96
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CLÍNICA MÉDICA A VIA DE SINALIZAÇÃO HEDGEHOG REGULA A APOPTOSE E A SECREÇÃO DE CITOCINAS NA LINHAGEM DE CÉLULAS EPITELIAIS DE CARCINOMA DE CÓLON HUMANO HT-29 Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Clínica Médica, Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Medicina (Clínica Médica) Agnes Naomi Yoshimoto Rio de Janeiro Outubro 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO A VIA DE …objdig.ufrj.br/50/teses/m/CCS_M_AgnesNaomiYoshimoto.pdf · 2013-02-08 · universidade federal do rio de janeiro faculdade de medicina

  • Upload
    hakiet

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

FACULDADE DE MEDICINA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CLÍNICA MÉDICA

A VIA DE SINALIZAÇÃO HEDGEHOG REGULA A APOPTOSE E A

SECREÇÃO DE CITOCINAS NA LINHAGEM DE CÉLULAS EPITELIAIS DE

CARCINOMA DE CÓLON HUMANO HT-29

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Clínica

Médica, Faculdade de Medicina da

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Mestre em Medicina

(Clínica Médica)

Agnes Naomi Yoshimoto

Rio de Janeiro

Outubro 2011

ii

A VIA DE SINALIZAÇÃO HEDGEHOG REGULA A APOPTOSE E A SECREÇÃO DE

CITOCINAS NA LINHAGEM DE CÉLULAS EPITELIAIS DE CARCINOMA DE

CÓLON HUMANO HT-29

Agnes Naomi Yoshimoto

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Clínica

Médica, Faculdade de Medicina da

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Mestre em Medicina

(Clínica Médica)

Orientadores: Prof. Heitor Siffert Pereira de Souza

Prof a Morgana Teixeira Lima Castelo Branco

Aprovada em ____ de ______________ de ____.

___________________________________________________

Presidente da banca

Aprovado por

___________________________________________________

Prof:

___________________________________________________

Prof:

___________________________________________________

Prof:

Rio de Janeiro

Outubro 2011

iii

FICHA CATALOGRÁFICA

Yoshimoto, Agnes Naomi.

A via de sinalização hedgehog regula a apoptose e a secreção de citocinas na

linhagem de células epiteliais de carcinoma de cólon humano HT-29 / Agnes Naomi

Yoshimoto. Rio de Janeiro: UFRJ / Faculdade de Medicina, 2011.

xiv, 82f. ; 31 cm.

Orientadores: Heitor Siffert Pereira de Souza e Morgana Teixeira Lima

Castelo Branco.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Faculdade de Medicina, Programa de Pós-Graduação em Clínica Médica, 2011.

Referências bibliográficas: f.73 – 77.

1. Proteínas Hedgehog. 2. Linhagem de Célula. 3. Carcinoma. 4. Cólon. 5.

Neoplasias do Cólon. 6. Células Epiteliais. 7. Proliferação Celular. 8. Citocinas.

9. Apoptose. 10. Células HT-29. 11. Estudos Observacionais. 12. Clínica Médica

- Tese. I. Souza, Heitor Siffert Pereira de. II. Castelo Branco, Morgana Teixeira

Lima. III. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Medicina, Pós-

Graduação em Clínica Médica. IV. Título.

iv

Dedico esta tese aos meus pais

Teruyoshi e Massako

que eu amo muito e que sempre me apoiaram

e ao meu marido Breno,

o amor da minha vida, que sempre esta ao meu lado.

v

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof Heitor Siffert Pereira de Souza, que é um exemplo

como orientador, pesquisador e médico, que além de ter uma incrível paciência

comigo e todos os seus alunos, tem a humildade de explicar os temas mais difíceis

da forma mais simples e participar ativamente de todo o processo da tese,

proporcionando tranquilidade nos momentos primordiais.

À Profa Morgana Teixeira Lima Castelo Branco que é um exemplo de

organização e dedicação ao ensino, sempre participando e contribuindo para bons

resultados, também com sua presença tranquila, confiante e um sorriso amigo.

À Cesônia e ao Alyson que sempre socorrem todos os alunos da pós-

graduação mostrando amor, dedicação, paciência e acima de tudo boa vontade na

bancada, além de proporcionarem um bom ambiente de trabalho e comigo não foi

diferente.

Ao Claudio Bernadazi que me ajudou na técnica de PCR, sendo de

fundamental importância para o trabalho.

À Adriane, Carla e Claudio, que sempre se predispuseram a ajudar e a coletar

material quando necessário e trocaram idéias tanto relacionadas a tese quanto a

assuntos da vida.

Às alunas de iniciação científica que participaram da confecção da tese e dos

trabalhos em congressos como a Fernanda.

À família do meu marido que sempre me apoiou.

Ao meu marido que compreendeu minha ausência nas horas necessárias e

me apoiou ativamente.

Aos meus pais que são tudo para mim.

vi

Este trabalho foi realizado com recursos do CNPq (Conselho

Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e da

FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de

Janeiro). Os resultados foram submetidos sob a forma de artigo

completo a revista Plos One, dia 15/09/2011, estando em análise.

vii

RESUMO

Introdução: A via hedgehog (Hh) está envolvida na embriogênese e em processos

fisiológicos incluindo sobrevivência e proliferação celular. Objetivos: células de

carcinoma de cólon humano HT-29 foram utilizadas para investigar a via de

sinalização Hh e as funções biológicas nas células epiteliais colônicas. Métodos:

Foram realizadas culturas de células HT-29 sob diferentes condições e exposição a

vários estímulos. A expressão dos componentes da via de sinalização Hh, proteínas

e genes relacionados, foram avaliados por imunofluorescência e por reação de

cadeia de polimerase (PCR) em tempo real. Viabilidade, proliferação celular e

apoptose foram avaliados, pelo método de 3-(4,5- Dimetiltiazol-2-yl)-2,5-

difeniltetrazolium bromida, tetrazol (MTT), por incorporação de Bromodeoxiuridina

(BrdU) e pela reação de Annexina -V/7-AAD, respectivamente. A produção de

quimiocinas no sobrenadante de culturas de células HT-29 foi avaliada por reação

imunoenzimática (ELISA). Resultados: Níveis de RNA mensageiro de Indian e

Sonic Hh e os fatores de transcrição Gli-1 e Gli-2 aumentaram após tratamento com

agonistas Hh e butirato, mas diminuiram após exposição a ciclopamina. A expressão

de proteínas morfogenéticas 4 e 7 (BMP4 e BMP7) diminui após o bloqueio da via

Hh com ciclopamina. A expressão da proteína Gli-1 aumenta após exposição com

agonistas e diminui após ciclopamina. A exposição a agonistas Hh promove a

redução da β-catenina e causa sua redistribuição subcelular. Níveis de interleucina 8

(IL-8) e proteína quimiotática de monócitos (MCP-1) diminuem após exposição a

agonistas Hh quando comparados a ciclopamina, lipopolissacarídeos (LPS),

inerferon (IFN-γ) ou fator de crescimento epitelial (EGF). A proliferação e a

viabilidade celular diminuem após o bloqueio da via Hh. Agonistas Hh revogaram a

apoptose induzida pelo anticorpo anti-CD95. Conclusão: A via Hh é um controlador

fundamental das células epiteliais colônicas, como demonstrado por seus efeitos

reduzindo sinais inflamatórios e antagonizando apoptose. A expressão diferenciada

de componentes da via Hh pode fundamentar anormalidades na reposta imune local,

na integridade da barreira epitelial, com potenciais implicações na homeostase para

o desenvolvimento de inflamação colônica e malignidade.

viii

ABSTRACT

Background & Aims: The Hedgehog (Hh) pathway is involved in

embryogenesis and physiologic processes including cell survival and proliferation.

Methods: The human colon carcinoma HT-29 cell line was used to investigate Hh

signaling and biological functions in colonic epithelial cells. HT-29 cells were cultured

under different conditions and exposed to various stimuli. The expression of Hh

pathway components, related proteins and genes were assessed by

immunofluorescence and protein chain reaction real-time (PCR). Viability, cell

proliferation and apoptosis were measured by the 3-(4,5- Dimethylthiazol-2-yl)-

2,5diphenyltetrazolium bromide, tetrazole (MTT) assay, Bromodeoxiuridine (BrdU)

uptake and Annexin-V/7-AAD staining, respectively. Chemokines production was

measured by enzyme-linked immunosorbent assay (ELISA) in culture supernatants.

Results Indian and Sonic Hh mRNA levels and the downstream transcription factors

Gli-1 and Gli-2 increased following treatment with Hh agonists and butyrate, but

decreased upon exposure to cyclopamine. Bone morphogen 4 and 7 (BMP4 and

BMP7) expression decreased after Hh blockade with cyclopamine. Gli-1 protein

expression increased after Hh agonists and decreased following cyclopamine.

Exposure to Hh agonists promoted β-catenin reduction and subcellular redistribution.

Levels of interleukin 8 (IL-8) and monocyte chemotactic protein (MCP-1) decreased

upon exposure to Hh agonists compared to cyclopamine, lipopolyssacharide (LPS),

interferon (IFN-γ) or epidermal growth factor (EGF). Cellular proliferation and cell

viability decreased following Hh blockade. Hh agonists abrogated the anti-CD95

induced apoptosis. Conclusions: Hh pathway is a key controller of colonic epithelial

cells, as demonstrated by its effect in dampening inflammatory signals and

antagonizing apoptosis. The differential expression of Hh components may underlie

abnormalities in the local immune response and in epithelial barrier integrity, with

potential homeostatic implications for the development of colonic inflammation and

malignancies.

ix

SUMÁRIO

Ficha catalográfica.......................................................................................................iii

Dedicatória...................................................................................................................iv

Agradecimentos............................................................................................................v

Recursos e aceitação..................................................................................................vi

Resumo.......................................................................................................................vii

Abstract......................................................................................................................viii

SUMÁRIO....................................................................................................................ix

Lista de figuras.............................................................................................................xi

Lista de anexo.............................................................................................................xii

Lista de siglas e abreviaturas.....................................................................................xiii

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................1

2 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................................4

2.1 A via de sinalização Hedghog................................................................................5

2.1.1.A via de sinalização Hh e o trato gastrointestinal................................................9

2.1.2 A via de sinalização Hh e o câncer gastrointestinal..........................................11

2.2 Linhagem de células HT-29..................................................................................12

3 OBJETIVOS............................................................................................................14

3.1 Objetivos gerais....................................................................................................15

3.2 Objetivos específicos............................................................................................15

4 MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................16

4.1 Cultura de células.................................................................................................17

4.2 PCR em tempo real quantitativo (qRT-PCR)........................................................18

4.3 Reação de imunofluorescência e microscopia confocal.......................................19

4.4 Avaliação de citocinas..........................................................................................20

4.5 Avaliação de proliferação e viabilidade celular.....................................................21

4.6 Avaliação da apoptose celular..............................................................................23

4.7 Análise estatística.................................................................................................24

5 RESULTADOS........................................................................................................25

5.1 Expressão e modulação dos componentes da via hedghog na linhagem de

células HT-29.....................................................................................................26

5.2 Níveis subcelulares e distribuição de Gli1 e β-catenina nas células HT-

29.......................................................................................................................29

x

5.3 Efeito da via Hh na atividade inflamatória das células HT-

29.....................................................................................................................31

5.4 Efeito da via Hh na viabilidade e na proliferação das células HT-

29.....................................................................................................................33

5.5 Efeito da via Hh na apoptose mediada pelo anti-CD95 nas células HT-

29.....................................................................................................................35

6 DISCUSSÃO...........................................................................................................37

7. CONCLUSÃO.........................................................................................................42

8 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.............................................................................44

9 anexo.......................................................................................................................53

9.1 anexo 1.................................................................................................................54

xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Esquema proposto da via de sinalização Hedgehog inibida por

Katoh&Katoh, 2006. ................................................................................................... 6

Figura 2 Esquema proposto da via de sinalização Hedgehog por Katoh&Katoh,

2006.. ......................................................................................................................... 8

Figura 3 Modulação gênica das células HT 29 após exposição a diferentes estímulos

................................................................................................................................. 28

Figura 4 Distribuição e níveis de Gli1 e β-catenina nas células HT-29 ..................... 30

Figura 5 Produção de citocinas pelas culturas de células HT-29 após exposição a

diferentes estímulos ................................................................................................. 32

Figura 6 Viabilidade e atividade proliferativa das células HT-29 após exposição a

diferentes estímulos ................................................................................................. 34

Figura 7 Relação entre apoptose e a atividade da via Hh nas células HT-29 ........... 36

xii

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 – Cópia do artigo enviado para publicação..................................................53

xiii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Ac Anticorpo

APC Adenomatous polyposis coli

BMP4 Proteína morfogenética óssea 4

BMP7 Proteína morfogenética óssea 7

BrdU Bromodeoxiuridina

But Butirato

CKIα Caseina kinase I α

Cic Ciclopamina

DAPI 4’,6-diamidino-2-fenilindole

Dhh Dessert hedgehog

DMEM meio Dulbecco Eagle modificado

DMSO Dimetil sulfoxida

EGF Fator de crescimento epitelial

ELISA método imunoenzimático

FBS Soro bovino fetal

GAPDH Gliceraldeido 3 fosfato deidrogenase

GSK3β Glicogeneo sintase kinase 3β

HH Hedgehog

HHIP proteina de interação com Hedgehog

IFN Interferon

Ihh Indian hedgehog

IL Interleucina

LPS Lipopolissacarídeos

MCP1 proteína quimiotática de monócito 1

MTT 3-(4,5- Dimetiltiazol-2-yl)-2,5-difeniltetrazolium bromida, tetrazole

PBS solução salina tamponada com fosfato

PKA Proteína kinase A

Ptch Pacthed

Purm Purmorfamina

RT PCR transcriptase reversa – reação de cadeia de polimerase

Shh Sonic hedgehog

Smo Smoothened

xiv

STK36 Serina/treonina kinase

TGI Trato gastrointestinal

TMB Tetra metil benzidina

TNF Fator de necrose tumoral

VEGF Fator de crescimento vascular endotelial

1

INTRODUÇÃO

2

1. INTRODUÇÃO

O intestino possui uma função fisiológica essencial que é a manutenção da

barreira de proteção contra agentes que sejam potencialmente danosos ao nosso

organismo. A primeira linha de defesa nesta barreira é constituída por uma camada

única de células epiteliais que continuamente se renovam e interagem com o lúmen

e as células imunes da lâmina própria 1,2. O controle da renovação das células

epiteliais do cólon depende do equilíbrio dinâmico entre a proliferação celular e a

apoptose. O desequilíbrio desses mecanismos, como se sabe, pode resultar em

câncer3 e também em processos inflamatórios 4

A via de sinalização Hedgehog (Hh), de proteínas morfogenéticas, participam

de vários processos celulares fisiológicos, como embriogênese 5, formação de vários

órgãos6, reparo e homeostase de tecidos adultos7, regulação da transição epitélio-

mesenquimal8 e controle da sobrevivência e proliferação das células9.

A via canônica de Hh tem um papel no desenvolvimento do trato

gastrointestinal (TGI) normal, como já foi demonstrado em outros trabalhos, através

da regulação da diferenciação das vilosidades intestinais normais10 e das células

estroma-mesenquimais adjacentes11. No TGI normal de adutos, a indução da via Hh

aparentemente protege as células epiteliais diferenciadas da superfície vilosa,

regulando de forma negativa a sinalização da via canônica de Wnt nas células

basais das criptas intestinais12. Embora a ativação aberrante da via Hh tenha sido

demonstrada na oncogênese de tumores humanos de esôfago, estômago e

pâncreas 13,14, seu papel no câncer de cólon não está totalmente esclarecido.

A maioria dos tumores colorretais humanos esporádicos e hereditários se

originam da ativação da via de sinalização do Wnt através da mutação do genes

APC (adenomatous polyposis coli) ou β-catenina15. Há trabalhos que relatam que a

via de Hh atuaria de forma negativa ao efeito da via de Wnt na proliferação dos

colonócitos diferenciados12. Recentemente, surgiram algumas evidências do provável

envolvimento da via Hh na invasividade do câncer16, na carcinogênese no cólon17,18

e na disseminação metastática do câncer colorretal19. Estes achados se tornam

ainda mais relevantes diante da prevalência do câncer colorretal, sendo o segundo

câncer mais prevalente em países desenvolvidos e o terceiro em países em

desenvolvimento20. Apesar de avanços no diagnóstico e terapêutica, a mortalidade

3

em 5 anos continua elevada, em torno de 40%21. Entretanto, a participação da via

Hh na oncogênese de tumores de cólon necessita de melhor compreensão22,23.

Dessa forma, torna-se importante a investigação desta via no intuito de se encontrar

um alvo para tratamento ou marcadores biológicos, como por exemplo, proteínas

agonistas da via Hh (Shh e Ihh), proteínas que inibem a via Hh (HHIP1), proteínas

de receptores da via Hh (Ptch1) ou proteínas de transcrição da via HH (Gli1) que

pudessem apoiar o diagnóstico e a avaliação prognóstica.

As células HT-29, que são uma linhagem de células de carcinoma de cólon

humano, foram utilizadas através de várias condições experimentais para investigar

a via Hh e suas pontenciais funções biológicas (na proliferação e na apoptose

celular, assim como sua relação com outras vias de sinalização). Demonstramos a

presença e modulação de diversos componentes da via Hh e um efeito anti-

inflamatório e anti-apoptótico após a ativação da via Hh nas células HT-29.

4

REVISÃO DE LITERATURA

5

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A via de sinalização Hedghog

As vias de sinalização Hedgehog, BMP/TGF beta, WNT, FGF e Notch

participam da sinalização celular, fundamentais em uma variedade de processos

como embriogênese, homeostasia de tecidos adultos, reparo em processos

inflamatórios crônicos e carcinogênese. Estas vias se cruzam para constituir o

sistema de sinalização das células precursoras11,24,25.

As proteínas hedgehog (Hh) pertencem a uma família de moléculas de

sinalização intracelular26, originalmente identificadas em Drosophila27 com três

homólogos em vertebrados: Sonic Hedgehog (Shh), Indian Hedgehog (Ihh) e Desert

Hedghog (Dhh). Dentre estes, Shh tem sido a mais bem estudada. Os precursores

Hh sofrem modificação lipídica, gerando um domínio C-terminal e outro N-terminal.

Este último possuindo atividade sinalizadora28,29. Durante o processamento, a ação

da Hh acetiltransferase modifica a estrutura de Shh-N que sofre, ainda, palmitolação.

Esta, lhe confere a capacidade de permanecer associado à membrana e funcionar

como molécula de sinalização de curta distância, sendo capaz, ainda, de atuar na

interação entre células vizinhas30. Shh interage com um complexo receptor

composto de duas proteínas trans-membrana, patched (Ptch 1 e 2) e smoothened

(Smo). Ptch constitui a subunidade de ligação, enquanto que Smo, o receptor

transmembrana do tipo sete31 que é responsável pela transdução do sinal que, por

sua vez, é mediada pela família Gli de fatores de transcrição32,33. Na ausência da

sinalização por Hedgehog, a família de receptores Ptch inibem o transdutor de sinal

Smoothened34,35.

