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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Cibele Fabiana de Lima AS IMPLlCA<;:OES DA CARENCIA ALiMENTAR E DA DESNUTRI<;:Ao NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM CURITIBA 2006

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Cibele Fabiana de Lima

AS IMPLlCA<;:OES DA CARENCIA ALiMENTAR E DA DESNUTRI<;:Ao

NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

CURITIBA

2006

Cibele Fabiana de Lima

AS IMPLlCAC;:OES DA CARENCIA ALiMENTAR E DA DESNUTRIc;:Ao

NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Trabalho de conclus:lo de curso apresenladocomo requisito parcial para a obtencao do titulo dePeda,goga, ao curso de Pedagogia, da Faculdadede Gil!ncias Humanas, Letras eArles, daUniversidade Tuiuli do Parima.

Orientadora: Proto Carlos Alves Rocha

CURITIBA2006

I~ Universidade Tuiuti do Paranar(~

FACUlDADE DE C1ENCIAS HUMANAS. lETRAS E ARTES

Curso de Pedagogia

TERMO DE APROVAC;Ao

NOME DO AlUNO: C1BElE FABIANA DE LIMA

TiTULO: As /mp/ica,oes da Carencia A/imentar e da Desnutri,ao noProcesso Ensino-Aprendizagem

TRABAlHO DE CONClUsAo DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTENC;Ao DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOGIA. DO CURSO DE

PEDAGOGIA. DA FACUlDADE DE CIENCIAS HUMANAS. lETRAS E ARTES. DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.

DATA: 07/12/2006

CURITIBA - PARANA

2006

DEDICATORIA

Este trabalho e dedicado primeiramente as pessoas maisimportantes da minha vida: minha familia!

Dedico tambem aquelas pessoas que tern fome de saber evontade de mudar 0 mundo que. como eu escolheram serprofessoras/pedagogas, acreditando que 0 futuro dependeda eduC8yaO, e que muito 5e pode fazer para que ele seja

muito melhor que 0 presente.

AGRADECIMENTOS

Agrade~o a Deus por me iluminar a cad a dia de minha jornada, veranda meu sono,

protegendo-me contra os perigos, amparando-me nos dias de adversidade e guiando

meus paSSDS.

Aos meus pais, Nilza e Conrado, por terem me dado 0 bern mais precioso que

existe: a vida, ah~mde instruir-me para que eu fizesse dela algo que pudesse me

orgulhar. Agrade<;o a eles por sempre quererem 0 melhor para mim, mesmo quando

naD podiam dar.

Agradec;o aos meus 509r05, Sebastiao e Joana, pela paciemcia e pela

aten<;ao que dedicararn a mim durante todo 0 periodo que passei

ocupando seu computador e sua casa, e principalmente por terem me

dado 0 que de rna is valioso eles possuiam, seu filho.

E par ultimo, mas n~o menes importante, agrade<;o meu

marido Rodrigo. que mesma a quilOmetros de distancia,

estelle sempre presente em meu coraC;ao. Alem de me

apoiar quando eu mais precisava, com suas ligac;Oes

telefOnicas e mensagens de apoio.

PROFESSORES, AMIGOS, COLEGAS, IRMiios, TRABALHO, FAMiLIA, MUlTO

OBRIGADA A TODOS QUE ME AJUDARAM A TORNAR MEU SONHO REALIDADE,

COM CERTEZA FOI UM MISTO DE TODO ESTE APOIO QUE FEZ SER 0 QUE SOU

HOJE!

SUMARIO

LlSTA DE GRAFICOS 2

1 INTRODUvAO 3

2 DESENVOLVIMENTO E ENSINO - APRENDIZAGEM 6

3 A ALiMENTAvAO, NUTRIVAO E EDUCAvAO ALiMENTAR 11

3.1 ALiMENTA<;:AO 11

3.2 NUTRI<;:AO.. .. 11

2.3 EDUCA<;:AO ALiMENTAR ... .. .... 12

4 A ALiMENTAvAO NUTRIVAO E 0 DESENVOLVIMENTO GLOBAL DACRIANvA 16

3.1 NECESSIDADE NUTRICIONAL DE UMA CRIAN<;:A 16

51MPLICAvOES DE UMA ALiMENTAvAO DEFICIENTE NO PROCESSOENSINOI APRENDIZAGEM 20

5.1 IMPORTANCIA DE UMA BOA ALiMENTA<;:AO NA INFANCIA 20

5.2 CAR~NCIA NUTRICIONAL E A APRENDIZAGEM... .. 22

6 MERENDA ESCOLAR 25

6.1 HISTORICO DA MERENDA ESCOLAR 25

6.2 LEIS QUE REGEM A MERENDA ESCOLAR ..

6.2.1 PERSPECTIVA DA MERENDA ESCOLAR ..

.. 27

.. 28

7. APRESENTA<;:AO E ANALISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA 31

8 CONSIDERACOES FINAlS 42

REFERENCIAS 46

APENDICE 49

2

LlSTA DE GRAFICOS

Gralico 1 - idade .. . 31Gnllico 2 - lorma~ao.. . 31Grafico 3 - Caracteristicas fisicas 35Grafico 4 - 0 que lalla na merenda escolar.. . 38

RESUMO

o objeto de estudo deste trabalho e a investiga,ao das implica,Oes decorrentes deuma alimenta~ao deficiente no processo ensino-aprendizagem com crianyas da redepublica de ensina, atraves de coleta de referencial te6rico e dados apresentactos parprofessores que atuam ness a rede. Como metodologia, utilizo a pesquisa qualitativa,envolvendo a pesquisa bibliografica e a pesquisa de campo (na modalidade dequestioniuio). A pesquisa bibliografica traz contribuic;:6es relacionadas ao processode construc;:ao da aprendizagem; sabre 0 que e nutric;:ao, alimentac;::to e educa~oalimentar. Caracteriza 0 desenvolvimento global da crianc;a e as implicac;:Oes de umarna alimentayao propriamente dita. Na pesquisa de campo foram aplicados 13questionarios a professores que atuam na rede Publica de ensina, com crianc;:as de01 a 10 anos, e os dados obtidos foram submetidos a analise atraves deconfrontac;:ao te6rico - pratica. Observa-se que a maior parte dos profissionais queparticiparam respondendo ao questionario, possui um conhecimento sistematizado arespeito do tema, e apresentam informac;:oes coerentes ao referencial te6ricopesquisado.

Palavras-chave: alimentac;:ao; ensino-aprendizagem; nutric;:~o; Educac;:ao Alimentar;deficit alimentar.

3

1 INTRODUc;:iio

A alimentac;:ao e algo fundamental na vida de todo ser humano, e urna boa

alimentac;:ao comec;:a nos primeiro anas de vida, sendo urn fatar de interferencia nas

ac;:Oes humanas.

Este trabalho e sabre 0 processo ensino-aprendizagem e a questao da

alimenta98o, tendo como titulo "As implicBf):OeS da earancia alimentar e da

desnutric;:ao no processo de ensino-aprendizagem~

Considerando 0 processo de ensino-aprendizagem fator importante na vida

do ser humano, esle Irabalho norteou a invesligal'ao do seguinte problema: Quais

seriam as implicac;:Oes de urna alimentayao deficiente no processo de ensino-

aprendizagem de crianC;8s que frequentam a rede publica de ensina na opiniao dos

professores?

A presente pesquisa tern como objetivo geral: Verificar e analisar quais as

implica!,(oes que urna alimenta!,(ao inadequada pode trazer para a pracesso de

ensino·aprendizagem na opiniao dos professores. E como objetivos especificos:

Pesquisar referencial te6rico sabre alimental'ao, nutri9ao,

desenvolvimento, ensino aprendizagem, educa!,(ao alimentar, as

necessidades nutricionais de uma crian!,(a, implicalYOes de uma

alimenta!,(~o deficillnte, carelncia nutricional e aspectos relacionadas a

merenda escolar;

Caracterizar, atraves de questionario, a vis~o de professores que atuam

na rede publica de ens ina, em relalY~o as implica¢es de uma

alimenta!,(ao deficiente no processo de ensino-aprendizagem;

Analisar, a partir da fundamenlayao leorica, ° que os profissionais

relataram sobre 0 tema.

4

Esta pesquisa foi motivada por experi~ncias pessoais de estagios,

decorrentes do curso de Estudos Adicionais em Educa9aO Infantil, realizado no

Instituto de Educa9aOdo Parana, onde se apresentou a oportunidade da realiza9aO

de estagios e rege!ncias em creches da periferia da cidade de Curitiba.

Devida a cia sse desfavorecida dos pais das crianc;as que freqUentavam tais

escolas, elas chegavam na instituic;ao sem S8 alimentar, aos poucos foi passivel

observar que essas crianc;as naD rendiam na aprendizagem como as Qutras que S8

alimentavam antes de sair de casa.

Sendo assim justifica-<sea necessidade de urn aprofundamento a respeito do

tema com contribuit;:0es te6ricas e coleta de dados que tragam subsidios sabre a

assunto, pais minha hip6tese e que urna alimentac;ao inadequada pode trazer danos

ao processo ensino-aprendizagem.

A metodologia utilizada para realiza9aO deste trabalho foi a pesquisa

qualitativa envolvendo pesquisa bibliografica e pesquisa de campo, com aplicaC;ao

de questionarios para professores que lecionam na rede publica de ensino.

A pesquisa possui diferentes bases te6ricas. No primeiro capitulo apresento

urn estudo sobre a aprendizagem. Para isso conte; com a apoio da literatura

baseada em Vygotsky, Piaget e Wallon, os quais tratam da aprendizagem, porem

nao relacionam a mesma com a alimentac;ao.

No segundo capitulo, destaco pesquisa feita sobre alimentac;ao, nutric;ao, e

educaC;ao alimentar apoiando-me nos livros de Mello, Basi, Leme e Perin e Sgarbiri,

dentre outros, as quais estabelecem a relaC;ao entre cada urn destes conceitos,

mostrando que nao sao a mesma coisa.

