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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA FACULDADE DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ANA CAROLINA TOMBA ANDRÉ RENAN GOTO PERRELLA GUSTAVO FAÚLA AVELAR MAYARA VENTURA GONÇALVES VINÍCIUS MACIEL MENDES VITOR HUGO PERES DA SILVA DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTO PARA MOTORIZAÇÃO DE CADEIRA DE RODAS MANUAL Santos - SP Dezembro/2015

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

FACULDADE DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANA CAROLINA TOMBA

ANDRÉ RENAN GOTO PERRELLA

GUSTAVO FAÚLA AVELAR

MAYARA VENTURA GONÇALVES

VINÍCIUS MACIEL MENDES

VITOR HUGO PERES DA SILVA

DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTO PARA MOTORIZAÇÃO DE CADEIRA

DE RODAS MANUAL

Santos - SP

Dezembro/2015

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

FACULDADE DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ANA CAROLINA TOMBA

ANDRÉ RENAN GOTO PERRELLA

GUSTAVO FAÚLA AVELAR

MAYARA VENTURA GONÇALVES

VINÍCIUS MACIEL MENDES

VITOR HUGO PERES DA SILVA

DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTO PARA MOTORIZAÇÃO DE CADEIRA

DE RODAS MANUAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Engenheiro Mecânico à Faculdade de Engenharia Mecânica e Engenheiro de Produção à Faculdade de Engenharia de Produção da Universidade Santa Cecília, sob a orientação do Prof. Dr. José Carlos Morilla.

Santos - SP

Dezembro/2015

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ANA CAROLINA TOMBA ANDRÉ RENAN GOTO PERRELLA

GUSTAVO FAÚLA AVELAR MAYARA VENTURA GONÇALVES

VINÍCIUS MACIEL MENDES VITOR HUGO PERES DA SILVA

DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTO PARA MOTORIZAÇÃO DE CADEIRA DE RODAS MANUAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para obtenção do título de Engenheiro Mecânico à Faculdade de Engenharia Mecânica e Engenheiro de Produção à Faculdade de Engenharia de Produção da Universidade Santa Cecília, sob a orientação do Prof. Dr. José Carlos Morilla.

Data da aprovação:__/__/__

Banca Examinadora

_________________________________________________________

Prof. Dr. Francisco de Assis Correa

_________________________________________________________

Prof. Dr. Mario S. Nogueira Neto

_________________________________________________________

Eng°. Wilson Passos

_________________________________________________________

Prof. Dr. José Carlos Morilla

Coordenador

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DEDICATÓRIA

Aos familiares e amigos pelo apoio, incentivo e compreensão com as ausências

durante nossa jornada acadêmica.

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AGRADECIMENTOS

Prof. Ms. Fernando Marques Fernandes, que nos incentivou e auxiliou no

desenvolvimento da parte mecânica do nosso projeto.

Prof. Irineu da Penha Ressureição, que esteve sempre disponível para nos

orientar no desenvolvimento do produto.

Prof. Dr. José Carlos Morilla, que nos orientou no decorrer de todo o projeto.

Prof. Dr. Francisco de Assis Corrêa, nos auxiliou na realização da pesquisa de

mercado.

Prof. Dr. José Luis Alves de Lima, por nos ajudar no planejamento do processo de

produção.

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No meio da confusão, encontre a simplicidade. A partir da discórdia, encontre a harmonia. No meio da dificuldade reside a oportunidade.

(Albert Einstein)

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RESUMO

Este projeto desenvolve um equipamento para motorização de cadeira de rodas manual, bem como realiza uma análise exequível de sua produção e viabilidade econômica. O propósito deste é melhorar o desempenho e eficiência do cadeirante com a consequente diminuição no desgaste físico, possibilitando a redução expressiva do tempo de percurso do usuário em médias distâncias, o que facilitaria as atividades cotidianas. A realização da pesquisa de mercado forneceu os dados necessários para identificação do público alvo, perfil do consumidor, valor do produto, bem como o preço considerado ideal, seu interesse e aceitação. Neste projeto serão abordados pontos essenciais a serem estudados para a inserção do produto no mercado, a serem citados: estudos técnicos relativos à escolha de materiais, estudos econômicos para averiguar a viabilidade, com análise de cenários que consideram aplicação de capital próprio ou financiamento com determinada instituição financeira. Será também abordada a demanda anual, definição do ciclo de vida do produto, planejamento de produção, layout da fábrica e passos para a criação da empresa responsável pela comercialização deste. Por fim, os dados obtidos serão consolidados e avaliados para determinação de ações corretivas e preventivas para melhoria no projeto, bem como a pontuação de possibilidades para projetos futuros embasados no trabalho em questão. Em paralelo ao desenvolvimento teórico será confeccionado um protótipo do produto, a fim de se obter uma melhor análise técnica de sua fabricação, design, desempenho e limitações.

Palavras-chave: Cadeira de rodas; Motorização; Planejamento empresarial.

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ABSTRACT

This Project develops equipment for motorization of manual wheelchair, as well as performs an analysis of feasible production and economic viability. The purpose of this is to improve performance and efficiency of wheelchair user with the consequent reduction of physical stress enabling an expressive decrease in travel time at medium distances, which would facilitate the execution of daily activities. The market research provided necessary information to identify the target public, consumer profile, product value, considered ideal price, interest and acceptance. In this Project will be discussed key points to insert the product on market, to be cited: technical studies related to material choice, economical studies to ascertain the viability, with different scenario analysis that considers the application of equity or financing with a financial institution. Will also be addressed the annual demand, product’s lifecycle definition, production planning, factory layout and steps to start up the responsible company for the product’s marketing. Finally, the information obtained will be consolidated and evaluated for determination of corrective and preventive actions to improve Project, as well as notes of possibilities to future projects grounded in this monograph. In parallel to the theoretical development will be produced a prototype of product in order to obtain a better technical analysis of its manufacture, design, performance and limitations

Keywords: Wheelchair; Motorization; Corporate planning.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Número de habitantes por cidade da Baixada Santista ......................... 21

TABELA 2 - Grau de confiança ................................................................................. 22

TABELA 3 - Número de cadeirantes e amostra por cidade ....................................... 23

TABELA 4 - Demanda por cidade ............................................................................. 28

TABELA 5 - Dimensionamento compatível ............................................................... 35

TABELA 6 - Especificações técnicas ........................................................................ 36

TABELA 7 - Consumo de energia mensal ................................................................. 46

TABELA 8 - Caminho crítico...................................................................................... 51

TABELA 9 - Enquadramento da empresa ................................................................. 72

TABELA 10 - Alíquotas aplicadas ao Simples Nacional ............................................ 73

TABELA 11 – Materiais ............................................................................................. 75

TABELA 12 - Custo de mão de obra direta ............................................................... 75

TABELA 13 - Custo de energia ................................................................................. 75

TABELA 14 - Custos variáveis totais ......................................................................... 75

TABELA 15 - Depreciação de materiais .................................................................... 77

TABELA 16 - Custos fixos gerais .............................................................................. 77

TABELA 17 - Custo de mão de obra indireta ............................................................ 78

TABELA 18 - Custos fixos totais ............................................................................... 78

TABELA 19 - Demonstrativo de Resultados para cenário 1 ...................................... 79

TABELA 20 - Resultado da simulação de financiamento .......................................... 80

TABELA 21 - Custos fixos totais (com empréstimo) .................................................. 81

TABELA 22 - Demonstrativo de resultado do exercício para cenário 2 ..................... 82

TABELA 23 - Resultado do valor presente líquido .................................................... 82

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelos de cadeira de rodas .................................................................... 14

Figura 2 - Mecanismos utilizados para motorização de cadeira de rodas manual .... 16

Figura 3 - Equipamento Bikemoto WS Liberty ........................................................... 17

Figura 4 - Equipamento Riomobility© FireflyTM........................................................... 17

Figura 11 - Análise SWOT......................................................................................... 31

Figura 6 - Ciclo de vida de um produto ..................................................................... 33

Figura 7 – Projeto do produto .................................................................................... 36

Figura 8 – Projeto e dimensionamento do suporte da bateria ................................... 37

Figura 9 – Braço e engate ......................................................................................... 37

Figura 10 - Dimensionamento do braço com engate ................................................. 38

Figura 11 - Carenagem ............................................................................................. 39

Figura 12 - Projeto e dimensionamento da roda ....................................................... 39

Figura 13 - Projeto e dimensionamento do guidom .................................................. 40

Figura 14 - Projeto e dimensionamento geral do equipamento ................................. 40

Figura 15 - Equipamento acoplado à cadeira de rodas manual ................................ 41

Figura 16 - Cadeia de Suprimentos ........................................................................... 43

Figura 17 - Localização do galpão ............................................................................ 45

Figura 18 - Diagrama PERT e CPM .......................................................................... 51

Figura 19 - Arranjo físico funcional ............................................................................ 55

Figura 20 - Fluxograma do processo de produção .................................................... 57

Figura 21 - Planta baixa da fábrica ............................................................................ 58

Figura 22 – Organograma ......................................................................................... 62

Figura 23 - Tipos de produção .................................................................................. 64

Figura 24 - Cartões Kanban ...................................................................................... 67

Figura 25 – Logomarca ............................................................................................. 71

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas e Técnicas

ATO Assembly to order

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CONITEC Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

CPM Critical Path Method

ERP Enterprise Resource Planning

ETO Engineering to order

IBC Instituto Benjamin Constant

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IP&M Instituto de Inteligência em Pesquisa e Mercados

MG Motors & Generators

MTO Make to order

MTS Make to stock

NEMA National Electrical Manufacturers Association

NIRE Número de Identificação do Registro da Empresa

PERT Program Evaluation and Review Technique

QTD Quantidade

SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats

VPL Valor presente líquido

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LISTA DE SÍMBOLOS

A Altura

Ah Ampère-hora

C Comprimento

CD Capacidade Disponível

cm Centímetro

E Erro máximo de estimativa

h Hora

kg Quilograma

km Quilômetro

kW Quilowatt

L Largura

m Metro

Nm Newton-metro

n Número de indivíduos da amostra

p Proporção populacional de indivíduos que pertence à categoria que será

estudada

q Proporção populacional de indivíduos que não pertence à categoria que será

estudada

Q Quantidade de unidades fabricadas em uma unidade de tempo

T Tempo de disponibilidade da máquina

V Volt

W Watt

Zα/2 Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13

2 CONCEITO DO PRODUTO E DO MERCADO ................................................... 19

2.1 Identificação de público-alvo ........................................................................... 19

2.2 Definição dos objetivos da pesquisa ............................................................... 19

2.3 Pesquisa de Mercado ...................................................................................... 20

2.3.1 Metodologia .................................................................................................. 21

2.3.2 Definição da Amostra ................................................................................... 21

2.3.3 Tabulação e análise de dados ..................................................................... 23

2.3.4 Definição da Demanda ................................................................................. 27

2.3.5 Concorrência ................................................................................................ 29

2.3.6 Vantagem Competitiva ................................................................................. 29

2.3.7 Fatores ganhadores de pedidos ................................................................... 30

2.3.8 Fatores Qualificadores ................................................................................. 30

2.4 Introdução do produto no mercado .................................................................. 32

2.4.1 Estratégia de comercialização ..................................................................... 32

2.4.2 Ciclo de vida ................................................................................................. 32

3 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO ............................................................... 35

3.1 Modelos compatíveis ....................................................................................... 35

3.2 Características Técnicas ................................................................................. 35

3.2.1 Estrutura ....................................................................................................... 36

3.2.2 Caixa ............................................................................................................ 38

3.2.3 Direção ......................................................................................................... 39

3.3 Tecnologia do produto ..................................................................................... 41

4 PROJETO DA FÁBRICA .................................................................................... 42

4.1 Projeto da rede de operações ......................................................................... 42

4.1.1 Fornecedores de primeira, segunda e terceira camadas ............................. 42

4.2 Grau de integração vertical / horizontal ........................................................... 43

4.3 Decisão entre comprar ou fazer ...................................................................... 44

4.4 Localização da operação ................................................................................. 44

4.5 Custo do Local ................................................................................................. 45

4.6 Custo do Transporte ........................................................................................ 45

4.7 Custo da Energia ............................................................................................. 46

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4.8 Habilidades de mão de obra ............................................................................ 47

5 TECNOLOGIA DO PROCESSO ......................................................................... 48

5.1 Tecnologia do processamento de materiais .................................................... 48

5.2 Tecnologia do processamento de informações ............................................... 49

6 CAPACIDADE PRODUTIVA ............................................................................... 50

6.1 Capacidade de projeto .................................................................................... 50

7 ARRANJO FÍSICO - LAYOUT ............................................................................ 54

7.1 Variações de arranjo físico .............................................................................. 54

7.2 Definição do modelo de arranjo físico do projeto ............................................. 54

7.3 Processo de produção ..................................................................................... 55

7.3.1 Maquinário ................................................................................................... 56

7.3.2 Fluxo de produção........................................................................................ 56

7.4 Fábrica ............................................................................................................ 57

8 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ..................................................................... 59

8.1 Funções ........................................................................................................... 59

8.1.1 Função estratégica ....................................................................................... 59

8.1.2 Função comercial ......................................................................................... 59

8.1.3 Função contábil financeira ........................................................................... 60

8.1.4 Função produção ......................................................................................... 60

8.1.5 Função logística ........................................................................................... 60

8.1.6 Função recursos humanos ........................................................................... 60

8.1.7 Aspectos legais ............................................................................................ 61

8.2 Centros de custo ............................................................................................. 61

8.3 Organograma .................................................................................................. 62

8.4 Administração da produção ............................................................................. 62

8.4.1 Sistema de informação para funções logísticas ........................................... 64

8.4.2 Planejamento e controle da produção .......................................................... 65

8.4.3 Indicadores de desempenho ........................................................................ 67

9 DESENVOLVIMENTO DA EMPRESA................................................................ 69

9.1 Abertura de empresa ....................................................................................... 69

9.2 Dados da empresa .......................................................................................... 70

9.3 Identidade da Empresa ................................................................................... 70

9.4 Identidade da Marca ........................................................................................ 70

9.5 Posicionamento ............................................................................................... 71

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10 VIABILIDADE ECONÔMICA ........................................................................... 72

10.1 Enquadramento da empresa ........................................................................... 72

10.1.1 Impostos e taxas consideradas ................................................................. 73

10.2 Cenários .......................................................................................................... 73

10.2.1 Investimento sem restrição de capital ....................................................... 74

10.2.2 Investimento com restrição de capital ....................................................... 79

10.3 Comparativo de cenários ................................................................................. 82

11 CONCLUSÃO .................................................................................................. 84

12 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 87

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1 INTRODUÇÃO

Este projeto trata do estudo da viabilidade mercadológica para

desenvolvimento de produto que tem por escopo a melhoria da qualidade de vida de

pessoas com necessidades especiais, notadamente os cadeirantes.

Pessoa portadora de deficiência é aquela que apresenta de forma

permanente qualquer redução de capacidade ou disfunção, seja ela de ordem física,

psicológica, anatômica ou mental que a torne incapaz de exercer atividades dentro

do que é considerado normal para sociedade. (IBC, 2015)

De acordo com o Censo Demográfico do ano de 2010, realizado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 23% da população brasileira apontou

possuir alguma deficiência. Cerca de treze milhões de brasileiros, correspondentes a

7% da população, se declarou deficiente motor.

A deficiência motora é caracterizada por incapacidade ou dificuldade

permanente em termos de mobilidade de coordenação motora geral ou fala em

decorrência de má formação congênita ou lesões nervosas, neuromusculares e

osteoarticulares. As doenças ou lesões que afetam quaisquer sistemas,

isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau

e gravidade variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão

ocorrida. Os portadores de deficiência motora necessitam de equipamentos

especiais para sua locomoção, como próteses, órteses, cadeiras de rodas e outros.

