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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
LUIZ FERNANDO SANTOS TROSS
MANUTENÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM UMA ACADEMIA
DE GINÁSTICA: ESTUDO À LUZ DA TEORIA DA MANUTENÇÃO DA
ATIVIDADE FÍSICA
SÃO PAULO
2018
2
LUIZ FERNANDO SANTOS TROSS
MANUTENÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM UMA ACADEMIA
DE GINÁSTICA: ESTUDO À LUZ DA TEORIA DA MANUTENÇÃO DA
ATIVIDADE FÍSICA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Física.
Orientador:Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti.
SÃO PAULO
2018
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FOLHA DE APROVAÇÃO
LUIZ FERNANDO SANTOS TROSS
MANUTENÇÃO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA EM UMA ACADEMIA
DE GINÁSTICA: ESTUDO À LUZ DA TEORIA DA MANUTENÇÃO DA
ATIVIDADE FÍSICA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade São Judas Tadeu como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Física.
Aprovado em:____/____/______ Banca Examinadora Prof. Dra. Maria Luiza de Jesus Miranda Instituição: USJT – Universidade São Judas Tadeu Assinatura:_______________________ Prof. Dr. Erinaldo Luiz de Andrade Instituição: UNINOVE – Universidade Nove de Julho Assinatura:________________________ Prof. Dr. Marcelo Callegari Zanetti (orientador) Instituição: USJT – Universidade São Judas Tadeu Assinatura:_______________________
4
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu
Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237
Tross, Luiz Fernando Santos T857m Manutenção da prática de atividade física em uma academia de ginastica:
estudo à luz da teoria da manutenção da atividade / Luiz Fernando Santos
Tross. - São Paulo, 2018.
139 f. : il. ; 30 cm.
Orientador: Marcelo Callegari Zanetti Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,
2018.
1. Manutenção. 2.Atividade Física. 3. Academia I. Zanetti, Marcelo Callegari.
II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu
em Educação Física. III. Título
CDD 22 – 796
5
DEDICATÓRIA
Dedico este capítulo aos irmãos espirituais que, todos os dias, lutam
para tornam o mundo um lugar melhor e com mais amor.
Aos meus pais que são exemplo e que me deram suporte sempre que
precisei; e aos meus irmãos.
Dedico, especialmente à minha esposa Juciléia e meus filhos Lavínia e
Gabriel, os quais me ensinaram o real sentido e intensidade do sentimento
amor. Se hoje realizo mais esta obra, é porque tenho um lar em paz e
harmonia, com muito amor.
Aos meus avós (in memorian) Yvone, Tunan, Maria Helena, Carlos, além
de minha querida “cuidadora” e segunda mãe Ide (in memorian); e meu amigo
de infância Tiaguinho (in memorian).
6
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente à Deus, que me deu o dom da existência e sem
O qual nada seria possível. Sou grato a Ele e aos amigos espirituais que me
direcionam no rumo da ascensão e aperfeiçoamento como ser humano e
espírito.
Agradeço aos meus pais que me concederam a vida e me mostraram o
caminho certo a seguir, com honestidade, sabedoria, conhecimento (estudos) e
perseverança.
Sou grato, imensamente, à minha família (esposa e filhos) pela
paciência nos momentos ausentes por motivos de trabalho e estudos, além de
todo apoio.
Aos meus amigos de mestrado e da vida, pelo incentivo e contribuição; e
especialmente ao meu orientador Professor Dr. Marcelo Callegari Zanetti, por
ter confiado e acreditado nos meus projetos, ideais e planos, sempre com
paciência e muita competência. Á instituição de ensino São Judas, pela ótimo
estrutura, grade curricular e corpo docente altamente especializado.
Somente tenho a agradecer, a tudo e a todos que influenciaram, de
alguma maneira, na concretização de mais este projeto. Obrigado.
7
Não confunda jamais conhecimento com sabedoria. Um o ajuda a ganhar a vida; o outro a construir uma vida.
(Sandra Carey)
8
RESUMO
É importante o entendimento dos fatores que interferem positiva e
negativamente no processo de manutenção da atividade física (MAF). Sendo
assim, o objetivo do estudo foi verificar os fatores que interferem na MAF em
uma academia de ginástica à luz da Teoria de Manutenção da Atividade Física.
A amostra foi composta por 17 alunos de uma academia de ginástica da cidade
de Taubaté, interior de São Paulo, com faixa etária entre 23 e 35 anos,
selecionados de maneira intencional e não probabilística. A pesquisa teve uma
abordagem qualitativa e descritiva, de corte transversal, por meio de uma
entrevista individual semiestruturada, elaborada com base na teoria e no
instrumento original cedido pelo autor da teoria. Após a coleta dos dados, foi
realizada a transcrição do conteúdo e analisados os dados segundo a técnica
de Análise de Conteúdo. Como resultado, encontramos que os professores
estão entre os principais fatores que mantém os alunos na academia, os
equipamentos da musculação estão entre os itens que os alunos menos
gostam e a proximidade é um fator relevante ao se considerar a regularidade
para esta amostra. Sobre os preditores e barreiras que a TMAF adota, a
autoeficácia e o ambiente parecem ser os fatores que mais influenciam a
manutenção da AF acima dos 3 meses, tendo atuação mais discretas da
motivação e o estresse age como principal dimensão negativa, que pode
causar situações de recaída ou desistência, prejudicando a MAF.
Palavras-chave:Aderência. Exercício. Academia de ginástica.
9
ABSTRACT
It is important to undestand the factors that interfere positively and negatively in
the process of physical activity maintenance (PAM). Thus, the objective of the
study was to verify the factors that interfere in PAM in a gym in light of the
Theory of Physical Activity Maintenance. The sample consisted of 17
gympractitioners of Taubaté city, in the interior of São Paulo, aged between 23
and 35 years, selected in an intentional and non-probabilistic way. The research
had a qualitative and descriptive approach, cross - sectional, through a semi -
structured individual interview, elaborated based on the theory and the original
instrument given by the author of the theory. After the data collection, the
content was transcribed and the data analyzed according to the Content
Analysis technique. As a result, we found that instructors are among the main
factors that keep practitioners in the gym, bodybuilding equipments are among
the items that practitioners less enjoy and proximity is a relevant factor when
considering regularity for this sample. Regarding the predictors and barriers that
Theory of PAM adopts, self-efficacy and the environment seem to be the factors
that most influence the maintenance of AF above 3 months, having a more
discrete motivation and stress acts as the main negative dimension, which can
cause situations of relapse or dropout, prejudicing PAM.
Keywords: Adherence. Exercise. Gym.
10
LISTA DE SIGLAS
ACSM – American College of Sports Medicine
CENPA – Centro de Psicologia Aplicada
CNS – Conselho Nacional de Saúde
USDHHS – United States Department of Health and Human Services
WHO – World Health Organization
11
LISTA DE ABREVIATURAS
AF – Atividade Física
MAF – Manutenção da Atividade Física
MTT – Modelo Transteórico
TAD – Teoria da Autodeterminação
TCP – Teoria do Comportamento Planejado
TMAF – Teoria da Manutenção da Atividade Física
TSC – Teoria Social Cognitiva
12
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 – COMPONENTES DA TEORIA DO COMPORTAMENTO
PLANEJADO ......................................................................................... 36
FIGURA 2 – CONTINUUM DE AUTODETERMINAÇÃO ................................. 43
FIGURA 3 – CATEGORIZAÇÃO DOS MODELOS TEÓRICOS QUE BUSCAM
EXPLICAR A MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA ......................... 48
13
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DO ESTUDO ..................... 57
TABELA 2 – CATEGORIAS E DIMENSÕES DO ESTUDO ............................. 58
TABELA 3 – COMPLEMENTO DA CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ...... 113
TABELA 4 – INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE A ATIVIDADE FÍSICADOS
ENTREVISTADOS .............................................................................. 113
14
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 16
1.1. PROBLEMA ........................................................................................... 19
1.2. OBJETIVO GERAL ................................................................................ 19
O objetivo do estudo foi analisar se os fatores adotados pela TMAF interferem
na manutenção de AF em uma academia de ginástica. ........................ 19
1.2.1 Objetivos Específicos............................................................................. 20
1.3. JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 20
2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................... 22
2.1. MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIAS DE
GINÁSTICA ........................................................................................... 22
2.3. TEORIAS PARA MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA .................... 30
2.3.1. Teoria Social Cognitiva .......................................................................... 34
2.3.2. Teoria do Comportamento Planejado .................................................... 35
2.3.3. Modelo Transteórico ............................................................................. 36
2.3.4. Teoria da Autodeterminação .................................................................. 39
2.3.5. Teoria da Manutenção da Atividade Física (TMAF) ............................... 46
3. MÉTODOS ............................................................................................. 51
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA..................................................... 51
3.2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ..................................................... 51
3.4. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ................................................................. 52
4. PROCEDIMENTOS ............................................................................... 53
4.1. NATUREZA DAS INFORMAÇÕES E INSTRUMENTOS DE COLETA ... 53
4.2. PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS ................................... 54
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................. 56
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 83
APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AOS
RESPONSÁVEIS PELA ACADEMIA ................................................... 105
APÊNDICE C– TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO AOS
ALUNOS .............................................................................................. 107
APÊNDICE D–ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA PARA
PRATICANTES EM ACADEMIAS ....................................................... 109
15
APÊNDICE E –INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE A CARACTERIZAÇÃO
DA AMOSTRA E SUAS ATIVIDADES FÍSICAS .................................. 113
ANEXO 1 – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP ............................... 114
ANEXO 2 – “PHYSICAL ACTIVITY MAINTENANCE QUESTIONNAIRE”
(versão original) ................................................................................... 117
16
1. INTRODUÇÃO
A atividade física regular é um comportamento essencial e indispensável
para promoção do bem-estar e da qualidade de vida das pessoas, assim como
para prevenção de doenças crônicas (GUARDA, 2010; GUEDES et al., 2012).
Nas últimas décadas, diversos estudos vêm sendo realizados com o objetivo
de entender a prática regular de AF e promovê-la. Compreender a relação
entre as intenções e o comportamento efetivo da prática regular de atividade
física é uma questão importante tanto para a literatura científica como para a
sociedade (TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003; SANTOS; KNIJNIK, 2006;
MELO et al., 2017).
Segundo Weinberg e Gould (2008), apesar do benefício físico e
psicológico que a atividade física (AF) proporciona à vida de quem a pratica,
muitas pessoas não se engajam por muito tempo em uma prática física ou,
mesmo que se mantenham ativos, não permanecem por muito tempo em um
mesmo local/grupo praticando tal atividade.
Diversas pesquisas em relação à aderência à AF tem relatado que
grande parte dos indivíduos que iniciam um programa de AF retorna a um estilo
de vida sedentário ou não mantém a regularidade (BUCKWORTH; DISHMAN,
2002; ALLEN; MOREY, 2010; LIZ et al., 2010). Esses apontamentos destacam
a urgência de compreendermos melhor os fatores (preditores) associados à
manutenção de atividade física de maneira regular.
Vários modelos e teorias foram utilizadas buscando explicar as tomadas
de decisões envolvidas na mudança ou adoção de hábitos/comportamentos
relacionados à AF, como por exemplo, a Teoria do Comportamento Planejado
(AJZEN, 1991), a Teoria Cognitiva Social (BANDURA, 2004; 2008) e a Teoria
da Autodeterminação (DECI; RYAN, 1985; 2002). Além destas, há o Modelo
Transteórico, postulando que a mudança de comportamento ocorre através de
uma série de etapas: pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e
manutenção (PROCHASKA; DICLEMENTE, 1983; PROCHASKA;
DICLEMENTE; NORCROSS, 1992; PROCHASKA; MARCUS, 1994). Estas
teorias serão discutidas de maneira mais aprofundada no referencial teórico.
Estas teorias utilizam análises a partir dos possíveis preditores de
participação regular da AF, como motivação, autoeficácia, autoconfiança, etc.
17
Embora estas teorias venham sendo utilizadas para explicar o comportamento
da AF em curto prazo (adoção do comportamento) ou até mesmo a
permanência na AF por longos períodos, muitas não consideram a associação
de diversos preditores que podem interferir neste processo, diferentemente da
Teoria da Manutenção da Atividade Física (TMAF) proposta por Nigg et al.
(2008).
Nigg et al. (2008) sugeriram que os preditores que interferem no início
(adesão) diferem dos que interferem na manutenção da AF, e se concentram
explicitamente na MAF. Como principais preditores da MAF, a definição de
objetivos (orientada por tarefas; relacionada ao comportamento por meio da
satisfação, realização e comprometimento com as metas), a motivação pessoal
(persistência generalizada sobre metas comportamentais independentes de
fatores externos) e a autoeficácia (confiança que as pessoas têm em suas
próprias habilidades para realizar o comportamento alvo, com distinção entre
barreiras e recaídas) foram levados em consideração. A teoria defende que
exista uma relação recíproca entre essas variáveis, mas cada variável tem um
efeito único e direto na MAF. Além disso, a TMAF afirma que o ambiente tem
um impacto positivo e que o estresse tem um impacto negativo no
estabelecimento de metas, na automotivação, na autoeficácia e, portanto, na
manutenção da AF.
As formas de medição de participação da AF são geralmente feitas por
meio de variáveis únicas e contínuas (por exemplo, frequência de participação)
e, projetar a participação da AF em apenas um preditor ou variável única pode
não explicar de maneira adequada a natureza multidimensional deste
comportamento (SEELIG; FUCHS, 2011). O estudo de Seelig e Fuchs (2011)
testou se é viável analisar a participação da AF a partir de uma única variável
do comportamento e obteve como resposta que somente uma variável
categórica (vezes por semana ou minutos por semana) não resulta em
melhores previsões sobre o comportamento da AF. É essencial que mais de
uma variável seja considerada ao se analisar comportamentos relacionados à
AF.
Os preditores são tidos como positivamente influenciáveis no
comportamento da AF, e as barreiras são fatores negativos relacionados com a
AF (DISHMAN, 1994). Contudo, nenhum fator isolado prediz a participação ou
18
não na AF, mas age na interação com outros fatores pessoais, contextuais e do
próprio comportamento (BUCKWORTH; DISHMAN, 2002). Muitas pessoas
citam como motivos para não praticarem AF a falta de tempo, a desmotivação,
a falta de acesso aos locais ou outros ambientes (clubes, academias, parques,
etc), problemas de saúde e falta de dinheiro (TELLES et al., 2016). Quando as
pessoas conseguem sair do sedentarismo e iniciam alguma AF, enfrentam um
obstáculo ainda mais difícil: o da manutenção da prática por períodos
prolongados.
A MAF vem sendo destacada como de fundamental importância para a
população, com benefícios de saúde e qualidade de vida para as pessoas
praticam AF cinco vezes por semana com 30 minutos por dia em intensidade
moderada, segundo o American College of Sports Medicine (ACSM). Para o
desenvolvimento e manutenção da condição cardiorrespiratória,
musculoesquelética e flexibilidade tem-se a recomendação de prática de três
vezes por semana com 20 minutos por dia em alta intensidade,
recomendações estas do (HASKELL et al., 2007).
A AF é essencial para a saúde, tendo por necessidade que os
profissionais de saúde e do comportamento humano desenvolvam
intervenções/programas mais eficazes para promover a manutenção destes
comportamentos saudáveis, até como comportamento preventivo (USDHHS,
2017). A inatividade física tem sido associada às principais causas da morte da
população no mundo todo (doenças do coração, cerebrovasculares,
pulmonares, câncer, osteoporose e diabetes), e é um grave problema de saúde
pública (GUALANO; TINUCCI, 2011; USDHHS, 2017; WHO, 2017).
Em relação ao contexto de academias de ginástica, vê-se que são
ambientes que têm potencial para promover mudanças de comportamento na
população, como promoção de hábitos saudáveis e diminuição do
sedentarismo, oferecendo serviços relacionados à AF com orientação e
supervisão de profissionais da área da saúde (SABA, 2001; LIZ; ANDRADE,
2016). Segundo Tahara, Schwartz e Silva (2003) e Baldo (2015), esses
ambientes tornaram-se opções vantajosas em razão do conforto, comodidade,
horários flexíveis e diversidade de exercícios, que buscam atender às diversas
expectativas dos praticantes e que, segundo Damasceno (2006) e Baptista e
19
Palma (2016), foram eleitas pela sociedade como locais apropriados para o
cuidado com o corpo e a busca pela saúde.
Esses locais têm se utilizado de estratégias para captação de alunos
(por exemplo: o telemarketing ativo) e até promoções, tentando motivá-los e
fidelizá-los por longos períodos. Mesmo com essas e outras estratégias, as
academias continuam sofrendo com a rotatividade e desistência dos alunos,
demonstrando uma real dificuldade em mantê-los satisfeitos e matriculados
num mesmo local por um longo período (MARCELLINO, 2003; ZANETTE,
2003). Sendo assim, a busca pela manutenção desses alunos por um longo
período na mesma academia tornou-se a maior preocupação dos gestores de
academias, pois tal manutenção é mais barata e menos trabalhosa do que
conquistar novos alunos (CUBA, 2005; ÁVILA; SANTOS, 2007; CALESCO;
BOTH; SORIANO, 2013; OELZE; MESQUITA; DIAS, 2015). Segundo Pereira
(1996), custa de cinco a seis vezes menos manter um aluno do que conquistar
um novo.
Por ser uma temática relevante à sociedade e os fatores que interferem
no fenômeno MAF ainda não estarem tão claros no âmbito científico,
principalmente no contexto de academias, o presente estudo apresenta um
problema e tem objetivos direcionados que serão abordados na sequência.
1.1. PROBLEMA
Na sequência do enquadramento teórico, torna-se pertinente apresentar
uma questão face à temática deste estudo:
Quais fatores fazem com que as pessoas se mantenham praticando
atividades físicas em academia de ginástica?
1.2. OBJETIVO GERAL
O objetivo do estudo foi analisar se os fatores adotados pela TMAF
interferem na manutenção de AF em uma academia de ginástica.
20
1.2.1 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos são:
1) Identificar os preditores de definição de objetivos, de motivação
pessoal e de autoeficácia, que compõem a TMAF, no processo de manutenção
na academia de ginástica;
2) Analisar o efeito do ambiente e o estresse na manutenção dos
participantes em academias de ginástica.
3) Identificar os preditores que interferem na manutenção dos alunos em
uma mesma academia por mais de três meses, de acordo com a faixa etária
definida no presente estudo.
1.3. JUSTIFICATIVA
Nas últimas décadas, vários estudos tem demonstrado interesse em
responder quais fatores interferem no processo de MAF (TAHARA;
SCHWARTZ; SILVA; 2003; BALBINOTTI; CAPOZZOLI, 2008; TELLES et al.,
2016). No Brasil, Saba (2001) já citava a importância de se entender e
pesquisar esse fenômeno, visando o bem-estar da população, tornando-a mais
ativa e permanecendo na prática da AF. A AF está na base dos procedimentos
adotados pelos diversos profissionais da saúde (nutricionistas, profissionais de
educação física, fisioterapeutas, psicólogos, médicos, dentre outros) para que
se obtenha saúde, com mais qualidade de vida e menor probabilidade de se
adquirir doenças crônicas. Entretanto, mesmo com toda a relevância da AF e
da manutenção de sua prática, os estudos realizados até os dias atuais ainda
carecem de uma convicção de como o processo de manutenção da atividade
física ocorre e quais preditores e barreiras realmente interferem, inclusive em
ambientes como as academias de ginástica.
A importância da MAF torna-se ainda mais evidente diante dos inúmeros
estudos que comprovam a importância da AF para tratamento de diversas
doenças, assim como para preveni-las, além da obtenção da saúde.Discutir as
consequências positivas da MAF ou negativas de quem não a mantém tem
reflexos diretos na implantação de ações de governos, empresas e locais que
promovem a AF. Assim, esses locais (por exemplo, academias) podem
21
vislumbrar um caminho de maior aceitação por parte dos alunos, maior
lucratividade por ter seus espaços cheios de praticantes assíduos,
competitividade e adequação dos serviços que oferecem.
Para a ciência, a discussão sobre os impactos da MAF é de relevante
importância, pois a produção de conteúdos e estudos sobre MAF pode ajudar a
esclarecer como decorre este processo em diferentes pessoas e contextos,
podendo ocorrer transformações que começam na academia (exemplo de
contexto) e estendem-se para a sociedade. Para o curso de Educação Física e
a área de conhecimento que envolve a promoção de saúde e qualidade de
vida, pesquisas sobre MAF são necessárias e pertinentes.
22
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA EM ACADEMIAS DE
GINÁSTICA
É consenso na literatura que a AF deva ser regular para que se atinjam
os benefícios de sua prática, por isso promover a AF deveria ser uma
prioridade de saúde pública (KOH, 2010; WEINSTEIN; LYDICK;
BISWABHARATI, 2014; TELLES et al., 2016). Porém, estudar esse fenômeno
requer uma definição do que vem a ser MAF, já que diversos termos vêm
sendo citados na literatura como descritores de um mesmo processo de
continuidade do comportamento por períodos mais prolongados na dimensão
temporal: adesão, aderência, permanência, persistência e manutenção da AF
(RHODES; PLOTNIKOFF; COURNEYA, 2008; TELLES et al., 2016).
