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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE Secretaria de Educação a Distância – SEED/MEC
Programa de Formação Continuada Mídias na EducaçãoCurso de Especialização em Mídias na Educação
ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS:UM OLHAR NO PROCESSO EDUCACIONAL COM O APOIO DAS MÍDIAS
Monografia submetida à avaliação, como requisito parcial para a obtenção do grau de Especialista em Informática na Educação
Lurdes de Fatima Faotto
Professor Doutor Alexandre Jesus da Silva Machado
Orientador
São Miguel do Oeste, julho de 2010
Agradecimentos
Agradecimento especial
Quero externar toda minha gratidão ao Professor Doutor Alexandre Jesus da Silva Machado, coordenador deste trabalho, que além de sua orientação científica e acompanhamento das atividades repassou força, entusiasmo e motivação para levar em frente esta jornada. Desde a elaboração do pré-projeto, mesmo a distância o Professor tutor Hilário Petroli demonstrou interesse em auxiliar neste trabalho buscando resolver e esclarecer dúvidas quando analisadas juntamente com o coordenador do curso. À professora alfabetizadora Regina Iaroceski que acompanhou este trabalho com dedicação, amizade e incentivo aos alunos. À EEB.Santa Helena por ser uma equipe atenciosa com os estudantes de alfabetização disponibilizando o espaço escolar, motivando-os a prosseguir seus estudos e, apoiando a aplicabilidade desse projeto. Ao CEJA, na pessoa do diretor, Moacir Martello, pela autorização, apoio e cumplicidade com a proposta de estudo. À coordenadora Leila, pela paixão de trabalhar com esta modalidade aceitando este desafio, bem como o desejo de que seus alunos que não perderam a esperança de aprender sempre busquem superar limites. À Professora Maria Helena Mosquen, que além de sua alegria de trabalhar nesta área, nunca mediu esforços no fornecimento de material de pesquisa e orientação nas atividades quando solicitada. Enfim, tenho certeza que após todo este período de convívio com essas pessoas especiais me tornei mais forte para levar em frente exemplos de amizade, ética e profissionalismo.
Agradecimentos
À Deus por me conceder proteção diária na realização deste trabalho e junto a minha família.
Ao meu marido Juarez pelo incentivo desde o início e trajetória deste curso.À amada filha Eduarda, razão da minha vida, pela compreensão de muitos
momentos, superando desafios. Que possa dividir com ela esse aprendizado, tornando-a cada vez mais feliz.
SUMÁRIO
SUMÁRIO .................................................................................................................................. 4 RESUMO .................................................................................................................................... 5 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 6 2. OBJETIVOS ........................................................................................................................... 9
2.1. Objetivo geral ................................................................................................................... 9 2.2. Objetivos específicos ....................................................................................................... 9
3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 10 3.1. Educação de jovens e adultos na pauta das políticas educacionais ................................ 10
3.1.1 Bases legais .............................................................................................................. 11 3.2 Uma nova chance: os cursos de alfabetização ................................................................ 12 3.3 As mídias no contexto educacional ................................................................................. 15
3.3.1 Mídias na alfabetização de Jovens e Adultos ........................................................... 19 4. METODOLOGIA ................................................................................................................. 21
4.1 Tipo de Pesquisa ............................................................................................................. 21 4.2 Local da Pesquisa ............................................................................................................ 22 4.3 Sujeitos da Pesquisa ........................................................................................................ 22 4.4 Coleta de dados .............................................................................................................. 22 4.5 Análise dos Dados ........................................................................................................... 23 4.6 Análise de Depoimentos ................................................................................................. 26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................ 29 6. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 31 APÊNDICE 1 ............................................................................................................................ 33 APÊNDICE 2 ............................................................................................................................ 35 ANEXOS .................................................................................................................................. 37
I Fotos da turma piloto .......................................................................................................... 37 II Respostas do primeiro questionário .................................................................................. 41 III Digitação no word e formatação: frases iniciais .............................................................. 43 IV Conversa no msn .............................................................................................................. 47 V Mídia impressa (texto informativo e resolução de atividades) ......................................... 48 VI Diagnóstico do aluno respondido .................................................................................... 49 VII Reportagem jornalística da aplicação do projeto ............................................................ 50
RESUMO
O desenvolvimento do projeto “Alfabetização de jovens e adultos: Um olhar no processo educacional com o apoio das mídias” que envolve a inclusão da mídia informática e material impresso na educação de jovens e adultos se desenvolveu na turma de alfabetização do Programa Brasil Santa Catarina Alfabetizada, em funcionamento na Escola de Ensino Básico (EEB) Santa Helena, no município de Santa Helena, estado de Santa Catarina. A turma está participando da quinta etapa do programa, destacando que este é uma “vertente” do programa Federal Brasil Alfabetizado, criado pelo Ministério de Educação em parceria com MEC, e implantado em todo o país no ano de 2004. O projeto de inclusão de mídias será direcionado a esses alunos “carente” de informações que freqüentam a escola compreendendo a idade entre 40 a 68 anos, oferecendo oportunidade de explorar os recursos midiáticos, conhecendo basicamente a mídia informática, podendo utilizá-la como auxílio no desenvolvimento das atividades de leitura e escrita na fase de alfabetização, contribuindo no processo do ensino aprendizagem. Neste projeto também foram empregados os diversos materiais impressos disponíveis ou acessíveis aos alunos no trabalho pedagógico como livros didáticos, jornais, propaganda, notícias, rótulos e revistas impressas. Com várias tecnologias hoje existentes, que estão presentes no dia-a-dia das pessoas, como as facilidades disponibilizadas pela internet, a forma sobre como estas tecnologias devem ser utilizadas, como elas podem ser empregadas para o melhoramento no convívio social, infelizmente, ainda são “restritas” a um determinado público. Várias desconhecem a existência das mesmas. As pessoas “carentes” destas informações são consideradas “analfabetas digitais”. Sabe-se que é de fundamental importância levar este tipo de conhecimento a todos os cidadãos. Compreende-se, hoje, que essa nova tecnologia de inteligência, tornou-se rotineira, natural e obrigatória na vida humana. É com este fator comum, que o educador deve preocupar-se, de maneira que faça dialogar homem/homem, homem/máquina, podendo a presença da informática no processo ensino-aprendizagem ser um momento de suscitar o envolvimento do sujeito e de estimular o seu desejo de explorar novos territórios existenciais e cognitivos ao conectar o computador. Aprender a utilizar a mídia informática e a mídia impressa como elemento integrado no cotidiano escolar e a outras mídias é o nosso propósito, ao oferecermos uma reflexão e uma abordagem didático-pedagógica sobre as diversas formas de sua utilização hoje disponíveis. Portanto, ciente da importância da inclusão de mídias na alfabetização de Jovens e Adultos, pretende-se contribuir de forma qualitativa e significativa levando informações e atividades que visem uma melhor qualidade de vida dos alunos, seja no aspecto pedagógico, profissional ou social.
Palavras-chave: Alfabetização, inclusão, aprendizagem digital, jovens e adultos, mídia informática, mídia impressa, trabalho pedagógico.
1. INTRODUÇÃO
A escolha do tema deu-se por meio de estudos, tais como leituras de informações
baseadas na Lei 9394/96(LDB), Parâmetros Curriculares Nacionais, Proposta curricular de
Santa Catarina e pesquisas referentes à introdução das Mídias no processo educativo de
Jovens e Adultos, e através de observações in loco realizadas em turmas de Alfabetização do
Programa Brasil Santa Catarina Alfabetizada, com destaque para a turma que está
participando da quinta etapa do programa, ofertado na Escola de Ensino Básico (EEB) Santa
Helena, localizada na Rua Pedro Hickmann, 215, centro, no município de Santa Helena,
estado de Santa Catarina. A referida turma será identificada como Turma Piloto, no
desenvolvimento do referido projeto de pesquisa.
Desde a criação do Programa Brasil Santa Catarina Alfabetizada em 2004 até o ano de
2007 o Projeto já atendeu cerca de 60 mil catarinenses, levando em consideração que no oeste
de Santa Catarina cerca de 2.000 alunos que não dominavam o processo da leitura e da escrita
foram beneficiados.
