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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DOS MATERIAIS NANOESTRUTURAS DE TITANATO DE SÓDIO: TROCA IÔNICA E SUA APLICAÇÃO EM FOTODEGRADAÇÃO Mestrando EMANUEL DA CRUZ LIMA PROF. DR. JOSÉ MILTON ELIAS DE MATOS Orientador PROF. DR. BARTOLOMEU CRUZ VIANA NETO Coorientador Teresina - Piauí 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI

CENTRO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DOS

MATERIAIS

NANOESTRUTURAS DE TITANATO DE SÓDIO: TROCA IÔNICA E SUA

APLICAÇÃO EM FOTODEGRADAÇÃO

Mestrando

EMANUEL DA CRUZ LIMA

PROF. DR. JOSÉ MILTON ELIAS DE MATOS

Orientador

PROF. DR. BARTOLOMEU CRUZ VIANA NETO

Coorientador

Teresina - Piauí

2015

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EMANUEL DA CRUZ LIMA

NANOESTRUTURAS DE TITANATO DE SÓDIO: TROCA IÔNICA E SUA

APLICAÇÃO EM FOTODEGRADAÇÃO

Dissertação submetida ao Programa de Pós-

Graduação em Ciência dos Materiais da

Universidade Federal do Piauí – UFPI, como

requisito complementar à obtenção do título de

Mestre em Ciência dos Materiais.

PROF. DR. JOSÉ MILTON ELIAS DE MATOS

Orientador

PROF. DR. BARTOLOMEU CRUZ VIANA NETO

Coorientador

Teresina-Piauí

2015

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FICHA CATALOGRÁFICA

Dados internacionais de catalogação na publicação

L732n

Lima, Emanuel da Cruz

Nanoestruturas de titanato de sódio: troca iônica e

sua aplicação em fotodegradação[manuscrito]. / Emanuel

da Cruz Lima. - 2015.

71 f.

Cópia de computador (printout)

ISBDissertação (Mestrado em Ciência dos Materiais) –

Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2015.

Tes”Orientador: Prof. Dr. José Milton Elias de Matos”

Inc

1. Nanotubos. 2. Titanatos. 3. Fotodegradação. I.

Título.

CDD – 620.11

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“O nosso amor tem ligações

tão estáveis que só DEUS

poderá rompe-las.” (Maria da Glória)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus Pais Manoel e Maria Anete, a Minha esposa Maria da Glória

e Meus Irmãos Ezequias, Ezequiel e Edna pelo amor, carinho e incentivo, imprescindíveis a

realização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS, pelo dom da vida;

A NOSSA SENHORA que sempre intercede junto a DEUS por mim;

Aos meus pais Maria Anete e Manoel que são meus referenciais;

A minha esposa Maria da Glória, pelo companheirismo, carinho, paciência e amor;

A meus irmãos Ezequias, Ezequiel e Edna pelo carinho e incentivo;

A todos os meus familiares pelas palavras de incentivo;

A meu orientador, Prof. Dr. José Milton Elias de Matos, pela amizade e orientação;

Ao meu coorientador, Prof. Dr. Bartolomeu Cruz Viana Neto, pelas sugestões para o

aprimoramento deste trabalho;

Ao prof. Dr. Cleânio da Luz Lima, pela disponibilidade e pelas dicas na qualificação;

A profa. Dra. Josy Anteveli Osajima, pela disponibilidade de participar desta banca e pelo

acréscimo dado ao trabalho;

Aos professores do LIMAV e do Programa em especial os que ministraram aula em minha

turma;

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Aos amigos do grupo de pesquisa em especial, Ludiane, Xavier, Amanda, Carlane, e Fátima

pela contribuição no trabalho e pelas palavras de incentivo;

Aos meus colegas da Turma de Mestrado: Onaira, Wanderson, Ricardo, Miguel, Rubens,

Marcus Vinícius, Talita, Alisson e Hudson, além da Layani e Fran que pagaram cinética

comigo obrigado pela amizade, companheirismo e colaborações;

Aos meus amigos de toda hora Renato, Josyane, Adriana e João;

Aos funcionários e técnicos do LIMAV: Kelson, Fabrícia Dourado, Alam Jones, Kilson, Elton

Marks, Edgar e Ana pela colaboração;

Aos amigos de trabalho, Edeltranio, Gercelano, Ivan, Anderson e Assis pelo companheirismo

e incentivo;

A SEDUC-PI, por ter me liberado pra realizar este mestrado;

A SEDUC-MA;

A UFPI por prover meios para conclusão deste trabalho;

A UESPI por colaborar na análise de UV-vis;

Ao IFPI alicerce da minha formação em Licenciatura em Química;

A TODOS MUITO OBRIGADO!!

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viii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS..............................................................................................................X

LISTA DE TABELAS..........................................................................................................XIII

LISTA DE ABREVIATURAS E SIMBOLOS....................................................................XIV

LISTA DE EQUAÇÕES.......................................................................................................XV

RESUMO.............................................................................................................................XVI

ABSTRACT........................................................................................................................XVII

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................1

REFERENCIAS........................................................................................................................3

CAPITULO 1

RESUMO..................................................................................................................................5

ABSTRACT..............................................................................................................................6

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................7

1.1. Nanociência e Nanotecnologia.....................................................................................7

2. TITÂNIO...............................................................................................................................8

2.1. Dióxido de Titânio......................................................................................................10

3. NANOTUBOS DE TITANATOS – TNTs.........................................................................14

4. FOTOCATÁLISE...............................................................................................................17

4.1. Tratamento hidrotérmico Alcalino.............................................................................22

5. CORANTES........................................................................................................................24

6. CONCLUSÃO.....................................................................................................................26

7. REFERÊNCIAS..................................................................................................................27

CAPÍTULO 2

RESUMO................................................................................................................................34

ABSTRACT............................................................................................................................35

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................36

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ix

2. PARTE EXPERIMENTAL.................................................................................................39

2.1. Materiais e Reagentes..................................................................................................39

2.2. Procedimentos Experimentais.....................................................................................41

2.2.1. Síntese das nanoestruturas de TiO2....................................................................41

2.2.2. Troca iônica com Cr3+

.......................................................................................42

2.2.3. Fotodegradação dos corantes azul de remazol e azul de metileno....................43

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................45

3.1. Nanotubos de Titanato.................................................................................................45

3.1.1. Análise Estrutural e Morfológicas das Nanoestruturas de Titanato..................45

3.1.2. Nanotubos de Titanato de Sódio Trocados com Cr3+

........................................48

4. REFLECTÂNCIA DIFUSA................................................................................................54

5. FOTODEGRADAÇÃO DOS CORANTES AZUL DE REMAZOL E AZUL DE

METILENO.............................................................................................................................57

5.1. Corante Azul de Remazol...........................................................................................57

5.2. Corante Azul de Metileno..........................................................................................60

5.2.1. Adsorção do Corante Azul de Metileno...........................................................62

6. CONCLUSÃO.....................................................................................................................65

7. REFERÊNCIAS..................................................................................................................66

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................71

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x

LISTA DE FIGURAS

ARTIGO DE REVISÃO

FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas:

(A) fase α e (B) fase β.

FIGURA 2- Representação da célula unitária do TiO6 e seu arranjo espacial através da

conexão por vértices e arestas.

FIGURA 3- A estrutura cristalina da fase rutilo de TiO2.

FIGURA 4- Estrutura de rede da bruquita TiO2.

FIGURA 5- A estrutura da fase anatásio de TiO2.

FIGURA 6- Modelo da estrutura cristalina do nanotubo de titanato.

FIGURA 7- Estrutura lamelar do titanato Na2Ti3O7.

FIGURA 8- Energia de ativação de uma reação com catalisador e sem catalisador.

FIGURA 9- Princípios eletrônicos de um processo fotoquímico BV:Banda de valência;

BC: banda de condução; e-: elétron; h+: lacuna; hν: radiação (UV); D: substrato

orgânico; D- : espécie redu ida D : espécie o idada..

FIGURA 10- Mecanismo de formação de nanotubos.

FIGURA 11- Estrutura do corante azul de metileno.

FIGURA 12- Estrutura do corante azul de remazol.

ARTIGO ORIGINAL

FIGURA 1- Estrutura cristalina (a) anatásio, (b) rutilo e (c) bruquita.

FIGURA 2- Um modelo esquemático para a formação de nanotubos de TiO2.

FIGURA 3- Esquema da síntese dos nanotubos de titanato.

FIGURA 4- Esquema do processo de troca iônica das nanoestruturas de titanato com

Cr3+

.

9

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25

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FIGURA 5- Esquema do sistema de fotodegradação dos corantes azul de remazol e

azul de metileno.

FIGURA 6- Espectros de infravermelho dos nanotubos de titanato referente aos

precursores de TiO2 (anatásio e degussa P-25), sintetizados a 140oC por 120h.

FIGURA 7- DRX dos nanotubos de titanato referentes aos dois precursores do TiO2

(anatásio e a degussa P-25, sintetizados a 140oC por 120h.

FIGURA 8- Espectros de Raman das amostras de Na-NTTi/Anatásio e Degussa P-25

sintetizados a 140oC por 120h

.

FIGURA 9- Imagens de MET das amostras de (a) Na-NTTi/Anatásio e (b) Na-NTTi/

Degussa P-25.

FIGURA 10- Espectro de FTIR das amostras de nanotubos de titanato de degussa P-25

e Anatásio: antes (Na-NTTi) da troca iônica e após a troca iônica (Cr-NTTi).

FIGURA 11- Difratograma de raio X de nanotubos de titanato de degussa P-25 e

Anatásio: antes (Na-NTTi) da troca iônica e após a troca iônica (Cr-NTTi).

FIGURA 12- Espectro Raman dos nanotubos de titanato antes (Na-NTTi) e após a

troca iônica (Cr-NTTi) referentes aos precursores anatásio e degussa P-25

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FIGURA 13- Imagens de MET de nanotubos de anatásio e degussa P-25 trocados com

Cr3+

(a) Cr-NTTi/Anatásio e (b) Cr-NTTi/P-25.

FIGURA 14- Espectroscopia de energia dispersiva para as amostras de Cr-NTTi (P-25

e Anatásio).

FIGURA 15- Espectros de reflectância difusa para as amostras de TiO2

FIGURA 16- Representação do Gap para as nanoestruturas de Anatásio e Degussa P-

25..

FIGURA 17- Estudo da taxa de degradação do corante azul de remazol a partir da

atividade cinética

FIGURA 18- Estudo da taxa de degradação do corante azul de metileno a partir da

atividade cinética

FIGURA 19- Estudo da taxa de adsorção do corante azul de metileno a partir da

atividade cinética

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LISTA DE TABELAS

ARTIGO ORIGINAL

TABELA 1- Propriedades físicas e químicas do titânio.

ARTIGO DE REVISÃO

TABELA 1- Reagentes utilizados na síntese das nanoestruturas de titanato e no

processo de troca iônica.

TABELA 2- Valores de energia de banda gap para as nanoestruturas de tatânio

precursor, Na-NTTi e Cr-NTTi

TABELA 3- Mostra os valores das constantes de velocidade obtidas e a percentagem

de degradação em um intervalo de 30 e 60 minutos para o corante azul de remazol.

TABELA 4- Cálculo da quantidade de corante adsorvido (mg g-1

) para o corante azul

de metileno.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIMBOLOS

TNT- Nanotubos de titanato

GPa gigapascal

CCC- cúbica de corpo centrado

Ea- energia de ativação

POAs- Processos Oxidativos Avançados

FH- Fotocatálise heterogênea

BV- Banda de valência

BC- Banda de condução

hʋ- Energia do fóton

eV- elétron volts

AR- Anatásio e rutilo

AB- Anatásio e broquita

Na-NTTi- Nanotubo de titanato de sódio

Cr-NTTi- Nanotubo de titanato trocado ionicamente com Cr3+

DRX- Difração de raio X

EDS- Espectroscopia de energia dispersiva

FTIR- Espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier

MET- Microscopia eletrônica de transmissão

q- Quantidade de corante adsorvido

Co- Concentração inicial de solução

C- Concentração final de solução

W- Quantidade de catalisador adicional

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1- Equação adotada para calcular os gaps de enrgia em semicondutores.

