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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PR UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS PONTA GROSSA GERÊNCIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PPGEP MAURICIO JOÃO ATAMANCZUK MODELO DE ARRANJO FÍSICO DE ARMAZÉM BASEADO EM CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUE DE SUPERMERCADO PONTA GROSSA FEVEREIRO - 2009

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ …livros01.livrosgratis.com.br/cp107188.pdf · 4.4 Formulação do modelo de definição de arranjo físico 73 4.4.1 Formação das classes

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁPR

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS PONTA GROSSA

GERÊNCIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PPGEP

MAURICIO JOÃO ATAMANCZUK

MODELO DE ARRANJO FÍSICO DE ARMAZÉM BASEADO EM CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUE DE

SUPERMERCADO

PONTA GROSSA

FEVEREIRO - 2009

Livros Grátis

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MAURICIO JOÃO ATAMANCZUK

MODELO DE ARRANJO FÍSICO DE ARMAZÉM BASEADO EM CLASSIFICAÇÃO DE ESTOQUE DE

SUPERMERCADO

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Área de Concentração: Gestão Industrial, da Gerência de Pesquisa e Pós-Graduação, do Campus Ponta Grossa, da UTFPR.

Orientador: Prof. JOÃO CARLOS COLMENERO, Dr.

PONTA GROSSA

FEVEREIRO - 2009

A862 Atamanczuk, Mauricio João

Modelo de arranjo físico de armazém baseado em classificação de estoque de supermercado. / Mauricio João Atamanczuk. -- Ponta Grossa: [s.n.], 2009.

106 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Prof. Dr. João Carlos Colmenero Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Tecnológica

Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Ponta Grossa, 2009.

1. Estoques - Classificação. 2. Armazéns - Arranjo físico. 3. Setor supermercadista. I. Colmenero, João Carlos. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Ponta Grossa. III. Título.

CDD 658.5

TERMO DE APROVAÇÃO

Dedico aos meus pais que sempre

acreditaram que através da educação

poderiam proporcionar uma vida melhor

aos seus filhos.

AGRADECIMENTOS

A Deus pela dádiva maior que um ser humano pode receber que é a vida.

Aos meus pais e meus irmãos pela compreensão do tempo que estive ausente para

realização deste trabalho.

À minha noiva pela paciência, compreensão e ajuda nos momentos de superação dos

maiores obstáculos encontrados.

Ao meu orientador pelos conselhos e pela brilhante forma como conduziu a

orientação, fazendo-me compreender todas as etapas de construção e apresentação deste

trabalho.

À instituição, principalmente aos professores que sempre foram prestativos para

esclarecer dúvidas e ajudar quando necessário.

Aos meus colegas, pelo grande apoio durante toda a caminhada.

À CAPES pelo suporte financeiro concedido a este pesquisador.

“Não se mede o valor de um

homem pelas suas roupas ou

pelos bens que possui.

O verdadeiro valor de um

homem é seu caráter, suas

idéias e a nobreza de seus

ideais.”

Charles Chaplin

RESUMO

O presente trabalho propôs uma metodologia de classificação de estoque e

designação de posicionamento dos itens em um arranjo físico de armazém para o

setor supermercadista. Abordou, exclusivamente, o problema de armazenagem e

movimentação nos depósitos. Para a realização considerou-se as normas de

Vigilância Sanitária e as peculiaridades operacionais deste setor. A pesquisa foi

conduzida pelo método experimental. Utilizou-se de dados de um supermercado

para realizar testes com os modelos propostos. Para a metodologia de classificação

definiu-se 24 grupos de produtos que consideram as exigências sanitárias para

armazenagem segura. Algumas facilidades no processo de armazenagem também

foram consideradas como, por exemplo, a divisão das bebidas por tipo de

embalagem e dos alimentos sólidos em armazenagem em blocos e de prateleira. O

modelo proposto para classificação baseou-se em um fluxograma que possui

apenas decisões binárias. São realizadas no máximo seis interrogações para

determinar a classificação de um produto em um dos grupos. As respostas,

afirmativas ou negativas receberam código: 1 ou 0 respectivamente. A junção dos

códigos binários gera um código exclusivo para cada grupo de produtos. Os grupos

que apresentam critérios similares e que podem ser armazenados em espaços

próximos foram agrupados em cinco classes de armazenagem. A designação dos

espaços a serem ocupados dentro do armazém pelos itens foi realizada,

primeiramente, para cada classe através de uma proposta heurística. Os espaços

ocupados pelas classes foram divididos para os grupos através do uso de

programação linear. As principais contribuições da pesquisa referem-se à estocagem

dos produtos similares próximos uns dos outros e, principalmente, ao modelo de

classificação dos estoques que respeita as normas de segurança alimentar e fornece

subsídios suficientes para formulação de arranjos físicos adequados para armazéns

supermercadistas.

Palavras-chave: Classificação de estoque; Arranjo físico de armazém;

supermercados.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

ABSTRACT

The present study proposed a methodology of stock classification and position of

items in a warehouse layout for the supermarket sector. It exclusively approached the

problem of storage and handling in warehouses. To do so, the rules of health

surveillance were taken into consideration, as well as the operational peculiarities of

this sector. The research was carried out by the experimental method. Data from a

supermarket were used to carry out these tests with the proposed models. For the

methodology of classification 24 groups of products which take into account the

health demands for safe storage were defined. Some facilities in the process of

storing were also considered, such as the distribution of beverages according to their

packaging, and solid foods in block and shelf storing. The model proposed for the

classification was based on a flowchart which has only binary decisions. The

maximum of six questionings were done to determine the classification of a product

in one of the groups. The answers, positive or negative ones, were given a code: 1 or

0, respectively. The junction of the binary codes generates an exclusive code for

each group of products. The groups that present similar criteria and can be stored

near each other were grouped in five storing classes. The designation of the spaces

to be occupied by the items in the warehouse was done, firstly, for each class

through a heuristic proposal. The spaces occupied by the classes were divided for

the groups through the use of a linear program. The main contributions of the

research refer to the storing of similar products which are near each other, and

mainly, to the classification model of the stocks that respect the food safety rules, and

also provides enough assistance for the making out of layouts adequate to

supermarket warehouses.

Keywords: stock classification; warehouse layout model; supermarket.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Hierarquia de não alimentos ......................................................................49

Figura 2: Hierarquia de alimentos armazenados sob temperatura controlada ..........50

Figura 3: Hierarquia de alimentos armazenados em temperatura ambiente.............51

Figura 4: Hierarquia de produtos de supermercados segundo o SNVS....................51

Figura 5: Hierarquia de classificação dos grupos de produtos de supermercados ...62

Figura 6: Fluxograma de classificação dos produtos supermercadistas ...................65

Figura 7: Distribuição das classes no arranjo físico retangular .................................90

Figura 8: Distribuição das classes no arranjo físico em L .........................................92

Figura 9: Distribuição das classes no arranjo físico retangular irregular ...................93

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Grupos compostos pela classificação .......................................................87

Tabela 2: Demanda e Volume das Classes de Armazenagem .................................89

Tabela 3: Distâncias percorridas no arranjo físico retangular....................................90

Tabela 4: Distâncias percorridas no arranjo físico em L............................................92

Tabela 5: Distâncias percorridas no arranjo físico retangular despadronizado .........94

Tabela 6: Comparação das distâncias no arranjo físico retangular...........................95

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária FLV Frutas, verduras e legumes IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

SLAP Storage Location Assignment Problem (Problema de Designação da Localização de Estocagem)

SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária VS Vigilância Sanitária

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

LISTA DE SÍMBOLOS

a Distância entre o ponto inicial e a primeira posição de armazenagem Aj Altura do espaço de armazenagem

BBnÍndice que mede a proporção entre o número médio de viagens e o volume dos itens

Cij tempo de viagem até o espaço de armazenagem Cl Largura do corredor de movimentação Cmj Comprimento do espaço de armazenagem Cpn Intervalo de compra entre os pedidos Distj Distância total percorrida para movimentação Dn Demanda do item em um intervalo de tempo ESn Estoque de segurança Lj Largura do espaço de armazenagem m(a, b, c...) Número de espaços ao longo de uma plataforma N Número total de corredores existentes em um armazém P(a, b, c...) Demanda por item alocado em determinada posição

Ph(i,j)Posição horizontal do espaço de armazenagem em relação a porta de saída de mercadorias

PV(i,j)Posição vertical do espaço de armazenagem em relação a porta de saída de mercadorias

R(i,j)Resultado de alocação volumétrica de cada grupo para cada espaço de armazenagem

ti total de espaços necessários para um determinado produto Va Volume do armazém Vcn Volume ocupado por cada classe de produtos Vej Volume de cada espaço de armazenagem Vgn Volume ocupado por cada grupo de produtos Vn Volume do item vn Volume de cada unidade do item VS Vigilância Sanitária Vtn Volume total necessário para armazenagem dos itens

Xijvariável de decisão de designação ou não do item para o espaço de armazenagem

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE SÍMBOLOS

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 16 1.1 Objetivos 19

1.1.1 Objetivo Geral 19 1.1.2 Objetivos Específicos 19

1.2 Justificativa 19 1.3 Estrutura do trabalho 20

2 REFERENCIAL TEÓRICO 22 2.1 Supermercados: conceitos operacionais 22 2.2 Leis e Normas Sanitárias 24

2.2.1 Vigilância à saúde 24 2.2.2 Grupos de produtos fiscalizados pelo SNVS 25 2.2.3 Separação dos alimentos dos demais grupos de produtos: 28 2.2.4 Separação dos alimentos em grupos: 29 2.2.5 Demais especificações técnicas 31 2.2.6 Irregularidades comuns no processo de estocagem 33

2.3 Técnicas de movimentação e armazenagem 33 2.3.1 Arranjo físico para redução das distâncias de movimentação 35 2.3.2 Utilização da armazenagem baseada em classes 37 2.3.3 Localização dos produtos no armazém 38

3 MATERIAIS E MÉTODOS 42 3.1 Coleta de dados 42 3.2 Metodologia de classificação 44 3.3 Atribuição de posição aos itens dentro do arranjo físico 45

4 MODELAGEM 47 4.1 Identificação dos grupos de produtos: 47 4.2 Descrição das características dos grupos 52

4.2.1 Alimentos 52 4.2.2 Produtos Não Alimentícios 57

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

4.3 Heurística de Classificação 64 4.4 Formulação do modelo de definição de arranjo físico 73

4.4.1 Formação das classes de armazenagem: 73 4.4.2 Determinação do volume armazenado para cada grupo e cada classe 77 4.4.3 Dimensionamento da capacidade do armazém 78 4.4.4 Determinação da distância de cada corredor 79 4.4.5 Ocupação dos corredores 80 4.4.6 Distribuição dos grupos dentro dos espaços pertencentes as Classes 84

5 TESTES COM DADOS EXPERIMENTAIS 85 5.1 Classificação dos Itens 85 5.2 Definição de arranjo físico 88

5.2.1 Arranjo físico retangular padronizado 89 5.2.2 Arranjo físico em L padronizado 91 5.2.3 Arranjo físico retangular com corredores despadronizados 93 5.2.4 Comparações com alocação por demanda e volume 94

6 CONCLUSÕES 96 7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 99 8 REFERÊNCIAS 100

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 1 Introdução 16

1 INTRODUÇÃO

O comércio varejista apresenta-se, atualmente, como uma das principais forças

econômicas do Brasil. Seu impacto pode ser observado por dados divulgados pelas

revistas específicas e institutos de pesquisas. Destacam-se informações sobre o

crescimento deste segmento nos últimos anos e o número significativo de empregos

gerado pelo mesmo. O setor apresenta desempenho satisfatório e contribui para o

desenvolvimento econômico.

A Revista SuperHiper (2005)1 aponta que o setor supermercadista representa

5,5% do PIB nacional e oferece 788,3 mil empregos diretos. Dados divulgados em

2008 pela mesma Revista SuperHiper2 mostram que os supermercados

representam 22,8% dos empregos do varejo e pagam salários até 20% superior que

a média do varejo. O seu desenvolvimento possibilita a manutenção destes

empregos e a ampliação das vagas. A Pesquisa Anual do Comércio de 2005

divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)3 analisa as

vendas de supermercados e hipermercados e mostra que a participação destes nas

vendas do comercio varejista em 2005 representou 24% do total.

Dados do IBGE4 mostram que o crescimento da receita nominal para o

comércio varejista foi de 9,7% de janeiro à agosto de 2007. A maior participação é

do ramo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, fumos e bebidas

com 34% da receita total.

Conforme dados apresentados na 42.ª Convenção da Associação Brasileira de

Supermercados e publicados na Revista SuperHiper de outubro de 20085 o setor

supermercadista apresentou uma expansão de 15,3% entre os anos entre 2000 e

2007. O crescimento deu-se em menor escala do que o observado na década de

1990, mas suficiente para firmá-lo como um setor forte dentro do comércio varejista

brasileiro.

1 http://www.abrasnet.com.br/super/maio_2005_capa.asp, recuperado em 12/11/07. 2 http://www.abras.com.br/superhiper/superhiper/edicoes-anteriores/?publicacao=113 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/comercioeservico/pac/2005/default.shtm, recuperado em 10/11/07. 4 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/comercio/pmc/default.shtm, recuperado em 10/11/07 5 http://www.abras.com.br/superhiper/superhiper/edicoes-anteriores/?publicacao=11

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 1 Introdução 17

Na década de 1990, após a implantação do Plano Real observou-se um

aumento significativo das vendas do setor supermercadista. Segundo dados do

relatório de gerencia setorial do Banco Nacional de Desenvolvimento Social6 o

aumento foi de 56,2% entre 1994 e 1997. Este índice foi motivado pelos

investimentos estrangeiros e reestruturação das grandes redes nacionais.

O surgimento de novas tecnologias em automação comercial e tecnologia da

informação, assim como a otimização dos processos logísticos ofereceu suporte

para este desenvolvimento. Observou-se um crescimento considerável das grandes

redes na década de 1990 (IBGE, 2001)7 motivada principalmente pela estruturação

destas empresas para compra e transporte de grandes quantidades de mercadoria

obtendo maior poder de barganha junto a fornecedores. Estas redes são compostas

por lojas de grande porte o que se apresentava como uma tendência para o setor

em detrimento da participação dos pequenos varejos. (DORNIER et al 1998).

No entanto, as pequenas redes começaram a utilizar estratégias diferenciadas.

Segundo Lima (2006) estas redes geralmente apresentam gestão familiar, lojas de

porte pequeno a médio e, muitas vezes, são conhecidas como lojas de “vizinhança”.

Atendem as necessidades de alimentação, produtos de higiene pessoal, produtos de

limpeza, etc, de forma mais ágil por estarem ao lado de seus consumidores.

Independentemente do porte das lojas, uma das preocupações fundamentais

refere-se ao melhor aproveitamento dos espaços para oferecer maior área de venda

aos clientes. As lojas instaladas em centros urbanos, geralmente em áreas de

grande valorização imobiliária, apresentam dificuldades de expansão por problemas

geográficos ou especulativos. Uma prática comum neste segmento é a manutenção

dos estoques nas próprias unidades, com isso agiliza-se o processo de reposição de

mercadorias, mas compromete-se o aumento das áreas úteis para vendas e

melhoria do atendimento como a ampliação de estacionamento para clientes.

A otimização do arranjo físico dos armazéns apresenta-se como uma

alternativa para proporcionar o aumento das áreas para vendas. No entanto,

destaca-se como restrição para otimização, a necessidade de agilidade no processo

6http://64.233.169.104/search?q=cache:ws6HQEQTuRMJ:www.bndes.gov.br/conhecimento/relato/hiperm3.pdf+abras+bnds+56,2%25+1994+1997&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=2&gl=br, recuperado em 10/11/07. 7 http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/22112001pac.shtm, recuperado em 15/11/07.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 1 Introdução 18

de recebimento, manuseio, coleta e expedição de mercadorias dentro dos depósitos.

São necessários corredores largos para proporcionar esta facilidade o que

compromete a redução das áreas de estocagem. A busca por um equilíbrio entre

ambos torna-se o desafio para os gestores.

Outra peculiaridade do setor supermercadista refere-se à grande variedade de

itens comercializados8. Muitos destes têm restrições quanto à armazenagem

conjunta. As normas de Vigilância Sanitária (VS) estabelecem, principalmente, a

divisão entre alimentos e produtos de limpeza (saneantes) devido ao grande risco de

contaminação do primeiro grupo pelo segundo. A contaminação pode ocorrer pelo

contato físico ou proximidade. É necessária a separação destes itens durante o

processo de armazenagem.

A composição do arranjo físico dos armazéns do setor supermercadista busca,

além do dimensionamento e distribuição dos espaços de armazenagem dentro do

depósito, a identificação das características dos itens e a divisão dos mesmos em

grupos de produtos que possam permanecer juntos durante o processo de

estocagem. A divisão adequada destes grupos deve respeitar as normas e leis da

VS. Deste modo, além de evitar multas para o supermercado, busca-se prezar pela

qualidade dos produtos comercializados e pela saúde do consumidor destes.

A otimização operacional pode ser alcançada pela correta designação de

posição do item dentro do armazém com o objetivo de reduzir as distâncias

percorridas durante o processo de movimentação.

Diante destas dificuldades e com a intenção de proporcionar a melhoria

operacional dos supermercados quanto as suas atividades de armazenagem a

presente dissertação buscou responder ao seguinte problema de pesquisa:

Quais os passos para definição de arranjo físico em armazém supermercadista, que utiliza movimentação manual, respeitando as exigências sanitárias?

8 Na logística de armazenagem é empregado o termo Stock Keeping Unit (SKU) ou Unidade de Manutenção de Estoque. Nesta pesquisa adotou-se a designaçao de item.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 1 Introdução 19

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Propor uma metodologia para classificação de estoques e arranjo físico de

armazéns para supermercados considerando critérios que atendam a segurança

alimentar e a eficiência operacional.

1.1.2 Objetivos Específicos

Definiu-se os seguintes objetivos específicos para o trabalho:

• Estabelecer critérios para a divisão de grupos de produtos comercializados em

supermercados que atendam a segurança alimentar;

• Definir uma metodologia de classificação de itens de supermercados a partir

dos critérios estabelecidos;

• Construir um modelo para disposição de itens em um arranjo físico de

armazém pré-estabelecido que atenda as exigências sanitárias e a eficiência

operacional do ramo.

1.2 Justificativa

O setor supermercadista destaca-se pela importância econômica dentro do

comércio varejista. A sua expansão proporciona a manutenção dos empregos

gerados e a possibilidade de abertura de novas vagas. Através de estudos que

proporcionem a redução dos custos operacionais e a garantia da qualidade dos

serviços prestados busca-se o fortalecimento do mesmo.

