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UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA ACADÊMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO EDUARDO HELIODORO ARRUDA A INTENÇÃO EMPREENDEDORA NOS INDIVÍDUOS ENVOLVIDOS EM INCUBADORAS DE EMPRESAS Natal/RN 2015

UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA ACADÊMICA …Administração, da Universidade Potiguar, ... abordagem descritiva, pois além de identificar as relações existentes entre os

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UNIVERSIDADE POTIGUAR

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

EDUARDO HELIODORO ARRUDA

A INTENÇÃO EMPREENDEDORA NOS INDIVÍDUOS ENVOLVIDOS EM INCUBADORAS DE EMPRESAS

Natal/RN 2015

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EDUARDO HELIODORO ARRUDA

A INTENÇÃO EMPREENDEDORA NOS INDIVÍDUOS ENVOLVIDOS EM INCUBADORAS DE EMPRESAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração, da Universidade Potiguar, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração na Área de Concentração Gestão de Negócios. Orientador: Prof. Lieda Amaral de Souza

Natal/RN 2015

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Arruda, Eduardo Heliodoro.

A Intenção empreendedora nos indivíduos envolvidos em incubadoras de empresas) / Eduardo Heliodoro Arrudar. –Natal-RN, 2015.

(81)f.

Orientador: Lieda Amaral de Souza Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró-Reitoria Acadêmica – Núcleo de Pós-Graduação.

Bibliografia: (Qtd. de Folhas da referência – Ex: 67 -73)f.

1. Orientação Individual Empreendedora – Dissertação.

2. Contexto econômico. 3. Teoria do comportamento

planejado3. 4. Modelo de equações estruturais. I. Título.

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EDUARDO HELIODORO ARRUDA

A INTENÇÃO EMPREENDEDORA EM INDIVÍDUOS ENVOLVIDOS EM

INCUBADORAS DE EMPRESAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito para obtenção de título de Mestre em Administração, na área de Estratégia e Competitividade, pela comissão julgadora composta pelos membros:

Resultado: Aprovado

Natal, 10 de dezembro de 2015.

___________________________________________________

Prof. Dra. Lieda de Souza Amaral

Orientador – Universidade Potiguar-UnP

___________________________________________________

Prof. Dr. Felipe Nalon Castro

Membro Examinador Interno – Universidade Potiguar-UnP

___________________________________________________

Prof. Dr. Isabel Cristina A. S. Rosso Nelson

Membro Examinador Externo – UNIFACEX

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Dedico este trabalho à minha família, por todo

apoio e compreensão de minha amada esposa,

Michelle, da minha “filhota”, Maria Eduarda,

meus pais, a todos amigos e familiares que

deixei de dar mais um pouco de atenção para

me dedicar a este sonhado projeto e, em

especial, a minha madrinha Tia Iara que sempre

incentivou seus sobrinhos na busca de

conhecimentos.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por guiar meus passos e me fortalecer nos

momentos difíceis.

A minha esposa, amiga e companheira Michelle Rosendo, que em todos os

momentos me incentiva na busca dos meus objetivos profissionais e a nossa pequena

Maria Eduarda, que chegou em nossas vidas, no meio deste turbulento período de

dedicação ao projeto profissional. Espero que entendam que para alcançar os sonhos

é preciso dedicação e algumas renúncias.

Aos meus pais, Jose Mário e Maria Itajaci, que em toda minha caminhada me

conduziram para o caminho do bem me proporcionando uma vida de amor e carinho

e fazendo com que eu me tornasse quem sou.

Aos meus irmãos Mario Cesar, Julianny e Luanna que sempre me ouvem e

me inspiram através da determinação e disciplina nos estudos e na busca dos sonhos.

A minha madrinha, Tia Iara, que me presenteava com livros para eu aprender

a gostar de estudar.

A minha orientadora, professora Liêda Amaral de Souza pela sua dedicação

em me ajudar na pesquisa e sua disponibilidade em prol deste trabalho.

Ao meu amigo Felipe Ferrucio que, juntos, passamos horas quebrando a

cabeça para aprender sobre equações estruturais. Felipe você fez a diferença para o

meu projeto, obrigado!

A Edilson Melo e Marcia Mary, meus companheiros de trabalho que sempre

me ajudavam para a realização deste mestrado.

A dona Maria Lucia, que me incentivou e ajudou na realização do mestrado.

A todos que fazem parte do Mestrado em Administração da Universidade

Potiguar.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste

projeto.

A todos vocês meu Muito Obrigado!

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“Demore o tempo que for para decidir o que você quer da vida, e depois que decidir não recue ante nenhum pretexto, porque o mundo tentará te dissuadir”.

Friedrich Nietzsche

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RESUMO

O empreendedorismo vem ganhando espaço nas discussões sobre o desenvolvimento econômico e a geração de riquezas e renda para os países de economia emergentes e países desenvolvidos. A orientação empreendedora (OE) surge, dentro de um contexto organizacional, como conceito que busca investigar a capacidade empreendedora das empresas. No Brasil, as micro e pequenas empresas (MPE) apresentam impacto relevante no desempenho do país. Porém cerca de 70% das micro e pequenas empresas brasileiras encerram suas atividades nos cinco primeiros anos de vida devido à falta de planejamento. Nesse contexto as incubadoras oferecem ambiente e recursos para atender as necessidades dos novos empreendimentos. Além disso, a orientação para o empreendedorismo e a intenção empreendedora são importantes para o sucesso das novas empresas especialmente em contextos no qual o dinamismo do mercado é alto e a concorrência acirrada. Diante da situação exposta, o objetivo deste trabalho é investigar a intenção empreendedora de indivíduos que possuem projetos vinculados a incubadoras de empresas, a partir, de um modelo teórico baseado na orientação individual empreendedora, na teoria do comportamento planejado e em dois constructos adicionais retirados na literatura: (1) contexto econômico e (2) ações da incubadora. O trabalho é apoiado em uma abordagem descritiva, pois além de identificar as relações existentes entre os constructos que podem influenciar na intenção e ação de empreender, buscou analisar e determinar a relação dessa natureza. Em relação à abordagem do problema, este estudo trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa. O método de análise de dados, utilizado para testar as hipóteses do modelo conceitual proposto foi a modelagem de equações estruturais. Os dados foram coletados com a aplicação de um questionário estruturado com escala do tipo Likert de concordância com 7 pontos e, para a caracterização da amostra, o instrumento utilizou questões sócio demográficas. A análise de dados, através de equações estruturais, foi realizada com o software SmartPLS. As implicações práticas extraídas deste trabalho de campo aportam evidências concretas de relacionamentos entre os constructos para explicar a intenção e a ação de empreender de indivíduos que possuem projetos vinculados em incubadoras de empresas. Diante disto, os resultados estatísticos comprovaram que o modelo conceitual proposto se mostrou adequado para a explicar a intenção e ação de empreender. Palavras-chave: Orientação individual empreendedora. Incubadora. Contexto econômico. Comportamento planejado. Modelo de equações estruturais.

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ABSTRACT

Entrepreneurship is becoming more important in discussions about economic development and generation of wealth and incoming for developing and developed countries. Entrepreneurship orientation (EO) rises, in a organizational context, as a concept that wants to investigate companies’ entrepreneurship capacity. In Brazil, small and micro companies present relevant impact in the country’s development. However, around 70% of the small or micro Brazilian companies end their activities on their first five years after being created due lack of planning. In this context, incubators offer environment and resources to attend the demand of the new projects of the company. Besides that, the orientation and the intention to entrepreneurship are important to the success of the new business, especially in contexts where market’s dynamism is high and the competition tough. That being presented, this work’s goal is to investigate individual’s entrepreneurship intention that possess linked projects to companies incubators, from a theoretical model based on a individual orientation, on a planned behavior’s theory and on two constructs retrieved from literature: (1) economic context and (2) incubators actions. This paper is sustained by a descriptive approach because, besides identify the existent relations between constructors that can influence on the intention and action of the entrepreneurship, tried to analyze and to determine the relation of it. Regarding the problem’s approach, this paper is about a quantitative research. The data analysis method, used to test the hypothesis of the theory model proposed was the modeling of structure’ equation. The data has been collected by using a questionnaire that was structured with a Likert agreement scale with 7 points and, to characterize the sample, the instrument used socio demographic matters. The data analysis, through structural equations, was made with the software SmartPLS. The practical implications that could be extracted from this work field show real relations evidences between constructors to explain the intention and the action of individuals’ entrepreneurship that possess linked projects on companies’ incubators. Because of that, statistics results have proved that the theoretical model that was proposed was suitable to explain the intention and action of the entrepreneurship act.

Key words: Individual’s entrepreneurship orientation. Incubator. Economic context.

Planned behavior. Structured equation model.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Resumo das variáveis sobre contexto econômico;................................. 22

Quadro 2 – Definição das dimensões da orientação empreendedora. ...................... 24

Quadro 3 – Definição das dimensões de variáveis da OIE. ...................................... 26

Quadro 4 – Resumo das variáveis sobre ação das incubadoras. ............................. 29

Quadro 5 – Resumo das variáveis sobre a Teoria do Comportamento Planejado. ... 34

Quadro 6 – Variáveis do Contexto Econômico .......................................................... 39

Quadro 7 – Variáveis da Orientação Individual Empreendedora............................... 39

Quadro 8 – Variáveis das Ações da Incubadora ....................................................... 40

Quadro 9 – Variáveis da Teoria do Comportamento Planejado. ............................... 41

Quadro 10 – Estrutura do questionário ..................................................................... 43

Quadro 11 – Afirmações que sofreram readequação após o pré-teste ..................... 44

Quadro 12 – Resultados das Hipóteses. ................................................................... 60

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Modelo conceitual da TCP. ...................................................................... 31

Figura 2 – Esquema metodológico da pesquisa. ....................................................... 35

Figura 3 – Modelo Conceitual Proposto. ................................................................... 37

Figura 4 – Etapas para a aplicação do MEE. ............................................................ 47

Figura 5 - Modelo estrutural do projeto – SmartPLS. ................................................ 49

Figura 6 - Modelo estrutural ajustado – SmartPLS. ................................................... 58

Figura 7 - Modelo estrutural com os coeficientes do teste t. ..................................... 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Aderência das afirmações pelo alfa de Cronbach ................................... 44

Tabela 2 – Caracterização sócio demográfica da amostra ....................................... 48

Tabela 3 - Fator de Inflação da Variância (VIF) ......................................................... 50

Tabela 4 - Critérios de Qualidade do Modelo ............................................................ 50

Tabela 5 - Cargas fatoriais iniciais. ........................................................................... 51

Tabela 6 - Critérios de Qualidade Modelo Ajustado .................................................. 52

Tabela 7 - Cargas fatoriais ajustadas no modelo. ..................................................... 53

Tabela 8 - Validade Discriminante ............................................................................. 55

Tabela 9- Coeficiente de Determinação de Pearson (R²) .......................................... 56

Tabela 10- Coeficiente de Caminho .......................................................................... 56

Tabela 11- Coeficiente de Caminho .......................................................................... 57

Tabela 12- Resumo dos critérios de qualidade de ajuste .......................................... 59

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AE Ação da Incubadora

ATI Atitude Empreendedora

CCP Controle do Comportamento Percebido

CERNE Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos

GEM Global Entrepreneurship Monitor

INT Intenção Empreendedora

OE Orientação Empreendedora

OIE Orientação Individual Empreendedora

MEE Modelo de Equação Estrutural

MPE Micro e Pequenas Empresas

NS Normas Subjetivas

PLS Partial Least Square

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SEM Structural Equations Modeling

TCP Teoria do Comportamento Planejado

TRA Teoria da Ação Racional

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA ................................................ 15

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 17

1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 17

1.2.2 Específicos .................................................................................................. 17

1.3 JUSTIFICATIVA............................................................................................ 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 20

2.1 CONTEXTO ECONÔMICO .......................................................................... 20

2.2 ORIENTAÇÃO INDIVIDUAL EMPREENDEDORA (OIE) ............................. 22

2.3 INCUBADORA DE EMPRESAS ................................................................... 26

2.4 TEORIA DO COMPORTAMENTO PLANEJADO (TCP) ............................... 29

2.4.1 Atitudes (ATI) .............................................................................................. 31

2.4.2 Normas Subjetivas (NS) ............................................................................. 32

2.4.3 Controle Comportamental Percebido (CCP) ............................................ 32

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ..................................................... 35

3.1 ESQUEMA METODOLÓGICO ..................................................................... 35

3.2 TIPO DE PESQUISA .................................................................................... 36

3.3 MODELO CONCEITUAL PROPOSTO ......................................................... 37

3.3.1 Variáveis analíticas ..................................................................................... 38

3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA ......................................................................... 41

3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA E COLETA DE DADOS ............................ 42

3.5.1 Pré-Teste ..................................................................................................... 43

4 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................... 45

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ............................................................ 47

4.2 TRATAMENTO DOS DADOS ...................................................................... 49

4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................... 57

5 CONCLUSÃO............................................................................................... 64

REFERÊNCIAS ............................................................................................ 67

APÊNDICE A – Instrumento de coleta de dados .......................................... 74

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1 INTRODUÇÃO

O empreendedorismo vem ganhando espaço nas discussões sobre o

desenvolvimento econômico e a geração de riquezas e renda para os países de

economia emergentes e países desenvolvidos. Como forma de aproveitar

oportunidades, sobreviver e competir em mercados de alta competitividade, a

capacidade de empreender e de inovar em produtos e processos são fatores que

podem afetar diretamente a melhoria dos indicadores de progresso econômico e

social dessas nações (PORTER, 1992). Neste contexto, o empreendedor possui um

papel de destaque no cenário econômico e social atual. Os países que incentivam o

desenvolvimento de atividades ligadas ao empreendedorismo, através da inovação,

do desenvolvimento de novas tecnologias e da criação de novos mercados,

apresentam maior competitividade e aumentam seu crescimento econômico (WONG;

HO; AUTIO, 2005).

Como a busca pelo desenvolvimento de novos negócios continua a crescer,

assim como as bases de pesquisas educacionais e os programas de treinamentos

que direcionam e impulsionam este crescimento, emerge uma área de pesquisa que

analisa a orientação empreendedora (OE) como um importante constructo que tem

sido amplamente utilizado na literatura de empreendedorismo (BOLTON; LANE,

2012).

A orientação empreendedora (OE) surge, dentro de um contexto

organizacional, como conceito que busca investigar a capacidade empreendedora das

empresas, bem como, a sua maneira de influenciar os processos empresariais

estratégicos e por consequência seus desempenhos. Ou seja, a OE refere-se aos

processos estratégicos que fornecem os subsídios necessários às organizações com

base para decisões e ações empreendedoras. Ela tem se demonstrado significante

em relação ao desempenho das empresas e seus estudos ocorrem através de um

conjunto de comportamentos, extraídos da literatura de estratégia de negócios e

empreendedorismo, dentre os quais se incluem a capacidade de inovação, disposição

para assumir riscos, proatividade, competitividade e autonomia (RAUCH et al., 2009;

LUMPKIN; DESS, 1996).