Equação 2- Formação dos pares ébc/hbv durante o processo de degradação dos corantes.

Equação 3- Geração dos radicais superóxido.

Equação 4- Geração dos radicais hidroxilas.

Equação 5- Calculo da quantidade de corante adsorvido em (mg g).

55

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58

58

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RESUMO

O presente trabalho enfatiza a síntese e caracterização de nanotubos de titanato em

suas fases anatásio e degussa – P25 (rutilo e anatásio) pelo método hidrotérmico e sua troca

iônica com o íon Cr3+

para aplicação em testes de fotodegradação. No primeiro capítulo foi

feita uma revisão sobre as principais fases dos titanatos com suas respectivas estruturas,

métodos de síntese e aplicações na fotodegradação de corantes industriais, tendo como foco

principal os corantes azul de metileno e azul de remazol. No segundo capítulo formam

abordados os procedimentos experimentais, metodologia do trabalho, assim como os

resultados das caracterizações utilizadas pelo mesmo na elucidação da estrutura do

nanomaterial e seu potencial uso na fotodegradação dos corantes citados no primeiro capítulo,

nas condições previamente estabelecidas pela metodologia do trabalho.

Palavras – chaves: Nanotubos, titanatos e fotodegradação.

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xvii

Abstract

The present work emphasizes the synthesis and characterization of titanate nanotubes in its

anatase and degussa phases – P25 (anatase and rutile) by hydrothermal method and its ion

exchange with the Cr3+

ion for application in photodegradation tests. In the first Chapter was

realized a review about the mainly titanate phases with its respectively structures, synthesis

methods and applications in the photodegradaion of industrial dyes, having as its main focus

the methylene blue and remazol blue dyes. In the second chapter were addressed the

experimental procedures, methodology of the work as well as the results of the

characterizations used by it in the elucidation of the nanomaterial structure and its potential

use in the photodegradation of the dyes mentioned in the first chapter, under the conditions

previously established by the work methodology.

Key-words: Nanotubes, titanates and photodegradation.

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1

1.INTRODUÇÃO

O estudo de fotocatalisadores semicondutores à base de dióxido de titânio (TiO2) é

uma das áreas mais ativas em ciência dos materiais, devido à sua natureza ecológica (não-

tóxico), baixo custo, alta abundância natural, e aplicações potenciais versáteis. O TiO2 ocorre

como dois polimorfos importantes, o rutilo estável e o anatásio metaestável. Estes polimorfos

apresentam diferentes propriedades e, consequentemente, diferentes performances

fotocatalíticas. O anatásio é geralmente considerado como sendo mais ativo do que o rutilo,

isto é atribuído a uma maior densidade de estados localizados e consequentes radicais

hidroxilo adsorvido em sua superfície, e a recombinação dos portadores de carga mais lenta

em relação ao rutilo. Enquanto isso, a fase comercial Degussa- P25 (rutilo e anatásio), exibe a

maior atividade fotocatalítica, devido ao efeito sinérgico entre as fases de anatasio e rutilo,

resultando na separação efetiva de elétron/buraco fotoinduzida. Mesmo assim, rutilo é a fase

termodinamicamente estável e exibe uma excelente combinação de propriedades físicas tais

como eficiente dispersão de luz, elevado índice de refracção, opacidade, e inércia química. No

entanto, ao contrário de anatásio, a síntese de nanocristais de rutilo com alta cristalinidade e

grande área superficial é mais difícil (Gao, Y et al. 2014; Mardani, et al. 2015).

Os nanotubos de TiO2 tem atraído considerável atenção e vem sendo largamente

utilizados nos últimos 15 anos por causa de suas promissoras aplicações, principalmente em

catálise heterogênea (Camposeco, R et al. 2014) (Xiong, L et al. 2010). Tais nanotubos podem

ser sintetizados através da reação hidrotérmica entre TiO2 e NaOH. Os nanotubos obtidos

exibem um tipo de rolagem estrutural aberta de paredes múltiplas e têm grandes superfícies

internas e externas além de espaços intercalares. Estas microestruturas peculiares fazer os

nanotubos apresentarem grande potencial para aplicações como fotocatalisadores (Xiong, L et

al. 2010).

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2

A maior limitação atual dos TNTs como materiais fotoativos reside na fraca

capacidade de absorção de radiação na região do visível. Contudo, os TNTs parecem

apresentar uma taxa de recombinação dos pares elétron/buraco fotogerados menores do que a

do (TiO2) e são, por isso, considerados nanoestruturas que poderão vir a ter um impacto

significativo no desenvolvimento de novos materiais fotoativos de elevada eficiência. Poderá

ser o caso dos TNTs que sofram alterações estruturais induzidas por trocas iônicas que

promovam a redução da taxa de recombinação de carga, de que pode resultar um material

nanocompósito funcional com propriedades ópticas distintas e performances fotoquímicas

melhoradas relativamente às dos materiais que lhe deram origem (Rodrigues, 2011). O

método mais promissor para melhorar a fotoresposta do TiO2 é a sua dopagem com íons

metálicos. Neste trabalho utilizou-se o íon Cr3+

para a dopagem com o TiO2, pois a literatura

relata que o mesmo promove a fotodegradação de compostos orgânicos utilizando a energia

solar (Tsai & Teng, 2008)

Diante disso, faremos uma breve revisão sobre os nanotubos de titanato, sua síntese,

troca iônica com o íon Cr3+

e fotocatálise. No artigo original descreveremos a síntese,

caracterização estrutural e potencial aplicação dos nanotubos de titanato dopado com o íon

Cr3+

em fotocatalise, obtidos pelo método de hidrotérmico à temperatura de 140oC e um

tempo de 120min. Estes materiais foram caracterizados por difração de raios X (DRX),

espectroscopia de espalhamento Raman, infravermelho com transformada de Fourier (FTIR),

espectroscopia de absorbância no UV-vis e microscopia eletrônica de transmissão (MET).

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3

2.REFERENCIAS

Camposeco, R., Castillo, S., Centeno, M. I., Navarrete, J., Gómez, R (2014) Effect of the

Ti/Na molar ratio on the acidity and the structure of TiO2 nanostructures: Nanotubes,

nanofibers and nanowires. Materials Characterization, 9 0, 113 – 120.

Gao, Y. , Wang, H., Wu, J., Zhao, R., Lu, Y., Xin, Baifu (2014) Controlled facile synthesis

and photocatalytic activity of ultrafine high crystallinity TiO2 nanocrystals with tunable

anatase/rutile ratios Applied Surface Science, 294, 36–41.

Mardani, H. R.,, Forouzani, M., Ziari, M., Biparva, P. (2015) Visible light photo-degradation

of methylene blue over Fe or Cu promoted ZnO nanoparticles. Spectrochimica Acta Part A:

Molecular and Biomolecular Spectroscopy, 141, 27–33.

Rodrigues, V. B (2011) Síntese e Fotosensibilização de Nanotubos de Titanatos. Dissertação

de mestrado (mestrado em engenharia química) - Programa de Pós-Graduação em engenharia

química, Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.

Tsai, C., Teng, H (2008) Chromium-doped titanium dioxide thin-film photoanodes in visible-

light-induced water cleavage. Applied Surface Science, 254, 4912–4918.

Xionga, L., Yangc, Y., Mai, J., Suna, W., Zhang, C., Wei, D., Chenc, Q., Ni, Jinren. (2010)

Adsorption behavior of methylene blue onto titanate nanotubes. Chemical Engineering

Journal, 156, 313–320.

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4

CAPITULO 1: NANOESTRUTURAS DE TITANATO DE SÓDIO: TROCA IÔNICA E

SUA APLICAÇÃO EM FOTODEGRADAÇÃO

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5

Resumo

Neste estudo, apresentamos uma breve revisão bibliográfica sobre o dióxido de titânio (TiO2),

material pertencente a família dos óxidos de metais de transição. Atualmente são encontrados

na natureza quatro polimorfos: rutilo, anatásio, broquita e TiO2 (B). A revisão aborda o

mecanismo de síntese hidrotérmico com suas vantagens e desvantagens para a formação de

nanotubos TiO2. Além disso, propõe o mecanismo de troca iônica do íon Na+ pelo íon

metálico de transição Cr3+

para melhorar a atividade fotocatalítica do referido material

trocado com Cr3+

para a utilização na fotodegradação dos corantes azul de remazol e azul de

metileno.

Palavras Chaves: nanotubos, síntese hidrotérmica e fotodegradação.

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Abstract

In the study, it was presented a brief bibliographic review about the titanium dioxide (TiO2),

belonging to the metal transition oxides family. Nowadays are found in nature four

polymorphs: rutile, anatese, brookite and TiO2 (B). The review approachs the hydrothermal

synthesis mechanism with its advantages and disadvantages for the formation of TiO2

nanotubes. Furthermore, It is proposed the ion exchange mechanism of the Na+

ion by the

transition metalic ion Cr3+

for improve the photocatalytic activity of the such material

exchanged with Cr3+

for the use in the photodegradation of the remazol blue and methylene

blue dyes.

Key-words: Nanotubes, Hydrothermal Synthesis and Photodegradation.

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1-INTRODUÇÃO

1.1-NANOCIÊNCIA E NANOTECNOLOGIA

Nos últimos anos, a chamada “Química de Materiais” saiu de uma situação periférica

para se tornar um ramo emergente, com identidade própria e um ritmo de crescimento

acelerado. A “Química de Materiais” pode ser definida como um ramo da Química que se

dedica à síntese (preparação), caracterização, compreensão de propriedades e estudo de

aplicações de compostos que possuem alguma função (ou que têm função em potencial). O

foco deste ramo do conhecimento está centrado na utilização da Química, em toda a sua

potencialidade, para criar, compreender e desenvolver compostos ou sistemas que podem

levar ao desenvolvimento de novas oportunidades tecnológicas ou melhorias significativas em

tecnologias já existentes (Zarbin, 2007).

As últimas décadas assistiram a um interesse, sem precedentes, na área das

Nanotecnologias e Nanociências, tratando-se atualmente de um dos domínios tecnológicos

mais atrativos e de maior crescimento. A “revolução nano” comparada por muitos

especialistas à revolução industrial do século XIX, promete produtos inovadores em áreas

estratégicas como, por exemplo, a de energia, medicina, informação, segurança, ambiente e

indústria ( Martins & Trindade 2012)

Com o advento da nanotecnologia, que é a ciência de materiais do domínio de

partículas e interfaces com dimensões extremamente pequenas, da ordem de um a cem

nanômetros, tem-se procurado desenvolver materiais nanoestruturados com propriedades

fotocatalíticas. Partículas que apresentam este tamanho ou “nanopartículas” apresentam uma

grande área superficial e, frequentemente, exibem propriedades mecânicas, ópticas,

magnéticas ou químicas distintas de partículas e superfícies micro e macroscópicas. O

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8

aproveitamento dessas novas propriedades em aplicações tecnológicas forma a base da

nanotecnologia de materiais (Costa, et al. 2009).

2-TITÂNIO

O titânio (Ti) pertence à família IV B da tabela periódica, tem número atômico 22,

com peso atômico 47,9 g mol-1

(Bessauer, 2011). É um elemento que possui múltiplas

aplicações em seu estado metálico e é considerado relativamente novo na engenharia,

possuindo uma extraordinária combinação de propriedades. O metal puro tem densidade

relativamente baixa (4,5g cm-3

), elevado ponto de fusão (1668 °C) e um módulo de

elasticidade de 107 GPa (Ilha, 2012). Em sua forma elementar possui estrutura hexagonal

compacta (HCP - fase α) até a temperatura de 882 5 ºC. Acima desta temperatura, o titânio

transforma-se em estrutura cúbica de corpo centrado (CCC – fase β) Figura 1 (Bessauer,

2011).

