam no atendimento destes pacientes na ESF como
médico, enfermeira, técnico e auxiliares de enfermagem, ACS, nutricionista e
psicóloga.
Avaliação
A avaliação terá em conta o cumprimento das ações estabelecidas e
avaliar os resultados do conhecimento sobre a Hipertensão Arterial Sistêmica
em pacientes portadores da doença e redução dos fatores de risco
cardiovasculares que participaram da implementação da estratégia proposta.
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado no Brasil em 1988, com a
promulgação da nova Constituição Federal. Com ela, deu-se acesso direito à
saúde a cada cidadão. Ele inclui um conjunto de ações e serviços de saúde,
prestados por órgãos ou instituições públicas federais, estaduais e municipais
e que se destinam a promover a saúde e melhorar a qualidade de vida dos
brasileiros (BRASIL, 2011).
O Brasil partiu de um sistema centralizado, privatizado e focado na
atenção médico-hospitalar, para o Sistema Único de Saúde: um sistema
universal, descentralizado, participativo, com controle social, baseado em um
conceito ampliado de saúde, que propõe tratar da qualidade de vida com
promoção, prevenção e atenção (e não somente da doença) e que atende a
todos os brasileiros sem distinção (ADRIANE, 2008).
A Estratégia Saúde da Família começou a ser implantada em 1991,
com a criação do Programa Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Em 1994
foram formadas as primeiras equipes do Programa Saúde da Família (PSF),
hoje responsável pela cobertura de aproximadamente 50% da população
brasileira.
A Estratégia Saúde da Família (ESF) busca promover a qualidade de
vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em
risco, como falta de atividade física, má alimentação e o uso de tabaco. Com
atenção integral, equânime e contínua, a ESF se fortalece como uma porta de
entrada do Sistema Único de Saúde (SUS).
A proximidade da equipe de saúde com o usuário permite que se
conheça a pessoa, a família e a vizinhança. Isso garante uma maior adesão
do usuário aos tratamentos e às intervenções propostas pela equipe de
saúde. O resultado é mais problemas de saúde resolvidos na Atenção Básica,
sem a necessidade de intervenção de média e alta complexidade em uma
Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24h) ou hospital (BRASIL, 2013/2018).
A definição de APS formulada pela Organização Mundial da Saúde diz
que:
A atenção essencial à saúde, baseada em métodos práticos, cientificamente evidentes e socialmente aceitos e em tecnologias tornadas acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade por meios aceitáveis e a um custo que as comunidades e os países possam suportar, independentemente de seu estágio de desenvolvimento, num espírito de autoconfiança e autodeterminação (ADRIANE, 2008). Constitui o primeiro contato de indivíduos, famílias e comunidades com o sistema nacional de saúde, trazendo os serviços de saúde o mais próximo possível aos lugares de vida e trabalho das pessoas e constitui o primeiro elemento de um processo contínuo de atenção (OMS, 1978).
Com vistas a atender o disposto na Constituição Brasileira de 1988
sobre a saúde e os princípios do Sistema Único de Saúde e com
fortalecimento da atenção primaria de saúde foi criada a Estratégia Saúde da
Família (ESF) como uma alternativa para a política de saúde brasileira, que
busca promover a qualidade de vida da população brasileira e intervir nos
fatores que colocam a saúde em risco. (SORATTO, et al., 2015).
A Estratégia de Saúde da Família deve estar preparada para identificar
agravos à saúde da população adstrita, sobretudo aqueles que já se
constituem problema de Saúde Pública, como é o caso da Hipertensão
Arterial Sistêmica.
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma condição clínica
multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão
arterial – PA (PA ≥140 x 90mmHg). Associa-se, frequentemente, às
alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins
e vasos sanguíneos) e às alterações metabólicas, com aumento do risco de
eventos cardiovasculares fatais e não fatais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2010).
A pressão arterial limítrofe é aquela com valores sistólicos entre 130-
139 mm Hg e diastólicos entre 85-89 mmHg. Já a pressão arterial classificada
como ótima tem os valores de pressão arterial sistólica menor que 120 mmHg
e diastólica menor que 80 mmHg (PIERIN; ANGELA, 2010). Entende-se que a
Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é reconhecida como um dos principais
fatores de risco das doenças cardiovasculares (DCV) e primeira causa de
morte nos países industrializados e no Brasil. Considerada, ao mesmo tempo,
uma doença e um fator de risco, representando um grande desafio para a
saúde pública.
