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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA CLAuDIA REGINA CHAGAS TRABALHO ATRAVES DE PROJETOS CURITIBA 2007

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANACLAuDIA REGINA CHAGAS

TRABALHO ATRAVES DE PROJETOS

CURITIBA2007

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Claudia Regina Chagas

TRABALHO ATRAVES DE PROJETOS

Monografia apresenlada comorequisito para oblen~o da litulacao noCurso de Pas Gradua~o Lalu Sensa deEducacao Infantil e Alfabetizacao aUniversidade Tuiuli do Parana sob aOrienlac;ao da Prof". Ms Ana MariaMacedo Lopes.

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2007

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Este trabalho e fruto de uma ardua caminhada, porem extremamente valida,

afinal veio a enriquecer 0 conhecimento e todo bem que 0 acompanha, neste

momento especial, agrade<;o a Oeus por me permitir mais esta viloria na

concretiza<;ao de um sonho, a minha familia pelo apoio e compreensao, ao meu

marido Adenilson que me ama integralmente apoiando-me em todos os momentos,

aceitando minhas ausencias e negativas pelo bern do trabalho a ser concluido, aos

me us filhos que involuntariamente aceitaram e apoiaram levando-me a esta

finaliza9aO. Entre tantos agradecimentos nao poderia deixar de citar cada urn dos

professores que me embeberam com sua sabedoria e me levaram a engrandecer a

praxis que se aplica a este trabalho de pesquisa que com muito amor realizei na

crenya de contribuir com uma escola que sera a cada ana melhor, por formar

cidadaos e nao meros expectadores, sabendo que ainda ha muito por ser feito, mas

acreditando firmemente que 0 primeiro passe ja foi dado.

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SUMARIO

LlSTA DE FIGURAS vii

RESUMO viii

INTRODUCAo 09

HISTORICO 11

TRABALHAR POR PROJETOS UMA vlsAo INOVADORA 17

2.1 POR QUE TRABALHAR COM PROJETOS? ..

2.2 COMO TRABALHAR POR PROJETOS? .

2.2.1 Tema ..

2.2.2 Planejamento .

2.2.3 Montagem e execuc;:ao .

2.2.4 Desafio ...

2.2.5 Feedback.

2.2.6 Apresentac;:c3o

2.2.7 Avalia.,ao .

3. PRATICA PEDAGOGICA E AS VIVENCIAS ATRAVES DE

PROJETOS.

3.1 PRIMEIRO TRIMESTRE .

3.1.1 Como despertar 0 interesse do aluno? .

3.2SEGUNDO TRIMESTRE .

3.2.1 Constrw;:ao do desafio .

3.3 TERCEIRO TRIMESTRE . 37

3.3.2 Aulas -passeio . 41

3.4 FECHAMENTO DO PROJETO 45

17

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3. TRABALHANDOCOM PROJETOS, INTEGRANDO CONTElJDOS ..

OBJETIVOS DE UMAVlsAo SIST~MICA... . 46

3.5.1 Conteudos Trabalhados ... 48

CONSIDERA<;OES GERAIS 50

REFERENCIAS........................................................................................... 53

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LIST A DE ILUsTRA<;:OEs

lIustra~ao 1 alunos realizando pintura no patio da escola 38

lIustra~ao 2 ainda realizac;ao de pintura no patio da escola 39

lIustrac;ao 3 colando pinturas no papelao, a giba comeC;a a tomar

forma 39

lIustrac;ao 4 continuac;ao das colagens 40

lIustrac;ao 5 visitac;ao a gibiteca saboreando e explorando 0 local.... 41

lIustrac;ao 6 leitura na Gibiteca 42

lIustrac;ao 7 aula passeio ao MUMA 43

lIustral,;30 8 Banner do Mauricio de Sousa 44

lIustral,;3o 9 apresental,;30 do Projeto na Feira Global 45

lIustral,;3o 10 modelo de Gibi de A Turma da Monica 47

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RESUMO

Neste trabalho monografico, busquei urn elo entre a leeria que foi embasada pelosgrandes pensadores contemporaneos, e a pratica, realizando urn relata deexperiencias que ira situar 0 leitor no que diz respeito ao trabalho com projetos.Desenvolvendo uma tinha que permeia a conceP9ao em si e comprova que apesarde desafiadora, a visao sistemica que temas ao desenvolver este trabalho egratificante, no sentido de que leva 0 aluno a tornar-S9 sujeito da historia.respondendo a perguntas atraves da pesquisa, levando assim a uma aprendizagemsignificativa. Afinat, hoje nos deparamos com uma guerra entre informa9ao emabundancia e conhecimento real, portanto cabe a n6s educadores resgatarrnosaquere olhar de admiralfaO nos olhos ja nao tao curiosos de nossos alunos, mas ecomo fazer isto? Buscando praticas inovadoras, como a COnCeP9aOde projetos, aoinves de ofertar aquele velho kit: conteudo pronto e ilusariamente acabado.Trabalhar par Projetos e desafiador, sim! Porem imensamente compensador.

Palavras chave: Projetos de trabalho, pesquisa, visao sist~mica, aprendizagem

significativa.

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INTRODU~Ao

Tendo em vista as mudanyas de paradigmas que S8 presenciamos nos ultimos

anos na area de educac;:ao e de fundamental importancia inovar na forma de

interven,.ao pedag6gica. 0 trabalho realizado atraves de projetos abre um leque que

torna viavel asta mudanya.

Ha diversas maneiras de realizar-s8 0 trabalho par projetos E no decorrer desta

pesquisa buscou-se, demonstrar esta pratica.

Este trabalho monografico e uma pesquisa bibliografica ilustrada por um relato

de 8xperiencia, realizada em uma escola da rede particular no municipio de Curitiba,

localizada no Bairra Hauer. Esta escola atenda a educayao basica contemplando a

Educa,.ao Infantil e 0 ensino fundamental, do maternal a 8' serie, com uma clientela de

classe media baix8, atendendo aproximadamente trezentos alunos.

A turma na qual foi desenvolvido 0 projeto, e de 1a serie contando com

dezessete alunos no ano leliva, na faixa etaria de seis a sete anos.

Optou-se por este trabalho embasado numa concep,.ao de Projetos que visa 0

desenvolvimento de encaminhamentos realizados a partir de problematizaQoes que

viabilizaram atividades realizadas em conjunto pela professora e alunos. 0 mesmo

intitulou-se Hist6rias em Quadrinhos com a Turma da Monica, objetivando um trabalho

de aplicabilidade interdisciplinar tendo a alfabetiza~o como fio condutor.

A pretensao no decorrer desta pesquisa foi nao s6 aprofundar a conhecimento

sabre esta visao diferenciada, como tambem comprovar que e passivel estabelecer

uma linha de trabalho que foge do tradicional ao mesmo tempo que, possibilita um olhar

especial sobre a grade temi3:tica que a maioria dos professores se propOe, trabalhar de

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modo integrador, au seja, como deixar de lado a vis<3ofragmentada que temos de todos

as conteudos como se fossem estanques e tudo 0 que esta escrito fosse um verdade

absoluta.

Regras foram deixas de lado, certezas foram questionadas, tabus faram

que brad os. Constatou-se que urn ideal teorico quando aliado a verdadeira motivaC;<3ode

realizar feitos novos e principalmente buscar urna educaC;<3oque, ao inves de basear-se

no paradigma de que todo professor deve preparar seu aluno para a ana seguinte,

"entrouxando-Ihe" conteudos uguela abaixo", e capaz de transfarrnar urn aluno em um

cidadao critico que se permite questionar no lugar de aceitar tudo passivarnente.

Portanto a concep.,ao de Projetos de Trabalho e uma linha positiva a ser

trabalhada na pratica pedagogica. E atraves desta pesquisa bibliografica, buscou-se

cornprovar que a abordagem de trabalhos par projetos passibilita um novo olhar para a

processo ens ina aprendizagem viabilizanda verdadeirarnente a pesquisa e

passibilitanda urna sistemica da educac;aa.

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HISTORICO

Para a realizayao deste trabalho buscou-se estudar a hist6ria dos Projetos e

descobriu-se que na virada do sEkula XIX para 0 XX encontramos urn movimento

educacional muito importante que [oi denominado Escola Nova.

Dentre os fundadores da Escola Nova como Ovide Decroly (1871 -1932), Maria

Montessori (1870 - 1952) e John Dewey (1859 - 1952), os escolanovistas procuraram

criar formas de organizacyao do ensina, a atendimento ao interesse, a participagao dos

alunos, urna nova organiza~o didatica e a reestruturaC;:8o da sala de aula. Nessas

experiemcias vamos encontrar varios interesses, as projetos e as unidades didaticas.