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9

Figura 1 – Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α

e (B) fase β (Bessauer, 2011).

O titânio, quarto metal mais abundante do mundo (superado apenas pelo alumínio,

ferro, e magnésio) e o nono elemento mais abundante (constituindo cerca de 0,63% da crosta

terrestre), foi descoberto em 1791 na Inglaterra, pelo Reverendo William Gregor, que

reconheceu a presença de um elemento novo na ilmenita. O elemento foi redescoberto vários

anos mais tarde pelo químico alemão Heinrich Klaporth em minério de rutilo. Seu nome

provém dos Titãs, da mitologia, primeiros filhos da Deusa Ge (Terra na mitologia grega)

(Carp, et al. 2004). O titânio pode formar compostos bivalentes, trivalentes e tetravalentes. A

valência variável é uma das características dos elementos de transição, pois possuem os

orbitais eletrônicos internos incompletos. A Tabela 1 apresenta as principais propriedades do

elemento titânio (Bessauer, 2011).

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10

TABELA 1- Propriedades físicas e químicas do titânio (Bessauer, 2011)

2.1-DIÓXIDO DE TITÂNIO

O dióxido de titânio impuro foi isolado pela primeira vez em 1791, quando o

Reverendo William Gregor, de Devon, Inglaterra, isolou um óxido metálico branco,

desconhecido por químicos contemporâneos, da areia preta magnética local. A análise de

Gregor desta areia preta mostrou que ela continha: Óxido de ferro; Óxido de titânio; Sílica e

Óxido de manganês (Silva, 2009)

O dióxido de titânio (TiO2) pertence à família dos óxidos de metais de transição. No

momento há quatro polimorfos comumente conhecidas do TiO2, encontrados na natureza:

rutilo (tetragonal), anatásio (tetragonal), broquita (ortorombica) e TiO2 (B) (monoclínico)

(Mital & Manoj, 2010). As estruturas de rutilo, anatásio e broquita pode ser discutida em

termos do octaedro TiO6 . As três estruturas cristalinas diferem pela distorção de cada

octaedro e pelos padrões de montagem das cadeias octaédrica Figura 2 (Carp, et al. 2004).

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11

Figura 2. Representação da célula unitária do TiO6 e seu arranjo espacial através da conexão

por vértices e arestas (Costa, 2014).

O rutilo é a forma mais estável do dióxido de titânio e o principal minério de titânio.

Foi descoberto em 1803 por Werner na Espanha, provavelmente em Cajuelo, Burgos. O seu

nome é derivado do Latim rutilus, vermelho, em referência à cor vermelha, observada em

alguns espécimes quando a luz transmitida é vista. Ele é marrom avermelhada, comumente,

mas também, por vezes amarelada, azulada ou violeta transparente a opaco. Rutilo pode

conter até 10% de ferro, e também outras impurezas, tais como tântalo, nióbio, cromo,

vanádio e estanho. São associados com minerais como o quartzo, turmalina, barita, hematita e

silicatos. Ocorrem principalmente no Brasil, Alpes Suíços, EUA e alguns países africanos

(Carp, et al. 2004).

O TiO2 rutilo possui uma estrutura tetragonal contendo 6 átomos por célula unitária

Figura 3 . O octaedro TiO6 é um pouco distorcido. A fase rutilo é estável na maioria das

temperaturas e em pressões de até 60 kbar, na qual o rutilo torna-se a fase

termodinamicamente mais favorável (Mital & Manoj, 2010).

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12

Figura 3. A estrutura cristalina da fase rutilo de TiO2 (Mital & Manoj, 2010).

A broquita foi nomeada em homenagem ao mineralogista Inglês, H. J Brooke, e foi

descoberto por A. Levy em 1825, em Snowen (País de Gales, Inglaterra). Seus cristais são

marrom escuro, esverdeado e preto opaco. São cristalinas, apresentam formas tabulares,

piramidais e pseudohexagonais. Ocorrem principalmente nos EUA, Áustria, Rússia e Suíça

(Carp, et al. 2004).

A broquita TiO2 pertence ao sistema cristalino ortorrômbica. A sua célula unitária é

composto por oito unidades de fórmulas de TiO2 e se ligam pelas arestas e pelos vértices do

octaedro TiO6 (Figura 4). Tem um maior volume de células e é também a menos densa das

três formas ( Mital & Manoj, 2010).

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13

Figura 4. Estrutura de rede da bruquita TiO2 (Mital & Manoj 2010).

O anatásio, inicialmente chamada de octaedrite, foi nomeado por R. J. Hauy em

1801, a partir da palavra grega „anatasis‟, que significa „e tensão‟, devido ao seu eixo vertical

maior em comparação com o do rutilo. Ela está associada com cristais de rocha de feldspato e

axinita em fendas de granito, xisto e mica em Dauphine (França) ou em paredes rochosas

gnaisses nos Alpes Suíços (Carp, et al. 2004).

O anatásio TiO2 também tem uma estrutura tetragonal assim como o rutilo, porém

apresenta uma distorção do octaedro TiO6 que é ligeiramente maior do que o apresentado na

fase rutilo, tal como ilustrado na Figura 5. A fase anatásio é mais estável do que o rutilo a 0

K, mas a diferença de energia entre estas duas fases é pequena (~ 2 a 10 kJ mol-1

). A estrutura

anatásio é preferido sobre outros polimorfos para aplicações em células solares devido à sua

maior mobilidade de elétrons, baixa constante dielétrica e baixa densidade. (Mital & Manoj,

2010).

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14

Figura 5. A estrutura cristalina da fase anatásio de TiO2 (Mital & Manoj, 2010).

a

3-NANOTUBOS DE TITANATOS - TNTs

A descoberta dos nanotubos de carbono no início dos anos 1990 abriu uma nova área

de pesquisa em ciência dos materiais. Desde então, muita atenção tem sido dada ao estudo e

pesquisa de novos materiais com estruturas tubulares. O entendimento do mecanismo de

formação dos nanotubos tem melhorado significativamente, porém uma visão mais clara deste

processo ainda se encontra em aberto. Os nanotubos de carbono se originam a partir de

camadas de grafite (grafeno), um grande esforço tem sido dedicado para preparar nanotubos

de outros materiais em camadas. Depois de nanotubos de carbono, os nanotubos inorgânicos

primeiro estudados foram de WS2, MoS2, BN e NbS2. Hoje em dia, uma lista considerável de

nanotubos inorgânicos é conhecida e está aumentando em um ritmo impressionante. Entre os

nanotubos inorgânicos, se destacam os nanotubos de óxido de titânio, pois são nanoestruturas

promissoras para aplicações como fotocatalisadores, células solares sensibilizadas por

corante, dispositivos de autolimpeza e suportes de catalisadores (Ferreira, et al. 2006)

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15

Nanoestruturas de TiO2 com base alongadas, como os nanotubos e nanofitas,

apresentam algumas propriedades que diferem significativamente de seus sólidos estendidos,

o “bulk”. Em particular, os nanotubos alcalinos receberam grande atenção, em parte porque

estes nanomateriais têm uma grande área superficial que conduz a uma ampla variedade de

aplicações. Existe um consenso entre os diferentes grupos de que o tratamento hidrotérmico

induz à formação de um titanato lamelar intermediário (bidimensional – 2D), propiciando a

formação dos nanotubos pelo enrolamento de uma de suas camadas, formando assim uma

geometria do tipo rocambole (“scroll”) (ver Figura 6) que consiste apenas de uma camada de

titanato enrolada várias vezes em torno de um eixo preferencial (Viana, 2009).

Figura 6. Modelo da estrutura cristalina do nanotubo de titanato (Viana, 2009).

Os titanatos de sódio têm sido objeto de extensa investigação e podem ser aplicados

em células solares, fotocatálise e fotoluminescência, devido à sua excelente capacidade de

troca iônica e atividades fotocatalíticas (Viana et, al. 2011).

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16

Materiais nanoestruturados de baixa dimensão têm atraído considerável atenção

devido as suas propriedades físicas e potenciais aplicações em nanoeletrônica e

nanodispositivos optoeletrônicos. Dimensionalidade é um fator crucial na determinação das

propriedades de nanomateriais e, assim, o controle do tamanho e forma é de grande interesse.

Em contraste com o controle do tamanho, o controle da forma das partículas é um tema mais

difícil e desafiador. Os tubos, flocos ou fibras com a faixa de tamanho na região de

nanômetros espera-se que possuam novas propriedades. Muitos esforços são dedicados a

desenvolver novos métodos (por exemplo, os métodos chamados "bottom-up" e "top-down")

para a síntese de nanomateriais em uma dimensão (1D), como nanofios e nanotubos. No

entanto, as rotas químicas são especialmente focadas com muito interesse sobre a preparação

de tais nanoestruturas de óxido de materiais metaestáveis, embora métodos gerais ainda não

estejam disponíveis (Yuan, Z. Y., & Su, B. L 2004).

Cada estrutura cristalina apresenta propriedades físicas específicas, como banda gap

e superfície. Entre os diferentes polimorfos de TiO2, o rutilo tem algumas vantagens em

relação ao anatásio, como maior estabilidade química, índice de refração, constante dielétrica,

resistência elétrica, e custo de produção mais barato. O rutilo é a fase termodinamicamente

mais estável; as fases de anatásio e broquita são metaestáveis e prontamente transformam-se

para a fase rutilo, quando calcinados a altas temperaturas. Em contraste com a fase de

anatásio, rútilo TiO2 tem tido menor atenção em aplicações fotocatalíticas, pois esta fase pode

exibir desempenho eletroquímico menor do que a fase anatásio, principalmente por causa da

diferença em sua estrutura eletrônica (Sun, et al. 2015).

Os titanatos podem ser derivados do TiO2, adicionando-se à sua estrutura, átomos de

outros elementos (em geral metais alcalinos). A maioria dos titanatos possui uma estrutura

lamelar na qual os octaedros TiO6 se arranjam formando camadas compactas, sendo que

cátions dos metais alcalinos se acomodam entre tais camadas. Assim, a separação entre as

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17

camadas é definida pelo tamanho do cátion. Um exemplo de uma estrutura lamelar de um

titanato á mostrado na Figura 7, correspondente à fase Na2Ti3O7. Neste caso os octaedros

formam camadas em “ igue- ague” e a distância interlamelar é de ∼ 0,84 nm. Devido a sua

estrutura lamelar, a troca iônica nos titanatos é bastante facilitada. Por exemplo, pode-se obter

um titanato protônico do tipo H2T i3O7 a partir do titanato de sódio. Nesta mudança a

distância interlamelar se reduz para ∼ 0,79 nm. (Alves, 2009).

Figura 7. Estrutura lamelar do titanato Na2Ti3O7 ( Alves, 2009).

4-FOTOCATÁLISE

Em uma descrição geral, um catalisador aumenta a velocidade de uma reação porque

proporciona um caminho mais rápido para a sua ocorrência, podendo esse processo acontecer

de diversas formas, como por exemplo, com a criação de um novo mecanismo ou caminho de

reação e com a modificação da estrutura eletrônica dos reagentes, com uma energia de

ativação menor, conforme Figura. (Oliveira, 2011)

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18

Figura 8. Energia de ativação de uma reação com catalisador e sem catalisador (Santos, 2012).

