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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Caroline Pereira Duarte PREVALÊNCIA DE MASTITE E ELABORAÇÃO DE BACTERINA CONTRA Staphylococcus aureus EM UM REBANHO LEITEIRO DA REGIÃO SUL DO PARANÁ CURITIBA 2011

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Caroline Pereira Duarte

PREVALÊNCIA DE MASTITE E ELABORAÇÃO DE BACTERINA

CONTRA Staphylococcus aureus EM UM REBANHO LEITEIRO DA

REGIÃO SUL DO PARANÁ

CURITIBA

2011

15

PREVALÊNCIA DE MASTITE E ELABORAÇÃO DE BACTERINA

CONTRA Staphylococcus aureus EM UM REBANHO LEITEIRO DA

REGIÃO SUL DO PARANÁ

CURITIBA

2011

Caroline Pereira Duarte

PREVALÊNCIA DE MASTITE E ELABORAÇÃO DE BACTERINA

CONTRA Staphylococcus aureus EM UM REBANHO LEITEIRO DA

REGIÃO SUL DO PARANÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná para a obtenção do grau de Médico Veterinário.

Orientadora: Elza Maria Galvão Ciffoni.

Curitiba

2011

TERMO DE APROVAÇÃO

Caroline Pereira Duarte

PREVALÊNCIA DE MASTITE E ELABORAÇÃO DE BACTERINA

CONTRA Staphylococcus aureus EM UM REBANHO LEITEIRO DA

REGIÃO SUL DO PARANÁ

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a obtenção do

título de graduação de Médico Veterinário no Curso de Medicina Veterinária da

Universidade Tuiuti do Paraná

Curitiba, 08 de dezembro de 2011

_______________________________________________

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Profa. MSc. Elza Maria Galvão Ciffoni.

Prof.MSc. Manoel Lucas Javorouski

Prof. Dr. Uriel Vinícius Cotarelli Andrade

AGRADECIMENTOS

A Deus, por todas as bênçãos e pelo dom de amar, proteger e cuidar dos

animais.

Aos meus pais Nilso e Vera pela dedicação e oportunidade de me ajudar a

realizar o meu sonho, por todo apoio, paciência e conselhos durante esses cinco

anos. Aos meus irmãos Carlos Eduardo e Cristiane e a todos que sempre

acreditaram e apoiaram a minha profissão. Muito obrigada.

Ao Luiz Felipe que me acompanhou nessa trajetória e esteve ao meu lado

nas horas alegres e tristes. Você foi meu porto seguro durante todo esse tempo, e

se mostrou tão apaixonado pelos animais quanto eu.

Aos meus colegas de turma por todos esses anos de muito estudo,

dedicação, dificuldades, risadas. Agradeço especialmente minhas amigas

Lilliam, Diana e Lys pela amizade verdadeira e companheirismo, foi uma longa

caminhada até aqui, mas podemos nos orgulhar de cada passo, cada hora de

estudo, e cada momento de diversão que tivemos juntas. À minha amiga

Janaínapor todos os conselhos e pela grande amizade construída durante o

período de estagio curricular. Guardarei tudo como lembrança dos melhores

anos da minha vida. Amo todos vocês.

Agradeço a Dra. Kátia pela confiança, oportunidade e paciência de me

ensinar tudo o que sabe. Todos esses anos na ZooMed me fizeram aprender

muito e me tornaram uma pessoa preparada para exercer minha profissão.

A todos os meus mestres por serem essenciais na minha formação e por

todo conhecimento compartilhado durante a graduação. É por vocês que hoje eu

me torno Médica Veterinária. Muito obrigada, especialmente ao Professor

WeligtonHartmann e a ProfessoraElza Maria Galvão Ciffoni, Uriel Vinícius

Cotarelli Andrade, vocês foram maravilhosos!

Aos animais por serem obras lindas de Deus, razão de todo meu estudo e

dedicação!

LISTA DE ABREVIATURAS

AD- Anterior direito

AE- Anterior esquerdo

AMO- Amoxicilina

APCBRH- Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa

BHI- Brain Heart Infusion

CMT- CaliforniaMastitis Test

CCS- Contagem de Células Somáticas

CTB- Contagem Total de Bactérias

ECC- Escore corporal

EST- Estreptomicina

ENO- Enrofloxacina

FPS- Fazenda Pé da Serra

HV- Hospital Veterinário

IgA- Imunoglobulina A

IgG- Imunoglobulina G

15

IgM- Imunoglobulina M

mL- mililitros

m²- metro quadrado

OPG- Ovos por grama

PD- Posterior direito

PE- Posterior esquerdo

PEN- Penicilina

TET- Tetraciclina

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Ordenhadeira mecanizada do tipo espinha de peixe 2 x 6 localizada na sala de ordenha da FPS-UTP

18

Figura 2. Sala de ordenha equipada com tanque resfriador para armazenar o leite proveniente da ordenha mecanizada

18

Figura 3. Baias de internamento, borregos e tronco de contenção do HV-UTP

20

Figura 4. Baias de internamento do HV-UTP

20

Figura 5. Realização dopré-dipping antes da colheita das amostras

45

Figura 6. Coleta das amostras para microbiologia 46

Figura 7. Frascos plásticos contendo as amostras de leite; placas de Petri para semeadura

47

Figura 8. Semeadura em Placa contendo Agar Mueller Hinton

47

Figura 9. Frascos identificados contendo BHI 48

Figura 10. Frascos de BHI semeados com colônias 48

15

Figura 11. Coloração de Gram em lâminas 49

Figura 12. Frasco Erlenmeyer com a mistura de caldos BHI 50

Figura 13. Dois tubos com caldo Thioglicolato; dois tubos com caldo Sabouraud

52

Figura 14. Placas contendo Agar Sangue de carneiro e Agar Manitol; frasco com bacterina

53

Figura 15. Cobaias utilizadas para teste da vacina. Inoculadas 0,3mL de vacina em três animais e 0,2mL de vacina em outros três animais

53

Figura 16. Realização do CMT antes da segunda aplicação da vacina

54

Figura 17. Resultado do CMT e observação de reação gelatinosa indicado três cruzes

55

Figura 18. Preparação da vaca e de 3,0mL vacina para ser aplicado via subcutânea

55

Figura 19. Aplicação de 3,0mL da vacina no subcutâneo

próximo ao úbere

56

Figura 20. Antibiograma e formação de halos como reação aos

princípios ativos

58

Figura 21. Staphylococcus aureus 58

Figura 22. Staphylococcus aureus (amarelo-ouro); Staphylococcusspp (vermelho)

60

Figura 23. Sensibilidade de Staphylococcus aureus aos

antibióticos testados

61

Figura 24. Caldo Thioglicolato apresentando turgidez devido ao crescimento bacteriano

63

Figura 25. Crescimento bacteriano no primeiro teste de sensibilidade em placa

64

Figura 26. Segundo teste de pureza confiável, sem crescimento bacteriano

64

Figura 27. Caldo Thioglicolato translúcido sem crescimento

bacteriano

65

Figura 28. Caldo Sabouraud sem crescimento bacteriano 65

Figura 29. Vacina pronta com 25mL de Hidróxido de alumínio

como adjuvante vacinal

66

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Casuística de Clínica Médica e Cirúrgica de Bovinos no HV-UTP no período de 08 de agosto a 08 de outubro de 2011

21

Tabela 2. Casuística de Clínica Médica de Ovinos no HV-UTP no período de 08 de agosto a 08 de outubro de 2011

22

Tabela 3. Casuística de Clínica Médica de Equinos no HV-UTP no período de 08 de agosto a 08 de outubro de 2011

22

Tabela 4. Casuística de Clínica Médica e Cães no HV-UTP no período de 08 de agosto a 08 de outubro de 2011

22

Tabela 5. Exames clínicos e patológicos realizados nos laboratórios do HV-UTP no período de 08 de agosto a 08 de outubro de 2011

23

Tabela 6. Leitura das reações das placas em testes de CMT e relação com CCS

57

Tabela 7. Classificação quanto a resistência do microrganismo frente aos antibióticos

59

Tabela 8. Identificação do patógeno isolado de mastite bovina do rebanho de animais da FPS-UTP

62

Tabela 9. Resultado do CMT antes da primeira aplicação davacina

67

Tabela 10. Resultado CMT antes da segunda aplicação da vacina (Segunda semana)

68

Tabela 11. Resultado CMT depois da terceira aplicação da vacina (Terceira semana)