Em um primeiro contato com os alunos, através de questionamentos, a maioria
demonstrou grande interesse em “lidar” com as tecnologias. Observou-se neste estudo, a
carência de informações sobre as Mídias para este público.
Segundo documento online1 da ANPED: Compreende-se, hoje, que essa nova
tecnologia de inteligência, tornou-se rotineira, natural e obrigatória na vida humana. É com
este fator comum, que o educador deve preocupar-se, de maneira que faça dialogar
homem/homem, homem/ máquina, podendo a presença da informática no processo ensino-
aprendizagem ser um momento de suscitar o envolvimento do sujeito e de estimular o seu
desejo de explorar novos territórios existenciais e cognitivos ao conectar o computador. O
desafio que o sujeito enfrenta se torna um espaço lúdico de conquista de novo saber. Isso
aponta para a construção da autonomia do sujeito, em que ele se desafia em busca do que
deseja, do que realmente precisa saber. Esse conhecimento é selecionado para que atenda às
exigências que enfrenta a cada passo que dá, seja na interação com o computador, seja na
interação emancipada e autônoma com o grupo. Essa autonomia permitirá que o sujeito
participe mais das decisões e do trabalho que é desenvolvido em classe, de maneira que suas
1 Disponível em www.anped.org.br/reunioes/24/P1842957949188.DOC.
escolhas sejam levadas em consideração, onde a prática do professor seja vista como uma
pesquisa constante, num processo de mútua construção do conhecimento.
Acreditamos que a inclusão de recursos tecnológicos poderá auxiliar no
desenvolvimento das atividades cotidianas dos alfabetizando, melhorando o grau de
aprendizagem, o que resultará na possibilidade de torná-los cidadãos mais atuantes no meio
onde vivem.
Na etapa do referencial tecnológico iremos ter uma analise mais minuciosa de alguns
conceitos fundamentais, mas, a princípio adotamos como a definição que o termo tecnologia2
é empregado para caracterizar atividades de domínio humano, embasada no conhecimento,
manuseio de um processo e ou ferramentas e que tem a possibilidade de acrescentar mudanças
aos meios por resultados adicionais à competência natural, proporcionando desta forma, uma
evolução na capacidade das atividades humanas, desde os primórdios do tempo, e
historicamente relatadas como revoluções tecnológicas.
Definimos mídia3, como termo usado para referenciar um vasto e complexo sistema de
expressão e comunicação. Literalmente “mídia” é o plural da palavra “meio”, cujos
correspondentes em latim são “media” e “médium”, respectivamente.
Conforme a referência acima, ainda podemos citar que, na atualidade, mídias é uma
terminologia usada para: suporte de difusão e veiculação da informação (rádio, televisão,
jornal), para gerar informação (máquina fotográfica e filmadora). A mídia também é
organizada pela maneira como uma informação é transformada e disseminada (mídia
impressa, mídia eletrônica, mídia digital...), além do seu aparato físico ou tecnológico
empregado no registro de informações (fitas de videocassete, CD-ROM, DVDs).
A fim de obtermos subsídios para nossa pesquisa, pretendemos executar o Projeto de
Inclusão Digital no contexto do desenvolvimento das atividades do Programa de
Alfabetização, junto a turma piloto. O projeto foi aplicado em um período de 2 meses, sempre
nas segundas-feiras. A primeira etapa se constituiu na exploração de necessidades de
informações sobre o emprego das Mídias, com enfoque para a Mídia Informática, essencial
em um curso de Inclusão Digital. A presente investigação também teve como objetivo,
investigar sobre Mídias de fundamental importância que estão presentes na vida cotidiana de
todos, como a Mídia impressa, o rádio e a TV.
2 Disponível em http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/etapa_1/p1_02.html3 Disponível em http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/introdutorio/etapa_1/p1_03.html
Em um segundo momento foi realizada uma abordagem individual, para identificar
quais foram as maiores dificuldades enfrentadas por cada alfabetizando para incorporar o
apoio das Mídias no seu dia-a-dia, buscando sempre contemplar e esclarecer as dúvidas de
todo o grupo.
Sabemos que a aquisição do domínio dos instrumentos de informática representa um
desafio global atual e, para garantir a inclusão do indivíduo e sua participação efetiva no meio
social é imprescindível a busca de novas formas de aprendizagem por meio da mediação
pedagógica e uso dos recursos informatizados. Por isso surgiu à preocupação em utilizar o
computador como recurso primordial no emprego da Mídia Informática.
Com a inclusão do aluno no sistema de informação será possível relacionar as
atividades desenvolvidas em sala de aula com atividades no laboratório de informática. Desta
forma a aprendizagem dos conteúdos de ensino pelos educando, torna-se dinâmica e num
contexto interdisciplinar. Haverá a associação da alfabetização com a utilização do
computador na atualidade, em que os alunos aprendam por meio de imagens, escrita de
palavras geradoras associando os conteúdos da sala de aula com possibilidades do uso da
mídia informática.
Nossa pesquisa também pretende analisar como a Mídia impressa pode contribuir no
processo de alfabetização, na análise e seleção de textos que contemplem gêneros e tipos
variados de linguagem, tais como mensagens, textos, reportagens, rótulos, receitas e
atividades de raciocínio lógico (operações matemática, cruzadinhas, caça-palavras...). Com
isso pretendemos investigar se realmente haverá modificações significativas no processo de
ensino e aprendizagem.
Com o uso do material impresso mostraremos que é uma das mídias com maior
presença em todos os contextos de aprendizagem e passa a englobar todos os textos escritos
presentes em materiais físicos, como caderno, livros, até transposição para os textos digitais e
virtuais, passando a compor o hipertexto e hipermídia, quando incorpora, além do texto,
outras mídias, como vídeo, imagens e sons.
Esse é um recurso que ensina e encanta pessoas de qualquer idade (em particular a
faixa etária da Tuma Piloto com alunos de idade variando entre 40 e 68 anos), pois brincando
também se aprende e pode ser trabalhado em todas as disciplinas, desde que sejam adaptados
aos conteúdos, a faixa etária e interesse dos alunos.
Para obter respaldo e sucesso neste projeto de pesquisa, destaca-se também a
participação do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA) de São Miguel do Oeste que
coordena o Programa Brasil Santa Catarina Alfabetizada nos municípios pertencentes à
Gerência Regional de Educação (GERED) de São Miguel do Oeste. A atuação do CEJA será
no fornecimento de dados sobre perfil dos alunos, orientações dos conteúdos e atividades no
nível de alfabetização, acompanhamento nas visitas, e fornecimento de informações técnicas
sobre o programa, será de grande valia, pois, auxiliará no desenvolvimento e na condução das
atividades, uma vez que se conhecerá melhor a realidade dos educandos.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
Investigar como o emprego da mídia informática e mídia impressa podem contribuir no
processo de alfabetização de jovens e adultos.
2.2. Objetivos específicos
• Familiarizar os alunos da turma piloto com a definição de recursos básicos de
hardware: monitor, mouse, teclado, CPU, memória;
• Familiarizar os alunos da turma piloto com a definição de recursos básicos de
softwares: editor de texto, planilha de cálculo, editor de imagens e recursos da
internet;
• Investigar através de questionário e entrevistas se a estratégia pedagógica de utilizar as
mídias informática e material impresso no desenvolvimento de jogos educativos,
digitação de palavras, frases, textos e pesquisa na internet, realmente promovem o
trabalho cooperativo e auxiliam no processo de alfabetização dos alunos;
• Planejar novas estratégias de ensino envolvendo recursos disponíveis na escola e que
demonstre como podemos empregar adequadamente a mídia impressa e informática de
maneira criativa e que resultem em um bom desempenho acadêmico e social;
• Conhecer os recursos tecnológicos e o seu processo evolutivo, compreendendo-os
como ferramentas a serviço e promoção da qualificação humana;
• Criar um ambiente de tranqüilidade para interagir e aprender com as tecnologias de
forma prazerosa e pedagogicamente adequada.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. Educação de jovens e adultos na pauta das políticas educacionais
A educação básica de adultos começou a delimitar seu lugar na história da educação
no Brasil a partir da década de 30, quando finalmente começa a se consolidar um sistema
público de educação elementar no país. Neste período, a sociedade brasileira passava por
grandes transformações, associadas ao processo de industrialização e concentração
populacional em centros urbanos. A oferta de ensino básico gratuito estendia-se
consideravelmente, acolhendo setores sociais cada vez mais diversos. A ampliação da
educação elementar foi impulsionada pelo governo federal, que traçava diretrizes
educacionais para todo país, determinando as responsabilidades dos estados e municípios. Tal
movimento incluiu também esforços articulados nacionalmente de extensão do ensino
elementar aos adultos, especialmente nos anos 40.
