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Universidade São Judas Tadeu Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física
Mestrado em Educação Física EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO NO VENTRÍCULO ESQUERDO DE CAMUNDONGOS FÊMEAS SELVAGENS E LDL KNOCKOUT SUBMETIDAS À PRIVAÇÃO DOS HORMÔNIOS OVARIANOS: ESTUDO MORFOQUANTITATIVO
Ledimar Brianezi
São Paulo 2011
Universidade São Judas Tadeu
Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação Física EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO AERÓBIO NO VENTRÍCULO ESQUERDO DE CAMUNDONGOS FÊMEAS SELVAGENS E LDL KNOCKOUT SUBMETIDAS À PRIVAÇÃO DOS HORMÔNIOS OVARIANOS: ESTUDO MORFOQUANTITATIVO
Ledimar Brianezi
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação Física da Universidade São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Física. Linha de Pesquisa: Bases Biodinâmicas da Atividade Física. Orientadora: Profa. Dra. Laura Beatriz Mesiano Maifrino.
São Paulo 2011
Dedico esta dissertação aos meus pais, que sempre estimularam meus estudos, e em especial a minha esposa, que compreendeu minhas constantes ausências...
Agradecimento Especial I
A amiga, orientadora e professora, Laura, que sempre esteve ao meu lado,
apoiando, corrigindo e orientando as etapas deste trabalho e, ensinando
pacientemente com alegria e amizade durantes esses anos... Muito Obrigado!!!
Agradecimento Especial II
A minha esposa que sempre me apoiou durante todo o período do curso. Muito
obrigado por suportar, desde o primeiro dia de nosso casamento, minha
ausência em casa e em sua vida. A sua compreensão, amor e carinho foram
incentivadores para o meu desempenho e trabalho durante esse período.
Te amo, minha linda...
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradeço a Deus por ter me dado força e animo para chegar
até aqui e por concluir este trabalho. Pelas incontáveis bênçãos sem medidas
derramadas em minha vida, a qual sempre guiou. Pela certeza e segurança
que esteve comigo nas horas em que mais precisei, mostrando o amor e a
atenção de um Pai e Amigo, dando-me a certeza de que sempre está ao meu
lado. Obrigado pela força aí de cima!!!!
Agradeço aos meus pais Aparecido e Maria Lucia que sempre me deram a
oportunidade de estudar, nunca poupando esforços, mesmo quando frente a
grandes dificuldades. Esta é a verdadeira herança que possuímos, a
educação, o respeito e os conceitos aprendidos em um lar humilde guiados por
vocês. O meu eterno amor e gratidão a vocês dois por sempre estarem ao meu
lado.
Aos meus irmãos que sempre estiveram ao meu lado, compartilhando todos os
momentos alegres e difíceis, sempre me apoiando de todas as maneiras
possíveis. Amo muito vocês...
Aos meus novos pais, Jair e Ivonete, que mesmo distantes, torceram,
acreditaram e ajudaram conforme podiam, das formas mais variadas. Amo
vocês também!!!
Esta dissertação é fruto de um trabalho em equipe, no qual sem a colaboração
de todos, este trabalho não teria sido concluído. Logo...
Agradeço a todos amigos, colegas, professores e funcionários da USJT, que
sempre me apoiaram, nos bons e maus momentos, para a concretização deste
trabalho.
Aos colegas de laboratório, que convivemos mais tempo que com as nossas
próprias famílias, um agradecimento especial àqueles que me receberam no
início do curso e me ensinaram tudo aquilo o que eu não tinha a menor ideia
como deveria ser feito e que compartilham os mesmos desafios, pela
convivência do dia-a-dia: Cláudia, Luis, Kamila, Michele, Janaína, Jaqueline,
Daniele, Sebastião, Elizabeth e a Nathália, agradeço pelo apoio, ensinamentos,
e principalmente, pelo companheirismo.
Não poderia deixar de agradecer a todos os amigos do 7º andar, ao André e
sua equipe, pelo apoio sempre imediato e especialmente à Leide que nos
acompanhou e nos ensinou os procedimentos durante todos esses anos. Deixo
meu muito obrigado a todos os momentos de socorro e ajuda no tratamento
dos animais, quando por algum motivo não pude realizá-lo.
A organização da Igreja Adventista do Sétimo Dia, nas pessoas dos amigos
Alacy Mendes Barbosa, Ivan Almeida, Ilson Tércio Caetano, Evaldo Zorzim e
Admilson Almeida, por muito me ensinarem, compreenderem, apoiarem e
oferecerem a oportunidade de cursar e concluir mais esta fase. Muito
obrigado...
Aos amigos do Instituto Adventista São Paulo, Rhanni Sá, Thiago Furquim,
Geisa Gabrielly, Eliezer Moura, Carlos Lara, Tiago Nascimento, Tércio
Nascimento, Rafael Vasconcellos e toda equipe de professores da Educação
Física Escolar, por promoverem e sustentarem nossa área em minha ausência.
Vocês são especiais!!! Valeu!!
Aqueles que tentaram colocar obstáculos em meus caminhos. Pois a cada
obstáculo superado, mais forças foram adquiridas para continuar a luta e
conquistar meus objetivos!!!
Brianezi, Ledimar
Efeitos do treinamento físico aeróbio no ventrículo esquerdo de camundongos fêmeas selvagens e LDL Knockout submetidas à privação dos hormônios ovarianos: estudo morfoquantitativo/ Ledimar Brianezi. - São Paulo, 2011.
76 f. : il. ; 30 cm.
Orientador: Laura Beatriz Mesiano Maifrino Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2011.
1. Atividade física 2. Menopausa – exercício físico 3. Treinamento físico
aeróbio I. Maifrino, Laura Beatriz Mesiano II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação Física. III. Título
Ficha catalográfica: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878
RESUMO
O desenvolvimento de doenças coronarianas é aumentado com a menopausa,
a inatividade física e também em pessoas portadoras de dislipidemias, que são
fatores causadores de lesões endoteliais e teciduais. Considerado como um
importante tratamento não farmacológico, o treinamento físico auxilia e
promove a melhora em diversas disfunções cardiovasculares. O objetivo deste
trabalho foi verificar os efeitos morfoquantitativos do treinamento físico aeróbio
no ventrículo esquerdo de camundongos fêmeas ovariectomizadas selvagens e
LDL knockout submetidas à privação dos hormônios ovarianos sob parâmetros
histomorfométrico e estereológico. Foram utilizados 30 camundongos fêmeas
divididos em 6 grupos de cinco animais, sendo: controle não-ovariectomizado
sedentário (CS) controle ovariectomizado sedentário (COS); controle
ovariectomizado treinado (COT); LDL knockout não ovariectomizado
sedentário (LDL-S) e LDL-Knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS) e
LDL-Knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Foram analisados a
densidade numérica de núcleos, o volume nuclear médio, a área média, a
densidade de volume dos capilares, interstício, miócitos e fibras colágenas do
ventrículo esquerdo. Os resultados mostram que em relação a densidade
numérica de núcleos, o treinamento aeróbio reduziu os valores para próximo
aos do grupo controle e que a ovariectomia proporcionou o aumento da
mesma; em relação ao volume nuclear médio e a área média dos miócitos, o
treinamento aeróbio de intensidade moderada e a ovariectomia promoveram a
elevação desses valores porém sendo menor na hipercolesterolemia; na
densidade de volume de miócitos, a hipercolesterolemia evidenciou o aumento
ABSTRACT
desses valores, bem como o treinamento físico; já em relação a densidade de
volume dos capilares e a densidade de volume de fibras colágenas, não houve
alteração; na densidade de volume de interstício, o treinamento físico promoveu
a diminuição desses valores e a hipercolesterolemia fez com que os mesmos
fossem menores em relação ao grupo controle, concluindo que atividade
aeróbia de intensidade moderada ou o tempo de treinamento utilizado em
nossa pesquisa não foram suficientes para que as alterações ocorridas no
grupo hipercolesterolêmico fossem expressivamente significantes.
Palavras-chave: ventrículo esquerdo, treinamento físico aeróbio, morfometria,
estereologia, menopausa.
The development of coronary heart disease is increased with menopause,
physical inactivity and also in people with dyslipidemia, which are factors that
cause endothelial damage and tissue. Regarded as an important non-
pharmacological treatment, physical training aids and promotes improvement in
several cardiovascular disorders. The aim of this study was to assess the
quantitative morphological effects of aerobic exercise training on left ventricle of
mice and ovariectomized wild LDL knockout subjected to deprivation of ovarian
hormones on histomorphometric and stereological parameters. A total of 30
female mice divided into six groups of five animals, being: control non-
ovariectomized sedentary (CS) control ovariectomized sedentary (COS), control
ovariectomized trained (COT), not LDL knockout ovariectomized sedentary (S-
LDL) and LDL- Knockout ovariectomized sedentary (OS-LDL) and LDL-trained
ovariectomized Knockout (LDL-OT). We analyzed the number density of nuclei,
mean nuclear volume, the average area, the volume density of capillaries,
interstitium, myocytes and collagen fibers of the left ventricle. The results show
that for the numerical density of nuclei, aerobic training reduced the values to
near those of control group and that ovariectomy, the higher the same, in
relation to the mean nuclear volume and mean area of myocytes, the aerobic
training moderate intensity and ovariectomy promoted the elevation of these
values but was lower in hypercholesterolemia; the volume density of myocytes,
hypercholesterolemia showed increased these values, as well as physical
training, as compared to volume density and capillary volume density collagen
fibers, no change; the volume density of interstitium, physical training promoted
the decrease in these values and hypercholesterolemia caused them to be
lower in the control group, concluding that moderate-intensity aerobic activity or
training time used in our study were not sufficient for changes in the
hypercholesterolemic group were significantly significant.
