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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fabíola Regina Fernandes Pereira TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C) CURITIBA 2006

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Fabíola Regina Fernandes Pereira

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C)

CURITIBA

2006

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Fabíola Regina Fernandes Pereira

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e

da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito

parcial para a obtenção do grau de Médica Veterinária.

Orientadora Dra. Tais Marchand. Rocha Moreira

Orientador Profissional Dra. Débora Schrappe

CURITIBA

2006 ii

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Reitor Profº Luiz Guilherme Rangel Santos

Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos

Pró-Reitora Acadêmica

Profº Carmem Luiza da Silva

Pró reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos

Pró-Reitora de Pós Graduação, Pesquisa e Extensão Profº Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini

Secretário Geral Profº João Henrique Ribas de Lima

Diretor da Faculdade de Ciências biológicas e da Saúde

Profº João Henrique Faryniuk

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária

Profº Neide Mariko Tanaka

Coordenador de Estágio curricular do Curso de Medicina Veterinária

Profª Elza Maria Galvão Ciffoni

Metodologia Científica Profª Ana Laura Angeli CAMPUS CHAMPAGNAT

Rua: Marcelino Champagnat, 505 – Mercês

CEP80.215-090 – Curitiba – Paraná

Fone: (041) 3331-7958

iii

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APRESENTAÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C) apresentando ao Curso de

Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da

Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), como requisito parcial para a obtenção do

título de Médico Veterinário é composto de um Relatório de Estágio, no qual são

descritas as atividades realizadas durante o período de 21 de agosto de 2006 à 17

de outubro de 2006, período este que estive no Centro Médico Paranaense para

Animais de Companhia - Cemepac, localizada no município de Curitiba – Pr

cumprindo estágio curricular e também de uma Monografia que versa sobre o tema:

Diabetes Melito em Pequenos Animais.

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Dedico este trabalho à minha família: meus pais Walter e

Tânia, meu marido Munir, e ao meu filho Eduardo, minhas

irmãs, Fabiana, Fernanda, Flávia e a minha avó Orlanda,

pela ajuda e apoio em todos os momentos, pela

paciência, dedicação, confiança e por terem permitido

que meu sonho torna-se realidade.

v

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de estar no

mundo. Aos meus pais, Walter Matheus Fernandes Pereira e Tânia Regina

Fernandes Pereira, ao meu marido Munir José Gritten e ao meu filho Eduardo

Fernandes Pereira Gritten e as minhas irmãs Fabiana, Fernanda e Flávia e minha

avó Orlanda Nadalin dos Santos, agradeço, por todo o amor, carinho, compreensão,

dedicação, incentivo e respeito.

Aos amigos e professores da UTP, que me acompanharam durante esta

batalha.

Agradeço a professora orientadora e mestre Tais Marchand, a minha

orientadora profissional Dra. Débora Shrappe e a Dra. Calyne Caesar pela

dedicação, respeito e por me transmitirem os seus conhecimentos.

Agradeço a todos que estiveram presente neste momento da minha vida.

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Procura-se um amigo

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter

coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de

poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das

canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta

de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes

levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda

mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é

preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter

um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande

vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo

deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso

vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando

chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes

chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se

enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e

das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças

de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de

se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela,

mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.

Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos

bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a

consciência de que ainda se vive.

Vinícius de Moraes

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 01

2 LOCAL DO ESTÁGIO E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.................. 02

3 CASUÍSTICA.......................................................................................... 07

4 DEMODICOSE........................................................................................ 11

4.1 ETIOLOGIA............................................................................................. 11

4.2 EPIDEMIOLOGIA.................................................................................... 11

4.3 TRANSMISSÃO...................................................................................... 12

4.4 CICLO VITAL.......................................................................................... 12

4.5 SINAIS CLÍNICOS................................................................................... 12

4.6 DIAGNÓSTICO....................................................................................... 13

4.7 TRATAMENTO........................................................................................ 14

4.8 PREVENÇÃO.......................................................................................... 16

4.9 CASO CLÍNICO....................................................................................... 16

4.9.1 Exame clínico.......................................................................................... 17

4.9.2 Diagnóstico............................................................................................. 18

4.9.3 Tratamento.............................................................................................. 19

4.9.4 Discussão................................................................................................ 20

5 DIABETES MELITO................................................................................ 23

5.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PÂNCREAS ENDÓCRINO................... 23

5.2 EPIDEMIOLOGIA.................................................................................... 24

5.3 ETIOLOGIA............................................................................................. 25

5.4 CLASSIFICAÇÃO.................................................................................... 25

5.4.1 Diabetes melito tipo I............................................................................... 25

5.4.2 Diabetes melito tipo II.............................................................................. 25

5.4.3 Diabetes melito secundário ou transitório............................................... 26

5.5 FISIOPATOLOGIA.................................................................................. 26

5.6 SINAIS CLÍNICOS.................................................................................. 26

5.7 DIAGNÓTICO......................................................................................... 27

5.8 TRATAMENTO........................................................................................ 28

5.8.1 Fluidoterapia............................................................................................ 29

5.8.2 Manejo alimentar..................................................................................... 29

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5.8.3 Agentes hipoglicêmicos orais.................................................................. 30

5.8.4 Insulinoterapia......................................................................................... 32

5.9 COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DO DIABETES.......................... 32

5.10 PROGNÓSTICO..................................................................................... 33

5.11 CASO CLÍNICO....................................................................................... 33

5.11.1 Exame clínico.......................................................................................... 34

5.11.2 Diagnóstico.............................................................................................. 34

5.11.3 Tratamento.............................................................................................. 35

5.11.4 Discussão................................................................................................ 36

6 DISPLASIA COXOFEMORAL................................................................ 37

6.1 ETIOLOGIA............................................................................................. 37

6.2 EÍDEMIOLOGIA...................................................................................... 37

6.3 ETIOPATOGENIA................................................................................... 38

6.4 SINAIS CLÍNICOS................................................................................... 39

6.5 DIAGNÓSTICO....................................................................................... 39

6.6 TRATAMENTO........................................................................................ 40

6.7 PREVENÇÃO.......................................................................................... 41

6.8 CASO CLÍNICO....................................................................................... 42

6.8.1 Exame clínico.......................................................................................... 43

6.8.2 Diagnóstico.............................................................................................. 43

6.8.3 Tratamento.............................................................................................. 44

6.8.4 Discussão................................................................................................ 44

7 OTITE...................................................................................................... 46

7.1 ETIOLOGIA ............................................................................................ 46

7.2 OTITE EXTERNA.................................................................................... 47

7.3 OTITE MÉDIA......................................................................................... 47

7.4 OTITE INTERNA..................................................................................... 48

7.5 SINAIS CLÍNICOS................................................................................... 48

7.6 FATORES PREDISPONENTES............................................................. 48

7.7 FATORES PRIMÁRIOS....................................................................... 48

7.8 FATORES PERPETUANTES................................................................. 50

7.9 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS............................................................. 51

7.10 EXAME FÍSICO....................................................................................... 52

ii

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7.11 OTOSCOPIA........................................................................................... 53

7.12 DIAGNÓSTICO....................................................................................... 53

7.13 TRATAMENTO........................................................................................ 54

7.14 TRATAMENTO SISTÊMICO................................................................... 56

7.15 CIRURGIA............................................................................................... 57

7.16 CASO CLÍNICO....................................................................................... 57

7.16.1 Exame Clínico......................................................................................... 58

7.16.2 Diagnóstico.............................................................................................. 58

7.16.3 Tratamento.............................................................................................. 58

7.16.4 Discussão................................................................................................ 59

8 PERIODONTITE E CÁLCULO DENTÁRIO............................................ 60

8.1 SINAIS CLÍNICOS................................................................................... 61

8.2 TRATAMENTO........................................................................................ 61

8.3 CASO CLÍNICO....................................................................................... 62

8.3.1 Exame clínico.......................................................................................... 62

8.3.2 Tratamento.............................................................................................. 62

8.3.3 Discussão................................................................................................ 64

9 TRAUMATISMO DE CABEÇA............................................................... 66

9.1 CASO CLÍNICO....................................................................................... 68

9.1.1 Exame Clínico......................................................................................... 69

9.1.2 Exames complementares........................................................................ 70

9.1.3 Diagnóstico ............................................................................................. 70

9.1.4 Tratamento.............................................................................................. 70

9.1.5 Retornos.................................................................................................. 71

9.1.6 Prognóstico............................................................................................. 75

9.1.7 Discussão............................................................................................... 75

10 CONCLUSÃO......................................................................................... 76

REFERÊNCIAS....................................................................................... 80

iii

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - TOTAL DE PACIENTES ATENDIDOS NO CEMEPAC ENTRE CANINOS E FELINOS (MACHOS E FÊMEAS).............................................................................

07

TABELA 2 - DESCRIÇÃO DAS AFECÇÕES E PROCEDIMENTOS DA CLÍNICA MÉDICA DO CEMEPAC ENTRE CANINOS E FELINOS..............................................................................

09

TABELA 3 - EXAMES LABORATORIAIS.................................................

35

TABELA 4 - URINÁLISE...........................................................................

35

iv

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LISTA DOS QUADROS

QUADRO 1 - COMPLICAÇÕES QUE PODEM OCORRER DM...............

27

QUADRO 2 - RAÇÕES COMERCIAIS PARA CÃES DIABÉTICOS E VALORES APROXIMADOS DE SUA CONSTITUIÇÃO.....

29

QUADRO 3- PRINCIPAIS HIPOGLICEMIANTES ORAIS.......................

31

QUADRO 4 - PRINCIPAIS INSULINAS DISPONÍVEIS NO MERCADO..

32

QUADRO 5 - TEMPO DE AÇÃO DAS PRINCIPAIS INSULINAS.............

31

QUADRO 6 - TRATAMENTO DA LESÃO INTRACRANIANA..................

67

v

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - CEMEPAC– Centro Médico Paranaense para Animais de

Companhia....................................................................................

02

FIGURA 2 - CONSULTÓRIO 1 DO CEMEPAC............................................... 03

FIGURA 3 - CONSULTÓRIO 2 DO CEMEPAC............................................... 03

FIGURA 4 - CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO DO CEMEPAC.................... 04

FIGURA 5 - CENTRO CIRÚRGICO DO CEMEPAC........................................ 04

FIGURA 6 - SALA DE RADIOLOGIA DO CEMEPAC....................................... 05

FIGURA 7 - SALA DE INTERNAMENTO DO CEMEPAC................................ 05

FIGURA 8 - PACIENTE COM DEMODICOSE.................................................. 17

FIGURA 9 - PACIENTE COM DEMODICOSE EM REGIÃO DE DORSO........ 17

FIGURA 10 - PACIENTE COM DEMODICOSE EM REGIÃO DE PESCOÇO... 18

FIGURA 11 - LAMINA 1 DE RASPADO CUTÂNEO COM ÁCARO Demodex... 18

FIGURA 12 - LAMINA 2 DE RASPADO CUTÂNEO COM ÁCARO Demodex... 19

FIGURA 13 - PACIENTE DURANTE O TRATAMENTO EM REGIÃO

VENTRAL ANTERIOR................................................................

20

FIGURA 14 - PACIENTE DURANTE O TRATAMENTO EM REGIÃO DE

MEMBRO POSTERIOR DIREITO................................................

20

FIGURA 15 - PACIENTE NO FINAL DO TRATAMENTO REGIÃO DO

PESCOÇO.....................................................................................

21

FIGURA 16 - PACIENTE NO FINAL DO TRATAMENTO EM REGIÃO DO

DORSO.........................................................................................

22

FIGURA 17 - HOMEOSTASE DA GLICOSE...................................................... 24

FIGURA 18 - APARELHO PARA DOSAGEM DE GLICOSE SANGUÍNEA......... 28

FIGURA 19 - PACIENTE COM DIABETES MELITO.......................................... 34

FIGURA 20 - PACIENTE COM DISPLASIA COXOFEMORAL........................... 43

FIGURA 21 - RADIOGRAFIA POSIÇÃO VENTRO-DORSAL............................ 44

FIGURA 22 - IMAGEM ANATÔMICA DO OUVIDO DO CÃO............................. 46

FIGURA 23 - MICROORGANISMOS DE Malassezia........................................ 51

FIGURA 24 - PACIENTE COM OTITE EDEMATOSA INFLAMADA.................. 58

FIGURA 25 - ARCADA DENTÁRIA ESQUERDA ANTES DO

PROCEDIMENTO.........................................................................

63

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FIGURA 26 - ARCADA DENTÁRIA DIREITA ANTES DO PROCEDIMENTO... 64

FIGURA 27 - ARCADA DENTÁRIA APÓS DO PROCEDIMENTO..................... 64

FIGURA 28 - PACIENTE COM TRAUMATISMO DE CABEÇACO EM

DECUBITO LATERAL...................................................................

69

FIGURA 29 - PACIENTE COM TRAUMA CRÂNIO ENCEFÁLICO.................... 71

FIGURA 30 - PACIENTE ESTAÇÃO PARA DEMOSTRAR MELHORA DE

DISMETRIA...................................................................................

72

FIGURA 31 - IMAGEM DA FRATURA DA PACIENTE EM REGIÃO DE

CRÂNIO.........................................................................................

73

FIGURA 32 - PACIENTE EM ESTAÇÃO PARA DEMOSTRAR MELHORA...... 74

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LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - PERCENTUAL DE ATENDIMENTOS NO CEMEPAC DE

CANINOS E FELINOS........................................................... 07

GRÁFICO 2 - PERCENTUAL DE ATENDIMENTOS NO CEMEPAC DE CANINOS ENTRE MACHOS E FÊMEAS.............................

08

GRÁFICO 3 - PERCENTUAL DE ATENDIMENTO NO CEMEPAC DE FELINOS ENTRE MACHOS E FÊMEAS..............................

08

GRÁFICO 4 - PERCENTUAL DAS AFECÇÕES E PROCEDIMENTOS DA CLÍNICA MÉDICA DO CEMEPAC EM CANINOS.................