A pesquisa mostra que a EducaC;ao Alimentar e algo desafiador para se

ensinar a uma crianc;a ou um adulto pela apelaC;ao dos comerciais, vigentes nos

programas de radio e televisao. Cada pessoa reage de uma forma aos alimentos e e

iSSDa que diz Moloney, outra autora que utilizD durante a pesquisa bibliogratica.

Descrevo sobre as necessidades nutricionais de cad a crianl):a, no 3°

capitulo.

As implical):oes de uma alimental):aO deficiente no processo de

aprendizagem propriamente ditas serao levantadas no quarto capItulo.

No quinto capitulo e explicita a questao da merenda escolar.

No capitulo sexto, descrevo 0 que e e como foi realizada a pesquisa de

campo, assim como 0 resultado da pesquisa realizada corn professores da rede

plJblica de ensino.

A seguir trago as considerae;:Oes finais, apresentando minhas conciusOes

sabre a trabalho em questao.

6

2 DESENVOLVIMENTO E ENSINO - APRENDIZAGEM

Neste capitulo sera tratado urn assunto de fundamental importancia para a

vida de qualquer ser humano, pois sera apresentada a fundamenta<;ao que embasa

o trabalho em rela9ao a aprendizagem.

Para compreender de forma rna is ampla 0 tern a educac;::to alimentar, enecessario entender, primeiramente, como S8 da e 0 que e a aprendizagem, em

decorrencia ensina - aprendizagem ja que para haver urna educaC;:8o alimentar epreciso que haja ensina e aprendizagem.

E quase impassivel falar sabre ensina e aprendizagem sem citar names

importantissimos para a educa<;ao, e suas teorias. Dentre eles esta Vygotsky, que

construiu sua tearia, considerada hist6rico-social, focando a aquisie;:80 de

conhecimentos pela intera<;ao do sujeito com 0 meio.

A interaC;:8o social e decisiva para que haja 0 desenvolvimento.

Segundo Vygotsky (1987) existem, pelo menos dois niveis de desenvolvimento um

real, ja adquirido ou formado, que determina 0 que a crianya ja e capaz de fazer par

si pr6pria, e urn potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.

A aprendizagem alavanca 0 desenvolvimento, produzindo as zonas de

desenvolvimento proximal ( "espa<;o" entre 0 que 0 individuo e capaz de fazer

sozinha e aquila que taz com ajuda) distancia entre a nivel de desenvalvimento real

e 0 potencial sendo as interac;:oes socia is fundamentais, estando aprendizagem e

desenvolvimento, inter-ligados.

o desenvolvimento cognitiv~ e produzido pelo processo de internalizat;ao

da interac;:ao social com materiais fornecidos pela cultura, sendo que 0 processo se

constr6i de fora para dentro. (Vygotsky, 1987)

7

Esse autor nao chegou a formular uma concep9ao estruturada do

desenvolvimento humano desde seu nascimento ate a vida adulta, mas sempre se

preocupou com esta questao. Oliveira (1998) trata do termo aprendizado ou

aprendizagem, citando Vygotsky, dizendo:

E a processo pelo qual 0 indi"Jduo adquire informacOes, habilidades,atitudes, •••alares, etc. a partir de seu contato com a realidade, 0 meioambiente, as outras pessoas. E um processo que se diferencia dos fatoresinatas (a capacidade de digeslao, par exemplo, que ja nasce com 0individual e dos processos de maturar;oo do organismo, independentes dainforma~o do ambiente(a maturayao sexual, par exemplo).Em Vygo~ky,jU5ti1mente por sua ~nfase nos proces.·SQS s6cia hist6ricos, a ideia deaprendizado inclui jnterdepend~ncia dos indtvfduos envotvidos no processc.D termo que utiliza [ ... ] significa algo como "processo de ensino-aprendizagem", incluindo sernpre aquele que aprende, aquele que ens ina ea rela~o entre as pessoas. (OLIVEIRA, 1998, p.57).

o desenvolvimento, segundo Vygotsky, est;' ent~o alicer9ado sabre 0 plano

das intera90es. 0 sujeito faz sua a9~0 que tern inicialmente urn significado

partilhado, ou seja, e quando acontece 0 processo ensino - aprendizagem.

Outro autor que tem grande importancia no ambito educacional e

principalmente da aprendizagem e Piaget, que foi urn dos grandes estudiosos da

Psicologia do Desenvolvimento. Piaget tem sua teoria baseada em etapas,

pressupondo que cada ser humane passa por mudan9as ordenadas e

previsiveis. Tendo como pressuposto basico da teoria 0 interacionismo, a ideia

de construtivismo seqOenciale as fatores que interferem no desenvolvimento.

A crian9a a todo momenta interage com a realidade, operando com objetos e

pessoas, fazendo com que e5sa interayao com a ambiente construa estruturas

mentais e adquira maneiras de faz~-Ias funcionar. Portanto 0 fator principal de sua

teoria, e a interayao organismo-meio

o desenvolvimento e aprendizagem segundo Piaget (1974), ocorre atraves

da assimlla~ao e acomoday8.o. A assimila9aO vai S8 modificando e transformando

nos estagios do desenvolvimento, que segundo seus estudos sao quatro estagios:

Sens6rio motor (0 a 2 anos), Pre-operacional (2 a 7 anos), das Opera90es concrelas

(7 a 11 ou 12 anos), e das Opera90es formais (11 ou 12 anos em diante), Segundo

Pia get, cada periodo e caracterizado par aquila que de melher a individuo consegue

fazer nessas faixas etarias, pore-m 0 inicio e termino das fases depend em das

caracteristicas biologicas de cada ser. (Piaget e Greco, 1974)

Ele ainda considera que 0 processo de desenvolvimento sao influenciados

pela maturag8o, exercita980, aprendizagem social e equilibrag8.o (processo de auto

regulac;ao do organismo, que constitui na busca sucessiva de reequilibrio ap6s cada

desequilibrio sofrido).

A infancia e uma etapa biologicamente util, e quando as crianyas S9

adaptam ao meio fisico e social. A adapta9~o e 0 ~equilibrio~, cujas conquistas

realizadas nestas fases perduram ate a adolesc~ncia, definindo a estrutura9~o

pr6pria destes periodos existenciais. E, conforme ensina 0 psic61ogo Jean Piaget in

Faria (1998), "educar e adaptar a individuo ao meio social ambienle". (PIAGET apud

FARIA, 1998, p. 34).

Piaget apresenta em sua teoria tanto aspectos construtivistas (matura9~o,

experiencias fisicas, transmissOes sociais e culturais e equilibra9~o), quanto

interacionista (Emfasena intera9ao do sujeito com 0 objeto fisico), alem disso, a

intera9~o social no processo de conhecimento n~o esta bem claro em sua teoria, e 0

que diz Luria (2001).

o terceiro autor que sera citado, a qual nao separou 0 aspecto cognitivo do

afetivo, e Henry Wallon, cujos trabalhos dedicam um grande espa90 as em090es.

9

Este autor identificou as primeiras manifestac;Oes afetivas do ser humano, suas

caracteristicas e a grande complexidade que sofrem no decorrer do

desenvolvimento.

Segundo Wallon (1968), a afetividade possibilita grande avan90 intelectual,

pOis sao os motivDs, necessidades, desejos que dirigem 0 interesse da crianc;a para

o conhecimento e conquista do mundo exterior. Sendo assim, e 0 vinculo afetivo que

a crianc;a estabelece com 0 adulto que 0 sustenta na fase inicial de sua vida que ira

sustentar a aprendizagem do individuo.

Ainda de acordo com Wallon (1968), 0 desenvolvimento humano e um

processD de ac;ao do individuo que tern seu initio ja no nascimento, com a interac;ao

social ande a crianc;a esta inserida, que se transforma em urn recurso de seu

desenvolvimento, principalmente no inicio da vida. A crianc;a, ao se esforyar para

compreender 0 mundo, exercita suas capacidades e obriga-se a fazer ayOes mais

complexas.

Na teoria de Wallon (1968), a dimensao afetiva ocupa lugar central, tanto na

construyao da pessoa, quanto na construyao do conhecimento. Este autor tambem

classifica em estagios as eta pas da vida: 0 primeiro e 0 impulsivo-emocional

(primeiro ana de vida), em que 0 bebe e totalmente dependente e recebe tudo de

que precisa das outras pessoas (mae, pai, baba, educadora), e 0 segundo e 0

periodo sensorio-motor e 0 projetivo no qual ela se interessa pela descoberta e

manipula9ao dos objetos,

Aos trl!s anos a crianya caracteriza-se pela oposiyao constante, pois tem a

necessidade de afirmayao e independ~ncia. A crianya e conhecida como. do contra,

que recusa as propostas dos adultos e tem em seu repertorio de respostas muitos

"naos", Como diz Wallon, esta e a "idade negativista do nao, do eu, do meu",

10

(WALLON, 1968 p.42). As crian,as precisam se auto-afirmar, entao tentam impor

seu ponto de vista pessoal, e fazer valer seus caprichos ou sua oposiC;ao.

Wallon (1968) ainda afirma que durante 0 periodo personalista (dos tr~s aos

cinco/seis an05), a crianc;a comeya a S8 dar Gonta de que e uma pessoa particular,

ja con segue interiorizar regras de jogos dentre Qutros aspectos importantes.

Segundo Rodrigues (1996), a aprendizagem e um processo dinamico.

Abrange fatas da vida e areas de conhecimento sempre m6veis, mutaveis, em

evolu,ilo e transforma,ao.

A aprendizagem real liga-se a conceitos e a aprendizagem. para bern viver,

liga-s8 a valores. Sendo assirn, 0 born ensina e dimensional, as fatas sao

fundamentados em conceit05, ha valores envolvidos e as conexOes com a vida sa.o

aparentes.

