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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
A INSERÇÃO DO LÚDICO NO AMBIENTE HOSPITALAR PARA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
ANDREZA CRISTINA DA SILVA NOGUEIRA
GROSSOS-RN
2016
ANDREZA CRISTINA DA SILVA NOGUEIRA
A INSERÇÃO DO LÚDICO NO AMBIENTE HOSPITALAR PARA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
Artigo Científico apresentado ao Curso de
Pedagogia, na modalidade a distância, do
Centro de Educação, da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, como requisito
parcial para obtenção do título de Licenciatura
em Pedagogia, sob a orientação do professor
Dr. Alex Sandro Coitinho Sant’ana.
GROSSOS-RN
2016
A INSERÇÃO DO LÚDICO NO AMBIENTE HOSPITALAR PARA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
Por
ANDREZA CRISTINA DA SILVA NOGUEIRA
Artigo Científico apresentado ao Curso de
Pedagogia, na modalidade a distância, do
Centro de Educação, da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, como requisito
parcial para obtenção do título de Licenciatura
em Pedagogia.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Dr. Alex Sandro Coitinho Sant’ana (Orientador)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_____________________________________________________
Dra. Karla Rosane do Amaral Demoly
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Dra. Akynara Aglae Rodrigues S. da S. Burlamaqui
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
A INSERÇÃO DO LÚDICO NO AMBIENTE HOSPITALAR PARA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
Andreza Cristina da Silva Nogueira1
RESUMO
Este artigo aborda um breve estudo sobre a contribuição da ludicidade no âmbito hospitalar
para crianças e adolescentes, tendo como finalidade descrever sobre a importância e
benefícios que o lúdico traz para vida das crianças/adolescentes hospitalizadas, bem como,
ainda aborda questões sobre a implantação da brinquedoteca em ambientes para tratamento
com crianças e adolescentes estabelecida conforme Lei nº 11. 104/05, que determina que todo
ambiente de tratamento voltado para crianças, seja instalado estes referidos espaços. Discute-
se também, sobre a atuação do pedagogo nas instituições hospitalares, onde aborda o lúdico
no processo de ensino trazendo contribuições bastante significativas em seu fazer profissional,
bem como, na vida das crianças e adolescentes no período de hospitalização. Vale salientar,
que este trabalho tem caráter de uma pesquisa bibliográfica, onde utilizou-se de referencial de
autores que retratam o tema proposto, tais como: Vygotsky(1991), Lopes(2002), Santos, Ortiz
e Freitas(2005), dentre outros. Concluímos que a pesquisa foi de bastante relevância para
compreensão do lúdico hospitalar, que teve como subsidio o entendimento acerca do processo
na melhoria da saúde das crianças e adolescentes durante o tratamento através da ludicidade,
onde podemos observar ainda, sobre a importância da interação entre profissionais da
educação e saúde no processo de recuperação dos enfermos escolares hospitalizados.
Palavras chaves: Lúdico. Aprendizagem. Brinquedoteca. Pedagogia Hospitalar.
ABSTRACT
This article discusses a brief study on the contribution of playfulness within the hospital for
children and teenagers, having as describe about the importance and benefits that the play
brings to the lives of children/teenagers hospitalized, as well as, still adresses issues on the
deployment of the toy library in environment for treatment with children and teenagers
established according to Low nº 11.104/05, which stipulates that all treatment environment
for these children, whether installed these referred spaces. It discusses the role of the educator
in hospitals, where it discusses the playful in the teaching process bringing significant
contributions in their profissional as well as making in the life of children and teenagers in the
period of hospitalization. It’s Worth pointing out that this work has the character of
bibliographical research, where used benchmark for authors who portray the proposed theme,
1 Graduada pela Universidade Federal do Rio Grande Norte - UFRN. Centro de Educação Curso de Pedagogia à
Distância. Turma 2016.1. Grossos/RN.
such as: Vygotsky(1991), Lopes(2002), Santos, Ortis and Freitas(2005), among others. We
conclude that the survey was of enough relevance to understanding the playful hospital, that
had as grants the understanding about the process in improving the health of children and
teenagers during hospital treatment of playfulness, where we can see yet, about the
importance of the interaction between education and health profissionals in the recovery
process of the sick schoolchildren hospitalized.
Keys Words: Playful. Learning. Toy Library. Hospital Pedagogy.
6
1. INTRODUÇÃO
A escolha pelo tema proposto ao artigo sobre o lúdico no ambiente hospitalar, foi
devido observações encontradas na literatura pedagógica atual no que concerne as
dificuldades da atuação de um profissional da educação dentro do ambiente hospitalar
pediátrico. Tendo em vista que se faz necessária tal atuação, que por falta de conhecimento
sobre as exigências legais, estes espaços ainda apresentam resistências para suas contratações.
O que tem causado frustações na categoria.
Assim, o que se observa é a crescente demanda que significativamente tem buscado
por tratamento pediátrico em hospitais, e estes não tem tido a devida assistência, no que diz
respeito aos cuidados com sua saúde e a escolarização hospitalar, mesmo amparados por Leis,
quando estas lhes asseguram assistência integral.
A discussão sobre o tema que aborda a ludicidade no âmbito hospitalar, é de
fundamental importância para compreendermos os elementos significativos envoltos nesse
universo lúdico como o próprio o ato das brincadeiras, jogos dentro das instituições
hospitalares no tratamento para crianças e adolescentes, já que para elas, brincar é algo mais
que natural.
Dessa forma, o presente artigo tem por finalidade analisar e descrever sobre a
importância da ludicidade no âmbito hospitalar destinados para crianças e adolescentes,
tomando por base os postulados teóricos que referem-se ao tema sugerido.
Tendo em vista o hospital como uma instituição para atendimento à saúde, como
ambiente hostil que de certa forma causa medo, angústia, expectativas, que são levadas em
conta o sofrimento físico e psíquico dos usuários, familiares e em especial crianças e
adolescentes.
Com base nos autores Ortiz; Freitas (2005, p. 45), para os pais, o adoecimento de seu
filho ocorre em uma situação de extrema angústia, preocupando-se com a saúde e protelando
questões referente à escolaridade dos filhos [...]. A participação da família no processo de
cuidar, é reconhecida pelos profissionais de saúde como de bastante relevância para melhoria
e recuperação do processo saúde/doença dos usuários hospitalizados, realizando uma parceria
da ação do cuidado desempenhado pela família e equipe de saúde.
Assim, mediante todo o exposto, informa-se que para subsidiar este trabalho foi
utilizado pesquisas bibliográficas que traz como referencial teórico sobre a temática abordada
os seguintes autores: Matos e Mugiatti(2008), Santos(1998), Lopes(2002), Libâneo(2005), Ortiz e
7
Freitas(2005). Além do respaldo normativo em documentos do Ministério da Educação,
Ministério da saúde, CF/88, decretos e Leis, dentre outros.