Não há consenso na literatura sobre a definição correta, assim como a
forma como este fenômeno vem sendo estudado foi criticado, na década de
1980, por Dishman (1982) e Oldbridge (1982) e, mais recentemente, por Nigg
et al. (2008) e Amireault, Godin e Vézina-Im (2013). Entende-se que o termo
manutenção tem por definição, segundo o dicionário Aurélio, como as medidas
necessárias para a conservação ou permanência, de alguma coisa ou situação
(FERREIRA, 1986).
Segundo Kahlert (2015, p. 179), no diz respeito a uma definição
descritiva, a MAF “é definida como um comportamento continuado durante um
período de tempo e após uma intervenção que cumpra um limite que se
acredita para melhorar o bem-estar ou a saúde”. Por isso, no que concerne ao
processo de continuidade da prática de atividade física por longos períodos,
adotaremos o termo “manutenção da atividade física” como definição do
fenômeno, estando em consonância com a teoria que suporta o presente
estudo e com a definição proposta por Williams et al. (2008).
Segundo Buckworth e Dishman (2002), a manutenção se dá pela prática
de AF durante um período mínimo de seis meses. O mesmo critério foi adotado
pelo American College of Sports Medicine (ACSM, 2005), em que MAF define-
se pela prática da AF por mais de seis meses, sendo o mesmo período
adotado por Vlachopoulos e Neikou (2007) e Couto, Cid e Moutão (2012).
23
Porém, é necessário compreender que tanto fatores psicológicos como
ambientais e pessoais podem influenciar o sucesso ou o fracasso do
comportamento de MAF (CARPENTER; GILLELAND, 2016). Neste ponto, a
Teoria da Manutenção da Atividade Física pode se destacar, pois incorpora,
em seu embasamento teórico, aspectos psicológicos e comportamentais, além
de estabelecer que fatores de suporte social, estresse e ambiente podem
interferir na manutenção da prática de AF.
No estudo de Sun et al. (2015) uma série de fatores individuais, incluindo
fatores demográficos, fisiológicos e psicológicos, influenciaram a participação
na AF para mulheres jovens. Inclusive, se houver academias de ginástica no
bairro, este pode ser um fator importante de mudança de hábitos, promovendo
participação na AF por longos períodos. Já o estudo de Manzano e Molina
(2012) demonstrou que a principal razão para manutenção da AF de mulheres
mais idosas foi a saúde (84,8%).
Porém, independente dos objetivos das pessoas, quase nenhum
benefício pode ser atingido com uma frequência semanal baixa (uma ou duas,
por exemplo). No estudo de Rodrígues-Romo et al. (2011), os resultados
encontrados mostraram que apenas 40,1% dos homens e 22,6% das mulheres
alcançaram as recomendações de AF propostas pela Organização Mundial de
Saúde e pelo ACSM, adotadas pelo estudo. Mesmo sabendo que o
sedentarismo está associado com elevado risco para inúmeras doenças
crônicas (MORIMOTO et al., 2006; USDHHS, 2017), muitas pessoas não se
mantém ativas por muito tempo, ficando aquém das recomendações e
diretrizes adotadas pelo mundo.
O ACSM orienta que adultos realizem trinta minutos de AF ou mais pelo
menos cinco dias por semana, com intensidade moderada, ou vinte minutos de
AF vigorosa pelo menos três dias por semana, além das atividades cotidianas
(HASKELL et al., 2007; ADABONYAN et al., 2010). Já a Organização Mundial
da Saúde aponta que adultos devem praticar pelo menos 150 minutos
semanais de AF moderada ou 75 minutos de AF vigorosa, em sessões de pelo
menos 10 minutos de duração, sem determinação de frequência semanal
(WHO, 1997; 2017). Tais recomendações também são utilizadas para definir os
parâmetros de manutenção da atividade física da Teoria de Manutenção da
Atividade Física de Nigg et al. (2008). Dados de um estudo, considerando a
24
população adulta brasileira, mostram que 45,1% das pessoas não alcançaram
um nível suficiente de prática de AF, sendo o percentual maior entre mulheres
(54,5%) do que entre homens (34,1%), aumentando o risco de mortes por
doenças crônicas não transmissíveis, com ou sem associação de outros fatores
de risco. A prática insuficiente de AF tendeu a aumentar com a idade e a
diminuir com a escolaridade, em ambos os sexos (BRASIL, 2016).
Rojas (2003), em seu estudo sobre MAF em academias de ginástica,
obteve 63,8% de desistência com uma média de três meses de permanência,
sendo que 49% destes desistentes saíram antes de completar o terceiro mês.
Porém, foi considerada desistente somente a pessoa que faltasse um ou mais
meses sem retorno posterior. Caso alguma pessoa retornasse, o período
faltoso não era considerado no tempo de permanência no programa, e a
contagem continuava a partir da data do retorno. Biddle, Mutrie e Gorley (2015)
afirmam que as barreiras pessoais e as contextuais têm uma influência nas
baixas taxas de MAF. O senso de comunidade ou pertencimento em um grupo
num ambiente de academia pode influenciar a MAF, por meio da influência sob
a motivação e a autoeficácia (WHITEMAN-SANDLAND; HAWKINS; CLAYTON,
2016).
De acordo com Bossi, Stoeberl e Liberali(2008), alguns fatores são
intervenientes no processo de manutenção da prática de AF, como o prazer, a
sensação de satisfação, envolvimento do praticante, facilidade de acesso
(distância, preço e acessibilidade), fatores psicológicos (autoestima,
autoconfiança, alívio do estresse) e suporte social (apoio da família e amigos).
Entre os aspectos que envolvem uma prática regular da AF, o fator
motivacional é um que busca explicar o processo de manutenção da prática de
AF (LIZ; ANDRADE, 2013), inclusive em ambientes como as academias
(GARAY; SPERANDEI; PALMA, 2014). Marcellino (2003) aponta o prazer
como o principal motivo dos alunos frequentarem academias de ginástica, seja
pela satisfação em realizar atividades físicas neste ambiente e/ou pelos
resultados adquiridos (LIZ; ANDRADE, 2016). Descobrir e evitar os motivos
que geram insatisfação dos alunos poderia fazer com que as academias
melhorassem suas estratégias, estruturas e serviços, buscando valorizar e
satisfazer mais os alunos, como uma das estratégias para maior fidelização e,
25
talvez, uma permanência neste mesmo estabelecimento (OELZE; MESQUITA;
DIAS, 2015).
Outros fatores motivacionais podem ser determinantes para a MAF nas
academias de ginástica, como a estética e o culto ao corpo. Nos moldes de
beleza impostos pela mídia e a pela sociedade, inúmeras pessoas buscam, a
qualquer preço, um corpo “ideal”, sendo quase um consenso da literatura que a
preocupação com a imagem corporal (estética) seja a dimensão que influi na
escolha da academia como ambiente capaz de lhes produzir tal
resultado(SABA, 2001; TAHARA; FILHO, 2009; ARONI; ZANETTI; MACHADO,
2012; DURÃES et al., 2015; LIZ; ANDRADE, 2016). Já, no estudo de Moutão
(2005), a “Saúde/ Bem-estar” foram as principais razões da motivação dos
praticantes em academias, contrapondo a ideia de que apenas quem quer
perder peso se inscreve numa academia. De acordo com a amostra e o
contexto do estudo, o “Peso" e a “Aparência” são importantes, porém são
secundários em relação à “Saúde/Bem-estar”, “Agilidade” e “Estresse”
(MOUTÂO, 2005).
Já os fatores que podem se relacionar com a idade parecem ter uma
relação positiva com a manutenção, pois pessoas mais idosas tem se mantido
na AF por um período maior de tempo, sendo um dos fatores que interfere
favoravelmente é o interesse nas relações sociais em ambientes como as
academias (GARAY; SPERANDEI; PALMA, 2014; BALDO, 2015).
No estudo de Oelze, Mesquita e Dias (2015) a maior insatisfação se deu
pela qualidade da atenção prestada pelos instrutores e a motivação dos
mesmos.Saba (2006)propôs que a relação aluno-professor, em academias e
clubes, não deva apenas se apoiar em conhecimento técnico e competência,
mas que a simpatia, carisma, cordialidade e atenção prestada pelo professor
são essenciais para a satisfação dos alunos da academia (TAHARA;
SCHWARTZ; SILVA,2003; KLAIN et al., 2015).
Segundo Deci e Ryan (1985), se uma pessoa não se sente aceita e
parte de um grupo, estar-se-á frustrando sua necessidade psicológica básica
de relação social, podendo gerar o abandono da atividade.Assim como
Marcellino (2003) e sua conclusão sobre a dimensão Sociabilidade, Durães et
al. (2015) confirmaram a importância do fator relacionamento social dentro de
26
uma academia, principalmente entre aluno e a academia, para ambos os
sexos.
Segundo Huddleston, Fry e Brown (2012), a interação dos profissionais
com o aluno pode afetar consideravelmente o compromisso com a AF de longo
prazo. A percepção do clima motivacional (atmosfera psicológica criada) pode
ser um fator importante nas decisões das pessoas em se exercitar em uma
academia de ginástica.
No estudo de Brown e Elliot (2015), os participantes fizeram
apontamentos que indicam alguns comportamentos específicos da equipe
considerados importantes para que se tenham experiências positivas, afetando
favoravelmente a motivação e a consequente manutenção dos mesmos. Tais
comportamentos se resumem, dentre outros, lembrar os nomes dos alunos, ser
acessível e tratar bem todos os alunos. Por tal, profissionais que trabalham
nestes ambientes deveriam entender e atender às necessidades de seus
alunos, buscando criar ambientes mais favoráveis para a prática da AF
(BROWN; ELLIOT, 2015).
Estudos que incorporam os ambientes sociais como variáveis da AF
podem apresentar resultados interessantes em relação à MAF dentro das
academias, como o estudo de Molloy et al. (2010), que mostrou uma ligação
entre suporte social e aumento da autoeficácia, podendo levar a uma maior
participação na AF. Os programas de AF grupais fornecem maiores
oportunidades de aumentar o suporte social, diferentemente da AF individual, o
que pode afetar a motivação e/ou a autoeficácia dos alunos nas academias,
impactando na MAF (WHITEMAN-SANDLAND; HAWKINS; CLAYTON, 2016).
Sallis et al.(2008), em seu estudo, buscaram determinar se as
características ambientais, físicas e sociais predizem a AF ao longo de seis
meses. Como resultado, as interações de faixa etária com variáveis ambientais
sugeriram que idosos podem ser mais afetados do que os mais jovens, em
relação a estas variáveis para com a AF e sua manutenção. Esses resultados
prospectivos apoiam as evidências de alguns estudos que indicam que
variáveis ambientais são importantes correlatos da AF (BOSSI; STOEBERL;
LIBERALI, 2008; SALLIS et al., 2008).
Nigg et al. (2008) apontam o suporte social (familiares e amigos) numa
perspectiva bioecológica, em que as interações e o apoio por estes prestado
27
influencia o comportamento de MAF, tornando mais ou menos provável o
comportamento a partir do encorajamento ou não para manutenção da AF.
2.2 FATORES QUE INTERFEREM NA MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE
FÍSICA
No Brasil, as produções científicas relacionadas à MAF muitas vezes
verificam os motivos de iniciação e desistência da AF tendo como pano de
fundo o modelo transteórico (por exemplo), teorias motivacionais ou da
autoeficácia (CASTRO et al., 2010; BARROS; IAOCHITE, 2012; KLAIN et al.,
2015; TAPPE et al., 2016).
Segundo Malavasi e Both (2005), quando uma pessoa inicia a prática de
alguma atividade física, a maior dificuldade é a manutenção dessa atividade
em longo prazo. Alguns estudos têm tentado responder essa lacuna e os
principais fatores que interferem na MAF, além de como e se as pessoas
atingem as recomendações de AF (LIZ et al., 2010; BALDO, 2015). Como
exemplo disso, veem-se o estudo de Rodríguez-Romo et al. (2011), que
mostrou que os homens tiveram um nível de médio para elevado de AF (82%)
maior que as mulheres (78%), além de atingirem as recomendações de AF,
mostrando-se maiores nos homens que nas mulheres, 40,1% e 22,6%,
respectivamente. No estudo de Balbinotti et al. (2011), em comparações quanto
à variável sexo, indicou não existir diferenças significativas (p>0,05) entre os
níveis gerais de motivação à prática regular de AF. Castro et al. (2010)
evidenciaram que as mulheres tiverem uma preferência por atividades de
ginástica do que homens, mas não tiveram diferenças estatísticas significativas
com relação às recomendações da AF.
Segundo Sein-Echaluce et al. (2013), embora homens mais velhos e
mulheres que residiam em áreas rurais cumprissem mais as recomendações
de AF, não houve diferenças entre os sexos, assim como Garay, Sperandei e
Palma (2014) que também não evidenciaram diferenças significativas em
relação a variável sexo para a MAF.
Com relação ao fator idade, pessoas entre 35 e 54 anos eram menos
propensas a cumprirem as recomendações de AF (RODRÍGUEZ-ROMO et al.,
2011), enquanto nos estudos de Garay, Sperandei e Palma (2014), pessoas de
28
até 25 anos apresentaram menor probabilidade de se manterem na AF. Já Tobi
et al. (2012) preveem que idade e condição médica condizem com a MAF, pois
com o acréscimo dos anos (principalmente depois dos 50 anos), as chances de
se exercitar continuamente aumentaram 21,8%. Porém, pessoas com
problemas ortopédicos, limitação cardiovascular ou outros apresentaram
probabilidades significativamente menores de se manterem ativos. A análise da
regressão logística feita por Seguin et al. (2010) com mulheres acima de 40
anos revelou associação positiva entre manutenção e a idade (p=0,001), níveis
de AF ao longo da vida (p=0,045) e melhora da saúde percebida (p=0,003).
Não se observou diferença entre os sexos, raça, nível de escolaridade e renda,
comparando os não ativos e os ativos; apenas que jovens se mantinham
significativamente menos na AF. Com relação aos motivos para a prática,
jovens entre 16-44 anos apresentaram o divertimento como primordial
(GARAY; SPERANDEI; PALMA, 2014).
O estudo de Costa, Brottcher e Kokubun (2009) verificou a associação
da idade, índice de massa corporal e índice de aptidão funcional com a
manutenção de participantes em um programa de AF, controlando a frequência
por 62 meses. Este estudo mostrou 49,2% de desistência e 50,8% de
manutenção no programa, com média de permanência de 24 meses. Um
tempo maior de manutenção foi obtido por pessoas com melhor nível de
aptidão física, assim como a manutenção de pessoas mais idosas e não
obesas é maior. Porém, nenhuma dessas variáveis apresentou diferença
estatística significativa (COSTA; BOTTCHER; KOKUBUN, 2009).
Sallis e Owen (1999) classificaram os preditores mais fortemente
associados à AF em fatores demográficos e biológicos, fatores psicossociais,
cognitivos e emocionais, atributos comportamentais e habilidades, fatores
sociais e culturais, fatores do meio ambiente, e características da AF. Já
Sherwood e Jeffery (2000) classificaram os preditores em individual (histórico
de AF, estágios de mudança, peso corporal, motivação, autoeficácia, fatores de
risco, estresse, dieta) e ambiental (tempo, acesso ao local da prática, suporte
social, características da AF, danos causados pela AF). Contudo, Pitanga
(2004) descreveu os preditores em variáveis demográficas (idade, sexo, grau
de instrução, nível socioeconômico), variáveis cognitivas (intenção para o
exercício, percepção de barreiras, distúrbios de humor, autoeficácia, percepção
29
sobre a saúde, percepção do esforço), variáveis ambientais (facilidade de
acesso e locais apropriados, clima) e suporte social (família e amigos). A
variável distância (morar ou trabalhar próximo ao local de prática) foi
determinante importante de manutenção da AF em indivíduos hipertensos.
A distância casa-academia ou trabalho-academia parece ser um fator
importante para a manutenção ou desistência da prática (ROJAS, 2003),
principalmente pela dinâmica de vida das pessoas. Os frequentadores de
academias priorizaram a localização, qualidade, variedade nas opções de
exercícios e equipamentos especializados como as mais importantes
características para se manterem ativos (HEINRICH et al., 2017).
Com relação aos fatores pessoais sociodemográficos, o status
econômico, segundo Castro et al. (2010), apresentou uma relação direta com a
MAF, afirmando que pessoas com bom nível econômico tendem a permanecer
mais em programas de AF, corroborando com Pate et al. (1995) e Palma et al.
(2006). Nunes e Barros (2004) e Vieira e Ferreira (2004) acrescentam ainda
uma relação direta entre escolaridade e a prática de AF, endossado pelos
resultados de Castro et al. (2010), em que 41.4% dos indivíduos possuíam
nível superior. O mesmo foi encontrado por Bossi, Stoeberl e Liberali (2008),
pressupondo-se que um maior grau de instrução e informação contribui para a
valorização da prática regular de AF. Em contrapartida, os resultados do estudo
de Arikawa, O’Dougherty e Schmitz (2011) mostraram significativamente menor
taxa de MAF entre aqueles com maior nível de escolaridade, e entre mulheres
solteiras com filhos (6 a 12 anos) comparadas àquelas casadas sem filhos
(F=4,83, p=0,004). Mulheres com diplomas universitários tiveram taxas
significativamente menores de manutenção (90,8%) quando comparadas com
mulheres sem diplomas universitários (97,9%). Em outro estudo foi
demonstrado que o nível de educação e a percepção de saúde (má)
influenciaram os níveis de AF (RODRÍGUEZ-ROMO et al., 2011).
Em um dos estudos que verificou diferenciação racial, as mulheres
brancas se mantiveram significativamente mais na AF (70,3%) do que as
mulheres negras (48,6%) (ARIKAWA; O’DOUGHERTY; SCHMITZ, 2011). Sun
et al. (2015) também citam que mulheres e negros apresentam menor
probabilidade de MAF.
30
Determinar os fatores que preveem a MAF em academias de ginástica
pode fornecer uma explicação de quem mantém a AF e por que. Segundo
Weinberg e Gould (2008), e Allen e Morey (2010), muitas pessoas acham mais
fácil iniciar do que se manter na AF, sendo que 50% dos participantes, em suas
pesquisas, abandonam o programa nos primeiros seis meses, sendo o mesmo
percentil encontrado por Dishman e Buckworth (1996).
No estudo de Sperandei, Vieira e Reis (2016) sugeriu-se que indivíduos
com maior índice de massa corporal têm maior probabilidade de desistirem da
academia. Outro estudo mostrou que os preditores cognitivos sociais
(autoeficácia, expectativas de resultados, barreiras e facilitadores) são
significativos quando se analisa a frequência nas academias (JEKAUC et al.,
2015), porém poucos estudos buscaram entender os preditores que interferem
negativamente na MAF nas academias, como o estresse, o sono e o nível de
aptidão física (HOOKER et al., 2016).
No estudo de Hooker et al. (2016), duas classes se destacaram como
fatores de risco para desistência: o estar bem psicologicamente e as pessoas
pouco saudáveis, ambos caracterizados por maiores níveis de estresse e baixa
satisfação com a vida. Em sua abordagem na literatura, há evidências de que o
estresse psicológico afete negativamente a MAF (LUTZ; STULTS-
KOLEHMAINEN; BARTHOLOMEW, 2010; CLARK et al., 2011; JEKAUC et al.,
2015).
Os preditores de manutenção da AF são fatores que influenciam o
comportamento das pessoas na AF. Diversas teorias procuram explicar as
mudanças comportamentais em relação à AF, e são importantes para
direcionar os diversos estágios de planejamento dos programas de AF, a fim de
que haja manutenção da mesma (COSTA; BOTTCHER; KOKUBUN, 2009).
2.3. TEORIAS PARA MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA
A elaboração de modelos teóricos vem se destacando na literatura,
principalmente em pesquisas epidemiológicas em que se foca nas populações
e não nos indivíduos. Esta abordagem é importante quando se procura estudar
os fatores associados com a prática de atividade física, ou com intervenções
31
para promover um determinado comportamento, como a manutenção da AF da
população (DUMITH, 2008).
Para um planejamento adequado de intervenções de saúde pública, é
necessário entender os fatores que fazem com que algumas pessoas sejam
fisicamente ativas e outras não. As pesquisas de correlatos e preditores de
MAF cresceram nas últimas décadas, mas centrou-se principalmente em
fatores individuais. Os modelos ecológicos incluem o ambiente social e físico
como contribuintes para a inatividade ou manutenção da AF (BAUMAN et al.,
2012).
Sabe-se que a AF é influenciada por inúmeros fatores, e por isso as
teorias comportamentais e os modelos são utilizados para orientar uma seleção
de variáveis para as pesquisas relacionadas à AF (VAN DER HORST et al.,
2007). A associação de idéias de várias teorias em um único modelo que inclua
inter-relações entre indivíduos e seus ambientes sociais e físicos (modelo
ecológico) vem sendo utilizada na literatura para tentar explicar como o
fenômeno de MAF ocorre (SALLIS; OWEN; FISHER, 2008; SPENCE; LEE,
2008). Esta abordagem propõe que há influência no comportamento de AF, até
mesmo a sua manutenção, por meio de preditores em vários níveis: individual,
social, ambiental e político (BAUMAN et al., 2012). Um princípio-chave é que a
compreensão dos níveis de influência que pode assegurar o desenvolvimento
de interações multiníveis para que haja satisfação na AF e na sua manutenção,
seguindo os princípios de modelos ecológicos (SALLIS; OWEN; FISHER, 2008;
PEREZ et al., 2016).