No Brasil, a hipertensão arterial afeita mais de 30 milhões de
brasileiros, destes, 36% dos homens adultos e 30% das mulheres
(WESCHENFELDER; MARTINI, 2012). A HAS é considerada o fator de risco
mais importante para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares,
incluindo o AVC, o infarto do miocárdio, renal e vascular periférico.
(MALACHIAS; MARCUS, 2010).
Em 1948, iniciou-se o maior estudo epidemiológico sobre as Doenças
Cardiovasculares, o “Framingham Heart Study” (DOREA et al., 1992).
Inicialmente, foram identificados como os principais fatores de risco
cardiovasculares: hipertensão arterial sistêmica, hipercolesterolemia,
tabagismo, obesidade, diabetes mellitus e sedentarismo. Posteriormente,
foram descobertos outros fatores como hipertrigliceridemia, redução dos
níveis de HDL-colesterol (HDL-c), idade, sexo e fatores psicossociais (DOREA
et al., 1992; KANNEL WB, 1996).
No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 1/3 dos
óbitos, com elevada proporção na faixa dos 45 aos 64 anos. Estudos
realizados em grandes centros evidenciam que 20% a 25% da população
adulta é portadora de HAS (GUIMARAES A, 1992; PEREIRA et al.,1999;
LESSA I, 2001). Esta é um dos principais fatores de risco cardiovascular e um
dos pontos fundamentais na prevenção primária das DAC (PEREIRA et
al.,1999; LESSA I, 2001).
Atualmente, as Doenças Cardiovasculares (DCV) representam
importante desafio para o sistema de saúde, já que constituem a principal
causa de morte no mundo, tanto nos países desenvolvidos como naqueles
em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as
DCV são responsáveis por 16,7 milhões de mortes por ano e as projeções
para 2020 mantêm esses agravos como principal causa de óbito (GAZOLLA
et al., 2014; SOUZA, 2013; CESARINO et al., 2012).
Os fatores de risco são distribuídos entre: não modificáveis (herança
genética) e modificáveis (estilo de vida, tabagismo, sedentarismo,
alimentação inadequada) (JARDIM, 2007).
A hipertensão arterial pode ser classificada como primária ou
secundária (CARRETERO, 2000). Cerca de 90–95% dos casos são
primários, tendo origem em fatores não específicos genéticos e de estilo de
vida (POULTER, 2015; CARRETERO, 2000). Entre os fatores relacionados
com o estilo de vida que aumentam o risco de hipertensão estão o excesso de
sal na dieta, excesso de peso, tabagismo e consumo de álcool. Os restantes
5–10% dos casos são secundários, uma vez que têm origem em causas
identificáveis, como doença renal crónica, estenose da artéria renal, doenças
endócrinas ou uso de pílula contraceptiva.
O risco de um indivíduo ter complicações cardiovasculares é entendido
por risco cardiovascular global e uma forma de classificá-lo é a utilização de
algoritmos, sendo o Modelo de Framingham recomendado pelas diretrizes
brasileiras. Entende-se que esse referencial estabelece valores que
possibilitam direcionar os planos de cuidados aos portadores de hipertensão
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2010; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007).
Achados do exame clínico e anamnese indicativos de risco para DCV.
Baixo risco/Intermediário Alto risco
- Tabagismo
- Hipertensão
- Obesidade
- Sedentarismo
- Sexo masculino
- História familiar de evento
cardiovascular prematuro
(homens <55 anos e mulheres <65 anos)
- Idade >65 anos
- Acidente vascular cerebral (AVC) prévio
- Infarto agudo do miocárdio (IAM) prévio
- Lesão periférica – Lesão de órgão-alvo
(LOA)
- Ataque isquêmico transitório (AIT)
Hipertrofia de ventrículo esquerdo (HVE)
- Nefropatia
- Retinopatia
- Aneurisma de aorta abdominal
- Estenose de carótida sintomática
- Diabetes Mellitus
Fonte: BRASIL, 2010.
Classificação de risco global, segundo Escore de Framingham.
Categoria Evento cardiovascular maior
Baixo <10%/ 10 anos
Moderado 10-20%/ 10 anos
Alto >20%/ 10 anos
Fonte: BRASIL (2013.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definia prevenção da doença
como: “Medidas destinadas não somente a prevenir a aparição de doenças,
tais como a redução de fatores de riscos, sendo também para evitar seu
avanço e atenuar suas consequências uma vez estabelecidas”. Portanto a
prevenção não só implica promover saúde através da educação em saúde
para reduzir os fatores de riscos, mas também trata oportunamente de um
doente, reabilita e evita complicações e sequelas de seu padecimento.