Com o fim da Era Vargas em 1945, o país vivia efervescência política da
redemocratização. A Segunda Guerra Mundial recém terminará e a ONU (Organização das
Nações Unidas) alertava para a urgência de integrar os povos visando à paz e a democracia.
Tudo isso contribuiu para que a educação dos adultos ganhasse destaque dentro da
preocupação geral com a educação elementar comum. Era urgente a necessidade de aumentar
as bases eleitorais para a sustentação do governo central, integrar as massas populacionais de
imigração recente e também incrementar a produção.
Nesse período, a educação de adultos define sua identidade tomando a forma de uma
campanha nacional de massa, a Campanha de Educação de Adultos, lançada em 1947.
Pretendia-se, numa primeira etapa, uma ação extensiva que previa alfabetização em três
meses, e mais a condensação do curso primário em dois períodos de sete meses. Depois,
seguiria uma etapa de “ação em profundidade”, voltada à capacitação profissional e ao
desenvolvimento comunitário. Nos primeiros anos, sob a direção do professor Lourenço
Filho, a campanha conseguiu resultados significativos, articulando e ampliando os serviços já
existentes e estendendo-os às diversas regiões do país.
Num curto período de tempo, foram criadas várias escolas supletivas, mobilizando
esforços das diversas esferas administrativas, de profissionais e voluntários. O clima de
entusiasmo começou a diminuir na década de 50; iniciativas voltadas à ação comunitária em
zonas rurais não tiveram o mesmo sucesso e a campanha se extinguiu antes do final da
década. Ainda assim, sobreviveu a rede de ensino supletivo por meio dela implantada,
assumida pelos estados e municípios.
A instauração da Campanha de Educação de Adultos deu lugar também á
conformação de um campo teórico-pedagógico orientado para a discussão sobre o
analfabetismo e a educação de adultos no Brasil. Nesse momento, o analfabetismo era
concebido como causa e não efeito da situação econômica, social e cultural do país. Essa
concepção legitimava a visão do adulto analfabeto como incapaz e marginal, identificando-o
psicológica e socialmente com a criança.
3.1.1 Bases legais
No ano de 1946, a Constituição reconhece a educação como direito de todos (art. 166)
e no seu art. 167, II diz que o ensino primário oficial é gratuito para todos [...] Contudo, a
oposição entre centralização e descentralização, as lutas para se definir os limites entre o
público e privado e a questão da laicidade determinarão, por um bom tempo, a inexistência de
uma legislação própria advinda da nova Constituição e a manutenção, com pequenos ajustes,
do equipamento jurídico herdado do estadonovismo.
A nossa primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 4.024/61,
reconhece a educação como direito de todos e no Título VI, capítulo II, ao tratar do ensino
primário4 diz no art. 27:
4 Não confundir esta expressão com o que hoje se entende por classes especiais. Naquele momento, tal expressão se aproxima do que hoje denominamos classes de aceleração
O ensino primário é obrigatório a partir dos 7 anos e só será ministrado na língua nacional. Para os que o iniciarem depois dessa idade poderão ser formadas classe especiais4 ou cursos supletivos correspondentes ao seu nível de desenvolvimento.
A Lei nº 5.379/67 cria uma fundação, denominada Movimento Brasileiro de
Alfabetização (MOBRAL), com o objetivo de erradicar o analfabetismo e propiciar a
educação continuada de adolescentes e adultos.
A Constituição Federal do Brasil incorporou como princípio que toda e qualquer
educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho. (CF, art. 205). Retomado pelo art. 2º da LDB, este
princípio abriga o conjunto das pessoas e dos educandos como um universo de referência sem
limitações. Assim, a Educação de Jovens e Adultos, modalidade estratégica do esforço da
Nação em prol de uma igualdade de acesso à educação como bem social, participa deste
princípio e sob esta luz deve ser considerada.
Esta redação vigente longe de reduzir a EJA a um apêndice dentro de um sistema
dualista pressupõe a educação básica para todos e dentro desta, em especial, o ensino
fundamental como seu nível obrigatório. O ensino fundamental obrigatório é para todos e não
só para as crianças. Trata-se de um direito positivado, constitucionalizado e cercado de
mecanismos financeiros e jurídicos de sustentação.
3.2 Uma nova chance: os cursos de alfabetização
A focalização das políticas públicas no ensino fundamental, universal e obrigatório
conveniente à relação idade própria5 ano escolar ampliou o espectro de crianças nele
presentes. Hoje, é notável a expansão desta etapa do ensino e há um quantitativo de vagas
cada vez mais crescente a fim de fazer jus ao princípio da obrigatoriedade face às crianças em
idade escolar. Entretanto, as presentes condições sociais adversas e as seqüelas de um passado
ainda mais perverso se associam a inadequados fatores administrativos de planejamento e
dimensões qualitativas internas à escolarização e, nesta medida, condicionam o sucesso de
muitos alunos.
5 A expressão idade própria, além de seu caráter descritivo, serve também como referência para a organização dos sistemas de ensino, para a s etapas e as prioridades postas em lei. Tal expressão consta da LDB, inclusive do art. 37.
A média nacional de permanência na escola na etapa obrigatória (oito anos) fica entre
quatro e seis anos. E os oito anos obrigatórios acabam por se converter em 11 anos, na média,
estendendo a duração do ensino fundamental quando os alunos já deveriam estar cursando o
ensino médio. Expressão desta realidade são a repetência, a reprovação e a evasão, mantendo-
se e aprofundando-se a distorção idade/ano e retardando um acerto definitivo no fluxo escolar.
Embora abrigue 36 milhões de crianças no ensino fundamental, o quadro sócio-educacional
seletivo continua a reproduzir excluídos dos ensinos fundamental e médio, mantendo
adolescentes, jovens e adultos sem escolaridade obrigatória completa6.
O Brasil continua exibindo um número enorme de analfabetos. O Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) apontam, que cerca de 10% da população brasileira com 15
anos ou mais de idade são analfabetas hoje. De acordo com o estudo "Indicadores de
Desenvolvimento Sustentável: Brasil 2008" divulgado neste ano pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), 14,4 milhões de pessoas não sabem ler ou escrever no país.
Apesar de queda anual e de marcantes diferenças regionais e setoriais, a existência de pessoas
que não sabem ler ou escrever por falta de condições de acesso ao processo de escolarização
deve ser motivo de autocrítica constante e severa.
Nesta ordem de raciocínio, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa uma
dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso a e nem domínio da escrita e
leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada
na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas. Ser privado deste acesso é, d e
fato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na
convivência social contemporânea.
Desse modo, a função reparadora da EJA, no limite, significa não só a entrada no
circuito dos direitos civis pela restauração de um direito negado: o direito a uma escola de
qualidade, mas também o reconhecimento daquela igualdade ontológica de todo e qualquer
ser humano. Desta negação, evidente na história brasileira, resulta uma perda: o acesso a um
bem real, social e simbolicamente importante. Logo, não se deve confundir a noção de
reparação com a de suprimento. Como diz o Parecer CNE/CEB nº 4/98:
6 Sob a diferenciação legal entre menores e maiores, a Lei nº 8.069/90 (ECA) em seu art. 2º considera, para efeitos desta lei, a pessoa até 12 anos incompletos como criança e aquela entre 12 e 18 anos como adolescente. Por esta Lei, a definição de jovem se dá a partir de 18 anos. A mesma lei reconhece a idade de 14 anos como uma faixa etária componente da adolescência, segundo o art. 64 e 65. A LDB, nos §§ 1º e 2º do artigo 87, estabelece a idade de 7 anos e, facultativamente, a de 6 anos, como as adequadas para a matrícula inicial no ensino fundamental estendendo -se, por conseqüência, até 14 anos, dado seu caráter obrigatório de 8 anos. A mesma lei assinala a faixa etária própria da Educação Infantil a que atinge as pessoas de 0 a 6 anos
Nada mais significativo e importante para a construção da cidadania do que a compreensão de que a cultura não existiria sem a socialização das conquistas humanas. O sujeito anônimo é, na verdade, o grande artesão dos tecidos da história.
