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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
Mestrado em Arquitetura e Urbanismo
Cleber Calvo Panico
Planejando o amanhã: Estudo do software “Envision Tomorrow” para um
planejamento urbano sustentável.
São Paulo
2017
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
Mestrado em Arquitetura e Urbanismo
Cleber Calvo Panico
Planejando o amanhã: Estudo do software “Envision Tomorrow” para um
planejamento urbano sustentável.
Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação em
Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu,
como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em
Arquitetura e Urbanismo.
Área de concentração: Arquitetura e Cidade
Linha de Pesquisa: Gestão do Espaço Urbano
Orientadora: Profa. Dra. Ana Paula Koury
São Paulo
2017
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu
Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira – CRB 8/9237
Panico, Cleber Calvo
P192p Planejando o amanhã: estudo do software “Envision Tomorrow” para um planejamento urbano sustentável / Cleber Calvo Panico. - São Paulo, 2017.
103f.: il.; 30 cm.
Orientadora: Ana Paula Koury.
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2017.
1. Sustentabilidade. 2. Planejamento urbano. 3. Sistemas de informação geográfica. I. Koury, Ana Paula. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo. III. Título
CDD 22 – 711.4
Agradecimentos
A minha orientadora Profa. Dra. Ana Paula Koury pela brilhante orientação a este trabalho.
Ao grupo Ânima Educação, em especial ao Vice-Reitor Executivo da Universidade São Judas
Tadeu, Fabrício Ghinato Mainieri, pela bolsa de estudos concedida.
Ao Prof. Dr. Luís Antônio Baffile Leoni, pelas conversas e pelo apoio a realização deste trabalho.
A Profa. Dra. Paula de Vincenzo Fidelis Belfort Mattos pelo apoio a esta pesquisa interdisciplinar.
Ao Prof. Antônio José da Silva pelo incentivo inicial a realização desta pesquisa.
Ao meu coorientador Prof. Dr. Jorg Spangenberg pelas inúmeras trocas de conhecimento.
A Profa. Dra. Edite Galote Carranza pelos inúmeros ensinamentos sobre sustentabilidade.
A Coordenadoria de Pós-Graduação, em especial a Simone Sevilha Riva e Ibraim Pacheco de
Souza, pela organização e pronto atendimento nas questões burocráticas do curso.
Ao Prof. Dr. Fernando Luiz Camargos Lara pela troca de conhecimentos sobre o Envision
Tomorrow.
A todos que de alguma maneira colaboraram para a realização deste trabalho.
RESUMO
Com o crescimento das cidades e megacidades inúmeros problemas urbanos surgiram,
desencadeando grandes desafios para a gestão pública principalmente com a degradação dos
recursos naturais e questões relacionadas a sustentabilidade urbana. A evolução dos recursos
tecnológicos pode contribuir com a gestão pública em busca de soluções sustentáveis para o
planejamento urbano das cidades. O objetivo do presente trabalho é estudar um desses recursos
tecnológicos, capaz de analisar, projetar e simular possíveis soluções para espaços urbanos de
forma sustentável, o software Envision Tomorrow. O estudo foca seu funcionamento, que
acontece através de um software associado a Sistema de Informação Geográfica (SIG),
especificamente o ArcGIS. Este trabalho contribuirá com a gestão pública no planejamento
urbano, especialmente em áreas vulneráveis, como o bairro paulistano Itaim Paulista, exemplo
estudado.
Palavras-Chave: sustentabilidade; planejamento urbano; sistema de informação geográfica.
ABSTRACT
With the growth of cities and megacities countless urban problems have arisen, unleashing great
challenges for public management mainly with the degradation of natural resources and issues
related to urban sustainability. The evolution of the technological resources can contribute with
the public management in search of sustainable solutions for the urban planning of the cities. The
objective of the present work is to study one of these technological resources, able to analyze,
design and simulate possible solutions for urban spaces in a sustainable way, the Envision
Tomorrow software. The study focuses on its operation, which happens through software
associated with Geographic Information System (GIS), specifically ArcGIS. This work will
contribute to public management in urban planning, especially in vulnerable areas, such as the
district of Itaim Paulista, studied example.
Key-words: sustainability; urban planning; geographic information system.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................14
1 SUSTENTABILIDADE E INSUSTENTABILIDADE URBANA.....................................................17
1.1 Sustentabilidade, um pouco de história...................................................................................18
1.2 Insustentabilidade urbana, a questão a ser solucionada.........................................................29
2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA COMO FERRAMENTA DE TRABALHO...........38
2.1 Evolução tecnológica...............................................................................................................39
2.2 SIG: Estado da Arte.................................................................................................................41
2.3 ArcGIS.....................................................................................................................................48
3 ENVISION TOMORROW............................................................................................................51
3.1 Escolhendo o ET como objeto de estudo................................................................................52
3.2 Envision Tomorrow: Estado da Arte........................................................................................54
3.3 Requisitos básicos e instalação...............................................................................................75
3.4 Funcionamento........................................................................................................................76
CONCLUSÃO................................................................................................................................96
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................98
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Logotipo do Clube de Roma. Fonte: http://www.clubofrome.org/
Figura 2. Conferência de Estocolmo 1972. Fonte: www.senado.gov.br
Figura 3. Logotipo da Conferência Rio-92. Fonte: www.senado.gov.br
Figura 4. Pilares do desenvolvimento sustentável. Fonte: Do Autor.
Figura 5. Logotipo da Conferência Rio+10. Fonte: http://brasilescola.uol.com.br
Figura 6. Logotipo da Conferência Rio+20. Fonte: http://www.rio20.gov.br
Figura 7. Logotipo da COP21. Fonte:http://www.cop21.gouv.fr/
Figura 8. Favela do Morro dos Cabritos, Rio de Janeiro. Fonte: Do autor.
Figura 9. Masdar City. Fonte: www.masdar.ae
Figura 10. Camadas de informações. Fonte: Paulo Roberto Fitz, 2008, p.85.
Figura 11. Logotipo do software Envision Tomorrow. Fonte: envisiontomorrow.org
Figura 12. O processo de planejamento de cenário usando o Envision Tomorrow. Fonte:
envisiontomorrow.org
Figura 13. Esquema de Funcionamento do ET. Fonte: http://envisiontomorrow.org/how-envision-
works-1/ acesso em 13/04/2017
Figura 14. Planilha Prototype Builder . Fonte: http://envisiontomorrow.org/enhanced-roi/ acesso
em 22/03/2017
Figura 15. Ferramenta ET no menu do ArcMap. Fonte: Do Autor.
Figura 16. Cadastro para utilização do ET on-line. Fonte: Do Autor.
Figura 17. Coletando dados do ArcGIS Online. Fonte:Do Autor.
Figura 18. Adicionando o shapefile dos distritos de São Paulo. Fonte: Do Autor.
Figura 19. Recorte do shapefile. Fonte: Do Autor.
Figura 20. Criando um shapefile da área geográfica desejada. Fonte: Do Autor.
Figura 21. Resultado do recorte geográfico da área de estudo. Fonte: Do Autor.
Figura 22. Recorte do shapefile do uso da terra baseado na área geográfica do Itaim Paulista.
Fonte: Do Autor.
Figura 23. Resultado do recorte do shapefile do uso da terra do Itaim Paulista. Fonte: Do Autor.
Figura 24. Shapefile do uso da terra do bairro Itaim Paulista. Fonte: Do Autor.
Figura 25. Abrindo a tabela de atributos do shapefile. Fonte: Do Autor.
Figura 26. Modelo de preenchimento da tabela de atributos no padrão ET. Fonte: Do Autor.
Figura 27. Classificação de uso de terra existente. Fonte: http://envisiontomorrow.org/project-
setup-calibration
Figura 28. Nomenclatura para os campos de desenvolvimento existentes. Fonte:
http://envisiontomorrow.org/project-setup-calibration
Figura 29. Adicionando uma coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.
Figura 30. Criando uma nova coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.
Figura 31. Calculando a geometria da coluna. Fonte: Do Autor.
Figura 32. Parâmetros para a criação da coluna. Fonte: Do Autor.
Figura 33. Tabela no formato necessário para o ET. Fonte: Do Autor
Figura 34. Download da Planilha Cenário no site do ET. Fonte: Do Autor.
Figura 35. Planilha Cenário. Fonte: Do Autor.
Figura 36. Importação dos dados da Planilha de Protótipos para a Planilha Cenário. Fonte: Do
Autor.
Figura 37. Criando o geodatabase. Fonte: Do Autor.
Figura 38. Importação do shapefile para dentro do geodatabase. Fonte: Do Autor.
Figura 39. Abrindo o geodatabase no ET. Fonte: Do Autor.
Figura 40. Abrir a planilha cenário com a solicitação do ET. Fonte: Do Autor.
Figura 41. Selecionando as áreas vagas do shapefile. Fonte: Do Autor.
Figura 42. Calculando a coluna “VAC_ACRE”. Fonte: Do Autor
Figura 43. Calculando “DEV_ACRE”. Fonte: Do Autor.
Figura 44. Interação das colunas “VAC_ACRE” e “DEV_ACRE” com a Planilha Cenário. Fonte:
Do Autor.
Figura 45. Cadastro dos tipos de desenvolvimento na Planilha Cenário. Fonte: Do Autor.
Figura 46. Resultado do cadastro dos tipos de desenvolvimento na paleta de cores do ET. Fonte:
Do Autor.
Figura 47. Pintando cenário com Envision Tomorrow. Fonte: Do Autor.
Figura 48. Planilha Cenário interagindo com pintura do ET no ArcMap. Fonte: Do Autor.
LISTA DE ABREVIAÇÕES
AM/FM – Automated Mapping/Facility Management
BD – Banco de Dados
BIM - Building Information Modeling
BTU - British Thermal Unit
CAD – Computer Aided Design
CAM - Computer Aided Mapping
CD - Cartografia Digital
CIM - City Information Modeling
EDVAC - Electronic Discrete Variable Automatic Computer
ENIAC - Electronic Numerical Integrator and Computer
ESRI - Environmental Systems Research Institute
ET – Envision Tomorrow
EUA - Estados Unidos da América
GIS - Geographic Information System
GPS - Sistema de Posicionamento Global
INF - Institutos de Informática (Universidade Federal de Goiás)
ICT - Instituto de Ciências e Tecnologia (Universidade Federal de Goiás)
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IME - Instituto de Matemática e Estatística (Universidade Federal de Goiás)
INPE - Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais
IRENA - International Renewable Energy Agency
MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
MIT - Massachusetts Institute of Technology
MIST - Masdar Institute of Science and Technology
MRC - Metropolitan Research Center
ONU – Organização das Nações Unidas
PC – Personal Computers
PMV - Prefeitura Municipal de Vitória
SGDB - Sistema Gerenciador de Banco de Dados
SIG – Sistema de Informação Geográfica
SIGA - Sistema de Informação Geo-Ambiental
SQL - Structured Query Language
SR - Sensoriamento Remoto
UFG - Universidade Federal de Goiás
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
UGI - União Geográfica Internacional
UNCHE - United Nations Conference on the Human Environment
USJT - Universidade São Judas Tadeu
UT - The University of Texas at Austin
15
Desde os séculos XVIII e XIX, com o aumento da perspectiva de vida e a migração das pessoas
do meio rural para o urbano era necessário planejar e replanejar os meios urbanos para se
adaptarem as novas populações em constante crescimento, algumas cidades chegavam a
dobrar o seu tamanho populacional em pouco mais de uma década. Com o fim da técnica e
início da tecnologia na era industrial, a tecnologia já era vista como um recurso a ser usado para
ajudar na solução destes problemas, sempre limitada a existente em seu tempo.
O uso de tecnologia permite que de uma forma transdisciplinar, seja possível buscar novos
conhecimentos entre as diversas disciplinas que abordam estes assuntos, nunca reduzindo a
realidade a um único nível regido por uma única lógica, sempre com respeito mutuo entre elas, e
de uma forma interdisciplinar é possível fazer uma troca de cooperação, sempre buscando a
superação da disciplinaridade para que possa resultar em um projeto de excelência entre as
áreas envolvidas.
Artigo 11: Uma educação autêntica não pode privilegiar a abstração no
conhecimento. Deve ensinar a contextualizar, concretizar e globalizar. A educação
transdisciplinar reavalia o papel da instituição, da imaginação, da sensibilidade e do
corpo na transmissão dos conhecimentos. (CARTA DA TRANSDISCIPLINARIDADE,
1994, p.3).
Atualmente novos desafios ecológicos provenientes do crescimento econômico e social no meio
urbano tornam prioritário os governos locais e a sociedade se preocuparem com o meio
ambiente natural e com o meio ambiente urbano. Problemas como o lixo, ilhas de calor, emissão
de gases poluentes e inversões térmicas são realidades a serem combatidas. Em 2016, o Brasil
ratificou as metas do acordo COP21, a partir de então a sustentabilidade ambiental se torna um
tema prioritário para o planejamento urbano das cidades brasileiras.
No Capítulo 1, afim de entender qual a contribuição do Envision Tomorrow para planejamento
urbano sustentável, foi realizado um estudo sobre o significado de sustentabilidade, onde foram
estudados os principais eventos organizados pela ONU (Organização das Nações Unidas) e
organizações que tratam o assunto em nível mundial. Após este entendimento foram estudados
os principais problemas urbanos da atualidade, onde ficaram claros alguns pontos de
vulnerabilidade urbana.
No Capítulo 2, após uma breve introdução sobre a evolução tecnológica, um estudo sobre SIG
(Sistema de Informação Geográfica) foi realizado, o trabalho foi evoluindo até a instalação do
software ArcGIS, desenvolvido pela empresa americana ESRI. ArcGIS é muito eficiente e
16
completo em todos os sentidos. O entendimento sobre SIG e uso do ArcGIS são obrigatórios
para a aplicação do software Envision Tomorrow.
No Capítulo 3, foi realizado um estudo sobre o software de planejamento urbano Envision
Tomorrow, que por sua vez, possui um vasto número de recursos tecnológicos para
planejamento e replanejamento urbano sustentável e já está em uso por instituições americanas.
Partimos de um entendimento teórico, a aquisição do software e sua instalação, tradução do
manual do inglês para o português. Para finalizar a pesquisa, após a aquisição de dados
geográficos da área de estudo, foi realizado uma aplicação real na cidade de São Paulo, bairro
Itaim Paulista, usando os recursos do Envision Tomorrow.
Envision Tomorrow revelou ser uma ferramenta promissora para análise e planejamento urbano
sustentável, mas o seu uso no Brasil está associado a um grande número de adaptações,
incluindo as unidades de medidas brasileiras, uma vez que seu desenvolvimento está todo
voltado para os Estados Unidos.
Desta forma a tecnologia da informação pode auxiliar no planejamento urbano sustentável,
contribuindo com os órgãos públicos nesta missão desafiadora e extremamente complexa, para
que, no final a população tenha um resultado positivo, com uma cidade sustentável que possa
oferecer uma boa qualidade de vida.
17
“Há quem passe por um bosque e só veja lenha para a fogueira.”
Leon Tolstoi
CAPÍTULO 1
SUSTENTABILIDADE E INSUSTENTABILIDADE URBANA
18
1.1 Sustentabilidade, um pouco de história
Há algumas décadas já existia certa preocupação com a sustentabilidade ambiental do planeta e
já eram iniciadas algumas discussões. Nos anos 80, entre muitos acontecimentos, afloravam
claramente os rumores sobre o buraco na camada de ozônio, o desmatamento da selva
amazônica e o provável aquecimento global. O crescimento urbano das cidades e a necessidade
destes meios se desenvolverem vão contribuir muito com estas novas ameaças ao meio
ambiente.
Começando pela essência do assunto, por vezes, escutamos a pronúncia da palavra
sustentabilidade, mas o que é sustentabilidade? Segundo (NOSSO FUTURO COMUM, 1991,
p.10) o conceito envolve proteção ao meio ambiente, respeito aos recursos naturais através de
sua conservação e consumo consciente, controle do crescimento populacional, combate a
pobreza, crescimento econômico com igualdade e oportunidades para todos.
Para entendimento de onde começamos com este assunto e onde estamos hoje, vamos analisar
de forma resumida quando o mundo percebeu que era preciso se desenvolver respeitando os
recursos naturais e a população, e como continuar evoluindo sem que o meio ambiente seja
destruído, com o objetivo de oferecer uma boa qualidade de vida para a população.
1Iniciamos esta narrativa pelo Clube de Roma, fundado em 1966 pelo industrial italiano Aurelio
Peccei, consiste em uma organização independente sem fins lucrativos, sua função é debater os
dilemas atuais e futuros da humanidade. Entre os temas discutidos estão o crescimento
econômico, sustentabilidade ambiental, consumo de recursos naturais, demografia e paz
mundial.
Seus membros são personalidades de comunidades acadêmicas, científicas, políticas,
empresariais, religiosas, financeiras e culturais. Estes membros, já realizaram estudos em áreas
relacionadas aos interesses do Clube de Roma. Os candidatos geralmente são propostos por um
membro e sua avaliação é realizada pelo seu comitê executivo. Entre os membros está o ex-
presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso. O secretariado internacional do Clube de
Roma atualmente está localizado em Wintherthur, Suíça.
Os eventos do Clube de Roma acontecem em todo o mundo. Normalmente são organizados
pelas suas Associações Nacionais.
1 http://www.clubofrome.org/ acesso em 01/04/2016
19
O Clube de Roma passou a ser muito conhecido em 1972, ano da publicação do relatório “Os
Limites do Crescimento” do inglês “The Limits to Growth” que seria conhecido também como o
“Relatório do Clube de Roma”, foi elaborado por uma equipe do MIT (Massachusetts Institute of
Technology) contratada pelo Clube de Roma. Esta equipe do MIT foi chefiada por Donella H.
Meadows.
O relatório tratava de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade como
energia, saneamento, poluição, saúde, tecnologia, meio ambiente e crescimento populacional.
Espera-se que a população urbana total aumente exponencialmente nas regiões
menos desenvolvidas do mundo, mas quase linearmente nas restantes regiões mais
desenvolvidas. Para as regiões urbanas, em regiões menos desenvolvidas, o tempo
médio de duplicação é, atualmente, de 15 anos.(LIMITES DO CRESCIMENTO, 1972,
p.24).
O relatório publicado em 30 idiomas foi um dos livros mais vendidos da história com mais de 30
milhões de cópias. Através de modelos matemáticos, o MIT concluiu que o planeta terra mesmo
com o avanço tecnológico não suportaria o crescimento populacional em consequência da
pressão gerada sobre os recursos naturais, energéticos e o aumento da poluição.
O controle rigoroso da poluição não significa necessariamente seu controle total. Por
causa de restrições tecnológicas e econômicas, torna-se impossível eliminar
completamente a poluição. Economicamente, o custo do controle da poluição se
eleva à medida em que os padrões de descarga de contaminantes se tornam mais
intensos. (LIMITES DO CRESCIMENTO, 1972, p.132).
Figura 1. Logotipo do Clube de Roma. Fonte: http://www.clubofrome.org/ acesso em 01/04/2016
Em meados dos anos 70 ainda existiam correntes de pensamentos que acreditavam que o meio
ambiente seria fonte inesgotável de recursos, mas com o surgimento de fenômenos como secas,
chuva ácida, entre outros, fizeram com que essa visão ambiental do mundo começasse a ser
20
discutida, estas discussões com base em estudos científicos identificavam problemas
especialmente por conta da poluição atmosférica. Com o surgimento destes fenômenos naturais
e discussões sobre o assunto, a ONU começou a organizar algumas conferências pelo mundo.
A conferência pioneira da ONU, A Declaração de Estocolmo, realizada na Suécia, cidade de
Estocolmo, de 5 a 16 de junho de 1972, foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE) que inicia
as discussões sobre o conceito de sustentabilidade ambiental. Foi a primeira conferência
da ONU sobre o meio ambiente e a primeira grande reunião internacional para discutir as
atividades humanas em relação a degradação do meio ambiente.
Neste momento haviam duas correntes de pensamentos mundo a fora, política do crescimento
zero para os países desenvolvidos, onde o crescimento seria parado para evitar mais
devastação ambiental e a política do desenvolvimento a qualquer custo para os países em
desenvolvimento, onde o crescimento econômico estava acima de questões ambientais.