A sala de aula funcionava como urna comunidade em miniatura, ou seja,

prepararia para a participag80 social adulta. Para os estudiosos, deveria haver urna

constante inter-relac;ao entre as atividades escolares as necessidades as interesses

das crianC;:8s e da comunidade.

A escola deveria auxiliar as crianc;as a compreenderem 0 mundo de forma

rigorosa atraves da pesquisa, do debate e da SOIUC;80 de problemas.

Desde 0 inicio da trajetoria tentativa de implementar uma Pedagogia de Projetos

encontrou pelo menos dois grandes entraves nas escolas.

Em primeiro lugar, 0 fato da concepC;8o tradicional do programa escolar ser uma

lista interminavel de conteudos fragmentados obrigat6rios, uniformes, previamente

definidos e autoritariamente cobrados. Em segundo lugar, a necessidade de preyer 0

periodo de dural;Elo dos projetos antes mesmo de sua implernentac;8o.

A tentativa de superar tais dificuldades acabou gerando urn novo modo de

organizar 0 ensina - as unidades de ensino, tao divulgadas na educag80 brasileira.

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Mas esse processo de adequa<;>'iofez com que elementos importantes da

Pedagogia de Projetos fossem esquecidos e interpretados equivocadamente.

E importante lembrar que, historicamente, as projetos foram construidos com 0

objetivo de inovar, de quebrar 0 marasma da escola tradicional e que seus criadores

tinham as convicr;6es dos pioneiros, ista e, 0 compromisso com a transformar;:8o da

realidade, 0 desejo e a coragem de assumir a risco de adotar urna inoV8r;80 e a

convic~o de que era preciso criar urna nova postura profissional.

Hoje, se volta a talar de projetos, mas isso nao significa retoma-Ios do mesmo

modo como a Escola Nova propunha mas, ressignifica-Ios, dando-Ihes urna nova face,

que indua 0 contexte s6cio-hist6rico e nao apenas 0 ambiente imediato, 0

conhecimento das caracteristicas dos grupos dos alunos envolvidos e a aten~o as

tematicas contemporaneas e pertinentes a vida das crianyas. A este respeito

Hernandez (1998, p. 31) afirma que

MNessa concepyao considera·se que na cultura contemporanea, uma questaofundamental para que 0 individuo possa compreender 0 mundo no qual vive eque saiba como acessar, analisar e Interpretar a informayao. Na educayaoescolar (desde a escola infantil ate a universidade), supoe·se que se devafatililar esse processo (que corneys e nunca termina), pois sempre podemoster acesso a formas complexas dar significado a informa~o. E isso nos leva afonnas mais elaboradas e relacionais de conhecimento da reaJidade e de n6smesmos,-

Almeida (2001, p. 35-38) define que "Projeto e um design, um esboqo de algo

que deseja-se atingir. esta sempre comprometido com a90es, mas e algo aberto e

flexivel ao novo. A todo momenta pode-se rever a descri980 inicialmente prevista para

poder levar avante sua execuqao e reformu/a-Ja de acordo com as necessidades e

interesses dos sujeitos envolvidos, bem cemo na realidade enfrentada."

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Urn projeto pode partir de uma questao relacionada com uma unica area de

conhecimento e em seu desenvolvimento, ir se abrindo e articulando conceitos de

outras areas. Pode tambern ocorrer a inverso, iniciar com uma questao abrangente e

pouco a pouco ir afunilando em urn determinado conceito.

Com jsso 0 professor tern majores evidencias sobre 0 desenvolvimento do aluno,

suas dificuldades e descobertas, podendo intervir para favorecer maior aprendizagem,

fornecer informa~6es significativas para 0 trabalho em execuryao,questionar 0 aluno de

modo a desestabilizar as certezas inadequadas, propor desafios.

Trabalhar com projetos parte da questao da investiga9iio. 0 aluno desenvolve

estudos, pesquisas em diferentes fontes, busca, seleciona e articula informa~6es com

conhecimentos que ja POSSU! para compreender melhor essas quest6es, tentar resolve-

las ou chegar a novas quest6es.

Esse processo implica 0 desenvolvimento de competencias para desenvolver a

autonomia e a tomada de decis6es, as quais sao essenciais para a atuaC;8a na

sociedade atual, caracterizada por incertezas, verdades provisorias e mudanc;:as

abruptas.

Aprender a trabalhar significa aprender a conviver e nilo apenas sobreviver. 0

aluno e desafiado a buscar informay6es e a articula-Ias com conhecimentos que ja

passui, para compreender essa problematica e prop~r sjtua~6es que possam resolve-

las.

Eo evidente que existem multiplas solu~6es para tais problemas, 0 que leva 0

aluno a lidar com diferentes pontos de vista - favorecendo-Ihe a compreensao sabre a

relatividade e complexidade das situac;6esda vida e ciencla, bern como a aceitar a idela

de que as mudanc;asSao inerentes a propria vida.

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Segundo Hernandez (1998) "as projetos de traba/ho sao uma forma de organ;zar

a informar;ao ou as conhecimentos que se apresentam na sala de aula", naD

simplesmente para sua campreensaa de uma forma rigida, em funry80 de referemcias

disciplinares preestabelecidas ou da homogeneizayao do alunado.

Sua funry80 e favorecer a criac;ao de estrategias de organizaryaa dos

conhecimentos escolares em relaryao a:

./ 0 tratamento da infarmaryao .

./ A relary30 entre diferentes conteudas em torna de problemas ou hipoteses que

facilitem ao aluno a construry30 de seus conhecimentos, a transformary30 da infarmaryao

precede dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento proprio.

Os principais pressupostos teoricos que fUndamentam essa prt:ltica:

./ Tornar possivel uma aprendizagem significativa, isto e, que conecte e parta do que

os alunos ja sabem de seus esquemas de conhecimentos precedentes, de suas

hipoteses ante a tematica que vai ser abardada .

./ Oar condiryoes a uma atitude favaravel para a conhecimento par parte dos alunos .

./ Permitir a previsao, par parte dos professores, de uma estrutura logica e

seqOencial dos conteudos, facilitando sua compreensao .

./ Oar funcionalidade (func;ao social) ao que vai ser aprendido .

./ Valorizar a memarizayao campreensiva de aspectos de infarmary3o, com

perspectiva de que venham a construir uma base para novas aprendizagens e relaryoes .

./ Possibilitar uma avaliaryao processual da crianrya, do trabalho da professora e do

tern a durante a seqOencia de situaryoes de aprendizagem.

oessa forma projeto e urn conjunto de situaryoes que permitem uma aproximary30

aas diversas canteudas curriculares de forma diferenciada dentro de urna visaa

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integradora. Uma modalidade que transforma a aquisiyao do saber em algo prazeroso,

durante a permanencia do aluno ern sala de aula, expandindo-se para alem dos muros

da escola, ganhando vida, ao ter como meta as problematiza'Yoes que geram

curiosidade pelo que sera trabalhado, transformando-se assim em pesquisa que se

transformara consequentemente em conhecimento. Sendo que 0 conhecimento pode e

deve aparecer em situac;oes originais, mas os saberes culturais estarao sempre

associ ados as praticas sociais que sao referencias.

Portanto 0 educando sempre estara propenso a vivenciar intimamente diferentes

situac;oes e diferentes conhecimento e consequentemente 0 saber nunca sera

exatamente 0 mesmo para cada aluno.

Neste contexto 0 papel do professor e estimular a escolha de uma situac;ao "a-

didaticaR com determinac;ao das valiaveis didaticas de modo a ser posto em jogo 0

conhecimento pretendido.

Os objetivos a serem atingidos devem ser claros, mas para que seja realmente

um projeto nao se pode ter todas as respostas. Nesse aspecto e que ele ganha vida,

pOis lodos os envolvidos sao capazes de realizar descobertas significativas atraves de

problematizac;oes, problematizac;oes estas que instigam 0 ser humano, que por

natureza se faz curioso, a pesquisar. Assim, a visa.o sistemica que ultrapassa as

barreiras da fragmentac;ao na qual fomos educados e para a qual fomos form ados e

capacitados, construindo um elo entre 0 que se aprende na escola e 0 que se ve na

pn3tica enquanto se vive.

E neste processo que vivenciamos 0 grande diferencial desta concepc;ao, uma

vez que a mesma transforma a escola num lugar onde ha possibilidade de se aprender

verdadeiramente, fugindo do estigma da ensinagem mecanica.