Keywords: left ventricle, aerobic exercise, morphometry, stereology,
menopause.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Seqüência Experimental ..............................................................21
Figura 02
Treinamento de camundongos em esteira ..................................23
Figura 03 Sistema teste de linhas e pontos do Software Imaje J ...............26
Figura 04 Densidade numérica de transecção de núcleo (Nv[n]) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)...33
Figura 05 Volume nuclear médio (V) dos miócitos nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....34
Figura 06 Área média de transecção do miócito nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-O)..................................................................................................36
Figura 07 Densidade de volume dos miócitos nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)..............................37
Figura 08 Densidade de volume de capilares nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)............................39
Figura 09 Densidade de volume de interstício nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)...40
Figura 10
Densidade de volume de fibras colágenas nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....41
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 Densidade Numérica de transecção de Núcleos (Nv[n]) dos miócitos nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)..............................................32
Tabela 02 Volume Nuclear Médio (V) dos miócitos nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)...34
Tabela 03 Área Média de transecção do Miócito (AM) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT)................................................................................................35
Tabela 04
Densidade de Volume dos Miócitos (Vv[m]) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....37
Tabela 05 Densidade de Volume dos Capilares (Vv[cap]) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....38
Tabela 06 Densidade de Volume de Interstício (Vv[int]) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....40
Tabela 07 Densidade de Volume de Fibras Colágenas (Vv[fc]) nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).....41
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AM área média do miócito
CS grupo controle sedentário
COS grupo controle ovariectomizado sedentário
COT grupo controle ovariectomizado treinado
DCV doença cardiovascular
DCV’s doenças cardiovasculares
DDF dimensão diastólica final
DMaM diâmetro maior do miócito
DMeM diâmetro menor do miócito
FC. Max. freqüência cardíaca máxima
FCR freqüência cardíaca de repouso
FSH hormônio folículo estimulante
HAS hipertensão arterial sistêmica
HDL lipoproteína de alta densidade
LDL lipoproteína de baixa densidade
LDL-S grupo LDL-knockout sedentário
LDL-OS grupo LDL-knokout ovariectomizado sedentário
LDL-OT grupo LDL knockout ovariectomizado treinado
LH hormônio luteinizante
L/min litros por minuto
M molar
mmHg milímetros de mercúrio
Nv[n] densidade numérica de núcleo
PA pressão arterial
PAD pressão arterial diastólica
PAM pressão arterial média
PAS pressão arterial sistólica
QL quilomícrons
SM síndrome metabólica
VLDL lipoproteína de muito baixa densidade
V volume nuclear médio
Vv[cap] densidade de volume de capilares
Vv[fc] densidade de volume de fibras colágenas
Vv[int] densidade de volume de interstício
Vv[m] densidade de volume de miócitos
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................1
1.1. Constituição do Miocárdio.............................................................................2
1.1.1. Irrigação e Vascularização do Tecido Cardíaco.........................................3
1.2. Menopausa e Doenças Cardiovasculares ....................................................4
1.3. Dislipidemia e Atividade Física .....................................................................6
1.4 Benefícios da Pratica Regular de Atividade Física........................................8
1.5 Aspectos das Alterações Morfofuncionais Provocadas pelo Exercício........11
2. RELEVÂNCIA DO TRABALHO ...................................................................16
3. OBJETIVOS ..................................................................................................17
3.1. Objetivo Geral ............................................................................................18
3.2. Objetivos Específicos .................................................................................18
4. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................19
4.1. Animais e Grupos........................................................................................20
4.2. Sequência Experimental.............................................................................21
4.3. Ovariectomia...............................................................................................21
4.4. Treinamento Físico ....................................................................................22
4.5. Teste de Esforço Máximo ..........................................................................23
4.6. Preparação dos Tecidos ............................................................................24
4.7. Análise Morfológica e Estereológica .........................................................25
4.8. Análises Morfoquantitativas ......................................................................26
4.8.1. Densidade Numérica de Transecção de Núcleo (Nv[n]) de
Miócitos..............................................................................................................27
4.8.2. Volume Nuclear Médio (V) de Miócitos ...................................................27
4.8.3. Área Média da Transecção dos Miócitos (AM)........................................28
4.8.4. Densidade de Volume de Miócitos (Vv[m]) ...........................................28
4.8.5. Densidade de Volume dos Capilares (Vv[cap]) .....................................28
4.8.7. Densidade de Volume do Interstício (Vv[int]) ........................................29
4.8.8. Densidade de Volume de Fibras Colágenas (Vv[fc]) .............................29
5. ANÁLISE ESTATÍSTICA ..............................................................................30
6. RESULTADOS ..............................................................................................32
6.1. Análises Morfométrica e Estereológica ......................................................32
6.1.1. Densidade Numérica de Transecção de Núcleo dos miócitos (Nv[n]).....32
6.1.2. Volume Nuclear Médio dos miócitos (V)..................................................33
6.1.3. Área Média de Transecção dos Miócitos ................................................34
6.1.4. Densidade de Volume dos Miócitos (Vv[m]) ...........................................36
6.1.5. Densidade de Volume dos Capilares (Vv[cap]).....................................38
6.1.6. Densidade de Volume de Interstício (Vv[int]) ..........................................39
6.1.7. Densidade de Volume de Fibras Colágenas (Vv[fc])...............................41
7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..............................................................42
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................63
INTRODUÇÃO
1.1. Constituição do Miocárdio
O coração é a máquina bombeadora de nosso organismo e juntamente
com as artérias, veias e o sistema linfático, possui a função da distribuição de
líquidos e a circulação de sangue pelo organismo (BOGLIOLO, 2004).
O tecido cardíaco é composto por miócitos e matriz extracelular. As
fibras (células) musculares do miocárdio dos vertebrados se unem de maneira
irregular formando um retículo. Este retículo, nos mamíferos é subdividido em
feixes e lâminas, envolvidos por tecido conjuntivo, que se distribuem pelo
coração em longas espirais, em particular nos ventrículos. As fibras musculares
do tecido cardíaco apresentam maior número de mitocôndrias, sarcoplasma,
glicogênio e os túbulos T bem desenvolvidos e associados ao retículo
sarcoplasmático (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004; ROSCANI et al, 2010).
Essas fibras são unidas de forma linear, umas às outras, através dos discos
intercalares, que se apresentam, quando vistos ao microscópio de luz, como
faixas escuras perpendiculares ao maior eixo da fibra e em microscopia
eletrônica, os discos apresentam-se com trajeto irregular e escaliforme onde
sua porção transversal é perpendicular à fibra e sua porção lateral tem
orientação paralela à fibra muscular cardíaca (HENRIKSON, KAYE,
MAZURKIEWIC, 1999).
As fibras cardíacas estão interligadas anatomicamente num sentido
término-terminal ou em série pelos discos intercalares que representam
complexos juncionais importantes para a transmissão do impulso nervoso
através do miocárdio. (FOSS, 2000).
Na composição das fibras cardíacas, temos dois tipos de miofilamentos,
a miosina e a actina, que estão dispostas de forma irregular e ramificadas de
tal forma que possibilitam a confluência com as ramificações das miofibrilas
adjacentes.
Além do tecido conjuntivo, encontramos no miocárdio uma grande e
intensa rede de capilares seguindo as mesmas orientações de suas fibras
(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004; ROSCANI et al, 2010).
Os núcleos dos cardiomiócitos são de forma oval, ocupando até a
metade do diâmetro da fibra, localizando-se normalmente nas partes centrais
da mesma, apresentando geralmente um núcleo por fibra muscular cardíaca
(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004).
1.1.1. Irrigação e Vascularização do Tecido Cardíaco
Todo tecido vivo necessita de suprimento sanguíneo para realizar sua
função, recebendo através do sangue (BOGLIOLO et al. 2004; FOSS, 2000),
oxigênio e nutrientes para a manutenção da vida celular (JUNQUEIRA &
CARNEIRO, 2005; FOSS, 2000) e removendo os produtos do metabolismo
celular .
O tecido cardíaco é irrigado através da circulação coronariana (FOSS,
2000), que tem como uma de suas características a grande quantidade de
oxigênio que é extraída pelo tecido cardíaco, com a pessoa em atividade ou
mesmo em repouso (FOSS, 2000; MARON, 1997).
Cerca de 5% do oxigênio disponível no sangue é extraído pelas células
cardíacas (FOSS, 2000). Estudos verificaram que no tecido cardíaco, o débito
cardíaco em indivíduo em prática de exercícios é de 25L/min. e o fluxo de
sangue nas artérias coroárias é da ordem de 5%. No tecido muscular
esquelético, temos este fluxo chegando a 85% do débito cardíaco, o que
representa 21L/min. Já em repouso, o débito cardíaco de um indivíduo ativo cai
para 5L/min., onde o fluxo sanguíneo no tecido muscular esquelético é de 20%,
(1L/min.) e o fluxo no tecido cardíaco permanece em 5% (0,25L/min.)
(ANDERSEN,P.; SALTIN, B. 1985).
Durante o exercício, o fluxo sanguíneo tende a ser direcionado ao tecido
esquelético em um percentual maior, para um melhor aporte a aquelas
estruturas. Para isso, é comum acontecer uma vasoconstrição de arteríolas
que irrigam alguns tecidos como os rins, intestino, cérebro e o próprio coração,
fato este que leva à diminuição do fluxo sanguíneo nesses órgãos e um
aumento nos tecidos mais solicitados (WILMORE & COSTILL, 2001).
1.2. Menopausa e Doenças Cardiovasculares
O sistema reprodutor feminino apresenta várias funções, dentre elas a
produção de alguns hormônios e a própria função de reprodução. Estes órgãos
realizam o andamento de um ciclo hormonal que se inicia com a fase
menstrual, passando pela fase proliferativa e terminando na fase secretora.
Essas fases são estimuladas pelas taxas hormonais encontradas no organismo
feminino (COMARCK, 2003).
O hipotálamo secreta o hormônio gonadotrofina que estimula a glândula
adenohipófise, fazendo com que esta secrete dois hormônios fundamentais, o
hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo estimulante (FSH). Estes
estimulam o crescimento dos folículos e a secreção de alguns outros
hormônios como a progesterona e o estrogênio que tem dentre suas funções,
beneficiar, o metabolismo de proteínas, garantir as características sexuais
secundárias e das mamas e também diminuir o nível de colesterol no sangue.
O estrogênio pode ser verificado no plasma feminino principalmente na forma
de estroma, estradiol e β-estradiol, sendo este, o mais importante hormônio
secretado pelos ovários. (GUYTON, A. C.; HALL, J. E.,1997)
A menopausa, conferida em idade adulta, se dá através da diminuição da
produção do hormônio estrogênio que é caracterizada através do término da
menstruação, apresentando a atrofia de órgãos genitais como a vagina, útero,
tubas uterinas, ovários e também a atrofia das mamas. Ainda esta diminuição
da produção de estrogênio está envolvida no desenvolvimento de doenças
cardiovasculares (DCV’s) por meio de diversos mecanismos, sendo estas
doenças após a menopausa, as principais causas de morbi-mortalidade.
(PERELLA et al 2003; VALENÇA et al, 2010)
Diversos estudos vêm mostrando que as mulheres pós-menopausadas
apresentam maior risco de desenvolver doenças cardíacas (PERELLA et al.
2003; SOWERS, 1998; IRIGOYEN et al. 2005) quando comparadas com
homens da mesma idade que apresentam outros fatores de risco (STAMPFER
et al. 1991).
Mais de 70 milhões de norte-americanos são portadores de doenças
cardiovasculares (ALLEN et al. 2006) e no Brasil, a principal causa de morte
entre homens e mulheres são as doenças circulatórias. (LIMA et al. 2007).