2A Conferência de Estocolmo lançou as bases das ações ambientais em nível
internacional chamando a atenção do mundo para diversas questões da época relacionadas
a degradação ambiental, poluição e até questões políticas como abolir armas de destruição em
massa.
Figura 2. Conferência de Estocolmo 1972. Fonte: www.senado.gov.br acesso em 08/08/2016
A Declaração de Estocolmo transformou-se em um plano de ação que define princípios de
preservação e melhoria do ambiente natural, destacando a necessidade de apoio financeiro e
assistência técnica a comunidades e países mais pobres. Embora a expressão "desenvolvimento
2 http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/conferencia-das-nacoes-unidas-para-o-meio-ambiente-humano-estocolmo-rio-92-agenda-ambiental-paises-elaboracao-documentos-comissao-mundial-sobre-meio-ambiente-e-desenvolvimento.aspx acesso em 08/08/2016
21
sustentável" ainda não fosse usada, a Declaração, em um de seus itens, já abordava a
necessidade de "defender e melhorar o ambiente humano para as atuais e futuras gerações" um
objetivo a ser alcançado juntamente com a paz, o desenvolvimento econômico e social.
A conferência de Estocolmo, em muitas discussões e controvérsias entre seus participantes
sobre o desenvolvimento sustentável, de forma visionária, abre caminho para as discussões e
possíveis soluções para os problemas que começariam a se concretizar vinte anos mais tarde,
problemas estes discutidos na conferência no Rio de Janeiro em 1992.
Em dezembro de 1983, a ONU criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, foi presidida pela ex-primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland.
Seus principais objetivos foram rever as questões críticas relativas ao meio ambiente e
reformular propostas realísticas para abordá-las propondo novas formas de cooperação
internacional nesse campo de modo a orientar as políticas e ações no sentido de fazer as
mudanças necessárias, e dar a indivíduos, organizações voluntárias, institutos, empresas e
governos uma maior compreensão dos problemas existentes, auxiliando-os e incentivando-os a
uma atuação mais firme.
Em 1987, a Comissão recomendou a criação de uma nova declaração universal sobre a
proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável chamado de “O Relatório Brundtland”. Foi
publicado com o título "Nosso Futuro Comum" . Com o desafio de encontrar rumos para o
desenvolvimento sustentável, este documento apresentou a proposta de integrar a questão
ambiental no desenvolvimento econômico, surgindo não apenas um novo termo, mas uma nova
forma de progredir.
Satisfazer as necessidades e as aspirações humanas é o principal objetivo do
desenvolvimento. Nos países em desenvolvimento, as necessidades básicas de
grande número de pessoas – alimento, roupas, habitação, emprego – não estão
sendo atendidas. Além dessas necessidades básicas, as pessoas também aspiram
legitimamente a melhor qualidade de vida. Num mundo onde a pobreza e a injustiça
são endêmicas, sempre poderão ocorrer crises ecológicas e de outros tipos. Para
que aja um desenvolvimento sustentável, é preciso que todos tenham atendidas as
suas necessidades básicas e lhes sejam proporcionadas oportunidades de
concretizar suas aspirações a uma vida melhor. (NOSSO FUTURO COMUM, 1991,
p.46).
Para tanto, os governos locais deveriam se adaptar a alguns desafios urbanos, entre eles o
crescimento populacional e a redução do consumo de energia.
22
Na virada do século, quase metade do mundo estará vivendo em áreas urbanas –
desde cidadezinhas até imensas megalópoles. O sistema econômico mundial torna-
se cada vez mais urbano, com redes justapostas de comunicações, de produção e
de comércio.
Tal sistema , com seus fluxos de informações, energia, capital, comércio e pessoas,
fornece a coluna dorsal do desenvolvimento nacional. As perspectivas de uma
cidade – grande ou pequena – dependem essencialmente do lugar que ela ocupa no
sistema urbano, nacional e internacional.(NOSSO FUTURO COMUM, 1991, p.262).
Em nível internacional, entre os itens sugeridos, o relatório diz, as organizações de
desenvolvimento devem adaptar uma estratégia de desenvolvimento sustentável.
3Na sequencia foi criado o Protocolo de Montreal, consiste em um tratado internacional em que
os países participantes comprometem-se a substituir as substâncias que demonstrarem estar
reagindo com o ozônio (O3) na parte superior da estratosfera. O tratado esteve aberto para
adesões a partir de 16 de Setembro de 1987 e entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1989.
O Protocolo teve a adesão de 150 países, foi revisado em 1990, 1992, 1995, 1997 e 1999. Em
comemoração, a ONU declarou a data de 16 de setembro como o Dia Internacional para a
Preservação da Camada de Ozônio.
4A conferência Rio-92, como o próprio nome sugere, foi uma conferência das Nações Unidas
que aconteceu no Brasil, Rio de Janeiro em 1992, onde seu objetivo principal foi buscar meios
de desenvolvimento econômico com conservação e proteção do meio ambiente.
Figura 3. Logotipo da Conferência Rio-92. Fonte: www.senado.gov.br acesso em 13/03/2016
Nesta conferência os países se comprometem a refletir como todos os setores poderiam
cooperar com estudos de soluções para problemas socioambientais.
3 http://www.mma.gov.br/clima/protecao-da-camada-de-ozonio/convencao-de-viena-e-protocolo-de-montreal acesso em 07/06/2016
4 http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conferencia-onu-meio-ambiente-rio-92-691856.shtml acesso em 23/08/2016
23
Também chamada de ECO-92 a conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável. A mais importante conquista da
conferência foi juntar os termos meio ambiente e desenvolvimento, concretizando as
possibilidades esboçadas na Conferência de Estocolmo em 1972 e consagrando o uso do
conceito de desenvolvimento sustentável, defendido em 1987 pela Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland).
O conceito de desenvolvimento sustentável entendido como o “desenvolvimento que atende às
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações” de
atenderem às suas próprias necessidades, foi concebido de modo a conciliar as reivindicações
dos defensores do desenvolvimento econômico com as preocupações de setores interessados
na conservação dos ecossistemas e da biodiversidade.
Uma das maiores conquistas da Conferência foi a Agenda 21, um amplo e abrangente programa
de ação visando a sustentabilidade mundial no século XXI.
A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje e tem o objetivo,
ainda de preparar o mundo para os desafios do próximo século. Reflete um
consenso mundial e um compromisso político no nível mais alto no que diz respeito a
desenvolvimento e cooperação ambiental. O êxito de sua execução é
responsabilidade, antes de mais nada, dos Governos. Para concretizá-la. são
cruciais as estratégias, os planos, as políticas e os processos nacionais. A
cooperação internacional deverá apoiar e complementar tais esforços nacionais.
(AGENDA 21, 1992, p.11).
5Cinco anos mais tarde foi realizada uma nova conferência na cidade de Nova Iorque nos
Estados Unidos, entre 23 e 27 de junho de 1997, a 19ª Sessão Especial da Assembleia Geral
das Nações Unidas ficou conhecida como Rio+5. Com o principal objetivo de identificar a
implementação da Agenda 21, dedicou-se à definir prioridades de ação para os anos seguintes,
além de conferir impulso político relacionado às negociações ambientais em andamento. A
Rio+5 contribuiu para criar ambiente político propício a futura aprovação do Protocolo de Kyoto.
6O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional discutido e negociado na cidade
de Kyoto no Japão, com compromissos mais rígidos para a redução de emissão dos gases que
5 http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/forum-rio5-evento-da-onu-para-avaliacao-de-resultados-da-conferencia-rio-92-sobre-o-desenvolvimento-sustentavel.aspx acesso em 13/08/2016
6 http://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/protocolo-de-quioto acesso em 08/08/2016
24
agravam o efeito estufa, considerados de acordo com a maioria das investigações científicas,
causa do aquecimento global.
O Protocolo foi aberto para assinaturas em 11 de Dezembro de 1997. Sendo que para entrar em
vigor precisou que 55 países o ratificassem, onde cada país deveria diminuir em 5,2% as
emissões de gases poluentes, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, após a
ratificação da Rússia em novembro de 2004.
Até o momento o protocolo de Kyoto não conta com a adesão dos Estados Unidos, o governo
americano argumenta que o acordo é prejudicial a sua economia e que os países em
desenvolvimento também deveriam se comprometer a reduzir suas emissões de gases estufa,
uma vez que estes países podem aderir ao acordo, mas não têm metas de redução de
emissões. Como nenhum país é obrigado a assinar o documento, não há punições para quem
ficar de fora.
7Rio+10 ou Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável foi um fórum de discussão
das Nações Unidas realizado entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro de 2002, na cidade
de Johanesburgo, África do Sul. O fórum teve a presença de representantes de 189 países.
Seu objetivo principal foi discutir soluções já propostas na Agenda 21 para que pudesse ser
aplicada de forma coerente não só pelo governo, mas também pelos cidadãos, realizando uma
Agenda 21 local e implementando o que foi discutido em 1992 na conferência do Rio de Janeiro
propondo a maior integração dos três pilares do desenvolvimento sustentável (econômico, social
e ambiental) através de programas e políticas centrados nas questões sociais e, particularmente,
nos sistemas de proteção social.
A seguir, para um melhor entendimento destas sugestões de aplicação da Agenda 21 na Rio+10,
seguem exemplos dos pilares do desenvolvimento sustentável.
8No pilar Social, podemos citar, por exemplo, salários justos, estar adequado à legislação
trabalhista, atividade econômica que afeta as comunidades ao redor da industria, educação,
combate a violência, itens de lazer entre outros.
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_240164.shtml acesso em 28/08/2016
7 http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/rio10-participacao-da-sociedade-em-debates-
sobre-metas-para-meio-ambiente-pobreza-e-desenvolvimento-sustentavel-dos-paises.aspx acesso em 04/09/2016
25
No pilar Ambiental, podemos citar, por exemplo, atividade econômica que tem impacto ambiental
negativo, uso de determinada matéria-prima deve ter o planejamento de reposição dos recursos
consumidos e diminuição do uso destes materiais, entre outros.
No pilar Econômico, podemos citar, por exemplo, temas ligados à produção, distribuição e
consumo de bens e serviços e deve-se levar em conta os outros aspectos, ou seja, não adianta
lucrar devastando o meio ambiente, entre outros.
Desenvolvimento Sustentável
Figura 4. Pilares do desenvolvimento sustentável. Fonte: Do Autor.
9Estes pilares são essências para que o desenvolvimento sustentável aconteça. A importância
deles é indiscutível, uma vez que podem ser aplicados a um país ou até em nossas residências.
Mais dois pilares estão sendo discutidos para fazer parte, são eles a cultura e a tecnologia.
Figura 5. Logotipo da Conferência Rio+10. Fonte: http://brasilescola.uol.com.br acesso em 17/03/2016
A conferência internacional Rio+15 aconteceu no Rio de Janeiro, nos dias 19 e 20 de setembro
de 2007, no Copacabana Palace, com a presença de 100 representantes mundiais. Foram
discutidos assuntos sobre projetos da Agenda 21 e Protocolo de Kyoto.
8 http://www.lassu.usp.br/sustentabilidade/pilares-da-sustentabilidade/ acesso em 20/09/2016 9 http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/temas-em-discussao-na-rio20/onu-estabelece-tres-pilares-para-o-desenvolvimento-sustentavel-dos-paises-economico-social-e-ambiental.aspx acesso em 30/09/2016
26
10Apesar de concluírem que o mundo até aquele momento havia avançado muito pouco na
demanda de energia limpa e desenvolvimento sustentável, foi concluído que os países não
precisavam parar seu crescimento e sim apostar em energia limpa e tecnologia para que o meio
ambiente não fosse agredido.
Uma da maiores discussões neste congresso foi o chamado Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL) que prevê a modificação na utilização de meios de se obter energia utilizando
preferencialmente as inovações e tecnologias de geração de energia que não demandem a
emissão de gases poluentes responsáveis pelo efeito estufa.
11A Rio+20 foi uma conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável realizada
de 13 a 22 de junho de 2012 no Rio de Janeiro, Brasil. Foi assim nomeada porque marcou os
vinte anos de realização da conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e
desenvolvimento Rio-92 e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para
as próximas décadas, renovando assim o compromisso político com o desenvolvimento
sustentável.
Como já vimos anteriormente o desenvolvimento sustentável é o modelo que prevê a integração
entre economia, sociedade e meio ambiente, em outras palavras, é a noção de que o
crescimento econômico deve levar em consideração a inclusão social e a proteção ambiental.
Baseado neste conceito de desenvolvimento sustentável, dois temas foram considerados
prioritários na conferência:
- A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza;
- A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.
Algumas ações sustentáveis foram realizadas na cidade do Rio de Janeiro em razão do evento.
A frota de carros oficiais usou etanol, combustível que não contribui para o agravamento do
efeito estufa, os espaços ainda usados na conferência contavam com o uso de bicicletas e um
esquema especial de transporte coletivo para substituir o transporte individual.
10 http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1922175-EI8278,00-Rio+quer+que+paises+ricos+reduzam+emissoes.html acesso em 03/09/2016 11 http://www.rio20.gov.br acesso em 10/04/2016
27
Para os recursos hídricos foram implementados nos hidrossanitários dos espaços oficiais da
conferência, alguns mecanismos como redutores de vazão com arejadores temporizadores,
banheiros a vácuo e até sistema de reaproveitamento de água pluvial.
Os resíduos sólidos foram divididos em quatro fluxos básicos: recicláveis(destinados a
cooperativa de catadores), não recicláveis(aterro sanitário), orgânicos(produção de adubo) e
pilhas ou baterias(reciclagem de seus componentes). Neste assunto houve uma grande
valorização da cooperativas de catadores os quais foram distribuídos nos locais oficiais para
atuarem como educadores ambientais.
Para a energia a utilização de equipamentos quanto ao consumo representou uma ação
significativa. Nas áreas temporárias, construídas especificamente para a realização da Rio +20,
foram utilizados equipamentos etiquetados pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem nas faixas
de mais alta eficiência, como condicionadores de ar e tecnologias de iluminação como LEDs e
lâmpadas fluorescentes de última geração.
A aquisição e licitação de produtos e serviços da organização da Rio+20 incluíram critérios de
sustentabilidade, como compra de equipamentos de alta eficiência energética, uso de madeira
certificada e utilização de materiais reciclados.
Quanto a alimentação, houve incentivo a elaboração de cardápios que contemplassem os
princípios da gastronomia inclusiva nos espaços oficiais da conferência. O Riocentro teve
restaurantes que ofereceram alimentos orgânicos, da agricultura familiar, de acordo com os
princípios da gastronomia inclusiva e que respeitaram particularidades das diferentes culturas
presentes no evento.
Figura 6. Logotipo da Conferência Rio+20. Fonte: http://www.rio20.gov.br acesso em 10/05/2016
Por vezes os eventos da ONU relacionados a sustentabilidade são chamados pela sigla COP,
mas o que são as COP?
28
12As COP (Conference of Parties) consistem em conferências dos países que aderiram aos dois
acordos na Rio 92, um sobre a biodiversidade e outro sobre as mudanças climáticas. A COP
sobre diversidade biológica é bianual e a COP sobre mudança climática é realizada anualmente.
13Entre elas, está a COP21, uma conferência realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro de
2015 pelas nações unidas em Paris, na França.
Neste congresso com o objetivo de reduzir o aquecimento global foi criado o chamado “Acordo
de Paris”, considerado um plano ambicioso e equilibrado que rege medidas de redução de
emissão dióxido de carbono a partir de 2020.
Em seu discurso o presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu conseguir um acordo para limitar o
aquecimento global que seja uma continuação do Protocolo de Kyoto.
Um dos principais objetivos do acordo estabelecido na COP21 foi manter o aumento da
temperatura inferior a 2°C, diminuindo assim a subida do nível do mar, uma constante ameaça a
cidades insulares. Em dezembro de 2015, 186 países já tinham publicado seu plano de ação
para reduzirem a emissão de gases de efeito estufa, a ONU divulgou um estudo relacionado a
estes planos de ação e concluiu que com este ritmo o aquecimento global estaria entre 2,7°C e
3°C, ou seja, acima do definido pelos cientistas para evitar maiores consequências.
Financeiramente, o acordo reconhece que a partir de 2020 os valores dos investimentos,
provenientes de empréstimos e doações terá que ser aumentado anualmente para conseguir
atingir os objetivos, os países mais pobres precisarão de ajuda, para tanto, está prevista uma
conversa em 2025.
O Secretário geral da ONU Banki-Moom na 71º Assembléia Geral das Nações Unidas que
aconteceu entre os dias 20 e 26 de setembro de 2016 na sede da ONU em Nova Iorque nos
Estados Unidos, recebeu do presidente do Brasil Michel Temer para ratificar o Tratado de Paris
(COP21). Michel Temer disse: “Ao depositar esse instrumento na ONU, nós estamos cuidando
da vida do planeta, da vida do Brasil e da vida dos brasileiros no futuro próximo”.
12 http://veja.abril.com.br/multimidia/infograficos/o-que-sao-as-cop acesso em 17/09/2016
13 http://www.cop21.gouv.fr/ acesso em 14/09/2016
29
Figura 7. Logotipo da COP21. Fonte:http://www.cop21.gouv.fr/ acesso em 13/10/2016
Estes acontecimentos históricos relacionados a sustentabilidade ambiental, apesar de
fundamentais para o futuro da humanidade, também tiveram seus problemas quando a questão
ser torna prática. Segundo (VIOLA,1998, p.139) a própria Agenda 21 tem caráter contraditório,
onde é positivo no sentido de ter sido elaborado um documento normativo sobre como deveriam
ser as relações entre países do norte e sul, assim como o caráter realista e moderado sobre
suas preposições, mas negativo pela falta de compromissos financeiros pela maioria dos países
do norte. Neste exemplo, em resumo, houve um avanço extraordinário no plano simbólico e de
conscientização, mas falho na questão político econômica em sua incapacidade de construir
macros referenciais e mecanismos de implementação.
Estas dificuldades de implementação dos planos de ação relacionados a sustentabilidade
acontecem até hoje, uma vez que com o passar dos anos os problemas se somam e se agravam
principalmente com o crescimento econômico e social, problemas como emissão de gases,
crescimento populacional, combate a pobreza e consumo de recursos naturais sempre serão
preocupações para os órgãos públicos e para a sociedade.
O meio urbano, grande desafio para o chamado “ecodesenvolvimento”, pode ser considerado um
dos maiores vilões para a sustentabilidade, se não houver um planejamento eficaz pode
colaborar com elementos insustentáveis gerando inúmeros desafios a serem solucionados.
Como o objetivo deste trabalho é estudar uma solução tecnológica para auxiliar nos desafios do
planejamento urbano sustentável, a seguir vamos entender alguns problemas destas áreas
urbanas na atualidade.
1.2 Insustentabilidade urbana, a questão a ser solucionada
Segundo(LEITE, 2012, p.20) desde 2007 o mundo vive uma nova realidade: existem mais
pessoas nas cidades do que no campo, atualmente mais de 50% da população mundial vive nas
cidades e até 2050 serão 75%, de uma forma motivacional na cidade acontecem as trocas dos
grandes e pequenos negócios a interação social e cultural.
30
A característica que torna o homem tão diferente dos outros animais é estar o seu
padrão de vida baseado na “cultura” – em padrões de comportamento socialmente
aprendidos, baseado em processos simbólicos. Outros animais podem ter
rudimentos de cultura, mas para o homem todo comportamento é cultural. As várias
facetas diferentes da cultura humana (história da cultura, linguagem, estruturas
sociais, personalidade, etc.) dão origem a uma série de subcampos que podem ser
agrupados de várias formas no ensino da Antropologia.(PELTO, 1984, p.13).
Segundo (ALIER, 2007, p.211), um dos motivos do crescimento do meio urbano em relação ao
meio rural, além do crescimento populacional natural, seria que cada vez mais as pessoas estão
migrando do campo para as cidades, devido ao incremento da produtividade agrícola no meio
urbano, junto com a baixa elasticidade-renda de demanda dos bens agrícolas em geral, a
agricultura expulsa população ativa dos campos, consequentemente a urbanização caminha em
uma direção de economias que vão requisitar maior consumo de energia e maior produção de
materiais.