10

GRÁFICO 5 - DESCRIÇÃO DAS AFECÇÕES E ROCEDIMENTOS DA CLÍNICA MÉDICA DO CEMEPAC EM FELINOS..................

10

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LISTA DE ABREVIATURAS

BID – Bis in die (duas vbezes ao dia)

º C - Graus Celsius

CCS – Ceratoconjuntivite Seca

CEMEPAC - Centro Médico Paranaense para Animais de Companhia

DC- Demodicose Canina

DCF – Displasia coxofemoral

g – Gramas

IM – Intramuscular

IV – Intravenoso

kg – Quilogramas

mg - Miligramas

ml – Mmililitros

OSH – Ováriosalpingohisterectomia

SC – Subcutânea

SID – Semel in die (uma vez ao dia)

TID – Ter in die (três vezes ao dia)

UI – Unidade Internacional

UTP – Universidade Tuiuti do Paraná

VO – Via oral

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RESUMO

O estágio curricular supervisionado foi realizado no Centro Médico

Paranaense para Animais de Companhia - Cemepac, situada no município de

Curitiba, Paraná, no período de 21 de agosto de 2006 a 17 de outubro de 2006,

perfazendo um total de 320 horas, onde foram acompanhadas diariamente as

atividades desenvolvidas nas áreas de Clínica Médica de Pequenos Animais, com a

orientação profissional, das médicas veterinárias Dra. Débora Schrappe e Dra.

Calyne Caesar e orientação acadêmica de Dra. Tais Marchand Rocha Moreira,

responsável pela disciplina de Clínica Médica de Pequenos Animais da Universidade

Tuiuti do Paraná. O clínico veterinário requer conhecimentos sobre clínica médica,

clínica cirúrgica, diagnóstico, exames laboratoriais, prognóstico e exames

complementares, para passar aos proprietários dos pacientes o tratamento correto

para obtenção da cura ou tratamento das doenças.

Palavras-chaves: clínica médica, pequenos animais, CEMEPAC

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1

1 INTRODUÇÃO

O estágio supervisionado foi realizado no Centro Médico Paranaense para

Animais de Companhia - CEMEPAC, atendimento 24 horas, situado na Rua Padre

Agostinho 1034, Mercês, Curitiba, Paraná.

O presente trabalho tem como finalidade relatar as atividades desenvolvidas

durante o período de estágio curricular, que foi realizado sob a orientação da Dra.

Taís Marchand Rocha Moreira, médica veterinária e professora da Clínica Médica de

Pequenos Animais e Semiologia da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e da

orientadora profissional Dra. Débora Schrappe, no período de 21 de agosto a 17 de

outubro de 2006, sendo 8 horas diárias (segunda-feira a sexta-feira), totalizando 320

horas.

Neste relatório estão descritos o local de realização do estágio, as atividades

desenvolvidas, a casuística observada, revisão de literatura e discussão de seis

casos clínicos acompanhados durante o período de estágio.

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2

2 LOCAL DE ESTÁGIO E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio supervisionado foi realizado no Centro Médico Paranaense para

Animais de Companhia – CEMEPAC (figura 1), atendimento 24 horas, situado na

Rua Padre Agostinho 1034, Mercês, Curitiba, Paraná. O CEMEPAC possui um

corpo clínico composto duas médicas veterinárias, estagiários e secretária no

período diurno, e plantonistas no período noturno e presta serviços de clínica,

cirurgia, homeopatia, odontologia, oftalmologia, dermatologia, ortopedia, ultra-

sonografia, eletrocardiografia, fisioterapia, internamentos, atendimento domiciliar,

banho e tosa, hospedagem e pet shop.

O atendimento clínico e cirúrgico é realizado em 3 consultórios sendo 2 de

clínica médica (figura 2 e 3) e 1 odontológico (figura 4). O centro médico também

dispõe de 1 centro cirúrgico (figura 5), 1 sala de internamento e pós operatório

(figura 7), 1 sala de radiologia (figura 6) e 1 para ultra-sonografia (figura 2). A sala de

isolamento possui materiais para contenção de animais e exames laboratoriais.

FIGURA 1 – CENTRO MÉDICO PARANAENSE PARA ANIMAIS DE

COMPANHIA (CEMEPAC)

FONTE : CEMEPAC, 2006

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3

FIGURA 2 – CONSULTÓRIO 1 DO CEMEPAC

FONTE: CEMEPAC, 2006

FIGURA 3 – CONSULTÓRIO 2 DO

CEMEPAC

FONTE: CEMEPAC, 2006

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4

FIGURA 4 – CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO

DO CEMEPAC

FONTE: CEMEPAC, 2006

FIGURA 5 - CENTRO CIRÚRGICO DO CEMEPAC

FONTE: CEMEPAC, 2006

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5

FIGURA 6 – SALA DE RADIOLOGIA DO CEMEPAC

FONTE: CEMEPAC, 2006

FIGURA 7 – SALA DE INTERNAMENTO

DO CEMEPAC

FONTE: CEMEPAC, 2006

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6

As atividades desenvolvidas no estágio foram acompanhamento de consultas,

de pacientes no pré, trans e pós-operatório; protocolos anestésicos; auxílio de coleta

de materiais biológicos (sangue, fezes, urina, citologias aspirativas); serviços de

enfermagem como fluidoterapia, administrações de medicações, manejo e

monitoramento dos pacientes internados; auxílio nas radiografias e ultra-sonografias;

raspados cutâneos; biopsias; curativos; alimentação e higienização dos pacientes.

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3 CASUÍSTICA

Apresenta-se por meio de tabelas e gráficos a casuística dos pacientes

acompanhados no CEMEPAC. A tabela 1 e o gráfico 1 demonstram a prevalência de

pacientes da espécie canina com relação a felina nos atendimentos do centro

médico veterinário.

TABELA 1 – TOTAL DE PACIENTES ATENDIDOS NO CEMEPAC ENTRE CANINOS E FELINOS

PACIENTES MACHOS FÊMEAS TOTAL CANINOS 86 123 209

FELINOS 11 8 19

TOTAL 97 131 228 FONTE: CEMEPAC, 2006

GRÁFICO 1 – PERCENTUAL DE ATENDIMENTOS NO

CEMEPAC DE CANINOS E FELINOS

92%

8%

caninos felinos

FONTE: CEMEPAC, 2006

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8

GRÁFICO 2 – PERCENTUAL DE ATENDIMENTOS NO

CEMEPAC DE CANINOS ENTRE MACHOS

E FÊMEAS

41%

59%

machosfêmeas

FONTE: CEMEPAC, 2006

GRÁFICO 3 – PERCENTUAL DE ATENDIMENTO NO

ACEMEPAC DE FELINOS ENTRE MACHOS E

FÊMEAS

58%

42%machos

fêmeas

FONTE:CEMEPAC, 2006

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9

TABELA 2 - DESCRIÇÃO DAS AFECÇÕES E PROCEDIMENTOS DA CLÍNICA MÉDICA DO

CEMEPAC ENTRE CANINOS E FELINOS

SISTEMA Nº DE CASOS TOTAL CANINOS FELINOS

CARDIOLOGIA 2 0 2

PROCEDIMENTOS GERAIS 83 10 93

DERMATOLOGIA 29 2 31

DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 21 0 21

DOENÇAS INFECCIOSAS 2 0 2

ENDOCRINOLOGIA 8 1 9

GASTRENTEROLOGIA 18 2 20

GENITURINÁRIO 1 0 1

NEUROLOGIA 1 0 1

ODONTOLOGIA 11 2 13

OFTALMOLOGIA 14 1 15

ORTOPEDIA 14 0 14

RESPIRATÓRIO 5 1 6

TOTAL 209 19 228

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10

GRÁFICO 4 – PERCENTUAL DAS AFECÇÕES E

PROCEDIMENTOS DA CLÍNICA MÉDICA DO

CEMEPAC EM CANINOS

caninos

1%

40%

14%10%

1%

4%

9%

0%

0%

5% 7%7%

2%

cardiologia

procedimentosgeraisdermatologia

diagnostico porimagemdoençasinfecciosasendocrinologia

gastrenterologia

geniturinário

FONTE: CEMEPAC, 2006

GRÁFICO 5 - DESCRIÇÃO DAS AFECÇÕES E

PROCEDIMENTOS DA CLÍNICA MÉDICA DO

CEMEPAC EM FELINOS

felinos

0%

52%

11%0%0%

5%

11%

0%

0%

11%

5%

0%

5% cardiologia

procedimentosgeraisdermatologia

diagnostico porimagemdoençasinfecciosasendocrinologia

gastrenterologia

geniturinário

FONTE: CEMEPAC, 2006

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11

4 DEMODICOSE

A demodicose canina (DC), também denominada de sarna demodécica, sarna

folicular e sarna vermelha é uma dermatose primária causada pela excessiva

proliferação do Demodex canis, ácaro comensal da pele norma, decorrente

imunodepressão hereditária (PARADIS, 1999). O ácaro é um habitante normal do

folículo piloso e ocasionalmente da glândula sebácea (BICHARD et al,1998).

A demodicose pode ser classificada como localizada, generalizada ou

pododemodicose (SCOTT et al, 1996). Os ácaros não são considerados contagiosos

aos cães adultos saudáveis normais. Consequentemente, a demodicose é mais

provavelmente uma disfunção do cão, e não um aumento na virulência do ácaro

(BICHARD, et Al, 1998).

4.1 ETIOLOGIA

A DC é complexa e completamente compreendida mais alguns fatores

permitem a supercolonização dos folículos e demais estruturas e a superpopulação

na pele. A supressão do sistema imune parece precipitar a doença entre eles podem

ser citados o estro, parto, desmame, verminose, administração de fármacos

imunossupressoras, hipoadrenocorticismo, hipotireoidismo, diabetes melito,

linfossarcoma, hemangiossarcoma e adenocarcinoma (VAL, 1998).

4.2 EPIDEMIOLOGIA

As raças que apresentam mais frequentemente são Shar Pei, Old English

Sheepdog, Basset Hound, Doberman, Pinscher, Lhasa apso, West Highland Terrier

branco, Terrier Escocês, Buldogue Inglês, Boston Terrier, Dinamarquês,

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12

Weimaraner, Aireldale Terrier, Malamute do Alaska, pelado Mexicano, Crista Chinês,

Afgan Hound Collie, Pastor de Shetland e Pastor Australiano (SCOTT et al, 1996).

Os fatores predisponenetes sugeridos incluem a idade, pelo curto, má

nutrição, estro, parto, estresse, endoparasitas e doenças debilitantes. A maioria

desses fatores á difícil de avaliar e muitos são altamente improváveis de serem

fatores predisponentes. Os ácaros podem ser encontrados nos linfonodos, parede

intestinal, baço, fígado, rim, bexiga, pulmão, tireóide, sangue, urina e fezes (SCOTT

et al, 1996).

4.3 TRANSMISSÃO

O Demodex canis é um residente normal da pele canina. A transmissão

ocorre da cadela para os neonatos lactentes por contatos direto durante os primeiros

dias de vida (BICHARD et al, 1998 e SCOTT et al, 1996).

4.4 CICLO VITAL

O ciclo vital inteiro do ácaro se passa na pele do hospedeiro e consiste de

quatro estágios principais: ovo, larva, ninfa e adulto. Acredita-se que o ciclo leva

entre 20 e 35 dias para se completar (BICHARD et al, 1998 e SCOTT et al, 1996).

4.5 SINAIS CLÍNICOS

• Demodicose localizada

Pode ocorrer em cães com menos de 1 ano de idade, e não existe nenhuma

predileção racial ou sexual. As lesões são observadas na cabeça e nas

extremidades. A alopecia constitui os graus variáveis como eritema médio,

descamação, hiperpigmentação, seborréia, formação de cravos, piodermite e prurido

(BICHARD et al, 1998).

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13

O local mais comum é a face, especialmente a área periocular e as

comissuras bucais. A cura é espontânea sem tratamento. É raro a demodicose

localizada progredir para demodicose generalizada (SCOTT et al, 1996).

• Demodicose generalizada

Pode ocorre em cães na idade juvenil ou adulta. Possui grandes áreas de

alopecia multifocais a regionais, apresentam descamação, formação de crostas,

eritema, formação de cravos, hiperpigmentação e piodermite. Se a piodermite for

profunda, podem se encontrar presentes linfadenopatia e tratos drenagem cutâneos

com exsudatos hemorrágicos a purulentos (BICHARD et al, 1998).

• Pododemodicose

A demodicose pode estar presente nos pés dos cães sem lesões

generalizadas podendo ser crônica e extremamente resistente ao tratamento. A dor

e o edema são aflitivos para cães grandes como Dinamarquês, São Bernardo e

Sheepdogs Ingleses (SCOTT et al, 1996).

4.6 DIAGNÓSTICO

A demodicose é geralmente diagnosticada a partir de raspados cutâneos

(BICHARD et al, 1998) ou por demonstração dos grandes números de ácaros

adultos ou pelo achado de uma relação aumentada de formas imaturas (ovos, larvas

e ninfas) em relação aos adultos (SCOTT et al, 1996). Os raspados cutâneos devem

ser realizados de todas as alopecias, piodermatites e distúrbios de ceratinização

(BICHARD et al, 1998). Quando se obtêm raspados cutâneos negativos de um Shar

Pei ou de um cão com lesões fibróticas, na região interdigital, uma amostra de

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14

biopsia de pele deve ser examinada antes de a demodicose ser descartada (SCOTT

et al, 1996).

4.7 TRATAMENTO

• Demodicose localizada

É uma doença média que se cura espontaneamente em seis a oito semanas,

mas pode ir e vir em uma área localizada por meses. Se o clínico acreditar que

alguma forma de tratamento esteja indicada, um acaricida médio usado para tratar

ácaros da orelha ou gel, xampus e loções de peróxido de benzoíla 2,5-3%, pode ser

delicadamente aplicado na área alopécica uma vez ao dia (SCOTT et al, 1996). E o

amitraz diluído em 0,2-0,4% uma vez ao dia (VAL, 1998). A medicação deve ser

esfregada na direção do crescimento do pelo, de forma que poucos deles sejam

passíveis de arrancamento. É importante controlar o estado geral de saúde nessa

ocasião, dando atenção especial à dieta, problemas com endoparasitas e

necessidades de vacinação. O amitraz não é um tratamento racional para

demodicose localizada (SCOTT et al,1996).

