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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL
Samara Suenya Nogueira Serafim de Melo
VALOR NUTRITIVO DE FENOS DE MORINGA (Moringa oleifera Lam) COM
DIFERENTES IDADES DE CORTE
MACAÍBA, RN
2012
II
Samara Suenya Nogueira Serafim de Melo
VALOR NUTRITIVO DE FENOS DE MORINGA (Moringa oleifera Lam) COM
DIFERENTES IDADES DE CORTE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação
em Produção Animal da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Produção Animal.
Orientador: Prof. Dr. Emerson Moreira de Aguiar
Co-orientador: Prof. Dr. Marcone Geraldo Costa
MACAÍBA, RN
2012
III
Samara Suenya Nogueira Serafim de Melo
VALOR NUTRITIVO DE FENOS DE MORINGA (Moringa oleifera Lam) COM
DIFERENTES IDADES DE CORTE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação
em Produção Animal da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Mestre em Produção Animal.
Dissertação defendida em 29 de Março de 2012.
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. Emerson Moreira de Aguiar
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
(Orientador)
Dr. José Geraldo Medeiros da Silva
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte – EMPARN
(membro externo)
Prof. Dr. Adriano Henrique do Nascimento Rangel
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
(1º membro interno)
Prof. Dr. Alexandre Paula Braga
Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA
(2º membro interno)
IV
BIOGRAFIA
SAMARA SUENYA NOGUEIRA SERAFIM DE MELO, filha de Hamilton Serafim de
Melo e Eudina Nogueira da Silva Melo, nasceu em Natal, estado do Rio Grande do Norte, em
24 de outubro de 1983. Concluiu o segundo grau no ano de 2000, tendo ingressado em 2001
na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no curso de Zootecnia. Obteve o grau de
bacharel em Zootecnia no ano de 2005, tendo a partir daí trabalhado em diversas propriedades
espalhadas pelo país, contribuindo para a exaltação e aprimoramento da Zootecnia em prol do
agronegócio brasileiro. Em 2008, via concurso público, ingressou no Instituto de Defesa e
Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte. Em abril de 2009 ingressou no mestrado
através do Programa de Pós-graduação em Produção Animal da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte – UFRN, com concentração na área de Sistemas de Produção Sustentáveis,
defendendo a dissertação em 29 de Março de 2012. Atualmente é Fiscal Estadual
Agropecuário do IDIARN/RN.
VI
AGRADECIMENTOS
A Deus, força que ilumina a minha vida.
A minha família, pelo apoio e compreensão durante toda a execução do trabalho.
Ao meu esposo e filhos, razões da minha vida.
A Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte que cedeu os animais e as
instalações necessárias para a execução da confecção do feno e ensaio de digestibilidade.
Ao meu orientador, Dr. Emerson Moreira de Aguiar, pela orientação e incentivo nos
momentos difíceis.
A Drª Margareth Maria Teles Rego por toda dedicação na elaboração do feno e correções que
foram de grande ajuda.
Ao técnico de campo “Seu Dedé” pela dedicação e presteza com as quais realizou as etapas de
elaboração do feno.
A todos os funcionários da Unidade Experimental de Terras Secas que ajudaram no corte da
moringa para elaboração do feno.
A “Seu Assis” pela ajuda dada no ensaio de digestibilidade.
A Mário Sérgio, gerente da Unidade Experimental Felipe Camarão, por ter cedido um
funcionário para ajudar no ensaio de digestibilidade.
A Karen e Luís, bolsista do CNPq e técnico de laboratório, pela realização das análises
bromatológicas.
Ao Professor Dr. Marcone César, pelas considerações na área de nutrição animal e ajuda nas
análises estatísticas.
A todos que, de forma direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho.
VII
O agente literário John Brockman(*)
propôs um livro, sobre a genialidade inesgotável
da criatividade humana, com a participação de um seletíssimo grupo de pensadores do
planeta. As questões eram instigantes: “Qual é a mais importante invenção dos últimos dois
mil anos? Por quê?” Eis o que um dos cientistas respondeu:
“A mais importante invenção dos últimos dois mil anos foi o feno. No mundo clássico de
Grécia e Roma, e em todas as épocas anteriores, não havia feno. A civilização só podia
existir em climas quentes, onde os cavalos podiam continuar a pastar durante todo o inverno.
Sem capim no inverno, não se podia ter cavalos, e sem cavalos não se podia ter civilização
urbana. Em algum ponto da chamada “Era das Trevas” algum gênio desconhecido inventou
o feno, florestas foram transformadas em prados, o feno foi ceifado e armazenado, e a
civilização passou para o norte além dos Alpes. Assim, o feno deu origem a Viena, Paris,
Londres, Berlim, e depois Moscou e Nova York”.
Freeman Dayson
Professor e Cientista de Física
Instituto de Estudo Avançado, em Princeton – EUA
(*) BROCKMAN, J. As maiores invenções dos últimos 2000 anos. 1. ed. Rio de Janeiro:
Editora Objetiva Ltda, 2000. 170p.
VIII
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Página
Foto 1 Campo experimental..................................................................................... 43
IX
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1 Teores médios de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria
mineral (MM) proteína bruta (PB), carboidratos totais (CT), fibra em
detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), extrato etéreo
(EE), nutrientes digestíveis totais (NDT) lignina e energia digestível (ED)
dos fenos de moringa com diferentes idades de
corte................................................................................................................
......................................................................................................................... 44
Tabela 2 Médias, equações de regressão, coeficientes de variação (CV) e coeficientes
de determinação (r2), para os consumos de matéria natural (CMN), matéria
seca (CMS), matéria orgânica (CMO), matéria mineral (CMM), proteína
bruta (CPB), extrato etéreo (CEE), fibra em detergente neutro (CFDN),
fibra em detergente ácido (CFDA), carboidratos totais (CCHOT),
carboidratos não fibrosos (CCNF) e nutrientes digestíveis totais (CNDT)
dos fenos de moringa com diferentes idades de
corte................................................................................................................
.......................................................................................................................... 49
Tabela 3 Médias, equações de regressão, coeficientes de determinação (r2)
e de
variação (CV) para os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria
seca (CDMS), matéria orgânica (CDMO), proteína bruta (CDPB), extrato
etéreo (CDEE), fibra em detergente neutro (CDFDN), carboidratos não
fibrosos (CDCNF) e carboidratos totais (CDCHOT), em função dos fenos
de moringa com diferentes idades de
corte................................................................................................................
......................................................................................................................... 52
X
SUMÁRIO
Página
LISTA DE ILUSTRAÇÕES....................................................................................... VIII
LISTA DE TABELAS.................................................................................................. IX
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 11
CAPÍTULO I – REVISÃO DE LITERATURA........................................................ 12
1. Produção de pequenos ruminantes no Nordeste.................................................. 12
1.1 Importância.......................................................................................................... 12
1.2 Principais dificuldades e limitações..................................................................... 13
1.3 Alternativa alimentar........................................................................................... 17
2. Moringa............................................................................................................... 20
2.1 Introdução........................................................................................................... 20
2.2 Características botânicas...................................................................................... 21
2.3 Difusão e principais características...................................................................... 22
2.4 Utilização............................................................................................................. 23
2.5 Moringa como forragem....................................................................................... 25
Referências Bibliográficas................................................................................................ 29
CAPÍTULO II – VALOR NUTRITIVO DE FENOS DE MORINGA (Moringa oleifera
Lam) COM DIFERENTES IDADES DE CORTE
Resumo........................................................................................................................... 38
Abstract.......................................................................................................................... 38
Introdução...................................................................................................................... 39
Revisão Bibliográfica..................................................................................................... 40
Metodologia................................................................................................................... 43
Resultados e Discussão.................................................................................................. 47
Conclusão....................................................................................................................... 54
Referências Bibliográficas.............................................................................................. 55
11
INTRODUÇÃO
O Nordeste brasileiro é caracterizado por longos períodos de estiagem, devido à
má distribuição de seu regime pluviométrico, com episódios de secas, desequilibrando seu
ecossistema vegetal. Esses fatores, aliados a uma elevada evapotranspiração, resultam
numa baixa produção de biomassa e, consequentemente, na escassez de forragem em
quantidade e qualidade, o que compromete a produtividade dos rebanhos locais. Assim
torna-se necessário o estudo de forrageiras ainda pouco conhecidas e que apresente
potencial forrageiro, como a moringa.
A moringa (Moringa oleifera Lam.) é uma planta muito versátil. Apresenta vários
usos como: alimentação humana (folhas, flores, frutos verdes e sementes torradas);
forrageiro (folhas, frutos e sementes); medicinal (todas as partes da planta); condimento
(principalmente raízes); culinário e na indústria de cosmético (óleo extraído das sementes);
melífero (flores); combustível (madeira e óleo); produção de papel (celulose) e no
tratamento de água para o consumo humano (cotilédones e tegumento das sementes).
De acordo com Farias et al. (2008) a moringa foi introduzida no Nordeste do
Brasil, objetivando melhorar a qualidade da alimentação para os animais. Ainda segundo
os autores o elevado teor de proteína bruta (PB) nas folhas aliado a níveis adequados de
aminoácidos essenciais e o baixo nível de fatores antinutricionais, além de boa capacidade
de rebrota e adaptabilidade a várias condições climáticas fazem dessa planta uma
promissora opção a ser avaliada na região Nordeste para alimentação animal.
Técnicas de conservação de forragens, como a fenação, vêm sendo utilizadas com
a finalidade de minimizar os efeitos da estacionalidade da produção de volumoso no
período seco do ano, sendo um meio de explorar adequadamente a disponibilidade de
diversas espécies da comunidade vegetal, como a moringa, utilizando o excedente de
produção do período chuvoso.
Conhecer a quantidade e qualidade da dieta consumida pelos animais é importante
uma vez que, a resposta produtiva se dá em função do tipo de alimento, do consumo,
digestibilidade e metabolismo dos nutrientes (MARCHI et al, 2010). Assim, objetivou-se
avaliar o valor nutritivo do feno de moringa obtido com diferentes idades de corte.
12
CAPÍTULO I – REVISÃO DE LITERATURA
1. Produção de Pequenos Ruminantes no Nordeste
1.1 Importância
Segundo Araújo (2003) a exploração ovina e caprina representa a maior fonte
produtora de proteína para os agricultores e os habitantes das pequenas cidades do
Nordeste, em função da adaptação dessas espécies às condições ambientais das caatingas e
habilidade de transformar material fibroso e de baixo valor nutritivo, em alimentos nobres
de alto valor protéico para o homem, como são a carne e o leite. Segundo os dados da
Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE, o Brasil tinha, em 2010, um rebanho de 9.312.784
e 17.380.581 de cabeças caprinas e ovinas, respectivamente, das quais, 90,82 e 56,71%
encontrados no Nordeste (IBGE/SIDRA, 2011).
Os rebanhos caprinos e ovinos na região desempenham papel de suma
importância econômica, sendo estas atividades exploradas por todas as camadas sociais.
Em função do estreito relacionamento entre o homem e estas duas espécies, historicamente
com intuito produtivo, grande parte do rebanho pertence às populações de baixa e média
renda, exercendo, dessa forma, papel sócio-cultural, tendo em vista a manutenção do
homem no campo (BEZERRA, 2008).