Com o aumento destas demandas os meios urbanos são obrigados a se desenvolver e este
desenvolvimento deve acontecer de maneira sustentável, este é um 14paradigma de
desenvolvimento surgido a partir das discussões das décadas de 70 e 80 do século XX sobre os
limites ao crescimento populacional, da economia e da utilização dos seus recursos naturais. O
desenvolvimento sustentável procura harmonizar os conceitos relacionados ao crescimento
econômico, bem estar social e conservação ambiental com a utilização racional dos recursos
naturais, descrevendo assim os pilares do desenvolvimento sustentável como vimos
anteriormente. Este novo paradigma, a palavra desenvolvimento significa não somente o
crescimento da atividade econômica, mas também as melhorias sociais, institucionais e a
sustentabilidade ambiental, buscando garantir o bem estar da população a longo prazo,
assegurando um meio ambiente saudável para as gerações futuras.
O desenvolvimento sustentável é o maior desafio do século 21. A pauta da cidade é,
no planeta urbano, da maior importância para todos os países, pois: (a) dois terços
do consumo mundial de energia advêm das cidades, (b) 75% dos resíduos são
gerados nas cidades e (c) vivi-se um processo dramático de esgotamentos dos
recursos hídricos e do consumo exagerado de água potável. A agenda Cidades
Sustentáveis é, assim, desafio e oportunidade únicas no desenvolvimento das
nações. (LEITE, 2012, p.8).
14
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/vocabulario.pdf acesso em 01/12/2016
Para um melhor entendimento e sugerir possíveis soluções para um desenvolvimento urbano
sustentável, se faz necessário o entendimento destes elementos de
Como o objetivo deste trabalho é entender elementos de insustentabilidade
recursos tecnológicos para possíveis soluções ou melhorias, vamos citar apenas alguns
elementos, uma vez que sua abrangência é muito
Começamos pela chamada “pobreza urbana
sofrendo um aumento no número de favelas e consequentemente
vivendo em situações precárias. Este
adequada sofrem um empobrecimento ambiental e
elemento de insustentabilidade
conservação dos recursos naturais
Segundo(LEITE, 2012, p.21) as cidades
do trabalho informal, estimativas da ONU indicam que dois a cada três cidadãos estão vivend
em favelas ou sub-habitações.
principalmente nos países em desenvolvimento, é a desigualdade na distribuição de renda e de
oportunidades econômicas. As estimativas
cidades se tornarão locais predominantes da pobreza.
cresce a uma taxa de 25% ao ano; 31,6% da população mun
Figura 8. Favela do Morro dos Cabri
As populações mais pobres mesmo que consigam mudar de
muitas vezes não encontram a solução ideal
cidades também enfrentam alguns d
ara um melhor entendimento e sugerir possíveis soluções para um desenvolvimento urbano
sustentável, se faz necessário o entendimento destes elementos de insustentabilidade urbana.
o deste trabalho é entender elementos de insustentabilidade urbana
cos para possíveis soluções ou melhorias, vamos citar apenas alguns
elementos, uma vez que sua abrangência é muito ampla e a intenção não é esgotar o tema.
pobreza urbana”, notoriamente a maioria das grandes cidades
sofrendo um aumento no número de favelas e consequentemente populações numer
vivendo em situações precárias. Estes locais quando não dotados de infraestrutura urbana
sofrem um empobrecimento ambiental e podem ser reconhecidos
tabilidade urbana em questões de qualidade de vida, saúde pública e
conservação dos recursos naturais.
) as cidades estão sofrendo um crescimento desmedido de favelas e
do trabalho informal, estimativas da ONU indicam que dois a cada três cidadãos estão vivend
habitações. Uma característica dos meios urbanos em
principalmente nos países em desenvolvimento, é a desigualdade na distribuição de renda e de
As estimativas feitas pelo Banco Mundial preveem que até 2035
cidades se tornarão locais predominantes da pobreza. A população mundial que vive em favelas
cresce a uma taxa de 25% ao ano; 31,6% da população mundial estão vivendo
Favela do Morro dos Cabritos, Rio de Janeiro. Fonte: Do Autor.
As populações mais pobres mesmo que consigam mudar de favelas para bairros das cidades,
não encontram a solução ideal, bairros mais pobres localizados nas periferias das
alguns destes problemas. A falta de infraestrutura urbana é o po
31
ara um melhor entendimento e sugerir possíveis soluções para um desenvolvimento urbano
insustentabilidade urbana.
urbana e oferecer
cos para possíveis soluções ou melhorias, vamos citar apenas alguns
e a intenção não é esgotar o tema.
grandes cidades vem
populações numerosas
locais quando não dotados de infraestrutura urbana
como um grande
urbana em questões de qualidade de vida, saúde pública e
um crescimento desmedido de favelas e
do trabalho informal, estimativas da ONU indicam que dois a cada três cidadãos estão vivendo
dos meios urbanos em expansão, visto
principalmente nos países em desenvolvimento, é a desigualdade na distribuição de renda e de
Banco Mundial preveem que até 2035 as
opulação mundial que vive em favelas
dial estão vivendo em favelas.
favelas para bairros das cidades,
airros mais pobres localizados nas periferias das
estes problemas. A falta de infraestrutura urbana é o ponto
32
inicial para algumas da questões ambientais. O uso de novas técnicas para fazer
sustentabilidade fica em um segundo plano nestes locais onde nem infraestrutura básica chega.
Segundo (SANTOS, 2000, p.73) os pobres já foram incluídos depois marginalizados, hoje estão
excluídos, onde esta produção banalizada da pobreza aparece como algo natural e inevitável, a
população pobre, muitas vezes, consegue com a sua migração deixar de ser pobre em um lugar
para ser em outro, onde o desemprego ou a desvalorização do emprego acaba sendo uma
questão pouco resolvida.
Como já dito, um dos fatores para o crescimento de favelas é o crescimento econômico baseado
em desigualdades, o que resulta em mais um elemento de insustentabilidade urbana, nesta
desigualdade está à demanda básica por habitação, cria-se assim a necessidade de responder
às demandas de seu crescimento econômico produzindo milhões de unidades habitacionais, isso
associado a um déficit de décadas de subdesenvolvimento, e a um planejamento urbano que
gerou impactos ambientais extremamente negativos. Podemos dizer que a precariedade
habitacional, da informalidade urbana e do passivo ambiental e social, seja o desafio ambiental
urbano, e que a “cidade sustentável” em países em desenvolvimento, deva ser, antes de tudo, a
cidade da justiça socioambiental. A mudança estrutural efetiva na desigualdade social urbana
tornar-se prioridade na agenda política em todas as esferas de governo, de forma radicalmente
mais significativa, assim como foi feito, já na Constituição de 1988 no Brasil, para as áreas de
educação e de saúde.
Um fenômeno tem acontecido em muitas megacidades(15segundo a ONU megacidades são
aglomerações urbanas com população superior a dez milhões de habitantes) e pode ser uma
possível solução para a falta de moradia, São Paulo, pode ser um exemplo, possui áreas
centrais metropolitanas abandonadas pelo setor industrial, que apesar da degradação urbana
por conta do abandono, podem ser reaproveitadas.
Segundo (LEITE, 2012, p.9) estas áreas dotadas de preciosa infraestrutura e memória urbana,
quando abandonadas, provocam o chamado “espraiamento urbano” com total insustentabilidade
ambiental, social e econômica, uma vez que são criadas novas áreas urbanas.
A reutilização destas áreas é algo viável, mas com alguns cuidados, em (LAMAS, 2011, p.112) o
desenvolvimento da cidade é um fato natural, mas se faz necessário obedecer as políticas de
recuperação, reabilitação e restauro das áreas urbanas principalmente quanto a modificações da
forma e da imagem, tendo um total controle destas transformações. 15
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/megacidades.htm acesso em 15/12/2016
33
Em resumo, o equilíbrio socioeconômico é fundamental para o meio urbano. Segundo (LEITE,
2012, p.17), em São Paulo, por exemplo, é muito mais emergente direcionar os esforços e
recursos para regenerar áreas centrais do que se preocupar com arborização ou o mobiliário
urbano de bairros mais ricos, não existe cidade sustentável sem a desejada diversidade
socioterritorial.
Outro grande problema do meio urbano é a emissão de gases poluentes. A emissão de dióxido
de carbono da atualidade é a maior da história. O aumento da população dos meios urbanos,
demandam um aumento no consumo de energia, descarte de resíduos e emissões de gases,
principalmente pela queima de combustíveis fósseis. Com o aumento da poluição e
consequentemente o aquecimento global, os meios urbanos podem enfrentar sérios problemas,
como o aumento do nível do mar (que pode ser fatal para cidades insulares), pressão sobre
florestas mundiais, expansão dos desertos, o aumento de temperaturas e formação de ilhas de
calor (fenômeno esse ainda agravado pelo grande número de edifícios com cobertura
impermeabilizadas que também fazem sua contribuição para o aquecimento destes meios),
problemas de saúde para sua população entre muitos outros.
Segundo (BRIAN, 2008, p.58) desde a revolução industrial vem aumentando a emissão de CO2,
mesmo depois dos acordos Agenda 21 e Protocolo de Kyoto, entre os motivos estão a constante
evolução de consumo energético das edificações, principalmente com o aumento do uso de
aparelhos eletrônicos devido a exigências de conforto cada vez mais elevadas, isso associado
ao crescimento da população mundial e a herança de edificações antigas e pouco eficientes.
Se praticamente a metade do aquecimento global resulta da utilização de
combustíveis fósseis nas edificações, os 60% restantes são gerados pelo transporte
de pessoas e de carga para essas construções. As cidades, portanto, são
responsáveis por 75% a 80% das emissões de CO2 geradas pelo homem,
construindo a principal causa do aquecimento global. (BRIAN, 2008, p.58).
Segundo(MOREIRA, 2015, p.56) uma solução para amenizar a concentração de CO2 na
atmosfera além do reflorestamento seria a captação do CO2, neste sistema de alta tecnologia
que envolve captura, transporte e armazenamento é possível fazer o tratamento do ar. Todavia
este sistema não está isento de pontos de vulnerabilidade para o meio ambiente e para a saúde
da população.
As megacidades possuem um grande número de veículos que contribuem para a emissão de
gases poluentes, segundo (ALIER, 2007, p.212) dentre as interpretações futuristas para o século
34
XXI, é que seria o século do automóvel. Como impulsionador da economia a industria
automobilística poderia oferecer este bem de consumo a classe operaria industrial com um poder
aquisitivo propício para isso. Já nos primeiros anos da virada do século, a conciliação entre um
mercado desregulamentado e a preocupação ambiental seria alcançada acreditando que a
economia poderia crescer com menos impactos ambientais, através de setores econômicos mais
dinâmicos, com geração de empregos, o que foi chamado de nova economia onde estão
principalmente a informática e o setor de serviços.
Segundo (LEITE, 2012, p.8) independente do rótulo, o eco-urbanismo trata-se de uma questão
séria permanente, onde uma gestão inteligente do território aliado às imensas perspectivas que
as tecnologias verdes proporcionam, podem gerar novos bairros ou até cidades inteiras
sustentáveis, como exemplo podemos citar Masdar City em Abu Dhabi.
Com este exemplo internacional podemos citar a criação de uma cidade do futuro totalmente
ecológica em Abu Dhabi no Emirados Arabes Unidos vai aos poucos se tornando uma realidade.
Masdar City que em árabe significa “cidade de recursos” está localizada em pleno deserto a
20km do centro da cidade e tem uma extensão de 6km². Esta localizada ao lado do Masdar
Instituto de Ciências e Tecnologia (MIST) e da Agência Internacional de Energias Renováveis
(IRENA). Sua principal característica é a sustentabilidade.
Figura 9. Masdar City. Fonte: www.masdar.ae acesso em 14/05/2016
35
A previsão de entrega da cidade inicialmente para 2016, foi adiada, e existem rumores que
estará totalmente pronta em 2030, isso devido a uma crise financeira que atingiu os Emirados
Arabes Unidos em 2008.
Também está previsto que a cidade ecológica tenha aproximadamente 52 mil habitantes e gere
40 mil empregos diretamente.
Lançada a dez anos, a eco-cidade foi um protótipo de cidade ecológica do futuro, para tanto seu
funcionamento será com energias renováveis, rede de transporte de baixa emissão de gás
carbono e um estratégia de “lixo zero”.
Ainda Segundo (LEITE, 2012, p.134) o uso de tecnologia de ponta para planejamento da cidade
é a base para alcançar estes resultados, destacando-se na geração de energia, na mobilidade e
nas construções, mas este alto desempenho da cidade é contrabalanceado principalmente pelo
auto custo do projeto e pela dificuldade das condições ambientais necessárias para a realização
deste projeto em Abu Dhabi.
Outro item de insustentabilidade urbana das grandes metrópoles é a mobilidade urbana.
Segundo (MOBILIDADE URBANA, 2015, p.37) o incentivo e a priorização ao uso de bicicletas e
outros meios de transporte não motorizados além do uso do transporte público são chavões no
debate de mobilidade pública sustentável. As principais dificuldades estão na concretização
destes projetos, embora existam dispositivos legais para estes transportes, é comum serem
expedidas algumas medidas contraditórias, como, por exemplo, o incentivo a compra de
automóveis como já citamos anteriormente, desqualificando a mobilidade sustentável.
Conscientizar a população, investir em um plano de transporte público de qualidade, a
construção de ciclovias, beneficia os meios urbanos em sua mobilidade, hoje grandes cidades
como São Paulo, possuem um trânsito caótico, e também como vimos, um alto índice de
emissão de gases poluentes. Este parceria entre poder público e população pode ser inserida
em um projeto de planejamento urbano mais amplo, o que facilitaria sua implementação, com a
finalidade de construção de um ambiente favorável ao investimento em médio e longo prazos,
resultaria na minimização dos impactos negativos sobre a sociedade e sobre o meio ambiente.
Segundo (BRIAN, 2008, p.61) a conservação da energia é uma das principais questões para a
sustentabilidade ambiental, onde a queima de combustíveis fósseis para a construção civil
representa metade de toda a energia consumida no mundo, podem ser citados itens como
36
aquecimento, iluminação e ventilação, estes itens exigem petróleo, gás ou carvão a serem
queimados na própria edificação ou em uma central energética.
A energia renovável pode ser usada como provável solução para este problema, a energia solar
é a principal fonte de energia renovável, a tecnologia fotovoltaica é uma opção, os painéis
fotovoltaicos não produzem emissões de nenhuma espécie, ainda com um custo auto a ser
compensado a longo prazo. Os ventos também podem gerar energia elétrica, a chamada energia
eólica, com a diminuição dos custos de instalação, já mostram-se viáveis na atualidade, uma das
principais preocupações deste modelo é não afetar as comunidades locais, uma vez que tanto
na terra quanto no mar oferecem riscos a aves migratórias.
Segundo (BRIAN, 2008, p.97) a atenção dada a conservação energética nos últimos anos deixou
as questões hídricas em segundo plano. A conservação dos recursos hídricos é tão importante
quanto os energéticos, sua escassez pode trazer problemas ainda maiores que os energéticos
uma vez que o impacto seria diretamente na saúde e produção de alimentos.
No mundo atual, uma em cada seis pessoas não tem acesso à água potável, quase
metade da população mundial carece de instalações sanitárias apropriadas em suas
residências e, a cada quinze segundos, uma criança morre devido a alguma doença
relacionada com a água. (BRIAN, 2008, p.97) .
A escassez na incidência de chuvas é outro grave problema, na atualidade o consumo de água
em uma unidade residencial é o maior da história e mesmo com campanhas na mídia o consumo
de água por habitante vem aumentando. Como já dito, a economia de água representa um
problema na mesma proporção que a economia de energia, os custos são um grande obstáculo
para equipamentos de captação e reuso e obras adicionais. Nas áreas urbanas dificilmente
encontram-se espaços para a construção de tanques de captação de águas fluviais, e a
possibilidade de captação em coberturas podem estar contaminadas demais pela poluição. No
entanto são muitas as opções de captação eficientes para edifícios, onde o consumo de água
pode ser reduzido com um bom projeto de gestão, a separação do reservatório de água potável
e não potável pode facilitar esta captação e ainda facilitar a reciclagem da água, as chamadas
águas cinzas.
As águas cinzas são aquelas derivadas dos chuveiros, lavatórios de banheiro,
banheiras, tanques, máquinas de lavar roupas e lavagem de automóveis, sejam de
uso doméstico ou comercial.
É recomendado que as águas cinzas tratadas sejam utilizadas prioritariamente na
irrigação e na lavagem de pisos e calçadas. Quando o sistema permitir o contato
37
humano com a água de reuso, a mesma deverá ser desinfetada com cloro ou por
meio de raios ultravioleta.(VIGGIANO, 2010, p.26).
Para resolver estas e outras questões obtendo resultados satisfatórios chegando a uma cidade
sustentável o poder público e a população devem estar equacionados com um planejamento
urbano eficiente, cooperação e conscientização.
O conceito de cidade sustentável reconhece que a cidade precisa atender aos
objetivos sociais, ambientais, políticos e culturais, bem como aos objetivos
econômicos e físicos de seus cidadãos. É um organismo dinâmico tão complexo
quanto a própria sociedade e suficientemente ágil para reagir com rapidez às suas
mudanças que, num cenário ideal, deveria operar em ciclo de vida contínuo, sem
desperdícios.(LEITE, 2012, p.135).
Atualmente os governos estão em constante busca por soluções relacionadas aos problemas
urbanos. Conhecidos alguns destes itens de insustentabilidade urbana da atualidade e a
realidade de um alto custo para se desenvolver uma cidade sustentável, sugerimos no próximo
capítulo o uso de Sistemas de Informação Geográfica como aliado para um planejamento urbano
sustentável.
38
“O modo como você reúne, administra e usa a informação determina se
vencerá ou perderá.”
Bill Gates
CAPÍTULO 2
SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA COMO FERRAMENTA DE TRABALHO
39
2.1 Evolução tecnológica
Em 1937 o professor de matemática aplicada Howard H. Aiken da Universidade de Harvard
desenvolve o projeto MARK 1, pesando cerca de 5 toneladas, o projeto resultaria em uma
parceria com a IBM dois anos mais tarde. Segundo (BRETON,1991, p.80) sua intenção seria
construir uma calculadora universal utilizando o princípio das máquinas de cartões perfurados,
sendo assim, a primeira calculadora controlada por um programa.
A evolução das grandes calculadoras para uma máquina com uma organização interna
radicalmente nova acontece quando o matemático John Von Neumann é convidado pelo tenente
H.H. Goldstine a conhecer o projeto ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) na
Moore School em 1944, a proposta de John Von Neumann era transformar estes modelos
calculadores em verdadeiros "cérebros eletrônicos", para tanto, sugeriu que as informações
fossem armazenadas na memória da máquina e que para isso fossem usados apenas números
zeros e uns e quando fosse necessário executar uma nova tarefa que buscasse a informação em
sua própria memória, quando chegou para conhecer o ENIAC o projeto já estava quase pronto,
então surge um outro projeto sob a sua consultoria para este novo conceito, o EDVAC
(Electronic Discrete Variable Automatic Computer).
Em (ALMEIDA, 2007, p.19) com o surgimento dos PCs no fim dos anos 1950 e início dos anos
1960 o computador começa a participar da representação da realidade urbana e a revolução
quantitativa, uma revolução científica destinada a introduzir rigor e qualidade em disciplinas
como Geografia, Ciências Políticas e História por meios quantitativos. Neste setor os primeiros
modelos computacionais estavam relacionados a necessidade de planejamento de transporte
das cidades americanas com seu elevado crescimento no contingente de veículos, gradualmente
seu uso evoluiu para outros problemas urbanos como distribuição espacial de empregos, uso do
solo e mobilidade residencial. Estes modelos computacionais apesar de trabalharem com o
espaço urbano em zonas, não eram dotados de resultados visuais, isto é neles só se obtinham
resultados numéricos, em resumo esses modelos da época permaneciam essencialmente não
espaciais, pois seus resultados não eram visualizados de uma forma espacial.
A criação e evolução destas máquinas, inicialmente desenvolvidas com interesses militares,
promovem a evolução dos computadores e sua comercialização, grandes empresas no ramo
foram surgindo e no final dos anos 60 a IBM já dominava este mercado crescente com 50% das
vendas.