68

Tabela 12. Resultados obtidos no CMT da primeira e terceira semana do experimento

69

15

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Esquema de vacinação contra E.coli em novilhas 43

SUMÁRIO

1. Apresentação ..........................................................................................16

2. Descrição do local do estágio.......................................................... 17 a 20

3. Descrição das atividades desenvolvidas no estágio........................ 21 a 26

4. Prevalência de mastite e elaboração de bacterina contra Staphyloccocus

aureus em um rebanho leiteiro da região sul do

Paraná................................................................................................... 27 a 70

5. Referências Bibliográficas ............................................................. 70 a 75

6. Conclusão do Estagio............................................................................. 76

RESUMO

O estágio curricular de Caroline Pereira Duarte referente à conclusão do curso

de Medicina Veterinária foi realizado no período de 08 de agosto de 2011 a 08

de outubro de 2011, na Fazenda Pé da Serra pertencente à UniversidadeTuiuti

do Paraná, localizada no município de São José dos Pinhais, estado do Paraná

sob orientação profissional do Professor Dr. Welington Hartmann e orientação

acadêmica da Professora Dra. Elza Maria Galvão Ciffoni. As atividades

desenvolvidas proporcionaram relacionar o aprendizado teórico obtido em sala

de aula com a prática desenvolvida a campo de trabalho, incluindo atendimento

hospitalar, laboratorial, cirúrgico e de manejo de bovinos leiteiros. O estudo

realizado e praticado teve sua ênfase referente à mastite, proporcionando a

realização de exames para identificação do agente infeccioso, tratamento

adequado com antibioticoterapia, elaboração e uso de vacina.

Palavras-chave: TCC, bovinocultura leiteira, mastite, vacina

16

1. APRESENTAÇÃO

O seguinte trabalho descreve as atividades desenvolvidas durante o

Estágio Curricularrealizado no Hospital Veterinário – Fazenda Pé da Serra

pertencente à Universidade Tuiuti do Paraná. O estágio realizou-se no período

de 08 de agosto de 2011 a 08 de outubro de 2011, com carga horária de 450

horas.

Durante esse período foi realizado um estudo sobre mastite bovina,

envolvendo exames, diagnóstico e tratamento das vacas, visando diminuir a

prevalência da doença no rebanho leiteiro da Fazenda Pé da Serra.

17

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

O estágio curricular foi realizado na Fazenda Pé da Serra (FPS-UTP),

localizada na Estrada do Taquaral Queimado em São José dos Pinhais,

pertencente àUniversidade Tuiuti do Paraná, a qual possui o Hospital

Veterinário de Grandes Animais. O estágio foi supervisionado pelo Médico

Veterinário Dr. Welignton Hartmann- Professor de Bovinocultura e Clínica

Médica de Bovinos, e acompanhado pelos Médicos Veterinários

ResidentesLiédge Camila Simioni e Fernando Cella.

Fazenda Pé da Serra

A FPS-UTP tem um rebanho leiteiro de 129 animais entre vacas e

bezerros, sob o manejo semi-intensivo, totalizando 48 vacas em produção, 36

bezerros sendo 14 machos e 22 fêmeas; 22 novilhas a partir de 8 meses de idade.

As vacas em produção são ordenhadas na ordem de novilhas, vacas que não

apresentam CMT alto e vacas mais velhas que apresentam quadro de mastite,

duas vezes ao dia com o sistema de ordenhadeira mecânica do tipo espinha de

peixe 2x6 (fig.1). O leite é armazenado em um tanque resfriador até ser

transportado (fig. 2).

18

Figura 1. Ordenhadeira mecanizada do tipo espinha de peixe 2 x 6

localizada na sala de ordenha da FPS-UTP, 2011

Figura 2. Sala de ordenha equipada com tanque resfriador para armazenar

o leite proveniente da ordenha mecanizada da FPS-UTP, 2011

19

Atualmente, o manejo dos animais é realizado por seis funcionários, cada

um com uma função determinada para o bom funcionamento da rotina.A

Fazenda dispõe de atividades relacionadas a várias áreas da Medicina

Veterinária, sendo inclusos a suinocultura (com 88 leitões, 19 matrizes e dois

cachaços), caprinocultura (com três machos e três fêmeas adultos), ovinocultura

(58 fêmeas adultas, 11 fêmeas jovens, seis machos adultos e 22 borregos),

estrutiocutura (com 17 animais), equideocultura (26 animais entre machos e

fêmeas) e bovinocultura de leite (129 animais entre fêmeas e bezerros).

Hospital Veterinário da Universidade Tuiuti do Paraná (HV-UTP)

O HV-UTP localizado na FPS-UTP tem plantão 24 horas, para

atendimento de pequenos, médios e grandes animais. Conta no corpo clínico

com o trabalho de dois médicos veterinários residentes (Liédge Camila Simioni

e Fernando Cella) e professores do corpo docente do Curso de Medicina

Veterinária da UTP.

São realizados atendimentos internos e externos, inclusive aos produtores

da região, assim como um projeto direcionado a castração dos animais

vinculados à prefeitura do município de Quatro Barras, o qual tem por objetivo

minimizar a população de cães nas ruas e também para facilitar o entendimento

dos proprietários sobre a saúde animal e posse responsável.

20

O HV-UTPconta com uma infra-estrutura de 1.100 m², divididos em áreas

como laboratório clínico e de reprodução, sala de raios-X e ultrassonografia,

centro cirúrgico, baias de internamento, ambulatório de pequenos animais,

quarentena e salas de aula.

Figura 3. Baias de internamento, borregos e tronco de contenção do HV-UTP.

Novembro de 2011

Figura 4. Baias de internamento do HV-UTP

21

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS NO ESTÁGIO

O estágio foi realizado na área de Clinica Médica de Grandes animais

onde foi possível relacionar a teoria com a prática, facilitando o aprendizado e o

conhecimento de todas as espécies e objetivando experiência na profissão.

Foram atendidos 565 casos e exames durante o período. Dentre as atividades,

foram acompanhados 47casos de clínica médica e cirúrgica de bovinos (tab. 1).

Tabela 1. Clínica Médica e Cirúrgica de Bovinos do Rebanho da Fazenda Pé da

Serra, no período de 08 de agosto a 08 de outubro de 2011

TOTAL 47 100%

CLINICA MÉDICAE CIRÚRGICA DE BOVINOS

N de casos Percentual (%)

BEZERROS

Fratura 1 2,1

Hiperreflexia de tendão 1 2,1

Abcesso umbilical em novilha 1 2,1

Babesiose 1 2,1

Miíase umbilical 1 2,1

Pneumonia 1 2,1

Curativo umbilical 1 2,1

Mochaçãoà ferro 8 17

BOVINOS ADULTOS 1 2,1

Ruminorrafia 1 2,1

Descorna cirúrgica 3 6,3

Claudicação 2 4,2

Curativo e medicação descorna 3 6,3

Artrite 1 2,1

Prescrição de antibióticospara vacas com mastite 20 42

Aborto 1 2,1

22

Tabela 2. Clínica Médica de Ovinos da Fazenda Pé da Serra, no período de 08

de agosto a 08 de outubro de 2011

CLÍNICA MÉDICADE OVINOS

N de casos Percentual %

Miíase 1 1,9

Trauma em MPD de borrego 1 1,9

Claudicação 3 1,5

Timpanismo 1 1,9

Avaliação clínica (Famacha/ECC) 92 48,4

TOTAL 98 100%

Tabela 3. Clínica Médica de Equinos no HV-UTP, no período de 08 de agosto a

08 de outubro de 2011

CLÍNICA MÉDICA DE EQUINOS

N de casos Percentual %

Vermifugação/ resenha 26 86,6

Aborto Infeccioso 1 3,33

Óbito 1 3,33

Aborto natural 2 6,6

TOTAL 30 100%

Tabela 4. Clínica Médica e Cirúrgica de Cães no HV-UTP, no período de 08 de

agosto a 08 de outubro de 2011

CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA DE CÃES

N de casos Percentual %

Exerese deHemangiosarcoma 1 3,3

OvárioSalpingoHisterectomia 15 50

Piometra 5 16,6

Orquiectomia 8 26,6

Insuficiência Renal Crônica 1 3,3

TOTAL 30 100%

23

Tabela 5. Exames clínicos e patológicosrealizados nos laboratórios do HV-

UTPno período de 08 de agosto a 8 de outubro de 2011

EXAMES CLINICOS E PATOLÓGICOS

Espécie N de casos Percentual (%)

BOVINOS

Hemograma 2 0,5

RX em bezerro 1 0,2

OPG novilhas 20 5,5

Coleta de sêmen 1 0,2

CMT 20 5,5

OVINOS

Exame andrológico 4 11,1

Hemograma 1 0,2

Citologia vaginal 18 5

OPG 272 75,5

Ultrassonografia 14 3,8

Necropsia borrego 1 0,2

EQUINOS

Necropsia 2 0,5

CÂES

Ultrassonografia 2 0,5

Raio X 2 0,5

TOTAL 360 100%

Dentre as práticas de manejo acompanhadas:

Reprodução de lagomorfos e pesquisas com ovinos apresentadas na X

Semana de Iniciação Científica da UTP:

• Etograma de cordeiros desmamados submetidos ao tratamento

homeopático anti-estresse

VIDA, Janaína J. M.; DUARTE, Caroline; SIMIONI, Liédge C.; CIFFONI, Elza

M.G.