Guanziroli et al. (2001) ressaltaram que os produtores de caprinos e ovinos de
base familiar estão localizados principalmente no Nordeste, onde 88% dos
estabelecimentos agropecuários são de agricultores familiares, cujos rebanhos representam
a principal forma de poupança disponível aos produtores e constituem fator de segurança
indispensável à sobrevivência da população local.
Pereira et al., (2008) enfatizam a importância dos ovinos para a agricultura
familiar, destacando a produção de adubo orgânico e seu uso no cultivo de hortaliças e
culturas perenes. Outro fator é o aumento da disponibilidade de proteína de origem animal,
incrementando a renda do produtor, diminuindo os custos com limpeza nas áreas de
culturas, reduzindo a necessidade de abertura de novas áreas de florestas.
Os criatórios de caprinos e ovinos são tradicionais no Nordeste e desenvolvem-se,
principalmente nas áreas semiáridas, sendo que 50% dos efetivos dos rebanhos estão
localizados em propriedades com até 30 hectares, 28,9% em propriedades entre 31 e 200
hectares e apenas 21,1% em propriedades com mais de 200 hectares (PEREIRA et al,
13
2007). Simplício et al. (2003) acrescenta que, particularmente para essas zonas climáticas
do Nordeste, a exploração dos caprinos e ovinos de corte apresenta uma série de vantagens
comparativas em relação à exploração dos bovinos, como: em função do peso metabólico
seis cabras ou seis ovelhas, com 45 kg de peso vivo cada uma, consomem
aproximadamente, a mesma quantidade de matéria seca que uma vaca de 450 kg, isto é,
uma unidade animal; caprinos e ovinos apresentam grande importância social para as
populações rurais de menor poder aquisitivo, onde a exploração pode, mais facilmente ter
caráter familiar; é possível fazer-se o consórcio, particularmente de ovinos com a produção
agrícola nos perímetros irrigados, dentre outras vantagens.
A pecuária contribui para a estabilidade econômica dos agricultores familiares do
semiárido pelo fato de apresentar em anos de seca, em relação aos anos normais, perdas
bem inferiores (20%) que a agricultura (84%) (ARAÚJO FILHO e CARVALHO, 2001),
logo se credenciando como principal fator de fixação do homem no semiárido.
Os aspectos sociais e mercadológicos para ovinocaprinocultura nordestina são
inegavelmente favoráveis. Entretanto, o desempenho zootécnico desta atividade ainda é
muito baixo, principalmente, pela forte dependência que os sistemas de produção têm da
vegetação nativa da Caatinga, fonte alimentar básica, quando não única, dos rebanhos. A
acentuada redução anual na oferta de forragem, durante as estações secas, é o principal
fator determinante do nível de produtividade (ARAÚJO, 2003). Na realidade, na maioria
das unidades, a caprinovinocultura se caracteriza muito mais numa economia de
subsistência e/ou mercantil simples, voltada para o autoconsumo familiar e venda de
eventuais excedentes em circuitos de comercialização em que o caprino-ovinocultor não
possui o mínimo poder de barganha (GUIMARÃES FILHO et al., 2000).
1.2 Principais Dificuldades e Limitações
O manejo nutricional de rebanhos caprinos e ovinos tem papel essencial nos
sistemas de produção do semiárido. É ainda o fator que mais onera o custo de produção,
representando de 50 a 85% dos gastos, dependendo do tipo do animal e do sistema de
produção adotado para a produção de carne, leite, pele ou lã (ARAÚJO, 2008). De acordo
com Reis e Guedes (2010), os sistemas tradicionais de pastagens no semiárido dificilmente
satisfazem as exigências nutricionais do gado, principalmente nos meses de seca. Mas,
segundo Reis e Silva (2006), a forma mais econômica para a produção de ruminantes de
maneira sustentável ainda é através da utilização equilibrada das pastagens.
14
O semiárido brasileiro caracteriza-se por apresentar clima quente e seco, com duas
estações, a seca e a úmida, com pluviosidade situada nas isoetas de, aproximadamente, 300
a 800 mm. A maior parte das chuvas se concentra em três a quatro meses dentro da estação
úmida (Janeiro a Abril), acarretando um balanço hídrico negativo na maioria dos meses do
ano e elevado índice de aridez (ARAÚJO FILHO, 2002). A precipitação anual varia de 150
a 1300 mm, com média de 700 mm, temperatura média em torno de 28ºC, com mínima de
8ºC e máxima ao redor de 40ºC, e umidade relativa do ar em torno de 60%. Em regra, no
semi-árido do Nordeste brasileiro, as precipitações anuais estão entre 400-800 mm,
variando, também, as épocas de início e de fim da estação chuvosa. Prevalecem, entretanto,
as chuvas de verão/outono. Outra característica marcante do regime de chuvas na área é a
grande variação que se manifesta tanto na distribuição das precipitações ao longo da
estação chuvosa, como nos totais anuais de precipitação entre diferentes anos em uma
mesma localidade ao longo da história (BEZERRA, 2008).
A região semiárida, apesar de possuir solos com média a alta fertilidade natural,
tem como principal fator limitante do crescimento das forrageiras, o déficit hídrico
acentuado. Sob tais condições ocorre estacionalidade na produção de forragem
(OLIVEIRA et al., 2007). Geralmente, o que fica disponível para alimentação de caprinos
e ovinos é a pastagem nativa (caatinga), a cultivada, os volumosos suplementares (palma,
feno e silagem), além de alimentos concentrados, geralmente comprados de outras regiões
produtoras. Desta forma, para os sistemas se tornarem viáveis, torna-se necessário o
estabelecimento de estratégias de alimentação dos rebanhos, nas quais deve ser
considerada a necessidade de produção de volumoso suplementar, visando a preservação
de parte do excedente de forragem produzida no período favorável, além da utilização
racional de concentrados protéicos e energéticos (PEREIRA et al., 2007).
A vegetação predominante do semiárido nordestino é a caatinga, que,
botanicamente, constitui-se em um complexo vegetal rico em espécies lenhosas e
herbáceas, sendo as primeiras caducifólias e as últimas anuais, em sua maioria. As espécies
lenhosas, arbustos e árvores de pequeno porte, dominam a paisagem da caatinga em seus
diferentes sítios ecológicos (MATOS et al., 2005). Sua composição florística é bastante
diversificada, e seu caráter é heterogêneo. Essas características dificultam, segundo
estudiosos, a definição precisa desse bioma. A Caatinga engloba associações vegetais
diferenciadas e formações fisionômicas e florísticas típicas de outros biomas, em razão da
sua localização sazonal (EVANGELISTA, 2010).
15
Segundo Souto (2006) a Caatinga se constitui na expressão sintética dos
elementos físicos e climáticos, numa vegetação singular cujos elementos florísticos
expressam uma morfologia, anatomia e mecanismos fisiológicos para resistir ao ambiente
xérico, ou seja, o xerofilismo expressa uma condição de sobrevivência ligada a um
ambiente seco, cuja água disponível às plantas resulta da estação chuvosa, uma vez que os
solos são incapazes de armazená-la.
De acordo com Leal et al. (2005), a Caatinga apresenta a mais alta radiação solar
em comparação com outras formações brasileiras. Os índices pluviométricos são baixos e
mal distribuídos, chovendo em média de 350 a 700 mm / ano.
O termo Caatinga é uma denominação típica do Nordeste semiárido brasileiro e
tem origem indígena (caa-tinga: mata branca ou ainda caa-inig: mata seca). Único bioma
genuinamente brasileiro (SILVA et al., 2007). É chamado por esse nome porque a estação
de chuva é bem distinta e a ocorrência de secas sazonais e periódicas estabelece regimes
intermitentes e deixa a vegetação sem folhas aparecendo somente às cascas brancas das
árvores. As folhagens das plantas voltam a brotar e ficar verdes nos curtos períodos de
chuvas (KISHIMOTO, 2006). As espécies apresentam adaptações morfológicas e/ou
fisiológicas que possibilitam a sobrevivência em condições de seca. Entre as mais
importantes estão: redução da área foliar, senescência, caducifólia, mecanismos de
fechamento dos estômatos e controle osmótico (SILVA et al, 2004).
A abrangência do bioma Caatinga é de centenas de milhares de quilômetros
quadrados. Apresentando grande heterogeneidade espacial e temporal. A sua vegetação
caracteriza-se, em sua maior parte, pela predominância de um estrato arbustivo-arbóreo
composto por plantas de baixo potencial forrageiro, com baixa capacidade de suporte,
resultando em baixa produtividade animal (PEREIRA et al, 2007). Apesar disso, constitui-
se no suporte forrageiro básico da maioria das propriedades que se dedicam à pecuária
nessa região (MOREIRA et al, 2007).
Estudos têm revelado que acima de 70% das espécies botânicas da Caatinga
participam significativamente da composição da dieta dos ruminantes domésticos. Em
termos de grupos de espécies botânicas, as gramíneas e dicotiledôneas herbáceas perfazem
acima de 80% da dieta dos ruminantes, durante o período chuvoso. Porém, à medida que a
estação seca progride e com o aumento da disponibilidade de folhas secas de árvores e
arbustos, estas espécies se tornam cada vez mais importantes na dieta, principalmente dos
caprinos (ARAÚJO et al., 2002). Dessa forma, a alimentação dos ruminantes torna-se um
16
dos maiores problemas enfrentados pelos criadores, tanto pelas constantes estiagens quanto
pelo desconhecimento de tecnologias que explorem adequadamente as diversas espécies da
comunidade vegetal.
A Caatinga possui uma diversidade de espécies nativas com potencial forrageiro,
sendo boa parte caducifólias e anuais, podendo ser consumidas pelos animais, porém, vem
sendo utilizadas de forma empírica pelos criadores, sem o devido conhecimento do seu
potencial produtivo, uso irracional do solo e com pouca ou nenhuma preocupação
ambiental (SILVA et al., 2004).
Em período de estiagem ocorre um decréscimo da produção e qualidade da massa
verde. De modo que nesta fase, os criadores buscam alternativas para suprir a carência
alimentar dos seus rebanhos (SILVA et al., 2004). Em contrapartida, durante o período
chuvoso, grande quantidade de forragem nativa é desperdiçada, por consumo insuficiente
por parte dos animais bem como pelo pouco conhecimento quanto aos métodos de
conservação de forragem pelos produtores (ANDRADE et al., 2010).
As variações na disponibilidade de forragem ao longo do ano têm efeitos
marcantes no desempenho de rebanhos criados na Caatinga. Além da diminuição da
quantidade de matéria seca das pastagens ocorre também uma forte diminuição na
qualidade dos alimentos disponíveis (PEREIRA et al., 2007). Essa escassez de forragem é
um dos fatores limitantes da produtividade dos rebanhos, aliada a exploração
indiscriminada dos recursos forrageiros nativos e/ou introduzidos. Contudo o potencial
para elevar a produção é amplo, principalmente através da caracterização, seleção e uso
racional de forrageiras nativas e/ou exóticas que possam ser recomendadas para o
enriquecimento das pastagens nativas e para a formação de pastagens cultivadas com
propósitos específicos, permitindo aumentar a eficiência, a sustentabilidade e ainda
fortalecer o processo produtivo dentro do agronegócio (SOUSA e ARAÚJO FILHO,
2001).