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As situa90es de aprendizagem tratam 0 conhecimento inicialmente como um

instrumento e depois como um saber. 0 professor compartilha com seus alunos

momentos do processo de aprendizagem fazendo interven90es sempre que necessario

Os projetos representam, sem dtlvida, uma possibilidade de transformac;ao da

escola se considerados como pratica cotidiana, ou seja, nao e urn metoda que pode ser

aplicado, para a soluyao dos problemas da educac;ao.

E 0 que significa dizer que nao e um metoda? Significa que nao e uma

seqOencia de passos a seguir, um conjunto de formulas ou de regras que podem ser

aplicadas a todo tipo de realidade e contexto. Conceber como metodo e nao levar em

conta sua fundamenta9c3o te6rica e as concep'!(des que representa.

Trabalhar com Projetos implica na ampliar;ao das concep<;oes de conhecimento,

curriculo, aprendizagem, avaliayao, gestao do espayo e do tempo, func;ao da escola,

entre outros. E importante que 0 tema de urn projeto provenha da curiosidade, do

cotidiano, da necessidade do grupo, que seja proposto por alunos e/ou professores e

que todo 0 grupo se envolva em seu processo de elaborar;ao e desenvolvimento. E sem

duvida, uma mudanr;a de paradigma.

A preocupa9ao principal ao trabalhar com projetos devera estar centrada na

participa9ao efetiva dos alunos na sua construyao, assirn como em seu envolvimento,

avaliayao e culminancia. Aliada a preocupal):ao principal, as projetos deverao dar aos

conteudos urn tratamento diferenciado da viscio tradicional/fragmentada, considerando

a complexidade do conhecimento, 0 que signifiea compreender - segundo Edgar Morin,

que conhecimento das partes depende do todo, assim como 0 conhecimento do todD

depende do conhecimento das partes (totalidade).

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TRABALHAR POR PROJETOS UMA VISAO INOVADORA

No inicio as projetos sAo prot6tipos, frageis, em construcao ... Oia a die eles vaa

ganhando forma, cor, som, emoc;ao... professores e alunDS sao grandes

construtores dessa realidade, que toma conereta nossas conce~6es, nossautopia de ser e tazer uma Educa~o com muita qualldade, mas aeima de tudo:

cheia de vida! (BREDA, Eliane I BORGES, Neusa, proposta pedag6gica. Esc.

M. H. F. Sabral Pinto, 2001 pg 26)

2.1 POR QUE TRABALHAR COM PROJETOS?

o trabalho por projetos enquanto concep~i!o de ensino, tira 0 aluno do

papel de mere receptor de inlorma90es e 0 coloca como pesquisador, onde ele ira em

busca de respostas a problematiza~es realizadas pelo grupo, tendo 0 auxilio do

professor que sera 0 facilitador desta aprendizagem. Assim, ambos, estarao abertos a

novas descobertas, aprendendo a aprender juntos, realizando urn trabalho em

parceria.

Ao trabalharmos com prajelos. nos apoiamos numa visao sist€!mica do

conhecimento, que par sua vez se embasa na pesquisa e e atraves dos

Projetos de trabalho que se busca levar os alunos a problematizarem e

questionarem 0 conhecimento colocando-se no papel de agentes

transformadores e assim obterem uma aprendizagem significativa. ANJOS,

Ana Carla dos I CHAGAS, Claudia Regina IAgosto 2006 proposta pedag6gica.

Esc. M. H. F. Sobral Pinto, 2006)

Quando se lala na atualidade na Pedagogia de Projetos como um modismo, talvez

falte um saber hist6rico necessario que fundamente essa que e muito mais que uma

metodologia, tratando-se de uma concepyao de educayao que ve na escola um solo IMil

para 0 pensar, a pesquisa, a construyao e reconstruyao do conhecimento.

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Por que os alunos veem para a escola? A resposta provavel: Para aprender. Mas

aprender 0 que? De que forma? E para que?

E bern passivel que essas respastas nao estejam tao claras se nao houver 0

entendimento real da fun,ao da escola hoje.

Certamente, muitas vezes a praxis pedag6gica !ida com os conhecimentos de

forma fragmentada, preocupando-se com pre-requisitos, atraves de metodos cadenciados,

quase que cronometrando a~ao e reac;ao de educadores e principal mente dos educandos.

Acredita-se que mais do que isso, a escola hoje, deva ser urn espa.,:o real para

que, atraves de multiplas experiemcias, enfatizando os saberes das areas e as valores

humanos, nossas crianc;as vivenciem aprendizagens significativas.

Ao analisar-se 0 cenario te6rico: Plano Decenal, Lei de Diretrizes e Bases,

Para metros Curriculares Nacionais, os estudos sobre interdisciplinaridade, inteligencias

multiplas, relat6rio da UNESCO sabre as Pilares da Educa,ao para a seculo XXI, ja ter-se-ia

urn referencial muito rico a partir dos quais nao se poderia continuar a pensar a escola como

urn lugar isolado, totalmente desconectado no tempo e no espac;o, esperando que as

mudanc;as ocorram por osmose.

A Pedagogia de Projetos, nao e nenhuma novidade, como tantas outras que

visitaram a educa.,:ao ao longo da hist6ria. Tern uma trajet6ria que acha-se relevante

compartilhar:

- 1910 - Dewey - Escola Nova Dizia que 0 professor precisa partir de uma

situa.,:ao problematica e que a atividade proposta deveria ser urn passo que preparava 0

passo seguinte, acrescentando e transcendendo.

- 1931 - Fernandes Sainz Fala de projetos que aproximarn a escola a vida.

Poderiam ser globais, par atividades ou par materias.

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1960/1961 - Bruner Prop6em 0 trabalho por temas, conceitos - chave, um

curriculo interdisciplinar e em espiral - do simples para 0 complexo.

Decada de 80 - Piaget Construtivismo - 0 atuno deve construir 0 conhecimento.

Vygotsky : 0 s6cio - interacionismo: "existem coisas que 56 sao aprendidas pela

mediaC;ao de outra pessoa, no caso da escola: 0 professor". E 0 que Vygotsky chama de

zona de desenvolvimento proximal, mostrando que a aprendizagem funde passado e

presente a fim de construir 0 futuro.

Decada de 90 - Gardner Nao existe s6 um tipo de inteligE!Ocia, mas um espectro,

onde pod em os identificar: a L6gico-MatemcHico, LingOistico-Verbal, Espacial, Cinestesica-

Corporal, Interpessoal, Intrapessoal, Naturalista, Musical.

Esta descoberta nos leva a romper com 0 paradigma de que 0 conhecimento

privilegia a mem6ria e a padronizac;ao e da avaliac;ao que exige do aluno ser apenas

receptaculo das informac;6es. "A inteligencia precisa de mem6ria, mas nem toda pessoa que

memoriza e inteligente." Portanto, precisamos de pessoas que resolvam problemas de

forma criativa, que sejam capazes de fazer relac;6es.

Hernandez Fala do conhecimento na perspectiva da globaliza4;;ao: trata-se de

levar 0 aluno a aprender a estabelecer nexos que tornem 0 conhecimento significativo.

Perrenoud Oefende a abordagem da individualidade dos percursos de formaC;ao,

utilizando os instrumentos da Psicossociologia das organizac;6es e do trabalho, bem como,

da pedagogia e da didalica, 0 que denomina de "Pedagogia Diferenciada".

Esses pensadores trac;am uma linha do tempo essencial ao entendimento de que

cada um trouxe para sua epoca uma contribuic;ao que hoje vem fundamentar um ideal que

se faz real.

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Nao se trata de uma experiemcia reprodutora e sem identidade, ao contra rio e urn

"fazer pedag6gico" que ganhou corpo ao longo da hist6ria e que hoje ganha vida alraves de

educadores que ousam mudar, entendendo que a educac;ao da prazer na mesma proporc;ao

do trabalho que traz.

A organizac;ao do conhecimento por projetos rompe com a perspectiva conteudista

em que 0 conhecimento e apresentado de forma "fechada~, parcial, estanque e

seqOenciada cabendo ao professor 0 mere repasse dos conteudos, ja que tem uma grande

angustia em venC€~-los.

Nesta nova perspectiva pedagogica, baseada em projeto, educadores e

educandos assumem uma posic;ao ativa na constru9ao do conhecimento, visto que

estabelecem uma teia de rela90es com as diferentes areas (vi sao interdisciplinar) e as

atrela ao mundo da vida de forma prazerosa, ludica e significativa.

o trabalho com projelos ganha sentido quando 0 professor con segue

compreender que 0 mais importante em seu trabalho, nao esta em seguir rigidamente

com seus conteudos, independente da assimila9ao e acomodac;ao dos alunos, mas sim

no fato de que, fora da escola encontrarao uma sistematica de trabalhos que sempre

envoi vera projetos.

