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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA (UFRB) CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE (CCS) CURSO PSICOLOGIA Professora: Inayara Oliveira Ana Cláudia Pinheiro Marilene Magalhães Osni de Jesus Priscila Santos Vitória Hohlenwerger Alunos: PSICOLOGIA SOCIAL II PSICOLOGIA SOCIAL II Santo Antônio de Jesus Junho - 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA (UFRB)CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE (CCS)

CURSO PSICOLOGIA

Professora:Inayara Oliveira Ana Cláudia Pinheiro

Marilene MagalhãesOsni de JesusPriscila SantosVitória Hohlenwerger

Alunos:

PSICOLOGIA SOCIAL IIPSICOLOGIA SOCIAL II

Santo Antônio de JesusJunho - 2011

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FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DA PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA

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Concepção de mundo Concepção de homem Concepção de conhecimento

Análise dos fundamentos metodológicos da Psicologia Sócio-

Histórica

Realidade HomemEpistemológica Ontológica

Compreensão do SER

Pressupostos método são produzidos historicamente, expressando questões concretas presentes na vida material dos homens. Subjetividade X objetividade

Sujeito-Objeto

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Ciência conhecimento realidade transformações novas relações sociais.

Homem (sujeito) razão como recurso fundamental pode produzir um conhecimento sobre a realidade e transformá-la. Desenvolve novos métodos de conhecimento empirismo e racionalismo ideia de uma razão soberana que permite ao homem alcançar a liberdade.

Ao mesmo tempo que se afirma o sujeito afirma-se o objeto.

A questão metodológica na modernidade

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A natureza, exterior ao homem e sujeita às suas próprias leis, é o objeto de conhecimento. E o conhecimento a ser produzido por esse sujeito deve referir-se ao objeto, deve ser objetivo.

Questão epistemológica da relação sujeito-objeto contradição historicamente colocada. (ex. capitalismo sujeito livre X sujeito submetido aos ditames do mercado e suas leis). Mais-valia (Marx)

A questão metodológica na modernidade

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Garantir a objetividade do conhecimento. Empirismo e Racionalismo orientam

metodologicamente o desenvolvimento das ciências naturais. Dicotomia sujeito -objeto são importantes, mas exteriores um ao outro.

Empirismo Realidade conhecimento objetivo é objetivo o conhecimento descrição exata do objeto.

Racionalismo Razão objetividade razão e de seu conteúdo. Ex. Descartes: existência do Bom Deus X Gênio Maligno fundamento da existência objetiva

A questão metodológica na modernidade

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Kant Superar a dicotomia sujeito-objetoempirismo X racionalismo mediante a discussão entre as esferas de produção da razão: razão pura e razão prática.

Razão pura dados empíricos (material da razão) razão tenha limites aparência (o fenômeno).

Aceita o empirismo racionalista ratifica a noção de ciência da modernidade dicotomia sujeito-objeto

A questão metodológica na modernidade

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Embora considere razão e liberdade de maneira unificada no processo de conhecimento, Kant ainda mantém a dicotomia sujeito-objeto.

A questão da relação entre o conhecimento e a liberdade, fora mais claramente abordada pelo iluminismo francês, que preparou e acompanhou ideologicamente a revolução burguesa na França.

Os iluministas franceses, ao proclamar a Razão e o conhecimento que ela possibilitava, anunciaram a necessidade de um conhecimento científico do homem e da sociedade.

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A sociedade também devia ser conhecida e explicada cientificamente. A sociedade tornada objeto de conhecimento poderia se submeter ao sujeito da Razão soberana.

Kant avançara na discussão metodológica, sem romper com a noção de ciência da modernidade. Mas, Kant traz a revisão da relação entre conhecimento e liberdade.

Kant entende que os limites da razão no conhecimento faziam com que a ciência não levasse à liberdade.

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A ciência era importante porque permitia ao homem lidar com a realidade de maneira mais imediata. Mas, para ser livre, o homem deveria estar acima da necessidade.

A liberdade deveria permanecer no âmbito da metafísica, mas uma metafísica fundamentada em um sujeito livre que decide sobre sua própria ação. Mas a razão aqui é a razão prática.

Kant afirma o sujeito racional, estabelece uma relativa unificação metodológica entre razão e realidade, ratificando a noção de ciência da modernidade, mas limitando o objeto passível de conhecimento científico.

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Kant estabelece novas dicotomias: Entre aparência e essência; Necessidade e liberdade; Objeto científico e metafísica. O positivismo ratifica a união entre empirismo e

racionalismo, mas o faz de maneira absolutamente instrumental;

O sujeito é o sujeito do estágio positivo, no qual o homem só precisa recorrer aos fatos como eles são para conhecer as leis invariáveis do objeto.

