64
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA NAVAL MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA POLÍMEROS BELÉM 2013

Universidade federal do pará polimeros finalizado

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Universidade federal do pará polimeros finalizado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

FACULDADE DE ENGENHARIA NAVAL

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA

POLÍMEROS

BELÉM

2013

Page 2: Universidade federal do pará polimeros finalizado

Ariel Victor Nascimento

Rosileide Marques das Mercês

Taiane Larissa Rodrigues Santana

POLÍMEROS

Trabalho acadêmico apresentado como requisito parcial para obtenção de nota para aprovação na disciplina de Materiais de Construção Mecânica, no curso de Engenharia Naval, na Universidade Federal do Pará. Orientador: Prof. Dr. Jorge Teófilo de Barros Lopes.

BELÉM

2013

Page 3: Universidade federal do pará polimeros finalizado

Ariel Victor Nascimento

Rosileide Marques das Mercês

Taiane Larissa Rodrigues Santana

POLÍMEROS

Trabalho acadêmico apresentado como requisito parcial para obtenção de nota para aprovação na disciplina de Materiais de Construção Mecânica, no curso de Engenharia Naval, na Universidade Federal do Pará.

Aprovada em:

_________________________________________

Prof. Dr. Jorge Teófilo de Barros Lopes

(Orientador)

(UFPA)

BELÉM

2013

Page 4: Universidade federal do pará polimeros finalizado

"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez".

Jean Cocteau

Page 5: Universidade federal do pará polimeros finalizado

RESUMO

Polímeros são materiais orgânicos ou inorgânicos, naturais ou sintéticos, de

alto peso molecular, cuja estrutura molecular consiste na repetição de pequenas

unidades, chamadas meros, que compõe as macromoléculas. Estão altamente

presentes em nosso dia a dia, sob a forma de garrafas plásticas, cadeiras,

tubulações, alimentos, dentre outros. Os materiais poliméricos constituem o único

grupo de materiais não-metálicos utilizados em equipamentos de processo, no qual,

alguns polímeros mostram-se mais vantajosos em relação à materiais metálicos, que

eram, até então utilizados, possibilitando assim, maior flexibilidade e economia.

Tendo em vista todas suas utilidades em nossas vidas, o estudo e conhecimento de

tais propriedades e materiais fazem-se extremamente necessários, assim,

aperfeiçoando suas funcionalidades e otimizando suas propriedades, a fim de

garantir melhor qualidade de vida, maior produção industrial a menor custo.

Palavras-chave: Polímeros. Materiais Poliméricos. Meros. Monômeros.

Page 6: Universidade federal do pará polimeros finalizado

ABSTRACT

Polymers materials are inorganic or organic, natural or synthetic, high

molecular weight whose molecular structure consisting of the repetition of smaller

units called monomers, which comprises the macromolecules. It is highly present in

our daily lives, in the form of plastic bottles, chairs, tubing, food, among others.

Polymeric materials are the only group of non-metallic materials used in process

equipment, in which, some polymers are even more advantageous compared to

metallic materials, which were hitherto used, thus enabling greater flexibility and

economy. In view of all its utilities in our lives, study and knowledge of such

properties and materials make it extremely necessary, thus improving their

functionality and enhancing their properties.

Key-Words : Polymers, Polymeric Materials, Meros, Monomers,

Page 7: Universidade federal do pará polimeros finalizado

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................... 9

1.1 HISTÓRICO.................................................................................... 9

1.2 DEFINIÇÃO.................................................................................... 11

1.2.1 Polímeros naturais........................................................................ 12

1.2.2 Polímeros sintéticos..................................................................... 12

2 POLIMERIZAÇÃO.......................................................................... 13

2.1 OBTENÇÃO DO MONÔMERO...................................................... 13

2.1.1 Petróleo e gás natural................................................................... 13

2.1.2 Hulha, carvão mineral ou carvão de pedra................................. 14

2.2 POLIMERIZAÇÃO POR ADIÇÃO.................................................... 14

2.3 POLIMERIZAÇÃO POR CONDENSAÇÃO..................................... 15

2.4 TÉCNICAS DE POLIMERIZAÇÃO.................................................. 17

2.4.1 Massa ............................................................................................ 17

2.4.2 Solução.......................................................................................... 18

2.4.3 Emulsão ......................................................................................... 18

2.4.4 Suspensão...................................................................................... 19

3 CLASSIFICAÇÃO........................................................................... 20

3.1 QUANTO AO MÉTODO DE PREPARAÇÃO................................... 20

3.1.1 Polímeros de adição...................................................................... 20

3.1.2 Polímeros de condensação.......................................................... 20

3.2 QUANTO À ESTRUTURA MOLECULAR........................................ 20

3.2.1 Polímeros lineares......................................................................... 20

3.2.2 Polímeros ramificados................................................................... 21

3.2.3 Polímeros com ligações cruzadas............................................... 21

3.2.4 Polímeros em rede......................................................................... 22

3.2.5 Homopolímeros ............................................................................ 22

3.2.6 Copolímero..................................................................................... 22

3.2.6.1 Aleatório ......................................................................................... 22

3.2.6.2 Alternado......................................................................................... 23

3.2.6.3 Em bloco ou blocado....................................................................... 23

3.2.6.4 Grafitizado ou enxertado................................................................ 24

Page 8: Universidade federal do pará polimeros finalizado

3.3 QUANTO AO COMPORTAMENTO MECÂNICO............................ 25

3.3.1 Plásticos......................................................................................... 25

3.3.1.1 Termoplásticos................................................................................ 25

3.3.1.2 Termorrígidos.................................................................................. 25

3.3.1.3 Baroplásticos................................................................................... 26

3.3.2 Elastômeros................................................................................... 26

3.3.3 Fibras.............................................................................................. 27

3.4 QUANTO AO DESEMPENHO MECÂNICO.................................... 28

3.4.1 Termoplásticos convencionais (commodities)........................... 28

3.4.2 Termoplásticos de uso industrial................................................. 28

3.4.3 Termoplásticos de engenharia..................................................... 28

3.4.4 Termoplásticos de alta performance........................................... 29

4 PROPRIEDADES............................................................................ 29

4.1 PROPRIEDADES MECÂNICAS...................................................... 29

4.1.1 Resistência ao impacto................................................................. 32

4.1.2 Fadiga............................................................................................. 32

4.1.3 Resistência à ruptura e dureza..................................................... 32

4.1.4 Fratura ............................................................................................ 33

4.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS......................................................... 34

4.2.1 Fluência e relaxação de tensão.................................................... 35

4.2.2 Fusão cristalina.............................................................................. 35

4.2.3 Transição vítrea.............................................................................. 35

5 PROCESSOS DE PRODUÇÃO...................................................... 36

5.1 MOLDAGEM POR COMPRESSÃO E POR TRANSFERÊNCIA..... 38

5.2 MOLDAGEM POR INJEÇÃO........................................................... 40

5.3 MOLDAGEM POR EXTRUSÃO....................................................... 41

5.4 MOLDAGEM POR INSUFLAÇÃO................................................... 42

5.5 FUNDIÇÃO E ROTOMOLDAGEM................................................... 43

5.6 MOLDAGEM POR FIAÇÃO............................................................. 44

5.7 PROCESSO DE TERMOFORMAGEM............................................ 46

5.8 PROCESSO DE VULCANIZAÇÃO................................................. 46

6 VANTAGENS E DESVANTAGENS................................................ 49

7 APLICAÇÕES.................................................................................. 50

Page 9: Universidade federal do pará polimeros finalizado

7.1 POLÍMEROS USADOS PARA O TRATAMENTO DE

EFLUENTES.................................................................................. 50

7.2 POLÍMEROS ENCONTRADOS NOS ALIMENTOS....................... 51

7.3 POLÍMEROS USADOS NOS PLÁSTICOS................................... 52

7.4 POLÍMEROS USADOS NOS VIDROS.......................................... 53

7.5 POLÍMEROS USADOS NAS BORRACHAS.................................. 54

7.6 POLÍMEROS USADOS NO SETOR DA SAÚDE............................ 55

7.7 APLICAÇÕES NA ENGENHARIA NAVAL...................................... 56

8 RECICLAGEM................................................................................ 57

9 CONCLUSÃO................................................................................. 62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................... 63

Page 10: Universidade federal do pará polimeros finalizado

9

1 INTRODUÇÃO

1.1 HISTÓRICO

Os polímeros são conhecidos desde a antiguidade e até o inicio do século XIX

acreditava-se na Teoria da Força Vital1 enunciada por Berzelius, ou seja, só era

possível utilizar os polímeros produzidos naturalmente, pois não havia tecnologia

disponível para promover reações entre os compostos de carbono.

A ciência e indústria dos polímeros só foi ter início após esta época, ainda no

século XIX, quando Hancock, na Inglaterra descobriu a ―mastigação‖ da borracha

natural, tendo sido em 1843 patenteada a vulcanização da borracha por meio de

enxofre. Em 1839, Charles Goodyear, na América do Norte, tinha apresentado

independentemente uma patente semelhante feita principalmente com enxofre,

conferindo à borracha as características de elasticidade, não pegajosidade e

durabilidade tão comuns nas aplicações dos dias atuais e, mais tarde, em 1851, viria

a descobrir a ebonite, iniciando assim o desenvolvimento dos plásticos

termoendurecíveis.

Em 1846, Christian Schónbien, químico alemão, tratou o algodão com ácido

nítrico, dando origem à nitrocelulose, primeiro polímero semi-sintético. Em 1862, o

inglês Alexander Parker dominou completamente essa técnica, patenteando a

nitrocelulose (ainda é comum a cera Parquetina, nome derivado de Parker). O

primeiro polímero sintético foi produzido por Leo Baekeland (1863-1944), em 1912,

obtido através da reação entre feno1 e formaldeído. Esta reação gerava um produto

sólido (resina fenólica), hoje conhecido por baquelite, termo derivado do nome de

seu inventor.

A primeira experiência comercial de alta relevância em relação aos polímeros

deve-se a Hyatt, que em 1870, nos Estados Unidos, utilizando cânfora, como

plastificador de nitrato de celulose produziu a Celulóide. A celulóide rapidamente

tornou-se um sucesso comercial e dominou o mercado durante cerca de 30 anos,

embora, devido à sua alta inflamabilidade, logo se procurassem materiais

alternativos mais estáveis.

No início do século XX começou a se desenvolver Os plásticos baseados em

acetato de celulose e caseína. Em 1917, a falta de matéria-prima estimulou o

desenvolvimento de uma borracha sintética a partir do dimetilbutadieno. O produto

serviu como ponto de partida para a difusão da grande indústria da borracha

sintética, mesmo tendo suas propriedades inferiores às borrachas naturais. Já em

Page 11: Universidade federal do pará polimeros finalizado

10

1933 deu-se a descoberta do polietileno por Gibson, Fawcett e Swallow e em 1934,

W. H. Carothers, trabalhando para a Dupont descobriu o nylon e,

subsequentemente, desenvolveu um trabalho pioneiro sobre a teoria das reações de

polimerização por condensação. Em 1939 a ICI passou a produzir o polietileno de

alta pressão industrialmente.

A maioria dos polímeros modernos é resultado do trabalho de Natta que

desenvolveu catalisadores organometálicos de polimerização que permitiram obter,

na década de 50, o polietileno de alta densidade e o polipropileno isostático.

Muitos dos plásticos, borrachas e materiais fibrosos que nos são úteis nos

dias de hoje consistem em polímeros sintéticos. De fato, desde o fim da Segunda

Guerra Mundial, o campo dos materiais foi virtualmente revolucionado pelo advento

dos polímeros sintéticos. Os materiais sintéticos podem ser produzidos de maneira

barata, e as suas propriedades podem ser administradas num nível em que muitas

delas são superiores às suas contrapartes naturais (CALLISTER, 2002).