E assim sendo, porque nao dar inicio a este trabalho desde cedo, preparando

as crianc;as para a vida ao inves de inunda-Ios com conteudos que serao esquecidos

logo apes a avaliaC;80?

Enfim, projetos sao uma maneira viavel de trabalhar com 0 conhecimento

atraves de uma aprendizagem significativa, propiciando assim uma real apropriac;ao do

conhecimento, at raves de praticas e vivencias com sentido real para 0 aluno enquanto

cidadao critico.

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Como Organizar 0 Conhecimento com base nas Teorias Presentes no

Universo Pedag6gico?

De acordo com Fernando Hernandez e Montserrat Ventura uma proposta

curricular deve ufavorecer a cria~o de estrategias de organizayao dos conhecimentos

escolares em relayao ao tratamento da informayao, a rela~ao entre os diferentes

conteudos em torno de problemas ou hip6teses que facilitem aos alunos a construyao

de seus conhecimentos, a transformayao da informayao procedente dos diferentes

saberes disciplinares em conhecimento pr6prio".

Pensando nesta forma de organizar-se por projetos de trabalho por ser uma

possibilidade de lanc;ar-se a frente, ousar, acreditar, tornando-se urn conjunto de

principios, valores e vivencias que devem estar em processo a tempo todo.

2.2 COMO TRABALHAR COM PROJETOS?

o processo de ensino-aprendizagem par meio de Projetos de trabalho possui

algumas caracteristicas que servem de referencias para 0 educador. Essas

caracteristicas sao:

a Urn Projeto e uma atividade intencional, au seja, orientada em direC;ao a

urn objetivo que dara sentido as varias atividades que serao

desenvolvidas pelo grupo, permeadas por problematiza~6es que faraD

parte de uma rede integrada.

o 0 planejamento do Projeto deve ser flexivel, de modo que 0 tempo e as

condi¢es para desenvolve-Io sejam sempre reavaliados em fun~o dos

objetivos inicialmente propostos, dos recursos a disposiyao do grupo e

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das circunstancias que envolvem 0 projeto. Afinal, a cada passo novas

dire~6es podem surgir.

o 0 grupo necessita acreditar nas suas potencialidades para que possa

refletir criar, descobrir. crescer e desenvolver-se na trajet6ria da

construyao do seu pr6prio conhecimento. Todos podem aprender com

todos, inclusive 0 educador. E fundamental a valorizayao da experiencia

que cada urn carrega consigo na forrnulayao do problema e no

desenvolvimento do Projeto.

Esta e apenas uma sugestiio de trabalho, que serve como ponto de partida, niio

impedindo assirn que urn projeto venha a ser desenvolvido de outra rnaneira.

2.2.1 T ema

Todo projeto precisa de urn modelo. Antes de ser construido. urn edificio precisa

ser desenhado. arquitetado, e se passivel. retratado numa maquete. Esse

pracesso ocorre com qualquer tipo de prOduto bern elaborado. 0 modelo

detennina 0 conlrole de qualidade. (CURY. 2004, p. 21)

Quando se pensa em trabalhar por Projetos, uma das questoes que se coloca e

como se da 0 surgimento do tema a ser pesquisado. 0 irnportante nao e discutir se os

temas dos Projetos seriio escolhidos pelo educador ou pelo educando. 0 importante e

que ele seja de interesse de todos os que nele estariio trabalhando, 0 que implica a

possibilidade de surgirem varios temas dentro de urn Projeto.

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Para identificac;ao com 0 grupo 0 tema a ser investigado, e necessario descobrir

coletivamente a que e interessante pesquisar, construir, aprender. E a momenta do

educador desafiar a grupo propondo quest6es relevantes e cuja busca par respostas

seja por meio de situac;6es que passam gerar aprendizagem.

2.2.2 Planejamenta:

Eo impartante fazer um planejamenta, sabre a que vai ser feita a cada dia, sabre

qual material sera necessaria a cada etapa, e ande ou a quem sera feita consultas para

abter informac;6es ou ajuda, nas quest6es durante a elaborac;ao ou realiza<;ao do

projeta.

A execu<;ao deste planejamento cabe ao professor, uma vez que sera nesta fase

que 0 mesmo ira trac;ar que objetivos deseja alcan<;:ar durante 0 desenvolvimento do

prajeta.

E importante destacar que se faz necessario um planejamento da a<;80 para que

o projeto nao caia no uoba_oban e torne-se um amontoado de atividades divertidas para

os alunos, porem sem rumo, sem objetivos a serem atingidos.

E claro que 0 planejamento nao devera ser algo "engessadon, rigidamente

seguido pelos alunos, mas com certeza, no primeiro momento servira como norteador

para realizac;ao das atividades que serao desencadeadas pelos questionamentos que

levarao consequentemente a pesquisa. Normalmente, ocorrem altera<;6es no decorrer

de sua execu<;ao, pais ajustes sao necessarios ao bom funcionamento e andamento do

processo.

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2.2.3 Montagem e Execugao

Esta etapa do projeto refere-se a fase do realizar.

Aqui e de vital importancia a participagao do professor. Esta e sem duvida a

etapa mais trabalhosa, porem a rnais proveitosa. Esta e a hora de par em pratica tudo

que foi planejado. Portanto a professor devera estar atento ao processo motivacional

devendo a todo a momenta estar envolvendo cada urn dos seus alunos enquanto

mediador, ocupando a papel nao daquele que da respostas, mas sim daquele que

propicia espago para se chegar a elas.

2.2.4 Desafio

o desafio Eo uma opyao para enriquecer a projeto, uma vez que, funciona como

motivador e envolve a aluno ainda mais na participayao do trabalho. 0 professor podera

propor algo interessante para ser realizado, como par exemplo a construc;ao de urn

mapa se 0 assunto for a bairro a cidade etc., a constru~o de urn livre se 0 tema for

literatura, a ediyao de urn video, de urn jamal, etc., 0 tema dependera do assunto, da

turma, do momenta, enfim, e alga particular a cada turma, a cada projeto desenvolvido,

a cada professor envolvido. 0 desafio geralmente motiva as alunos a participarem com

maior afinco par ser alga que exige a par1icipagao integral, a mesmo e alga que

dificilmente sera esquecido par eles no final do projeto, sera como uma lembranya do

que foi trabalhado naquele semestre au naquele ana, principalmente, quando estao nas

series iniciais do ensine fundamental.

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2.2.5 Feedback

E neste momento que 0 professor podera avaliar com maior profundidade 0

envolvimento de seus alunos, atinal se as mesmo conseguirem estabelecer uma ordem

sequencial do que foi realizado e porque internalizararn verdadeiramente suas

pesquisas e 0 conteucto teve significado.

Pode-se dizer que nesta fase se devera fazer algumas perguntas, ja que estanl

proximo da data de apresentayao, ou seja, da culminancia do projeto.

Elaboramos mais do que suficiente?

Todos os itens do projeto estao/sao relevantes?

Todo 0 material preparado e adequado ao tema?

o professor podera ainda sugerir algumas apresenta¢es na propria classe para

que as alunos sintam-se mais confiantes do conhecimento que adquiriram no decorrer

de todo 0 processo et tirem alguma duvida que ainda restar e socializarem seus

resultados na comunidade escolar.

2.2.6 Apresenta~ilo

Esta fase servira para corear 0 fechamento do projeto, dando ao grupo a

oportunidade de expor suas hip6teses, descobertas, cria90es e conclusoes.

Gardner, 1995 sugere que esta apresentar;ao seja fifmada, para que posteriormente

seja vista pelos alunos do grupo.

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2.2.7 Avalia~ao

o professor devera mediar uma sessao de avaliac;8o. E importante notar que

neste processo 0 "erro" sera percebido pelo pr6prio aluno, mas naD de forma

"traumatica" como algo que "nao est" bom", mas como 0 que pode ser melhorado.

Gardner tern como sugestao 0 "Processo-f6fio" que diferentemente do porlif6lio, ele ira

guardar lodas as alividades do a/uno e nilo apenas as me/hares. Co/elando assim

todos as momentos do processo.