Lemos também na Declaração de Hamburgo sobre a Educação de Adultos, de 1997, da
qual o Brasil é signatário,
“... a alfabetização, concebida como o conhecimento básico, necessário a todos, num mundo em transformação, é um direito humano fundamental. Em toda a sociedade, a alfabetização é uma habilidade primordial em si mesma e um dos pilares para o desenvolvimento de outras habilidades. (...) O desafio é oferecer -lhes esse direito... A alfabetização tem também o papel de promover a participação em atividades sociais, econômicas, políticas e culturais, além de ser um requisito básico para a educação continuada durante a vida.”
Esta função reparadora da EJA se articula com o pleito postulado por inúmeras
pessoas que não tiveram uma adequada correlação idade/ano escolar em seu itinerário
educacional e nem a possibilidade de prosseguimento de estudos. Neste momento a igualdade
perante a lei, ponto de chegada da função reparadora, se torna um novo ponto de partida para
a igualdade de oportunidades. A função equalizadora da EJA vai dar cobertura a
trabalhadores e a tantos outros segmentos sociais como donas de casa, migrantes, aposentados
e encarcerados. A reentrada no sistema educacional dos que tiveram uma interrupção forçada
seja pela repetência ou pela evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência ou
outras condições adversas, deve ser saudada como uma reparação corretiva, ainda que tardia,
de estruturas arcaicas, possibilitando aos indivíduos novas inserções no mundo do trabalho, na
vida social, nos espaços da estética e na abertura dos canais de participação. Para tanto, são
necessárias mais vagas para estes “novos” alunos e “novas” alunas, demandantes de uma nova
oportunidade de equalização.
Analisando a noção de igualdade de oportunidades, Bobbio (1996, p. 32) assim se
posiciona:
Mas não é supérfluo, ao contrário, chamar atenção para o fato de que, precisamente a fim de colocar indivíduos desiguais por nascimento nas mesmas condições de partida, pode ser necessário favorecer os mais pobres e desfavorecer os mais ricos, isto é introduzir artificialmente, ou imperativamente, discriminações que de outro modo não existiriam... Desse modo, uma desigualdade torna–se instrumento de igualdade pelo simples motivo de que corrige uma desigualdade anterior: a nova igualdade é o resultado da equiparação de duas desigualdades.
A educação, como uma chave indispensável para o exercício da cidadania na
sociedade contemporânea, vai se impondo cada vez mais nestes tempos de grandes mudanças
e inovações nos processos produtivos. Ela possibilita ao indivíduo jovem e adulto retomar seu
potencial, desenvolver suas habilidades, confirmar competências adquiridas na educação
extra-escolar e na própria vida, possibilitar um nível técnico e profissional mais qualificado.
Nesta linha, a educação de jovens e adultos representa uma promessa de efetivar um caminho
de desenvolvimento de todas as pessoas, de todas as idades7. Nela, adolescentes, jovens,
adultos e idosos poderão atualizar conhecimentos, mostrar habilidades, trocar experiências e
Ter acesso a novas regiões do trabalho e da cultura. Talvez seja isto que Comenius chamava
de “ensinar tudo a todos”.
3.3 As mídias no contexto educacional
Nos últimos dez anos vivendo em um mundo em constantes mudanças, principalmente
no campo científico e campo tecnológico que, juntamente com as transformações sociais e
econômicas, revolucionaram as formas como nos comunicamos, nos relacionamos com as
pessoas, com os objetos e com o mundo ao redor. Com um mundo globalizado encurtaram-se
as distâncias, expandiram-se as fronteiras, novas mídias e tecnologias, muitas transformações.
A terminologia TIC (tecnologias de informação e comunicação), especificamente,
envolve a aquisição, o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por
meios eletrônicos e digitais, como rádio, televisão, telefone e computadores, entre outros.
Resultou da fusão das tecnologias de informação, antes referenciadas como informática, e as
tecnologias de comunicação, relativas às telecomunicações e mídia eletrônica.
Diante destas evoluções tecnológicas e sócio-culturais que desencadeiam e geram
mudanças organizacionais e comportamentais requer-se investimentos que contribuam para a
formação qualificada do ser humano, sendo necessário mudar a forma de pensamento e de
ação. Isso exige o domínio de novas habilidades como a independência, a criatividade, a
iniciativa e a autocrítica, na busca e seleção das informações, e na construção do
conhecimento. Considerando-se que o indivíduo se desenvolve e interage com o mundo
7 Em 1657, Comênius já dizia que a arte de ensinar tudo a todos é uma obrigação e que toda a juventude de um e de outro sexo sem excetuar ninguém em parte alguma (p.43) deve formar-se nos estudos
utilizando suas múltiplas capacidades de expressão por meio de variadas linguagens
constituídas de signos orais, textuais, gráficos, imagéticos, sonoros, entre outros, as mídias
passam a configurar novas maneiras para os indivíduos utilizarem e ampliarem suas
possibilidades de expressão, constituindo novas interfaces para captarem e interagirem com o
mundo.
Claro que a proximidade com estes recursos é importante e eles devem configurar a
prática do professor. Mas é necessário que seu “fazer pedagógico” seja guiado por intenções
de criar situações para que os alunos possam atribuir significados às informações
transformando-as em conhecimento. Segundo Valente8:
A aplicação da informação exige sua interpretação e seu processamento, o que implica a atribuição de significados de modo que a informação passe a ter sentido para aquele aprendiz. Assim, aprender significa apropriar-se da informação segundo os conhecimentos que o aprendiz já possui e que estão sendo continuamente construídos. Ensinar deixa de ser o ato de transmitir informação e passa a ser o de criar ambientes de aprendizagem para que o aluno possa interagir com uma variedade de situações e problemas, auxiliando-o em sua interpretação para que consiga construir novos conhecimentos. (VALENTE, 2002, p. 24).
Portanto, nos dias atuais, se tornou necessário criar espaços para a identificação e o
diálogo entre várias formas de linguagem, permitindo que as pessoas se expressem de
diferentes maneiras. A informação e o conhecimento não se encontram mais fechados no
âmbito da escola, mas foram democratizados. O novo desafio que se abre na educação, frente
a esse novo contexto, é como orientar o aluno, a saber, o que fazer com essa informação, de
forma a internalizá-la na forma de conhecimento e, principalmente, como fazer para que ele
saiba aplicar este conhecimento de forma independente e responsável.
Considerando a mutação das terminologias ao longo do tempo, bem como a amplitude
que elas abarcam nos dias atuais, comumente é usado o termo “mídias”, no plural, pois como
bem destaca Santaella:
O termo mídias no plural visa pôr em relevo os traços diferencias de cada mídia, para caracterizar a cultura que nasce nos trânsitos, intercâmbios e misturas entre os diferentes meios de comunicação. (1992, p.138).
8 Disponível em http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/material/gestao/ges_basico/etapa_2/p1.html
Assim, a palavra mídias foi adotada e redimensionada nas sucessivas décadas do
século XX, com o intuito de ampliar e tornar flexível o conceito.
A mídia também é organizada pela maneira como uma informação é transformada e
disseminada (mídia impressa, mídia eletrônica, mídia digital...), além do seu aparato físico ou
tecnológico empregado no registro de informações (fitas de videocassete, CD-ROM, DVDs).
A mídia impressa foi difundida no Brasil pelo Livro Didático, ele é seguidamente
utilizado nas escolas e instituições de ensino. Os livros didáticos foram os primeiros materiais
produzidos em série e é a ferramenta de mídia impressa mais conhecida.
