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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS DE BRAGANÇA INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ALESSANDRA BALDEZ DE QUADROS COMPOSIÇÃO E DIVERSIDADE DAS ARANHAS DE SOLO (ARACHNIDA: ARANEAE) EM FRAGMENTOS DE MATA DE TERRA FIRME, NA RESERVA EXTRATIVISTA CAETÉ-TAPERAÇU, BRAGANÇA-PA Bragança-PA 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS DE BRAGANÇA INSTITUTO DE … · ALESSANDRA BALDEZ DE QUADROS COMPOSIÇÃO E DIVERSIDADE DAS ARANHAS DE SOLO (ARACHNIDA: ARANEAE) EM FRAGMENTOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS DE BRAGANÇA

INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ALESSANDRA BALDEZ DE QUADROS

COMPOSIÇÃO E DIVERSIDADE DAS ARANHAS DE SOLO

(ARACHNIDA: ARANEAE) EM FRAGMENTOS DE MATA DE TERRA

FIRME, NA RESERVA EXTRATIVISTA CAETÉ-TAPERAÇU,

BRAGANÇA-PA

Bragança-PA 2010

ALESSANDRA BALDEZ DE QUADROS.

COMPOSIÇÃO E DIVERSIDADE DAS ARANHAS DE SOLO (ARACHNIDA:

ARANEAE) EM FRAGMENTOS DE MATA DE TERRA FIRME, NA RESERVA

EXTRATIVISTA CAETÉ-TAPERAÇU, BRAGANÇA-PA

Trabalho de conclusão de curso submetido ao colegiado do curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Pará, Campus Universitário de Bragança, como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado Pleno em Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dr. Marcus E. B. Fernandes

Bragança-PA 2010

ALESSANDRA BALDEZ DE QUADROS

COMPOSIÇÃO E DIVERSIDADE DAS ARANHAS DE SOLO (ARACHNIDA:

ARANEAE) EM FRAGMENTOS DE MATA DE TERRA FIRME, NA RESERVA

EXTRATIVISTA CAETÉ-TAPERAÇU, BRAGANÇA-PA

Este Trabalho foi julgado para obtenção do grau de Licenciado Pleno em Ciências Biológicas (modalidade-Biologia) do curso de Licenciatura plena em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará no Campus Universitário de Bragança

BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________ Dr. Marcus Emanuel Barroncas Fernandes (Orientador) UFPA- Campus de Bragança, Faculdade de Ciências Biológicas. ______________________________________________________ M.Sc. Rita de Cássia Oliveira dos Santos (Titular) UFPA - Campus de Bragança, Faculdade de Ciências Biológicas. ______________________________________________________ M.Sc. David Figueiredo Candiani (Titular) UFPA/MPEG (Museu Paraense Emilio Goeldi) - Programa de Pós Graduação em Zoologia (PPZOOL) ______________________________________________________ M.Sc. Nelane do Socorro Marques da Silva (Suplente) UFPA - Campus de Bragança, Faculdade de Ciências Biológicas

Bragança-PA

2010

i

“No fim, tudo dá certo! Se ainda não deu certo,

È porque não chegou ao fim!”

Autor desconhecido

ii

Aos meus pais, minha família e ao amor da minha vida,

meu filho, Leandro

iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter me dado força para chegar ao término deste

trabalho, e pelas bênçãos que recebo nesta vida;

À Universidade Federal do Pará, ao Laboratório de Ecologia de

Manguezal (LAMA) e à Coleção de Zoologia de Bragança (CZB).

Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcus Fernandes, pelos ensinamentos,

ajuda e enorme paciência durante este trabalho;

Ao Laboratório de Aracnologia do Museu Paraense Emílio Goeldi por ter

me concedido oportunidade de estágio e ajuda na identificação das aranhas,

em especial ao Sidclay Dias, Nancy França, Laura Miglio, David Candiani,

Danni Roberto, Leonardo Carvalho e Dr. Alexandre B. Bonaldo, que me

auxiliaram muito durante o estágio e me ajudaram nas identificações;

Ao José Augusto Barreiros (in memoriam) pelos ensinamentos, incentivo

e orientação neste trabalho enquanto esteve entre nós. Foi o responsável por

eu gostar das aranhas, obrigado!