6. PLANO DE INTERVENÇÃO
Essa proposta refere-se ao problema priorizado “Elevada incidência de
pacientes Hipertensos”, para o qual se registra uma descrição do problema
selecionado, a explicação e a seleção de seus nós críticos, de acordo com a
metodologia do Planejamento Estratégico Simplificado (CAMPO; FARIAS;
SANTOS, 2017).
6.1 Descrição do problema selecionado
O problema escolhido para ser abordado é o elevado número de
pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica. Durante o trabalho em Equipe
na Unidade Básica de Saúde foi detectado um número elevado de pacientes
Hipertensos e uma dificuldade deles para modificar os estilos de vidas
inadequados. Esse é um importante problema nossa área de abrangência que
merece ações estratégicas para o enfrentamento da problemática.
6.2 Explicação do problema selecionado
Este trabalho justifica-se pelo grande número de pacientes da área de
abrangência da Unidade Básica de Saúde Bairro Novo do município
Magalhães Barata que chegam à consulta, por diversas queixas, mas que
também apresentam Pressão Arterial elevada (21.96 % da população maior
de 20 anos da área) os quais estão precisando de atendimento centrado na
pessoa.
Entre as dificuldades ou causas que podem estar relacionadas ao
incremento desta doença crônica encontrasse o fator socioeconômico, a
cidade é pequena, com pouco desenvolvimento econômico, sua economia é
baseada principalmente nos setores econômicos, dos serviços, agricultura e a
pesca que leva a um incremento de desempregados e com baixo nível
culturais. A baixa disponibilidade de recursos no município destinados a
ações de promoção das doenças crônicas em geral, nem sempre os
pacientes contam com o recurso econômico para comprar seu medicamento e
deixam de tomar os remédios.
Os hábitos dietéticos inadequados, incluindo consumo de sal, índice de
massa corpórea aumentada, estresse psicossociais, e nível educacional são
possíveis fatores associados.
Assim como a mudança insuficiente dos estilos de vida que é muito
difícil de fazer, fundamentalmente os idosos sendo estes a faixa etária mais
frequente com estas doenças crônicas, que a pesar de nossa incansável
labor, que é um aspecto que depende da escolaridade, a realizar ações para
informar, explicar a importância das mudanças dos estilos de vidas para evitar
a aparição das doenças, de alimentação adequada, prática de exercícios
físicos, enfim adquirir um novo estilo de vida, mais consciente e que poderá
ajudar na boa execução do nosso plano e, consequentemente, na sua saúde.
Considerando que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) pode trazer
diversas complicações cardiovasculares, envolvendo ainda muitos fatores de
risco, se faz importante a aplicação deste Plano de Ação para que possamos
conscientizar a população a respeito desta problemática e da necessidade
permanente de cuidado e acompanhamento médico.
6.3 Seleção dos nós críticos
Nossa equipe selecionou como “nós críticos” as situações relacionadas
com o problema principal sobre o qual a equipe tem alguma possibilidade de
ação mais direta e que pode ter importante impacto sobre o problema
escolhido.
- Hábitos e estilos de vidas inadequados.
- Processo de trabalho da equipe de saúde.
- População pouco informada sobre a doença.
- Falta de acompanhamento programado dos hipertensos.
6.4 Desenho das operações
Quadro 2– Operações sobre o “nó crítico 1” relacionado ao problema “Alta
incidência de hipertensos”, na população sob responsabilidade da Equipe de
Saúde da Família Bairro Novo, do município Magalhaes Barata (PA).
Nó crítico 1 Hábitos e estilos de vida inadequados.
Operação
(operações)
Modificar hábitos e estilos de vida.
Aumentar o nível de informação sobre os hábitos e estilos de
vida saudáveis.
Projeto CUIDANDO DA MINHA SAUDE
Resultados
esperados
Redução dos valores médios pressóricos
Produtos
esperados
Programa de campanha na rádio local.
Programa de campanha na população e local de trabalho.
Recursos
necessários
Estrutural: Médica
Cognitivo: Propiciar à população informações relevantes
acerca de hábitos e estilos de vida saudáveis para evitar a
HAS.
Financeiro: Recursos para a realização de audiovisuais; para
a realização de ações em espaços públicos e bem
frequentados pelos usuários e população em geral, como
centro comunitário, etc.
Político: Articulação Inter setorial.
Organizar para a realização das palestras e fazer
caminhadas.
Garantir os recursos para a divulgação da informação em
quanto à coordenação de utilização dos médios como a rádio
local.
