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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM E LICENCIATURA
LETÍCIA CATALDI DE ALCANTARA
CONTRIBUIÇÃO DE TREINAMENTOS SIMULADOS PARA O APRENDIZADO DE
PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
NITERÓI
2016
LETÍCIA CATALDI DE ALCANTARA
CONTRIBUIÇÃO DE TREINAMENTOS SIMULADOS PARA O APRENDIZADO DE
PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do Curso de Graduação em Enfermagem
e Licenciatura da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para obtenção do Título de
Enfermeiro Licenciado em Enfermagem.
Orientadora:
PROF DR ANDRÉ RICARDO ARAÚJO DA SILVA
Co-orientador:
PROF ª DR ª MARILDA ANDRADE
Niterói - RJ
2016
A 347 Alcantara, Letícia Cataldi de.
Contribuição de treinamentos simulados para o
aprendizado e a prevenção de infecções relacionados a
assistência à saúde. / Letícia Cataldi de Alcantara. –
Niterói: [s.n.], 2016.
40 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2016.
Orientador: Prof. André Ricardo Araújo da Silva.
1. Conhecimento. 2. Treinamento por Simulação. 3.
Infecção Hospitalar. I. Título.
CDD 616.9
LETÍCIA CATALI DE ALCANTARA
CONTRIBUIÇÃO DE TREINAMENTOS SIMULADOS PARA O APRENDIZADO DE
PREVENÇÃO DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do Curso de Graduação em
Enfermagem e Licenciatura da Universidade
Federal Fluminense, como requisito parcial para
obtenção do Título de Enfermeiro Licenciado em
Enfermagem.
Aprovado em 19 de Dezembro de 2016
BANCA EXAMINADORA
Profª. Dr André Ricardo Araújo da Silva
Universidade Federal Fluminense – Presidente
Profª. Drª Marilda Andrade
Universidade Federal Fluminense – 1ª Examinadora
Profº. André Braga/UFF
Universidade Federal Fluminense – 2ª Examinadora
“De Tanto ver crescer as injustiças,
De tanto ver triunfar as nulidades,
De tanto ver agigantarem-se o poder nas mãos dos maus...
O homem chega a esquecer-se da virtude, a rir-se da honra
E a ter a vergonha de ser honesto”.
(Rui Barbosa)
A todos os profissionais da saúde que exercem sua profissão de maneira exemplar e, acima de tudo,
com dedicação e respeito ao próximo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, a Deus que com todo seu amor e bondade me fez merecedora desta
graduação. Deu-me força para seguir em frente e não desistir de um sonho em meio as
dificuldades.
À meus orientador André Ricardo e a minha co-orientadora Marilda Andrade que acreditara,
em meu potencial e acreditaram que seria possível. Levarei o carinho e a dedicação de vocês
sempre comigo.
À minha mãe e meu Padrasto, Heline e Luiz, agradeço todos os momentos de dedicação. Tudo
que fizeram e também deixaram de fazer para que eu conseguisse realizar o sonho dessa
graduação. Todo meu amor, carinho e imenso agradecimento.
Ao meu Pai, Eduardo, por se fazer presente em todos os momentos. Por acredita que seria
possível.
À minhas irmãs, Camila e Bianca, que me acalmaram em momentos difíceis, tiveram
paciência e estiveram sempre por perto para me ouvir e me alegrar. Amo muito vocês.
À minha avó, Heloisa, minha maior incentivadora. Agradeço não só a senhora por todo apoio,
to amor, dedicação, companheirismo, afeto. Mas a Deus, por permitir tê-la comigo nesse
momento.
Ao meu Namorado, Jamil, por superar a minha ausência em muitos momentos. Pela paciência
e pelas palavras de incentivo. Obrigado por não desistir de nós. Te amo muito!
Aos meu sobrinhos, Ayla e Luiz Felipe, por ter trazido doçura à minha vida. Minhas fontes de
alegria, onde recarrego minhas energias. Todo meu carinho.
Ao meus avós, tias, tios, primos e amigos, Obrigada por sonharem comigo, por serem a base
de tudo, por me acalmarem e por acrescentarem coisas boas à minha vida. Obrigada!
À minha amiga, Lays, que bom chegar ao fim com alguém como você ao meu lado. Obrigada
por fazer parte disso: do ombro amigo, das risadas, dos brigadeiros, do choro, das pizzas.
Enfim, por tudo que passamos juntas durante a graduação e pela certeza de uma amizade
eterna.
Aos meus amigos Abel, Bruna e Lívia, que estiveram comigo todos os dias, em todos os
estágios e que foram tão importantes e fundamentais. Que bom poder escolher e ter sido
escolhida (e acolhida) por vocês.
RESUMO
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) constituem um problema grave e um
grande desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos serviços de saúde. No
entanto, em diversos estudos já publicados, nota-se a necessidade de maior adesão a práticas
efetivas de prevenção e controle das IRAS por parte dos profissionais das diversas áreas da
saúde, evidenciando a necessidade de novas estratégias de assimilação do conhecimento e
execução de boas práticas. O treinamento simulado é um método eficiente para promoção de
novos conhecimentos, podendo ser aplicado em diversos cenários de assistência à saúde. O
objetivo geral do trabalho foi mensurar o conhecimento de alunos da graduação de diversos
cursos da saúde, sobre IRAS, utilizando como ferramenta treinamentos simulados e análise de
aproveitamento através de testes pré-treinamento e pós-treinamento. Foram treinados entre
2013 e 2015, 90 alunos da graduação em saúde, sendo 59 (65,5%) da medicina, 27 (30%) da
enfermagem e 4 (4,4%) da farmácia. O aproveitamento global no pré-teste foi 53% e 83,5%
no pós-teste (p <0,05). Não houve diferença estatística significante em relação ao
aproveitamento quando os cursos foram comparados. Também não houve diferença em
relação ao aproveitamento, quando os estudantes foram comparados em relação ao período
em que estavam na graduação. Através dos resultados, pode-se observar que os acadêmicos
das diversas áreas de saúde ainda possuem um conhecimento ineficiente sobre IRAS. Além
disso, o presente trabalho mostrou a contribuição do treinamento simulado para a
compreensão e assimilação de um conteúdo. Desta forma, os treinamentos simulados devem
fazer parte das estratégias utilizadas para a prevenção e redução das IRAS.
Palavras chave: Conhecimento; Treinamentos Simulados; Infecção Hospitalar; Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde.
ABSTRACT
Health care-related infections (HRE) are a serious problem and a major challenge, requiring
effective prevention and control actions by the health services. However, in several studies
already published, it is noted the need for greater adherence to effective practices of
prevention and control of IRAS by professionals in the various health areas, evidencing the
need for new strategies to assimilate knowledge and to perform good Practices. The simulated
training is an efficient method to promote new knowledge and can be applied in several health
care scenarios. The general objective of this work was to measure the knowledge of
undergraduate students of several health courses, about IRAS, using as training tool
Simulation and performance analysis through pre-training and post-training tests. Between
2013 and 2015, 90 undergraduate students in health were trained, 59 (65.5%) of the medicine,
27 (30%) of the nursing and 4 (4.4%) of the pharmacy. The overall rate of right answers in
pre-test was 53% and 83.5% in post-test ( P<0.05). There was no statistically significant
difference in relation to achievement when the courses were compared. There was also no
difference in achievement, when the students were compared in relation to the period in which
they were in graduation. Through the results, it can be observed that the academics of the
different health areas still have an inefficient knowledge about IRAS. In addition, the present
work showed the contribution of simulated training to the comprehension and assimilation of
a content. In this way, the simulated training should be part of the strategies used for the
prevention and reduction of IRAS.