Além do Livro Didático, outras mídias impressas que podemos destacar são os jornais,
revistas, histórias em quadrinhos, enciclopédias, propaganda, mapas, cordel, entre tantos
outros materiais impressos com finalidade de transmitir informação.
Destes recursos midiáticos impressos destacam-se as mídias mais acessíveis e
cotidianas como o jornal, a revista e a propaganda.
Para Furlan (2002, p.?),
O uso de revista ou de jornal pode ser objeto de trabalho dos alunos como leitura de aprofundamento, de atualização, ou mesmo como fonte de problematização de um tema de pesquisa. Muitas vezes o uso dessa fonte se faz sem que o professor estabeleça objetivos, considerando o planejamento de uma seqüência de atividades coerentes com os objetivos de aprendizagem.
O uso destas mídias acessíveis ou mídias de massa propicia produção em grupo e
diversidade de opiniões sobre um instrumento de socialização, que pode oferecer ferramentas
de apoio ao trabalho pedagógico do professor, como por exemplo, a proposta de construção
de jornais escolares que envolvem o planejamento de várias etapas por parte dos alunos,
muitas decisões e buscas de materiais.
Mídia de massa é o termo usado para definir a mídia que é publica e impessoal (não é
feita de uma maneira direta), exibida para pessoas distintas e em pontos diferentes de um
espaço geográfico, ou seja, essa mídia é dirigida para a massa, a população em geral.
Podemos exemplificar mídias de massas como as emissoras de rádio e TV, jornais e revistas.
Segundo Dizard (1998)9:
9 Disponível em: http://www.slideshare.net/richard_romancini/mdulo-introdutrio-2009
Adequando as novas tecnologias à definição de mídia de massa, destaca que a inovação mais importante é a distribuição de produtos de voz, vídeo e impressos num canal eletrônico comum, muitas vezes em formatos interativos bidirecionais que dão aos consumidores mais controle sobre quais serviços recebem, quando obtê-los e sob que forma, ao contrário, por exemplo, das mídias de massa tradicionais, como a televisão e o jornal, onde o indivíduo tem um papel puramente passivo, de receptor da informação.
Embora historicamente o livro impresso tenha sido o mais importante meio de
difusão do conhecimento e o suporte das principais construções intelectuais, na atualidade ele
deixou de ser único objeto de leitura. Muitos livros deixaram de serem impressos e passaram
a ser distribuídos em formato eletrônico.
A leitura e a escrita eletrônica dão ao processo de alfabetização uma dimensão
completamente nova. A concepção que temos da leitura e da escrita está subordinada à
natureza física e visual do meio em que elas se desenvolvem. Para nossa cultura, o espaço
natural do texto escrito é a página impressa, na qual a escrita é estável e controlada, de modo
exclusivo, pelo autor. O espaço oferecido pelo livro eletrônico é mais fluido e dinâmico,
permite ao texto uma maior transitoriedade e mutabilidade, reduz a distância que separa o
escritor do leitor e possibilita sua interação. Esse novo modelo de espaço textual facilita o
surgimento de outros estilos de escrita e de novas estratégias didáticas para a leitura e para a
escrita.
A mídia informática na educação insere-se no cenário de profundas transformações
que envolvem a sociedade atual e que cada vez mais os computadores têm sido usados como
ferramentas para o processo de ensino/aprendizagem tanto no ensino fundamental/médio,
quanto superior. Sendo assim, as técnicas clássicas de ensino/aprendizagem necessitam ser
revistas, para que o processo possa tirar o máximo proveito possível dessa ferramenta.
Por efeito dos computadores e da digitalização, todas as formas e instrumentos da
mídia estão cada vez mais se fundindo em sistemas inter-relacionados (Dizard, ibid.). A
tecnologia computacional torna-se assim o elo para todas as formas de produção de
informação e de entretenimento: som, vídeo, mapas e impressos.
Com o advento do computador, com a crescente importância de comunicação texto-
áudio-visual e do acesso e utilização de informações em todos os campos de atuação dos
indivíduos, novas formas de combinação de aparatos tecnológicos foram viabilizadas, bem
como surgiram novas nomenclaturas para referenciar as novas formas de comunicação e de
aquisição, armazenamento, processamento, produção e distribuição de informação.
Diversos conceitos, já utilizados em contextos anteriores à era da informática, foram
redimensionados e retornaram com novo vigor.
3.3.1 Mídias na alfabetização de Jovens e Adultos
A alfabetização de jovens e adultos com o uso das Mídias foi desenvolvido na turma
que está participando da quinta etapa do programa Por um Brasil Alfabetizado ofertado na
Escola de Ensino Básico (EEB) Santa Helena, no município de Santa Helena.
O projeto que se desenvolveu na Turma Piloto foi planejado com prazo
cronologicamente extenso a fim de atender de forma adequada os alunos totalmente leigos no
uso da informática e conforme gráfico abaixo, a maioria deles com idade avançada. Acredita-
se que o grau de dificuldade de assimilação e memorização das informações passadas foi
acentuado, contudo houve um crescimento individual à medida que o trabalho foi se
desenvolvendo.
Na fig. 1 temos uma comparação entre as idades dos alunos desta turma piloto:
Fig. 1- Gráfico demonstrando a idade dos alunos da turma piloto
Indo ao encontro de Paiva (1997, p. 95):
Que a escola de jovens e adultos seja um espaço de encontro, onde possam falar de si, de suas experiências, trocar afetos e afinidades, sentimentos. Onde sejam reconhecidos e valorizados como pessoas, como trabalhadores com uma função
social digna. Que suas falas sejam levadas em conta, como a de seus professores. Que sejam considerados como interlocutores que podem ser escutados pelo muito que tem a dizer.
Procuramos enfocar a valorização da cultura, estimulando-os para que percebessem
que as Mídias podem contribuir na descoberta dos processos da leitura e da escrita e, desta
forma inserindo-os no contexto da nossa pesquisa, que pretende investigar os processos
pedagógicos que envolvam as mídias no cotidiano das pessoas, auxiliando-as a entender e
resolver situações de forma efetiva nas suas vidas através do uso das mesmas.
Na figura 2, observamos a turma piloto recebendo o questionário referente ao trabalho
que se desenvolveu, empregando as mídias na educação:
Figura 2: Turma Piloto recebendo o questionário de pesquisa.
Segundo Almeida (2003)10, compreender as diferentes formas de representação e
comunicação propiciadas pelas tecnologias disponíveis na escola, bem como criar dinâmicas
que permitam estabelecer o diálogo entre as formas de linguagem das mídias, são desafios
para a educação atual, que requerem o desenvolvimento de programas de formação
continuada de professores.
Indo ao encontro do autor (id, ibid), acreditamos que possibilitar outras referências
aos alunos, como o uso da mídia informática e mídia impressa, pode em muitos casos,
colaborar na sua melhora pedagógica.
1010 Disponível em http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2003/ppm/tetxt5.htm
Na figura 3, observamos os alunos trabalhando efetivamente com a mídia informática:
Figura 3: Turma Piloto no uso da mídia informática.
Mais do que possuir o domínio técnico-operatório de uso dos recursos multimidiáticos,
é preciso que os educandos envolvidos sejam orientados para o domínio lógico-formal. A
busca da superação das concepções lineares, a elaboração e a compreensão de que as
tecnologias educacionais envolvidas no emprego das Mídias podem e devem promover a
aquisição do conhecimento, estão aliadas ao desenvolvimento de diferentes modos de
representação e compreensão do pensamento humano. Esse processo requer a reflexão,
depuração e a reconstrução dos conceitos para poder conhecer.
Neste sentido, temos em Prado (1993, p. 99), que “o aprendizado de um novo
referencial educacional envolve mudanças de mentalidade (...) mudança de valores,
concepções, idéias e, conseqüentemente de atitude, não é um ato mecânico”.
Buscar novos conhecimentos e desenvolver novas habilidades é uma necessidade
emergente a qualquer cidadão. Possuir o domínio dos recursos tecnológicos e das ferramentas
oferecidas pelas mídias é uma das condições para o bom desempenho das atividades do
cotidiano.