Aos meus pais, Rosa e Manoel e toda a minha família que sempre me

apoiaram, incentivaram e não permitiram que eu desistisse diante das

dificuldades;

À Profª. Rita de Cássia pelo carinho, atenção e paciência para comigo,

pelas orientações e dedicação.

Ao meu filho, que é o motivo de não desanimar nunca e a quem eu amo

muito;

À minha amiga Elizângela Braga, Ana Cristina e Marielda Lopes por ter

auxiliado na realização das minhas coletas, na separação e na triagem de

material, sempre que eu precisava;

Aos amigos da Turma de 2003, que sempre estiveram em meu coração,

em especial a equipe os F..., e a equipe três porradas.

Aos motoristas Seu José e Seu Vitor pela paciência de me esperar nas

coletas;

Ao Seu Ribamar, Anderson, Lanna, Juçara, Gabriel, Kleiton, Wladson,

Patrick e Adriano que me acompanharam nas coletas.

iv

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo inventariar e obter dados de abundância

e riqueza de aranhas de solo em fragmentos de mata de terra firme adjacentes ao

manguezal, localizados na península de Ajuruteua, Bragança - Pará. Foram realizadas

coletas bimensais entre os meses de agosto de 2006 a junho de 2007, em dois sítios

de trabalho: Tamatateua e Fazenda Salina, utilizando armadilha de queda do tipo

pitfall, sendo colocadas 60 armadilhas por sítio de trabalho, totalizando 720 amostras.

Foi coletado um total de 771 aranhas (223 jovens e 548 adultos), distribuídas em 14

famílias e 32 morfoespécies. As famílias com maior riqueza foram Salticidae em

Tamatateua, e Salticidae e Corinnidae na Fazenda Salinas, ao passo que as mais

abundantes foram Oonopidae em Tamatateua e Hahniidae em Fazenda Salinas. As

estimativas de riqueza para as espécies de aranhas coletadas variaram entre 26 e 31

(Bootstrap) e 33 e 52 (Jackknife2), mas os resultados tiveram forte influência das

espécies consideradas raras. Análises comparativas com os valores de diversidade e

abundância mostraram diferenças significativas entre os sítios (Tamatateua, H'=2,00 e

Fazenda Salinas, H'=0,91 - Mann-Whitney, U=95; p<0,001 e ANOSIM, R=0,008;

p>0,001, respectivamente). A distribuição de aranhas raras ou ocasionais parece

disfarçar tanto o número de espécies quanto a periodicidade das espécies residentes,

resultando em diferenças não significativas entre o número de espécies nos dois

períodos (seco e chuvoso) ao longo do ciclo anual, como foi o caso do presente

estudo. Os resultados indicaram maior riqueza de espécies em Tamatateua no período

chuvoso, enquanto que na Fazenda Salinas durante o período seco. Contudo, essas

relações não foram significativas, sendo apenas consideradas significativas para os

valores de abundância, maiores durante o período chuvoso. Este resultado contraria a

hipótese de que as chuvas agem como um fator limitante para a riqueza e a

abundância das populações desses invertebrados, já que o acúmulo de umidade

residual no solo torna a serapilheira um ambiente inóspito para a maioria das espécies

cursoriais de aranhas de pequeno porte.

Palavras-chave: composição e diversidade, aranha, terra firme, península de

Ajuruteua, Pará.

v

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1

MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 3

Área de Estudo ............................................................................................... 3

Amostragem ................................................................................................... 6

Análise de Dados ............................................................................................ 9

RESULTADOS ................................................................................................. 11

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO ......................................................................... 17

REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 20

1

INTRODUÇÃO

As aranhas pertencem a um grupo considerado megadiverso e um dos

mais abundantes até hoje conhecidos. De acordo com Platnick (2010), existem

mais de 41.253 espécies descritas de aranhas, que estão distribuídas em 3.777

gêneros e 109 famílias ao redor do mundo. Apesar da grande quantidade de

espécies, a ordem Araneae é um grupo relativamente pouco estudado. Com a

exceção da araneofauna de países como a Inglaterra e o Japão, que são bem

mais conhecidas, o registro dessa fauna em outras regiões é muito escasso

(Coddington & Levi, 1991). Segundo esses autores, calcula-se que 60 a 70%

dos espécimes depositados em coleções sulamericanas representem espécies

novas para a ciência.