O termo fotocatálise foi introduzido na literatura científica em 1930. Porém, esta

tecnologia teve início aproximadamente há duas décadas, sendo reconhecida pela primeira

vez como tecnologia que poderia ser aplicada na remediação ambiental em 1983, em que foi

demonstrada a mineralização de clorofórmio e tricloroetileno, a partir da irradiação de

suspensão de TiO2. Desde então, representa a divisão da química que estuda as reações

catalíticas que acontecem sob o efeito da luz, ou seja, fenômeno que relaciona à fotoquímica e

a catálise (Mutuma, 2009; Silva, 2009).

Podemos definir o termo fotocatálise (fotoquímica + catálise) como a aceleração de

uma foto-reação na presença de um catalisador (Oliveira, 2011). A Fotocatálise é um processo

altamente atraente com múltiplas aplicações, e é considerado uma das mais eficazes e

econômicas maneiras para aplicar na área de remoção de poluição em ambientes aquáticos

(Sun et al., 2015).

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19

O crescimento da indústria em todo o mundo aumentou tremendamente a geração e

acúmulo de subprodutos. Em geral, tem se focado na produção de produtos úteis e ignorado a

geração de subprodutos de resíduo. Isto tem causado sérios problemas ambientais que se

tornaram uma grande preocupação. Pesquisadores de todo o mundo têm trabalhado em várias

abordagens para resolver este problema. Processos Fotoinduzidos têm sido estudados e várias

aplicações foram desenvolvidas. Uma técnica importante para a remoção de resíduos

industriais é a utilização da energia da luz (radiação eletromagnética) e partículas sensíveis a

essa energia de mineralização que ajuda na remoção de resíduos a partir da solução. O

dióxido de titânio (TiO2) é considerado muito próximo de um semicondutor ideal para

fotocatálise por causa de sua alta estabilidade, baixo custo e segurança para ambos, seres

humanos e ao meio ambiente (Mital & Manoj, 2010; Fujishima, et al. 2000; Mattle, M. J., &

Thampi, K 2013).

Nos últimos 20 anos, os Processos Oxidativos Avançados (POA) têm merecido

destaque devido à sua alta eficiência na degradação de inúmeros compostos orgânicos e custo

operacional relativamente baixo (Costa, 2009). O princípio da fotocatálise heterogênea

envolve a ativação de um semicondutor (geralmente TiO2) por luz solar ou artificial. Um

semicondutor é caracterizado por bandas de valência e bandas de condução, sendo a região

entre elas chamada de banda gap (Cervantes, T. N. M., Zaia, D. A. M., & Santana, H, 2009).

A fotocálise heterogênea (FH) pertence à classe dos POAs que se baseiam na geração do

radical hidroxila (-OH) altamente reativo. Estes radicais são gerados na FH quando um

fotocatalisador (sólido semicondutor) é irradiado por radiação com energia igual ou superior

ao seu “banda gap” provocando a transferência de um elétron da banda de valência (BV) para

a banda de condução (BC), formando um par elétron/lacuna em sua superfície (Figura 9)

(Costa, 2009). Os elétrons fotogerados podem reagir tanto com o corante quanto com elétrons

aceptores (Cervantes, T. N. M., Zaia, D. A. M., & Santana, H, 2009 ; Sun, et al. 2015)

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20

Figura 9. Princípios eletrônicos de um processo fotoquímico BV:Banda de valência; BC:

banda de condução; e-: elétron; h+: lacuna; hν: radiação (UV); D: substrato orgânico; D- :

espécie redu ida D : espécie oxidada.

FONTE. Adaptada de (Freire, et al. 2000).

O TiO2 é um semicondutor do tipo n e um típico fotocatalisador, atraindo muita

atenção do ponto de vista prático. O TiO2 tem sido usado em muitas áreas industriais,

incluindo células solares, sensores de gás, pigmentos e cosméticos. Para explorar novas

abordagens para os titanatos nanoestruturados é necessário observar a natureza variada das

partículas com o controle do tamanho das mesmas em escala nanométrica e sua morfologia, o

que é bastante interessante, uma vez que o desempenho do óxido de titânio, nas suas diversas

aplicações depende de sua fase cristalina, dimensão e morfologia. (Yong, Z. Y., & Su, B. L,

2004).

Os catalisadores heterogêneos de óxido de metal têm atraído à atenção devido à sua

eficácia em contaminantes orgânicos tóxicos degradantes tanto no ar como no meio aquoso.

TiO2 é sem dúvida uma excelente fotocatalisador devido às suas propriedades desejáveis, tais

como a estabilidade química, foto resistência à corrosão, não-toxicidade, forte poder oxidante

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e relação custo-eficácia. TiO2 é conhecido por ter três diferentes polimorfos; rutilo, anatásio e

broquita. A fase rutilo com uma gap de 3,00 eV; é a forma termodinamicamente mais estável

do TiO2 enquanto que anatásio e broquita, apresentam gap de 3,21 eV e 3,13 eV,

respectivamente, são as formas. Curiosamente, a fase anatásio do TiO2 tem sido amplamente

utilizado em céluas solar e fotocatálise. Já a fase broquita foi deixada de lado em decorrência

de sua instabilidade termodinâmica (Mutuma, et al. 2015).

Dentre os óxidos metálicos semicondutores temos TiO2, ZnO, WO3, SrO3 e Fe2O3. O

TiO2 é o mais utilizado devido, principalmente, à sua não toxidade, alta atividade

fotoquímica, baixo custo, estabilidade em sistemas aquosos e estabilidade química em uma

ampla faixa de pH. A Degussa, TiO2 P25 (70% anatase e 30% rutilo), é o mais comumente

utilizado devido sua alta fotoatividade quando comparada com outras fontes. Isto se deve à

sua alta área superficial, em torno de 50 m2 g-

1, e à sua microestrutura cristalina complexa

resultante de seu método de preparação, que promove melhor separação de cargas inibindo

sua recombinação. A recombinação elétron/lacuna é apontada como a principal limitação para

o rendimento total do processo. Algumas tentativas para minimizar tal recombinação têm sido

estudadas, tal como a incorporação de metais à sua estrutura cristalina ou à sua superfície

(Cervantes, T. N. M., Zaia, D. A. M., & Santana, H, 2009).

Nanocompósitos de óxidos de metais semicondutores acoplados permitem um

deslocamento de elétrons de um semicondutor para outro, conduzindo a separação

elétrons/buraco; consequentemente, melhora a eficiência e o seu desempenho fotocatalítico.

De forma análoga ao sistema de nanocompósitos de óxido de metal semicondutores acoplado,

materiais que contenham tanto anatásio e rutilo (AR), como anatásio e broquita (AB). A

presença de mais de um polimorfo de TiO2 reduz o efeito da recombinação para aumentar o

desempenho fotocatalítico da amostra resultante em relação a amostra pura monofásico de

TiO2. Pensa-se que a existência de diferentes fases do mesmo semicondutor oferece uma

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22

junção sinergética entre suas propriedades. Por exemplo, TiO2 bifásica com uma mistura AR

tal como encontrado em Degussa P25 é um bom fotocatalisador devido à presença deste efeito

de junção que aumenta a sua separação elétron/buraco. Hiroaki e colaboradores postulam que

a elevada atividade fotocatalítica da mistura AR é devido à transferência interfacial de

elétrons do anatásio para rutilo que aumenta a eficiência da separação de cargas (Mutuma, et

al. 2015).

4.1-TRATAMENTO HIDROTÉRMICO ALCALINO

Kasuga et al. (2006) descreve a preparação de nanotubos de TiO2 por intermédio do

tratamento hidrotérmico de pós de TiO2-SiO2 em soluções aquosas de NaOH. Este método de

preparação é muito simples e barata. No entanto, um grande debate foi estabelecido na

literatura, sobre o mecanismo de formação, a composição e estrutura atómica dos nanotubos

de óxido de titânio obtidas pelo método de Kasuga (Ferreira, O. P., Sousa, A. G., & Mendes,

J. A. O. L, 2006). Tem sido geralmente reconhecido que os nanotubos podem ser formados

pela dissolução lenta de nanopartículas de TiO2, acompanhado pelo crescimento epitaxial

(obtenção de camadas) e a esfoliação de camadas de nanofolhas de titanato e subsequente

deslocamento das nanofolhas esfoliadas (Figura 10). O tratamento hidrotérmico alcalino de

TiO2, à uma temperatura e pressão elevada, pode proporcionar uma rota alternativa para a

síntese de nanoestruturas de titanato, incluindo nanotubos, nanofolhas, nanobastões, nanofios

e nanofitas, pela sequência que envolve a dissolução da partícula inicial de TiO2 e a

recristalização do produto final (Kim, et al. 2012).

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Figura 10. Mecanismo de formação de nanotubos.

Fonte: adaptado de Wu, et al. 2006.

Por outro lado, o preparo hidrotérmico alcalino de nanoestruturas de titanato

apresenta, relativamente, baixa atividade fotocatalítica. Embora o tempo de vida dos elétrons

presos em nanotubos de titanato seja maior do que em nanopartículas de TiO2, a atividade

fotocatalítica de nanotubos de titanato é menor do que a do material percussor, o que pode ser

atribuído às impurezas de sódio ou a cristalinidade moderada dos nanotubos de titanato. Os

íons de sódio retidos em nanoestrutras de titanato após o tratamento alcalino hidrotérmico

poderiam atuar como centro de recombinação, e com isso diminuir a atividade fotocatalítica

(Kim, et al. 2012).

Com base no trabalho pioneiro de Kasuga (2006), trabalhos de investigação sobre

titanatos foram primeiramente concentrados na elucidação da estrutura de nanotubos de

titanato. Nanotubos de TiO2 tem sido sintetizado por várias técnicas, correlacionadas com

técnicas de alta e baixa temperatura, tais como deposição de vapor químico, evaporação

térmica e o método hidrotérmico. No entanto, estudos científicos, têm indicado que a rota

hidrotérmica é a estratégia mais promissora para a preparação de nanomaterias em 1D, devido

a suas vantagens, como procedimento simples e baixo custo (Yucong, et al. 2009).

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5- CORANTES

A remoção de corantes têxteis de águas residuais tem sido um assunto de grande

interesse durante as últimas duas décadas, não só por causa do potencial toxicológico de

certos corantes, mas muitas vezes, devido à sua visibilidade em águas receptoras. Estudos

recentes indicam que cerca de 12% dos corantes sintéticos é perdida durante as operações de

fabricação e processamento e que 20% da cor resultante entra no ambiente a partir de

efluentes industriais em estações de tratamento de águas residuais. Os efluentes de tinturaria

têm sido frequentemente associados com aplicações de corantes, em que até 50% dos corantes

pode ser perdido para o efluente, a qual representa um grande problema para a indústria, bem

como uma ameaça ao ambiente (Saquib & Muneer 2002).

As indústrias têxteis libertam uma grande quantidade de resíduos fortemente

coloridos em ambientes aquáticos. Corantes azos, como o azul de metileno (Figura 11)

contendo uma ou mais ligação azo (-N = N-), são responsáveis por cerca de 60-70% de todos

os corantes têxteis utilizados em todo o mundo (Maia, et al. 2014). O azul de metileno é um

corante básico, aromático heterocíclico, solúvel em água ou álcool, pertence à classe das

fenotiazinas. Uma das características dos corantes básicos é que são solúveis em água e

produzem cátions coloridos em solução, desta forma também são reconhecidos como corantes

catiônicos (Oliveira, 2014). A presença destes poluentes na água pode mudar sua aparência,

por exemplo, 1 mg. dm-3

de um corante pode causar coloração visível da água ou alterar a sua

transparência (Maia, et al. 2014) Além deste existem os corantes de antraquinona, que são

amplamente utilizados como corantes têxteis. Uma vez que estes derivados de corantes estão

se tornando uma classe de poluentes aquáticos que se acumulam no meio ambiente e tem

como representante o corante Azul de Remazol Brilhante (Figura 12), também conhecido

como Reactive Blue 19 (Azul Reativo 19, RB19) é muito resistente à oxidação química

devido à sua estrutura aromática (antraquinona) altamente estabilizada por ressonância. Sua

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baixa eficiência na fixação (75 a 80%) é devido à competição entre a formação da forma

reativa (grupo vinilsulfona) e reações de hidrólise (Saquib & Muneer 2002). Efluentes

provenientes de tinturas não são apenas poluentes estéticos, devido à sua cor, mas também

interfere na penetração da luz na água, o que perturba fortemente processos biológicos que

ocorrem em meios aquáticos. Além disso, os efluentes de corantes podem conter substâncias

químicas que são tóxicas, cancerígenas, mutagénicas ou teratogênica para a vida aquática.