Sob o ponto de vista dos aspectos operacionais, observa-se que os espaços

para armazenagem em supermercados vinculados as áreas de vendas tem alto

custo oportunidade para manutenção. O melhor aproveitamento destes pode gerar

maior lucratividade para a empresa.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 1 Introdução 20

A agilidade no processo de movimentação também recebe destaque. Na

maioria dos supermercados a movimentação é realizada manualmente, apenas com

o auxilio de carrinhos de tração manual com capacidade limitada. A eficiência dos

sistemas de movimentação proporciona a redução da necessidade de mão-de-obra

e, conseqüentemente, a redução dos custos.

Ainda destaca-se que a existência de um sistema de classificação de estoques

que respeite as normas sanitárias e empregue conceitos de otimização operacional

garante a manutenção da qualidade dos produtos comercializados evitando risco a

saúde dos consumidores, impedindo infrações das normas sanitárias e facilitando o

processo de designação de posição dos itens dentro do armazém.

1.3 Estrutura do trabalho

A presente dissertação contém sete capítulos. Este primeiro trata da introdução

ao problema de pesquisa e sua importância no contexto do setor supermercadista. O

segundo capítulo apresenta referenciais sobre os conceitos de supermercados,

definição de arranjo físico e as exigências sanitárias para armazenagem segura dos

produtos comercializados por este ramo.

No terceiro capítulo é apresentada a metodologia que conduziu a investigação

desta pesquisa. Baseou-se no método experimental como forma de condução, nas

regras sanitárias para formação dos grupos de produtos e em modelos de

designação de posição no armazém para formação do arranjo físico.

Os capítulos 4 e 5 apresentam resultados práticos obtidos. No quarto capítulo

são definidos os grupos de produtos comercializados pelos supermercados e

apresentada a heurística de classificação estabelecida e o modelo de designação de

posição dos itens dentro do armazém atribuído para atendimento das restrições

encontradas para este ramo. No capítulo quinto é apresentado um exemplo de

aplicação da metodologia proposta realizada com dados de uma loja do setor

supermercadista.

O capítulo 6 discute as vantagens e limitações da metodologia de classificação

e heurística de formação de arranjo físico estabelecidas por este estudo. No último

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 1 Introdução 21

capítulo (capítulo 7) são apresentadas sugestões para trabalhos futuros

relacionados a esta pesquisa.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 22

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O aprimoramento da atividade de armazenagem exige conhecimento dos

aspectos operacionais, anteriormente a aplicação dos conceitos de otimização.

Neste sentido, este referencial teórico apresenta um levantamento sobre os

conceitos de supermercados, considerações sobre as atividades realizadas e

explanação sobre as normas de VS que se aplicam aos produtos comercializados

por este ramo. Na seqüência são expostos conceitos e modelos de otimização de

armazenagem principalmente, relacionados a atividades de movimentação.

2.1 Supermercados: conceitos operacionais

Os supermercados possuem a característica de disponibilizar os mais variados

tipos de produtos em um único local para atender as necessidades dos

consumidores. É o ramo do varejo especializado na venda de alimentos, bebidas,

produtos de higiene e limpeza. Também atuam, com menor intensidade, na venda

de presentes, eletrodomésticos, utilidades em geral (plásticos, louças), material

escolar, etc.

Las Casas (2000) explica que o conceito de supermercados surgiu nos Estados

Unidos na década de 50 a partir dos pequenos varejos que comercializavam

alimentos. No Brasil, segundo Harb (2005) este conceito passou a ser aplicado a

partir de 1953 com um grupo de idealistas que iniciaram as atividades deste, que é

considerados um dos ramos mais desenvolvidos do varejo em nosso país.

Atualmente os supermercados apresentam um diversificado mix (variedade) de

produtos, preços e margens de lucros reduzidas e grande volume de movimentação.

Novaes (2004) explica que uma das principais características é o auto-serviço, ou

seja, são lojas de pegue-pague em que são expostos produtos em prateleiras para

que o consumidor selecione o que deseja comprar. Apenas ao final de suas

escolhas coletadas em carrinhos, cestas ou mesmo carregadas nas mãos, o cliente

se dirige ao caixa para efetuar o pagamento.

Para Harb (2005) os supermercados apresentam em seu mix produtos de:

mercearia, carnes frescas, hortifrutícolas, frios e laticínios, perfumaria e limpeza.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 23

Grande parte dos serviços de panificadora e açougue, não estão atreladas ao auto-

serviço, no entanto também ocupam espaços físicos nas áreas de vendas e exigem

manutenção de estoques.

A exposição dos itens classificados dentro do conceito de pegue-pague é feita

em estantes dispostas de maneira a formar corredores, proporcionando a

possibilidade de exposição de um mix maior de produtos. No entanto, utiliza maior

espaço de área de venda. Outra peculiaridade do ramo refere-se a necessidade de

balcões e câmaras refrigeradas para exposição e armazenagem de certos produtos.

A maneira como são operacionalizadas as vendas no varejo exigem a

manutenção de quantidades mínimas de estoques. O mix altamente variado requer

grandes espaços de área de vendas e o alto giro de estoques obriga as empresas a

manterem depósitos com quantidades compatíveis de mercadorias.

Os armazéns, geralmente, são instalados nas próprias unidades de vendas.

Assim o processo de reposição das mercadorias pode ser realizado de forma ágil.

As mercadorias são levadas para as áreas de vendas em quantidades fracionadas,

apenas o suficiente para repor os espaços destinados às mesmas. Essa

movimentação é feita manualmente, apenas com auxilio de carrinhos para sua

otimização.

As quantidades a serem mantidas em estoques são determinadas pela

demanda calculada a partir do prazo de compras estabelecido para cada produto. As

compras dos supermercados são periódicas geralmente inferior a um mês e

calculados em múltiplos de 7 dias. A armazenagem e o fluxo de produtos estão

atrelados a estas condições. A partir delas se define a necessidade de espaço e

mão-de-obra para realizar as atividades de armazeangem.

O ramo supermercadista atende uma das necessidades básicas da população

(alimentação), por esta razão a existência do serviço está garantida. A utilização de

estratégias logísticas para melhoria do fluxo de materiais e otimização dos espaços

para atendimento dos consumidores pode melhorar a competitividade das empresas

e garantir sua perenidade.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 24

2.2 Leis e Normas Sanitárias

2.2.1 Vigilância à saúde

As leis e normas da VS exercem mais do que apenas a fiscalização das

condições sanitárias de produção e comercialização. São criadas com o intuito de

proteger a população do consumo de produtos contaminados ou danificados e que

apresentam riscos à saúde humana, por isso, muitas vezes recebem a designação

de vigilância à saúde. No Brasil a vigilância à saúde é exercida pelo Sistema

Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS. No âmbito mundial a Codex Alimentarius

exerce influência a normatização das questões relativas a esta temática.

O SNVS tem como seu órgão máximo a Agência Nacional de Vigilância

Sanitária – Anvisa. Criada pela Lei 9.782 de 26 de janeiro de 1999 (a mesma lei que

definiu o SNVS) a Anvisa é uma autarquia, vinculada por contrato de gestão, ao

Ministério da Saúde. Sua criação foi motivada por pressões políticas e sociais para

uma atuação mais eficiente no processo de fiscalização. A agência atua como

reguladora fiscalizando produtos, processos e ambientes de produção sujeitos as

normas sanitárias. Sua missão é "proteger e promover a saúde da população

garantindo a segurança sanitária de produtos e serviços e participando da

construção de seu acesso". (www.anvisa.gov.br)

Na estrutura do SNVS, destaca-se ainda a Fundação Fio Cruz, instituição

vinculada ao Ministério da Saúde que tem por finalidade promover saúde e

desenvolvimento social através da geração e difusão do conhecimento científico e

tecnológico. A Fio Cruz foi criada em 25 de maio de 1900 para combater problemas

de saúde pública, com o nome de Instituto Soroterápico Federal. A denominação

atual originou-se dos trabalhos realizados por Oswaldo Cruz, um dos seus primeiros

dirigentes. (www.fiocruz.br)

O Instituto Nacional de Controle da Qualidade em Saúde é uma das unidades

da unidades da Fio Cruz, que executa trabalhos laboratoriais auxiliando na

fiscalização sanitária dos sistemas produtivos e produtos sujeitos a essa

fiscalização. Dentre as funções do Instituto destacam-se a elaboração de normas

técnicas e procedimentos operacionais relacionados ao controle da qualidade de

produtos. (www.fiocruz.br)

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 25

Os outros órgãos que compõe o SNVS são: Conselho Nacional de Secretários

Estaduais de Saúde, o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, os

Centros de Vigilância Sanitária Estaduais, do Distrito Federal e Municipais, os

Laboratórios Centrais de Saúde Pública e os Conselhos Estaduais, Distrital e

Municipais de Saúde. (www.anvisa.gov.br)

No âmbito internacional a Comissão da Codex Alimentarius atua na

elaboração das regras de saúde alimentar. A Comissão foi criada pela Organização

das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação e Organização Mundial da

Saúde com o objetivo de estabelecer normas alimentares para assegurar a saúde

dos consumidores. A publicação de suas normas intenta assegurar uma aplicação

eqüitativa no comércio internacional de alimentos. A Codex Alimentarius objetiva

servir de base para a definição de regras nos países membros e não membros da

comissão ou das duas instituições que a criaram. (Codex Alimentarius, 2007).

O levantamento das leis, normas e estudos realizados na área da VS visa

explicar quais devem ser as precauções tomadas pelas empresas para garantir a

qualidade sanitária dos produtos comercializados pelo ramo supermercadista. Foram

abordados aspectos relacionados a armazenagem segura, procurando entender

qual a divisão empregada pelos órgãos de fiscalização e quais as preocupações

operacionais desta armazenagem

2.2.2 Grupos de produtos fiscalizados pelo SNVS

Estão sujeitos a fiscalização do SNVS, segundo a Lei Federal 9.782 de 26 de

janeiro de 1999, os seguintes grupos de produtos:

Art 8º (...) § 1º Consideram-se bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela Agência: I - medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais insumos, processos e tecnologias; II - alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários; III - cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes; IV - saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação em ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos; V - conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico; VI - equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos e hemoterápicos e de diagnóstico laboratorial e por imagem;

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 26

VII - imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderivados; VIII - órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes ou reconstituições; IX - radioisótopos para uso diagnóstico in vivo e radiofármacos e produtos radioativos utilizados em diagnóstico e terapia; X - cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígero, derivado ou não do tabaco; XI - quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde, obtidos por engenharia genética, por outro procedimento ou ainda submetidos a fontes de radiação.

As definições e atribuições para armazenagem segura dos grupos supra

citados são definidos por legislação de abrangência geral e/ou específica. Destaca-

se que os grupos de agrotóxicos, medicamentos, produtos para saúde e sangue,

tecidos e órgãos não compõe a relação de produtos comercializados pelos

supermercados.

Segundo o Decreto Federal n° 98.816 de 11 de janeiro de 1990, apenas

estabelecimentos credenciados podem comercializar produtos classificados como

agrotóxicos. A Lei Federal 5.991/73 estabelece que a venda de medicamentos pode

ser realizada apenas por estabelecimentos autorizados. O Governo Federal permitiu

a venda de medicamentos que não necessitam de receita médica em

supermercados através da Medida Provisória 542/94, no entanto, quando esta foi

sucedida pela Lei Federal 9.069/95, a autorização foi suprimida.

Os produtos para saúde são definidos pela Anvisa9 como produtos de uso

médico assim como, o grupo de sangue, tecidos e órgãos, cuja fiscalização focaliza

a realização de transfusão, implante ou transplante realizada por instituições de

saúde credenciadas (http://www.anvisa.gov.br/sangue/apresenta.htm), portanto não

compõe o mix de produtos comercializados por supermercados.

As definições para os grupos de produtos comercializados por supermercados

e sujeitos a fiscalização do SNVS apresentadas para este estudo são as seguintes:

• Alimentos: o Regulamento Técnico Para o Estabelecimento de Padrões de

Identidade e Qualidade (PIQ's)10 e O Manual de Procedimentos da Codex

Alimentarius (2007) definem alimento como qualquer substância, que se

destine ao consumo humano. Esta pode ser processada, semi-processada ou

9 http://www.anvisa.gov.br/produtosaude/apresentacao.htm, acessado em 25 de julho de 2008. 10 Aprovado pela Portaria nº 1.428 do Ministério da Saúde de 26 de novembro de 1993.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 27

em estado natural. As bebidas e a goma de mascar estão inclusas no grupo

de alimentos, assim como as substâncias utilizadas em sua elaboração.

Destaca-se que o tabaco, os cosméticos e as substâncias utilizadas para fins

medicinais não são consideradas alimentos.

• Cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes: Conforme a Lei Federal

6.360 de 23 de setembro de 1976 esses produtos se caracterizam pelo uso

externo. Os cosméticos e os produtos de higiene destinam-se à proteção ou

ao embelezamento das diferentes partes do corpo. Os perfumes são produtos

de composição aromática destinados a odorização de pessoas e ambientes.

São exemplos de cosméticos cremes, pós faciais, talcos, batons, etc. Os

produtos de higiene abrangem dentifrícios, enxaguatórios bucais, sabonetes,

xampus, etc. e os perfumes representam as águas perfumadas, preparados

para banho, odorizantes de ambientes, etc.

• Saneantes: Segundo a Anvisa11 são considerados saneantes as substâncias

que se destinam à higienização, desinfestação ou desinfecção domiciliar, ou

em ambientes de uso coletivo, ou substâncias destinadas ao tratamento de

água. Compreendem os saneantes: detergentes, alvejantes, desinfetantes,

desodorizantes, esterilizantes, algicidas para piscinas, fungicidas para

piscinas, desinfetantes de água para consumo humano, água sanitária,

produtos biológicos, inseticidas, raticidas, produtos empregados na

jardinagem amadora e repelentes.

• Derivados de tabaco: segundo a Resolução RDC n.º 90 de 28 de dezembro de

2007 são considerados derivados de tabaco os produtos que possuem folhas

de tabaco em sua composição e são destinados a ser inalados, fumados ou

mascados.

A Lei 9.782, determina que, além dos grupos já referenciados, qualquer

produto que envolva possibilidade de risco a saúde está sujeito a fiscalização do

SNVS.

11 http://www.anvisa.gov.br/saneantes/conceito.htm, acessado em 25 de julho de 2008.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 28

2.2.3 Separação dos alimentos dos demais grupos de produtos:

O grupo dos alimentos é o grupo para o qual o SNVS despende maior atenção.

As principais restrições encontradas referem-se a armazenagem e venda conjunta

de alimentos e saneantes. O Código Internacional de Práticas Recomendadas –

Princípios Gerais de Higiene Dos Alimentos (2003) integrante do conjunto de normas

da Codex Alimentarius determina que os alimentos devem ser protegidos de

contaminantes tanto no processo de manipulação como de armazenagem.

Os saneantes e os cosméticos são apontados pelas normas vigentes como

contaminadores para os alimentos. Observa-se no Código de Saúde do Estado do

Paraná (2002) a exigência de transporte e armazenagem em separado de alimentos

e produtos saneantes e afins. A separação de cosméticos dos alimentos é

destacada pela ficha de verificação da RDC nº 275/02, de 21 de outubro de 2002 da

Anvisa. Valente (2001) explica que, além do risco da contaminação pelo contato

existe o risco de odores dos produtos de limpeza e cosméticos serem impregnados

nos alimentos.

A Portaria do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo n.º 6/99 e

o manual Alimentos Seguros: Orientações Técnicas (2004) da Prefeitura Municipal

de São Paulo estabelecem a mesma recomendação quanto a separação de

alimentos dos produtos de limpeza, perfumes e produtos de higiene.

A adequação do local de armazenagem é uma das exigências da legislação

sanitária. O Decreto Lei Federal nº 986/69 de 21 de outubro de 1969 determina que

estabelecimentos que realizam a comercialização conjunta de alimentos e produtos

de limpeza possuam local em separado para a venda e para a armazenagem destes

itens, aprovado por autoridade competente. O Código Internacional de Práticas

Recomendadas – Princípios Gerais de Higiene Dos Alimentos, integrante do

conjunto de normas da Codex Alimentarius (2003) estabelece que, quando

necessário o estabelecimento deve dispor de instalações em separado para

produtos de limpeza e substâncias perigosas.

A indicação de necessidade de espaços (salas) em separado para

armazenagem destes grupos de produtos aplica-se principalmente a empresa em

que há processamento e consumo de alimentos (restaurantes, bares, panificadoras,

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 29

etc.). Os supermercados utilizam-se de exposição e armazenagem destes produtos

em um espaço único evidentemente, evitando, a proximidade dos mesmos.

Geralmente estes itens são separados por corredores. Na Ficha de Inspeção de

Estabelecimentos da Área de Alimentos aplicadas nos estudos do setor

supermercadista por Valente (2001) e Soto et al (2006) observa-se apenas a

verificação da separação destes grupos de produtos pela proximidade, não sendo

exigido barreiras físicas como paredes. Não constatou-se na legislação

especificações de distâncias mínimas.

2.2.4 Separação dos alimentos em grupos:

A legislação vigente, assim como as normas da Codex Alimentarius

determinam que os alimentos devem ser separados por grupos de acordo com suas

características. Esta separação é necessária para evitar a contaminação cruzada. A

contaminação acontece quando alimentos líquidos são derrubados em alimentos

sólidos, alimentos de odores fortes estão próximos a outros suscetíveis a estes

odores, etc.

A Resolução RDC nº 275/02, de 21 de outubro de 2002 da Anvisa, quando

trata da avaliação de armazenagem de alimentos observa a necessidade de

separação por tipo ou grupo. A mesma recomendação é apresentada pelo Manual

do Alimento Seguro / Orientações técnicas (2004) e pela Portaria 1288 de 27 de

fevereiro de 1995 da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás.

Constatou-se que a propriedade física dos itens pode ser utilizada como um

critério de separação. A definição de alimento para o Decreto Lei Federal 986/69 e

para Eduardo (1998) é de substâncias que podem estar em estado sólido, líquido ou

pastoso. Esta definição atribui três conjuntos distintos de itens que podem ser

comercializados pelos supermercados de acordo com sua propriedade física.

Observou-se que uma das principais restrições para divisão dos alimentos em

grupos distintos é a necessidade de temperatura controlada. O controle de

temperatura exige ambientes distintos para os diversos grupos de produtos. A

divisão empregada pela Resolução CVS 6/99 do Centro de Vigilância Sanitária do

Estado de São Paulo é de: congelados armazenados abaixo de 0ºC; resfriados

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 30

armazenados entre 0ºC e 10ºC e; estoque seco quando o produto é armazenado a

temperatura ambiente.

