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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
EDSON RICARDO MARCONDES PIRES
FOMENTO NA AVICULTURA DE CORTE
CURITIBA
2012
1
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
EDSON RICARDO MARCONDES PIRES
FOMENTO NA AVICULTURA DE CORTE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de
Ciências Biológicas e da saúde da Universidade
Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para
obtenção do título de Médico Veterinário.
Orientadora acadêmica: Profa. Dra. Anderlise
Borsoi
Orientador profissional: Med. Vet. Eli Marcos
CURITIBA
2012
2
Reitor
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos
Pró Reitor Administrativo
Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos
Pró-Reitor Acadêmica
Prof.ª Carmem Luiza da Silva
Pró-Reitor de Planejamento
Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos
Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão
Sr. Roberval Eloy Pereira
Secretário Geral
Sr. Bruno Carneiro da Cunha Diniz
Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde
Prof. João Henrique Faryniuk
Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária
Prof.ª Ana Laura Angeli
Metodologia Cientifica
Prof. Jair Mendes Marques
CAMPUS PROF. SIDNEY LIMA SANTOS
Rua Sidney A. Rangel Santos, 238, Santo Inácio
CEP 82.010-330 – Curitiba – PR
Fone (41) 3331-7700
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado a vida e feito de mim uma
pessoa abençoada, agradeço também a minha mãe, Nossa Senhora, por sempre ter
me preparado um bom caminho.
Aos meu pais Edson Pires e Zilda Apª M. Pires agradeço imensamente por
terem me dado a vida, me criado com fundamentação em princípios como a
honestidade, honra, lealdade, justiça e coragem, por terem abdicados de si e
investido em mim, por sempre me apoiarem em minhas decisões, pelos sábios
conselhos e pelas vezes, que não foram poucas, em que dobraram o joelho em
orações por mim.
Aos avós que sempre acreditaram em mim e se puseram em orações a meu
favor.
Aos demais familiares e amigos, entre eles ressalto tia Dicléia e tio Jeferson,
e minha irmã Amanda, pois foram os que se fizeram mais presentes.
Agradecimentos infindos a profª Drª Anderlise que com grande
desprendimento e atenção abdicou de seu tempo em favor de meu aprendizado e
desenvolvimento, repassando conhecimentos e orientações, não somente como
orientadora, mas, como verdadeira mestra, conduzindo meu crescimento
profissional.
Ao amigo Giankleber que com grande desprendimento e amizade, repartiu
comigo suas experiências e ideias.
À equipe técnica da Frangos Canção, pela paciência e conselhos
transmitidos, pela acolhida e amizade formada.
À Empresa Frangos Canção, pela oportunidade concedida.
Finalmente, agradecimentos a todos que colaboraram na minha formação
acadêmica e profissional.
4
RESUMO
Este relatório de estágio apresenta as atividades desenvolvidas no Estágio
Curricular do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, pelo
acadêmico Edson Ricardo Marcondes Pires. O estágio foi realizado na empresa
GTFoods Group – Frangos Canção em Paranavaí-PR, no fomento agropecuário de
aves. O estágio inclui acompanhamento de atividades na cadeia produtiva da
avicultura de corte e do sistema de integração avícola da empresa, bem como
assistência técnica veterinária aos produtores integrados. Foi desenvolvido durante
o estágio o trabalho de conclusão do curso contendo revisão bibliográfica atualizada
sobre o sistema de produção em aviários Dark House. O estágio foi supervisionado
pelo médico veterinário supervisor do fomento de aves, Eli Marcos da Silva, com
quem foi discutido e analisado os pontos de maior interesse no estágio, com ênfase
nas patologias, tratamentos e manejo do frango de corte.
Palavras – chave: Fomento, Frango de corte, Dark House.
