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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
ARTHUR BARBOSA CASCUDO RODRIGUES
A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ACERCA
DO ENSINO E DO MERCADO DE TRABALHO EM PERÍCIA CONTÁBIL
Orientador: Prof. Msc. José Emerson Firmino
NATAL/RN
2013
ARTHUR BARBOSA CASCUDO RODRIGUES
A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ACERCA
DO ENSINO E DO MERCADO DE TRABALHO EM PERÍCIA CONTÁBIL
Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Msc. José Emerson Firmino
NATAL/RN
2013
FOLHA DE APROVAÇÃO
ARTHUR BARBOSA CASCUDO RODRIGUES
A PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ACERCA
DO ENSINO E DO MERCADO DE TRABALHO EM PERÍCIA CONTÁBIL
Monografia apresentada ao Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.
Aprovada em: 25 de junho de 2013.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Msc. José Emerson Firmino Orientador
Prof. Msc. Amanda Borges de Albuquerque Assunção Membro
Prof.Esp. Lis Daiana Bessa Taveira Membro
Dedicatória
Aos meus pais,
Pela educação, ensinamentos,
E presença incondicional em todas as ocasiões.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, em primeiro lugar, a toda a minha família, principalmente aos meus
pais, Vera e Gustavo, que por muitas vezes abriram mão de seus desejos em favor
de uma boa educação para seus filhos. Além do carinho e incentivo nos momentos
de dificuldade.
Agradeço também a minha namorada Gabrielle, pela serenidade nas
situações adversas e pela presença nos momentos de dúvida e de fraqueza.
Agradeço ainda a todos os professores que me acompanharam durante a
graduação e que de alguma forma me deram a sua contribuição, especialmente ao
Prof. Msc. José Emerson Firmino, responsável pela orientação deste trabalho, por
sua receptividade e dedicação a esse projeto.
RESUMO
A área de Perícia Contábil é de grande importância para a sociedade e a demanda
por profissionais qualificados é crescente, visto que a quantidade de conflitos que
demandam da perícia contábil para auxiliar a solução aumenta cada vez mais. Para
atender às necessidades do mercado, é preciso que se tenha um ensino de
qualidade para que o perito contador desenvolva atributos mínimos de habilidade e
aptidão para o exercício da profissão. Diante desse cenário, o objetivo da pesquisa
busca analisar a percepção dos alunos concluintes do curso de Ciências Contábeis
referente a qualidade do ensino da Perícia Contábil e sua preparação para inserção
no mercado de trabalho. Nesse sentido, o estudo aplicou um questionário a 128
alunos de graduação das Universidades e Centros Universitários do município de
Natal/RN, quais sejam: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN),
Universidade Potiguar (UNP), Centro Universitário FACEX (UNIFACEX) e Centro
Universitário do Rio Grande do Norte (UNIRN). O resultado apresentou que as
Universidades tem uma qualidade de ensino razoável no curso de Ciências
Contábeis e que a grande dificuldade para expansão do mercado de trabalho em
Perícia Contábil é o pouco contato e conhecimento do ramo por parte dos alunos de
graduação.
Palavras-chave: Pericia Contábil. Mercado de Trabalho. Ensino.
ABSTRACT
The Forensic Accounting area is of great importance to society. The demand for
qualified professionals is progressive, because the amount of conflict that that require
the accounting expertise to assist the solution increases increasingly. To meet
market needs, it is necessary to have a quality education for the expert accountant
develop minimum attributes of skill and aptitude for the profession. Given this
scenario, the goal of research is to analyze the perceptions of students graduating in
Accounting regarding the quality of teaching Forensic Accounting and preparation for
entering the labor market. In this sense, the study applied a questionnaire to 128
undergraduate students from the Universities of Natal/RN, namely: the Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Potiguar (UNP), Centro
Universitário FACEX (UNIFACEX) and Centro Universitário do Rio Grande do Norte
(UNIRN). The result showed that universities have a good quality of teaching in the
Accounting course and the greatest difficulty expanding labor market in Forensic
Accounting is little contact and knowledge of the routine by the undergraduates.
Keywords:. Forensic Accounting. Labor Market. Teaching
LISTAS DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Quantidade de Cursos de Ciências Contábeis no Brasil ........................ 20
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Quantidade de participantes da pesquisa ................................................ 38
Tabela 2 - Gênero dos participantes da pesquisa ..................................................... 39
Tabela 3 - Faixa etária dos participantes da pesquisa .............................................. 39
Tabela 4 - Previsão para conclusão do curso ........................................................... 40
Tabela 5 - Atendimento das expectativas do curso de Ciências Contábeis .............. 42
Tabela 6 - Tenho boas noções de Direito e outras áreas relacionadas ao curso de
Ciências Contábeis ................................................................................................... 42
Tabela 7 - Cursei a disciplina de Perícia Contábil e a disciplina é obrigatória em meu
currículo acadêmico .................................................................................................. 43
Tabela 8 - A Biblioteca da minha Universidade dispõe dos livros indicados no
programa ou pelo professor da disciplina .................................................................. 44
Tabela 9 - Consigo aplicar meus conhecimentos de Contabilidade em um processo
judicial e interpreto ou entendo uma sentença judicial com clareza .......................... 45
Tabela 10 - Caso tenha cursado a disciplina de Perícia Contábil, indique as práticas
pedagógicas adotadas pelo professor ministrante da disciplina - Geral .................... 46
Tabela 11 - Caso tenha cursado a disciplina de Perícia Contábil, indique as práticas
pedagógicas adotadas pelo professor ministrante da disciplina – por Universidade . 46
Tabela 12 - Opinião sobre o mercado de trabalho em Perícia Contábil - Geral ........ 47
Tabela 13 - Opinião sobre o mercado de trabalho em Perícia Contábil – por
Universidade ............................................................................................................. 47
Tabela 14 - Relevância dos benefícios do conhecimento da área de Perícia Contábil
por ordem de importância ......................................................................................... 48
Tabela 15 - Pontos que merecem uma abordagem mais aprofundada no ensino de
Perícia Contábil nas Universidades ........................................................................... 50
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Disciplinas Obrigatórias ........................................................................... 21
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CFE – Conselho Federal de Educação
CNE/CES – Conselho Nacional de Educação / Câmara de Educação Superior
MEC – Ministério da Educação
NBC – Norma Brasilieira de Contabilidade
PP – Profissional do Perito
RN – Rio Grande do Norte
TP – Técnica de Perícia Contábil
UCB – Universidade Católica de Brasília
UCG – Universidade Católica de Goiás
UFG – Universidade Federal de Goias
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UnB – Universidade de Brasília
UNIFACEX – Centro Universitário Facex
UNIRN – Centro Universitário do Rio Grande do Norte
UNP – Universidade Potiguar
12
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 14
1.1 Contextualização do problema .................................................................................... 14
1.1 Objetivos ......................................................................................................................... 15
1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................... 15
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................. 15
1.3 Justificativa ..................................................................................................................... 16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 18
2.1 O Ensino da Contabilidade no Brasil .......................................................................... 18
2.2 O Ensino da Perícia Contábil no Brasil ...................................................................... 20
2.3 Perícia Contábil .............................................................................................................. 23
2.4 Perito Contador .............................................................................................................. 25
2.5 Classificação da Perícia Contábil ................................................................................ 27
2.5.1 Perícia Judicial ........................................................................................................ 27
2.5.2 Perícia Semijudicial ................................................................................................ 28
2.5.3 Perícia Extrajudicial ................................................................................................ 28
2.5.4 Perícia Arbitral ......................................................................................................... 28
2.6 A Perícia Contábil e o Código de Processo Civil ...................................................... 28
2.7 Mercado de trabalho da Perícia Contábil ................................................................... 29
2.8 Métodos de ensino ........................................................................................................ 31
2.9 O cenário internacional ................................................................................................. 33
3 METODOLOGIA .................................................................................................................... 36
3.1 ABORDAGEM DA PESQUISA .................................................................................... 36
3.2 INSTRUMENTO UTILIZADO, POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................. 36
4 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................................ 39
13
4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES ................................................................................ 39
4.2 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DO QUESTIONÁRIO ............................ 41
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 52
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 54
APÊNDICE ................................................................................................................................ 59
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização do problema
O campo da perícia contábil é fundamental para auxiliar na condução de
discussões entre duas ou mais partes envolvidas em um conflito com o objetivo
de se chegar à verdade onde se tenha como objeto o patrimônio. Como afirma
Magalhães (2004, p. 12), “entende-se por perícia o trabalho de notória
especialização feito com o objetivo de obter prova ou opinião para orientar uma
autoridade foral no julgamento de um fato, ou desfazer conflito em interesses
de pessoas”.
É importante verificar que a presença do perito contador no processo é
por meio de julgamento do juiz em questão, ou seja, caso haja assuntos que
necessitem do auxílio de um profissional qualificado para dirimir algumas
questões envolvidas na discussão judicial no qual o juiz não tem o devido
conhecimento sobre o caso específico.
Para que o profissional possa exercer a atividade de perícia contábil é
necessário que este possua o curso superior de ciências contábeis e esteja
registrado devidamente no conselho federal de contabilidade. Essas condições
são fundamentais, no entanto outros requisitos são necessários para a
execução dos serviços de perícia, como por exemplo, a competência
profissional. É possível visualizar também que existe uma necessidade de
profissionais qualificados para o exercício da função à medida em que cresce a
quantidade de conflitos que demandam da perícia contábil para solucioná-los.
Na mesma linha da importância da atuação do perito contador, entra a
qualidade do ensino da perícia contábil. Para satisfazer as necessidades do
mercado de trabalho, é primordial que o profissional possua uma base
acadêmica sólida e completa. Contudo, é notória a lacuna educacional
existente em nosso país, sendo minorada em detrimento de outros interesses
pessoais pelos nossos governantes ao longo da história. Segundo Oliveira
(apud Costa, 1988, p. 3), a educação nunca foi levada devidamente a sério
nem pela sociedade, nem pelo governo brasileiro.
15
Especificamente em relação ao curso de Ciências Contábeis, Iudícibus e
Marion (1986) questionam se as escolas de contabilidade estão adequadas às
exigências de ensino da ciência contábil e concluem que o aumento
desenfreado da quantidade de instituições de ensino superior, a falta de
preparo do corpo docente e a deficiência da metodologia dessas instituições
contribuem para a piora no nível de ensino do curso de Ciências Contábeis.