Após 4 semanas de tratamento, os raspados de pele dos casos curados

devem demonstrar menos ácaros, menos formas imaturas e algumas vezes nenhum

ácaro vivo (SCOTT et al,1996).

• Demodicose generalizada

É indicado realizar tosa total no paciente, utilizar um acaricida e também

xampus, cremes, loções e gel de peróxido de benzoíla 2,5-3% uma vez ao dia nas

regiões das lesões e o amitraz diluído em 0,2-0,4% uma vez ao dia. O tratamento

continua por 3-4 semanas, após o primeiro raspado negativo repetir os raspados de

4-6 semanas, após o término do tratamento (VAL, 1998). Os fármacos

imunossupressoras, especialmente os corticosteróides, são deletérias em cães e

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15

não devem ser utilizadas. A administração à longo prazo de corticosteróides provoca

nesses cães os casos mais problemáticos de demodicose, os quais provavelmente

não respondem completamente ao tratamento (SCOTT et al,1996).

O amitraz, utilizado há mais de duas décadas, é a única droga aprovada para

o tratamento demodicose pelo Food and Drug Administration (FDA) (PARADIS,

1999). Como alternativas terapêuticas às situações de insucesso no tratamento com

o amitraz, novos fármacos têm sido preconizadas para a terapia de casos de DC

generalizada, tais como ivermectina, milbemicina oxima, moxidectina e lufenuron de

ação anti-helmíntica e ectoparasiticida (PARADIS, 1999). No entanto, cães das

raças Collie, Old English Sheepdog, Pastor de Shetland e Pastor Australiano,

quando submetidos à terapia com ivermectina e milbemicina, podem manifestar

sintomas de intoxicação, como convulsão, depressão, tremores, ataxia, letargia,

emese, sialorréia e midríase, ou mesmo evoluir a óbito (AYRES et al, 1999).

Qualquer que seja o protocolo escolhido pelo clínico, recomenda-se a

associação de antibiótico sistêmico para combate das infecções secundárias,

pápulas, pústulas, foliculite, furunculose, crostas e ulcerações. (FERREIRA,

FABIANO, M) no Brasil somente para uso em suínos, eqüinos e ruminantes

(PARADIS, 1999).

• Pododemodicose

Banhar as patas com xampus de peróxido de benzoíla 2,5-3%, depois com

solução de amitraz. Para aplicar no local da lesão, administrar solução de amitraz

0,5-1,0ml com 30ml de propilenoglicol 1-3 vezes ao dia e se fizer com óleo mineral a

solução pode ser preparada a cada duas semanas (VAL,1998).

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4.8 PREVENÇÃO

Se possível evite o uso de qualquer agente imunossupressivo. Aconselhe

todos os proprietários de cães com demodicose generalizada a castrá-lo. Isso

impede o estresse associado ao acasalamento e a transmissão de uma

característica hereditária (BICHARD et al, 1998).

4.9 CASO CLÍNICO

Nome da paciente: Dinho

Espécie: Canino

Raça: Lhasa apso

Sexo: macho

Idade: 2 anos

Peso: 9 kg

O proprietário relata que recolheu o animal na rua (figura 8) e que

apresentava alopecia generalizada, pele eritematosa com hiperqueratinização na

região dorsal e puliciose.

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FIGURA 8 – PACIENTE COM DEMODICOSE

FONTE: CEMEPAC, 2006

4.9.1 Exame clínico

Ao exame clínico além da alopecia generalizada o paciente apresentava

regiões com foliculite indicando uma piodermite profunda secundária a demodicose.

Abaixo segue as figuras 9 e 10 com as lesões de pele do paciente.

FIGURA 9 – PACIENTE COM DEMODICOSE EM

REGIÃO DE DORSO

FONTE: CEMEPAC, 2006

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18

FIGURA 10 – PACIENTE COM DEMODICOSE EM

REGIÃO DE PESCOÇO

FONTE: CEMEPAC, 2006

4.9.2 Diagnóstico

O raspado cutâneo (figuras 11 e 12) foi feito duas lâminas na qual apresentou

vários parasitas da demodex.

FIGURA 11 – LÂMINA 1 DE RASPADO CUTÂNEO

COM ÁCARO Demodex

FONTE:CEMEPAC, 2006

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FIGURA 12 – LÂMINA 2 DE RASPADO CUTÂNEO

COM ÁCARO Demodex

FONTE:CEMEPAC, 2006

4.9.3 Tratamento

Foi prescrito banho com peróxido de benzoíla a 2,5% a cada 5 dias durante 2

semanas passando para um banho semanal até a melhora das lesões.

Para uso oral foi administrado enrofloxacina 10mg/kg por dia durante 25 dias.

Para uso subcutâneo foi administrado ivermectina injetável 0,3mg/kg em

injeções semanais durante dois meses.

Para uso tópico foi administrado um antipulgas para resolver a puliciose.

As figuras 13 e 14 abaixo demonstra a evolução do tratamento no paciente.

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FIGURA 13 – PACIENTE DURANTE O TRATAMENTO

EM REGIÃO VENTRAL ANTERIOR

FONTE: CEMEPAC, 2006

FIGURA 14 – PACIENTE DURANTE O TRATAMENTO

EM REGIÃO DE MEMBRO POSTERIOR

DIREITO

FONTE: CEMEPAC, 2006

4.9.4 Discussão

A demodicose é uma doença dermatológica relacionada com a

imunossupressão e caracterizada pela presença elevada de ácaros Demodex canis

e a sua proliferação pode ocorrer devido a distúrbios genéticos ou imunológicos. A

má alimentação que contribui para o aparecimento desta doença: portanto nesses

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cães o investimento numa boa alimentação é fundamental para a resolução da

demodicose

O tratamento da demodicose se faz necessário ser tanto tópico quanto

sistêmico e requer dedicação e tempo, deve-se ter em mente que essa

dermatopatia, não tem cura e sim um controle, pois os animais que a desenvolvem

são imunossuprimidos.

As figuras 15 e 16 abaixo demonstra a evolução final do tratamento no

paciente.

FIGURA 15 – PACIENTE NO FINAL DO

TRATAMENTO REGIÃO DO

PESCOÇO

FONTE: CEMEPAC, 2006

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FIGURA 16 – PACIENTE NO FINAL DO TRATAMENTO

EM REGIÃO DO DORSO

FONTE: CEMEPAC, 2006

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23

5 DIABETES MELITO

O Diabetes Melito (DM) é uma doença bastante comum, podendo atingir

cerca de 5% da população de animais. Esta ocorre quando o indivíduo não

consegue mais produzir adequadamente um hormônio chamado insulina, que

normalmente seria produzida pelo pâncreas (JERICÓ, 2006).

Visando manter a glicemia constante, o pâncreas também produz outro

hormônio antagônico à insulina, denominado glucagon (KGMM, 1999).

5.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PÂNCREAS ENDÓCRINO

O pâncreas é uma glândula com atividade exócrina, através da produção e

secreção de enzimas digestivas; e endócrina, através da síntese e secreção de

hormônios: (CINGOLANI et al, 2004).

Insulina: o hormônio tem função principal no controle da glicemia.

Glucagon: produção e liberação de glicose pelo figado.

Somatostatina: sua função é inibir as demais secreções pancreáticas.

Polipeptídio pancreático: atua de forma regulatória após a alimentação e

causando redução no apetite.

Síntese e secreção

A síntese de insulina ocorre no retículo endoplasmático rugoso das células β,

a partir da pré-pró-insulina que, ao direcionar-se ao complexo de Golgi é convertida

em pró-insulina. A partir da atuação de enzimas – endopeptidase e exopeptidase –

ocorre a clivagem da molécula em insulina e peptídeo C. A insulina é armazenada

em grânulos, enquanto que o último, sem efeito biológico conhecido, sofre

degradação hepática (GUYTON e HALL, 1998).

Outras substâncias que estimulam a secreção de insulina são: aminoácidos,

corpos cetônicos, ácidos graxos, hormônios gastrintestinais, catecolaminas,

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potássio, corticotrofina, glucagon, glicocorticóides, hormônios sexuais, hormônios

tireoidianos, entre outros (GUYTON e HALL, 1998).

Ações da insulina

A insulina atinge as células alvo através da ligação com seu receptor, que

leva à mobilização e ativação dos transportadores da glicose (GLUT aonde resulta

na entrada de glicose na célula e fosforilação oxidativa, glicogênese, lipogênese e

proteogênese.

Em conjunto com o glucagon, a insulina realiza uma regulação estreita na

glicemia, a cada momento (figura 17).

FIGURA 17 – HOMEOSTASE DA GLICOSE.

Fonte: GUYTON e HALL, 1998.

5.2 EPIDEMIOLOGIA

A raça Poodle é uma das raças com maior probabilidade de desenvolver DM,

mas também a outras raças com predisposição sendo, Fox Paulistinha, Rottweiler.

Coker Spaniel e Pinscher.

A idade ao diagnóstico de DM fica com picos de prevalência entre 7 e 9 anos

e de 10 e 15 anos. As fêmeas caninas têm duas vezes mais probabilidade de

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desenvolver DM que os machos, devido ao antagonismo crônico à insulina durante o

diestro (POPPL e GONZALEZ, 2005).O diabete juvenil é raro e ocorre em cães com

menos de 1 ano de idade (NELSON et al, 1998).

5.3 ETIOLOGIA

Os agentes etiológicos são multifatoriais, sendo o estro, fármacos como

glicocorticóides, contraceptivos orais, fenitoína, injeções de progesterona,

obesidade, senilidade, predisposição genética raças como Poodle, Scottsh Terrier,

Samoyeda, King Charles Spaniel, Rottweiler, Schnauzer, Labrador, Lhasa Apso,

Husky, Yorkshire e SRD, pancreatite crônica recidivante, traumatismos no pâncreas,

neoplasias, redução idiopática do número de células ß funcionais, síndrome de

Cushing, hiperfunção da hipófise anterior ou do córtex adrenal, ou qualquer fator que

cause degeneração das ilhotas de Langerhans.

5.4 CLASSIFICAÇÃO

5.4.1 Diabetes Melito tipo I

É a forma mais comumente encontrada no cão. O DM caracteriza-se por um

déficit de insulina, devido à destruição das células ß do pâncreas por processos

auto-imunes ou idiopáticos. Nela, o corpo produz pouca ou nenhuma insulina, por

isso devem receber injeções diárias de insulina (OLIVEIRA, 2003).

5.4.2 Diabetes Melito tipo II

Como as células ß mantém um pouco da função secretora de insulina, a

hiperglicemia tende a ser suave, a cetoacidose torna-se incomum e a necessidade

de insulinoterapia torna-se variável. Dentre os fatores que podem estimular esta

enfermidade pode-se encontrar a obesidade. Acomete raramente os cães.

(OLIVEIRA, 2003).

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5.4.3 Diabetes Melito Secundário ou Transitório

Caracteriza-se por ser transitório, subclínico e induzido por uma variedade de

fatores como pancreatite, acromegalia, hiperadrenocorticismo, fármacos

(glicocorticóides) ou gestação (ANDRADE, 2002).

5.5 FISIOPATOLOGIA

↓INSULINA E UTILIZAÇÃO GLICOSE, AMINOÁCIDOS, ÁCIDOS GRAXOS

↑GLICOSE (HIPERGLICEMIA), GLICOSÚRIA, (diurese osmótica) PU / PD

↓UTILIZAÇÃO GLICOSE TECIDOS PERIFÉRICOS

MOBILIZA OS MÚSCULO E A GORDURA PARA PRODUZIR GLICOSE

PERDA DE PESO, PF, CETOACIDOSE, CETONÚRIA

(SWENSON e REECE, 1996).

5.6 SINAIS CLÍNICOS

Conforme Andrade (2002), a suspeita de DM é baseada nos sinais clínicos e

clássicos de poliúria, polidpsia, polifagia, anorexia, vômitos, perda de peso, cistite e

obesidade, além de persistente hiperglicemia de jejum (acima de 200mg/dl), porém

existem outros sinais que fazem parte do quadro clínico (quadro 1):

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27

QUADRO 1 – COMPLICAÇÕES QUE PODEM OCORRER DM.

Complicação Manifestação clínica

Cetoacidose Vômito, depressão, colapso, taquipnéia.

Catarata Cegueira

Retinopatia Lesões oftalmoscópicas

Neuropatia Fraqueza

Pancreatite Vômito, dor abdominal

Insuficiência pancreática exócrina Diarréia, perda de peso

Lipidose hepática Hepatomegalia

Glomerulonefrite Insuficiência renal oligúrica

Infecções bacterianas urinárias Cistite, pielonefrite

Infecções bacterianas respiratórias Pneumonia (tosse, dispnéia e febre)

Infecções bacterianas cutâneas Piodermite

Fonte: OLIVEIRA, 2003.

5.7 DIAGNÓSTICO

O diagnostico é simples feito por exames laboratoriais sendo: Sangue(

glicemia, leucocitose, neutrofilia, colesterol, triglicerídeos, ALT, FA, amilase e lípase)

e urinálise (glicosúria, cetonúria, proteinuria, piúria e hematúria) (ANDRADE, 2002).

Ou um método mais simples por aparelhos de dosagem de glicose (figura 18)

(MINICUCCI, 2005).

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FIGURA 18 – APARELHO PARA DOSAGEM DE

GLICOSE SANGUÍNEA.

Fonte: MINICUCCI, 2005.

O diagnóstico diferencial deve ser feito, pois os sinais da doença não são

patognomônicos. Dentre as principais doenças pode-se citar insuficiência renal

crônica, cirrose hepática, colangite, colângio-hepatite, piometra, estresse, cio,

medicamentos, parasitismo, insuficiência pancreática exócrina, enterite linfocítica-

plasmocítica e neoplasia (ANDRADE, 2002).

