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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO JOSÉ ADALBERTO DE SOUZA FÉLIX ANÁLISE DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS NA MODALIDADE COMPRA DOAÇÃO SIMULTÂNEA, EXECUTADO PELA EMATER NO RIO GRANDE DO NORTE (2015-2017) NATAL 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

JOSÉ ADALBERTO DE SOUZA FÉLIX

ANÁLISE DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS NA MODALIDADE

COMPRA DOAÇÃO SIMULTÂNEA, EXECUTADO PELA EMATER NO RIO

GRANDE DO NORTE (2015-2017)

NATAL

2017

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JOSÉ ADALBERTO DE SOUZA FÉLIX

ANÁLISE DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS NA MODALIDADE

COMPRA DOAÇÃO SIMULTÂNEA, EXECUTADO PELA EMATER NO RIO

GRANDE DO NORTE (2015-2017)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do Curso de Administração da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientadora: Profª. Pamela de Medeiros Brandão, D. Sc.

NATAL

2017

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JOSÉ ADALBERTO DE SOUZA FÉLIX

ANÁLISE DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS NA MODALIDADE

COMPRA DOAÇÃO SIMULTÂNEA, EXECUTADO PELA EMATER NO RIO

GRANDE DO NORTE (2015-2017)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do Curso de Administração da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovado em: 12 de dezembro de 2017

_______________________________________________________________

Pamela de Medeiros Brandão, Dra. – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientadora

_______________________________________________________________

Juarez de Azevedo Paiva, Me. – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro

_______________________________________________________________

Bruno Luan Dantas Cardoso, Me. – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro

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Dedico este trabalho à minha família que sempre me apoiaram,

deram confiança e me ajudaram a superar as dificuldades.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, em primeiro lugar, а Deus, por ter me dado à vida, sabedoria e forças nos

momentos difíceis durante essa caminhada.

Agradeço ao meu pai José Ailton Bezerra Félix e a minha mãe Ana Maria de Souza Araújo, e

aos meus irmãos que não mediram esforços e que sempre deram o melhor de si, pensando no

meu futuro.

A professora Pamela orientadora por toda sua atenção, dedicação e esforço que tornaram

possível para elaboração dessa pesquisa.

A todos os professores do curso de Administração da UFRN, que foram tão importantes na

minha vida acadêmica e por proporcionarem a transmissão do conhecimento que foram

essenciais para meu crescimento profissional e pessoal.

Aos amigos e colegas do curso, pelo incentivo e pelo apoio constante.

Enfim, agradeço a todos aqueles que sempre acreditaram em mim e contribuíram para a

realização desta pesquisa.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o

desejo de vencer!”

Mahatma Gandhi

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RESUMO

Esse trabalho analisa o Programa de Aquisição de Alimentos, na modalidade Compra Doação

Simultânea, gerenciada pela EMATER no Rio Grande do Norte, no período de 2015 a 2017.

Para tanto, apresenta o contexto da execução desse programa no estado, identificando os

atores envolvidos e apresentando uma classificação dos produtos adquiridos e doados no PAA

- CDS e as unidades recebedoras (entidades). Verificando os recursos utilizados, e traçando o

perfil dos seus beneficiários fornecedores e consumidores. Trata-se de um estudo

exploratório-descritivo, com abordagem quanti-qualitativa que adotou o estudo de caso como

estratégia de pesquisa. A partir da pesquisa realizada, através de levantamento documental e

observação participante, verificou-se que esse programa vem sendo executado de modo

satisfatório, por meio de uma gestão comprometida com os objetivos do programa e com a

execução das metas estabelecidas. Essa pesquisa permitiu apontar os limites de execução do

programa, e assim delinear os principais desafios que precisam ser enfrentados pela EMATER

para fortalecer o PAA-CDS no RN.

Palavras-Chaves: Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); Compra Doação Simultânea

(CDS); EMATER.

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ABSTRACT

This work analyzes the Food Acquisition Program, in the Simultaneous Buy Donation

modality, managed by EMATER in Rio Grande do Norte, in the period from 2015 to 2017.

To this end, it presents the context of the execution of this program in the state, identifying

the actors involved and presenting a classification of the products purchased and donated in

PAA - CDS and the recipient units (entities). Verifying the resources used, and outlining the

profile of its suppliers and consumers. It is an exploratory-descriptive study, with

quantitative-qualitative approach that adopted the case study as a research strategy. Based on

the research carried out, through a documentary survey and participant observation, it was

verified that this program has been performed in a satisfactory way, through a management

committed to the objectives of the program and to the achievement of the established goals.

This research allowed to indicate the limits of program execution, and thus to outline the main

challenges that need to be faced by EMATER to strengthen the PAA-CDS in the RN.

Key Words: Food Acquisition Program (PAA); Buy Simultaneous Donation (CDS);

EMATER.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 01 – Resumo das modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos...................23

Figura 01 – Divisão Administrativa em Regionais EMATER-RN.........................................27

Figura 02 – Central de distribuição de Santa Cruz/RN............................................................30

Gráfico 01 – Número de entidades beneficiadas entre 2015 a 2017........................................32

Gráfico 02 – Identificação de entidades do ano de 2015..........................................................33

Gráfico 03 – Identificação das entidades do ano de 2016........................................................33

Gráfico 04 – Identificação das entidades do ano de 2017........................................................34

Gráfico 05 – Distribuição de alimentos doados no período de 2015 a 2017...........................36

Quadro 02 – Classificação dos produtos.................................................................................36

Gráfico 06 – Classificação dos produtos..................................................................................37

Quadro 03 – Composição da equipe compra doação simultânea............................................38

Gráfico 07 – Recursos financeiros – aquisição de produtos 2015 a 2017...............................38

Figura 03 – Beneficiário fornecedor – Lucrécia RN................................................................40

Gráfico 08 – Número de beneficiários fornecedores no Rio Grande do Norte de 2015 a

2017...........................................................................................................................................40

Gráfico 09 – Número de municípios participantes do PAA no ano de 2015 a 2017...............41

Gráfico 10 – Número de beneficiários fornecedores por gênero de 2015 a 2017....................42

Figura 04 – Beneficiários Consumidores de – Lucrécia/RN...................................................43

Gráfico 11 – Beneficiários consumidores de 2015 a 2017......................................................43

Gráfico 12- Número de beneficiários consumidores por gênero de 2015 a 2017................... 44

Quadro 04 – Limites e Desafios no processo de execução do PPA........................................46

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LISTA DE SIGLAS

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais

ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural

CDS – Compra Doação Simultânea

CERES – Sistema de informação e gerenciamento do campo

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento

CPR – Cédula de Produto Rural

CRAS – Centro de Referência de Assistência Social

CREAS – Centro de Referência Especializado em Assistência Social

EMATER-RN – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte

FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário

MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e combate à fome

MDSA – Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário

MDSA – Ministério do Desenvolvimento Social e Agrícola

ONU – Organização das Nações Unidas

PAA – Programa de Aquisição Familiar

PFZ – Programa Fome Zero

PGPAF – Programa de garantia de Preços da Agricultura Familiar

PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

SAPE – Secretária de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca

SEAF – Seguro da Agricultura Familiar

SESAN – Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

SISAN – Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

SUAS – Sistema Único de Assistência Social

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SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................... 13

2 POLITICAS PÚBLICAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E SEGURANÇA

ALIMENTAR NO BRASIL .................................................................................................. 17

3 AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PAA NA MODALIDADE COMPRA DOAÇÃO

SIMULTÂNEA: O CASO DO RIO GRANDE DO NORTE ............................................. 26

3.1 A EMATER/RN E O PAA NA MODALIDADE COMPRA DOAÇÃO SIMUTÊNEA .. 26

3.2 ATORES ENVOLVIDOS NO PAA NA MODALIDADE CDS GERENCIADO PELA

EMATER .................................................................................................................................. 29

3.2.1 UNIDADE GESTORA ................................................................................................... 29

3.2.2 UNIDADE EXECUTORA .............................................................................................. 29

3.2.3 CENTRAL DE RECEBIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS .................... 29

3.2.4 REDE SOCIOASSISTENCIAL ...................................................................................... 31

3.2.5 UNIDADES RECEPTORAS E BENECIFIÁRIOS ........................................................ 31

3.3 IDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES RECEBEDORAS (ENTIDADES) QUE

PARTICIPARAM DO PAA – CDS ......................................................................................... 32

3.4 IDENTIFICAÇDOS PRODUTOS DOADOS NO PAA – CDS ........................................ 34

3.5 RECURSOS UTILIZADOS ............................................................................................... 37

3.6 PERFIL DOS BENEFICIÁRIOS FORNECEDORES E CONSUMIDORES .................. 39

3.6.1 BENEFICIÁRIOS FORNECEDORES ........................................................................... 39

3.6.2 BENEFICIÁRIOS CONSUMIDORES ........................................................................... 42

3.7 LIMITES E DESAFIOS ..................................................................................................... 45

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 47

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 49

ANEXO A ................................................................................................................................ 52

ANEXO B ................................................................................................................................56

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1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

No Brasil, historicamente, a agricultura se constituiu como um segmento

importante para o desenvolvimento econômico brasileiro (CASTRO, 2015). No entanto, o

papel da agricultura familiar por anos foi restringido apenas à produção de alimentos básicos

de subsistência (BUAINAIN, 2006). Essa desvalorização, do ponto de vista especialmente

econômico resultou, numa baixa atuação governamental para a promoção e fomento de suas

atividades. Tem-se, por exemplo, que até a década de 1990 o Estado não havia elaborado

políticas públicas específicas para a agricultura familiar (WANDERLEY, 1995).

Em fase desse reconhecimento, o governo brasileiro criou o Programa Nacional

de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) em 1996. A criação deste programa

representou o reconhecimento e a legitimação por parte do Estado, em relação às

especificidades de uma nova categoria social que até então era designada por termos como

pequenos produtores, produtores familiares, produtores de baixa renda ou agricultores de

subsistência (MATTEI, 2007).

O relatório das Nações Unidas destacou o protagonismo do Brasil no combate à

fome (FAO, 2015), segundo este documento, o Brasil teve uma redução das taxas entre as

décadas de 1990 e 2000, com o total de pessoas subnutridas passando de 22,6 milhões para

19,9 milhões pessoas em situação de fome ou subalimentação. A redução mais significativa

veio em 2012, quando o país alcançou as duas metas da Organização das Nações Unidas

(ONU) de redução das taxas de fome: quando se cortou pela metade o número de pessoas

passando fome e reduziu esse número para menos de 5% da população (FAO, 2015).

Nessa perspectiva, no ano de 2014, o País registrou uma queda de 82,1% de

subalimentados entre 2002 e 2014, sendo retirado do Mapa da Fome1 da agência da ONU.

Essa redução foi resultado da adoção de políticas sociais para o enfrentamento da fome

(BELIK, SILVA, TAKAGI, 2001), entre as quais se destaca as políticas de agricultura

familiar, considerando que a agricultura familiar passou a ser reconhecida também como uma

alternativa para promover a segurança alimentar e nutricional.

Um desses programas é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado

com a Lei nº 10.696, de 02 de julho de 2003. O PAA, política relacionada à geração de renda

e também ligada à problemática da insegurança alimentar e nutricional, surgiu com o objetivo

1 Em 2017, o Brasil retornou ao Mapa da Fome sendo um dos principais motivos cortes de recursos destinados

aos programas de combate à fome, entre eles o PAA.