O estrogênio confere propriedades antioxidantes ao sistema cardiovascular
feminino, com a menopausa, ocorre diminuição da produção deste hormônio,
perdendo assim a proteção cardiovascular (DEBING et al. 2007) e como
consequência desta perda, ocorre o estresse oxidativo, onde a capacidade
antioxidante endógena não realiza suficiente remoção das espécies reativas
de oxigênio (ERO) (REIS et al, 2008), provocando lesões oxidativas em várias
biomoléculas, fato que leva à perda total da função celular.(CRUZAT et al,
2007; FINKEL, 2003)
1.3. Dislipidemia e Atividade Física
Conceitua-se dislipidemia como alterações metabólicas lipídicas
decorrentes de fatores genéticos ou ambientais, onde o sedentarismo,
inatividade física e dieta inadequada, são fatores agravantes, sendo apontada,
como um grande fator de risco ao surgimento das doenças coronarianas. Os
níveis de lipídeos séricos podem ser influenciados por fatores genéticos,
através da síntese endógena de colesterol, que é produzido principalmente
pelo fígado, e também podem ser alterados por fatores dietéticos como a
ingestão de gorduras saturadas ou de origem animal os principais responsáveis
pelo aumento do colesterol na corrente sanguínea. (COELHO-FILHO et al,
2001)
Desta forma, os níveis plasmáticos de lipoproteínas e de seus
componentes na circulação sanguínea são alterados. Sendo assim, os
triglicerídeos, colesterol, fosfolipídios entre outros, são transportados no plasma
sanguíneo na forma de lipoproteínas (GIANNINI, 1998). As lipoproteínas são
conhecidas também como apoproteínas e possuem diversas combinações de
lipídeos apresentando diferentes densidades. As apoproteínas têm a função
sinalizadora, dirigindo as lipoproteínas para os tecidos específicos que tenham
receptores de superfície que as reconheçam. Outro tipo de lipoproteína são os
quilomícrons (QL), possuem uma proporção de triglicerídeos sendo, portanto
pouco densas. As lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) são formadas
por triglicerídeos originários do fígado, que são o resultado da ingestão de
carboidratos e dos ácidos graxos em nossa dieta. Os HDLs, que são
lipoproteínas de alta densidade, compostos por um pouco de colesterol e
muitas proteínas, são sintetizadas no intestino delgado e fígado. Já as LDLs,
que são as lipoproteínas de baixa densidade, são formadas principalmente por
colesterol. Quando temos uma concentração plasmática alta de lipoproteína de
densidade elevada (HDL) e uma concentração plasmática baixa da lipoproteína
de baixa densidade (LDL) bem como de triglicerídeos, essas referências são
consideradas como protetoras contra as coronariopatias (GIANNINI, 1998;
PENALVA, 2008; SANTOS et al, 2001). Neste caso, o HDL funciona como um
protetor das coronariopatias por possuir a capacidade de remover as partículas
de LDL que se encontram na corrente sanguínea, transportando-as para o
hepatócito, prevenindo uma possível oxidação e uma posterior agregação
dessas partículas nas paredes dos vasos sanguíneos (GIULLUM, 2000).
Na menopausa, existe uma incidência maior de níveis elevados de lipídeos
devido à falta de produção dos hormônios sexuais femininos.
Em indivíduos que são fisicamente ativos, independente do peso corporal,
da adoção de dietas específicas e do sexo, os níveis de HDL - colesterol são
mais elevados e os níveis de LDL e VLDL-colesterol e triglicérides são mais
baixos, quando comparados a indivíduos sedentários (CIOLAC &
GUIMARÃES, 2004; ARAUJO et al, 2000).
Estudos realizados mostraram que o treinamento com exercícios, acelera
as respostas fisiológicas do organismo, aprimora a capacidade funcional,
elevando a qualidade de vida relacionada com a saúde e/ou prolonga a
sobrevida. (CHAKRAVARTHY et al, 2002; FOSS 2000; SILVA, A.S.,ZANESCO,
A., 2010).
1.4 Benefícios da Pratica Regular de Atividade Física
São vários os benefícios adquiridos através da prática de atividade física
de forma regular. O treinamento físico, quando bem orientado e realizado de
maneira correta e criteriosa, traz ao organismo benefícios metabólicos e
cardiovasculares, podendo ser considerado como uma conduta não-
farmacológica importante no tratamento de diferentes patologias (NEGRÃO et
al. 1998).
Com o passar dos anos, os efeitos do envelhecimento podem ser notados
através da diminuição da aptidão aeróbia (FLEG et al, 2005), da força
(LEXELL,J.; 1993), da qualidade de vida, de funções fisiológicas, entre outras.
(CUNHA et al, 2008).
De acordo com IRIGOYEN et al (2003), para os portadores de
cardiopatias, recomenda-se a prática de atividade física aeróbia de 3 a 6 vezes
por semana em intensidade de 40% a 60% da FCR ou um nível de 12 a 16 da
escala de Borg, com duração entre 20 e 60 minutos. É aconselhado que não se
ultrapasse o valor de 70% da freqüência cardíaca máxima (FC. máx.),
utilizando-se uma zona alvo de treinamento em torno de 40% a 60% da FC.
máx..
CUNHA et al, 2008, estudando ratos idosos que realizaram treinamento
aeróbio (natação) com intensidade relativa ao limiar de lactato, por quatro
semanas, concluíram que o treinamento promove melhora da aptidão aeróbia e
a manutenção do peso corporal em ratos idosos.
Quando os exercícios aeróbicos são praticados de maneira regular, podem
auxiliar na melhora de alguns dos fatores de risco associados a doenças
cardiovasculares, como o índice de gordura visceral (MOURIER et.al. 1997), os
níveis plasmáticos de lipídeos (SEGAL et al. 1991), o aumento da sensibilidade
à insulina, facilitando o metabolismo de utilização da mesma pelo organismo
(RUDERMAN et al. 1979; DENGEL et al, 1998), o aumento da sensibilidade
barorreflexa (SOUZA et al. 2007), e na melhoria da função endotelial,
aumentando o estresse de cisalhamento nas paredes capilares através do
aumento do fluxo sanguíneo, estimulando a liberação de óxido nítrico
(BOGLIOLO et al. 2004). O treinamento físico contribui para a diminuição da
deposição de colágeno e elastina na parede arterial em idosos (OCAMPO et
al., 2005).
Em pesquisa realizada por D’ÀVILA et al, 2008, foi avaliada a produção de
óxido nítrico (NO) sanguíneo em ratos Wistar, através da dosagem dos
produtos de oxidação estáveis do metabolismo do óxido nítrico (nitratos),
submetidos ao nado aeróbio e anaeróbio agudos. O exercício aeróbio agudo
com duração de no mínimo 10 minutos mostrou-se mais eficaz no quesito
produção de NO em relação ao exercício de 5 minutos.
Em protocolo de treinamento físico com intensidade moderada, foi
observado, em camundongos LDL Knockout normotensos, um efeito hipotensor
para essa intensidade (CARDIONOT, 2008).
Estudos demonstram que o treinamento físico agudo ou crônico, é capaz
de melhorar o controle metabólico e reduzir a pressão arterial em mulheres
pós-menopausadas (ASIKANINEN et AL, 2004).
Pesquisas realizadas por Gargaglione (2008), utilizando o ventrículo
esquerdo de ratos Wistar induzidos à síndrome metabólica (SM) e submetidos a
diferentes intensidades de treinamento, concluiu que os animais que realizaram
corrida (intensidade moderada) apresentaram aumento da densidade das fibras
colágenas, que poderia desencadear uma limitação da distensão da musculatura
cardíaca, refletindo em uma rigidez da complacência da parede ventricular. Já o
grupo que realizou caminhada (baixa intensidade) apresentou uma melhor
modulação dos fatores de crescimento que ativam a síntese de fibras colágenas,
desencadeando uma remodelação no tecido cardíaco, sugerindo que o exercício
de baixa intensidade mostrou-se mais eficiente que o de moderada intensidade
para minimizar as alterações provocadas pela síndrome metabólica no miocárdio
de ratos Wistar.
Gargaglione (2008) relata ainda que o exercício promoveu um ajuste
compensatório, aumentando a perfusão e a nutrição do tecido cardíaco através
do aumento da densidade numérica de capilares.
Heeren (2008), utilizando ratas ovariectomizadas Knockout que realizaram
treinamento físico aeróbio, uma hora por dia, cinco vezes por semana durante
12 semanas, demonstrou que o treinamento físico aeróbio melhorou o controle
autonômico e hemodinâmico cardiovascular, diminuiu o colesterol sérico, além
de aumentar a concentração de nitrito, sugerindo melhora na biodisponibilidade
de óxido nítrico.
1.5 Aspectos das Alterações Morfofuncionais Provocadas pelo
Exercício
O treinamento repetitivo de intensidades diferenciadas causa alterações
morfológicas no tecido cardíaco (SHAPIRO; MOORE; LOGANSINCLAIR,1984;
MARON, 1997)
As alterações do tecido cardíaco acontecem desde o início do programa de
exercícios sistemático, sendo inicialmente leves em comparação as alterações
observadas em indivíduos com padrão mais elevado (MARON, 1997).
Atletas que realizam um programa de treinamento com exercícios de
resistência, têm como alteração primária o espessamento parietal
compensatório ao aumento da cavidade do ventrículo esquerdo. Essas
alterações podem ser de forma rápida e em curto espaço de tempo induzidas
pelo exercício e também regridem em igual rapidez. (SHAPIRO; MOORE;
LOGANSINCLAIR, 1984).
O espessamento do miocárdio e o aumento da cavidade ventricular são
aparentes desde os primeiros estudos em atletas que realizavam um programa
de atividades repetitivo e prolongado. Este coração torna-se fisiologicamente
adaptado com o passar do tempo, onde se verifica redução da freqüência
cardíaca de repouso (FCR) e aumento do volume da cavidade ventricular e
aumento do volume de ejeção da máquina cardíaca (MARON, 1997).
Mandarim de Lacerda et al (1998), estudando o miocárdio de ratos Wistar
jovens e idosos mostraram que o peso cardíaco aumentou de 1,1 para 1,7g, a
densidade de volume dos miócitos diminuiu de 76,7% para 72,2%, a densidade
de volume do interstício aumentou de 23,3% para 27,8%, e a densidade
numérica de miócitos diminuiu de 14,76x104/mm3 para 6,19x104/mm3. O
volume de miócitos aumentou de 5,42x103/mm3 para 13,26x103/mm3 e o
número dos miócitos diminuiu de 15,64x104/mm3 para 10,72x104/mm3 miócitos,
concluindo assim que no envelhecimento ocorrem perdas de miócitos
cardíacos e hipertrofia das células remanescentes e que a prática regular de
atividade física ameniza os efeitos do envelhecimento.
Em exercícios de resistência, quando comparados ao controle sedentário,
verifica-se um aumento de 15% a 20% na dimensão da parede posterior do
ventrículo esquerdo, 10% de aumento na dimensão diastólica final ventricular
esquerda, e um aumento de massa calculada em até 45% sendo então
percebidas as alterações morfofuncionais do tecido cardíaco e seus
componentes (MARON, 1997).
Ainda em relação ao treinamento de resistência em atletas, quando
comparados aos controles sedentários normais, pareados para idade e sexo,
também é verificado o aumento na dimensão diastólica final (DDF) do
ventrículo esquerdo, contribuindo em grande parte para a elevação da massa
ventricular esquerda nos atletas (SHAPIRO, 1984).
MAIFRINO et al, 2009, estudando músculo papilar de ratos idosos
treinados e sedentários, concluíram que com a idade a densidade de volume
dos miócitos diminui significantemente e que a densidade de comprimento dos
capilares diminuíu com a idade, mas não de forma significante. A fração de
volume intersticial do tecido do músculo papilar aumenta significantemente com
a idade. O número de perfis de miócitos mostrou uma redução de 20% que foi
acompanhada de hipertrofia dos miócitos no envelhecimento. Animais
submetidos a uma sessão diária de 60 minutos, 5 dias/semana a 1,8 km.h-1 de
corrida moderada em esteira ergométrica durante 28 semanas mostraram uma
reversão de todos os efeitos do envelhecimento observados no músculo
papilar, apoiando a premissa de que treinamento físico de longo prazo impede
as mudanças deletérias relacionadas à idade no músculo papilar.