Para que o comerciante ou consumidor saiba em qual condição de

armazenagem deve ser mantido o produto, a resolução RDC 259/02 de 20 de

setembro de 2002 da Anvisa determina que o fabricante deve destacar tais

informações no rótulo do produto. O manual Alimento Seguro / Orientações Técnicas

(2004) está além desta determinação pois afirma que todo produto considerado

perecível deve ser mantido sob refrigeração ou congelamento. Isto garante a

manutenção das condições adequadas de consumo dos alimentos. Destacam-se

que produtos como frutas e verduras não possuem rótulos portanto, não tem

indicação da necessidade de temperaturas distintas da ambiente. No entanto, estes

alimentos são considerados perecíveis. Estudos de Marcos e Jorge (2002) e

Damasceno et al (2005) constataram que as frutas podem ter a manutenção da

qualidade prolongados quando mantidos sob refrigeração, mas não é considerado

obrigatoriedade.

Ainda sobre a manutenção de frutas e hortaliças sob temperaturas especiais

Ferreira Neto et al (2006) afirmam que nem todos esses alimentos devem ser

mantidos sob um mesmo nível de temperatura. Evidencia-se que a diferenciação

desta temperatura elevaria excessivamente os custos de estocagem nos

supermercados, por isso adota-se temperaturas padronizadas que buscam evitar ao

máximo as perdas. Os autores ainda destacam que a má regulagem ou a falta de

manutenção dos equipamentos pode ocasionar perdas significativas durante o

processo de estocagem.

Além das frutas e verduras, as carnes recebem destaque por se tratarem de

produtos in natura, ou semi-processados comercializados pelo supermercados e por

exigirem condições diferentes de armazenagem. As carnes, ao contrário das frutas e

verduras devem ser mantidas sob temperaturas especiais. Porte et al (2003) fizeram

a avaliação das condições de comercialização e armazenagem destes produtos em

supermercados da região Sul-Fluminese e constataram a negligência dos

estabelecimentos quanto aos cuidados exigidos pela legislação, principalmente

quando as mercadorias estão expostas no balcão.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 31

Na Ficha de Inspeção de Estabelecimentos da Área de Alimentos adotada

nos estudos de Valente (2001) e Soto et al (2006) a divisão da armazenagem por

temperatura é um dos itens destacados. Quanto a armazenagem conjunto de

diferentes gêneros de alimentos dentro de um mesmo equipamento de controle de

temperatura a Portaria CVS 6/99 determina que isso pode ocorrer desde que se

respeite a seguinte disposição: na parte superior devem estar os alimentos prontos

para consumo, nas prateleiras intermediárias os semi-processados e em baixo os

alimentos crus.

A presença de embalagens de papelão que não possuam acabamento

impermeável apresenta risco para alimentos armazenados sem embalagens ou

alimentos processados para consumo (cozidos). O mesmo se aplica para

embalagens de madeira, comuns para armazenagem de frutas e hortaliças. Para

ambos os casos devem ser adotados freezers em separado.

Para melhor compreensão da divisão dos alimentos em grupos Valente

(2001) corrobora quando afirma que alimentos vegetais devem estar separados de

alimentos de origem animal, alimentos devem estar distantes de produtos tóxicos,

alimentos e bebidas não devem ser armazenados conjuntamente e enlatados devem

ser separados de produtos a granel. Também cita a necessidade de armazenagem

isolada das frutas e das carnes frias (carne in natura não congelada) devido ao alto

risco de contaminação.

2.2.5 Demais especificações técnicas

Destacam-se algumas considerações adicionais observadas na legislação

sanitária para o processo de armazenagem em supermercados. Quanto aos

alimentos, alguns não possuem data de validade especificada por se tratarem de

produtos que dependem das suas condições de manutenção. Nos espaços

destinados para armazenagem devem ser observadas distâncias mínimas entre os

corredores e dos corredores com o teto e paredes.

A data de validade pode não constar nos rótulos de alguns produtos. Segundo

a RDC 259/02 da Anvisa alguns alimentos não precisam de especificações de

validade. Destacam-se: frutas e hortaliças frescas, incluídas as batatas não

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 32

descascadas, cortadas ou tratadas de outra forma análoga; vinhos, vinhos licorosos,

vinhos espumantes, vinhos aromatizados, vinhos de frutas e vinhos espumantes de

frutas; bebidas alcoólicas que contenham 10% (v/v) ou mais de álcool; produtos de

panificação e confeitaria que, pela natureza de conteúdo, sejam em geral

consumidos dentro de 24 horas seguintes à sua fabricação; vinagre; açúcar sólido;

produtos de confeitaria à base de açúcar, aromatizados e ou coloridos, tais como:

balas, caramelos, confeitos, pastilhas e similares; goma de mascar; sal de qualidade

alimentar (não se aplica para sal enriquecido) alimentos isentos por Regulamentos

Técnicos específicos. A inexistência de prazo de validade determina seu consumo

pela aparência. Principalmente para itens como frutas e hortaliças a manutenção das

boas condições de consumo está atrelada ao controle de temperatura dos

ambientes em que os mesmos são mantidos.

Quanto aos aspectos operacionais destaca-se a necessidade de emprego do

método PEPS (primeiro a entrar no depósito é o primeiro a ser consumido ou

vendido) para ordenamento dos alimentos nas gôndolas ou pilhas de

armazenamento. (Manual Alimentos seguros: orientações técnicas, 2004; Portaria

CVS 6/99).

Referente a embalagens, os produtos do setor de frutas verduras e legumes

devem, segundo a Instrução Normativa Conjunta n.9 de 12 de novembro de 2002 da

Anvisa, do Ministério da Agricultura e do Abastecimento e do Ministério da Indústria

e do Comércio, facilitar o armazenamento em estrados. Para isso devem possuir

dimensões de 1,00m por 1,20m.

Quanto ao delineamento da área de armazenagem os produtos considerados

estoque seco devem estar a uma altura de 25cm do piso, 10cm de distância entre as

pilhas e 60cm de distância em relação ao teto. (Portaria CVS 6/99). A distância das

paredes e entre os corredores devem ser de no mínimo 50cm e os corredores

podem ter no máximo 3m de largura podendo ter qualquer comprimento. (Portaria

1288 da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás de 27 de novembro de 1995).

Segundo a Norma Reguladora NR 11 o distanciamento das paredes e entre a pilhas

está relacionado a facilidade de limpeza.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 33

2.2.6 Irregularidades comuns no processo de estocagem

Com relação a alguns estudos referentes a VS observa-se algumas

irregularidades comuns em estabelecimentos supermercadistas. Gomes et al (2007)

registraram irregularidades relativas a espaçamento mínimo requerido em relação a

parede e entre as pilhas, produtos de limpeza próximos a produtos alimentícios,

embalagens secundárias ou terciárias inadequada, pilhas não ordenadas

corretamente e proximidade de alimentos de grupos distintos. Os autores

constataram irregularidades na linearidade do empilhamento vertical e horizontal dos

itens.

As observações de irregularidades constatadas no estudo de Valente (2001)

foram justificadas pelos gerentes de supermercados como oriundas da falta de

espaço suficiente para separar alimentos de produtos saneantes e cosméticos.

O cumprimento da legislação sanitária está além de aspectos apenas relativos

a obrigações e restrições no processo de estocagem. Está atrelado a garantia de

segurança no consumo de produtos do ramo supermercadista. As especificações

apresentadas neste tópico tornam-se parâmetros para realização de estocagem de

qualidade.

2.3 Técnicas de movimentação e armazenagem

A manutenção dos estoques acontece para suprir a necessidade de

atendimento imediato da demanda, enquanto a empresa aguarda o recebimento de

um novo pedido. No ramo varejista a manutenção de pequenas quantidades de

estoques é obrigatória uma vez que, as vendas são realizadas somente quando os

produtos estão disponíveis nas lojas.

O controle e a segurança da qualidade dos produtos dentro do armazém são

garantidos pelas atividades de armazenagem. Segundo Moura (1998 p.20)

“A armazenagem é a denominação genérica e ampla que inclui todas as atividades de um local destinado à guarda temporária e distribuição de materiais (depósitos, almoxarifados, centros de distribuição, etc). Armazenagem é um conjunto de atividades que diz respeito à estocagem ordenada e distribuição de produtos acabados dentro da própria fábrica ou em locais destinados a este fim, pelo fabricante, ou através de um processo de distribuição.”

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 34

Koster et al (2007) e Gu et al (2007) destacam que as atividades realizadas

pelos locais de armazenagem incluem a atividade de recebimento, que envolve

inspeção de qualidade e quantidade, descarga e atualização de registros do dos

estoques, atividade de movimentação para os espaços destinados a estocagem dos

produtos e destes espaços para as docas de carregamento.

As decisões de planejamento de um sistema de armazenagem referem-se ao

dimensionamento dos espaços físicos, aos tipos de equipamentos utilizados para

guardar produtos como estantes, prateleiras, paletes e a facilidade que pode ser

gerada para o sistema de movimentação devido a uma adequada disposição dos

itens no armazém.

O dimensionamento do armazém deve considerar, além das necessidades de

espaço para as mercadorias, corredores, áreas de recebimento, e áreas para

separação de produtos. O dimensionamento do espaço segundo Gurgel (1996) deve

ser em metros cúbicos buscando o aproveitamento da altura do armazém.

O planejamento e a construção e ou locação do espaço físico deve ser

decidida com base na demanda, movimentação e possibilidade de ampliação. Moura

(1998) explica que os espaços necessários devem ser calculados a partir da

demanda de materiais levando em conta a flutuação existente para os diversos

materiais estocados assim como ocupação alternativa para os espaços ociosos.

Segundo Askin e Standridge (1993) e Moura (1998) deve-se atentar para a escolha

adequada do nível de automação uma vez que, este interfere significativamente nos

custos.

Askin e Standridge (1993) destacam que são comuns a utilização de armazéns

no formato retangular e apresentam um calculo da proporção ideal dos armazéns em

função do número de corredores e espaços de armazenagem necessários para

alocar a demanda, no entanto a limitação de sua proposta está no fato de utilizar

restrições não lineares. Moura (1998) aponta a figura geométrica quadrado como o

melhor formato para os armazém pois apresenta o menor perímetro em comparação

a retângulos que possuem a mesma área, possibilitando assim melhores resultados

quanto a atividade de movimentação de mercadoria.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 35

A construção do espaço físico influência diretamente nas distancias totais

percorridas para atendimento das atividades de movimentação. Gu et al (2007)

consideram critérios para medir a eficiência da armazenagem a taxa de ocupação

dos espaços e a facilidade de movimentação dos itens. A adequada distribuição dos

corredores, o aproveitamento adequado dos espaços de armazenagem e o correto

posicionamento dos itens podem proporcionar maior eficiência nas atividades de

movimentação.

2.3.1 Arranjo físico para redução das distâncias de movimentação

A formação do arranjo físico de um armazém, além da determinação da área

física destinada estocagem considera a correta distribuição dos corredores e o

posicionamento adequado dos itens. Algumas regras como o posicionamento de

itens de maior demanda ou com menor volume nas posições mais próximas das

portas de entrada são comumente utilizadas para redução das distâncias percorridas

para movimentação.

Koster et al (2007) afirma que a maioria das pesquisas que refere-se a ordem

de coleta atribuem armazenagem aleatória não existindo modelos gerais de ordem

de coleta que podem ser empregado para a maioria das situações. Cada modelo

desenvolvido se aplica apenas a um ramo específico de indústria ou comércio

atendendo a restrições particulares de cada situação.

São comuns estudos que consideram a posição fixa dentro do sistema de

armazenagem para os itens e apenas investigam a melhor rota de coleta para

atender solicitações dos clientes. Os estudos voltados para decisão de posição

móvel são mais complexos. Segundo Askin e Standridge (1993) a utilização de

posições fixas apresenta facilidade para localizar o item quando este é solicitado

uma vez que, sua posição não é alterada. Contudo, quando o produto estiver com

estoques reduzidos os espaços designados para ele ficam ociosos e, caso estejam

próximos das docas de carga e descarga comprometem os resultados da atividade

de movimentação.

A redução dos custos com movimentação são alcançados pela redução das

distâncias percorridas. O tempo gasto para movimentação de cada item está

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 36

atrelado a sua posição dentro do armazém e a proporção de viagens demandadas

para buscá-los. A redução das distâncias médias percorridas implica em redução da

necessidade de mão-de-obra e equipamentos. (Koster et al, 2007)

Segundo Moura (1998) através da análise do fluxo de materiais, volume

envolvido, intensidade e duração deste fluxo e duração da movimentação é possível

realizar análises que reduzem os tempos de movimentação e a necessidade de

espaço de armazenagem. As características do setor supermercadista como: a

demanda constante e as diferentes características físicas apresentadas para os

itens, o uso intenso de mão-de-obra para movimentação e os espaços restritos para

armazenagem são considerações importantes para a escolha dos modelos de

definição de arranjos físicos.

A utilização da rotatividade dos itens como critério para posicionamento dentro

do armazém pode contribuir para redução das distâncias totais de movimentação.

Uma das técnicas empregada para melhorar a eficiência desta atividade refere-se a

armazenagem baseada em classes. Askin e Standridge (1993) explicam o princípio

ABC para movimentação. Os produtos são divididos em três classes (A, B e C) de

acordo com o índice de movimentação. Os itens com maior índice são classificados

na classe A e alocados em posições mais próximas das portas de entrada e/ou

saída de mercadorias. Aqueles que possuem índice de movimentação intermediário

são classificados na classe B e alocados em posições com distâncias e os itens

classificados na classe C são aqueles que possuem a menor necessidade de

movimentação por isso são alocados nas posições de maior distância até as portas

de entrada e saída de mercadorias.

Onüt et al (2007), em seu modelo, consideram a taxa de rotatividade e a

distância entre as docas e os espaços de armazenagem para posicionamento dos

produtos em armazéns intermediários ou entrepostos. Objetivaram a redução dos

custos de movimentação.

Para Askin e Standridge (1993) a disposição dos espaços de armazenagem

com um corredor central pode reduzir a movimentação uma vez que, encurta as

distancias dos demais corredores. O estudo de Roofbergen e Koster (2001) mostram

que a utilização de corredores centrais pode reduzir significativamente as distancias

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 37

percorridas para situações em que são empregadas técnicas de roteamento para

coletas e movimentação de produtos dentro do armazém.

A adequação do espaço de armazenagem e a observação da demanda dos

itens comercializados apresentam-se como os principais critérios para otimização

dos sistemas de armazenagem no setor supermercadista.

2.3.2 Utilização da armazenagem baseada em classes

Quando o mix de produtos da empresa é extremamente elevado uma das

alternativas verificadas na literatura é a armazenagem baseada em classes. Este

sistema considera principalmente a divisão dos itens em classes baseado nas

quantidades demandadas. No entanto, podem ser empregados aspectos qualitativos

como critérios de divisão.

Koster et al (2007) afirmam que a formação das classes depende da

combinação das propriedades dos produtos. A partir da relação dos mesmos podem

ser armazenados em espaços conjuntos. Para Gu et al (2007) a divisão dos itens em

departamentos de armazenagem podem ser realizadas empregando o uso das

características físicas dos produtos.

Tuji et al (2004) utilizaram o princípio ABC para determinar uma melhor gestão

dos estoques para micro empresas do setor alimentício. Esses autores destacam

que essa ferramenta proporciona melhorias nas atividades operacionais da empresa.

Na tentativa de assegurar um bom fluxo de materiais, Gouvinhas et al (2005) expões

dois princípios fundamentais a serem seguidos no planejamento da atividade de

movimentação: minimizar o retrocesso, ou seja, estabelecer que a movimentação do

item seja direcionada para a doca de expedição e; localizar próximas as atividades

relacionadas para conseguir reduzir a distância de movimentação entre operações.

Esses autores desenvolveram um estudo em uma empresa de armazenagem de

alimentos no qual utilizaram à técnica ABC para determinar a melhor alocação dos

produtos na planta do depósito privilegiando a atividade de movimentação.

Dentro desta perspectiva, Petersen et al (2004) desenvolveram um estudo que

determina a localização dos produtos nos armazéns a partir de classes formadas de

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 38

acordo com o índice de movimentação. Os produtos de maior movimentação formam

a primeira classe que esta armazenada mais próxima do terminal de carga e

descarga e assim sucessivamente até os itens de menor movimentação que formam

a classe armazenada na posição mais distante. Dentro das classes os produtos são

alocados de forma aleatória, apenas respeitando os espaços destinados para esta

obtendo assim, um melhor aproveitamento dos espaços das gôndolas e prateleiras

para alocação dos produtos. A divisão em categorias de produtos que possuem

condições semelhantes de armazenagem possibilita privilegiar as categorias com

maior movimentação mesclando boas condições de armazenagem com boas

condições de manuseio.

Santos e Rodrigues (2006) empregaram a classificação em famílias (grupos)

de produtos de acordo com similaridades apresentadas. Este princípio foi aplicado

ao ramo supermercadista em que as características físicas dos produtos são

divergentes, no entanto é possível formar classes de produtos similares respeitando

as características de peso, volume e destinação de uso como por exemplo, separar

em duas grandes categorias os produtos alimentícios daqueles que não são

alimentícios (produtos de limpeza, higiene e utilidades).

A classificação pela demanda para produtos do setor supermercadista, acaba

gerando limitações quanto à estocagem adequada uma vez que, suas

características físicas são bastante distintas. Para Huiskonen et al (2003) podem ser

utilizados outros aspectos além da demanda para melhorar a eficiência da gestão de

estoques. Os autores empregaram a utilização de aspectos qualitativos. Assim pode-

se utilizar a classificação em termos de destinação de uso, condições especiais de

armazenagem e dificuldade ou facilidade de movimentação.

Definir claramente os critérios utilizados para classificação das mercadorias e

entender o comportamento da demanda corrobora para um planejamento eficiente

do armazém e redução dos custos totais de armazenagem.

2.3.3 Localização dos produtos no armazém

A definição da localização do produto dentro do armazém determina a distância

percorrida para recuperação e impacta diretamente nos custos de armazenagem.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 39

Estes problemas podem ser tratados como Storage Location Assignment Problem

(SLAP) ou Problema de Designação da Localização de Estocagem. O SLAP é

definido por Gu et al (2007) como a busca pela designação do local físico onde cada

um dos itens deve ser guardado.