Apesar da literatura apresentar algumas divergências quanto a formatação da

OE, ela aponta que este fenômeno pode ser empregado por qualquer organização

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que deseje influenciar o comportamento do indivíduo direcionando-o a melhorar sua

capacidade de empreender. Além disso, a orientação empreendedora pode ser

considerada um processo que desenvolve comportamentos nos empreendedores,

que estimulam a criação de novos produtos e processos, o desenvolvimento de novas

tecnologias e permitem a imersão em novos mercados (COVIN; LUMPKIN, 2011).

A orientação individual empreendedora (OIE), ou seja, em nível do indivíduo

pode representar uma valiosa estratégia para os empresários, para incubadoras de

empresas e até mesmo para potenciais investidores que pensam em incentivar novos

modelos de negócios (LUMPKIN; DESS, 1996). No estudo da OIE, as características

de personalidade e atitudes empreendedoras estão relacionadas ao indivíduo. Estes

aspectos apresentam sua contribuição através da possibilidade de envolvimento ou

não envolvimento no desenvolvimento de um negócio (LEVENBURG; SCHWARZ,

2008). Segundo Zhao, Seibert e Lumpkin (2010) as características de personalidade

são duradouras e não sofrem muitas variações ao longo do tempo e, por isso, muitas

vezes são analisadas como aspectos das tendências empreendedoras de um

indivíduo. Para Barroso, Comin e Nascimento (2015) a personalidade refere-se ao

conjunto de padrões estáveis e consistentes das dimensões emocionais, de cognição

e comportamental dos seres humanos.

Na década de 80 até 90 tornou-se muito popular pesquisa de personalidade

sobre os indivíduos e sua propensão para a realização de atividades empresariais.

Contudo, essas pesquisas renderam resultados mistos, e descobriram que não havia

um conjunto específico de características de personalidade que definiam um

empresário bem-sucedido. Desta forma, uma vez que as características dos traços de

personalidade são mais estáveis e tendem a sofrer pouca mudança no tempo, à

pesquisa evoluiu para uma avaliação das atitudes empreendedoras dos indivíduos.

Nestas pesquisas, alguns fatores foram validados e demonstram confiabilidade para

o desenvolvimento de uma escala de medição da orientação individual

empreendedora, esses fatores são: inovação, capacidade de assumir riscos e

proatividade. Estas mesmas variáveis têm sido predominantemente estudadas na

literatura existente sobre orientação empreendedora e apresentaram validação

empírica de sua influência da intenção empreendedora (BOLTON; LANE, 2012).

Diante disso, a investigação sobre a formação da intenção empreendedora se

torna fator determinante para o aprofundamento e entendimento no estudo do

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processo empreendedor. A intenção empreendedora representa uma força motriz

para o estabelecimento de um novo modelo de negócio ou no aperfeiçoamento da

proposta de valor através da inovação em negócios já existentes (BIRD, 1992). Muitos

estudos sobre a formação da intenção empreendedora recorrem a modelos teóricos

e práticos que buscam prever e predizer as intenções e motivações presentes no

comportamento humano. Dentre estes estudos são considerados o modelo da Teoria

da Ação Racional (AJZEN; FISHBEIN, 1981) e a Teoria do Comportamento Planejado

(TCP) (AJZEN, 1991).

Desta forma, considerando que a atividade empreendedora impulsiona o

processo de inovação e consequentemente possibilita o crescimento econômico,

torna-se relevante investigar os fatores que condicionam o comportamento

empreendedor, através da orientação empreendedora ou da formação da intenção de

empreender (TEIXEIRA; DAVEY, 2010).

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMÁTICA

No Brasil, as micro e pequenas empresas (MPE) apresentam impacto

relevante no desempenho do país. Elas já são consideradas as principais fontes

geradoras de riqueza no comércio no Brasil, representando 53,4% do produto interno

bruto (PIB) deste setor. Além do PIB, outros bons indicadores estão associados ao

número de empreendimentos formalizados, geração de empregos e contribuição na

geração de riquezas do país, o que vem a confirmar sua relevância para a nação.

Cerca de 70% das micro e pequenas empresas brasileiras encerram suas atividades

nos cinco primeiros anos de vida. Tendo como principais razões para esse elevado

índice de mortalidade a falta de planejamento inicial (SEBRAE, 2014).

O planejamento precário ou inexistente, devido à inexperiência do

empreendedor, é uma barreira que dificulta a capacidade de um empreendimento

crescer e tornar-se uma empresa estabelecida no mercado, competitiva e capaz de

gerar lucros (VOHORA; WRIGHT; LOCKETT, 2004). Nesse contexto, surgem as

incubadoras de empresas como movimento que tem assumido um papel estratégico

para o apoio às micro e pequenas empresas no processo empreendedor e de

inovação. As incubadoras são mecanismos de apoio as empresas, e servem como elo

entre os empreendimentos e as instituições de ensino, o mercado e os centros de

pesquisa e desenvolvimento - P&D para o desenvolvimento da inovação. As

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incubadoras oferecem ambiente e recursos para atender as necessidades dos novos

empreendimentos. Fazendo com que as empresas que estão participando do

processo de incubação desenvolvam, durante determinado período, seus negócios

com o acompanhamento da incubadora e, quando maduras, tornem-se

empreendimento competitivo capaz de concorrer no mercado (HONGLI; LINGFANG,

2010).

As incubadoras brasileiras têm como base para a definição dos seus

processos a implantação do Modelo de Gestão de Incubadoras, concebido pelo

Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (CERNE), com o objetivo

de alcançar a certificação através da implantação de suas práticas. A implantação das

atividades-chave do CERNE é um processo que envolve as diversas áreas de atuação

das incubadoras, e permitem o monitoramento e avaliação do desempenho das

empresas incubadas por meio de uma série de indicadores (DANTAS et al., 2014).

Além disso, a orientação para o empreendedorismo e a intenção

empreendedora são importantes para o sucesso das novas empresas especialmente

em contextos no qual o dinamismo do mercado é alto e a concorrência acirrada, bem

como quando os ciclos de vida dos produtos são mais rápidos e as barreiras para a

criação e manutenção de vantagens competitivas são elevadas (COVIN; LUMPKIN,

2011). As rápidas transformações sociais, políticas e econômicas que marcam

definitivamente o cenário brasileiro, permitem avançar no conhecimento na área do

empreendedorismo, visto que, através das particularidades de suas características,

permite demonstrar a possível influência exercida pelo ambiente turbulento na relação

com a orientação empreendedora e na atitude de empreender (BURGESS;

STEENKAMP, 2006).

Diante da situação exposta, emerge a seguinte pergunta para a pesquisa:

Qual a influência que as incubadoras de empresas, o contexto

econômico e a orientação individual empreendedora exercem na intenção e

ação empreendedora dos indivíduos que possuem projetos vinculados às

incubadoras de empresas?

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Compreender a intenção empreendedora de indivíduos vinculados a

incubadoras de empresas à luz da teoria do comportamento planejado e observar a

influência do contexto econômico, da orientação individual empreendedora e das

ações da incubadora sobre a atitude de empreender.

1.2.2 Específicos

Como consequências para o alcance do objetivo geral, foram definidos os

objetivos específicos elencados abaixo:

a) Propor o modelo de análise estrutural;

b) Identificar a influência do contexto econômico na atitude de empreender;

c) Avaliar a influência da orientação individual empreendedora na atitude

de empreender;

d) Analisar a influência das ações das incubadoras de empresas na atitude

de empreender.

e) Avaliar como os constructos da teoria do comportamento planejado

influenciam na intenção e ação de empreender.

1.3 JUSTIFICATIVA

Em face ao novo contexto competitivo e econômico, ao avaliar o contexto

brasileiro percebe-se uma vulnerabilidade devido ao grande número de micro e

pequenas empresas, que surgem sem planejamento e não apresentam condições de

competir e sobreviver a qualquer turbulência econômica ou a uma concorrência mais

estruturada (SEBRAE, 2014). Diante disto, para melhorar o desenvolvimento destas

empresas e consequentemente aumentar a competitividade do Brasil é necessário o

desenvolvimento de uma estrutura econômica alinhada com um crescimento

econômico sustentável. Desta forma, o estudo de elementos sob a ótica do

empreendedorismo e da inovação em ambientes de incubação de empresas se faz

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necessário em razão de seu estreito vínculo com o desenvolvimento das micro e

pequenas empresas e consequentemente de um crescimento sustentável (CHALELA,

2008).

Nesse contexto, o interesse acadêmico sobre o empreendedorismo expandiu

nos últimos anos. O número de estudos sobre orientação empreendedora e intenção

empreendedora aumentou mais do que cinco vezes na última década, em

comparação com a anterior. Ao mesmo tempo, o campo de estudo está buscando o

estabelecimento de um corpo comum nesta área do conhecimento. Desta forma a

orientação empreendedora representa uma área promissora para a construção

conhecimento sobre empreendedorismo. Contudo, ainda existe uma carência em

pesquisas cientificas que estabeleçam uma relação entre a atitude empreendedora e

a intenção de se tornar um empreendedor (RAUCH et al., 2009).

Apesar de fatores socio demográficos, perfis pscicológicos, situação individual

no mercado de trabalho (empregado ou desempregado) e conhecimentos sobre

negócios terem sido tradicionalmente utilizados para caracterizar e identificar o

indivíduo empreendedor, segundo Krueger, Reilly e Carsrud (2000) evidências

empíricas demonstram que, em geral, estes modelos apresentam baixa capacidade

de gerar previsões empíricas. Contudo, os modelos intencionais, como a teoria do

comportamebto planejado, que adiciona os estudos dos antecedentes das intenções

– atitudes, normas subjetivas, controle percebido – configura-se como modelo que

possibilita o aumento da capacidade de entender e predizer características sobre o

comportamento empreendedor, pois as intenções são os melhores fatores que

predizem os comportamentos planejados (AJZEN, 1991).

Além da carência de dados e pesquisas da evidência empírica sobre a

intenção empreendedora, a dificuldade torna-se maior para encontrar estudos

realizados em países em desenvolvimento e, é praticamente inexistente estes estudos

para a população brasileira (ALMEIDA, 2013).

Diante disso, percebe-se a importância desta pesquisa para o contexto

econômico, visto que o mercado se torna cada vez mais competitivo e muitas micro e

pequenas empresas apresentam um ciclo de vida curto devido à falta de

planejamento, e por isso precisam de uma maior eficiência em sua gestão e

preparação para o mercado. Além disso, no âmbito acadêmico percebe-se um

aumento do interesse sobre o tema empreendedorismo, e um crescimento nos

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estudos sobre orientação individual empreendedora, e a teoria do comportamento

planejado, contudo existe uma carência em pesquisas cientificas que relacionam a

atitude e a intenção de empreender.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CONTEXTO ECONÔMICO

De forma geral, o empreendedorismo está relacionado com o progresso

econômico de um país, Schumpeter (1911) em sua obra, Teoria do Desenvolvimento

Econômico, defende que os empreendedores são o motor para o desenvolvimento

econômico de uma nação através do processo de destruição criativa no qual as

inovações introduzidas no mercado tornam obsoletos as tecnologias e produtos

existentes. Esta ideia é corroborada por Porter (1992) destacando que a contribuição

do empreendedor no progresso econômico ocorre, basicamente, através da inovação

que introduz e estimula a concorrência no mercado. Desta maneira o processo de

inovação em processos produtivos e produtos estão no cerne da competitividade de

um país.

Martes (2010) alerta para a correta conceituação do empreender. Segundo o

autor, adaptar, crescer, eficiência administrativa não necessariamente significa

empreender. O autor ressalta a diferença entre o capitalista e o empreendedor, onde

o primeiro se adapta as novas situações, positivas ou negativas, e o segundo se

agarra da ideia de inovação para construção de valor em seu negócio.

O contexto econômico é fator crucial e determinante sempre que o

empreendedorismo é levado em consideração. Os empreendedores de oportunidade

e de necessidade são definidos por sua relação com o ambiente econômico. O

relatório do Global Entrepreneurship Monitor (GEM) salienta que a necessidade ou a

oportunidade são dois motivos alternativos que podem levar os indivíduos a se

tornarem empreendedores. Desta maneira, tais motivações possibilitaram classificar

os empreendedores em duas categorias distintas: empreendedores por necessidade

e empreendedores por oportunidade. Os empreendedores por necessidade são

representados por aqueles que se envolvem com o empreendedorismo pelo fato de

não possuir outra alternativa de trabalho. Já os empreendedores por oportunidade são

formados pela parcela da população que se envolve com o empreendedorismo não

pela falta de alternativa de trabalho, mas, por ter vislumbrado uma oportunidade de

negócio que pretende viabilizar (GEM, 2011). Esta ideia é reforçada por Barros e

Pereira (2008), que destaca que o empreendedorismo de oportunidade ocorre quando

o empreendedor encontrou uma oportunidade de negócio. A oportunidade pode ser

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devido a inúmeros e variados fatores, desde a disponibilidade de renda até a obtenção

de uma ideia inovadora. O autor define ainda o empreendedorismo por necessidade

como aquele no qual o desenvolvimento e engajamento do empreendedor se deram

devido à falta de alternativa de trabalho e a necessidade de renda.

O Brasil passa desde a década de 80 por um processo de incentivo e fomento

para o crescimento na área de pesquisa e desenvolvimento das empresas. Desde

políticas públicas à incentivos fiscais e de crédito. O intuito em incentivar a pesquisa

e desenvolvimento (P&D) das empresas reside na necessidade de aumentar a

competitividade externa do país, bem como desenvolver a capacidade tecnológica do

mesmo. Esta ideia é confirmada por Audretsch e Keilbach (2007) ao formalizar uma

Teoria do Empreendedorismo pelo Transbordamento do Conhecimento (Knowledge

Spillover Theory of Entrepreneurship). Esta teoria pressupõe que o novo

conhecimento e as novas ideias criadas a partir de pesquisas em laboratórios de uma

grande empresa ou de uma universidade, que não são aproveitadas comercialmente

pelas organizações que as desenvolveram, podem gerar inúmeras oportunidades

empreendedoras.

Além das motivações de necessidade e oportunidade, existem evidências de

que as taxas de imposto marginais exercem efeitos sobre as decisões de entrada na

área empreendedora. Os cortes nas taxas marginais sobre os salários do setor

possibilitam a redução da probabilidade de entrada em atividades empreendedoras,

enquanto que os cortes nas taxas do empreendimento acarretavam o aumento na

probabilidade da entrada na área empreendedora. O nivelamento do campo de

relação entre imposto sobre os salários dos funcionários, demonstrou que quando os

impostos sobre as atividades empresariais sofreram aumentos em relação aos tributos

sobre os salário dos trabalhadores, deveriam ter resultado em menores nas taxas de

entrada no empreendedorismo (CALVEZ; BRUCE, 2013).