O Smo inativado leva a formação do complexo de degradação citoplasmático

Gli, no qual os membros da família Gli são fosforilados pelas caseina kinase I α

(CKIα), glicogêneo sintase kinase 3β (GSK3β) e proteína kinase A (PKA)36,37. As

moléculas de GLI fosforiladas são reconhecidas pela FBXW1/βTRCP1 e

FBXW11/βTRCP2 e encaminhadas para ubiquitinação. Após esse processo, o Gli é

parcialmente degradado para liberar sua porção N-terminal intacta que atua como

fator de transcrição repressor (Gli2 e 3)38,39,40 (Figura 1).

6

Figura 1 Esquema proposto da via de sinalização Hedgehog inibida por (?) Katoh&Katoh, 2006. Quando a molécula Hedgehog está ausente, a família de receptores Ptch 1 e 2 inibem o transdutor de sinal Smo. O Smo inativado leva a formação do complexo de degradação citoplasmático Gli, no qual os membros da família Gli são fosforilados pelas *caseina kinase1α, glicogen sintase kinase 3β e proteina kinase A. Estes complexos são reconhecidos e levados à ubiquitinação e posterior degradação parcial do Gli para liberar sua porção N-terminal. Esta, atua como fator de transcrição repressor (Gli 2 e 3 ) nos genes alvos como GLI1, PTCH1, CCND2, FOXM1.

Quando o Hedgehog se liga a família de receptores Patched, liberam o sinal

de transdução Smo. Smo ativa serina/treonina kinase (STK36) para inibir a

degradação do complexo Gli e promover sua estabilização como molécula íntegra41.

A STK36 ativada também fosforila SUFU, inativando-o e promove o acúmulo nuclear

da molécula Gli íntegra42. SUFU foi identificada como principal inibidor da via de

sinalização Hh em mamíferos, inibindo o sinal da via e se ligando aos fatores de

transcrição Gli no citoplasma e no núcleo43. Gli1 apresenta apenas domínio de

7

ativação, enquanto que as proteínas Gli2 e Gli3 apresentam domínio de ativação e

repressão da via Hh. Parece que quando ativados, GLI2 e GLI 3 são transdutores

iniciais do sinal, necessários para induzir a expressão do Gli144,45. O Gli1 ativa a

transcrição da maioria dos genes alvo da via Hh. A ativação da via de sinalização

Hedgehog leva a ativação transcricional dependente do Gli de genes alvos, como

GLI1, PTCH1, CCND2, FOXL1 e JAG246,47 (Figura 2 ). Fox pertence a uma vasta

família de fatores de transcrição Winged-helix/Forkhead Box, que tem importante

papel na regulação de expressão de genes envolvidos na proliferação tecidual48. O

aumento da regulação do CCND2 e FOXM1 leva a proliferação de células alvo

através da progressão do ciclo celular38. A via de sinalização hedgehog é regulada

positivamente através do aumento do fator de transcrição Gli1, enquanto que o

aumento da regulação do Ptch1 estimula a via de forma negativa. As moléculas

CDON e BOC, que são proteínas transmembrana com domínio extracelular

imunoglobulina símile e fibronectina tipo III49, foram também relatados como co-

receptores da via Hh, que aumentariam sua atividade de sinalização.

A ciclopamina é um alcalóide esteroidal derivado da planta Veratrum

californicum, capaz de se ligar diretamente ao receptor Smo, resultando na inibição

da sinalização Hh (Figura 1). Esta molécula vem sendo utilizada em estudos para

modular a via50, apresentando citotoxicidade moderada, quando comparada com a

pequena molécula GANT61, que inibe GLI1 e GLI251.. Genes HHIP1 atuam como

inibidores da via Hh52,53. A proteína transmembrana HHIP (Hh interectaing protein)

liga-se aos ligantes Hh, receptores Ptch e atenua o sinal ao competir com as

proteínas Hh52,53,54.

8

Figura 2 Esquema proposto da via de sinalização Hedgehog por Katoh&Katoh, 2006. Hedgehog se liga a família de receptores Ptch 1 e 2 e libera o transdutor de sinal Smo, que estava reprimido pelo Ptch. Smo ativa a STK36 serina/treonina kinase para estabilizar os membros da família Gli (Gli1,2 e 3) para translocação nuclear. A via de sinalização Hh ativa os fatores de transcrição dependente de Gli que atuam nos genes alvos como GLI1, PTCH1, CCND2, FOXM1. A ciclopamina é um alcalóide capaz de se ligar ao receptor Smo e inibir a sinalização Hh, enquanto a purmorfamina se liga no receptor Smo e ativa a Via Hh.

A via de sinalização Shh tem sido considerada fundamental na regulação de

processos de desenvolvimento embrionário de vários órgãos e tecidos, como o trato

gastrointestinal26,55. Há estudos relacionando o processo inflamatório e o papel da

via Hh. A análise do ciclo celular de linfócitos T CD4, isolados do sangue e

estimulados com Shh, revelou que a adição exógena de Shh aumenta a proliferação

celular de células ativadas, via receptor de células T (TCR), ao passo que o bloqueio

com anticorpo anti-Shh diminui a proliferação56

. Evidências recentes revelam que a

reativação de Shh também tem sido observada em modelos de isquemia, nos quais

9

funcionaria como agente angiogênico. Embora não tenha sido observado efeito

direto sobre células endoteliais, a ativação da via Shh resultou em aumento do fluxo

sanguíneo, e da expressão de fatores tais como o fator de crescimento vascular

endotelial (VEGF)57. A reativação da via parece estar associada ao aparecimento de

vários tumores malignos58. De forma semelhante, a sinalização Hh indiretamente

induziria a transição epitélio-mesenquimal através do aumento dos múltiplos

reguladores Notch e TGF-β59. A compreensão da transição epitélio-mesenquimal é

importante, uma vez que ela está envolvida na embriogênese e na invasão e

metástase durante a carcinogênese60,61,62. Existem muitas controvérsias em relação

ao papel da via Hh em tumores do TGI baixo, e em sua participação nas células

epitlélias. Este, é um dos focos do nosso estudo.

2.1.1. A via de sinalização Hh e o trato gastrointestinal

A homeostasia do trato gastrointestinal de vertebrados requer interações

entre epitélio do endoderma e células mesenquimais derivadas do mesoderma. A

sinalização entre essas duas camadas teciduais é crucial para o desenvolvimento

adequado do intestino. Em estágios de desenvolvimento precoce, Shh e Ihh são

secretados pelo endoderma do intestino de mamíferos, indicando seu papel no

desenvolvimento63.

Defeitos na cascata de sinalização Hh foram relacionados a diversos defeitos

de nascimento, mutações de genes Shh e GLI3 da via demosntraram anormalidades

no TGI, como atresia de esôfago, má rotação intestinal e ânus imperfurado64. Análise

de camundongos com genes inativados Shh e Ihh no endoderma intestinal

demonstraram que a via Hh é essencial para o crescimento do mesênquima

adjacente ao epitélio no desenvolvimento intestinal e que as proteínas Hh atuam

como mitógenos parácrinos que promovem a expansão de progenitores

mesenquimais adjacentes, incluindo aqueles do compartimento de músculo liso65.

A via Hh está envolvida no desenvolvimento do TGI como documentado em

camundongos com fenótipo alterado com genes da via Hh inativados. Da mesma

forma má-formações no cólon foram observados em camundongos com os genes

SHH, IHH, GLI 2 e 3 inativados66. Em modelo animal de camundongos, in vitro e in

vivo também foi demonstrado que Ihh é expresso por colonócitos maduros e regula

sua diferenciação. A sinalização Hedgehog restringe a expressão de alvos da via

10

WNT/β catenina (que define o fenótipo das células progenitoras epiteliais colônicas),

na base das criptas colônicas10.

A expressão de componentes do sinal de transdução da via Hh e suas

proteínas também tem sido descrita em tecidos de adultos como estômago67,68 e

cólon10. No trato gastrointestinal SHH e PTCH1 são expressos nas células parietais

gástricas69 e foi visto que a proliferação de células parietais mediadas pelo SHH está

presente no mecanismo de reparo da mucosa gástrica durante a infecção crônica

pelo Helicobacter pylori, como visto no trabalho de Katoh e colaboradores (2005),

em um modelo de inflamação70. Van den Brink e colaboradores (2004) documentou

que IHH e RUNX3 são expressos em células diferenciadas na superfície do

estômago e intestino10. O estudo de Sasaki e colaboradores (2009) sugeriu a

presença de comunicação entre a via Hh e a transição epitélio-mesênquimal nas

células gástricas e câncer gástrico de tipo difuso71. Pouco se sabe sobre o

mecanismo que regula a transição do epitélio precursor do cólon em células

diferenciadas. O estudo de Van den Brink (2004)10 utilizou moléculas para avaliar a

diferenciação do epitélio colônico, villina, que é uma proteína do citoesqueleto que é

específica das microvilosidades, e a enzima anidrase carbônica IV da borda das

vilosidades. Os enterócitos de camundongos controles apresentaram localização

uniforme da villina na borda das microvilosidades e uma alta expressão da enzima

anidrase carbônica IV. Por outro lado, os enterócitos de camundongos tratados com

ciclopamina (inibidor da via Hh) apresentaram localização heterogênea da villina

com perda da expressão da villina na borda das microvilosidade e redistribuição da

villina no citoplasma, assim como não expressam mais a anidrase carbônica.

Os homológos em vertebrados BMP são coexpressados com genes Hh

durante o desenvolvimento. A sinalização BMP-RUNX3 induz a expressão do Hh na

superfície das células diferenciadas de estômago e intestino38. Existe a expressão

do BMP4 na base das criptas intestinais e no cólon de adultos o BMP2 é expresso

em colonócitos diferenciados. Foi demonstrado que a inibição do Hh, com

ciclopamina aumenta a expressão do BMP4, mas não altera a expressão do

BMP210.

A sinalização WNT tem um papel importante na manutenção do epitélio

intestinal38,72,73. A via WNT define o fenótipo das células epitélio colônico progenitor

e mutações no gene polipose adenomatose coli (APC) ativam a via WNT e causam

11

síndrome de polipose familar adenomatosa e a maioria dos cânceres esporádicos de

cólon15. A sinalização WNT é ativa na região progenitora ao redor das criptas

intestinais, enquanto que a via de sinalização hedgehog é presente na região

próxima da área diferenciada da superfície intestinal. Foi descrito que os colonócitos

terminalmente diferenciados produzem RNAm do gene IHH e a proteína Ihh10. A via

Hh inibiria a sinalização WNT e a proliferação das células intestinais e promoveria a

proliferação do epitélio de esôfago, estômago e pâncreas3.

Há relato que o receptor Ptch da via Hh é expresso no epitélio ao longo das

criptas intestinais e em células mesenquimais e que o Ihh poderia afetar diretamente

células alvo no epitélio e no mesênquima, possivelmente este processo esta

envolvido no processo de renovação, afetando as células precursoras66.

2.1.2. A via de sinalização Hh e o câncer gastrointestinal

Carcinogênese é um processo multifatorial, influenciado por predisposição

genética, fatores ambientais e idade74. O aumento transcricional de genes ligados às

vias carcinogênicas pode ocorrer durante processos inflamatórios para reparo de

lesão de tecidos, assim como a inativação epigenética de genes que regulam

negativamente essa via.

Sabe-se que a via Hh está constitutivamente ativada em alguns tipos de

câncer34. Mutações que levam a perda da função dos genes PTCH e SUFU e

mutações que aumentam a função do gene SMO tem se mostrado responsáveis

pela ativação independente das vias dos tumores: carcinoma basocelular,

meduloblastoma ou rabdomiossarcoma75. Também, foi observada amplificação do

gene GLI1 em gliomas malignos76. O gene HHIP que codifica a proteína que

interage com proteína Hh como inibidor da via está regulada negativamente em

tumores como gástrico, pancreático, e pulmonar 77

A via Hh é frequentemente ativada em câncer de esôfago, gástrico e

pancreático devido ao aumento transcricional dos ligantes da via Hh e ao

silenciamento epigenético do gene HHIP1. Contudo em alguns estudos a sinalização

Hh é raramente ativada no câncer coloretal, e em outros estudos a via Hh regularia

de forma negativa o sistema de sinalização WNT38.

Shh e IHH são expressos em todas as seis linhagens de câncer de esôfago

estudadas no trabalho de Berman e colaboradores (2003). Ptch e GLI1 são

12

expressos em 4 dos 6 tipos de câncer de esôfago. Shh, Ihh, PTCH1 e GLI1 são

expressos nos 6 tipos de linhagem de câncer gástrico e em 5 dos 6 tipos de

linhagem de câncer de pâncreas estudados. O possível mecanismo de interação da

via Hh inibindo a via Wnt vem sendo estudado, porém não está totalmente

esclarecido. Vários estudos tentam compreender o papel da via Hh no câncer de

cólon, mas os resultados são conflitantes. Mutações raras dos genes PTCH. e SMO

foram observados nesse tipo de tumor, mas elas parecem não afetar a atividade das

proteínas 78,79. O trabalho de Dourard e colaboradores (2006) sugeriu que a via Hh

pode ter um papel central na patogênese de câncer de cólon e a manutenção da via

Hh seria importante para a tumorigênese do câncer de cólon, mas a via não estaria

correlacionada ao tamanho e a localização do tumor. Foi demonstrado que o

aumento da expressão de RNAm do gene de SHH em células de adenocarcinoma

de cólon humano e na linhagem de células HT-29 aumentaram a expressão de

RNAm do gene GLI1 e RNAm do gene FOX1, que sabe-se promove proliferação

celular 22.

Há relato de trabalhos de que tumores poderiam expressar ligantes Hh,

ativando a via de sinalização nas células estromais vizinhas, demonstrando um

efeito parácrino na sinalização Hh, mas não descartando o papel da via em

subpopulações de células tumorais epiteliais, como células precursoras de câncer80

2.2. Linhagem de células HT-29

As células HT-29 são uma linhagem de células de carcinoma de cólon , que

começam a polarizar e formar microvilosidade apicais quando tratadas com butirato,

um ácido de cadeia curta81.Foi utilizada esta linhagem porque existe relato de que a

via de sinalização Hh regula a diferenciação das células epiteliais colônicas in vivo e

in vitro10.

Entretanto, há relatos contraditórios quanto à presença da via Hh nas células

HT-29. Sabe-se que quando as células HT-29 são tratadas com butirato, a proteína

Ihh é induzida e quando as células são tratadas com ciclopamina há uma redução

da estimulação que ocorre com a exposição ao butirato, ou seja, reduz os

marcadores que indicam a diferenciação do epitélio colônico como demonstrado com

a vilina10.De maneira controversa o trabalho de Chatel (2007) avaliou a expressão

gênica de SHH, IHH, PTCH, SMO, GLI1, GLI2, GLI3, SUFU and HHIP e as proteínas

13

Hh, Gli3 e Sufu em sete linhagens de células de câncer de cólon e em nenhuma

linhagem houve expressão de todos os genes envolvidos na ativação da via Hh,

além do tratamento da ciclopamina não modular a expressão os níveis dos genes

PTCH e GLI1, sugerindo que a via HH não estaria ativada naquelas linhagens de

células que incluem as células HT-2923. Como relatado anteriormente há dados

contraditórios nos estudos sendo considerado que as discrepâncias podem ocorrer

por modificações epigenéticas da expressão gênica. Também os autores do estudo

não puderam excluir que a via Hh é ativada em uma subpopulação de células

precursoras de câncer82,83.

Neste estudo, a investigação da expressão e modulação da via Hh na

linhagem de células HT-29 foi realizada através da identificação e quantificação dos

componentes da via Hh nas céulas HT-29 sem e com modulação de citocinas e

análogos e bloqueadores da via Hh; e foi avaliada a expressão de genes da via Hh e

outros genes de vias envolvidas por ela. O estudo da atividade biológica de Hh nas

células HT-29 foi realizada através da análise da expressão de citocinas pró-

inflamatórias e regulatórias, da mucosa intestinal tratada com adição ou bloqueio de

proteínas da via Hh, LPS, IFN-γ e EGF e da análise da proliferação e apoptose de

células epiteliais HT-29 tratadas com adição de análagos e bloqueio de proteínas da

via Hh.

Pretende-se esclarecer a participação da via Hh no câncer de cólon,

utilizando as células HT-29, que representam um modelo de estudo in vitro de

células epiteliais e cancerígenas diferenciadas, semelhante ao epitélio de superfície.

14

OBJETIVOS

15

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivos gerais

Investigar a expressão e modulação da via Hh na linhagem de células

HT-29.

Investigar a atividade biológica de Hh nas células HT-29.

3.2. Objetivos específicos

Avaliar a expressão dos níveis de RNA mensageiro de moléculas da

via Hh após tratamentos específicos das células HT-29

Avaliar a expressão e localização da proteína Gli1 da via Hh e β-

catenina nas células HT-29 com tratamentos específicos

Dosar citocinas pró-inflamatórias nas células HT-29 após tratamentos

específicos

Avaliar a viabilidade e a proliferação das células HT-29 após

tratamentos específicos

Avaliar apoptose das células HT-29 após tratamentos específicos

16

MATERIAIS E MÉTODOS

17

4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1. Cultura de células

A linhagem de células HT-29 foi obtida do American Type Culture Collection

(ATCC, Rockville, MD, EUA) e mantida de acordo com as instruções da ATCC no

Banco de Células do Rio de Janeiro. Foram cultivadas no Laboratório de Imunologia

Celular em meio de cultivo Dulbecco’s modified Eagle’s medium (DMEM) (Invitrogen

Gibco, New York, NY, EUA), suplementado com 10% de soro fetal bovino inativado

(FBS) (Invitrogen Gibco, New York, NY, EUA), 4,5 g/L de glicose, 100 µg/ml

estreptomicina e 10000 U/ml de penicilina (todos da Sigma-Aldrich, St Louis, MO,

EUA) e incubadas por 24 h na estufa a 37oC com atmosfera úmida de 5% de CO2.

Após expansão e crescimento, as células HT-29 foram tripsinisadas com

tripsina a 0,3% (Gibco, New York, NY, EUA). Foram inativadas com solução salina,

centrifugadas e ressuspendidas em DMEM a 2,5 % de soro fetal bovino (FBS),

devido a sua interferência em concentrações mais altas na ação da ciclopamina.

Parte das células foram criopreservadas em criotubo com 106 células e

armazenadas no freezer a -800 C.