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de garantir a comercialização dos produtos da agricultura Familiar, através do

estabelecimento de preços mínimos e garantia de compra dos produtos, tendo em vista esses

agricultores ter um papel fundamental na produção de alimentos em nosso país.

Esse programa é voltado para agricultores familiares, bem como agricultores,

pescadores artesanais, silvicultores, extrativistas, indígenas, membros de comunidades

remanescentes de quilombos e agricultores assentados, enquadrados no PRONAF

(CYNTRÃO, 2008).

O PAA é executado por meio de seis modalidades: Compra Direta, Apoio à

Formação de Estoques, Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite, Compra Institucional e

Aquisição de Sementes e a Compra com Doação Simultânea, objeto desse estudo, que de

acordo com o (MDS 2014), refere-se à compra de alimentos diversos e doação simultânea às

entidades da rede socioassistencial, aos equipamentos públicos de alimentação e nutrição e,

em condições específicas definidas pelo Grupo Gestor do Programa de Aquisição de

Alimentos - GGPAA, à rede pública e filantrópica de ensino, com o objetivo de atender

demandas locais de suplementação alimentar de pessoas em situação de insegurança alimentar

e nutricional.

Ressalta-se que esse programa assumiu uma importância em todo território

nacional e em especial no nordeste brasileiro, uma das regiões mais prejudicadas com relação

aos aspectos climáticos como ausência de chuvas, terras em processo de desertificação, solos

inférteis, dentre outros. As diversas políticas públicas do Governo Federal se mostram muito

importantes nesse aspecto, pois visam minimizar os impactos causados pela estiagem e

identificar a população carente priorizando o atendimento da mesma.

Dentre os estados nordestinos, destaca-se para efeito desse trabalho, o Rio Grande

do Norte, no estado a do PAA é realizado pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão

Rural do Rio Grande do Norte - EMATER-RN e também pela Companhia Nacional de

Abastecimento (CONAB). Vale ressaltar que o Programa na modalidade Compra com

Doação Simultânea é executado através da EMATER em parceria com o Ministério do

Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA).

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Diante desse contexto, o presente estudo partiu do seguinte problema de pesquisa:

“Como tem sido executado o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, na

modalidade Compra Doação Simultânea, pela EMATER no Rio Grande do Norte?”

Com vista a responder essa pergunta, esse estudo objetiva analisar o Programa de

Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade Compra Doação Simultânea, gerenciada pela

EMATER no Rio Grande do Norte, no período de 2015 a 2017. Para tanto, desenvolveu os

seguintes objetivos específicos: a) Contextualizar a execução do PAA no Rio Grande do

Norte na modalidade Compra Doação Simultânea gerenciada pela EMATER; b) Identificar os

atores envolvidos no PAA na modalidade CDS; c) Identificar os produtos doados no PAA -

CDS e as unidades recebedoras (entidades); d) Verificar os recursos utilizados para a

operacionalização do Programa; e) Traçar o perfil dos beneficiários fornecedores e

consumidores; e, f) Apontar os limites e desafios para o fortalecimento do PAA-CDS.

Esses objetivos se justificam perante a relevância da temática da agricultura

familiar especialmente no contexto brasileiro em fase da criação e desenvolvimento do PAA.

O PAA tem sido pesquisado por estudiosos de diferentes campos do saber, com destaque para

a área de administração e da administração pública.

Os estudos sobre esse programa têm sido realizados numa perspectiva de análise e

avaliação seja de concepção, implementação (CRUZ, 2016) e resultados como o de

(DELGADO; CONCEIÇÃO; OLIVEIRA, 2005). Inclusive sendo objeto de avaliação

realizada também por organizações governamentais como o Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (IPEA), sob encomenda do governo federal.

Além disso, a visibilidade dessa temática na esfera acadêmica se evidencia pela

importância que, esse programa tem atingido na agenda governamental brasileira quer seja

relacionado à política agrícola ou a política de segurança alimentar e nutricional. De tal modo

que a realização desse estudo caminha na mesma direção de outros estudos brasileiros, em

nível de graduação e pós-graduação, podendo contribuir para avançar na compreensão sobre o

funcionamento do PAA no Rio Grande do Norte.

O PAA no Rio Grande do Norte na modalidade Compra Doação Simultânea tem

sido estudado, mas o estudo identificado refere-se à gestão da CONAB (ARAÚJO, 2012),

sendo importante estudar o programa com informações da EMATER-RN que também executa

o programa no estado.

Para além da relevância teórica demonstrada, a realização dessa pesquisa justifica-

se perante as possibilidades de contribuições empíricas. Os resultados do estudo apresentam

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potencialidade de contribuir com a gestão do programa pela EMATER no Estado do Rio

Grande do Norte, na medida em que fornecerá informações úteis para fins de planejamento e

desenvolvimento de ações por parte da instituição.

Cabe ressaltar que a escolha dessa temática se deu pela atuação profissional na

EMATER-RN instituição pesquisada, na qualidade de bolsista, onde se teve a oportunidade

de acompanhar as ações do PAA nos municípios potiguares, bem como a operacionalização

do programa, facilitando tanto ao acesso aos dados secundários utilizados na pesquisa como

especialmente uma observação mais próxima de todo o processo.

A presente pesquisa é do tipo exploratória-descritiva, com abordagem quanti-

qualitativa. Quanto à estratégia da pesquisa pode ser classificada como um estudo de caso.

Como abrangência de estudo utilizamos o PAA, na modalidade Compra Doação Simultânea,

gerenciada pela EMATER no Rio Grande do Norte de 2015 a 2017 (até o dia 30 de

Novembro). A escolha do período de 2015 a novembro de 2017 foi devido a ter acesso aos

dados. A Coleta de dados foi realizada através de pesquisa documental e observação

participante e a análise de dados realizada por estatística descritiva básica.

Para melhor sistematizar a apresentação dos resultados da pesquisa, o presente

documento divide-se em quatro capítulos, sendo o capítulo 1 composto por essas

considerações iniciais. No Capítulo 2 apresenta-se o referencial teórico-empírico sobre as

políticas públicas para a agricultura familiar e segurança alimentar no Brasil. Em seguida, os

resultados da pesquisa são expostos no Capítulo 3. Nesse capítulo apresenta-se a análise da

execução do PAA na modalidade compra doação simultânea, através dos resultados obtidos

entre eles os atores envolvidos no PPA na modalidade CDS gerenciado pela EMATER; a

identificação das unidades recebedoras (entidades) que participaram do PAA – CDS; os

recursos utilizados, o perfil dos beneficiários fornecedores e consumidores, como também os

limites e desafios no processo de execução do PPA. Por fim o capítulo 04 contém as

considerações finais e as recomendações para estudos futuros.

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2 POLITICAS PÚBLICAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E SEGURANÇA

ALIMENTAR NO BRASIL

As políticas públicas, de acordo Subirats (1994, p. 42) é “um conjunto de decisões

relacionadas com uma variedade de circunstâncias, pessoas, grupos ou organizações” com

vistas a resolver um problema entendido como “[...] uma insatisfação relativa a uma demanda,

uma necessidade ou uma oportunidade de intervenção pública” (SUBIRATS, 1994, p.42).

Nesse sentido, considerando a complexidade do cenário brasileiro caracterizado

por desigualdades sociais e condições precárias de saúde, educação, segurança dentre outros

aspectos, evidenciam-se uma multiplicidade de problemas que requerem a atuação do governo

via políticas públicas. Entre esses problemas destacam-se os relacionados com a agricultura

familiar, atividade que, de acordo com Sartin (2012), é exercida por pequenos produtores

rurais onde o processo de produção é realizado por meio de mão-de-obra, sendo esse processo

realizado basicamente no núcleo familiar. Esse tipo de produção realizada em família é

considerado a principal atividade econômica em diversas regiões brasileiras, sendo de suma

importância seu potencial na geração de emprego e renda no campo.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a

Agricultura (FAO, 2014), a agricultura familiar abrange toda a organização da produção

agrícola, como também todas as atividades de base familiar de diversas áreas do

desenvolvimento rural, dependendo basicamente da mão-de-obra familiar incluindo homens e

mulheres para a realização das tarefas rotineiras, desde a preparação da terra, plantio,

manutenção e escoamento e pode eventualmente utilizar-se da ajuda de terceiros.

A agricultura familiar constitui-se como um tema de grande importância, pois

ocupa lugar de destaque na produção agropecuária brasileira, pela capacidade de produzir,

movimentar a economia nos âmbitos local e nacional, utilizando de forma sustentada os

recursos naturais e gerando postos de trabalho em ocupações social e economicamente

produtivas (SOUZA et al., 2006). De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, 45,8% de

todos os estabelecimentos agrícolas brasileiros operam com características de agricultura

familiar, o que os torna importantes fatores de redução do êxodo rural e as principais fontes de

recursos para famílias detentoras de menor renda e técnicas de produção pouco intensivas em

tecnologias, como relata Guilhoto et al. (2007).

Em decorrência do seu desenvolvimento, a agricultura familiar é influenciada por

inúmeras externalidades positivas como: garantia de maiores fontes de biodiversidade,

melhoria na segurança alimentar, preservação das características paisagistas do território,

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proteção do capital cultural, fortalecimento das relações familiares e contenção do êxodo rural

(OLIVEIRA et al., 2012).

Além disso, a agricultura familiar possui uma relação essencial com a segurança

alimentar. Pois se por um lado, parte significativa da população brasileira ainda não possui

níveis satisfatórios de segurança alimentar; por outro o Brasil é um território com potencial de

produção agrícola familiar. No Censo Agropecuário de 2006 (IBGE, 2009), foram

identificados 4.367.902 estabelecimentos de agricultura familiar. Tais locais representam

84,4% do total de estabelecimentos agropecuários, ocupando apenas 24,3% (ou 80,25 milhões

de hectares) desses estabelecimentos. Ainda assim, a agricultura familiar é responsável por

70% do total de alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. E isso implica sua inegável

importância para o mercado consumidor – importância essa tratada consensualmente em todos

os estudos e publicações consultadas.

No entanto, o setor da agricultura familiar, historicamente, tem enfrentado

dificuldades que limitam seu potencial em contribuir para o desenvolvimento do país e

condições de vida da população. Essas dificuldades são intensificadas para Lima e Roux

(2008, p.96), “por falta de uma política agrícola adequada, sem acesso ao crédito ou à

assistência conveniente ao seu tipo de atividade, pelo menos metade dessas propriedades se

encontram em estado ainda precário”. Lima e Roux (2008, p.96) ainda enfatizam que “as

tentativas de intervenção e de mudanças ainda são insatisfatórias e insuficientes para atender

ao prejuízo histórico desta falta de apoio à agricultura familiar”.

Nesse sentido, as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar são

essenciais para diminuir deformidades históricas e apresentar oportunidades para o

incremento do setor, em termos de disponibilidade de recursos, acesso ao mercado e

capacidade de geração de renda, como também para garantir a segurança alimentar de pessoas

de vulnerabilidade socioeconômica que depende do governo para se alimentar.

Nesse direcionamento, o governo brasileiro, em 1996 criou o PRONAF, no

Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Esse programa é considerado a primeira

política pública de destaque elaborada pelo Governo Federal em favor dos agricultores

familiares, tendo sido resultado da luta dos movimentos sociais e sindicais de trabalhadores

rurais nas últimas décadas (DENARD, 2001).