Em estudo realizado por Vale, Corrêa e Reis (2014), que objetivou identificar

os motivos indutores do empreendedorismo, com uma amostra de 45

empreendedores do setor industrial indicou a existência de 15 motivos que levam ao

empreendedorismo. O contexto econômico se evidencia em alguns dessas variáveis,

tais como o aumento da renda, a presença de capital disponível, o desemprego, a

demissão e consequentemente acesso aos recursos do FGTS, e o aproveitamento de

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programas de demissão voluntária. Além disso, as incubadoras agregam valor e tem

papel de suporte no desenvolvimento de bens e serviços, todas com viés inovador.

Estes estudos dão base para propor a seguinte hipótese:

H1: O contexto econômico influencia positivamente na atitude de

empreender.

O Quadro 1 resume as principais variáveis, sobre a relação do contexto

econômico com a intenção de empreender, identificadas na literatura.

Quadro 1 – Resumo das variáveis sobre contexto econômico;

Constructo Descrição Variáveis Autores

Contexto Econômico

O contexto econômico é um constructo que impulsiona ou desencoraja os empreendedores.

Necessidade de aumento da renda

Vale, Corrêa e Reis (2014)

Grande disponibilidade de capital

Desemprego

Demissão e acesso ao FGTS

Programas de demissão voluntária

Aumento dos impostos aplicados aos empregadores

Gurley, Calvez e Bruce (2011)

Aumento dos impostos aplicados aos empregados

Aumento da carga tributária em MPME’s.

Desempenho de outros empreendedores

McCann e Folta (2012)

Excesso de regulamentação trabalhista

Sarfati (2013)

Excesso de regulamentação tributária

Desenvolvimento de políticas de promoção à inovação.

Desenvolvimento da indústria das incubadoras

Fonte: autor da pesquisa, 2015.

2.2 ORIENTAÇÃO INDIVIDUAL EMPREENDEDORA (OIE)

Na área de estudo do empreendedorismo, o tema orientação empreendedora

(OE) tem atraído a atenção de diversos pesquisadores (ZAHRA; SAPIENZA;

DAVIDSSON, 2006). A OE remete a ideia do processo empreendedor, ou seja, em

como o empreendedorismo se desenvolve dentro das organizações. Para Lumpkin e

Dess (1996), este processo refere-se aos mecanismos, práticas e estilo de gestão e

de tomada de decisão gerencial aplicados para conduzir as organizações a agirem de

maneira empreendedora.

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Desta forma, a orientação empreendedora surge, dentro de um contexto

organizacional, como conceito que busca investigar a capacidade empreendedora das

empresas, bem como, a sua maneira de influenciar os processos empresariais

estratégicos e por consequência seus desempenhos. Ou seja, a OE refere-se aos

processos estratégicos que fornecem os subsídios necessários às organizações com

base para decisões e ações empreendedoras. Ela tem se demonstrado significante

em relação ao desempenho das empresas e seus estudos ocorrem através de um

conjunto de comportamentos, extraídos da literatura de estratégia de negócios e

empreendedorismo (RAUCH et al., 2009; LUMPKIN; DESS, 1996).

Inicialmente Miller (1983) propôs três dimensões para categorizar os estudos

sobre a OE, são elas: a capacidade de inovação reflete a tendência que a organização

dispõe em apoiar inovações, experiências que possibilitem o desenvolvimento de

novos processos, produtos ou serviços (LUMPKIN; DESS, 1996); a proatividade que

apresenta relação com uma perspectiva futura, por meio da qual as organizações

buscam antecipar oportunidades para desenvolver e lançar novos produtos ou

serviços no mercado, com o objetivo de obter uma vantagem competitiva (MILLER,

1983); e, assunção de riscos que, segundo Lumpkin e Dess (1996), é a dimensão que

representa o grau de risco em processos de tomada de decisões para alocação de

recursos e investimentos, assim como na escolha de produtos e mercados para

empreender em ambientes incertos.

Posteriormente Lumpkin e Dess (1996), estenderam aos estudos sobre a

orientação empreendedora, conforme apresentando no Quadro 2, mais duas

dimensões: a agressividade competitiva ou competitividade que refere-se à tendência

de apresentar uma postura agressiva, na maneira de agir, com o objetivo de tornar-

se superior as empresas concorrentes no mercado de atuação; e, a autonomia que

está diretamente relacionada com à proatividade para as oportunidades de mercado,

bem como associado a ação independente de um líder ou de uma time que busca dar

continuidade ao desenvolvimento de uma ideia ou uma visão até a sua conclusão.

A OE é fundamental no aumento das vantagens competitivas e desempenho

das empresas. As empresas empreendedoras possuem a disposição em assumir

riscos e aventurar-se pró-ativamente para serem pioneiras no desenvolvimento e

comercialização de novos produtos, tecnologias e processos de negócios. Estas

empresas, através da prospecção de produtos e serviços, com os estudos das

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oportunidades oferecidas pelo mercado, buscam concentrar-se nas necessidades dos

consumidores e no posicionamento de seus concorrentes tornando-se empresas

orientadas para o mercado (LUMPKIN; DESS, 1996).

Quadro 2 – Definição das dimensões da orientação empreendedora.

Dimensões Definição

Capacidade de Inovação "Refere-se a uma predisposição à criatividade e experimentação pelo desenvolvimento de novos produtos e serviços, bem como a liderança tecnológica em novos processos"

Autonomia "Capacidade de ação independente de líderes empresariais ou equipes dirigidas para introduzir e concretizar novas ideias"

Competitividade "A intensidade de esforço da empresa para superar os concorrentes"

Proatividade "Caracterizada pela busca por oportunidades, através da prospecção de novos produtos e serviços à frente da concorrência através de uma orientação para o mercado"

Disposição para assumir riscos "Realizar ações ousadas se aventurando no desconhecido, tomando pesados empréstimos e/ou comprometendo significativos recursos para empreender em ambientes incertos"

Fonte: Lumpkin e Dess, 1996.

Miller (1983) considera o fato de que o a orientação empreendedora está

relacionada com as variáveis de estrutura organizacional, ambiente, estratégia e

estilos do líder, e que este relacionamento varia de maneira sistêmica entre os

diferentes tipos de organização. Ele destaca que em empresas de pequeno porte o

empreendedorismo é predominantemente afetado pela personalidade do líder, do seu

conhecimento e de sua influência. Diante disto, Wiklund (1998) afirma que o

comportamento empreendedor em nível individual pode afetar as decisões da

organização, e que os comportamentos dos empreendedores podem se assemelhar

ao comportamento da organização, principalmente no caso de pequenas empresas.

Contudo, considerar a orientação empreendedora individual (OIE), ou seja,

em nível do indivíduo, pode representar uma valiosa estratégia para os empresários,

para incubadoras de empresas e, até mesmo, para potenciais investidores que

pensam em incentivar novos modelos de negócios (LUMPKIN; DESS, 1996). A OIE

deve ser abordada através da seguinte questão "quais são as características ou

atitudes pessoais necessárias para que uma pessoa possa aumentar a propensão a

participar e ser bem-sucedido em atividades empreendedoras?". A resposta para esta

pergunta pode ser baseada em três linhas de pesquisa que envolve o ambiento no

qual o indivíduo está inserido, as características de personalidade e a atitude do

empreendedor que podem ser impactadas pelas influências sociais. Desta forma, os

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fatores ambientais, que têm sido bastante estudado em um nível organizacional,

referem-se aos estudos das oportunidades econômicas, vantagens fiscais e estímulos

externos para iniciar um negócio. As características de personalidade e atitudes

empreendedoras estão relacionadas ao indivíduo, e contribuem para a probabilidade

de envolvimento ou não envolvimento em um negócio e exposição do impacto de suas

atitudes em negócios empresariais. (LEVENBURG; SCHWARZ, 2008; RAPOSO;

PAÇO; FERREIRA, 2008; HARRIS; GIBSON, 2008).

Segundo Zhao, Seibert e Lumpkin (2010), as características de personalidade

são duradouras e não sofrem muitas variações ao longo do tempo e, por isso, muitas

vezes são analisadas como aspectos das tendências empreendedoras de um

indivíduo. Na década de 80 até 90 tornou-se muito popular pesquisa de personalidade

sobre os indivíduos e sua propensão para a realização de atividades empresariais.

Contudo essas pesquisas, infelizmente renderam resultados mistos, e descobriram

que não havia um conjunto específico de características de personalidade que

definiam um empresário bem-sucedido. Desta forma uma vez que as características

de personalidade são mais estáticas e tendem a sofrer pouca mudança no tempo, à

pesquisa evoluiu para uma avaliação das atitudes empreendedoras dos indivíduos

(BOLTON; LANE, 2012).

De acordo com a pesquisa de Bolton e Lane (2012), três diferentes fatores

foram validados e demonstram confiabilidade para o desenvolvimento de uma escala

de medição da orientação empreendedora individual. Esses fatores são: inovação,

capacidade de assumir riscos e proatividade e confirmam as mesmas variáveis têm

sido predominantemente estudadas na literatura existente sobre orientação

empreendedora. Já os aspectos de agressividade competitiva e autonomia não

apresentaram validação empírica de sua influência da intenção empreendedora.

Estes estudos dão base para propor a seguinte hipótese:

H2: A orientação individual empreendedora influencia positivamente na

atitude de empreender.

O Quadro 3 apresenta um resumo com as principais dimensões de variáveis,

sobre a relação da orientação individual empreendedora com a atitude de

empreender, identificadas na literatura, a partir das pesquisas de Bolton e Lane

(2012).

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Quadro 3 – Definição das dimensões de variáveis da OIE.

Orientação Empreendedora

Individual

A orientação empreendedora individual (OEI), pode representar

uma valiosa estratégia para os empreendimentos

envolvidos nas incubadoras.

(Lumpkin & Dess, 1996).

Propensão a risco

Bolton e Lane, 2012

H2: A orientação individual

empreendedora influencia

positivamente na intenção de empreender.

Capacidade de Inovação

Proatividade

Fonte: Bolton e Lane, 2012.

2.3 INCUBADORA DE EMPRESAS

O desenvolvimento e criação de novos negócios estão no centro do crescimento

econômico desde a ideia da destruição criativa de Schumpeter (1942) no qual o

empreendedor é considerado o principal responsável por transformar novas ideias em

oportunidades e trazer e empresas aos mercados. Mais recentemente, Audretsch e

Keilbach (2007) confirmam que o empreendedorismo é o mecanismo central para

transferir novos conhecimentos aos mercados e, neste contexto, surgem as

incubadoras de empresas como instrumentos que facilitam este fenômeno e apoiam

os empreendedores na impulsão de suas oportunidades de negócios.

As incubadoras de empresas prestam apoio aos novos negócios através da

disseminação de uma cultura empreendedora e disponibilização de um ambiente

favorável ao desenvolvimento e crescimento de novos empreendimentos. Aliado a isto

as incubadoras podem prover uma estrutura que envolve no processo de incubação

diversos agentes do ambiente empreendedor como o governo, os negócios, o capital

de risco e a comunidade, fazendo com estes agentes possam integrar e convergir-se

de maneira sinérgica (LALKAKA, 2002).

Segundo Hackett e Dilts (2004) as incubadoras de empresas são um ambiente

com infraestrutura e espaço de escritório compartilhado que buscam proporcionar

uma adição de valor aos seus incubados através de uma estratégia de intervenção,

sistemas de monitoramento e controle e acompanhamento de negócios. Ratinho

(2011) complementa que as estratégias das incubadoras de empresas atuam em três

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dimensões principais: infraestrutura, apoio às empresas e acesso às redes de

relacionamento.

A dimensão de infraestrutura está associada a disponibilização de espaços

físicos e escritórios a um preço mais reduzido bem mais competitivos quando

comparado a outras opções de imóveis disponíveis. Esta dimensão inclui serviços

compartilhados como sala de reuniões, recepção, estacionamento, internet,

segurança entre outros. A infraestrutura das incubadoras de empresas permite aos

incubados reduzir os seus custos gerais de locação de escritório junto com os outros

recursos compartilhados. Além disso, serviços como recepção ou salas de reuniões

seria difícil, se não impossível, para as empresas nascentes possuírem. Os negócios

incubados não precisam desviar esforços e tempo na gestão de serviços

complementares, o que permite que eles mantenham o foco em suas atividades

principais (RATINHO, 2011).

O apoio ao negócio é uma dimensão presente nas incubadoras de empresas

que está relacionada com a aceleração da curva de aprendizagem de empresas

nascentes. Estas empresas muitas vezes não possuem as competências e

experiências necessárias na área de gestão para lidar com as rápidas mudanças

ambientais e a competitividade do mercado (ZAHRA; SAPIENZA; DAVIDSSON,

2006). Através de um processo de aprendizagem prático, as novas empresas mudam

seu comportamento e desenvolvem um conjunto de rotinas nas quais incluem formas,

regras, procedimentos e estratégias em torno do ramo de atividade que elas operam

(LEVITT; MARCH, 1988). Consequentemente, as empresas incubadas não precisam

passar por um processo de tentativa e erro, e mesmo assim podem acelerar a curva

de aprendizado. Como resultado, esses novos empreendimentos serão capazes de

tomar melhores e mais rápidas decisões, o que resulta em estratégias que

proporciona um desempenho mais elevado da empresa (EISENHARDT; MARTIN,

2000). Além disso, as sessões de formação sobre temas relevantes podem contribuir

para aumentar a base de conhecimento e, portanto, têm um impacto positivo no seu

desenvolvimento e desempenho (COLOMBO; GRILLI, 2005).

A dimensão de acesso às redes de relacionamento refere-se à contribuição, que

as incubadoras de empresas possibilitam, para ajudar as novas empresas a superar

a escassez de recursos fora do contexto da incubadora. Em essência, o acesso a

redes externas possibilitadas pelas incubadoras de empresas facilita a aquisição de

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recursos e de conhecimentos especializados, e oferece oportunidades de

aprendizagem além de permitir que as novas empresas se desenvolvam mais rápido

(RATINHO, 2011). O acesso a uma rede de relacionamento é o fator mais importante

para o sucesso dos programas das incubadoras de empresas e, evidências empíricas,

sugerem que este acesso é fundamental para o desenvolvimento do negócio das

empresas incubadas (MCADAM; MCADAM, 2008).

Para Arruda et al. (2015) as ações das incubadoras exercem um papel

fundamental sobre as atitudes dos empreendedores, destacando a necessidade da

realização de um planejamento consistente de ações, por parte da incubadora, para

a criação de um ambiente propício e que estimule e direcione os indivíduos na prática

do empreendedorismo e desenvolvimento de negócios.

Por fim, o principal valor agregado que as incubadoras de empresas

proporcionam aos seus incubados é a sistematização de processos e normas que

estruturam e integram os canais de conhecimento do ambiente empreendedor criando

condições que facilitam o desenvolvimento da empresa e tornam possíveis e viáveis

a comercialização de suas inovações. Diante disto, como meio de evitar a mortalidade

precoce, ocorre a incubação, para que esses potenciais empreendimentos se

desenvolvam e se tornem autossustentáveis com estruturas empresariais

consistentes e competitivas (HACKETT; DILTS, 2004).