No Brasil há o registro de 3.119 espécies, o que representa 28% de

todas as espécies identificadas para a região neotropical e 8% de todas as

espécies registradas para o mundo (Brescovit, 2005). Segundo Adis et al.

(2002) existem mais de 65 famílias, 300 gêneros e 1.000 espécies de aranhas

descritas para a porção brasileira da floresta amazônica. No entanto, Bonaldo

et al. (2009) enfatizam que estes números ainda estão longe de refletir a

realidade, pois a araneofauna da Amazônia brasileira começou a ser

amostrada com maior intensidade apenas nas duas últimas décadas do século

XX. A araneofauna da Amazônia Oriental é menos conhecida do que a da

Amazônia Central (Bonaldo et al., 2009). Os principais pontos amostrados nos

últimos anos no Estado do Pará foram resultado do trabalho de Bonaldo et al.

(2009), proveniente dos estudos produzidos na Estação Científica Ferreira

Penna (ECFP), Floresta Nacional de Caxiuanã, Melgaço; o trabalho de Ricetti

& Bonaldo (2008), realizado na Serra do Cachimbo, que está localizada no sul

do Estado do Pará e ao norte do Estado do Mato Grosso em uma zona de

transição entre a Amazônia e o cerrado, e Lo-Man-Hung et al. (2008).

As áreas melhor estudadas e amostradas nas coleções brasileiras estão

representadas, atualmente, pela floresta litorânea da região sudeste e pela

floresta amazônica Brescovit (1999). Além do mais, é importante ressaltar que

hábitats como a copa das árvores e o solo (serapilheira) da Amazônia brasileira

também carecem totalmente de inventários (Brescovit, 2005; Ricetti & Bonaldo,

2

2008). Considerando essas lacunas no estudo da araneofauna da Amazônia

brasileira, o presente trabalho tem como objetivo apresentar a composição, a

diversidade e a abundância da fauna de aranhas típica do solo dos fragmentos

de floresta de terra-firme, circundados por manguezais e campos salinos

alagados, típicos da península de Ajuruteua, na zona costeira do município de

Bragança, Pará.

3

MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo

A área de estudo localiza-se nos limites da Reserva Extrativista Marinha

Caeté-Taperaçú, município de Bragança, Pará (Figura 01). Essa RESEX

compreende uma área de aproximadamente 262.780 hectares e foi criada pelo

decreto n° 4.340 da Constituição Brasileira em 2005 para preservar os

ecossistemas típicos locais e para promover o uso dos recursos naturais de

maneira sustentável na região costeira do Pará.

Para a realização do presente estudo foram selecionados dois sítios de

trabalho localizados:

i) O sítio#1 está localizado em fragmentos de mata de terra firme

na comunidade do Tamatateua (46°46'03,0''W e 00°55'35,4''S) (Figura 02-A),

paralelamente à rodovia estadual PA-458, que liga a cidade de Bragança à vila

de Ajuruteua (Figura 1). A paisagem dominante é composta por manguezais,

campos salinos alagáveis e matas de terra firme secundárias adjacentes ao

manguezal (Oliveira, 2007). Tamatateua está localizada há 12 km de Bragança

e é uma das comunidades agro-pesqueiras inseridas na RESEX Marinha

Caeté-Taperaçu. Essa vila é colonizada por famílias que trabalham com a

extração de madeira das áreas adjacentes ao manguezal, pesca (caranguejo e

peixe), pecuária (próximo às ilhas de matas adjacentes ao manguezal),

agricultura (principalmente de milho, feijão e mandioca) e, mais recentemente,

a produção de mel (Oliveira, 2005).

ii) O sitio#2 compreende a quarta ―ilha‖ de mata de terra firme, em uma

região conhecida como Fazenda Salinas, na altura do km 20 da rodovia PA-458

(Figura 01). Esse local apresenta uma paisagem composta por fragmentos de

mata de terra firme de composição vegetal heterogênea, com presença de

espécies arbustivas e arbóreas de uma vegetação relíquia, mantida apesar da

transgressão dos manguezais e dos campos salinos em direção à terra firme

(Behling et al., 2001). De acordo com Abreu et al. (2006), a Fazenda Salinas

caracteriza-se por apresentar sub-bosque fechado, com vegetação herbácea,

4

arbustiva, arbórea e grande quantidade de serapilheira no chão da floresta

(Figura 02-B). A estrutura arbórea do maior fragmento de terra firme, dentre os

presentes nesse local, possui altura máxima de 23 m (com uma média de 7,9

m), e extensão total de 33 ha. As famílias de plantas com maior valor de

importância (vi) são Arecaceae, Simaroubaceae e Burseraceae.