As células foram plaqueadas com 106 células por poço, com seus tratamentos

específicas para cada reação em placas de 24 poços para PCR real time, em placas

de 96 poços para ensaio de BrdU e os sobrenadante dos poços de culturas foram

armazenados a -200C para dosagem de citocinas. As células também foram

plaqueadas em lâminas para cultura de tecido (Lab Tek Nunc, Naperville, IL,EUA) e

para reação de imunofluorescência. As células HT-29 foram tratadas com moléculas

da via Hh: N-Shh recombinante humano da R&D Systems (Minneapolis, MN, EUA)

na concentração 500 ng/ml; ciclopamina (Sigma-Aldrich, St Louis, MO, EUA) na

concentração de 10 µM, sendo usado como diluente dimetil sulfoxida (DMSO)

(Merck, Darmstadt, Alemanha); purmorfamina, que é um agonista Hh químico (Alexis

Biochemicals, Plymounth, PA, EUA), diluído em DMSO na concentração de 2µM;

butirato de sódio foi acrescentado às culturas na concentração de 2.5µM, enquanto

que interferon gama (IFN-γ) e lipopolissacarídeo E coli O11:B4 (LPS) foram usados

na dose de 2 ng/ml (todos da Sigma-Aldrich,St. Louis, MO, EUA) e proteína

18

recombinante do fator de crescimento epitelial humano (rhEGF), na concentraçao de

20 ng/ml, da Peprotech (Rocky Hill, NJ, EUA).

4.2. PCR em tempo real quantitativo (qRT-PCR)

Foram utilizadas amostras de 106 células HT-29 plaqueadas em 500µl de

DMEM completo por poço, e tratadas por 24 horas, a 37oC em estufa com atmosfera

úmida de CO2, com diluente (DMSO a 0.2%) (controle) sem butirato, com butirato,

com butirato mais ciclopamina, com ciclopamina, com cliclopamina mais

purmorfamina, com ciclopamina mais Shh, com Shh, com EGF, com INF-γ, com LPS

e com Purmorfamina.

Para a extração de RNAm foi utilizado o kit da Promega, Madison, WI, EUA,

utilizando o protocolo do fabricante. Foram adicionados às amostras de células HT-

29 solução de tampão de lise e tampão de diluição de RNA e a seguir foram

centrifugados por 10 min, a 14.000 rpm a 25oC. O sobrenadante foi extraído e

transferido para o microtubo próprio do kit e então misturado a etanol 95%,

novamente centrifugado por 1 min a 14000 rpm. Acrescentou-se solução de lavagem

SV RNA e centrifugou-se novamente por 1 min a 14.000 rpm. Misturou-se solução

de DNAse (yellow core +Mg Cl2+ DNAse) e incubou-se por 15 min a 25oC. Utilizou-

se a solução de paragem SV DNAse para interromper a reação e lavou-se o material

com solução de lavagem e água sem nuclease. Obteve-se 25 µl de solução de

RNAm.

Sintetizamos cDNA com o Kit da Applied biosystem. Associou-se aos 25 µl de

RNA m, 25 µl da solução com reverse transcription buffer, d NTP, RT random primer,

multiscribe tb reverse transcriptase e água sem Dnase. Incubou-se por 10 minutos a

250C e depois 120 minutos a 370C. O material foi estocado no freezer a -6oC.

Foi utilizado o aparelho de nanodrop 2000 UV-Vis espectofotômetro (Thermo

Scientific, Wiminton, DE, EUA) para quantificação de RNA e para avaliar a pureza

das amostras.

Foram analisados 2 µl de material de cDNA de cada amostra em duplicatas e

repetidas três vezes, através de placas customizadas de PCR da SABiosciences,

Frederick, MD, EUA com dez genes: homólogo do Indian hedgehog (Drosophila),

homólogo do Sonic hedghehog (Drosophila), GLI 1, GLI 2 , GLI 3, Homólogo do

Smoothened (Drosophila), homólogo Patched (Drosophila), HHIP (proteína de

19

interação hedgehog), WNT 1, BMP 4 (proteína morfogenética óssea 4), BMP7

(proteína morfogenética óssea 7), GAPDH (gliceraldeído 3 fosfato deidrogenase). O

RNAm do gene GAPDH foi escolhido para normalizar a quantificação dos outros

genes.

A quantificação dos níveis de RNAm foi realizada através da técnica de RT-

PCR (transcriptase reversa-reação de cadeia de polimerase), sendo utilizado ABI

Prism 7500 (Applied Biosystems, Foster City, CA, EUA) com o programa RT2 Tempo

RealTM SYBR Green/Rox PCR Master Mix (SABiosciences, Frederick, MD,EUA) que

realiza a quantificação relativa com o método da curva padrão relativa. Valores de

resultado positivos indicam regulação gênica positiva e valores negativos indicam

regulação gênica negativa.

4.3. Reação de imunofluorescência indireta e microscopia confocal

As células HT-29 foram plaqueadas em lâminas com poços para cultura (Lab

Tec, NUNC, Dinamarca), fixadas com paraformaldeído à 1%, permeabilizadas e

incubadas com o bloqueio, albumina do soro bovino a 2.5%, leite desnatado e soro

fetal bovino a 8%, por 2 horas em temperatura ambiente. Para retirar o excesso do

bloqueio as lâminas foram lavadas com PBS e Tween 20 a 0.05%. Em seguida

foram incubados por 1 hora em temperatura ambiente com os anticorpos primários

anti Gli1, anticorpo (Ac) de coelho policlonal na concentração de uso 5 mg/ml, 1:400

da Santa Cruz Biotechnology Inc, Santa Cruz, CA, EUA e anti β-catenina, anticorpo

policlonal de camundongo 1:500 da Millipore, Bedford, MA, EUA. As lâminas para

cultura de tecido foram lavadas com dois banhos de solução tampão PBS pH 7,4,

por 5 minutos cada, para remover o excesso de anticorpo primário não ligado.

Aplicou-se sobre os cortes o anticorpo (Ac) secundário conjugado AlexaR fluor 568

IgG conjugado a anti-coelho e AlexaR 633 conjugado a IgG anti-camundongo (todos

da Molecular Probes, Eugene, OR, EUA), tendo o cuidado de não permitir a

secagem dos cortes e proteger os mesmos da luz ambiente, deixando incubando

durante 30 minutos em temperatura ambiente. As amostras foram incubadas com

PBS sozinho ou com anticorpos secundários e serviram como controles de isotipos

negativos As lâminas foram montadas com meio de montagem Vecta shield

contendo 4’,6-diamidino-2-fenylindole (DAPI) (Vector Laboratories Inc, Burlingam ,

California, EUA). As lâminas de cultura de tecido foram armazenados em caixa

20

apropriada, ao abrigo da luz ambiente, estocadas no freezer -20°C até a

observação, que foi feito pelo microscópio confocal a laser da Leica TCS-SP5 AOBS

(Leica, Heidelberg, Alemanha) com analisador de imagem Leica.

4.4. Avaliação de citocinas

Placas com células HT-29 foram colocadas em cultura por 24 horas na

presença de DMSO, do peptídeo biologicamente ativo rShh amino-terminal,

purmorfamina, butirato, com e sem ciclopamina e IFN-γ, LPS e EGF. Os

sobrenadantes foram coletados e armazenados a -20oC para análise de citocinas,

pela técnica de ELISA (enzyme-linked immunosorbent assays). Utilizou-se kits para

as dosagens de interleucina 8 (IL-8) (BenderMedSystems, Viena, Áustria) e da

proteína quimiotátca de monócitos (MCP1) (e-Bioscience, San Diego, CA, EUA). A

quantidade de proteína total das monocamadas de células foi estimada pelo Kit de

proteína PierceR BCA (Thermo Scientific, Rockford, EUA) e usada para normalizar os

resultados.

Para a dosagem de IL-8, incubou-se 50 µl por poço de anticorpo de captura,

que é o anticorpo anti- IL8 humano na concentração de 5 µg/ml diluído 1:100. A

placa foi incubada durante a noite a temperatura ambiente, a seguir desprezou-se e

lavou-se os poços com solução de lavagem por 3 vezes. Adicionou-se 200 µl por

poço de solução bloqueadora e incubou-se por 1 hora a tempertura ambiente.

Desprezou-se e lavou-se os poços com solução de lavagem por 3 vezes. Diluiu-se

na placa o IL-8 humano recombinante em diluições seriadas de 2 vezes, de forma

que ficaram 50 µl de volume em cada poço. Adicionou-se 50µl de amostra

(sobrenadante de 24 horas) nos respectivos poços, conforme o desenho da placa.

Incubou-se a placa por 2 horas a temperatura ambiente. Desprezou-se e lavou-se

por 3 vezes. Adicionou-se 50µl por poço do anticorpo de detecção, que é o anticorpo

anti-IL8 conjugado a biotina na diluição de 1:1000. Incubou-se a noite a -40 C.

Lavou-se por 3 vezes novamente, adicionou-se 100µl de streptavidina HRP 1:10000

e incubou-se por 30 minutos. Lavou-se e adicionou-se 100 µl de tetra metil benzidina

(TMB) que reage com peroxidase conjugada em cada poço e incubou-se por 30

minutos. Parou-se a reação com solução de HCl 1N e fez-se a leitura da reação no

espectofotômetro na absorbância de 450 nM. Calculou-se a média dos valores de

absorbância para as amostras e criou-se uma curva standard.

21

Pela mesma técnica descrita anteriormente foram utilizadas como anticorpo

de captura o anticorpo purificado anti-MCP1 humano, o recombinate MCP 1 humano

(1 ug/ml), o anticorpo de detecção anti-MCP1 humano conjugado a biotina, a enzima

streptavidina HRP e o substrato TMB.

4.5. Avaliação de proliferação e viabilidade celular

Foi utilizado o Kit de reação de BrdU (Chemicon International, Temecula, CA,

EUA) para avaliar a proliferação celular. Para minimizar a morte celular espontânea,

as células HT-29 foram mantidas na concentração de 1×106 células/ml, sendo

diluídos a cada 2 a 3 dias em diluente fresco, para manter o crescimento celular

exponencial. Células HT-29 são lavadas com PBS e tripsinisadas, contadas e

plaqueadas na concentração de 2×105 células/mL, nas placas de 96 poços, com 100

µL por poço. Após aproximadamente 12 horas (overnight) as células foram tratadas

por 48 e 72 em três experimentos em triplicatas com tratamentos sem butirato e com

butirato, com meio sem BrdU, com BrdU, com DMSO, com ciclopamina, com

purmofamina, com rShh, com interferon gama, com lipopolissacarídeo e com EGF.

BrdU foi acrescentado aos poços com células HT-29, 4 horas antes do final

do período de leitura. Preparou-se a concentração estoque de BrdU 1:500, diluindo-

a em 500 vezes. Foram pipetados 20 µl do BrdU diluído nos poços apropriados.

Uma placa foi avaliada em 48 horas e outra placa em 72horas.

Para detectar o BrdU através do anticorpo monoclonal anti BrdU, foram

usados: solução de fixação de células para fixar e desnaturar o DNA, para incubar

as células a temperatura ambiente por 30 minutos. As placas foram centrifugadas

por 5 min a 1000 rpm, e foi realizado novamente o processo com solução de fixação.

Posteriormente as amostras foram lavadas com tampão de lavagem três vezes.

Acrescentou-se o anticorpo monoclonal de camundongo anti BrdU diluído 1:200 e

incubou-se por 1 hora em temperatura ambiente. Novamente utilizou-se solução de

lavagem por três vezes. Acrescentou-se então anticorpo secundário conjugado a

peroxidase (1:2000) e incubou-se por 30 minutos em temperatura ambiente. Lavou-

se novamente e adicionou-se o substrato TMB e incubou-se por 30 min em

temperatura ambiente no escuro. Os poços positivos na reação tiveram coloração

azulada. Aplicou-se a solução de interrupção e os poços positivos azuis tornaram-se

22

amarelados. Realizou-se a leitura da placa no espectofotômetro no comprimento de

onda de 450/550 nm.

Nesse método utiliza-se a bromodeoxiuridina (BrdU), que é um análogo da

timidina, que é incorporado na síntese das bandas de DNA nas células ativamente

em proliferação, sendo a sua incorporação na fase S do ciclo celular. Posteriormente

com a desnaturação parcial da dupla banda de DNA, o BrdU pode ser detectado

imunohistoquimicamente, permitindo avaliar a população de células que estão

sintetizando DNA.

Normalmente a determinação de proliferação celular é realizada pela

contagem de células viáveis após coloração com corante vital. Existem várias

técnicas, como a coloração com corante azul de trypan, que avalia a integridade da

membrana celular, mas não é um método sensível. O uso de timidina associado a

trítio é acurado, mas consome tempo e radiotividade. MTT amarelo (3-(4,5-

Dimethylthiazol-2-yl)-2,5-diphenyltetrazolium bromide, tetrazole) é reduzido em

formação roxa na mitocrôndria das células vivas. A absorbância dessa solução

colorida pode ser quantificada pela leitura do comprimento de onda de 500 a 600 nm

por um espectofotômetro. Essa reação de redução ocorre apenas quando as

enzimas mitocôndria redutases estão ativadas, e a conversão pode então estar

relacionada diretamente ao número de células viáveis. As enzimas das mitôcondrias

quebram o tetrazolium em cristais roxos insolúveis em soluções aquosas que podem

ser dissolvidas em isopropanol acidificado. Quando a quantidade de formação roxa

produzida pelas células tratadas por um agente é comparada a quantidade de

complexos roxos formados por um grupo de células controle não tratadas, a eficácia

do agente em causar a morte das células pode ser deduzida através de uma curva

dose-resposta. Soluções de MTT solubilizadas em culturas teciduais em fenol

vermelho tem cor amarela. Limitações do método: estado fisiológico das células,

variação da atividade mitocôndria desidrogenase. O método é útil na mensuração de

crescimento celular em reposta a mitôgenos.

Para avaliar a viabilidade celular foi utilizado o kit para MTT (Sigma-Aldrich, St

Louis, MO, USA). Foram feitos três experimentos utilizando-se placas de 96 poços

sendo as amostras de células HT-29 e seus tratamentos plaqueadas em triplicatas,

avaliadas em 24 e 48 horas. As amostras foram: controle, células mais ciclopamina,

células mais butirato, células com butirato mais ciclopamina, células mais

23

purmorfamina, células com purmorfamina mais ciclopamina, células com Shh,

células com Shh mais ciclopamina, células com INF-y, com EGF, com LPS, com

DMSO.

As células foram tripsinisadas e adicionadas 100 ul de células por poço no

primeiro dia, no segundo dia as células foram tratadas com os agentes em questão.

No terceiro dia adicionou-se 20 ul da solução MTT 5 mg/ml em cada poço. Incubou-

se por 3,5 horas a 37oC. Removeu-se o sobrenadante e adicionou-se 150 ul de

solvente e após 15 minutos fez se a leitura no espectofotômetro na absorbância de

590nm.

4.6. Avaliação da apoptose celular

Anexinas são uma família de proteínas de ligação de cálcio dependente de

fosfolipídios que preferencialmente se ligam a fosfatidilserina. Em condições

fisiológicas normais a fosfatidilserina é predominantemente localizada na

monocamada intra-celular. No início da apoptose a fosfatidilserina perde sua

distribuição assimétrica através da bicamada de fosfolipidios e é translocado para a

camada extracelular, marcando as células como alvos de fagocitose. Uma vez a

fosfatidilserina estando na camada externa da membrana ela pode ser detectada

pela annexina V fluorescente. A apoptose, que é uma forma de morte celular

programada, pode ocorrer em mamíferos através de duas vias principais: o receptor

CD95, também chamado de Fas, que é a chamada via da morte celular fisiológica e

através do p53 que é a via dita mitocondrial de destruição celular que envolve

principalmente as células com dano de DNA. O CD95 pertence a família dos

receptores de fator de necrose tumoral (TNF). Na via de apoptose mediada pelo Fas,

o primeiro evento que ocorre é o encontro do CD95 com seu ligante CD95L (FasL).,

que leva a formação de um complexo de sinalização indutor de morte.

As células HT-29 foram plaqueadas na concentração de 105 células /poço em

placas de 6 poços. Após a adesão das células nas 12 horas noturnas, as células

foram tratadas com diferentes reagentes, incluindo o anticorpo monoclonal

CD95/APO-1 (1:50) (Southern Biotech, Birmingham, AL, EUA), para induzir apoptose

(que recruta a molécula Fas - domínio proteico associado a morte celular e caspase

8 que induzem a sinalização de morte.), ou controle DMSO 0,2%, em triplicatas por

24 horas seguidas de lavagem com PBS, tripsinização e centrifugação. Para avaliar

24

a viabilidade celular no estágio inicial e tardio da apoptose, as células foram coradas

com o Kit da Annexina-V e kit 7-AAD (solução de coloração de viabilidade) ambos da

e-Biosciences, San Diego, CA, EUA. Rapidamente as células foram lavadas duas

vezes com PBS gelado e ressuspensas com reagente de ligação (1X10 6 células em

0.1ml) e 10µl de annexina conjugada a FITC V(fluorocromo) e 20 µl de 7-AAD foram

acrescentados. As células foram incubadas por 15 minutos no escuro, e adicionados

400µl de reagente de ligação e as células foram avaliadas em 1 hora por citometria

de fluxo. A aquisição foi realizada com FACSCalibur com CellQuest Pro software

(BD Biosciences, San Jose, CA) e analisado quantitativamente com o programa de

software Winlist (Verity Software House, Topsham, ME). Cada análise foi realizada

pelo menos por 30000 eventos.

As reações foram feitas em triplicatas, em grupos de controle com células

vivas, controle com células mortas, controle células mortas com anexina e anti-

CD95, controle com células mortas 7AAD e anti CD95, controle com célula viva

anexina mais 7AAD e controle célula morta com anexina mais 7AAD mais anti-CD95

e grupos com células mais butirato, células mais ciclopamina e butirato, células com

purmorfamina, células com ciclopamina mais purmorfamina, células com Shh,

células com ciclopamina e Shh, células com IFN-y, células com ciclopamina, células

com EGF, com LPS, com butirato mais anti-CD95, com Shh e anti-CD95,

purmorfamina com anti-CD95, com ciclopamina e anti-CD95 e controle.

4.7. Análise estatística

Os dados obtidos em cada etapa do projeto foram armazenados em planilhas

diferentes para posteriormente serem analisados com o auxílio de um programa de

análise estatística por computador SPSS para Windows (versão 10.1, SPSS Inc,

1989-1999, EUA).

Diferenças estatísticas entre os grupos experimentais foram avaliados com

teste de análise variada ANOVA no qual comparações múltiplas por pareamente

simultâneo foram realizadas pelo teste Dunnett T3. O nível de significância foi

estabelecido em p<0,05.

25

RESULTADOS

26

5. RESULTADOS

5.1. Expressão e modulação dos componentes da via hedgehog na linhagem

de células HT-29

Para investigar o papel da via de sinalização Hh em várias funções biológicas dos

enterócitos, usamos as células HT-29 que são uma linhagem de células de

carcinoma de cólon humano sob diferentes situações experimentais. Como existe

pouca informação sobre a via Hh e as células epiteliais intestinais, nós analisamos a

expressão e modulação dos componentes da via Hh nas células HT-29 por análise

de qRT-PCR. Analisamos a expressão gênica das células HT-29 sob o efeito de

estímulo direto e da inibição da via Hh e a exposição a produtos bacterianos

(lipopolissacarídeos, LPS), citocinas (interferon gama, IFN-γ) e fator de crescimento

epitelial (EGF). Foram avaliados genes envolvidos diretamente na via Hedgehog e

outros que possivelmente interagem com a via de sinalização (FIGURA 3A). Todos

os genes estudados foram demonstrados e ajustados em relação ao grupo controle

(normalizados arbritariamente a 1).