5.8 TRATAMENTO

Os objetivos gerais do tratamento são fazer o paciente sentir-se bem;

controlar poliúria (PU), polidipsia (PD); evitar complicações de DM, como

cetoacidose, catarata e hipoglicemia. Os fatores a serem considerados em relação

ao tratamento são a insulina, a dieta e o exercício (LORENZ et al, 1996)

O tratamento quase sempre requer algumas alterações na dieta e a

administração de insulina e incluir exercícios diários(OLIVEIRA, 2006).

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5.8.1 Fluidoterapia

Deve-se corrigir a desidratação usando, preferencialmente solução de NaCl

0,9 %. (OLIVEIRA, 2003).

5.8.2 Manejo Alimentar

O tratamento dietético é recomendado para todos os tipos de DM, deverão

ser fornecidos ao animal alimentos enlatados e rações conglomeradas e

desidratadas, contendo carboidratos complexos, e evitar alimentos moles e

hidratados como carnes, alguns tipos de frutas e legumes, devido aos efeitos

hiperglicêmicos dos dissacarídeos e do propileno glicol presentes (ANDRADE,

2002).

No quadro 2 estão alguns tipos de rações especificas para alimentação dos

diabéticos.

QUADRO 2 – RAÇÕES COMERCIAIS PARA CÃES DIABÉTICOS E VALORES APROXIMADOS DE

SUA CONSTITUIÇÃO.

Produto Tipo Calorias

(Kcal)

Gordura* Proteína* Fibra

bruta*

Tipo de

fibra

Hill’s Pet Nutrition Seca 223 6,9 16,7 16,8 Insolúvel

Eukanuba Veterinary Diets

Fórmula Glicose Control

úmida 347 12,0 16,5 13,5 Insolúvel

Seca 253 8,0 29,0 2,9 Solúvel

Purina-Fórmula Canine Diet

Seca

276

6,0

22,8

15,2

Mista

Waltham Veterinary Diet Úmida 204 8,4 44,1 19,2 Mista

Seca 223 7,5 20,0 4,5 Mista

*Base seca. Fonte: OLIVEIRA, 2003.

Recomendações para o tratamento dietético do DM:

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-aumento da quantidade de fibras;

-aumento da quantidade de carboidratos digeríveis;

-redução da quantidade de gorduras;

-quantidade adequadas de proteínas (cão: 15-20% MS);

-oferecer rações úmidas e/ou secas; evitar dietas com monossacarídeos,

dissacarídeos e propilenoglicol;

-média de ingestão calórica diária no paciente geriátrico (40-60 kcal/kg);

-ajustar a ingestão calórica diária para cada animal;

-eliminar obesidade, aumento de exercícios diários; reduzir a ingestão calórica

diária; oferecer dieta com densidade calórica reduzida, pobre em gordura, rica em

fibra ou com densidade calórica reduzida, pobre em gordura e pobre em fibras ,

utilizada para perda de peso;

-protocolo de alimentação: oferecer alimento no período de ação da insulina;

oferecer alimento junto com cada injeção de insulina, no caso de tratamento 2 vezes

ao dia, e 8 a 10 horas após a injeção de insulina no caso de tratamento 1 vez ao dia;

permitir que cães comam em pequena quantidade continuem a fazer isso durante

todo o dia e à noite (NELSON et al, 1998).

5.8.3 Agentes hipoglicêmicos orais

Para utilizar estes fármacos como tratamento é necessária capacidade

secretora de insulina endógena por parte das células ß.

Veja no quadro 3 abaixo, os principais hipoglicemiantes orais.

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QUADRO 3 – PRINCIPAIS HIPOGLICEMIANTES ORAIS.

Nome farmacológico Nome comercial Apresentação

Glipizida Minidiab® Caixa com 30 comps./5 mg

Gliclazida

Diamicron®

Caixa com 20 e 60 comps./80 ,g

Clorpropamida

Diabinese®

Frasco com 30 e 100 comps./250 mg

Clorpropamida® Caixa com 100 comps./250 mg

Metformina

Glifage®

Caixa com 30 comps./850 mg

Glucoformin

Glucoformin®

Caixa com 30 comps./500 mg

Caixa com 30 comps./850 mg

Acarbose

Glucobay®

Caixa com 30 comps./50 mg

Caixa com 60 comps./100 mg

Glibenclamida

Lisaglucon®

Caixa com 20 e 100 comps./5 mg

Aglucil® Caixa com 30 comps./5 mg

Daonil® Caixa com 30 comps./5 mg

Euglucon® Caixa com 30 comps./5 mg

Fonte: ANDRADE, 2002.

5.8.4 Insulinoterapia

Os tipos de insulina disponíveis (Quadro 4 e 5) também variam de acordo

com o início e duração de sua ação e são classificados em insulina de ação rápida,

curta, intermediária e longa.

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QUADRO 4 – PRINCIPAIS INSULINAS DISPONÍVEIS NO MERCADO.

Nome farmacológico Nome comercial Apresentação

Insulina regular ou simples Insulina regular Iolin R® Todas as insulinas são

encontradas em frasco de 10

mL com 100 UI/mL

Insulina NPH ou isófana Monolin R®

Insulina NPH®

Insulina protamina-zinco ou PZI Monotard MC®

Fonte: DUARTE,1998.

QUADRO 5 - TEMPO DE AÇÃO DAS PRINCIPAIS INSULINAS.

Duração da ação Insulina regular ou

simples

Insulina NPH ou

Isófana

Insulina NPH

Protamina-zinco

Início da ação 30 minutos 1 a 2 horas 3 a 4 horas

Pico da ação 2 a 4 horas 8 a 12 horas 14 a 20 horas

Término da ação 6 a 8 horas 24 a 36 horas 24 a 48 horas

Fonte: DUARTE,1998.

5.9 COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DO DIABETES

As manifestações clínicas são diversas e incluem hipotensão postural,

taquicardia persistente, gastroparesia, atonia da bexiga e diarréia noturna decorrente

de incontinência fecal. Essas manifestações clínicas levam em poucos anos a uma

alta taxa de mortalidade (SWENSON e REECE, 1996).

O conhecido fenômeno de Somogyi ocorre devido à administração de altas

doses de insulina. A administração de hiperdosagem de insulina no paciente

provocando uma hipoglicemia geralmente subclínica mais grave, seguida por

hiperglicemia. Quando a concentração de glicose cai para níveis abaixo de 60mg/dl,

diversos mecanismos fisiológicos começam a elevá-la de volta aos níveis normais e

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eventualmente, acima do normal. Até a manhã seguinte, a concentração glicêmica

pode estar extremamente elevada - 400-800mg/dl – cães (OLIVEIRA, 2003).

As complicações da insulinoterapia geralmente estão relacionadas com a

persistência ou recidiva de poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso e

hipoglicemia. Os sinais de hipoglicemia incluem fraqueza, letargia, inclinação da

cabeça, ataxia, convulsões e coma (OLIVEIRA, 2003).

Resistência à insulina: é um problema em que a quantidade normal de

insulina produz resposta subnormal. A suspeita da instalação de resistência

insulínica deve ocorrer quando a dose utilizada para controle glicêmico for maior que

1,5 U/kg e se todas as concentrações glicêmicas forem superiores a 300mg/dl

(ANDRADE, 2002).

5.10 PROGNÓSTICO

A recuperação do cão vai depender da disposição do proprietário em seguir o

tratamento, da capacidade do animal de responder à insulina, da idade do cão no

início da doença, da presença de outras afecções simultâneas e do aparecimento de

complicações do diabetes, com isso, muitos cães diabéticos podem levar uma vida

saudável por vários anos (BERNSTEIN, 2004).

5.11 CASO CLÍNICO

Nome da paciente: Alpha

Espécie: Canino

Raça: Cocker spaniel

Sexo: Fêmea

Idade: 8 anos

Peso: 17 Kg

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A proprietária relata que a paciente (figura 19) começou com polidipsia,

poliúria, polifagia a um mês e vômitos a três dias que possui uma lesão no pescoço

na região da epiderme, erosiva e purulenta que não se resolve a dois meses mesmo

sendo feito tratamento.

FIGURA 19 – PACIENTE COM DIABETES MELITO

FONTE:CEMEPAC, 2006

5.11.1 Exame clínico

Ao realizar o exame clínico foi observado catarata bilateral, paciente obeso,

idoso, apática, vômitos intercorrentes e tenesmo.

5.11.2 Diagnóstico

Ao realizar os exames laboratoriais constatou (tabela 3 e 4):

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TABELA 3– EXAMES LABORATORIAIS

Exames Resultado Valores de Referências

ALT 41,8 UI/dl 10,0 a 88,0

FA 99 UI/dl 20,0 a 150,0

Uréia 26 mg/dl 10,0 a 40,0

Creatinina 0,9 mg/dl 0,5 a 1,5

Proteína total 5,55 g/dl 5,4 a 7,7

Glicose 285,3 mg/dl 60,0 a 110,0

FONTE: Bionostic, 2006

TABELA 4 – URINÁLISE

Exames Valores de Referência

Densidade 1020

Proteína 1+

Glicose 4+

Corpos cetônicos 4+

Sangue 4+

pH 5

FONTE: CEMEPAC, 2006

Aonde foi diagnosticado que a paciente era diabética.

5.11.3 Tratamento

Foi administrado 4 UI de insulina regular– intramuscular ma cada hora até

diminuir a glicemia até 250 mg/kg depois passar a cada 6 horas até o paciente voltar

a comer.

Fluidoterapia com solução fisiológica mais bicarbonato de sódio (2,5 ml), para

hidratar, repor eletrólitos e reverter a acidose metabólica.

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Foi administrado enrofloxacina 7 mg/kg - SID e omeprazol 1,5 mg/kg- SID,

após a paciente voltar a comer será administrado insulina NPH 0,5 – 1UI/kg – BID.

5.11.4 Discussão

A diabetes melito é uma patologia que na maioria das vezes ocorre na

senilidade, por isso dele fazer parte dos exames de rotina de pacientes a partir de 7

anos de idade.

Os sinais clínicos são lentos e progressivos, e muitas vezes o proprietário só

detecta quando o quadro está avançado e geralmente a polidpisia, poliúria e

catarata já estão visíveis e os problemas de pele são recorrentes ou de cura lenta.

O diagnóstico é simples através da hiperglicemia e da glicosúria com ou sem

corpos cetônicos, porém, é necessário estabelecer se ela está sozinha ou com outra

patologia, como o hiperadrenocorticismo ou com suas complicações, por exemplo,

insuficiência respiratória, pancreatite e cistite.

O tratamento através da insulinoterapia BID e se o paciente for obeso a dieta

e exercícios é fundamental. O sucesso do tratamento só ocorrerá com a

conscientização do proprietário que deve-se ter disciplina nos horários de ofertar a

comida e da aplicação da insulina, e que qualquer infecção no paciente prejudicará a

glicemia.

O paciente de estar sempre em observação para não deixar ele se

desestabilizar e para detectar uma possível resistência a insulinoterapia.

Prognóstico de um cão com diabetes melito depende da severidade da

patologia e da enfermagem do proprietário.

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6 DISPLASIA COXOFEMORAL

A Displasia Coxofemoral canina (DCF) é determinada a partir de uma

combinação de genes, ou seja, determinada por mais de um par de genes. Além

disso, a doença agrava-se por influência de fatores externos, e uma vez

desenvolvendo-se a doença está não volta a regredir (GENARO, 2006).

A displasia coxofemoral é um desenvolvimento falho da articulação

coxofemoral caracterizado por graus variáveis de frouxidão articular que permitem

subluxação em idade precoce. À medida que a afecção progride, a deformação da

arquitetura acetabular e da cabeça femoral é acompanhada pelo desenvolvimento

da artropatia degenerativa (BICHARD et al, 1998).

A displasia coxofemoral é o distúrbio mais prevelente da articulação

coxofemoral canina e a causa mais importante de osteoartrite nessa articulação

(BICHARD et al, 1998).

6.1 ETIOLOGIA

É caracterizada radiograficamente pelo arrasamento do acetábulo,

achatamento da cabeça do fêmur, subluxação ou luxação coxofemoral e outras

alterações osteoartróticas secundárias (TORRES et al., 2001).

6.2 EPIDEMIOLOGIA

A DCF afeta muitas raças, sendo mais comum nas de médio e grande porte,

especialmente Pastor Alemão, Rotweiller, Labrador, Golden Retriever, Mastiff Inglês,

Mastim Napolitano, Dinamarquês, Dogue Alemão, Fila e São Bernardo (TORRES et

al., 2005).

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38

6.3 ETIOPATOGENIA

Fatores que predispõem ao aparecimento da DFC:

• Fatores genéticos

Existe predisposição poligênica para a luxação congênita coxofemoral, com

fatores múltiplos que influenciam e modificam a displasia. Essa alteração a

disparidade entre massa muscular e crescimento rápido e desproporcional do

esqueleto. O desenvolvimento anormal é induzido quando o acetábulo e cabeça

femoral se distanciam e iniciam uma série de alterações que finalmente são

reconhecidas como displasia coxofemoral. Sob circunstâncias normais, a força

tecidual e a ossificação progridem suficientemente para prevenir a afecção até os

seis meses de idade (PIERMATTEI e FLO, 1999).

• Fatores nutricionais

A alimentação em excesso, promove aumento no peso e determina o

surgimento de DCF em animais geneticamente susceptíveis. Problemas ósseos e

articulares também podem ser causados pela ingestão de dietas de alta densidade,

ricas em proteína, energia, cálcio e fósforo, por cães em crescimento. A nutrição é o

principal fator que pode afetar a expressão genética da displasia e a ingestão de

alimentos deve ser devidamente balanceada e restrita, mantendo o cão magro, de

tal forma que as costelas e os processos espinhosos das vértebras sejam palpáveis,

mas não visíveis (TORRES, 2000).