24

Resumo: O presente experimento teve por objetivo a avaliação do uso de

produto homeopático (Camomila CH30 e Ignatia CH30) em cordeiros

desmamados, para avaliar sua ação anti-estresse e sua influência no

comportamento dos cordeiros. Foram utilizados dois grupos de 16 animais

cada, onde um grupo recebeu 10 gramas do produto homeopático por animal,

diluído em água e administrado via oral. O outro grupo recebeu 10 g de

sacarose por animal, diluída em água, administrada da mesma forma. A

administração foi feita uma vez por dia, no período da manhã. Os animais

foram observados três vezes por dia para a realização de um etograma,

durante 30 dias. O resultado observado foi que os animais do grupo 1

permaneceram mais tempo deitados e mais tempo se alimentando, isso como

conseqüência do uso do produto homeopático o qual causou a diminuição do

estresse dos animais e aumentou o hábito ingestivo dos mesmos. Já os

animais do grupo 2 permaneceram mais tempo em pé. Estes não receberam o

produto homeopático e assim não houve a diminuição do estresse.

Palavras-chave: cordeiros, desmame, etograma, homeopatia

25

• Influência do tratamento homeopático anti-estresse no controle parasitário

de cordeiros desmamados

VIDA, Janaína J. M.; DUARTE, Caroline; SIMIONI, Liédge C.; CIFFONI, Elza

M.G.

Resumo: O projeto de pesquisa foi realizado na Fazenda Experimental da

Universidade Tuiuti do Paraná, com o objetivo de avaliar o uso de um produto

homeopático (Camomila CH30 e Ignatia CH30 e sacarose) em cordeiros

desmamados. Esse produto tem ação anti-estresse e como conseqüência exerce

influencia sobre o escore de condição corporal (ECC), peso corporal, índice

FAMACHA e contagem de ovos por grama (opg) de fezes dos animais.Foram

utilizados dois grupos de 16 animais cada, onde um grupo recebeu 10 gramas do

produto homeopático misturado em água e administrado via oral, para cada

animal. O outro grupo recebeu 10 g de sacarose por animal, misturada em água,

que será administrada da mesma forma. A administração foi feita uma vez por

dia, no período da manhã.Os animais foram observados três vezes por dia para

que seja feito um etograma, durante 30 dias. Uma vez por semana foi feita a

pesagem dos cordeiros, avaliação do ECC e índice FAMACHA, e a colheita de

fezes para a contagem de opg. Os dados foram avaliados estatisticamente pelo

método dos Quadrados Mínimos.O projeto foi desenvolvido no período de 1º de

agosto a 1º de setembro de 2011.

Palavras-chave: controle parasitário, cordeiros, desmame, homeopático

26

A seguir, será apresentado na forma de artigo científico o experimento com

mastite bovina: PREVALÊNCIA DE MASTITE E ELABORAÇÃO DE

BACTERINA CONTRA Staphyloccocus aureus EM UM REBANHO

LEITEIRO DA REGIÃO SUL DO PARANÁ.

27

4. PREVALÊNCIA DE MASTITE E ELABORAÇÃO DE

BACTERINA CONTRA Staphyloccous aureus EM UM REANHO

LEITEIRO DA REGIÃO SUL DO PARANÁ

Caroline Pereira Duarte, Welington Hartmann, Uriel Vinícius Cotarelli

Andrade

Resumo: A mastite é uma doença que vem causando um grande impacto tanto

econômico, quanto de criação nos rebanhos leiteiros. É uma doença infecciosa,

facilmente transmitida entre os animais, causada na maioria das vezes por

Staphylococcus aureus. Sua principal forma clínica é de difícil detecção, sendo

necessários, isolar o agente infeccioso e instituir tratamento adequado para o

controle da doença no rebanho. A elaboração e aplicação de 3,0mL da vacina

promoveram o tratamento semanal de vacas lactantes com mastite crônica.

Palavras- chave: doença, mastite, vacas, vacina

INTRODUÇÃO

Dentre todas as doenças, a que tem maior relevância e acomete o gado

leiteiro é a mastite. A mastite é uma infecção da glândula mamária, causada em

sua maior partepela bactéria Staphylococcus aureus, a qual éfacilmente

transmitida dentro de um rebanho. São cocos Gram-positivos, imóveis,

arrumados em cachos de uva (BARBALHO& MORA, 2001).Dentre as fontes

28

mais comuns de infecção está a má higiene do ambiente onde os animais são

mantidos, dos equipamentos de ordenha, das mãos do ordenhador e das lesões

nas tetas das vacas.

A glândula mamária biologicamente é destinada à alimentação do

neonato(PEREIRA NETO, 2010). Mesmo assim, os produtores buscando visar

fins comerciais vêm cada vez mais investindo em melhoramento genético,

buscando maior desempenho da vaca e sua efetiva produtividade de leite.

O Brasil é o sexto maior país produtor de leite, produzindo

aproximadamente 27 bilhões de litros por ano e o alto crescimento nos últimos

anos explica-se pela necessidade de atender a uma demanda interna também

crescente (SEBRAE, 2010).

A mastite vem causando muito impacto econômico para os produtores

pela dificuldade do tratamento, resistência bacteriana, difícil controle e rápida

disseminação, queda na produção de leite, perda de qualidade do leite, perda do

tecido mamário (fibrose), maior custo de produção, descarte prematuro e morte

das vacascomo principais consequênciasda mastite.

A principal forma de mastite é a subclínica, dificilmente observada pelos

produtores devido à ausência de sinais clínicos evidentes. O isolamento

bacteriano é a forma mais rápida de diagnóstico, com bons resultados a fim de

se destinar o melhor tratamento usando antimicrobianos específicos. A produção

de vacinas para mastite tem se tornado uma forma eficaz no tratamento de vacas

29

com casos recidivantes. O seu efeito é mais rápido, sendo necessárias aplicações

semanais para um efetivo controle no rebanhoondepode ser utilizada tanto para

profilaxia quanto para tratamento.

O objetivo deste trabalho foi estabelecer a prevalência de mastite no

rebanho, isolar o agente infeccioso, instituir tratamento com antibióticos

específicos e utilizar a vacina produzida.

REVISÃO DE LITERATURA

A glândula mamária é uma glândula cutânea, evoluída de uma glândula

sudorípara com características comuns: desenvolvimento por meio de

invaginação da ectoderme e epitélio de camada dupla de célulassecretoras

internas e células mioepiteliais externas as quais, por meio de contração,

promovem o fluxo de leite dos alvéolos periféricos para os ductos principais

(ANDREWS et al,.2008). A função da glândula mamária é fornecer ao neonato

imunidade e nutrição.

Segundo a descrição de Andrews et al,.(2008), a glândula mamária da

vaca contém quatro quartos, cada um representando uma glândula mamária

individual drenada por um único teto. As quatro glândulas secretoras são

estruturalmente separadas e funcionam de forma independente, sem fluxo de

leite entre elas. O grande fluxo de sangue e o armazenamento em geral conferem

à glândula mamária lactante um peso de 50 a 60 Kg. A sustentação desse alto

30

peso fica por conta dos ligamentos suspensores de denso tecido fibroso,

inseridos no interior da pelve, e dos tendões da paredeabdominal.Cada teta

possui um canal estreito que se abre dorsalmente em uma cisterna mais larga e

revestida por epitélio de camada dupla. Normalmente, o canal da teta é mantido

fechado pelo esfíncter de tecido muscular liso e tecido elástico circundante.