Particularmente, corantes azos reativos causam preocupação ambiental especial devido aos

seus precursores e seus produtos de degradação, tais como aminas aromáticas que são

considerados altamente cancerígenos (Maia, et al. 2014).

Figura 11. Estrutura do corante azul de metileno (Liu, et al. 2015).

Figura 12. Estrutura do corante azul de remazol (Saquib & Muneer 2002).

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6. CONCLUSÃO

O dióxido de titânio (TiO2) pertence à família dos óxidos de metais de transição onde

existem dois importantes polimorfos o rutilo (tetragonal) e estável e o anatásio (tetragonal)

metaestável. O anatásio é geralmente mais ativo do que o rutilo, isto é atribuído aos radicais

hidroxilo adsorvido em sua superfície, e a recombinação de cargas mais lenta em relação ao

rutilo, o que o torna um material importante no estudo de fotocatalise. No entanto, existe

ainda a fase comercial Degussa- P25 (rutilo e anatásio) na qual exibe a maior atividade

fotocatalítica, devido ao efeito sinérgico entre as fases de anatásio e rutilo. O tratamento

hidrotérmico alcalino se mostrou uma rota importante na síntese de nanoestruturas de titanato,

no entanto apresenta baixa atividade catalítica em decorrência das impurezas de sódio. Uma

alternativa interessante é a dopagem com metais de transição no qual o íon Cr3+

se mostrou

adequado, pois o mesmo melhora a atividade fotocatalítica do material além de não ser tóxico

ao ambiente aquático, dessa maneira os nanotubos de titanato dopados com cromo (Cr-NTTi)

podem ser utilizados na degradação de corantes industriais aniônicos como o azul de remazol

brilhante e ineficiente na degradação de corantes catiônicos como o azul de metileno.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

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32

CAPITULO 2: NANOESTRUTURAS DE TITANATO DE SÓDIO: TROCA IÔNICA E

SUA APLICAÇÃO EM FOTODEGRADAÇÃO.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

33

NANOESTRUTURAS DE TITANATO DE SÓDIO: TROCA IÔNICA E SUA

APLICAÇÃO EM FOTODEGRADAÇÃO.

Emanuel da Cruz Lima1*; José Milton Elias de Matos

1; Bartolomeu Cruz Viana Neto

1

1Programa de Pós-Graduação em Ciências dos Materiais, Laboratório Interdisciplinar de

Materiais Avançados – LIMAV, Centro de Ciências da Natureza-CCN, Universidade Federal

do Piauí-UFPI, Teresina-PI, CEP 64049-550

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34

RESUMO

Neste trabalho sintetizou-se nanotubos de titanato de sódio (Na-NTTi) pelo método

hidrotérmico alcalino a partir do TiO2 anatásio e degussa P-25, bem como a troca iônica dos

íons Na+ pelo Cr

3+ (Cr-NTTi). Os resultados obtidos por DRX, FTIR, EDS e RAMAN

confirmam a troca iônica, corroborados pelas imagens de MET, que mostram que os

nanotubos de titanato trocado com Cr3+

apresentam morfologia tubular com diâmetros

internos e externos compatíveis com os relatados pela literatura. Observou-se também que

após a troca iônica não houve ruptura da nanoestrutura. O processo de fotocatálise apresentou

melhor eficiência na degradação de corantes aniônicos como o azul de remazol, não tendo

êxito a degradação do corante azul de metileno catiônico.

Palavras chave: nanotubos, titanato e fotocatálise.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

35

Abstract

In this work, it was synthesised sodium titanate nanotubes (Na-NTTi) by alkaline

hydrothermal method from TiO2 anatase and degussa – P25, as well as ion exchange of the

ions Na+ by Cr

3+ (Cr-NTTi). The results obtained by DRX, FTIR, EDS and RAMAN

confirmed the exchange ion, corroborated by MET images, showed that the titanate nanotubes

exchanged with Cr3+

presented tubular morphology with internal and external diameters

consistent with those reported in the literature. It was also observed that after the ion

exchange there was no rupture of the nanostructure. The photocatalysis process showed better

efficiency in the degradation of anionic dyes, such as remazol Blue, having no succeeding in

the degradation of methylene blue cationic dye.

Key Works: hydrothermal method, titanate nanotubes and photocatalysis.

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36

1. INTRODUÇÃO

O dióxido de titânio (TiO2) pertence à família dos óxidos de metais de transição. No

início do século XX, a produção industrial começou com o dióxido de titânio substituindo os

óxidos de chumbo, tóxicos, como pigmentos para tinta branca. O TiO2 é usado como um

pigmento branco, em tintas (51% da produção total), plástico (19%), e papel (17%), que

representam os principais setores de utilização final do TiO2. Atualmente, a produção anual de

TiO2 ultrapassa 4 milhões de toneladas (Carp, et al. 2004).

O TiO2 pode existir em fases diferentes, tais como rutilo (tetragonal), anatásio

(tetragonal) e broquita (ortorrômbica). Cada uma destas fases têm importantes propriedades

físicas e químicas, e as características estruturais dessas fases podem ser explicadas com base

nos diferentes tipos de ligações das unidades octaédricas 'Ti-O' (Godbole, et al. 2006). No

anatásio o octaedro está ligado pelos seus vértices; no rutilo, estão ligadas pelas extremidades,

e na broquita, estão conectadas pelas arestas e pelos vértices (Figura 1). Cálculos

termodinâmicos com base em dados de calorimetria preveem que o rutilo é a fase mais estável

dentre todas, porém, esta estabilidade varia, dependendo das dimensões do nanomaterial. Em

matérias com tamanhos inferiores a 11 nm, o anatásio é termodinamicamente mais estável, a

broquita é mais estável entre 11 e 35 nm, e o rutilo em tamanhos maiores que 35 nm (Carp, et

al. 2004).

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

37

Figura 1. Estrutura Cristalina (a) Anatásio, (b) Rutilo, (c) Broquita (Carp, et al. 2004)

Desde a primeira descoberta de nanotubos de carbono, em 1991, considerável

atenção tem sido dada ao estudo de materiais nanoestruturados em uma dimensão (1D), que

incluem nanobastões, nanofitas, nanofios e nanotubos. Esses materiais, 1D, mostram notáveis

propriedades físicas e aplicações potenciais (Wang, et al. 2008), tais como em célula solar

sensibilizada por corante, sensor de gás, fotocatalisadores, dispositivo eletroluminescente

híbrido, eletrodos para bateria de lítio, catalisadores para separação da água na geração de

hidrogênio, pigmentos, fotocatalisadores, materiais fotovoltaicos, revestimentos ópticos,

aplicações biomédicas, filtros UV e tecnologias de armazenamento de energia (Kasuga. 2006;

Morgan, et al. 2008; Morgan, et al. 2010; Peng, et al. 2009; Tsai, et al. 2008; Wang, et al.

2008; Zárate, et al. 2007).

Wang e colaboradores (2002) relataram a síntese de nanotubos de TiO2 usando o

método sol-gel. Com o auxílio de técnicas como SAED e HRTEM, observaram que, para a

formação dos nanotubos era necessário que o Bulk tridimensional (3D) se transformasse em

um produto lamelar bidimensional (2D), para se enrolar em nanotubo, unidimensional (1D),

dando forma a um tubo scrooll, formado de camadas de TiO2. Do mesmo modo afirmam que

a forma 2D é essencial na formação dos nanotubos de TiO2, Figura 2 (Carmo, 2009).

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

38

Figura 2. Um modelo esquemático para a formação de nanotubos de TiO2.

Fonte. Adaptada de Wang, et al. 2002.

A primeira síntese direta de nanotubos de titanato (TNT), sem o uso de moldes caros

e de difícil aplicação, foi relatada por Kasuga e colaboradores (1998; 1999), usando um

método simples de tratamento hidrotérmico de óxido de titânio, na forma cristalina, em meio

aquoso alcalino, seguido de lavagem com água e ácido diluído. Esses estudiosos foram os

primeiros a relatar a forma tubular (TNT), pelo método hidrotérmico alcalino, empregando

como caracterização, Difração de Raios X (DRX) e Difração de elétrons (SAED), indicando

que os TNT apresentavam padrão predominantemente de anatásio (Carmo, 2009).

Os nanotubos de dióxido de titânio são importantes materiais multifuncionais

utilizados principalmente como fotocatalisadores. No entanto, a principal desvantagem de

TiO2 está relacionado com a má absorção da luz solar, devido à sua diferença de banda gap (3

eV). O método mais promissor para o melhoramento dessa foto-resposta do TiO2 é incorporá-

lo com íons metálicos. A incorporação de íons metálicos demonstrou ser capaz de aumentar as

reações interfaciais de transferência de carga, aumentando assim as atividades fotocatalíticas

do TiO2 (Mutuma, et al. 2015; Tsai, et al. 2008).

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

39

Dentre os íons pesquisados na literatura, o que se mostrou mais promissor no

mecanismo de troca iônica com o TiO2 foi o íon cromo (Cr3+

), pois observou-se que filmes

finos de TiO2 incorporados com Cr3+

são adequandos para a utilização como fotoanodos, isso

por causa da sua pequena banda gap, < 3 eV, o que lhe permite absorver a maior parte dos

fótons do espectro solar. O processo de dopagem do TiO2 com íon Cr3+

foi utilizada em

processos para promover a decomposição fotoeletroquímica da água e a fotodegradação de

compostos orgânicos utilizando a energia solar (Tsai, et al. 2008).

Portanto, neste estudo, sintetizou-se nanoestruturas de titanato pelo método

hidrotérmico alcalino, por ser de baixo custo, ambientalmente favorável e produzir estruturas

uniformes. As amostras sintetizadas foram submetidas à troca iônica com o íon Cr3+

, com o

objetivo de diminuição da banda gap do material produzido e posterior uso na fotodegradação

dos corantes azul de reamazol brilhante e azul de metileno.

2. PARTE EXPERIMENTAL

2.1. MATERIAIS E REAGENTES

A Tabela 1 ilustra os reagentes utilizados no preparo das soluções e nanoestruturas

deste trabalho e as respectivas procedências. A síntese e secagem das nanoestruturas foram

realizadas em um forno estufa da marca Quimis – modelo Q819V, com a utilização de um

reator de teflon. No processo de troca iônica utilizou-se um agitador magnético Fanem –

modelo 258. No processo de lavagem utilizou-se uma centrifuga da marca Fanem – modelo

206 BL. Todas as soluções foram preparadas com água purificada em um sistema Purelab

Option-Q (Elga) com resistividade 18 2 MΩ.cm.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

40

Tabela 1: Reagentes utilizados na síntese das nanoestruturas de titanato e no processo de troca iônica.

Reagente

Fórmula Pureza ou

Concentração (%)

Fornecedor

Dióxido de Titânio

(Anatásio)

TiO2 99,8% Sigma-Aldrich

Dióxido de Titânio

(Degussa P-25)

TiO2 99,5% Sigma-Aldrich

Hidróxido de sódio NaOH 97% Dinâmica

Nitrato de Cromo III

nonahidrato

Cr(NO3)3·9H2O 97% Vetec

Azul de remazol

Azul de metileno

C22H16N2Na2O11S3

C16H18ClN3S.3H2O

~50%

97%

Dystar

Dinâmica

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

41

2.2. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

O trabalho foi realizado em duas etapas. A primeira foi a realização das sínteses dos

nanotubos de TiO2 pela método hidrotérmico, e a segunda etapa refere-se à troca iônica com o

íon metálico Cr3+

.