• Excercício

Fator a considerar na etiopatologia da displasia da displasia coxofemoral.

Exercícios violentos incrementam a laxidão articular. Um exercício moderado que

permita um desenvolvimento muscular apropriado aumenta a estabilidade articular e

ajuda a prevenir a displasia coxofemoral (LOBO, 2005).

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39

6.4 SINAIS CLÍNICOS

A claudicação do membro pélvico e anormalidades de deambulação

especialmente após períodos de exercício, o movimento da articulação coxofemoral

frequentemente limita-se devido à dor articular. O exame de vários movimentos da

articulação coxofemoral pode levar a frouxidão e dor articular (BIRCHARD et al,

1998).

O Sinal de Ortolani caracteriza-se com uma mão colocada sobre o joelho do

membro afetado, aplique pressão dorsal no fêmur enquanto se move o membro de

uma posição abduzida para abduzida. O estalido ouvido ou sentido à medida que a

cabeça femoral entra ou sai do acetábulo constitui um Sinal de Ortolani positivo e

indicação de frouxidão articular. Se a articulação coxofemoral encontrar-se normal

ou se as alterações no acetábulo impedirem um movimento da cabeça femoral para

dentro e para fora do acetábulo, o Sinal de Ortolani será negativo (BIRCHARD et al,

1998).

Não é possível prever quando um cão displásico começará a apresentar

sinais clínicos de claudicação devido à dor. Existem muitos fatores como a ingestão

excessiva de alimentos calóricos, o nível de exercícios a que o animal é submetido e

o tipo de piso em que vive são fatores que agravam a doença (CARLOS, 2003).

6.5 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico é baseado no exame físico e nas radiografias das articulações

coxofemorais. (BICHARD et al, 1998). Recomenda-se que o exame seja feito com,

no mínimo, 12 meses de idade em raças de médio e de grande porte. O diagnóstico

depende da observação de evidências da frouxidão articular e alterações

osteoartróticas. Se for grave, a doença poderá ser identificada desde os seis meses

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40

até um ano de idade, caso contrário só aos dois anos de idade ou mais (REZENDE

et al., 2005).

O diagnóstico preciso em animais jovens favorece a seleção para controle da

DCF e possibilita a aplicação de opções terapêuticas mais eficazes antes do

desenvolvimento da Moléstia Articular Degenerativa (MAD) ou Doença Degenerativa

Articular (DDA). O índice de distração utilizado para o diagnóstico desta afecção é

uma técnica radiográfica que apresenta maior precocidade e sensibilidade do que os

métodos diagnósticos tradicionais, como o Ângulo de Norberg e o Método da

Fundação de Ortopedia para Animais (OFA (NOGUEIRA et al., 2005). Entretanto, a

técnica PennHIP (Pennsylvania Hip Improvement Program) são efetuadas três

radiografias (vista do distrator, vista da compressão e vista prolongada) sob

anestesia geral, é bem melhor para este tipo de exame, sendo empregada para o

diagnóstico precoce em filhotes, até de quatro meses. Outros métodos, menos

utilizados são a tomografia computadorizada e a ultra-sonografia (ALVES, 2006).

6.6 TRATAMENTO

O tratamento da displasia coxofemoral é complexo. Em muitos casos, o

tratamento conservador pode ter utilidade. Foi defendido o uso de técnicas de

secção muscular, objetivando a redução da dor em alguns casos. Técnicas

cirúrgicas de osteotomia da pelve e/ou porção proximal do fêmur são utilizadas

como ajuda para a obtenção de congruência mais adequada da articulação

coxofemoral. Atualmente, a substituição total da articulação coxofemoral vem sendo

regularmente utilizada em cães mais idosos, em substituição da articulação artrítica,

e em cães mais jovens com displasia coxofemoral clinicamente grave. A excisão da

cabeça femoral é um procedimento de vitória para a displasia coxofemoral e para a

osteoartrite (ETTINGER e FELDMAN, 1997).

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41

Analogamente, o tratamento conservador pode ser recomendado em animais

maturos apresentando evidência de um funcionamento coxofemoral comprometido,

e em associação com alterações degenerativas avançadas. Os objetivos principais

da terapia consistem no alívio do desconforto e na manutenção das funções. Se o

animal está em excesso de peso, a recomendação deve ser a da perda de peso,

para que seja reduzida a carga aplicada às articulações coxofemorais. Uma dieta

balanceada é fornecida ao animal e complementos contendo vitaminas e minerais

ficam desestimulados. O uso criterioso de analgésicos pode suavizar a dor. Embora

os analgésicos possam aliviar a dor, eles não mudam as alterações degenerativas

ocorrentes em nível da articulação coxofemoral. Medicamentos antiinflamatórios não

esteróides (AINE) são os analgésicos mais amplamente recomendados no

tratamento da DCF. É administrado ácido acetilsalicílico 10 a 20mg/kg PO TID,

conforme a necessidade e sulfato de condroitina A com o sulfato de condroitina C

monossulfatados - artroglycan® nas seguintes doses: até 10kg / 1mL IM ou SC; 10 a

25kg / 2mL IM ou SC; acima de 25kg / 3mL IM ou SC (SLATTER, 1998).

Os principais procedimentos cirúrgicos utilizados para o tratamento da DCF

são osteotomia pélvica tríplice, osteotomia intertrocantérica, excisão artroplástica de

cabeça e colo femorais e a prótese total da articulação (ARIAS et al., 2004)

6.7 PREVENÇÃO

A reprodução controlada é o melhor meio para diminuir a incidência da

displasia coxofemoral. Deve-se evitar o cruzamento de cães displásicos, o que nem

sempre é possível já que o diagnóstico é difícil em cães assintomáticos. A detecção

precoce da doença pode ser feita por técnicas radiográficas especializadas (DYCE,

2000).

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42

Uma dieta cuidadosamente planejada também é boa opção para a prevenção

do problema. Alimentar filhotes de raças grandes com rações excessivamente

suplementadas para acelerar o crescimento aumenta a incidência e a severidade do

grau de artrite em cães displásicos. Filhotes com dieta de baixas calorias crescem

mais devagar, mas apresentam menor incidência de artrite. Muitos fabricantes de

rações já reconheceram este problema e desenvolveram produtos especialmente

para filhotes de raças grandes. Consulte o seu veterinário a respeito de dietas

específicas para minimizar os riscos de desenvolvimento de artrite causada por

displasia coxofemoral (DYCE, 2000).

Muitos veterinários recomendam a radiografia dos filhotes de raças de alto

risco aos seis meses de idade para detectar a displasia antes do surgimento da

artrite. As radiografias devem ser feitas preferencialmente com o cão sob anestesia.

Machos e fêmeas de raças predispostas à displasia, que sejam possíveis

reprodutores, devem ser examinados e certificados pela Orthopedic Foundation for

Animals (OFA) aos dois anos de idade. A Orthopedic Foundation for Animals (OFA)

só certifica animais a partir de dois anos de idade (DYCE,2000).

6.8 CASO CLÍNICO

Nome da paciente: Cacau

Espécie: Canino

Raça: Labrador

Sexo: Macho

Idade: 1ano

Peso: 23 Kg

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O proprietário relata que o paciente (figura 20) tem dificuldade ao se levantar

de apoiar o membro posterior esquerdo, à duas semanas. Essa clínica ocorre

apenas ao amanhecer, após começar a fazer exercícios o paciente não claudica.

FIGURA 20 – PACIENTE COM DISPLASIA

COXOFEMORAL

FONTE: CEMEPAC, 2006

6.8.1 Exame clínico

Ao exame clínico o paciente sente leve dor à abdução, ao observar sua

marcha foi constatado que o paciente poupa o membro posterior esquerdo.

6.8.2 Diagnóstico

Ao realizar a radiografia da região pélvica com o paciente sob anestesia, foi

observado deformidades nas cabeças dos fêmuros (D/E) (figuras 21) sendo bilateral

o arrasamento da fossa acetabular, sendo o membro pélvico esquerdo mais grave,

indicando displasia coxofemoral bilateral.

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FIGURA 21 – RADIOGRAFIA POSIÇÃO VENTRO-

DORSAL

FONTE: CEMEPAC, 2006

6.8.3 Tratamento

Foi prescrito o tratamento conservador, onde foi administrado carprofeno

4mg/kg ao dia durante 14 dias e condroton 1000mg, sendo 1 cápsula ao dia durante

90 dias.

O paciente ficou em observação para necessidade de tratamento cirúrgico

quando a doença evoluir e a princípio o paciente ficará apenas com o tratamento

conservador.

6.8.4 Discussão

A displasia coxofemoral é uma doença que não tem cura, pois depende do

carga genética que o animal possui, quando o animal com displasia coxofemoral

começa a apresentar sinais clínicos, primeiro tenta-se o tratamento conservador com

antinflamatórios e regeneradores articulares e até mesmo e até mesmo aplicações

nas próprias articulações, porém quando nada dessas medicações fornece uma

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qualidade de vida ao paciente opta-se pelo tratamento cirúrgico levando em

considerações a necessidade de possível fisioterapia posterior.

O sucesso do tratamento cirúrgico depende muito da personalidade do

animal, pois se ele for um paciente medroso terá uma recuperação mais lenta,

necessitando muitas vezes de uma fisioterapia lenta.

Pacientes obesos muitas vezes se recuperam mais lentamente, necessitando

sempre de uma dieta hipocalórica para a redução de peso.

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7 OTITE

O conduto auditivo estende-se desde a entrada do canal vertical até a

membrana timpânica (figura 22). Glândulas sebáceas são encontradas na derme,

enquanto que, as glândulas ceruminosas tem distribuição mais profunda. Uma

combinação de secreções ceruminosas e sebáceas com o epitélio descamativo, é o

material que compõem a cera do ouvido normal chamado de cerume (ETTINGER et

al, 1997).

FIGURA 22 – IMAGEM ANATÔMICA DO OUVIDO DO

CÃO

FONTE: Otomax

7.1 ETIOLOGIA

As causas para otite são muitas e podem ser subdivididas em 3 fatores

sendo: predisponentes, primários e perpetuantes(VAL, 1999).

As raças de cães mais acometidas são Springer Apaniel, Cocker Spaniel e

labrador Retrivier negro devido produzirem mais quantidade de tecido apócrino

(ETTINGER et al, 1997).

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7.2 OTITE EXTERNA

A otite externa é uma inflamação do conduto auditivo, podendo também

acometer o pavilhão auricular (VAL, 1998).

É, na maioria das vezes, um sinal de muitas doenças, não é um diagnóstico

definitivo. Esta afecção é mais comum em cães que em gatos, sendo que nessa

espécie está relacionada, na maioria das vezes, com etiologia parasitária (VAL,

1997). Clinicamente observa-se dor regional, formação de exsudato e/ou cerúmen

em excesso e meneios da cabeça. Possui etiologia multifatorial, sendo isolados

vários agentes no conduto auditivo doente, como bactérias, fungos e ácaros

(WHITE, 1992).

7.3 OTITE MÉDIA

Entende-se por otite média a inflamação da bula timpânica. A exsudação na

cavidade timpânica geralmente é de difícil tratamento com terapia tópica e

freqüentemente se mantém como uma fonte de infecção e de toxinas

proinflamatórias para o conduto auditivo externo via membrana timpânica rompida.

Em casos mais avançados, tampões de queratina que se desenvolvem na cavidade

timpânica servem como reservatório de bactérias e fonte de inflamação para o

ouvido externo. Eventualmente, pode ser observada mineralização, osteólise,

osteomielite nas radiografias. Em alguns casos, a membrana timpânica pode não

estar rompida e otite média ocorre por dilatação e extensão desta para dentro da

cavidade timpânica (SCOTT et al, 1996).

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7.4 OTITE INTERNA

A otite interna origina-se como a progressão da infecção relacionada à otite

média. O prognóstico da otite infecciosa é sombrio, devido não conseguir higienizá-

lo corretamente. Entretanto, muitos cães aprendem a compensar os distúrbios

vestibulares. Geralmente, a paralisia facial e a ceratoconjuntivite seca (CCS),

quando presentes, são permanentes (ETTINGER et al, 1997).

7.5 SINAIS CLÍNICOS

Os sinais clínicos são maneios de cabeça, prurido, dor, odor, exsudação em

graus variáveis, hemorragia intermitente do ouvido acometido, ataxia assimétrica,

ambulação em círculos e nistagmo horizontal ou rotatório (ETTINGER et al, 1997).

7.6 FATORES PREDISPONENTES

São aqueles que não aumentam o risco de otite. Os fatores predisponentes

mais comuns são pêlos em excesso no ouvido, orelhas pendulosas, umidade e

efeitos de tratamentos anteriores. Doenças sistêmicas raramente podem ser listadas

como causas predisponentes de otite externa (VAL, 1997).

7.7 FATORES PRIMÁRIOS

São fatores mais comuns que podem causar otite são a atopia,

hipersensibilidade alimentar, distúrbios de ceratinização e ácaros de ouvido (SCOTT

et al, 1996).

• Parasitas

Otodectes cynotis, Demodex canis, Demodex cati, Sarcoptes scabiei,

Notoedres cati e várias espécies de parasitas estão associados com otite externa

em cães e gatos (VAL, 1998).

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A sarna do ouvido, Otodectes cynotis, é a mais comum, tendo sido reportada

como causa primária de otite em mais de 50% dos gatos com esta afecção, mas nos

cães esta incidência não é tão grande, sendo apenas da 5-10% (SCOTT et al,

1996).

• Hipersensibilidades

Alergia atópica, hipersensibilidade à alimentação e de contato são possíveis

causadoras de otite externa, que pode ser gravada por traumatismo determinado

pelo próprio animal. Uma característica comumente observada na otite externa em

casos de atopia é um acentuado eritema no pavilhão auditivo externo e na parte

vertical do conduto auditivo, enquanto que as partes mais profundas destes

permanecem normais. Em mais de 20% dos casos de alergia ao alimento o sintoma

inicial é otite externa apenas e alterações do canal auditivo estão presentes em

cerca de 80% dos casos (SCOTT et al, 1996).