5
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 – ABATEDOURO ...................................................................................13
FIGURA 02 – FÁBRICA DE RAÇÃO .........................................................................13
FIGURA 03 – INCUBATÓRIO ...................................................................................14
FIGURA 04 – MATRIZEIRO PRODUÇÃO ................................................................14
FIGURA 05 – CELULITE EM REGIÃO DE SOBRECOXA ATINGINDO REGIÃO DE
CAVIDADE CELOMÁTICA .......................................................................................18
FIGURA 06 – CELULITE EM REGIÃO DE SOBRECOXA DA AVE .........................18
FIGURA 07 – DERMATOSE EM REGIÃO DE PEITO E COXA DA AVE .................19
FIGURA 08 – NÓRIA APÓS A DEPENAGEM ..........................................................19
FIGURA 09 – FRANGO MAL EMPENADO COM LESÃO DE PELE ........................22
FIGURA 10 – LESÃO DE PELE POR ARRANHADURA ..........................................22
FIGURA 11 – MANEJO INADEQUADO DE COMEDOUROS INFANTIS .................23
FIGURA 12 – LENHA INADEQUADA PARA AQUECIMENTO (VERDE E DE
ESPESSURA INADEQUADA) ...................................................................................23
FIGURA 13 – COMEDOURO AUTOMÁTICO VAZIO DEVIDO À FALTA DE RAÇÃO
NO CAMPO ...............................................................................................................24
FIGURA 14 – AFERIÇÃO DE VAZÃO DE NIPPLE - INADEQUADA POIS
APRESENTAVE-SE COM VAZÃO ALTA .................................................................24
FIGURA 15 – MANEJO INADEQUADO DE CAMA, NOTAR FALTA DA QUEIMA DE
PENAS ......................................................................................................................25
FIGURA 16 – CAMA ÚMIDA .....................................................................................25
FIGURA 17 - FRANGOS OFEGANTES DEVIDO À DESCONTROLE DE
AMBIÊNCIA ...............................................................................................................26
FIGURA 18 – LINHA AUTOMÁTICA DE RAÇÃO QUEBRADA ................................27
FIGURA 19 – COOLING PAD DANIFICADO ............................................................27
FIGURA 20 – VEDAÇÃO INADEQUADA ..................................................................28
FIGURA 21 – AVES OFEGANTES, AVE COM CIANOSE .......................................29
FIGURA 22 – AVE EM ÓBITO COM POSIÇÃO CARACTERÍSTICA DE FALÊNCIA
CARDÍACA AGUDA ..................................................................................................30
FIGURA 23 – AVIÁRIO DARK HOUSE ....................................................................32
FIGURA 24 – COMPARAÇÃO PESO MÉDIO DIFERENTES AVIÁRIOS ................35
6
FIGURA 25 – COMPARAÇÃO DA C.A EM DIFERENTES AVIÁRIOS .....................36
FIGURA 26 – COMPARAÇÃO GPD EM DIFERENTES AVIÁRIOS .........................36
FIGURA 27 – COMPARATIVO CUSTO DE CONSTRUÇÃO DIFERENTES
AVIÁRIOS ..................................................................................................................37
7
LISTA DE TABELAS
TABELA 01 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS ATIVIDADES REALIZADAS NO
ESTÁGIO CURRICULAR NA EMPRESA FRANGOS CANÇÃO ..............................15
TABELA 02 – PROPORÇÃO DE NUTRIENTES PARA O CRESCIMENTO VERSUS
MANUTENÇÃO .........................................................................................................33
TABELA 03 – TABELA COMPARATIVA DE PRODUÇÃO EM DIFERENTES
AVIÁRIOS COM VALORES REAIS...........................................................................34
TABELA 04 – TABELA COMPARATIVA DE PRODUÇÃO EM DIFERENTES
AVIÁRIOS TOMANDO AVIÁRIO CONVENCIONAL COMO REFERÊNCIA ............34
8
LISTA DE SIGLAS
C.A Conversão Alimentar
E. Eimeria
g Gramas
GPD Ganho de Peso Diário
HTS Health Traking System
IEP Índice de eficiência produtivo
Kg Quilograma
m² Metro quadrado
PIB Produto interno bruto
UBABEF União Brasileira de Avicultura e Associação Brasileira
dos Produtores e Exportadores de Frangos.
ºC Graus Celsius
9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................10
2 DADOS SOBRE O ESTÁGIO ............................................................................12
2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO .............................................................................12
2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL ........................................................................12
2.3 CARGA HORÁRIA DO ESTÁGIO ......................................................................12
2.4 LOCAL DO ESTÁGIO ........................................................................................12
2.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................................................14
2.6 ESTATÍSTICAS E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO ESTÁGIO ..................15
3 SANIDADE .........................................................................................................17
3. 1 CELULITE ..........................................................................................................20
3.2 FALHAS DE MANEJO ENCONTRADAS À CAMPO QUE POSSIVELMENTE
CONTRIBUEM PARA DEPRESSÃO IMUNITÁRIA ..................................................23
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................31
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................38
10
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, a avicultura emprega mais de 4,5 milhões de pessoas, direta e
indiretamente, e responde por quase 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Em 2009 a produção brasileira atingiu a marca histórica de 10,9 milhões de
toneladas, garantindo ao Brasil uma posição entre os três maiores produtores
mundiais de carne de frango, com Estados Unidos e China. Desse total, cerca de
65% permanecem no mercado interno, o que comprova a força dessa indústria para
o país. O consumo per capita de carne de aves no Brasil está em aproximadamente
47 quilos por ano.
Nas exportações, o Brasil mantém, desde 2004, a posição de maior
exportador mundial, tendo terminado 2009 com a marca de 3,6 milhões de toneladas
embarcadas para mais de 150 países (UBABEF, 2012).
Contudo, neste ano de 2012, a avicultura passa um período delicado,
podendo ser caracterizado até como uma crise, de acordo com o que
acompanhamos em noticiários como o “G1 Agronegócios”. O principal fato
determinante deste momento de mercado, foi a queda da produtividade de grãos
como soja e milho, base da nutrição das aves, elevando significativamente o custo
de produção do frango de corte.
Ainda assim, Huber (2012) cita que dentro do complexo de carnes brasileiro,
a carne de frango é a atividade mais dinâmica e modernizada. Modernização feita
com o objetivo de redução dos custos, aumento da produtividade e maior
competitividade. É preciso lembrar também que a qualidade e profissionalismo em
que a avicultura brasileira encontra-se hoje é resultado de uma longa história de
trabalho e dedicação. Muitos investimentos foram feitos em genética, em manejo,
em nutrição, em pesquisa de aditivos, tecnologias, em soluções ambientalmente
corretas e em mão de obra.