4. METODOLOGIA
4.1 Tipo de Pesquisa
O presente estudo tem como referenciais metodológicos, a pesquisa bibliográfica e
de campo buscando realizar uma pesquisa qualitativa onde ao contrário da estatística, regras e
outras generalizações, ela trabalha com descrições, comparações e interpretações.
A pesquisa qualitativa, ao contrário de estatística, regras e outras generalizações,
trabalha com descrições, comparações e interpretações. Portanto é mais participativa e menos
controlável, dado que os participantes podem direcionar o rumo em suas interações com o
pesquisador. Segundo Minayo (1999, p.), na abordagem qualitativa não pretendemos
encontrar a verdade com o que é certo ou errado, ou seja, devemos ter a primeira preocupação
à compreensão da lógica que permeia a prática que se dá na realidade. Ela se preocupa com
um nível de realidade que não pode ser quantificado.
4.2 Local da Pesquisa
O presente trabalho foi desenvolvido na E.E.B. Santa Helena no Município de Santa
Helena, com alunos da Educação de Jovens e Adultos no período vespertino, contemplando
14 alunos da V etapa do Programa Brasil Santa Catarina Alfabetizada, tendo como professora
alfabetizadora Regina Iaroceski. O projeto teve início na própria sala de aula por ser um
espaço familiar do grupo e, a partir daí usou-se o laboratório de Informática na medida em
que trabalho veio sendo desenvolvido.
4.3 Sujeitos da Pesquisa
São alunos com faixa etária entre 40 e 68 anos, cujas atividades profissionais são:
aposentados e agricultores. A turma é composta por 14 alunos, sendo 12 mulheres e 02
homens.
4.4 Coleta de dados
Utilizamos como instrumento de coleta de dados um questionário (Apêndice 1) do tipo
“objetivo de fácil compreensão”, para levantamento de dados referentes ao conhecimento e
interesse dos alunos de “lidar” com as tecnologias. Os referidos dados auxiliaram no
desenvolvimento do projeto colhendo informações da realidade dos educando.
Outro instrumento utilizado antes do trabalho prático foi a coleta de depoimento
(anexo áudio-visual - CD) com 01 aluno que representou os 14 alunos presentes, com objetivo
de colher informações sobre a iniciativa de estudar e expectativas de aprender com Mídias.
No final da aplicação do projeto coletou-se outro depoimento (anexo áudio-visual - CD) a fim
de diagnosticar se o trabalho foi significativo para essa turma do EJA.
Também foi feito um diagnóstico, para saber em que nível se encontra os alunos em
relação à leitura e escrita. Aplicou-se uma produção escrita, onde a orientação foi feita
oralmente pela cursista, lendo explicando e sendo escriba quando necessário.
Após a coleta dos dados, realizamos a organização e análise do material coletado,
seguindo-se a interpretação dos resultados.
4.5 Análise dos Dados
Através de um processo de ação e investigação, procurou-se no questionário de
pesquisa (apêndice 1 e anexo 2) identificar aspectos envolvendo o nível de conhecimento,
necessidades e o interesse de cada aluno em relação as Mídias. Entre os itens perguntados
formulou-se a seguinte tabela e o seu respectivo gráfico, mostrados na figura 4:
PERGUNTA 3: Assinale os itens abaixo que utilizam Tecnologias envolvidas no emprego
das Mídias:TICs Quantidades
Internet 13Meios de Transporte 4Jornais 14Material Impresso 9TOTAL 14 alunos
Figura 4- Análise do questionário: Tecnologia e Mídias
Segundo os resultados analisados da fig. 4, contatou-se que os educandos convivem e
conhecem o jornal como ferramenta de informação, porém desconhecem sua utilização
enquanto Mídia Impressa de Massa.
Questionou-se também aos alunos perguntas referentes ao uso do computador, do total
de 14 alunos apenas um possui computador em casa e destes apenas 05 disseram que
conhecem o laboratório de informática da escola e o usam com a professora. Todos os alunos
responderam que gostariam de aprender a lidar com o computador, então se investigou sobre
o que eles gostariam de aprender e as respostas seguem na tabela abaixo (figura 5)
O que Aprender? Quantidades PercentualDigitar palavras, frases e textos 14 100%Pesquisar na internet 11 79%Criar endereço eletrônico 11 79%Se comunicar no Orkut e MSN 4 29%Continhas 1 7%Jogar Baralho 3 21%Total 14 alunos 100%
Figura 5- Análise do questionário: utilização da mídia informática
Indo ao encontro das respostas, se realizou referente ao item 01 atividades como
digitação de receitas, poemas, cantos, textos produzidos por eles considerando suas trajetórias
de vida, textos comemorativos, entre outros. No presente momento aproveitou-se para que
eles explorassem o editor de texto (Word) com suas possibilidades, como sublinhar, negritar,
inserir cores, tamanhos, fontes, inserir imagens da internet, entre outros (anexo 03).
Nos itens 03 e 04 da tabela, criou-se o endereço eletrônico para os alunos interessados,
com finalidade de interagir, através do MSN, possibilitando uma comunicação instantânea
(anexo 04) entre colegas e professores. Através desta interação, conseguiram treinar a leitura e
escrita, através dos diálogos, contribuindo assim com a aprendizagem, além de possibilitar a
comunicação com amigos e parentes via internet.
Estava previsto no cronograma de atividades a criação de Blogs e Orkut, porém
percebendo a dificuldade da maioria no manuseio da máquina, acreditou-se ser melhor
desenvolver esta atividade no decorrer das etapas com a professora alfabetizadora.
Sobre o uso das mídias impressas se questionou qual é o tipo de leitura que os
educandos gostam mais. Tabulados os dados fez-se a tabela e o gráfico a seguir (figura 6):
Tipos de leitura que mais gosta QuantidadeJornal 9Revista com informações da TV 4Livros de romance 2Bíblia 10TOTAL 14 alunos
Figura 6- Análise do questionário: utilização da mídia impressa
Concluiu-se na análise da questão 13 (apêndice 1), que mesmo não citando a Bíblia
como leitura, ela mostrou-se presente para a maioria dos alunos como leitura preferida.
Pressupõe-se que essa preferência se de em função da idade, traço cultural ou religioso. No
uso das Mídias Impressas realizou-se atividades para afixação do conteúdo pedagógico (anexo
05), como: cruzadinhas, tabela alfabética e leituras informativas complementares.
Através do Diagnóstico do Aluno (apêndice 2 e anexo 06) tendo como objetivo saber o
nível que se encontram os educandos em relação à leitura e escrita, foi possível observar que
mesmo os alunos que não sabem ler nem escrever, mantém contato com a escrita, através dos
relacionamentos que estabelecem na escola e em outros locais que convivem e nas situações
de preenchimento de formulários, receitas médicas, cartas e bulas de remédios. As palavras
escritas estão em todos os lugares nos produtos do super mercado, nas placas, nas lojas. O
contato com a escrita, a convivência que estes alunos mesmo sem saber ler e escrever fazem
com que tenham idéia sobre como a escrita funciona e para que ela serve. Isso foi possível
perceber que adultos (alunos) mesmo não tendo passado pela escola, sabem diferenciar as
letras.
Também foi possível perceber que os alunos usam as letras e estas representam os
sons da fala. Há alunos que tem as suas hipóteses de escrita e representam adequadamente os
sons da fala, dominam o mecanismo básico de formação das sílabas. Estes alunos ainda não
dominam a escrita convencionalmente, estas escritas estão baseadas nas reflexões que esses
adultos fizeram em seu contato cotidiano com a escrita, na medida em que receberam
orientação sistemática através da professora e, analisaram suas produções escritas com as dos
colegas usando o computador.
O grupo maior de alunos percebeu-se através das escritas que estes não dominam as
convenções ortográficas e de pontuação e não sabem muito bem como segmentar as frases e
textos (as respostas), mas que conseguem produzir uma escrita legível.
Esta análise está baseada na concepção sócio-interacionista onde a escrita é um
processo e não fases da escrita dispensando a análise de gráficos que o qual é classificatório.