40
16No final dos anos 1960 surge a internet, durante a Guerra Fria, o Departamento de Defesa
Americano em busca de um conjunto de comunicação militar entre seus diferentes centros,
buscava algo que fosse resistente a uma destruição parcial, provocada, por exemplo, por um
ataque nuclear, para tanto, o pesquisador Paul Baran, considerado um dos principais pioneiros
da internet, concebeu um conjunto que teria como base um sistema descentralizado, seu
objetivo seria uma rede tecida como uma teia de aranha em inglês web, na qual os dados se
movessem buscando a melhor trajetória possível, podendo “esperar” caso as vias estivessem
obstruídas. Essa nova tecnologia, também estudada por outros grupos de pesquisadores
americanos, foi chamada de “troca de pacotes” do inglês packet switching.
Nos anos 70 desenvolvia-se rapidamente a mini-informática, segundo (BRETON,1991, p.224)
em 1974 haviam 100.000 minicomputadores em atividade no mundo, um ano mais tarde esse
número já era de 190.000, destes dois terços estavam nos Estado Unidos. Esta evolução na
comercialização dos minicomputadores provoca um novo crescimento de empresas
especializadas nestas máquinas, surgem pequenas companhias, entre elas a está a Apple.
A evolução tecnológica permite que alguns países façam uso de Geoprocessamento em seus
projetos que envolvem o espaço geográfico, segundo (SILVA, 2001, p.8) os estudos sobre
Geoprocessamento e os Sistemas de Informação Geográfica tem uma história recente no Brasil,
iniciados em 1975, com esforços para o projeto Radambrasil, que tinha como objetivo
racionalizar a geração, o armazenamento, a recuperação e análise do enorme acervo de dados
ambientais gerados pelo projeto, entre eles, solo, vegetação, uso potencial da terra sobre todo o
território brasileiro. Neste projeto foi criada a divisão de informática e o Sistema de Informação
Geo-Ambiental (SIGA) em 1978, onde até 1981 a divisão produziu 41 programas totalmente
documentados os quais constituíam o corpo do SIGA que funcionava em computadores de
grande porte.
Ainda segundo (SILVA, 2001, p.9) a evolução do conhecimento dos SIGs no Brasil, teve um
grande impulso em 1982, com os esforços da Comissão Brasileira da União Geográfica
Internacional (UGI), denominada comissão de processamento de dados geográficos, começou a
promover reuniões periódicas nas instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE) despertando o interesse de pesquisadores do instituto pelo Geoprocessamento, iniciando
a disseminação dos SIGs, no qual teve o citado papel pioneiro a União Geográfica Internacional
16http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_nascimento_da_internet.html acesso em 4/12/2016
41
(UGI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), através do seu departamento de
geografia com apoio do núcleo de computação eletrônica.
Em (ALMEIDA, 2007, p.20) com os avanços da computação gráfica no final dos anos 1980, os
Sistemas de Informação Geográfica entram definitivamente no mercado voltados para estudos
ambientais e seu uso em massa tem início ao longo dos anos 1990, com o uso de camadas
(layers) para representar o ambiente, permitindo uma projeção geográfica, o armazenamento, a
manipulação, a visualização e a recuperação da informação. Recentemente os SIGs, tem
inovado suas aplicações, que abordam desde arqueologia, controle de tráfego, segurança
urbana até sociologia e saúde pública. Na atualidade um rol de temáticas urbanas tem sido
abordadas pelos SIGs. A seguir vamos conhecer um pouco mais sobre Sistema de Informação
Geográfica.
2.2 SIG: Estado da Arte
Ao procurar uma definição sobre Sistema de Informação Geográfica(SIG), tradução de
Geographic Information System(GIS), podemos encontrar diferentes conceitos, o seu
entendimento fica mais claro a partir do seu uso prático.
Segundo (FITZ, 2008, p.22) o SIG consiste em um sistema computacional que trabalha com um
número infinito de informações de cunho geográfico, como visto anteriormente, o
desenvolvimento dos SIGs deve-se a evolução computacional tanto hardware quanto software
que atualmente são extremamente rápidos e eficientes para resolver problemas de
quantificação. Com esta evolução é possível o uso maciço desta tecnologia principalmente por
órgãos públicos no planejamento urbano de suas cidades. A experiência com base de dados
georreferenciados é fundamental, ou seja, ter acesso e conhecimentos para manipular dados
reais do terreno associados a um sistema de coordenadas, caracterizados a um sistema de
latitude e longitude.
Ainda segundo (FITZ, 2008, p.79) os componentes de um SIG são: o hardware (plataforma
computacional), o software (sistemas), dados (informações resultantes de uma investigação) e
peopleware (profissionais e/ou usuários envolvidos).
Em (SCHUURMAN, 2004, p.16) os sistemas SIG tem um grande alcance na vida cotidiana das
pessoas, para os operadores destes sistemas são oferecidos maneiras de converter dados de
tabelas em informações de localização ilustradas em mapas. Os mapas gerados pelo SIG
poderão ajudar muito na tomada de decisões em órgãos governamentais, empresas, grupos
42
comunitários, universidades entre outros. O potencial destes sistemas excede muito os seus
usuários, seus resultados podem afetar a vida de milhões de pessoas.
Se faz importante o entendimento correto de quando um sistema pode ser enquadrado como um
SIG, (FITZ, 2008, p.24) caracteriza estes sistemas associados aos SIGs e muitas vezes
confundidos com ele, estão entre eles:
Sistemas CAD (Computer Aided Design) , são sistemas que armazenam dados espaciais como
entidades gráficas, são excepcionalmente precisos em projetos de arquitetura e engenharia, em
razão de sua funcionalidade são muito usados para digitalizar cartas topográficas.
Sistemas CAM (Computer Aided Mapping), são sistemas que fazem a produção de mapas
utilizando layers ou camadas de entidades geográficas georreferenciadas. Podem ser
considerados uma sofisticação do CAD no uso da cartografia mas ainda sem as possibilidades
oferecidas por um sistema SIG.
Sistemas AM/FM (Automated Mapping/Facility Management), são baseados em sistemas CAD,
mas menos precisos e detalhados que sistemas CAM, são eficientes no armazenamento e na
análise de dados para a produção de relatórios.
Estes sistemas citados acima possuem aplicabilidade específica, já um SIG possui aplicações e
funções mais complexas o que os diferencia em uma categoria especial.
Na aplicação de sistema SIG um de seus processos é o Geoprocessamento, segundo (MOURA,
2003, p.8) o significado de Geoprocessamento surge do sentido de processamento de dados
georreferenciados, ou seja, implantar um processo que traga progresso, associando esse ato a
uma nova maneira de olhar o espaço, ganhar conhecimento resultando em informação.
17Uma outra definição sobre geoprocessamento seria um conjunto de técnicas computacionais
que opera sobre uma base de dados georreferenciados para transformar em informação.
18Assim como Sistema de Posicionamento Global(GPS) e o Sensoriamento Remoto(SR) o
Geoprocessamento configura-se como um Sistemas de Informação Geográfica(SIG), que
permitem coleta, gestão, análise e representação automatizada de dados georreferenciados,
resumindo permitem o armazenamento e a análise de dados.
17
http://www.ufrrj.br/lga/tiagomarino/artigos/oqueegeoprocessamento.pdf acesso em 20/01/2017 18 http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/sistema-informacoes-geograficas-sig.htm acesso em 15/01/2017
43
Como acontece no Sensoriamento Remoto(SR), Cartografia Digital(CD) e no Sistema de
Posicionamento Global(GPS), o Geoprocessamento, em sua composição estão algumas
geotecnologias, segundo (FITZ, 2008, p.11) as geotecnologias podem ser entendidas como
novas tecnologias ligadas a geociências que resultam em avanços significativos no
desenvolvimento de pesquisas, planejamento, gestão entre outros aspectos relacionados ao
espaço geográfico. Como acontece nesta pesquisa, a interdisciplinaridade está no trabalho
conjunto de equipes formadas por profissionais de formação diferenciada, equipes
multidisciplinares com objetivo comum.
Para um melhor entendimento, vejamos de uma forma gráfica:
Geoprocessamento
SIG Sensoriamento Remoto
Sistema de Posicionamento Global Geotecnologias
Cartografia Digital
Segundo (SILVA, 2001, p.7) o processamento eletrônico de dados geográficos é um campo de
atividade recente, os SIGs constituem uma estrutura de interface entre geografia, processamento
de dados e comunicação, sendo um estrutura merecedora da atenção de geógrafos e
informatas, despertando a atenção dos vários profissionais que necessitam trabalhar com dados
territoriais.
Na essência do tema, como todas as demais áreas do conhecimento, a Geografia experimentou
diversos caminhos para se construir como ciência. Um dos direcionamentos percebidos teve por
base a necessidade de transformação das técnicas de pesquisa vinculadas aos avanços
científico-tecnológicos ocorridos ao longo dos tempos.(FITZ, 2008, p.13).
O termo Geografia que, no latim é geographia, vem do grego gewgrafia, que é o
somatório de gh – terra e grafia - grafia, ou seja, a grafia, a representação da Terra.
Vem também dos gregos o pensamento geográfico sistematizado, objetivando a
localização dos lugares, ainda muito ligada a matemática e à geometria. Já o sufixo
“processamento”, de Geoprocessamento, vem do processo, que é do latim
processus, que significa “andar avante”, “progresso”. Os vocábulos latinos processus
44
e progressus têm o mesmo significado, que é “andar avante”, “avançar”.(MOURA,
2003, p.8).
Segundo (SILVA, 2001, p.7) a Geografia é uma ciência antiga e seu corpo de conceitos
desenvolvido é amplo e complexo, entre seus exemplos de conceitos estão: região, paisagem e
ambiente.
Segundo (FITZ, 2008, p.26) a muito tempo os geógrafos fazem uso de sobreposição de mapas
para a obtenção de produtos derivados usando transparências, na atualidade estes profissionais
podem fazer uso do mouse e teclado, o que explica a popularização desta forma de uso dos
softwares SIGs para análise, onde técnicas de Geoprocessamento podem ser usadas nas mais
diversas áreas.
O uso de geotecnologia por parte de equipes interdisciplinares é uma realidade
inquestionável. Possivelmente, os avanços tecnológicos que proporcionam facilidade
de uso, rapidez e consistência de resultados tenham sido responsáveis pela difusão
e evolução desses sistemas.(FITZ, 2008, p.26).
Com já dito antes, os SIGs, em (FITZ, 2008, p.24) podem ser usados como apoio ao
planejamento urbano, além de permitirem a análise geográfica de uma determinada região ainda
é possível acrescentar dados externos, como por exemplo, informações sócio-econômicas, por
este motivo os SIGs estão se tornando a principal ferramenta para planejamento urbano da
atualidade, seu sucesso se deve principalmente a sua transdiciplinaridade.
Os SIGs estão em constante evolução no tratamento de seus dados cartográficos e
alfanuméricos, buscam trabalhar com as relações espaciais com o objetivo de tratar cenários,
sendo possível fazer simulações baseadas em possibilidades futuras ou condições pré
estabelecidas.
Existem muitos softwares associados a SIG no mercado, entre eles podemos citar: ArcGIS,
Mapinfo, GEOMEDIA, GRASS, gvSIG, MapWindow, QGIS, SPRING, SAGA GIS, iSmart,
TerraView, Transcad, VisualSIG, entre outros.
Segundo (MOURA, 2003, p.17) os SIGs ao trabalharem com relações espaciais tentam evoluir
do descritivo para um prognóstico, ou seja, em um local onde descrevem elementos ou fatos
traçam cenários, fazem simulações através de tendências observadas ou julgamento de
condições estabelecidas.
45
Como o objetivo deste trabalho é o planejamento urbano sustentável através de tecnologia,
vamos usar SIG com Geoprocessamento, uma vez que permite, por exemplo, a definição física e
análise quantitativa de elementos sócio-econômicos dentro de uma escala de valores
estabelecida. Como já vimos, os SIGs tem se tornado o principal instrumento de planejamento
urbano, pois possibilita um retrato fiel de sua complexidade e uma análise interdisciplinar nas
mais diferentes áreas de atuação.
Em (FITZ, 2008, p.25) os SIGs quando aplicados geram produtos que estão associados ao
espaço físico, sendo possível trabalhar com fenômenos climáticos, humanos, sociais,
econômicos, entre outros. Após mapear a região fornece subsídios para futuras tomadas de
decisões consistentes possuindo assim aplicações incontáveis. Os SIGs podem ser muito úteis
quando usados para realizar o planejamento de uma região, sendo ela urbana ou rural, em
questões de gestão, monitoramento, manejo de informações. Importante lembrar que, uma
produção eficiente de um SIG depende do seu vínculo a um banco de dados. Podemos
exemplificar as seguintes aplicações em um planejamento urbano:
• Mapeamento atualizado do município;
• Zoneamento ambiental, socioeconômico, turístico, entre muitos outros;
• Monitoramento de áreas de risco;
• Monitoramento de áreas de proteção ambiental;
• Estruturas de redes de energia, água e esgoto;
• Adequação tarifária de impostos;
• Estudos de modelagem e expansão urbana;
• Controle de ocupações e construções irregulares;
• Análise dos meios de transporte.
Figura 10. Camadas de informações. Fonte: Paulo Roberto Fitz, 2008, p.85.
46
Segundo (FITZ, 2008, p.92) os SIGs possuem funções de recuperação de dados para consultar
as informações armazenadas nos seus respectivos bancos de dados, esta consulta é realizada
por meio de atributos específicos localizados nas tabelas que formam o BD. Este processo
consiste em recuperar os dados existentes por meio de interferências realizadas via monitor,
desta maneira informações de um mapa conectado a um BD podem ser recuperadas com um
clicar de mouse. Por exemplo, a população de uma região, sua renda per capita e outras
informações que estejam armazenadas em um banco de dados podem ser facilmente
recuperadas e apresentadas ao operador. Alguns softwares disponíveis no mercado oferecem
parâmetros para que sejam realizadas estas consultas no banco de dados, o que simplifica a
consulta e permite agregar informações específicas de uma região, as respostas derivadas
deverão ser representadas de forma gráfica ou textual para um entendimento universal do
resultado obtido. Os SIGs ainda permitem a inclusão de títulos, legendas, texto complementares,
símbolos, entre muitas outras opções.
Para iniciar os trabalhos se faz necessária a introdução de dados, (FITZ, 2008, p.56) esta etapa
acontece com a aquisição de produtos de Sensoriamento Remoto(SR), confecção de planilhas
de dados, uso de Sistemas de Posicionamento por Satélite e ainda por processos de
digitalização e vetorização. Esta importação de dados pode ser feita por programas que não
possuem a mesma precisão de um SIG, neste caso é necessário o georreferenciamento de
dados espaciais ou seja um ajuste destes dados.
O banco de dados onde estão armazenados os dados de um SIG são gerenciados por um
conjunto de softwares denominado SGDB (Sistema Gerenciador de Banco de Dados).
O gerenciamento de dados em um SIG compreende, portanto, todas as fases de
desenvolvimento de um SGDB, desde sua concepção inicial até o seu uso prático. O
SGDB pode ser considerado como o “cérebro” do sistema, respondendo por todas as
conexões realizadas.(FITZ, 2008, p.81).
Para realizar o georreferenciamento de uma imagem, o SGDB possui coordenadas relativas as
SIG, podendo assim ter correspondência com a imagem digital inserida, para isso, devemos
realizar os procedimentos:
• Separar um mapa da mesma área que será a base da nova imagem;
• Abrir a imagem de estudo em um SIG;
• Escolher de três até dez pontos(mais indicado) de controle na imagem, onde alguns
poderão ser descartados em caso de erro de leitura;
47
• Estabelecer o relacionamento dos pontos de controle entre as imagens, onde serão
coordenadas híbridas do mapa não georreferenciado e coordenadas conhecidas da
imagem de referência;
• Através de uma ferramenta do software SIG usado realizar o reposicionamento da
imagem com os parâmetros da imagem de referência.
Os dados geográficos em um SIG são armazenados em um banco de dados relacional, este BD
é chamado de geodatabase. Com vantagens como controle de versão e centralizar os dados de
um SIG, pode ser criado em dois tipos, o geodatabase pessoal, que usa o Microsoft Access com
tamanho máximo de 2GB e o geodatabase multiusuários que utiliza um SGDB como Oracle ou
SQL Server e com tamanho ilimitado.
As consultas ao BD são realizadas através de código SQL(Structured Query Language)
traduzindo, Linguagem de Consulta Estruturada, segundo (WILSON, 2008, p.116) SQL consiste
em uma linguagem de gerenciamento de dados que atua nos principais bancos de dados
baseados no modelo relacional, onde o próprio usuário especifica em suas linhas de comando o
resultado desejado para a busca no banco de dados. O conjunto de linhas de código são
chamadas, do Inglês, query. Abaixo exemplifico com uma query de estrutura simples:
Os SIGs podem contribuir para novos conceitos e técnicas de trabalho existentes no mercado, o
termo “Urbótica” presente em instalações urbanas que se encontram automatizadas, já é
aperfeiçoado com uso de tecnologia para desenho da cidade, visando benefícios como eficiência
no consumo de energia, controle de emissão de gases, segurança entre outros fatores que
podem ajudar a melhorar os serviços oferecidos para a população. Consequentemente o
planejamento urbano através de Sistemas de Informação Geográfica contribui para o conceito de
Select
Informações armazenadas nas colunas das tabelas que serão apresentadas no resultado
From
Tabelas consultadas
Where (opcional)
Condições envolvendo uma ou mais tabelas para que sejam apresentados os resultado da consulta
Order by (opcional)
Ordem de apresentação dos resultados
48
SmartCity, meios urbanos com serviços aperfeiçoados que estejam em harmonia com os pilares
do desenvolvimento sustentável proporcionando o bem estar da população em geral.
O uso de sistemas SIG, também contribui para uma nova metodologia de trabalho para
planejamento urbano, já é discutida como um novo paradigma denominado City Information
Modeling(CIM), visto como uma versão do conceito Building Information Modeling (BIM) que é
voltada para o trabalho do arquiteto projetista, o CIM está voltado para o trabalho com o espaço
urbano, onde através do uso destas técnicas é possível planejar e monitorar o meio urbano, o
objetivo seria aproximar o trabalho de um arquiteto projetista e o trabalho de um arquiteto
planejador urbano, hoje separados não apenas por tratarem de objetos diferentes mas pela
natureza intrínseca de suas atividades.
Como já visto ao longo deste capítulo, (FITZ, 2008, p.140) as geotecnologias possuem uma
dinamicidade e aplicabilidade permitindo o engajamento de profissionais de variadas áreas em
trabalhos interdisciplinares, os resultados oferecidos por estas tecnologias nos direcionam para
um processo de tomada de decisões, especialmente quando tratamos de planejamento de uma
área geográfica. Este processo decisório consiste no desencadeamento das ações realizadas
em um estudo, plano ou projeto que vão exigir escolhas entre opções ofertadas. Estas decisões
podem ser tomadas baseadas em outras decisões já tomadas anteriormente no decorrer do
processo ou até baseadas em conclusões finais, sendo estas questões vinculadas a concepção
dos decisores, pessoas estas que participam do processo decisório com real inteligência sobre
ele.
O software SIG selecionado para esta pesquisa foi o ArcGIS. O motivo de sua escolha é ser
requisito obrigatório para o uso da ferramenta de planejamento urbano sustentável Envision
Tomorrow que será descrita no próximo capítulo.
2.3 ArcGIS
19Consiste em um software de Sistema de Informação Geográfica produzido pela empresa
americana ESRI(Environmental Systems Research Institute), que desenvolve ferramentas
baseadas em padrões para realização de análise espacial, armazenamento, manipulação,
mapeamento e processamento de dados geográficos.
O ArcGIS possui os seguintes módulos:
19
https://unibhgeografia.files.wordpress.com/2011/04/apostila-arcgis-prof-patricia.pdf acesso em 27/11/2016
49
ArcMap: Área principal de trabalho do ArcGIS, onde são manipuladas informações geográficas e
dados adicionais, possibilitando análise espacial detalhada.
ArcToolBox: Ferramentas de extensão do ArcMap que permitem ações mais complexas com
dados geográficos, como por exemplo, um recorte parcial de um mapa.
ArcCatalog: Destinado ao gerenciamento dos dados e arquivos, fundamental para manipulação
dos arquivos envolvidos no projeto e pela conexão destes arquivos no produto final.
ArcReader: Visualizar arquivos desenvolvidos no ArcMap.