Gu et al (2007) destacam a necessidade das seguintes informações e critérios

para utilização do SLAP para de definição de arranjo físico:

• Informação sobre a área de armazenamento como dimensionamento e

disposição dos espaços de armazenagem;

• Informações sobre os locais de armazenagem contendo disponibilidade,

características físicas, e localização.

• Informações sobre o conjunto de itens a serem armazenados, incluindo as suas

dimensões físicas, demanda, quantidade armazenada, previsões de

movimentação.

• Capacidade de armazenamento;

• Tempo de processamento da ordem de coleta;

• A compatibilidade entre produtos e destes com o local de armazenagem;

• Políticas de estocagem como FIFO (fist-in, first-out) LIFO (last-in, first-out), etc.

Onüt et al (2008) consideraram uma proposta heurística para reduzir as

distâncias de movimentação em armazéns com vários níveis de armazenagem. O

estudo desenvolvido foi empregado para designar posições de armazenagem para

itens divididos em classes.

Onüt et al (2008) realizaram a separação dos itens em três classes com a

utilização da técnica AHP (Analise Hierárquica de Processo). A divisão realizou-se

antes da aplicação do algoritmo de definição de posição dos itens e considerou três

critérios para formação das classes: movimentação, fragilidade e massa. A escolha

da técnica AHP foi motivada pela existência de fatores qualitativos na divisão dos

grupos. Foram alocados mais próximos das portas os produtos que apresentaram os

maiores índices considerando os pesos relativos de cada critério.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 40

As principais dificuldades para a designação da posição dos itens dentro da

proposta de Onüt et al (2008) refere-se ao tratamento da não linearidade das

restrições. Para solucionar esse problema utilizaram um algoritmo que considera

uma solução inicial sem restrições e a readequação desta solução considerando as

restrições do problema.

A equação que mede a distância entre a posição de armazenagem do item e

a doca de carga e descarga no modelo de Onüt et al (2008, p.787) é a seguinte:

⎟⎠⎞

⎜⎝⎛ +++⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛ ++⎟

⎠⎞

⎜⎝⎛+=

222Cmm

CmmCmmPCmm

CmmPCmm

PaDist cbac

bab

aaj Eq. 1

Onde:

Distj: distância total percorrida

a: distância da doca até a primeira posição

P(a, b, c...) : Demanda do item atribuído aquela posição

m: número de espaços ao longo de uma plataforma

Cm: comprimento de cada espaço

Assim a distância calculada considera a média da distância percorrida nos

espaços ocupados pelo item, somado a distância dos espaços anteriores ocupados

pelos demais itens em direção da doca de carga e descarga.

Souza (2002) desenvolveu um modelo de designação de posição para

containeres. Aplicou programação linear para determinar a melhor posição para

cada container de cada tipo de produto, considerando o índice de movimentação e a

perecebilidade do produto como parâmetro de decisão. Para que os produtos

ocupassem áreas contínuas, sem que fossem separados nos diversos pontos de

armazenagem ou intercalados por outros produtos., empregou, após obter os

resultados do modelo de programação linear, modificações com base no julgamento

de tomadores de decisão do porto. Essas modificações foram realizadas

empiricamente e os resultados foram testados para diversas simulações realizadas.

O modelo de programação linear proposto por Souza (2002, p.86) apresenta-se

da seguinte forma :

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 2 – Referencial teórico 41

Minimizar ijijji

XC∑∑

Sujeito a:

iijji

tX =∑∑

1≤∑∑ ijji

X

{ }1,0∈ijX

Para i = 1,2,....,n e j=1,2,......,n

Eq. 2

Onde

Xij: variável de decisão de designação ou não do item para o espaço de

armazenagem;

Cij: tempo de viagem até o espaço de armazenagem;

ti: total de espaços necessários para um determinado produto.

Não observa-se restrições de proximidade de produtos e a designação é feita

por critérios subjetivos em que se experimentam mudanças de posições para

garantir a proximidade destes itens.

Os modelos de designação de posição buscam a redução das distâncias. A

maior dificuldade apontada é o tratamento das restrições encontradas que

geralmente assumem condições não lineares. Geralmente as soluções empregam

algoritmos e muitos destes utilizam recursos computacionais avançados para sua

resolução. A redução dos investimentos em sistemas computacionais complexos é

alcançada através de modelos simplificados. Contudo, estes alcançam, muitas

vezes, apenas resultados sub-ótimos.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 3 - Materiais e Métodos 42

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A formulação da metodologia baseou-se nas normas e leis da VS e em dados

experimentais coletados em um supermercado da região centro sul do Estado do

Paraná. Como ferramentas de solução foram empregadas regras heurísticas,

algoritmos e técnica de programação linear.

A pesquisa foi dividida em duas etapas: definição da metodologia de

classificação dos itens comercializados pelos supermercados e formação do arranjo

físico considerando a classificação obtida no primeiro passo.

Quanto a classificação a presente pesquisa utilizou o método experimental

como forma de condução e classifica-se como aplicada quanto a sua natureza.

Utiliza-se de métodos quantitativos e qualitativos tanto para seu desenvolvimento

como para apresentação de seus resultados.

3.1 Coleta de dados

A formulação dos modelos de classificação e definição de posição dos itens

dentro do armazém utilizou, para testes, informações dos produtos comercializados

por um supermercado da região Centro-Sul do Estado do Paraná em função da

acessibilidade. Este supermercado possui porte médio (aproximadamente 13.000

itens distintos), cerca de 50 funcionários e realiza movimentação manual em seu

depósito. Comercializa, na sua maioria, produtos alimentícios como bebidas, itens

mercearia, de açougue, confeitaria e panificadora, produtos de limpeza, de higiene,

utilidades domésticas e material escolar. Utilizou-se apenas um supermercado uma

vez que o mix de produtos comercilizado por este ramo é muito similar para lojas

deste porte.

O mix completo de produtos totaliza 13.092 itens. Foram obtidas informações

sobre a descrição, as características físicas e de armazenagem e a demanda dos

mesmos. Os dados referentes à descrição e as quantidades vendidas foram obtidos

através do sistema de informações utilizado pela empresa. O período considerado

para as informações de vendas foi de 13 meses, entre outubro de 2007 e outubro de

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 3 - Materiais e Métodos 43

2008. As informações sobre as características físicas foram obtidas através de

observações realizadas durante o processo de classificação dos itens.

Cada item dentro do ramo supermercadista é caracterizado por um código de

barras. Os produtos que apresentam diferenciação apenas em marca, sabor,

fragrância ou tamanho de embalagem são considerados itens diferentes pois

possuem códigos de barras diferentes. Como exemplos podem ser citados os

refrescos em pó que possuem sabores distintos, os cafés que possuem embalagens

com pesos diferentes e os amaciantes de roupa que possuem várias fragrâncias.

Assim, a variedade de itens comercializados por uma loja supermercadista é

extremamente elevada.

Observou-se que alguns produtos não apresentavam vendas nos últimos três

meses. Estes itens foram excluídos da amostra, pois não influenciam

significativamente no resultado da aplicação dos modelos de otimização de arranjo

físico. A amostra utilizada para testes do modelo proposto da pesquisa ficou

reduzida a 8.226 itens.

Para as informações de volume atribuiu-se um valor (cm3) a cada grupo de

produtos definido na metodologia de classificação, utilizado como medida padrão

para todos os itens pertencentes a este grupo.

Quanto aos arranjos físicos foram propostos três modelos distintos: com

espaços de armazenagem padronizados em tamanho e no formato retangular; em

formato de L com espaços padronizados em tamanho e; com espaços parcialmente

padronizados e no formato retangular. Neste último, os espaços de armazenagem

possuem comprimento igual para todos os espaços posicionados em paralelo no

sentido vertical a eles e largura igual a todos os posicionados no sentido horizontal a

eles. As dimensões dos espaços de armazenagem foram definidos arbitrariamente

considerando que a soma da capacidade volumétrica destes deveria exceder a

necessidade total de espaço calculado para os produtos empregados no teste.

A escolha dos formatos de arranjo físico foi motivada pela diversificação de

possibilidades de disposição de áreas de armazenagem no ramo supermercadista.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 3 - Materiais e Métodos 44

3.2 Metodologia de classificação

Para definição da metodologia de classificação procedeu-se a investigação das

normas e leis do SNVS e das recomendações da Codex Alimentarius buscando

identificar as restrições para armazenagem conjunta dos diversos itens que compõe

o mix comum de produtos comercializados por supermercados. A investigação

apenas considerou aspectos de armazenagem deixando de lado informações sobre

etapas de processamento ou fabricação que possam ocorrer dentro destes

estabelecimentos. As investigações foram norteadas pelas disposições encontradas

no site da ANVISA.

A partir da análise do conteúdo teórico foram elencados os principais grupos de

produtos definidos pela ANVISA e identificados como componentes do mix de

produtos do setor supermercadista. Considerando as restrições apresentadas para

armazenagem conjunta destes e especificações técnicas levantadas realizou-se uma

análise qualitativa na qual buscou-se subdividir e, quando necessário criar grupos de

produtos nos quais, todos os itens classificados neles não apresentariam restrições

para armazenagem conjunta. Além disso, foram considerados alguns aspectos

operacionais inerentes ao ramo supermercadista para otimizar o sistema de

armazenagem.

Utilizou-se da representação em forma de hierarquia para os grupos

procurando dispor as características, ou restrições comuns em um nível acima do

conjunto de grupos que as possuí, para facilitar o processo de realização da divisão.

Identificaram-se as características principais que formavam cada um dos

grupos dentro da hierarquia e procedeu-se a construção de algoritmo de

classificação para formação de uma interface para operadores de sistemas de

informações do ramo supermercadista. Foram definidas 23 perguntas que

interrogam sobre a presença ou não de determinada característica que restringe a

participação do produto nos níveis inferiores ao ponto da hierarquia que ele se

encontra. Todas as perguntas admitem como respostas apenas sim ou não.

Procedeu-se a distribuição das perguntas em forma de fluxograma de decisão no

qual tentou-se reduzir o número máximo de verificações necessárias para classificar

qualquer um dos itens dentro do grupo ao qual pertence. Alcançou-se número

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 3 - Materiais e Métodos 45

máximo de seis níveis de decisão para designar um produto a um dos grupos

existentes.

Cada um dos níveis de decisão é caracterizado por uma resposta sim ou não que foi transformada em código (1 ou 0 respectivamente) criando, a partir da junção

de todos os níveis um código específico e único para cada grupo de produtos com

seis algarismos.

Na seqüência escreveu-se o algoritmo empregado para proceder a

implementação do fluxograma de classificação e realizou-se a classificação dos

8.226 itens definidos na amostra.

3.3 Atribuição de posição aos itens dentro do arranjo físico

A alocação dos itens dentro do armazém foi estabelecida para plantas que

apresentam padronização entre seus corredores e espaços de armazenagem,

podendo apresentar formatos quadrados, retangulares ou em L.

Utilizou-se técnica heurística para designação da posição dos itens dentro do

armazém. A partir de uma análise qualitativa em que foram considerados aspectos

operacionais do supermercado e as normas de VS foram definidas cinco classes de

grupos de itens que podem ser armazenados próximos.

A alocação procedeu-se pela investigação da melhor forma de designar os

espaços do armazém para cada uma das classes de produtos buscando a redução

da distância total a ser percorrida. Para a solução empregou-se regra heurística

definida pelo pesquisador que impede a alocação de itens de uma classe distantes

de um corredor que já possua produtos desta classe.

Os passos seguintes no tratamento da heurística buscaram definir critérios que

impedissem a criação de espaços vazios sem ligação entre os mesmos, para que

produtos da última classe a ser alocada não estejam em corredores distantes uns

dos outros.

Em seguida foram aplicados testes para arranjos físicos simulados de

armazéns com padronização de corredores e espaços e foram realizadas

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 3 - Materiais e Métodos 46

comparações com a alocação dos grupos sem considerar as restrições de

armazenagem.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 47

4 MODELAGEM

Este Capítulo apresenta o desenvolvimento da metodologia para divisão em

grupos e formação de arranjo físico em armazéns do ramo supermercadista. No

primeiro tópico foram destacadas a identificação dos grupos de produtos e a

formação da hierarquia com base nas restrições estabelecidas pela VS. A seguir,

realizou-se um detalhamento das características dos grupos e as subdivisões por

condições operacionais ou especificações técnicas das normas sanitárias. Em um

terceiro momento foi estabelecido o algoritmo de classificação dos grupos. Na

seqüência foram realizadas comparações qualitativas das restrições de

armazenagem conjunta e estabeleceu-se uma heurística para formação de arranjo

físico por meio de designação de posição para alocação dos produtos nos espaços

do armazém.

4.1 Identificação dos grupos de produtos:

A criação dos grupos de produtos comercializados por supermercados baseou-

se nas restrições contidas na legislação sanitária. Para casos em que a legislação

não faz referência optou-se por analisar os critérios empregados em outros grupos

e/ou os riscos evidentes de contaminação que possam prejudicar a qualidade do

produto armazenado.

Foram identificados os grupos de produtos sujeitos a fiscalização do SNVS,

segundo a classificação da Anvisa, que são comercializados pelos supermercados.

Destacam-se: alimentos, cosméticos, saneantes e derivados de tabaco. A partir

desta divisão foram estudadas as normas de VS para identificar as principais

restrições e permissões de armazenagem conjunta destes.

A restrição de maior ênfase encontrada neste estudo refere-se a separação

dos alimentos dos demais produtos existentes no estabelecimento. Assim, o primeiro

nível da hierarquia de classificação proposta foi estabelecido pela divisão entre

alimentos e não alimentos.

A divisão dos itens considerados não alimentos iniciou-se pela identificação

daqueles que estão sujeitos a fiscalização do SNVS. Os cosméticos, derivados de

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 48

tabaco e saneantes formaram três grupos em um segundo nível dentro da

hierarquia de divisão deste estudo. Os demais itens formaram um grupo de

diversos.

Para o grupo de diversos verificou-se o nível de risco que o produto apresenta

aos alimentos estabelecendo um terceiro nível hierárquico. Destacam-se como

exemplos de produtos as utilidades domésticas fabricadas em louça, metal ou

plástico, tecidos, produto ornamentais, ferramentas, material escolar, ração animal,

etc. Alguns itens não apresentam restrições para armazenagem conjunta aos

alimentos e foram classificados como de Risco 0. Outros, como a ração animal e o

carvão vegetal apresentam restrições tanto para armazenagem junto a alimentos,

como a saneantes sendo classificados como de Risco 1. Existe ainda um terceiro

grupo, formado por corantes, lubrificantes e alguns materiais escolares que

representam riscos aos alimentos similares aos apresentados pelos saneantes.

Estes compuseram o grupo de Risco 2.

A necessidade de separação dos cosméticos e saneantes é determinada pela

destinação de uso distinta para ambos. Os cosméticos são produtos de higiene,

embelezamento ou perfumes que durante o seu uso, geralmente tem contato com

diferentes partes do corpo dos seres humanos. Os saneantes, são produtos de

composição química geralmente mais agressiva, que remove com maior intensidade

as substâncias nocivas a saúde, no entanto aplicados em ambientes. Podem

apresentar recomendações como: evitar contato com a pele, não ocupar o ambiente por determinado período. São considerados contaminadores de maior

risco. Devido a maior toxicidade dos saneantes e o uso dos cosméticos diretamente

nos seres humanos a separação entre ambos durante a armazenagem é

recomendável. Os cosméticos ainda são divididos em produtos de higiene, de

embelezamento e de odorização de pessoas ou ambiente (perfumes). Esta divisão

é empregada uma vez que, estes grupos apresentam riscos distintos para os

alimentos como serão destacados no detalhamento das características dos grupos.

Os derivados de tabaco são utilizados por inalação por isso, devem estar

isolados dos saneantes e cosméticos. O odor forte e característico pode impregnar

nos alimentos exigindo que sejam separados destes últimos durante o processo de

armazenagem.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 49

A estruturação da hierarquia de divisão dos grupos de produtos considerados

não alimentos é destacada na Figura 1:

Figura 1: Hierarquia de não alimentos

A classificação do grupo Alimentos considera aspectos referente a temperatura

de armazenagem e ao tipo ou gênero do produto. A primeira divisão refere-se a uma

exigência das normas sanitárias que impacta significativamente na estrutura de

armazenagem: o controle de temperatura. Neste caso são utilizados equipamentos

especiais como câmaras frias, freezes ou geladeiras. Segundo as normas da VS a

temperatura a qual o item deve ser submetido deve, obrigatoriamente estar

destacado na embalagem dos produtos podendo facilmente identificar os

componentes deste grupo. A exceção à regra de indicação de temperatura são as

carnes in natura, que mesmo nos casos em que não constam em suas embalagens

a temperatura que deve ser mantida, exige-se que as mesmas estejam conservadas

em no mínimo temperatura de refrigeração. Ainda, segundo o observado nestas

normas algumas variedades de frutas e verduras não possuem indicações de

armazenagem sob temperatura controlada mas, o uso desta pratica proporciona a

conservação das boas condições de consumo por período maior a esses alimentos.

A partir do estudo das normas pode-se observar que são duas as condições de

temperaturas especiais: congelamento e resfriamento. Assim, dentro do processo de

hierarquização dos alimentos há três níveis distintos de temperatura. Congelados,

resfriados e mantidos em temperatura ambiente (denominados estoque seco).

Foram observadas algumas peculiaridades quanto ao processo de manutenção

dos produtos, principalmente em temperaturas de resfriamento. Destaca-se a

necessidade de manutenção das carnes in natura em ambientes isolados dos

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 50

demais itens por serem bastante suscetíveis a contaminação por microorganismos.

Em caso de congelamento, desde que estes itens estejam adequadamente

embalados, não foram observadas restrições quanto a armazenagem conjunta com

outros alimentos.

Os itens resfriados, com exceção das carnes in natura, podem ser

armazenados em um mesmo espaço físico desde que separados por tipo. As

indicações de cuidados especiais destacadas referem-se a armazenagem de frutas,

legumes ou verduras (FLV) dentro destes espaços. A representação hierárquica dos

itens que necessitam de espaços com temperatura controlada para sua manutenção

está representada na Figura 2:

Figura 2: Hierarquia de alimentos armazenados sob temperatura controlada

Os demais alimentos comercializados pelos supermercados são mantidos em

temperatura ambiente. A divisão empregada por tipo ou gênero inicia pela

consideração das características físicas associadas a forma de consumo destes

produtos. Criou-se três grupos para o segundo nível da hierarquia: Alimentos sólidos, bebidas (alimentos líquidos destinados ao consumo na forma de bebidas)

e alimentos pastosos que também inclui em sua classificação os alimentos que

sejam ou contenham líquido mas não sejam necessariamente considerados bebidas

(exemplo: óleo de soja). A utilização deste critério, principalmente a separação entre

bebidas e pastosos é empregada pela percepção de que, por exemplo, pêssegos

em calda devem ser armazenados junto a extratos de tomate e não junto a

refrigerantes ou cervejas, devido à maneira de consumo.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 51

Os alimentos sólidos representam grande percentual do mix de produtos

comercializados pelos supermercados, no entanto optou-se apenas pela divisão em

dois grupos: FLV e alimentos em geral. A separação dos FLV acontece porque estes

apresentam riscos de contaminação aos demais alimentos uma vez que, não

passam por estágios de processamento exceto lavagem e seleção. Também não

apresentam prazo de validade e seu período de consumo é determinado pelo estado

de conservação.