Diante destas discussões, emerge a terceira hipótese desta pesquisa:

H3: As ações da incubadora influenciam positivamente a atitude de

empreender.

O Quadro 4 agrupa de maneira resumida os principais fatores que foram

encontrados na literatura sobre a influência das ações da incubadora nas decisões de

empreender dos indivíduos incubados.

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Quadro 4 – Resumo das variáveis sobre ação das incubadoras.

Constructo Descrição Variáveis Autores

Ações da Incubadora

As incubadoras de empresas prestam apoio aos novos negócios através da disseminação de uma cultura

empreendedora e disponibilização de um ambiente

favorável ao desenvolvimento e

crescimento de novos

empreendimentos (LALKAKA, 2002).

Infraestrutura de escritórios

Lalkaka (2002), Hackett e Dilts (2004), (Ratinho, 2011)

Reduzir de custos de locação Hackett e Dilts (2004), (Ratinho, 2011)

Recursos Compartilhados Lalkaka (2002), Hackett e Dilts (2004), (Ratinho, 2011)

Treinamento

Levitt e March, (1988), Zahra, Sapienza, e Davidsson, (2006).

Coaching Levitt e March (1988), Zahra, Sapienza e Davidsson (2006).

Mentoring Levitt e March (1988), Zahra, Sapienza e Davidsson (2006).

Acesso a recursos Ratinho (2011), Chesbrough et al. (2000).

Serviços profissionais Ratinho (2011), Chesbrough et al. (2000).

Participação em eventos e workshops Zahra, Sapienza e Davidsson (2006)

Rede de relacionamento Chesbrough et al. (2000). McAdam e McAdam (2008)

Fonte: autor da pesquisa.

2.4 TEORIA DO COMPORTAMENTO PLANEJADO (TCP)

Estudos avançam na área de psicologia social no intuito de propor modelos

teóricos e práticos com a finalidade de prever e predizer as intenções e motivações

existentes no comportamento humano. Alguns desses modelos são voltados para a

explicação das intenções no comportamento dos indivíduos, que antecedem o

comportamento e ação do mesmo, com intuito de antecipa-los.

A teoria do comportamento planejado (TCP), foi desenvolvida como uma

extensão e ampliação da Teoria da Ação Racional (TRA), que predizia o

comportamento volitivo, comportamento de domínio do indivíduo, como explicação

para a atitude frente a algum comportamento ou normas subjetivas. A TRA postula

que a atitude frente ao comportamento é determinada pelas crenças pessoais acerca

das consequências da prática deste comportamento e a avaliação pessoal ser

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favorável ou não a esses resultados. As normas subjetivas resultam da percepção do

sujeito sobre o que as pessoas do seu ciclo social; família, amigos, colegas de

trabalho, patrões, etc.; pensarão sobre o comportamento adotado, bem como qual

impressão o sujeito deseja passar a essas mesmas pessoas. Então a atitude e as

normas subjetivas se combinam para influenciar e impactar a intenção na adoção do

comportamento (AJZEN; FISHBEIN, 1981).

Assim como a TRA, a TCP postula que o engajamento na adoção de um

comportamento está diretamente relacionado pela sua intenção na adoção do

comportamento. As intenções são guiadas não somente pelos dois constructos

prévios presentes na TRA – postura em relação ao comportamento e as normas

subjetivas – mas também na percepção do controle comportamental (PINTO, 2010;

BAILEY, 2006).

A Teoria do Comportamento Planejado (TCP) tem por finalidade o entendimento

do comportamento humano, buscando explicar as atitudes comportamentais com

base na intenção para determinado comportamento e em poucas variáveis

explicativas. Essa teoria parte do princípio da indicação de que alguns fatores

motivacionais podem influenciar o comportamento, bem como da medição de quanto

esforço os indivíduos estão dispostos a desprender para executar a ação e, por fim,

até que ponto iriam para concretizar a ação. Para Ajzen a TPB acredita que “o fator

central é a intenção do indivíduo em realizar a ação” (AJZEN, 1991).

A base da Teoria do Comportamento Planejado (TCP) está no pressuposto de

que os indivíduos tomam suas decisões de forma eminentemente racionais,

utilizando-se de todas as informações disponíveis; considerando a sua percepção; a

percepção dos seus pares para com o comportamento proposto; as implicações de

suas ações e comportamentos; para a decisão da adoção ou não de determinado

comportamento (AJZEN, 2002).

A Teoria do Comportamento Planejado (TCP) trata-se de um modelo de múltiplos

constructos que determina a intenção comportamental, ou seja, o mais próximo que

se pode chegar do comportamento. Esses constructos são: (1) atitudes em relação ao

comportamento, (2) norma subjetiva e o (3) controle comportamental percebido,

conforme observado na Figura 1 (AJZEN, 1991).

Segundo Fleischfresser (2005) a importância desses constructos em prever as

intenções é encontrada em diversos casos de comportamentos, sendo, em alguns

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desses casos, apenas as atitudes exercem impacto relevante nas intenções, em

outros, atitudes e controle podem ser influentes nas intenções, e, ainda, em outros

casos, os três constructos determinantes serão relevantes para a intenção.

Para Silveira e Maia (2015) a TCP busca compreender e predizer os

comportamentos, ou seja, procura prever as intenções comportamentais que

precedem e condicionam a realização dos comportamentos, em vez de conhecer

apenas as atitudes, as normas subjetivas e as crenças do indivíduo. O termo crença

refere-se às variáveis ou fatores que exercem influência na intenção comportamental

do indivíduo.

Figura 1 – Modelo conceitual da TCP.

Fonte: Ajzen e Fishbein, 1981.

2.4.1 Atitudes (ATI)

A atitude é definida por Sampedro, Laviada e Crespo (2014) como a postura

comportamental com que o indivíduo responde e sua disposição para algum objeto ou

situação. Essa resposta pode ser positiva ou negativa. Já, Teo e Lee (2010), acreditam

que a atitude é a pré-disposição favorável ou não frente ao desenvolvimento de algum

comportamento em específico. Os autores consideram a postura comportamental

como resultado das crenças do sujeito acerca do comportamento e suas respectivas

consequências possíveis. Segundo Bailey (2006), a postura do sujeito frente o

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comportamento adotado é preditora da intenção de praticar determinado

comportamento ou ação.

A atitude é um conceito multifacetado, que consiste em três componentes: de

cognição (conhecimentos, crenças); afetivo (preferências, gostos, sensações) e

comportamental. A medição deste constructo envolve uma gama de variáveis internas

ao indivíduo, embasadas pelos três componentes citados que mantém um inter-

relacionamento constante (AJZEN; FISHBEIN, 1981).

2.4.2 Normas Subjetivas (NS)

As normas subjetivas são definidas como as crenças que o indivíduo possui,

sobre o que acham outras pessoas ou grupos acham se o indivíduo deveria ou não

desempenhar determinado comportamento. A ideia de pressão social é intrínseca ao

constructo, uma vez que demonstra a predisposição do sujeito em ser pressionado a

realizar ou não determinado comportamento sobre a ótica de outras pessoas (AJZEN;

FISHBEIN, 1981).

O constructo das NS refere-se à percepção sobre as expectativas que

indivíduos ou grupos apresentam a cerca de seus comportamentos. São as influências

causadas pela pressão social de pais, amigos, meio cultural, opinião pública e

instituições sobre o comportamento dos indivíduos. Esse constructo assume que as

crenças normativas associadas com a motivação do indivíduo em realizar suas ações

conforme as expectativas sociais determinam a norma subjetiva que irá prevalecer

(PEIXOTO, 2007).

2.4.3 Controle Comportamental Percebido (CCP)

O constructo do controle comportamental percebido (CCP) foi integrado a

TCP como uma tentativa para analisar e lidar com situações em que o sujeito carece

do controle volitivo na adoção de um determinado comportamento. O conceito de CCP

foi introduzido na TCP para acomodar e tratar dos elementos inerentemente volitivos

potencialmente presentes em todos os comportamentos. O controle volitivo está

associado com a capacidade de domínio do indivíduo sobre a sua intenção do

comportamento, ou seja, se determinada intenção do comportamento depende

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basicamente do indivíduo significa que ele possui o controle volitivo do

comportamento. Contudo, a falta do controle volitivo, não necessariamente implica em

falta de tentativas e comportamentos na direção da ação pretendida, então embora o

controle da ação não esteja na mão do sujeito, como por exemplo, conseguir

determinada vaga de trabalho, isso não significa que não serão realizadas ações e

intenções visando essa posição (AJZEN, 2002; RAMDIN, 2013; STONE; JAWAHAR;

KISAMORE, 2009).

Para Ajzen (1991) o efeito do CCP sobre o comportamento está associado

com a crença do indivíduo sobre o grau de facilidade ou de dificuldade para realizar

um determinado comportamento. Normalmente, para os indivíduos, os

comportamentos são considerados como objetivos sujeitos a interferências e

incertezas e o controle percebido sobre o comportamento serve para verificar até que

ponto o tomador de decisão considera os problemas pessoais e fatores situacionais

que interferem positiva ou negativamente no desenvolvimento da ação.

Por fim, esse constructo ajuda a explicar por que as intenções sozinhas, em

alguns casos, não são suficientes para pré-determinar o comportamento. Desta forma,

a razão para que o constructo CCP tenha uma conexão direta com o comportamento

é que os indivíduos são capazes de prever o comportamento, quando sentem que

possuem grande controle sobre o comportamento e sobre as intenções

comportamentais isoladamente (MOURA et.al, 2012).

Segundo Martins, Serralvo e João (2014) a teoria do comportamento

planejado tem sido utilizada como modelo, tanto na psicologia quanto em outras áreas

o objetivo de demonstrar e antecipar diversos comportamentos do indivíduo.

Diante disto, com base no arcabouço teórico da pesquisa, as hipóteses

encontradas após revisão bibliográfica na teoria do comportamento planejado são:

H4a: A atitude empreendedora do indivíduo influencia diretamente a intenção

de empreender;

H4b: As normas subjetivas que afetam o indivíduo influenciam diretamente sua

intenção de empreender;

H4c: O controle comportamental percebido pelo indivíduo influencia a intenção

de empreender do sujeito;

H4d: A intenção empreendedora influencia positivamente na ação de

empreender.

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O Quadro 5, resume as principais variáveis identificadas na literatura sobre a influência

na intenção do comportamento.

Quadro 5 – Resumo das variáveis sobre a Teoria do Comportamento Planejado.

Intenção Comportamental

A Teoria do Comportamento Planejado (TCP) tem por

finalidade o entendimento do comportamento humano,

buscando explicar as atitudes comportamentais com base

na intenção para determinado comportamento e em poucas

variáveis explicativas.

Comprometimento

Ajzen e Fishbein (1981); e Benbasat,

Cavusoglu e Bulgurcu (2010).

Intenção em curto prazo

Planejamento definido

Comportamento Percebido

Disponibilidade de tempo

Controle Volitivo

Disponibilidade de recursos

Atitude

Necessidade de realização

Benefícios

Utilidades

Normas Subjetivas

O que as pessoas pensam

Fonte: autor da pesquisa.

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35

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

3.1 ESQUEMA METODOLÓGICO

O presente trabalho apresenta na Figura 2 o esquema metodológico que

representa o fluxo de ações desenvolvidas para realização da pesquisa.

Figura 2 – Esquema metodológico da pesquisa.

Fonte: elaborado pelo autor.

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36

Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica em publicações de

relevância, em sua maior parte internacional, nas quatro principais áreas de interesse

deste estudo – o contexto econômico, orientação individual empreendedora,

incubadora de empresas e teoria do comportamento planejado – este arcabouço

teórico permitiu a construção do modelo teórico conceitual ora discutido, através da

técnica de Modelagem de Equações Estruturais (SEM – Structural Equations

Modeling).

A partir do modelo conceitual proposto, foi elaborado um instrumento de coleta

de dados preliminar com base nas variáveis associadas a cada constructo. A

elaboração do instrumento ocorreu através da replicação dos estudos de Bolton e

Lane (2012) sobre OIE e do instrumento utilizado por Benbasat, Cavusoglu e Bulgurcu

(2010) sobre TCP além da incorporação de outros dois blocos de questões ao

instrumento: (1) contexto econômico; (2) ações das incubadoras. Para mensuração

das variáveis ligadas a cada constructo do modelo teórico utilizou-se uma escala do

tipo Likert de concordância com 7 pontos. Para a caracterização da amostra foram

inseridas questões sócio demográficas ao instrumento. Para a validação da

consistência do instrumento de coleta de dados foi realizado um pré-teste com 15

indivíduos presentes em 2 incubadoras da cidade de Natal-RN. A população alvo

deste estudo inclui indivíduos que possuem projetos vinculados à incubadora de

empresas em Natal-RN, João Pessoa-PB e Recife-PE.

O método de análise de dados, utilizado para testar as hipóteses do modelo

conceitual proposto foi a modelagem de equações estruturais objetivando avaliar,

empiricamente, relação existente entre os constructos do modelo. Para executar a

modelagem da equação estrutural optou-se na utilização da abordagem dos mínimos

quadrados parciais (Partial Least Square – PLS).

3.2 TIPO DE PESQUISA

O presente estudo apresenta uma natureza descritiva, pois além de identificar

as relações existentes entre os constructos que podem influenciar na intenção de

empreender, buscou analisar e determinar a relação dessa natureza. Conforme a

pesquisa de natureza descritiva tem como objetivo de descrever características de

determinada população ou fenômeno além de investigar o relacionamento entre

variáveis e constructos de um modelo conceitual através de um processo estruturado

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de coleta e análise de dados. Em relação à abordagem do problema, este estudo trata-

se de uma pesquisa de abordagem quantitativa. O tratamento quantitativo é justificado

pela necessidade do uso da quantificação e da utilização de técnicas estatísticas,

tanto na coleta quanto no tratamento dos dados. Além disso, este tipo de abordagem

é utilizado em pesquisas descritivas que objetivam identificar a relação entre variáveis

e a causalidade entre fenômenos (MALHOTRA, 2012; BEUREN, 2006).

3.3 MODELO CONCEITUAL PROPOSTO

O modelo conceitual proposto foi elaborado através da compilação das

variáveis latentes, levantadas a partir da investigação teórica apresentada no

referencial teórico deste trabalho. No modelo foi demonstrado à relação entre estas

variáveis e a variável dependente (Ação de Empreender), e foram representadas as

hipóteses a serem testadas. Na Figura 3 são apresentadas as variáveis latentes

estudadas nesse trabalho, sendo demonstrada através de setas sua influência, e as

hipóteses de estudos, na variável dependente:

Figura 3 – Modelo Conceitual Proposto.

Fonte: elaborado pelo autor.

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Para realizar a avaliação deste modelo foram testadas sete hipóteses,

retiradas da literatura, conforme lista a seguir:

H1: O contexto econômico influencia positivamente na atitude de empreender.

H2: A orientação individual empreendedora influencia positivamente na atitude

de empreender.

H3: As ações da incubadora influenciam positivamente na atitude de

empreender.