Indiam Hedgehog (Ihh) e Sonic Hedgheog (Shh) são ligantes da via Hh que

existem na forma intracellular e secretória e são responsáveis pela sinalização

parácrina da via Hh no intestino84

. Os níveis de RNAm do gene IHH e RNAm do

gene SHH aumentam significantemente após a exposição ao peptídio rShh ou ao

agonista da via, a purmorfamina (p<0,02) e reduzem após o tratamento das células

HT-29 com o antagonista da via Hh, a ciclopamina (p<0,02) (FIGURA 3 B).

Em relação aos fatores de transcrição Gli da via Hh, após tratamento das

células HT-29 com o peptídio rShh ou a purmorfamina observa-se um aumento

significativo dos níveis de RNAm dos genes GLI1 e GLI2 (p <0,02), que são os

principais ativadores dos genes alvos e indicadores da ativação da via Hh85. Níveis

de RNAm do gene GLI1 também aumentam após o tratamento das células HT-29

com butirato (ácido graxo de cadeia curta) (p<0,04), mas reduzem quando expostos

a ciclopamina (p<0,02) ou EGF (p<0,02). Níveis de RNAm do gene GLI3, que atua

como repressor da via Hh12

, não mudam significativamente, independente do

estímulo (FIGURA 3C).

27

A via Hh é regulada por receptores transmembrana Ptch e Smo. Para a

ativação da via Hh, o Hh se liga ao Ptch liberando a repressão do Ptch sobre o Smo,

que se encontrava bloqueado86. Neste trabalho observamos que a expressão do

RNAm do gene PTCH1 aumenta com a exposição das células HT-29 ao rShh ou a

purmorfamina (p<0,02), mas os níveis reduzem significativamente após tratamento

com EGF (p<0,02). Os níveis de Smo não mudam significativamente nas células HT-

29 independente do tratamento (FIGURA 3D).

A expressão do WNT 1, componente da via de sinalização Wnt que

antagoniza a via Hh e que é expresso na maioria dos cânceres de cólon, diminui

significativamente após o tratamento das células HT-29 com o peptídio rShh, butirato

ou EGF (p<0,02), enquanto aumenta com a exposição ao IFN-γ (p<0,04).

A expressão do RNAm do gene HHIP, que é um gene alvo e um potente

inibidor da via Hh 77,87 também foi avaliado e foi visto que sua expressão reduz

significativamente após o tratamento das células HT-29 com butirato (p<0,04) ou

EGF (p<0,02) e aumenta após o tratamento com purmorfamina (p<0.02) (FIGURA

3E).

Proteínas morfogênicas ósseas são alvos da via Hh durante o

desenvolvimento88, e são conhecidas em contribuir na manutenção do nicho das

células precursoras intestinais89, sendo assim investigamos a possibilidade da

expressão epitelial de BMP nas células HT-29. O RNAm do gene BMP4 é conhecido

por estar presente nas células epiteliais intestinais e ser alvo da via Hh90 e da via

Wnt10 e BMP7 também é expresso no cólon, mas menos relacionado com o

epitélio91. Observamos que a expressão do BMP4 e do BMP7 diminuem

significativamente após o tratamento com IFN γ (p<0,04) ou EGF (p<0,02). A

exposição a ciclopamina sozinha também diminui BMP4 e BMP 7 (p<0,02) e seus

níveis são restaurados quando se adiciona o peptídio rShh, mas não com a

purmorfamina (p<0,05) (FIGURA 3F). Nenhum dos genes analizados foram

alterados após exposição das células HT-29 ao LPS.

28

Figura 3 Modulação gênica das células HT 29 após exposição a diferentes estímulos Mapa de calor representando a expressão gênica através de RT-qPCR. As células HT-29 foram tratadas com Shh (Sonic Hedgehog), Purm (Purmorfamina), But (butirato), LPS, IFN-γ, EGF, com ou sem adição de Cyc (ciclopamina), ou DMSO (diluente) por 24 horas (A). Histogramas de expressão gênica individual mudam nas HT-29: IHH e SHH (B); GLI1, GLI2 e GLI3 (C); SMO e PtcH (D); HHIP e Wnt (E); e BMP4 e BMP7 (F). Os gráficos usam as mesmas amostras usadas no A. Os valores representam as médias dos resultados de três experimentos independentes e foram normalizados pelo RNA mensageiro do gene GAPDH. Mudanças significantes em relação o grupo controle são destacadas.

29

5.2. Níveis subcelulares e distribuíção do Gli1 e β-catenina nas células HT-29

Para confirmar os achados encontrados, realizamos a imunofluorescência do

Gli1 com a análise de microscopia confocal. A proteína Gli1, fator de transcrição da

via Hh, encontrava-se presente em baixos níveis nas céulas HT-29, predominando

no citosol. Quando as células HT-29 eram expostas ao peptídio rShh, purmorfamina

(agonista Hh) ou butirato, os níveis de Gli1 aumentaram com uma relativa marcação

de distribuição subcelular para o núcleo. Um efeito oposto foi demonstrado com a

adição do antagonsita Hh, ciclopamina (FIGURA 4A). Como Gli1 é um dos

indicadores da ativação da via Hh, o aumento da expressão e a translocação nuclear

indicam que a via Hh está ativa e pode ser regulada nas células HT-29.

Considerando que a via Hh é conhecida por regular negativamente a via Wnt no

epitélio colônico10, estudamos possíveis interações entre a sinalização Wnt e a

expressão ou atividade da via Hh nas céulas HT-29. Através da microscopia

confocal, analisamos a expressão da β-catenina, um componente integral da via

Wnt, predominando no núcleo das céulas HT-29. A exposição dessas células ao

peptídio rShh durante 24 horas reduz a expressão da β-catenina e a restringe a

forma ligada a membrana (FIGURA 4B).

A análise densitométrica da densidade das colorações confirmaram que os

níveis de Gli1 foram significativamente maiores após exposição das células HT-29

tratadas com o peptídeo rShh, purmorfamina ou butirado, comparado aos diluentes

(*P<0,04) ou a ciclopamina (**P<0,02). A análise da coloração com β-catenina se

tornou significativamente menor após o tratamento da célula HT-29 com o peptideo

rShh (▲P<0,01) comparado com o diluente ou com a ciclopamina (FIGURA 4C).

Assim, concluímos que a sinalização Hh regula negativamente a sinalização Wnt nas

células HT-29 in vitro.

30

Figura 4 Distribuição e níveis de Gli1 e β-catenina nas células HT-29 Microscopia confocal de reações de imunofluorescência nas culturas de células HT-29 expostas a vários estímulos por 24 horas, demonstraram a distribuição nuclear e citoplasmática e níveis de Gli 1 (A) e β-catenina (B). Análises de densidade das colorações protêicas confirmaram que Gli 1 aumenta significativamente após tratamento com Shh (Sonic Hedgehog), Purm (purmorfamina) ou But (Butirato), comparado as células tratadas com DMSO (diluente)(*P<0,04), ou Ciclopamina (Cyc) (**P<0,02). A densidade da β-catenina reduz significativamente após o tratamento das células HT-29 com Shh (▲P<0,01) quando comparado ao DMSO ou cyc (C).O núcleo foi corado com DAPI (azul). Painel micrográfico foi representativo em 3-4 experimentos em cada condição (magnificação original X1000).

31

5.3. Efeitos da via Hh na atividade inflamatória das células HT-29

Para elucidar os efeitos funcionais da via Hh nas células HT-29, foram

analisadas a concentração das citocinas no sobrenadante das células HT-29 através

do método de ELISA. As células HT-29 foram colocadas em cultura na concentração

de 1x106/ml por poço e submetidas a diferentes estímulos como a exposição ao

peptídeo rShh, purmorfamina, butirato, LPS, IFN-γ, EGF, com ou sem adição de

ciclopamina ou DMSO (diluente- controle) por 24 horas.

Foram analisadas a interleucina 8 (IL-8) e a proteína quimiotática de

monócitos 1 (MCP1). Estes são mediadores inflamatórios, conhecidos por serem

produzidos por células epiteliais e atuarem principalmente como moléculas

quimioatrativas para leucócitos e monócitos92.

Os níveis de IL-8 foram significativamente reduzidos nas células HT-29

tratadas com peptídeo rShh, purmorfamina ou butirado comparado a aqueles

tratados com ciclopamina (*P<0,03) ou LPS (**P<0,04) respectivamente (FIGURA

5A). A produção de MCP1 diminui significativamente nas células tratadas com rShh,

purmorfamina ou butirato, quando comparado a aquelas expostas a LPS (*P<0,05),

INF-γ (**P<0,02) ou EGF (***P<0,04) respectivamente (FIGURA 5B).

As informações foram coletadas em 6 experimentos independentes.

32

Figura 5 Produção de citocinas pelas culturas de células HT-29 após exposição a diferentes estímulos Concentração de citocinas nos sobrenadantes das culturas das células HT-29 mensuradas por ELISA. Histogramas mostram níveis de IL-8 (A) e MCP-1 (B), nos sobrenadantes com vários tratamentos: Shh (Sonic Hedgehog), Purm (purmorfamina), But (butirato), LPS, IFN-γ, EGF, com ou sem adição de ciclopamina ou DMSO (controle - solvente) por 24 horas. Níveis de IL-8 são significativamente reduzidos nas células tratadas com Shh, purmorfamina ou butirato comparados a aquelas tratadas com ciclopamina (*p<0,03), ou LPS (**P<0,04), respectivamente (A). Níveis de MCP-1 são significativamente reduzidos em células tratadas com Shh, purmorfamina, butirato comparadas com aquelas tratadas com LPS (*P<0,05), IFN (**P<0,02), ou EGF (***P<0,04), respectivamente (B). Os resultados são expressos por médias de seis experimentos independentes.

33

5.4. Efeito da via Hh na viabilidade e na atividade proliferativa das células HT-

29

A viabilidade das células HT-29 foram analisadas em diferentes tempos e com

tratamentos diferentes, usando o método MTT. Embora não tenha sido observada

diferença nas células HT-29 tratadas nas primeiras 24 horas, a viabilidade celular

reduziu significativamente em 48 horas quando as células foram expostas a

ciclopamina (*P<0,04) (FIGURA 6A).

Com o propósito de analisar as mudanças da atividade proliferativa das

células HT-29 sob diferentes tratamentos, a incorporação celular do BrdU foi

analisada em 48 e 72 horas. Embora não tenha sido observada diferença

significativa entre os grupos tratados nas primeiras 48 horas, foram identificados

uma tendência para o aumento na incorporação do BrdU no grupo tratado com

ciclopamina. Contudo uma significativa redução na incorporação do BrdU foi

observada no grupo de células HT-29 expostas a ciclopamina de 48 para 72 horas

(**P<0,05). Após 72 horas, a incorporação do BrdU manteve-se nas células tratadas

com DMSO (diluente), enquanto que se tornou significativamente menor nos outros

grupos tratados (*P<0,05) (FIGURA 6B).

Todas as informações do grupo de MTT e de BrdU foram avaliadas com a

média de 3 experimentos independentes.

34

Figura 6 Viabilidade e atividade proliferativa das células HT-29 após exposição a diferentes estímulos A viabilidade das células HT-29 foi analisada em diferentes tempos, com diferentes tratamentos, usando o método MTT. Quando as células HT-29 foram expostas a ciclopamina, a viabilidade celular reduziu significativamente comparando 48 com 24 horas (*P<0,04) (A). Com o propósito de analisar as mudanças na atividade proliferativa nas células HT-29 sob diferentes tratamentos, a incorporação celular do BrdU foi avaliada em 48 e 72 horas. Após 72 horas, a incorporação do BrdU foi mantida nas células tratadas com o solvente (DMSO), enquanto ele significativamente reduz em todos os outros grupos de tratamento (*P<0,05). No grupo das células HT-29 expostas a ciclopamina, a incorporação de BrdU reduziu significativamente após 48 e 72 horas (**P<0,05) (B). Os resultados são expressos por médias de três experimentos independentes.

35

5.5. Efeito da via Hh na apoptose mediada pelo anti-CD95 nas células HT-29

Demonstração por citometria de fluxo da apoptose das células HT-29 após 24

horas expostas a diferentes estímulos, através da annexina V/7AA. Na figura 6,

observamos no quadrante inferior esquerdo células duplamente negativas, enquanto

que no quadrante inferior direito observamos células positivas para annexina V com

apoptose precoce e nos quadrantes superiores notamos células necróticas ou com

apoptose tardia. (FIGURA 7A)

Tratamento com peptideo rShh, purmorfamina ou butirato significativamente

anulam a apoptose induzida pelo anti-CD95 (anti Fas)(*P<0,01), que é parcialmente

restaurada pela adição de ciclopamina (FIGURA 7B).

Os dados foram analisados em 3 experimentos independentes.

36

Figura 7 Relação entre apoptose e a atividade da via Hh nas células HT-29 A demonstração da apoptose das células HT-29 por citometria de fluxo após 24 horas de exposição a diferentes estímulos foi avaliada pela reação de annexina-V/7-AAD. O quadrante inferior esquerdo indica células duplamente negativas, enquanto que o quadrante inferior direito indica células positivas para annexina-V (A). Tratamento com Shh, purmorfamina ou butirato significativamente impedem a apoptose induzida pelo anti-CD95 (*P<0,01), fato que é parcialmente restabelecido com a adição de ciclopamina (B). Os resultados são expressos por médias de três experimentos independentes.

37

DISCUSSÃO

38

6. DISCUSSÃO

Neste trabalho, demonstramos que a linhagem de células de carcinoma de

cólon em humanos, HT-29, expressam os componentes da via Hh, que podem ser

modulados por diferentes estímulos exógenos. Também demonstramos que o papel

biológico da via Hh nas células HT-29 envolve desde o controle da sobrevida das

células até a regulação de produção de citocinas. A via Hh tem sido demonstrada

em células e tecidos fetais, enquanto que no TGI de adutos, os componentes Hh são

frequentemente encontrados na camada de células epitelais sob certas condições

fisiológicas10,66. A via Hh parece também estar reativada em certos tipos de

cânceres13,93, nos quais a presença dos componentes Hh sugerem a participação da

via em mecanismos que regulam tanto a proliferação quanto a apoptose94. Assim

sendo, tivemos o interesse de investigar a via Hh e sua participação no controle da

homeostasia na sobrevida e funcão das células HT-29.

As células HT-29 tem sido utilizadas como modelo de estudo de células

epiteliais e também de vias de câncer e para o desenvolvimento de novos métodos

terapêuticos. Nesse trabalho analisamos os níveis básicos e o potencial de

modulação dos componentes da via Hh nas células HT-29 após a exposição de

diferentes estímulos exógenos. A via Hh tem ativamente participado na

carcinogênese e progressão dos tumores gastrointestinais12,13,22. Não obstante, uma

maior expressão das moléculas de sinalização Hh também foi descrita no câncer de

cólon19,95. No nosso trabalho evidenciamos a expressão dos componentes da via Hh

em células HT-29, em diferentes níveis, tanto na forma de RNAm, quanto de

proteína.

A expressão e modulação de genes da via Hh e outros genes indiretamente

associados a via Hh foram investigados por qRT PCR das células HT-29.

Demonstramos a presença do IHH, SHH, os principais indicadores da ativação da

via Hh, GLI1 e GLI2 e o PTCH1, e a habilidade de modular os níveis de RNAm

desses genes após o tratamento das células HT-29 com antagonista da via

(ciclopamina), ou após a específica estimulação com peptídeo rShh ou a

purmorfamina (agonista Hh). Semelhante ao estudo de Van den Brink e

colaboradores, (2004)10, observamos que RNAm do gene GLI1 aumenta após o

tratamento das células HT-29 com butirato, enquanto que os níveis diminuem após a

39

inibição com ciclopamina ou a exposição a EGF, que é fator de crescimento

conhecido pela sua importante participação na regeneração epitelial, ativação de

vias que aumentam a sobrevida nas células epiteliais intestinais96. É possível que a

via Hh esteja regulada negativamente ou seja ultrapassada por uma via alternativa

coordenada por sinais derivados do EGF. A exposição a produtos bacterianos ou

citocinas inflamatórias, apresenta impacto mínimo ou não causam influência na

modulação dos genes da via Hh nas células HT-29. Porém quando investigamos

proteínas morfogênicas de osso (BMP), observamos uma marcante regulação

negativa de BMP4 e BMP7 após a inibição da via Hh, mas os níveis são restaurados

com a adição do peptídio rShh às culturas de células HT-29. BMPs são morfógenos

da superfamília do TGF β, que demonstraram ter papel crítico na proliferação

epitelial e diferenciação terminal e maturação das células da linhagem secretória do

intestino89. Além disso, as BMPs são conhecidos alvos da via Hh durante o

desenvolvimento88, e as proteínas BMP4 e BMP7 foram identificados como

potenciais mediadores da interação epitélio-mesenquimal em resposta a sinalização

Hh no intestino de camundongos90. Assim, confirmamos aqui há expressão de BMPs

e a modulação pela sinalização Hh nas células HT-29 colônicas diferenciadas.

Demonstramos também que níveis de RNAm dos genes BMP4 e BMP7 reduzem

após a exposição de IFN-γ, provavelmente indicando uma regulação negativa em

resposta a sinais inflamatórios. A expressão WNT1, um antagonista da via Hh nas

células epiteliais, diminui acentuadamente após a exposição das células HT-29 ao

peptídio rShh e butirato, enquanto aumenta após a exposição ao IFN-γ. Os

componentes da via Wnt/β-catenina são conhecidos por estarem muito expressos na

maioria dos cânceres de cólon e nas células HT-29. Sua presença embasa o estado

hiperproliferativo, que parece estar neutralizado pela cascata da via de sinalização

Hh de forma parácrina e autócrina87. A resposta das células HT-29 ao IFNγ pode

indicar uma modulação epigenética da via Wnt por estímulo pró-inflamatório e pode

refletir uma conexão potencial entre inflamação e oncogênese nas células epiteliais

colônicas. Esses resultados, juntos, parecem revelar uma complexa interação de

múltiplos genes e vias de sinalização convergentes, envolvidos em processos

fisiológicos, como câncer e inflamação, que podem ser moduladas pela via Hh nas

células HT-29.