Keywords: Knowledge; Simulated Training; Hospital Infection; Infections Related to Health
Care.
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS, p.144
1.1 MOTIVAÇÃO DO ESTUDO, p. 166
1.2 OBJETO DO ESTUDO, p. 177
1.3 QUESTÕES NORTEADORAS, p. 177
1.4 OBJETIVO GERAL, p. 177
1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS, p. 177
1.6 JUSTIFICATIVA, p. 177
2 REVISÃO DE LITERATURA, p. 188
2.1 INFECÇÃO HOSPITALAR NA ASSISTÊNCIA A SAÚDE, p. 188
2.2 A ADESÃO DOS PROFISSIONAIS QUANTO A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS, p. 188
2.3 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR, p. 199
2.4 CONTRIBUIÇÃO DOS TREINAMENTOS SIMULADOS PARA O APRENDIZADO,
p. 20
2.5 AS VIRTUDES DO TRABALHO EM EQUIPE, p. 211
3 MÉTODOS DE PESQUISA, p. 233
3.1TIPO DE ESTUDO, p. 233
3.2 POPULAÇÃO DO ESTUDO, p. 233
3.3 LOCAL DE ESTUDO, p. 244
3.4 PERÍODO DO ESTUDO, p. 244
3.5 CRITÉRIO DE INCLUSÃO, p. 244
3.6 CRITÉRIO DE EXCLUSÃO, p. 244
3.7CONTEÚDO DO TESTE DECONHECIMENTO SOBRE IRAS, p. 244
3.8 DINÂMICA DO CURSO, p. 255
3.9TRATAMENTO DOS DADOS, p. 255
3.10ASPECTOS ÉTICOS, p. 255
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES, p. 266
4.1 PRIMEIRA CATEGORIA: PERFIL DOS USUÁRIOS- APRENDER EM DIFERENTES
GRUPOS, p. 266
4.2 SEGUNDA CATEGORIA: MENSURAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS
ATRAVÉS DOS TESTES SOBRE OS DIFERENTES TEMAS ABRDADOS. , p. 277
4.3TERCEIRA CATEGORIA: CORRELAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ALUNOS
DOS DIFERENTES CURSOS DE GRADUAÇÃO QUANTO A TEMÁTICA DE
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS. , p. 299
4.4 QUARTA CATEGORIA: RELEVÂNCIA DO TREINAMENTO SIMULADO PARA
CONTRIBUIÇÃO DO APRENDIZADO, p. 30
5 CONCLUSÃO, p. 322
6 OBRAS CITADAS, p. 333
7 OBRAS CONSULTADAS, p. 366
8 APÊNDICES, p. 377
8.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, p. 377
8.2 INSTRUMENTO DE PESQUISA- PRÉ E POS TESTE, p. 40
9 ANEXOS, p. 433
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Tabela nº 01: Perfil dos Usuários - Aproveitamento do trabalho em equipe, conforme os
cursos de graduação pré e pós-teste (LPEC IRAS-UFF 2013-2015), p. 25.
Gráfico nº 01:Taxa de acertos dos alunos da graduação em saúde, medidos através de
pré e pós-teste ( LPEC IRAS-UFF 2013-2015), p. 26
Gráfico nº02: Taxa de acertos (%) de alunos da graduação em saúde no pré-teste e
pós-teste, realizado após treinamentos simulados sobre Higienização de Mãos (LPEC-IRAS
2013-2015), p. 28
LISTA DE SIGLAS
HUAP – Hospital Universitário Antônio Pedro
HM – Higienização das mãos
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
IRAS – Infecções Relacionadas à Assistência a Saúde
OMS – Organização Mundial da Saúde
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
IH – Infecção Hospitalar
CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
COFEN – Conselho Federal de Enfermagem
CNS – Conselho Nacional de Saúde
14
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os impactos infecciosos causados pela assistência à saúde tiveram destaque durante a
“Revolução Pasteuriana”, a qual teve como destaque nomes como IgnazSemmelweis,
Florence Nightingale e Joseph Lister. Com o avanço no suporte de vida e terapias
imunossupressoras ao longo do séc. XX houve a percepção e necessidade da integração de
medidas preventivas para o controle de infecções no ambiente hospitalar. Na década de 1990,
devido a amplitude conceitual que aborda infecções adquiridas e relacionadas a saúde em
qualquer ambiente, o termo infecção hospitalar foi substituído por infecções relacionadas à
assistência em saúde (IRAS)(PADOVEZE; FORTALEZA, 2014).
“No Brasil, o controle de infecções hospitalares começou a ser aprimorado por meio
da Portaria 196/83 do Ministério da Saúde e delineado pela Lei 9431/97, que obriga
os hospitais a manterem um Programa de Infecções Hospitalares (PCIH) e criarem
uma Comissão de Controle de Infecções Hospitalares (CCIH). O Programa de
Controle de Infecção Hospitalar foi revogado e substituído pela Portaria MS
930/92. Atualmente, está em vigor a Portaria 2616/98, que revogou a Portaria
anterior (BRASIL, 2003).
Segundo Ministério da Saúde (2009) define-se Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde (IRAS) como toda infecção adquirida após admissão do paciente e que se manifeste
durante a internação, ou mesmo após a alta, quando diretamente relacionada à hospitalização.
Pode tambémestar associados a infecções causadas por procedimentos executados no
ambiente ambulatorial, consultórios, durante cuidados domiciliares e infecções ocupacionais
(infecções adquiridas através dos profissionais de saúde) (ANVISA, 2007).
Em todo mundo, um em cada quatro pacientes que necessitam de cuidados intensivos
durante sua internação hospitalar adquirem algum tipo de infecção. Em países
subdesenvolvidos, 4.384 crianças morrem diariamente como consequências dessas infecções.
Desta forma, quando se trata de países em desenvolvimento, as estimativas podem duplicar
diariamente. (OMS, 2009).
Estudo de prevalência de infecções hospitalares realizado pela Organização Mundial
de Saúde (OMS, 2005) em 55 hospitais de 14 países – representados por: Sudeste da
Ásia, Europa, Mediterrâneo Oriental e Pacífico Ocidental – revelou que as infecções
nosocomiais acometem cerca de 8,7% dos doentes em situação hospitalar. A todo o
momento, 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de complicações de
infecções relacionadas à assistência à saúde. Durante a permanência hospitalar, mais
15
de 320 mil pacientes adquirem algum tipo de infecção relacionadas à assistência à
saúde no Reino Unido (OMS, 2005; OMS, 2009).
A medida que são causas de mortes e complicações, os estudos de ocorrência de
infecções hospitalares passam a ter um papel mais importante (BRASIL, 1998). Nos países
desenvolvidos, aproximadamente 5% dos pacientes admitidos em hospitais gerais adquirem
infecção no período de internação (BRASIL, 1998).
As estatísticas internacionais de incidência de infecções hospitalares nos Estados
Unidos mostram que na década de 80, as taxas variaram entre 3,5 a 15,5%, com letalidade
entre 13% a 17% e uma prevalência de 9,2% dos casos, enquanto comparada a mesma década
no Reino Unido (OMS, 2009).