5

Fazenda salinas

Tamatateua

Bragança

aa

Figura 01. Localização dos sítios de trabalho (Tamatateua e Fazenda Salinas) na península de Ajuruteua, Bragança - PA.

6

O clima regional é quente úmido, com duas estações bem definidas,

sendo que a estação chuvosa se estende de janeiro a julho e a estação seca

de agosto a dezembro. A média da precipitação pluviométrica anual é de

2.508,4 mm, temperatura média do ar de 25,6°C. Os dados meteorológicos

para a região bragantina foram obtidos no Instituto Nacional de Meteorologia

(INMET), através da estação convencional localizada no município de

Tracuateua (01°05’ S; 47°10’ W).

Amostragem

Foram realizadas três coletas por semestre, no período de um ano

(agosto de 2006 a junho de 2007), com armadilhas de queda (pitfall) As

armadilhas de queda foram montadas utilizando copos descartáveis

transparentes (9,0 cm o raio de abertura, 13,5 cm a altura e 500 ml de

capacidade) como copos coletores. Como líquido conservante foi utilizado

álcool 80% e cada copo foi abastecido com cerca de 200 ml de álcool para

conservação dos organismos. As armadilhas foram enterradas ao nível do solo

e cobertas com pratos plásticos, suspensos por dois palitos de madeira a

A B

Figura 02. Fotografias ilustrando os sítios de trabalho. A = fragmento de mata de terra firme em Tamatateua e B = fragmento de mata de terra firme na Fazenda Salinas, ambos localizados na península de Ajuruteua, Bragança – PA.

7

aproximadamente 5 cm da abertura dos copos, para evitar a entrada de água

da chuva e material da serapilheira.

Figura 03. Disposição das armadilhas de queda (pitfall) nos sítios de trabalho

(Tamatateua e Fazenda Salinas), na península de Ajuruteua, Bragança - Pará. A = pitfall

(indicado pela seta amarela) antes da cobertura com prato descartável e B = pitfall após

cobertura com prato descartável para evitar o transbordamento do copo pela água da

chuva, no período chuvoso e evitar a entrada de matéria orgânica.

As armadilhas foram instaladas em três transecções, cada uma medindo

100x10 m. Os copos foram colocados em intervalos de 10 m, sendo 10 copos

coletores de ambos os lados da transecção, totalizando 20 copos para cada

transecção (Figura 04).

A B

Figura A

8

Figura 04. Desenho esquemático mostrando o arranjo das transecções e a disposição das

armadilhas de pitfall nos dois sítios de trabalho, Tamatateua e Fazenda Salinas, na península

de Ajuruteua, Bragança - PA.

Vila de Ajuruteua

Bragança

Entrada

Fazenda Salinas

Entrada

Tamatateua

PA

- 4

58

Manguezal

Campo Salino

Manguezal

pitfall

100 m

5 m 10 m

9

Os pitfalls ficaram em exposição no campo por um período de cinco dias

por mês. Todo material coletado foi levado ao laboratório da Coleção de

Zoologia do Campus de Bragança (CZB), no Campus de Bragança. As aranhas

adultas foram identificadas em nível de família com o auxílio da chave de

identificação de famílias de aranhas amazônicas de Brescovit et al. (2002). O

material coletado foi depositado na Coleção de Aracnídeos do Museu Paraense

Emilio Goeldi (MPEG) em Belém - PA e na Coleção de Zoologia de Bragança

(CZB), do instituto de Estudos Costeiros (IECOS), da Universidade Federal do

Pará (UFPA), no Campus de Bragança, Bragança - PA.