Dumith (2008), em seu estudo, propôs um novo modelo teórico
relacionado à adoção de AF. Para que se tenha uma proposta de um modelo
teórico sustentado para estudar e aplicar na prática de AF, primeiramente
deve-se observar que a manutenção da AF envolve diversos fatores que
influenciam este comportamento, tornando-o um sistema complexo. Porém, a
maioria das teorias e modelos delimita-se aos fatores individuais diretamente
relacionados à AF (DUMITH, 2008).
Este modelo identifica cinco grandes grupos de variáveis relacionadas
com a MAF: fatores ambientais e socioculturais; fatores psicocognitivos; fatores
demográficos e socioeconômicos; fatores comportamentais e de saúde/doença.
Assim sendo, tem-se a explicação de que os fatores ambientes e
32
socioculturais, somados com os fatores demográficos e socioeconômicos
seriam os preditores mais distantes na cadeia causal, interferindo sobre os
fatores comportamentais, os de saúde/doença e os psicocognitivos. Os fatores
comportamentais e de saúde/doença interagem entre si e exercem influência
sobre os fatores psicocognitivos, geralmente estes os mais adotados como
preditores nos modelos/teorias utilizados para explicar a MAF (DUMITH, 2008).
A manutenção da AF por um período longo de tempo envolve um
conjunto de questões ambientais (clima; custo; influência médica; esforço
percebido; apoio social da família, amigos, professor; qualidades do
professor/instrutor; infraestrutura; dentre outros) e/ou pessoais (estado de
saúde ou lesão; sobrepeso; falta de tempo; situação econômica; dieta;
satisfação; etc.). Dentre os fatores pessoais, a automotivação se destaca como
uma questão importante, pois geralmente na fase da manutenção os indivíduos
estão mais motivados e traçam suas próprias metas (WEINBERG; GOULD,
2008).
Mesmo com a associação dos fatores abordados, aponta-se na literatura
que as intenções explicam no máximo 30% da variação no comportamento
(ARMITAGE; CONNER, 2001; SHEERAN, 2002; CARNEIRO; GOMES, 2016).
A intenção é a chave da prontidão mental de uma pessoa para agir, utilizada
em vários modelos psicológicos para explicar o comportamento (SHEERAN,
2002). O estudo delineou os tipos de comportamentos, tipos e as propriedades
das intenções e as variáveis cognitivas e de personalidade, produzindo um
bom progresso no entendimento de quão as intenções afetam/predizem o
comportamento.
Essa "lacuna de intenção-comportamento", como referido em Sheeran
(2002), ocorre porque nem sempre pessoas com intenções positivas de agir
conseguem realizar o devido comportamento (WEBB; SHEERAN, 2006).
Diversas pesquisas tem buscado entender as inter-relações entre intenções e
fatores cognitivos/psicológicos ou ambientais para explicar esta lacuna,
pressupondo que as intenções predizem melhor o comportamento quando são
estáveis, quando as pessoas planejam como irão assumir o comportamento
(GODIN; CONNER; SHEERAN, 2005; SNIEHOTTA; SCHOLZ; SCHWARZER,
2005; GOLLWITZER; SHEERAN, 2006; CARNEIRO; GOMES, 2016) e quando
possuem recursos e habilidades que as façam enfrentar as barreiras que
33
impedem a realização intencional do comportamento (SHEERAN; TRAFIMOW;
ARMITAGE, 2003; DIBONAVENTURA; CHAPMAN, 2005). Mesmo com os
moderadores da relação intenção-comportamento bem estudados na literatura,
poucos estudos se concentraram nos fatores (preditores) que interconectam a
intenção e o comportamento propriamente dito, assim como não explicam de
que modo intenções são traduzidas em comportamentos efetivos.
Bruin et al. (2012) buscaram identificar os preditores da relação
intenção-comportamento, testando a hipótese de que os processos de
autorregulação explicam como as intenções conduzem o comportamento. Mas,
“compreender os mecanismos que determinam a força das relações intenção-
comportamento parece importante, no entanto, dado que as intenções
geralmente explicam apenas 20 a 30% da variância do comportamento, não se
parece predizer um comportamento simplesmente pela intenção”. Neste
trabalho, importantes explicações teóricas foram encontradas, como: os
modelos de comportamento de saúde postulam que as intenções
comportamentais são preditores mais imediatos e importantes de ações de
saúde, explicando como pessoas traduzem objetivos em ações. Concluíram,
em particular, que a manutenção da AF é promovida de forma mais eficaz se
as intervenções gerarem fortes intenções e aumentarem as capacidades de
autorregulação das pessoas.
Uma das razões para estes percentis de MAF serem tão baixos pode ser
a forma como o critério "participação na atividade física" foi conceituado
(BIDDLE; FUCHS, 2009). Na maioria dos casos, a participação na AF foi
operacionalizada como uma variável contínua usando medidas unidimensionais
(frequência ou duração por semana, por exemplo) (RHODES; WARBURTON;
MURRAY, 2009). No estudo de Seelig e Fuchs (2011), comparou-se a
participação na AF utilizando apenas uma variável, e utilizando duas ou mais
variáveis em duas situações: (A) uma pessoa que praticou atividades com
frequências semanais altas por quatro ou cinco meses consecutivos e depois
teve recaída e não praticou mais até completar doze meses do início; (B) uma
pessoa que tenha se mantido ativa neste período de doze meses, mas com
frequências semanais reduzidas a duas ou três, no máximo, sem períodos de
ausência. Para ambas, obteve-se a mesma frequência de participação anual,
embora não mostrem o mesmo padrão de participação. Portanto, se assim
34
fosse, a aplicação da frequência de participação como medida de critério pode
esconder os diferentes padrões comportamentais existentes. Somente há
evidência desses padrões quando dois ou mais aspectos são levados em
consideração ao mesmo tempo (frequência de participação e distribuição
temporal de participação, por exemplo), considerando que ambas as
dimensões implicam simultaneamente o uso de uma variável categórica em vez
de uma variável contínua para descrever a participação na AF.
2.3.1. Teoria Social Cognitiva
A TSC de Bandura (2004) sugere que o comportamento é influenciado
pelo ambiente, pela aprendizagem social, por aspectos pessoais e pelo próprio
comportamento, postulando que a autoeficácia, as expectativas de resultados,
o determinismo recíproco, a capacidade comportamental, a aprendizagem
observacional e amotivação afetam a probabilidade e as intenções de um
indivíduo realizar (agir) um comportamento específico (BUCKWORTH;
DISHMAN, 2002; BANDURA, 2004).
Para compreender estes conceitos, temos: entende-se por autoeficácia a
confiança na capacidade que alguém tem nele mesmo para realizar o
comportamento específico; por expectativas de resultados as crenças sobre
resultados antecipados do comportamento ou o comportamento de um
indivíduo e as consequências decorrentes desse; por determinismo recíproco
as mudanças de comportamento resultantes da interação entre o indivíduo e o
ambiente; por capacidade comportamental como os conhecimentos e
habilidades influenciam o comportamento; por aprendizagem observacional o
aprendizado através da modelagem de pares; e por incentivo de motivação
como sendo as recompensas e punições por comportamento (MOUTÃO,
2005).
Com relação à AF, a TSC enfatiza o nível de confiança que uma pessoa
tem nela mesma, mais especificamente no seu envolvimento regular na AF,
mesmo diante de impedimentos que possam surgir. Embora venha sendo
utilizada em estudos de comportamento de AF, a TSC foi criticada por não
distinguir entre os preditores de iniciação em relação ao de manutenção do
comportamento.
35
Outras teorias também foram aplicadas para prever a participação na
AF. As abordagens mais utilizadas são: a teoria do comportamento planejado
(AJZEN, 1991), o modelo transteórico (PROCHASKA; MARCUS, 1994), a
teoria da autodeterminação (DECI; RYAN, 2002) e a teoria social cognitiva
(BANDURA, 2004; 2008). Numa revisão feita por Biddle e Mutrie (2008),
concluiu-se que o poder preditivo dessas teorias ainda é modesto, de 30 a 40%
da variação explicativa da AF, corroborando com Armitage e Conner (2001),
Sheeran (2002) e, mais recentemente por Carneiro e Gomes (2016).
2.3.2. Teoria do Comportamento Planejado
Na Teoria do Comportamento Planejado (TCP) (AJZEN, 1991) as
expectativas se originam de um processo de contemplação com um
balanceamento completo dos prós e contras de possíveis resultados
comportamentais. As pessoas podem, por exemplo, não questionar sobre usar
um capacete ao andar de bicicleta, mas se elas decidem fazê-lo depende muito
da crença de que esta ferramenta é eficaz para aumentar sua segurança.
Segundo a perspectiva de Renner et al. (2012), as expectativas de
resultado são importantes para mover as pessoas de uma pré-intenção para
uma intenção, ou seja, de uma fase pré-ativa para uma intenção de agir ou
para a própria ação em si. A expectativa de resultado, nesta teoria, se dá como
crenças comportamentais subjacentes à construção da atitude, indicando que
um comportamento levará a um dado resultado (AJZEN, 1991).
Especificamente, as expectativas afetivas são diretamente relacionadas aos
estados emocionais durante ou diretamente após a AF, prevendo o
comportamento da AF em um maior grau do que a expectativa relacionada à
saúde, que está relacionada às consequências a longo prazo (GELLERT;
ZIEGELMANN; SCHWARZER, 2012).
O estudo de Conner et al. (2015) demonstrou que a atitude é um preditor
significativo do comportamento da AF, e as experiências positivas são
impulsores importantes para a motivação e a manutenção da prática, conforme
cita Klusmann et al. (2011). Experiências positivas também foram introduzidas
como preditores para mudanças na AF nos estudos de Fleig et al. (2011) e
Parschau et al. (2013; 2014). Assim, as expectativas positivas e a sua
36
realização podem ser importantes para a manutenção da AF, pois se a AF
atingir os resultados esperados, pode-se ocorrer o processo de mudança de
comportamento, mas se as expectativas não forem atendidas, a mudança do
comportamento pode não ocorrer ou ocorrer via fator desistência (KLUSMANN
et al., 2016).
Rothman (2000), Fuchs (2013) e Jekauc et al. (2015) apontam que
experiências positivas são importantes para a MAF. Assim, a TCP defende que
a intenção de realizar o comportamento é o preditor mais importante do próprio
comportamento, para que este ocorra, tendo influências das atitudes, do
controle percebido e normas subjetivas, ou seja, a intenção é maior se o
indivíduo está disposto a realizá-la (intenção), se ele acredita que pode ser
bem sucedido na escolha (controle percebido) e se o ambiente converge para
que isto ocorra (norma subjetiva), conforme apresentado na figura 1 (AJZEN,
1991; ARMITAGE, 2005).
FIGURA 1 – COMPONENTES DA TEORIA DO COMPORTAMENTO PLANEJADO.
FONTE: Adaptado de MOUTÃO (2005, p. 47)
2.3.3. Modelo Transteórico
De modo geral, o modelo transteórico, ou transteorético (PROCHASKA;
DICLEMENTE, 1983; PROCHASKA; DICLEMENTE; NORCROSS, 1992;
PROCHASKA; MARCUS, 1994), é um modelo biopsicossocial integrativo que
busca conceituar em etapas (estágios) o processo de mudança de
comportamento intencional. O Modelo Transteórico (MTT) procura integrar
construtos-chave de outras teorias em uma teoria abrangente de mudanças de
37
comportamento, que pode ser aplicada a uma variedade de situações e
populações definindo, assim, o nome Transteórico.
Os estágios inter-relacionados da mudança de comportamento estão no
centro do MTT, sugerindo que as pessoas passam por uma série de etapas ao
modificar o comportamento. Ademais, é variável o tempo que uma pessoa
pode permanecer em cada estágio, mas as tarefas necessárias para passar
para um próximo estágio não são variáveis. Certos processos de mudança e
princípios funcionam melhor em cada estágio para prevenção da recaída,
facilitando o progresso. Esses princípios/pressupostos críticos incluem os
processos de mudança, equilíbrio decisional e autoeficácia (WILLIAMS et al.,
2008).
Explicitando melhor sobre o Equilíbrio Decisional, Janis e Mann (1977)
conceituavam a tomada de decisão como um “balanço” comparativo de ganhos
e perdas potenciais. Sendo assim, os dois componentes do equilíbrio
decisional (prós e contras) tornaram-se construtos essenciais no Modelo
Transteórico. Conforme os indivíduos transpassam os Estágios de Mudança, o
equilíbrio decisional muda de maneira crítica. Analisando por etapas, em um
indivíduo quando está na fase de pré-contemplação, por exemplo, profissionais
que buscam mudança de comportamento são vencidos pelos contras, relativos
às mudanças, permanecendo no comportamento atual. Na fase de
Contemplação, os prós e os contras tendem a ter o mesmo peso, deixando
ambivalente a decisão de mudar. Mas, se os profissionais conseguirem
compensar os contras, pode-se ocorrer mudanças para o estágio Preparação
ou, até mesmo, Ação. À medida que os indivíduos atingem o estágio de
Manutenção os profissionais devem manter os prós e superar os contras, para
diminuir os riscos de recaída (STONEROCK; BLUMENTHAL, 2016).
Com relação à autoeficácia, o MTT integra os elementos da teoria da
autoeficácia de Bandura (1977; 1982; 2004). Este construto reflete o grau de
confiança que os indivíduos têm na manutenção da mudança de
comportamento, mesmo em situações que geralmente provocam recaídas.
Pode ser medido, também, pelo grau em que os indivíduos se sentem tentados
a retornar ao comportamento anterior. Nos estágios de Pré-contemplação e
Contemplação, a tentação de se envolver num comportamentoé muito maior do
que abster-se dele. Conforme os indivíduos passam do estágio da Preparação
38
para a Ação, a disparidade entre sentimentos de autoeficácia e tentação
encerra-se, sendo alcançada a mudança de comportamento. A recaída
frequentemente ocorre quando os sentimentos de tentação superam o senso
de autoeficácia dos indivíduos (PROCHASKA; MARCUS, 1994).
Anteriormente, a mudança de comportamento era interpretada como um
evento (parar de fumar, beber ou comer demais), e não como fenômenos que
ocorriam ao longo do tempo. O MTT descreve a mudança como um processo
que se ajusta ao longo do tempo, envolvendo evolução ou retrocesso por meio
de etapas. A progressão das Etapas da Mudança pode ocorrer de forma linear
ou não, ou seja, indivíduos podem migrar para próximos estágios ou regredir
para estágios anteriores ao seu estágio atual. Sendo assim, os estágios que
contemplam o MTT são: Pré-contemplação (Não está preparado);
Contemplação (Preparando-se); Preparação (Pronto); Ação; e Manutenção
(PROCHASKA; MARCUS, 1994).
No estágio de Pré-contemplação, as pessoas não pretendem agir em um
futuro previsível e são muitas vezes caracterizadas (em outras teorias) como
resistentes, desmotivadas, ou não aceitam ajuda. Na fase de Contemplação, as
pessoas pretendem mudar nos próximos meses e estão mais conscientes dos
benefícios da mudança, assim como o revés que possa vir a ocorrer. O
equilíbrio entre os prós e contras da mudança pode fazer com que as pessoas
permaneçam nesta fase por longos períodos. No estágio de Preparação as
pessoas pretendem agir num futuro imediato, pois usualmente têm um plano de
ação, como matricular-se em uma academia, consultar um conselheiro, falar
com um médico ou confiar na automudança. Na fase de Ação, as pessoas
promoverão modificações específicas em seus estilos de vida, mas, nem todas
as mudanças de comportamento contam como ação neste modelo. O estágio
de Manutenção é o estágio em que as pessoas farão modificações específicas
em suas vidas e buscarão evitar recaídas, pois tendem a ter mais confiança de
que podem continuar suas mudanças, mantendo o comportamento
(PROCHASKA; WRIGHT; VELICER, 2008).
Cada um dos cinco estágios de mudança descritos pelo MTT é
caracterizado por diferentes fatores psicológicos que refletem a prontidão de
um indivíduo para a mudança de comportamento relacionado à saúde
(PROCHASKA; DICLEMENTE, 1983; 1984; DICLEMENTE et al.,1991).
39
Diversos fatores cognitivos e motivacionais, como prós e contras do equilíbrio
decisional, percepção de gravidade e vulnerabilidade, autoeficácia, controle
comportamental percebido, atitude e identidade se diferem nos estágios do
MTT.
Dentro do MTT, as expectativas de resultados (equilíbrio decisional)
envolvem a pesagem de prós e contras a serem percebidos por um
determinado comportamento, sendo que um equilíbrio positivo poderá acarretar
progresso de estágio e maior probabilidade de realização do comportamento
(PROCHASKA; DICLEMENTE, 1992). Especificamente, o MTT postula que o
equilíbrio decisional e os processos cognitivos de mudança são mais
importantes durante a adoção do comportamento, enquanto os processos
comportamentais são mais importantes para a manutenção do comportamento
(PROCHASKA; DICLEMENTE; NORCROSS, 1992). Conhecer se os estágios
da AF mudam e preveem diferentemente a adoção em comparação à
manutenção do comportamento ajuda a elucidar seu papel na manutenção da
AF. Alguns trabalhos sugerem que a adoção e a manutenção do
comportamento da saúde são diferencialmente preditos por fatores
psicossociais (BOUTELLE et al., 2004; FINCH et al., 2005). Em contrapartida,
um estudo descobriu que as consequências afetivas antecipadas do sucesso e
falha no futuro afetam a AF de forma semelhante, independentemente de estar
sendo iniciado ou mantido o comportamento, podendo ter implicações para os
que buscam a manutenção da prática como meio de reduzir os riscos de
doenças crônicas (DUNTON; VAUGHAN, 2008).
2.3.4. Teoria da Autodeterminação
As pessoas são movidas, muitas vezes, por fatores externos como
recompensas, notas, avaliações ou opiniões que outras pessoas possam vir a
ter sobre elas. No entanto, algumas são movidas por algo interno, curiosidade,
interesse, cuidados ou valores permanentes. Estas motivações, chamadas de
intrínsecas, podem sustentar paixões, criatividade e esforços, mesmo que não
sejam externamente recompensadas. A interação entre forças motivacionais
extrínsecas, intrínsecas e necessidades inerentes à natureza humana que
40
agem sobre os indivíduos é o território da Teoria da Autodeterminação (RYAN;
DECI, 2000a).
A motivação busca compreender como o ser humano regula seu
comportamento, assim como suas causas e as consequências (PIRES et al.,
2010). Para Dumith (2008), tem-se por motivação uma determinação intrínseca
com o intuito de alcançar um objetivo específico (estética, perda de peso,
redução do estresse, socialização, manutenção da saúde, dentre outros),
podendo ser medida pela intenção de um indivíduo em realizar um determinado
comportamento, como praticar AF buscando estes objetivos. Em outras
palavras, a motivação intrínseca é quando o indivíduo realiza uma atividade por
prazer e satisfação que ela proporciona, podendo ser a chave para
manutenção da AF, segundo aponta Biddle e Mutrie (2008). É de salientar que
diversos estudos acerca da motivação para a manutenção da prática de AF
foram realizados em diferentes populações (FREITAS et al., 2007;
BALBINOTTI et al., 2011; FORTIER, et al., 2011; SILVA et al., 2011; JOSEPH
et al,. 2016, THOMSON; MCADOO, 2016).
Para uma explicação mais aprofundada sobre a Teoria da
Autodeterminação (TAD), define-se motivação como sendo o que faz uma
pessoa agirem uma direção, sentido e força (MURCIA; COLL, 2006), sendo
que todo indivíduo pode ser motivado e/ou motivar-se em diferentes
escalas/níveis (BALBINOTTI et al., 2011). Quando uma pessoa está
intrinsecamente motivada, o motivo de ingresso é o simples prazer em estar
conhecendo algo novo e, muitas vezes, o prazer é usado para explicar a
manutenção em tal atividade (RYAN; DECI, 2000b).
Há, na literatura, inúmeras definições sobre o conceito da motivação,
mas uma clássica é o conceito de motivação esportiva como um processo
ativo, intencional e dirigido a uma meta, dependente da interação dos fatores
pessoais e ambientais (SAMULSKI, 1995; WEINBERG; GOULD, 2001).
Vallerand (2007) conceitua motivação como um modelo hipotético utilizado
para descrever forças internas (motivação intrínseca) e/ou externas (motivação
extrínseca) do indivíduo, que estão em processo de troca constante com o
meio ambiente, influenciando e sendo influenciado por ele, podendo gerar
comportamentos motivados ou desmotivados.