Rodrigues (1996) ainda ressalta a importancia de perceber que todo ser esta

em constante aprendizagem: "a razac reside no fato de eu ser urn processo em

desenvolvimento con stante e nao urn processo que acontece uma vez e depois se

imobiliza numa estrutura". (RODRIGUES, 1996 p. 35).

Esta enta~ explicito neste capitulo, como se da a aprendizagem no

individuo, levando em considerac;~o as particularidades levantadas pelos autores

citados. Que podem ser interligados a tim de demostrar que a aprendizagem e um

processo individual e real mente depende de sua intera~o com 0 meio em que se

est-a inserido.

No capitulo a seguir serao evidenciados aspectos relacionados a

alimenta,ao, nutri,ao e educa,ao alimentaL

11

3 A ALiMENTACAO. NUTRICAO E EDUCACAO ALiMENTAR

Este capitulo traz alguns conceitos sobre nutriyeo. alimentayeo e educayeo

alimentar, demonstrando a grande importancia destes aspectos para a vida do ser

humane e, principalmente, para as criantyas.

3.1 ALiMENTA<;AO

Alimentayilo Eo considerada, segundo 0 dicionario Houaiss (2001), "0 ate ou

efeita de alimentar-se, abastecimento renovado do conjunto de substancias

necessarias a conservayao da vida". ( HOUAISS, 2001, p.158).

"Sabe-se hoje que a alimentayilo e a nutriyeo silo lenOmenos distintos que

se completam na sua finalidade de preservayilo da vida e manuteny80 da saude."

(LEME e PERIM, 1997, p.65).

Alimentar-se e 0 ato voluntario de fornecer alimentos ao organismo, econsiderada como a primeira de todas as necessidades basicas, do ser humano,

que podem sofrer interfer~ncias socioculturais e religiosas entre Qutros fatores. E 0

que nos diz Leme e Perim (1997), a lim de esclarecer a diferenya entre os dois

conceitos. Abaixo sera estabelecido 0 conceito de nutriyilo.

3.2 NUTRI<;AO

A palavra nutriyao ja Eo conhecida ha muito tempo, pOis 0 dicionario traz 0

significado da palavra como originaria de nutritione, vocabulo do latim que significa

nutrir, alimentar. (HOUAISS, 2001).

Leme e Perim (1997) afirmam que a nutriyeo e um fenomeno organico, pois,

ap6s a ingestilo de alimentos saudaveis, as celulas do corpo luncionam, resultando

12

na rnanuteny80 do corpo. Sendo assim a rna nutr;C;80 considerada a ingest~o de

alimentos que nao suprem as necessidades ditnias do individuo.

A nutri<;:io como ci~ncia e responsavel por estudar a composi9aO dos

alimentos e as necessidades nutricionais do individua, em diferentes estados de

saude e doenc;as. A nutric;ao do individua inicia-se depois que as alimentos entram

no organismo e sao transformados em nutrientes satisfazendo assim as

necessidades de energia, fornecendo material anab61ico e regulando 0 metabolismo

corporal.

Essa ci~ncia tambem e responsavel par prevenir e tratar os disturbios

ligados a alimentayAo e a nutriC;80 humana bern como visa a manutenyi':io da saude

atraves de uma alimentaC;80 completa e adequada. Tern par objeto de estudo as

alimentos e nutrientes e suas interac;:oes entre si e com a organismo humane e todas

as suas possiveis implica90es organicas e psiquicas. (80SI,1996).

A nutric;:~o pode ser considerada em dois aspectos: como ciencia e como

fen6meno organico, au seja, desde a composi9~o dos alimentos e como esses sao

absorvidos pelo organismo e disturbios da alimentares.

2.3 EDUCA<;:AO ALiMENTAR

A alimentac;:ao e um dos aspectos mais importantes para 0 crescimento

fisico e para um bam desempenho na aprendizagem da crianc;:a. ~ necessaria

fornecer alimentos adequados as necessidades de nutri9aO especifica de cad a idade

em que a crian9a S8 encantra. as museu los, os ossos e, em especial, a sistema

nervosa, sofrern prejuizos significativos se houver rna nutri9aa, conforme Moloney

(1992).

13

Na EducaC;ao Alimentar, sao considerados as conhecimentos e as

habilidades que permitem as pessoas selecionar e consumir alimentos saudaveis de

forma segura e adequada. Nos dias de hoje e algo desafiador ensinar bons habitos

alimentares, pais as pessoas dependem cada vez mais de alimentos prontos e

industrializados que nem sempre possuem as nutrientes para uma boa alimentac;:ao.

(MOLONEY, 1992).

EducaC;ao Alimentar implica em criar novas sentidos e significados para 0

ate de comer, alem de conhecer profundamente 0 que e alimenta9ao e para que ela

serve. 0 segredo de uma refeiC;ao saudavel esta na variedade de alimentos e na

combinaC;aoentre eles e para que is so ocorra existe uma piramide alimentar que se

deve levar em consideraC;ao.

Tal piramide representa as Por90es diarias de alimentos que devem ser

ingeridas para garantir uma alimentac;:aoequilibrada como: proteinas, carboidratos,

lipidios, minerais, vitaminas e agua que sao chamados de nutrientes. Os nutrientes

sa.o as partes do alimento que 0 corpo utiliza para a produc;:a.ode energia, para 0

crescimento, para desenvolver e reparar tecidos e para se proteger de doenc;:as.

Eles devem ser ingeridos diariamente, de diferentes maneiras e em quantidades

variadas de acordo com a idade, altura, sexo, fase fisiol6gica e atividades do

individuo. (LEME E PER1M,1997).

Mesmo sendo desafiador ensinar uma crianc;:a au adulto a ter uma boa

alimentac;:ao nos dias de hoje, pela apelac;:ao dos comerciais na televisao, Moloney

(1992) afirma que e mais facil alimentar-se de maneira adequada nos dias de hoje

do que jamais fOi, pois hi! uma variedade muito grande de alimentos no mercado.

Basta que a consumidor saiba escolher os mais adequados para uma alimentayao

saudavel. (MOLONEY, 1992).

14

Segundo a mesma autera, cada pessoa reage de forma diferente aos

alimentos e a aljmenta9~o. A maior parte das experi~ncias alimentares e obtida na

infancia, au seja, quando S8 esta crescendo, sendo assim, e principalmente na

infancia que as habitos alimentares saudaveis devem comec;:ar.

A memoria e as sentimentos que as pessoas levarn da infancia para a vida

adulta estao diretamente relacionadas com 0 ato de 58 alimentar. Sabe-s8 que as

criang8s S8 espelham nos adultos, sendo assim as habitos alimentares dos mesmas

em cantata com as criangas em formagao devem acorrer de maneira adequada,

mostrando a elas a maneira c~rreta de 5e obter uma boa alimenta9ao. (MOLONEY,

1997).

Quante mais as crian98s crescem, mais dificil e ter dominic de sua

alimentagao, principalmente quando elas entram nas escolas, que oferecem

alimento5 de qualidade inferior e pre90s baixos, sendo considerado5 alimentos de

calorias vazias.1

As escolas acabam oferecendo as crianc;as 0 que elas gostam, ou seja,

assemelha-se aos servic;os de lanchenetes, esse problema e maior ainda quando as

crianc;as passam na escola 0 dia todo (period a integral), par isso e de extrema

importanc;a que estas escolas passem a transformar-s8 em exemplos rapidamente,

ja que as crianc;as aprendem conforme os meios em que se est~o inseridas.

Pode-se dizer que e a maneira como se nutre 0 corpo durante a infAncia que

determinara como se desenvolvera a alimentac;ao no futuro. Portanto, quante mais

cedo a educaC;ao alimentar comec;ar, melher sera para a desenvolvimento do ser

humano em crescimento.

1 Alimentos com pouco ou quase nenhum valor nutricionaJ, porem com alto tear cal6rico: ex: frituras,salgadinhos industrializados e "fast foods", urn exemplo tipico deste ultimo e 0 "Mac Donald·s".

15

Constata-se que, Nutri,ao e alimenta,8o, constituem expressOes distintas,

n~o s~o termos sinOnimos. De maneira bern simples, podemos dizer que

alimentagao e 0 ata de comer. Nutrigao e a alimento que se come e 0 modo pelo

qual seu organismo utiliza este alimento. E educa,8o alimentar to a mudan,a de

habitos alimentares que nao dura uma semana, urn mes, urn ana, mas sim uma

vida, e se come9ada na mais tenra idade melhores serao seus beneficios.

A seguir serao tratados aspectos relacionados a aiimentayao e a

desenvolvimento global, relatando sabre as necessidades nutricionais das criangas.

16

4 A ALiMENTA~AO NUTRI~AO E 0 DESENVOLVIMENTO GLOBAL DACRIAN~A

Neste capitulo sera tratada a alimenta9~ode maneira especifica, relatando

as alimentos que devem ser ingeridos nas fases pre-escolares e escolares para que

a crianya tenha um desenvolvimento amplo e de boa qualidade.

Cuberes (1997), afirma que um dos requisitos fundamentais para garantir a

saude, crescimento e urn born desenvolvimento emocional e cognitiv~ de uma

crianr;a e necessaria que ela esteja bern alimentada, au seja, para que a crian9a

consiga progredir e t8r urn desenyolvimento global e que esta passu a urna

alimentayao adequada e equilibrada. (CUBERES, 1997).

Sabendo-se disso, a seguir relata-s8 sabre alguns aspectos importantes em

relac;ao a alirnentaryao das cr;an~s em idade pre-escolar e escolar.