Os constituintes do leite são sintetizados principalmente a partir de

pequenas moléculas absorvidas do sangue, com provável auxílio de sistemas

transportadores específicos para sua entrada nas células secretoras. O

suprimento sanguíneo propicia não apenas não apenas precursores para a síntese

láctea, mas também substratos para produção de energia necessária para acionar

os mecanismos de síntese. O leite é composto por lactose numa concentração de

aproximadamente (4,8%), gordura (3,2%), sais minerais, água (86%), caseína

representando a proteína (ANDREWS et al.2008).

A imunologia da glândula mamária e do teto pode ser compreendida por dois

tipos de mecanismos: inespecíficos e específicos.

• Inespecífico

Segundo Andrewset al. (2008) e Rebhun (2000), é a primeira linha de defesa

contra a invasão de um patógeno, frequentemente capaz de impedir que vários

microrganismos infecciosos penetrem na glândula mamária. O teto é uma

barreira importante contra infecções, por possuir sua superfície externa em

31

contato com o ambiente. O canal da teta funciona como uma barreira

mecânicacomposta de uma rede de ceratina originada de células superficiais do

epitélio escamoso estratificado e forma uma rede no lúmen, aprisionando e

impedindo que microrganismos invadam a glândula, através de um sistema

defesa químico composto de lipídeos e proteínas antimicrobianas (REBHUN,

2000). Substâncias antimicrobianas no canal do teto participam da defesa da

glândula mamária, entre eles estão os ácidos graxos mirístico, palmitoléico e

linoleico que são insaturados e com alta capacidade de inibição de

microrganismos.

• Específicos

É exercida pela presença de linfócitos, representantes de 1 a 2% da

população de células do leite. Os linfócitos compreendem linfócitos T e

linfócitos B, juntamente com uma população de células linfóides, que não

possuem constantemente marcadores de linfócitos T ou B; na secreção mamária

em período seco a porcentagem de linfócitos B se eleva de forma discreta

(ANDREWS et al.2008).

O leite contém a maior parte das classes de imunoglobulinas em diferentes

teores, que variam durante a lactação. A IgG está presente em maior

concentração, e passa do sangue para o leite por meio de um processo de

transferência seletiva. Durante a inflamação da glândula mamária a IgG e outras

proteínas são transferidas do sangue para o leite. Algumas imunoglobulinas

32

como IgM e a IgA, são produzidas localmente a partir de células da série

linfoblástica-plasmocitária, localizadas próximas ao epitélio glandular em varias

partes da glândula mamária.

O sistema mais efetivo de defesa da glândula mamária contra patógenos

invasores é a fagocitose pelos neutrófilos. Em geral, há uma pequena quantidade

dessas células no leite, com predomínio de macrófagos e linfócitos no leite de

vacas saudáveis. Quando uma infecção se inicia, o numero de neutrófilos

aumenta, estimulado pela presença de bactérias e produtos bacterianos que

induzem a liberação de mediadores inflamatórios endógenos. Esses mediadores

ocasionam a adesão de neutrófilos na parede dos capilares, provocam

relaxamento das junções das células endoteliais e permitem diapedese de

neutrófilos aos tecidos conjuntivos subepiteliais adjacente (ANDREWS et

al.2008).

As células epiteliais, neutrófilos (aparecem 90% em casos de infecção da

glândula) e macrófagos, são os principais representantes de células somáticas do

leite. Os neutrófilos sofrem uma significativa diminuição em número no leite,

em comparação com o sangue, se faz necessário um numero grande de

neutrófilos para combater uma infecção. A contagem de células somáticas

aumenta em quartos não infectados no período seco, e vem a cair no período

periparto (REBHUN, 2000). A resposta neutrofílica traz benefícios no controle

da infecção por Staphylococcus aureus, dificultando uma forma mais grave da

33

mastite. A infecção subclínica persiste pela dificuldade de remoção completa do

microrganismo.

A mastite bovina é causada por muitos agentes infecciosos diferentes,

geralmenteclassificados em dois grandes grupos: os causadores de mastite

contagiosa, que se disseminam de um quarto infectado para outro quarto ou

vaca, e os promotores de mastites ambientais, geralmente presentes no meio

ambiente da vaca e que a partir dessa fonte alcançam a teta (BLOOD &

RADOSTITS, 2000).Assim sendo, a glândula mamária e os tetos representam o

reservatório da infecção. A transmissão ocorre durante a ordenha ou a

preparação do úbere com as mãos, toalhas de pano e copos da ordenhadeira

contaminados. A infecção se instala na superfície do canal da teta. Em seguida,

as bactérias podem penetrar na glândula mamária. A maior parte das infecções é

subclínica e resulta em alta contagem de células somáticas no leite (ANDREWS

et al,.2008).

Peleja et al,. (2006), descreveram que a forma clínica cursa com sinais

evidentes, tais como,edema, hipertermia, endurecimento e dor da glândula

mamária e/ouaparecimento de grumos, pus ou outras alterações das

características do leite. Éum processo inflamatório visível e pode ser

diagnosticado por exame físico. A diminuição da secreção do leite e perda de

função também caracterizam essa forma de mastite, que ocorre geralmente após

o pico de lactação.

34

A forma mais comum é a da mastite subclínica, mais difícil de ser

diagnosticada pela ausência de sinais clínicos evidentes. Todos os rebanhos

leiteiros do Brasil apresentam mastite subclínica em maior ou menos grau

(MACHADO et al. 2000). O agente etiológico encontrado com freqüência nesse

tipo de infecção é o Staphylococcus aureus, bactéria Gram-positiva presente na

pele, com capacidade de invadir outros tecidos, preferencialmente da glândula

mamária. A mastite por Staphylococcus aureus geralmente evolui para infecções

moderadas de caráter persistente, diferentemente dos processos causados por

coliformes (RADOSTITS et al. 2000).

A forma crônica se apresenta com menos reação e os focosde infecção,

começam nos ductos coletores com início agudo e proliferação bacteriana.

Segundo Blood & Radostits (1991), na mastite aguda, os pequenos ductos são

rapidamente bloqueados por grumos de fibrina, levando a um envolvimento

mais grave da área obstruída. Na mastite crônica, a inflamação se restringe ao

epitélio dos ductos, essa inflamação cessa em poucos dias e é substituída por

proliferações de tecido conjuntivo em volta dos ductos levando a seu bloqueio a

atrofia da área por eles drenada.

As perdas significativas estão relacionadas à mastite crônica (50%). Os

quartos acometidos podem se apresentar endurecidos (fibrose), perder a função e

o leite se apresenta com grumos e a contagem de células somáticas aumenta.

35

Na mastite ambiental ao contrário da mastite contagiosa, a maioria das

novas infecções ocorre durante o período entre as ordenhas, embora também

haja ocorrência de novos casos dentro do manejo de ordenha, especialmente em

situações nas quais há problemas de funcionamento do sistema de ordenha.

Além disso, dada a grande disseminação dessas bactérias ambientais na fazenda,

todas as categorias animais estão sob risco: vacas em lactação, vacas secas e

novilhas (MALUF et al, 2009). Bactérias que habitam o ambiente da vaca são

responsáveis por essa forma de mastite e são patógenos dificilmente

diagnosticados pela Contagem de Células Somáticas, causando casos clínicos

agudos com curta duração de até 10 dias. A bactéria coliforme incriminada com

mais frequência como causa de mastite ambiental é a Escherichia coli,embora

outras espécies, incluindoEnterobacteraerogenes, Pseudomonasaeruginosa,

Enterobacter oxytoca, Klebisiella pneumoniae, e Citrobacter spp (ANDREWS

et al. 2008).

Segundo Blood & Radostits (1991) é mais comum que a doença ocorra

poucos dias após o parto e em rebanhos que concentram os partos num período

curto. Podem ocorrer surtos de doença acometendo, em poucas semanas, mais

de 25% das vacas recém-paridas. Todos os componentes ambientais que entrem

em contato com o úbere da vaca são considerados fontes potenciais do

microrganismo. As bactérias coliformes são consideradas oportunistas, sendo

provável que a contaminação primária da pele do úbere e das tetas ocorra entre

as ordenhas, quando a vaca está em contato com a cama contaminada, ao invés

36

de ocorrer durante a ordenha. As fezes são consideradas fonte de E.coli e

contaminam facilmente o períneo e o úbere através da cama, toalhas utilizadas

na limpeza das tetas antes da ordenha, ordenhadeira e mãos do ordenhador. A

E.coli não coloniza a pele do úbere sobre o ducto da teta.