Diante desse cenário, têm-se a seguinte problemática: Qual a percepção
dos alunos concluintes do curso de Ciências Contábeis referente e o ensino da
Perícia Contábil e sua preparação para inserção no mercado de trabalho?
E é sob essa perspectiva que o presente trabalho se propõe a explorar
os aspectos do ensino da perícia contábil nas Instituições de Ensino Superior
no município de Natal/RN na visão dos alunos concluintes do curso superior de
Ciências Contábeis, de modo que seja evidenciado o posicionamento dos
futuros profissionais da área contábil acerca das condições oferecidas pelo
curso de graduação para o exercício da função de perito contador.
1.1 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral dessa pesquisa é analisar a percepção dos alunos
concluintes do curso de Ciências Contábeis das Instituições de Ensino Superior
no município de Natal/RN, acerca do ensino da perícia contábil e a sua
preparação para inserção no mercado de trabalho.
1.2.2 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos deste trabalho são os seguintes:
- Identificar o perfil dos alunos concluintes de cursos de graduação em
Ciências Contábeis no município de Natal/RN quanto aos seus aspectos
pessoais e de pretensão de atuação no mercado de trabalho;
16
- Verificar a concepção dos alunos concluintes sobre o seu nível de
aprendizagem e preparação para o mercado de trabalho em perícia contábil;
- Identificar as práticas pedagógicas utilizadas no ensino da perícia
contábil;
- Analisar, na visão dos alunos, a importância do conhecimento da
perícia contábil, assim como a preparação desses alunos para o mercado de
trabalho.
1.3 Justificativa
O presente trabalho se desenvolve em decorrência da necessidade de
ampliação de pesquisas já realizadas sobre o tema, assim como a exploração
de quesitos relevantes ainda não analisados por trabalhos anteriores.
Podemos citar a pesquisa de Rezaee, Crumbley e Elmore (2006), que
objetivou a coleta de opiniões de acadêmicos e profissionais dos Estados
Unidos sobre a importância, relevância e oferta do ensino da perícia contábil,
deixando de lado a visão dos discentes e futuros profissionais da área. Já o
trabalho de Gomes, Campos e Júnior (2012), apesar de analisar a percepção
dos formandos dos cursos de graduação quanto à formação acadêmica que
receberam e à preparação para o mercado de trabalho, não abordou as
práticas pedagógicas utilizadas nas Universidades pesquisadas, o que é de
fundamental importância para a formação acadêmica dos alunos e futuros
profissionais.
Os frequentes escândalos financeiros da história recente, como os casos
da Enron, WorldCom, Banco PanAmericano e Parmalat, também contribuíram
para uma visão mais detalhada da área de perícia contábil de modo a
evidenciar os responsáveis e, consequentemente, combater as fraudes em
grandes corporações.
De modo mais amplo, pode-se destacar também a importância do
exercício da perícia contábil para as demandas da sociedade, posto que o
compromisso moral e ético do perito contador pode influenciar de forma direta
a segurança das decisões judiciais, além do potencial de demanda crescente
da área de perícia contábil.
17
Esta pesquisa se justifica ainda pelo fato de fornecer subsídios para os
gestores, discentes e os docentes avaliarem a forma de instrução da perícia
contábil em suas Instituições de Ensino Superior, de modo a qualificar o ensino
oferecido.
18
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 O Ensino da Contabilidade no Brasil
A história da Contabilidade está diretamente ligada com a história da
civilização. Desde os primórdios da convivência em sociedade, o homem
necessitava e se utilizava da ciência contábil. Conforme Sá (1997, p.16), a
Contabilidade já nasceu junto à civilização e sempre existirá enquanto as
sociedades prosperarem, pois suas origens estão intrinsecamente
relacionadas.
Gomes (1986, p.22) afirma que a Contabilidade, como qualquer área do
conhecimento humano, sempre esteve associada ao progresso da
humanidade, em termos de benefícios que são oferecidos à sociedade,
decorrentes dos aperfeiçoamentos tecnológicos surgidos.
Os primeiros passos para o ensino da Contabilidade no Brasil foram
dados no Século XIX. Filho (1980, p.5) elucida que em 1808 foi criada a
cadeira de Economia Política, que mais tarde foi denominada “aula de
comércio”. Já em 1810 foi criada a Academia Real Mineira, seguida pelo
Instituto Comercial do Rio de Janeiro em 1856, e pela inclusão da disciplina de
Contabilidade na Escola Politécnica do Rio de Janeiro em 1890.
No entanto, a ciência contábil passou a se desenvolver de modo oficial a
partir da publicação do Decreto-Lei Nº 7.988/1945, que dispôs sobre o ensino
superior de ciências econômicas e de ciências contábeis e atuariais. O
legislador determinou que o curso de ciências contábeis e atuariais teria
duração de quatro anos e elencou as disciplinas obrigatórias para os cursos,
dividindo-as pelas quatros séries. Outro marco importante foi a criação da
Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São
Paulo, tendo como um dos cursos iniciais o de Ciências Contábeis e Atuariais.
Com a publicação da Lei Nº 1.401/1951, houve a possibilidade de separação
dos cursos de ciências atuariais e ciências contábeis.
Em 1961 foi criada a Lei Nº 4.024, que estabeleceu as Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, gerando Conselho Federal de Educação, o qual
ficou responsável por fixar os currículos mínimos e prazos de duração dos
cursos superiores. Em relação ao curso de Ciências Contábeis, foi determinado
19
que seu prazo de duração seria de quatro anos e que se currículo seria dividido
em dois ciclos: ciclo básico e ciclo de formação profissional.
Após esse período, houve um crescimento acelerado de cursos de
Ciências Contábeis no Brasil, conforme ilustra o gráfico abaixo:
Fonte: NOSSA, Valdemiro. São Paulo: 1999.
Podemos observar que em dez anos (entre 1986 e 1996), quase dobrou
o número de cursos de Ciências Contábeis. Entretanto, tal expansão possui
alguns aspectos desfavoráveis. O aumento desenfreado do número de oferta
de vagas para o curso terminou gerando impacto negativo na qualidade do
ensino. Segundo Iudícibus e Marion (1986), uma das causas para a piora no
ensino da ciência contábil é a proliferação das instituições de ensino superior
de Ciências Contábeis.
Gomes (1978, p.6), observa que no Brasil, em apenas quatro anos
(entre 1972 e 1976) houve grandes mudanças nos currículos universitários,
sendo impossível modificar a estrutura da todas as faculdades e atualizar os
docentes para essas transformações.
Nesse sentido, necessário se faz mencionar o entendimento de Favero
(1987, p.13), esclarecendo que o problema de inadequação dos profissionais
de Contabilidade ao mercado de trabalho tem causado certa preocupação nos
alunos, professores, órgãos de classe, entidades governamentais e
profissionais no que diz respeito ao nível de ensino de Contabilidade no Brasil.
20
Pesquisas relacionadas ao nível de ensino de Contabilidade em nosso
país revelam pontos em comum acerca dos problemas enfrentados pelos
cursos de graduação. Favero (1987, p.38) aponta que esses problemas
prendem-se a inadequação dos currículos, despreparo do corpo docente,
carência de material didático, métodos de ensino inadequados, predominância
de cursos noturnos e condições institucionais das universidades.
Nossa (1999), que em seu estudo que buscou analisar as principais
causas do desempenho sofrível de grande parte do corpo docente dos cursos
de Ciências Contábeis, concluiu que as principais causas para esses
problemas apresentados nos cursos de graduação estão relacionadas à
expansão de vagas, cursos e escolas, interesse prioritário no lucro pelas
instituições particulares, falta de exigências nas contratações dos professores e
a baixa remuneração, assim como a falta de incentivos à carreira.
E é a partir daí que surge a relevância da estrutura e do compromisso
das Universidades, pois são elas que formam os profissionais capazes de
interpretar e pôr em prática as mudanças ocorridas na Contabilidade.
2.2 O Ensino da Perícia Contábil no Brasil
As primeiras noções de perícia contábil no âmbito legal foram
apresentadas a partir do Decreto Nº 1.339 de 1905. Essa norma declarou
instituições de utilidade pública à Academia de Commercio do Rio de Janeiro,
reconhecendo diplomas por ela conferidos, dentre outras providências. O
parágrafo primeiro do artigo 1º do decreto traz em sua redação que a
Academia manterá dois cursos: um geral, habilitando o profissional para o
exercício das funções de guarda-livros, perito judicial e empregos de fazenda e
o outro habilitando os profissionais para os cargos de consulado, Ministério das
Relações Exteriores, de companhias de seguros e chefes de contabilidade.
Peleias (2006, p.26) esclarece que o Decreto Nº 1.339 de 1905 exibe
como características do curso geral uma formação geral, essencialmente
prático, que habilitava para as funções de guarda-livros, perito judicial e
empregos da área da Fazenda. O curso possuía disciplinas como português,
francês, inglês, aritmética, álgebra, geometria, geografia, história, ciências
naturais, noções de direito civil e comercial, legislação da fazenda e aduaneira,
21
prática jurídico-comercial, caligrafia, estenografia, desenho e escrituração
mercantil.
Outro fato notável no desenvolvimento do ensino da perícia contábil foi
baixado o Decreto Nº 17.329 de 1926, o qual regulamentou a manutenção de
cursos de especialização na área de perícia contábil.
Dando continuidade à difusão da área, o Decreto Nº 20.158 de 1931 se
torna a primeira norma legal que regulamenta a profissão de contador no
Brasil, estabelecendo curso técnico de perito-contador, elencando as seguintes
disciplinas obrigatórias para o currículo:
Quadro 1 - Disciplinas Obrigatórias
Disciplinas Obrigatórias
Primeiro ano Segundo ano Terceiro ano
Contabilidade (noções
preliminares)
Contabilidade mercantil Contabilidade industrial
e agrícola
Matemática comercial Matemática financeira Contabilidade bancária
Noções de direito
constitucional e civil
Noções de direito
comercial terrestre
História do comércio,
indústria e agricultura
Legislação fiscal Merceologia e
tecnologia merceológica
Prática do processo civil
e comercial
Estenografia Técnica comercial e
processos de
propaganda
Seminário econômico
Mecanografia Economia política e
finanças
Estatística
Fonte: Elaborado pelo autor
Podemos observar que a estrutura curricular do curso técnico para
perito-contador é composta por uma estrutura que exibe uma atenção razoável
para disciplinas do ramo do direito, economia e comércio, revelando assim as
áreas de conhecimento mais importantes para o profissional da época da
publicação do Decreto Nº 20.158/1931.