Dermatite alérgica de contato ocorre quando medicamentos (especialmente a

neomicina) são utilizados no tratamento de otite externa. Alguns veículos, como por

exemplo, o propilenoglicol, podem ser responsáveis por reações alérgicas na pele

do conduto auditivo(VAL, 1997).

• Distúrbios ceratinização

Os distúrbios de ceratinização geralmente determinam uma otite ceruminosa

crônica. Endocrinopatias como hipotiroidismo e desequilíbrios hormonais sexuais,

podem resultar neste tipo de otite, mais possivelmente por alterar a ceratinização e a

função glandular local (SCOTT et al, 1996).

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• Corpos estranhos

Corpos estranhos, tais como folhas, sementes, sujeira, areia e medicação

seca são freqüentemente responsáveis pela otite externa. Em raças de pêlo curto,

pêlos soltos podem se alojar no canal auditivo, provocando inflamação (VAL, 1998).

• Distúrbios glandulares

Qualquer alteração que altere a secreção sebácea pode levar a otite externa.

As glândulas apócrinas podem se apresentar hipertrofiadas e a hidroadenite

(inflamação destas glândulas) pode estar presente (VAL, 1997).

• Doenças auto-imunes

Doenças dos complexos Lúpus e Pênfigo são as causas mais comuns de

alterações dermatológicas autoimunes (VAL, 1997).

• Doenças virais

Em Medicina Veterinária, embora algumas vezes esta manifestação esteja

ligada a cinomose. Em cães jovens, esta doença pode se manifestar como otite

externa extremamente eritematosa e purulenta (VAL, 1997).

7.8 FATORES PERPETUANTES

São considerados fatores perpetuantes aqueles que não permitem a

resolução da otite externa, média ou interna. Em casos crônicos, um ou mais fatores

vão estar presentes, sua identificação e tratamento podem ser críticos. Nos casos

iniciais o tratamento da causa primária pode ser suficiente para controlar a doença,

mas após o estabelecimento dos fatores perpetuantes, o tratamento deve ser

dirigido a eles (SCOTT et al, 1996).

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• Bactérias

As bactérias raramente são causas primárias de otite externa, portanto um

diagnóstico de otite bacteriana é freqüentemente incompleto. Os agentes

secundários mais freqüentemente encontrados são Staphyloccocus intermidius e S.

aureus, que podem ser isolados de ouvidos de cães sadios, e os gram-negativos

Pseudomonas spp, Proteus spp., Escherichia coli e Klebsiella spp (SCOTT et al,

1996).

• Leveduras

Entre as leveduras a Malassezia pachydermatis (figura 23) é a mais

freqüentemente responsável pela perpetuação da otite externa. É a complicação

mais comum em casos de otite alérgica e pode surgir como uma superinfecção após

antibioticoterapia (SCOTT et al, 1996).

FIGURA 23 – MICROORGANISMOS DE

Malassezia pachydermatis

FONTE: Universidade de Leon, 2003

7.9 CARACTERISTÍCAS CLÍNICAS

As manifestações mais comuns de otite são o prurido auricular e os meneios

da cabeça para os lados. Com a progressão da doença, há o surgimento de discreto

a intenso exsudato (SCOTT et al, 1996).

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As indicações comuns de que o problema básico é um distúrbio de

hipersensibilidade são a sazonalidade e o prurido em outras localizações corpóreas.

Os distúrbios de ceratinização podem apresentar mudanças na qualidade, cor e

densidade da pelagem ou descamações. A dor quando o animal come pode ser

notada em cães com doença grave ou em animais com otite média que progridem

para envolver a articulação temporomandibular (SCOTT et al, 1996).

A anamnese deve incluir uma pesquisa completa dos fatores predisponentes,

mas na maioria dos casos de otite crônica dificilmente se encontrará evidência

clínica e deve revelar o seguinte:

- se o paciente nada frequentemente;

- evidências de doenças endócrinas ou metabólicas;

- recente exposição a outros cães, sugerindo a possibilidade de doença

contagiosa, tais como, otoacaríase, escabiose ou dermatofitose

- a presença de prurido em outras áreas do corpo além do ouvido, compatível

com alterações de hipersensibilidade ou escabiose

- medicamentos previamente utilizados que podem ter causado inflamação ou

irritação, sugerindo reação alérgica aos medicamentos

- problemas familiares envolvendo ou não a raça, em especial canais

auditivos estenosados, presença excessiva de pêlos no canal auditivo ou ainda,

produção excessiva de cerume (VAL, 1997).

7.10 EXAME FÍSICO

As alterações mais comuns vistas na otite externa são eritema, tumefação,

edema, descamação, crostas, alopecia e pêlos partidos, alterações no

posicionamento da cabeça, dor quando a cartilagem auricular ou a bula timpânica

são palpadas, fétido e exsudatos auricular (SCOTT et al, 1996).

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7.11 OTOSCOPIA

O otoscópio deve ser utilizado para detectar corpos estranhos, determinar a

integridade da membrana timpânica, presença de otite média e ainda, acessar quais

os tipos de lesão, exsudato e alterações progressivas estão presentes. Se

estivermos examinando um caso de otite bilateral, o ouvido menos atingido deve ser

examinado antes. Isto diminuirá a possibilidade de o animal resistir ao exame do

outro ouvido e a possibilidade de transmitir algum agente infeccioso ao ouvido são.

Um problema comumente encontrado é o exame de ouvidos extremamente

doloroso, ulcerados ou edemaciados. Nestes casos o animal deve ser sedado ou até

anestesiado. Assim sendo, deve-se tratar o animal, reduzindo o edema e a

inflamação por 4-7 dias e então realizar o exame otoscópico (SCOTT et al, 1996).

Deve-se fazer anotações cuidadosas sobre o caso incluindo quais os tipos e

quanto de alterações exsudativas estão presentes, qual a quantidade e tipo de

exsudato presente, bem como a presença de úlceras ou eritema. O exame da

membrana timpânica deve ser feito e anotado. Deve-se também ter cuidado ao

examinar o grau e localização da estenose do canal, pois estas observações podem

servir como auxílio na monitorização do tratamento (SCOTT et al, 1996).

7.12 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de otite externa é facilmente feito pela história e pelo exame

físico, mas alguns testes devem ser feitos para que se determine os fatores

primários e perpetuantes, de modo a se direcionar a conduta terapêutica (SCOTT et

al, 1996).

• Radiograifia

A radiografia está indicada nos casos suspeitos de otite média e

especialmente antes de métodos cirúrgicos envolvendo o ouvido médio. Entretanto,

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a radiografia só é útil quando demonstra mudanças no ouvido médio como linhas de

fluido ou modificações na bula óssea, as radiografias normais não descartam a

presença de otite média (SCOTT et al, 1996).

• Avaliação citológica

A avaliação citológica do exsudato geralmente não estabelece o diagnóstico

definitivo, mas é de grande valor em determinar quais os agentes infecciosos. Deve-

se colher a amostra com um swab de algodão e realizar um esfregaço sobre uma

lâmina de vidro. Em seguida, o esfregaço deve ser corado com Giemsa ou algum

método de coloração rápida. Freqüentemente, este exame revela a presença de

cocos (Staphylococcus e/ou Streptococcus), bastonetes (Proteus e/ou

Pseudomonas ou outros gram-negativos), leveduras (Malassezia ou Candida) ou

ainda infecções mistas. A presença de leucócitos também é observada no exame

citológico (VAL, 1997).

• Cultura e testes de sensibilidade

Estes testes não devem ser realizados sem uma prévia avaliação citológica, a

qual demonstra que as bactérias e leucócitos apresentam modificações

degenerativas e estejam presentes no exsudatos (VAL, 1997).

7.13 TRATAMENTO

A terapia efetiva para o tratamento da otite externa está na dependência da

identificação e controle das causas primárias e predisponentes, sempre que isto for

possível. Além disto, a limpeza dos canais auditivo externo e médio, o uso de terapia

tópica e sistêmica podem ser necessários para a eliminação ou controle efetivos de

fatores primários ou perpetuantes (SCOTT et al, 1996).

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A administração de sedativos como a xilazina ou cetamina e diazepam,

pode ser necessária para permitir exames ou tratamentos adequados em alguns

casos. Outros animais necessitam de anestesia geral (SCOTT et al, 1996).

• Limpeza

A limpeza completa do canal auditivo é extremamente importante no

tratamento da otite externa e nos casos de otite média crônica esta limpeza deve se

estender até a bula timpânica. A presença de exsudatos interfere na realização de

um exame adequado e impedem a terapia tópica de atingir os locais adequados e

agir de forma correta, além de que a exsudação purulenta ou ceruminosa pode

inativar alguns medicamentos. Os corpos estranhos, especialmente os pequenos

são prontamente eliminados quando os ouvidos são limpos. A limpeza total remove

as toxinas bacterianas, debris celulares e ácidos graxos livres, reduzindo assim o

estímulo para inflamação posterior (SCOTT et al, 1996).

De modo geral, utiliza-se soluções tendo como veículo o propilenoglicol e

como base a clorexidina 0,5%, se forem visualizadas bactérias ao exame citológico

ou acido lático 2,5% e ácido salicílico 0,1% se leveduras são evidenciada. Deve-se

colocar quantidade suficiente de solução até que o canal esteja completamente

coberto e massagear vigorosamente, através de movimentos de abre e fecha com a

mão na cartilagem timpânica. A quantidade de limpezas a serem realizadas deve ser

determinada pela evolução do caso. A freqüência geralmente é diária (VAL, 1997).

• Terapia tópica

A maioria dos produtos auriculares contém diversas combinações de

glicorticóides, antibióticos, antifúngicos e parasiticidas. De modo geral, as lesões

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secas, descamativas e crostosas são beneficiadas por bases oleosas ou em

pomadas que ajudam a umedecer a pele (SCOTT et al, 1996).

• Agentes ativos

Glucocorticóides: Possuem propriedades antinflamatórias e antipruriginosas,

levando a diminuição do edema, exsudação, secreção, tecido cicatricial e alterações

proliferativas (SCOTT et al, 1996).

Antibacterianos: São indicados em forma tópica quando a infecção, sendo:

aminoglicosídeos, neomicina, gentamicina, cloranfenicol e sulfadiazina a 1%

(SCOTT et al, 1996).

Anti-sépticos tópicos, tais como iodo povidona, clorexidina e ácido acético são

indicados como adjuvantes no tratamento de otite externa bacteriana, sendo

geralmente associados com as soluções de limpeza (SCOTT et al, 1996)

Agentes antifúngicos: São necessários em casos complicados ou causados

por Malassezia, Candida ou dermatófitos respondem bem ao miconazol a 1% e

tiabendazol. Casos resistentes de Cândida sp podem ser tratados com anfotericina

B tópica (SCOTT et al, 1996).

Fármacos parasiticidas: São geralmente utilizadas para o controle da sarna

otodécica, sendo as mais comuns a retentona e tiabendazol (SCOTT et al, 1996).

7.14 TRATAMENTO SISTÊMICO

O tratamento sistêmico é indicado se a otite externa for grave e a otite média

esteja presente. Os antibióticos devem ser utilizados na mais alta dosagem

permitida sendo eles trimetoprim-sulfadiazina 25mg/kg a cada 12 horas, clindamicina

7-10mg/kg a cada 12/horas, cefalexina 22mg/kg a cada 12/horas e enrofloxacina,

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2,5-5mg/kg a cada 12 horas. Cetoconazol 5-10mg/kg/12-24 horas é indicado em

casos de otite média por Malassezia pachydermatis (SCOTT et al, 1996).

A ivermectina é extremamente efetiva em controlar o Otodectes cynotis.

Quando administrada por via subcutânea a cerca de 300g/kg e repetida 3 vezes a

cada 10 dias, leva a total erradicação das sarnas. A ivermectina não deve ser usada

em cães das raças Pastor de Shetland, Collie, Old English Sheepdogs e seus

mestiços devido ao grau de toxidade (SCOTT et al, 1996).

A terapia sistêmica com glicocorticóides é recomendada em casos de otite

edematosa extremamente inflamada ou em que as alterações progressivas tenham

causado acentuada estenose do canal (SCOTT et al, 1996).

7.15 CIRURGIA

É indicada quando há severa estenose do canal, quando se faz necessária a

remoção de tumores ou pólipos e quando o animal possui uma otite média resistente

a medicação. Muitos cães são submetidos a este procedimento e continuam

sofrendo de otite externa (SCOTT et al, 1996).

7.16 CASO CLÍNICO

Nome da paciente: Dinho

Espécie: Canino

Raça: Lhasa Apso

Sexo: macho

Idade: 2 anos

Peso: 9 Kg

O proprietário recolheu o paciente (figura 24) na rua e notou um odor fétido

nos ouvidos e meneios intensos de cabeça.

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FIGURA 24 – PACIENTE COM OTITE EDEMATOSA

INFLAMADA

FONTE: CEMEPAC, 2006

7.16.1 Exame Clínico

Ao exame clínico notou-se eritema em todo pavilhão auricular com uma

secreção purulenta, exsudando dos condutos auditivos. A otoscópia tanto o canal

vertical quanto o canal horizontal, apresentavam-se eritematosos com pequenas

erosões em vários locais, além da excessiva secreção purulenta dentro dos

mesmos.

7.16.2 Diagnóstico

A secreção purulenta esverdeada era indicativo de uma otite bacteriana em

decorrência da demodicose.

7.16.3 Tratamento

Solução otológica para limpeza contendo ácido salicilico para acidificação do

conduto, como por exemplo: epiotic e otodem auricular. Após a limpeza se faz

necessário passar um medicamento oltológico contendo um antinflamatório

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esteroidal e um antimicrobiano, como por exemplo: natalene e otodem plus entre

outros.

Realizar a limpeza e a aplicação dos medicamentos durante 25 dias

precisando de uma reavaliação para ver a necessidade de continuar com tratamento

tópico.

Foi administrado para uso oral enrofloxacina 10 mg/kg ao dia devido a otite

ser severa.