Blood & Radostits (1991) descreveram quea taxa de novas infecções

intramamárias é mais elevada durante as transições da glândula mamária da

lactação para a involução e durante o período de produção de colostro para a

lactação.

Quando a bactéria se insere na glândula mamária, produz uma endotoxina

que altera a permeabilidade vascular causando edema e mobilizando neutrófilos

para controlar o numero de microrganismos presentes. Vacas que pariram

recentemente tendem a ser refratarias a presença de irritantes, como a

endotoxina, sendo, portanto lentas para mobilizar os mecanismos de defesa

depois da infecção (RADOSTITS et al.1991).

Os microrganismos não eliminados podem ficar em latência dentro dos

neutrófilos e podem reaparecer depois de 40 (quarenta) dias causando uma

recidiva da mastite.

Blood & Radostits (1991) argumentaram que a vaca pode estar

gravemente toxêmica, febril e ter diarréia antes de apresentar alterações visíveis

37

na glândula mamária ou no leite. Quartos mamários podem se apresentar

edemaciados e quentes, mas não de forma muito visível para diagnóstico.

O momento da ordenha é um fator predisponente paraa transmissão e

infecção da glândula mamária. A carga de microrganismos aumenta

rapidamente, havendo influência nas condições de higiene dos equipamentos e

instalações, higiene e sanidade animal e do ordenhador, seja ordenha mecânica

ou manual (COELHO & ARENALES, 2002). Durante e após a ordenha é

quando ocorre o maior nível de infecções, já que nesta faze o esfíncter dos tetos

se encontram relaxados e totalmente propícios à incidência de microrganismos

(GANDARA & SOUZA, 2010). As vacas infectadas contaminam a superfície

das teteiras com resíduos de leite, as quais passam a atuar como carreador de

patógenos para a pele da teta de vacas sadias durante a ordenha. Teteiras velhas,

que ultrapassaram a sua vida útil, desenvolvem rachaduras, nas quais ocorrem

acúmulos de bactérias patogênicas. Além disso, a preparação inadequada do

úbere antes da ordenha, pelo uso de toalhas de uso múltiplo ou pelas mãos dos

ordenhadores, também pode atuar na transmissão de agentes causadores de

mastite (SANTOS 2004). A demora em se colocar as teteiras, freqüência do

pulsador muito alta, vácuo desregulado, e bomba de vácuo mal dimensionado

propicia também a contaminação dos animais.

Os métodos diagnósticos de mastite podem ser executados de acordo com

o tipo da doença. Em casos clínicos, um diagnóstico provisório, usualmente, é

38

baseado nos sinais e no conhecimento dos patógenos predominantes no rebanho,

mas ele deve ser confirmado por cultura e testes de sensibilidade (AMSTUTZ et

al. 1991). O diagnóstico da mastite clinica pode ser realizado pelo Teste da

Caneca Telada no inicio da ordenha, em que o primeiro jato de leite do quarto

acometido é desprezado na caneca, podendo obter formação de grumos

característicos da inflamação. Outras alterações como odor, coloração, pus,

presença de sangue e consistência podem ser observados no teste (BLOOD&

RADOSTITS, 2000).

O California Mastitis Test (CMT) desenvolvido por Schalm & Noorlander

em 1957, constitui-se num método indireto de avaliação da quantidade de

células somáticas no leite, o qual baseia-se na atuação de um detergente

aniônico sobre a membrana celular, causando ruptura da mesma e formação de

um gel na interação dos ácidos nucléicos com o detergente (BARBALHO &

MORA, 2001). É um exame de baixo custo e rápido de ser executado para

avaliar o grau de infecção de cada quarto mamário. De acordo com a intensidade

da reação classifica-se em: negativa (0), reação leve (+), moderada (++) e

intensa (+++) (RIBEIRO et al., 2003).

A Contagem de Células Somáticas é um método eficaz para diagnóstico

de mastite subclínica, pois se baseia na avaliação dos leucócitos que compõem o

leite juntamente com células epiteliais que revestem o tecido da glândula

mamária, mensura o padrão de qualidade do leite cru, e é indicador das

39

condições de higiene do rebanho. Esta técnica foi introduzida em 1991, pela

Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, varia de

acordo com o controle do rebanho e de fatores genéticos, sendo a herdabilidade

retratada para CCS baixa (0,06 a 0,14), ou seja, há uma maior influência de

fatores ambientais a genéticos, um úbere normal sem infecção pode apresentar

até 200 mil células/mL, sendo que um úbere com infecção apresenta

inicialmente 500mil células/mL.

Segundo Andrews et al. (2008), uma das respostas básicas do hospedeiro

à infecção bacteriana é a migração de leucócitos do sangue para a glândula

mamaria e são eles que protegem o organismo contra patógenos.

O estágio e o número de lactações influenciam na contagem de células

somáticas, as quais aumentam na primeira semana de lactação e gradativamente

diminuem nas próximas semanas, voltando ao seu pico até o final da lactação. O

número de leucócitos polimorfonucleares aumenta dependendo do número de

lactações, pois já houve uma extensão da inflamação nos ductos (ANDREWS et

al., 2008).

O exame microbiológico de amostras de leite colhidas assepticamente é

considerado o método padrão para determinação da saúde do úbere e para o

diagnóstico de mastite bovina (BRITO et al., 1999). Em geral as bactérias que

provocam mastite bovina crescem em Agar sangue em condições de

40

anaerobiose. As vantagens do exame é a possibilidade de identificar o

microrganismo causador e realizar o teste de sensibilidade antimicrobiana.

O antibiograma um exame que permite a identificação de microrganismos

causadores de uma determinada doença, testando a sensibilidade antimicrobiana.

Segundo Andrews (2008), o microrganismo em teste é geralmente classificado

como sensível intermediário ou resistente ao antimicrobiano específico.

O uso indiscriminado de antibióticos é um fator desencadeante da

resistência bacteriana, as concentrações terapêuticas usadas no tratamento de

alguns pacientes resultam em uma alteração da microflora do hospedeiro. As

cepas mais sensíveis são eliminadas rapidamente, permanecendo as que são

resistentes e facilitando sua multiplicação e tratamento. A resistência que se

transfere às drogas tem grande importância, e pode ser determinada na forma de

plasmídeos ou tranpósons, transferidas para cepas sensíveis. Segundo Andrews

et al.(2008), os plasmídeos correspondem a material

genéticoextracromossômico que pode se replicar independentemente do

cromossomo. Esses plasmídeos podem ser transferidos por meio de ligação,

dentro ou entre espécies bacterianas, e também podem atuar como vetores de

transpósons. Isso permite atransferência de resistência a um ou vários

antibióticos únicos, originando várias bactérias resistentes.

Segundo Radostits et al,(2002), para as infecções mastísticas em geral, a

sensibilidade e especificidade da CCS variam entre 15-40% e 92-99%,

41

respectivamente. Para a detecção de vacas com o Staphylcoccus aureus, a CCS

das amostras compostas de leite apesenta sensibilidade que varia de 31-54%.

Na maioria dos casos de mastite clínica, o tratamento de infusão

intramamária com antibióticos, sempre acompanhada pela esgota do quarto

infectado com o uso de ocitocina. Para o tratamento da mastite por

Staphyloccocus aureus é aconselhável o uso de antibiótico sistêmico, pela

dificuldade de eliminação do agente infeccioso. O tratamento da vaca seca tem

por finalidade eliminar as infecções intramamárias já existentes no período seco,

prevenindo novas infecções. Atualmente, as principais alternativas para o

tratamento da mastite subclínica crônica ocasionada por estes agentes

contagiosos são: a terapia combinada, o uso combinado de vacinação e

tratamento intramamário e a terapia estendida. Essas novas alternativas, ainda

que impliquem maiores custos, podem ser viáveis em situações nas quais os

rebanhos apresentam alta prevalência de infecções crônicas (RADOSTITS et al.

2000).

Andrews (2008) descreveu vacina ou bacterinas, como uma suspensão de

microrganismos atenuados ou mortos administrados com a finalidade de

prevenir uma doença infecciosa. Na bovinocultura, a vacina deve ter a

capacidade de induzir resistência da vaca aos microrganismos causadores de

doenças infecciosas do rebanho, a fim de diminuir os impactos econômicos para

os produtores no tratamento. A vacinação tem por objetivo aumentar as

42

concentrações de anticorpos no sangue e no leite frente ao microrganismo

especifico, deste modo fornecendo imunidade pela inibição do crescimento

bacteriano e da produção de toxinas (ALBERTON et al., 2001).