A utilização de tais aparelhos auxiliares proporciona a independência e autonomia

destas pessoas para se locomoverem, manipular objetos e trabalhar. (CAOPIPPD,

2015)

Para auxiliar na inclusão, autonomia e superação das dificuldades

enfrentadas no cotidiano e relacionadas à acessibilidade, um dos aparelhos muito

utilizados por indivíduos portadores de deficiência motora é a cadeira de rodas. O

primeiro protótipo registrado data do século VI a.C. e consistia na combinação de

uma cama infantil com um conjunto rodas. O modelo antigo mais notável foi utilizado

por Felipe II, rei da Espanha, no século XIV, produzido a partir de uma cadeira

comum, onde foi inserida uma roda em cada perna, juntamente com mecanismos

para inclinação e repouso dos pés para maior conforto da realeza. (SILVA, 2015)

A precursora das cadeiras de rodas modernas, um exemplar manual e

dobrável, regularmente patenteada com a marca Everest&Jennings®, foi

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desenvolvida pelo engenheiro Harry C. Jennings, em 1933 e comercializada por

décadas até o surgimento de concorrentes. O modelo original de Jennings, depois

de estudado e melhorado, culminou na versão de sucesso de George Klein, uma

cadeira de rodas elétrica, patenteada pelo Conselho Nacional de Pesquisas do

Canadá e lançada no ano de 1955. (BRONZINO, 1999), (BURDEN, 2011)

Com o passar do tempo os modelos citados anteriormente foram otimizados e

podem ser encontrados no mercado até os dias atuais, com variações como

tamanho, material e adequação ao quadro clínico do deficiente. A cadeira de rodas

manual, item (a) da Figura 1, é movida a propulsão humana e indicada para

deficientes com total controle de tronco e mobilidade dos membros superiores,

enquanto que o modelo elétrico, item (b) da Figura 1, utiliza um motor alimentado

por um conjunto de baterias, combinado com um joystick ou guidão para o controle

de movimentos e é indicado para pacientes com incapacidade de deambulação,

ausência de controle de tronco, porém com cognição, audição e visão preservados.

Figura 1 - Modelos de cadeira de rodas Fonte:

(a) <Http://www.farmaciasaude.pt/site/index.php?option=com_content&view=article&id=531:cadeiras-de-rodas&catid=1:product-ortopedia>

(b) <http://www.rodaviva.com.br/cadeiras-de-rodas-motorizada.htm>

Além dos modelos existentes no mercado, há equipamentos desenvolvidos

para a adaptação de cadeiras de rodas manuais, que apresentam diferentes formas

para sua motorização. (CONITEC, 2015),

Cadeira de rodas manual (a) Cadeira de rodas elétrica (b)

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Segundo o trabalho publicado por Filho et al.(2010), são encontradas algumas

iniciativas na literatura científica e técnica quanto à utilização de cadeiras de rodas

manuais adaptadas. Estas apresentam diferentes mecanismos para motorização da

roda traseira, algumas fazem uso de correntes e outras, de correias para transmitir o

movimento do motor a uma polia conectada aos eixos traseiros. O dispositivo da

patente US 4037676, item (a) da Figura 2, publicada no ano de 1977, empregava

transmissão de movimento por atrito. Na patente US 5094310, item (b) da Figura 2,

de 1992, a polia é fixada à roda, o que evita a necessidade de instalação de um

mancal, facilitando a desmontagem da cadeira.

Em 1994, foi patenteado um mecanismo que utilizava motores diretamente

instalados nas rodas, substituindo os mancais da cadeira por uma sede pra fixação

do eixo do motor, US 5350032, item (c) da Figura 2. A patente US 6371502, item (d)

da Figura 2, publicada no ano de 2002, apresenta um arco dentado fixo à roda que

se conecta a uma engrenagem no motor, possui um sistema de alavanca que

desacopla o motor da roda e acionamento por botões, diferente das demais patentes

mencionadas, que utilizam joystick para controle de movimentação. Um método

distinto para adaptação das cadeiras de rodas convencionais é a utilização de um

rebocador composto por motor, baterias e guidão para o controle de direção, patente

US4503925, item (e) da Figura 2, concedida em 1985.

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Figura 2 - Mecanismos utilizados para motorização de cadeira de rodas manual Fonte:

<http://patentimages.storage.googleapis.com/pages/US4037676-2.png> <http://patentimages.storage.googleapis.com/pages/US5094310-1.png> <https://patentimages.storage.googleapis.com/pages/US5350032-1.png>

<http://www.invention.net/pdf/6371502.pdf> <http://patentimages.storage.googleapis.com/pages/US4503925-1.png>

Na década de 2010 é possível encontrar dispositivos que utilizam dos

mesmos conceitos citados no parágrafo anterior, contudo com mecanismos

modernizados. No mercado em geral, há poucos fabricantes de equipamentos para

motorização de cadeiras de rodas convencionais. Um dos fabricantes que mais se

destaca no mercado nacional é a Bikemoto, com o modelo WS Liberty, Figura 3, que

consiste em um sistema de rebocador movido a motor elétrico, com sistema de

engate oneclick – previamente instalado na cadeira de rodas, com acelerador

eletrônico e freio a disco, suporta até cento e quarenta quilogramas de carga e

bateria com autonomia de trinta quilômetros.

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Figura 3 - Equipamento Bikemoto WS Liberty Fonte: <http://www.bikemoto.net/>

No mercado internacional o fabricante RioMobility© disponibiliza variados

modelos para motorização de cadeira de rodas, entre outros, o equipamento

FireflyTM, representado na Figura 4, utiliza o mesmo mecanismo do similar nacional,

porém com bateria de autonomia de vinte e quatro quilômetros.

Figura 4 - Equipamento Riomobility© FireflyTM

Fonte: <http://shop.riomobility.com/Firefly-Electric-Handcycle-8-E.htm>

Em paralelo aos equipamentos atualmente comercializados, este projeto

desenvolve um sistema para adaptar a cadeira de rodas manual de modo a torná-la

uma cadeira de rodas elétrica. Com isso, pode-se viabilizar uma maior comodidade

ao cadeirante, com expressiva melhoria no desempenho e eficiência do usuário com

a consequente redução do desgaste físico, facilitando sobremaneira a atividade

cotidiana, inclusive e, principalmente, quando necessária a alternância de modal

para o transporte público. Além do que, possibilita a redução expressiva do tempo

de percurso do cadeirante em médias distâncias.

Apesar do Censo de 2010 não disponibilizar dados específicos a respeito do

número de cadeirantes no Brasil, ele fornece informações sobre a população

incapacitada de caminhar ou de subir escadas. Na região da Baixada Santista, que

contempla as cidades de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá,

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18

Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente, este número corresponde a seis mil

novecentos e vinte e quatro habitantes ou 0,42% da população da área estudada.

Este projeto apresenta como diferencial um dispositivo de reboque composto

por um motor elétrico alimentado por uma bateria e acionado por um sistema de

aceleração no guidom que é totalmente independente da cadeira de rodas. Sem a

necessidade de instalação prévia, seu dispositivo de acoplamento é compatível com

os principais modelos encontrados no mercado.

Pela simplicidade do sistema de acoplamento, e considerando-se ainda a sua

compacidade, este projeto proporciona a praticidade na transposição da cadeira de

rodas convencional para elétrica sempre que houver necessidade por parte do

cadeirante, bem como seu retorno à cadeira convencional.

Ainda, ao utilizar o acionamento pelo sistema de borboletas, possibilita a

condução do equipamento por pessoas com reduzidas força e destreza.

Este projeto foi desenvolvido levando-se em consideração as pesquisas

relativas ao número absoluto de pessoas com necessidades especiais em nível

regional e potenciais usuários do sistema a ser implantado.

Inicialmente, foi efetuada uma pesquisa de mercado com o público alvo para

determinação da demanda em função do preço. Em seguida, foi elaborado o projeto

do produto e seu protótipo, cujo desempenho mostrou-se satisfatório. Passo

seguinte foi elaborada planilha de custos com a finalidade de apuração da

viabilidade econômica, a determinação da planta fabril, seu tamanho, disposição e

localização, bem como o planejamento de controle da produção e logística de

distribuição.

Este projeto visa solucionar as necessidades imediatas dos cadeirantes

servindo como parâmetro para o desenvolvimento e aprimoramento de projetos

futuros.

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19

2 CONCEITO DO PRODUTO E DO MERCADO

O desenvolvimento de um produto para um mercado é mais do que uma

forma de empreendedorismo, visando transformar uma ideia ou conceito em um

projeto, em seguida fabricá-lo e empregar esforços para sua venda ao consumidor

final. Para a fabricação e inserção de um produto no mercado, são analisadas

diversas implicações, como ambientais, de saúde e segurança ao consumidor e

também ao indivíduo que trabalha na construção deste. (BARBOSA, 2009)

Para o sucesso de um produto é necessário conhecer a sua aceitação no

mercado, se este já possui similares de competidores ou se é um produto inovador,

que leva aos consumidores a criarem novos hábitos ou desejos. Devem ser

utilizados planos ou metodologias de pesquisa de perfil de consumidor a fim de

assegurar que as características requeridas para os produtos sejam atendidas.

(BARBOSA, 2009)

2.1 Identificação de público-alvo

Público-alvo corresponde ao grupo de consumidores para os quais o produto

desenvolvido é direcionado. Diversos critérios podem ser considerados para a

definição deste: faixa etária, localização geográfica, classe social, comportamento,

deficiências, gênero, entre outros. A melhor forma para obtenção de um resultado

mais próximo da realidade é a utilização de mais de um critério. A partir da definição

do público-alvo, o apontamento das necessidades do produto e o atendimento aos

requerimentos dos consumidores toma uma maior clareza. (BRITO, 2012)

Para o produto desenvolvido neste projeto, o público-alvo é composto por

pessoas portadoras de deficiência motora, com mobilidade total de tronco e

membros superiores.

2.2 Definição dos objetivos da pesquisa

Para realização de uma pesquisa de mercado, é necessário ter um plano de

propósitos para esta, ou seja, a definição clara de seus objetivos primários e

secundários (DIAS, 2012). Estes objetivos são traçados a fim de trazer informações

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20

necessárias para traçar o perfil do consumidor e as características requeridas no

produto. A determinação de tais objetivos é obtida por formulações de hipóteses.

(SAMARA; BARROS, 2007)

Os objetivos da pesquisa de mercado devem ser detalhados e específicos,

em razão de serem utilizados como base na elaboração de formulários ou roteiros

para a coleta de dados. Trata-se de um processo lógico, onde primeiramente é

indicado o que é necessário saber (objetivo) e por decorrência, como obter as

respostas (questionário). (SAMARA; BARROS, 2007)

Neste projeto, é apontado como objetivo primário o conhecimento dos

indivíduos portadores de deficiência motora, bem como o interesse em adquirir o

produto, seu valor e o preço considerado ideal para compra deste.

Como objetivos secundários, são citados: a identificação dos perfis

demográficos dos entrevistados; extensão da lesão do deficiente; conhecimento dos

hábitos de locomoção e aceitação do produto.

2.3 Pesquisa de Mercado

A pesquisa de mercado visa a obtenção de dados de forma quantitativa,

sistemática e objetiva. É de extrema importância no diagnóstico da tomada de

decisão de compra do público-alvo, ademais, é fundamental para conhecimento e

avaliação de componentes de atitudes perante públicos de interesse do

desenvolvedor do projeto ou produto. Dividida em etapas, tem seu início na definição

do problema e seu término na análise dos resultados obtidos, com posterior

interpretação destes. (SAMARA; BARROS, 2007)

Na pesquisa apresentada por este projeto, o universo previamente definido

para a coleta de dados foi baseado na região da Baixada Santista, localizada no

Estado de São Paulo, onde é pretendido dar-se o início das atividades da fabricação

e comercialização do produto. Abrange as cidades mencionadas na Tabela 1 a

seguir, juntamente com o número de habitantes de cada uma destas.

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21

TABELA 1 - Número de habitantes por cidade da Baixada Santista

Cidade Número de habitantes Percentual

Santos 419.400 25%

Bertioga 47.645 3%

Cubatão 118.720 7%

Guarujá 290.752 17%

Itanhaém 87.057 5%

Mongaguá 46.293 3%

Peruíbe 59.773 4%

Praia Grande 262.051 16%

São Vicente 332.445 20%

TOTAL 1.664.136 100%

Fonte: IBGE (2010)

2.3.1 Metodologia

Segundo o Instituto de Inteligência em Pesquisa e Mercados (IP&M) a

pesquisa de mercado quantitativa é utilizada para determinar resultados objetivos e

generalizados que permitam ser projetados universalmente.

Este foi o método utilizado neste projeto a fim de indicar quantas pessoas

possuem características e interesses em comum. Um questionário (Apêndice A –

Pesquisa de Mercado) composto por catorze perguntas objetivas e claras foi

disponibilizado em clínicas de fisioterapia e centros de reabilitação de deficientes

físicos da Baixada Santista com a finalidade de se obter uma uniformidade dos

resultados.

2.3.2 Definição da Amostra

Uma amostra por estratos pode ser mais apropriada quando a população

apresenta subgrupos com características em comum. O cuidado a ser tomado ao

fazer esse tipo de amostragem é garantir que esse grupo realmente tenha traços

similares, caso haja algum erro esses dados podem não representar a população.

(LARSON; FARBER, 2010)

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22

A expressão (1) é utilizada para determinar o tamanho de uma amostra com

base na estimativa da proporção populacional. (LEVIN, 1987)

n=N×p×(Za 2⁄ )²

p×q(Za 2⁄ )2+(N-1)×E²

(1)

Sendo:

n = Número de indivíduos da amostra;

Zα/2 = Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado;

p = Proporção populacional de indivíduos que pertence à categoria que será

estudada;

q = Proporção populacional que não pertence à categoria que será estudada

(q=1-p);

E = Erro máximo de estimativa.

Os valores de confiança são encontrados na Tabela 2 a seguir:

TABELA 2 - Grau de confiança

Grau de confiança A Zα/2

90% 0,1 1,645

95% 0,05 1,96

99% 0,01 2,575 Fonte: LEVIN (1987)

O Grau de confiança adotado foi de 95%.

Quando as proporções populacionais p e q são desconhecidas adota-se 0,5

para cada uma delas.

O erro máximo de estimativa (E) adotado foi de 5% (ou 0,05).

A partir dos conhecimentos mencionados anteriormente, é realizado o cálculo

da amostra adotando como valores:

Zα/2 = 1,96

p = 0,5

q = 0,5

E = 0,05

A expressão (2) apresenta a fórmula para cálculo da amostra utilizando os

dados calculados previamente para este estudo.

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23

n=6.924 × 0,5 × 0,5 × (1,96)²

0,5 × 0,5 × (1,96)2 + (6.924 − 1) × (0,05)²=364,016 (2)

A resultante dos cálculos desenvolvidos na expressão antecedente foi uma

amostra de 365 pessoas distribuídas proporcionalmente conforme a população das

nove cidades da Baixada Santista como é exposto na Tabela 3 a seguir.