Nenhuma crise é fácil de ser enfrentada, mas é preciso enfrentá-la com
objetividade e colaboração, mantendo a postura que o setor avícola sempre teve ao
longo da sua história de sucesso: foco, organização e muito trabalho (HUBER,
2012).
O presente trabalho tem como foco descrever o estágio curricular obrigatório
do acadêmico Edson Ricardo Marcondes Pires, relatando a importância do manejo
11
em todas as fases de produção do frango de corte e agregar conhecimento por meio
de uma revisão bibliográfica sobre o sistema de produção em galpões Dark House.
12
2. DADOS SOBRE O ESTÁGIO
O estágio obrigatório foi realizado na área de produção de frango de corte,
direcionado para a parte de fomento, onde foi feito acompanhamento de visitas
técnicas e chamados de emergências solicitados pelos integrados. Em menor
frequência, acompanhamento das atividades na fábrica de ração e abatedouro.
2.1 ORIENTADOR ACADÊMICO
O estágio foi coordenado pela Doutora Médica Veterinária Anderlise Borsoi,
professora da disciplina de Doenças de aves e suínos, do curso de Medicina
Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
2.2 ORIENTADOR PROFISSIONAL
Médico Veterinário Eli Marcos da Silva, supervisor da área de fomento da
Frangos Canção, unidade de Paranavaí, integrante do GTfoods Group.
2.3 CARGA HORÁRIA DO ESTÁGIO
A carga horária totalizou 414 horas.
2.4 LOCAL DO ESTÁGIO
O GTFoods Group iniciou a administração de ativos da avícola Frangos
Canção em 2011, no entanto, a empresa surgiu em 1992, na região de Maringá.
Para promover o negócio, aos poucos a organização buscou ampliar a sua área de
atuação, optando pela criação de frangos de maneira integrada. Atualmente, o grupo
abate 360 mil aves por dia e administra os ativos das empresas Frangos Canção,
Gold Frango, Mister Frango e Bellaves. O Grupo GTFoods também tem investido na
ampliação de sua atuação, inclusive incluindo novos produtos em seu portfólio, entre
eles batata palito congelada, polenta, mandioca e também algumas frutas
13
produzidos por fornecedores parceiros. Os peixes e frutos do mar também já fazem
parte dos investimentos do grupo.
A avícola paranaense Frangos Canção, que desde o final de 2011 faz parte
do Grupo GTFoods, aparece em 3º lugar no ranking das melhores empresas do
agronegócio do Brasil por pontos obtidos no setor de aves e suínos da edição
especial da Revista Exame, Maiores e Melhores. A publicação traz uma lista das
melhores e maiores empresas do Brasil segundo diversos critérios. A indústria
Frangos Canção aparece pela segunda vez no ranking das 1000 maiores empresas
brasileiras em vendas, categoria em que subiu da 834ª para a 591ª posição em
2011, quando avaliada a sua receita líquida.
O Canção também melhorou sua posição na lista das 400 maiores empresas
do agronegócio, passando da 182ª posição em 2010 para a 135ª em 2011. A
empresa cresceu 69,8% em vendas líquidas e faturou um total de 677,3 milhões de
reais em 2011. Em 2012 a meta é registrar um faturamento de R$ 1 bilhão. O forte
crescimento da avícola impulsionou a participação dela também na lista das 50
maiores empresas do agronegócio em crescimento, que traz um ranking das
empresas com maior expansão nas vendas. A Frangos Canção ocupa a 11ª
colocação nesta categoria.
FIGURA 1 – ABATEDOURO. FIGURA 2 – FABRICA DE RAÇÃO.
Fonte: NOGUEIRA, 2008. Fonte NOGUEIRA, 2008.
14
FIGURA 3 –INCUBATÓRIO. FIGURA 4 – MATRIZEIRO PRODUÇÃO
Fonte: NOGUEIRA, 2008. Fonte: NOGUEIRA, 2008.
2.5 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As atividades realizadas durante o estágio curricular incluíram as áreas de
fomento da produção de frango de corte bem como fábrica de ração e abatedouro.
No fomento, participação em visitas de rotina para fornecer assistência aos
integrados, acompanhamento nos alojamentos de pintainhos, realização de
necropsias, acompanhamento do programa de monitoria de saúde das aves
chamado Health Traking System (HTS); realização de coletas de sangue e órgãos
para exame laboratorial de rotina, acompanhamento na apanha das aves destinadas
ao abate.
Na fabrica de ração, acompanhamento de todo o processo para a fabricação
da ração e realização de procedimentos de controle de qualidade das rações e das
matérias primas que são utilizadas para sua fabricação no laboratório bromatológico
da fábrica.
No abatedouro, realização de visita técnica para visualização do processo de
abate e inspeção, ante e post-mortem.
15
2.6 ESTATÍSTICAS E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO ESTÁGIO
TABELA 1 – ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS ATIVIDADES REALIZADAS NO
ESTÁGIO CURRICULAR NA EMPRESA FRANGOS CANÇÃO.