Quanto ao aumento da intensidade de treinamento, quanto maior a
intensidade do treino aplicada aos atletas, maior será o aumento detectado de
hipertrofia do ventrículo esquerdo (SHAPIRO et al, 1985).
Em um estudo de curto prazo (nove semanas), realizado com nadadores,
percebeu-se alterações cardíacas bastante rápidas. Foi verificado através de
demonstrações ecocardiográficas que a dimensão diastólica final e a parede
posterior do ventrículo esquerdo dos nadadores se elevaram, relacionado
naturalmente ao aumento significativo na massa ventricular esquerda (EHSANI;
HAGBERG; HICKSON, 1978).
Em pesquisa realizada com ciclistas profissionais com idade entre 20 a 49
anos, foram comparadas as dimensões cardíacas entre os atletas através do
agrupamento por faixa etária em décadas (de 20 a 29 anos, 30 a 39 anos e de
40 a 49 anos) observando-se que os ciclistas mais velhos e que treinavam até
10 horas por semana apresentaram massa de ventrículo esquerdo e espessura
parietal do ventrículo esquerdo maiores em relação aos atletas mais jovens.
(NISHIMURA et al, 1980).
Vários autores descreveram que no treinamento predominantemente de
resistência, como a corrida, houve um aumento proporcional na massa
ventricular esquerda e um aumento no volume ventricular esquerdo em relação
à razão massa/volume (CHILD; BARNARD; TAW, 1984; COHEN; SEGAL,
1985).
No treinamento de exercício com predominância aeróbia, com o aumento
na carga de volume, temos o crescimento dos miócitos através da adição em
série de novas miofibrilas no sentido longitudinal resultando a hipertrofia
excêntrica, ou seja, na dilatação na câmara cardíaca e também um aumento da
pressão diastólica final. Já no exercício de força, temos um crescimento
transversal dos miócitos, com as adições em paralelo de novas miofibrilas,
aumentando a espessura da câmara cardíaca e o aumento da pressão sistólica
(MARON, 1997).
O endotélio, um dos principais componentes da parede vascular,
indispensável para a manutenção da fluidez normal do sangue também tem a
função de produzir substâncias vasoativas, como o óxido nítrico, que é um
vasodilatador da musculatura vascular e as endotelinas, que são substâncias
vasoconstritoras, influenciando o tônus vascular (JUNQUEIRA &
CARNEIRO,2005).
Sugawara et al, 2004, em estudo em mulheres pós- menopausadas
verificaram que o treinamento físico de baixa ou moderada intensidade
melhorou a complacência arterial. Sabe-se que a complacência arterial resulta
no aumento progressivo da PAS relacionado ao envelhecimento, aumentando
também a função ventricular esquerda, diminuindo a pressão diastólica, e com
isso alterando a pressão coronariana.
De acordo com o estudo realizado por Marchon (2010), em aorta
ascendente de camundongos fêmea ovariectomizadas LDL knockout que
realizaram treinamento físico moderado em esteira, verificou-se melhora na
capacidade física dos animais, observadas pela maior velocidade máxima
atingida no teste de esforço máximo realizado após o treinamento. Em relação
às túnicas média e íntima, respectivamente, a ovariectomia apresentou um
aumento da parede arterial e quando analisado o treinamento físico, o mesmo
parece ter sido capaz de diminuir a espessura dos vasos. O exercício também
provocou o aumento da densidade de volume e da densidade numérica de
lamelas do vaso, melhorando assim a complacência da aorta e diminuindo a
rigidez arterial, mesmo com a privação dos hormônios ovarianos.
O envelhecimento e a menopausa são fatores causadores de lesões no
endotélio, promovendo uma maior rigidez dos vasos sanguíneos (O’ROURKE,
MANCIA, 1999 MOREAU et al., 2006), estando estes mais suscetíveis ao
desenvolvimento de placas de ateroma (ROBERT,1999). A diminuição da
função dilatadora e a ativação de células endoteliais em grandes artérias
contribuem para o processo aterogênico (ALEXANDER & DZAU,2000).
2. RELEVÂNCIA DO TRABALHO
Sabendo-se que a dislipidemia e a perda do estrogênio, são fatores de
risco importantes para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e que o
treinamento físico vem sendo considerado um importante tratamento não-
farmacológico na diminuição dos riscos das DCV’s, a importância deste
trabalho está em verificar as alterações histomorfométricas que ocorrem no
ventrículo esquerdo de ratas menopausadas, dislipemicas que realizaram
treinamento físico, no intuito de ajudar na melhora da qualidade de vida da
mulher.
OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
Verificar os efeitos do treinamento físico aeróbio no ventrículo esquerdo de
camundongos fêmeas selvagens e LDL knockout submetidas à privação dos
hormônios ovarianos.
3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar os efeitos do treinamento físico aeróbio (corrida em esteira) no
ventrículo esquerdo em camundongos fêmeas ovariectomizadas selvagens e
LDL knockout nos seguintes parâmetros:
− densidade numérica de transecções de núcleos de miócitos
− volume nuclear médio do miócito;
− área média da transecção do miócito;
− densidade de volume dos capilares cardíacos;
− densidade de volume do interstício celular cardíaco;
− densidade de volume de miócitos;
− densidade de volume das fibras colágenas no tecido cardíaco;
MATERIAIS E MÉTODOS
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa foi analisada e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade São Judas Tadeu (COEP-USJT) de acordo com o seguinte
protocolo: 058/2007.
4.1. Animais e Grupos
Para estes estudos foram utilizados camundongos fêmeas geneticamente
modificadas, knockout do receptor de lipoproteína de baixa densidade (LDL) e
para o grupo controle, camundongos fêmeas selvagens (C57BL/6J).
Foram utilizados 30 animais provenientes do Biotério da Universidade São
Judas Tadeu, divididos em 06 grupos para a realização da pesquisa. Os
animais de ambos os grupos, com 9 meses de idade tinham peso inicial
variando entre 20 e 30 gramas. Os camundongos foram mantidos em
condições ambientais controladas, alojados em gaiolas, em local com
temperatura ambiente controlada entre 22 – 24ºC e com luminosidade
controlada em ciclo claro/escuro de 12/12 horas no Biotério da USJT. Todos os
camundongos foram alimentados com água e ração comercial padrão de
referência para ratos, padrão “ad libitum”. Os animais foram divididos
aleatoriamente em seis grupos sendo n=5 em cada grupo:
G1- grupo controle não-ovariectomizado sedentário (CS);
G2- grupo controle ovariectomizado sedentário (COS);
G3- grupo controle ovariectomizado treinado (COT);
G4- grupo LDL knockout não ovariectomizado sedentário (LDL-S);
G5- grupo LDL Knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS);
G6- grupo LDL-Knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).
4.2. Sequência Experimental:
A imagem abaixo (figura 1), ilustra a sequência do experimento realizado:
Figura 1. Seqüência Experimental.
4.3. Ovariectomia
Aos 09 meses de idade (idade essa que se relaciona próxima ao final da
fase adulta e início da terceira idade em humanos) os animais foram
submetidos ao procedimento de ovariectomia (remoção dos ovários). Os
animais foram anestesiados com uma solução de ketamina e xylazina (120:20
mg/Kg im) e foram posicionados em decúbito dorsal para que se realizasse
uma pequena incisão em paralelo com a linha mediana do corpo na pele e na
EUTANÁSIA
4 semanas
NASCIMENTO
OOFORECTOMIA
9 meses
1 semana
TESTE DE ESFORÇO INICIAL
TREINAMENTO FÍSICO
48h
ANÁLISE MORFOMÉTRICA E ESTEREOLÓGICA
musculatura, no terço inferior na região abdominal. Após a realização da
abertura, foram localizados os ovários e realizada a ligadura das tubas
uterinas, incluindo os vasos sanguíneos. Os ovários e as tubas uterinas foram
seccionados e removidos. A musculatura e a pele foram suturadas (MARSH et
al., 1999; IRIGOYEN et al., 2005).
A confirmação da eficácia da ovariectomia foi determinada através da
observação da secreção vaginal por esfregaço, através de microscopia de luz,
realizada durante quatro dias consecutivos, sendo o último dia de análise, a
realização da eutanásia destes animais.
4.4. Treinamento Físico
Após sete dias da cirurgia de ovariectomia, teve início o treinamento físico.
Os animais tiveram 04 dias de repouso após a ovariectomia e nos 03 dias
seguintes, os animais de todos os grupos foram adaptados na esteira por 10
minutos cada dia. Após a adaptação à esteira, foi realizado o teste de esforço
máximo (figura 2) em todos os animais. Os grupos treinados foram submetidos
a um protocolo de treinamento físico em esteira ergométrica, com velocidade e
carga progressiva, sendo o treinamento de 1 hora por dia, 5 dias por semana,
com carga de 50 à 60% da velocidade máxima de esforço (intensidade
moderada). Este treinamento foi realizado durante 4 semanas, conforme
previamente descrito.(DE ANGELIS et al., 2004; HEEREN, 2008; MARCHON,
2010).
Figura 2: Treinamento de camundongos em esteira.
4.5. Teste de Esforço Máximo
No início e final do programa de treinamento físico foi realizado em todos
os grupos o teste de esforço máximo. O teste realizado antes do treinamento
(teste inicial) serve como parâmetro para a prescrição do treinamento físico no
caso dos grupos treinados. Para todos os grupos, o teste inicial através da
comparação de seus resultados com o teste final também serve para
evidenciar a melhora ou não na capacidade aeróbia após o período de
treinamento físico. O teste consiste em colocar o animal correndo na esteira
ergométrica a 0,3 km/h por 3 minutos, sendo esta carga incrementada em 0,3
km/h a cada 3 minutos até que o animal atingisse a exaustão. Para a
determinação da exaustão do animal, o critério utilizado para a interrupção do
teste foi o momento em que o animal não conseguisse continuar a correr
mediante o incremento da velocidade da esteira. (BROOKS e WHITE, 1978;
HEEREN, 2008; MARCHON, 2010;). O tempo de teste e a velocidade da última
carga foram anotados utilizados para fazer a média de capacidade aeróbia de
cada grupo (DE ANGELIS et al., 2004).
4.6. Preparação dos Tecidos
Após as 4 semanas de treinamento para os grupos treinados e, em igual
tempo para o grupo sedentário, os animais foram sacrificados através da
decapitação. Os corações foram evidenciados por meio de toracotomia. Após
lavagem com solução fisiológica os corações foram pesados, em seguida os
átrios e ventrículos foram seccionados e separados em direito e esquerdo para
serem pesados. Em seguida as amostras do ventrículo esquerdo foram lavadas
em solução salina fosfatada (PBS) a 0,1M e pH 7,4 e fixadas em solução de
formol tamponado a 10% por 72 horas, desidratadas em séries crescentes de
álcoois, diafanizadas em xilol, incluídas em parafina, seccionadas em cortes
transversais e longitudinais de 5 micrômetros de espessura e coletados em
lâminas de vidro para análise em microscopia de luz. As secções foram
coradas por:
- Hematoxilina-Eosina: para análise da densidade numérica de transecção
núcleos, diâmetro maior e diâmetro menor de núcleos, área média da
transecção do miócito, densidade de volume dos capilares, interstício e
miócitos.