TABELA 3 - Número de cadeirantes e amostra por cidade

Cidade Número de cadeirantes

Percentual de cadeirantes

Amostra

Santos 1.745 25% 92

Bertioga 198 3% 10

Cubatão 494 7% 26

Guarujá 1.210 17% 64

Itanhaém 362 5% 19

Mongaguá 193 3% 10

Peruíbe 249 4% 13

Praia Grande 1.090 16% 57

São Vicente 1.383 20% 73

TOTAL 6.924 100% 364

Fonte: IBGE (2010); Autores (2015)

2.3.3 Tabulação e análise de dados

No âmbito da pesquisa mercadológica, a tabulação é um procedimento

técnico que auxilia na organização e sintetização dos dados de cada variável

levantada nos formulários, determina a distribuição empírica e calcula as estatísticas

necessárias a fim de agilizar e facilitar na extração das conclusões. A análise de

dados se refere à descrição do quadro de tabulação. (DIAS, 2012); (SAMARA;

BARROS, 2007)

No projeto em questão, a tabulação adotada foi a de modelo simples, onde o

entrevistado pode optar por apenas uma resposta. O número de respostas é igual ao

número de entrevistas.

Os resultados estão apresentados no formato de gráficos e tabelas, conforme

segue. Foram destacados os dados mais relevantes para a execução do produto.

Aceitação do produto no mercado

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24

De acordo com o Gráfico 1, o grau de interesse no produto ofertado foi de

100%, não houve nenhuma rejeição de qualquer participante da pesquisa de

mercado.

Gráfico 1 – Grau de interesse no produto

Fonte: Autores (2015)

Faixa etária de cadeirantes

Os resultados colhidos mostram que a maior parte dos cadeirantes é menor

de idade, conforme verificado na Gráfico 2. A idade mínima constatada na pesquisa

foi de 11 anos de idade.

Gráfico 2 - Faixa etária

Fonte: Autores (2015)

Utilização de transporte público

Uma das questões mais importantes é a respeito do percentual que utiliza

transporte público e sua opinião a respeito.

32%

68%

Grau de interesse no produto

Possui interesse Possui muito interesse

78%

22%

Faixa etária

Menor de 18 anos

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25

Segundo os dados coletados, a maior fatia dos entrevistados, cerca de 85%,

faz uso do transporte público para locomoção, Gráfico 3.

Gráfico 3 - Utilização de transporte público

Fonte: Autores (2015)

Ainda com relação ao transporte público, os entrevistados foram questionados

a respeito da qualidade destes e verificou-se que em sua grande maioria, os

entrevistados consideram o transporte público muito ruim, ou seja, com uma

estrutura para atendimento ao deficiente físico muito ruim. As proporções das

repostas estão mostradas no Gráfico 4.

Gráfico 4 - Transporte público para deficientes

Fonte: Autores (2015)

Percepção de Valores

85%

15%

Utilização transporte público

Sim Não

15%

38%

47%

Transporte público para deficientes

Boa Ruim Muito Ruim

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26

Analisando os gráficos de renda familiar e percepção de valor, Figuras 9 e 10

respectivamente, é observado que a maior parte da amostra entrevistada possui

uma renda familiar correspondente entre dois e cinco salários mínimos e que a

percepção de valores em relação ao produto oferecido gira em torno de R$2.000,00

a R$3.000,00.

Deve ser levada em consideração a parcela de 23% dos entrevistados que

pagariam até R$1.000,00 no produto em questão. Esta percepção poderia ser

diferente caso o produto fosse testado e verificado antes da realização da pesquisa

de mercado. No momento da coleta de informações, foram apenas apresentados

desenhos e indicações de funcionamento do equipamento.

Gráfico 5 - Renda familiar

Fonte: Autores (2015)

Gráfico 6 - Percepção de valor

Fonte: Autores (2015)

29%

64%

8%

Renda familiar

de 1 a 2 salários mínimos de 2 a 5 salários mínimos

de 5 a 10 salários mínimos

23%

19%43%

14%

1%

Percepção de valor

Menos que R$ 1000,00 Entre R$ 1000,00 e R$ 2000,00

Entre R$ 2000,00 e R$ 3000,00 Entre R$ 3000,00 e R$4000,00

Entre R$ 4000,00 e R$ 5000,00

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27

Tomada de decisão

A pesquisa de mercado foi elaborada cuidadosamente a fim de avaliar o

mercado ao qual o produto deste projeto será inserido, seu público alvo, sua

aceitação e a percepção de valor. Os resultados permitiram uma tomada de decisão

relativa à viabilidade de inserção do produto no mercado, ao perfil do público alvo e

o valor de mercado do produto aceitável. Após ser concluída pôde-se avaliar uma

aceitação de 100% do equipamento de motorização de cadeira de rodas manual no

mercado sendo classificado como interessante ou muito interessante e 43% dessa

amostra sugeriu que o valor do produto seja entre R$ 2000,00 e R$ 3000,00. Com

os resultados da pesquisa, também foi observado que o modelo de cadeira de rodas

mais utilizado é da marca Ágile, devido a incentivo governamental.

A partir das conclusões tomadas, o projeto será adequado às características

requeridas pelo mercado, bem como o ajuste no valor final do produto, sem excluir

os quesitos de qualidade e segurança para os usuários e colaboradores.

2.3.4 Definição da Demanda

De acordo com de Paula (2013), a demanda pode ser compreendida como a

estimativa de um volume total a ser comprado por um grupo de clientes definido,

tanto quanto suas características de consumo, em determinado ambiente de

marketing e sob um programa de marketing definido.

Estudos realizados por Kotler (2006) apresentam oito tipos distintos de

demanda:

Demanda negativa: ocorre quando o mercado rejeita ou até mesmo evita o

produto;

Demanda inexistente: ocorre quando o mercado não sente interesse pelo

produto ou não conhece seus possíveis benefícios;

Demanda latente: dá-se esta designação quando os produtos apresentam

espaço para inovações, pois não conseguem atender todas as

necessidades dos consumidores;

Demanda em declínio: caracterizado pela redução gradativa da demanda

de um produto, podendo beirar sua extinção no mercado;

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28

Demanda irregular: acontece quando há sazonalidade na procura de um

produto, geralmente condicionada pelas estações do ano;

Demanda plena: dá-se quando a empresa atinge o total de vendas de sua

capacidade produtiva;

Demanda excessiva: ocorre quando a empresa não é capaz de atender a

toda a demanda;

Demanda indesejada: caracterizada pelo desenvolvimento de produtos que

trazem malefícios ao consumidor.

A demanda deste projeto pode ser considerada demanda em declínio, visto

que o público-alvo é restrito a usuários de cadeiras de rodas, tendo uma previsão de

diminuição das vendas com o passar do tempo, após a inserção do produto no

mercado.

Devido à percepção de valor que foi obtida na pesquisa de mercado,

observou-se um potencial de mercado devido à aceitação ser de 100% dos

participantes, a demanda anual do produto foi definida de acordo com a maior faixa

de percepção de valor entre os entrevistados, sendo assim foi considerado que o

mercado potencial a ser trabalhado representa 58%, ou seja, o preço do

equipamento acima de R$ 2.000,00. É possível verificar esta demanda na Tabela 4.

TABELA 4 - Demanda por cidade

Cidade Cadeirantes Aceitação (%) Demanda Demanda

anual

Santos 1.745 58% 1.012 202

Bertioga 198 58% 115 23

Cubatão 494 58% 287 57

Guarujá 1.210 58% 702 140

Itanhaém 362 58% 210 42

Mongaguá 193 58% 112 22

Peruíbe 249 58% 144 29

Praia Grande 1.090 58% 632 127

São Vicente 1.383 58% 802 160

TOTAL 6.924 58% 4016 804

Fonte: Autores (2015)

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29

Após análise da Tabela 4, constatou-se que a cidade de Santos é a que

possui a maior demanda, visto que possui um maior número de cadeirantes, seguido

por São Vicente, Guarujá e Praia Grande.

2.3.5 Concorrência

Concorrência é um processo dinâmico em que empreendedores buscam

descobrir oportunidades latentes de lucro e aproveitar se delas antes que outros o

façam. É uma busca constante pela superação de seus rivais, em todos os âmbitos.

(SOTO, 2014)

O conhecimento do que o mercado deseja, quais pontos fortes e fracos de

seus adversários, quais as características dos produtos existentes e a percepção da

empresa, do mercado, ou da combinação de ambos são fundamentais para que o

profissional de Marketing possa adotar estratégias que irão tomar a fatia de mercado

de seus concorrentes e eliminar a possibilidade de sua recuperação. (MENSHHEIN,

2006)

Segundo Kotler (2006) a concorrência pode ser dividida em quatro tipos:

Concorrência de marcas: empresas oferecem produtos e serviços

semelhantes aos mesmos clientes por preços similares;

Concorrência setorial: empresas que fabricam o mesmo tipo ou classe de

produtos independente do seu nível de qualificação;

Concorrência de forma: empresas fabricantes de produtos que oferecem os

mesmos serviços;

Concorrência genérica: empresas que competem pelo dinheiro de seus

consumidores, independentemente do tipo de produto ou serviço a ser

oferecido.

2.3.6 Vantagem Competitiva

Segundo Porter (1986) uma empresa deve definir as ações defensivas e

ofensivas que criarão uma posição vantajosa para a organização. Para isso ele

apresenta três estratégias competitivas genéricas:

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30

Liderança no custo total: seu objetivo é uma maior participação no mercado

a partir de uma redução de custos em relação aos concorrentes. Ela cria

uma maior flexibilidade para a empresa, melhorando seu poder de

negociação podendo proporcionar uma alta em sua margem de lucros;

Diferenciação: proporciona a vantagem competitiva, pois estimula a

lealdade de seus clientes através da oferta de serviços e produtos com a

qualidade desejada por seus consumidores além de disponibilizar

características diferenciadas dos produtos já existentes no mercado;

Enfoque: esta estratégia visa o direcionamento dos esforços para nichos

especializados do mercado. Refere-se a uma abordagem da liderança de

custo ou diferenciação em ambiente competitivo específico.

2.3.7 Fatores ganhadores de pedidos

São os critérios considerados decisivos para a aquisição de um produto ou

serviço. Tais fatores contribuem diretamente e significativamente para a realização

de um negócio. (FUSCO e SACOMANO, 2007)

Com base em estudos realizados nos objetivos do projeto, bem como na

pesquisa de mercado, os fatores ganhadores de pedido para o produto em questão

são: preço, qualidade e design compacto.

2.3.8 Fatores Qualificadores

Não influi diretamente na tomada de decisão, porém são igualmente

importantes aos outros fatores, pois o desempenho da produção da empresa deve

estar acima de um determinado nível de qualificação para que seja considerada por

seus clientes como potencial fornecedor. (FUSCO e SACOMANO, 2007)

2.3.8.1 Análise SWOT

A ferramenta SWOT (termo originário da língua inglesa, com significado de

Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats (em tradução livre: Forças,

Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) é um instrumento extremamente utilizado no

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31

planejamento estratégico, onde são relacionadas questões internas e externas

relativas ao produto ou organização. (BASTOS, 2015)

Figura 5 - Análise SWOT

Fonte: Autores (2015)

Os quadrantes da Figura 11 representam os itens conforme descrito a

seguir:

Forças: Descrevem quais as competências mais fortes do produto. Tem

como principal aspecto as vantagens competitivas. Quanto mais vantagem

em relação à concorrência, mais relevante será para a análise SWOT. Para

este projeto, são citados como forças: produto inovador, tecnologia

aplicada, acessibilidade.

Fraquezas: Representam as aptidões que interferem ou prejudicam o

produto. As fraquezas citadas devem ser analisadas isoladamente, a fim de

mitigar os possíveis problemas. Como fraqueza deste projeto, é destacado

ser um produto novo no mercado, onde não há aceitação real do produto,

apenas uma previsão de demanda.

Oportunidades: São forças externas que influenciam de maneira positiva no

produto. Não há controle sobre estas forças. Como exemplo, são citados a

falta de similares nacionais; escassez de diversidade no mercado.

Ameaças: Antagonicamente às oportunidades, ameaças são forças

externas que influenciam negativamente o produto, a serem citados:

possibilidade de fabricação por concorrentes; nacionalização de

equipamentos importados.

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32

2.4 Introdução do produto no mercado

Os próximos tópicos abordarão a inserção do produto no mercado e o ciclo

de vida deste.

2.4.1 Estratégia de comercialização

De acordo com Reis (2007), as organizações necessitam desenvolver

estratégias específicas para as diferentes fases do ciclo de vida de um produto,

visando assegurar seu sucesso e aumentar sua duração no mercado. Independente

da estratégia, todo produto padecerá pela superação de um concorrente ou pela

substituição do produto já existente.

Devido à restrição do público alvo, a principal estratégia de comercialização

do produto apresentado é a de venda direta ao cliente, via e-mail, website ou

televendas.

A divulgação do produto ocorrerá por distribuição de folders em lojas

especializadas e clínicas de reabilitação, bem como através de representação

comercial.

2.4.2 Ciclo de vida

Conforme conhecimentos de Kotler e Keller (2006), quando admitido que

um produto possua um ciclo de vida, são considerados quatro fatores:

Os produtos possuem vida limitada;

As vendas dos produtos permeiam diferentes estágios, com desafios e

oportunidades diferenciadas;

Os lucros sofrem variações de acordo com o estágio do ciclo de vida;

Em cada estágio do ciclo de vida, faz-se necessário adotar diferentes

estratégias de produção, marketing, compras, financeiras e recursos

humanos.

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33

Ainda atentando aos pensamentos de Kotler e Keller (2006), o ciclo de vida

possui um formato curvo, em aspecto de sino (Figura 6). Esta curva é dividida em

quatro estágios, descritos respectivamente a seguir.

Figura 6 - Ciclo de vida de um produto

Fonte: Adaptação de Kotler e Keller (2006)

Introdução: período de desenvolvimento de produto ou baixo crescimento

de vendas, visto que o produto ainda está em fase de inserção no

mercado. É a fase em que não há retorno financeiro, pois o produto ainda

requer investimentos. O produto deste projeto se enquadrará nesta fase;

Crescimento: período em que há um conhecimento do produto por parte

do mercado consumidor. Nesta fase ocorre o aumento de vendas, o que

favorece na obtenção de lucros;

Maturidade: nesta fase há a desaceleração do crescimento das vendas,

visto que os consumidores potenciais já foram abordados. Os lucros nesta

fase tendem a se estabilizar ou diminuir, devido ao aumento da

concorrência. Faz-se necessária uma alteração na estratégia para que o

produto não entre na fase de declínio;

Declínio: período em que o produto se torna obsoleto. A empresa para de

realizar investimentos em distribuição, desenvolvimento e propaganda.

Nesta fase, é estudada a possibilidade de renovação do produto ou

substituição no mercado.

Para o aumento do ciclo de vida do produto desenvolvido neste projeto, é

requerido um plano de ação para os próximos anos, visto que a demanda tende a

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34

diminuir com o passar do tempo. Dentre as estratégias a serem adotadas, são

citadas:

Promover um marketing intenso para disseminação do conhecimento do

produto ao público;

Desenvolvimento contínuo de melhorias na parte técnica e no design do

produto, aprimorando cada vez mais suas funções e vantagens

competitivas;

Atualização constante de pesquisas de mercado qualitativas, para

averiguar as principais necessidades do público alvo.

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3 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO

O produto será desenvolvido de acordo com as necessidades observadas

na pesquisa de mercado e atendendo aos requisitos de qualidade e segurança para

o usuário.

3.1 Modelos compatíveis

A partir de dados obtidos na pesquisa de mercado, foram consideradas as

medidas de cadeira de rodas manual de maior utilização na região da Baixada

Santista para o dimensionamento do equipamento de motorização.

O equipamento é desenvolvido para cadeiras de rodas que se enquadrem

nas características apresentadas na Tabela 5.