Dessa forma, o presente artigo traz a compreensão sobre a ludicidade e seus benefícios
dentro dos ambientes para tratamento com crianças e adolescentes, reafirmando o espaço das
brinquedotecas como importante e divertido ambiente para se trabalhar e desenvolver as
atividades pedagógicas no processo de ensino aprendizagem das crianças e adolescentes, que
durante o processo de hospitalização se encontram impossibilitadas de frequentar o ambiente
escolar.
Observando o hospital como sendo ambiente que apresenta nos seres humanos medo
do desconhecido no que diz respeito ao seu estado de saúde, este vem abrindo novos
caminhos no seu cotidiano do fazer profissional docente, uma vez que, mediante aos avanços
o profissional da educação pode desempenhar sua atuação de maneira a contribuir para o bem
estar e satisfação na permanência, assim como o pleno desenvolvimento cognitivo das
crianças/adolescentes hospitalizadas.
Conforme Matos e Mugiatti (2008, p. 24) ao educador, como participante da equipe de
saúde, não cabe, assim, postura estanque. Construir conhecimentos para abrir novos
horizontes significa navegar em águas turbulentas, em que o timoneiro, atento, vive a
mutualidade do fazer e do agir continuamente, tendo em vista as múltiplas possibilidades que
emergem e o desafiam em todo momento. Seguindo esse raciocínio, passamos a compreender
que as diversas faces do processo educativo ao qual está devotado o educador, se faz presente
em todas as esferas sociais, seja na escola ou hospitais.
Sendo assim, apresento expectativas para que este trabalho venha trazer contribuições
significativas aos profissionais da área da educação, e que esse trabalho possa ainda, chamar
atenção para os aspectos positivos que a ludicidade traz para vida das crianças/adolescentes
em tratamento de saúde.
Quanto aos processos metodológicos utilizados para o desenvolvimento deste artigo,
utilizou-se de pesquisas bibliográficas de caráter exploratória, e como qualquer exploração,
este tipo de pesquisa depende do desenvolvimento do seu explorador. Deu-se também através
de pesquisas em artigos e material semelhante em sites devidamente referenciados.
Foram utilizadas algumas referências bibliográficas buscando investigar a partir da
ideia de alguns autores o conhecimento sobre ambientes lúdicos hospitalares, vinda de artigos,
documentos eletrônicos, principalmente sob algumas consultas obtidas via internet em
trabalhos com temas parecidos e/ ou similares.
8
Há várias classificações de pesquisas quanto à natureza básica ou aplicada, do ponto
de vista da abordagem do problema quantitativa e qualitativa, conforme os objetivos
exploratórios, segundo procedimentos técnicos, sendo bibliográfica, documental,
experimental, levantamento e estudo de caso (GIL, 2008, p. 42).
A demanda pesquisada abrangeu elementos básicos sobre o campo estudado,
apontando para o fato da importância destes ambientes nos meios hospitalares. Inicialmente
abordou-se teoricamente a importância do lúdico no desenvolvimento da criança, e
posteriormente foi contextualizado o espaço e como ele é ou pode ser inserido nos hospitais.
Este trabalho também tomou por base a legalidade que sustenta os direitos das
crianças e dos adolescentes que estejam em ambiente hospitalar para eventuais tratamentos e
que não podem deixar suas vidas de educandos à margem para quando retomarem sua rotina.
2. A LUDICIDADE NO ÂMBITO HOSPITALAR PARA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES
De modo geral, quando pensamos em hospital logo nos remetemos o pensamento à
fragilidade corpo e da mente, preocupações, angústias, ansiedades, medos, dentre outros
fatores capazes de interferir e abalar o emocional psicológico dos seres humanos. O
diagnóstico de uma doença sempre traz diferentes reações aos pacientes que buscam pelos
serviços de saúde. Conforme Assis (2009, p. 83) “a saúde é um estado de harmonia entre o ser
humano e o meio físico e social, enquanto a doença é a desarmonia das relações do indivíduo
com seu ambiente externo e interno”.
O assunto saúde deve ser tratado de maneira abrangente, relacionado com a cultura
de um povo e suas condições matérias; a doença precisa ser vista como capaz de
revelar moléstias sociais por situações precárias de vida e anunciar dificuldades ou
transtornos emocionais por meio de sintomas psicossomáticos. (ASSIS, 2009, p. 83).
Com isso, abre-se inúmeras possibilidades de intervenções para um tratamento com
melhores resultados no enfrentamento do processo saúde/doença, onde envolvem pacientes de
diversos tipos de patologias e faixas etárias diferenciadas. Portanto:
Ao instalar-se na unidade de tratamento, o paciente infantil, já infligido pelas
incomodas sensações corporais, terá, ainda, que assumir o enfrentamento das
intercorrências adicionais: as precariedades e/ ou limitações de seu corpo; a
separação dos pais, configurando um sentimento de abandono; adaptação ao
desconhecido mundo branco hospitalar; às dúvidas de estar nos padrões de
normalidades; os prejuízos em sua vivencia familiar e o reconhecimento de deixar
de ser uma criança autônoma para descobrir-se, com pesar, com heterônoma.
(ORTIZ; FREITAS, 2005, p. 29).
9
Dessa forma, no que diz respeito ao tema apresentado durante o discorrer desta
pesquisa, irá ser focado sobre a importância do Lúdico no Ambiente Hospitalar para Crianças
e Adolescentes, tendo por finalidade oportunizar ao leitor/educador a compreensão do
significado das atividades lúdicas para crianças e adolescentes que se encontram em processo
de hospitalização, e que por direito constituído em Lei devem seguir seus respectivos
processos de aprendizagens. Diante desse cenário:
A investigação das possibilidades de intervenção educativa, diante da realidade da
criança hospitalizada é muito importante, visto que a situação da hospitalização, em
função da descoberta da doença, pode trazer inúmeros prejuízos ao desenvolvimento
global, bem como, os processos de aprendizagem em geral. (NASCIMENTO, 2004
apud MATOS; TORRES, 2010, p. 23).
Segundo Ortiz e Freitas, (2005, p. 27) o evento hospitalização traz consigo a
penetração da fragilidade, o desconforto a dor e a insegurança da possível finitude. É um
processo de desestruturação do ser humano que se vê em estado de permanente ameaça. Neste
momento, delineou-se algumas inquietações sobre como a criança se instrumentaliza para
acionar o enfrentamento deste processo.
Ademais, é possível compreender que:
Toda hospitalização está relacionada por meio de uma enfermidade ou outra
situação que se instalou e levou a internação em contexto hospitalar, o que significa,
no organismo do ser humano, uma certa ruptura, cujo efeito resulta em
impedimentos geradores de mecanismos de adaptação (MATOS; MUGIATTI, 2008,
p. 100).