Análise de Dados

Para estimar a riqueza das áreas estudadas utilizaram-se os

estimadores não-paramétricos de riqueza Jackknife1 (de primeira ordem),

Jackknife2 (de segunda ordem), ACE (Abundance-based coverage), ICE

(Incidence-based coverage), Chao1, Chao2 e Bootstrap, com 100

aleatorizações, no programa EstimateS 8.2 (Colwell, 2009). Para avaliar a

eficiência da amostragem, considerando os levantamentos efetuados em

Tamatateua e na Fazenda Salinas, foram construídas curvas cumulativas com

base nos valores cumulativos desses estimadores, os quais se baseiam na

riqueza das espécies raras compartilhadas entre grupos de amostras, através

das seguintes variáveis: singletons (espécies com um indivíduo), doubletons

(espécies com apenas dois indivíduos), uniques (espécies que ocorrem em

uma amostra) e duplicates (espécies que ocorrem em apenas duas amostras)

(Colwell & Coddignton, 1994; Toti et al., 2000; Santos, 2003), juntamente com a

variável ―S Observed‖ que é o número de espécies observadas.

Para calcular a diversidade dos sítios estudados foi usado o Índice de

Shannon (H’), que é baseado na abundância proporcional das espécies, sendo

estimado através da seguinte fórmula:

H’ = - Σ pi.ln pi (Equação 1)

10

onde: ni = no total de indivíduos da espécie;

N = no total de indivíduos na amostra;

ni /N = pi abundância proporcional de cada espécie na amostra

total.

A equitabilidade, utilizada para verificar a uniformidade da distribuição

dos indivíduos das espécies das diferentes assembléias de aranhas em cada

sítio de trabalho, foi estimada pela fórmula:

E = H’ / InS (Equação 2)

onde: S = é o número total de espécies na amostra

H’ = valor obtido do índice de Shannon

Para a comparação dos valores de diversidade entre as duas áreas foi

realizado o teste não-paramétrico de Mann-Whitney, utilizando-se o programa

estatístico BioEstat 5.0 (Ayres et al., 2007).

A diferença entre os valores de abundância dos dois sítios de trabalho

(Tamatateua e Fazenda Salinas) foi avaliada através da análise de similaridade

(ANOSIM). Esta análise foi utilizada para testar a diferença entre os valores de

abundância durante os dois períodos do ciclo anual. Para realizar esta análise

os dados foram transformados em Log(x+1) e gerada uma matriz de

similaridade usando o índice de similaridade de Bray-Curtis, no programa

estatístico Primer v.6 (Clarke & Gorley, 2006). Por fim, foram testadas as

relações entre os valores de diversidade/abundância e pluviosidade através da

análise de regressão linear, no pacote estatístico BioEstat 5.0 (Ayres et al.,

2007).

11

RESULTADOS

Foram registradas 771 aranhas em, sendo 223 jovens e 548 adultos,

distribuídos em 14 famílias e 32 morfoespécies. Do total de morfoespécies

registradas duas pertencem à infraordem Mygalomorphae e 30 à infraordem

Araneomorphae (Tabela 01).

Considerando o número total de morfoespécies por família, constata-se que

as famílias com maior número de espécies nos dois sítios de trabalho foram

Salticidae e Corinnidae, cada uma com seis morfoespécies. Sete famílias foram

representadas por apenas uma morfoespécie, Caponnidae, Gnaphosidae,

Hahniidae, Linyphiidae, Palpimanidae, Prodidomidae e Scytodidae para os dois

sítios de trabalho (Tabela 01).

Em Tamatateua foram registrados 143 indivíduos adultos pertencentes a

10 famílias e 22 morfoespécies. A família mais abundante foi Oonopidae (n=61)

uma família foi representada por apenas um indivíduo (Scytodidae n= 1)

(Tabela 01). Já na Fazenda Salinas foram registradas 405 aranhas adultas

pertencentes a 14 famílias e 26 morfoespécies. As famílias Salticidae e

Corinnidae apresentaram a maior riqueza com quatro morfoespécies cada

uma, ao passo que Theraphosidae, da infraordem Mygalomorphae, foi à família

que registrou menor número de espécies (duas morfoespécies). Sete famílias

(Caponiidae, Gnaphosidae, Hahniidae, Linyphiidae, Palpimanidae,

Prodidomidae e Scytodidae) obtiveram os menores valores de riqueza

observada, com apenas uma morfoespécie. A família mais abundante foi

Hahniidae com 336 indivíduos, enquanto que Caponnidae, Gnaphosidae,

Linyphiidae, Palpimanidae e Prodidomidae foram registradas por apenas um

indivíduo cada (Tabela 01).