SETORES / ATIVIDADES QUANTIFICAÇÃO
Alojamentos 22 Alojamentos
Visitas técnicas 340 Visitas
Aves visitadas 4725372 Aves
Necropsias realizadas 682 Necropsias
Realização do programa HTS 15 Produtores
Monitoria E. máxima 120 Produtores
Suabe de cama 105 produtores
Vacinação 05 Lotes
Abatedouro 04 Lotes
Fábrica de Ração / Laboratório 08 Horas
HTS = Health Traking System.
E. Máxima = Eimeria maxima.
Nas visitas de preparação das instalações e alojamentos, eram conferidas as
fichas de chegada do lote (origem do pintainho, peso médio, linhagem, quantidade
de mortalidade, idade da matriz) e observadas se todas as instalações estavam
adequadas aos primeiros dias de vida do pintainho: temperatura e ventilação
mínima, espaço e número de equipamentos, vazão de bebedouro tipo nipple,
temperatura de água.
A sanidade dos lotes era monitorada através de necropsias, coleta de
materiais para análise (suabe de cama). Eram selecionadas aves ao acaso para o
sacrifício e necropsia; durante a necropsia realizava-se minuciosa inspeção em
todos os órgãos buscando lesões macroscópicas. Itens avaliados: excretas, lesão de
fáscia, cor do fígado, erosão de moela, espessura intestinal, presença de lesões
compatíveis com Eimerias (E.) (E. acervulina, E. maxima, E. tenella) e o tamanho da
Bursa de Fabricius, trato respiratório superior e inferior juntamente com sacos
aéreos.
16
Avaliava-se o desempenho do lote, observando o peso médio das aves de
acordo com a idade, quantidade de água, ração consumida e mortalidade, com base
nas informações contidas nas fichas, as quais eram preenchidas pelos produtores.
17
3. SANIDADE
As visitas ao abatedouro para acompanhamento do abate foram basicamente
para acompanhar lotes que estavam com problemas no momento do abate gerando
a condenação parcial ou total de carcaças. O abate de lotes problemáticos como
estes, tem a velocidade de abate reduzida de 6000 a 8000 aves/horas, para cerca
de 2000 à 2500 aves/hora. A redução na velocidade do abate gerava transtornos,
pois se for considerado 8 horas de abate com a linha em velocidade reduzida, serão
de 32000 a 58000 aves que deixariam de serem abatidas, ou seja, 1 ou 2 aviários
padrão teriam que ter o abate reprogramado. É importante levar em consideração
também, os frangos que já estão nas dependências da empresa, nos caminhões
esperando o abate, que, com esse tempo prolongado de espera, acabam sofrendo
estresse e perdendo peso.
Toda essa situação se traduz em perdas econômicas e transtornos, nesse
ponto também não pode - se deixar de considerar as toneladas de frangos que
sofrem condenação.
Já considerando os lotes que tiveram que sofrer reprogramação de abate que
ainda se encontram no campo também contribui para o prejuízo, pois sabe-se que
quanto maior a idade, mais alta será a conversão alimentar. Normalmente a fábrica
de ração tem que expedir mais ração para esses lotes, necessitando de toda a
logística do transporte.
As principais causas dessas condenações em abatedouro foram dermatose e
celulite.
18
FIGURA 05 – CELULITE EM REGIÃO DE SOBRECOXA DA AVE,
ATINGINDO REGIÃO ABDOMINAL.
FIGURA 06 – CELULITE EM REGIÃO DE SOBRE COXA DA AVE.
20
3.1 CELULITE
A celulite é o processo patológico caracterizado pela inflamação purulenta
aguda e difusa do tecido subcutâneo, dissecando planos teciduais e podendo
envolver camadas musculares.
A doença apresenta etiologia multifatorial, havendo uma interação complexa
de fatores ligados ao manejo, às aves e à genética bacteriana. Diversas bactérias
tem sido associadas com a celulite, entre elas Staphylococcus aures, Streptococus
dysgalactiae, Proteus spp., Aeromonas spp. e Citrobacter freundii, Clostridium
septicum e Clostridium perfringes. Entretanto, a Escherichia coli é a mais
frequentemente isolada, e aves com a doença podem também apresentar outras
lesões típicas de colibacilose, como peri-hepatite, salpingite e artrite. Conforme o
conhecimento atual, para que a celulite ocorra é indispensável que a pele esteja
lesada e que grande quantidade de bactérias entre em contato com a lesão, de
modo a invadir e multiplicar-se no hospedeiro (JÚNIOR, 2000).
Durante o estágio foi verificado que a maior predisposição à ocorrência da
enfermidade citada é a falha no manejo, pois bactérias dispostas normalmente em
cama e ambiente, não deveriam causar tantos efeitos danosos. As aves poderiam
estar sofrendo de algum fator que cause depressão imunitária. Fatores infecciosos
que poderiam contribuir para aparecimento de celulite como a presença de agentes
imunodepressores, incluindo infecções víricas tais como a doença infecciosa bursal,
a doença de Marek, a anemia infecciosa das aves, a leucose, a reticuloendoteliose a
micoplasmose, além da ação de agentes como as micotoxinas e outros que podem
desencadear doenças cutâneas devem estar no rol de possibilidades de presença
nos lotes da integração, seja por falha no controle das micotoxinas, falhas de
vacinação ou presença não detectada de micoplasmas em matrizes, por exemplo.