_________________________ 1

Teoria da força vital: Foi uma antiga teoria em que se acreditava que apenas seres vivos pudessem

produzir matéria orgânica.

Page 12: Universidade federal do pará polimeros finalizado

11

1.2 DEFINIÇÃO

A palavra Polímeros é derivada do grego Poli, que quer dizer muitos, e Mero,

que quer dizer unidades de repetição.

Um Polímero, segundo a IUPAC – International Union of Pure and Applied

Chemistry, é uma substância caracterizada por uma repetição múltipla de um ou

mais espécies de átomos ou grupo de átomos unidos uns aos outros de maneira que

mudanças na massa molar por acréscimo ou remoção de unidades não altera as

propriedades gerais. Essas unidades que se repetem são conhecidas como meros

ou unidades monoméricas e são ligadas entre si por ligações covalentes do tipo sp3.

Entretanto, existem polímeros que não possuem massa molecular muito elevada,

sendo chamados de oligômeros. Para os polímeros que de fato possuem alta massa

molecular (da ordem de 103 a 106 g/mol), usa-se a expressão, alto polímero (high

polymer).

Os polímeros são produtos heterogêneos, pois possuem uma mistura de

moléculas de diferentes massas moleculares, apresentando, portanto,

polimolecularidade, diferentemente das substâncias químicas de baixa massa

molecular.

A matéria-prima para a produção de um polímero é o monômero, isto é, uma

molécula com uma (mono) unidade de repetição. Dependendo do tipo do monômero

(estrutura química), do número médio de meros por cadeia e do tipo de ligação

covalente, poderemos dividir os polímeros em três grandes classes: Plásticos,

Borrachas e Fibras (CANEVAROLO, 2006).

O DNA, a celulose (madeira) e os carboidratos são classificados como

polímeros naturais enquanto que os plásticos são denominados polímeros sintéticos.

Os polímeros podem ser classificados quanto à obtenção, função química,

resistência mecânica e aplicação tecnológica de acordo com a Tabela 1:

Page 13: Universidade federal do pará polimeros finalizado

12

Tabela 1: Classificação dos polímeros

Obtenção

Naturais

Orgânicos: borracha, amido, etc

Inorgânicos: asbesto, sílica, etc

Sintéticos

Orgânicos: náilon, acrílico, etc

Inorgânicos: poli(cloreto de fosfonitrila), etc

Função química Polihidrocarbonetos, poliésteres, poliamidas, etc

Resistência mecânica Plásticos, fibras, borrachas e resinas

Aplicação tecnológica Termoplásticos e termorrígidos

Fonte: Elaboração própria, 2013.

1.2.1 Polímeros naturais

São aqueles que encontramos na natureza, por exemplo, borracha (extraída

da seringueira), celulose, proteínas, polissacarídeos, entre outros. São úteis na

fabricação de diversos materiais como papel, pneus, etc. Como se sabe, proteínas e

polissacarídeos estão presentes nos alimentos que ingerimos.

1.2.2 Polímeros sintéticos

Os materiais poliméricos produzidos artificialmente surgiram da necessidade

de imitar os polímeros naturais. São produzidos pela síntese: processo que surgiu

após a descoberta da Química Orgânica (segunda metade do século XIX), e requer

tecnologia sofisticada, pois envolve reações químicas em laboratório.

Page 14: Universidade federal do pará polimeros finalizado

13

2 POLIMERIZAÇÃO

A síntese dos polímeros com grandes pesos moleculares é chamada de

polimerização (Fig. 1); este é simplesmente o processo segundo o qual as unidades

monoméricas se unem umas às outras para gerar cada uma das moléculas gigantes

constituintes. Na maioria das vezes, as matérias-primas para os polímeros sintéticos

são derivadas do carvão e de produtos da indústria do petróleo, os quais são

compostos por moléculas que possuem baixos pesos moleculares (CALLISTER,

2002).

Em termos gerais, podem ser considerados dois mecanismos fundamentais de

polimerização: polimerização com crescimento em cadeia (adição ou radicalar) e

polimerização com crescimento em etapas (passo-a-passo ou condensação), no

entanto, existem outros mecanismos de menor relevância como a polimerização por

coordenação, em que se utilizam catalisadores metálicos. Atualmente os polímeros

sintéticos, do ponto de vista prático e econômico, são considerados os mais

importantes. Entretanto, diferente dos polímeros naturais, eles não são encontrados

prontos para que possamos adaptá-los para o nosso uso, devem ser sintetizados.

Para que uma substância micromolecular possa dar origem a um polímero

(substância macromolecular) é necessário que ela possua funcionalidade igual a 2

ou mais. Ou seja, a molécula deve possuir, ao menos, dois sítios ativos que possam

permitir o crescimento da cadeia polimérica.

Figura 1: Processo de polimerização (simplificado). Fonte: Elaboração própria (2013).

2.1 OBTENÇÃO DO MONÔMERO

As fontes de obtenção do monômero podem ser dividias em três grupos:

petróleo, e gás natural; hulha e produtos naturais.

2.1.1 Petróleo e gás natural

Através da destilação fracionada onde se obtém: gás de petróleo, gasolina,

óleo diesel, óleo combustível, óleo lubrificante e asfalto. A polimerização destes

Page 15: Universidade federal do pará polimeros finalizado

14

produtos assim obtidos origina uma grande variedade de materiais plásticos

conhecidos atualmente.

2.1.2 Hulha, carvão mineral ou carvão de pedra

Produto sólido encontrado no subsolo resultante da fossilização de tecidos

vegetais durante milhares de anos sob a ação de elevadas pressões e temperaturas

na ausência de oxigênio. Foi um dos primeiros materiais conhecidos como fonte de

matéria prima para a preparação de polímeros sintéticos. Através da destilação seca

é onde se obtém: gás de hulha, etileno, metano, amônia, alcatrão de hulha e coque.

Para fins químicos, é o alcatrão que é constituído por uma mistura complexa de

vários compostos orgânicos.

A destilação fracionada se faz necessária para a separação dos constituintes

desta mistura, o que origina as matérias-primas que se destinam à produção de

resinas plásticas.

2.2 POLIMERIZAÇÃO POR ADIÇÃO

Denominada também de polimerização em cadeia, consiste na adição de uma

molécula a outra através da utilização de ligações insaturadas. Segundo Callister

(2002) é um processo segundo o qual unidades monoméricas bifuncionais são

fixadas, uma de cada vez, conforme uma cadeia, para formar uma macromolécula

linear; a composição da molécula resultante é um múltiplo exato do monômero

reagente original.

A polimerização por adição é usada na síntese do polietileno, do polipropileno,

do cloreto de polivinila e do poliestireno, bem como de muitos copolímeros

(CALLISTER, 2002). Por exemplo, o polietileno é formado por sucessivas adições de

unidades CH2=CH2 (monômero) à cadeia polimérica em crescimento. O

desenvolvimento da cadeia pode ser iniciado pela introdução de um radical livre ou

íon que, adicionado a uma molécula de monômero insaturado, gera uma espécie

ativa, que por reações sucessivas com outras moléculas dos monômeros da origem

à cadeia polimérica. Essa fase de crescimento da polimerização ocorre a uma

velocidade muito grande. Finalmente ocorre a terminação da polimerização que

consiste na interrupção do crescimento da cadeia e pode ser por:

(a) Combinação bimolecular de cadeias em crescimento;

Page 16: Universidade federal do pará polimeros finalizado

15

(b) Desproporcionamento, através de transferência de átomos de hidrogênio de uma

cadeia em crescimento para outra;

(c) Transferência de cadeia, através da transferência de átomos de hidrogênio ou

outro elemento, proveniente do solvente, monômero, iniciador, polímero acabado ou

de outra molécula estranha à cadeia em crescimento;

(d) Combinação de dois ou mais dos processos acima citados. Se duas espécies

diferentes de monômeros são utilizadas como materiais de partida, pode ocorrer

copolimerização, com possibilidade de formação de uma grande variedade,

dependendo das proporções dos monômeros no produto.

Abaixo de uma forma simplificada, o processo de polimerização por adição

(CALLISTER, 2002):

(1) Iniciação: formação de sítio reativo a partir de uma espécie iniciadora (ou

catalisadora) e monômero.

(1)

(2) Propagação da reação: crescimento linear da molécula.

(2)

(3) Terminação da reação: desativação do sítio reativo.

(3)

2.3 POLIMERIZAÇÃO POR CONDENSAÇÃO

Consiste na formação de polímeros mediante reações químicas intermoleculares

etapa por etapa, que normalmente envolvem mais de um tipo de monômero;

geralmente existe um subproduto de pequeno peso molecular, como a água, que é

eliminado (CALLISTER, 2002). Nesse caso, como não existe diferença de

Page 17: Universidade federal do pará polimeros finalizado

16

reatividade em relação aos monômeros dos grupos terminais da cadeia, em

qualquer fase do seu crescimento, tem-se uma evolução uniforme, sem as etapas

distintas que caracterizam as poliadições. A funcionalidade dos monômeros (número

de centros ativos) será responsável pela existência ou não de ramificações nas

cadeias poliméricas, assim, um glicol e um diácido darão um poliéster

essencialmente linear, enquanto que se o álcool for o glicerol, que contém três

hidroxilas, tem-se um polímero necessariamente ramificado e, provavelmente, com

ligações cruzadas formando um retículo.

Por exemplo, considere a formação de um poliéster a partir da reação entre o

etileno glicol e o ácido adípico; a reação intermolecular é a seguinte:

Figura 2: Polimerização por condensação Fonte: CALLISTER (2002).

Esse processo em etapas se repete sucessivamente, produzindo, neste caso,

uma molécula linear. A química da reação específica não é importante, mas sim o

mecanismo de polimerização por condensação. Ademais, os tempos de reação para

a condensação são geralmente mais longos do que para a polimerização por adição.

As reações de condensação produzem com frequência monômeros trifuncionais

capazes de formarem polímeros com ligações cruzadas e em rede (CALLISTER,

2002).

Na Tabela 2 apresentam-se um resumo das principais diferenças das reações

de polimerização por adição e por condensação.

Page 18: Universidade federal do pará polimeros finalizado

17

Tabela 2: Principais diferenças das reações de polimerização por adição e por

condensação.

Polimerização por adição Polimerização por condensação

Não há a formação de subprodutos

durante a reação

Há a formação de subprodutos de baixa

massa molar

O centro ativo é uma insaturação Os centros ativos são radicais funcionais

Normalmente produz uma cadeia

carbônica

Normalmente produz uma cadeia

heterogênea

Apresenta um mecanismo de reação

com Iniciação, Propagação e Término

Não apresenta um mecanismo de reação

Cadeias completas são formadas desde

o inicio da reação, coexistindo polímero

e monômero durante toda a reação de

polimerização

Já no início da reação há a formação de

cadeias poliméricas de baixa massa molar,

com o consumo de todos os materiais

iniciais. A massa molar aumenta com o

tempo de reação

Há a necessidade do uso de um

iniciador

Não precisa iniciador

Fonte: CANEVAROLO (2006).

2.4 TÉCNICAS DE POLIMERIZAÇÃO

O desenvolvimento das técnicas é impulsionado pela necessidade de se obter

polímeros de composição ótima (isentos de impurezas) no menor tempo.

Industrialmente empregam-se quatro técnicas de polimerização: em massa, em

solução, em emulsão e em suspensão. As duas primeiras passam em sistema

homogêneo e as duas últimas em heterogêneo.

2.4.1 Massa

É grandemente aplicada em policondensações industriais em que as reações

são apenas moderadamente exotérmicas e o aumento da viscosidade do meio é

lento, permitindo agitação, transferência de calor e eliminação de bolhas.