Mesmo que o Brasil não tenha estatísticas nacionais que comprovem e revelem a
magnitude real do problema, presume-se que entre 6,5% e 15% de pacientes internados
apresentam um ou mais episódios de infecção. Sem contar, nos óbitos provenientes de sua
ocorrência que variam de 50.000 a 100.000 por ano (OMS, 2009).
Para Cardoso e Silva (2004), quando se refere ao contexto existente no controle de
infecção hospitalar (CIH) a maioria das dificuldades pode ser encontrada nas necessidades de
mudança no comportamento dos profissionais de saúde e também dos usuários, o que torna
lento o processo.
Tendo em vista que existem fundamentações teóricas, práticas e protocolos de adoção
de medidas preventivas, o propósito atual é fazer com que os profissionais adquiram novos
hábitos movidos pelo compromisso com a vida e a promoção a saúde. Além disso, a
infraestrutura mínima hospitalar necessita de uma definição mais clara através de um sistema
de informação atualizado sobre controle de infecção hospitalar, tendo como foco o destaque
dos padrões e características principais apontados pela literatura a fim de controlar os casos de
infecção (CARDOSO; SILVA, 2004).
Apesar de alguns casos de IRAS serem inevitáveis, a literatura disponibiliza dados
com a finalidade de estabelecer e aplicar um programa de controle e prevenção efetiva a fim
de contribuir em uma redução de até 85% dos novos casos de infecção. A medida de
prevenção mais utilizada no ambiente hospitalar tem sido a realização desse tipo de vigilância
(JARDIM, 2011).
Para que um programa de controle de infecção seja efetivo, este deve ter como foco
principal: estratégias de prevenção; estabelecimento de políticas e procedimentos; promoção
da educação dos profissionais de saúde e a vigilância das infecções (ANVISA, 2013a).
16
Nesse sentido, Puccini (2011) notou que:
[...]para aplicar medidas de prevenção é fundamental que haja uma equipe
multiprofissional na área da saúde, composta por: médicos, enfermeiros,
farmacêuticos, microbiologistas, administradores, todos responsáveis pela execução
das ações. Se organizados com uma comissão de controle interior nas instituições de
saúde, essa equipe passa a ter como função detectar casos de infecção, promover
treinamentos de acordo com as necessidades dos profissionais na prevenção e
controle de infecções, recomendar medidas de precaução e isolamento e participar
na padronização para a aquisição de materiais e equipamentos.
Apesar das diversas formas de prevenir e controlar as IRAS destaca-se a higienização
das mãos, pois além de ser uma das maneiras mais simples e eficazes a ser realizada no
controle, é uma das medidas mais importantes (JARDIM, 2011). A prática de higienização
das mãos pelos profissionais se realizada em momento e modo correto, reduz a disseminação
de agentes de infecção no ambiente de saúde e suas consequências, pois é através do contado
direto e/o indireto pelas mãos que ocorrem cerca de 80% das transmissões de agentes
infecciosos (ANVISA, 2013a; BARBOSA, 2010).
Dentre os diversos instrumentos de promoção e avaliação existentes no processo de
prevenção das IRAS, o uso de treinamentos simulados é uma importante estratégia para
estimular uma equipe na construção do conhecimento e no avanço das diferentes habilidades
operatórias; além disso, é uma ferramenta fundamental de progresso pessoal e de alcance de
objetivos,pois ainda não existe método único de avaliação capaz de atingir conjuntamente os
conhecimentos, habilidades e atitudes de quem está sendo avaliado: apenas a combinação de
métodos é capaz de produzir os resultados esperados (ELYet al., 2011).
1.1 MOTIVAÇÃO DO ESTUDO
A motivação para estudo dos temas prevenção e controle de infecções teve seu início a
partir do projeto de extensão no Laboratório de Ensino em Prevenção e Controle de Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde da Universidade Federal Fluminense (UFF) sob a
coordenação do docente André Ricardo da Silva Araújo, quando se tornou evidente a
importância da redução dos casos de infecções resultantes do treinamento com os estudantes.
Os resultados encontrados podem contribuir para significativa mudança no quadro
citado caso sejam aplicadas atividades demonstrativas e técnicas resultantes de um processo
de educação continuada. Para otimização do projeto, é fundamental que todos os profissionais
17
estejam em sintonia com suas atitudes, pois no meio hospitalar, se uma equipe realiza todos
os procedimentos de forma correta e outra não o faz, o trabalho realizado pela comissão de
controle de infecções não tem valor usual.
1.2 OBJETO DO ESTUDO
O objeto desse estudo é analisar o conhecimento de estudantes de graduação da saúde,
a respeito de medidas de prevenção e controle de IRAS.
1.3 QUESTÕES NORTEADORAS
A incorporação de um instrumento simulado pode motivar os alunos a aprimorar este
conhecimento?
1.4 OBJETIVO GERAL
Mensurar o conhecimento dos alunos das diversas áreas da saúde sobre
as IRAS.
1.5 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Comparar o conhecimento dos alunos antes e após os treinamentos
simulados sobre IRAS;
Analisar o conhecimento apresentado pelos alunos em relação ao
conteúdo temático das IRAS, conforme o curso de graduação.
1.6 JUSTIFICATIVA
O termo IRAS é comumente associado a doenças que podem ter preocupantes reações
indesejadas, como um complexo tratamento e o eminente risco de morte. As mãos são
consideradas a principal via de contaminação por microrganismos, transferidos facilmente de
uma superfície para outra, caso não haja devido cuidado com a higienização (ANVISA,
2013). Desta forma, surge a preocupação e o questionamento se os estudantes da área de
saúde estão tomando os devidos cuidados para que haja o controle das Infecções relacionadas
a assistência. Com isso, a justificativa para esse estudo emerge da necessidade de estabelecer
estratégias que contribuam para aumentar o conhecimento sobre IRAS, levando em última
análise uma provável redução no número de casos de infecção hospitalar.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 INFECÇÃO HOSPITALAR NA ASSISTÊNCIA A SAÚDE
De acordo com o Ministério da Saúde, toda ou qualquer manifestação clínica de
infecção que o paciente apresente após 72 horas de internação, podendo ocorrer durante seu
período de internação ou após a alta, mas sempre relacionado a procedimentos hospitalares é
considerado Infecção Hospitalar (IH) (BRASIL, 1998).
O quadro clínico do paciente com uma infecção hospitalar deve-se ao
desenvolvimento microbiano na região tecidual do indivíduo, o que ocasiona lesões
funcionais ou anatômicas. Existem fatores intrínsecos e extrínsecosque contribuem para
aquisição de infecção hospitalar. Constituem riscos intrínsecos: extremos de idade
(prematuros e maiores de 65 anos); estado clínico do usuário; doenças agudas ou crônicas
descompensadas; deficiência nas imunidades celular e humoral; uso de drogas capazes de
interferir nos mecanismos de defesa; obesidade e desnutrição.
Fernandes, (2000) segundo um estudo de prevalência realizada entre os anos de 1983 e
1985, promovidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a média mundial de infecção
hospitalar teve uma variação de 8 -10 %. Zanon (2003) relata que é escasso número de
publicações nacionais sobre a frequência de infecções hospitalares nos hospitais. A última
pesquisa realizada em 1994, pelo MS, encontrou uma prevalência de IH de 13% e maiores
índices nos hospitais públicos (18%).