A assistência à criança hospitalizada, graças aos avanços tecnológicos, vem passando
por transformações significativas que de maneira positiva tem causado mudanças que estão
relacionadas ao modo da prática nos atendimentos, onde tem conduzido os profissionais de
saúde, juntamente com profissionais de outras áreas a refletirem sobre suas práticas com
crianças e adolescentes hospitalizadas, no sentido de aguçar para a sensibilidade que detecta
os efeitos de seu trabalho na prática. Sobre o tratamento de atendimento pedagógico-
educacional em instituições hospitalares Matos e Torres (2010) afirma que:
[...] é considerar a inter-relação de duas importantes áreas – educação e saúde – que
devem atuar com a finalidade de promover o desenvolvimento integral da pessoa
que está sob tratamento de saúde, visando aos seus direitos e à qualidade de vida. A
qualidade de vida – o bem estar, o bem estar – implica condições físicas,
psicológicas e sociais que favoreçam a pessoa a desfrutar uma vida equilibrada, isto
é, a possibilidade de realização pessoal, profissional e afetiva. (p. 81).
No entanto, muitos são os desafios que os profissionais que atuam na área da saúde e
educação tendem a enfrentar em seu cotidiano. Com o compromisso de prevenir, cuidar,
10
proteger, tratar, recuperar e promover saúde para os que estão em tratamento no ambiente
hospitalar, e no caso em particular de educadores sobre seu processo de desenvolvimento
cognitivo, assumindo uma postura ética e reflexiva sobre o acolhimento e permanência das
crianças e adolescentes no tempo/espaço em que estejam hospitalizadas.
Conforme (Fonseca, 2003 apud Matos; Torres, 2010, p. 128).
“O ambiente hospitalar é para o professor uma fonte de aprendizagem
constante, por meio da escuta às informações de vida da criança com seu conteúdo
de representação da doença, do tratamento, da hospitalização e da equipe de saúde.
Isto leva o professor da hospitalização um aspecto positivo para o crescimento e
desenvolvimento da criança” e no nosso entendimento leva o profissional educador
a criar uma identidade diferenciada baseada na sensibilidade de situações
emergenciais”.
Assim, como processo de hospitalização, é importante destacar que o acolhimento dos
enfermos é uma das atitudes por parte dos profissionais de total relevância, visto ser a
receptividade, uma postura da prática que favorece uma relação de confiança entre usuários e
a equipe de saúde e educação.
O acolhimento no campo da saúde deve ser entendido, ao mesmo tempo, como
diretriz ética/estética/política constitutiva dos modos de se produzir saúde e
ferramenta tecnológica de intervenção na qualificação de escuta, construção de
vínculos, garantia do acesso com responsabilização e resolutividade nos serviços.
(BRASIL, 2008, p. 18).
E mais: O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde, de forma a
atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e
assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais
adequadas aos usuários. Ou seja, requer prestar um atendimento com resolutividade
e responsabilização, orientando, quando for o caso, o paciente e a família em relação
a outros serviços de saúde, para a continuidade da assistência, e estabelecendo
articulações com esses serviços, para garantir a eficácia desses encaminhamentos.
(BRASIL, 2008, p. 21).
Dessa forma, para que haja melhor interação nas relações entre as crianças
hospitalizadas e os profissionais da saúde, é necessário assistência adequada, respeitando a
particularidade de cada indivíduo, capazes de viabilizar vínculos entre elas. No entanto, cabe
a equipe de saúde preparar-se para interações com outros saberes direcionados ao bem estar
das crianças e adolescentes no período de hospitalização, proporcionando para os mesmos,
melhores condições no enfrentamento da patologia, viabilizando melhor qualidade de vida.
Compreendemos, porém:
[...] que a internação hospitalar pode ocasionar uma série de contratempos para a
criança e sua família, os fatores físicos e psicológicos são envolvidos e podem levar
a criança a sérios traumas referente à hospitalização, muitas vezes, irreversíveis. O
acompanhamento dos pais e familiares nesse momento, é fundamental, já que
11
auxilia o processo de adaptação e mantem o vínculo entre eles – condição essencial
ao tratamento e recuperação do paciente (a criança). (MENDES, 2007, p. 14).
Portanto, como forma de melhorar a relação entre os profissionais de educação e
também da saúde, a criança/adolescente hospitalizada, juntamente com seus familiares, as
atividades lúdicas no ambiente hospitalar tem se constituído como parceiras fundamentais no
cotidiano dos mesmos. Então, o pedagogo busca em meio ao seu processo de trabalho,
desenvolver atividades prazerosas, trabalhando o lúdico como processo de ensino-
aprendizagem.
Pode- se afirmar, então, que o lúdico, de maneira geral, é tudo que provoca emoção,
alegria, espiritualidade e prazer. Jogos educativos, dramatizações, festas,
celebrações, recreio ou diversão e outras atividades que proporcionem momentos de
mais leveza, descontração, alegria, diversão, vitalidade, gozo, vitórias e derrotas,
descobertas, criação, novos conhecimentos, novas vivências, novos movimentos são
maneiras de vivenciar o lúdico. Como o ser humano é um ser único, única também
será cada uma das emoções por ele experimentada, tenha ele vivenciado o lúdico de
maneira ativa ou passiva (BRASIL & SCHWARTZ, 2005, p. 105).
Assim, conforme a citação exposta, entende-se que o pedagogo não deve se ater
somente em desenvolver seu papel apenas com atividades de distração, mas que possam
também adequar brincadeiras, jogos educativos prazerosos e atraentes, capazes de desafiar e
estimular a capacidade mental das crianças e dos adolescentes hospitalizadas. Pois, de acordo
com os estudos desenvolvidos por Vygotsky (1991), as atividades lúdicas desenvolvidas e
aplicadas para crianças, têm a função de facilitar o desenvolvimento integral das mesmas,
bem como, as funções psicológicas, intelectuais e morais de cada uma. Com isso o autor
alerta ainda, sobre a necessidade de conhecer e compreender o brinquedo que deverá ser
utilizado para cada faixa etária, respeitando a forma das atividades e suas singularidades,
conforme a oferta do brinquedo para criança e o objetivo que se deseja.
A assistência psicopedagógico, no hospital, apresenta a vantagem de ajudar as
crianças/adolescentes a desenvolverem atitudes e a manterem a convalescença de
modo mais adequado possível, a fim de que eles possam conseguir uma auto -
acomodação, fruto de sua própria vivência neste momento. (MATOS; MUGIATTI,
2008, p. 101).
Dessa forma, o pedagogo deve exercer sua função com cautela e bastante segurança
para não afetar no aprendizado dos que estão ausentes das salas de aula, respeitando as suas
limitações, e para que sintam prazer nas brincadeiras e possam tomar gosto e interesse pelos
brinquedos ou jogos ofertados para cada uma delas em virtude do processo de aprendizado
efetivo e prazeroso.
12
Em relação ao escolar doente/hospitalizado, o auxilio pedagógico, propriamente
dito, centra-se na sua questão mais específica, levando em consideração as
necessidades a que está o sujeito, neste momento tão especial do seu
desenvolvimento. (MATOS; MUGIATTI, 2008, p. 101).