Page 19: Universidade federal do pará polimeros finalizado

18

Segundo Canevarolo (2006), o mais simples arranjo físico é o da

polimerização em massa, em que ao monômero é adicionado ao iniciador. A reação

se inicia com o aquecimento, podendo ser verificada pelo aumento da viscosidade

do meio. Sendo a grande vantagem deste arranjo é a qualidade do produto final, que

é livre de qualquer impureza. Por outro lado, sua desvantagem é a dificuldade de se

controlar a temperatura, pois sendo a reação de polimerização exotérmica, tem-se

uma grande geração de calor (20 Kcal/mol). O que pode gerar pontos quentes

dentro do reator, que instabilizará o crescimento da cadeia, aumentando a

velocidade de término. A morte prematura das cadeias leva a formação de um

polímero com uma distribuição larga de massa molar. Chapas de acrílico são obtidas

comercialmente por este arranjo.

2.4.2 Solução

Usa-se nesse caso um solvente para os monômeros, que poderá ou não

dissolver também o polímero. A homogeneização de temperatura, obtida pela

facilidade de transferência de calor, é a principal vantagem dessa técnica. O

retardamento da reação pelo solvente e a dificuldade de sua remoção do polímero,

que pode provocar bolhas e rachaduras nos artefatos acabados, são as principais

limitações.

No início, todos os componentes (monômero, iniciador e solvente) devem ser

solúveis entre si. Com o decorrer da reação, tem-se a formação do polímero, que

pode ou não ser solúvel no meio. Caso seja solúvel, o produto final é uma solução

do polímero no solvente, normalmente sendo empregada como tal. Caso o polímero

seja insolúvel no solvente, tem-se a polimerização em lama ou com precipitação.

Neste caso, o polímero é separado, seco, granulado e utilizado. Com isso, a escolha

do solvente é muito importante. Industrialmente este é o arranjo físico usado para a

polimerização das poliolefinas, podendo ser utilizado o próprio monômero com

solvente (CANEVAROLO, 2006). Essa técnica pode ser empregada tanto em

policondensação como em poliadições.

2.4.3 Emulsão

Nessa técnica é adicionado um sabão (agente emulsificante) para manter

dispersos os monômeros (líquido orgânico) em um não solvente, que geralmente é a

Page 20: Universidade federal do pará polimeros finalizado

19

água. Promove-se uma forte agitação; as moléculas de sabão vão formar miscelas

com as pontas hidrófobas viradas para dentro e as pontas hidrófilas para fora. Ao se

adicionar o monômero, parte dele fica na forma de gotas, mas parte irá penetrar nas

miscelas (região hidrófoba). Adicionando-se um iniciador solúvel em água, a

polimerização nas gotas é evitada, mas esta vai ocorrer nas rniscelas. Com a

formação de polímero nas miscelas e conseqüente redução da concentração de

monômero, aparecerá uma pressão osmótica forçando mais monômero a sair das

gotas e imigrar para as miscelas, dando continuidade a polimerização

(CANEVAROLO, 2006).

A polimerização em emulsão é grandemente empregada para poliadições,

pois apresenta vantagens de fácil controle de temperatura, e de rápida e alta

conversão com fácil agitação, por não haver aumento de viscosidade. Tem como

desvantagem a dificuldade de remoção completa do emulsificante, o que restringe

as aplicações do material. Segundo Canevarolo (2006), o produto final é um pó fino,

com granulometria da ordem de 0,05 a 1 mícron. Industrialmente, esta técnica é

empregada para fazer látex, para, por exemplo, tintas residenciais à base de PVA.

2.4.4 Suspensão

Com aplicação industrial, sendo o meio de reação constituído de monômeros,

um iniciador neles solúvel e água. Agitação vigorosa faz com que se formem

gotículas do monômero, onde ocorre a polimerização. É comum o uso de

estabilizadores de emulsão, que podem ser eletrólitos, para aumentar a tensão

interfacial entre as fases.

O iniciador é previamente dissolvido no monômero (para tanto este deve ser

solúvel no monômero), e esta mistura adicionada à água. Um agente de suspensão

também é adicionado e inicia-se a agitação. Esta dispersará o monômero na forma

de pequenas gotas por todo o volume, mantendo-as estáveis pela ação do agente

de suspensão que envolve cada gota, evitando a coalescência delas entre si. Com o

aumento da temperatura, tem-se o início da polimerização de modo individualizado,

em cada uma das gotas. O calor gerado é facilmente retirado pela água, mantendo

todo o sistema com uma temperatura controlada. O produto final são pérolas (ou

contas) na dimensão de 0,01 a 1 mm (10 a 1 000 mícrons), que são separadas,

lavadas, secas e empregadas. Exemplo de polímeros obtidos industrialmente por

este arranjo: PS, PVC, PbíbM, etc. (CANEVAROLO, 2006).

Page 21: Universidade federal do pará polimeros finalizado

20

3 CLASSIFICAÇÃO

Dependendo do tipo de monômero (estrutura química), do número de meros por

cadeia e do tipo de ligação covalente, poderemos dividir os polímeros em três

grandes classes: Plásticos, Borrachas (ou Elastômeros) e Fibras

(CANEVAROLO, 2002).

É possível listar os polímeros de acordo com determinadas classificações, e

aqui, serão abordadas quatro delas, que são: quanto à estrutura molecular, ao seu

método de preparação, às suas características tecnológicas, e quanto ao seu

comportamento mecânico.

3.1 QUANTO AO MÉTODO DE PREPARAÇÃO

Com relação a esta classificação os polímeros podem ser subdivididos em

duas grandes classes:

3.1.1 Polímeros de adição

São aqueles em que durante a sua formação (reação dos monômeros) não há

perda de massa na forma de compostos de baixo peso molecular. Ex: Polietilenos,

Policloreto de Vinila (PVC).

3.1.2 Polímeros de condensação

São aqueles originados da reação de dois grupos funcionais reativos com

eliminação de moléculas de baixo peso molecular (água, amônio, HCl, etc.) Ex:

Náilons e Poliésteres.

3.2 QUANTO À ESTRUTURA MOLECULAR

3.2.1 Polímeros lineares

São aqueles em que as unidades meros estão unidas ponta a ponta em

cadeias únicas. Essas longas cadeias são flexíveis. Nos polímeros lineares, podem

existir grandes quantidades de ligações de van der Waals entre as cadeias. Ex:

polietileno, o cloreto de polivinila, o poliestireno, o polimetil metacrilato, o náilon e os

fluorocarbonos.

Page 22: Universidade federal do pará polimeros finalizado

21

Figura 3: Cadeia linear. Fonte: Elaboração própria (2013).

3.2.2 Polímeros ramificados

Cadeias de ramificações laterais encontram-se ligadas às cadeias principais,

o que possibilita a sintetização de polímeros. Tais polímeros são chamados de

polímeros ramificados. A eficiência de compactação da cadeia principal caba sendo

diminuída devido às ramificações laterais, o que ocasionará a diminuição da

densidade polimérica. Polímeros lineares também podem ser ramificados.

Figura 4: Cadeia de ramificações Fonte: Elaboração própria (2013).

3.2.3 Polímeros com ligações cruzadas

Nestes polímeros, as cadeias lineares próximas, estão unidas e arrumadas

em posições diferentes, umas às outras, por ligações covalentes. O Processo de

formação dessas ligações é obtido através de duas maneiras: durante a síntese do

polímero, ou através de uma reação química irreversível, praticada à altas

temperaturas. Muitos dos materiais elásticos com características de borracha

apresentam ligações cruzadas, nas borrachas isso é conhecido por vulcanização.

Figura 5: Cadeia cruzada. Fonte: Elaboração própria (2013).

Page 23: Universidade federal do pará polimeros finalizado

22

3.2.4 Polímeros em rede

São polímeros no qual as unidades mero tri funcionais, possuem três ligações

covalentes ativas, formando redes tridimensionais. De qualquer forma, um polímero

com muitas ligações cruzadas pode ser classificado como de rede. Ex: materiais

epóxi e a base de fenol-formaldeído.

Figura 6: Rede tridimensional Fonte: Polímeros e Materiais Poliméricos - Manual do Professor.

3.2.5 Homopolímeros

São polímeros onde a cadeia principal é formada por um único mero. Ex:

Polietileno, Polipropileno, Policloreto de vinila

Figura 7: Cadeia de homopolímero Fonte: Polímeros e Materiais Poliméricos. Manual do Professor.

3.2.6 Copolímero

É um polímero que apresenta mais de um mero diferente na cadeia. São

conhecidos como comonômeros cada um dos monômeros utilizados na

copolimerização. Os meros podem distribuir-se de diferentes formas dentro da

cadeia e por esta razão, dividimos os copolímeros da seguinte forma:

3.2.6.1 Aleatório

Não há uma sequência definida de ordenação dos diferentes meros. Ex:

Estireno acrilonitrica- SAN;Copolímero de etileno acetato de vinila (EVA).

Page 24: Universidade federal do pará polimeros finalizado

23

Figura 8: Copolímero aleatório. Fonte: Slide SENAI/SIMATEC, 2010.

Figura 9: Cadeia de Estireno acrilonitrica- SAN Fonte: Slide SENAI/SIMATEC, 2010.

3.2.6.2 Alternado

Os diferentes meros se dispõem de maneira alternada. Um dos poucos

exemplos é o anidrido maleico – estireno, utilizado na produção de plastificantes.

Figura 10: Copolímero alternado. Fonte: Slide SENAI/SIMATEC, 2010.

3.2.6.3 Em bloco ou blocado

Há a formação de grandes sequências (blocos) de um dado mero se

alternando com outras grandes sequências do outro mero. Ex: borracha

termoplástica tribloco de estireno e butadieno (SBS) ou isopreno (SIS).

Page 25: Universidade federal do pará polimeros finalizado

24

Figura 11: Copolímero em bloco Fonte: Slide SENAI/SIMATEC, 2010.

Figura 12: Cadeia de poliestireno e polibutadieno (SBS) Fonte: Slide SENAI/SIMATEC, 2010.

3.2.6.4 Grafitizado ou enxertado

Polímero composto de macromoléculas enxertadas, que são macromoléculas

com uma ou mais espécies químicas conectadas à cadeia principal como cadeias

laterais. Essas cadeias laterais possuem aspectos constitucionais ou

configuracionais que diferem daqueles da cadeia principal. Ex: copolímero de

Acrilonitrila-Butadieno-Estireno (ABS)

Figura 13: Homopolímero ligado covalentemente á outra cadeia polimérica. Fonte: Slide SENAI/SIMATEC, 2010.

Page 26: Universidade federal do pará polimeros finalizado

25

Figura 14: Estrutura do copolímero de Acrilonitrila-Butadieno-Estireno (ABS). Fonte: Slide SENAI/SIMATEC, 2010.

3.3 QUANTO AO COMPORTAMENTO MECÂNICO

Segundo Canevarolo (2006), os polímeros podem ser classificados quanto ao

comportamento mecânico em:

3.3.1 Plásticos

Um material polimérico sólido na temperatura de utilização, normalmente a

ambiente ou próxima dela. Eles podem ser subdivididos em:

3.3.1.1 Termoplásticos

Plásticos que, quando sob um aumento substancial da temperatura e

marginal da pressão, amolecem e fluem, podendo ser moldados nestas condições.

Retirada a solicitação (T e P) se solidificam adquirindo a forma do molde. Novas

aplicações de temperatura e pressão reiniciam o processo, portanto são recicláveis.

São solúveis e possuem cadeia linear ou ramificada. Exemplos: PE, PP, PVC, etc.

3.3.1.2 Termorrígidos

Também conhecidos por termofixos, termoendurecidos, polímero em rede ou

em retículo, são plásticos que, quando sujeitos a um aumento substancial da

temperatura e marginal da pressão, amolecem e fluem, adquirindo a forma do

molde, reagem quimicamente, formando ligações cruzadas entre cadeias e se

Page 27: Universidade federal do pará polimeros finalizado

26

solidificam. Subsequentes aumentos de temperatura e pressão não têm mais

influência, tornando-os materiais insolúveis, infusíveis e não-recicláveis, Assim, os

termorrígidos são moldados quando ainda na forma de pré-polimero (antes da cura,

sem ligações cruzadas). Exemplos: resina de fenol-formaldeído (baquelite), epóxi

(araldite), etc.