- Picro-Sirius: para verificação da densidade de volume das fibras
colágenas no tecido cardíaco em microscopia de luz polarizada.
4.7 Análise Morfométrica e Estereológica
Para a realização da análise morfométrica utilizamos o sistema digital de
processamento de imagens em computador do Laboratório de Análise
Morfoquantitativa e Imunohistoquímica da Universidade São Judas Tadeu. A
captura das imagens se deu em um microscópio de luz Zeiss, com objetivas de
40x. O sistema transmite as imagens de um arquivo para o computador,
equipado com processador Pentium V e placa digitalizadora. Para a análise
das imagens digitalizadas, utilizamos os softwares Axio Vision (Zeiss). e o
Image J, do Instituto Nacional de Saúde, USA.
A análise estereológica tem por função determinar a ocupação relativa e
absoluta das estruturas na área teste. Segundo Gundersen e Jensen (1987), a
estereologia objetiva a observação quantitativa das estruturas tridimensionais.
Através desta análise podemos quantificar as modificações adaptativas
patológicas ou normais das estruturas celulares (PEREIRA et al., 1998).
Para a realização da estereologia utilizamos o sistema digital de
processamento de imagens em computador do Laboratório de Análise
Morfoquantitativa e Imunohistoquímica da Universidade São Judas Tadeu. A
captura das imagens se deu em um microscópio Zeiss, com objetivas de 40x.
O sistema transmite as imagens de um arquivo para o computador, equipado
com processador Pentium V e placa digitalizadora. Para a análise das imagens
digitalizadas, utilizamos o software Image J, do Instituto Nacional de Saúde,
USA.
4.8. Análises Morfoquantitativas
Para as análises Morfoquantitativa, foram utilizadas, em média, 8 cortes
não sequenciais por animal. As imagens para estas análises foram capturadas
e transferidas para o programa de análise de imagens Software Axio Vision
onde as medidas de diâmetros dos núcleos e miócitos, bem como sua área de
seção foram realizadas através de ferramentas deste mesmo software.
Para os valores de densidade de volume utilizamos o sistema teste de
linhas e pontos, através do programa Image J (figura 03), sendo que a linha
lateral esquerda e linha inferior foram consideradas “linhas proibidas”, onde,
todas as estruturas a serem analisadas que tocassem estas linhas eram
desconsideradas, já as estruturas que tocassem a linha lateral direita e linha
superior eram contadas. (MANDARIM-DE-LACERDA, 2003).
Figura 3: Sistema teste de linha e pontos do Software Image J As fotomicrografias dos cortes transversais do ventrículo esquerdo foram
utilizadas para determinação da fração ocupada pelos miócitos, por seus
núcleos, pelo interstício celular, pelos capilares cardíacos e pelas fibras
colágenas.
4.8.1 Densidade Numérica de Transecção de Núcleos de Miócitos
(Nv[n])
Para obtermos a densidade numérica de transecção de núcleos (Nv[n]),
realizou-se a contagem do número de núcleos através do sistema teste
composto por linhas e pontos (MANDARIM-DE-LACERDA,2003). As imagens
utilizadas para esta análise foram capturadas com objetiva de 40x com 10
campos fotografados por animal, analisadas através do sistema Image J.
4.8.2. Volume Nuclear Médio do Miócito (V)
Para obtenção do volume nuclear médio (V), utilizamos o cálculo segundo
a formula de Salvatore e Schreider, 1947, que foi devidamente aplicada e seus
valores anotados para posteriormente serem utilizados nos tratamentos
estatísticos. Abaixo apresentamos a fórmula:
V= a² x b/1.91 onde, V= volume nuclear, a = diâmetro menor do núcleo, b
= diâmetro maior do núcleo e 1,91 é uma constante utilizada.
4.8.3. Área Média da Transecção dos Miócitos (AM)
A análise dos miócitos das imagens de cada campo fotográfico foi
realizada através do sistema Axio Vision (Zeiss), onde cada miócito foi
delimitado e medido sua área em micrômetros².
4.8.4. Densidade de Volume de Miócitos (Vv[m])
A densidade de volume do miócitos (Vv[m]) deve expressar a fração do
volume ocupado pelos miócitos em relação ao volume total da imagem
analisada. Para esta analise, foi utilizado o sistema teste com um total de 204
pontos, o que corresponde a 100% da imagem. Para expressar a densidade de
volume de miócitos, a análise foi realizada considerando para efeitos de
contagem os pontos que coincidiam sobre os miócitos, e posteriormente os
valores foram apresentados em valores percentuais.
4.8.5. Densidade de Volume dos Capilares (Vv[cap])
A densidade de volume do capilares (Vv[cap]) deve expressar a fração do
volume ocupado pelos capilares em relação ao volume total da imagem
analisada. Para esta analise, foi utilizado o sistema teste com um total de 204
pontos, o que corresponde a 100% da imagem. Para expressar a densidade de
volume de capilares, a análise foi realizada considerando para efeitos de
contagem os pontos que coincidiam sobre os capilares, e posteriormente os
valores foram apresentados em valores percentuais.
4.8.6. Densidade de Volume do Interstício (Vv[int])
A densidade de volume do interstício (Vv[int]) deve expressar a fração
do volume ocupado pelo interstício em relação ao volume total da imagem
analisada. Para esta analise, foi utilizado o sistema teste com um total de 204
pontos, o que corresponde a 100% da imagem. Para expressar a densidade de
volume do interstício, a análise foi realizada considerando para efeitos de
contagem os pontos que coincidiam sobre o interstício, e posteriormente os
valores foram apresentados em valores percentuais.
4.8.7 Densidade de Volume das Fibras Colágenas (Vv[fc])
A densidade de volume das fibras colágenas (Vv[fc]) deve expressar a
fração do volume ocupado pelas fibras colágenas em relação ao volume total
da imagem analisada. Para esta analise, foi utilizado o sistema teste com um
total de 204 pontos, o que corresponde a 100% da imagem. Para expressar a
densidade de volume das fibras colágenas, a analise foi realizada
considerando para efeitos de contagem os pontos que coincidiam sobre as
fibras colágenas, e posteriormente os valores foram apresentados em valores
percentuais.
5. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados foram apresentados como média e erro padrão. O teste de
análise de variância (ANOVA) two way, e post-hoc de Tukey foram
devidamente aplicados para análise dos dados. O nível de significância
adotado em todos os testes foi de p< 0,05.
RESULTADOS
6. RESULTADOS
6.1. Análises Morfométrica e Estereológica 6.1.1. Densidade Numérica de Transecção de Núcleos de miócitos
(Nv[n])
Os resultados da densidade numérica de transecção de núcleos de
miócitos do ventrículo esquerdo nos grupos estudados são apresentados na
tabela 1 e figura 4. Os animais do grupo COT apresentaram um aumento de
21% em relação ao grupo CS. Já as outras comparações entre os animais dos
grupos controle (CS, COS e COT), quando comparados entre si, não
apresentaram diferença significante.
Os animais do grupo LDL-OT apresentaram diminuição na densidade
numérica de transecção núcleos de 32% , quando comparado com o grupo
LDL-OS. Entre os grupos LDL-S e LDL-OS, houve um aumento de 15% na
densidade numérica de transecção de núcleos, e entre LDL-S e LDL-OT uma
diminuição de 22%. Quando comparado o grupo CS com os grupos LDL-S,
LDL-OS e LDL-OT, observamos aumento significante de 64%, 86% e 27%,
respectivamente.
Os animais do grupo LDL-OS, quando comparados ao grupo COT,
apresentaram aumento significante de 54% na densidade numérica de
transecção de núcleos. Quando comparado o grupo LDL-S, o aumento foi de
35% na densidade numérica de transecção de núcleos dos miócitos.
Tabela 1: Densidade Numérica de Transecção de Núcleos (Nv[n]) dos miócitos
nos grupos controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
(Nv[n]) 24,8 ± 0,9 28,5 ± 0,7 30 ± 1,3 40,7 ± 0,9 46,3 ± 1,4 31,7 ± 1,3 Valores representam média ± EPM.
Figura 4: Densidade numérica de transecção de núcleo (Nv[n]) nos grupos
controle sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle
ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout
ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-
24.828.5
*30
* # †40.7
* # † £ 46.3
* £ €31.7
0
10
20
30
40
50
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
Nn[
n]
Grupos
Densidade Numérica de Núcleos
OT). Valores representam média ± EPM. *p< 0,05 vs. CS; #p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05
vs. COT; € p< 0,05 vs. LDL-OS.
6.1.2. Volume Nuclear Médio dos Miócitos (V) Os resultados do volume nuclear médio (V) dos miócitos do ventrículo
esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 2 e figura 5.
Quando comparamos o grupo CS com os grupos COS e COT verificou-se
aumento significante de 70% e 223% respectivamente. Os animais do grupo
LDL-OS e LDL-OT quando comparados com o grupo CS obtiveram um
aumento de 23% e 48% no volume nuclear médio dos cardiomiócitos.
Entre os animais dos grupos COS e COT, o aumento foi de 88%. Quando
comparados os grupos LDL-S e LDL-OS com os animais do grupo COS,
verificamos uma diminuição de 48% e 29%, respectivamente.
Os animais dos grupos LDL-OT, LDL-OS e LDL-S quando comparados aos
animais do grupo COT, apresentaram uma diminuição no volume nuclear
médio de 55%, 62% e 72% respectivamente.
Já os animais dos grupos LDL-OS e LDL-OT, ao serem comparados com
os animais do grupo LDL-S, observou-se o aumento de 37% e 65% no volume
nuclear médio. Tabela 2: Volume Nuclear Médio (V) dos miócitos nos grupos controle sedentário
(CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
(V) 24,1 ± 1,2 41,3 ± 1,9 77,9 ± 3,7 21,7 ± 0,9 29,7 ± 1,4 35,8 ± 1,4 Valores representam média ± EPM.
Figura 5: Volume nuclear médio (V) dos miócitos nos grupos controle sedentário
(CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado
(COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário
(LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Valores representam
média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT.
6.1.3. Área Média da Transecção dos Miócitos (AM)
Os resultados da área média da transecção dos miócitos (AM) do
ventrículo esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 3 e
figura 6.
Os animais dos grupos CS, COS e COT apresentaram aumento
significante na área média da transecção dos miócitos entre eles. Entre os
grupos CS e COS foi de 70%, entre CS e COT de 180% e entre os animais dos
grupos COS e COT de 65%. Entre os grupos CS e LDL-OS, observamos um
aumento de 28% da área média da transecção dos miócitos. Entre os grupos
COS com LDL-OS e COS com LDL-OT observamos uma diminuição na área
média da transecção dos miócitos de 23% e 15% respectivamente.
Comparando o grupo LDL-S com os grupos LDL-OS e LDL-OT os animais
apresentaram um aumento significante de 33% e 47% respectivamente. Já
entre os grupos LDL-OS e LDL-OT não houve diferença estatística.
Quando comparamos o grupo LDL-S com CS, não houve diferença
significante. Entre os grupos LDL-S e COT, houve diferença significante com
24.1
*41.3
* #77.9
# †21.7
* # † £29.7
* † £35.8
0102030405060708090
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
V
Grupos
Volume Nuclear Médio
uma diminuição de 184%. Já entre os grupos LDL-S com COS e, houve uma
diminuição significante da área média da transecção dos miócitos de 72%.