22
Em 1951 foi publicada a Lei Nº 1.401. Nesta norma, o curso de Ciências
Contábeis e Atuariais é desdobrado em dois cursos distintos: bacharel em
ciências contábeis e bacharel em ciências atuariais, evidenciando como
disciplina obrigatória “Revisões e Perícia Contábil”.
Posteriormente, de forma contrária às tendências pretéritas sobre o
assunto, a nova legislação se omitiu quanto à descrição da disciplina de Perícia
Contábil. Segundo Henrique (2008), tal fato pode ser observado pelo Parecer
CFE Nº 397 de 1962 e a Resolução CFE de 08 de fevereiro de 1963, as quais
não houve menção explícita à disciplina de Perícia Contábil.
Após décadas de ausência legal acerca da obrigatoriedade da disciplina
de Perícia Contábil nas grades curriculares do curso de Ciências Contábeis no
Brasil, em 1992 a Resolução CFE Nº 03 determinou que o curso deve conter
2.700 horas de carga horária didática, devendo ser concluída em no máximo
sete e no mínimo quatro anos. A norma voltou a classificar a disciplina de
Perícia Contábil como integrante do quadro de componentes curriculares
obrigatórios para o curso de graduação de Ciências Contábeis.
A Resolução CNE/CES Nº 10 de 2004 é o normativo vigente que institui
as diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação de Ciências
Contábeis, identificando a organização curricular a ser obedecida pelos
Projetos Pedagógicos das Instituições de Ensino Superior do país. Além disso,
o artigo 3º da resolução trata da capacitação do futuro contabilista pelo curso
de graduação, que deve, dentre outras competências, apresentar pleno
domínio das responsabilidades funcionais envolvendo aspectos de perícia.
A Resolução CNE/CES Nº 10, lista ainda a disciplina de Perícia Contábil
como conteúdo de formação profissional, ao lado de estudos como Teoria da
Contabilidade, atividades financeiras, patrimoniais e governamentais, assim
como de auditoria.
As competências e habilidades exigidas pela Resolução – Diretrizes
Curriculares Nacionais para os cursos de graduação de Ciências Contábeis –
estão diretamente relacionadas às atividades do perito-contador. Por integrar a
base de conhecimento de formação profissional, a Perícia Contábil envolve
todos os aspectos de competências e habilidades inerentes ao profissional
contador. E, para que o especialista da área possa atuar munido de todos
23
esses atributos, é fundamental o papel exercido pelas Instituições de Ensino
Superior na formação acadêmica de cada um.
Nesse sentido, é oportuno transcrever o entendimento de Da Silva e
Neves Júnior (2007), que asseveram que:
“As Instituições de Ensino Superior que ministram o curso de Ciências Contábeis devem estar atentas à qualificação do processo de ensino, disponibilizando recursos teóricos e práticos para o exercício da atividade pericial de seus discentes, lembrando que algumas disciplinas do referido curso, possuem maior relevância, pois estão ligadas diretamente a essa atividade”.
Magalhães (2004, p.21) explica ainda que a perícia, no aspecto
técnico/científico, contempla o integral conhecimento da matéria, cujo exame e
relato se baseiam nos princípios da disciplina contábil e conhecimentos
relacionados de Administração, Economia, Direito, Matemática e outros
complementares.
2.3 Perícia Contábil
O tema da Perícia Contábil é tratado pelo Conselho Federal de
Contabilidade por intermédio de duas normas. São elas a NBC TP 01 – Norma
Técnica de Perícia Contábil, aprovada pela Resolução CFC Nº 1.243/2009, que
considera as regras e procedimentos técnicos a serem observados pelo perito
por meio de aspectos técnicos, e a NBC PP 01 – Norma Profissional do Perito,
aprovada pela Resolução CFC Nº 1.244/2009, que tem como objetivo
específico o estabelecimento de procedimentos inerentes ao contador na
função de perito.
A NBC TP 01 – Norma Técnica de Perícia Contábil, aprovada pela
Resolução CFC nº 1.243/09, conceitua a perícia contábil como o conjunto de
procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à instância decisória
elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante
laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as
normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.
24
A perícia é o instrumento capaz de verificar e provar a verdade dos
fatos. Não apenas a perícia contábil, como em qualquer outro tipo de perícia, o
principal objetivo da atividade é evidenciar a verdade formal.
Hoog (2009, p.15) diferencia a perícia contábil de outros tipos de
atividade contábil:
“Prende-se ao caráter científico e tecnológico da supremacia de uma prova, que esclarece controvérsias. Não se repete, como suas irmãs, a auditoria e a consultoria, que revelam uma opinião. É específica.”
Magalhães (2004) ensina que se entende por perícia o trabalho de
notória especialização feito com o objetivo de obter prova ou opinião para
orientar uma autoridade formal no julgamento de um fato, ou desfazer conflito
em interesses de pessoas.
A esse propósito, Hoog (2005) trata a perícia como uma prestação de
serviço, a qual exige uma especialização. Assim sendo, podemos conceituar
perícia como um serviço especializado, com bases científicas, contábeis,
fiscais e societárias à qual se exige formação de nível superior, e deslinda
questões judiciais e extrajudiciais.
Para que se tenha sucesso na execução da perícia contábil, é
fundamental que o perito-contador se utilize de instrumentos que visem o
contentamento do contratante, visto que se trata de uma nítida relação de
negócio, onde o cliente é o foco principal da atividade.
A perícia contábil também é tratada conceitualmente sob o aspecto dos
conflitos jurídicos. Nesse raciocínio, Rezaee, Crumbley e Elmore (2006) frisam
que a perícia contábil é o ramo da contabilidade mais adequado para a
resolução de divergências jurídicas da área, pois oferece o maior nível de
segurança da informação apresentada.
Conforme os ensinamentos de Magalhães, Souza e Favero (2004), a
perícia é qualquer trabalho de natureza específica, cujo rigor na execução seja
profundo. Dessa maneira, pode haver perícia em qualquer área científica ou
até em determinadas situações empíricas. Por outro lado, a natureza do
processo é que a classificará, podendo ser de origem judicial, extrajudicial,
administrativa ou operacional e quanto à natureza dos fatos que a ensejam,
pode ser classificada como criminal, contábil, médica, trabalhista, etc.
25
Quanto aos aspectos qualitativos da perícia contábil, Ornelas (2003, p.
35) diz que são caracteres essenciais da perícia contábil: limitação da matéria;
pronunciamento adstrito à questão ou questões propostas; meticuloso exame
de campo prefixado; escrupulosa referência à matéria periciada; imparcialidade
absoluta de pronunciamento.
Por fim, a perícia contábil nada mais é do que o trabalho especializado
de profissionais da área contábil feito através de exames, vistorias, indagações,
investigações, avaliações e arbitramentos, atuando de forma meticulosa e
imparcial, gerando elementos de prova necessários e suficientes para subsidiar
a solução da lide.
2.4 Perito Contador
A NBC PP 01 – Norma Profissional do Perito, estabelecida pelo
Conselho Federal de Contabilidade através da Resolução CFC Nº 1.244/2009,
define que perito é o contador regularmente registrado em Conselho Regional
de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo
ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências, da matéria
periciada.
O dispositivo da norma vai ao encontro do que dispõe o Código de
Processo Civil, ao destacar as qualificações do perito em seu artigo 145:
“Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421. § 1o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 1984) § 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 1984).”
Segundo a NBC PP 01 – Norma Profissional do Perito, o perito deve
manter nível de conhecimento da ciência contábil, das Normas Brasileiras e
Internacionais de Contabilidade, das técnicas contábeis, da legislação relativa à
profissão contábil e aquelas aplicáveis à atividade pericial, atualizando-se,
26
permanentemente, mediante programas de capacitação, treinamento,
educação continuada e especialização.
Observamos uma grande atenção dada pela legislação ao aspecto do
nível de conhecimento e depreender o papel indispensável da atuação das
Instituições de Ensino Superior em garantir ao aluno de graduação todas as
condições para o seu pleno desenvolvimento no mercado de trabalho do ramo
de perícia contábil.
Segundo o entendimento de Rezaee, Crumbley e Elmore (2006), o perito
contador é o profissional que realiza uma série de análises na tentativa de
obter a verdade formal e formar uma opinião técnica sobre o caso estudado.
Alberto (2002) destaca, dentre os componentes curriculares mínimos
obrigatórios para os cursos de graduação em ciências contábeis (definidos na
Resolução Nº 3 de 5 de outubro de 1992, do Conselho Federal de Educação),
as disciplinas de análise das demonstrações contábeis, contabilidade e análise
de custos, sistemas contábeis, direito aplicado, matemática e economia, pois
são matérias que exigirão do perito-contador razoável conhecimento no
desenvolvimento de suas atividades.
Outra peça importante para a formação do perito-contador são os
conhecimentos jurídicos. Para Alberto (2002), o profissional deve conhecer as
regras interpretativas do direito (hermenêutica jurídica), todos os trâmites legais
inerentes ao seu campo de atuação e toda a legislação que recai sobre a
matéria examinada.
Outrossim, Magalhães (2004) preleciona que o exercício da função
pericial é tão importante que o profissional que pretende exercê-la, além de ter
o domínio dos conhecimentos técnicos, noções e fundamentos da disciplina,
deverá especializar-se.
Tal especialização torna-se fundamental para o exercício da perícia
contábil na medida em que o profissional necessita de relativa experiência e
conhecimento aprofundado sobre a matéria. D’Auria (1962) diz que o perito
contador é aquela pessoa conhecedora e experiente em matérias específicas,
que examina registros e documentos geradores dos fatos, auferindo a sua
autenticidade e opinando sobre suas causas, essência e efeitos da coisa em
lide.
27
2.5 Classificação da Perícia Contábil
Existem diversas classificações da perícia contábil utilizadas por vários
autores. Algumas dividindo-as em vários aspectos, outras segmentando-as de
modo mais conciso. Utilizaremos a classificação mais recorrente dentre os
autores pesquisados.
2.5.1 Perícia Judicial
Segundo Morais (2004), no Brasil, a grande concentração de trabalho
pericial é demandada pela Justiça, ou seja, a maior demanda do mercado é a
da perícia judicial.
Alberto (2002, p.53) ensina que:
“A perícia judicial é aquela realizada dentro dos procedimentos processuais do Poder Judiciário, por determinação, requerimento ou necessidade de seus agentes ativos, e se processa segundo as regras legais específicas.”