4.6 Análise de Depoimentos
Em um primeiro momento, realizou-se a coleta de depoimento de 01 aluna (anexo em
CD) da quinta etapa de alfabetização, colocando sua opinião em relação à aplicação do
projeto e suas expectativas para com o uso das mídias como ferramenta de aprendizagem e o
seu uso na comunicação e informação.
No término da aplicação coletou-se um segundo depoimento buscando relatar os
resultados obtidos no decorrer do trabalho realizado.
Colocar depoimentos analisados
4.7 Realização das aulas
A realização das aulas do presente projeto terá duração de dois meses (agosto e
setembro de 2009) com atividades nas segundas-feiras no período vespertino conforme
decisão do grupo de alunos e CEJA – Centro de Educação de Jovens e Adultos de São Miguel
do Oeste. O desenvolvimento do projeto irá contemplar as mais diversas atividades como:
AGOSTO2009
1ª semana Visitar a escola e conhecer os alunos.Apresentação do projeto, aplicação do questionário de pesquisa sobre conhecimento das mídias e entrevista sobre expectativas de aprendizagem.
2ª semana
Conhecer um pouco da história das tecnologias e seu processo evolutivo, usando o data show.Mostrar vários tipos de instrumentos ligados as mídias explorando-os para conhecimento.Conhecendo o computador (elementos básicos como: ligar/desligar-lidar com monitor – CPU – teclado – mouse)
4ª semana
Explorar o editor de texto com suas possibilidadesDigitação de textos no Word
SETEMBRO2009
1ª semana
Trabalhar os textos usando formataçãoAtividades de fixação dos conteúdos de alfabetização
2ª semana
Pesquisas em grupo na internetCriação de blog
3ª semana
Criação de blog Criação de blog e postagem de trabalhos
4ª semana
Postagem de trabalhos no blogDivulgação da aplicação do Projeto em Jornal local. Encerramento com confraternização.
Neste projeto fizemos o uso de mídias integradas como: Material impresso, TV, vídeo,
DVD, rádio, máquina fotográfica, filmadora, computador, notebook e data show. As fotos e
filmagens, na medida em que foram sendo registradas mostrou-se para os alunos e pessoas
envolvidas valorizando o trabalho desenvolvido com estes educando. Registros de eventos
maiores que envolverão a turma da V etapa serão divulgados no Jornal Folha do Oeste (anexo
07) por ser um jornal de circulação regional.
O término do projeto fez-se através da apresentação e socialização de trabalhos
desenvolvidos e, confraternização com o grupo (figura 7).
Figura 7 – Confraternização de encerramento.
Figura 8 – Entrega de Lembrança para os alunos do Curso
Foi bom estar com você!
Curso: Especialização em Mídias na Educação
Lurdinha
Figura 9 – Lembrança entregue aos alunos
CRONOGRAMA
Ações Jun09
Jul 09
Ago 09
Set09
Out09
Nov09
Dez09
Mar10
Abr10
Mai10
Jun10
Jul10
Análise das mídias aplicadas e escolha da fundamentação teórica
x x
Planejamento das
ações nas aulas de
Alfabetização Digital
x x
Realização das aulas x xFormulação de questionários
x x
Aplicação do questionário
x
Análise dos dados coletados
x
Redação da monografia
x x x x x x x
Revisão da monografia
X
Entrega da monografia X
Defesa da monografia X
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Trabalhar o projeto de mídias na alfabetização de jovens e adultos, sem fugir do
objetivo é o primeiro passo para atender as necessidades e interesses levantados mediante
coleta de dados feitas com a turma.
Quem trabalha com jovens e adultos precisa contribuir na promoção da auto-estima
valorizando o que já sabem, sua cultura e desafiando-os para novas aprendizagens. Não
podem ser considerados ignorantes, apenas possuem defasagem social da escrita. Se pouco
sabem sobre a leitura e escrita é porque não tiveram oportunidade. Procuraremos oferecer essa
oportunidade de conhecer e interagir com as tecnologias com essa turma e, futuramente
estender o projeto às demais turmas de alfabetização procurando auxiliar no processo da
aprendizagem e na sua valorização pessoal e profissional.
É importante ressaltar que neste estudo de inclusão de mídias, os educando serão
“desafiados” a refletir sobre o poder das mesmas. A utilização “incorreta” dos recursos
tecnológicos pode trazer sérios prejuízos à sociedade, por outro lado, sabendo utilizá-las
trarão benefícios no desempenho pedagógico, bem como na vida pessoal e profissional de
cada um. Cabe aos educadores levar aos educando este conhecimento, esta reflexão crítica.
É imprescindível que entendamos alguns pensamentos prévios na parte que é referente
ao nível de conhecimento sobre processo da leitura e da escrita atingidos até o momento pelos
alfabetizando. O nível de aprendizagem que cada educando já alcançou, neste caso, é um fator
importante para a melhor condução das atividades.
Acreditamos ter sido válido a aplicação do presente projeto nesta turma, pois notou-se
o interesse e a dedicação no decorrer das tarefas e na apropriação do conhecimento e uso da
máquina (computador) pelos educandos.
Além do desafio em lidar com as mídias por parte dos alunos também representou para
os professores momentos de reflexão da prática pedagógica com alunos da EJA.
Para tanto, o estudo sobre o uso das mídias como ferramenta metodológica na classe
de Alfabetização de Jovens e Adultos foi de grande valia, pode-se observar que a utilização
dessa ferramenta como auxiliadora no processo de ensino-aprendizagem teve grande
contribuição na formação e apropriação de novos conhecimentos para o educando.
Todavia, convém salientar que apesar de acreditar-se que é importante a utilização das
mídias no entorno escolar, também é conveniente frisar que é preciso muita cautela, uma vez
que, para que os mesmos seja utilizado adequadamente para fins pedagógico faz-se necessário
um bom planejamento.
Por tudo isso, é imprescindível que educadores revejam a metodologia utilizada em
sala de aula, para buscar o melhor para ambas as partes (educandos e educadores).
A partir disso, o uso das mídias em educação deve estar inserido numa proposta
pedagógica que respeite o contexto sócio-político da realidade brasileira, as condições prévias
do aluno e a avaliação permanente das aquisições e processos intelectuais, antes, durante e
após a utilização delas.
6. BIBLIOGRAFIA
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TFOUNI, Leda Verdiani. Letramento e Alfabetização. São Paulo: Cortez, 1995.
UNESCO – Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Tradução portuguesa. Rio Tinto: Edições ASA , 1996.
APÊNDICE 1
Questionário Nº 1
(neste questionário o professor será o leitor e escriba nos casos que houver necessidade)
Programa Brasil Santa Catarina Alfabetizada (V etapa)EEB Santa Helena - Professora Alfabetizadora: Regina IaroceskiQuestionário n. 1 - Pós-graduação em Mídias na Educação (FURG)Cursista: Lurdes de Fátima Faotto
Caro aluno, esta pesquisa irá contribuir na realização da nossa investigação. A partir das respostas identificaremos aspectos envolvendo o nível de conhecimento, necessidades e o interesse de cada aluno em relação às Mídias empregadas no cotidiano. Portanto sua colaboração nos ajudará no desenvolvimento das atividades. Não precisa se identificar.
1. Nível que estuda:
( ) Alfabetização ( ) Nivelamento ( ) Fundamental
2. Idade...... Anos
3. Assinale os itens abaixo que utilizam Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) envolvidas no emprego das Mídias:
( ) Carro, moto, bicicleta, trem ( ) TV, rádio, computador, máquina fotográfica, DVD, telefone.( ) Transporte aéreo e marítimo ( ) Internet, jornais e revistas
3. Que tipo de Mídias você já viu?
( ) Vídeo na internet (Mídia Informática e Internet);( ) Outdoor com propaganda (Mídia impressa);( ) Propaganda política na rádio (Mídia rádio);( ) Propaganda política na TV (Mídia TV e vídeo);
4. Assinale as alternativas em que você considera que há o emprego adequado das Mídias no seu contexto educacional:
( ) Quando utilizo o computador para me divertir (jogar);( ) Quando utilizo o computador para fazer meu currículo para emprego;( ) Quando utilizo o computador para assistir um vídeo a fim de ajudar em um trabalho da Escola;( ) Quando leio páginas esportivas do jornal.