Uma escola que queira desenvolver urn trabalho voltado para as

questionamentos, a busca coletiva de respostas, a foco no ensinar a aprencter,

mexendo com 0 querer de cada aluno, a analise e a auto-correyao, preocupado em

tarnar as educandos pessoas que pensam ern si e no mundo, requer uma avaliac;:ao

que acompanhe verdadeiramente as processos e nao as resultados.

Sendo assim, reduzir urn processo tao rico e amplo a uma nota, determinando

atraves de um numero 0 valor do conhecimento com dia e hora marcados, e no minima,

uma distor9ao que e preciso reverter. Afinal a avalia9ao s6 tera valor verdadeiro se

mudarmas 0 paradigma que a reduz a meros instrumentos burocraticos e autoritarios de

classificar quem deve ou nao seguir adiante, au dizer quem e melhor au "pi~r".

A avalia9ao deve servir para nos mostrar qual 0 pr6ximo passo, verificar 0 que

ja foi possivel alcanc;ar na aprendizagem do aluno, rever metadologias, entendendo a

complexidade que esta envolvendo a processo ensino-aprendizagem, tomando

decis6es necessarias e eficazes.

Ao nos comprometermos com esse tipa de avalia9ao, estamos dizendo sim a

democratizayaa do en sino e principalmente evidenciando 0 desejo de que a escola

realmente ensine bern a todos, porque a cidadania presente nos discursos e

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documentos legais s6 sera real se 0 analfabetismo for reduzido e aqueles que hoje

estao nos bancos escolares aprendem a ler, escrever, cantar, criar, participar e

transformar a sua condicyao de estar a margem da hist6ria e presente nas estatisticas

das desigualdades sociais.

A reprovat;ao e sin6nimo de fracasso e, portanta 0 aluno reprovado

normal mente e rotulado, deixando marcas que muitas vezes remetem para a

"multirepetencia" ou a eva sao.

- Segundo Vasconcellos (1995) "se a reprova9iio Ii 0 nticleo da distor9iio da

avaliafao, mudar a avaliafao implica em eliminar a possibi/idade de reprovafao".

Ora, e natural termos 30 alunos e desses 5 estarem reprovados no final do ano

letivo? Encararfamos como natural um medico que deixasse morrer 5 pacientes, parque

isso afinal de contas faz parte da vida?

Nao e passive I encarar com norrnalidade a fata de urn user humana" que nao

tenha comprometimentas neural6gicas que limitem 0 seu aprender upassem" pela

escola sem que nada possamas fazer para que ele se desenvalva.

Gardner nos ensina que as pessoas tern forc;as cognitivas diferenciadas e

estilos de aprendizagem contrastantes, e 0 que se chama de inteligencias multiplas: um

espectro de competencias que devem ser desenvalvidas, sejam elas: lingOistica, 16giea-

matematica, espacial, musical, corporal-cinestesica, interpessaal, intrapessoal e

natura1ista. Cada uma del as pade aparecer como uma "rota alternativa" para alcanyar

novas aprendizagens, pois segundo ele as inteligencias se combinam de forma unica

em cada pessoa, pais todos nascem com tad as elas, que se desenvolverao durante sua

vida, de modo unico, como impressoes digitais.

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Essa descoberta pode mudar radicalmente nossa forma de ver 0 aluno,

entendendo que cada um e um complexo espectro de inteligenclas, sendo que ha

sempre duas ou tres que se destacam mais, tornando-se um caminho interessante para

que a crian9a aprenda.

Uma avaliac;ao que almeje contribuir para ° desenvolvimento nos educandos

deve considerar que na escola, tambem e errando que se aprende! Errar e humano.

Faz parte da estrutura cognitiva em qualquer circunstElnciada vida. E preciso entender

que as crianc;as cometem poucos erros aleat6rios. 0 que normalmente ocorre e que

seus erros sao construtivos, ou seja, sao resultado de reflexao, demonstrando portanto

como pensa e que lan9a hip6teses.

Infelizmente, onde 0 erro precisaria melhor ser compreendido, na escola, eproibido errar! Quem erra vai mal, quem pensa diferente corre 0 risco de estar fora

daquilo que se espera de um estudante.

Aprendamos com Paulo Freire (1999) "... quem pensa certo, mesmo que, as

vezes, pense errada, e quem pade ensinar a pensar certo ... "

Quem avalia precisa ter claro isso, que nao pode existir um determinismo que

diga que as coisas estao totalmente certas ou erradas, nao se trata de estar "perdido~,

mas de sua intencionalidade e de entender a provisoriedade e a especificidade de cada

momenta, perguntar-se parque avalia e para que?

Segundo Hernandez (1998), "A avalia,ao com urn sentido significativo nao e s6

avalia,ao dos alunos. E, sobre tudo, a contrasta,ao das intenq6es da professora com

sua pratica. 0 resultado e sempre 0 in/cio do planejamento de inteNem;aa posterior. Na

organiza,ao da classe mediante projetos de trabalho, esta interconexao se torn a

evidente".

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Pensando em todos as aspectos aqui levantadas, a necessaria dizer que a

avalia~o deve eslar articulada ao fazer pedag6gico de cada unidade de ensino,

concordando com Perrenoud ( 1992, p. 156 ) que afirma:

"Mudar a avaliayao significa mudar a escola, se nao totalmente, pelo menos 0suficiente para que nao nos envolvamos ingenuamente na mudan.-;.adaspraticas de avaliac;aosem nos preocuparrnos com 0 que as toma possiveis ouas limita ... Trabalhar no sentido de uma avaliac;ao mais democratica implicatrabalharmos, simuttaneamente, nos campos da avaliac;ao, da didatica, darelayao entre professor e aluno, da organizayao pedag6gica da escola"

AvaHar a, partanta urn processa de vida, que envalve pessaas e

acantecimentas, consideranda que quanta mais proximo da justi9a estivermas, mais

perto de acertar nas decis6es estaremos.

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A PRATICA PEDAGOGICA E AS VIVENCIAS ATRAVES DE

PROJETOS UM RELATO DE EXPERIENCIA

Neste capitulo irei discorrer sobre a pratica com projetos de trabalho passo a

passo. Contextualizando a trabalho na escola onde este foi realizado, que se localiza no

bairro Hauer na cidade de Curitiba no estado do Parana, cita a Rua Major Fabriciano do

Rego Barro n° 1152, tendo sid a fundada a mais de 40 anos, servindo a urn prop6sito

filantr6pico, atendendo em media 250 a 300 alunos do matemal a 8" serie.

Este trabalho mostrou-se inovador, uma vez que a escola seguia uma concep98o

diferente e a minha busca fundamentou-se justamente na ansia de ir al!§m e levar as

alunos a realizarem aD inves de receberem. Constantemente instiguei cada urn dos

alunos a questionareme assim pesquisarem e 56 depois darem como correta a

resposta. Quando nos deparamos com a educayao e necessaria abrir a mente e nosso

cora~o para 0 novo, na busca de uma aprendizagem real, que certamente nos

acompanhara para sempre, pais tude aquila que compreendemos verdadeiramente,

nao nos abandona.

E neste sentido a trabalho com projetos possibilita urn grande envolvimento na

pratica cotidiana. A professora com as crianc;as, vive a processo de constru9<3o do

projeto. Isso torna possivel a con stante refiexao sabre a pratica pedag6gica. articulando

as experiemcias realizadas com a contexto que vivenciam.

Os temas partem das necessidades/desejos do grupo percebidos pela

professora. Essa tem 0 papel de mediadora na sala de aula, au seja, vai viabilizando e

organizando 0 trabalho atraves de constantes observa<;6es da turma para assim

perceber 0 que esta despertando 0 interesse da crianc;a.

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o projeto Hist6rias em Quadrinhos com a turma da Monica foi desenvolvido

durante todo 0 ana letivo, com um grupo de alunos de 1a serie. Professora Claudia foi a

mediadora do conhecimento e orientadora desta proposta de trabalho por Projetos,

levando a atividades que foram sendo desenvolvidas, embasadas pel a pesquisa.

Nas turmas de 1a serie a explicay80 sobre ° que e projeto, oeorreu de uma

maneira simples e interessante, num linguajar facil e acessivel a esta faixa etaria,

porque este trabalho e algo novo e, para eles este sera 0 primeiro contato com

projetos. Foi importante que os alunos entendessem 0 porque das atividades sugeridas,

pois da; e que teve inicio 0 interesse pela pesquisa. Nesta fase que a intervengao do

professor fo; fundamental, pois se ele nao for "capaz" de despertar 0 interesse de seus

alunos 0 projeto corre 0 risco de "arrastar-se" durante 0 ano 1etivo, sem grande enfase e

acabara por tornar-se apenas mais uma aula expositiva.