O PRONAF foi criado pelo Governo Federal através da Resolução n.º 2.191, de

24 de agosto de 1995, e firmado em 28 de junho de 1996 pelo Decreto Presidencial Nº 1.946

(SCHONS; AZEVEDO; ALENCAR, 2013), com o objetivo de promover o desenvolvimento

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sustentável, aumentar a capacidade produtiva, gerar empregos e melhorar a renda das famílias

que constituem a agricultura familiar.

Nunes (2007) lembra que além da criação do PRONAF, as organizações sociais

também foram responsáveis por algumas melhorias realizadas no decorrer do programa. Essas

melhorias, sendo em favor da agricultura familiar, com o surgimento de políticas agrícolas,

tais como: o crédito rural diferenciado do PRONAF, o Seguro da Agricultura Familiar

(SEAF), o Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF), o Programa de

Aquisição de Alimentos (PAA) e Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER).

É diante desse contexto de novas reivindicações por parte dos agricultores

familiares, aliado a um novo comportamento do governo e da sociedade diante do problema

da fome, que surge em 2003, o PAA da Agricultura Familiar, concebido dentro de um grupo

de políticas estruturantes do Programa Fome Zero (MATTEI, 2007a).

Nesse sentido, o PAA foi instituído pelo art. 19 da Lei nº 10.696, de 02 de julho

de 2003, no âmbito do Programa Fome Zero. Esta Lei foi alterada pela Lei nº 12.512, de 14

de outubro de 2011 e regulamentada por diversos decretos, o que está em vigência é o Decreto

nº 7.775, de 4 de julho de 2012. O programa é plano das ações do Programa Fome Zero –

(PFZ) para a Inclusão Produtiva Rural das famílias mais pobres e também estratégia

estimulada pelo governo federal para garantir o direito humano à alimentação adequada às

pessoas com dificuldades de acesso aos alimentos. O PAA é um programa de compras do

Governo Federal que possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e

incentivar a agricultura familiar (MDS, 2003).

O Programa contribui com o enfrentamento da fome e da pobreza no Brasil e, ao

mesmo tempo, para fortalecer a agricultura familiar. Para isso, o programa utiliza mecanismos

de comercialização que favorecem a aquisição direta de produtos da agricultura familiar,

sendo dispensada a licitação, destinado às pessoas em situação de insegurança alimentar e

nutricional e àquelas atendidas por entidades da rede socioassistencial, pelos equipamentos

públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino,

estimulando os processos de agregação de valor à produção (MANUAL, 2014).

De acordo com o (MANUAL, 2014), o programa contribui para a organização

produtiva e econômica no meio rural, o combate à pobreza extrema, o desenvolvimento local

e a segurança alimentar e nutricional. O PAA é coordenado pela Secretaria Nacional de

Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN) do Ministério do Desenvolvimento Social e

Agrário (MDSA), executado em parceria com Estados e municípios.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

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O PAA integra o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional –

(SISAN), instituído pela Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, e tem as seguintes

finalidades:

I - incentivar a agricultura familiar, promovendo a sua inclusão econômica e social,

com fomento à produção com sustentabilidade, incentivo ao processamento da

produção e à geração de renda;

II - incentivar o consumo e a valorização dos alimentos produzidos pela agricultura

familiar;

III - promover o acesso à alimentação, em quantidade, qualidade e regularidade

necessárias, às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, sob a

perspectiva do direito humano à alimentação adequada e saudável;

IV - promover o abastecimento alimentar por meio de compras governamentais,

inclusive para prover a alimentação escolar, quando necessário, nos âmbitos

municipal, estadual, distrital e federal, e nas áreas abrangidas por consórcios

públicos;

V - constituir estoques públicos de alimentos produzidos por agricultores familiares;

VI - apoiar a formação de estoques pelas cooperativas e demais organizações

formais da agricultura familiar;

VII - fortalecer circuitos locais e regionais e redes de comercialização;

VIII - promover e valorizar a biodiversidade e a produção orgânica e agroecológica

de alimentos, incentivar hábitos alimentares saudáveis em nível local e regional; e

IX - estimular o cooperativismo e o associativismo (MANUAL, 2014).

Segundo Maluf et al. (2015) desde 2003 o Governo Federal do Brasil vem

elaborando políticas públicas que articulam simultaneamente a proteção social, alimentação e

agricultura familiar. Neste contexto, surgiu o PAA, como o objetivo central de: “[...] garantir

o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regularidade necessárias às populações em

situação de insegurança alimentar e nutricional e promover a inclusão social no campo por

meio do fortalecimento da agricultura familiar” (MANUAL, 2014)

O Programa funciona de maneira a adquirir alimentos produzidos pelos

agricultores familiares a preços baseados na cotação do mercado regional e fornecê-los às

entidades da rede socioassistencial. De acordo com Mattei (2007, p. 5), “os instrumentos do

programa beneficiam tanto o agricultor familiar como os consumidores [...]. Desta forma,

busca-se uma associação entre a política de segurança alimentar e nutricional e as políticas de

promoção da agricultura familiar”.

Para Maluf (2001), a criação do PAA tem como objetivo romper com o círculo

vicioso da fome, provocado pela falta de políticas que criem novas oportunidades de emprego

e renda, evidenciando assim uma forma integrada de se pensar tanto as políticas sociais como

aquelas destinadas à agricultura, já que privilegia a agricultura familiar. Isso porque, viabilizar

“a produção agro-alimentar é, ao mesmo tempo, enfrentar a pobreza rural e um dos principais

focos de insegurança alimentar” (MALUF, 2001, p. 166).

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21

Considerado um dos braços do Programa Fome Zero, o PAA visa promover a

inclusão social no campo por meio de ações de políticas ligadas à agricultura e de segurança

alimentar, incentivando a agricultura familiar por meio da distribuição de alimentos

produzidos nas propriedades familiares às entidades sociais que repassam esses alimentos

para famílias em situação se insegurança alimentar (MATTEI, 2007a).

O PAA constitui-se em mecanismo complementar ao PRONAF, utilizado após o

processo produtivo, através da comercialização da produção promovendo, desse modo,

recompensa ao trabalho do pequeno produtor, que visa o retorno do investimento feito, como

custeio de despesas com a produção e condições de vida adequada à família. O PAA também

visa promover a segurança alimentar a população em situações de risco (CONAB, 2015).

O PAA, como é mais conhecido, é um programa que, de um modo geral, destina-

se à compra de produtos da agricultura familiar para diversos fins, sendo esses adquiridos sem

licitação, até um limite financeiro anual máximo de vendas por agricultor familiar e a preços

que não podem ultrapassar os praticados nos mercados locais. Desta forma, o programa busca

fazer um link entre política agrícola e de segurança alimentar (MATTEI, 2007b).

Souza (2009) e Chmielewska et al. (2010) apontam impactos positivos do PAA

nos agricultores familiares beneficiários em variáveis como: renda (aumento), produção

vegetal (aumento e/ou diversificação), comercialização, assistência técnica, associativismo,

participação das mulheres e jovens, acesso à informação, etc.

O Programa de Aquisição de Alimentos - PAA é executado por meio de seis

modalidades:

• Compra com Doação Simultânea: compra de alimentos diversos e

doação simultânea às entidades da rede socioassistencial, aos

equipamentos públicos de alimentação e nutrição e, em condições

específicas definidas pelo Grupo Gestor do Programa de Aquisição de

Alimentos - GGPAA, à rede pública e filantrópica de ensino, com o

objetivo de atender demandas locais de suplementação alimentar de

pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional;

• Compra Direta: compra de produtos definidos pelo GGPAA, com o

objetivo de sustentar preços, atender às demandas de programas de acesso

à alimentação, às necessidades das redes socioassistenciais e para

constituir estoques públicos;

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

22

• Formação de Estoques: apoio financeiro para a constituição de estoques

de alimentos por organizações fornecedoras, para posterior

comercialização e devolução de recursos ao poder público ou destinação

aos estoques públicos;

• Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite: compra de leite que, após

processamento, é doado aos beneficiários consumidores com o objetivo de

atender às demandas locais de suplementação alimentar de pessoas em

situação de insegurança alimentar e nutricional. Esta modalidade é

executada somente nos estados do Nordeste e no norte de Minas Gerais;

• Compra de Sementes: Por meio desta modalidade, o PAA pode comprar

sementes de organizações da agricultura familiar detentoras da Declaração

de Aptidão ao Pronaf (DAP Jurídica), e as destinar a agricultores

familiares, conforme demanda de órgãos parceiros.

• Compra Institucional: aquisição voltada para o atendimento às demandas

de consumo de alimentos por parte da união, estados, distrito federal e

municípios, com recursos financeiros próprios. Por esta modalidade

poderão ser abastecidos hospitais públicos, quartéis, presídios e

restaurantes universitários, dentre outros;

Cada uma dessas modalidades além de possuírem finalidades distintas, possuem

também diferentes origens de recursos e unidades executoras, de acordo como quadro 01. As

formas de participação dos beneficiários da politica podem ser individual ou por meio de

associação ou cooperativas, a depender dos limites de recursos a seres concedidos ao

agricultor e as organizações. Tem-se que acima de R$8.000,00 as modalidades só podem ser

acessadas por associação e cooperativas, com exceção das compras institucionais.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

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Modalidade Finalidades Origem do

Recurso

Unidades

executoras

Forma de

participação

Limites de

participação

por

agricultor

Limite de

participação

por

organização

(cooperativas

e associações)

Compra com

Doação

Simultânea

Compra de

alimentos

diversos e

doação

simultânea a

entidades

MDS

Entes

federados

que

aderiram ao

programa

Individual R$ 6.500,00

por ano No se aplica

CONAB

Associação

ou

Cooperativa

R$ 8.000,00

por ano

R$

2.000.000,00

por ano

Compra

Direta

Compra de

produtos

definidos pelo

GGPAA, com o

objetivo de

sustentar preços.

MDA ou

MDS CONAB

Associação

ou

Cooperativa

R$ 8.000,00

por ano

R$ 500.000,00

por ano

Formação de

Estoques

Apoio

financeiro para

a constituição

de estoques de

alimentos por

organizações

fornecedoras

MDA ou

MDS CONAB

Associação

ou

Cooperativa

R$ 8.000,00

por ano

R$

1.500.000,00

por ano. Sendo

a primera

operação limita

R$

300.000,00

Incentivo à

produção e ao

consumo do

Leite

Aquisição de

leite de vaca ou

cabra e

destinação

diretamente a

beneficiários ou

entidades

MDS

Governos

Estaduais

do Nordeste

e do Estado

de Minas

Gerais

Individual R$ 4.000,00

por semestre No se aplica

Compra de

Sementes

Aquisição de

sementes de

culturas

alimentares

MDS CONAB

Associação

ou

Cooperativa

R$ 16.000,00

por ano

R$

6.000.000,00

por ano

Compra

Institucional

Compra de

produtos por

diversas

organizações

públicas, por

meio de

chamada

pública

Dotação

própria dos

órgãos

compradores

Órgão

Comprador

Individual ou

Cooperativa

R$ 20.000,00

por ano por

órgão

comprador

R$

6.000.000,00

por ano, por

órgão

comprador

Quadro 01: Resumo das modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do MDS, 2016.