TABELA 5 - Dimensionamento compatível

Característica Dimensão mínima (m)

Dimensão máxima (m)

Altura 0,88 1,15

Largura 0,61 0,71

Comprimento 0,70 1,00 Fonte: Autores (2015)

3.2 Características Técnicas

As características técnicas pertinentes ao produto desenvolvido são

divididas em três categorias:

Estrutura: composto pelo suporte da bateria, garfo e engate. Tem como

função conectar o sistema de motorização à cadeira de rodas manual;

Caixa: composta por bateria, módulo controlador e carenagem. Tem como

função armazenar e proteger os componentes de aceleração do sistema;

Direção: composta por eixo, rodas, motor e guidom. Tem como função

promover o controle do sistema pelo usuário.

As especificações técnicas gerais do equipamento são expostas na Tabela 6.

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TABELA 6 - Especificações técnicas

Propriedade Grandeza

Velocidade máxima 7 km/h

Carga máxima suportada 180 kg

Massa do equipamento 10 kg

Autonomia da bateria 4 horas

Torque 120 N x m

Dimensões (A x L x C) 850 x 720 x 1040 mm Fonte: Autores (2015)

O projeto do equipamento para motorização da cadeira de rodas manual

está representado pela Figura 7, a seguir.

Figura 7 – Projeto do produto

Fonte: Autores (2015)

Todos os componentes foram dimensionados e testados no software

SOLIDWORKS para verificação de tensões e funcionalidade. O relatório dos testes

executados com o software está disponibilizado no Apêndice B – Relatório

SOLIDWORKS.

3.2.1 Estrutura

A estrutura do projeto é composta pelo suporte da bateria e o braço com

engate, que serão descritos nos tópicos a seguir.

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37

3.2.1.1 Suporte da Bateria

O suporte da bateria, representado na Figura 8, esboço e

dimensionamento respectivamente, é o suporte para os componentes elétricos e

garfo do equipamento. Fabricado em Aço ABNT 1020.

Figura 8 – Projeto e dimensionamento do suporte da bateria

Fonte: Autores (2015)

3.2.1.2 Braço e Engate

As Figuras 9 e 10 apresentam respectivamente o esboço e

dimensionamento do braço e engate a ser utilizado para acoplar o equipamento à

cadeira de rodas manual. Serão utilizados dois braços fabricados em Aço ABNT

1020.

Figura 9 – Braço e engate

Fonte: Autores (2015)

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Figura 10 - Dimensionamento do braço com engate

Fonte: Autores (2015)

3.2.2 Caixa

A caixa tem por função abrigar os materiais elétricos que propulsionam

movimento ao equipamento.

3.2.2.1 Materiais elétricos

O kit elétrico possui finalidade de impelir movimento ao equipamento. É

composto principalmente por um motor elétrico de roda com engrenagem, de

36V/48V e 250W, bateria de lítio de 36V e 8Ah de alto desempenho, com autonomia

de 4 horas; freio com sistema OFF, carregador de bateria lítio bivolt e acelerador

com indicador de carga da bateria.

3.2.2.2 Carenagem

A carenagem funciona como a proteção e suporte para o motor e bateria. O

material escolhido para a fabricação da carenagem é fibra de vidro (Figura 11).

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Figura 11 - Carenagem

Fonte: Autores (2015)

3.2.3 Direção

A direção é composta por guidom, rodas e pneus. Tem por função conduzir o

equipamento conforme necessidade do usuário.

3.2.3.1 Rodas e pneus

O equipamento é composto por uma roda fabricada em aço ABNT 1020 e

possui diâmetro de 14 polegadas.

O pneu utilizado é feito de borracha natural, com diâmetro tubular de 44

milímetros e diâmetro interno de 298 milímetros (Figura 12).

Figura 12 - Projeto e dimensionamento da roda

Fonte: Autores (2015)

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40

3.2.3.2 Guidom

O guidom é produzido em Aço ABNT 1020 e interliga o sistema de direção à

roda. Este também suporta as manoplas que controlam a aceleração do

equipamento.

Representação do esboço e dimensionamento na Figura 13.

Figura 13 - Projeto e dimensionamento do guidom

Fonte: Autores (2015)

3.2.3.3 Projeto geral

Os dimensionamentos gerais do equipamento são verificados na Figura 14,

apresentada a seguir.

Figura 14 - Projeto e dimensionamento geral do equipamento

Fonte: Autores (2015)

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41

3.3 Tecnologia do produto

O equipamento de motorização possui características que visam proporcionar

ao usuário cadeirante uma maior liberdade quanto à locomoção urbana. Através do

sistema de engate rápido o usuário consegue facilmente conectar o equipamento à

cadeira de rodas manual. O acionamento do motor é feito ao girar uma chave

posicionada na manopla, dando mais segurança ao usuário contra furtos.

O controle de direção do equipamento dar-se-á através do guidom e o

controle de velocidade será realizado através de um acelerador na manopla,

utilizando um sistema de borboleta para frenagem.

A Figura 15 apresenta o equipamento acoplado em uma cadeira de rodas

manual.

Figura 15 - Equipamento acoplado à cadeira de rodas manual

Fonte: Autores (2015)

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42

4 PROJETO DA FÁBRICA

O projeto de fábrica é essencial para toda organização. Contempla os

espaços operacionais das atividades fabris e permite implementar de forma

otimizada todos os seus processos produtivos. (NEUMANN, 2015)

4.1 Projeto da rede de operações

Todas as operações são parte de uma rede interconectada de clientes,

fornecedores, clientes de clientes e fornecedores de fornecedores, desta forma,

nenhuma operação ou parte dela pode ser vista isoladamente. (SLACK E LEWIS,

2008)

4.1.1 Fornecedores de primeira, segunda e terceira camadas

A rede total de suprimentos se refere ao conjunto total da dinâmica de

operações envolvida nos relacionamentos de fornecedores e clientes. Já os grupos

de operações que fornecem diretamente para operação e análise são chamados de

fornecedores de “primeira camada”. Estes, por sua vez, são alimentados por outros

fornecedores ditos de “segunda camada”, os quais podem também vir a atuar como

de “primeira camada” para outros itens. Quando há a necessidade de alimentação

dos fornecedores de “segunda camada” por outros fornecedores, estes recebem o

nome de fornecedores de “terceira camada” e assim sucessivamente. (FUSCO e

SACOMANO, 2007)

A esquematização do processo é verificada na Figura 16, a seguir.

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43

Figura 16 - Cadeia de Suprimentos

Fonte: PIRES, 2011

4.2 Grau de integração vertical / horizontal

Silva et al. (2005) afirmam que as decisões relativas aos graus de

integração estão relacionadas ao que a empresa irá fabricar internamente e ao que

ela irá adquirir por meio de terceirização. Estes aspectos diferenciam os métodos de

integração como vertical ou horizontal.

A integração vertical é definida como a centralização de todas as

necessidades da empresa e a não realização de parcerias para a obtenção do

produto final, ou seja, todos os estágios da produção são realizados pela própria

fabricante. Este método visa diminuir custos, riscos e proporciona facilidade na

coordenação das atividades e ações. (PORTER, 2004)

Em contraste com a integração vertical, a integração horizontal envolve a

fusão de dois ou mais produtos finais em uma única empresa. As principais razões

que levam uma empresa a optar por este tipo de integração são tanto aumentar seu

poder de mercado quanto aproveitar a economia de escala e escopo, levando à

economia de custos na produção de um item. (BAYE, 2008)

Em síntese, a integração vertical envolve a fusão de duas ou mais fases de

produção em uma única empresa, enquanto a integração horizontal envolve a fusão

de dois ou mais produtos finais. (BAYE, 2008)

Para a empresa desenvolvida neste projeto, as fases de produção

compreendem a fabricação e montagem do equipamento, bem como a venda em

modalidade de varejo do produto. Neste primeiro momento, não há a necessidade

de incorporação das empresas fornecedoras de materiais para a verticalização do

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44

processo, bem como não há também a necessidade de aquisição de empresas

concorrentes no mercado nacional.

4.3 Decisão entre comprar ou fazer

A tomada de decisão entre fazer ou comprar pode determinar o sucesso ou

não de uma empresa. Para efetuar a escolha, os gestores incialmente realizam uma

comparação entre custos de terceirização de produtos e serviços e custos de

produção própria. No entanto, para uma melhor tomada de decisão é necessário

realizar um estudo macro e integrado entre as variáveis mercadológicas, entre elas:

tipo de produto e tipo de demanda. (DIAS apud SAMPAIO, 2013)

Em suma, a decisão entre comprar ou fazer depende de um estudo

econômico e estratégico. Quando bem executado, proporciona vantagens

competitivas em relação aos concorrentes. (DIAS apud SAMPAIO, 2013)

Analisando as variáveis mercadológicas, a decisão tomada para este

projeto é a de adquirir a parte elétrica dos componentes, e também terceirizar o

serviço de estampagem da carenagem, enquanto que a parte mecânica será de

fabricação própria. Esta é uma decisão visando a não alteração da estratégia do

negócio, que é a produção mecânica do equipamento. No caso de ser realizada a

produção da parte elétrica ou do processo de estampagem do produto seria

necessário o investimento em mão de obra qualificada, ambiente de trabalho

adaptado, maquinário específico e uma maior expertise da atividade.

4.4 Localização da operação

Objetivando uma localização estratégica com base no estudo da demanda

da região da Baixada Santista, nos custos do local, no investimento inicial para a

reforma do local e na logística das operações, o local mais apropriado para a

instalação da fábrica é situado na cidade de Santos, Rua Lucas Fortunato, no bairro

Vila Mathias e conta com 600 m² de área útil.

Incluindo uma previsão futura, a localização é interessante devido à

facilidade de acesso ao porto de Santos, já pensando na logística do

empreendimento e numa possível expansão dos negócios.

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45

Na Figura 17 a seguir, é apresentada a vista aérea da localização.

Figura 17 - Localização do galpão

Fonte: Google Maps (2015)

4.5 Custo do Local

O custo do local engloba o aluguel mensal e o investimento para a reforma

e adequação da fábrica.

A locação mensal do galpão é de R$ 10.500,00 e os custos iniciais para a

reforma e compra de mobiliário é estimado em R$ 50.000,00.

4.6 Custo do Transporte

De acordo com Bilhalva (2009), o transporte representa um dos elementos

mais importantes do custo logístico e tem um papel fundamental na prestação de

serviço ao cliente.

Para este projeto, o modal de transporte a ser utilizado é o rodoviário, visto

que as distâncias entre as cidades da Baixada Santista são curtas e não há

compatibilidade de uso de outro modal, por exemplo, o aeroviário ou aquaviário.

Dentro do modal de transporte rodoviário, há duas alternativas para a

entrega do equipamento ao cliente final: realizar as entregas de modo a verticalizar o

processo, fazendo uso de veículo próprio ou terceirizar o serviço através de uma

transportadora.

O custo de transporte próprio engloba a aquisição de um veículo comercial,

contratação de motorista e ajudante, pagamento de impostos e taxas, custos com

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combustível, seguro, manutenções e possíveis multas de trânsito. Em contrapartida,

o custo de um transporte terceirizado é apenas o do aluguel do veículo, visto que os

demais custos já estão inclusos neste valor.

Analisando todas as vertentes e visando uma melhor qualidade na entrega,

com menores custos, a opção escolhida para a entrega dos equipamentos aos

clientes finais é através de transportadora. O custo para tal é estimado em

R$ 942,85 por viagem pela empresa Menfer Log, situada em Santos. Em vista de

realizar as entregas quinzenalmente, o custo mensal do transporte é de

R$ 1.885,70.

4.7 Custo da Energia

O custo estipulado para a energia elétrica mensal foi calculado com base

na tarifa convencional para empresas da CPFL (abreviação de Companhia

Piratininga de Força e Luz).

O valor do megawatt hora adotado é de R$ 238,73.

A Tabela 7 a seguir apresenta a especificação do custo mensal dos

equipamentos que consomem energia elétrica. O custo total de energia elétrica para

a fábrica é de R$ 888,23.

TABELA 7 - Consumo de energia mensal

Descrição Qtd. Potência

(kW)

Tempo de operação (h/mês)

Tarifa (R$/kW)

Custo (R$/mês)

Ar Condicionado 6 1,40 176 0,24 352,94

Computador 5 0,30 176 0,24 63,02

Lâmpadas 70 0,04 176 0,24 117,65

Furadeira de coluna 2 0,25 176 0,24 21,01

Pistola de tinta 2 0,65 176 0,24 54,62

Esmerilhadeira 2 0,82 176 0,24 68,91

Maquina de solda TIG 1 5,00 176 0,24 210,08

TOTAL 88 1.232 0,24 888,23

Fonte: Autores (2015)

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47

4.8 Habilidades de mão de obra

Para a produção dos equipamentos serão necessários alguns parâmetros

para a qualificação e avaliação de habilidades de mão de obra, visando manter a

qualidade do produto.

No setor administrativo todos os cargos serão ocupados por engenheiros

de produção. Enquanto que no setor operacional serão necessários colaboradores

com diferentes qualificações:

Almoxarife: Nível médio, com conhecimento em estoques e picking e

habilidade na função;

Mecânicos: Nível técnico em fabricação mecânica, com experiência e

habilidades na função;

Auxiliar de mecânico: Nível técnico em manutenção mecânica;

Soldador: Nível técnico em Soldagem e certificações na área;

Pintor: Nível médio e qualificação em pintura industrial;

Auxiliar de almoxarife: Nível médio.

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5 TECNOLOGIA DO PROCESSO

SLACK (2008) afirma que as tecnologias de um processo são máquinas,

equipamentos e dispositivos utilizados na cadeia produtiva que auxiliam na

transformação de materiais e informações de maneira a atingir os objetivos

estratégicos desta.

5.1 Tecnologia do processamento de materiais

As tecnologias de processamento de materiais estão diretamente ligadas à

indústria e seus processos em busca de melhorias e inovações nas atividades fabris.

Englobam as máquinas, equipamentos, ferramentas e materiais capazes de otimizar

a produção e melhorar a qualidade dos bens produzidos. (CAXITO, 2008)

Neste projeto serão explanadas as tecnologias de processamento de

materiais empregadas de acordo com suas etapas de produção.

O processo de fabricação do equipamento para motorização da cadeira de

rodas tem início com a dobra das barras de aço ABNT 1020 utilizando uma

dobradeira manual e posterior ajuste através de martelos, alicates e lixadeira. Em

paralelo, ocorre a junção do garfo com a roda, não há emprego de nenhum processo

tecnológico, apenas o encaixe manual. Passo seguinte, para a finalização da parte

estrutural do projeto, faz-se o uso de um torno manual.

Após a conclusão da montagem da estrutura do equipamento, ocorre o

processo de solda para fixação das partes montadas separadamente, através de

uma máquina de solda TIG, que funciona por meio de soldadura a arco elétrico,

utilizando eletrodos de tungstênio. É o tipo de solda mais adequado a ser aplicado

em aços inoxidáveis e alumínio.

A pintura será realizada por meio de pistolas manuais. Para ajustes finais

durante o processo de junção do kit elétrico à estrutura, faz-se o uso de um torno

manual a fim de adequar as medidas para perfeito encaixe.

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49

5.2 Tecnologia do processamento de informações

Inicialmente aplicada nas funções administrativas, a tecnologia do

processamento de informações foi posteriormente expandida para o setor

operacional. Abrange a coleta de dados, sua manipulação e transformação em

informações e subsequente distribuição desta para todos os envolvidos nas

atividades empresariais, disseminando o conhecimento de maneira rápida, precisa e

em tempo real. (CAXITO, 2008), (PRANDO, 2015)

A utilização de um sistema de informação de base de dados única e capaz

de realizar trocas de informações possibilita uma estrutura padronizada, estabelece

de maneira mais eficaz os processos de gerenciamento baseado em conhecimento,

o que permite análises consistentes dos negócios e operações mais eficientes

voltadas aos clientes. (PRANDO, 2015)

Em suma, os sistemas de informações beneficiam os usuários devido à

redução de retrabalho e custos, o que gera aumento na confiabilidade das

informações, agilidade na obtenção de dados e segurança nas tomadas de decisão.