2.2.1. Síntese das nanoestruturas de TiO2

Os Nanotubos (Na-NTTi) de TiO2 foram preparados utilizando um processo

semelhante ao descrito por Kasuga (2006). Em um típico processo que envolveu duas fases do

TiO2, o anatásio e a degussa P25 (70% anatásio e 30% rutilio).

Os nanotubos são frequentemente formados usando condições hidrotérmicas leves a

moderadas, enquanto que nanofitas (muitas vezes referidas como nanofibras) são formados

sob condições hidrotérmicas alcalinas extremas (Morgan, et al. 2010). Neste trabalho foram

previamente estudados, parâmentos como temperatura e tempo. Na síntese dos nanotubos

utilizou-se um tempo de 120h e uma temperatura de 140 oC.

Em um típico processo de preparação de TiO2, adaptada de Viana, et al. (2009), foi

adicionado em um reator de tefon com 100 mL de volume, 0,5 g do precursor para 50 mL de

NaOH, 10 mol L-1

. Em seguida agitou-se durante 30min. A suspensão branca formada foi

transferida juntamente com o recipiente de teflon e colocado em uma autoclave de aço

inoxidavel, que foi mantida à temperatura de 140 oC para os nanotubos e 180

oC para as

nanofitas. Após processado o tempo de síntese referente a cada tipo de nanoestrutura, o

material foi lavado várias vezes com água deionizada para retirar o excesso de íons Na+ e

centrifugado a 3600 rpm, até atingir o pH 10. Ao fim do processo o material foi seco em uma

estufa, a uma temperatura menor que da referida síntese (Figura 3).

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42

Figura 3. Esquema da síntese dos nanotubos de titanato.

2.2.2. Troca iônica com Cr3+

O processo de troca iônica foi adaptado de Viana, et al. (2009). A reação de troca

iônica dos nanotubos de titanato com íon metálicos Cr3+

foi realizada utilizando 100 mg de

Na-NTTi, em 100 mL de uma solução aquosa com concentração de 0,05 mol L-1

do sal

metálico. Foi utilizado para a troca iônica com os nanotubos titanato, o sal metálico nitrato de

cromo nonahidratado, Cr(NO3)3·9H2O. Em seguida, a suspensão foi colocada em um agitador

magnético por 24h à temperatura ambiente. O material foi lavado varias vezes com água

deionizada em uma centrifuga, para remover os íons Na+ e NO3

- remanescentes do precursor.

O produto sólido foi seco em uma estufa para em seguida obter-se os nanotubos (Cr-NTTi)

incorporados com íon cromo (Figura 4).

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

43

Figura 4. Esquema do processo de troca iônica das nanoestruturas de titanato com Cr3+

.

2.2.3. Fotodegradação dos corantes azul de remazol e azul de metileno

Para a fotodegradação dos corantes foi utilizado um sistema constituído por uma

caixa fechada, contendo uma lâmpada de mercúrio sem bulbo (125 w) envolta por um tubo de

vidro e mergulhada em uma solução aquosa de corante previamente diluída a uma

concentração de 0,1 mmol L-1

, utilizou-se 400 mL do corante para 200 mg de catalisador. A

solução foi mantida em agitação durante todo o processo e borbulhada com oxigênio para

facilitar as reações de oxi-redução do material e consequente formação de elétrons/lacunas. A

temperatura foi controlada por um sistema termostático e se manteve em torno de 25,0 ± 1,0

°C e foram coletadas 4 mL da solução com o auxílio de uma seringa em determinados

intervalos de tempo, tomando o devido cuidado para que o número de coletas não excedesse

20% do total da solução para que houvesse alteração do sistema.

Após serem coletadas, as amostras foram centrifugadas a 3600 rpm por um tempo de

3 minutos no intuito de separar o material sólido e reduzir a interferência das partículas do

catalisador, na solução em suspensão. Durante o processo de fotocatálise do azul de remazol e

azul de metileno as amostras foram submetidas à análise por espectroscopia no ultravioleta

visível (UV-Vis), que permitiu um estudo do potencial de degradação de cada catalisador

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

44

utilizado. O sistema montado para o processo de fotodegradação pode ser resumido na Figura

5 (Costa, 2014).

Figura 5. Esquema do sistema de fotodegradação dos corantes azul de remazol e azul de

metileno (Costa, 2014).

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

45

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1. NANOTUBOS DE TITANATO

Entre os vários métodos para sintetizar nanoestruturas de TiO2, a reação hidrotérmica

alcalina foi a utilizada neste trabalho devido à sua notável eficiência, confiabilidade,

seletividade e baixo custo (Zhu, et al. 2014).

3.1.1. ANÁLISE ESTRUTURAL E MORFOLÓGICAS DAS NANOESTRUTURAS DE

TITANATO

Os resultados da análise de espectroscopia de infravermelho (FTIR) são mostrados

na Figura 6. As bandas em 3442 e 1637 cm-1

são atribuídos ao alongamento de flexão do

grupo OH, respectivamente. As bandas em torno de 653 a 550 e 495 a 436 cm-1

são atribuídos

ao alongamento Ti-O e à vibração de flexão do O-Ti-O, respectivamente (Ouzzine, et a.l

2013).

Figura 6. Espectros de infravermelho dos nanotubos de titanato referente aos dois precursores

de TiO2 (anatásio e degussa/P-25), síntetizados a 140 oC por 120h.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

40

60

80

100

653 a 436 cm-1

16

37

cm

-1

34

42

cm

-1

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

. a

.)

Numero de Onda (cm-1

)

Na-NTTi / Anatasio

Na-NTTi / Degussa P-25

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

46

Na Figura 7, apresentamos os padrões de difração de raios X do Na-NTTi, que estão

associados com o que se espera para um trititanato de sódio (Na2Ti3O7) (Viana, et al. 2009). O

pico por volta de 2 10º é devido à estrutura em camadas das paredes dos nanotubos de

titanato; enquanto os outros picos ao redor de 2θ 24º; refere-se ao plano diagonal entre

hidrogênio lamelar; 2θ 28º é referente aos planos diagonais formados pela interação do

sódio com as lamelas; e 2θ 48º e 2θ 61o são referentes aos planos formados pela rede de

TiO6 (Kim, et al. 2006).

Figura 7. DRX dos nanotubos de titanato referentes aos dois precursores do TiO2 (anatásio e a

degussa/P25), sintetizados a 140 oC por 120h.

10 20 30 40 50 60 70

Inte

nsid

ad

e (

u.a

.)

2 (graus)

Na-NTTi/Anatase

Na-NTTi/Degussa/P-2510

o

24o

28o

48o

61o

Na Figura 8 tem-se os gráficos de espectroscopia de Raman das estruturas de Na-

NTTi de degussa e anatásio. Os espectros de Na-NTTi exibe frequências vibracionais de 155

e 196 cm-1

que são identificadas como modos vibracionais da rede, bem como, modos da

ligação Na-O-Ti. Bandas por volta de 227, 445 e 657 cm-1

são identificadas como vibrações

do octaedro TiO6, enquanto que a banda de 908 cm-1

pode ser relacionada com os

estiramentos Ti-O do octaedro TiO6, que são direcionadas para dentro do espaço interlamelar,

ou na superfície da estrutura do nanotubo (Viana, et al. 2009).

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

47

Figura 8. Espectros de Raman das amostras de Na-NTTi / Anatasio e Na-NTTi / Degussa P-

25, sintetizados a 140 oC por 120h.

Segundo Morgan et al. (2010) os nanotubos sintetizado têm diâmetros internos e

externos finitos, entre 2 a 7 nm, e 5 a 15 nm, respectivamente, com comprimentos de várias

dezenas à centenas de nanometros, e áreas superficiais entre 100 e 400 m2 g

-1.

O desenvolvimento morfológico e estrutural dos produtos e sua identificação foram

investigados por análise de microscopia eletrônica de transmissão (MET) no qual obtivemos

resultados satisfatórios na síntese dos nanotubos de anatásio e degussa/P25, a partir de cristais

de TiO2, pelo método hidrotérmico.

A Figura 9 (a e b) mostra a micrografia das amostras tratadas a 140 oC. Estas

apresentam morfologias tubulares com comprimentos em centenas de nanômetros e diâmetro

médio externo de 11 nm e interno de 6 nm, para o anatásio. Com relação à P-25, apresentam

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

48

diâmetros médio externo de 8 nm e interno de 4 nm. Esses resultados confirmam que o

método hidrotérmico (140 oC) alcalino é eficaz na formação das nanotubos de anatásio e

degussa/P-25.

Figura 9. Imagens de MET das amostras de (a) Na-NTTi/ Anatásio, (b) Na-NTTi/ P-25.

3.1.2- Nanotubos de titanato de sódio trocados com Cr3+

O processo de troca iônica de nanotubos de titanato incorporados com Cr3+

foi

realizada de forma semelhante ao método apresentado por Viana et al. (2009), em que foi

possível observar que durante o período de síntese (24h de agitação) houve nítida mudança da

coloração, sendo que inicialmente os Na-NTTi brancos se tornaram verdes, indício de

formação dos nanotubos trocados (Cr-NTTi). Por intermédio das caracterizações foi possível

observar o processo de incorporação do íon Cr3+

nas nanoestruturas de titanato.

Os espectros de FTIR do Cr-NTTi (anatásio e degussa/P25) são apresentados na

Figura 10. A presença dos grupos hidroxilas, que têm um papel importante na fotocatálise, são

facilmente identificados pelas bandas largas centradas em 3420 e 1630 cm-1

, atribuído à

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

49

vibração O-H na superfície do material. Estes resultados sugerem a presença de certa umidade

(hidroxilas do H2O) na rede estrutural dos nanotubos, o que pode ser devido à absorção de

água na superfície do nanotubo. Os materiais trocados mostram o aumento da intensidade dos

picos do grupo hidroxila (Jaimy, et al. 2011).

Os grupos hidroxila são os principais captadores de buracos, formados pela excitação

eletrônica, mediante a irradiação, e isto pode ajudar no aumento da atividade fotocatalítica.

Uma banda centrada em torno de 1380 cm-1

é devido às vibrações de estiramento N-O, o que

indica presença de íon NO3-. Na região abaixo de 1.000 cm

-1, vários picos são atribuídas a

bandas de absorção de Ti-O e a vibração O-Ti-O. Observou-se a existência de um pico de

fraca absorção em 1.120 cm-1

que pode ser o modo vibracional do Cr-O, que de acordo com

Fan, sugere a substituição do átomo de Ti por Cr nas amostras dopadas (Fan, et al. 2015). O

pico pequeno, em torno de 2.380 cm-1

, corresponde ao estiramento C-O; provavelmente

devido à contaminação com gás carbônico (CO2) atmosférico. Uma pequena mudança em

todas as posições de pico é observada para TiO2 dopado. Isto pode ser devido à substituição

do íon Na+ pelo Cr

3+ no cristal de TiO2 (Jaimy, et al. 2011).

Figura 10. Espectro de FTIR das amostras nanotubos de titanato de degussa P-25 e anatásio:

antes (Na-NTTi) da troca iônica e após a troca iônica (Cr-NTTi).

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

11

20

cm

-1

1630 cm-1

Numero de Onda (cm-1

)

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

. a

.)

CrNTTi Anatasio

NaNTTi Anatasio

3420cm-1

1380 cm-1

2380 cm-1

>1000 cm-1

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

Numero de Onda (cm-1

)

CrNTTi Degussa-P25

NaNTTi Degussa-P253420cm-1

2380 cm-1

1630 cm-1 1380 cm

-1

11

20

cm

-1

Tra

ns

mit

ân

cia

(u

. a

.)