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24

Na modalidade em estudo (Compra com Doação Simultânea), os alimentos são

adquiridos de agricultores familiares, que podem fornecer para o programa de forma

individual ou por meio de cooperativas ou associações, são doados às entidades da rede

socioassistencial, tais como: Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de

Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), Escolas, Creches, Hospitais

públicos, equipamentos que ofertem o serviço de acolhimento e entidades de assistência

social, aos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional (restaurantes

populares, cozinhas comunitárias), e, em condições específicas definidas pela norma vigente

do PAA, à rede pública e filantrópica de ensino. (MANUAL, 2014)

A modalidade Compra com Doação Simultânea incentiva à produção local da

agricultura familiar, ao adquirir alimentos que atendam às necessidades de complementação

alimentar das entidades da rede socioassistencial. Com o objetivo de atender demandas locais

de suplementação alimentar de pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.

Podem ser adquiridos pela Modalidade produtos alimentícios próprios para o consumo

humano, incluindo alimentos perecíveis e característicos dos hábitos alimentares locais.

Podem estar in natura ou processados.

Os alimentos devem ser de produção própria dos agricultores familiares e devem

cumprir os requisitos de controle de qualidade dispostos nas normas vigentes. Esta

Modalidade é executada apenas com recursos do MDSA, que pode utilizar dois tipos de

instrumentos para sua implementação: Celebração de Termos de Adesão com órgãos ou

entidades da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, e

consórcios públicos; e Formalização de Termo de Cooperação com a CONAB. O limite de

participação por unidade familiar/ano é de R$ 6.500,00 (seis mil e quinhentos reais) para

agricultores individuais (via Termo de Adesão) e R$ 8.000,00 (oito mil reais) para

agricultores que participarem por meio de organizações da agricultura familiar (via CONAB)

(MANUAL, 2014).

De acordo com o (MANUAL, 2014) participar da modalidade CDS pelo Termo

de Adesão o processo se inicia com a publicação de edital de abertura de adesão por parte do

Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) no endereço eletrônico (www.mds.gov.br) e

manifestação formal do ente federado ou do consórcio, sobre seu interesse em aderir ao

Programa. A adesão é feita a partir do cadastramento de informações no sistema de gestão do

programa (SISPAA). A partir da adesão, os entes passam a ser Unidades Executoras e firmam

Planos Operacionais com o MDS. Estes planos estabelecem metas e definem recursos a serem

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

25

alocados anualmente. Toda a execução do programa é registrada no SISPAA. No Termo de

Adesão, as operações de compras e destinação dos alimentos são feitas pelas Unidades

Executoras e o pagamento é feito pelo MDSA, diretamente ao agricultor familiar, que o

recebe por meio de um cartão bancário próprio para o recebimento dos recursos do PAA. A

unidade executora também é responsável pela seleção dos fornecedores e pelas entidades que

receberão os alimentos, pela definição dos produtos a serem adquiridos e preços a serem

adotados (a definição de preços segue metodologia definida pelo Grupo Gestor), pela guarda

dos documentos que registram a compra e a doação, entre outras atribuições que são definidas

na adesão e nos Planos Operacionais.

Para ter acesso à modalidade CDS pela CONAB, os agricultores familiares devem

estar organizados em cooperativas ou associações. Essas organizações precisam encaminhar

Proposta de Participação à CONAB. A Proposta de Participação apresenta a relação de

agricultores envolvidos, os produtos a serem fornecidos e as respectivas quantidades e as

entidades a serem atendidas. A proposta de participação deve ser submetida à apreciação da

instância de controle social. Aprovada a Proposta de Participação pela CONAB, a

organização emite uma Cédula de Produto Rural (CPR-Doação) e passa a fornecer alimentos

diretamente às entidades beneficiárias, conforme definido na Proposta. Após a confirmação da

entrega dos produtos, a CONAB disponibiliza os recursos pactuados na conta da organização,

que realiza o pagamento aos agricultores. Os recursos utilizados na operacionalização são

originários do MDSA. (MANUAL, 2014).

A modalidade CDS atua em duas frentes: ao comprar o alimento diretamente do

pequeno agricultor, valoriza e estimula a atividade da agricultura familiar, fortalecendo esse

segmento, e incentiva a organização desses trabalhadores em cooperativas ou associações. Ao

destinar esses alimentos aos beneficiários consumidores, o programa contribui para o

abastecimento das entidades socioassistenciais, possibilitando a aquisição de alimentos in

natura ou processados da produção familiar local, enriquecendo os cardápios oferecidos por

essas instituições (MANUAL, 2014).

O objetivo desta modalidade é estimular a produção da agricultura familiar,

apoiando a comercialização por meio da aquisição de alimentos para doação às famílias em

situação de insegurança alimentar e nutricional, atendidas por entidades socioassistenciais.

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3 AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PAA NA MODALIDADE COMPRA DOAÇÃO

SIMULTÂNEA: O CASO DO RIO GRANDE DO NORTE

3.1 A EMATER/RN E O PAA NA MODALIDADE COMPRA DOAÇÃO SIMUTÊNEA

No Rio Grande do Norte, o PAA, na modalidade CDS é executado pelo Governo

do Estado através da EMATER/RN, e desenvolvido em parceria com as prefeituras

municipais.

O EMATER, conforme Lei 6.846 de 05 de outubro de 1993 é uma autarquia

vinculada a Secretária de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE/RN), atua em

todo o Estado tem em sua aptidão conceber e executar as Políticas Públicas voltadas para a

agricultura familiar (EMATER, 2015).

A missão da EMATER é “contribuir para a promoção do agronegócio e do bem-

estar da sociedade, com foco no agricultor familiar, através do serviço de assistência técnica e

extensão rural pública com qualidade, para o desenvolvimento sustentável” (EMATER, 2015,

p. 04). E tem como visão “promover o serviço de assistência técnica e extensão rural pública

com qualidade para público beneficiário, com credibilidade da imagem institucional perante a

sociedade” (EMATER, 2015, p. 04).

Os objetivos da instituição são:

• Articular e executar as principais políticas públicas do sistema agropecuário

para proporcionar melhorias aos agricultores familiares com foco no

desenvolvimento sustentável regional e territorial;

• Contribuir para a formação dos agricultores familiares, como indivíduos e seres

sociais, para que sejam capazes de enfrentar as transformações, conscientes do

bem-estar comum;

• Promover a preservação, recuperação, conservação e utilização dos recursos

naturais em prol da sustentabilidade regional e territorial; promover a inclusão

social e a cidadania, por meio de ações integradas focadas nas dimensões ética,

social, política, cultural, econômica e ambiental com sustentabilidade; e

• Estimular as formas associativas geradoras de ações de solidariedade e que

fortaleçam a capacidade de intervenção dos atores sociais (EMATER, 2015).

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

27

A EMATER-RN está presente em 167 municípios, com organização e articulação

de técnicos em dez unidades regionais estabelecidas pela Instituição, conta também com três

centros de treinamentos. De acordo com a figura 01, a EMATER é dividida em 1 Escritório

Central, que fica localizado em Natal, e 10 unidades regionais: São José de Mipibu, João

Câmara, São Paulo do Potengi, Santa Cruz, Assú, Currais Novos, Caicó, Mossoró, Umarizal e

Pau dos Ferros.

Figura 01: Divisão Administrativa em Regionais EMATER-RN. Fonte: EMATER/RN, 2017.

A estrutura existente serve para o desenvolvimento das ações de assistência

técnica e extensão rural com políticas de intervenção, programas e projetos em benefício da

agricultura familiar (EMATER, 2015). Para qualificação do processo educativo de

Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), a instituição dispõe de 534

servidores/bolsistas em diversas áreas que atuaram em diversas atividades junto ao público de

ATER, através da implementação de programas e projetos.

O público beneficiário da Instituição é de 88.489 famílias de agricultores e

agricultoras familiares, assentados, quilombolas, mulheres, jovens, criadores/pecuaristas,

pescadores artesanais, extrativistas, aquicultores e os que desenvolvem atividades não

agrícolas. Essas famílias são beneficiadas direta ou indiretamente por meio de ações, métodos

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

28

e técnicas de assistência técnica e extensão rural, do público de 88.489 beneficiários, 62.655 a

EMATER-RN presta serviço de assistência técnica e extensão rural (EMATER, 2015).

Um dos serviços assistência técnica e extensão rural é realizado no âmbito do

PAA. O PAA, na modalidade Compra Doação Simultânea é executado apenas com recursos

do MDSA, através da celebração do Termo de Adesão e contrapartida do Governo do Estado

de operacionalização do programa no estado.

O início do Programa Compra com Doação Simultânea no Estado do Rio Grande

do Norte se deu no ano de 2005 com o convênio nº 193/2004, executado através da

EMATER-RN em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome -

MDS, dando apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar por meio de aquisição de

produtos de alta qualidade nutricional, produzidos por agricultores que se enquadram no

PRONAF, e destinando essa produção ao atendimento das demandas de suplementação

alimentar e nutricionais dos programas sociais e entidades beneficentes do Estado do Rio

Grande do Norte.

A instituição oferece assistência técnica a pequenos produtores, num processo de

educação continuada, aprimorando a qualidade dos produtos comercializados. O Governo do

Estado, com apoio financeiro do Governo Federal, adquire pelo preço de mercado os produtos

dos agricultores familiares. São comprados itens como frutas e hortaliças, derivados de

origem animal, e produtos beneficiados (bolos, doces, biscoitos, farinha, fécula e produtos

orgânicos). Os alimentos são repassados a entidades socioassistenciais como creches, escolas

e hospitais públicos, associações de idosos e outras instituições. Cada agricultor pode vender

o equivalente a R$ 6.500,00/ano, valor estabelecido pelo MDSA para as compras realizadas a

partir de 2015. A finalidade do programa é promover o acesso a alimentos às populações em

situação de insegurança alimentar e nutricional, e possibilita a inclusão sócio-produtiva no

campo, por meio do fortalecimento da agricultura familiar no estado do Rio Grande do Norte.

Para a Operacionalização do Programa de aquisição de alimentos são utilizadas

duas ferramentas: O SISPAA (Sistema do Programa de Aquisição de Alimentos) é uma

aplicação para gestão do Programa de Aquisição de Alimentos. O objetivo é fornecer uma

ferramenta de tecnologia da informação capaz de apoiar a execução do programa,

proporcionando maior agilidade e controle dos dados referentes à execução da modalidade

CDS. (MANUAL, 2014). As principais atividades da ferramenta são: Cadastrar e vincular

agricultores, entidades e produtos; Lançar as notas fiscais de entrada (produtores) para o

MDSA realizar o pagamento e notas fiscais de saída para realizar a distribuição dos produtos

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

29

nas entidades. E a Ferramenta de apoio: CERES (Sistema de Informação e Gerenciamento do

Campo) é a ferramenta em que os técnicos locais lançam as informações sobre os agricultores

para posterior geração e impressão das notas ficais de entrada e saída, utilizada para controle

de dados da EMATER (CERES, 2017).

3.2 ATORES ENVOLVIDOS NO PAA NA MODALIDADE CDS GERENCIADO PELA

EMATER

3.2.1 UNIDADE GESTORA

O Ministério MDSA é a Unidade Gestora do Programa de Aquisição de

Alimentos. Compete ao MDSA a liberação dos recursos financeiros e a execução do

pagamento dos produtores.