H4a: A atitude empreendedora do indivíduo influência diretamente a intenção de

empreender;

H4b: As normas subjetivas que afetam o indivíduo influenciam diretamente sua

intenção de empreender;

H4c: O controle comportamental percebido pelo indivíduo influencia a intenção

de empreender do sujeito;

H4d: A intenção empreendedora afeta positivamente na ação de empreender.

O modelo conceitual proposto incorpora variáveis da literatura analisadas

neste trabalho que estão detalhadas a seguir.

3.3.1 Variáveis analíticas

O Constructo “Contexto Econômico” foi elaborado a partir das variáveis do

estudo de Vale, Corrêa e Reis (2014) que buscou identificar os fatores que motivaram

os empreendedores do setor industrial à criação de seus empreendimentos. Também

foram utilizadas variáveis dos estudos de Calvez e Bruce (2013) que investigaram se

as taxas de imposto poderiam afetar a decisão em iniciar um novo empreendimento

empresarial. Estes indicadores selecionados e utilizados estão dispostos no Quadro

6.

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Quadro 6 – Variáveis do Contexto Econômico

CÓDIGO AFIRMAÇÃO

CE1 A necessidade de aumentar minha renda me impulsiona a empreender.

CE2 A grande oferta de crédito me influenciou na intenção de empreender.

CE3 A possibilidade de ficar desempregado me encorajaria a empreender.

CE4 O acesso ao FGTS numa situação de demissão inesperada me motivaria a empreender.

CE5 A redução da carga tributária para MPE's me estimula a criar ou manter meu próprio negócio.

CE6 O sucesso de outros empreendedores me motiva a desenvolver meu próprio negócio.

CE7 O excesso de regulamentação trabalhista é um entrave para abertura do meu negócio.

CE8 A burocracia tributária é um entrave para abertura do meu negócio.

CE9 As políticas de promoção à inovação me estimulam a transformar minhas ideias em negócios.

CE10 O surgimento e proliferação de incubadoras me incentiva a viabilizar meus projetos.

Fonte: elaborado pelo próprio autor.

Dando continuidade, as variáveis do constructo “Orientação Individual

Empreendedora” foi adaptado do estudo de Bolton e Lane (2012) que buscou

desenvolver um instrumento de medição para orientação individual empreendedora a

ser usado para medir a orientação empreendedora de estudantes e outros indivíduos.

O Quadro 7 apresenta as variáveis selecionadas para avaliar este constructo.

Quadro 7 – Variáveis da Orientação Individual Empreendedora

CÓDIGO AFIRMAÇÃO

OIE1 Eu gosto de agir de maneira arrojada, me aventurando no desconhecido.

OIE2 Eu estou disposto a investir muito tempo e/ou dinheiro em algo que me proporcione muito retorno.

OIE3 Eu usualmente tenho atitudes ousadas em situações que envolvam riscos.

OIE4 Eu geralmente gosto de tentar atividades novas que não são típicas, mas não necessariamente arriscadas

OIE5 Em geral, prefiro dar ênfase em projetos inéditos e inovadores, do que em abordagens já previamente testadas e usadas.

OIE6 Eu prefiro fazer as coisas a minha maneira, ao invés de fazer as coisas da maneira como outras pessoas fazem.

OIE7 Eu favoreço a experimentação e abordagens originais para resolução de problemas ao invés de usar métodos que outros comumente usam.

OIE8 Eu geralmente me antecipo aos problemas futuros, mudanças ou necessidades.

OIE9 Eu valorizo e pratico o planejamento em meus projetos.

OIE10 Eu prefiro me antecipar e resolver problemas nos projetos ao invés de sentar e esperar que outra pessoa o faça.

Fonte: Adaptado Bolton e Lane, 2012.

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As variáveis do constructo “Ações da Incubadora” foram levantadas a partir das

pesquisas de Ratinho (2011) que tinha como principal objetivo investigar quais as

características das incubadoras de empresas e determinar o seu impacto no

desenvolvimento sobre as empresas incubadas. Foram inseridas variáveis dos

estudos de Hackett e Dilts (2004) que destacam a adição de valor aos incubados

através de ações de intervenção, monitoramento e controle dos negócios. Além de

indicadores dos estudos de Zahra, Sapienza e Davidsson (2006), que ressaltam a

importância de ações que reforcem o desenvolvimento de habilidades e competências

para que as empresas se tornem competitivas em seu mercado. As afirmações que

mensuram este constructo está disposta no Quadro 8.

Quadro 8 – Variáveis das Ações da Incubadora

CÓDIGO AFIRMAÇÃO

AI1 Ter disponível uma infraestrutura de escritórios favorece o desenvolvimento do meu empreendimento.

AI2 A redução de custos de locação da minha empresa proporcionada pela presença na incubadora é importante para o desenvolvimento do meu negócio.

AI3 Ter disponível uma estrutura com recepção e estacionamento me permite focar no desenvolvimento da minha proposta de valor.

AI4 O acesso a profissionais especializados corrobora com o desenvolvimento do meu projeto.

AI5 Os treinamentos e capacitações oferecidos pela incubadora são primordiais para o desenvolvimento do meu projeto.

AI6 Participar em sessões de coaching proporcionadas pela incubadora me prepara para empreender melhor.

AI7 A disponibilidade de mentores na incubadora é essencial para motivar o desenvolvimento de minha ideia.

AI8 O suporte da incubadora na procura por recursos financeiros é vital para o sucesso do meu negócio.

AI9 O incentivo da incubadora à minha participação em eventos, workshops e rodadas de negócios me encoraja a empreender.

AI10 A presença em uma rede de relacionamentos proporcionada pela incubadora é vital para minha intenção de empreender.

Fonte: elaborado pelo autor.

As afirmações do constructo da Teoria do Comportamento Planejado foram

adaptadas dos estudos de Ajzen e Fishbein (1981) que buscou mostrar o quanto a

teoria do comportamento planejado fornece um quadro conceitual útil para lidar com

as complexidades do comportamento social humano. E da adaptação de afirmações

da pesquisa de Benbasat, Cavusoglu e Bulgurcu (2010) que busca identificar os

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antecedentes de conformidade dos funcionários com a política de segurança da

informação (ISP) de uma organização. O Quadro 9 disponibiliza os fatores utilizados

para mensurar os constutos de atitude (ATI), normas subjetivas (NS), controle do

comportamento percebido (CCP), a intenção (INT) e o comportamento realizado (CR)

que é a ação de empreeder.

Quadro 9 – Variáveis da Teoria do Comportamento Planejado.

CODIGO AFIRMAÇÃO

ATI1 Estar em uma incubadora de empresas não é necessário para o sucesso do meu negócio.

ATI2 Estar em uma incubadora de empresas é benéfico para o sucesso do meu negócio.

ATI3 Estar em uma INCUBADORA de empresas se mostra útil para o sucesso do meu negócio.

NS1 Meus colegas pensam que eu deveria incubar minha ideia de negócio.

NS2 Meus familiares pensam que eu deveria incubar minha ideia de negócio.

NS3 Os investidores acham importante que meu projeto de negócio seja incubado.

CCP1 Eu sou capaz de participar de todas as ações promovidas pela minha incubadora.

CCP2 Incubar minha ideia de negócio depende exclusivamente da minha vontade.

CCP3 Eu tenho as ferramentas e os recursos para aproveitar todas as ações promovidas pela minha incubadora.

INT1 Eu intenciono incubar minha ideia de negócio nos próximos 12 meses.

INT2 Eu tenho planos concretos de incubar minha ideia de negócio.

INT3 Eu tenho compromisso com a incubação da minha ideia de negócio.

CR1 Continuarei empreendendo, independentemente das circunstâncias.

Fonte: Adaptado de Benbasat, Cavusoglu e Bulgurcu (2010).

3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Segundo Hair et al. (2006), o universo do estudo é representado por toda a

população ou ao grupo total de indivíduos do qual o pesquisador precisa obter

informações. Desta maneira, a população-alvo deste estudo é constituída por

indivíduos que possuem projetos vinculados em incubadoras de empresas nos

estados do Rio Grande do Norte (RN), Paraíba (PB) e Pernambuco (PE).

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3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA E COLETA DE DADOS

O procedimento escolhido para realização da coleta dos dados se deu por

meio da aplicação de um questionário eletrônico com os indivíduos vinculados a

projetos de incubação de empresas. A escolha deste instrumento ocorreu por se tratar

de um método bastante utilizado quando se pretende mensurar respostas

relacionadas a um determinado problema de pesquisa. O instrumento foi composto

por perguntas estruturadas, utilizando modelo de respostas baseada na escala de

concordância do tipo Likert de 7 (sete) pontos que varia de zero (discordo totalmente)

a sete (concordo totalmente). Segundo Dalmoro e Vieira (2013), sete pontos é o limite

médio da habilidade humana de distinção e permite ganho de consistência interna e

confiabilidade se ajustando bem para estatísticas multivariadas.

Para atender a necessidade de informações relacionadas à orientação

individual empreendedora, foram elaboradas questões baseadas nos estudos de

(BOLTON; LANE, 2012). Com o objetivo de coletar informações sobre os constructos

da teoria do comportamento planejado as questões do instrumento foram adaptadas

da pesquisa de Benbasat, Cavusoglu e Bulgurcu (2010), quanto as informações para

elaboração das questões sobre as ações da incubadora as questões foram

elaboradas a partir dos estudos de Ratinho (2011). Por fim, para a elaboração das

afirmações para mensurar a influência do contexto econômico na intenção de

empreender, as informações que deram embasamento para as questões foram

extraídas das pesquisas de Calvez e Bruce (2013) e Vale, Corrêa e Reis (2014).

O questionário estruturado utilizado para coleta dos dados, apresentado no

Apêndice A, foi dividido em quatro blocos, conforme descrito e representado no

Quadro 10.

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Quadro 10 – Estrutura do questionário

Blocos Constructo Descrição Referência

Bloco 1 Perfil Sócio demográfico Compreende a caracterização da

amostra Autor da pesquisa

Bloco 2 Orientação individual empreendedora

Composto por afirmações que apontam para as variáveis da OIE.

Bolton e Lane (2012)

Bloco 3

Contexto Econômico Contendo questões que averiguam a influência do contexto econômico na intenção de empreender.

Vale, Corrêa e Reis (2014); Calvez e Bruce (2013).

Bloco 4

Ações da Incubadora Constituído de questões fechadas com o objetivo de medir como as ações da incubadora influenciam na intenção de empreender.

Ratinho (2011); Audretsch e Keilbach (2007); e Zahra, Sapienza e Davidsson (2006).

Bloco 5

Teoria do Comportamento Planejado

Constituído de afirmações que apresentam a finalidade de entender o comportamento empreendedor através das normas subjetivas, comportamento percebido, intenção e ação de empreender.

Ajzen e Fishbein (1981); e Benbasat, Cavusoglu e Bulgurcu (2010).

Fonte: elaborado pelo autor, 2015.

3.5.1 Pré-Teste

Apesar de o questionário ter sido constituído por pesquisas já realizadas, foi

realizado um pré-teste com 15 (quinze) indivíduos de 2 (duas) incubadoras de

empresas da cidade de Natal-RN. O principal objetivo do pré-teste foi verificar a

aderência do instrumento aos objetivos propostos na pesquisa. Os dados foram

inicialmente coletados a partir da disponibilização do questionário online diretamente

aos membros de projetos incubados através de um link da “Pesquisa”, no grupo de

membros das incubadoras, que direciona os respondentes diretamente à página do

questionário. Além disso, o pesquisador entrou em contato através de mensagens,

ligações e/ou pessoalmente, com cada indivíduo para explicar o objetivo do estudo e

solicitando sua colaboração. Em algumas situações o pesquisador aplicou o

questionário diretamente aos indivíduos.

Como resultado do pré-teste foi possível identificar que algumas questões não

estavam aderentes ao instrumento de coleta de dados, conforme representado na

Tabela 1, o que permitiu ao pesquisador realizar uma releitura das afirmações

inconsistentes com o objetivo de ajustar o instrumento para a coleta de dados.

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Tabela 1 – Aderência das afirmações pelo alfa de Cronbach.

Constructos Alfa de Cronbach

AI 0,937

ATI 0,230

CCP 0,649

CE 0,907

CR 1,000

INT 0,967

NS 0,813

OIE 0,872

Fonte: dados da pesquisa.

O alfa de Cronbach foi verificado de maneira a avaliar a consistência do

questionário utilizado. O valor mínimo usualmente aceito para este indicador é de 0,7

que representa uma garantia de aderência das afirmações ao questionário

representando que o instrumento possui validade. Segundo (HAIR et al., 2006) indica

que o valor de 0,7 para o parâmetro deve ser superado para que indique constructos

consistentes e apropriados.

Como observado nos resultados do pré-teste o alfa de Cronbach dos constructos

Atitude e Controle do Comportamento Percebido obtiveram o resultado abaixo do

índice desejado. Apesar de estudos nas áreas sociais aceitarem o valor mínimo do

índice de 0,6 para confirmar a aderência das afirmações conforme afirma Devellis

(1991), e como esta pesquisa se enquadra nas ciências sociais, é possível validar a

robustez das afirmações do constructo CCP contudo, ambos os constructos sofreram

uma readequação das assertivas do instrumento, conforme detalhado no Quadro 11.

Quadro 11 – Afirmações que sofreram readequação após o pré-teste

Código Texto pré-teste Texto atualizado

ATI1 Estar em uma INCUBADORA de empresas não é necessário para o sucesso do meu negócio.

Estar em uma INCUBADORA de empresas facilita (ria) o sucesso do meu negócio

ATI2 Estar em uma INCUBADORA de empresas é benéfico para o sucesso do meu negócio.

Estar em uma INCUBADORA de empresas é/seria benéfico para o sucesso do meu negócio.

ATI3 Estar em uma INCUBADORA de empresas se mostra útil para o sucesso do meu negócio.

Estar em uma INCUBADORA de empresas se mostra (ria) útil para o sucesso do meu negócio.

CCP1 Eu sou capaz de participar de todas as ações promovidas pela minha incubadora.

Eu sou/seria capaz de participar de todas as ações promovidas pela minha incubadora.

Fonte: elaborado pelo autor.

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4 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados foram submetidos a um tratamento estatístico através de

métodos que incluem estatísticas descritivas básicas e análise multivariada

envolvendo a modelagem de equações estruturais (MEE).

A estatística descritiva, com a utilização de média, desvio padrão e outros

indicadores possibilitou a caracterização da amostra por meio da análise do perfil

sócio demográfico dos respondentes.

A modelagem de equações estruturais (MEE) foi empregada para avaliar,

empiricamente, a relação existente entre os constructos do modelo. Está metodologia

também é conhecida como análise de caminhos hipotético de relações entre um

conjunto de variáveis, que é usada para a especificação e análise de interdependência

entre as variáveis observadas e constructos teóricos, que são frequentemente

chamados de variáveis latentes. Esta técnica oferece muitas vantagens, entre eles, a

possibilidade de incluir em seu modelo a utilização de uma estrutura mais complexa

que consta variáveis latentes (não medidas diretamente) e variáveis observáveis

(indicadores das variáveis latentes) além de possibilitar a analise simultânea de um

grupo de inter-relacionamentos (HWANG et al, 2010; HAIR et al, 2006).