Fatores estressantes como alta densidade, ventilação inadequada, fatores
nutricionais como a deficiência de aminoácidos como a metionina e cisteína, entre
outros poderiam ser descartados, pois a Frangos canção trabalha com densidade
adequada comercialmente, 14 aves/m² ou seja 39,2 Kg/m² pois considera 2,800 kg
ao abate, em aviários padrão cooling pad e tendo visto que a equipe de expansão
tem prática comum de não libera alojamento de aviários que não forneçam as
21
exigências necessárias para uma boa ambiência. Ainda pode-se sugerir fortemente
um fator principal como as falhas de manejo; manejo inadequado de cama, manejo
inadequado de ventilação, manejo de luz inadequado, ponto esse de extrema
importância, apontado como principal causador de lesões de pele que evoluem para
dermatite e celulites. Em alguns manejos de luz, como o 2X1 pico de luz (2 horas de
ambiente claro e 1 hora de ambiente escuro) ou e manter as luzes apagadas ao
anoitecer e acender as luzes durante a madrugada., justificado por maior consumo
de ração e água. Tal fato ocorre, pois as aves ingerem mais alimento em
temperaturas mais amenas que ocorrem durante a madrugada. Acreditando-se
melhorar o GPD (ganho de peso diário) e consequente ganho de peso. Pode-se
teorizar que com o citado manejo de luz, as aves, depois de um tempo de jejum,
desperta com luz artificial abruptamente; assim, se agitam e acabam competindo por
comedouros, bebedouros, consequentemente se lesionando e abrindo uma porta de
entrada para os microrganismos causadores das dermatose / celulite, causando alta
taxa de descarte no abatedouro. Dessa maneira o ganho de peso / GPD no campo
não compensaria as perdas no abate.
Por outo lado, se fosse utilizado um programa de luz ajustado para que as
aves despertassem com a luz gradativa do amanhecer, não se agitariam muito e
consequentemente não lesionariam umas as outras. Outro fato importante é o
manejo da ração, pois em algumas ocasiões houve a falta de ração no campo
devido a problemas técnicos com a fábrica de ração. As aves depois do período em
jejum pela falta do alimento, quando a oferta de ração ocorria novamente, também
se agitavam e acabavam por se lesionar.
Ainda foi possível notar no campo, outra falha de manejo que predispõe às
lesões de pele, que era a falha no aquecimento na fase inicial do frango, que pode
acarretar mau empenamento, fazendo com que as lesões de pele aconteçam mais
facilmente (BARBI; ZAVIEZO apud RIBEIRO et. al. 2012).
23
3.2 FALHAS DE MANEJO ENCONTRADAS À CAMPO QUE POSSIVELMENTE
CONTRIBUEM PARA IMUNODEPRESSÃO
FIGURA 11 – MANEJO INADEQUADO DE COMEDOUROS
INFANTIS.
FIGURA 12 – LENHA INADEQUADA PARA AQUECIMENTO(VERDE E DE
ESPESSURAINADEQUADA).
24
FIGURA 13 – COMEDOURO AUTOMÁTICO VAZIO DEVIDO À FALTA DE RAÇÃO
NO CAMPO.
FIGURA 14 – AFERIÇÃO DE VAZÃO DE NIPPLE - INADEQUADA, POIS
APRESENTAVE-SE COM VAZÃO ALTA,
26
FIGURA 17 – FRANGOS OFEGANTES DEVIDO Á DESCONTROLE DE
AMBIÊNCIA.
Todos os fatores acima ilustrados podem causar depressão imunitária, como
no caso do manejo inadequado de comedouros infantis, aquecimento inadequado e
falta de ração que levam a uma situação de estresse e predispõem a doenças; já o
manejo inadequado de cama, como não efetuar queima de penas e fermentação
adequada, mantém a cama com carga bacteriana alta que em combinação com a
depressão imunitária podem causar problemas sanitários.
Além disso, foram notados vários problemas em instalações, ocasionados
pela falta de manutenção de instalações e equipamentos, fatores esses que
afetariam a produção, seja pelo estresse causado nas aves ou pelo desperdício de
insumos que se traduz em perdas econômicas.
28
FIGURA 20 – VEDAÇÃO INADEQUADA
Pode-se dizer que a avicultura moderna é feita de detalhes, detalhes estes,
que corrijam as falhas, principalmente as de manejo citadas e instalações. Tais
detalhes, se ajustados, certamente promoveriam um ambiente adequado para o
frango, livre de estresse, assim com melhor condição sanitária, apto para uma boa
produção (expressar seu potencial genético) e consequente boa colheita de
resultados.