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A ciência precisa apenas ser aperfeiçoada, por meio de desenvolvimento de instrumentos que garantam sua objetividade, seu caráter empírico, a formulação teórica com base na evidência empírica, a precisão, a aplicação de um método único.

No positivismo o sujeito é praticamente anulado pelo caráter instrumental que adquire.

A sociedade se transforma profundamente, com a revolução industrial e as revoluções burguesas. Transforma-se a natureza em todas as suas dimensões.

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Do sujeito depende apenas a utilização adequada do método científico único, o que por si só trará respostas.

À noção metafísica de SER opõe-se a noção dialética. E essa nova concepção permitirá superar a dicotomia sujeito-objeto.

A contraposição hegeliana às posições empiristas e à posição kantiana institui as bases de um novo método que, em vez de opor os contrários dicotomicamente, unifica-os sem negá-los.

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Hegel indica a possibilidade de conhecer o objeto e suas mediações, portanto em conhecer para além do dado imediato.

Duas formulações básicas de Hegel sintetizam a dialética hegeliana:

“O ser e o nada são uma e a mesma coisa”

“O real é racional e o racional é real”.

Para a dialética o ser está em transformação constante e ser implica necessariamente deixar de ser.

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No movimento de transformação constante do ser, o real expressa uma racionalidade própria do desenvolvimento constante da razão. E o racional necessariamente torna-se real nesse processo de transformação;

O materialismo histórico e dialético mantém a importância do sujeito ativo, mas mantém também a existência objetiva do objeto;

A intenção de transformação é, antes de mais nada, opção metodológica.

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Surgimento da Psicologia Século XIX

POSITIVISMO FENOMENOLOGIA PSICANÁLISE

Racionalismo e empirismo orientaram metodologicamente o desenvolvimento

das ciências naturais.

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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. Subjetividade do sujeito reconhecida por sua racionalidade, sintetizada na razão.

Objetividade do objeto fica reconhecida em relação ao sujeito, sintetizada na idéia de causas naturais.

O materialismo histórico e dialético propõe a superação da dicotomia sujeito-objeto

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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DICOTOMIA :

subjetividade X objetividade

indivíduo X sociedade físico X psíquico comportamento x cognição cognição X emoção

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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. Materialismo : a realidade material tem existência

independente em relação as idéias.

A dialética : a contradição é característica de tudo que existe.

A história : deve ser analisada a luz da realidade concreta e não a partir da idéias.

.

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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O fenômeno psicológico é social.

. A subjetividade humana relaciona-se com a objetividade onde vivem os homens.

A compreensão do “mundo interno” exige a compreensão do “mundo externo”.

. O homem atua e constrói/ modifica o mundo e este, por sua vez, propicia os elementos para a constituição psicológica do homem.

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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MATEARIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO.

. Ser Humano : diferencia-se dos demais animais porque age sobre a natureza.

Expressa ações e relações que estabelece com o mundo físico, com os outros seres humanos e consigo mesmo.

Cria as próprias idéias.

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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O sujeito do materialismo histórico e dialético é ativo na materialidade social e histórica.

Trabalho : produção histórica da vida material dos homens que se dá no bojo das relações socais.

Linguagem : contém os registros socais produzidos historicamente ( significados), bem como os registros pessoais ( dimensões subjetivas) ações, cognições.

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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Vigostski (1896-1934) Propõe uma Psicologia de base marxista Psicologia histórico- cultural.

O desenvolvimento mental é marcado pela interiorização das funções psicológicas.

Constitui um processo que não segue um curso único, universal e independente do desenvolvimento cultural.

.

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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SINTESE : Físico e fisiológico psicológico como o

verdadeiro objeto da Psicologia Subjetividadde e objetividadeintrasubjetivo e

intersubjetivo ( individuo – sociedade). Comportamento-cognição e afeto – mediações

sociais

.

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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A compreensão histórica da Psicologia deve incorporar o conhecimento das relações sociais nas quais ela se produz e que lhe dão sustentação e possibilidade de desenvolvimento.

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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• O fenômeno psicológico não pertence à Natureza Humana.

• O fenômeno psicológico não tem existência anterior ao homem.

• O fenômeno psicológico reflete a condição social, econômica e cultural em que vivem os seres humanos.

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica

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A psicologia é uma ciência do homem histórico e não do homem abstrato e universal.

A origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores é social.

É pelo trabalho que o homem, ao mesmo tempo em que transforma a natureza para satisfazer as suas necessidades, se transforma também.

O método na psicologia e a psicologia sócio-histórica