>1000 cm-1

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

50

Na Figura 11, tem-se o difratograma de raios X (DRX) das amostras Na-NTTi e Cr-

NTTi. O perfil de difração da amostra Cr-NTTi reproduz bem o da Na-NTTi, salvo algumas

pequenas alterações. Variações na intensidade relativa de picos de difrações diferentes para o

Na-NTTi e o Cr-NTTi são observados e podem ser relacionadas à troca iônica do íon Na+

pelo íon Cr3+

. O pico de difração do Cr-NTTi, próximo a 10°, está um pouco deslocado para

menores valores de 2θ em relação ao mesmo pico no DRX do Na-NTTi. Este resultado indica

que houve uma pequena alteração na distancia interlamelar, pois o íon Na+ (por volta de

0,0950 nm) apresenta um raio maior do que o do íon Cr3+

(0,06515 nm). O pequeno

deslocamento pode indicar uma diminuição na distância interlamelar causado provavelmente

pela troca iônica entre o íon Na+ com o Cr

3+, na região interparedes do nanotubo. O pico é

levemente alargado e assimétrico, sugerindo que o ambiente químico entre as camadas é

desordenado. Estes resultados nos permitem concluir que o nanotubo de titanato trocado

ionicamente com Cr3+

possui a mesma morfologia e estrutura do seu precursor (Viana, et al.

2009).

O pico em 2 18º indica que um íon de maior valência (Cr+3

) está entrando no tubo

e substituindo um de menor valência (Na+), proporcionando com isso, uma melhor

organização no interior do tubo de TiO2. O pico ao redor de 2θ 24º; refere-se ao plano

diagonal entre hidrogênio lamelar já o pico por volta de 2θ 28º, corresponde às interações

sódio–lamela, apresentou uma diminuição e um alargamento, sugerindo a redução dos átomos

de sódio e a presença do íon Cr3+

na nanoestrutura. O pico em 48º refere-se aos planos do

octaedro do TiO6, e o pico por volta de 61º, relacionado ao TiO6, é alargado, o que sugere um

desordenamento no ambiente químico.

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

51

Figura 11. Difratograma de raio – X de nanotubos de titanato de degussa P-25 e anatásio:

antes (Na-NTTi) da troca iônica e após a troca iônica (Cr-NTTi).

O espectro de Raman dos nanotubos de titanato após a troca iônica (Figura 12),

correspondente às duas fases de TiO2 utilizadas, apresentam uma nítida diferença na

intensidade das bandas e no espectro obtido. Para a amostra de anatásio observam-se bandas

em torno de 155 e 196 cm-1

, que deslocam-se para 172 e 236 cm-1

, correspondentes ao

estiramento Na-O-Ti, indicando a troca iônica com o Cr3+

. Para a amostra do P25 verifica-se

uma sobreposição dessas bandas e um deslocamento para as regiões de 202 e 235 cm-1

.

As bandas relacionadas às vibrações Ti-O-Ti da rede cristalina, para ambas as fases,

foram deslocadas para as regiões de 325, 495 e 755 cm-1

, de menor energia, confirmando as

alterações na morfologia e possivelmente o tamanho dos cristalitos. Esse resultado pode ser

interpretado com base no tamanho atômico dos elementos, já que o Cr3+

apresenta uma massa

maior que o Na+ e provoca uma diminuição nas frequências de vibração.

A banda larga de baixa intensidade, em 905 cm-1

, relacionada ao estiramento Ti-O,

das ligações terminais com a lamela, continua existindo, o que confirma que houve

preservação da estrutura tubular.

10 20 30 40 50 60 70

2 (graus)

Inte

nsid

a (

u.a

.)

CrNTTi Anatasio

NaNTTi Anatasio

61o

48o

9,5o

18o

28o

24o

10 20 30 40 50 60 70

2 (graus)In

ten

sid

a (

u.a

.)

CrNTTi/P25

NaNTTi/P25

8,8o

18o

24o

28o 48

o

61o

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

52

Figura 12. Espectro Raman dos nanotubos de titanato antes (Na-NTTI) e após a troca iônica

(Cr-NTTi) referentes aos precursores anatásio e degussa P-25.

Segundo DÍAZ et al (2010) o TiO2 dopado com o íon Cr3+

é constituído por

nanopartículas finas com diâmetros de cerca de 10 nm. Neste trabalho realizamos a dopagem

de nanopartículas de titanato de sódio com Cr3+

, resultando no Cr-Na-NTTi. Pode-se observar

nas imagens de MET, Figura 13 (a e b), que as nanopartículas formadas apresentaram

estrutura tubular, sem apresentar defeitos superficiais. Além disso, observa-se que em

decorrência das distâncias entre as camadas e das condições de síntese, que os nanotubos

tendem a incorporar uma maior quantidade de íons Cr3+

entre as camadas de titanato sem o

rompimento do mesmo.

200 400 600 800 1000

Cr-NTTi / Degussa P25

Na-NTTi / Degussa P25

Numero de Onda (cm-1

)

Inte

ns

ida

de

(u

. a

.)

325 cm-1

202 c

m-1

235 c

m-1

495 cm-1

755 cm-1

905 cm-1

200 400 600 800 1000

236 c

m-1

172 c

m-1

CrNTTI/Anatasio

NaNTTi Anatasio

Numero de Onda (cm-1

)

Inte

ns

ida

de

(u

. a

.)

905 cm-1

325 cm-1

495 cm-1

755 cm-1

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

53

Figura 13. Imagem de MET de nanotubos de anatásio e degussa P-25 tracados com Cr+3

(a)

Cr-NTTi/Anatásio, (b) Cr-NTTi/P-25.

Os espectros de energia dispersiva (EDS) para as amostras de titanato modificados,

Figura 14, confirmam o processo de troca iônica. Os dados EDX dos Cr-NTTi degussa P25 e

Cr-NTTi anatásio mostram picos ao redor de 0,4 e 0,5 KeV e outros picos aparecem em 4,5 e

4,9 KeV para o Ti. Os picos de cromo são claramente distintos em 0,5, 0,6 e 5,4, 5,5 e 6,0

KeV. Estes resultados confirmam que o Ti, O e Cr existem na estrutura do catalisador

(Hamadanan, et al. 2014).

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

54

Figura 14. Espectroscopia de energia dispersiva para as amostras de Cr-NTTi (P25 e

anatásio).

4. Reflectância difusa

A espectroscopia de reflectância (Figura 15) revelou que todos os catalisadores

dopados, mostraram espectros de absorção de luz similares. Observa-se que o TiO2 dopado

com Cr3+

nas condições experimentais melhora significativamente a absorção de luz na região

do visível. Uma diminuição acentuada da absorção acima de 387 nm, pode ser atribuído à

banda gap de absorção intrínseca de TiO2, anatásio e degussa/P25 (~3.2 eV). A absorção em

cerca de 450 nm pode ser atribuída à transferência de carga do Cr3+

→ Ti4+

, em um ambiente

octaédrico, e a banda de absorção em 450- 600 nm é devido às transições d-d transições do

Cr3+

. Com a dopagem de Cr3+

o limite de absorção de TiO2 é alargado na região da luz visível.

Esta absorção prolongada indica o possível aumento na atividade fotocatalítica de TiO2 pela

luz visível (Fan, et al. 2008; Zhu, et al. 2006).

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

55

Figura 15. Espectros de reflectância difusa para as amostras de TiO2.

A Tabela 2 apresenta os valores de gap obtidos para as nanoestruturas de titânio e

calculados a partir da extrapolação linear das curvas de absorção a parir da equação 1, adotada

para os semicondutores (Costa, 2014).

αhʋ = A (hʋ - Eg)n/2

(1)

α - coeficiente de absorção

ʋ - frequência da luz incidente

A – constante

Eg – energia da banda gap

n – valor adotado igual a 1

200 300 400 500 600

0

20

40

60

80

100Anatasio

Re

fle

cta

ncia

(u

.a.)

Comprimento de onda (nm)

precursor

Na-NTTi

Cr-NTTi

200 300 400 500 600

0

20

40

60

80

100Degussa P-25

Re

fle

cta

ncia

(u

.a.)

comprimento de onda (nm)

Precursor

Na-NTTi

Cr-NTTi

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

56

Tabela 2. Valores de energia de banda gap para as nanoestruturas de titânio precursor, Na-

NTTi e Cr-NTTi.

Amostra Gap de energia (eV) Amostra Gap de energia (eV)

Anatásio Degussa P-25

Precursor 3,29 Precursor 3,22

Na-NTTi 3,76 Na-NTTi 3,36

Cr-NTTi 3,58 Cr-NTTi 3,34

Para melhor interpretação dos resultados apresentamos na Tabela 2, montamos um

gráfico, Figura 16.

Figura 16. Representação do Gap para as nanoestruturas de anatásio e degussa-P25.

3,0

3,1

3,2

3,3

3,4

3,5

3,6

3,7

3,8

Cr-

NT

Ti

Na

-NT

Ti

Ga

p (

eV

)

Anatásio

Degussa/P25

Pre

cu

rso

A partir dos resultados apresentados (Tabela 2 e Figura 16) constatamos que a

inserção de um semicondutor, como o Cr3+

, leva à redução da energia de absorção dos

nanotubos e consequente diminuição do Gap das nanoestruturas dopadas, dessa maneira pode

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

57

afirmar que nas condições estabelecidas pela metodologia do trabalho houve uma melhora na

atividade fotocatalítica dos catalisadores Cr-NTTi (degussa-P25 e anatásio).

5. Fotodegradação dos corantes Azul de Remazol e Azul de Metileno

O processo de fotodegradação dos corantes azul de remazol e azul de metileno pelo

método de fotocatálise heterogênea pertencente à classe dos “Processos de O idação

Avançada” (POA). Esse processo baseia-se na geração de radical hidroxila como espécie

oxidante e não seletiva capaz de oxidar uma grande variedade de contaminantes orgânicos. É

uma tecnologia promissora no tratamento de efluentes industriais e na descontaminação

ambiental principalmente de efluentes aquáticos, este é um processo que avalia reações de

oxi-redução induzidas pela radiação ultravioleta em meio aquoso, fazendo uso de um

fotocatalisador (Silva, 2009).

5.1. Corante Azul de Remazol

Em nosso estudo, para a reação de fotocatálise, o substrato usado foi o corante Azul

de remazol e o fotocatalisador TiO2. Para o corante azul de remazol a banda de absorção

máxima encontra-se em torno de 592 nm, e se reduz à medida que a solução é irradiada com

luz UV.

Para identificar a influência da luz sobre as moléculas do corante, realizou-se um

estudo prévio da fotólise (degradação do corante na ausência de luz). De acordo com os dados

do espectro de absorção, observou-se que a descoloração da solução de corante, pela radiação

UV na presença dos precursores do TiO2 (anatásio e degussa-P25) pode ser acompanhado

pelo desaparecimento da banda de absorção do espectro do corante em 592 nm, em especial

para a amostra de degussa-P25 que após 60min reduziu a concentração à um valor mínimo.

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

58

Observou-se ainda que a degussa-P25 se mostrou um catalisador melhor que o anatásio, que

levou 120min para degradar o corante azul de remazol.