Outra situação crítica encontrada na integração da empresa, foi a alta
mortalidade na fase final da criação devido a alta temperatura conhecida da região
noroeste do estado, onde em aviários pressão positiva, mesmo com a baixa lotação
com que a empresa trabalha (em período de primavera e verão de 12 aves/m² ou
seja 33,6 kg/m² considerando um peso de 2,800 kg ao abate), não era possível
atingir a ambiência adequada para a fase final da criação, que seria em torno de
24ºC de temperatura real, cerca de 21ºC de sensação térmica, considerando
velocidade de vento e umidade.
29
Os prejuízos da mortalidade de aves em final de crescimento são grandes,
traduzidos eminentemente pela perda de aves a serem abatidas.
Neste contexto pode –se citar um exemplo de atendimento a chamado de
emergência feito pelo produtor Fulgêncio Arcas do município de Santa Isabel do
Ivaí/PR. O produtor chamou assistência técnica afirmando que o lote se encontrava
em alta mortalidade noturna. O lote encontrava-se com 43 dias de alojamento, aves
da linhagem Ross, o total de 15297aves havia sido alojada em aviário automático e
pressão positiva. Nessa idade encontrava-se com mais de 10% de mortalidade.
Após realização de necropsias em 6 aves, não foram encontradas alterações
macroscopicamente visíveis . Já na observação do lote, verificou-se aves sofrendo
pelo calor, (bico aberto e ofegantes), além de outros sinais clínicos que despertaram
atenção: a presença de cianose de crista e barbela em várias aves.
FIGURA 21 – AVES OFEGANTES, AVE COM CIANOSE
Em conversa com produtor rural, o mesmo relatou que fechava o aviário
durante a noite. Deste modo, a suspeita é de que ocorra falta de oxigênio durante a
30
noite, que, aliada a falta de ambiência, levam o organismo lançar mão de um
mecanismo compensatório como o aumento da frequência cardíaca, na tentativa de
oxigenar adequadamente todo o organismo, mecanismo que no seu extremo, leva à
uma falência cardíaca, pois foram encontradas várias aves mortas em posição
característica de falência cardíaca aguda.
FIGURA 22 – AVE EM ÓBITO COM POSIÇÃO CARACTERÍSTICA DE
FALÊNCIA CARDÍACA AGUDA
Foi orientado ao produtor que melhorasse a ventilação do aviário e
consequentemente teria uma melhor renovação de ar e oxigenação, abaixando
cortinas, mantendo extremidades do aviário abertas e ventiladores ligados.
31
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Segundo Patrício (2012), a carne de frango nos últimos 60 anos passou de
um produto de consumo ocasional para um produto de consumo diário e essencial,
como fonte de proteína de baixo custo. A sua disponibilidade aumentou
consideravelmente por sua alta capacidade de produção mundial instalada e as
ofertas sobre a demanda se tornaram constantes na maior parte do mundo. As
principais commodities envolvidas na sua produção, como milho e produtos
derivados de soja, passaram a ser produtos muito consumidos e altamente valiosos.
A competição por esses insumos os tornou custosos e escassos em muitas épocas
do ano.
A avicultura se vê obrigada a baixar custos de produção para se manter
competitiva; e isso se passa pelo fundamento de se incrementar a eficiência da
produção de carne, melhorando a utilização de grãos por meio de uma melhor
conversão alimentar. Com o objetivo de melhorar o desempenho do frango de corte,
algumas companhias norte americanas, começaram nos anos 80 a produzir em
sistemas de ambiente controlado, com limitação de luminosidade. Este sistema
permitiu incrementar a densidade e melhorar os resultados zootécnicos. Nesses
aviários os frangos ficam mais calmos, com um maior conforto térmico e menos
movimento, permitindo-lhes um menor consumo de energia. Isto proporciona melhor
conversão alimentar e ganho de peso, além de menos problemas metabólicos.
(PATRÌCIO, 2012)
Não existe um tipo de instalação avícola que seja ideal no combate ao
estresse por calor ou frio que possa ser adotado em todas as regiões do mundo,
porque cada região climática impõe uma exigência própria de arranjos com vistas ao
conforto térmico (TINÔCO, 2001), entretanto, grande parte das produções de
frangos de corte se utilizam de aviários convencionais (cortina amarela), havendo
ainda poucos com aviários escuros ou Dark House (NOWICKI et. al., 2011)
Nos últimos dez anos há uma movimentação significativa, em todo o Brasil,
para se utilizar instalações de criação em aviários escuros (Dark House) ou semi-
escuros. Estas mudanças são impulsionadas à medida que as pesquisas genéticas
avançam cada vez mais em busca de uma ave com maior ganho de peso (alta
32
conformação), com isso as dificuldades de manejo aumentam a cada ano. Além
disso, a sazonalidade, a diversidade climática, o potencial produtivo dos frangos e a
ambiência avícola são fatores que estimulam o setor a buscar alternativas viáveis no
âmbito produtivo (SOUZA et al., 2008).
Segundo Pompermaier (2012), o sistema Dark House constitui em um
isolamento das condições ambientais externas desfavoráveis, a entrada de ar por
uma extremidade do aviário, passando por um sistema de resfriamento através de
processo evaporativo e na exaustão controlada do ar através de exaustores
posicionados nas extremidades opostas às entradas.