3.3.1.3 Baroplásticos

Plásticos que, com um aumento substancial da pressão e marginal da

temperatura, fluem através de rearranjos em sua conformação. Seu estado físico

deve ser borrachoso, ou seja, a temperatura de solicitação (T) deve estar entre Tg <

T < Tm.

Figura 15: Plásticos Fonte: Otro sitio más de WordPress.com. (2011)

3.3.2 Elastômeros

Polímeros que na temperatura ambiente podem deformar-se no mínimo duas

vezes o seu comprimento inicial, retomando ao comprimento original rapidamente

depois de retirado o esforço. Para apresentar estas características, os elastômeros

normalmente possuem cadeias flexíveis amarradas uma às outras, com uma baixa

densidade de ligação cruzada. Isso define as seguintes propriedades básicas:

a) aceitar grandes deformações (> 200°/n), mantendo boa resistência

mecânica e módulo de elasticidade quando deformado,

b) recuperar rapidamente a deformação, após retirado o esforço,

c) ter recuperação total da deformação.

Page 28: Universidade federal do pará polimeros finalizado

27

Como principal exemplo, tem-se a BV (borracha vulcanizada), termo genérico

utilizado para qualquer elastômero ou mistura de elastômeros após a formação de

ligações cruzadas (vulcanização). Tais características podem ser apreciadas na

principal aplicação da borracha vulcanizada, qual seja: o pneu. Nele, a deformação

sofrida devido ao peso do carro deve ser totalmente recuperada durante o intervalo

de tempo em que a roda leva para dar uma volta. Considerando-se de forma

simplificada que o perímetro da roda seja de um metro e que o carro esteja viajando

a uma velocidade de 120 km/h, um mesmo ponto na banda de rodagem tocará o

solo a cada 30 milissegundos (30 kHz). Pilotos de corrida de carro nunca

reclamaram de rodas quadradas, apesar de atingirem velocidades acima de 300

km/h.

Figura 16: Exemplos de elastômeros Fonte: Elaboração própria (2013).

3.3.3 Fibras

Termoplástico orientado (com um sentido longitudinal dito eixo principal da

fibra) satisfazendo a condição geométrica de L/D 1100. A orientação das cadeias e

dos cristais, feita de modo forçado durante a fiação, aumenta a resistência mecânica

desta classe de materiais, tornando-os possíveis de serem usados na forma de fios

finos. Como exemplos, têm-se as fibras de poliacrilonitrila, os náilons, o poliéster

(PET), etc.

Page 29: Universidade federal do pará polimeros finalizado

28

Figura 17: Fibras Fonte: http://askstekno.wordpress.com/category/tipos-de-polimeros/

3.4 QUANTO AO DESEMPENHO MECÂNICO

Esta classificação leva em conta o desempenho mecânico do polímero na sua

aplicação ou uso. Neste tipo de classificação os materiais poliméricos podem ser

subdivididos em:

3.4.1 Termoplásticos convencionais (commodities)

São polímeros de baixo custo, baixo nível de exigência mecânica, alta

produção, facilidade de processamento, etc. A produção destes termoplásticos

corresponde em torno de 70% da produção mundial de polímeros. Ex: poliolefinas

(LDPE, HDPE, PP), o poliestireno (PS) e o policloreto de vinila (PVC).

3.4.2 Termoplásticos de uso industrial

Têm custo maior que os polímeros convencionais, porém, com algumas

propriedades um pouco superiores. Nesta classe encontram-se os copolímeros,

homopolímeros. Ex: Etileno-acetato de vinila (EVA), estireno-acrilonitrila (SAN),

politetrafluoreto de etila (PTFE) e acrílico (PMMA).

3.4.3 Termoplásticos de engenharia

São polímeros usados em situações onde são exigidas resistência mecânica,

tenacidade e estabilidade dimensional. São utilizados em peças técnicas

(engrenagens, componentes eletrônicos e automobilísticos, etc). Ex: Náilon, PET,

PBT, POM, PC, ABS.

Page 30: Universidade federal do pará polimeros finalizado

29

3.4.4 Termoplásticos de alta performance

São polímeros que resistem a temperaturas de uso contínuo superiores a

150°C e caracterizados pela presença de grande quantidade de anéis aromáticos na

cadeia principal. Ex: (polissulfonas, polissulfeto de fenileno (PPS), poliimidas

(poliimidapoliamida), poliéter-éter-cetona poliéter-éter-cetona (PEEK).

4 PROPRIEDADES

A compreensão dos mecanismos segundo os quais os polímeros se deformam

elasticamente e plasticamente permitem que se altere e controle seus módulos de

elasticidade e resistências. A seguir serão citadas as principais propriedades dos

polímeros.

As principais propriedades dos polímeros são:

Elevada processabilidade – facilmente moldável isto é, a facilidade de

converter o material numa determinada forma;

Resistentes à fissura e ao desgaste;

Resistente à ação dos agentes atmosféricos, não quebra, não formam pontes

e não estilhaçam;

Elásticos;

Peso reduzido – é mais leve que os metais, o vidro; e mais leve que alumínio;

Lubrificação – são materiais de baixo atrito;

Isolação – tem excelentes propriedades de isolamento elétrico e acústico;

Baixo custo de produção;

Possibilidade de serem usados na fabricação de peças nas mais variadas

formas, tamanho e cores;

A maioria é reciclável;

Estas propriedades, juntamente com a sua fácil obtenção a baixa temperatura,

justificam a sua fabricação em grande escala.

4.1 PROPRIEDADES MECÂNICAS

As propriedades mecânicas dos polímeros são especificadas através de muitos

dos mesmos parâmetros usados para os metais, isto é, o módulo de elasticidade, o

limite de resistência à tração e as resistências ao impacto e à fadiga. Para muitos

Page 31: Universidade federal do pará polimeros finalizado

30

materiais poliméricos, o ensaio simples tensão-deformação é empregado para a

caracterização de alguns desses parâmetros mecânicos (CALLISTER, 2002). É

usado como base a ASTM D 638 "Standard Test Method for Tensile Properties of

Plastics" (Método Padronizado para Ensaio das Propriedades de Tração dos

Plásticos).

No entanto, são necessárias para os polímeros algumas modificações em

relação às técnicas de ensaio e às configurações dos corpos de provas que são

usados para os metais, especialmente no caso dos materiais muito elásticos, como

as borrachas.

Segundo Callister (2002), são encontrados três tipos de comportamento tensão-

deformação tipicamente diferentes nos materiais poliméricos, como está

representado na Fig. 17. A curva A ilustra o comportamento tensão-deformação

apresentado por um polímero frágil, mostrando que este sofre fratura enquanto se

deforma elasticamente. O comportamento apresentado pelo material plástico, curva

B, é semelhante àquele encontrado para muitos materiais metálicos; a deformação

inicial é elástica, a qual é seguida por escoamento e por uma região de deformação

plástica. Finalmente, a deformação apresentada pela curva C é totalmente elástica;

essa elasticidade, típica da borracha (grandes deformações recuperáveis são

produzidas, mesmo sob pequenos níveis de tensão), é apresentada por uma classe

de polímeros conhecida como elastômeros.

Figura 17 : Comportamento tensão-deformação para polímeros Fonte: CALLISTER (2002).

Page 32: Universidade federal do pará polimeros finalizado

31

Apesar do comportamento mecânico parecido, os polímeros podem ser, em

alguns aspectos, mecanicamente diferentes dos metais, como por exemplo, em

relação ao módulo de elasticidade, limite de resistência à tração e alongamento,

sendo que as diferenças encontram-se expressas na Tabela 3, a seguir.

Tabela 3: Comportamento mecânico – Metais x Polímeros

Propriedade Metais Polímeros

Módulo de Elasticidade 7 MPa a 4 GPa 48 a 410 GPa

Limite de resistência à tração 100 MPa 4,1 GPa

Alongamento 100% 1000%

Fonte: CALLISTER (2002).

As características mecânicas dos polímeros são muito mais sensíveis a

mudanças de temperatura na vizinhança da temperatura ambiente. Considere o

comportamento tensão-deformação para o polimetil metacrilato (Plexiglas) a várias

temperaturas entre 4 e 60°C (40 e 140°F) (Fig. 18). Várias características dessa

figura são dignas de observação, como sejam: o aumento da temperatura produz (1)

uma diminuição do módulo de elasticidade, (2) uma redução do limite de resistência

à tração e (3) uma melhoria da ductilidade — a 4°C (40°F) o material é totalmente

frágil, enquanto uma deformação plástica considerável é obtida tanto a 50 como a

60°C (122 e 140°F, respectivamente).

Figura 18: A influência da temperatura sobre as características tensão-deformação do polimetil metacrilato Fonte: CALLISTER (2002).

Page 33: Universidade federal do pará polimeros finalizado

32

A influência da taxa de deformação sobre o comportamento mecânico também

pode ser importante. Em geral, uma diminuição da taxa de deformação apresenta a

mesma influência sobre as características tensão-deformação que um aumento da

temperatura; isto é, o material se torna mais mole e mais dúctil.

4.1.1 Resistência ao impacto

O grau de resistência de um material polimérico a uma carga de impacto de

uma peça com entalhe pode ser importante para algumas aplicações. Tanto os

polímeros cristalinos como os polímeros amorfos são frágeis a baixas temperaturas,

e ambos possuem resistências ao impacto relativamente baixas. Entretanto, eles

experimentam uma transição dúctil-frágil ao longo de uma faixa de temperaturas

relativamente estreita, semelhante àquela que foi mostrada para um aço.

Obviamente, a resistência ao impacto sofre uma diminuição gradual a temperaturas

ainda mais altas à medida que o polímero começa a amolecer. Normalmente, as

duas características de impacto mais desejáveis são uma elevada resistência ao

impacto à temperatura ambiente e uma temperatura de transição dúctil-frágil que se

encontre abaixo da temperatura ambiente (CALLISTER, 2002).

4.1.2 Fadiga

Segundo Callister (2002), os polímeros podem experimentar falha por fadiga

sob condições de carregamento cíclicas. Como ocorre com os metais, a fadiga

ocorre em níveis de tensão que são baixos em comparação com o limite de

escoamento. Os ensaios de fadiga realizados com os polímeros foram muito menos

intensos do que os ensaios realizados com metais; entretanto, os dados de fadiga

para ambos os materiais são plotados da mesma maneira, e as curvas resultantes

possuem a mesma forma geral.

O comportamento de fadiga dos polímeros é muito mais sensível à frequência

de carregamento do que o dos metais. Quando os polímeros são submetidos a

ciclos com alta freqüência e/ou tensões relativamente grandes, pode ocorrer um

aquecimento localizado; conseqüentemente, as falhas podem ser devidas a um

amolecimento do material, e não um resultado de processos típicos de fadiga.

4.1.3 Resistência à ruptura e dureza

A habilidade para resistir à ruptura é uma propriedade importante de alguns

plásticos, especialmente aqueles usados como finas películas em embalagens. A

Page 34: Universidade federal do pará polimeros finalizado

33

resistência à ruptura, o parâmetro mecânico que é medido, é a energia exigida para

rasgar ou romper uma amostra cortada que possua uma geometria padrão. As

magnitudes do limite de resistência à tração e da resistência à ruptura estão

relacionadas.

Como ocorre com os metais, a dureza representa a resistência de um material

ao risco, à penetração, à marcação, e assim por diante. Os polímeros são mais

moles do que os metais e as cerâmicas, e a maioria dos ensaios de dureza é

conduzida de acordo com técnicas de penetração semelhantes àquelas descritas

para os metais. Os ensaios Rockwell são usados com frequência para os polímeros,

a NORMA ASTM D 785. Outras técnicas de impressão empregadas são o

Durômetro e o Barcol, a NORMA ASTM D2240 e ASTM D 2583 (CALLISTER, 2002).