Verificou-se uma diminuição na atividade fotocatalítica dos nanotubos de titanato de

sódio (Na-NTTi/P25) em relação aos materiais precursores. Com relação aos tubos puros

observou-se que os íons sódio retidos nas nanoestrutras de titanato após o tratamento alcalino

hidrotérmico atuam como centro de recombinação. No que diz respeito aos tubos trocados

com cromo (Cr-NTTi), ocorreu uma melhor atividade fotocatalítica, nos quais os nanotubos

derivados da degussa-P25 foram mais eficiêncientes na degradação do corante azul de

remazol (Figura 17). Isto se justifica devido ao efeito sinérgico entre as fases de anatasio e

rutilo, resultando na separação efetiva de elétron/buraco na fase degussa-P25 (equação 2), que

propiciaram a geração de radicais superóxido e hidróxido (equações 3 e 4), responsáveis pela

oxidação fotocatalítica e pela perda das moléculas poluentes. Com isso o referido catalisador,

dentro das condições utilizadas neste trabalho, foi capaz de degradar aproximadamente 93%

do corante azul de remazol em um intervalo de 30 min..

De acordo com a Tabela 3, observa-se, de maneira geral, que as amostras de degussa

P25 apresentam uma constante de velocidade superior àquelas exibidas pelas nanoestruturas

de anatásio. Isso pode ser justificado pela sua estrutura, já que a mesma é preponderante na

produção dos pares elétron/lacuna. Com relação às estruturas dopadas Cr-NTTi/anatásio e Cr-

NTTi/P25 observamos uma boa atividade fotocatalítica já que ocorreu uma diminuição do

processo de recombinação após a inserção do íon Cr3+

.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

59

A Tabela 3 mostra os valores das constantes de velocidade obtidas e a percentagem de

degradação em um intervalo de 30 e 60 minutos para o corante azul de remazol.

k x 103 (min

-1) % em 30min % em 60min

Fotólise 8,19 72,8 86,3

Anatásio

precursor 6,97 30,3 70,9

Na-NTTi 8,85 81,9 90,57

Cr-NTTi

Degussa-P25

Precursor 9,06 68,8 99,2

Na-NTTi 9,66 95,44 96,9

Cr-NTTi 9,16 92,63 96,35

A taxa de degradação foi calculada a partir dos gráficos da atividade cinética (Figura

17) e serviu como modelo comparativo para estudar o rendimento da fotólise e de cada

catalisador. Observou-se inicialmente que a irradiação com luz UV na ausência de catalisador

não é capaz de degradar totalmente o azul de remazol, apresentando uma taxa de 86,3% de

remoção da cor depois de decorrido 60min de reação. Os catalisadores de nanotubos de

titanato puros (anatásio e degussa P25), por sua vez, exibiram uma fotoatividade mais

eficiente, reduzindo o tempo de atividade cinética e aumentando a taxa de degradação em até

22,64% no tempo de 30min e de 10,3% no tempo de 60 min.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

60

Figura 17. Estudo da taxa de degradação do corante azul de remazol a partir da atividade

cinética.

Após a inserção do Cr3+

na estrutura dos nanotubos, a taxa de degradação continuou

elevada em relação aos precursores e praticamente constante em relação aos nanotubos puros,

isto muito provavelmente em decorrência de suas estruturas, o que favorece o processo

fotocatalítico. Além disso, a redução do gap dessas estruturas, em especial da amostra Cr-

NTTi/P25 (3,34 eV) (Tabela 2 e Figura 16), indica uma melhor degradação do corante pelo

referido catalisador que após 30 min chega a degradar quase completamente o corante,

apresentando uma taxa de remoção de 96,35% ao fim do processo.

5.2- Corante azul de metileno

Sabe-se que a superfície do titânio (Ti) é carregada. Em pH ácidos as espécies

predominantes são Ti – OH2+ em pH neutros a espécie formada é Ti – OH, já em pH alcalino

encontra-se a espécie Ti – O-. As soluções aquosas de corantes, como o azul de metileno, que

é ligeiramente ácido (cerca de 6,0) e como consequência é um corante catiônico são

facilmente adsorvidos enquanto que corantes aniônicos, como o azul de remazol só podem ser

0 10 20 30 40 50 60

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0 Fotolise

Precursor Anatasio

Na-NTTi/Anatasio

Cr-NTTi/Anatasio

C/C

O

Tempo (min)

0 10 20 30 40 50 60

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2 Fotolise

Precursor/P25

Na-NTTi/P25

Cr-NTTi/P25

C/C

o

Tempo (min)

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

61

adsorvidos em pH fortemente ácido, isto é, quando a superfície do óxido de titânio é

carregado positivamente (Strataki, et al. 2007).

Figura 18. Estudo da taxa de degradação do corante azul de metileno a partir da atividade

cinética

O teste de fotólise foi realizado para avaliar o comportamento do corante azul de

metileno na ausência de fotocatalisador e frente à radiação UV-Vis. A análise da Figura 18

permite constatar que o corante azul de metileno tem certa instabilidade diante da radiação

UV-Vis

Observa-se que os picos de absorção correspondem à diminuição da quantidade de

corante livre na solução, indica que o corante está sendo degradado na presença da radiação e

que após 60min o corante está praticamente degradado durante a fotólise.

No que diz respeito aos Na-NTTi e Cr-NTTi, observa-se que praticamente não

ocorreu o processo de fotodegradação (Figura 18), pois se constatou a partir dos testes de

adsorção (Figura 19) que o referido corante é adsorvido pelos catalisadores devido à atração

eletrostática existente entre catalisador – corante. A exceção a essa constatação é o catalisador

0 15 30 45 60

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Tempo (min)

Fotolise

Precurssor

Na-NTTi/Anatasio

Cr-NTTi/Anatasio

C/C

o

Anatasio

0 15 30 45 60

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Tempo (min)

Degussa - P25

C/C

o

Fotolise

Precurssor

Na-NTTi/Degussa-P25

Cr-NTTi/Degussa-P25

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

62

Cr-NTTi/anatásio, que degrada aproximadamente 49% do referido corante isso se justifica em

decorrência da menor quantidade de íon Na+, que pode ser confirmado pelo EDS (Figura 14),

o que favorece uma menor adsorção, pois o referido íon gera menos cargas negativas e com

isto propicia uma menor adsorção do corante no catalisador Cr-NTTi/anatásio (Strataki, et al.

2007).

5.2.1- Adsorção do corante azul de metileno

Ultimamente aumentou-se o interesse por pesquisas descrevendo as propriedades da

interface cromóforo-TiO2 que formam as bases para separação de carga fotoinduzida no

sistema semicondutor sensibilizado por corante em células solares (Silva, 2009). A utilização

de certas classes de corantes em células solares vem sendo amplamente estudada e, nesse

sentido, estudos que levem a uma melhor compreensão do mecanismo de adsorção desses

corantes sobre a superfície do semicondutor são relevantes para o desenvolvimento de células

solares mais eficientes.

Os testes de adsorção na ausência de luz (Figura 19 e Tabela 5) foram realizados para

avaliar a diminuição da quantidade de corante livre na solução, que foi acompanhada pela

diminuição da banda de absorção em torno de 665 nm no espectro UV- Vis para o corante

azul de metileno.

Figura 19. Estudo da taxa de adsorção do corante azul de metileno a partir da atividade

cinética

0 15 30 45 60

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

Tempo (min)

Precurssor

Na-NTTi/Anatasio

Cr-NTTi/Anatasio

Adsorçao Anatasio

C/C

O

0 15 30 45 60

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2Adsorçao degussa - P25

Tempo (min)

C/C

o

Precurssor

Na-NTTi/Degussa/P25

Cr-NTTi/Degussa-P25

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

63

Tabela 4: cálculo da quantidade de corante adsorvido (mg g-1

) para o corante azul de

metileno.

Amostras q (mg g-1

)

Anatásio

Precursor 3,92

Na-NTTi 7,16

Cr-NTTi 3,29

Degussa/P25

Precursor 3,22

Na-NTTi 6,84

Cr-NTTi 8,23

A Tabela 4 expressa a quantidade de corante adsorvida em função do tempo de

contato, para diferentes concentrações iniciais do corante. A quantidade de corante adsorvido

(q) (mg/g) foi obtida a partir de um balanço de massa que segue a equação 5.

Em que: Co (mg/L) e C (mg L-1

) são concentrações da solução em um tempo t = 0 e

tempo t, V é o volume da solução (L) e W é a quantidade de catalisador adicionada (g). A

Tabela 4 mostra um estudo de adsorção em função do tempo em uma única concentração

inicial da solução para os fotocatalisadores anatásio e degussa-P25 (Moura, 2013).

Observou-se que com o corante azul de metileno, usando os precursores de anatásio

e degussa-P25 praticamente não houve adsorção (Figura 19 e Tabela 4). Isto se justifica pelo

fato dos precursores serem ácidos e dessa forma as espécies que estão predominando em sua

superfície são Ti – OH2+ e as mesmas são repelidas pelo corante azul de metileno catiônico,

pois o referido corante apresenta espécies de mesma carga que o catalisador em questão, no

que diz respeito aos Na-NTTi (anatásio e degussa-P25) as espécies que estão em suas

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

64

superfícies é Ti – OH ou Ti – O-, dessa forma existirá uma atração entre o corante azul de

metileno e os catalisadores, por isto a grande adsorção verificada na Figura 19. No que diz

respeito aos nanotubos trocados com Cr3+

observa-se que assim como nos Na-NTTi as

espécies que estão em suas superfícies são Ti – OH ou Ti – O-, o que ocasiona atração entre o

corante azul de metileno e os catalisadores, porém verifica-se que a adsorção no Cr-

NTTi/anatásio é inferior ao Cr-NTTi/P25. Isso se justifica em decorrência da menor

quantidade de íon Na+, que pode ser confirmado pelo EDS (Figura 14), o que favorece uma

menor adsorção do Cr-NTTi/anatásio, pois o referido íon gera menos cargas negativas e com

isto propicia uma menor adsorção (Strataki, et al. 2007).

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUI CENTRO DE CIÊNCIAS DA … · FIGURA 1- Representação da estrutura cristalina do titânio pelo método das esferas: (A) fase α e (B) fase β. FIGURA

65

6. CONCLUSÃO

Utilizando o método hidrotérmico e variando as condições da reação foi possível

obter de forma eficiente os nanotubos propostos no trabalho. O FTIR, DRX e o Raman

comprovaram o processo de troca iônica do Na+ com Cr

3+. A microscopia eletrônica de

transmissão (MET) mostrou que no processo de troca iônica não houve destruição da estrutura

tubular, acredita-se que em decorrência do raio do íon Cr3+

ser inferior ao do íon Na+.

Quanto aos precursores envolvidos, o anatásio e a degussa P-25 apresentaram

comportamento semelhante, o que já era esperado diante da composição química de ambos. O

EDS confirmou a composição química do material, apresentando um aumento no teor de

cromo nas estruturas modificadas.

No estudo de reflectância difusa observamos que o TiO2 dopado com Cr3+

melhora

significativamente a absorção de luz na região do visível e ocorreu uma diminuição da banda

gap de absorção intrínseca de TiO2 de anatásio e degusa-P25.

No estudo de adsorção observamos que o corante azul de remazol praticamente não

sofre adsorção isto ocorre em decorrência das cargas entre o catalisador (Ti – OH ou Ti – O-)

e o corante aniônico já em relação ao corante azul de metileno (catiônico) a adsorção ocorre

nos Na-NTTi e Cr-NTTi (anatásio e degusa-P25) já que os mesmos apresentam espécies (Ti-

OH ou Ti – O-) aniônicas que atraem o corante catiônico, dessa maneira observamos que os

referidos catalisadores (Cr-NTTi/Anatásio e Cr-NTTi/P25) são adequados para degradar

corantes aniônicos como o azul de remazol.

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66

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71

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando os resultados, discussões e conclusões abordadas nesta pesquisa, algumas

sugestões e perspectivas para trabalhos futuros devem ser destacadas, incluindo:

Realizar os testes de fotodegradação variando parâmetros como pH, concentração,

temperatura e quantidade do catalisador.

Reutilizar o catalisador para avaliar o seu potencial na degradação;

Realizar a fotodegradação na luz solar e comparar seu desempenho com a lâmpada de

mercúrio;

Determinar a área superficial pelo método BET;