Esse tipo de perícia que é utilizado nas demandas judiciais, com o
objetivo de fornecer meios de prova de uma ou ambas as partes do processo
judicial, para a resolução da lide.
Sá (2008) divide o ciclo da perícia judicial em três fases: preliminar,
operacional e final.
A fase preliminar envolve o requerimento da perícia pelo juiz, escolha do
perito e dos assistentes, requerimento de honorários pelo perito e definição
pelo juiz de prazo, local e hora para início da perícia.
A fase operacional, por sua vez, inclui o início da perícia, o curso do
trabalho e a elaboração do laudo.
Por fim, a fase final trata da assinatura e entrega do laudo, levantamento
dos honorários e esclarecimentos, quando requeridos.
Todas essas fases compõem o ciclo normal da perícia judicial, sempre
considerando os prazos e formalidades legais em cada uma dessas fases.
28
2.5.2 Perícia Semijudicial
É a perícia realizada no meio estatal, por autoridades policiais,
parlamentares ou administrativas que têm poder jurisdicional, por estarem
sujeitas a regras legais e regimentais, e é semelhante à Perícia Judicial.
(ANCIOTO, COSTA e GOMES, 2009).
2.5.3 Perícia Extrajudicial
A perícia extrajudicial se realiza paralelamente à atividade estatal. É
realizada entre particulares, sem a intervenção de uma autoridade jurídica.
Alberto (2002) divide esse tipo de perícia em finalidades demonstrativas,
discriminativas e comprobatórias. A primeira tem o objetivo de demonstrar a
veracidade ou não do fato consultado; no segundo caso, é utilizada para
colocar nos justos termos os interesses de cada parte na matéria consultada; e
no terceiro caso, há a intenção de comprovar algum tipo de ilicitude, como
fraudes ou desvios de verba.
2.5.4 Perícia Arbitral
Lima e Araújo (2008) ensinam que a perícia arbitral é a realizada no
juízo arbitral, que se trata de uma instância decisória criada pela vontade das
partes, diferenciando-a da perícia judicial e extrajudicial, por atuar parcialmente
como se judicial e extrajudicial fosse.
A perícia arbitral é realizada pelo perito apenas pela vontade das partes,
que escolhem as regras do juízo, não sendo vinculados aos ditames da
legislação aplicável aos processos judiciais.
2.6 A Perícia Contábil e o Código de Processo Civil
Segundo Santos (2007), o direito processual civil consiste no sistema de
princípios e leis que regulamentam o exercício da jurisdição quanto às lides de
29
natureza civil como tais entendidas todas as lides que não são de natureza
penal e as que não entram na órbita das jurisdições especiais. A principal lei
brasileira que trata do sistema de processo civil é a Lei 5.869/73, que instituiu o
Código de Processo Civil Brasileiro. Essa lei regulamenta o trânsito do
processo judicial civil no Brasil.
O código de processo civil trata da perícia em seu Livro I – Título VIII –
Das provas e, de modo mais objetivo, na Seção VII – Da Prova Pericial. A
prova pericial, da qual trata o referido código, é elemento essencial da perícia
judicial e é fundamental para casos em que a comprovação do fato exija algum
conhecimento técnico sobre a matéria. Como ensinam Marinoni e Arenhart
(2008, p. 380), a prova pericial é admissível quando se necessite demonstrar
no processo algum fato que dependa de conhecimento especial que não seja
próprio ao “juiz médio”, ou melhor, que esteja além dos conhecimentos que
podem ser exigidos do homem e do juiz de cultura média.
Marinoni e Arenhart (2008, p. 382) discorrem sobre o exame a avaliação
da seguinte forma:
“O exame e a vistoria se referem à atividade de quem vê ou averigua algum fato ou fenômeno. Sua diferenciação deve consistir a partir de seu objeto. O exame se relaciona com bens móveis, enquanto a vistoria se relaciona com bens imóveis. Já a avaliação destina-se a estabelecer o valor de determinada coisa corpórea ou incorpórea, embora possa ser denominada também de arbitramento.”
No próprio ato da nomeação, o juiz determina e informa ao perito o
prazo de entrega do laudo técnico. Se o juiz nomear mais de um perito porque
a prova técnica tem de recair sobre diferentes matérias, pode estipular prazo
único para todos os peritos, ou permitir que um laudo se apresente após o
outro, se um deles puder contribuir para o seguinte e, consequentemente, para
a maior utilidade da prova pericial (Miranda, 1974).
2.7 Mercado de trabalho da Perícia Contábil
O conceito de mercado de trabalho está ligado com a oferta de vagas de
emprego em determinada área. Segundo Chiavenato (1999), o mercado de
30
trabalho é composto por ofertas de oportunidades de trabalho oferecidas pelas
diversas empresas.
No campo da perícia contábil, há uma divisão básica em perícia judicial,
semi judicial, extrajudicial e arbitral. Tendo em vista a grande abrangência da
ciência contábil, a perícia se torna uma área vasta a ser explorada, já que
diversos são os temas relativos à atuação da contabilidade.
A forma mais conhecida e difundida é a perícia judicial. A justiça
brasileira é composta por duas vertentes. Existe a justiça federal e estadual.
Em cada uma há diversas instâncias, as quais tramitam os processos judiciais.
E é exatamente neste ponto que a perícia contábil se insere. Muitas vezes o
juízo necessita da prova pericial para emitir o seu veredicto.
Para Lima e Araújo (2008), há três situações de litígio tidas como
recentes e capazes de reter grande parte dos processos judiciais daqui para
frente. Uma delas é o comércio eletrônico. A privacidade e a validade jurídica
dos documentos eletrônicos são exemplos de fatos geradores de conflitos
judiciais. Outra situação se refere às relações de trabalho, onde se destaca o
assédio moral. Em pesquisa realizada por Barreto (2000), 42% dos
trabalhadores pesquisados no estado de São Paulo já sofreram assédio moral.
Por fim, a situação ambiental também merece destaque. Hoog (2007)
apresenta fatores causadores de perícia contábil ambiental, como o uso de
recursos hídricos para a agricultura, residencial e industrial, além de conflitos
em atividades de mineração e extração.
A perícia semi judicial, realizada no meio estatal, somente é realizada
pelas autoridades que possuem poder jurisdicional. Desse modo, não há que
se falar em mercado de trabalho para esse tipo de perícia, visto que ela é
restrita e inerente à atividade do Estado.
No âmbito extrajudicial, a perícia contábil atua nas operações
societárias, mediante transações como aquisições, fusões, recuperação e
falência de empresas. Alberto (2002) ressalta que são atividades típicas de
perícia contábil a quantificação, mensuração, identificação, avaliação, análise
ou arbitramento de haveres, incluindo os fundos de comércio. Além disso, a
prova pericial também é relevante para casos de detecção de fraudes.
Figueiredo (2006) diz que avanços tecnológicos somados a falta de
31
profissionais qualificados na área de fiscalização impulsionam a criação de
novas técnicas contábeis fraudulentas.
A Lei Nº 9.307/96, que trata sobre a arbitragem, passou a esclarecer
certas disposições sobre o arbítrio, de modo a respaldar as partes litigiosas
acerca de suas atitudes. Podemos citar como exemplo o seu artigo 22, que
determina que o arbítrio poderá tomar o depoimento das partes, ouvir
testemunhas e determinar a realização de perícias ou outras provas que julgar
necessárias, mediante requerimento das partes ou de ofício.
Vasconcelos e Fabri (2011) afirmam que a perícia contábil é uma
profissão que vem se destacando no mercado de trabalho, mas ainda é pouco
explorada no meio contábil, tanto por profissionais contábeis quanto pelos
cursos de ciência contábil.
Observa-se a amplitude e a tendência de crescimento do mercado de
trabalho da perícia contábil. Para que esse crescimento ocorra com qualidade,
é preciso que sejam formados profissionais com habilidade e conhecimento
suficientes para o exercício da atividade.
2.8 Métodos de ensino
Conforme ditam as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de
graduação em Ciências Contábeis, instituídas pela Resolução CNE/CES 10, de
16 de dezembro de 2004, as Instituições de Ensino Superior deverão
estabelecer a organização curricular para cursos de Ciências Contábeis por
meio de Projeto Pedagógico.
Vasconcellos (1995) ensina que o projeto pedagógico é um instrumento
teórico-metodológico que tem o objetivo de ajudar os profissionais da educação
a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, de uma forma refletida,
consciente, sistematizada, orgânica e, principalmente, participativa.
Já André (2001, p. 188) tem o seguinte posicionamento quanto ao
projeto pedagógico:
“O projeto pedagógico deve expressar a reflexão e o trabalho realizado em conjunto por todos os profissionais da escola, no sentido de atender às diretrizes do sistema nacional de Educação, bem como às necessidades locais e específicas da clientela da escola.”
32
De acordo com a Resolução CNE/CES 10/2004, o Projeto Pedagógico
deve tratar das peculiaridades do curso de graduação, abrangendo vários
aspectos estruturais, segundo determina o parágrafo 1º do Art. 2º desta
Resolução.
“§ 1º O Projeto Pedagógico, além da clara concepção do curso de graduação em Ciências Contábeis, com suas peculiaridades, seu currículo pleno e operacionalização, abrangerá, sem prejuízo de outros, os seguintes elementos estruturais: I - objetivos gerais, contextualizados em relação às suas inserções institucional, política, geográfica e social; II - condições objetivas de oferta e a vocação do curso; III - cargas horárias das atividades didáticas e para integralização do curso; IV - formas de realização da interdisciplinaridade; V - modos de integração entre teoria e prática; VI - formas de avaliação do ensino e da aprendizagem; VII - modos da integração entre graduação e pós-graduação, quando houver; VIII - incentivo à pesquisa, como necessário prolongamento da atividade de ensino e como instrumento para a iniciação científica; IX - concepção e composição das atividades de estágio curricular supervisionado, suas diferentes formas e condições de realização, observado o respectivo regulamento; X - concepção e composição das atividades complementares; XI - inclusão opcional de trabalho de conclusão de curso (TCC).”
Todo o rol de instrumentos estruturais elencados acima são pilares
fundamentais para a elaboração do Projeto Pedagógico dos cursos superiores
de Ciências Contábeis no Brasil.
Os Projetos Pedagógicos devem conter ainda os métodos de ensino a
serem desenvolvidos no decorrer dos componentes curriculares.