Vacinas Inativadas

São vacinas mortas, o agente infeccioso é inativado, mas retém suas

propriedades antigênicas, embora frequentemente em menor grau do que as

vacinas vivas. É comum inativar as bactérias com formaldeído e incorporá-las

com adjuvantes de alume ou de hidróxido de alumínio. Os adjuvantes

combinados com antígeno são utilizados para garantir uma memória em longo

prazo contra alguns antígenos insolúveis. A eliminação de um antígeno é

retardada pelo uso de adjuvantes que formam um depósito, potencializando uma

resposta imune primaria (TIZARD, 1998).

Andrews (2008) relatou o uso de vacina contra Escherichia coli, principal

patógeno encontrado nos casos de mastite ambiental, em 1990 nos Estados

Unidos, como um grande avanço no controle de mastite causada por coliformes.

São preconizadas três doses da vacina para novilhas, no pescoço por via

subcutânea (quadro 1.) e as vacas podem receber no momento da secagem.

43

Quadro 1. Esquema de vacinação contra E.coli em novilhas

1ª dose:

dois meses antes da

parição

2ª dose:

quatro semanas depois

da primeira aplicação

3ª dose:

duas semanas pós-parto

FONTE: adaptado de Andrews et al, 2008

Segundo Alberton et al(2001), a vacina deve ser aplicada o mais próximo

possível do linfonodo mamário por via subcutânea logo após a ordenha, sendo

que ela auxilia no controle, mas nunca substituirá o bom manejo do rebanho.

A avaliação de métodos imunológicos com o intuito de aumentar a

resistência da vaca leiteira aos patógenos que causam mastite tem avançado ao

longo de quase um século, envolvendo duas linhas de pensamentos propostas

por alguns pesquisadores. Um primeiro grupo defende que não é possível

induzir imunidade mamária, e que prevenção contra microrganismos deve ser

feita através do manejo, antibioticoterapia e seleção genética do rebanho. Outro

grupo afirma que a vacinação contribui para o controle de mastite, desde que

sejam identificados os agentes causadores (ANDREWS et al., 2008).

A profilaxia consiste em um manejo adequado do rebanho, das

instalações, dos equipamentos de ordenha, da higienização dos tetos antes e após

a ordenha (pré e pós dipping), antibioticoterapia e vacinação.

44

Um programa de seis pontos pode ser utilizado como referência na

profilaxia:

• 1- Bom funcionamento do equipamento de ordenha

• 2- Adequadarotina de ordenha

• 3- Tratamentos imediatos de todos os casos clínicos

• 4- Tratamentos das vacas secas

• 5- Descarte de vacas commastite crônica

• 6-Propiciar ambiente adequado

O uso de vacina temse tornado uma medida profilática e de tratamento.

Alberton et al. (2001), demonstrou resultados significativos no experimento de

aplicação de bacterina contra Staphylococcus aureus semanalmente em um

rebanho de 45 vacas, divididas em 3 grupos contendo 15 (quinze) animais.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram selecionadas 19 vacas da Raça Holandesa preta e branca de um

rebanho de 48 vacas em lactação, da Fazenda Pé da Serra localizada em São

José dos Pinhais-PR. A ordenha era mecanizada do tipo espinha de peixe 2 x 6,

e o sistema de manejo é semi-intensivo. Antes da realização das colheitas de

amostras, as tetas foram desinfetadas com solução de iodo 3% diluído em água

(fig.5), e secadas com papel toalha. O primeiro jato foi descartado, e a

amostrapara o CMT (California Mastitis Test), foi homogeneizada na placa com

45

2mL de solução reagente em cada orifício da placa para obter reações, avaliadas

para cada grau de mastitepositivo (+, ++, +++) ou negativo (-), pela observação

de formação gelatinosa na placa.

Figura 5. Realização do pré-dippingantes da colheita das amostras

Em seguida foram colhidas duas amostras de leite, sendo destinadas a:

1) laboratório de microbiologia (fig.6)

2) contagem de células somáticas.

As amostras1 foram colhidas em frascos plásticos estéreis com capacidade

para 10mL (fig.7),e mantidas refrigeradas até serem semeadas em placa de Petri

(fig.8) contendo Agar Mueller Hinton e incubadas em estufa a 37ºC por 24

horas. As colônias formadas foram transportadas para caldo BHI (fig.9 e 10) e

permaneceram incubadas a 37º por 48 horas (NADER et al.,2007). Desse caldo

foram semeadas novas placas com Agar Mueller Hinton testando a sensibilidade

46

dos antibióticos. A amostra 2 foi colhida em frascos estéreis de 10 mL contendo

um comprimido conservante Bronopol. Essas amostras ficaram em temperatura

ambiente e foram conduzidas ao Laboratório do Programa de Análise de

Rebanhos Leiteiros da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça

Holandesa, para realização da Contagem de Células Somáticas (CCS) no

equipamento Somacount 500.

Figura 6. Colheita das amostras de leite para microbiologia

47

Figura 7. Frascos plásticos contendo as amostras de leite e placas de

Petripara semeadura

Figura 8. Semeadura em Placa contendo Agar Mueller Hinton

48

Figura 9. Frascos identificados contendo BHI

Figura 10. Frascos de BHI semeados com colônias

Foram testados cinco princípios ativos: Enrofloxacina (ENO O5),

Tetraciclina (TET 30), Amoxicilina (AMO 10), Penicilina G (PEN G 10) e

Estreptomicina (EST 10), segundo a técnica de Kirby-Bauer que é o método

mais comumente utilizado de teste de sensibilidade por difusão em disco

(RADOSTITS, 2002). Após a incubação em estufa bacteriológica à 37ºC por 24

49

horas, o diâmetro dos halos foram analisados e medidos com um paquímetro

(fig.20).

Com uma alça metálica, foram coletadas colônias ao redor dos halos de

cada placa e foram semeadas em uma gota d’água em lâminas, para coloração de

Gram (fig.11) (FREITAS & PICOLI, 2007).

Figura 11. Coloração de Gram em lâminas

As cepas identificadas como coliformes foram semeadas em Placa de

Petri contendo Ágar MacConkey (meio de cultura destinado ao crescimento de

bactérias Gram negativas), colocadas em estufa à 37ºC pelo período de 24 horas.

Cepas identificadas como Gram positivas foram semeadas em onze placas

de Petri, contendo Ágar Manitol (meio de cultura utilizado para isolamento de

Staphylococcus patogênicos), colocadas em estufa à 37ºC por 24 horas.O

crescimento bacteriano resultou em amostras com duas colorações diferentes.

50

Depois de identificadas as cepas de Staphylococcus spp, utilizou-se o

meio BHI já cultivado com as bactérias para fazer uma nova replicação em um

meio BHI estéril, contendo em seu total8mL. Foram adicionados 1mL do BHI

antigo para o novo frasco, combinado com 1 (uma) gota de glicose (meio de

energia para replicação das bactérias). O novo cultivo foi para estufa à 37ºC pelo

período de 24 horas, sendo retirados da estufa após esse período e mantidos

refrigerados em geladeira.

Os tubos com bactériasrecém replicadas foram devidamente identificados

quanto à cepa presente (Staphylococcus aureus e Staphylococcus spp), e

dispensados em um tubo Erlenmeyer esterilizado com capacidade para 125 mL

(fig.12). O frasco foi vedado com papel alumínio e identificado, ficou sob

agitação contínua por cinco dias à 37ºC no equipamento denominado de Shaker.

Figura 12. Frasco Erlenmeyer com a mistura de caldos BHI

51

Decorrentes cinco dias, o frasco permaneceu sob refrigeração, sendo

realizado em seguida um teste de pureza para vacina com o objetivo de

identificar apenas bactérias do gênero Staphylococcus. Com swab, foram

semeadas amostras do caldo em placa contendo Agar Sangue e outra com Ágar

Manitol. As placas ficaram por 24 horas à 37ºC na estufa.

ELABORAÇÃO DA VACINA

A vacina foi elaborada no Laboratório de Microbiologia da Universidade

Tuiuti do Paraná. No caldo bacteriano foi adicionado 1mL de formalina 10%, o

qual foi incubado a 37ºC com a finalidade de inativar as bactérias. Após esse

procedimento, três novos tipos de cultura foram feitos para testar a esterilidade

da vacina, os quais são:

1) Cultura em placa:para observação de possível crescimento bacteriano,

foram utilizadas duas placas de Petri; uma placa contendo Ágar sangue de

Carneiro, e uma placa com Ágar Manitol, que seguiram para a estufa por

48 horas à 37ºC;

2) Cultura em caldo Thioglicolato: utilizando dois tubos contendo o caldo,

foi adicionado 10 mL em tubo grande, e 5mL em um tubo pequeno.