7.16.4 Discussão

As otites bilaterais geralmente acompanham dermatopatias sendo mais

comum, as bacterianas ou fúngicas.

O período de tratamento deve ser por no mínimo 21 dias se não a otite

retorna, e o uso de antibióticoterapia se faz necessário quando a otite esta severa.

Ao negligenciar o tratamento da otite pode evoluir até um problema neurológico caso

ela atinja o ouvido médio ou interno.

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8 PERIODONTITE E CÁLCULO DENTÁRIO

A doença periodontal é a enfermidade mais comum em animais domésticos,

com sua prevalência aumentando com a idade e atingindo cerca de 80% dos cães

com mais de cinco anos, mas podendo atingir animais idade inferior dependendo do

hábito higiênico e alimentar de cada proprietário com seu animal de estimação. Entre

os fatores que contribuem para a prevalência e severidade da doença periodontal

estão: idade, raça, dieta, genética e saúde sistêmica (ROZA, 2004).

A doença periodontal é a moléstia que acomete o periodonto, ou seja, as

estruturas que suportam e protegem o dente: gengiva, osso alveolar, cemento e

ligamento periodontal, esse formado por fibras de tecido conjuntivo denso (colágeno)

que une o dente, através do cemento, ao osso alveolar, pelas fibras periodontais

(Sharpy) de maneira extremamente firme (GIOSO, 2003).

As lesões sobre o periodonto são causadas, principalmente, pela placa

bacteriana também chamada de biofilme dentário ou indulto mole, que é um material

pegajoso, amarelado que se forma sobre o esmalte dentário. Constituída, por

bactérias que podem alterar-se de microbiota de cocus não patogênicos, gram-

positiva, aeróbia, no início da afecção, para microbiota anaeróbia, gram-negativa,

com motilidade, nos estágios mais avançados (GIOSO, 2003).

Segundo Gioso (2003) a maior freqüência de formação de cálculos ocorre no

pré-molar e 1º molar superior, pois próximo a eles desembocam os ductos das

glândulas parótida e zigomática.

Durante a mastigação, ocorre invasão bacteriana e principalmente de seus

metabólitos para os vasos sanguíneos e linfáticos, pela movimentação do dente no

alvéolo, devido à rica vascularização do periodonto. Sendo este processo crônico,

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lesões continuas e determinados órgãos poderão causar insuficiência de sua função,

podendo levar o animal à morte. Este fenômeno ocorre, particularmente, nos rins

(glomerulonefrite), fígado (hepatite), articulações (poliartrite), coração (endocardite

bacteriana), além de relatos de discoespondilite, meningite e hipertermia idiopática

(ROZA, 2004).

8.1 SINAIS CLÍNICOS

Os sinais clínicos de doença periodontal são halitose, anorexia, disfagia,

ptialismo, tremor de cabeça, alterações comportamentais, gengivas hiperêmica,

edema, sangramento, dentes soltos, acúmulo de placa, cálculo, manchas e

ulcerações na mucosa gengival ou bucal. A doença periodontal pode ser um fator

de risco para doença sistêmica, exemplo doenças cardíacas, renais e esqueléticas

(GIOSO, 1997).

8.2 TRATAMENTO

A meta do tratamento periodontal é controlar os microorganismos, restaurar a

anatomia e a fisiologia normal e evitar nova adesão de placa bacteriana às

superficies dentais e é essencial realizar anestesia geral no tratamento de

periodontite (GIOSO, 2003).

Tanto Gioso (2003) como Roza (2004) relatam que a grande quantidade de

bactéria na placa bacteriana produz bacteremia durante o período operatório e ata

cerca de 20 minutos após o mesmo; por tanto a instituição de antibioticoterapia

profilática é fundamental.

As fármacos mais utilizadas na rotina da clínica são: clindamicina, amoxicilina

mais ácido clavulânico, metronidazole maisespiramicina, ampicilina oral, antes da

anestesia (GIOSO, 2003).

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Além destes antibióticos locais como clorexidine e outros antissépiticos

devem ser usados no pós-operatório com a intenção de diminuir a halitose e a

quantidade de microorganismos (GIOSO,2003).

O proprietário deve ser informado sobre a evolução da doença periodontal e

as duas maneiras de controle, sendo visitas ao veterinário para avaliação oral em

períodos variáveis de 3 a 6 meses e escovação dental de no mínimo três vezes por

semanas e visitas anuais ao veterinário (GIOSO, 2003).

8.3 CASO CLINICO

Nome da paciente: Ariana

Espécie: Canino

Raça: Poodle

Sexo: Fêmea

Idade: 13 anos

Peso: 5,9 Kg

O proprietário relata que o animal apresenta halitose a 5 anos, com presença

de cálculos, exsudatos ao fazer a fricção na gengiva, mas a paciente continuava a

se alimentação normalmente.

8.3.1 Exame físico

O animal apresentava mucosas hiperêmicas, presença de placa bacteriana,

formação de bolsas de pus, reabsorção óssea, exposição de furca, mobilidade

quatro, halitose e tártaro.

8.3.2 Tratamento

Foi realizado o procedimento de tratamento periodontal sob anestesia geral,

onde o protocolo anestésico utilizado foi medicação pré-anestésica acepromazina na

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dose de 0,1 mg/kg e fentanil na dose de 1 ml/kg. Indução de propofol 10 mg/kg na

dose de 6 mg/kg. A manutenção deu-se com isoflurano em circuito fechado.

Foi realizada remoção dos cálculos supragengivais, remoção do cálculo

subgengival e curetagem do sulco gengival para remoção de tecido necrótico,

raspagem manual para o aplainamento do cemento radicular (figura 25 e 26),

irrigação com solução desinfetante de clorexidine a 0,2%, extração de dentes sendo

3 pré-molares e 1 molar, polimento e ao final aplicação de flúor (figura 27) com

ataque ácido para prevenir a sensibilidade da retração gengival apresentada pelo

paciente.

Foi administrado antes e após o procedimento profilático dentário

enrofloxacina na dose de 5mg/kg e metronidazol na dose de 10mg/kg via oral

durante 10 dias.

FIGURA 25 – ARCADA DENTÁRIA ESQUERDA

ANTES DO PROCEDIMENTO

FONTE: CEMEPAC, 2006

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FIGURA 26 – ARCADA DENTÁRIA DIREITA ANTES

DO PROCEDIMENTO

FONTE: CEMEPAC, 2006

FIGURA 27 – ARCADA DENTÁRIA APÓS DO

PROCEDIMENTO

FONTE: CEMEPAC, 2006

8.3.3 Discussão

A avaliação da cavidade oral é o suficiente para constatar a necessidade de

intervenção a remoção da placa bacteriana, e esta avaliação de ser feita uma vez ao

ano ou toda vez que o paciente visitar a clínica veterinária.

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A avaliação completa deve ser realizada com o animal anestesiado, pois a fim

de obter um diagnóstico preciso e avaliar corretamente a necessidade de profilaxia

dentária e possíveis exodontias ou tratamentos endodônticos.

A remoção da placa bacteriana do sulco gengival é realizada visando a saúde

do animal, além de prevenir uma bacteremia sistêmica transitória e disseminação da

infecção por contigüidade de tecidos, originando desde celulite até osteomielite,

disseminação direta da infecção para o ouvido (através das tubas auditivas),

pulmões (traquéia), disseminação de bactérias e suas toxinas por via circulatória,

causando insuficiência renal aguda, infecções hepáticas, infecções pancreáticas,

artrite e endocardite.

A antibioticoterapia pré e pós-cirúrgica é necessária na maioria das

intervenções, para controle da infecção primária, prevenção da ocorrência

secundária de artrite, endocardite, glomerulonefrite e outras infecções.

Após o tratamento realizado o proprietário foi orientado sobre a correta forma

de efetuar a profilaxia oral do seu animal. Esta profilaxia deve ser feita com

escovação diária dos dentes com pasta específica e escova adequada, e também

uso de lenços umedecidos com clorexidina ou gaze embebida com malvatricin em

diluição de uma tampa do produto para uma de água sendo efetuado uma vez ao dia

ou no mínimo 3 vezes na semanas, a alimentação deve ser de ração seca e de boa

qualidade, evitar petiscos e alimentos macios, pois o acúmulo da placa bacteriana e

organização poderá ocorrer e prejudicar o paciente.

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9 TRAUMATISMO DE CABEÇA

O desfecho de animais com trauma craniano depende da localização e da

gravidade da lesão inicial, embora eventos secundários possam incluir edema

progressivo, isquemia e morte. A diminuição do nível de consciência pode indicar a

existência da lesão encefálica aguda grave e aumento de pressão intracraniana.

Pupilas dilatadas, reflexo pupilar fotomotor ausente, torpor ou coma ou um padrão

respiratório anormal em geral indicam envolvimento grave do tronco cerebral. O

prognóstico em tais animais é desfavorável. O desenvolvimento atrasado de sinais

de tronco cerebral é, em geral, indicação de herniação do cérebro ocasionada por

edema progressivo ou hemorragia contínua. O objetivo principal do tratamento de

animais com trauma craniano grave é impedir a piora da hipertensão intracraniana,

do edema e da isquemia neuronais e da herniação. Estas complicações

desenvolvem-se lentamente por várias horas, portanto os animais com trauma

craniano grave devem ser tratados e monitorados atentamente por pelo menos 48

horas antes que sua condição seja considerada (NELSON et al, 2001).

O tratamento inclui observação e cuidados de suporte. Os exames físico e

neurológico devem ser realizados para avaliar a extensão da lesão e identificar os

problemas concomitantes que devem ser tratados. O choque deve ser tratado, mas

fluidos intravenosos (IV) devem ser administrados de forma conservadora; isto é

importante para evitar a hiperidratação e exacerbação do edema cerebral. A

administração de glicocorticóides é uma medida controversa, mas o succinato

sódico de metilprednisolona e o fosfato sódico de dexametasona são fármacos

comumente utilizados. Se existirem lesões abertas ou se a craniotomia for

considerada, devem ser administrados antibióticos (NELSON et al,2001).

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A quadro 6 descreve o tratamento preconizado para lesão craniana (quadro)

Quadro 6 - Tratamento da Lesão Intracraniana

1 - Examinar, avaliar e tratar lesões concomitantes

2 - Tratar o choque

• Líquidos intravenosos – não hiperidratar

• Corticosteróides

3 - Corticosteróides

• Succinato sódico de metilprednisolona: 30mg/kg IV uma vez, então

repetir a cada 6 horas ou administrar infusão (5mg/kg/h)

• Fosfato sódico de dexametasona: 4mg/kg uma vez, então 0,5mg/kg a

cada 6 horas

4 - Antibióticos se houver ferida aberta ou craniotomia

5 - Se lesão inicial grave ou deterioração

6 - Diuréticos

• Manitol 20% 1g/kg IV em 30 minutos (pode ser repetido em 3 horas)

• Furosemida 1mg/kg IV 15 minutos após

7 - Intubação ou traqueostomia e hiperventilação

8 - Elevar a cabeça 30°

9 - Tratar conculsões com diazepam, barbitúricos

• +/- dimetilsulfóxido: 1g/kg IV em 30 minutos

10 - Considerar craniotomia

FONTE: NELSON, 2001

Em animais com lesões iniciais muito graves ou naqueles em que os sinais

neurológicos pioram a despeito da terapia inicial, um tratamento mais intensivo é

recomendado. Devem ser administrados diuréticos para diminuir o edema cerebral e

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a pressão intracraniana. A administração de manitol seguida de furosemida produz

diminuição muito intensa da pressão intracraniana dentro de 10 minutos que

geralmente perdura por 3 a 5 horas. Contudo a administração de manitol deve ser

evitada em animais estáveis ou levemente acometidos, pois isto pode deflagar

hemorragia intracraniana. A hiperventilação é provavelmente o meio mais eficiente

de diminuir a pressão intracraniana, de forma que deve ser considerada mesmo se,

para tal, for necessário realizar traqueostomia e sedar ou anestesiar o animal. O

diazepam e os barbitúricos são os melhores fármacos para o tratamento das

convulsões ou para sedação e anestesia. Analgésicos narcóticos não devem ser

administrados porque eles causam hipoventilação e aumento da pressão

intracraniana. Se possível, a cabeça do animal deve ser elevada aproximadamente

30° para melhorar a drenagem venosa cerebral. Embora existam opiniões

conflitantes a respeito de sua eficácia, a administração IV de dimetilsulfóxido em

sido recomendada como forma de diminuir a taxa metabólica cerebral, estabilizar as

membranas lisossômicas e quelar os radicais livres. Finalmente, a craniotomia pode

ser realizada se existirem evidências de aumento da pressão intracraniana (piora

progressiva do estado mental) a despeito da terapia clínica e de suporte. O ideal é

que a decisão de operar seja baseada nos resultados da tomografia

computadorizada ou na ressonância magnética. A cirurgia pode ser benéfica para

descomprimir, drenar hematomas, remover fragmentos ósseos ou limpar uma ferida

penetrante como uma mordida (NELSON et al, 2001).

9.1 CASO CLÍNICO

Nome da paciente: July

Espécie: Canino

Raça: Yorkshire

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Sexo: Fêmea

Idade: 1ano e 8 meses

Peso: 1,9 Kg

Descreve-se o caso da July que foi levado ao CEMEPAC com histórico de

trauma pelo lançamento de um copo que atingiu o lado esquerdo da cabeça na parte

rostral ao pavilhão auricular, causando uma lesão perfuro cortante com sangramento

intenso há 1 hora.

FIGURA 28 – PACIENTE COM TRAUMATISMO DE

CABEÇACO EM DECUBITO LATERAL

FONTE: CEMEPAC, 2006

9.1.1 Exame Clínico

Inicialmente observou-se decúbito lateral permanente (figura 28) com

opstótono com os membros pélvicos e torácicos estendidos. Após 24 horas a

paciente estava girando sobre o próprio eixo, sugerindo uma clínica de

descerebração. O reflexo de ameaça estava negativo, porém pela oftalmoscopia

observou-se que a retina estava preservada. O mesmo apresentava nistagmo

horizontal permanente, ausência de propriocepção, inconsciência, ausência de

reflexo pupilar fotomotor, hipotermia (oscilação entre 36°C e 37°C) e vômito.