12

11 Tabela 01. Lista das morfoespécies (número de morfoespécies) e o número

de indivíduos adultos registrados nos dois sítios de trabalho, na península de

Ajuruteua, Bragança – PA.

Táxons Tamatateua Fazenda Salinas Total

Caponiidae

Nops sp. 2 1 3

Corinnidae

Abapeba sp. 3 1 4

Castianeirinae sp 1 1

Corinna sp. 1 5 6

Creugas sp. 1 1

Falconina sp. 2 2

Tupirina sp. 1 1

Ctenidae

Ctenidae sp.1 1 1

Ctenidae sp.2 1 1 2

Ctenidae sp.3 1 1

Ctenidae sp.4 2 2

Gnaphosidae

Zimiromus sp. 1 1

Hahniidae

Hahniidae sp.1 27 336 363

Linyphiidae

Linyphiidae sp.1 19 1 20

Oonopidae

Dysderina sp 1 1 2

Gamasomorphinae sp. 60 1 61

Palpimanidae

Otiothops sp. 2 1 3

Pholcidae

Ibotyporanga naidea 5 5

Mesabolivar sp. 3 1 4

Ninetinae sp. 2 19 21

Pisauridae

Arquitis sp. 1 1

Pisauridae sp.1 1 1

Prodidomidae

Prodidomidae sp.1 1 1

Salticidae

Salticidae sp.1 1 1

Salticidae sp.2 3 4 7

Salticidae sp.3 2 10 12

Salticidae sp.4 3 2 5

Salticidae sp.5 2 4 6

Salticidae sp.6 1 1

Scytodidae

Scytodidae sp.1 1 4 5

Theraphosidae

Ischnocolinae sp.1 1 1

Theraphosinae sp.1 3 3

Total (22) 143 (26) 405 (32) 548

12

As curvas cumulativas dos estimadores de riqueza de espécies não

alcançaram a assíntota, tanto para o sítio de Tamatateua quanto para o da

Fazenda Salinas (Figura 05).

A

B

Figura 05. Curvas cumulativas de espécies para os dois sítios de trabalho. A = Tamatateua e B = Fazenda Salinas, na península de Ajuruteua, Bragança - PA.; S Observed = número de espécies

observadas.

13

Em geral, as estimativas de riqueza resultaram em valores

maiores do que os observados. Em Tamatateua foi observada uma riqueza de

21 espécies, sendo que o menor número estimado para este sítio foi pelo

método Bootstrap (n= 27 espécies), ao passo que o maior valor foi obtido com

o método Jackknife2 (n= 31) (Tabela 02). Na Fazenda Salinas, por sua vez, a

estimativa mais baixa foi representada pelo método Bootstrap com estimativa

de 31 espécies de aranhas; o maior valor estimado para este sítio foi obtido

pelo método ACE (n= 60). O número de “singletons” foi alto tanto para

Tamatateua (n= 8), quanto para Fazenda Salinas (n= 15), seis e dois foram o

número de “doubletons” respectivamente (Tabela 02).

Tabela 02- Valores observados e estimados de riqueza de espécies para Tamatateua e

Fazenda Salinas, na península de Ajuruteua, Bragança - PA.

O valor de diversidade estimado através do índice de Shannon para

Tamatateua foi H'= 2,02 e para a Fazenda Salinas H'= 0,91, enquanto os

valores de equitabilidade foram E=0,66 e E=0,28; respectivamente. O teste

não-paramétrico de Mann-Whitney revelou uma diferença significativa entre os

valores de diversidade estimados para os dois sítios de trabalho (U= 95;

p<0,001).