O método de ensino mais popular e tradicional é a aula expositiva. Gil
(1997) destaca que ela é adequada para repassar conhecimentos, apresentar o
assunto de modo organizado, além de potencializar a atenção do aluno e
repassar experiências.
Complementarmente à aula expositiva existe a resolução de exercícios.
Esse método tem o objetivo de dar fixação ao conteúdo ministrado. Garcia,
Cordeiro e Marion (1999), ensinam que a criatividade do professor é
fundamental para a eficácia do método.
33
Os resumos também são uma ótima forma de potencializar o
aprendizado dos alunos. Lowman (2004) ensina que é objetivo de toda tarefa
escrita auxiliar os estudantes a aumentar a sua habilidade em usar a escrita de
modo a abrir caminho para a exposição de seus pensamentos.
Os seminários são importantes para o senso crítico do aluno, que irá
pesquisar e posteriormente discutir o tema. Segundo Gil (1997), o seminário
identifica e reformula problemas.
As palestras também têm a sua importância, pois torna possível o aluno
ter contato direto com profissionais da área, e abrir discussões práticas sobre o
assunto.
As discussões em classe são fundamentais para desenvolver o diálogo e
argumentação dos discentes. Lowman (2004), afirma que a aplicação desse
método é importante por apresentar reflexões acerca dos conhecimentos já
estudados.
O estudo de caso é uma ferramenta conveniente para o magistério, pois
insere o aluno em uma perspectiva prática do assunto, vivenciando aspectos
reais da profissão. Gil (1997) declara que o estudo de caso proporciona ao
estudante uma vivência prática com a realidade e, consequentemente, com a
sua profissão.
As simulações também são alternativas oportunas para o ensino. Nesse
caso, o aluno será capaz de simular as atividades diárias da profissão, além de
verificar o impacto de suas atitudes. Gil (1997) sustenta que, através das
simulações, os alunos terão um feedback em tempo real sobre as suas
tomadas de decisões.
2.9 O cenário internacional
No âmbito internacional, foram pesquisados trabalhos referentes ao
ensino da perícia contábil. Destacando Rezaee, Crumbley e Elmore (2006),
que elaboraram um trabalho com o objetivo de reunir opiniões de acadêmicos e
profissionais dos Estados Unidos sobre a importância, relevância e oferta do
ensino da perícia contábil.
Eles utilizaram dois métodos de avaliação da pesquisa. Primeiramente,
foi realizada uma análise de conteúdo de uma amostra de 21 currículos de
34
cursos de perícia contábil sob o aspecto da descrição, objetivo e atribuições da
área, com ênfase no exame de fraudes.
A segunda parte do trabalho foi estruturada a partir de uma pesquisa
nacional com acadêmicos e profissionais de perícia contábil sobre a demanda
e benefícios desse assunto.
Através dessa pesquisa, Rezaee, Crumbley e Elmore (2006) concluíram
que a demanda e o interesse pela perícia contábil tendem a aumentar nos
próximos anos, pois mais universidades planejam oferecer o ensino da perícia
contábil em seus projetos pedagógicos. Além disso, os resultados mostraram
que existem diferenças significativas nas abordagens conceituais dos cursos
de perícia contábil, o que evidencia uma falta de integração do ensino deste
componente curricular.
Em outra pesquisa, Kasum (2007) estudou a importância da perícia
contábil em crimes financeiros nos setores públicos e privados dos países em
desenvolvimento, destacando a situação da Nigéria. A pesquisa objetiva
comparar os setores públicos e privados, a fim de identificar em qual desses
setores a perícia contábil é mais importante.
Como método de pesquisa, foram selecionados documentos sobre
fraudes e corrupção na Nigéria, além de estatísticas de indicadores de
desenvolvimento dos países de terceiro mundo. Também foi elaborado um
questionários, o qual foi distribuído para diversos profissionais, como
contadores, advogados, economistas e engenheiros, com a intenção de
verificar as suas percepções acerca do assunto estudado.
A partir da análise dos dados pesquisados, Kasum (2007) observou que
as práticas de fraude e corrupção são comuns nos países em desenvolvimento.
Desse modo, notou-se ainda que o serviço do perito contador é de fundamental
relevância para o combate à fraude e à corrupção, especialmente no setor
público.
Outra produção referente ao estudo da perícia contábil é a de Okoye
(2009). Nesta obra, objetivou-se identificar o papel da perícia contábil nas
investigações de fraude e de litígios na Nigéria, além de expor à consciência
pública a importância da área.
Okoye (2009, p. 42) destaca que o perito contador pode ser útil na
esfera investigativa de várias maneiras, como na revisão da situação de fato,
35
na proteção e recuperação de ativos e na coordenação da atuação de outros
especialistas (investigações privadas, examinadores de documentos
processuais e engenheiros consultores).
O autor complementa ainda que o aumento no número de fraudes na
Nigéria e em todo o mundo enfatiza a necessidade de mais peritos contadores,
pois são esses profissionais que, através de sua análise, auxiliarão à exposição
da verdade formal.
36
3 METODOLOGIA
3.1 ABORDAGEM DA PESQUISA
A pesquisa é caracterizada, quanto aos seus objetivos, como uma
pesquisa de caráter descritiva. Tal classificação se justifica pelo objetivo de
descrever as características de uma população frente a determinado
fenômeno. Segundo Gil (1997), a pesquisa de caráter descritiva visa descrever
determinados aspectos de um fenômeno. Envolve levantamento bibliográfico e
entrevistas através de questionário e observação sistemática.
Sobre os procedimentos utilizados, a pesquisa é de natureza
bibliográfica, pois foram usados como referência análises em livros, artigos,
legislações e teses que tratam do tema deste trabalho. De acordo com Gil
(2007), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, como livros e artigos científicos.
Quanto à abordagem do problema da pesquisa, destacamos
características quantitativas, visto que se procurou fazer o levantamento de
informações dos estudantes quanto a sua percepção do ensino e preparação
para o mercado de trabalho na área de perícia contábil, assim como buscou-se
analisar os dados, interpretando os seus resultados.
No que se refere ao meio de investigação, a pesquisa se caracteriza
como pesquisa de campo, já que ela foi realizada no local em que se
encontravam os elementos necessários para responder a problemática da
pesquisa. Vergara (2003, p. 46), ensina que a pesquisa de campo é uma
investigação empírica realizada no local onde ocorreu o fenômeno. Pode incluir
entrevistas, aplicações de questionários, testes e observação participante.
3.2 INSTRUMENTO UTILIZADO, POPULAÇÃO E AMOSTRA
A pesquisa de campo foi realizada por intermédio de aplicação de um
questionário direcionado aos alunos concluintes do curso de Ciências
Contábeis do município de Natal/RN, com a intenção de coletar dados acerca
37
do ensino e preparação dos discentes para o mercado de trabalho na área de
perícia contábil.
O questionário aplicado foi dividido em duas partes. A primeira parte se
refere ao perfil dos respondentes. As perguntas de 1 a 6 da primeira parte do
questionário visaram atingir o primeiro objetivo da pesquisa, de modo a
identificar o perfil dos alunos concluintes de cursos de graduação em Ciências
Contábeis no município de Natal/RN quanto aos seus aspectos pessoais e de
pretensão de atuação no mercado de trabalho. Já a segunda parte do
questionário, das questões de 1 a 9, e de 11 a 13, teve a intenção de alcançar
o segundo objetivo específico da pesquisa ao verificar a concepção dos alunos
concluintes sobre o seu nível de aprendizagem e preparação para o mercado
de trabalho em perícia contábil. Ainda na segunda parte do questionário
elaborado, a pergunta 10 se relacionou com o terceiro objetivo da pesquisa,
pois buscou identificar as práticas pedagógicas utilizadas no ensino da perícia
contábil.
A segunda parte do questionário reuniu questões elaboradas pelo autor,
questões adaptadas da pesquisa de Gomes, Campos e Júnior (2012) e da
pesquisa de Rezaee, Crumbley e Elmore (2006). Nessa parte do questionário
utilizou-se a Escala Likert, que é um tipo de escala de resultados na qual se
busca avaliar a percepção dos participantes. Segundo Martins e Theóphilo
(2009), a Escala Likert se caracteriza por uma série de afirmações onde se
pede a percepção do participante mediante uma escala de percepção
numérica.
O universo da amostra se pautou em alunos concluintes do curso de
Ciências Contábeis das instituições de ensino superior da cidade de Natal/RN,
que possuem o curso de graduação em Ciências Contábeis, sendo elas a UNP,
UNIFACEX, UNIRN e UFRN. A aplicação dos questionários se deu nas turmas
do final do curso e abrangeu apenas as Universidades e Centros Universitários,
pois elas oferecem, de modo extensivo, atividades de ensino, pesquisa e
extensão, que é um fator relevante para a formação do perfil acadêmico dos
participantes da pesquisa, reduzindo os possíveis vieses da utilização dos
questionários.
38
Foi coletada uma amostra de 128 discentes, cujos questionários foram
respondidos pelos alunos concluintes das Universidades, conforme tabela
abaixo:
Tabela 1 - Quantidade de participantes da pesquisa
INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
QUANTIDADE DE PARTICIPANTES
TOTAL PERCENTUAL
UFRN 30 23%
UNIRN 52 41%
UNIFACEX 8 6%
UNP 38 30%
TOTAL 128 100,00%
Fonte: Elaborado pelo autor.
Após levantamento e agrupamento dos dados coletados, foi possível
realizar diversas análises e compilação das informações a fim de fundamenta a
resposta do problema e atingir os objetivos da pesquisa.
39
4 ANÁLISE DOS DADOS
4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES
Quanto ao gênero dos participantes da pesquisa, observamos total
equilíbrio, pois 50% dos estudantes são do sexo masculino e 50% do sexo
feminino.
Tabela 2 - Gênero dos participantes da pesquisa
INSTITUIÇÃO MASCULINO FEMININO
Freq. % Freq. %
UFRN 15 50% 15 50%
UNI RN 21 40% 31 60%
UNP 23 61% 15 39%
UNIFACEX 5 62,5% 3 37,5%
TOTAL 64 50% 64 50%
Fonte: Elaborado pelo autor.
Em relação à faixa etária, podemos destacar que 66% dos estudantes
entrevistados possuem idade até 28 anos e apenas 34% apresentam idade
superior a 28 anos, mostrando assim o perfil jovem da pesquisa realizada.