4.1.4 Fratura

As resistências à fratura dos materiais poliméricos são baixas quando

comparadas com aquelas para os metais e as cerâmicas. Como regra geral, o modo

de fratura em polímeros termofixos é frágil. Em termos simples, associada com o

processo de fratura está a formação de trincas nas regiões onde existe uma

concentração localizada de tensões (isto é, riscos, entalhes e falhas afiladas). No

caso de polímeros termoplásticos, tanto a fratura dúctil como a fratura frágil são

possíveis, e muitos desses materiais são capazes de experimentar uma transição

dúctil-frágil. Os fatores que favorecem uma fratura frágil são redução na

temperatura, aumento na taxa de deformação, presença de um entalhe afilado,

maior espessura da amostra, e, adicionalmente, modificação da estrutura do

polímero (química, molecular e/ou microestrutural) (CALLISTER, 2002).

Os termoplásticos vítreos são frágeis a temperaturas relativamente baixas; à

medida que a temperatura aumenta, eles se tornam dúcteis na vizinhança das suas

temperaturas de transição vítrea e experimentam um escoamento plástico antes da

fratura. Um fenômeno que precede com freqüência a fratura em alguns polímeros

termoplásticos vítreos é o fendilhamento, ou formação de pequenas trincas (Fig. 19).

Page 35: Universidade federal do pará polimeros finalizado

34

Figura 19: Desenho de (a) um fendilhamento mostrando microvazios e pontes

fibrilares, e (b) um fendilhamento seguido por uma trinca.

Fonte: CALLISTER (2002)

4.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS

A mobilidade de uma cadeia polimérica determina as características físicas do

produto, seja este um plástico duro e frágil, borrachoso e tenaz ou um fluido viscoso.

A mobilidade é função da agitação dos átomos nas moléculas, sendo esta

diretamente proporcional à temperatura. Portanto, o conhecimento das

características físico-químicas inerentes de um polímero é fundamental para a

compreensão de seu desempenho termomecânico: normalmente, o polímero é

processado em temperaturas altas quando apresenta o comportamento de um fluido

viscoso, e é utilizado em aplicações práticas com característica flexível ou rígida. Tal

variabilidade de comportamento é uma característica sabiamente usada na indústria

para a seleção do melhor material para uma determinada aplicação

(CANEVAROLO, 2006).

O tratamento térmico (ou recozimento) de polímeros semicristalinos leva a

modificações no tamanho e na perfeição dos cristalitos, bem como na estrutura

esferulita. Para materiais que não tenham sido estirados e que são submetidos a

tratamentos térmicos com tempo constante, o aumento da temperatura de

recozimento leva ao seguinte: (1) um aumento do módulo de tração, (2) um aumento

do limite de escoamento e (3) uma redução da ductilidade. Deve ser observado que

esses efeitos do recozimento são opostos àqueles tipicamente observados para os

materiais metálicos, quais sejam, enfraquecimento, amolecimento e melhoria da

ductilidade. Ao contrário dos metais, os polímeros são típicos maus condutores de

calor, tendo uma condutividade térmica baixa.

Page 36: Universidade federal do pará polimeros finalizado

35

4.2.1 Fluência e relaxação de tensão

Segundo Canevarolo (2006), uma das características mais marcante dos

polímeros é a extrema dependência de suas propriedades mecânicas com o tempo.

Esta dependência pode ser observada sob várias maneiras:

i) se uma amostra polimérica é submetida a um peso constante; seja sob tração,

compressão ou flexão, ela se deformará continuamente com o tempo. Este

fenômeno é denominado fluência;

ii) se uma amostra polimérica é deformada rapidamente e mantida sob deformação

constante, a tensão aplicada para manter esta deformação diminui com o tempo.

Este fenômeno é conhecido como relaxação de tensão;

iii) se uma amostra polimérica é estirada sob tração a uma velocidade baixa, seu

módulo será baixo, no entanto, se a velocidade de deformação aumentar, o módulo

também aumentará.

No ensaio de fluência, a amostra é submetida a uma tensão constante, e a

deformação é registrada com o tempo. Para relaxar a tensão aplicada, as moléculas,

quando solicitadas, escoam umas sobre as outras devido à sua mobilidade natural,

resultando em um aumento contínuo da deformação com o tempo (CANEVAROLO,

2006).

4.2.2 Fusão cristalina

A fusão de um cristal de polímero corresponde à transformação de um

material sólido, contendo uma estrutura ordenada de cadeias moleculares alinhadas,

em um líquido viscoso, onde a estrutura é altamente aleatória; esse fenômeno

ocorre, através do aquecimento, à temperatura de fusão, Tf.

Segundo Callister (2002), existem várias características que distinguem a

fusão dos polímeros que não são normalmente observadas nos metais e nas

cerâmicas; essas características são conseqüência das estruturas moleculares dos

polímeros e de sua morfologia cristalina lamelar.

4.2.3 Transição vítrea

A transição vítrea ocorre em polímeros amorfos (ou vítreos) e semicristalinos

e é devida a uma redução no movimento de grandes segmentos de cadeias

moleculares pela diminuição da temperatura. Com o resfriamento, a transição vítrea

corresponde a uma transformação gradual de um líquido em um material com as

Page 37: Universidade federal do pará polimeros finalizado

36

características de uma borracha e, finalmente, em um sólido rígido. A temperatura

na qual o polímero experimenta a transição do estado no qual apresenta

características de uma borracha para o estado rígido é chamada de temperatura de

transição vítrea, Tv (CALLISTER, 2002).

5 PROCESSOS DE PRODUÇÃO

Uma grande variedade de técnicas diferentes é empregada na conformação de

materiais poliméricos. O método usado para um polímero específico depende de

diversos fatores:

(1) se o material é termoplástico ou termofixo;

(2) se termoplástico, a temperatura na qual ele amolece;

(3) a estabilidade atmosférica do material que está sendo conformado;

(4) a geometria e o tamanho do produto acabado.

Existem numerosas semelhanças entre algumas dessas técnicas e aquelas que

são utilizadas para a fabricação dos materiais metálicos e cerâmicos. A moldagem é

o método mais comum para a conformação de polímeros plásticos. As várias

técnicas de moldagem usadas incluem a moldagem por compressão, transferência,

insuflação, injeção e extrusão. Para cada uma, um plástico finamente peletizado ou

granulado é forçado, a uma temperatura elevada e com pressão, a escoar para o

interior, preencher e assumir a forma da cavidade de um molde (CALLISTER, 2002).

A produção mundial em 2011 alcançou 280 milhões de toneladas, um

crescimento de 4% em relação a 2010 (Gráfico 3). Sendo que, o Brasil produz o

equivalente a 2% da produção mundial de plástico (Gráfico 4) (ABIPLAST, 2012).

Page 38: Universidade federal do pará polimeros finalizado

37

Gráfico 3: Produção mundial de plástico (2011)

Fonte: Plastics Europe (2012)

Gráfico 4: Principais produtores mundiais de plástico (2011)

Fonte: Plastics Europe (2012)

A grande maioria das empresas do setor de transformados plásticos é

classificada como micro e pequenas empresas (que possuem até 100 empregados)

e estão localizadas nas regiões sul e sudeste do país, agregando juntas mais de

85% das empresas do setor (Tabela 4) (ABIPLAST, 2012).

Page 39: Universidade federal do pará polimeros finalizado

38

Tabela 4: Localização das empresas de transformados Plásticos, por Estado

(2011)

Empresas

Participação no

Brasil

Empresas

Participação no

Brasil

BRASIL 11.690 100,0% Mato Grosso

82 0,7%

São Paulo 5.157 44,1%

Rio Grande do

Norte 61 0,5%

Rio Grande do

Sul 1.316 11,3% Alagoas

61 0,5%

Paraná 967 8,3%

Mato Grosso

do Sul 54 0,5%

Santa Catarina 952 8,1%

Pará 46 0,4%

Minas Gerais 807 6,9%

Distrito

Federal 41 0,4%

Rio de Janeiro 662 5,7%

Sergipe 38 0,3%

Bahia 284 2,4%

Maranhão 34 0,3%

Pernambuco 279 2,4%

Piauí 31 0,3%

Goiás 231 2,0%

Rondônia 24 0,2%

Ceará 206 1,8%

Tocantins 14 0,1%

Amazonas 120 1,0%

Acre 8 0,1%

Paraíba 107 0,9%

Roraima 3 0,03%

Espírito Santo 104 0,9% Amapá 1 0,01%

Fonte: RAIS (2011) – MTE.

5.1 MOLDAGEM POR COMPRESSÃO E POR TRANSFERÊNCIA

Para uma moldagem por compressão, as quantidades apropriadas do polímero e

dos aditivos necessários, completamente misturados, são colocadas entre os

membros macho e fêmea do molde, como está ilustrado na Figura 20.

Page 40: Universidade federal do pará polimeros finalizado

39

Figura 20: Diagrama esquemático de um equipamento para moldagem por compressão Fonte: MIRANDA (2011).

Etapas:

(1) Polímeros aditivos são misturados na parte inferior do molde;

(2) O molde superior e inferior são aquecidos;

(3) O molde é fechado, calor e pressão são aplicados;

(4) O material se torna viscoso e se ajusta à forma do molde.

Ambas as peças do molde são aquecidas; entretanto, somente uma dessas

peças é móvel. O molde é fechado, e calor e pressão são aplicados, fazendo com

que o material plástico se torne viscoso e se ajuste à forma do molde.

Figura 21: Diagrama esquemático de um equipamento para moldagem por transferência Fonte: MIRANDA (2011).

Essa técnica de moldagem se aplica à fabricação de polímeros tanto

termoplásticos quanto termofixos; entretanto, o seu uso com polímeros

termoplásticos consome maior tempo e é mais caro. Na moldagem por transferência,

que é uma variação da moldagem por compressão, os ingredientes sólidos são, em

Page 41: Universidade federal do pará polimeros finalizado

40

primeiro lugar, derretidos em uma câmara de transferência aquecida (Fig. 21). A

medida que o material fundido é injetado no interior da câmara do molde, a pressão

é distribuída mais uniformemente sobre todas as superfícies. Esse processo é usado

com polímeros termofixos e para peças que possuem geometrias complexas

(CALLISTER, 2002).

5.2 MOLDAGEM POR INJEÇÃO

A moldagem por injeção, o análogo dos polímeros à fundição em matriz para os

metais, é a técnica mais amplamente difundida para a fabricação de materiais

termoplásticos. Um diagrama esquemático mostrando a seção reta do equipamento

utilizado neste processo está ilustrado na Figura 22.

Figura 22: Diagrama esquemático de um equipamento para moldagem por injeção

Fonte: MIRANDA (2011).

Etapas:

(1) Molde é fechado;

(2) Êmbolo avança injetando o material no molde;

(3) Êmbolo retrai e a carga do próximo ciclo de injeção é alimentada, enquanto o

molde permanece fechado até que o moldado tenha atingido temperatura que

permita sua remoção sem distorções;

(4) Molde é aberto e moldado é extraído.