Silva et al. (2004) comentam que no período das águas, quando as plantas que
formam a Caatinga rebrotam e se faz surgir o estrato herbáceo, a maioria dessas espécies,
com características forrageiras, é aproveitada pelos animais através do pastejo direto, no
entanto, como este estrato surge de forma efêmera, os animais não conseguem consumi-lo
totalmente, sendo que, o aproveitamento deste excedente herbáceo pode ser uma
alternativa viável para o fornecimento de alimentos de baixo custo no período de estiagem,
17
sendo necessário lançar mão de recursos que promovam a sua conservação, a exemplo da
fenação, técnica mais comumente utilizada no Nordeste.
Segundo França (2006) o atendimento das exigências nutricionais de pequenos
ruminantes continua sendo um dos grandes desafios para exploração racional destas
espécies na região semi-árida do Nordeste do Brasil.
A busca de recursos forrageiros cultivados, que incrementem a capacidade de
suporte dos sistemas pecuários do semiárido, capazes de suportar as longas estiagens com
alta produtividade, é um desafio. Pesquisas têm sido realizadas no sentido de aumentar
essa capacidade (PEREIRA et al., 2007). Além das técnicas de manipulação da Caatinga
(raleamento, enriquecimento e rebaixamento), a utilização das espécies nativas, cultivadas
ou não, na forma in natura, de feno ou silagem, para a alimentação dos caprinos e ovinos é
uma alternativa (GUIM e SANTOS, 2008). A produção e armazenamento desses recursos
no período chuvoso aumentam a capacidade de suporte dos sistemas.
O cultivo e o uso planejado e diversificado de opções forrageiras, nativas e/ou
introduzidas, anuais e/ou perenes para produção de feno e ou silagem, somadas a outras
opções como resíduos agroindustriais e outros ingredientes de potencial regional, podem
aumentar a chance de sucesso dos sistemas de produção pecuária e em particular da
caprinovinocultura do semi-árido nordestino (ARAÚJO et al., 2003). Neste sentido, o uso
de técnicas de produção e conservação de forragens, associadas ao manejo sustentável da
Caatinga é imprescindível para a melhoria do potencial produtivo do rebanho caprino e
ovino, agregando valor comercial ao produto final (carne, leite e pele), e minimizando os
danos causados pela seca que acometem tanto os homens quanto aos animais, e causam
queda de produção e produtividade, além de grandes prejuízos sociais e econômicos
(SILVA et al., 2004).
1.3 Alternativa Alimentar
A estacionalidade na produção de forragens determina a alternância de períodos
de abundância e escassez de forragem, e gera a necessidade de se conservar parte da
produção, de forma a atender às necessidades de alimento volumoso do rebanho na época
seca (ANDERSON e DINIZ, 2006).
Utilizando-se do aproveitamento da adaptabilidade e da prática de tecnologias
adequadas a realidade local, a conservação de forragem para a produção de feno é de suma
18
importância para suprir as deficiências quantitativas e qualitativas de alimentos, observada
nos períodos de seca.
Segundo Silva e Medeiros (2003), a adoção de cultivos de espécies forrageiras, o
uso eficaz de conservação de forragem, silagem ou feno, e a manipulação da Caatinga, são
práticas que deverão ser aplicadas nos sistemas de produção dos produtores na região
semiárida do Nordeste, para se ter eficiência. Entretanto, pelas facilidades nos processos de
produção e armazenamento, bem como pela sua qualidade nutricional, a administração de
feno é uma das alternativas mais viáveis para os sistemas de produção nordestinos
(EMBRAPA, 2005). De acordo com Pereira et al. (2006) a conservação de forragens é uma
componente chave em muitos sistemas de produção animal nas regiões onde em alguma
época do ano o crescimento do pasto é muito lento ou quase nulo. Nestas condições, o seu
valor como prática de manejo é incontestável.
A fenação é um processo de conservação de plantas forrageiras que consiste na
redução de umidade, para que o produto possa ser armazenado por longo período, sem
risco de fermentação ou mesmo de combustão espontânea (RIBEIRO et al, 2006). O feno é
obtido mediante a exposição ao sol e ao ar da planta cortada, que sofre dessecação lenta e
parcial, de modo que a sua taxa de umidade, originalmente de 60 a 85%, seja reduzida para
teores entre 10 e 20%, com perda mínima de nutrientes, maciez, cor e sabor (EMBRAPA,
2005).
A prática da fenação é uma das alternativas para assegurar alimento volumoso na
estação seca, sendo esta a forma mais antiga e de grande importância na conservação de
forragem. O feno pode ser produzido com equipamentos simples, manualmente ou com
mecanização, e, em pequena ou grande escala (SUTTIE, 2000). Assim, a execução da
fenação não apresenta dificuldades que impeçam o pequeno criador de realizá-la com o
emprego de recursos manuais, ao passo que o grande criador pode fazer em larga escala
com o auxílio da mecanização (Embrapa, 2005). Dessa forma, a fenação ocupa importante
papel no manejo das pastagens, permitindo o aproveitamento dos excedentes de forragem
ocorridos em períodos de crescimento acelerado de forrageiras (CÂNDIDO et al, 2008).
Numa região caracterizada pela estacionalidade na disponibilidade de forragens, a
produção, o manejo e o armazenamento de volumosos, voltados aos aspectos quantitativos
e qualitativos, exercem funções estratégicas na lucratividade das fazendas, pela diminuição
das diferenças sazonais na oferta de forragens e menor requerimento de suplementações
energéticas e/ou protéicas (FILHO, 2008). Segundo Carvalho et al. (2006), forragens na
19
forma de feno têm sido muito utilizadas e são de grande importância, particularmente em
regiões onde a disponibilidade de água é reduzida ou a distribuição irregular das chuvas
constitui fator limitante. Por isso, os problemas decorrentes da estacionalidade da produção
no Brasil poderiam ser minimizados pelo armazenamento do alimento na forma de feno.
De acordo com Lima e Maciel (2006), existe grande número de espécies
forrageiras nativas no Nordeste, aptas à fenação, mas que, ainda, requerem estudos de
avaliação de seus potenciais produtivos de fitomassa e da mão-de-obra requerida para
preparação desses fenos.
Segundo Araújo Filho e Carvalho (1998), a deficiência no conhecimento da
riqueza florística forrageira da Caatinga dificulta a seleção de espécies com potencial para
melhoramento de pastagens nativas e contribui para prevalência de um manejo da
vegetação puramente extrativista, carecendo de práticas e tecnologias, como a conservação
de forragens, adequadas ao aporte de uma base de sustentabilidade nos ecossistemas da
Caatinga.
Algumas espécies da vegetação da Caatinga como as plantas nativas e/ou
introduzidas possuem características que as tornam particularmente úteis à produção de
ruminantes, tanto pelo valor nutritivo como pela capacidade de adaptação, produção e
regeneração que apresentam (FILHO, 2008). Apesar da elevada participação dessas plantas
na alimentação dos animais criados no semiárido, pouco se sabe acerca do valor e manejo
dessas forrageiras arbóreas e arbustivas (GONZAGA NETO et al., 2001). Isso tem levado
a não utilização racional de muitas espécies de valor forrageiro (VIEIRA et al., 2005).
Na região semiárida nordestina, existe a necessidade de ser mostrado
cientificamente o potencial de muitas espécies para que sejam exploradas de forma
racional, proporcionando sua fixação de maneira ordenada, bem como, a fixação do
homem no sertão nordestino (SILVA et al., 2000). Vale salientar que a consolidação da
avaliação de forrageiras nativas ou introduzidas deve ser feita através do uso combinado
dessas em dietas para os animais para que possam verdadeiramente ser usadas pelos
criadores do semiárido (ARAÚJO et al., 2003).
Segundo Guim et al. (2004), nos estudos com forrageiras devem ser consideradas
as características desse sistema de produção e as tecnologias a serem adotadas devem
concordar com a realidade local. A manipulação de árvores, arbustos e herbáceas
forrageiras, para aumento da produção de forragens e por extensão da produção animal,
requerem conhecimento adequado de suas características de produção de fitomassa e do
20
valor nutritivo, além de avaliações dos impactos econômico, ecológico entre outros.
Andrade et al. (2006) diz que explorar as potencialidades do semiárido de forma
sustentável e economicamente viável exige a compreensão de que a natureza tem que ser
respeitada e ela é quem deve determinar a forma e a época em que as atividades agrícolas
podem ser executadas.
Segundo Damasceno (2007) além de sua importância biológica, a Caatinga
apresenta um potencial econômico pouco valorizado, quanto a sua utilização como
forrageira. Kill (2011) afirma que existem espécies nativas que se apresentam como boa
opção alimentar para os animais, a exemplo da catingueira, do mororó, da jurema preta, da
faveleira, do juazeiro, do marmeleiro, do umbuzeiro, dentre outras. Lima e Maciel (2006)
ainda citam leguminosas arbustivo-arbóreas, como a sabiá (Mimosa caesalpinifolia
Benth.), jucá (Caesalpinia ferrea), rapadura de cavalo (Desmodium sp.), mororó (Bauhinia
cheilantha (Bong) Steud.), e tantas outras, que possibilitam a produção de fenos de boa
qualidade. Ainda afirmam ser necessário difundir a utilização da fenação de espécies
forrageiras adaptadas à região, com alto potencial de produção de matéria seca, mesmo que
estas não apresentem as características tradicionalmente mencionadas das espécies
recomendadas para a fenação (muitas folhas, talos finos) ou requeiram processos
alternativos de dessecação.
2. Moringa
2.1 Introdução
Dentro das opções de espécies adaptadas à Caatinga, aptas à fenação, podemos
citar uma importante forrageira que carece de trabalhos com relação ao seu valor nutritivo
e correta utilização na alimentação animal, a moringa (Moringa oleifera Lam).
A moringa é uma espécie perene da família Moringaceae, originária do Nordeste
indiano, amplamente distribuída na Índia, Egito, Filipinas, Ceilão, Tailândia, Malásia,
Burma, Paquistão, Singapura e Nigéria (PEREIRA NETO et al., 2008). Foi introduzida no
Brasil já há alguns anos, uma vez que ela é conhecida no Estado do Maranhão desde 1950
(AMAYA et al., 1992). Esta espécie pode, ainda, ser encontrada nas Américas Central, do
Norte e do Sul (ANWAR e BHANGER, 2003). Ela tem como característica seu
crescimento rápido (atinge até 10 metros de altura) e possui frutos longos, com a aparência
que lembram uma vagem de coloração marrom (ROCHA e PEREIRA, 2009). Segundo
21
Bezerra et al. (2004), no decorrer de um ano ela produz flores, frutos e atinge quatro
metros de altura.
A pequena família Moringaceae, da ordem papaverales, conta com apenas um
gênero (Moringa) com espécies arbóreas e arbustivas (OKUDA et al., 2001). Das 14
espécies conhecidas, 9 são originárias da África, 2 de Madagascar, 1 da Arábia e 2 da
Índia. São plantas arbóreas de crescimento rápido, caducifólias, com casca de cor clara,
atingindo até dez metros de altura (NETO, 2005).
2.2 Características Botânicas
Dentro das suas principais características botânicas a moringa se caracteriza por
ser uma árvore de grande porte, com folhas bipinadas, com sete folíolos pequenos em cada
pina (SILVA e KERR 1999). Apresenta um tronco único, de pequeno porte, sendo bem
menor no Brasil do que na Índia. Possui caule delgado (até 10 cm), muitas vezes único, e
copa aberta, em forma de sombrinha (LORENZI e MATOS, 2002). O seu crescimento é
bastante rápido (1,5 cm por dia), podendo a planta atingir cerca de doze metros de altura.