(CAXITO, 2008), (PRANDO, 2015)

Visando uma parametrização dos processos, a fim de atender as

necessidades deste projeto, o software para controle de informações a ser

implantado será o Freedom ERP. A predileção por este software provém de sua

gratuidade, adequação à legislação tributária brasileira, crescimento da base de

dados ilimitado e possibilidade de investimentos em recursos de infraestrutura

gradativos.

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6 CAPACIDADE PRODUTIVA

Capacidade produtiva é o máximo nível de atividade de valor computado

em um período de tempo definido, que o processo pode ser realizado sob condições

normais de operação. (BORGES, et al. 2013, apud SLACK, 2009)

Slack et al. (2009) descreve que a capacidade produtiva pode ser dividida

de duas maneiras: capacidade de projeto e capacidade efetiva.

A capacidade de projeto representa a capacidade de produção de uma

linha considerando o tempo total de disponibilidade, ou seja, o tempo máximo de

operação.

A capacidade produtiva efetiva, em contrapartida à capacidade produtiva

de projeto considera os tempos de parada para manutenção, dificuldades no

processo, etc.

6.1 Capacidade de projeto

Para a realização dos cálculos de capacidade de produção, é necessário,

primeiramente, o conhecimento de todas as atividades do processo, bem como o

sequenciamento e tempo de duração de cada uma destas.

Na fabricação do equipamento de motorização da cadeira de rodas

manual, as atividades da cadeia de processo são do seguinte escopo e duração:

A. Picking: separação dos materiais utilizados em cada posto de trabalho.

Duração: 15 minutos;

B. Montagem A: montagem do acoplamento do engate na armação do

equipamento. Duração: 15 minutos;

C. Soldagem: Processo de solda dos componentes instalados na Montagem A.

Duração: 20 minutos;

D. Montagem B: junção das rodas no eixo e instalação dos itens para frenagem.

Duração: 25 minutos;

E. Montagem C: instalação da armação do engate no eixo principal do

equipamento. Duração: 20 minutos;

F. Pintura: pintura para tratamento de superfície da carenagem e barras de aço.

Nesta etapa também são realizados os acabamentos nas peças

separadamente. Duração: 120 minutos;

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G. Montagem final: instalação da parte elétrica, motor, manoplas e carenagem

na armação e eixo do equipamento. Duração: 40 minutos.

Com base nas atividades descritas previamente, foi elaborado um

diagrama de dependência em formato de rede, denominado PERT (sigla da língua

inglesa para Program Evaluation and Review Technique), que em tradução livre

significa Técnica de Avaliação e Revisão de Projetos. O diagrama é ilustrado na

Figura 18.

Figura 18 - Diagrama PERT e CPM

Fonte: Autores (2015)

A linha em destaque na Figura 18 representa o CPM (sigla de origem

inglesa para Critical Path Method), que representa o caminho crítico do projeto, ou

seja, o caminho no qual o processo apresenta uma maior duração, devido a

gargalos da linha de produção.

A partir da análise das atividades, é verificado que o caminho crítico

contém as atividades presentes na Tabela 8 e os pontos de gargalo são

identificados como atividades F e G, pintura do equipamento e montagem final,

respectivamente.

TABELA 8 - Caminho crítico

Item Atividade Duração (min)

A Picking 15

B Montagem A 15

C Soldagem 20

E Montagem C 20

F Pintura/Secagem 120

G Montagem final 40

Duração total 230

Fonte: Autores (2015)

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52

Para o projeto, foi considerado um regime de operação de 9 horas diárias,

em atividade de segunda a sexta-feira, com 1 hora de pausa para almoço. Ademais,

foram considerados também 20 minutos para eventuais saídas dos colaboradores

dos postos de trabalho, como por exemplo: ida à copa ou ao banheiro. O total de

tempo de operação diário é, portanto, de 460 minutos.

Pelo caminho crítico, um equipamento para motorização de cadeira de

rodas manual leva 230 minutos para ser fabricado.

De acordo com Slack et al. (2009), a capacidade produtiva teórica de um

projeto é resultante da expressão:

𝐶𝐷 = 𝑄 𝑥 𝑇 (3)

No qual:

CD = Capacidade Disponível;

Q = Quantidade de unidades fabricadas em uma unidade de tempo;

T = Tempo de disponibilidade da máquina.

Para o projeto, os valores adotados para o cálculo da quantidade de

unidades fabricada por dia são:

CD = 460 minutos

T = 230 minutos

O resultado obtido utilizando a Expressão 3 demonstrada acima, mostra

que a capacidade de produção é de 2 equipamentos completos por dia equivalente a

528 equipamentos anuais, desconsiderando as paradas de produção em feriados.

Para que ocorra um aumento na capacidade da produção e visando não

aumentar os custos, a mão de obra das montagens A e B será utilizada na soldagem

e na montagem C. Não obstante, foi adotado o processo de que, quando o

equipamento chegar à atividade de pintura os postos de montagem A e B

recomeçam a operação.

Como a finalização do equipamento necessita de mais 160 minutos após a

montagem C, a capacidade disponível para tal deve desconsiderar este tempo. O

tempo de disponibilidade da máquina é contado apenas até a entrega do

equipamento ao setor de pintura.

Sendo assim, foi adotada a Equação 3 para o cálculo da nova demanda, a

partir dos valores a seguir utilizados:

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53

CD = 290 minutos

T = 70 minutos

O resultado obtido é de que, executando a métrica adotada, a produção

aumentaria 200%, o que resulta em quatro equipamentos completos por dia,

totalizando 1056 equipamentos anuais. Levando em consideração que a demanda

projetada é de 804 equipamentos anualmente e a capacidade produtiva da fábrica é

de 1056 equipamentos anualmente, a demanda será suprida com 76% de utilização

da fábrica.

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7 ARRANJO FÍSICO - LAYOUT

De acordo com os conceitos definidos por Slack et al. (2009), o arranjo

físico ou layout de uma produção diz respeito ao posicionamento dos recursos

transformadores em relação aos outros e também a alocação das tarefas de

operação. Ambos os critérios estabelecerão o padrão do fluxo da cadeia produtiva à

medida que ocorre o progresso da fabricação.

7.1 Variações de arranjo físico

Em sua maioria, os arranjos físicos são derivados de quatro tipos básicos

de arranjo físico (SLACK, 2009):

Arranjo físico posicional ou de posição fixa: neste modelo, os produtos a

serem transformados não se movem ao longo do ciclo, mas sim os

equipamentos que trabalham na transformação e operadores;

Arranjo físico funcional: neste tipo de arranjo, os recursos ou processos

similares são alocados próximos uns dos outros;

Arranjo físico celular: ocorre uma pré-seleção dos recursos transformados,

para movimentação até uma parte específica da produção (designada

como célula), na qual todos os recursos necessários para atender às

requisições imediatas de processamento se encontram. Geralmente, este

tipo de arranjo é utilizado em casos de produção de fluxo complexo;

Arranjo físico por produto, em fluxo ou em linha: envolve a localização de

recursos produtivos inteiramente segundo a conveniência do produto a ser

fabricado. Os recursos de produção seguem um fluxo ao longo da linha de

processos, onde as atividades coincidem com a sequência na qual os

processos foram fisicamente arranjados.

7.2 Definição do modelo de arranjo físico do projeto

O arranjo físico é definido a partir de objetivos estratégicos de uma

operação ou processo, a serem destacados por pertencerem a todas as operações:

segurança inerente, extensão do fluxo, clareza do fluxo, conforto para os

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funcionários, coordenação gerencial, acessibilidade, uso do espaço e flexibilidade

em longo prazo. (SLACK, 2009)

Para o desenvolvimento deste projeto, o arranjo físico escolhido foi o

arranjo físico funcional, por apresentar variedade de produção relativamente alta,

com um fluxo contínuo e baixo de produção e diferenciação nos requisitos do

produto. Os processos serão arranjados fisicamente com a mesma sequência em

que as atividades deverão ocorrer. A Figura 19 ilustra um modelo de arranjo físico

funcional.

As vantagens da escolha de um modelo de arranjo físico funcional são a

alta flexibilidade de variações e produtos, solidez dos processos quando ocorre

interrupção de etapas e uma melhor e maior supervisão de equipamentos e

instalações. No entanto, o processo também apresenta desvantagens, como a baixa

utilização de recursos, possibilidade de elevado estoque em processo ou fila para

atendimento à demanda e a complexidade do fluxo de operações, que pode ser de

difícil controle. (SLACK, 2009)

Figura 19 - Arranjo físico funcional

Fonte: MOREIRA (2008)

7.3 Processo de produção

Caxito (2008 apud SLACK et al. 1996) afirma que para o êxito de uma

produção o primeiro passo a ser tomado é a definição do processo de produção e

suas tecnologias, que são: máquinas, equipamentos e dispositivos que auxiliam na

transformação de materiais e informações a fim de atingir os objetivos estratégicos

da empresa.

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7.3.1 Maquinário

O maquinário e mobiliário será distribuído da seguinte forma na linha de

produção:

Montagem A: bancada, dobradeira manual e jogo de ferramentas,

composto por martelinho, martelete, chaves de fendas, chaves Philips e

alicates de corte e pressão e lixadeira;

Montagem B: bancada e jogo de ferramentas;

Montagem C: duas bancadas, furadeira de coluna, dois tornos manuais e

jogo de ferramentas;

Solda: bancada e máquina de solda TIG;

Pintura: bancada e duas pistolas de tinta;

Montagem final: bancada, mesa coordenada, torno manual e jogo de

ferramentas.

7.3.2 Fluxo de produção

O processo de produção se concentra principalmente na montagem do

equipamento. O início do fluxo se dá após a chegada das peças e itens

intermediários para fabricação do equipamento de motorização da cadeira de rodas

manual, que são recepcionadas pelo almoxarife responsável por sua verificação e

armazenagem para controle do estoque. O mecânico responsável ou seu auxiliar

fazem o picking no almoxarifado e encaminham as respectivas peças para os

setores de montagem A e B.

As montagens A e B são realizadas paralelamente e há um mecânico

responsável e um auxiliar de mecânica em cada setor. Na montagem A é feito o

engate na armação do equipamento e encaminhado para processo de solda,

enquanto que na montagem B a roda é instalada do eixo. Na etapa C, o engate e a

armação resultantes do setor A e a roda com eixo são montados.

O equipamento resultante desse processo passa pela pintura juntamente

com a carenagem. Em seguida vão para a secagem e então são enviados para a

montagem final em que são instaladas na estrutura o kit elétrico, o motor e as

manoplas do guidom.

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Há uma verificação dos componentes e funcionamento final do

equipamento antes de ser enviado ao setor de embalagens e finalmente ser

acondicionado no estoque.

Na Figura 20 subsequente é demonstrado o fluxograma do processo.

Figura 20 - Fluxograma do processo de produção

Fonte: Autores (2015)

7.4 Fábrica

A fábrica será instalada em um galpão de 600 m² situado na cidade de

Santos e sua planta está representada na Figura 21 em sequência.

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Figura 21 - Planta baixa da fábrica

Fonte: Autores (2015)

Em busca do aumento da capacidade produtiva e diminuição do tempo

ocioso dos colaboradores, a planta foi projetada com corredores espaçosos e

ambientes estrategicamente posicionados de acordo com a necessidade da cadeia

produtiva.

Ademais dos ambientes operacionais que comportam as atividades de

picking, estocagem, montagens, solda, pintura, embalagem e estocagem de produto

final, há a estrutura da parte administrativa, localizada na entrada da fábrica a fim de

proporcionar um melhor atendimento aos clientes e fornecedores. Esta estrutura

conta com uma sala de reunião, bem como recepção e cinco postos administrativos

de trabalho, compostos de materiais de escritório e computadores.

No âmbito sanitário a fábrica comportará dois banheiros com acessibilidade

para deficientes físicos, sendo um masculino e um feminino e também uma copa

para os colaboradores fazerem refeições em local limpo e apropriado.

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8 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A definição da estrutura organizacional de uma empresa está diretamente

ligada com a designação e formalização das responsabilidades, autoridades,

comunicações e decisões das funções organizacionais. Objetivando o sucesso da

empresa a partir do alcance de metas preestabelecidas, os relacionamentos internos

da companhia devem ser bem definidos de acordo com os níveis hierárquicos

através da estruturação de atividades e processos. (REZENDE, 2008)

8.1 Funções

Com a finalidade de mapear de maneira mais adequada as atividades

ocorridas nas organizações, são realizadas segregações por funções ou

departamentos, o que acarreta numa melhor estruturação do fluxo operacional e

administrativo.

Para o projeto deste estudo, a organização será segregada conforme

tópicos subsequentes.

8.1.1 Função estratégica

Está diretamente ligada ao planejamento e controle da produção, a gestão

da qualidade e tomada de decisões estratégicas de acordo com as previsões de

demanda e capacidade de produção com embasamento nos estudos de Marketing

visando atingir as metas da empresa. Um gerente de produção será incumbido deste

ofício. (REZENDE, 2008)

8.1.2 Função comercial

As atividades da função comercial são: o planejamento e gestão do

marketing, o relacionamento com clientes e fornecedores, bem como pesquisas de

mercado e desenvolvimento do mesmo, vendas, faturamento e contratos. É

composta por um profissional de marketing e um vendedor. (REZENDE, 2008)

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8.1.3 Função contábil financeira

Responsável pela administração do capital da empresa, movimentações

bancárias, contas a pagar e a receber, orçamentos e fluxo de caixa. Também

administra a contabilidade, ativos fixos, livros fiscais e pagamentos de impostos. O

responsável será um contador ou engenheiro de produção capacitado em análise

financeira. (REZENDE, 2008)

8.1.4 Função produção

Diretamente responsável pelo processo de produção e manutenção de

equipamentos. Esta função será composta pelo seguinte quadro de colaboradores:

dois mecânicos, um auxiliar de mecânico, um soldador e um pintor. (REZENDE,

2008)

8.1.5 Função logística

Todas as atividades que envolvem os fornecedores, necessidade de

suprimentos, recepção, embalagens, expedição de materiais e/ou produtos e

controle e manutenção de estoque integram esta função que terá como encarregado

um gestor um almoxarife e um auxiliar e são subordinados ao gestor estratégico.

(REZENDE, 2008)

8.1.6 Função recursos humanos

Tem como funções as atividades de recrutamento e seleção de pessoal,

bem como toda a sua administração: definição de cargos, salários, benefícios,

capacitação de funcionários, assistência social, segurança e medicina do trabalho. O

gestor da área deve ser um profissional capacitado em gestão de pessoas.

(REZENDE, 2008)

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61

8.1.7 Aspectos legais

Em vista de reduzir custos de salários para a empresa, a resolução de

aspectos jurídicos se dará através de contrato com uma empresa de assessoria

jurídica. O valor mensal estipulado para o serviço é de R$ 2.000,00.

As competências desta assessoria são de se responsabilizar por eventuais

ações trabalhistas, litigiosas ou consensuais; análise e formatação de contratos

como forma de se resguardar diante de fornecedores e prestadores de serviços;

assessoria contábil para questões tributárias e eventuais intercorrências.