ArcScene: Permite criar dados geográficos em 3D, além de vídeos e animações.
ArcGlobe: Possível navegar no globo terrestre em 3D.
O ArcGIS possui os seguintes formatos de arquivos:
Shapefile(SHP): consistem em um arquivo vetorial, com polígono, linha e ponto. Este tipo de
arquivo está sempre acompanhado de dois arquivos o DBF(banco de dados) e SHX(responsável
pela ligação entre o SHP e o DBF).
GRID, JPG, TIFF, MRSID: consiste em um arquivo raster(veremos o significado a seguir), pode
ser uma imagem de satélite, fotografia aérea ou carta topográfica.
LAYER: consiste em um arquivo de extensão “lyr”, armazena especificações como
sombreamento de cor, rótulos, fonte, cor, entre outros para a apresentação em outros conjuntos
de dados, tem como característica estar vinculado ao arquivo de dados.
BASE DE DADOS: o geodatabase (mdb ou gdb), consiste em dados geográficos de vários tipos,
os mais comuns são feições, imagens e dados tabulares.
TABELA: tabela de atributos, mais comum no formato DBF.
MXD: tipo do arquivo que armazena o mapa, permitindo visualizar todos os dados trabalhados
em uma determinada sessão, contendo instruções dos dados trabalhados em uma pasta
específica.
TIN: consiste em um modelo de superfície baseado em um vetor representando a superfície
geográfica com triângulos contíguos não sobrepostos, os vértices de cada triangulo possuem
valores X, Y, Z.
50
Em ArcGIS os dados geográficos são organizados por semelhança temática e acompanham
uma tabela de atributos correspondente aos dados descritivos do arquivo. Os dados espaciais
possuem dois tipos: Vetorial e Raster que são modos de representar o espaço por meio de
estruturas geométricas.
No formato Vetorial, os dados geográficos são representados por pontos, linhas e polígonos.
Pontos: Armazenado por um par de coordenadas(X, Y), podem ser localidades, sedes, escolas,
aeroportos, etc.
Linhas: Armazenadas por dois pares de coordenadas(X, Y);(X, Y). Podem ser drenagem,
ferrovias, rodovias, etc.
Polígonos: São sucessivos pontos e linhas, a coordenada do primeiro ponto coincide com a
coordenada do último ponto. São representados por divisões político-administrativas como
países, estados, municípios, etc.
No formato Raster, as informações são armazenadas por matrizes, possuem um determinado
valor, onde o tamanho determina o nível de detalhamento da informação. Podemos exemplificar
com imagens de satélite, fotografias aéreas, cartas topográficas, etc. Uma imagem Raster é
possível ser georreferenciada no ArcMap, termo este já explicado neste capítulo.
ArcGIS possui uma grande quantidade de ferramentas em seu menu para interação com os
mapas, além disso, em um uso mais avançado conta com um ambiente para o uso da linguagem
de programação Python, que consiste em uma linguagem de programação de alto nível,
orientada a objetos, que permite interação com os mapas através de suas linhas de código.
A seguir vamos conhecer o software Envision Tomorrow, voltado ao planejamento urbano
sustentável, seu uso se faz a partir das ferramentas do ArcGIS.
52
3.1 Escolhendo o ET como objeto de estudo
Envision Tomorrow foi originalmente desenvolvido pela Fregonese Associates de Portland,
Oregon, Estados Unidos, que atualmente são usuários, desenvolvedores e inovadores da
ferramenta. As melhorias recentes na ferramenta são o resultado de uma parceria com o
Metropolitan Research Center(MRC) da Universidade de Utah, Salt Lake City, Utah, Estados
Unidos. Essas melhorias consistem em ferramentas adicionais de análise e indicadores de
cenários desenvolvidos e incorporados ao software original com o objetivo de desenvolver
comunidades sustentáveis.
Os motivos da escolha do software Envision Tomorrow como objeto de estudo desta pesquisa
foram, em primeiro, o projeto de planejamento urbano Planning and Participation que conta com
uma parceria entre a Universidade São Judas Tadeu(USJT), São Paulo, Brasil e a The University
of Texas at Austin(UT), Austin, Estados Unidos. A UT faz uso do software em seu laboratório de
arquitetura e urbanismo. Outros motivos que incentivaram esta pesquisa foram a facilidade em
adquirir gratuitamente o software através de download no 20site oficial, aquisição do seu
respectivo 21manual do usuário no site da UT, além do suporte oferecido pela equipe da
Fregonese Associates, onde atenderam nossas dúvidas prontamente em contatos feitos via e-
mail. ET ainda conta com uma grande quantidade de recursos oferecidos para um planejamento
urbano sustentável.
Para concluir a escolha do software Envision Tomorrow como objeto de estudo, analisamos
outras ferramentas existentes no mercado, encontramos algumas ferramentas que citaremos no
quadro abaixo:
Software Descrição
Cityzoom Desenvolvido pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul(UFRGS), consiste em um sistema
de suporte a decisão para planejamento urbano.
Ele prove um ambiente onde diferentes modelos de
performance podem operar interativamente com o
objetivo de otimizar o processo de planejamento
20
http://envisiontomorrow.org/downloads/ acesso em 10/03/2016 21
http://scss.soa.utexas.edu/home acesso em 01/04/2017
53
urbano. Cada um desses modelos corresponde a
um módulo que o implementa no ambiente
computacional.
(fonte:http://www.cityzoom.com.br/informacoes.html
acesso em:26/09/2016)
Petgyn Software para planejamento do tráfego urbano
desenvolvido pelos Institutos de Informática (INF),
de Matemática e Estatística (IME) e de Ciências e
Tecnologia (ICT) da Universidade Federal de Goiás
(UFG). (fonte:https://www.ufg.br/n/88762-lancado-software-
para-planejamento-do-trafego-urbano acesso em 26/09/2016)
Spring Software desenvolvido pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI) com objetivo de
construir um sistema de informação geográfica
para aplicações em Agricultura, Floresta, Gestão
Ambiental, Geografia, Geologia, Planejamento
Urbano e Regional que seja acessível para a
comunidade brasileira e rápido aprendizado.
(fonte:http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-
tecnologia/2014/10/software-do-inpe-atinge-marca-de-200-
mil-usuarios acesso em 26/09/2016)
VICOM Desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro(UFRJ), o VICOM(Vigilância e Controle),
permite consultar em um banco de dados
informações sobre patrimônio histórico, o objetivo é
facilitar o julgamento dos processos de intervenção
no patrimônio histórico(MOURA,2003).
GEOWEB Desenvolvido pela equipe de Geoprocessamento
da Prefeitura Municipal de Vitória(PMV) consiste
em uma plataforma GIS on-line que permite a
prefeitura inserir informações georeferenciadas na
visão espacial da cidade.
(http://geoweb.vitoria.es.gov.br/ acesso em 01/11/2016).
3.2 Envision Tomorrow: Estado da Arte
22O planejamento do meio urbano
desafiador. Responder a estes
sociais, econômicas, físicas e ambientais
sobre opções de política de uma comunidade, como
comunitários ou até investimentos em
Envision Tomorrow é um conjunto
sustentável que pode ser usado para analisar a viabilidade de desenvolvimento de uma
determinada região. É possível ainda refinar planos de transporte,
outras questões regionais complexas
desejável e alcançável.
Figura 11. Logotipo do software
Envision Tomorrow está sendo usado e em constante desenvolvimento há mais de 10 anos.
últimos três anos, a funcionalidade e os indicadores disponíveis no ET foram
de pesquisa e desenvolvimento financiados por uma série de concessões regionais de
planejamento de comunidades sustentáveis.
estabeleceu Envision Tomorrow como uma plataforma nacional para o planejamento de cen
e uma plataforma de código aberto com o objetivo de continuar a inovar e evoluir.
Envision Tomorrow é uma ferramenta que funciona em um
Informação Geográfica(SIG),
permite aos usuários conduzir
os impactos de determinadas tomadas
cinco diferentes cenários futuros.
22
http://envisiontomorrow.org/et-intro/
Envision Tomorrow: Estado da Arte
O planejamento do meio urbano para o futuro de nossas cidades torna-se cada vez mais
Responder a estes novos desafios, muitas vezes requer antecipar
conômicas, físicas e ambientais, com isso se fazem necessárias tomadas de decisões
sobre opções de política de uma comunidade, como, por exemplo, a aplicação de
investimentos em infra-estrutura.
é um conjunto inovador de ferramentas para planejamento urbano e regional
que pode ser usado para analisar a viabilidade de desenvolvimento de uma
determinada região. É possível ainda refinar planos de transporte, emissão de
outras questões regionais complexas permitindo assim uma visão compartilhada de um futuro
software Envision Tomorrow. Fonte: envisiontomorrow.org acesso em 17/03/2016
está sendo usado e em constante desenvolvimento há mais de 10 anos.
últimos três anos, a funcionalidade e os indicadores disponíveis no ET foram ampliados
pesquisa e desenvolvimento financiados por uma série de concessões regionais de
planejamento de comunidades sustentáveis. A crescente comunidade nacional de usuários
estabeleceu Envision Tomorrow como uma plataforma nacional para o planejamento de cen
e uma plataforma de código aberto com o objetivo de continuar a inovar e evoluir.
Envision Tomorrow é uma ferramenta que funciona em um software associado a
, mais especificamente o ArcGIS, em sua ferramenta ArcMa
permite aos usuários conduzirem análises de cenário, suas próprias prioridades, e compreender
determinadas tomadas de decisões. Em um mesmo projeto é possível analisar
cenários futuros. As medidas de comparações de cenários incluem
intro/ acesso em 10/04/2017
54
se cada vez mais
futuras condições
se fazem necessárias tomadas de decisões
por exemplo, a aplicação de serviços
planejamento urbano e regional
que pode ser usado para analisar a viabilidade de desenvolvimento de uma
gases poluentes e
uma visão compartilhada de um futuro
acesso em 17/03/2016
está sendo usado e em constante desenvolvimento há mais de 10 anos. Nos
ampliados por meio
pesquisa e desenvolvimento financiados por uma série de concessões regionais de
A crescente comunidade nacional de usuários,
estabeleceu Envision Tomorrow como uma plataforma nacional para o planejamento de cenários
e uma plataforma de código aberto com o objetivo de continuar a inovar e evoluir.
associado a Sistema de
sua ferramenta ArcMap, que
análises de cenário, suas próprias prioridades, e compreender
Em um mesmo projeto é possível analisar
As medidas de comparações de cenários incluem um grande
55
número de indicadores que estão relacionados ao uso da terra, habitação, demografia,
crescimento econômico, viabilidade de desenvolvimento, impactos fiscais, transporte, fatores
ambientais e qualidade de vida. A sua ferramenta de pintura de cenários, permite aos usuários
"pintar" cenários de desenvolvimento futuro alternativo na paisagem e comparar os resultados
dos cenários nas planilhas do Excel em tempo real.
Entre seus componentes básicos estão duas planilhas do Microsoft Excel chamadas de
Prototype Builder e a Scenario Spreadsheet que estão relacionadas com cenários espaciais no
ArcGIS, o principal objetivo é apresentar as saídas de cada cenário de maneira abrangente e
visual.
23Está em desenvolvimento uma versão do ET que pode ser acessada através de um navegador
web chamada de Envision Tomorrow on-line. O objetivo de implantar o Envision Tomorrow na
web é permitir que os usuários ampliem o acesso ao desenvolvimento de cenários além das
pessoas com acesso e conhecimento dos produtos de desktop, como o software
ArcGIS. Pessoas familiarizadas com o Google Maps possuem habilidade técnica necessária
para projetar um cenário. A versão baseada na web é executada no ArcServer 10.x. Envision
Tomorrow on-line ainda conta com medidores dos pilares do desenvolvimento sustentável que
indicam de forma visual na tela o quanto o seu cenário está em harmonia com o conceito de
desenvolvimento sustentável.
Envision Tomorrow já está em uso pelos municípios, governos regionais, e organizações
privadas nos Estados Unidos. A região de Chicago usa a ferramenta para realizar estudos sobre
habitação, Baton Rouge, Louisiana está analisando cenários de crescimento futuro, enquanto em
Portland, Oregon, o governo regional está refinando sua capacidade de testar as políticas de uso
do solo e transporte.
O Planejamento de cenário é uma metodologia única para qualquer cidade se preparar melhor
para o futuro, oferece poderosas ferramentas analíticas para estimar potenciais planos e
estratégias para satisfazer as necessidades locais e regionais de grande importância e dadas
diferentes suposições sobre o futuro ou presente. O planejamento de cenário fornece uma
maneira de avaliar como as cidades estão preparadas para lidar com novas questões e
possíveis mudanças, como, por exemplo, o aumento dos custos de energia ou até mudanças
demográficas.
23
http://envisiontomorrow.org/et-online/ acesso em 12/01/2017
56
As razões para fazer um planejamento de cenários são inúmeras, no entanto, o principal
benefício são as informações sobre as condições futuras, o que contribui na tomada de
decisões. Envision Tomorrow possui ferramentas poderosas para estimar os efeitos prováveis de
padrões de crescimento e desenvolvimento ao longo dos próximos 20 a 25 anos. As informações
destas ferramentas podem ajudar os governos locais a avaliarem seus planos existentes e os
prováveis resultados da implementação desses planos, ajudando a identificar problemas ou
necessidades, os pontos vulneráveis que precisam ser melhorados para assegurar a população
que estarão em uma situação sustentável no futuro.
O mundo está mudando rapidamente em vários aspectos, as mudanças climáticas, o
desenvolvimento tecnológico e os padrões da economia. Estas são as forças que afetarão as
cidades. Nós temos um grande desafio pela frente e o planejamento de cenários permites aos
órgãos públicos e seus decisores uma forma de avaliar em que caminho estamos seguindo,
como ele cruza com as novas tendências e mudanças, e como estaremos preparado para lidar
com estes novos fatores.
O uso específico do Envision Tomorrow vai depender de cada cidade, quais os desafios estão
presentes e quais os resultados desejados. Com já dito, os temas abordados pelo software
podem variar, como transporte, medição de emissão de gases, circulação do tráfego, estratégias
de desenvolvimento econômico, qualidade do ar, habitação entre outros.
Outra vantagem é que o planejamento por cenário é útil, tanto a nível regional quanto a nível
local, permitindo que as cidades em suas áreas metropolitanas e rurais trabalhem juntas
considerando as questões regionais de interesse comum. O diálogo entre as jurisdições locais
sobre seus objetivos e visões fornece um olhar abrangente mostrando aos órgãos públicos onde
estão de comum acordo e onde seus objetivos são conflitantes. O planejamento de cenários
ajuda os governos locais e a sociedade entenderem os impactos locais e regionais de tomada
de decisões, proporcionando uma oportunidade para o diálogo regional sobre questões de
interesse comum, para melhor coordenar as decisões de planejamento local.
Um fator interessante do software é sua capacidade de relacionar o padrão de
ocupação(edifício) com seu impacto na geração do sistema urbano, a contribuição do ET na
produção do sistema urbano pela sua governança. A figura abaixo faz uma ilustração deste
processo.
Figura 12. O processo de planejamento de cenário usando o Envision Tomorrow
acesso em 16/04/2016.
Não existe um tamanho definido
consideração que quanto maior o cenário mais dados serão necessários para o
geoprocessamento. Embora as etapas de planejamento são apresentadas de forma linear,
podem serem executadas em uma ordem diferente,
etapas em um processo iterativo. Os planejadores são encorajados a inovar e adaptar estas
recomendações para ajustar as suas condições locais.
O uso do Envision Tomorrow pode ser divido e
Etapa 1 – Criar uma planilha planejando o seu cenário
Inicialmente devemos identificar as questões mais im
estudo, depois define-se o âmbito geográfico
potencial, na sequência podemos começar a preparar a estratégia de desenvolvimento público.
Etapa 1 – Criar uma
planilha planejando o seu
cenário
Etapa 2 – Criar critérios de
avaliação
Etapa 3 – Configurar o
planejamento do seu
cenário
. O processo de planejamento de cenário usando o Envision Tomorrow. Fonte: envisiontomorrow.org
definido para o cenário a ser planejado, apenas deve
consideração que quanto maior o cenário mais dados serão necessários para o
. Embora as etapas de planejamento são apresentadas de forma linear,
s em uma ordem diferente, omitir alguns passos, ou até repetir algumas
etapas em um processo iterativo. Os planejadores são encorajados a inovar e adaptar estas
recomendações para ajustar as suas condições locais.
O uso do Envision Tomorrow pode ser divido em etapas, a seguir vamos enumerá
Criar uma planilha planejando o seu cenário
Inicialmente devemos identificar as questões mais importantes para o planejamento da
se o âmbito geográfico, as fontes de liderança e de fina
ncia podemos começar a preparar a estratégia de desenvolvimento público.
Etapa 4 – Criar um modelo
referência baseado nas
condições atuais
Etapa 5 – Envolver a
comunidade e partes
interessadas
Etapa 6 – Experimentar e
aprender: Planejamento de
cenários
Etapa 7
cenários
interessadas
dados finais
Etapa 8
Etapa 9
plano de
57
onte: envisiontomorrow.org
, apenas deve-se levar em
consideração que quanto maior o cenário mais dados serão necessários para o
. Embora as etapas de planejamento são apresentadas de forma linear,
omitir alguns passos, ou até repetir algumas
etapas em um processo iterativo. Os planejadores são encorajados a inovar e adaptar estas
vamos enumerá-las.
portantes para o planejamento da área de
as fontes de liderança e de financiamento em
ncia podemos começar a preparar a estratégia de desenvolvimento público.
7 – Apresentar os
cenários para as partes
interessadas e obter
finais
– Criar visão final
9 – Desenvolver um
de implementação
58
Um elemento chave da planilha será desenvolver um conjunto de princípios orientadores, eles
vão ajudar a priorizar os critérios de avaliação que serão usados para analisar o cenário no
decorrer do processo.
Etapa 2 – Criar critérios de avaliação
Esta etapa consiste em definir os resultados que você deseja medir para comparar
objetivamente os futuros possíveis. Normalmente os critérios de avaliação devem estar
relacionados com os objetivos da comunidade e com os planos já existentes. Estes critérios
também podem tratar de objetivos ou questões comunitárias novas ou emergentes, como saúde
pública, transporte ou até consumo de energia. Use critérios de avaliação para comunicar
benefícios, impactos e compensações de diferentes opções políticas e investimentos dentro de
cada cenário alternativo.
Etapa 3 – Configurar o planejamento do seu cenário
Envolve a coleta de dados e desenvolvimento de “blocos de construção”. Podemos trabalhar
com dados existentes ou fazer uma nova coleta de dados se necessária. Os chamados “blocos
de construção” usados pelo Envision Tomorrow para desenvolver um cenário, descrevem os
diferentes usos da terra, fazendo previsões futuras dentro de uma área de planejamento. Cada
bloco de construção é composto por uma mistura diferentes tipologias em parceria com a
finalidade de desenvolvimento, exemplificando, a quantidade de área dedicada a ruas, parques e
áreas civis. Estes blocos de construção ainda representam lugares que as pessoas já estão
familiarizadas, tais como ruas principais, centros da cidade e bairros residenciais.
Nesta etapa será necessário preparar os seus dados SIG. Será necessário coletar dados,
através de arquivos e criar camadas que serão combinadas, esta pintura das misturas de
camadas vai resultar em um efeito visual, por exemplo, áreas edificadas, áreas ambientais entre
as mais variadas opções.
Nesta etapa será fundamental a instalação do Envision Tomorrow, como já vimos neste capítulo,
o software pode ser adquirido no seu site oficial. É importante lembrar que antes da sua
instalação o usuário deve ter instalado o software ArcGIS, uma vez que o Envision Tomorrow
funciona através de uma de suas ferramentas.
A coleta de informações brasileiras pode ser realizada em sites de órgãos públicos, como, por
exemplo, IBGE, GEOSAMPA, entre outros.
59
Etapa 4 – Criar um modelo referência baseado nas condições atuais.