Apresenta em sua casca látex. Em sua medula central, há uma grande quantidade de
mucilagem, rica em arabinose, galactose e ácido glucurônico. Suas folhas são verdes
pálidas, decíduas alternadas, pecioladas e compostas, podendo, ou não apresentar estipula,
mucilagem epidérmica, estômatos ou pelos. Os folíolos laterais possuem formas elípticas
enquanto que os terminais são ligeiramente maiores que os laterais. Possuem em seus
mesófilos, cristais de cálcio (CYSNE, 2006).
As flores são diclamídeas, ou seja, o perianto dividiu-se em cálice e corola. São
ainda monoclinas, perfumadas, de cores creme ou branca, estando agrupadas em
inflorescências terminais do tipo cimosa, as chamadas panículas. O androceu apresenta
estaminóides e estames. O gineceu é sincárpico, tricarpelar, gamocarpelar, uniloculado,
pluriovulado, com ovário súpero, e apresenta placentação parietal. O fruto possui uma cor
verde a marrom esverdeado, formato triangular e se quebra longitudinalmente em três
partes quando seco, sendo deiscente. É uma cápsula, têm aproximadamente trinta a cento e
vinte centímetros de comprimento e 1,8 centímetros de espessura. Os frutos contêm de 10 a
20 sementes armazenadas em uma polpa branca (CYSNE, 2006).
As sementes da moringa são globóides, escuras por fora e contêm no seu interior
uma massa branca e oleosa. O núcleo é encoberto por uma concha sendo trialadas,
oleaginosas, e medindo até 1 cm de diâmetro (LORENZI e MATOS, 2002). A raiz
22
assemelha-se na aparência e no sabor ao rabanete. A casca da raiz é espessa, mole e
reticulada, de cor pardo-clara, externamente, e branca, internamente, lenho mole, poroso e
amarelo. Tem odor pungente e sabor semelhante ao do rabanete (CÁCERES et al., 1992).
2.3 Difusão e Principais Características
A difusão da moringa oleifera está ligada aos impérios colonialistas do século
XIX. Os funcionários ingleses levaram a semente da Índia para a África do leste,
principalmente no Sudão. Inicialmente, o uso desta árvore era principalmente ornamental.
A descoberta das propriedades do óleo contido nas sementes deu um valor comercial a esta
planta e, consequentemente uma difusão mais ativa por parte dos ingleses, mas também
dos franceses e holandeses. No final do século XIX, foi introduzida na América Central
(Guatemala) a partir do Haiti (CÁRCERES et al., 1992). No Brasil, a introdução da árvore
foi tímida e limitou-se a objetivos de ornamentação nos parques públicos (NETO, 2005).
Hoje o cultivo da Moringa oleifera se estende pela Ásia, África e Américas
Central e do Sul. Embora exótica, pode ser encontrada em diversas regiões do semi-árido
brasileiro, devido tolerar o estresse hídrico e ser halofílica (MIRANDA e CARVALHO,
1998). A planta é conhecida por vários nomes comuns, de acordo com os diferentes usos.
Para alguns, é conhecida como baqueta, em razão das formas dos seus frutos que
representam um alimento básico na Índia e na África. Em algumas partes do oeste da
África, é conhecida como “a melhor amiga da mãe” como uma indicação de que a
população local conhece muito bem todo o seu valor. A planta produz uma diversidade de
produtos valiosos, dos quais as comunidades locais fazem uso por centenas, talvez
milhares de anos (RANGEL, 2009).
No Brasil, a moringa é conhecida como lírio-branco ou quiabo de quina (OKUDA
et al., 1999). De acordo com Machado e Carneiro (2000) as sementes são ricas em proteína
(33,9%) e lipídeos (37,2%). A moringa pode ser facilmente cultivada por sementes ou por
estacas. As sementes podem ser plantadas diretamente no local definitivo ou em
sementeiras. A planta requer poucos tratos culturais. Em condições favoráveis, uma única
planta pode produzir de 50 a 70 kg de frutos por ano. É uma das plantas mais úteis para as
regiões semi-áridas, como o Nordeste brasileiro (AHID NUNES et al., 2010).
23
2.4 Utilização
Trata-se de uma planta adaptada às condições semiáridas e de uso diversificado
com especial destaque na ornamentação de parques e jardins, na alimentação animal, na
complementação alimentar humana e na medicina (VIEIRA et. al., 2008). Ela cresce em
regiões desde as subtropicais secas e úmidas, até tropicais secas e florestas úmidas. É
tolerante à seca, florescendo e produzindo frutos (DUKE, 1987). A moringa cresce
rapidamente da semente ou enxertos atingindo até quatro metros de altura, mesmo em
solos pobres, não necessita de muito cuidado e sobrevive a longos períodos de seca
(VASCONCELOS et. al, 2009). Durante o plantio de moringa oleifera não são utilizados
insumos agrícolas industriais, reduzindo assim o custo de produção. Segundo Ahid Nunes
et al. (2010) ela é adaptada em climas tropicais como o do Brasil (principalmente no
Nordeste, pois se adapta extremamente bem em climas áridos e solos pobres em
nutrientes).
Considerada como uma das árvores mais úteis para o ser humano, praticamente
todas as suas partes podem ser utilizadas para diversos fins. Nos trópicos, as suas folhas
são usadas como forragem para animais, chegando a ter 27% de proteína na matéria seca.
A semente produz óleo de excelente qualidade para a indústria química, sendo
caracterizada por um elevado teor de proteínas e lipídeos. A pasta resultante da extração do
óleo das sementes pode ser usada como um condicionador do solo, fertilizante ou ainda na
alimentação animal. O pó da semente pode ser utilizado para o tratamento de água. Os
frutos podem ser cozidos e consumidos como alimento humano. As raízes são medicinais e
utilizadas no tratamento de muitas doenças (OLIVEIRA et. al, 2009). Segundo Pereira et
al. (2010) as raízes são consideradas estimulantes e diuréticas e os médicos destas regiões
prescrevem a raiz nas febres intermitentes, epilepsia, histeria, paralisia, reumatismo,
hipertrofia do fígado e do baço. A madeira advinda dela é resinosa, de baixa qualidade, por
isso é defendida para usos medicinais e industriais (AHID NUNES et al., 2010). E,
segundo Gerdes (1997), ela ainda pode ser utilizada como cerca viva e quebra ventos,
também o néctar de suas flores produz mel de excelente qualidade.
Amplamente cultivada na Ásia, África e outras regiões tropicais do mundo, as
folhas de moringa têm demonstrado serem ótimas fontes nutricionais, disponibilizando
mais vitamina A do que as cenouras, mais cálcio que o leite, mais ferro do que o espinafre,
mais vitamina C do que as laranjas e mais potássio do que as bananas (FAHEY, 2005).
24
Segundo Ahid Nunes et al. (2010), na Indonésia, consome-se o arroz com sopa ou
molho de folhas de moringa. Em Timor, as flores de moringa são fritas em óleo de coco,
para serem consumidas com milho ou arroz. Nas Filipinas, folhas novas são transformadas
em purê para alimentar crianças e, na Etiópia, as folhas temperadas e cozidas são utilizadas
em mistura com batatas e tomates. O autor ainda diz que no Brasil, sabe-se há pouquíssimo
tempo que a moringa é comestível. A espécie está sendo vista como alternativa alimentar
estratégica. Em algumas escolas de regiões carentes estão usando folhas de moringa na
merenda escolar. Segundo Okuda et al. (2001) ela possui todos os aminoácidos essenciais.
Gopalan et al. (1994) afirmam que vinte gramas de folhas frescas podem suprir a
necessidade de uma criança com vitaminas A e C.
No Instituto de Permacultura da Bahia, em Salvador, tem-se usado a farinha das
folhas secas para alimentar crianças em substituição à farinha de mandioca. A
multimistura, farinha utilizada contra a desnutrição infantil em todo o país, elaborada à
base de sementes, cascas, farelos, entre outros itens, há alguns anos leva também, em
Uberlândia, folhas de moringa (GONÇALVES, 2006). Fuglie (2001) cita mais alguns usos
da moringa, como: nutriente foliar (suco das folhas espesso), goma (a partir do tronco das
árvores), suco clarificador de mel e açúcar de cana (semente em pó), biogás (de folhas),
mel (néctar e flor), planta ornamental, biopesticida, celulose (madeira) e tanino para curtir
couros (casca e goma).
Dentro dos produtos da moringa, destaca-se o óleo da semente, que apresenta um
rendimento de 30 a 40% em peso, e atualmente tem sido utilizado para lubrificação de
máquinas e na indústria cosmética, em perfumes e shampoos (TSAKNIS et al., 1999).
De acordo com Santana et al. (2010) o elevado percentual de ácido oléico (78%) indica que
o óleo de semente de moringa é adequado para a obtenção de um biodiesel com um baixo
teor de insaturações, o que tem reflexo direto e muito positivo em sua estabilização à
oxidação, facilitando assim o transporte e armazenamento. Pereira et al. (2010) encontrou
um teor de ácido oléico maior que 78%, indicando que o óleo de moringa é um excelente
antioxidante além de ser comparado ao azeite de oliva. Ele ainda cita que esse ácido é
essencial para o nosso metabolismo, desempenhando um papel fundamental na síntese de
hormônios.
Atualmente a moringa vem sendo cultivada e difundida em toda a área
denominada “polígono das secas”, devido, principalmente, a sua utilização no tratamento
de água para uso doméstico, uma vez que seu efeito coagulante, servindo para clarificar
25
água, é a muito conhecido (GALLÃO et. al, 2006). A proteína das sementes de moringa é
o composto de maior importância no processo de clarificação da água. Essa proteína
catiônica dimérica de alto peso molecular desestabiliza as partículas contidas na água e,
através de um processo de neutralização e adsorção, flocula os colóides seguindo-se a
sedimentação (NDABIGENGESERE et al., 1995). No processo de purificação, a carga
bacteriana pode ser reduzida em até 97% em pouco tempo (SILVA e KERR, 1999).
Santos et al. (2007), em trabalhos com efluentes da indústria têxtil comprovou que
o extrato das sementes descascadas da Moringa oleifera mostrou-se capaz de competir com
o sulfato de alumínio em termos de remoção de turbidez e cor. A utilização de sementes de
moringa em leite bovino não pasteurizado, como purificador natural de alimentos, não
mostrou resultados significativos na eliminação de microorganismos do grupo coliformes
totais, coliformes fecais e microorganismos aeróbios mesófilos totais. Mas, houve redução
de 55,17% de Staphylococcus aureus na amostra em que foi adicionada pasta de
cotilédones de moringa. Com relação a bolores e leveduras foram eliminados da amostra
98,18% (NETO et al., 2008).
Segundo Jahn et al. (1986), toxicologicamente não existem motivos para
descartar o uso de sementes de moringa para a purificação de alimentos. Araújo e Coelho
(2009) mostram que sementes trituradas de moringa constituem uma alternativa em
potencial para remoção de metais, podendo ser utilizada no tratamento de resíduos
metálicos.