Sendo o Thioglicolato um meio nutritivo para crescimento de bactérias,

ficou em estufa por 72 horas à 37ºC (fig.14).

3) Cultura em caldo Sabouraud:utilizando dois tubos contendo o caldo, foi

adicionado 10mL em tubo grande, e 5mL em um tubo pequeno. Sendo o

52

Sabouraud um meio líquido para controle de esterilidade, ficou em estufa

à 21ºC por 10-15 dias (Fig. 13).

Figura 13. Dois tubos com caldo Thioglicolato; dois tubos com caldo

Sabouraud.

O caldo bacteriano foi levado ao congelador para inativação das bactérias

pelo período de 72 horas, em seguida sofreu um processo de descongelamento,

onde foi adicionado mais 5mL de formalina 10%, e levado a estufa à 37ºC pelo

período de 48horas. Depois de retirado da estufa, novos testes de pureza

foramrealizados seguindo o protocolo (fig. 14).

1) Cultura em placa: semeadura em placa de Petri contendo Ágar Sangue;

semeadura em placa de Petri contendo Ágar Manitol;

2) Cultura em caldo Thioglicolato: foram adicionados 5mL de bacterina

tubo do caldo usado como meio de crescimento de bactérias;

53

3) Cultura em caldo Sabouraud: foram adicionados 5mL de bacterina no

tubo do caldo usado também como meio de crescimento de bactérias.

Figura 14. Placas contendo Agar Sangue de carneiro e Agar Manitol e frasco

com bacterina

A vacina foi testada em seis cobaias (fig.15) na dose de 0,3 mL no grupo 1, e

2mL no grupo 2 por via subcutânea (protocolo do CEUA-UTP 008/2011p).

Figura 15. Cobaias utilizadas para teste da vacina. Inoculadas 0,3mL de

vacina em três animais e 0,2ml de vacina em outros três animais

54

Para a administração da vacina foram selecionadas seis vacas com mastite

crônica, as tetas foram higienizadas, foi realizado o CMT (fig.16) para

comparativa após uma semana de sua aplicação.

Os animais passaram por desinfecção dos tetos, sendo na sequência realizado

o CMT (fig. 17) e a aplicação de 3,0 mL de bacterina subcutânea (fig.18)

próximos ao úbere (fig.19). Decorridos cinco dias do procedimento, o mesmo

foi realizado para obtenção de novos resultados.

Figura16. Realização do CMT antes da segunda aplicação da vacina

55

Figura 17. Resultado do CMT e observação de reação gelatinosa indicando três

cruzes

Figura 18. Preparação da vaca e de 3,0mL vacina para ser aplicado via

subcutânea

56

Figura 19. Aplicação de 3,0mL da vacina no subcutâneo próximo ao úbere

RESULTADOS E DISCUSSAO

Os resultados referentes e as reações obtidas em placa de CMT e CCS

estão descritas na (tab. 6), especificando que a Soma CMT 1: é a soma da

quantidade de cruzes dos quartos mamários, em que os valores podem variar de

0 a 12, e a Soma CMT 2:é o número de cruzes de cada quarto mamário, elevado

a 2 (n²). O resultado é calculado em regra de três, sendo: uma cruz (+)=

100;duas cruzes (++)= 400; três cruzes (+++)= 900.

57

Tabela 6. Leitura das reações das placas em testes de CMT e relação com CCS.

TOTAL 68

*AD: anterior direito; AE:anterior esquerdo; PD: posterior direito; PE: posterior esquerdo.

** CMT: CaliforniaMastitis Test; *** CCS: Contagem de Células Somáticas

Após a incubação em estufa bacteriológica à 37ºC por 24 horas, o

diâmetro dos halos foram analisados e medidos com um paquímetro (fig. 20).

N da vaca

CMT SOMA CMT (1)

CCS ( x 1000)

Soma CMT (2)

AD AE PD PE 367 ++ - +++ - 5 3298 1300 478 - - - - 0 97 0 447 - - ++ ++ 4 105 800 505 + + - + 3 684 300 468 - + ++ + 4 109 600 503 - - - - 0 40 0 419 + ++ +++ + 7 1683 1500 446 - - + - 1 105 100 35 V + + - + 3 27 300 378 - ++ +++ + 6 6000 1400 474 + ++ + ++ 6 542 1000 506 - - - - 0 11 0 459 +++ + +++ ++ 9 4381 2300 496 - + - - 1 72 100 481 - - + + 2 95 200 380 - + ++ - 3 166 500 500 - - + - 1 24 100 409 +++ ++ +++ - 8 2744 2200 427 - + - +++ 4 45 1000 32 V + + + + 4 119 400

58

Figura 20. Antibiograma e formação de halos como reação aos princípios ativos

Depois de coradas as lâminas, a grande maioria das cepas foi

identificada como Cocos Gram positivos (80%) (fig.20); duas

lâminasidentificadas como bacilos (10%), e outras duas como coliformes (10%).

Figura 21. Staphylococcus aureus

59

Os resultados obtidos no antibiograma podem ser descritos de acordo com

a resistência e sensibilidade (tab.7).

Tabela 7. Classificação quanto à resistência do microrganismo frente aos

antibióticos

VACA

TETRACICLINA ENROFLOXACINA AMOXICILINA ESTREPTOMICINA PENICILINA

459 2,2* 2,5* 2,3* 1,2** Ø***

32 v 1,9** 2,3* 1,1** 1,5** 1***

468 1,7** 2,8* 2,5* 1,7** 1,3**

506 2,3* 2,2* 1,8** 0,9*** Ø***

378 0,4*** 1,9** 2,4* 0,2** Ø***

478 2* 2,4* 2,5* 1,5** 1***

505 1,2** 2* 0,4*** 1,7** Ø***

472 2* 2,3* 2,2* 1,4** 1,2**

35 v 2,2* 1,8** 2,3* 1,4** 1,2**

367 1,9** 2* 2,2* 1,4** 1,3**

474 2,3* 2,1* 1,7** 1,9** 1,8**

446 Ø*** 1,9** 2,3* 0,5*** 1***

409 2,6* 2,4* 3,5* 2* 2,5*

424 1,6** 2,9* 2,1* 1,6** 1,8**

503 2,1* 2* 1,6** 1,5** 0,8***

500 0,4*** 2,1* 2* 0,5*** 1,1**

496 2,2* 1,5** 3* 1,1** 2*

447 1,7** 2,1* Ø*** 1,7* Ø***

380 2,4* 2,2* 2,4* 1,6** 1,4**

*Sensível; **Intermediário; ***Resistente

Valores de halos inibitórios esperados para Staphylococcus aureus, segundo

Laborclin, 2011.

Enrofloxacina: Resistente:14mm, Intermediário: 15-17mm, Sensível :18mm

Tetraciclina: Resistente:14mm, Intermediário:15-18mm, Sensível :19mm

60

Amoxicilina:Resistente:19mm, Intermediário: -, Sensível:20mm

Estreptomicina: não observado

Penicilina: Resistente:28mm, Intermediário: - , Sensível:29mm

O Staphylococcus aureus é uma bactéria coagulasepositiva,que em meio

de cultivo Ágar manitol, apresentou coloração amarelo

ouro.OsStaphyloccocusspp foram identificados como coagulase negativos,

eapresentaramcoloração vermelha (fig.22); (tab.8).

Figura 22. Staphylococcus aureus (amarelo-ouro); Staphylococcus spp

(vermelho)

61

Figura 23. Sensibilidade de Staphylococcus aureus aos antibióticos testados

Em sete amostras dos 19 animais analisados, foram isoladas cepas de

Staphylococcus aureus e Staphylococcusspp(tab.8). A enrofloxacina demonstrou

maior de sensibilidade em79% (fig.23), pertence ao grupo das quinolonas,

constituído por agentes microbianos bactericidas de amplo espectro. São

consideradas de terceira geração e apresentaram maior sensibilidade em relação

aos outros princípios, sendo relatada no estudo de Langoni et al.,( 2000), o qual

obteve 72% de sensibilidade.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

sensível

intermediária

resistente

62

Quanto à estreptomicina, verificou-se apenas 5%de sensibilidade, estando

este resultado de acordo com Radostits (2002).