Mobilização social.
Recursos críticos
Estrutural: Médica
Cognitivo: Propiciar à população informações relevantes
acerca de hábitos e estilos de vida saudáveis para evitar a
Fonte: Dados da Pesquisa (2017)
HAS.
Político: Articulação Inter setorial.
Organizar para a realização das palestras e fazer
caminhadas.
Garantir os recursos para a divulgação da informação em
quanto à coordenação de utilização dos médios como a rádio
local.
Mobilização social.
Financeiro: Recursos para a realização de audiovisuais,
folhetos educativos.
Controle dos
recursos críticos
Ator que controla: Setor de comunicação social; Equipe de
saúde; Secretário de saúde.
Motivação: Favorável.
Ações estratégicas Apresentar um projeto de apoio das instituições
Prazo Dois meses
Responsável (eis)
pelo
acompanhamento
das ações
Gestor.
Médico.
Enfermeira e ACSs
Processo de
monitoramento e
avaliação das
ações
Acompanhamento do nível de evolução da população em
torno dos conhecimentos sobre a doença e da mudança de
hábitos e estilos de vida saudáveis.
Quadro 3– Operações sobre o “nó crítico 2” relacionado ao problema “Alta
incidência de hipertensos”, na população sob responsabilidade da Equipe de
Saúde da Família Bairro Novo, do município Magalhaes Barata (PA).
Nó crítico 2 População pouco informada sobre a doença.
Operação (operações) Aumentar o nível de informação da população sobre a HAS.
Projeto CONHECENDO +
Resultados
esperados
Usuários portadores da HAS aumentem seu conhecimento
sobre a doença e seus riscos.
Produtos esperados População com maior nível de informação sobre HAS.
Campanhas efetivas sobre HAS.
Recursos
necessários
Estrutural: Médica
Cognitivo: Propiciar à população informações relevantes
acerca da HAS e prevenção de seus riscos.
Financeiro: Para adquirir panfletos educativos.
Político: Articulação Inter setorial.
Mobilização social.
Recursos críticos
Estrutural: Médica
Cognitivo: Propiciar à população informações relevantes
acerca da HAS e prevenção de seus riscos.
Político: Articulação Inter setorial.
Mobilização social.
Financeiro: Para adquirir panfletos educativos.
Controle dos
recursos críticos
Ator que controla: Setor de comunicação social; Equipe de
saúde; Secretário de saúde.
Motivação: Favorável.
Ações estratégicas Apresentar projeto de educação para a saúde na secretaria
Prazo Dois meses
Responsável (eis)
pelo
acompanhamento
das ações
Setor de comunicação social
Equipe de saúde
Secretário de saúde
Processo de
monitoramento e
avaliação das ações
Acompanhamento do nível de evolução da população em
torno dos conhecimentos sobre a doença e da mudança de
hábitos.
Fonte: Dados da Pesquisa (2017)
Quadro 4– Operações sobre o “nó crítico 3” relacionado ao problema “Alta
incidência de hipertensos”, na população sob responsabilidade da Equipe de
Saúde da Família Bairro Novo, do município Magalhaes Barata (PA).
Nó crítico 3 Falta de acompanhamento programado dos
hipertensos
Operação (operações)
Garantir acompanhamento programado para o maior
número possível de hipertensos conforme os riscos
estratificados.
Projeto PREVENÇÃO E SAÚDE EM FUNÇÃO DE TODOS
Resultados esperados Aumentar em 100 % a cobertura da população
hipertensa.
Produtos esperados
Protocolos implantados.
Recursos humanos capacitados.
Maior número de pacientes hipertensos avaliados.
Acompanhamentos dos agentes comunitários em visitas
domiciliares.
Programação cada mês de atividades de promoção.
Recursos necessários
Estrutural: Médica
Cognitivo: Elaboração de projeto de linha de cuidado e
de protocolos.
Financeiro: Recursos necessários para a reestruturação
do serviço.
Político: Articulação entre os setores da saúde e adesão
dos profissionais.
Recursos críticos
Estrutural: Médica
Cognitivo: Elaboração de projeto de linha de cuidado e
de protocolos.
Político: Articulação entre os setores da saúde e adesão
dos profissionais.
Financeiro: Recursos necessários para a estruturação
do serviço.
Controle dos recursos
críticos
Ator que controla: Secretário de saúde; Equipe de
saúde
Motivação: Favorável.
Ações estratégicas Apresentar projeto de intervenções de saúde na
secretaria.
Prazo Três meses.