A hierarquização dos alimentos mantidos a temperatura ambiente é destacada

na Figura 3:

Figura 3: Hierarquia de alimentos armazenados em temperatura ambiente

A composição da hierarquia final em que foram considerados os aspectos

gerais de VS pode ser observada na Figura 4.

Figura 4: Hierarquia de produtos de supermercados segundo o SNVS

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 52

4.2 Descrição das características dos grupos

A divisão apresentada no tópico anterior visa proporcionar o atendimento da

legislação sanitária. Neste tópico é realizada uma descrição detalhada das

características de cada um dos grupos constituídos acima e, para alguns grupos, há

uma subdivisão considerando características peculiares dos equipamentos de

armazenagem utilizados em empresas do setor supermercadista.

4.2.1 Alimentos

Os itens considerados alimentos, ou seja, destinados ao consumo humano a

fim de proporcionar nutrientes para sua manutenção, são divididos principalmente

quanto às condições de temperatura de armazenagem e características físicas.

Todos os alimentos, independentemente da composição ou restrições de

temperatura, não podem ser armazenados junto com produtos de outra natureza

que apresentem riscos de contaminação. Os itens Diversos de Risco 0 não

apresentam riscos de contaminação e podem estar próximos a alimentos e, se

necessário podem ser utilizados como separador deste dos demais grupos.

As características dos subgrupos de alimentos são destacadas abaixo:

4.2.1.1 Bebidas

Se caracterizam como alimentos de composição líquida destinados ao

consumo humano em forma de bebidas. Sua composição exige que sejam

armazenado em corredores separados dos demais itens ou em prateleiras de níveis

inferiores uma vez que, são difíceis de serem contidos e misturam-se facilmente a

outros itens, principalmente os de embalagens permeáveis.

Possuem embalagem primária (embalagem de comercialização final do varejo)

impermeável em diversos materiais: metal, plástico, vidro ou tetrapak. As

embalagens secundárias (embalagens que agrupam os itens para facilitar a

movimentação e armazenagem) podem ser caixas plásticas retornáveis, caixas de

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 53

papelão ou enfardados em material plástico. O equipamento de armazenagem

utilizado está atrelado às embalagens primárias e secundárias destes itens, por isso

empregou-se este critério para a divisão do grupo. Foram estabelecidos quatro

grupos divididos pelo uso de embalagens secundárias de papelão, plástico (fardos),

caixas plásticas retornáveis e embalagem primária de metal.

Bebidas com embalagens secundárias de papelão: observa-se na prática que

embalagens primárias em vidro, plástico ou tetrapak podem possuir como

embalagens secundárias as caixas de papelão, o que facilita o empilhamento destes

itens de forma organizada.

Bebidas com embalagens secundárias plásticas (fardos) e embalagem primária com capacidade igual ou superior a 1,5 litros: alguns itens que possuem

embalagem primária em material plásticos são envolvidos por fardos plásticos.

Geralmente estes itens são os refrigerantes pet de dois litros. Ocupam um grande

volume dentro do armazém devido a quantidade comercializada. Além disso, exigem

o apoio de pranchas em compensado para proporcionar um empilhamento com

maior aproveitamento do espaço vertical.

Bebidas com embalagens primárias de metal: itens comercializados em

embalagens primárias de metal possuem um formato padronizado estabelecido pela

indústria que permite empilhamento adequado sem necessidade de equipamentos

diferentes de armazenagem.

Bebidas com embalagens secundárias plásticas retornáveis: por último

destacam-se as embalagens primárias de vidro que são compostas principalmente

por refrigerantes e cerveja movimentadas e armazenadas em caixas plásticas

retornáveis.

4.2.1.2 Alimentos Sólidos FLV

São as frutas, legumes e verduras que não são destinadas a armazenagem

resfriada pois conservam sua composição por prazo considerado pela empresa

suficiente para realizar a venda evitando o custo de armazenagem em temperatura

controlada. Estes itens devem ser armazenados em local específico para este grupo.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 54

Possui apenas embalagem para facilitar a movimentação e armazenagem dentro do

depósito como caixas ou sacos. São produtos que podem contaminar os demais

alimentos por, geralmente, não terem sofridos nenhum tipo de processamento

exceto lavagem. Não apresentam necessidades de subdivisão do grupo.

4.2.1.3 Alimentos Sólidos em Geral

Produtos de consumo humano de composição sólida ou em pó. Exemplo:

grãos, chocolates, massas, leite em pó, achocolatados, farinhas, etc. Estes itens são

fáceis de conter em caso de rompimento da embalagem evitando a contaminação

dos demais alimentos. Devem estar em corredores específicos ou acima dos

alimentos líquidos e pastosos.

Optou-se por separar os alimentos sólidos de acordo com o sistema de

armazenagem empregado. No supermercado em que foram coletados os dados

para fazer as experimentações os alimentos sólidos são armazenados em dois

sistemas distintos: blocos e prateleiras. A divisão visa proporcionar o maior

aproveitamento do espaço vertical do armazém com redução de investimentos em

ativos fixos. Também observou-se a necessidade de separação dos alimentos

defumados para que possam ser armazenados, quando possível junto a carnes e

derivados animal.

Alimentos sólidos defumados: não possuem especificações para utilização de

equipamentos especiais de armazenagem mas, muitas vezes são mantidos junto

aos alimentos resfriados para evitar contato com microorganismos e insetos.

Alimentos sólidos armazenados em blocos: utilizam-se de paletes dispostos no

chão do armazém para empilhamento em forma de blocos buscando aproveitamento

vertical máximo sem a necessidade de utilização de sistemas de prateleiras. A

utilização deste sistema é motivada pela grande demanda aliada ao volume do item

que proporcionar a necessidade de ocupação de um espaço maior dentro do

armazém.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 55

Alimentos sólidos armazenados em prateleiras: utilizam o sistema de prateleira

para disposição dos mesmos dentro do armazém. Compõe esse grupo as massas,

achocolatados, cafés, etc.

4.2.1.4 Alimentos Pastosos

Considera-se pastosa a matéria que se comporta ou escoa como líquido, no

entanto, extremamente espesso e viçoso. Podem misturar-se a outros alimentos

com dificuldade de separação. Estes itens não apresentam restrições para

armazenagem próxima ou conjunta dos líquidos e por possuírem embalagem

impermeável restringem a contaminação cruzada. No entanto, sua forma física, em

caso de rompimento da embalagem pode gerar contaminação dos alimentos sólidos

por isso devem ser dispostos em corredores separados ou em prateleiras inferiores.

Foram considerados ainda neste grupo, alimentos que sejam ou contenham

líquidos, mas não se destinam ao consumo na forma de bebida.

4.2.1.5 Carne In Natura

Os alimentos resfriados exigem temperatura controlada para manutenção das

boas condições de consumo. A separação da carne in natura dos demais grupos de

resfriados é exigida pela VS. A legislação é bastante pontual ao afirmar que as

carnes, na condição de alimento in natura devem ser armazenadas isoladas de

todos os outros tipos de produtos. O isolamento justifica-se pelo alto risco que estes

itens possuem de receber contaminação. Os produtos pertencentes a este grupo

são as carnes cruas, semi-processadas ou não processadas, ou seja, que apenas

receberam cortes e embalagens. Na sua maioria são envolvidas por plásticos

impermeáveis, no entanto, em alguns casos as embalagens são apenas para

envolver o produto de modo a evitar o contato direto do manipulador dentro do

armazém.

Como grande parte destes produtos é vendido fracionado de acordo com o

pedido dos clientes, para facilitar o processo de manuseio é comum observarmos a

inexistência de embalagens quando dentro das câmaras frias. As carnes de frango

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 56

com maior freqüência são encontradas em embalagens plásticas. A necessidade de

manipulação, a exigência de temperaturas baixas e a ausência de embalagens

totalmente seguras são fatores determinantes para que estes produtos sejam

isolados dos demais.

4.2.1.6 Alimentos Resfriados FLV

Observa-se que alguns itens do setor de FLV necessitam ser mantidos sob

refrigeração para preservar as boas condições de consumo. Não existe exigência

sanitária para tal manutenção, diferentemente do que ocorre com as carnes ou

laticínios por exemplo. Os cuidados a serem tomados para estes produtos referem-

se a disposição dos mesmos dentro dos ambientes refrigerados. Destacam-se a

proibição de acondicionados de qualquer produtos dentro de ambientes refrigerados

em embalagens de madeira. Portanto, para que se possa armazená-los em câmaras

frias junto com outros alimentos deve-se utilizar embalagens plásticas. Alem disso,

os FLV devem ser dispostos em blocos separados dos demais itens, destinando-se

parte do espaço para estes. Quanto ao tempo de permanência deve ser controlado

pela aparência uma vez que, não possuem especificações de validade, já que são

muito sensíveis as condições de armazenagem.

4.2.1.7 Alimentos Resfriados

Os demais alimentos resfriados tem em sua embalagem indicações de

necessidade de manutenção em ambientes de temperatura controlada. Destacam-se

a necessidade da temperatura do espaço ser igual a menor temperatura indicada

para um item presente neste espaço e a consideração da propriedade física para

evitar contaminação cruzada. Considerando a propriedade física os itens foram

divididos em sólidos e líquidos ou pastosos. Esta divisão evita a contaminação por

contato entre os itens.

Alimentos Resfriados sólidos: neste grupo estão classificados os itens de

propriedade física sólida, geralmente composto por laticínios. Devem ser

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 57

armazenados acima dos produtos líquidos ou em estantes ou equipamento de

armazenagem em separado. Possuem os mesmos riscos de receberem

contaminação por microorganismos que todos os produtos presentes nas câmaras

frias, mas, o fato de estarem armazenados em altura mais elevada do que os

líquidos ou pastosos impede a contaminação por contato direto destes últimos.

Alimentos Resfriados líquidos ou pastosos: estes alimentos possuem

comportamento muito semelhantes e por isso são armazenados em iguais condições

dentro das câmaras frias. Como são mais difíceis de serem contidos em caso de

rompimento da embalagem primária estes itens são armazenados em níveis mais

baixos que os demais itens e em separados dos FLV.

4.2.1.8 Alimentos Congelados

Grupo de alimentos mantidos em estado sólido (gelo) devido a condição de

temperatura. Pode ter origem líquida como por exemplo as polpas e origem sólida

como tortas e massas e produtos de origem animal. O descongelamento de qualquer

item armazenado nestas condições acaba por gerar resíduo (água) que pode correr

e contaminar os demais itens. Por isso optou-se por não fazer a divisão dos itens

pela origem. A divisão somente será empregada por tipo de item. Uma vez que, são

armazenados em espaços físicos menores em que os critérios de demanda não

apresentam impacto significativo, os itens sejam acondicionados de forma a melhor

se disporem dentro do equipamento de congelamento e facilidade de acesso para

retirada quando solicitado independentemente da posição

4.2.2 Produtos Não Alimentícios

Os produtos considerados como não alimentos que compõe o mix

comercializado pelos supermercados podem ou não estar sujeitos a fiscalização do

SNVS. Independente deste critério todos os itens que apresentam qualquer risco de

contaminação devem, obrigatoriamente, ser armazenados em separado dos

alimentos. A divisão dos produtos cujos grupos são indicados pelo SNVS está

atrelada a destinação de uso. As especificações de uso, tipos comuns de

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 58

embalagens, propriedades físicas e riscos de contaminação para cada grupo de

produtos são descritos abaixo.

4.2.2.1 Cosméticos de Higiene

Estes produtos são destinados a higienização de pessoas. Esta característica

os torna menos tóxicos por apresentarem contato direto com a pele. Os dentifrícios

são típicos para simbolizar o menor risco. Apresentam forma sólida, líquida ou

pastosa. Adota-se o mesmo princípio dos alimentos para divisão deste grupo. Esta

divisão é apenas para garantir armazenagem segura e sem deterioração dos itens.

Não há indicativos de como deve proceder a separação destes dos demais

cosméticos e dos saneantes.

Os produtos de higiene apresentam, quando líquidos ou pastosos, embalagens

impermeáveis. A embalagem secundária é diversificada com variação entre os

produtos e em alguns casos entre as marcas de um mesmo produto. A partir das

análises realizadas sugere-se que se tomem cuidados na armazenagem próxima a

saneantes.

Cosméticos de higiene líquido: apresentam composição líquida ou

aproximadamente líquida.

Cosméticos de higiene sólidos: apresentam composição sólida, de pó, ou

aproximadamente sólida. Para os cosméticos pastosos deve ser empregado o bom

senso do classificador para designá-los junto de líquidos ou de sólidos.

4.2.2.2 Cosméticos de embelezamento

Destinado ao embelezamento das diferentes partes do corpo humano. Estes

itens devem ser armazenados separados dos demais cosméticos, no entanto não se

exige isolamento podendo ser armazenados próximos a eles. Os saneantes podem

ser mantidos em um mesmo corredor desde que abaixo dos cosméticos. Destacam-

se que produtos como soda caustica ou águas sanitárias que pertencentes ao grupo

dos saneantes, se entrarem em contato com os cosméticos de embelezamento

podem ocasionar problemas na pele dos consumidores.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 59

4.2.2.3 Cosméticos de Odorização

Caracterizam-se pelo uso exclusivo para odorização de pessoas ou ambientes.

Essa característica faz com que o odor característico possa impregnar nos alimento.

Faz-se necessário o isolamento dos alimentos para que o odor expelido, por ruptura

da embalagem ou por qualquer outro fato não os contamine. A presença deste odor

forte pode ocasionar ainda problemas com alguns produtos de higiene, destacando-

se os de higiene bucal. Portanto estes itens devem ser isolados dos alimentos e

devem ser tomadas medidas de precaução quanto aos cosméticos de higiene. Os

odorizadores de composição líquida podem, em caso de rompimento da embalagem

primária, deteriorar as embalagens dos demais itens quando armazenados acima

destes, sendo esta outra precaução a ser tomada.

4.2.2.4 Saneantes

São produtos destinados a higienização de ambientes. Apresentam alta

toxicidade por terem forte ação contra bactérias, fungos, etc. Esta característica os

torna o principal grupo de risco para os alimentos. A armazenagem deve ser

realizada em corredores distintos dos alimentos. Para maior segurança da saúde

dos consumidores sugere-se a separação adequada dos cosméticos de higiene e de

embelezamento. Para preservar a qualidade dos itens mesmo em caso de

rompimento da embalagem primária sugere-se a separação dos saneantes em

líquidos e sólidos.

Saneantes líquidos: de composição líquida ou aproximadamente líquida. Devido a

dificuldade de ser contido em caso de rompimento da embalagem recebe maior

atenção. Além disso, em caso de vazamento, pode ocasionar a deterioração das

embalagens e produtos sólidos.

Saneantes sólidos: de composição sólida ou aproximadamente sólida. Para os

produtos de composição pastosa a classificação entre sólidos e líquidos deve

considerar a maior proximidade com uma destas composições.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 60

4.2.2.5 Derivados de Tabaco

Originados do processamento do tabaco, não se caracterizam como alimentos,

pois não são substâncias que proporcionam a nutrição dos seres humanos. No

entanto destinam-se a inalação que é a característica preponderante do produto

comercializado pelos supermercados, o cigarro. Devido a este fato os itens são

armazenados isoladamente dos saneantes e cosméticos devido ao risco de serem

contaminados, semelhante a dos alimentos. Como possuem odor forte e

característico utiliza-se o princípio aplicado aos produtos de odorização para isolá-

los dos produtos alimentícios. Assim, há a necessidade de espaço físico específico

para armazenagem destes itens que podem estar próximos apenas a produtos

diversos de risco 0 ou 1.

4.2.2.6 Diversos

Este grupo foi determinado para absorver os itens que não estão qualificados

em nenhum dos grupos descritos acima. Considerando a exigência da VS em

garantir a segurança do consumidor quanto aos produtos comercializados pelos

supermercados optou-se por dividir este grupo pelos níveis de risco apresentados

pelos produtos.

Diversos de risco 0: este grupo é composto por itens que não recebem nenhum

tipo de fiscalização do SNVS. Estariam presentes as louças, plásticos e utilidades

em geral. Este grupo não apresenta restrições para armazenagem próxima a

nenhum dos grupos de produtos e por isso é indicado para ser utilizado como

separador destes.

Diversos de risco 1: são compostos por itens que recebem fiscalização do SNVS

ou que podem ser contaminados pelos saneantes ou contaminar os alimentos pelo

contato. O carvão vegetal e a ração animal são exemplo deste grupo.

Diversos de risco 2: neste grupo estariam classificados os itens considerados

diversos por não apresentarem características de uso semelhante a nenhum dos

grupos compostos acima, no entanto apresentam riscos de contaminação

semelhante a dos saneantes. São exemplos os corantes e os lubrificantes.

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Capítulo 4 – Modelagem 61

Foram constituídos 24 grupos de produtos e a representação hierárquica e um

resumo das características de cada nível da hierarquia podem ser visualizados na

Figura 5 e Quadro 1 respectivamente.