41
As duas dimensões (Motivação Intrínseca e Motivação Extrínseca) são
importantes em qualquer relação com o comportamento motivado. Deci e Ryan
(1985) consideram a dicotomia (intrínseca x extrínseca) muito simplista para a
compreensão da motivação, afirmando que a motivação pode ser categorizada
por meio de um continuum, sendo os extremos a forma menos
autodeterminada (amotivação ou desmotivação) e a forma mais
autodeterminada (motivação intrínseca).
Para explicar melhor a TAD e suas peculiaridades, serão definidas as
dimensões, segundo o continuum citado, de uma forma menos
autodeterminada para uma mais autodeterminada. Em um dos extremos do
continuum, estão os comportamentos amotivados (desmotivados), que são
regulados por “forças” além do controle intencional do indivíduo, não
considerados intrínseca e nem extrinsecamente motivados, com uma ausência
de intenção e pensamento proativo (DECI; RYAN, 1985). É a relativa ausência
de motivação, inexistindo contingências entre as ações e os resultados por
parte dos indivíduos, com falta de motivos para a iniciação ou manutenção da
prática de AF.
A TAD propõe, ao longo deste continuum de autodeterminação,
diferentes estilos de regulação da motivação extrínseca, que se situam entre os
extremos: desmotivação e motivação intrínseca. São os seguintes tipos de
motivação extrínseca: regulação externa, introjetada, identificada e integrada,
respeitando o continuum de uma forma menos para uma mais
autodeterminada, respectivamente (DECI; RYAN, 2000).
A regulação externa como a forma motivacional não autônoma e mais
básica de motivação externa, de acordo com Deci e Ryan (1985), consiste na
imposição de contingências externas por parte de outra pessoa. No contexto da
prática de AF, indivíduos realizam tal comportamento quando são controlados
por recompensas (premiação material) e/ou ameaças (crítica de um professor).
A prática de qualquer atividade se dá como um meio de se obter
recompensas/prêmios ou evitar consequências negativas/ameaças, e não
como forma de divertimento e prazer (PELLETIER et al., 1995).
Em relação à regulação introjeção, Deci e Ryan (1985) defendem que é
uma regulação mais afetiva do que cognitiva, envolvendo a resolução de
impulsos conflituosos (fazer ou não fazer) e os comportamentos resultantes
42
contemplam reforços de pressões internas, como a culpa e ansiedade
(PELLETIER et al., 1995) ou do desejo de obter reconhecimento social
(NTOUMANIS, 2001). Portanto, processos regulatórios são baseados em
fontes externas de controle, não se verificando autodeterminação nestes
comportamentos (STANDAGE; DUDA; NTOUMANIS, 2003).
A regulação identificada se dá quando um comportamento é motivado
pela apreciação dos resultados e benefícios da participação em determinada
AF, por exemplo, na prevenção de doenças ou melhora da condição física.
Este estilo é mais autodeterminado que o anterior sendo que, por muitas vezes,
é realizado sem que o indivíduo o considere interessante, agradável ou
prazeroso (NTOUMANIS, 2001). Sendo assim, a importância está no benefício
da atividade e, mesmo sendo realizado sem pressões externas, este
comportamento somente representa um meio para um fim (STANDAGE;
DUDA; NTOUMANIS, 2003). Segundo Deci e Ryan (1985) a regulação deste
comportamento consiste na aceitação desta regulação e permite a percepção
de algum controle ou possibilidade de escolha, mesmo que por razões
extrínsecas.
Na última dimensão em relação à motivação extrínseca, em um nível
mais autodeterminado ou autônomo, está a regulação integrada como a mais
volitiva, pois adota uma significativa importância para os objetivos pessoais de
uma pessoa. Apesar de sua forma integrada e autodeterminada, Deci e Ryan
(1985) consideram que o comportamento é realizado visando a concretização
de objetivos pessoais e não pelo prazer do envolvimento na prática da
atividade em si, sendo este um comportamento motivado extrinsecamente.
Por fim, no outro extremo do continuum e o que se busca alcançar como
motivação autodeterminada, está a motivação intrínseca. Quando o sujeito está
intrinsecamente motivado, ele ingressa e/ou se mantém numa atividade por
vontade própria, pelo simples prazer e satisfação de conhecê-la, explorá-la,
aprofundá-la. As atividades motivadas intrinsecamente são comumente
associadas ao bem-estar psicológico, prazer, satisfação, interesse, alegria e
persistência (RYAN; DECI, 2000b). Portanto, um sujeito intrinsecamente
motivado é aquele que ingressa na atividade por vontade própria, pelo prazer e
pela satisfação de conhecê-la e, possivelmente, mantendo-se nesta (RYAN;
43
DECI, 2000b). O continuum da TAD e suas dimensões está representado na
figura 2.
FIGURA 2 – CONTINUUM DE AUTODETERMINAÇÃO.
FONTE: Teoria da Autodeterminação de DECI; RYAN (1985; 2000).
Detalhados os níveis do continuum motivacional, salienta-se que o
desenvolvimento da Teoria da Autodeterminação (RYAN; DECI, 2000a) teve
como elementos-chave a integração desta metateoria com outras teorias, cada
uma das quais explica um conjunto de fenômenos baseados na motivação e/ou
funcionamento da personalidade. Desta maneira, estes níveis de
autodeterminação são explicados por cinco subteorias: Teoria da Integração
Orgânica, Teoria da Avaliação Cognitiva, Teoria das Orientações de
Causalidade, Teoria de Orientações à Meta e Teoria das Necessidades
Psicológicas Básicas.
A Teoria da Integração Orgânica aponta que as pessoas são organismos
ativos, tendem a crescer evolutivamente, e o contexto social pode apoiar ou
contrariar o engajamento ativo e crescimento psicológico. A teoria destaca os
suportes de autonomia e relacionamento social e define como um processo
pelo qual indivíduos integram/interiorizam as exigências e valores do meio
social em que estão inseridos (DECI; RYAN, 1985).
A Teoria da Avaliação Cognitiva destaca que um indivíduo
age/comporta-se por meio de contingências externas (dinheiro ou fama, por
exemplo), e irá dar continuidade em alguma prática quando a recompensa
estiver onipresente (HAGGER; CHATZISARANTIS, 2008). Esta teoria aborda
diretamente os efeitos que os contextos sociais, recompensas, envolvimentos e
ego podem ter sobre a motivação intrínseca e o interesse (DECI; RYAN, 1985).
Também destaca o papel crítico das necessidades psicológicas de
44
competência e autonomia e suas atuações na promoção de motivação
intrínseca, o que é fundamental e interfere na prática de atividades físicas,
esportivas ou não (RYAN; DECI, 2000; WEINBERG; GOULD, 2011).
Estudiosos sugerem que algumas ações visando promoção de desafios,
liberdade na ação e fornecimento de um feedback positivo, podem auxiliar a
promover a motivação intrínseca de atleta/esportista. Mas a motivação
instrínseca somente ocorrerá se técnicos, treinadores ou professores fizerem
com que os sentimentos de competência sejam acompanhados por uma
sensação de autonomia, ou lócus de causalidade interno (RYAN; DECI, 2000a;
KLAIN, 2013).
A Teoria das Orientações de Causalidade descreve as diferenças
individuais que as pessoas têm para regular os seus comportamentos e avalia
três tipos de orientações de causalidade: autonômica (em que as pessoas
agem por interesse e valorização do que está ocorrendo); de controle (o foco é
recompensas, ganhos e aprovação); e orientação impessoal ou desmotivadas
(caracterizada por ansiedade de competência relativa) (KASSER; RYAN, 1996;
DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000).
A Teoria de Orientações à Meta caminha por fora da dicotomia
intrínseco e extrínseco, afetando principalmente a motivação e o bem estar. As
metas são vistas como diferenciais buscando satisfazer as necessidades
básicas, diferencialmente associadas ao bem-estar. Objetivos extrínsecos
(sucesso financeiro, aparência, popularidade/fama) foram especificamente
contrastados com objetivos intrínsecos (comunidade, relacionamentos íntimos,
crescimento pessoal) e, portanto, a teoria pressupõe que a orientação das
metas pessoais em uma prática específica explica os níveis de
autodeterminação (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000). Estudos acerca
desta teoria relacionada com a AF apóiam esse suporte teórico, mostrando que
um clima motivacional para maestria pode promover uma MAF com o reforço
da motivação intrínseca e competência (HAGGER; CHATZISARANTIS, 2008).
Isto ocorre porque os níveis de competência e a dificuldade da tarefa se dão
pela percepção do sujeito sobre seu próprio conhecimento e capacidade, ou
seja, quanto mais difíceis parecem ser as tarefas, mais o sucesso é indicativo
de alta competência, afetando positivamente a motivação (CID, 2010).
45
A Teoria das Necessidades Psicológicas Básicas é uma das mais
importantes teorias que embasam a TAD, conceitua que o comportamento, a
saúde psicológica e bem-estar do indivíduo são baseados e incentivados por
três necessidades psicológicas básicas, inatas, universais e essenciais para
que haja autodeterminação, que são a autonomia, a competência e o
relacionamento social, que parecem ser essenciais para o bem-estar e o
desenvolvimento social do indivíduo (DECI; RYAN, 2000; RYAN; DECI, 2000a).
A autonomia sugere que o indivíduo deva ser agente de sua própria
ação e comportamento, determinando-os, ou seja, é necessário que o
praticante de AF perceba que a atividade está sob seu controle. Esta
necessidade reflete o desejo em participar de AF em que a possibilidade de
escolha se faça presente (DECI; RYAN, 1985), sendo as atividades realizadas
por demandas externas pouco motivadoras, seja uma punição ou recompensa.
A necessidade de autonomia é fundamental para se compreender a qualidade
de um comportamento (RYAN; DECI, 2006). Já a competência é compreendida
quando um indivíduo sente-se capaz e confiante para realizar com aptidão um
determinado comportamento, mesmo na AF. Somente há esse sentimento de
competência para se aumentar a motivação intrínseca quando há a percepção
de autonomia acompanhando-a. O relacionamento social trata da necessidade
do ser humano em fazer parte ou ser aceito por um grupo, de estabelecer
vínculos ou estar mais próximo de outras pessoas dentro de um contexto social
(RYAN; DECI, 2002).
Se as necessidades psicológicas básicas forem supridas apoiadas nas
experiências do indivíduo, podem-se promover as formas mais volitivas e
elevadas de motivação e engajamento nas atividades físico-esportivas,
incluindo maior desempenho, criatividade e MAF (WANG; BIDDLE, 2007).
Portanto, a TAD defende que se qualquer uma das três necessidades
psicológicas básicas (autonomia, competência e relação social) não for
suportada ou for frustrada dentro de um contexto social e esportivo, causará
um impacto negativo no bem-estar geral do atleta, equipe ou praticante de AF,
diminuindo sua motivação (FONTANA, 2010).
Quanto mais fortalecidas essas necessidades inatas, mais integrado e
interiorizado se tornam o processo de mudança de comportamentos
46
extrinsecamente motivados para comportamentos intrinsecamente mais
autodeterminados (RYAN; DECI, 2000a).
2.3.5. Teoria da Manutenção da Atividade Física (TMAF)
A MAF pode ser afetada por variáveis contextuais (sexo, etnia, acesso e
facilidade, ambiente), psicológicas (preferência pela AF, intenção de ser ativo,
prazer, atitudes, confiança) e comportamentais (comportamento prévio da AF,
dieta saudável) (VAN DER HORST et al., 2007; WENDEL-VOS et
al.,2007;MORAES; ROLIM; COSTA JR, 2009;MORAIS, 2014). As diferenças
entre os preditores de início em relação aos de manutenção da AF estão no
foco das variáveis psicológicas e considerações temporais relacionadas
(imediato versus longo prazo), além dos fatores que possam impedir a prática
regular desta AF. Ademais, fatores sociais e ambientais também podem
interferir na manutenção da prática e serem decisivos no processo de
desistência. Os ambientes contêm uma série de fatores que interferem, em
diferentes níveis, como oportunidades/possibilidades para os comportamentos
desejados (VAN DER HORST et al., 2007; WENDEL-VOS et al.,2007).
O ambiente é abordado com diferentes enfoques nas diversas teorias,
como o MTT, que inclui considerações ambientais através dos processos de
controle de estímulo e reavaliação ambiental. Além do MTT, a TCP também
aborda o ambiente num nível individual e/ou pessoal, diferentemente da TSC,
que se concentra no nível interpessoal, incorporando o indivíduo ao
comportamento e ao meio ambiente. No entanto, para se conquistar a MAF,
uma perspectiva ecológica e multi-integrada deve existir, ressaltando as
interações dos indivíduos com seus ambientes físicos e socioculturais,
moldando o próprio ambiente e sendo moldados pelo mesmo (MCLEROY et
al., 1988; DUMITH, 2008). Portanto, ambientes exercem influências que
promovem ou encorajam algumas pessoas, enquanto previnem ou
desencorajam outras (SALLIS; BAUMAN; PRATT, 1998), especialmente na
MAF (NIGG et al., 2008).
Os determinantes ambientais para o comportamento da AF podem ser
divididos em físico e social. O ambiente físico contempla o clima/estação do
ano, o acesso aos locais e proximidade, instalações e estrutura, segurança. O
47
clima ou a estação do ano é a única característica do meio físico natural que se
associa diretamente com o nível geral de AF, podendo afetar marcadores
fisiológicos da AF, assim como a disposição em realizá-la. O acesso aos locais
parece, também, ser um forte preditor que influencia a prática regular de AF,
pois a proximidade do ambiente de prática em relação ao trabalho ou casa
parece ser um dos fatores mais relevantes para a escolha do local, frequência
e duração da AF. As condições do ambiente físico, instalações, condições,
acesso, segurança e qualidade, assim como a estrutura e aparência do
ambiente podem influenciar de forma positiva ou negativa na MAF. O ambiente
social, na forma de apoio social, possui fortes associações positivas com a AF,
seja com o apoio social da família, dos amigos ou do instrutor/professor,
podendo levar a um aumento da MAF (CARVALHO, 2013).
Desde as décadas de 1980 e 1990, estudiosos perceberam que outro
fator enfrentado ou sentido pelo indivíduo impactava diretamente no seu
comportamento: o estresse. O estresse elevado, mau tempo, perda do parceiro
de atividade e lesões eram motivos para deixar de praticar regularmente
alguma AF. Os fatores estressantes e que aumentam a probabilidade de
recaída ou desistência são os chamados negativos (morte na família, divórcio,
desemprego, aposentadoria). Mas há fatores de estresse que, mesmo
afastando o indivíduo da prática regular por curtos ou longos períodos, são
considerados positivos (casamento, nascimento de um filho, graduação,
promoção) (MARTIN et al., 1984; MARLATT; GORDON, 1985; BELISLE et al.,
1987; MARCUS; STANTON, 1993).
Embora seja importante estudar os fatores que afetam o ingresso na AF
e sua manutenção, há a necessidade de um embasamento teórico que
correlacione os diversos fatores que podem afetar tais fenômenos. As teorias
abordadas neste estudo enfatizam a compreensão do indivíduo e seus
comportamentos a partir de vários construtos-chave (motivação, intenções e
comportamentos, autoeficácia), isoladamente ou dentro do contexto social do
indivíduo (BIDDLE; NIGG, 2000). Um exemplo é o estudo de Crain et al.
(2010), sugerindo que as variáveis psicossociais derivadas da TSC
(autoeficácia) e do MTT (processos comportamentais de mudança) são
importantes preditores da AF, por meio do apoio social, do prazer pela AF,
48
processos comportamentais e cognitivos de mudança, e equilíbrio decisional,
sendo o mais consistente a autoeficácia.
A TMAF se caracteriza distintamente das teorias/modelos anteriormente
mencionadas (representadas, também na figura 3), pois se concentra
explicitamente na MAF, incorporando os gatilhos de recaída da AF e integrando
aspectos individuais e ambientais considerados importantes para a MAF (NIGG
et al., 2008).
FIGURA 3 – CATEGORIZAÇÃO DOS MODELOS TEÓRICOS QUE BUSCAM
EXPLICAR A MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA.
FONTE: Modificado de MOUTÃO (2005, p. 40)
A TMAF adota conceitos de outras teorias, como o estabelecimento de
metas, a autoeficácia e a automotivação, já explicados no referencial teórico e
demonstrados serem críticos tanto na iniciação quanto na manutenção da
mudança de comportamento, ao longo das décadas (BANDURA, 1986; 1997;
BORRELLI; MERMELSTEIN, 1994; CHATZISARANTIS; HAGGER, 2007;
NIGG et al., 2008). A MAF é um processo ativo, exigindo que os indivíduos
utilizem frequentemente estratégias/técnicas para manter a regularidade na AF.
O modelo cognitivo social de Bandura (2004) e o quadro de definição de metas
de Locke e Latham (1996) são diretamente relevantes para a MAF, pois a
autoeficácia não só determina a escolha de atividades (metas), mas também o
tamanho do esforço que será gasto e o tempo que se persistirá nestas AF,
independentemente das adversidades (situações de recaída) que venham a
surgir (DUNCAN; POZEHL, 2002). A autoeficácia, embora seja importante para
alcançar os objetivos e mudanças de comportamento, pode não ser suficiente
49
para que haja manutenção, assim como a motivação autodeterminada também
pode influenciar mudanças nas metas e comportamentos (DECI, 1992).
Sugere-se, portanto, que os domínios de autoeficácia, definição de metas e
motivação são inter-relacionados e integrais para a manutenção de mudanças
comportamentais da AF a longo prazo, sendo que cada um traz alguma
contribuição para a TMAF, ou seja, os preditores de MAF são bidirecionais ou
recíprocos (NIGG et al., 2008).
Na TMAF, a definição de metas é focada nas tarefas e relaciona-se com
o comportamento através da satisfação, realização e compromisso com
objetivos. A automotivação se dá pela persistência generalizada para
programar objetivos comportamentais independentes de crenças, habilidade ou
controle de reforço. A autoeficácia, segundo Nigg et al. (2008), distingue entre
barreira e autoeficácia de recaída. Uma relação entre essas variáveis deve
coexistir, porém cada variável tem um efeito exclusivo direto na MAF.
Numa outra perspectiva, o estresse e o ambiente talvez tenham um
efeito prejudicial na definição de metas e na realização de comportamentos
necessários para a MAF (LOURO; PIETERS; ZEELENBERG, 2007). Um
suporte social, por exemplo, associado ao ambiente pode impactar
positivamente os preditores da TMAF, assim como podem ser prejudiciais à
MAF. Em conjunto, os fatores de estresse existentes na vida das pessoas
podem impactar positiva ou negativamente a MAF, na medida em que colocam
os indivíduos em situações propícias à recaída ou desistência. Isso pode
prejudicar o estabelecimento de metas de longo prazo, impactando
negativamente na motivação e interferindo nos determinantes de autoeficácia
(NIGG et al., 2008). Portanto, a teoria supõe que o ambiente e o estresse
tenham um impacto negativo na definição de metas, automotivação,
autoeficácia e MAF.
Por fim, o desenvolvimento destas estruturas teóricas pode proporcionar
uma série de correlatos e/ou preditores de MAF. Acredita-se que estratégias
cognitivas, comportamentais, ambientais e motivacionais interferem na
mudança de comportamento e, consequentemente, na MAF. Os
construtos/domínios existentes na TSC, na TCP, no MTT e na TAD
demonstraram uma discriminação de perfis de intenção-comportamento, mas a
associação de outras variáveis como o ambiente e o estresse provavelmente
50
melhorarão nossa compreensão dos comportamentos voltados à MAF. Por
estas abordagens e necessidade, vê-se como essencial a utilização de uma
teoria que contemple estes preditores de manutenção comportamental, sendo
esse o papel da TMAF (NIGG et al., 2008).
As duas teorias mais utilizadas para explicar o comportamento na AF
são a TCP e a TSC e, geralmente, buscam explicar uma gama de
comportamentos e não a MAF, diferentemente da TMAF que foi
especificamente desenvolvida para tentar explicar tal comportamento. No
estudo de Jekauc et al. (2015), examinou-se se a TMAF tinha uma explicação
mais fidedigna sobre a MAF que a TCP e a TSC, mas não conseguiu provar
que a TMAF poderia prever a participação na AF, sugerindo que estudos
futuros devem focar mais sobre as variáveis externas que impedem a MAF. A
autoeficácia, o controle comportamental percebido e o suporte social
demonstraram diferenças entre os praticantes regulares e os intermitentes,
enquanto os objetivos e as intenções não foram preditores significativos. A
literatura sobre os preditores de MAF tem várias limitações, como: boa parte
dos estudos não tem base teórica e analisa os preditores separadamente;
poucos utilizam mais de dois momentos de medição; a maioria utiliza
autorrelato.
Com as limitações do estudo de Jekauc et al. (2015) relacionadas ao
tamanho da amostra, corte transversal e amostra seletiva, os autores sugerem
novos estudos para testar a TMAF, inclusive com faixas etárias mais
diversificadas e outros ambientes.
Portanto, o presente estudo utilizará a TMAF como teoria de
embasamento a fim de que se possam verificar e compreender os fatores que
interferem na manutenção de AF em uma academia de ginástica.