8.2 Centros de custo

Em uma empresa, a alocação das despesas deve ser realizada através da

divisão de setores e atividades em centros de custo, a fim de se obter um maior

controle sobre os gastos. São definidos como as menores unidades de uma

organização para acumulação dos custos. (SCHIER, 2006) (NOGUEIRA, 2011)

Para este projeto, os centros de custo foram definidos conforme descrito a

seguir:

Operacional: serão alocados os custos para a fabricação dos

equipamentos. Engloba a compra de peças, manutenção de máquinas e

demais gastos pertinentes ao setor;

Administrativo: serão alocados os custos relacionados à administração e

manutenção da fábrica. Como exemplos para alocação de custos são

citados: materiais de escritório, telefone, internet, serviços de limpeza,

recursos humanos e tecnologia da informação;

Comercial: alocação de custos relacionados a eventos, promoção da marca

e despesas gerais relacionadas à publicidade;

Estratégico: o centro de custo denominado Estratégico comportará os

custos relacionados à gestão da empresa. São os custos originados pela

gerência e diretoria.

Os lançamentos de despesas para os centros de custo devem ocorrer

diariamente, enquanto o fechamento e balanço destes ocorrem uma vez ao mês, a

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62

fim de verificar de maneira mais eficaz as oportunidades de redução de custo ou

necessidade de investimentos.

8.3 Organograma

A estrutura interna de uma empresa, com a segregação por departamentos

e níveis hierárquicos é visualizada através da elaboração de um organograma. Nele,

constam as definições de cargos, atividades e responsabilidades pertencentes a

cada indivíduo que compõe o quadro de colaboradores da empresa.

Na Figura 22 a seguir, está representado o organograma para a empresa

do projeto:

Figura 22 – Organograma

8.4 Administração da produção

Slack et. al (2009) simplifica o conceito de administração da produção ao

dizer que se trata do modo que uma empresa ou indústria produz bens ou serviços a

serem comercializados. É o gerenciamento de recursos destinados à produção e

fornecimento de bens e serviços.

A administração da produção é dada a partir das entradas e insumos

provenientes de fornecedores externos, onde são armazenados em forma de

estoque primário até sua utilização no processo produtivo. (CHIAVENATO, 2005)

Gerente

Controle de Qualidade

Analista de Marketing

Supply Chain

Almoxarife

Auxiliar de Almoxarifado

Vendedor

Mecânico

Auxiliar de mecânico

Soldador Pintor

Analista de RH

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63

A produção transforma materiais e matérias primas em produtos acabados.

Após o processamento destes na cadeia produtiva, os produtos finais são estocados

em depósitos até sua entrega a clientes e consumidores. Em busca de melhores

resultados, são necessários ajustes no sistema produtivo, composto por

almoxarifado, produção e depósito que devem funcionar no mesmo compasso,

obedecendo ao mesmo ritmo e cadência. (CHIAVENATO, 2005).

Os sistemas produtivos podem ser classificados em quatro maneiras

distintas, de acordo com o nível de interferência que o comprador pode ter no

produto final. (PIRES, 2004)

Produção para estoque (MTS – Make to stock): a produção é feita com

base em previsões de vendas. Visto que são geralmente produtos

padronizados, a possibilidade de interferência do cliente é inexistente,

salvo na pesquisa de mercado;

Produção sob encomenda (MTO – Make to order): a produção ocorre

mediante produtos firmados em carteira, ou seja, produz-se apenas após a

confirmação da venda. Nesta modalidade, a interação com o cliente

costuma ser extensiva e o produto está sempre sujeito a modificações,

mesmo que ainda em fase de produção;

Montagem sob encomenda (ATO – Assembly to order): neste sistema

híbrido o produto é fabricado em duas etapas. A primeira etapa tem por

base a demanda de componentes intermediários que são estocados até o

fechamento da venda, momento em que ocorre a interação com o cliente e

possibilita uma customização limitada do produto. Após a confirmação de

venda, dá-se o início da segunda etapa de produção, em que o produto é

finalizado;

Engenharia sob encomenda (ETO – Engineering to order): similar à

produção sob encomenda, o processo também se inicia após a

confirmação da venda. Neste sistema, o projeto do produto também é

desenvolvido pelo fabricante, a fim de suprir todas as necessidades do

cliente, ou seja, há um elevado nível de interação com o cliente e produto

tende a ser altamente customizado.

A figura 23 a seguir representa os tipos de produção

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64

Figura 23 - Tipos de produção

Fonte: Pires (2004)

Fundamentada na análise dos conceitos anteriormente desenvolvidos, o

sistema produtivo adotado para este projeto é o de produção para estoque por

apresentar maiores vantagens em relação aos demais, como a padronização da

produção e potencial redução de custos e ciclos produtivos, utilizando como

premissa a previsão de demanda.

8.4.1 Sistema de informação para funções logísticas

Baseado no texto de Couto (2009), os métodos logísticos oferecem

vantagem competitiva no mercado por serem essenciais para um melhor

atendimento ao cliente, que apresenta níveis de exigência e excelência cada vez

mais refinados e redução de custos da empresa.

Ainda de acordo com o autor supracitado, foram desenvolvidos sistemas de

informação para auxílio na tomada de decisões logísticas a fim de otimizar o

atendimento ao mercado consumidor, visando fornecer o produto ou serviço correto,

em tempo hábil e no local correto.

Um sistema de informação da cadeia logística, segundo Bowersox et al.

(2014), inicia, monitora e auxilia a tomada de decisões a partir do relato das

atividades necessárias para a realização de operações futuras e planejamentos

logísticos. Para este controle, os sistemas de ERP (Enterprise resource planning, em

tradução livre Planejamento de recursos empresariais) são geralmente a base do

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65

sistema logístico, pois mantém os processos atualizados, bem como os históricos de

atividades e permitem um monitoramento de desempenho mais eficaz a partir da

localização de atividades críticas, como atendimento a pedidos e reabastecimentos

de mercadorias e matérias primas.

Para a empresa deste projeto, será utilizado o software Freedom, o mesmo

utilizado para controle de atividades dos demais setores da empresa. Nele, serão

armazenados pedidos para fornecedores e clientes, onde será informada a data de

solicitação e entrega; localização e quantidade solicitada. Também será possível

verificar a quantidade de matéria prima em estoque, cronogramas de entrega de

produtos e estoque de equipamentos efetivamente finalizados.

8.4.2 Planejamento e controle da produção

A partir da estratégia adotada e os objetivos traçados pela empresa são

desenvolvidos planos para sua realização onde serão definidos os recursos

necessários, sendo eles humanos, de conhecimento ou físicos. Para tal, faz-se

necessário um controle que corrigirá possíveis desvios e auxiliará na identificação de

melhorias do sistema. Este processo é denominado Planejamento e Controle da

Produção. (CAXITO, 2009)

Em conformidade com a literatura publicada por Chiavenato (2005), o

planejamento e controle de produção possui quatro diferentes etapas que devem se

articular de maneira lógica e integrada. São elas:

Projeto de produção: define como o sistema de produção deverá funcionar

e quais as dimensões para se estabelecer os parâmetros básicos do

planejamento e controle. Determina a quantidade e tipos de máquinas,

equipamentos e materiais necessários, bem como disponibilidade de

pessoal para o sistema produtivo;

Coleta de informações: detalha e quantifica os aspectos definidos durante a

primeira fase;

Planejamento da produção: definição da capacidade produtiva e da

previsão de vendas a ser atendida. Tem por finalidade aumentar a

eficiência e eficácia do processo produtivo é segregado em formulação do

plano mestre de produção (MPS – Master Production Schedule),

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66

implementação por meio da programação da produção e execução por

meio das emissões de ordens;

Controle da produção: é a fase na qual é realizado o acompanhamento,

monitoramento, avaliação e regulagem das atividades produtivas com o

propósito de atender os objetivos definidos previamente. Atua sobre os

aspectos de qualidade, quantidade, tempo e custos.

O MPS apresenta a capacidade produtiva da empresa dentro de um

determinado período de tempo. Para aprimorar o MPS e o controle de produção é

indispensável o emprego de uma ferramenta de gestão como o Kanban ou MRP.

Por se tratar de uma ferramenta de maior simplicidade e menor custo, o

projeto adotará o Kanban como modelo de gestão. A orientação deste é no sentido

de reduzir os tempos de partidas de máquinas e produzir apenas as quantidades

necessárias para suprir a demanda. (DIAS, 2006)

O funcionamento da técnica Kanban ocorre por meio de cartões que

representam as atividades de um fluxo pré-estabelecido. Conforme a evolução do

processo os cartões mudam de fase e sempre que uma nova atividade é

identificada, um novo cartão é criado. Por ser uma técnica que relaciona o número

de atividades ao número de cartões, um novo processo só pode ser iniciado quando

um cartão estiver disponível. Em suma, o Kanban identifica, entende e promove os

ajustes com velocidade para que não ocorram interrupções no fluxo do processo.

(DIAS, 2006) (GODOY, 2014)

O Kanban é uma das técnicas que complementa o sistema de fabricação

no ambiente Just in time (em tradução livre do inglês, “na hora certa”). Este sistema

visa o trabalho com o mínimo possível de materiais em trânsito durante o processo

produtivo e trabalha com a meta de estoque zero.

A figura 24 apresenta um modelo de nivelamento de produção utilizando

cartões Kanban

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Figura 24 - Cartões Kanban

Fonte: Portal Workbook (2014)

O funcionamento da técnica Kanban neste projeto será determinado por

dois quadros que estarão respectivamente no almoxarifado e no estoque final e

serão alimentados por cartões vermelhos, verdes e amarelos. Cada peça que sair do

almoxarifado estará acompanhada de um cartão colorido até chegar ao estoque

final. As primeiras peças que sairão do almoxarifado estarão acompanhadas de

cartões vermelhos que ao longo do processo indicarão níveis elevados de matéria

prima, o cartão amarelo, níveis médios e o cartão verde indicará a necessidade de

reposição de estoque inicial. Em contrapartida quando chegarem ao estoque final os

cartões indicarão o oposto, o vermelho indicará baixo estoque, amarelo médio e

verde indicará que a produção diária máxima foi atingida.

8.4.3 Indicadores de desempenho

Com o avanço da competitividade do mercado e o aumento do nível de

excelência exigida pelos consumidores, as organizações passaram adotar posturas

estratégicas, dentro das quais são definidos os objetivos e metas a serem atingidos

a fim de oferecer novas e rápidas soluções para as questões apresentadas e

conhecer seu posicionamento em relação à concorrência. (SOARES; RATTON,

1999) (FISCHMANN; ZILBER, 1999).

O acompanhamento dos objetivos e metas a serem cumpridos é essencial

e realizado através de indicadores de desempenho, que são índices qualitativos e/ou

quantitativos desenvolvidos dentro de cada empresa de acordo com sua realidade,

de maneira que apresente dados relevantes para as organizações. Os indicadores

são geralmente diferenciados por áreas, como financeira, operacional, de mercado,

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de tempo, etc. Estes indicadores compõe uma rede de informações que deve ser

acessada por cada indivíduo que tenha a responsabilidade de tomada de decisões

para a organização. (ANDRÉ, 2009) (SOARES; RATTON, 1999).

Estendendo os conceitos dos autores anteriormente citados, o

desenvolvimento de um sistema de medição através de indicadores, quando

aplicado de maneira consistente em uma organização, pode contribuir de modo

decisivo para implementações e consolidações de estratégias de melhorias de

desempenho, estimulando mudanças necessárias, inclusive mudanças na cultura

organizacional quando preciso.

Para a Free Way, empresa estudada neste projeto, os indicadores mais

relevantes e precisos para análises são: pontualidade, produtividade, qualidade e

lucratividade.

O quesito pontualidade englobará se as entregas estão ocorrendo no

tempo determinado. O indicador de produtividade fornecerá informações a respeito

do andamento da produção, a produção diária, e tempos de ociosidade dos postos,

do mesmo modo que analisará a organização a fim de agilizar as atividades fabris.

A qualidade será indicadora das inspeções e aprovações pelas quais os

equipamentos serão submetidos, com o intuito de verificar se os níveis de

excelência estão sendo atendidos e também fornecerá dados de reclamações ou

devoluções dos consumidores insatisfeitos com o produto. Já o indicador de

lucratividade apresentará informações a respeito das perdas e ganhos da empresa

como um todo.

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9 DESENVOLVIMENTO DA EMPRESA

Segundo a análise desenvolvida por Melnisk (2008) a respeito das

definições de empresa (Alberto Asquini in Perfis da Empresa), a empresa é um

conceito multifacetado, variando de acordo com sua identificação em um dos quatro

perfis:

Subjetivo;

Objetivo;

Funcional;

Corporativo.

A empresa desenvolvida neste projeto apresenta um perfil funcional, onde

o empreendimento confunde-se com a atividade econômica realizada, objetivando

lucros a partir da organização de recursos dirigidos para um determinado escopo

produtivo.

9.1 Abertura de empresa

A formalização de um negócio é o primeiro passo para o desenvolvimento

e possível sucesso de uma empresa. Para tal, como a empresa estará situada na

cidade de Santos, faz-se necessário tomar uma série de atitudes legais a nível

nacional e estadual, bem como algumas ações competentes ao município. (PORTAL

BRASIL, 2011).

Após a execução de todas as etapas, a empresa poderá operar

normalmente. As etapas principais são pontuadas em sequencia:

Consulta de viabilidade: é realizada na Junta Comercial de São Paulo

Registro do NIRE (Número de Identificação do Registro da Empresa).

Registro do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Física)

Emissão da Inscrição Municipal

Emissão do alvará do corpo de bombeiros e alvará de funcionamento

Cadastro na Previdência Social

Solicitação de aparato fiscal para emissão de notas fiscais

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9.2 Dados da empresa

Nome Fantasia: Free Way

Razão Social: Free Way – Equipamentos de Acessibilidade EPP

Sócios: Ana Carolina Tomba, André Renan Goto Perrella, Mayara Ventura

Gonçalves, Vinicius Maciel Mendes e Vitor Hugo Peres da Silva.

Endereço: Rua Lucas Fortunato, Vila Mathias – Santos, SP

Contato: [email protected]

9.3 Identidade da Empresa

De acordo com Capriotti (2005) a identidade de uma empresa é composta

pela junção das características, valores e crenças pelas quais a organização se

identifica e se diferencia das concorrentes no mercado. Este conjunto é segregado

em três itens: missão, visão e valores.

As seguintes doutrinas serão adotadas pela Free Way:

Missão: Desenvolver sistemas de motorização para cadeiras de rodas

manuais, garantindo segurança, conforto, performance, agilidade e prazer

na locomoção dos usuários.

Visão: Ser referência no mercado nacional de equipamentos para

acessibilidade de deficientes físicos.

Valores: Respeito ao ser humano e à necessidade individual de cada um a

partir de atendimento personalizado e eficaz; disseminar valores éticos, o

compromisso e a responsabilidade social entre líderes e colaboradores,

bem como entre fornecedores e clientes; maximizar a lucratividade

mantendo a qualidade, organização e transparência da empresa.

9.4 Identidade da Marca

Segundo Tuleski (2009), a marca de uma empresa está diretamente ligada

à atribuição de características tangíveis e intangíveis, simbolizados em um nome e

logomarca a fim de gerar influencia e valor para os consumidores.

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O nome Free Way (em tradução livre: Caminho Livre) foi escolhido por

retratar a liberdade do usuário ao utilizar o equipamento, fazendo a alusão de abrir

caminhos e diminuir a dependência do usuário quanto ao desgaste físico ou até

mesmo a utilização de transportes públicos.

A logomarca da empresa é constituída pelo nome Free Way no centro e

ladeado por um par de asas (Figura 25). Esta representação faz menção ao

significado das asas em diversas culturas, onde este símbolo representa o alçar voo,

a liberdade, leveza e conquista.