3.1 NECESSIDADE NUTRICIONAL DE UMA CRIAN9A

Segundo 0 LIMA (2005), uma crianya que esta entre os 0 a 5 meses deve

ingerir cerca de 108 (KcaIlKg) diariamente; de 5 meses a 1 ano deve ser ingerida

cerca de 98 (KcaI/Kg); de 1 a 3 anos, 102 (KcaI/Kg); e dos 4 a 6 anos 90 (KcaI/Kg) e

importantissimo que estas calorias nao sejam as ditas calorias vazias, mas sim que

tenha realmente grande valor nutricional. (lima apud Nutriweb aces so em

10105/2006)

Segundo 0 BRASIL(10104/2006), nos 6 primeiros meses de vida a crianya

deve se alimentar apenas com 0 leite materna pois, ele contem tuda a que a cr;anc;a

necessita ate as 6 meses de idade, inclusive agua, alem de proteger contra

infecyoes.

17

A partir dos 6 meses, 0 organismo da crian<;a ja est" preparado para receber

alimentos diferentes do leite materna, que sa.o chamados de alimentos

complementares. Mesma recebendo Qutros alimentos, a crianC;8 deve continuar a

mamar no peito ate as 2 anos ou mais, pois 0 leite materna continua alimentando a

crian98 e protegendo-a contra doenC;8s.

Ainda segundo 0 Brasil A partir dos 6 meses, dar alimentos complementares

(cereais, tuberculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) 3 vezes ao dia, se a

crian9a reeeber leite materna, e 5 vezes ao dia, se estiver desmamada. No segundo

ano de vida, devem 58r acrescentados mais dais lanches, al8m das 3 refeic;6es.

No inicio da alimentac;:ao complementar, as alimentos oferecidos a crianc;a

devem ser preparados especial mente para ela sob a forma de papas, pures de

legumes, cereais e frutas. S~o os chamados alimentos de transigao. A partir dos 8

meses. podem ser oferecidos as mesmas alimentos preparados para a familia,

desde que amassados, desfiados, picadas au cortados em pedac;;os pequenos.

Sopas e comidas ralas/moles nao fornecem energia suficiente para a crianc;;a.

(Moloney, 1992)

Deve-se evitar 0 usa da mamadeira, pois a mesma pode atrapalhar a

amamentac;;ao e e a principal fonte de contaminac;;ao e transmissao de doenc;;as.

Recomenda-se 0 uso de copos (copinhos) para oferecer agua ou outros liquidos; dar

as alimentos semi-s6lidos e s6lidos com prato e com a colher. Isso e 0 que afirma 0

Minister;o da Saude.

Segundo a autora Moloney (1992), entre os 3 e 4 anos as crian9as adquirem

todas as habilidades de alimentac;;ao. Com sua primeira dentic;;ao completa con segue

mastigar diversos alimentos, conforme a pratica aumenta, ela consegue utilizar 0

garfo e a colher. As crian9as nos seus primeiros anos de vida acumulam energia,

18

pais quase nao se movimentarn. A partir do momento em que ela come<;a a andar

consome menes alimentos do que gasta em energia, par isso acabam perdendo urn

peuec do peso que acumularam durante os primeiros meses de vida, 0 que nao e

preocupante.

Os pre-escolares aumentam apenas 12% do seu peso entre as 3 e os 5

anas de idade cansuminda apenas pequena quantidade de alimentas, gastanda de

comer apenas quando estao com fome. 1550 nem sempre ocorre nas haras

estipuladas pelas adultas, as crian98s tambem param quando estaa satisfeitas, a

que deve ser incentivado para futuramente auxiliar nos bons habitos alimentares.

(Moloney, 1992).

As crianC;8s nesta fase necessitam de muita proteina, pais estas possuem

funC;aoconstrutora vista que 0 corpo das crian9as esta em construc;8o. As proteinas

sao encontradas nos alimentos de origem animal e em alguns poucos vegetais, sao

de grande importancia na dieta de toda a fase de crescimento, desde a infancia ate

a adalesrencia, e ainda e muita recamendada a lactantes, gestantes e queimadas

pais passuem tambem nutrientes neparadoresalem de canstrutares. (Leme e Perim,

1997).

Moloney (1992), em seu livra, estabelece como alimentos prioritarios para a

dieta diaria das crianc;as que freqOentam a escola de educaC;ao infantil, leites e

derivadas (quatro a seis Por9oes de 1/2 capo), carnes, peixes, aves au autra

alimenta rico em prateina (tr';s par90es de 30g.), frutas e verduras (quatro par90es

au mais de 1/4 de copa, principalmente as que cantem vitaminas C e A) e graas

(quatro par90es).

As crianC;8s com mais de 7 anos se alimentam sozinhas e sabem muito bem

o que querem comer. E comum elas incorporarem habitos alimentares de outras

19

pessoas. As habilidades basicas de alimenta<;:aodessas criangas tornam-se muito

bern desenvolvidas nesse periodo.

Segundo Moloney (1992), as crian,as em idade escolar, particularmente,

precisam de urnborn cafe da manha.para mant~-Iasalertas durante 0 longo intervalo

ate 0 almog:o, as crian<;:asque tomam urn born cafe da manha tl!:m mostrado menos

fadiga. Uma das majores diferenc;:as nos habitos de alimenta9~o que surge no

periodo escolar e 0 desejo de alimentar-se livremente.

Conforme a crian9a sente~semais a vontade perante 0 grupo, podem aeabar

trocando seus lanches e mostram com isso, que as crianc;as dessa fase sabem

exatamente 0 que querem comer e 0 que querem que sejam colocados em suas

lancheiras.

A mesma autera relata que as necessidades diinias dcs escalares podem

ser supridas atraves de tres ou quatro por,Oes de leite e derivados, duas por,Oes de

cerca de 30 gramas de carne, peixe, aves e outros alimentos ricos em proteinas,

quatro ou m8is por90es de 112copo de frutas e verduras, incluindo urna rica pon;a.o

em vitamina C e outra rica em vitamin a A, (um peda90 medio de fruta constitui uma

por,~o), quatro por,Oes de graos sendo que uma fatia de p~o ccnstitui-se em uma

pon;:ao ou meio copo cozido de arroz, macarra.o ou outr~ cereal. Urna boa

alimenta9a.o deve ser equilibrada e obedecer aos criterios para cada faixa eta ria a

fim de promover as crian,as 6tima qualidade de vida.

No capitulo a seguir serao tratadas questOes relacionadas as implic890es de

uma alimenta9a.odeficiente no processo ensino-aprendizagem.

20

51MPLICACOES DE UMA ALiMENTACiio DEFICIENTE NO PROCESSOEN SINO' APRENDIZAGEM.

Este capitulo aborda a importancia de uma boa alimentayso durante a idade

pre-escolar e escolar e as implicat;6es da car~ncia alimentar e da desnutric;~o no

processo ensino-aprendizado.

5.1 IMPORTANCIA DE UMA BOAALIMENTACAo NA INFANCIA

Alimentaryao equilibrada, racional, balanceada au mais conhecida como a

boa alimentac;~o e aqueJa que fornece todos as nutrientes nas quantidades

recomendadas para cada $8r humane durante as diferentes etapas de sua vida. As

quantidades necessarias sao estabelecidas por profissionais da area da nutric;ao,

que revisam periodicamente essas quantidades. A alimentac;ao equilibrada tambem

deve seguir algumas leis em relal'ao a quantidade, qualidade, harmonia e

adequa<;ao. (Mareondes, 1979).

Junqueira e Peetz (2001), nos trazem informal'Oes sobre a Organizal'ao

Mundial de Saude (OMS), que diz que, cerea de mais de 2 bilhoes de individuos, em

diversos parses, apresentam algum tipo e deficiencia nutricional, seja ela par nao

suprirem as necessidades protE~icas ou como conseqO~ncia de alimentayao

inadequada e desequilibrada.

Segundo os mesmos autores, um consumo alimentar inadequado, par

period os longos, resulta em esgotamento das reservas organicas de

micronutrientes, trazendo conseqOencias para as crian9as, retardando 0

desenvolvimento, reduzindo a atividade fisica, diminuindo a capacidade de

aprendizagem, permitindo uma baixa resistencia e infe~~o e deixando a crian9a

21

muito mais suscetivel a doenyas. IS50 e muito bern estabelecido ainda por inumeros

pesquisadores brasileiros, alern de Junqueira e Peetz, na area da nutri9ao infanti!.

o crescimento e a born funcionamento do organismo dependem de uma

alimenta9ao adequada, pais alirnentar-se bern nao significa comer em demasia au

regularmente. Determinadas substancias sao fundamentais sobre a estrutura e

funcionamento do organismo. Uma alimenta9aO de boa qualidade e 0 resultado do

equilibrio entre todos as nutrientes, como esta representado pela piramide alimentar.

(Marcondes, 1973).

Nos dias de hoje e consenso que a ingestao adequada de nutrientes nos

primeiros an os de vida e essencial para a obtenyao de urn desenvolvimento e

crescimento saudaveis. Segundo Ctenas e Vitolo,

As reJa¢es que 0 ser humano estabelece com a com ida extrapolam a suanecessidade de nutrir~se. Embalando pelas sensa¢es e em~s quedespertam, os alimentos ora sao vistas como demonstra~o de lImor, orasao vistas como recompensas por ~xitos ou, numa atitude inversa, comoallvio para fracassos OU problemas. (CTENAS E VITOLO 1999, p.130).

Com isso, pode~se ter a certeza de que uma boa alimentac;ao ou uma

educac;ao alimentar correta vai muito alem de apenas nutrir-se, ou seja, nao

influencia apenas 0 crescimento, mas tambem diversos aspectos relacionados com

a vida do ser humano, emocional, social e cognitiv~.

Portanto, e essencial que as crianc;as aprendam a alimentar-se

corretamente, desde a mais tenra idade. Pais uma crianc;a bern alimentada e aquela

com energia para exercitar~se, com disposiC;ao para estudar, apresenta melhor

atenc;ao e concentrac;ao nos estudos, 0 que favorece 0 aprendizado.