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9.1.2 Exames complementares

Foi realizada uma radiografia latero-lateral esquerda do crânio, verificando-se

fratura na crista sagital externa, crista nucal e protuberância occipital externa, com

formato de triângulo.

9.1.3 Diagnóstico

O diagnóstico definitivo foi trauma crânio encefálico.

9.1.4 Tratamento

Inicialmente, a paciente foi internada e foi administrada solução fisiológica

0,9% e hidrocortisona 50mg/kg IV. A paciente ficou em observação durante trinta

minutos e ao constatar que não havia hemorragia foi administrado furosemida

1mg/kg, parenteral (IV e SC) e 15 minutos depois foi administrado manitol 2g/kg IV e

cloridrato de fentanil 0,07mg/kg SC. Após cinco horas foi administrada outra dose de

hidrocortizona 50mg/kg IV. Foi administrado enrofloxacina 7mg/kg, SID, SC e

cloridrato de ranitidina 3mg/kg, BID, SC.

O nistagmo do paciente diminuiu, aonde apresentou uma resposta ao reflexo

pupilar fotomotor, mas não possuía olfato e nem deglutia. Após ter passado o estado

crítico da paciente, foi realizada uma melhor avaliação e continuou sendo

administrado fluidoterapia com solução fisiológica 0,9%, mas foi modificado o

corticóide para dexametasona 2mg/kg, TID, SC e fica estabelecido enrofloxacina

7mg/kg, SID, SC e omeprazol 1,5mg/kg, SID, IV até o final do internamento. A

terapia com furosemida 1mg/kg, IV, SC, presseguido por manitol 2g/kg, IV, foi

repetida por mais três dias.

Nos próximos três dias de internamento a paciente teve uma evolução no

tratamento sendo assim, cessou o nistagmo, o opstótono, respondia ao reflexo a

ameaça e começou a deglutir água e comida fornecidos na seringa, a temperatura

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voltou ao normal, está consciente e também ao tentar se movimentar a cabeça ou se

levantar, possuía tremores de intenção.

A paciente ganhou alta dias após, para terminar a sua recuperação em casa,

estando com peso de 1,7 kg.

Foi prescrito para a paciente continuar o tratamento em casa: predinisolona

2mg/kg, BID, por cinco dias e depois passar para 1mg/kg, BID, por mais cinco dias e

assim diminuindo o corticóide sucessivamente por mais duas semanas. O omeprazol

1mg/kg, SID e enrofloxacina 7mg/kg, SID durante dez dias e cloridrato de

metoclorpramida 0,5mg/kg, TID, durante cinco dias.

9.1.5 Retornos

- 1º Retorno (figura 29): O proprietário relata que a paciente ingeriu água

sozinha mais a alimentação ainda era feita na seringa e que tentava se levantar

mais ainda não conseguia, teve dois episódios de vomito, mas provavelmente

devido ao corticóide.

FIGURA 29 – PACIENTE COM TRAUMA CRÂNIO

ENCEFÁLICO

FONTE: CEMEPAC, 2006

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- 2º Retorno (figura 30): O proprietário relata que a paciente se apresentava

muito atenta aos acontecimentos ao seu redor, fica em estação com certa dismetria

dos membros abduzindo os pélvicos. A lesão, perfuro cortante, encontra-se

cicatrizada (figura 31) e fratura estável a palpação, mas houve uma perda de peso

considerável, sendo de trezentas gramas, e o peso era de 1,4kg. A medicação

prescrita passou a ser de prednisolona 1mg/kg – BID durante sete dias.

FIGURA 30 – PACIENTE ESTAÇÃO PARA

DEMOSTRAR MELHORA DE

DISMETRIA

FONTE: CEMEPAC, 2006

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FIGURA 31 – IMAGEM DA FRATURA DA PACIENTE

EM REGIÃO DE CRÂNIO

FONTE: CEMEPAC, 2006

- 3º retorno (figura 32): A paciente retornou ao CEMEPAC, para uma nova

avaliação e apresentava propriocepção presente, reflexo patelar aumentado,

caminhando, mas com certa dismetria e com tendência de girar para o lado direito,

reflexo de ameaça parcialmente presente, e na oftalmoscopia o nervo óptico se

mantinha preservado, já se alimenta sozinha de ração seca e já roia ossinhos. Já se

mantinha mais atenta, voltando a correr atrás de sua bolinha, um hábito antigo

(antes do acidente). A paciente em uma semana, obteve um ganho de peso de 600

gramas, passando a pesar 2,1kg. A medicação prescrita passou a ser de

predinisolona 0,5mg/kg, BID durante sete dias.

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FIGURA 32 – PACIENTE EM ESTAÇÃO PARA

DEMOSTRAR MELHORA

FONTE:CEMEPAC, 2006

- 4º retorno: A paciente retornou ao CEMEPAC com uma melhora

considerável, mas ao examiná-la foi notado que a paciente estava com cegueira

amaurótica, mas as retinas estavam preservadas, não anda mais em círculos para o

lado da lesão, começou a subir e a descer escadas, a dismetria melhorou, mas

ainda existe. A medicação prescrita passou a ser de predinisolona 0,25mg/kg – BID

durante cinco dias, e depois passou para dias alternados por mais cinco dias.

- 5º retorno: A paciente retornou a CEMEPAC, para uma nova avaliação,

apresentava ótima melhora, já sobe e desce escada com desenvoltura, à dismetria

ainda esta presente, mas com menor intensidade e a cegueira ainda esta presente.

A medicação prescrita passou a ser de predinisolona 0,25mg/kg – uma vez ao dia

com intervalo de dois dias entre a administração, por mais 7 dias.

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9.1.6 Prognóstico

O prognóstico é reservado a ruim pela lesão, mas clinicamente tem

demonstrado uma resposta positiva. A paciente terá que ser acompanhada por um

médico veterinário durante dois anos, para avaliar se não haverá convulsões devido

ao trauma que sofreu.

9.1.7 Discussão

A paciente com lesão crânio encefálica precisa de um acompanhamento

intensivo e de uma avaliação neurológica periódica para acompanhar a melhora e

estabelecer o prognóstico do caso clínico. O veterinário necessita estar atento

quando houver hemorragia, porque deve-se cuidar na administração do manitol em

casos de sangramento devido ter propriedade oncótica, que não é recomendável o

seu uso.

O tratamento consiste em diminuir o edema cerebral, formado pelo trauma,

sendo administrado diurético de alças a furosemida , manitol e corticóide em doses

altas e fazer o tratamento de suporte. O corticóide tem sido discutido a sua eficácia

nos casos de trauma crânio encefálica ficando a critério do veterinário usar ou não.

O prognóstico de uma lesão crânio encefálica é extremamente reservado,

pois depende da região afetada e da intensidade do trauma. O proprietário deve ficar

ciente que durante dois anos após o trauma a paciente poderá começar a ter

episódios convulsivos e que se houver cegueira amaurótica, esta pode melhorar

com o tempo.

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10 CONCLUSÃO

No estágio de conclusão de curso, no CEMEPAC foi observado

conhecimento sobre clínica médica, clínica cirúrgica, diagnóstico, exames

laboratoriais, prognóstico e exames complementares, para passar aos proprietários

dos pacientes o tratamento correto para obtenção da cura ou tratamento das

doenças. Foram selecionados 6 doenças para obter o T.C.C onde serão descreitas

brevemente, sendo elas: Demodicose, Diabetes Melito, Displasia Coxofemoral,

Periodontite e Cálculo Dentário, Otite e Traumatismo de cabeça, por sua vez será

apresentado.

A demodicose é causada por um ácaro comensal da pele norma, decorrente

imunodepressão hereditária. O ácaro é um habitante normal do folículo piloso e

ocasionalmente da glândula sebácea. Pode ser classificada como localizada,

generalizada ou pododemodicose. Os ácaros não são considerados contagiosos aos

cães adultos saudáveis normais. Consequentemente, a demodicose é mais

provavelmente uma disfunção do cão, e não um aumento na virulência do ácaro. As

raças mais acometidas são Shar Pei, Old English Sheepdog, Basset Hound,

Doberman, Pinscher, Lhasa apso, West Highland Terrier branco, Terrier Escocês,

Buldogue Inglês, Boston Terrier, Dinamarquês, Weimaraner, Aireldale Terrier,

Malamute do Alaska, pelado Mexicano, Crista Chinês, Afgan Hound Collie, Pastor de

Shetland e Pastor Australiano. O tratamento da demodicose se faz necessário ser

tanto tópico quanto sistêmico e requer dedicação e tempo, deve-se ter em mente

que essa dermatopatia, não tem cura e sim um controle, pois os animais que a

desenvolvem são imunossuprimidos.

O DM é freqüente na espécie canina e ocorre mais nas fêmeas do que nos

machos. As raças Poodle, Dachshund, Schnauzer, Beagle, Golden Retriever, Spitz,

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Samoieda, observam-se predisposições genéticas que favorecem o

desenvolvimento da doença. Clinicamente caracteriza-se pela manifestação de uma

síndrome que apresenta poliúria, polidipsia e polifagia. Esta síndrome costuma ser

acompanhada de emagrecimento, apesar do aumento do apetite. O

acompanhamento da doença nunca se deve basear na pesquisa de açúcar na urina,

pois os erros de interpretação, algumas vezes consideráveis, podem induzir em erro

no tratamento e levar a injetar doses de insulina capazes de provocar a morte do

animal. Uma coleta mensal de sangue permite um acompanhamento seguro da

evolução da doença. Apesar do melhor conhecimento dos mecanismos do DM no

cão e dos exames modernos, o tratamento da doença no cão continua sendo difícil,

exige muita atenção por parte do veterinário e, principalmente, do proprietário, que

será obrigado a administrar, diariamente, injeçõeso de insulina e fornecer alimento

em horários determinados. Portanto, é um tratamento que exige perseverança.

A DCF, devido sua complexidade causa danos à saúde dos cães, limitando o

seu desempenho diário. Pode-se observar que múltiplos fatores participam do

processo de formação das anormalidades coxofemorais, o que dificulta o clínico ou

para o proprietário uma melhor compreensão de sua gênese. Muitos pensam que a

DCF é uma enfermidade de origem hereditária e que, portanto, pode ser evitada

através da seleção de animais para acasalamento. Na verdade, tem sido

demonstrado que essa seleção reduz significativamente a incidência, mas não

elimina totalmente o problema. Fatores não hereditários, como o fornecimento aos

cães de dietas de alta densidade e meio ambiente, têm sido um dos maiores

problemas que os clínicos veterinários especializados em pequenos animais

enfrentam atualmente. O diagnóstico da DCF é realizado por meio de radiografia,

sendo esta indispensável, levando-se em consideração que muitas vezes os sinais

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clínicos não estão correlacionados com os achados radiológicos. Alguns cães com

uma DCF moderada ou severa são assintomáticos. Competem aos profissionais o

esclarecimento e orientação aos proprietários, com o propósito de se controlar a

DCF, considerada um dos mais graves e mais estudados problemas articulares dos

cães.

A otite é uma doença comum que pode acometer ao duas orelhas e de difícil

tratamento deve ser observado a causa da doença, sendo muito importante

descobrir do fator que determina a doença sendo fatores predisponentes, primários

e perpetuantes. As otites bilaterais são geralmente bacterianas ou fúngicas. O

período de tratamento deve ser por no mínimo 21 dias se não a otite retorna, e o uso

de antibióticoterapia se faz necessário quando a otite esta severa. Ao negligenciar o

tratamento da otite pode evoluir até um problema neurológico caso ela atinja o

ouvido médio ou interno. Prognóstico reservado.

A periodontite e o cálculo dentário é importante a avaliação da cavidade oral

sendo suficiente para constatar a necessidade de intervenção a remoção da placa

bacteriana, e esta avaliação de ser feita uma vez ao ano ou toda vez que o paciente

visitar a clínica veterinária. A remoção da placa bacteriana do sulco gengival é

realizada visando a saúde do animal, além de prevenir uma bacteremia sistêmica

transitória e disseminação da infecção por contigüidade de tecidos, originando desde

celulite até osteomielite, disseminação direta da infecção para o ouvido (através das

tubas auditivas), pulmões (traquéia), disseminação de bactérias e suas toxinas por

via circulatória, causando insuficiência renal aguda, infecções hepáticas, infecções

pancreáticas, artrite e endocardite. A antibioticoterapia pré e pós-cirúrgica é

necessária na maioria das intervenções, para controle da infecção primária,

prevenção da ocorrência secundária de artrite, endocardite, glomerulonefrite e

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outras infecções. Após o tratamento deve ser feita com escovação diária dos dentes

com pasta específica e escova adequada, e também uso de lenços umedecidos com

clorexidina ou gaze embebida com malvatricin em diluição de uma tampa do produto

para uma de água sendo efetuado uma vez ao dia ou no mínimo 3 vezes na

semanas, a alimentação deve ser de ração seca e de boa qualidade, evitar petiscos

e alimentos macios, pois o acúmulo da placa bacteriana e organização poderá

ocorrer e prejudicar o paciente.

A paciente com traumattismo de cabeça precisa de um acompanhamento

intensivo e de uma avaliação neurológica periódica para acompanhar a melhora e

estabelecer o prognóstico do caso clínico. O veterinário necessita estar atento

quando houver hemorragia, porque deve-se cuidar na administração do manitol em

casos de sangramento devido ter propriedade oncótica, que não é recomendável o

seu uso. O tratamento consiste em diminuir o edema cerebral, formado pelo trauma,

sendo administrado diurético de alças a furosemida , manitol e corticóide em doses

altas e fazer o tratamento de suporte. O corticóide tem sido discutido a sua eficácia

nos casos de trauma crânio encefálica ficando a critério do veterinário usar ou não.

O prognóstico de uma lesão crânio encefálica é extremamente reservado,

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