FIGURA 23 – AVIÁRIO DARK HOUSE
Este sistema reflete em todos os parâmetros produtivos e econômicos da
criação: no ganho de peso, na mortalidade, na qualidade de carcaça, no custo da
criação, etc. Entretanto, é na conversão alimentar que é observado o efeito mais
significativo (POMPERMAIER, 2012).
33
A maioria dos benefícios está relacionada com o menor gasto energético para
a manutenção dos frangos criados no sistema Dark House, permitindo o uso dessa
energia para o crescimento da ave. Leeson et. al. (1997) revelaram a distribuição de
nutrientes para o crescimento versus manutenção, conforme pode ser observado na
Tabela 02 (PATRÍCIO, 2012).
TABELA 02 – PROPORÇÃO DE NUTRIENTES PARA O CRESCIMENTO VERSUS
MANUTENÇÃO.
Semana Manutenção Crescimento
1 20% 80% 2 30% 70% 3 40% 60% 4 50% 50% 5 60% 40% 6 70% 30% 7 75% 25% 8 80% 20%
Fonte: LEESON et al., 1997
Neste sistema, as aves são criadas com luminosidade controlada, o que
possibilita mantê-las mais calmas e aumentar a densidade de criação, com
consequentes melhorias nos resultados de desempenho (NOWICKI et al., 2011).
Nos últimos dez anos há uma movimentação significativa, em todo o Brasil,
para se utilizar instalações de criação em aviários escuros (Dark House) ou semi-
escuros (SOUZA et al., 2008).
São estabelecidas algumas exigências para que o produtor possa trabalhar
com esse sistema como: a) o galpão deve ser todo automatizado, tendo o menor
contato humano como o lote; b) ter fontes alternativas de energia como geradores,
pois a eletricidade é fundamental para o uso do sistema de criação; c) conhecimento
de metas de produção e d) acompanhamento técnico qualificado. (SOUZA et al.,
2008)
RESULTADOS OBTIDOS
Segundo Gallo (2009) os seguintes resultados foram obtidos em aviários Dark
House.
Melhor conversão alimentar = Redução de 50 a 90 gramas
34
Maior ganho de peso = Redução de 3 a 5 dias para o abate
Mortalidade = Redução de 1 a 2%
TABELA 03 – TABELA COMPARATIVA DE PRODUÇÃO EM DIFERENTES
AVIÁRIOS COM VALORES REAIS.
Tipo de Galpão C.A GPD IEP Mortalidade Total de Aves
Dark House 1.825 57,4 291 5,19 14 Milhões Ventilação Negativa 1,872 57,3 283 5,17 95 Milhões Ventilação Positiva 1,901 56,3 278 5,08 35 Milhões
Valor P 0,000 0,000 0,000 0,387 144 Milhões
Fonte: GALLO, 2009
C.A = Conversão alimentar.
GPD = Ganho de peso diário.
IEP = Índice de eficiência Produtivo.
TABELA 04 – TABELA COMPARATIVA DE PRODUÇÃO EM DIFERENTES
AVIÁRIOS TOMANDO AVIÁRIO CONVENCIONAL COMO REFERÊNCIA.
Aviário Convencional
Aviário Ventilação negativa Claro
Aviário Ventilação Negativa Dark House
Densidade (aves/m²) 10,5 12,5 15 C.A (g) Referência -30 -76 GPD (g) Referência + 1 +1
IEP Referência +5 +13 Dermatose Referência Referência - 50%
Volume abatido 35735018 95398333 14431669
Fonte: GALLO, 2009
C.A = Conversão alimentar.
GPF = Ganho de peso diário.
IEP = Índice de eficiência produtivo.
Dados comparativos de uma empresa brasileira no oeste que faz uso da
tecnologia a 5 anos, desde 2004 (GALLO, 2009). Isso nos mostra as vantagens do
aviário Dark House, verificadas em ambas as tabelas comparativas. O melhor
desempenho do lote em C.A (Conversão alimentar), GPD (Ganho de peso diário) e
por fim um IEP (Índice de eficiência produtivo), assim sendo superior aos outros
tipos de aviários comparados em desempenho do lote.
35
De acordo com Gallo (2009) fica evidente que o grande ganho do Dark House
consiste na menor Conversão Alimentar que o sistema proporciona. Sendo o custo
da ração cerca de 70% do custo do frango vivo, o investimento nesta tecnologia
torna-se viável economicamente pelo retorno que ela proporciona. Outro grande
ganho do sistema é um índice significativamente menor de condenação por
dermatose provocada por arranhões.
“As perdas por condenações geram aproximadamente um déficit econômico
de 70-80 milhões de dólares anualmente na indústria de frangos”. (CZARICK, 2002)
Casarotto (2006) nos apresenta os gráficos a seguir ilustrados como figuras,
mostrando comparativos de produção em diferentes aviários, sendo eles:
Convencional, Dark House e tipo túnel.
FIGURA 24 – COMPARAÇÃO PESO MÉDIO EM DIFERENTES AVIÁRIOS
Fonte: CASAROTTO, 2006.
36
FIGURA 25 – COMPARAÇÃO DA C.A EM DIFERENTES AVIÁRIOS
Fonte: CASAROTTO, 2006.