Figura 25 – Logomarca

Fonte: Autores (2015)

9.5 Posicionamento

Segundo Kotler, o posicionamento de uma empresa é o ato de desenvolver

sua oferta e imagem, com a finalidade de destacar a marca e melhorar a percepção

dos clientes quando comparada com concorrentes.

O posicionamento da empresa será o de manter a qualidade dos produtos,

respeitando a necessidade dos clientes e se destacando através de um atendimento

diferenciado, proporcionando resultados rápidos e eficazes para a satisfação do

consumidor.

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10 VIABILIDADE ECONÔMICA

A finalidade da realização de uma análise de viabilidade econômico-

financeira de um projeto é a de interpretar e avaliar as perspectivas de desempenho

financeiro deste. Em sua fase precedente, faz-se necessário um estudo para efetivar

a sua implantação através da análise de perspectiva de desempenho e estimativas

de orçamentos do projeto. Desta forma, é tomada a decisão da melhor alternativa, a

fim de cobrir todos os custos envolvidos e tornar o projeto exequível.

(RODRIGUES;ROZENFELD, 2008)

10.1 Enquadramento da empresa

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

define que o enquadramento de uma empresa é constituído a partir da análise da

receita operacional bruta anual de uma empresa, conforme verificado na Tabela 9, a

seguir.

TABELA 9 - Enquadramento da empresa

Classificação Receita operacional bruta anual

Microempresa Menor ou igual a R$ 2,4 milhões

Pequena empresa Maior que R$ 2,4 milhões e menor ou igual a R$ 16

milhões

Média empresa Maior que R$ 16 milhões e menor ou igual a R$ 90

milhões

Média-grande empresa Maior que R$ 90 milhões e menor ou igual a R$ 300

milhões

Grande empresa Maior que R$ 300 milhões Fonte: BNDES (2015)

A empresa idealizada neste projeto apresenta um faturamento anual de

R$ 2.412.000,00, e receita operacional bruta de R$ 2.399.940,00, conforme cálculos

apresentados nos itens subsequentes. Desta maneira, é enquadrada como pequena

empresa.

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10.1.1 Impostos e taxas consideradas

De acordo com o Código Tributário Nacional, o regime tributário aplicado a

micro e pequenas empresas é o simples nacional. Nesta modalidade, os impostos

são recolhidos de maneira unificada e repassados automaticamente para as contas

do Estado, Município e União. (PORTAL TRIBUTÁRIO, 2015)

Os impostos incidentes sobre as operações de comércio e indústria são:

Imposto Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS)

Contribuição para o PIS/Pasep

Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre

Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

Comunicação (ICMS)

A Tabela 10 em sequencia apresenta as alíquotas incidentes para o regime

adotado, vigentes a partir de 1º de janeiro de 2012, variáveis de acordo com as

diferentes faixas de receita operacional bruta anual.

TABELA 10 - Alíquotas aplicadas ao Simples Nacional

Impostos Alíquotas

IRPJ 0,53%

IPI 0,50%

CSLL 0,53%

COFINS 1,58%

PIS/Pasep 0,38%

ICMS 4,00%

TOTAL 7,52% Fonte: Portal Tributário (2015)

10.2 Cenários

A análise da viabilidade econômica da empresa será elaborada através do

estudo de dois cenários com diferentes formas de investimento, sendo uma delas

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sem restrição de capital inicial e outra com restrição, adotando uma previsão de

cinco anos de exercício.

10.2.1 Investimento sem restrição de capital

O primeiro cenário a ser simulado não fará uso de empréstimos de

instituições financeiras, adotando assim o princípio de que os investidores possuem

todo o capital necessário para o início das atividades fabris.

10.2.1.1 Receita bruta

A receita bruta, para fins contábeis, é definida como o produto da venda de

bens e serviços deduzida da incidência do IPI, sendo a receita total decorrente das

atividades da empresa. (SCHIER, 2010)

Ao adotar os conceitos acima explanados para a realização dos cálculos de

receita bruta, o resultado final mostrou que o faturamento da empresa é de

R$ 2.412.000,00, e o valor bruto arrecadado é de R$ 2.399.940,00, após dedução

de 0,5% de IPI.

10.2.1.2 Receita líquida

A partir da receita bruta calculada, são deduzidos os impostos incidentes

sobre a venda de mercadorias ou serviços, bem como abatimentos e descontos

incondicionais, resultando na receita líquida de venda. (SCHIER, 2010)

No projeto estudado, os impostos incidentes sobre a venda são: IPI, ICMS,

PIS e COFINS, resultando numa alíquota total de 6,46%. Este valor, abatido do

montante da receita bruta, resulta em R$ 2.256.184,80 representando a receita

líquida.

10.2.1.3 Custos variáveis

Nogueira (2011) afirma que, em contrapartida aos custos fixos, os custos

variáveis são diretamente proporcionais aos níveis de produção ou volume de

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vendas efetivas de bens e serviços de uma empresa. São compostos por matérias

primas, insumos produtivos e custo de estoque.

A Tabela 11 a seguir ilustra os custos variáveis adotados para o projeto, a

Tabela 12 apresenta o custo de mão de obra direta, ou seja, que participa

ativamente da produção e a Tabela 13 apresenta o custo com energia.

Na Tabela 14 é possível verificar os custos variáveis totais.

TABELA 11 – Materiais

Itens Qtd Valor Unit Total por

equipamento Total

mensal

Kit de Conversão 1 1.435,00 1.435,00 96.145,00

Carenagem 1 280,00 280,00 18.760,00

Rolamentos 4 4,70 18,80 1.259,60

Tubos 6m 1 81,00 81,00 5.427,00

Abraçadeiras 2 34,00 68,00 4.556,00

Total 1.882,80 126.147,60

Fonte: Autores (2015)

TABELA 12 - Custo de mão de obra direta

Itens Qtd Valor unitário Total mensal

Mecanico 3 3.893,44 11.680,32

Auxiliar de mecanico 2 2.130,78 4.261,56

Soldador 1 3.159,00 3.159,00

Pintor 1 2.130,78 2.130,78

Total 21.231,66

Fonte: Autores (2015)

TABELA 13 - Custo de energia

Itens Qtd Valor unitário Total mensal

Energia 1 888,30 888,30

Total 888,30

Fonte: Autores (2015)

TABELA 14 - Custos variáveis totais

Custos Mensal Total ANO 1

Custos variáveis totais 148.267,56 1.779.210,72 Fonte: Autores (2015)

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10.2.1.4 Margem de contribuição

A margem de contribuição indica qual o lucro obtido após as deduções dos

custos diretos da operação. Em outras palavras, representa qual o montante que

resta da receita para cobrir os custos fixos e consequentemente obter lucro. Pode

ser analisada tanto unitariamente quanto para toda a capacidade produtiva.

(SCHIER, 2010)

A expressão 3 apresenta o cálculo a ser utilizado para verificação da

margem de contribuição anual:

MC=ROB-I-CVT (3)

Em que:

MC = Margem de contribuição

ROB = Receita operacional bruta

I = Deduções de impostos

CVT= Custo variável total

Para a empresa em questão, a expressão resulta em:

MC=2.399.940,00 - 155.036,12 - 1.779.210,72 (4)

Logo, a margem de contribuição para o primeiro ano será de

R$ 465.693,16.

10.2.1.5 Custos fixos

De acordo com Nogueira (2011), também chamados de custos estruturais,

os custos fixos são aqueles que não sofrem variação em relação ao volume de

produção de bens ou serviços de uma empresa. Custos fixos são compostos por

depreciação, aluguel de espaço e maquinário, salários da mão de obra indireta,

telefone, internet e contratação de serviços terceirizados.

Nas tabelas abaixo, são apresentados os cálculos de depreciação de bens

(Tabela 15), custos fixos gerais (Tabela 16) e custos com mão de obra indireta

(Tabela 17). A Tabela 18 apresenta a consolidação dos valores.

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Para o cálculo da depreciação, foi adotado um período de cinco anos para

todos os equipamentos diretamente ligados à produção, visto que é o tempo previsto

de vida útil da fábrica.

TABELA 15 - Depreciação de materiais

Item Qtd Valor

unit. (R$) Valor total

(R$) Depreciação

(meses)

Valor depreciado

(R$/mês)

Pistola de Tinta 2 250,00 500,00 60 8,33

Torno de Bancada 3 300,00 900,00 60 15,00

Mesa Bancada 4 2.400,00 9.600,00 120 80,00

Mesa Coordenada 1 1.300,00 1.300,00 120 10,83

Jogo de Ferramentas 4 1.800,00 7.200,00 60 120,00

Máquina de Solda - TIG 1 760,00 760,00 60 12,67

Dobradeira Manual 1 1.300,00 1.300,00 60 21,67

Furadeira de Coluna 2 900,00 1.800,00 60 30,00

Lixadeira 2 340,00 680,00 60 11,33

Computadores 5 1.200,00 6.000,00 60 100,00

Impressora 1 250,00 250,00 60 4,17

Roteadores 2 150,00 300,00 60 5,00

Telefone 2 59,90 119,80 60 2,00

Ar condicionado 3 1.500,00 4.500,00 60 75,00

Material para reforma 1 57.000,00 57.000,00 300 190,00

Consumíveis para reforma

1 4.840,10 4.840,10 300 16,13

TOTAL 20 74.350,00 97.049,90

702,13

Fonte: Autores (2015)

TABELA 16 - Custos fixos gerais

Item Qtd Valor Unitário

(R$) Total ao mês

(R$) Total ao ano

(R$)

Investimento 1 65.000,00 65.000,00 65.000,00

Aluguel 1 10.500,00 10.500,00 126.000,00

Limpeza 1 3.000,00 3.000,00 36.000,00

Jurídico 1 2.000,00 2.000,00 24.000,00

Despesas administrativas 1 200,00 200,00 2.400,00

Transportes 2 3.771,40 7.542,80 90.513,60

Internet + Telefone 1 169,90 169,90 2.038,80

Água 1 300,00 300,00 3600,00

Material de copa/limpeza 1 200,00 200,00 2.400,00

Embalagem 67 3,98 266,66 3.199,92

TOTAL 89.179,36 355.152,32 Fonte: Autores (2015)

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78

TABELA 17 - Custo de mão de obra indireta

Cargo Qtd Valor Unitário

(R$) Total ao mês

(R$) Total ao ano

(R$)

Auxiliar de almoxarife 1 2.130,78 2.130,78 25.569,36

Almoxarife 1 2.277,67 2.277,67 27.332,04

Assistente de RH 1 2.865,22 2.865,22 34.382,64

Engenheiro de produção 1 9.829,11 9.829,11 117.949,32

Analista de marketing 1 4.783,78 4.783,78 57.405,36

Comprador 1 4.630,89 4.630,89 55.570,68

Vendedor 1 3.012,11 3.012,11 36.145,32

TOTAL 29.529,56 354.354,72 Fonte: Autores (2015)

TABELA 18 - Custos fixos totais

Custos Total ANO 1

Custos fixos totais 733.547,04 Fonte: Autores (2015)

10.2.1.6 Ponto de equilíbrio

Schier (2010) relata que o ponto de equilíbrio é um indicador de segurança,

pois determina o momento em que a empresa iguala sua receita a seus custos,

apresentando a quantidade mínima de bens ou serviços a ser vendida para que não

tenha prejuízo.

Para o cálculo do ponto de equilíbrio, é adotada a expressão 4:

PE=CF

MCx100

(4)

Em que:

PE = Ponto de equilíbrio

CF = Custo fixo

MC = Margem de contribuição

Ou Seja, o ponto de equilíbrio para o cenário 1 é:

PE=733.547,04

465.693,16x100

(5)

A resultante da equação mostra que o ponto de equilíbrio corresponde a

157,51% no primeiro ano. Ao calcular este percentual sob a receita bruta, é obtido o

valor de R$ 3.780.145,49, o que corresponde à venda de 1.260 equipamentos. O

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79

Ponto de equilíbrio maior que 100% indica que a capacidade produtiva do projeto é

inferior a produção capaz de suprir as necessidades de sua comercialização.

10.2.1.7 Demonstrativo de Resultado do exercício para cenário 1

TABELA 19 - Demonstrativo de Resultados para cenário 1

Fonte: Autores (2015)

10.2.2 Investimento com restrição de capital

No segundo cenário a ser analisado presume-se que os investidores não

possuem o capital necessário para o início das atividades fabris, sendo

indispensável a utilização de um empréstimo realizado em uma instituição financeira

a ser definida.

O projeto apresentado utilizou como base para empréstimo, o simulador de

apoio financeiro de crédito rotativo do Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social.

DRE - CENÁRIO 1 (SEM SOLICITAÇÃO DE EMPRÉSTIMO) INFLAÇÃO IMPOSTO ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5

6,00%

DEMANDA 804 804 804 804 804

PREÇO 3.000 3.180 3.371 3.573 3.787

FATURAMENTO BRUTO 2.412.000 2.556.720 2.710.123 2.872.731 3.045.094

(-) IPI 0,50% 12.060 12.784 13.551 14.364 15.225

RECEITA OPERACIONAL BRUTA 2.399.940 2.543.936 2.696.573 2.858.367 3.029.869

IMPOSTOS (PIS+COFINS+ P&D+ Abatimentos...) - 143.036 - 151.619 - 160.716 - 170.359 - 180.580

(-) DESCONTOS - - - - -

(-) ICMS 4,00% - 95.998 - 101.757 - 107.863 - 114.335 - 121.195

(-) PIS 0,38% - 9.120 - 9.667 - 10.247 - 10.862 - 11.514

(-) COFINS 1,58% - 37.919 - 40.194 - 42.606 - 45.162 - 47.872

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 2.256.904 2.392.318 2.535.857 2.688.008 2.849.289

CUSTOS OPERACIONAIS 1.779.211 1.885.963 1.999.121 2.119.068 2.246.213

DESPESAS ADMINISTRATIVAS 709.507 687.077 728.302 772.000 818.320

RESULTADOS EXTRAORDINARIOS - - - - - 51.050

PERDA NA VENDA DE IMOBILIZADO - - - - -

PERDA NA DESATIVACAO DE BENS - - - - -

GANHO NA VENDA DE IMOBIL. - - - - - 51.050

CUSTO TOTAL 2.488.718 2.573.041 2.727.423 2.891.069 3.013.483

LUCRO ANTES DE JUROS, IMPOSTOS, DEPRECIAÇÃO E

AMORTIZAÇÃO- 231.814 - 180.723 - 191.566 - 203.060 - 164.194

DEPRECIAÇÃO 8.426 8.426 8.426 8.426 8.426

LUCRO OPERACIONAL - 240.240 - 189.149 - 199.992 - 211.486 - 172.620

DESPESAS FINANCEIRAS - - - - -

RECEITAS FINANCEIRAS - - - - -

RESULTADO FINANCEIRO - - - - -

LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS - 240.240 - 189.149 - 199.992 - 211.486 - 172.620

IR/CSLL - - - - -

IRPJ 0,53% - - - - -

CSLL 0,53% - - - - -

RESULTADO DO PERÍODO - 240.240 - 189.149 - 199.992 - 211.486 - 172.620

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80

TABELA 20 - Resultado da simulação de financiamento

Investimento inicial

Juros mensal

Prazo (meses)

Total de juros (R$)

Total (R$) Parcelas (R$)

241.000,00 1,34% 48 82.973,12 323.973,12 6.749,44 Fonte: BNDES (2015)

Na Tabela 20 acima, é demonstrado o valor necessário para início das

atividades fabris a ser requerido como empréstimo, bem como o percentual de juros

fixos e prazo de financiamento.