3.1 PRIMEIRO TRIMESTRE

Este projeto teve seu inicio no mes de margo, quando ap6s assistirmos uma fita

de video de um desenho da turma da Monica, nos reunimos em uma rOdinha para

conversarmos sobre 0 que haviamos assistido e entao se aproveitou este momenta

para propor 0 trabalho com hist6rias em quadrinhos. Durante esta conversa tudo 0 que

foi dito pelos alunos foi devidamente anotado, suas perguntas e respostas, ao mesmo

tempo em que se devolvia algumas perguntas para os alunos levantando

questionamento. Assim se montou 0 seguinte quadro, conforme a figura a seguir nos

mostra.

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I o QUE SABEMOS: o QUE QUEREMOS o QUE DESCOBRIMOS:

SABER:

(modelo sugendo pelo autor NOGUEIRA, Nllbo 1998)

Ap6s ser confeccionado este quadro que foi exposto, em forma de mural, na sala

de aula, num local de livre acesso a todas, colocam-se:

o QUE SABEMOS: neste local 0 professor devera expor 0 conhecimento ja

adquirido pelos alunos, relembrando que deve sempre partir de urn conhecimento ja

adquirido par eles, trabalhando assim como mediador na aquisi<;ao de noves

conhecimentos.

o QUE QUEREMOS SABER: este local sera destinado aos questionamentos que

deverao ser respondidos no decorrer do processo pelo grupe.

Este nao e urn quadro fiXD, po is no decorrer do ana ele ira sendo preenchido

pelas problematiza<;iioque surgirem durante a realiza<;iiodo projeto.

o QUE DESCOBRIMOS: inicialmente este espa~o ficara vazio, mas no decorrer

do processo ele devera ser preenchido com todo material coletado pelo grupo, que

devera ser estudado sempre. E interessante proper que toda a pesquisa trazida devera

ser apresentada para classe para que assim todos tomem conhecimento daquele

assunto de imediato e decidam quais au qual sera a encaminhamento tornado para

aquele material.

Apes a montagem do quadro a turma come9Qu a trazer alguns gibis e a partir

deste momento surgiu a seguinte sugestao: ~Quetal se houvessem alguns gibis em

nossa sala de aula para leitura diaria?" A adesao foi imediata, a turma se mobilizou de

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maneira a contribuir para que a sala tivesse um acervo de gibis, mas como eram

poucos alunos 0 numero de gibis recolhidos foi pequeno.

Neste momento surge uma nova sugestao: Que tal se fosse organizada uma

campanha para arrecadat;Bo de gibis usados? Para esta atividade foram necessarias

algumas cartolinas, canetinha e e claro, sulfite para que eles pudessem planejar seus

cartazes. Cada aluno fez um esbo90 do seu cartaz em sulfite, depois reunidos em

equipes de 3 alunos eles votaram para decidir quem iria escrever, quem iria pintar, qual

seria a melhor frase para ser colocada no caliaz, etc., terminados os cartazes, eles

passaram e sala em sala contando de sua campanha, a todos os alunos da escola e

depois penduraram os cartazes pela escola, a resposta foi rapida e em grande numero

em poucos dias recebemos mais de 100 (cem) gibis usados. 0 acervo aumentou muito

ate 0 final do ano letivo.

o interesse pela leitura aumentou muito e num primeiro momenta atingiu-se 0

objetivo proposto. E interessante citar que nesta turma 0 numero de alunos que nao

dominavam a leitura no inicio do ano era de 85 % e que atraves das hist6rias em

quadrinhos tiveram uma motivat;Bo diferenciada para aquisiC;ao do c6digo escrito da

nossa lingua.

3.1.1 Como despertar 0 interesse do aluno?

As estrategias podem ser diversas, mas algo que sempre desperta 0 interesse

dos alunos e instigar a curiosidade, deixando que os mesmos se fac;am perguntas e as

lancem para a classe, ou seja problematizem. a professor e como 0 comandante do

navio que navega em mar aberto rumo a novas descobertas , porem sendo firme para

que 0 barco nao S9 perca na neblina, fugindo do assunto.

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o professor colabora organizando todas as descobertas no quadro que ja havia

sido organizado anteriormente, mas neste momento procura completar com as

descobertas e certezas adquiridas por seus alunos, ou seja, aquilo que ja se domina, as

perguntas que deverao ser respondidas e reserva-se um espac;:o onde serao colocadas

as pesquisas realizadas, as fotos, etc.. para os quais os alunos deverao ter livre

acesso.

Durante 0 desenvolvimento de um projeto, sempre sao necessarios alguns

ajustes e algumas delimitac;:6es do tema e nao fol diferente com 0 nosso projeto, pOis ao

iniciar este trabalho, a intenc;:ao era trabalhar todos os tipos de hist6rias em quadrinhos,

no entanto nos vimos num dilema, pois 0 tema era muito extenso e nao poderiamos nos

aprofundar.

Entao, numa vota9aO aberta com a turma escolhemos trabalhar a Turma da

M6nica, do Mauricio de Souza pelos seguintes motivos:

-)- As doac;:6es de gibi foram em 90% da Turma da Monica.

-)- Sao as hist6rias mais famosas do Brasil.

~ E um material nacional.

-)- A riqueza do material iria nos proporcionar muitas descobertas em todas as

areas de conhecimento pois as hist6rias possuem personagens com diferentes

realidades sociais e diversas culturas, 0 que nos permitiria explorar 0 Portugues, a

Matematica a Geografia, Artes, Ciencias, Hist6ria, enfim e um universo extrema mente

rico e valoroso para ser pesquisado. Isto propiciaria 0 planejamento de aulas ricas e

motivadoras, tendo como fundo os personagens da Turma da Monica.

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Assim definiu·se 0 titulo do projeto como: Historias em Quadrinhos com a Turma

da Monica.

o interesse pelo tema proposto no projeto foi despertado 0 objetivo do 10

trimestre foi alcanc;ado, que e a interesse pel a leitura.

3.2 SEGUNDO TRIMESTRE

Nas aulas as pesquisas estavam num ritmo acelerado e a leitura tambam, foi

entao que nos deparamos com outra questao, pOis os gibis que estavamos recebendo,

nao tinham um lugar apropriado para os gibis que estavamos recebendo. E dai surgiu aideia de confeccionar um PORTA-GIBIS"

Desenhamos, e fizemos uma pesquisa do material mais apropriado para 0

PORTA - GIBIS. A diretora foi chamada, pois a verba dependia dela, expusemos nossa

ideia e ela aprovou. 0 custo foi de apenas R$ 26, 00, pois a mao de obra, ficou por

conta da costureira da nossa escola.

Outro fator importante a se destacar e que num projeto a participayao e 0

envolvimento de todos da escola, e que fazem com que ele real mente acontega, pOis

na medida que vai se desenvolvendo, eria vida propria e a turma nao pode segura·lo,

pois se isso ocorrer ele corre 0 risco de ficar "pobren e desmotivar 0 grupo.

Quando 0 porta·gibis ficou pronto foi uma festa. Penduramos num lugar

privilegiado e organizamos os gibis. 0 interesse pel a leitura triplicou, pois apesar de

termos um dia especifico para trabalharmos 0 projeto, sempre que os alunos tinham um

tempinho sobrando, seja par ter terminado suas atividade mais cedo, ou par que era

hora das atividades de recreaQilo, a primeira opc;ao era sempre a leitura.

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Um outro exemplo, de como esta ideia funcionou foi que os alunos da manha

que usavam a mesma sal a comec;aram a desfrutar da leitura tanto quanto as da tarde.

Sempre eram achados gibis, que loram lidos, debaixo das carteiras.

Ao chegarmos ao tim do 2° trimestre alem dos gibis, os alunos estavam trazendo

embalagens de muitos produtos com a marca do Mauricio de Souza, eram muitos,

desde pacotes de salgadinho a tapetes, carteiras, mochilas, cobertores, etc ...

Estes produtos foram sendo trabalhados, pesquisados, investigados e tambem

guardados para a futura confecyao de murais. Ao mesma tempo, come9amos a pensar

na constru9ao de nosso "Desafio~.

3.2.1 Constru9ao do desafio

o desafio e uma OP9aO que pode existir ou nao no decorrer do projeto, como jil

dito anteriormente. Mas esta atividade enriquece ainda mais 0 projeto, pois e algo que

se bem trabalhado, e mais uma vez coloca-se a intervenc;ao do professor como fator

determinante, os alunos participarao com empenho e determina9Bo para que 0 desafio

seja cumprido com sucesso.

o desafio escolhido pel a turma que desenvolveu 0 projeto Hist6ria em

Quadrinhos foi 0 de construir um gibi gigante. 0 mesma levou aproximadamente cinco

meses para ficar pronto.