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Capítulo 4 – Modelagem 62

Figura 5: Hierarquia de classificação dos grupos de produtos de supermercados

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Capítulo 4 – Modelagem 63

njunto

imen

Co Propriedade

Al to Consumo humano como nutriente

Temperatura Ambie zenagem nte

Sem controle de temperatura para arma

Bebida a

Líquido consumido em forma de bebid Metal Embalagem primária de metal (lata) Retornável Embalgem secundária retornável

ico primária de capacidade igual

Fardo Plást

Embalagem secundária de plástico ou enfardado a vácuo com embalagemou superior a 1,5 litros

Caixas ou Fardos

o com 1,5 litros

Embalgem secundária de papelão ou fardembalagem primária inferior a

Sólido FLV

Fruta, legumes ou verduras

Sólido em Geral

Pó ou sólido Bloco Armazenado em bloco (demanda elevada) Prateleira Armazenado em prateleira Defumado Carne defumada

Pastoso

Pastoso ou líquido não destinado ao consumo como bebida

Temperatura controlada

Armazenado sob temperatura controlada

Resfriado

Armazenado em temperatura de resfriamento

Carne in natura que exige isolamento

Carne sem processamento

FLV

Fruta, verdura ou legume

Resfriado e itens que exigem resfriamento m geral

Demais Sólido Sólido

Líquido ou Pastoso Líquido ou pastoso

Congel o ad

Armazenado em temperatura de congelamento

Não Alimento

Não possui a finalidade de alimento humano

Cosmético igiene, embelezamento humano ou

Produto de hodorização

Produto de Higiene

Utilizado para higienização humana Líquido quido Pastoso, líquido ou aproximadamente lí Sólido Pó, sólido ou aproximadamente sólido

Produto de Embelezamento humano

Utilizado para o embelezamento

Odorizante

Uso exclusivo para odorização

Derivados de tabaco

Possui tabaco em sua composição

Saneante ntes

Higienização, limpeza e desinfecção de ambie Líquido quido Pastoso, líquido ou aproximadamente lí lido do Só Pó, sólido ou aproximadamente sóli

Não recebeu classificação anterior Outro

Risco 0 o apresenta risco de contaminação aos Produto nã

alimentos

Risco 1 o pelos Através do contato pode ser contaminad

saneantes ou contaminar os alimentos

ção semelhante aos

entos Risco 2 saneantes para os alimApresenta risco de contamina

Quadro 1: Grupos e propriedades

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 64

4.3 Heurística de Classificação

Em função das condições estabelecidas para que cada produto venha a

pertencer a determinados conjuntos de itens foi sugerida uma metodologia de

classificação. A designação do item para um dos grupos ocorre pela verificação da

existência de determinadas propriedades elencadas na descrição detalhada dos

grupos. Cada um dos pontos da hierarquia representada na Figura 5 constitui um nó

de decisão. Para cada um dos nós formulou-se uma pergunta relacionada a

característica destacada no Quadro 1. Todas as perguntas apresentam como

resposta sim ou não.

Um fluxograma baseado em lógica binária foi construído a partir do

ordenamento das perguntas. O ordenamento ocorreu com base na hierarquia

apresentada na Figura 5. As perguntas são realizadas de cima para baixo

questionando a participação do produto em um dos grupos do nível imediatamente

abaixo no qual está classificado. Caso existam dois grupos a resposta sim classifica

o item no ponto da hierarquia para o qual foi questionado e a resposta negativa

automaticamente classifica no outro grupo. Em caso de existência de mais de dois

grupo no nível imediatamente inferior a resposta negativa leva a elaboração de outra

pergunta de participação até que restem apenas dois grupos e o último

evidentemente recebe o item pela negativa de classificação nos demais grupos.

Para reduzir o número máximo de perguntas de classificação de um item em

qualquer grupo optou-se por, sempre, em cada conjunto de divisões que estão no

mesmo nível hierárquico e ligados a um mesmo conjunto de nível superior, realizar a

pergunta antes para a posição hierárquica que apresente maior número de

subdivisões posteriores.

Como o processo de classificação ocorreu pela formação de uma hierarquia de

grupo, a classificação precisa respeitar, além da característica particular de cada

grupo, as características dos níveis acima. Esta condição fez com que algumas

propriedades pudessem ser verificadas uma única vez. Outras propriedades tiveram

de ser verificadas em pontos diferentes da hierarquia já que podem apresentar-se

em vários grupos. Um dos principais exemplos é a classificação dos itens em sólidos

e líquidos. Esta diferenciação é realizada apenas no último nível da hierarquia de

cada grupo podendo ser repetida a verificação a vários grupos.

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Capítulo 4 – Modelagem 65

A representação da seqüência de perguntas a serem realizadas é ilustrada no

fluxograma da Figura 6.

Figura 6: Fluxograma de classificação dos produtos supermercadistas

Observa-se que, para constituir um grupo são estabelecidos no máximo seis

níveis de decisão e todas as decisões estão baseadas em respostas afirmativas ou

negativas para perguntas sobre as características dos itens. As respostas geram um

código binário (sim=1 ou não=0). Assim, a partir da resposta obtida para toda as

perguntas o item terá um código contendo apenas números 0 e 1. Os itens que não

passam por seis decisões tem seu código acrescido de 0 a direita até que atinjam

seis casas. Observa-se no Quadro 2 no qual foram atribuídas letras de A a F para as

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Capítulo 4 – Modelagem 66

colunas em que ocorrem decisões representando as seis posições que terá o código

binário de cada grupo.

A B C D E F01. Alimento bebida – metal 1 1 1 1 0 002. Alimento bebida – retornável 1 1 1 0 1 003. Alimento bebida – PET 1 1 1 0 0 104. Alimento bebida - caixa ou fardo 1 1 1 0 0 005. Alimento FLV 1 1 0 1 1 106. Alimento carne defumada 1 1 0 1 1 007. Alimento sólido armazenado em bloco 1 1 0 1 0 108. Alimento sólido armazenado em prateleira 1 1 0 1 0 009. Alimento pastoso 1 1 0 0 0 010. Alimento resfriado carne in natura 1 0 1 1 0 011. Alimento resfriado FLV 1 0 1 0 1 012. Alimento resfriado sólido 1 0 1 0 0 113. Alimento resfriado líquido ou pastoso 1 0 1 0 0 014. Alimento congelado 1 0 0 0 0 015. Cosmético de higiene líquido 0 1 1 1 0 016. Cosmético de higiene sólido 0 1 1 0 0 017. Cosmético de odorização 0 1 0 1 0 018. Cosmético de embelezamento 0 1 0 0 0 019. Saneante líquido 0 0 1 1 0 020. Saneante sólido 0 0 1 0 0 021. Derivado de Tabaco 0 0 0 1 0 022. Diversos de Risco 2 0 0 0 0 1 023. Diversos de Risco 1 0 0 0 0 0 124. Diversos de Risco 0 0 0 0 0 0 0

Quadro 2: Código binário dos grupos

As perguntas elencadas para cada um dos nós de decisão são as seguintes:

- Primeira decisão:

1. Item é considerado alimento humano?”

- Segunda decisão:

2. Alimento pode ser armazenado em temperatura ambiente sem prejuízos para

manutenção dos padrões de qualidade?

3. O produto é considerado cosmético de embelezamento, produto de higiene

humana ou produto de odorização (perfume)?

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Capítulo 4 – Modelagem 67

- Terceira decisão:

4. O item é líquido e consumido na forma de bebida?

5. O produto exige armazenagem em temperatura resfriada?”

6. O produto é utilizado para higiene humana (higiene pessoal)?

7. O produto é considerado saneante, ou seja, utilizado para limpeza, desinfecção

ou desinfestação de ambiente?

- Quarta decisão:

8. O produto possui embalagem primária de metal (lata)?

9. O produto Possui composição sólida ou de pó?”

10. O produto é considerado carne in natura?

11. O produto possui composição líquida, pastosa ou aproximadamente líquida?

12. O produto é utilizado exclusivamente como odorizante de pessoas ou ambientes

(perfume)?

13. O produto tem composição líquida, pastosa ou aproximadamente líquida?

14. O item possui tabaco em sua composição e é destinado a inalação?

- Quinta decisão:

15. Utiliza embalagem secundária retornável?

16. O produto é considerado FLV ou carne defumada?

17. O item é considerado FLV?”

18. Produto oferece risco de contaminação aos alimentos semelhante aos

saneantes?

- Sexta decisão:

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Capítulo 4 – Modelagem 68

19. Produto tem embalagem secundária em material plástico enfardado à vácuo e

embalagem primária com capacidade igual ou superior a 1,5 litros?

20. O produto é considerado fruta, verdura ou legume?

21. Produto armazenado preferencialmente em blocos?

22. Produto tem composição sólida ou de pó?

23. O produto oferece risco de contaminar os alimentos ou ser contaminado pelos

saneantes através do contato?

Para gerar interface foram estabelecidos algoritmos para cada uma das

posições do código binário de classificação com base em lógica “se”. A descrição

dos algoritmos que geram a classificação dos itens e a formação do código binário é

a seguinte:

Algoritmo 1: Primeira decisão de classificação Inicio Binário: A, resposta; Perguntar: “Item é considerado alimento humano?”; Leia: resposta; Se (resposta = sim) então A = 1; Senão A = 0; Fim se Fim

Algoritmo 2: Segunda decisão de classificação Inicio Binário: B, resposta; Se (A = 1) então Perguntar: “Alimento pode ser armazenado em temperatura ambiente sem prejuízos para manutenção dos padrões de qualidade?”; Senão Perguntar: “O produto é considerado cosmético de embelezamento, produto de higiene humana ou produto de odorização (perfume)?”; Fim se Leia: resposta; Se (resposta = sim) então B = 1; Senão B = 0; Fim se Fim

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Capítulo 4 – Modelagem 69

Algoritmo 3: Terceira decisão de classificação

Inicio Binário: C, resposta; Se (A = 1) Então Se (B = 1) então Perguntar: “O item é líquido e consumido na forma de bebida?” Senão Perguntar: “O produto exige armazenagem em temperatura resfriada?” Fim Se Senão Se (B = 1) então Perguntar: “O produto é utilizado como produto de higiene humana (higiene pessoal)?” Senão Perguntar: “O produto é utilizado para limpeza, desinfecção ou desinfestação de ambiente?”; Fim Se Fim se Leia: resposta; Se (resposta = sim) então C = 1 Senão C = 0 Fim se Fim

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Capítulo 4 – Modelagem 70

Algoritmo 4: Quarta decisão de classificação

Inicio Binário: D, resposta Se (A = 1) então Se (B = 1) então Se (C = 1) então Perguntar: “Item possui embalagem primária de metal (lata)?”; Senão Perguntar: “Possui composição sólida ou de pó?” Fim se Senão Se (C = 1) então Perguntar: “O item é considerado Carne in natura?” Senão D = 0 Fim se Senão Se (B = 1) então Se (C = 1) então Perguntar: “Produto possui composição líquida, pastosa ou aproximadamente líquida?” Senão Perguntar: “O produto é utilizado exclusivamente como odorizante de pessoas ou ambientes (perfume)?” Fim se Senão Se (C =1) então Perguntar: “O produto tem composição líquida, pastosa ou aproximadamente líquida?” Senão Perguntar: “o item possui tabaco em sua composição e é destinado a inalação? Fim se Fim se Leia: resposta; Se (resposta = sim) então D = 1 Senão D = 0 Fim se Fim

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Capítulo 4 – Modelagem 71

Algoritmo 5: Quinta decisão de classificação

Inicio Binária: E, resposta Se (A= 1) então Se (B = 1) então Se (C = 1) então Se (D = 1) então E = 0 Senão Perguntar: “Utiliza embalagem secundária retornável?” Fim se Senão Se (D= 1) então Perguntar: “O produto é considerado fruta, verdura ou legume ou carne defumada?” Senão E = 0 Fim se Fim Se Senão Se (C= 1) então Se (D = 1) então E = 0 Senão Perguntar: “O produto é considerado fruta, verdura ou legume?” Fim se Senão E = 0 Fim Se Fim se Senão Se (B = 1) então E = 0 Senão Se (C = 1) então E = 0 Senão Se (D = 1) então E = 0 Senão Perguntar: “Produto oferece risco de contaminação aos alimentos semelhante aos saneantes?” Fim se Fim Se Fim se Fim Se Leia: resposta; Se (resposta = sim) então E = 1 Senão E = 0 Fim se Fim

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Capítulo 4 – Modelagem 72

Algoritmo 6: Sexta decisão de classificação Inicio Binária: F, resposta Se (A= 1) Então Se (B = 1) então Se (C = 1) então Se (D = 1) então F = 0 Senão Se (E = 1) então F = 0 Senão Perguntar: “Produto tem embalagem secundária em material plástico enfardado à vácuo e embalagem primária com capacidade igual ou superior a 1,5 litros?” Fim Se Fim Se Senão Se (D = 1) então Se (E = 1) então Perguntar: “O produto é considerado fruta, verdura ou legume?” Senão Perguntar: “Produto armazenado preferencialmente em blocos?” Fim Se Senão F = 0 Fim se Fim se Senão Se (C = 1) então Se (D = 1) então F = 0 Senão Se (E = 1) então F = 0 Senão Perguntar: “Produto tem composição sólida ou de pó?” Fim Se Fim se Senão F = 0 Fim se Fim se Senão Se (B = 1) então F = 0 Senão Se (C = 1) então F = 0 Senão Se (D =1) então F = 0 Senão Se (E =1) então F = 0; Senão Continua...

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 73

...continuação Perguntar: “O produto oferece risco de contaminar os alimentos ou ser contaminado pelos saneantes através do contato?” Fim se Fim se Fim se Fim se Fim se Leia: resposta; Se (resposta = sim) então F = 1 Senão F = 0 Fim se Fim

Algoritmo 7: Formação do código binário Inicio Leia: A, B, C, D, E, F Código = A, B, C, D, E, F Fim

4.4 Formulação do modelo de definição de arranjo físico

A definição do modelo de arranjo físico baseou-se em regras heurísticas e

técnica de programação linear. O modelo foi dividido em três etapas: formação de

classes de armazenagem; alocação destas classes nos diversos corredores do

armazém e; alocação dos 24 grupos dentro dos espaços delimitados para as classes

as quais pertencem.

4.4.1 Formação das classes de armazenagem:

As classes de armazenagem foram definidas a partir da comparação entre os

grupos buscando identificar os que podem e os que não podem ser armazenados

próximos em um mesmo espaço, ou seja, em um mesmo corredor. Esta comparação

considerou as normas de VS. Como destacado no referencial alguns itens devem

ser separados por tipo mas, necessariamente, não precisam respeitar

distanciamento mínimo.

Realizou-se uma análise qualitativa buscando identificar grupos de produtos

que podem ser armazenados em espaços próximos dentro do armazém, sem

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 74

restrições de espaçamento mínimo. O Quadro 4 apresenta os resultados desta

análise comparativa e a formação de oito conjuntos de grupos.

Conjunto Grupo Critérioss A Bebidas – metal, Bebidas – retornável,

Bebidas – PET, Bebidas – Cx ou Fds, Alimentos sólidos prateleira, Alimentos sólidos blocos, Alimentos pastosos

Todos são alimentos armazenados em temperatura ambiente, exceto FLV, podem estar próximos desde que respeitem condições de disposição

B Alimentos FLV Devem ser isolados dos demais itens C Carne defumada, Carne in natura Isolados por nível de temperatura de

resfriamento e exigência da VS. A presença do grupo de carnes defumadas é para garantia da qualidade dos mesmos

D Resfriado FLV, Resfriado sólido, Resfriado líquido e pastoso

Isolados por nível de temperatura de resfriamento

E Alimento Congelado Isolado por nível de temperatura de congelamento

F Cosmético de higiene líquido, Cosmético de higiene sólido, Cosmético de embelezamento, Cosmético de odorização, Saneante líquido, Saneante sólido, Diversos de risco 2

Apresentam riscos de contaminação aos alimentos.

G Derivados de Tabaco, Diversos de risco 1 São separados dos alimentos, dos saneantes e dos cosméticos

H Diversos de risco 0 Sem restrições Quadro 3: Conjuntos de armazenagem

A separação destes conjuntos considerou primeiramente, a necessidade de

isolamento de alguns grupos. Alimentos FLV e Alimentos Congelados por exemplo,

formam dois conjuntos distintos dos demais itens. Carnes in natura também formam

outro conjunto sendo adicionado a este os produtos defumados que, por questões

de higiene, geralmente quando não embalados, são mantidos a temperaturas

resfriadas evitando contato com insetos ou microorganismos contaminadores. Os

itens resfriados podem ser mantidos em um mesmo espaço de refrigeração, exceto

as carnes in natura, desde que devidamente dispostos dentro deste. Assim, o

conjunto seguinte formou-se considerando resfriados FLV, Resfriados sólidos e

Resfriados líquidos e pastosos. Os alimentos mantidos em temperatura ambiente,

exceto FLV foram separados em outro conjunto, uma vez que, podem ser mantidos

em um mesmo espaço sem riscos de contaminação.

Saneantes e cosméticos e Diversos de Risco 2 podem ser mantidos próximos e

Derivados de tabaco não apresentam empecilhos para serem mantidos junto aos

produtos do grupo Diversos de Risco 1. O último grupo refere-se a Diversos de

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 75

Risco 0 que ficou isolado porque pode ser armazenado com qualquer outro grupo de

não alimentos comercializado pelo supermercado.

Apesar da separação em oito conjuntos, foram realizadas algumas

considerações adicionais para melhorar a eficiência operacional da formação de

classes de armazenagem.

A partir da verificação os grupos foram classificados em cinco classes:

alimentos de temperatura ambiente (Conjunto A); necessidade de isolamento por

temperatura (Conjuntos C, D e E); necessidades especiais de isolamento em

temperatura ambiente (conjunto B); contaminantes (Conjunto F); itens em geral

(Conjuntos G e H). Dentro destes grupos os itens possuem particularidades que são

tratadas no próximo passo do algoritmo. As motivações para a composição de uma

classe para os conjuntos C, D e E e para os conjuntos G e H são expostas na

descrição das classes abaixo:

Classe 01 –Constituído pelos alimentos de temperatura ambiente que podem ser

mantidos juntos desde que respeitem-se algumas condições operacionais como a

armazenagem de líquidos abaixo dos sólidos. Formada pelo conjunto A;

Classe 02 – Produtos com necessidades especiais de temperatura: são mantidos

juntos devido ao fato de terem que ser construídas câmaras frias para sua

conservação. Assim, estes compartimentos podem ter aproveitamento de parede e

proximidade dos motores que geram o resfriamento ou congelamento reduzindo os

investimentos em ativo fixo. Constitui-se pelos conjuntos C, D e E;

Classe 03 - Produtos com necessidade especial de isolamento por exigência da VS,

formada pelo conjunto B;

Classe 04 – Formada pelos saneantes, cosméticos e Diversos de Risco 2 porque

estes últimos apresentam riscos de contaminação semelhante aos saneantes. Estes

itens podem ser armazenados próximos desde que se respeitem condições

operacionais de armazenagem. Constituída pelo conjunto F;

Classe 05 - Os produtos pertencentes aos grupos de Diversos de Risco 1 e

Derivados de Tabaco são mantidos juntos por terem condições semelhantes de

operacionalização. Os Diversos de Risco 0 tem menor expressão de vendas no

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 76

ramo supermercadista o que permite que sejam armazenados junto a este grupo. A

classe é formada pelos conjuntos G e H.