Responsável (eis) pelo
acompanhamento das
ações
Secretário de saúde
Equipe de saúde.
Processo de
monitoramento e
avaliação das ações
Acompanhamento dos pacientes pela equipe, através de
consultas agendadas e visitas domiciliares.
Fonte: Dados da Pesquisa (2017)
Quadro 5– Operações sobre o “nó crítico 4” relacionado ao problema “Alta
incidência de hipertensos”, na população sob responsabilidade da Equipe de
Saúde da Família Bairro Novo, do município Magalhaes Barata (PA).
Nó crítico 4 Processo de trabalho na equipe
Operação (operações) Revisão do processo de trabalho.
Melhorar as condutas de trabalho.
Projeto LUTANDO JUNTOS PELA SAÚDE
Resultados
esperados
Aumentar as atividades de prevenção e promoção dos
riscos das DCV.
Produtos esperados
Linhas guias e protocolos das condições crônicas de
saúde institucionalizadas.
Agenda programada que inclua ações individuais,
coletivas, assistenciais e promocionais.
Estabelecimento da estratificação de riscos para diversas
condições de saúde e agenda reorganizada.
Recursos
necessários
Estrutural: Médica
Cognitivo: Informações sobre as linhas guias e protocolos
das condições crônicas pela equipe.
Financeiro: Aquisição de panfletos educativos e de
trabalho.
Político: Articulação Intersetorial.
Recursos críticos
Estrutural: Médica
Cognitivo: Informações sobre as linhas guias e protocolos
das condições crônicas pela equipe.
Político: Articulação Intersetorial.
Financeiro: Aquisição de panfletos educativos e de
trabalho.
Controle dos
recursos críticos
Ator que controla: Setor de comunicação social; Equipe de
saúde; Secretário de Saúde.
Motivação: Favorável.
Ações estratégicas Apresentar projeto de intervenções na secretaria.
Prazo Três meses.
Responsável (eis)
pelo
Gestor.
Médico.
acompanhamento
das ações
Enfermeira.
Processo de
monitoramento e
avaliação das ações
Avaliação da execução do Plano de Ação pela equipe
quinzenalmente, enquanto não alcançam as metas.
Fonte: Dados da Pesquisa (2017)
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se que o projeto de intervenção aqui proposto possa
proporcionar maior nível de conhecimentos sobre sua doença e fatores de
risco aos usuários aqui considerados. No processo de desenvolvimento do
mesmo será importante, junto à equipe de saúde da ESF em questão, discutir
e também produzir uma de paradigma biomédico (biomedicalizante) e
avaliação de novos conceitos sobre o processo saúde / doença.
As ações de intervenção deverão, também, fazer com que os usuários
se tornem coprodutores de um processo educativo para a mudança de
hábitos, ajudando-os a diminuir a frequência de vários problemas, incluindo
pressão arterial elevada, melhorando a qualidade de vida da população e
garantir um envelhecimento saudável.
Para aqueles que já são diagnosticados com hipertensão, a atenção
deverá recair na tentativa de redução dos níveis de pressão arterial, controle
de fatores de risco cardiovascular e reduzir o uso de medicamentos anti-
hipertensivos.
Estratégias recomendadas devem ser orientadas para a cessação do
tabagismo e abuso de álcool, a redução de peso (para os que assim
estiverem necessitando), a implementação da atividade física, ingestão
reduzida de sal, aumento do consumo de legumes e frutas, bem como a
redução de alimentos gordurosos, incentivo ao autocuidado e promoção de
uma vida saudável.
Apesar das fragilidades iniciais de conhecimento encontradas na
população estudada, vislumbramos a possibilidade de reverter tal situação,
elevando o nível de conhecimento dos mesmos sobre hipertensão arterial.
As atividades educativas a serem realizadas por meio da metodologia
problematizadora/conscientizadora poderão estimular a participação do grupo,
favorecendo o aprendizado. O trabalho em grupo, utilizado na investigação,
mostra-se como uma estratégia possível e adequada para o desenvolvimento
de atividades educativas e pode contribuir para promover a autonomia dos
pacientes e possibilitar a participação ativa dos sujeitos na construção de
novos conhecimentos.
Espera-se, portanto, com a implemantação do projeto de intervenção
aumentar o nível de conhecimento dos pacientes hipertensos sobre a
hipertensão arterial, mudanças e controle dos fatores de riscos, bem como
diminuir o aparecimento de suas complicações, muito frequentes na
população de usuarios da Comunidade de Magalhães Barata.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABC-MED. Hipertensão Arterial. 2016. Disponível em:
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