Ao entrarem de ferias as crianc;as deram como sugestao realizar desenhos da

Turma da Monica e para isso puderam levar para casa alguns almana90es gigantes da

Turma, assim, alem da leitura puderam se deliciar crianda seus pr6prios desenhos.

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Aqui cabe uma observa~o de que esta tarefa nao fol imposta, a mesma foi

apenas uma sugestao, porem a adesao fol de 100% dos alunos, e assim pode-se sentlr

o grau de envolvimento dos alunos com 0 trabalho.

3.3 TERCEIRO TRIMESTRE

Nesta etapa, 0 envolvimenta do aluno e total, pais neste momenta ele ja tern

maior compreensao do trabalho e colabora com sugestoes e pesquisas durante os

debates au reunioes que sao realizados para discussao e treca de descobertas, 0

posicionamento e critico, todos participam, 0 que gera urn enriquecimento nas

atividades propostas

Aceleramos a desenvolvimento do desafio, que era a realiza~o de urn gibi em

tamanho grande.

Para esta atividade utilizamos os seguintes materials:

~ Tres caixas de papelao de fogoes quatro bocas;

~ cartolinas brancas;

~ lapis de escrever;

~ canetinhas;

~ lapis de cor;

~ giz de cera;

-> papel Kraft;

~ cola;

~ corda de varal e

~ episc6pio.

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o prirneiro passo ap6s a escolha do que seria produzido enquanto desafio foi

decidir qual seria a hist6ria em quadrinhos, ja que a mesma nao poderia ser muito

longa.

Acredito que esta tenha side urna das partes rna is interessantes do trabalho, a

cria9ao do texto desta hist6ria, para uma turma de alfabetiza9ao foi muito rica. Pois

passamos por um processo totalmente democratico e assim foi possivel englobar

muitos conteudos de uma s6 vez. Cada aluno pode esboc;ar suas ideias, ler para a

turma e no final acabamos escolhendo 0 melhor de cada um e assim todos participaram

com pelo menos uma palavrinha.

A turma votou na hist6ria de urn almanaque com as melhores historias da turma.

o passo seguinte foi copiar os desenhos do gibi para a cartolina com 0 auxilio do

episc6pio, este processo levou aproximadamente quatro meses e meio, pois como ja

citado anteriormente 0 trabalho com 0 prajeto era realizada apenas uma vez par

semana.

Ap6s tirar os desenhos em cartolina, passamos canetinha e as crianc;as partiram

para a pintura, seguindo fielmente as cores da hist6ria original. Conforme fotos a seguir.

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lIustl'"a~l1o 2 ainda I'"caliza~ilo de pintura no patio dll escoJa, momento de aJegria e muito trabalho.

Em seguida as caixas de papelao que arrecadamos com uma loja do bairra foram

desmontadas e encapadas com 0 papel Kraft e cola.

Demos inicia as colagens.

I1ustra~l1o 3 Jlcstc momcnto csbivamos coJando 3S pinturas no papclAo, nosso gibi com~ou a tomar

forma.

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lIustraf;ao 4 continual;ao das colagcns

As atividades de pintura e colagem foram realizadas intercaladamente para que

nao se tornassem cansativas, e a finalizayao com a amarrayao das paginas de papelao

deu a possibilidade de folhear as paginas com seguranga.

Escolhemos ainda uma tirinha para a ultima folha do gibi.

• Por ultimo realizamos uma nova votayao para a escolha do nome do nosso gibi.

As crianyas fizeram algumas sugest6es e depois todos votaram na sugestao que

mais agradou.

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A sugestao que rnais agradou foi: Gibizao da 1" c.

Fomos para a laborat6rio, digitamos 0 nome, escolhemos a COT, 0 tamanho e 0

modele da letra. Imprimimos, recortamos e colamos.

o texto ficou uma grac;a e com a cara das crianc;as da tunna, todos amaram ler e reler.

3.3.1 Aulas-Passeio

Esta sem duvida e uma das estrategias mais interessantes, pois coloca 0 aluno

contata direto com a objeto sendo estudado. Sendo necessaria ressaltar que deve ser

muito bern planejada, para que nao incorra nurn erro bern comum que e 0 de levar as

alunos apenas para se divertirem. Portanto esta atividade deve ser antes de tudo urn

acontecimento que levan~l a aluno a comprovar suas pesquisas.

No Projeto desenvolvido com esta tunma 0 objeto estudado era as historias em

quadrinho e a tunma da Monica, portanto foram propostos dois momentos especificos

de aula- passeio.

• Visita a gibiteca:

Esta visita foi marcada com anteced~ncia, e 0 trabalho com os alunos teve 0

objetivo de coloca-Ios em contato com a grande variedade de gibis. Na gibiteca eles

puderam apreciar, manusear, folhear e ler inumeros gibis. Conforme fotos a seguir.

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como nilo ler?

Durante esta aula passeio a Gibiteca ainda tal possivel visitar a exposi<:aodos 20

anos e apreciar a trabalho de alunos do curso de hist6rias em quadrinhos. Na volta a

escola toi realizada uma reuniao no grande grupo para que se pudesse conversar sabre

a aula passeio.

• Aula passeio ao MUMA (Museu Melropolilano de Aries de Curiliba) - Exposi9ilo dos

Quadroes do Mauricio de Souza .

•:. 0 primeiro passo toi a aquisir;aodo livro:

.:. Conhecer a obra da qual Iralava esla exposi9ilo .

•:. Marcar a visita

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.:. No dia a expectativa era grande, pais 0 livro havia sido muito explorado e este era a

momenta de conhecer as quad roes.

No Museu a visita foi orientada, e convem ressaltar que os alunos conheciam cada

quadro pelo nome, e ficaram encantados de poder apreciar este trabalho de perlo.

Na volta para escola compramos uma versao do livre para pintura e cada aluno

pintou uma das obras. Criamos uma moldura e guard amos para a finalizac;:ao do

projeto.

lIustrm,'ao 7 chegamos ao MUMA a expectativlt cra total afinal foran) mcscs trabalhalldo com 0 livro doMauricio de Sousa sobre os Quadr6es

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lIustra~iio 8 0 Mauricio niio estava Ifl, mas 0 banner estava lindo

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3.4 FECHAMENTO DO PROJETO

A finaliza9ao do Projeto foi realizada com uma apresenta9ao na "FEIRA GLOBAL",

nome este dado a Feira de Ciemcias da Escola cnde 0 projeto foi desenvolvido e as

alunos realizam explanac;6es de suas pesquisas. A Feira propiciou a troca de

informa<;6es entre as alunos. 0$ pais e a comunidade, a que enriqueceu ainda mais

este processo.

Durante a apresentac;:ao as produtos pesquisados fDram expostos e as

canhecimentos adquiridos fDram explanados. De forma integrada cada aluno expos sua

pratica. suas descobertas, suas construc;oes em cada atividade.

lIuSlrac;ao 9 aprescnta,ao do Projcto durante a Fcira Global na escohl

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3.5 TRABALHANDO COM PROJETOS, INTEGRANDO CONTEUDOS ...

OBJETIVOS DE UMA VISAO SISTEMICA

No decorrer do projeto os conteudos foram sendo integrados a cada discussao que

surgia, atendendo as necessidades e sistematizados, sim. Porem, com

encaminhamento diferenciado e integrado. Fugimos assim de uma visao tradicional

onde 0 planejamento e fixo e 0 professor segue rigidamente cada um dos conteudos,

dando conta de cad a urn deles, sem ao menes questionar 0 que realmente enecessario em termos de aprendizagem a turma que ele ministra suas aulas

diariamente.

Durante este processo 0 ensina aprendizagem ganhou vida, alunos tornaram-se

sujeitosde direitose pude sentir prazer ao ver a motivayao que cada urn sentia ao

realizar atividades par serem importantes, e nao par que 0 professor mandou. Assim

sendo serao elencadas algumas atividades de maior relevancia durante 0 decorrer do

processo .

•:.. Atividades de leitura envolveram textos diversos ande a partir dos personagens

surgiam conversas que levavam a atividades dirigidas e intencionais como:

• Quadrinhas;

• Adivinhas;

• Par6dias;

• Produc;oes coletivas

• Acr6sticos;

• Poesias;

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• Silua90es problema;

• Textos informativQs,

Textos narrativQs, etc;

Exemplo

(TEXTO COLETIVO I' C)

MAGALIERA UMA VEZ UMA MEN INA MAGALI,QUE COMIA MUITA MELANCIA, TlNHAUM GATINHO CHAMADO MINGAU, UMAAMIGA CHAMADA MONICA E QUE ERAMUlTO GULOSA.