Page 42: Universidade federal do pará polimeros finalizado

41

A quantidade correta de material peletizado é alimentada a partir de uma moega

de carregamento para o interior de um cilindro, através do movimento de um embolo

ou pistão. Essa carga é empurrada para frente para o interior de uma câmara de

aquecimento, em cujo ponto o material termoplástico se funde para formar um

líquido viscoso. Em seguida, o plástico fundido é impelido, novamente pelo

movimento de um pistão, através de um bico injetor, para o interior da cavidade

fechada do molde; a pressão é mantida até que o material moldado tenha

solidificado. Finalmente, o molde é aberto, a peça é ejetada, o molde é fechado, e

todo o ciclo é repetido. Provavelmente, a característica mais excepcional desta

técnica seja a velocidade com que as peças podem ser produzidas. No caso de

termoplásticos, a solidificação da carga injetada é quase imediata;

conseqüentemente, os tempos do ciclo para esse processo são curtos (comumente

dentro do intervalo de 10 a 30 s). Os polímeros termofixos também podem ser

processados através de moldagem por injeção; a cura tem lugar enquanto o material

se encontra sob pressão em um molde aquecido, o que resulta em tempos do ciclo

mais longos do que para os polímeros termoplásticos. Esse processo é algumas

vezes chamado de moldagem por injeção com reação (RIM — Reaction Injection

Molding) (CALLISTER, 2002).

5.3 MOLDAGEM POR EXTRUSÃO

Segundo Callister (2002), o processo de extrusão é simplesmente a moldagem

por injeção de um termoplástico viscoso através de uma matriz com extremidade

aberta, semelhante à extrusão de metais (Fig. 22). Uma rosca mecânica ou parafuso

sem fim propele o material peletizado, o qual é sucessivamente compactado, fundido

e conformado na forma de uma carga contínua de fluido viscoso. A extrusão tem

lugar à medida que essa massa fundida é forçada através de um orifício de uma

matriz. A solidificação do segmento extrudado é acelerada por sopradores ou por um

borrifador de água imediatamente antes de sua passagem para um transportador

móvel. A técnica está especialmente adaptada para produzir comprimentos

contínuos que possuem geometrias de seção retas constantes como, por exemplo,

bastões, tubos, canais de mangueira, folhas finas e filamentos.

Page 43: Universidade federal do pará polimeros finalizado

42

Figura 22: Ilustração da estrutura de uma extrusora de polímeros Fonte: SCARPIN; BETTONI, (2006).

5.4 MOLDAGEM POR INSUFLAÇÃO

O processo de moldagem por insuflação para a fabricação de recipientes de

plástico é semelhante àquele usado para a insuflação de garrafas de vidro, conforme

representado na Figura 23.

Figura 23: Diagrama esquemático de um equipamento para moldagem por insuflação Fonte: MIRANDA, (2011).

Page 44: Universidade federal do pará polimeros finalizado

43

Em primeiro lugar, um parison, ou pedaço de tubo feito de polímero é extrudado.

Enquanto este ainda se encontra em seu estado semifundido, o parison é colocado

em um molde em duas peças que possui a configuração desejada para o recipiente.

A peça oca é moldada pela insuflação de ar ou vapor sob pressão para o interior do

parison, forçando as paredes do tubo a se conformarem com os contornos do molde.

Obviamente, tanto a temperatura como a viscosidade do parison devem ser

reguladas cuidadosamente (CALLISTER, 2002).

5.5 FUNDIÇÃO E ROTOMOLDAGEM

Segundo Callister (2002), os metais e os materiais cerâmicos, os materiais

poliméricos podem ser fundidos, como quando um material plástico fundido é

derramado no interior de um molde e deixado em repouso para solidificar. Tanto os

plásticos termoplásticos como os termofixos podem ser fundidos. No caso dos

termoplásticos, a solidificação ocorre mediante o resfriamento a partir do estado

fundido; entretanto, no caso dos plásticos termofixos, o endurecimento é uma

conseqüência do verdadeiro processo de polimerização ou cura, o qual é geralmente

realizado a uma temperatura elevada.

Também existe a fundição rotacional, ou mais conhecida como a rotomoldagem

(Fig. 24); o processo se dá por meio do aquecimento de materiais poliméricos no

qual a fusão e a transformação de uma determinada peça acontecem pela ação

conjunta de temperatura e rotação, pelo ponto de vista processual, não há limites

quanto às dimensões dessas peças (ROTOMIX BRASIL, 2013).

É um processo altamente versátil que possibilita uma vasta gama de produção a

partir da transformação de termoplásticos. Por meio dele é possível idealizar e

viabilizar os mais variados projetos para demandas, preferências e necessidades

com as vantagens de personalização e do baixo custo.

Page 45: Universidade federal do pará polimeros finalizado

44

Figura 24: Processo de Rotomoldagem

Fonte: Rototherm (2013)

Etapas:

(1) Colocado no molde o polímero que será utilizado, pré-medido.

(2) O molde é levado ao aquecimento, e aquecido de uma forma uniforme no

interior.

(3) O resfriamento. O molde é resfriado, para que o material ganhe a forma final.

(4) Desmontagem, a peça é retirada cuidadosamente do molde.

5.6 MOLDAGEM POR FIAÇÃO

Os polímeros em fibra são capazes de serem estirados na forma de longos

filamentos com pelo menos uma relação comprimento-diâmetro de 100:1. A maioria

dos polímeros em fibra comerciais é usada na indústria têxtil, sendo tecidos ou

costurados em panos ou tecidos.

O processo segundo o qual as fibras são modeladas a partir do material

polimérico bruto é conhecido por fiação. Na maioria das vezes, as fibras são

submetidas a fiação a partir de seu estado fundido, em um processo conhecido por

fiação do material fundido. O material que vai ser submetido a fiação é primeiro

aquecido, até que se forme um líquido relativamente viscoso. Em seguida, esse

Page 46: Universidade federal do pará polimeros finalizado

45

líquido é bombeado através de uma placa conhecida por fiadora (spinnerette), que

contém numerosos orifícios redondos e pequenos. À medida que o material fundido

passa através de cada um desses orifícios, uma única fibra se forma e se solidifica

quase imediatamente ao passar através do ar (CALLISTER, 2002).

Durante esse processo, as cadeias moleculares ficam orientadas na direção do

estiramento (Fig. 25), de modo tal que o limite de resistência à tração, o módulo de

elasticidade e a tenacidade são melhorados.

Figura 25: Cadeia molecular

Fonte: CALLISTER (2002)

Figura 26: Processo de Fiação Fonte: Adaptada do Yarn Manufacturing (2013).

Page 47: Universidade federal do pará polimeros finalizado

46

5.7 PROCESSO DE TERMOFORMAGEM

É um processo que consiste em moldar chapas plásticas dando forma ao

produto através da utilização de calor e pressão tanto positivas como a vácuo (IBT

PLÁSTICOS, 2013) (Fig. 27).

Figura 27: Processo de Termoformagem Fonte: Dinieper (2013).

Etapas:

(1) Fixação da chapa;

(2) Aquecimento;

(3) Moldagem;

(4) Resfriamento;

(5) Extração.

Na termoformagem, uma lâmina seca é aquecida a uma temperatura pré-

determinada na qual o material plástico amolece. A mesma é esticada para cobrir o

contorno do molde e logo é refrigerada na temperatura na qual o termoplástico

passa a ser rígido, retendo assim a forma do molde. A peça termoformada pode ser

cortada para eliminar bordas desnecessárias, decorada e/ou convertida em produto

para diferentes aplicações (IBT PLÁSTICOS, 2013).

5.8 PROCESSO DE VULCANIZAÇÃO

O processo de formação de ligações cruzadas nos elastômeros é conhecido por

vulcanização, o qual é realizado através de uma reação química irreversível,

normalmente conduzida a uma temperatura elevada. Na maioria das reações de

vulcanização, compostos de enxofre são adicionados ao elastômero aquecido;

cadeias de átomos de enxofre se ligam com as cadeias principais do polímero que

Page 48: Universidade federal do pará polimeros finalizado

47

se encontram adjacentes, formando ligações cruzadas entre elas, o que é obtido de

acordo com a seguinte reação (Fig. 28):

Figura 28: Esquema de formação de cadeias cruzadas Fonte: CALLISTER (2002).

A borracha não vulcanizada é mole e pegajosa, e possui uma resistência ruim

à abrasão. O módulo de elasticidade, o limite de resistência à tração e a resistência

à degradação por oxidação são melhorados pela vulcanização. A magnitude do

módulo de elasticidade é diretamente proporcional à densidade das ligações

cruzadas. As curvas tensão-deformação para a borracha natural vulcanizada e sem

vulcanização estão apresentadas na Figura 29. Para produzir uma borracha capaz

de ser submetida a grandes deformações sem que ocorra a ruptura das ligações da

cadeia primária devem existir relativamente poucas ligações cruzadas, e estas

devem estar bastante separadas na cadeia.

Figura 29: Curvas tensão-deformação até um alongamento de 600% para as borrachas naturais vulcanizadas e não vulcanizadas Fonte: CALLISTER (2002).

Page 49: Universidade federal do pará polimeros finalizado

48

No Gráfico 5, estão os principais processos de produção de transformados

plásticos, como pode-ser perceber, o mais utilizado é o processo de extrusão, pois

em comparação com o de injeção é mais econômico.

Gráfico 5: Processos produtivos utilizados na produção de transformados plásticos (2010) Fonte: PIA Produto (2010) – IBGE

Os principais produtos exportados pelo Brasil são: laminados de polietileno

não reforçado, caixas e engradados, laminados de polipropileno, tubos umbilicais,

laminados reforçados de resina melamina e baldes para transporte. Já os principais

produtos importados pelo Brasil são: garrafas e frascos, laminados de polietileno não

reforçados, laminados de polipropileno, fitas autoadesivas grossas, revestimento de

piso de PVC e utensílios de cozinha (ABIPLAST, 2012).

Page 50: Universidade federal do pará polimeros finalizado

49

6 VANTAGENS E DESVANTAGENS

O que determina as vantagens da utilização dos polímeros são as características

básicas desse tipo de material. Seu peso é consideravelmente baixo, o que permite

seu manuseio mais fácil e facilita o processo produtivo de materiais baseados em

polímero; baixa temperatura de processamento permitindo também uma facilidade

de manuseio; o custo relacionado a sua produção também é baixo permitindo um

custo de fabricação de materiais menor quando estes se baseiam em polímeros; tais

características são vistas como vantajosas uma vez que acaba por permitir seu uso

na produção de materiais baseados em diversas formas, cores e tamanhos.

A principal desvantagem associada à utilização dos materiais poliméricos é o fato

de demorarem muito tempo para se degradarem no meio ambiente. A degradação é

qualquer reação química que seja destrutiva aos polímeros, sendo este tema

abordado em outro tópico mais especifico.

O que isso acarreta é a necessidade de reciclagem dos materiais. Porém, alguns

polímeros não podem ser reciclados de forma direta, pois não existe uma forma de

refundi-los ou despolimerizá-los. Quando não é possível reciclar o material é

possível queimá-lo, o que também acarreta numa desvantagem quando a queima

proporciona gases tóxicos devendo ser tratado antes da queima. Alguns desses

polímeros são termorrígidos e borrachas. Já quanto à maioria dos termoplásticos a

reciclagem não é economicamente viável devido ao seu baixo preço. O PET, ao

contrario, por ser amplamente consumido passa a ter um bom potencial econômico,

mesmo sendo um produto barato.

Page 51: Universidade federal do pará polimeros finalizado

50

7 APLICAÇÕES

Polímeros são utilizados em diversos setores, em algumas áreas ainda não são

muito reconhecidos, mas possuem grande potencial. Polímeros são usados para

melhorar a capacidade de diversos materiais ou processos, como produção de fibras

para a indústria têxtil, embalagens para alimentos, cosméticos, na indústria

farmacêutica, automobilística, construção civil.

As empresas de tratamento de águas e efluentes também descobriram o

potencial dos polímeros e estão investindo cada vez mais na sua utilização para

aumentar a velocidade do processo de clarificação e tornar o tratamento mais eficaz.

O uso de polímeros, também acarreta um baixo custo, ou seja, uma melhor

economia tendo os mesmos resultados se usasse outros produtos mais caros, como

no caso dos efluentes que além dessas características de baixo custo, favorecem na

agilização do processo de clarificação.

A seguir, será exemplificado e explicado com mais detalhes o uso dos

polímeros em alguns setores que atuam e os seus desempenhos.