Entre os animais dos grupos LDL-OS e COT houve uma diminuição de 53%.
Entre os animais dos grupos LDL-OT com CS, verificamos um aumento de
41%, e LDL-OT com COT obtivemos uma diminuição de 49% da área média
da transecção dos miócitos. Tabela 3: Área Média da transecção do Miócito (AM) nos grupos controle
sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
(AM) µm2 106,6 ± 4,1 176,7 ± 5,8 290,3 ± 11 102,9 ± 3,9 137,5 ± 3,6 150,9 ± 5,2 Valores representam média ± EPM.
Figura 6: Área média da transecção do miócito nos grupos controle sedentário
(CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-O). Valores representam média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT; £ p< 0,05 vs. LDL-S; € p< 0,05 vs. LDL-OS.
106.6
*176.7
* #290.3
# †102.9
* # † £137.5
* # † £150.9
0
50
100
150
200
250
300
350
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
mic
rôm
etro
s²
Grupos
Área Média do Miócito
6.1.4. Densidade de Volume dos Miócitos (Vv[m])
Os resultados densidade de volume dos miócitos (Vv[m]) do ventrículo
esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 4 e figura 7. O grupo CS quando comparado com os grupos COT não apresentou
diferença significante na densidade de volume dos miócitos Os grupos CS e
COS apresentaram diferença significante entre eles, com diminuição da
densidade de volume de miócitos de 09%. Já a comparação entre os grupos
COS e COT, nos mostra um aumento de 10% na densidade de volume de
miócitos.
Entre os animais dos grupos LDL-S e LDL-OS não houve diferença
significante. Comparando os grupos LDL-OS com LDL-OT obtivemos um
aumento significante na densidade de volume de miócitos de 3%. Observamos
aumento significante na densidade de volume de miócitos no grupo LDL-S de
04%, 13% e 03% quando comparado com os grupos CS, COS e COT,
respectivamente. O grupo LDL-OS também apresentou aumento significante
de 04%, 14% e 03%, quando comparado com os grupos CS, COS e COT
respectivamente. O grupo LDL-OT também apresentou um aumento
significante na densidade de volume de miócitos de 07%, 16% e 05%, quando
comparado aos grupos CS, COS e COT respectivamente. Tabela 4: Densidade de Volume dos Miócitos (Vv[m]) nos grupos controle
sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
(Vv[m]) µm3 87,2 ± 0,7 80,2 ± 0,4 88,3 ± 0,4 90,9 ± 0,4 91,1 ± 0,4 93 ± 0,3 Valores representam média ± EPM.
Figura 7: Densidade de volume dos miócitos nos grupos controle sedentário
(CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Valores representam média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT; £ p< 0,05 vs. LDL-S; € p< 0,05 vs. LDL-OS.
6.1.5. Densidade de Volume de Capilares (Vv[cap]) Os resultados densidade de volume dos capilares (Vv[cap]) do ventrículo
esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 5 e figura 8.
Comparando os animais dos grupos CS e COS não verificamos diferença
significante, mas ao compararmos os grupos CS com COT e COS com COT,
obtivemos aumento significante na densidade de volume de capilares de 392%
para ambos os grupos.
Entre os grupos LDL (LDL-S, LDL-OS, LDL-OT) os resultados não
apresentaram diferenças estatisticamente significantes.
Os grupos LDL-S, LDL-OS e LDL-OT apresentaram uma diminuição na
densidade de volume de capilares de 392%, 392% e 304% em relação ao
grupo COT, respectivamente.
Tabela 5: Densidade de Volume dos Capilares (Vv[cap]) nos grupos controle
sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado
87,2
*80.2
#88.3
* # †90.9
* # †91.1
* # † £ €93
70
75
80
85
90
95
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
%
Grupos
Densidade de Volume dos Miócitos
treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
(Vv[cap]) µm3 0,79 ± 0,1 0,84 ± 0,1 3,4 ± 0,1 0,7 ± 0,1 0,7 ± 0,1 0,84 ± 0,1 Valores representam média ± EPM.
Figura 8: Densidade de volume de capilares nos grupos controle sedentário (CS),
controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Valores representam média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT.
6.1.6. Densidade de Volume de Interstício (Vv[int])
Os resultados densidade de volume de interstício (Vv[int]) do ventrículo
esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 6 e figura 9. Quando comparamos os grupos CS e COS, obtivemos um aumento
significativo na densidade de volume de interstício de 46%. Já o grupo COT,
apresentou uma diminuição em relação aos grupos CS e COS de 35% e 55%
respectivamente.
Quando comparamos o grupo LDL-S com o grupo LDL-OS não houve
diferença significante. Já quando comparado com o grupo LDL-OT,
0,79 0,84
* #3.4
†0.7
†0.7
†0.84
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
%
Grupos
Densidade de Volume de Capilares
observamos uma diminuição de 19% na densidade de volume do interstício. Já
o grupo LDL-OT, apresentou uma diminuição em relação ao grupo LDL-OS de
20%.
Observamos uma diminuição significante na densidade de volume de
interstício quando comparamos o grupo LDL-S com os grupos CS e COS de
30%, 59%, respectivamente. Já o grupo LDL-OS também apresentou
diminuição na densidade de volume de interstício 30% e 59%, quando
comparado com os grupos CS e COS respectivamente e em relação ao grupo
COT não houve diferença estatística significante. Quando comparado a
densidade de volume de interstício do grupo LDL-OT em relação aos grupos
CS, COS e COT, encontramos uma diminuição significativa de 52%, 67% e
26% respectivamente.
Tabela 6: Densidade de Volume de Interstício (Vv[int]) nos grupos controle
sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
(Vv[int]) µm3 12,3 ± 0,5 18 ± 0,4 8,1 ± 0,3 7,4 ± 0,3 7,5 ± 0,3 6 ± 0,2 Valores representam média ± EPM.
12,3
*18
* #8.1
* #7.4
* #7.5 * # † £ €
6
02468
101214161820
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
%
Grupos
Densidade de Volume de Interstício
Figura 9: Densidade de volume de interstício nos grupos controle sedentário
(CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Valores representam média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT; € p< 0,05 vs. LDL-OS
6.1.7. Densidade de Volume de Fibras Colágenas (Vv[fc]) Os resultados densidade de volume de interstício (Vv[fc]) do ventrículo
esquerdo nos grupos estudados são apresentados na tabela 7 e figura 10. Analisando o grupo COT, em relação aos grupos CS, COS e LDL-OS,
encontramos uma diminuição significativa da densidade de fibras colágenas de
61%, 50% e 50% respectivamente. Em relação às análises entre os outros
grupos estudados, não verificamos diferença estatística significante entre as
mesmas.
Tabela 7: Densidade de Volume de Fibras Colágenas (Vv[fc]) nos grupos controle
sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT).
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
(Vv[fc]) µm3 1,4 ± 0,1 1,3 ± 0,1 0,9 ± 0,1 1,1 ± 0,1 1,3 ± 0,1 1,1 ± 0,1 Valores representam média ± EPM.
Figura 10: Densidade de volume de fibras colágenas nos grupos controle
sedentário (CS), controle ovariectomizado sedentário (COS), controle ovariectomizado treinado (COT), LDL knockout sedentário (LDL-S), LDL knockout ovariectomizado
1,4 1,3* #0.9
1,1
†1.3
1,1
0
0,5
1
1,5
CS COS COT LDLS LDLOS LDLOT
%
Grupos
Densidade de Volume de Fibras Colágenas
sedentário (LDL-OS), LDL knockout ovariectomizado treinado (LDL-OT). Valores representam média ± EPM. * p< 0,05 vs. CS; # p< 0,05 vs. COS; †p< 0,05 vs. COT
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
7. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Considerado como um importante tratamento não farmacológico, o
treinamento físico auxilia e promove a melhora em diversas disfunções
cardiovasculares, metabólicas e hemodinâmicas (ALMEIDA & ARAÚJO, 2003;
MONTEIRO & SOBRAL, 2004). O desenvolvimento de doenças coronarianas é
aumentado com a menopausa, a inatividade física e também em pessoas
portadoras de dislipidemias, que são fatores causadores de lesões endoteliais
e teciduais, sendo esta considerada um fator de risco para o desenvolvimento
da placa aterosclerótica (GIANNINI, 1998; PRADO; DANTAS,2002). Estudos
populacionais demonstraram importante relação entre os níveis sanguíneos de
colesterol e o risco de desenvolvimento de doença cardiovascular (Verschuren
e Kromhout, 1995). Durante 30 anos, Andersen (1985), realizaram uma
pesquisa de caráter longitudinal na população da cidade de Framingham
(EUA), avaliando a influência de alguns fatores de risco sobre a incidência e a
mortalidade em decorrência de doenças cardiovasculares. Os resultados desta
pesquisa demonstraram que existe associação entre disfunções
cardiovasculares e valores elevados de colesterol plasmático, evidenciando
que os indivíduos que possuíam concentrações elevadas de colesterol
sanguíneo no início do estudo apresentavam maior incidência e também maior
taxa de mortalidade por doença cardiovascular ao longo do período de
seguimento do estudo. SHEPHERD et al., 2002, estudando 5804 sujeitos entre
70 e 82 anos de idade com alto risco cardiovascular observou que após a
terapia de redução de colesterol, houve uma redução no número de infartos do
miocárdio não fatais e nas mortes por doenças cardiovasculares.
Outro estudo importantíssimo demonstra que terapias de redução do
colesterol foram eficazes em reduzir o risco cardiovascular. O estudo HPSCG,
analisando 20536 indivíduos com alto risco cardiovascular, em idade entre 40 e
80 anos, após a utilização de drogas em seu tratamento para reduzir o
colesterol, verificou uma redução de 24% nos eventos vasculares e nas
operações de revascularização e 27% nos infartos não fatais e morte por
doenças coronárias. (HPSCG, 2002).
Verificamos a grande efetividade dos níveis de colesterol sanguíneo no
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, valendo lembrar que a
hipercolesterolemia é mais prevalente no sexo feminino após o evento da
menopausa.
Em pesquisas recentes, a utilização de animais LDL knockout, tem sido
de grande importância para o melhor entendimento do metabolismo dos
lipídeos, no intuito de ajudar a minimizar os efeitos desta disfunção metabólica.
Mercuro et al. (2006), demonstraram que o exercício físico melhora a
complacência das grandes artérias em mulheres pós-menopausadas, além de
melhorar a composição corporal com a diminuição do tecido adiposo, reduzir o
LDL colesterol e aumentar o HDL colesterol. Lima (2007), acrescenta que o
treinamento físico, é capaz de aumentar a biodisponibilidade de NO,
reservando a função endotelial.
O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos do treinamento físico
aeróbio no ventrículo esquerdo de camundongos fêmeas ovariectomizadas
selvagens e ovariectomizadas LDL knockout submetidas à privação dos
hormônios ovarianos sob parâmetros histomorfométricos e estereológicos. Na
sequencia apresentaremos os resultados sobre cada parâmetro analisado na
vigência do exercício e da hipercolesterolemia.