3.2.2 UNIDADE EXECUTORA

São Unidades Executoras do PAA: os órgãos ou entidades da administração

pública estadual, do Distrito Federal ou municipal, direta ou indireta, e consórcios públicos,

que celebrarem Termo de Adesão ou convênios com as Unidades Gestoras; e II – a CONAB e

outros órgãos ou entidades da administração pública federal que celebrarem termo de

cooperação com as Unidades Gestoras. Neste trabalho a unidade executora EMATER-RN

que compete executar o programa de forma técnica e administrativa em parceria com as

prefeituras municipais.

3.2.3 CENTRAL DE RECEBIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS

A Central de Recebimento e Distribuição de Alimentos do PAA serve de como

estrutura física para o recebimento de alimentos dos agricultores e também para a distribuição

destes às Unidades Recebedoras (figura 02), não sendo permitido o estoque dos produtos

entregues pelos agricultores. O controle dos tipos, quantidades e qualidade dos produtos

entregues pelos agricultores familiares é feito pelo técnico da EMATER/RN. O mesmo é

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

30

responsável também pela emissão do recibo de entrega dos alimentos que deverá ser

repassado ao agricultor a cada entrega na Central.

Figura 02: Central de distribuição de Santa Cruz/RN.

Fonte: EMATER, 2017.

O agricultor entrega seus produtos diretamente na central de recebimento e

distribuição, ou poderá contar com o apoio logístico da Prefeitura pré-estabelecido através do

termo de Parceria entre a EMATER/RN e as Prefeituras Municipais. É tarefa do Técnico local

da EMATER organizar, minuciosamente, o calendário de recebimento e entrega dos

alimentos. Ou seja, devem ser definidos os dias e horários que os alimentos devem ser

entregues e distribuídos na central. As entidades beneficiadas deverão, preferencialmente,

retirar os alimentos no espaço da Central de Recebimento e Distribuição de Alimentos. As

entidades que não puderem retirar os alimentos na Central poderão contar com apoio logístico

da Prefeitura.

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31

3.2.4 REDE SOCIOASSISTENCIAL

As redes socioassistencias é o conjunto integrado da oferta de serviços,

programas, projetos, e benefícios de assistência social mediante articulação entre todas as

unidades de provisão do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Tais como: Centros de

Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado em

Assistência Social (CREAS), Escolas, Creches, Hospitais públicos, equipamentos que ofertem

o serviço de acolhimento e entidades de assistência social e outros. (MANUAL, 2014).

3.2.5 UNIDADES RECEBEDORAS E BENECIFIÁRIOS

As unidades recebedoras e os beneficiários são os principais atores envolvidos no

PAA na modalidade CDS gerenciado pela EMATER. As unidades recebedoras, ou entidades,

são as organizações formalmente constituídas, contemplada na proposta de participação da

Unidade Executora, que recebe os alimentos e os fornece aos beneficiários consumidores.

E os beneficiários são os fornecedores e consumidores. Os fornecedores são

agricultores familiares que vendem/fornecem seus produtos ao Programa, individualmente via

(EMATER) ou por meio de suas organizações, como associações e cooperativas via

(CONAB); e os consumidores são indivíduos em situação de insegurança alimentar e

nutricional e aqueles atendidos pela rede socioassistencial, pelos equipamentos de

alimentação e nutrição, pelas demais ações de nutrição financiadas pelo Poder Público e, em

condições específicas definidas pelo Grupo Gestor do PAA GGPAA, pela rede pública e

filantrópica de ensino e saúde (MANUAL, 2014).

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

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3.3 IDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES RECEBEDORAS (ENTIDADES) QUE

PARTICIPARAM DO PAA – CDS

Participaram do programa no Estado do Rio Grande do Norte dos anos de 2015 a

2017 (vale ressaltar que os dados obtidos foram até 30 de Novembro do ano vigente), um total

de 1821 entidades, sendo verificado um aumento significativo no número de entidades

recebedoras durante o ano de 2016 e 2017 conforme a gráfico 01.

Gráfico 01: Número de entidades beneficiadas entre 2015 a 2017.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SISPAA, 2017.

As unidades recebedoras são divididas por tipologias, como: Associação dos Pais

e Amigos dos Excepcionais (APAE) e similares Associações beneficentes/assistência social,

Creches, escolas, hospitais, instituições de amparo à criança, instituições de apoio ao idoso,

restaurantes/cozinhas.

No RN no ano de 2015, participaram um total de 534 entidades, sendo: 5 APAEs

(0,94%), 101 associações beneficentes/assistência social (18,90%), 45 creches (8,43%), 362

escolas (67,79%), 9 hospitais (1,69%), 1 instituições de amparo a criança (0,19%), 1

instituições de apoio ao idoso (0,19%), e 10 restaurantes/cozinhas (1,87%)conforme gráfico

02 a seguir.

534587

700

0

100

200

300

400

500

600

700

800

2015 2016 2017

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

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Gráfico 02: Identificação de entidades do ano de 2015.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SISPAA, 2017.

Já no ano de 2016, participaram um total de 587 entidades, sendo: 4 APAEs

(0,68%), 57 associações beneficentes/assistência social (9,71%), 55 creches (9,37%), 450

escolas (76,66%), 15 hospitais (2,56%), 3 instituições de amparo a criança (0,51%), 2

instituições de apoio ao idoso (0,34%), 1 restaurantes/cozinhas (0,17%), conforme gráfico 03

a seguir.

Gráfico 03: Identificação das entidades do ano de 2016.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SISPAA, 2017.

0.94%

18,90%

8.43%

67.79%

1.69% 0.19%0.19% 1.87%

APAE E SIMILARES

ASSOCIAÇÕESBENEFICENTES/ASSICRECHE

ESCOLA

HOSPITAIS

INSTITUIÇÕES DE AMPARO ACRIANÇAINSTITUIÇÕES DE APOIO AOIDOSORESTAURANTES/COZINHAS

0.68%

9.71%

9.37%

76.66%

2.56% 0.51% 0.34% 0.17%APAE E SIMILARES

ASSOCIAÇÕES BENEFICENTES/ASSICRECHE

ESCOLA

HOSPITAIS

INSTITUIÇÕES DE AMPARO A CRIANÇAINSTITUIÇÕES DE APOIO AO IDOSORESTAURANTES/COZINHAS

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

34

E no ano de 2017, participaram um total de 700 entidades, sendo: 6 APAEs

(0,86%), 70 associações beneficentes/assistência social (10,00%), 61 creches (8,71%), 526

escolas (75,14%), 26 hospitais (3,71%), 5 instituições de amparo a criança (0,72%), 5

instituições de apoio ao idoso (0,72%), 1 restaurantes/cozinhas (0,14%), conforme gráfico 04.

Gráfico 04: Identificação das entidades do ano de 2017.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SISPAA, 2017.

Observa-se que a maioria das entidades recebedoras entre os anos de 2015 a 2017

foram às escolas seguidas de Associações Beneficentes de Assistência social. As entidades

foram selecionadas pelos técnicos locais da EMATER-RN, responsável pela execução do

Programa no município. Essa seleção aconteceu priorizando as entidades socioassistenciais.

3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS DOADOS NO PAA – CDS

Por meio da modalidade do PAA Compra com Doação Simultânea podem ser

adquiridos alimentos diversos, desde que observados os normativos de controle sanitário e de

qualidade expedidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pelos demais órgãos responsáveis pela

inspeção e fiscalização sanitária em âmbito federal, estadual, distrital e municipal

(MANUAL, 2014).

0.86%

10.00%

8.71%

75.14%

3.71% 0,72% 0,72% 0.14%

APAE E SIMILARES

ASSOCIAÇÕESBENEFICENTES/ASSICRECHE

ESCOLA

HOSPITAIS

INSTITUIÇÕES DE AMPARO ACRIANÇAINSTITUIÇÕES DE APOIO AOIDOSORESTAURANTES/COZINHAS

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De acordo com o manual operativo:

O levantamento de demanda, ou seja, a definição dos alimentos deverá considerar os

hábitos alimentares e conciliar a demanda das Unidades Recebedoras, visando à

garantia do Direito Humano a Alimentação Adequada dos beneficiários consumidores,

com a oferta de produtos pelos agricultores familiares, que são os beneficiários

fornecedores do PAA (MANUAL, 2014, 39.).

Na definição dos alimentos a serem adquiridos, deve-se considerar os hábitos

alimentares da região e as especificidades do público a ser atendido, devendo ser priorizados

os alimentos orgânicos e agroecológicos por serem mais saudáveis (MANUAL, 2014).

As Unidades Executoras devem promover a qualificação da demanda das

Unidades Recebedoras, por meio da qualificação dos cardápios e outras ações que contribuam

para a oferta da Alimentação Adequada e Saudável aos beneficiários consumidores e de forma

concomitante, induzir os beneficiários fornecedores a organizar sua produção de acordo com a

demanda (MANUAL, 2014).

Os alimentos devem ser de produção própria dos agricultores familiares, não

sendo admitida a compra, repasse ou revenda. Visando garantir uma alimentação variada e

saudável para os beneficiários consumidores, é importante salientar que alguns alimentos têm

quantidades limitadas nas Propostas de Participação. Entende-se que a inclusão de alimentos

ricos em açúcares (incluindo doces, compotas, geleias, néctar de frutas, entre outros) e de

panificados (incluindo pães, bolachas e bolos) não deve ser superior a 15% do volume de

produtos a serem adquiridos ou do montante disponibilizado para essa aquisição. A inclusão

de alimentos ricos em açúcar e panificados acima do percentual estabelecido deverão ser

justificadas e estará sujeita à aprovação do MDSA (MANUAL,2014).

Em conformidade com essas normativas, no PAA – CDS gerenciado pela

EMATER, no período de 2015 a 2017 foram adquiridos e doados 1.617.457,66 toneladas de

alimentos, conforme distribuição expressa no gráfico 05 a seguir.

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Gráfico 05: Distribuição de alimentos doados no período de 2015 a 2017.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.

Verificou-se que houve um aumento na aquisição e doação dos produtos de 2015

a 2017.

De acordo com o quadro 02, a aquisição dos produtos em sua maioria foram

produtos in natura como frutas (incluindo as polpas de frutas), pescado e seguido de

hortícolas, raízes e tubérculos.

PRODUTOS

(CLASSIFICAÇÃO)

VALORES

(R$)

PARTICIPAÇÃO

(%)

QUANTIDADE

(KG)

ITENS

(N°)

AVES 144.251,96 2,13 10.767,39 4

CARNES E OVOS 961.364,48 14,23 66.152,91 9

DOCES 87.576,26 1,30 8.986,40 5

FRUTAS (INCLUI POLPAS DE FRUTA) 1.820.862,72 26,95 729.624,90 40

GRÃOS 255.428,86 3,78 46.118,09 4

HORTÍCICULAS, RAÍZES E TUBÉRCULOS 1.045.638,23 15,47 391.946,22 10

LEGUMES 352.684,17 5,22 123.011,88 10

LEITE E DERIVADOS 96.066,04 1,42 28.297,16 3

MEL 49.467,71 0,73 2.865,50 2

PANIFICADOS E MASSAS 544.179,79 8,05 64.395,80 18

PESCADO 1.280.005,55 18,94 124.676,50 3

VERDURAS E FOLHAS 119.787,16 1,77 20.614,91 8

TOTAL 6.757.312,93 100,00 1.617.457,66 116

Quadro 02: Classificação dos produtos.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.