A sensibilidade da amoxicilina foi de 68%. As cefalosporinas de 1ª

geração são mais ativas contra cocos Gram. positivos, possuindo a grande

vantagem de serem bastante ativas contra Staphylococcus spp (FERREIRA,

1997).

A sensibilidade à tetraciclina foi de 52% sendo essa classe de antibióticos

bacteriostáticos de amplo espectro (ANDRADE, 2008).

A sensibilidade à penicilina foi de 10%, diferente de Andrade et al,.

(2001) que encontrou 25% de sensibilidade em seu experimento. As penicilinas

naturais são inativadas por enzimas denominadas β- lactamases. Praticamente

100% das linhagens S. aureus e de 80% de Staphylococcus spp. são produtoras

de β- lactamases (ANDRADE et al, 2008).

Tabela 8. Identificação do patógeno isolado de mastite bovina do rebanho da

FPS-UTP no período de 08 de agosto a 8 de outubro de 2011

Agente

Número da vaca* Staphylococcus aureus Staphylococcusspp

500 447

378 380

468 496

503 428

367 424

440 32v

409

63

Após a retirada das placas e observação do crescimento de bactérias,

realizou-se a Contagem Total de Bactérias, encontrando-se 1,3x 10³ UFC/mL.

Os resultados obtidos do primeiro teste de pureza foram: o crescimento de

colônias nas duas placas; o meio líquido ficou turvo, ou seja, houve crescimento

de bactérias (fig.24). Concluindo-se que a quantidade de formalina utilizada para

inativar as bactérias não foi suficiente, visto que, outro procedimento foi

elaborado em seguida.

Figura 24. Caldo Thioglicolato apresentando turgidez devido ao crescimento

bacteriano

64

Figura 25. Crescimento bacteriano no primeiro teste de sensibilidade em placa

Os resultados do segundo procedimento foram satisfatórios, não havendo

crescimento bacteriano em nenhum dos quatro testes de pureza. Em seguida,

foram adicionados 25mL de Hidróxido de Alumínio como adjuvante vacinal,

depois mantida refrigerada (fig.29).

Figura 26. Segundo teste de pureza confiável, sem crescimento bacteriano

65

Figura 27. Caldo Thioglicolato translúcido sem crescimento bacteriano

Figura 28. Caldo Sabouraud sem crescimento bacteriano

66

Figura 29. Vacina pronta com 25mL de Hidróxido de alumínio como adjuvante

vacinal

Depois de inoculada a vacina nas cobaias, decorridos cinco dias, nenhum

animal apresentou reação para o composto da vacina, tanto quanto para o

adjuvante vacinal.

Para a primeira aplicação da vacina foram selecionadas seis vacas com

histórico de mastite crônica, as quais tiveram as tetas higienizadas para

realização do CMT antes da primeira aplicação da vacina. As vacas receberam

3,0mL de vacina subcutânea próximo ao úbere e segundo Alberton et al. (2001),

é questionável a influencia do local da aplicação das vacinas na resposta

imunitária do paciente. Isto é, questiona-sea aplicação da vacina nas

proximidades da mama e do linfonodo mamário induziriam melhores respostas

do que a aplicação no tecido subcutâneo de qualquer outra região corporal.

67

Nickerson (1998) citado por Tizard (1998) afirmou que a deposição de antígeno

na região próxima do linfonodo mamário resultaria em uma maior proliferação

de células de defesa e maior produção de imunoglobulinas. Nesse experimento

aparentemente, houve boa resposta, porém não se pode concluir quanto à

proliferação de imunoglobulinas. Esse experimento teve duração de cinco

semanas, em que as vacas foram vacinadas antes da segunda ordenha do dia por

permanecerem em pé por mais tempo.

Tabela 9. Resultado do CMT antes da primeira aplicação da vacina

N VACA AD AE PD PE TOTAL

378 Seco + +++ _ 5

459 _ ++ +++ + 6

482 _ + + +++ 5

472 + + Seco ++ 4

428 + ++ +++ ++ 8

32v ++ + + + 4

TOTAL 32

*AD: anterior direito; AE:anterior esquerdo; PD: posterior direito; PE: posterior esquerdo.

Uma semana após a primeira aplicação (tab.9) os animais passaram por

CMT para coleta de dados sobre melhora dos quartos acometidos. Em seguida,

foi feita a segunda aplicação de 3,0mL da vacina, mesmo algumas vacas tendo

apresentado aumento de cruzes no resultado do CMT (tab.10).

68

Tabela 10. Resultado CMT antes da segunda aplicação da vacina

N VACA AD AE PD PE TOTAL

378 Seco +++ +++ + 7

459 ++ _ +++ + 6

482 + ++ + +++ 7

472 ++ + Seco _ 3

428 +++ + +++ _ 7

32v ++ + _ + 4

TOTAL 34

*AD: anterior direito; AE:anterior esquerdo; PD: posterior direito; PE: posterior esquerdo.

Na semana seguinte o CMT foi feito novamente para avaliar o grau de

mastite de cada quarto mamário, seguido pela aplicação da terceira dose de

vacina (tab.10).

Tabela 11.Resultado CMT depois da terceira aplicação da vacina

N VACA AD AE PD PE TOTAL

378 Seco +++ +++ ++ 8

459 _ ++ +++ + 6

482 _ _ _ +++ 3

472 _ ++ Seco _ 2

428 +++ ++ +++ + 9

32v + + _ _ 2

TOTAL 30

*AD: anterior direito; AE:anterior esquerdo; PD: posterior direito; PE: posterior esquerdo.

Analisando isoladamente cada quarto mamário, observou-se que houve

melhora, apesar de o ambiente e o manejo influenciarem no resultado. Do grupo

de vacas estudadas, após a terceira administração semanal da vacina, 50%

apresentaram diminuição na infecção da glândula mamária, observada através

dos resultados do CMT (tab.12).

69

Tabela 12. Resultados obtidos no CMT da primeira e terceira semana do

experimento.

Antes da aplicação

(valor em nº de cruzes)

1ª aplicação

(valor em nº de cruzes)

3ª aplicação

(valor em nº de cruzes)

378 5 7 8

459 6 6 6

482 5 7 3

472 4 3 2

428 8 7 9

32v 4 4 2

As unidades experimentais que não apresentaram regressão da infecção

mamária (50%), provavelmente apresentavam importante comprometimento no

tecido secretor, lesões e perda de função (FONSECA & SANTOS, 2000).

Segundo Radostits et al.,(2002), apesar de presentes no sangue das vacas

infectadas, os anticorpos contra estafilococos parecem fornecer pouca proteção

contra as mastites provocadas pelo Staphylococcus aureus, o que pode ser

consequência do baixo nível título de anticorpos no leite. O desenvolvimento

e/ou persistência da mastite estafilocócica dependem da interação entre a

bactéria invasora e o sistema de defesa do hospedeiro, principalmente as células

somáticas presentes em uma glândula infectada, constituídas, principalmente,

por polimorfonucleares, que são > que 95%. A incapacidade relativa de células

polimorfonucleares em matar bactérias no período de baixa CCS pode explicar a

fonte de reinfecção.

70

Nas duas semanas seguintes, as vacas que tinham mantido o quadro e as

que não tinham apresentando melhora, mostraram no resultado do CMT melhora

significativa de todos s quartos não apresentando mais o grau três(+++).

CONCLUSÃO

Com base nos resultados, foi possível comprovar o êxito da terapia das

vacas com mastite crônica, utilizando a vacina contra Staphylococcus aureus. A

facilidade de armazenamento e aplicação da vacina tornou esse procedimento

fácil de ser adotado e realizado como medida profilática e de tratamento semanal

para o controle da doença no rebanho, juntamente com bom manejo, higiene e

regulagem dos equipamentos de ordenha. A mastite é uma doença comum e

difícil de ser erradicada dos rebanhos leiteiros, causada geralmente por

Staphylococcus aureus na sua forma subclínica. A elaboração e utilização da

vacina contra mastite demonstrou ser uma importante medida de profilaxia da

doença.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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76

6. CONCLUSÃO DO ESTÁGIO

Durante o estágio realizado na Fazenda Experimental Pé da Serra da

Universidade Tuiuti do Paraná foi possível acompanhar a rotina hospitalar e de

campo, manejo e tratamento dos animais, relacionamento em equipe, agregando

o conhecimento obtido em toda graduação com a parte práticae experiência na

profissão.