No Brasil há um esforço no sentido de difundir a moringa como hortaliça rica em
vitamina A (KERR et al., 1998); pois as suas folhas, com cerca de 23.000 UI de vitamina
A, sobressaem-se entre olerícolas consagradas como brócolis, cenoura, couve, espinafre e
alface que possuem, respectivamente, 5.000; 3.700; 2.200; 1.900; 1.000 UI de vitamina A
(SILVA e KERR, 1999). Nas zonas rurais do nordeste brasileiro a utilização das sementes
de moringa no tratamento da água para o consumo humano tem sido prática freqüente
(GERDES, 1997), dada a escassez de água potável para a população rural nessa região.
Mas, faltam pesquisas no âmbito do uso da moringa na alimentação animal.
2.5 Moringa como Forragem
A Embrapa Pantanal, há três anos desenvolve pesquisas com forrageiras de alto
teor protéico para alimentação do gado em período de seca e a moringa tem se destacado
entre as diversas espécies estudadas, devido atingir o ponto de corte com apenas seis
26
meses, ser de fácil cultivo e, por possuir hastes flexíveis, facilitando o corte, além de ser
resistente a pragas. Na região de Corumbá, a moringa tem sido utilizada misturada com
cana-de-açúcar para preparação de forragem para o gado. Contudo, atualmente não existem
estudos publicados no Brasil da aplicação dessa planta na suplementação alimentar animal
(BRUNELLI, 2010).
As características nutricionais e socioeconômicas fazem da moringa uma
excelente opção para ser usada como forragem fresca para o gado. Além disso, apresenta
uma alta produtividade de matéria fresca por unidade de área, em comparação com outras
culturas forrageiras (FOIDL et al., 2001). De acordo com o mesmo autor, a utilização da
moringa como forragem ocorre em intervalos de 35 a 45 dias quando suas rebrotas atingem
1,2 a 1,5m. O material cortado (folhas, frutos e galhos), após ser triturado, é fornecido
fresco aos animais após um período de adaptação, no qual a forragem deve ser misturada a
outros alimentos aos quais os animais já estejam adaptados. O seu consumo pode atingir 27
kg/animal/dia de matéria verde de moringa e manter estável a produção de vacas em
lactação, se comparada a produção de animais suplementados com concentrados
tradicionais. Esta prática pode reduzir o custo em até 10% do concentrado convencional.
Em trabalhos realizados por Reyes et al. (2003, 2004) as condições ideais para a
produção de biomassa fresca foram a uma densidade de 500.000 mudas por hectare e em
freqüências de corte a cada 45 dias em época de chuvas e a cada 60 dias durante a estação
seca.
Richter et al. (2003) observaram que as folhas de Moringa oleifera podem ser
usadas para alimentar tilápias do Nilo, substituindo 10% da dieta protéica sem alterar
significativamente o crescimento desses peixes. Sánchez et al. (2006) trabalharam com
folhas de moringa na alimentação de vacas, onde ocorreu aumento de produção sem
alterações na composição do leite.
Rocha e Mendieta (1998) trabalharam com capim jaraguá (Hyparrenia rufa),
palha de sorgo e suplementação com diferentes níveis de folhas de moringa na alimentação
de vacas leiteiras. A suplementação com moringa foi a um nível de 0,3% do peso vivo, o
que resultou numa produção de leite de 5,73kg/vaca/dia, sendo 13% maior que a produção
do grupo controle com 5,07kg/vaca/dia, que recebeu apenas capim Hyparrenia rufa e palha
de sorgo na alimentação.
Sarwatt et al. (2004) verificaram que, quando a torta de algodão foi substituída
por farinha de folhas de moringa aos níveis de 10, 20 ou 30% de matéria seca, a produção
27
de leite aumentou significativamente em 1,4, 0,9 e 0,8kg/vaca/dia, respectivamente. Ainda
ressaltaram que não houve efeito na composição química do leite.
Reyes et al. (2003) testaram duas diferentes rações na alimentação de gado
crioulo, sendo a primeira uma dieta basal composta por capim Brachiaria brizantha, e a
segunda composta pela dieta basal mais 3 kg de moringa, respectivamente. Observou-se
que a produção de leite das vacas alimentadas com a dieta contendo moringa aumentou em
mais de 2 kg/vaca/dia, comparando-se com as vacas que se alimentaram somente de feno
de Brachiaria brizantha. Em relação à composição química do leite não foram encontradas
diferenças significativas.
Com relação a fatores antinutricionais, cujo consumo pode afetar a produtividade
e a saúde dos animais, as folhas de Moringa oleifera apresentam quantidades
insignificantes de taninos (1,4%) e saponinas (5%); também não foram detectados
glicosídeos cianogênicos nem inibidores de tripsina, amilase ou lectina (MAKKAR e
BECKER, 1996).
Para Bakke et al. (2010) o alto teor de proteína bruta e a presença de aminoácidos
solúveis encontrados nas folhas de moringa aumentam a eficiência da síntese de proteína
microbiana, caracterizando esta espécie como forragem de alta qualidade para vacas
leiteiras.
Segundo Silva et al. (2008), as folhas de Moringa oleifera podem ser
consideradas boa fonte de proteína e fibra, quando comparadas com outras fontes
alimentares, podendo apresentar-se como uma alternativa de suplemento em preparações
alimentícias.
Foidl et al. (2003) ressaltam que, apesar de uma possível necessidade de um
período de adaptação, a forragem com folhas de moringa pode ser utilizada tanto como um
complemento protéico, quanto como substituto alimentar completo.
De acordo com Trier (1995), a Moringa oleifera pode ser uma alternativa para os
pecuaristas da região semiárida, devido à sua alegada adaptação a estas condições e ao seu
potencial de produção de forragem. Almeida et al. (1999) consideram esta espécie de
grande importância para o semiárido brasileiro, dada à sua capacidade de sobrevivência e
produção em zonas de baixa umidade do solo, tolerância a elevadas temperaturas do ar,
alta evaporação e grandes variações na precipitação.
Dessa forma, o uso racional de recursos forrageiros selecionados é viável, e esses
recursos combinados com a pastagem nativa permitem aumentar a eficiência e fortalecer o
28
processo produtivo dentro do agronegócio específico (SOUSA et al., 1998). Assim,
evidencia-se a importância de se conhecer melhor o potencial forrageiro da Moringa
oleifera, para que sua utilização na alimentação de rebanhos da região seja feita de maneira
mais racional, visando à viabilidade e a sustentabilidade do ecossistema.
29
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38
CAPÍTULO II – VALOR NUTRITIVO DE FENOS DE MORINGA (Moringa
oleifera Lam) COM DIFERENTES IDADES DE CORTE
RESUMO - O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar o consumo e as
digestibilidades aparentes de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta
(PB), extrato etéreo (EE), carboidratos totais (CHOT), carboidratos não fibrosos (CNF) e
fibra em detergente neutro (FDN) em ovinos alimentados com feno de moringa (Moringa
oleifera Lam) obtido com quatro idades de corte (28, 35, 42 e 49 dias). Foram utilizadas 20
fêmeas da raça Morada Nova, com 20 kg de peso vivo médio, distribuídas em um
delineamento inteiramente casualizado e mantidas em gaiolas de metabolismo. Observou-
se efeito linear decrescente da idade de rebrota sobre o consumo de MS, estimando-se
consumo máximo de 0,67 kg/dia para o feno elaborado aos 28 dias de corte. Também foi
observada resposta linear decrescente, estimando-se consumos máximos de 172 g/dia; 0,36
kg/dia; 18 g/dia, aos 35; 42 e 49 dias de idade, para PB, MO e EE, respectivamente. Para
FDN, encontrou-se efeito quadrático com o avanço da maturidade da planta. As
digestibilidades aparentes de MS, PB, MO e CHOT diminuíram linearmente com o avanço
da idade de corte do feno de Moringa oleífera. Concluiu-se que o feno de Moringa oleífera
apresentou melhor valor nutritivo aos 28 dias de corte.
Palavras-chave: conservação de forragem, fenação, Moringa oleífera, Morada Nova.
ABSTRACT - This study was conducted to evaluate the consumption and digestibility of
dry matter (DM), organic matter (OM), crude protein (CP), ether extract (EE), total
carbohydrates (TC), non-fiber carbohydrates (NFC) and neutral detergent fiber (NDF) in
sheep fed hay moringa (Moringa oleifera Lam) obtained with four cutting ages (28, 35, 42
and 49 days). We used 20 females Morada Nova breed, with 20kg of live weight,
distributed in a completely randomized design and maintained in metabolism cages. There
was a negative linear effect of age of cutting on DM intake, with an estimated maximum
consumption of 0.67 kg / day for the hay produced at 28 days of cutting. It was also
observed linear behavior, with an estimated maximum consumption 172g/dia, 0.36 kg /
day; 18g/dia, at 35, 42 and 49 days old, for CP, OM and EE, respectively. For NDF,
quadratic effect was found with advancing maturity of the plant. The apparent digestibility
of DM, CP, OM and TC linearly decreased with advancing age of cutting hay Moringa
oleifera. It was concluded that the hay Moringa oleifera showed better nutritional value
after 28 days of cutting.
Keywords: forage conservation, hay, Moringa oleifera, Morada Nova.
39
INTRODUÇÃO
A região semiárida anualmente passa por longos períodos de secas, provocando
estacionalidade na produção de forragens e forçando os produtores a aumentarem os custos
de produção, em razão da grande demanda por alimentos concentrados. No entanto, nos
últimos anos, é maior o número de pesquisas com enfoque nos alimentos forrageiros
alternativos, adaptados à região, para atender às exigências de mantença e produção dos
animais, a custo viável nos períodos críticos de prolongadas estiagens (BISPO et al, 2007).
Mas, para manter altos índices de produção e resolver os problemas causados pela
deficiência alimentar, também é fundamental a adoção de técnicas capazes de garantir o
aproveitamento de toda a forragem produzida no período chuvoso, utilizando-a
posteriormente para suplementação no período seco. A fenação é apontada como uma das
alternativas para solucionar este problema (OLIVEIRA, 2006).
A qualidade do feno está associada a fatores relacionados com as plantas a serem
fenadas, às condições climáticas durante a secagem a campo e ao sistema de
armazenamento empregado (REIS e RUGGIERI, 2007). Segundo Ataíde Junior et al.
(2000) a idade fisiológica em que as plantas são colhidas e as condições ambientais às
quais estão submetidas afetam o seu crescimento e valor nutritivo, com conseqüências na
digestibilidade e no consumo de nutrientes.
Conhecer a quantidade e qualidade da dieta consumida pelos animais é importante
uma vez que, a resposta produtiva se dá em função do tipo de alimento, do consumo,
digestibilidade e metabolismo dos nutrientes (MARCHI et al, 2010). Dessa forma,
objetivou-se avaliar o valor nutritivo de fenos de Moringa oleifera, em ovinos, obtidos
com diferentes idades de corte.