A melhor maneira de as partes interessadas e órgãos públicos tomarem decisões sobre o futuro
é entender onde eles estão hoje e qual sua perspectiva para o futuro. Esta etapa consiste em
documentar as condições existentes e, na sequencia, estimar os prováveis resultados dos
planos futuros e as tendências do desenvolvimento. Os resultados desta análise vão ajudar os
envolvidos a identificarem os problemas e determinar se os planos em curso irão atender as
necessidades futuras da comunidade, como, por exemplo, itens relacionados a número de
unidades habitacionais, consumo de energia, quantidade regional de empregos, uso de
automóveis entre outros. Esta análise também pode ser útil para fornecer parâmetros de
referência para a construção e comparação de cenários futuros alternativos equilibrados, uma
avaliação de vários anos de dados pode ser útil para determinar as tendências de crescimento.
Etapa 5 – Envolver a comunidade e partes interessadas
Envolver o público, partes interessadas e órgãos públicos em uma discussão sobre as diferentes
opções para o futuro da região. Trata-se de uma discussão clara sobre a análise da etapa
anterior e identificar questões e preocupações relevantes, fazer votações se necessário, com o
objetivo de rever as principais questões e testa-las nos cenários alternativos, será um momento
em que a pesquisa será compartilhada com a comunidade e as partes interessadas,
identificando onde estamos hoje e para onde vamos no futuro, onde devemos concentrar os
principais esforços e se existe alguma área fora das mudanças. Vamos discutir as avaliações de
viabilidade de desenvolvimento de etapas anteriores com o objetivo de fornecer um bom
contexto para o que será possível fazer em médio e curto prazo.
Digitalizar estes resultados em um arquivo para o ArcGIS analisando e criando novos cenários,
organizar as informações coletadas, preparar resultados e compartilhar este cenários com o
público.
Etapa 6 – Experimentar e aprender: Planejamento de cenários
Esta etapa consiste em criar cenários alternativos para experimentação.Serão realizados
diferentes tipos de combinações envolvendo o uso do solo, sistemas de transporte, serviços de
trânsito entre outros, visando o desenvolvimento futuro, algumas vezes até sugerindo a utilização
de modos alternativos, Envision Tomorrow então é usado para apresentar possíveis soluções
para estes cenários indicando a viabilidade do desenvolvimento sugerido.
60
Os cenários são avaliados por uma ampla gama de indicadores, nesta avaliação as opções de
cenários da área possuem os temas identificados no processo de planejamento, objetivos
políticos, acessibilidade, eficiência de transporte, qualidade do ar, etc.
Etapa 7 – Apresentar os cenários para as partes interessadas e obter dados finais
Nesta etapa o público é novamente envolvido, a comunidade terá a oportunidade de rever os
resultados da avaliação dos cenários alternativos, expor suas opiniões e preferências e
identificar políticas ou ações que considerem adequadas na realização de objetivos
comunitários. Este debate público será utilizado, juntamente com resultados da avaliações de
cenários alternativos, para refinar as alternativas e informar o desenvolvimento de um cenário
preferido, ou então usar alguns processos de diferentes cenários para resultar em um conjunto
de estratégias preferidas, estas contribuições serão reunidas. Uma dica importante, é manter a
discussão visual, ou seja, usar imagens em vez de texto, use simulações de fotografias ou
mapas de visão simplificada, desta maneira vamos chegar a uma estratégia em comum acordo.
Etapa 8 – Criar visão final
Criaremos uma narrativa que explique a visão final para a área de estudo, incluindo mapas,
imagens e indicadores de avaliação. O cenário escolhido ou conjunto de estratégias selecionada
devem capturar a visão da sociedade, esta visão pode ser comunicada em um mapa, este
documento de visão ilustrativa captura as metas comunitárias expressas durante o processo de
planejamento e descreve os resultados esperados com base no cenário preferido ou estratégia
selecionada. Esta visão se move através da análise detalhada dos cenários em conceito geral e
descrições de lugares e resultados.
Etapa 9 – Desenvolver um plano de implementação
Medidas apropriadas para tornar o projeto em realidade vão depender do cenário escolhido ou
das estratégias selecionadas. Embora o cenário preferido deva identificar as alterações da área,
o plano de execução deve apresentar e priorizar as ações possíveis para mover a área do
planejamento para o projeto desejado. O plano de execução deve também incluir um conjunto de
primeiras medidas com o objetivo de implementar o projeto.
Além de uma descrição clara dos programas e melhorias recomendadas, o plano de
implementação deve identificar as responsabilidades de liderança e fontes potenciais de
financiamento, produzindo assim uma melhor definição e clareza no projeto. O custo do projeto,
61
tanto de fontes públicas e investimento privado, devem ser levados em consideração nesta
etapa. O plano de implementação deve considerar fontes de financiamento, prazos e estratégias
de investimento e desenvolver um plano de coordenação intergovernamental que envolve as
entidades locais e regionais, conforme necessário. A estratégia de comunicação e um plano de
educação pública também devem ser incluídos no plano de execução para garantir o
envolvimento do público regional em futuros esforços de planejamento. Questões políticas ou
ações que precisam de mais estudo devem ser identificadas e documentadas.
Envision Tomorrow e os serviços urbanos
Crescentes pesquisas indicam que as pessoas pagam mais para ter acesso a facilidades
urbanas, por exemplo, casas localizadas perto de parques são geralmente mais valiosas.
Parques, escolas, pequenos varejos e locais de trânsito fluente são algumas comodidades que
enriquecem a experiência urbana. Ao replanejar uma área é muito importante levar em
consideração o investimento público e privado, e se bem aplicados podem mudar a conveniência
de uma área. Um pacote de comodidades urbanas podem aumentar a conveniência de uma
região e aquecer seu setor imobiliário. Definir prioridades de benefícios pode ser algo um pouco
complicado, calçadas, árvores nas ruas, parques, trânsito fluente, mas como definir qual terá
mais impacto? O replanejamento urbano usando Envision Tomorrow sugere que fazer um pacote
de serviços eficientes pode ter resultados melhores que solucionar problemas individuais.
Um fator que pode contribuir para o planejamento de cenário é a média de renda da população
da área a ser replanejada, esta informação pode contribuir com a viabilidade dos projetos
sugeridos para aquela área, quando se usa o Envision Tomorrow para modelar estes cenários,
os usuários devem criar uma variedade de protótipos de construção, onde cada um deles inclui
suposições sobre rendas realizáveis, dependendo do nível de renda serão definidos se os
determinados tipos de projetos de desenvolvimento são viáveis em curto e médio prazo
orientando os planejadores, os órgãos públicos e outras partes interessadas.
Um dos primeiros passos para um exercício de planejamento de cenário é entender o mercado
atual. Uma vez que a pesquisa de mercado está completa, o planejador terá indicadores se os
investimentos públicos e privados estão de acordo na região estudada. Por exemplo, supondo
que um pesquisador identifica que os atuais valores de alugueis residenciais estão em média
R$1 por metro quadrado e em paralelo estão sendo finalizados projetos no zoneamento desta
mesma área para permitir mais intensidade, fazendo investimento em árvores nas ruas,
melhorias no trânsito da região, assim o planejador pode seguramente assumir que as
62
mudanças no zoneamento e as novas comodidades urbanas, podem atrair uma população para
esta área de renda maior, entre 10% e 20%, isso irá refletir nos valores dos protótipos de
construção ET, onde o valor do m² será agora de R$1,10 a R$1,20. Mesmo aparentemente
pequeno o aumento, isso em grandes escalas podem trazer rentabilidade para a região,
considere o seguinte: se um apartamento em um edifício tem 40m² de área, um aumento no
aluguel de R$1 para R$1.20 por m² resultará para o locatário 20% de aumento no valor de seu
aluguel.
Ferramentas de Análise
Estes serviços urbanos citados e outros serão avaliados pelas ferramentas de análise do ET. A
seguir vamos conhecer algumas destas ferramentas.
O cérebro do funcionamento do ET está nas suas planilhas Excel, o usuário pode modificar
suposições, criar novas hipóteses e até mesmo adicionar novos indicadores, uma vez que, as
planilhas são abertas para realizar alterações, isto também facilita a criação de novas
ferramentas para o ET. Como já vimos neste capítulo, ET possui planilhas base interligadas, a
Scenario Spreadsheet(Planilha Cenário), a Prototype Builder(Protótipo de Construção) e os
modelos modulares individuais que podem ser vinculados dinamicamente à Planilha do Cenário,
como o Modelo de Impacto Fiscal e os Modelos de Viagem.
A ferramenta principal é a “Planilha Cenário”, ela possui a maioria dos elementos de cálculo e
por meio do ET fica vinculada ao geodatabase no ArcGIS.
Envision Tomorrow funciona como uma ferramenta de extensão para o ArcGIS, assim é
responsável por estabelecer uma conexão dinâmica com a Planilha de Cenário, onde de forma
interativa o usuário “pinta” o mapa no ArcGIS e as informações sobre a quantidade de área que
o usuário “pintou” são enviadas imediatamente para a Planilha de Cenário, o que, por sua vez,
resulta em mudanças nos gráficos dos indicadores.
O “Protótipo de Construção” consiste em um ambiente planejador do modelo de investimento,
semelhante aos modelos que desenvolvedores usam para avaliar a viabilidade financeira de
projetos, é uma parte integrante do processo de planejamento de cenários do Envision
Tomorrow. A ferramenta é utilizada para criar a construção da biblioteca que será usada na
pintura do cenário ou seja uma visão gráfica em cores do planejamento do cenário, esta planilha
ainda tem utilidade significativa como ferramenta independente de análise.
63
Figura 13. Esquema de Funcionamento do ET. Fonte: http://envisiontomorrow.org/how-envision-works-1/ acesso em
13/04/2017
O Prototype Builder também é usado para analisar a viabilidade de tipos de construção no
mercado, ele auxilia os planejadores a determinarem se os códigos de zoneamento e
desenvolvimento vão realmente resultar os dados de desenvolvimento desejados considerando
as condições atuais e futuras do mercado. Ele também pode ser usado para identificar como as
várias mudanças políticas afetam a viabilidade das tipologias de construção e quanto de
financiamento será necessário para estabelecer os tipos de desenvolvimento desejados,
podendo incluir subsídios diretos para projetos individuais como investimentos em equipamentos
públicos que tendem a aumentar rendas médias em uma comunidade a abrir novas
oportunidades de desenvolvimento.
64
Figura 14. Planilha Prototype Builder. Fonte: http://envisiontomorrow.org/enhanced-roi/ acesso em: 16/01/2017
O Prototype Builder permite aos usuários “construir” edifícios virtuais alterando dados
físicos(altura, tamanho da unidade, requisitos de estacionamento, etc.) e financeiros(custo do
terreno, as rendas médias, os custos de estacionamento, etc.) para avaliar o retorno sobre o
investimento nos mais diferentes tipos de construção, os parâmetros são introduzidos em uma
planilha experimental para determinar o retorno de um desenvolvedor de forma hipotética sobre
o investimento em um projeto de ferramentas de otimização, tais como empréstimos, subsídios e
créditos fiscais que podem ser adicionados para avaliar o impacto dessas ferramentas no retorno
de um projeto sobre o investimento. O impacto do investimento de utilidade pública também
pode ser usado para alterar os parâmetros de entrada com a finalidade de determinar o efeito
sobre a viabilidade do projeto relacionado a rendas médias mais elevadas.
As inserções de dados a nível genérico podem ser pré-carregadas para muitas das variáveis do
Prototype Builder, o refinamento local e a pesquisa devem acontecer no início do processo de
planejamento de cenários, recursos on-line podem ser úteis, além disso, entrevistas com
especialistas nas industrias de desenvolvimento e nos setores de gestão imobiliária e de crédito
podem ser muito importantes para a verificação dos dados da pesquisa de mercado. Podemos
exemplificar entradas físicas: nome do edifício(torná-lo específico), dimensões do lote, altura,
usos de construção, tamanhos médios das unidades, metro quadrado por funcionários(edifício
comercial), requisitos de estacionamento, configuração de estacionamento, eficiência de espaço
de estacionamento. Exemplificando entradas financeiras: custos de construção de uso da terra,
65
custo do terreno, aluguéis residenciais e comerciais, preço de vendas residenciais, custos de
construção de estacionamento.
Envision Tomorrow também possui a ferramenta de “Infra-Estrutura Verde”, que é uma
alternativa a infra-estrutura convencional “Cinza” onde usamos jardins para remover poluentes
de escoamento das águas fluviais, quantificando muitos do benefícios desta infra-estrutura em
um edifício de um cenário projetado pelo ET.
O modelo “Candidato de Redesenvolvimento” é uma ferramenta que permite aos usuários
identificar quais as parcelas em uma área de estudo são mais ou menos prováveis para a
reconstrução. Este assistente do ET possui dois métodos de análise e um mapeamento de
remodelação.
A ferramenta “Localização de Eficiência” é projetada para consumir uma série de fatores
relacionados com a forma urbana, demografia e mercado imobiliário. Antes de fazer uma análise
em pequena escala, muitas vezes é interessante estudar áreas maiores com análises
multicritério. Uma análise com um ângulo maior, com trânsito, escolas, delegacias,
supermercados, pode mostrar uma abordagem de pontuação composta que considera múltiplos
fatores podendo ajudar a construir uma análise robusta e transparente.
Usado para identificar áreas com desequilíbrio entre moradia, emprego, renda familiar e salário
do trabalhador, a ferramenta “Modelo Habitação e Força de Trabalho” mostra o impacto desse
desequilíbrio, sendo um precursor para o equilíbrio trabalho-trabalhador e o equilíbrio entre
salário e renda. O saldo de salário e renda indica que o salário anual dos residentes é
semelhante aos salários pagos por trabalhos na mesma área de atuação.
O modelo de “Habitação Equilibrada” é usado para analisar a oferta de habitação existente em
uma comunidade. Esta ferramenta também é usada para realizar uma análise da capacidade do
potencial de desenvolvimento e uma previsão futura relacionada a renda, usando essas
informações, o aplicativo é usado para criar uma série de recomendações estratégicas de
políticas futuras com uma oferta de habitação sustentável e equilibrada juntamente com objetivos
específicos que podem ser usados para determinar o futuro progresso de uma comunidade na
implementação do plano.
Envision Tomorrow através de suas ferramentas de “Acompanhamento de Viajem” analisa o
transporte e o tempo de viajem. Através da colaboração de Reid Ewing, um dos pesquisadores
de transporte mais importante dos EUA, ET inclui três ferramentas separadas para avaliar o
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comportamento da viajem atual e futura. Cada ferramenta difere em sua metodologia e escala de
aplicação.
O objetivo da ferramenta de “Impacto Fiscal” é considerar mudanças de curto e longo prazo em
receitas e gastos associados a dos serviços municipais, proteção ambiental, desenvolvimento
econômico, transporte e infra-estrutura.
As ferramentas acima citadas possuem, em sua composição, indicadores de cenário, a seguir,
vamos entender os indicadores de cenário abordados pelo ET.
O que são indicadores de cenário?
Indicadores de cenário são ferramentas muito úteis para a criação e avaliação de cenários, e no
futuro, para monitorar e avaliar o desempenho de uma planejamento urbano. Os Indicadores são
as saídas de critérios de avaliação criados no início do processo de planejamento de um cenário,
geralmente refletem os princípios orientados, bem como as metas comunitárias anteriormente
estabelecidas. Os indicadores podem estar relacionados com metas ou questões comunitárias
novas ou emergentes, como trânsito, custo de habitação, qualidade do ar. Indicadores do tipo de
referência são aqueles que incluem impactos fiscais, viabilidade financeira, o equilíbrio do
emprego, transporte, uso de recursos naturais e outros relacionados a sustentabilidade.
Envision Tomorrow testa e refina os cenários alternativos e, em seguida, com base nos
indicadores compara e avalia estes cenários. Os indicadores permitem que os usuários do ET
relacionem os resultados a metas da comunidade e outros princípios orientadores, como
comunicar os benefícios, impactos ambientais e questões relacionadas a políticas e
investimentos. Na prática, esta abordagem não só permite que o público visualize o futuro da sua
região, mas como os planos finais criados usando o processo de planejamento ET irão resultar
em um cenário com um painel de indicadores permitindo um monitoramento durante o seu
progresso e fazendo ajustes ao longo de sua execução. A seguir vamos contextualizar estes
indicadores.
“Acres urbanizados” é um indicador da quantidade de terra desenvolvida em cada cenário,
podem ser incluídos no cenário os totais de acres já urbanizados ou novos acres a serem
urbanizados, dividindo assim o cenário em acres incrementais e terrenos baldios em uma
urbanização de redesenvolvimento. O número de acres urbanizados transmite uma ideia da
quantidade de terra desenvolvida em cada cenário. Esta unidade de medida não é usada no
Brasil, podendo ser substituída na “Planilha Cenário” por hectare.
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Cada cenário inclui um mapa mostrando a localização do novo desenvolvimento, a camada
cenário é codificada com a oferta existente, área plantada, terra edificada, apresentando as
áreas desenvolvidas e o que está vago. Envision Tomorrow através destes dados SIG rastreia
automaticamente a quantidade de terrenos baldios e apresenta uma sugestão de cenário
desenvolvido. Para apresentar acres urbanizados totais em um cenário, a sugestão de novos
acres desenvolvidos são adicionadas aos acres já desenvolvidos e apresentados em um ano
base, podendo ser relatado como acres urbanizados totais ou acres urbanizados incrementais.
O indicador “Redesenvolvimento” indica o desenvolvimento de novas habitações e edifícios
através da reciclagem da terra que já passou por algum desenvolvimento, apresenta partes mais
antigas da região que estão atraindo novas moradias e investimentos, locais que já tiveram
algum tipo de desenvolvimento apresentam percentuais elevados de crescimento de
redesenvolvimento.
Envision Tomorrow através de dados SIG rastreia automaticamente áreas desenvolvidas que
estão vagas, estas áreas são “pintadas” no mapa pelo usuário, o programa monitora a
quantidade de desenvolvimento na área e as classifica como “desenvolvida” ao contrário de
vaga. Um cálculo matemático é feito envolvendo o número de acres reconstruídos para cada tipo
de desenvolvimento, este cálculo também envolve número de famílias e trabalhadores por acre
reconstruído para obter novas famílias e trabalhadores em terreno urbanizado.
“Custo da nova infra-estrutura”, diferentes tipos de desenvolvimento podem ter diferentes
impactos sobre o custo da infra-estrutura local. Este indicador mede o custo da infra-estrutura
local adicional para apoiar os novos desenvolvimentos. Geralmente é mais rentável construir
ruas, sistema de fornecimento de água e linhas de esgoto quando o desenvolvimento local é
mais denso, ou seja com a construção de novas casas ou edifícios para que os custos sejam
recuperados, locais de redesenvolvimento tem um custo ainda menor, onde a infra-estrutura
existente pode ser usada, mesmo quando precisa de algum reparo se torna mais barato quando
comparado a novos sistemas de fornecimento de água e esgoto. As estimativas de custos neste
indicador incluem estradas locais, água, esgoto, calçadas e bueiros.
Em cada tipo de desenvolvimento estão previstos em certos comprimentos, sistemas de esgoto,
água, pavimentação de ruas, os acres para cada tipo de comprimentos foram multiplicados pelo
comprimento da infra-estrutura necessária para determinar os pés lineares em cada um dos
cenários. Só o desenvolvimento em terrenos baldios é considerado, devido à grande variação
dos custos de infra-estrutura para a reconstrução. Em seguida, os pés lineares vagos são
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multiplicados por um custo de construção da infra-estrutura prevista média por pé para obter os
custos totais da infra-estrutura, neste custo estão incluídas estradas locais, água, esgoto,
calçadas e bueiros. Em locais rurais os custo da infra-estrutura muitas vezes possui um cálculo
inferior devido a falta de esgoto, água, calçadas e bueiros.
“Construindo receita local”, adicionando novas moradias e postos de trabalho a uma
comunidade traz receita fiscal adicional que pode ser usada para novas infra-estruturas e
serviços de apoio a novos moradores e aos já existentes. Diferentes cenários podem produzir
diferentes quantidade de receitas fiscais devido aos valores de diferentes tipos de construção
local. O valor do edificado pode determinar o montante das receitas fiscais previsto, incluindo
impostos de propriedade, impostos sobre vendas e receitas em locais de comércio.
Edifícios possuem um custo de desenvolvimento, uma vez construído este custo é considerado
como um valor a ser acrescentado pela comunidade, o imposto sobre a propriedade pode ser
avaliado como um percentual do valor do novo edificado, a receita também é estimada com base
no valor de um novo desenvolvimento, por exemplo, o imposto sobre vendas é estimado
aplicando a média de vendas por pé quadrado para a metragem quadrada de varejo resultando
na percentagem de imposto sobre vendas locais.
