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Universidade Federal do Tocantins Direito do Consumidor DAS PRÁTICAS COMERCIAIS DA OFERTA E PUBLICIDADE CDC Professora: Angela Issa Haonat

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Universidade Federal do TocantinsDireito do Consumidor

DAS PRÁTICAS COMERCIAIS DA OFERTA E PUBLICIDADE

CDCProfessora: Angela Issa Haonat

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Princípio da Vinculação

Abusos de Marketing

Sanções Penais

Sanções Administrativas

Direito Privado (esfera contratual)

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Fábio Konder Comparato

A preocupação de defesa do consumidor conduziu, igualmente a

um alargamento da noção de compra e venda privada, no quadro mais

realista de uma economia de empresa. Passou-se, assim, a entender

que os processos de publicidade comercial, pela sua importância ...

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Fábio Konder Comparato

... decisiva no escoamento da produção por um consumo em massa, INTEGRAM O PRÓPRIO MECANISMO DO CONTRATO E

DEVEM, por conseguinte, MERECER UMA DISCIPLINA DE ORDEM PÚBLICA ANÁLOGA

À DAS ESTIPULAÇÕES CONTRATUAIS. (A proteção do consumidor, p. 97)

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Princípio da Vinculação

Art. 30 CDCToda informação ou publicidade,

suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação

com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o

fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser

celebrado.

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Princípio da Vinculação

Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de

componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou

importação do produto.        Parágrafo único. Cessadas a

produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período razoável de

tempo, na forma da lei.

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Princípio da Vinculação

Apesar de inserido na seção de oferta(SESSÃO II),

aplica-se igualmente à publicidade disposta na (SESSÃO III);

Aplica-se a todas as espécies de marketing

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OFERTA

É a manifestação de vontadeunilateral mediante a qual uma

pessoa dá conhecimento de sua intenção de contratar e

das condições essenciais do contrato.

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OFERTA

Refere-se a toda e qualquer manifestação do anunciante-fornecedor, com o objetivo de propor sua colocação no mercado (prospectos distribuídos de mão em mão, malas diretas, mensagens

transmitidas por veículos com alto-falantes, exibição em vitrines,

correspondência contendo proposta concreta)

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PUBLICIDADEMensagem estratégica e tecnicamente

elaborada por profissionais especificamente treinados e preparados para tanto, e

veiculados por meios de comunicação de massa mais sofisticados (outdoors, TV, rádio,

revistas, jornais, Internet etc), cujas finalidades específicas são:

1.Tornar um produto ou serviço conhecidos do público-alvo-consumidor;

2.Tentar convencer esse mesmo público a comprar o produto e serviços anunciados.

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Princípio da Vinculação

Informação: todo tipo de manifestação do fornecedor que

não seja considerado anúncio (mas que sirva para induzir o

consentimento do fornecedor.Mais ampla do que a publicidade

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Princípio da Vinculação

Exemplo

• Informações prestadas pelo Fornecedor e ou seus representantes;• Informações contidas nas bulas e ou

rótulos

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Princípio da Vinculação

DUPLA VINCULAÇÃO• Obriga o fornecedor mesmo que se

negue a contratar;• Introduzindo-se e prevalecendo em contrato, inclusive quando seu texto dizer de modo diverso (mesmo que

diga que as alegações tem mero valor indicativo)

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Princípio da VinculaçãoPRESSUPOSTOS

a) Veiculação: deve chegar ao conhecimento do consumidor

b)Precisão da Informação: o simples exagero (puffing) não obriga o

fornecedor. “o melhor sabor”, o “mais bonito”

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Recusa do Cumprimento da Oferta

Regra do CDC“Prometeu,

cumpriu”

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Regra do cumprimento da oferta03 OPÇÕES

a)exigir o cumprimento forçado da obrigação; (+ danos)

b) Aceitar um outro bem de consumo equivalente; (+ danos)

c) Rescindir o contrato já firmado, cabendo-lhe ainda, a restituição do

valor pago atualizado e perdas e danos.

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Sujeitos Responsáveis“FORNECEDOR”

Anunciante Direto (aquele paga e dirige a preparação e veiculação do

anúncio);Anunciante Indireto (aquele que se aproveita do anúncio de terceiro –

ex. em relação ao anúncio do fabricante)

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Sujeitos Responsáveis“FORNECEDOR”

O veículo é fornecedor?Como regra não

Exceção: em exceções de patente enganosidade (não por bases

contratuais, mas por violação do dever de vigilância sobre os

anúncios que veicula)

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Sujeitos Responsáveis“FORNECEDOR”

A celebridade que endossa o produto é fornecedor?