5. Você possui computador?( )sim ( )não
6.Utiliza-o com regularidade?( )sim ( )não
7.Conhece o laboratório da escola?( )sim ( )não
8.Seu professor já levou você ao laboratório de informática para fazer alguma atividade?( )sim ( )não
9. Você gostaria de aprender lidar melhor com o computador?( )sim( )não
10. O que você gostaria de aprender?( ) digitar palavras frases e textos( ) pesquisar na internet: jogos, brincadeiras, gravuras, músicas, receitas etc...( ) criar um endereço eletrônico(e-mail, blog, páginas)( ) Gostaria de aprender a -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
11. Você considera importante o trabalho em grupo?( )sim( )não
12. Para o desenvolvimento das atividades, você gostaria de trabalhar em equipe ou individual?( ) equipe( ) individual – certos tipos de trabalho, como aprender a escrever, prefiro atuar de forma individual, errar, verificar minhas próprias dificuldades
13. Você gosta de trabalhar com jornais, revistas e outros materiais impressos? ( )sim ( )não
14. Qual o tipo de leitura que você mais gosta?( ) Jornal;( ) Revista com informações da TV;( ) Livros de romance;( ) Outro tipo de leitura:---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
15. Em sua opinião, as Mídias podem ajudar no aprendizado escolar e melhorar a qualidade de vida?( ) sim( ) não
16. Você concorda em publicar seus trabalhos para fins educacionais?( ) sim, mesmo os que tenham fotos.( ) não
APÊNDICE 2
EEB.Santa Helena
Município de Santa Helena –SC
Programa Brasil Santa Catarina Alfabetizada
Nível: Alfabetização
Professora alfabetizadora: Regina Iaroceski
Cursista: Lurdes de Fatima Faotto
Aluno(a):_______________________________________________
DIAGNÓSTICO DO ALUNO (o objetivo é saber em que nível se encontram em relação a leitura e escrita)
Obs.: Produção escrita – A orientação será feita oralmente pela cursista, lendo, explicando e sendo escriba se houver necessidade.Orientar também que podem responder um ou todos os ítens abaixo.
* Como era feito o uso das mídias na sua infância?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
* Qual é a sua curiosidade em trabalhar com o computador?
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*Pretendes mudar de profissão após se alfabetizar?
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*Terminando essa etapa, pretendes continuar os estudos?
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ANEXOS
I Fotos da turma piloto
Foto 01: Primeiro contato com a turma
Foto 02: Aplicação do questionário 01
Foto 03: Explanação das TICs
Foto 04: Na explanação das TCIs a Cursista Lurdes,Coordenadora do CEJA Leila e Diretor Adjunto Sadi
Foto 05: Turma piloto
Foto 06: Auxilio nas atividades de alfabetização com a mídia impressa
Foto 07: Participação dos alunos nas realizações das atividades
Foto 08: Laboratório de Informática – EEB.Santa Helena
Foto 09: 1ª aula no laboratório de informática
Foto 10: Aprendendo a “lidar” com o Computador
Foto 11: Trabalhando com a Mídia Informática
II Respostas do primeiro questionário
III Digitação no word e formatação: frases iniciais
E.E.B SANTA HELENAT u r m a de Alfabetização da Educação de Jovens E A dultos[ Eja ] - lraci - edi- L irio-Lucimari-Celita-Nair -Iyone-Pieyina-Leoni-CIementia- Rosa- Rudinei- Eni- Eva- Ereni- SEVERINO-SIRLEI-LEANI
PESSOA COM VOCÊPÁSCOA è TEMPO DE AMORDE FAMi LiA E DE PAZ ...É TA MÍLÍA DE AGRADECERMOSDISCRETAMTE POR TUDO QUE TEMOSE POR TUDO QUE TEREMOS.
PÁSCOA É UM SENTIMENTONOS NOSSOS CORÇÓESDE ESPERANÇA ´, FÉ E CONFIANÇAÉ DIA DE MILAGRES,É DIA DOS NOSSOSSONHOS PARECERM ESÍAR MAIS PERÍOTEMPO DE RETOSPECÇÃO POR TUDOQUE TEM QUE SERÁ.E É HORA DE LEMBRAR COM AMOR EAPRECIAÇÃO AS PESSOAS EM NOSSAS VIDAS,QUE FAZEM A DIFERENÇA...PESSOAS COMO V OCÊFELÍZ PÁSC OA!
6
Bolo nega maluca 4 ovos2 xícaras de açúcar2 xícaras de farinha 1 xicaras de Nescau1 xicaras e meia de água1 colher de fermento em pó.
Cobertura;3 colheres de chocolate ou Nescau 1xicara de açúcar 1 xicara de manteiga 3 colheres de leite Modo de fazer todos os in-gredirntes por 20 minutos e despe-jar em cima do bolo ainda quente.
Pombinha brancaPombinha brancaQue está fazendo ?Lavndo
Vou me lavarVou me secarVou na janelaPra namorar.Passou um homemDe terno brancoChapéu do ladoMeu namorado.Mandei entrarMandei sentarCuspiu no chão-limpa ai seu porcalhãoTenha mais educação;Vamos fazer a dobradura da pombinha;Pomba
NAIR DE FATIMA EVARIST
EEB SANTA HELENA SOME 5329 9559 32650 + 8432 + 7321 + 1890 1376 1 16880 34540 ESCREVA POR EXTENSO O INTERVALO NUMÉRICO DAS IDADES DA TURMA:68: SESSENTA E OITO 48:QUARENTA E OITO 54: CINGUENTA E QUATRO 55: CINQUENTA E CINCO
MINHA VIDAEU TRABALHO NA ROSA EO TRABALHO EM TANTO CERVICHO QUE NOM SEI MUNTAS COISASEO SEM PRE FOI DOENTE A TE OS VINTI ANO EU FOISEMPRE DOENTE EO VIVI SEMPRE DE NTRO DO ESPITAL QUE NUNCA DEO PRA MIM ES TUDARA MINHA VIDA FOI SEMPRE SOFRIDA DES DOS TRESE MEIS ATE OSQUARENTA E TRES ANOS O MEO PAI MOREO COM 56 ANOS E MINHA MAE FES UMA SE ROGIHA NUMA PERNHA OANO PASA DO E AINDA NOM MEIORO DA PERNHA DE LA MANDO UM FELIS PASCUAPARA TODAS AS MINHAS PROFESSORAS .E UM ABRAÇO
LEANI
IV Conversa no msn
Nunca forneça sua senha ou o número do cartão de crédito em uma conversa de mensagem instantânea. lirio diz:
oi profeesoraLurdes de Fatima diz:
Oi Líriolirio diz:
tudo bem ?Lurdes de Fatima diz:
tudo e você?lirio diz:
bem!lirio diz:
o que vamos aprender hoje ?Lurdes de Fatima diz:
hoje vamos aprender um pouco de matemáticaLurdes de Fatima diz:
você gosta dessa matéria?lirio diz:
sim Lurdes de Fatima diz:
que bomlirio diz:
sim eu gosto muito Lurdes de Fatima diz:
vc gosta de estudar no Ceja?lirio diz:
sim gosto muito das tuas aulas Lurdes de Fatima diz:
obrigado, eu também gostei muito de trabalhar e aprender com vocêslirio diz:
que legal Lurdes de Fatima diz:
Lírio,o que você achou de trabalhar com o computador?lirio diz:
achei muito importante voce e uma eselente professoraLurdes de Fatima diz:
obrigado,gosto muito do que façoLurdes de Fatima diz:
achou importante criar seu endereço eletrônico?lirio diz:
um abrasso de seu aluno lirio um abraso a voce lurdinha Lurdes de Fatima diz:
obrigado, pra vc tambémLurdes de Fatima diz:
Tchau
V Mídia impressa (texto informativo e resolução de atividades)
VI Diagnóstico do aluno respondido
VII Reportagem jornalística da aplicação do projeto