A criança com a perda do contato e rotina em sua vida diária, precisa ser vista pelos
profissionais da educação envolvidos, como um ser dotado de direitos no que diz respeito ao
processo de atenção, prevenção, proteção e recuperação de sua saúde, que se encontra
debilitada. Precisa ser vista ainda, como alguém que necessita de cuidados, que por estarem
fora de sua zona de conforto, sentem-se desprotegidos e amedrontados.
A assistência pedagógica, na hospitalização, sugere uma ação educativa que se
adapta às manifestações de cada criança/adolescente, em diferentes circunstâncias,
nos enfoques didáticos, metodológicos, lúdicos e pessoais. Nesse sentido, ela
apresenta, em todos os momentos, um alto grau de flexibilidade e adaptabilidade às
estruturas. (MATOS; MUGIATTI, 2008, p. 101).
Pensando nesta problemática no tocante aos direcionamentos para crianças e
adolescentes, observa-se que se faz necessário de um espaço destinado ao lúdico, nas
instituições hospitalares, pois “todas as crianças sentem necessidade de brincar e desenvolver
atividades gostosas e prazerosas” (MASCIOLI, 2008, p. 108).
A criança hospitalizada necessita manter-se vinculada ao universo da infância.
Reconhecer essa condição como um direito social, identificar contextos percorridos
por cada um dos pacientes e intervir pedagogicamente é uma ação que requer solida
formação. (MATOS; TORRES, 2010, p. 166).
No que concerne aos hospitais, o trabalho em equipe remete entendimento na tomada
de decisão sobre a oferta na qualidade dos serviços direcionados para crianças/adolescentes
hospitalizadas, que se encontra numa condição de fragilidade devido sua doença e por isso,
neste período é afastada do convívio social de seus amigos e familiares, como também de
outros ambientes.
O papel da educação no hospital e, com ela, o do professor, é propiciar à criança o
conhecimento e a compreensão daquele espaço, ressignificando não somente a ele,
como a própria criança, sua doença e suas relações nessa nova situação de vida. A
escuta pedagógica surge, assim, como uma metodologia educativa própria de que
chamamos pedagogia hospitalar. Seu objetivo é acolher ansiedade e as dúvidas da
criança hospitalizada, criar situações coletivas de reflexão sobre elas, construindo
novos conhecimentos que contribuam para nova compreensão de sua existência,
possibilitando a melhora de seu quadro clinico. (FONTES, 2005 apud. MATOS;
TORRES, 2010, p. 166).
Respeitar o sujeito como um todo, não observando apenas sua patologia, envolve
profissionais comprometidos que substitui os esforços individuais, para atuar de maneira
13
coletiva como estratégia que possibilita um trabalho eficaz, viabilizando a possibilidade de
criação de novas estratégias para lidar com as situações que lhes causam inquietudes. De
acordo com Ricardo Ceccim (1999) apud Matos; Torres, (2010, p. 166) “o principal efeito do
encontro educação e saúde para uma criança hospitalizada é a proteção do seu
desenvolvimento e a proteção dos processos cognitivos e afetivos de construção dos
aprendizados”.
Com base no exposto, entende-se pois, que o papel do pedagogo no ambiente
hospitalar é de suma importância, onde passa integrar-se juntamente com outros profissionais
da área da saúde assumindo um campo desafiador enquanto pedagogo hospitalar
comprometido e atuante.
A construção da prática pedagógica, para atuação em ambiente hospitalar, não pode
esbarrar nas fronteiras do tradicional. As dificuldades, muitas vezes, por que não se conseguem ver nelas a oportunidade de uma atuação diferenciada, pois os valores e
as percepções de condutas e ações estão ainda muito enraizadas nas formações
reducionistas. (MATOS; MUGIATTI, 2008, p. 115).
A pedagogia que se configura na atualidade dentro dos ambientes hospitalares, tem
sido um campo de atuação do pedagogo que vem se destacando e trazendo com isso, algumas
reflexões acerca de sua atuação profissional. Onde vem ganhando credibilidade dia após dia,
devido ao seu posicionamento ético na garantia de subsidiar sua prática, trazendo assim,
imensuráveis subsídios para o desenvolvimento e aprimoramento de suas atividades, que
estão para além do processo educativo, saindo da curiosidade ingênua para uma curiosidade
epistemológica de que trata Freire (1997).
A educação que se processa, por meio da Pedagogia Hospitalar, não pode ser
identificada como simples instrução (transmissão de alguns conhecimentos
formalizados). É muito mais que isto. É um suporte psico-sócio-pedagógico dos
mais importantes, porque não isola o escolar da condição pura do doente, mas, sim,
o mantém integrado em suas atividades da escola e da família e apoiado
pedagogicamente na sua condição de doente. (MATOS e MUGIATTI, 2008, p. 47).
Com base na citação, para uma pedagogia hospitalar se desenvolver e tornar sua
prática necessária, este profissional há de vislumbrar de um novo perfil enquanto educador da
área da saúde, ampliando e consolidando seu espaço determinado para o processo
saúde/doença intervindo junto ao processo de ensino aprendizagem no âmbito hospitalar
efetivando esse espaço como primordial.
No entanto, este profissional atua nos hospitais, colocando-se à disposição entre a
instituição e a demanda, com intuito de viabilizar o acesso do ensino dentro da instituição
hospitalar, por meio de concretizar o acesso as práticas educativas junto às crianças e
adolescentes conforme determinado por Leis.
14
Na impossibilidade de frequência à escola, durante o período sob tratamento de
saúde ou de assistência psicossocial, as pessoas necessitam de formas alternativas de
organização e oferta de ensino de modo a cumprir com os direitos à educação e à
saúde, tal como definidos na Lei e demandados pelo direito à vida em sociedade.
(BRASIL, 2002, p. 11).
É importante destacar que algumas Leis reconhecem que crianças e adolescentes são
sujeitos de direitos, e que compõe o arcabouço legal, desde a Declaração Universal dos
Direitos Humanos em 1948, aqui no Brasil, liderado pela Constituição de 1988, Estatuto da
Criança e do Adolescente Lei nº 8.069/1990, em seu artigo 9 que trata-se do direito à
educação: “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programa de educação para a
saúde”, através da Resolução nº 41 de 13/10/1995 e pela LDB - Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, como educação especial.
Matos; Torres, (2010, p. 167) reforça ainda, que o direito à continuidade das
aprendizagens do escolar hospitalizado está referido no Estatuto da Criança e do Adolescente,
onde trata-se de um direito pleno, desconhecido pelas diversas instâncias sociais e educativas
que raramente manifestaram iniciativas no sentido de usufruí-lo.
Assim, é importante observar com base em todas as Leis apresentadas sobre os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, a educação para crianças e adolescentes, onde
assegura-lhes todas as oportunidades e facilidades necessárias para o desenvolvimento
integral dos mesmos, em condições de liberdade e dignidade.