7.1. Densidade Numérica de Transecção de Núcleos e Volume Nuclear
Médio:
Em relação a densidade numérica de transecção de núcleos, verificou-
se que nos animais dos grupos controle (CS, COS e COT) não apresentaram
diferença significante, mostrando que a ovariectomia e o exercício não
interferem na densidade numérica de transecção de núcleos dos
cardiomiócitos. Já quando comparamos os grupos LDL-S e LDL-OS com os
grupos CS e COS verificamos aumento significante, evidenciando que a
hipercolesterolemia acrescida a ovariectomia sugerem o aumento numérico de
miócitos. Quando comparamos os animais dos grupos LDL-S e LDL-OS com o
grupo LDL-OT verificamos que o exercício reverte significantemente o
processo, mas não retorna aos dados do grupo CS.Com relação aos dados
referentes ao volume nuclear médio observamos que os grupos COS e COT
apresentaram um aumento significante quando comparado com o grupo CS.
Podemos observar que o exercício desempenhou uma reversão maior neste
modelo experimental, explicando o menor número por área, nos animais do
grupo LDL-OT que realizaram o exercício, dados semelhantes foram
encontrados em animais com Síndrome Metabólica (Gargaglione E, 2008)
Para Pimenta (2008), “os exercícios aeróbios realizados com intensidade
e duração adequadas promovem alterações quantitativas em miócitos
cardíacos, em vasos e no tecido intersticial do miocárdio, tanto em humanos
como em animais de experimentação.”
Em pesquisa realizada por Marques et al (2006), o exercício físico após
a ovariectomia provocou efeitos benéficos para o miocárdio.
Não foram encontradas pesquisas que mostrassem especificamente o
efeito de exercícios sobre a densidade numérica de transecção de núcleos bem
como o volume nuclear médio em protocolos parecidos com o aqui utilizado.
Estes dados poderiam estar associados ao processo de degeneração
celular e rearranjo dos componentes celulares. (MARCHON, 2010).
Em estudos com ratos SHR idosos, analisados com ovariectomia de
duração de 13 semanas, realizado por Marques e colaboradores (2006),
demonstrou que este parâmetro sofreu alteração, diferentemente dos dados
encontrados em nosso estudo, provavelmente pelo tempo que nossos animais
passaram com a privação dos hormônios ovarianos (5 semanas).
Como já verificados por Mandarin de Lacerda et al (1995), estes
resultados sugerem que os exercícios mais intensos, são mais indicados para
promoção da hipertrofia dos miócitos, caracterizado pelo aumento do volume
celular e principalmente pela apresentação do núcleo proporcionalmente
grande.
7.2. Área Média da Transecção do Miócito:
A composição do tecido cardíaco é cerca de 80% de miócitos e 20% de
matriz extracelular, compreendendo tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. De
acordo com a idade e patologias, esta proporção pode sofrer alterações
(HUDLICKA, 1996).
Ao analisarmos os dados dos grupos CS, COS e COT verificamos que a
ovariectomia e a prática do treinamento aeróbio de intensidade moderada
resultaram significante aumento da massa muscular do tecido cardíaco,
resultados que também foram notados nos animais LDL Knockout, sugerindo
uma hipertrofia destes miócitos.
Os animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS e LDL-OT) apresentaram
diminuição significativa na área média da transecção dos miócitos quando
comparados aos animais controle (COT) sugerindo que o treinamento físico
permitiu a hipertrofia do miocárdio, contudo em valores menores devido à
hipercolesterolemia.
Corroborando com nossos dados, em pesquisa realizada por Vieira
(2009), o aumento na área média da transecção dos miócitos também foi
verificado em ratas ovariectomizadas e associado ao exercício físico, houve
uma maior hipertrofia dos mesmos.
Este aumento observado na área média da transecção dos miócitos
pode de certa forma, oferecer melhoria da função contrátil do músculo
cardíaco e sua resposta ao exercício, sendo um mecanismo importante na
resposta compensatória ao exercício (NATALI, 2004), podendo melhorar a
resposta da tensão ativa (Mecanismo de Frank-Starling) nos miócitos do
ventrículo esquerdo (DIFFEE & NAGLE, 2003b) e a contratilidade intrínseca
cardíaca, provavelmente por modificar as rotas de influxo de cálcio no
sarcolema (MOORE & KORZICK, 1995)
A hipertrofia do musculo cardíaco é uma tentativa de adaptação do
coração à sobrecarga de trabalho, desde que não a ultrapasse, podendo levar
a uma falência cardíaca quando o processo de adaptação é esgotado.
(MANDARIN DE LACERDA,1995; CARDOSO et al, 2006).
Em pesquisa realizada por Pimenta (2008) a prática da atividade física
com protocolo para treinamento resistido e também resistido + aeróbio
promoveu um aumento significativo na área média da transecção dos miócitos
em relação ao grupo controle.
De acordo com SUZUKI et al., (2003) o aumento da área média da
transecção dos miócitos pode ter sido ocasionado em decorrência de
estímulos mecânicos locais (o próprio exercício físico), via estiramento,
associado à reação inflamatória, provocado pela SM, promovendo a liberação
de fatores de crescimento que estimulam a hipertrofia .
Corroborando com estes dados, pesquisa realizada por Gargaglione
(2008), realizada em grupos de animais portadores de Síndrome Metabólica,
onde um grupo realizou treinamento de corrida outro grupo realizou o
treinamento de caminhada, em ambos os grupos a área média da transecção
dos miócitos resultou em aumento em seu volume relativo, de acordo com a
necessidade bioquímica, mecânica, fisiológica à sobrecarga exigida, fazendo
com que ocorresse vários ajustes através do aumento do trabalho corporal
desencadeado pelo exercício.
7.3. Densidade de Volume de Miócitos
Os valores obtidos dos animais do grupo COS apresentaram uma
diminuição significante na densidade de volume dos miócitos em relação ao
grupo controle (CS). A prática do treinamento aeróbio para os animais do grupo
controle ovariectomizado (COT), apresentou um aumento na densidade de
volume dos miócitos de 10% em relação ao grupo ovariectomizado sedentário
(COS) e não apresentando diferenciação aos valores do grupo controle (CS).
Estes resultados sugerem que a ovariectomia diminuiu a densidade de
volume de miócitos e que a prática do treinamento aeróbio de intensidade
moderada resultaram significante aumento na densidade de volume dos
miócitos em relação aos animais ovariectomizados, elevando a densidade aos
valores estatisticamente iguais aos do grupo controle (CS).
Ao analisarmos valores obtidos dos animais dos grupos LDL-S e LDL-
OS não apresentaram diferença significante. A prática do treinamento aeróbio
para os animais do grupo LDL (LDL-OT) apresentou diferença significativa em
relação ao grupo controle (LDL-S) e em relação ao grupo ovariectomizado
sedentário (LDL-OS). Estes resultados sugerem que a ovariectomia no grupo
LDL não influencia significativamente os valores da densidade de volume dos
miócitos e que a prática do treinamento aeróbio de intensidade moderada, no
grupo LDL, resulta em aumento da densidade de volume do miócito, sugerindo
a hipertrofia dos mesmos.
Os animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS e LDL-OT) apresentaram
aumento significativo na densidade de volume dos miócitos quando
comparados aos animais controle (CS, COS, COT) sugerindo que os mesmos
tiveram uma hiperplasia dos miócitos para este grupo, pois os mesmos
apresentaram valores mais baixos que os grupos selvagens em relação a área
média dos miócitos.
A prática da atividade física de forma regular, como a corrida, faz com
que os valores da densidade de volume dos miócitos do grupo treinado se
aproximassem dos valores do grupo controle, fortalecendo a necessidade da
prática de exercício realizando a manutenção do tecido cardíaco (MOORE &
KORZICK, 1995).
Em outras pesquisas, também verificou-se o aumento na densidade de
volume, por modificações da tensão mecânica, hipertrofia dos miócitos e
aumento no volume ventricular (RAKUSAN, KORECKY, MEZL, 1983).
Sabe-se que com o passar dos anos, é natural que ocorra uma
diminuição do número de cardiomiócitos bem como a hipertrofia dos mesmos
(Cardoso et al., 2006; Águila, et al 1998).
No treinamento aeróbio, ocorre um aumento no retorno venoso que
impõe consequentemente uma sobrecarga volumétrica (pré-carga aumentada)
sobre o coração, resultando em aumento da pressão diastólica final, recebida
pelo coração como estimulo para que haja replicação em serie dos sarcômeros
e aumento da cavidade ventricular esquerda. (Pimenta, 2008). Estes resultados
ocasionam um remodelamento na densidade de miócitos por área
demonstrando que a atividade de longa duração aumentava o comprimento
celular no ventrículo esquerdo (MOORE et al.,1993 , MOKELKE et al., 1997,
PALMER et al., 1998 , PALMER, MOORE,1999).
Para Gargaglione (2008), tanto a caminhada como a corrida,
confirmaram sua eficácia para o aumento e a manutenção da massa
miocárdica que, por sua vez, atua na prevenção do enfraquecimento cardíaco,
insuficiência cardíaca e apoptose.
A manutenção na densidade de volume dos miócitos é considerada
fundamental para a manutenção da função cardíaca (MOORE et al, 1995)
7.4. Densidade de Volume de Capilares
Ao analisarmos os resultados apresentados pelos grupos selvagens
(CS, COS e COT) verificamos que a falta da produção dos hormônios não
interferem na densidade de volume dos capilares, mas, a prática do
treinamento aeróbio de intensidade moderada resulta em significante aumento
da rede de vascularização no miocárdio do ventrículo esquerdo desses
animais.
Os valores obtidos dos animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS, LDL-
OT) não apresentaram diferença significante entre eles, sugerindo que a
ovariectomia e a prática do treinamento aeróbio de intensidade moderada em
animais LDL Knockout, não resulta em diferenciação de aumento ou diminuição
na densidade de volume de capilares, sugerindo que a hiperlipidemia não
favorece o crescimento da rede vascular nesses animais. Quando comparados
aos animais do grupo controle (CS e COS), os animais do grupo LDL (LDL-S,
LDL-OS e LDL-OT) não apresentaram diferenças significantes entre os
resultados, sugerindo que o fator hiperlipidemia não ofereceu diferenças a
estes animais , independentemente da ovariectomia e do treinamento físico
aeróbio de intensidade moderada para o grupo LDL Knockout.
Há muito tempo, pesquisas já vem demonstrando que os exercícios
aeróbios moderados aumentam a relação capilar/miócito, favorecendo a
perfusão cardíaca (BLOOR; LEON, 1970).
De acordo com Matsubara et al., (2006) e Odekogunde, (1982), grupos
que realizam exercício apresentam um aumento na densidade dos capilares
devido ao aumento da demanda energética e perfusora no tecido, pois,
quando a atividade do tecido aumenta, uma maior área tecidual precisa ser
atingida pelo fornecimento de substratos. No entanto, a perfusão precisa ser
aumentada pela angiogênese (MATSUBARA et al., 2006; GARGAGLIONE,
2008) ou pelo aumento da densidade capilar (ODEKOGUNDE, 1982).
Como já verificado, o aumento intensivo da atividade muscular é capaz
de promover a angiogênese no tecido cardíaco, com o objetivo de manter a
homeostasia diante das demandas metabólicas (IRIGOYEN et al., 2003).