A construção da heurística de definição de arranjo físico passa pela verificação

do grupo ao qual o produto pertence. Esse algoritmo foi construído baseado no

número de itens verificados em cada grupo sendo alocados do maior número como

primeiro a ser verificado até o menor grupo como último a ser verificado com a

intenção de aumentar a velocidade de processamento.

Classe Grupo Alimento Pastoso Alimento sólido armazenado em prateleira Alimento sólido armazenado em bloco Alimento bebida - caixa ou fardo Alimento bebida – PET Alimento bebida – retornável

Classe 01

Alimento bebida – metal Alimento congelado Alimento resfriado líquido ou pastoso Alimento resfriado sólido Alimento resfriado carne in natura Alimento carne defumada

Classe 02

Alimento refrigerado FLV Classe 03 Alimento FLV

Diversos de Risco 2 Saneante sólido Saneante Líquido Cosmético de embelezamento Cosmético de odorização Cosmético de higiene sólido

Classe 04

Cosmético de higiene pastoso Diversos de Risco 1 Diversos de Risco 0 Classe 05 Derivado de tabaco

Quadro 4: Classes de armazenagem

O algoritmo ficou assim definido:

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 77

Algoritmo 8: Divisão em classes de armazenagem Inicio Real: código, classe Leia: código Escolha: (código) Inicio Caso (código = 110000) Caso (código = 110100) Caso (código = 110101) Caso (código = 111100) Caso (código = 111010) Caso (código = 111001) Caso (código = 111000) Classe = 01 Caso (código = 110110) Caso (código = 101010) Caso (código = 101001) Caso (código = 101000) Caso (código = 100000) Caso (código = 101100) Classe = 02 Caso (código = 110111) Classe = 03 Caso (código = 011100) Caso (código = 011000) Caso (código = 010100) Caso (código = 010000) Caso (código = 001100) Caso (código = 001000) Caso (código = 000010) Classe = 04 Caso (código = 000100) Caso (código = 000001) Caso (código = 000000) Classe = 05 Fim escolha Fim Fim

4.4.2 Determinação do volume armazenado para cada grupo e cada classe

Após a identificação das classes os passo seguintes referem-se a mensuração

dos espaços necessários para armazenagem. Iniciou-se com a determinação do

espaço cúbico necessário para armazenar cada grupo de produtos (Vgn). Esta

necessidade é dada pela soma do volume total ocupado por cada iten (Vn) que

pertencem a um determinado grupo.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 78

∑= nn VVg

Para todo produto que pertença ao grupo

Eq. 3

O Vn é determinado pela necessidade máxima de espaço, ou seja, estoque

máximo que um item pode atingir considerando sua demanda (Dn), intervalo de

compra (Cpn) e estoque de segurança (Esn) multiplicado pelo espaço cúbico (vn)

ocupado por cada unidade.

nnn

nn vEs

CpD

V ×⎟⎟⎠

⎞⎜⎜⎝

⎛+= Eq. 4

O volume de cada classe (Vcn) é determinado pela soma do volume de todos

os grupos:

∑= nn VgVc

Para todo grupo que pertença à classe Eq. 5

A necessidade total (Vtn) de espaço do armazém é dada pela soma de todas as

classes

∑= nVcVt Eq. 6

4.4.3 Dimensionamento da capacidade do armazém

O modelo proposto não aborda a definição do tamanho e da disposição dos

corredores no espaço de armazenagem, apenas considera a distribuição dos itens

dentro dos espaços pré-existentes. Deste modo, elaborou-se um conjunto de

equações que realizam a mensuração das dimensões do armazém

Para dimensionar o tamanho do armazém é necessário determinar a

capacidade volumétrica de cada um dos espaços de armazenagem (Ve(i,j)) que serão

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 79

utilizados,. Por determinação da VS a largura de cada espaço (L(i,j))não deve

exceder a três metros.

),(),(),(),( jijijiji CmALVe ××=

Sujeito à:

30 ),( ≤< jiL

0,( ),(), >jiji CmA

Eq. 7

Onde:

A(i,j): Altura do espaço de armazenagem

Cm(i,j): comprimento do espaço de armazenagem

Apenas considera-se que a soma dos Vej deve exceder a Vtn para que todo

produto possa ser alocado em algum espaço de armazenagem.

A capacidade total do armazém (Va) é determinada pela soma dos Vej.

∑= ),( jiVeVa Eq. 8

4.4.4 Determinação da distância de cada corredor

O cálculo da distância de cada um dos corredores em relação a doca de carga

e descarga ou em relação as portas de entrada e saída de mercadorias é

determinado pela média do comprimento do mesmo somado a distância entre a

doca ou porta até o início do mesmo. Este cálculo pode ser empregado tanto para

arranjo físico quadrado, retangular ou L desde que se tenha uma padronização no

posicionamento e nas medidas dos espaços paralelos ao sentido vertical e

horizontal de ocupação. Por exemplo se um espaço medir 4m vertical X 2m

horizontal, é necessário que todos os espaços paralelos a este corredores no

sentido vertical tenham 4m e no sentido horizontal tenham 2m o que não impede

que os demais espaços tenham outras medidas. A formula para o cálculo de

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 80

distância para armazéns que respeitem essa condição é apresentada na Erro! Fonte de referência não encontrada.

( ) ( ) ( ) ( )2

11 ,(),(),(),(),(),(

jijijijijiji

CmPvClCmPhClLaDist +−×++−×++=

Eq. 9

Onde:

a = distância até o ponto inicial;

Cl = Largura do corredor de movimentação;

Ph(i,j) = Posição horizontal do corredor em relação a porta;

Pv(i,j) = Posição vertical do corredor em relação a porta;

As posições Ph(i,j) e Pv(i,j) iniciam-se em “1” para o espaço mais próximo da

porta de saída de mercadorias e soma-se “1” a cada vez que dista uma posição em

relação a porta tanto para direita, quanto para esquerda e para traz semelhante a

uma matriz.

Caso não exista padronização na distribuição dos espaços se faz necessários

medir cada uma das distâncias (a) até atingir o espaço e a média de distância do

espaço como apresentado na Eq. 10:

2j

j

CmaDist += Eq. 10

Considerou-se a porta de saída para a loja como marco inicial uma vez que é

por este ponto que são realizadas as movimentações entre os estoques e a área de

vendas.

4.4.5 Ocupação dos corredores

Para decidir a ocupação dos espaços de armazenagem pelas diferentes

classes verificou-se primeiro, se hávia diferença significativa entre os diversos

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 81

meses do ano na distribuição das vendas dos grupos de produtos. A partir dos

dados coletados para experimentação observou-se que o comportamento da

proporção percentual das vendas em cada uma dos 13 meses e no total do período

é bastante similar como pode ser verificado no Gráfico 01. A partir desta constatação

adotou-se a definição da distribuição apenas uma única vez sem a necessidade de

considerar sazonalidades significativas.

Distribuição das vendas

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

out/0

7no

v/07

dez/0

7jan

/08fev

/08

mar/08

abr/0

8

mai/08

jun/08

jul/08

ago/0

8se

t/08

out/0

8

TOTAL

Mês

%

Classe 01 Classe 02 Classe 03 Classe 04 Classe 05

Gráfico 1: Distribuição da proporção de vendas entre as classes

A ocupação dos corredores deve prezar pela menor distância a ser percorrida

para atendimento da demanda dos itens. Uma vez que, não se tem as informações

sobre o número de viagens realizadas e a quantidade de unidades transportada em

média de cada vez, considera-se a realização de uma viagem para cada item a ser

movimentado dentro do armazém. Assim temos a atribuição determinada

primeiramente pelo cálculo da demanda média, ou seja, número médio de viagens

(Bn) para cada espaço de cada grupo de itens definida pela seguinte equação:

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 82

1int +⎟⎟⎟

⎜⎜⎜

⎛=

∑N

VeVc

DB

j

n

nn

Eq. 11

Onde:

N = Número total de espaços de armazenagem existentes.

Na Erro! Fonte de referência não encontrada. é considerado em seu

denominador o número de espaços que serão ocupados pelo total da demanda da

classe analisada. Assim, obtêm-se a demanda média de cada um dos espaços

ocupados pelas classes. Neste sentido, a equação considera que itens que ocupam

um volume maior são buscados menos vezes em seus espaços e, portanto teriam Bn

menor para cada corredor o que implica em menor índice de movimentação apesar

de ocupação volumétrica maior.

Portanto o ordenamento da atribuição de alocação de itens a cada um dos

espaços de armazenagem está baseada na média de demanda em relação a média

de volumes destes espaços. O grupo que obtiver o maior Bn é alocado primeiro no

espaço que tem a menor distância em relação a porta de entrada e saída e na

seqüência são ocupados outros corredores até que a soma do volume da classe

seja menor que a soma dos volumes dos corredores designados para a mesma.

O algoritmo que define a ocupação é escrito da seguinte forma:

Algoritmo 9: Designação de ocupação de espaço de armazenagem pela classe no armazém Inicio Variáveis: Classe 1, Classe 2, Classe 3, Classe 4, Classe 5; Posição(i.j), Bn; Distj; Livre; RESTRIÇÃO DE POSICIONAMENTO NAS BORDAS Identificar todas as posições que compõe as bordas do armazém; Ordenar até fechar um círcuito; Aplicar para o circuito: Para todo P(i,j) = 1 11),(),( ≤−∑ −JIJI PosiçãoPosição PASSO 01 Inicio Ordenar Classes por Bn decrescente; Criar Matriz de Espaços de armazenagem; Criar lista de Posição Livre com (Livre = 1);

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 4 – Modelagem 83

Alocar todas as posições (i,j) por ordem crescente de Distj; Continua... ...Continuação Fim PASSO 2 Inicio Encontrar Posição (i,j) de menor distância; Alocar Classe com maior Bn; Atribuir (Livre = 0) para Posição (i,j) Atualizar lista de posições livres para retirar Posição (i,,j) da lista de Posição livre; Fim PASSO 3 Se ∑≥ então

njijin PosiçãoVeVc ),(),( *

Executar passo 4 Senão Executar passo 6 Fim se PASSO 4 Inicio Encontrar posição, presente na lista de Posições Livres que esteja em paralelo vertical ou horizontalmente a qualquer posição já alocada para a classe; Identificar posição de menor distância; Alocar Classe na Posição (i,j) de menor distância; Atribuir (Livre = 0) para Posição (i,j) Verificar Restrição de Posicionamento nas Bordas Se Restrição de Posicionamento nas Bordas for atendida então Atualizar lista de posições livres para retirar Posição (i,,j) da lista de Posição livre; Senão Executar PASSO 5 Fim se Fim PASSO 5 Inicio Desalocar classe; Atribuir (Livre = 1) para Posição (i,j); Não considerar a posição já testada; Repetir Passo 4 Fim PASSO 6 Inicio Repetir passo 2 e 3 para todas as classes por ordem decrescente de Bn. Fim Fim

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Capítulo 4 – Modelagem 84

4.4.6 Distribuição dos grupos dentro dos espaços pertencentes as Classes

A alocação de cada um dos grupos é dada pela decisão por programação

linear com o objetivo de minimizar a distância total percorrida. A solução é realizada

para cada uma das classes considerando apenas os espaços designados a estas.

Assim, são aceitos grupos diferentes em cada espaço desde que pertençam a

mesma classe.

∑= jnji DistDRMin ),(

Sujeito à:

jj VgR ≥∑ )( i∀

ji VeR ≤∑ )( j∀

Eq. 12

Onde:

R(i,j): volume cúbico do grupo designado a ocupar a posição (i,j).

A primeira restrição exige que sejam alocados o volume total de todos os

grupos nos espaços designados. A segunda impede que seja designado volume

maior que a capacidade volumétrica máxima do espaço de armazenagem.

Nos casos em que itens de grupos diferentes são alocados em um mesmo

espaço o grupo que obtiver o maior Bn será alocado na extremidade que possui a

menor distância em relação a porta de saídas de mercadorias conforme descrito no

algoritmo abaixo:

Algoritmo 10: Posicionamento dos grupos que ocupam um mesmo espaço de armazenagem Início Se Grupos alocados em um espaço > 1 então Ler BBn de todos os grupos pertencentes a Classe analisada; Ordenar classes por Bn decrescente; Alocar grupo 1; ... Alocar grupo n Senão Alocar grupo Fim se Fim

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Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 85

5 TESTES COM DADOS EXPERIMENTAIS

Foram realizados testes experimentais com os dados de 8.226 coletados em

um supermercado. Com estes experimentos buscou-se analisar se os critérios

empregados para classificação dos itens e a metodologia, ou seja, se a forma como

é conduzida a designação de cada um dos itens consegue atender aos requisitos

exigidos pelas normas de VS e proporcionar facilidades a área de armazenagem do

setor supermercadista. Quanto as análises aplicadas a formação do arranjo físico

buscou-se considerar a adequada distribuição e o atendimento do objetivo de

minimizar as distancias de movimentação. Também analisou-se a aplicação da

heurística para entender suas limitações.

5.1 Classificação dos Itens

Alguns critérios tiveram de ser estabelecidos para assegurar a classificação

adequada dos itens. Observou-se duas condições de dificuldade na classificação

dos cosméticos de higiene. A primeira delas refere-se as loções, principalmente as

pós-barba, devido ao fato de possuírem substâncias odorizantes em sua

composição. No entanto, foram considerados cosméticos de higiene uma vez que,

sua função principal é fazer a limpeza da pele após barbear. O critério empregado

para não classificá-lo no grupo de Cosméticos de odorização refere as normas

sanitárias que define os itens desse grupo como de uso exclusivo para odorização.

Produtos como algodão, cotonetes e outras utilidades como chupetas, fraldas,

escovas de dente e aparelhos de barbear também geraram conflito durante a

classificação. Considerou-se que os produtos ou instrumentos que são utilizados

como itens de higiene pessoal e não passam por processo de higienização ou

esterilização antes do uso são considerados cosméticos de higiene. Caso possam

ser lavados, esterilizados ou higienizados de qualquer maneira são alocados, dentro

do armazém como Diversos e divididos dentro deste grupo de acordo com o risco

que apresentam para os produtos do grupo de alimentos.

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Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 86

As embalagens comercializadas por supermercados são alocadas junto ao

grupo de Diversos uma vez que não apresentam nenhuma das característica que as

designam para os grupos anteriores. O único produto que teve de ser realocado

dentro do processo de classificação foi o ovo in natura. O ovo de qualquer origem,

comercializado em estado natural não refere-se a produto considerado fruta, legume

ou verdura mas, na prática é mantido junto destes. Utilizando-se a metodologia de

classificação proposta estaria designado para o grupo de Alimentos líquidos ou

pastosos. Uma vez que sua armazenagem é realizada junto aos FLV optou-se por

realocá-lo neste grupo.

Para que não ocorram dúvidas é necessário que o classificador tenha

conhecimentos dos termos técnicos e dos conceitos operacionais de supermercados

evitando equívocos nas respostas que determinam a classificação dos itens

Realizou-se uma análise qualitativa para todos os itens após a classificação.

Optou-se por manter todos, exceto o ovo in natura, dentro dos grupos em que foram

classificados pois, não foram encontradas irregularidades quanto exigências

sanitárias.

As quantidades de itens alocadas em cada um dos grupos e alguns exemplos

dos mesmos são destacados na Tabela 1.

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Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 87

Tabela 1: Grupos compostos la classificação pe

%

da

Dem

anda

Gru

po

Nº.

de

Itens

% n

º. de

Ite

ns

Tota

l da

de

man

da

Exem

plo

s

Alimento bebida - caixa ou fardo

343 4,2% 180.982 2,7% Agua mineral, achocolatado líquido tetrapak, vodka, suco líquido, vinho.

Alimento bebida – metal 47 0,6% 258.720 3,9% Refrigenrante lata, suco em lata, cerveja lata.

Alimento bebida – PET 72 0,9% 161.825 2,5% Agua mineral de 2litros, refrigerante 2litros.

Alimento bebida – retornável

21 0,3% 40.058 0,6% Cerveja garrafa, refrigerante garrafa.

Alimento pastoso 598 7,3% 574.924 8,7% Pêssego em calda, sadinha, molho de mostarda, extrato de tomate, vinagre.

Alimento sólido armazenado em bloco

74 0,9% 317.706 4,8% Sal, farinha de trigo, açúcar refinado, arroz.

Alimento sólido armazenado em prateleira

2397 29,1% 1.876.318 28,5% Achocolatado em pó, aveia em flocos, café, biscoito, balas, tempero em pó.

Alimento carne defumada

25 0,3% 25.098 0,4% Bacon, linguiça, costelinha crua.

Alimento congelado 152 1,8% 257.563 3,9% Almondega, empanado, hamburguer, lasanha congelada, torta congelada.

Alimento resfriado carne in natura

116 1,4% 389.944 5,9% Carne bovina, carne suina, peixe.

Alimento Resfriado FLV

21 0,3% 107.676 1,6% Acelga, rúcula, alface, brocoli.

Alimento resfriado líquido ou pastoso

357 4,3% 249.781 3,8% Leite fermentado, iogurte, sobremesa resfriada, requeijão, patê, flan.

Alimento resfriado sólido 167 2,0% 134.562 2,0% Apresuntado, manteiga, massa resfriada para lasanha, salsicha.

Alimento FLV 106 1,3% 993.503 15,1% Abacate, abacaxi, laranja, pera, maça, beterraba, cenoura.

Cosmético de embelezamento

441 5,4% 13.267 0,2% Baton, tintura para cabelo, esmalte, crème hidratante, bronzeador.

Cosmético de higiene líquido ou pastoso

539 6,6% 89.702 1,4% Acetona, crème dental, condicionador, shampoo, solução oral.

Cosmético de higiene sólido

320 3,9% 274.353 4,2% Absorvente, papel higienico, sabonete, cotonete.

Cosmético de odorização 171 2,1% 8.857 0,1% Aromatizante, desodorante, perfume, talco.

Diversos de Risco 2 71 0,9% 17.144 0,3% Pilha e bateria, Shampoo para cão, tinta guache, corante.

Saneante Líquido 477 5,8% 168.951 2,6% Alcool, alvejante, amaciante, cera líquida, repelente, querosene.

Saneante sólido 155 1,9% 117.117 1,8% Sapólio, pedra sanitária, detergente em pó, fertilizante de jardim.

Derivado de tabaco 32 0,4% 11.612 0,2% Cigarro e fumo em pacote.

Diversos de Risco 0 1319 16,0% 219.342 3,3% Vassoura, utilidades de alumínios, aparelhos de barbear, cadernos.

Diversos de Risco 1 205 2,5% 93.923 1,4% Ração, vela, carvão, fósforo.