460,160.55527,748.55

629,548.56

0.00

100,000.00

200,000.00

300,000.00

400,000.00

500,000.00

600,000.00

700,000.00

2015 2016 2017

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De acordo com o gráfico 06, os produtos foram classificados como: Frutas (inclui

polpas de fruta), Pescado, Hortícolas, raízes e tubérculos, Carnes e ovos Panificados e massas

Legumes, Grãos, Aves, Verduras e folhas, Leite e derivados Doces e Mel.

Gráfico 06: Classificação dos produtos.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.

A seleção dos produtos levou em consideração a sua sazonalidade e

disponibilidade nos diversos municípios beneficiados, bem como a sua aceitabilidade por

parte dos beneficiários das entidades que seriam o público-alvo da doação dos produtos. As

entregas dos produtos aconteceram obrigatoriamente nas centrais de recebimento e

distribuição.

3.5 RECURSOS UTILIZADOS

Para a execução do PAA no Rio Grande do Norte a EMATER utilizou-se de

recursos financeiros do MDSA quanto contrapartida do Governo na execução do programa.

A equipe técnica responsável pela execução do PAA na EMATER-RN é

constituída pelo coordenador do Programa na EMATER Estadual (Natal), por Assessores

Regionais de mercados institucionais nas EMATER Regionais, sendo um por regional (dez no

2.13%

14.23%

1.30%

26.95%

3.78%

15.47%

5.22%1.42%

0.73%

8.05%

18.94%

1.77% AVES

CARNES E OVOS

DOCES

FRUTAS (INCLUI POLPAS DEFRUTA)GRÃOS

HORTÍCOLAS, RAÍZES ETUBÉRCULOSLEGUMES

LEITE E DERIVADOS

MEL

PANIFICADOS E MASSAS

PESCADO

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38

total) e técnicos locais nas EMATER (chegando a 150 técnicos, pois alguns profissionais

atendem mais de um município).

Além do coordenador existe a equipe que trabalha com a parte financeira e

administrativa de formalização dos processos que é composta por funcionários, bolsista

(Quadro 03). Dentre as atividades exercidas por essa equipe está elaboração de relatórios, a

formalização dos processos, realização dos empenhos e pagamentos, repasse de informações

acerca do Programa para os escritórios regionais locais e arquivamento dos processos.

COMPOSIÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

COLABORADORES COTROLE DAS REGIÕES

SERVIDORA São José de Mipibu e Currais Novos

BOLSISTA João Câmara e Santa Cruz

BOLSISTA São Paulo do Potengi e Assú.

BOLSISTA Mossoró e Pau dos Ferros.

BOLSISTA Umarizal e Caicó

CARGO COMISSIONADO Coordenador

Quadro 03: Composição da equipe compra doação simultânea.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da EMATER (2017).

No total a EMATER gerenciou uma soma em reais de R$ 6.757.312,93 oriundos

do MDSA para aquisição de alimentos dos produtores da agricultura familiar no estado,

distribuídos nos anos de 2015 a 2017 conforme ilustra o gráfico 07.

Gráfico 07: Recursos financeiros – aquisição de produtos 2015 a 2017.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.

R$2,521,050.51

R$1,947,320.37

R$2,288,942.05

R$0.00

R$500,000.00

R$1,000,000.00

R$1,500,000.00

R$2,000,000.00

R$2,500,000.00

R$3,000,000.00

2015 2016 2017

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39

E para estruturação do programa no ano de 2015 houve um investimento de R$

5.934.000,00 milhões de reais, desses 5.884.000,00 milhões de reais oriundos do MDSA, e

50.000,00 mil reais sendo de contrapartida do Governo do RN. O recurso foi utilizado para a

aquisição de equipamentos para a modernização das centrais de distribuição e recebimento de

produtos nos municípios atendidos pelo programa. Entre os equipamentos adquiridos estão:

veículos com baú refrigerado, balanças, kits de informática (impressoras e computadores), e

freezers horizontais e verticais.

3.6 PERFIL DOS BENEFICIÁRIOS FORNECEDORES E CONSUMIDORES

3.6.1 BENEFICIÁRIOS FORNECEDORES

O público apto a fornecer alimentos ao PAA, quais sejam os agricultores

familiares, assentados da reforma agrária, silvicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores

artesanais, indígenas e integrantes de comunidades remanescentes de quilombos rurais e de

demais povos e comunidades tradicionais, que atendam aos requisitos previstos no art. 3º da

Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, os beneficiários fornecedores devem ter produção

própria de alimentos e comercializá-la diretamente para o programa. (MANUAL, 2014).

Para participar do programa os produtores devem estar inscritos no Cadastro de

Pessoas Físicas - CPF da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, e apresentar a

Declaração de Aptidão ao PRONAF - DAP pessoa física, ou fazê-lo por meio de uma

organização fornecedora, como cooperativas e outras organizações formalmente constituídas

como pessoa jurídica de direito privado e que detenham a Declaração de Aptidão ao

PRONAF - DAP Especial Pessoa Jurídica. Devem ser priorizados os beneficiários

fornecedores inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal,

beneficiários do Programa Bolsa Família, mulheres, produtores de alimentos orgânicos ou

agroecológicos, indígenas, quilombolas, assentados da reforma agrária e demais povos e

comunidades tradicionais (MANUAL, 2014), a seguir a figura 03 ilustrando um beneficiário

fornecedor.

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40

Figura 03: Beneficiário fornecedor – Lucrécia RN.

Fonte: EMATER, 2017.

O PAA no Rio Grande do Norte no ano de 2015 beneficiou 728 produtores,

ocorrendo uma redução nos anos seguintes, com saída de produtores, vejamos a seguir no

gráfico 08.

Gráfico 08: Número de beneficiários fornecedores no Rio Grande do Norte de 2015 a 2017.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.

No ano de 2016 houve uma queda no número de fornecedores, beneficiados pelo

programa, esse fato ocorreu devido à paralização temporária do programa para ajuste na

proposta vigente. E no ano de 2017, houve um aumento em relação a 2016.

728

574612

0

100

200

300

400

500

600

700

800

2015 2016 2017

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41

Esses produtores são oriundos de 123 municípios, de modo que compreende parte

significante do território potiguar, no anexo A podemos observar os munícipios que

participaram da PAA do ano de 2015 a 2017.

Gráfico 09: Número de municípios participantes do PAA no ano de 2015 a 2017.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.

De acordo com o gráfico 09 houve uma redução dos municípios participantes no

ano de 2016, isso se justifica devido a paralisação do programa 1 Semestre de 2016. E Houve

aumento no ano de 2017 em relação a 2016.

No ano de 2015, participaram do programa de aquisição de alimentos na

modalidade compra doação simultânea no Estado do Rio Grande do Norte gerenciado pela

EMATER/RN um total de 728 produtores, sendo 377 do sexo Feminino no qual corresponde

a 52%, e 351 do sexo masculino que corresponde a 48% dos beneficiários fornecedores do

programa, conforme gráfico 10 a seguir.

87

62

83

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

2015 2016 2017

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42

Gráfico 10: Número de beneficiários fornecedores por gênero de 2015 a 2017.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.

Já ano de 2016, participaram do programa no um total de 574 produtores, sendo

301 do sexo Feminino no qual corresponde a 52%, e 273 do sexo masculino que corresponde

a 48% dos beneficiários fornecedores do programa. E no ano de 2017, participaram do

programa um total de 612 produtores, sendo 302 do sexo Feminino no qual corresponde a

49%, e 310 do sexo masculino que corresponde a 51% dos beneficiários fornecedores do

programa.

3.6.2 BENEFICIÁRIOS CONSUMIDORES

Os beneficiários consumidores são indivíduos em situação de insegurança

alimentar e nutricional e aqueles atendidos pela rede socioassistencial, pelos equipamentos de

alimentação e nutrição, pelas demais ações de nutrição financiadas pelo Poder Público e, em

condições específicas definidas pelo Grupo Gestor do PAA GGPAA, pela rede pública e

filantrópica de ensino e saúde (MANUAL, 2014). A seguir a figura 04 ilustrando um

beneficiarios consumidores da Creche criança feliz de Lucrecia/RN, uma das entidades

beneficados pelo programa.

377351

301

273

302 310

0

50

100

150

200

250

300

350

400

FEMININO MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO MASCULINO

2015 2016 2017

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

43

Figura 04: Beneficiários Consumidores de – Lucrécia/RN.

Fonte: EMATER, 2016.

O Programa de Aquisição de Alimentos na modalidade CDS no Rio grande do

Norte beneficiou 574,366 mil pessoas de 2015 a 2017, conforme distribuição apresentada no

gráfico 11.

Gráfico 11: Beneficiários consumidores de 2015 a 2017.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.

185.152 174.730

214.484

0

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

2015 2016 2017

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

44

Vale ressaltar que houve um aumento do número de beneficiários consumidores,

em virtude do aumento das entidades recebedoras.

No ano de 2015, participaram do programa de aquisição de alimentos na

modalidade compra doação simultânea como beneficiários consumidores no Estado do Rio

Grande do Norte gerenciado pela EMATER/RN um total de 185.152 consumidores, sendo

100.439 do sexo Feminino no qual corresponde a 54% dos participantes do programa, e

84.713 do sexo masculino que corresponde a 46% dos beneficiários consumidores do

programa. Já ano de 2016, participaram do programa no um total de 174.730 beneficiários

consumidores, sendo 89.491 do sexo Feminino no qual corresponde a 51%, e 85.239 do sexo

masculino que corresponde a 49% dos beneficiários consumidores do programa. E no ano de

2017, participaram do programa um total de 214.484, sendo 111.212 do sexo Feminino no

qual corresponde a 52%, e 103.272 do sexo masculino que corresponde a 48% dos

beneficiários consumidores do programa, conforme gráfico 12.

Gráfico 12: Beneficiários consumidores por gênero de 2015 a 2017.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.

Nota se que o gênero atendido pelo programa é de mulheres, sendo predominante

nos anos de 2015 a 2017.

100.439

84.713 89.491

85.239

111.212 103.272

0

20,000

40,000

60,000

80,000

100,000

120,000

FEMININO MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO MASCULINO

2015 2016 2017

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

45

3.7 LIMITES E DESAFIOS

No processo de execução do PAA foram detectados limites para um melhor

resultado e sistematizados em dimensões internas e externas. Na dimensão interna os limites

foram agrupados em seis grupos: gestão, operacionalização, capacitação, infraestrutura e

equipamentos, recursos e articulação, já nas dimensões externas foi agrupado em cinco

grupos: legal, ambiental, político, econômico e social, tais como mostra o quadro 04.

Limites Desafios

Dimensões Internas

Ges

tão

Centralização do programa para uma unidade estadual Descentralizar a gestão do programa para os

escritórios regionais

Falta de fiscalização (Campo, entidades, centrais).

Promover uma política de fiscalização interna do

programa. (Na entrega, qualidade e

Beneficiamento dos produtos).

A defasagem dos preços, que esta desde 2014. Atualização anual dos preços através de pesquisa

de mercado.