Tabela 3 - Faixa etária dos participantes da pesquisa
INSTITUIÇÃO 17 A 22 ANOS 23 A 28 ANOS 29 A 34 ANOS
ACIMA DE 35 ANOS
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
UFRN 9 30% 18 60% 1 3% 2 7%
UNI RN 6 12% 21 40% 16 31% 9 17%
UNP 9 24% 16 42% 9 24% 4 11%
UNIFACEX 1 13% 5 62% 2 25% 0 0%
TOTAL 25 19% 60 47% 28 22% 15 12%
Fonte: Elaborado pelo autor.
40
A relação de idade dos respondentes se assemelha às características do
universo de amostra da pesquisa de Gomes, Campos e Júnior (2012), onde
82,11% dos entrevistados possuem idade até 28 anos, e apenas 17,89% mais
de 28 anos. O trabalho de Gomes, Campos e Júnior (2012) teve o objetivo de
verificar a percepção dos formandos dos cursos de graduação em ciências
contábeis de instituições de ensino do Distrito Federal e de Goiás quanto à
formação acadêmica que receberam e à preparação profissional que entendem
possuir para ingressarem no mercado de Perícia Contábil. A pesquisa analisou
um total de 151 estudantes da Universidade de Brasília (UnB), Universidade
Federal de Goiás (UFG), Universidade Católica de Brasília (UCB) e
Universidade Católica de Goiás (UCG).
A terceira pergunta caracterizou os participantes quanto ao ano previsto
para a conclusão do curso de graduação em ciências contábeis. Indo ao
encontro da natureza da pesquisa, 99% dos alunos entrevistados preveem que
terminarão o curso em 2013 ou 2014. Tal fato corrobora que os participantes
são alunos concluintes, conforme o objetivo geral da pesquisa, tendo em vista
que em muitas universidades o curso tem duração de no mínimo 4 e no
máximo 5 anos.
Tabela 4 - Previsão para conclusão do curso
Instituição 2013 2014 2015
Freq. % Freq. % Freq. %
UFRN 12 40% 16 53% 2 7%
UNI RN 43 83% 9 17% 0 0%
UNP 30 79% 8 21% 0 0%
UNIFACEX 8 100% 0 0% 0 0%
TOTAL 93 73% 33 26% 2 1%
Fonte: Elaborado pelo autor.
O último questionamento da primeira parte do questionário procurou
identificar a pretensão de atuação profissional dos estudantes. Do total, a área
pública foi a opção mais frequente na visão dos pesquisados. Observou-se
também que a área de perícia contábil, dentre as opções apresentadas, foi a
área menos pretendida pelos estudantes do curso de ciências contábeis, já que
41
apenas 4 pessoas apontaram esta opção, o que representa 3% do total da
amostra.
Fonte: Elaborado pelo autor.
A pesquisa de Gomes, Campos e Júnior (2012) apresentou resultado
semelhante para esse questionamento. A maior parte dos discentes
participantes de sua pesquisa pretende atuar na área pública, enquanto apenas
5,29% almeja exercer a atividade de Perícia Contábil. Desse modo, podemos
observar que a pretensão pela área de Perícia Contábil é mínima, talvez pela
falta de informação sobre o campo de atuação profissional e pelas
características do ensino da disciplina correlata nas Instituições de Ensino
Superior.
4.2 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DO QUESTIONÁRIO
A segunda parte do questionário foi norteada para a percepção sobre o
ensino de perícia e preparação para o mercado de trabalho na área. As
questões se apresentaram de acordo com a metodologia da Escala Likert.
50
8 4
37
5
24
Gráfico 1- Qual a sua pretensão de atuação profissional?
Área Pública Auditoria Contábil Perícia Contábil
Escritório de Contabilidade Docência Outras
42
A primeira questão procurou observar se o curso de ciências contábeis
atendeu completamente as expectativas do aluno e se ele se sente preparado
para atuar no mercado de trabalho.
Tabela 5 - Atendimento das expectativas do curso de Ciências Contábeis
Instituição
Discordo Indiferente
Concordo
Totalmente Parcialmente Parcialmente Totalmente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
UFRN 0 0% 2 6% 0 0% 20 67% 8 27%
UNI RN 2 4% 18 34% 6 12% 24 46% 2 4%
UNP 3 8% 5 13% 5 13% 25 66% 0 0%
UNIFACEX 3 37% 2 25% 1 13% 2 25% 0 0%
TOTAL 8 6% 27 21% 12 9% 71 56% 10 8%
Fonte: Elaborado pelo autor.
Nota-se que a maioria (56%) concorda parcialmente com a afirmativa
apresentada. Constata-se ainda que a maior parte dos respondentes que
concordam com a afirmativa são alunos da UFRN. Dessa forma, leva-se a crer
que, por ser a universidade mais estruturada e tradicional no curso de ciências
contábeis, os alunos se mostram mais preparados que os demais, visto que
94% desses discentes concordam, parcial ou totalmente, com a questão.
O resultado geral da análise acima se aproxima do produto da pesquisa
de Gomes, Campos e Júnior (2012), onde 54% concordaram parcialmente e
23% discordaram parcialmente com a assertiva.
Outro questionamento visou perceber se os discentes acreditam possuir
boas noções de Direito e de outras áreas ligadas ao curso de Ciências
Contábeis.
Tabela 6 - Tenho boas noções de Direito e outras áreas relacionadas ao curso de Ciências Contábeis
Instituição
Discordo Indiferente
Concordo
Totalmente Parcialmente Parcialmente Totalmente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
UFRN 0 0% 5 17% 0 0% 19 63% 6 20%
UNI RN 2 4% 7 14% 8 15% 28 54% 7 13%
UNP 1 3% 2 5% 3 8% 28 74% 4 10%
43
UNIFACEX 1 12% 2 25% 2 25% 3 38% 0 0%
TOTAL 4 3% 16 13% 13 10% 78 61% 17 13%
Fonte: Elaborado pelo autor.
Dentre todas as Universidades pesquisadas, apenas os alunos da
UNIFACEX não foram maioria ao concordar parcialmente com a assertiva. Em
todas as outras Universidades a maioria os discentes acreditam possuir boas
noções de Direitos e de outras áreas contábeis. Tal fato pode ser explicado
pela baixa quantidade de alunos concluintes na UNIFACEX e,
consequentemente, poucos participantes na pesquisa para esta instituição,
diversificando os posicionamentos.
Destacamos ainda que apenas 16% do total dos respondentes
discordam do questionamento, sendo somente 3% que discordam totalmente.
Diante desse quadro, ressaltamos a presença cada vez mais assídua de
conhecimentos jurídicos doutrinários e legais dentro das estruturas curriculares
dos cursos de graduação em Ciências Contábeis, posto que são de suma
importância para a compreensão de diversas áreas contábeis, como por
exemplo a própria Perícia Contábil.
Quanto ao estudo da disciplina de Perícia Contábil e sua obrigatoriedade
no currículo acadêmico, cerca de 95% da amostra concordou que cursou a
disciplina e que ela é obrigatória em seu currículo acadêmico.
Tabela 7 - Cursei a disciplina de Perícia Contábil e a disciplina é obrigatória em meu currículo acadêmico
Instituição
Discordo Indiferente
Concordo
Totalmente Parcialmente Parcialmente Totalmente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
UFRN 0 0% 0 0% 1 3% 6 20% 23 77%
UNI RN 1 2% 0 0% 1 2% 4 8% 46 88%
UNP 1 3% 0 0% 0 0% 8 21% 29 76%
UNIFACEX 0 0% 1 12% 0 0% 0 0% 7 88%
TOTAL 2 2% 1 1% 2 2% 18 13% 105 82%
Fonte: Elaborado pelo autor.
Pelo fato de que a disciplina de Perícia Contábil está presente em
diferentes períodos letivos nas diferentes Universidades e que as turmas
44
concluintes pesquisadas reunir alunos de diferentes períodos letivos, nem
todos os discentes pesquisados cursaram a disciplina de Perícia Contábil.
Sob o aspecto do acervo bibliográfico a disposição do aluno, 74% dos
alunos pesquisados concordam que a biblioteca de sua Universidade dispõe
dos livros indicados no programa ou pelo professor da disciplina.
Tabela 8 - A Biblioteca da minha Universidade dispõe dos livros indicados no programa ou pelo professor da disciplina
Instituição
Discordo Indiferente
Concordo
Totalmente Parcialmente Parcialmente Totalmente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
UFRN 1 2% 6 20% 6 20% 7 23% 10 33%
UNI RN 6 12% 4 8% 4 7% 23 44% 15 29%
UNP 2 5% 4 11% 1 2% 19 50% 12 32%
UNIFACEX 0 0% 0 0% 0 0% 2 25% 6 75%
TOTAL 9 7% 14 11% 11 8% 51 40% 43 34%
Fonte: Elaborado pelo autor.
A maioria dos alunos em todas as universidades pesquisadas concorda
com a afirmativa. Salientamos que 100% dos alunos da UNIFACEX concordam
com a assertiva e que 22% da UFRN discordam da assertiva. Observa-se que
a UFRN, como única universidade pública dentre das demais, apresenta,
segundo os discentes estudados, o maior índice de discordância sobre a
qualidade do acervo bibliográfico no curso de Ciências Contábeis. O índice de
concordância total se mostrou baixo na maioria das instituições. Podemos
depreender que o resultado se apresenta dessa forma devido ao pouco
material da área disponível no meio acadêmico, assim como às características
da disciplina nessas instituições (ministrada no final do curso, por exemplo).
Apesar de a concordância total ter se mostrado baixa na maioria das
instituições, de modo geral, a oferta de livros pelas bibliotecas das
universidades estudadas apresenta um diagnóstico satisfatório na visão dos
alunos concluintes.
Foi questionado ainda aos alunos participantes da pesquisa se houve
contato com peritos atuantes no mercado através de palestras ou seminários.
Houve um baixo índice de concordância. Cerca de 40% discordaram totalmente
da afirmativa, 18% se mostraram indiferente e apenas 26% concordaram com a
45
assertiva. Os índices geram preocupação, visto que o contato com profissionais
atuantes no mercado é de grande importância para o aprendizado.
Para que o profissional possa atuar com tranquilidade no ramo de
Perícia Contábil é necessário aplicar conhecimentos de contabilidade em um
processo judicial e interpretar uma sentença judicial com clareza. E esse foi um
dos temas que foram questionados aos discentes.