40

Nas células HT-29, a expressão básica da proteína Gli1 foi baixa, mas

consistentemente aumentada tanto no citoplasma, quanto no núcleo, após a

exposição do peptídeo rShh, purmorfamina, e butirato, enquanto os níveis de Gli1

reduzem e desaparecem do núcleo após tratamento com ciclopamina. Em contraste

aos níveis altos constitutivos no carcinoma de estômago14 e mama97, a ativação Hh

pode ser modulada por estímulo exógeno nas células HT-29. Em paralelo,

demonstramos a expressão constitutiva baixa da β-catenina, membro da via Wnt nas

células HT-29. De forma adicional observamos um efeito oposto ao mesmo estímulo

exógeno na β-catenina comparado ao Gli1, em termos de níveis de proteína

subcelular e distribuição nas células HT-29. Já é bem estabelecido que a regulacão

dos componentes da via β-catenina/Wnt leva ao acúmulo nuclear de β-catenina e a

formação de tumor98. Contudo a ativação da β-catenina não é exclusivamente

relacionada às mutações dos componentes da via Wnt99, e também é induzida por

sinais pró-inflamatórios100. De acordo com um estudo prévio sugerindo a existência

de interações entre a via Wnt e a atividade Hh no epitélio colônico10, no nosso

estudo confirmamos a idéia de que a via Hh regula negativamente a via Wnt nas

células HT-29. Em particular, a exposição a ciclopamina resulta em acúmulo nuclear

de β-catenina, enquanto que a ativação de Hh leva a redução de β-catenina e a uma

predominante localização periférica citoplasmática. Esses achados parecem indicar

que a indução Hh nas células epiteliais na superfície vilosa intestinal provavelmente

exerce uma regulação negativa sobre a sinalização Wnt nas células basais das

criptas intestinais, protegendo as células terminalmente diferenciadas da ação

proliferativa Wnt38.

Para complementar, a superfície epitelial intestinal atua na absorção, na

barreira mecânica que separa o meio externo das células internas e essas células

estão envolvidas em processos inflamatórios, assim como são fontes de

citocinas101,102. Citocinas como se sabe são mediadores de inflamação, mas também

estão relacionados a atração quimiotática direta e migração de células metastáticas

para vasos sanguíneos103 e órgãos distantes104. No estudo, demonstramos que

níveis de IL-8, que é um potente quimiotático e agente ativador de neutrófilos da

subfamília de citocinas CXC92, diminuem após a ativação da via Hh, ao contrário do

bloqueio da via Hh ou a indução por LPS. De forma similar, MCP-1, citocina da

subfamília CC com atividade quimiotática para monócitos e outras células imunes105,

41

diminui após a ativação Hh, em oposição ao efeito do LPS, IFN-γ e EGF. Nossos

achados parecem corroborar a importância das células epiteliais colônicas como

elementos-chave na resposta a infecção e agressões 106 e a sinais das células

imunes da lâmina própria107. A secreção de citocinas resultante das células epiteliais

provavelmente constitui um sinal precoce nas reações imunes e inflamatórias e

podem representar a conexão entre a reposta imune inata e adaptativa, no intestino.

Esses dados sugerem que a modulação Hh na geração de citocinas por células

epiteliais podem afetar a gravidade e o potencial metastático do câncer colorretal.

O epitélio intestinal passa por um processo de renovação celular contínua,

envolvendo proliferação, diferenciação e morte celular das células precursoras do

epitélio intestinal, em um processo que requer modulação por um complexo

microambiente108. Neste contexto, cascatas de sinalização, incluindo as vias Wnt e

Hh que regulam a renovação de células precursoras normais, estão implicadas

também na carcinogênese6,9,87. As informações sobre a via Hh no câncer

colorretal13,18,93 e na linhagem de células cancerígenas são controversos10,16,23. Tem

sido proposto que estas discrepâncias podem ocorrer, em parte, por metodologias

distintas, análise de diferentes amostras patológicas e também por modificações

epigenéticas na expressão gênica. Neste estudo, identificamos uma tendência

precoce através da incorporação do BrdU, seguida por uma tardia redução

consistente na incorporação do BrdU após a inibição do Hh. Em um experimento

complementar, demonstramos a redução na viabilidade das células HT-29 também

após a inibição da via Hh com ciclopamina, semelhante a estudo prévio51. Para

entender o mecanismo de integração entre a via Hh e a desfecho das células HT-29,

estimulamos as células via sistema Fas/FasL para induzir a morte celular por

apoptose. Semelhante a outros estudos95 demonstramos que os agonistas Hh são

capazes de retardar a apoptose em linhagem de células de câncer de intestino.

Assim, em contraste a outro estudo22, propomos que a via Hh pode não ser

essencial para a proliferação de células de câncer de cólon muito diferenciadas

como as HT-29. Todavia, a viabilidade celular demonstrou ser dependente da via

Hh, corroborando o conceito que a via Hh ativa no epitélio colônico pode estar

envolvida na diferenciação das células e também na proteção contra apoptose.

42

CONCLUSÃO

43

7. CONCLUSÃO

Como relatado, existem estudos contraditórios quanto a participação da via

Hh nas células HT-29, então nosso estudo demonstrou que realmente a linhagem de

células HT-29 expressa o RNAm e a proteína Gli em níveis diferentes dos principais

componentes da via Hh e que estes podem ser modulados in vitro, como visto nas

reações de PCR e por imunofluorescência. Assim como genes (BMP) envolvidos na

proliferação e diferenciação epitelial e potenciais mediadores na transição epitélio-

mesenquimal são modulados por proteínas da via Hh e seus inibidores. Nossos

resultados parecem corroborar com os dados que sugerem que a indução da via Hh

nas células epiteliais na superfície vilosa intestinal exerce uma regulação negativa

sobre a sinalização Wnt das células basais das criptas intestinais. Concordamos que

a via Hh é uma via chave no controle da função das células epiteliais colônicas. A

investigação da atividade biológica da via Hh nas células HT-29 demonstrou seu

efeito em promover a redução dos sinais inflamatórios (células HT-29 moduladas

com agonistas da via Hh reduzem a produção de citocinas IL-8 e MCP-1) e

antagonizar a apoptose (visto nas reações Annexina Y/7-AAD anti CD95). A

atividade Hh nas células colônicas tem prováveis implicações homeostáticas no

desenvolvimento de inflamação colônica e malignidade, já que a expressão

diferencial dos componentes da via Hh podem causar anormalidades na reposta

imune local e na integridade da barreira epitelial. Esses resultados, juntos, ressaltam

a importância da ativação da via Hh como potencial alvo terapêutico em doença

inflamatória intestinal e câncer colorretal.

Propostas futuras: temos interesse de estudar melhor a transição epitélio-

mesenquimal, assim como estudos da via Hh em células de cólon humano normal e

com doença inflamatória intestinal para elucidar de forma mais detalhada o papel da

via Hh.

44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

45

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. de Santa Barbara P, van den Brink GR, Roberts DJ. Development and differentiation of the intestinal epithelium. Cell Mol Life Sci 2003;60:1322-32.2.

2. Sansonetti PJ. War and peace at mucosal surfaces. Nat Rev Innumol 2004; 4:953-64

3. van den Brink GR, Hardwick JC. Hedgehog Wnteraction in colorectal cancer. Gut 2006;55:912-4.

4. Cho JH. The genetics and immunopathogenesis of inflammatory bowel disease. Nat Rev Immunol 2008;8:458-66.

5. Yu M, Gipp J, Yoon JW, Iannaccone P, Walterhouse D, Bushman W. Sonic hedgehog-responsive genes in the fetal prostate. J Biol Chem 2009;284:5620-9.

6. Kasper M, Regl G, Frischauf AM, Aberger F. GLI transcription factors: mediators of oncogenic Hedgehog signalling. Eur J Cancer 2006;42:437-45.

7. Lum L, Beachy PA. The Hedgehog response network: sensors, switches, and routers.Science 2004;304:1755-9.

8. Hooper JE, Scott MP. Communicating with Hedgehogs. Nat Rev Mol Cell Biol 2005;6:306-17.

9. Ruiz I Altaba A, Mas C, Stecca B. The Gli code: an information nexus regulating cell fate, stemness and cancer. Trends Cell Biol 2007;17:438-47

10. van den Brink GR, Bleuming SA, Hardwick JC, Schepman BL, Offerhaus GJ, Keller JJ, Nielsen C, Gaffield W, van Deventer SJ, Roberts DJ, Peppelenbosch MP. Indian Hedgehog is an antagonist of Wnt signaling in colonic epithelial cell differentiation. Nat Genet 2004;36:277-82

11. Alinger B, Kiesslich T, Datz C, Aberger F, Strasser F, Berr F, Dietze O, Kaserer K, Hauser-Kronberger C. Hedgehog signaling is involved in differentiation of normal colonic tissue rather than in tumor proliferation. Virchows Arch 2009;454:369-79.

12. Katoh Y, Katoh M. WNT antagonist, SFRP1, is Hedgehog signaling target. Int J Mol Med 2006;17:171-5. 14.

13. Berman DM, Karhadkar SS, Maitra A, Montes De Oca R, Gerstenblith MR, Briggs K, Parker AR, Shimada Y, Eshleman JR, Watkins DN, Beachy PA. Widespread requirement for Hedgehog ligand stimulation in growth of digestive tract tumours. Nature 2003;425:846-51.

14. Ohta M, Tateishi K, Kanai F, Watabe H, Kondo S, Guleng B, Tanaka Y, Asaoka Y, Jazag A, Imamura J, Ijichi H, Ikenoue T, Sata M, Miyagishi M, Taira K, Tada M, Kawabe T, Omata M. p53-Independent negative regulation of p21/cyclin-dependent

46

kinase-interacting protein 1 by the sonic hedgehog-glioma-associated oncogene 1 pathway in gastric carcinoma cells. Cancer Res 2005;65:10822-9.

15. Bienz M, Clevers H. Linking colorectal cancer to Wnt signaling. Cell 2000;103:311-20.

16. Varnat F, Duquet A, Malerba M, Zbinden M, Mas C, Gervaz P, Ruiz i Altaba A. Human colon cancer epithelial cells harbour active HEDGEHOG-GLI signalling that is essential for tumour growth, recurrence, metastasis and stem cell survival and expansion. EMBO Mol Med 2009;1:338-51.

17. Bian YH, Huang SH, Yang L, Ma XL, Xie JW, Zhang HW. Sonic hedgehog-Gli1 pathway in colorectal adenocarcinomas. World J Gastroenterol 2007;13:1659-65.

18. Yoshikawa K, Shimada M, Miyamoto H, Higashijima J, Miyatani T, Nishioka M, Kurita N, Iwata T, Uehara H. Sonic hedgehog relates to colorectal carcinogenesis. J Gastroenterol 2009;44:1113-7.

19. You S, Zhou J, Chen S, Zhou P, Lv J, Han X, Sun Y. PTCH1, a receptor of Hedgehog signaling pathway, is correlated with metastatic potential of colorectal cancer. Ups J Med Sci;115:169-75.

20. Pisani P, Bray F, Parkin DM. Estimates of the world-wide prevalence of câncer for 25 sites in the adult population. Int J Cancer. 2002;97:72-81).

21. Benson AB. Epidemiology, disease progressio, and economic burden of colorectal cancer. J Manag, care Pharm. 2007;13(6 SupplC):5-18

22. Douard R, Moutereau S, Pernet P, Chimingqi M, Allory Y, Manivet P, Conti M, Vaubourdolle M, Cugnenc PH, Loric S. Sonic Hedgehog-dependent proliferation in a series of patients with colorectal cancer. Surgery 2006;139:665-70.

23. Chatel G, Ganeff C, Boussif N, Delacroix L, Briquet A, Nolens G, Winkler R. Hedgehog signaling pathway is inactive in colorectal cancer cell lines. Int J Cancer 2007;121:2622-7.

24. Bailey J, Singh PK and Hollingsworth MA: Cancer metastasis facilitated by developmental pathways: Sonic hedgehog, Notch, and bone morphogenetic proteins. J Cell Biochem 2007; 102: 829-839

25. Katoh M: Networking of WNT, FGF, Notch, BMP, and Hedgehog signaling pathways during carcinogenesis.Stem Cell Rev 2007; 3: 30-38

26. Hammerschmidt M, Brook A, McMahon AP. The world according to hedgehog. Trends Genet 1997;13:14-21.

27. Nusslein-Volhard C, Wieschaus E. Mutations affecting segment number and polarity in Drosophila. Nature 1980;287:795-801.

28. Lee JJ, Ekker SC, von Kessler DP, Porter JA, Sun BI, Beachy PA. Autoproteolysis in hedgehog protein biogenesis. Science 1994;266:1528-1537

47

29. Chamoun Z, Mann RK, Nellen D, et al: Skinny hedgehog, an acyltransferase required for palmitoylation and activity of the hedgehog signal. Science 2001; 293: 2080-2084

30. Pepinsky RB, Zeng C, Wen D, Rayhorn P, Baker DP, Williams KP, Bixler SA, Ambrose CM, Garber EA, Miatkowski K, Taylor FR, Wang EA, Galdes A. Identification of a palmitic acid-modified form of human Sonic hedgehog. J Biol Chem 1998;273:14037-14045

31. Van den Heuvel M and Ingham PW: Smoothened encodes a receptor-like serpentine protein required for hedgehog signalling. Nature 1996; 382: 547-551

32. Murone M, Rosenthal A, de Sauvage FJ. Hedgehog signal transduction: from flies to vertebrates. Exp Cell Res 1999;253:25-33.

33. Theil T, Kaesler S, Grotewold L, Bose J, Ruther U. Gli genes and limb development. Cell Tissue Res 1999;296:75-83.

34. Pasca di Magliano M and Hebrok M: Hedgehog signalling in cancer formation and maintenance. Nat Rev Cancer 2003; 3: 903-911

35. Bijlsma MF, Spek CA and Peppelenbosch MP: Hedgehog: an unusual signal transducer. Bioessays 2004; 26: 387-394

36. Kinzler KW, Bigner SH, Bigner DD, et al: Identification of an amplified, highly expressed gene in a human glioma. Science 1987; 236: 70-73

37. Price MA: CKI, there's more than one: casein kinase I family members in Wnt and Hedgehog signaling. Genes Dev 2006; 20: 399-410

38. Katoh Y, Katoh M. Hedgehog signaling pathway and gastrointestinal stem cell signaling network (review). Int J Mol Med 2006;18:1019-23.

39. Jiang J and Struhl G: Regulation of the Hedgehog and Wingless signaling pathways by the F-box/WD40-repeat protein Slimb. Nature 1998; 391: 493-496

40. Koike J, Sagara N, Kirikoshi H, et al: Molecular cloning and characterization of the ßTRCP2 gene on chromosome 5q35.1.Biochem Biophys Res Commun 2000; 269: 103-109

41. Osterlund T, Everman DB, Betz RC, et al: The FU gene and its possible protein isoforms. BMC Genomics 2004; 5: 49

42. Taylor MD, Liu L, Raffel C, et al: Mutations in SUFU predispose to medulloblastoma. Nat Genet 2002; 31: 306-310

43. Svard J, Heby-Henricson K, Persson-Lek M, Rozell B, Lauth M, Bergstrom A, Ericson J, Toftgard R, Teglund S. Genetic elimination of Suppressor of fused reveals an essential repressor function in the mammalian Hedgehog signaling pathway. Dev Cell 2006;10:187–97

48

44. Park HL, Bai C, Platt KA, Matise MP, Beeghly A, Hui CC, Nakashima M, Joyner AL. Mouse Gli1 mutants are viable but have defects in SHH signaling in combination with a Gli2 mutation. Development 2000;127:1593-1605

45. Ikran MS, Neill GW, Regl G, Eichberger T, Frischauf AM, Aberger F, Quinn A, Philpott M. Gli2 is expressed in normal human epidermis and BCC and induces Gli1 expression by binding to its promoter. J Invest Dermatol 2004;122:1503-09

46. Yoon JW, Kita Y, Frank DJ, et al: Gene expression profiling leads to identification of GLI1-binding elements in target genes and a role for multiple downstream pathways in GLI1-induced cell transformation. J Biol Chem 2002; 277: 5548-5555

47. Hallikas O, Palin K, Sinjushina N, et al: Genome-wide prediction of mammalian enhancers based on analysis of transcription-factor binding affinity. Cell 2006; 124: 47-59

48. .Lehmann OJ, Sowden JC, Carlsson P, Fox’s in development and disease. Trends Genet 2003;19:338-11

49. Tenzen T, Allen BL, Cole F, et al: The cell surface membrane proteins Cdo and Boc are components and targets of the Hedgehog signaling pathway and feedback network in mice. Dev Cell 2006;10: 647-656

50. Taipale J, Chen JK, Cooper MK, Wang B, Mann RK, Milenkovic L,Scott MP, Beachy PA. Effects of oncogenic mutations in Smoothened and Patched can be reversed by cyclopamine.Nature 2000;406:1005–9.

51. Mazumdar T, DeVecchio J, Shi T, Jones J, Agyeman A, Houghton JA. Hedgehog signaling drives cellular survival in human colon carcinoma cells. Cancer Res 2011;71:1092-102

52. Chuang PT and McMahon AP: Vertebrate Hedgehog signaling modulated by induction of a Hedgehog-binding protein. Nature 1999; 397: 617-621

53. Katoh Y and Katoh M: Comparative genomics on HHIP family orthologs. Int J Mol Med 2006; 17: 391-395

54. Olsen CL, Hsu PP, Glienke J, Rubanyi GM, Brooks AR. Hedgehoginteracting protein is highly expressed in endothelial cells but downregulated during angiogenesis and in several human tumors. BMC Cancer 2004;4:43.

55. Fan H, Khavari PA. Sonic hedgehog opposes epithelial cell cycle arrest. J Cell Biol 1999;147:71-76.

56. Lowrey JA, Stewart GA, Lindey S, Hoyne GF, Dallman MJ, Howie SE, Lamb JR. Sonic hedgehog promotes cell cycle progression in activated peripheral CD4(+) T lymphocytes. J Immunol 2002;169:1869-1875.

57. Pola R, Ling LE, Silver M, Corbley MJ, Kearney M, Blake Pepinsky R, Shapiro R, Taylor FR, Baker DP, Asahara T, Isner JM. The morphogen Sonic hedgehog is an

49

indirect angiogenic agent upregulating two families of angiogenic growth factors. Nat Med 2001;7:706-711

58. Riobo NA, Lu K, Emerson CP Jr. Hedgehog signal transduction: signal integration and cross talk in development and cancer. Cell Cycle 2006;5:1612-1615.

59. YURIKO KATOH1 and MASARU KATOH Hedgehog signaling, epithelial-to-mesenchymal transition and miRNA (Review) Int Journal of Mol Med 2008; 22: 271-275

60. Thiery JP: Epithelial-mesenchymal transitions in tumour progression. Nature Rev Cancer 2002; 2: 442-454

61. Katoh M: Epithelial-mesenchymal transition in gastric cancer. Int J Oncol 2005 27: 1677-1683

62. Lee JM, Dedhar S, Kalluri R and Thompson EW: The epithelial-mesenchymal transition: new insights in signaling, development, and disease. J Cell Biol 2006; 172: 973-981

63. Sukegawa A, Narita T, Kameda T, Saitoh K, Nohno T, Iba H, Yasugi S, Fukuda K. Development. 2000; 127(9):1971-80

64. Nanni L, Ming JE, Bocian M et al (1999) The mutational spectrum of the sonic hedgehog gene in holoprosencephaly: SHH mutations cause a significant proportion of autosomal dominant holoprosencephaly. Hum Mol Genet 8:2479–2488.