Segundo Steepkamp e Baumgartner (2000) a modelagem de equações

estruturais tem sido amplamente utilizada para o desenvolvimento e teste de teorias

e modelos. Esta filosofia é guiada, basicamente, por três princípios:

a) A maior parte dos constructos científicos possui diversas facetas e não

podem ser mensurados diretamente. Desta forma, são necessários

múltiplos indicadores para capturar um constructo teórico;

b) As medidas observadas em um constructo estão, em geral, contaminadas

por erros de mensuração. Diante disto os inter-relacionamentos entre os

constructos do modelo e as medidas exercem papel essencial no

desenvolvimento de teorias e testes dos modelos;

c) Em geral, os modelos são simples representações da realidade e, antes

de realizar qualquer conclusão, é necessário avaliar o grau de

concordância do modelo com os dados.

A utilização apropriada da MEE é baseada por alguns critérios. Um destes

critérios é a necessidade de um embasamento teórico consistente que serve como

guia para o modelo a ser testado. Segundo HAIR et al. (2006) a modelagem de

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equações estruturais pode ser utilizada como uma técnica confirmatória, pois a

designação das variáveis e constructos são realizados partir do levantamento teórico

antes que qualquer resultado tenha sido obtido, ou seja, é bem mais orientada pela

perspectiva teórica, para construção das hipóteses e relacionamento dos constructos,

do que pelos resultados empíricos obtidos na pesquisa. Neste sentido, reforça-se a

ideia da utilização desta técnica e acredita-se que esta pesquisa cumpre este critério,

sendo elaborada a partir de uma robusta investigação teórica e empírica que avaliam

a inter-relação dos constructos.

A análise de dados através da MEE pode ser realizada através da técnica dos

mínimos quadrados parciais (Partial Least Square – PLS ou PLS-SEM). Essa técnica

concentra-se na tentativa de maximizar a variância explicada dos constructos

endógenos e é adequada na localização e avaliação de relação causal entre os

constructos (HAIR; RINGLE; SARSTEDT, 2013). Diante disto, para executar a

modelagem da equação estrutural nesta pesquisa optou-se na utilização da

abordagem dos mínimos quadrados parciais. Para operacionalização da análise, os

dados primários, coletados através do questionário online, foram organizados em

planilhas eletrônicas utilizando o software Excel® e posteriormente foram importados

para tratamento estatístico no software SmartPLS® 3.0. As etapas executadas para a

aplicação da modelagem de equações estrutural seguiram algumas recomendações

de HAIR et al. (2006) e são apresentadas na Figura 4.

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Figura 4 – Etapas para a aplicação do MEE.

Fonte: elaborado pelo autor.

Nas etapas seguintes foram analisados os dados sócio demográficos para

traçar o perfil dos respondentes e caracterizar a amostra. Em seguida foi realizada

uma análise dos critérios de qualidade do modelo de equações estruturais para

estimar o modelo de mensuração e o modelo estrutural até o ajuste do modelo. Por

fim, foi realizado o confronto entre os parâmetros estatísticos com os índices do

modelo e o confronto destas informações com as hipóteses do modelo hipotético

preliminar. Desta forma pode-se analisar se o que está proposto neste trabalho vai ao

encontro das informações existentes na literatura.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Na pesquisa, a amostra foi composta por 98 respondentes oriundos da

aplicação dos questionários presencial e online. Foram investigados inicialmente os

dados sócio demográficos para caracterização da amostra através das variáveis de

sexo, grau de instrução, faixa etária, estado civil, renda familiar mensal e a maneira

como o projeto está vinculado nas incubadoras de empresas.

Etapa 1•Construir o diagrama de relações causais;

Etapa 2

•Escolher o tipo de matriz - Mínimos quadrados parciais PLS-SEM baseado na covariância;

Etapa 3

•Estimar o modelo de mensuração - Avaliar a confiabilidade e validade de constructos reflexivos;

Etapa 4•Estimar o modelo estrutural - Explicar a variancia de contructos endógenos;

Etapa 5• Interpretar e ajustar o modelo.

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Como demonstrado na Tabela 2, os resultados em relação ao perfil dos sujeitos

respondentes mostraram que 79 dos participantes são do sexo masculino e 19 do

sexo feminino. Quanto à escolaridade, 93 respondentes possuem curso superior

completo ou estão cursando alguma faculdade e apenas 5 restantes possuem no

máximo o ensino médio completo. A maioria dos participantes está na faixa etária

entre 20 e 30 anos (74), representando 76% do total dos entrevistados.

Se tratando da renda familiar mensal dos entrevistados, (61) apresentam renda

entre 2 e 10 salários mínimos, significando 62% dos entrevistados. Além disso, dentre

todos os respondentes, 62 projetos se encontram no status de incubado e 36 na fase

de pré-incubação.

Tabela 2 – Caracterização sócio demográfica da amostra

Variáveis Contagem Percentagem

SEXO

Feminino 19 19% Masculino 79 81% TOTAL 98 100%

ESTADO CIVIL

Casado (a) 31 32% Separado (a) /Divorciado (a) 1 1% Solteiro (a) 66 67% TOTAL 98 100%

FAIXA ETÁRIA

Entre 18 e 24 anos 38 39% Entre 25 e 30 anos 36 37% Entre 31 e 39 anos 21 21% Entre 40 e 50 anos 1 1% Menor de 18 anos 2 2% TOTAL 98 100%

ESCOLARIDADE

Ensino Fundamental (completo ou incompleto) 3 3% Ensino Médio (completo ou incompleto) 2 2% Pós-graduação (completo ou incompleto) 24 24% Superior (completo ou incompleto) 69 70% TOTAL 98 100%

RENDA FAMILIAR

Até 2 salários mínimos 15 15% Mais que 10 salários mínimos 22 22% Mais que 2 e menos que 5 salários mínimos 41 42% Mais que 5 e menos que 10 salários mínimos 20 20% TOTAL 98 100%

SITUAÇÃO DO PROJETO NA INCUBADORA

Incubado 62 63% Pré-Incubado 36 37% TOTAL 98 100%

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

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4.2 TRATAMENTO DOS DADOS

Os dados coletados na amostra foram submetidos a um tratamento estatístico

de modelagem de equações estruturais, com a utilização do software SmartPLS 3.2.1

(RINGLE et al, 2015), para geração das informações de avaliação geral do modelo e

dos dados tratados. Para prosseguir com o tratamento dos dados, foi elaborado o

modelo estrutural do projeto no SmartPLS conforme demonstrado na figura 5. No

modelo os constructos contexto econômico (CE), orientação individual

empreendedora (OIE), ações da incubadora (AI), atitude empreendedora (ATI),

normas subjetivas (NS), intenção empreendedora (INT), controle do comportamento

percebido (CCP) e a ação empreendedora (AE) estão conectadas com suas

respectivas variáveis iniciais.

Figura 5 - Modelo estrutural do projeto – SmartPLS.

Fonte: dados da pesquisa, 2015.

Após executado o cálculo através do algoritmo PLS o primeiro parâmetro

verificado foi o fator de inflação de variância (Variance Inflation Factor - VIF). Este fator

observa a multicolinearidade dos dados, que pode criar resultados exagerados ou

falsos, logo se busca um valor de VIF inferior a 3,3 conforme recomenda Kock (2015).

A análise inicial dos dados da pesquisa apresentou um VIF aceitável, que

segundo Kock (2015) define como valor ideal VIF menores ou iguais a 3,3. Desta

forma como demonstrado na tabela 3, os valores obtidos para o fator de inflação da

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variância (VIF) atenderam aos critérios recomendados denotando um modelo com

baixa multicolinearidade, o que é adequado para a aplicabilidade do modelo.

Tabela 3 - Fator de Inflação da Variância (VIF)

AE AI ATI CCP CE INT NS OIE

AE

AI 1,981

ATI 1,273

CCP 1,221

CE 1,918

INT 1,000

NS 1,475

OIE 1,124

Fonte: dados da pesquisa, 2015.

Segundo Hair Jr et al. (2014), deve-se estimar o modelo de mensuração

através da avaliação da confiabilidade e a validade dos modelos de mensuração. A

tabela 4 elenca os critérios de qualidade sugeridos por Ringle et al. (2014) para avaliar

a consistência interna do modelo proposto, organizando os valores da variância média

extraída (AVE), da confiabilidade composta (CR), do alfa de Cronbach, e do R².

Tabela 4 - Critérios de Qualidade do Modelo

AVE Confiabilidade Composta Alfa de Cronbach R2

AE 1,000 1,000 1,000 0,634

AI 0,519 0,914 0,897

ATI 0,557 0,783 0,645 0,400

CCP 0,598 0,816 0,665 -------

CE 0,370 0,850 0,815 -------

INT 0,885 0,959 0,935 0,347

NS 0,618 0,824 0,716 -------

OIE 0,521 0,915 0,897 -------

Fonte: dados da pesquisa.

Segundo Ringle et al. (2014) inicialmente deve-se observar no modelo de

mensuração as validades convergentes obtidas através das observações das

Variâncias Médias Extraídas (Average Variance Extracted - AVEs). Para esta

avaliação usa-se o critério de Fornell e Larcker (HENSELER et al, 2009), que

estabelece que os valores da AVEs devem superar o valor de 0,5 (AVE>0,5).

A análise da tabela 4 indica que o constructo CE (Contexto Econômico) do

modelo de equações estruturais apresenta uma AVE de 0,370 sendo menor que o

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índice recomendado de 0,5, desta forma como indica Ringle et al. (2014) deve ser

eliminado variáveis observadas com carga fatorial de menor valor para elevar o valor

da AVE. A tabela 5 apresenta a tabela com as cargas fatoriais das varáveis

observadas.

Tabela 5 - Cargas fatoriais iniciais.

AE AI ATI CCP CE INT NS OIE

AI1 0,624

AI10 0,699

AI2 0,640

AI3 0,647

AI4 0,769

AI5 0,692

AI6 0,813

AI7 0,826

AI8 0,660

AI9 0,794

ATI1 0,803

ATI2 0,515

ATI3 0,871

CCP1 0,726

CCP2 0,750

CCP3 0,839

CE1 0,508

CE10 0,724

CE2 0,394

CE3 0,512

CE4 0,623

CE5 0,662

CE6 0,730

CE7 0,586

CE8 0,479

CE9 0,752

CR1 1,000

INT1 0,914

INT2 0,965

INT3 0,943

NS1 0,829 NS2 0,580 NS3 0,911 OIE1 0,660 OIE10 0,785 OIE2 0,635 OIE3 0,775 OIE4 0,648 OIE5 0,751 OIE6 0,614 OIE7 0,754 OIE8 0,769 OIE9 0,794

Fonte: dados da pesquisa.

Dando continuidade ao que recomenda Hair Jr et al. (2014), foram avaliadas

as cargas fatoriais, disponíveis na Tabela 5, antes de se realizar os ajustes para

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eliminar algumas variáveis que tenham cargas menores que 0,7, com o objetivo de

aumentar o valor do AVE.

Desta maneira, após a ajustes realizados no modelo, com a retirada

parcimoniosa das variáveis com menores cargas fatoriais, em três interações, com

suporte do SmartPLS, foram retiradas no modelo as seguintes variáveis: 1ª interação

eliminou-se as variáveis C2 e C8; na 2ª interação as variáveis C1 e C3 foram retiradas;

por fim na 3ª interação foi eliminada a variável C7. Com a retirada dessas as cinco

variáveis se consegue valores de todas as AVEs acima de 0,50. Os novos valores dos

critérios de qualidade de ajuste e as cargas fatoriais são apresentados nas tabelas 6

e 7.

Tabela 6 - Critérios de Qualidade Modelo Ajustado

AVE Confiabilidade Composta Alfa de Cronbach R2

AE 1,000 1,000 1,000 0,634

AI 0,519 0,914 0,897

ATI 0,558 0,784 0,645 0,417

CCP 0,598 0,816 0,665 -------

CE 0,527 0,846 0,774 -------

INT 0,885 0,959 0,935 0,344

NS 0,618 0,824 0,716 -------

OIE 0,521 0,915 0,897 -------

Fonte: dados da pesquisa.

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Tabela 7 - Cargas fatoriais ajustadas no modelo.

AE AI ATI CCP CE INT NS OIE

AI1 0,625

AI10 0,698

AI2 0,641

AI3 0,648

AI4 0,769

AI5 0,692

AI6 0,813

AI7 0,826

AI8 0,660

AI9 0,793

ATI1 0,803

ATI2 0,524

ATI3 0,868

CCP1 0,726

CCP2 0,750

CCP3 0,839

CE10 0,773

CE4 0,587

CE5 0,659

CE6 0,786

CE9 0,800

CR1 1,000

INT1 0,914

INT2 0,965

INT3 0,943

NS1 0,829

NS2 0,580

NS3 0,911

OIE1 0,661

OIE10 0,785

OIE2 0,635

OIE3 0,776

OIE4 0,649

OIE5 0,751

OIE6 0,614

OIE7 0,754

OIE8 0,769

OIE9 0,794

Fonte: dados da pesquisa.

Conforme demonstrado na tabela 6, os novos valores de AVE estão

enquadrados dentro de um limite aceitável, AVE >= 0,5 (BIDO et al, 2010; KOCK,

2015).

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Além disto a tabela 6 permite avaliar a confiabilidade composta (Composite

Reability –CR) e a consistência interna (Alpha de Chronbach - AC) do modelo

proposto. A CR é um indicador que demonstra a consistência das variáveis que

compõe o constructo, este indicador é calculado pelo algoritmo do SmartPLS para o

modelo proposto priorizando as variáveis de acordo com suas confiabilidades, e

segundo Hair et al. (2014) são considerados adequados valores igual ou superior a

0,7. A CR visa verificar a confiabilidade do teste e sua escala, e vem sendo utilizada

como outra opção à tradicional medida do Alfa de Cronbach, que é criticada quando

se trata de modelos de equações estruturais, contudo, os dois parâmetros expressam

se a amostra está livre de vieses ou se as respostas são confiáveis (RINGLE et al.,

2014; PETERSON; YEOLIB, 2013; AZEVEDO et al., 2012).

Os valores da CR e CC apresentados na tabela 6 indicam uma validade

convergente e confiabilidade satisfatória para o modelo. Segundo Hair Jr et al. (2014)

estes valores respaldam o fato das variáveis latentes serem bem explicadas pelas

variáveis observadas. Usualmente o valor mínimo do AC para demonstrar que o

questionário possui validade e consistência é de 0,7, entretanto, para estudos nas

áreas sociais, o limite inferior de 0,6 é indicado para este índice (RINGLE et al, 2014;

DEVELLIS ,1991), desta maneira é possível validar a robustez do instrumento pois a

pesquisa é enquadrada nas ciências sociais. Para Marôco (2010), a confiabilidade

composta (CR) consiste em avaliar os resultados advindos do modelo através de

análise fatorial confirmatória. Hair Jr et al. (2014) indica que o valor de 0,7 para o

parâmetro deve ser superado para que indique constructos consistentes e

apropriados.