A partir do texto exemplificado acima, sistematizaram-se a leitura, a escrita, a

importancia de uma alimentac;ao saudavel, animais, situayaes problema, entre Qutros.

lIuSlra~ao 10 gibi da turma da Monica, edi~ao educativ:I especifica para 0 Irabalho com 0cslatuto l1a cria" .•a c do adolcscentc, numa linguagcm de fadl clltcndimcnlo.

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Urn segundo exemplo bern interessante da sistematizac;ao de conteudos de

maneira integrada foi a leitura do gibi "A turma da Monica e 0 Estatuto da criam;a e do

adolescente" apresentado na pagina anterior,que 0 Gibi foi trazido por urn dos alunos

para aula, realizamos a leitura e quando esta terminou, deu-se inicio a uma discussao

que nos levou a uma votaC;8o que propiciou a criac;ao de uma tabela com a tabulaC;ao

dos dad os, em seguida produziu-se urn texto coletivo onde constou a opini8o dos

alunos sobre os direito das crianc;as e adolescentes a partir do Estatuto da Crianc;a e do

Adolescente, quando foi abordada a tematica de que urn grande numero de crianc;as

nao tern seus direitos respeitados e supridos como deveria seL

Ao discutirmos a questao do "direito a vida e a saude" em que a crianc;a tern 0

dire ito a urn acompanhamento medico durante a pre-natal, parta, ate e 0 10 ano de vida

abordamos varios assuntos ligados as diversas areas do conhecimento e em nenhurn

momenta foi necessario repartir caderna ou explicitar aos alunos: "agora vamos

trabalhar ci€mcias e agora fechem 0 caderno de ciencias e abram 0 de hist6ria e

geografia" ..

Cad a urn dos personagens propiciou uma riqueza muito grande a ser explorada

perrneando conteudos com significado.

3.5.1 Conteudos Trabalhados:

• Portugues: Oralidade, leitura oral e silenciosa, desenho como forma de

representay8o, ampliay80 do vocabulario, analise e pesquisa de figuras e

gravuras, expansao de ideiast gramatica, ortografia, produc;ao textual de

diversos generos,

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• Matematica: QuantificaC;8o, resoluC;80de problemas, contagem, operac;oes,

situa,oes problema,tabelase graficos,cores,grandezase medidas.

• Hist6ria e Geografia: espac;o urbano e rural, profissoes, meios de

comunicac;ao,meios de transporte, moradia, regioes, familia,

• Ciencias: higiene, saude, alimentac;ao,anima is,

• lemas transversais: pluralidade cultural, manifesta,oes artlsticas,

nacionalidade, consumismo, desenvolvimento sustentavel, reciclagem.

• Artes: produc;oesartistica, estetica, desenhos, pinturas.

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CONSIDERA<;:OES GERAIS

Apesar de aqui terem side definidos as momentos de desenvolvimento de urn

trabalho par Projetos, eles tern que ser considerados como partes de urn processo

continuo, sujeito a mudanc;as e recontextualizac;oes de acordo com as necessidades

que surgem no grupo durante a sua execuy3o. 0 planejamento deve ser

5uficientemente f1exivel para incorporar as modificac;oes que se fayam necessarias no

decorrer de seu desenvolvimento.

Par tras do trabalho com Projetos existe urna postura pedagogica que reftete urna

concepC;3o de conhecimento como prodw;ao coletiva, onde a experiencia vivid a e a

prodUC;30 cultural sistematizada se entrela9am, dando significado a aprendizagem.

Os conteudos, as habilidades, a criatividade, par serem trabalhados em urn contexte

que da a eles significado, sao construidos de forma que as educandos nao os veem

como compartimentos fechados do conhecimento, utilizaveis apenas na situa9aO

discutida em sala de aula. Ao contra rio, essa conceP9ao possibilita aos educandos

estabelecer relaeyoes em outras situa90es a partir do conhecimento apreendido,

habilidade extremamente necessaria e valorizada na sociedade atual.

A aprendizagem com Projetos possibilita um cicio de fatos e acontecimentos que se

processarao, levando a aluno a aquisi90es e constru90es de seu conhecimento.

Na fase inicial, 0 professor e uma peeya fundamental, envolvendo 0 aluno.

Lembramos que todo a trabalho descrito aqui fo; desenvolvido com uma turma de 1a

serie sem nenhuma experiencia previa com projetos. Existiu uma fase de entrosamento

e envolvimento com a projeto em si. a papel do professor foi a de instigar as alunos a

pesquisarem e sairem em busca de material.

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Num segundo momento, os alunos estiveram envolvidos no desenvolvimento das

atividades planejadas e dessas atividades que foram surgindo. 0 terceiro passo fOI a

etapa de finaliza980 que culminou na apresenta980 do trabalho.

Este trabalho desenvolvido com as alunos da 1a serie cumpriu seus objetivos de

maneira integral, pais despertou a interesse pela leitura como algo prazeroso.

Possibilitou a integrac;ao com outras disciplinas como ciencias, historia, geografia e

artes, pois 0 tema colocava a disposicrao a realidade de cada personagem das historias

em quadrinhos, como por exemplo, 0 Chico Bento e a Rasinha com sua realidade rural,

Magali com seu apetite voltando-se para 0 encaminhamenta de aulas sobre a

lmportancia de uma atimentacrao saudavel, 0 Cascaa e a impartancia da Higiene

corporal, a realidade indigena com a personagem Papa-Capim, etc., utilizanda assim as

caracteristicas individuais de cada urn e a riqueza das historinhas, geranda urn universe

de possibilidades para se trabalhar em sala de aula. Ou seja, as historias foram

instrumentos de motivacrao para aulas prazerosas e as alunos participaram ativamente,

pois ja conheciam as hist6rias e seus personagens.

A partir deste trabalho que realizei durante um ana letivo e que nao foi 0 unico,

uma vez que quando se acredita em urn sanho e necessaria carrer atras, foi uma

experiemcia que fo; escolhida para ser relatada por estar aliada ao trabalho com a

alfabetizacrao que por sua vez e trabathoso e desgastante, portanto comprovo aqui que

e possivel trabalhar par projetos integrando conteudos e estimulando cada vez mais a

pesquisa, levando a uma pratica de aprendizagem significativa.

A dire9ao da escota mostrou-se sempre receptiva a minhas estrategias de trabalho, pais

a retorno dos alunos quanto a satisfacrao sempre foi garantido, afinal, meus alunos

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trabalhavam muito e produziam conhecimento pela pesquisa, que e 0 sonho de muitos

professores.

o projeto desenvolvido nao foi perfeito, teve alguns incidentes, sim, mas 0 mais

relevante e motivador foi a vida que ganhou, quando a crianyas se apaixonaram par ele

e problematizaram como gente grande articulando e realizando ligagoes entre os eixos

norteadores dos conteudos, conseguiram aprender cada uma dos conteudos pre-

estabelecidos pelo curricula e fcram alem, superaram as expectativas.

as pais colaboraram e apoiaram 0 projeto participando mais ativamente da

educagao de seus filhos, pOis urn Projeto proporciona esta ayao quando as criangas

passam a questionar 0 que esta sendo trabalhado e levam questoes para casa e

efetivamente leva ao dialogo.

Urn dos pontos positivos e a uniao da equipe, afinal, todos passam a fazer parte

deste processo, sao valorizados e tern sua auto-estima elevada. Acredito que numa

instituigao onde trabalhamos com educagao todos, desde 0 porteiro ate as

respansaveis pela limpeza e assim passamos pela direyaa, secretaria, inspetores,

cozinha e auxiliares, trabalham com educayao, temos 0 dever de inserilos neste

processo. No momenta que voce trabalha com projetos e consegue envolver cada uma

dessas pessoas e uma vit6ria muito grande, pais nao ha lugar no mundo que seja

melhor para se trabalhar, do que urn lugar onde as pessoas trabalham felizes e sentem-

se importantes e respeitadas pelo que fazem.

Sei que ainda h8 urn legado imenso a ser estudado e explorado sobre Projetos

suas possibilidades e sua pratica. No decorrer deste trabalho monografico buscou-se

explanar de forma clara e detalhada uma experi~nciavivida, narrando-se assim uma

forma que pode ser utilizada.

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