22

5.2 CAR~NCIA NUTRICIONAL E A APRENDIZAGEM

Best e Taylor (1999) dizem que, muitas vezes, 0 aluno nao capta 0

conhecimento au aprende mal, devido a urn problema fisico. Na medida em que

procura identificar a natureza do problema, pode-s8 contribuir para que ele seja

superado. Per isto, quando uma crianc;a n~o consegue aprender, 0 professor nao

deve condena-la, nem dar nota baixa ou ate mesma reprova-Ia.

Prime ira mente e preciso estabelecer as possiveis causas desse baixo

rendimento e entao 0 professor pode se deparar com varios fatores como doenc;as,

defici~nciaou carencia nutricional.

Segundo Guedes (2001), a capacidade para aprender e uma das

caracteristicas marcantes dos seres humanos, 0 que 0 torn a urn objeto essen cia I no

estudo sabre as efeitos da desnutriyao. Sabe-s8 que se compararmos 0 rendimento

de escolares bem e mal nutridos lica lavorecido 0 primeiro grupo, constatac;ao esta

que levou ao surgimento de im"'meros programas governamentais de suplementac;ao

alimentar nas escolas. Portanto, segundo Guedes (2001) e de reconhecimento

oficial que a desnutrirya.o pade comprometer 0 aprendizado.

o mesmo autor tambem sugere que, ao contrario do que se pensa, 0

cerebro e bem menos afetado pel a desnutric;ao do que, por exemplo, 0 figado, mas

hit uma diferenrya essen cia I. Enquanto 0 figado pade se regenerar, os danos

causados ao cerebra sao irreversiveis.

Guedes (2001) tambem relata em seu artigo que ha duas ideias bastante

seguras de S8 dizer sabre este assunto: 0 cerebra safre graves alterary6es em

conseqOencia da desnutric;ao e a segunda e que os efeitos de uma ma nutri9~0 no

23

cerebra e no resta do corpo sao muito mais desastrosos para a crianC;8 do que para

o adulto.

Marcondes (1979), diz que:

A desnutri9Ao relarda 0 aprendizado, colaborando para as alios Indices derepetancia. 0 escolar desnutrido em geral e pouco resistente ill doenyas,sujeito a fadiga f~cil,e desatento e ap~ticoe com diflCuidade de aprender,pois interfere diretamente nas aUvidades fisica! e mentais de crianca. Adesnulriyao ~ 0 melhor indicador de pobrez3. Tal como as outras dimensOesde saude precaria, a desnutrigoo est~ concentrada entre as populayOesmais miseraveis, normalmenle nAo alcanyadas por politicas publicas, iendoassim estas pessoas estao mais suscetlveis enlao ao fracasso escolar.(MARCONDES,1979, p.S4).

Individuos bem nutridos t~m mais vigor, vitalidade, disposi,ao, seja para 0

trabalho au para 0 lazer. Conseguem obter maior rendimento em todas as suas

atividades, quer sejam elas fisicas, mentais ou socia is.

Falando-se de desnutri,ao e muito f,\eil confundir-se com a fome, porem h8

uma diferen,a basica entre desnutri,ao e a fome. Abreu (1995) mostra

estatisticamente que a desnutric;a.o provoca lesOes no sistema nervoso de dificil

reversibilidade e recupera<;:lo, ja a fome, ao contrario, mostra uma situa<;ao

transit6ria, possivel de reversao, porem as duas dificultam a realiza,ao de atividades

cotidianas do ser humano, principalmente quando acompanhadas de estados

anemicos graves.

As defici~ncias nutricionais que apresentam maior importancia com rela<;ao

a desnutri<;ao sao provocadas principalmente pela falta de produtos energeticos,

representados pelos carboidratos, como tam bern pela falta de produtos funcionais,

que sao as proteinas que podem dar origem a anemias, e as vitaminas, que podem

causar doen,as geradas pela car~ncia do complexo B. Esse tambem e um quadro

relacionado principalmente com a pobreza da popula,ao brasileira e que afeta

principalmente as crian,as do ensino fundamental. (Batista Filho e Rissin, 1993).

24

Com essas informaryCes percebe-se que realmente uma boa alimentayao ede grande importancia para que haja uma aprendizagem eficiente e que a

desnutri9aO e urn fator que complica urn desenvolvimento integral do ser humano.

A seguir serao evidenciados aspectos relacionados a merenda escolar e as

leis que regem estes alimentos.

25

6 MERENDA ESCOLAR

Cerca de 80% dos municipios brasileiros estao incluidos no PNAE

(Programa Nacional de Alimentac;ao Escolar) proposto pelo governo Federal. Em

algumas regiOes do Brasil a refeic;:ao entre as, a qual deveria preencher apenas 15%

das necessidades diarias de urn ser humano, acabam sendo a unica refeic;:a.ofeita

por muitos dos alunos.

Neste capitulo, serao evidenciados as programas de governos relacionados

a alimenta(fao escolar, historico da merenda escolar e as perspectivas desta.

6.1 HIST6RICO DA MERENDA ESCOLAR

As informac;:Oes a seguir foram coletadas nos sites ofrciais do governo

Federal, tais como 0 do MEC, FNDA, e Ministerio da Saude.

Na decada de 30 teve inicio a politica nutricional no Brasil, quando loram

criados as primeiro inqueritos da alimenta<;~o,orc;:amento familiar, e condig6es de

vida da populayao. Em 1954 surgiu 0 PNAE (Programa Nacional de Alimentac;ao

Escolar) que repassa recursos financeiros para garantir a oferta da alimentac;ao

escolar. (BRASIL, 15107106).

Oessa forma, 0 Programa contribui para a melhoria da capacidade de

aprendizagem, para a forma<;:ao de bons habitos alimentares, alem de contribuir para

a redu,ao da evasao escolar.

Ainda segundo 0 MEC, 0 programa ganhou impulso e eletiva abrang,mcia

nacional com a Companhia da Merenda Escolar (CME) criada pelo decreto 37.106,

de 31 de mar,o de 1955 com 0 lornecimento de urn pOacompanhado de complexo

vitaminico A+D. Em 1965 aCME passou a ser denominada Companhia Nacional de

26

Alimental'ao Escolar (CNAE), deixando de ser campanha, transformando-se em

Instituto Nacional de Assistencia ao Educando (INAE), atraves da portaria ministerial

708, de 22 de dezembro, com base no decreto 85.843, de mar,o de 1981.

o INAE foi criado como 6rgao aut6nomo, vinculado ao Ministerio da

Educa,ao e Cultura (MEC), constituindo, assim, 0 primeiro passo para a

institucionaliza,ao da merenda. (BRASIL, 15/07/06)

o programa mais antigo do MEC passQu, em 1994, pela primeira grande

reestruturar;ao, a partir da descentralizac;:ao, e quatro anos depois com 0 repasse

automatico de verbas para as prefeituras municipais. No processo de

descentraliz8c;:ao, ficou definido que os Estados e municipios tern a obrigaC;03o de

aplicar os recursos repassados pela (FAE) Funda,ao de Assistencia ao Estudante,

exclusivamente na aquisic;:ao de gemeros alimenticios.

Em 2000, a merenda escolar foi introduzida regionalmente, ou seja, com

alimentos regionalizados, e tambem fo; criado urn canselha que conta com a

presenC;8 dos poderes legislativDS, judiciarios, pais, alunos, professores e de

enlidades da sociedade civil.

Mondini e Monteiro (1995) afirmam que a merenda escolar tem chamado a

atenC;c30 da sociedade, tanto pela sua importancia, quanta pela sua abrangencia

social. Esta sendo de grande importimcia para melhorar a capacidade nutricional

das criangas e, principalmente, a permanencia e 0 sucesso do aluno na escola.

A Merenda Escolar tem como objetivo tambem a melhoria do rendimento na

aprendizagem de criangas e adolescentes. Tambem fornece subsidios para criar

habitos alimentares saudaveis e uma educac;ao alimentar, e principalmente diminuir

a evasao e a desistencia escolar. (Mondini e Monteiro, 1995).

6.2 LEIS QUE REGEM A MERENDA ESCOLAR

27

Sabe-se que a alimentayAo e fator crucial para uma aprendizagem eficaz, as

governos est:to "acordando" para tal situac;ao, oferecendo as crian9as de educac;ao

infantil e ensino fundamental merenda para auxiliar este desenvolvimento, e 0 que

podemos perceber 0 FNDE':

As informat;Oessabre a situayao nutricional de estudantes da educayaoinfantil e do ensino fundamental deverao fazer parte do Sistema NacionaldeVigil~ncia Alimentar e Nutricional, do Ministerlo da Saude. toque pre~ aPortaria Interministerial N·1.01012006, publicada em maio[ ... ]A portaria interministerial prev~, ainda, um trabalho de iensibiliz~o dosentes envo/vidos na alimentayao escolar e no atendimento a saude decriant;as e adolescenles, de maneira a concretizar a integrayao. "Como 0Pnae Oltende it educa~o inf3ntil e 0 ensino fundamental, as ayOesconjuntas de profissionais das duas ~reas tornam-se ainda maisimportantes porque boa ~rte das informa¢es de saude refere-se acriancas de ale cinco anos, e n6s precisamos ampliar 0 perlodo deacompanhamento", explica a nutricionista Lorena Chaves, do Pnae.(BRASIL, 24/08106).

Segundo Brasil (12/06/06), 0 Ministro Interino do Estado da Saude,

juntamente com 0 Ministro do Estado da Educac;ao, instituiu as diretrizes para a

promo<;aode uma alimenta<;aosaudavel da educac;ao infantil ao ensino medio das

redes publicas e privadas, baixando a pontaria Interministerial MS/ME N" 1.010, no

dia 8 de Maio de 2006, demostrando que a escola pode e deve ser um local onde

promove uma educa<;ao alimentar. Os ministros em questao levaram em

considera<;ao aspectos como a desigualdade social, fator que influencia na

alimentat;:aoe na incidencia de doen<;as,e tambem consideraram 0 aspecto relativo

it obesidade, a qual tem tido seu maior indice em crian<;ase adolescentes.