65. Mao J, Kim BM, Rajurkar M, Shivdasani RA, McMahonAP. Hedgehog signaling controls mesenchymal growth in the developing mammalian digestive tract. Development. 2010; 137:1721-9)

66. Lees C, Howie S, Sartor RB, Satsangi J. The hedgehog signalling pathway in the gastrointestinal tract: implications for development, homeostasis, and disease. Gastroenterology 2005;129:1696-710

67. Dimmler A, Brabletz T, Hlubek F et al (2003) Transcription of sonic hedgehog, a potential factor for gastric morphogenesis and gastric mucosa maintenance, is up-regulated in acidic conditions.Lab Invest 83:1829–1837

68. Silberg DG, Kaestner KH (2001) Morphogenesis and maintenance of the gastric epithelium: a role for sonic hedgehog? Gastroenterology 121:485–487

69. Van den Brink GR, Hardwick JC, Tytgat GN, et al: Sonic hedgehog regulates gastric gland morphogenesis in man and mouse. Gastroenterology 2001; 121: 317-328

70. Katoh Y and Katoh M: Hedgehog signaling in gastric cancer.Cancer Biol Ther 2005; 4: 1050-1054

71. H Ohta1,4, K Aoyagi1, M Fukaya1, I Danjoh1, A Ohta1, N Isohata1, N Saeki1, H Taniguchi2, H Sakamoto1, T Shimoda3, T Tani4, T Yoshida1 and H Sasaki Cross

50

talk between hedgehog and epithelial–mesenchymal transition pathways in gastric pit cells and in diffuse-type gastric cancers British Journal of Cancer (2009) 100, 389 – 398

72. Katoh M: WNT and FGF gene clusters. Int J Oncol 2002; 21: 1269-1273

73. Gregorieff A, Pinto D, Begthel H, et al: Expression pattern of WNT signaling components in the adult intestine. Gastroenterology 2005; 129: 626-638

74. Katoh M: Bioinformatics for cancer management in the postgenome era. Technol Cancer Res Treat 2006; 5: 169-176

75. Evangelista M, Tian H, de Sauvage FJ. The hedgehog signaling pathway in cancer. Clin Cancer Res 2006;12:5924–8

76. Kinzler KW, Bigner SH, Bigner DD, et al: Identification of an amplified, highly expressed gene in a human glioma. Science 1987; 236: 70-73

77. Olsen CL, Hsu PP, Glienke J, et al: Hedgehog-interacting protein is highly expressed in endothelial cells, but down-regulated during angiogenesis and in several human tumors. BMC Cancer2004; 4: 43

78. Hu Z, Bonifas JM, Aragon G, Kopelovich L, Liang Y, Ohta S, Israel MA, Bickers DR, Aszterbaum M, Epstein EH, Jr. Evidence for lack of enhanced hedgehog target gene expression in common extracutaneous tumors. Cancer Res 2003;63:923–8

79. Zhu Y, James RM, Peter A, Lomas C, Cheung F, Harrison DJ, Bader SA. Functional Smoothened is required for expression of GLI3 in colorectal carcinoma cells. Cancer Lett 2004;207:205–14

80. Robert LY, Stephen EG, Suzie JS, Tracy T, Hua T, Cristina PA, Derek M, Ling Fu, Thomas J, Dara K, Michelle NP, Karen K, James CMJ, Lee LR, Frederic JS. A paracrine requirement for hedghog signalling in cancer. Nature. 2008; 455:406-10

81. Augeron, C. & Laboisse, C.L. Emergence of permanently differentiated cell clones in a human colonic cancer cell line in culture after treatment with sodium butyrate.Cancer Res1984;. 44, 3961–3969

82. Akiyoshi T, Nakamura M, Koga K, Nakashima H, Yao T, Tsuneyoshi M, Tanaka M, Katano M. Gli1, downregulated in colorectal cancers, inhibits proliferation of colon cancer cells involving Wnt signalling activation. Gut 2006;55:991–9

83. O’Brien CA, Pollett A, Gallinger S, Dick JE. A human colon cancer cell capable of initiating tumour growth in immunodeficient mice. Nature 2007;445:106–10.

84. Kolterud A, Grosse AS, Zacharias WJ, Walton KD, Kretovich KE, Madison BB, Waghray M, Ferris JE, Hu C, Merchant JL, Dlugosz AA, Kottmann AH, Gumucio DL. Paracrine Hedgehog signaling in stomach and intestine: new roles for hedgehog in gastrointestinal patterning. Gastroenterology 2009;137:618-28.

51

85. Bai J, Montell D. Eyes absent, a key repressor of polar cell fate during Drosophila oogenesis. Development 2002;129:5377-88

86. Kalderon D. Transducing the hedgehog signal. Cell 2000;103:371-4

87. Madison BB, Braunstein K, Kuizon E, Portman K, Qiao XT, Gumucio DL. Epithelial hedgehog signals pattern the intestinal crypt-villus axis. Development 2005;132:279-89.

88. Bitgood MJ, McMahon AP. Hedgehog and Bmp genes are coexpressed at many diverse sites of cell-cell interaction in the mouse embryo. Dev Biol 1995;172:126-38

89. Auclair BA, Benoit YD, Rivard N, Mishina Y, Perreault N. Bone morphogenetic protein signaling is essential for terminal differentiation of the intestinal secretory cell lineage. Gastroenterology 2007;133:887-96.

90. van Dop WA, Uhmann A, Wijgerde M, Sleddens-Linkels E, Heijmans J, Offerhaus GJ, van den Bergh Weerman MA, Boeckxstaens GE, Hommes DW, Hardwick JC, Hahn H, van den Brink GR. Depletion of the colonic epithelial precursor cell compartment upon conditional activation of the hedgehog pathway. Gastroenterology 2009;136:2195-203.

91. Kosinski C, Li VS, Chan AS, Zhang J, Ho C, Tsui WY, Chan TL, Mifflin RC, Powell DW, Yuen ST, Leung SY, Chen X. Gene expression patterns of human colon tops and basal crypts and BMP antagonists as intestinal stem cell niche factors. Proc Natl Acad Sci U S A 2007;104:15418-23.

92. Schall TJ, Bacon KB. Chemokines, leukocyte trafficking, and inflammation. Curr Opin Immunol 1994;6:865-73.

93. Oniscu A, James RM, Morris RG, Bader S, Malcomson RD, Harrison DJ. Expression of Sonic hedgehog pathway genes is altered in colonic neoplasia. J Pathol 2004;203:909-17.

94. Kobune M, Takimoto R, Murase K, Iyama S, Sato T, Kikuchi S, Kawano Y, Miyanishi K, Sato Y, Niitsu Y, Kato J. Drug resistance is dramatically restored by hedgehog inhibitors in CD34+ leukemic cells. Cancer Sci 2009;100:948-55.

95. Qualtrough D, Buda A, Gaffield W, Williams AC, Paraskeva C. Hedgehog signaling in colorectal tumour cells: induction of apoptosis with cyclopamine treatment. Int J Cancer 2004;110:831-7

96. Terzic J, Grivennikov S, Karin E, Karin M. Inflammation and colon cancer. Gastroenterology 2010;138:2101-14.

97. Kubo M, Nakamura M, Tasaki A, Yamanaka N, Nakashima H, Nomura M, Kuroki S, Katano M. Hedgehog signaling pathway is a new therapeutic target for patients with breast cancer. Cancer Res 2004;64:6071-4.

52

98. Kolligs FT, Bommer G, Goke B. Wnt/beta-catenin/tcf signaling: a critical pathway in gastrointestinal tumorigenesis. Digestion 2002;66:131-44.

99. Lu Z, Hunter T. Wnt-independent beta-catenin transactivation in tumor development. Cell Cycle 2004;3:571-3.

100. Oguma K, Oshima H, Aoki M, Uchio R, Naka K, Nakamura S, Hirao A, Saya H, Taketo MM, Oshima M. Activated macrophages promote Wnt signalling through tumour necrosis factor-alpha in gastric tumour cells. EMBO J 2008;27:1671-81.

101. Jung HC, Eckmann L, Yang SK, Panja A, Fierer J, Morzycka-Wroblewska E, Kagnoff MF. A distinct array of proinflammatory cytokines is expressed in human colon epithelial cells in response to bacterial invasion. J Clin Invest 1995;95:55-65.

102. Mazzucchelli L, Hauser C, Zgraggen K, Wagner HE, Hess MW, Laissue JA, Mueller C. Differential in situ expression of the genes encoding the chemokines MCP-1 and RANTES in human inflammatory bowel disease. J Pathol 1996;178:201-6.

103. Yu T, Wu Y, Helman JI, Wen Y, Wang C, Li L. CXCR4 promotes oral squamous cell carcinoma migration and invasion through inducing expression of MMP-9 and MMP-13 via the ERK signaling pathway. Mol Cancer Res 2011;9:161-72

104. Lu X, Kang Y. Chemokine (C-C motif) ligand 2 engages CCR2+ stromal cells of monocytic origin to promote breast cancer metastasis to lung and bone. J Biol Chem 2009;284:29087-96.

105. Rollins BJ. Chemokines. Blood 1997;90:909-28. 27 47.

106. Gewirtz AT, McCormick B, Neish AS, Petasis NA, Gronert K, Serhan CN, Madara JL. Pathogen-induced chemokine secretion from model intestinal epithelium is inhibited by lipoxin A4 analogs. J Clin Invest 1998;101:1860-9.

107. Kagnoff MF, Eckmann L. Epithelial cells as sensors for microbial infection. J Clin Invest 1997;100:6-10.

108. Walker RA, Martin CV. The aged breast. J Pathol 2007;211:232-40. 50.

53

ANEXOS

54

ANEXO 1

Title

Hedgehog Pathway Signaling Regulates Human Colon Carcinoma HT-29

Epithelial Cell Line Apoptosis and Cytokine Secretion.

Authors: 1,2Agnes N. Yoshimoto, 1Claudio Bernadazzi, 2Antonio José V.

Carneiro, 2Celeste C. S. Elia, 1Cesonia A. Martinusso, 3Grasiella M. Ventura,

4Morgana T. L. Castelo-Branco, 1,2Heitor S. P. de Souza

Affiliations: 1Laboratório Multidisciplinar de Pesquisa e 2Serviço de

Gastroenterologia, Departamento de Clínica Médica; 3Unidade de Microscopia

Confocal e 4Laboratório de Imunologia Celular, Instituto de Ciências Biomédicas;

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazil.

Running title: Hedgehog pathway expression and function in HT-29 cells.

Keywords: Hedgehog pathway; HT-29 human colon carcinoma cell line;

chemokines; apoptosis; cell proliferation.

Corresponding author: Heitor S. P. de Souza, M.D., Laboratório

Multidisciplinar de Pesquisa (sub-solo), Hospital Universitário, Universidade Federal

do Rio de Janeiro. Rua Prof. Rodolpho Paulo Rocco 255, Ilha do Fundão, Rio de

Janeiro, RJ 21941-913, Brazil. Phone: 55 (21) 2562-2669, Fax: 55 (21) 2562-2669,

E-mail: [email protected]; [email protected]

55

Abstract

The Hedgehog (Hh) pathway is involved in embryogenesis and physiologic

processes including cell survival and proliferation. We used the human colon

carcinoma HT-29 cell line to investigate Hh signaling and biological functions in

colonic epithelial cells. HT-29 cells were cultured under different conditions and

exposed to various stimuli. The expression of Hh pathway components and related

genes and proteins were assessed by real-time PCR and immunofluorescence.

Viability, apoptosis and cell proliferation were measured by the MTT assay, Annexin-

V/7-AAD staining and BrdU uptake, respectively. Chemokines production was

measured by ELISA in culture supernatants. Indian and Sonic Hh mRNA levels and

the downstream transcription factors Gli-1 and Gli-2 increased following treatment

with Hh agonists and butyrate, but decreased upon exposure to cyclopamine. BMP4

and BMP7 expression decreased after Hh blockade with cyclopamine. Gli-1 protein

expression increased after Hh agonists and decreased following cyclopamine.

Exposure to Hh agonists promoted ß -catenin reduction and subcellular redistribution.

Levels of IL-8 and MCP-1 decreased upon exposure to Hh agonists compared

to cyclopamine, LPS, IFN-. or EGF. Cellular incorporation of BrdU and cell viability

decreased following Hh blockade. Hh agonists abrogated the anti-CD95 induced

apoptosis. Hh pathway is a key controller of colonic epithelial cells, as demonstrated

by its effect in dampening inflammatory signals and antagonizing apoptosis. The

differential expression of Hh components may underlie abnormalities in the local

immune response and in epithelial barrier integrity, with potential homeostatic

implications for the development of colonic inflammation and malignancies.

56

Introduction

An essential physiologic function of the intestine is the maintenance of a

protective barrier against potentially harmful gut luminal contents. The first line of

defense in this barrier is constituted by a single layer of epithelial cells that

continuously renew and interact with the lumen and the lamina propria immune cells

(1, 2). Control of cell renewal within the epithelial layer depends on a dynamic

equilibrium between cell proliferation and apoptosis, whereas imbalance between the

two mechanisms is known to result in cancer (3) and also in inflammatory conditions

(4).

The Hedgehog (Hh) pathway of morphogenic proteins is known to participate

in several physiologic cellular processes. Hh signaling has been associated with

embryogenesis (5), patterning of a variety of organs (6), adult tissue homeostasis

and repair (7), regulation of the epithelial-to-mesenchymal transition (8), and the

control of cell survival and proliferation (9). Activation of the canonical Hh signaling

pathway involves the binding of Hh ligands to the membrane receptor Patched

(PTCH1), resulting in the activation of the signaling cytoplasmic molecule

Smoothened (SMO). Once released from PTCH-mediated suppression, SMO

activates the Gli zinc finger transcription factors that ultimately regulate downstream

Hh target genes (6-8, 10).

The canonical Hh signaling cascade has also been shown to play a role in the

normal gastrointestinal development, where it regulates the differentiation of normal

intestinal villi (11), and the adjacent mesenchymal stromal cells (12). In the normal

adult gastrointestinal tract, induction of the Hh pathway appears to protect the

differentiated epithelial cells of the villous surface, counteracting the canonical Wnt

signaling in the basal cells of the crypt (13). Although aberrant activation of the Hh

pathway has been demonstrated in the oncogenesis of human esophageal, gastric,

and pancreatic cancers (14, 15), its role in colon cancer has not been sufficiently

clarified.

The majority of sporadic and hereditary human colorectal tumors are believed

to originate from constitutive activation of Wnt signaling by mutation of the APC or

ßcatenin genes (16), whereas the Hh pathway would oppose the proliferative effect

of Wnt pathway on differentiated colonocytes (13). Recently, there has been

57

evidence of the potential involvement of Hh signaling in cancer invasiveness (17), in

colonic carcinogenesis (18, 19), and in the metastatic dissemination of colorectal

cancer (20). Nevertheless, approaches to elucidate the role of the Hh pathway in

cancers are still limited, in particular in colon cancer where data have been

controversial (21, 22).

In order to investigate Hh signaling and its potential biological functions in

colonic epithelial cells, we used the epithelial HT-29 human colon carcinoma cell line

under various experimental conditions. We demonstrated the presence and

modulation of several Hh components and that Hh pathway activation has anti-

inflammatory and anti-apoptotic effects on HT-29 cells.

58

Materials and Methods

Cell cultures

Human colon adenocarcinoma cell line (HT-29) was obtained from the

American Type Culture Collection (ATCC, Rockville, MD, USA), and maintained

according to the ATCC’s instructions. Cells were grown as monolayers in Dulbecco’s

modified Eagle’s medium (DMEM) (Invitrogen Gibco, New York, NY, USA). Cells

were plated in 25 cm2 culture flasks with DMEM supplemented with heat inactivated

10% fetal bovine serum (FBS) (Invitrogen Gibco, New York, NY, USA), penicillin

(10,000 U/mL), streptomycin (100 µg /mL), 4.5 g/L glucose and L-glutamine, (all from

Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, USA) at 37°C in a humidified atmosphere with 5%

CO2. After growth to confluence, cells were trypsinized and resuspended in DMEM

supplemented with 2.5% FBS. Part of the cells were frozen and maintained at -80oC.

Cells were then seeded at a density of 1×106 cells/mL and treated specifically for

each experiment in either 6-well, 24-well or 96-well microplates, as needed. Culture

supernatants were collected and maintained at -80oC for further chemokine

measurements. In parallel, cells were plated onto eight-chamber slides (Lab Tek

Nunc, Naperville, IL, USA) for immunofluorescence staining.

Reagents and treatments

Recombinant human N-Shh was purchased from R&D Systems (Minneapolis,

MN, USA), and used at 500 ng/mL; cyclopamine (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, USA)

was used as a selective chemical hedgehog inhibitor, and diluted in dimethyl

sulfoxide (DMSO) (control vehicle) (Merck, Darmstadt, Germany) at 10µM; chemical

hedgehog agonist purmorphamine (Alexis Biochemicals, Plymounth, PA, USA) was

diluted in DMSO at 2µM; sodium butyrate was added to cultures at 2.5 µM, while

interferon-gamma (IFN-γ.) and lipopolysaccharide (LPS) were used at 2 ng/mL (all

from Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, USA); recombinant human epithelial growth factor

(rhEGF) was obtained from Peprotech (Rocky Hill, NJ, USA), and used at 20ng/mL.

59

Indirect immunofluorescence staining and confocal laser microscopy

Cells were seeded onto eight-chamber slides, fixed, permeabilized, and

incubated for 2h at room temperature with 2.5% bovine serum albumin (BSA), 2.0%

skimmed milk, 8.0% fetal bovine serum (FBS) blocking buffer under shaking. Slides

were rinsed once with PBS and 0.05% Tween 20 and then incubated with

appropriately diluted primary antibodies in PBS. Cells were incubated with anti-Gli-1

rabbit antibody (Santa Cruz Biotechnology, Inc., Santa Cruz, CA, USA), and anti-ß-

catenin mouse antibody (Millipore, Bedford, MA, USA) for 1 h at room temperature.

After incubation, the slides were rinsed three times and incubated with Alexa® 488

conjugated anti-rabbit IgG, and Alexa® 633 conjugated anti-mouse IgG (all from

Molecular Probes, Eugene, OR, USA) for 30 min. at room temperature. Sections from

each sample were incubated with either PBS alone or secondary antibody and

served as negative isotype controls. Slides were air-dried, fixed for 5 min in a 1%

paraformaldehyde solution, and mounted in an antifading medium containing 4',6-

diamidino-2-phenylindole (DAPI) (Vector Labs, Inc., Burlingame, CA, USA).

Expression and localization of the proteins were observed with a Leica TCS-SP5

AOBS confocal laser scanning microscope (Leica, Heidelberg, Germany), for

capturing representative images of each sample.