As infecções hospitalares sofrem frequentes variações de acordo com: causa da
internação, o estado geral do usuário e o tipo de cuidado que ele recebe. Seguindo esse
pensamento, os usuários portadores de doenças graves são os com maior risco de desenvolver
infecção hospitalar. Isso acontece, pois em sua maioria encontra-se com estado de saúde
comprometido, necessitam de um tempo de internação prolongado, geralmente estão
internados em UTI, e são submetidos a um grande número de procedimentos invasivos e a
intensa manipulação pela equipe de cuidado, o que favorece a colonização por bactérias
hospitalares (ZANON, 2003).
2.2 A ADESÃO DOS PROFISSIONAIS QUANTO A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
A lavagem das mãos deve ser um hábito entre os profissionais de saúde e a adesão a
esta prática é um desafio para a equipe de controle de infecção. Esta categoria identifica a
19
adesão das equipes de saúde quanto a higienização das mãos, contribuindo para elevar estas
taxas de adesão.
A partir dos estudos encontrados sobre higienização das mãos, observa-se que ainda
que haja campanhas para controle de infecções no ambiente hospitalar e outras unidades de
saúde, os profissionais continuam tendo suas mãos como maior fonte de infecção,
necessitando de intervenções técnicas para que a prática seja corretamente exercida
(CREPEDES et. at., 2002).
Carvalho (1998), afirmou que:
A análise dos resultados de alguns estudos, mostrou que 59% dos médicos e 70% do
pessoal de enfermagem entraram na UTI sem lavar as mãos. Dos profissionais de
saúde que não lavaram as mãos antes do contato com o paciente (16% dos médicos e
32% do pessoal de enfermagem), a maioria era de residentes e auxiliares de
enfermagem.
Mendonça (2003) afirma, que os diversos profissionais da área de saúde aderiram à
lavagem das mãos, porém ainda não a praticam em sua técnica corretamente. Isso deixa
evidente que, independente da adesão à lavagem as mãos, há negligência quando se trata do
protocolo de lavagem das mãos, necessitando de educação permanente para que a técnica seja
eficaz.
2.3 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
No Brasil, houve a necessidade da interferência do Ministro da Saúde no que diz
respeito ao índice de infecções hospitalares. Destacado pelo alto custo dos tratamentos,
interdição nas unidades de internação e pelo número relevante de mortes que pode ser
causado, passam assim representar um importante problema de saúde pública. Dessa forma
foi criada a Comissão de Controle de Infecções Hospitalares para implementação de
medidasespecíficas(DUTRA, et al, 2015).
Segundo Ferreira et al (2010, p.9), “a CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e
combater à infecção hospitalar, beneficiando dessa maneira toda a comunidade assistida,
como também de proteger o hospital e o corpo clínico”.
20
A Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998 do Ministério da Saúde traz a seguinte
informação: “Lei nº 9431 de 6 de janeiro de 1997: dispõe sobre a obrigatoriedade da
manutenção pelos hospitais do país, de Programa de Controle de Infecções Hospitalares”.
Elaborar, programar, prever e avaliar o Programa de Controle de Infecções, faz parte
do trabalho da CCIH e deve ser feito de acordo com as características e necessidades da
instituição. Também, inclui a elaboração de vigilância epidemiológica de infecções
nosocomiais, educação e treinamento de equipes e controle do uso ponderado de antibióticos
e antimicrobianos e suporte médico e hospitalar (DUTRA et al., 2015).
Segundo Batista et al. (2012), o enfermeiro possui uma maior aproximação com as
demais categorias, além de sua habilidade educativa, com respaldo do Conselho Federal de
Enfermagem (COFEN), por meio da Lei do exercício profissional de no 7.498, de 25 de junho
de 1986. Para tanto, o enfermeiro é reconhecido como um membro importante na Comissão
de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
2.4 CONTRIBUIÇÃO DOS TREINAMENTOS SIMULADOS PARA O APRENDIZADO
Segundo Chiavenato(2009), a organização é um dos maiores patrimônios do capital
humano, o treinamento pode ser aplicado para profissionais principiantes, até aos mais
experientes, sendo assim uma questão fundamental para o funcionamento dos setores. O
treinamento tem como finalidade o aprimoramento e desenvolvimento pessoal e profissional
dentro de uma organização.Para Vieira (1999), o treinamento segue uma função linear, onde
deve haver um líder responsável por se preocupar com o processo de capacitação de sua
equipe, atentos para a real necessidade de cada funcionário e que o treinamento seja adequado
e contínuo.
Chiavenato (2009, p. 389), afirma quando diz que:
Treinamento é o processo educacional focado no curto prazo e aplicado de maneira
sistemática e organizada através do qual as pessoas aprendem conhecimentos,
habilidades e competências em função de objetivos definidos.
Para Robbins (2002), Os treinamentos têm como intuito atualização e aprimoramento
das habilidades técnica e pessoal. Quando corretamente aplicado, o treinamento pode ser
benéfico e trazer retorno para o profissional e para a instituição, pois um profissional
qualificado terá fundamentação teórica e motivação para executar suas tarefas e obter
resultados positivos. Consequentemente o investimento poderá contribuir efetivamente para
otimização do processo.
21
Ferreira (1979, p.219), diz que:
Treinamento dentro de uma empresa poderá objetivar tanto a preparação do
elemento humano para o desenvolvimento de atividades que virá a executar, como
desenvolvimento de suas potencialidades para o melhor desempenho das que já
executa.
Baseado no conceito de Bastos, Gondim e Loyola (2004), a pesquisa em questão alia a
importância da avaliação do aprendizado através do treinamento como um processo que
relaciona o avanço do nível individual para agregar ao coletivo, o que contribui para o acesso
e uso do conhecimento desenvolvido no treinamento como um fator de aprendizagem para o
estabelecimento. Desta forma, a avaliação do aprendizado do treinamento auxilia na
mensuração da aquisição do conhecimento pelo estudante, o que os torna preparados para
eficiente disseminação desse conhecimento.
Treinamentos simulados são utilizados como estratégia de aprendizado em diversas
áreas do conhecimento incluindo as ciências humanas. Na área da saúde, os treinamentos são
utilizados também para aquisição de habilidades específicas em especialidades como
anestesiologia e cirurgia (Escolino 2016, Warren 2016, Maertens 2016). Quando se pesquisa a
utilização de treinamentos simulados para a prevenção e controle de IRAS, poucos trabalhos
são encontrados na literatura, muitos focados na prevenção de infecções relacionadas à
inserção de cateteres venosos centrais ( Cartier 2016, Steiner 2015).
2.5 AS VIRTUDES DO TRABALHO EM EQUIPE
Pensando numa maneira de promover qualidade nos serviços e reformular os
processos de trabalho, surge a estratégia de trabalho em equipe. Mesmos com os inúmeros
modelos já existentes que relatem a sua importância, há também muita indefinição no que se
refere aos conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para ser implementado no
cotidiano dos serviços (PINHO, 2006)
Gomes, Anselmo e Lunardi Filho (2000), trazem a concepção de que pessoas que
realizam algo em conjunto formam uma equipe, tem como característica essencial do trabalho
a oportunidade de todos os membros na construção de idéias e opiniões a fim de solucionar os
problemas. Esse tipo de trabalho permite que um profissional se reconstrua na prática do
outro.