A fim de amenizar os impactos nos resultados financeiros, o prazo de

financiamento escolhido foi o de parcelamento do crédito em quarenta e oito meses.

10.2.2.1 Receita bruta

A receita bruta também não sofre alterações com relação ao primeiro

cenário, sendo totalizada em R$ 2.399.940,00.

10.2.2.2 Receita líquida

Tendo em vista que a receita bruta é equivalente ao primeiro cenário e a

incidência de impostos sobre a venda é constante, a receita líquida não sofrerá

variação. Desta forma, o resultado será de R$ 2.256.184,80.

10.2.2.3 Custos variáveis

Os custos variáveis são iguais aos custos apresentados para o cenário 1,

verificados nas Tabelas 11, 12, 13 e 14.

10.2.2.4 Margem de contribuição

Conforme apresentado no tópico 10.2.1.4, a margem de contribuição é

calculada em relação ao custo variável da produção, que é imutável para ambos os

cenários. Sendo assim, a margem adotada é a mesma de R$ 465.693,16.

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81

10.2.2.5 Custos fixos

Os custos fixos do cenário 2 são o montante apresentado nas Tabelas 15,

16, 17 e 18 apresentadas anteriormente, somados ao valor do parcelamento do

empréstimo para início das atividades.

O montante total para este cenário é de R$ 814.540,32 no primeiro ano,

conforme demonstrado na Tabela 21 subsequente.

TABELA 21 - Custos fixos totais (com empréstimo)

Custos Total ANO 1

Custos fixos totais 814.540,32 Fonte: Autores (2015)

10.2.2.6 Ponto de equilíbrio

Utilizando a expressão 4 citada previamente no tópico 10.2.1.6, é obtido o

seguinte resultado:

PE=814.540,32

465.693,16x100

(6)

O ponto de equilíbrio para o segundo cenário é de 174,91%. O resultado da

equação sendo maior que 100% indica que a capacidade produtiva do projeto é

inferior à necessidade de comercialização dos equipamentos. Neste caso, seria

necessária a produção anual de 1.400 equipamentos a fim de não gerar prejuízo

para a empresa.

10.2.2.7 Demonstrativo de Resultado do exercício para cenário 2

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82

TABELA 22 - Demonstrativo de resultado do exercício para cenário 2

Fonte: Autores (2015)

10.3 Comparativo de cenários

Um conceito muito utilizado para realização de comparativo de cenários

financeiros é o método do valor presente líquido (VPL), em que são avaliados os

custos e a renda esperada ou realizada de um projeto em momentos diferentes. A

análise consiste em eliminar as diferenças no tempo e apresentar os valores

equivalentes num mesmo momento. O melhor projeto a ser executado é aquele que

apresentar o maior valor presente líquido. (KRUGMAN; WELLS, 2014)

O cálculo do valor presente líquido para os dois cenários analisados foi

realizado diretamente no software Microsoft Excel e o resultado obtido é

apresentado na Tabela 23 subsequente, com a utilização de uma taxa de desconto

de 15% ao ano.

TABELA 23 - Resultado do valor presente líquido

Cenário VPL

Cenário 1 - Sem restrição de capital -690.166

Cenário 2 - Com restrição de capital -921.400 Fonte: Autores (2015)

DRE - CENÁRIO 2 (COM SOLICITAÇÃO DE EMPRÉSTIMO) INFLAÇÃO IMPOSTO ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5

6,00%

DEMANDA 804 804 804 804 804

PREÇO 3.000 3.180 3.371 3.573 3.787

FATURAMENTO BRUTO 2.412.000 2.556.720 2.710.123 2.872.731 3.045.094

(-) IPI 0,50% 12.060 12.784 13.551 14.364 15.225

RECEITA OPERACIONAL BRUTA 2.399.940 2.543.936 2.696.573 2.858.367 3.029.869

IMPOSTOS (PIS+COFINS+ P&D+ Abatimentos...) - 143.036 - 151.619 - 160.716 - 170.359 - 180.580

(-) DESCONTOS - - - - -

(-) ICMS 4,00% - 95.998 - 101.757 - 107.863 - 114.335 - 121.195

(-) PIS 0,38% - 9.120 - 9.667 - 10.247 - 10.862 - 11.514

(-) COFINS 1,58% - 37.919 - 40.194 - 42.606 - 45.162 - 47.872

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 2.256.904 2.392.318 2.535.857 2.688.008 2.849.289

CUSTOS OPERACIONAIS 1.779.211 1.885.963 1.999.121 2.119.068 2.246.213

DESPESAS ADMINISTRATIVAS 709.507 687.077 728.302 772.000 818.320

RESULTADOS EXTRAORDINARIOS - - - - - 51.050

PERDA NA VENDA DE IMOBILIZADO - - - - -

PERDA NA DESATIVACAO DE BENS - - - - -

GANHO NA VENDA DE IMOBIL. - - - - - 51.050

CUSTO TOTAL 2.488.718 2.573.041 2.727.423 2.891.069 3.013.483

LUCRO ANTES DE JUROS, IMPOSTOS, DEPRECIAÇÃO E

AMORTIZAÇÃO- 231.814 - 180.723 - 191.566 - 203.060 - 164.194

DEPRECIAÇÃO 8.426 8.426 8.426 8.426 8.426

LUCRO OPERACIONAL - 240.240 - 189.149 - 199.992 - 211.486 - 172.620

DESPESAS FINANCEIRAS 80.993 80.993 80.993 80.993

RECEITAS FINANCEIRAS - - - - -

RESULTADO FINANCEIRO 80.993 80.993 80.993 80.993 -

LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS - 321.233 - 270.142 - 280.985 - 292.479 - 172.620

IR/CSLL - - - - -

IRPJ 0,53% - - - - -

CSLL 0,53% - - - - -

RESULTADO DO PERÍODO - 321.233 - 270.142 - 280.985 - 292.479 - 172.620

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83

Os fluxos obtidos nos comparativos de cenários variam de acordo com as

entradas ou saídas de caixa, sendo positivos ou negativos demonstrando o

rendimento esperado do projeto.

Como citado anteriormente, o melhor cenário é o que apresenta o maior

valor presente líquido. Neste estudo, ficou comprovado que, apesar de o cenário 1

apresentar um maior valor de VPL este ainda é negativo, ou seja, para os valores

adotados, o projeto é inviável economicamente, visto que o retorno em ambos os

cenários é menor que o investimento inicial.

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84

11 CONCLUSÃO

Este trabalho abordou o desenvolvimento e estudo de inserção de um novo

modelo de equipamento para motorização de cadeira de rodas manual, em que o

principal objetivo foi o de possibilitar maior mobilidade e independência aos

cadeirantes.

Para avaliação da aceitação do produto pelo público alvo, foi realizada uma

pesquisa de mercado quantitativa, distribuída para usuários de cadeiras de rodas

manuais em clínicas de reabilitação. A partir deste estudo, constatou-se a aceitação

do produto, tamanho de mercado, características socioeconômicas dos

consumidores, bem como o valor considerado ideal para a compra.

Após a tabulação dos resultados da pesquisa, foi realizado o estudo para a

inserção do produto no mercado, a iniciar pela conceituação, estratégia de

comercialização e o ciclo de vida do produto, baseado na demanda calculada. Nesta

etapa, também foram analisadas as vantagens competitivas, tomando por base a

análise SWOT como ferramental, onde foram pontuadas as forças e fraquezas do

produto em relação à concorrência direta, indireta e ao próprio consumidor.

Passo seguinte foi desenvolvido o projeto do produto utilizando os objetivos

do projeto e as tabulações de resultados da pesquisa de mercado. O projeto foi

inicialmente realizado em um software de simulação de engenharia, onde se

constataram os melhores materiais e dimensionamentos para atender ao maior

número de cadeiras de rodas possível. Em se tratando de necessidade de

minimização de custos, a preferência foi pela compra de um kit de conversão elétrica

para bicicletas para posterior adaptação para utilização no equipamento e fabricação

da estrutura deste. Foi estipulada uma velocidade máxima de 7 km/h e capacidade

de carga máxima de 180 quilogramas. Os testes no simulador atenderam às

expectativas e foi constatado que o modelo elaborado é compatível com 99,5% dos

modelos de cadeira de rodas manuais existentes no mercado da baixada santista. A

partir deste ponto, foi iniciada a construção do protótipo, a fim de testar a ergonomia

do produto.

Com a definição dos componentes a serem utilizados na construção do

produto, foram determinadas as atividades pertencentes à cadeia de produção.

Levando em consideração que todas as etapas do processo são manuais com o

auxílio de máquinas e ferramental básico, procurou-se minimizar os tempos de cada

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85

processo para maximizar a produção. A determinação da ordem e da duração de

cada atividade foi estimada após direcionamento de profissionais dos setores de

produção e mecânica.

Após o conhecimento e estudo de todas as atividades foi elaborado um

diagrama de PERT e CPM, no qual foi possível identificar o caminho crítico da

operação fabril. Com a definição do tempo de fabricação de um produto, foi

estimada a produção anual de 804 equipamentos, baseado na demanda

fundamentada na aceitação do produto pela faixa de valor determinada. No entanto,

é possível expandir a produção para atendimento de demanda de 1056

equipamentos anuais.

Com os dados de PERT e CPM, foi constatado que o arranjo físico que

atende as necessidades da fábrica é o modelo de arranjo funcional, pois a fábrica

não possui variedade de produto e tem baixa produção anual. Com o objetivo de

aproveitar ao máximo todos os recursos disponíveis e necessários para a produção,

foi projetado um layout simples, porém funcional e que atende ao fluxo de produção.

No projeto da fábrica também foram definidos os fornecedores de primeira e

segunda camada, decisões entre comprar ou fazer e levantamento dos custos para

a instalação e manutenção do ambiente fabril.

Em paralelo ao desenvolvimento do produto foi dado início à elaboração da

empresa, a fim de definir claramente o papel do produto na sociedade e com o

objetivo de construção de uma marca de sucesso no ramo. O nome da empresa e

seu logotipo tiveram como fundamento o principal objetivo do projeto. Foram

estipuladas a missão, visão e valores da organização, que direcionaram suas

características sociais.

Para a empresa, foram definidas as principais funções para a estrutura

organizacional, com posterior elaboração de organograma para melhor visualização

e entendimento da hierarquia organizacional. Foi pontuado também nesta fase, o

sistema de produção a ser adotado, sistema de informação para verificação de

dados interna, bem como os indicadores de desempenho. A formação desta

estrutura de maneira sólida possibilitou a viabilização do acompanhamento de

maneira rápida e precisa do desenvolvimento empresarial.

Na finalização do projeto, levantaram-se os custos fixos e variáveis, bem

como necessidades de investimentos iniciais para uma posterior análise de

viabilidade financeira da organização. A análise foi baseada no estudo de dois

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86

cenários financeiros, em que um há restrição de capital inicial para investimento e

outro não.

O resultado das análises de cenários considerando o preço final do

equipamento compatível com o maior percentual apontado pela tabulação da

percepção de valor, demonstrou que o projeto é inviável com ou sem restrição de

capital.

No andamento do projeto, foram levantadas algumas possibilidades de

inovação do produto, como por exemplo, a personalização do equipamento,

desenvolvimento de sistema para cadeirantes com pouca mobilidade dos membros

superiores e associação a entidades que prestam serviços sociais, a fim de atingir

um maior número de usuários e despertar interesse para aquisição do produto. Há

também a possibilidade de realização de estudo para ampliação da comercialização

para mercado estadual e nacional, visto que o produto apresenta alguns diferenciais

vantajosos com relação aos existentes no mercado.

O equipamento para motorização de cadeira de rodas manual é um

produto que possibilita ao cadeirante uma maior mobilidade, independência e

liberdade. A realização deste trabalho atendeu parcialmente às expectativas

desejadas em seu início, devido à inviabilidade econômica constatada desfecho do

projeto, e foi essencial para conhecimento e compreensão de assuntos abordados

durante o curso, no âmbito de criação de projeto de produto, desenvolvimento de

estratégias, planejamento e controle de uma produção e criação e manutenção de

uma empresa.

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87

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Apêndice A – Pesquisa de Mercado

Pesquisa de Mercado

Projeto de Graduação – Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção

Universidade Santa Cecília

Projeto de produto: “Equipamento para motorização de cadeira de rodas

manual”

Este questionário tem como objetivo coletar dados e informações a respeito de

indivíduos portadores de deficiência física que fazem uso de cadeiras de rodas

manual para locomoção. Ele faz parte de um Trabalho de Conclusão de Curso da

Universidade Santa Cecília – Faculdade de Engenharia de Produção e Engenharia

Mecânica. Todas as informações fornecidas neste questionário são de caráter

sigiloso, sendo usadas apenas como base de dados. Para quaisquer informações,

dúvidas ou sugestões, favor encaminhar e-mail para: [email protected].

O projeto consiste em um equipamento elétrico para motorização de cadeira de

rodas manual, com sistema totalmente independente, ou seja, não requer instalação

prévia. O sistema será compatível com os principais modelos de cadeiras de rodas

comercializados. O acionamento do motor será realizado por alavanca.

1. Gênero:

☐Feminino

☐Masculino

2. Faixa etária:

☐Menor de 18 anos

☐De 18 a 19 anos

☐De 20 a 24 anos

☐De 25 a 29 anos

☐De 30 a 39 anos

☐De 40 a 49 anos

☐Mais de 50 anos

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3. Altura:

☐Menor que 160 cm

☐De 160 a 169 cm

☐De 170 a 179 cm

☐De 180 a 189 cm

☐Mais de 189 cm

4. Possui mobilidade de tronco e membros superiores?

☐Total

☐ Parcial

☐Nenhuma

5. Faixa salarial?

☐Menos de 01 salário mínimo

☐De 01 a 02 salários mínimos

☐De 02 a 05 salários mínimos

☐De 05 a 10 salários mínimos

☐Mais de 10 salários mínimos

6. Cidade onde reside?

☐Bertioga

☐Cubatão

☐Guarujá

☐Itanhaém

☐Mongaguá

☐Peruíbe

☐Praia Grande

☐Santos

☐São Vicente

☐Outra. Qual? ______________________________________________________.

7. Distância percorrida diariamente em vias públicas (calçadas, ruas, etc.):

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☐Não percorre

☐De 0 a 5 quilômetros

☐De 5 a 10 quilômetros

☐Mais que 10 quilômetros

8. Utiliza transporte público?

☐Não utiliza

☐Utiliza às vezes. Para longas distâncias

☐Utiliza sempre

9. Como considera o atendimento do transporte público para portadores de

deficiência motora?

☐Muito ruim

☐Ruim

☐Razoável

☐Bom

☐Muito bom

Justifique:___________________________________________________________

___________________________________________________________________

10. Qual a marca e modelo da cadeira que utiliza?

Marca:_________________________________________________

Modelo:________________________________________________

A respeito do produto apresentado, gentileza avaliar:

11. Demonstrou algum tipo de interesse na proposta

☐Nenhum interesse

☐Pouco interesse

☐Médio interesse

☐Muito interesse

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12. Quanto pagaria pelo equipamento?

☐Menos de R$ 1.000,00

☐Entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00

☐Entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00

☐Entre R$ 3.000,00 e R$ 4.000,00

☐Entre R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00

☐Mais de R$ 5.000,00

13. Qual a velocidade máxima que considera ideal para o equipamento?

☐Menos de 05 km/h

☐Entre 05 e 10 km/h

☐Mais de 10 km/h

14. Gostaria de apresentar alguma crítica ou sugestão ao projeto?

☐Não

☐Sim. Qual?________________________________________________________

___________________________________________________________________