RNA isolation and cDNA synthesis

The expression levels of selected genes were validated by qRT-PCR. Thus,

HT-29 cells were either untreated (vehicle control, 0.2% DMSO), or treated with

cyclopamine, purmorphamine, butyrate, LPS, EGF, or IFN-., for 24 hr at 37oC,

dissolved in DMSOcontaining medium. Total RNA isolation from cultured cells was

performed using SV Total RNA isolation systems (Promega, Madison, WI, USA),

following the manufacturer’s protocol. The Nanodrop 2000 UV-Vis

Spectrophotometer (Thermo Scientific, Wilmington, DE, USA) was used for

quantifying and determining the RNA purity of samples. Equal amounts of total RNA

were reverse transcribed using RT2 First Strand Kit (SABiosciences, Frederick, MD,

USA).

60

Quantitative Real-Time PCR (qRT-PCR)

To quantify the changes in mRNA levels, real-time RT-PCR was performed on

the ABI Prism 7500 (Applied Biosystems, Foster City, CA, USA) using RT2 Real

Time ™ SYBR Green/Rox PCR Master Mix (SABiosciences, Frederick, MD, USA).

For this purpose, we used a customized commercially available RT2 Profiler PCR

Array for detecting IHH, SHH, GLI-1, GLI-2, GLI-3, PTCH1, SMO, HHIP, WNT1,

BMP4, and BMP7 genes (SABiosciences, Frederick, MD, USA). Levels of mRNA

were normalized to the expression of glyceraldehydes phosphate dehydrogenase

(GAPDH). For data analysis the ..Ct method was used; determining the fold change

for all target genes in each sample with 95% confidence. Q-RT-PCR for each gene

was determined in duplicate, and each experiment was repeated at least three times.

A positive value indicates gene up-regulation and a negative value indicates gene

down-regulation. PCR cycles were performed according to the manufacturer's

instructions.

Chemokine Measurements

Culture supernatants were used for measuring the extra cellular concentration

of the chemokines IL-8 (Bender MedSystems, Vienna, Austria) and MCP-1 (e-

Bioscience, San Diego, CA, USA) by commercial sensitive enzyme-linked

immunosorbent assays (ELISA) method. The total protein content of cell monolayers

was estimated by the Pierce® BCA protein assay kit (Thermo Scientific, Rockford, IL,

USA), and used for normalizing the results. The minimum detectable concentration of

human IL-8 and MCP-1 was less than 5.0 ng/L.

Assessment of cell proliferation and viability

For the assessment of cell proliferation, we used the BrdU Cell Proliferation

Assay Kit (Chemicon International, Temecula, CA, USA). To minimize spontaneous

cell death, HT-29 cells were maintained at a concentration of 1×106 cells/mL by

diluting every 2-3 days in fresh medium to maintain exponential cell growth. HT-29

cells were rinsed with phosphate buffered saline (PBS), trypsinized, counted, and

61

seeded at a density of 2×105 cells/mL onto 96-well plates, with 100 µL per well. After

overnight attachment, cells were treated during 48 and 72h in triplicate with different

reagents, including rShh, cyclopamine, purmorphamine, butyrate, IFN-., EGF, or

LPS. BrdU was added to wells 4h prior to the plate reading at a wavelength of 450

nm.

For assessing cell viability, experiments with the same settings were

performed in parallel, and the labeling reagent 3-(4,5-dimethylthiazol-2-yl)-2,5-

diphenyltetrazolium bromide (MTT) (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, USA) was added

to wells, and the plates were read at a wavelength of 595 nm. The MTT test serves

as an indirect marker for proliferation and cell viability by measuring the mitochondrial

activity of cells.

Assessment of apoptosis

HT-29 cells were plated at a density of 105 cells/well in six-well plates. After

overnight attachment, cells were treated with different reagents, including the

antiCD95/APO-1 monoclonal antibody (Southern Biotech, Birmingham, AL, USA) to

induce apoptosis, or vehicle control (DMSO, 0.2%), in triplicate, for 24 hr, followed by

washing with PBS, trypsinization, and centrifugation. For the assessment of cell

viability and both early and late-stage apoptosis, cells were stained with the Annexin-

V kit and the 7-AAD Kit (both from e-Biosciences, San Diego, CA, USA). Briefly, cells

were washed twice in cold PBS, resuspended in binding buffer (1×106 cells in 0.1

ml), and 10 µl of FITCconjugated Annexin-V and 20µL of 7-AAD were added. Cells

were incubated for 15 min in the dark, an additional 400µL of binding buffer were

added, and the cells were analyzed within 1 hour by flow cytometry. Acquisition was

performed on a FACSCalibur using the CellQuest Pro software (BD Biosciences, San

Jose, CA, USA), and quantitatively analyzed using the Winlist software program

(Verity Software House, Topsham, ME, USA). Each analysis was performed on at

least 30,000 events.

Statistical analysis

62

Statistical analyses were performed using the statistical software SPSS for

Windows (Version 10.1, SPSS Inc., 1989-1999, USA). Statistical differences among

the experimental groups were evaluated with the one-way ANOVA test in which pair

wise multiple comparisons were carried out using the Dunnett’s T3 test. The level of

significance was set at p<0.05.

Results

Expression and modulation of Hh pathway components in HT-29 cells To

investigate the role of Hh signaling in various biological functions of colonic

enterocytes, we used the HT-29 human colon carcinoma cell line under different

experimental conditions. Because there is limited information on the Hh pathway in

the intestinal epithelial cells, we initially assessed the expressions and modulation of

Hh components in HT-29 cells by quantitative real-time PCR analyses. Thus, we

analyzed the effect of directly stimulating or inhibiting the Hh pathway, and the

exposure to bacterial products (LPS), cytokine (IFN-.), and growth-factor (EGF), in

the gene expression of HT29 cells. Several genes directly involved in the Hh pathway

and others which possibly interact with Hh signaling were profiled (Fig. 1A). All genes

studied were expressed as fold changes in relation to the control group (arbitrarily

normalized to 1).

Ihh and Shh constitute Hh ligands that exist in both intracellular and secreted

forms, and are responsible for the paracrine signaling of the Hh pathway in the

intestine (23). Levels of Ihh and Shh mRNA significantly increased after exposure to

rShh-peptide or to the Hh agonist purmorphamine (P < 0.02), and decreased after

treating HT-29 cells with the Hh antagonist cyclopamine (P < 0.02) (Fig. 1B).

In regard to the downstream Gli zinc-finger transcription factors of the Hh

pathway, treatment with rShh-peptide or purmorphamine significantly increased the

HT-29 levels of Gli-1 and Gli-2 mRNA (P < 0.02), the main activators of Hh target

genes and indicators of the Hh pathway activation (24). Levels of Gli-1 mRNA also

increased after treatment with the short chain fatty acid butyrate (P < 0.04), but

decreased upon exposure to cyclopamine (P < 0.02) or EGF (P < 0.02). Levels of Gli-

3, which acts mainly as a repressor of the Hh pathway (10) did not change

significantly, irrespective of the stimuli (Fig. 1C).

63

Hh signaling is regulated by transmembrane receptors Patched (Ptch) and

Smoothened (Smo). To activate the pathway, Hh binds Ptch releasing the repression

of Ptch over Smo (25). Here, we observed that the expression of Ptch1 increased

upon exposure to rShh-peptide or purmorphamine (P < 0.02), but levels were

significantly lower after EGF (P < 0.02). Levels of Smo did not change significantly in

HT-29 cells independently of the treatment (Fig. 1D).

The expression of Wnt1, component of the Wnt signaling pathway which

antagonizes the Hh pathway and is overexpressed in most colon cancers,

significantly decreased after rShh-peptide, butyrate, or EGF (P < 0.02), while it

increased upon exposure to IFN-. (P < 0.04). The expression of HHIP, a target gene

and a powerful inhibitor of the Hh pathway at the same time (26), was also assessed.

HHIP expression significantly decreased after treatment with butyrate (P < 0.04) or

EGF (P < 0.02), and increased after purmorphamine (P < 0.02) (Fig. 1E).

Because bone morphogenetic proteins are targets of Hh signaling during

development (27), and are also known to contribute to the maintenance of the

intestinal stem cell niche (28), we investigated the possible expression of epithelial

Bmps in HT-29 cells. We assessed the levels of mRNA for BMP4, known to be

present in intestinal epithelial cells and a target of both Hh (29) and Wnt (11)

pathways, and BMP7, also expressed in the colon but to a lesser extent within the

epithelium (30). We observed that the expression of BMP4 and BMP7 significantly

decreased after the treatment with IFN-. (P < 0.04) or EGF (P < 0.02). The exposure

to cyclopamine alone significantly downregulated BMP4 and BMP7 (P < 0.02) and

their levels were restored with the addition of rShh-peptide, but not with

purmorphamine (P < 0.05) (Fig. 1F). None of the genes analyzed were affected by

the exposure of HT-29 cells to LPS.

Subcellular levels and distribution of Gli-1 and ß-catenin in HT-29 cells

To further confirm these findings, we next performed immunocytochemistry for

Gli1, with confocal microscopy detection and analysis. Gli-1 protein, transcription

factor of the Hh pathway was present in low levels in HT-29 cells, predominantly in

the cytosol.

64

When HT-29 cells were exposed to rShh-peptide, purmorphamine (Hh

agonist), or butyrate, levels of Gli-1 increased with a marked relative subcellular

distribution into the nucleus. An opposing effect was shown with the addition of the

Hh antagonist cyclopamine (Fig. 2A). Because Gli-1 is one of the indicators of the Hh

pathway activation, enhanced expression and nuclear translocation indicate that Hh

pathway is active and can be regulated in HT-29 cells. Considering that Hh signaling

is known to negatively regulate Wnt signaling in the colonic epithelium (11), we were

interested in studying possible interactions between Wnt signaling and the Hh

expression or activity in HT-29 cells. Confocal microscopy detected a constitutive

expression of ß -catenin, an integral component of the Wnt pathway, predominantly

in the nucleus of HT-29 cells. Exposure of these cells to rShh-peptide during 24

hours reduced the expression of ßcatenin and restricted it to its membrane-bound

form (Fig. 2B). Densitometric analysis of staining densities confirmed that levels of

Gli-1 were significantly higher after exposure to rShh-peptide, purmorphamine, or

butyrate, compared to vehicle (*P < 0.04) or cyclopamine (**P< 0.02) treated cells. In

regard to ß-catenin staining, densities became significantly lower after exposure to

rShh-peptide (▲P < 0.01) compared to vehicle or cyclopamine treated cells (Fig. 2C).

Thus, we conclude that Hh signaling negatively regulates Wnt signaling in HT-29

colon cancer cells in vitro.

Effect of Hh pathway on the inflammatory activity of HT-29 cells

To elucidate the functional effects of Hh pathway on HT-29 cells, we first

examined the concentration of cytokines in culture supernatants of HT-29 cells

measured by ELISA. HT-29 cells were cultured at 1×106/mL per well, and subjected

to different stimuli such as the exposure to rShh-peptide, purmorphamine, butyrate,

LPS, IFN-., EGF, with or without the addition of cyclopamine or DMSO (vehicle

control) for 24 hours.

Interleukin-8 (IL-8) and monocyte chemoattractant protein-1 (MCP-1) are

inflammatory mediators known to be produced by epithelial cells and to act mainly as

chemoattractant molecules to leukocytes (31). Therefore, we analyzed the effect of

directly stimulating or inhibiting the Hh pathway, and the exposure to LPS, IFN-., and

EGF in cytokine production by HT-29 cells.

65

The levels of IL-8 were significantly lower in HT-29 cells treated with either

rShhpeptide, purmorphamine, or butyrate compared to those treated with

cyclopamine (*P < 0.03) or LPS (**P < 0.04), respectively (Fig. 3A). MCP-1

production decreased significantly in cells treated with rShh-peptide, purmorphamine,

or butyrate compared to the ones exposed to LPS (*P < 0.05), IFN-. (**P < 0.02) or

EGF (***P < 0.04), respectively (Fig. 3B). Data are expressed as the mean ± SEM of

6 independent experiments.

Effect of Hh pathway on survival and proliferative activity of HT-29 cells

HT-29 cell viability was analyzed at different time points with different

treatments, using the MTT assay. Although no difference was found among HT-29

cell treatments in the first 24 hours, cell viability decreased significantly at 48 hours

when cells were exposed to cyclopamine (*P<0.04) (Fig. 4A).

For the purpose of analyzing changes in the proliferative activity of HT-29 cells

upon different treatments, the cellular incorporation of BrdU was measured at 48 and

72 hours. Although no significant difference among the treatment groups was

detected in the first 48 hours, we identified a tendency for increase in BrdU

incorporation in the cyclopamine treated cells. However, a significant decrease in

BrdU incorporation was found within the group of cyclopamine exposed HT-29 cells,

from 48 to 72 hours (**P<0.05). After 72 hours, BrdU incorporation was maintained in

vehicle-treated cells (DMSO), while it became significantly lower in all other treatment

groups (*P<0.05) (Fig. 4B). All data in both the MTT and the BrdU assays are

expressed as the mean ± SEM of 3 independent experiments each.

Effect of Hh pathway on CD95-mediated apoptosis in HT-29 cells

Flow cytometric demonstration of HT-29 apoptosis after 24 hours of exposure

to different stimuli, as assessed by annexin-V/7-AAD. Left lower quadrant indicates

double negative cells, while right lower quadrant indicates early apoptotic annexin-V-

positive cells, and the upper quadrants indicate late apoptotic or necrotic cells (Fig.

5A). Treatment with rShh-peptide, purmorphamine or butyrate significantly abrogates

the anti-CD95 (anti-Fas) induced apoptosis (*P < 0.01), which is partially restored by

66

the addition of cyclopamine (Fig. 5B). Data are expressed as the mean ± SEM of 3

independent experiments.

67

Discussion

In this study, we show that the epithelial HT-29 human colon carcinoma cell

line expresses Hh pathway components which can be modulated by different

exogenous stimuli. In addition, we demonstrate that the biological role of the Hh

pathway in HT-29 cells ranges from the control of cell survival to the regulation of

cytokine production. The Hh pathway has been broadly detected in fetal tissues and

cells, whereas in the adult gastrointestinal tract Hh elements have been

predominantly found in the epithelial lining under physiological conditions (11, 32).

Nevertheless, the Hh pathway seems to be reactivated in several cancers (14, 33), in

which the presence of Hh components suggests the participation of this pathway in

mechanisms regulating either cell proliferation or apoptosis (34). Therefore, we were

interested in investigating whether Hh signaling would play a role in the homeostatic

control of HT-29 cells survival and function.

HT-29 cells constitute an epithelial colonic cancer cell line that has been

utilized as a model for studying epithelial cells, and also cancer pathways and for the

development of new therapeutic approaches. In this study, we analyzed the baseline

levels and the potential modulation of Hh pathway components in HT-29 cells upon

exposure to different exogenous stimuli. The Hh signaling pathway has been shown

to actively participate in the initiation and progression of gastrointestinal tumors (13,

14, 21). Nevertheless, overexpression of Hh signaling molecules has also been

reported in colon cancer (20, 35). In the present study, the expression of Hh

components in HT-29 colon cancer cell line was demonstrated both at the mRNA and

protein levels.

The expression and modulation of a selection of Hh pathway-related genes

and other indirectly associated genes were investigated by quantitative real-time

PCR in HT-29 cells. We demonstrated the presence of Ihh, Shh, the main indicators

of the Hh pathway activation Gli-1 and Gli-2, and of Ptch1, and the ability to modulate

mRNA levels of those genes following treatment of HT-29 cells with the Hh

antagonist cyclopamine or the specific stimulation with rShh-peptide or the Hh

agonist purmorphamine. Similar to another study, we also observed Gli-1 mRNA

upregulation after treatment with the short chain fatty acid butyrate (11), while levels

68

decreased after inhibition with cyclopamine or exposure to EGF. EGF is a growth

factor known to be important for epithelial regeneration, activating pro-survival

pathways in intestinal epithelial cells (36). It is possible that Hh pathway would be

downregulated or overridden by an alternative nonoverlapping pathway coordinated

by signals delivered by EGF. Of note, exposure to bacterial products or inflammatory

cytokine, had minimal or no impact on the Hh pathway gene modulation in HT-29

cells. However, when investigating epithelial bone morphogenetic proteins (Bmps) we

observed a marked downregulation of BMP4 and BMP7 following Hh inhibition, but

the levels were restored with the addition of rShh peptide to HT-29 cell cultures.

Bmps are morphogens of the transforming growth factor ß superfamily, which were

shown to play a critical role in epithelial proliferation and terminal differentiation and

maturation of cells from the secretory lineage of the intestine (28). Moreover, Bmps

are known targets of the Hh pathway during development (27), and BMP4 and BMP7

were identified as potential mediators of the mesenchymal-epithelial interaction in

response to Hh signaling within the mouse intestine (29). Therefore, here we further

confirm the expression of Bmps and the modulation by Hh signaling in differentiated

human colonic HT-29 cells. Furthermore, we showed that BMP4 and BMP7 mRNA

levels reduced after exposure to IFN-., probably indicating a downregulation in

response to inflammatory signals. The expression of Wnt1, an antagonist of the Hh

pathway in epithelial cells markedly decreased after exposure to rShh-peptide and

butyrate, while it increased upon exposure to IFN-.. Components of the Wnt/ß-

catenin pathway are known to be overexpressed in most colon cancers and in HT-29

cells their presence supports a deregulated hyperproliferative status, which appears

to be counteracted by the Hh signaling casacade in a paracrine and autocrine

fashion (26). Response of HT-29 cells to IFN-. may indicate epigenetic modulation of

the Wnt pathway by proinflammatory stimuli, and may reflect a potential link between

inflammation and oncogenesis in colonic epithelial cells. Taken together, these

results appear to unveil a complex interaction of multiple genes and converging

signaling pathways involved in physiologic processes, but also in cancer and in

inflammation, which can be modulated by the Hh cascade in HT-29 cells.

In HT-29 cells, the baseline expression of Gli1 protein was low but consistently

increased both in the cytoplasm and nucleus, following exposure to Shh peptide, the

Hh agonist purmorphamine, and the short chain fatty acid butyrate, while levels

69

decreased and disappeared from the nucleus after treatment with cyclopamine. This

is in contrast with the high constitutive levels observed in gastric (15) and breast (37)

carcinomas, but still implies that Hh activation can be modulated by exogenous

stimuli in HT-29 cells. In parallel, we demonstrated a low constitutive expression of ß-

catenin, member of the Wnt pathway in HT-29 cells. Interestingly, we additionally

observed an opposing effect of the same exogenous stimuli on ß-catenin compared

to Gli-1, in terms of protein subcellular levels and distribution in HT-29 cells. It is well-

established that deregulation of the ßcatenin/Wnt pathway components leads to the

nuclear accumulation of ß-catenin and to tumor formation (38). However, ß -catenin

transactivation is not exclusively related to activating mutations of the Wnt pathway

components (39), and it was also shown to be induced by proinflammatory signals

(40). In accordance to a previous study suggesting the existence of interactions

between Wnt signaling and Hh activity in the colonic epithelium (11), here we confirm

the idea that Hh signaling negatively regulates the Wnt pathway in HT-29 cells. In

particular, exposure to cyclopamine resulted in the nuclear accumulation, while Hh

activation led to ß-catenin reduction and to a predominant peripheral cytoplasmic

localization. These findings seem to indicate that Hh induction in epithelial cells at the

villous surface would probably exert a negative feedback upon Wnt signaling in the

basal cells of the crypt, therefore protecting terminally differentiated cells from the

proliferative action of Wnt (41).