Em pesquisa realizada por Maifrino et al (2009), o exercício aeróbico
durante a fase de envelhecimento melhorou a vascularização miocárdica e
normalizou a fibrose miocárdica.
O treinamento aeróbio de moderada intensidade foi bastante eficiente na
melhora de alguns perfis como a angiogênese (COT). Estes ajustes melhoram
as funções cardíacas por aumentar o conteúdo nutricional e oxidativo do tecido
como resultado da angiogênese e da densidade de volume dos capilares. Essa
categoria de exercício, observada neste estudo, apresentou um aumento na
densidade de volume dos capilares sanguíneos sendo suficiente para
desencadear uma melhora no desempenho cardíaco. (Gargaglione, 2008)
Este aumento numérico e na densidade de vasos no miocárdio do
ventrículo esquerdo ocorrido no exercício físico aeróbio é provavelmente
decorrente de um mecanismo de equilíbrio tal como acontece no musculo
esquelético, (Amaral et al, 2000 ).
Nossos dados corroboram com os dados de Pimenta (2008), onde em
sua pesquisa também verificou o aumento da densidade de volume de
capilares no miocárdio de ratos após realizar treinamento resistido e resistido +
aeróbio, devido à neoformação promovida pela prática do exercício aeróbio.
Corroborando com nossos dados, Van Belle et al (1997), Junli et al
(2000) também verificaram que a hiperlipidemia dificultou o aumento da
densidade de volume de capilares pois, durante o processo inflamatório, a
produção de interleucina 6 (IL-6), interleucina 1 (IL-1) e TNF-a, induzem a
expressão dos genes hepáticos a sintetizarem as proteínas de fase aguda
como a proteína C reativa (PCR) e amilóide sérica A (AMBERGER et al.,
1997). As concentrações elevadas de PCR atuam diretamente no recrutamento
de leucócitos e apoptose na parede do vaso (VERMA et al., 2004, KUBO et al.,
2009). A PCR provoca efeitos pró-inflamatórios e pró-arteriosclerótico no
endotélio vascular. Seus níveis elevados aumentam a síntese das moléculas
de adesão leucocitária e plaquetária (E-selectina e P-selectina), estimulando a
quimiotaxia e favorecendo a transmigração leucocitária para a íntima vascular e
a adesão plaquetária (LEY, 2003; PRASAD, 2006). A presença de PCR em
altas concentrações inibe a síntese do óxido nítrico nas células endoteliais,
facilitando a apoptose destas células e bloqueando a angiogênese (VERMA et
al., 2002).
7.5. Densidade de Volume de Interstício
Os valores obtidos dos animais ovariectomizados sedentários (COS)
apresentaram diferença significante em relação ao grupo controle (CS) com um
aumento na densidade de volume de interstício. A prática do treinamento
aeróbio para os animais do grupo ovariectomizado (COT), apresentou
diferença significativa em relação ao grupo controle (CS) e em relação ao
grupo ovariectomizado sedentário (COS) com uma diminuição na densidade de
volume de interstício sugerindo que a ovariectomia predispõe um aumento no
volume de interstício e que a prática do treinamento aeróbio de intensidade
moderada resultou na diminuição do mesmo, trazendo-os para valores mais
baixos que o grupo controle (CS).
Os animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS e LDL-OT) apresentaram
diminuição significativa na densidade de volume de interstício quando
comparados aos animais controle (CS) sugerindo que a dislipidemia manteve
os valores para este grupo inferiores ao grupo selvagem sedentário (CS).
Quando comparados entre si, os animais do grupo LDL Knockout (LDL-
S, LDL-OS) não apresentaram diminuição significante na densidade de volume
de interstício e quando comparados ao rupo treinado (LDL-OT), observamos
uma diminuição significativa sugerindo que a prática do treinamento aeróbio de
intensidade moderada resultou na diminuição do mesmo.
Os componentes do interstício cardíaco tem intima relação com o
compartilhamento celular, sendo críticos na transmissão de informações do
meio extracelular para as células cardíacas. (SIMPSON et al, 1994).
Esta interação ocorre em resposta ao a estímulos fisiológicos tanto em
situação normais quanto em situações de sobrecarga. (BONFIM e MANDARIN-
DE-LACERDA, 2003)
O aumento do volume do interstício cardíaco foi verificado também em
pesquisa realizada por Águila e colaboradores (1998), ressaltando que este é
um processo natural de acordo com o envelhecimento dos animais.
Verificamos uma diminuição no espaço intersticial no grupo treinado,
podendo ser explicando pela maior proporção ocupada pelos vasos,
juntamente com aumento do numero de miócitos por campo e aumento da área
dos miócitos. Em relação aos vasos poderíamos destacar que vênulas e
arteríolas ocupam, no interstício, uma maior fração de volume (tamanho/área)
do que os capilares, podendo influenciar nos resultados apresentados.
Pimenta (2008) apresenta também em seu estudo uma diminuição no
espaço intersticial de 51% do grupo treinado em relação ao grupo controle,
sendo que estudos mostraram que as fibras colágenas (maior constituinte do
espaço intersticial) do miocárdio também sofrem influencia da realização de
exercícios. (Tomas et al, 1992; Maifrino et al, 2006)
7.6. Densidade de Volume de Fibras Colágenas
Os valores obtidos dos animais ovariectomizados sedentários (COS) não
apresentaram diferença significante em relação ao grupo controle (CS). A
prática do treinamento aeróbio para os animais do grupo ovariectomizado
(COT), apresentou diferença significativa em relação ao grupo controle (CS) e
em relação ao grupo ovariectomizado sedentário (COS), com uma diminuição
na densidade de fibras colágenas. Estes resultados sugerem que a falta da
produção dos hormônios não interferem na densidade de volume de fibras
colágenas, mas, a prática do treinamento aeróbio de intensidade moderada
resulta em significante diminuição da mesma.
Já os valores obtidos dos animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS e
LDL-OT) não apresentaram diferença significante entre si, sugerindo que a falta
da produção dos hormônios, a hiperlipidemia e a prática do treinamento
aeróbio de intensidade moderada não resulta em aumento ou diminuição na
densidade de volume de fibras colágenas, para os animais destes grupos.
Quando comparados os animais dos grupos selvagens (CS e COS) com
os animais LDL Knockout (LDL-S, LDL-OS e LDL-OT) não foi observado
diferenças significantes entre os grupos, sugerindo que a hiperlipidemia não
altera o perfil da densidade de volume de fibras colágenas no miocárdio destes
animais.
Com a prática da atividade física, as fibras colágenas do miócito
cardíaco também sofrem influencia sendo que o exercício físico aeróbio atenua
o aumento de colágeno que ocorre no miocárdio com o envelhecimento
(TOMAS et al, 1992; MAIFRINO et al, 2006;)
A concentração da densidade de fibras colágenas que são os principais
constituintes da matriz intersticial extracelular do miocárdio está diretamente
relacionada com a rigidez da parede ventricular (BORG et al., 1981).
Ao analisarmos o conjunto da hipertrofia miocárdica, verificamos
alterações como mudanças na estrutura miocárdica como o remodelamento
intersticial, com acúmulo de colágeno fibrilar vascular, e também o aumento da
espessura da parede dos vasos da microvascularização coronária com
consequente redução do volume vascular e aumento da biossíntese de
colágeno na parede vascular, ocasionando o enrijecimento do miocárdio
(MEIRELLES, VIANNA, MANDARIMDELACERDA,1998).
Estudos mostram que em animais que efetuaram exercício como a
caminhada, a densidade das fibras colágenas diminuiu com a caminhada e o
que provavelmente foi suficiente para desencadear uma remodelação no tecido
cardíaco, em resposta a estímulos provocados por agentes mecânicos ou
humorais liberados em resposta ao exercício sobre o miocárdio (BRILLA,
MATSUBARA, WEBER, 1996).
Esta remodelação do tecido, ocorrido em resposta à caminhada, pode
melhorar o desempenho cardíaco aumentando a complacência ventricular,
aumento da reserva coronariana com potencial de oxigenação e nutricional
para o miócito, o que diminui os riscos de disfunções ventriculares
(MATSUBARA et al., 2006).
O aumento da densidade das fibras colágenas pode desencadear uma
limitação da distensão da musculatura cardíaca, refletindo em uma rigidez da
complacência da parede ventricular (DEBESSA, MAIFRINO, SOUZA, 2001)
além da hipertrofia miocárdica e disfunção diastólica (CARVALHO, SOUZA,
FIGUEIRA, 1998).
Com relação às fibras colágenas, nosso trabalho mostrou que a redução
dos níveis de estrogênio favorece o aumento das fibras colágenas, observadas
no grupo (LDLOS) e que o exercício físico foi capaz de manter os resultados a
níveis encontrados no grupo Controle (LDLS). Neste contexto, nossos achados
corroboram com Jonason, et al. (1998) e Kallikazaros et al. (2002), onde estes
autores relacionam a diminuição do hormônio estrogênio com o enrijecimento
arterial. Desta forma, podemos concluir que o treinamento físico colaborou
para a redução do enrijecimento do vaso no grupo que apresentava privação
do estrogênio com níveis de colesterol normal.
CONCLUSÃO
8. CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos no presente estudo sob os efeitos
morfoquantitativos do exercício aeróbio no ventrículo esquerdo em
camundongos ldl knockout submetidas à ovariectomia, concluímos que em
relação à:
• densidade numérica de transecção de núcleos, o treinamento aeróbio no
grupo LDL reduziu os valores para próximo aos do grupo controle e que a
ovariectomia proporcionou o aumento da mesma; o treinamento nos animais do
grupo selvagem promoveu um aumento nestes valores;
• ao volume nuclear médio, em ambos os grupos, o treinamento aeróbio
de intensidade moderada e a ovariectomia promoveram a elevação desses
valores. A hipercolesterolemia fez com que houvesse uma diminuição dos
mesmos;
• área média da transecção do miócitos, em ambos os grupos, a
ovariectomia promoveu a hipertrofia dos miócitos e a prática de atividade física,
no grupo selvagem também favoreceu a hipertrofia dos mesmos. A
hipercolesterolemia fez com que a área media dos miócitos cardíacos fossem
menores em relação ao grupo controle;
• densidade de volume de miócitos, tanto nos animais controle como nos
animais com hipercolesterolemia, o treinamento físico promoveu um aumento
desses valores. A ovariectomia causou uma redução dos mesmos no grupo
selvagem.
• densidade de volume dos capilares, somente o grupo controle alterou
seus valores com a prática do treinamento aeróbio de intensidade moderada;
• densidade de volume de interstício, o treinamento físico promoveu a
diminuição desses valores para os dois grupos e que a ovariectomia no grupo
controle favoreceu a um aumento dos mesmos. A hipercolesterolemia fez com
que esses valores fossem menores em relação ao grupo controle;
• densidade de volume de fibras colágenas, somente o grupo controle
alterou seus valores com a prática do treinamento aeróbio de intensidade
moderada, ocasionando uma diminuição das mesmas;
Através dos resultados obtidos com esta pesquisa, concluímos que atividade
aeróbia de intensidade moderada ou o tempo de treinamento utilizado em
nossa pesquisa não foram suficientes para que as alterações ocorridas no
grupo hipercolesterolêmico fossem expressivamente significantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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