“Demanda de habitação”, Envision Tomorrow inclui em seus cenários detalhes sobre o custo
das tipologias, assim pode facilmente estimar o número e tipos de unidades habitacionais de
uma comunidade e seu respectivo custo. Os cenários possuem uma gama de tipos de
habitações podendo ser comparados, identificando o perfil de um cenário de encontro às
necessidades habitacionais da população da região estudada.
Os tipos de desenvolvimento incluem informações detalhadas sobre o tamanho das unidades e
seu custo uma vez que cada um deles é composto de tipos de edifícios criados usando um
formato padrão. O tamanho, o custo e a média da renda da população local são saídas
automáticas de cada cenário. Os valores das unidades são relacionados aos rendimentos
familiares necessários para pagar as unidades. Este perfil de alojamento cenário pode então ser
comparado com o “futuro mix de habitação ideal” com base nos níveis de renda projetada de
futuros moradores. Isso permite que o usuário possa avaliar o nível das habitações e possíveis
incompatibilidades em um determinado cenário. A pontuação é atribuída a cada cenário, quando
um cenário atinge a pontuação 100 mostra que o cenário combinava exatamente com as
necessidades habitacionais da população da região.
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O indicador “Mix de habitação” informa se o tipo de habitação é individual, familiar ou multi-
familiar medindo assim os tipos de habitação, bem como a densidade típica de novos tipos de
habitação usando um subconjunto de dados sobre o assunto, muitas vezes, uma rápida visão
quando um estudo mais completo não se faz necessário.
Cada cenário contém uma combinação diferente de tipos de desenvolvimento, cada tipo de
desenvolvimento é definido como uma determinada mistura de tipos de construção, portanto,
cada tipo de desenvolvimento contém uma certa mistura de moradias uni-familiares e multi-
familiares. O número de acres de cada tipo de desenvolvimento em cada cenário foram
multiplicados pelos modelos em cada tipo de desenvolvimento para avançar com o número de
novos modelos em cada cenário.
“Espaços de estacionamento e custos”, estacionamentos utilizam áreas significativas para
sua construção, estimativas da quantidade e custos dos estacionamentos em cada cenário
podem ajudar os municípios a entender qual o seu impacto no cenário, além disso, a estimativa
de estacionamento dentro de uma área de desenvolvimento pode ser útil para os municípios que
querem oferecer estacionamentos públicos.
Os tipos de desenvolvimentos incluem tipos de construção que tem associados estacionamentos
barracas, suas áreas e seus custos. Os estacionamentos barracas, suas áreas e seus custos
estão disponíveis como saída automática para cada um dos cenários. Os usuários podem usar a
função subárea no Envision Tomorrow para fazer a contagem e ter informações de custos mais
específicos.
“Equilíbrio entre local dos empregos e local da habitação”, a proporção de empregos para
as famílias nas várias subáreas dentro de uma região ou cidade pode ser um indicador
importante da saúde de uma região. Se existe um grande déficit entre emprego e habitação em
um ou mais subáreas , então um grande desequilíbrio irá ocorrer, colocando pressão sobre o
sistema de transporte e aumentando os custos deste sistema, a proporção de postos de
trabalhos relacionados a habitações resultam em um jogo onde o indicador deve medir pessoa e
seu destino.
Envision Tomorrow rastreia automaticamente o equilíbrio dos empregos existentes e novos com
a oferta de habitação dentro do cenário. Os usuários podem fazer um estudo mais detalhado em
determinadas subáreas, cidades ou bairros para avaliar equilíbrio entre empregos e habitação.
70
“Distribuição dos tipos de emprego em um cenário”, a distribuição do campo de trabalho é
outro indicador dos mais variados padrões em diferentes tipos de cenários. A distribuição dos
tipos de emprego em uma região vai depender do padrão de uso da terra. Informações sobre os
tipos de emprego também são importantes para estimar a carga fiscal local.
O tipo de desenvolvimento de uma região está diretamente ligada ao tipo do seu edificado,
incluindo os modelos comerciais. Quando o usuário seleciona tipos de desenvolvimento em uma
área o número associado de novos pés quadrados por tipo de emprego são automaticamente
rastreados pelo Envision Tomorrow, a distribuição da metragem quadrada pode ser analisada
em conjunto de subáreas usando a função “resumir” do ArcGIS.
O Indicador “Densidade regional” consiste na medida do número de pessoas, unidades
habitacionais e empregos por acre urbanizado ou milha quadrada em um cenário. Semelhante
ao indicador “Acres urbanizados”, “Densidade regional” prevê um indicador geral de densidade,
isto é, por vezes, uma comparação com as cidades existentes oferecendo resultados totais ou
incrementais.
Densidade Regional é medido pela divisão do número de pessoas, unidades habitacionais e
postos de trabalho pelo número de acres urbanizados em cada cenário. A área cultivada
urbanizada e contagem da população são automaticamente rastreados pelo Envision Tomorrow.
“Conectividade” é um indicador de como o sistema de ruas é conectado. Um sistema de ruas
bem planejado reduz o trajeto das viagens de automóveis e o seu congestionamento, uma vez
que, são maiores as ofertas de trajetos disponíveis, além disso, um sistema de ruas mais
eficiente permite ao usuário ter disponível rotas menores para o seu destino, incentivando outros
modelos de viagem, como, por exemplo, caminhadas e ciclismo.
Cada tipo de desenvolvimento possui tamanhos de ruas caracterizadas por uma média definida
pelo usuário que resultam em uma medição da densidade, esta medida é calculada no SIG e
incluída na camada cenário. Os tipos de desenvolvimento são atribuídos a esta densidade com
base no tamanho médio das ruas, as áreas que não são selecionadas no cenário em colorido
terão suas características atuais mantidas.
“Parques Urbanos”, a existência de parques urbanos podem contribuir muito para a qualidade
de vida dos moradores de uma região. Ótimos para o lazer e para a prática de esportes ajudam
a preservar a natureza ainda mais se puderem ser acessados sem o uso de um automóvel, são
um verdadeiro refúgio do meio urbano. Uma boa maneira de comparar a quantidade de parques
71
de várias áreas é medir a área cultivada do parque por uma determinada quantidade de
habitantes.
Cada cenário contém uma combinação diferente de tipos de desenvolvimento, cada um destes
tipos possui uma determinada quantidade de parques relacionada a uma percentagem da área
total. O número de acres de cada tipo de desenvolvimento de cada cenário é multiplicado pela
percentagem de parques em cada modelo para determinar o novo número de parques urbanos
dentro do cenário, os parques existentes devem ser identificados para o cálculo, a comparação
com outras áreas urbanas também é valida para estimar uma perspectiva.
“Perda de terras agrícolas e áreas de pastagem”, estes dois indicadores medem a perda de
agricultura e pastagem para o desenvolvimento, especialistas dizem que a manutenção destes
usos do solo nas proximidades é importante por várias razões, já outros dizem que há uma
abundância de terras agrícolas e não devemos nos preocupar com sua perda.
Independentemente disso, uma vez que é subdividida e desenvolvida, ela está perdida como um
recurso produtor e cultural. Essas terras também executam algumas funções de espaço aberto,
proporcionando habitat para algumas espécies e alívio da sensação de clausura encontrada em
áreas urbanas.
A perda de terras agrícolas e pastos é calculado resumindo os acres de novos desenvolvimentos
em terras devolutas ou seja terras que são públicas sem destinação e não pertencem a
patrimônio particular que se enquadram dentro das classificações agrícolas e pastagens de
cobertura da terra, esta metodologia pode ser aplicada a uma variedade de terras importantes,
tais como terras ambientalmente sensíveis.
“Superfície Impermeável”, superfícies impermeáveis podem ter um impacto negativo sobre a
saúde dos cursos da água de uma região, em vez de imersão e filtragem através do solo, a água
da chuva escorre lavando muitas substâncias poluentes, além disso, o aumento de escoamento
deste tipo de superfície também aumenta o volume de escoamento e a velocidade a que a água
é fornecida para as correntes, o que resulta em fluxos de pico mais elevados, isto pode ser
mitigado por melhores práticas de desenvolvimento.
Cada protótipo de edifício contém superfícies impermeáveis e espaços de estacionamento, além
disso, cada tipo de desenvolvimento contém este tipo de superfície nas suas ruas e áreas de
utilização cívica. Estes elementos estão automaticamente resumidos em uma percentagem de
cobertura de superfície impermeável para cada tipo de desenvolvimento. O número de novos
72
acres de superfície impermeável é calculada automaticamente através da aplicação deste
percentual a área plantada recentemente desenvolvida em um determinado cenário, isto é
combinado com a camada de superfície estanque para avaliar a superfície impermeável total
entre cenários, os resultados podem facilmente serem exportados para uso em outros modelos,
tais como modelos de águas fluviais.
“Recarga de Aquíferos”, o uso de coberturas impermeáveis pode ter impactos diferentes
dependendo da sua aplicação, por exemplo, aumentar a cobertura impermeável em uma zona
de recarga do aquífero pode afetar diretamente a capacidade deste aquífero, bem como a
qualidade da distribuição da água na superfície, quando ocorre o aumento de áreas
impermeáveis próximas a bacias hidrográficas gera efeitos adversos já conhecidos, devido a isso
Envision Tomorrow pode ser configurado para comunicar a cobertura em um ou mais polígonos
dentro do cenário.
Os mais variados tipos de edifícios possuem algum tipo de superfície impermeável somados aos
seus parques de estacionamento, além disso, em cada tipo de desenvolvimento possui este tipo
de superfície em suas ruas e calçadas, estes elementos são automaticamente resumidos em
uma porcentagem de cobertura de superfícies impermeáveis. O acompanhamento das áreas
impermeáveis pode ser alcançado rapidamente com um atributo exclusivo na camada cenário de
zonas de aquífero usando a função subárea dentro do Envision Tomorrow.
“Uso de energia dos edifícios” este indicador mede a energia usada para aquecimento,
refrigeração, aquecimento de água e iluminação, bem como o uso geral de energia
elétrica(computadores, eletrodomésticos, etc). O uso deste indicador pode ser dispendioso tanto
em termos de orçamentos domésticos ou de impacto ambiental, por isso é útil para comparar a
eficiência energética dos edifícios em cada cenário, isto é medido em termos da quantidade de
energia consumida por agregado familiar ou funcionário no período de um ano.
Pesquisas relacionadas ao consumo de energia normalmente são realizadas pelos órgãos
responsáveis, a média regional é ponderada para cada tipo de desenvolvimento baseado no
quadrado doméstico ou discriminadas por tipo de emprego como escritórios e indústrias. Estes
pressupostos, tanto para habitação quanto para emprego são aplicados automaticamente no
cenário para avaliação, o usuário é capaz de alterar facilmente os pressupostos para melhor
calibrar resultados para sua localidade.
73
“Emissões de Carbono”, o dióxido de carbono é um dos principais contribuintes para as
mudanças climáticas globais e muitas cidades estão buscando reduzir suas emissões de
carbono a longo prazo. Para determinar o impacto da emissão de dióxido de carbono de edifícios
em um cenário, podemos medir a quantidade de emissões por agregado familiar ou funcionário
anualmente. A quantidade de dióxido de carbono produzido depende das fontes de energia
utilizadas para sistemas elétricos de aquecimento. O carvão emite mais dióxido de carbono por
unidade de energia do que o gás natural, enquanto a energia eólica e solar não emitem dióxido
de carbono.
A Administração de Informação de Energia dos EUA fornece valores para toneladas de dióxido
de carbono emitido por milhão de BTUs de consumo de energia para cada fonte de
energia(carvão, gás propano, gás natural, etc.). A mistura de locais de fonte de energia é
utilizada para determinar o valor local para emissões de dióxido de carbono, que é então
aplicada aos números de uso de energia do edifício. O usuário é capaz de alterar facilmente os
pressupostos para melhor calibrar os resultados para sua localidade.
“Consumo de água interno”, o consumo de água tem um impacto importante tanto
financeiramente quanto ambientalmente. Contas de água podem tornar-se uma grande
proporção de despesas de consumo das famílias e o seu consumo em excesso pode colocar
uma pressão sobre o abastecimento de água, especialmente em regiões com escassez de
chuvas, o consumo de água interna por parte das famílias ou funcionários de uma empresa é,
portanto, medida chave para a sustentabilidade.
As médias nacionais para o consumo de água por agregado e por tipo de habitação ou por
empregado e por tipo de empresa são usados para calcular uma média geral para cada cenário,
o usuário é capaz de alterar facilmente os pressupostos para melhor calibrar os resultados em
sua localidade.
“Consumo de água para paisagismo”, um dos principais motores da utilização de água pelas
famílias é a necessidade de jardas de água para áreas ajardinadas.
A medida padrão para a quantidade de água necessária por pé quadrado de área paisagística é
aplicado à quantidade calculada de paisagismo em cada cenário para determinar o consumo
total de água para este uso. O usuário pode definir premissas máximas da área regada e ajustar
a quantidade de água acumulada usada, o consumo de água para paisagismo resultante é
calculado automaticamente para cada cenário.
74
“Produção de resíduos sólidos”, resíduos sólidos como lixo orgânico, material reciclável e
resíduos de jardim exigem infra-estrutura e energia para a transmissão e eliminação. A redução
destes resíduos do agregado familiar e de empresas contribui para os custos municipais.
As médias nacionais dos EUA para a produção de resíduos sólidos por agregado, por tipo de
habitação, por empregado e por tipo de emprego são usados para calcular uma média geral para
cada cenário. A produção de resíduos sólidos resultante é calculado para cada um dos cenários
automaticamente. O usuário é capaz de alterar facilmente os pressupostos para melhor calibrar
resultados para sua localidade.
“Produção de águas residuais”, sistemas de infra-estrutura pública dispendiosos são
obrigados a recolher, armazenar e tratar as águas residuais. Sistemas de esgoto podem ser
sobrecarregados por sistemas de produção e tratamento de águas residuais excessivas podendo
ser muito caro a construção de novos sistemas ou atualizar os existentes. A redução da
produção de águas residuais pode ajudar nos custos municipais e domésticos.
As médias nacionais para a produção de águas residuais por agregado, por tipo de habitação,
por empregado e por tipo de emprego são usados para calcular uma média geral para cada
cenário. O usuário é capaz de alterar facilmente os pressupostos para melhor calibrar resultados
para sua localidade, a produção de águas residuais é calculado automaticamente para cada
cenário.
“Equilíbrio de Habitação” este indicador é usado para analisar a oferta de habitação existente
em uma comunidade, ele também é usado para realizar uma análise da capacidade do potencial
de desenvolvimento e fazer previsões futuras por faixa etária e renda. Usando estas
informações, o indicador é usado para criar uma série de recomendações estratégicas de
políticas para a oferta futura de habitação sustentável e equilibrada, juntamente com objetivos
específicos que podem ser usados para determinar o futuro progresso de uma comunidade na
implementação do plano.
Informações de pesquisas realizadas são usadas para analisar a oferta de habitação existente e
demografia da comunidade. Dados SIG de zoneamento local são usados para determinar a
capacidade de habitações existentes, o que se traduz em categorias de renda com base nos
custos. As previsões demográficas são usadas para prever o crescimento do agregado familiar
por categoria e renda. A capacidade de habitação é então comparada com futuras famílias para
determinar onde existem divergências, os cenários podem ser avaliados em como o seu mix de
75
habitação combina com as necessidades futuras. As recomendações políticas são informadas
por pesquisas de preferência de uso doméstico e objetivos da comunidade.
“Consumo de energia dos edifícios”, este indicador é usado para determinar o consumo total
de energia de edifícios em diferentes cenários, isso ajuda os planejadores a avaliarem os
impactos do consumo de energia nos mais diferentes padrões de desenvolvimento com o
objetivo de reduzir ou retardar o crescimento do consumo de energia em uma região.
Informações de habitações, agregado familiar e fatores climáticos são usados para modelar o
consumo de energia para cada cenário, modelos diferentes são usados para edifícios comerciais
e residenciais. O uso de energia é composto de aquecimento, refrigeração, entre outros,
calculados separadamente e depois somados.
3.3 Requisitos básicos e instalação
Para realizar a instalação da versão desktop do software Envision Tomorrow se faz necessário
estar instalado no computador o software ArcGIS. O software possui licença de funcionamento e
tem um custo para compra, no site do fabricante, a empresa americana ESRI, é possível realizar
um cadastro e fazer uso do software por sessenta dias gratuitamente em uma versão para
estudantes. Após a instalação do ArcGIS, devemos acessar o site do ET
(http://envisiontomorrow.org/downloads/) e fazer download da versão correspondente ao ArcGIS
que receberá a ferramenta, 24as versões disponíveis no site do ET são:
• v3.6.0 for ArcGIS 10.4.1
• v3.6.0 for ArcGIS 10.3.1
• v3.6.0 for ArcGIS 10.2.2
• v3.6.0 for ArcGIS 10.2.1
• v3.4.0 for ArcGIS 10.1
• v3.4.0 for ArcGIS 10.0
Após feito o download, o arquivo setup.exe deve ser executado no computador de destino. Com
a instalação concluída a nova ferramenta ET pode ser visualizada no menu de ferramentas do
ArcMap, um módulo do ArcGIS.
24
http://envisiontomorrow.org/downloads/ acesso em 07/02/2017
Figura 15.
3.4 Funcionamento
Vamos testar o funcionamento do
reais, no bairro do Itaim Paulista, São Paulo, Brasil.
diversas pesquisas na linha de
Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu.
Partindo das habilidades do autor com análise e dese
descrita a seguir está baseada em manuai
oficial do ET, site das universidades parceiras e em contatos via e
desenvolvedora do software
Bibliográficas” desta pesquisa
A primeira tentativa de usar o Envision Tomorrow foi atravéz de sua versão
do software não precisa da aquisição e instalação do
de ser acessada pelo navegador
início não tivemos êxito em sua utilização. ET
25site antes de fazer uso dele, e ao tentar fazer este cadastro recebemos a mensagem de erro
como apresentada na figura abaixo.
25
http://et.tacc.utexas.edu/Home.aspx
. Ferramenta ET no menu do ArcMap. Fonte: Do Autor.
amos testar o funcionamento do software Envision Tomorrow, o teste será realizado
no bairro do Itaim Paulista, São Paulo, Brasil. O Itaim Paulista é objeto de estudo de
diversas pesquisas na linha de Gestão do Espaço Urbano no Programa de Pós
Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu.
Partindo das habilidades do autor com análise e desenvolvimento de sistemas, a sequê
está baseada em manuais, vídeos disponíveis no Youtube, informações do
das universidades parceiras e em contatos via e-mail com a empresa
. Todos estas fontes estão relacionadas no item “R
pesquisa.
A primeira tentativa de usar o Envision Tomorrow foi atravéz de sua versão on
não precisa da aquisição e instalação do software ArcGIS no computador e pelo fato
de ser acessada pelo navegador web, a princípio parecia mais atraente. Infelizmente logo no
início não tivemos êxito em sua utilização. ET on-line precisa que o usuário faça um cadastro no
antes de fazer uso dele, e ao tentar fazer este cadastro recebemos a mensagem de erro
sentada na figura abaixo.
me.aspx
76
Envision Tomorrow, o teste será realizado com dados
O Itaim Paulista é objeto de estudo de
no Programa de Pós-Graduação
nvolvimento de sistemas, a sequência
informações do site
mail com a empresa
. Todos estas fontes estão relacionadas no item “Referências
on-line. Esta versão
ArcGIS no computador e pelo fato
, a princípio parecia mais atraente. Infelizmente logo no
precisa que o usuário faça um cadastro no
antes de fazer uso dele, e ao tentar fazer este cadastro recebemos a mensagem de erro
77
Figura 16. Cadastro para utilização do ET on-line. Fonte: Do Autor.
A princípio o insucesso apresentado no cadastro acontece por um erro na confecção da senha,
mas após inúmeras tentativas fizemos contato via e-mail com a Fregonese Associates que nos
respondeu que ET on-line, no momento, não está aberto para novos usuários.
Partimos então para versão desktop da ferramenta, foi necessária a aquisição e instalação do
software ArcGIS, utilizamos para este trabalho a versão 10.2.1, como vimos anteriormente o ET
está disponível da versão 10.0 a 10.4 do ArcGIS.