TOTAL 8.226 6.582.928

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Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 88

Observa-se que em relação a variedade de itens ou seja, o número de itens

pertencentes a um mesmo grupo, Alimentos sólidos armazenados em prateleira

representam a maior parcela com 29,1% seguidos de Alimento Pastoso com 7,3%

que é armazenado em mesma condição de temperatura e geralmente com uso de

um mesmo equipamento de armazenagem. Este percentual é explicada pela grande

variedade de marcas, sabores, tamanhos de embalagem que um item pode ter para

ser comercializado pelos supermercados. Como observado estes itens podem

ocupar espaço comum desde que respeitada disposição dos sólidos acima dos itens

considerados pastosos ou líquidos.

Considerando a demanda de movimentação destaca-se que os Alimentos

sólidos armazenados em blocos apresentam uma grande quantidade demandada

em relação ao percentual do número de itens presentes neste grupo. Este fato

ocorre porque os itens são alimentos básico como arroz, açúcar, farinha de trigo que

tem pouca variação de tamanho de embalagem ou marca mas, fazem parte da lista

de compras mensal da maioria dos clientes de supermercados.

5.2 Definição de arranjo físico

Nesta etapa buscou-se a alocação dos produtos de maneira a proporcionar a

redução das distâncias percorridas. O formato do arranjo físico, a disposição dos

espaços de armazenagem e o dimensionamento dos mesmos não são definidos

pelo modelo proposto. Como observado nas Erro! Fonte de referência não encontrada. e Erro! Fonte de referência não encontrada. o modelo apenas aufere

o volume dos espaços disponíveis no armazém, sem, no entanto, preocupar-se em

defini-los ou alterá-los para uma dimensão que proporcione melhores resultados.

Trabalhou-se nas experimentações com os três modelos de arranjos físicos

definidos na metodologia desta pesquisa.

A formação do arranjo físico tem como passo inicial identificar o nível

de movimentação e o espaço cúbico demandado por cada grupo e classe. A partir

dos dados amostrais e do uso dos Algoritmo 1 a Algoritmo 7 estabeleceu-se os

grupos e aplicando-se o Algoritmo 8 definiu-se as classes de armazenagem.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 89

Com a utilização das Erro! Fonte de referência não encontrada., Erro! Fonte de referência não encontrada., Erro! Fonte de referência não encontrada. e

Erro! Fonte de referência não encontrada. foram determinadas as necessidades

de espaço cúbico para armazenagem. Os resultados da demanda e dos volumes

máximos para cada uma das classes são apresentados na Tabela 2. Tabela 2: Demanda e Volume das Classes de Armazenagem

Classe Demanda Total

(un) Volume Máximo

(m3) Classe 01 3.410.533 448,6 Classe 02 1.164.624 42,5 Classe 03 993.503 30,6 Classe 04 689.391 104,8 Classe 05 324.877 107,6 Total 6.582.928 734,1

O dimensionamento dos espaços de armazenagem e distância destes em

relação a porta de entrada e saída são específicos para cada formato de arranjo

físico e são apresentados nos tópicos específicos.

5.2.1 Arranjo físico retangular padronizado

O primeiro modelo de arranjo físico conta com 20 corredores dispostos na

proporção de 5X4 todos com tamanhos padronizados considerando três metros de

largura, cinco metros de comprimento, três metros e cinqüenta centímetros de altura

máxima de empilhamento, somados os espaços entre as prateleiras quando houver,

e dois metros de largura para os corredores de movimentação.

Aplicou-se as Erro! Fonte de referência não encontrada. e Erro! Fonte de referência não encontrada. para mensuração dos espaços de armazenagem e

Erro! Fonte de referência não encontrada. para o cálculo da distância destes

espaços em relação a porta de saída de mercadorias para a área de vendas. Foi

obtido o valor do índice Bn que determina o ordenamento da alocação das classes

com o uso da Erro! Fonte de referência não encontrada..

As classes foram alocadas seguindo o Algoritmo 9 de designação de

ocupação. Os resultados referentes a disposição das classes nos espaços de

armazenagem do arranjo físico retangular são apresentadas na Figura 7.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 90

Figura 7: Distribuição das classes no arranjo físico retangular

Como pode ser observado as classes de maior Bn, ou seja, com maior índice

de movimentação por corredor estão alocados nos espaços próximos a saída.

Para a disposição dos grupos nos espaços designados para cada uma das

classes foi empregada a Erro! Fonte de referência não encontrada.. As distâncias

de movimentação calculadas para cada uma das classes são apresentadas na

Tabela 3. Tabela 3: Distâncias percorridas no arranjo físico retangular

Distâncias Percorridas

% das distâncias

Classe 01 58.253.656,8 54,8%Classe 04 18.116.449,2 17,0%Classe 03 15.399.296,5 14,5%Classe 05 9.265.384,0 8,7%Classe 02 5.240.808,0 4,9%TOTAL 106.275.594,6 100,0%

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Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 91

Observando a disposição das classes e as distâncias calculadas percebe-se

que a minimização das distâncias considera volume cúbico, quantidade demandada

e número de espaços ocupados. A classe 01 ocupou a maioria dos espaços e tem a

maior demanda de todas as classes por isso obteve 54,8% das distâncias totais

percorridas. No entanto a classe 04 tem uma das menores demanda, mas apresenta

um dos maiores volumes e a ocupação dos corredores distantes da saída para a loja

fez com que obtivesse a segunda maior distancia percorrida.

A classe 02 ficou mais próxima da porta de entrada e saída e ocupa apenas um

espaço de armazenagem o que lhe proporciona menor distância percorrida. No

entanto a ocupação de apenas um espaço não representa menor distância pois a

classe 02 é armazenado em um espaço, próximo da saída para a loja e tem

distância percorrida maior que a classe 05 que apresenta 3 espaços

5.2.2 Arranjo físico em L padronizado

As etapas de mensuração e alocação foram repetidas para este formato de

arranjo físico. Este arranjo físico possui todos os espaços de armazenagem do

mesmo tamanho dispostos em local com formato de L. Os espaços possuem três

metros de largura, sete metros de comprimento, três metros e cinqüenta centímetros

de altura. Os corredores possuem um metro e meio largura. A disposição formou

dois retângulos. O primeiro formado com dimensões de 5X2, com cinco espaços de

armazenagem dispostos em paralelo em relação ao seu comprimento por dois

espaços dispostos em paralelo em relação a sua largura, somando 10 espaços.

Outros quatro espaços formaram outro retângulo dispostos no formato 2X2 tendo

dois espaços dispostos em paralelo em relação a sua largura e dois espaços

dispostos em paralelo em relação ao seu comprimento. Totalizou 14 espaços.

Aplicando-se o Algoritmo 9 obteve-se a disposição apresentada na figura 08.

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Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 92

Figura 8: Distribuição das classes no arranjo físico em L

Uma das dificuldades encontradas durante a aplicação do algoritmo refere-se a

restrição de disposição das classes nos espaços que formam as arestas do

armazém. A alocação do segundo corredor deveria ser na posição 2.2. No entanto

devido a restrição de interrupção dos corredores de arestas este corredor foi

ocupado somente na sexta alocação. Esta restrição fez com que, os alimentos

ocupassem corredores mais distantes do que outros disponíveis. Mas impediu que

as classes subseqüentes fossem alocada em espaços distantes um dos outros.

A partir da alocação e da aplicação da equação 10 foram obtidos os resultados

apresentados na Tabela 4, quanto às distâncias totais percorridas.

Tabela 4: Distâncias percorridas no arranjo físico em L

Distância percorrida

% da distância

Classe 01 76.530.993,8 63,5%Classe 03 18.379.805,5 15,2%Classe 04 10.754.620,2 8,9%Classe 05 8.479.679,4 7,0%Classe 02 6.405.432,0 5,3%TOTAL 120.550.530,9 100,0%

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Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 93

Este segundo formato de arranjo físico apresentou uma distancia total a ser

percorrida maior que no primeiro formato experimentado. Atribui-se a disposição dos

itens da classe 01 em corredores de posicionados mais distante do ponto de saída

de mercadorias.

5.2.3 Arranjo físico retangular com corredores despadronizados

O último formato de arranjo físico experimentado é o retangular com espaços

de armazenagem parcialmente despadronizados. Possui a composição 5X4. sendo

que os espaços das posições verticais 1, 2, 4 e 5 apresentam largura de três metros

e o espaço 3 apresenta largura de dois metros. Os espaços das posições horizontais

1 e 4 apresentam comprimento de cinco metros, o espaço de posição horizontal 2

apresenta comprimento de quatro metros e o de posição 3 apresenta comprimento

de três metros. A representação do arranjo físico após a disposição das classes

pode ser visualizada na Figura 9.

Figura 9: Distribuição das classes no arranjo físico retangular irregular

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Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 94

O resultado para as distâncias percorridas, considerando a disposição dos

grupos dentro dos espaços designados para as classes é visualizado na Tabela 5.

Tabela 5: Distâncias percorridas no arranjo físico retangular despadronizado

Distâncias percorridas

% das distâncias

Classe 01 57.399.886,0 55,2%Classe 02 10.481.616,0 10,1%Classe 03 4.470.763,5 4,3%Classe 04 21.671.868,5 20,8%Classe 05 9.937.234,0 9,6%TOTAL 103.961.368,0 100,0%

Os resultados obtidos foram melhores que os outros dois arranjos físicos

experimentados. Em comparação com o arranjo físico retangular o arranjo físico

retangular irregular tem o mesmo número de espaços, no entanto, alguns deles

apresentam área reduzida o que proporciona menores sobras em função da

alocação. Este melhor aproveitamento dos espaços impactou em diminuição das

movimentações.

Como pode ser visualizado na Figura 7 há quatro corredores mais afastados da

saída de mercadorias que não são ocupados enquanto que no arranjo físico

retangular (Figura 9) todos os corredores são ocupados.

5.2.4 Comparações com alocação por demanda e volume

Testes foram realizados para alocação dos itens nos espaços de

armazenagem utilizando, em substituição ao índice Bn, a demanda e o volume

cúbico que ocupam como critério de ordenamento. Os resultados da comparação

são apresentados abaixo, na tabela 06.

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Capítulo 5 – Testes com dados experimentais 95

Tabela 6: Comparação das distâncias no arranjo físico retangular Ordenado por Bn Ordenado por Demanda Ordenado por Volume

Classe

Com restrições Com restrições % Com restrições % Classe 01 58.253.656,8 44.576.718,6 44.576.718,6 Classe 02 5.240.808,0 26.204.040,0 38.432.592,0 Classe 03 8.941.527,0 23.844.072,0 26.327.829,5 Classe 04 18.116.449,2 18.116.449,2 17.771.753,7 Classe 05 9.265.384,0 9.265.384,0 7.617.894,2

Ret

angu

lar

padr

oniz

ado

TOTAL 99.817.825,1 122.006.663,8 122,23% 134.726.788,0 134,97%

Classe 01 76.530.993,8 47.161.310,1 47.161.310,1 Classe 02 6.405.432,0 36.103.344,0 26.786.352,0 Classe 03 9.935.030,0 31.792.096,0 18.379.805,5 Classe 04 10.754.620,2 16.614.443,7 19.716.703,2 Classe 05 8.479.679,4 6.855.294,4 10.518.576,9

L pa

dron

izad

o

TOTAL 112.105.755,4 138.526.488,2 123,57% 122.562.747,8 109,22%

Classe 01 57.399.886,0 43.126.516,2 Classe 02 10.481.616,0 27.950.976,0 Classe 03 4.470.763,5 27.321.332,5 Classe 04 21.671.868,5 22.117.729,2 Classe 05 9.937.234,0 9.937.234,0

Ret

angu

lar

irreg

ular

TOTAL 103.961.368,0 130.453.787,8 125,48%

Para arranjo físico retangular com espaços irregulares não se pode obter

valores de comparação em relação a alocação por volume porque o número de

corredores não foi suficiente para considerar a alocação de todas as classes sempre

em espaços separados. Alguns espaços de armazenagem ficaram com lotação

bastante reduzida, mas devido a necessidade de separação das classes não

puderam receber itens de outras classes. Isto apresenta-se como uma limitação do

modelo. O dimensionamento adequado dos corredores poderia determinar uma

melhor ocupação dos espaços dentro do armazém.

Observa-se que o índice de movimentação total apresenta melhores resultados

para ordenamento por Bn quando comparado com o ordenamento por demanda ou

por volume. A relação de volume cúbico e quantidade demandada gera uma melhor

distribuição dos itens considerando a maneira como serão calculadas as distâncias,

ou seja, considera a média de movimentação para cada espaço de armazenagem e

não apenas a demanda ou volume total da classe.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 6 – Considerações Finais 96

6 CONCLUSÕES

A pesquisa dividiu-se em duas etapas distintas. A primeira de definição da

metodologia de classificação alcançou resultados satisfatórios quanto a divisão dos

itens em grupos respeitando as exigências sanitárias e considerando aspectos

operacionais do setor supermercadista. A segunda etapa de definição de posição

dos itens em diferentes tipos de arranjos físicos também atendeu seu objetivo. O

modelo considera uma distribuição adequada da proporção de movimentação por

espaço de armazenagem como fator determinante no ordenamento das classes para

designação de suas posições.

O primeiro objetivo específico, que trata do estabelecimento de critérios para a

divisão dos produtos em grupos, foi alcançado através da formação da hierarquia de

classificação. A hierarquia baseou-se nas normas sanitárias brasileiras e em

conceitos operacionais do setor supermercadista. Observou-se, durante o processo

de levantamento teórico que as principais diretrizes seguidas pelo SNVS atendem a

recomendações do Comitê da Codex Alimentarius. Também, foram empregados

diversas regras que, além de constar em leis ou normas, são de conhecimento

comum, como a separação de produtos de limpeza dos alimentos durante o

processo de armazenagem. Os critérios empregados visam garantir a qualidade dos

produtos comercializados pelo ramo e a facilidade da execução das atividades de

movimentação e estocagem.

O atendimento das normas pelo modelo de classificação foi analisado

qualitativamente e constatou-se que nenhuma delas foram infringidas. Todas as

separações foram realizadas para evitar contatos de produtos que não possam estar

próximos e no mínimo foi garantida a separação dos itens por tipo ou gênero que é

uma das exigências específicas do SNVS .

Quanto ao segundo objetivo, que trata de definição da heurística de

classificação, esta foi considerada satisfatória uma vez que, apenas um um item teve

de ser realocado para atender a melhoria da eficiência operacional e as normas do

SNVS: o ovo in natura. Houve a necessidade de estabelecimento de critérios dentro

do grupo de cosméticos de higiene. Os produtos comercializados pelos

supermercados para higienização humana que não passam por nenhum processo

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 6 – Considerações Finais 97

de esterilização ou higienização antes do uso foram classificados como cosméticos

de higiene destacando-se como exemplo o fio dental. Os produtos que podem

passar por algum processo de higienização foram classificados como Diversos de

Risco 0 tendo como exemplo a escova dental.

A elaboração das perguntas procurou respeitar uma linguagem simples e

objetiva. A linguagem simples proporciona facilidade de uso do modelo para

qualquer funcionário que tenha conhecimentos básicos sobre os produtos

comercializados pelo setor. As respostas para as perguntas podem ser encontradas,

na sua maioria, na descrição, na aparência ou na destinação de uso dos produtos.

Poucos critérios, como a armazenagem de FLVs em ambiente refrigerado,

apresentam dificuldades em sua avaliação, pois estão atrelados ao clima da região

onde o supermercado está instalado.

Os aspectos de operacionalização referem-se principalmente a critérios

utilizados para separação dos tipos de bebidas comercializados pelo ramo e o tipo

de empilhamento empregado para alimentos sólidos. Estes critérios foram

empregados pois estes produtos tem sistemas de armazenagem distintos que

facilitam sua operacionalização e o aproveitamento dos espaços de armazenagem.

Estas considerações foram empregadas na heurística para obtenção de melhores

resultados no passo seguinte que trata da designação de posição para os itens no

arranjo físico do armazém.

A codificação binária dos grupos proporciona facilidade de implementação

computacional para o modelo. Lembra-se que a classificação do item é realizada

apenas uma vez para todos os produtos do supermercado e será realizada para

todo novo item quando um novo código de barras é cadastrado no sistema de

controle de estoques da loja. Sempre que houver mudanças no formato do arranjo

físico repetem-se apenas as etapas heurísticas de designação de posição dentro do

armazém.

O terceiro objetivo específico aborda a definição do modelo de designação de

posição para os itens dentro do armazém. Para atribuição dos itens a um espaços

de armazenagem em que se respeitem as condições impostas pela legislação

sanitária e para garantia da qualidade dos produtos realizou-se a divisão dos

mesmos em classes nas quais são alocados em conjunto grupos que podem ser

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 6 – Considerações Finais 98

armazenados próximos. A maioria das classes considerou aspectos legais para sua

formação. A classe 02 onde estão alocados todos os itens de armazenagem em

temperatura controlada teve sua formação baseada em conceitos operacionais. A

junção dos grupos na classe 2 foi motivada pela facilidade de construção dos

espaços refrigerados quando próximos uns dos outros. Isso implica em redução de

investimentos iniciais e destaca-se como um ponto positivo na heurística proposta.

Outro ponto positivo refere-se a proximidade de itens similares que faz com

que sejam localizados facilmente pelos colaboradores. A proposição de arranjo físico

por posição fixa proporciona aprendizado mais rápido da localização do produto e

ajuda a evitar negligencias quanto ao prazo de validade dos produtos,

principalmente em razão do grande volume de itens comercializados.

Também destaca-se a utilização da proporção entre volume e demanda para

determinação dos espaços. A alocação considerando este índice reduz a distância

total percorrida uma vez que, impede que itens de grande demanda por metro

cúbico ocupem espaços mais distantes da saída de mercadorias para a loja.

A pesquisa apresentou resultados satisfatórios para a classificação e alocação

dos itens nos armazéns do ramo supermercadista. O modelo obtém uma designação

de posicionamento dos itens adequada, respeitando as restrições de armazenagem

impostas pela legislação sanitária. Mais do que apenas o cumprimento da legislação

o modelo consegue proporcionar garantia da qualidade dos produtos

comercializados pelo ramo supermercadista garantindo a segurança da saúde do

consumidor.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

Capítulo 7 – Sugestões para trabalhos futuros 99

7 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como sugestões para trabalhos futuros são destacados:

• Investigação para utilização de programação linear para determinação das

posições dos itens dentro do armazém;

• Considerações do posicionamento vertical dos itens no modelo proposto;

• Formação de subgrupos de produtos e designação de posição para os

mesmos;

• Investigação de método para mensuração de espaços (corredores) ideais para

armazenagem.

PPGEP – Produção e Manutenção (2009)

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