À pessoa hospitalizada, o tratamento de saúde não envolve apenas os aspectos
biológicos da tradicional assistência médica à enfermidade. A experiência de
adoecimento e hospitalização implica mudar rotinas; separar-se de familiares,
amigos e objetos significativos; sujeitar-se a procedimentos invasivos e dolorosos e,
ainda, sofrer com a solidão e o medo da morte – uma realidade constante nos
hospitais. Reorganizar a assistência hospitalar, para que dê conta desse conjunto de
experiências, significa assegurar, entre outros 11 cuidados, o acesso ao lazer, ao
convívio com o meio externo, às informações sobre seu processo de adoecimento,
cuidados terapêuticos e ao exercício intelectual. (BRASIL, 2002, p. 10-11).
Sendo então direito e necessidade da criança/adolescente hospitalizada, de ter acesso
ao estudo, “Compete às Secretarias de Educação, atender à solicitação dos hospitais para o
serviço de atendimento pedagógico hospitalar e domiciliar, a contratação e capacitação dos
professores, a provisão de recursos financeiros e materiais para os referidos atendimentos”.
(BRASIL, 2002, p. 15).
Para melhor atender as determinações legais, com a crescente demanda, entende-se a
criança como cidadão assim como qualquer outro, e pelo fato de está adoentada, com a saúde
fragilizada, ela passa a ter atendimentos direcionados às suas necessidades e interesses.
15
Conforme afirma ASSIS (2009, p. 84), é grande o desafio de confrontar-se
diariamente com a condição de ser ou estar doente; a doença física pode vir acompanhada ou
provocar manifestações no campo psíquico e/ ou na interação social.
Assim, Educação e Saúde se fortalecem com propósito de prestar atendimento de
ensino/aprendizagem à criança/adolescente hospitalizada, objetivando construir mediações
que legitime a integração das práticas do cuidado, no que diz respeito à luta pela garantia dos
direitos concretizados diante das transformações que levaram os profissionais a se portarem
de forma humanizada2.
O crescimento profissional do professor deve incluir sua busca de fazer parte da
equipe de assistência ao educando, tanto para contribuir com os cuidado da saúde,
quanto para aperfeiçoar o planejamento de ensino, manifestando-se segundo a escuta
pedagógica proporcionada. A consulta ao prontuário e o registro de informações
neste documento também pertence ao desenvolvimento das competências deste
professor. (BRASIL, 2002, p. 22).
E mais:
O atendimento pedagógico deverá ser orientado pelo processo de desenvolvimento e
construção do conhecimento correspondente à educação básica, exercido numa ação
integrada com os serviços de saúde. A oferta curricular ou didático-pedagógica
deverá ser flexibilizada, de forma que contribua com a promoção de saúde e ao
melhor retorno e/ou continuidade dos estudos pelos educandos envolvidos.
(BRASIL, 2002, p. 17).
Verificada a necessidade da existência de uma práxis e uma técnica pedagógica nos
hospitais, confirma-se a existência de um saber voltado à criança/adolescente num contexto
hospitalar envolvido no processo ensino/aprendizagem, instaurando-se aí um corpo de
conhecimento de apoio que justifica a Pedagogia Hospitalar. (MATOS; MUGIATTI, 2008, p.
85).
Dessa maneira, o pedagogo muito tem a contribuir dentro do ambiente hospitalar,
desenvolvendo ações educativas para crianças e adolescentes no que se referem a atividades
lúdicas, com a utilização de jogos, brincadeiras, músicas dentre outros, considerando uma
prática profissional na relação com criança/adolescente e seus familiares e demais atores
sociais. Na verdade, o pedagogo tem seu papel enquanto profissional de atuar em outras áreas
de conhecimentos, para melhor desempenho junto aos que necessitam de seus serviços.
2 Segundo Oliveira (apud JESUS, 2010, p.85): [...] humanizar caracteriza-se em colocar a cabeça e o coração na
tarefa a ser desenvolvida, entregar-se de maneira sincera e leal ao outro e saber ouvir com ciência e paciência as
palavras e os silêncios. O relacionamento e o contato direto fazem crescer, e é neste momento de troca que
humanizo, porque assim posso me reconhecer e me identificar como gente, como ser humano.
16
O brincar é um potente desbloqueador de vias por onde transita a criança, munindo-a
de ferramentas internas para lidar com a doença, de maneira que seja exclusivamente
através do sofrimento. Recuperação acelerada, redução de permanência no hospital e
no custo da hospitalização são alguns dos resultados derivados dessa possiblidade de
ser e conviver num hospital cujo identidade está fundada nos objetivos de saúde e
educação. (MATOS; TORRES, 2010, p. 171).
E a ludicidade, vem como parte integrante deste processo de conhecimento, fazendo
com que a criança tenha seus sentimentos e imaginações livres. A palavra Lúdico significa
brincar. Nesse viés estão incluídos jogos, brinquedos e brincadeiras, e é relativo também à
cada conduta daquele que joga, que brinca e que se diverte. (SANTOS, 2011, p. 57).
A ludicidade é um assunto que tem conquistado espaço nos mais diversos setores da
sociedade. O final do século parece ter levado a humanidade a questionar sobre
muitas coisas, e, principalmente, sobre sua própria trajetória, somos conscientes de
que os paradigmas responsáveis pelas ações e comportamentos dos adultos de hoje
foram pautados em crenças e valores que não são mais suficientes para atender às
exigências da modernidade. Diante dessa realidade é preciso buscar novos caminhos
para enfrentar os desafios do próximo milênio. E nesse cenário que se antevê será
inevitável a busca do prazer no trabalho, na educação e na vida. Isto se consegue
pela via única da ludicidade. (SANTOS, 2011, p. 57).
Ainda com base no pensamento da autora (2011, p. 151):
Se pensarmos no imaginário infanto-juvenil do ser humano, a brincadeira é parte
estrutural de todo desenvolvimento. Portanto, não é um mero passatempo, auxilia no
desenvolvimento das crianças/adolescentes, promovendo processo de socialização,
criatividade, decisão e descoberta do mundo.
Mediante essa realidade, é oportuno destacar a importância do lúdico e do brincar, não
podendo deixar de lado as contribuições indispensáveis à vida da criança em todos os seus
aspectos. Assim, sabemos que as brincadeiras quando utilizadas para auxiliar no
desenvolvimento cognitivo das crianças e adolescentes, poderão contribuir significativamente
no processo de escolarização no ambiente hospitalar favorecendo o desenvolvimento dos
mesmos.
O educador reafirma que o seu fazer apostando no atendimento das necessidades
intelectuais, sócios interativas, afetivas e escolares da criança hospitalizada, não
esquecendo, contudo, que a vertente lúdica pode se apresentar como uma ferramenta
metodológica para obtenção de tal princípio. (ORTIZ; FREITAS, 2005, p. 63).
Assim, percebe-se a importância do lúdico no processo da recuperação de
saúde/doença das crianças e adolescentes hospitalizadas por tempo indeterminado, de acordo
com suas patologias. Por sua vez, o brincar é considerado por muitos
estudiosos/pesquisadores, como sendo um fator que proporciona saúde, uma vez que as
atividades lúdicas que envolvem criança tem o sentido promover alegria, ânimo,
17
conhecimento, paz, motivação e sonhos de dias melhores indispensáveis ao ambiente
hospitalar.