40
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Nenhum fator isolado afeta tanto a qualidade da forragem quanto a idade, mas o
ambiente no qual a planta se desenvolve também desempenha papel relevante
(CARVALHO e PIRES, 2008). As maiores mudanças que ocorrem na composição
química das forrageiras são aquelas que acompanham sua maturação. Com a maturidade da
planta, a produção de componentes potencialmente digestíveis, como os carboidratos
solúveis e as proteínas, tende a diminuir, e os constituintes da parede celular, a aumentar,
sendo esperados, consequentemente, declínios na digestibilidade e no consumo (REIS,
2009). O estádio de maturidade da planta forrageira, na colheita, influencia seu valor
nutritivo. As plantas forrageiras maduras apresentam um menor consumo voluntário pelo
animal, devido às mudanças estruturais e bromatológicas ocorridas com o avanço da
maturidade, que decresce a taxa de digestão, retarda a passagem e, consequentemente,
reduz o consumo (COELHO, 2002).
De modo geral, a qualidade de qualquer alimento é dada pelo seu valor nutritivo,
resultado de sua composição química, consumo e digestibilidade, sendo estes fatores,
portanto, determinantes do desempenho animal (BARROSO et al, 2006).
O valor nutricional de um ingrediente está baseado não somente na composição
química, mas também na quantidade do nutriente ou energia do alimento ou ração em
estudo que pode ser absorvido ou utilizado pelo organismo animal. Esse processo varia em
função da espécie, condições ambientais, quantidade e qualidade do nutriente, proporção
relativa a outros nutrientes, processos tecnológicos, entre outros (SEGUNDO, 2008).
De acordo com Alves et al. (2003), a avaliação do valor nutritivo dos alimentos
consumidos pelos animais é um desafio constante para os nutricionistas. Sua determinação
tem como principal objetivo ajustar a quantidade e qualidade da dieta, baseando-se nas
exigências animais.
Entre os principais parâmetros relacionados com a qualidade das forrageiras,
destacam-se o consumo alimentar e a digestibilidade. A forragem consumida determina a
quantidade de nutrientes ingeridos e, consequentemente influencia os processos envolvidos
na produção animal (MORAIS et al, 2009). Cerca de 60 a 90% das variações observadas
na qualidade potencial entre forrageiras são atribuídas às diferenças em consumo, enquanto
10 a 40% são resultantes de diferenças em digestibilidades dos nutrientes (MERTENS,
1994).
41
O consumo voluntário é a quantidade máxima de matéria seca que um animal
espontaneamente ingere, enquanto a capacidade de um alimento ser ingerido depende da
ação de vários fatores que interagem em diferentes situações de alimentação,
comportamento e ambiente (LEONI et al, 2006). Ele é o primeiro fator influenciador do
aporte de nutrientes, principalmente, energia e proteína, necessários ao atendimento das
exigências de mantença e produção animal. Um dos elementos preponderantes do consumo
de um alimento volumoso pelos ruminantes é a matéria seca indigestível (MORAIS et al,
2009).
Em sistemas de alimentação dependentes de volumosos, a capacidade dos animais
de consumir alimentos em quantidades suficientes para alcançar seus requerimentos de
mantença e de produção é muito importante. Sem dúvida, as práticas que permitem
maximizar o consumo do volumoso, quer seja em pastejo ou com o uso de forragem
conservada, associada a condições ruminais adequadas levam a eficiente digestão da fração
fibrosa, bem como a utilização dos compostos nitrogenados, resultando em adequada
síntese de proteína microbiana (REIS et al. 2006).
O consumo animal está relacionado ao teor de nutrientes que podem ser
aproveitado do alimento, ou seja, sua digestibilidade. O consumo de alimento pelos
ruminantes é regulado por fatores físicos e metabólicos (ROMNEY e GILL, 2000). Além
disso, os mamíferos em geral, e particularmente os ruminantes, tem apresentado
preferências (seletividade) por alimentos que conciliem teores protéicos e energéticos que
maximizem a produtividade animal, o que, algumas vezes, pode diminuir o consumo total
de matéria seca (ELLIS et al, 2000).
A digestibilidade do alimento é, basicamente, sua capacidade de permitir que o
animal utilize, em maior ou menor escala, seus nutrientes. Essa capacidade é expressa pelo
coeficiente de digestibilidade do nutriente, sendo uma característica do alimento e não do
animal (SALAZAR, 2009). Medidas de digestibilidade servem para qualificar os alimentos
quanto ao seu valor nutritivo (CHIZZOTTI, 2004). Elas são expressas pelo coeficiente de
digestibilidade, indicando a quantidade percentual de cada nutriente do alimento que o
animal potencialmente pode aproveitar (VAN SOEST, 1994).
Dada a dificuldade de se quantificar a digestibilidade real, utiliza-se a
digestibilidade aparente, que é obtida pela diferença entre a quantidade de alimento
consumido e as fezes produzidas (SOUTO et al, 2004).
42
A digestibilidade é influenciada por fatores relacionados ao animal ou inerentes
ao alimento, como composição, relação entre os nutrientes, forma de preparo das rações e
densidade energética da ração (SILVA et al, 2007). Como também é influenciada
diretamente pelo tempo de permanência do alimento no trato gastrintestinal, ou seja, pelas
taxas de digestão e passagem.
Vários fatores podem interferir nos coeficientes de digestibilidade dos alimentos,
principalmente a maturidade da planta, quando se trata de forrageiras, exercendo um efeito
negativo sobre a digestibilidade dos nutrientes, principalmente, em função da redução no
teor de proteína e do aumento da lignificação da parede celular (BARROSO et al, 2006).
O estádio de maturidade da planta forrageira à colheita influencia o seu valor
nutritivo mais do que qualquer outro fator, notadamente, em gramíneas e leguminosas,
quando colhidas para feno ou silagem (VILELA et al, 2007). À medida que a planta cresce
e se desenvolve, os teores de lignina e FDN aumentam, enquanto o teor de PB e a
digestibilidade da matéria seca são reduzidos. As plantas forrageiras maduras não são tão
consumidas quanto as mais jovens, provavelmente devido às mudanças estruturais e
bromatológicas com o avanço da maturidade, que descreve a taxa de digestão, retarda a
passagem e, consequentemente, reduz o consumo (RIBEIRO et al, 2001). Portanto, é
relevante o conhecimento do momento de colheita, pois a forragem de melhor qualidade
certamente promoverá maior consumo e performance animal (VILELA et al, 2007).
Se, por um lado, o consumo depende da digestibilidade, por outro, a
digestibilidade também depende do consumo e ambos dependem da cinética digestiva. A
quantidade total de nutrientes absorvidos dos alimentos é a chave para determinar seu valor
nutricional. O consumo e a digestibilidade são parâmetros fundamentais para qualquer
sistema de avaliação de alimentos (BUENO et al, 2007).
43
METODOLOGIA
O experimento foi dividido em duas etapas. A primeira correspondendo a
produção do feno, que foi conduzida na Estação Experimental de Terras Secas, pertencente
à Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte - EMPARN S.A. e
localizada na divisa dos municípios de Jandaíra e Pedro Avelino-RN, na BR-426, Km 140,
sentido Natal-Macau. Situada a 5o33' de latidude Sul e 33
o22' de longitude Oeste. O clima
da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo BSs'h' semiárido e segundo
Gaussen é do tipo 4aTh, tropical quente de seca acentuada. O período chuvoso compreende
os meses de fevereiro a maio e o seco o restante do ano. A precipitação média anual é de
473 mm (INMET, 2010-2012).
A segunda etapa correspondeu ao ensaio de consumo e digestibilidade, que foi
conduzido na Estação Experimental Felipe Camarão, também pertencente à EMPARN, no
município de São Gonçalo do Amarante.
Na etapa de produção do feno, realizada no período de abril a agosto de 2010, foi
utilizada uma área cultivada com Moringa oleifera Lam, plantada por estaquia no
espaçamento de 35 cm entre plantas e 90 cm entre linhas, perfazendo um total de 1000
plantas, subdivididas em quatro parcelas iguais, irrigadas por aspersão uma vez ao dia.
Foto 1: Campo experimental
44
Os cortes para fenação foram realizados respectivamente aos 28, 35, 42 e 49 dias
de rebrota após o corte de uniformização, feito a 60 cm do solo. A desidratação foi feita à
sombra, em piso cimentado, com duas viragens diárias, sendo uma pela manhã e outra à
tarde até a cura completa. As viragens foram realizadas manualmente, com o auxílio de um
garfo para forragens. O feno foi armazenado em sacos de ráfia até a utilização.
Os experimentos de consumo e digestibilidade tiveram duração de 21 dias, sendo
16 dias para adaptação dos animais aos tratamentos e dietas experimentais, e cinco dias
para a coleta de dados.
Foram utilizados 20 ovinos da raça Morada Nova, variedade vermelha, fêmeas,
com peso vivo médio de 20 kg, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado,
com quatro tratamentos e cinco repetições, sendo o animal considerado a unidade
experimental. Foram avaliados quatro tipos de feno de moringa, constituindo-se nos
tratamentos: T1 – com idade de rebrota de 28 dias; T2 – com idade de rebrota de 35 dias;
T3 – com idade de rebrota de 42 dias, e T4 – com idade de rebrota de 49 dias.
Os dados referentes à composição químico-bromatológica de cada feno estão
apresentados na tabela abaixo.
Tabela 1. Teores médios de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM)
proteína bruta (PB), carboidratos totais (CT), fibra em detergente neutro (FDN), fibra
em detergente ácido (FDA), extrato etéreo (EE), nutrientes digestíveis totais (NDT),
lignina e energia digestível (ED) dos fenos de moringa com diferentes idades de corte.
Idade
de
Corte
(dias)
Frações na MS (%)
MS MO MM PB EE CT FDN FDA NDT1 LIG ED
28 91,33 87,98 12,01 25,19 3,63 59,16 45,85 28,33 59,95 6,79 2,64
35 92,26 88,54 11,45 24,42 3,77 60,34 45,17 30,49 62,14 5,81 2,73
42 90,99 88,83 11,16 20,92 3,64 65,62 50,36 37,12 59,69 6,09 2,63
49 92,88 89,51 10,49 21,27 3,91 64,32 50,04 34,10 61,01 6,25 2,69
1NDT (%) = % na MS
Os animais foram pesados no início e final do experimento. Após a pesagem
inicial, foram distribuídos por meio de sorteio nas gaiolas metabólicas, efetuando-se nessa
ocasião tratamento anti-helmíntico. As gaiolas de metabolismo eram equipadas com
bebedouro, comedouro e saleiro para fornecimento de água, alimentos e sal mineral, bem
como coletores de fezes e urina.
45
Os alimentos foram fornecidos diariamente às 7h00, ad libitum, durante o período
de adaptação. A quantidade de alimento disponível a cada animal, na fase de coleta foi
10% superior ao consumo médio observado na fase de adaptação, de modo a possibilitar
sobras.
Os procedimentos utilizados para o manejo geral dos animais, coleta e
processamento das amostras para determinação do consumo voluntário e digestibilidade
dos nutrientes seguiram as orientações descritas por Moore (1981). Todas as análises
laboratoriais foram realizadas no Laboratório de Nutrição Animal pertencente à
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Uma amostra representativa (200 g) dos fenos ofertados foi retirada de cada
repetição, em todos os dias do período de coleta. As sobras dos alimentos foram colhidas
diariamente e, após a pesagem, obteve-se uma amostra composta por unidade
experimental.