De acordo com, Maximiano (2004):
22
Grupo é um conjunto de pessoas que têm um objetivo comum ou que compartilha
alguma característica, como um objetivo, um interesse, um comportamento ou uma
localização
Sendo assim, todos os componentes de um grupo possuem um elo de troca com intuito
de intervir na realidade que se apresenta e se revela complexa, por reunir pessoas com
diferentes histórias, origens, saberes técnico e formações distintas, em virtude atender
corretamente às necessidades dos usuários do serviço, de uma mesma instituição, bem como
aos desejos e à individualidade de cada membro da equipe (Araújo e Rocha, 2007; Canoletti,
2008).
23
3 MÉTODOS DE PESQUISA
A metodologia científica é um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados
pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de
uma maneira sistemática.
Severino (2000) define Metodologia como:
[...] um instrumental extremamente útil e seguro para a gestação de uma postura
amadurecida frente aos problemas científicos, políticos e filosóficos que nossa
educação universitária enfrenta. [...] São instrumentos operacionais, sejam eles
técnicos ou lógicos, mediante os quais os estudantes podem conseguir maior
aprofundamento na ciência, nas artes ou na filosofia, o que, afinal, é o objetivo
intrínseco do ensino e da aprendizagem universitária.
3.1TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo descritivo prospectivo de caráter quantitativo, realizado entre os
participantes de treinamentos simulados sobre prevenção e controle de IRAS, a respeito do
aproveitamento e assimilação de conceitos corretos sobre o assunto.
A pesquisa descritiva requer do investigador um extenso leque de informações sobre o
tema que realizará a pesquisa. Estudos descritivos possuem a finalidade de descrever os fatos
e os fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987).
A abordagem quantitativa é apropriada para mensurar tanto opiniões, atitudes e
preferências como comportamentos. A pesquisa quantitativa possui o objetivo de medir
relações entre variáveis por associação e obter informações sobre determinada população. “As
análises quantitativas são muito divulgadas e, nesse sentido, sua planificação geralmente
necessita de menos explicações que as análises qualitativas” (CONTANDRIOPOULOS,
1994, p.90).
3.2 POPULAÇÃO DO ESTUDO
Participantes do curso de extensão: “Prevenção e Controle de Infecções relacionadas à
Assistência à Saúde.
24
3.3 LOCAL DE ESTUDO
O cenário da pesquisa foi o Hospital Universitário Antônio Pedro - HUAP, localizado
no centro da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Atualmente, o HUAP é a maior e
mais complexa unidade de saúde da Grande Niterói e, portanto, considerado na hierarquia do
SUS como hospital de nível terciário e quaternário, isto é, unidade de saúde de alta
complexidade de atendimento.
O HUAP atende a população da Região Metropolitana II que engloba, além de Niterói,
as cidades de Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, São Gonçalo, Silva Jardim e Tanguá. Sua área de
abrangência atinge uma população estimada em mais de dois milhões de habitantes e, pela
proximidade com a cidade do Rio de Janeiro, atende também parte da população desse
município.
3.4 PERÍODO DO ESTUDO
O estudo foi realizado entre novembro de 2013 a dezembro de 2015.
3.5 CRITÉRIO DE INCLUSÃO
Alunos inscritos no curso que preencheram completamente o pré e pós-teste (testes
seguem nos APÊNDICES).
3.6 CRITÉRIO DE EXCLUSÃO
a) Não assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
b) Realização de somente um dos testes de avaliação
c) Preenchimento incompleto de quaisquer um dos testes.
3.7CONTEÚDO DO TESTE DECONHECIMENTO SOBRE IRAS
Todos os participantes foram avaliados através de um pré e pós-teste escrito, contendo
50 questões objetivas semelhantes em ambas as fases, sobre seis grandes áreas do controle e
prevenção de IRAS: higiene de mãos, prevenção de pneumonias associadas à ventilação
invasiva, prevenção de infecções de corrente sanguínea, prevenção de infecções urinárias
associadas a cateter vesical, biossegurança e prevenção de infecções em ambientes não-
hospitalares (ANEXO).As questões foram consideradas como certas ou erradas. Cada questão
contabilizou 2 pontos, sendo a pontuação mínima 0 ponto e a máxima 100 pontos.
25
A pontuação foi comparada nas etapas de pré-teste e pós-teste, através de porcentagem
de acertos.
Os resultados dos testes foram comparados em relação ao período de graduação, tipo
de curso da graduação do participante e categoria profissional (quando foi o caso).
3.8 DINÂMICA DO CURSO
O desenvolvimento das dinâmicas e treinamentos simulados foi realizado com base
nas questões dos testes aplicados. A dinâmica dos treinamentos seguiu a mesma sequência
para todos os grupos participantes: apresentação da proposta, aplicação do pré-teste, dinâmica
e treinamentos simulados, aplicação do pós-teste. Todos os grupos possuíam a característica
de conter participantes de diferentes cursos e de diferentes períodos.
Os treinamentos foram oferecidos de maneira gratuita para estudantes da graduação
em cursos da área da saúde, da UFF ou de outras universidades e profissionais da saúde de
quaisquer níveis, sendo a inscrição realizada online em conta de rede social, criada pelos
alunos bolsistas de extensão.Os treinamentos fazem parte de um curso de extensão oficial da
UFF, desde 2012 e foram realizados nas instalações do HUAP.
3.9TRATAMENTO DOS DADOS
A análise dos resultados foi realizada por meio do programa estatístico SPSS versão
21. Para fins de comparação dos dados obtidos pelo aproveitamento positivo nos testes, foi
utilizado o teste de t de Student e considerado p < 0,05 como valor de significância estatística.
3.10ASPECTOS ÉTICOS
A aplicação dos testes e tabulação dos dados foi possível após a assinatura do termo de
consentimento livre e esclarecido pelos participantes. O trabalho foi submetido e aprovado
pela plataforma Brasil sob o nº CAAE: 18961213.1.0000.5243( ANEXO), em 5/11/2013.
O pesquisador se responsabilizará pela preservação dos dados da pesquisa, cabendo-
lhe divulgar os resultados em eventos científicos, sem denegrir a imagem da instituição
envolvida na pesquisa. O pesquisador tem a obrigação de conduzir a pesquisa de acordo com
a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).Parecer do Comitê de Ética e
Pesquisa segue nos Apêndices.
26
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesta seção serão apresentados os resultados referentes à coleta de dados realizada
entre os anos de2013 a 2015. As informações coletadas sãoapresentadas em três categorias
temáticas com o objetivo de favorecer e facilitar a visualização e entendimento dos resultados.
Tais categorias respondem aos objetivos, geral e específico, propostos na pesquisa.
Assim trazendo considerações e importantes dados a serem discutidos. A partir do tema
proposto e da análise do material, optou-se por agrupar os dados em quatro categorias
temáticas.
A primeira categoria a ser descrita será referente ao perfil dos participantes. A segunda
categoria tenta-se entender um pouco do conhecimento dos participantes sobre o tema e o
trabalho em equipe. A terceira categoria expõe um assunto específico sobre o tema. A quarta
categoria trabalha na relevância do treinamento simulado para o presente estudo.