Ao começar usar o ET, seguimos um de seus 26manuais do usuário que dizia que ET possui uma
ferramenta chamada “ET Project Setup” que prepara o processo de calibração do shapefile, suas
planilhas e o geodatabase para a sua utilização. Também não tivemos sucesso no uso desta
ferramenta, uma vez que a opção não aparece na barra de ferramentas do ArcGIS como descrito
no referido manual, em contato via e-mail com os desenvolvedores do ET, recebemos a resposta
de que no momento a ferramenta não está disponível.
Após estas tentativas sem sucesso de uso do ET, juntamos todas as informações coletadas e
partimos para confeccionar manualmente os passos do processo para sua utilização.
O primeiro passo foi encontrar um shapefile sobre a área geográfica do bairro Itaim Paulista,
para tanto, no aplicativo do ArcGIS, o ArcMap, clicamos no item “Add Data”, e depois fomos em
“Adicionar Dados do ArcGIS Online”.
26
http://scss.soa.utexas.edu/home
Figura 17
Nesta opção procuramos pela cidade de São Paulo e adicionamos o respectivo
distritos da cidade.
Figura 18. Adicionando o
Após a importação do shapefile
geográfica do bairro Itaim Paulista. No menu, vamos em “Selection”,
Attributes”, desenvolvemos a query
ura 17. Coletando dados do ArcGIS Online. Fonte:Do Autor.
Nesta opção procuramos pela cidade de São Paulo e adicionamos o respectivo
. Adicionando o shapefile dos distritos de São Paulo. Fonte: Do Autor.
shapefile para nossa área de trabalho no ArcMap, vamos recortar a área
geográfica do bairro Itaim Paulista. No menu, vamos em “Selection”, depois
query com a ferramenta e clicamos em “OK”.
78
Nesta opção procuramos pela cidade de São Paulo e adicionamos o respectivo shapefile dos
dos distritos de São Paulo. Fonte: Do Autor.
para nossa área de trabalho no ArcMap, vamos recortar a área
depois “Select By
79
Figura 19. Recorte do shapefile. Fonte: Do Autor.
O resultado será como está apresentado na figura abaixo, reparem que a região do Itaim
Paulista fica selecionada no mapa, com isso vamos na opção “Data” e depois “Export Data”,
salvamos então o shapefile da área geográfica, neste momento podemos já excluir o shapefile
da cidade de São Paulo usado anteriormente.
Figura 20. Criando um shapefile da área geográfica desejada. Fonte: Do Autor.
Seremos então questionados se usaremos o novo shapefile como uma camada do nosso atual
projeto no ArcMap, após nossa confirmação o resultado será assim:
80
Figura 21. Resultado do recorte geográfico da área de estudo. Fonte: Do Autor.
Agora já temos os limites do bairro da área geográfica de estudo, vamos adicionar o shapefile do
uso da terra do estado de São Paulo, este shapefile será obrigatório para a aplicação do ET
descrita neste exemplo. Após a inserção do shapefile no projeto, iremos recortá-lo conforme a
geografia do Itaim Paulista, para isso usaremos a ferramenta do ArcGIS, ArcToolbox.
Figura 22. Recorte do shapefile do uso da terra baseado na área geográfica do Itaim Paulista. Fonte: Do Autor.
Como já fizemos anteriormente, excluímos os antigos shapefiles do projeto, o resultado será
assim:
81
Figura 23. Resultado do recorte do shapefile do uso da terra do Itaim Paulista. Fonte: Do Autor.
IMPORTANTE: Se o shapefile já for encontrado no recorte da área de estudo desejada, as
etapas de recorte acima descritas não se fazem necessárias. Veremos o exemplo do shapefile
abaixo que retiramos do 27site da Prefeitura da cidade de São Paulo.
Figura 24. Shapefile do uso da terra do bairro Itaim Paulista. Fonte: Do Autor.
Após a aquisição dos dados geográficos, se fazem necessárias algumas adaptações para que o
shapefile esteja nos padrões de uso do ET. Ao abrir a tabela de atributos do shapefile, duas
colunas são necessárias para o uso do Envision Tomorrow, “EX_LU” que deve conter o uso da
27
http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br
terra e “TOT_ACRE” que deve conter a quantidade de terra em acres. A segu
tabela de atributos do shapefile
Figura 25. Abrindo a tabela de atributos do
Para a perfeita calibração do projeto entre o
padroniza a nomenclatura dos indicado
tabelas de nomenclaturas padrão para o uso, onde o qualitativo é modo que devemos chamar os
atributos dentro da coluna “
informação por ser quantificada
população a tabela deve ser apresentada da seguinte maneira:
Figura 26. Modelo de p
que deve conter a quantidade de terra em acres. A seguir vamos preparar a
shapefile, começamos abrindo a tabela de atributos:
. Abrindo a tabela de atributos do shapefile. Fonte: Do Autor.
Para a perfeita calibração do projeto entre o shapefile e a planilha cenário, Envision
padroniza a nomenclatura dos indicadores, tanto no qualitativo quanto no quantitativo
tabelas de nomenclaturas padrão para o uso, onde o qualitativo é modo que devemos chamar os
“EX_LU” e o quantitativo será o nome das colunas em que a
quantificada, um exemplo, quando estamos falando do indicador de
população a tabela deve ser apresentada da seguinte maneira:
. Modelo de preenchimento da tabela de atributos no padrão ET. Fonte: Do A
82
ir vamos preparar a
e a planilha cenário, Envision Tomorrow
s, tanto no qualitativo quanto no quantitativo, existem
tabelas de nomenclaturas padrão para o uso, onde o qualitativo é modo que devemos chamar os
ome das colunas em que a
, um exemplo, quando estamos falando do indicador de
padrão ET. Fonte: Do Autor.
Ao encontrar um shapefile
nomenclaturas. Como vimos acima,
padrão para descrever este uso.
uso da terra do shapefile no sistema padrão descrito abaixo.
atributos de classificação de uso terrestre compatível com ET n
que é uma abreviatura de “Uso de Terra Existente
Figura 27. Classificação de uso de terra e
acesso em 22/06/2017
do uso da terra, a descrição do uso segue as mais variadas
Como vimos acima, Envision Tomorrow possui um sistema de classificação
padrão para descrever este uso. O usuário é responsável por traduzir a classificação única do
no sistema padrão descrito abaixo. Como já vimos,
de classificação de uso terrestre compatível com ET na camada de cenário é "EX_LU"
Uso de Terra Existente” em inglês.
27. Classificação de uso de terra existente. Fonte: http://envisiontomorrow.org/project
83
do uso da terra, a descrição do uso segue as mais variadas
Envision Tomorrow possui um sistema de classificação
O usuário é responsável por traduzir a classificação única do
Como já vimos, o campo de
a camada de cenário é "EX_LU"
http://envisiontomorrow.org/project-setup-calibration
84
Também como vimos no exemplo da população, as camadas de cenário possuem muitos
atributos quantificáveis, a codificação e rastreamento destas informações é muito importante
para os indicadores de cenário que requerem contagens totais (habitação, trabalhos, etc.) e
assim calcular resultados precisos quantificando o desenvolvimento existente e analisando o
redesenvolvimento. A seguir a tabela padrão ET de nomenclaturas.
Figura 28. Nomenclatura para os campos de desenvolvimento existentes. Fonte: http://envisiontomorrow.org/project-
setup-calibration acesso em 22/06/2017
Após o uso da terra já estar na co
“TOT_ACRE”, para tanto, faremos o seguinte:
Figura 29. Adici
A coluna “TOT_ACRE” deve ser criada como descrito no exemplo abaixo:
Figura 30. Criando uma nova coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.
Após o uso da terra já estar na coluna EX_LU, precisamos criar e calcular a coluna
“TOT_ACRE”, para tanto, faremos o seguinte:
. Adicionando uma coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.
A coluna “TOT_ACRE” deve ser criada como descrito no exemplo abaixo:
Criando uma nova coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.
85
calcular a coluna
tributos. Fonte: Do Autor.
Criando uma nova coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.
O cálculo da geometria deve ser realizado em A
planilha Excel para conversão das unidades de medida.
Figura 31
A seguinte janela será apresentada, escolha a unidade de medida e clique em “OK”.
Figura 32. Parâmetros para a criação da coluna. Fonte: Do Autor.
eometria deve ser realizado em Acres, depois podemos inserir fórmulas na
lanilha Excel para conversão das unidades de medida.
ura 31. Calculando a geometria da coluna. Fonte: Do Autor.
A seguinte janela será apresentada, escolha a unidade de medida e clique em “OK”.
. Parâmetros para a criação da coluna. Fonte: Do Autor.
86
is podemos inserir fórmulas na
A seguinte janela será apresentada, escolha a unidade de medida e clique em “OK”.
Após realizar as alterações na tabela o resultado deve ser
Figura 33. Tabela no formato necessário para o ET. Fonte: Do Autor
Agora precisamos da Planilha
ET.
Figura 34. Download
Após realizar as alterações na tabela o resultado deve ser apresentado da seguinte maneira
. Tabela no formato necessário para o ET. Fonte: Do Autor
lanilha Cenário, vamos fazer o download no já conhecido
Download da Planilha Cenário no site do ET. Fonte: Do Autor.
87
apresentado da seguinte maneira:
já conhecido site oficial do
Ao fazer o download da planilha, veremos que ela está preenchida com os dados de outra
região, vamos limpar os campos da planilha, as colunas na cor rosa são as entradas de dados,
estes dados devem ser retirados, mas cuidado, a planilha contem fórmulas que não devem
apagados junto com os dados.
Um fator fundamental para medir os reflexos d
preenchimento da já conhecida
planilha serão inseridas informações
estudada, e partir destas informações é que E
para os cenários propostos. Os dados depois de cadastrados dev
planilha cenário.
Figura 36. Importação dos dados da Planilha de Protótipos para a Planilha Cenário.
da planilha, veremos que ela está preenchida com os dados de outra
região, vamos limpar os campos da planilha, as colunas na cor rosa são as entradas de dados,
estes dados devem ser retirados, mas cuidado, a planilha contem fórmulas que não devem
apagados junto com os dados.
Figura 35. Planilha Cenário. Fonte: Do Autor.
Um fator fundamental para medir os reflexos das novas propostas de
já conhecida planilha de protótipos de construção a Prototyper Building
planilha serão inseridas informações dos protótipos de construção atuais e futuro
estudada, e partir destas informações é que Envision Tomorrow calcula as novas consequências
para os cenários propostos. Os dados depois de cadastrados devem ser importados para a
. Importação dos dados da Planilha de Protótipos para a Planilha Cenário. Fonte: Do A
88
da planilha, veremos que ela está preenchida com os dados de outra
região, vamos limpar os campos da planilha, as colunas na cor rosa são as entradas de dados,
estes dados devem ser retirados, mas cuidado, a planilha contem fórmulas que não devem ser
as novas propostas de cenários é o
Prototyper Building. Nesta
dos protótipos de construção atuais e futuros da região
calcula as novas consequências
em ser importados para a
Fonte: Do Autor.
Vamos agora criar o geodatabase,
geodatabase, Envision Tomorrow faz uso do geodatabase de tamanho ilimitado com extensão
“.gdb”.
Figura 37
Agora vamos importar o shapefile
seguinte:
Figura 38. Importação do
Após a importação, vamos abrir o geodatabase
geodatabase irá criar automatica
Vamos agora criar o geodatabase, como vimos no capítulo sobre SIG temos dois tipos de
morrow faz uso do geodatabase de tamanho ilimitado com extensão
ura 37. Criando o geodatabase. Fonte: Do Autor.
shapefile já pronto para dentro do geodatabase recém criado, faremos o
. Importação do shapefile para dentro do geodatabase. Fonte: Do Autor.
Após a importação, vamos abrir o geodatabase com o ET, veremos que o ET ao abrir o
geodatabase irá criar automaticamente algumas tabelas necessárias para o seu
89
temos dois tipos de
morrow faz uso do geodatabase de tamanho ilimitado com extensão
o geodatabase recém criado, faremos o
para dentro do geodatabase. Fonte: Do Autor.
com o ET, veremos que o ET ao abrir o
s para o seu funcionamento.
Figura 39
Após a abertura do geodatabase pela primeira vez, ET solicita que
Cenário que foi devidamente preparada para este projeto.
Figura 40. Abrir a P
Para analisar o desenvolvimento de uma determinada região, ET necessita das colunas
“VAC_ACRE” e “DEV_ACRE”, serão distribuídos nestas colunas os valores existentes na coluna
“TOT_ACRE” que criamos anteriormente, onde “VAC_ACRE” serão as áreas vagas
“DEV_ACRE” serão as áreas
começamos selecionando as áreas vagas do
ura 39. Abrindo o geodatabase no ET. Fonte: Do Autor.
Após a abertura do geodatabase pela primeira vez, ET solicita que seja aberta a P
enário que foi devidamente preparada para este projeto.
. Abrir a Planilha Cenário com a solicitação do ET. Fonte: Do Autor.
Para analisar o desenvolvimento de uma determinada região, ET necessita das colunas
“VAC_ACRE” e “DEV_ACRE”, serão distribuídos nestas colunas os valores existentes na coluna
“TOT_ACRE” que criamos anteriormente, onde “VAC_ACRE” serão as áreas vagas
áreas desenvolvidas. Devemos calcular a geometria das duas colunas,
começamos selecionando as áreas vagas do shapefile:
90
seja aberta a Planilha
Autor.
Para analisar o desenvolvimento de uma determinada região, ET necessita das colunas
“VAC_ACRE” e “DEV_ACRE”, serão distribuídos nestas colunas os valores existentes na coluna
“TOT_ACRE” que criamos anteriormente, onde “VAC_ACRE” serão as áreas vagas e
desenvolvidas. Devemos calcular a geometria das duas colunas,
Figura 41. Selecionando as áreas vagas do
Depois de selecionar as áreas vagas do
a coluna “VAC_ACRE”, lembrando que o cálculo deve ser em A
Figura 42
Invertemos a seleção e fazemos o mesmo procedimento de cá
. Selecionando as áreas vagas do shapefile. Fonte: Do Autor.
Depois de selecionar as áreas vagas do shapefile, vamos até a tabela de atributos para calcular
ando que o cálculo deve ser em Acres.
ura 42. Calculando a coluna “VAC_ACRE”. Fonte: Do Autor.
zemos o mesmo procedimento de cálculo para “DEV_ACRE”
91
, vamos até a tabela de atributos para calcular
“DEV_ACRE”.
Figura 43
Podemos reparar que após o cálculo destas colunas já
Figura 44. Interação das colunas
Agora, antes de realizar a pintura
“Dev Type Streets” os tipos de desenvo
estudo, exemplificamos abaixo:
Figura 43. Calculando “DEV_ACRE”. Fonte: Do Autor.
Podemos reparar que após o cálculo destas colunas já temos interação com a P
unas “VAC_ACRE” e “DEV_ACRE” com a Planilha Cenário. Fonte: Do A
ntes de realizar a pintura nos cenários, devemos cadastrar na Planilha
os tipos de desenvolvimento que estamos pretendendo
estudo, exemplificamos abaixo:
92
temos interação com a Planilha Cenário.
enário. Fonte: Do Autor.
lanilha Cenário, aba
o para a área de
Figura 45. Cadastro d
O resultado será refletido na paleta de cores do ET
sincronizado com a Planilha C
Figura 46. Resultado do cadastro dos tipos de desenvolvimento na pa
Após todo o processo de calibração do projeto pronto, vamos iniciar a pintura dos cenários,
selecionamos o tipo de desenvolvimento e
pintura no cenário através de um cliqu
Cadastro dos tipos de desenvolvimento na Planilha Cenário. Fonte: Do A
O resultado será refletido na paleta de cores do ET, isso ocorre após o geodatabase
Cenário.
. Resultado do cadastro dos tipos de desenvolvimento na paleta de cores do ET. Fonte: Do A
Após todo o processo de calibração do projeto pronto, vamos iniciar a pintura dos cenários,
namos o tipo de desenvolvimento e o tipo de pincel a ser usado, na sequê
pintura no cenário através de um clique em um ou mais polígonos.
93
Cenário. Fonte: Do Autor.
após o geodatabase estar
e cores do ET. Fonte: Do Autor.
Após todo o processo de calibração do projeto pronto, vamos iniciar a pintura dos cenários,
, na sequência fazemos a
Figura 47. Pintando c
Após a pintura, de uma forma interativa
para uma futura comparação de cenários, no rodapé, existe uma folha da planilha para cada
cenário proposto.
Figura 48. Planilha Cenário interagindo com pintura
Um fato muito interessante, é que
apresenta na Planilha Cenário o chamado
desenvolvimentos que acontecem por consequência do cenário proposto, como
. Pintando cenário com Envision Tomorrow. Fonte: Do Autor.
forma interativa os resultados aparecem na Planilha
para uma futura comparação de cenários, no rodapé, existe uma folha da planilha para cada
. Planilha Cenário interagindo com pintura do ET no ArcMap. Fonte: Do Autor.
Um fato muito interessante, é que, também baseado na pintura dos cenários
apresenta na Planilha Cenário o chamado “desenvolvimento infiltrado
desenvolvimentos que acontecem por consequência do cenário proposto, como
94
Cenário, veja que
para uma futura comparação de cenários, no rodapé, existe uma folha da planilha para cada
no ArcMap. Fonte: Do Autor.
pintura dos cenários, ET calcula e
infiltrado”, ou seja,
desenvolvimentos que acontecem por consequência do cenário proposto, como, por exemplo,
95
novos empregos, novos consumos de água e de energia entre muitos outros. Estes resultados
são baseados na Planilha Protótipo de Construção previamente importada para a Planilha
Cenário.
Neste momento estamos com o sistema pronto para realizar o planejamento urbano de uma
área, todos os componentes estão interagindo com o software Envision Tomorrow. Agora
Arquitetos e Urbanistas podem realizar todas as etapas de um planejamento urbano. As
unidades de medida poderão ser convertidas na própria Planilha Cenário, novas colunas para a
conversão devem ser criadas.
97
Com a evolução do significado de sustentabilidade urbana, onde, crescimento econômico com
igualdade, justiça social, uso racional dos recursos naturais, educação, saúde pública de
qualidade e combate a pobreza fazem parte de um planeta sustentável, este trabalho conclui que
o homem não pode somente pensar que deve conservar o meio ambiente e sim que ele é um
elemento deste meio que também deve se conservar. Sua conservação e seu bem estar
conseguido de forma correta reflete diretamente na conservação do meio ambiente como um
todo. A Ecologia também é feita de bom senso.
A conferência COP21, realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2015, pela
Organização das Nações Unidas em Paris na França, teve como principal objetivo manter o
aumento da temperatura inferior a 2°C, o acordo foi ratificado pelo atual presidente do Brasil
Michel Temer, este fato contribui para a necessidade de um planejamento urbano sustentável
nas cidades brasileiras, uma vez que, os meios urbanos são considerados os maiores vilões da
atualidade para sustentabilidade ambiental como vimos no decorrer deste trabalho.
O uso de Sistema de Informação Geográfica é muito importante para o planejamento urbano
das cidades, como também já vimos neste trabalho, o seu uso permite realizar análises e
simulações, prevendo determinadas situações e até encontrando novas soluções para os
problemas urbanos. O engajamento de profissionais de variadas áreas em trabalhos
interdisciplinares permite resultados extremante precisos quando tratamos do planejamento de
uma área geográfica. A tecnologia pode auxiliar os planejadores urbanos a conseguirem
promover uma cidade mais justa e sustentável para a sociedade.
Com base nos estudos realizados sobre sustentabilidade, problemas urbanos, o software
Envision Tomorrow mostrou-se bastante completo para a solução destes problemas. Com o seu
material bibliográfico todo escrito em inglês e seu desenvolvimento ter sido realizado para uso
nos Estados Unidos, o uso no Brasil é possível, mas se faz necessária uma grande quantidade
de adaptações, incluindo as unidades de medida. Este trabalho desvenda o seu funcionamento e
proporciona sua instalação e configuração para o uso prático da ferramenta. Neste ponto já é
possível que Arquitetos e Urbanistas sigam com o planejamento urbano de uma região usando
Envision Tomorrow e baseados em suas habilidades técnicas façam suas avaliações e
certificações.
99
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