7.1 POLÍMEROS USADOS PARA O TRATAMENTO DE EFLUENTES

Visto que atualmente a contaminação por efluentes é alta e a escolha de um

melhor método ou tecnologia exige muito estudo. Atualmente os efluentes, no seu

processo final, são despejados nas águas e outra parte em forma de gases.

Os efluentes passam por quatro etapas de tratamento até que as partículas e

os microrganismos presentes, que possam prejudicar a saúde ou equipamentos da

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), sejam completamente eliminados.

O processo utilizado consiste na remoção dos materiais grossos, flutuantes e

pesados, através de gradeamento, caixas de areia e tanques de equalização. Logo

em seguida, a remoção da matéria orgânica decantável e da escuma (materiais de

densidade menor que a água, de difícil degradação) flutuante em conjunto com

óleos e graxas.

A biomassa (matéria orgânica) é degradada pela ação de micro-organismos

(bactérias). Processos anaeróbios produzem biogás como resíduo, que pode ser

utilizado como combustível ou fonte de energia elétrica. E por fim, para se remover

por completo os microrganismos que possam vir a prejudicar a saúde, utiliza-se o

Page 52: Universidade federal do pará polimeros finalizado

51

processo químico ou físico, que podem ser o uso do Cloro , Ozônio e até

radiação ultravioleta.

Onde o polímero entra no processo?

Para o tratamento da água são usados os polímeros naturais e/ou

sintéticos. Os polímeros naturais como celulose, amido, colágeno, quitosana entre

outros, tem como característica a sorção (capacidade de retenção) de poluentes

aquáticos, em destaque a quitosana que possui uma alta capacidade de sorção de

vários poluentes aquáticos e é um dos polissacarídeos mais utilizados. A quitosana,

produzido através da deacetilação da quitina, é um copolímero obtido do

exoesqueleto de crustáceos, insetos e parede celular de fungos.

Os polímeros sintéticos (polieletrólitos, constituídos de poliacrilamida)

continuam sendo os mais utilizados para o tratamento de efluentes. Eles promovem

a coagulação ou floculação das partículas em suspensão transformando-as em

partículas maiores posteriormente removidas por decantação, flotação ou filtração.

São chamados de polieletrólitos, polímeros com grupos ionizáveis ao longo da

cadeia e são classificados em aniônicos, catiônicos e não-iônicos. Aniônicos são

capazes de atrair as cargas positivas como é o caso de sais e hidróxidos metálicos.

Sendo catiônico se ligará a cargas negativas como o silicone ou substâncias

orgânicas.

O objetivo desse uso de polímeros, deve-se a questão da reciclagem da água

ou para a disposição do meio ambiente, sem causar danos a saúde ou ambiental.

7.2 POLÍMEROS ENCONTRADOS NOS ALIMENTOS

Ao contrário dos outros exemplos, esses polímeros naturais são encontrados

em alimentos, a reação de polimerização que ocorre neles é por condensação.

Segue abaixo uma Tabela 5 de Biopolímeros:

Page 53: Universidade federal do pará polimeros finalizado

52

Tabela 5: Principais biopolímeros

Biopolímeros Origem Estrutura Efeito Aplicações

Amido Amilose e

Amilopectina Glicose Gelificante

Farinhas,

féculas, cereais,

bolachas

Gelana

Bactéria

Sphingomonas

elodea

Glicose, ácido

glicorônico e

raminose

Gelificante,

Espessante

Doces, geléias,

gelatinas,

bebidas lácteas

Xantana

Bactéria

Xanthomonas

campestris

Glicose,

aranose,

resíduos de

ácido

glucorônico

Espessante

Molhos e

xaropes, pasta

de dentes, pães,

cosméticos

Quitina Carapaça de

crustáceos

N-acetil-2-dioxi-

D-glicopiranose Gelificante Crustáceos

Quitosina

Copolímero

biodegradável,

obtido da quitina

D-glucosamina

que contém um

grupo amino

livre

Gelificante Suplementos

Fonte: PRADELLA (2006)

Biopolímeros são polímeros produzidos por seres vivos. Celulose, amido,

quitina, proteínas, peptídeos, ADN e ARN são exemplos de biopolímeros, nos quais

as unidades monoméricas são, respectivamente, açúcares, aminoácidos e

nucleotídeos.

7.3 POLÍMEROS USADOS NOS PLÁSTICOS

Atualmente no mercado, existem grandes quantidades de plásticos que vem

sendo utilizado cada vez mais pelas empresas. Os fios elétricos, que antes eram

revestidos de porcelana e/ou tecido isolante, passaram a ser revestidos de plástico,

pois eles são mais flexíveis do que a porcelana e mais robusto e resistente às

Page 54: Universidade federal do pará polimeros finalizado

53

intempéries do que os tecidos, sem comprometer o isolamento elétrico. O interior de

uma geladeira é feita de plástico devido apresentar um bom nível de isolamento

térmico. Sacolas, bacias, são feitas de plásticos, devido serem mais leves e

possuírem uma boa estabilidade para suportar pesos. Podemos citar também os

brinquedos, como exemplo. Atualmente o plástico é mais utilizado também por ser

de baixo custo, um fator que torna o plástico ―atraente‖.

Os polímeros chamados termoplásticos possuem propriedades mecânicas

que variam conforme a temperatura ambiente, podendo os plásticos ser flexíveis,

rígidos ou mesmo frágeis, como: garrafas PET que constituem politereftalato (PET);

CD’s, óculos de sol, blindagem de veículos, lanternas e faróis, possuem

policarbonato (PC); tubulações e telhas, que constituem policloreto de vinila (PVC);

Sacolas plásticas, mangueiras para água constituem Polietileno (PE).

Os termorrígidos são rígidos e frágeis, que uma vez prontos, não se pode

mais moldar como: baquelite, encontrados em cabos de panela, televisores,

telefones e tomadas, e é formado pela combinação de polimerização de fenol

(C6H5OH) e formaldeído ou aldeído fórmico (HCHO). Carrocerias, caixas d'água,

piscinas, camisas, pode-se encontrar o poliéster.

7.4 POLÍMEROS USADOS NOS VIDROS

É comum atualmente a presença de vidros no cotidiano, como em

automóveis, apartamentos, casas, em navios, óculos, garrafas. Esses vidros são

considerados ―vidros de segurança‖, pois são eles que garantem segurança para as

pessoas. O motivo da criação do vidro foi para melhorar o conforto das pessoas,

tendo como utilidade o isolamento acústico, a proteção contra chuva, sol (vidro

peliculado), fornece visibilidade para o motorista, sem interferência de poeira e entre

outros.

Porém, com o uso desse material visando conforto e segurança, dependendo

do tipo de vidro, pode colocar a pessoa em risco. Atualmente, existe diversos tipo de

vidros, mas será destacado quatro tipos: o cristal, o temperado, o laminado e o

blindado.

O vidro do tipo cristal é o vidro quebradiço, do mais comum que tem. Ele pode

trazer riscos a pessoa quando é quebrado devido deixar pedaços grandes cortantes

e pontiagudos.

Page 55: Universidade federal do pará polimeros finalizado

54

O vidro do tipo temperado possui elevada resistência, comparado com o vidro

comum, e passa por um processo de têmpera, em que o material é aquecido a altas

temperaturas, em torno de 600°C, e depois resfriado rapidamente. O vidro

temperado estilhaça, ou seja, ao se quebrar, estoura em inúmeros pedaços

pequenos e não-cortantes, o que é uma de suas mais conhecidas vantagens.

O vidro laminado (Figura 30) possui entre duas lâminas de vidro, uma película

de plástico, geralmente um material chamado de polivinil butiral, ou PVB. Ao se

quebrar, ele impede que o vidro se espalhe, como no caso do motorista, impede que

o vidro vá para cima dele.

O vidro blindado (Figura 31), conhecido também como vidro a prova de balas,

é um vidro do tipo multilaminado. Utiliza, intercaladamente, duas ou mais lâminas de

vidro, polivinil butiral (PVB) ou resina, poliuretano e lâminas de policarbonato (PC).

Figura 30: Composição do vidro laminado. Figura 31: Composição vidro blindado.

Fonte: VICAR transformação de vidro (2012). Fonte: ABRAVIDRO (2012).

7.5 POLÍMEROS USADOS NAS BORRACHAS

Um exemplo de polímeros são as borrachas naturais, pode-se citar os pneus

(Figura 32) que são elastômeros, uma classe intermediária entre termorrígidos e

termoplásticos. São materiais dúcteis e flexíveis, possuem uma dificuldade de

reciclagem, devido o material ter uma incapacidade de fusão. O seu processo de

formação foi aperfeiçoado por Goodyear, que usou o método de vulcanização. Esse

método consiste em colocar a borracha natural mais uma quantidade de enxofre em

alta temperatura, fazendo com que o pneu ―absorva‖ ou crie mais pontes que ligam

ao enxofre, tornando-o menos flexível e mais duro, passando a ser chamado

também de borracha sintética.

Page 56: Universidade federal do pará polimeros finalizado

55

Quanto maior a quantidade de enxofre adicionada no processo de

vulcanização, maior será a dureza e menor será a sua flexibilidade. Não só como o

pneu, mas como protetores de máquinas e aparelhos de indústrias químicas, podem

ser citados como exemplos de uso de elastômeros, ou borrachas.

Atualmente o termo borracha, é usado genericamente para os elastômeros,

porém quando se refere à borracha, estamos mencionando a borracha natural que

em sua composição contém o poliisopreno.

Figura 32: Pneu feito de borracha sintética.

Fonte: Site de carros (2013).

7.6 POLÍMEROS USADOS NO SETOR DA SAÚDE

Medicamentos sólidos convencionais, como pós, comprimidos e cápsulas

(Figura 33), contêm polímeros exercendo funções variadas. O amido, a lactose, o

sorbitol, o manitol e a celulose microcristalina são os principais diluentes

farmacêuticos. A polivinil pirrolidona (PVP), copolímeros do acetato de vinila e vinil

pirrolidona (copovidona), polímeros baseados no ácido acrílico, polissacarídeos e

inúmeros derivados da celulose, são utilizados como aglutinantes, que aumenta a

coesão entre os pós e facilita o processo de granulação e compressão de

comprimidos, ou como desintegrantes, cuja função é facilitar a desintegração de

comprimidos e cápsulas nos fluidos do estômago.

Polimetacrilatos podem ser usados como aglutinantes e a poliacrilina

potássica é um agente desintegrante para cápsulas e comprimidos. A

carboximetilcelulose (CMC) sódica reticulada é um desintegrante para a fabricação

de cápsulas, comprimidos e grânulos de desintegração rápida.

Page 57: Universidade federal do pará polimeros finalizado

56

Figura 33: Comprimidos e cápsulas usadas na indústria farmacêutica.

Fonte: UOL - Gastos com a saúde (2013).

7.7 APLICAÇÕES NA ENGENHARIA NAVAL

O uso de polímeros na indústria naval dá-se de forma bem diversificada,

relacionando-se desde o a estrutura do casco até a tintura de uma embarcação, seu

uso em embarcações é muito comum no que diz respeito ao acabamento. Pisos,

tintas, papéis de parede, entre outros, também são constituídos por resinas

termofixas de alto desempenho que são polímeros sintéticos desenvolvidos nos

últimos 60 anos que, aliadas a materiais de reforço como fibra de vidro e de

carbono, tornam as estruturas leves e resistentes aumentando a performance das

embarcações, como por exemplo Iates e lanchas. A calafetagem do casco do navio

e a impermeabilização de seu convés também estão entre os ramos dos polímeros

na indústria naval. Nessa área são utilizados produtos constituídos por elastômeros

à base de polímero híbrido que atuam na colagem e selagem elástica na construção

naval, juntas de parquet, juntas horizontais e verticais.