51
3. MÉTODOS
3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa tem uma abordagem qualitativa, pois busca compreender o
fenômeno MAF por meio da coleta de dados narrativos, estudando as
experiências individuais e suas particularidades.Esse estudo de campo se
caracteriza como de corte transversal, por meio de uma entrevista
semiestruturada (THOMAS; NELSON, 2002). Esta pesquisa é de caráter
descritivo, pois os conteúdos foram registrados, analisados e interpretados
visando identificar os fatores que contribuem para a ocorrência do fenômeno ou
variáveis que afetam o processo de MAF, buscando explicar o porquê de tal
comportamento (LAKATOS; MARCONI, 2001).
3.2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
A amostra não probabilística e intencional foi composta por 17 indivíduos
com idades entre 23 a 35 anos, fisicamente ativos que praticavam AF há mais
de três meses e que não possuam doenças crônicas e/ou mentais, pelo
simples fato de garantir a fiabilidade das respostas das entrevistas. Em relação
à escolha da faixa etária mínima, preconizamos estudos com adultos por serem
responsáveis por seus atos, decisões, objetivos e metas, além de uma provável
explicação melhor sobre seu corpo e saúde. A delimitação em 35 anos deu-se,
pois é sabido que por volta desta idade, o corpo humano começa a sofrer
transformações e alterações fisiológicas de acordo com o que preconizam a
Organização Mundial de Saúde (LENDZION et al., 2002), o que torna ainda
mais pertinente a escolha da faixa etária da amostra.
Os alunos selecionados praticavam AF em uma academia de ginástica,
na cidade de Taubaté, na região do Vale do Paraíba, estado de São Paulo. Os
acessos dos indivíduos à academia ocorreram por meio do ponto digital (leitura
biométrica) verificados e organizados através do sistema integrado EVO,
durante o período analisado.Mais detalhes da caracterização da amostra são
apresentados nos resultados e no apêndice E.
52
Ainda é relevante considerar que são considerados indivíduos
fisicamente ativos aqueles que se encontram dentro dos parâmetros
recomendados pelas guidelines do ACSM (2013) e WHO (2010).
Alunos que realizaram atividades físicas em uma academia de ginástica,
a mesma em que o pesquisador ministrava aulas, assim como alguns
entrevistados eram alunos do pesquisador
3.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Os critérios estabelecidos para a seleção dos participantes foram:
- Ser fisicamente ativo na academia a mais de três meses, em qualquer
modalidade;
- Possuir entre 18 e 35 anos;
- Praticar pelo menos 150 minutos semanais de AF.
3.4. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Os critérios estabelecidos para exclusão dos participantes foram:
- Ter interrompido a atividade física por mais de duas semanas dentro
dos últimos três meses, conforme análise do controle de acesso informatizado;
- Pessoas que não tenham pelo menos 10 acessos mensais com o
mínimo de 60 minutos de atividade cada;
- Ter menos de 30 acessos em diferentes dias, segundo o controle de
catraca, entre os períodos de 01/01/2018 e 31/03/2018;
- Pessoas que tenham sofrido alguma lesão ou acidente que o(a) tenha
afastado das atividades da academia por mais de um mês, no período do
estudo;
- Alunos que treinam com personal trainer.
53
4. PROCEDIMENTOS
4.1. NATUREZA DAS INFORMAÇÕES E INSTRUMENTOS DE COLETA
As informações foram obtidas por meio de entrevista semiestruturada
individual, elaborada com base na TMAF.
Os dados (respostas) fornecidos pelos participantes foram armazenados
utilizando-se um gravador de voz (existente em um smartphone da marca
Samsung, modelo Galaxy SII Lite); transferidas para um computador e
transcritas na íntegra, para facilitar a análise e o acesso às respostas
completas, sendo analisadas segundo a técnica de Análise de Conteúdo de
Bardin (2011).
4.1.1. Entrevista
A entrevista é a principal técnica de recolha de dados no âmbito do
estudo da MAF a longo prazo (PECORELLA; ARAÚJO; MADEIRA, 2012). O
método de entrevista tem por característica uma busca pela apreensão de
significados nos relatos dos sujeitos, interligada ao contexto em que se inserem
e margeada pela abordagem teórica (conceitual) do pesquisador, explicitando,
na redação, uma sistematização baseada na qualidade (ALVES; SILVA, 1992).
O roteiro de entrevista elaborado foi baseado nos determinantes e
dimensões da TMAF, com variáveis que podem esclarecer as estratégias mais
utilizadas durante todo o processo da mudança do comportamento para a
saúde, principalmente no que diz respeito à MAF. Para que fosse construído o
roteiro, o autor da teoria foi contatado e solicitado sobre as formas de aplicação
e avaliação das dimensões, o qual retornou com envio do instrumento original
que criou com base na própria teoria. O instrumento seguiu o processo de
adaptação transcultural, segundo Borsa, Damásio e Bandeira (2012), que
ressaltam a avaliação conceitual dos itens pela população-alvo e a discussão
com o autor do instrumento original em relação aos ajustes e modificações
propostas na nova versão do instrumento para o país estrangeiro. Todas as
etapas apresentadas foram cumpridas, assim como o ajuste e aprovação do
autor da teoria: (1) tradução do instrumento do idioma de origem para o idioma-
54
alvo; (2) síntese das versões traduzidas; (3) avaliação da síntese pelos
pesquisadores; (4) avaliação do instrumento pelo público-alvo; (5) tradução
reversa; (6) estudo-piloto
O estudo-piloto se deu pela aplicação prévia do instrumento em uma
pequena amostra com as características da amostra/população-alvo, ou seja,
público de academias (GUDMUNDSSON, 2009). As avaliações e correções
foram realizadas com base na regionalidade, dificuldade de entendimento e
qualidade das respostas, para evitar discrepâncias semânticas, idiomáticas,
conceituais, linguísticas e contextuais, objetivando a formulação de uma
entrevista fidedigna ao instrumento original e, consequentemente, à teoria.
A entrevista foi realizada com questões abertas sobre a caracterização
da atividade física e cinco dimensões da TMAF. Cada uma das dimensões
abordou fatores e determinantes como informações adicionais sobre atividade
física, estabelecimento de metas e objetivos pessoais, motivação pessoal,
autoeficácia, fatores ambientais (ambiente físico e social) para a prática e
estresse.
No que diz respeito ao tratamento dos dados, cada entrevista foi
transcrita na íntegra, com análise de conteúdo segundo Bardin (2011).
4.2. PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS
A coleta foi realizada individualmente, nas dependências da academia,
com prévio esclarecimento e autorização dos proprietários (responsáveis pela
academia), após explicação dos objetivos da pesquisa. A participação dos
alunos foi de maneira espontânea e por vontade própria, por meio de uma
entrevista semiestruturada (diretiva e aberta) e gravada, em que se procurou
seguir os princípios éticos de respeito à autonomia, confidencialidade e
anonimato das pessoas, segundo a Resolução n° 466/12 do Conselho Nacional
de Saúde. Com isso, se preservaram as identidades e informações de todos os
participantes, sendo utilizados apenas os dados, sem referência qualquer ao
nome ou outra identificação do entrevistado.
A escolha da academia foi por conveniência (pesquisador atuante na
academia) e por possuir o sistema de acesso integrado à catraca, para
definição da amostra e atendendo aos critérios de exclusão.
55
Os 28 participantes que apresentavam o perfil anteriormente indicado
foram convidados a participar no estudo. Os 17 que aceitaram participar foram
agendados para realizarem as entrevistas no melhor horário para cada um,
para que não interferissem negativamente suas rotinas.
Precedendo a entrevista, foi solicitado o preenchimento de uma ficha
inicial com os dados de identificação do participante (nome, endereço, telefone,
idade, estado civil, profissão, grau de escolaridade, classificação da saúde,
descendência étnica e renda mensal familiar) e assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para obtermos a permissão do
mesmo para utilização dos dados coletados. Logo após, foi explicado o
procedimento e a gravação da entrevista foi feita, com duração entre 10 e 23
minutos. Dependendo da pergunta ou se a resposta fosse curta (sim ou não,
por exemplo), o pesquisador estimulava o entrevistado a explicar ou justificar
sua resposta, buscando extrair o máximo de informações do entrevistado.
Após coleta das entrevistas e transcrição do conteúdo, foram analisados
os resultados conforme os princípios norteadores de estudos descritivo-
explorativos comumente requeridos na literatura especializada, como um
método empírico (BARDIN, 2011).
4.2.1 Análise de conteúdo das entrevistas
Em entrevistas, as variáveis são de natureza qualitativa, pois
representam características não susceptíveis de serem mensuradas, mas sim
classificadas em categorias (PESTANA, 2005).
Os dados qualitativos foram submetidos a uma metodologia denominada
análise de conteúdo com a criação de categorias (BARDIN, 2011), seguindo o
contexto e as dimensões da Teoria de Manutenção da Atividade Física:
“Após a transcricão dos depoimentos dos participantes,
foram relidos detalhadamente para identificação das
partes das falas da entrevista que continham sentido e
associacão com as categorias investigadas ou que eram
relacionadas à outra categoria emergente... a
organizacão das informacões facilita as análises iniciais,
permite melhor visualizacão dos dados qualitativos e o
aprofundamento da pesquisa”.
(Andrade, 2001, p. 126)
56
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com a utilização do controle de catraca e sistema informatizado, 28
participantes atenderam aos critérios de inclusão do estudo, mas somente 17
destes aceitaram participar da pesquisa (14 mulheres e três homens),
constituindo uma amostra com idades entre 23 e 35 anos, com média de 28,9
anos (DP±4,3). Entre as formas de treino praticadas, tem-se que 47,06%
fazem somente treinos individuais (n = 8), 35,29% fazem aulas coletivas
conjuntamente com treinos individuais (n = 6) e 17,65% fazem somente aulas
coletivas (n = 3). O tipo de AF também é um fator determinante no
entendimento da MAF, pois atividades individuais ou em grupo podem
influenciar de diferentes maneiras os interesses dos indivíduos, demonstrando
ou não maior interesse por uma ou outra. Segundo Carvalho (2013), a
afinidade com a modalidade escolhida ou influências de amigos podem estar
diretamente relacionados com a escolha da modalidade e a regularidade de
prática na mesma.
A média de frequência dos entrevistados nos três meses do estudo foi
de 47,6 vezes, variando de 30 a 71 acessos, ou seja, com uma média mensal
de 15,9 acessos. Para Garay, Sperandei e Palma (2014), indivíduos com uma
frequência média mensal igual ou superior a oito apresentaram mais de 50%
de probabilidade de se tornarem regulares, e a partir de uma frequência mensal
de 15 vezes não houve diferenças, independentemente da faixa etária
analisada. A média de minutos semanais de atividade física foi de 353,
superando as recomendações da Organização Mundial de Saúde (2017) e do
Colégio Americano de Medicina Esportiva (2013).
Entre as modalidades mais praticadas, tivemos: Musculação (n = 14),
Spinning (n = 6), Power Jump (n = 5), Body Pump (n = 4) e Natação (n = 4),
dentre outras modalidades com menos de duas pessoas praticantes, conforme
mostra a TABELA 2.O tempo de manutenção (permanência) nesta mesma
academia variou de quatro meses a quatro anos. Alguns estudos (BOSSI;
STOEBERL; LIBERALI, 2008; CASTRO et al., 2010) preconizam manutenção
como período de prática acima de seis meses porém, o presente estudo seguiu
as diretrizes da TMAF, em que se considera manutenção acima dos três meses
ininterruptos (NIGG et al., 2008). Segundo Carvalho (2013), o tempo de prática
57
Sujeito Sexo Idade
Número de acessos
(01/01/2018 a
31/03/2018)
Minutos por
semana
Manutenção nesta
mesma academiaModalidades/aulas praticadas frequentemente
S1 Feminino 23 anos 30 450 minutos 4 meses Spinning , Body Balance , Gap, Body Pump
S2 Feminino 33 anos 32 300 minutos 3 anos Power Jump , Step , Fitdance , Gap e CxWorx
S3 Feminino 31 anos 38 600 minutos 2 anos Spinning, Musculação e Body Pump
S4 Feminino 23 anos 66 300 minutos 1 ano Musculação e Power Jump
S5 Feminino 32 anos 46 480 minutos 2 anos e 6 meses Musculação, Power Jump e Spinning
S6 Feminino 30 anos 30 250 minutos 3 anos Power Jump , Body Pump , Spinning e Body Balance
S7 Feminino 24 anos 40 250 minutos 10 meses Musculação e Natação
S8 Feminino 34 anos 63 270 minutos 4 anos Musculação e Natação
S9 Feminino 26 anos 34 270 minutos 7 meses Musculação e Natação
S10 Masculino 31 anos 34 240 minutos 6 meses Musculação
S11 Feminino 26 anos 60 450 minutos 11 meses Musculação, Spinning e Body Pump
S12 Masculino 33 anos 70 480 minutos 4 anos (2ª vez) Musculação e Natação
S13 Masculino 24 anos 43 360 minutos 8 meses Musculação e Natação
S14 Feminino 32 anos 67 400 minutos 1 ano e 6 meses Musculação, Spinning e Zumba
S15 Feminino 35 anos 71 450 minutos 3 anos Step , Power Jump , Musculação e Corrida
S16 Feminino 31 anos 55 300 minutos 1 ano Musculação
S17 Feminino 23 anos 31 150 minutos 2 anos Musculação
é consequência de diversos fatores, inclusive do prazer proporcionado pela
prática de AF, podendo ser um forte indicador de compreensão de como se dá
a MAF a longo prazo.
TABELA 1 - CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DO ESTUDO.
FONTE: Autoria Própria.
Os alunos mais frequentes são os que fazem treinos individuais, como
musculação e/ou natação, ou associam com aula coletiva, principalmente
ginástica. Com relação ao tempo de prática em modalidade individuais e
coletivas, temos praticantes de musculação e natação com seis meses até
quatro anos de prática, assim como em aulas coletivas temos praticantes com
quatro meses até três anos de prática. As pessoas com maiores tempos de
prática na semana foram aquelas que praticam tanto atividades individuais
quanto coletivas. Dentre as pessoas com maior acesso à academia, temos
58
Categorias e Dimensões
I- Objetivos, Compromissos, Realizações e Satisfação
II- Motivação Pessoal
III- Autoeficácia
IV- Ambiente para a atividade física
V- Estresse
tanto pessoas que realizam ambas modalidades (individuais e coletivas), como
o S15, quanto os que praticam somente individuais, como o S12.
As informações complementares encontram-se no apêndice E, como:
estado civil, profissão, grau de escolaridade, classificação da saúde,
descendência, renda familiar mensal e frequência semanal.
5.1 CATEGORIAS E ANÁLISE DAS ENTREVISTAS
As categorias foram elaboradas segundo a análise de conteúdo de
pesquisas qualitativas e conforme as dimensões propostas pela Teoria de
Manutenção da Atividade Física de Nigg et al. (2008), descritas no QUADRO 1
a seguir:
TABELA 2 - CATEGORIAS E DIMENSÕES DO ESTUDO
FONTE: Tross (2018)
5.1.1. Categoria e Dimensão I: Objetivos, Compromissos, Realizações e
Satisfação
A definição de metas, na TMAF, é focada nas tarefas e objetivos
pessoais, relacionando-se com o comportamento por meio da satisfação,
realização e compromisso com esses objetivos.Apenas para fins didáticos e
discussão, esta categoria foi dividida em subcategorias: Objetivos e
estabelecimento de metas; Compromisso com os objetivos e metas; e
Realização e satisfação com os objetivos e metas.
5.1.1.1 Objetivos e estabelecimento de metas
59
Dentre os principais objetivos relatados pelos sujeitos, a saúde foi o
termo com maior incidência (58,82%, n=10), sendo o mesmo resultado
encontrado nos estudos de Rojas (2003), que identificou manutenção um
pouco maior entre as pessoas que tinham como principal objetivo a saúde
(35,5%), valor pouco acima do encontrado para quem tem objetivos estéticos
(33,3%). O estudo de Balbinotti e Capozzoli (2008) demonstrou a dimensão
Saúde como o principal motivo para os praticantes se manterem na AF quando
controlada a variável sexo e grupo de idades.Manzano e Molina (2012) citam
que o principal motivo de manutenção na prática de atividade física, em seus
estudos, é a saúde (85.8%). Rodrigues (2012), quando relacionou o nível de
motivação para atingir alguns objetivos relacionados à AF ao fator sexo,
demonstrou que os homens eram mais motivados para a Saúde (82%) e
Prazer (67%). Já nas mulheres prevaleceu a dimensão Prazer (84%) das
repostas em muitíssima motivada, seguidas de Saúde e Estética, ambas com
79%.
O segundo objetivo mais mencionado nas entrevistas (41,18%, n=7) foi
relacionado ao emagrecimento (S2, S4, S5, S7, S9, S11 e S15). A busca pelo
fortalecimento muscular (S3), aumento de massa muscular/hipertrofia (S7, S9,
S12 e S14) e corpo forte (S8) corresponde aos objetivos relacionados
diretamente a musculatura corpórea, culminando na terceira maior incidência
de relatos (35,29%, n=6).
Com relação aos objetivos secundários, tem-se a estética com 23,53%
dos relados (n=4, S10, S13, S16 e S17), o condicionamento físico com 17,65%
(n=3, S4, S6 e S9), o aumento de massa magra/hipertrofia com 11,76% (n=2,
S13 e S15), além da qualidade de vida (S16)e saúde (S5), com 5,88% cada.
Se adotarmos como respostas complementares os objetivos principais e
secundários, temos a Estética com 17 relatos, culminando no principal motivo
para os alunos se manterem regulares na academia, superando o fator Saúde
(11 relatos), que é uma percepção subjetiva.Com relação à preocupação com a
aparência e fatores estéticos, temos alunos que querem emagrecer e/ou
hipertrofiar, o que não se pode afirmar que são necessariamente por motivos
estéticos, podendo ser apenas por motivo de saúde ou aconselhamento
médico. Estes achados corroboram com os estudos de Morales (2002), em que
a estética é o motivo que mais leva os clientes para as academias, seguido da
60
manutenção da saúde e o gosto pelo exercício, afirmando que a manutenção
está diretamente relacionada à realização dos objetivos e satisfação com os
resultados obtidos. Baldo (2015) concluiu que as pessoas mais jovens buscam
fatores estéticos (aparência) e alguns estudos apontam que este objetivo se
sobrepõe à busca pela saúde ou qualidade de vida em academias de ginástica
(TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003; ARAÚJO et al., 2007; ZANETTI et al.,
2007).
Com relação à idade, Frainer (2017) aponta que adultos jovens (26 a 35
anos), por serem motivados pelo alívio de estresse e estética (perder peso, ter
uma melhor aparência), apresentam-se extrinsecamente motivados, o que
pode ser comparada a faixa etária do presente estudo.
5.1.1.2. Compromisso com os objetivos e metas
Foi relatado que 14 pessoas (82,35%) se consideram comprometidas e
aplicadas para manter a prática de atividade física visando seus objetivos.
Outros dois sujeitos (11,76%) não se consideram tão comprometidos e
aplicados atualmente por estarem enjoados (S6) ou por preguiça (S10).
Apenas o S2 (5,88%) não se considera nada comprometido e aplicado para
manter sua prática na academia quando se trata de atingir os objetivos
propostos.
14 pessoas (82,35%) manteriam seus programas, mesmo percebendo
que seus objetivos ainda não tivessem sido atingidos e três pessoas (17,65%;
S5, S10 e S15) mudariam de estratégia para que o objetivo fosse atingido.
Esses resultados destacam que a motivação autônoma (intrínseca) associado
à comportamentos direcionados aos objetivos pessoais tem implicações
importantes pela capacidade de sobrepor os fatores que desafiam os objetivos
de longo prazo (MIQUELON; KNAUPER; VALLERAND, 2012). Deuster e
Silverman (2013) apontam que a AF confere resiliência, pois induzem
resultados fisiológicos positivos, benefícios psicológicos, protege contra as
consequências potenciais de eventos estressantes, e previne muitas doenças
crônicas.
5.1.1.3. Realização e satisfação com os objetivos e metas
61
Com relação à realização dos objetivos dos sujeitos, percebe-se que 15
participantes (88,23%) relataram que seus objetivos já foram alcançados ou
estão sendo, mesmo que aos poucos. Dos 17 sujeitos, nove(52,94%) relatam
que objetivos são os mesmos desde o início da prática. Apenas o S1 adiciona:
“... Futuramente eu procuro outras coisas como ganhar massa muscular...”.
Os outros oito sujeitos (47,06%) relataram que seus objetivos mudaram
ao longo do tempo, sendo que quatro iniciaram buscando emagrecimento (S2,
S4, S5 e S9) e atualmente buscam, respectivamente, objetivos como saúde
(S2), condicionamento físico e diminuir percentual de gordura (S4) e ganhar
massa muscular (S9). Há pessoas que iniciam com o objetivo de hipertrofia e
mudam para manutenção de peso e condicionamento físico (S6); de saúde
passa a querer competir triátlon (S7); ou de estética para saúde mental e física,
além do alívio de estresse (S17).