A determinação do consumo dos fenos foi realizada por meio de pesagens do
oferecido e das sobras realizadas no período do 17º ao 21° dia. As fezes foram coletadas e
pesadas diariamente do 17° ao 21° dia, às 7h30min. Uma alíquota diária de 10% foi
retirada para preparação de uma amostra composta por animal e armazenada em freezer à
temperatura de -5°C. Após o término do experimento, as amostras foram descongeladas à
temperatura ambiente e posteriormente realizaram-se as pré-secagens dos fenos ofertados,
das sobras e das fezes, em estufa de ventilação forçada a 55°C, por 72 horas. As amostras
foram trituradas em moinho tipo Willey, com peneira de 1 mm.
Os teores de matéria seca (MS), matéria mineral (MM), proteína bruta (PB),
extrato etéreo (EE) e lignina foram determinados de acordo com Silva & Queiroz (2002).
As determinações dos valores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente
ácido (FDA) foram realizadas de acordo com o método descrito por Van Soest et al.
(1991). Os valores dos nutrientes digestíveis totais (NDT) e carboidratos totais (CHOT)
foram calculados de acordo com Sniffen et al. (1992): CNDT = (CPB - PBf) + 2,25(CEE -
EEf) + (CCHO - CHOf) em que CPB, CEE e CCHO significam, respectivamente,
consumo de PB, EE e CHO, enquanto PBf, EEf e CHOf, excreções de PB, EE e CHO e
CHOT = 100 - (%PB + %EE + %MM). Os teores de CNF foram calculados pela diferença
entre CHOT e FDN, segundo Hall (2001). O cálculo da digestibilidade de nutrientes foi
realizado através da diferença entre o consumido e o excretado, de acordo com o proposto
46
por Merchen (1988). Os valores de energia digestível (ED) foram obtidos pela diferença
entre a EB dos alimentos e das fezes, de acordo com Sniffen et al (1992).
Foi efetuada análise de variância e de regressão nos dados referentes a consumo e
digestibilidade de nutrientes. A escolha dos modelos foi baseada na significância dos
coeficientes linear e quadrático através do teste t de “Student” aos níveis de 1 e 5% de
probabilidade. Como ferramenta de auxílio às análises estatísticas adotou-se o
procedimento PROC REG do Software SAS (2001).
47
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A composição média em nutrientes dos fenos analisados encontra-se na Tabela 1.
Segundo Foidl et al. (2001), a proteína da moringa é de alta qualidade e fácil digestão. As
concentrações de proteína bruta encontrados variaram de 20,92 a 25,19%. Esses valores
estão acima das recomendações de 7,0 a 8,0 g/ 100g de MS para o funcionamento eficiente
dos microorganismos ruminais (VAN SOEST, 1994). Mas, encontram-se abaixo dos
valores encontrados para gliricídia e leucena, duas forrageiras comumente utilizadas na
alimentação de pequenos ruminantes. No entanto, de acordo com Becker (1995), a PB de
moringa é de boa qualidade para ruminantes, devido ao seu alto teor de proteína by-pass
(47% versus 30% e 41% de leucena e gliricídia, respectivamente). Moyo et al, (2011) e
Fujihara, et al (2005) trabalhando com feno de folhas de moringa encontraram teores de
30,29% e 26,5% para PB, enquanto Booth e Wickens (1988) e Murro et al (2003)
encontraram 27,1% e 27,7% de PB, respectivamente, em farinha de folhas de moringa.
Um bom teor de proteína bruta é de especial importância nutricional, pois pode
atender aos requisitos de proteína animal e energia, bem como estimular o sistema
imunológico contra doenças (KYRIAZAKIS e HOUDIJK, 2006; BRISIBE et al., 2009). A
quantidade de proteína em dietas para ovinos é, na maioria das vezes, mais importante do
que a qualidade (SUSIN, 1996). A proteína bruta fornecida pela Moringa a torna ideal
para uso como suplemento protéico (MOYO et al, 2011). Segundo Njidda et al. (2009)
espécies tropicais com PB alta podem ser usadas para complementar a má qualidade de
volumosos e para aumentar a produtividade do gado ruminante em regiões tropicais.
É importante ressaltar que a composição química de feno pode variar
consideravelmente dependendo principalmente da quantidade de pequenos ramos e galhos
incluídos junto com as folhas na fase de preparação do feno. Fato este demonstrado por
Fujihara, et al (2005), que analisaram diferentes frações de Moringa oleífera (folhas, torta
de sementes, galhos macios). As folhas e torta de sementes tinham um teor de proteína
bruta de aproximadamente 265 e 308 g/kg de MS, enquanto as folhas com galhos macios
tinham um teor de PB de 195 g/kg de MS. Entre as partes morfológicas de M. oleifera a
torta de sementes tinha um conteúdo de PB substancialmente maior, seguido por folhas,
folhas e galhos moles, e galhos moles. Mais ou menos o inverso ocorreu para as frações da
fibra.
48
No presente estudo, o feno foi elaborado com toda a parte aérea localizada acima
de 60 cm do solo, obtendo um teor de matéria seca variando de 90,99% para o tratamento
com 42 dias de rebrota a 92,88% para o tratamento com 49 dias de rebrota,
respectivamente. Araica et al (2010), utilizando feno de moringa (folhas e galhos macios)
em substituição à farelo de soja como fonte protéica em dieta para vacas leiteiras encontrou
um teor de proteína bruta de 292 g/kg de MS, estando na faixa de 250-297 g/kg de MS
relatados em outros experimentos onde o feno foi elaborado quase que exclusivamente
com folhas (RICHTER et al (2003) e KAKENGI et al (2007)).
Os teores de extrato etéreo ficaram bem abaixo dos resultados encontrados em
diversos trabalhos com Moringa oleífera. Astuti et al (2011a), avaliando diversas
forrageiras tropicais, relataram valores de 5,07% para EE em Moringa oleífera. Valor
superior foi relatado por Moyo et al (2011), que encontrou 7,64% de EE em folhas secas de
Moringa oleífera. Mas, valor semelhante ao encontrado no presente trabalho foi relatado
por Astuti et al (2011b), cujo valor médio foi de 3,80%.
Para FDN foram encontrados teores que variaram de 45,17% a 50,36%,
correspondendo aos fenos com 35 e 42 dias de rebrota. Para Norton (1994), alimentos com
baixo teor de FDN (20-35%) são mais digestíveis quando comparados a alimentos com
mais de 35%. Em trabalho realizado por Asaolu et al (2011), os valores de FDN variaram
de 26,35% para uma forragem exclusiva de feno de moringa (folhas) a 27,98% para outra
formada por 50% de feno moringa e 50% feno de gliricídia.
Segundo os resultados encontrados para energia digestível (ED), a moringa
apresentou como média dos quatro tratamentos 2,67 Mcal de energia digestível por kg de
MS. O conhecimento da ED é essencial na análise de alimentos, por ser a energia perdida
nas fezes a maior e mais variável entre todas as perdas de um alimento (NRC, 2001).
Na Tabela 2 estão os resultados referentes a consumo de nutrientes expressos em
kg/dia, em % de peso vivo (% PV) e unidade de tamanho metabólico (g/kg0,75
). Verificou-
se efeito linear decrescente (P<0,05) no consumo de MS, à medida que se aumentou a
idade de corte, apresentando valores máximos de 0,71 kg, 3,45% e 72,61 g/kg0,75
, aos 28
dias e mínimos de 0,43 kg, 2,07% e 43,09 g/kg0,75
, aos 49 dias. Uma explicação para o
decréscimo no consumo de MS, em função da idade de corte, de acordo com Van Soest
(1994) pode está relacionado ao aumento da lignificação e a redução da digestibilidade da
MS, conforme revelam os valores médios de FDN, FDA e DMS apresentados nas tabelas 1
e 3.
49
Tabela 2. Médias, equações de regressão, coeficientes de variação (CV) e coeficientes de
determinação (R2), para os consumos de matéria natural (CMN), matéria seca (CMS),
matéria orgânica (CMO), matéria mineral (CMM), proteína bruta (CPB), extrato etéreo
(CEE), fibra em detergente neutro (CFDN), fibra em detergente ácido (CFDA),
carboidratos totais (CCHOT), carboidratos não fibrosos (CCNF) e nutrientes digestíveis
totais (CNDT) dos fenos de moringa com diferentes idades de corte.
Variáveis
Idade de corte do Feno de
Moringa (dias) Regressão CV
(%) r2
28 35 42 49
CMN (kg/dia) 0,74 0,69 0,45 0,45 Ŷ= 1,18 – 0,015X 20,03 0,85
CMS
- kg/dia 0,67 0,64 0,41 0,42 Ŷ= 1,07 – 0,013X 19,21 0,82
- PV (%) 3,36 3,28 2,25 2,16 Ŷ= 5,30 – 0,066X 11,23 0,85
- PM (g/kg0,75
) 70,69 68,92 46,46 45,38 Ŷ= 111,98 – 1,406X 10,87 0,84
CMO (kg/dia) 0,59 0,57 0,36 0,38 Ŷ= 0,92 – 0,012X 19,37 0,79
CMM (g/dia) 7,8 7,2 4,8 4,2 Ŷ= 13,26 – 0,19X 21,73 0,93
CPB (g/dia) 182 172 92 96 Ŷ= 321,4 – 4,8X 22,11 0,82
CEE (g/dia) 28 26 16 18 Ŷ= 44 – 0,57X 22,72 0,77
CCHOT (kg/dia) 0,38 0,37 0,25 0,27 Ŷ= 0,564 – 0,006X 18,83 0,75
CCNF (g/dia) 80 96 68 56 Ŷ = -73 + 9,571X -0,143X2 34,19 0,79
CFDN
- kg/dia 0,28 0,26 0,18 0,20 Ŷ= 0,696 - 0,0203X 0,0002X2 20,42 0,81
- PV (%) 1,38 1,31 0,96 1,05 Ŷ= 1,93 – 0,019X 11,51 0,74
- PM (g/kg0,75
) 29,20 27,55 19,76 21,94 Ŷ= 40,88 – 0,42X 11,49 0,72
CNDT (kg/dia) 0,468 0,468 0,274 0,290 Ŷ= 0,7754 – 0,0104X 21,92 0,76
Segundo Reis (2009) com a maturidade da planta, a produção de componentes
potencialmente digestíveis, como os carboidratos solúveis e as proteínas, tende a diminuir,
e os constituintes da parede celular, a aumentar, sendo esperados, consequentemente,
declínios na digestibilidade e no consumo. Nouala et al (2006) observaram que as folhas de
moringa podem ser usadas como suplementos para dietas à base de resíduos de
culturas/volumosos pobres para melhorar a eficiência do consumo de nutrientes como
matéria seca.
Asaolu et al (2011), trabalhando com feno de folhas de moringa com 60 dias de
rebrota, encontraram para consumo de matéria seca 51,33 g/kg0,75
em cabras. Nesse mesmo
trabalho encontrou-se o valor de 50,80 g/kg0,75
quando a dieta das cabras foi composta por
50% de feno de leucena e 50% de feno de folhas de moringa. Esses valores foram mais
altos em relação ao feno com 49 dias de rebrota, cujo valor foi 43,09 g/kg0,75
, porém, mais
baixos em relação aos fenos com 28, 35 e 42 dias de rebrota, nos quais o consumo de MS
foi de 72,61 g/kg0,75
e 62,77 g/kg0,75
e 52,93 g/kg0,75
.