O ato de educar em hospitais sinaliza para caminhos novos direcionados a atingirem
a razão e o coração sem exclusividades de um parâmetro sobre o outro. Assim, as
instâncias educativas apresentam a sensibilidade e o desenvolvimento intelectivo
como marcos referenciais de início e término da assistência. (ORTIZ; FREITAS,
2005, p. 68).
Conforme o texto apresenta em todo o discorrer deste trabalho, podemos observar os
benefícios que o pedagogo traz como contribuição para recuperação das crianças e
adolescentes hospitalizadas. Reafirmando assim a importância de sua atuação.
O papel da educação por sua vez, torna-se cada vez mais importante face à
multiplicidade de demandas das necessidades sociais emergentes; é o motivo pelo
qual precisa a educação, como mediadora das transformações sociais, com o apoio
das demais ciências, contribuir com maior rapidez e criatividade, para uma
sociedade mais consciente, mais justa e mais humana. (MATOS; MUGIATTI, 2008,
p. 13).
Dessa forma, é importante dizer que como função mediadora o educador no ambiente
hospitalar auxilia no desenvolvimento das relações entre o meio externo e interno, envolvendo
os pacientes pediátricos hospitalizados. Utilizando-se de sua criatividade para auxiliá-los no
entendimento das relações interpessoais. Conforme esse entendimento:
A atenção à saúde da criança implica não só na ênfase aos cuidados biológicos, mas
inclui também cuidados, “não médicos” como os psicológicos e sociais. É um olhar
pautado para a assistência integral ao paciente, vendo-o como um ser com
necessidades a serem atendidos, com dúvidas e anseios na busca de respostas que
desvelem os sentidos desse fenômeno: o adoecer. (ORTIZ; FREITAS, 2005, p. 35).
Contribuindo para melhor atender as crianças/adolescentes hospitalizadas, o pedagogo
traz no seu cotidiano, algumas estratégias para amenizar os efeitos da internação. Nessa
discussão ampliada sobre a criatividade lúdica, vem a surgir um espaço específico para os
direcionamentos das brincadeiras, brinquedos e jogos educativos, e estes espaços são
denominados por brinquedotecas. Justificamos que:
A criação de uma brinquedoteca pode variar segundo o local, instituição mantedora,
faixa etária a que se destina ou até mesmo em relação às finalidades para as quais ela
está sendo criada, considerando fundamentalmente o contexto sócio - cultural onde
se insere. (SANTOS, 1997, p. 85).
Ainda com base na autora (1997, p. 87), é possível que uma brinquedoteca tenha
diferentes finalidades no âmbito lúdico, como por exemplo: brinquedotecas especializadas
somente para empréstimos de brinquedos; outras especializadas em atendimento de crianças
18
na primeira infância; outras no atendimento infantil e/ou de jovens adolescentes; outras em
ambientes hospitalares; embora se possa ter aquela para adultos ou para terceira idade, desde
que os espaços de jogos estejam organizados de acordo com as necessidades dos usuários e do
contexto onde ela se situa.
3. UM BREVE OLHAR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA BRINQUEDOTECA NO
ÂMBITO HOSPITALAR
Foi lançada pelo Ministério da Saúde a Portaria n.º 2.261, de 23 de novembro de 2005,
que aprova o regulamento que estabelece as diretrizes de instalação e funcionamento das
brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de
internação e que vem, por sua vez, detalhar e acrescentar informações contidas na Lei. Dentre
as diretrizes dispostas nesta portaria, podemos encontrar informações que norteiam a
operacionalização deste espaço e que fazem referência a materiais e atividades que devem ser
desenvolvidas no espaço da brinquedoteca, tanto para as crianças, quanto para seus
acompanhantes:
Os estabelecimentos hospitalares pediátricos deverão disponibilizar brinquedos
variados, bem como propiciar atividades com jogos, brinquedos, figuras, leitura e
entretenimento nas unidades de internação e tratamento
Pediátrico como instrumentos de aprendizagem educacional e de estímulos positivos
na recuperação da saúde (BRASIL, 2005, p. 02).
Vale ressaltar, que para o dimensionamento e funcionamento da brinquedoteca no
âmbito hospitalar, é preciso que estes espaços possam estar em conformidade com a Lei,
quanto determina um ambiente prazeroso e harmônico entre as crianças em tratamento, como
uma maneira de propor socialização com outros pacientes e poder aprender brincando,
contribuindo para o processo de ensino/aprendizagem.
É de fundamental relevância que compreendamos:
I - para os hospitais já em funcionamento e que não possuem condições de criar este
ambiente específico é permitido compartilhamento com ambiente de refeitório,
desde que fiquem definidos os horários para o desenvolvimento de cada uma das
atividades. [Higienização dos materiais] II - a higienização dos brinquedos deve ser
conforme o definido pela Comissão de Controle de Infecção do Hospital (CCIH).
[Horários de funcionamento] III - devem ser definidos pela direção do hospital,
tendo a criança livre acesso; e para crianças impossibilitadas de andar ou sair do
leito, os profissionais devem facilitar o acesso desses pacientes às atividades
desenvolvidas na brinquedoteca, dentro das enfermarias. [Profissionais que poderão
19
atuar na brinquedoteca] [...] equipes de profissionais especializados, equipes de
voluntários ou equipes mistas (BRASIL, 2005, p. 02).
Acrescenta-se ainda que esta portaria tem o papel de complementação e detalhamento
da Lei n.º 11.104/05, sua funcionalidade muitas vezes é desconsiderada ou desconhecida.
Lendo um pouco mais sobre o assunto, identifica-se que nos trabalhos acerca das
brinquedotecas hospitalares, Lei e Portaria não caminham juntas. Nestes casos as referências
são sempre feitas apenas à Lei propriamente dita.
Como sendo considerado um espaço para atendimento a um grande número de pessoas
com enfermidades diversas, o hospital não tem dado conta de sua demanda que a cada dia
aumenta consideravelmente, tornando-se alvo de profundas críticas na atualidade brasileira,
com desafios a serem enfrentados pelos profissionais que atuam nas áreas da saúde e da
educação.
O serviço de cunho educativo de maior expressividade nos hospitais brasileiros
remete-se à classe hospitalar, legalmente reconhecido a partir do ano de 1994, com a
Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994), a qual afirma que a classe
hospitalar é a modalidade de atendimento educacional pedagógica no contexto do
hospital. Preconiza a classe hospitalar como modalidade de ensino que prevê a
assistência educativa a crianças internadas, caracterizadas como crianças em
situação de risco educacional ao fracasso escolar e à evasão escolar. (MATOS;
TORRES, 2010, p. 24).
Mediante as dificuldades de suprir as reais necessidades da população, existe uma
problemática de alguns hospitais ainda não terem aderido às novas formas de assistir os que
buscam os serviços de saúde, em construir formas inovadoras de atendimentos a tratamentos
pediátricos, isso tem dificultado ainda mais os serviços.