Op

erac

ion

aliz

ação

Problemas suporte no sistema de notas fiscais. Suporte técnico do setor de informática da

EMATER.

Cap

acit

ação

Falta de treinamento dos gestores e técnicos locais,

referente à atualização de informações do CERES,

ferramenta de apoio para execução do programa.

Treinamento dos gestores e técnicos locais do

estado semestral.

A equipe Estadual, não participa de capacitações

realizadas pelo MDSA referentes à atualização do

programa (normas e execução).

Viabilização de recursos para participação das

capacitações do MDSA.

Infr

aest

rutu

ra e

Eq

uip

amen

tos

Falta de Materiais de escritórios, bem como

equipamentos para uso dos técnicos no campo.

Aquisição de Materiais de escritórios, bem como

de equipamentos para uso dos técnicos no campo.

Rec

urs

os

Indisponibilidade de recursos para operacionalização

do Programa como Diárias (Transporte e

alimentação), material de escritório e material de

informática, como também da manutenção do

software de Nota Fiscal.

Disponibilidade de recursos para

operacionalização do Programa como diárias

(Transporte e alimentação), material de escritório e

material de informática, como também da

manutenção do software de Nota Fiscal.

Falta de técnicos nos escritórios locais, bem como

falta de técnicos administrativos no escritório

estadual.

Disponibilizar pessoal, (técnicos nos escritórios

locais), bem como (técnicos administrativos no

escritório estadual).

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

46

Art

icu

laçã

o Dificuldade em estabelecer articulação com as

prefeituras, a respeito do beneficio que o programa

oferta.

Estabelecer articulação com as prefeituras.

Baixa articulação com outros programas de governo Estabelecer articulação com programas sociais.

Dimensões Externas

Leg

al

As dificuldades dos produtores em se adequar as

exigências legais: Lei do SIM, para a aquisição de

origem animal; Alvara Sanitário para aquisição de

produtos processados; Selo de Inspeção Federal para

aquisição de polpas de frutas.

Suporte jurídico aos produtores para que eles

possam atender aos requisitos legais.

Am

bie

nta

l

Estiagem prolongada, que afeta o estado nos últimos

anos.

Implantação de sistemas captação de água, como

barragens subterrâneas e sistema de irrigação.

Po

líti

co

Mudanças de governo e de prioridades de programas

sociais.

Maior controle social para evitar descontinuidade

de programas sociais diante de mudanças de

governo.

Eco

mic

o

Cortes de recursos em programas sociais

Maior controle social para evitar cortes de recursos

destinados aos programas sociais diante de

mudanças de governo.

So

cial

Baixo reconhecimento social sobre a importância de

programas sociais.

Campanhas educativas para ampliar a Percepção

social sobre a importância dos programas sociais,

especialmente de combate a fome.

Quadro 04: Limites e desafios no processo de execução do PPA.

Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.

De modo, no quadro 04, listam-se os principais desafios para a superação dos

limites diagnosticados. Esses desafios necessitam ser enfrentados coletivamente, tratam-se de

problemáticas cuja resolução não depende apenas da gestão EMATER, mas da conjunção de

esforços tanto nas esferas governamentais (federal, estadual e municipais), quanto da esfera

social, notadamente os beneficiários do programa que podem assumir um papel mais efetivo

no controle social.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

47

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa monografia teve como objetivo analisar Programa de Aquisição de

Alimentos – PAA, na modalidade Compra Doação Simultânea, gerenciada pela EMATER no

Rio Grande do Norte. A partir da pesquisa realizada verificou-se que esse programa vem

sendo executado, no período de 2015 a 2017, de modo satisfatório, por meio de uma gestão

comprometida com os objetivos do programa e com o cumprimento das metas estabelecidas.

Apontando para limites na execução do programa, relacionados a dimensões

internas e externas ao Programa e a EMATER. Entre as dimensões internas destaca-se gestão,

capacitação, e entre as externas, as questões legais, políticas e ambientais.

Para a superação desses limites, traçaram-se os principais desafios que a

EMATER precisa enfrentar de modo a fortalecer o PAA-CDS no RN na gestão,

operacionalização, capacitação, infraestrutura e equipamentos, recursos e articulação. Esses

desafios necessitam ser enfrentados coletivamente, tratam-se de problemáticas cuja resolução

não depende apenas da gestão EMATER, mas da conjunção de esforços tanto nas esferas

governamentais (federal, estadual e municipais), quanto da esfera social, notadamente os

beneficiários do programa que podem assumir um papel mais efetivo no controle social.

Cabe notar que a pesquisa realizada permitiu avançar na compreensão sobre o

funcionamento do PAA no Rio Grande do Norte, na medida em que sistematizou informações

sobre o programa ainda não publicado. Nesse sentido, os procedimentos metodológicos e o

uso de dados secundários mostraram-se como adequados para promover uma exploração e

descrição da temática.

De tal modo que a análise aqui empreendida apresenta potencial ser utilizada pela

EMATER servindo como instrumento base de informações para fins de planejamento e

desenvolvimento de ações por parte da instituição. Especialmente pelo fato de que apresenta

os desafios a serem enfrentados.

Em que se pesem as contribuições da pesquisa, reconhece-se suas limitações,

recomendando o desenvolvimento de estudos futuros que façam o levantamento da

perspectiva atores envolvidos sobre a execução do programa pela EMATER-RN, quer seja a

perspectiva dos beneficiários e produtores, bem como dos gestores. Uma pesquisa com os

gestores permitirá compreender as dificuldades gerenciais enfrentados. Já a pesquisa com os

produtores pode-se verificar a satisfação e avaliação do programa e da sua gestão, quanto

identificar as razões que levaram a saída dos municípios e produtores do programa. Uma

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

48

avaliação com os beneficiários consumidores poderá verificar questões sobre a efetiva

contribuição do programa para a segurança alimentar.

Só assim, numa perspectiva de analise complexa, se terá uma compreensão mais

aprofundada sobre a compreensão sobre o funcionamento do PAA no Rio Grande do Norte.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

49

REFERÊNCIAS

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da implementação pela CONAB no Rio Grande do Norte. 2012.

BELIK, Walter; SILVA, José Graziano da; e TAKAGI, Maya. Políticas de combate à fome

no Brasil. São Paulo Perspec. [online]. vol.15, n.4, pp.119-129, 2001. Disponível em:

<http://dx.doi.org/10.1590/S0102-88392001000400013> acessado em 22 de setembro 2017.

BRASIL, Programa Aquisição de Alimentos. Manual Operativo. Modalidade compra

com doação simultânea operação por meio de termo de adesão – MDS. 2014.

_______. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Programas de combate à fome são

modelo para o mundo, diz diretor da FAO - 2015. Disponível em< http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/08/programas-de-combate-a-fome-sao-

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_______. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Guia de políticas e programas.

Brasília, DF: MDSA, Assessoria de Comunicação, 2017.

________. Programa de Aquisição de Alimentos PAA. Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome. Disponível

em <http://www.mds.gov.br/segurancaalimentar/aquisicao-e-comercializacao-da-agricultura-

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________. Decreto Nº 3.508, de 14 de junho de 2000. Dispõe sobre o Conselho Nacional de

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República Casa Civil Sub Chefia para Assuntos Jurídicos. Brasília, 2000.

BUAINAIN, A.M; SOUZA FILHO, H. M. Agricultura familiar, agroecológica e

desenvolvimento sustentável: questões para debate. Título II. Série III. Brasília: IICAA,

2006.

CASTRO, César Nunes de. Desafios da agricultura familiar: o caso da assistência técnica e

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construção. Mimeo,1995.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

52

ANEXO A

LISTA DE MUNÍCIPIOS QUE PARTICIOARAM DO PAA - 2015 A 2017

2015 2016 2017

AÇU AÇU AÇU

ALTO DO RODRIGUES ALTO DO RODRIGUES ALTO DO RODRIGUES

- AFONSO BEZERRA -

ANGICOS - ANGICOS

APODI APODI APODI

- ANTÔNIO MARTINS ANTÔNIO MARTINS

AREIA BRANCA - -

ARÊS ARÊS ARÊS

BAÍA FORMOSA - BAÍA FORMOSA

- BARAÚNA BARAÚNA

- BARCELONA BARCELONA

BENTO FERNANDES - BENTO FERNANDES

BOA SAÚDE - -

BOM JESUS BOM JESUS BOM JESUS

BREJINHO BREJINHO BREJINHO

CAIÇARA DO NORTE CAIÇARA DO NORTE CAIÇARA DO NORTE

CAIÇARA DO RIO DO VENTO CAIÇARA DO RIO DO VENTO CAIÇARA DO RIO DO VENTO

- CAMPO GRANDE -

CAMPO REDONDO - -

CANGUARETAMA CANGUARETAMA CANGUARETAMA

- - CARAÚBAS

CARNAUBAIS CARNAUBAIS -

CEARÁ-MIRIM CEARÁ-MIRIM CEARÁ-MIRIM

- CERRO CORÁ CERRO CORÁ

CORONEL EZEQUIEL CORONEL EZEQUIEL CORONEL EZEQUIEL

CURRAIS NOVOS CURRAIS NOVOS CURRAIS NOVOS

DOUTOR SEVERIANO - DOUTOR SEVERIANO

ENCANTO - -

ESPÍRITO SANTO ESPÍRITO SANTO -

- - EQUADOR

EXTREMOZ EXTREMOZ EXTREMOZ

FELIPE GUERRA - FELIPE GUERRA

FRANCISCO DANTAS - -

FRUTUOSO GOMES FRUTUOSO GOMES FRUTUOSO GOMES

GOIANINHA GOIANINHA GOIANINHA

GOVERNADOR DIX-SEPT - -

ROSADO

GROSSOS - -

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IELMO MARINHO IELMO MARINHO -