Figura 34: Estrutura molecular Do Bisfenol A (Componete da Resina epóxi)

Fonte: http://www.otaodoconsumo.com.br/bisfenol/

Page 58: Universidade federal do pará polimeros finalizado

57

8 RECICLAGEM

As tecnologias de transformação de polímeros – plásticos ou borrachas –

formam o grupo mais expressivo na fabricação de produtos industrializados.

Segundo dados da OMC (2006), a quantidade de plásticos transformados já

ultrapassa a transformação do aço. Esta demanda deve-se as suas propriedades,

aos custos de fabricação, a logística empregada e as possibilidades em design. Para

os elastômeros (borrachas), não se têm dados consolidados referentes à sua

transformação, mas considerando a produção automotiva nas últimas décadas,

percebe-se que houve grande demanda, pois os principais produtos fabricados com

esses materiais são pneumáticos, em torno de 40% e calçados, com 26%.

A reciclagem é um assunto muito debatido nos tempos atuais, visto que parte

dos polímeros são um dos que causam grandes impactos ambientais. Os polímeros

naturais são biodegradáveis, enquanto os polímeros sintéticos não são. O tempo em

que os plásticos se degradam por completo leva anos, décadas e até mesmo

séculos, como indica na Tabela 6.

Tabela 6: Tempo de degradação de alguns polímeros.

Material Tempo de degradação

Chicletes 5 anos

Cordas de nylon 30 anos

Embalagens PET Mais de 100 anos

Isopor Indeterminado

Luvas de borrachas Indeterminado

Plásticos (embalagens, equipamentos) Até 450 anos

Pneus Indeterminado

Sacos e sacolas plásticas Mais de 100 anos

Fonte: Scielo (2002)

Page 59: Universidade federal do pará polimeros finalizado

58

Muitos produtos feitos de materiais plásticos apresentam um código de

identificação da resina, normalmente um número de 1 a 7 dentro de um triângulo de

três setas e sob o mesmo uma abreviatura, cujo objetivo é indicar o tipo particular de

plástico do qual o produto é feito. Os códigos de identificação têm por objetivo

facilitar a recuperação dos recipientes plásticos descartados com o resíduo sólido

urbano, uma vez que auxiliam sua separação e posterior reciclagem e revalorização.

Este sistema de código de identificação de resinas foi introduzido em 1988 pela

Sociedade das Indústrias de Plásticos – Society of Plastics Indutry, Inc. (SPI) devido

a uma solicitação dos recicladores. Portanto, o sistema de códigos do SPI foi

desenvolvido para atender as necessidades dos recicladores e, ao mesmo tempo,

forneceu aos fabricantes um sistema consistente e uniforme que passou a ser

aplicado em todo o território americano.

O sistema de código de identificação de resinas do SPI serviu como base

para a norma da ABNT NBR 13230 (1994) – ―Simbologia indicativa de reciclabilidade

e identificação de materiais plásticos‖ que atualmente está em processo de revisão.

Esses polímeros sintéticos precisam ser separados inicialmente entre termoplásticos

e termorrígidos. Como existem vários tipos de polímeros termoplásticos, no Brasil foi

adotada uma simbologia para identificar cada um, como indica a Figura 34, os seis

materiais identificados pelos símbolos são os plásticos que predominam no

mercado, e suas aplicações e reciclagem, como indica na Tabela 7:

.

Page 60: Universidade federal do pará polimeros finalizado

59

Figura 34: Símbolos de identificação dos materiais plásticos

Fonte: ABNT NBR 13230.

Tabela 7: Exemplos de aplicação e de reciclagem das resinas plásticas.

Resina Aplicação Reciclagem

Garrafas para refrigerante, água, óleo

comestível, molho para salada, anti-

séptico bucal, xampu

Fibra para carpete, tecido,

vassoura, embalagem de

produtos de limpeza,

acessórios diversos

Garrafas para iogurte, suco, leite,

produtos de limpeza, potes para

sorvete, frascos para xampu

Frascos para produtos de

limpeza, óleo para motor,

tubulação de esgoto,

conduite

Filmes estiráveis, berços para

biscoitos, frascos para anti-séptico

bucal, xampu, produtos de higiene

pessoal, blister

Mangueira para jardim,

tubulação de esgoto, cones

de tráfego, cabos

Page 61: Universidade federal do pará polimeros finalizado

60

Filme encolhível, embalagem flexível

para leite, iogurte, saquinhos de

compras, frascos squeezable

Envelopes, filmes, sacos,

sacos para lixo, tubulação

para irrigação

Potes para margarina, sorvete,

tampas, rótulos, copos descartáveis,

embalagem para biscoitos, xampu

Caixas e cabos para bateria

de carro, vassouras,

escovas, funil para óleo,

caixas, bandejas

Copos descartáveis, pratos

descartáveis, pote para iogurte,

bandejas, embalagem para ovos,

acolchoamento

Placas para isolamento

térmico, acessórios para

escritório, bandejas

Embalagem multicamada para

biscoitos e salgadinhos, mamadeiras,

CD, DVD, utilidades domésticas

Madeira plástica, reciclagem

energética

Fonte: Adaptado de EPIC (2013).

No caso de produtos fabricados com polietileno linear de baixa densidade

(PELBD), deve-se adotar o mesmo símbolo do PEBD (número 4) uma vez que estes

materiais podem ser reciclados em um mesmo processo, sem separação prévia dos

mesmos.

No caso de produtos fabricados com uma mistura de resinas, coextrusão e/ou

coinjeção, os dois componentes principais da mistura devem ser indicados, por

exemplo PEAD/PEBD (sob o triângulo) e 2/4 (dentro do triângulo). O símbolo ―7 –

Outros‖ normalmente é empregado para produtos plásticos fabricados com

policarbonato, ABS, poliamida, acrílicos ou uma combinação de diversas resinas

e/ou materiais. Neste caso, sugere-se também o uso da sigla do polímero abaixo do

símbolo. De acordo com a norma em referência, os caracteres indicativos da resina

abaixo dos símbolos podem ser gravados em português, inglês ou ambos. Por este

motivo, a norma apresenta a grafia de identificação das resinas nos dois idiomas.

A princípio todos os plásticos podem tecnicamente ser submetidos à reciclagem

mecânica, mas os plásticos que de fato são reciclados variam dependendo da área

Page 62: Universidade federal do pará polimeros finalizado

61

de utilização. Esta ―seleção‖ dos materiais está relacionada com o valor econômico e

o volume de material disponível para reciclagem.

Após separar de acordo com a classificação, os polímeros podem ser

reciclados de quatro formas: reciclagem primária, secundária, terciária e quaternária.

A reciclagem primária é o reaproveitamento do material para outras

finalidades. A reciclagem secundária, também conhecida como reciclagem

mecânica, é a transformação de produtos de plásticos, que são produtos rejeitados

no lixo, em pedacinhos para reutilizar e fabricar outros produtos de menor qualidade.

Esta reciclagem é feita em Unidades de Reciclagem.

A reciclagem terciária, também chamada de reciclagem química, decompõe o

polímero em monômeros ou misturas hidrocarbonetos que poderão ser reutilizados

para a produção de outros materiais plásticos com boa qualidade ou produtos

químicos. A reciclagem quaternária, também conhecida como reciclagem energética,

é o processo em que há a queima de plásticos em incineradoras especiais que

geram energia elétrica ou térmica a partir do calor gerado pela queima dos plásticos.

A IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU)

recomenda que esse processo de reciclagem energética para lixos não-recicláveis

seja adotado pelos países, porém esse processo possui alguns contras. Ao queimar

os plásticos, gera gases de grande toxidade, para poder desintoxicar, é necessário

um alto investimento em filtros especiais para as incineradoras.

Page 63: Universidade federal do pará polimeros finalizado

62

9 CONCLUSÃO

Desde que se tem o conhecimento dos polímeros, com o passar do tempo

buscou-se aperfeiçoar as técnicas para sua obtenção, fato que fez com as

pesquisas avançassem junto à tecnologia e proporcionassem o emprego dos

polímeros nas diversas áreas e segmentos das ciências e das indústrias.

Conforme ia descobrindo-se suas características e utilidades, o emprego dos

polímeros tornou-se cada vez mais abrangente e permitiu que estes fossem

divididos de acordo com suas propriedades físicas, mecânicas e térmicas, fato que

só veio a contribuir para a otimização de seu uso.

Hoje é possível deparar-se com este tipo de material em qualquer lugar ao

redor, sendo aplicado desde o extrativismo até à medicina, passando pelas diversas

áreas da engenharia e principalmente servindo como produto das mais diversas

áreas da indústria. Essa abrangência de setores e aplicações contribui

consideravelmente para que os polímeros possam ser um material de maior difusão

no mercado e menor custo, se comparado a metais e aços, por exemplo. Porém,

nem só de benefícios se faz um polímero, tendo sua problemática focada no que diz

respeito ao meio ambiente devido ser um material de degradação demorada e no

que seria a solução, nem sempre está ao alcance de todos os materiais, haja vista

que a reciclagem se faz como a melhor solução, porém, alguns desses materiais

possuem dificuldade em serem polimerizados diretamente, tendo que serem

queimados e assim acarretando a liberação de alguns gases tóxicos.

Mesmo assim, demonstra-se que é completamente possível a reciclagem de

boa parte destes resíduos sem perda das características iniciais dos materiais

poliméricos, ressaltando a possibilidade de total reaproveitamento dos mesmos,

entretanto, o processo de reciclagem dos polímeros é o mais caro, pois envolve

seleção do material. Assim, conclui-se que o conhecimento e principalmente a

utilização de polímeros faz-se como uma grande via para que setores das ciências e

da indústria possam crescer cada vez mais, percebendo o material como grande

alternativa de problemas de projetos, industriais, da saúde, etc., buscando sempre o

uso sustentável e alternativo para que meio ambiente e polímeros possam coexistir

de forma conjunta e coesa.

Page 64: Universidade federal do pará polimeros finalizado

63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO PLÁSTICO. Perfil 2012 – Indústria brasileira de transformação de material plástico. São Paulo, SP, 2012.

CALLISTER, William D.. Ciência e engenharia de materiais. 5.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.

CANEVAROLO JR, Sebastião V. Ciência dos Polímeros – um texto básico para tecnólogos e engenheiros. 2 ed. São Paulo: Artliber Editora, 2006.

CERQUEIRA, Vicente. Reciclagem de Polímeros: Questões Sócio-ambientais em Relação ao Desenvolvimento de Produtos. UFRJ, 2010.

COLTRO L. et al. – Reciclagem de materiais plásticos: A importância da identificação correta. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 18, nº 2, p. 119-125, 2008.

EPIC – Environment and Plastics Industry Council. SPI Plastic Container Coding System [s.d.] 2p. Disponível em: <www.plastics.ca/epic>. Acesso: 17 jul. 2013.

GONÇALVES, Marta Gonzaga. GUIA PARA NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS CIENTÍFICOS. Belém, 2012.

IBT PLÁSTICOS. Processo de Termoformagem. Disponível em: <www.ibtplasticos.ind.br/pt/processo-de-termoformagem.html>. Acesso em: 14 jul. 2013.

MIRANDA, Paulo E. V. UFRJ. Estruturas Poliméricas (Capítulo 15) – Características, Aplicações e o Processamento dos Polímeros (Capítulo 16), slides. Rio de Janeiro, 2011.

ROTOMIX BRASIL. O que é Rotomoldagem? Disponível em: <www.rotomixbrasil.com.br/o-que-e-rotomoldagem/>. Acesso em: 16 jul. 2013.

SCARPIN, Emerson L.; BETTONI, Luiz M. M. Extrusora miniaturizada de polímeros: confecção, controle e supervisão. 2006. 146 f. Trabalho (Tecnólogo) - Tecnólogo em Eletrônica com Ênfase, Automação de Processos Industriais, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2006.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. Biblioteca Central. MANUAL DE NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS. Viçosa, MG, 2011. 88 p.