Sabendo sobre a exigência de adotar espaços direcionados para crianças/adolescentes,
os hospitais em meio às dificuldades e fragilidades, tem assumido com responsabilidade de
forma reflexiva sobre adesão dos referidos espaços de permanência para as crianças e
adolescentes em período de hospitalização.
Considerando um espaço que tem ganhado bastante enfoque na atualidade, as
brinquedotecas tem conquistado seu espaço, como processo de evolução na vida das
crianças/adolescentes em instituições hospitalares, seja em instituições públicas e/ ou
privadas. Com base nas fontes de pesquisa que abordam esta temática, foi possível adquirir
conhecimento acerca da importância e seus benefícios através das brinquedotecas, no que
tange ao bem estar, físico e psíquico das crianças que se encontram em tratamentos nos
hospitais pediátricos. Matos e Torres (2010) salienta que:
20
No Brasil, a grande maioria dos hospitais ainda não possui atendimento ao escolar
hospitalizado. Não se conhece que as crianças e adolescentes hospitalizados têm o
direito à educação e têm necessidades educacionais especiais em função dessa
condição, considerando esses momentos modificam sua forma de inserção no meio
em que até então estava convivendo. Com efeito, a reclusão em um espaço
diferenciado para sua recuperação constitui-se um momento especial em sua vida. E
tudo isso nos faz refletir sobre a exclusão social, segregação institucional, integração
social, inclusão social e sociedade inclusiva. (p. 197).
As brinquedotecas3 nos hospitais do Brasil atualmente estão se tornando uma
realidade. Assim, é importante destacar que a implantação de brinquedotecas em hospitais
infantis só teve êxito mediante determinação embasada em lei que determinou sua abertura
conforme apresentada na citação abaixo a seguir, que diz:
A implantação de brinquedotecas em hospitais infantis é prevista na lei Nº 11.104 de
21/03/2005 que passou a vigorar com 180 dias após sua publicação, o que torna
obrigatória a instalação de brinquedotecas em hospitais que ofertem internações e
tratamentos pediátricos. A lei prevê penas de advertência, interdição, cancelamento
de licença ou multa para hospitais que não se adaptarem à nova norma. (MATOS;
MUGIATTI, 2008, p. 150).
Visto ser através destes espaços, onde as crianças e adolescentes buscam refugiasse de
seus problemas relacionados à internação, observa-se o lúdico como ferramenta fundamental
na metodologia utilizada pelos pedagogos, para trabalhar o desenvolvimento e as habilidades
dos educandos, possibilitando uma interação maior de seus conhecimentos.
A brinquedoteca é antes de mais, um espaço criado para que a criança possa brincar
livremente. Com isso, propicia-se o verdadeiro brincar, aquele que possibilita a
expressão das necessidades mais profundas do ser humano; aquelas que, embora
desconhecidas, podem estar bloqueando a liberação da potencialidade ou
impedimentos ao acesso à felicidade. (SANTOS, 2011, p. 31).
Santos, (1997, p.83) no momento em que os pedagogos em geral despertam para
atribuir importância às atividades lúdicas no processo de desenvolvimento humano e propõe a
disseminação de espaços lúdicos como formas de concretizar esta inovadora maneira de
pensar pedagógicos, nos deparamos com uma provável profissão emergente, ou seja, a
formação do brinquedista. Enquanto profissional, o brinquedista especializado é:
[...] aquele que está vinculado à área da educação, da psicologia ou da saúde, e que
aprendeu a apreciar as possibilidades educativas e clínicas das brincadeiras nas
situações lúdicas cotidianas dos espaços das Brinquedotecas. O brinquedista é,
portanto, um profissional que em sua abordagem do brincar e da brincadeira pode
3Espaço que caracteriza-se como um “lugar onde a criança pode conseguir brinquedos em regime de empréstimo
e brincar com eles com ajuda de um funcionário ou animador infantil” (BORJA, apud PUIG; TRILLA, 2004, p.
56). Colomer (apud PUIG; TRILLA, 2004, p. 78) enfatiza que a brinquedoteca é “um equipamento que permite a
socialização da brincadeira”.
21
contemplar o alcance desta ferramenta de conhecimento e comunicação do universo
imaginário. Ele é um profissional que valoriza a subjetividade e que em seu trabalho
com crianças nas Brinquedotecas, compreende a importância do faz de conta e de
outros recursos da imaginação que interagem com a experiência imediata de
relacionamento com o ambiente. É um profissional que, mais consciente ou menos
consciente de sua influência sobre o processo de desenvolvimento infantil, participa
e intercede no horizonte do desenrolar evolutivo do ser (SAKAMOTO, 2010, p.
418).
Com base ainda na autora, esta afirma que:
A atuação do brinquedista e o alcance profilático de sua função delineiam um campo
fecundo de investigação acerca do imaginário, suas relações com o desenvolvimento
infantil e o papel de agente de desenvolvimento. Ele pode exercer uma função
múltipla como agente educacional e da saúde (incluindo a saúde psíquica), pois o dia
a dia da brinquedoteca oferece inúmeras oportunidades para a promoção do bem-
estar e da saúde integral dos frequentadores. (SAKAMOTO, 2010, p. 419 e 420).
Embora se tenha determinação sobre Lei, que enfatiza a necessidade das
brinquedotecas em ambientes hospitalares pediátricos, muito ainda se vê a precariedade destes
serviços, em espaços inadequados sendo por muitas vezes improvisados, sem qualquer
adequação em sua estrutura física, na oferta dos brinquedos e materiais didáticos, que possam
ser direcionados para as crianças em tratamento. Por sua vez, estas atividades ficam
prejudicadas, ainda na ausência de um profissional da educação capacitado e com habilidades
para lhe dá suporte na expressão do lúdico como processo ensino aprendizagem.
Falar sobre brinquedoteca é, portanto, falar sobre os mais diferentes espaços que se
destinam à ludicidade, ao prazer, às emoções, às vivencias corporais, ao
desenvolvimento da imaginação, da criatividade, autoestima, do autoconceito
positivo, da ação da sensibilidade, da resiliência, do desenvolvimento do
pensamento, da construção do conhecimento e das habilidades. (SANTOS, 2011, p.
58).
Mediante o exposto, podemos afirmar que estes espaços de lazer em ambientes
hospitalares, tem surtido efeitos satisfatórios e de caráter positivo ao tratamento dos
educandos, visto que deve ser observado e levado em conta, o período de tratamento em que a
criança/adolescente permaneça hospitalizada. A partir de então, este profissional brinquedista,
deverá desenvolver as atividades de acordo com a faixa etária e nível de conhecimento de
cada criança.
O uso do brinquedo/jogo educativo com fins pedagógicos remete-nos para
relevância desse instrumento para situações de ensino/aprendizagem e de
desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança pré-escola aprende de
modo intuitivo, adquire noções espontâneas, em processo interativos, envolvendo o
ser humano inteiro com suas cognições, afetividades, corpo e interações sociais, o
brinquedo desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la. [...]
(KISHIMOTO, 2011, p. 40).