FIGURA 26 – COMPARAÇÃO GPD EM DIFERENTES AVIÁRIOS
Fonte: CASAROTTO, 2006.
37
FIGURA 27 – COMPARATIVO CUSTO DE CONSTRUÇÃO DIFERENTES
AVIÁRIOS
Fonte: CASAROTTO, 2006.
De acordo com os gráficos apresentados, podemos notar a superioridade do
aviário tipo Dark House em peso médio das aves ao abate de acordo com a figura
24, uma conversão alimentar mais baixa mostrada na figura 25, um GPD (ganho de
peso diário) mais alto, ilustrado na figura 26 e na figura 27, se mostra superior, pois
mesmo tendo um custo de construção mais elevado economicamente, possibilita o
alojamento de um número maior de aves, ou seja mais Kg/ M² sem prejudicar o
potencial produtivo da ave e fornecendo uma boa ambiência, compensando assim o
maior custo de construção.
Os desafios de campo são cada vez mais maiores, principalmente em um
ambiente onde o potencial genético da ave é cada vez maior e a necessidade de
manter-se mundialmente competitivos estimula a explorar o máximo deste potencial.
Assumir a missão do bom manejo: proporcionar à ave a melhor condição
ambiental possível para que ela possa expressar seu máximo potencial. Obtendo o
bônus do bom peso ao abate com o menor consumo de ração possível
(CASAROTTO, 2006).
O sistema Dark House é utilizado com sucesso em mais de duzentas granjas
avícolas do Paraná, contribuindo para melhor conforto as aves. Com menos
estresse as aves se machucam menos e tem um desgaste menor (GALLO apud
MARTINS, 2008).
38
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização do estágio em uma empresa com alta tecnologia e sólida como a
Frangos Canção, foi de fundamental importância para o futuro da carreira
profissional do estagiário. Pelo fato de nunca ter tido experiência na área de
produção avícola não experimental, nem mesmo em um sistema organizacional de
uma empresa, as tecnologias e padrões da empresa foram bem transmitidos e
possíveis de serem assimilados.
Em relação ao sistema de integração avícola da Frangos Canção, muito
esforço, dedicação e trabalho tem sido empregados para aprimorar o sistema de
produção e gerar resultados satisfatórios, tanto para a empresa quanto para o
avicultor.
As atividades realizadas proporcionaram a oportunidade de expor
conhecimentos adquiridos ao longo do período acadêmico, aprendendo com as
dificuldades encontradas e com o conhecimento compartilhado pelos profissionais
de uma grande empresa avícola do cenário brasileiro - a Frangos Canção. Através
do estágio, foi possível entender a importância do fomento e a importante função do
Médico Veterinário no mesmo.
O trabalho do médico veterinário é de fundamental importância na área de
manejo e sanidade avícola, tendo em vista que as perdas zootécnicas decorrente de
patologias que acometem os lotes geram prejuízos á empresa. Foi oportunizado
compreender que no âmbito sanitário é necessário a realização de eficiente manejo
e a realização de necropsias a campo para antecipar a ocorrência e detectar
patologias para realização de tratamento. Foi fundamental o contato com aves
apresentando diferentes patologias para o reconhecimento das lesões, uma vez que
esse aprendizado servirá para o futuro trabalho a campo. Além disso, todo este
treinamento, sem o conhecimento teórico das diferentes patologias que interagem
em uma mesma ave ou lote, faz com que o diagnóstico possa ser não eficiente e o
tratamento apenas paliativo.
Ainda foi possível aprender o quanto a extensão rural é importante, pois cada
avicultor pensa e age de forma diferente e trabalhar no campo é mais do que seguir
39
e fornecer orientações técnicas, e sim promover um trabalho de educação junto aos
produtores e tratá-los de forma digna e com respeito.
Quanto ao exposto, as principais situações a campo encontradas que
prejudicam a produção foram: problemas de condenação em abatedouro
principalmente por dermatoses / Celulite, pode-se levantar algumas hipóteses que
levam/causam depressão imunológica na ave e predisponham a ocorrência das
dermatoses e celulite como as falhas de manejo, manejo de luz inadequado, manejo
de aquecimento em fase inicial inadequado, falta de ambiência adequada, falta de
ração à campo, falta de manutenção em instalações e a possível presença de
agentes imunodepressores incluindo infecções víricas tais como a doença infecciosa
bursal, a doença de Marek, a anemia infecciosa das aves, a leucose, a
reticuloendoteliose a micoplasmose, além da ação de agentes como as micotoxinas,
seja por falha no controle das micotoxinas, falhas de vacinação ou presença não
detectada de micoplasmas em matrizes, por exemplo.
A constante vivência com a área de avicultura de corte, possibilitou de forma
satisfatória, a realização pessoal e certeza de escolha da área para atuação
profissional.
Durante o estágio, foi possível ter a real visão do mundo da avicultura, em
toda sua complexidade e trabalho, trabalho esse muito nobre, pois se trata da
produção de alimento, alimento que atinge o mundo todo chegando às mesas das
mais diferentes nações e culturas. Fato este, que levou a um grande crescimento
profissional e social, nesse contexto, um grande crescimento pessoal.
40
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