Outras pollticas publicas tambem foram estabelecidas no ambito de uma

boa alimenta<;aonos governos estaduais, ja que a escola deve estimular mudan<;as

2 Fundo Naciorul de desenvoMmenlo da educar,;;CIo,E respondvel peli! lIssi.l&nci;J finan~ire em caratercomplement.ar, normetjzZl~o, coordenayAo, acompanhamento, monitoramento e filCGliz.ec;lo ~ execu~o doprogr"ma, <Item d~ lIvaJia<;io da lua efelividade e eficGcia. (lite www.FNDE.gov.br).

28

culturais sabre a alimentac;:ao, ah~m de incluir a alimentac;:ao de maneira adequada e

tambern torna-Ia ativa no dia-a-dia dos escolares.

6.2.1 PERSPECTIVA DA MERENDA ESCOLAR

Ap6s a descentraliza9ao do Programa Nacional de Alimenta9ao Escolar

(PNAE), a regionaliza9ao agilizou a compra e contribuiu para uma melhoria da

qualidade dcs alimentos utilizados, ja que, quando era centralizado, a Programa

acabava par comprar produtos naD perecfveis, semi-elaborados e principal mente

mal formulados, alE~mde Qutros empecilhos como pre9<) alto, transporte inadequado,

extravios de cargas dentre outros. (BRASIL, 17/07/06)

Nos dias de hoje 0 governo federal transfere as verbas para os governos

estaduais e municipais que utilizam estes valores com a coordenayao da Associayao

de Pais e Mestres e comissoes dos governos estaduais e municipais. 1550 viabilizou

uma melhora consideravel na merenda escolar, pois, podem ser comprados

alimentos IN NATURA' que e muito mais nutritiv~, alem de prom over a alimenta9ao

para todos os dias letivos ja que acabavam faltando ingredientes para tal quando 0

programa era centralizado, e ainda promover uma merenda correspondente a regii:'lo

respeitando os costumes e habitos alimentares saudaveis. (Mondini e Monteiro,

1995).

o que a escola publica normalmente faz e oferecer a merenda escolar, para

as crian9as que permanecem ali entre 2 e 4 horas. Pressupondo que a alimenta9ao

dessa crian9a foi satisfat6ria em casa, mas nem sempre isso acontece, muitas

, Produlos que nao passam par processo de induslriatizao;ao.

29

crian9as sao obrigadas a limitar~se apenas a merenda escolar como sua

alimentagao diaria.

Gabardella (1999) afirma que seria interessante que a Merenda Escolar

fizesse parte do curricula eSGolar de ensina, pais hit muitas possibilidades e

necessidades que podem ser exploradas no ambito educacional, ja que a merenda

raramente e visualizada como urn conteLldo de ensina. Casa viesse a Dcorrer 85sa

inclusao, as alunos poderiam assim aprender e entender mether a utiliza980 de

determinados tipos de alimentos com finalidades nutricionais.

A escola tern urn vinculo importante com a merenda, pais a escola tern 0

objetivo de estimular 0 consumo de alimentos de origem vegetal, naturais e nao

aqueles industrializados considerados como calorias vazias. Devern oferecer

alimentac;ao equilibrada e orientar seus alunos para a pratica de bons habitos de

vida, pois 0 aluno bern alimentado apresenta maior aproveitamento escolar, tern

equilibrio necessario para seu crescimento e desenvolvimento, mantendo as defesas

imunol6gicas.

Sendo que, como ja vimos anteriormente, uma das principais conseqQemcias

de uma alimenta~Ao inadequada, no periodo escolar, pode ser caracterizada como

uma das causas de alterayAo do aprendizado e da aten9ao do aluno. (Marcondes,

1979).

Muito se fez e muito ha de se fazer para que os alunos da rede publica de

ensino passem a ter um melhor desempenho nas atividades escolares. E necessario

estimular mudan~as na consciencia dos escolares, a fim de que ingiram alimentos

que favore~am seu desenvolvimento fisico e intelectual, e ainda que a Merenda

escolar seja tratada como algo a ser discutido e trabalhado em sala de aula. E nao

30

apenas como fato que ocorre entre as intervalos das aulas. Sendo assim a Merenda

e principalmente a escota tern grande importancia na alimentayao de urna criam;:a.

No capitulo a seguir serao apresentados as resultados da pesquisa de

campo realizada com professores da rede publica de ensina.

31

7. APRESENTAC;:ii.OE ANALISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

A pesquisa em questao teve como objetivo constatar 0 que os professores

da rede publica de ensina entendem por alimenta9aO saudavel, S8 as alunos

possuem uma alimentagao saudavel. se uma nutrigao inadequada e um lator

prejudicial no processo ensino-aprendizagem, quais as principais caracteristicas que

podem ser observadas nas crian98s com car~ncia nutricional, e questOes

relacionadas com a merenda escolar.

Para tal loi utilizada a pesquisa de campo qualitativo-descritiva que

conlorme relata Marcondes e Lakalos (1999) e aquela que "consistem em

investigagOesde pesquisa empirica cuja principal linalidade delineamento ou analise

de caracteristicas de latos e lenomenos." (MARCONDES E LAKATOS.1999. p. 86).

Os mesmos auto res dividem esta pesquisa em quatro categorias. sendo que

esta pesquisa S8 enquadra na primeira, denominado: estudos de verifica9aO de

hip6teses, que sao aqueles estudos que cont~m em seu projeto de pesquisa

hip6teses que devem ser verificadas, hip6teses estas que derivam de fantes

te6ricas.

o questionario loi utilizado para realizar a pesquisa, pois este e um

instrumento de coleta de dados que atinge maior numero de pessoas

simultaneamente, obtem respostas mais rapidas, e principalmente ha mais

seguranya, pelo fato de as respostas nao serem identificadas e nao correr 0 risco de

distorgao, pela influencia do pesquisador.

As perguntas dos questionarios em apendice loram abertas e segundo

Marcondes e Lakatos (1999), tambem podem ser chamadas de perguntas livres ou

nao limitadas, permitindo que 0 entrevistado utilize sua linguagem pr6pria, alem de

32

emitir suas opini6es sem rep res sao, esse tipo de questionario possibilita urna

investigacrao mais profunda e precisa.

A pesquisa foi constitufda por 30 questionarios distribufdos entre professores

da rede publica de ens ina aleatoriamente e somente 13 retornaram preenchidos. A

seguir trarei 0 resultado destes dados tabulados de maneira geral.

As primeiras questoes estao relacionadas aos dados gerais dos

entrevistados. Denlre estes dados encontram-se: Saxo; idade; forma98.0;

modalidade da escola, faixa eta ria dos alunos.

GrMico 1 - idade

10 professores I

20 - 30 8nos 31 - 40 enos 41· 50 an os 51 - 60 8nos

Gn;fico 2 - forma9ao

~O'~ll I-r.~-~mBbJ nn. 10 Professoresl

0-"'Co:~"'Co •u c.

33

Pade-se constatar nos dados acirna que a faixa etaria prectominante das

entrevistadas e de 20 a 30 anos (grafico 1 ) sendo todas do sexo feminino, e em

forma<;ao acad~micaou ja. formadas. A maioria possui forma~o superior completa e

trabalham com a faixa etaria de 1 a 10 anos de idade.

A seguir segue a analise das questOes abertas:

A primeira questa.o esta relacionada ao que estes profissionais

entendem par alimentacao saudavel. Todos os questionarios citam a alimenta<;:to

saudavel como urna combinaCao de alimentos, balanceando componentes a fim de

atender todas as necessidades nutricionais de ser humano.

Tambem s~o observadas respostas nas quais as professoras colocam como

um fator importante para a alimenta9Ao balanceada a variedade na ingeslao de

alimentos, tais como verduras, legumes, frutas, carnes, DVOS e etc. Apenas urn

question aria sita a piramide alimentar, porern a maioria insere em suas respostas as

alimentos tidos nesta piramide.

Os profissionais da educa9~0 entrevistados possuem conhecimentos sabre

a que e um alimenta9ao saudavel. Condizendo corn a fala de Marcondes, ja citado

anteriormente neste trabalho. Alimenta,ao equilibrada, racional, balanceada ou mais

conhecida como a boa alirnenta9~0 e aquela que fornece tad os os nutrientes nas

quantidades recomendadas para cad a ser humane durante as diferentes etapas de

sua vida. A altmentagao equilibrada tambem deve seguir algumas leis em relagao aquantidade, qualidade, harmonia e adequa9Ao. (MARCONDES, 1979).

A segunda pergunta e: dentro da perspectiva de sua resposta, voce

percebe que os alunos tem uma alimentayao saudavel? Justifique. Algumas

entrevistas (6) enfatizaram que durante 0 period a que essas crian9as est~o na

escola fazern sim uma alimenta9~0 saudt.tVel, pais as cardapios sao elaborados par

34

nutricionistas sao terceirizados, alimentam-se nos horarios corretos e tad a

alimentayao e balanceada, contendo as nutrientes necessarios para urna boa saude.

Porem essa alimentac;ao fica somente dentro da eseola, pois devido as

condiy6es financeiras e intelectuais dos pais4, estes naD oferecem alimentos de boa

qualidade para seus filhos.

As Qutras entrevistadas disseram que absolutamente nao, pais a maio ria

dos alunos sao mal alimentadas em casa e muitos se alimentam apenas na escola,

ou seja: apenas urna vez ao dia, urna referiu-se as vitaminas encontradas nos

peixes e figado que mesmo no cardapiD da eseela nao e inserido.