Dando continuidade na adequação e ajuste do modelo, avaliou-se a validade

discriminante (VD) que é entendida como um indicador de independência entre os

constructos ou variáveis latentes (HAIR JR et al., 2014). Segundo Ringle et al. (2014),

a VD consiste em comparar as AVEs individuais com a raiz quadrada (correlação de

Pearson) da AVE de cada constructo, esses valores estão destacados na tabela 8.

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Tabela 8 - Validade Discriminante

AE AI ATI CCP CE INT NS OIE

AE 1,000

AI 0,444 0,720

ATI 0,552 0,570 0,747

CCP 0,385 0,247 0,223 0,773

CE 0,473 0,690 0,575 0,184 0,726

INT 0,796 0,357 0,527 0,362 0,353 0,941

NS 0,435 0,514 0,462 0,425 0,410 0,379 0,786

OIE 0,315 0,325 0,362 0,208 0,276 0,246 0,302 0,722

Fonte: dados da pesquisa.

Utilizando o critério de Fornell e Larcker (1981) ao analisar a tabela 8 pode-se

observar que os valores da raiz quadrada da AVE (destaque diagonal em negrito) são

maiores que as correlações entre os AVEs dos constructos. Desta forma observa-se

que a relação entre os indicadores e suas variáveis latentes estão adequados, não

exercendo influência nas demais variáveis, e garantindo a validade discriminante do

modelo (AZEVEDO et al, 2011; RINGLE et al. 2014; KOCK, 2015).

Segundo Ringle et al. (2014), após a garantia da confiabilidade e validade

discriminante finalizam-se os ajustes do modelo de mensuração e parte-se para

análise do modelo estrutural com a avaliação das hipóteses de relacionamento. Para

a avaliação das hipóteses utiliza-se o coeficiente de determinação Pearson (R2) e os

coeficientes de caminho (RINGLE et al, 2014; HAIR JR et al, 2014).

Segundo Ringle et al. (2014), os coeficientes de determinação (R2)

representam o poder de explicação que o modelo de regressão exerce sobre as

variáveis endógenas. Em pesquisas na área das ciências sociais e comportamentais

é sugerido por Cohen (1988) que o coeficiente de determinação R2=2% represente

uma classificação de pequeno poder de explicação, R2=13% como efeito médio e

R2=26% como efeito grande poder de explicação. Na mesma linha Nagelkeker

especifica que o índice de R2=0,5123 e McFadden o valor de R2=0,4973 como valores

de referência para uma boa explicação do constructo pelo modelo de regressão

(REINARTZ et al, 2009).

O modelo estrutural da pesquisa teve o valor de 0,465 como coeficiente de

determinação médio para um p<0,001 e o R2 ajustado médio igual a 0,450 para um

p<0,01, conforme demonstrado na tabela 9 que contém os valores individuais de R2 e

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R2 ajustado. Desta forma podemos considerar que o modelo de regressão consegue

explicar de maneira significativa os constructos endógenos da Ação de Empreende

(AE), Atitudes (ATI) e Intenção de Empreender (INT) visto que, em pesquisas nas

áreas de ciências sociais, o valor de R2 = 0,26 é considerado representativo para

explicação dos constructos (COHEN, 1988).

Tabela 9- Coeficiente de Determinação de Pearson (R²)

R2 R2 ajustado Valor p

AE 0,634 0,630 0,001

ATI 0,417 0,398 0,001

INT 0,344 0,323 0,001

Fonte: dados da pesquisa.

Foram avaliados os coeficientes de caminho (CC) do modelo hipotético. Esse

índice representa as relações hipotéticas entre os constructos, e variam de -1 a +1,

quando os valores estão mais próximos de +1 consideram-se as relações fortemente

positivas e os mais próximos de -1 existe uma forte relação negativa. Em geral os

valores próximos de -1 e +1 são estatisticamente significativos (HAIR JR et al, 2014).

A tabela 10 disponibiliza os coeficientes de caminho encontrados do modelo após os

ajustes.

Tabela 10- Coeficiente de Caminho

AE AI ATI CCP CE INT NS OIE

AE

AI 0,284

ATI 0,439

CCP 0,231

CE 0,330

INT 0,796

NS 0,078

OIE 0,178

Fonte: dados da pesquisa.

Para dar continuidade a análise dos coeficientes de caminho, foi realizado a

análise dos mesmos por meio do processo de re-amostragem do tipo bootstrap e do

teste t de Student, usando as a ferramenta de cálculo disponível no SmartPLS através

do módulo "Bootstrapping”, conforme demonstra a tabela 11. Esse índice deve

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57

apresentar valores maiores ou iguais que 1,96 para que a relação seja considerada

estatisticamente significante (HAIR JR et al., 2014).

Tabela 11- Coeficiente de Caminho

Coeficiente de Caminho t valor P valor

AI -> ATI 0,284 2,608 0,014

ATI -> INT 0,439 3,410 0,001

CCP -> INT 0,231 1,945 0,053

CE -> ATI 0,330 2,642 0,012

INT -> AE 0,796 19,018 0,001

NS -> INT 0,078 0,799 0,436

OIE -> ATI 0,178 2,156 0,030

Fonte: dados da pesquisa.

Assim, de acordo com a tabela 11 os caminhos entre os constructos Controle

do Comportamento Percebido e Intenção Empreendedora (CCP->INT) e as Normas

Subjetivas e Intenção empreendedora (NS->INT) não são considerados como

significantes pois o teste t não supera o valor 1,96 conforme considera Hair et al.

(2014).

4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com base no ajuste do modelo estrutural através da análise dos critérios de

qualidade, pode-se observar na Figura 6 as variáveis ajustadas que mensuraram o

modelo com suas respectivas cargas fatoriais, os índices de caminho (CC) que

representam as relações hipotéticas entre os constructos e o fator de determinação

R2 que permite observar o poder de explicação do modelo através dos constructos

preditores. Como observado na Figura 6, os constructos do modelo ajustado permitem

explicar aproximadamente 64% da ação de empreender (AE).

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Figura 6 - Modelo estrutural ajustado – SmartPLS.

Fonte: Dados da pesquisa, 2015.

A Figura 7 demonstra quais indicadores das relações determinantes se

confirmam pelos parâmetros de modelagem.

Figura 7 - Modelo estrutural com os coeficientes do teste t.

Fonte: Dados da pesquisa.

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A Tabela 12 apresenta um resumo os índices de ajuste, todos adequados aos

valores recomendados pela literatura, os quais são a base para orientar a análise das

hipóteses formuladas. Desta forma ficou evidente o atendimento aos requisitos

mínimos previstos para determinação da consistência interna e qualidade do modelo

ajustado atendendo todas as expectativas.

Tabela 12- Resumo dos critérios de qualidade de ajuste

AE AI ATI CCP CE INT NS OIE Critério Qualidade Referências

VIF 1,98 1,27 1,22 1,92 1,00 1,48 1,12 VIF <3,33 KOCK (2015).

AVE 1,00 0,52 0,56 0,60 0,53 0,89 0,62 0,52 AVE > 0,50

(HENSELER; RINGLE e SINKOVICS (2009)

Confiabilidade composta

1,00 0,91 0,78 0,82 0,85 0,96 0,82 0,92 CC > 0,70 HAIR et al. (2014)

Alfa de Cronbach

1,00 0,90 0,65 0,67 0,77 0,94 0,72 0,90 AC > 0,70 HAIR et al. (2014)

R2 0,63 0,40 0,32 R2=26% COHEN (1988)

R2 ajustado 0,63 0,42 0,34 R2=26% COHEN (1988)

Validade Discriminante

1,00 0,72 0,75 0,77 0,73 0,94 0,79 0,72

As raízes quadradas das AVEs maiores que

as correlações dos constructos

CHIN, 1998; FORNELL e LARCKER (1981)

Fonte: Dados da pesquisa.

Através da análise de equações estruturais utilizando o método dos mínimos

quadrados parciais, os resultados encontrados permitem avaliar as hipóteses

abordadas nesta pesquisa. O Quadro 12 apresenta os resultados para as hipóteses.

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60

Quadro 12 – Resultados das Hipóteses.

Hipóteses Caminho Coeficiente

de Caminho

Sinal do caminho

Teste t Valor P Aceite

da Hipótese

H1: O contexto econômico influencia positivamente na atitude de empreender.

CE -> ATI 0,330 + 2,642 0,008 Sim

H2: A orientação individual empreendedora influencia positivamente na atitude de empreender.

OIE -> ATI 0,178 + 2,156 0,032 Sim

H3: As ações da incubadora influenciam positivamente na atitude de empreender.

AI -> ATI 0,284 + 2,608 0,009 Sim

H4a: A postura comportamental empreendedora do indivíduo afeta diretamente a intenção de empreender;

ATI -> INT 0,439 + 3,410 0,001 Sim

H4b: As normas subjetivas que afetam o indivíduo impactam diretamente sua intenção de empreender;

NS -> INT 0,078 + 0,799 0,425 Não

H4c: O controle comportamental percebido pelo indivíduo influencia a intenção de empreender do sujeito;

CCP -> INT 0,231 + 1,945 0,052 Não

H4d: A intenção empreendedora afeta positivamente na ação de empreender.

INT -> AE 0,796 + 19,018 0,001 Sim

Fonte: elaborado pelo autor.

O contexto econômico (CE) apresenta índice de caminho de 0,330, dentro do

nível de significância P<=0,01, e exerce uma grande influência positiva na atitude

(ATI), confirmando a hipótese H1.

Esse resultado do contexto econômico corrobora com a pesquisa de Vale,

Corrêa e Reis (2014), em que afirmam que a motivação para empreender vai além da

necessidade/oportunidade e pode estar associado a alguns outros fatores além dessa

ordem binária, dentre eles o ambiente externo relacionado a economia e o mercado

de trabalho. Além disso Barros e Pereira (2008) afiram que a motivação para o

empreendedorismo está associada com diversos fatores relacionados ao contexto

econômico desde a disponibilidade de renda e falta de alternativas de empregos.

A Orientação Individual Empreendedora (OIE) teve uma influência moderada

na explicação da atitude apresentando um índice de explicação de 0,178 para um

nível de significância de 5% (p<=0,05), confirmando, dessa forma, a hipótese H2. Esse

resultado está em consonância com a pesquisa de Lumpkin e Dess (1996) na qual

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61

afirmam a orientação empreendedora reflete a tendência em apoiar as inovações e

experiências que permitam o surgimento de novos negócios, produtos ou serviços.

A pesquisa de Bolton e Lane (2012), realizada com estudantes das áreas de

negócios e educação, valida os fatores de medição da orientação individual e

confirmam que esses fatores conduzem os indivíduos para a propensão empresarial

e melhoria do desempenho da empresa. Esse fato respalda a validação da H2 visto

que a pesquisa foi realizada em indivíduos com projetos em incubadoras de empresas

que são ambientes voltados para área de gestão e negócios e possuem uma

proximidade com instituições de ensino semelhante ao ambiente da pesquisa de

Bolton e Lane (2012).

As ações realizadas pelas incubadoras (AI) exercem uma grande influência

positiva na atitude (ATI), apresentando um índice de caminho de 0,284 para uma

significância de p<=0,01, validando a hipótese H3. Esse resultado é respaldado por

Arruda et al. (2015) em sua pesquisa, na qual, as ações realizadas pelas incubadoras

de empresas exercem um papel fundamental na atitude de empreender e as ações

propostas pelas incubadoras são responsável por explicar uma grande parcela da

atitude de empreender (0,691).

Ainda em se tratando das ações da incubadora, Ratinho (2011) confirma em

sua pesquisa que estar em uma incubadora de empresas ajuda na resolução de

problemas e isso fornece evidências positivas de que estar em uma incubadora

favorece o desenvolvimento da atitude de empreender.

A Atitude (ATI) é um constructo bem explicado pelo modelo proposto,

tomando como base o seu R2, cujo valor é 0,417 representando 42% da explicação

do modelo. Segundo Cohen (1988) um R2 =26% representa um grande poder de

explicação do modelo. Dessa forma, têm-se que as hipóteses dos constructos

preditores da Atitude, H1, H2 e H3 explicam, respectivamente, 33%, 17% e 28% da

relação proposta entre os constructos e todos são estatisticamente significativos.

Conforme observado por Ha e Im (2012), apesar do índice de explicação menor ou

igual a 23% seja baixo, não se deve rejeitar a hipótese por ser estatisticamente

significante e está coerente com o a proposta de existir uma relação entre os

constructos.

Avaliando os constructos que fazem parte do modelo da teoria do

comportamento planejado (TCP) ficou evidente que o constructo que exerce o maior

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62

impacto na intenção empreendedora (INT) é a Atitude (ATI). Essa relação, entre a

atitude e a intenção empreendedora, apresenta um índice de caminho de 0,439, para

uma significância de p<=0,01, representando uma explicação de 44% sobre o

constructo da intenção empreendedora. A relação entre esses constructos é

respaldada pela literatura, como pode ser observada na pesquisa de Hecke (2011),

que verificou que a atitude dos estudantes de administração explicava em até 47,2%

das variações das intenções empreendedoras, bem como Arruda et al. (2015), que

verificou uma explicação de 47%. Diante desse resultado, a hipótese H4a é confirmada.

Ainda analisando os constructos que fazem parte do modelo da TCP, verificou-

se que os constructos Normas Subjetivas (NS) e Controle do Comportamental

Percebido (CCP) não exercem influência na explicação da Intenção Empreendedora

(INT). Essas relações apresentaram índices de caminho 0,078 (t-valor=0,799; p-valor

=0,425) e 0,231 (t-valor=1,945; p-valor =0,052), respectivamente. As NS e CCP

influenciando da INT, hipóteses H4b e H4c respectivamente, não puderam ser aceitas.

Segundo Arruda et al. (2015) esse resultado pode indicar que, uma vez que os

indivíduos já são empreendedores e estão em um ambiente de inovação, a facilidade

ou dificuldade da consecução do comportamento foi deixada de lado.

Um resultado semelhante ocorreu na pesquisa de Veiga et al. (2010), onde as

normas subjetivas e o controle do comportamento percebido não exerciam influência

sobre a intenção possivelmente pelo baixo impacto que as pressões sociais exercem

em indivíduos inovadores. De maneira geral, esses indivíduos apresentam um perfil

pioneiro, sendo, portanto, menos suscetíveis as influências de parentes e amigos.

A Intenção Empreendedora é o constructo com menor poder de explicação do

modelo proposto, apresentando o fator de determinação R2, igual a 0,344, esse

constructo representa 34,4% do poder de explicação do modelo. Apesar de apresentar

o menor índice de R2 este constructo, ainda assim, exerce um grande poder de

explicação superando a marca de R2=26% proposto por Cohen (1988). Para Ajzen

(1991) a intenção comportamental é o constructo preditor do comportamento que

representa a disposição do indivíduo na possibilidade de realizar o determinado

comportamento.