IPANGUAÇU IPANGUAÇU IPANGUAÇU

ITAJÁ ITAJÁ ITAJÁ

- - ITAÚ

JAÇANÃ JAÇANÃ JAÇANÃ

- - JANDAÍRA

JANDUÍS - -

JAPI - -

- - JARDIM DE PIRANHAS

- - JARDIM DO SERIDÓ

JOÃO CÂMARA JOÃO CÂMARA JOÃO CÂMARA

- - JOÃO DIAS

JUNDIÁ - -

LAGOA D'ANTA LAGOA D'ANTA -

- LAJES LAJES

LAGOA DE PEDRAS - -

- - LAGOA DE VELHOS

LAGOA SALGADA - -

LAJES PINTADAS - -

LUÍS GOMES - LUÍS GOMES

- LUCRÉCIA LUCRÉCIA

- - JUCURUTU

MACAÍBA MACAÍBA MACAÍBA

MARTINS - MARTINS

MAXARANGUAPE MAXARANGUAPE MAXARANGUAPE

MONTANHAS MONTANHAS MONTANHAS

MESSIAS TARGINO - -

MONTE ALEGRE MONTE ALEGRE MONTE ALEGRE

- MOSSORÓ MOSSORÓ

NOVA CRUZ NOVA CRUZ NOVA CRUZ

OLHO-D'ÁGUA DO BORGES - OLHO-D'ÁGUA DO BORGES

PARAZINHO PARAZINHO PARAZINHO

- - PARELHAS

PASSA E FICA PASSA E FICA PASSA E FICA

PASSAGEM - -

- - PATU

- - PAU DOS FERROS

- PEDRA PRETA

- - PEDRA GRANDE

PEDRO VELHO PEDRO VELHO -

- - PENDÊNCIAS

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PUREZA PUREZA PUREZA

PILÕES - -

PORTALEGRE - -

RAFAEL FERNANDES - -

RAFAEL GODEIRO - -

RIACHO DA CRUZ - -

RIACHO DE SANTANA RIACHO DE SANTANA RIACHO DE SANTANA

- RIACHUELO RIACHUELO

RIO DO FOGO RIO DO FOGO RIO DO FOGO

- SANTA MARIA -

- SANTANA DOS MATOS -

SÃO GONÇALO DO AMARANTE SÃO GONÇALO DO

AMARANTE

SÃO GONÇALO DO

AMARANTE

- SÃO PEDRO SÃO PEDRO

- - SANTA CRUZ

- SENADOR ELÓI DE SOUZA SENADOR ELÓI DE SOUZA

- - SANTANA DO SERIDÓ

SANTANA DOS MATOS - -

SÃO BENTO DO TRAIRÍ - -

- - SÃO BENTO DO NORTE

SÃO FRANCISCO DO OESTE

SÃO JOSÉ DE MIPIBU SÃO JOSÉ DE MIPIBU SÃO JOSÉ DE MIPIBU

SÃO MIGUEL SÃO MIGUEL SÃO MIGUEL

SAO MIGUEL DO GOSTOSO SAO MIGUEL DO GOSTOSO SAO MIGUEL DO GOSTOSO

SÃO PAULO DO POTENGI SÃO PAULO DO POTENGI SÃO PAULO DO POTENGI

SÃO TOMÉ SÃO TOMÉ SÃO TOMÉ

- - SERRINHA DOS PINTOS

SENADOR GEORGINO AVELINO SENADOR GEORGINO SENADOR GEORGINO

AVELINO AVELINO

SERRA CAIADA - SERRA CAIADA

SERRA DE SÃO BENTO - -

- UPANEMA UPANEMA

SERRINHA SERRINHA SERRINHA

SEVERIANO MELO - SEVERIANO MELO

TABOLEIRO GRANDE - -

TANGARÁ - -

TENENTE ANANIAS

TIBAU -

TIBAU DO SUL -

TOUROS TOUROS TOUROS

TRIUNFO POTIGUAR TRIUNFO POTIGUAR TRIUNFO POTIGUAR

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UMARIZAL - UMARIZAL

VÁRZEA - VÁRZEA

VERA CRUZ VERA CRUZ VERA CRUZ

VILA FLOR VILA FLOR -

- - VENHA-VER

- - VIÇOSA

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ANEXO B

EXECUÇÃO FÍSICA FINANCEIRA POR PRODUTO ADQUIRIDO 2015 A 2017* (NOVEMBRO)

PRODUTO PRODUTOS VALORES

(R$)

QUANTIDADE

(KG)

FRANGO CAIPIRA AVES 23.767,10 1787

FRANGO DE GRANJA AVES 16.812,80 2272

GALINHA CAIPIRA AVES 93.996,06 6103,64

GALINHA AVES 9.676,00 604,75

CARNE BOVINA DE PRIMEIRA CARNES E OVOS 363.355,36 21003,2

CARNE BOVINA DE SEGUNDA CARNES E OVOS 453.748,91 34116,46

CARNE BOVINA MOÍDA (O) CARNES E OVOS 7.935,00 690

CARNE CAPRINA DIANTEIRA CARNES E OVOS 20.646,15 1404,5

CARNE CAPRINA TRASEIRA CARNES E OVOS 24.948,69 1569,1

CARNE OVINA DIANTEIRA CARNES E OVOS 17.088,75 1162,5

CARNE OVINA TRASEIRA CARNES E OVOS 19.357,37 1225,15

CARNE SUÍNA CARNES E OVOS 40.381,60 3605,5

OVOS DE GALINHA CAIPIRA OU

COLONIAL CARNES E OVOS 13.902,65 1376,5

DOCE DE CAJU DOCES 8.332,80 868

DOCE DE COCO DOCES 7.590,00 825

DOCE DE GOIABA DOCES 24.890,26 2647,9

DOCE DE LEITE DOCES 7.727,50 702,5

DOCE DE MAMÃO DOCES 39.035,70 3943

ABACATE FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 1.866,00 622

ABACAXI FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 204.149,85 70396,5

ACEROLA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 51.208,05 17069,35

BANANA MAÇÃ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 113.475,60 31521

BANANA NANICA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 5.400,00 2000

BANANA PACOVAN FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 528.379,02 211351,6

BANANA PRATA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 18.156,75 7262,7

BANANA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 17.367,44 5262,86

CAJÁ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 15.305,00 3061

CAJU FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 11.946,06 4266,45

COCO SECO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 44.186,40 12274

COCO VERDE FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 21.496,80 26871

GOIABA VERMELHA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 63.873,60 19960,5

GRAVIOLA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 14.604,80 2608

LARANJA COMUM FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 8.354,00 4177

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LIMÃO COMUM FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 5.672,94 2701,4

LIMÃO TAITI FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 1.620,00 810

MAMÃO FORMOSA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 80.255,70 53503,8

MAMÃO HAVAÍ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 56.374,08 26844,8

MAMÃO PAPAIA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 2.130,00 852

MANGA ESPADA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 27.882,84 13941,42

MANGA ROSA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 2.454,10 1067

MANGA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 17.505,40 7957

MANGABA FRUTO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 18.560,00 3712

MARACUJÁ AMARELO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 90.808,60 23897

MELANCIA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 170.057,29 100033,7

MELÃO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 114.200,40 57100,2

PINHA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 1.980,00 495

POLPA DE ABACAXI FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 4.352,00 680

POLPA DE ACEROLA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 19.209,83 3049,18

POLPA DE CAJÁ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 4.860,00 600

POLPA DE CAJÚ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 37.505,00 5770

POLPA DE GOIABA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 10.598,75 1737,5

POLPA DE GRAVIOLA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 4.168,60 438,8

POLPA DE MANGA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 25.827,27 4531,1

POLPA DE MANGABA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 190,00 20

POLPA DE MARACUJÁ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 1.634,00 190

TAMARINDO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 2.709,55 713,04

UMBU FRUTO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 45,00 30

UMBU FRUTAS (INCLUI POLPAS DE

FRUTA) 492,00 246

ARROZ EM CASCA VERMELHO GRÃOS 45.340,90 9647

FEIJÃO MACAÇAR GRÃOS 45.415,80 9873

FEIJÃO VERDE GRÃOS 151.795,80 21999,39

MILHO VERDE EM ESPIGA GRÃOS 12.876,36 4598,7

BATATA DOCE HORTÍCICULAS, RAÍZES E

TUBÉRCULOS 306.401,62 145905,54

CEBOLA HORTÍCICULAS, RAÍZES E

TUBÉRCULOS 3.643,52 1138,6

CEBOLINHA HORTÍCICULAS, RAÍZES E

TUBÉRCULOS 62.163,57 10905,89

CENOURA HORTÍCICULAS, RAÍZES E

TUBÉRCULOS 13.060,76 4503,71

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COENTRO HORTÍCICULAS, RAÍZES E

TUBÉRCULOS 182.653,31 26093,33

INHAME HORTÍCICULAS, RAÍZES E

TUBÉRCULOS 11.841,50 2153

PEPINO COMUM HORTÍCICULAS, RAÍZES E

TUBÉRCULOS 1.519,80 447

PIMENTA DE CHEIRO HORTÍCICULAS, RAÍZES E

TUBÉRCULOS 2.590,95 375,5

RAIZ DE MANDIOCA AIPIM COM

CASCA

HORTÍCICULAS, RAÍZES E

TUBÉRCULOS 459.907,20 199959,65

SALSA HORTÍCICULAS, RAÍZES E

TUBÉRCULOS 1.856,00 464

TOMATE CEREJA LEGUMES 25.826,57 3003,09

TOMATE LEGUMES 78.335,36 24479,8

BERINJELA LEGUMES 1.391,25 397,5

PIMENTÃO VERDE LEGUMES 62.633,93 16928,09

ABOBRINHA LEGUMES 4.495,00 1798

ABÓBORA CABOCLA LEGUMES 114.069,80 43873

ABÓBORA LEITE LEGUMES 63.841,60 31920,8

BETERRABA LEGUMES 1.210,86 390,6

QUIABO LEGUMES 79,80 21

RABANETE LEGUMES 800,00 200

QUEIJO DE COALHO LEITE E DERIVADOS 9.351,04 492,16

QUEIJO LEITE E DERIVADOS 3.900,00 200

BEBIDA LÁCTEA ARTESANAL

IOGURTE LEITE E DERIVADOS 82.815,00 27605

MEL DE ABELHA - SACHÊ MEL 42.198,57 2384,1

MEL DE ABELHA MEL 7.269,14 481,4

BISCOITO DE CÔCO PANIFICADOS E MASSAS 35.535,00 3090

BISCOITO DE NATA PANIFICADOS E MASSAS 3.187,50 375

BISCOITO SEQUILHOS PANIFICADOS E MASSAS 23.407,60 1684

BOLO DE BATATA-DOCE PANIFICADOS E MASSAS 15.201,00 1689

BOLO DE CENOURA PANIFICADOS E MASSAS 0,00 0

BOLO DE FÉCULA DE MANDIOCA PANIFICADOS E MASSAS 59.989,65 5713,3

BOLO DE LEITE PANIFICADOS E MASSAS 34.032,70 3620,5

BOLO DE MACAXEIRA PANIFICADOS E MASSAS 41.794,50 4097,5

BOLO DE MILHO PANIFICADOS E MASSAS 1.392,00 145

BOLO DE MILHO PANIFICADOS E MASSAS 2.190,00 200

BOLO DE OVOS PANIFICADOS E MASSAS 251.406,90 27934,1

BOLO DE PÉ-DE-MOLEQUE PANIFICADOS E MASSAS 4.741,00 474,1

COCADA PANIFICADOS E MASSAS 13.636,16 1585,6

FARINHA DE MANDIOCA BRANCO (A) PANIFICADOS E MASSAS 12.640,00 3160

FÉCULA DE MANDIOCA PANIFICADOS E MASSAS 29.919,60 8311

PAMONHA PANIFICADOS E MASSAS 1.816,00 227

RAPADURA DE CAJU PANIFICADOS E MASSAS 6.292,00 1144

BEIJU PANIFICADOS E MASSAS 6.998,18 945,7

PEIXE PESCADO 65.037,00 6846

TILÁPIA FILÉ PESCADO 51.332,40 2619

TILÁPIA PESCADO 1.163.636,15 115211,5

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ......Coordenação do Curso de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do

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COUVE-FLOR VERDURAS E FOLHAS 171,69 29,1

COUVE VERDURAS E FOLHAS 15.538,73 3046,81

ESPINAFRE VERDURAS E FOLHAS 561,40 80,2

ALFACE CRESPA VERDURAS E FOLHAS 36.994,16 5966,8

ALFACE LISA VERDURAS E FOLHAS 36.429,34 5875,7

ALFACE VERDURAS E FOLHAS 25.298,00 4517,5

REPOLHO VERDURAS E FOLHAS 2.237,20 658

RÚCULA VERDURAS E FOLHAS 2.556,64 440,8

TOTAL 6.757.312,93 1.617.457,66