Riqueza observada Tamatateua Fazenda Salinas Total

Número de amostras 360 360 720

Número de espécies 22 26 32

Número de" singletons" 8 15 11

Número de ―doubletons‖ 6 2 4

Número de ‖uniques‖ 9 15 11

Número de ―duplicates‖ 7 2 4

Adultos 143 405 548

% de Adultos 26% 74% 100%

Riqueza estimada

ACE 27±1,49 61±3,35 40±1,28

ICE 29±1,50 54±0,05 41±0,01

Chao1 26±3,89 60±25,64 44±12,47

Chao2 26±4,05 59±25,23 44±12,47

Jackknife1 31±2,74 40±4,12 42±3,29

Jackknife2 33±2,04 52±1,56 49±1,71

Bootstrap 26±0,54 31±0,69 36±0,64

14

A análise dos dados referentes à abundância por unidade amostral

mostrou, através da análise de similaridade (ANOSIM) uma diferença

significativa entre os dois sítios (R= 0,008; p<0,001).

Durante o ciclo anual, o período que apresentou maior riqueza de

espécies de aranhas para Tamatateua foi o mais chuvoso, enquanto que para

a Fazenda Salinas foi o período mais seco. No entanto, quando os valores de

abundância de indivíduos foram considerados, o período chuvoso apresentou

os maiores valores para ambos os sítios. A análise de similaridade (ANOSIM)

com base nesses valores de abundância para os mesmos períodos do ano

também mostrou resultado bastante significativo (R= 0,024; p<0,001). Por fim,

a análise de regressão linear apontou uma correlação positiva e significativa,

para ambos os sítios de trabalho, somente entre os valores de abundância de

indivíduos e as taxas de pluviosidade locais, mas não para os valores de

diversidade (Figuras 06 e 07).

15

Figura 06. Correlação entre a diversidade e abundância e as taxas de

pluviosidade no sítio de trabalho de Tamatateua, na península de

Ajuruteua, Bragança - PA.

16

Figura 07. Correlação entre a diversidade e abundância e as taxas de

pluviosidade no sítio de trabalho da Fazenda Salinas, na península de

Ajuruteua, Bragança - PA.

17

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

O presente trabalho registrou espécies de aranhas em fragmentos de

terra firme localizados na zona costeira da Amazônia brasileira. O inventário

realizado gerou as primeiras informações sistemáticas sobre a araneofauna de

solo ocorrente nessa região da Amazônia Oriental, sendo os dados aqui

apresentados comparados com aqueles obtidos de outros ecossistemas.

As duas famílias mais abundantes para os dois sítios de trabalho,

durante o período de estudo, Hahniidae na Fazenda Salinas e Oonopidae em

Tamatateua, são também as aranhas comumente encontradas na fauna típica

da serapilheira das florestas de terra firme (Barreiros et al., 2001). É importante

ressaltar que os resultados apontaram as famílias Salticidae e Corinnidae como

as mais ricas em espécies para os sítios de trabalho, o que é comum para os

inventários de aranhas na região tropical (Brescovit et al., 2002). No entanto, a

baixa identificação em nível específico no presente trabalho, deve-se à

ausência de estudos taxonômicos em diversos grupos de aranhas que ocorrem

na região, dificultando uma comparação mais refinada e completa entre as

diferentes áreas já estudadas na Amazônia brasileira.

Os resultados das curvas cumulativas de espécies mostraram que

nenhum estimador ou variável alcançou a assíntota, provavelmente deve-se ao

fato que a quantidade de singletons e uniques não conseguiu diminuir quando

o tamanho das amostras aumentava, já que esses tipos de espécies são

importantes para gerar a maioria das estimativas (Toti et al., 2000). No caso da

Fazenda Salinas, as curvas não declinaram quando aumentou o número de

amostras, havendo uma clara discrepância entre os valores estimados e o

número de espécies observado. Por outro lado, em Tamatateua, os singletons

e os uniques apresentaram valores similares aos doubletons e duplicates,

levando a curva em direção à assíntota, ou seja, os valores de riqueza

estimados foram mais próximos aos valores observados para este sítio (Figura

05 e Tabela 02). Observamos que quanto maior o número de singletons,

uniques, doubletons e duplicates, piores ficam as análises.