Tabela 9 - Consigo aplicar meus conhecimentos de Contabilidade em um processo judicial e interpreto ou entendo uma sentença judicial com clareza
Instituição
Discordo Indiferente
Concordo
Totalmente Parcialmente Parcialmente Totalmente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
UFRN 3 10% 9 30% 3 10% 14 47% 1 3%
UNI RN 8 15% 12 23% 11 21% 18 35% 3 6%
UNP 7 19% 5 13% 6 16% 18 47% 2 5%
UNIFACEX 2 25% 3 38% 1 12% 2 25% 0 0%
TOTAL 20 16% 29 22% 21 16% 52 41% 6 5%
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os dados mostram que 41% dos respondentes concordam parcialmente
com a afirmativa e apenas 5% concordam totalmente. Os melhores índices se
concentraram na UFRN (50% da amostra concordou com a assertiva) e na
UNP (52% da amostra concordou com a assertiva). Por serem
reconhecidamente pela sociedade as universidades mais estruturadas dentre
as demais, os estudantes dessas instituições demonstraram maior segurança
quanto aos conhecimentos exigidos pelo item. Contudo, de modo geral, o
índice de concordância ficou aquém do esperado, pois somente 46%
concordaram que conseguem aplicar os conhecimentos de contabilidade em
processos judiciais e entendem uma sentença judicial com clareza.
Um fator essencial para o aprendizado são as práticas pedagógicas
adotadas pelos professores da disciplina. Foi questionado aos alunos quais as
práticas pedagógicas adotadas pelo professor da disciplina de Perícia Contábil.
46
Tabela 10 - Caso tenha cursado a disciplina de Perícia Contábil, indique as práticas pedagógicas adotadas pelo professor ministrante da disciplina - Geral
Práticas Pedagógicas Frequência %
Aula expositiva 72 18%
Resumos 26 6%
Seminário 8 2%
Palestras 8 2%
Discussões em classe 98 24%
Resolução de exercícios 72 17%
Estudo de caso 85 21%
Simulações 28 7%
Outras 13 3%
TOTAL 410 100%
Fonte: Elaborado pelo autor.
Observa-se um maior índice da prática de discussões em classe,
seguida de estudo de caso, aula expositiva e resolução de exercícios, que
juntas, reuniram 79% dos métodos descritos na pesquisa.
Já as práticas de seminários, resumos, palestras e seminário foram
discretas. Desse modo, identificamos uma deficiência de envolvimento dos
discentes na sala de aula de acordo com as práticas apresentadas, assim
como a falta de vivência prática da profissão, tendo em vista que a estatística
de uso de simulações foi considerada baixo.
Tabela 11 - Caso tenha cursado a disciplina de Perícia Contábil, indique as práticas pedagógicas adotadas pelo professor ministrante da disciplina – por Universidade
Práticas Pedagógicas
UFRN UNI RN UNP UNIFACEX
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
Aula expositiva 21 22% 28 16% 17 13% 6 35%
Resumos 8 8% 12 7% 5 4% 1 6%
Seminário 3 3% 3 2% 2 2% 0 0%
Palestras 4 4% 2 1% 2 2% 0 0%
Discussões em classe 20 21% 41 24% 32 25% 5 29% Resolução de
exercícios 16 16% 31 18% 24 19% 1 6%
Estudo de caso 20 21% 34 20% 29 23% 2 12%
Simulações 0 0% 15 9% 12 10% 1 6%
Outras 5 5% 5 3% 2 2% 1 6%
TOTAL 97 100% 171 100% 125 100% 17 100%
47
Fonte: Elaborado pelo autor.
As respostas por Universidade seguiram a média dos resultados gerais,
tendo destaque para a aula expositiva, discussões em classe, resolução de
exercícios e estudo de caso. Podemos destacar a utilização considerável de
simulações na UNIRN e UNP. Um ponto falho que se evidencia é a
inexpressiva prática de seminários e palestras no ensino da perícia contábil, o
que mostra pouco interesse sobre a vivência prática da atividade.
Outro ponto relevante da pesquisa é a visão dos discentes acerca do
mercado de trabalho na área de Perícia Contábil.
Tabela 12 - Opinião sobre o mercado de trabalho em Perícia Contábil - Geral
Práticas Pedagógicas
TOTAL
Freq. %
Conheço a área de Perícia Contábil e me sinto preparado
para trabalhar como perito
5 4,00%
Julgo que seria interessante, mas conheço pouco da área
20 15,00%
Não tenho interesse e conheço pouco da área
100 78,00%
Não conheço a área 3 3,00%
TOTAL 128 100,00%
Fonte: Elaborado pelo autor.
Apenas 4% dos alunos pesquisados conhece a área de Perícia Contábil
e se sente preparada para atuar como perito, enquanto 78% afirma não ter
interesse e não conhecer da área. Sucintamente, podemos realçar que a
maioria dos alunos pesquisados não tem interesse e conhece pouco da área
de Perícia Contábil.
Tabela 13 - Opinião sobre o mercado de trabalho em Perícia Contábil – por Universidade
Práticas UFRN UNI RN UNP UNIFACEX
48
Pedagógicas Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
Conheço a área de Perícia
Contábil e me sinto
preparado para trabalhar como perito
1 3% 1 2% 2 5% 1 12%
Julgo que seria
interessante, mas conheço pouco da área
1 3% 13 25% 3 8% 3 38%
Não tenho interesse e
conheço pouco da área
26 87% 37 71% 33 87% 4 50%
Não conheço a área
2 7% 1 2% 0 0% 0 0%
TOTAL 30 100% 52 100% 38 100% 8 100%
Fonte: Elaborado pelo autor.
O resultado geral foi refletido em todas as Universidades, principalmente
na UFRN e UNP, onde o índice foi superior a 80%. Secundariamente, cerca de
15% dos alunos responderam que julgam que o mercado seria interessante,
também conhecem pouco da área.
Chama a atenção ainda o índice ínfimo de 4% dos alunos que conhecem
a área de Perícia Contábil e se sentem preparados para atuar como perito.
Diante disso, depreende-se que existe uma grande falta de interesse dos
alunos de graduação em Ciências Contábeis na área de Perícia Contábil e que
há pouca informação disponível acerca dessa área aos alunos interessados.
Procurou-se saber dos alunos sobre a relevância dos benefícios dos
conhecimentos da área de Perícia Contábil sob diversos aspectos, conforme
tabela abaixo.
Tabela 14 - Relevância dos benefícios do conhecimento da área de Perícia Contábil por ordem de importância
Benefícios
Sem importância
Pouco importante
Indiferente Importante Muito
importante
Feq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
49
Satisfazer a demanda da sociedade
13 10% 12 9% 36 28% 29 23% 38 30%
Fortalecer a credibilidade da
informação contábil
0 0% 5 4% 20 15% 20 16% 83 65%
Formação do aluno para ingresso no mercado de
trabalho
1 1% 10 8% 22 17% 35 27% 60 47%
Aumento da demanda por
profissionais na área de Perícia
Contábil
3 2% 10 8% 26 20% 34 27% 55 43%
Preparar o aluno para prestação de
consultoria contábil
4 3% 1 1% 24 19% 31 24% 68 53%
Fonte: Elaborado pelo autor.
O primeiro questionamento foi sobre satisfazer a demanda da
sociedade. Cerca de 53% da amostra definiu como importante ou muito
importante o uso da Perícia Contábil a fim de satisfazer a demanda da
sociedade. Todavia, dentre todas as opções apresentadas, esta foi a que
apresentou maior índice de resposta sem importância, assim como pouco
importante. Isso mostra a pouca credibilidade da Perícia Contábil sob a ótica de
atender às necessidades da sociedade.
Por outro lado, os discentes definiram como mais importante para os
conhecimentos de Perícia Contábil fortalecer a credibilidade da informação
contábil. Nenhum aluno pesquisado definiu como sem importância robustecer a
credibilidade da informação, evidenciando a grande preocupação com a
qualidade da informação contábil por parte dos futuros profissionais.
Nessa mesma linha, mais de 47% dos estudantes revelaram como muito
importante a formação do aluno para ingresso no mercado de trabalho. Apenas
um discente pesquisado definiu o caso como sem importância e 27% acredita
que os conhecimentos na área de Perícia são importantes para a preparação
do aluno para atuação no mercado de trabalho. Isso revela que a maioria dos
50
alunos demonstra certa preocupação quanto a sua aptidão para ingressar no
mercado da Perícia.
Os dados demonstram ainda que quase 70% da amostra acredita ser
importante ou muito importante o aumento da demanda por profissionais na
área de Perícia Contábil. Esse índice aponta que os estudantes possuem
ciência da necessidade de novos peritos contadores no mercado de trabalho e
que conhecimentos sobre a área são muito relevantes para a inserção de mais
profissionais qualificados.
Por fim, a maioria dos alunos pesquisados estabeleceu que os
benefícios dos conhecimentos em Perícia Contábil são muito importantes para
a preparação do aluno para prestação de consultoria contábil, assim como
somente 4% acredita que isso tem pouca ou nenhuma importância. Desse
modo, podemos perceber que grande parte dos estudantes tem a consciência
de que o estudo da Perícia Contábil é relevante para a ciência contábil de
modo geral e, especificamente, para a prestação de consultoria contábil.
A última pergunta do questionário teve o objetivo de analisar a
relevância dos pontos que merecem uma abordagem mais aprofundada no
ensino da perícia.
Tabela 15 - Pontos que merecem uma abordagem mais aprofundada no ensino de Perícia Contábil nas Universidades
Sem importância
Pouco importante
Indiferente Importante Muito
importante
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
Aspectos históricos e conceituais
7 5% 20 15% 44 14% 30 23% 27 21%
Normas brasileiras de contabilidade
1 1% 4 3% 16 13% 31 24% 76 59%
Código de Processo
Civil 0 0% 1 1% 15 12% 35 27% 77 60%
Legislação aplicável à
Perícia Contábil
0 0% 0 0% 9 7% 26 20% 93 73%
Planejamento da Perícia
0 0% 3 2% 12 9% 23 18% 90 71%
51
Execução dos trabalhos
periciais 1 1% 3 2% 11 9% 30 23% 83 65%
Elaboração do laudo pericial
0 0% 0 0% 8 6% 24 19% 96 75%
Prática na detecção de
fraudes 1 1% 2 2% 9 7% 19 14% 97 76%
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os alunos avaliaram os aspectos históricos e conceituais como de
menor importância dentre as demais opções. Apenas 44% da amostra acredita
que são importantes ou muito importantes para o ensino da perícia.