Bossi, Stoeberl e Liberali (2008) encontraram resultados evidenciando
que indivíduos jovens praticantes de musculação buscam, ao iniciarem,
benefícios estéticos (62%) e permanecem por incorporar a prática como um
hábito saudável, observando uma melhora geral na saúde com um estilo de
vida mais prazeroso, reduzindo o nível de estresse e colaborando para o bem-
estar físico e social. Com isso, vê-se que a melhora na qualidade de vida e na
saúde foi o principal fator (30%) para manutenção no setor da musculação,
seguido pela hipertrofia (26%) e emagrecimento (12%).
Já Baldo (2015) relatou que a busca por satisfação é o interesse
principal entre os frequentadores de academias de ginástica. No que cerne a
realização e satisfação com os objetivos e metas, apenas como aporte teórico,
a teoria dos objetivos de realização (NICHOLLS, 1984; 1989) busca identificar
a percepção de sucesso de um indivíduo ao realizar algo em um determinado
contexto (motivação para a realização), tendo dois conceitos principais:
orientação para “Tarefa” e orientação para o “Ego”. As pessoas orientadas para
a tarefa se esforçam mais, buscam tarefas desafiadoras, creem no seu esforço,
persistem mais, são otimistas e buscam a satisfação pessoal (WINTERSTEIN,
2002). É essencial que as pessoas sejam mais orientadas para a tarefa, pois
produz consequências positivas como um nível ótimo de motivação
(ROBERTS, 2001).
62
5.1.2. Categoria e Dimensão II: Motivação Pessoal
Dentre os 17 alunos entrevistados, 15 se consideram motivados para
praticar atividade física na academia, em relatos como:
“... Porque eu sou muito determinada...” (S1);
“... Além do fato da motivação intrínseca, os professores são comprometidos e
ajudam na motivação...” (S4);
“... O fato de eu não faltar, já mostra uma motivação...” (S8);
“... minha frequência já prova isso...” (S13);
“... Eu me considero motivada, por exemplo, porque mesmo quando não
consigo vir pelo horário, já está tarde, eu pratico em casa. Faço uns
agachamentos e uns abdominais, mas considerando na academia eu também
me considero disciplinada” (S17).
Dois sujeitos não se consideram motivados, relatando:
“... já fui mais motivada, hoje em dia eu me sinto mais cansada, venho meio
empurrada... o que me motiva a sair da minha casa e vir é quejá virou uma
rotina, como se fosse um curso intensivo que estou fazendo... um curso que
estou pagando e tem que fazer” (S6);
“... tem dia que eu não estou afim, não vejo motivação, mas eu venho mesmo
assim” (S2).
Silva et al. (2011) exaltaram a importância do mecanismo da
autorregulação motivacional como preditor da manutenção do comportamento
para a AF, sendo essencial no sucesso dos objetivos e prática a longo prazo.
Já Pecorella, Araújo e Madeira (2012) concluíram que para uma motivação
autodeterminada, a combinação de quantidade e qualidade de motivação como
preditores da AF são imprescindíveis.
Com relação ao envolvimento em tarefas difíceis ou desafios em suas
vidas pessoais e/ou profissionais, vemos que 12 pessoas (70,59%) relataram
que sim, declarando que gostam/adoram se envolver (S11), sempre almeja
crescimento e buscam desenvolvimento (S8), para mostrar suas capacidades e
ter satisfação pessoal (S2), por exemplo. Como outros exemplos, temos:
“... Adoro desafio. Gosto de algo que eu tenha que buscar pra desenvolver...”
(S2);
“... Eu gosto de desafio, eu gosto de correr atrás, melhorar...” (S13);
63
Alguns alunos (29,41%, n=5) foram relutantes com relação ao
envolvimento em tarefas difíceis ou desafios em suas vidas pessoais e
profissionais, em declarações como:
“... ás vezes, sim. Não diariamente” (S1);
“... acho que sim. Assim, não muito difíceis (risos)...mas eu sou assim, não
gosto muito de desafios, muito diferentes não...” (S5);
“Depende. Quando eu tenho um objetivo, eu sou bem disciplinada” (S6);
“Depende do ponto de vista. Acho que não, tem gente que acha que sim...”
(S7);
“... eu sou bem resistente à mudança... Gosto de rotina... não gosto de
mudança” (S15).
Nicholls (1989) já mencionava que o envolvimento em uma determinada
atividade e dado momento não é só uma função da tendência disposicional
(pessoal), mas também das características do contexto de realização
(situacional). Segundo alguns autores (DUDA, 2001; DUDA; BALAGUER,
2007), existem dois grandes construtos incorporados no modelo: percepção
dos objetivos situacionais (percepção do clima motivacional) e orientação dos
objetivos disposicionais (orientação motivacional). No geral, as perspectivas
disposicionais sobre a realização, associadas às influências dos agentes
sociais, podem determinam um significado pessoal da realização, além do
padrão cognitivo, afetivo e comportamental que o sujeito exibe num
determinado momento (NTOUMANIS; BIDDLE, 1999a).
Dos 17 alunos entrevistados, 14 (94,11%) procuram terminar/concluir
suas tarefas ou desafios, se envolvendo totalmente, como exemplo:
“... Um exemplo é meu trabalho... sempre tem problemas e a gente vai até o
final, até concluir” (S3);
“... sou uma pessoa que eu não deixo as coisas pela metade, se eu comecei
uma coisa eu vou até o fim” (S5);
“... eu não gosto de nunca parar uma coisa na metade” (S10).
Dos três alunos que tiveram opiniões divergentes, temos dois que já
desistiram e um indeciso:
“...eu já desisti de algumas coisas... Mas, no geral, eu persisto. Na vida
profissional eu fujo muito de situações muito difíceis e estressantes...Eu não
me acomodo, mas, também, fujo de situações que eu vejo que está mais me
estressando do que causando satisfação”(S8);
64
“... dependendo do grau de dificuldade... quando as coisas são fáceis e
rápidas, ou por mais que sejam difíceis, mas rápidas, acabo que eu faço...
Agora, uma coisa muito elaborada que demanda muito tempo, muito esforço,
eu tendo a ficar com preguiça e... vou adiando... mas eu termino”(S9);
“Depende”(S15).
Os estudos recentes chamam a atenção para a percepção das barreiras
podem afetar a motivação e o estabelecimento de metas (HURLEY et al., 2018;
KNITTLE et al., 2018).
Os sujeitos S8, S14 e S15 tendem a desistir dos objetivos, desafios ou
tarefas a que se propuseram, relatando:
“se estiver mais me estressando mais do que me auxiliando, eu paro... se
aquilo tiver causando mais sofrimento, eu paro”(S8);
“... procuro outra coisa, outro objetivo. Se uma coisa não deu certo, eu
mudo”(S14);
“Acho que eu desisto. Não sou muito insistente não”(S15).
Para o S9, uma indecisão mostra-se presente:
“É bem meio a meio. Algumas coisas a gente quer desistir, mas no modo geral
acho que eu persisto mais”.
Com relação ao estado de humor relacionado à prática regular de AF,
100% das pessoas entrevistadas consideram que o humor melhora, sendo
afetado positivamente. Entre alguns relatos para exemplificar esta unanimidade
temos:
“... eu me sinto menos mal humorada quando eu faço atividade física. O humor
muda. Melhora muito”(S2);
“... Me deixa mais feliz, mais disposta de um modo geral. Eu era mais irritada,
agora estou um pouco mais tranquila. Não está 100% melhor, mas melhorou
muito com a atividade física...”(S9);
“... Me deixa muito melhor. Me dá mais disposição, me deixa mais feliz, muda.
O dia que eu não venho, como Sábado e Domingo, eu percebo que falta
alguma coisa. Eu fico mais irritada” (S15);
“... Melhora. Afeta pro lado bom. Assim, um exemplo, às vezes eu chego com o
estresse do dia a dia, eu chego na academia, você relaxa, acabo esquecendo
de alguns problemas...”(S16).
O humor é uma variável presente em grande parte dos estudos do
comportamento humano relacionados com a prática de AF, normalmente com
65
uma correlação positiva, ou seja, os indivíduos atribuem melhoras no estado de
humor quando realizam alguma AF (CARVALHO, 2013).
Com relação à atividade física interferir no tempo com cônjuge, família
e/ou amigos, 14 pessoas (82,35%) disseram não afetar, porém, o S9 relatou:
“... se eu estivesse trabalhando, possivelmente afetaria, o tempo que eu teria
pra ficar em casa com ele eu viria pra academia. Eu viria, mas talvez não com
tanta frequência como venho hoje”.
Já os que consideram que interfere de alguma maneira, temos:
“Interfere bastante. É porque o meu tempo é bem escasso, então eu tenho que
deixar um pouco de lado a família pra vir na academia, pois eu não consigo
conciliar os dois devido ao meu horário” (S14);
“Hoje, por causa da minha rotina, às vezes, sim. Por que, ás vezes, eu preciso
tirar um tempinho que eu podia estar na minha casa pra vir rapidinho na
academia...” (S16);
“... o tempo que eu teria pra ficar com minha mãe e meu pai... eu uso uma hora
para estar na academia... interfere bastante no tempo. Com o cônjuge acho
que afetaria mais sim...” (S17).
Sobre o desconforto ao realizar alguma AF, apenas o S2 relatou algum
desconforto, dependendo do exercício:
“... Tem exercício que pega muito minha lombar, é uma coisa que eu já não
consigo, parte física mesmo”.
O S15 apenas comentou:
“... eu faço o que eu gosto... quando eu percebo que não está me deixando
satisfeita, feliz, eu prefiro não fazer do que ficar lá e me sentir desconfortável”.
Todos os outros entrevistados (n=15) relataram que não sentem nenhum
desconforto com a prática de AF.
Com relação ao desconforto por usar roupas de ginástica ou de
academia, apenas o S1 relatou algum desconforto por motivo de vergonha. O
S9 relatou que “... Depende da roupa... O que eu uso normalmente não” e o
S15 comentou que fora da academia sim, mas “...aqui na academia não, de
jeito nenhum”. Para o S17, as atitudes de alguns alunos a causam desconforto:
“... Não são todos que te deixam desconfortável, mas alguns deixam. Inclusive
já tive um desconforto bem grande aqui na academia, com um aluno...”.
Todos os outros entrevistados (n = 13) relataram não se sentirem
desconfortáveis ao usar roupas de ginástica/academia, diferentemente dos
66
relatos em outro estudo, principalmente com mulheres acima do peso (CURI;
JUNIOR, 2012).
Com relação às barreiras para praticar AF, não há evidência sobre algo
que impeça estes alunos a realizarem. Alguns relatos evidenciam motivos que
atrapalham ou podem atrapalhar a prática da AF, como: o trabalho ou a falta de
tempo em decorrência do trabalho (S4, S5, S13, S16), lesões ou problemas de
saúde (S6, S11 e S12), falta de tempo apenas (S9), questões financeiras (S1),
distância da academia (S15) e treinar sozinho (S14). Outras pessoas (n = 5)
relataram que nenhuma barreira atrapalha ou impede a prática de AF. Algumas
barreiras para praticar AF foram relatadas em outros estudos, como falta de
tempo (MORALES, 2002; ROJAS, 2003; TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003;
MANZANO; MOLINA, 2012; CARVALHO, 2013), instalações e equipamentos
ruins (ROJAS, 2003; MANZANO; MOLINA, 2012), dentre outros. Pode-se dizer
que estes alunos conseguem gerir os afazeres do dia a dia para realizarem AF,
moldando-se às alterações que a vida proporciona (PECORELLA; ARAÚJO;
MADEIRA, 2012).
5.1.3. Categoria e Dimensão III: Autoeficácia
A autoeficácia é considerada um dos determinantes mais consistentes
de comportamentos relacionados à saúde (incluindo a AF), consistindo na
crença das próprias capacidades que cada indivíduo tem para realizar com
sucesso uma determinada ação (MCAULEY et al., 2011). Assim, o grau de
confiança do aluno é de suma importância para garantir a manutenção da
prática de AF a longo prazo.
Mais da metade dos entrevistados (58,82%, n=10) disseram que vão à
academia em qualquer condição climática, demonstrando disposição em
manter seus programas de AF na academia quando está chovendo e/ou está
fazendo muito frio. Alguns (S6, S7, S9, S13 e S15, n=5) relataram que frio afeta
a disposição, citando frases como:
“... O frio desanima um pouco, mas não é uma coisa que me impeça assim”
(S6);
“Frio é mais difícil, mas eu to conseguindo vir, pelo menos até agora. Frio dá
aquela preguiça eterna, mas de dez vezes eu venho oito” (S7);
67
“... frio pra mim é difícil. É bem difícil...” (S15).
Dois entrevistados ainda relataram que chuva interfere, mas não na
disposição, e sim no forma de deslocamento até a academia:
“... se estiver chovendo, eu virei quando não estiver chovendo, ou então eu
venho de carro...” (S9)
“... Eu sou disposto...mas a chuva afeta um pouco na questão da moto, mas eu
venho mesmo assim” (S13).
Estas duas condições (chuva e frio), conforme salienta Gobbi et al.
(2008), são fatores que interferem negativamente a disposição de três alunos:
“Não (risos). Eu não venho na academia. Esse é um dos motivos que eu não
venho: frio e chuva” (S2);
“Não. Eu venho... Se chover e fizer frio uma semana inteira, eu vou vir umas
duas vezes na semana” (S9);
“Não tanto... Na minha concepção não deveria interferir em nada, mas
interfere... eu e minha esposa, ela é mais preguiçosa que eu...” (S10).
Dos 17 entrevistados, 14 (82,35%) costumam separar um tempo pra ir à
academia, independente dos afazeres da vida cotidiana ou situações adversas
que venham a surgir, de acordo com o relato de alguns:
“... eu paro tudo que estou fazendo e vou” (S4);
“... eu sempre tenho meu horário da academia. Meu horário da academia eu
costumo não furar, eu já marco o que tenho que marcar antes ou depois” (S6);
“... A academia é uma das prioridades” (S13).
A autoeficácia para a prática de AF, neste caso, pode ser definida como
a capacidade de se manter praticando mesmo diante de impedimentos que
possam surgir (BARROS; IAOCHITE, 2012).
Em contrapartida, temos exemplos de algumas situações ou
compromissos que podem interferir na prática da AF na academia:
“Daí eu não venho. Eu não consigo. Um exemplo do que me atrapalha a vir é o
trabalho e a família” (S1);
“Depende. Se eu tiver um compromisso e for um compromisso importante, eu
não venho como, por exemplo, se um médico ou algo importante do meu
pessoal que for interferir, eu deixo a academia pra ir fazer, mas se for coisa
boba, não” (S2);
“A noite, às vezes, eu não venho por ter outras coisas, correria. Mas de manhã,
sempre que eu posso, eu venho” (S10).
68
A autoconfiança é um fator importante na pretensão de se manter ativo
por vários anos (TELLES et al., 2016). Mesmo com barreiras, a autoconfiança
reforça que a intenção de fazer AF pode sim influenciar o comportamento
efetivo em si (RHODES; PLOTNIKOFF; COURNEYA, 2008), preenchendo uma
lacuna científica (lacuna intenção-comportamento) vislumbrada por Carneiro e
Gomes (2016). Neste quesito, todos os entrevistados (100%) se consideram
confiantes para manter regularmente a atividade física por longos períodos,
como:
“Eu digo hoje que eu não quero parar de frequentar uma academia. Nunca
quero ficar sedentária, porque eu acho importante pra mim manter, e tudo que
eu conquistei até agora, sinto que meu corpo melhorou, minha disposição
melhorou. Então, eu pretendo não abandonar a academia mais, nem que seja
uma corrida, ou sempre praticar alguma coisa, nunca ficar parada” (S6);
“Porque eu coloquei como meta na minha vida, não só para minha parte física,
como para meu psicológico... é um dos lugares que eu consigo ficar. Um
ambiente fechado e me faz bem, meu bem-estar” (S11);
“... Eu me vejo fazendo isso a vida toda e eu acho que isso é pra sempre”
(S15).
Com relação à disposição imediata para retornar a prática de atividade
física após uma lesão, problema de saúde ou outro fator, 14 pessoas (82,35%)
disseram retornar logo depois de resolvido o problema ou dada a alta médica,
no caso de lesão, problemas de saúde ou problemas de trabalho. Porém,
outras três pessoas (17,65%) relataram:
“Não. Eu demoro. Se for uma limitação física, você meio que se acostuma com
o sedentarismo, fico acomodada. Eu até volto, mas demoro pra pegar o
ritmo...” (S9);
“... eu acho que não. No momento em que você para, te dá uma desanimada e
você não consegue. Se eu parar por três meses, eu vou pensar e esperar uns
cinco meses pra voltar” (S10);
“Vai ser difícil. Eu já passei por algumas cirurgias em que eu tive que parar e o
retorno é penoso... quando eu paro e depois de um tempo eu tenho que voltar,
é difícil...” (S15).
A autoeficácia é considerada um dos determinantes mais consistentes
de comportamentos da AF e consiste na crença das próprias capacidades para
realizar com sucesso uma determinada ação (MCAULEY et al., 2011). Sendo
69
assim, o grau de confiança do praticante é de suma importância para garantir a
MAF a longo prazo (CRAIN et al., 2010), inclusive com medidas de autoeficácia
utilizada por Williams et al. (2008), o qual sustenta que prediz a manutenção da
mudança de comportamento.
5.1.4. Categoria e Dimensão IV: Ambiente para a atividade física
Para que haja a MAF, deve existir uma perspectiva ecológica e multi-
integrada reafirmando as interações entre as características dos indivíduos e
seus ambientes físico-socioculturais, moldando o próprio ambiente e sendo
moldados por eles (MCLEROY et al., 1988; BUCKWORTH; DISHMAN, 2002;
DUMITH, 2008; SALLIS; OWEN; FISHER, 2008). Sendo assim, ambientes
podem exercem influências que estimulam algumas pessoas ou desestimulam
outras (SALLIS; BAUMAN; PRATT, 1998), especialmente na MAF (NIGG et al.,
2008). Partindo do pressuposto, pode-se afirmar que a influência mútua e
recíproca do ambiente no comportamento é um fator a ser considerado como
relevante na MAF (PECORELLA; ARAÚJO; MADEIRA, 2012).
Diversos fatores são relatados para que os entrevistados se mantenham
praticando atividade física nesta academia. Com relação à atuação dos
funcionários da academia (simpatia, atendimento, receptividade e acolhimento,
profissionalismo e atenção), o S5 citou a recepcionista e os professores. Além
do S5, outros alunos (S2, S4, S11, S15, S16 e S17, n=6) relataram os
professores como fatores que influenciam na motivação e manutenção nesta
academia. Os alunos S3 e S5 relataram especificamente os professores de
ginástica e os da musculação; Já os alunos S7 e S13 relataram
especificamente o professor de natação. Com isso, tem-se pelo menos 11
(64,70 %) relatos demonstrando que os professores, independente do setor,
são um dos fatores de manutenção destes alunos nesta academia, conforme
os relatos a seguir:
“... os funcionários também, os professores, no geral, pois se não tiver um
professor que te motiva... Enfim, acho que professor, professor acho que é o
principal” (S2);
“Alguns professores... o profissionalismo, empatia, afinidade, são bem
acolhedores, bem bacana. Mas não são todos...o que eu mais gostava era do
70
professor de Spinning e do Power Jump. A musculação também, ótimo
professor. Excelente, excelente, excelente...” (S5);
“... o professor da natação é excelente...” (S7).
A competência de um profissional é resultado do conhecimento e
domínio técnico/científico, além das virtudes comportamentais e atitudinais,
para que haja uma intervenção de qualidade (SABA, 2001; NASCIMENTO;
SORIANO; FÁVARO, 2007; PUENTE; ANSHEL, 2010).
Outro fator relatado foi o ambiente (n = 4) e o público/alunos (n = 5) que
frequentam a academia, fator considerado importante nos estudos de Bossi,
Stoeberl e Liberali (2008). Como exemplo, o S3 relata que gosta do ambiente e
sente-se em casa e o S4 que gosta do ambiente que todos que frequentam a
academia proporcionam.
O fator proximidade com a casa, trabalho ou parentes pode ser
observado como relevante na manutenção nesta academia por sete
entrevistados, corroborando com Liz e Andrade (2016). Para elucidar, temos:
“O fator principal é a proximidade da minha casa...” (S6);
“Proximidade do meu trabalho” (S8);
“A praticidade, porque é do lado da minha casa. Proximidade” (S14).
A questão da infraestrutura obteve somente quatro relatos positivos,
sendo que dois (S7 e S17) fizeram referências aos aparelhos de musculação,
um (S12) relatou uma boa piscina e um (S4) apenas relatou a estrutura. O
custo-benefício (planos/preços) foi apontado por dois alunos (S9 e S13), e os
demais itens obtiveram apenas um relato cada: aulas de ginástica (S1), hábito
(S6) e horário de funcionamento (S7).