In addition to comprise a surface for absorption and a mechanical barrier

separating the external environment from the internal milieu, colonic epithelial cells

are also involved in inflammatory processes, and have been reported to be a source

of chemokines (42, 43). Chemokines are well-established mediators in inflammation,

but they also have been reported to direct chemotactic attraction of migrating or

invading malignant cells toward the blood vessels (44), and to control migration of

metastatic cells to distant organs (45). In this study, we demonstrated that the levels

of IL-8, a potent neutrophil chemotactic and activating agent of the CXC subfamily of

chemokines (31), decreased following Hh pathway activation, in contrast to Hh

blockade or to LPS induction. Similarly, MCP-1, of the CC subfamily with chemotactic

activity to monocytes and other immune cells (46), decreased following Hh activation,

in opposition to effects of LPS, IFN-., or EGF. Our findings appear to corroborate the

importance of colonic epithelial cells in the response to infection or injury (47), and to

70

signals from lamina propria immune cells (48). The resultant chemokine secretion

from epithelial cells probably constitutes an early signal in immune and inflammatory

reactions, and may represent a connection between innate and adaptive immune

responses within the gut. In conjunction, these data suggest that Hh modulation of

chemokine generation by epithelial cells might also affect the severity and the

metastatic potential of colorectal cancer.

The intestinal epithelium undergoes a continuous cellular turnover involving

intestinal epithelial stem cells proliferation, differentiation, and cell death, in a process

that requires modulation by a complex microenvironment (49). In this regard,

signaling cascades, including Wnt and Hh signaling pathways which regulate normal

stem cell renewal, are likely to be implicated in carcinogenesis as well (6, 9, 26).

Nevertheless, in the context of Hh signaling data on colorectal cancer (14, 19, 33),

and cancer cell lines (11, 17, 22) have been controversial. It has been proposed that

these discrepancies might be, at least in part, due to distinct methodologies, analysis

of unparalleled pathological samples, and also the consequences of epigenetic

modifications to gene expression. In this study, we identified an early tendency

toward BrdU incorporation, followed by a late consistent decrease in BrdU uptake

after Hh inhibition. In a complementary experiment, we demonstrated the reduction in

HT-29 cells viability also following Hh pathway inhibition with cyclopamine, in

accordance to a previous study (50). To further understand the mechanistic link

between Hh pathway and the fate of HT-29 cells, we stimulated cells via the

Fas/FasL system in order to mediate cell death by apoptosis. Similar to other studies

(35), we demonstrated that Hh agonists are able to abrogate apoptosis in a human

colon cancer cell line. Therefore, in contrast to another study (21), we propose that

Hh signaling may not be critical for the proliferation of colon cancer cells with high

differentiation status such as HT-29. Nevertheless, viability was shown to be

dependent on the Hh pathway, further supporting the concept that active Hh

signaling in the colonic epithelium might be involved in cell differentiation and also

the protection against apoptosis.

In conclusion, we show that the Hh pathway is a key controller of colonic

epithelial cell function, as demonstrated by its effect in promoting dampening of

inflammatory signals and antagonizing apoptosis. The Hh activity in colonic epithelial

cells has probable homeostatic implications for the development of colonic

71

inflammation and malignancies, since the differential expression of Hh components

may underlie abnormalities in the local immune response and in epithelial barrier

integrity. Taken together, these results highlight the importance of Hh activation as a

potential therapeutic target in inflammatory bowel disease and colorectal cancer.

72

Acknowledgements

The authors acknowledge the technical assistance of Alyson do Rosario Jr.

Grant support

This work was supported by grants from the Brazilian Research Council

(CNPq) and the FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de

Janeiro).

73

References

1. de Santa Barbara P, van den Brink GR, Roberts DJ. Development and

differentiation of the intestinal epithelium. Cell Mol Life Sci 2003;60:1322-32.

2. Sansonetti PJ. War and peace at mucosal surfaces. Nat Rev Immunol

2004;4:953-64.

3. van den Brink GR, Hardwick JC. Hedgehog Wnteraction in colorectal

cancer. Gut 2006;55:912-4.

4. Cho JH. The genetics and immunopathogenesis of inflammatory bowel

disease. Nat Rev Immunol 2008;8:458-66.

5. Yu M, Gipp J, Yoon JW, Iannaccone P, Walterhouse D, Bushman W. Sonic

hedgehog-responsive genes in the fetal prostate. J Biol Chem 2009;284:5620-9.

6. Kasper M, Regl G, Frischauf AM, Aberger F. GLI transcription factors:

mediators of oncogenic Hedgehog signalling. Eur J Cancer 2006;42:437-45.

7. Lum L, Beachy PA. The Hedgehog response network: sensors, switches,

and routers. Science 2004;304:1755-9.

8. Hooper JE, Scott MP. Communicating with Hedgehogs. Nat Rev Mol Cell

Biol 2005;6:306-17.

9. Ruiz I Altaba A, Mas C, Stecca B. The Gli code: an information nexus

regulating cell fate, stemness and cancer. Trends Cell Biol 2007;17:438-47.

10. Katoh Y, Katoh M. Hedgehog target genes: mechanisms of carcinogenesis

induced by aberrant hedgehog signaling activation. Curr Mol Med 2009;9:873-86.

11. van den Brink GR, Bleuming SA, Hardwick JC, Schepman BL, Offerhaus

GJ, Keller JJ, Nielsen C, Gaffield W, van Deventer SJ, Roberts DJ, Peppelenbosch

MP. Indian Hedgehog is an antagonist of Wnt signaling in colonic epithelial cell

differentiation. Nat Genet 2004;36:277-82.

12. Alinger B, Kiesslich T, Datz C, Aberger F, Strasser F, Berr F, Dietze O,

Kaserer K, Hauser-Kronberger C. Hedgehog signaling is involved in differentiation of

normal colonic tissue rather than in tumor proliferation. Virchows Arch 2009;454:369-

79.

13. Katoh Y, Katoh M. WNT antagonist, SFRP1, is Hedgehog signaling target.

Int J Mol Med 2006;17:171-5.

74

14. Berman DM, Karhadkar SS, Maitra A, Montes De Oca R, Gerstenblith MR,

Briggs K, Parker AR, Shimada Y, Eshleman JR, Watkins DN, Beachy PA.

Widespread requirement for Hedgehog ligand stimulation in growth of digestive tract

tumours. Nature 2003;425:846-51.

15. Ohta M, Tateishi K, Kanai F, Watabe H, Kondo S, Guleng B, Tanaka Y,

Asaoka Y, Jazag A, Imamura J, Ijichi H, Ikenoue T, Sata M, Miyagishi M, Taira K,

Tada M, Kawabe T, Omata M. p53-Independent negative regulation of p21/cyclin-

dependent kinase-interacting protein 1 by the sonic hedgehog-glioma-associated

oncogene 1 pathway in gastric carcinoma cells. Cancer Res 2005;65:10822-9.

16. Bienz M, Clevers H. Linking colorectal cancer to Wnt signaling. Cell

2000;103:31120.

17. Varnat F, Duquet A, Malerba M, Zbinden M, Mas C, Gervaz P, Ruiz i

Altaba A. Human colon cancer epithelial cells harbour active HEDGEHOG-GLI

signalling that is essential for tumour growth, recurrence, metastasis and stem cell

survival and expansion. EMBO Mol Med 2009;1:338-51.

18. Bian YH, Huang SH, Yang L, Ma XL, Xie JW, Zhang HW. Sonic

hedgehog-Gli1 pathway in colorectal adenocarcinomas. World J Gastroenterol

2007;13:1659-65.

19. Yoshikawa K, Shimada M, Miyamoto H, Higashijima J, Miyatani T,

Nishioka M, Kurita N, Iwata T, Uehara H. Sonic hedgehog relates to colorectal

carcinogenesis. J Gastroenterol 2009;44:1113-7.

20. You S, Zhou J, Chen S, Zhou P, Lv J, Han X, Sun Y. PTCH1, a receptor of

Hedgehog signaling pathway, is correlated with metastatic potential of colorectal

cancer. Ups J Med Sci;115:169-75.

21. Douard R, Moutereau S, Pernet P, Chimingqi M, Allory Y, Manivet P, Conti

M, Vaubourdolle M, Cugnenc PH, Loric S. Sonic Hedgehog-dependent proliferation

in a series of patients with colorectal cancer. Surgery 2006;139:665-70.

22. Chatel G, Ganeff C, Boussif N, Delacroix L, Briquet A, Nolens G, Winkler

R. Hedgehog signaling pathway is inactive in colorectal cancer cell lines. Int J Cancer

2007;121:2622-7.

23. Kolterud A, Grosse AS, Zacharias WJ, Walton KD, Kretovich KE, Madison

BB, Waghray M, Ferris JE, Hu C, Merchant JL, Dlugosz AA, Kottmann AH, Gumucio

75

DL. Paracrine Hedgehog signaling in stomach and intestine: new roles for hedgehog

in gastrointestinal patterning. Gastroenterology 2009;137:618-28.

24. Bai J, Montell D. Eyes absent, a key repressor of polar cell fate during

Drosophila oogenesis. Development 2002;129:5377-88.

25. Kalderon D. Transducing the hedgehog signal. Cell 2000;103:371-4.

26. Madison BB, Braunstein K, Kuizon E, Portman K, Qiao XT, Gumucio DL.

Epithelial hedgehog signals pattern the intestinal crypt-villus axis. Development

2005;132:279-89.

27. Bitgood MJ, McMahon AP. Hedgehog and Bmp genes are coexpressed at

many diverse sites of cell-cell interaction in the mouse embryo. Dev Biol

1995;172:126-38.

28. Auclair BA, Benoit YD, Rivard N, Mishina Y, Perreault N. Bone

morphogenetic protein signaling is essential for terminal differentiation of the

intestinal secretory cell lineage. Gastroenterology 2007;133:887-96.

29. van Dop WA, Uhmann A, Wijgerde M, Sleddens-Linkels E, Heijmans J,

Offerhaus GJ, van den Bergh Weerman MA, Boeckxstaens GE, Hommes DW,

Hardwick JC, Hahn H, van den Brink GR. Depletion of the colonic epithelial precursor

cell compartment upon conditional activation of the hedgehog pathway.

Gastroenterology 2009;136:2195-203.

30. Kosinski C, Li VS, Chan AS, Zhang J, Ho C, Tsui WY, Chan TL, Mifflin RC,

Powell DW, Yuen ST, Leung SY, Chen X. Gene expression patterns of human colon

tops and basal crypts and BMP antagonists as intestinal stem cell niche factors. Proc

Natl Acad Sci U S A 2007;104:15418-23.

31. Schall TJ, Bacon KB. Chemokines, leukocyte trafficking, and inflammation.

Curr Opin Immunol 1994;6:865-73.

32. Lees C, Howie S, Sartor RB, Satsangi J. The hedgehog signalling pathway

in the gastrointestinal tract: implications for development, homeostasis, and disease.

Gastroenterology 2005;129:1696-710.

33. Oniscu A, James RM, Morris RG, Bader S, Malcomson RD, Harrison DJ.

Expression of Sonic hedgehog pathway genes is altered in colonic neoplasia. J

Pathol 2004;203:909-17.

76

34. Kobune M, Takimoto R, Murase K, Iyama S, Sato T, Kikuchi S, Kawano Y,

Miyanishi K, Sato Y, Niitsu Y, Kato J. Drug resistance is dramatically restored by

hedgehog inhibitors in CD34+ leukemic cells. Cancer Sci 2009;100:948-55.

35. Qualtrough D, Buda A, Gaffield W, Williams AC, Paraskeva C. Hedgehog

signalling in colorectal tumour cells: induction of apoptosis with cyclopamine

treatment. Int J Cancer 2004;110:831-7.

36. Terzic J, Grivennikov S, Karin E, Karin M. Inflammation and colon cancer.

Gastroenterology 2010;138:2101-14.

37. Kubo M, Nakamura M, Tasaki A, Yamanaka N, Nakashima H, Nomura M,

Kuroki S, Katano M. Hedgehog signaling pathway is a new therapeutic target for

patients with breast cancer. Cancer Res 2004;64:6071-4.

38. Kolligs FT, Bommer G, Goke B. Wnt/beta-catenin/tcf signaling: a critical

pathway in gastrointestinal tumorigenesis. Digestion 2002;66:131-44.

39. Lu Z, Hunter T. Wnt-independent beta-catenin transactivation in tumor

development. Cell Cycle 2004;3:571-3.

40. Oguma K, Oshima H, Aoki M, Uchio R, Naka K, Nakamura S, Hirao A,

Saya H, Taketo MM, Oshima M. Activated macrophages promote Wnt signalling

through tumour necrosis factor-alpha in gastric tumour cells. EMBO J 2008;27:1671-

81.

41. Katoh Y, Katoh M. Hedgehog signaling pathway and gastrointestinal stem

cell signaling network (review). Int J Mol Med 2006;18:1019-23.

42. Jung HC, Eckmann L, Yang SK, Panja A, Fierer J, Morzycka-Wroblewska

E, Kagnoff MF. A distinct array of proinflammatory cytokines is expressed in human

colon epithelial cells in response to bacterial invasion. J Clin Invest 1995;95:55-65.

43. Mazzucchelli L, Hauser C, Zgraggen K, Wagner HE, Hess MW, Laissue

JA, Mueller C. Differential in situ expression of the genes encoding the chemokines

MCP-1 and RANTES in human inflammatory bowel disease. J Pathol 1996;178:201-

6.

44. Yu T, Wu Y, Helman JI, Wen Y, Wang C, Li L. CXCR4 promotes oral

squamous cell carcinoma migration and invasion through inducing expression of

MMP-9 and MMP-13 via the ERK signaling pathway. Mol Cancer Res 2011;9:161-72.

77

45. Lu X, Kang Y. Chemokine (C-C motif) ligand 2 engages CCR2+ stromal

cells of monocytic origin to promote breast cancer metastasis to lung and bone. J Biol

Chem 2009;284:29087-96.

46. Rollins BJ. Chemokines. Blood 1997;90:909-28.

47. Gewirtz AT, McCormick B, Neish AS, Petasis NA, Gronert K, Serhan CN,

Madara JL. Pathogen-induced chemokine secretion from model intestinal epithelium

is inhibited by lipoxin A4 analogs. J Clin Invest 1998;101:1860-9.

48. Kagnoff MF, Eckmann L. Epithelial cells as sensors for microbial infection.

J Clin Invest 1997;100:6-10.

49. Walker RA, Martin CV. The aged breast. J Pathol 2007;211:232-40.

50. Mazumdar T, DeVecchio J, Shi T, Jones J, Agyeman A, Houghton JA.

Hedgehog signaling drives cellular survival in human colon carcinoma cells. Cancer

Res 2011;71:1092-102.

78

Figure Legends

Figure 1. Gene modulation in HT-29 cells upon exposure to different stimuli.

Heat map representation of gene expression determined by RT-qPCR. HT-29 cells

were treated with Shh (Sonic Hedgehog), Purm (purmorphamine), But (butyrate),

LPS, IFN-., EGF, with or without the addition of cyclopamine (Cyc), or DMSO

(vehicle) for 24 hours (A). Histograms of individual gene expression fold changes in

HT-29 cells: IHH and SHH (B); GLI1, GLI2 and GLI3 (C); SMO and PTCH1 (D); HHIP

and WNT1 (E); and BMP4 and BMP7 (F). The graphs use the same samples as in

(A). Values represent the means ± SEM of three independent experiments and are

normalized to the GAPDH RNA gene. Significant changes in relation to the control

group are highlighted.

79

Figure 2. Distribution and levels of Gli-1 and ß -catenin in HT-29 cells.

Confocal microscopy of cytospin preparations showing the relative nuclear and

cytoplasmic distribution and levels of Gli-1 (A) and ß-catenin (B) in HT-29 cells

exposed to different stimuli for 24 hours. Analysis of protein staining densities confirm

that Gli-1 significantly increases after treatment with Shh (Sonic Hedgehog), Purm

(purmorphamine), or But (butyrate), compared to cells treated with DMSO (vehicle)

(*P < 0.04), or Cyc (cyclopamine) (**P<0.02). Density of ß-catenin significantly

decreases upon treatment with Shh (.▲P<0.01) compared to either DMSO or Cyc

(C). Nuclei are stained with DAPI (blue). Micrograph panel is representative of 3-4

experiments for each condition (Original magnification ×1000).

80

Figure 3. Production of cytokines by HT-29 cell cultures upon exposure to

different stimuli. Concentration of cytokines in supernatants of 24 hour cultures of HT-

29 cells measured by ELISA. Histograms show the levels of IL-8 (A) and MCP-1 (B),

under various conditions: treatment with Shh (Sonic Hedgehog), Purm

(purmorphamine), Butyrate, LPS, IFN-., EGF, with or without the addition of

cyclopamine, or DMSO (vehicle control) for 24 hours. IL-8 levels are significantly

lower in cells treated with either Shh, purmorphamine, or butyrate compared to those

treated with cyclopamine (*P<0.03), or LPS (**P<0.04), respectively (A). MCP-1

levels are significantly lower in cells treated with either Shh, purmorphamine, or

butyrate compared to the ones treated with LPS (*P<0.05) IFN-. (**P<0.02), or EGF

(***P<0.04), respectively (B). Data are expressed as the mean ± SEM of 6

independent experiments.

81

Figure 4. Survival and proliferative activity of HT-29 cells upon exposure to

different stimuli. HT-29 cell viability was analyzed at different time points with different

treatments, using the MTT assay. When HT-29 cells were exposed to cyclopamine,

cell viability decreased significantly comparing 48 with 24 hours (*P<0.04) (A). For

the purpose of analyzing changes in the proliferative activity of HT-29 cells upon

different treatments, the cellular incorporation of BrdU was measured at 48 and 72

hours. After 72 hours, BrdU incorporation was maintained in vehicle-treated cells

(DMSO), while it significantly decreased in all other treatment groups (*P<0.05).

Within the group of cyclopamine exposed HT-29 cells, BrdU incorporation decreased

significantly from 48 to 72 hours (**P<0.05) (B). Data are expressed as the mean ±

SEM of 3 independent experiments.

82

Figure 5. Relationship between apoptosis and the activity of Hedgehog

pathway in HT-29 cells. Flow cytometric demonstration of HT-29 apoptosis after 24

hours of exposure to different stimuli, as assessed by annexin-V/7-AAD. Left lower

quadrant indicates double negative cells while right lower quadrant indicates

annexin-V-positive cells (A). Treatment with Shh, purmorphamine or butyrate

significantly abrogates the anti-CD95 induced apoptosis (*P<0.01), which is partially

restored by the addition of cyclopamine (B) Data are expressed as the mean ± SEM

of 3 independent experiments.