Em contrapartida, a abordagem das Normas Brasileiras de Contabilidade
ganhou um destaque maior. A maioria dos estudantes pesquisados define
como muito importante, enquanto somente um aluno considera a questão sem
importância.
Mais relevante que as Normas Brasileiras de Contabilidade, na visão dos
discentes, o Código de Processo Civil, da legislação aplicável à Perícia
Contábil, planejamento da perícia, da execução dos trabalhos periciais e da
elaboração do laudo pericial apresentaram alto índice de alunos que
consideram como muito importante o seu tratamento no ensino da Perícia
Contábil.
Enfim, abordagem da prática na detecção de fraudes apresentou a maior
frequência na esfera do muito importante. Do total de 128 alunos entrevistados,
97 deles acreditam que a prática na detecção de fraudes é fator primordial para
o ensino da Perícia Contábil nos cursos de graduação. Tal fato pode ser
explicado pelos recentes escândalos que envolveram grandes empresas
mundiais, como foi o caso da distribuidora de energia Enron, do Banco
Panamericano, da empresa de produtos alimentícios Parmalat e da norte-
americana WorldCom. Todas essas empresas foram exemplos de fraudes
contábeis. E a Perícia Contábil é uma notável ferramenta para combater esses
tipos de fraudes.
52
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o desenvolvimento e análise do trabalho, é possível afirmar que o
objetivo inicial da pesquisa foi atingido, já que foi viável analisar a percepção
dos alunos concluintes do curso de Ciências Contábeis das Instituições de
Ensino Superior no município de Natal/RN que possuem pesquisas no campo
da contabilidade, acerca do ensino da perícia contábil e a sua preparação para
inserção no mercado de trabalho. Assim como foi possível responder o
problema da pesquisa através dos termos que se seguem.
A pesquisa aponta que a maioria dos estudantes se sente parcialmente
preparada para o mercado de trabalho em Perícia Contábil. É interessante
dizer ainda que 78% dos discentes analisados não se interessam pela área de
Perícia Contábil, ao passo que cerca de 4% conhece a área, o que gera um
índice ínfimo de 3% do total que pretende atuar profissionalmente no mercado.
Sob o aspecto do ensino, observou-se que as bibliotecas das
Universidades atendem relativamente bem a demanda dos alunos de Ciências
Contábeis e quase metade deles sabem aplicar conhecimentos contábeis em
análises de processos judiciais. Além disso, sobre as atividades pedagógicas
vivenciadas, verificou-se uma grande concentração de aula expositiva,
discussões em classe, resolução de exercícios e estudo de caso, frente aos
pouquíssimos alunos que tiveram experiência em seminários e palestras.
No comparativo das Universidades estudadas, observou-se pouca
variação entre as respostas dos alunos das instituições. Nas poucas ocasiões
de variação, notou-se certo destaque para a UFRN e UNP quanto ao
atendimento das expectativas dos estudantes sobre o ensino, o que pode ser
explicado por possuírem maior tempo de atuação no ensino de contabilidade e,
consequentemente, formarem um maior número de profissionais. Desse modo,
possibilita-se que elas possuam uma maior e mais tradicional organização
estrutural.
Ante o exposto, destaca-se que a área de Perícia Contábil ainda é pouco
pretendida e difundida pelos estudantes de graduação em Ciências Contábeis,
criando pouca expectativa dos alunos em se inserir no mercado de trabalho
nessa área.
53
De modo geral, o ensino da Perícia Contábil se mostrou satisfatório nas
Universidades pesquisadas, com uma pequena ressalva referente ao pouco
contato dos alunos com profissionais atuantes no mercado de trabalho, seja
através de palestras ou de outro tipo de prática pedagógica semelhante.
Por fim, é possível depreender que as Instituições de Ensino Superior
analisadas oferecem uma qualidade de ensino razoável aos discentes do curso
de Ciências Contábeis. A grande deficiência observada no que tange à
expansão da área de Perícia Contábil é o pouco contato e conhecimento do
ramo por parte dos alunos de graduação, o que gera falta de interesse e
incentivo em atuar profissionalmente como perito contador. Essa dificuldade
pode ser ocasionada pela falta de informação disponível aos alunos sobre a
área de Perícia Contábil, assim como determinadas características do ensino
da disciplina, como a sua aplicação no final do curso de graduação.
Para os próximos estudos fica como sugestão a utilização de outros
métodos de pesquisa, extensão da pesquisa aos discentes de outras
Instituições de Ensino Superior, incluindo as faculdades, ou de outros
municípios, como também a ampliação para profissionais da área de Perícia
Contábil e docentes dos cursos de graduação em Ciências Contábeis. Dessa
forma, seria válido fazer uma conexão entre os anseios dos discentes perante
o mercado de trabalho frente às experiências e opiniões dos docentes e
profissionais atuantes na área de Perícia Contábil.
54
REFERÊNCIAS
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55
União, Brasília, DF, 1951. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1950-1959/lei-1401-31-julho-1951-375767-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em 20 de abr. 2013.
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56
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APÊNDICE
Este questionário tem o objetivo de coletar dados dos alunos de Ciências Contábeis da cidade de Natal/RN, de modo a contribuir para uma pesquisa acerca da percepção dos alunos de Ciências Contábeis sobre o ensino e sua preparação para o mercado de trabalho na área de Perícia Contábil.
QUESTIONÁRIO
Parte 1 – PERFIL DOS RESPONDENTES
1- Qual o sexo?
( ) Masculino ( ) Feminino
2- Qual a sua faixa etária?
( ) 17 a 22 anos ( ) 23 a 28 anos ( ) 29 a 34 anos ( ) Acima
de 35 anos
3- Qual o seu estado civil?
( ) Solteiro (a) ( ) Casado (a) ( ) Divorciado (a) ( )
Separado (a)
4- Qual o número de dependentes?
( ) Nenhum ( ) 1 a 2 ( ) 3 a 4 ( ) Mais de 4
5- Qual o ano previsto para a conclusão do curso?
( ) 2013 ( ) 2014 ( ) 2015 ( ) Outro ____
6- Qual a sua pretensão de atuação profissional?
( ) Área Pública
( ) Auditoria Contábil
( ) Perícia Contábil
( ) Escritório de Contabilidade
( ) Docência
( ) Outras
Parte 2 – PERCEPÇÃO SOBRE O ENSINO DA PERÍCIA E PREPARAÇÃO PARA O MERCADO DE TRABALHO
1- O curso de Ciências Contábeis atendeu completamente minhas
expectativas iniciais e estou preparado para o mercado de trabalho na área de Perícia Contábil. ( ) Concordo Totalmente ( ) Concordo Parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo Parcialmente ( ) Discordo Totalmente
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2- Busco informações sobre oportunidades de trabalho na área de
Ciências Contábeis e tento me preparar para as novas oportunidades. ( ) Concordo Totalmente ( ) Concordo Parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo Parcialmente ( ) Discordo Totalmente
3- Tenho boas noções de Direito e de outras áreas ligadas ao meu curso de Ciências Contábeis. ( ) Concordo Totalmente ( ) Concordo Parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo Parcialmente ( ) Discordo Totalmente
4- Cursei a disciplina Perícia Contábil, e a disciplina é obrigatória em meu currículo acadêmico. ( ) Concordo Totalmente ( ) Concordo Parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo Parcialmente ( ) Discordo Totalmente
5- A Biblioteca da minha Universidade dispõe dos livros indicados no programa ou pelo professor da disciplina. ( ) Concordo Totalmente ( ) Concordo Parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo Parcialmente ( ) Discordo Totalmente
6- Tive contato com peritos atuantes no mercado através de palestras
e/ou seminários. ( ) Concordo Totalmente ( ) Concordo Parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo Parcialmente ( ) Discordo Totalmente
7- Tenho conhecimento dos procedimentos de planejamento e
execução dos trabalhos do Perito Contador. ( ) Concordo Totalmente ( ) Concordo Parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo Parcialmente ( ) Discordo Totalmente
8- Consigo aplicar meus conhecimentos de Contabilidade em um processo judicial e interpreto ou entendo uma sentença judicial com clareza. ( ) Concordo Totalmente ( ) Concordo Parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo Parcialmente ( ) Discordo Totalmente
9- Houve incentivos extraclasses para aprofundamento na área de Perícia Contábil em meu curso de graduação. ( ) Concordo Totalmente ( ) Concordo Parcialmente ( ) Indiferente ( ) Discordo Parcialmente ( ) Discordo Totalmente
10- Caso tenha cursado a disciplina de Perícia Contábil, indique as práticas pedagógicas adotadas pelo professor ministrante da disciplina. ( ) Aula Expositiva ( ) Excursões e visitas ( ) Resumos
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( ) Recursos de vídeo ( ) Seminário ( ) Palestras ( ) Discussões em classe ( ) Resolução de Exercícios ( ) Estudo de caso ( ) Simulações ( ) Outras
11- Em relação ao mercado de trabalho na área de Perícia Contábil. ( ) Conheço a área de Perícia Contábil e me sinto preparado para trabalhar como perito. ( ) Julgo que seria interessante, mas conheço pouco da área. ( ) Não tenho interesse e conheço pouco da área. ( ) Não conheço a área.
12- Indique a relevância dos benefícios do conhecimento da área de Perícia Contábil circulando os números por ordem de importância (1- menor importância e 5-maior importância).
- Satisfazer a demanda da sociedade. 1 2 3 4 5
- Fortalecer a credibilidade da informação. 1 2 3 4 5
- Formação para o mercado de trabalho. 1 2 3 4 5
- Aumento da demanda por profissionais. 1 2 3 4 5
- Preparação para prestação de consultoria. 1 2 3 4 5
- Outro. Qual? ___________
13- Indique a relevância dos pontos que, em sua opinião, merecem uma
abordagem mais aprofundada no ensino da perícia em seu curso de graduação, circulando os números por ordem de importância (1- menor importância e 5-maior importância).
- Aspectos históricos e conceituais. 1 2 3 4 5
- Normas Brasileiras de Contabilidade. 1 2 3 4 5
- Código de Processo Civil. 1 2 3 4 5
- Legislação aplicável à Perícia Contábil. 1 2 3 4 5
- Planejamento da Perícia. 1 2 3 4 5
- Execução dos trabalhos periciais. 1 2 3 4 5
- Elaboração do laudo pericial. 1 2 3 4 5
- Prática na detecção de fraudes. 1 2 3 4 5