22
É oportuno frisar, no que diz respeito ao amparo legal sobre as brinquedotecas, que
este espaço traz recuso lúdico como brinquedos, jogos e brincadeiras, que pode auxiliar e
incentivar o profissional da educação, brincar aprendendo e que através da brincadeira, este
profissional seja capaz de observar o nível de compreensão das crianças/adolescentes
hospitalizadas.
Ao assumir a função lúdica e educativa, o brinquedo educativo merece algumas
considerações, veja abaixo de acordo com afirmação de KISHIMOTO (2011, p. 41):
1. Função Lúdica: o brinquedo propicia diversões, prazer e até desprazer, quando
escolhido voluntariamente.
2. Função Educativa: o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em
seu saber, seus conhecimentos e a sua apreensão do mundo.
Conforme a citação supracitada, sabe-se pois que, as funções mencionadas se dá nos
ambientes das brinquedotecas, que são utilizadas como espaço lúdico para melhor trabalhar as
formas das atividades desenvolvidas pelo pedagogo/brinquedista.
Além disso, observa-se ainda, até que ponto o brincar vem transformando a
compreensão das crianças e adolescentes hospitalizadas, através das atividades lúdicas
aplicadas no dia a dia, de forma coletiva e individualizada.
Reconhecemos pois, que:
O brincar é direito da criança, e este direito é reconhecido em declarações,
convenções e leis, como nos mostra a convenção sobre os Direitos da Criança de
1989, adotada pela Assembleia da Nações Unidas, a Constituição Brasileira de 1988
e o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990. Todos são conquistas importantes
que colocam o brincar como prioridade, sendo direito da criança e dever do estado,
da família e da sociedade. Essa é uma questão legal e aceita por todos. Dificilmente
alguém questiona tal direito, mas sabe-se por outro lado, que ele não está sendo
cumprido. Muitas crianças não brincam, enquanto outras brincam pouco. E as razões
desse não brincar se manifestam de diversas formas. (SANTOS, 1995, p. 4).
No Brasil, baseada na fala de alguns pesquisadores, as brinquedotecas somente
surgiram nos anos oitenta. Como toda ideia nova, apesar do encantamento que desperta,
enfrentou dificuldades não somente para conseguir financiamento para sua instalação, mas
também para se adequar como espaço educacional reconhecido e valorizado. Sendo assim, “A
brinquedoteca hospitalar é um espaço com diversos tipos de brinquedos e jogos reservados
especialmente para brincar, de modo espontâneo ou dirigido, contribuindo significativamente
para o bem-estar da criança hospitalizada” (GIMENES, 2011, p. 26).
A brinquedoteca hospitalar funciona em uma área do hospital designada especialmente
para desenvolver atividades lúdicas, e esses espaços de preferência ficam na maioria das
23
vezes próximo dos leitos pediátricos, o ambiente deve ser preferencialmente colorido e alegre,
que desperte nas crianças o gosto de brincar aprendendo. Estes espaços devem conter ainda,
mesas e cadeiras adequadas para crianças e os brinquedos devem se encaixar no contexto
hospitalar, conforme as normas e devem ser de fácil higienização para prevenções de outras
doenças, devido à rotatividade no ambiente.
A função dos jogos e dos brinquedos não se limita ao mundo das emoções e da
sensibilidade, ela aprece ativa também no domínio da inteligência e coopera em
linhas decisivas, para evolução do pensamento e de todas as funções mentais
superiores. Assume também uma função social, e esse fato faz com que as
atividades lúdicas extravasem sua importância para além do indivíduo.
(RODRIGUES, 1976 apud SANTOS, 1995, p. 4).
Na brinquedoteca do âmbito hospitalar requer alguns cuidados especiais com os
brinquedos, na prevenção de muitos fatores que contribuem para as infecções hospitalares.
Desse modo, há de se pensar que este tipo de infecção, sem os devidos cuidados poderá
agravar o quadro clínico das crianças causando riscos de vida podendo até levá-los a morte.
Admite-se que o brinquedo represente certas realidades. Uma representação
é algo presente no lugar de algo. Representar é corresponder a alguma coisa e
permitir sua evocação, mesmo em sua ausência. O brinquedo coloca a criança na
presença de reproduções: tudo que existe no cotidiano, a natureza e as construções
humanas. Pode-se dizer que um dos objetivos do brinquedo é dar à criança um
substituto dos objetos reais, para que possa manipulá-los. (KISHIMOTO, 2011, p.
20).
Observa-se que a brinquedoteca hospitalar tem que ser um espaço de valorização da
saúde, do brincar, da socialização e da cidadania. O brincar no hospital é uma ferramenta
fundamental que promove o bem estar e a recuperação de crianças nos hospitais. Para a
humanização dos hospitais a brinquedoteca é um projeto de melhoria da qualidade de vida
durante a internação das crianças e adolescentes hospitalizadas. Na busca de humanização é
que os hospitais estão cada vez mais aderindo a esta proposta, na medida das possibilidades e
vontade de abraçar esta causa.
Contudo, o trabalho com brinquedotecas nos hospitais é atual e necessário para o bem-
estar de crianças e de adolescentes que estão internados. É um espaço onde os pacientes
aprendem a socializa-se e compartilhar brinquedos, histórias de vida, emoções, alegrias e
tristezas sob a condição de hospitalização.
24
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A discussão sobre o tema que aborda a ludicidade no âmbito hospitalar, é de
fundamental importância para entendermos os benefícios que o ato de brincar através da
ludicidade traz nas instituições hospitalares no tratamento para crianças e adolescentes, já que
para elas, o brincar é algo mais que natural.
Portanto, a pedagogia hospitalar é um trabalho especializado bastante amplo que não
se reduz à escolarização das crianças e adolescentes hospitalizadas. Com isso, a educação e a
saúde estão deixando de ser rivais e passando a ser vista pelo mesmo prisma. Dessa forma,
expressa a importância do pensar o paciente – alunos com todas as necessidades específicas
não só a necessidade do organismo doente.
Sobre os espaços lúdicos, estes vêm conquistando alguns espaços nos hospitais e em
clínicas, que destinam atendimento/tratamento para crianças e adolescentes. As
brinquedotecas tem se apresentado como suporte pedagógico na vida dos educando, visto
trazer benefícios para sua qualidade de vida. Onde o lúdico faz com que a criança amenize seu
sofrimento, o medo e a dor, causados pelos traumas devido ao tempo de hospitalização. A
importância das brinquedotecas na vida das crianças/adolescentes traz para suas vidas diárias,
uma série de benefícios no processo de recuperação saúde/doença, proporcionado aos
enfermos através da ludicidade o gosto e prazer pelo brincar.
Entendendo assim, a importância do lúdico mediante apresentado no corpo deste
artigo, observa-se como um fator contribuinte no desenvolvimento da criança, pois brincando a
criança além de aprender, consegue relacionar seu cotidiano à momentos de alegria e prazer,
minimizando assim seu sofrimento diante a situação pela qual está passando.
25
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