4.1 PRIMEIRA CATEGORIA: PERFIL DOS USUÁRIOS- APRENDER EM DIFERENTES
GRUPOS
Considerando o fato de o treinamento estar inserido nas dependências de um Hospital
Universitário onde conseguimos encontrar alunos e profissionais atuantes nas diversas áreas
do conhecimento em saúde, emergiu a importância de se trabalhar em equipe. Desta forma, os
grupos formados para a realização do treinamento tinham como principal característica conter
participantes dos cursos de graduação e períodos distintos, possibilitando assim visões
diferentes do paciente, conforme sua área de atuação.
Lima e Davi (2008) relatam que é fundamental que haja desenvolvimento de trabalho
em conjunto onde tenha o desempenho de todos num mesmo momento da assistência, cada
um agindo conforme suas competências específicas, e juntas busquem alternativas que
supram as complexidades dos problemas de saúde.
Para reforçar essa idéia Fiorelli (2004) diz que:
Uma equipe é o conjunto de pessoas com um senso de identidade, manifestado em
comportamento desenvolvido e mantido para o bem comum e em busca de
resultados de interesse comum a todos os seus integrantes, decorrentes da
necessidade mútua de atingir objetivos mais especificados.
27
Tabela nº1 – Perfil dos Usuários - Aproveitamento do trabalho em equipe, conforme os cursos de
graduação pré e pós-teste (LPEC IRAS-UFF 2013-2015)
Curso Número
Participantes
Respostas
corretas
antes do
treinamento
(%).
Respostas
corretasapós
o
treinamento
(%)
Aproveitamento
Enfermagem 27 51,7 82,1 +30,4
Farmácia 4 49,5 88 +38,5
Medicina 59 53,8 83,8 +30
Total 90 53 83,5 +30,5
A tabela 1 mostra o perfil dos usuários e o aproveitamento pré e pós-teste. Notamos
em todas as categorias profissionais taxas semelhantes de aproveitamento tanto no pré quanto
no pós-teste, indicando que todas os alunos se beneficiaram de maneira homogênea, posto que
puderam compartilhar vivências diferentes em um mesmo momento, facilitando assim o
aprendizado através dos treinamentos simulados.
Assim o trabalho tem valor usual e pode ser rico devido à ampliação do conhecimento
através da interação dos alunos, que faz parte do uso da articulação de novos saberes para que
resulte na busca da visão crítica e na criação de novos recursos para atingir os diferentes
níveis da saúde.
4.2 SEGUNDA CATEGORIA: MENSURAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS USUÁRIOS
ATRAVÉS DOS TESTES SOBRE OS DIFERENTES TEMAS ABRDADOS.
Aplicando-se os critérios de inclusão e exclusão para a participação na pesquisa, temos
que: todos os integrantes do estudo deveriam permanecer até o fim do estudo que implica no
preenchimento completo do pré e pós-teste realizado para fins de mensuração do
conhecimento dos participantes. Caso o mesmo tivesse preenchimento parcial ou incompleto
do pré-teste ou pós teste o participante era desligado do estudo.
O pré-teste é um formulário com questões feitas aos participantes no início de uma
determinada pesquisa, tem como finalidade de traçar o nível de conhecimento sobre o
28
conteúdo que será aplicado. Ao término do conteúdo de formação aplicado, os participantes
respondem o chamado pós-teste, sendo o mesmo instrumento inicial, para a mensuração do
nível de dificuldade. A partir da comparação das notas dos pré e pós-testes, será possível
identificar se a intervenção foi bem-sucedida em aumentar o conhecimento do participante
sobre o conteúdo da formação (I-TECH, 2008)
O gráfico nº1, mostrado abaixo, faz a relação entre o aproveitamento de cada curso
nos testes(pré e pós),conforme os conteúdos sobre as seis grandes áreas do controle e
prevenção de IRAS (higienização das mãos, prevenção de infecções associadas a cateteres
venosos, prevenção de infecções urinárias associadas a cateteres vesicais, prevenção de
pneumoniasassociadas à ventilação invasivae biossegurança). Os temas abordados nos testes
foram escolhidos, de modo que todos fizessem parte da prática comum dos participantes e
seus cursos.
Gráfico nº01 – Taxa de acertos dos alunos da graduação em saúde, medidos através de pré e
pós-teste ( LPEC IRAS-UFF 2013-2015)
Nota-se que através do resultado apresentado que nos pré e pós-teste, obtivemos a
resposta dos participantes sobre a absorção do conteúdo durante o período de formação
(treinamento). Além de, facilitar o examinador a avaliar as questões que ocorreram maior
número de erros, mostra também quais conceitos e competências precisam ser mais bem
atendidas e enfatizadas, ou até buscar novas alternativas para facilitar o ensinamento.
Através da leitura do gráfico nº 01 acima notamos que a porcentagem obtida no pré-
teste informa o conhecimento prévio do tema pelos alunos e pós-teste informa o quanto de
29
assimilação do conteúdo o aluno apreendeu, permitindo assim concluir que, o uso do
instrumento ao término do ensinamento (pós-teste) possibilitou compreender e avaliar a
absorção de conteúdo pelos participantes sobre o material de intervenção aplicado. Em todos
os temas houve aproveitamento superior no pós-teste quando comparado ao pós-teste
Evidencia-se assim, a importância da estratégia de treinamentos simulados mostrando-
se como uma valiosa ferramenta para o pesquisador, tendo em vista a clareza na visualização
dos resultados, quando comparado ao teste realizado no início do treinamento. Mastambém a
contribuição pessoal dos participantes na construção do conhecimento.
4.3TERCEIRA CATEGORIA: CORRELAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ALUNOS
DOS DIFERENTES CURSOS DE GRADUAÇÃO QUANTO A TEMÁTICA DE
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS.
Através do questionário realizado aos alunos que continham o total de 50 questões dos
temas que englobam as infecções relacionadas à assistência a saúde, 7 (sete) delas abordavam
a temática Higienização das Mãos que é um dos principais meios de prevenção de infecções
quanto entendido e praticado corretamente.
A higienização das mãos, que é um procedimento simples, barato e extremamente
discutido a respeito de seus benefícios, ainda, não é tido como um hábito no ambiente
hospitalar. Durante o Treinamento de intervenção, entre a realização dos testes, foi realizado o
Procedimento de Prática de higienização das mãos preconizado pela ANVISA e curiosamente
os alunos apresentaram dificuldade em realizar a prática correta.
A higienização das mãos é um método profilático que tem destaque no combate às
infecções hospitalares, já que é a partir das mãos a grande disseminação de microrganismos, e
ainda, “qualquer momento durante a prestação de assistência é considerado um risco de
transmissão, principalmente em ambientes que contenham pacientes imunocomprometidos
e/ou presença de dispositivos invasivos” (OPAS; ANVISA, 2008).O gráfico nº2 mostra o
desempenho dos alunos dos três cursos avaliados, em relação às taxas de acerto no pré e pós-
teste, realizado após o treinamento simulado.
30
Gráfico nº02 – Taxa de acertos (%) de alunos da graduação em saúde no pré-teste e pós-teste,
realizado após treinamentos simulados sobre Higienização de Mãos (LPEC-IRAS 2013-2015)
A Gráfico nº02 mostra através dos resultados do pré-teste que todos os alunos, dos três
cursos e de diferentes períodos, aumentaram suas taxas de acertos na temática avaliada em
questão, o que demonstra a utilidade desta estratégia de aprendizado para aumento do
conhecimento.
. Tais resultados alarmaram sobre os possíveis erros cometidos e dúvidas frequentes
resultante do conhecimento deficiente sobre o assunto.
