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UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA
CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I 3º SEMESTRE – 8ª aula
(Profa. Renata H. S. Bueno)
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Relembrando...
Como estudado anteriormente, a composição coativa dos litígios é função do Estado moderno.
A esta atividade, exercida por intermédio do juiz, visando a pacificação dos conflitos pela aplicação da lei aos casos concretos denomina-se JURISDIÇÃO.
continua...
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ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO:
Como função estatal, a jurisdição é una, mas, na prática, exige o concurso de vários órgãos do Poder Judiciário.
É exercida pelos juízes, desembargadores e ministros.
Continua....
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É dividida em: Justiças Especiais (Justiça do Trabalho; Eleitoral e Militar) e Justiças Comuns (Justiça Estadual e Federal, inclusive Juizados).
QUANTO AO OBJETO: classifica-se em civil, penal e trabalhista;
QUANTO À HIERARQUIA: em superior e inferior, conforme as decisões provenham de órgão de instâncias superiores ou inferiores.
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JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
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1.COMPETÊNCIA INTERNACIONAL (jurisdição de outros Estados-Nações)
A jurisdição, como manifestação de poder, encontra óbice na soberania de outros países. De nada adiantaria que a lei brasileira autorizasse o processamento de determinadas ações perante a nossa justiça se a decisão aqui proferida não fosse exeqüível, por violar ou ofender a soberania de outro país. 6
Reciprocamente, há certas ações que só podem ser julgadas pela justiça brasileira, em caráter de exclusividade (enumeradas no art. 89, CPC).
Se o forem em outro país, serão aqui inexeqüíveis, porque o STJ (Superior Tribunal de Justiça) lhes negará homologação.
Continua...7
Assim, os atos executivos determinados pelo juiz de certo país não poderão ser cumpridos diretamente em outro sem a colaboração deste; primeiro, a sentença há que ser homologada, para então tornar-se exeqüível.
Também são excluídos da nossa jurisdição aqueles conflitos que não tragam qualquer interesse para a justiça brasileira. Ex.: um litígio entre estrangeiros, versando sobre fato ocorrido em outro território.
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A SENTENÇA ESTRANGEIRA
Nos termos do art. 90, CPC, a ação ajuizada no estrangeiro não induz litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas.
Mesmo a sentença estrangeira já transitada em julgado deve ser ignorada pelo juiz brasileiro, enquanto não homologada, ou seja, sem tal ato é absolutamente ineficaz!
Assim, como vimos, para que a sentença advinda de tais ações sejam eficazes, é preciso que sejam homologadas pelo STJ (art. 105, I, “i”, CF), à partir de então, produzindo efeitos.
(*) Ver Código de Bustamante – art. 394.
Continua... 9
EXECUÇÃO DA SENTENÇA ESTRANGEIRA – REQUISITOS
Nos termos da Resolução 9 do STJ (especialmente artigo 5º), de 04.05.2005, será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que contenha os seguintes requisitos:
a) Haver sido proferida por juiz competente;
b) Terem sido as partes citadas ou haver-se
legalmente verificado à revelia (em homenagem
ao contraditório e à ampla defesa);
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c) Ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida (a sentença deve ser definitiva);
d) Estar traduzida por intérprete autorizado;
e) Finalmente, ter sido homologada pelo STJ.
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ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
As ações que podem correr perante a Justiça Brasileira estão dispostas nos arts. 88 e 89, CPC. As que não se enquadrarem no rol não podem ser aqui julgadas, o processo então, será extinto sem julgamento de mérito.
No caso do art. 88, a justiça brasileira se reconhece competente, mas não nega que outros países também o seja.
Neste caso, a competência é CUMULATIVA ou CONCORRENTE, quando:
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I – o réu, qualquer que seja sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;(vale para pessoa natural ou jurídica);
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;(ainda que ambas as partes sejam estrangeiras, será competente a justiça brasileira quando houver estipulação do cumprimento da obrigação no Brasil – praça de pagamento, por exemplo.);
III – a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.(ainda que o ato seja praticado por estrangeiro, a competência será da justiça brasileira se o foi em território nacional, por exemplo: reparação de danos).
Continua...
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ESPÉCIES DE COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
COMPETÊNCIA EXCLUSIVA
O art. 89, enumera duas hipóteses, estabelecendo que com relação a estas, compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
Continua...
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I – conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil, pois estes fazem parte do território nacional;(permitir que a autoridade estrangeira possa proferir sentença versando sobre parte de nosso território ofende a soberania nacional);
II – proceder a inventário e partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.(embora a lei se refira a inventário, a regra estende-se por analogia, aos arrolamentos e independe ainda, do tipo de bem que deve integrar o espólio (móveis ou imóveis).
Continua...
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APLICAÇÃO DO DIREITO MATERIAL ESTRANGEIRO PELA AUTORIDADE JUDICIÁRIA BRASILEIRA:
Nos termos do art. 1º, CPC, a jurisdição brasileira exerce-se nos limites do território nacional, mas, a autoridade brasileira pode aplicar, nos processos que aqui tramitam, normas de direito substancial estrangeiro.
Quando?
continua...
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a) Nos casos em que for alegado como prova (art. 337, CPC);
b) Nos casos dispostos na Lei de Introdução ao Código Civil – agora LINDB (DL 4657, de 04.09.42)
Exemplo: sucessão de bens de estrangeiros e aplicação da lei mais benéfica ao cônjuge e aos filhos – art. 10.
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SÍNTESE:
1. A JURISDIÇÃO é uma das funções do Estado que tem o objetivo de aplicar a norma editada no caso concreto;
2. A atividade jurisdicional é exercida dentro do Poder Judiciário através de seus órgãos, quais sejam, juízes, desembargadores e ministros;
3. A jurisdição é dividida em:
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a) JUSTIÇA COMUM (Justiça Estadual e Justiça Federal, inclusive Juizados);
b) JUSTIÇA ESPECIAL (Justiça do Trabalho; Justiça Eleitoral e Justiça Militar);
QUANTO AO OBJETO: classifica-se em civil, penal e trabalhista;
QUANTO À HIERARQUIA: em superior e inferior, conforme as decisões provenham de órgão de instâncias superiores ou inferiores.
continua.....
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4. O CPC regula, em seus artigos 88 a 90, a denominada COMPETÊNCIA INTERNACIONAL;
5. O processamento e julgamento das causas que tenham por objeto as situações arroladas no artigo 88 competem aos órgãos jurisdicionais brasileiros, mas a lei reconhece valor às decisões estrangeiras que as envolvam, desde que previamente homologadas pelo STJ para ter efeitos no Brasil – COMPETÊNCIA CONCORRENTE ou CUMULATIVA.
continua.....
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6. As causas indicadas no art. 89, competem, COM EXCLUSIVIDADE, às autoridades brasileiras. Se houver sentença estrangeira versando sobre essas matérias, O STJ jamais a homologará, permanecendo ineficaz em território brasileiro - COMPETÊNCIA EXCLUSIVA.
................ Fim21