Em relação aos fatores que as pessoas mais gostam nesta academia,
oito alunos relataram os professores, sendo que três não especificaram de qual
setor ou qual professor (S4, S11 e S16), três com relação ao professor de
natação (S7, S8 e S9) e dois especificaram os professores da ginástica (S2 e
S14). Em seus resultados, Martins (2008) considera que os principais
determinantes de manutenção na academia são o conhecimento e a
qualificação dos professores, além da relação professores-alunos. Segundo os
alunos, as principais características que consideram num professor são: ser
comunicativo, extrovertido, competente, com conhecimento e que corrija os
alunos sempre durante a AF. O estudo de Barros e Iaochite (2012) aponta para
71
a importância do incentivo e da atuação dos professores como um dos
mediadores do comportamento dos alunos, sendo este um dos responsáveis
pela percepção de autoeficácia e motivação, pelo papel que exerce na
instrução, no incentivo à prática de AF e sua manutenção, além da percepção
de competência. Portanto, concluiu-se que o professor é um mediador
importante para a manutenção dos alunos nesta academia, corroborando com
Martins (2008).
Com relação aos setores e modalidades que a academia oferece, alguns
alunos os indicaram como fatores que mais gostam, como: aulas de ginástica
(S2, S3, S6, S9 e S14), aulas de natação (S8 e S12) e musculação (S3).
Alguns fatores relacionados com estes setores também foram citados, como a
estrutura (S1 e S16), aparelhos de musculação (S1), flexibilidade e horários
das aulas (S1 e S13). Os menos citados foram: acolhimento (S5), preço/planos
(S10 e S16), público/alunos (S15) e proximidade (S16). Segundo Heinrich et al.
(2017), os frequentadores de academias priorizaram a localização, qualidade,
variedade das modalidades e equipamentos especializados como as
características mais importantes para a MAF.
Sobre o que desagrada os alunos, temos: os aparelhos de musculação
(S4, S6, S9, S10, S11 e S14) e os professores deste setor (S2, S9 e S13,
sendo que este último comentou em nome de amigos), corroborando com
Rojas (2003) e Liz e Andrade (2016).
O setor aquático, o qual contempla a área da piscina, aulas e vestiário,
obteve o segundo maior o relato de insatisfação:
“... fato da piscina estar, ás vezes, suja. Não estar na temperatura correta...E a
questão da higiene do banheiro, do vestiário da piscina” (S8);
“... Não sei se é muito uso, mas é difícil manter organizado (vestiário da
piscina). Não sei se é má impressão pessoal mesmo, dá a impressão de que
não é limpo...” (S7).
Com os achados deste estudo, diversos são os determinantes de MAF,
inclusive é importante destacar que, levando em consideração a análise do
discurso dos entrevistados, professores destes ambientes precisam ser
presentes, atenciosos e competentes, utilizando de estratégias para motivar os
alunos e ainda fornecer o apoio necessário, para que haja mudanças no
72
comportamento do indivíduo ao longo do tempo (LIZ et al., 2010; SILVA et al.,
2011; BROWN et al., 2017).
O fato de o relacionamento social ser um fator desagradável é relatado
por três alunos, os quais comentam:
“Algumas panelinhas de aluno (desagradável)... Isso acontece mais na
ginástica...” (S5);
“Tem uma ou outra pessoa que não nos damos bem, mas isso é coisa pessoal,
coisas com alunos” (S15);
“Acho que seria alguns homens, no caso... Seria o que eu menos gosto.
Poucas pessoas” (S17).
Humpel, Owen e Leslie (2002) identificaram 19 estudos quantitativos que
avaliavam a associação dos determinantes (físicos) percebidos e objetivos do
ambiente com o comportamento em AF e observaram que a acessibilidade,
oportunidades e atributos estéticos do ambiente foram associados
positivamente com a AF.
No fator relacionamento social com outros alunos, temos que duas
pessoas que consideraram ótimas as suas relações com todos os alunos (S11
e S14), além das quatro pessoas que relataram ter boas relações na academia
(S1, S2, S5 e S15). Algumas pessoas (58,82%, n=10) relataram que suas
relações são mais cordiais ou sociais apenas, com cumprimentos e saudações
somente, sem muita intimidade ou afeição (S4, S6, S7, S8, S9, S10, S12, S13,
S16 e S17). Enquanto isso apenas uma pessoa (S3) relatouter algum problema
de relacionamento social nesta academia e mostrando indiferença em relação
a isso:
“Da minha parte eu não tenho nada contra ninguém, mas sei que tem gente
que não gosta de mim. Mas isso não me afeta”.
A socialização é um dos principais fatores para que haja MAF em
academias de ginástica, com interesses cerceando o combate à solidão,
construção de novas amizades e apoio social entre todos que convivem num
mesmo ambiente (SANTOS; KNIJNIK, 2006), porém foi um fator que não foi
tão importante para a manutenção nesta academia, já que mais de 58,82% dos
alunos tem apenas uma relação cordial mínima com os demais frequentadores
deste ambiente, diferentemente do encontrado por Rojas (2003), em que a
maioria dos que permaneceram tinham amigos na mesma academia e, com
73
base na TAD, tinha a necessidade psicológica básica de relacionamento social
suprida (DECI; RYAN, 2000).
A relação social com outros profissionais desta academia (professores,
gestores, recepcionista, etc) demonstrou ser boa, já que cinco pessoas (S5,
S10, S11, S14 e S17) relataram como muito boa e cinco pessoas (S2, S3, S4,
S6, S13) relataram ser ao menos boa esta interação. Outras seis pessoas (S1,
S7, S8, S9, S12 e S16) relataram ter uma relação apenas social, cordial e de
profissionalismo somente, como:
“Me relaciono bem. Não tenho amizade pessoal com nenhum deles, mas
também não tenho o que reclamar de ninguém” (S7);
“Bem. Nada demais, só o bom dia, boa tarde” (S9);
“Normal. O social mesmo. Tem os que a gente mais conversa, que é o
professor da natação que eu conheço a mais tempo, mas o social mesmo”
(S12).
Apenas um aluno relatou algum problema de relacionamento com uma
professora:
“Bem. Com quem eu tive problema eu falei com a pessoa, com a professora de
musculação, quando eu discuti com ela” (S15).
A socialização ou o relacionamento dentro da academia (com outros
alunos ou profissionais), não foi um fator influente para a manutenção da AF
nesta academia, corroborando com Crain et al. (2010), diferentemente de
outros estudos (ALLEN; MOREY, 2010; ABILDSO et al., 2018). A socialização
ou relacionamento social, sendo um dos principais motivos de manutenção nas
academias, sustenta que quando os alunos se identificam e se sentem
pertencentes a um grupo em que convivem, se sentem com mais prazer e
atração pela AF (WANKEL, 1993; RYAN; DECI, 2000). Com isso, organizar o
ambiente das academias visando favorecer a socialização e relação entre os
alunos e com os professores/funcionários deve ser uma preocupação dos
administradores desses estabelecimentos. O estudo de Marcellino (2003)
confirmou essa hipótese, identificando que os alunos que possuíam relação de
amizade na academia se mantiveram por mais tempo.
Das pessoas que optaram por avaliar o quão agradável consideram a
academia em uma escala de zero a dez, a academia obteve notas que
variaram de sete a 10. Os que optaram por avaliar a academia numa escala de
74
Likert de cinco pontos (péssimo, ruim, regular, boa e excelente/ótimo),
obtiveram-se cinco pessoas que consideraram a academia boa, excelente ou
ótima. Portanto, em geral, os entrevistados consideram esta academia um
lugar bom e agradável de frequentar. Segundo Deci e Ryan (2008), com base
da TAD, o contexto sociocultural pode contribuir para satisfazer as
necessidades psicológicas básicas em um indivíduo (relacionamento),
buscando entender como as pessoas iniciam suas interações com o ambiente
e como elas se adaptam, modificam e são modificadas, além de evoluir em
função das transações ambientais (SABA, 1999; KLAIN, 2013).
Em nove dos 17 relatos (S1, S2, S3, S4, S5, S6, S7, S11 e S13), a
distância, o trânsito ou o tempo de deslocamento da casa-academia ou
trabalho-academia são fatores que não afetam a regularidade dos alunos,
inclusive com a hipótese de morar longe da academia. Dentre algumas
opiniões evidenciando tal afirmação, temos:
“Não. Independente de onde eu estiver, eu venho” (S1);
“Não, eu moro perto. Mas mesmo que eu morasse longe eu viria” (S2);
“É um pouco longinho pra mim, tanto da minha casa como do trabalho, mas eu
venho mesmo assim. Já pensei em mudar...O que me faz ficar aqui é todo
mundo: os professores, os alunos” (S3).
No entanto, sete pessoas relataram não afetar atualmente, mas que se
morassem distantes da academia, afetaria a regularidade por diversos motivos,
como: distância (S9, S12 e S15), trânsito (S14), distância e trânsito (S10),
tempo (S8) e clima (S17). Para exemplificar os motivos temos,
respectivamente:
“... Se eu morasse mais longe, acredito que afetaria minha regularidade, pela
distância” (S12);
“... Se eu não morasse do lado, afetaria, com certeza. Só porque eu teria que
dirigir até aqui e eu não gosto de dirigir...” (S14);
“... Acaba afetando sim, uma distância maior, um trânsito que me faça chegar
atrasado no serviço, pode afetar sim” (S10);
“... Se estes fatores não estivessem alinhados, isso atrapalharia demais. Pois
meu tempo é bem corrido” (S8);
“... se eu morasse longe, acho que o que ia mudar seriam os dias de chuva e
frio. Isso mudaria, mas só isso” (S17).
75
Apenas uma pessoa (S16) relatou que atualmente o trânsito afeta sua
regularidade, explanando:
“... teve dias que do horário que eu estava vindo, estar um trânsito bem
carregado... Já chegou a ter dias de eu voltar e não vir pra academia... mas o
que interfere mesmo é o trânsito”.
Em relação à localização dos ambientes que promovem AF, a
proximidade foi destacada como um dos motivos de escolha e de manutenção
na mesma academia, com distâncias menores de três quilômetros, geralmente
da casa dos alunos ou até mesmo do trabalho (BAPTISTA, 2001; ROJAS,
2003; CHECA; FURLAN; FIGUEIRA JÚNIOR, 2006; TELLES et al., 2016). Com
isso, percebe-se que fatores ambientais podem promover ou desestimular a
MAF (WEINBERG; GOULD, 2008). Segundo Heinrich et al. (2017), os
praticantes de AF de academias priorizaram a localização, assim como a
qualidade dos equipamentos e a variedade de exercícios como as mais
importantes características para se manterem ativos.
5.1.5. Categoria e Dimensão V: Estresse
Desde a década de 1980, pesquisadores perceberam que outro fator
enfrentado pelas pessoas impactava diretamente no seu comportamento,
inclusive da AF: o estresse. O estresse, caso torne-se elevado por algum
motivo, pode ser uma barreira para a regularidade na AF. Os fatores
estressantes que elevam a probabilidade de recaída/desistência são chamados
negativos, como: morte de algum familiar ou amigo, divórcio ou problemas
conjugais, desemprego ou problemas financeiros, lesão ou problemas de
saúde, etc. Há fatores de estresse que afastam as pessoas da AF por curtos ou
longos períodos, que são considerados positivos, como: casamento,
nascimento de um (a) filho (a), estudos, promoção, etc. (MARCUS; STANTON,
1993, BOSSI; STOEBERL; LIBERALI, 2008; TELLES et al., 2016; LIZ;
ANDRADE, 2016).
A literatura tornou-se repleta de evidências de que a AF regular confere
resiliência e serve como um recurso de resposta aos estressores físicos e
psicossociais, conferindo inúmeros benefícios fisiológicos e psicológicos para a
população, buscando eliminar os distúrbios relacionados ao estresse e muitas
76
doenças crônicas (GERBER; PUHSE, 2009; BAUMAN et al., 2012; KOHL et
al., 2012; WEN; WU, 2012; DEUSTER; SILVERMAN, 2013).
Os relatos evidenciaram que a AF alivia o nível de estresse de todos os
alunos, de maneira aguda e pontual para alguns e de maneira crônica e
permanente para outros. Dentre as formas que a AF afeta positivamente este
público com relação ao nível de estresse, corroborando com Hinkle (2015),
temos os relatos:
“... Melhorou. Antes de entrar eu era muito estressada e agora eu dificilmente
fico brava. Eu ‘desestresso’ com a academia” (S1);
“... Eu fico muito menos estressada quando eu pratico atividade física, sem
dúvida” (S2);
“... Eu saio mais relaxada daqui” (S6);
“... sou uma pessoa muito menos estressada agora. Quando eu não faço
atividade física é péssimo...” (S7);
“... Na hora que você está estressado, você larga tudo e vai treinar e, você dá
seu melhor e sai aliviado, novo...” (S11);
“... Se eu não faço atividade física, eu fico muito estressado, muito mais
impaciente...” (S12).
Em sete entrevistas (S3, S5, S6, S7, S8, S11 e S12), o trabalho ou
estudo não interferiram na disposição dos alunos em manter a AF regular na
academia porém, o S5 relatou uma diminuição na frequência, mesmo que não
seja relacionado à disposição e o S6 relatou cansaço devido ao trabalho sem
afetar a disposição. Em nove das 17 pessoas entrevistadas houve alguma
interferência na disposição dos alunos para manter a AF na academia, seja por
trabalho (S1, S4, S9, S10, S13, S14, S15 e S16) ou por estudo (S2). Dentre os
relatos por interferência do trabalho, têm-se alguns exemplos:
“Sim. Se no trabalho acontecer uma coisa assim, desagradável e eu não
conseguir tirar da cabeça e chegar aqui, eu não tenho minha disposição cem
por cento pra fazer as aulas. Algumas vezes já aconteceu de eu estar
sobrecarregada e chegar aqui e não dar o meu melhor” (S1);
“Sim, quando eu tive que trocar de turno. Quando eu fui pra noite, afetou
bastante, pois eu não conseguia acordar e vir. Eu vinha, mas em períodos
menores, não de segunda a sexta como eu venho hoje” (S14);
77
“Acho que o trabalho, às vezes, afeta, pelo cansaço. Ás vezes, eu saio do
trabalho, passo em casa para vir na academia, e ás vezes eu não estou tão
disposta. Interfere sim” (S16).
Já o S2 relatou interferência pelo fator estudo:
“... Eu não vinha em época de prova e TCC, afetou bastante”.
Apenas o S17 demonstrou que estes problemas afetaram positivamente
sua disposição em manter a prática regular de AF na academia:
“... me motivaram a praticar mais atividade física”.
O trabalho e a falta de tempo decorrente de tal foi um fator alarmante,
nesta amostra, em relação à disposição para praticar regularmente a AF na
academia, análise similar a de Telles et al. (2016).
Não ocorreu, neste período que estes alunos frequentaram esta
academia, nenhuma situação de desemprego ou problemas financeiros que
tenha prejudicado a regularidade da prática. No entanto, o S6 comentou ser um
fator a ser levado em consideração caso ocorra algum dia, corroborando com
Liz et al. (2010):
“... Ainda bem que não. Mas é um fator que pesa”.
Dos 17 entrevistados (nove solteiros, sete casados e um em união
estável), 13 relataram que nunca passaram por problemas conjugais, em suas
casas ou vidas pessoais que tenham prejudicado suas disposições em manter
a AF na academia. Dentre os quatro relatos (2 solteiros e 2 casados) em que
algo na vida pessoal ou relacionamento com cônjuge interferiu na disposição,
três relatos perceberam esse estresse como fator negativo e prejudicial à
disposição em manter a prática regular, conforme relata o S9 em relação a
preguiça do marido em ir à academia juntos, gerando estresse e discussão; o
S10 com conflitos conjugais por causa de ciúmes da esposa; e o S14 que teve
que se impor perante sua família para conseguir tempo e ir à academia.
Segundo Dishman (1994) e Candidate e Mazaheri (2017), o cônjuge tem
grande influência sobre a MAF, sendo que sua atitude pode influenciar ainda
mais do que a da própria pessoa.
Apenas o relato do S17 mostrou que algo estressante como um
problema conjugal pode positivo, como consta:
“... Me motivaram, na verdade. Quando eu terminei meu namoro, eu comecei a
frequentar a academia assiduamente. Foi a melhor coisa que eu fiz... eu
78
precisava arrumar uma válvula de escape, e ao invés de baladas, bebidas e
drogas, eu falei ‘vou fazer academia loucamente’, e foi o que aconteceu”.
A situação de morte ou perda de algum familiar ou amigo não impactou
ou nunca ocorreu com12 dos 17 entrevistados. Nos cinco casos em que houve
esse fator estressante da morte de alguém próximo, temos três alunos (S13,
S14, e S15) que não deixaram de praticar AF, inclusive relatando que a própria
atividade ajudava nesta situação. Como relato, temos:
“Quando eu tive uma perda, no caso minha mãe, eu me dediquei até bem mais
na academia, foi um dos fatores que me ajudou bastante a superar. Foi uma
válvula de escape. Acredito que foi, na musculação na época, a minha
melhor...” (S13);
“... Eu vim pra me sentir melhor. Já aconteceu e eu vim pra superar isso” (S14);
“... O que aconteceu é eu não vir em um dia, mas no outro dia eu já estava aqui
de novo. Foi com um colega meu faleceu, outra quando meu avô faleceu...”
(S15).
Para Sanches (2018), a prática de AF é tida como uma atividade com
potencial de promover a resiliência, inclusive em fatores de estresse como a
morte de alguém próximo.
Já os alunos S2 e S16 relataram que este momento de estresse
impactou em suas disposições de maneira negativa, sendo que a AF não foi
um fator que contribuiu positivamente. Assim, temos:
“... a perda do meu cunhado. Foi bem difícil. Fiquei bem indisposta. Não
cheguei a vir, fiquei um tempo afastada. Vinha um dia sim, outros não pelo fato
da situação. Acho que levei um mês pra voltar ao normal” (S2);
“... em 2015, perdi meu pai, aí fiquei dois meses. Ás vezes, eu até ia pra
academia, mas acho que não era a mesma, não tinha o mesmo empenho. Eu
procurava, ás vezes, até pra dar uma esquecida da situação” (S16).
Um exemplo de intervenção que as academias poderiam realizar a fim
de manter seus membros são os chamados grupos de gerenciamento de
estresse, adotando técnicas de gerenciamento de estresse cognitivo-
comportamental, estratégias de relaxamento, aulas de meditação, oficinas de
bem-estar psicológico com esclarecimento de valores e definição de metas,
dentre outras (HOOKER et al., 2016).
Em 10 relatos os entrevistados não tiveram nenhuma lesão ou
problemas de saúde que tenha influenciado a regularidade na academia. Das
79
seis pessoas (S3, S6, S9, S10, S11 e S16) que relataram algum problema de
saúde ou lesão, todas voltaram às suas atividades posteriormente, mesmo que
tivessem diminuído a frequência ou se afastado por um tempo por causa da
limitação.
As dificuldades ou problemas relatados por algumas pessoas que torna
mais complicado em se manterem ativos nesta academia giram apenas em
torno da disposição (S6), preguiça (S7) ou falta de tempo (S8 e S17),
concordando com Rojas (2003). Somente o S13 relatou que tem dificuldades
relacionadas ao clima por seu meio de transporte ser moto, mas busca manter
sua AF regular na academia. A percepção das barreiras que cada indivíduo
possui também é uma variável importante para o estudo, pois implica como o
indivíduo é capaz de detectar essas barreiras e quais estratégias usar para
ultrapassá-las e se tornarem regulares na AF por longos períodos
(CARVALHO, 2013).
Uma última questão foi realizada, fora do contexto das dimensões que a
TMAF aborda, apenas para contemplação de algum outro fator ou algo que a
própria entrevista não tenha abordado sobre a prática de AF nesta academia
de ginástica. O S7 acrescentou que deveria ter mais horários de spinning; o S8
ressaltou a importância da higiene; o S11 comentou sobre ter mais eventos na
academia como forma de incentivo; e o S12 citou apenas a questão do horário
de funcionamento em dias de semana e aos finais de semana, fatores estes
que podem influenciar na satisfação, motivação e regularidade dos alunos.
80
6. CONCLUSÃO
Um breve esclarecimento sobre a problemática do estudo foi realizado,
assim como se podem verificar quais fatores podem interferir na MAF em uma
academia de ginástica à luz da TMAF, segundo o objetivo do estudo. Além
disso, pudemos dar mais um passo para o entendimento dos preditores de
MAF (estabelecimento de metas/objetivos, motivação pessoal e autoeficácia) e
suas influências no contexto de academias. Porém, está claro que não
somente esta teoria, mas como outras unicamente, não conseguem responder
as lacunas referentes a esse fenômeno MAF, pois se trata de um fenômeno
com diversas variáveis, inclusive difíceis de serem comparadas e medidas.
Com relação aos objetivos específicos do estudo, houve divergências,
pois não se pode afirmar que o ambiente, em suas diversas variáveis
(proximidade, sociocultural, físico), afeta somente positivamente e o estresse,
também com variáveis e momentos diversos, afetam somente de maneira
negativa a MAF. Encontramos dados que deixam claro que o ambiente pode
afetar negativamente e o estresse pode ser superado e influenciar
positivamente a MAF, mesmo que em menor probabilidade. Sobre os
preditores e barreiras que a TMAF adota, a autoeficácia e o ambiente parecem
ser os fatores que mais influenciam os alunos desta academia a se manterem
regulares por mais de três meses, pelo menos na faixa etária escolhida para o
estudo, tendo atuação mais discretas da motivação e tendo o estresse como
principal dimensão negativa, que pode causar situações de recaída ou
desistência, prejudicando a MAF.