18

Em geral, os valores de riqueza estimados foram maiores do que os

valores observados. Considerando que as espécies raras são importantes para

gerar as estimativas de riqueza, a presença de singletons e uniques (36% em

Tamatateua e 68% na Fazenda Salinas) nas assembléias de aranhas pode ser

resultado do pouco esforço amostral desprendido para a área. Além do mais, é

importante lembrar que espécies raras podem ser oriundas de outros

ambientes e, serem espécies ocasionais, não residentes, nas comunidades

estudadas, sugere-se neste caso, o aumento das amostragens. A Fazenda

Salinas, por exemplo, apresenta 11 famílias com singletons, o que representa

quase 80% de todas as famílias registradas no presente estudo, servindo como

mais um indício de pouco esforço amostral. De fato, o esforço amostral

empreendido na fauna tropical é pouco para um grupo megadiverso, por isso a

grande quantidade de singletons (Coddington et al., 1991).

A riqueza total observada para os dois sítios de trabalho foi de 32

espécies, a qual é menor do que a riqueza de espécies amostradas em outros

trabalhos de semelhante metodologia, como aqueles descritos por Dias (2004),

cujo resultado foi de 33 espécies na reserva do Una, no sul da Bahia, e Dias et

al. (2005), que coletaram 98 espécies na mesma área de estudo. Além de

outros trabalhos, como os de Lopes (2006) que obteve 43 espécies no Parque

Estadual Mata dos Godoy, no norte do Paraná; e Dias & Brescovit (2006) que

registrou 166 espécies de aranhas na Mata do Buraquinho, João Pessoa, na

Paraíba.

A diversidade da comunidade de aranhas é tão grande que é quase

impossível estimar a quantidade verdadeira de espécies existentes em uma

determinada localidade (Toti et al., 2000). Segundo estes autores, isto se deve

ao fato das espécies adultas estarem presentes e igualmente distribuídas ao

longo das estações de um ciclo anual. No presente trabalho, este fato é

demonstrado pela diferença dos valores de riqueza de espécies, tanto

observada quanto estimada, para os dois sítios de trabalho. As diferenças

significativas na abundância e riqueza de aranhas entre os sítios de trabalho

parecem também estar relacionadas ao fato de ter ocorrido uma perda

considerável de amostras (80), durante o tempo de exposição dos mesmos

19

durante o trabalho de campo. Além do mais, durante o período seco ocorreram

queimadas e no período chuvoso houve a inundação de alguns copos, com

perda de material. Estes resultados são o reflexo da escolha de metodologia,

resultando em diferenças não significativas entre o número de espécies nos

dois períodos (seco e chuvoso) ao longo do ciclo anual, como foi o caso do

presente estudo. Adicionalmente, o registro da riqueza total de espécies de

uma área depende da identificação mais acurada das espécies nas diferentes

classes etárias, o que ainda é uma tarefa difícil pela carência de revisões

taxonômicas de gênero e famílias. Assim, grande parte dos trabalhos

ecológicos com aranhas ainda apresenta um número elevado de indivíduos

amostrados sem determinação taxonômica específica, como o presente

trabalho que obteve a maioria dos indivíduos sem determinação especifica.

Vários fatores podem afetar a abundância de artrópodes na serapilheira,

inclusive aranhas. O presente trabalho relacionou as taxas de pluviosidade com

a riqueza de espécies e abundância de indivíduos nos dois sítios de trabalho.

Os resultados indicaram maior riqueza de espécies em Tamatateua no período

chuvoso, enquanto que na Fazenda Salinas durante o período seco. Contudo,

essas relações não foram significativas, sendo apenas consideradas

significativas para os valores de abundância, que foram maiores durante o

período chuvoso. Segundo Barreiros (2004), que utilizou o método de Winkler,

as chuvas agem como um fator limitante para a riqueza e a abundância das

populações desses invertebrados, já que o acúmulo de umidade residual no

solo torna a serapilheira um ambiente inóspito para a maioria das espécies

cursoriais de aranhas de pequeno porte.

As ações antrópicas, bem como os fatores ambientais, contribuem muito

para a perda de espécies, principalmente de invertebrados, que são pouco

conhecidos devido à escassez de estudos, em especial dos aracnídeos. Além

do mais, o conhecimento da fauna de uma região é indispensável para o

estudo de aspectos estruturais e funcionais de suas comunidades, bem como

as relações entre os animais das diversas cadeias tróficas (Dias, 2004),

fazendo-se necessário a preservação dos ecossistemas.

20

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