Por fim, a Intenção Empreendedora (INT), que também compõe o constructo

da teoria do comportamento planejado, e previa o impacto do mesmo frente a Ação

de Empreender (AE) representa a hipótese H4d. O resultado dessa relação apresentou

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o índice de caminho de 0,796 para uma significância de p<=0,01. A Ação de

Empreender apresenta um elevado poder de explicação dentro do modelo, pois seu

coeficiente de determinação R2 está em 0,63 que significa que o modelo proposto

pode explicar aproximadamente 64% deste constructo. Esses indicadores permitem a

confirmação da hipótese H4d para uma significância de 0,1% (t-valor=19,018; p-

valor=0,001).

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64

5 CONCLUSÃO

O objetivo deste estudo foi compreender a intenção empreendedora de

indivíduos vinculados a incubadoras de empresas à luz da teoria do comportamento

planejado e observar a influência do contexto econômico, da orientação individual

empreendedora e das ações da incubadora sobre a atitude de empreender.

Assim, este estudo buscou responder o questionamento sobre qual a

influência que as incubadoras de empresas, o contexto econômico e a

orientação individual empreendedora exercem na intenção e ação

empreendedora dos indivíduos que possuem projetos vinculados às

incubadoras de empresas?

Para tanto, foi realizada uma pesquisa de campo e os dados coletados

receberam tratamento estatístico através da modelagem de equações estruturais,

utilizando método de mínimos quadrados parciais.

Quanto ao objetivo específico propor modelo de análise foi alcançado através

da pesquisa bibliográfica em publicações em periódicos nacionais e internacionais,

como também em livros, nas áreas de interesse desta pesquisa para identificação das

variáveis e dos constructos do modelo: Constructo orientação individual

empreendedora (OIE) selecionados 10 variáveis baseados nas pesquisa de Bolton e

Lane (2012); No constructo ações da incubadora (AI) de empresas foram levantadas

10 variáveis baseados nos estudos de Ratinho (2011), Audretsch e Keilbach (2007) e

Zahra, Sapienza e Davidsson (2006); para o modelo da teoria do comportamento

planejado (TCP) foram identificadas 13 variáveis que compõem os constructos de

atitudes (ATI), normas subjetivas (NS), controle do comportamento percebido (CCP),

intenção (INT) e ação empreendedora (AE), baseados nas pesquisas de Ajzen e

Fishbein (1981), Benbasat et al. (2010); por fim, para o constructo contexto econômico

(CE) levantou-se 10 variáveis através das pesquisas de Vale, Corrêa e Reis (2014),

Calvez e Bruce (2013). Esse arcabouço teórico permitiu a construção do modelo

conceitual proposto, figura 3, ora discutido, através da técnica de Modelagem de

Equações Estruturais (SEM – Structural Equations Modeling).

Já o objetivo específico de identificar a influência do contexto econômico atual

na atitude de empreender foi alcançado, através da análise estatística multivariada.

Esse constructo apresentou índice de caminho de 0,330, dentro do nível de

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significância p<=0,01, e exerce uma grande influência positiva na atitude de

empreender (ATI), confirmando a hipótese H1.

Em relação ao objetivo especifico avaliar a influência da orientação individual

empreendedora na atitude de empreender foi alcançado, ao analisar estatisticamente

os resultados da modelagem de equação estrutural, pode-se identificar que o

constructo OIE exerceu uma influência positiva na explicação da atitude

representando uma explicação de aproximadamente 18%. Esse resultado permitiu a

confirmação da hipótese H2.

Da mesma maneira, ao analisar a influência das ações das incubadoras de

empresas na atitude de empreender tem-se que esse objetivo especifico também foi

alcançado. De acordo com a estatística multivariada, através da análise dos

indicadores do índice de caminho (0,284) e do teste t-estatístico (p<=0,01) verificou-

se que o constructo AI exerce uma grande influência positiva na atitude empreender,

e essa avaliação permitiu a validação da hipótese H3.

Na avaliação em como os constructos da TCP influenciam na intenção e ação

de empreender, através da avaliação dos resultados estatísticos na modelagem de

equações estruturais e análise das Hipóteses H4a, H4b, H4c e H4d observou-se que os

constructos das normas subjetivas e controle do comportamental percebido não

exercem influência na explicação da intenção empreendedora. Os indicadores

estatísticos das hipóteses H4b, H4c não foram significantes para aceitar essas

hipóteses, sendo ambas rejeitadas. Já as hipóteses H4a e H4d apresentaram elevados

índices de caminho, 0,439 e 0,794 respectivamente, para uma significância de

p<=0,01 atestando o aceite das hipóteses. Esses valores representam que o

constructo atitude influencia aproximadamente 44% sobre o constructo da intenção

empreendedora (H4a) e a intenção empreendedora consegue predizer cerca de 80%

da ação de empreender (H4d). Diante desses resultados, podemos afirmar que o

objetivo especifico de avaliar como a teoria do comportamento planejado influência na

ação de empreender também foi alcançado.

Partindo para o objetivo geral, observamos que as implicações práticas

extraídas deste trabalho de campo aportam evidências concretas de relacionamentos

entre os constructos para explicar a intenção e a ação de empreender de indivíduos

que possuem projetos vinculados em incubadoras de empresas. Diante disto, os

resultados estatísticos comprovaram que o modelo conceitual proposto se mostrou

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adequado para a explicar a intenção e ação de empreender. Os constructos

endógenos da Atitude (ATI), Intenção Empreendedora (INT) e Ação de Empreender

(AE) apresentaram um elevado coeficiente de determinação (R² ajustado) para o

modelo proposto, 0,43, 0,32 e 0,64 respectivamente. A partir desse resultado

podemos inferir que os indicadores que predizem o constructo da intenção

empreendedora são capazes de explicar 32% do modelo e ação de empreender é

apresentam um poder de explicação de aproximadamente 64% através dos

constructos que predizem este comportamento. Dessa forma os resultados

comprovaram que o modelo conceitual proposto se mostra adequado para a explicar

a intenção e ação de empreender e conclui-se que o objetivo geral da pesquisa foi

alcançado.

Os resultados obtidos neste estudo podem contribuir com os gestores de

incubadoras de empresas, pois destacam a importância que as ações das

incubadoras exercem sobre a intenção empreendedora, e os resultados alcançados

realçam a necessidade de apresentar um planejamento consistente de ações, por

parte da incubadora, bem como o estabelecimento de um ambiente propício e

estimulante para os empreendedores.

No âmbito acadêmico este estudo contribuiu proporcionando um melhor

entendimento entre as relações dos constructos e dos seus efeitos sobre a intenção

e ação empreendedora dos indivíduos presentes em incubadoras. Demonstrando,

portanto, oportunidades para a área instituições de ensino bem como, para as

entidades do governo atuarem como incentivadores e facilitadores do

empreendedorismo através das incubadoras de empresas, através da promoção de

políticas neste sentido. Desta maneira, este estudo confere evidências empíricas para

estas considerações.

Essa pesquisa apresentou como fator limitante o fato de ter sido aplicada aos

indivíduos incubados apenas vinculados a incubadoras dos municípios de Natal e

Recife e não pela definição de uma amostra probabilística. Deste modo, para uma

maior abrangência, sugere-se que a pesquisa seja aplicada em incubadoras de

empresas de outras cidades e regiões do pais, utilizando amostras probabilísticas.

Isso poderá possibilitar a comparação entre os resultados diversos possibilitando uma

melhor compreensão sobre o tema.

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74

APÊNDICE A – Instrumento de coleta de dados

Prezado (a),

Convidamos V.Sª. a participar como voluntário(a) de pesquisa cuja intenção

é avaliar a intenção empreendedora dos indivíduos envolvidos em incubadoras de

empresas. A pesquisa está sob a responsabilidade do pesquisador Eduardo Heliodoro

Arruda sob a orientação da Prof. Liêda Amaral e trata-se de uma pesquisa com caráter

exclusivamente acadêmico para elaboração da dissertação do Mestrado Profissional

em Administração da Universidade Potiguar.

A participação é livre, você tem todo o direito de interromper o preenchimento

a qualquer momento e não é necessário se identificar. Em caso de dúvidas ou caso

manifeste interesse em receber os resultados da pesquisa, entre em contato com a

coordenação do mestrado pelo email [email protected].

BLOCO I – QUESTIONÁRIO SOBRE PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO

Sexo *

( ) Masculino ( ) Feminino

Estado Civil *

( ) Solteiro(a)

( ) Casado(a)

( ) Separado(a)/Divorciado(a)

( ) Viúvo(a)

Faixa etária *

( ) Menor de 18 anos

( ) Entre 18 e 24 anos

( ) Entre 25 e 30 anos

( ) Entre 31 e 39 anos

( ) Entre 40 e 50 anos

( ) Acima de 50 anos

Escolaridade * (Marque a mais recente)

( ) Ensino Fundamental (completo ou

incompleto)

( ) Ensino Médio (completo ou incompleto)

( ) Superior (completo ou incompleto)

( ) Pós-graduação (completo ou incompleto)

De qual estado brasileiro o(a) senhor(a) está respondendo esta pesquisa? *

________________

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75

Que categoria abaixo melhor descreve a renda mensal familiar? *

( ) Até 2 salários mínimos

( ) Mais que 2 e menos que 5 salários mínimos

( ) Mais que 5 e menos que 10 salários mínimos

( ) Mais que 10 salários mínimos

Seu negócio está vinculado em qual incubadora? *

Marque todas que se aplicam.

|__| Incubadora Empreende (UnP)

|__| Incubadora Tecnológica Natal Central (IFRN)

|__| Inova Metrópole (Metrópole Digital)

|__| NIT - Núcleo de Inovação Tecnologica (UFRN)

|__| Outro:_________________________________

Atualmente, seu projeto encontra-se:*

( ) Incubado

( ) Pré-Incubado

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BLOCO II - QUESTIONÁRIO SOBRE ORIENTAÇÃO INDIVIDUAL

EMPREENDEDORA

QU

ES

O

AFIRMAÇÃO

Dis

cord

o P

lena

mente

Concord

o P

len

am

ente

1 2 3 4 5 6 7

1 Eu gosto de agir de maneira arrojada, me aventurando no novo.

2 Eu estaria disposto a investir muito tempo e/ou dinheiro em algo que me proporcionasse muito retorno.

3 Eu tendo a agir de maneira ousada em situações de negócios que envolvem riscos.

4 Eu geralmente gosto de tentar atividades novas que não são típicas, mas não necessariamente arriscadas.

5 Em geral, prefiro dar ênfase em projetos inéditos e inovadores, do que em abordagens já previamente testadas e usadas.

6 Eu prefiro fazer as coisas a minha maneira, ao invés de fazer as coisas da maneira como outras pessoas fazem.

7 Geralmente gosto de experimentar novas abordagens para resolução de problemas ao invés de usar métodos que outros comumente usam.

8 Eu geralmente me antecipo aos problemas futuros, mudanças ou necessidades.

9 Eu valorizo e pratico o planejamento em meus projetos.

10 Eu prefiro me antecipar e resolver problemas nos projetos ao invés de sentar e esperar que outra(s) pessoa(s) o faça(m).

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BLOCO III - QUESTIONÁRIO SOBRE CONTEXTO ECONÔMICO

Q

UE

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ÃO

AFIRMAÇÃO

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lena

mente

Concord

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1 2 3 4 5 6 7

1 A necessidade de aumentar minha renda me impulsiona (ria) a empreender.

2 A grande oferta de crédito disponibilizado me influenciaria na intenção de empreender.

3 A possibilidade de ficar desempregado me encorajaria a empreender.

4 Caso eu estivesse empregado, o acesso ao FGTS numa situação de demissão inesperada me motivaria a empreender.

5 A redução da carga tributária para MPE's me estimularia a criar ou manter meu próprio negócio.

6 O sucesso de outros empreendedores me motiva/motivaria a desenvolver meu próprio negócio.

7 O excesso de regulamentação trabalhista é um entrave para abertura de novos negócios.

8 A burocracia tributária é um entrave para abertura de novos negócios.

9 As políticas de promoção à inovação me estimulam a transformar minhas ideias em negócios.

10 O surgimento e proliferação de incubadoras me incentiva a viabilizar meus projetos.

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BLOCO IV - QUESTIONÁRIO SOBRE AÇÕES DA INCUBADORA

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1 2 3 4 5 6 7

1 Ter disponível uma infraestrutura de escritórios favorece/favoreceria o desenvolvimento do meu empreendimento.

2 A redução de custos de locação da minha empresa proporcionada pela presença na incubadora é/seria importante para o desenvolvimento do meu negócio.

3 Ter disponível uma estrutura com recepção e estacionamento me permite/permitiria focar no desenvolvimento da minha proposta de valor.

4 O acesso a profissionais especializados corroboram com o desenvolvimento do meu projeto.

5 Os treinamentos e capacitações oferecidos pela incubadora são/seriam primordiais para o desenvolvimento do meu projeto.

6 Participar em sessões de coaching proporcionadas pela incubadora me prepara/prepararia para empreender melhor.

7 A disponibilidade de mentores na incubadora é/seria essencial para motivar o desenvolvimento de minha ideia.

8 O suporte da incubadora na procura por recursos financeiros é/seria vital para o sucesso do meu negócio.

9 O incentivo da incubadora à minha participação em eventos, workshops e rodadas de negócios me encoraja (ria) a empreender.

10 A presença em uma rede de relacionamentos proporcionada pela incubadora é/seria vital para minha intenção de empreender.

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BLOCO V - QUESTIONÁRIO SOBRE TEORIA DO COMPORTAMENTO

PLANEJADO

QU

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AFIRMAÇÃO

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ATI1 Estar em uma INCUBADORA de empresas facilita (ria) o sucesso do meu negócio.

ATI2 Estar em uma INCUBADORA de empresas é/seria benéfico para o sucesso do meu negócio.

ATI3 Estar em uma INCUBADORA de empresas se mostra (ria) útil para o sucesso do meu negócio.

NS1 Meus colegas pensam/pensavam que eu deveria incubar minha ideia de negócio.

NS2 Meus familiares pensam/pensavam que eu deveria incubar minha ideia de negócio.

NS3 Os investidores acham importante que meu projeto de negócio seja/esteja incubado.

CCP1 Eu sou/seria capaz de participar de todas as ações promovidas pela minha incubadora.

CCP2 Incubar minha ideia de negócio depende exclusivamente da minha vontade.

CCP3 Eu tenho as ferramentas e os recursos para aproveitar todas as ações promovidas pela minha incubadora.

INT1 Eu intenciono incubar minha ideia de negócio ou novas ideias de negócios nos próximos 12 meses.

INT2 Eu tenho planos concretos de incubar minhas ideias de negócio.

INT3 Eu tenho compromisso com a incubação das minhas ideias de negócio.

CR1 Continuarei utilizando a incubação como forma de empreender.