Algumas entrevistas tambem citaram a oferta de salgadinhos, doces e balas,

alem da ingestae de alimentos gordurosos urn impecilho para que ocorra uma

alimentagao balanceada. Esta fala pode-se rerneter a citag1io jll referida neste

trabalho na qual Moloney (1992) diz que cada dia fica mais dificil ensinar a uma

crianc;a a alimentar-se corretamente devido a apela980 da midia para os alimentos

com pouco valar nutricional.

A maiaria dos questionarios traz 0 problema social, como fator predominante

para a falta de uma alimentagao saudavel, esse problema nao e apenas um fator

biol6gico mas sim social, mesmo as crianc;as que se alimentam bern na escola,

como as entrevistas relataram, nao possuem uma alimentac;ao adequada para born

desenvolvimento. Po is somente lima refeiya.o diaria, balanceada e com nutrientes

necessarios na.o e suficiente. Como ja citado anteriormente, as crianyas em idade

escolar, particularmente, precisam de um bam cafe da manh1i para mante-Ias alertas

durante a longo intervalo ate 0 almoc;o.(MOLONEY, 1992). Se isso nM ocorre com

~ SIC - Segundo informa<;Oes colhidas

35

a maiaria dos alunos das entrevistadas, e praticamente impassive I que estas

Crianl):8S possuam urna alimentac;::ioadequada.

A questao numero 3 e: vo~ considera um problema uma alimenta,ao

dita nao saudavel? As respostas foram praticamente un~nimes, quase todas as

entrevistas responderam que urna alirnentaty:io deficiente pode ocasionar diferentes

problemas, principalmente por estas crianc;:as estarem em pleno cresci mento,

interferindo assim e todos as aspectos inclusive mental.

Estas constata,Oes v~m ligar-se a cita,ao ja referida neste trabalho, de

Marcondes (1979), a alimenta,ao inadequada retarda 0 aprendizado, colaborando

para as altos indices de repet~ncia. 0 eseDlar mau alimentado em geral e pouco

resistente a doen,as, sujeito a fadiga faci!, e desatento e apatico e com dificuldade

de aprender, pois interiere diretamente nas atividades tisieas e menta is da crianc;:a.

(MARCONDES ,1979).

E tambem com Cuberes (1997), que afirma que um dos requisitos

fundamentais para garantir a saude, cresci menta e urn born desenvolvimento

emocional e cognitiv~ de uma crianc;a e necessario que ela esteja bem alimentada,

ou seja, para que a crian,a consiga progredir e ter um desenvolvimento global enecessario que esta possua uma alimenta,ao adequada e equilibrada. (CUBERES,

1997).

A proxima questao relaciona·se real mente ao fruto desta pesquisa e apenas

1 pessoa respondeu n~o a ela:

Voce acha que a alimenta,ao e um fator importante no processo

ensino·aprendizagem? Par quiP

Os outros questionarios trouxeram informac;Oes importantissimas ao

trabalho, respondendo sim a esta questao, justificando-as das seguintes maneiras:

36

uma criany8 bern alimentada desenvolve-se melhor, a alimentac;ao e de fundamental

importancia para que ocarra urn born desenvolvimento, a rna alimentac;:ao tern

graves reflexos sabre 0 desenvolvimento no que tange ao sistema nervoso, provoca

alterac;oes na pele e nos cabalas, influencia a prontidao/assimilac;:ao da

aprendizagem. A crianc;a bern alimantada tern mais disposi9ao e consequentemente

e mais feliz e tern urn desenvolvimento inteletual favoravel. E uma das entrevistadas

citou as ligayoes neurais, que depend em de substAncias qufmicas que sao

produzidas a partir dos diferentes alimantos.

A maioria dos professores entrevistados da rede publica de ensina,

considera a alimentac;ao urn tatar importante no processo ensina aprendizagem.

Vindo a confirmar a hip6tese deste trabalho.

A questao 5 esta relacionada as caracterfsticas ffsicas e

comportamentais que podem ser observadas nas crian9as que nao possuem uma

alimental'ao adequada.

GrBtico 3 - Caracteristicas fisicas e comportamentais

7 --- -- _.- g desaten~ilo

6

5 o ex pres sao apatica

4

3

2

0professores g sonolencia

37

o item rna is citado na pesquisa foi a expressao apatica, seguida da

desatenc;ao.

Conforme a pesquisa bibliografica feita, estas informa¢es estao

coerentemente ligadas, portanto pratica e teoria estao juntas. E as professores estao

realmente observando na pratica 0 que canstatei com a tearia.

Seis professores responderam a questao 6 afirmativamente, porem

com ressalvas, dizendo que ap6s a merenda escolar estas caracterrsticas deixam de

acontecer S8 a merenda for rica em nutrientes e se 0 casa da crianc;a nao for grave

como uma desnutriC;ao.

Uma respondeu que sim, sem ressalvas e 5 professores responderam que

naD sera uma "merenda" que val fazer com que essas caracteristicas mudem, e sim

uma alimenta<;ao diaria, incluindo as refeic;oes que essa crianc;a realiza em casa.

Nessa questao percebi as entrevistados bastante dividas, porem a maieria

percebe diferen9a ap6s e lanche feito na escola, quando 0 caso das crian9as na.o

ultrapassa 0 limite da rna alimenta~o para urn desnutri9ao mais seria.

Em uma entrevista feita pessoalmente com uma professora universitaria,

que tern vasta experi~ncia no ensino da rede publica, sendo que ela ja foi

coordenadora de escola alem de professora de sala de aula, const-atei que este fato

e bastante relevant.e, pois as crianyas que realmente na.o possuem desnutri9a.o

apresentam melhoras em seu rendimento no processo ensino-aprendizagem ap6s 0

lanche.

Essa professora retratou 0 caso de urn aluno em especial, que na.o possuia

uma alimenta9ao adequada em sua casa, jantava razoavelamente, porem ao ir para

a escola na.o tomava cafe, nem ao menos cornia alga, chegava na escola desatento

e sonolento, porem ap6s 0 lanche retornava para sala bastante diferente. A

38

entrevistada ate relatau que parecia outra crianlfa, pais passava a participar das

aulas e atividades com entusiasmo e empolgayao.

As crianyas que possuem casas nao tao series podem S8r observadas

melhoras apos 0 lanche porem S8 sao realmente desnutritos, nao e apenas urn

lanche que fara este quadro ser revertido, jil que como diz Abreu (1995) a

desnutric;ao provoca lesOes no sistema nervoso de dificil reversibilidade e

recupera9aO. Ja a fome, aD contra rio, mostra uma situac;ao transit6ria, passivel de

reversao, porem as duas dificultam a realiza9c3o de atividades cotidianas do ser

humano, principalmente quando acompanhadas de estados an~micos graves.

Na questao 7 apareceram Qutros fatares que podem intenerir no

processo ensino-aprendizagem tais como: sallde, problemas familiares, falta de

higiene, lalta de aleto, ambientes externos (escola, familia e sociedade), doenyas,

ambiente inadequado, fatores de origem psicol6gicas (traumas, diliculdades

financeiras), mudanyas constantes de moradia, deficit de atenyao, falta de

motiva9~O, educac;ao dos pais, disturbio da memoria, retardo psicornotor,

desenvolvimento imperfeito das funyoes cognitivas e intelectuais.

Uma entrevistada n1io respondeu e 7 listaram a alimentay1io novamente com

fator principal para ocorrer a aprendizagem, destas sete 3 nao citaram exatamente a

palavra alimenta9ao mas escreverarn fatores que sao causados pel a falta de urna

alimentay1io adequada, como: fraqueza, distrayao, desanimo e concentrayao. Esses

fatores foram relatadas anteriormente no referencial teo rico. Isso demostra que

mesmo a pessoa n~o considerando a alimenta9ao um fator importante percebe que

ha outros fatores e esses podem5 estar ligados a carencia alimentar.

, EUH Ilitores podam Mtar ligJldos a c.;Jnlncia .atiment.lIr, mas n60 ~ geMflilizar pois Itues foiriOlespodem tambtin wrcauudo por outras deficitnciol, por ino' muito important. que 0 proleuor conhec;:.3 ~eu .tuno OJlundo

39

As escolas onde as entrevistadas atuam fornecem merenda aos seus

alunos, porem ficam dividas as res pastas a questao 7 enda pergunto S8 a merenda

e suficiente para proporcionar a born desenolvimento de seus alunos, 5 das

entrevistadas responderam que sim, justificando que a merenda oferecida pala

para 0 desenvolvimento OsieD da crianya.

escola e adequada e regada de alimentos saudaveis, contendo [tens que sao ideais

Uma respondeu que a escola oferece uma boa merenda, porem

algumas crian9as deveriam e precisam comer em maior quantidade. Dois

questinarios trazem a seguinte resposta: a escola lomeca merenda, porem naD

consegue oferecer 0 suficiente para 0 total desenvolvimento da crian9a, pois nao

assiste a crianc;:a nas 24 horas do dia, sendo assim s6 a merenda nao e suficiente, enecessario que 0 aluno alimente-s9 bem pelo menos 3 vezes ao dia.

E cinco entrevistadas escreveram que a merenda existe em

quantidade, porem em qualidade deixa a desejar, elas sugerem que sejam incluidos

tern 0 objetivo de tabular a questao 9.

nos cardapios diversos Hens que podem ser visualizados no grafico a seguir, que

Grafico 4 - 0 que falta na merenda escolar.

rei posta dOl professores

GlFrutas

• Legumes

DVerduulI

~Carne

IIPeixeDOvos

.Vitaminas

.ProtelnasD Diminuir a qU8nid8de de sal

o Mais variedade

40

Sete das entrevistadas apresentaram as sugestOesacima para a elabora,M

dos cardapios das escolas para a merenda escolar.

Duas das entrevistadas responderam que a alimenta~ao na instituiC;a:o cnde

trabalham nao deixam a desejar em nada. Duas concord am que a instiuiC;80 tern

urna merenda com todos os nutrientes necessarios, porem acham que poderia ser

um pouco mais variada. E duas professoras escreveram que deveria ser feitD urna

pesquisa regional para identificar a carencia nutricional de cada local, para

diferenciar a alimenta,iio pela falta de determinados alimentos naquele lugar.