4.4 QUARTA CATEGORIA: RELEVÂNCIA DO TREINAMENTO SIMULADO PARA
CONTRIBUIÇÃO DO APRENDIZADO.
De acordo com, Ribeiro (2009), simulação é a comprovação dos procedimentos
estipulados em um determinado cenário através de treinamentos, que pode ser representado de
forma hipotética, onde todas as ações são aplicadas de modo que promova seu efetivo
controle, como em uma emergência real até o seu encerramento.
De acordo com os fundamentos e os propósitos do treinamento, Haddad (2011), relata
que o simulado deve ser uma real situação do que será apresentado, ou seja, o seu objetivo
não pode iludir ou apenas encenar um ocorrido.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Enfermagem Farmácia Medicina
Pre Teste: Higienização das mãos
Pós Teste de Higienização dasmãos
31
Ao avaliar o método de treinamento notou-se que é uma ferramenta importante para
que os alunos se capacitem e aperfeiçoem em determinado assunto. Nessa pesquisa, os
treinamentos tiveram como foco qualificar e atualizar os alunos, além de promover a
interação e motivação os mesmos.
Ficando assim comprovado, através da tabela (1) e gráficos (1 e 2), mostrados nas
categorias acima que, o uso do Treinamento simulado é inestimável para a fixação do
conteúdo, e uma valiosa forma de se obter novos conhecimentos de forma dinâmica, além de
ser uma renomada forma de prever e promover o combate a infecções relacionadas à
assistência à saúde.
Uma limitação de nosso estudo foi avaliar o percentual de acertos somente no
momento após a realização do treinamento, quando os conceitos ainda estão recentes. Futuros
estudos que avaliem o conhecimento após um período maior de tempo depois do fim do
treinamento seriam interessantes para avaliar o conhecimento remoto e eficácia em longo
prazo desta estratégia de aprendizado.
32
5 CONCLUSÃO
Com análise nos dados, percebe-se que ainda há uma grande necessidade de se estudar
as vertentes que envolvem as infecções relacionadas à assistência à saúde.
Para a realização do trabalho foi preciso conhecer o perfil dos usuários para que os
assuntos fossem pertinentes a todos os cursos da graduação e a obtenção dos resultados
acontecesse de maneira satisfatória. Assim, ficou clara a importância do trabalho em equipe,
uma vez que, a interação dos usuários, a troca de experiências sobre os assuntos promoveu
maior esclarecimento resultando na fixação do conteúdo programático.
A mensuração do conhecimento dos alunos através de testes teve positivo
aproveitamento de forma que, ao aplicarmos o mesmo teste antes e após o instrumento de
intervenção, tivemos claramente a resposta comparativa dos alunos sobre cada tema abordado.
Esse método foi um grande artifício para a comparação dos dados e a obtenção de resultados.
Nota-se que apesar da higienização ser um procedimento simples, vimos que ainda
existe muitas dúvidas em relação ao tema abordado, por isso é extremamente importante que
seja sempre discutido seus benefícios e riscos causados pela teoria e prática quando defasadas.
Os treinamentos simulados tiveram como objetivo facilitar a aquisição de
conhecimentos, devido a dinamicidade do aprender o que tornou o processo de aprendizado
renomado.
Com essa pesquisa podemos notar que os alunos não precisam apenas se informar
sobre as infecções, mas de reestruturação e implementação de novas estratégias que
promovam a assistência qualificada nas ações prestadas por alunos, já que se trata de um
hospital Universitário.
Pensa-se ainda como contribuição para a prevenção das IRAS no ambiente hospitalar,
que haja treinamentos regulares de acordo com as demandas encontradas em cada setor do
HUAP onde os alunos são atuantes.
33
6 OBRAS CITADAS
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orientações e critérios diagnósticos. Sistema de vigilância epidemiológica das infecções
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37
8 APÊNDICES
8.1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
NOME DA PESQUISA: CONHECIMENTO E PERFIL DOS USUÁRIOS DOS
CURSOS DO LABORATÓRIO DE ENSINO EM PREVENÇÃO E CONTROLE DE
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE
INTRODUÇÃO
O Senhor(a) está convidado a participar de uma pesquisa científica.
Gostaríamos de esclarecer que sua participação é inteiramente voluntária e anônima, isto é,
você pode optar por não participar ou, caso participe, retirar-se a qualquer momento do
estudo. Embora não haja garantia de qualquer benefício pessoal, a sua participação na
pesquisa certamente contribuirá para o avanço do conhecimento e conseqüentemente
ajudará muitos outros indivíduos no futuro.
Abaixo expomos um resumo de nossa pesquisa. Por favor, leia com atenção e retire suas
dúvidas com o pesquisador responsável.
Justificativa do estudo
O presente estudo será realizado para verificar seu conhecimento sobre infecções
relacionadas à assistência à saúde e seu perfil como usuário dos cursos do laboratório de
ensino em prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde(LPEC-
IRAS).
Os resultados poderão ajudar a melhorar a assistência à saúde, direcionando mais esforços
para corrigir as inadequações e processos de trabalho, além de melhorar a rotina de
atendimento ao paciente e cuidado com a sua saúde.
Objetivo do estudo
O estudo para o qual estamos lhe convidando a participar tem como objetivo: Mensurar o
perfil dos usuários dos cursos de treinamentos propostos pelo LPEC-IRAS e verificar o
conhecimento dos participantes , a respeito de infecções relacionadas à assistência à saúde,
através da realização de pré e pós testes.
Benefícios
38
O principal benefício relacionado à sua participação nesta pesquisa é contribuir para a
melhoria de suas condições de trabalho e atendimento a pacientes, com ênfase na prevenção
de infecções relacionadas à assistência à saúde.
Procedimentos a serem realizados e possíveis desconfortos
Caso Sr(a) aceite participar deste estudo, o sr assinará este termo e realizaremos um
questionário anônimo e auto-preenchido no qual faremos algumas perguntas sobre você ,
sua rotina de trabalho em relação a procedimentos que possam causar transmissão de
doenças e seu conhecimento sobre infecções relacionadas à assistência à saúde.
Quais pessoas que não poderão participar do estudo
Funcionários que manifestem o desejo de não participar do estudo.
Durante a sua participação na pesquisa o Sr(a) poderá:
1. Solicitar maiores esclarecimentos sobre a mesma incluindo perguntas relacionadas a
importância da pesquisa;
2. Retirar o seu Termo de Consentimento Livre e Esclarecido a qualquer momento da
pesquisa sem que nenhum tipo de penalização ou prejuízo no seu tratamento;
3. Ter garantia da equipe de pesquisa e do seu coordenador de que todos os dados
coletados serão confidenciais e mantidos em sigilo.
4. Saiba que não haverá nenhuma remuneração financeira ou compensação monetária
para participação nesta pesquisa.
As informações coletadas durante a sua participação serão analisadas em conjunto com as
informações de outras unidades de saúde. O seu consentimento permite o uso dos dados
coletados apenas para esta pesquisa científica e conseqüentemente publicação em revistas
voltadas ao público médico ou fazerem parte de material educacional. Todos os dados
relativos à sua participação serão mantidos em local reservado e seguro. Nenhuma informação
privada, ou que possa levar à identificação dos participantes será fornecida a terceiros.
Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso aos representantes da equipe de pesquisa na
Universidade Federal Fluminense (UFF). A equipe pode ser contatada a qualquer momento
para tirar qualquer dúvida ou para obter atualização sobre os resultados parciais da pesquisa.
Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com
o coordenador do estudo (Dr. André Ricardo Araujo da Silva, na Faculdade de medicina-
Universidade Federal Fluminense, Departamento Materno-Infantil. tel.: 2629-9031 ou celular:
9854-1950.
Consentimento para participar deste estudo
Acredito ter sido suficientemente esclarecido acerca do estudo, ficando claro para mim todas
as suas etapas. Concordo voluntariamente em participar e confirmo que não possuo nenhum
39
dos critérios de exclusão para participar do mesmo. Recebi uma cópia assinada deste Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido e estou ciente que a minha assinatura não significa que
estou renunciando aos meus direitos legais, de acordo com as leis vigentes no Brasil.
_____________________________ _______ _____________________
Assinatura do Familiar ou representante legal Data
_____________________________ _______
Nome por extenso do Familiar ou representante legal
_____________________________ _______ _____________________
Assinatura da Pessoa que Obteve o Consentimento Data
40
8.2 INSTRUMENTO DE PESQUISA- PRÉ E POS TESTE
LABORATÓRIO DE ENSINO DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES
RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE-LPEC IRAS
CURSO DE EXTENSÃO PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÕES RELACIONADAS À
ASSISTÊNCIA À SAÚDE- PRÉ-TESTE-JUNHO 2015
Nome:_________________________________________________________________
Higienização de mãos:Marque V (verdadeiro) ou F ( falso) para as afirmativas abaixo:
( ) As preparações alcoólicas são superiores na remoção de micro-organismos multirresistentes
quando comparadas com a higienização de mãos com água e sabão.
( ) O uso de sabão em barra (grande) é uma alternativa para o sabão líquido para a correta
higienização de mãos.
( ) Um dos principais contaminantes dos sabões líquidos é a Pseudomonasaeruginosa , micro-
organismo envolvido principalmente em pneumonias associado à ventilação mecânica.
( ) Ao utilizar preparações alcoólicas deve-se esperar 2 minutos para que o produto faça efeito.
Faça a correlação entre as colunas, a respeito de produtos utilizados para higienização de mãos:
1) Clorexidina a 2% ( ) Não apresenta efeito residual
2) Álcool a 70% ( ) É considerado o melhor antisséptico disponível
3) Iodóforos (PVPI) ( ) Ótima ação contra bactérias Gram positivas e negativas.
Prevenção de infecções associadas a cateteres venosos: Marque V (verdadeiro) ou F ( falso):
( ) Cateteres venosos periféricos devem ser trocados a cada 72h/96h, em adultos
( ) É recomendada rotineiramente a coleta de sangue através de cateteres venosos periféricos em
adultos e crianças
( ) Os melhores resultados na prevenção de infecções relacionadas à cateteres intra-vasculares são
obtidos quando é instituído uma equipe treinada para sua inserção.
( ) O sítio de inserção do cateter deve ser inspecionado a cada 48h pela equipe de saúde.
( ) Toda ponta de cateter profundo após sua utilização,deve ser retirada e enviada para cultura semi-
quantitativa
Faça a correlação entre as colunas, a respeito de cateteres venosos periféricos e profundos:
1) Catéter periférico ( ) Utilizado normalmente para tratamentos prolongados como
quimioterapia
2) Catéter venoso profundo ( ) 1ª escolha para administração de volumes e medicamentos
IV
41
3)Catéter profundo de inserção periférica (PICC) ( )Tempo máximo de permanência de 5
dias
4)Catéter totalmente implantado ( ) Veias preferenciais de inserção são do membro
superior
5)Catéter arterial umbilical ( ) Não há consenso para inserção preferencial em
crianças
Prevenção de infecções associadas a cateteres vesicais: Marque V (verdadeiro) ou F ( falso):
( ) Os rins e bexiga do homem normalmente são estéreis, ou seja, não contêm bactérias.
( ) São indicações para o uso de catéteres vesicais: incapacidade de urinar sozinho, medição precisa
do volume urinário ou após algumas cirurgias.
( ) A infecção associada à cateter vesical ocorre quando bactérias ou fungos ascendem pelo cateter e
atingem a bexiga ou rins.
( ) Atualmente são recomendados cateteres impregnados com antibióticos como de primeira escolha
para cateterização vesical prolongada em detrimento de cateteres vesicais de silicone.
Prevenção de pneumonias associadas a equipamentos de terapia inalatória e ventilação
mecânica: Marque V (verdadeiro) ou F ( falso) para as afirmativas abaixo:
( )Estudos recentes indicam que a quimioprofilaxia com antibióticos durante o período de intubação
orotraqueal reduz a incidência de PAV em 40%.
( ) Em pacientes intubados, uma das medidas recomendadas para a prevenção de PAV é a limpeza da
cavidade oral com clorexidine veículo oral a 0,12% ou 0,2%, 3 a 4 vezes ao dia.
( ) Os germes mais comumente causadores de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) são
vírus (adenovírus e VSR) e fungos ( Candidaspp e Aspergillusspp)
( ) Os micronebulizadores utilizados para nebulização podem ser utilizados por até 48h em pacientes
diferentes.
( ) A taxa de PAV é maior em pacientes que utilizam sistema aberto de secreções quando comparado
com aqueles que utilizam sistema fechado.
Biossegurança/Reprocessamento: Marque V (verdadeiro) ou F ( falso) para as afirmativas abaixo:
( ) Pacientes com meningite meningocócica necessitam de precaução por gotículas e não precaução
aérea.
( ) Máscaras de proteção facial do tipo N95 ou PFF2 podem ser utilizadas novamente desde que
armazenadas adequadamente.
42
( ) Todos os profissionais de saúde ( incluindo os alunos) devem estar com a vacinação contra a
hepatite B em dia ( 3 doses)
( ) Seringas de plástico, tubos orotraqueais, cateteres nasais de oxigênio e compressas cirúrgicas são
itens enquadrados como de uso único, sendo proibido o reprocessamento.
Correlacione as precauções necessárias conforme o tipo de precaução específica para cada doença
ou infecção:
1) Precaução de contato (capote de proteção +luvas) 2) Precaução aérea (máscara N95) 3)
Precaução de gotículas ( máscara cirúrgica) 4) Precaução padrão ( usada em qualquer paciente
independente da doença de base).
( ) Gastroenterites ( ) Tuberculose ( ) Varicela( ) Escabiose (sarna) ( ) Meningite meningocócica (
) Pediculose ( ) Infecção pelo HIV ( ) Molusco contagioso ( ) Resfriado comum
Correlacione os tipos de equipamentos médicos hospitalares conforme a classificação proposta por
Spaulding para o reprocessamento.
1) Artigo crítico (destinados à penetração de pele e mucosas)2)Artigo semi-crítico (contato com
pele não íntegra ou mucosas) 3) Artigo não crítico (contato com pele íntegra)
( ) Nebulizadores()Termômetros()Oxímetros de pulso ()Tuboorotraqueal ( ) Circuitos de
respiradores ( ) Máscaras faciais ( ) Tenda de oxigênio (hood) ( ) Cabo de bisturi ( )
Espéculo vaginal ( ) Cânulas de endoscopia ( ) Estetoscópio
43
9 ANEXOS
Plataforma Brasil