6.1. APLICAÇÕES, LIMITAÇÕES E SUGESTÕES
A realização de mais estudos se faz necessária, com o intuito de
associar mais variáveis e contextos, além de uma amostra maior e com idades
diversas, uma média mensal de frequência mínima, para que possam
influenciar a mudança do comportamento visando a MAF a longo prazo.
Ademais, ao confirmar que determinantes e barreiras existem e estão entre
motivos de MAF nas academias, esse estudo apresenta informações
relevantes para gestores e proprietários de academias, profissionais das áreas
81
da Psicologia do Esporte e da Atividade Física, bem como, das Ciências do
Esporte.
Considerando que algumas constatações foram diferentes de alguns
estudos que procuram entender melhor o fenômeno MAF, sugere-se que sejam
realizados novos estudos que possibilitem maior controle da interação das
variáveis investigadas ou outras que se apresentarem pertinentes. Destaca-se
ainda que os fatores ambientais e pessoais possam ser específicos da
população brasileira e de cada região no país, o que diminui a possibilidade de
generalização dos resultados. Outros estudos devem ser realizados adotando
um intervalo maior de idade, associação das diversas variáveis das principais
teorias que buscam responder ao fenômeno, assim como diferenciação entre
população de cidades capitais e cidades de interior (idem ao presente estudo).
Aos ambientes como as academias, sugerem-se estratégias para identificação
das necessidades do público, assim como os motivos de satisfação e
insatisfação.
Sabe-se que a MAF é um processo ativo e sofre influências de diversos
fatores como ambiente físico e social, características pessoais
(comportamentais e habilidades), características da modalidade escolhida,
dentre outros e tais influências obrigam as pessoas a utilizarem estratégias
constantes para uma MAF por um longo período. Com isso, a importância
deste trabalho se sustenta pela necessidade de entendermos e percebermos
quais os fatores que interferem positiva e negativamente na MAF, mesmo em
ambientes específicos como as academias de ginástica, além das estratégias
que os praticantes regulares utilizam para se manterem ativos por longos
períodos.
Como limitação, este estudo contou com a análise de apenas um
contexto específico.Alguns estudos começaram a integrar diferentes teorias e
modelos para tentar compreender melhor o comportamento humano, sendo
uma tentativa de analisar a congruência entre essas teorias e modelos, ou seja,
pesquisadores integram teorias com o intuito de suprimir lacunas científicas
existentes. Só assim é possível verificar se as teorias podem ser combinadas
num modelo integrado que possibilite a compreensão do comportamento,
inclusive do fenômeno MAF, para que se possa contribuir com o compromisso
da prática de AF por longos períodos de tempo. Numa outra perspectiva,
82
parece irreal criar uma teoria com um número tão elevado de variáveis, mesmo
que todas tenham apoio empírico. Mesmo com a possibilidade de existir uma
teoria complexa, seria virtualmente impossível medir simultaneamente todos os
seus preditores testáveis. No entanto, o comportamento da AF é complexo
demais para ser englobado por uma única teoria. Talvez o progresso ocorra por
uma aplicação continuada de teorias existentes, consolidando o conhecimento
em um modelo multidimensional, conforme buscou a TMAF. Assim, estudos
futuros devem buscar associar os determinantes e barreiras já comprovados de
MAF, de acordo e com o suporte das teorias existentes que buscam explicitar a
manutenção regular da AF.
83
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103
APÊNDICE A – TERMO DE CONCORDÂNCIA DA ACADEMIA
104
105
APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
AOS RESPONSÁVEIS PELA ACADEMIA
O pesquisador Luiz Fernando Santos Tross, educador físico, mestrando em
Educação física pela Universidade São Judas Tadeu – USJT, sob a orientação do
Professor Doutor Marcelo Callegari Zanetti, educador físico, está pesquisando o
seguinte tema: Manutenção da prática de atividade física em uma academia de
ginástica: estudo à luz da Teoria de Manutenção da Atividade Física.
O estudo tem por objetivo geral responder quais os principais fatores que
interferem positivamente na manutenção dos alunos em academias de ginástica,
segundo a Teoria da Manutenção da Atividade Física.
Para isso, o pesquisador o convida a participar dessa pesquisa.
Serão investigados os alunos que queiram participar e respeitem os critérios de
inclusão da pesquisa.
Sua participação consentirá em permitir que o pesquisador execute a entrevista
nos espaços pertencentes à academia, sem que haja interrupção na rotina diária da
academia, sendo realizada em horário e local estipulados pelo (a) senhor (a).
O pesquisador Luiz Fernando Santos Tross estará à disposição para esclarecer
qualquer dúvida em qualquer momento do estudo.
A entrevista será gravada com a finalidade de análise de conteúdo. Informo,
ainda, que estou ciente sobre o sigilo quanto a suas informações pessoais, e que
estas ficarão sob a responsabilidade do pesquisador, mantendo-se no anonimato.
A pesquisa que será realizada na academia é considerada de risco mínimo,
porém se a entrevista gerar desconforto, constrangimento ou outra situação
desagradável qualquer para a academia, a participação poderá ser interrompida, a
qualquer momento, sem qualquer prejuízo para qualquer das partes, além de
encaminhamento para atendimento especializado no Centro de Psicologia Aplicada da
Universidade São Judas Tadeu (CENPA) para atendimento psicológico, sem qualquer
ônus, com a responsabilidade e custeio por parte dos pesquisadores, que
providenciarão as medidas cabíveis.
Sua participação trará grandes benefícios para compreender os fatores que
interferem na manutenção da prática de atividades físicas em uma mesma academia,
sendo de fundamental relevância para os gestores destes espaços e para a
sociedade, que se beneficiará com as melhoras que possam vir a surgir.
O relatório final da pesquisa será encaminhado às academias participantes do
estudo, sendo garantida a confidencialidade dos respondentes.
106
Ao assinar este termo, estou consentindo para divulgação da pesquisa em
eventos científicos e publicação em revistas especializadas.
Ao assinar o presente termo, eu declaro que minha participação é totalmente
voluntária e, portanto, não irei receber qualquer incentivo e/ou remuneração, assim
como não pagarei pelo mesmo.
O pesquisador disponibiliza seu contato por celular (12) 99794-1239, ou pelo
endereço eletrônico: [email protected], ou seu orientador através do telefone
(19) 99267-0857 ou contato com o Comitê de Ética em Pesquisa da universidade,
telefone 2799-1944, endereço: Rua Taquari, 546 Mooca, endereço eletrônico:
[email protected], para esclarecimento de qualquer dúvida que possa surgir em relação a
este estudo.
Assim, ao fornecer seus dados e assinar abaixo, entendo que há concordância,
por minha parte, com os termos aqui apresentados.
Eu,_____________________________________________R.G.__________________
declaro estar ciente quanto à pesquisa a ser conduzida e dou meu consentimento livre
e esclarecido, firmando abaixo, em duas vias de igual teor, para que uma permaneça
em meu poder e outra em poder do pesquisador.
Taubaté, ______ de __________ de 2018.
___________________________________________
Nome da Academia e Assinatura do responsável
____________________ ______________________
Assinatura do orientador Assinatura do pesquisador
Marcelo Callegari Zanetti Luiz Fernando Santos Tross
107
APÊNDICE C– TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
AOS ALUNOS
O (a) senhor (a) está sendo convidado (a) a participar de um estudo com
praticantes de atividades físicas em academia de ginástica que se mantiveram ativos
nesta mesma academia por mais de três meses.
A pesquisa faz parte da dissertação de mestrado em Educação Física do Prof.
Luiz Fernando Santos Tross e tem como responsável o Prof. Dr. Marcelo Callegari
Zanetti do Programa de Pós Graduação Stricto Sensu da Universidade São Judas
Tadeu – SP.
O estudo tem por objetivo geral responder quais os principais fatores que
interferem positivamente na manutenção dos alunos em academias de ginástica,
segundo a Teoria da Manutenção da Atividade Física.
Os alunos são provenientes de qualquer modalidade ou atividade que a
academia ofereça nos seus espaços internos, que serão entrevistados e gravados
individualmente com o auxílio de um gravador, em um único momento. Os horários
serão definidos em comum acordo entre alunos e pesquisador, marcados
antecipadamente. O tempo máximo para a entrevista é de 60 minutos.
O Prof. Luiz Fernando Santos Tross será responsável pela realização da
entrevista e estará à disposição para esclarecer qualquer dúvida em qualquer
momento do estudo.
A pesquisa é considerada de risco mínimo, porém se a entrevista gerar
desconforto, constrangimento ou outra situação desagradável, a sua participação
poderá ser interrompida, a qualquer momento, sem qualquer prejuízo, além do devido
encaminhamento para atendimento especializado, caso necessário,no Centro de
Psicologia Aplicada da Universidade São Judas Tadeu (CENPA) para atendimento
psicológico, sem qualquer ônus, com a responsabilidade e custeio por parte dos
pesquisadores, que providenciarão as medidas cabíveis.
As informações e os resultados do estudo podem contribuir para a
compreensão dos preditores de manutenção da atividade física numa mesma
academia, assim como os diversos fatores que interferem neste comportamento.
Como benefício da participação, as academias terão acesso aos resultados e
poderão melhorar a forma de atendimento, estrutura ou outro fator que for encontrado
na pesquisa e que colabore para a transformação do espaço da academia num
ambiente mais acolhedor, favorável, satisfatório e prazeroso para sua prática de
atividade física. Conforme mencionado na resolução do CNS 466/12, o benefício
gerado irá envolver a todos os alunos participantes da pesquisa e os estabelecimentos
108
(academias) respeitando as diferentes metodologias, além de ajudar as academias a
melhorarem seu atendimento/estrutura e a literatura científica, que se beneficiará com
um possível entendimento acerca dos preditores de manutenção da atividade física
neste contexto.
Os participantes tem liberdade de recusar a participação ou de retirar o seu
consentimento em qualquer fase do estudo, sem que ocorra nenhum prejuízo.
Não haverá nenhum tipo de remuneração pela participação no estudo.
A identidade dos participantes não será revelada e as informações que forem
prestadas poderão ser utilizadas somente para fins científicos.
Se em algum momento houver dúvidas sobre a pesquisa, poderá procurar o
pesquisador responsável pelo estudo Marcelo Callegari Zanetti pelo telefone (19)
992670857 ou o pesquisador Luiz Fernando Santos Tross pelo telefone (12) 99794-
1239, assim como por e-mail: [email protected].
Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você
poderá consultar:
Secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa
Endereço: Rua Taquari, 546 - Mooca
Cidade: São Paulo - SP
CEP 03166-000
Tel.: (11) 2799-1944
Confirmo ter conhecimento do conteúdo deste termo. A minha assinatura
abaixo indica que concordo com a minha participação na referida pesquisa.
Taubaté , ______ de __________ de 2018. ___________________________________________ RG__________________ Participante (nome por extenso) _________________________ ________________________ Assinatura do Participante Assinatura do pesquisador Luiz Fernando Santos Tross
________________________________ Assinatura do pesquisador responsável
Marcelo Callegari Zanetti
109
APÊNDICE D–ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA PARA
PRATICANTES EM ACADEMIAS
Data da realização da entrevista: _____ / _____ / __________
Academia____________________________ Cidade_____________________
Duração da entrevista __________ (Início ___h ___min. / Final ___h ___min.)
Caso deseja saber os resultados deste estudo preencha, por favor, os
seguintes dados: Telefone:_________________________ Endereço:
_______________________________________________________________
CEP:__________-____ E-mail:______________________________________
Informações pessoais (sociodemográfico)
Qual seu nome completo?__________________________________________
Qual seu idade?_______ Qual seu estado civil?_____________ Qual sua
profissão ou situação profissional?___________________ Qual seu grau de
escolaridade?______________________ Como você classifica sua
saúde?________________ Qual sua descendência étnica?_______________
Qual a renda média mensal da família?___________________
Seção 1: INFORMAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA
Informações da atividade física e sua manutenção por tempo prolongado
1. Quais modalidades ou aulas você pratica?
2. Quantas vezes por semana você pratica atividade física na academia?
3. Você considera este número de vezes suficiente? Por quê?
4. Quantos minutos de atividade física você acredita fazer durante a
semana?
5. Há quanto tempo você pratica atividade física nesta academia?
6. Quais atividades ou modalidades você já fez nesta academia?
7. São as mesmas modalidades desde o início ou trocou de modalidade?
110
8. Quais atividades você vêm praticando com frequência nos últimos três
meses?
Seção 2: OBJETIVOS, COMPROMISSOS, REALIZAÇÕES E SATISFAÇÃO
9. Quais seus objetivos pessoais com a prática de atividade física nesta
academia?
10. Tem algum outro objetivo ou somente esses?
11. Você é comprometido (a) e aplicado (a) para manter a prática de atividade
física quando se trata de atingir esses objetivos que acabou de citar?
12. Você considera que seus objetivos estão sendo ou serão alcançados?
13. E os seus objetivos mudaram ao longo do tempo ou são os mesmos desde
o início da prática?
14. Você manteria seu programa de atividade física mesmo que seus objetivos
ainda não tenha sido atingido?
Seção 3: MOTIVAÇÃO PESSOAL
15. Você se considera uma pessoa motivada para praticar atividade física na
academia?
16. Você é uma pessoa que se envolve em tarefas difíceis, vida pessoal,
profissional, etc?
17. E quando você se envolve, você vai até o final com essas tarefas?
18. Se essas tarefas ou seu objetivo não tenha sido alcançado e você tenha
tido falhas ou coisas que atrapalharam no meio do caminho, você desiste
ou ainda persiste?
19. A prática regular de atividade física afeta seu estado de humor?
20. A prática regular de atividade física interfere o tempo com seu (sua)
cônjuge, sua família ou amigos?
21. Você se sente desconfortável ao praticar atividade física?
22. Você se sente desconfortável ao usar roupas de ginástica?
23. Existe alguma barreira que atrapalhe ou te impeça de praticar atividade
física?
Seção 4: AUTOEFICÁCIA
111
24. Você se considera uma pessoa disposta a manter seu programa de
atividade física quando está chovendo ou quando faz muito frio?
25. Você costuma separar um tempo pra ir à academia, independente dos
afazeres da vida cotidiana ou situações adversas que possam vir a surgir?
26. Você se considera uma pessoa confiante em manter a sua prática de
atividade física por longos períodos (meses e anos)?
27. Se por algum motivo de doença, lesão ou outro fator você tiver que parar
por um tempo de fazer atividade física, você geralmente tem disposição
imediata para retornar à prática?
Seção 5: AMBIENTE PARA A ATIVIDADE FÍSICA
28. Atualmente, o que a (o) mantém praticando atividade física nesta
academia?
29. O que você mais gosta nessa academia?
30. O que você menos gosta nessa academia?
31. Como é sua relação com os outros praticantes da academia (alunos)?
32. Como você se relaciona com os profissionais desta academia (ex:
recepcionistas, professores, gestores, etc.)?
33. Em geral, o quão agradável para praticar atividade física você considera
essa academia: pode ser de 0 a 10 numa escala; ou péssimo, ruim,
regular, boa a excelente/ótimo?
34. A distância, o trânsito e o tempo de deslocamento da casa-academia ou
trabalho-academia são fatores que afetam sua regularidade?
Seção 6: ESTRESSE
35. A prática regular de atividade física afeta seu nível de estresse?
36. Você já teve problemas no trabalho ou estudo que interferiram na sua
disposição em manter atividade física regular nessa academia?
37. Você já passou por alguma situação de desemprego ou problemas
financeiros que tenha prejudicado a regularidade de sua prática nessa
academia?
112
38. Você já passou por problemas conjugais ou outros em sua casa, ou vida
pessoal, que prejudicaram sua disposição em manter sua atividade física
nessa academia?
39. Alguma vez a morte/perda de algum familiar ou amigo impactou na sua
disposição em manter sua prática nessa academia?
40. Você já teve lesões, contusões ou algum outro problema de saúde que
influenciou a regularidade nessa academia?
41. E atualmente, sente alguma dificuldade/problema que torna mais
complicado se manter na atividade física nesta academia?
Seção 7: FINALIZAÇÃO
42. Você tem alguma outra informação que não foi explorada que você julga
necessária apontar sobre sua prática de atividade física nesta academia?
A minha próxima tarefa é transcrever todas as informações que me
transmitiu para que eu possa analisar mais detalhadamente. Esta tarefa
depende muito de ter percebido bem o que me disse. Por isso, queria fazer-lhe
um pedido relacionado com a possibilidade de ler, posteriormente, a
transcrição da entrevista e ver se está de acordo com as opiniões que você
apontou. Pode corrigir todos os aspetos que achar necessário. Isso iria ajudar-
me a ter maior certeza na recolha da informação desta entrevista.
Obrigado pela sua ajuda e colaboração!
113
Sujeito Estado civil Profissão EscolaridadeClassificação
da saúdeDescendência
Renda
familiar
mensal
Número
de vezes
por
semana
Considerada esta
frequência
suficiente?
S1 Solteira Op. de Telemarketing Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 3.000,00 5 Sim
S2 Casada Professora Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 5.000,00 5 Sim
S3 Solteira Corretora de Imóveis Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 2.000,00 5 Sim
S4 Solteira Professora Ensino Superior Completo Boa Parda R$ 3.000,00 4
Poderia ser melhor (5
vezes)
S5 Casada Professora Ensino Superior Completo Boa Árabe R$ 4.500,00 4 Sim
S6 Solteira Estudante Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 4.000,00 5 Sim
S7 Solteira Dentista Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 8.000,00 5 Sim
S8 Casada Escrevente Mestrado Stricto Sensu Saudável Branca R$ 11.000,00 5 Sim
S9 Casada Administradora Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 6.000,00 4 a 5 Sim
S10 Solteiro Engenheiro Eletricista Ensino Superior Completo Boa Branco R$ 6.000,00 3 a 4 Não, ideal é 5 vezes
S11 Casada Cabeleireira Ensino Médio Completo Ótima Branca R$ 3.000,00 5 Sim
S12 União estável Empreendedor Ensino Superior incompleto Boa Branco R$ 4.000,00 5 Sim
S13 Solteiro Dentista Pós-graduação Saudável Branco R$ 4.000,00 3 Não, ideal é 5 vezes
S14 Casada Metalúrgica Ensino Superior Completo Ótima Branca R$ 8.000,00 5 Sim
S15 Casada Estudante Ensino Superior Completo Ótima Branca R$ 5.000,00 5 Sim
S16 Solteira Nutricionista Ensino Superior Completo Boa Branca R$ 3.000,00 5 Sim
S17 Solteira Estudante Ensino Superior incompleto Boa Branca R$ 60.000,00 2 a 3 Não, o ideal é de 3 a 4
SujeitoJá fez alguma outra modalidade
nesta academia? Quais?
Se sim, por que não realiza mais? Se não, por qual
motivo?
S1 Não -
S2 Não Não tive interesse
S3
Sim. CxWorx, Local, Funcional, Zumba,
Corrida, Power Jump.
Não faço mais pois eu quis focar mais na musculação, porque eu
não estava tendo muito tempo.
S4 Sim. Spinning, CxWorx, Local. -
S5Sim. Body Pump
...comecei a fazer musculação ...aí eu parei o Body Pump por
causa do dia da aula que não batia com meu trabalho...
S6
Musculação que eu faço de época em
época...faço e paro. E outras.. Step...
Cross, o Funcional, o CxWorx.
-
S7Já fiz Spinning e Hidroginástica.
Não faço mais por tempo... Não consigo chegar no horário das
aulas. Falta de tempo.
S8
Sim. Eu já cheguei a fazer uma aula ou
duas de alongamento...
Já tive interesse por alongamento... mas como coincide com o
horário da natação...
S9 Não -
S10 Não ...não conseguir casar meus horários pra vir fazer. Falta tempo.
S11 Não -
S12
Sim...chegueia fazer algumas atividades
de ginástica...-
S13 Não ...tenho vontade de fazer o Spinning também e a Hidroginástica
S14
Já fiz todas as modalidades...todos os
tipos de aulas de
ginástica. Hidroginástica
Eu sempre troco, por falta de tempo. Eu vou adequando ao meu
tempo.
S15
Já fiz o Body Pump, o Spinning, o Cross,
o Funcional. -
S16 Não Acho que por falta de tempo...tempo é o principal motivo.
S17
Já fiz natação, já fiz aula de ginástica
que engloba várias aulas -
APÊNDICE E –INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE A CARACTERIZAÇÃO
DA AMOSTRA E SUAS ATIVIDADES FÍSICAS
TABELA 3 – COMPLEMENTO DA CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
FONTE: Autoria própria.
TABELA 4 - INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE A ATIVIDADE FÍSICA DOS
ENTREVISTADOS
FONTE: Autoria própria.
114
ANEXO 1 – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
115
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117
ANEXO 2 – “PHYSICAL ACTIVITY MAINTENANCE QUESTIONNAIRE”
(versão original)
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130
NIGG, C R. et al. A theory of physical activity maintenance. Applied Psychology, v. 57, n. 4, p. 544–560, 2008.