Analisando 0 grafico aeirna pude canstatar que as entrevistadas relatam a

falta da inclusiio de hortali,as e frutas com possivel problema na alimenta,iio dos

escolares, estao coerentemente ligadas ao pensameto de Gonlsalves (1986), diz

que sao varias as vantagens da inclusao deste alimentos no cardapio dos escolares,

pais constituiem tontes ricas de vitaminas e sais minerais, alem de auxiliar no

funcionamentos eficaz dos intestinos devido a celulose, contida neles. Ainda sao

pobres em gorduras e ricos em carboidratos e complexos fundamentais para uma

boa nutri~ao das crian~as.

Junqueira e Peetz (2001) tambem afirmam que muitas vitaminas t~m como

suas principais farnecedoras as frutas e hortali~as, tendo estas um papel inpartante

na resistencia contra a cancer e autres doengas degenerativas, pais combatem os

radicais livres os maiores responsaveis para 0 surgimentos das doenyas.

Partindo da analise dos dados coletados confrontados com 0 referencial

te6rico pude constatar que, as professoras entrevistadas, reconhecem a importancia

de uma boa alimenta~aa, bem como identificam os alimentas que devem ser

consumidos para que ela ocorra.

41

A seguir serao apresentadas as considera90es finais do trabalho em

questao.

42

8 CONSIDERACOES FINAlS

Este trabalho teve como foeo principal identificar S8 ha e quais sao as

implic8C;Oesno processo ens;no-aprendizagem, decorrente de uma rna nutric;:io.

Inicialmente foi difieil encontrar referendal te6rico que tratava realmente deste

assunto, pais as auto res diferenciavam urn do Dutro, ou apenas tratavam de

processo de aprendizagem, au do ato de alimentar-s8. Conforme tui me

aprofundando, cheguei a conclusao de que realmente a alimenta9ao e um fator

crucial para que haja 0 desenvolvimento global do individuo. Muitos foram os

te6ricos que me ajudaram a chegar a esta conclusao, os quais posso citar Piaget,

Vygotsky, Moloney, Junqueira e Peetz, Guberes e Marcondes.

Constatei que a alimentayao e nutric;:io possuem aspectos distintos, urn

considerado 0 ato ou efeito de alimentar-se, ou seja, ingest:io de alimento5 e 0

segundo esta relacionado ao que S8 come, como se come, baseando-se na correta

ingestao de alimentos, referenciando a piramide alimentar e as nutrientes

necessarios para cada idade au periodo da vida, porem nao e apenas um fenOmeno

organico mas tambem cultural.

Outro fator importante que pude evidenciar durante as pesquisas e a

import;§.ncia de que as criany8s na mais tenra idade, conheyam 0 valor da palavra

nutriy3o, pois e a partir dela que podemos construir pessoas com consciemcia

nutricional, conhecedoras do verdadeiro valor de uma alimenta9ao saudavel, dando

aten9aO aos alimentos organicos, e deixando de lado aqueles industrializados e de

grande valor cal6rico e poucos nutrientes.

Isso vern ocorrendo cada vez com maior incidencia, provocando tambem a

rna alirnentagao, pois os escolares quando chegam a determinada idade, passam a

43

escolher 0 que querem comer, e se em casa sao oferecidos esses alimentos,

considerados "calorias vazias" e bem provc1vel que fora dela tambem ingerira.

Como constatei durante a pesquisa para a fundamentay2lo teorica, a crianC;:8

deve estar inserida em um ambiente que favore9a esta alimenta9ao adequada, ja

que a aprendizagem e urn fator social dependente do meio em que se esta inserido.

~ necessaria que as profissionais da educa9ao tarn em consciemcia disso e tambem

instruam os pais dos alunos para que forneyam estes subsidios.

Reconheyo que as analises que envolvem a consume de alimentos s~o

complexas, especialmente quando se considera a situayao financeira da populayao.

Nao ha duvidas que a formayao dos habitos alimentares das crianyas ocorrem na

medida em que ela cresce e considerando que a maiaria das crianyas pass a boa

parte de sua vida dentro do ambiente escolar. t: de suma importancia que as

professoras e as intituiyOes de ensino estejam preparadas para fazer essa educaya.o

alimentar, para que no futuro, quando as crianyas tiverem independ~ncia para

escolher sua pr6pria alimentay80, possam fazE§-la de maneira correta.

Ap6s essa pesquisa pude chegar a conclusao que: sendo a alimenta9M um

fator essen cia I para a vida do ser humano, na.o e de se admirar que ela e urn

elemento crucial para que ocorra urna born desenvolvimento. A partir desta pesquisa

foi possivel constatar que a alimentac;ao e um fator importante no processo ensino-

aprendizagem e seus resultados au a falta deles tern sido percebida tambem no dia

a dia das professoras da rede publica de ensino.

Multo tern que se faz.er ainda em relayao it car~nc1a nutricianal das crianyas

brasileiras. Afinal de contas esse e, principalmente um, fator social, e necessario a

conscientiza9ao nao apenas dos envolvidos na educa9ao, mas tambem dos

44

escaloes politicos, que segundo a pesquisa em questao estao comegando a

"acordar" para este problema.

Os governos Federal e Estaduais estao iniciando programas de alimentac;:ao

nas escolas com a inclusao de alimentos saudaveis, proibindo alguns tipos de

alimentos e exigindo Qutros, como frutas nas cantinas no lugar de frituras. Tambem

tern fornecido programas como 0 Fame Zero.

Durante a realizaC;8oda pesquisa pude participar de urn curso promovido

pelo governo Federal em uma escola da Rede publica de ensina, constantando que

estamos indo pelo caminho certo. As participantes do curso, (que tinha como foeo

aproveitamentos de alimentos, principalmentes frutas, verduras e legumes), eram

todas carentes, ma8S de alunos da escola ou da comunidade situada em Sao Jose

dos Pinhais.

Isso demostra que 0 Governo ja percebeu que a alimenta980 adequada

favorece e muito 0 aprendizado das crianr;as, ajudando assim para a erradicar;ao do

analfabetismo e da evasao escolar, pois como constatei durante a pesquisa, a rna

alimentar;ao tern provocado, altos indices de repetemciaescolar, e com a repetencia

vem a evasao, porem e valido lembrar que nao e 0 unico aspecto que provoca esses

problemas.

Concluo, entao, que a alimentar;ao e um fator crucial para que ocorra 0

processo ensino-aprendizagem, ja que a crianr;a mau alimentada, nao tern

disposi9ao para aprender, fica apatica, desatenta e sonolenta, dificultando assim 0

processo ensino-aprendizagem.

A escola e uma das responsaveis para 0 born desenvolvimento do aluno,

ensinando-os a se alimentar e favorecendo assim 0 proceso ensino-aprendizagem.

Porem, nao e a (mica mas pode auxiliar os outros envolvidos neste processo,

45

estendendo 0 conhecimento e a informa~o sobre a nutric;clo e a alimentac;ao

adequada aDs pais e familia res dos aJunos.

46

REFERENCIAS

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49

APENDICE

50

QUESTIONARIO

Dadas Gerais:

a, Sexo: Feminino ( Masculino (b. Idade:c. Forma,ao:d. Qual a modalidade da escola:e, Faixa eituia dos alunos:

1- 0 que vore entende por uma alimenta,ao saudavel?

2- Dentro da perspectiva de sua resposta, voc~ percebe que os alunos t~m umaalimenta,ao saudavel? Justifique a sua resposta.

3· voc~ considera urn problema uma alimentayao dita nao saudavel? Por qu~?

4- Voce acha que a alimenta,ao e um fator importante no processo ensino-aprendizagem? Por qu~?

(Obs.: se respondeu "nao" a esta questao, passe para a questao 07.)

5- Quais as principals caracteristicas fisicas que podem ser observadas nas criant;asque nao tem uma boa alimentac;aodiiuia?

6- Ap6s a merenda estas caracteristicas deixam de acontecer?

51

7- Quais as fatores que voc{! acha que podem interferir no processo ensino-aprendiza.gem?

8- A escola oferece merenda aos alunos? Se sim, esta merenda e suficiente paraproporcionar 0 born desenvolvimento de seus alunos?

9- 0 que voce acha que falta na merenda escolar? Par que?

Obrigada por sua contribui,ao!

45

estendendo 0 conhecimento e a informa~o sobre a nutric;clo e a alimentac;ao

adequada aDs pais e familia res dos aJunos.

46

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49

APENDICE

50

QUESTIONARIO

Dadas Gerais:

a, Sexo: Feminino ( Masculino (b. Idade:c. Forma,ao:d. Qual a modalidade da escola:e, Faixa eituia dos alunos:

1- 0 que vore entende por uma alimenta,ao saudavel?

2- Dentro da perspectiva de sua resposta, voc~ percebe que os alunos t~m umaalimenta,ao saudavel? Justifique a sua resposta.

3· voc~ considera urn problema uma alimentayao dita nao saudavel? Por qu~?

4- Voce acha que a alimenta,ao e um fator importante no processo ensino-aprendizagem? Por qu~?

(Obs.: se respondeu "nao" a esta questao, passe para a questao 07.)

5- Quais as principals caracteristicas fisicas que podem ser observadas nas criant;asque nao tem uma boa alimentac;aodiiuia?

6- Ap6s a merenda estas caracteristicas deixam de acontecer?

51

7- Quais as fatores que voc{! acha que podem interferir no processo ensino-aprendiza.gem?

8- A escola oferece merenda aos alunos? Se sim, esta merenda e suficiente paraproporcionar 0 born desenvolvimento de seus alunos?

9- 0 que voce acha que falta na merenda escolar? Par que?

Obrigada por sua contribui,ao!