Sim, mesmo porque recebe porcentagem nos lucros

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ENGANOSIDADE

Além da repressão administrativa aplica-se:

Sanções Penais (art. 66 e 67)Art. 7º da Lei 8.137/90

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IRRETRATABILIDADE DA OFERTA

O anunciante não pode recusar cumprimento à oferta

publicitária, mesmo que posteriormente à sua divulgação

observe “erro” atribuível a si próprio ou a terceiro que atue

em seu nome

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IRRETRATABILIDADE DA OFERTAA fornecedora de refrigerantes que lança no

mercado campanha publicitária sob forma de concurso de tampinhas premiadas não se libera de sua obrigação ao fundamento de que a numeração é ilegível. O sistema do

CDC, que incide nessa relação de consumo, não permite à fornecedora – que se beneficia

com a publicidade – exonerar-se do cumprimento de sua promessa apenas

porque a numeração que ela mesma imprimiu é defeituosa (STJ, Resp 396.943, Min. Ruy

Rosado Aguiar, j. 02.05.2002

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Dever de InformarArt. 31 do CDC

A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e

em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados,

bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos

consumidores.

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Dever de Informar02 MOMENTOS

a) Informação que precede a publicidade ou acompanha o bem de consumo (ex. a embalagem); - PRÉ

CONTRATUAL

b) Informação passada no momento da formalização do ato de consumo

(instante da contratação) - CONTRATUAL

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Oferta por telefone ou reembolso postal

Art. 33 Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal,

deve constar o nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade

e em todos os impressos utilizados na transação comercial.

Parágrafo único.  É proibida a publicidade de bens e serviços por

telefone, quando a chamada for onerosa ao consumidor que a origina

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PUBLICIDADE

BRASIL CÓDIGO DO CONSUMIDOR (Lei:

8.078/90):

DIREITO À INFORMAÇÃO : Artigos 6º, IV e 31

DA PUBLICIDADE : Artigos 36, 37 e 38

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PUBLICIDADE §1º do artigo 37 : É ENGANOSA qualquer

modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por

qualquer outro modo, mesmo poromissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza,

características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

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PUBLICIDADE Art. 37, § 2° - É ABUSIVA, dentre outras

a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a

superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se

comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.

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APELAÇÃO CÍVEL N. 420.484-0 - JUIZ DE FORA - 4.3.2004 EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - CAMPANHA QUE INDUZ O CONSUMIDOR A

ACREDITAR QUE POSSUI CHANCES ESPECIAIS DE GANHAR PRÊMIO APÓS A AQUISIÇÃO DO

PRODUTO - PUBLICIDADE ENGANOSA E ABUSIVA - DANO MORAL CONFIGURADO - QUANTUM

INDENIZATÓRIO - VOTO VENCIDO. - É proibida a utilização de propaganda enganosa ou

abusiva pelo art. 37, do CDC - A veiculação de campanha publicitária que induza o

consumidor a adquirir produtos, sob a crença de que possui chances especiais de se

tornar ...

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...ganhador de concurso, caracteriza propaganda abusiva e enganosa por parte do fornecedor,

ensejando a reparação dos danos morais sofridos em razão da falsa expectativa por ela criada. - O

valor do dano moral deve ser arbitrado segundo os critérios da razoabilidade e da proporcionalidade,

não podendo ser irrisório para a parte que vai pagar nem consistir em fonte de enriquecimento sem

causa para a vítima, exercendo as funções reparadora do prejuízo e preventiva da reincidência

do réu na conduta lesiva. V.v. - A forma de publicidade utilizada em nosso meio comercial é

incapaz de enganar, frustrar, ou causar dor moral às pessoas, principalmente do meio urbano,

bombardeadas continuamente com tais tipos de reclame.

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Importância da Publicidade

Não há sociedade de consumo sem publicidade;

Necessidade de ser regrada pelo direito;

Plano Internacional: Ex. regramento da publicidade de tabaco OMS; Regional (União

Européia e Mercosul); e Nacional (CDC)

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Importância da Publicidade

Estados e Municípios não têm competência para legislar sobre a

publicidade, MAS PODEM REGULAR OS MEIOS

(ESPECIALMENTE OS FÍSICOS) DE VEICULAÇÃO DOS ANÚNCIOS.

Ex. Cidade Limpa (SP)

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Dever de Informar e Publicidade

Não há dever legal do fornecedor ANUNCIAR seus produtos e

serviços;O que existe é a obrigação de

informar positivamente o consumidor nos termos do art. 31

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Dever de Informar e Publicidade

Regra que comporta duas exceções:a) Quando o fornecedor toma

conhecimento tardio dos riscos do produto ou d serviço (art. 10, §§ 1º e 2º);

b)Na hipótese de contrapropaganda (art. 56, XII, e 60)

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Publicidade

“Qualquer forma paga de apresentação impessoal e promoção, tanto de idéias,

como de bens e serviços, por um patrocinador identificado”

(Comitê de Definições da American Association of

Advertising Agencies)

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Publicidade

02 elementosa)Difusão

b)Informação

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Publicidade x PropagandaUtilizados indistintamente no Brasil;

O CDC faz a distinção;

PUBLICIDADE: Objetivo comercial;

PROPAGANDA: Fim ideológico, religioso, filosófico, político,

econômico ou social. Só a publicidade é objeto do CDC