50
Na substituição de 100% da torta de algodão por farinha de folhas de moringa
como fonte protéica para ovinos, Murro et al (2003) encontraram consumo de MS de 355 ±
8,9 g/dia. Enquanto o consumo de cabras ficou em torno de 164 g de MS/dia em
experimento cujo volumoso era composto por 50% de folhas de moringa e 50% de feno de
amendoim (ASAOLU et al, 2010).
Sarwatt et al (2002) relataram que a diminuição do nível de torta de semente de
girassol em substituição com farinha de folhas de Moringa oleífera, aumentou a ingestão
de matéria seca em cabras, particularmente com níveis entre 25 - 50% de Moringa oleífera
, e concluíram que o nível ótimo econômico de substituição foi de 50%. Em trabalho com
bovinos mestiços da raça Jersey, realizado por Nouala et al (2006), Moringa oleifera
substituiu concentrado em 50%, sem afetar a digestibilidade in vitro e a produção de gás.
Em outro trabalho, quando esses animais foram alimentados com até 40% de Moringa
oleífera na dieta, não foram observados efeitos negativos (NOUALA, 2004).
No presente trabalho, os valores encontrados para o consumo de proteína bruta
variaram de 86,2 a 187 g/dia, correspondendo aos tratamentos com 49 e 28 dias de rebrota,
respectivamente. Provavelmente, a maior idade de rebrota resultou num menor teor e
disponibilidade em função da maior lignificação dos tecidos com a maturidade da planta,
bem como o maior conteúdo de parede celular pode ter reduzido o consumo animal.
Asaolu et al (2010) encontraram um consumo de 56,8g de PB/dia em cabras alimentadas
com 50% do volumoso sendo composto por folhas de moringa.
Sarwatt et al (2004), trabalhando com folhas de moringa compondo 30% da MS
ofertada para vacas, encontrou 1457g/dia para o consumo de proteína bruta de uma dieta
cujo volumoso era composto por farinha de folha de moringa e capim elefante. Este efeito
positivo também foi observado na produção de leite.
Em experimento com vacas leiteiras da raça Pardo-suíça, valores de 2,48 kg/dia e
2,39 kg/dia corresponderam ao consumo de proteína bruta de uma dieta composta por
folhas frescas de moringa e outra por silagem de folhas de moringa, ambas como dieta
única, acrescidas apenas de melaço para melhor aceitabilidade. A silagem e as folhas
frescas de moringa tinham a idade de 45 dias de rebrota, tanto na preparação da silagem
quanto para a oferta como forragem verde (ARAICA et al, 2011).
No presente trabalho os consumos de matéria orgânica variaram de 0,33 kg/dia,
para o tratamento com 49 dias de rebrota, até 0,58 kg/dia, que correspondeu ao tratamento
com 28 dias de rebrota. Valores em torno de 13,62 kg/dia para o consumo de matéria
51
orgânica (MO) foram encontrados por Araica et al (2010), utilizando feno de moringa
(folhas e galhos macios) em substituição à farelo de soja como fonte protéica em dieta para
vacas leiteiras. Enquanto Araica et al (2011) obtiveram os valores de 10,2 e 10,1kg/dia
para o consumo de MO de folhas frescas e silagem de moringa, respectivamente. Dados
semelhantes foram encontrados por Sánchez et al (2006) para vacas recebendo 2 ou 3kg de
MS de Moringa oleífera como suplementação protéica numa dieta basal composta por feno
de Brachiaria brizantha. Os valores ficaram em torno de 9,4 e 10kg/dia de ingestão de
matéria orgânica para a suplementação com 2 e 3kg de MS de moringa.
O maior consumo de fibra em detergente neutro (FDN), expresso em kg/dia, foi
estimado à idade de rebrota de 28 dias, fato que se explica pelo maior consumo de matéria
seca também nesta mesma idade. De forma semelhante ao consumo de MS, expresso em %
de PV, o consumo de FDN nesta mesma unidade foi influenciado pela idade de rebrota
apresentando valor máximo de 1,40 e mínimo de 1,0, correspondendo aos fenos com idade
de rebrota de 28 e 49 dias, respectivamente. O decréscimo do consumo de matéria seca e,
consequentemente de FDN, com o aumento da idade de rebrota podem estar relacionados à
limitação do consumo de MS pelo enchimento do rúmen-retículo. Asaolu et al (2010)
testando uma dieta exclusiva de feno de amendoim e suas combinações com folhas de
bambu e folhas de moringa em cabras, encontraram 114g/dia para o consumo de FDN
quando a dieta foi composta por 50% de folhas de moringa e 50% de feno de amendoim.
Mantendo o mesmo comportamento para consumo da maioria das variáveis
analisadas neste trabalho, os dados referentes ao consumo de extrato etéreo também
tiveram comportamento praticamente linear decrescente, variando de 28 g/dia para o feno
com rebrota de 28 dias e de 16,1 g/dia para o feno com 49 dias de rebrota. Em dados
encontrados por Fadiyimu et al (2010), que testaram a substituição de Panicum maximum
por folhas frescas de moringa em ovinos, o consumo de extrato etéreo ficou em torno de
33,46g/dia para o tratamento com 100% de substituição.
Foi observado efeito quadrático para o CCNF (g/dia), observando-se valor
máximo de 87,1 g/dia para o feno com 33,5 dias de rebrota.
52
Tabela 3. Médias, equações de regressão, coeficientes de determinação (r2)
e de variação (CV)
para os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca (CDMS), matéria
orgânica (CDMO), proteína bruta (CDPB), extrato etéreo (CDEE), fibra em detergente
neutro (CDFDN), carboidratos não fibrosos (CDCNF) e carboidratos totais (CDCHOT),
em função dos fenos de moringa com diferentes idades de corte.
Variáveis
Idade de corte do Feno de
Moringa (dias) Regressão CV
(%) r2
28 35 42 49
CDMS (%) 76,29 79,08 72,44 71,63 Ŷ= 86,21 – 0,2948X 3,74 0,59
CDMO (%) 78,73 80,69 76,31 74,98 Ŷ= 86,26 – 0,2229X 3,45 0,63
CDPB (%) 85,67 87,63 81,88 82,70 Ŷ= 92,53 – 0,2092X 3,87 0,61
CDEE (%) 74,50 81,37 59,02 65,77 Ŷ= -1412,07 + 122,56X –
3,27X2 + 0,028X
3
18,07 0,59
CDFDN (%) 79,91 74,53 63,55 69,36 Ŷ= -612,93 + 57,61X – 1,587X
2
+ 0,01X3
6,63 0,52
CDCNF (%) 72,26 78,21 90,77 73,07 Ŷ = -101,18 + 9,51X – 0,12X2 10,97 0,69
CDCHOT(%) 75,46 77,23 72,80 71,87 Ŷ= 82,70 – 0,217X 3,68 0,64
NDT (%) 62,68 65,30 59,22 61,39 Ŷ= -373,59 + 35,82X –
0,9532X2 + 0,0082X
3
5,56 0,74
Os coeficientes de digestibilidade dos respectivos nutrientes avaliados encontram-
se na Tabela 3. Apesar de termos trabalhado com dieta única de feno de moringa, pouca
informação sobre o uso da moringa como dieta ou suplemento exclusivo na produção de
ruminantes está disponível na literatura. As digestibilidades da MS, MO e PB, foram
reduzidas com a idade de corte dos fenos. As equações de regressões mostraram uma
redução de 0,295; 0,223 e 0,209 pontos percentuais, respectivamente para DMS, DMO e
DPB.
Aregheore (2002), utilizando moringa como suplemento protéico para cabritos,
substituiu uma gramínea local africana por moringa em níveis graduais, observando maior
consumo e digestibilidade em níveis de substituição de 20 e 50%.
No presente estudo, as digestibilidades de matéria orgânica variaram de 75,34 a
80,02%. Esses dados corroboram com os resultados encontrados por Araica et al (2010),
substituindo farelo de soja por farinha de folhas de moringa em concentrado para vacas,
onde foi encontrado 74% de digestibilidade para matéria orgânica, sem diferenças
significativas entre os tratamentos.
A matéria seca do feno com 28 dias de rebrota obteve o maior coeficiente de
digestibilidade, com média de 77,96%. Valor médio semelhante, 77,19%, foi encontrado
por Asaolu et al (2011) com dieta exclusiva de feno de folhas de moringa. Nesse mesmo
53
trabalho, os valores para a digestibilidade da MS, PB e MO não foram significativamente
diferentes (P>0,05) em tratamentos que combinaram moringa com leucena ou com
gliricídia. No entanto, valores aparentemente mais elevados foram obtidos a favor da
forragem formada unicamente por Moringa oleífera. Fadiyimu et al (2010), testando a
substituição de Panicum maximum por folhas frescas de moringa em ovinos, encontrou
71,57% para o CDMS quando a substituição atingiu 100%. Enquanto valor menor, 61,7%,
foi encontrado por Manh et al (2007) trabalhando com cabras, cuja dieta era composta por
75% de folhas de Moringa oleífera e 25% de Brachiaria mutica.
Embora os valores encontrados para os coeficientes de digestibilidade da proteína
bruta possam ser considerados altos (82,28% – 86,67%) para um volumoso, a literatura
confirma os resultados deste trabalho. Valor próximo (81%) foi encontrado por Araica et al
(2011) para folhas frescas de moringa. Fadiyimu et al (2010) encontraram um valor de
84,96% para o coeficiente de digestibilidade da proteína bruta (CDPB) em dieta de folhas
frescas de moringa. Valor ainda mais alto foi encontrado por Asaolu et al (2011), que
obtiveram um valor de 89,35% para o CDPB em dieta composta exclusivamente por feno
de folhas de Moringa oleífera. Esse valor caiu para 78,1% em trabalho de Manh et al
(2007), embora a dieta não fosse composta apenas por moringa, sendo 75% de moringa e
25% de Brachiaria mutica. De forma geral, podemos ver que os dados são sempre altos
com relação ao CDPB em trabalhos onde a dieta é exclusivamente composta por Moringa
oleífera.
Em grande parte dos trabalhos da literatura o coeficiente de digestibilidade da
fibra em detergente neutro (CDFDN) para dietas envolvendo Moringa oleífera ficou acima
dos 65%. Araica et al (2011) e Manh et al (2005) encontraram 66% e 66,1% para o
CDFDN de silagem e folhas frescas de moringa, respectivamente. Enquanto valor mais
elevado foi verificado por Araica et al (2010), obtendo um CDFDN de 69% em dieta onde
o farelo de soja foi substituído por Moringa oleífera. O decréscimo na digestibilidade do
FDN verificado nos tratamentos pode ser atribuído como resposta ao aumento da
concentração de lignina com o avanço da maturidade da planta. Os constituintes da parede
celular são inversamente relacionados com a digestibilidade da matéria seca (BAKSHI e
WADHWA, 2004).
54
CONCLUSÃO
O feno de moringa apresentou melhor valor nutritivo aos 28 dias de rebrota.
Houve redução no consumo de MS, MO, MM, PB, EE, CHOT, FDN e NDT e na
digestibilidade da MS, MO, PB, CHOT, com o aumento da idade de corte para o feno de
moringa. Recomenda-se desta forma, a idade de corte, para a produção de feno de moringa,
de 28 dias de rebrota.
A moringa pode ser utilizada como uma opção alimentar para ovinos no semiárido
nordestino.
55
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